Questões de Aprendizagem

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-SP 1.

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● QUESTÕES DE APRENDIZAGEM:
○ CONCEITUE, CLASSIFIQUE E CITE AS NOMENCLATURAS DA NEOPLASIA.
Neoplasia literalmente significa “novo crescimento”. As neoplasias, portanto, desfrutam de certo grau de
autonomia e tendem a aumentar de tamanho independentemente de seu ambiente local. Sua autonomia,
porém, não é absolutamente completa.
■ Focar em: Benigno, maligno, invasivo, in situ e não invasivo.
Benigno (CRESCIMENTO PROGRESSIVO E LENTO, NÃO ULCÉRA): Um tumor é benigno quando suas
características micro e macroscópicas são consideradas relativamente inocentes, indicando que este
permanecerá localizado, sendo tratável com a remoção cirúrgica. O paciente afetado geralmente sobrevive.
Vale ressaltar, porém, que os tumores benignos podem produzir mais do que massas localizadas e, algumas
vezes, são responsáveis por significativa morbidade e letalidade.
Maligno (CRESCIMENTO RÁPIDO): O termo maligno, aplicado a uma neoplasia, indica que a lesão pode
invadir e destruir estruturas adjacentes, disseminar-se para locais distantes (metástases) e levar à morte. Os
tumores malignos são coletivamente denominados cânceres, termo derivado da palavra “caranguejo”, em
latim – ou seja, eles se aderem a região na qual estejam “de maneira obstinada”, semelhante ao
comportamento do caranguejo. Nem todos os tumores malignos apresentam evolução letal. Os mais
agressivos também são alguns dos mais curáveis, mas a designação maligno constitui um “alerta vermelho”.
Invasivo:
Conceito: Refere-se à capacidade de uma neoplasia maligna penetrar e invadir tecidos adjacentes,
destruindo a arquitetura tecidual normal.
In Situ:
Conceito: Tumores "in situ" são aqueles que permanecem confinados ao tecido de origem, sem invadir
camadas adjacentes. Apesar de serem tecnicamente malignos devido à sua origem, não invadiram o tecido
vizinho, portanto, não têm potencial metastático neste estágio.
Nomenclatura: Um exemplo comum é o carcinoma in situ, como o carcinoma ductal in situ (DCIS) na mama.
Não Invasivo:
Conceito: Refere-se a neoplasias que não possuem a capacidade de invadir tecidos adjacentes. Esse termo
geralmente é aplicado a tumores benignos ou a tumores malignos em estágios iniciais, como aqueles em fase
"in situ".

○RELACIONE A PERDA DO CONTROLE DO CICLO CELULAR COM O APARECIMENTO DA


NEOPLASIA.
■ Focar em: Alterações bioquímicas e genéticas, fases da multiplicação, p53, pontos de
checagem, ciclos do ponto de fusão.
As células cancerosas comportam-se de forma diferente das células normais em nosso corpo. Muitas
dessas diferenças estão relacionadas ao comportamento da divisão celular. Por exemplo, as células
cancerosas podem multiplicar-se em cultura (fora do corpo, em uma placa de Petri) sem que sejam
adicionados fatores de crescimento ou sinais de proteína que estimulam o crescimento. Isso é diferente das
células normais, que necessitam de fatores de crescimento para crescer em cultura. As células cancerosas
podem fabricar seus próprios fatores de crescimento, apresentar vias do fator de crescimento presas na
posição "ligado" ou, no contexto do corpo, até mesmo enganar as células vizinhas e fazê-las produzir
fatores de crescimento para sustentá-las

As células cancerosas também ignoram os sinais que deveriam levá-las a interromper sua divisão. Por
exemplo, se células normais, cultivadas em uma placa de Petri, estão cheias de vizinhos por todos os lados,
elas não vão mais se dividir. As células cancerosas, no entanto, continuam se dividindo e se empilhadas
umas sobre as outras em camadas irregulares. O ambiente em uma placa de Petri é diferente do ambiente
no organismo humano, mas os cientistas pensam que a perda de inibição de contato em células
cancerosas cultivadas em placas de Petri reflete a perda de um mecanismo que normalmente mantém o
equilíbrio do tecido no corpo. Outra marca registrada das células cancerosas é sua "imortalidade
replicativa", um termo extravagante para denominar o fato que elas podem se dividir muitas vezes mais do
que uma célula normal do corpo. Em geral, as células humanas podem passar por apenas aproximadamente
40-60 rodadas de divisão antes de perderem a capacidade de se dividir, "envelhecer" e, finalmente, morrer.
As células cancerosas podem se dividir muitas vezes mais do que isso, em grande parte porque elas
expressam uma enzima chamada telomerase, a qual reverte o desgaste das extremidades do cromossomo
que normalmente acontece durante cada divisão celular. Há outras diferenças entre as células cancerosas e
as células normais que não estão diretamente relacionadas ao ciclo celular. Essas diferenças contribuem
para seu crescimento, divisão e formação de tumores. Por exemplo, as células cancerosas obtêm a
capacidade de migrar para outras partes do corpo, um processo chamado metástase , e de promover o
crescimento de novos vasos sanguíneos, um processo chamado angiogênese (que fornece uma fonte de
oxigênio e nutrientes às células tumorais). As células cancerosas também não se submetem à morte celular
programada, ou apoptose, sob condições em que as células normais o fariam (por exemplo, devido a danos
no DNA). Além disso, pesquisas recentes mostram que as células cancerosas podem sofrer alterações
metabólicas que auxiliam um aumento do crescimento e da divisão celular.
Como se desenvolve o câncer: As células possuem diversos mecanismos para restringir a divisão celular,
consertar danos no DNA e impedir o desenvolvimento de câncer. Por causa disso, considera-se que o
câncer se desenvolve por um processo com múltiplas etapas, no qual vários mecanismos devem falhar
antes que uma massa crítica seja atingida e as células tornem-se cancerosas. Especificamente, a maioria
dos cânceres surge quando células adquirem uma série de mutações - fase S (g1- S) (alterações no DNA)
que fazem com que se dividam mais rapidamente, escapem dos controles internos e externos da divisão e
evitem a morte celular programada. Como funcionaria esse processo? Em um exemplo hipotético, uma
célula pode, primeiramente, perder a atividade de um inibidor do ciclo celular, um evento que faria as
descendentes da célula se dividirem um pouco mais rapidamente. É improvável que sejam cancerosas, mas
podem formar um tumor benigno, uma massa de células que se dividem em excesso, mas não têm o
potencial para invadir outros tecidos (desenvolver metástases). Ao longo do tempo, pode ocorrer uma
mutação em uma das células descendentes, causando o aumento da atividade de um regulador positivo do
ciclo celular. A mutação, por si só, não pode causar câncer também, mas os descendentes dessa célula se
dividiriam ainda mais rápido, criando uma maior concentração de células na qual poderia ocorrer uma
terceira mutação. Finalmente, uma célula pode conseguir mutações suficientes para assumir as
características de uma célula cancerosa e dar origem a um tumor maligno, um grupo de células que se
divide excessivamente e pode invadir outros tecidos.
À medida que o tumor progride, normalmente aumentam cada vez mais as mutações de suas células.
Cânceres em estágio avançado podem apresentar alterações importantes em seus genomas, inclusive
mutações de grande escala como a perda ou duplicação de cromossomos inteiros. Como é que surgem
essas alterações? Em alguns casos, ao menos, parece que elas ocorrem por causa das mutações inativadas
nos próprios genes que mantêm o genoma estável (isto é, os genes que impedem a ocorrência de mutações
ou sua transmissão).

Esses genes codificam proteínas que percebem e reparam dano ao DNA, interceptam agentes químicos
ligantes de DNA, mantêm os caps dos telômeros nas pontas dos cromossomos e desempenham outros
papéis-chave de manutenção. Se um desses genes estiver mutado e não funcional, outras mutações podem
se acumular rapidamente. Então, se uma célula tem um fator de estabilidade genômica não funcional, suas
descendentes podem atingir uma massa crítica de mutações necessárias para o câncer muito mais
rapidamente que células normais.

Reguladores do ciclo celular e câncer

Diferentes tipos de câncer envolvem diferentes tipos de mutações, e cada tumor individual tem um
conjunto único de alterações genéticas. De modo geral, contudo, mutações em dois tipos de reguladores do
ciclo celular podem promover o desenvolvimento de câncer: reguladores positivos podem ser superativados
(tornarem-se oncogênicos), enquanto reguladores negativos, também chamados de supressores de tumor,
podem ser inativados.

Oncogenes

Reguladores positivos do ciclo celular podem estar superativados no câncer. Por exemplo, um receptor de
fator de crescimento pode enviar sinais mesmo quando fatores de crescimento não estão presentes, ou
uma ciclina pode ser expressada em níveis anormalmente elevados. As formas muito ativas (promotoras de
câncer) desses genes são chamadas de oncogenes, enquanto as formas normais, ainda não mutadas, são
chamadas de proto-oncogenes. Este sistema de nomenclatura reflete que um proto-oncogene normal pode
se transformar em um oncogene se ele sofrer mutação de tal maneira que sua atividade seja aumentada.
Quantas cópias de genes devem sofrer mutação? Mutações que transformam proto-oncogenes em
oncogenes podem ter diferentes formas. Algumas mudam a sequência de aminoácidos da proteína,
alterando seu formato e prendendo-a em um estado "sempre ligado". Outras envolvem amplificação, na
qual uma célula ganha cópias extras de um gene e, assim, começa a fabricar proteínas demais. Ainda em
outros casos, um erro na reparação do DNA pode conectar um proto-oncogene a parte de um gene
diferente, produzindo uma proteína "combo" com atividade desregulada
Muitas das proteínas que transmitem sinais de fator de crescimento são codificadas por proto-oncogenes.
Normalmente, essas proteínas dirigem a progressão do ciclo celular apenas quando fatores de crescimento
estão disponíveis. Entretanto, se uma das proteínas se torna hiperativa devido à mutação, ela pode
transmitir sinais mesmo quando não há fator de crescimento presente. No diagrama acima, o receptor do
fator de crescimento, a proteína Ras, e a enzima de sinalização Raf, são todos codificados por
proto-oncogenes.

Formas hiperativas dessas proteínas são comumente encontradas em células de câncer. Por exemplo,
mutações oncogênicas da Ras são encontradas em aproximadamente 90% dos cânceres pancreáticos. Ras
é uma proteína G, significando que ela alterna entre uma forma inativa (ligada a uma pequena molécula de
GDP) e uma forma ativa (ligada a uma molécula parecida, GTP). Mutações cancerígenas frequentemente
mudam a estrutura da Ras de modo que ela não mais possa mudar para a forma inativa, ou então o faz
muito lentamente, deixando a proteína presa em um estado "ligado" (veja o desenho acima)

Supressores de tumor

Os reguladores negativos do ciclo celular podem estar menos ativos (ou mesmo não funcionais) em células
cancerosas. Por exemplo, uma proteína que interrompe a progressão do ciclo celular em resposta a danos
no DNA pode não mais perceber o dano ou desencadear uma resposta. Os genes que normalmente
bloqueiam a progressão do ciclo celular são conhecidos como supressores de tumor. Os supressores de
tumor previnem a formação de tumores cancerosos quando estão funcionando corretamente, e tumores
podem se formar quando eles sofrem mutações de modo que não funcionem mais.
Um dos mais importantes supressores de tumor é a proteína p53 - induz a apoptose., que desempenha
um papel-chave na resposta celular ao dano no DNA. A p53 age primeiramente ao final de G (controlando a
transição de G para S), onde ela bloqueia a progressão do ciclo celular em resposta a um DNA danificado e
a outras condições desfavoráveis

Quando o DNA de uma célula é danificado, uma proteína sensora ativa a p53, que interrompe o ciclo celular
no final de G desencadeando a produção de um inibidor do ciclo celular. Essa pausa dá tempo para o
reparo do DNA, que também depende da p53, cuja segunda função é ativar enzimas de reparação do DNA.
Se o dano for consertado, a p53 irá liberar a célula, permitindo que ela continue através do ciclo celular. Se
o dano não for passível de conserto, a p53 irá desempenhar seu terceiro e último papel: desencadear a
apoptose (morte celular programada) de modo que o DNA danificado não seja passado adiante.

Em células cancerosas, a p53 geralmente está ausente, não funcional ou menos ativa que o normal. Por
exemplo, muitos tumores cancerosos têm uma forma mutante da p53 que não consegue mais se ligar ao
DNA. Como a p53 age ligando-se a genes-alvo e ativando sua transcrição, a proteína mutante não ligante é
incapaz de realizar o seu trabalho. Quando a p53 está deficiente, uma célula com DNA danificado pode
proceder com a divisão celular. As células-filha de tal divisão provavelmente irão herdar mutações devido
ao DNA não reparado da célula-mãe. Ao longo de gerações, células com a p53 defeituosa tendem a
acumular mutações, algumas das quais podem transformar proto-oncogenes em oncogenes ou inativar
outros supressores de tumor.

A proteína p53 é o gene mais comumente mutado nos cânceres humanos, e células cancerosas sem
mutações na p53 provavelmente inativam a p53 por meio de outros mecanismos (e.g., atividade aumentada
de proteínas que causam a reciclagem da p53)

ETAPAS DO PROCESSO DE CARCINOGÊNESE - INICIAÇÃO, PROMOÇÃO (CÉLULA ALTERADA) E


PROGRESSÃO (CANCER

○ CITE COMO SE DÁ A PREVENÇÃO E DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO.


■ Focar em: Preventivo (como ocorre os intervalos?) e vacinação
■ Fonte: Ministério da Saúde

A prevenção e a detecção precoce do câncer de colo de útero no Brasil seguem diretrizes estabelecidas pelo
Ministério da Saúde, que incluem a realização do exame preventivo (Papanicolau) e a vacinação contra o
HPV (papilomavírus humano). Abaixo estão os principais pontos focados na prevenção e detecção precoce:

1. Exame Preventivo (Papanicolau):

O exame preventivo, também conhecido como exame citopatológico ou Papanicolau, é a principal estratégia
de rastreamento do câncer de colo de útero. Ele identifica alterações nas células do colo do útero que
podem evoluir para câncer, além de detectar lesões precursoras e o próprio câncer em estágios iniciais.
HOMENS TRANS E PESSOAS NÃO BINÁRIAS DESTINADAS A MULHERES AO NASCER.

● Indicação: O Ministério da Saúde recomenda que todas as mulheres sexualmente ativas, na faixa
etária de 25 a 64 anos, realizem o exame preventivo.
● Intervalos:
○ Primeiros Dois Exames: Devem ser realizados anualmente. Se os dois primeiros exames
tiverem resultados normais, o exame pode ser realizado a cada três anos.
○ Casos Especiais: Mulheres fora da faixa etária recomendada (abaixo de 25 anos ou acima
de 64 anos) devem discutir com seu médico a necessidade do exame, especialmente se
houver fatores de risco adicionais.
● Objetivo: Identificar precocemente lesões precursoras que podem ser tratadas antes de evoluírem
para câncer invasivo, além de detectar o câncer em estágios iniciais, quando as chances de cura
são maiores.
2. Vacinação contra o HPV:

A vacinação contra o HPV é uma estratégia preventiva fundamental, pois o HPV é o principal agente
causador do câncer de colo de útero.

● Público-alvo: A vacinação é indicada pelo Ministério da Saúde para meninas de 9 a 14 anos e


meninos de 11 a 14 anos. Essa faixa etária é priorizada por estar antes do início da vida sexual,
garantindo maior eficácia da vacina.
● Doses:
○ Esquema de Vacinação: São aplicadas duas doses da vacina, com um intervalo de seis
meses entre elas.
○ Imunização Completa: A imunização com as duas doses é fundamental para garantir a
proteção contra os tipos de HPV mais associados ao câncer de colo de útero (tipos 16 e
18).
● Objetivo: Reduzir a incidência do HPV na população e, consequentemente, prevenir o
desenvolvimento de lesões precursoras e do câncer de colo de útero.
● VERRUGAS GENITAIS - 6 E 11
● CANCÊR - 16 E 18

3. Outras Estratégias de Prevenção:

Além do exame preventivo e da vacinação, o Ministério da Saúde recomenda outras medidas para a
prevenção do câncer de colo de útero:

● Uso de preservativos: Reduz o risco de infecção pelo HPV, embora não ofereça proteção completa.
● Educação sexual: Promover a conscientização sobre a transmissão do HPV e a importância da
vacinação e do exame preventivo.
● Tratamento de lesões precursoras: Mulheres com resultados alterados no Papanicolau devem ser
encaminhadas para diagnóstico e tratamento das lesões precursoras, evitando a progressão para
câncer.

4. Acompanhamento e Seguimento:

Mulheres que apresentam alterações no exame preventivo são encaminhadas para exames
complementares, como a colposcopia, e para tratamento, quando necessário. A continuidade do
acompanhamento é crucial para evitar a progressão das lesões.

○ CARACTERIZE A FISIOPATOLOGIA, SINAIS/SINTOMAS, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DO


CÂNCER DO COLO DO ÚTERO.

O câncer de colo do útero, também conhecido como câncer cervical, é uma das neoplasias malignas mais
comuns entre as mulheres, especialmente em países em desenvolvimento. A seguir, estão as principais
características da fisiopatologia, sinais/sintomas, diagnóstico e tratamento desse tipo de câncer.

Fisiopatologia:

O câncer de colo do útero geralmente se desenvolve a partir de lesões precursoras causadas pela infecção
persistente por tipos oncogênicos do papilomavírus humano (HPV), principalmente os tipos 16 e 18.

● Infecção pelo HPV: A infecção pelo HPV é transmitida principalmente por via sexual. Em muitas
mulheres, a infecção é transitória e o sistema imunológico consegue eliminá-la. No entanto, em
alguns casos, a infecção persiste e pode levar à transformação neoplásica das células do epitélio
cervical.
● Lesões Precursoras: A infecção persistente pelo HPV pode causar alterações celulares conhecidas
como neoplasia intraepitelial cervical (NIC). Essas lesões podem ser classificadas em graus (NIC I, II
e III) com base na gravidade da displasia celular. As lesões de alto grau (NIC II e III) têm maior
probabilidade de progredir para câncer invasivo.
● Progressão para Câncer: Se não tratadas, as lesões precursoras podem evoluir para um carcinoma
invasivo, que pode se disseminar localmente para tecidos adjacentes e, eventualmente, para órgãos
distantes através de metástases.

2. Sinais e Sintomas:

O câncer de colo do útero em estágios iniciais geralmente é assintomático, o que reforça a importância do
rastreamento preventivo. À medida que a doença progride, os sintomas podem incluir:

● Sangramento vaginal anormal: O sintoma mais comum, que pode ocorrer após a relação sexual,
entre os períodos menstruais ou na pós-menopausa.
● Corrimento vaginal: Pode ser aquoso, rosa ou com cheiro desagradável.
● Dor pélvica: Dor na região pélvica, que pode estar associada ou não ao ato sexual (dispareunia).
● Sintomas urinários e intestinais: Em estágios mais avançados, o tumor pode comprimir estruturas
adjacentes, causando dificuldade para urinar, dor ao urinar (disúria) e alterações intestinais.

3. Diagnóstico:

O diagnóstico do câncer de colo do útero envolve várias etapas, começando com o rastreamento e seguindo
com exames diagnósticos confirmatórios:

● Exame Preventivo (Papanicolau): O exame citopatológico identifica alterações celulares no colo


do útero que podem indicar a presença de lesões precursoras ou câncer.
● Colposcopia: Se o Papanicolau indicar anormalidades, a paciente pode ser encaminhada para uma
colposcopia, que é uma avaliação visual do colo do útero utilizando um colposcópio (microscópio
com luz) para identificar áreas anormais.
● Biópsia: Durante a colposcopia, pode ser realizada uma biópsia das áreas suspeitas para
confirmação histopatológica da neoplasia.
● Exames de imagem: Em casos confirmados de câncer, exames como ressonância magnética (RM),
tomografia computadorizada (TC) e PET-CT podem ser realizados para avaliar a extensão da
doença e a presença de metástases.

4. Tratamento:

O tratamento do câncer de colo do útero depende do estágio da doença, das características do tumor e das
condições clínicas da paciente. As principais opções incluem:

● Cirurgia:
○ Conização: Procedimento cirúrgico para remover lesões precursoras ou tumores muito
iniciais. É realizado em casos de câncer in situ ou microinvasivo.
○ Histerectomia: Remoção do útero, indicada para tumores localizados no colo do útero.
Pode ser uma histerectomia simples ou radical (que inclui a remoção de tecidos adjacentes
e linfonodos).
● Radioterapia:
○ Radioterapia Externa: Aplicação de radiação na pelve para destruir células tumorais.
○ Braquiterapia: Técnica em que a fonte de radiação é colocada diretamente no colo do
útero ou próximo ao tumor.
● Quimioterapia:
○ Pode ser utilizada em combinação com a radioterapia (quimiorradiação) para tratar
tumores localmente avançados ou como tratamento paliativo em casos de doença
metastática.
● Terapia-alvo: Embora não seja comum, algumas pacientes podem ser candidatas a terapias-alvo
em casos de câncer avançado.
● Cuidados Paliativos: Em casos avançados e metastáticos, os cuidados paliativos são focados no
alívio dos sintomas e na melhoria da qualidade de vida.
● Criocirurgia

Resumo:

● Fisiopatologia: Infecção persistente pelo HPV leva a lesões precursoras que podem evoluir para
câncer invasivo.
● Sinais e Sintomas: Incluem sangramento vaginal anormal, corrimento, dor pélvica e sintomas
urinários/intestinais em estágios avançados.
● Diagnóstico: Feito por exame preventivo, colposcopia, biópsia e exames de imagem.
● Tratamento: Inclui cirurgia, radioterapia, quimioterapia e cuidados paliativos, dependendo do
estágio da doença.
A prevenção, incluindo vacinação contra HPV e realização regular do exame preventivo, é crucial para
reduzir a incidência e a mortalidade do câncer de colo do útero.

SALPINGOOFORECTOMIA BILATERAL

○ DESCREVA O MECANISMO DO HPV E RELACIONE COM O DESENVOLVIMENTO DE


NEOPLASIAS NO COLO DO ÚTERO.
■ Focar em: Tipos de HPV oncológicos e não oncológicos, com foco no HPV 16 e 18.

O papilomavírus humano (HPV) é um vírus DNA amplamente conhecido por sua associação com o
desenvolvimento de lesões benignas, como verrugas, e neoplasias malignas, como o câncer de colo do
útero. A seguir, explicarei o mecanismo do HPV e sua relação com o desenvolvimento de neoplasias
cervicais, com foco nos tipos oncológicos e não oncológicos, especialmente o HPV 16 e 18.

1. Mecanismo do HPV:

● Estrutura Viral: O HPV é um vírus de DNA de fita dupla, que infecta células epiteliais da pele e
mucosas. Sua infecção ocorre principalmente através de contato sexual, mas também pode ocorrer
por contato direto com lesões.
● Ciclo de Vida do HPV: O HPV infecta as células basais do epitélio através de microabrasões na
pele ou mucosa. Após a infecção, o vírus utiliza a maquinaria celular para replicar seu DNA e
produzir novas partículas virais, que se dispersam quando as células infectadas são descamadas.
● Oncoproteínas E6 e E7: Em infecções persistentes pelos tipos oncogênicos de HPV, como os tipos
16 e 18, as proteínas virais E6 e E7 são fundamentais para a transformação neoplásica das células
infectadas. Essas proteínas interferem no controle do ciclo celular, promovendo a imortalização
celular e o acúmulo de mutações.

2. Tipos de HPV:

Os HPV são classificados em tipos de baixo risco (não oncológicos) e de alto risco (oncogênicos) com base
no seu potencial para causar câncer.

● HPV de Baixo Risco (Não Oncológicos):


○ Exemplos: HPV 6 e 11.
○ Manifestações Clínicas: Causam principalmente verrugas genitais e papilomas laríngeos.
Esses tipos não estão associados ao desenvolvimento de câncer, mas podem causar lesões
benignas que podem ser desconfortáveis e necessitar de tratamento.
● HPV de Alto Risco (Oncológicos):
○ Exemplos: HPV 16, 18, 31, 33, 45, entre outros.
○ Foco no HPV 16 e 18:
■ HPV 16 e 18: Esses dois tipos são responsáveis por cerca de 70% dos casos de
câncer de colo do útero. O HPV 16 é o mais prevalente e está frequentemente
associado ao carcinoma de células escamosas, enquanto o HPV 18 é mais
comumente encontrado em adenocarcinomas cervicais.

3. Mecanismo de Oncogênese pelo HPV 16 e 18:

● Integração Viral: Em infecções persistentes pelos tipos de HPV de alto risco, o DNA viral pode se
integrar ao DNA do hospedeiro, um passo crucial na carcinogênese. Essa integração
frequentemente resulta na expressão contínua e descontrolada das oncoproteínas E6 e E7.
● Inativação de p53 (Pela Proteína E6):
○ A proteína E6 do HPV 16 e 18 se liga à proteína supressora de tumor p53, marcando-a para
degradação proteossômica. A p53 normalmente desempenha um papel crucial na resposta
ao dano do DNA, promovendo a parada do ciclo celular e a apoptose de células com
mutações. Com a inativação da p53, as células infectadas continuam a se dividir,
acumulando mutações que podem levar à transformação maligna.
● Inativação de Rb (Pela Proteína E7):
○ A proteína E7 se liga à proteína do retinoblastoma (Rb), outro importante supressor
tumoral. A Rb controla a progressão do ciclo celular ao se ligar a fatores de transcrição,
impedindo a entrada prematura na fase S do ciclo celular. A inativação da Rb pela E7
resulta em proliferação celular descontrolada.
● Instabilidade Genômica: A atividade das oncoproteínas E6 e E7 promove a proliferação celular
sem os controles normais, levando à instabilidade genômica. As células acumulam mutações
adicionais, o que favorece a progressão de lesões precursoras (como NIC II e III) para carcinoma
invasivo.

4. Desenvolvimento de Neoplasias no Colo do Útero:

● Neoplasia Intraepitelial Cervical (NIC): A infecção persistente pelo HPV 16 e 18 pode causar
alterações displásicas no epitélio cervical, classificadas como NIC I (displasia leve), NIC II (displasia
moderada) e NIC III (displasia grave ou carcinoma in situ). Essas lesões são precursoras do câncer
de colo do útero.
● Progressão para Câncer Invasivo: Se as lesões precursoras não forem detectadas e tratadas, elas
podem evoluir para carcinoma invasivo do colo do útero. O câncer de colo do útero pode ser do
tipo carcinoma de células escamosas (mais comum) ou adenocarcinoma (associado ao HPV 18).

Resumo:

● HPV 16 e 18: São os tipos de alto risco mais associados ao câncer de colo do útero, responsáveis
por 70% dos casos.
● Mecanismo Oncogênico: O HPV 16 e 18 expressam oncoproteínas E6 e E7, que inativam p53 e Rb,
levando à proliferação celular descontrolada e ao acúmulo de mutações.
● Desenvolvimento de Neoplasias: A infecção persistente pelo HPV de alto risco pode evoluir de
lesões precursoras (NIC) para carcinoma invasivo, se não for detectada e tratada precocemente.

A vacinação contra HPV e a realização regular do exame preventivo são as principais estratégias de
prevenção do câncer de colo do útero, visando interromper o ciclo de infecção e progressão da doença.

○ IDENTIFIQUE O PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E AS POLÍTICAS PÚBLICAS DIRECIONADAS AO


CÂNCER DO COLO DO ÚTERO.
■ Focar em: Três níveis (municipal, estadual e nacional).
Epidemiologia: O número estimado de casos novos do câncer do colo do útero para o Brasil, para cada ano
do triênio de 2023 a 2025, é de 17.010, correspondendo ao um risco estimado de 15,38 casos a cada 100 mil
mulheres
Quanto à distribuição geográfica, é o segundo mais incidente nas Regiões Norte (20,48 por 100 mil) e
Nordeste (17,59 por 100 mil). Na Região Centro-oeste (16,66 por 100 mil), ocupa a terceira posição; na Região
Sul (14,55 por 100 mil), a quarta; e, na Região Sudeste (12,93 por 100 mil), a quinta posição
A estimativa mundial apontou que o câncer do colo do útero foi o quarto mais frequente em mulheres em
todo o mundo, com uma estimativa de 604 mil casos novos, representando 6,5% de todos os tipos de câncer
em mulheres. Esse valor corresponde a um risco estimado de 13,30 casos por 100 mil mulheres, e as taxas de
incidência mais elevadas foram estimadas para os países do continente africano
Cofatores conhecidos associados à progressão da doença incluem a infecção pelo vírus da imunodeficiência
humana (HIV) e outras condições imunossupressoras, como tabagismo, multiparidade e uso prolongado de
contraceptivos orais.
Atualmente, o câncer do colo do útero é considerado passível de erradicação, por meio da vacinação contra
os tipos de HPV oncogênicos mais prevalentes e do rastreamento e tratamento das lesões precursoras. A
estratégia global proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS) 90% das meninas totalmente
vacinadas contra HPV aos 15 anos; 70% das mulheres submetidas a um teste de rastreamento de alta
performance aos 35 e aos 45 anos; e 90% das mulheres identificadas com lesões precursoras e câncer
recebendo tratamento.
Políticas públicas: No Brasil, políticas públicas voltadas para o câncer de colo do útero vêm sendo
desenvolvidas desde a década de 1970 e incluíram diversos programas de rastreamento, que conseguiram
aumentar o acesso ao teste de Papanicolau, com patamar de cobertura estável nos últimos anos, em torno
dos 83%. Em 2014, a vacina anti-HPV foi incluída no Calendário Nacional de Vacinação. O mais recente Plano
de Ações Estratégicas possui metas de aumento da cobertura de exame citopatológico e tratamento de todas
as mulheres com lesões precursoras. Outras duas iniciativas foram criadas o Programa de Qualificação de
Ginecologistas para Assistência Secundária às Mulheres com Alterações Citológicas Relacionadas às Lesões
Intraepiteliais e ao Câncer de Colo do Útero e a formalização da Rede Colaborativa para a Prevenção do
Câncer de Colo do útero. Mesmo com o constante avanço dessas medidas, mais de 70% das brasileiras são
diagnosticadas em fases avançadas da doença, o que impacta negativamente no prognóstico. A análise dos
protocolos de tratamento voltados para a saúde coletiva mostra defasagem em relação ao cenário
internacional e nacional preconizado por sociedades médicas, especialmente no tratamento de fases tardias
da doença. Apesar dos avanços na difusão de medidas preventivas e alcance de ampla cobertura do
rastreamento, o câncer de colo do útero continua a ser um problema de saúde importante no país.
Programa nacional de qualidade da citologia.

SP 1.2 - tratado de oncologia. Robbins. Ministério da


● QUESTÕES DE APRENDIZAGEM:
○ Caracterize a fisiopatologia do câncer de próstata e as manifestações clínicas (anatomia,
fisiologia e patologia.)
Anatomia
A próstata é um órgão retroperitonial, que envolve: Não Possui cápsula distinta; No adulto normal pesa
aproximadamente 20g. Colo da bexiga e uretra; Funções: -Produção de parte do sêmen (nutrição dos
espermatozóides); Secreção composta por açúcares simples, enzimas proteolíticas, PSA e Zn;
A próstata é uma glândula exócrina do sistema reprodutor masculino, situada logo abaixo da bexiga,
envolvendo a porção inicial da uretra. É composta por diferentes zonas: periférica, central, de transição e
periuretral. A zona periférica é a mais comumente envolvida em casos de câncer de próstata.

Fisiologia

A próstata desempenha um papel crucial na função reprodutiva masculina, contribuindo com fluidos que
compõem o sêmen. Sua atividade é regulada por hormônios androgênicos, como a testosterona, que são
convertidos em diidrotestosterona (DHT) dentro da glândula, um hormônio que estimula o crescimento
prostático.

A fisiologia do câncer de próstata é dominada pela regulação hormonal, especialmente pelos androgênios e
o receptor de androgênios, que impulsionam o crescimento do câncer. As alterações genéticas e
moleculares nas células prostáticas, combinadas com um microambiente tumoral favorável, permitem que o
câncer prospere e se espalhe. Em estágios avançados, o tumor pode desenvolver resistência ao tratamento
hormonal, tornando o manejo clínico mais desafiador.

1. Influência Hormonal

● Androgênios: Os androgênios, principalmente a testosterona e sua forma ativa, a


diidrotestosterona (DHT), desempenham um papel fundamental na fisiologia tanto da próstata
normal quanto do câncer de próstata. A DHT, formada pela conversão da testosterona pela enzima
5α-redutase nas células prostáticas, é o principal estimulador do crescimento das células epiteliais
da próstata.
● Mecanismo: Em condições normais, os androgênios ligam-se aos receptores androgênicos (AR) nas
células prostáticas, promovendo a transcrição de genes que controlam o crescimento e a
sobrevivência celular. No câncer de próstata, essas vias hormonais tornam-se desreguladas,
promovendo a proliferação celular excessiva e a sobrevivência das células malignas.

2. Alterações Genéticas e Moleculares

● Mutações no Receptor de Androgênio (AR): Em muitos casos de câncer de próstata, ocorrem


mutações no gene que codifica o receptor de androgênio, o que pode aumentar a sensibilidade das
células cancerosas a níveis baixos de androgênios ou até permitir a ativação do receptor por outros
ligantes, além da DHT.
● Alterações em Vias de Sinalização: O câncer de próstata frequentemente envolve alterações em
várias vias de sinalização celular, como a via PI3K/AKT, que é responsável pela regulação do
crescimento celular, sobrevivência e metabolismo. Mutação ou deleção do gene PTEN (um inibidor
da via PI3K/AKT) é uma das alterações mais comuns no câncer de próstata, resultando em
proliferação celular aumentada e redução da apoptose.

3. Ambiente Microambiental Tumoral

● Inflamação Crônica: A inflamação crônica na próstata pode contribuir para a carcinogênese. O


microambiente inflamatório promove o estresse oxidativo e a liberação de citocinas e fatores de
crescimento, que podem induzir danos ao DNA, mutações e, eventualmente, malignização das
células epiteliais.
● Angiogênese: Com a progressão do câncer de próstata, há um aumento na produção de fatores
pró-angiogênicos, como o fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), que promovem o
desenvolvimento de novos vasos sanguíneos para suprir as necessidades nutricionais e de oxigênio
do tumor em crescimento.

4. Progressão e Resistência

● Câncer Resistente à Castração (CRPC): Em estágios avançados, o câncer de próstata pode se


tornar resistente à privação de androgênios, um estado conhecido como câncer de próstata
resistente à castração (CRPC). Mesmo com níveis extremamente baixos de androgênios, o câncer
continua a progredir devido a mecanismos como amplificação do gene AR, mutações que permitem
a ativação do AR por ligantes alternativos, ou ativação de vias de sinalização independentes de
androgênios.
● Metástase: A metástase óssea é uma característica comum do câncer de próstata avançado.
Células tumorais prostáticas têm afinidade por tecido ósseo, onde podem se estabelecer e criar
lesões osteoblásticas (formadoras de osso). Isso ocorre através da interação de fatores como o
fator estimulador de colônia 1 (CSF-1) e a proteína morfogenética óssea (BMP), que facilitam a
colonização e o crescimento tumoral no osso.

Patologia

A patologia do câncer de próstata é caracterizada por uma série de alterações histológicas, genéticas e
moleculares que levam à transformação maligna do tecido prostático. O câncer geralmente progride de
lesões precursoras, como a neoplasia intraepitelial prostática (PIN), para adenocarcinoma invasivo. Com o
avanço da doença, o tumor pode se disseminar localmente e para locais distantes, com predileção por
metástase óssea. O sistema de classificação de Gleason e as características moleculares do tumor são
fundamentais para determinar o prognóstico e orientar o tratamento.

1. Histopatologia

● Tipo Histológico Principal: O tipo mais comum de câncer de próstata é o adenocarcinoma, que se
origina nas células glandulares da próstata. Essas células são responsáveis pela secreção de fluido
prostático e, quando transformadas malignamente, perdem sua arquitetura glandular normal.
● Arquitetura Microscópica: Sob o microscópio, o adenocarcinoma da próstata apresenta glândulas
pequenas, irregulares, mal formadas e com núcleos hipercromáticos (de coloração mais escura
devido ao aumento do DNA nuclear). Essas glândulas são menores e menos definidas do que as
glândulas normais, frequentemente sem o revestimento basal, que está presente nas glândulas
prostáticas normais.
● Infiltração do Estroma: À medida que o tumor cresce, ele infiltra o estroma prostático, rompendo
a arquitetura glandular normal. O estroma pode exibir uma reação desmoplásica (formação de
novo tecido conjuntivo) em resposta à invasão tumoral.

2. Grau Histológico - Sistema de Gleason

● Sistema de Gleason: O câncer de próstata é classificado usando o sistema de Gleason, que é


baseado no padrão arquitetural das células tumorais. Esse sistema é importante para prever o
comportamento do tumor e orientar o tratamento.
○ Padrão 1 a 5: O sistema Gleason classifica os padrões de crescimento glandular do tumor
em uma escala de 1 (mais bem diferenciado, menos agressivo) a 5 (menos diferenciado,
mais agressivo). A pontuação total é dada pela soma dos dois padrões predominantes
observados, resultando em uma pontuação de Gleason que varia de 6 a 10.
○ Pontuação e Prognóstico: Tumores com pontuação de Gleason de 6 são geralmente de
baixo risco, enquanto pontuações de 8 a 10 indicam um tumor mais agressivo e com maior
probabilidade de se disseminar.

3. Lesões Precursoras

● Neoplasia Intraepitelial Prostática (PIN): A neoplasia intraepitelial prostática, especialmente a


PIN de alto grau, é considerada uma lesão precursora do adenocarcinoma. Na PIN, as células
glandulares apresentam alterações displásicas, como núcleos aumentados e hipercromáticos, mas
ainda mantêm uma arquitetura glandular relativamente normal. Esta lesão é frequentemente
observada em proximidade com áreas de adenocarcinoma invasivo.

4. Alterações Genéticas e Moleculares


● Alterações Genômicas: O câncer de próstata apresenta várias alterações genéticas e epigenéticas,
que contribuem para o desenvolvimento e progressão da doença.
○ Fusões Gênicas: Uma das alterações mais comuns é a fusão do gene TMPRSS2 com genes
da família ETS (como o ERG). Essa fusão resulta em superexpressão de fatores de
transcrição ETS, que promovem a invasão e a metástase.
○ Mutação em PTEN: A deleção ou mutação do gene PTEN é comum em câncer de próstata
e leva à ativação desregulada da via PI3K/AKT, promovendo a sobrevivência celular e a
resistência à apoptose.
○ Alterações Epigenéticas: A metilação aberrante de genes reguladores tumorais, como o
silenciamento do gene GSTP1, também é uma alteração comum no câncer de próstata.

5. Disseminação e Metástase

● Invasão Local: O câncer de próstata tende a crescer localmente, invadindo tecidos adjacentes,
como vesículas seminais, bexiga e uretra.
● Metástase Linfática: A disseminação para os linfonodos pélvicos é uma das primeiras etapas da
disseminação metastática. A metástase linfática é um importante fator prognóstico negativo.
● Metástase Óssea: A metástase óssea é característica do câncer de próstata avançado. As lesões
ósseas são predominantemente osteoblásticas, o que significa que induzem a formação de novo
tecido ósseo, em contraste com as lesões osteolíticas vistas em outros tipos de câncer. Essas lesões
causam dor intensa e podem levar a fraturas patológicas.

6. Resistência à Terapia

● Resistência à Castração: A maioria dos adenocarcinomas de próstata responde inicialmente à


privação de androgênios, mas com o tempo, os tumores podem se tornar resistentes, um estágio
conhecido como câncer de próstata resistente à castração (CRPC). Mecanismos de resistência
incluem a amplificação do receptor de androgênio, mutações que permitem a ativação do receptor
por outros ligantes e a ativação de vias de sinalização independentes de androgênios.

Manifestações Clínicas

● O estágio inicial é assintomático;


● Oligúria (deficiência de eliminação urinária)
● Polaciúria (eliminação frequente da urina)
● Disúria (dor ou dificuldade de urinar)
● Hematúria (presença de sangue na urina)
● Impotência sexual

Complicações clínicas: câncer de próstata metastático e avançado

● Dor óssea, com ou sem fratura patológica


● Déficits neurológicos de compressão da medula espinhal
● Dor e edema nas extremidades inferiores devido à obstrução das tributárias venosas e linfáticas
por metástase nodal
● Anemia
● Perda de peso e perda de apetite
● infecção generalizada
● insuficiência renal.
● HEMATÊMESE - SANGRAMENTO RETAL

○ Identifique os fatores de risco para o câncer de próstata e correlacione com a herança


genética.
Os fatores de risco são:
❖ Etinia: O adenocarcinoma da próstata é mais frequente em brancos e negros do que em amarelos,
particularmente japoneses; nos EUA, também é mais comum em negros do que em brancos. Tais
diferenças raciais são observadas apenas no carcinoma clínico, pois a frequência de adenocarcinoma
histológico é semelhante nas três raças.
❖ Idade: Inquestionavelmente, é um fator associado tanto ao adenocarcinoma clínico como ao
adenocarcinoma histológico. A maioria dos pacientes com adenocarcinoma clínico encontra-se na
sétima ou na oitava década de vida; a frequência de adenocarcinoma histológico aumenta com a
idade, chegando a ser de 70% em indivíduos com mais de 80 anos.
❖ Dieta/hábitos de vida: Excesso de gordura corporal (sobrepeso e obesidade) aumenta o risco de
câncer de próstata avançado. (SM deixa níveis do hormônio de cortisol alto por muito tempo no
corpo e ele vai inibir o sistema de defesa do indivíduo e se ele tem o defeito genético pode facilitar o
desenvolvimento do câncer). Os fumantes têm um risco aumentado de morte por câncer de próstata,
ou seja, aqueles que desenvolvem a doença têm um prognóstico significativamente pior.
❖ Fatores genéticos: Embora ainda pouco documentados, fatores genéticos parecem estar envolvidos
em 90% dos adenocarcinomas que surgem em indivíduos abaixo de 55 anos de idade. Em algumas
famílias, a herança é de padrão autossômico dominante; nesses casos, o risco de um homem
desenvolver adenocarcinoma prostático se o pai ou um irmão têm o tumor é duas vezes maior e, se
ambos o têm, nove vezes maior.
❖ Genes BRCA 1 e 2 - supressão tumoral - produzir proteínas relacionadas ao ciclo celular e influência
na apoptose
❖ Alterações genômicas: Assim como em vários outros cânceres, também no da próstata ocorrem
alterações genéticas e epigenéticas em genes associados a neoplasias. As anormalidades mais
encontradas no adenocarcinoma prostático são: (1) amplificação de oncogenes, como o MYC; (2)
deleção de genes supressores de tumor, como RB, TP53 e PTEN; (3) silenciamento gênico por
mecanismo epigenético (p. ex., GSTP1, TP53, CDKN2A, APC e genes de reparo do DNA); (4) fusão
gênica, como a que ocorre entre os genes TMPRSS2 e ETS; (5) ativação da via PI3K/AKT, como
acontece por mutações no gene PTEN (ver Figura 5.5 B).
❖ Hormônios: Os andrógenos são necessários para o crescimento e o desenvolvimento da próstata
normal, da HNP e do adenocarcinoma prostático. A propósito, indivíduos castrados antes da
puberdade têm risco mínimo de desenvolver câncer da próstata. Estudos clínicos mostram que
andrógenos circulantes em níveis aumentados são capazes de estimular o crescimento do câncer
prostático (por estímulo androgênico, o volume tumoral pode aumentar). Não se conhece,
entretanto, o papel exato dos andrógenos na carcinogênese da próstata. Paradoxalmente, com o
avançar da idade os níveis de testosterona diminuem, enquanto a incidência de carcinoma prostático
aumenta. Uma explicação é que os eventos carcinogênicos que requerem ou envolvem estimulação
androgênica teriam ocorrido muito antes do aparecimento da neoplasia, num momento em que os
níveis de testosterona ainda eram elevados. Outra possibilidade é a maior disponibilidade de
receptores de andrógenos nas células prostáticas, por amplificação dos genes que os codificam. De
qualquer modo, a influência androgênica em nível tecidual local é controversa. Alguns estudos
mostram que as células neoplásicas da próstata contêm relativamente mais receptores de
testosterona do que de di-hidrotestosterona (DHT). Os estrógenos, em princípio, parecem não ter
ação direta, mas podem atuar por meio de inibição da liberação do hormônio luteinizante (LH) pela
adeno-hipófise (mecanismo de feedback negativo), resultando em diminuição dos níveis de
andrógenos. Na senilidade, há aumento relativo de estrógenos por diminuição dos andrógenos
circulantes. Apoiando essa possível ação dos estrógenos, é conhecida menor incidência de
adenocarcinoma prostático clínico em indivíduos com cirrose.

○ Descreva o diagnóstico diferencial do câncer de próstata e identifique os exames clínicos e


laboratoriais (focar em câncer de próstata, prostatite e Hiperplasia prostática benigna- HPB).

O diagnóstico diferencial do câncer de próstata envolve a distinção entre esse carcinoma e outras
condições que afetam a próstata, como a hiperplasia prostática benigna (HPB) e a prostatite. Essas
condições podem apresentar sintomas semelhantes, especialmente nos estágios iniciais, mas possuem
diferentes implicações clínicas e tratamentos. Abaixo, descrevo as principais características do diagnóstico
diferencial e os exames clínicos e laboratoriais utilizados.

Diagnóstico Diferencial do Câncer de Próstata

1. Câncer de Próstata

● Características: O câncer de próstata é geralmente um adenocarcinoma, surgindo principalmente


na zona periférica da próstata. Inicialmente, pode ser assintomático, mas em estágios avançados
pode causar sintomas urinários, dor óssea (em casos de metástase), e perda de peso.
● Sintomas: Sintomas obstrutivos (dificuldade para urinar, jato urinário fraco), sintomas irritativos
(frequência urinária aumentada, urgência), hematúria, hematospermia, dor pélvica ou óssea.
● Fatores de Risco: Idade avançada, histórico familiar, fatores genéticos (BRCA1, BRCA2), raça negra.

2. Hiperplasia Prostática Benigna (HPB)


● Características: A HPB é um crescimento não maligno da zona de transição da próstata, comum
em homens mais velhos. Aumento da próstata pode levar à obstrução do fluxo urinário.
● Sintomas: Dificuldade para iniciar a micção, fluxo urinário fraco, micção incompleta, aumento da
frequência urinária, noctúria (micção noturna), mas sem sintomas sistêmicos como perda de peso
ou dor óssea.
● Fatores de Risco: Idade avançada, níveis elevados de diidrotestosterona (DHT), história familiar de
HPB.

3. Prostatite

● Características: A prostatite é uma inflamação da próstata, que pode ser aguda ou crônica. Pode
ser causada por infecção bacteriana ou não infecciosa.
● Sintomas: Dor pélvica, dor ao urinar, febre (na prostatite aguda), disúria, dor perineal, dor ao
ejacular, sintomas urinários irritativos (como a urgência), além de possível febre e mal-estar geral
na forma aguda.
● Fatores de Risco: Infecções urinárias recorrentes, instrumentação urológica recente, trauma
pélvico.
● Faz o exame de urina.

Exames clínico e laboratoriais

Fosfatase alcalina

Testosterona serica

Biopsia

○ Detalhe a escala de Gleason na avaliação do tumor de próstata (histologia).

A Escala de Gleason é um sistema de classificação histopatológica utilizado para avaliar a agressividade dos
adenocarcinomas da próstata com base na arquitetura das glândulas tumorais. Desenvolvida por Donald
Gleason em 1966, essa escala é fundamental para prever o comportamento biológico do câncer de próstata
e orientar as decisões terapêuticas. Abaixo, detalho os principais aspectos da Escala de Gleason.

Princípios da Escala de Gleason

1. Arquitetura Glandular: A escala avalia a arquitetura das glândulas tumorais, em vez de


características citológicas, como o tamanho ou a forma das células. As glândulas são classificadas
de acordo com a semelhança com a estrutura glandular normal da próstata.
2. Dois Padrões Predominantes: O patologista identifica os dois padrões histológicos predominantes
no tumor. Esses padrões recebem uma pontuação de 1 a 5, onde 1 indica glândulas bem
diferenciadas (mais semelhantes ao tecido normal) e 5 indica glândulas mal diferenciadas ou
completamente indiferenciadas (menos semelhantes ao tecido normal).
3. Pontuação Total (Score de Gleason): A pontuação total de Gleason é a soma das duas
pontuações predominantes, resultando em uma pontuação que varia de 6 a 10.
○ Pontuação Gleason 6: Representa tumores bem diferenciados, com padrão de
crescimento menos agressivo (padrão 3 + 3).
○ Pontuação Gleason 7: Representa tumores moderadamente diferenciados, que podem ser
de dois tipos: 3 + 4 (menos agressivo) ou 4 + 3 (mais agressivo).
○ Pontuação Gleason 8 a 10: Representa tumores mal diferenciados, com crescimento mais
agressivo e comportamento mais invasivo.

Descrição dos Padrões Gleason

1. Padrão 1:
○ Glândulas pequenas, uniformes e bem diferenciadas, que se assemelham muito às
glândulas prostáticas normais. Este padrão é raro e, na prática moderna, praticamente não
é mais utilizado.
2. Padrão 2:
○ Glândulas maiores, ainda bem formadas, mas com mais espaçamento entre elas. Ainda são
relativamente bem diferenciadas, mas com algumas irregularidades.
3. Padrão 3:
○ Glândulas discretas, de tamanho variável, com bordas irregulares. As glândulas ainda estão
individualizadas, mas começam a se infiltrar no tecido adjacente. Este é o padrão mais
baixo considerado maligno e comum em tumores menos agressivos.
4. Padrão 4:
○ Glândulas fusionadas, formando aglomerados ou faixas contínuas. Há perda da estrutura
glandular discreta, indicando maior agressividade. Este padrão é característico de tumores
mais avançados e agressivos.
5. Padrão 5:
○ Ausência quase total de formação glandular. As células tumorais crescem em padrões
sólidos ou em folhas, indicando um tumor altamente agressivo e mal diferenciado.

Interpretação do Score de Gleason

● Gleason 6 (3+3): Tumores bem diferenciados. Este tipo de câncer tende a crescer lentamente e tem
menor probabilidade de se espalhar para outras partes do corpo. Pacientes com Gleason 6 podem
ser candidatos à vigilância ativa, em vez de tratamento imediato.
● Gleason 7 (3+4 ou 4+3): Tumores moderadamente diferenciados. Gleason 7 é uma categoria
intermediária, onde o padrão dominante (3 ou 4) influencia a agressividade do tumor. Tumores com
4+3 são considerados mais agressivos do que 3+4.
● Gleason 8-10 (4+4, 4+5, 5+4, 5+5): Tumores mal diferenciados. Estes tumores são mais propensos
a se espalhar rapidamente e têm um prognóstico pior. Tratamentos mais agressivos, como cirurgia,
radioterapia ou terapia hormonal, são geralmente recomendados.

Utilidade Clínica da Escala de Gleason

● Prognóstico: O score de Gleason é um dos principais fatores prognósticos no câncer de próstata.


Quanto maior o score, mais agressivo é o tumor, o que se traduz em maior risco de progressão e
metástase.
● Decisão Terapêutica: O score de Gleason, juntamente com outros fatores (como PSA e
estadiamento clínico), ajuda a determinar a abordagem terapêutica. Pacientes com Gleason 6
podem ser manejados com vigilância ativa, enquanto aqueles com Gleason 7 ou superior
geralmente necessitam de tratamento definitivo, como cirurgia ou radioterapia.
● Estratificação de Risco: O score de Gleason é utilizado em sistemas de estratificação de risco,
como os critérios de D'Amico, que classificam os pacientes em risco baixo, intermediário ou alto,
ajudando a guiar o tratamento.

Atualizações no Sistema de Gleason

Nos últimos anos, houve uma atualização no sistema de Gleason para refletir melhor o comportamento
biológico dos tumores. Essa nova classificação agrupa as pontuações em cinco grupos de grau (Grade
Groups), que ajudam a simplificar a comunicação entre médicos e pacientes:

1. Grupo 1: Gleason 6 (3+3)


2. Grupo 2: Gleason 7 (3+4)
3. Grupo 3: Gleason 7 (4+3)
4. Grupo 4: Gleason 8 (4+4, 3+5, 5+3)
5. Grupo 5: Gleason 9-10 (4+5, 5+4, 5+5)

○ Explique as formas de prevenção e detecção do câncer de próstata, bem como as políticas


públicas (fonte: Ministério da saúde).
A prevenção do câncer de próstata envolve principalmente a adoção de hábitos de vida saudáveis e a
conscientização sobre os fatores de risco.

1. Hábitos Saudáveis:
○ Alimentação: Dietas ricas em frutas, vegetais e grãos integrais, e pobres em gorduras
saturadas, podem reduzir o risco de câncer de próstata. O consumo de alimentos como
tomate (rico em licopeno), brócolis, peixe, e soja pode ter um efeito protetor.
○ Exercício Físico: A prática regular de atividade física está associada a uma menor
incidência de câncer de próstata, além de contribuir para o controle de peso e melhora
geral da saúde.
○ Controle de Peso: A obesidade está associada a um risco aumentado de câncer de
próstata agressivo. Manter um peso saudável é uma medida preventiva importante.
2. Redução de Fatores de Risco:
○ Álcool e Tabaco: Limitar o consumo de álcool e evitar o tabagismo são medidas que
podem contribuir para a redução do risco de câncer de próstata e de outras doenças.
○ Fatores Genéticos: Homens com histórico familiar de câncer de próstata têm um risco
aumentado. Embora não seja possível alterar os fatores genéticos, esses homens devem
estar cientes de seu risco aumentado e discutir a detecção precoce com seus médicos.

Detecção Precoce do Câncer de Próstata

A detecção precoce é crucial para identificar o câncer de próstata em estágios iniciais, quando as chances
de tratamento curativo são maiores. No entanto, a estratégia de detecção precoce deve ser individualizada,
considerando os benefícios e riscos dos exames.

1. Exame de Toque Retal (TR):


○ O exame físico da próstata através do toque retal permite ao médico avaliar a consistência,
tamanho e presença de nódulos na próstata. Esse exame é uma parte importante da
avaliação clínica, especialmente em homens com fatores de risco ou sintomas.
2. Dosagem do PSA (Antígeno Prostático Específico):
○ O PSA é uma proteína produzida pela próstata, e seus níveis no sangue podem estar
elevados em homens com câncer de próstata, HPB ou prostatite. O exame de PSA é
amplamente utilizado na detecção precoce do câncer de próstata, embora ele possa gerar
falsos positivos (elevação do PSA sem câncer) e falsos negativos (câncer sem elevação do
PSA).
3. Estratégia de Rastreamento:
○ O Ministério da Saúde não recomenda o rastreamento universal do câncer de próstata em
homens assintomáticos, devido ao risco de sobrediagnóstico e sobretratamento. No
entanto, o rastreamento pode ser discutido individualmente entre médicos e pacientes,
especialmente para homens com 50 anos ou mais, ou a partir dos 45 anos em homens com
alto risco (história familiar de câncer de próstata ou raça negra).
4. Biópsia Prostática:
○ Se os exames de PSA e toque retal indicarem anormalidades, a biópsia prostática pode ser
indicada para confirmar o diagnóstico de câncer de próstata. Este exame consiste na
retirada de amostras de tecido prostático para análise histopatológica.

Políticas Públicas Relacionadas ao Câncer de Próstata

O Ministério da Saúde do Brasil, através de suas políticas públicas, promove a prevenção e o controle do
câncer de próstata no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Essas políticas fazem parte de uma
abordagem integrada para o cuidado à saúde do homem.

● Programa Nacional de Controle do Câncer de Próstata:

O programa foca na promoção da saúde, prevenção, diagnóstico precoce, tratamento e reabilitação de


pacientes com câncer de próstata. As ações incluem a disseminação de informações, capacitação de
profissionais de saúde e a garantia do acesso a exames e tratamentos pelo SUS.

● Campanha Novembro Azul:

A campanha "Novembro Azul" é uma iniciativa do Ministério da Saúde e de diversas entidades para
conscientizar os homens sobre a importância do cuidado com a saúde, com foco na prevenção e detecção
precoce do câncer de próstata. Durante o mês de novembro, são realizadas ações educativas, além de
maior disponibilidade de exames preventivos.

● Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem: eixos temáticos

Lançada em 2009, essa política visa facilitar e ampliar o acesso da população masculina aos serviços de
saúde, especialmente na faixa etária de 20 a 59 anos. A política aborda aspectos de saúde preventiva e
curativa, incluindo a detecção precoce do câncer de próstata e a promoção de hábitos de vida saudáveis.

LINHA AZUL

○ Conceitue a metástase, e como ocorre a evolução de uma neoplasia.


○ Defina e explique os sítios metastáticos do câncer de próstata.

Sítios Metastáticos do Câncer de Próstata

1. Metástase Óssea:
○ Descrição: As metástases ósseas são as mais comuns e uma característica marcante do
câncer de próstata avançado. O esqueleto é o principal alvo metastático, sendo as
vértebras, costelas, pelve e fêmur os ossos mais frequentemente afetados.
○ Mecanismo de Disseminação: A disseminação para os ossos geralmente ocorre por via
hematogênica, através do plexo venoso vertebral (plexo de Batson), que permite a
passagem direta das células tumorais para a coluna vertebral.
○ Características Clínicas: As metástases ósseas do câncer de próstata são tipicamente
osteoblásticas (formadoras de osso), diferindo de muitas outras neoplasias que causam
metástases osteolíticas (destrutivas). Os pacientes podem apresentar dor óssea intensa,
fraturas patológicas e elevação da fosfatase alcalina sérica, que reflete a atividade
osteoblástica.
2. Metástase Linfonodal:
○ Descrição: Os linfonodos regionais são frequentemente o primeiro local de metástase do
câncer de próstata. Inicialmente, os linfonodos pélvicos (como os ilíacos e obturatórios)
são afetados, seguidos pelos linfonodos para-aórticos.
○ Mecanismo de Disseminação: As células tumorais se espalham através do sistema
linfático, primeiro para os linfonodos regionais e, em estágios mais avançados, para
linfonodos distantes.
○ Características Clínicas: A linfadenopatia (aumento dos linfonodos) pode ser palpável em
casos avançados, embora nem sempre cause sintomas óbvios.
3. Metástase Pulmonar:
○ Descrição: Embora menos comum que as metástases ósseas e linfonodais, os pulmões
também podem ser um sítio de metástase no câncer de próstata avançado.
○ Mecanismo de Disseminação: A disseminação para os pulmões ocorre por via
hematogênica. O câncer de próstata pode atingir os pulmões diretamente através da
circulação sistêmica.
○ Características Clínicas: As metástases pulmonares podem ser assintomáticas ou causar
sintomas como tosse, dor torácica e dispneia, dependendo da extensão do
comprometimento pulmonar.
4. Metástase Hepática:
○ Descrição: O fígado é outro local comum de metástase em casos de câncer de próstata
avançado, embora seja menos frequente que as metástases ósseas.
○ Mecanismo de Disseminação: A disseminação para o fígado geralmente ocorre através da
circulação sistêmica, onde as células tumorais podem se alojar no parênquima hepático.
○ Características Clínicas: As metástases hepáticas podem causar sintomas como dor
abdominal, hepatomegalia (aumento do fígado) e, em casos avançados, icterícia. No
entanto, muitas vezes as metástases hepáticas são silenciosas e descobertas apenas em
exames de imagem.
5. Outros Sítios de Metástase:
○ Embora menos comuns, outros órgãos como as glândulas adrenais, o cérebro e os rins
também podem ser afetados por metástases em estágios avançados de câncer de próstata.
Esses sítios metastáticos estão associados a um prognóstico pior e são geralmente vistos
em pacientes com doença amplamente disseminada.
Considerações Clínicas

● Sintomas Relacionados às Metástases: A apresentação clínica das metástases pode variar


amplamente dependendo do local afetado. As metástases ósseas causam dor óssea e fraturas, as
metástases linfonodais podem causar linfadenopatia e edema, enquanto as metástases viscerais,
como no fígado e pulmões, podem levar a sintomas específicos dos órgãos envolvidos, como dor
abdominal, icterícia ou dispneia.
● Prognóstico: A presença de metástases é um indicador de doença avançada e está associada a um
prognóstico pior. O câncer de próstata com metástases ósseas, por exemplo, é frequentemente
incurável e tratado com foco no controle da doença e alívio dos sintomas.
● Tratamento: O manejo do câncer de próstata metastático geralmente envolve terapia hormonal
(castração química ou cirúrgica), quimioterapia, radioterapia paliativa e, em alguns casos, novas
terapias como inibidores de receptores androgênicos ou radiofármacos específicos para metástases
ósseas.
○ Cite e explique as medidas terapêuticas do câncer de próstata.
Fatores levados em consideração:
Gravidade do câncer (categoria de risco)
Valores e preferências do paciente
Expectativa de vida
Sintomas gerais funcionais e geniturinários de pré-tratamento
Estado funcional pós-tratamento esperado
Potencial para tratamento de resgate
Os tratamentos padrão para câncer de próstata clinicamente localizado incluem o seguinte: Vigilância ativa:
monitoramento do câncer de próstata por meio de exames e consultas
Radioterapia: Convencional; Conformada tridimensional (3-D); Radioterapia com intensidade modulada;
Braquiterapia temporária e permanente; Radiação de feixe de prótons; Radiação estereotaticamente guiada;
Utiliza radiações ionizantes para destruir ou inibir o crescimento das células cancerígenas que formam um
tumor;)
Prostatectomia radical: cirurgião faz várias incisões pequenas, por onde são inseridos instrumentos especiais
para remover a próstata. Todo o procedimento é controlado através de um painel de controle para mover com
precisão os braços robóticos que seguram as ferramentas.
Terapia hormonal: Castração (ablação androgênica): Orquiectomia (cirúrgicas) ou Agonistas do GnRH
(medicamentosa); Medicamentos para diminuir o nível dos andrógenos das glândulas suprarrenais:
Cetoconazol e Abiraterona; Medicamentos que bloqueiam a função dos andrógenos: Enzalutamida,
apalutamida e darolutamida; Quimioterapia: Tratamento com medicamentos administrados por via
intravenosa ou por via oral. Abiraterona associado ou não a Predsona;
● QUESTÕES DE APRENDIZAGEM:
○ Explique e diferencie o câncer sólido do não sólido. Para diferenciar tem que entender
sua célula de origem/ precisa saber a caracterização, modulados infiltrativos e
encerados
Câncer Sólido: Os cânceres sólidos são tumores que se formam em tecidos específicos do corpo, como
órgãos, músculos ou ossos. Eles consistem predominantemente de células tumorais organizadas em massa
sólida.
Exemplos Comuns
● Carcinomas: Tumores que se originam em epitélios (ex.: câncer de mama, pulmão, cólon).
● Sarcomas: Tumores que se desenvolvem em tecidos mesodérmicos, como músculos, ossos e
cartilagens (ex.: osteossarcoma, lipossarcoma).
● Tumores neurogênicos: Tumores que surgem do sistema nervoso (ex.: gliomas).
Características
● Morfologia: Apresentam uma estrutura bem definida e podem ser palpáveis ou visíveis em
exames de imagem.
● Crescimento: Geralmente, o crescimento é local, mas pode haver metástases para linfonodos ou
outros órgãos.
● Tratamento: O tratamento pode incluir cirurgia, radioterapia e quimioterapia, dependendo do
tipo e estágio do câncer.
Câncer Não Sólido: Os cânceres não sólidos, também conhecidos como leucemias ou neoplasias
hematológicas, são malignidades que afetam as células sanguíneas e os tecidos hematopoiéticos. Eles
não formam massas sólidas, mas sim infiltram o sangue e a medula óssea.
Exemplos Comuns
● Leucemias: Neoplasias que se originam nas células da medula óssea e se disseminam pelo
sangue (ex.: leucemia mieloide aguda, leucemia linfoblástica aguda).
● Linfomas: Tumores que se desenvolvem nos linfonodos e no sistema linfático (ex.: linfoma de
Hodgkin, linfoma não-Hodgkin).
● Mieloma Múltiplo: Câncer das células plasmáticas que afeta a medula óssea.

Características
● Morfologia: Não formam massas sólidas; as células malignas estão dispersas no sangue e na
medula óssea.
● Crescimento: O crescimento é difuso e pode afetar a produção normal de células sanguíneas,
levando a anemia, infecções e hemorragias.
● Tratamento: O tratamento frequentemente envolve quimioterapia sistêmica, terapia alvo e
transplante de medula óssea.
Comparação entre Câncer Sólido e Não Sólido
Característica Câncer Sólido Câncer Não Sólido
Estrutura Massa sólida Células dispersas
Localização Órgãos e tecidos Sangue e medula óssea
Exemplos Carcinomas, sarcomas Leucemias, linfomas
Crescimento Local com possibilidade de metástase Difuso, infiltrado no sangue

Tratamento Cirurgia, radioterapia, quimioterapia Quimioterapia sistêmica, transplante

○ Caracterize a fisiopatologia da leucemia (mieloide e linfoide, aguda e crônica)


(anatomia, fisiologia e patologia) - agrupamento da resposta de felipe fisiopatologia
geral considerando as 4 juntas -
○ Relacione os tipos de leucemias com: faixa etária, prognóstico, suas formas de
apresentação e epidemiologia. Referencia é o inca.

Leucemia Mieloide Aguda (LMA)

A LMA ocorre por transformação maligna das células jovens (blastos) que irão dar origem a linhagem
mieloide do sangue (parte dos leucócitos, hemácias e plaquetas).

Mais comum em adultos acima dos 60 anos, no sexo masculino e em brancos. Porém, atinge todas as
idades.
● Prognóstico:
○ O prognóstico varia amplamente dependendo de fatores como idade, estado geral do
paciente, características citogenéticas e moleculares da doença. A taxa de sobrevivência
em cinco anos é geralmente inferior a 30% em adultos.
● Formas de Apresentação:
○ Sintomas iniciais incluem fadiga, febre, hemorragias (petequias, equimoses), dor óssea e
infecções recorrentes. A infiltração da medula óssea leva à anemia e trombocitopenia.
● Epidemiologia:
○ A LMA representa aproximadamente 25% das leucemias em adultos. A incidência é de
cerca de 3,6 casos por 100.000 habitantes por ano, com variações geográficas e étnicas.

Leucemia Mieloide Crônica (LMC) fases

A LMC é a transformação maligna das células adultas da série mieloide. Curso inicial lento. Risco de
transformação blastica ao longo dos anos

A LMC é causada por um defeito de um cromossoma, que se torna mais curto do que o usual, chamado
de cromossoma Filadélfia. Este defeito não é transmitido dos pais para os filhos, e sim adquirido durante
a vida. Adultos entre 30 e 50 anos, sendo muito rara em crianças e jovens. O aumento do baço e/ou
fígado, associado a uma contagem de leucócitos muito elevada no hemograma, é um achado típico da
LMC.
● Faixa Etária:
○ Mais comum em adultos, especialmente entre 50 e 70 anos.
● Prognóstico:
○ O prognóstico melhorou significativamente com o uso de inibidores de tirosina quinase
(ex.: imatinibe). A sobrevida média é superior a 10 anos na fase crônica, mas pode ser
menor nas fases acelerada e blástica.
● Formas de Apresentação:
○ Inicialmente assintomática ou com sintomas leves como fadiga e esplenomegalia. Com a
progressão, pode haver aumento da leucocitose e sintomas relacionados à crise blástica
(semelhança com LMA).
● Epidemiologia:
○ Representa cerca de 15% das leucemias em adultos. A incidência é de aproximadamente
1,5 a 2,0 casos por 100.000 habitantes por ano.

3. Leucemia Linfoide Aguda (LLA)


● Faixa Etária:
○ Predomina em crianças, sendo a forma mais comum de leucemia nessa faixa etária.
Também pode ocorrer em adultos, mas com menor frequência.
● Prognóstico:
○ O prognóstico é geralmente favorável em crianças, com taxas de cura superiores a 80%.
Em adultos, o prognóstico é menos favorável, com taxas de sobrevivência em cinco anos
variando entre 30% e 50%.
● Formas de Apresentação:
○ Sintomas incluem febre, fadiga, dor óssea, linfadenopatia, hepatomegalia e
esplenomegalia. Pode haver manifestações hemorrágicas devido à trombocitopenia.
● Epidemiologia:
○ A LLA representa cerca de 25% das leucemias em crianças. A incidência é de
aproximadamente 4 a 5 casos por 100.000 habitantes por ano em crianças.

4. Leucemia Linfoide Crônica (LLC)


● Faixa Etária:
○ Predominantemente afeta adultos mais velhos, com pico de incidência entre 60 e 70
anos.
● Prognóstico:
○ O prognóstico é variável; muitos pacientes podem viver anos sem tratamento, mas a
progressão da doença pode levar a complicações fatais. A sobrevida média é de 5 a 10
anos.
● Formas de Apresentação:
○ Frequentemente assintomática no início, podendo apresentar linfadenopatia,
esplenomegalia e sintomas relacionados à hipogamaglobulinemia (infecções
frequentes).
● Epidemiologia:
○ A LLC é a forma mais comum de leucemia em adultos nos países ocidentais,
representando cerca de 30% das leucemias. A incidência é de aproximadamente 4 a 5
casos por 100.000 habitantes por ano.
○ Descreva os sinais e sintomas e correlacione com a evolução das leucemias.
1. Sintomas Gerais:
○ Fadiga e fraqueza: Resultantes da anemia secundária à infiltração da medula óssea.
○ Febre: Pode ser persistente ou intermitente, frequentemente associada a infecções
devido à neutropenia.
○ Perda de peso inexplicada: Comum em estágios avançados.
2. Sintomas Hematológicos:
○ Púrpura e equimoses: Devido à trombocitopenia, levando a sangramentos cutâneos.
○ Sangramentos mucosos: Como epistaxe ou gengivorragia, também relacionados à
diminuição das plaquetas.
3. Sintomas Infecciosos:
○ Infecções recorrentes: Devido à imunossupressão causada pela redução de leucócitos
funcionais.
4. Sintomas Específicos:
○ Adenomegalia: Linfonodos aumentados, especialmente no pescoço, axilas e região
inguinal.
○ Esplenomegalia e hepatomegalia: Resultantes da infiltração de células leucêmicas.
○ Dor óssea: Causada pela expansão da medula óssea.
5. Sintomas Neurológicos (mais comuns em leucemias agudas):
○ Cefaleia: Pode ocorrer devido à infiltração meníngea.
○ Alterações neurológicas: Como confusão mental ou convulsões, indicando envolvimento
do sistema nervoso central.

Evolução dos Sinais e Sintomas


● Leucemia Linfóide Aguda (LLA):
○ Os sintomas geralmente se desenvolvem rapidamente, em dias a semanas. A
apresentação inicial é frequentemente marcada por febre, fadiga intensa e sinais de
hemorragia.
● Leucemia Mieloide Aguda (LMA):
○ Semelhante à LLA, os sintomas surgem rapidamente. A dor óssea e a infecção são
comuns, com uma evolução que pode levar a complicações severas em semanas.
● Leucemia Linfóide Crônica (LLC):
○ A evolução é mais insidiosa, com muitos pacientes assintomáticos inicialmente. O
aumento dos linfonodos e do baço pode ser notado durante exames de rotina.
● Leucemia Mieloide Crônica (LMC):
○ A fase crônica pode durar anos, com sintomas leves ou ausentes. Quando avança para a
fase acelerada ou crise blástica, os sintomas se tornam mais pronunciados, semelhantes
aos da LMA.

Prognóstico

O prognóstico das leucemias varia conforme o tipo, a idade do paciente, a


presença de fatores de risco genéticos e a resposta ao tratamento. As leucemias
agudas tendem a ter um prognóstico mais reservado sem intervenção precoce,
enquanto as formas crônicas podem permitir uma sobrevida prolongada com
manejo adequado.

○ Destrinche os exames laboratoriais e clínicos para diagnóstico e rastreio das leucemias.


Exames Laboratoriais - livro hematologia de half brend; lista do inca
Achados:
Hemograma Completo
● Descrição: O hemograma é um exame inicial fundamental que avalia a contagem de glóbulos
brancos (leucócitos), glóbulos vermelhos (eritrócitos) e plaquetas.
● Alterações Comuns:
○ Leucocitose ou leucopenia (aumento ou diminuição dos leucócitos).
○ Anemia (diminuição da hemoglobina).
○ Trombocitopenia (diminuição das plaquetas).

Esfregaço Sanguíneo
● Descrição: Avaliação morfológica das células sanguíneas através de um esfregaço corado.
● Importância: Permite a identificação de células imaturas (blastos), que são indicativas de
leucemia, além de outras anormalidades celulares.

Biópsia de Medula Óssea


● Descrição: Procedimento invasivo que envolve a coleta de medula óssea para análise.
● Indicações: Confirmar o diagnóstico de leucemia, avaliar a infiltração da medula por células
neoplásicas e realizar estudos citogenéticos.
● Resultados: Pode revelar hiperplasia, hipoplasia ou infiltração por células leucêmicas.

Citometria de Fluxo
● Descrição: Técnica que permite a análise fenotípica das células sanguíneas.
● Utilidade: Identificação de subtipos de leucemia com base na expressão de marcadores de
superfície celular. É crucial para diferenciar leucemias agudas (LMA, LLA) e crônicas (LMC, LLC).

Estudos Citogenéticos e Moleculares


● Descrição: Inclui cariotipagem e técnicas como PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) para
detectar anomalias genéticas específicas.
● Exemplos de Alterações:
○ Translocação t(9;22) no caso da Leucemia Mieloide Crônica (LMC).
○ Translocação t(15;17) associada à Leucemia Promielocítica Aguda (LPA).

Exames Clínicos

Avaliação Clínica
● Descrição: Inclui a anamnese detalhada e exame físico.
● Sinais e Sintomas Comuns:
○ Fadiga, palidez, febre, sudorese noturna, perda de peso inexplicada.
○ Hemorragias e equimoses devido à trombocitopenia.
○ Linfadenopatia e esplenomegalia.

Exames de Imagem
● Ultrassonografia Abdominal: Para avaliar esplenomegalia e hepatomegalia.
● Tomografia Computadorizada (TC): Pode ser utilizada para investigar linfonodos aumentados ou
massas mediastinais.
Diagnóstico Diferencial

É importante considerar outras condições que podem mimetizar as manifestações clínicas das leucemias,
tais como:
● Anemia ferropriva.
● Síndromes mielodisplásicas.
● Linfomas.
● Infecções virais (ex.: HIV, mononucleose).
○ Descreva o tratamento das leucemias e suas indicações.
O tratamento das leucemias é altamente dependente do tipo específico da doença, da fase em que se
encontra, das características genéticas das células leucêmicas e das condições clínicas do paciente. A
abordagem terapêutica pode incluir quimioterapia, terapia alvo, radioterapia, transplante de medula óssea
e cuidados paliativos. A seguir, descrevem-se os principais tipos de leucemia e suas respectivas opções de
tratamento.

1. Leucemia Linfóide Aguda (LLA)

Tratamento:
- Quimioterapia Intensiva:
- Regimes como o protocolo de Berlin-Frankfurt-Münster (BFM) são frequentemente utilizados.
- Indução com agentes como vincristina, prednisona, asparaginase e daunorrubicina.

- Terapia de Manutenção:
- Inclui metotrexato, mercaptopurina e prednisona por um período prolongado.

- Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas (TCTH):


- Indicado em casos de recidiva ou risco elevado de recaída.

- Terapia Alvo:
- Para pacientes com mutações específicas, como a fusão BCR-ABL, pode ser utilizada a imatinibe ou
outros inibidores de tirosina quinase.

Indicações:
- Tratamento inicial para todos os pacientes diagnosticados com LLA.
- TCTH em pacientes com alto risco de recidiva ou falha na resposta à quimioterapia.

2. Leucemia Mieloide Aguda (LMA)


Tratamento:
- Quimioterapia Indutiva:
- Regime padrão inclui citarabina e antraciclinas (ex.: daunorrubicina).

- Quimioterapia de Consolidação:
- Após a remissão, ciclos adicionais de quimioterapia são administrados para eliminar células residuais.

- Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas (TCTH):


- Considerado em pacientes com LMA de alto risco ou em recidiva.

- Terapia Alvo:
- Inibidores de FLT3 (como midostaurina) para pacientes com mutações FLT3.
- Inibidores de IDH (como ivosidenibe e enasidenibe) para leucemias com mutações IDH.

Indicações:
- Quimioterapia é o tratamento padrão para todos os pacientes com LMA.
- TCTH em casos de alto risco ou recidiva.

3. Leucemia Linfóide Crônica (LLC)

Tratamento:
- Observação Vigilante:
- Em estágios iniciais e assintomáticos, pode ser adotada uma abordagem de "watchful waiting".

- Terapia Imunológica e Quimioterapia:


- Uso de fludarabina, ciclofosfamida e rituximabe (FCR) em pacientes sintomáticos.

- Terapia Alvo:
- Inibidores de BTK (como ibrutinibe) e inibidores de BCL-2 (como venetoclax) são opções eficazes.

Indicações:
- Tratamento ativo em pacientes sintomáticos ou com progressão da doença.
- Terapias alvo em pacientes com características genéticas específicas ou resistência à quimioterapia.

4. Leucemia Mieloide Crônica (LMC)

Tratamento:
- Terapia Alvo:
- Inibidores de tirosina quinase, como imatinibe, nilotinibe e dasatinibe, são o tratamento de primeira
linha.

- Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas (TCTH):


- Considerado em casos de transformação blástica ou resistência aos inibidores.

Indicações:
- Tratamento contínuo com inibidores de tirosina quinase para todos os pacientes diagnosticados.
- TCTH em situações de falha no tratamento ou evolução para fase acelerada/blástica.

Considerações Finais

O manejo das leucemias deve ser individualizado, levando em consideração fatores como idade, estado
geral do paciente, presença de comorbidades e características moleculares da doença. O
acompanhamento regular e a monitorização da resposta ao tratamento são cruciais para otimizar os
resultados e ajustar as estratégias terapêuticas conforme necessário.

Referências

1. Pui CH, et al. Childhood acute lymphoblastic leukemia: progress through collaboration. J Clin Oncol.
2008;26(1):1-13.
2. Döhner H, et al. Diagnosis and management of acute myeloid leukemia in adults: recommendations
from an expert panel on behalf of the European LeukemiaNet. Blood. 2017;129(4):424-447.
3. Kantarjian HM, et al. Chronic myeloid leukemia: current treatment algorithms. Cancer.
2010;116(14):3345-3356.
4. Hallek M, et al. Guidelines for the diagnosis and treatment of chronic lymphocytic leukemia: a report of
the International Workshop on Chronic Lymphocytic Leukemia updating the National Comprehensive
Cancer Network guidelines. Blood. 2008;111(12):5446-5456.

○ Identifique os papéis das entidades de apoio para o paciente e seus familiares.

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