CRM 2004
CRM 2004
CRM 2004
1. Introdução ................................................................................................................................ 1
1.1. Objectivos da pesquisa ..................................................................................................... 2
1.1.1. Objectivo geral .......................................................................................................... 2
1.1.2. Objectivos específicos .............................................................................................. 2
1.2. Metodologia de pesquisa .................................................................................................. 2
2. Debate conceptual.................................................................................................................... 2
3. Constituição de Moçambique de 2004 .................................................................................... 3
3.1. Evolução histórica das constituições de Moçambique ..................................................... 3
3.2. Inovações introduzidas na Constituição de 2004 ............................................................. 4
3.3. Princípios fundamentais ................................................................................................... 5
3.3.1. Estado de Direito....................................................................................................... 5
3.3.2. Democracia ............................................................................................................... 6
3.3.3. Estado Laico.............................................................................................................. 6
3.4. Direitos e liberdades fundamentais .................................................................................. 7
3.4.1. Direito à vida............................................................................................................. 7
3.4.2. Princípio de igualdade............................................................................................... 7
3.4.3. Liberdade de expressão ............................................................................................. 8
3.4.4. Liberdade de imprensa .............................................................................................. 9
3.4.5. Liberdade de associação ........................................................................................... 9
3.4.6. Liberdade de constituir, participar e aderir a partidos políticos.............................. 10
3.4.7. Liberdade e consciência, de religião e de culto ...................................................... 10
3.4.8. Direito de propriedade ............................................................................................ 11
4. Conclusão .............................................................................................................................. 12
5. Referências bibliográficas ..................................................................................................... 13
1. Introdução
A Constituição de Moçambique de 2004 é um documento de grande relevância no contexto do
Direito moçambicano. Ela serve como a lei fundamental do país, estabelecendo os princípios,
valores e estruturas que regem o sistema jurídico e o funcionamento das instituições políticas. No
que diz respeito ao Direito, esta Constituição oferece uma série de elementos essenciais que
merecem destaque.
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1.1.Objectivos da pesquisa
1.1.1. Objectivo geral
✓ Analisar a Constituição de 2004
1.2.Metodologia de pesquisa
A realização da pesquisa foi possível graças ao uso da pesquisa bibliográfica que, segundo Boccato
(2006), a pesquisa bibliográfica busca o levantamento e análise crítica dos documentos publicados
sobre o tema a ser pesquisado com intuito de atualizar, desenvolver o conhecimento e contribuir
com a realização da pesquisa.
2. Debate conceptual
2.1.Constituição
Além disso, a constituição também estabelece os direitos e deveres dos cidadãos, bem como os
limites do poder estatal. Nas palavras de Silva (2017), "A Constituição é o fundamento normativo
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dos direitos fundamentais, que representam as liberdades e garantias essenciais à dignidade da
pessoa humana e ao exercício da cidadania."
No entanto, em 1990, Moçambique passou por uma significativa transição política e económica
com o fim do sistema de partido único e a adopção de uma economia de mercado. Isso se refletiu
na nova Constituição de 1990, que estabeleceu um sistema multipartidário e reconheceu a
economia de mercado. A Constituição de 1990 representou um marco na abertura política do país
e no respeito aos direitos humanos.
Em 2004, uma nova Constituição foi promulgada, substituindo a Constituição de 1990. Esta
Constituição representou um compromisso com a estabilidade política e económica e reafirmou os
princípios democráticos. Ela estabeleceu os direitos fundamentais dos cidadãos, a separação de
poderes e a independência do sistema judicial, refletindo um compromisso com o Estado de Direito
e a proteção dos direitos humanos.
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Como mencionado anteriormente, a Constituição de 2004 continua a ser a lei fundamental de
Moçambique até os dias atuais. Ela reflete a atual estrutura política e legal do país e consagra os
princípios da democracia, direitos humanos e igualdade.
3. Direitos Humanos: a Constituição de 2004 ampliou a protecção dos direitos humanos e das
liberdades individuais. Ela estabeleceu um catálogo abrangente de direitos, incluindo o
direito à vida, à igualdade, à liberdade de expressão, à liberdade de imprensa e a não
discriminação. Além disso, a Constituição de 2004 reconheceu a universalidade e a
indivisibilidade dos direitos humanos.
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5. Economia de Mercado: a Constituição de 2004 reconheceu o papel da economia de
mercado no desenvolvimento do país. Isso representou uma mudança em relação à
orientação socialista da Constituição anterior e refletiu a abertura económica de
Moçambique.
3.3.Princípios fundamentais
A Constituição da República de Moçambique estabelece alguns princípios que regem no nosso
país. Os mais importantes são: o princípio do Estado de Direito e o princípio de Democracia. Além
desses é para destacar que o nosso Estado é laico.
Artigo 3 da Constituição da República de Moçambique
(Estado de Direito Democrático)
A República de Moçambique é um Estado de Direito, baseado no pluralismo de expressão, na
organização política democrática, no respeito e garantia dos direitos e liberdades fundamentais do
homem.
3.3.1. Estado de Direito
O princípio de Estado de Direito trata do conteúdo, extensão e modo, como o Estado deve proceder
com as suas actividades. O princípio de Estado de Direito conforma as estruturas do poder político
e a organização da sociedade segundo a medida do direito. O direito estabelece regras e medidas,
prescreve formas e procedimentos, e cria instituições.
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As características mais importantes do Estado de Direito são:
• Império da lei como expressão da vontade geral; todos os actos do Estado são limitados
pela lei;
• Divisão dos poderes: legislativo, executivo e judicial;
• Direitos e liberdades fundamentais
• Garantia jurídica formal e efectiva realização.
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Artigo 12
(Estado laico)
1. A República de Moçambique é um Estado laico.
3. As confissões religiosas são livres na sua organização e no exercício das suas funções de
culto e devem conformar-se com as leis do Estado.
4. O Estado reconhece e valoriza as actividades das confissões religiosas visando promover
um clima de entendimento, tolerância, paz e o reforço da unidade nacional, o bem estar
espiritual e material dos cidadãos e desenvolvimento económico e social.
3.4.Direitos e liberdades fundamentais
Além de abordar acerca da estrutura do Estado e os seus princípios fundamentais, a Constituição
da República de Moçambique consagra direitos e liberdades fundamentais. Esses se referem a
todos os cidadãos. Os mais importantes apresentaremos nesta brochura, tais como, o princípio de
igualdade, a liberdade de expressão, liberdade de imprensa, liberdade de associação, direito de
propriedade etc.
Artigo 40
1. Todo o cidadão tem direito à vida e à integridade física e moral e não pode ser sujeito à tortura
ou tratamento cruéis ou desumanos.
2. Na República de Moçambique não há pena de morte.
3.4.2. Princípio de igualdade
Artigo 35
(Princípio da universalidade e da igualdade)
Todos os cidadãos são iguais perante a lei, gozam dos mesmos direitos e estão sujeitas aos mesmos
deveres, independentemente da cor, raças, sexo, origem étnica, lugar de nascimento, religião, grau
de instrução, posição social, estado civil dos pais, profissão ou opção política.
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Artigo 36
(Princípio da igualdade de género)
O homem e a mulher são iguais perante a lei em todos os domínios da vida política, económica,
social e cultural.
A lei não distingue as pessoas quanto aos seus direitos de cidadão. Perante a lei não há ministro
nem camponês, nem branco nem negro, nem mulher nem homem, nem macena nem makonde,
nem que este nasceu em Cabo Delgado ou em Niassa, não há muçulmano nem católico, não há
rico nem pobre, nem doutor nem analfabeto. Não importa se os pais são casados pelo registo ou
não, se trabalham ou não, se são da PDD ou da FRELIMO. Todos cidadãos são iguais perante a
lei e gozam dos mesmos direitos.
3.4.3. Liberdade de expressão
Artigo 48
(Liberdades de expressão e informação)
1. Todos os cidadãos têm direito à liberdade de expressão, à liberdade de imprensa, bem como o
direito à informação.
2. O exercício da liberdade de expressão, que compreende nomeadamente, a faculdade de
divulgar o próprio pensamento por todos os meios legais, e o exercício do direito à informação
não podem ser limitadas por censura.
Artigo 48º da Constituição da República de Moçambique reconhece que cada um pode ter as
próprias opiniões e pode manifestá-las aos outros. As pessoas têm o direito de falarem aquilo que
sentem, desde que isso não prejudique o bem comum. Todos os cidadãos podem trocar ideias com
os outros e manifestar as suas próprias opiniões sem medo.
Contra este direito vai à proibição de exprimir as próprias opiniões. Também contra a lei é quando
alguém está sendo condenado porque ele tinha a coragem de manifestar as suas ideias. A liberdade
de expressão tem limites nos direitos dos outros. Há, no entanto, actos que a lei pune como calúnia
ou difamação.
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3.4.4. Liberdade de imprensa
Artigo 48
3. A liberdade da imprensa compreende, nomeadamente, a liberdade de expressão e de criação
dos jornalistas, o acesso às fontes de informação, a protecção da independência e do sigilo
profissional e o direito de criar jornais, publicações e outros meios de difusão.
5. O Estado garante a isenção dos meios de comunicação social do sector público, bem como a
independência dos jornalistas perante o Governo, a Administração e os demais poderes
políticos.
É muito normal que o homem se reúna com outros para conversar, trabalhar, para resolver
problemas, para trocar experiências etc. O homem é um ser social, por isso tem necessidade de
conviver e de se associar aos outros.
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Artigo 53º da Constituição da República de Moçambique consagra o direito de todos os cidadãos
para se juntarem em associações pacíficas. Existem associações com objectivos culturais,
religiosos, políticos, desportivos, estudantis etc.
3.4.6. Liberdade de constituir, participar e aderir a partidos políticos
Artigo 53
(Liberdade de constituir, participar e aderir a partidos políticos)
1. Todos os cidadãos gozam de liberdade de constituir ou participar em partidos políticos.
2. A adesão a um partido político é voluntária e deriva da liberdade dos cidadãos de se associarem
em torno dos mesmos ideais políticos.
Em Moçambique hoje trabalham mais de 30 partidos políticos. Eles ajudam pôr a democracia na
prática, porque formam um meio para formar e expressar a vontade política dos cidadãos.
Democracia é o governo pelo povo. No nosso país, a democracia é executada por representantes,
em primeiro lugar os deputados da Assembleia da República. Os partidos políticos intervêm no
processo eleitoral, mediante apresentação ou patrocínio de candidatura.
Os partidos políticos expressam o pluralismo político, concorrem para a formação e manifestação
da vontade popular e são um instrumento fundamental para a participação democrática dos
cidadãos na governação do país, art. 74º n.º 1 da Constituição da República de Moçambique
Essas funções, os partidos políticos só podem exercer, quando os cidadãos têm o direito de
livremente constituir e participar em partidos políticos, assim como está consagrado no art. 53º da
Constituição da República. Ao mesmo tempo, o Estado deve assegurar que cada cidadão possa
decidir sem pressão, se ele quer aderir a um partido ou não.
3.4.7. Liberdade e consciência, de religião e de culto
Artigo 54
(Liberdade de consciência, de religião e de culto)
1. Os cidadãos gozam de liberdade de praticar ou de não praticar uma religião.
2. Ninguém pode ser discriminado, perseguido, prejudicado, privado de direitos, beneficiado ou
isento de deveres por causa da sua fé, convicção ou prática religiosa.
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A liberdade de religião abrange a possibilidade de escolher, praticar ou não praticar uma religião.
Cada pessoa é livre de seguir a sua religião, podendo praticá-la sozinho ou em grupo, na sua casa
ou em público. O Estado não tem o direito de intervir na escolha ou na prática ou não prática da
religião dos seus cidadãos.
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4. Conclusão
Em sua evolução histórica, Moçambique passou por diferentes fases, desde a independência em
1975 até a Constituição de 2004. Durante esse período, houve mudanças significativas, como a
transição do monopartidarismo para o multipartidarismo, a adoção de uma economia de mercado
e um compromisso com a proteção dos direitos humanos e a igualdade de gênero. A Constituição
de 2004 reflete essas mudanças e representa um compromisso com os princípios democráticos, o
Estado de Direito e a justiça.
Essa Constituição estabelece uma estrutura política que promove a separação de poderes, a
independência do sistema judicial e a descentralização do poder para as províncias. Ela também
reforça a proteção dos direitos humanos e estabelece medidas para promover a igualdade de
gênero. Além disso, reconhece a importância da proteção do meio ambiente e dos recursos
naturais.
No entanto, é importante notar que uma Constituição, por si só, não garante a realização de todos
esses objetivos. Sua eficácia depende da implementação efetiva das suas disposições, do respeito
às instituições democráticas e do compromisso contínuo com os princípios estabelecidos. Portanto,
a Constituição de 2004 deve ser vista como um guia para o desenvolvimento futuro de
Moçambique, com a responsabilidade de todos os cidadãos e autoridades em assegurar o
cumprimento de seus princípios.
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5. Referências bibliográficas
Bonavides, P. (2011). Ciência Política. Editora Malheiros.
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