Teoria de Voo Piloto Privado de Avião
Teoria de Voo Piloto Privado de Avião
Teoria de Voo Piloto Privado de Avião
Ação e Reação, (terceira lei de Newton) toda ação corresponde a uma reação de
igual intensidade, porém em sentido contrario.
Escalas °C e °F
Formula para transformar °C em °F
F= C x 1,8 + 32
Elementos de um perfil:
- Bordo de ataque
- Bordo de fuga
- Extradorso (superfície superior)
- Intradorso (superfície inferior)
- Corda (linha reta que liga o bordo de ataque e o de fuga)
- linha de curvatura media ou linha media (linha eqüidistante entre o intradorso e o
extradorso.
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Escoamento
Forças aerodinâmicas
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Quando se aumenta o ângulo de ataque de um perfil assimétrico, a resultante
aerodinâmica fica maior, e o centro de pressão avança mais para frente.
Em perfil simétrico quando se aumenta o ângulo de ataque, a resultante
aerodinâmica aumenta, e o centro de pressão permanece no mesmo lugar. Isso mostra que
o centro de pressão de um perfil simétrico é imutável.
Para facilitar o estudo das forças numa asa a resultante aerodinâmica é dividida em
duas componentes:
- Sustentação é a componente da resultante aerodinâmica perpendicular a direção
do vento relativo, ela sustenta o peso do avião.
- Arrasto é a componente da resultante aerodinâmica paralela a direção do vento
relativo, e é prejudicial.
Obs.: a única força produzida pela asa é a resultante aerodinâmica, a sustentação e
o arrasto são componentes da mesma criadas para facilitar o estudo.
Obs.: a sustentação não é sempre vertical, e o arrasto nem sempre é horizontal,
depende da inclinação do vento relativo.
Sustentação
Dependendo do ângulo de ataque, e do perfil a sustentação assumira valores
diferentes:
- Quando o ângulo de ataque é positivo, a sustentação será positiva independente
do tipo de perfil.
- Quando o ângulo de ataque for nulo, ou seja, o vento relativo sopra na mesma
direção da corda, nos perfis assimétricos a sustentação será positiva, já nos perfis simétricos
a sustentação será nula.
- Ângulo de ataque de sustentação nulo é o ângulo no qual a asa não produz
sustentação , este ângulo é sempre negativo nos perfis assimétricos, e nulo nos perfis
simétricos.
- Quando o ângulo de ataque for menor que o ângulo de sustentação nula, a
sustentação torna-se negativa, e é usada para o vôo invertido (vôo de dorso).
Quanto maior o ângulo de ataque maior a sustentação, isso até atingir um ângulo
Maximo chamado de ângulo de sustentação máxima também chamado de ângulo critico, ou
ângulo de estol, ou ângulo de perda. Ultrapassando esse ângulo critico, os filetes de ar não
conseguem mais acompanhar a curvatura do extradorso, e começa a se formar um
turbilhonamento, diminuindo bruscamente a sustentação e aumentando o arrasto.
Coeficiente de sustentação é um numero determinado experimentalmente. Ele é
tanto maior quanto maiores forem:
- o ângulo de ataque
- a espessura do aerofólio
- a curvatura do aerofólio
Arrasto
O arrasto não é causado pela área de contato com o vento, nem com turbulência
em si, mas pela redução de pressão gerada atrás dos objetos.
Uma superfície aerodinâmica tem pequena resistência ao avanço porque ela produz
um turbilhonamento muito pequeno.
O arrasto de um aerofólio é muito pequena quando o ângulo de ataque for
pequeno, porem quando se aumenta o ângulo de ataque o arrasto também aumenta.
Arrasto induzido
Devido a diferença de pressão entre o intradorso e o extradorso, o ar da parte de
baixo da asa (intradorso) tende a fugir para o extradorso, causando um turbilhonamento em
espiral, que causa um arrasto adicional, chamado arrasto induzido, a fuga do ar do
intradorso para o extradorso diminui a sustentação, obrigando o piloto a aumentar o ângulo
de ataque , o que implica maior arrasto. O turbilhonamento induzido ou vórtice induzido é
maior em baixas velocidades, como na decolagem e no pouso pois nessas condições o
angulo de ataque é maior.
Dispositivos hipersustentadores
Flape aumenta a curvatura do perfil, diminuindo o ângulo critico, funcionam
também como freio aerodinâmico, os tipos mais comuns de flapes são: simples, com fenda,
ventral e o tipo Fowler.
O tipo Fowler é o que proporciona maior aumento no coeficiente de sustentação.
Slot também denominado fenda ou ranhura possibilita que a asa atinja ângulos de
ataque mais elevados.
Slat é um tipo de slot com mola que com o vento relativo fica recolhido, e quando
se aumenta o ângulo de ataque, a mola o impulsiona para frente, fazendo-o entrar em ação.
Slots e slats podem ser usados em pontas de asa a fim de evitar o estol de ponta de
asa, outra maneira de se evitar esse inconveniente é a torção da ponta da asa.
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Grupos moto-propulsores
Vôo horizontal
Em vôo horizontal de velocidade constante, a sustentação é igual ao peso, e a
tração de hélice é igual ao arrasto.
Se diminuir a velocidade mantendo o vôo horizontal será necessário aumentar o
ângulo de ataque. A menor velocidade possível é quando o avião voa no ângulo de ataque
critico, essa velocidade chama-se velocidade de estol. No ângulo de estol a sustentação é
máxima.
A maioria dos aviões não possuem indicador de ângulo de ataque, então o piloto
devera se orientar pelo velocímetro. Ex: se o avião estiver voando próximo a velocidade de
estol indicada pelo fabricante significa que a asa esta próxima ao ângulo de ataque critico.
Como regra geral, para voar em alta velocidade é necessário aumentar a potencia e,
para voar em baixa velocidade diminuir a potencia, mas há uma exceção a regra: baixas
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velocidades requerem grandes ângulos de ataque, os quais aumentam o arrasto e, para
vencer esse arrasto, é preciso aumentar a potencia.
Potencia disponível é a máxima potencia que o grupo moto-propulsor consegue
fornecer ao avião.
Vôo planado
Vôo ascendente
Num vôo ascendente o valor da sustentação é menor que o peso do avião, o que
torna possível o vôo é a tração da hélice.
Existem duas velocidades importantes no vôo ascendente:
Velocidade de máxima razão de subida, ganha altura mais rapidamente.
Velocidade de maximo ângulo de subida, maior ângulo de subida, velocidade é
menor que a de máxima razão de subida. Após a decolagem deve-se subir na velocidade de
maximo ângulo de subida, afim de livrar mais rápido os obstáculos.
Teto absoluto é a altura máxima que a aeronave pode subir devido a queda da
densidade do ar.
Teto pratico ou teto de serviço é a altitude onde a razão de subida máxima é igual a
100ft/min ou 0,5m/s.
Performance em subida para obter a máxima razão de subida, o avião deve voar na
velocidade na qual haja maior sobra de potencia.
A razão de subida máxima ou a de maior ângulo de subida dependem do peso,
altitude, potencia disponível, e área da asa.
Maior ângulo de subida :
- Baixo peso
- Baixa altitude
- Alta potência disponível
- grande área de asa
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Cargas dinâmicas
São esforços que o avião sofre durante o vôo, devido a turbulências, manobras, etc.
Cargas dinâmicas horizontais geralmente fracas e não afetam a estrutura do avião.
Cargas dinâmicas verticais são de maior importância, podendo inclusive destruir o
avião se forem excessivas.
Fator de carga as cargas dinâmicas verticais são medidas pelo acelerômetro que é
expresso pelo fator de carga, que é a razão entre a sustentação e o peso do avião.
Fator carga conforme o tipo de vôo:
- nivelado = 1
- picar < 1 podendo chegar a zero e até negativo.
- cabrar > 1
Principais causas do fator carga:
- vôos em curva > 1
- manobras feitas pelo piloto
- rajadas de vento
- recuperações de mergulho
Fator carga nas curvas: a sustentação produzida pela asa durante uma curva é maior
que o peso do avião, e por este motivo o fator carga será sempre maior que 1G em curva.
Em uma curva de 60° de inclinação o fator carga será de 2G.
Fator de carga nas manobras: aviões de acrobacia suportam fatores de carga
altíssimos : 6G positivo e -3G negativo.
Fator de carga nas rajadas: quando surge uma rajada de vento ascendente, o ângulo
de ataque aumenta repentinamente (devido à composição de vetores), isso faz com que o
fator de carga aumente bruscamente, podendo danificar a aeronave se ela estiver em alta
velocidade.
Para evitar fatores de carga elevados é necessário diminuir a velocidade de acordo
com as recomendações do fabricante do avião. Uma redução exagerado faz com que o avião
entre em estol mais facilmente.
Fator de carga nas recuperações: podem ocorrer por dois motivos
a) Velocidade muito elevada;
b) A asa é obrigada a sustentar o peso do avião, e também produzir a força
centrípeta necessária para recuperar o vôo nivelado.
Estol de velocidade ao puxar bruscamente o manche a asa poderá ultrapassar o
ângulo de ataque critico e o avião entra em estol. Para corrigir esta situação o piloto devera
baixar o nariz do avião e tentar novamente puxar o manche mais suavemente.
Em aviões com cauda “T” a recuperação pode ser impossível pois a turbulência
gerada pelas asas poderá envolver o profundor.
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Decolagem e pouso
Comandos de vôo
Três eixos imaginários que passam pelo centro de gravidade:
- longitudinal
- transversal ou lateral
- vertical
Movimento em torno do eixo transversal: arfagem ou tangagem, compreende dois
movimentos: cabrar e picar.
Movimento em torno do eixo longitudinal: rolagem, rolamento bancagem, ou
inclinação lateral.
Movimento em torno do eixo vertical: guinada.
Superfícies de comando produzem forças necessárias para controlar o avião
modificando o ângulo de ataque
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Compensadores tornam aos comandos mais leves, podem ser de três tipos:
- tipo 1 – deslocamento do eixo articulado.
- tipo 2 – saliência na superfície de comando.
- tipo 3 – compensador automático.
Equilibradores tabs ou compensadores pequenas superfícies colocadas nos bordos
de fuga das superfícies de controle com as seguintes finalidades:
- tirar tendências indesejáveis.
- compensar o avião em diferentes atitudes de vôo.
- tornar o comando mais leve.
Tipos de compensadores:
- fixo
- comandáveis
- automáticos
Guinada adversa em uma curva sem aplicar o pedal, a asa de cima tem arrasto maior
do que a asa mais baixa, e força o nariz para o lado contrario a curva.
A guinada adversa pode ser evitada de três maneiras:
- aplicando leme de direção no sentido contrario ao da guinada
- ailerons diferenciais, movimento para cima maior que para baixo.
- ailerons tipo “frise”, ao ser defletido para cima provoca uma saliência do lado de
baixo cujo qual provoca maior arrasto.
Estabilidade longitudinal
Tipos de equilíbrio:
- estável
- instável
- indiferente
Afastando-se da condição de equilíbrio o avião pode comportar de três maneiras:
- estaticamente estável o avião tende a voltar ao equilíbrio
- estaticamente instável o avião tende a afastar-se mais do equilíbrio.
- estaticamente indiferente o avião continua fora do equilíbrio.
A asa de um avião devido ao seu perfil assimétrico, é estaticamente instável, exemplo
se o ângulo de ataque aumenta o CP desloca-se para frente aumentando ainda mais o
ângulo de ataque.
O que torna o avião estável é o estabilizador, que faz com que o avião sempre
retorne a posição original de equilíbrio, exemplo se o avião levanta o nariz, o ângulo de
ataque do estabilizador aumenta forçando a cauda para cima.
Para que um avião seja estaticamente estável é necessário que ele tenha nariz
pesado, ou seja o centro de gravidade deve estar localizado à frente do centro de pressão.
O centro de gravidade deve estar situado dentro dos limites estipulado pelo
fabricante.
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Centro de gravidade demasiadamente a frente, avião demasiadamente estável não
responde adequadamente ao comando.
Centro de gravidade demasiadamente afastado, avião com grande manobrabilidade.
Estável
Estável e Dinamicamente Instável
Estaticamente Instável Indiferente
Indiferente
Estabilidade lateral
Assim como a estabilidade longitudinal, a estabilidade lateral pode ser:
- estaticamente estável
- estaticamente instável
- estaticamente indiferente
A estabilidade lateral é menos importante porque os esforços laterais no avião são
geralmente pequenos.
Existem cinco fatores que influenciam na estabilidade lateral:
a) Diedro
b) Enflechamento
c) Efeito de quilha
d) Efeito de fuselagem
e) Distribuição de pesos
Diedro:
Diedro positivo aumenta a estabilidade lateral.
Diedro negativo diminui a estabilidade lateral.
Diedro nulo avião estaticamente indiferente.
Enflechamento
Enflechamento positivo tende a ser estável.
Enflechamento negativo tende a ser instável.
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Efeito de quilha
Área lateral acima do centro de gravidade maior que a área lateral abaixo do centro
de gravidade, estaticamente estável.
Área lateral abaixo do centro de gravidade é maior do que a área acima,
estaticamente instável.
Efeito de fuselagem
O efeito de fuselagem diminui o efeito de diedro, diminuindo portanto a estabilidade
lateral.
Distribuição de pesos
Nos aviões de asa alta, o peso aumenta a estabilidade lateral.
Nos aviões de asa baixa, o peso diminui a estabilidade lateral.
Um avião não deve ter uma estabilidade lateral exagerada, porque deixaria de
obedecer adequadamente os comandos dos ailerons. Por essa razão aviões cargueiros de
asa alta tem diedro negativo.
Estabilidade dinâmica lateral
Avião dinamicamente estável volta ao equilíbrio, amortecendo as oscilações.
Avião dinamicamente indiferente volta ao equilíbrio mas não consegue amortecer as
oscilações.
Avião dinamicamente instável tenta voltar ao equilíbrio, mas se desequilibra cada
vez mais.
Estabilidade direcional
Equilíbrio em torno do eixo vertical pode ser:
- estaticamente estável.
- estaticamente instável.
- estaticamente indiferente.
Dois fatores influenciam na estabilidade direcional:
- enflechamento
- efeito quilha
Enflechamento
- enflechamento positivo aumenta a estabilidade
- enflechamento negativo diminui a estabilidade.
Efeito de quilha
Grande área lateral atrás do centro de gravidade aumenta a estabilidade direcional.
Grande área lateral a frente do centro de gravidade, diminui a estabilidade
direcional.
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Estabilidade dinâmica direcional
Um avião pode ser estaticamente estável direcionalmente e:
- dinamicamente estável volta ao equilíbrio, amortecendo as oscilações.
- dinamicamente instável tenta voltar ao equilíbrio mas acaba oscilando mais forte.
- dinamicamente indiferente tenta voltar ao equilíbrio mas não consegue absorver as
oscilações.
Parafusos
Recuperação :
contrario ao da rotação.
- segundo passo sair do mergulho puxando progressivamente o manche para evitar o
estol de velocidade.
Importante: o peso não interfere no ângulo de inclinação, o avião pesado deve voar
com mais potencia e maior ângulo de ataque.
Quanto mais inclinada a curva, maior deve ser a sustentação. Para isso o piloto deve
manter o manche puxado durante toda curva.
Em uma curva inclinada de 60° a sustentação é igual ao dobro do peso o fator carga é
igual a 2G.
Um avião não pode fazer curvas inclinadas alem de um determinado limite, pois a
sustentação necessária estaria alem das suas possibilidades. Com isso se conclui que uma
curva com inclinação de 90° é impossível porque a sustentação teria de ser infinitamente
grande.
Os erros mais comuns no vôo em curva são:
- Glissada é provocada por uma inclinação exagerada das asas. A componente
vertical da sustentação é insuficiente para suportar o peso do avião, o qual escorrega para
dentro da curva, perdendo altitude.
- Derrapagem è causada pela inclinação insuficiente das asas devido à força
centrípeta ser insuficiente, e o avião derrapa para fora da curva. A derrapagem também
pode ocorrer quando se pisa em um dos pedais do leme de direção antes de inclinar as asas.
Raio limite é o menor raio possível, para o qual a potencia aplicada é máxima.
Atitudes diferentes:
Ao nível do mar, o ar é denso, o motor tem mais potencia, a curva pode então ser
bem fechada, portanto o raio limite é mínimo.
Aumentando a altitude, o ar ficara cada vez mais rarefeito, a potencia do motor
diminuirá, e consequentemente o raio limite ira aumentar ate que quando atingir o teto
absoluto, o avião fica incapaz de executar curvas.
Comandos de curva:
Para iniciar uma curva deve-se:
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- comandar os ailerons, para inclinar as asas,
- aplicar pedal no mesmo sentido da curva, para corrigir a guinada adversa,
- puxar o manche para aumentar a sustentação,
- aumentar a potencia do motor, para compensar o aumento de arrasto.
Depois de iniciada a curva devido à maior velocidade da asa externa à curva a
sustentação desta asa será ligeiramente maior, tendendo a aumentar demasiadamente a
inclinação, para compensar esse efeito deve-se aplicar levemente os ailerons no sentido
contrario a curva.
Estol em curva a velocidade de estol em uma curva é maior que em um vôo em linha
reta.
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