Síndromes Gastrointestinais e Desidratação 2
Síndromes Gastrointestinais e Desidratação 2
Síndromes Gastrointestinais e Desidratação 2
Gastrointestinais
e Desidratação na
Infância
Relevância: Muito Alta
Todos as aulas da Mentoria possuem relevância moderada, alta ou muito alta,
baseado na incidência nas provas de residência médica dos últimos 5 anos.
Síndromes Gastrointestinais e Desidratação na Infância
Tema com presença constante na sua prova de pediatria. Portanto, estude com calma e afinco
todos os detalhes que explicitaremos aqui. Não esqueça de complementar o conhecimento com os
flashcards e com as questões, hein! Vamos nessa?
Classificação da diarreia:
2) Mecanismos:
Diarreia aguda
Com duração menor que 14 dias, esse tipo de diarreia tem etiologia infecciosa na grande maioria das
vezes.
Bacteriana: pode ser igual ao quadro viral ou levar a quadros mais graves, com presença de sangue,
muco e/ou pus.
Escherichia coli
Salmonella
Gram-negativas. Dividem-se em tifoides (Salmonella typhi e paratyphi) e as não tifoides (causam
diarreia aguda). Transmissão por meio de alimentos contaminados. Diarreia mucossanguinolenta
com repercussões hemodinâmicas (podendo apresentar sepse, alterações do nível de consciência,
meningismo e convulsões).
Shigella
Gram-negativa. Transmissão por alimentos contaminados e por contato interpessoal. Infectividade
importante, necessitando de 1 cepa apenas para causar infecção. Uma das principais causas
de disenteria no Brasil, ocorrendo mais comumente no segundo e no terceiro anos de vida.
As cepas invadem o intestino e causam inflamação importante locorregional com destruição
tecidual. Pode liberar diversas toxinas, entre elas a toxina de shiga, causando SHU assim como a
E. coli enterro-hemorrágica. Muito correlacionada a alterações do sistema nervoso central como
cefaleia, meningismo, convulsões, letargia, confusão mental, alucinações (podem anteceder
o quadro intestinal de disenteria). Pode haver líquor levemente alterado, entretanto, quadro
5
Síndromes Gastrointestinais e Desidratação na Infância
Campylobacter jejuni
Correlaciona-se à síndrome de Guillain-Barré (gravar como Campylobarré por processo mnemônico).
Yersinia
Correlaciona-se à pseudoapendicite, devido ao quadro de adenite mesentérica que causa.
Vibrio cholerae
Diarreia extremamente aquosa em “água de arroz”. Leva à morte por desidratação em questão de horas.
Protozoários:
Entamoeba histolytica
Pode causar abscesso hepático, megacólon tóxico, perfuração intestinal e peritonite. Grande maioria
dos quadros são assintomáticos.
6
Síndromes Gastrointestinais e Desidratação na Infância
Cryptosporidium
Causa diarreia volumosa em pacientes imunodebilitados, como portadores de HIV.
Giardia lamblia
Algumas infecções assintomáticas. CCQ para sua prova é a presença de intolerância secundária
à lactose após a infecção por esse protozoário (semelhante àquela do rotavírus). Tratamento com
metronidazol ou tinidazol. O quadro da giardíase é a presença de diarreia alternada com constipação.
Importante destacar a intolerância secundária à lactose, pois essa tem sido tema de
diversas questões nos últimos anos. Geralmente, esse quadro ocorre após infecção
por rotavírus ou Giardia lamblia. O quadro clínico é a presença de diarreia persistente
(mesmo com melhora clínica da criança) e/ou fezes explosivas com dermatite
perianal.O tratamento para essa condição é a retirada temporária de alimentos lácteos.
Atopia
Desidratação
Avaliação do estado de hidratação
Existem três classificações que podem cair na sua prova, porém, iremos dar prioridade a duas delas
que apresentam frequência mais elevada nos últimos anos, a da OMS e a do Ministério da Saúde.
8
Síndromes Gastrointestinais e Desidratação na Infância
Classificação da OMS
Classificação do MS
Avaliar Classificar
9
Síndromes Gastrointestinais e Desidratação na Infância
Dentro do tema, um cuidado que se deve tomar é a desidratação grave que evolui
para choque hipovolêmico. Fique atento às questões que trazem a pressão
Agora, veremos uma questão para ilustrar a importância dos conhecimentos a seguir:
(SMS–SP – 2019) Pré-escolar de 4 anos de idade é atendido com história de vômitos (5 episódios)
e diarreia (8 episódios, fezes aquosas) há 24 horas. Apresentou febre (38,5oC). Recusava
alimentos e aceitava apenas água. Mãe refere que o paciente urinou apenas duas vezes nas
últimas 12 horas. A criança apresenta-se algo irritada, com FC=130bpm, pulsos periféricos
palpáveis e tempo de enchimento capilar de 3 segundos. Considerando o quadro clínico, qual a
conduta mais adequada?
10
Síndromes Gastrointestinais e Desidratação na Infância
1. Crianças que ainda mamam, devem aumentar a frequência e o tempo de duração das
mamadas;
• Aumente a oferta de líquidos para a criança (se só for A), só necessitando que seja
solução de reidratação caso esteja em processo de melhora de planos B e C.
• Volume a ser ofertado após cada episódio de diarreia: crianças <1 ano: 50-100 mL
de líquido// de 1 ano ou mais: 100-200 mL de líquido. CASO SEJA PELA OMS, a
marcação é acima ou abaixo de 2 anos. Caso a criança vomite, aguardar 10 minutos
e reofertar o líquido de maneira mais lenta.
2. Suplementar zinco por 10 dias, pois este diminui a gravidade, a duração do quadro e a
chance de recorrência de diarreia nos próximos 3 meses. A dose é a seguinte: 10 mg/dia
em menores de 6 meses e 20 mg/dia em maiores de 6 meses.
3. Manter a alimentação habitual: a OMS recomenda que seja adicionada uma refeição além
das habituais por 2 semanas após a resolução do quadro.
4. Orientar acerca dos sinais de gravidade: (1) não conseguir mamar ou se alimentar, (2) piora
do estado geral, (3) aparecimento ou piora da febre, (4) sangue nas fezes e (5) dificuldade
para beber. Caso algum destes esteja presente, buscar auxílio em unidade médica o mais
em breve o possível.
Plano B: usa terapia de reidratação oral (TRO) e deve ser feita em unidade de saúde
Importante lembrar que TRO é feita com a solução de reposição oral, uma solução composta
de 75 mEq/l de sódio, 20 mEq/l de potássio, 65 mEq/l de cloro e 75 mMol/l de glicose. Esta
solução do osmolaridade reduzida é melhor do que a antiga pois: tem menor taxa de perda fecal,
menor frequência de vômitos, menor duração da diarreia e menor necessidade de uso da terapia
IV após iniciar seu uso.
1. Volume de TRO: 75 mL/kg nas primeiras 4 a 6 horas (GRAVAR 50-100 mL por Kg).
Caso não consiga pesar, fazer por idade (apenas caso não consiga pesar!!):
• < 4 meses: 200-600 mL
• 4 – 11 meses: 400-700 mL
• 12-23 meses: 700-900 mL
• 2 – 5 anos: 900-1400 mL
2. Administrar por via oral: não utilizar mamadeiras. A única contraindicação é distensão
abdominal com íleo paralítico! Dessa forma, caso a criança apenas vomite, isso NÃO
é critério para impedir a TRO, de modo que podemos fazer ondansetrona para reduzir
náuseas. O aleitamento materno pode ser mantido.
3. Reavaliar a criança de tempos em tempos com uma reavaliação final no fim do período
de 4 horas, levando em consideração os seguintes:
11
Síndromes Gastrointestinais e Desidratação na Infância
LEMBRAR QUE A CRIANÇA NÃO DEVE RECEBER ALIMENTOS NAS PRIMEIRAS 4 HORAS
DA TRO, recebendo apenas caso o plano deva ser repetido.
Plano C: com hidratação venosa para pacientes com falha em plano B ou desidratação grave
4. Reavalie a criança a cada 30 minutos. Se não houver melhora clínica, aumente a velocidade
de gotejamento.
5. Tão logo a criança consiga ingerir líquidos por via oral, iniciar SRO a 5 mL/kg/h.
a. Menores de 5 anos:
• Iniciar com 20 mL/Kg de peso em 30 min;
b. Maiores de 5 anos:
• Iniciar com SF 0,9% 30 mL/Kg em 30 min;
• Posteriormente, Ringer lactato 70 mL/Kg em 2h e 30 min.
12
Síndromes Gastrointestinais e Desidratação na Infância
Fase de manutenção
Com solução de 1 parte de SF0,9% para 4 partes de soro glicosado a 5%:
Fase de reposição
Com solução 1 para 1 de SG 5% e SF 0,9%
a. Iniciar com 50 mL/Kg/dia e reavaliar esta quantidade de acordo com as perdas do
paciente.
Agora ficou fácil respondermos à questão 1! Sabendo que a criança se caracteriza como necessitando
do plano B de abordagem à desidratação pela irritabilidade, a resposta é a letra B, ou seja, iniciar TRO
e manter em observação na unidade de saúde.
Sempre lembrar que, em caso de desidratação grave associada à hipotensão, aventar o
diagnóstico de choque hipovolêmico e iniciar imediatamente a expansão volêmica com SF
0,9% a 20 mL/Kg.
Veja agora uma questão que tenta confundir o tema desidratação grave x choque hipovolêmico da:
(USP-RP) Criança, 6 meses de idade, veio para atendimento de emergência. HMA: apresenta história
de vômitos há 4 dias, febre há 3 dias associada a alteração do hábito intestinal com fezes líquidas com
muco 5 vezes/dia em grande quantidade com piora há 1 dia. EF: em mau estado geral, descorada,
com saliva espessa, olhos encovados, FR: 50 ipm com retrações intercostais e subdiafragmática.
PA: 60 x 30 mmHg, tempo de enchimento capilar de 5 segundos, pulsos periféricos e centrais
fracos. O melhor diagnóstico e a conduta inicial são:
(A) Desidratação de terceiro grau. Hidratação com ½ soro fisiológico e ½ de soro glicosado a 5%.
(B) Desidratação de terceiro grau. Hidratação com 1/3 de soro fisiológico e 2/3 de soro
glicosado a 5%.
(C) Choque hipovolêmico compensado. Expansão com soro fisiológico 20 ml/kg em 5-10 min.
(D) Choque hipovolêmico descompensado. Expansão com soro fisiológico a 20 ml/kg em
5-10 min.
13
Síndromes Gastrointestinais e Desidratação na Infância
Com as informações citadas no enunciado, a criança não aparenta ter uma desidratação grave?!
Muito cuidado! À medida que a desidratação se agrava há risco do paciente evoluir para um estado
de choque hipovolêmico!
Há sinais claros de choque: dispneia, hipotensão, tempo de enchimento capilar >5 segundo
(hipoperfusão) e diminuição de pulsos centrais. (A e B incorretas)
E agora… choque compensado ou descompensado? No choque descompensado há sinais de
hipoperfusão associado à hipotensão arterial - sinal tardio de choque. De acordo com PALS há
hipotensão sistólica em crianças quando: <70 mmHg (1-12 meses); < 70 + 2 x idade em anos
(1-10 anos); <90 (>10 anos). Portanto, a criança está hipotensa e apresenta choque hipovolêmico
descompensado. A conduta emergencial é a expansão volêmica com 20 ml/kg em 5-10 min!
Portanto, gabarito letra D!
Uso de antibióticos:
Em casos de disenteria, a OMS recomenda a prescrição de ciprofloxacino (de modo a cobrir Shigella).
Há bibliografia que defenda o uso de ceftriaxone como primeira escolha.
Casos suspeitos de cólera com desidratação grave devem receber doxiciclina no caso de adultos e
azitromicina em caso de crianças.
Giardíase sintomática e amebíase (esta última quando disenteria + trofozoítos nas fezes + sem
melhores após tratamento para shigellose) devem receber metronidazol.
Medicações associadas
Antieméticos: ondansetrona.
Dose: de 6m a 2 anos: 2 mg// >2 anos: 4 mg.
Constipação
O conceito de constipação é algo polêmico, de modo que pode ser apenas a ausência de evacuação
por longo prazo (duas semanas ou mais). Já no caso de constipação crônica, verificamos como parte
do conceito, a presença de evacuação associada a dor, com fezes volumosas e acúmulo de grande
material fecal no reto, além do dito acima. Lembre-se que lactentes jovens e recém-nascidos é normal
ficar uma semana sem apresentar evacuação fisiologicamente.
A principal causa de constipação na infância é a constipação funcional.
14
Síndromes Gastrointestinais e Desidratação na Infância
Constipação funcional
Quadro multifatorial que comumente ocorre no período entre a amamentação materna exclusiva
e a introdução de alimentos complementares. Geralmente, é precedido por quadro de evacuação
dolorosa. Este, por sua vez, gera uma restrição (intencional ou não) por parte da criança ao ato
de evacuar, causando acúmulo de material fecal no reto e intestino grosso. Em seguida, ocorre
reabsorção da água deste material fecal, tornando-o ainda mais denso.
Desta forma, caso a criança vá evacuar, irá sentir bastante dor, fazendo com que inicie um
comportamento de retenção (fica no canto do quarto agachada, contrai fortemente os glúteos, apoia-
se nas paredes). Conforme aquelas fezes ficam impactadas, fezes menos volumosas podem escapar
de maneira involuntária, ocasionando o chamado “Soiling”.
O toque retal (recomendado apenas se houver apenas 1 critério de Roma (foge ao escopo de nosso
material) e o diagnóstico for incerto) apresentará uma ampola retal dilatada e bastante fezes neste
local. Lembrar que a constipação funcional não costuma causar perda de peso, fissuras anais,
fístulas ou vômitos, de maneira que, caso estejam presentes, verificar outros diagnósticos.
15
Síndromes Gastrointestinais e Desidratação na Infância
Em sua epidemiologia, verificamos prevalência maior no sexo masculino (4:1), associação com outras
síndromes (Down, entre outras) e malformações. Seu quadro clínico se inicia no período neonatal
com um atraso na eliminação do mecônio maior que 48 horas. Em crianças com lesão apenas
parcial, pode haver a passagem do mecônio, entretanto, esta criança apresentará, em grande parte
das vezes, dificuldade de ganho de peso, déficit estatural e constipação crônica.
Ao exame físico, as crianças que sofrem desta doença costumam apresentar massa palpável em
fossa ilíaca esquerda e hipogástrio, entretanto, sua ampola retal é VAZIA (DIFERENTEMENTE DA
CONSTIPAÇÃO FUNCIONAL QUE TEM AMPOLA RETAL CHEIA)!!
O toque retal pode estimular a saída de fezes em fita ou explosivas.
O diagnóstico pode ser feito por: biópsia retal (2 cm acima da linha denteada que evidenciará ausência
de células ganglionares), manometria anorretal ou enema baritado do intestino (apresentará segmento
agangliônico com calibre muito diminuído e segmento normal bastante dilatado, conhecido como
cone de transição). O tratamento de escolha é a cirurgia para retirada do segmento agangliônico.
Fibrose cística
Afetando 1 em cada 2500 caucasianos e causada por uma doença genética autossômica recessiva
que ocasionaria um aumento na viscosidade do muco, essa doença será vista na sua prova por meio de
pneumonias (o aumento da viscosidade bloqueia as vias aéreas, propiciando a proliferação bacteriana
– especialmente pseudomonas e estafilococos – levando à infecção crônica, lesão estrutural e óbito
por disfunção respiratória), fezes amolecidas (o ducto pancreático pode ser obstruído pelo muco
espesso, impedindo a chegada de enzimas digestivas ao tubo intestinal, ocasionando esteatorreia e
déficits vitamínicos lipossolúveis (A, D, E, K)) e história de íleo meconial.
O diagnóstico presuntivo é realizado por meio de triagem neonatal com análise dos níveis de
antitripsina imunorreativa (IRT) em amostra colhida nos primeiros 30 dias de vida do Recém
Nascido, uma vez que a disfunção pancreática acabaria por causar aumento dos níveis séricos dessa
substância. O exame confirmatório é feito por meio da dosagem de cloretos no suor, no conhecido
como “Teste do suor”. É positivo quando a concentração de cloreto é maior ou igual a 60mmol/L.
16
Síndromes Gastrointestinais e Desidratação na Infância
(UNIFESP – 2019) Menina de 15 meses de vida recebe aleitamento materno e dieta geral
adequada para a idade. Há 6 meses, apresenta diarreia sem sangue e sem muco, acompanhada
por déficit de ganho de peso. Ao exame físico: descorada, apática, com distensão abdominal, com
hipotrofia da musculatura glútea, ânus sem anormalidades. Qual o diagnóstico mais provável?
17
Síndromes Gastrointestinais e Desidratação na Infância
Atresia duodenal
Ocorre de 1.3 a 3.5 a cada 10000 nascidos-vivos, sendo que 20% dessas crianças apresentam
anomalias genéticas. Seu quadro se apresenta logo nos primeiros dias de vida, com presença de
vômitos biliosos. Seu diagnóstico é realizado por meio de radiografia abdominal, apresentando o
sinal da dupla bolha (NÃO É PATOGNOMÔNICO).
Dica: “A ordem de surgimento segue a ordem alfabética: Atresia duodenal > Estenose hipertrófica.”
18
Síndromes Gastrointestinais e Desidratação na Infância
Doença celíaca
Também conhecida como enteropatia sensível à glúten, consiste de uma doença inflamatória
imunomediada causada por sensibilidade ao glúten presente na dieta ou proteínas relacionadas
em indivíduos geneticamente predispostos. Apresenta prevalência aumentada em crianças com
familiares de primeiro grau portadores de doença celíaca, crianças com tireoidite autoimune, diabetes
tipo 1, síndrome de Down, síndrome de Turner, síndrome de Williams ou deficiência seletiva de IgA.
O quadro de diarreia geralmente se inicia após introdução de alimentação complementar e consiste
de dor/distensão abdominal, constipação ou diarreia persistente, déficit pôndero-estatural.
Podem se associar anemia ferropriva, alterações do comportamento, dermatite herpetiforme,
fadiga crônica ou artrite/artralgia.
Dermatite herpetiforme
Sua investigação clínica pode ser iniciada por meio da dosagem sérica de anticorpos
antitransglutaminase e anticorpo antiendomísio. O anticorpo antigliadina também pode ser dosado
na investigação, sendo considerado alternativo. Entretanto, o diagnóstico é confirmado por meio de
endoscopia digestiva alta com biópsia de duodeno apresentando hiperplasia de criptas ou atrofia
vilositária. O tratamento consiste de dieta sem glúten.
Intussuscepção intestinal
Principal emergência abdominal pediátrica em crianças menores que dois anos, a intussuscepção
intestinal é, na maioria das vezes (75% dos casos), idiopática. Seu quadro clínico consiste em
dor abdominal importante, flexão das coxas sobre o abdome e choro incontrolável. Os episódios
costumam ocorrer em intervalos de 15 a 20 minutos, ficando mais grave e mais frequente com o
passar do tempo. Vômitos podem ocorrer. Ao exame físico, pode ser sentida massa com aspecto “em
salsicha” em palpação abdominal. Sangramentos intestinais podem ocorrer com fezes em aspecto
de “geleia de morango”. O diagnóstico pode ser feito por meio de ultrassonografia abdominal com
apresentação do sinal do alvo (ver figura abaixo). Seu tratamento é realizado por meio de enema com
reversão mecânica em quadros estáveis e por meio de cirurgia abdominal em casos instáveis.
19
Síndromes Gastrointestinais e Desidratação na Infância
Sinal do alvo
#JJTop3
Conduta na desidratação.
21
www.jjmentoria.com.br
[email protected]
jjmentoria