CLINICA MÉDICA 2) Síndrome Diarréica
CLINICA MÉDICA 2) Síndrome Diarréica
CLINICA MÉDICA 2) Síndrome Diarréica
1) Introdução 2
2) Diarréia Aguda 2
… (A) Diarréia por Vírus e Bactérias 3
… (B) Diarréia por Protozoários Intestinais 4
… (C) Diarréia por Helmintos Intestinais 5
3) Diarréia Crônica 7
… (D) Doença Celíaca 7
… (E) Doenças Inflamatórias Intestinais 8
4) Síndrome do Intestino Irritável 10
5) Esquistossomose 11
● EXTRAS 12
● RESUMO DA AULA 17
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19/02/22:
SÍNDROME DIARRÉICA
CARACTERISTICAS GERAIS
Classificação Topográfica:
Diarréia Não-Invasiva:
-Característica: ausência de muco, pus e sangue nas fezes
-Extra: Geralmente viral. Menos grave, mas também pode complicar (ex.: desidratação)
Diarréia Aguda → ΔT < 2-4 semanas. Obs.: algumas referências dizem < 3 semanas
-Para não confundir, na questão aparece história com “dias de evolução”
CAUSAS
Etiologia:
• Nos adultos, principal é o Norovírus
• Nas crianças, principal é o Rotavírus
Etiologias importantes:
-Escherichia coli enterotoxigênica→ diarreia do viajante
- Escherichia coli enterohemorrágica (ECEH O157:H7) → principal causa de SHU (toxina shiga-
like)
-Shigella → secunda causa de SHU. Alterações do SNC; Artrite reativa.
-Campylobacter jejuni → dica: bactéria pode causar a Síndrome de Guillain-Barré “CampyloBarré
jejuni”
-Salmonela → dica: infecções à distância, é uma bactéria com alto poder invasivo
-Ex.: abscessos, colecistite, meningite, osteomielite (no falcêmico), outros
- “criança com An. Falciforme, osteomielite e diarreia
-S. aureus → toxina termoestável; incubação curta (horas); comeu, horas depois passa mal.
-Clostridium difficile → dica: bactéria causadora da colite pseudomembranosa (abaixo)
COLITE PSEUDOMEMBRANOSA
Clostridium difficile
Fatores de risco:
-Uso prévio de ATB → Cefalosporinas, ↑↑Clindamicina, Quinolonas
- Idade avançada, comorbidades...
-Consequência: crescimento excessivo do Clostridium → libera toxina e gera inflamação
*Casos graves: associados à cepa NAP-1/027 que vem aumentando em frequência
História natural:
-Paciente faz uso do antibiótico → até 2-6 semanas depois disso, inicia quadro de colite
Diagnóstico:
- Diarréia ≥ 2 dias + (algum dos três abaixo)
- Toxina A / B nas fezes!
- NAAT: técnica molecular de ácido nucleico
- Colonoscopia: aspecto de “amigdalite no cólon em 50%
Tratamento:
-Suspender ATB
-Casos Leves: Metronidazol ORAL
-Casos Graves: Vancomicina ORAL ou Fidaxomicina
-Colite Fulminante: Vancomicina ORAL + Metronidazol EV
-Mais de 3 ep de recorrência: transplante de fezes (microbiota)
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Abordagem Sindrômica:
QUANDO INVESTIGAR:
- “Regra geral” → não investigar … CD: hidratação, dieta, retorno em alguns dias se não melhorar
- “SINAIS DE ALARME” →
• Desidratação: quando presente no adulto, é sempre “red flag” porque indica estar perdendo
muito e não conseguindo repor.
• Fezes com sangue: indicam etiologia bacteriana!
• Febre (≥ 38,5ºC):
• Idosos (≥ 70 anos): sempre “red flag” pois podem evoluir com dçs. oportunistas
• Imunocomprometidos: sempre “red flag” pois podem evoluir com dçs oportunistas
• Uso recente ATB: favorece CPM (não é “red flag”, mas tem tratamento específico). Lembrar de
colite pseudomembranosa.
• Sem melhora pós 48h
COMO INVESTIGAR
Hemograma → Hb (anemia? Diarreia invasiva, SHU), Lc (inflamação?), Pq (SHU?)
Bioquímica → uréia e creatinina (IRA pré-renal?), Na+ e K+ (perdas importantes de
eletrólitos?)
Exame de fezes → (lactoferrina, toxina, cultura, parasitológico) elementos anormais das
fezes (EAF - extra), EPF, toxinas fecais, coprocultura
COMO TRATAR:
Hidratação → SEMPRE
Antidiarréicos → podem ser usados com critério, mas não indicar uso de rotina
*Loperamida (Imosec ®): pode ser usada por questões sociais (ex.: prejuízos no trabalho,
etc) ! Importante → NUNCA usar se disenteria (muco, pus, sangue)
Repor flora intestinal (ex.: Floratil ®) não tem efeito benéfico comprovado... Podem ser
prescritos apenas para “parecer que teve alguma conduta”
DIARRÉIA CRÔNICA
DOENÇA CELÍACA
Fisiopatologia
Classificação:
Extra (apostila): Forma Atípica (“oligossintomática − doença escondida” − é a forma mais comum)
-Adolescentes e adultos ! Predominam alterações extra-intestinais ! Ex.: Baixa estatura,
Emagrecimento, Anemia ferropriva refratária, Anemia megaloblástica, Osteoporose, Atraso puberal,
Irregularidade menstrual, Hipoplasia do esmalte dentário, Artralgias, Constipação
Obs.: diagnóstico diferencial de anemia ferropriva refratária: tratamento incorreto, baixa adesão, por
doença celíaca, por parasitose intestinal, por sínd nefrótica (perde transferrina)
Obs. 2: nas acima, em vinho são os sinais/sintomas que também estavam cad. medcurso Extra
Condições Associadas:
Dermatite Herpetiforme:
-É uma dermatite auto-imune mediada por IgA !
- Lesões são muito semelhantes ao herpes
-(extra) Para alguns autores QC + DH = fecha diagn. de doença celíaca
- Tratamento: dapsona
Deficiência de IgA
Síndrome de Down (associação estatística)
Aumento risco de Linfoma
DM1; tireoidite autoimune
Diagnóstico
- Anticorpo Anti-Transglutaminase Tecidual IgA (= IgA anti-tTG)
*Motivo: é o mais sensível + possui boa especificidade.
- EDA com Biópsia: mais distal do duodeno (padrão ouro); atrofia de vilosidade com infiltrado
linfocitário. -Biópsia: Atrofia de vilosidades, Hiperplasia de criptas, Infiltrado linfomonocitário
-Pegadinha: apesar de PO, biópsia NÃO é patognomônica. Outras
doenças podem Obs.: enquanto mais distal no duodeno a biópsia for
feita, melhor é para interpretar
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Tratamento:
Curiosidade (alimentos proibidos): trigo, centeio, cevada, semolina, embutidos, salames, salsichas, alguns
condimentos (ex.: ketchup, maionese), alguns queijos, cerveja, vodka. Pg. 59
Obs: Principais causas de Pneumatúria → Diverticulite (“apendicite à esquerda”, no idoso), Câncer colorretal
(“inflama de dentro para fora”, no idoso), Dç. de Crohn (“inflamação transmural”, jovem)
DIARRÉIA POR PROTOZOÁRIOS INTESTINAIS
Caraterísticas Gerais
Entamoeba hystolitica e Giardia Lamblia
- Unicelulares
- Não causam EOSINOFILIA
- Maioria assintomática (tratar sempre)
- Transmissão fecal-oral
Quadro clínico:
Até 90% são assintomáticos. Porém, sempre devem ser tratados
**Motivo: se não tratado, o indivíduo se torna foco de infecção para a comunidade
Diagnóstico:
- EPF com cistos e/ou trofozoítas
- Droga “Pega tudo” → Nitazoxanida (Anitta®)
Tratamento:
“…nidazois” →
• Secnidazol, Metronidazol, Tinidazol (é o mais efetivo)
• Nitazoxanida (pega tudo, “anita”
Diagnóstico Diferencial
AMEBÍASE:
Agente: Entamoeba hystolitica
INVASIVA (cólon)
Disenteria, ameboma, abcessos (hepático, pulmão, SNC...)
TRATAMENTO:
- Assintomático: Teclosan ou Etofamida
- Outras formas: ..nidazol + Teclosan ou Etofamida
ATENÇÃO:
- Entamoeba coli, Iodamoeba butschlli, Endolimaz nana
- Não tratar! São amebas comensais.
GIARDÍASE
Agente: Giardia lamblia
NÃO INVASIVA (delgado) atapeta
Má-absorção!! Ddx com Celiaca
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TRATAMENTO:
- ...nidazol
- Alternativa: Albendazol® por 5 dias
**Dica importante: pode causar esteatorréia, “fezes ficam mal-cheirosas, pálidas”
Extras (MedCurso): diagnóstico (EPF é usado, porém não distingue ameba patológica e comensal …
sorologia e antígeno fecal estão ganhando importância), abscesso hepático amebiano (febre, dor HD,
hepatomegalia, sinal de Torres-Homem, diagnóstico por sorologia e USG, tratamento clínico, drenagem é
excessão), tratamento (leves: secnidazol; graves/extra-intestinais: metronidazol; assintomáticos: teclozan),
comensais (Entamoeba coli, Iodamoeba butschlii, Endolimax nana - não indicam tratamento)
-Diagnóstico diferencial importante: Doença Celíaca (até a biópsia pode ser semelhante)
Extras (MedCurso): diagnóstico (tem reprodução cíclica e pode ter EPF(−); se solicitar EDA para DD
com celíaca, fazer aspirado duodenal com pesquisa de giardia), tratamento (também pode albendazol)
Características Gerais:
Ascaris, Ancilostomídeo, Estrongiloides, Trichuris, Entorobius
- Visíveis
- Causam EOSINOFILIA
- Maioria assintomática (sempre tratar)
- Transmissão fecal-oral/pele/carne
-Alguns podem passar pelo pulmão e fazer Ciclo pulmonar (“Ciclo de Looss”)
Ciclo evolutivo
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Diagnóstico Diferencial
ASCARIDÍASE
• Tratamento medicamentoso:
- “…bendazois” → Albendazol, Mebendazol
- Outros: Levamisol, Pamoato de pirantel
TOXOCARÍASE
• Agente: Toxocara canis.
• Sinônimo: Síndrome da Larva Migrans Visceral
• Hospedeiro definitivo → Cachorro
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• Hospedeiro acidental → Crianças
-Dica: é ascaris do cachorro. Preocupante porque cachorros eliminam toxocara pelas fazes e,
acidentalmente, podem contaminar seres humanos pela ingestão de areia contaminada
• Problema: tenta fazer ciclo pulmonar, mas é um parasita do cachorro e “não conhece o organismo
humano”. Com isso, não completa o ciclo, vai para a corrente sanguínea e fica migrando no corpo,
por isso Larva MIGRANS VICERAL.
• Quadro Clínico:
- Löeffler
- Eosinofilia INTENSA: está sempre migrando pelo corpo, é o que mais causa eosinofilia
- Hepatomegalia
- Febre
- Hiper-γ-globulinemia
-Como não volta para o intestino e não causa diarreia!!
• Diagnóstico:
- Sorologia (ELISA). Não completam o ciclo +
- Não voltam para intestino → EPF negativo
• Tratamento:
- Albendazol
- Pode associar corticóide se necessário (ex.: inflamação importante)
ANCILOSTOMÍASE
• Quadro clínico:
- Löeffler
- Anemia Ferropriva (grande dica − é um “vampiro”)
- Lesão cutânea: Dermatite maculo-papular pruriginosa (entrada na pele)
- “EOSINOFILIA + ANEMIA”
• Diagnóstico:
- Exame Parasitológico de Fezes (EPF)
• Tratamento:
- “…bendazois”: Albendazol, Mebendazol
- Outro: Pirantel
ESTRONGILOIDÍASE
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• Agente: Strongyloides stercoralis
• Ciclo de vida “normal”: (parece com ancilostomíase, muda que ovo eclode antes) Vermes
(intestino) → Ovos (eclodem no TGI) → Larva rabditoide (fezes) → Solo**
• **Solo (LR → LF) → Pele → Pulmão -> VA -> Esôfago → Vermes → Reinicia ciclo
• Quadro Clínico:
- Löeffler
- Auto-infestação (disseminada, SEPSE) !
- Larva currens (lesão cutânea): eritematosa, muito pruriginosa, “anda” até 10 cm/hora
• Diagnóstico:
- Exame Parasitológico de Fezes (EPF).
- Existe técnica especial para “ver larvas”:
Técnica de Baermann-Moraes: permite a visualização das larvas rabditoides nas fezes
• Tratamento:
- Ivermectina (1ª escolha)
- Tiabendazol
- Cambendazol
- Tiabendazol é a escolha do grupo (questão)
ENTEROBÍASE/OXIURÍASE
• Agente: Enterobius vermicularis
• Quadro Clínico:
- Prurido anal
- Corrimento vaginal na infância
• Diagnóstico:
- Fita gomada (método de graham)
• Tratamento:
- ...bendazol
- Pirvínio ou Pirantel
TRICURÍASE/TRICOCENFALÍASE
Macete: RCUI e DC → “são irmãs, mas irmãs opostas” … RCUI “irmã certinha”, DC “irmã rebelde”
Fatores de risco:
- Histórico familiar é o principal
- Incidência: 2 picos, aos 15-30 anos (principal) e 60-80 anos (mais modesto)
- Tabagismo: favorece a DC (DC: Doença do Cigarro) e curiosamente protege da RCUI
RCU DC
Inflamação Exclusiva da mucosa Transmural (fistula, ulceras)
Extensão reto e cólon boca ao ânus
extra: limitada a reto + sigmóide = principal sítio: íleo terminal (“massa em FID”)
50%
Distribuição contínua e ascendente Distribuição: descontínua (saltatória)
Sempre inicia no reto, poupa ânus!! extra: classicamente, o reto é
preservado
Clínica Clássico: colite disentérica extra: pode
Clássico: diarréia! dor abdominal!
variar de proctite até pancolite extra 2:
emagrecimento
diarréia baixa com muco e sangue
extra: doença perianal (fissura, fístula : em até
⅓), estenose
Extra: RCUI acomete somente cólon e NÃO gera síndrome disabsortiva. Crohn gera disabsorção
Manifestações Extra-Intestinais:
(1) Dermatológicas:
COLANGITE
Prevalência: mais comum em RCUI
ESCLEROSANTE
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(3) Reumatológicas (são as mais comuns):
Extra: também pode Espondilite Anquilosante, mais comum em Crohn, sem relação com atividade
(4) Renais:
(5) Oculares:
Diagnóstico:
Laboratório:
- Lactoferrina
- Calprotectina (prediz recaída e diagnóstico de bolsite)
Sorologia:
Endoscópico + histopatológico
-RCU: retossigmoidoscopia (porque reto/sigmóide são, na maioria, os principais afetados)
-DC: ileocolonoscopia + trânsito de delgado* (ou enteróclise* … são contrastados; pg. 51)
*estes exames avaliam as regiões que o endoscópico “não alcança” … ex.: jejuno
Doença de Crohn:
Retocolite Ulcerativa:
Extra: RCUI perde haustrações colônicas (“tubolização” … radiografia parece “cano de chumbo”)
Tratamento Farmacológico
“Step Up” ou “Top Down”:
Imunomoduladores:
-Azatioprina, 6-Mercaptopurina, Ciclosporina !
Biológicos ANTI-TNF:
- Infliximabe, Adalimumabe
Antibióticos:
-Indicação: doença perianal (ex.: fístula, abscesso)
-Empírico: Ciproflox + Metronidazol
Doença de Crohn
STEP UP
- Doença Leve
- Derivados 5-ASA
TOP DOWN
- Doença mod/grave: biológico + imunomoduladores
Retocolite Ulcerativa
STEP UP
- Doença Leve
- Derivados 5-ASA
TOP DOWN
- Doença mod/grave: ATB + corticoide +/- biológico
Tratamento Cirúrgico:
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Retocolite Ulcerativa:
-Cirurgia na RCUI é curativa.
- Indicações:
- Refratários
- Displasia ou Câncer
- Complicações (Sangramento intratável, Colite fulminante e Megacólon tóxico)
Doença de Crohn:
-Cirurgia indicada nas CROHNplicações:
Obstrução aguda por estenose de alça (principal), Fístulas intratáveis, hemorragia maciça,
megacólon tóxico, abcesso.
Obs: DII é fator de risco para CCR, sobretudo após 8-10 anos de doença ou doença de grande extensão
(ex.: pancolite) → nesses, colonoscopia anual + biópsia anual (screening neoplásico)
Obs.: ambas podem, mas é mais comum na RCUI
SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL
Quadro Clínico:
Diagnóstico:
Exclusão → Critérios de ROMA IV
-Obrigatório → Dor abdominal, pelo menos 1 dia por semana, nos últimos 3 meses!!
+ (preenche 2 dos 3 seguintes)
- Relação com evacuação (dor melhora ou piora ao evacuar) !
- Mudança na forma das fezes
- Mudança na frequência das fezes (diarreia ou constipação)
Tratamento:
ESQUISTOSSOMOSE
Agente: Schistossoma mansoni. É um parasita de vasos mesentéricos (é um helminto platelminto)
Ciclo de vida:
Ovos (fezes -> água parada) → Miracídios (Biomphalaria) → Cercárias → Pele
-Ovos sobrevivem em locais que tenham água parada (ex.: lagoa). Na água, eclodem e
liberam os Miracídios. Os miracídios penetram no caramujo, onde se desenvolvem e evoluem e
viram Cercárias. Esta é a forma infectante do ser humano, e penetra pela pele
-Além do lúmen, os ovos podem ter dois outros destinos: (2) ficar impactados na parede retal (assim,
outra forma de diagnóstico é biópsia retal) ou (3) retornar ao sistema portal
-Problema: no caso (3), quando retornam ao sistema portal, entram pela v. porta e atingem os
espaços portais e impactam lá, pois são muito grandes para passar para os sinusóides
-Ao impactar, gera inflamação intra-hepática e pode gerar hipertensão portal
Obs.: Esquistossomose causa ascite? Não, pois ascite ocorre nos casos de HP sinusoidal ou pós-
sinusoidal. Obs. 2 (UFG): acreditava-se que, em estágios avançados, poderia até causar. Porém,
esses pctes tinham, na verdade, outras coisas ao mesmo tempo (ex.: HBV)
Quadro Clínico:
Dermatite Cercariana (“Prurido do Nadador”): imediatamente após a entrada das larvas cercárias na pele já
ocorre prurido … em sequência, surge quadro de erupção maculopapular pruriginosa
Febre Katayama: por reação imunológica-inflamatória intensa ao parasita. Algumas semanas pós- contágio,
Febre, Mialgia, Adenomegalia, Hepatoesplenomegalia, EOSINOFILIA (DD Toxocaríase)
-DD: Katayama x Toxocaríase: (1) QC pulmonar (se presente, toxocaríase; se ausente, pode
ambos) ! (2) epidemiologia (se estava na praia, toxocaríase; se estava em lagoa, esquistossomose) !
(3) epidemio 2 (se criança, toxocaríase; se adulto, esquistossomose*)
*Macete: é a criança que come areia, mas não entra no lago pq os pais não deixam
Doença intestinal (por ovos retidos na mucosa), GNMP (= GNMC − por imunocomplexos)
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Diagnóstico:
Sorologia: utilizada para diagnóstico das formas agudas (ex.: Febre de Takayama)
EPF: positivo após 40 dias ! Biópsia retal: também positiva tardiamente, maior sensibilidade
**Essa “positividade tardia” de ambos é pelo fato de que demora para ocorrer oviposição
Tratamento:
EXTRAS
Classificação da Diarréia por Mecanismo Etiopatogênico: *GAP = 290 − 2 x (Na+ + K+) [nas fezes]
→ Diarréia Osmótica: ocorre pelo acúmulo de solutos osmoticamente ativos + não absorvíveis no lúmen
intestinal, gerando retenção de líquidos e diarréia. Protótipo é o uso de alguns LAXATIVOS
-Cessa ao jejum ! Cessa ao suspender substância osmótica ! Gap osmolar fecal↑
-Ex. (pg. 31): lactulose, suplementação excessiva de fibras, intolerância à lactose
→ Diarréia Secretória: toxina ou droga promove aumento da secreção de íons e água no lúmen
-NÃO cessa com jejum ! Grande volume ! Gap osmolar fecal↓ (< 50 … Acima é > 125)
-Ex.: Toxinas bacterianas, Alguns tumores, DII, Doença Celíaca, Laxativos não-osmóticos
*Ocorre em 20% dos pacientes submetidos à colecistectomia (UERJ). Usar colestiramina
*Também pode ocorrer após vagotomia troncular (provoca esvaziamento rápido)
→ Outras: Diarréia Inflamatória ! Diarréia Gordurosa ! Por alteração da motilidade intestinal Outros
Agentes de Diarréias Agudas Infecciosas:
Causam apenas diarréias não-invasivas: Rotavírus e Norovírus, ECET, ECEP, Cólera, Giardia Podem
E. coli enterotoxigênica → diarréia do TURISTA (ou do viajante). Diarréia explosiva, dura 3-5 dias
S. aureus: produz uma toxina termoestável que contamina os alimentos. Paciente inicia sintomas POUCAS
HORAS APÓS ingestão. Ex.: família que comeu uma salada de batatas no piquenique
Yersinia: causa pseudoapendicite por adenite mesentérica (“dor que parece apendicite”) … a dor e a
toxicidade sistêmica são mais proeminentes que a diarréia … Obs.: campylobacter também pode
Vibrio cholerae: diarréia aquosa, indolor, muito volumosa, fezes em aspecto de “água de arroz”
-Causa DESIDRATAÇÃO muito rápida e intensa, pela liberação da toxina colérica
-Tratamento: Doxiciclina, Tetraciclina, Ciprofloxacino, Eritromicina, Azitromicina
-Agravo de notificação compulsória ! Confere imunidade por tempo limitado
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-Vacina ineficaz ! Não fazer quimioprofilaxia de contatos, pois não é eficaz Larva
Migrans Cutânea:
Obs.: apesar de também ser causada por ancylostoma, NÃO confundir com ancilostomíase Teníase:
Agentes: Taenia solium (porco) + Taenia saginata (boi). Obs.: é um helminto platelminto
-Ciclo: homem ingere carne infectada com cisticercos → verme adulto no TGI → ovos e
proglotes nas fezes → boi e porco se contaminam → cisticercos no músculo dos animais
Enterobíase (“Oxiuríase”):
Agente: Enterobius vermicularis → PRURIDO ANAL. Diagnóstico: fita gomada (método Graham)
-Também pode vulvovaginite na infância (corrimento vaginal secundário) ! Ao contrário
das outras parasitoses, não tem tanta relação com o nível socioeconômico ! É universal
Tricuríase (“Tricocefalíase”):
Obs.: Enterobius / Trichuris também são
Agente: Trichuris trichiura → PROLAPSO RETAL helmintos intestinais - nematelmintos
Esteatorréia:
É clássica nas síndromes disabsortivas. Fezes amareladas, brilhantes, fétidas, aderentes, bóiam
→ Diagnosticar Esteatorréia:
-Anamnese detalhada + Exame físico completo + Exames complementares (abaixo)
-Exames que sinalizem déficit nutricional: Hemograma, Ferro, B12, Folato, Cálcio, TAP
-Teste Quantitativo de Gordura Fecal: PO para disabsorção, mas não diferencia causa
-Valor > 7 g/dia de gordura indicam esteatorréia. Fazer durante dieta hiperlipídica
-Muito difícil de se realizar na prática, porque o paciente deve estar internado por 3 dias
e, nesse período, todas as suas fezes devem ser coletadas para análise
-Teste Qualitativo de Gordura Fecal: análise das fezes pelo corante SUDAM-III
-Esse corante evidencia gotículas de gordura e confirma diagnóstico
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**Testes de Insuficiência Pancreática:
-Doença Pancreática Inicial: Teste da secretina (PO) A ! se indisponível, Elastase fecal B
-Doença Pancreática Avançada: testes não necessários, porque imagem mostra alterações
*A teste direto: estimula-se o pâncreas + colhe o fluído duodenal … ex.: Teste estímulo hormonal
(com Secretina ou CCK), T. Lundh … são mais difíceis, necessitam sonda para a coleta ! B teste
indireto: estimula o pâncreas + avalia a consequência … ex.: Elastase
Adenocarcinoma de jejuno, Linfomas NH. Suspeitar se: não responde à exclusão do Glúten Espru
Tropical:
Doença de Whipple:
(bacilo gram positivo)
Doença infecciosa rara causada pelo Tropheryma whipplei → inflama a mucosa
-Acomete homens de meia-idade (50 anos), com exposição à zona rural e ao solo
*MedCurso: Bicho VIVE no SOLO, adora ficar no delgado, mas espalha pelo corpo
Clínica: disabsorção (diarréia, esteatorréia, perda de peso) + alter. articular + alter. neurológicas
-Achado patognomônico: Mioarritmia Óculo-mastigatória e Óculo-facial-esquelética
-Em geral, inicia por artralgia migratória de grandes articulações. Dps, evolui com diarréia
Diagnóstico: Biópsia delgado com macrófagos PAS+ contendo bacilos (reativos à infecção)
-Faz diagnóstico diferencial com Enteropatia por Mycobacterium avium em HIV+
Intolerância à Lactose:
Obs.: quando pensar em deficiência de dissacaridases: diarréia crônica sem esteatorréia + cursa com
distenção abd, flatulência, vômitos sem origem definida … principal é a deficiência de lactase
Tumor Neuroendócrino Intestinal: pico de incidência aos 50-70 anos, fatores de risco indefinidos
-Crescimento indolente e histologia bem diferenciada … a maioria dos NETs intestinais é pequena
(< 1 cm) e possui baixo potencial metastático ! É o tumor de delgado de melhor prognóstico !
Aspecto: massa firme, amarelada, comumente diagn. após apendicectomia
Obs.: risco de metástase é baixo nos < 1 cm. Porém, é maior nos maiores
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Produtos: Serotonina, Somatostatina, Histamina, Prostaglandinas, Dopamina, Peptídeo YY…
pode ser pelo crescimento tumoral (ex.: dor, obstrução) ou pelos neuropeptídeos (abaixo)
-Síndrome Carcinóide: pela liberação de 5-HT … RARAMENTE presente, < 10% dos casos
-Quando ocorre: > 90% dos casos existe tumor metastático … sobretudo para FÍGADO
Diagnóstico: dosagem urinária de 5-HIAA (urina 24 hrs ... não é feita dosagem sérica)
-Ácido 5-hidroxi-indol-acético é o produto final do metabolismo da serotonina Localizar
Tratamento:
(1) Remoção do tumor (abaixo está a conduta para tumores localizados no apêndice):
< 1cm: Apendicectomia ! > 2 cm: Hemicolectomia Direita ! 1-2 cm: Controverso
(2) Controle de sintomas: Octreotide (reduz síntese hormonal e inibe proliferação tumoral)
VIPoma:
Obs.: Sd. do VIPoma (QC acima) pode ser chamada de Sd. Verner-Morrison, Cólera Pancreática Pelagra:
Deficiência de NIACINA (= Vitamina B3) → Doença dos 3 D’s: Dermatite + Diarréia + Demência
-Dermatite: rash eritematoso, hipercrômico, descamativo, mais em áreas fotoexpostas
Triquinose:
(gênero)
Agente: Trichinella. Infecção por ingestão de carne mal-cozida contendo cistos teciduais
-Carne de PORCO. Infestam o intestino e vão parar nos músculos esqueléticos
Clínica: dor, fraqueza e edema muscular, edema periorbital, hemorragias conjuntival e subungeal,
envolvimento cardíaco/pulmonar/neurológico, eosinofilia. Obs.: pode cursar apenas com
diarréia, mas acometimento muscular é a grande dica DX:
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Obs.: Cerca de 90% dos pacientes com CEP têm RCU, mas apenas 5% dos com RCU têm CEP
EXTRAS - QUESTÕES:
Extra Colite Pseudomembranosa: critérios para CPM grave no comentário. C7 e também C16 Extra
Amebíase: hemácia fagocitada dentro do trofozoíta é pouco comum mas clássico. Q41 C41 Extra
Ancilostomíase: por causar a. ferropriva, pode ter perversão do apetite, polifagia. Q34 C52 Extra
Strongyloides: fêmea pode colocar ovos sozinha, não depende, obrigatoriamente, do macho
Extra Fatores de Risco DII: bem estabelecidos: história familiar (RCU DC), etnia judia (RCU DC),
tabagismo (↓RCU ↑DC), dieta com açúcar/frituras/processados (RCU DC), história de infecção intestinal
prévia (RCU DC), obesidade (RCU DC) ! “polêmicos”: história de apendicectomia (DC), uso de
antimicrobianos, uso prolongado de AINEs (causa descontrole), uso de ACO/TRH Q3 C40
Extra Extensão DC: 40-55% íleo + cólon ! 30-40% apenas íleo ! 15-25% apenas cólon ! 5% reto e ânus
apenas ! raramente pega apenas cavidade oral, esôfago, estômago, duodeno. Q49 C20
Extra Exames em DC: além da EDB, podem ser usados trânsito de delgado ou enteróclise (mais antigos) X
êntero-TC, êntero-RNM ou cápsula endoscópica (mais novos). “Para ver mais”. Q2 C18
Extra RCUI e CEP: como CEP não tem relação com atividade da doença, uma vez instalada, pode progredir
mesmo após o tratamento de RCUI (até mesmo após tratamento cirúrgico). Q22 C60
Extra Intratabilidade Clínica na RCU: alguns exemplos envolvem debilidade física pela doença (ex.:
déficit crescimento), intolerância medicamentosa, disfunção psicossocial. MedSoft SCM-SP
Extra Diarréia em Usuário de Droga EV: imunossupressão? Q43 C36 + MedCurso Infecto Pg. 19 Extra SII
Pediatria: conduta 4F’s (fluids, fiber, fruits, fat). Gordura, curiosamente, ajuda. Q54 C46
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● RESUMO DA AULA
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TRICURÍASE Colite Pamoato de
(T. trichiura) Cólon Prolapso Retal Oxipirantel
TENÍASE
(T. solium & Delgado Dor abdominal Praziquantel
T. saginata) Fraqueza, Perda de peso
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EXTRAS - MedCurso:
Definição de Diarréia:
Diarréia é o aumento do conteúdo líquido das fezes. Consequentemente, aumenta a frequência de evacuações
(> 3x ao dia) e a massa fecal (> 200 g). Obs.: normal é evacuar entre 1x/sem e 3x/dia
Síndromes Disabsortivas
Grosso:
Sais Biliares:
-São de difícil síntese. Além disso, a vesícula libera todo seu conteúdo
-Para combater “desperdício de bile” existe a Recirculação Êntero-Hepática
-Ou seja: 95% dos sais biliares liberados são REABSORVIDOS no ÍLEO
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-Assim, doenças ileais, ressecções e outros prejudicam/diminuem sua reabsorção
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-Falta de sais biliares ajuda a formar uma Bile litogênica, aumentando risco de Litíase Biliar
-Além disso, com esteatorréia, o Ca2+ se liga aos ácidos graxos e não ao oxalato. Com isso,
oxalato é mais absorvido e pode ocorrer Hiperoxalúria Entérica (FR para nefrolitíase)
Carboidratos:
-Até 70% da população negra dos EUA tem falta de lactase (um tipo de dissacaridase)
-Sua falta gera a intolerância à lactose. Diagn.: Teste da Exalação do Hidrogênio
-Em casos mais graves, os carboidratos não absorvidos “sobram” no intestino e, com isso, são
fermentados por bactérias intestinais. Resultado: gases, podendo ter distenção ou dor
-Gases: CO2 + metano + hidrogênio. Hidrogênio nas fezes deixa-as ácidas
Esteatorréia:
De todos os sintomas acima, este é o que mais leva o paciente a buscar atendimento
-Deve-se pensar que a gordura apenas chama a atenção para um problema maior!
-Ou seja, para ter esteatorréia, o pcte também tem: lesão pancreática ou de mucosa
Abordagem Diagnóstica:
Se confirmar, qual é a causa? A partir daqui, não existe regra → Individualizar pelas suspeitas
-Teste da D-Xilose Urinária → Xilose VO 25 g + Quantificar eliminação de xilose na urina
-A Xilose é uma substância que não precisa ser digerida para ser absorvida
-Normal: > 5 g. Significa que ABSORVEU = MUCOSA NORMAL
-Assim, o problema é na digestão = Doenças pancreáticas
-Anormal: < 5 g. Significa que NÃO ABSORVEU = Duas possibilidades
-Lesão da MUCOSA ou Super-crescimento bacteriano (ver MedCurso)
**Assim, Teste da D-Xilose permite avaliar a causa, após confirmar que tem doença
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