Termo de Referencia - Letícia Kaiser
Termo de Referencia - Letícia Kaiser
Termo de Referencia - Letícia Kaiser
Curitiba
2023
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
Curitiba
2023
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Casas no estilo arquitetônico levado por imigrantes alemães no século XIX,
Enxaimel, em Pomerode, Santa Catarina. ..................................................................................... 14
Figura 2- Mapa de Santa Catarina. ................................................................................................ 15
Figura 3 - Anexo I - LC 06 de 2017 – Macrozoneamento. .......................................................... 17
Figura 4 - LC 06 de 2017 - Zoneamento Campos Novos. .......................................................... 18
Figura 5 - Logotipo CBTG. ............................................................................................................... 21
Figura 6 - Gráfico mostrando a relação de pessoas que participam de atividades nos CTGs
no Brasil por estados, considerando que cada associado leva apenas um convidado. ......... 22
Figura 7 - Gráfico mostrando a relação de CTGs ativos no Brasil por estados. ..................... 22
Figura 8 - Gráfico mostrando a relação de Piquetes/Entidades Similares em atividade. ....... 23
Figura 9 - Mapa de Santa Catarina, com localização das regiões tradicionalistas. ................ 24
Figura 10 - Logotipo 3ª Região Tradicionalista do estado de Santa Catarina. ......................... 24
Figura 11 - Foto do Galpão Crioulo, espaço cedido para as atividades do CTG atualmente.
............................................................................................................................................................... 25
Figura 12 - Logotipo do CTG Porteira Camponovense. .............................................................. 25
Figura 13 - Foto dos participantes do CTG Porteira Camponovense no desfile cívico da
Independência do Brasil. ................................................................................................................... 26
Figura 14 - Foto com alguns dos participantes do CTG Porteira Camponovense. ................ 26
Figura 15 - Foto Invernada Artística Mirim do CTG Porteira Camponovense. ........................ 27
Figura 16 - Bocha campeira na areia. ............................................................................................ 27
Figura 17 - Rodeio crioulo. ............................................................................................................... 28
Figura 18 - Chula gaúcha. ................................................................................................................ 29
Figura 19 - Participação da Invernada Adulta do CTG Porteira Camponovense na 3ª Etapa
do Festival Regional da Cultura Gaúcha - FRCG Nova Erechim. .............................................. 29
Figura 20 - Fotografia Externa Centro para Cultura e as Artes da Ribera. .............................. 31
Figura 21 - Fotografia Externa aérea do Centro para Cultura e as Artes da Ribera,
mostrando a posição dos edifícios e o entorno. ............................................................................ 32
Figura 22 - Implantação do Centro para Cultura e as Artes da Ribera..................................... 33
Figura 23 - Fotografia externa Espelho d’água. ........................................................................... 34
Figura 24 - Área aproximada dos principais blocos do complexo. ............................................ 34
Figura 25 - Detalhe mostrando abertura da cobertura da biblioteca. ........................................ 35
Figura 26 - Elevação e corte biblioteca. ......................................................................................... 36
Figura 27 - Fotografia Externa do acesso principal do Centro para Cultura e as Artes da
Ribera. .................................................................................................................................................. 36
Figura 28 - Planta Pavimento Térreo do Centro para Cultura e as Artes da Ribera. ............. 37
Figura 29 - Planta Pavimento Superior do Centro para Cultura e as Artes da Ribera. .......... 38
Figura 30 - Fotografia Externa Sesc Guarulhos. .......................................................................... 39
Figura 31 - Fotografia Externa Sesc Guarulhos, mostrando relação do edifício com o
entorno. ................................................................................................................................................ 40
Figura 32 - Implantação SESC Guarulhos, com setas indicando acessos. ............................. 40
Figura 33 - Fotografia Interna Sesc Guarulhos, mostrado pátio central. .................................. 41
Figura 34 - Fotografia Interna Sesc Guarulhos, mostrado pátio central, circulações
integradas com o pátio, e cobertura de grelhas metálicas envidraçadas. ................................ 42
Figura 35 - Programa de necessidades SESC Guarulhos. ........................................................ 42
Figura 36 - Planta térreo................................................................................................................... 43
Figura 37 - Planta 2° pavimento...................................................................................................... 44
Figura 38 - Fotografia interna, SESC Guarulhos, mostrando teatro localizado no 2°
pavimento. ........................................................................................................................................... 44
Figura 39 - Planta 3° pavimento...................................................................................................... 45
Figura 40 - Áreas estimadas SESC Guarulhos. ........................................................................... 46
Figura 41 - Cortes esquemático mostrando soluções de conforto térmico. ............................. 46
Figura 42 - Detalhe mostrando cobertura. ..................................................................................... 47
Figura 43 - Fotografia Externa Sesc Jundiaí................................................................................. 48
Figura 44 - Localização SESC Jundiaí, com setas indicando acessos. ................................... 49
Figura 45 - Croqui estudo volumétrico do edifício. ....................................................................... 49
Figura 46 - Fotografia externa mostrando volumetria do edifício. ............................................. 50
Figura 47 - Lista de ambientes do Centro de atividades SESC Jundiaí. .................................. 51
Figura 48 - Esquema setorização do edifício. ............................................................................... 51
Figura 49 - Planta Térreo SESC Jundiaí. ...................................................................................... 52
Figura 50 - Planta Pavimento superior SESC Jundiaí. ................................................................ 52
Figura 51 - Planta Subsolo SESC Jundiaí - Estacionamento..................................................... 53
Figura 52 - Fotografia externa do terraço, bloco horizontal e brises de ventilação na
cobertura. ............................................................................................................................................. 54
Figura 53 - Fotografias internas da rampa integrando o edifício. .............................................. 54
Figura 54 - Fotografia Externa Centro de Tradições Gaúchas Porteira do Pinhal. ................ 55
Figura 55 - Fotografia Interna mostrando salão principal e iluminação por lanternim. .......... 56
Figura 56 - Fotografia Interna mostrando palco salão principal. ................................................ 57
Figura 57 - Planta baixa do projeto arquitetônico do CTG Porteira do Pinhal, elaborado pela
arquiteta e urbanista Márcia Pilz. ..................................................................................................... 57
Figura 58 - Fotografia Externa Centro Cultural La Criolla. .......................................................... 58
Figura 59 - Fotografia Externa Centro Cultural La Criolla. .......................................................... 58
Figura 60 - Fotografia interna, mostrando auditório no térreo.................................................... 59
Figura 61 - Planta térreo Centro cultural La Criolla...................................................................... 60
Figura 62 - Planta pavimento superior Centro cultural La Criolla. ............................................. 60
Figura 63 - Perspectiva mostrando galpão e composição da sua estrutura. ........................... 61
Figura 64 - Corte AA e ordem na qual é montada a estrutura em madeira. ............................ 61
Figura 65 - Fotografia interna foyer, mostrando o volume onde estão os sanitários. ............ 62
Figura 66 - Fotografia Externa Casa da Música. .......................................................................... 63
Figura 67 - Implantação Casa de Música. ..................................................................................... 63
Figura 68 - Imagem aérea mostrando relação dos edifícios com o entorno. ........................... 64
Figura 69 - Croqui da forma dos dois edifícios do complexo. .................................................... 64
Figura 70 - Fotografia interna do espaço livre do centro comunitário. ...................................... 65
Figura 71 - Planta térreo Casa de Música. .................................................................................... 66
Figura 72 - Fotografia externa mostrando alinhamento dos edifícios do complexo. .............. 66
Figura 73 - Fotografia externa mostrando os dois edifícios do complexo. ............................... 67
Figura 74 - Planta mostrando os pântanos, criados para filtrar a água do edifício antes de
cair no córrego. ................................................................................................................................... 68
Figura 75 - Fotografia Externa Convento FFB, vista da fachada do refeitório, as portas
pivotantes integram o interior e exterior, todo o bloco é feito em madeira, exceto pela parte
onde estão cozinha e sanitários a esquerda. ................................................................................ 68
Figura 76 - Fotografia interna da igreja, suas paredes e estrutura são feitas com madeira
maciça e o detalhamento das fachadas permite a passagem do ar. ......................................... 69
Figura 77 - Fotografia interna refeitório, que possui vedações, estruturas em madeira. É um
ambiente bem amplo pois é integra comunidade e religiosos. Houve também a preocupação
com ventilação e iluminação natural. .............................................................................................. 69
Figura 78 - Fotografia Externa Escola Infantil A Baiuca.............................................................. 70
Figura 79 - Imagem externa aérea, mostrando relação da escola do entorno. ....................... 71
Figura 80 - Imagem externa mostrando volumetria. .................................................................... 71
Figura 81 - Imagem externa mostrando volumetria. .................................................................... 71
Figura 82 - Imagem externa mostrando cobertura, esquadria em madeira e acabamento em
placas de pinus autoclavado. ........................................................................................................... 72
Figura 83 - Fotografia interna, mostrando iluminação natural.................................................... 72
Figura 84 - Fotografia Interna Complexo de Uso Misto Gare Maritime. ................................... 73
Figura 85 - Planta térreo do Complexo de Uso Misto Gare Maritime. ...................................... 74
Figura 86 - Corte esquemático, mostrando medidas de sustentabilidade. .............................. 74
Figura 87 - Fotografia Interna Orquestra Jazz de Matosinhos. .................................................. 75
Figura 88 - Planta térreo Orquestra Jazz de Matosinhos. .......................................................... 76
Figura 89 - Planta 2° pavimento Orquestra Jazz de Matosinhos. ............................................. 76
Figura 90- Fotografia interna ambiente revestido de madeira. .................................................. 77
Figura 91 - Fotografia interna mostrando contraste entre materiais. ........................................ 77
Figura 92 - Elementos interessantes de cada estudo de referência arquitetônica. ................ 78
Figura 93 - Arquiteto Michael Green dando uma palestra ao TED Talks. ................................ 79
Figura 94 - Royal BC Museum Collections & Research Building .............................................. 80
Figura 95 - Réinventer Paris ............................................................................................................ 80
Figura 96 - Wood Innovation and Design Centre ......................................................................... 81
Figura 97 - Flora ................................................................................................................................ 81
Figura 98 - Programa de necessidades preliminar. ..................................................................... 82
Figura 99 - Mapa Município de Campos Novos em Santa Catarina. ........................................ 83
Figura 100 - Mapa área urbana e localização dos terrenos. ...................................................... 84
Figura 101 - Mapa da área urbana com localização de alguns equipamentos importantes e
localização dos terrenos.................................................................................................................... 85
Figura 102 - Parâmetros terreno 01, com indicação de recuos, ruas circundantes e curvas
de nível de 4 em 4 metros................................................................................................................. 86
Figura 103 - Parâmetros construtivos terreno 01. ........................................................................ 87
Figura 104 - Serviços básico, percentual da disponibilidade no Bairro Jardim Bela Vista. ... 88
Figura 105 - Condicionantes naturais terreno 01. ........................................................................ 89
Figura 106 - Análise entorno terreno 01. ....................................................................................... 90
Figura 107 - Parâmetros terreno 02, com indicação de recuos, ruas circundantes e curvas
de nível de 4 em 4 metros................................................................................................................. 91
Figura 108 - Parâmetros construtivos terreno 02. ........................................................................ 92
Figura 109 - Condicionantes naturais terreno 02. ........................................................................ 93
Figura 110 - Análise entorno terreno 02. ....................................................................................... 94
Figura 111 - Parâmetros terreno 03, com indicação de recuos, ruas circundantes e curvas
de nível de 4 em 4 metros................................................................................................................. 95
Figura 112 - Parâmetros construtivos terreno 03. ........................................................................ 96
Figura 113 - Serviços básico, percentual da disponibilidade no Bairro Nossa Senhora
Aparecida............................................................................................................................................. 97
Figura 114 - Condicionantes naturais terreno 03. ........................................................................ 98
Figura 115 - Análise entorno terreno 03. ....................................................................................... 99
Figura 116 - Tabela de pontos. ..................................................................................................... 100
Figura 117 - Comparativo entre os terrenos. .............................................................................. 101
Figura 118 - Programa e pré-dimensionamento ......................................................................... 102
Figura 119 - Organograma do projeto. ......................................................................................... 103
Figura 120 - Fluxograma do projeto. ............................................................................................ 104
LISTA DE SIGLAS
RT - Regiões Tradicionalistas
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 10
2. TEMA ........................................................................................................................... 11
3. JUSTIFICATIVA ........................................................................................................... 11
4. OBJETIVOS .................................................................................................................... 12
4.1. GERAIS..................................................................................................................... 12
4.2. ESPECÍFICOS .......................................................................................................... 12
5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................................... 12
5.1 COLONIZAÇÃO ......................................................................................................... 12
5.1.1 Colonização do Sul do Brasil .......................................................................................... 12
5.1.2 Arquitetura colonial em Santa Catarina ........................................................................ 13
5.1.3 Colonização do Município de Campos Novos, em Santa Catarina .......................... 15
5.1.4 Campos Novos nos dias de hoje ................................................................................... 16
5.2. CULTURA ................................................................................................................. 19
5.2.1 Definição de cultura.......................................................................................................... 19
5.2.2 Importância da preservação de cultura ......................................................................... 19
5.3. CULTURA GAÚCHA E O TRADICIONALISMO ........................................................ 20
5.3.1 Comunidade gaúcha em Santa Catarina e no Município de Campos Novos ......... 21
5.3.2 Práticas e costumes gaúchos ......................................................................................... 26
5.4. ARQUITETURA DE CENTROS DE TRADIÇÕES GAÚCHAS ................................... 30
6. ESTUDOS DE CASO E REFERENCIAIS ARQUITETÔNICOS ....................................... 31
6.1 ESTUDOS DE CASO ................................................................................................. 31
6.1.2 Centro para a Cultura e as Artes da Ribera ................................................................. 31
6.1.3 Sesc Guarulhos ................................................................................................................ 39
6.1.4 Sesc Jundiaí ...................................................................................................................... 47
6.1.5 Centro de Tradições Gaúchas Porteira do Pinhal em Santa Catarina .................... 55
6.1.6 Centro cultural La Criolla ................................................................................................. 58
6.1.7 Casa de Música ................................................................................................................ 62
6.1.8 Convento FFB ................................................................................................................... 68
6.1.9 Escola Infantil A Baiuca ................................................................................................... 70
6.1.10 Complexo de Uso Misto Gare Maritime ...................................................................... 73
6.1.11 Orquestra Jazz de Matosinhos..................................................................................... 75
6.2 REFERENCIAL ARQUITETÔNICO ............................................................................ 79
6.3. PROGRAMA PRELIMINAR ....................................................................................... 82
7. DIAGNÓSTICO DO TERRENO .................................................................................... 82
7.1 ANÁLISE DO TERRENO 01....................................................................................... 86
7.1.1. Condicionantes Naturais terreno 01 ........................................................................ 89
7.1.2 Análise entorno terreno 01 .............................................................................................. 90
7.2 ANÁLISE DO TERRENO 02....................................................................................... 91
7.2.1 Condicionantes Naturais terreno 02 .............................................................................. 93
7.2.2 Análise entorno terreno 02 .............................................................................................. 94
7.3 ANÁLISE DO TERRENO 03....................................................................................... 95
7.3.1 Condicionantes Naturais terreno 03 .............................................................................. 98
7.3.2 Análise entorno terreno 03 .............................................................................................. 99
7.4 COMPARATIVO ANÁLISE DOS TERRENOS .......................................................... 100
8.0 DIRETRIZES PROJETUAIS ........................................................................................ 101
11.1. ORGANOGRAMA ................................................................................................. 103
11.2 FLUXOGRAMA ...................................................................................................... 104
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 105
10. ANEXOS ..................................................................................................................... 113
Anexo I - Tabela - Uso e Ocupação do Solo................................................................... 113
10
1. INTRODUÇÃO
O Brasil é um país multicultural, isso se deve ao modo como foi constituído, era
povoado primeiramente por povos indígenas e a partir do século XIX começaram a
chegar os colonizadores vindos de diversos países europeus. Cada tipo diferente de
imigrante que chegava trazia consigo sua cultura, que envolve hábitos, religião, modo
de vestir, culinária, entre outros.
um espaço cedido pelo Centro de Eventos Galpão Crioulo, é um bom espaço, mas
carece de infraestrutura e não pertence exclusivamente a eles.
2. TEMA
3. JUSTIFICATIVA
4. OBJETIVOS
4.1. GERAIS
4.2. ESPECÍFICOS
5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
5.1 COLONIZAÇÃO
O Brasil em seus primórdios era povoado pelos povos indígenas, foi a partir do
século XIX iniciou-se o processo de colonização por diversos países europeus.
Fazendo com que nosso país seja formado por diversos subsistemas culturais.
Ainda restava muita rixa entre os imigrantes alemães, italianos, poloneses, entre
outros, pois são culturas muito diferentes em termos de idioma, hábitos alimentares,
religião. Eram muito comuns colônias somente de italianos, ou de alemães, como por
exemplo o caso de Blumenau, fundada em 1950 majoritariamente alemã.
Isso tudo explica o motivo de que até hoje, na região sul, temos diversos grupos
de descendentes de determinado povo alocados em uma cidade, ou bairro, como por
exemplo Santa Felicidade em Curitiba que é majoritariamente de descendência
Italiana, que se orgulham de sua cultura ancestral, e tentam manter viva sua memória
com tradições.
(MÉTIS: história & cultura – v. 11, n. 22, p. 13-39, jul./dez. 2012) e (Revista Tempo
e Argumento, Florianópolis, v.9, n.20, p.230 ‐ 246.jan. / abr.2017).
A imigração alemã no sul do Brasil foi muito significativa, e com isso vieram junto
sua bagagem cultural, na arquitetura ficou marcado a identidade desse povo pelos
chalés e as características do enxaimel.
(MÉTIS: história & cultura – v. 11, n. 22, p. 13-39, jul./dez. 2012) e (Revista Tempo
e Argumento, Florianópolis, v.9, n.20, p.230 ‐ 246.jan. / abr.2017).
Figura 1 - Casas no estilo arquitetônico levado por imigrantes alemães no século XIX, Enxaimel, em
Pomerode, Santa Catarina.
Além disso, no início do século XX, ocorreu a Guerra do Contestado, que arrasou
o estado do Rio Grande do Sul, em 1930 e 1940, após o término da guerra chegam
ao Município de Campos Novos diversos descendentes de italianos, alemães e muitos
vindos do Rio Grande do Sul, Segundo Oliven: “... em 1980 havia aproximadamente
900.000 gaúchos vivendo fora do Rio Grande do Sul, o que equivale a 11,5% da
população do estado” (OLIVEN, 1991, p.92).
Localiza-se no meio oeste de Santa Catarina, fica a 292 km em linha reta de Porto
Alegre no Rio Grande do Sul (Cidade-Brasil, 2021), ligado às rodovias BR-282, BR-
470, SC-135, SC-458 e SC-456 e tem como limites geográficos ao Norte: Erval Velho,
Ibiam, Monte Carlo; Sul: Estado Rio Grande do Sul, Celso Ramos e Anita Garibaldi;
Leste: Vargem, Brunópolis, Abdon Batista;
e Oeste: Capinzal, Zortéa, Ouro, Lacerdópolis, Herval D`Oeste (EPAGRI 2013).
O PIB per capita em 2020 era de R$ 66.661,29. O salário médio mensal é de 2,6
salários-mínimos, e a proporção de pessoas ocupadas em relação a população total
é de 31,1%. Em relação a educação no Município existem cinco estabelecimentos de
ensino médio, e vinte e cinco de ensino fundamental, a taxa de escolarização de 6 a
14 anos é de 97,3%. O esgotamento sanitário adequado é de 71,1% (IBGE, 2020).
5.2. CULTURA
O site Brasil Escola define cultura como: […] tudo aquilo que é produzido a partir
da inteligência humana. Ela está presente desde os povos primitivos em seus
costumes, sistemas, leis, religião, em suas artes, ciências, crenças, mitos, valores
morais e em tudo aquilo que compromete o sentir, o pensar e o agir das pessoas
(BRASIL ESCOLA).
Ao longo dos séculos o “ser gaúcho” sofreu uma série de invenções, sendo
atualmente atrelado a uma carga de conceitos e valores simbólicos, quando
pensamos na configuração social desse grupo temos a indumentária, o apego e
práticas campeiras e ao cavalo, o chimarrão, o sotaque, são pessoas que representam
braveza e coragem, respeito e dão muito valor a família.
Figura 6 - Gráfico mostrando a relação de pessoas que participam de atividades nos CTGs no Brasil
por estados, considerando que cada associado leva apenas um convidado.
Em Santa Catarina o primeiro CTG foi fundado em 1959, em São Miguel do Oeste,
atualmente o maior Centro de Tradições Gaúchas do estado e o segundo maior do
Brasil é Os Praianos em Forquilhas. Atualmente o movimento tradicionalista gaúcho
em Santa Catarina (MTG/SC) tem em números 39.850 associados, 462 CTGs e 1.509
piquetes (MTG/SC, 2023).
Fonte: MTG/SC.
Fonte: MTG/SC.
Galpão Crioulo, que cede o espaço para o CTG realizar suas atividades, o galpão
possui área aproximada de 3.500 m², capacidade para 800 pessoas sentadas, e
estacionamento para 200 veículos, fica localizado a 700 metros do Centro da cidade,
às margens da BR 470, conforme dados da Secretaria de Turismo de Campos Novos.
Figura 11 - Foto do Galpão Crioulo, espaço cedido para as atividades do CTG atualmente.
de cancha, com piso de grama ou areia, área para acomodação dos animais de
maneira confortável, área para atendimento médico. Para a realização dos rodeios é
necessário uma série de aprovações de diversos órgãos para que seja garantido o
bem-estar dos animais e a segurança dos espectadores e de quem está manejando
os animais.
Fonte: Archdaily.
cultural. Por possuir uma história regional muito marcante, o mesmo tem o intuito de
disseminar a cultura em diversas regiões do estado, apesar de ser um local povoado
por diversas nacionalidades devido à grande presença de estrangeiros.
O novo complexo foi o acréscimo de três novos elementos: uma biblioteca como
fachada do complexo, um edifício longitudinal de serviços com sala de música e sala
de dança, e anfiteatro ao ar livre contendo um espelho d’água central. Os novos
edifícios foram posicionados de modo que delimitem usando a própria construção.
Figura 21 - Fotografia Externa aérea do Centro para Cultura e as Artes da Ribera, mostrando a
posição dos edifícios e o entorno.
Fonte: Archdaily.
33
Fonte: Archdaily.
O edifício da biblioteca tem uma cobertura com uma abertura para trazer
iluminação natural (imagem 23), essa é uma solução muito simples que proporciona
eficiência energética.
35
Fonte: Archdaily.
Fonte: Archdaily.
Figura 27 - Fotografia Externa do acesso principal do Centro para Cultura e as Artes da Ribera.
Fonte: Archdaily.
37
Fonte: Archdaily.
Figura 31 - Fotografia Externa Sesc Guarulhos, mostrando relação do edifício com o entorno.
Fonte: Archdaily.
Fonte: Archdaily.
Figura 34 - Fotografia Interna Sesc Guarulhos, mostrado pátio central, circulações integradas com o
pátio, e cobertura de grelhas metálicas envidraçadas.
Fonte: Archdaily.
Fonte: Archdaily.
44
Fonte: Archdaily.
Fonte: Archdaily.
45
Fonte: Archdaily.
Conforme visto nas plantas, o projeto funcionalmente se conecta pelo grande hall
central. Tendo logo na entrada o teatro, permitindo assim quem vai assistir a algo
localizar-se facilmente e não ter que ficar circulando pelo edifício, visto que os outros
usos são mais restritivos como salas de aula e clínica odontológica. Aos fundos estão
concentrados os usos esportivos, como ginásio e piscinas, o que é vantajoso pois o
barulho não atrapalha as demais áreas.
46
Fonte: Archdaily.
47
e Rita Vaz.
48
Fonte: Archdaily.
Fonte: Archdaily.
50
Fonte: Archdaily.
- Pavimento térreo com o grande hall de acesso tendo à direita o teatro e respectivas
áreas de apoio e à esquerda vestiários das piscinas, setor médico, ambientes técnicos
e acesso às áreas de esporte externas. A frente do grande hall e no térreo do bloco
vertical a biblioteca, a oficina de tecnologia da informação, o espaço para brincar, as
áreas de ginástica e atividade física, vestiários esportivos e a clínica de odontologia;
- Pavimento superior integrado ao pavimento térreo pelo vazio do grande hall com
espaços expositivos, de estar, alimentação, o ginásio de múltiplo uso (esportes e
espetáculos), as piscinas e espaços administrativos.
51
Fonte: Archdaily.
52
Fonte: Archdaily.
O edifício tem a estrutura composta por concreto armado combinado com aço,
nota-se o uso de grandes janelas em vidro, trazendo iluminação natural, integração
com o entorno e ventilação cruzada. A ventilação cruzada se dá pelos frisos metálicos
existentes acima das janelas do térreo, que provocam um efeito chaminé renovando
o ar.
54
Fonte: Archdaily.
Fonte: Archdaily.
55
O salão possui 498m², sendo assim, a pista de dança comporta 592 pessoas, ou
148 mesas. E o ambiente ainda possui palco, bilheteria, administração, secretaria,
sanitários, hall e varanda externa. Há um museu com 20m² para preservar a memória
regional, um auditório com capacidade para 100 pessoas com foyer, sanitários
próprios e uma área de serviço com cozinha, copa, depósito e caixa, pois nos CTGs
são realizados muitos banquetes com a vasta culinária típica.
57
Figura 57 - Planta baixa do projeto arquitetônico do CTG Porteira do Pinhal, elaborado pela arquiteta
e urbanista Márcia Pilz.
Pensando nos fluxos do usuário, o projeto está bem pensado, contendo acessos
que não geram conflitos nos usos, com a ressalva da possibilidade de conflito sonoro
entre o auditório e a pista de dança, por serem ambos no mesmo pavilhão, dificultando
assim, o uso simultâneo de ambos, visto que não fora utilizado nenhum material que
tenha um bom isolamento acústico. Em relação a plástica poderia ter sido elaborado
58
algo que mantenha a identidade do CTG, sua rusticidade, mas ao mesmo tempo
inovador, mais suave, menos com aspecto de um simples galpão.
Fonte: Archdaily.
Fonte: Archdaily.
59
Fonte: Archdaily.
Fonte: Archdaily.
Fonte: Archdaily.
61
Fonte: Archdaily.
Fonte: Archdaily.
62
Fonte: Archdaily.
Autores: Colectivo C733 - Gabriela Carrillo, Eric Valdez, Israel Espín, José
Amozurrutia, Carlos Facio
63
Fonte: Archdaily.
Fonte: Archdaily.
64
Fonte: Archdaily.
Fonte: Archdaily.
Fonte: Archdaily.
O conjunto conta também com uma escola de música, que fica paralela ao edifício
do centro comunitário. Suas estruturas são alinhadas, mantendo o ritmo do conjunto.
O programa da escola conta com oito salas de aula, refeitório, sanitários e
administração. Ambos os edifícios possuem um telhado com uma inclinação que
deixou o pé direito dos ambientes bem alto, permitindo pé direito duplo.
66
Fonte: Archdaily.
Fonte: Archdaily.
67
Fonte: Archdaily.
Figura 74 - Planta mostrando os pântanos, criados para filtrar a água do edifício antes de cair no
córrego.
Fonte: Archdaily.
Figura 75 - Fotografia Externa Convento FFB, vista da fachada do refeitório, as portas pivotantes
integram o interior e exterior, todo o bloco é feito em madeira, exceto pela parte onde estão cozinha e
sanitários a esquerda.
Fonte: Archdaily.
69
O convento foi feito no Brasil por um escritório de arquitetura italiana. Entre o início
da criação e a conclusão da obra demorou uma década. O programa é complexo, pois
precisava atender a rotina dos religiosos que ali vivem, com as ações sociais que eles
propunham.
Figura 76 - Fotografia interna da igreja, suas paredes e estrutura são feitas com madeira maciça e o
detalhamento das fachadas permite a passagem do ar.
Fonte: Archdaily.
Figura 77 - Fotografia interna refeitório, que possui vedações, estruturas em madeira. É um ambiente
bem amplo pois é integra comunidade e religiosos. Houve também a preocupação com ventilação e
iluminação natural.
Fonte: Archdaily.
70
Fonte: Archdaily.
A escola fica no limite entre a zona urbana e rural, onde no passado era
predominada por instalações de indústrias. A volumetria consiste em diversos
volumes em forma de “casinhas” em madeira com diferentes alturas, “brincando” com
as águas dos telhados.
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Fonte: Archdaily.
Fonte: Archdaily.
Fonte: Archdaily.
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Fonte: Archdaily.
Fonte: Archdaily.
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Fonte: Archdaily.
Fonte: Archdaily.
Os novos volumes foram feitos em madeira laminada colada, que criou um efeito
visual interessante, pois contrasta com o metal da antiga estação ferroviária, além de
ter gerado uma obra mais rápida e sustentável com o material pré-fabricado. Outras
medidas em relação a sustentabilidade foram o uso de painéis fotovoltaicos para a
geração de energia, o reuso da água das chuvas e a ventilação natural.
Fonte: Archdaily.
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Fonte: Archdaily.
Fonte: Archdaily.
Fonte: Archdaily.
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Figura 97 - Flora
7. DIAGNÓSTICO DO TERRENO
Figura 101 - Mapa da área urbana com localização de alguns equipamentos importantes e
localização dos terrenos.
Figura 102 - Parâmetros terreno 01, com indicação de recuos, ruas circundantes e curvas de nível de
4 em 4 metros.
Figura 104 - Serviços básico, percentual da disponibilidade no Bairro Jardim Bela Vista.
O terreno possui o vento predominante vindo de leste e o sol mais forte é ao norte.
Devido ao gabarito baixo das edificações vizinhas e a grande dimensão do terreno,
não há influências para a ventilação e insolação dele. O lote possui um desnível de
12m, o que pode ser tirado proveito no projeto para o auditório.
O terreno é atendido por vias de baixa velocidade e em uma região não central,
sendo assim o projeto não irá gerar trânsito em excesso e ainda é próximo de uma
rodovia, o que facilita o acesso para quem vem das cidades vizinhas. Seu entorno
possui muitos lotes vazios, já que é próximo à divisa entre o perímetro urbano e rural
do Município. A três quadras do lote há um estádio e como é uma cidade relativamente
pequena ainda assim está próximo de escolas, hotéis e pequenos comércios.
Figura 107 - Parâmetros terreno 02, com indicação de recuos, ruas circundantes e curvas de nível de
4 em 4 metros.
O terreno é atendido por vias de baixa velocidade e em uma região não central,
sendo assim o projeto não irá gerar trânsito em excesso, é próximo de uma rodovia o
que facilita o acesso para quem vem das cidades vizinhas. Seu entorno possuí muitos
lotes vazios, já que é próximo à divisa entre o perímetro urbano e rural do Município,
há três quadras do lote há um “estádio”, e como é uma cidade relativamente pequena
ainda assim está próximo de escolas, hotéis, pequenos comércios.
Figura 111 - Parâmetros terreno 03, com indicação de recuos, ruas circundantes e curvas de nível de
4 em 4 metros.
Figura 113 - Serviços básico, percentual da disponibilidade no Bairro Nossa Senhora Aparecida.
O terreno é atendido por vias de baixa velocidade e em uma região não central,
sendo assim o projeto não irá gerar trânsito em excesso, é próximo de uma rodovia o
que facilita o acesso para quem vem das cidades vizinhas. Seu entorno é marcado
por algumas indústrias, residências, pequenos comércios e hotéis, além de ser muito
próximo a rodoviária do Município, sendo benéfico para promover o turismo de quem
vem de outras cidades participar do CTG.
11.1. ORGANOGRAMA
Figura 119 - Organograma do projeto.
11.2 FLUXOGRAMA
Figura 120 - Fluxograma do projeto.
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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open. Acesso em: 10 out. 2023.
ARS, Atelier. Center for Culture and Arts of the Lakeside. Disponível em:
https://www.atelierars.com/cultura-cardinal/. Acesso em: 07 out. 2023.
CBTG - Vídeo Institucional. S.I.: Cbtg, 2021. (3 min.), son., color. Disponível em:
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COSTA, Luís Augusto Gonçalves; DARGEN, Ângela Cati dos Santos Souza; LEVE,
Cassiana da; BORGES, Élio Francisco Finger. CARTILHA PARA A REALIZAÇÃO
DE RODEIOS CRIOULOS: 1ª edição. 1ª edição. 2012. Disponível em:
https://www.mprs.mp.br/media/areas/principal/arquivos/cartrodeio.pdf. Acesso em: 11
set. 2023.
EAGLETON, Terry. A Ideia de Cultura. São Paulo: Unesp, 2003. Disponível em:
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em: 29 ago. 2023.
FALEIRO, Filipe. Em oito anos, 700 mil gaúchos deixaram o RS. 2019. Disponível
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deixaram-o-
rs/#:~:text=Op%C3%A7%C3%A3o%20de%20280%20mil%20ga%C3%BAchos,RS%
20est%C3%A3o%20no%20estado%20vizinho.. Acesso em: 07 set. 2023.
PILZ, Márcia. Renovando a Tradição: projeto para o ctg porteira do pinhal. Projeto
para o CTG Porteira do Pinhal. 2008. Disponível em:
https://marciapilz.com.br/projetos/renovando-a-tradicao/. Acesso em: 02 out. 2023.
PORQUE deveríamos construir arranha-céus de madeira. 2013. (12 min.), son., color.
Legendado. Disponível em:
https://www.ted.com/talks/michael_green_why_we_should_build_wooden_skyscrape
rs?language=pt. Acesso em: 20 out. 2023.
RS, G1. Quase 40% dos CTGs estão fora do RS; confira mapa do tradicionalismo:
centros de tradições gaúchas estão em 23 estados do país, há entidades até no Rio
Grande do Norte e no Maranhão.. Centros de Tradições Gaúchas (CTG’s) estão em
23 Estados do país. Há entidades até em Rio Grande do Norte e no Maranhão.. 2015.
Disponível em: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/semana-
farroupilha/2015/noticia/2015/08/quase-40-dos-ctgs-estao-fora-do-rs-confira-mapa-
do-tradicionalismo.html. Acesso em: 24 ago. 2023.
SESC. Serviços: o que você encontra no Sesc Jundiaí. 2021. Disponível em:
https://www.sescsp.org.br/servicos-o-que-voce-encontra-no-sesc-jundiai/. Acesso
em: 02 out. 2023.
10. ANEXOS