Parecer 193-2022 Disp 056D-2022
Parecer 193-2022 Disp 056D-2022
Parecer 193-2022 Disp 056D-2022
I. RELATÓRIO
7. É o breve relato.
Lei nº 8.666/93
Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de
processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado,
contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e
do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados
oportunamente:
[...]
VI – pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa
ou inexigibilidade.
Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos
contratos, acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente
examinadas e aprovadas por assessoria jurídica da
Administração. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 1º Na elaboração do parecer jurídico, o órgão de assessoramento
jurídico da Administração deverá:
10. Importante destacar que o exame destes autos se restringe aos seus aspectos jurídicos,
excluídos, portanto, aqueles de natureza técnica. Em relação a estes, partiremos da premissa de
que a autoridade competente se municiou dos conhecimentos específicos para a sua adequação
às necessidades da Administração, observando os requisitos legalmente impostos, conforme
Enunciado nº 07, do Manual de Boas Práticas Consultivas da CGU/AGU:
11. De outra banda, cumpre mencionar que não é papel do órgão de assessoramento jurídico
exercer a auditoria quanto à competência de cada agente público para a prática de atos
administrativos. Incumbe, a cada um destes observar se os seus atos estão dentro do seu
espectro de competências.
12. Como cediço, o processo licitatório é regido pela Lei Federal Nº 8.666/93, e tem por
objetivo selecionar a proposta mais vantajosa à Administração Pública. Para tanto, são utilizados
critérios objetivos e impessoais, com a finalidade de celebração de contratos mediante processo
regido pelos princípios da Administração, assegurando igualdade de condições a todos os
concorrentes.
13. O Artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal, reproduzido no Artigo 2º, da Lei Federal
Nº 8.666/93, considera obrigatória a realização do processo licitatório, salvo em casos específicos.
Veja-se:
Constituição Federal
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,
serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de
licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de
pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da
lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e
econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
Lei Nº 8.666/93
14. Em que pese ser regra o referido processo, há situações que excepcionam a regra geral,
seja em razão da inviabilidade de competição, seja porque a lei expressamente autoriza que se
deixe de licitar. Nos casos excepcionais, os preceitos estabelecidos nos Artigos 24, 25 e 26 da Lei
Federal Nº 8.666/93 devem ser observados.
15. Impende salientar que a contratação direta não possibilita à Administração o uso de
critérios arbitrários. Mesmo em casos de dispensa ou inexigibilidade de licitação, critérios legais
devem ser cumpridos, tais como a instauração do processo administrativo, conforme se verifica no
presente caso, possibilitando controle interno, além da observância dos Princípios da
Administração, a saber, Moralidade e Supremacia do Interesse Público.
18. Por sua vez, a alínea “a” do inciso II, do Artigo 1º do Decreto Nº 9.412/2018 atualiza os
valores das modalidades de licitação de que trata o Artigo 23 da Lei nº 8.666/93, faz constar o
valor de R$ 176.000,00 (cento e setenta e seis mil reais) para a modalidade ali referida.
19. Destaque-se, ainda, a realização de orçamento com mais 2 (duas) empresas concorrentes,
encontrando-se o menor valor, KEYLEY BRANDÃO DE CERQUEIRA EIRELI, CNPJ Nº
29.526.240/0001-06, o que reforça que a dispensa da licitação para proposta encontra higidez e
base legal, além da harmonia aos Princípios da Administração Pública.
20. Impende ainda trazer à baila o que disciplina o Artigo 27 da Lei Federal Nº 8.666/93, que
prevê que a regularidade da empresa é medida que se impõe àquele que pretenda contratar com
a Administração Pública. Esta regularidade deve ser comprovada por documentos, o que se
constata no processo em comento.
21. Desta forma, a Procuradoria Geral do Município, por sua Procuradora Geral infra
assinada, considerando a legislação vigente, especialmente o Artigo 24, II da Lei Federal Nº
8666/93, combinado com o Artigo 1º, II, “a” do Decreto Nº 9.412/2018, além dos documentos
elencados, sopesa que, na hipótese não há qualquer óbice à contratação empresa, KEYLEY
BRANDÃO DE CERQUEIRA EIRELI, CNPJ Nº 29.526.240/0001-06 trata da a aquisição de
frutas, leguminosas e frango caipira para atender as demandas da Secretaria Municipal de
Educação do Município de São Gonçalo dos Campos, no valor de global de R$ 4.181,63 (quatro
mil e cento e oitenta e um reais e sessenta e três centavos), uma vez que a medida atende aos
preceitos legais vigentes, em especial aos supra listados, RECOMENDANDO o prosseguimento
do Processo de Dispensa de Licitação Nº 056D-2022.