Química - Daniel Faria

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Daniel da Silva Faria

O selo DIALÓGICA da Editora InterSaberes faz referência às


publicações que privilegiam uma linguagem na qual o autor dialoga com
o leitor por meio de recursos textuais e visuais, o que torna o conteúdo
muito mais dinâmico. São livros que criam um ambiente de interação
com o leitor – seu universo cultural, social e de elaboração de
conhecimentos –, possibilitando um real processo de interlocução para
que a comunicação se efetive.

Química
Educação de jovens e adultos (EJA)
Apresentação
É comum ouvirmos que a disciplina de Química é extremamente complexa,
difícil de ser compreendida e que figura entre as que apresentam os maiores
índices de reprovação no ensino médio. Talvez a maior culpa desse estigma
esteja na não contextualização do ensino da disciplina.

O ensino de Química torna-se mais envolvente quando se relacionam os


conteúdos da disciplina com o mundo real em que vivemos, considerando
que o conhecimento deve ser utilizado pelo ser humano como forma de
buscar o progresso de maneira sustentável, procurando zelar pela natureza,
que proporciona os recursos básicos para a sobrevivência da humanidade.

Visando a esse ensino contextualizado e tendo como objetivo atingir os


estudantes da modalidade de educação de jovens e adultos (EJA),
procuramos nesta obra mostrar a importância da química no cotidiano, que
se faz presente não apenas nos laboratórios e na indústria, mas também em
nosso corpo e na natureza.

Para isso, organizamos esta obra da seguinte maneira: inicialmente,


apresentamos a química geral, área que trata das substâncias e dos materiais
que se encontram ao nosso redor, assim como dos fenômenos relacionados
a esses elementos.
No que se refere à química que não conseguimos enxergar, a abordagem
está fundamentada na estrutura atômica e nos conceitos atrelados ao estudo
do átomo. Também se faz presente a classificação das substâncias segundo
suas características e aplicabilidades.

Outra área da química que exploramos neste material é a físico-química,


que trata principalmente da energia envolvida nos fenômenos físicos e
químicos, assim como do tempo de ocorrência de cada processo.

Também destacamos a química orgânica, com exemplos da


aplicabilidade no cotidiano das mais diversas substâncias que são objeto de
estudo dessa área.

Portanto, prepare-se para entrar no fantástico mundo da química e


descobrir (ou redescobrir) o quanto ela está presente em nossas vidas. Boa
leitura e aproveite a obra!
Parte I

A química e sua presença em


nossa vida
capítulo um
1

A importância
da química e as
propriedades dos
materiais
A química faz parte da nossa vida, seja nas reações químicas que ocorrem
nos organismo vivos de origem animal ou vegetal, seja nas reações realizadas
nos laboratórios de pesquisas e nas indústrias que produzem diariamente
inúmeros materiais.

Nas páginas a seguir, você irá conhecer alguns ramos da indústria química,
cuja importância é fundamental para a sociedade. Em seguida, tratamos do
estudo da química e da matéria, considerando suas várias especificidades.

1.1 Indústrias químicas


Veja a seguir a aplicabilidade da química em segmentos industriais que
interferem diretamente em nosso cotidiano.

1.1.1 A indústria farmacêutica


Antes de um medicamento ser comercializado nas farmácias, é necessário
que os profissionais participantes do processo de desenvolvimento do
fármaco realizem uma intensa pesquisa, atividade que requer um grande
conhecimento químico de substâncias, até a obtenção da substância ativa.
De modo geral, essas substâncias apresentam uma complexa estrutura
molecular.

A bedaquilina, um medicamento utilizado para tuberculose resistente, é


um exemplo de estrutura molecular complexa.

1.1.2 A indústria do petróleo


O estudo da química também está presente na produção dos derivados diretos
e indiretos do petróleo. Por meio do fracionamento desse material, são
obtidos combustíveis como a gasolina e o óleo diesel, utilizados na maioria
dos veículos automotores atuais.
Os derivados diretos do petróleo, como a gasolina e o diesel, são
submetidos a processos químicos que permitem a obtenção de derivados
indiretos, como plásticos e borracha sintética, os quais são largamente
utilizados nos mais diversos ramos da indústria, como o de tubulações
plásticas para água e o de pneus.

Crédito: AlohaHawaii/Shutterstock

Pneus são feitos de borracha sintética proveniente do petróleo.

1.1.3 A indústria alimentícia


Muitos dos alimentos que encontramos nas prateleiras dos supermercados são
industrializados. A indústria recebe ou produz determinado alimento e
acrescenta diversas substâncias que atuam como estabilizantes,
conservantes e aromatizantes, cujas funções são, respectivamente, dar
melhor aparência ao produto final, aumentar o prazo de validade e dar aroma
o mais próximo possível do natural.
Crédito: Nito/Shutterstock

A gelatina apresenta aditivos químicos que proporcionam sabores e


cores diferenciados ao produto.

1.1.4 A agroindústria
O Brasil é um grande representante mundial do setor agrícola. O ramo
agroindustrial, por sua vez, é responsável por viabilizar o aumento da
produção no campo. Muitas pesquisas são realizadas, por exemplo, a fim de
aperfeiçoar os fertilizantes já existentes e produzir novos, de modo a proteger
as plantações de pragas e, consequentemente, aumentar a produtividade.
Crédito: Oticki/Shutterstock

Em 2014, o Brasil foi o maior produtor de soja do mundo, com o Estado


do Mato Grosso respondendo por 29% da safra nacional (Lessa, 2014).

1.2 O estudo da química


A química é a ciência que estuda a matéria (ou materiais), suas
transformações e a energia envolvida nesses processos.

O que é matéria?

Matéria é tudo o que ocupa lugar no espaço, logo, tudo que apresenta
massa e ocupa determinado volume. Você, os animais, os objetos e até
mesmo o ar que não enxergamos são matéria.
Crédito: Fabrício Tacahashi

O ar que já estava dentro do canudo ocupa espaço, impossibilitando a


entrada de nova massa de ar. Isso ocorre porque o canudo não é
expansível, diferentemente de uma bexiga, que se expande e permite a
entrada de mais ar.

Na pesquisa química, os laboratórios e indústrias têm feito cada vez mais


uso de substâncias químicas, que são consideradas matérias para produzir
novas substâncias. Nesse sentido, podemos chamar esse processo de
transformação química da matéria.

1.2.1Fases de agregação da matéria: estados


físicos
Os materiais podem ser encontrados em três estados físicos:

1. Estado sólido: A matéria que apresenta esse estado tem forma e volume
próprios; as partículas encontram-se mais organizadas, com menor
energia cinética (menor agitação).
Figura 1.1 – Representação da matéria no estado sólido

2. Estado líquido: A matéria que apresenta esse estado tem forma


variável e volume próprio (sua forma se adapta à forma do recipiente).
As partículas não são tão organizadas quanto no estado sólido; no
entanto, movimentam-se com energia cinética superior dos sólidos.
Figura 1.2 – Representação da matéria no estado líquido

3. Estado gasoso: A matéria que apresenta esse estado tem forma e


volume variáveis e se adapta tanto à forma quanto ao volume que o
contém. As partículas encontram-se totalmente desorganizadas e
apresentam maior movimento, ou seja, maior energia cinética.
Figura 1.3 – Representação da matéria no estado gasoso
1.2.1.1 Mudanças de estado físico da matéria

As mudanças de estado físico têm denominações específicas. Veja a seguir


quais são elas.

Figura 1.4 – Denominações das mudanças de estado físico da


matéria

De forma sucinta, a Figura 1.4 apresenta os seguintes fluxos:

∎ do estado sólido para o estado gasoso: sublimação;

∎ do estado gasoso para o estado sólido: ressublimação;

∎ do estado sólido para o estado líquido: fusão;

∎ do estado líquido para o estado sólido: solidificação;

∎ do estado líquido para o estado gasoso: vaporização;

∎ do estado gasoso para o estado líquido: condensação ou liquefação.

Agora, observe exemplos de transformações de estado físico da matéria:

∎ Fusão: Ocorre quando uma substância sólida passa para o estado


líquido, como no caso do derretimento do gelo.
∎ Vaporização: Ocorre principalmente de três maneiras:
1. Evaporação: Processo lento que acontece na superfície do
líquido e que se dá mesmo em temperatura ambiente.

Crédito: Melodia Plus Photos/Shutterstock

A extração de sal nas salinas, por exemplo, ocorre por


meio da evaporação da água do mar.

2. Ebulição: Processo de fervura do líquido. Por exemplo: levada


ao fogo, a água entra em ebulição quando atinge 100 °C.

3. Calefação: Processo que ocorre quando o líquido entra em


contato com uma superfície muito quente, passando
instantaneamente para o estado gasoso. É o que acontece quando
uma gota de água cai sobre uma chapa para fritura bem quente.
Exercício resolvido
Qual é a diferença entre evaporação e ebulição?

Na evaporação, moléculas da superfície do líquido passam


lentamente para o estado gasoso. Na ebulição, o líquido aquecido vai
formando vapor na parte mais aquecida do recipiente. Pelo fato de ser
menos denso, o vapor atinge a superfície, até que sua pressão se
iguale à pressão atmosférica e o líquido entre em ebulição.

∎ Condensação: Quando o vapor de água atinge temperaturas mais frias


em altitudes elevadas, a água é condensada em microgotículas,
formando, assim, as nuvens. Logo, nuvem não é vapor d’água, mas
água líquida.

Crédito: Jorik/Shutterstock

A fumaça branca que sai do escapamento dos automóveis,


principalmente em dias frios, é resultado da condensação do
vapor d’água produzido na queima dos combustíveis.

∎ Solidificação: Ocorre quando determinado líquido passa para o estado


sólido. A formação das geleiras, a ocorrência da neve e a formação de
gelo no freezer são exemplos desse processo.

∎ Sublimação: Ocorre quando a matéria passa gradativamente do


estado sólido para o gasoso. A naftalina, por exemplo, quando
guardada no armário, emite vapores responsáveis por não deixar que
traças e baratas ataquem as roupas guardadas naquele local.

∎ Ressublimação: Ocorre na passagem da matéria em estado gasoso


para o estado sólido. Poucas substâncias apresentam essa propriedade
em condições de pressão comum – uma delas é o iodo.
Crédito: Fabrício Tacahashi

Quando o iodo é aquecido a 80 °C, passa do estado sólido para


o gasoso, sofrendo a sublimação. Quando os vapores de iodo
são resfriados, retornam para o estado sólido, sofrendo a
ressublimação.
1.2.2 Propriedades físicas da matéria
Entende-se por propriedade física de uma substância as propriedades cujos
valores são medidos experimentalmente e auxiliam na identificação de um
material. Entre as propriedades físicas, convém destacarmos duas:

1. Ponto de fusão (PF) ou temperatura de fusão (TF): É a temperatura


na qual uma substância passa do estado sólido para o líquido. A água,
por exemplo, tem a temperatura de fusão igual a 0 °C – isso significa
que, se retirarmos uma pedra de gelo do freezer a –8 °C e a deixarmos
em cima da pia, por exemplo, o gelo vai absorver o calor do ambiente e
a sua temperatura vai gradativamente aumentar até que atinja 0 °C.
Nesse ponto, o gelo começará a derreter, ou seja, sofrerá a fusão.

2. Ponto de ebulição (PE) ou temperatura de ebulição (TE): É a


temperatura na qual uma substância entra em ebulição. Em outras
palavras, a substância ferve, passando assim do estado líquido para o
gasoso. A água tem a temperatura de ebulição igual a 100 °C.

Importante
A temperatura de ebulição da água somente é 100 °C quando ela se encontra
no nível do mar. Quando a água é aquecida em algum lugar acima desse
nível, em que a pressão atmosférica é menor, o ponto de ebulição também é
menor.

Exercícios
1) Por que se forma uma fumaça branca no ar quando expiramos pela boca
em dias mais frios?

2) Como é denominada a mudança de estado físico que indica a passagem


da naftalina do estado sólido diretamente para o estado gasoso?
3) Como se chama a mudança de estado físico verificável na extração do
sal das águas salgadas?

4) O aumento do efeito estufa no planeta causa a elevação da temperatura


global, fenômeno que causa um problema ambiental nos polos. Que
problema é esse? Como é denominada a transformação de estado físico
que ocorre nos polos?

5) Como ocorre a formação do orvalho sobre uma planta?

6) Por que o gelo-seco que conserva o sorvete do carrinho do sorveteiro


“desaparece” com o passar o dia, mas não deixa o carrinho cheio de
água?

7) A nuvem consiste em vapor d’água? Justifique sua resposta.

8) Um copo de vidro fica molhado por fora quando se coloca água gelada
nele. O que ocorre? (Em sua explicação deve constar, inclusive, o
nome que se dá à mudança de estado físico em questão).

9) A prata tem ponto de fusão de 961 °C e ponto de ebulição de 2.162 °C.


Após um incêndio em uma residência, uma estatueta de prata foi
encontrada completamente deformada. O que pode ser afirmado sobre
a temperatura das chamas no incêndio? Justifique.

10) Como é denominada a mudança de estado físico que ocorre na


formação do gelo na superfície de um lago em um inverno rigoroso?

Para saber mais


O ponto de fusão e de ebulição são propriedades específicas da matéria, logo,
podem ser utilizadas na identificar compostos em laboratório, assim como
para determinar se um material é uma substância pura ou uma mistura de
substâncias. Caso queira saber mais a respeito, acesse o texto citado a seguir:

DIAS et al. Resgatando um método eficiente para determinação de ponto


de ebulição de substância orgânicas: percolador versus Siwoloboff. Química
Nova, v. 37, n. 5, p. 915-918, 2014. Disponível em: «http://quimicanova.sbq.
org.br/imagebank/pdf/v37n5a23.pdf». Acesso em: 21 jul. 2016.

1 Este capítulo foi elaborado com base em Fonseca (2014).


capítulo dois
1

Fenômenos e
materiais
Neste capítulo, apresentamos os fenômenos físicos e químicos pelos quais a
matéria pode passar. Em seguida, elencamos algumas substâncias específicas
e suas possíveis misturas.

2.1 Fenômenos físicos e químicos


Os fenômenos físicos preservam a composição da matéria, ou seja, o
material permanece o mesmo, antes e depois do fato ocorrido. Vejamos
alguns exemplos:

∎ Quando um papel é amassado ao ser submetido a determinada força,


ele continua sendo papel.

∎ Quando um ímã atrai a limalha de ferro em decorrência da força


magnética, os dois materiais continuam inalterados.

∎ Quando o gelo derrete e se transforma em água líquida ao absorver o


calor do meio, ele continua sendo água em estado líquido.

Todas as transformações de estado físico que analisamos no Capítulo 1 são


exemplos de fenômenos físicos, pois, quando uma substância muda de
estado, ela continua tendo a mesma composição, apenas em estado físico
diferente.
Figura 2.1 – A água em três estados físicos

Crédito: Fabrício Tacahashi

Os fenômenos químicos, por sua vez, alteram a composição da matéria,


isto é, a composição antes do fato ocorrido e após sua conclusão é diferente.
Vejamos exemplos:

∎ Papel queimado: Quando um papel é queimado, a celulose que o


compõe reage com o oxigênio do ar e produz várias substâncias
gasosas, como gás carbônico e vapor d’água.
Figura 2.2 – Fogo em contato com o papel

Crédito: Showcake/Shutterstock
∎ Prego enferrujado: Um prego enferruja quando o ferro reage com o
oxigênio do ar e produz óxido de ferro.
Figura 2.3 – Pregos enferrujados
Crédito: Nick Merkulov/Shutterstock
∎ Vinho transformado em vinagre: Para que o vinho seja
transformado em vinagre, o álcool do vinho é oxidado a ácido acético,
uma substância que tem o cheiro característico do vinagre.
Figura 2.4 − Vinagres

Crédito: Shuleviskyy/Shutterstock

2.1.1 Processos fisiológicos


O funcionamento do nosso corpo só é possível por causa das inúmeras
reações químicas que nele ocorrem diariamente, como a respiração, a
digestão e a excreção. Nosso organismo é um laboratório químico fantástico,
capaz de metabolizar as proteínas ingeridas, quebrar suas moléculas e
produzir novas proteínas.

Crédito: Margouillat photo/Shutterstock

“As proteínas também são muito importantes como agentes


estruturais das células, catalisadoras de funções biológicas, proteínas
de armazenamento, motilidade, proteínas reguladoras e proteínas de
defesa do organismo, como os anticorpos, o fibrinogênio e a
trombina” (Gonçalves, 2016).

2.2 Substâncias e misturas


Um material é considerado substância quando as moléculas ou aglomerados
iônicos ou metálicos são iguais.
Exemplos:

O gás oxigênio (O2) é uma substância simples, pois suas moléculas são
formadas por átomos do mesmo elemento. Já a água tem a fórmula H2O,
logo, é uma substância composta, pois suas moléculas são formadas por
átomos de elementos diferentes.

Importante
As substâncias podem ser sempre representadas por fórmulas químicas.

Veja mais alguns exemplos de substâncias e suas fórmulas:

∎ O3 (ozônio): É uma substância importante nas altas camadas da


atmosfera, cuja função é filtrar os raios ultravioleta provenientes do
Sol.

∎ C (carbono) – grafite ou diamante: Pode se apresentar tanto na


forma de grafite como na de diamante. A diferença entre eles está na
forma como os átomos de carbono se interligam.
Figura 2.5 – Átomos de grafite e diamante
Crédito: Molekuul_be/Shutterstock
Potatov Alexander/Shutterstock
∎ CO2 (gás carbônico): É eliminado no processo de respiração e
produzido em grande quantidade nos processos de combustão dos
combustíveis fósseis, como gasolina e diesel.

∎ NaCl (cloreto de sódio): É o principal componente do sal de cozinha.

∎ C12H22O11 (sacarose): É o açúcar comum.

As misturas, por sua vez, são formadas por moléculas, aglomerados


iônicos ou metálicos diferentes. Como exemplo, podemos citar o ar
atmosférico, que consiste em uma mistura gasosa em que há predominância
dos gases nitrogênio (N2) e oxigênio (O2).

As misturas podem ser classificadas em homogêneas (ou soluções) e


heterogêneas. As primeiras têm a composição fixa em qualquer parte da
mistura e aspecto visual uniforme, mesmo com visualização auxiliada por
microscópio. Um exemplo de mistura homogênea é o soro caseiro.

Já as misturas heterogêneas caracterizam-se por variação da composição


de uma parte em relação à outra e não têm o aspecto visual uniforme. Se,
com auxílio do microscópio, for possível identificar componentes distintos, a
mistura será considerada heterogênea.

Figura 2.6 – Visão microscópica do sangue

Crédito: fusebulb/Shutterstock

O sangue, quando visto a olho nu, nos dá a impressão de que o aspecto


visual é uniforme, porém, no microscópio, identificamos diferentes
componentes, o que nos faz inferir que o sangue é uma mistura heterogênea.

Para saber mais


O leite é um alimento amplamente utilizado em muitos lares. A caseína,
proteína do leite, é adequada ao organismo para a elaboração e reparo do
tecido muscular. O açúcar do leite é a lactose, que tem a vantagem de não
fermentar tão rápido como outros açúcares, não acarretando assim alterações
gástricas. A gordura do leite serve como transportadora de vitaminas
lipossolúveis, como as vitaminas A, D, E e K.

Diante do exposto, concluímos sem dúvida que o leite é uma mistura de


substâncias. Caso queira saber mais a respeito, acesse o texto citado a seguir:

VALSECHI, O. A. O leite e seus derivados. 2001. Disponível em: «http://


www.cca.ufscar.br/~vico/O%20LEITE%20E%20SEUS%20DERIVADOS.p
df». Acesso em: 21 jun. 2016.
Separação dos componentes de uma
2.2.1

mistura
Há diferentes modos de realizar a separação dos componentes de
determinada mistura. Nos tópicos a seguir, apresentamos os métodos mais
utilizados.

∎ Filtração: É o método aplicado na separação de uma mistura


heterogênea do tipo sólido + líquido ou sólido + gasoso, como no caso
das estações de tratamento de água. Os filtros utilizados são naturais,
como cascalhos e areia de diferentes diâmetros.
Figura 2.7 – Filtro do café e filtros em equipamentos de segurança

Crédito: Alexander Marushin/Shutterstock


Crédito: garmoncheg/Shutterstock

Na preparação do café, a água quente extrai substâncias do pó, e o filtro


retém o resíduo, que é a borra do café. No funcionamento do aspirador de pó,
também é possível ver o processo de filtração acontecendo, quando o filtro
do aspirador retém o pó e o ar passa direto.

∎ Decantação: Pode ser utilizada na separação de misturas


heterogêneas dos seguintes modos:
∎ Sólido + líquido: A areia misturada com água vai para o fundo do recipiente após
certo tempo em repouso.

A decantação também é uma das etapas realizadas nas estações de


tratamento de água de abastecimento. Nesse processo, a água fica em
repouso para que partículas sólidas sejam depositadas no fundo do tanque.

Figura 2.8 – Tanque de decantação em uma estação de


tratamento
Crédito: Snw/Shutterstock
∎ Líquido + líquido: Para separar misturas heterogêneas entre líquidos, utiliza-se um aparelho
denominado funil de decantação ou funil de bromo, como mostra a Figura 2.9.

Figura 2.9 – Funil de decantação ou funil de bromo


Crédito: sciencephotos/Alany/Latinstock
O líquido mais denso (parte do líquido mais escura da imagem) situa-se no
fundo do funil, e o menos denso (incolor), na parte superior. Quando a
torneira é aberta, o líquido mais denso escoa e é recolhido em outro
recipiente; quando o líquido mais denso escoa totalmente e o líquido menos
denso se aproxima da torneira (acessório transparente), esta é fechada, de
forma que os líquidos fiquem separados.

∎ Separação magnética: É utilizada para separar misturas


heterogêneas sólido + sólido com o auxílio de um ímã (um dos sólidos
é atraído pelo objeto imantado).

Para se separar uma mistura de areia e limalha de ferro, basta passar um


ímã sobre a mistura, atraindo o ferro e separando-o da areia.

Figura 2.10 – Separação de limalha de ferro e areia

Crédito: Science Photo Library/Latinstock

Em indústrias ou usinas de reciclagem de materiais, é comum a utilização


de grandes ímãs para separar grandes quantidades de metais.

Figura 2.11 – Separação de sucatas com a utilização de ímã


Crédito: AngelPet/Shutterstock
∎ Sedimentação fracionada: É utilizada na separação de uma mistura
heterogênea de dois ou mais sólidos por adição de um líquido que não
os dissolva e tenha densidade intermediária em relação a eles.

Para separar a areia da serragem (pó de madeira), basta adicionar água,


pois os sólidos não serão dissolvidos: a areia, por ser mais densa que a água,
deposita-se no fundo do recipiente, e a serragem, por ser menos densa que a
água, flutua, separando, assim, os dois sólidos.
∎ Destilação: É um método utilizado na separação de misturas
homogêneas.

A destilação simples é mais utilizada para separação de um sólido


dissolvido em um líquido. A mistura é aquecida até que o líquido atinja o
ponto de ebulição, passando para a forma gasosa e deixando o sólido no
recipiente de origem. O vapor se dirige para um condensador, no qual retorna
à forma líquida, sendo recolhido em outro recipiente. A Figura 2.12 mostra
esse processo com mais detalhes.

Exercício resolvido
Cite uma utilidade para a destilação.

Processo industrial em fase líquida que necessite de purificação.


Podemos citar o exemplo da indústria petroquímica, na separação do
petróleo (crude) em frações de hidrocarbonetos com diferentes pesos
moleculares.

Figura 2.12 – Aparelho de destilação simples


Fonte: Elaborado com base em Só Biologia, 2016.

Exercícios
1) Diferencie fenômenos físicos de fenômenos químicos.

2) O processo de formação da ferrugem é físico ou químico? Justifique


sua resposta.

3) A combustão do papel é um fenômeno físico ou químico? Justifique


sua resposta.
4) O ozônio, cuja fórmula é O3, é uma substância muito importante para o
meio ambiente e para a preservação da vida na Terra. Essa substância é
simples ou composta? Justifique sua resposta.

5) O aumento do volume de gás carbônico (CO2) na atmosfera agrava o


efeito estufa, gerando, consequentemente, a elevação da temperatura
global. Essa substância é simples ou composta? Justifique sua
resposta.

6) O ar atmosférico é uma mistura de diversos gases. Entre eles, há


predominância do nitrogênio, com 78% do volume, e do oxigênio,
com 21%. Esse ar é uma mistura homogênea ou heterogênea?
Justifique sua resposta.

7) Entre as funções do sangue está o transporte de oxigênio pelo corpo. O


sangue é uma mistura homogênea ou heterogênea? Justifique sua
resposta.

8) Que método é mais eficiente para separar uma mistura de água e óleo?
Qual é o aparelho de laboratório que permite essa separação?

9) Quando a água quente é jogada no pó de café, extrai do pó substâncias


químicas que dão o sabor, aroma e cor característicos do café
preparado. Que processo de separação é utilizado para separar o café
pronto da borra do café?

10) Na obtenção do sal marinho, a água evapora, mas o sal, não. O vapor
d’água sobe e é condensado na forma de nuvens, que são formadas por
microgotículas de água. Que processo de separação é semelhante ao
que ocorre na obtenção do sal e posterior à formação das nuvens?

1 Este capítulo foi elaborado com base em Fonseca (2014).


capítulo três
1

Estrutura atômica
Como é o átomo? Qual é seu tamanho? Quais são as partículas que o
compõem? Esses questionamentos são feitos há muitos anos por cientistas de
todo o mundo, e muitas experiências foram realizadas a fim de respondê-las.

3.1 Modelos atômicos


Com base nas experiências anteriormente citadas e em estudos, modelos para
a estrutura dos átomos têm sido propostos. A seguir, apresentamos os
principais modelos. Na sequência, demonstramos os conceitos referentes à
estrutura atômica e as semelhanças entre átomos.

3.1.1 Modelo atômico de Dalton


O modelo atômico de Dalton é também conhecido como modelo da bola de
bilhar. Nele, o átomo é uma esfera maciça, sem carga elétrica, indivisível e
indestrutível. Os átomos de diferentes elementos só diferem entre si pelo
tamanho da esfera.

Figura 3.1 – Representação do modelo atômico de Dalton


Crédito: Fabrício Tacahashi
Fonte: Adaptado de Melhor Pesquisa, 2011.

3.1.2 Modelo de Thomson


No modelo do pudim de passas, como também é chamado o modelo de
Thomson, o átomo é uma esfera de carga positiva que apresenta partículas de
carga negativa, chamadas elétrons, encrustadas por toda a sua extensão. Na
analogia citada, o pudim seria o átomo, e as passas, os elétrons.

Figura 3.2 − Representação do modelo de Thomson


Crédito: yaruna/Shutterstock
Fonte: Entendendo Química, 2012.

Para saber mais


As experiências de Niels Bohr, no início do século XX, comprovaram que os
elétrons ao redor do núcleo de um átomo não apresentam todos a mesma
energia. Quanto mais afastado do núcleo estiver o elétron, maior é sua
energia. De acordo com Bohr, os elétrons se apresentam em diferentes níveis
de energia ou camadas eletrônicas, e quando recebem energia extra,
tornando-se ativados, eles saltam para níveis mais energéticos, devolvendo
essa energia, na forma de luz, quando retornam aos seus níveis de energia
antes de serem ativados. Essa luz, proveniente do retorno dos elétrons aos
seus níveis de energia, pode ser observada na luz emitida na explosão de
fogos de artifício. Caso queira saber mais a respeito, acesse o texto citado a
seguir:

NERY, P. A. L.; FERNANDEZ, C. Fluorescência e estrutura atômica:


experimentos simples para abordar o tema. Química Nova na Escola, n. 19,
maio 2014. Disponível em: «http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc19/19-a12.p
df». Acesso em: 21 jul. 2016.

3.1.3 Modelo de Rutherford


O modelo atômico de Rutherford também é conhecido como modelo
planetário, no qual o átomo está dividido em duas regiões: o núcleo e a
eletrosfera.

Figura 3.3 − Representação do modelo de Rutherford


Crédito: Trambitskiy Yuri/Shutterstock
Fonte: Luz, 2016.

Nesse modelo, o núcleo situa-se no centro do átomo e contém partículas


positivas denominadas prótons, além de uma região grande denominada
eletrosfera, em que são encontrados os elétrons.

Importante
Em 1932, James Chadwick, físico britânico, descobriu que, no núcleo do
átomo, além das partículas de carga positiva, também havia partículas de
massa semelhante aos prótons, porém sem carga elétrica. O cientista então as
chamou de nêutrons.

A Tabela 3.1 apresenta as características de massa e carga relativas das


partículas atômicas.

Tabela 3.1 – Características das partículas fundamentais do


átomo

Partícula Massa Carga relativa UCA (unidade de


relativa (u) carga atômica)
Próton 1 +1

Nêutron 1 0

Elétron 1/1.836 -1

Concluindo, o núcleo é a região mais densa do átomo, pois apresenta


maior massa e volume pequeno, e a eletrosfera é uma região composta de
espaços vazios na qual estão situados os elétrons.

3.2 Conceitos relacionados à estrutura


atômica do átomo
Os conceitos a seguir são importantes para caracterizar os átomos dos mais
variados elementos químicos:

∎ Número atômico (Z): Equivale ao número de prótons contidos no


núcleo do átomo.

∎ Número de massa (A): Equivale à soma do número de prótons e de


nêutrons.

O número atômico e o de massa são representados juntamente com o


símbolo do elemento. Na parte inferior esquerda, consta o número atômico,
enquanto o número de massa é representado na parte superior esquerda ou
direita, como mostra o exemplo a seguir, que representa o elemento químico
sódio (Na).
O sódio possui 11 prótons e número de massa 23. Para se calcular o
número de nêutrons, basta subtrair o número de prótons do número de
massa. Nesse caso, temos: 23 – 11 = 12 nêutrons.

Exercício resolvido
Um átomo apresenta, em seu núcleo, 74 partículas neutras e 53
partículas de carga positiva. Qual é o número de massa desse átomo?

O número de massa resulta da soma dos números de prótons e de


nêutrons. Como os nêutrons são as partículas neutras do átomo e os
prótons têm carga positiva, basta somar: 74 + 53 = 127

3.3 Semelhança atômica


Muitos átomos apresentam semelhança no que diz respeito à quantidade de
partículas que os formam. Essa similaridade gera denominações que indicam
em que aspecto tais átomos se assemelham. São elas:

∎ Átomos isótopos: Apresentam igual número de prótons (número


atômico), mas diferentes números de massa.

Exemplo:
1 2 3
1H 1H 1H

Os átomos de hidrogênio têm 1 próton, logo são isótopos.


∎ Átomos isóbaros: Apresentam número igual de massa e diferentes
números de prótons (número atômico).

Exemplo:
40 40
19K 20Ca

Os átomos de potássio e cálcio têm número de massa 40, logo são


isóbaros.

∎ Átomos isótonos: Apresentam diferentes números de prótons


(número atômico) e de massa, mas possuem o mesmo número de
nêutrons.

Exemplo:
19 20
9F 10Ne

O átomo de flúor (F) tem 10 nêutrons (19 – 9), assim como o


átomo de neônio (20 – 10). Se ambos têm 10 nêutrons, logo são
isótonos.

Como essa representação é uma convenção mundial, qualquer pessoa, em


qualquer lugar do mundo, pode compreender seu significado.

Exercícios
1) De acordo com o modelo atômico de Rutherford, quais são as duas
regiões do átomo?
2) Quais são as partículas contidas no núcleo do átomo?

3) O que representa o número atômico de um elemento?

4) Um átomo apresenta 23 prótons e 30 nêutrons. Qual é seu número de


massa?

5) Um átomo apresenta número de massa igual a 240 e número atômico


igual a 98. Quantos nêutrons há nesse átomo?

6) O que são átomos isótopos?

7) O que são átomos isóbaros?

8) O que são átomos isótonos?

9) Um átomo X, de número de massa igual a 50, é isóbaro de um átomo


Y, com 24 prótons. Quantos nêutrons apresenta o átomo Y?

10) Um átomo X é simultaneamente isóbaro de Y44 e isótono de 40


19B .
Qual é o número atômico do átomo X?

1 Este capítulo foi elaborado com base em Fonseca (2014).


capítulo quatro
1

Tabela periódica
e radioatividade
A tabela periódica organiza os elementos de acordo com suas propriedades,
assim, por meio da localização dos elementos na tabela, é possível saber as
propriedades das diferentes elementos. Observe a tabela periódica
representada a seguir.

Figura 4.1 − Tabela periódica dos elementos apresentada pela


União Internacional de Química Pura e Aplicada (Iupac)*

* Em inglês, International Union of Pure and Applied Chemistry.


Fonte: Adaptado de Iupac, 2015, tradução nossa.

A tabela periódica é formada por linhas verticais e horizontais. Essa foi a


forma utilizada pelos químicos para agrupar os elementos de acordo com
suas características.

Os períodos da tabela são as sete linhas horizontais: a primeira começa


com o elemento hidrogênio (H), e a sétima com o elemento frâncio (Fr).

Os grupos ou famílias demonstram elementos que apresentam


características químicas semelhantes, ou seja, que geralmente participam de
forma semelhante durante as reações químicas.

Algumas das famílias recebem nomes específicos, quais sejam:

∎ Família 1: Família dos metais alcalinos.

∎ Família 2: Família dos metais alcalino-terrosos.

∎ Família 13: Família do boro.

∎ Família 14: Família do carbono.

∎ Família 15: Família do nitrogênio.

∎ Família 16: Família dos calcogênios.

∎ Família 17: Família dos halogênios.

∎ Família 18: Família dos gases nobres.

A maioria dos elementos da tabela periódica é classificada como metal, e


muitos deles são facilmente encontrados em nosso cotidiano, como o ferro, o
alumínio, o cobre, a prata e o ouro.

4.1 Metais
Os metais apresentam algumas propriedades importantes. Observe nos
tópicos a seguir:
∎ Apresentam altos valores de ponto de fusão e ebulição: Para
realizar a fusão da maioria dos metais, é necessário atingir
temperaturas elevadíssimas, como no caso do ferro, que tem ponto de
fusão de 1.538 °C.
Figura 4.2 − Ferro líquido

Crédito: Yongyut rukkachatsuwa/Shutterstock


∎ São bons condutores de corrente elétrica: O cobre, por exemplo, é
utilizado como condutor de corrente elétrica em nossas residências,
nos estabelecimentos comerciais, nas indústrias e nas escolas.
Figura 4.3 – Fios de cobre condutores de eletricidade
Crédito: Love Silhouette/Shutterstock
∎ São bons condutores de calor: Quando levamos uma panela com
alça de metal ao fogo e a deixamos lá por muito tempo, a alça tende a
ficar quente. Assim, é necessário tomarmos cuidado ao movimentar a
panela, pois corremos o risco de queimar as mãos. Isso também
acontece quando deixamos uma colher na gordura quente, que faz com
que a colher também esquente.
Figura 4.4 – Panela com cabo metálico ao fogo (perigo no
manuseio em virtude da condução de calor ao cabo)

Crédito: Vega/Shutterstock
∎ São maleáveis: A maleabilidade é a propriedade que o material tem
de ser transformado em lâminas.
Figura 4.5 – Produção de lâminas metálicas

Crédito: Mady70/Shutterstock
∎ São dúcteis: A ductibilidade é a propriedade que o material tem de
ser transformado em fios.
Figura 4.6 – Fios de prata para confecção de joias
Crédito: November27/Shutterstock

Para saber mais


Recentemente, a IUPAC confirmou a descoberta de quatro novos elementos
químicos, que completam a sétima linha horizontal da tabela periódica. Eles
ainda não têm nome oficial e, por enquanto, são chamados de unúntrio (Uut,
ou elemento 113), unumpêntio (Uup, ou elemento 115), ununséptio (Uus, ou
elemento 117) e ununóctio (Uuo, ou elemento 118). Saiba mais sobre essa
descoberta na seguinte matéria:

JÁ DECOROU os quatro novos elementos da tabela periódica? BBC


Brasil, 4 jan. 2016. Disponível em: «http://www.bbc.com/portuguese/noticia
s/2016/01/160104_novos_elementos_tabela_periodica_rb». Acesso em: 1º
jul. 2016.

4.2 Radioatividade
A radioatividade consiste na emissão de partículas e radiações nucleares por
parte de alguns elementos, com o propósito de se estabilizarem.
Os elementos de número atômico igual ou maior que 84 (do polônio (Po)
em diante) são todos radioativos, o que significa que todos os átomos desses
elementos emitem espontaneamente radiações. Já os elementos com número
atômico menor do que 84 podem apresentar apenas uma pequena parcela de
átomos radioativos. A maioria dos átomos do elemento químico césio (Cs)
tem o número de massa igual a 135 e não emitem radiações, contudo, uma
pequena parcela dos átomos desse elemento tem o número de massa 137, os
quais emitem radiações.

4.2.1 Fatores físico-químicos e a radioatividade


A intensidade da radiação emitida por um átomo independe de fatores físico-
químicos, como temperatura, pressão atmosférica, estado físico da matéria,
tipo de substância (simples ou composta) e função química presente (ácido,
base, sal, óxido).

A seguir, apresentamos os principais tipos de radiação.

4.2.1.1 Radiação alfa

A partícula alfa (α) é formada por 2 prótons e 2 nêutrons. Logo, podemos


representá-la da seguinte forma:

4

Nessa representação, 2 é o número de prótons e 4 é o número de


massa, que é a soma de prótons e nêutrons.

Uma partícula alfa conta com as seguintes características:

∎ é pesada;
∎ tem carga positiva;

∎ possui pequena velocidade;

∎ tem baixo poder de penetração (não consegue ultrapassar uma folha


de papel).

Veja a seguir a primeira e a segunda lei de Soddy, que trata da dinâmica


das partículas atômicas.

Primeira Lei de Soddy


Quando um átomo emite uma partícula alfa, seu número de massa
diminui quatro unidades e o número atômico diminui duas unidades.
A → Z – 2 Y A – 4 + 2α4
ZX

238 → 90Th234 + 2α4


92U

Como demonstramos na segunda fórmula, quando o urânio emite


uma partícula alfa, transforma-se no elemento tório.

4.2.1.2 Radiação beta

A partícula beta (β) possui carga negativa e massa desprezível, que é


representada do seguinte modo:
0
–1β

A partícula beta equivale a um elétron, portanto a carga negativa e o


número de massa igual a zero.

As características da partícula beta são as seguintes:

∎ é leve (massa desprezível);

∎ tem carga negativa;

∎ é altamente veloz (aproxima-se da velocidade da luz, que é de


299.792.458 m/s);

∎ tem médio poder de penetração (não consegue ultrapassar uma chapa


de 2 mm de chumbo ou de 1 cm de alumínio).

Segunda Lei de Soddy


Quando um átomo emite uma partícula beta, o número de massa
permanece constante e o número atômico aumenta uma unidade.
A → Z + 1 Y A +–1β0
ZX

137 → 56Ba137 + –1β0


55Cs

O césio, ao emitir uma partícula beta, passa a ser bário, cujo


número atômico é uma unidade maior.
4.2.1.3 Radiação gama

A radiação gama (0γ0) é formada apenas por ondas eletromagnéticas,


semelhantes aos raios X. Ela chega à velocidade da luz e tem elevado poder
de penetração. Quando um elemento emite radiações gama, ele não modifica
sua estrutura atômica, ou seja, os números de massa e atômico não sofrem
alteração.

99 → 0γ0→ + 43Tc99
43Tc

O tecnécio, ao emitir a radiação gama, não sofre qualquer alteração


no número de massa e número atômico.

Consequências das radiações sobre o


4.2.2

organismo
O texto a seguir, de Ricardo Ampudia (2011), trata das graves consequências
da radiação em contato com nosso corpo.
Quais são os efeitos da radiação no
corpo humano?
[...]

Os efeitos da radiação são classificados como agudos ou crônicos.


Os crônicos se manifestam ao longo de anos após uma exposição não
direta mas significativa de radiação. Já os agudos são imediatos.
Ocorrem naqueles indivíduos que tiveram contato com material
radioativo ou que se expuseram a grande quantidade de
radioatividade.

Segundo Gilson Delgado, oncologista e professor da Pontifícia


Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), os efeitos agudos
variam de queimaduras nas mucosas até alterações na produção do
sangue, com rompimento das plaquetas (células que atuam na
coagulação do sangue) e queda na resistência imunológica. “Esses
efeitos são pouco comuns em acidentes em usinas, pois só ocorrem
quando há uma exposição intensa e próxima”, explica.

Fonte: Ampudia, 2011.

Quando falamos em radioatividade, o que nos vêm em mente muitas


vezes são bombas atômicas e acidentes ocasionados por vazamento nuclear.
No entanto, a radioatividade também tem seu lado positivo: entre suas várias
aplicações benéficas estão a geração de energia, como é o caso da usina
Eletrobras Eletronuclear, em Angra dos Reis, no Estado do Rio de Janeiro,
assim como para o tratamento de câncer.

Exercícios
1) Como são denominadas as linhas horizontais da tabela periódica?
2) Como são denominadas as linhas verticais da tabela periódica?

3) O que significa dizer que um metal é muito maleável?

4) O que significa dizer que um metal é muito dúctil?

5) Em sua maioria, os metais apresentam altos valores de ponto de fusão,


o que os torna sólidos na temperatura ambiente. O único metal que é
líquido na temperatura ambiente é o mercúrio, utilizado em
termômetros. Após a análise da informação, o que se pode afirmar
sobre o ponto de fusão do mercúrio, em relação ao ponto de fusão dos
demais metais?

6) Se um material radioativo estiver submetido a uma condição de maior


temperatura e pressão, ele emitirá maior número de radiações?
Justifique sua resposta.

7) Qual é a composição da partícula alfa?

8) Qual deverá ser o número atômico e o número de massa de um átomo


obtido com base na emissão de uma partícula alfa proveniente de um
átomo de tório (Th) (número atômico (Z) = 90; número de massa (A) =
234)?

9) O átomo radioativo do césio (Cs)-137 é emissor de radiação beta.


Sabendo que seu número atômico é 55, calcule o número atômico do
elemento formado quando um átomo de Cs emite duas partículas beta.

10) Que variação ocorre no número atômico e no número de massa


quando um átomo emite radiação alfa?

1 Este capítulo foi elaborado com base em Fonseca (2014).


capítulo cinco
1

Compostos
inorgânicos
Os compostos inorgânicos são classificados por grupos de acordo com suas
características. Aqueles que apresentam características semelhantes fazem
parte de um mesmo conjunto denominado função. A seguir, apresentamos as
principais funções.

5.1 Primeira função: ácidos


Segundo o conceito de Arrhenius, os ácidos são substâncias compostas que,
em solução aquosa, liberam exclusivamente o cátion H+.

Exemplos:

HCl → H+ + Cl-

Ionização do ácido clorídrico

HNO3 → H+ + NO-3

Ionização do ácido nítrico


Essa reação é chamada de ionização dos ácidos. Em virtude de os ácidos
em água formarem cátions, que são as espécies químicas de carga positiva, e
ânions, que são as espécies químicas de carga negativa, eles se tornam
condutores de corrente elétrica.

5.1.1 Nomenclatura dos ácidos


Primeiramente, apresentaremos a nomenclatura dos hidrácidos: ácidos que
não apresentam oxigênio em sua fórmula e cujos nomes se caracterizam pela
terminação -ídrico.

Exemplos:

HCl (ácido clorídrico)

HCN (ácido cianídrico)

H2S (ácido sulfídrico)

Os oxiácidos são os ácidos que apresentam oxigênio em sua estrutura.


Entre eles, podemos citar os mais importantes, que apresentam a terminação
-ico 2 .
Exemplos:

H2SO4 (ácido sulfúrico)

HNO3 (ácido nítrico)

H3PO4 (ácido fosfórico)

H2CO3 (ácido carbônico)

5.1.1.1 Algumas aplicações dos ácidos

Os ácidos são utilizados com frequência nas indústrias e nos laboratórios. A


seguir, descrevemos a aplicação de alguns ácidos importantes.

Ácido clorídrico (HCl)

O ácido clorídrico é um importante componente do suco gástrico, que faz


parte do nosso sistema digestório.

Para saber mais


Dentre as substâncias que formam o suco gástrico, uma é o ácido clorídrico,
que confere uma alta acidez para esse líquido que é parte fundamental no
processo de digestão dos alimentos. A acidez estomacal pode aumentar em
razão de alimentação inadequada e de problemas de fundo emocional,
podendo causar doenças do aparelho gástrico, como gastrite e úlcera.
Portanto, uma alimentação mais natural e equilibrada e a realização de
atividades físicas que nos auxiliam a ter melhor equilíbrio emocional são
essenciais para a prevenção desses problemas Caso queira saber mais a
respeito, acesse o texto citado a seguir:

EXCESSO DE acidez no estômago causa úlceras e gastrite. G1, 10 abr.


2012. Disponível em: «http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2012/04/excess
o-de-acidez-no-estomago-causa-ulceras-e-gastrite.html». Acesso em: 21 jul.
2016.

O ácido muriático é uma solução impura de ácido clorídrico e é utilizado


para limpeza pesada, como remoção de respingos de cimento. É importante
tomar muito cuidado no manuseio desse produto, a fim de que não entre em
contato com o corpo (não se deve jamais inalar seus vapores, pois podem
causar queimaduras graves).

Ácido cianídrico (HCN)

O ácido cianídrico tem um agradável cheiro de amêndoas. Apesar de ter


grande aplicação na indústria química de corantes, acrílicos e pesticidas, na
sua forma gasosa − e em locais fechados − é letal mesmo que em pequenas
concentrações. É a substância utilizada em penas capitais (ou pena de morte)
por câmara de gás, e foi usada pelos alemães na tentativa de extermínio dos
judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

Ácido nítrico (HNO3)

O ácido nítrico é de grande utilidade na produção de fertilizantes, como o


nitrato de amônio (NH4NO3).

Figura 5.1 − Fertilizante derivado do ácido nítrico


Crédito: Africa Studio/Shutterstock

Esse produto também é utilizado na produção de alguns explosivos, como


o trinitrotolueno (TNT) e trinitroglicerina (C3H 5N3O9).

Ácido fosfórico (H3PO4)

O ácido fosfórico é utilizado como acidulante (intensificante de sabor) na


indústria alimentícia, principalmente em refrigerantes do tipo cola.

Figura 5.2 – Refrigerante do tipo cola, rico em ácido fosfórico


Crédito: Blue Lemon Photo/Shutterstock

O ácido fosfórico, quando consumido em excesso, dificulta a absorção do


cálcio pelo organismo, o que pode contribuir para uma deficiência de cálcio
e posterior desenvolvimento de osteoporose. Esse ácido também é utilizado
na produção de fertilizantes.

Ácido sulfúrico (H2SO4)

Assim como outros ácidos, é aplicado largamente na área industrial, como na


produção de fertilizantes e de baterias de chumbo encontradas em veículos
automotivos.

Figura 5.3 – Bateria de chumbo


Crédito: Ensuper/Shutterstock

5.2 Segunda função: bases


De acordo com o conceito de Arrhenius, as bases são substâncias compostas
que, em solução aquosa, liberam exclusivamente o ânion OH− (ânion
hidróxido).

Exemplo:

NaOH → Na+ + OH−

O hidróxido de sódio sofre dissociação em cátion sódio e ânion


hidróxido.

Essa reação é denominada dissociação iônica das bases. Em água, as


bases formam cátions e ânions, por isso, tornam-se condutores de corrente
elétrica.
5.2.1 Nomenclatura das bases
Para nomear as bases, basta escrever o nome do ânion (hidróxido) e o nome
do elemento que inicia a fórmula.

5.2.1.1 Algumas aplicações das bases

Assim como os ácidos, as bases também são utilizadas com frequência nas
indústrias e nos laboratórios. A seguir, elencamos a aplicação de algumas
bases importantes.

Hidróxido de sódio (NaOH)

Usualmente, o hidróxido de sódio é conhecido como soda cáustica e é


utilizado na produção de sabão e para desentupir canos engordurados.

Hidróxido de cálcio (Ca(OH)2)

Também chamado de cal hidratada, o hidróxido de cálcio é misturado ao


cimento na preparação de argamassas.

Hidróxido de alumínio (Al(OH)3)

Quando misturado com água, o hidróxido de alumínio forma uma suspensão,


ou seja, não se dissolve completamente, e tem de ser agitado para ser tomado
como antiácido no combate à azia e má digestão.

Hidróxido de magnésio (Mg(OH)2)


Semelhante ao hidróxido de alumínio, também é utilizado como antiácido. É
vendido com o nome de leite de magnésia.

5.3 Terceira função: sais


Os sais se originam da reação química entre um ácido e uma base,
denominada reação de neutralização.

Exemplo:

HCl + NaOH → NaCl + H2O

Ácido + base → sal + água

O exemplo apresentado mostra que a reação entre o ácido clorídrico e o


hidróxido de sódio produz sal (cloreto de sódio) e água.

Outro exemplo notável dos sais é o sulfato de cálcio, utilizado na


produção do giz, material muito utilizado na maioria das salas de aula.
Também é utilizado na produção do gesso, que tem aplicação ortopédica e
decorativa.

5.4 Quarta função: óxidos


Os óxidos são compostos binários, isto é, são formados por dois elementos, e
sua fórmula sempre se encerra com o oxigênio. Eles podem ser classificados
em diversos tipos, porém os mais importantes são os óxidos ácidos e os
óxidos básicos.

Em sua maioria, os óxidos ácidos são óxidos formados por não metais
seguidos de oxigênio.
Exemplos:

CO2 (dióxido de carbono)

SO2 (dióxido de enxofre)

SO3 (trióxido de enxofre)

Esses óxidos são classificados como óxidos ácidos, pois, ao reagirem com
água, formam ácidos.

Exemplo:

SO3 + H2O → H 2SO4

Trióxido de enxofre + água → ácido sulfúrico

Já os óxidos básicos são óxidos geralmente formados por metais alcalinos


(família 1) e metais alcalino-terrosos (família 2).
Exemplos:

MgO (óxido de magnésio)

CaO (óxido de cálcio)

Na2O (óxido de sódio)

Esses óxidos são classificados como óxidos básicos, pois, ao reagirem


com água, formam bases.

Exemplo:

CaO + H2O → Ca(OH)2

Óxido de cálcio + água → hidróxido de cálcio

5.5 Classificação das reações químicas


Muitas reações químicas ocorrem a todo o instante, nos laboratórios, nas
indústrias, na natureza e no nosso corpo. Essas reações podem ser
classificadas de acordo com os tipos e quantidades de substâncias delas que
participam, como apresentamos nos tópicos a seguir.

∎ Síntese ou adição: Ocorre quando duas ou mais substâncias se


juntam para formar uma só.
Exemplos:

C + O2 → CO2

O carbono, ao reagir com o oxigênio, forma o gás carbônico.

CaO + H2O → Ca(OH)2

O óxido de cálcio, ao reagir com a água, forma o hidróxido de


cálcio.

SO3 + H2O → H 2SO4

O trióxido de enxofre, ao reagir com a água, forma o ácido


sulfúrico.

∎ Análise ou decomposição: Ocorre quando uma única substância se decompõe para formar
duas ou mais.

Exemplo:

CaCO3 → CaO + CO2

Calcário → cal virgem + gás carbônico

A decomposição térmica do calcário produz cal virgem.

∎ Deslocamento ou simples troca: Ocorre quando uma substância


simples reage com uma substância composta, produzindo uma nova
substância simples e uma nova substância composta.
Exemplo:

Mg + H2SO4 → H 2 + MgSO4

Simples + composta → simples + composta

O magnésio reage com o ácido sulfúrico e produz hidrogênio e


sulfato de magnésio.

∎ Dupla troca: Ocorre quando duas substâncias compostas reagem


entre si, produzindo duas novas substâncias compostas.

Exemplo:

AgNO3 + NaCl → AgCl + NaNO 3

Composta + composta → composta + composta

O nitrato de prata reage com cloreto de sódio e produz cloreto de


prata e nitrato de sódio.

As reações químicas são muito importantes em nossa vida, pois é com


base nelas que novos produtos são obtidos.
Exercício resolvido
Represente e classifique a reação que ocorre entre o óxido de cálcio
(CaO) e a água.

CaO + H2O → Ca(OH)2, é uma reação de síntese ou adição.

Exercícios
1) Represente a reação de ionização do ácido clorídrico.

2) Qual é o ácido utilizado na bateria de automóveis?

3) O ácido cuja fórmula é HNO3 é utilizado na produção de explosivos.


Qual é a nomenclatura desse ácido?

4) Qual é o nome e a fórmula do ácido que é utilizado como produto letal


em câmaras de gás?

5) A soda cáustica é o nome usual de um composto que é utilizado na


produção de sabão. Essa substância faz parte de que função química?
Qual é sua nomenclatura oficial?

6) O hidróxido de cálcio é uma base misturada à argamassa utilizada na


construção civil. Como é usualmente denominada essa substância?

7) As bases podem ser utilizadas como antiácidos, como é o caso dos


hidróxidos de alumínio e magnésio. Como se chama a reação química
que ocorre entre ácidos e bases?

8) Os óxidos ácidos são assim classificados por produzirem ácidos ao


reagirem com a água. Escreva a reação química entre o trióxido de
enxofre e a água para a produção de ácido sulfúrico.

9) Os óxidos básicos são assim classificados por produzirem bases ao


reagirem com a água. Escreva a reação química entre o óxido de cálcio
e a água para a produção de hidróxido de cálcio.

10) Classifique as seguintes reações químicas em “síntese ou adição”,


“análise ou decomposição”, “deslocamento ou simples troca” ou
“dupla troca”:

a. Mg + H2SO4 → H2 + MgSO4

b. SO3 + H2O → H2SO4

c. AgNO3 + NaCl → AgCl + NaNO 3

d. CaCO3 → CaO + CO 2

1 Este capítulo foi elaborado com base em Fonseca (2014).

2 Os oxiácidos também podem apresentar a terminação -o so (exemplo: ácido sulfuroso –


H2SO 3).
capítulo seis
1

Soluções
As soluções são misturas homogêneas formadas por um solvente e um ou
mais solutos que nele se encontram dissolvido(s).

Figura 6.1 – Solução formada por meio da dissolução do soluto no


solvente

Crédito: Fabrício Tacahashi

6.1 Tipos de soluções


As soluções podem ser encontradas nos três estados físicos da matéria. No
caso das soluções sólidas, podemos citar as ligas metálicas, como o ouro 18
quilates, o bronze e o fio de solda.

Figura 6.2 – Fio de solda, uma liga de chumbo e estanho


Crédito: Food/Shutterstock

As soluções líquidas são muito comuns em nosso cotidiano, como o


vinagre (solução aquosa de ácido acético), o soro caseiro (solução aquosa de
sal e açúcar) e o álcool hidratado (mistura de álcool e água em diversas
proporções).

Para saber mais


Uma das formas representar a concentração alcoolica em uma mistura é a
graduação °GL (grau Gay-Lussac), que significa a porcentagem em volume
do álcool em uma mistura, quantos mL de álcool há em cada 100 mL da
mistura. Uma outra forma é °INPM (Instituto Nacional de Pesos e Medidas),
que significa a porcentagem em massa de álcool na mistura, quantos gramas
de álcool há em cada 100g da mistura. Caso queira se aprofundar, acesse o
texto citado a seguir:

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR 5992:


Álcool etílico e suas misturas com água – determinação da massa específica
e do teor alcoolico – método do densímetro de vidro. Rio de Janeiro, 2008.
Disponível em: «http://www.sindalcool.com.br/qualidade/ABNT%205992%
20NORMA228.pdf». Acesso em: 21 jul. 2016.

Já as soluções gasosas são formadas por substâncias gasosas quando em


contato umas com as outras e, na grande maioria das vezes, formam misturas
homogêneas. Um grande exemplo dessas misturas é o ar atmosférico, que é
constituído por uma mistura de 78% de gás nitrogênio (N2), 21% de gás
oxigênio (O2) e 1% de outros gases, como gás carbônico (CO2), vapor
d’água e argônio (Ar).

6.2 Solubilidade (S)


Também conhecido como coeficiente de solubilidade (CS), a solubilidade é a
quantidade máxima de soluto que pode ser dissolvido em determinada
quantidade de solvente e em uma temperatura específica.

Exemplo:

S do NaCl = 36 g/100 mL de H2O a 20 °C

O exemplo demonstra que, em 100 mL de água a 20 °C, o máximo de


cloreto de sódio que é possível dissolver é 36 g. Uma solução a 20 °C, que
contenha menos do que 36 g de cloreto de sódio em 100 g de água, é
classificada como insaturada. Se a quantidade de cloreto de sódio for 36 g, a
solução é classificada como saturada, e se a quantidade adicionada for maior
do que 36 g, parte do soluto não se dissolve, ficando depositado no fundo do
recipiente, assim como uma sobra de açúcar que fica no fundo da xícara de
café quando colocado em excesso.

6.3 Concentração das soluções


A concentração das soluções é expressa por um valor numérico que resulta
da divisão entre a quantidade de soluto e a quantidade de solução.
Dependendo de como se quantifica o soluto e a solução, obtém-se diversas
formas de medidas de concentração. São elas:

∎ Concentração em grama por litro (C): Expressa a massa em grama


de soluto por litro de solução.
Exemplo:

C = 2 g/L – significa que, para cada litro de solução, há 2 g de


soluto.

Obs.: em soluções diluídas, a massa pode ser expressa em


miligrama (mg). No rótulo de água mineral, podemos encontrar a
concentração dos diversos minerais em mg/L, ou seja, miligramas
por litro.

∎ Porcentagem em peso (massa) por volume (% p/v ou % m/v):


Expressa a massa de soluto em grama para cada 100 mL de solução. O
soro fisiológico, por exemplo, apresenta concentração de 0,9%, o que
significa dizer que há 0,9 g de NaCl para cada 100 mL da solução.

6.4 Diluição das soluções


Diluir uma solução significa adicionar solvente à solução. Como
consequência da diluição, a concentração da solução diminui. Ao misturar
um suco concentrado na água, estamos realizando uma diluição: o volume
aumenta e a concentração diminui.

Figura 6.3 – Suco concentrado


Crédito: Africa Studio/Shutterstock

A relação matemática que permite calcular a concentração de uma solução


após sua diluição é dada por:

CiVi = CfVf

Em que:

Ci = concentração inicial

Vi = volume inicial

Cf = concentração final

Vf = volume final

O cálculo de diluição de soluções é muito utilizado em laboratórios para o


preparo de soluções e também na preparação de medicamentos manipulados.
Exercício resolvido
O ácido sulfúrico concentrado é uma mistura que contém 98% de
ácido sulfúrico, enquanto que o ácido sulfúrico na bateria dos
automóveis tem uma concentração de aproximadamente 33%. Como
o primeiro tipo tem de ser diluído para que possa ser utilizado em
baterias?

Para diluir um ácido sulfúrico 98% em concentração adequada


para ser utilizado em bateria, deve-se realizar o processo de diluição,
ou seja adicionar água até obter a concentração ideal. Para 1 L de
ácido concentrado, vejamos quanto de ácido 33% será obtido:

CiVi = CfVf

98% × 1 = 33% × V2

V2 = 98/33

V2 = 2,97 L (quase 3 l)

Exercícios
1) Elenque quais são as substâncias químicas que compõem o bronze.

2) O ouro 18 quilates é muito utilizado na produção de joias. Esse


material pode ser classificado como substância pura? Se não, como
podemos classificá-lo?

3) O álcool utilizado como combustível automotivo é o álcool hidratado


cuja porcentagem em volume é de 96%. Isso significa que, para cada
100 mL da mistura, há 96 mL de álcool e 4 mL de água. Com base
nessas informações, calcule o volume de álcool puro em 500 mL de
álcool hidratado.

4) Na preparação do soro fisiológico, dissolve-se 0,9 g de sal em 100 mL


de água. Que substância é o soluto e qual é o solvente?

5) O ar é uma solução encontrada em seu estado gasoso. Qual é a


substância que predomina no ar atmosférico?

6) Foram preparados 2 L de uma solução utilizando-se 10 g de soluto.


Calcule a concentração da solução em g/L.

7) Em um rótulo de água mineral, a concentração de bicarbonato indicada


é de 40 mg/L. Qual é a massa de bicarbonato contida na água mineral
em uma garrafa de 500 ml?

8) Que volume de soro fisiológico 0,9% (m/v) é preparado com 3,6g de


cloreto de sódio?

9) Foram adicionados 100 mL de água a 400 mL de solução de


concentração 20 g/L. Com base nessas informações, calcule a
concentração da solução após a diluição.

10) Em 80 mL de uma solução de concentração “x” g/L foram


adicionados 20 mL de água, obtendo-se assim uma solução de
concentração 5 g/L. Qual é a concentração inicial da solução?

1 Este capítulo foi elaborado com base em Fonseca (2014).


Parte II

O comportamento físico-
químico dos materiais e a
composição dos compostos
orgânicos
capítulo sete
1

Termoquímica
A termoquímica consiste no estudo das quantidades de calor absorvidas ou
liberadas durante as reações químicas ou durante as mudanças de estado
físico.

7.1 Processos endotérmicos e exotérmicos


Os processos de mudança anteriormente citados pode ser classificados como
endotérmicos − ocorrem quando uma substância absorve calor para mudar
de estado físico – ou exotérmicos – quando uma substância perde calor para
mudar de estado físico. São transformações endotérmicas:

∎ a fusão (passagem do sólido para o líquido);

∎ a vaporização (passagem do líquido para o gasoso);

∎ a sublimação (passagem do sólido direto para o gasoso).


Crédito: Rocharibeiro/Shutterstock

A água absorve calor para ferver. Quando observamos uma panela


com água ao fogo, notamos que pequenas bolhas começam a se
formar. Elas são vapor d’água e se formam primeiro no fundo da
panela e, em seguida, nas paredes, que são as regiões mais quentes.
Na sequência, as pequenas bolhas se dirigem até a superfície, onde
se juntam e formam bolhas maiores.

São transformações exotérmicas:

∎ a condensação (passagem do gasoso para o líquido);

∎ a solidificação (passagem do líquido para o sólido);

∎ a ressublimação (passagem do gasoso para o sólido).


Exercício resolvido
Do que consiste o nevoeiro? Classifique a formação do nevoeiro em
endotérmico ou exotérmico.

O nevoeiro é formado por microgotículas de água. Para formar o


nevoeiro, a água no estado de vapor sofre condensação, passando ao
estado líquido, e a condensação é um fenômeno exotérmico.

7.2 Unidades de medida de energia (calor)


No Sistema Internacional (SI), a unidade de energia é o joule (J), porém uma
unidade muito utilizada é a caloria (cal).

Importante
1.000 J = 1 kJ

1.000 cal = 1 kcal

Quando falamos em caloria, logos nos lembramos de “valor calórico dos


alimentos”. A Tabela 7.1 a seguir expressa o valor calórico de diversos
alimentos.

Tabela 7.1 – Valor calórico de alimentos

Alimento Quantidade Calorias


(kcal)

Beirute 1 unidade 510


Alimento Quantidade Calorias
(kcal)

Cachorro-quente com maionese e molho 1 unidade 624


vinagrete

Cachorro-quente com ketchup 1 unidade 314

Cachorro-quente com mostarda 1 unidade 330

Cachorro-quente com ketchup e mostarda 1 unidade 342

Cheeseburger 1 unidade 305

Hambúrguer 1 unidade 296

Misto-quente 1 unidade 283

Sanduíche de linguiça 1 unidade 370

Sanduíche de peito de peru 1 unidade 220

Sanduíche com queijo quente 1 unidade 340

Sanduíche de salada de atum 1 unidade 417


Fonte: Adaptado de Unesp, 2002.

O que significa o valor calórico dos alimentos?

Quando os alimentos são metabolizados em nosso organismo, eles


produzem determinada quantidade de energia para nosso corpo utilizar em
todas as suas atividades. Esses valores calóricos expressam a energia que
cada um desses alimentos produz durante a metabolização em nosso
organismo.

A quantidade de calor absorvido ou liberado durante uma transformação


de estado físico ou reação química é diretamente proporcional à quantidade
das substâncias que participam do processo. Por exemplo: a queima de 1 kg
de álcool produz 6.500 kcal, enquanto a queima de 2 kg de álcool produz
13.000 kcal.

7.3 Entalpia e variação de entalpia


A entalpia (H) é a energia armazenada nas substâncias. Já a variação de
entalpia (∆H) é a medida da quantidade de calor liberada ou absorvida
durante um processo físico ou uma reação química. Essa grandeza é
calculada pela diferença entre a entalpia de produtos e reagentes.

A fórmula para a variação de entalpia é:

∆H = Hp – Hr

Em que:
Hp = entalpia dos produtos, que são as substâncias formadas na reação
química.

Hr = entalpia dos reagentes, que são as substâncias que iniciam a


reação química.

Nos processos endotérmicos, a entalpia dos reagentes é menor do que a


dos produtos, pois durante o processo houve absorção de calor. Os gráficos a
seguir representam a variação de entalpia de processos endotérmicos e
exotérmicos, respectivamente.
Gráfico 7.1 – Entalpia para reações endotérmicas

Nos processos exotérmicos, a entalpia dos reagentes é maior do que a


entalpia dos produtos, pois durante o processo houve perda de calor.

Gráfico 7.2 − Entalpia para reações exotérmicas

A termoquímica está presente em todas as reações que ocorrem na


natureza. Algumas delas, como a fotossíntese, são endotérmicas, portanto
com variação de entalpia positiva, indicando absorção de energia. Outras
ocorrem com produção de energia, logo apresentam a variação de entalpia
negativa, como as reações químicas que ocorrem nos processos fisiológicos e
que geram energia para vivermos. Assim, ter uma alimentação adequada é
essencial. Devemos ingerir alimentos que nos forneçam a energia necessária
e, ao mesmo tempo, sejam saudáveis.
7.4 Representações dos processos
endotérmicos e exotérmicos
Há algumas formas de representar os processos endotérmicos e exotérmicos.
São elas:

∎ Processos endotérmicos:
∎ H2O(s) + 7,3 kJ 2 → H2O(l): O calor somado ao reagente indica que a água
absorveu calor para passar ao estado líquido.

∎ H2O(s) → H2O(l) ΔH = + 7,3 kJ: O ΔH é a variação da energia (quando tem o sinal


positivo, indica o recebimento de calor).

∎ Processos exotérmicos:
∎ H2O(l) – 7,3 kJ → H2O(s): O calor subtraído do reagente indica que foi retirado
calor da água para que ela passasse ao estado sólido.

∎ H2O(l) → H2O(s) ΔH = –7,3 kJ: O ΔH é a variação da energia (quando tem o sinal


negativo, indica a retirada de calor).

Para saber mais


Durante o processo da preparação de um delicioso churrasco, por exemplo,
dois processos químicos ocorrem na churrasqueira. O primeiro é a
combustão do carvão, um processo exotérmico, ou seja, que produz calor.
O segundo é o cozimento da carne, em que as substâncias que formam a
carne absorvem o calor proveniente da combustão para assar, caracterizando
assim um processo endotérmico.
Crédito: Africa Studio/Shutterstock

O carvão libera calor ao queimar, e a carne absorve calor para assar.

Exercícios
1) A passagem do estado sólido para o líquido é denominada fusão. Esse
processo é endotérmico ou exotérmico? Justifique sua resposta e
indique um exemplo.

2) A passagem do estado líquido para o sólido é denominada


solidificação. Esse processo é endotérmico ou exotérmico? Justifique
sua resposta e indique um exemplo.

3) A queima da gasolina no motor do carro é um processo endotérmico


ou exotérmico? Justifique sua resposta.
4) O calcário, quando aquecido na indústria, produz cal virgem e gás
carbônico. Esse processo é endotérmico ou exotérmico? Justifique sua
resposta.

5) O que significa dizer que os carboidratos têm o valor calórico de 4 kcal


por grama?

6) Se ingerirmos o mesmo valor calórico no inverno do que costumamos


ingerir no verão, podemos emagrecer se mantivermos o mesmo ritmo
de vida? Justifique sua resposta.

7) Que tipo de reação é indicada por um sinal negativo na variação de


entalpia (ΔH)?

8) Que tipo de reação é indicada por um sinal positivo na variação de


entalpia (ΔH)?

9) O gráfico a seguir representa que tipo de reação? Justifique sua


resposta.

10) O gráfico a seguir representa que tipo de reação? Justifique sua


resposta.
1 Este capítulo foi elaborado com base em Fonseca (2014).

2 Quilojoules
capítulo oito
1

Cinética química
A cinética química é o ramo da ciência que estuda a velocidade das reações
químicas e os fatores que a influenciam. Algumas reações químicas são
muito rápidas, como a combustão do gás de cozinha ou a explosão da
dinamite; outras são extremamente lentas, como a formação do petróleo
originado da decomposição da matéria orgânica durante milhões de anos.

As reações químicas estão ocorrendo constantemente ao nosso redor,


inclusive em nosso organismo. Essas reações podem ser aceleradas ou
retardadas, em virtude de diversos fatores que influenciam na velocidade das
reações.

Neste capítulo, estudaremos a velocidade das reações e abordaremos os


fatores que ocorrem em nosso cotidiano e que influenciam na velocidade das
reações químicas.

8.1 Velocidade média da reação


A velocidade média de uma reação é obtida com base na relação entre a
quantidade de uma substância que foi consumida ou formada na reação e o
tempo transcorrido nesse processo. A fórmula para a calcularmos a
velocidade média é:
A seguir, apresentamos um exercício resolvido no qual mostramos o
cálculo da velocidade média.

Exercício resolvido
Calcule a velocidade média da queima do carbono em gramas por
minuto (g/min), sabendo que em meia hora foram queimados 600 g
dessa substância.

Resolução:

Como o exercício exige que a velocidade seja expressa em g/min,


devemos lembrar que meia hora equivale a 30 min.

Assim:

Vm = 600 g/30 min

Vm = 20 g/min, que é o resultado da divisão de 600 por 30.


8.2 Fatores que influenciam na velocidade
das reações
A velocidade das reações químicas sofre influência de uma série de fatores.
São eles:

∎ Temperatura: Quanto maior for a temperatura, maior é a velocidade


de uma reação química. Isso se deve ao fato de que, com o aumento da
temperatura, as partículas se agitam mais e, consequentemente, há um
aumento no número de colisões, o que acarreta a quebra das ligações
químicas e eleva a velocidade das reações.

Como o processo de putrefação dos alimentos, por exemplo, envolve


diversas reações químicas, essas reações são mais lentas na baixa
temperatura da geladeira, o que aumenta a durabilidade dos alimentos.

∎ Superfície de contato de um reagente sólido: Quanto mais


finamente dividido o reagente, maior é a superfície de contato e maior
é a velocidade da reação química.

Quando somos crianças, nossos pais normalmente nos falam: “mastigue


bem a comida”. Eles têm toda a razão, pois quando trituramos bem os
alimentos na boca, o suco gástrico atua, ao mesmo tempo, sobre um número
maior de partículas que compõem o alimento e, assim, aumenta a velocidade
da digestão e exige menos de nosso organismo.

∎ Concentração dos reagentes: Um antigo costume que traz bons


resultados é o de abanar o carvão na churrasqueira com o propósito de
aumentar a velocidade de formação da brasa. Esse fato se dá porque,
ao abanarmos, estamos aumentando a concentração de oxigênio, uma
substância que reage com o carvão e provoca o processo de
combustão.

∎ Catalisador: Os catalisadores são substâncias que fazem aumentar a


velocidade das reações químicas.

Um exemplo da atuação dos catalisadores é facilmente perceptível quando


a água oxigenada é colocada em um ferimento: é visível a formação das
bolhinhas que ocorre em virtude da saída rápida de gás oxigênio. A rapidez
com que essa reação acontece se deve à presença da catalase, uma enzima
catalisadora presente no sangue.

8.3 Teoria das colisões


De acordo com a teoria das colisões, para que uma reação química ocorra, as
seguintes condições devem ser observadas:

∎ as substâncias reagentes devem estar em contato umas com as outras;

∎ as substâncias reagentes devem ter afinidade química;

∎ as moléculas precisam realizar colisões eficazes, para quebrar as


ligações entre os átomos e para que eles possam ser reorganizados em
novas substâncias.

Para saber mais


Uma colisão entre as moléculas é eficaz quando ocorre com posição
favorável e energia suficiente para a ruptura das ligações.

Caso queira se aprofundar no tema, acesse o texto citado a seguir:

FOGAÇA, J. R. V. Teoria das colisões. Mundo Educação. Disponível


em: «http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/teoria-das-colisoes.
htm». Acesso em: 21 jul. 2016.

Toda reação química inicia quando as substâncias reagentes recebem


energia, para que possam realizar suas colisões até atingir um estágio
denominado complexo ativado, no qual as ligações são rompidas e as novas
ligações são formadas. Quando todas as ligações são rompidas e as novas
ligações são formadas, afirmamos que se formaram produtos. A energia
adicionada aos reagentes, a fim de atingir o complexo ativado, é denominada
energia de ativação.
O gráfico a seguir mostra o caminho energético percorrido durante uma
reação química.

Gráfico 8.1 – Gráfico de entalpia com Ea (energia de ativação)

É importante salientarmos que, ao aumentar a temperatura das substâncias,


as substâncias reagentes aumentam o grau de agitação e, como consequência,
aumentam o número de colisões entre si, fenômeno que eleva a velocidade
da reação.

Exercícios
1) Qual é o objeto de estudo da cinética química?

2) Se 200 g de carvão são queimados em 20 segundos, qual é a


velocidade média da reação em g/s?

3) Quanto maior for o grau de agitação das partículas, maior é a


velocidade da reação química de que ela toma parte. Sendo assim,
quais substâncias tendem a reagir com maior velocidade: sólidos ou
gasosos? Justifique sua resposta.

4) Como é denominado o estágio da reação química que apresenta maior


energia?
5) Como se chama o conteúdo energético que deve ser adicionado ao
reagente até que se atinja o mais alto nível de energia da reação?

6) Por que a velocidade das reações responsáveis pela putrefação dos


alimentos é menor na geladeira?

7) Por que a palha de aço enferruja mais rapidamente do que uma barra
de ferro?

8) Por que a água sanitária pura remove melhor uma mancha de


porcelana, quando comparada com a substância diluída em uma
vasilha com água?

9) Por que é visível a liberação de pequenas bolhas na água oxigenada


quando colocada em um ferimento?

10) Por que enxergamos pequenas bolhas saindo da água oxigenada


quando em contato com o sangue?

1 Este capítulo foi elaborado com base em Fonseca (2014).


capítulo nove
1

Introdução à
química orgânica
Segundo a teoria da força vital de Berzelius, formulada em 1807, as
substâncias que o organismo vivo produz não poderiam ser geradas
artificialmente, pois, segundo o químico, o organismo conta com uma força
vital sem a qual não há a produção das substâncias ditas orgânicas.

No entanto, em 1828, o químico alemão Friedrich Wöhler produziu em


laboratório a ureia, uma substância que até então era produzida apenas no
organismo vivo. Esse processo foi chamado de síntese de Wöhler, que pode
ser representada da seguinte maneira:
Com base nessa síntese, a química orgânica deixou de ser conceituada
como a parte da química que estuda as substâncias produzidas pelo
organismo vivo para se tornar aquela que estuda os compostos de carbono,
principal elemento de formação dos compostos orgânicos.

9.1 As ligações químicas nos compostos


orgânicos
Os principais elementos que formam os compostos orgânicos são: C
(carbono), H (hidrogênio), O (oxigênio), N (nitrogênio) e os halogênios F
(flúor), Cl (cloro), Br (bromo) e o I (iodo).

Cada um dos átomos desses elementos realiza um número definido de


ligações químicas para união entre os átomos, a fim de formar as moléculas
dos compostos orgânicos. A seguir, especificamos quantas ligações
competem a cada elemento e de que maneira elas podem estar situadas.

Os átomos de carbono sempre realizam quatro ligações químicas, quais


sejam:

1. quatro ligações simples;

2. duas ligações simples e uma ligação dupla;

3. uma ligação simples e uma ligação tripla;

4. duas ligações duplas.


Exemplo:

Os átomos de carbono formam cadeias que se ligam entre si ou a átomos


de outros elementos. Os elementos que formam com o carbono a maioria dos
compostos orgânicos são denominados elementos organógenos.

A Tabela 9.1 a seguir mostra os principais elementos organógenos e as


ligações que eles são capazes de realizar.

Tabela 9.1 – Elementos organógenos e suas ligações

Uma estrutura muito comum na química orgânica é o anel benzênico, que


consiste em uma estrutura formada por seis átomos de carbono interligados
por três ligações duplas que, por sua vez, são intercaladas por ligações
simples.

Exemplo:

Essa estrutura é bastante comum em medicamentos utilizados para os mais


diversos tipos de alterações metabólicas, como a obesidade.

9.2 Classificação dos carbonos


Os carbonos em uma cadeia podem ser classificados em função do número
de outros átomos de carbono que se encontram diretamente ligados ao
carbono em análise. Essa classificação é feita do seguinte modo:

∎ Carbono primário: Ligado a apenas outro átomo de carbono, ou a


nenhum outro carbono.

∎ Carbono secundário: Ligado a dois outros átomos de carbono.

∎ Carbono terciário: Ligado a três outros átomos de carbono.

∎ Carbono quaternário: Ligado a quatro outros átomos de carbono.

Os carbonos da estrutura a seguir estão devidamente classificados.


Exemplo:

1 → Carbono primário

2 → Carbono secundário

3 → Carbono terciário

4 → Carbono quaternário

9.2.1 Classificação das cadeias carbônicas


As cadeias carbônicas podem ser classificadas quanto aos aspectos
apresentados a seguir.

9.2.1.1 Disposição
∎ Cadeia aberta ou acíclica: Apresenta extremidades com átomos de
carbono.

Exemplo:

∎ Cadeia fechada ou cíclica: Não apresenta extremidades com átomos


de carbono.
Exemplos:
Exercício resolvido
Uma das variedades de náilon pode ser obtida de uma matéria-prima
denominada caprolactama, que apresenta a seguinte fórmula
estrutural:

A respeito dessa substância, pede-se:

1. A fórmula molecular.

2. A classificação de sua cadeia.

Sua fórmula molecular é C6H11ON.

A classificação da cadeia é: fechada, saturada, heterogênea.

∎ Cadeia mista: Apresenta uma parte com extremidade ligada a uma


cadeia fechada.
Exemplo:

9.2.1.2 Presença de ramificações

∎ Cadeia normal: Não há ramificações, que são átomos de carbono


que “brotam” do meio de uma sequência de carbonos.

Exemplo:

∎ Cadeia ramificada: Contém ramificações.


Exemplo:

9.2.1.3 Tipo de ligação entre átomos de carbono

∎ Cadeia saturada: É aquela que apresenta apenas ligações simples


entre átomos de carbono.

Exemplo:

∎ Cadeia insaturada: É a cadeia que apresenta pelo menos uma


insaturação (ligação dupla ou tripla) entre átomos de carbono.
Exemplo:

9.2.1.4 Presença de heteroátomos

∎ Cadeia heterogênea: É aquela que apresenta pelo menos um


heteroátomo, ou seja, um átomo de outro elemento situado entre
átomos de carbono. Os principais heteroátomos são o oxigênio, o
nitrogênio, o enxofre e o fósforo.

Exemplo:

∎ Cadeia homogênea: É aquela que não apresenta heteroátomo.


Exemplo:

∎ Cadeias aromáticas: São cadeias fechadas ou mistas que apresentam


pelo menos um anel benzênico.

Exemplos:

As cadeias aromáticas estão presentes na maioria das drogas conhecidas,


tanto ilícitas quanto lícitas, como medicamentos, que devem ser utilizados
sob prescrição médica.

Para saber mais


Os compostos classificados como aromáticos, são os que apresentam o anel
benzênico. Esse termo aromático se deve ao cheiro agradável dos primeiros
compostos aromáticos descobertos, como o benzeno e o tolueno.

EBERLIN, M. N. Aromaticidade. Disponível em: «http://www.iqm.unica


mp.br/sites/default/files/Aula%2011%20-%20Aromaticidade.pdf». Acesso
em: 21 jul. 2016.

Exercícios
1) Qual foi a primeira substância orgânica produzida fora do organismo
vivo?

2) Qual é o principal elemento químico do estudo da química orgânica?

3) A estrutura a seguir representa uma cadeia homogênea ou


heterogênea? Justifique sua resposta.

4) A mesma cadeia do Exercício 3 representa uma cadeia saturada ou


insaturada? Justifique sua resposta.

5) Na estrutura representada a seguir, entre os dois carbonos deve haver


uma ligação simples, dupla ou tripla? Justifique sua resposta.
6) A cadeia a seguir representa uma cadeia normal ou ramificada?
Justifique sua resposta.

As questões 7 a 10 referem-se à cadeia representada a seguir:

7) Quantos carbonos primários há na cadeia?

8) Quantos carbonos terciários há na cadeia?

9) A cadeia é insaturada ou saturada? Justifique sua resposta.

10) A cadeia é homogênea ou heterogênea? Justifique sua resposta.

1 Este capítulo foi elaborado com base em Fonseca (2014).


capítulo dez
1

Hidrocarbonetos
e petróle
Iniciamos este capítulo abordando os hidrocarbonetos. Na sequência,
partimos para o estudo do petróleo.

10.1 Hidrocarbonetos
Os hidrocarbonetos são compostos formados unicamente por átomos de
carbono e hidrogênio. Os prefixos que indicam as quantidades de átomos de
carbono em uma cadeia são:

∎ MET: um carbono;

∎ ET: dois carbonos;

∎ PROP: três carbonos;

∎ BUT: quatro carbonos;

∎ PENT: cinco carbonos;

∎ HEX: seis carbonos;

∎ HEPT: sete carbonos;

∎ OCT: oito carbonos.


Esses compostos são agrupados de acordo com os tipos de ligações entre
os átomos de carbono e/ou o formato da cadeia.

Os hidrocarbonetos são subdivididos em alguns grupos, quais sejam:

∎ Alcanos: Apresentam cadeia aberta e saturada e apenas ligações


simples entre os átomos de carbono.
∎ Metano: É o principal componente do gás natural veicular (GNV).

Fórmula estrutural:

∎ Etano: Assim como o metano, também está presente no GNV.

Fórmula estrutural:
∎ Propano e butano: Constituem o gás liquefeito de petróleo (GLP), que é o gás de cozinha.

Fórmula estrutural:

Propano

Butano

∎ Alcenos: Apresentam cadeia aberta e insaturada, com uma ligação


dupla entre os átomos de carbono.
∎ Eteno ou etileno (nome usual): É utilizado na produção de uma espécie de plástico
denominado polietileno, que utilizamos para embalar alimentos.
Fórmula estrutural:

∎ Alcinos: Apresentam cadeia aberta e insaturada, com uma ligação


tripla entre os átomos de carbono.
∎ Etino ou acetileno (nome usual): É utilizado como combustível para chamas em
processos de soldagem.

Fórmula estrutural:

∎ Alcadienos: Apresentam cadeia aberta e insaturada, com duas


ligações duplas entre os átomos de carbono.
∎ Propadieno: Em uma mistura com metil acetileno, forma o gás Mapp, utilizado em
processos de soldagem.
Fórmula estrutural:

∎ Cicloalcanos ou ciclanos: Apresentam cadeia fechada e saturada,


com apenas ligações simples entre os átomos de carbono.
∎ Ciclopropano: É utilizado como anestésico.

Fórmula estrutural:

∎ Aromáticos: São hidrocarbonetos que apresentam pelo menos um


anel benzênico na estrutura.
∎ Benzeno: É utilizado na produção de borrachas, lubrificantes, corantes e
detergentes.
Fórmula estrutural:

∎ Naftaleno: Conhecido como naftalina, é formado por dois anéis benzênicos condensados.
Fórmula estrutural:

10.2 Petróleo
O petróleo tem origem na decomposição de pequenos animais marinhos e
vegetais que foram soterrados há milhões de anos, formando uma espessa
camada de material orgânico que, pela ação do calor e do tempo,
transformou-se na citada substância. Como derivados, podemos citar os
cosméticos, a borracha sintética e o asfalto.

Para saber mais


O teor de enxofre da gasolina nacional vem caindo nos últimos quinze anos,
mas só agora poderá se equiparar aos padrões de países desenvolvidos. Em
2009, a gasolina tinha 500 mg de enxofre por quilo, valor que caiu para 200
mg no ano passado. O teor de enxofre considerado ultrabaixo é de no
máximo 50 miligramas por quilo. Daí o nome gasolina S-50, que deve
reduzir a emissão de enxofre na atmosfera em 94%.

POSTOS começam a receber gasolina com teor menor de enxofre. G1, 7


jan. 2014. Disponível em: «http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2014/01/
postos-comecam-receber-gasolina-com-teor-menor-de-enxofre.html».
Acesso em: 21 jul. 2016.

Após a extração dessa substância, ocorre o processo de refino: o petróleo


passa por um processo denominado destilação fracionada para obtenção dos
seus derivados. A Figura 10.1 demonstra esse processo com mais detalhes.

Figura 10.1 – Destilação fracionada

Crédito: MojOjO/Shutterstok
Exercício resolvido
A fração mais leve do petróleo, em condições ambientes, encontra-se
em que estado físico? Até quantos átomos de carbono há nas
moléculas dessas substâncias?

A fração mais leve é composta por gases com até 4 átomos de


carbono.

Outro processo realizado na indústria do petróleo é o craqueamento, que


consiste na quebra de derivados de moléculas maiores em derivados de
moléculas menores. Sua fórmula é:

1 C12H26 → 1 C8H18 + 2 C2H4

Querosene → gasolina + eteno

Esse processo permite o aumento da produção de gasolina, suprindo


grande parte da demanda desse combustível que é utilizado em larga escala.

Exercícios
1) Qual é a nomenclatura e a fórmula do principal componente do GNV?

2) A combinação dos gases propano e butano constitui uma importante


mistura cuja sigla é GLP. O que significa GLP e onde essa mistura é
utilizada em nossas casas?
3) O acetileno é um gás utilizado como combustível para maçaricos de
soldagem. Qual é a nomenclatura oficial desse gás?

4) Qual é a nomenclatura de um hidrocarboneto com três átomos de


carbono, cadeia cíclica e apenas ligações simples?

5) O que caracteriza um hidrocarboneto aromático?

6) Como é denominado o hidrocarboneto com dois anéis benzênicos


condensados?

7) Como é denominado o processo utilizado no refino do petróleo, em


que são separados seus derivados, como gasolina, diesel e querosene?

8) Os derivados do petróleo gasosos são formados por moléculas mais


leves, ou seja, quanto mais leve as moléculas dos derivados, maior
será o caminho percorrido por ele na torre de destilação. Que derivado
líquido é formado por moléculas de menor massa?

9) No que consiste o processo de craqueamento do petróleo?

10) Em um automóvel, além dos combustíveis derivados do petróleo,


como gasolina e diesel, podemos encontrar componentes que também
são de origem petrolífera. Cite três desses componentes.

1 Este capítulo foi elaborado com base em Fonseca (2014).


capítulo onze
1

Funções orgânicas
oxigenadas
As funções orgânicas oxigenadas são grupos de compostos orgânicos que
apresentam pelo menos um átomo de oxigênio na estrutura das moléculas. A
seguir, apresentamos as funções oxigenadas mais importantes e algumas
substâncias utilizadas em nosso cotidiano.

11.1 Função álcool


Os álcoois são compostos orgânicos caracterizados pela presença do grupo
funcional hidroxila (–OH) ligado a um carbono saturado, isto é, um carbono
que só apresenta ligações simples, como a representação a seguir.

Exemplo:
A seguir, apresentamos duas moléculas de álcoois, o metanol e o etanol ou
álcool etílico:

∎ Metanol: É conhecido como álcool de madeira, pois a primeira


forma de obtê-lo tem origem na destilação da madeira. Contém apenas
um átomo de carbono na molécula. É utilizado como combustível da
Fórmula Indy, e sua chama é invisível.

Exercício resolvido

Se o álcool denominado de etanol pode ser chamado de álcool


etílico, de que outra forma podemos denominar o metanol?

Álcool metílico.

Fórmula estrutural:

∎ Etanol ou álcool etílico (nome usual): É obtido da sacarose


proveniente de diversas fontes, como milho (nos Estados Unidos),
beterraba (na França) e cana-de-açúcar (no Brasil). Ele é utilizado em
bebidas alcoólicas, como combustível de automóveis, esterilizador e
para limpeza doméstica.
Fórmula estrutural:

Para saber mais


Em 1975, foi lançado o Programa Nacional do Álcool (Pro-Álcool), cujo
objetivo maior era a redução da dependência nacional em relação ao petróleo
importado. Naquele momento, o Brasil importava, aproximadamente, 80%
do petróleo consumido, o que correspondia a cerca de 50% da balança
comercial. Àquela época, ainda não havia a percepção da influência da
emissão de CO2 durante a queima de combustíveis fósseis no bem-estar da
humanidade. Embora cientistas já viessem alertando o público e os governos
quanto às consequências do aumento da densidade de gases de efeito estufa
na atmosfera, nenhum país adotou qualquer medida restritiva. Caso queira se
aprofundar no tema, acesse o texto citado a seguir:

LEITE, R. C.; CORTEZ, L. A. B. O etanol combustível no Brasil. In:


BRASIL. Ministério das Relações Exteriores. Biocombustível no Brasil:
realidades e perspectivas. Brasília: MRE, 2007. p. 61-75. Disponível em: «ht
tp://sistemas.mre.gov.br/kitweb/datafiles/NovaDelhi/pt-br/file/Biocombustiv
eis_04-etanolcombustivelnobrasil.pdf». Acesso em: 21 jul. 2016.

11.2 Função fenol


Os fenóis são compostos orgânicos caracterizados pela presença do grupo
funcional hidroxila (–OH) ligado diretamente a um anel benzênico.

A substância a seguir é a representante mais simples da função fenol, o


hidroxibenzeno:

∎ Hidroxibenzeno: Também conhecido como fenol comum, é formado


por um anel benzênico e um grupo –OH. É utilizado na produção de
creolina e da baquelite, um plástico muito resistente utilizado na
produção de bolas de bilhar.

Fórmula estrutural:

11.3 Função aldeído


São compostos orgânicos caracterizados pela presença do grupo funcional
carbonila, ligado a um hidrogênio. Sua estrutura é:
Exemplo:

A próxima substância é a representante mais simples da função aldeído, o


metanal:

∎ Metanal: É um aldeído formado apenas por um átomo de carbono,


conhecido normalmente como formaldeído. A solução aquosa dessa
substância tem o nome de formol, e é utilizado para conservação de
órgãos e cadáveres e no alisamento de cabelos.

Fórmula estrutural:
11.4 Função cetona
A cetona é um composto orgânico que apresenta o grupo carbonila, situado
entre átomos de carbono. Esse grupo é composto por um átomo de carbono
ligado ao oxigênio por meio de uma ligação dupla.

Fórmula estrutural:

A função cetona tem como representante mais simples a substância


propanona:

∎ Propanona: É a menor molécula de cetona. É formada por três


átomos de carbono. A solução aquosa dessa substância tem o nome de
acetona e é utilizada como solvente de esmaltes.
Fórmula estrutural:

11.5 Função éter


O éter é um composto orgânico que apresenta oxigênio entre átomos de
carbonos.

Exemplo:

O representante mais importante da função éter é o etóxi-etano:

∎ Etóxi-etano: Conhecido usualmente como éter etílico, é formado por


quatro átomos de carbono, dois de cada lado do átomo de oxigênio.
Antigamente, era utilizado como anestésico e, na atualidade, é um
solvente utilizado em laboratórios e na indústria química.
Fórmula estrutural:

11.6 Função ácido carboxílico


Os ácidos casboxílicos são caracterizados por apresentarem a carbonila
ligada a uma hidroxila, formando o grupo funcional dos ácidos carboxílicos:
a carboxila.

Exemplo:

As substâncias a seguir constituem exemplos importantes da função ácido


carboxílico:

∎ Ácido metanoico: É conhecido como ácido fórmico, pois foi obtido


pela primeira vez das formigas vermelhas.
Fórmula estrutural:

∎ Ácido etanoico: Também é chamado ácido acético. Sua aplicação


mais comum é a solução aquosa conhecida como vinagre.

Fórmula estrutural:

Neste capítulo, observamos que os compostos orgânicos oxigenados estão


presentes em larga escala em nosso cotidiano, proporcionando-nos recursos
que contribuem para uma melhor qualidade de vida.

Exercícios
1) Quais são as nomenclaturas oficial e usual do álcool utilizado como
combustível de automóveis?
2) O metanol, utilizado como combustível na Fórmula Indy, é obtido da
cana-de-açúcar. Essa afirmação é verdadeira ou falsa? Justifique sua
resposta.

3) O formol é muito utilizado no processo denominado escova


progressiva, que tem como objetivo alisar os cabelos. Qual é a função
química e a nomenclatura oficial da substância utilizada para produzir
o formol?

4) Como é conhecida comercialmente a solução de propanona?

5) Qual é a fórmula molecular da propanona?

6) Represente a fórmula estrutural do éter etóxi-etano.

7) Qual é a nomenclatura oficial do fenol comum, utilizado na produção


de creolina?

8) Os ácidos carboxílicos são compostos que apresentam pelo menos uma


carboxila em sua estrutura. Como é denominada a menor estrutura de
um ácido carboxílico?

9) O ácido metanoico é responsável pela ardência causada pela mordida


da formiga vermelha. Qual é o nome usual desse ácido?

10) O vinagre é uma solução com 6% de ácido etanoico. Como é


conhecido usualmente esse ácido?

1 Este capítulo foi elaborado com base em Fonseca (2014).


capítulo doze
1

A química e o
meio ambiente
Atualmente, o meio ambiente tem sido motivo de muita preocupação por
parte dos cientistas, assim como dos governantes em todo o mundo. Como
demonstração de tamanha preocupação, vários encontros mundiais têm sido
realizados; neles temas ambientais são amplamente debatidos e metas são
estabelecidas, com o propósito de frear a ação devastadora do ser humano
sobre o meio ambiente.

Neste capítulo, abordamos a relação entre a química, nosso objeto de


estudo, e o meio ambiente. Iniciamos nosso estudo apresentando algumas
especificidades da camada de ozônio.

12.1 Camada de ozônio


Em volta da Terra há uma frágil camada de um gás chamado ozônio (O3),
que protege animais, plantas e seres humanos dos raios ultravioleta emitidos
pelo Sol.

Para saber mais


Crédito: Nasekomoel/Shutterstock

O aumento da incidência de melanoma (câncer de pele) ocorre à medida


que a camada de ozônio diminui.

A exposição excessiva a esses raios pode trazer danos gravíssimos à


saúde, como o desenvolvimento de melanoma, catarata, perda visual
progressiva, turvação e distorções visuais, tumores cutâneos e
fotoenvelhecimento (envelhecimento da pele por excessiva exposição solar).
Caso queira se aprofundar no tema, acesse o texto citado a seguir:

SBCD – Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica. Como o câncer


de pele se manifesta? 2010. Disponível em: «https://www.sbcd.org.br/pagin
a/1711». Acesso em: 21 jul. 2016.

A destruição da camada de ozônio observada nas últimas décadas deve-se


à presença de agentes químicos denominados clorofluorcarbonos, ou CFCs,
substâncias químicas utilizadas como propelentes em aerossóis, isolantes em
equipamentos de refrigeração e na produção de materiais plásticos.

A fim de bloquear a ação dos raios ultravioleta, devemos adotar medidas


simples, como a utilização diária de filtros solares e a exposição ao sol em
horários adequados, principalmente quando vamos à praia.
Protocolo de Montreal
Esse tratado internacional, que entrou em vigor no dia 1º de janeiro
de 1989, tem o objetivo de fazer com que os países signatários se
comprometam a substituir o uso dos CFCs. Outras substâncias de
baixa agressividade ao meio ambiente têm sido utilizadas em seu
lugar, como o gás propano (C3H8), o gás butano (C4H10) e o
hidroclorofluorcarbono (HCFC) (Protocolo..., 2013).

Passemos neste ponto do texto a elencar alguns dos problemas graves


causados pelo uso inadvertido de substâncias químicas no meio ambiente.

12.2 Chuva ácida


Toda chuva é naturalmente ácida. Isso se deve à presença de gás carbônico
(CO2) no ar atmosférico, que, ao reagir com a água da chuva, produz o ácido
carbônico. Isso é representado da seguinte forma:

H2O + CO2 → H2CO3

Água + gás carbônico → ácido carbônico

No entanto, o ácido carbônico não acarreta maiores prejuízos ao meio


ambiente. Os grandes problemas relativos à formação de chuvas ácidas são a
presença de óxidos de nitrogênio e de enxofre, que são poluentes do ar
atmosférico. O dióxido de nitrogênio, ao reagir com a água, produz uma
mistura de ácido nitroso e ácido nítrico. Essa reação é representada do
seguinte modo:
2NO2 + H2O → HNO3 + HNO2

Dióxido de nitrogênio + água → ácido nitroso + ácido nítrico

Ao reagir com a água, o trióxido de enxofre forma o ácido sulfúrico:

SO3 + H2O → H2SO4

Trióxido de enxofre + água → ácido sulfúrico

Esses óxidos são lançados em grandes quantidades no ar atmosférico,


principalmente nos grandes centros, pela queima dos combustíveis
automotivos e chaminés das indústrias.

A chuva ácida que apresenta principalmente os ácidos nítrico e sulfúrico


traz diversas consequências prejudiciais ao meio ambiente, como:

∎ corrosão em construções e monumentos de mármore e metais;

∎ aumento da acidez das águas, que gera a morte de animais e vegetais


aquáticos;

∎ acidez das plantas, que aumenta, por consequência, a acidez do solo e


prejudica a agricultura;

∎ potencialização da incidência de doenças do aparelho respiratório.


Crédito: Jukurae/Shutterstock

Floresta aintigida pela chuva ácida.

12.3 Efeito estufa


O recebimento da radiação solar é fundamental para a sobrevivência das
espécies vegetais e animais que habitam a Terra. Essa radiação é em parte
absorvida e em parte refletida.

O efeito estufa consiste em uma massa de gases que impedem a saída das
radiações solares que são refletidas pelo planeta, as quais acabam retornando
para a superfície terrestre, acarretando, assim, o aumento da temperatura
global. A Figura 12.1 a seguir ilustra esse fenômeno.
Figura 12.1 – Ilustração do efeito estufa

Crédito: Daulon/Shutterstock

Três substâncias gasosas são as principais causadoras do agravamento do


efeito estufa: o gás carbônico (CO2), o gás metano (CH4) e o vapor d’água.
Os dois primeiros são de origem orgânica: o gás carbônico é proveniente da
queima de combustíveis, como gasolina, diesel e carvão; o gás metano
provém da decomposição da matéria orgânica e pode ser resultado da
fermentação em pântanos, do plantio de arroz e da decomposição da
biomassa, como dejetos de animais. Essa decomposição pode ser utilizada
para obtenção de gás metano em biodigestores, e o gás produzido serve
como fonte de geração de energia.

Figura 12.2 – Biodigestor para obtenção de metano


Crédito: Rallef/Shutterstock

Outra fonte de emissão de metano para o ar atmosférico são os arrotos


(eructação) e as flatulências emitidas pelos bovinos, ovinos e caprinos.

Também podemos citar como fator responsável pela crise ambiental atual
o consumismo desenfreado em que nos encontramos, que colabora para o
aumento da industrialização. Esta, por conseguinte, eleva o nível de
poluentes emitidos no meio ambiente. Há também um crescente número de
veículos automotivos nas ruas, e as substâncias gasosas lançadas por eles
diariamente e em grandes quantidades acarretam os problemas ambientais
abordados neste capítulo. Tudo isso contribui para que o meio ambiente seja
cada dia mais devastado.
Exercício resolvido
Qual deve ser nosso papel diante desse aumento devastador da
poluição ambiental? Que atitudes podemos tomar a fim de minimizar
os graves problemas ambientais com os quais o mundo se depara?

Devemos reduzir o consumo exacerbado (muitas vezes adquirimos


itens que não são realmente necessários); reutilizar materiais como
papéis, garrafas plásticas, sacolas plásticas e recipientes de vidro
para outros fins, em vez de simplesmente os descartarmos; e, quando
possível, optar por utilizar meios de transporte que não poluam o
meio ambiente, como a bicicleta, ou mesmo se deslocar a pé.

Exercícios
1) Qual é a função da camada de ozônio existente nas altas camadas da
atmosfera?

2) Quais são as consequências da exposição excessiva aos raios


ultravioleta para o ser humano?

3) Que cuidados devemos tomar em relação à exposição aos raios


ultravioleta?

4) Que substâncias causam a destruição da camada de ozônio?

5) Como se forma a chuva ácida?

6) Quais são as principais fontes de óxidos de nitrogênio e enxofre,


causadores da formação das chuvas ácidas?

7) Quais são as consequências da chuva ácida?


8) Quais são os dois gases de origem orgânica que são responsáveis pelo
aumento do efeito estufa?

9) Qual é a consequência do aumento do efeito estufa?

10) Como os excrementos de animais podem ser utilizados como fonte de


energia?

1 Este capítulo foi elaborado com base em Fonseca (2014).


Considerações finais
Esperamos que, por meio dos conteúdos apresentados nesta obra, você
desenvolva uma compreensão mais aprofundada sobre a química e
reconheça a importância dessa área do conhecimento em nossa vida. Esse é
o propósito maior deste material, muito mais do que simplesmente incutir
conceitos, fórmulas e cálculos.

A química auxilia na melhoria da qualidade de vida dos seres vivos, mas


pode prejudicar o meio ambiente se utilizada sem as devidas precauções.
Assim, é fundamental a preocupação com o tratamento de resíduos
industriais, com a redução do efeito estufa e com o aumento desenfreado da
utilização de combustíveis fósseis. Sem esses cuidados, o impacto
ambiental não terá medidas.

Portanto, nunca deixe de estudar e evoluir. Lembre-se: o conhecimento


pleno dificilmente será alcançado, mas se deve tentar buscá-lo sempre.
Referências
AMPUDIA, R. Quais são os efeitos da radiação no corpo humano? Revista
Nova Escola, mar. 2011. Disponível em: «http://revistaescola.abril.com.b
r/ciencias/fundamentos/quais-sao-efeitos-radiacao-corpo-humano-energia
-nuclear-621960.shtml». Acesso em: 1º jul. 2016.

BRUNI, A. T. et al. Ser protagonista: química. Água Branca-SP: Edições


SM, 2014.

FIORI, G. Modelo atômico de Thomson. Entendendo Química. 18 jun.


2012. Disponível em: «http://entendendoquimica.blogspot.com.br/2012/0
6/modelo-atomico-de-thomson-e-rutherford.html». Acesso em: 1º jul.
2016.

FONSECA, M. R. M. Química 1. São Paulo: Ática, 2014.

IUPAC – International Union of Pure and Applied Chemistry. União


Internacional de Química Pura e Aplicada. Tabela periódica da IUPAC,
versão de 21 jan. de 2011. Disponível em: «http://2015online.com.br/wp-
content/uploads/2015/01/tabela-periodica-para-imprimir-2.jpg». Acesso
em: 19 out. 2015.

LESSA, V. Brasil se destaca como o maior produtor de soja do mundo, diz


USDA. G1, Mato Grosso, 11 fev. 2014. Agrodebate. Disponível em: «htt
p://g1.globo.com/mato-grosso/agrodebate/noticia/2014/02/brasil-se-desta
ca-como-o-maior-produtor-de-soja-do-mundo-diz-usda.html». Acesso
em: 1 jul. 2016.

LUZ, L. M. Modelo atômico de Rutheford. Infoescola. Disponível em: «htt


p://www.infoescola.com/quimica/modelo-atomico-de-rutherford/».
Acesso em: 1º jul. 2016.

MELHOR Pesquisa. Modelo de Dalton. 18 ago. 2011. Disponível em: «htt


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PROTOCOLO de Montreal e a camada de ozônio: 1987. Portal Educação,


14 mar. 2013. Disponível em: «http://www.portaleducacao.com.br/biolog
ia/artigos/38763/protocolo-de-montreal-e-a-camada-de-ozonio-1987».
Acesso em: 21 jul. 2016.

SÓ Biologia. Destilação simples. Disponível em: «http://www.sobiologia.c


om.br/conteudos/Oitava_quimica/materia16.php». Acesso em: 1º jul.
2016.

TITO, M. P.; CANTO, E. L. Química na abordagem do cotidiano. 4. ed.


São Paulo: Moderna, 2012.

UNESP – Universidade Estadual Paulista. Tabela de calorias dos


alimentos mais servidos em nossa mesa. 2002. Disponível em: «http://
www4.faac.unesp.br/pesquisa/nos/bom_apetite/tabelas/cal_ali.htm».
Acesso em: 25 nov. 2015.

USBERCO, J.; SALVADOR, E. Química essencial. 4. ed. São Paulo:


Saraiva, 2007.
Respostas

Parte I − A química e sua presença em nossa


vida

Capítulo 1
1. Porque, ao expirarmos, liberamos vapor d’água; este, ao se encontrar
com o ar frio, sofre condensação e forma microgotículas de água no
ar, que vemos na forma de fumaça branca.

2. É a sublimação.

3. É a vaporização, mais especificamente a evaporação.

4. O aumento da temperatura global causa a fusão do gelo nos polos do


planeta.

5. Ocorre por meio da condensação do vapor d’água presente no ar


atmosférico.

6. Porque o gelo seco sofre sublimação, passando diretamente para o


estado gasoso.
7. Não. A nuvem é água condensada em pequenas gotículas.

8. Ao se encontrar com a superfície gelada do copo, o vapor d’água


presente no ar atmosférico sofre condensação e passa para o estado
sólido.

9. A temperatura das chamas foi maior do que 961 °C, pois a prata
fundiu. Porém, essa temperatura foi inferior a 2.162 °C – do
contrário, a prata teria virado vapor.

10. É a solidificação.

Capítulo 2
1. Nos fenômenos físicos, os materiais não sofrem alteração em sua
composição química, enquanto nos fenômenos químicos as
substâncias que compõem o material são transformadas em novas
substâncias.

2. É um processo químico, pois o ferro reage com o oxigênio presente


no ar atmosférico e produz a ferrugem, que é óxido de ferro.

3. É um fenômeno químico, pois, com a queima do papel, são


produzidos gases como o gás carbônico, vapor d’água e monóxido de
carbono.

4. É uma substância simples, pois é formada apenas por átomos do


elemento oxigênio.

5. É uma substância composta, pois é formada por átomos de dois


elementos, carbono e oxigênio.

6. Trata-se de uma mistura homogênea, pois não conseguimos


diferenciar seus componentes.
7. Trata-se de uma mistura heterogênea, pois, com a utilização de um
microscópio, é possível diferenciar seus componentes.

8. É o processo de decantação, com a utilização do funil de bromo ou


funil de decantação.

9. É a filtração.

10. É a destilação.

Capítulo 3
1. O núcleo e a eletrosfera.

2. Os prótons e os nêutrons.

3. Diz respeito ao número de prótons do elemento.

4. 23 + 30 = 53.

5. 240 – 98 = 142 nêutrons.

6. São átomos que possuem o mesmo número de prótons e diferentes


números de massa.

7. São átomos que apresentam igual número de massa e diferentes


números atômicos.

8. São átomos que possuem números atômicos e de massa diferentes,


mas o mesmo número de nêutrons.

9. Se Y e X são isóbaros, o Y também tem número de massa 50, e se tem


24 prótons, basta fazermos a seguinte operação: 50 – 24 = 26
nêutrons.
10. Se X é isóbaro de Y, seu número de massa é 44. Se X é isótono de B,
tem 21 nêutrons. Subtraindo o número de massa do número de
nêutrons, obtemos o número de prótons, que é o número atômico. Ou
seja: 44 – 21 = 23 prótons.

Capítulo 4
1. São chamadas de períodos.

2. São chamadas de grupos ou famílias.

3. Significa que ele é facilmente transformado em lâminas.

4. Significa que ele é facilmente transformado em fios.

5. Que o ponto de fusão do mercúrio é muito mais baixo que dos outros
metais (em torno de 234,32 K, ou -38,83 °C).

6. Não, pois os fatores físicos não interferem na intensidade das


radiações emitidas.

7. É formada por 2 prótons e 2 nêutrons.

8. Quando um átomo emite uma partícula alfa, o número atômico


diminui 2 (duas) unidades, e o número de massa diminui 4 unidades.
O átomo originado deverá ter número atômico 88 e número de massa
230.

9. Quando um átomo emite uma partícula beta, o número atômico


aumenta 1 (uma) unidade, e o número de massa não sofre alteração.
Como há emissão de duas partículas beta, haverá aumento de 2 (duas)
unidades no número atômico. Logo, o átomo originado deverá ter
número atômico 57 e número de massa 137.

10. Quando um átomo emite radiação gama, não há alteração no seu


número atômico e de massa.
Capítulo 5
1. HCl → H + + Cl-.

2. É o ácido sulfúrico (H2SO4).

3. É o ácido nítrico.

4. É o ácido cianídrico (HCN).

5. É uma base, cujo nome é hidróxido de sódio.

6. É conhecida como cal hidratada.

7. Chama-se reação de neutralização.

8. SO3 + H2O → H2SO4.

9. CaO + H2O → Ca(OH)2.

10.
a. Deslocamento ou simples troca.

b. Síntese ou adição.

c. Dupla troca.

d. Análise ou decomposição.

Capítulo 6
1. É uma liga metálica formada por cobre e estanho.

2. O ouro 18 não é substância pura - é uma liga metálica (mistura onde


predomina um metal), logo, pode ser classificado como solução.
3. É importante lembrar que meio litro equivale a 500 mL.

96 mL de álcool puro ––– em 100 mL de álcool hidratado

X mL de álcool puro ––– em 500 mL de álcool hidratado

X = 480 mL

4. O sal é o soluto e a água é o solvente.

5. É o gás nitrogênio.

6. C = m/V

C = 10 g/2 L

C = 5 g/L.

7. Se em 1 L há 40 mg de bicarbonato, em 0,5 L (500 mL) há 20 mg.

8. 0,9% m/v significa:

0,9 g de cloreto de sódio ––– 100 mL de solução

3,6 g de cloreto de sódio ––– X mL de solução

X = 400 mL de solução

9. Aplicando a fórmula de diluição:

CiVi = CfVf , temos: 20 × 400 = Cf × 500

Cf = 20 × 400/500

Cf = 16 g/L
10. Aplicando a fórmula de diluição: CiVi = CfVf, temos: Ci × 80 = 5 ×
100

Ci= 5 × 100/80

Ci = 6,25 g/L

Parte II− O comportamento físico-químico


dos materiais e a composição dos compostos
orgânicos

Capítulo 7
1. É endotérmico, pois a substância precisa absorver calor para fundir.

2. É exotérmico, pois a substância precisa perder calor para solidificar.

3. É exotérmico e produz energia para o carro se movimentar.

4. É endotérmico, pois o calcário absorve calor quando é aquecido.

5. Significa que 4 g de carboidrato metabolizado no organismo


produzem 4 kcal.

6. Sim. O gasto energético no inverno é maior do que no verão, pois o


corpo utiliza energia para se manter aquecido.

7. A reação exotérmica.

8. A reação endotérmica.

9. Uma reação endotérmica, pois a entalpia aumenta.


10. Uma reação exotérmica, pois a entalpia diminui.

Capítulo 8
1. A velocidade das reações químicas.

2. Vm = 200/20

Vm = 10 g/s

3. Os compostos gasosos, pois as moléculas dos gases agitam-se muito


mais do que os compostos no estado sólido.

4. Complexo ativado.

5. Energia de ativação.

6. Com a diminuição da temperatura, a velocidade da reação química é


menor.

7. Em forma de palha de aço, a superfície de contato com o oxigênio é


maior, aumentando assim a velocidade da reação.

8. Quanto maior for a concentração do reagente, maior será a velocidade


das reações.

9. No sangue, há uma enzima que atua como catalisador, o que aumenta


a velocidade da reação.

10. Esse fenômeno ocorre em virtude da saída rápida de gás oxigênio,


em uma reação acelarada pela catalase, substância encontrada no
sangue.

Capítulo 9
1. Foi a ureia.

2. O carbono.

3. É uma cadeia heterogênea, pois há um átomo de oxigênio ligado entre


átomos de carbono.

4. Uma cadeia saturada, pois, para ser insaturada, há a necessidade de


uma ligação dupla ou tripla entre carbonos.

5. Como cada carbono está fazendo apenas uma ligação, eles devem
estabelecer entre si uma ligação tripla, de forma a completar quatro
ligações cada.

6. A cadeia é ramificada, pois do carbono do meio está saindo uma


ramificação.

7. Seis carbonos primários.

8. Quatro carbonos terciários.

9. A cadeia é insaturada devido à ligação dupla entre carbonos.

10. A cadeia é homogênea, pois não há átomos de outro elemento


interrompendo a sequência de carbonos.

Capítulo 10
1. Sua nomenclatura é metano, e sua fórmula principal é CH4.

2. GLP é a sigla para “gás liquefeito de petróleo”, que é o gás de


cozinha.

3. Etino.

4. Ciclopropano.
5. A presença de um anel benzênico.

6. Naftaleno.

7. Destilação fracionada.

8. Gasolina.

9. Consiste na quebra de derivados de moléculas maiores para formação


de derivados de moléculas menores.

10. Pneus, óleo lubrificante e painéis de plástico.

Capítulo 11
1. Etanol e álcool etílico.

2. Falsa. O metanol pode ser obtido por meio da destilação da madeira.

3. A função é aldeído, e a nomenclatura é metanal.

4. Acetona.

5. C3H6O.

6. CH 3 – CH 2 – O – CH 2 – CH 3.

7. Hidroxibenzeno.

8. Ácido metanoico.

9. Ácido fórmico.

10. Ácido acético.


Capítulo 12
1. Filtrar os raios ultravioleta provenientes do Sol.

2. Entre outras, câncer cutâneo, catarata.

3. Utilizar filtro solar e se expor ao sol em horários adequados.

4. Os CFCs, denominados clorofluorcarbonos.

5. Tem origem na reação de poluentes do ar atmosférico e a água da


chuva.

6. A queima dos combustíveis automotivos e as chaminés das indústrias.

7. Corrosão de construções e monumentos de mármore e metais;


aumento da acidez das águas, que gera a morte de animais e vegetais
aquáticos; acidez das plantas, o que aumenta, por consequência, a
acidez do solo e prejudica a agricultura; potencialização da incidência
de doenças do aparelho respiratório.

8. O gás carbônico e o metano.

9. O aquecimento global.

10. Os excrementos podem ser aproveitados em biodigestores. Nessas


máquinas, esses resíduos sofrerão a fermentação anaeróbica (ausência
de oxigênio), produzindo, assim, o metano, que pode ser aproveitado
para gerar energia.
Sobre o autor
Daniel da Silva Faria é mestre em Ensino de Ciências pela Universidade
Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), na linha de pesquisa de temas
ambientais no ensino de Química; é especialista em Sociedade, Espaço e
Meio Ambiente pelo Centro Universitário Internacional Uninter e graduado
em Química Industrial pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e em
licenciatura em Química pela UTFPR. Já lecionou em cursos de pós-
graduação na área de Educação Ambiental e há 23 anos ministra a
disciplina de Química para a modalidade de educação de jovens e adultos
(EJA), no ensino médio regular, em cursos profissionalizantes e
preparatórios para vestibular.
Sumário
Capa

Dialógica

Apresentação

Parte I -A química e sua presença em nossa vida

1. A importância da química e as propriedades dos materiais


1.1 Indústrias químicas

1.2 O estudo da química

2. Fenômenos e materiais
2.1 Fenômenos físicos e químicos

2.2 Substâncias e misturas

3. Estrutura atômica
3.1 Modelos atômicos

3.2 Conceitos relacionados à estrutura atômica do átomo


3.3 Semelhança atômica

4. Tabela periódica e radioatividade


4.1 Metais

4.2 Radioatividade

5. Compostos inorgânicos
5.1 Primeira função: ácidos

5.2 Segunda função: bases

5.3 Terceira função: sais

5.4 Quarta função: óxidos

5.5 Classificação das reações químicas

6. Soluções
6.1 Tipos de soluções

6.2 Solubilidade (S)

6.3 Concentração das soluções

6.4 Diluição das soluções

Parte II - O comportamento físico-químico dos materiais e a


composição dos compostos orgânicos

7. Termoquímica
7.1 Processos endotérmicos e exotérmicos

7.2 Unidades de medida de energia (calor)

7.3 Entalpia e variação de entalpia


7.4 Representações dos processos endotérmicos e
exotérmicos

8. Cinética química
8.1 Velocidade média da reação

8.2 Fatores que influenciam na velocidade das reações

8.3 Teoria das colisões

9. Introdução à química orgânica


9.1 As ligações químicas nos compostos orgânicos

9.2 Classificação dos carbonos

10. Hidrocarbonetos e petróle


10.1 Hidrocarbonetos

10.2 Petróleo

11. Funções orgânicas oxigenadas


11.1 Função álcool

11.2 Função fenol

11.3 Função aldeído

11.4 Função cetona

11.5 Função éter

11.6Função ácido carboxílico

12. A química e o meio ambiente


12.1 Camada de ozônio
12.2 Chuva ácida

12.3 Efeito estufa

Considerações finais

Referências

Respostas

Sobre o autor

Ficha catalográfica

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