Legado Da Idade Média para A Contemporaneidade

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LEGADO DA IDADE MÉDIA PARA A CONTEMPORANEIDADE

PRESERVAÇÃO DO LEGADO GRECO-ROMANO


Muito do que conhecemos hoje a respeito da Antiguidade clássica greco-romana deve-se ao empenho
e ao trabalho de centenas de monges copistas anônimos que, pacientemente, fizeram traduções,
copiaram obras antigas e preservaram os ensinamentos dos grandes filósofos gregos,
como Platão e Aristóteles. O latim, herança da civilização romana, era o idioma universal da Europa
Ocidental na Idade Média, e graças ao cultivo do latim foi possível preservar a literatura latina.

ORIGEM DOS IDIOMAS MODERNOS


Muitos dos idiomas modernos - como o português, o francês, o castelhano (espanhol), o alemão e o
inglês – tiveram suas origens a partir do contato entre o latim e as línguas faladas pelos povos bárbaros.
Grandes autores, bem como os trovadores medievais, acabaram por dar a forma básica a esses idiomas
modernos.

ORIGEM DO ENSINO SUPERIOR


As universidades do mundo de hoje, que são centros de ensino, pesquisas, descobertas científicas,
reconhecidas e valorizadas no mundo civilizado, são também instituições medievais. Nelas
concentravam-se os sábios da época, que preservavam os conhecimentos adquiridos, transmitiam os
resultados de seus estudos e tinham um público interessado em ouvi-los.
Deve-se a um pensador do século XIII, Roger Bacon (1214-1292), uma preocupação formal com o que
chamamos hoje de “método científico”. Bacon foi um dos pioneiros do “método experimental”. Achava
que a verdade sobre certos fatos deveria ser demonstrável por intermédio do experimento, e não
simplesmente porque uma autoridade afirmou que devia ser verdade. Defendia a experimentação no
lugar do “argumento de autoridade”.

ARQUITETURA E VIDA URBANA


De todas as manifestações que se podem classificar como técnico-artísticas, a Arquitetura, sem dúvida,
deve muito às soluções desenvolvidas na Idade Média.
As construções românica e gótica, além do seu aspecto estético, como belas e impressionantes
construções que podem ser admiradas até hoje, em várias regiões da Europa, foram maneiras de
resolver intrincados problemas de construção, de segurança, de durabilidade e de criação de ambientes
propícios aos homens.
A civilização em que vivemos hoje é tipicamente urbana. O mundo rural é dependente da vida urbana.
As origens do estilo e problemas enfrentados pela vida nas cidades derivam da Idade Média, pois,
naquele período, desenvolveram-se as primeiras instituições que davam autonomia a autogoverno às
cidades.

UTILIZAÇÃO EQUIVOCADA DO TERMO “IDADE DAS TREVAS”


“Idade das Trevas” foi o termo adotado pelos humanistas do século XVII, aonde generalizaram toda a
civilização da Europa do século IV ao século XV como um tempo de ruína e flagelo. Esta ideologia de
obscuridade das trevas é resultado de fatos e acontecimentos negativos ocorridos no longo período da
Idade Média, tais como, as guerras, as invasões bárbaras, as crises da agricultura, as epidemias, a
imposição da Igreja, a inquisição em relação aos hereges, a centralização da economia restrita aos
feudos, as desigualdades sociais, dentre outros aspectos, mas que não justificam criar uma terminologia
pejorativa para uma gigante e envolvente civilização que em contraste com esse lado negativo muito
criou, muito inventou e muito desenvolveu, lembrando que o período medieval é o carro chefe da
historiografia contemporânea.
Então empregar uma ideologia pejorativa a uma vã sociedade, é demonstrar preconceito, calúnia,
difamação e mais altamente uma insuficiência de conhecimento desta mesma, que conforme o
renomado historiador medievalista Jacques Le Goff, a Idade Média foi “... uma época que não foi de
trevas nem imune ao progresso; ao contrário, foi uma época fértil de invenções vitais e importantes ...”
.(LE GOFF, 2007, capa), aí nesta citação Le Goff trata a Idade Média de uma forma clara, objetiva e
“com os pés no chão”, aonde expõe suas ideias sem condenar qualquer coisa, afinal a função do
historiador é de compreender, e não de julgar o passado. Através de comparações de fontes de
diferentes linhas teóricas, e através do estudo, da pesquisa e da análise de várias fontes secundárias
proponho dissertar a Idade Média (dos séculos X ao XIII), visando mostrar o lento desenvolvimento,
porém grandioso, que de uma forma foi marcado pela fome, pobreza, miséria, doenças e todos os
obstáculos possíveis, mas que também levou a Europa a várias invenções e criações tendo um papel
de suma importância e fundamentação para a formação de uma alta sociedade, que refletiu também
nas novas sociedades modernas, aonde vários aspectos foram legados a nós contemporâneos,
conforme o historiador Hilário Franco Junior:

“(...) o período entre os séculos IV e XVI é tradicionalmente conhecido por Idade das Trevas, Idade da
Fé ou, com mais freqüência, Idade Média. Todos eles rótulos pejorativos, que escondem a importância
daquela época na qual surgiram os traços essenciais da civilização ocidental. Nesta, mesmo países
surgidos depois daquela fase histórica –caso do Brasil- têm muito mais de medieval do que à primeira
vista possa parecer. Olhar para a Idade Média é estabelecer contato com coisas que nos são ao mesmo
tempo familiares e estranhas, é resgatar uma infância longínqua que tendemos a negar mas da qual
somos produto. De fato, para o homem do Ocidente atual compreender em profundidade a Idade Média
é um exercício imprescindível de autoconhecimento (...)”.(FRANCO JUNIOR,2004, capa).

As criações do medievo (de aproximadamente dez séculos) atingiram um alto número, dentre elas estão:
os moinhos, a charrua, a pólvora, a plaina, o pisão, o arco triangular, os algarismos arábicos, a anestesia,
o anno domini, a árvore genealógica, os bancos, os botões, a bússola, o carnaval, o carrinho de mão,
as cartas de jogo, o cavalo como força motriz, o garfo, gatos como animais domésticos, a hora de
sessenta minutos, a lareira, os livros, o macarrão, a marca d´água, o óculos, os nomes das notas
musicais, o papai Noel, o papel, a prensa de tipos móveis, o purgatório, as roupas de baixo, o tarô, as
universidades, os vidros coloridos, o xadrez, o zero, o relógio, as cidades, as moedas, as feiras, a
cavalaria, os castelos, as cruzadas, o leme, o astrolábio, as ferraduras, a roda d’ água, o poço artesiano,
o estilo gótico(...), entre várias outras coisas, sendo que alguns dos itens inovadores já existiam na
antiguidade, só que não eram utilizados por falta de conhecimentos e técnicas.

O que definia a riqueza, o poder político e o poder social era a terra e a economia agrária, que são
fundamentados pelo modo de produção feudal2 (teve suas origens no século IV, com o
comitatus3 germânico e o colonato4 romano), no qual dividia a sociedade em classes, aonde era
efetivado o contrato de vassalagem entre um senhor (que entrava com o meio de produção, a terra) e
um camponês (que entrava com o serviço braçal). A agricultura do século X era pouco desenvolvida
devido aos instrumentos rudimentares e pela falta de técnicas, mudando esse contexto no século XI
com os progressos agrícolas e demográficos, aonde se denominou “revolução agrícola” por causa das
transformações positivas, sendo a agricultura influenciada pelos moinhos, pela charrua, pela enxada,
pela foice e pelo cavalo. No século XII foi empregada a utilização do adubo, em geral o esterco de vaca,
que era de alta poder aquisitivo na época.

A cidade medieval se afirma entre os séculos X e XIII, sendo inicialmente pequenos centros de trocas,
aonde firmaram os burgos (lugares fortificados), essas cidades tinham populações basicamente
bárbaras, que devido o processo evolutivo foram sendo separadas, tais como, os artesãos, os senhores
de terras, os reis, os bispos, os condes, os cônsules, a burguesia, os pequenos comerciantes, os
pedreiros, os rebocadores, os carpinteiros, os mineiros, os metalúrgicos, as domésticas e os intocáveis
ou minorias excluídas.

A Igreja do século XI não mantinha um bom desenvolvimento em relação ao cristianismo, ameaçando


assim a existência dessa instituição e da cristandade. O papa através da Igreja criou as cruzadas, que
consistia em servir a Deus, peregrinar, disputar a reconquista da terra sagrada e estimular a caridade
aos cristãos oprimidos, sendo que quem participasse era denominado monge guerreiro, e por ter
características de guerra (matança, pilhagens) ficou denominado Guerra Santa. Todos que participavam
das cruzadas eram pessoas que tinham a ideologia de se redimir dos pecados, defendendo ou visando
à libertação dos cristãos detidos, sendo que estes participantes tinham a terminologia de santos (os que
sobreviviam) e mártires (os que morriam), e nesse contexto de defesa e expansão do cristianismo surge
a Ordem dos Cavaleiros Templários, fundada em Jerusalém, em 1118, por nove cavaleiros, para
defender os peregrinos cristãos na Terra Santa durante as cruzadas.

As moedas surgem especialmente depois do avanço agrícola no século XI, pois são muitas mercadorias
no comércio, gerando uma alta circulação monetária, que também influenciou nas cruzadas, pois se
tornava mais viável levar uma quantia de moedas do que um navio de cevada. Assim o grande comércio
e o demasiado aumento demográfico foram o motor da expansão econômica monetária, a moeda
tornava-se cada vez mais necessária para efetuar pagamentos e trocas, sendo que esse crescimento
da economia monetária começou a substituir a economia natural, que resultou no enfraquecimento dos
senhores feudais que caracterizou a primeira crise do feudalismo no século XIV. Dentre as moedas
medievais encontravam-se de vários matérias, como ouro, prata, estanho e cobre (nem sempre puros),
aonde variavam de acordo com o local e soberano, sendo utilizadas com várias formas e estampas,
representando fatos, datas, pessoas, tais como, coroação, morte, ascensão, guerras, nascimento,
poder, local, imperador, príncipe e acontecimentos em geral.

É interessante destacar as relações entre as cruzadas, o crescimento econômico do século XI e a


expansão das cidades, que estão relacionadas de tal forma aonde cada fato vai surgindo e resultando
de um outro. As cruzadas são compostas por milhares de pessoas, que vão peregrinando de cidade em
cidade, e para custear os víveres destes cruzados são gastas enormes quantias de moedas em cada
cidade, nascendo desse contexto às feiras e gerando assim um grande crescimento econômico que vai
expandir as cidades transformando-as em importantes centros comerciais, aonde se destacam
principalmente Gênova, Veneza, Constantinopla, Paris, Montpellier, Limoges, Londres, Ratisbona,
Hamburgo, Colônia, Reims, dentre outras.

A Europa Ocidental medieval era rica em madeira, que permitiu um grande número de exportações de
carvalho (madeira de luxo na época) para o mundo muçulmano. Surge aí o descobrimento e a utilização
do ferro, que foi usado na maioria das vezes para a produção de ferramentas e para o armamento militar.
No século XIII foram criadas ferramentas de ferro para trabalhar toda essa abundância de madeira,
como por exemplo machados, trados e serras. O ferro foi utilizado também anteriormente para inovar
na agricultura, com a criação da enxó (enxada). O grande avanço sobre a madeira ocorreu quando f oi
substituída por pedras nas construções, em especial no desenvolvimento dos castelos.

As novas fontes de energia do século XIII trouxeram um certo nível de desenvolvimento para a Europa
medieval. Os moinhos inovaram muito, dentre eles estão: os moinhos de cânhamo (papel), moinhos
curtidores, moinhos de pisão (tecidos), moinhos de cerveja e moinhos de amolação. Outra grande fonte
de energia foi à criação anteriormente da atrelagem (XI) que pôs os animais como boi e cavalo a
trabalharem nas lavouras. Neste momento o boi foi considerado inferior ao cavalo, chegando a valer
dois bois por um cavalo, porém em Órleans o asno valia mais. Apesar das novas fontes energéticas
substituírem a energia humana, os trabalhadores prevaleceram em vários setores, como no transporte
de trigo e na navegação, que era utilizado remos manuais.

Os navios eram construções simplificadas e limitadas, existiam poucos nas frotas ocidentais.
Transportavam vários artigos, grãos, madeiras e especiarias em geral, as principais rotas foram: em
direção a Chipre e Armênia, a Flandres e a România. Em meados do século XIII foi introduzido o leme,
que tornou os navios mais fáceis de serem conduzidos. As navegações intensificaram-se no inverno
devido à criação da bússola (XIII-1280).

Os avanços tecnológicos de maior significância no campo “industrial’ foram: a criação da pólvora e das
armas de fogo (XIII), que revolucionaram as guerras; o vidro (XIII) aparece como industria, pois já era
conhecido na antiguidade, mas não era trabalhado, trouxe o desenvolvimento para cristandade, onde
era utilizado para formar os vitrais; a industria têxtil surge para fabricar os vestuários, geralmente os
técnicos e os inventores da idade média foram os artesãos. Um grande progresso comercial acontece
com o surgimento do câmbio, a troca de moedas. O centeio foi a mais inovadora semente desenvolvida
no período medieval, complementando a cadeia alimentar.
Tratando do desenvolvimento do período medieval é impossível deixar de fora a esplêndida instituição
que surgiu em fins do século XII e destacou-se principalmente no século XIII, sendo ela a universidade,
que marcou o renascimento urbano e o nascimento dos chamados intelectuais, sendo caracterizada por
defender os interesses das comunidades em geral, aonde constituiu vários aspectos políticos e sociais
sendo praticamente autônoma, porém prestava satisfação ao Estado e ao papa. A universidade era
composta por mestres, doutores e alunos, formando um local de produção de saberes, de pesquisas,
de questionamentos, de debates e de estudos específicos. Esta instituição utilizou o trivium (gramática,
retórica e dialética) e o quadrivium (música, geometria, matemática e astronomia) como estudo básico
para as faculdades oferecidas, tais como direito, artes, teologia e medicina, nos níveis de bacharelado,
licenciatura, mestrado e doutorado. A universidade foi formada em três tipologias: as universidades
espontâneas, que eram criadas por mestres e alunos, como por exemplo à universidade de Paris,
Bolonha e Oxford; seguindo tinham as universidades nascidas por migrações, tais como a de
Cambridge, em 1318, que nasceu por secessão da de Óxford, a de Orleans nasceu em 1306 pela de
Paris; e outro tipo de universidade era a criada por soberanos, como a de Nápoles, criada por Frederico
II, em 1224.

Essa instituição promoveu uma verdadeira revolução intelectual, que fez a sociedade desenvolver
através do conhecimento, do raciocínio e de influências greco-árabes, que não chegou ao povo
anteriormente graças a Igreja que triunfou apoiando-se na estagnação da “sociedade burra” educada
pelo monopólio da Igreja. Esse nascimento dos intelectuais firmou o florescimento de belas obras
culturais, tais como literatura, arte e música. Na literatura destacou-se as poesias em latim dos goliardos,
que demonstravam características revolucionárias em relação à sociedade medieval, aonde essa
“vagabundagem estudantil” demonstrava suas mentalidades sobre a sociedade, hora com aspectos
positivos, hora com ideologias negativas, conforme este poema:

“(...) Sou coisa ligeira


Como a folha que é joguete da tempestade.
...
6
Como o batel vogando sem piloto,
Como uma ave errante pelos caminhos do ar,
Não estou amarrado nem por âncora, nem por cordas.
...
A beleza das raparigas feriu o meu peito,
As que não posso tocar, possuo-as com o coração.
...
Censuraram-me, depois, pelo jogo. Mas assim que o jogo
Me deixa nu, com o corpo frio, o meu espírito aquece.
É então que a minha musa compõe as suas melhores canções.
Em terceiro lugar, falemos da taberna.
...
Quero morrer na taberna
Onde os vinhos estiverem perto da boca do moribundo,
Depois os corpos dos anjos descerão cantando:
...”(LE GOFF, 1984,pg.31).

Também de grande influência foi à contribuição dos gregos e dos árabes que entrou no ocidente através
dos interesses dos intelectuais tendo como via de passagem o comércio, nas feiras, através de
manuscritos, que foram traduzidos por vários poliglotas. Os complementos culturais principais foram: a
filosofia, a matemática, a astronomia, a medicina, a física, a lógica, a ética, a agronomia, a alquimia e
os seus respectivos métodos de utilização.
Seria o mundo medieval um inferno de misérias e obscuridade? Descobre-se o contrário onde o
desenvolvimento expandiu em enormes ramificações através de permanências e rupturas que
permeiam um campo muito além da ideologia de obscuridade imposta pelos humanistas modernos do
século XVII. Para uma suposta sociedade subdesenvolvida não cabem invenções geniais e de grande
repercussão, portanto a Europa ocidental medieval não foi uma idade de trevas nem imune ao
desenvolvimento, teve obviamente alguns aspectos negativos, que de um modo geral faz parte de
qualquer civilização em construção ou propriamente dita “pronta”, afinal no mundo contemporâneo é
notável civilizações com demasiados atritos e aspectos negativos, se não maiores do que nos dez
séculos do período medieval. O progresso medieval constituiu vários alicerces que resultaram nas
nações monárquicas da idade moderna, como a bela França, a Inglaterra, a Itália, a Alemanha, Portugal
e a esplêndida Espanha, que sem sombra de dúvida não existiriam sem a superestrutura formulada
pelos homens medievais, que por causa de suas necessidades muito inventaram e desenvolveram,
atingindo um alto nível de progresso, portanto o período entre os séculos IV e XV é sinônimo de uma
bela época.

REFERÊNCIAS

ANDERSON, Perry. Europa Ocidental. In: Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. São Paulo:
Brasiliense, 2001, pg. 139-204.

BURNS, Edward McNall.Alta Idade Média (1050-1300): Aspectos Religiosos e Intelectuais.In: História
da civilização ocidental: do homem das cavernas às naves espaciais. São Paulo: Globo, 2000, pg. 271-
306.

BURNS, Edward McNall. Alta Idade Média (1050-1300): Instituições Econômicas, Sociais e Políticas. In:
História da civilização ocidental: do homem das cavernas às naves espaciais. São Paulo: Globo, 2000,
pg. 237-270.

FRANCO JÚNIOR, Hilário. As estruturas sociais. In: A Idade Média: Nascimento do Ocidente. São
Paulo: Brasiliense, 2001, pg. 83-101.

FRANCO JÚNIOR, Hilário. As Motivações Psicológicas. In: As Cruzadas: Guerra Santa entre Ocidente
e Oriente. São Paulo: Moderna, 1999.

FRUGONI, Chiara. Invenções da Idade Média: óculos, livros, bancos, botões e outras inovações geniais.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2007.

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