Saúde Da Mulher - Editora Sanar

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 43

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À

MULHER NA ATENÇÃO BÁSICA

PARTE 1: PLANEJAMENRO FAMILIAR E MÉTODOS


CONTRACEPTIVOS

Planejamento familiar Planejamento reprodutivo (termo mais atual)

Direito fundamental garantido na constituição para todo cidadão que deseja ou


não ter um filho.
• Garante que a pessoa possa ter uma vida sexual segura e satisfatória. Tendo
autonomia para se reproduzir e a liberdade de decidir quantas vezes deve fazê-
lo;
• Lei nº 9.263 de 13 de janeiro de 1996 Trata do planejamento familiar no
Brasil, e das nuances que nela constam;
• Inclui todos os adultos, jovens e adolescentes com vida sexual;
• Aqueles que se preparam para iniciar a vida sexual;
• Não é necessário possuir parceiro estável;

IMPORTANTE!

É proibido o uso do planejamento familiar com intuito de controle de demográfico/


natalidade.
CICLO OVULATÓRIO E MENSTRUAL DA MULHER
Hormônios envolvidos

FSH LH

Produzidos pela adenohipofise

Estimulada pelo hipotálamo

2
FSH: Atua no crescimento e desenvolvimento dos folículos até atingir a maturidade:
• Nesse período acontecerá a maior produção do estrogênio → hormônio que
vai atuar diretamente no endométrio→ camada mais interna do útero, onde o
mesmo será preparado para receber um possível embrião.
• O estrogênio vai atuar aumentando a camada do endométrio, fazendo o
espessamento e o nutrindo através de vasos sanguíneos.

LH: O LH estimula o rompimento do folículo já maduro para que ocorra a liberação


do óvulo:
• Ocorrendo então a formação do corpo lúteo (que com o tempo ira se degenerar)
que vai produzir progesterona → hormônio que irá continuar irrigando o
endométrio para receber o embrião.
• Se houver fecundação o endométrio estará preparado
• Se não houver ocorrera o sangramento (menstruação) ocasionado pela
descamação do endométrio.

Fonte: Google Imagens

ATENÇÃO A ANTICONCEPÇÃO

Oferta de informações, de aconselhamento, de acompanhamento clínico e de um


leque de métodos e técnicas anticoncepcionais, cientificamente aceitos, que não

3
coloquem em risco a vida e a saúde das pessoas, para homens, mulheres, adultos
(as) e adolescentes, num contexto de escolha livre e informada.

MÉTODOS CONTRACEPTIVOS:
• Métodos Reversíveis
• Comportamentais
• De Barreira
• Hormonais
• Métodos definitivos
• Esterilização cirúrgica

MÉTODOS COMPORTAMENTAIS:

Registro do primeiro dia da menstruação por 6


meses para a avaliação do período fértil, calcu-
Método Ognio–kanaus (tabelinha)
lando diferença entre o ciclo mais longo e o mais
curto.

Quando o LH induz a ovulação ele aumenta um


grau na temperatura corporal. Medição pode ser
Método da temperatura basal
feita oral, anal ou vaginal todos os dias para saber
qual dia estará fértil.

Verificação da presença de muco fluído e elástico


Método do muco cervical
característico do período fértil.

Retirada do pênis antes da ejaculação. Esse méto-


Coito interrompido do é bastante arriscado por possuir muita chance
de falha.

4
MÉTODOS DE BARREIRAS:

Substâncias químicas que inibem atividade ou


Espermicida
matam os espermatozoides

Não podem ser utilizados juntos pois pode causar


Preservativo feminino e masculino
atrito e danificar o material;

Pode ser utilizado até duas horas antes da relação


e deve ser removido no máximo de 6 a 8 horas
Diafragma após a última relação. Lavar com água e sabão,
secar e guardar em local seguro que não haja
contaminação;

ANTICONCEPCIONAIS:

Pílula combinada: 21, 22 ou 28 comprimidos. To-


mar no 1º dia do ciclo menstrual ou, até o 5º dia;

Orais
Progestogênio ou minipílulas: 28 a 35 compri-
midos (SEM INTERRUPÇÃO) nas lactantes iniciado
6 semanas após o parto.

Progestogênio: Uso trimestral, é indicado para


lactantes;
Injetáveis
Progestogênio + estrogênios: Uso mensal

5
MÉTODOS CONTRACEPTIVOS DEFINITIVOS:

Risco de vida para mulher ou futuro bebê


Ligadura das trompas e vasectomia
Aguardar 60 dias entre a manifestação da
vontade da cirurgia e sua execução

Fonte das imagens: Google Imagens

PARTE 2: DISFUNÇÕES SEXUAIS E VIOLÊNCIA CONTRA


MULHER

DISFUNÇÕES SEXUAIS
São problemas que ocorrem em uma ou mais fases do ciclo de resposta sexual (fase
do desejo sexual, excitação, orgasmo e resolução) por falta, excesso, desconforto
e/ou dor na expressão e no desenvolvimento dessas fases que se manifesta de
forma recorrente ou persistente.
Pode ser primária, com ocorrência na primeira experiência sexual ou secundária,
quando ocorre após prévia competência (BATISTA, 2014);
A sexualidade é uma temática que ao longo dos anos foi relegada e preterida,
mas impõe-se cada vez mais que esta seja alvo de investigação e de reflexão.
Tratando-se de uma necessidade humana essencial, os enfermeiros têm de
conhecer esta temática e ser capazes de abordá-la com os seus clientes de forma
natural (CHAVES, 2016);

Na maioria dos casos é causado por:


• Aspectos psicológicos: Tabus sobre a própria sexualidade, baixa autoestima,
fobias relacionadas ao ato sexual;
• Problemas no relacionamento: Brigas, desentendimentos, falta de intimidade,
dificuldade de comunicação;

6
• Problemas orgânicos: Uso de drogas ou remédios;
• Questões decorrentes de traumas: Devido a violências.

• Dor genital que ocorre durante a

Dispareunia relação sexual, mas também pode


acontecer antes ou após relação

• Grande retardo ou ausência de


Anargosmia orgasmo quando ocorre de maneira
persistente ou recorrente, após uma
fase normal de excitação sexual

•Contração involuntária, não desejada, da


musculatura da vagina que ocorre quando

Vaginismo a penetração é tentada ou quando a


mulher imagina que possa vir a ter um ato
sexual com penetração. A penetração
pode tornar-se imposivel ou
extremamamente dolorsa.

VIOLÊNCIA CONTRA MULHER


Questão de saúde pública, pois afeta a saúde individual e coletiva.
De acordo com a OMS:
• Metade das mulheres assassinadas é morta pelo companheiro, atual ou ex;
• A violência representa 7% de todas as mortes de mulheres entre 15 e 44 anos.

ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS


• Lei Maria da Penha – Lei n° 11.340/06: Triplica a violência doméstica como uma
das formas de violação dos direitos humanos. Altera o Código Penal e possibilita
prisão em flagrante e prisão preventiva decretada quando ameaçarem a
integridade da vítima;
• Aborto previsto em lei: Previsto no código penal. Permitido em casos de gravidez
secundária a estupro (aborto sentimental) e em casos de risco de vida para a
mulher (aborto terapêutico);

7
• Lei n° 10.778/03: Notificação compulsória no sistema de vigilância a saúde, no
território nacional, dos casos de violência contra a mulher, atendida em serviço
público de saúde.

IMPORTANTE!

Aborto:
Cabe ressaltar que não há direito de objeção de consciência em algumas situações
excepcionais:
1. Risco de morte para a mulher;
2. Em qualquer situação de abortamento juridicamente permitido, na ausência
de outro (a) profissional que o faça;
3. Quando a mulher puder sofrer danos ou agravos à saúde em razão da omissão
do (a) profissional;
4. No atendimento de complicações derivadas do abortamento inseguro, por se
tratarem de casos de urgência (NOGUEIRA, 2005).

Diferentes Formas de Violência:


• Física
• Sexual
• Psicológica

IMPORTANTE!

Segundo a Convenção Interamericana de Direitos Humanos, em 9 de junho de


1994, aconteceu no Pará a CONVENÇÃO INTERAMERICANA PARA PREVENIR,
PUNIR E ERRADICAR A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER.
Para os efeitos desta Convenção, entender-se-á por violência contra a mulher
qualquer ato ou conduta baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento
físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública como na esfera
privada.
Entende-se que a violência contra a mulher abrange a violência física, sexual e
psicológica:

a. ocorrida no âmbito da família ou unidade doméstica ou em qualquer relação


interpessoal, quer o agressor compartilhe, tenha compartilhado ou não a sua
residência, incluindo-se, entre outras formas, o estupro, maus-tratos e abuso
sexual;
8
b. ocorrida na comunidade e cometida por qualquer pessoa, incluindo, entre outras
formas, o estupro, abuso sexual, tortura, tráfico de mulheres, prostituição forçada,
sequestro e assédio sexual no local de trabalho, bem como em instituições
educacionais, serviços de saúde ou qualquer outro local; e
c. perpetrada ou tolerada pelo Estado ou seus agentes, onde quer que ocorra.

Atendimento a vítima deve incluir:


• Acolhimento, entrevista, registro da história, exame clinico e ginecológico,
exames complementares e acompanhamento psicológico;
• Considerar necessidades de encaminhamento para intervenções ou internação
hospitalar;
• Notificação dos casos de violência no Sistema de Informação de Agravos e
Notificações;

Violência Atendimento
sexual de urgência

IMPORTANTE!

A profilaxia de DST’s como a hepatite e HIV não são indicados em casos de


violência crônica e prolongada, como nos casos de crianças em que há tipos de
abusos diferentes da penetração vaginal, anal e oral.

Tratamento das DST’s virais:


• Recomendada em violência sexual com penetração anal ou vagina desprotegida
sofrida a menos de 72hrs.
• Penetração Oral com ejaculação;
• HIV até 72h após crime sexual; Contraindicado se for usado preservativo
durante o crime ou se for feito teste rápido no agressor com resultado negativo;
• Hepatite B pode ocorrer até 14 dias após a agressão em pessoas que ainda
não são imunizadas corretamente;

9
Tratamento DST’s não virais:
• Até 5 dias após o crime sexual, podendo ser postergada em casos excepcionais.

PENICILINA G BENZATINA2,4 milhões UI Profilaxia da sífilis Dose única IM


Profilaxia de gonorreia. Contra indicado em gestan-
OFLOXACINA 400mg Dose única VO
te e em menores de 18 anos.
AZITROMICINA 1g Profilaxia de clamídia e do cancro mole Dose única VO
METRONIDAZOL 2g Profilaxia da tricomoníase Dose única VO

PARTE 3: PREVENÇÃO AO CÂNCER DE MAMA

FORMAÇÃO:
As mamas são constituídas por tecido adiposo, conjuntivo e músculos. As mamas
são formadas por tecido glandular, também chamados de glândulas mamárias.

São glândulas cutâneas classificadas como


exócrinas (secretoras), especializadas na
produção de leite após a gestação. (SANTOS,
2018)
Possui sistema de ductos e lóbulos:
• Lóbulos: Produzem o leite materno;
• Ductos: Por onde o leite será transportado;
Fonte: Google Imagens

ANATOMIA DAS MAMAS:


1. Parede torácica
2. Músculos peitorais
3. Lóbulos mamários
4. Mamilo ou papila Divisão clinica feita em
5. Auréola quadrantes superior e
inferior
6. Ductos lactíferos
7. Tecido adiposo
8. Pele Fonte: Google Imagens

10
CÂNCER DE MAMA:

É o crescimento descontrolado de células da mama que adquiriram características


anormais (células dos lobos ou dos ductos), anormalidades estas causadas por
uma ou mais mutações no material genético da célula → Formam um tumor
(Instituto Oncoguia, 2016);

Processo geralmente lento, a proliferação da célula tumoral pode levar vários


anos até a formação de um tumor palpável → Quando instalada a doença a sua
capacidade de multiplicação é muito rápida, estimasse que duplica de tamanho a
cada 3 a 4 meses → Se não tratado pode desenvolver metástase.

As áreas mais comumente afetadas são:


ossos, pulmões e fígado.
Fonte: Google Imagens

CÂNCER DE MAMA NO BRASIL:


• Câncer mais frequente entre as mulheres no brasil – 22% dos casos;
• Quando diagnosticado de forma precoce tem 90% de chance de cura;
• Por ano são 12.000 mortes no Brasil;
• Em 2015 ocorreram 57120 novos casos de cancer de mama;

PROGNÓSTICO:
• Tem um prognostico relativamente bom, quando diagnosticado e tratado
oportunamente, porém no Brasil as taxas de mortalidade ainda são elevadas,
muito provavelmente por conta do diagnostico tardio.

11
Histórico
familiar
Idade > Nuliparari
50 anos dade

Gavidez
Menarca com mais
precoce Fatores de 30
anos
de
risco

Obesidad Etilismo
e

Sedentari Terapia
smo hormonal

PREVENÇÃO PRIMÁRIA:
• Hábitos saudaveis

MANIFESTAÇÕES CLINICAS MAIS COMUNS:


• Aparecimento de nodulo, geralmente indolor, duro e irregular.
• Alguns outros tumores podem ser de consistencia branda, globosa e bem
definidos
Dor

Descamaçã
o ou Outros Retração
ulceração
do mamilo sinais cutânea

Inversão
do mamilo

12
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS
Exame clinico das mamas:
• Finalidade de detectar anormalidades na mama ou avaliar sintomas referidos
por pacientes e assim encontrar cânceres da mama palpáveis num estágio
precoce de evolução;
• Realizado por um médico ou enfermeiro treinado para esta ação;
• Na presença de alterações serão solicitados exames complementares;
• Deve ser realizado em todas as mulheres ≥ 40 anos, com periodicidade anual;
• Deve ser realizado anualmente em mulheres ≥ 35 anos pertencentes a grupo
populacionais com risco elevado de desenvolver câncer.

Auto exame daz mamas:


• Recomendado como estratégia complementar;
• Quando a mulher conhece bem suas mamas e se familiariza com o que é normal
para ela, pode estar atenta a essas alterações e buscar o serviço de saúde para
investigação diagnóstica;
• Deve ser realizado uma vez por mês entre 3 a 4 dias após a mesntruação, ou
em uma data fixa todos os meses para as mulheres que não menstruam.

Mamografia:
• É a radiografia da mama que permite a detecção precoce do câncer, por ser
capaz de mostrar lesões em fase inicial, muito pequenas (de milímetros);
• Deve ser realizado em mulheres entre 50 a 69 anos, com intervalo máximo de
2 anos entre os exames;
• Deve ser realizado anualmente em mulheres ≥ 35 anos pertencentes a grupo
populacionais com risco elevado de desenvolver câncer;
• Os resultados do exame mamográfico são classificados de acordo com o Breast
Imaging Reporting and Data System (BI-RADS).
BIRADS SIGNIFICADO RISCODECÂNCERDEMAMA CONDUTA
0 Exame limitado - avaliação incompleta Não é possível estimar Necessita de exames adicionais
1 Exame normal Muito baixo Controle anual e prosseguimento das investigações
2 Alterações benignas Muito baixo Controle anual
3 Exame provavelmente benigno 2% Controle semestral por um período de tempo
4 Lesão suspeita para câncer 20% Avaliação por exame cito ou histopatológico
5 Lesão altamente suspeita para câncer 95% Avaliação por exame cito ou histopatológico
6 Lesão já com diagnóstico de câncer 100% Terapêutica específica para tratamento oncológico

13
ULTRASSONOGRAFIA
• Diagnóstico diferencial entre lesão sólida e lesão cística;
• Alterações no exame físico (lesão palpável), no caso de mamografia negativa
ou inconclusiva;
• Na jovem com lesão palpável;
• Nas alterações do exame clínico no ciclo grávido-puerperal;
• Na doença inflamatória e abscesso.

PARTE 4: PREVENÇÃO AO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO

COLO DO ÚTERO
• O colo do útero é a porção inferior do útero onde se encontra a abertura do órgão,
localizando-se no fundo da vagina. O colo do útero separa os órgãos internos
e externos da genitália feminina estando mais exposto ao risco de doenças e
alterações relacionadas ao ato sexual (Hospital do Câncer de Barretos, 2013);
• O colo uterino apresenta formato cilíndrico e possui uma abertura central
conhecida como canal cervical que liga o interior do útero à cavidade vaginal
(Hospital do Câncer de Barretos, 2013);
• É através do colo uterino que se dá a passagem do feto durante o parto vaginal
(Hospital do Câncer de Barretos, 2013);

DIVISÃO COLO DO ÚTERO


Parte interna Endocérvice e epitélio colunar simples É na zona de
Parte externa Epitélio escamoso e estratificado
transformação
que se localizam
Entre esses dois epitélios, encontra-se a junção esca-
mocolunar, que é uma linha que pode estar tanto na
JEC
ecto como na endocérvice, dependendo da situação
hormonal da mulher.
mais de 90%
das lesões
precursoras ou
malignas do
colo do útero. Fonte: Google Imagens

14
FATORES DE RISCO:

HPV

Uso Inicio
prolongado precoce da
de atividade
contracepti Fatores sexual
vos orais de
risco

Baica
condição Multiplicidad
e de
socioeconomi
parceiros
ca

CÂNCER DE COLO DE ÚTERO:


• Replicação desordenada do epitelio do revestimento do orgão;
• As células que compõem o colo uterino podem sofrer agressões responsáveis
por desencadear diversas alterações que a longo prazo podem produzir o
câncer do colo do útero;
• 3° tipo de câncer mais frequente nas mulheres no mundo;
• 1° mais incidente no norte do Brasil
• 2° no nordeste e centro-oeste
• 3° no sudeste e 4° no sul

MÉDIDAS DE PREVENÇÃO
• Prevenção das IST’s – HPV
• Atividade física regular
• Adoção de alimentação saudável
• Parar de fumar
• Habitos de higiene intima
• Evitar bebidas alcoólicas

15
Vacina HPV → papilomavírus 6, 11, 16 e 18
• Quadrivalente
• Meninas: de 9 a 14 anos, previnir contra câncer de colo de útero, vulvar, vaginal
e anal, lesões pre-cancerosas ou displásicas, verrugas genitais e infecções
causadas pelo HPV;
• Meninos: 11 a 14 anos, previnir os cânceres de pênis, colaborar com a diminuição
da incidência do câncer do colo de útero e de vulva nas mulheres;
• Mais eficaz em meninas que nunca tiverem relações sexuais, pois as mesmas
ainda não haveriam entrado em contato com o vírus.

Afecção progessiva → varia de 10 a 20 anos;


• Lesões pré-malignas levam muitos anos para se desenvolverem, são
denominadas neoplasia intraepitelial cervical (NIC);
• NIC - depende da proporção da espessura do epitélio que apresenta células
maduras e diferenciadas.
NIC 1 Desordenação 1/3 proximal da membrana Necessita de exames adicionais
NIC 2 Desordenação 2/3 proximal da membrana Controle anual e prosseguimento das investigações
Todas as camadas sem rom-
NIC 3 Desarranjo Controle anual
per membrana basal

MANIFESTAÇÕES CLINICAS:
• Crescimento lento e silencioso
• Fase pré-clinica, sem sintomas, com transoformações progressivas. Só
indentificada atraves do preventivo;
• Progressão lenta por anos antes de atingir estágio invasos da doença, quando
a cura se torna mais dificil. Nessa fase os sintomas são: sangramento vaginal,
corrimento e dor.

16
Periodicidade do exame citopatológico:
Interrompidos,
>25 anos após 64a, 2 ou
mulheres com até 64 anos mais negativos
consecutivos nos
atividade sexual ultimos 5 anos

após 2 exames intervalo entre


negativos os exames 3 anos

> 64 anos nunca realizar 2 com se ambos forem


após 2 exames intervalo entre
realizaram o intervalo de 1 a negativos,
3 anossão
negativos
exame os3exames
anos dispensados

Fonte: Google Imagens

Observação: Ectocérvice: coleta externa. Endocérvice: coleta interna. Em gestantes


é recomendado fazer a coleta apenas da ectocérvice.

PARTE 5: ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL: SEMIOLOGIA


OBSTÉTRICA I
DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ:
Suspeita:
• Atraso menstrual
• Náusea
• Suspensão ou irregularidade do uso do contraceptivo

17
Na consulta de acolhimento deve se avaliar o ciclo menstrual – DUM e atividade
sexual.

Atraso menstrual > 12 semanas Exame clínico

HCG urinário
> 15
Atraso menstrual > 12 dias
semanas Exame clínico
(teste rápido)

Sinais presuntivos (suposição):


• Amenorreia: ausência da menstruação;
• Náusea: mais comum pela manhã;
• Congestão mamária: aumento das mamas;
• Alteração da coloração das mamas;
Fonte: Google Imagens
• Polaciúria: aumento da frequência urinária.

Sinais prováveis (probabilidade):


• Aumento do volume uterino:
◊ Já palpável a partir da 12° semana de gestão
• Alteração da consistência do útero:
◊ Sinal de Hegar: maior elasticidade do istmo;
◊ Sinal de goodell: maior elasticidade do colo;
• Alteração da forma do útero:
◊ Sinal de Piskacek: assimetria do útero, onde o feto está se desenvolvendo
o útero fica mais acentuado (elevado);
• Sinal Nobile-Budin: a forma do útero deixa de ser piriforme e passa a ser
globoso. Toque bimanual onde não é sentida separação entre as partes da
vulva vaginal da mulher e o fundo do saco de Douglas;
• Sinal de Osiander: através do exame ginecológico, onde é possível sentir
pulsação da artéria vaginal

18
• Alteração da coloração:
◊ Sinal de jacquemier ou de chadwick: demonstram maior vasodilatação
tornando coloração vermelha/arroxeada na parte da vulva;
◊ Sinal de kluge: Mesma mudança de coloração, porém na região interna
do canal vaginal.

Sinais de certeza:
• Sinal de puzos: 14 semanas: através do toque bimanual
• Percepção de movimentos fetais: 18 a 20 semanas
• Palpação de seguimentos fetais
• BCF: 6 semanas → audível na US
◊ 12 → audível também no Sonar doppler;
◊ 20 a 22 → audível também no estetoscópio de pinard.

Valor de BCF normal: 120 a 160 bcf por min

Resultado positivo:
• Iniciar pré-natal no Psf com médico ou enfermeiro;
• Solicitar exames de adesão:
◊ Hemograma;
◊ Tipagem sanguínea e fator Rh
19
◊ Coombs indireto (se for Rh negativo)
◊ Glicemia em jejum
◊ Teste rápido de triagem para sífilis e/ou VDRL/RPR
◊ Teste rápido diagnóstico anti-HIV
◊ Toxoplasmose IgM e IgG
◊ Sorologia para hepatite B (HbsAg)
◊ Urocultura + urina tipo I (sumário de urina – SU, EQU)
◊ Ultrassonografia obstétrica
◊ Citopatológico de colo de útero (se for necessário)
◊ Exame da secreção vaginal (se houver indicação clínica)
◊ Parasitológico de fezes (se houver indicação clínica)
• Aconselhamento para a realização dos exames
• Cadastro no SISPRENATAL: Realização do cadastro da gestante, após
confirmada a gravidez, por intermédio do preenchimento da ficha de
cadastramento do SisPréNatal ou diretamente no sistema para os serviços
de saúde informatizados, fornecendo e preenchendo o Cartão da Gestante
(BRASIL, 2012);
• Intercalar consulta médica com consulta de enfermagem;
Consulta mensal Até 28° semana de gestação
Consulta quinzenal Da 28° até 36° semana da gestação
Consulta semanal Da 36° até 41° semana

• Encaminhar a maternidade
ATENÇÃO! NÃO existe alta de pré-natal – a alta só é recebida depois da consulta
de puerpério.
ATENÇÃO! O MÍNIMO de acompanhamento preconizado pelo Ministério da Saúde
é de 6 consultas.

20
PARTE 6: ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL: SEMIOLOGIA
OBSTÉTRICA III

EXAME FÍSICO CRÂNIO - CAUDAL:


• SSVV (sinais vitais)  Importante Verificar sinais de gravidez de risco
• Cabeça
• Pescoço
• Mamas
• Abdome (tipos)
◊ Palpação (manobras de Leopold);
◊ Ausculta de BCF;
◊ AU
• Membros
• Genitália
• Especular e toque

MODIFICAÇÕES DA MAMA
• Aumento do volume: Consequência da hipertrofia e das modificações que
gradativamente vão ocorrendo para prepara-la para gravidez (REZENDE,
2013);
• Hiperpigmentação da aréola primária;

• Rede da Haller: Aumento da circulação que


acompanha o desenvolvimento das mamas e
deixa a perceber uma trama de vasos venosos
na pele (REZENDE, 2013);

Fonte: Google Imagens

21
• Víbices: Presença de estrias que pode ocorrer nas mamas e no abdôme;
• Colostro: A partir da 16° semana;
• Sinal de Hunter: Aréola secundária menos pigmentada de limites imprecisos
(REZENDE, 2013);
• Tuberculo de Montgomery: Glândulas mamárias acessórias ou sebáceas
hipertrofiadas (REZENDE, 2013);

Fonte: Google Imagens

ALTERAÇÕES NA PELE:
• Sinal de Halban: Apresentação de pelugens:

Fonte: Google Imagens

• Teleangiectasias: Varizes nos membros inferiores;

Fonte: Google Imagens

22
• Linha Nigra e Melasma (colasma): Devido a maior pigmentação;

Fonte: Google Imagens

MODIFICAÇÕES NO APARELHO CARDIOVASCULAR:

Aumento Aumento Coração Aumento


da FC do DC Vasodilata Aumento
aumenta ção Hipotensã pressão volume
(10-15 (5/10l tamanho periférica o supina venosa plasmático
bpm) min) MMII

MODIFICAÇÕES NO SISTEMA URINÁRIO:

Elevação Aumento
do fluxo da taxa de Glicosuria
plasmátic filtração fisiologica
o renal glomerular

MODIFICAÇÕES NO SISTEMA ENDÓCRINO:


Manter a gravidez
PROGESTERONA Relaxar musculo liso
Acúmulo de gordura
Aumento dos órgãos genitais, útero e mamas
ESTRÓGENO Aumento da vascularização
Relaxamento articuladores (relaxina)

23
AVALIAÇÃO DO GANHO DE PESO GESTACIONAL:

Indicie de Massa Corporal (IMC) =

Peso (kg
Altura (m) x Altura (m)

IMPORTANTE!

• Gestantes muito acima do peso tem maiores riscos de distócias, diabetes,


hipertensão e cesariana;
• Gestantes com baixo peso possuem risco maior de parto prematuro.

PESO RECOMENDADO X ESTADO NUTRICIONAL:


Deverão ganhar entre 12,5 e 18,0 kg du-
Gestantes de baixo peso IMC ( <18 kg/m² )
rante toda gestação
Devem ganhar entre 11,5 e 16 kg durante
Peso adequado IMC ( 18 – 24,9 kg/m² )
toda gestação
Sobrepeso IMC (25,0 – 29,9 kg/m²) Devem acumular entre 7,0 e 11,5 kg
Obesas IMC ( > 30 kg/m²) Devem apresentar ganho em torno de 7,0 kg

PRESCRIÇÃO DE SUPLEMENTOS ALIMENTARES:


Ácido Fólico:
• Recomendado o uso durante todo o periodo gestacional;
• Dosagem: 400 mcg, solução oral de 0,2 mg/ml;
• O ácido fólico é indispensável na regulação do desenvolvimento normal de
células nervosas (CEZAR; LINHARES, 2016);
• Indispensável na prevenção de defeitos congênitos no tubo neural e na
promoção do crescimento e desenvolvimento normais do ser humano (CEZAR;
LINHARES, 2016);
• Tem importante papel na produção e manutenção de novas células, maturação
e formação de glóbulos vermelhos e brancos na medula óssea (CEZAR;
LINHARES, 2016);

24
Sulfato Ferroso:
• Uso: ao iniciarem o pré-natal, durante todo o período gestacional até o 3º mês
pós -parto ou aborto;
• Dosagem: 1 drágea de sulfato ferroso/dia (200 mg), que corresponde a 40 mg
de ferro elementar;
• A falta de ferro durante o período gestacional pode comprometer o
desenvolvimento cerebral do bebê e causar risco de anemia para a mãe;

Vitamina A:
• Uso: toda puérpera, no pós-parto imediato ainda na maternidade;
• Dosagem: megadose de 200.000 UI ( 1 cápsula VO);
• A vitamina A é essencial para a saúde da mãe e também para a saúde e
desenvolvimento do feto.

PARTE 7: CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL E DATA


PROVÁVEL DE PARTO:

CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL:


Os métodos para esta estimativa dependem da data da última menstruação

DUM
Métodos para ultilizar quando a DUM é Conhecida e certa:
• Gestograma
◊ É um instrumento desenvolvido pela Organização Pan-americana da
saúde que ajuda o enfermeiro ou médico no acompanhamento do pré-
natal, apresentando a data provável do parto, semanas gestacionais,
altura e contrações uterinas;
◊ Coloque a seta sobre o dia e o mês correspondentes ao primeiro dia e
mês do último ciclo menstrual e observe o número de semanas indicado
no dia e mês da consulta atual.

25
• Calendário
◊ Calendário comum;
◊ Some o número de dias do intervalo entre a DUM e a data da consulta,
dividindo o total por sete (resultado em semanas).

Quando a DUM é desconhecida mas se sabe o periodo do mês que ela ocorreu:
• Se o período foi no início do mês: Considere como data da DUM o dia 5;
• Se o período foi no meio do mês: Considere dia 15;
• Se o período foi no final do mês: Considere
dia 25.

Quando a data e o período da última


menstruação são desconhecidos:
• Inicialmente é medida da altura uterina
(Regra de Mc Donald) e toque vaginal,
além da informação sobre a data de
início dos movimentos fetais
• Regra de Mc Donald: Idade gestacional
é igual a altura uterina vezes 8 e dividido
por 7:
IG = AU x 8
7
Fonte: Google Imagens

IMPORTANTE!

Solicitar precocemente ultrassonografia obstétrica quando não for possivel


determinar a idade gestacional clinicamente.

CÁLCULO DA DATA PROVÁVEL DE PARTO (DPP)


Calcula-se a data provável do parto levando-se em consideração a duração
média da gestação normal (280 dias ou 40 semanas, a partir da DUM), mediante
a utilização do calendário.

26
Regra de Naegele Gestograma Regra de Whal

Regra Naegele:
• Consiste em somar 7 dias ao primeiro dia da última menstruação e subtrair 3
meses ao mês em que ocorreu a última menstruação (ou adicionar nove meses,
se corresponder aos meses de janeiro a março);
• Nos casos em que o número de dias encontrado for maior do que o número
de dias do mês, passe os dias excedentes para o mês seguinte, adicionando 1
(um) ao final do cálculo do mês.

Regra de wahl:
• Mesmo método da regra de Nagele;
• A diferença é que é especificamente para PRIMIGESTAS;
• Consiste em somar 10 dias ao primeiro dia da última menstruação e subtrair
3 meses ao mês em que ocorreu a última menstruação (ou adicionar nove aos
meses de janeiro a março)

Palpação Obstétrica:
Diagnosticar os desvios da
normalidade a partir da Identificar a
Identificar o
relação entre a altura situação e a
crescimento
uterina e a idade apresentação fetal.
fetal;
gestacional;

Manobra de Leopold:
Tem por finalidade a identificação da situação e a apresentação fetal por meio
de palpação obstétrica. É realizada em quatro tempos consecutivos e procura
localizar os polos cefálico, pélvico e o dorso fetal.

27
     1° tempo    2° tempo 3° tempo 4° tempo
Fonte: Google Imagens

SITUAÇÃO FETAL:
É a relação entre o maior eixo fetal e o maior eixo materno.

Fonte: Google Imagens

APRESENTAÇÃO FETAL:
É a primeira parte fetal que ocupa o estreito superior da pelve materna, enchendo-o
em sua totalidade, sendo capaz de transpor o maior diâmetro e no trabalho de
parto desenvolve movimentos determinados.

Fonte: Google Imagens

28
PARTE 8: CRITÉRIOS PARA ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL NA
ATENÇÃO BÁSICA E EXAMES SOLICITADOS
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO GESTACIONAL:
• Identificar pré-disposições da mulher que levem a um pré-natal de alto ou baixo
risco
• Objetivo de reduzir a morbimortalidade materno-infantil e ampliar o acesso
com qualidade
• Situação de risco não é diretamente relacionada a acompanhamento de pré-
natal de alto risco.

Fatores de Risco que permitem o pré-natal na Atenção Básica:


• Fatores relacionados às características individuais e às condições
sociodemográficas desfavoráveis:

Ocupação: esforço
Idade menor do que físico excessivo, carga
Situação conjugal
15 e maior do que 35 horária extensa,
insegura;
anos; exposição a agentes
físicos/químicos;

Condições Situação familiar IMC que evidencie


ambientais insegura e não baixo peso,
desfavoráveis; aceitação da gravidez, sobrepeso ou
principalmente obesidade.
adolescente;

Baixa escolaridade
(menor do que cinco Altura menor do que
anos de estudo 1,45m.
regular);

29
• Fatores relacionados à história reprodutiva anterior:
Recém-nascido com
Síndromes
restrição de
Macrossomia fetal; hemorrágicas ou
crescimento, pré-
hipertensivas;
termo ou malformado;

Intervalo interpartal
Cirurgia uterina
menor do que dois Nuliparidade e
anterior / 3 ou +
anos ou maior do multiparidade
cesarianas
que cinco anos;

ATENÇÃO!
Nuliparidade: Mulher que nunca pariu;
Multiparidade: Mulher que já pariu muitas vezes (mais de 5).

• Fatores relacionados a gravidez atual:

Ganho ponderal
Infecção urinária; Anemia.
inadequado;

IMPORTANTE!

Todos os fatores citados acima são considerados fatores de risco, mas não excluem
o atendimento pré-natal da mulher na atenção básica de saúde.

Exames complementares de rotina:


Exames de adesão citados acima nesse material
1° consulta ou até o 1° trimestre
(parte 5: Assistência ao Pré natal I);
- Teste de tolerância para glicose com 75g, se a glicemia
estiver de 85mg/dl ou se houver fator de risco (realize
2° trimestre este exame preferencialmente entre 24° e a 28° sema-
na);
-Coombs indireto (se for Rh negativo)

- Hemograma
- Glicemia em jejum
- Coombs indireto (se Rh negativo)
- VDRL
- Anti-HIV
3° semestre - Sorologia para hepatite B (HbsAg)
- Repita o exame de toxoplasmose se o IGg não for rea-
gente
- Urocultura + urina tipo I (sumário de urina)
- Bacterioscopia de secreção vaginal (a partir de 37 se-
manas de gestação)

30
Conduda pós exames:
EXAME RESULTADO CONDUTA
Solicitar o teste de Coombs indireto, se negativo, repeti-lo a cada 4 se-
Rh negativo e parceiro Rh positivo ou fator Rh des-
Tipagem sanguínea manas, a partir da 24ª semana. Quando o teste de Coombs for positivo,
conhecido
referir ao pré-natal de alto risco
Sífilis primária – tratar com penicilina benzatina. 2.400.000 UI
(1.200.000 em cada nádega em dose única, dose total 2.400.000 UI.
Sífilis recente (até 1 ano) – tratar com penicilina benzatina, 2.400.000
UI (1.2.000.000 UI cada nádega) repetir em uma semana, dose total
VDRL positivo
4.800.000 Sífilis tardia (1 ou mais anos de evolução ou de duração des-
Sorologia para lues (sífilis) conhecida) tratar com penicilina benzatina 2.400.000 UI (1.200.000 UI
em cada nádega) em 3 aplicações com intervalo de um semana, dose
total 7.200.000 UI.
Repetir exame no 3º trimestre e no momento do parto e em caso de
VDRL negativo
abortamento.
Realizar o aconselhamento pós-teste e encaminhar a gestante para o
Positivo seguimento ao pré-natl no serviço de atenção especializadda em he-
Sorologia para hepatite B paptites de referência
Teste negativo Realizar aconselhamento, vacinar e repetir após 3 meses.

PARTE 9: PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO: FATORES DE RISCO

PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO:


• Quando existe maiores risco para a vida ou saúde da mãe ou do recém nascido
• Ocorre em cerca de 10% das gestações

FATORES DE RISCO NA GESTAÇÃO:

Condições prévias

História reprodutora anterior

Gestação atual

31
Caratcteristicas individuais e condições sociodemográficas desfavoráveis
(condições prévias):
• Idade maior que 35 anos;
• Idade menor que 15 anos ou menarca há menos de 2 anos;
• Altura menor que 1,45m;
• Peso pré-gestacional menor que 45kg e maior que 75kg (IMC30);
• Anormalidades estruturais nos órgãos reprodutivos;
• Situação conjugal insegura;
• Conflitos familiares
• Baixa escolaridade;
• Condições ambientais desfavoráveis;
• Dependência de drogas lícitas ou ilícitas;
• Hábitos de vida – fumo e álcool;
• Exposição a riscos ocupacionais: esforço físico, carga horária, rotatividade de
horário, exposição a agentes físicos, químicos e biológicos nocivos, estresse.

História reprodutiva anterior:


Abortamento habitual;
• Morte perinatal explicada e inexplicada;
• História de recém-nascido com crescimento restrito ou malformado;
• Parto pré-termo anterior;
• Esterilidade/infertilidade;
• Intervalo interpartal menor que dois anos ou maior que cinco anos;
• Nuliparidade e grande multiparidade;
• Síndrome hemorrágica ou hipertensiva;
• Diabetes gestacional;
• Cirurgia uterina anterior (incluindo duas ou mais cesáreas anteriores).

GESTAÇÃO ATUAL:
1. Exposição indevida ou acidental a fatores teratogênicos.

32
2. Doença obstétrica na gravidez atual:
• Desvio quanto ao crescimento uterino, número de fetos e volume de líquido
amniótico;
• Trabalho de parto prematuro e gravidez prolongada;
• Ganho ponderal inadequado;
• Pré-eclâmpsia e eclâmpsia;
• Diabetes gestacional;
• Amniorrexe prematura;
• Hemorragias da gestação;
• Insuficiência istmo-cervical;
• Aloimunização;
• Óbito fetal.

3. Intercorrências clínicas:
• Doenças infectocontagiosas vividas durante a presente gestação (ITU, doenças
do trato respiratório, rubéola, toxoplasmose etc.);
• Doenças clínicas diagnosticadas pela primeira vez nessa gestação (cardiopatias,
endocrinopatias).

IMPORTANTE!

Agente teratogênico é todo agente físico, químico, biológico ou estado de deficiência


que, durante a vida embrionária, leva a alteração na estrutura ou função do feto
(TORALLES. et all, 2009);
Atenção! Atentar-se para remédios que possam exercer efeitos teratogênicos.

IMPORTANTE!

A incompetência istmo-cervical é a fraqueza primária (congênita) ou secundária


(adquirida), que ocorre como consequência a um trauma na região istmo cervical,
na junção do orifício interno cervical e o segmento inferior do útero (GOMES, 2012);

33
IMPORTANTE!

Aloimunização é a formação de anticorpos nas gestantes que possuem rh


negativo, cujos fetos expressam em suas células sanguíneas antígenos rh positivos
exclusivamente de origem paterna (BAIOCH; NARDOZZA, 2009);

IMPORTANTE!

Amniorrexe prematura é a ruptura das membranas ovulares antes do início do


trabalho de parto;

SEGUIMENTO DAS GESTAÇÕES DE ALTO RISCO:


A equipe de saúde que irá realizar o seguimento das gestações de alto risco deve
levar em consideração continuamente:
• Avaliação Clínica
• Avaliação Obstétrica
• Repercussões mútuas entre as condições clínicas da gestante e a gravidez
• Parto
• Aspectos emocionais e psicossociais

PARTE 10: PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO: SÍNDROMES


HIPERTENSIVAS NA GESTAÇÃO
Uma das
principais causas
de
morbimortalidade
materna e
perinatal

A doença que
Acomete 5% mais
a 10% das Hipertensão frequentemen
gestações te complica a
gravidez

Pa sistólica maior ou
igual a 140mmHg
e/ou diastólica maior
ou igual a 90mmHg

34
CLASSIFICAÇÃO DAS SÍNDROMES HIPERTENSIVAS DA GRAVIDEZ:
• HAS crônica: HAS observada antes da gravidez, ou antes da 20ª semana de
gestação, não se resolve até 12 semanas após o parto;
• Hipertensão gestacional: HAS que ocorre após a 20ª semana de gestação,
sem proteinúria. A PA pode se normalizar nas primeiras 12 semanas após o
parto ( transitória) ou pode persistir (crônica);
• Pré-eclâmpsia: HAS e PROTEINÚRIA (> 300mg/24h). Após 20ª semana de
gestação, em gestante previamente normotensa;

A presença de EDEMA ocorre em 80% das gestantes e ele é pouco sensível e


específico para diagnóstico de pré-eclâmpsia.
Portanto, o edema não é mais considerado critério diagnóstico da pré-eclâmpsia.

CLASSIFICAÇÃO DAS SÍNDROMES HIPERTENSIVAS DA GRAVIDEZ:


• Pré-eclâmpsia superposta à HAS crônica: Elevação aguda da PA, à qual se
agregam proteinúria, trombocitopenia ou anormalidades da função hepática
em gestantes portadoras de HAS crônica, com idade gestacional superior a 20
semanas;
• Eclâmpsia: Pré-eclâmpsia complicada por convulsões que não podem ser
atribuídas a outras causas.

CONDUTA NA PRÉ-ECLÂMPSIA:
• O tratamento definitivo da pré-eclâmpsia é a interrupção da gestação e a
retirada da placenta;
• Sugere-se que o tratamento seja instituído mais precocemente quando a PA for
> 150/100mmHg. Objetivo: Alcançar a PA sistólica entre 130 a 150mmHg e a
PA diastólica de 80 a 100mmHg.
• A prescrição de diuréticos é geralmente evitada;
porém, os tiazídicos, Os inibidores da enzima
conversora da angiotensina (IECAs) e os
bloqueadores dos receptores daangiotensina
(BRA) são contraindicados.

35
SÍNDROME HELLP:
Complicação grave de pressão arterial elevada durante a gravidez. Acomete entre
4 a 12% das gestantes com pré-eclâmpsia ou eclampsia;

Hemólise (hemolysis)

Elevação das enzimas


hepáticas (elevated
liver enzymes)

Plaquetopenia (Low
platelet count)

SINTOMATOLOGIA:
• Mal-estar
• Epigastralgia
• Dor no hipocôndrio direito
• Náuseas
• Vômitos
• Perda de apetite
• Cefaleia

CLASSIFICAÇÃO SINDROME DE HELP:


• Completa → 1,2mg/dL e/ou esquizócitos → TGO ≥ 70UI/L
• Incompleta → Apenas um ou dois acima presentes

36
TRATAMENTO:
Controle da PA:
• Tratar a pressão sistólica ≥ 150 mmHg;
• Manter a pressão diastólica entre 80-90 mmHg.

Prevenção das convulsões com sulfato de magnésio:


• Dose de ataque de 4-6 g por via EV seguida de dose de manutenção 1,5-4 g/h;
• Monitorar reflexos patelares e débito urinário;
• Infusão deve ser continuada por 48 h no puerpério.

PARTE 11: PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO: DIABETES


GESTACIONAL
Diabetes Melitus: → Doença metabólica crônica e caracterizada por hiper glicemia.
• É responsável por índices elevados de morbimortalidade perinatal, especialmente
macrossomia fetal e malformações fetais;

Classificação na gravidez:
• Diabestes gestacional: Diagnosticado durante a gravidez;
• Diabetes pré-gestacional: Tipo 1 ou tipo 2 que são prévias a gravidez.
Diabetes gestacional: → Intolerância à glicose que foi diagnosticada pela 1ª vez
ou se inicia na gestação, persistindo ou não após o parto;

Sintomas clássicos  4 P’s --> Poliúria (aumento da frequência urinaria) Polidpsia


(sede exagerada), Polifagia (aumento da fome) e Perda involuntária de peso.

Patogênese:
• Consequência da resistência aumentada à insulina que é característica da
gravidez normal;
• Incapacidade de secretar insulina em níveis necessários a demanda que é
máxima no 3º trimestre.

37
Fatores de Risco para DMG:
• Antecedente pessoal de diabetes gestacional;
• Idade igual ou superior a 35 anos;
• Hipertensão arterial crônica;
• Índice de massa corporal (IMC) >25kg/m2 (sobrepeso e obesidade);
• Ganho excessivo de peso;
• Suspeita clínica ou ultrassonográfica de crescimento fetal excessivo ou
polihidrâmnio;
• Antecedente familiar de diabetes mellitus (parentes de primeiro grau).

Rastreamento e diagnóstico da DMG:


• Rastreamento positivo: Gestante com nível de glicose plasmática de jejum
igual ou superior a 85mg/dL e/ou na presença de qualquer fator de risco para
o diabetes gestacional.

Esse rastreamento deve ser feito na


consulta de pré-natal nas unidades
básicas de saúde

• Diagnóstico positivo: Teste oral de tolerância a glicose → a partir da 14° semana


→ 1° é realizado o teste em jejum → depois ocorrera a ingestão de 75g de glicose
anidra em 250–300ml de água → Depois será realizado um novo teste após 2
horas da ingestão → Será determinada a glicose plasmática.

Se ela obtiver mais de 110 em


jejum e mais de 140 após ingestão:
será diagnosticada com diabetes
gestacional e encaminhada para pré-
natal de risco.

38
COMPLICAÇÕES FETAIS DA DMG:
Complicações
fetais

Macrossomia Neonatal Tardias

Distorcias no Obesidade
parto e lesões Hipoglicemia
Infantil DCV
no parto

MANEJO DO DIABETES NA GRAVIDEZ


• Dieta: O tratamento inicial consiste na prescrição de dieta para diabetes que
permita ganho adequado de peso de acordo com o estado nutricional da
gestante, avaliado pelo índice de massa corporal (peso/altura2) pré-gravídico.
• Atividade física: Gestantes sedentárias podem ser orientadas a iniciar um
programa de caminhadas regulares. Gestantes que já praticavam exercícios
regularmente podem mantê-los, evitando os de alto impacto.
• Insulinoterapia: Nas grávidas com diabetes gestacional, o tratamento com
insulina deve ser indicado se após duas semanas de dieta os níveis glicêmicos
permanecerem elevados.
• Controle glicêmico: Nas gestantes com diagnostico de diabetes gestacional,
o controle glicêmico deve ser feito com glicemias de jejum e pós-prandiais
semanais.
• Controle Obstétrico e Avaliação Fetal: A frequência do controle obstétrico
depende do grau de comprometimento materno e/ou fetal.
• Momento e via de Parto: As gestantes com ótimo controle metabólico e sem
intercorrências da gravidez podem aguardar a evolução espontânea para o
parto.
• Pós-Parto: Observar os níveis de glicemia nos primeiros dias após o parto, pois
a maior parte das mulheres com diabetes gestacional não requer mais o uso de
insulina.

39
IMPORTANTE!

• Os hipoglicemiantes orais são contra-indicados na gestação!


• Mulheres com diagnostico de diabetes gestacional podem inicialmente ser
monitoradas a cada duas semanas;
• É fundamental a orientação de retorno para avaliação a partir de seis semanas
após o parto, para que o estado de regulação da glicose seja reavaliado.

IMPORTANTE!

A hiperglicemia pode aumentar a incidência de doenças hipertensivas como a


pré-eclâmpsia na gravidez atual.

PARTE 12: HIV NA GESTAÇÃO

• No Brasil, estima-se que 0,4% (12.635) das gestantes sejam soropositivas para
o HIV;
• Transmissão vertical = Transmissão que ocorre da mãe para o feto/recém
nascido;
• No HIV a maioria dos casos de transmissão vertical ocorrem durante o trabalho
de parto e no parto propriamente dito e a minoria ocorre intraútero. Existindo
ainda o risco adicional de transmissão pós-parto por meio do aleitamento
materno;

Atenção! Mãe com HIV não podem amamentar.


AZT → Antirretroviral utilizado contra o HIV
Diminui em 70% o risco de transmissão vertical do HIV antes do parto.

40
Fatores de risco para transmissão vertical:
• Uso de drogas;
Fatores comportamentais:
• Prática sexual desprotegida.
• Carga viral;
Fatores virais:
• Genótipo e fenótipo viral.

• Duração da ruptura das membranas amnióticas;


Fatores obstétricos: • A via de parto;
• Presença de hemorragia intraparto.

• Estado imunológico;
Fatores maternos: • Presença de DST’s e outras co-infecções;
• Estado nutricional materno.

DIAGNÓSTICO E CONDUTA:
• Quando a mulher inicia o pré-natal sem ter realizado exames pré-gestacionais
o teste anti-HIV deve ser oferecido na primeira consulta de pré-natal
• O teste deve ser repetido no início do terceiro trimestre gestacional, após
consentimento e aconselhamento pré e pós-teste.
• A gestante HIV positiva deverá ser encaminhada ao pré-natal de alto risco/
Serviço de Atenção Especializada em DST/Aids (SAE).

DIAGNÓSTICO COM TESTE RÁPIDO:


• Resultado não reagente no teste rápido 1 (TR1) será definida como: “Amostra
Não Reagente para HIV”. Diagnóstico da infecção é concluído.
• Amostras com resultado reagente no TR1 deverão ser submetidas ao teste
rápido 2 (TR2).
• Amostras com resultados reagentes no TR1 e no TR2 terão seu resultado
definido como: “Amostra Reagente para HIV”, sem a necessidade de nenhum
teste adicional.

41
MANEJO ANTIRRETROVIRAL NA GESTAÇÃO:

Para gestantes que não possuem


indicação de tratar a infecção pelo HIV, já
que são assintomáticas e o dano
imunológico é pequeno ou ausente (LT-
CD4+ ≥ 350 céls./mm3).

Período de transmissão vertical do HIV

O início do esquema deve ser precoce, A profilaxia deve ser


após o primeiro trimestre, entre a 14ª e suspensa após o parto.
a 28ª semana de gravidez.

Mulheres que apresentam repercussão


clínica e/ou imunológica grave da
infecção do HIV, tratamento
Tratamento da infecção pelo HIV na independentemente da gravidez;
gestação qualquer idade gestacional.

Portanto, gestantes sintomáticas ou


assintomáticas com contagem de
LT-CD4+ ≤ 350 céls./mm3
apresentam critérios de início de
tratamento em qualquer idade
;gestacional.

Como Iniciar a TARV? →Terapia antirretroviral


Todas as gestantes, independentemente do tipo de parto, devem receber AZT
intravenoso (IV) desde o início do trabalho de parto ou pelo menos 3 horas antes
da cesárea eletiva, a ser mantido até o clampeamento do cordão umbilical.

RECOMENDAÇÕES OBSTÉTRICAS
Não há necessidade em isolar a paciente portadora de HIV;

Evitar que as gestantes portadoras de HIV permaneçam com a bolsa rota por
mais de 4 horas, ou em trabalho de parto prolongado.

Contra indicam-se procedimentos invasivos durante a gravidez, trabalho de


parto e parto

No parto vaginal, evitar episotomia;

Realizar o clampeamento imediato do cordão umbilical;

Aspirar delicadamente as vias aéreas do recém-nascido, evitando traumatismos


em mucosas.

42
ATENÇÃO PÓS PARTO:
• Imediatamente após o parto, lavar o recem nascido com agua e sabão;
• Orientar a gestante quanto ao preparo dos substitutos
• do leite materno e uso de medicações para suspender a lactação;
• Orientar a gestante quando ao uso de preservativo.

43

Você também pode gostar