Neuropedagogia

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NEUROPEDAGOGIA E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A

PSICOPEDAGOGIA FRENTE À APRENDIZAGEM COM OS SEUS


PROBLEMAS

Elvira Maria Cavalcante de Souza


Faculdade de Guanambi-FG

Sirlene Prates Costa Teixeira


Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia-UESB

Resumo: Este artigo objetiva apresentar discursões acerca da aprendizagem, como um processo inerente
ao ser humano, e dos fatores intrínsecos e extrínsecos presentes neste, podendo causar as tão discutidas
“dificuldades de aprendizagem”. Além de expor as definições e o campo de atuação da Neuropedagogia,
que se ocupa dos aspectos neurológicos da aprendizagem, e da Psicopedagogia, que não lida diretamente
com a aprendizagem, mas com o aprendiz. Considera-se que ambas trabalham com o conceito de
aprendizagem e com o sujeito envolvido no processo. Ao partir do pressuposto de que o ser humano é um
ser bio-psico-social, compreende-se a necessidade de contemplar a convergência de diferentes áreas, assim,
busca-se aqui lincar as contribuições da Neuropedagogia para a Psicopedagogia. A metodologia utilizada
está sob uma pesquisa bibliográfica referendada em conceitos científicos. O referencial teórico está voltado
para os pensamentos de autores como Jorge Visca (1991); Sara Paín (1985, 1992); Alícia Fernandéz
(1991), Maria Lúcia Weiss (2003); Barbosa (2006); Fonseca (2008) dentre outros que se ocupam com a
temática da aprendizagem. Espera-se que este possa contribuir de maneira significativa para a prática de
profissionais que estejam, de forma direta ou indireta, envolvidos com a aprendizagem e/ou com o sujeito
desta.
Palavras-chave: Aprendizagem. Neuropedagogia. Psicopedagogia

1. Introdução

Todo ser humano necessita aprender. Este é um processo de construção interna que requer
caminhos próprios, pesquisa, experimentação. Estudos sistemáticos são realizados constantemente
envoltos do processo de aprendizagem. Investigações em vários campos das ciências têm buscado
entender de forma científica e didática a não aprendizagem, o que a provoca, o que fazer e como
fazer para preveni-la e quais as estratégias necessárias para possibilitar o “aprender a aprender”.
Assim como a aprendizagem é inerente ao ser humano, os empecilhos a ela também o são.
É válido lembrar que o sistema de ensino por si só já é problemático, e é lógico que vai refletir em

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seus envolvidos. Porém, negligenciar as condições de aprendizagem do educando, certamente, não
será a solução. Considerando que existe um ser aprendente em meio a tudo isso, vê-se que não há
mais espaço para a repetição automática, para a falta de contextualização e para a aprendizagem
que não seja significativa, assim, quer seja por fatores intrínsecos, quer seja por fatores
extrínsecos, as dificuldades existem e precisam ser sanadas.
A expressão “dificuldade” tem sido utilizada em múltiplos sentidos, no entanto, a falta de
conhecimento em reconhecer e identificá-la tem excluído um número considerável de crianças
anualmente do processo de escolarização, levando, com isso, profissionais de diferentes áreas a se
dedicarem em desenvolver estudos e atuarem em torno desta temática.
Faz-se necessário entender que as dificuldades podem ser de ordem biológica, emocional,
social. É de suma importância identificar a dificuldade para que seja realizada a intervenção, de
forma que o indivíduo possa prosseguir nas suas vivências e assim superar desafios.
Na incessante busca a fim de sanar, prevenir ou curar a dificuldade em aprendizagem,
aparecem novas ciências, novos conceitos, diagnósticos e intervenções que possibilitam a
aprendizagem. Dentro das pesquisas científicas desencadeadas pela medicina, Psicologia e
Pedagogia para desvendar e dar respostas ao não aprender surgem a Psicopedagogia e a
Neuropedagogia.
Tanto a Psicopedagogia quanto a Neuropedagogia estão no campo da aprendizagem, a
primeira voltada a estudar a não aprendizagem e a possibilidade da aprendizagem diante dos
obstáculos, dificuldades, transtornos e limitações do sujeito. A segunda tem o foco nos processos
neurológicos, como acontece a aprendizagem no cérebro e as metodologias que contribuem para
possibilitar às áreas do cérebro em que se dá a aprendizagem, serem mais exploradas, entendidas e
estimuladas.
Observa-se que ambas as ciências são novas, isto sinaliza a evolução humana que busca ir
ao encontro das necessidades que surgem no processo de crescimento e adaptação ao mundo.
Neste visa-se sanar, responder, pesquisar as causas das dificuldades e assim criar a prevenção,
nortear caminhos para que o sujeito possa viver de forma equilibrada e autônoma.

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2. A aprendizagem com os seus problemas: objeto de estudo da neuropedagogia e da
psicopedagogia

São muitos os conceitos científicos da aprendizagem e vão desde a teoria piagetiana da


inteligência, denominada Epistemologia Genética, que foca a dimensão biológica do processo de
aprendizagem afirmando que toda informação adquirida desde o exterior, surge em função de
esquema interno, à teoria psicanalítica de Freud que considera as primeiras experiências infantis
como fator determinante de todo o desenvolvimento posterior do indivíduo.
Diante da infinidade de conceitos criados para explicar como ocorre a aprendizagem no ser
humano, não se pode deixar de considerar três tipos de conhecimento, conforme pontua Pain
(1992):

O das formas hereditárias programadas definitivamente de antemão, junto


ao conteúdo informativo relacionado ao meio no qual o indivíduo atuará; o
das formas lógico-matemáticas que se constroem progressivamente
segundo estágios de equilibração crescente e por coordenação progressiva
das ações que cumprem com os objetos, dispensando os objetos como tais;
e em terceiro lugar o das formas adquiridas em função da experiência, que
fornecem ao sujeito informação sobre o objeto e suas propriedades (PAIN,
1992, p.16).

Tendo como parâmetro esta linha de raciocínio, Sara Pain (1992) apresenta duas condições
de aprendizagem, as externas, referindo-se ao aspecto social, cultural em que o sujeito está
inserido sendo, pois, adquiridas pelo estímulo dado pelo meio; e as internas, ligadas ao corpo
como organismo mediador da ação. A autora explica que o organismo poderia ser comparado a
um aparelho de recepção programado, pois possui transmissores (células nervosas), capazes de
registrar certos tipos de associações, de fluxos elétricos, e reproduzi-los quando necessário sendo o
corpo o instrumento do organismo. Sobre isto ela afirma:

É em função do corpo, que se é harmônico ou rígido, compulsivo ou


abúlico, ágil ou lerdo, bonito ou feio, e com esse corpo se fala, se escreve,
se tece, se dança, resumindo, é com o corpo que se aprende. As condições
do mesmo, sejam constitucionais, herdadas ou adquiridas, favorecem ou
atrasam os processos cognitivos e, em especial, os de aprendizagem (PAIN,
1992, p.22).

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Considerando o modelo de esquema da aprendizagem apresentado por Jorge Visca (1991),
trata-se de um processo evolutivo e constante, de uma construção intrapsíquica, com continuidade
genética e diferenças evolutivas, que implica numa sequência de modificações no comportamento
do indivíduo de forma global e no meio que o cerca, resultando em novas formas de
comportamento. Assim, este autor, na perspectiva da Epistemologia Convergente se refere à
aprendizagem como “uma construção, que depende dos aspectos energéticos e estruturais e que
implica em uma tematização”.
Segundo Visca o processo de aprendizagem vai além da estruturação cognitiva, pois
necessita do envolvimento com o objeto e vai além também da afetividade, sendo que implica na
utilização das operações cognitivas. Este autor aborda o que considera os obstáculos da
aprendizagem, sendo eles, o epistêmico, que está relacionado à involução no processo de
construção das estruturas cognitivas, visto que “ninguém pode aprender acima do nível da
estruturação cognitiva que possui”; o obstáculo epistemofílico, ligado à falta de amor pelo
conhecimento; o obstáculo funcional que se apresenta como uma dificuldade para a organização
voluntária do movimento; e por fim, o epistemológico que está relacionado à resistência em
aceitar um novo conhecimento que venha de encontro com aquele já adquirido pelo sujeito ou com
a sua visão de mundo.

[...] a aprendizagem é um emergente ou função das precondições


intrapsíquicas, afetivas ou energéticas e cognitivas ou estruturais, em
interação com as circunstâncias do contexto, mediadoras dos fenômenos
grupais e socioculturais nos quais se produzem (VISCA, 1991, p.66).

Visca (1991) considera que a aprendizagem se dá em diferentes níveis, sendo que o


primeiro deles é a proto-aprendizagem resultante das primeiras relações vinculares, especialmente
com a mãe, que é o objeto por excelência, o segundo é a deutero-aprendizagem que é resultante da
interação com o grupo familiar, o terceiro nível é a aprendizagem assistemática que se dá através
da interação com uma comunidade restringida e a aprendizagem sistemática que se dá por meio
das instituições educativas.

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Os diferentes conceitos existentes concordam que a aprendizagem é consequência de uma
relação bilateral, pois, envolve tanto a pessoa que ensina como a que aprende. Dessa forma, Ciasca
(2003) aborda:

A aprendizagem é melhor definida como um processo evolutivo e


constante, que envolve um conjunto de modificações no
comportamento do indivíduo, tanto a nível físico, como do
ambiente no qual está inserido, onde todo esse processo emergirá
sob a forma de novos conhecimentos (CIASCA, 2003, p.220).

Observa-se que a aprendizagem é um processo que envolve vários aspectos tais como os
orgânicos, cognitivos, afetivos e emocionais, a depender das experiências e condições do
educando, das situações que lhes são oferecidas e do estímulo do ambiente, pode resultar no
aprender ou no não aprender.
Vale salientar que assim como a aprendizagem é mediada pelos fenômenos grupais e
socioculturais, o conceito de dificuldade de aprendizagem é construído pelo meio social, estando
intimamente ligado à cultura e às exigências de cada contexto social. Os alunos precisam atender
aos parâmetros estabelecidos pela educação. E em relação à origem dos estados patológicos da
aprendizagem ao longo do tempo, Visca (1991) aborda:

Durante um primeiro período, que vai desde o início da humanidade até


aproximadamente o final do século XVIII, a concepção vigente relativa à
gênese da doença mental e, consequentemente, das dificuldades de
aprendizagem foi a demonológica. De acordo com ela, tanto as
dificuldades mentais quanto as de aprendizagem eram resultado do castigo
divino (VISCA, 1991, p.59).

Embora, por um bom tempo na história as dificuldades de aprendizagem tenham sido


concebidas como resultado de ações sobrenaturais, posteriormente, elas passaram a ter como
causa, o determinismo ambiental e biológico. Algumas escolas psicológicas como a psicanálise,
Gestalt, piagetiana, apresentam fortes aportes, indicando o determinismo psicológico como causa
da origem das dificuldades de aprendizagem.

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Para Visca (2001) as dificuldades de aprendizagem são sintomas que decorrem de
obstáculos que aparecem no mesmo momento histórico em que está ocorrendo a aprendizagem
que, por sua vez, resultam de toda história vivida pelo aprendiz, nas suas dimensões afetiva,
cognitiva, social, orgânica e funcional.
Partindo do pressuposto de que os problemas de aprendizagem ou a aprendizagem com os
seus problemas constituem a causa e a razão da Psicopedagogia, sendo, portanto a aprendizagem
humana o seu objeto central de estudo e atuação, muitas discussões têm sido travadas em torno do
sucesso ou insucesso escolar.
É visto que Dificuldades de Aprendizagem está inclusa num dos temas mais discutidos por
diversos profissionais. Os estudos nessa área têm origem norte-americana e canadense, quando por
volta de 1963, um grupo de pais reuniu-se em Chicago por terem filhos (sobretudo meninos) que
sem razão aparente manifestavam dificuldades persistentes na aprendizagem da leitura.
Preocupados com o problema, convidaram profissionais tidos como especialistas de diferentes
áreas – médicos, neurologistas, psicólogos – para que lhes indicassem alguma solução e
explicação para os fatos de seus filhos não aprenderem a ler, como também para organizarem-se e
obterem fundos para a criação de serviços educativos eficientes que tratassem o problema dos
mesmos.
Têm crescido sensivelmente o número de alunos com dificuldades em aprender, muitos
deles perdem o interesse pela escola, e aliados à falta de motivação, desenvolvem sentimento de
insegurança e baixo senso de autoestima. Esta situação se agrava com o isolamento de muitos
educandos, que em decorrência do fracasso, acabam se evadindo por completo. Reprovações e
abandono escolar são frequentes na vida desses que apresentam algum tipo de dificuldade,
distúrbio ou problema de aprendizagem, sendo este último construído na trama da organização
familiar e social.
Nota-se que as Dificuldades de Aprendizagem têm servido para dominar basicamente os
alunos com problemas em leitura. Nos anos 80, a etiqueta dificuldade de aprendizagem da
linguagem se refere aos alunos que manifestam problemas na fala, escuta, leitura ou escrita, ou
dificuldade de base linguística na aprendizagem escolar.

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Segundo as definições de alguns autores, dificuldade de aprendizagem implicaria em
qualquer dificuldade vivenciada pelo aluno para acompanhar o ritmo de aprendizagem de seus
colegas da mesma idade, independentemente do fator determinante da defasagem. Dentro desta
categoria podem ser encontrados alunos com diferentes tipos de dificuldades, desde problemas
situacionais de aprendizagem (apresentando comprometimento em algumas circunstâncias, ao
passo que em outras não), problemas de comportamento, emocional e de comunicação (distúrbios
da fala e da linguagem) até termos mais específicos como dislexia, disfunção cerebral mínima,
discalculia, disgrafia, disortografia e hiperatividade. Pode-se constatar que estas interferem
também de maneira negativa no processo de aquisição da leitura e escrita.
Em relação aos fatores que contribuem para as dificuldades de aprendizagem, Rebelo
(1993) considera que essas, em especial as relacionadas à leitura e escrita, resultam de aspectos
exteriores ao indivíduo ou a ele inerentes, no caso de alguma deficiência manifesta. Derivam,
assim, de situações adversas à aprendizagem normal, como por exemplo: o edifício escolar; a
organização; a uma prática pedagógica deficiente; ausência e abandono escolar; instabilidade
familiar; relações familiares e sociais perturbadas; além do meio socioeconômico e cultural
desfavorecido.
Ao mencionar os aspectos emocionais, Weiss (2003) aborda:

[...] estariam ligados ao desenvolvimento afetivo e sua relação com a


construção do conhecimento e a expressão deste através da produção
escolar. Remete aos aspectos inconscientes envolvidos no ato de aprender
(WEISS, 2003, p.23).

Dentro desse quadro pode-se citar a fobia escolar, a qual muitas crianças enfrentam ao
chegarem à escola, esta tem como característica essencial a ansiedade excessiva envolvendo o
afastamento de casa ou de pessoas com forte vínculo afetivo como a mãe. Algumas crianças
nessas situações sentem saudade extrema e chegam a ficar doentes (com febre, diarreia, vômitos,
etc.). Em virtude disso, essas crianças podem apresentar grande relutância em irem para a escola,
e, uma vez lá, ficam tão ansiosas que não conseguem prestar a atenção necessária.

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Em estudos realizados sobre dificuldades de aprendizagem na alfabetização, Griffo (1996),
com base na pesquisa feita em turma de 1ª série aborda alguns aspectos negativos que considera
presentes nas teorias existentes sobre o assunto sendo estes: o problema localizado no aprendiz, no
qual as perturbações afetivas e características da personalidade passam a afetar o seu campo
cognitivo; a maturidade, estando esta relacionada à falta de prontidão da criança; e a ausência de
abordagens relacionadas às especialidades da língua os quais ela afirma:

[...] a concepção dos transtornos afetivos da personalidade aponta como


fatores determinantes da não-aprendizagem as perturbações afetivas e
características da personalidade, indicando que tais sintomas podem afetar
o campo cognitivo do aprendiz. [...] nas diversas vertentes da teoria
bandicap sociocultural a maturidade aparece como ausência de requisitos
indispensáveis ao processo de aquisição das aprendizagens escolares. [...] o
preconceito linguístico presente nas práticas escolares se apresenta como
grande fator de discriminação das crianças das camadas desfavorecidas da
sociedade (GRIFFO, 1996).

Compreende-se que o preconceito linguístico está presente nas práticas escolares e se


apresenta como fator de discriminação das crianças desfavorecidas da sociedade e que, embora
estas apresentam alguns erros, estes podem ser passageiros e comuns no início da aquisição da
leitura e da escrita escolarizada, sem necessariamente constituir-se uma dificuldade de
aprendizagem. Por isso, ressalta-se a importância de se conhecer algumas das causas e
manifestações da dislexia, por exemplo, para não rotular crianças que estão apenas com ritmos e
formas diferentes para aprender.
Sara Pain (1985) considera que a dificuldade para aprender pode ser determinada por
quatro principais fatores. Um deles seria o orgânico, ou seja, em virtude de uma saúde física
deficiente, o funcionamento dos órgãos dos sentidos, uma alimentação inadequada, ou falta de
integridade neurológica (sistema nervoso doentio), conforme pontua:

O sistema nervoso sadio se caracteriza, a nível de comportamento, pelo seu


ritmo, sua plasticidade, seu equilíbrio. Isto lhe garante harmonia nas
mudanças e consequência na conservação. Pelo contrário acontece quando
há lesões ou desordens corticais (primárias, genéticas, neonatais ou pós-
encefalíticas) encontramos uma conduta rígida, estereotipada, confusa,

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viscosa, patente na educação perceptivo-motora ou na compreensão
(apraxias, afasias, certas dislexias) (PAIN, 1985, p.29).

Outros fatores pontuados pela autora dizem respeito aos aspectos específicos relacionados
às dificuldades específicas do indivíduo, os quais não são passíveis de constatação orgânica, mas
que se manifestam na área da linguagem ou na organização espacial e temporal. Sua
especificidade está relacionada à dificuldade na acomodação, o que determina uma insuficiência
na construção das imagens.
Pain (1985) menciona ainda os fatores psicógenos ou “psicológicos”, relacionados a uma
inibição, ansiedade, angústia, inadequação da realidade, o que constitui uma retração intelectual
do ego, ocorrendo uma diminuição das funções cognitivas que acaba por acarretar os problemas
para aprender. Por fim, a autora aborda os fatores ambientais, os quais ela considera determinantes
no diagnóstico do problema de aprendizagem. Estes estão relacionados às condições objetivas
ambientais, ao tipo de educação familiar, ao grau de estimulação que a criança recebe desde os
primeiros dias de vida, a influência dos meios de comunicação e outros que podem favorecer ou
não a aprendizagem do indivíduo.
Ainda nesta linha teórica, Alícia Fernández (1991) afirma que para aprender o ser humano
precisa pôr em jogo seu organismo individual herdado, seu corpo, sua inteligência autoconstruída
interacionalmente. Ela também considera as dificuldades de aprendizagem como sintomas ou
“fraturas” no processo de aprendizagem, onde necessariamente estão em jogo quatro níveis: o
organismo, o corpo, a inteligência e o desejo. A dificuldade para aprender, segundo a autora, seria
o resultado da anulação das capacidades e do bloqueamento das possibilidades de aprendizagem
de um indivíduo, para o qual ela utiliza o termo “inteligência aprisionada”.
Para a autora, a origem das dificuldades ou problemas de aprendizagem não se relaciona
apenas à estrutura individual da criança, mas também à estrutura familiar a que a criança está
vinculada. As dificuldades de aprendizagem estariam relacionadas às causas externas à estrutura
familiar e individual, podendo esta originar o problema de aprendizagem reativo, o qual afeta o
aprender, mas não aprisiona a inteligência e, geralmente, surge do confronto entre o aluno e a
instituição; as causas internas à estrutura familiar e individual, as quais dariam origem ao
problema considerado como sintoma e inibição, afetando a dinâmica de articulações necessárias

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entre organismo, corpo, inteligência e desejo, causando o desejo inconsciente de não conhecer e,
portanto, de não aprender; uma terceira causa que seria as modalidades de pensamento derivadas
de uma estrutura psicótica, as quais ocorrem em menor número de casos; e os fatores de
deficiência orgânica que ocorrem em casos mais raros.
Portanto, para esta autora, a aprendizagem e seus desvios, envolvem tanto uma elaboração
objetiva como subjetiva, as quais estão relacionadas às experiências pessoais, aos vínculos
afetivos e emocionais, recordações e fantasias.
Por fim, a luz do que foi exposto, percebe-se quão complexa e desafiadora é a
problemática. Admitindo-se não ser um fim em si mesmo, mas a sinalização de uma enfermidade
no processo de aprendizagem que precisa ser diagnosticada e tratada. Propõe a priore, tanto ao
psicopedagogo quanto ao neuropedagogo o desafio de possibilitar uma retomada ao processo de
forma que o aprendiz encontre seu compasso na aprendizagem, quebrando os até então
intransponíveis obstáculos, a fim de construir degraus que viabilizem a eficiência rumo à
aprendizagem.

2.1 A Psicopedagogia
A Psicopedagogia é, há muito tempo, reconhecida, respeitada e regulamentada em países
como os Estados Unidos, França e Argentina, onde ela surgiu em meados do século XIX.
Fortemente influenciados pela literatura francesa, por autores como Jacques Lacan, Maud
Mannoni, Janine Mery, Pichón-Rivière, dentre outros, alguns estudiosos argentinos de destaque
como Sara Pain, Alícia Fernandéz, Jorge Visca, impulsionaram publicações de literatura
específica sobre a Psicopedagogia. Em virtude do seu histórico na Argentina, seu movimento se
deu no Brasil nas décadas de 70 e 80. Embora focasse o atendimento de crianças com distúrbios,
neste período passou a se preocupar com o aspecto da aprendizagem e posteriormente com o ser
em processo de construção do conhecimento.
Em seu livro Psicopedagogia – Um diálogo entre a Psicopedagogia e a Educação, Barbosa
(2006) afirma:

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Seu surgimento veio, não como mais uma especialidade a se incorporar a
tantas outras dentro da escola, mas como uma especialidade que tinha
como objeto de estudo a aprendizagem e, posteriormente, o ser que
aprende, de caráter interdisciplinar, que objetivava somar com a escola,
considerando a sua realidade (BARBOSA, 2006, p.9).

Assim, no que tange ao conceito da Psicopedagogia, já houve um grande avanço, de uma


visão organicista e patologizante da dificuldade de aprendizagem, têm chegado a uma área que
tem como objeto de estudo um ser aprendente, tendo como objetivo reconhecer as capacidades do
indivíduo e procurar eliminar os obstáculos que o impedem de aprender.
A Psicopedagogia tem seu foco em facilitar o processo de aprendizagem observando os
âmbitos: biológico, cognitivo, afetivo, social e espiritual do indivíduo. Para Rubinstein (1999),
esta tem como meta compreender a complexidade dos múltiplos fatores envolvidos nesse
processo. Ela vem ganhando espaço nos meios educacionais brasileiros e tem alcançado a
credibilidade de pais e professores de um modo geral. Em decorrência dos problemas cruciais da
educação brasileira, ela deve estar presente no enfrentamento dos mesmos, assumindo uma
atuação consciente, consistente e comprometida com o sujeito aprendente, visto que a práxis do
psicopedagogo deve ser acima de tudo interdisciplinar, pois este precisa ensinar/aprender, ter uma
visão totalizadora, integrada, desconstrutora dos conceitos já formados.
Considerando que a episteme, ou seja, o modo de conhecer não é único nem uniforme, a
Psicopedagogia é orientada por uma epistemologia convergente, inicialmente compreendida e
estudada pelo psicopedagogo argentino Jorge Visca. Esta integra, simultaneamente, as
contribuições da Psicanálise, da Escola de Genebra e da Psicologia Social. Tal contribuição
possibilita uma reflexão a partir da ideia de se articular saberes, proporcionando um melhor fluxo
do conhecimento, abrindo caminhos para a compreensão do fenômeno da aprendizagem.
Em relação a esta concepção denominada de Epistemologia Convergente, Visca (1991),
seu criador, declara:

A prática assistencial evidencia que nem as estruturas cognitivas, nem a


afetividade, nem a influência do meio, por si só, conseguem explicar os
processos normais e patológicos da aprendizagem, enquanto que a

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integração destes fatores oferece uma ótica mais ampla e profunda
(VISCA, 1991, p.80).

Por trabalhar com um conceito de aprendizagem que remete a uma visão de homem como
sujeito ativo no processo de interação com o meio físico e social, a Psicopedagogia não lida
diretamente com o problema, mas sim com o sujeito envolvido no problema, e desta forma deve
contemplar a convergência de diferentes áreas, embasada na psicologia cognitiva, social e
psicanálise, buscando uma abordagem abrangente do sujeito em sua totalidade, pois este é um ser
que pensa, que raciocina, que tem desejos, que se emociona, que se sensibiliza, que constrói, que
se modifica, enfim, que aprende.
Consoante Beauclair (2004):

A Psicopedagogia é um campo do conhecimento que se propõe a integrar,


de modo coerente, conhecimentos e princípios de diferentes Ciências
Humanas com a meta de adquirir uma ampla compreensão sobre os
variados processos inerentes ao aprender humano (BEAUCLAIR, 2004)

Portanto, a interação da Psicopedagogia com outras áreas como a Neuropedagogia, assim


como a Psicologia, a Psicanálise, a Psicolinguística, a Fonoaudiologia, a Neurologia, poderá
favorecer o alcance de uma visão totalizadora do sujeito e uma maior precisão no diagnóstico das
dificuldades apresentadas pelo mesmo, pois o conhecimento de diversas áreas serve para
fundamentar a constituição de uma teoria psicopedagógica.
Tendo respaldo no Projeto Lei n. 3124/97, o psicopedagogo é o profissional que auxilia na
identificação e resolução dos problemas no processo de aprender. Ele está capacitado a lidar com
as dificuldades de aprendizagem, um dos fatores que leva à multirrepetência e à evasão escolar,
conduzindo à marginalização social. Considerando aquilo que está incluso na tarefa
psicopedagógica, Chamat (2008) ressalta que a ausência de estruturas cognitivas para a
aprendizagem como uma causa aparente, que tem suas raízes na problemática afetiva e na
formação da autoestima, sem profundidade ou sem penetrar no emocional.
O psicopedagogo precisa compreender como o sujeito se constitui, como ele se transforma
nas diversas etapas de sua vida, conhecer os recursos de conhecimento de que ele se dispõe e de

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que forma ele produz o seu conhecimento e aprende, de igual modo, este profissional precisa saber
trabalhar com o diferente, tolerando a própria ignorância, buscando alternativas e abrindo
possibilidades para as situações enfrentadas. É importante salientar que o profissional de
Psicopedagogia pode e deve intervir na mobilidade cognitiva e emocional, mas não atuar como um
educador.
Em relação ao campo de atuação do psicopedagogo, pode-se dizer que este vem se
ampliando, hoje eles estão presentes onde se faz necessário aprender a aprender, quer seja nas
instituições educacionais, hospitais, empresas onde o tratamento é preventivo, nos quais os
psicopedagogos se dirigem a grupos específicos ou à instituição como um todo, quer seja nas
clínicas e consultórios, onde o tratamento é curativo e o atendimento individualizado é oferecido
aos sujeitos com problemas de aprendizagem.
Segundo Edith Rubinstein (1999) os primeiros psicopedagogos eram profissionais da
educação, sensíveis, idealistas, que queriam ajudar na integração daqueles que estavam à margem.
É nesta mesma perspectiva que os atuais psicopedagogos devem estar atuando, demonstrando de
fato um grande interesse em compreender as razões do não aprender, pois, só há trabalho do
psicopedagogo quando há vínculo afetivo. Não se pode desconsiderar que o êxito escolar depende
das características e idade da criança, da estrutura e dinâmica familiar, da escola, do meio social,
da época e do local onde tudo isso acontece e que o fracasso na aprendizagem não atinge apenas o
indivíduo, mas também a sua família e o seu meio social, visto que o conhecimento tem alcançado
um significado de poder em nossa sociedade.
Em virtude disso, é imprescindível que o psicopedagogo seja criativo e flexível, pois, ele
atinge seus objetivos quando tem a compreensão das necessidades de aprendizagem de
determinado aluno e abre espaço para que a escola viabilize recursos para atender as necessidades
de aprendizagem. Em muitos casos os métodos de ensino têm que ser mudados, daí a importância
da Neuropedagogia que subsidiará a prática a partir do conhecimento do funcionamento cerebral
do sujeito e de suas implicações no processo de aprendizagem.

2.2 A Neuropedagogia

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O avanço da tecnologia, das ciências, da educação, a evolução humana têm oferecido
meios para superar limites, dificuldades, trazer à existência formas de adaptação do ser humano ao
ambiente em que vive. Considerando que o ser humano nasce com a potencialidade para aprender
e que este é um processo de construção interna que requer caminhos próprios, pesquisa,
experimentações, muitos estudiosos, na busca de possibilitar uma maior adaptação, uma vivência
saudável, vêm, em suas pesquisas, análises e observações ampliando os horizontes das ciências
que se ramificam, saindo do absolutismo e interagindo com as diferentes áreas da vida humana.
Neurocientistas descrevem o cérebro como um sistema dinâmico e plástico cujas conexões
se modificam quando aprendemos. Em virtude de sua plasticidade, este fantástico órgão é
absolutamente capaz de reorganizar seus sistemas de conexões sinápticas, desenvolvendo novas
capacidades comportamentais, intelectuais, enfim, novas aprendizagens rumo à adaptação e/ou
readaptação ao meio.
O ser humano é complexo e a aprendizagem se dá de várias formas, supera barreiras e
limites. Vários autores concordam que a aprendizagem como qualquer outro fenômeno psíquico,
só pode ser entendida a partir de uma gênese multifatorial, em que intervêm fatores psicossociais.
Ela provoca mudanças comportamentais, isto acontece através da integração do sistema nervoso
com a apropriação do saber, do conhecimento que por sua vez está inserido dentro de um contexto
político-social-emocional-biológico e cognitivo.
No que tange à construção eficaz de uma aprendizagem da qual os envolvidos no processo,
especialmente os educadores, precisam estar cientes, Facchini (2001) observa que: “A eficácia de
uma aprendizagem se relaciona fortemente com a sua continuidade (repetição), aplicação e
construção de processos dinâmicos de pensamento (discussão, problematização, e
argumentação)”.
A Neuropedagogia é uma área nova de estudo que surgiu da Neurociência, pedra angular
na sua construção, em virtude da necessidade de estudar e atuar no campo cognitivo de forma
prática e metodológica, sendo então um ramo da Pedagogia. Ela objetiva pesquisar a mediação
entre aprendizagem, ensinagem e o estudo do sistema nervoso, desta forma, o neuropedagogo,
profissional que constitui um dos elementos mais importantes para as instituições que desejam

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desenvolver um verdadeiro processo de ensino-aprendizagem, integra à sua formação pedagógica
o conhecimento adequado do funcionamento do cérebro.
Sabe-se que as descobertas sobre as funções cerebrais, as possibilidades da
modificabilidade em virtude de sua plasticidade, o conhecimento das áreas que influenciam,
determinam, possibilitam o aprender, o assimilar, o reter conhecimento e utilizá-lo
adequadamente, oferecem à Neuropedagogia maneiras de criar novos caminhos, técnicas,
condições para o indivíduo aprender.
Segundo Rotta e Riesgo (2006) a Neuropedagogia é a interface entre saúde e educação, na
qual o assunto é o aprendizado normal e seus principais problemas. Busca, através do estudo do
cérebro e de como ele aprende, compatibilizar técnicas de ensino com o cérebro humano,
possibilitar intervenções nas competências cognitivas, orgânicas, emocionais e sócio interativas.
Nesta perspectiva Fonseca (2008) afirma que é preciso:

Ensinar o indivíduo a aprender a aprender, a aprender a pensar, a


aprender a estudar, a aprender a se comunicar, e não apenas
reproduzir e memorizar informações, mas, sim, desenvolver
competências de resolução de problemas (FONSECA, 2008, p. 56)

Diante da necessidade de desenvolver técnicas, metodologias de aprendizagem baseadas no


conhecimento do sistema nervoso e na maneira como acontece a aprendizagem nele, surge, de
dentro da Neuropedagogia, a Neurodidática, como uma disciplina que busca configurar o
aprendizado da melhor maneira que o cérebro é capaz de aprender. Ela estabelece e procura
viabilizar uma aprendizagem significativa, concebendo o sujeito como um todo, como um ser que
aprende por meio de estímulos diferentes e de modo diferente, como um ser sujeito às dificuldades
e limitações que só podem ser superadas por meio do estudo da plasticidade cerebral e da
aprendizagem significativa.
Utilizar a Neurodidática não significa apenas desenvolver métodos de aprendizado que
levam em conta a estrutura do cérebro, mas também investigar e descobrir o jeito de aprender,
entender o outro, saber compreender como esse cérebro recebe, seleciona, transforma, memoriza,
arquiva, processa e elabora todas as informações captadas pelos elementos sensoriais.

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A Neuropedagogia vem fazer a intervenção na estrutura neurológica, cognitiva, emocional
e sócio interativa, podendo contribuir de maneira significativa com a prática psicopedagógica, à
medida que oferece técnicas, metodologias adequadas à necessidade específica do sujeito no seu
processo de aprendizagem. Ela considera a importância do papel do professor (mediador) no
processo de ensino/aprendizagem e a motivação como um dos fatores essenciais ao aprender.

3. Considerações finais
Percebe-se que não é uma tarefa fácil compreender o fenômeno da aprendizagem, pois,
este engloba uma multiplicidade de fatores cognitivos, biológicos, afetivos, emocionais, sociais...,
sendo, por isso, necessário que todos os envolvidos compreendam que não será uma teoria isolada
ou um método diferente que dará conta do processo, mas a união de esforços, incorporação e
elaboração de conhecimentos a partir e em função das necessidades fundamentais inerentes à vida,
ao contexto social concreto e ao estilo de aprendizagem de cada sujeito.
Diante das abordagens feitas acerca do processo de aprendizagem, dos fatores que neste
interferem de maneira positiva e/ou negativa, bem como da importância da Neuropedagogia e da
Psicopedagogia frente ao processo, pode-se levantar o seguinte questionamento: Sendo o cérebro a
sede das transformações propostas ao aprendiz, é possível mediar o processo de ensino-
aprendizagem de maneira significativa, sem antes conhecê-lo? Torna-se claro a necessidade de se
compreender os processos de aprendizagem numa ótica neurobiológica.
Considerando que a Neuropedagogia está ligada à praticidade do funcionamento cerebral e
suas relações com o processo de aprendizagem, esta se constitui um elemento somatizador à
Psicopedagogia, que tem a aprendizagem humana como objeto de estudo, sendo de fundamental
importância a sua compreensão da estrutura e funcionalidade cerebral.
Portanto, reconhecer o enfoque neural do aprendizado como um conhecimento que serve
de base para o desenvolvimento das ciências da educação, implica no reconhecimento da
importância do entrelaçamento da Neuropedagogia e Psicopedagogia, sendo, pois, imprescindível
que ambas trabalhem juntas, numa estreita e contínua parceria, a fim de possibilitar a
maximização da aprendizagem.

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