Relatório Propriedades Dos Aminoácidos

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Universidade Vila velha – UVV

Curso de Fisioterapia

Relatório de aula prática III: Propriedades dos aminoácidos

23/09/2021
Universidade Vila velha – UVV
Curso de fisioterapia

Flavio Henrique Bastos da Rosa, Filipe Abadias Athaydes, Igor Alves


Machado e Raphael Morosini

Relatório de aula prática III: Propriedades dos aminoácidos


Relatório apresentado à disciplina de
bioquímica do curso de Fisioterapia da
Universidade Vila Velha como requisito
parcial da nota do bimestre.
Prof. A Dra. Girlandia Alexandre Brasil

23/09/2021
1. Introdução

Aminoácidos são as unidades fundamentais de todas as proteínas.


Existem 20 diferentes tipos de aminoácidos formando estas importantes
macromoléculas, cada um com propriedades específicas. É importante
destacar que, independente do ser vivo estudado, todos apresentaram
suas proteínas formadas pelos mesmos 20 aminoácidos.
Os aminoácidos podem ser definidos como moléculas orgânicas que
apresentam grupos — carboxila (-COOH) e amino (-NH3) — ligados a um
único carbono, denominado de carbono alfa. Esse carbono é observado
no centro do aminoácido e liga-se ao grupo amino, ao grupo carboxila, a
um átomo de hidrogênio e a um grupo variável, que é chamado de cadeia
lateral ou grupo R.
Os aminoácidos são agrupados, geralmente, de acordo com as
características de suas cadeias laterais, podendo ser polares, apolares,
ácidos e básicos. Além dessa classificação, os aminoácidos podem ser
classificados em dois grupos: aminoácidos essenciais e não essenciais.
Nesse caso, o critério utilizado é a capacidade do organismo de sintetizar
esses aminoácidos. Os aminoácidos chamados essenciais são aqueles
que não podem ser sintetizados endogenamente e devem ser obtidos a
partir do alimento, já os aminoácidos não essenciais são aqueles que o
organismo é capaz de sintetizar.
Os aminoácidos são moléculas importantes que atuam como subunidades
na construção das proteínas. As proteínas são macromoléculas
essenciais para os seres vivos, atuando, entre outras funções, na defesa
do organismo, na comunicação celular, no transporte de substância, na
movimentação e contração de certas estruturas, e como catalisadores de
reações químicas (enzimas).
Os aminoácidos se unem através de ligações peptídicas, formando as
proteínas (O termo proteína vem do grego que significa o mais
importante). Para que as células possam produzir suas proteínas, elas
precisam de aminoácidos, que podem ser obtidos a partir da alimentação
ou serem fabricados pelo próprio organismo.
A fim de observar e estudar as propriedades dos aminoácidos em
condições diversas à que são expostos, foram realizadas as diferentes
reações descritas neste trabalho.

2. Objetivos

Entender o comportamento ácido-básico dos aminoácidos, além de


promover a observação da presença de aminoácidos e das diferentes
reações em que os aminoácidos são expostos, fazendo com que se
tornem explícitas as mudanças estruturais e as reações que eles fazem
com diferentes substâncias.
3. Materiais e métodos

3.1 Materiais

A) Vidraria e instrumental

Pipetas;
Tubos de ensaio;
Pipetador pi-pump.

B) Reagentes e soluções
Prolina;
Solução alcoólica de ninidrina 0,2%;
Tirosina;
Hidróxido de Sódio (NaOH);
Reagente de Folin;
Triptofano;
Reativo de Erlich;
Ácido nítrico concentrado;
Arginina;
Solução alcoólica de α-naftol;
Hipoclorito de sódio;
Cisteína;
Acetato de Chumbo.

3.2 Métodos

3.2.1 Reação de ninidrina

Na experiência 1, Pipetamos 1,0 mL de prolina em um tubo de ensaio.


Pipetamos 1,0 mL de glicina em outro tubo de ensaio, lembrando que
foram utilizadas pipetas diferentes para adicionar cada substância. Logo
após, foram adicionadas, em ambos tubos de ensaio, 10 gotas de uma
solução alcoólica de ninidrina (0,2%) em cada. Por fim, ambas soluções
foram fervidas por 2 minutos em banho maria.
3.2.2 Reação de Folin

Na experiência 2, começamos pipetando 1,0 mL de tirosina em um tubo de


ensaio. Com outra pipeta, adicionamos 1,0 mL de glicina em outro tubo de
ensaio. Logo depois, adicionamos 20 gotas de hidróxido de sódio (NaOH
10%) e 5 gotas de Reagente de Folin nos dois tubos separadamente.

3.2.3 Reação de Erlish

Pipetamos 1,0 mL de triptofano adicionando em um tubo de ensaio. Com


outra pipeta, nós adicionamos 1,0 mL de glicina em outro tubo de ensaio.
Em seguida adicionar 2,0 mL de reativo de Erlich em ambos os tubos
separadamente. Levá-los à ebulição em banho Maria por 5 minutos.

3.2.4 Reação de xantoproteica

Com uma pipeta de 5 ml, pipetamos 1,0 mL de tirosina, na sequência


colocamos em um tubo de ensaio. Com o auxílio de outra pipeta,
adicionamos 1,0 mL de glicina em outro tubo de ensaio. Após essas duas
etapas colocamos 5 gotas de ácido nítrico concentrado em cada um dos
tubos, o ácido nítrico concentrado estava na capela por se tratar de uma
substância bastante volátil. Na sequência, depois de adicionarmos ácido
nítrico concentrado levamos ao banho Maria fervente por 5 minutos.
Posteriormente ao banho maria adicionamos 20 gotas de hidróxido de
sódio (NaOH) de concentração 10% em cada tubo separadamente.

3.2.5 Reação de Sakagushi

Pipetamos 1,0 mL de arginina em um tubo de ensaio. Com outra pipeta,


adicionamos 1mL de glicina em outro tubo de ensaio. Em seguida
adicionamos uma gota de solução alcoólica de α-naftol de concentração
5%, 5 gotas de hipoclorito de sódio e 10 gotas de hidróxido de sódio de
concentração 10% em ambos os tubos separadamente.
3.2.6 Caracterização de aminoácidos sulfurados

Pipetamos 1mL de cisteína e em seguida adicionamos em um tubo de


ensaio. Com auxilio de outra pipeta, adicionamos 1mL de glicina em outro
tubo de ensaio. Em seguida adicionamos 20 gotas de hidróxido de sódio de
concentração 10% em ambos os tubos separadamente. Os fervemos em
banho Maria por 3 minutos. Adicionamos 10 gotas de acetato de chumbo
de concentração 0,5% em cada tubo separadamente. Novamente nós o
fervemos por mais 3 minutos.

4. Resultados

4.1) Reação de ninidrina

A reação foi um sucesso, na qual a reação de prolina e ninidrina obteve


uma coloração amarelo escuro, e a reação de glicina com ninidrina obteve
coloração azulada, próxima a violeta.

obs: A prolina obtém cor diferente das demais reações de aminoácidos ,


pois o não é considerado um aminoácido. A prolina possui em sua
estrutura uma hidroxila fenólica, tornando esta, um iminoácido.

4.2) Reação de Folin

A reação foi um sucesso, obtendo uma coloração azul na reação.

Obs: A mudança de coloração nas reações de aminoácidos na qual


evidenciam diversas de suas propriedades, se dá devido ao reagente em
que são expostos e a hidroxila fenólica em sua estrutura.

4.3) Reação de Erlich

A reação foi bem sucedida, de fora que a coloração da reação tomou um


tom amarelado, porém o correto seria o vermelho (devido a qualidade dos
reagentes, tal coloração não pode ser atingida).

4.4) Reação xantoproteica

Após realizarmos cada etapa da experiência, obtivemos uma reação


positiva, com coloração amarelada.
4.5) Reação de Sakaguchi

A reação foi um sucesso, de forma que a coloração da reação tomou um


tom de vermelho alaranjado.

4.6) Caracterização de aminoácidos sulfurados

A reação foi um sucesso, ela começou a precipitar em castanho escuro


para cinza escuro, essa precipitação era o sulfeto de chumbo.

5. Discussão

Reação de ninidrina:

Essa reação é utilizada para observar a presença de aminoácidos na


solução, dando positivo para proteínas, peptídeos, aminoácidos, aminas
primárias e amônia.
Em condições apropriadas, a intensidade da cor produzida é proporcional
à concentração de aminoácidos presentes. A ninidrina foi utilizada na
detecção de aminoácidos por ser característica da função amina primária,
de forma que ela possui alto poder oxidante que reage com o aminoácido.
O aminoácido aquecido em solução contendo de ninidrina produziu um
composto violeta, a reação ocorre por causa da presença de grupos amina
livres. A ninidrina oxida o aminoácido, produzindo CO2, NH3, e um
derivado aldeídico com um átomo de carbono a menos e,
consequentemente, reduzindo. Posteriormente, a ninidrina oxidada e
reduzida reage com a amônia liberada formando um complexo violeta.

Reação de folin: Caracterização de hidroxila fenólica

O conteúdo de compostos fenólicos é usualmente determinado utilizando o


método colorimétrico Folin-Ciocalteu (SINGLETON; ROSSI, 1965) que
envolve a redução do reagente pelos compostos fenólicos das amostras
em concomitante formação de um complexo de coloração azul cuja
intensidade aumenta linearmente no comprimento de onda a 765 nm.

Executamos o experimento e a coloração obtida foi azul confirmando a


presença de hidroxila fenólica na solução, sendo a tirosina.

Reação de Ehrlich: Caracterização de grupo indólico

O reagente de Ehrlich é um reagente que contém


p-dimetilaminobenzaldeído (DMAB), que pode ser usado em testes
bioquímicos para a detecção do aminoácido triptofano em uma amostra de
proteínas. Um teste de Ehrlich positivo é obtido para o ópio natural, pois
contém triptofano. O reagente de Ehrlich também é usado para a
identificação de indóis.
No experimento realizado em sala após o procedimento, obtivemos a
reação positiva com coloração avermelhada. isso indica que a amostra
contém triptofano.

Reação xantoproteica: Caracterização de grupo aromático

Essa reação de coloração é específica para a aminoácidos encontrados na


composição de proteínas. A reação xantoproteica possui cadeia lateral
contendo anéis aromáticos. O benzeno reage lentamente com ácido nítrico
(HNO4) concentrado para resultar no nitrobenzeno.Essa reação pode ser
acelerada mediante o aquecimento. Assim, aminoácidos que apresentam
anel benzênico em sua cadeia lateral, assim como proteínas e peptídeos
que apresentem esse respectivos aminoácidos em sua constituição, podem
reagir com o ácido nítrico originando um composto amarelo.

Reação de Sakaguchi: Caracterização do grupo guanidínico

A reação de Sakaguchi permite a caracterização de proteínas pela análise


de suas propriedades químicas e físicas, entre elas, a presença de ligações
peptídicas e solubilidade, não alterando a estrutura tridimensional. Essa
reação é importante tanto na detecção como na dosagem de aminoácidos
e proteínas. Na reação de Sakagushi as proteínas que continham arginina,
adquirem uma coloração avermelhada quando tratadas com alta-naftol e
hidróxido de sódio.

Caracterização de aminoácidos sulfurados

O enxofre está presente como constituinte de aminoácidos como cistina,


cisteína (que é, na verdade, um duplo aminoácido) e metionina.
Comparativamente, o enxofre da metionina apresenta-se mais estável do
que nas moléculas de cistina ou cisteína. Por esse motivo, nem todas as
reações de detecção de enxofre são aplicáveis a todos esses aminoácidos.

Na reação para aminoácidos sulfurados, o aquecimento de proteínas em


meio alcalino resulta na liberação de enxofre da cisteína e da glicina, sob a
forma de sulfato. O sulfato é evidenciado pela adição de acetato de
chumbo, dando precipitado castanho ou preto de sulfeto de chumbo. A
solução com proteínas apresentou coloração escura.
Conclusão

Os experimentos realizados mostraram-se de fácil execução e também de


fácil visualização. De forma geral, com os experimentos foi possível
verificar algumas reações que determinam a presença de alguns
aminoácidos em amostras de forma prática, rápida e muito eficiente.

A partir dos resultados observados, conclui-se que é possível determinar a


presença de proteínas em solução com o auxílio de algumas reações
químicas conhecidas, bem como a natureza de alguns aminoácidos
presentes nestas proteínas. É possível identificar as proteínas como
moléculas carregadas e reconhecer os fatores ligados a solubilidade das
proteínas em água.

6. Referências

SANTOS, V. S. "Aminoácidos"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/biologia/aminoacidos.htm. Acesso em 20 de
outubro de 2021.

GONÇALVES, W. Reações de Aminoácidos. Disponível em:


<http://www.ebah.com.br/content/ABAAAflpYAG/reacoes-caracterizacao-a
minoacidos?part=3> Acesso em 11 de outubro.

SOUZA, K. A. F. D. NEVES. V. A. Determinação do ponto isoelétrico da


caseína. Disponível em:
<www.fcfar.unesp.br/alimentos/bioquimica/praticas_proteinas/ponto_isoele
trico.htm> Acesso em: 20 de outubro de 2021.

ROESLER, R. Caracterização de aminoácidos. Dissertações. Disponível


em:
<www.trabalhosgratuitos.com/Outras/Diversos/Caracterização-De-Aminoá
cidos-335337.html> Acesso em: 11 de outubro de 2021

CARVALHO, J. C. T.; GOSMANN, G. SCHENKEL, E. P. Compostos


Fenólicos Simples e Heterosídicos. 2. ed. Porto Alegre/ Florianópolis: da
UFSC/ da universidade, 2001, cap. 20.

https://www.engquimicasantossp.com.br/2021/07/reagente-de-ehrlich-test
e-usos.html Acessado em : 20 de Outubro de 2021.

NOGUEIRA, D. S.; RODRIGUES E. P.; CARAFINE G.; MOURA T. O.


Caracterização de aminoácidos e proteínas. Cuiabá/Mato Grosso: da
UFMT. 2019.

NELSON, D.L.; COX, M.M. Lehninger Princípios de Bioquímica. 3ª edição.


São Paulo, 2002.
QUESTIONAMENTOS

1) Escreva os resultados, em forma de tabela, observados nos 12


experimentos realizados.

Reação 1 Reação 2 Reação 3 Reação 4 Reação 5 Reação 6

Coloração Transparente Transparente Transparente Transparente Transparente Transparente


Inicial 1

Coloração Amarelo Transparente Transparente Amarelo Vermelho Precipitado


Final 1 escuro castanho claro

Coloração Transparente Transparente Transparente Transparente Transparente Transparente


Inicial 2

Coloração Azul/violeta Azul Vermelho Amarelo Vermelho Precipitado


Final 2 escuro cinza/castanho
escuro

2) O que se pode concluir dos resultados encontrados? Explique claramente.

Resposta: É possível determinar a presença de proteínas em solução com o


auxílio de algumas reações químicas conhecidas, bem como a natureza de
alguns aminoácidos presentes nestas proteínas.

3) A reação com ninidrina pode ser utilizada para diferenciar prolina de


cisteína? Justifique.

Resposta: Sim, porque a prolina com qualquer outro aminoácido se diferencia.

4) Podemos afirmar que o pH interfere na estrutura química dos aminoácidos?


Explique. Resposta: Sim, dependendo do pH ocorre a adição ou subtração de
hidrogênio (H) modificando a estrutura do aminoácido. Quando o pH fica
ácido ocorre a adição e quando fica básico ocorre a subtração.

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