32-Texto Do Artigo-199-1-10-20230701
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RESUMO
O controle de lançamento de efluentes de origem industrial em águas fluviais deve ser
rigorosamente executado devido as possibilidades de fontes poluidoras baseado na
legislação ambiental. Para garantir a qualidade da água, um dos parâmetros analisados
durante o processo de controle é a demanda química de oxigênio (DQO), no qual tem o
objetivo encontrar o cálculo da concentração do Oxigênio necessário para que todo
material orgânico contido numa determinada amostra seja oxidado expressa em mg/L de
O2. A análise de DQO, segundo a metodologia oficial estabelecida, pode ser analisada
através da técnica colorimétrica ou titulométrica. Este método quando utilizado através
dessas técnicas atendem amostras com valores acima de 50 mg. L-1 de O2, o que é
adequado para efluentes industriais. Porém, para efluentes industriais tratados, este
método não atende devido os valores apresentarem se apresentarem abaixo de 50 mg. L-
1 de O2. Desta forma, como alternativa para efluentes industriais tratados, foi estudado a
análise de Carbono Orgânico Total (conhecido como TOC), no qual o oxigênio
consumido (OC) em meio ácido pode ser detectado e, posteriormente, quantificar o
oxigênio necessário para a oxidação da matéria orgânica. Neste trabalho, dois métodos
(DQO Colorimétrico e TOC) são avaliados como potencial utilização em amostras de
efluentes tratados e, em seguida, foi criada uma relação entre os testes obtidos para que
um fator de conversão seja utilizado após a análise de TOC. O objetivo do trabalho é a
substituição da técnica analítica para determinação de DQO, cuja qual utiliza reagentes
com potencial de gravidade elevado como o Ácido Sulfúrico e o Dicromato de Potássio
que compõem num tubo, chamado Kit DQO; pela análise de TOC, caracterizado como “
método limpo” devido a utilização apenas de uma solução de ácido clorídrico.
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A Substituição da Análise de Demanda Química de Oxigênio (DQO) pela de
Carbono Orgânico Total (TOC) e Elaboração de um Fator (K) para Conversão dos
Resultados das Técnicas em Efluentes Industriais.
ABSTRACT
The control of the discharge of industrial effluents into river waters must be strictly
carried out due to the possibilities of polluting sources based on environmental
legislation. To guarantee the quality of the water, one of the parameters analyzed during
the control process is the chemical oxygen demand (COD), in which it aims to find the
calculation of the concentration of Oxygen necessary for all organic material contained
in a given sample to be oxidized expressed in mg / L of O2. The COD analysis, according
to the established official methodology, can be analyzed using the colorimetric or
titrimetric technique. This method, when used through these techniques, serves samples
with values above 50 mg. O2 L-1, which is suitable for industrial effluents. However, for
treated industrial effluents, this method does not meet due to the values being below 50
mg. O2 L-1. In this way, as an alternative for treated industrial effluents, the analysis of
Total Organic Carbon (better known as TOC) will be studied, in which the oxygen
consumed (OC) in acidic medium can be detected and, later, quantify the oxygen required
for oxidation of organic matter. In this work, two methods (COD Colorimetric and TOC)
will be evaluated as potential use in samples of treated effluents, and then a relationship
will be created between the tests obtained so that a conversion factor is used after the
analysis of COT. The objective of the work is to replace the analytical technique for
determining COD, which uses reagents with high gravity potential such as Sulfuric Acid
and Potassium Dichromate that compose in a tube, called Set COD; by TOC analysis,
characterized as a “clean method” due to the use of only a hydrochloric acid solution.
Key Words: Total Organic Carbon, Chemical Oxygen Demand, Effluents, Parameters
1 INTRODUÇÃO
O setor industrial utiliza de diversas formas a água disponível durante a
fabricação: incorporando ao processo, higienização das máquinas, limpeza e manuseio do
espaço físico, em áreas administrativas para utilização pessoal de funcionários, dentre
outros. No entanto, após utilização, aquilo que se torna resíduo deve ser descartado
obedecendo uma série de etapas afim de não gerar impacto na qualidade dos corpos
d’água, nos quais são despejados. (AQUINO, S. F.; SILVA, S. Q.; CHERNICHARO C.
A. L., 2006).
A qualidade de corpos d’água podem ser comprometidos pelo lançamento de
efluentes domésticos e industriais, levando a grandes investimentos de capital entre as
estações de tratamento e solicitação de alteração nas dosagens de produtos químicos para
garantir a qualidade da água na saída das estações. Porém, existem outros fatores que
também afetam a qualidade das águas: a deficiência, e até mesmo a inexistência da
infraestrutura referente ao tratamento de esgoto disponível para a população. Segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o esgotamento sanitário é o serviço
menos disponibilizados, menos de 60% dos municípios brasileiros têm acesso a essa
estrutura. (BRASIL, 2017).
São analisados vários parâmetros químicos e físicos para estabelecer a qualidade
do efluente. Dentre eles, a Demanda Química de Oxigênio (DQO), tem enorme
importância pois está relacionada à quantidade de matéria orgânica oxidável.
(GIORGIANO, G.; 2004)
A resolução 357/05 do CONAMA (BRASIL, 2005) não faz referência a DQO na
classificação dos corpos d´água e nos padrões de lançamento de efluentes líquidos, mas
solicita valores do parâmetro de demanda bioquímica de oxigênio (DBO). Porém,
algumas legislações ambientais estaduais estabelecem limites máximos para este a DQO
em reservatórios ou empreendimentos industriais, como é o caso do estado do Paraná
(IAP, 2004), conforme tabela abaixo:
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 LEGISLAÇÃO FEDERAL BRASILEIRA
A partir das legislações cabíveis a este trabalho analisa-se as federais. Esta analise
abordará a política nacional do meio ambiente, conselho nacional do meio ambiente –
CONAMA e plano nacional de recursos hídricos.
–devem ser realizados através de uma análise de impactos ambientais, seja na construção,
instalação, operação e ampliação destes, também determina quando julgar necessária a
realização de estudos de impacto ambiental relacionados a projetos sejam eles públicos
ou privados.
DQO) para analisar a eficiência da remoção de matéria orgânica dissolvida. Essa etapa
pode sofrer falhas e a quantidade de matéria orgânica pode ser maior que deveria devido
a uma elevada quantidade de despejos industriais.
Quando há despejo de alta concentração de matéria orgânica nos corpos hídricos,
a mesma consome oxigênio dos corpos d'água e provoca morte de peixes e outros seres
aquáticos por asfixia, além de liberação de odor, caso exceda a capacidade de
autodepuração. Portanto, a quantidade de matéria orgânica lançada deve ser proporcional
a sua vazão ou volume.
3 METODOLOGIA
3.1 DADOS DA AMOSTRA
3.1.1 Origem da Amostra
Neste projeto a amostra que será estudada passa por um sistema de tratamento
baseado no processo de lodo ativado. Este processo consiste no crescimento e floculação
de uma massa biológica (formada por bactérias). A degradação da matéria orgânica
existente no efluente é realizada por processo aeróbio, colocando-se a massa biológica
em contato com o efluente na presença de oxigênio e nutrientes. Como forma de nomear
a amostra sem expor os dados confidenciais, neste projeto, ela assumirá o nome de
Amostra SL.
Para entender melhor qual a origem da amostra a ser estuda e componentes ali
presentes, segue abaixo o fluxograma do processo industrial e formação do efluente:
Fonte: Confidencial
Fonte: Confidencial
Fonte: Confidencial
Fonte: Hach
2KC8H5O4(g)+10K2Cr2O7(aq)+41H2SO4(aq)→16CO2(g)+46H2O(l)+10Cr2(SO4)3(aq)+ 11K2SO4(aq)
Após o reator atingir 120 °C, os frascos foram então ser removidos e invertidos
cuidadosamente por várias vezes e em seguida colocados para resfriar em um suporte
metálico apropriado.
Assim que os tubos atingiram a temperatura ambiente, efetuou-se a leitura dos
mesmos, utilizando o espectrofotômetro HACH DR2800.
Fonte: Shimadzu
• Shimadzu TOC-Vcpn+ASI-V
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após uma série de análises dos métodos aqui citados, foram coletados 23 dados
de dias diferentes, porém, da mesma amostra. Porém, como os dados encontrados são
confidenciais, para compartilhar os valores encontrados, foi aplicada a Equação 1 para
valores de DQO e TOC, em que y é o valor exposto em tabela e x é o valor real:
y = 9 x + 16 (Eq. 1)
Tabela 2 - Valores de DQO, TOC e Relação DQO/TOC encontrados para Amostra SL (Adaptado)
DQO TOC
DADOS mg/L mg/L DQO/TOC
1 24136 8830 2,73
2 8476 3829 2,21
3 13606 4818 2,82
4 30256 11995 2,52
5 19636 7798 2,52
6 42406 17431 2,43
7 8476 3104 2,73
8 7666 3062 2,50
9 7306 2839 2,57
10 7036 2955 2,38
11 5326 2082 2,56
12 11176 4332 2,58
13 10816 3810 2,84
14 9016 3342 2,70
15 10456 3324 3,15
16 7738 5832 1,33
17 10330 6069 1,70
18 13588 7827 1,74
19 16216 8232 1,97
20 14146 5589 2,53
21 12976 5034 2,58
22 8476 4105 2,06
23 12886 6455 2,00
Fonte: Confidencial
Média 2,40
Desvio Padrão 0,42
Mediana 2,53
Mínimo 1,33
Máximo 3,15
Fonte: Confidencial
Média 2,40
Desvio Padrão 0,42
Coeficiente de Variação 0,17
K 2,40
Fonte: Confidencial
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Baseado nos valores encontrados e estatísticas realizadas através das tabelas,
concluiu-se, com base nos cálculos estatísticos e nos testes de normalidade, equivalência
de variâncias e teste de correlação, que o fator de conversão calculado, sendo K = 2,40 e
coeficiente de variação 0,17, é considerado aceitável e representativo para o efluente.
Dessa forma, torna-se possível a substituição das análises de DQO do efluentes da
Amostra SL com o Kit de DQO para que a mesma seja feita no equipamento de TOC,
conforme representação abaixo:
REFERÊNCIAS
APHA, AWW, WEF. Standard methods for the examination of water and
wastewater. 19th. Edition. American Public Health Association, Washingtion, DC.,
1995.
ASTM D6238/98. Disponível em: < www.astm.org > Acesso em 04 Jul. 2020.
ASTM 5220D. Disponível em: < www.astm.org > Acesso em 04 Jul. 2020
ISO 8245:1999. Water Quality — Guidelines For The Determination Of Total Organic
Carbon (Toc) And Dissolved Organic Carbon (Doc). Disponível em
< https://www.iso.org/standard/29920.html> Acesso em 15 de Nov. 2020
U.S. Environmental Protection Agency. 2016. III.H. Changes to method detection limit
(MDL) procedure. In Clean Water Act Methods Update Rule for the Analysis of
Effluent. 40 CFR 136.
VOGEL, F. et al., The mean oxidation number of carbon (MOC) - usefull concept for
describing oxidation processes. Water Research, v. 34, p. 2689-2702, 2000.