Artigo Semicult
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RESUMO
ABSTRACT
This work aims to think about the ways in which the film Não por Acaso (2007), directed by
Philippe Barcinski, represents urban space. Through the analysis of this film´s discour- se, this
work will propose an understanding of the cinematic version of the representation of the
individuals´ everyday lives and their relationships with the city of São Paulo. In this context,
film becomes an interesting tool for discussing about the production of space that has been,
constantly constituted as practice and symbol of the XX Century urban society
Keywords: Cultural Geography, Construction of Space, Cinematic Cities.
1. INTRODUÇÃO
É fato que não temos como dizer que levamos uma vida separada dos demais, a todo
momento nossas vidas se cruzam com novas pessoas, seja na padaria, na rua da esquerda ou da
direita, na universidade ou mesmo em um transporte público. Desta forma, o filme Não por
Acaso (2007), nos mostra como numa cidade vidas se cruzam e, através de um simples
acontecimento, tudo pode mudar.
Podemos então usar o que diz Gomes e Berdoulay (2008):
Foto 1: Pedro (Rodrigo Santoro) em plano conjunto com a cidade de São Paulo. Foto: Divulgação
No filme, vemos o uso da cidade de São Paulo como cenário concreto, seus problemas
no trânsito, seu crescimento verticalizado, pessoas que possuem relação de afeto com seus
espaços, pessoas que encaram o novo, como exemplo, o caso de Ênio (Leonardo Medeiros) ao
se deparar com sua filha e não saber como proceder, o caso do Pedro (Rodrigo Santoro) com a
perda da namorada. Percebemos que muitas vezes a cidade faz com que levemos uma vida de
solidão, sem pensar nem enxergar além do que já estamos acostumados. O processo de
crescimento das cidades é tão acelerado que já não temos mais espaços para que essas cresçam
horizontalmente, a única alternativa é “subir”, verticalizar e, cada vez mais vemos prédios de
vários tamanhos e formas, sejam esses comerciais ou residenciais, a realidade é que muitas
vezes as formas não seguem a função, podemos chamar esse processo de pós-modernidade. A
todo tempo no filme podemos ver os personagens caminharem por entre as ruas ou mesmo em
suas casas, mas ao fundo a imensidão da cidade.
Ao vermos o texto do personagem Ênio (Leonardo Medeiros):
Foto 2: Ênio (Leonardo Medeiros) e Bia (Rita Batata) caminham por avenidas de São Paulo, mostrando a importância da cidade
como personagem. Foto: divulgação
Santos (2008) fala como as escolhas dos espaços das locações de um filme podem
contribuir na transmissão de significados aos espectadores. Para ela:
[...] Os mecanismos mais elementares de que o cinema dispõe para a construção de
significados são: os chamados “códigos cinematográficos” [grifo da autora]. Dentre
eles, ressaltam-se a palavra, o gestual, o figurino, a iluminação e aqueles que aqui
mais interessam como cenário e o enquadramento (p. 81).
A autora vai falar na segunda ferramenta empregada, que é estabelecer o papel que o
espaço cumpre na significação das imagens do cinema:
Foto 3: Ênio (Leonardo Medeiros) observa a cidade e lembra de sua vida. Foto: divulgação
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
COSTA, Maria Helena Braga e Vaz da. Construções culturais: representações fílmicas do
espaço e da identidade. In: Entre o lugar. Vol. 1. Número 2, 2010.
______. Cinema e Construção Cultural do Espaço Geográfico. In: Rebeca. Ano 2. Número 3,
2013.
______. Espaço, Tempo e Cidade Cinemática. In: Espaço e Cultura, UERJ. Número 13, p. 63-
75; JAN/JUN, 2002.
GOMES, Paulo Cesar da Costa. O lugar do Olhar: elementos para uma geografia da
visibilidade. Rio de Janeiro: Bertrand do Brasil, 2013
______. BERDOULAY. Vicente. Cenários da Vida Urbana. In: revista Cidades. V. 5, N. 7,
2008.
SANTOS, Alice Nataraja Garcia. Espaços público como imagem da cidade: interpretações de
um geógrafo no cinema. In: revista Cidades. V. 5, N.7, 2008.