História - Módulo 3
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História - Módulo 3
A arte gtica
Desenvolvimento urbano do sculo XII e XIII visto com alguma inquietao pela ortodoxia
catlica, adversa ao esprito aberto e cosmopolita sempre favorvel discusso e dissidncia
hertica. V com desconfiana o movimento cultural ligado ao ressurgimento das cidades com
Universidade na Europa Ocidental.
Mudanas histricas explicam a expanso do estilo gtico:
aumento da populao urbana que exige templos mais amplos e salubres.
Iniciativa das novas construes religiosas passa para as mos do clero subtraindo a
construo aos senhores feudais cujos limitados recursos impunham edificios mais
pequenos.
Aumento de poder das cidades aliadas da Igreja contra o poder excessivo de reis e
senhores.
Inovaes tcnicas importantes no gtico: ogiva, arco em ogiva, abbada de cruzamento de
ogivas arcobotantes, profuso luminosa no interior, profuso decorativa e artstica, opulncia e
luxo dos vitrais rosceas e frescos. Verticalidade e monumentalidade do edifcio.
Mutaes na expresso da religiosidade: mendicantes e confrarias
Dominicanos e franciscanos surgem como movimentos religiosos de interveno religiosa no
ambiente urbano. Misso evangelizadora que apela moral catlica e ao sentimento religioso e
piedoso para dominar a mentalidade urbana evitando os excessos do materialismo. Evitar a
descrena e apoiar os pobres e desvalidos.
Os dominicanos instalam-se nas cidades principalmente universitrias buscando o
confronto de ideias.
Os franciscanos assumem-se como modelos de simplicidade e de despojamento
recordando ao homem da cidade, cioso de riqueza e luxo a necessidade de no esquecer
os valores da moral crist e da mensagem original do cristianismo.
Confrarias como associaes laicas ou religiosas agrupadas em torno de um santo
protector com vista a desenvolver uma misso de beneficncia e entreajuda.
Corporaes como associaes de entreajuda de artfices que controlam os preos e a
produo. Determinam as hierarquias profissionais dominadas pelos mestres.
Expanso do ensino elementar; a fundao das universidades
Desenvolvimento das universidades impulsionado pela burguesia das cidades italianas que
exige uma preparao mais adequada dos seus filhos para assegurar a prosperidade dos
negcios das famlias.
Sinal de afirmao tambm da burguesia das cidades contra o poder ainda exagerado dos
senhores feudais com o apoio dos reis (caso de Portugal). Apoio da Igreja que procura sempre
manter intocvel o saber biblico e o primado das escrituras procurando a todo o custo impedir
as interpretaes alternativas mantendo o ascendente sobre os espritos.
Universidade como corporao de alunos e mestres. Lies em latim, lingua universal que
permite a circulao de estudantes entre as vrias universidades europeias usando o mtodo
escolstico de ensino, magister dixit, baseado nos sete saberes: Gramtica, Retrica e
Dialctica (Trivium), aritmtica, geometria, astronomia, msica (Quadrivium).
Saber sujeito a concepes de ordem e unicidade intelectual impede uma leitura directa das
obras dos antigos mas evitando com dificuldade crescente a polmica e a crtica.
Os seus contributos foram fundamentais no s para a cincia da poca mas tambm porque
deixaram para os vindouros uma srie de documentos e relatos, obras de anlise e
instrumentos aperfeioados que constituiram avanos nos domnios especializados da
matemtica, astronomia e geografia constituindo aquilo que se costuma designar por
experiencialismo.
Esse ter sido tambm um dos mais importantes contributos portugueses para a mentalidade
quantitativa que estava em curso na poca do Renascimento. Ao lado dos trabalhos de
Coprnico, Galileu, Keppler, os escritos pr-cientficos dos portugueses da poca da expanso
foram igualmente de grande importncia para a construo de uma metodologia de trabalho de
rigor e exactido assente na Matemtica e na Geometria mas tambm nas cincias da
natureza, com a revoluo cientfica a partir do sculo XVII.
Se a poca, sculo XV e XVI, no foi de cincia e rigor absolutos, esta foi mesmo assim uma
etapa necessria e prvia e os portugueses tiveram por isso um papel central na construo da
mentalidade cientfica europeia ocidental.
Afirmao das lnguas nacionais impulsionadas pela imprensa, relegando o latim para
segundo plano.
A Arte- imitao e superao dos modelos clssicos
a partir da Idade Mdia com a descoberta de obras de autores gregos e romanos na
Espanha e Sicilia muulmanas que ressurge um interesse acentuado pela antiguidade. Tal
situao corre paralela com o dinamismo urbano medieval que se verifica a partir da formao
das universidades medievais da Itlia, Frana e Flandres.
Escultura naturalista tambm libertando-se das paredes e nichos arquitectnicos tornase de novo arte autnoma que pe em evidncia o homem, o individuo e as suas qualidades
libertando-se de temas religiosos. Escultura equestre e busto recuperam importncia.
Mecenato
Mecenato em Portugal
Em Portugal, monarcas como D. Joo II, D. Manuel ou D. Joo III surgem como
mecenas das artes. Enriquecidos pelo comrcio martimo apoiam e protegem homens de letras
nacionais e estrangeiros, concedendo bolsas para estudo no estrangeiro ou encomendando
obras de arte ou a construo de edifcios que glorifiquem os seus reinados. A maioria dos
estudantes que saem do pas para conhecer a cultura europeia humanista e contactar com
sbios e pensadores da poca vo para Itlia e no para a Flandres j que as autoridades e
mecenas desconfiam do ensino ministrado no norte da Europa, mais prximo dos movimentos
protestantes.
Criado o Colgio das Artes em Coimbra em 1548 dirigido por Andr de Gouveia para
preparar os estudantes que iro para a Universidade. Mas os professores por si contratados
comeam a ser perseguidos e interrogados pela Inquisio e fogem de Portugal passando o
colgio a ser gerido pelos Jesutas retomando mtodos da escolstica medieval para combater
as ideias reformistas.
D. Miguel da Silva, bispo de Viseu mecenas do sculo XVI em Portugal foi dos homens
mais ilustres do pas agindo como um mecenas italiano. Apoiou intelectuais e artistas como
Vasco Fernandes (Gro Vasco) procurando disseminar a esttica renascentista no norte do
pas, menos influenciada pelo manuelino rgio.