Dissertação Com Ficha

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 82

0

UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA AFRO-


BRASILEIRA - UNILAB

DARRIELLE GOMES ALVES MORORÓ

EFETIVIDADE DA IRRADIAÇÃO ULTRASSÔNICA NO TRATAMENTO DE


FERIDAS EM PACIENTES ACOMPANHADOS NO SERVIÇO HOSPITALAR

ACARAPE
2018
1

DARRIELLE GOMES ALVES MORORÓ

EFETIVIDADE DA IRRADIAÇÃO ULTRASSÔNICA NO TRATAMENTO DE


FERIDAS EM PACIENTES ACOMPANHADOS NO SERVIÇO HOSPITALAR

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado em


Enfermagem da Universidade Internacional da
Lusofonia Afro-Brasileira. Como requisito para
obtanção do título de Mestre em Enfermegem.
Orientador: Prof° Dr. Thiago Moura de Araújo.

ACARAPE
2018
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
Sistema de Bibliotecas da UNILAB
Catalogação de Publicação na Fonte.

Mororó, Darrielle Gomes Alves.

M816e

Efetividade da irradiação ultrassônica no tratamento de feridas


em pacientes acompanhados no serviço hospitalar / Darrielle Gomes
Alves Mororó. - Redenção, 2018.
81f: il.

Dissertação - Curso de Mestrado Acadêmico Em Enfermagem,


Programa De Pós-graduação Em Enfermagem, Universidade da Integração
Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, Redenção, 2018.

Orientador: Prof. Dr. Thiago Moura de Araújo.

1. Ferimento e lesões - Tratamento. 2. Tratamento de feridas.


3. tecnologia em saúde - tratamento. 4. Irradiação Ultrassônica.
5. Tecnologia em saúde. I. Título

CE/UF/BSCL CDD 610.736


2
3

Ao meu amado avô paterno, Manoel Alves Ferreira


Neto, exemplo de força e amor. Vivo com a certeza
de que onde estiver, está feliz por essa minha
conquista. Eternas saudades.
4

AGRADECIMENTOS

Primeiramente à Deus, pela sua infinita bondade e por ser o mediador de toda minha vida e
protetor das minhas conquistas e alegrias.

Aos meus pais, pelo amor incondicional e por todo o apoio em todas as horas, sei o quanto
sempre torceram por mim.

A minha família e amigos que sempre torceram por mim.

A minha filha Maria Eduarda, por ter sido minha maior inspiração para sempre continuar.

Ao meu esposo Romário Guilherme, pelo companheirismo e atenção prestados a mim sempre,
sem nunca falhar. Sem sua ajuda eu não teria conseguido.

Ao meu irmão Hígor, pelo incentivo e apoio nas horas difíceis.

A minha queria irmã Gabriela. Sou grata por todo o companheirismo e parceria que sempre
tivemos em todos os momentos. Você foi minha maior incentivadora para hoje eu estar aqui.

Ao meu orientador, professor Doutor Thiago Moura, por ter sido sempre paciente e motivador
nessa caminhada.

Aos meus queridos colegas de mestrado, em especial ao Alysson, Tibelle, Mayra, Gesselena e
Conceição, que tanto foram importantes compartilhando momentos de alegria e de
aprendizado, sentirei saudades.

Aos queridos bolsistas do projeto de pesquisa, em especial a Vanessa e Allan, obrigada pela
ajuda nessa minha caminhada.

As minhas colegas de trabalho do Hospital e Maternidade José Martiniano de Alencar-


HMJMA, pela ajuda e apoio no período das aulas do mestrado.
5

RESUMO

As lesões de pele acometem a população de forma geral acarretando um problema de saúde


pública. A terapia ultrassônica tem sido preconizada como uma tecnologia coadjuvante no
processo de cicatrização de feridas devido seus predominantes efeitos atérmicos
potencializando a imersão das tecnologias no processo do cuidado em saúde fazendo-se cada
vez mais presente na prática da enfermagem. O estudo teve como objetivo avaliar a
efetividade da irradiação ultrassônica como uma tecnologia em saúde no processo de
cicatrização de feridas de pacientes em atendimento hospitalar na cidade de Aracoiaba/CE.
Trata-se de um estudo de avaliação tecnológica em saúde da intervenção com a irradiação
ultrassônica de baixa intensidade por se tratar da sua utilização em tecidos superficiais com
delineamento antes e depois da intervenção, alinhado ao desenho metodológico longitudinal
com o acompanhamento das lesões na aplicação do ultrassom. A população do estudo foi
constituída por pacientes com lesões de pele em membros inferiores internadas e/ou
acompanhadas na unidade hospitalar no primeiro e segundo semestre de 2017. A intervenção,
aplicação do ultrassom, foi realizada de forma não aleatória e por conveniência temporal,
sendo os pacientes avaliados em dias alternados. Foram analisadas as variáveis: área da lesão
(em cm2), características clínicas dos pacientes, características da ferida e abordagem
terapêutica utilizada pela equipe. Respeitado os aspectos éticos com a CAEE: 1.049.373.
Foram avaliados 14 pacientes com um total de 17 lesões, a maioria pé diabético (35,3%) e
lesão por pressão (29,4%). Houve predomínio do sexo masculino, pardos e analfabetos e uma
média de idade de 59,9 anos. A média da área das feridas eram inicialmente 64,18 cm 2, 43,65
cm2, na quinta avaliação e 27,18 cm2 da décima avaliação com o uso do ultrassom. Houve
diferença estatística na redução da área das lesões, da avaliação inicial para a quinta aplicação
do ultrassom (t=2,89) e da quinta aplicação para a décima (t=3,32). A dor houve melhora de
18,8% antes da intervenção para 62,5% depois da intervenção. A cicatrização total da lesão
ocorreu duas feridas. Concluímos que a intervenção com o ultrassom para tratamento de
feridas acelerou o processo de cicatrização, com ênfase na melhora da dor no local da lesão.
Descritores: ultrassom; feridas; tecnologia em saúde; tratamento.
6

ABSTRACT

Skin lesions affect the general population, leading to a public health problem. Ultrasonic
therapy has been advocated as a supporting technology in the wound healing process due to
its predominant atheric effects, enhancing the immersion of technologies in the process of
health care, becoming increasingly present in nursing practice. The objective of this study was
to evaluate the effectiveness of ultrasonic irradiation as a health technology in the healing
process of patients' wounds in hospital care in the city of Aracoiaba / CE. It is a study of
health technological evaluation of the intervention with low-intensity ultrasonic irradiation
because it is used in superficial tissues with a design before and after the intervention, in line
with the longitudinal methodological design with the follow-up of the lesions in the
application of the ultrasound. The study population consisted of patients with skin lesions on
the lower limbs hospitalized and / or accompanied at the hospital unit in the first and second
half of 2017. The intervention, ultrasound application, was performed in a non-random
manner and for temporal convenience, being the patients evaluated on alternate days. The
following variables were analyzed: area of injury (in cm2), clinical characteristics of the
patients, characteristics of the wound and therapeutic approach used by the team. Respecting
the ethical aspects with the CAEE: 1.049.373. We evaluated 14 patients with a total of 17
lesions, most of them diabetic foot (35.3%) and pressure injury (29.4%). There was a
predominance of males, pardos and illiterates, and a mean age of 59.9 years. The mean area of
the wounds was initially 64.18 cm2, 43.65 cm2, in the fifth evaluation and 27.18 cm2 of the
tenth evaluation with the use of ultrasound. There was a statistical difference in the reduction
of lesion area, from the initial evaluation to the fifth ultrasound application (t = 2.89) and
from the fifth application to the tenth (t = 3.32). The pain improved 18.8% before the
intervention to 62.5% after the intervention. The total healing of the lesion occurred two
wounds. We conclude that the intervention with the ultrasound for wound treatment
accelerated the healing process, with emphasis on the improvement of pain at the lesion site.

Keywords: ultrasound; wounds; health technology; treatment.


7

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ………………………………………………………………..…… 8
1 INTRODUÇÃO ………………………………………………………………………. 9
2 JUSTIFICATIVA ……………………………………………………………………. 15
3 REVISÃO DE LITERATURA ……………………………………………………… 17
3.1 Tecnologias no contexto da saúde ………………………………………………... 17
3.2 O enfermeiro e o cuidado com as feridas …...…………………………………….. 19
3.3 O cuidado em caúde no tratamento e prevenção de lesões de pele nos países da
Lusofonia Afro-Brasileira ……………………………………………………………... 22
3.4 O Ultrson de baixa frequência……………………………………………………... 25
4 OBJETIVOS ………………………………………………………………………..… 28
4.1 Objetivo Geral ……………………………………………………………………... 28
4.2 Objetivos Específicos ………………………………………………………………. 28
5 MATERIAIS E MÉTODO ………………………………………………………….. 29
5.1 Tipo de Estudo ……………………………………………………………………... 29
5.2 População/Amostra e Período da Pesquisa ………………………………………. 30
5.3 Instrumentos de Coleta de Dados …………………………………………………. 31
5.4 Intervenção …………………………………………………………………………. 32
5.5 Organização e Análise dos Dados …………………………………………………. 34
5.6 Aspectos Eticos ……………………………………………………………………... 34
6 RESULTADOS ………………………………………………………………………. 35
7 DISCUSSÃO ………………………………………………………………………….. 44
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ……………………………………………………....... 53
REFERÊNCIAS ………………………………………………………………………... 54
APÊNDICES 65
ANEXOS 73
8

APRESENTAÇÃO

O interesse pelo desenvolvimento desse estudo se deu pela percepção, enquanto


profissional de enfermagem, de evidências visíveis com relação ao uso de algumas
tecnologias no cuidado em saúde, acarretando, assim, uma melhora na qualidade da
assistência e efetiva recuperação do cliente. Nesse contexto, percebeu-se também que muitos
profissionais da saúde não têm conhecimento efetivo sobre a importância do uso de
tecnologias em sua área de atuação.
Diante dos avanços no campo da enfermagem, a regularização e reconhecimento do
processo de enfermagem e da sistematizaçlão da assistência no que diz respeito ao cuidar, ao
caráter assitencial, e em meio à imersão das tecnologias no setor da saúde para um melhor
aporte teórico- prático nas ações e intervenções no processo do cuidar das feridas, foi iniciado
o presente estudo, almejando contribuir para um melhor e mais acurado desenvolver de
técnicas e ações práticas no que se relacionar com uso da terapia ultrassônica de baixa
frequência para a cura de lesões de pele.
A dissertação é composta por introdução, objetivos, desenho metodológico, uma breve
revisão de literatura, apresentação dos resultados em forma de tabelas e figuras, discussão e
conclusão, seguindo o rigor ético da pesquisa e ainda referências utilizadas descritas no final.
Foi iniciado e colocado em processo de desenvolvimento fundamentado em conhecimenbto
teórico-prático. Contem considerações e implicações relevantes para a enfermagem e para
ajudar no processo de cura e prevenção de lesões de pele, trazendo à tona uma nova terapia de
tratamento ainda não muito utilizada por enfremeiros, mas que contem resultados implicatntes
no processo de redução e cicatrização da lesão.
O presente trabalho ainda aborda a importância do uso de tecnologias na área da saúde
com a finalidade de aprimorar a qualidade da assitência e programar meios de redução de
danos às pessoas com lesões de pele, bem como permite uma alternativa e inovadora forma de
tratamento de feridas mediante suas caracteriscas e complexidades.
9

1 INTRODUÇÃO

Mesmo com os inúmeros e relevantes avanços no processo do cuidar da saúde de


pacientes com feridas, estes ainda se fazem protagonistas em meio às causas de
morbimortalidade, impactando diretamente na qualidade de vida desses pacientes e pessoas
do seu convívio familiar, ocasionando problemas sociais e econômicos, principalmente pela
piora ou complicação clínica e aumento do risco de infecções, o que causa, assim, um maior
tempo de internação e elevação dos custos (ARAÚJO et al., 2016; LIPSKY et al., 2012).
Com o aumento da expectativa de vida da população mundial, houve também um
crescimento das doenças crônico-degenerativas, com destaque para as úlceras, as quais estão
associadas a esses agravos. Independentemente da sua etiologia, podem apresentar-se como
lesões graves com prejuízos para as camadas da pele, podendo atingir tecidos subjacentes,
facilitar complicações e como consequência, aumentar ônus para o sistema público de saúde,
visto a média de tempo de cicatrização que em 46,7% dos pacientes, demora até doze meses e
em 14,2% pode chegar a dez anos (GOMES et al., 2017).
As lesões cutâneas comumente associam-se a traumas mecânicos, físicos e químicos,
infecções agudas ou crônicas, afecções vasculares, sanguíneas ou até mesmo a alterações
neurotróficas, interferindo na função fisiológica da pele, que é a de proteção, percepção
sensitiva e termoregulação. Assim, qualquer agravo que comprometa tais funções, pode
tornar-se um dano potencial e facilitar a ocorrência de feridas (LIMA; SAAR; BORGES,
2008).
Ferimentos crônicos têm um impacto negativo na vida diária de mais de 4 milhões de
indivíduos na união europeia, bem como os 1,5 – 2,0 milhões que, segundo dados prevalentes,
vivem com feridas. No Brasil, com o passar dos anos, vem aumentando o quantitativo de
indivíduos acometidos por lesões de pele, principalmente em membros inferiores, devido a
um tratamento inadequado de doenças crônicas, principalmente diabetes e hipertensão
arterial, isso resulta custos relevantes para a saúde pública (ALVES; AMADO; VIERA,
2014).
As feridas acometem a população de forma geral podendo ser considerado um
problema de saúde pública, pois o seu aparecimento independe de sexo, idade ou etnia podem
chegar a um considerável número de pessoas com alterações na integridade da pele. Mesmo
diante da escassez de registros acerca do assunto, o surgimento dessas feridas onera gastos
públicos tornando-se um fator que influencia negativamente a qualidade de vida dos usuários
do sistema de saúde (MORAIS; OLIVEIRA; SOARES, 2011).
10

Diante dos prejuízos relacionados à qualidade de vida das pessoas com ferimentos,
vale ressaltar que tais prejuízos não se limitam somente á lesão em si, mas sim a todos os
processos os quais são prejudicados por essa condição como: dificuldade de locomoção,
restrição do convívio social, bem como o aparecimento de dificuldades para desenvolver as
suas atividades de vida diária. Com isso, ressalta-se a necessidade de novos mecanismos de
ações estratégicas que objetivem uma melhoria do estado geral do paciente, tendo em vista
redução de danos e menor tempo de cicatrização (SELL et al., 2015).
A avaliação das condições clínicas do indivíduo com feridas pode ser realizada pelo
processo de enfermagem e instrumentos de avaliação específicos para lesões, com base na
metodologia da assistência, capaz de considerar o sujeito em sua singularidade e não somente
um olhar direcionado para a lesão. O histórico de enfermagem é essencial para registro de
variáveis que estejam relacionadas à ferida, seguido do diagnóstico e do plano de cuidados, o
qual envolve a pessoa acometida pela ferida como também sua família e comunidade,
envolvendo toda a rede de atenção na integralidade do cuidado (DUARTE; ALMEIDA;
MENDEZ, 2014).
Ainda para Duarte, Almeida e Mendez (2014), com relação aos cuidados mediante o
processo de enfermagem, a intervenção torna-se uma etapa fundamental nas ações de cuidado
e manejo da ferida. As anotações na evolução de enfermagem, que é a última etapa do
processo, são cruciais para a continuidade do cuidado, especialmente quando são envolvidos
vários profissionais, portanto é imprescindível descrever a circunferência da lesão,
profundidade, presença e tipos de secreções, bem como outras observações.
A sistematização da assistência da enfermagem é aplicada mundialmente no processo
do cuidar de feridas, priorizando o bem-estar e a qualidade de vida do paciente, através de um
processo de trabalho embasado no conhecimento e no avanço tecnológico, obtendo uma
agilidade na fomentação de protocolos e tecnologias para cuidar dessas lesões, onde se tem
resultados satisfatórios e um eficiente auxílio terapêutico (ROCHA; ALEXANDRE; SILVA,
2016).
Com uma visão global da assistência ao paciente, a equipe de enfermagem identifica,
avalia, previne e trata agravos a saúde relacionada a feridas. Sabe-se que as lesões de pele
podem apresentar origem endógena e exógena, contudo cabe ao enfermeiro avaliar e iniciar
protocolos de atendimentos juntamente com a sistematização da assistência de enfermagem
(SILVA, et al., 2012; DEALEY, 2008).
As lesões de pele podem se apresentar como: lesões mecânicas, laceradas, químicas,
térmicas, lesões por eletricidade, por radiação, incisas, contusas, perfurantes, ulcera arterial,
11

pé diabético, úlcera por pressão, ulcera venosa, lesões oncológicas, fistulas, ulceras
vasculogênicas, lesão de escalpelamento do couro cabeludo, lesões de psoríase vulgar (doença
autoimune) e esclerodermia (GEOVANINI; OLIVEIRA JUNIOR, 2010).
No tocante à relevância clínica das lesões de pele, podem ser citados alguns aspectos
importantes relacionados à complexidade do cuidado com as feridas como, por exemplo: área
lesionada, o estado clínico do sistema tegumentar e outros sistemas orgânicos envolvidos
(SMANIOTTO et al., 2010).
Mediante o contexto, podem ser citadas alguns tipos de lesões às quais se relacionam
com a complexidade da prática clínica do cuidado: as queimaduras, com uma incidência
relacionada a aspectos culturais de cada época, lesões traumáticas, lesões por pressão, estas
incidentes em até 62% dos pacientes críticos em unidades de terapia intensiva, úlceras por
hipertensão venosa (correspondentes a 80 a 90 % das úlceras em extremidades), feridas em
membros inferiores de pessoas com diabetes, que representam de 40% a 60% das amputações
traumáticas, cada uma com sua estimativa, além das feridas ocasionadas pelo processo
terapêutico da radioterapia (AGREDA; BOU, 2012).
A assistência de enfermagem relacionada ao tratamento e prevenção de feridas ganhou
força com a realização de pesquisa e construção de novos protocolos assistenciais,
principalmente com a busca por uma melhor qualidade no ensino. Um estudo internacional
identificou as prioridades de investigação para tratamento de feridas, onde 80% dos
respondentes eram enfermeiros, tudo isso associado ao avanço tecnológico atual no qual
embasa a assistência do profissional (ALVES; AMADO; VIEIRA, 2014).
Dentro dos problemas identificados nos níveis de atenção á saúde, encontram-se as
úlceras crônicas nos membros inferiores, o pé diabético e as feridas cirúrgicas, onde esses
pacientes são acompanhados na atenção básica e encaminhados também ao serviço hospitalar
quando necessário (CARNEIRO; SOUSA; GAMA, 2010).
No ambiente hospitalar, o enfermeiro promove a saúde dos pacientes cuidando de
lesões relacionadas a cateteres, drenos, lesões por pressão, entre outras. As lesões em
membros inferiores podem ser o foco do cuidado e o motivo da internação hospitalar como:
úlceras vasculogênicas, erisipela e pé diabético (DANTAS; TORRES; DANTAS, 2010).
Dentre as principais lesões atendidas na atenção hospitalar, as quais necessitam de
acompanhamento para diminuição dos riscos de complicação, estão as lesões por pressão,
que tiveram sua nomenclatura modificada de úlcera para lesão em 2016, pela National
Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP) onde membros da Associação Brasileira de
Estomaterapia - SOBEST e da Associação Brasileira de Enfermagem Dermatologia -
12

SODENDE, fizeram a tradução do documento a fim de contribuírem para um melhor


entendimento e assistência. A nova expressão descreve de forma mais precisa esse tipo de
lesão, tanto na pele intacta como na pele ulcerada (SOBEST, 2016).
No contexto dos ferimentos que requerem cuidados direcionados, citamos o pé
diabético, o mesmo faz parte de um grupo de lesões que necessitam de um cuidado específico,
muitas vezes no âmbito hospitalar, ademais por se tratar de uma lesão consequente de um
agravo crônico de saúde. O SisHiperdia mencionou em uma pesquisa iniciada em 2002 que,
diante de 1,6 milhões de casos registrados, 4,3% apresentam complicações de pé diabético
com amputação prévia em 2,2% dos casos (TEIXEIRA; BALDUINO, 2014).
Esse ferimento é definido como uma condição patológica com destruição dos tecidos
moles associados a alterações neurológicas e vários graus de doença arterial periférica nos
membros inferiores, que favorecem a perda da continuidade da pele, infecções locais e até
mesmo risco de amputação. Segundo alguns estudos, proximadamente 25% das pessoas com
diabetes apresentam, em algum momento, patologias nos pés sendo causa frequente de
hospitalização e uma das causas do aumento do tempo de internação (TEIXEIRA;
BALDUINO, 2014).
Outro tipo de lesão impactante nesse contexto é a ùlcera venosa a qual demarcam entre
80 e 90% das úlceras presentes nas extremidades do corpo, uma estimativa relacionada ao
índice de que entre 4 e 40% da população é acometido por esse tipo de ferimento
contextualizando a importância de um aporte de cuidados eficaz e direcionado realizado pelo
enfermeiro (AGREDA et al.; 2012).
As lesões em membros inferiores em geral apresentam maior complexidade no
cuidado realizado por envolver diversos fatores relacionados à fisiopatologia da cicatrização e
possíveis comorbidades do paciente. Mesmo com as orientações, as complicações como
úlceras em membros inferiores podem acontecer e necessitar de cuidados mais onerosos e
com maior tempo para tratamento (SANTOS et al., 2005; OCHOA-VIGO et al, 2006).
A imersão das tecnologias no processo do cuidado em saúde tem estado cada vez mais
presente na prática das ações de enfermagem, como por exemplo, no tratamento e
recuperação de pessoas, envolvendo, assim, alguns fatores determinantes de algumas
condiçoes de saúde como: fatotres psicológicos, de longevidade e de custo/efetividade
(SILVA; CROSSETTI, 2012).
Ainda segundo Silva e Crossetti (2012), no que se relaciona ao tratamento de feridas
com a utilização de tecnologias, existe uma envolvente vertente de fatores os quais
influenciam no processo de cicatrização como, por exemplo, coomorbidades do paciente,
13

feridas infectadas, dimensão da área acometida da lesão como também a adesão do indivíduo
ao tratamento. Diante do exposto, os autores ainda contemplam que algumas feridas
necessitam de tratamento com coberturas específicas, as quais necessitam de trocas
programadas, e isso acarreta um aumento nos custos, devido as especificidades dos curativos
e de avaliações mais apuradas de especialistas. Esse fator favorece a utilização de tecnologias
coadjuvantes cada vez mais exploradas.
Entre os métodos de tratamento, o ultrassom tem sido uma tecnologia coadjuvante
para auxiliar no processo de cicatrização de feridas. Dados retrospectivos mostram que o
ultrassom foi descoberto em 1880 pelo casal de cientistas Pierre e Marie Curie, através da
aplicação de uma corrente elétrica senoidal sobre um cristal de quartzo colocado entre duas
placas metálicas, identificando o efeito piezoelétrico. Posteriormente, no ano de 1927 em
Paris, identificam-se registros de que um aparelho piezoelétrico que era utilizado na marinha
também apresentava aplicações no campo da biologia, observando-se que sob a ação dos
ultrassons que emitia, morriam pequenos peixes depois de grandes convulsões (FREITAS;
FREITAS; STRECK, 2011).
Segundo estudos, em 1927, foi identificado que esse aparelho poderia produzir
mudanças duradouras em sistemas biológicos por uma absorção de energia ultrassônica,
acarretando um aquecimento dos tecidos, o que se tem sido utilizado até os dias atuais
(FREITAS; FREITAS; STRECK, 2011).
De acordo com Vasconcelos (2015), o ultrassom é uma forma de onda mecânica, por
meio da qual a energia vibracional é transformada em energia molecular e propicia diversos
efeitos terapêuticos, entre eles o aumento da vascularização e da síntese de colágeno, além de
acelerar a diminuição do processo inflamatório levando à reparação dos tecidos. É uma forma
de energia mecânica não audível, que consiste em vibrações na faixa acima de 20 KHz
(Kilohertz).
A terapia ultrassônica tem sido preconizada no processo de cicatrização de feridas
devido seus predominantes efeitos atérmicos que não contraindicam, por exemplo, em feridas
infectadas. Esse aparelho também é amplamente utilizado no tratamento de feridas cutâneas,
devido seus efeitos fisiológicos atuarem nos tecidos em todas as fases de processo de
reparação de feridas, estimulando uma cicatrização mais rápida com um tecido cicatricial
mais resistente (GUIRRO; GUIRRO, 2002).
A utilização de novas tecnologias para resolutividade de problemas de saúde vê como
uma tendência necessária para auxiliar no tratamento de indivíduos que ainda sofrem com o
prolongamento do tratamento de feridas crônicas, especificamente. Assim, os problemas de
14

saúde pública necessitam ser contempladas urgentemente a fim de mudar a realidade de


pessoas que apresentam algum tipo de lesão, aumentando a sobrevida do paciente e
diminuição de custo no tratamento.
15

2 JUSTIFICATIVA

A eficácia do Ultrassom de Baixa Frequencia (USBF) é evidenciada em estudos


atuais pela frequente utilização em feridas crônicas, sendo também utilizado no manejo do
tratamento de lesões, acelerando a diminuição do processo inflamatório, sendo este o
responsável pelo aparecimento de células que auxiliam e viabilizam o processo de cicatrição
da ferida (MORAES, 2014).
Os cuidados para o tratamento de feridas requerem do profissional conhecimento
técnico científico na tomada de decisão, para propor a melhor intervenção para os usuários do
serviço de saúde. Nos diferentes níveis de atenção, pode ser citado a atenção básica como um
exemplo, o cuidado com lesões na pele foca-se no atendimento da equipe de enfermagem na
avaliação da ferida e realização de curativos. Em Minas Gerais, um estudo aponta que os
profissionais que atuam na sala de curativo realizam procedimentos sem considerar as
informações dos protocolos, quando existem; ausência de documentação das feridas; escassez
de materiais para os curativos e deficiência técnica sobre formas e técnicas de abordagem no
tratamento de feridas (CARNEIRO; SOUSA; GAMA, 2010).
Em outro estudo realizado em 22 unidades de saúde, foi identificado entre usuários
que apresentavam úlcera venosa em membros inferiores que o manejo clínico não era
adequado, divergindo do preconizado na literatura. A necessidade de capacitação e melhor
uso dos recursos foram reforçados nesse estudo, o que apontam uma avaliação acurada dos
serviços que prestam esses cuidados (SILVA et al., 2012).
O número elevado de pessoas com lesões de pele que utilizam o serviço de saúde,
desde a atenção básica ao serviço hositalar especializado, está cada vez mais evidenciado
diante dos registros de enfermegem. Pacientes com doenças crônicas que podem apresentar
feridas crônicas requerem da equipe de saúde adequação e busca de novas ferramentas para
suprir essa necessidade.
A terapia tópica tem sido a mais utilizada, devido ao fácil manejo e acesso, comparada
com outras técnicas. Contudo, a busca de recursos tecnológicos para auxiliar no tratamento de
lesões de pele tem demonstrado resultados preliminares favoráveis. Podemos por assim citar a
irradiação de infravermelho; laserterapia e a irradiação ultrassônica, todas enquadradas na
inovação do universo das tecnologias na saúde. Esses recursos apresentam custo acessível,
porém requer habilidade técnica e conhecimento aprofundado sobre o mecanismo de ação
dessas ferramentas para obter resultados favoráveis e sem gerar prejuízo aos usuários
(FERREIRA, 2014).
16

Mesmo a USBF tenha surgido há alguns anos, as possibilidades terapêuticas para


tratamento de lesões têm ocorrido nos últimos anos, com maior ênfase pela fisioterapia na
área da saúde. Na avaliação das lesões, essa terapia é uma coadjuvante no tratamento
implementado pela equipe de enfermagem, que prioritariamente tem o domínio do cuidado
com feridas, sejam agudas ou crônicas.
O uso da irradiação ultrassônica é descrito na literatura em inúmeros estudos
experimentais, com e sem associação de substâncias para acelerar ou potencializar a
cicatrização tecidual. Os testes histopatológicos desses estudos são extremamente positivos,
principalmente quando associado o efeito de fonoforese da irradiação. Os resultados foram
analisados em lesões ulcerativas provocadas no dorso de ratos, onde a aplicação do ultrassom
foi utilizada em média por 15 dias (BAGIO, 2009; MARTINS et al., 2011; POLACOW et al.,
2005; OLIVEIRA; VIEIRA; FERREIRA, 2009).
De acordo com Ferreira (2014), o modo pulsado do ultrassom com a frequência de
3MHz e intensidade 1,0 W/cm² utilizado entre 5 a 10 minutos três vezes por semana, teve
uma avaliação positiva sobre os efeitos da cicratização de úlceras varicosas crônicas o que
acarretou a redução do tamanho da lesão e alívio da dor.
A utilização do ultrassom em pacientes com feridas ulcerativas foi utilizada em vários
grupos de pacientes após estudos experimentais que testaram o processo de irradiação e seus
efeitos no processo de cicatrização. No Rio Grande do Sul, um estudo analisou o efeito do
ultrassom sobre úlceras por pressão de 11 pacientes internados na unidade de terapia
intensiva. Os pesquisadores utilizaram o ultrassom terapêutico Sonopulse III® com
frequência de 3MHz na forma pulsada a 100 Hz, com relação de pulso em 1:5 e dose de
0,4W/cm2. A análise macroscópica através de registro fotográfico apontou diminuição das
lesões após 30 dias de aplicação (duas vezes por semana) (LORENZINI; MARTELLI, 2005).
Os estudos realizados por Souza, Cunha e Bromerschenkel (2011) e Marques,
Moreira e Almeida (2003) apontam o uso da irradiação ultrassônica como ferramenta
importante no tratamento de lesões hansênicas no Brasil.
O manejo de alguns recursos tecnológicos como a irradiação ultrassônica de baixa
frequência poderá apresentar resultados que acelere sua implantação, juntamente com a
capacitação da equipe de enfermagem para utilização dessa ferramenta. Essa técnica também
pode ser acrescentada a terapia tópica já utilizada no paciente, o que favorece um melhor
prognóstico para o paciente.
17

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Tecnologias no Contexto da Saúde

As inovações tecnológicas na saúde vêm promovendo modificações no que diz


respeito ao acesso e organização de informações que auxiliam no processo de construção e
formulação do conhecimento. A tecnologia atualmente é utilizada no campo do ensino da
enfermagem, sobrepondo-se ao gerenciamento e prática assitencial, inovando o seu processo
de trabalho (MARTINS et al., 2015).
O conceito de Tecnologia deriva do substantivo grego τέχνη (téchne) que significa
arte e habilidade. “Essa derivação nos diz que a tecnologia é uma atividade essencialmente
prática, tendo o objetivo de alterar mais do que compreender o mundo. A tecnologia utiliza as
formulações criadas pela ciência para criar implementos e aparelhos que façam a natureza
obedecer ao homem” (MARTINS; SZYMANSKI, 2004).
A tecnologia em saúde pode ser definida como um conjunto de conhecimentos
siatematizados, que podem ser empíricos ou científicos, e que estão em constante processo de
inovação aplicados pelos profissionais de enfermagem em seu processo de trabalho, a fim de
alcançar um objetivo específico, sendo subsidiada pela experiência profissional e humana
(ROJAS; SOUZA; COMASSETO; VISENTIN, 2016).
O avanço técnico-científico não ficou restrito à expansão comercial das indústrias,
também contribuiu salutarmente na criação de bens de consumo sofisticados, introduziram a
informática e equipamentos médico-cirúrgicos modernos, e isso ocasionou mais
resolutividade no controle e erradicação de doenças (NIETSCHE et al., 2012).
Nietsche et al. (2012) ainda afirma que diante do cenário inovador das tecnologias,
não se deve associar o novo processo meramente a equipamentos, e sim a ferramentas ou
meios os quais sejam inovadores na área da saúde e que irão subsidiar caminhos para redução
de danos aos pacientes. Utilizar a tecnologia na prática da enfermagem significa aprimorar o
cuidado em saúde.
Estudos corroboram que as tecnologias transcedem sua utilização enquanto
máquinas/equipamentos e se formulam perante um conjunto de conehcimentos os quais
inovam a prática cotidiana da enfermagem em todos os seus eixos de trablaho (NIETSCHE et
al., 2012; MARTINS et al., 2015).
Na área da saúde, a utilização da tecnologia não faz oposição ao cuidado humano,
porém se firma como o agente e objeto desse cuidado, sendo sua principal finalidade tornar
18

cada vez mais eficiente a atividade humana através da utilização e do aprimoramento dessas
tecnologias as quais estão no serviço do cuidado, seja de forma direta ou indireta (PEREIRA
et al., 2010).
Dentro do conceito de tecnologia existe uma divisão na qual é de suma importância
para direcionar o uso nos cuidados em saúde. Podem ser classificadas em: Tecnologias leves
que são as tecnologias de relações do tipo produção de vínculo, autonomização, acolhimento,
gestão como uma forma de governar processos de trabalho. Ex: orientações de enfermagem,
as tecnologias duras que são os saberes bem estruturados que opera no trabalho em saúde,
como a clínica médica, a psicanalítica, a epidemiológica. Ex: máquinas de raios-X e as
tecnologias leve-duras as quais são representadas pelos equipamentos tecnológicos do tipo
máquinas, normas (ROJAS et al.; 2016).
É válido ressaltar que essas três categorias de classificaçõa das tecnologias estão
inter-relacionadas e compõem a prática do cuidado em saúde, como também ocasiona uma
exigência nos serviços de saúde para que elas estejam inseridas de forma linear vem
transparecendo alguns questionamentos referentes aos possíveis impactos, riscos e relações
consequentes entre sujeitos e tecnologia (PEREIRA et al.; 2010).
A utilização das tecnologias pela enfermagem determinou repercussões no trabalho
dos enfermeiros diante do redimensionamento do espaço para o cuidar, onde passaram a ter
que assistir o paciente, ao mesmo que tempo que dominar os vários tipos de tecnologias.
Importa neste contexto, conhecer o impacto que isso determina para a prestação do cuidado
integral e de qualidade (ROJAS et al.; 2016).
A linguagem tecnológica induz ao pensamento sobre alguns aspectos ao quais são
incorporados à enfermagem mediante as práticas da assistência humanizada. Assim, as
aparelhagens ligadas ao cuidado, a partir do seu correto manuseio, viabilizam informações aos
enfermeiros sobre o estado clínico do paciente, de modo a possibilitar que um conjunto de
ações ou tomadas de decisão sejam desencadeadas (GOMES et al.; 2017).
No que se estreita ao processo da enfermagem, houve um impacto relevante esse
modo assistencial de utilização de tecnologias, sendo designada como a direção da
intervenção a utilização dos conhecimentos científicos de modo sistemático, melhorando a
qualidade do serviço prestado ao cliente, agregado a humanização da assistência até mesmo
nos setores mais tecnologicamente equipados. Esse achado confirma que o profissional
enfermeiro deve estabelecer novas relações e buscar a harmonia entre o cuidado e a
tecnologia (PEREIRA et al., 2010).
19

De acordo com Brasil (2006), diante das crescentes implementações tecnológicas no


setor da saúde, tem-se a necessidade da criação de estratégias de avaliação a qual viabilize
acompreensão desses recursos inovadores que viabilizam melhores benefícios para a
sociedade.
A avaliação de tecnologias em saúde (ATS) se dá como um processo amplo de
investigação das consequências clínicas, econômicas e sociais do uso inovador ou já existente
das tecnologias em saúde, desde a pesquisa até a evolução, apresentando como fontes de
busca a eficácia, efetividade, segurança, entre outras vertentes utilizadas pelos gestores nas
decisões dos processos de trabalho na saúde (BRASIL, 2011; BRASIL, 2016).
O uso da tecnologia impacta positivamente o processo de trabalho da enfermagem,
pois mantém o foco no cuidado e facilita o trabalho do profissional mediante suas
intervenções e, à medida em que se cria agilidade, têm-se uma maior precisão e rapidez nas
ações, propicia um maior tempo para a equipe de se dedicar ao cuidado, de forma a melhorar
a qualidade da assistência, uma vez que a tecnologia poupa tempo da enfermeira e possibilita
maior aproximação do paciente (GOMES et al.; 2017).
Ainda para Gomes et al (2017), o enfermeiro quando domina as tecnologias tem a
capacidade de subsidiar a sua avaliação clínica amparado em um segundo olhar, semelhante
ao de uma sentinela avançada, já que as tecnologias ampliam a capacidade de alcance dos
sentidos humanos, dando mais segurança nas tomadas de decisão na assistência aos pacientes
críticos, principalmente os que necessitam de cuidados no âmbito hospitalar, como por
exemplo, os pacientes acometidos por ferimentos mais complexos.

3.2 O Enfermeiro e o cuidado com as feridas

O profissional enfermeiro tem o instrumento da sistematização da assistência mediante


o processo de enfermagem o qual direciona suas intervenções e viabiliza uma melhor
condição de assistência a pessoa com ferida, visto sua individualidade no atendimento, bem
como a necessidade do conhecimento para uma avaliação clínica e identificação das
necessidades terapêuticas das lesões, como por exemplo, acerca dos tipos de coberturas e
tratamentos a serem utilizados (DUARTE; ALMEIDA; MENDEZ, 2014).
Diante do surgimento de novos produtos para a realização do cuidado com as feridas,
houve uma maior exigência com relação à capacitação técnico-científica do profissional
enfermeiro devido a sua prática assitencial no cuidado com as lesões de pele a fim de manter
20

uma conduta adequada e sistematizada para melhor detectar as particularidades e uma melhor
conduta para a evolução no processo de cicatrização (BAJAY; ARAÚJO, 2006).
Os resultados do cuidado de enfermagem às pessoas com feridas são, algumas vezes,
influenciados pelas condições clínicas do paciente como também pela estrutura física e
operacional do setor de tratamento (DEALEY, 2008; BAJAY, 2006).
O enfermeiro necessita ter embasamento científico e prático para conduzir o
tratamento ideal para cada lesão, como também identificar alguns fatores que causam
descontinuidade ao processo de cicatrização como: tratamento inadequado da ferida, fatores
fisiopatológicos, condições locais, idade do paciente, efeitos adversos de outras terapias e até
mesmo fatores psicossociais (AGREDA; BOU, 2012).
O tratamento de úlceras pode ser realizado apenas pela equipe médica e/ou de
enfermagem com auxílio, quando necessário, da fisioterapia, porém é o profissional da
enfermagem que mantem um contato mais prolongado e constante com o paciente. O
enfermeiro deve estar apto a avaliar a ferida, indicar o melhor material ou fármaco, conduzir o
desbridamento e a limpeza para facilitar o processo de cicatrização, como também orientar
métodos de prevenção de complicações (GOMES et al.; 2017).
De acordo com Rocha e Barros (2007), alguns estudos apontam que há uma real
necessidade da equipe de saúde em conhecer as causas e fatores de riscos para o
desenvolvimento de feridas, onde se foi emergindo um vasto e amplo campo de pesquisas, e,
consequentemente, o surgimento de alguns instrumentos e recursos para avaliação e
identificação dos riscos do paciente desenvolver uma lesão de pele, principalmente os clientes
internados no serviço hospitalar.
O profissional enfermeiro desempenha um papel significativo no que se relaciona ao
tratamento das feridas, bem como suas diversas formas de auxílio no processo de cicatrização
e cura (ROCHA; BARROS, 2007). Com relação ao processo de cicatrização, existem alguns
métodos que auxiliam no cuidado, sendo um de salutar impacto: uma avaliação eficiente, esta
realizada mediante a sistematização da assistência a enfermagem. Em seguida, tem-se a
escolha do curativo adequado, este com suas variadas e específicas formas de cobertura,
sendo ambos os termos utilizados como sinônimos em alguns estudos.
O enfermeiro que cuida de pacientes críticos, com ou sem fatores de risco que possam
desenvolver algum tipo de lesão de pele, não é um simples cumpridor de rotinas, devendo no
seu cotidiano buscar obter novos conhecimentos técnico-cientifico, através de cursos,
congressos, especializações, atualizações, buscando novas informações para conduzir suas
21

ações no cuidado a esse paciente, no que se refere às alterações hemodinâmicas ou na


prevenção das lesões cutâneas (SALOMÉ, 2010).
No ambiente hospitalar, o enfermeiro promove a saúde dos pacientes cuidando de
lesões relacionadas a cateteres, drenos, lesões por pressão, entre outras. As lesões em
membros inferiores podem ser o foco do cuidado e o motivo da internação hospitalar como:
úlceras venosas, arteriais, úlcera por pressão, erisipela e pé diabético (DANTAS; TORRES;
DANTAS, 2010).

Para Busanello et al., (2013), ... “O cuidado de enfermagem a portadores de feridas


precisa contemplar ações voltadas para as dimensões biológicas, sociais e
psicológicas desses indivíduos, não se restringindo somente a lesão cutânea. É
preciso considerar o paciente em toda sua integralidade, da área lesionada até os
fatores sistêmicos e psicossociais que podem alterar o processo de cicatrização.
Assim, para atender todas as necessidades de saúde e de doença do indivíduo
portador de feridas, torna-se imprescindível a utilização de tecnologias que
contemplem a integralidade do cuidado de enfermagem”.

Porém, alguns autores designam uma diferenciação entre os termos, onde citam que o
curativo é composto por etapas, já a cobertura, sendo difícil conceituar, seria todo material,
substância ou produto que se possa aplicar sobre a ferida. As coberturas recebem uma
classificação quanto ao desempenho da utilidade. São divididas em passiva: agindo cobrindo
as feridas, interativas: mantendo um microambiente úmido e as bioativas: estimulando a cura
da ferida (GOMES; BORGES, 2008).
Dentro do contexto do tratamento das feridas, pode-se citar, dentre muitas, a utilização
de pomadas enzimáticas no auxílio para a recuperação de uma determinada lesão. A
colagenase é um exemplo comum no serviço hospitalar, sendo esta utilizada para o
desbridamento local, decompondo as fibras do colágeno natural localizadas na medida
profunda da lesão, e com os detritos ainda aderidos aos tecidos. A papaína também é um
exemplo, onde é comum sua utilização no Brasil, e é composta por 17 diferentes aminoácidos
e enzimas proteolíticas e peroxidases que desbridam o tecido necrosado (GOMES; BORGES,
2008).
Outro tipo de cobertura que está inserida na prática da enfermagem é o hidrocolóide. É
uma placa definida que é aderente á pele a qual age estimulando a ação dos macrófagos e a
liberação de alguns fatores de crescimento das células, onde, como exemplo, foi confirmado
através de estudos, que houve um significativo aumento do índice de cicatrização nas úlceras
por pressão (IRION, 2012).
22

Ainda diante dos fatores que auxiliam no manejo do processo da recuperação das
feridas, destacam-se também a forma de como se realiza a limpeza da lesão, com associação
ao tipo de cobertura utilizada nos curativos, com isso também ser evitada a agressiva
esfregação da pele em volta da ferida para que não ocorra traumatismos e penetração de
bactérias, aumentando, assim, o risco de infecção (BORGES; GOMES; SAAR, 2008).
A enfermagem enfatiza cada vez mais o campo da pesquisa com relação a abordagem
das feridas e suas formas de prevenção, etiologia e tratamento. Pode-se citar estudos recentes
acerca de lesões previsíveis de pele ocasionadas por uso de adesivos, que atualmente
correspondem a 15,5% das lesões por fricção em idosos hospitalizados, no âmbito do período
pós-operatório, há exposição dos pacientes aos insultos traumáticos ocasionados pela fixação
de curativos, drenos, sondas e cateteres. Ainda mais, outros fatores aumentam a
vulnerabilidade da pele, como o jejum, perdas hídricas decorrentes do manejo cirúrgico e uso
de antissépticos que contribuem para o ressecamento (FERREIRA; TEIXEIRA; BRANCO,
2017).
Nesse contexto, o enfermeiro tem um papel crucial no que se relaciona a assistência ao
paciente com ferimentos devido ao seu contato direto, contínuo e sistematizado, bem como a
utilização da prática humanizada e fundamentada em pesquisas, para, assim, obter resultados
satisfatórios na evolução, cicatrização e cura da lesão (ROCHA; BARROS, 2007).

3.3 O cuidado em saúde no tratamento e prevenção de lesões de pele nos países da


Lusofonia Afro-Brasileira

O continente africano é reconhecido mundialmente por conter os locais que mais


utilizam da medicina tradicional para a cura de enfermidades. A grande biodisponibilidade de
recursos nas florestas tropicais, nas savanas e outros climas únicos ao continente deram
origem a culturas inteiras baseadas na coexistência com as plantas e animais locais, tendo
como consequência uma rica cultura e conhecimentos sobre o uso de plantas para fins
medicinais. (GURIB-FAKIM, 2005; ABDULLAHI, 2011).
Segundo Abdullahi (2011), a medicina na África tem ainda possui forte influência dos
curandeiros tradicionais, que aplicam tratamentos ao doente de forma holística e empírica
tentando primeiro juntar o equilíbrio social e emocional com base em regras e relações com a
comunidade e só depois tratar os sintomas, sempre com o auxílio das plantas medicinais.
23

Como exemplos de produtos africanos têm a Aloe vera, unha do diabo


(Harpagophytumprocumbens), rooibos (Aspalathuslinearis), malagueta
(Aframomummelegueta), gengibre africano (Mondiawhitei) e cânfora
(Cinnamomumcamphora). No entanto, a cultura africana não possui a prática de exportação
de seus recursos naturais, isto além de restringir o rico conhecimento sobre a flora local,
torna-se uma ameaça de perda dos conhecimentos sobre essas plantas considerando que o
conhecimento é repassado de pai para filho ou através de pagamento ao receber uma receita
de plantas medicinais, porém, não documentado em registros oficiais. (SIMON et al., 2007;
ABDULLAHI, 2011).
No que se refere às doenças de pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos, o
tratamento de feridas engloba o maior número de espécies. Salienta-se ainda nessa categoria o
tratamento de furúnculos, patologia para a qual foi registada a colheita de um espécime do
género Euphorbia, posteriormente determinado como E. graniticola, são utilizados quase em
todos os casos plantas medicinais já comumente inseridas na prática da cura de enfermidades.
Essa espécie é endémica em Moçambique, onde se restringe à área entre Chimoio e Manica
(CARTER, 2001).
Há uma dificuldade em categorizar as plantas que devem ser prescritas a cada doença.
Por exemplo, a Maclura africana, reportada para o tratamento da bronquite e da tuberculose, é
mencionada nos cadernos de campo para o tratamento da tosse. As espécies
Cyathulanatalensis e Flacourtia indicam já reportadas respetivamente para o tratamento de
feridas e da dor de estômago, e as espécies Oncobaspinosa e Thunbergialancifolia, ambas
para o tratamento da bilharziose, são mencionadas nos cadernos de campo da Missão
Botânica de Moçambique para o tratamento de doenças de pele, feridas, dores e até menos
doenças venéreas (CONDE et al., 2013).
A medicina oficial é pouco acessível e não possui os meios para tratar
convenientemente os habitantes dos países africanos. Com isso, a colaboração dos pajés, de
padres e freiras católicos no acolhimento e transcrição, bem como na adaptação de receitas
tradicionais é uma pratica usual ao povo africano (Indjai et al., 2010).
E apesar de quase toda a população conhecer algumas das plantas usadas no
tratamento de algumas patologias, são os curandeiros os detentores do conhecimento de forma
mais apurada e abrangente sobre a medicina tradicional. A cultura africana sobre plantas
medicinais precisa ser mais apurada e registrada em fontes confiáveis e disponíveis a
comunidade (SILVA, 2014).
24

Visando a continuidade e preservação do conhecimento tradicional africano, o


Instituto de Medicina Tradicional de Moçambique lançou um livro intitulado, Plantas
Medicinais e Alimentares em Moçambique, como parte da política nacional da republica
moçambicana onde no artigo 16 do Decreto nº 47/2004, de 27 de Outubro, o Instituto de
Investigação Agrária de Moçambique, abreviadamente designado por IIAM, e aprovado o
respectivo Estatuto Orgânico, designou algumas incubências ao centro nacional da botânica
(MOÇAMBIQUE, 2004).
Para articular uma melhor organização e consequente assistência com mais
qualidade, o centro nacional de botânica de Moçambique passou a desenvolver algumas
funções designadaspelos órgãos responsáveis como: identificar, inventariar, colher e
incorporar no Herbário Nacional e Jardim Botânico espécies espontâneas medicinais,
alimentares, ornamentais e infestantes das principais culturas da flora de Moçambique;
realizar inventários florísticos; elaborar, actualizar e editar a flora ;elaborar, actualizar e
editar a Lista Vermelha de Plantas, compreendendo as plantas ameaçadas de extinção local;
formular e editar a lista de plantas medicinais de Moçambique; realizar o maneio e
informatização das colecções do Herbário Nacional (MOÇAMBIQUE, 2004).
O continente africano apesar da riqueza de fauna e flora, bem como da diversidade
cultural advinda dos antepassados com a utilização de crenças e fortificação da cultura local
curandeirista, ainda não tem uma política devidamente formalizada e embasada nos métodos
científicos, apesar de se terem resultados de cura e melhora do estado de saúde da população
pela prática do uso de plantas medicinais que compõem uma rica amostra das espécies
existentes (GURIB-FAKIM, 2005).
Apesar de haver descrença por parte de alguns estudiosos acerca dessa realidade, o
Brasil sofreu significativa influência no que se refere a uso de fitoterapia e curandeirismo
para a cura de doenças, tal fato pode ser identificado na realidade de muitas regiões do país.
Porém, há uma escassez de publicações que embasem a temática.
Em Portugal, único país da lusofonia que se localiza no continente europeu, apesar
da organização geográfica próximo aos países desenvolvidos, há uma relevante dificuldade
na sistematização do cuidado a pessoas com ferimentos, bem como uma escassez de
publicações acerca do assunto. Porém devido à necessidade e complicações causadas em
pacientes acometidos de feridas, foi criado em 2010 a Sociedade Portuguesa de Feridas
(ELCOS), a qual é composta de equipe multiprofissional com o objetivo de criar uma
estrutura nacional e organizada para acompanhar profissionais e instituições em resposta ás
feridas (ELCOS, 2017).
25

Um dos maiores desafios no tratamento de feridas em Portugal é a carência de


equipes multidisciplinares para responder às necessidades de cuidados de saúde dos doentes
com feridas. No país evidencia-se um alto índice de complicações e desigualdades as quais
se manifestam em diferentes taxas de cicatrização, amputação, lesão por pressão como
também uma salutar ineficiência nos recursos materiais e humanos (ELCOS, 2017).
Segundo a ELCOS (2017), estima-se que 23% dos doentes internados tenha uma
úlcera por pressão e que a maioria das úlceras por pressão ocorra no período de
internamento. Sabemos que o tratamento de uma ferida complexa medeia entre 6500€ a
10000€ por doente e que o custo real dos doentes com feridas representa 2% a 4% dos
orçamentos europeus para os cuidados de saúde.

3.4 O Ultrassom de Baixa frequência

O ultrassom é uma forma de energia mecânica não audível, que consiste em vibrações
de alta frequência, na faixa acima de 20 KHz (Kilohertz). Essa frequência esta relacionada
com o número de ondas que passam por um determinado ponto em unidade de tempo,
expressa em Hz (hertz); com variação em geral entre 1 e 3 MHz (Megahertz), embora outras
frequências possam ser programadas. As frequências mais elevadas às tornam mais adequadas
para o tratamento de tecidos superficiais, enquanto que as frequências mais baixas as fazem
propícias para o tratamento das estruturas profundas (FERREIRA; MENDONÇA, 2007).
O aparelho de ultrassom consiste em duas partes funcionais, uma de circuito eletrônico
alojada na estrutura do aparelho e um transdutor montado no aplicador. O transdutor converte
energia elétrica em vibrações mecânicas quando uma tensão alternada é aplicada; esse
fenômeno é denominado efeito piezoelétrico, sendo observado em alguns materiais
cristalinos, como quartzo ou uma cerâmica sintética, tais como o zirconato e o titanato (PTZ),
os quais podem ser polarizados pela aplicação de uma carga elétrica (FERREIRA, 2010).
O ultrassom apresenta efeito de fonoforese que potencializa o efeito das drogas tópicas
utilizadas para o tratamento de feridas dérmicas. Alguns estudos apontam o tratamento de
feridas com o uso único do ultrassom, porém a maioria dos estudos aponta o seu uso para
potencializar as soluções tópicas utilizadas. Assim, os efeitos benéficos do ultrassom de
reparação tecidual podem ser acelerados com o uso correto do tratamento tópico quando
indicado (BAGIO, 2009).
A onda mecânica produzida pelo ultrassom é a energia transmitida por vibrações de
moléculas do meio em que estão se propagando, levando a oscilação, que o meio seja sólido,
26

líquido ou gasoso. A quantidade de energia que incide em uma determinada superfície é


denominada de potência, expressa em watts (W). Essa energia é dependente de algumas
características do ultrassom, como frequência, intensidade, amplitude, foco e uniformidade do
feixe, como também do tipo de tecido em que ocorre a propagação da onda (SPEED, 2001;
FERREIRA, 2010).
Sugere-se que o ultrassom na frequência de 1 MHz é mais eficiente em lesões
profundas e que o de 3 MHz deve ser utilizado em lesões mais superficiais, este deve ser
preferido no tratamento de úlceras dérmicas (GUIRRO; GUIRRO, 2002). No entanto, ambas
as modalidades de frequência têm sido utilizadas em feridas cutâneas e tem se mostrado
eficaz na cicatrização destas lesões.
Durante a terapia ultrassônica em úlceras, recomenda-se a utilização de intensidade
menor ou igual a 0,5 W/cm2, pois esta dose está associada a uma produção predominante de
efeitos atérmicos que aumentam a velocidade do reparo da ferida. Alguns autores realizaram
estudos com o uso de ultrassom em úlceras abertas onde se utilizou dose igual ou menor que
0,5 W/cm2, e os resultados mostraram que essa dose favoreceu a cicatrização das úlceras
(MARQUES; MOREIRA; ALMEIDA, 2003).
O ultrassom também é um ótimo recurso físico para o tratamento de lesões em tecidos
moles, podendo acelerar a reparação tecidual nos seus diferentes aspectos. Com a irradiação
ultrassônica, é possível melhorar tanto a velocidade da cicatrização quanto a qualidade do
tecido cicatricial. Existem relatos dos benefícios à irradiação ultrassônica sobre o processo de
cicatrização dos ossos, tendões, músculos, ligamentos, cartilagem e pele, demonstrando seus
benefícios com baixas doses e seus prejuízos em altas doses (MENDONÇA et al., 2006).
Os benefícios envolvidos na utilização do ultrassom terapêutico são de grande valia
levando-se em consideração que o mesmo é um ótimo instrumento para a terapia de pacientes
com lesões ulcerativas este por sua vez além de promover o reparo tecidual se apresenta como
uma ferramenta para a diminuição da dor (MORAES et al., 2014).
A intensidade do ultrassom é definida como a quantidade de energia que passa através
da unidade de tempo, expressa em watts por centímetro ao quadrado (W/cm2). As ondas
ultrassônicas podem se propagar de modo contínuo ou pulsado. No modo contínuo não corre
interrupção da onda ultrassônica, de modo que há uma deposição ininterrupta de energias nos
tecidos irradiados. Já no modo pulsado, há interrupções regulares e reguláveis na liberação da
energia dos tecidos irradiados. A escolha entre o modo contínuo e pulsado depende dos
efeitos biofísicos que se busca e da interação do ultrassom com o tecido (FERREIRA;
MENDONÇA, 2007).
27

O ultrassom interage com os tecidos biológicos por meio de mecanismos térmicos e


não térmicos ou mecânicos que prevalecem de acordo com o modo de propagação da onda
(contínua ou pulsada). Os dois mecanismos de interação ocorrem simultaneamente, embora
seja possível potencializar um ou outro efeito alterando os parâmetros da irradiação, com o
tipo de onda utilizada, o tempo e a técnica de aplicação. Os efeitos fisiológicos dos
mecanismos não térmicos foram evidenciados em vários estudos, incluindo a de granulação
de células de sustentação, alterações na função da membrana celular, aumento nos níveis
intracelulares de cálcio, aumento da angiogênese e da permeabilidade vascular, estimulação
da atividade fibroblástica e, consequentemente, aumento da síntese proteica e da tensão
elástica do colágeno (FERREIRA; MENDONÇA, 2007).
Em um estudo que comparou a utilização do ultrassom pulsado de baixa intensidade
com a sulfadiazina de prata a 1% no tratamento de úlceras venosas crônicas de 24 pacientes
em Ribeirão Preto/SP, identificou melhores resultados com o ultrassom na cicatrização no
prazo de 90 dias de acompanhamento, embora sem diferença significante entre os grupos. A
técnica de aplicação do ultrassom na borda e leito da úlcera venosa mostrou-se superior ao
tratamento convencional por seu efeito pró-inflamatório e angiogênico, detectado na
avaliação histopatológica da borda da ferida (JORGE, 2009).
28

4 OBJETIVOS

4.1 Geral

 Avaliar a efetividade da irradiação ultrassônica como uma tecnologia em saúde no


processo de cicatrização de feridas de pacientes em acompanhamento hospitalar na
cidade de Aracoiaba/CE.

4.2 Específicos

 Analisar aspectos clínicos e epidemiológicos dos sujeitos estudados relacionados as


lesões identificadas
 Caracterizar o perfil sócioeconomico e demográfico dos pacientes tratados durante a
pesquisa.
 Estratificar as lesões por categorias, classes e/ou estadiamentos.
 Avaliar a evolução da lesão após do uso da Irradiação Ultrassônica através da área
por cm2 da lesão
 Avaliar aspectos clínicos da feridas antes e após uso da aplicação da irradiação
ultrassônica, como: odor, presença de tecido desvitalizado e análise da borda da ferida;
29

5 MATERIAIS E MÉTODO

5.1 Tipo de estudo

Trata-se de um estudo de avaliação tecnológica em saúde da intervenção com a


irradiação ultrassônica de baixa intensidade por se tratar da sua utilização em tecidos
superficiais com delineamento antes e depois da intervenção. A pesquisa tecnológica é
definida como um estudo que objetiva resolver problemas relacionados às atividades
concretas ou imediatas existentem no problema da pesquisa, contribuindo para fins práticos
visando à solução parcialmente imediata desses problemas encontrados na realidade
(BARROS; LEHFELD, 2000).
As pesquisas aplicadas exigem uma fundamentação teórica, nesse caso essse
embasamento servirá de referencial para consolidar a aplicabilidade da tecnologia, bem como
a análise dos dados obtidos, os quais serão coletados conforme uma metodologia condizente
com os objetivos da pesquisa e do objeto de estudo no contexto da análise (NUNAN, 1997).
A busca por respostas satisfatórias enquadra-se como um dos variáveis objetivos desse
modelo de pesquisa, procurando uma confirmação salutar dos achados após a análise dos
dados (APPOLINÁRIO, 2004).
O projeto também se enquadra em um desenho metodológico de estudo longitudinal,
pela abordagem que foi realizada com o acompanhamento das lesões na aplicação do UBF,
bem como os fatores de risco que interfiram no tratamento da ferida.
Estudo longitudinal é definido como um modelo de estudo útil para estudar mudanças
ao longo do tempo e para cituar a sequência temporal dos fenômenos, podendo também
desenvolver coleta de dados de diferentes pessoas de uma população (POLIT, 2011).
Nesta pesquisa, o modelo aplicado é caracterizado pela avaliação dos efeitos da
irradiação ultrassônica no tratamento de feridas nos pacientes em acompanhamento
hospitalar. Os pacientes que receberam alta continuaram no estudo, desde que permaneçam
sendo acompanhados no ambulatório de feridas da mesma instituição hospitalar. Foi adotado
o modelo de avaliação antes e depois dos pacientes como método de análise dos resultados da
terapia ultrassônica com o grupo de pacientes selecionados. Ressalta-se que os sujeitos
receberão o tratamento convencional para as lesões, sendo esse tratamento estabelecido pela
equipe de saúde.
30

5.2 População/amostra e período da pesquisa

A pesquisa foi realizada em uma Unidade Hospitalar do Município de Aracoiaba/Ce.


Desenvolveu-se no período de março a setembro de 2017. Os sujeitos da pesquisa foram
selecionados por amostragem temporal, inicialmente nos setores da internação clínica
médica e cirúrgica e, em seguida, os setor do ambulatório onde os pacientes, logo após a alta,
são acompanhados para a realização dos curativos.
O município de Aracoiaba fica situado na macrorregião do maciço do Baturité e
apresenta pouco mais de 25 mil habitantes. A população do estudo foi formada por indivíduos
usuários do serviço público oferecido no hospital da cidade, através do atendimento
ambulatorial e de internação clínica/cirúrgica e que apresentavam alguma lesão em membro
inferior.
A população foi composta pelos pacientes com feridas atendidos no hospital. O
Hospital é referência em traumatologia, atendendo pacientes de todo o maciço de Baturité,
onde possui oito enfermarias e 34 leitos. Está subdividido em setores como: Emergência,
Unidades de Internação, Centro cirúrgico, central de esterilização de material, banco de
sangue, entre outros. A emergência é composta pela sala de medicação, sala de observação
com 2 enfermarias e 6 leitos. Faz parte ainda da estrutura física do hospital a sala de curativo,
sala de pequenos procedimentos e uma sala que se realiza os procedimentos com pacientes
mais graves, priorizada para as reanimações cardiopulmonares.
A população do estudo foi constituída, prioritariamente, por pacientes com lesões de
pele, ferimentos em membros inferiores, lesões por pressão e úlceras vasculogênicas, estando
esses pacientes internados e/ou acompanhados no Ambulatório da unidade hospitalar do
município supracitado. No ano de 2016, nos meses de janeiro a junho, no município de
Aracoiaba houve um relevante número de pacientes com ferimentos que estavam sendo
atendidos no referente hospital, um total 81 lesões, dentre elas erisipela e pé diabético em sua
maioria. Não há informações referentes a algumas especificidades do atendimento, como por
exemplo, descrição do aspecto clínico da lesão durante a realização dos curativos (DATASUS,
2016). Com um quantitativo inferior a 200 pacientes com lesões de pele no período avaliado
para análise da amostra do projeto, optamos em estabelecer uma amostragem por
temporalidade, onde todos os pacientes que respeitarem os critérios de elegibilidade no
período de março a outubro de 2017. Foi empregado um modelo para comparação das
avaliações (antes e depois) segundo variáveis quantitativas com pareamento dos casos (MIOT,
2011).
31

Critérios de elegibilidade
 Critérios de Inclusão: indivíduos maiores de 18 anos; apresentar lesões com
perda de epiderme, derme e tecido subcutâneo com necessidade de
acompanhamento da equipe de enfermagem; apresentarem ferimentos
crônicos; ser acompanhado no hospital referente, tanto no setor da internação
quanto no ambulatório.
 Critérios de Exclusão: apresentar incapacidade total em comparecer ao
hospital; apresentar três ou mais fatores que prejudicam a cicatrização: diabetes
mellitus; tabagismo; doença autoimune; uso prolongado de corticórdes.
Apresentar tecido necrosado com indicação de amputação do membro;
hipersensibilidade na ferida.

5.3. Instrumentos de coleta de dados

Foi construído um formulário (ANEXO 1) para coleta de dados de informações


pertinentes aos sujeitos assistidos na unidade hospitalar, onde receberam a intervenção, como
dados sociais (idade, sexo, escolaridade, saneamento básico); aspectos clínicos (hipertensão
arterial, diebetes mellitos tipo 2) dias de acompanhamento da ferida, dentre outros); e
cuidados relacionados à prevenção e tratamento dessas lesões, sendo estes últimos
relacionados aos indicadores de saúde, com destaque para aspectos relevantes no surgimento
da ferida, tais como: descrição da lesão, local e abordagem terapêutica. O formulário passou
por uma avaliação realizada por duas enfermeiras especialistas em feridas, cujas sugestões
foram incorporadas.
Para coleta de dados foi construído um instrumento (APÊNDICE 1) do tipo
formulário. O mesmo contém dados para identificação acerca das lesões: o tipo de pele;
tratamento utilizado; sinais e sintomas locais; tipo de ulceração; aparência; deslocamento e
aspectos da borda. Para mensuração das lesões, foi escolhida a utilização da Pressure Ulcer
Scale for Healing, onde essa escala copila dados acerca de área cm² da lesão, quantidade de
exsudato e tipo de tecido, gerando um valor em escore que pode ser inserido em um gráfico e
acompanhar a evolução da cicatrização da lesão.
O instrumento também contemplava dados epidemiológicos: como idade; ocupação;
sexo; escolaridade; saneamento básico; disponibilidade de água potável; renda; município de
origem. Além dos dados julgados intimamente ligados a fatores que interferem no processo
32

cicatricial, como: medicações, histórico clinico e familiar de doenças, além dos aspectos
direcionados ao tipo de lesão e suas características.
A utilização do ultrassom foi registrada quanto ao dia da aplicação, código referente a
lesão, e o tempo de aplicação do ultrassom e datados para facilitar o processo de organização
dos dados.
A dor foi mensurada por meio de um inquérito sobre a dor onde está foi classificada
em 1; dor aguda não-cíclica, 2; dor aguda cíclica e 3; dor Crônica, e 4 sem dor. Foi
considerado a dor aguda cíclica como, a dor intermitente que cessa e recomeça em períodos
do dia por menos de seis meses; dor aguda não cíclica como a dor que não cessa em período
menor que seis meses e dor crônica como a dor por período maior que seis meses. Além de
ser avaliado antes, durante e logo após a intervenção, utilizando a Escala Visual Analógica
EVA e registrada a data.

5.4 Intervenção

A intervenção foi realizada nos pacientes de forma não aleatória e por conveniência
temporal, onde os mesmos foram selecionados conforme a incidência dos casos obedecentes
aos critérios de elegibilidade definidos durante o período designado para a coleta dos dados da
pesquisa.
A intervenção com o ultrassom segue parâmetros similares com ao da intervenção
com outras tecnologias, como o laser de baixa intensidade. O efeito analgésico, anti-
inflamatório ou antiespamódico da irradiação ultrassônica é conquistado com o feixe
ultrassônico pulsátil ou intermitente. A estimulação com o ultrassom também provoca a
vasodilatação reflexa, aumentando o fluxo sanguíneo nos capilares e arteríolas (LOW; REED,
2003).
O ultrassom foi aplicado por três enfermeiros devidamente treinados com auxílio de
acadêmicos de enfermagem, bolsistas do grupo de pesquisa e extensão de assistência ao
paciente com feridas agudas e crônicas, discentes do curso de graduação em enfermagem da
Universidade Federal da Lusofonia Afro-Brasileira- UNILAB. Os pacientes foram avaliados
em dias alternados e conforme iam se enquandrando nos critérios de elegibilidade, eram
incluidos na pesquisa, como também seguido da avaliação de interesse em participar, não
necessitando de uma finalização da amostra para iniciar uma nova intervenção.
Na realização da intervenção foram seguidos os seguntes passos: limpeza da lesão
com soro fisiológico a 0,9%, aplicação de um filme de Poliuretano em volta da lesão
33

mantendo uma margem de segurança das bordas, aplicou-se no transdutor, também protegido
e nunca em contato direto com a lesão, um agente de impedância acústica em forma de um gel
a base de água. Após esse primeiro momento, houve a aplicação do transdutor iniciando pelas
bordas e seguidamente para o centro da ferida tendo a margem de 1 cm entre as áreas de
aplicação. As lesões foram medidas com uma fita métrica em centímetros quadrados na
primeira, quinta e décima aplicação.
A técnica da aplicação do ultrassom seguiu uma padronização de variância de acordo
com o tamanho e característica da lesão. Foi desenvolvida nos pacientes acompanhados em
dias alternados, na modalidade pulsada e com densidade de energia de 3W/c², tendo esta um
tempo estimado da aplicação o qual foi determinado pelo cálculo do comprimento
multiplicado pela largura da lesão e dividido pela área de irradiação efetiva (ERA), que no
aparelho de USBF era do tamanho do transdutor (7cm).
A densidade de energia aplicada será de 3 W/cm2, de acordo com a pesquisa que
apresentaram redução da lesão com esse valor. A frequência utilizada será de 1 MHz. O
ultrassom será utilizado na modalidade pulsado em decorrência dos efeitos sobre a
cicatrização da lesão (FERREIRA, 2010).
O ultrassom foi aplicado em movimentos em forma de oito suavemente sobre a área
de suave para não pressionar a lesão caracterizando uma forma semi-estática dos movimentos
de mínima amplitude, aplicando-s eem sentido anti-horário conforme indicado por
profissionais da área da fisioterapia (FERREIRA, 2010).
O tempo de aplicação é colocado no aparelho do USBF, medido em minutos, onde ao
final, o USBF disparava o alarme para sinalizar o fim da intervenção.
34

5.5 Organização e análise dos dados

Os dados foram tabulados no Microsoft Excel e exportados para o software Statistical


Packccage for the Social Sciences (SPSS) versão 20.0 para Windows no qual as análises
foram realizadas adotando um nível de confiança de 95%.
Os dados categóricos foram expressos em forma de frequência absoluta e percentual e
comparados por meio dos testes exato de Fisher ou qui-quadrado de Pearson e os dados
quantitativos foram submetidos ao teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov, expressos
em forma de média e erro-padrão da média e analisada por meio do teste de Friedman seguido
do pós-teste de Dunn e por meio da correlação de Spearman. Para análise da comparação das
médias das áreas das lesões foi adotado o Teste t de Studart.
Em todas as análises será empregado um intervalo de confiança de 95% e nível de
significância de 5%. A análise dos dados ocorrerá com auxílio do software Statistical
Analysis System (SAS).

5.6 Aspectos éticos

O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade


Internacional da Integração da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), respeitando a resolução
466/12 que trata sobre pesquisas com seres humanos, com parecer de número 1.049.373
(ANEXO 1). Os participantes assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido
(ANEXO 3), no qual consta informações detalhadas sobre o estudo, a liberdade para desistir
do mesmo a qualquer momento, a garantia do anonimato e, com a informação que a pesquisa
não acarreta nenhum prejuízo aos participantes.
35

6 RESULTADOS

Os resultados estão apresentados em tabelas, figuras e gráficos para melhor expor os


achados da pesquisa. Incialmente iremos apresentar os dados gerais dos pacientes avaliados
com a aplicação do USBF e em seguida os cruzamentos das variáveis significantes para
identificação da efetividade dessa tecnologia no tratamento de feridas.
A maioria dos pacientes envolvidos eram do sexo masculino (71,4%), aposentados
(28,5%) e agricultores (28,5%), auto descrito como pardos (85,7%) e analfabetos (71,4%).
Quase todos os pacientes moravam em região com saneamento básico (92,8%) e todos tinham
acesso à água potável (Tabela 1).

Tabela 1 – Frequência absoluta e relativa das características socioeconômicas e


demográficas dos pacientes em uso da irradiação ultrassônica de baixa frequência.
Acarape/CE-Brasil 2018.
Características Categorias Freq. %
Aposentado 8 57.14
Agricultor 4 28.57
Ocupação Estudante 1 7.14
Comerciante 1 7.14
Total 14 100.00
Masculino 10 71.43
Sexo Feminino 4 28.57
Total 14 100.00
Parda 12 85.71
Negra 1 7.14
Raça
Branca 1 7.14
Total 14 100.00
Analfabeto 10 71.43
Fundamental incompleto 1 7.14
Escolaridade Ensino Médio 2 14.29
Superior incompleto 1 7.14
Total 14 100.00
Sim 13 92.86
Saneamento Não 1 7.14
Total 14 100.00
Sim 14 100.00
Água potável
Total 14 100.00
Fonte: Dados da pesquisa

A instituição onde foi realizada a pesquisa é referências para outros municípios e isso
apontou uma variação nas localidades de residência dos participantes. No total tivemos a
36

seguinte distribuição: (01) Capistrano, (01) de Acarape, (02) de Itapiúna, (07) de Baturité e
(02) de Aracoiaba. Essas cidades são circunvizinhas da cidade local da pesquisa e que tem
como referência o Hospital da Cidade de Aracoiaba o polo para internações e cirurgias gerais
e traumatologia.

Tabela 2 - Distribuição descritiva de idade e renda dos pacientes em uso da irradiação


ultrassônica de baixa frequência. Acarape/CE-Brasil 2018.
Características Obs Média Desvio Padrão Mínimo Máximo
Idade 14 59.93 18.67 26 87
Renda 14 912.14 676.39 0 2500
Fonte: Dados da Pesquisa

A média de idade dos pacientes chegou próximo aos 60 anos (59,9) e a renda foi
superior ao salário mínimo do período da pesquisa. Observou uma variação da idade mínima
e máxima discrepante, dado que colabora com os fatores de cicatrização das lesões. Houve
três pacientes que não apresentavam renda pessoal, eram dependentes financeiramente de
familiares (Tabela 2).

Tabela 3 – Frequência absoluta e relativa das características Clínicas dos pacientes em


uso da irradiação ultrassônica de baixa frequência. Acarape/CE-Brasil 2018.
Características
Clínicas e Hábitos Categorias Freq. %
de Vida
Não 9 64.29
Diabetes Mellitus tipo
Sim 5 35.71
2 (DM2)
Total 14 100.00
Não 9 64.29
Tratamento do DM2 Sim 5 35.71
Total 14 100.00
Não 9 64.29
Hipertensão Arterial
Sim 5 35.71
Sistêmica (HAS)
Total 14 100.00
Não 13 92.86
Tratamento da HAS Sim 1 7.14
Total 14 100.00
Não 13 92.86
Etilismo Sim 1 7.14
Total 14 100.00
Não 14 100.00
Tabagismo
Total 14 100.00
Fonte: Dados da Pesquisa
37

Na avaliação de algumas características clínicas e de hábitos de vida, observamos que


menos da metade eram diabéticos e em tratamento da doença (35,71%). Entre os pacientes
hipertensos (05), equivalente a 35,7%, somente um deles estavam em tratamento
medicamentoso da doença. Não houve pacientes com hábitos de tabagismos e apenas um
relatou ser etilista (Tabela 3).
Na Tabela 4, apresentam-se informações referentes às lesões e a pele dos pacientes
submetidos ao USBF. As características das lesões e seu tipo serviram para identificar fatores
que podem dificultar a cicatrização de feridas, principalmente relacionado ao tipo de pele e
bordo da lesão. Na avaliação da pele dos pacientes houve destaque para pele muito fina
(29,4%) e para pele descorada (23,5%).

Tabela 4 - Frequência absoluta e relativa das características das lesões e da pele dos
pacientes em uso da irradiação ultrassônica de baixa frequência. Acarape/CE-Brasil
2018.
Características Lesões n %
Tipo pele - início aplicação
Muito fina 05 29,4
Seca 03 17,6
Descorada 04 23,5
Úmida 02 11,8
Com edema 03 17,6

Tipo da ferida
Úlcera venosa 02 11,8
Úlcera arterial 01 5,9
Lesão por pressão 05 29,4
Pé diabético 06 35,3
Traumático 02 11,8
Outro 01 5,9

Aparência
Com necrose 04 23,5
Com infecção 03 17,6
Com esfacelo 10 58,8
Tratamento tópico utilizado
Nenhum 01 5,9
Papaína 02 11,8
Alginato 03 17,6
Óleo 06 35,3
Colagenase 04 23,5
Outros 01 5,9

Dor
38

Características Lesões n %
Não 05 29,4
Dor aguda não cíclica 05 29,4
Dor aguda cíclica 05 29,4
Dor crônica 02 11,8

Deslocamento do bordo
Não 14 82,4
Sim 03 17,6

Bordo
Eritema e calor 08 47,1
Borda endurecida 03 17,6
Rompimento 03 17,6
Pele descamada e seca ao redor da ferida 03 17,6

Fonte: Dados da pesquisa

Na avaliação da pele e dos aspectos das feridas foi identificado que a houve
predomínio para o pé diabético (35,3%) e para as lesões por pressão (29,4%). A pele dos
pacientes apresentava-se muito fina (29,4%) ou descorada (23,5%). Na avaliação do bordo da
lesão o eritema (47,1%) e a ausência de descolamento foram prevalentes. No leito da lesão o
esfacelo esteve presente na maioria das lesões na avaliação inicial (58,8%). A dor foi presente
na maioria das lesões, onde a dor aguda cíclica e não cíclica apresentaram 29,4% cada
(Tabela 4).

Tabela 5 – Distribuição das aplicações do USBF e a média da área das lesões avaliadas
antes, após 5 e 10 intervenções. Acarape/CE-Brasil 2018.
Nº de aplicações de Ultrassom N Média da área (cm2) DP± Min Max
0 aplicações 17 64.18 79.66 5 270
5 Aplicações 17 43.65 53.99 4 182
10 Aplicações 17 27.18 42.87 0 156
Fonte: Dados da pesquisa
A avaliação das aplicações com a verificação da média da área da lesão possibilitou
identificar uma redução desde o início das aplicações do USBF. A redução da média do início
para a quinta aplicação foi de mais de 20 cm2 na média. A redução do tamanho inicial até a
décima sessão foi superior à 50%. Na avaliação, houve lesões que apresentaram cicatrização
na décima sessão. Salienta-se a variação das áreas da lesão, onde valores mínimos e máximos
encontravam-se distantes (Tabela 5).
39

Tabela 6 – Diferença de médias para duas amostras pareadas entre os períodos de


aplicação do USBF. Acarape/CE-Brasil 2018.
Média
Nº de aplicações de Ultrassom N Erro Padrão T
(cm2)
0 aplicações 17 64.176 19.320
5 aplicações 17 43.647 13.095
Diferença 20.529** 23.340 2.899
0 aplicações 17 64.176 19.320
10 aplicações 17 27.176 10.397
Diferença 17 37.000*** 11.135 3.323
5 aplicações 17 43.647 13.095
10 aplicações 17 27.176 10.397
Diferença 17 16.471*** 5.367 3.069
Fonte: Dados da pesquisa.
** Significativo a 5%; *** Significativo a 1%

A tabela seis aponta as diferenças entre as médias das áreas das lesões nos três
momentos de avaliação. A redução mais significativa ocorreu entre a primeira e a última
aplicação do USBF, com uma redução média de 37 cm2, com significância estatística
(T=3,32). A segunda avaliação pareada mais relevante ocorreu entre a primeira e a quinta
aplicação, em média, uma redução de 20,5 cm2, também com teste T significante (T=2,89). A
redução de mais de 50% entre a medida inicial e a décima aponta um dado relevante para
análise da intervenção com o USBF.

Tabela 7 - Diferença entre as médias amostras pareadas entre os períodos de aplicação


do USBF. Acarape/CE-Brasil 2018.
Aplicações do USBF
0 5 10 p -Valor
Tamanho 64,18±19,32 43,65±13,10* 27,18±10,40** <0,001
*p<0,05 versus 0 aplicações, **p<0,05 versus 5 aplicações, teste de Friedman/Dunn
(média±EPM)

Na figura 1 podemos observar a distribuição das médias e identificamos a diferença


estatística na redução da área entre a média inicial e a quinta aplicação e entre a média na
quinta avaliação para a décima aplicação do USBF (p˂0,005).
40

Figura 1. *p<0,05 versus 0 aplicações, **p<0,05 versus 5 aplicações, teste de Friedman/Dunn


(média±EPM).

Figura 2. Regressão logística número de aplicações e a média das lesões.

Na figura 2 observamos a regressão logística para identificar o tempo para cicatrização


da lesão com a aplicação do USBF. Foi utilizado o modelo de regressão entre o número de
aplicações e o tamanho médio da lesão. Identificamos que necessita de um total de 17
aplicações para estimar uma área média de lesão de 0 cm² (p = 0,026, r = -0,311, r² = 0,061).
Na correlação de Spearman foi identificado valor de p<0,05.
Na avaliação das médias, utilizando o teste de Friedman e Dunn, observa-se diferença
estatística entre a média das áreas das lesões (p˂0,001) (Tabela 7). Foi analisada a diferença
entre as médias da área das lesões nas etapas de aplicação do USBF somente nos sujeitos com
41

diabético, comparados com não diabéticos. Observa-se uma média da área da lesão superior à
média geral identificada na tabela 6. A média da área das lesões dos pacientes diabéticos
passou de 31,4 cm2 para 10,2 cm2, da avaliação inicial para a décima sessão. Entre os
pacientes não diabéticos, a redução foi de 77,8 cm2 para 34,2 cm2, na última sessão. Os
pacientes diabéticos apresentavam lesões menores que os pacientes não diabéticos. Contudo,
não houve diferença estatística entre as amostras pareadas na avaliação inicial, na quinta e
décima aplicação do USBF (Tabela 8).

Tabela 8. Diferenças de tamanho médio das lesões segundo a condição do paciente em


relação ao Diabetes e número de aplicações de ultrassom. Acarape/CE-Brasil 2018.
Nº de
aplicações do Grupo Obs Média (cm2) Erro Padrão Teste T
USBF
0 aplicações Não diabético 12 77.833 25.239
Diabético 5 31.400 22.176 1.102
Diferença 46.433 42.120
5 aplicações Não diabético 12 54.000 17.437
Diabético 5 18.800 10.332 1.246
Diferença 35.200 28.257
10 aplicações Não diabético 12 34.250 14.092
Diabético 5 10.200 7.566 1.058
Diferença 24.050 22.733
Fonte: Dados da pesquisa.

Diferente das médias avaliadas na tabela 6, entre os pacientes diabéticos e não


diabéticos, a maior diferença entre as médias ocorreu na primeira avaliação (46,5 cm 2),
seguindo pela segunda avaliação com cinco dias (35,2 cm2) e pela terceira com dez aplicações
do USBF (24,05 cm2) (Tabela 8).

Tabela 9. Diferenças de tamanho médio das lesões segundo a condição do paciente em


relação à Hipertensão Arterial Sistêmica e número de aplicações de ultrassom.
Acarape/CE-Brasil 2018.
Nº de aplicações
Hipertensão N Média (cm2) Erro Padrão Teste T
do USBF
0 aplicações Não 12 56.250 18.675
Sim 05 83.200 51.446
Diferença -26.950 43.236 -0.6233
5 aplicações Não 12 39.750 13.247
Sim 05 53.000 33.808
Diferença -13.250 29.485 -0.4494
42

10 aplicações Não 12 21.250 8.934


Sim 05 41.400 29.522
Diferença -20.150 22.984 -0.8767
Fonte: Dados da Pesquisa.

Foi avaliada a média das lesões entre os pacientes que eram hipertensos com os não
hipertensos, voltados para análise das lesões com associações hemodinâmicas e
vasculogênicas. Nessa avaliação observamos que os cinco pacientes hipertensos apresentaram
médias das lesões desde a fase inicial até a décima aplicação do USBF. A menor diferença
das médias das lesões, comparando pacientes hipertensos e não hipertensos, ocorreu na
avalição após 5 aplicações do USBF (13,2 cm2) (Tabela 9).

Tabela 10. Distribuição da Avaliação da dor antes, durante e após as aplicações do


USBF. Acarape/CE-Brasil 2018.
Antes Durante Após p*
Dor
Intensa 5 (31,3%) 2 (12,5%) 1 (6,3%) 0,227
Moderada 4 (25,0%) 4 (25,0%) 3 (18,8%)
Leve 4 (25,0%) 2 (12,5%) 2 (12,5%)
Sem dor 3 (18,8%) 8 (50,0%) 10 (62,5%)
* Teste qui-quadrado de Pearson.

A tabela apresenta a intensidade da dor referida pelos pacientes em 4 níveis de dor, a


saber: intensa; modera; leve; sem dor. Sendo avaliados em três cortes de tempo de
temporalidade, antes; durante e após a aplicação da terapêutica com ultrassom. Percebemos
que há uma redução da intensidade da dor referida pelos pacientes do estudo nos tipos Intensa
moderada e leve bem como um acréscimo deste número na categoria sem dor chegando a
62,5% dos pacientes isentos de dor após a aplicação da terapêutica. Vale ressaltar que após o
início da sessão ultrassónica não há dados que indiquem uma piora do índice de dor (Tabela
10).
A avaliação da dor ocorreu em três momentos e foram analisados antes, durante e após
a aplicação do USBF. Os pacientes com dor intensa redução de 31,3%, antes da intervenção,
para 6,3% após a finalização da intervenção. Os pacientes sem dor contabilizavam três
(18,8%) antes da intervenção e subiu para 62,5% após a finalização da aplicação do USBF.
43

Os pacientes com dor moderada foi os que tiveram menor variação antes e após a intervenção
(Tabela 10).

Figura 3. Distribuição da pontuação da PUSH na avaliação inicial, após 5 aplicações e após


10 aplicações.

Na avaliação da PUSH observamos uma redução da área em todos as lesões avaliadas.


As lesões na avaliação inicial apresentaram uma média de 14,9 pontos (Max: 17 e Mín: 10);
na quinta aplicação do USBF obtivemos uma média de 12,2 pontos na PUSH (Max: 15 e Mín:
08); na última avaliação a redução da escala proporcionou uma média na pontuação de 9,8
(Max: 15 e Mín: 0). Na avaliação da escala, observamos que quatro lesões não apresentaram
redsução da pontuação entre a 5 e 10 intervenção (lesões 06, 08, 10 e 17). Duas lesões
apresentaram cicatrização total e apresentaram redução da escala de 10 para zero e 13 para
zero (Figura 3).
44

7 DISCUSSÃO

A incidência de feridas crônicas tem aumentado devido ao crescente número de idosos


na população. Com maior número de casos de doenças crônicas, em especial o DM, o
tratamento de úlceras neuropáticas apresenta uma tendência a se elevar proporcionalmente.
Bem como, o tratamento de úlceras vasculares decorrentes de insuficiência vascular. Além de
considerar a doença de base responsável pela maioria dessas feridas, o número de pacientes
acamados e idosos tem aumentado gradativamente, formando uma população com maior risco
de desenvolver lesões por pressão (LAWALL, 2012).
Estas lesões de pele vêm aumentando em sua incidência e estão intimamente
relacionadas ao processo de envelhecimento pelo qual passa atualmente a população
brasileira, demandando assim uma assistência especial, tendo em vista o caráter crônico,
secundário a uma doença de base e bem como suas repercussões na qualidade de vida do
cliente e de seus familiares (SANTOS et al, 2014).
De acordo com os resultados apresentados na pesquisa, predominaram pacientes do
sexo masculino com idade média de 59.93 anos. De acordo com a literatura, o homem procura
menos o serviço de saúde para prevenção de agravos. Tal fato é observado, por exemplo, no
tratamento de HAS na região sul do país (CAVALHEIRO et al, 2014). Destarte, a análise dos
dados permite inferir que pessoas do sexo masculino procuram os serviços de saúde mediante
o surgimento de agravos à saúde.
Estudos apontam uma prevalência de feridas crônicas em mulheres (OLIVEIRA et al,
2012; MEDEIROS et al, 2013). No entanto, a diferença percentual entre sexo feminino e
masculino de indivíduos acometidos por feridas vem diminuindo ao longo dos anos. Porém,
alguns estudos recentes mostram maior ocorrência de pacientes do sexo masculino. Um
estudo realizado no interior de São Paulo apresentou 59.6% de homens (SQUIZATTO et al,
2017) e outro estudo realizado em Goiânia 67,2% homens com úlceras (SANT’ANA et al,
2012). Embora as mulheres ainda sejam as mais acometidas devido a fatores como gravidez e
hormônios (OLIVEIRA et al, 2012; COSTA et al, 2012).
No tocante à ocupação observa-se que 57.14% dos indivíduos do estudo são
aposentados, tal fato pode ser justificado devido a média de idade dos pacientes chegar
próximo aos 60 anos. Entretanto, vê-se que o percentual de adultos com feridas crônicas
também é significativo comprometendo a capacidade para o trabalho, gerando elevados
números de aposentadorias precoces, desempregos e licenças médicas (OLIVEIRA,
CASTRO, GRANJEIRO, 2013; MEDEIROS et al, 2013).
45

A segunda ocupação predominante do estudo foi a agricultura, este achada pode estar
relacionado a prevalência da agricultura na região nordeste do país (CASTRO, 2012).
Relacionando a idade com a origem da lesão, pode-se observar em estudo realizado
em Belo Horizonte que a maioria das lesões era associada às doenças crônicas e a minoria das
lesões de origem traumática, sendo que a população mais frequente foi de idosos (MACIEL et
al, 2014). Fato semelhante ocorreu também no estudo realizado na Paraíba, com predomínio
das lesões crônicas em indivíduos idosos (LIMA et al, 2016). Tais achados se assemelham ao
do presente estudo.
No entanto, uma pesquisa realizada em São Paulo mostrou prevalência de lesões
traumáticas, sendo a população jovem-adulta mais acometida (SQUIZATTO, 2017). Assim, a
análise permite verificar que pacientes mais jovens possuem a tendência de apresentar feridas
de origem traumática e pacientes idosos de feridas crônicas (LIEDKE, 2014; SOARES et al,
2015).
A raça parda mostrou-se predominante no presente estudo, porém outras pesquisas
realizadas com indivíduos portadores de lesões crônicas revelaram domínio da raça branca
(LIEDKE et al, 2014; EBERHARDT et al, 2016). Tal fato pode justificar-se pela prevalência
de indivíduos de raça parda na região do estudo (OLIVEIRA, TOMAZ, SILVA, 2014).
Estudos revelam baixos índices de escolaridade e de renda entre os indivíduos
portadores de feridas crônicas (MEDEIROS et al, 2013; OLIVEIRA et al, 2012; LIMA et al,
2016; SQUIZATTO et al, 2017), reafirmando os achados da presente pesquisa. O baixo nível
socioeconômico exerce influência negativa na compreensão dos cuidados necessários ao
tratamento das lesões, bem como aos cuidados de saúde em geral além de dificultar o acesso
aos serviços de saúde e aos recursos materiais (COSTA et al, 2012).
O nível de escolaridade pode repercutir na dificuldade de compreensão das
informações a respeito da conduta terapêutica da ferida, dificultando, desse modo, a sua
cicatrização. Assim, as orientações durantes as consultas devem ser claras, e o feedback de
entendimento destas informações deve ser questionado, permitindo a continuidade do
tratamento (de OLIVEIRA et al, 2016).
O nível de escolaridade é visto como um instrumento provocador para incentivar uma
prática educativa, tendo o poder de transformar a pessoa em sujeito ativo no seu processo de
saúde (GUIMARÃES, VIANA, 2012). Desta forma, é necessário identificar o perfil
econômico e educacional dos portadores de lesão, para que o profissional de saúde possa
melhor planejar suas intervenções visando não só a lesão cutânea como também o portador
com suas características e necessidades.
46

Comumente os indivíduos com lesões crônicas apresentam outras doenças que podem
interferir na cicatrização tecidual. Destacam-se como doenças de base a Hipertensão Arterial
Sistêmica e o Diabetes Mellitus, ambas interferem negativamente no reparo tecidual, pois
acarretam alterações no sistema circulatório tornando deficiente o processo de cicatrização,
podendo elevar o risco de infecções (OLIVEIRA, CASTRO, GRANJEIRO, 2013;
OLIVEIRA et al, 2012). Tais doenças de base encontram-se presentes em cinco dos sujeitos
do estudo.
O DM leva à neuropatia periférica, ocasionando diminuição da sensibilidade protetora
nos pés, facilitando o surgimento de lesões, além de tornar o sangue mais denso dificultando a
circulação e, consequentemente, o aporte nutricional e de oxigênio para a ferida, retardando o
processo cicatricial (CAIAFA et al, 2011).
A elevação crônica da pressão arterial também provoca alterações microvasculares. Os
vasos sanguíneos tendem a aumentar a espessura de sua parede, o que reduz seu lúmen.
Assim, diminui o fluxo sanguíneo periférico, reduzindo o suprimento de oxigênio e nutrientes
para a ferida. Além disso, a hipóxia local diminui a deposição de colágeno e inibe a ação
fagocitária, provocando retardo na cicatrização (AFONSECA et al, 2012).
Quanto à presença de hábitos como o tabagismo e o etilismo apenas um indivíduo
relatou fazer uso de bebida alcoólica, enquanto nenhum dos participantes afirma ser tabagista.
Estudos evidenciam a prática de fatores de risco associados às lesões crônicas (MOTOKI,
CARVALHO, VENDRAMIN, 2013; SQUIZATTO et al, 2017). Os achados do presente
estudo, baixo índice de tabagismo e alcoolismo, podem estar relacionados às intensas
orientações do serviço e às campanhas realizadas nos últimos anos no Brasil, pelo governo e
Ministério da Saúde, contra o fumo e a ingestão de álcool. Desta forma, é relevante conhecer
a ação destes agentes tóxiocs no organismo, em especial sob a cicatrização, para que as ações
de educação em saúde sejam mais eficientes.
A exposição crônica ao cigarro promove alterações vasculares importantes. A
principal delas é a vasoconstrição periférica, que reduz o lúmen dos vasos sanguíneos e
prejudica o aporte de oxigênio e nutrientes locais. Além disso, a nicotina, que representa o
principal componente do cigarro, dificulta o transporte do oxigênio nas hemácias, agravando
o quadro de hipóxia tecidual. A redução de oxigênio local, além de prejudicar a
neoangiogênese e a multiplicação de fibroblastos nas feridas, propicia microambiente
favorável para o crescimento de bactérias, aumentando o risco de infecção. Promove ainda
diminuição dos antioxidantes, especialmente a vitamina C, cuja principal função é a síntese
47

do colágeno (MC DANIEL, BROWNING, 2014; SILVA, FIGUEIREDO, MEIRELES,


2013).
A exposição ao álcool pode ter efeito negativo na reparação dos tecidos,
principalmente durante a inflamação, atuando nas células endoteliais prejudicando a
sinalização celular e retardando o processo de proliferação endotelial e consequentemente a
formação de novos vasos (CURTIS et al, 2014).
Em relação à classificação das feridas a maioria caracteriza-se como pé diabético,
seguida de lesão por pressão, úlceras venosas e traumas. Este achado mostra-se diferente ao
panorama epidemiológico da região nordeste do país em que as úlceras venosas mostram-se
(13)
mais predominantes . Estudos realizados em outras régios do Brasil apontam também uma
maior incidência de úlceras venosas sendo tratadas nos ambulatórios de feridas (SANTO et al,
2013; OLIVEIRA, CASTRO, GRANJEIRO, 2013; LIEDKE, 2014).
Um estudo de revisão sistemática mostrou que, na prática dos serviços de saúde, o
paciente de úlcera venosa é atendido com maior prevalência para troca de curativos e
cuidados com a lesão. Isto pode ocorrer devido à possibilidade do convívio com a lesão
durante longos períodos exigindo cuidados frequentes (BARBOSA, CAMPOS, 2010).
No entanto, outras etiologias têm sido apontadas nos estudos desenvolvidos, tais como
deiscência de feridas cirúrgicas e lesões traumáticas (LIMA et al, 2016; SQUIZATTO, 2017).
Ao avaliar o leito da ferida é importante identificar a viabilidade do tecido presente,
pois este pode definir o estágio da cicatrização ou complicações que podem estar presentes. O
tecido viável é aquele formado no processo de cicatrização, visando à reconstituição epitelial,
trata-se do tecido de granulação e do tecido de epitelização. Já o inviável é tecido necrótico ou
com esfacelos, constituído por diferentes materiais orgânicos (OLIVEIRA et al, 2012).
Verificou-se a prevalência de tecido desvitalizado nas lesões que iniciaram a terapia
ultrassônica.
Como já discutido diversos aspectos estão relacionados com a ocorrência de feridas na
população, desde a idade, comorbidades, até os hábitos de vida. Este fato aumenta a
complexidade da avaliação, tratamento e acompanhamento destes pacientes. Evidenciando a
importância do conhecimento dos produtos disponíveis no mercado, assim como a indicação
de cada um deles (MARQUES et al, 2015).
Os principais objetivos de uma cobertura são controlar a carga microbiana, proteger de
traumas, manter a umidade do meio favorecendo a multiplicação celular, e estimular a
epitelização. Assim, todas as características das feridas devem ser avaliadas, tais como a
extensão, profundidade, presença de túneis e fístulas, tipo de tecido, qualidade e quantidade
48

da secreção, além da pele perilesional, permitindo assim a correta indicação dos produtos
utilizados no tratamento (MARQUES et al, 2015).
Atualmente, existe um quantitativo considerável de produtos no mercado com o
intuito de favorecer o processo de cicatrização. Os principais produtos utilizados neste estudo
foram: ácidos graxos essenciais (AGE), colagenase, alginato e papaína. Estudo realizado em
ambulatório de cuidado com feridas do estado do Rio de Janeiro observou a utilização de
hidrogel em 30% dos pacientes, AGE em 23% e colagenase em 16% (OLIVEIRA, 2013).
No ambulatório de reparo de feridas de um hospital universitário os produtos mais
utilizados no tratamento das feridas crônicas foram hidrogel, o ácido graxo essencial, a
colagenase, a vaselina, a sulfadiazina de prata, o alginato de cálcio, a bota de unna, entre
outros (OLIVEIRA; CASTRO; GRANJEIRO, 2013).
A utilização de produtos diferentes nos serviços de curativo está relacionada às
características da lesão, como o tipo de tecido, a quantidade de exsudato e a presença de
infecção (LEITE et al, 2012). Grande parte dos produtos mantém o meio úmido, favorecendo
a multiplicação e migração celular, além de promover o desbridamento autolítico. As placas
como a hidrofibra com prata e de alginato de sódio e cálcio também apresentam a função de
absorção da secreção em excesso, além de serem antimicrobianas em função da prata
presente. A papaína e a colagenase, além de manter o meio úmido, possuem poder
desbridante, favorecendo a retirada de tecidos desvitalizados por sua ação enzimática (de
OLIVEIRA, 2013). Entretanto, a falta de produtos disponíveis nas instituições públicas tem
sido comum, levando o enfermeiro a interromper o tratamento e substituir o produto pelo
disponível (LEITE et al, 2012).
Entre os métodos de tratamento, o ultrassom tem sido um coadjuvante para auxiliar no
processo de cicatrização de feridas. O ultrassom, por meio de suas ondas, provoca o micro
fluxo em decorrência dos movimentos unidirecionais do campo ultrassônico e que originam
forças de tensão benéficas ao tratamento da ferida. Entre os efeitos fisiológicos do ultrassom,
destaca-se a de granulação de células de sustentação, alterações na função da membrana
celular, aumento dos níveis intracelulares de cálcio, aumento da angiogênese e da
permeabilidade vascular, estimulação da atividade fibroblástica e, consequentemente,
aumento da síntese protéica e da tensão elástica do colágeno (MALAGUTTI, KAKIHARA,
2014).
Em um estudo que avaliou a aceleração do reparo tecidual em modelos animais com
feridas cirúrgicas identificou que a utilização da terapia com ultrassom como coadjuvante em
conjunto com o gel de confrei (Symphytumofficinale L.) demonstrou melhora tecidual
49

significante no processo de cicatrização, quantificada em 10,0% em relação ao grupo controle


que utilizou o mesmo tratamento e não associou o ultrassom. Análises histológicas
demonstraram aumento da difusão celular e a síntese de colágeno pelos mecanismos físicos e
químicos promovidos pelo ultrassom de baixa frequência (NETO et al, 2015).
Quando comparado com alguma cobertura, o USBF já apresentou resultado superior
nos cinco primeiros dias de aplicação comparado com a pomada de barbatimão a 5%
(Stryphnodendrom barbatiman Martius). Quando comparada a cobertura de barbatimão com
o ultrassom em dez dias de tratamento, a pomada apresentou melhores resultados. Ressalta-se
que as terapias isoladas apresentam o mesmo poder de cicatrização (BALLABEN; CRISCI;
JORGE, 2013). Quando comparado com outras técnicas biofotônicas como laser e
eletromagnetismo, o ultrassom aponta mais resultados benéficos na cicatrização e ações
bactericidas, antes não exploradas. A possibilidade de estímulos em tecidos profundos aponta
o USBF como uma ferramenta para acelerar o processo de cicatrização e prevenção de lesões,
contudo as pesquisas ainda não mostram um protocolo específico para o tratamento das
diferentes lesões (MOSTAFA; ZOHRE; SAMANEH, 2015).
Desta maneira, o número de aplicações da terapia ultrassônica estabelecida no estudo
foi de 10 aplicações, por ser percebido que a utilização da radiação de baixa intensidade perde
eficácia conforme o número de sessões subsecutivas (WANG, FENG, BO DI, 2015).
A realização da aplicação do USBF pode se comportar diferente no mesmo tipo de
lesão, bem como relacionado a área tecidual atingida, como podemos perceber no estudo
realizado com seis pacientes com mal perfurante plantar, em decorrência da hanseníase. O
referido estudo apontou epitelização da ferida com 10 sessões de ultrassom. Com o objetivo
de acompanhar a cicatrização da ferida, houveram pacientes com até 100 aplicações do
USBF, com ressalva para essas lesões com áreas 35cm2 (CAMPANELLI, 2004).
No cuidado ao cliente com feridas, o registro da avaliação e evolução da lesão deve
ser realizado com critério, tendo como base instrumentos que facilitem as anotações das
características das feridas, bem como dos fatores que podem retardar esse processo
(SALOMÉ, BLANES, FERREIRA, 2009). Esse instrumento deve permitir aos profissionais
monitorar as lesões e, consequentemente, avaliar o efeito de uma intervenção, além de
melhorar e estimular a comunicação entre os profissionais da equipe de saúde (AROM,
GAMBA, 2009).
Para avaliação da ferida utilizou-se o instrumento PUSH que considera três parâmetros
para avaliação do processo de cicatrização da ferida e resultados da intervenção. O primeiro
50

parâmetro é a área da lesão (comprimento versus largura), quantidade de exsudato e o terceiro


é a aparência do leito da ferida. (SANTO et al, 2013).
Ao avaliarmos os parâmetros da PUSH percebe-se redução em todas as lesões desde a
aplicação inicial até a décima sessão. A redução total chega a 5.1 pontos na escala observando
a pontuação do início das sessões e da última sessão.
Estudo realizado com 27 pacientes em tratamento tópico convencional de úlcera
vascular durante dois meses, utilizou a PUSH para acompanhamento da evolução das lesões.
Na primeira avaliação identificou o escore total da PUSH de 12 pontos, após os dois meses a
pontuação reduziu para 8 pontos, chegando algumas lesões a cicatrização (RATLIFF,
RODEHEAVER, 2005). Desta forma, percebe-se que a terapia ultrassônica possibilita maior
redução nos escores da PUSH em menor intervalo de tempo.
No Ambulatório de Cirurgia Plástica do Hospital de São Paulo o acompanhamento dos
pacientes com úlcera crônica de pernas possibilitou identificar redução nos três parâmetros
analisados da PUSH em intervalos de 3, 6 e 9 meses de tratamento. O autor afirma ainda que
com essas avaliações é possível identificar a melhor forma de tratamento das lesões para cada
fase do processo de cicatrização (SANTO et al, 2013).
Ao analisar a distribuição das médias das lesões identificamos a diferença estatística
na redução da área entre a média inicial e a quinta aplicação e entre a média na quinta
avaliação para a décima aplicação do USBF (p˂0,005). Este achado mostra-se relevante no
tratamento de feridas crônicas em que a redução da lesão é pouco alcançada.
No Rio Grande do Sul, um estudo analisou o efeito do ultrassom sobre lesões por
pressão de 11 pacientes internados na unidade de terapia intensiva. Os pesquisadores
utilizaram o ultrassom terapêutico com frequência de 3 MHz na forma pulsada a 100 Hz, com
relação de pulso em 1:5 e dose de 0,4W/cm2. A análise macroscópica através de registro
fotográfico apontou diminuição das lesões após 30 dias de aplicação, aplicada duas vezes por
semana (MALAGUTTI, KAKIHARA, 2014).
A redução observada na área das lesões mesmo em indivíduos com doenças de base,
HAS e DM, que dificultam a circulação vascular e consequentemente a oxigenação pode ser
justificada pelo fato da terapia ultrassonica de baixa frequência elevar o metabolismo e a
proliferação celular, bem como a oxigenação local.
Estudo desenvolvido nos Estados Unidos avaliou a eficácia do ultrassom de baixa
frequência (<100 kHz) e baixa intensidade (<100 mW/cm²) no tratamento de úlceras venosas.
Os resultados indicaram que o ultrassom de 20 kHz a 100 mW / cm2 causou uma média de
51

32% de aumento no metabolismo (p <0,05) e 40% de proliferação celular ( p <0,01) após 24


horas do início do tratamento quando comparado ao grupo controle (SAMUELS et al, 2013).
Desenvolveu-se na Alemanha um estudo piloto em regime de internação que
investigou o papel da terapia com ultrassom de baixa frequência na microcirculação de
úlceras venosas. Concluiu-se que a terapia ultrassônica de 34 kHz foi bem tolerada,
aumentando os valores de saturação de oxigênio na hemoglobina e o número de
hemoglobinas após uma única aplicação (WOLLINA et al, 2011).
O elevado número de úlceras venosas que geram gastos em torno de bilhões de dólares
ao sistema de saúde nos Estados Unidos associado ao baixo índice de cura, levou ao
desenvolvimento de um estudo para avaliar a eficácia do uso do ultrassom em úlceras venosas
refratárias. Após a aplicação da terapia ultrassônica houve redução significativa na área da
ferida, declínio na contagem bacteriana, na expressão de citocinas inflamatórias quando
comparada a níveis basais e da dor avaliada por meio da EVA (ESCANDON et al, 2012).
Estudo randomizado e controlado realizado com 90 pacientes ambulatoriais, onde a
aplicação do ultrassom foi realizada três vezes por semana durante doze semanas ou até a cura
do paciente. Constatou-se melhora significativa na superfície da ferida, dor e edema, além de
redução no tempo de cicatrização dos indivíduos em tratamento com ultrassom quando
comparado com grupo que utilizava tratamento padrão (OLYAIE et al, 2013).
A dor é o sintoma mais referido para pacientes com úlceras venosas, sendo referida em
até 80% dos casos e classificada como intensa. A dor afeta tanto a área da lesão quanto as
áreas adjacentes, podendo afetar até mesmo o membro inteiro. (BUDÓ, 2015;
NASCIMENTO et al, 2016). Já para pessoas com úlceras arteriais sintomas mais comuns são
dor no membro, claudicação intermitente, atrofia da pele, perda de pêlos, pés frios e unhas
distróficas. Estes sintomas interferem diretamente na marcha e fazem com que os paciente
viva com a dor constantemente mesmo após a cicatrização da lesão. (MORREIRA et al, 2016;
LEAL et al, 2016). As lesões por pressão trazem prejuízos como o desconforto, o
prolongamento de doenças, o retardo da alta hospitalar e proporcionar mais suscetibilidade a
quadros infecciosos (BRITO et al, 2017; TAVARES et al, 2016).
Mesmo em diferentes modalidades de uso, todos os modos disponíveis pelo ultrassom
possuem efeito analgésico com duração de até 48 horas. (FREITAS, FREITAS e STREECK,
2011; OLSSOM et al, 2006). Além disto, a terapêutica não possui até o momento relatos de
eventos adversos gerados em decorrência da sua aplicação (LEITE et al, 2013). Assim, ele
possui aplicabilidade terapêutica para analgesia sendo uma fonte de alivio da dor a ser
considerada no ambiente hospitalar/ambulatorial.
52

Assim como o USBF, a terapia biofotônica do laser de baixa intensidade possui efeitos
similares, causando além do efeito cicatricial coadjuvante o alivio da dor em pacientes
submetidos a essa terapêutica, porém, com janela terapêutica menor do que a do ultrassom,
sendo a sua dose requerida mais precisamente calculada e com maior risco de injuria tecidual
em decorrência da sua administração incorreta. Apesar de autores apontares processos
biomecânicos similares entre o ultrassom, o LED (Light Emitting Diode) e o laser de baixa
intensidade na cicatrização de feridas, o LED não foi até o momento deste estudo avaliado
quanto a sua ação analgésica (ANDRADE, CLARCK; FERREIRA, 2014; KORELO;
FERNANDES, 2016; ANDRADE, 2016).
A redução na área da lesão e da dor foram achados semelhantes aos encontrados no
presente estudo. Destaca-se a redução dos pacientes que relataram dor intensa antes a
aplicação da terapia quando comparada após a intervenção. Reafirmando assim o efeito
analgésico da terapia ultrassônica.
A literatura abrange a terapia ultrassônica como um recurso coadjuvante no processo
de cicatrização de feridas. Dados relatados em estudos declinam para a viabilidade do uso
dessa tecnologia no cuidado de enfermagem. Esta tecnologia vem sendo utilizadas há alguns
anos no cuidado de feridas, principalmente por profissionais da área de fisioterapia, no
entanto a enfermagem vem se apropriando do uso deste recurso há poucos anos, o que remete
a necessita de divulgação e compreensão tanto por parte dos profissionais de enfermagem
quanto pelos usuários dos serviços de saúde para que haja maior aceitação e utilização deste
mecanismo na terapia de lesões de pele.
53

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realização de intervenções terapêuticas que potencialização a cicatrização de feridas


apresenta-se voltadas para a utilização de coberturas, sendo ainda pouco explorado as
tecnologias bioestimulares como o ultrassom. A realização de uma intervenção com critérios
de pelo menos 10 sessões com o USBF limitou o quantitativo de lesões avaliadas, fato que
diminuiu o poder de análise estatística e de variações nos tipos de lesões no estudo. As
condições socioeconômicas e a baixa escolaridade colocam os sujeitos em maior risco de
complicações com essas feridas, que se apresentavam de forma crônica.
A prevalência de sujeitos do sexo masculino apresenta um perfil diferenciado da
instituição estuda, já que estudos apontam uma prevalência de mulheres em atendimento nos
serviços de saúde. A idade média equipara ao perfil de pacientes com feridas crônicas,
associadas ou não com comorbidades. A maioria dos sujeitos não eram hipertensos e
diabéticos, fator protetor para a cicatrização das lesões.
A intervenção com USBF foi realizada sem intercorrências e se apresentou como um
recurso terapêutico para a redução da área de feridas, bem como a sua cicatrização. O número
reduzido de sujeitos não possibilitou a investigação de uma relação com esses fatores para
aumentar o tempo de cicatrização comparado com os sujeitos sem comorbidades, contudo a
análise realizada não apontou associação significativa.
O USBF mostrou que seus recursos terapêuticos já são significativos com 5 sessões,
possibilitando uma nova discussão para redução das sessões como proposta terapêutica. A
diminuição da área da lesão da quinta para a décima sessão mostra que o poder de acelerar a
cicatrização permanece inalterado com o passar dos dias da intervenção. Ao contrário, os
resultados apontam uma significância maior da relação da intervenção na redução da área do
quinto ao décimo dia.
Por fim, em áreas onde os recursos terapêuticos são reduzidos e a escassez de
coberturas para tratamento de feridas ocorre, a utilização do USBF apresenta-se como um
recurso que tem ação significativa na redução da área da lesão, alívio da dor e melhora da
qualidade de vida dos sujeitos atendidos. A investigação do uso dessa terapia isoladamente
em lesões específicas irá proporcionar a associações para precisas nos resultados, bem como
viabilizar mudanças de protocolos para melhor atender os aspectos da lesão. O tempo de
aplicação do ultrassom é um fator limitante, tendo em vista lesões com grandes áreas para
aplicação, o que pode limitar seu uso na rotina hospitalar e ambulatorial.
54

REFERÊNCIAS

ABDULLAHI, A. A. Trends and challenges of traditional medicine in Africa. African


Journal of Traditional, Complementary and Alternative Medicines. V. 8, p. 115-123,
2011.

AFONSECA, M.A.; ALMEIDA, R.R.; REIS, S.R.A.; MEDRARO, A.R.A.P. Repercussão de


doenças sistêmicas no reparo tecidual. Revista Bahiana de Odontologia. V. 3, n. 1, p. 63-75,
2012.

AGNES, J. E. Eletroterapia: teoria e prática. Santa Maria: Editora Orium, 2005.

ANDRADE, F.S.S.D., CLARCK, R.M., FERREIRA,M.L. Efeitos da laserterapia de baixa


potência na cicatrização de feridas cutâneas. Rev. Col. Bras. Cir. V. 41, n. 2, p. 129-133,
2014.

ANTONIO, R.P.; ROCHA, A.B.L.; LOPES, S.M.F.O. Avaliação de risco para úlcera por
pressão: aplicação da Escala de Waterlow adaptada para língua portuguesa. In: III Semana
Nacional de Estomoterapia, VI Congresso Brasileiro de Estomoterapia e I Simpósio
Internacional de Incontinência. SOBEST, v.3, n.3, p. 82, jul/ ago/ set de 2005.

APPOLINÁRIO, F. Dicionário de metodologia científica: um guia para a produção do


conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2004.

ARAÚJO R.O; SILVA, D.C; SOUTO, R.Q; PERGOLA-MARCONATO, A.M; COSTA,


I.K.F; TORRES, G.V. Impacto de úlceras venosas na qualidade de vida de indivíduos
atendidos na atenção primária. Aquichan. V. 16, n. 1, p. 56-66, 2016.

ARAÚJO, T.M. Acurácia de escalas de avaliação de risco para úlcera por pressão em
pacientes críticos. [Dissertação]. Universidade Federal do Ceará. Programa de Pós-graduação
em Enfermagem. 2009. 148p.

ARON, S., GAMBA, M.A. Preparo do leito da ferida e a história do TIME. Rev Estima., v.
7, n. 4, p. 20-24, 2009.

BAGIO,A.M. Avaliação do potencial cicatricial do gel extrato tintura de Mikania


Laevigata associado ou não ao ultrassom terapêutico.[monografia]. Curso de Fisioterapia.
Universidade do extremo Sul Catarinense (UNESC). Criciúma/SC; 2009.50p.

BAJAY, H.M., ARAÚJO, E.M. Validação e confiabilidade de um instrumento de avaliação


de feridas. Acta Paul Enferm. V. 19, n. 3, p. 290-5, 2006.

BALES, J.G.; MEALS, R.A. Low-level laser treatment. Evidence-Based Medicine, n. 24, p.
469-471, 2010.

BALLABEN, A.S.; CRISCI, A.R.; JORGE, M.H.S. Efeito da pomada de barbatimão


(Stryphnodendrom Barbatiman Martius) associado ao ultrassom de baixa intensidade sobre a
cicatrização por segunda intenção de lesões cutâneos totais em ratos. Revista UNIARA,
v.16, n.1, p:159-172. 2013.
55

BARBOSA, J.A.G., CAMPOS, L.M.N. Diretrizes para o tratamento da úlcera venosa.


Enferm Glob [periódico na Internet]. 2010[cited 2014 Aug 18]. Disponível em:
<http://dms.ufpel.edu.br/ares/handle/123456789/175>.

BARROS, A. J. S.; LEHFELD, N. A. S. Fundamentos de Metodologia: Um Guia para a


Iniciação Científica. 2 Ed. São Paulo: Makron Books, 2000.

BORGES, E.L; GOMES, F.S.L; SAAR, S.R.C. Feridas Como Tratar. 2ª ed. Belo Horizonte
(BH): Coopmed; p. 179- 181, 2008.

BRITO, D.T.F et al. Pain in chronic ulcer: sociodemographic, clinical and therapeutic profile
of patients from Cuité-PB. Academus Revista Científica da Saúde, SMSRIO, v. 2, n. 2,
maio-agosto 2017.

BRYANT, R.A. Acute and chronic wounds nursing management. ST Louis Missouri: Mosby
Year Book, 1992, 350 p.

BUDÓ, M.L.D et al. Úlcera venosa, índice tornozelo braço e dor nas pessoas com úlcera
venosa em assistência no ambulatório de angiologia. R. Enferm. Cent. O. Min., v. 5, n. 3, p.
1794-1804, set/dez, 2015.

CAIAFA, J.S.; CASTRO, A.A.; FIDELIS, C.; SANTOS, V.P.S.; SILVA, E.S.S.;
SITRÂNGULO. JR. Atenção integral ao portador de Pé Diabético. J vasc bras [Internet], v.
10, n. 4, p. 132, 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/jvb/v10n4s2/a01v1
0n4s2.pdf>

CALLEGARI-JACQUES, S.M. Bioestatística. Princípios e aplicações. Porto Alegre,


Artmed, 2003.

CAMPANELLI, F. Efeitos da radiação ultra-sônica pulsada e de baixa intensidade sobre


o mal perfurante plantar (MPP), manifestação cutânea decorrente da hanseníase.
Dissertação (Mestrado). Escola de Engenharia de São Carlos/ Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto/ Instituto de Química de São Carlos; Univeridade de São Paulo, São Carlos,
2004. 125f.

CARNEIRO, C.M.; SOUSA, F.B.; GAMA, F.N. Tratamento de feridas: assistência de


enfermagem nas unidades de atenção primária à saúde. Revista Enfermagem Integrada –
Ipatinga: Unileste – MG, v. 3, n. 2, p. 494-505, nov/dez2010.

CARTER, S.; LEACH, L.C. Tribe Euphorbieae. In: Pope, Gerald V. (Ed.). Flora Zambesiaca,
v.9, part. 5. London: The Flora Zambeziaca Managing Committee. p. 1-465. 2001.

CARVALHO, M.P; LÜDTKE, E.B; OLIVEIRA, V; FONSECA, P.G; ROSALES, G.G;


FERREIRA, A.L.D; CHAVES, S.T; FERNANDES, T.F; SILVIA, F.M. Perfil dos pacientes
com úlcera por pressão internados no Hospital Universitário São Francisco de Paula
(HUSFP). Rev. da Saúde da UCPEL. Pelotas, v.1, n.1, jan/jun, 2007.
56

CASTRO, C.N. A agricultura no nordeste brasileiro: oportunidades e limitações ao


desenvolvimento. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Brasília: Rio de Janeiro: Ipea,
2012.

CAVALHEIRO, A.S., FONSECA, M.J., SBRUZZI, G., GOLDMEIER, S. Perfil dos


pacientes atendidos em um ambulatório de hipertensão arterial: há diferença entre os sexos?.
Rev Gaúcha Enferm., v. 35, n. 1, p. 110-115, 2014.

CONDE, P. et al. A Missão Botânica de Moçambique (1942-1948): contribuições para o


conhecimento da flora medicinal de Moçambique. História, Ciências, Saúde – Manguinhos,
Rio de Janeiro, v.20, n.2, p.653-673, abr/jun2013.

COSTA, L.M.; HIGINO, W.J.F.; LEAL, F.J.; COUTO, R.C. Perfil clínico e
sociodemográfico dos portadores de doença venosa crônica atendidos em centro de saúde de
Maceió (AL). J Vasc Bras.; v. 11, n. 2, p. 108-13, 2012.

CUDDIGAN, J. et al. Pressure ulcers in American: prevelence, incidence, and implecations


for the future. Reston: National Pressure Ulcer Advisory Panel, 2001.

CURTIS, B.J.; HLAVIN, S.; BRUBRAKER, A.L., et al. Episodic Binge Ethanol Exposure
ImpairsMurine Macrophage Infiltration and DelaysWound Closure by Promoting Defects in
Early Innate Immune Responses. Alcoh Clin Ande Expe Res., v. 38, p. 1347–1355. 2014.

DANTAS, A.L.M.; FERREIRA, P.C.; VALENÇA, C.N.; DINIZ, K.D.; NUNES, J.P.;
GERMANO, R.M. Complicações das úlceras por pressão para o paciente grave: estudo
descritivoexploratório. Online braz j nurs [Internet]., v. 12, n. 2, p. 1-6, 2013. Disponível
em: <http://www.objnursing.uff.br/index.php /nursing/rt/printerFriendly/3794/html_2>.

DEALEY C. Cuidando de Feridas: um guia para as enfermeiras. Tradução: Eliane


Kanner. 3a edição. São Paulo (SP): Atheneu; 2008.

DEFLOOR, T.; BACQUER, D.D.; GRYPDNCK, M.H.F. The effect of various combinations
of turning and pressure reducing devices on the incidence of pressure ulcers. International
Journal of Nursing Studies, v.42, p.37-46, 2005.

DUARTE, I.; BUENSE, R.; KOBATA, C. Fototerapia. An Bras Drmatol, v.81, n.1, 23-26,
2006.

EBERHARDT, T.D.; LIMA, S.B.S.; LOPES, L.F.D.; GRACIÓLI, J.C.; FONSECA, G.G.P.;
RIBEIRO, F.L. Perfil sociodemográfico e clínico de pacientes com úlceras venosas
acompanhados em ambulatório: estudo transversal descritivo. Rev Enferm UFSM.; v. 6, n. 4,
p. 539-547, 2016.

ESCANDON, J.; VIVAS, A.C.; PEREZ, R.; KIRSNER, R.; DAVIS, S. A prospective pilot
study of ultrasound therapy effectiveness in refractory venous leg ulcers. Int Wound J., v. 9,
p. 570-578, 2012.

EPUAP, European Pressure Ulcer Advisory Panel; NPUAP, National Pressure Ulcer
Advisory Panel (NPUAP). Prevention and treatment of pressure ulcers: quick reference
guide. Washington DC: National Pressure Ulcer Advisory Panel; 2009.
57

FERNANDES, L.M.; CALIRI, M.H.L. Uso da escala de Braden e de Glasgow para


identificação do risco para úlceras de pressão em pacientes internados em centro de terapia
intensiva. Rev Latino Americana de Enfermagem, v. 16, n. 6, nov-dez, 2008.

FERREIRA, A.S. Ultrassom terapêutico em feridas. Curativos, Estomias e Dermatologia:


uma abordagem multiprofissional. [org.] MALAGUTTI, W.; KAKIHARA, C.T. 1ª ed.
Martinari, p. 335-353, 2010.

FERREIRA, A.S. Ultrassom terapêutico em feridas. Curativos, Estomias e Dermatologia:


uma abordagem multiprofissional. [org.] MALAGUTTI, W.; KAKIHARA, C.T. 3ª ed.
Martinari, p.311-320, 2014.

FERREIRA, A.S.; MENDONÇA, A.C. Ultra-som terapêutico nas lesões cutâneas: uma
revisão. Revista Fafibe Online, n.3, 2007. Disponível em: <www.fafibe.br/revistaonline>.

FERREIRA, I.M.F. Laserterapia no tratamento de úlceras por pressão em unidade de


terapia intensiva. [Monografia]. Pós-graduação em Fisioterapia da Universidade Católica de
Brasília, Brasília/DF. 2010, 33f.

FREITAS, T.P; FREITAS, L.S; STRECK E.L. Ultra-som terapêutico no mecanismo de


cicatrização: uma revisão Therapeutic ultrasound mechanisms involved in wound healing: a
revision. Arquivos Catarinenses de Medicina, v. 40, n. 1, de 2011.

GEOVANINI, T.; OLIVEIRA JUNIOR, A. G. Manual de Curativos. 2. ed. São Paulo:


Corpos, 2010.

GOMES, A.T.L.; ASSIS, Y.M.S.; FERREIRA, L.L.; BEZERRIL, M.S.; CHIAVONE,


F.B.T.; SANTOS, V.E.P. Tecnologias aplicadas à segurança do paciente: uma revisão
bibliométrica. Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro., v. 7, e. 1473, 2017.

GOMES, F.S.L; BORGES, E.L. Feridas Como Tratar. 2ª ed. Belo Horizonte (BH):
Coopmed; 2008. p. 133.

GONÇALVES, R. et al. Ação do laser de baixa intensidade no tratamento das úlceras


cutâneas. Revista de fisioterapia da Universidade de Cruz Alta., v. 2, n. 3, p. 11-15, 2000.

GOULD, D.; KELLY, D.; WHITE, I.; CHIDGEY, J. Training needs analysis: a literature
review and reappraisal. International Journal of Nursing Studies, v. 41, p. 471-486, 2004.

GUIMARÃES, G.L.; VIANA, L.G. The social value in nursing education. Esc Anna Nery
[Internet].; v. 16, n. 3, p. 508-513, 2012. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/ean/v16n3/12.pdf>

GUIRRO, E.; GUIRRO, R. Fisioterapia dermato-funcional: fundamentos, recursos,


patologias. 3ª Ed. São Paulo: Manole, 2002.

GURIB-FAKIM, A. 2005. Medicinal plants: Traditions of yesterday and drugs of tomorrow.


Elsevier, páginas 1-93.
58

GUTKNECHT, N.; EDUARDO, C. P. E. A odontologia e o laser. Atuação do laser na


especialidade odontológica. Quintessence, 2004.

IRION, G.L. Feridas: novas abordagens, manejo clínico e atlas em cores. 2ª Ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. 336p.

JESEN, B.M.B.; NYSTUL, S.N.; SCACHETTI, G.G. Prevenção da úlcera por pressão por
parte do cuidador domiciliar. In: Curativos, estomias e dermatologia: uma abordagem
multiprofissional. MALAGUTI, W.; KAKIHARA, C.T. (Org.). Martinari, p. 247 – 282, 2010.

JORGE, A.E.S. Ultrassom pulsado de baixa intensidade na cicatrização de úlceras


crônicas: estudo comparativo de duas técnicas de aplicação. [Dissertação]. Escola de
Engenharia de São Carlos, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e Instituto de Química
de São Carlos da Universidade de São Paulo, São Carlos, 99f, 2009.

JORGE, S.A.; DANTAS, S.R.P.E. Abordagem multiprofissional de tratamento de feridas.


São Paulo: Atheneu; 2003.

KARU, T. I. Molecular mechanism of low-power lasertherapy. Lasers Life Sci. 1998; 2: 53-
74.

KARU, T. I. Photobiology of low power laser effects. Health Phys.; v. 56, p. 691-704, 1989.

KELLER, B.P.J.A.; WILLE, J.; RAMSHORST, B.V.; WERKEN, C.V.D. Pressure Ulcers in
Intensive Care Patients: A review of risks and prevention. Intensive Care Med., v. 28, p.
1379-1388, sep., 2002.

KOLAROVA, H.; DITRICHOVA, D.; WAGNER, J. Penetration of the laser light into the
skin in vitro. Lasers Surg Med, v.24, p. 231-5, 1999.

KORELO, R.I.G; FERNANDES, L.C. Ultrassom terapêutico para cicatrização de feridas:


revisão sistemática. ConScientiae Saúde, 2016;15(3):518-529.

LAWALL, H. Treatment of chronic wounds. Vasa.; v. 41, n. 6, p. 396-409, 2012.

LEAL, F.J., SANTOS, L.M.S., COUTO, R.C., MORAES, S.G.P., SILVA, T.S., SANTOS,
W.R. Tratamento fisioterapêutico vascular para a doença venosa crônica: artigo de revisão. J.
vasc. bras., Porto Alegre, v. 15, n.1, Jan./Mar. 2016.

LEITE, A.P.L.; OLIVEIRA, B.G.R.B.; SOARES, M.F.; BARROCAS, D.L.R. Uso e


efetividade da papaína no processo de cicatrização de feridas: uma revisão sistemática. Rev
Gaúcha Enferm. [Periódico online], V. 33, n. 3, 2012. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php? pid=S1983-14472012000300026&script=sci_arttext>.

LEITE, A.P.B. Efetividade e segurança do ultrassom terapêutico nas afecções


musculoesqueléticas: overview de revisões sistemáticas Cochrane. Acta Fisiatr.
2013;20(3):157-160.

LIEDKE, D.C.F.; JOHANN, D.A.; DANSKI, M.T.R. Consultório de enfermagem para


tratamento de feridas em hospital de ensino. Cogitare Enferm., v. 19, n. 3, p. 590-596, 2014.
59

LIMA, N.B.A.; AGRA, G.; SOUSA, A.T.O.; GOUVEIA, B.L.A. Perfil sociodemográfico,
clínico e terapêutico de pacientes com feridas agudas e crônicas. Rev enferm UFPE on line.,
v. 10, n. 6, p. 2005-2017, 2016.

LIMA, A.C.B.; GUERRA, D.M. Avaliação do custo do tratamento de úlceras por pressão em
pacientes hospitalizados usando curativos industrializados. Ciência & Saúde Coletiva, v. 1,
n.16, p. 267-277, 2011.

LIPSKY, B. A. et al. Infectious Diseases Society of America Clinical Practice Guideline for
the Diagnosis and Treatment of Diabetic Foot Infections. Clinical Infectious Diseases, 2012

LORENZINI, S.; MARTELLI, D. Resposta cicatricial do ultra-som nas úlceras de pressão de


graus I e II. Rev Médica HSVP, v. 17, n. 37, p. 34-39, 2005.

LOW, J.; REED, A. Eletroterapia explicada: princípios e prática. Ed. Manole. São Paulo, p.
187-228. 2003.

MACIEL, E.A.F.; CARVALHO, D.V.; BORGES, E.L.; MATOS, S.S.; GUIMARÃES G.L.
Prevalência de feridas em pacientes internados em hospital de grande porte. Rev enferm
UFPI., v. 3, n. 3, p. 66-72, 2014.

MAEGAWA, Y.; ITOH, T.; HOSOKAWA, T.; YAEGASHI, K.; NISHI, M. Effects of near
infrared low laser irradiation on microcirculation. Laser Surg Med, v. 5, n.27, p.427-37,
2000.

MALAGUTTI, W.; KAKIHARA, C.T. Curativos, estomias e dermatologia: uma


abordagem multiprofissional. São Paulo: Martinari; 2014.

MARKLEBUST, J; SIEGGREE, M. Pressure ulcer-guidelines for prevention and nursing


management. 2 a edição. 1996, 304p.

MARQUES, A.D.B.; GUIMARÃES, M.S.O.; CUNHA, K.A.S.; CABRAL, L.A.F.;


QUEIROZ, A.A.F.L.N.; OLIVEIRA, L.B. Critérios utilizados pelos enfermeiros na realização
dos curativos. Rev. Pre. Infec e Saúde., v. 1, n. 1, p. 31-9, 2015.

MARQUES, C.M.; MOREIRA, D.; ALMEIDA, P.N. Atuação fisioterapêutica no tratamento


de úlceras plantares em portadores de hanseníase: uma revisão bibliográfica. Hansen Int, n.
28, v. 2, p. 145-150, 2003.

MARTINS, E., SZYMANSKI. A abordagem ecológica de Urie Bronfenbrenner em


estudos com famílias. Universidade Catolica de São Paulo. [Internet] 2004. Disponível em:
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid>.

MARTINS, M.; MAIA FILHO, A.L.M.; COSTA, C.L.S.; COELHO, N.P.M.F.; COSTA,
M.S.; CARVALHO, R.A. Ação anti-inflamatória da fração lipídica do Ovis aries associado
ao ultrassom terapêutico em modelo experimental de tendinite em ratos (Rattusnorvegicus).
Rev Bras Fisioter,, v. 15, n. 4, p. 297-302, 2011.
60

MARTINS, N.P; NOGUEIRA, P.C; COSTA, S.G; HAYASHIDA, M; SEIXAS, A;


MENDES, I.A.C. Ulcera por pressão: avaliação de Software para elaboração de conteúdo
interativo para graduandos em enfermagem. Revista Saúde., v .9, n.1-2, p. 51, jun.2015.

MCDANIEL, J.C.; BROWNING, K.K. Smoking, chronic wound healing, and implications
for evidence – Based practice. J Wound Ostomy Continence Nurs. 2014; 41(5):415-30.

MEDEIROS, A.B.A.M.; ADRIOLA, I.C.; FERNANDES, M.I.C.D.; SILVA, F.B.B.L.; SÁ,


J.D.; LIRA, A.L.B.C. Perfil sócio-econômico de pessoas com úlcera venosa: aspectos
relevantes para a enfermagem. Rev Enferm UFPE online. 2013 [cited 2017 oct
24];7(8):5220-4.Available from:
http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/7186/1/2013_art_albclira4.pdf.

MEDEIROS, A.B.F. Úlcera por pressão em idosos hospitalizados: análise da prevalência


e fatores de risco. [Mestrado em Cuidados Clínicos]. Fortaleza (CE): Universidade Estadual
do Ceará, 2006. 125f

MENDONÇA, A.C.; FERREIRA, A.S.; BARBIERI, C.H.; THOMAZINE, J.A.; MAZER, N.


Efeitos do ultrassom pulsado de baixa intensidade sobre a cicatrização por segunda intenção
de lesões cutâneas totais em ratos. Acta Ortopédica Brasileira, n.14, v.3, p.152-157, 2006.

MORAIS, G.F.C; OLIVEIRA, S.H.S; SOARES, M.J.G. Avaliação de Feridas pelos


Enfermeiros das instituições Hospitalares da Rede Pública. Texto Completo Enferm,
Florianópolis, v. 17, n. 1, p. 98-105, jan/mar, 2008.

MORREIRA, M.M et al. Qualidade de vida e capacidade funcional em pacientes com úlcera
arterial. Av Enferm., v. 34, n. 2, p. 170-180, 2016.

MOSTAFA, Y.A.J.; ZOHRE, R.; SAMANEH, R. Electromagnetic fields and ultrasound


waves in wound treatment: a comparative review of therapeutic outcomes. Biosciences
Biotechnology Research Asia, v. 12 (suplemento 1), p. 185-195, 2015.

MOTOKI THC, CARVALHO KC, VENDRAMIN FS. Perfil de pacientes vítimas de trauma
em membro inferior atendidos pela equipe de cirurgia reparadora do Hospital Metropolitano
de Urgência e Emergência. Rev Bras Cir Plást [Internet]., v. 28, n. 2, p. 276-281, 2013.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbcp/v28n2/v28n2 a18.pdf>.

NASCIMENTO, L.A., CARDOSO, M.G.C., OLIVEIRA, S.A., QUINA, E., SARINHA,


D.S.S. Manuseio da dor: avaliação das práticas utilizadas por profissionais assistenciais de
hospital público secundário. Rev. Dor, São Paulo, v. 17, n. 2, abr/Jun, 2016.

NETO FC, DE ARAÚJO G, KESSLER IM, DE AMORIM RFB, FALCÃO DP. Treatment of
severe chronic venous insufficiency with ultrasound-guided foam sclerotherapy: A two-year
series in a single center in Brazil. Phlebology [Internet]., v. 30, n. 2, p. 113-118, 2015.
Disponível em: <http://phl.sagepub.com/content/30/2/113.full>.

NEVES, J.F.; STANCATO, K. Pressure ulcers: a perspective of cost management in nursing


services. Rev Enferm UFPE On Line, v. 6, n. 8, p. 1909-1917, 2012.
61

NONNEMACHER, M; STAUSBERG, J; BARTOSZEK,G; LOTTKO, B; NEUHAEUSER,


M; MAIER, I. Predicting pressure ulcer risk: a multifactorial approach to assess risk factors in
a large university hospital population. Journal of Clinical Nursing, v.18, n.1, p.99-107,
January 2009.

NUNAN, D. Research methods in language learning. Cambridge: Cambridge University


Press, 1997.

OLIVEIRA, B.G.R.B.; CASTRO, J.B.A; GRANJEIRO, J.M. Panorama epidemiológico e


clínico de pacientes com feridas crônicas tratados em ambulatório. Rev enferm UERJ.; v. 21,
n.esp 1, p. 612-617, 2013.

OLIVEIRA BGRB, NOGUEIRA GA, CARVALHO MR, ABREU AM. Caracterização dos
pacientes com úlcera venosa acompanhados no Ambulatório de Reparo de Feridas. Rev Eletr
Enf [Internet]., v. 14, n. 1, p.156-163, 2012. Disponível em:
<https://www.fen.ufg.br/fen_revista/v14/n1/pdf/v14n1a18.pdf>.

OLIVEIRA BLCA, THOMAZ EBAF, SILVA RA. Associação da cor/raça aos indicadores de
saúde para idosos no Brasil: um estudo baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (2008). Cad. Saúde Pública., v. 30, n. 7, p. 1-15, 2014.

OLIVEIRA FP, OLIVEIRA BGRB, SANTANA RF, SILVA BP, CANDIDO JSC.
Classificações de intervenções e resultados de enfermagem em pacientes com feridas:
mapeamento cruzado. Rev. Gaúcha Enferm., v. 37, n. 2, e55033, 2016.

OLIVEIRA, H.C.S.; VIEIRA, D.; FERREIRA, C.M.R. Avaliação do potencial cicatricial do


gel de Confrei (Symphytumofficinale L.) associado à técnica do ultrassom terapêutico em
ratos com feridas cutâneas. Perquirere – Revista do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e
Extensão do UNIPAM, v. 6, p. 31-44, out, 2009.

OLSSON et al. Estimulação ultra-sônica pulsada e contínua no processo cicatricial de ratos


submetidos à celiotomia. Ciência Rural, v. 36, n. 3, mai-jun, 2006.

OLSSON, D.C.; MARTINS, V.M.V.; PIPPI, N.L.; MAZZANTI, A.; TOGNOLI, G.K. Ultra-
som terapêutico na cicatrização tecidual. Ciência Rural, Santa Maria, v. 38, n. 4, p. 1199-
1207, jul, 2008.

OLYAIE M, RAD FS, ELAHIFAR M, GARKAZ A, MAHSA G. Higy-frequency and


noncontact low-frequency ultrasound therapy for venous leg ulcer treatment: a randomized,
controlled study. OstomyWound Manage., v. 59, n. 8, p. 14-20, 2013.

PEDLEY, G.E. Comparison of pressure ulcer grading scales: a study of clinical utility and
inter-rater reliability. Int J Nurs Stud; v. 41, n.2, p.129-40, 2004.

PEREIRA, C.D.F.D.; PINTO, D.P.S.R.; TOURINHO, F.S.V.; SANTOS, V.E.P. Tecnologias


em Enfermagem e o Impacto na Prática Assistencial. Revista Brasileira de Inovação
Tecnológica em Saúde, On-line, 2010.

PEREIRA, C.D.F.D.; PINTO, D.P.S.R; TOURINHO, F.S.V; SANTOS, V.E.P. Revista


Brasileira de Inovação Tecnológica, Online desde 2010.
62

POLACOW, M.L.O.; DIB-GUISTI, H.H.K.; LEONARDI, G.R.; VIEIRA, C.E.C.;


GUIRADO, G.N.; ZAGUE, V.; et al. Efeito do ultra-som e do D-pantenol na regeneração
tegumentar. RevBrasFisioter,, v. 9, n. 3, p. 365-371, 2005.

POLIT, D.F.; BECK, C.T., HUNGLER, B.P. Análise quantitativa. In: ______ Fundamentos
de pesquisa em enfermagem: métodos, avaliação e utilização. 7a ed. Porto Alegre (RS):
Artmed; 2011. p.269.

RATLIFF CR, RODEHEAVER GT. Use of the PUSH tool to measure venous ulcer healing.
Ostomy Wound Manage., v. 51, n. 5, p. 58-60, 2005.

REDDY, M.; GILL, S.S.; KALKAR, S.R.; WU, W.; ANDERSON, P.J.; ROCHON, P.A.
Treatment of pressure ulcers: a systematic review. JAMA, Dec, v. 300, n. 22, p. 2647-2662,
2008.

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Ministério Da Agricultura. DECRETO Nº 47/2004, DE


27 DE OUTUBRO, O Instituto de Investigação agrária de Moçambique, 2004.

ROCHA, A.B.L., BARROS, S.M.O. Avaliação de risco para úlcera por pressão: propriedades
de medida da versão em português da escala de Waterlow. Acta Paul Enferm., v. 2, n. 20, p.
143-150, 2007.

ROCHA, E.A; ALEXANDRE, N.M.C; SILVA, J.V. Cultural adaptation and validation of the
Freiburg Life Quality Assessment – Wound Module to Brazilian Portuguese. Rev. Latino-
Am. Enfermagem., v. 24, e. 2684, 2016. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rlae/v24/pt_0104-1169-rlae-24-02684.pdf.>.

ROCHA, J. C. T. Terapia laser, cicatrização tecidual e angiogênese. Revista Brasileira em


Promoção da Saúde, Universidade de Fortaleza Brasil., v.17, n.1, p. 45-48, 2004.

ROJAS, A.P.K.; SOUZA, D.; COMASSETO, V; VISENTIN, A. Tecnologias Disponíveis


para Acompanhamento do Desenvolvimento Infantil pelo Enfermeiro: Revisão Integrativa da
Literatura. Cadernos da Escola de Saúde, Curitiba, v.1. n.15: 64-68, 2016.

SALOMÉ GM, BLANES L, FERREIRA LM. Capacidade funcional dos


pacientes com diabetes mellitus e pé ulcerado. Acta Paul Enferm., v. 22, n. 4, p. 412-6,
2009.

SALOME, G. M. Ocorrência de úlcera por pressão em indivíduos internados em uma


Unidade de Terapia Intensiva. Saúde Coletiva. São Paulo, v. 42, n.7, p.183-188, 2010.

SAMUELS JA, WEINGARTER MW, MARGOLIS DJ, ZUBKOV L, SUNNY Y, BAWIEC


CR, et al. Low-frequency (<100 kHz), low-intensity (<100 mW/cm²) ultrasound to treat
venous ulcers: a human study and in vitro experiments. J Acoust Soc Am., v. 134, n. 2,
p. 1541-1547, 2013.

SANT’ANA SMS, BACHION MM, SANTOS QR, NUNES CAB, MALAQUIAS SG,
OLIVEIRA BGRB. Úlceras venosas: caracterização clínica e tratamento em usuários
atendidos em rede ambulatorial. Rev Bras Enferm. [Periódico online], v. 4, p. 637-44, 2012.
63

Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/reben/v65n4/a13v65n4.pdf>.

SANTO PFE, ALMEIDA SA, SILVEIRA MM, SALOMÉ GM, FERREIRA LM. Uso da
ferramenta Pressure Ulcer Scale for Healing para avaliar a cicatrização de úlcera crônica de
perna. Rev Bras Cir Plást., v. 28, n. 1, p. 133-141, 2013.

SANTOS ICRV, SOUZA MAO, ANDRADE LNV, LOPES MP, SILVA MFAB,
SANTIAGO RT. Caracterização do atendimento de pacientes com feridas na atenção
primária. Rev Rene, v. 15, n. 4, p. 613-620, 2014.

SANTOS, V.L.C.G.; AZEVEDO, M.A.J.; SILVA, T.S.; CARVALHO, V.M.J.;


CARVALHO, V.F. Adaptação transcultural do Pressure Ulcer Scale for Healing (PUSH) para
a língua portuguesa. Rev Latino-am Enfermagem, n.13, n,3, p. 305-13, 2005.

SASSERON, M.G.M. Uso de medicamentos tópicos no tratamento de feridas. Curativos,


Estomias e Dermatologia: uma abordagem multiprofissional. [org.] MALAGUTTI, W.;
KAKIHARA, C.T. 1ª ed. Martinari, p. 55-61, 2010.

SILVA RCL, FIGUEIREDO NMA, MEIRELES IB. Feridas: Fundamentos e atualizações


em enfermagem. 3. ed. São Paulo: Yendis; 2011.

SILVA, L.C.N. (2014) Plantas medicinais da Guiné-Bissau: estudo da sua atividade


biológica e caracterização química. (Dissertação de mestrado), Universidade de Lisboa,
Lisboa, Portugal.

SILVA, M.H.; JESUS, M.C.P.; MERIGHI, M.A.; OLIVEIRA, D.M.; SANTOS, S.M.R.;
VICENTE, E.J.D. Manejo clínico de úlceras venosas na atençaõ primária à saúde. Acta Paul
Enfermagem., v. 25, n. 3, p. 329-333, 2012.

SIMÕES, N.D.P. Laser no tratamento de feridas. Curativos, Estomias e Dermatologia: uma


abordagem multiprofissional. [org.] MALAGUTTI, W.; KAKIHARA, C.T. 1ª ed. Martinari,
p. 355-369, 2010.

SIMON, J. E., KOROCH, A. R., ACQUAYE, D., JEFTHAS, E., JULIANI, R.


GOVINDASAMY, R. 2007. Medicinal Crops of Africa. Botanicals and Medicinals: Issues
in new crops and new uses, p. 322 – 331.

SMANIOTTO, P.H.S.; FERREIRA, M.C.; ISAAC, C.; GALLI, R. Sistematização de


curativos para o tratamento clínico de feridas. Rev Bras Cir Plást. São Paulo, v. 27, n. 4, p.
623-626, jan. 2012.

SOARES LS, DE SOUSA DACM, MACHADO ALG, DA SILVA GRF. Caracterização das
vítimas de traumas por acidente com motocicleta internadas em um hospital público. Rev
enferm UERJ., v. 23, n. 1, p. 115-121, 2015.

SOUZA, D.M.S.T.; SANTOS, V.L.C.G. Incidência de úlceras por pressão e fatores de risco
em idosos institucionalizados. In: III Semana Nacional de Estomoterapia, VI Congresso
Brasileiro de Estomoterapia e I Simpósio Internacional de Incontinência. SOBEST, v.3,
n.3, p. 86, jul/ ago/ set de 2005.
64

SOUZA, Y.R.; CUNHA, J.R.; BROMERSCHENKEL, A.I.M. Atuação da fisioterapia na


hanseníase no Brasil. Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto, UERJ, ano 10: 57-66,
2011.

SPEED, C.A. Therapeutic ultrasound in doft tissue lesions. Rheumatology, New York, v. 40,
n. 12, p. 1331-1336, 2001.

SQUIZATTO RH, BRAZ RM, LOPES AO, RAFALDINI BP, ALMEIDA DB, POLETTI
NAA. Perfil dos usuários atendidos em ambulatório de cuidado com feridas. Cogitare
Enferm., v. 22, n. 1, p. 1-9, 2017.

TAVARES, B.C. et al. Perfil dos pacientes com úlcera crônica de etiologia diversa,
internados em serviço de emergência. Rev Ciência, Cuidado e Saúde, v. 15, n. 4, p. 624,
2016.

TUNER, J.; HOLDEN, L. Terapia a laser: prática e científica quadro clínico. 1995.

VASCONCELOS, Y. Dispositivo usa ultrassom e laser simultaneamente para reabilitar


pacientes com artrose. Lasers in medical Science, 2015.

WANG R, FENG Y, BO DI. Comparisons of negative pressure wound therapy and ultrasonic
debridement for diabetic foot ulcers: a network meta-analysis. Int J Clin Exp Med., v. 8, n.
8, p. 12548-12356, 2015.

WOLLINA U, HEINING B, NAUMANN G, SCHEIBE A, SCHMIDT W, NEGEBAUER R.


Effects of low-frequency ultrasound on microcirculation in venous leg ulcers. Indian
J Dermatol., v. 56, n. 2, p. 174-179, 2011.

WOODBURY, M.G.; HOUGHTON, P.E. Prevalence of pressure ulcers in Canadian


healthcare settings. Ostomy Wound Management, v. 50, n. 10, p.2 2-38, 2004.
65

APÊNDICES
66

APÊNDICE A - TERMO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (T.C.L.E.)

Caro usuário da unidade de saúde,


Eu, Thiago Moura de Araújo, sou Doutor em Enfermagem e professor do Curso de
Enfermagem da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro Brasileira
(UNILAB). Em conjunto com uma equipe de profissionais de saúde estou realizando uma
pesquisa denominada EFETIVIDADE DA IRRADIAÇÃO ULTRASSÔNICA NO
TRATAMENTO DE FERIDAS EM PACIENTES ACOMPANHADOS NO SERVIÇO
HOSPITALAR e gostaria de convidá-lo a participar deste estudo.
Indivíduos com feridas crônicas, como úlcera por pressão ou úlcera em membros
inferiores, requerem um cuidado maior e diário para que o senhor possa ser considerado
curado dessa ferida. Outras feridas podem ser presentes, como aquelas decorrentes de
cirúrgicas, amputações e lesões específicas de algumas doenças. Assim, esse estudo propõem
uma nova abordagem para o tratamento dessas feridas com o uso do ultrassom.
Em nossa pesquisa estamos selecionando usuários do serviço de saúde, de ambos os
sexos, aparentemente saudáveis e que apresentem algum tipo de ferida crônica que necessita
de acompanhamento pela a equipe de enfermagem, tenha mais de 18 anos, não apresente
glicemia normalizada, sem história de tumor maligno na região onde se encontra o ferimento
ou câncer na corrente sanguínea, sem implantes metálicos na região, hipersensibilidade na
região e ausência de infecção na ferida. Após a verificação dessas condições, as pessoas que
desejarem participar do estudo serão acompanhadas na unidade de saúde para aplicação do
ultrassom de baixa frequência.
A irradiação ultrassônica já foi utilizada em outros estudos e apresenta resultados
positivos na cicatrização da ferida, sem apresentar risco aparente ou atraso no tratamento do
paciente. A pesquisa irá proporcionar saber a resposta desse aparelho em feridas crônicas,
principalmente nos membros inferiores.
Dentre os benefícios envolvidos na utilização do ultrassom terapêutico já destacados
em literatura pode-se citar:
 Aceleração do reparo tecidual/cicatrização em todas as suas fases desde a inflamação,
proliferação celular e remodelagem;
 Aumento dos níveis de cálcio intracelulares;
67

 Aumento da angiogênese e da permeabilidade vascular;


 Estimulação da atividade fibroblástica, promovido pela interação das microbolhas formadas
a partir do efeito de cavitação que ao se expandirem e contraírem em um movimento estável
promove a estimulação;
 Aumento da síntese proteica, estimulada também pelo processo não térmico de cavitação;
 Aumento da tensão elástica do colágeno, conferindo maior resistência a tração para o
tecido que foi lesionado;
 Promoção de maior resistência dos tecidos que estão sendo reparados a tração;
 O uso continuo por cinco a dez minutos, três vezes por semana poderá promove uma
melhoria na dor relata pelo paciente;
 Além de acelerar em média a velocidade para o restabelecimento da saúde do paciente é
em até 20%.
Destaca-se ainda que serão adotadas técnicas estéreis para realização do
procedimento, como também manuseio adequado da ferida. Iremos realizar o registro
fotográfico da ferida, periodicamente, para acompanhamento e posterior comparação do
resultado.
Asseguro que sua identidade será mantida em segredo e que somente nossa equipe
terá acesso as suas informações que serão usadas exclusivamente para fins acadêmicos. Você
poderá retirar o seu consentimento para a pesquisa em qualquer momento, bem como, obter
outras informações que achar necessárias. Caso queira sair da pesquisa isso não irá interferir
o seu tratamento na unidade básica de saúde na qual você está cadastrado e é acompanhado.
Informo ainda que, o tratamento proposto pelo experimento não terá quaisquer custos
para o participante e o mesmo também não receberá nenhum incentivo financeiro para
participar do experimento.
Para outras informações e/ou esclarecimentos:

Endereço do responsável pela pesquisa: Thiago Moura de Araújo


Endereço: Rua Conselheiro da Silva, nº 708, Centro, CEP: 60862610, Jardim
Violeta, Fortaleza-CE Telefones para contato: 85-8902-6934/34740905

E-mail: [email protected]
Endereço do responsável pela pesquisa: Thiago Moura de Araújo
Endereço: Rua Conselheiro da Silva, nº 708, Centro, CEP: 60862610, Jardim
Violeta, Fortaleza-CE Telefones p/contato: 85-8902-6934/34740905
E-mail: [email protected]
CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO OU
DECLARAÇÃO DO PARTICIPANTE OU DO RESPONSÁVEL PELO
PARTICIPANTE:

Tendo compreendido perfeitamente tudo o que me foi informado sobre a minha


participação no mencionado estudo e estando consciente dos meus direitos, das minhas
responsabilidades, dos riscos e dos benefícios que a minha participação implicam, concordo
em dele participar e para isso eu DOU O MEU CONSENTIMENTO SEM QUE PARA ISSO
EU TENHA SIDO FORÇADO OU OBRIGADO.
1

APÊNDICE B
2
3
4
5

ANEXOS
6

ANEXO A
7
8
9
10

ANEXO B
11

ANEXO B
12

ANEXO C

Você também pode gostar