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FACULDADE DE SAÚDE E HUMANIDADES IBITURUNA- FASI

CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA


Sara Freitas Baldez- 11º Noturno
Professora: Rosane Queiroz Duarte
Disciplina: Neurociência

SISTEMA FUNCIONAL DE LÚRIA

O Sistema Funcional de Luria é uma teoria neuropsicológica desenvolvida


pelo neuropsicólogo russo Alexander Luria, visando compreender como diferentes
funções cognitivas e neuropsicológicas estão relacionadas no cérebro humano.

A ideia central de Alexander Luria sobre o Sistema Funcional é que cada área
cerebral possui uma especialização funcional específica, mas essas áreas também
trabalham juntas de maneira integrada e coordenada, utilizando todo o sistema
nervoso para realizar as complexas funções cognitivas do cérebro humano.

Luria conseguiu ampliar a ideia central do Sistema Funcional aplicando ao


Sistema Nervoso Central humano, partindo do contexto de três conceitos: função,
localização e sintoma. A função cerebral não pode ser simplificada como a função
de uma área cerebral isolada. Ele usou a analogia da função respiratória para
ilustrar esse conceito. Assim como a respiração não é apenas uma função do
pulmão, mas envolve todo o sistema respiratório, a função cerebral também é
resultado de uma interação complexa e integrada de várias áreas cerebrais e
sistemas neuronais. Luria argumentava que a atividade cognitiva complexa, como a
linguagem, a percepção visual ou a resolução de problemas, não pode ser reduzida
a apenas um ou alguns grupos específicos de neurônios.
O foco da localização das funções cerebrais não implica reduzir a atividade
mental complexa a uma única região do cérebro, mas sim entender quais áreas
cerebrais estão colaborando e contribuindo para a execução de uma função
cognitiva específica. Não é simplesmente identificar uma área isolada como
responsável por uma função, mas sim compreender como várias áreas cerebrais se
comunicam e cooperam para produzir uma atividade mental complexa. Ele estava
interessado na análise detalhada das contribuições específicas de diferentes áreas
para um sistema funcional mais amplo.

A compreensão dos sintomas neuropsicológicos vai além de simplesmente


identificar um distúrbio em uma área ou função cerebral específica. A ênfase é
colocada na busca pelo fator subjacente ou básico que está causando o sintoma
observado. Em vez de focar apenas nos sintomas em si, Luria defendia que era
essencial investigar a causa raiz dos sintomas neuropsicológicos. Isso significa
procurar entender quais processos ou interações dentro do sistema funcional do
cérebro podem estar contribuindo para a manifestação do sintoma.

Luria estruturou o Sistema Nervoso Central em Superior: engloba processos


como análise e síntese de informações, habilidades de planejamento, regulação do
comportamento consciente, atenção voluntária, pensamento abstrato e memória de
trabalho. É responsável pelas funções mais complexas e tipicamente humanas do
cérebro; Inferior: envolvido nas funções mais básicas e automáticas do cérebro,
incluindo o controle motor, a regulação tônica (manutenção do equilíbrio e da
postura) e outras funções automáticas do corpo; Posterior: se relaciona à análise
sensorial primária e secundária, como a percepção visual, auditiva e tátil. Ele é
responsável pelo processamento das informações sensoriais básicas que formam a
base para a percepção consciente e o entendimento do ambiente. Esses “blocos
funcionais” não operam de forma isolada, mas sim em conjunto, interagindo para
produzir comportamento humano complexo.
Dentro da divisão hierárquica, existem três grandes unidades funcionais: a
primeira unidade funcional foi descrita como a responsável pela vigília e pelo tônus
cortical, responsável por regular a vigília, que é o estado de consciência e alerta do
cérebro; a segunda unidade funcional era a encarregada de receber, processar e
armazenar as informações que chegavam do mundo externo (estímulos sensoriais)
e interno e do mundo interno (processos cognitivos, emoções, etc.). Essa unidade
permite que o cérebro interprete e dê sentido aos estímulos sensoriais, além de
processar informações cognitivas complexas, como memórias e pensamentos; a
terceira unidade funcional regulariza e verifica as estratégias comportamentais e a
própria atividade mental, desempenha um papel importante na monitorização e
ajuste das ações executadas pelo indivíduo, bem como no controle das atividades
mentais, como planejamento, tomada de decisões e resolução de problemas.

Apresentou três leis que descrevem a estrutura de funcionamento das regiões


corticais individuais do cérebro. Essas leis refletem os princípios subjacentes à
organização das funções cerebrais e como diferentes áreas interagem para realizar
tarefas complexas. As três leis são: lei da estrutura hierárquica das zonas corticais
descreve como diferentes áreas corticais interagem e realizam uma síntese
progressivamente mais complexa das informações que chegam ao cérebro. Essa lei
enfatiza a organização hierárquica das funções cerebrais e como diferentes regiões
corticais trabalham juntas para processar e integrar informações sensoriais e
cognitivas. Áreas Primárias: São as áreas corticais mais especializadas em
processar informações sensoriais básicas, como visão, audição ou tato. Essas
áreas realizam a análise primária dos estímulos sensoriais. Áreas Secundárias: As
áreas secundárias estão envolvidas na organização mais elaborada das
informações sensoriais. Elas processam informações de maneira mais integrada e
começam a formar percepções mais complexas a partir das informações sensoriais.
Áreas Terciárias: Essas áreas são ainda mais integrativas e estão envolvidas na
síntese de informações de múltiplas modalidades sensoriais. Elas integram
informações vindas de diferentes áreas secundárias para formar percepções e
processos cognitivos ainda mais complexos e abstratos.
A segunda lei é a lei da especificidade decrescente das zonas corticais
hierarquicamente organizadas, se relaciona com a maneira como diferentes áreas
corticais processam informações e está intimamente ligada à ideia da hierarquia
funcional do cérebro.

Como terceira lei, temos a lei da lateralização progressiva das funções, ideia de
que à medida que avançamos nas áreas hierárquicas do processamento cerebral, a
lateralização das funções entre os hemisférios cerebrais se torna mais evidente e
específica. De acordo com essa lei, em áreas primárias, as funções são executadas
de maneira semelhante em ambos os hemisférios cerebrais. No entanto, nas áreas
secundárias e terciárias, onde ocorre uma integração mais complexa e elaborada de
informações, a especialização hemisférica se torna mais acentuada. Isso significa
que funções específicas começam a ser mais predominantemente executadas em
um dos hemisférios, resultando em uma maior lateralização funcional.

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