K H Como Motor Do Crescimento Economico
K H Como Motor Do Crescimento Economico
K H Como Motor Do Crescimento Economico
FLORIANÓPOLIS
2022
FREDERICO ROBERT VOSS TIMM
CAPITAL HUMANO COMO MOTOR DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO:
TEORIA E EVIDÊNCIAS PARA UM CONJUNTO DE PAÍSES
FLORIANÓPOLIS
2022
AGREDECIMENTOS
Agradeço a todos que contribuíram de alguma forma para a execução deste
trabalho.
A todos os demais professores, do ensino fundamental ao ensino médio que me
levaram ao curso de economia, até aqueles que me acompanharam no estudo na
área econômica.
À UDESC e seus servidores, onde tive o privilégio de estudar com qualidade e de
maneira gratuita.
A minha família que me proporcionou condições para fazer parte desse momento, e
as conversas sobre as incertezas que a economia nos propõe a nos questionar e
pensar.
RESUMO
Human Capital is the type of "capital" that is formed as increases occur in the
knowledge of individuals. The theory of human capital mentions that these increases
entail greater productivity and an increase in the level of income of workers.
Consequently, a higher level of educated human capital would also lead to positive
impacts on economic growth. We start from the existence of a direct correlation
between Human Capital and Economic Development, centered on a growing
appreciation of human resources by the Society, which is a reflection of economic
growth and the increase in the Human Development Index. This valuation is only
possible, in our opinion, with investment in Education. There is, therefore, the need to
incorporate more and more processes within the classroom, whether technological or
others, scientifically proven, so that they can lead to success, with a clear focus on
human potential and the valorization of intercultural education. Thus, the present
study aimed to study whether the levels of human capital of a country, and its
evolution over time, somehow impact its GDP per capita over the decades. That is,
the focus is on whether countries with larger stocks of human capital will have a
higher output per capture than others with smaller stocks.
1 INTRODUÇÃO
Diante deste contexto, o presente estudo tem como principal objetivo analisar
qual a importância do capital humano no desenvolvimento de uma nação, e como
este pode ser desenvolvido.
Para o alcance de tal objetivo, o presente estudo foi construído por intermédio
de uma revisão bibliográfica, com base em artigos científicos e materiais
disponibilizados na internet (sites, monografias e teses), preferencialmente
publicados nos últimos dez anos, que tratem de forma relevante a temática proposta
para o presente estudo.
O uso de modelos de resposta quantitativa para a determinação do capital
humano mostrou-se comum na literatura, desse modo estimaremos modelos de
efeito fixo e efeito aleatório, para uma amostra de 146 países durante um período de
6 décadas.
Para melhor organização deste trabalho, neste capítulo foi tratada a
introdução do texto. Na sequência, no segundo capítulo será feita a revisão, tanto
das teorias, quanto da literatura que englobam o estudo. No terceiro capítulo serão
abordados os métodos e banco de dados utilizados. Já no quarto capítulo, serão
expostos os resultados e, por fim, no quinto capítulo, serão expostos os resultados
desta pesquisa.
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bem estar social, ou ainda um denominado estado de providencia, sob o prisma das
politicas Keynesianas de pleno emprego e bem estar social.
Entretanto, de acordo com Frigotto (2011), o conceito de capital humano pode
ser definido pela extensão, dos recursos humanos em uma ótica macroeconômica,
como o investimento no “aspecto humano” , sendo considerado um dos aspectos
basilares para o aumento da produtividade e mais ainda, um fator de superação para
o atraso econômico, e com base no ponto de vista microeconômico, o capital
humano consiste no fator explicativo das diferenças individuais de produtividade e
de renda, e por consequência disso, maior mobilização social.
No entanto, para Schultz (1973), o componente da produção, que decorrem
da instrução, é um investimento nas habilidades e conhecimento que aumentam
rendas futuras, e dessa forma, assemelha-se a um investimento em outros bens de
produção.
Diante deste contexto, Schultz (1973) e os adeptos de sua teoria, pretendiam,
na época da criação do conceito, que complementariam os elementos utilizados
para explicar o crescimento econômico, com base na concepção liberal, a alta nos
salários do fator trabalho nos paises desenvolvimentos e ainda, explicar no ambito
individual, as divergências nas rendas dos trabalhadores.
Passou-se assim a postular que deveria privilegiar e investir mais no “capital
humano” do que em recursos físicos, visto que com maior investimento em capital
humano a obtenção de rendimento era relativamente maior. Com base nesta ideia,
passou-se a acreditar fortemente que a Teoria do Capital Humano relacionava o
crescimento econômico e o aumento da renda dos indivíduos com maior grau de
escolarização, seja por instituição publica ou ainda por instituição privada.
Defendia-se ainda que o investimento em educação é imprescindível para
desenvolver o capital humano. É justamente através da educação que serão
produzidos novos conhecimentos e impostas atitudes para capacitar um indivíduo ao
desempenho de seu trabalho (LAVAL, 2019).
Por meio da ideia de modernização, criou-se um senso comum, que integrava
trabalho, educação, emprego e individualidade. Assim, a escola e as políticas
públicas educacionais podiam e deviam ser um mecanismo de integração dos
indivíduos a vida produtiva (ALVES, 2019, p. 52).
Deste modo, entende-se que ao investirem em si mesmas, as pessoas
conseguem ampliar o raio de escolha posto à sua disposição, sendo está
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considerada como uma das formas que o homem livre tem para aumentar o seu
bem-estar. Este investimento, de acordo com Schultz (1973, p. 33), pode aumentar
significativamente os ganhos e a produtividade do trabalhador, tanto no campo
econômico como no campo social.
No entanto, de acordo com Carneiro (2017), essa teoria que foi produzida
pelos intelectuais da classe burguesa, buscava somente explicar as desigualdades
entre as nações e entre os indivíduos ou grupos socais. Derivando assim, os reais
aspectos que resultavam nas desigualdades econômicas e consequentemente na
pobreza, sendo os principais: a detenção massiva das propriedades privadas dos
meios produtivos pela classe capitalista ou burguesa, e uma relação rodeada de
desigualdade, e por outro lado, a compra da única mercadoria que a classe
trabalhadora dispunha para proverem sua subsistência e de seus familiares, a venda
da sua força de trabalho.
De acordo com Frigotto (1993) a educação não é constituída somente por
conhecimento para o mercado, mas articula e desarticula outros saberes para que
os interesses dominantes prevaleçam. O autor complementa ainda que “a escola é
uma instituição social, que mediante suas praticas na esfera do conhecimento, seus
valores, atitudes e mesmo desqualificação, é responsável por articular interesses e
desarticular outros” (FRIGOTTO, 1993, p. 44).
No entanto, essa teoria não se sustentou, visto que não considera uma
sociedade dividida estruturalmente em classes desiguais. Para Schultz (1973), a
Teoria do Capital Humano, é responsável por representar o modo pelo qual a visão
burguesa reduz a pratica educacional a um fator produtivo ou ainda a uma questão
técnica.
Desta forma, através da teoria em comento, acredita-se que o progresso
tecnico não resulta somente na geração de novos empregos, mas sim exige uma
qualificação cada vez maior e mais avançada. Por outro lado, a ênfase na crença de
que a aquisição do capital humano através da escolarização e níveis mais elevados
de ensino, constitui-se em uma garantia de consecução e ascensão a um trabalho
mais qualificado e consequentemente, rendimentos cada vez mais elevados
(FRIGOTTO, 1993).
Baseado nestes pressupostos, infere-se que a Teoria do Capital Humano,
contempla os investimentos na área educacional como meio de inserção ou ainda do
retorno ao trabalho e ao capital, e com isso, produzir uma maior transformação
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Nos últimos anos, o Capital Humano foi reconhecido pela Teoria Econômica,
sendo entendida como um fator decisivo para compreender e explicar as diferenças
a nível de desenvolvimento das econômicas entre os paises, e que de fato a
carência de habilidades e educação encontradas em trabalhadores com níveis de
escolaridade mais baixos, são consideradas como um obstáculo para o
desenvolvimento econômico.
Assim sendo, uma politica educacional mais eficiente, dependerá diretamente
das razoes que conduzem a educação e a formação dos profissionais, buscando
promover crescimento dos mesmos, bem como dos mecanismos e processos por
meio dos quais a educação traduz-se no desenvolvimento social e econômico e
consequentemente no aumento da produtividade (HECKMAN et al, 2015).
A noção de Capital humano, criada pelo Economista Theodoro Schultz,
derivou da sua percepção de que os conceitos por ele usados na avaliação de
capital e trabalho considerados inadequados para a explicação na produção. Por
16
ouro lado, o referido autor apontava, como dito anteriormente, que nos Estados
Unidos existia um forte investimento na esfera individual, feitos pelo próprio
individuo, que influencia diretamente no crescimento econômico, correspondendo
assim ao “capital humano” resultante do investimento na educação. Desta forma, o
autor define o capital humano como um montante de investimento de uma nação ou
individuo que é realizado na expectativa de conquistar retornos futuros.
Posteriormente, mais precisamente em 1964, Becker elaborou e publicou a
Teoria do Capital Humano, em que demonstrou que a formação de um individuo irá
implicar em custos, tanto diretos como indiretos, sendo estes investimentos
realizados somente se o lucro esperado for significativamente superior ao seu custo.
Esta teoria surgiu como uma teoria de formação, demonstrando uma relação positiva
entre o nível de educação e a produtividade de um indivíduo.
Desta forma, acredita-se que se um individuo possui uma determinada
característica, adquiridas ao longo de sua existência, através de sua educação e
formação, seja formal ou informal, as mesmas irão contribuir para o aumento da
produtividade, que consequentemente irá aumentar os rendimentos auferidos ao
longo do ciclo de vida ativo do indivíduo. Deste ponto, retira-se um benefício duplo
do investimento no capital humano, por um lado benefício individual associado aos
rendimentos auferidos e por outro o benefício social, associado ao aumento da
produtividade que resultará na melhora da economia de um país (HECKMAN et al,
2015).
O estudo da importância da educação como fonte de capital humano para
explicação do crescimento econômico, foi impulsionado por Mankiw, Romer e Weil
(1992), naquele que ficou conhecido como Modelo de Solow Aumentado. Neste
modelo, os autores incorporaram o capital humano como fator de produção
acumulável (também este sujeito a rendimentos marginais decrescentes), mostrando
ser possível explicar de forma mais rigorosa as diferenças de rendimentos entre
países. No entanto, colocava-se um problema comum, nenhum dos modelos
conseguia explicar o crescimento do produto per capita no longo prazo, em ambos
os modelos considerava-se o resultado do progresso técnico como exógeno ao
sistema econômico.
Ainda durante a década de 1980, os autores Paul Romer e Robert Lucas,
salientaram como sendo imprescindível a utilização de variáveis endógenas na
construção de um modelo capaz de explicar o crescimento do produto per capta a
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país, que influência na evolução do produto nacional tanto a médio como a longo
prazo, exaltando a sua importância econômica.
Entretanto, em um estudo realizado por Lourenço (2015), as competências
cognitivas são consideradas como alternativas para a medição do capital humano,
que devido ao fato de representarem conhecimentos e aptidões, constituem-se
como uma explicação relevante no que circula ao crescimento econômico.
O modelo proposto por Solow em 1956 foi intensamente criticado pelo modelo
proposto por Lucas (1988) visto que a única força motriz deste modelo é do tipo
exógeno, que no caso estava relacionado somente ao progresso tecnológico. O
modelo proposto por Lucas visa ressaltar ainda a importância de uma maior
33
Assim sendo, observa-se que o modelo trazido por Lucas conclui que uma
política de incremento progressivo na quantia de indivíduos que buscam por uma
maior qualificação e conhecimento, tenderia a gerar um crescimento sustentado da
taxa de crescimento e renda (AGUIAR, 2018).
Y ¿ = Ai K α¿ L¿β H γ¿ (1)
o termo ln(Ai) da cobb douglas foi considerado um efeito fixo no tempo, o qual será
eliminado nas transformações do estimador de efeito fixo. Portanto, o modelo
econométrico a ser estimado será:
(∑ )
T
det ( E Ẍ ' ¿ Ẍ ¿ )≠ 0 (4)
t=1
E ( X ¿ { A ¿ ¿ i , ϵ is ) =0 , ∀ t , s (5)
Por fim, para que o estimador de efeito fixo seja eficiente, é necessário que
seja assumida a hipótese de homoscedasticidade, mas, a mesma não é requerida
para a consistência do estimador. Portanto, é possível fazer uma matriz de
variância-covariância robusta para a realização dos testes acerca dos parâmetros de
interesse. Além do estimador de Efeito Fixo, estimaremos também o modelo por
Efeito Aleatório. Logo, cabe ressaltar a diferença de hipóteses entre eles. Para Efeito
Aleatório, precisamos de:
E ( Ai { X ¿ ¿ ¿ )=0 (6)
( (∑ ))
T
det E X '¿ X ¿ ≠ 0 (8)
t=1
39
E ( X ¿ A i )=0 , ∀ t , s (9)
E ¿) = 0, ∀t (10)
E ( A 2i ) =0 (11)
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CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGHION, P.; HOWITT, P. W. The economics of growth. [S.l]: MIT press, 2008.
BARROS, Ricardo Paes de; MENDONÇA, Rosane Silva Pinto de. Investimentos
em educação e desenvolvimento econômico. 1997.
BECKER, Gary Stanley. Human Capital: a theoretical and empirical analysis, with
special reference to education. [s. l.]: The University of Chicago, 1964.
HANUSHEK, E.A., KIMKO, D.D., 2000. Schooling, Labor-Force Quality, and the
Growth of Nations. The American Economic Review, 90 (5): 1184-1208.
HECKMAN, James J. et al. Early Childhood Education., [s. l.], 2015. Disponível
em: https://heckmanequation.org/www/assets/2017/01/FINALMoffitt-ECE-
Paper2015.pdf. Acesso em: 17 abr. 2022.
KRUEGER, A. B.; LINDAHL, M. Education for growth: why and for whom? Journal
of economic literature, v. 39, n. 4, p. 1101–1136, 2001.
6 Apêndice
(0,047)
(0,017)
Expectativa - 0,166***
- (0,052)
Constante 1,325*** 0,917***
(0,632) (0,457)
Observações 1070 1070
R² 0,853 0,926
R² ajustado 0,853 0,926
Nota: *p<0,1; **p<0,05; ***p<0,01
Fonte: Elaboração própria, 2022.