Neoplasias
Neoplasias
Neoplasias
Nas células normais, quando removido o estímulo, as alterações presentes nessas células
serão revertidas para a normalidade. Quando nós tivermos uma alteração de desenvolvimento, de
estruturas, o estímulo excedeu a resposta fisiológica, tendo alterações permanentes e irreversíveis,
entrando em um processo neoplásico.
As CÉLULAS NORMAIS, em uma placa de Petri, apresentam uma propriedade que se chama
inibição por contato. Elas têm um limite de proliferação, elas multiplicam-se, mas quando entram
em contato umas com as outras e com a parede dessa placa, elas param de proliferar, formando
uma monocamada. Isso, acaba sendo perdido em células neoplásicas.
1. Primeira Teoria:
§ As células tronco, são células totipotentes, que podem se diferenciar em vários
tecidos. Na primeira teoria, essas células ficariam aprisionadas no embrião e no
futuro elas poderiam sofrer uma transformação neoplásica. Isso explica alguns tipos
tumorais como o tumor das células germinativas e embrionárias. Mas, não explica
todas as origens, nem todos os tumores e as neoplasias tem essa origem.
2. Teoria Monoclonal
§ É a teoria mais atual, de um único clone celular os tumores são originados. A partir
desse clone, mais transformações e mais mutações sofreriam essas células com o
passar do tempo que se transformariam de um único clone em poucos outros clones
para sofrer mais alterações, conformar e fazer o tumor.
Essa teoria fala que existem múltiplos tumores em um lugar restrito, como por exemplo a
boca. Aparentemente o individuo ou o profissional que está cuidando do paciente veria recidivas
no lugar onde foi removido o tumor ou próximo a ele. Mas, hoje se entende que vários focos
tumorais podem se desenvolver em clones individuais distintos de localização, como por exemplo o
tumor pode se desenvolver na lateral da língua, no palato. Isso acontece com o campo e o ambiente
preparado por um estimulo patogênico.
NOMENCLATURA:
NEOPLASIA é sinônimo de TUMOR. Mas, não pode ser feita essa mesma associação para a
TUMEFAÇÃO que assim como o tumor pode ser qualquer tipo de crescimento originado de
processos inflamatórios, infecciosos e que não necessariamente seja crescimento celular
descontrolado autônomo. Então, a gente usa a nomenclatura tumor para tumefação, mas está
bastante ligado a neoplasia e neoformação (formação de um outro tecido).
§ NEOPLASIAS MALIGNAS
o Neoplasias malignas normalmente tem alteração na sua diferenciação
celular e apresentam um índice proliferativo maior
3. Morte celular
§ Tumores que tem uma quantidade menor de células que são enviadas para a morte
(células com alteração em seu DNA, com algum erro genético) não são levadas a
apoptose por algum erro dos genes supressores do tumor ou nos genes que regulam
a apoptose, tem um índice aumentado de crescimento.
§ O tumor que tem menos apoptose tem um crescimento aumentado, tem mais
proliferação celular.
§ E o tumor que consegue interagir com o seu estroma, com as suas próprias células
de uma forma mais eficiente solicitando que esse estroma produza mais vasos
sanguíneos, que traga mais nutrientes, que as células possam alterar o seu
metabolismo e aumentar a absorção de substancias para o seu consumo, aumenta.
a sua NUTRIÇÃO e consequentemente aumentam a sua proliferação.
1. Lipoma:
Quando eu não enxergo isso, mesmo aproximando a lâmina, eu tenho dificuldade de enxergar os
hemidesmossomos, não tem mais a identidade como as células da camada espinhosa, não forma
mais ceratina. Esse é um carcinoma espinocelular INDIFERENCIADO ou MAL DIFERENCIADO.
A graduação histológica tem consequências além de outras situações que a gente chama do
estadiamento clinico da lesão, se o tumor e o tamanho da lesão têm linfonodos afetados com
metástases regionais ou se tem metástases a distancia, além da graduação histológica, interfere no
prognóstico e no tratamento dessa lesão.
Nos casos de epitélio se nós tivermos DISCERATOSE, que é a ceratinização individual da célula e
formação de pérolas de ceratina. Nós ainda temos um menor grau de diferenciação celular.
A. Ilhas neoplásicas de clones distintos, na flecha direita com menos clones distintos e
menos atipias. Na flecha da esquerda, os clones celulares tem uma quantidade de
atipias muito maior.
D. Mitoses aberrantes, com diversos polos mitóticos. Se essa célula não for retirada por
apoptose porque o gene supressor de tumor responsável pela checagem da
sequencia dos genes não remover esse dano no DNA, essa célula pode proliferar em
3 ao invés de 2 células e levar a sua alteração e mais mutação na sequencia do tumor,
fazendo com que essa lesão fique cada vez mais indiferenciada e mais agressiva, e na
sequencia acumulando mais mutações.
Metástase
Nesse sentido essas células tumorais mandam uma sinalização para as células mieloides na
medula óssea, que vão migrar para esse nicho pré-metastático e ali produzir uma preparação desse
solo, aumentando a angiogênese tumoral, para que ali posteriormente possa acontecer um
aumento da proliferação das células tumorais.
Como essas células fazem essa metástase? Alterando genes pró-metastáticos e alterando
genes anti-metastáticos. Suprimindo genes anti-metastáticos e ativando genes pro-metastáticos.
CASCATA METASTÁTICA
Para que a metástase ocorra, ela é um processo de varias fases, para que ela tenha um
sucesso de colonização de um novo órgão é necessário:
3. Invasão dos vasos sanguíneos ou linfáticos: a célula ao se tornar mais móvel, ela migra até
os vasos e começa a fazer a degradação da membrana basal desse vaso externamente. Ela
vai digerir através de enzimas que fazem lise da matriz da membrana basal do vaso e
penetram na circulação sanguínea.
5. Adesão das células ao endotélio vascular do órgão alvo e extravasamento (saída por
diapedese): Quando essas células conseguem resistir a essa circulação sanguínea e passam
pela circulação, elas precisam chegar a um órgão alvo.
6. Proliferação celular e colonização do novo órgão: a partir dai já existe um local propício
para que essas células aumentem sua proliferação e efetivamente colonizem esse novo
órgão.
7. Indução da angiogênese: essas células vão estimular ainda mais a formação vascular.
Então, uma lesão que existia em um outro local primário, chega ate o pulmão através da
circulação seja ela sanguínea ou linfática.
Vias de Metastatização:
1. Via Sanguínea
§ A via sanguínea pode ser tomada por vários tipos tumorais, mas normalmente são
os SARCOMAS que utilizam essa via de proliferação e Metastatização. Pode ocorrer
metástases em qualquer parte do corpo, mas mais frequentemente ocorrem no
fígado, no pulmão, no sistema nervoso e no tecido ósseo.
2. Via Linfática
§ A via linfática é bastante frequente e comum para os CARCINOMAS, e o primeiro
sitio normalmente é o primeiro linfonodo da drenagem linfática. Tanto que para o
tratamento e prognostico desses tumores, se procura o chamado LINFONODO
SENTINELA, que é o primeiro linfonodo da via de drenagem linfática do tumor.
Nessa imagem, tem-se uma lesão em assoalho bucal, ao levantar a língua, observa-
se uma lesão grande, ulcerada, com áreas necróticas, mostrando uma área
vegetante. Vê-se também o comprometimento dos linfonodos da região
submandibular e da região cervical do pescoço. Nesse momento do exame, a gente
faz a palpação dessa cadeia, os linfonodos estarão aumentados e com uma
consistência bastante endurecida e fixa aos tecidos.
B. A partir dessa célula, já iniciada, mudada e alterada, começa a existir um estimulo que gera
uma estimulação de genes envolvidos na proliferação celular e no descontrole da supressão,
e ai acontece a expansão desse clone celular formando varias dessas células.
C. Essa alteração genômica, pode ser identificada, a célula pode sofrer processos de uma
resposta imunológica e imunitária e ser removida. Inclusive nessa fase com agentes
terapêuticos que podem debelar essa célula e essa célula ir para apoptose.
D. Mas, quando isso não acontece, passa por um processo de PROGRESSÃO que é a evolução
dessa alteração formando uma alteração clinica, com mais alterações genômicas, mais
mutações, que conferem aumento de genes metastáticos e alterações supressivas de genes
anti-metastáticos.
A obesidade é um dos fatores que estimula esse processo de carcinogênese porque varias
questões estão envolvidas nessa condição. Ela aumenta a possibilidade de exposição de alguns
hormônios sexuais como estrógeno, progesterona, e que faz com que as células fiquem mais
suscetíveis a estímulos proliferativos. E, também o acúmulo do tecido adiposo promove em suas
estruturas o aumento de processos inflamatórios.
Fatores Etiológicos
1. Tabagismo
§ Bastante envolvido no câncer de boca, mas também em outros canceres de pulmão,
de orofaringe, de bexiga, de esôfago, estômago.
2. Bebidas Alcóolicas
§ Bebidas de modo geral, principalmente os destilados. Mas de modo geral, eles não
são o principal fator, mas sim o tabaco. Mas, a associação com a bebida alcoólica
potencializa a ação do tabaco.
O oncogene vai formar proteína anormal, vai ter um excesso de algum produto gênico desse
próprio gene e que impede a auto inibição ou a regulação do crescimento e da diferenciação celular.
A ativação dos oncogenes pode ser por processo de MUTAÇÃO, e existem varias formas,
podem ser por processos de translocação, deleção, amplificação e ganho, chegando ate a ganho e
perda de cromossomos.
Os oncogenes são considerados dominantes porque a mutação de um único alelo pode levar
a transformação celular, ou seja, os genes tem dois alelos, para que ocorra uma alteração, uma
transformação celular, com um único alelo danificado, a transformação celular ocorre.
Ao contrário dos oncogenes, os genes supressores de tumor têm uma regulação muito melhor
que nos oncogenes. Nesse caso, nós precisamos que ambos os alelos sofram algum dano para que
essa desregulação aconteça. Se somente um alelo sofrer alteração, ele fica um alelo mutado, mais
quiescente, esperando que se por acaso houver outra mutação no outro alelo, ele será um gene
totalmente mutado e sem função.
Quando eles estão mutados e INATIVADOS, qualquer dano nesses genes leva ao
desenvolvimento do câncer, ou seja, quando as duas sequencias do DNA estão alteradas.