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Filosofia

Conhecimento

Sujeito Relação Objeto


(Cognoscente (Conhecido)
)

Apreende

Tipos de Conhecimento
Gnoseologia= área da filosofia que estuda o conhecimento.
1º tipo de conhecimento

conhecimento que se refere a uma atividade “saber fazer”

Conhecimento Prático “Saber cozinhar”


“Saber nadar”

“Saber apertar os atacadores”

2º tipo de conhecimento

conhecimento que se refere a verdades “saber que”

Conhecimento de Verdades “Saber que Lisboa é a capital”


“Saber que 2+2=4”

“Saber apertar o triângulo tem 3 lados”


3ª tipo de conhecimento

conhecimento que se refere a contacto direto com um tipo de realidade

Conhecimento de Contacto “Conhecer o livro”


“Conhecer Paris”

“Conhecer o professor de filosofia”

Definição de Conhecimento
Definição tradicional de conhecimento recai sobre o conhecimento de verdades (proposicional),
elaborado por Sócrates e transmitida por Platão.
“O conhecimento é uma crença verdadeira e justificada. “

A crença é uma condição necessária ao conhecimento, pois não há conhecimento sem acreditar,
porém, não é suficiente, pois é necessário que não só se acredite em algo, como também que isso
seja verdadeiro.
Crença

Falsa Verdadeira

Justificada
A verdade e a justificação são também
condições necessárias para o
conhecimento, todas estas condições
Conhecimento
(crença, verdade e justificação) são
necessárias e conjuntamente suficientes.
Diferentes formas de justificação do conhecimento.
Justificação a priori:
- A justificação a priori envolve o raciocínio e a fundamentação do conhecimento sem depender
da experiência. Podemos chegar a uma crença verdadeira por meio da razão, sem a necessidade de
observações ou experiências.
É quando sabemos algo ao usar a nossa cabeça e raciocínio, sem precisar ver, tocar ou sentir. Por
exemplo, sabemos que 2 + 2 é igual a 4 porque faz sentido logicamente.

Justificação a posteriori:
- A justificação a posteriori, por outro lado, depende da experiência para fundamentar o
conhecimento. Isso significa que adquirimos conhecimento com base em observações e
experimentos.
É quando sabemos algo porque vimos, tocámos ou experimentámos isso. Por exemplo, sabemos que
a água ferve a 100 graus Celsius porque já vimos alguém a fazer isso.

Justificação a priori Faz sentido sem precisar de provas.

Justificação a posteriori É baseada em coisas que já experimentámos


ou vimos.

Objeções de Russel e Gettier


Edmund Gettier contestou a definição tradicional de conhecimento, apresentando
contraexemplos que visam mostrar que existe a possibilidade de as pessoas terem crenças
verdadeiras justificadas e apesar de isso não terem conhecimento.

Exemplos:
Caso de Gettier #1: O João recebe um e-mail do seu professor com a nota final de um exame.

O e-mail é autêntico e diz que o João tirou 95 na prova, logo o João acredita que ele obteve 95.

Mais tarde, descobre-se que o e-mail foi enviado por engano para o João, e sua nota real era 85.
O João tinha uma crença verdadeira (95), mas a justificação estava incorreta devido a um erro
no e-mail.
Caso de Gettier #2: A Maria, que olha para o relógio na parede da sua sala de aula.
O relógio está a funcionar perfeitamente, e Maria lê o horário como 14:00. Ela tem uma crença
verdadeira de que são 14:00 horas.
Desconhecido para a Maria, que o relógio parou exatamente às 2:00 da manhã e não está mais a
funcionar. O que ela viu no relógio foi apenas uma coincidência. Portanto, embora a sua crença
seja verdadeira, não é conhecimento porque a justificação é baseada em uma coincidência.

Contraexemplo de Gettier

Se podemos ter crenças verdadeiras justificadas acidentalmente então essas crenças não
equivalem a conhecimento. Sendo assim segundo Gettier a definição tradicional de conhecimento
não é correta visto que não temos todas as condições necessárias.

Bertrand Russell fez várias contribuições à filosofia, incluindo críticas e objeções ao conceito de
conhecimento. Uma de suas objeções mais conhecidas está relacionada à teoria do conhecimento
chamada "teoria do conhecimento empírico" ou "empirismo".

Objeções de Bertrand Russell

Problema da Indução: A ideia de que todo o nosso conhecimento parte da observação pode ser
problemática. Isto ocorre porque, se tirarmos conclusões a partir do que vemos, isso pode não ser
100% seguro, pois sempre haverá a possibilidade de vermos algo diferente no futuro que
contradiz o que pensamos saber.
Problema das Experiências Privadas: Ele também levantou a questão de que o que vemos e
experimentamos pode ser diferente para cada pessoa. Isso significa que pode ser difícil ter um
conhecimento que todos concordem, porque as nossas experiências individuais podem variar.
Problema da Indefinição: Russell questiona se podemos realmente definir claramente o que é uma
"experiência" ou uma "observação". Se não pudermos fazer isso, pode ser complicado confiar apenas
na observação como a única fonte de conhecimento confiável.
O problema da indefinição de Russell enfatiza a necessidade de definir claramente os termos e
conceitos usados na filosofia e na linguagem para evitar confusão e imprecisão.
Ceticismo
O ceticismo radical ou absoluto que se distingue do ceticismo moderado é uma corrente filosófica
que nega a possibilidade de conhecimento. Isto significa que mesmo que algumas das nossas
crenças sejam verdadeiras, não temos justificações suficientes para mostrar essa verdade, logo
não temos maneira de saber se são verdadeiras ou falsas.

Pirro de Élis

O conhecimento é impossível Ceticismo Pirrónico Ceticismo radical

Nega que há justificações suficientes As justificações são sempre falíveis


e insuficientes

O ceticismo radical é contraditório porque ao mesmo tempo que afirma que o conhecimento é
impossível, faz prova de que o conhecimento é possível ao afirmar categoricamente que é
impossível existir conhecimento.

O filósofo Sexto Empírico apresentou-nos argumentos que nos conduzem á duvida e que levam os
céticos à suspensão de juízo, isto é um estado de espírito que consiste em abster-se de julgar, ou
seja nem afirmar nem negar. Este estado conduz o sábio à ataraxia ou ausência de perturbação.

Argumentos dos Céticos


1ª argumento: Erros e ilusões de sentidos
- Há sensações e perceções distintas e até incompatíveis para diferentes pessoas ou para a
mesma pessoa em diferentes situações, não havendo assim possibilidade de distinguir o
verdadeiro e falso.
- Os objetos muitas vezes desencadeiam ilusões, ou seja, os sentidos são frequentemente
enganados, não existindo assim a possibilidade de decidir qual a verdadeira realidade dos objetos.
Exemplo: Parece-nos que o sol move quando na verdade é a Terra.
2ª argumento: Discordância e divergência de opiniões
- Existem entre especialistas opiniões divergentes e inconciliáveis acerca de vários assuntos e isso
torna impossível decidir entre uma ou outra, sendo preciso suspender o juízo sobre qual é
verdadeira ou falsa.
- Se existem crenças divergentes então nenhuma delas se encontra suficientemente justificada.
Exemplo: Em relação há existência de Deus, uns afirmam que Deus existe, outros negam a sua
existência, sendo impossível chegar a um consenso.

3ªargumento: Regressão infinita de justificações


- Os céticos defendem que as nossas crenças são justificadas com base em outras crenças, não
havendo crenças que se possam justificar a si mesmas.
- Assim ao tentarmos justificar a crença A recorremos à crença B, e ao tentar justificar a B,
recorremos à C, e assim sucessivamente, tornando-se um círculo vicioso.
Exemplo: A relva está molhada porque choveu, eu acredito que a chuva molha a relva porque a
água molha, eu acredito que a água molha pois eu sinto na minha pele quando me molho.

Argumentos dos Céticos

Não temos crenças Erros e ilusões de sentidos


justificadas

Discordância e divergência de opiniões

Regressão infinita de justificações

Ataraxia Conduzem á duvida e à suspensão de juízo


(imperturbalidade)
Fundacionalismo
O fundacionalismo é uma perspetiva segundo a qual o conhecimento deve ser concebido como uma
estrutura que se ergue através de fundamentos certos e seguros.
Essas crenças básicas são autoevidentes ou inquestionáveis e, portanto, não requerem
justificação adicional.

Neste caso como uma vez que a proposição em que se acredita é inferida de
outra dizemos que a justificação é inferencial.

Não-básicas Não são autoevidentes e são justificadas por outras.

Crenças

Básicas São autoevidentes e justificam-se a si mesmas.

Crenças básicas ou fundacionais suportam o sistema do saber, evitando


assim a regressão infinita de justificações.
Racionalismo

De acordo com o racionalismo, a razão (entendimento) é a fonte ou a origem principal do


conhecimento, defendendo que só através da razão se encontra um conhecimento seguro e
totalmente independente da experiência (conhecimento a priori).
Este conhecimento é obtido por intuição e raciocínio e a justificação que ele envolve não
depende da experiência. (conhecimento metafisico e moral).

Os racionalistas não negam o conhecimento a posteriori, esse conhecimento existe, mas é na razão
que se encontra o fundamento.

Inatismo Algum do nosso conhecimento é inato, possuímo-lo à nascença


exemplos Matemática básica; noções morais universais, leis da lógica;
noção de espaço e tempo e instinto de sobrevivência

Empirismo

Opondo-se ao racionalismo, o empirismo é uma teoria que considera a experiência a principal


fonte de conhecimento, negando a existência de ideias e conhecimentos e princípios inatos.
Nesse sentido todo o conhecimento do mundo tem de ser adquirido através da experiência.
Os empiristas aceitam que há verdades a priori, mas que estas são desinteressantes e nada nos
dizem acerca do mundo.

enfatiza que nossas crenças se baseiam no que vivenciamos


Empirismo
através dos nossos sentidos.
Descartes, a resposta racionalista

Descartes foi um filósofo racionalista que respondeu ao desafio dos céticos, ele considerava a
razão a fonte do conhecimento.
Procurou na razão o fundamento do conhecimento, encontrando esse fundamento será
possível superar os argumentos dos céticos (não existe conhecimento).

Método
O método- cujas regras são designadas por evidencia, análise, síntese e enumeração e revisão,
deverá guiar o espírito humano no exercício de duas operações fundamentais da razão, operações
que se encontram na base do conhecimento, que nos permite conhecer as coisas sem medo de errar,
a dedução e a intuição.

Representação da mente pura e atenta, tão fácil e distinta que


Intuição
nenhuma duvida nos fica acerca do que compreendemos

Encadeamento continuo de intuições, implicando de um


Dedução
movimento do pensamento, desde ideias simples até às
consequências necessárias
Dúvida Metódica
Descartes acreditava que deveríamos duvidar de todas as nossas crenças, a menos que fossem
indiscutíveis e certas. Ele usou a dúvida como um método para encontrar conhecimento sólido.

Da dúvida ao cogito
Verdade incontestável- a afirmação da minha existência

O cogito é uma afirmação evidente, uma certeza inabalável, obtida por intuição, de modo
inteiramente racional e a priori, sendo a primeira verdade a quem conduz os pensamentos por
ordem.
O cogito fornece assim o critério de verdade, que consiste na clareza e distinção de ideias.
Todas as crenças que sejam claras e distintas são verdadeiras.
Ideias claras e distintas são ideias evidentes para a razão.

O cogito impõe uma exceção a universalidade da dúvida, há pelo menos uma realidade da qual
não posso duvidar, a minha existência.

Características do cogito

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