CLINICA MÉDICA 1) Síndrome Ictérica
CLINICA MÉDICA 1) Síndrome Ictérica
CLINICA MÉDICA 1) Síndrome Ictérica
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15/01/22:
-Hepatite alcóolica → desconfiar nos casos de TGO > TGP, sendo TGO÷TGP 2:1
*Alcoolistas comumente têm deficiência de B6 (piridoxina), que é precursora de TGP. Logo, TGP
acaba sendo liberada em menor quantidade que TGO
(IV) Distúrbios do metabolismo da bilirrubina: “icterícia e mais nada”. Não tem nenhuma queixa
HEPATITES VIRAIS
Considerações Gerais
**CC 2: todas hepatites virais podem apresentar um padrão colestático na evolução da doença, sendo mais
comum nos casos de Hepatite por HAV. Não se sabe o motivo pelo qual isso ocorre, mas o importante é
que não muda o prognóstico do paciente + não significa que irá cronificar
**CC 3: nas hepatites agudas, em sua fase prodrômica, o quadro inicial pode ser extremamente variado.
Pode ter febre e, por ser uma infecção, pode-se formar imunocomplexos que podem se depositar em
diversos locais (ex.: GNDA, Artrite, Esplenomegalia). Esses achados cedem com o final da fase
prodrômica (obs.: exceto sintomas TGI que podem até piorar) e inicia a fase ictérica
Cronologia:
-Ex. (Hepatite B): nos indivíduos adultos de boa imunidade, 95% curam; 5% cronificam.
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-Varia de acordo com o vírus. HAV (4 sem), HEV (5-6 sem), HCV (7
sem), HBV e HDV (8-12 sem). Macete: A parece 4; E é a 5ª letra do
alfabeto; C de Çete; B parece 8; D de 12
Características Gerais:
A nossa defesa natural é feita por ACs que se ligam aos AGs e formam Imunocomplexos
-Essa marcação dos AGs por ACs serve para facilitar a fagocitose pelas células de defesa
-O objetivo da fagocitose é eliminar os vírus, feito dentro das céls de defesa. Entretanto, alguns
leucócitos podem acabar morrendo no processo. Assim, é possível ocorrer quadro de “Leucopenia
com discreta Linfocitose (por consumo — pois células são recrutadas)”
-Se solicitar biópsia hepática em casos de Hepatite viral, espera-se encontrar Infiltrado
Mononuclear (monócitos + linfócitos → essas são nossa defesa natural contra os diversos tipos de
vírus). Em casos graves, pode-se encontrar Necrose Periportal, pois é o local pelo qual o sangue
chega ao fígado (= tríade portal). Já em casos ainda mais graves, pode ocorrer Necrose em Ponte, ou
seja, periportal que avança em direção centrolobular
Obs.: na H. alcoólica, é possível ocorrer Leucocitose Neutrofílica (pode reação leucemóide). Se solicitar
biópsia, espera-se encontrar Infiltrado Neutrofílico. Em casos graves, pode-se encontrar Necrose
Centrolobular, pois o álcool é metabolizado no Citocromo P-450 (seus hepatócitos encontram-se mais ao
centro). O mesmo também é válido para diversos medicamentos, pois também são metabolizados nesse
citocromo (ex.: Acetaminofeno, Halotano). Esse padrão de Necrose também ocorre em necrose hepática
isquêmica e necrose hepática congestiva (pois o sangue chega pela tríade portal e, assim, a periferia sofre;
mas o centro sofrerá ainda mais ! se está congesto, o centro estará mais, pois é ele que drena para a cava;
logo, também sofrerá mais)
HEPATITE A
História Natural:
Tratamento e Profilaxia:
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Não existe tratamento específico:
Suporte clínico
Vacinação:
- pelo MS: dose única, aos 15 meses
- pela SBP: dose dupla, aos 12 e 18 meses
Profilaxia:
Pré (vai viajar pra zona endêmica)
Pós (≤ 14d)
EM < 6m: NÃO PODE VACINA. Logo, profilaxia pré e pós deve utilizar
imunoglobulina [confere proteção por tempo de 90-120 dias após ser aplicada]
EM < 1 ANO: PODE VACINA. Logo, para profilaxia pré usa vacina e profilaxia
pós utilizar imunoglobulina
Para provas, é necessário isolamento após a fase icterícia. Duração varia com referência
- Nelson diz 1 semana. Portanto, isolar 7-14 dias
após icterícia
- MS diz 2 semanas.
Quadro Clínico e Evolução:
Diversos padrões → Assintomático, Sintomático, Colestático*, Recidivante, Fulminante (0,3%)
HEPATITE B
Introdução:
Antígenos (AGs):
- HBsAg (superfície, “próprio vírus”),
- HBcAg (core viral),
- HBeAg (secretado na replicação, é um marcador de replicação viral)
Anticorpos (ACs):
- Anti-HBs (é o “anti-vírus”),
- Anti-HBc (é produzido somente no contato com o vírus),
- AntiHBe (fim da replicação) Fulminante <1%
Crônica: 6 of 22
- Adulto 1-5%
- Crianças 20-30%
- RN 90%
Cronologia e Sorologias:
Possibilidades Sorológicas:
HBsAg (+) → Tem Hepatite B … porém, não distingue se é Hepatite B aguda ou crônica
HBsAg (−) → Não tem Hepatite B … ou tem doença com baixa concentração viral (infecção oculta)
Anti-HBc total (−) → Nunca teve contato com vírus … na prática, pode ter tido; mas em provas não
Anti-HBc total (+) → Teve contato com vírus → Se IgM (+) = Doença aguda. Se IgM (−) = Doença antiga,
mas não pode afirmar se já curou ou se ainda está doente (cronificou); só Anti-HBs definirá
Anti-HBs (+) → Vacina ! Anti-HBs (−) com Anti-HBc total (−) → Susceptível
Quadro Clínico e Sintomas:
→ Evolução benigna:
(1) Assintomáticos ou (2) Anictéricos ou Ictéricos: em ambos, 95% curam
→ Evolução ruim:
(1) Fulminante: 1%. Depende da resposta imune (anticorpos precoces)
(2) Crônica → adultos: 1-5% ! crianças: 20-30% ! recém-nascidos: 90%
→ Possibilidades de evolução:
-Hepatite B Aguda → Crônica = 1-5%
-Por isso não é padronizado tratar HBV aguda, já que minoria cronifica
↳ Dos crônicos → Também pode evoluir direto da fase crônica para CHC
**HBV é a que mais evolui para CHC, pode mesmo na ausência de cirrose
Mutantes Virais:
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● Pré-core: … importante em provas
-É um tipo de vírus mais imunogênico e, com isso, mais chances de evoluir para hepatite fulminante
na fase aguda e/ou caminhar para cirrose hepática ou câncer hepático no futuro
-Observa-se falha na síntese de HBeAg. Deve suspeitar se: HBsAg (+) + Transaminases elevadas,
mas HBeAg (−). Deve confirmar com carga viral: PCR = HBV-DNA↑↑↑
Transmissão:
(I) Sexual: mais importante!! Outras menos importantes: percutânea, transplante de órgãos
(II) Vertical: é a que mais cai em provas. Se mãe HBeAg (+), risco de 90%; Se HBeAg (−), 15%
-Via de parto: transmite sobretudo no canal de parto, mas não é indicação de cesariana. É por
indicação obstétrica ! Aleitamento materno: é permitido e incentivado para as mães
-Ou seja, não “faz nada” para previnir antes de ocorrer o contato
-Prevenção: é apenas pós-exposição. SEMPRE fazer Vacina + IGHAHB (ΔT < 12 horas) Obs.:
autorizou-se indicar Tenofovir para as gestantes nos casos mais graves de HBV (ex.:
HBeAg (+) ou CV elevada) … Utilizar da 28ª sem até 30º dia de pós-parto
Prevenção da HBV:
-Em > 5 anos: apenas 3 pentavalentes (0.1.6 meses → cuidado para não confundir)
-Imunodeprimidos, Transplantados e DRC: 4 doses duplas (0.1.2.6 meses), pois esses pacientes têm
soroconversão ruim. Obs.: o paciente DRC em diálise perde proteção mais rapidamente e, com isso,
deve-se dosar seus títulos de Anti-HBs anualmente
-Dosar títulos de Anti-HBs: apenas em situações de risco (ex.: profissionais de saúde + os três
acima). Dosar após completar 3 doses → Se negativo, revacinar → Se novamente negativo não
revacinar; considerar como “resistente” e fazer profilaxia caso haja exposição
-Violência sexual ou Acidente biológico: se a vítima não for vacinada/vacinação incompleta, faz-se
IGHAHB + iniciar/completar esquema. Se estiver completo, não precisa fazer nada
HEPATITE D
Quase tudo igual Hepatite A. Ex.: transmissão oral-fecal, não cronifica, fulminante é rara
-Detalhe para provas: se uma gestante contrair HEV, 20% evoluem para fulminante
DOENÇAS AUTO-IMUNES
**CC 4: em qualquer obstrução, exames de imagem conseguem visualizar. A única exceção é a Colangite
biliar primária (antiga Cirrose biliar primária), pois a obstrução é a nível microscópico
Quadro clínico:
prurido intenso e precoce, fadiga, icterícia.
Extra: hiperpigmentação (por depósito de sais biliares na pele), xantelasmas (depósito de colesterol na
pele), disabsorção*, dores ósseas
*Disabsorção: não absorvem gorduras corretamente. Logo, pode ter déficit de vitaminas
lipossolúveis (ADEK - pode alargar TAP/INR ao diminuir vitamina K) ou ter esteatorréia
-Só se desenvolve após ocorrer fibrose, o que demora anos. Até então, assintomática
Laboratório:
Grande dica para diagnóstico é anticorpo anti-mitocondrial (positivo em 90-95%)
Tratamento:
- Feito com Ácido Ursodesoxicólico e a resposta prediz prognóstico
- Responsivos ao Ursacol ®: prognóstico bom
- Não responsivos: prognóstico ruim
-Nos casos de pacientes não-responsivos, a opção terapêutica é transplante hepático
**Por ser microscópica, de nada adiantaria derivação biliar, dreno de Kehr, etc.
Extra: pode se associar a outras dçs autoimunes. Ex.: SJ, CREST, Hashimoto, F. de
Raynaud…
Laboratório:
Outra dica para diagnóstico é anticorpo anti-músculo liso (90%).
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Hipergamaglobulinemia policlonal pode nas 3!
Tipo I [1ª]: mulheres, FAN (+), anti-músculo liso !
Tipo II: criança (anti-LKM 1), homem (anti-citosol hepát. 1)
Tipo III: homem, anti-SLA
Tratamento:
Corticóide + Azatioprina
- A depender da evolução, pode precisar transplante
Obs.: três principais agressões hepáticas auto-imunes são: CBP, HAI, CEP
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SÍNDROME ICTÉRICA: COLESTÁTICA
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Introdução
↑ BD
Colestase (FF + GGT elevados)
Principais Etiologias:
- Doença calculosa biliar
- Neoplasias malignas
- Doenças auto-imunes das vias biliares.
Anatomia Biliar:
Fígado:
-Hepatócito → Canalículo e Ducto biliar → Ducto hepático E + D → Ducto hepático comum
Vesícula Biliar:
-Ducto cístico (bile “escorre” do fígado → desviada para vesícula ao invés de ir ao colédoco;
principal função da vesícula é armazenar) → Ducto colédoco (cístico + hepático comum)
**Bile: serve para emulsificar gorduras. Sua liberação é estimulada, sobretudo, ao ingerir
refeições ricas em gorduras. É a colecistocinina (= CCK) que estimula contração vesicular
Obs.: gastrina também estimula contração vesicular. PYY inibe contração
Intestino:
-Papila duodenal (= Ampola de Vater), onde está localizado o esfíncter de Oddi
**Ducto pancreático principal (= de Wirsung): na maioria das pessoas, este ducto deságua no
colédoco. Assim, as secreções pancreáticas + biliar chegam juntas no intestino delgado
Cálculos Biliares:
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-Prevalência: 2º mais comum (15%)
-Dç. hemolítica crônica (principal)
PRETO -Composição: bilirrubinato de cálcio
-Outros: Cirrose hepática, Dç. ileal
-Radiopaco: tem Ca2+ na composição
Obs. 1 → Situações que envolvem Aumentos de estrógeno, Obesidade ou Emagrecimento rápido: nessas
situações ocorre maior liberação de colesterol na bile, favorecendo a formação de cálculos
Obs. 2 → Dç. ideal: reabsorção de sais biliares está prejudicada (reabsorção ileal = 95%). Logo, bile fica
pobre em sais biliares. Consequência: redução da capacidade de dissolver colesterol
**Esse processo de reabsorção no íleo é chamado de Recirculação Êntero-Hepática
**Cad. CC: 4 Fs “forty (acima 40 anos), female, fertile, fat” = sempre suspeitar de doença litiásica
COLELITÍASE
Quadro Clínico:
Diagnóstico:
Tratamento:
Assintomáticos:
A princípio, NÃO precisam de tratamento cirúrgico → Operar é a exceção
Sintomáticos:
Medicamentoso:
Ácido Ursodesoxicólico (Ursacol ®):
-É um sal biliar sintético, capaz de dissolver bile/colesterol (“afina bile”)
-Só pode ser utilizado em casos de cálculo de colesterol + tamanho < 1 cm
É definida pela inflamação aguda da vesícula biliar em decorrência de cálculo + obstrução ≥ 6 hrs!!
-Ou seja, “é um quadro inflamatório da vesícula, pois sofreu alguma obstrução duradoura”
Quadro Clínico:
Dor abdominal: (2 motivos) própria natureza inflamatória do processo + também por estase duradoura da
bile).
Sinal de Murphy (+): parada súbita da inspiração por causa de dor, ao fazer palpação profunda do ponto
cístico (linha hemiclavicular abaixo do rebordo costal direito).
Laboratório:
Diagnóstico (imagem)
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Exame de escolha, primeiro exame, exame que é mais solicitado → USG Abdominal
Padrão-ouro, exame de maior acurácia → Cintilografia biliar, mas quase não é realizada
**Normal: captação do radiofármaco !
Colecistite: não capta contraste, pois, como existe obstrução, o contraste não chega nela. Observa-se
apenas o fígado com contraste borrado
Tratamento:
- Antibiótico:
Em sua maioria, tais quadros envolvem Gram negativos entéricos, Anaeróbios → sempre devem ser
cobertos pelo esquema. Até pode ser por G+, mas não precisa de cobertura imediatamente
↳ Principais agentes: E. coli, Klebsiella, Enterobacter (G−), Enterococo (G+), Anaeróbios
↳ Ex. de esquema empírico: [Ceftriaxona ou Ciprofloxacino] + [Metronidazol]
Cirurgia:
Complicações:
(1) Empiema:
-Complicação mais comum → Pus na vesícula + Toxemia + Febre e Leucocitose
-Perfuração livre → Peritonite Biliar: a vesícula “drena” o seu conteúdo para o abdome
-Perfuração com fístula → Íleo Biliar: a vesícula pode formar fístula com qualquer órgão
abdominal, mas o mais comum é fistulizar com Duodeno. Problema: intestino fica mais fino na
altura da válvula Íleo-cecal. Pode ocorrer obstrução intestinal caso o cálculo impacte lá
-Dica → Radiografia: Pneumobilia / Aerobilia (ar na vesícula ± nas vias biliares)
2) COLEDOCOLITÍASE
É definida pela presença de cálculo(s) no colédoco. *10% das colelitíases tb têm coledocolitíase
- Primária (cálculo forma no colédoco - 10%)
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- Secundária (cálculo vem da vesícula - 90%)
Quadro Clínico:
Diagnóstico:
Melhores Exames →
• CPRE
• ColangioRNM (sem contraste)
• USG Endoscópico
-Todos estes três exames apresentam acurácia semelhante entre si
Em toda colelitíase cirúrgica, devo questionar “qual risco de também ter coledocolitíase?”
-Para avaliação e classificação, deve-se solicitar → USG Abdominal + Hepatograma
(1) Risco Alto (basta 1) → “tem coledocolitíase”:
-Icterícia: pois a colelitíase isolada não é causa
-USG: se visualizar algum cálculo durante o exame
-Bilirrubinas: níveis acima de 4 mg/dL + colédoco dilatado
-Conduta: CPRE antes da Colecistectomia!
Tratamento:
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(1) Papilotomia Endoscópica via CPRE: … 1a opção
-Realiza-se incisão na papila: aumenta o seu diâmetro e facilita expulsão do cálculo
É definida pela obstrução duradoura da via biliar + infecção → estase facilita infecção
(a) Colangite Aguda Não-Grave (“Não-Supurativa”):
- Tratamento → ATB + Drenagem biliar eletiva (4-48h) … questão: 1ª conduta = ATB ! 2ª = drenar
4) TUMORES PERIAMPULARES
Colestase
Vesícula Palpável
Quadro Clínico:
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Emagrecimento
Síndrome colestática com icterícia progressiva
Vesícula de Courvoisier → palpável (obstrução “baixa”) + indolor (distenção progressiva)
- COMPLICAÇÃO COMUM: como ocorre obstrução, esses pacientes podem ter colangite episódica
Diagnóstico:
Tratamento:
Particularidades:
- Principal tipo histológico: Adenocarcinoma ductal (80-90%) → epitélio glandular dos ductos pancreáticos
5) TUMOR DE KLATSKIN
Quadro Clínico:
Diagnóstico:
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• Primeiro Exame → USG Abdominal
• Melhores exames :
Complicações e Prognóstico:
Classificação de Bismuth-Corlette:
Obs.: relação prognóstica → enquanto maior o tipo, pior é o prognóstico (mais próximo do fígado).
6) HEPATITE ALCOÓLICA
Introdução:
-Faz diagnóstico diferencial com outras doenças: Colangite Bacteriana Aguda e PBE
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-Esteatose hepática: já pode ocorrer em “libação isolada”
-Cirrose alcoólica: é necessário que o paciente seja um bebedor crônico
Metabolismo do Etanol:
- Etanol em pequenas quantidades → não gera embriaguez, pois a enzima álcool-desidrogenase
metaboliza o etanol e, com isso, o etanol não é absorvido.
- Etanol em grandes quantidades → ocorre saturação dessa enzima e etanol passa a ser absorvido.
O paciente bebedor crônico tem suas enzimas hepáticas muito funcionantes. Assim, na libação há liberação
de grande quantidade de acetaldeído → agride o hepatócito e gera hepatite alcóolica
Obs. 1: mulheres tem menos álcool-desidrogenase no estômago, com isso, sua saturação é mais rápida, e
o etanol é absorvido precocemente. Com isso, mulheres ficam embriagadas mais rápido.
Obs. 2: álcool não corta efeito de anti-inflamatório e antibióticos! A relação que existe é que alguns
antibióticos (ex: metronidazol) inibem a aldeído-desidrogenase e, assim, tem efeito dissulfiram-like.
Quadro Clínico:
(1) Hepatite → Febre, Dor abdominal, Icterícia, Aumento das transaminases com
TGO > TGP. Obs.: transaminases com níveis ≤ 400 U/L
Pentoxifilina:
-Utilizada como alternativa aos corticóides. Extra (MedCurso): mais usados em casos que usar
corticóide não está recomendado. Ex.: infecção, hemorragia, insuf. renal, pancreatite.
Prognóstico:
7) SÍNDROME DE MIRIZZI
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É definida pela presença de cálculo impactado no ducto cístico e que, ao mesmo tempo, obstrui o ducto
hepático (efeito de massa).
- Há associação com CA de vesícula.
- Macete: é evento/imagem
SOS: Diferenças para CBP: CEP predomina em homens e é das grandes vias biliares
Quadro clínico:
- icterícia colestática + prurido + fadiga.
**apostila: sintomas são episódicos, surto-remissão
-Sal biliar é tóxico ao hepatócito e, como CBP, pode evoluir para cirrose em estágios finais.
mulher homem
DICAS → CPRE: Segmentos de Estenose e Dilatação das vias → “Padrão de Contas de Rosário”
Tratamento:
EXTRAS
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AST ≅ 35 − ALT ≅ 40 ! BT ≅ 0,3-1,3 − BI ≅ 0,2-0,9 − BD ≅ 0,1-0,4 ! FA ≅ 35-120 − GGT ≅ 10-60
Anatomia:
Ligamento hepatoduodenal → contém o ducto hepático comum + artéria hepática + veia porta
Colecistite e Icterícia:
Icterícia não faz parte do quadro típico da colecistite aguda. No entanto, em alguns poucos casos, pode
ocorrer icterícia leve como resultado da inflamação da região adjacente ao colédoco (mais comum na
colecistite aguda alitiásica) ou por Sínd de Mirizzi. Ou, ainda, coledocolitíase associada
Risco de Malignização: idade > 60 anos, associado à colelitíase, diâmetro > 1 cm, crescimento
documentado em USG seriadas. Nesses casos, a via cirúrgica preferida é: Colecistectomia Aberta
Tumor mais comum do trato biliar. Tipo principal: Adenocarcinoma. Mais em mulheres
-Fatores de risco: Colelitíase*, Pólipo adenomatoso, Porcelana, CEP, Obesidade
*Obs: risco de uma colelitíase evoluir para câncer em casos é de, apenas, 0,5-1,5%
Obs.: Colangiocarcinoma é Tu de vias biliares; Klatskin é o seu subtipo mais comum ≠ Carcinoma de
Vesícula Biliar é da própria vesícula; é o mais comum que acomete trato biliar → Não confundir
Inflamação aguda da vesícula na ausência de cálculos, proveniente de lesão isquêmica em uma vesícula
com estase prolongada … Lama biliar … Responsável por 5-10% das colecistites agudas
-FRs: idoso, paciente em UTI, NPT, jejum prolongado, politrauma, grande queimado…
QC: igual colecistite litiásica … único detalhe é que icterícia é mais frequente na forma alitiásica Obs.:
desconfiar de CAA em pctes graves ou UTI com febre, leucocitose, dor em HD a/e
Tratamento: Colecistectomia Aberta. Cuidado: os pacientes não-candidatos à cirurgia não devem esperar a
estabilização para intervir … devem ser submetidos à Colecistostomia Percutânea
É uma anomalia congênita na qual uma, ou mais porções, da via biliar sofre dilatação cística permanente. É
uma condição rara, é mais frequente em crianças (mas é mais diagnosticada em adultos **pegadinha). Estão
associados a maior incidência de neoplasias das vias biliares
Tríade: Dor em QSD + Icterícia + Massa abdominal. Existe BD↑. Pode ter déficit de crescimento
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-Tríade nem sempre é completa. Mais comuns são dor abdominal e icterícia flutuante
→ Classificação de Todani:
Tipo I: dilatação fusiforme de toda árvore biliar extra-hepática … mais comum
Tipo II: dilatação diverticular (divertículo verdadeiro do colédoco) … mais raro Tipo III:
dilatação cística da porção intra-duodenal do colédoco (região da ampola)
Tipo IVa: múltiplos cistos da via biliar intra + extra-hepática. Segundo mais comum Tipo
IVb: múltiplos cistos da via biliar restritas à sua porção extra-hepática
Tipo V: Doença de CAROLI → múltiplos cistos intra-hepáticos, sem/com fibrose portal
Obs.: se tem fibrose, passa a chamar Sínd. Caroli
Tratamento: sempre cirúrgico:
I,II,IV: colecistectomia + ressecar lesões císticas + reconstruir com derivação biliodigestiva
III: esfincterectomia. Esse procedimento pode ser realizado por abordagem endoscópica
V: Doença de CAROLI: acometimento for apenas em um lobo fazer lobectomia … porém, se
ambos lobos acometidos, não há como curar; fazer colangiografia percutânea repetidas
EXTRAS - QUESTÕES:
Extras Hepatites Agudas: durante a fase aguda das hepatites é relativamente comum encontrar anti-corpos
positivos, mas, não significa que o paciente tem alguma doença auto-imune (ex.: anti- músculo liso, FAN,
fator reumatóide, anti-LKM1, anti-LKM3). Q35 C41
Extra Hepatite C: questão fala sobre taxas de cronicidade, evolução para CHC, etc. Q57 C56 Extras Hepatite
Auto-Imune: é crônica e insidiosa, sem causar episódios de hepatite aguda. Q35 C41
Extras Colecistite Aguda: principais achados ao USG → parede espessada, coleção pericolecística, halo
hipoecóico ao redor, distenção cística, cálculo impactado, Sinal de Murphy ao USG. Q5 C1
Extras Colecistectomia na Colecistite: pegadinha → até 75% das colecistites resolveriam só com tratamento
clínico e sem cirurgia, mas esta é sempre preconizada pois recidivas são altas. Q3 C6
Extras Coleperitônio Pós-colecistectomia: desconfiar se extravasamento de bile pelo dreno ou pós-
operatório prolongado se paciente sem dreno (ex.: dor abdominal, íleo adinâmico prolongado) … pode ser
por: lesão de canalículos de Luschka (ductos acessórios que drenam do fígado direto para vesícula - 1ª), coto
do cístico (fechamento ruim - 2ª), lesão iatrogênica VB (3ª). FUBOG 2016
Extras Consumo Crônico de Álcool: macrocitose (na presença de níveis normais de folato e vit. B12),
elevação de GGT (na presença de níveis normais das demais enzimas de colestase) são indicativos-
marcadores indiretos do consumo de álcool
Extras Câncer de Cabeça de Pâncreas: se acometer artéria mesentérica superior ou plexo celíaco ou se tem
metástase à distância. Nesses casos, o tratamento é apenas paliativo → para a dor (analgesia e bloqueio do
plexo celíaco) e para a icterícia (endoprótese ou derivação biliodigestiva)
Curiosidade Transfusão: formas de rastreio usadas em hemocentros não são 100% sensíveis nem 100%
específicas. Assim, quando algum paciente tem alguma doença de transmissão parenteral, mesmo que curada
[ex.: Anti-HBc (+) com Anti-HBs (+)], recusa-se a doação pelo risco de ter outra
Introdução:
Nas crianças maiores e nos adolescentes, o raciocínio clínico é feito tal como nos adultos
-Entretanto, a abordagem da icterícia no período neonatal e no lactente é diferente
-Ou seja, as causas de icterícia nessas duas faixas etárias são diferentes do adulto
Icterícia no período neonatal não necessariamente é sinônimo de doença, inclusive até 60% dos RNs de
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termo e 80% dos pré-termo têm icterícia na primeira semana de vida → icterícia fisiológica
Entretanto, icterícia no período neonatal que ocorre às custas de BD é SEMPRE patológica Colestase
Neonatal:
É a dificuldade de fluxo biliar pelo fígado e vias biliares levando a ↓ ou ∅ de bile no intestino
-Esse termo engloba condições que cursam com doença intra-hepática ou extra-hepática
-Consequências: acúmulo sérico e hepático de substâncias que seriam excretadas na bile
Por ser sempre patológica, toda icterícia que: se prolonga por mais tempo do que o esperado para a
fisiológica, surge após segunda semana de vida, persiste após este período ou que tenha outros
comemorativos de colestase (ex.: acolia e colúria) → investigação com bilirrubina total e frações
-Colestase: BD > 20% da BT se BT > 5 mg/dL OU BD > 1 md/dL se BT < 5 mg/dL
Doenças Intra-Hepáticas:
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Extra: (Caderno 4º ano) → endocrinológicas (Hipotireoidismo), metabólicas (Galactosemia,
Tirosinemia), genéticas (Fibrose cística, Deficiência α1-antitripsina), infecciosas (STORCH, ITU,
Sepse neonatal), familiares (Síndrome de Alagille, Colestase intra-hepática familiar progressiva [=
PFIC], Colestase intra-hepática recorrente benigna [= BRIC]), dentre outras
Hepatite neonatal idiopática (HNI): uma das principais causas intra-hepáticas, sendo mais comum nos
recém-nascidos prematuros ou PIG do que nos de termo e AIG … é diagnóstico de exclusão
Doenças Extra-Hepáticas:
-Se isso não for feito, o recém-nascido sofrerá lesão hepatocelular secundária à obstrução do fluxo
biliar. Se não tratar corretamente, evolui para cirrose e falência hepática terminal
-É uma doença marcada pela obliteração progressiva dos ductos biliares extra-hepáticos após o
nascimento (ao nascer, estão pérvios). Ocorre em qualquer ponto da árvore biliar
Obs.: existe uma forma embrionária, que já nasce alterado, é menos frequente
-Classicamente, a icterícia tem início entre a segunda e a sexta semana de vida, associada a acolia
fecal e colúria. Ao exame físico, o estado geral costuma ser bom, mas o fígado pode ser palpável
com tamanho e consistência alterados → dica para DD entre AVB x HNI
-Conduta: após confirmar, deve fazer a Portoenterostomia à Kasai até a 8ª semana de vida
*Quadradinho apostila: “em um significativo percentual dos casos, a investigação de colestase neonatal
terá como diagnóstico final hepatite neonatal idiopática ou atresia de vias biliares”*
Apesar de ser uma técnica cirúrgica considerada como minimamente invasiva e com muitos
benefícios, não é um procedimento isento de riscos ou que não acarrete repercussões orgânicas
-Circulatórios: absorção do CO2 pode gerar resposta do SNA simpático com FC↑, Arritmias
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→ Efeitos mediados pelo Pneumoperitônio: os mais importantes … período crítico: 5 minutos iniciais
-Hemodinâmicas: Retorno venoso↓ + DC↓, FC↑ + RVP↑. ↓RV, DC pela compressão da VCI;
↑FC, RVP são reflexos / compensatórios (entretanto, DC continua baixo porque não tem volume). Obs.:
estes também podem ser explicados pela posição de Trendelemburg reversa
-Pressão intratorácica↑, pressão capilar pulmonar↑, PVC↑, pressão de enchimento VD- VE↑,
PIC↑. Ocorrem pela elevação do diafragma (pelo aumento da pressão abd.)
-Alterações Trombóticas: maior risco de TVP (pela redução do retorno venoso). TEP (?)
HC-UFG: laparoscopia pode complicar com dor no ombro … explicado por irritação do peritônio
diafragmático (pelo próprio CO2) OU hiperestiramento das fibras musculares diafragmáticas (pela pressão
gasosa) → prevenção feita por meio de infusão lenta de CO2 + tratar com analgésicos
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● RESUMO DA AULA
Hiperbilirrubinemia Indireta:
Hiperbilirrubinemia Direta:
Resumo Hepatites
COLECISTITE Dor > 6 hrs + Febre + Murphy ATB + Cirurgia Precoce (até 72 hrs)
CPRE (Papilotomia) − 1ª opção
COLEDOCOLITÍAS Icterícia Intermitente
Exploração em cirurgia, Derivação
E
COLANGITE Charcot & Reynolds ATB + Drenagem biliar (eletiva & imediata)
COLANGITE
Colestase + RCUI (p-ANCA positivo) Transplante hepático
ESCLEROSANTE
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