Procedimento e Determinações Gerais em Alimentos - Capitulo 4

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CAPÍTULO

IV
PROCEDIMENTOS E
DETERMINAÇÕES
GERAIS

IAL - 83
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital

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IV
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

PROCEDIMENTOS E DETERMINAÇÕES GERAIS

Pré-tratamento da amostra

E
xamine cuidadosamente as condições da amostra. Retire partes representativas
dela e em quantidade suficiente para análise em triplicata e eventuais repetições
do ensaio. Conserve ao abrigo de umidade, da luz e de contaminações. Quando
necessário, mantenha em temperatura mais baixa que a do ambiente. Se houver
necessidade, a amostra deve ser homogeneizada em liqüidificador ou multiprocessador.

Amostras sólidas – Quando possível, homogeneíze a amostra agitando a embalagem antes


ou após abertura, neste último caso evite o uso de utensílios de metal. As amostras de carne
e produtos de carne devem ser separadas dos ossos, pele ou couro. No caso de pescado,
devem-se retirar os diferentes componentes não comestíveis da amostra (sem pele e espi-
nhas), utilizando somente o filé. Dependendo do tipo de análise, quando as amostras forem
hortaliças in natura, elas devem ser lavadas, descascadas (quando for o caso) e utilizadas
somente as partes comestíveis.

Amostras líquidas – Agite a amostra a fim de homogeneizar completamente.

Inspeção da amostra

Inspecione cada amostra, anotando marcas, códigos, rótulos e outros fatores de iden-
tificação. Examine, cuidadosamente, cada amostra para verificar indicações de anormali-
dade que se manifestem em seu aspecto físico, formação de gás, cheiro, alteração de cor,
condições da embalagem e anote o resultado. Antes de abrir os enlatados, observe se há
tufamento das latas e, depois de abertos, o estado interno das mesmas.

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Preparo da amostra para análise

A amostra para análise deve-se apresentar homogênea. Precisa ser conservada ao abri-
go de umidade e de contaminações. Em certos casos, deverá ser conservada também ao
abrigo da luz e em temperatura mais baixa que a do ambiente.

Amostras sólidas em pó ou em grânulos – Retire partes representativas da amostra (superfí-


cie, centro e lados). Triture em gral ou moinho, se necessário, e passe por um tamis de 144
furos por cm2. Espalhe com uma espátula sobre uma folha grande de papel de filtro. Separe
em quatro partes em forma de cruz. Retire dois segmentos opostos e devolva para o pacote.
Misture as duas partes restantes e repita o processo de separação de quatro segmentos. Con-
tinue assim até obter quantidade suficiente de material, para análise em triplicata.

Amostras líquidas – Agite a amostra até homogeneizar bem. Filtre se necessário. Nos casos
de produtos gaseificados, como refrigerantes e vinhos espumantes, transfira, antes de fil-
trar, para um béquer seco e agite com um bastão de vidro até eliminar o gás.

Sorvetes e gelados – Deixe em repouso à temperatura ambiente, até liquefazerem, para


depois serem homogeneizados e guardados em frascos com rolha esmerilhada.

Produtos semi-sólidos ou misturas líquidas ou sólidas – Produtos como queijo e chocolate


devem ser ralados grosseiramente. Tire a amostra por método de quarteamento.

Pastas semiviscosas e líquidos contendo sólidos – Produtos como pudins, sucos de


frutas com polpa, geléias com frutas, doces de massa com frutas devem ser homogene-
ízados em liqüidificador ou multiprocessador.

No caso de se desejar a análise em separado dos diferentes componentes da amostra


(balas, bombons, compotas, conservas e recheios), proceda inicialmente à separação dos
componentes por processo manual ou mecânico.

Determinações Gerais

001/IV Determinação do espaço livre – Recipiente de forma regular

Nos produtos embalados, é de interesse a determinação do espaço livre, pois por


meio deste procedimento pode-se controlar o conteúdo da embalagem e a tecnologia
empregada neste envasamento.

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Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

Procedimento – Abra o recipiente e meça, com precisão de milímetros, a distância compre-


endida entre o nível superior do produto e o nível da altura da tampa. Retire o conteúdo e
meça, com precisão de milímetros, a distância compreendida entre o fundo do recipiente e
o nível da altura da tampa.

Cálculo

d1 = distância entre o nível superior do produto e a tampa, em mm


d2 = distância entre o fundo do recipiente e a tampa, em mm

Referência bibliográfica

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:


Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 13.

002/IV Determinação do espaço livre – Recipiente de forma irregular

Procedimento – Marque, com caneta de retroprojetor ou com fita crepe, os níveis da tam-
pa e do conteúdo do recipiente. Transfira o conteúdo do recipiente para uma proveta e ano-
te o volume com precisão de mL (V1). Encha o recipiente com água até o nível da tampa,
transfira o líquido para uma proveta e anote o volume com precisão de mL (V2).

Cálculo

V2 = volume máximo do recipiente em mL


V1 = volume da amostra em mL

Referência bibliográfica

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Mé-


todos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 13.

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003/IV Sólidos drenados em relação ao peso total

Em conservas, compotas e similares, em que frutas, vegetais etc. se encontram mistu-


rados a líquidos, como caldas, óleo, vinagre etc., muitas vezes é importante o controle desta
relação.

Procedimento – Pese o recipiente com todo o seu conteúdo, com precisão de 0,1 g. Abra
o recipiente e escorra o conteúdo sobre um tamis, mantendo-o ligeiramente inclinado, du-
rante cinco minutos. Pese o recipiente vazio, com precisão de 0,1 g. Coloque no recipiente
o produto sólido e pese novamente, com precisão de 0,1 g. Calcule o conteúdo porcentual
de sólidos em relação ao peso total.

Cálculo

P1 = peso do recipiente após ter escorrido o líquido, em g


P2 = peso do recipiente vazio, em g
P3 = peso do recipiente com todo seu conteúdo

Referência bibliográfica

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Mé-


todos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 13-14.

004/IV Reação para gás sulfídrico – Prova de Éber

O estudo da conservação de certos produtos protéicos poderá ser avaliado também


por meio desta reação, onde se constata a presença de gás sulfídrico, proveniente da de-
composição de aminoácidos sulfurados que normalmente são liberados nos estágios de
decomposição mais avançados. O H2S combinado com acetato de chumbo ou plumbito
de sódio produz sulfeto de chumbo (PbS), revelando mancha preta espelhada em papel
de filtro.

No caso de produtos embalados, estas reações deverão ser feitas ao abrir-se o recipien-
te. No de carnes, conservas de carne, pescados etc., tão logo se inicie o exame da amostra.

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Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

Material

Balança semi-analítica, banho-maria, espátula, elástico para papel, frasco Erlenmeyer de


125 mL, papel de filtro de 9 cm de diâmetro e pipeta graduada de 1 mL.

Reagentes

Solução de acetato de chumbo a 5% (m/v)


Ácido acético glacial
Solução saturada de acetato de chumbo (alternativa)
Solução de hidróxido de sódio a 10% (m/v)

Solução de acetato de chumbo – Prepare 100 mL de solução de acetato de chumbo a 5%


(m/v). Adicione 1 mL ácido acético. Agite vigorosamente. Conserve a solução em frasco
de vidro âmbar fechado.

Solução de plumbito de sódio (alternativa) – Prepare uma solução saturada de acetato


de chumbo e adicione solução de hidróxido de sódio a 10% até dissolver o precipitado.
Conserve a solução em frasco de vidro âmbar fechado.

Procedimento – Transfira 10 g da amostra homogeneizada para um frasco Erlenmeyer


de 125 mL. Feche com dois discos sobrepostos de papel de filtro com auxílio de elástico.
Com uma pipeta, embeba a superfície do papel com solução de acetato de chumbo (ou
plumbito de sódio). Coloque o frasco em banho-maria de modo que o fundo do frasco
fique a 3 cm acima do nível da água fervente. Aqueça por 10 minutos. O aparecimento de
mancha preta no papel de filtro em contato com os vapores indica a presença de gás sulfí-
drico. Considere em bom estado de conservação – reação negativa – as amostras que apre-
sentarem uma reação de gás sulfídrico inferior à produzida por 0,1 mg de Na2S.9H2O em
meio ácido, que corresponde a 0,014 mg de H2S, nas condições do método adotado.

Notas
Em lugar da solução de acetato de chumbo pode-se usar a solução de plumbito de só-
dio.
A reação de Éber não se aplica no caso de alimentos muito condimentados, temperados
com alho, cebola e de conservas de carne e pescado que foram processadas em alta tem-
peratura e baixa pressão.
Em alguns casos, somente o conjunto desta e outras provas será decisório para uma avalia-
ção do estado de conservação do produto.

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Referência bibliográfica

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1: Mé-
todos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 14-15.

005/IV Reação para amônia – Prova de Éber

O estado de conservação de alimentos protéicos pode ser avaliado por meio da reação de
Éber para amônia. A liberação de amônia indica o início da degradação das proteínas. A amônia, ao
reagir com o ácido clorídrico, forma cloreto de amônio (NH4Cl) sob a forma de vapores brancos.

Material

Provetas de 50 e 150 mL, balão volumétrico de 250 mL, tubos de ensaio de 25 mL e arame
de 20 cm de comprimento com extremidade recurvada tipo anzol.

Reagentes

Ácido clorídrico
Éter
Álcool

Reagente de Éber – Em balão volumétrico de 250 mL, misture 50 mL de ácido clorídrico e


150 mL de álcool. Resfrie e complete o volume com éter.

Procedimento – Transfira 5 mL do reagente de Éber para um tubo de ensaio de 25 mL. Fixe


um pedaço da amostra na extremidade do arame tipo anzol e introduza no tubo de ensaio
de modo que não toque nem nas paredes do tubo nem na superfície do reagente. O apareci-
mento de fumaças brancas e espessas indica que o produto está em início de decomposição.

Notas
Repita a prova com diferentes porções da amostra.
Em alguns casos somente o conjunto desta e outras provas será decisório para uma avaliação
do estado de conservação do produto.

Referência bibliográfica

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:


Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 15.

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006/IV Ponto de fusão – Substâncias facilmente reduzíveis a pó

Ponto de fusão de um sólido é a faixa de temperatura em que este inicia a sua transfor-
mação para o estado líquido, até se fundir totalmente. A determinação é feita em aparelhos
como o descrito abaixo ou em qualquer outro capaz da mesma precisão. Como todo apare-
lho, deve ser submetido à calibração empregando uma das substâncias puras da Tabela 1.

Tabela 1 – Relação de substâncias puras e seus pontos de fusão

Substâncias puras Ponto de fusão


Vanilina 81 - 83°C
Acetanilida 114 - 116°C
Fenacetina 134 - 136°C
Sulfanilamida 164,5 - 166,5°C
Acido 5,5-dietilbarbitúrico 187 - 190°C
Cafeína 234 - 237°C

Material

O aparelho para determinação do ponto de fusão consiste essencialmente de um recipiente


de vidro de capacidade apropriada para um banho de líquido incolor; um agitador, que
poderá ser um bastão de vidro, convenientemente dobrado duas vezes em ângulo reto; um
termômetro cuidadosamente calibrado e controlado de (-10 a 365)°C (em lugar deste ter-
mômetro único, pode-se usar, com vantagens, uma coleção de termômetros de escala curta,
cada um abrangendo um intervalo de 50°C); um tubo capilar de 9 cm de altura, (0,9 a 1,1) mm
de diâmetro interno, e paredes de espessura entre 0,2 a 0,3 mm; uma lente de aumento (cerca
de dez vezes) e uma fonte de calor, elétrica ou chama direta.
Os líquidos empregados no banho são escolhidos, de acordo com a temperatura a ser deter-
minada, pela Tabela 2.

Tabela 2 – Relação de líquidos empregados em banhos para determinação do ponto de


fusão

Temperatura Líquidos
até 100°C água
até 150°C glicerol
até 250°C parafina líquida
até 400°C silicone

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O uso de silicone líquido torna mais simples esta escolha, uma vez que ele cobre todo o
intervalo da temperatura acima.

Procedimento – A substância é reduzida a pó fino e seco no vácuo ou em estufa abaixo do


ponto de fusão. É introduzida, em pequenas porções, no tubo capilar fechado numa das
suas extremidades. Depois de colocar cada porção, insira o capilar com a ponta fechada para
baixo dentro de um tubo de vidro de 50 cm, aberto nas duas extremidades e apoiado verti-
calmente de encontro a uma superfície dura. Repita esta operação várias vezes até obter
uma coluna compacta de cerca de 2 mm da substância. Aqueça o banho com o líquido
apropriado até que sua temperatura esteja 30°C abaixo do ponto de fusão da substância
em exame. Introduza, então, o capilar preso ao termômetro com um fio de platina ou
um anel de borracha, ou por simples adesão de ambos, no líquido do banho, ficando a
substância no capilar na altura do bulbo do termômetro e este totalmente coberto pelo
banho e a 2 cm do fundo do recipiente. Continue o aquecimento de modo a ter um
grau de aumento de temperatura por minuto. A leitura é direta. Denomina-se início
de fusão quando o sólido inicia a transformação para o estado líquido e final quando
se torna inteiramente líquido. Estas duas temperaturas dão o intervalo de fusão da
substância.

Referência bibliográfica

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Mé-


todos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 16-17.

007/IV Ponto de fusão – Substâncias não facilmente reduzíveis a pó

Procedimento – O material é cuidadosamente fundido na temperatura mais baixa possível


e introduzido numa altura de 10 mm no capilar aberto. Deixe o capilar a 0°C por duas ho-
ras ou a 10°C por 24 horas. Prenda o capilar ao termômetro e proceda como indicado em
006/IV, verificando se o nível da substância está a 10 mm abaixo do nível do banho. Aqueça
como indicado em 006/IV, até 50°C abaixo do ponto esperado e, depois, numa velocidade
de meio grau por minuto.

Referência bibliográfica

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:


Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985.
p. 17-18.

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Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

008/IV Ponto de fusão com aparelho elétrico

Procedimento – Para a determinação do ponto de fusão pelo método do capilar, são neces-
sários alguns miligramas de amostra. A determinação de frações dessa quantidade poderá
ser efetuada com um aparelho provido de uma câmara metálica aquecida eletricamente,
adaptada a um microscópio para a observação da fusão.

Referência bibliográfica

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Mé-


todos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 18.

009/IV Ponto de congelamento

Para as finalidades deste livro, ponto de congelamento de um líquido ou de um sóli-


do fundido é a mais elevada temperatura em que o mesmo se solidifica.

Material

Aparelho – Um tubo de ensaio de aproximadamente 2 cm de diâmetro por 10 cm de com-


primento mantido, mediante uma rolha de cortiça perfurada, num tubo de aproximada-
mente 3 cm de diâmetro por 12 cm de comprimento e um termômetro calibrado.

Procedimento – Salvo indicações especiais, coloque cerca de 10 mL de líquido ou 10 g


de sólido fundido no tubo de ensaio seco. Esfrie o conjunto dos dois tubos em água ou
numa mistura refrigerante apropriada, de modo que a temperatura do líquido alcance
cerca de 5°C abaixo do ponto de congelamento indicado. Com o termômetro, agite
suavemente o líquido até que ele comece a solidificar. O congelamento pode ser induzi-
do, adicionando-se ao líquido pequenos cristais da substância ou atritando-se as paredes
internas do tubo, com o termômetro. Tome como ponto de congelamento a temperatura
mais elevada observada durante a solidificação e mantida constante por cerca de um mi-
nuto.

Referência bibliográfica

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Mé-


todos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p.18.

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010/IV Índice de refração

O índice de refração de uma substância pura é uma constante, mantidas as condições


de temperatura e pressão e, como tal, pode ser usado como meio de identificação da mesma.
Em análise de alimentos, embora não se tratem de substâncias puras no estrito sentido, em
certos casos, como o de óleos, gorduras e óleos essenciais, o índice de refração apresenta
variação muito pequena e é então usado para uma avaliação do produto.
O índice de refração da água a 20°C é 1,333. A presença de sólidos solúveis na
água resulta numa alteração do índice de refração. É possível determinar a quantidade
de soluto pelo conhecimento do índice de refração da solução aquosa. Esta propriedade
é utilizada para determinar a concentração de sólidos solúveis em soluções aquosas de
açúcar.
As Tabelas 3, 4 e 5 auxiliam na calibração dos equipamentos com escala de índi-
ce de refração e graus Brix para a determinação de sólidos solúveis. A medida do índice
de refração pode ser feita diretamente em aparelhos como: refratômetro de Abbé ou re-
fratômetro de imersão que possuem pequeno intervalo de leitura, mas grande precisão.
Esses equipamentos devem ser previamente calibrados com água.

Tabela 3 – Variação do índice de refração da água com a temperatura

Temperatura ºC Índice de Temperatura ºC Índice de refração


refração
15 1,3334 21 1,3329
16 1,3333 22 1,3328
17 1,3332 23 1,3327
18 1,3332 24 1,3326
19 1,3331 25 1,3325
20 1,3330 - -

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Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

Tabela 4 – Índices de refração de soluções de sacarose a 20ºC (% peso no ar)

Índice de
refração
0 0,001 0,002 0,003 0,004 0,005 0,006 0,007 0,008 0,009

1,33 - - - 0,000 0,697 1,393 2,085 2,774 3,459 4,140

1,34 4,818 5,492 6,163 6,831 7,495 8,155 8,812 9,466 10,117 10,765

1,35 11,409 12,050 12,687 13,322 13,953 14,582 15,207 15,830 16,449 17,065

1,36 17,679 18,289 18,897 19,502 20,104 20,704 21,300 21,894 22,485 23,074

1,37 23,660 24,243 24,824 25,407 25,987 26,565 27,140 27,713 28,282 28,849

1,38 29,413 29,975 30,534 31,090 31,644 32,195 32,743 33,289 33,832 34,373

1,39 34,912 35,448 35,982 36,513 37,042 37,568 38,092 38,614 39,134 39,651

1,40 40,166 40,679 41,190 41,698 42,204 42,708 43,210 43,710 44,208 44,704

1,41 45,197 45,688 46,176 46,663 47,147 47,630 48,110 48,588 49,064 49,539

1,42 50,011 50,481 50,949 51,416 51,880 52,343 52,804 53,263 53,720 54,176

1,43 54,629 55,091 55,550 56,008 56,464 56,918 57,371 57,822 58,271 58,719

1,44 59,165 59,609 60,051 60,493 60,932 61,370 61,807 62,241 62,675 63,107

1,45 63,537 63,966 64,394 64,820 65,245 65,669 66,091 66,512 66,931 67,349

1,46 67,766 68,182 68,596 69,009 69,421 69,832 70,242 70,650 71,058 71,464

1,47 71,869 72,273 72,676 73,078 73,479 73,879 74,278 74,675 75,072 75,469

1,48 75,864 76,258 76,651 77,044 77,435 77,826 78,216 78,605 78,994 79,381

1,49 79,768 80,154 80,540 80,925 - - - - - -

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96 - IAL
Temp. Conteúdo de sacarose em porcentagem
°C 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
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Subtraia da porcentagem de sacarose


10 0,50 0,54 0,58 0,61 0,64 0,66 0,68 0,70 0,72 0,73 0,74 0,75 0,76 0,78 0,79
11 0,46 0,49 0,53 0,55 0,58 0,60 0,62 0,64 0,65 0,66 0,67 0,68 0,69 0,70 0,71
12 0,42 0,45 0,48 0,50 0,52 0,54 0,56 0,57 0,58 0,59 0,60 0,61 0,61 0,63 0,63
13 0,37 0,40 0,42 0,44 0,46 0,48 0,49 0,50 0,51 0,52 0,53 0,54 0,54 0,55 0,55
14 0,33 0,35 0,37 0,39 0,40 0,41 0,42 0,43 0,44 0,45 0,45 0,46 0,46 0,47 0,48
15 0,27 0,29 0,31 0,33 0,34 0,34 0,35 0,36 0,37 0,37 0,38 0,39 0,39 0,40 0,40
16 0,22 0,24 0,25 0,26 0,27 0,28 0,28 0,29 0,30 0,30 0,30 0,31 0,31 0,32 0,32
17 0,17 0,18 0,19 0,20 0,21 0,21 0,21 0,22 0,22 0,23 0,23 0,23 0,23 0,24 0,24
18 0,12 0,13 0,13 0,14 0,14 0,14 0,14 0,15 0,15 0,15 0,15 0,16 0,16 0,16 0,16
19 0,06 0,06 0,06 0,07 0,07 0,07 0,07 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição

°C Adicione à porcentagem de sacarose


21 0,06 0,07 0,07 0,07 0,07 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08
22 0,13 0,13 0,14 0,14 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15 0,16 0,16 0,16 0,16 0,16 0,16
23 0,19 0,20 0,21 0,22 0,22 0,23 0,23 0,23 0,23 0,24 0,24 0,24 0,24 0,24 0,24
Tabela 5 – Correção de temperatura para soluções de sacarose

24 0,26 0,27 0,28 0,29 0,30 0,30 0,31 0,31 0,31 0,31 0,31 0,32 0,32 0,32 0,32
25 0,33 0,35 0,36 0,37 0,38 0,38 0,39 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40
26 0,40 0,42 0,43 0,44 0,45 0,46 0,47 0,48 0,48 0,48 0,48 0,48 0,48 0,48 0,48
27 0,48 0,50 0,52 0,53 0,54 0,55 0,55 0,56 0,56 0,56 0,56 0,56 0,56 0,56 0,56
28 0,56 0,57 0,60 0,61 0,62 0,63 0,63 0,64 0,64 0,64 0,64 0,64 0,64 0,64 0,64
29 0,64 0,66 0,68 0,69 0,71 0,72 0,72 0,73 0,73 0,73 0,73 0,73 0,73 0,73 0,73
30 0,72 0,74 0,77 0,78 0,79 0,80 0,80 0,81 0,81 0,81 0,81 0,81 0,81 0,81 0,81
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

Referência bibliográfica

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz.


v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP,
1985. p. 18-21.

011/IV Densidade

A determinação da densidade é, geralmente, feita em análise de alimentos


que se apresentam no estado líquido. Pode ser medida por vários aparelhos, sendo
os seguintes os mais usados: picnômetros e densímetros convencionais e digitais.
Os picnômetros dão resultados precisos e são construídos e graduados de modo a
permitir a pesagem de volumes exatamente iguais de líquidos, a uma dada tem-
peratura. Da relação destes pesos e volumes resulta a densidade dos mesmos à
temperatura da determinação. Usando água como líquido de referência, tem-se
a densidade relativa à água ou peso específico. Os densímetros, quase sempre de
forma cilíndrica com um bulbo central terminando em haste fina e graduada, são
construídos de modo que o ponto de afloramento indique, sobre a escala, a densi-
dade do líquido no qual está imerso o aparelho. Existem vários tipos, com valores
diversos, em função da sensibilidade exigida para sua aplicação. A leitura deve ser
feita sempre abaixo do menisco.
As diferentes escalas usadas pelos densímetros podem dar a leitura direta
da densidade ou graus de uma escala arbitrária como: Brix, Gay-Lussac, Baumé,
Quevenne, correspondentes aos sacarômetros, alcoômetros e lactodensímetros, há
tanto tempo utilizados em bromatologia. Os graus Brix referem-se à porcentagem
em peso de sacarose em solução a 20°C. Os graus Gay-Lussac referem-se à porcen-
tagem em volume de álcool em água. Os graus Baumé foram obtidos de modo em-
pírico: para líquidos mais densos que a água, o zero da escala corresponde à água a
4°C e o grau 15 a uma solução de 15 g de cloreto de sódio em 85 g de água. Para os
líquidos menos densos que a água, o zero da escala foi obtido com uma solução de
10 g de cloreto de sódio em 90 g de água e o grau 10, com água. Os lactodensíme-
tros são, especialmente, calibrados de modo a abranger as variações de densidade
de 1,025 a 1,035, mas apenas os 2 últimos algarismos são marcados na escala e,
portanto, as leituras são de (25 a 35)°Quevenne.

Procedimento – Dependendo do tipo do alimento, proceda conforme descrito no


capítulo correspondente deste livro.

Referência bibliográfica

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz.


v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP,
1985. p. 21.

IAL - 97
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital

012/IV Perda por dessecação (umidade) – Secagem direta em estufa a 105ºC

Todos os alimentos, qualquer que seja o método de industrialização a que te-


nham sido submetidos, contêm água em maior ou menor proporção. Geralmen-
te a umidade representa a água contida no alimento, que pode ser classificada em:
umidade de superfície, que refere-se à água livre ou presente na superfície externa
do alimento, facilmente evaporada e umidade adsorvida, referente à água ligada,
encontrada no interior do alimento, sem combinar-se quimicamente com o mesmo.
A umidade corresponde à perda em peso sofrida pelo produto quando aquecido em
condições nas quais a água é removida. Na realidade, não é somente a água a ser re-
movida, mas outras substâncias que se volatilizam nessas condições. O resíduo obtido
no aquecimento direto é chamado de resíduo seco. O aquecimento direto da amos-
tra a 105°C é o processo mais usual. Amostras de alimentos que se decompõem ou
iniciam transformações a esta temperatura, devem ser aquecidas em estufas a vácuo,
onde se reduz a pressão e se mantém a temperatura de 70°C. Nos casos em que outras
substâncias voláteis estão presentes, a determinação de umidade real deve ser feita por
processo de destilação com líquidos imiscíveis. Outros processos usados são baseados
em reações que se dão em presença de água. Dentre estes, o método de Karl Fischer
é baseado na redução de iodo pelo dióxido de enxofre, na presença de água. Assim, a
reação entre a água e a solução de dióxido de enxofre, iodo e reagente orgânico faz-se
em aparelho especial que exclui a influência da umidade do ar e fornece condições
para uma titulação cujo ponto final seja bem determinado. Em alimentos de com-
posição padronizada, certas medidas físicas, como índice de refração, densidade etc.,
fornecem uma avaliação da umidade de modo rápido, mediante o uso de tabelas ou
gráficos já estabelecidos.

Material

Estufa, balança analítica, dessecador com sílica gel, cápsula de porcelana ou de metal de
8,5 cm de diâmetro, pinça e espátula de metal.

Procedimento – Pese de 2 a 10 g da amostra em cápsula de porcelana ou de metal,


previamente tarada. Aqueça durante 3 horas. Resfrie em dessecador até a temperatura
ambiente. Pese. Repita a operação de aquecimento e resfriamento até peso constante.

Cálculo

98 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

N = n° de gramas de umidade (perda de massa em g)


P = n° de gramas da amostra

Referência bibliográfica

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Mé-


todos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 21-22.

013/IV Perda por dessecação (umidade) – Secagem em estufa a vácuo

Material

Estufa a vácuo, bomba de vácuo, balança analítica, espátula de metal, pinça de metal, desse-
cador com sílica gel e cápsula de porcelana ou de platina de 8,5 cm de diâmetro.

Procedimento – Pese de 2 a 10 g da amostra em cápsula, previamente tarada, e aqueça


durante 6 horas em estufa a vácuo a 70°C, sob pressão reduzida ≤ 100 mm de mercúrio
(13,3 kPa) . Resfrie em dessecador até a temperatura ambiente. Pese. Repita a operação de
aquecimento e resfriamento até peso constante.

Nota: podem ser utilizadas cápsulas de outros metais resistentes ao calor desde que as cinzas
obtidas não sejam empregadas para posterior análise de metais.

Cálculo

N = nº de gramas de umidade (perda de massa em g)


P = nº de gramas da amostra

Referência bibliográfica

ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official metho-


ds of analysis of the Association of Official Analytical Chemists (method 926.12)
Arlington: A.O.A.C., 1996, chapter 33. p. 5.

014/IV Perda por dessecação (umidade) – Determinação pelo método de Karl Fischer
A determinação de umidade por Karl Fischer é baseada na reação quantitativa da água com
uma solução anidra de dióxido de enxofre e iodo, na presença de uma base orgânica (imidazol) em

IAL - 99
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital

metanol, que adiciona os íons hidrogênio formados.

Com este reagente podem ser determinadas pequenas quantidades de água. Embo-
ra o método não seja universalmente aplicável, as limitações de dosagens diretas podem
ser contornadas pelo tratamento preliminar adequado da amostra.
Na presença de água, o dióxido de enxofre é oxidado pelo iodo e o ponto final da
reação é determinado por bi-amperometria (dead stop). Quando não houver mais água
na amostra, um excesso de iodo livre agirá como despolarizador, causando aumento na
corrente.
O método limita-se aos casos em que a amostra a ser analisada não reaja com os
componentes do reagente de Karl Fischer ou com o iodeto de hidrogênio formado du-
rante a reação com a água. Os seguintes compostos interferem na titulação: oxidantes
como cromatos/dicromatos, sais de cobre (II) e de ferro (III), óxidos superiores e pe-
róxidos; redutores como: tiossulfatos, sais de estanho (II) e sulfitos; compostos capazes
de formar água com os componentes do reagente de Karl Fischer, como por exemplo,
óxidos básicos e sais de oxiácidos fracos; aldeídos, porque formam bissulfito; cetonas,
porque reagem com o metanol para produzir cetal.

Material

Titulador de Karl Fischer, agitador magnético, eletrodo duplo de platina e microsseringa de 25 μL.

Reagentes

Reagente de Karl Fischer, isento de piridina


Metanol com no máximo 0,005% de água
Tartarato de sódio dihidratado (padrão volumétrico para padronização do reagente de Karl Fischer,
contendo 15,66 ± 0,05% H2O)

Procedimento – O reagente de Karl Fischer deve ser padronizado no início de uma série de ensaios,
de duas formas, utilizando água ou tartarato de sódio dihidratado como padrões, conforme descrito
abaixo.

Padronização do reagente de Karl Fischer com água – Coloque uma quantidade de me-
tanol na cela de titulação suficiente para cobrir os eletrodos. Para eliminar a água contida
no solvente, pré-titule o metanol com o reagente de Karl Fischer, sob agitação, até o ponto
final, seguindo as instruções do manual do aparelho. Em seguida, com o auxílio de uma

100 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

microsseringa, pese exatamente, por diferença, cerca de 20 mg (20 μL) de água; introduza
a água na cela e realize a titulação.

Padronização do Reagente de Karl Fischer com tartarato de sódio dihidratado – Coloque


uma quantidade de metanol na cela de titulação suficiente para cobrir os eletrodos. Para eli-
minar a água contida no solvente, pré-titule o metanol com o reagente de Karl Fischer, sob
agitação, até o ponto final, seguindo as instruções do manual do aparelho. Em seguida, pese
exatamente, por diferença, cerca de 200 mg de tartarato de sódio dihidratado; introduza na
cela e realize a titulação.

Determinação de umidade na amostra – Caso a cela de titulação esteja cheia, esvazie o reci-
piente. Os procedimentos de descarte dos resíduos deverão ser efetuados de acordo com os
procedimentos de biossegurança. Coloque uma quantidade de metanol na cela de titulação
suficiente para cobrir os eletrodos. Para eliminar a água contida no solvente, pré-titule o
metanol com o reagente de Karl Fischer, sob agitação, até o ponto final. Em seguida, pese
com precisão, por diferença uma quantidade de amostra que contenha aproximadamente
10 a 80 mg de água; introduza a amostra na cela e realize a titulação.

No caso de amostras não solúveis em metanol, escolha um solvente (ou uma mistura de
solventes) adequado, que deverá ser previamente titulado com o reagente de Karl Fischer
para eliminar a água.

Cálculos

m = massa do tartarato de sódio dihidratado


V = volume do reagente de Karl Fischer gasto na titulação

m = massa de água
V = volume do reagente de Karl Fischer gasto na titulação (em mL)

Cálculo do teor de umidade na amostra

F = fator do reagente de Karl Fischer (em mg H2O/mL do reagente de Karl Fischer)


V = volume do reagente de Karl Fischer gasto na titulação (mL)
m = massa da amostra (mg)

IAL - 101
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital

Referências bibliográficas

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Mé-


todos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 23-5.

MENDHAM, J.; DENNEY, R.C.; BARNES, J.D.; THOMAS, H.J.K. VOGEL.


Análise Química Quantitativa. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora S/A,
2002. p. 254-255.

COMMITTEE ON FOOD CHEMICALS CODEX. Food Chemicals Codex. 4th ed.


Washington D.C.: National Academic Press, 1996. p 742-754.

015/IV Resíduo seco

Nos produtos líquidos ou de alto teor de umidade, costuma-se considerar o resíduo


seco (sólidos totais) obtido para a avaliação dos sólidos existentes no produto.

Material

Pipeta de 10 mL, cápsula de platina ou de porcelana de 8,5 cm de diâmetro, estufa, desse-


cador com sílica gel, banho-maria, espátula e pinça de metal.

Procedimento – Transfira, com auxílio de uma pipeta, 10 mL de amostra, se a mesma


for líquida, ou pese 10 g, se a amostra for sólida, para uma cápsula previamente aquecida
a 105°C por 2 horas ou a 70ºC por 6 horas, sob pressão reduzida ≤ 100 mm de mercú-
rio (13,3 kPa), resfriada em dessecador até a temperatura ambiente e pesada. Evapore em banho-maria.
Aqueça em estufa a 105°C por 2 horas ou a 70ºC por 6 horas, sob pressão reduzida ≤ 100 mm de mercúrio
(13,3 kPa). Esfrie em dessecador até a temperatura ambiente e pese. Repita as operações de aquecimen-
to por 30 minutos e resfriamento até peso constante.

Nota: podem ser utilizadas cápsulas de outros metais resistentes ao calor desde que as cinzas
obtidas não sejam empregadas para posterior análise de metais.

Cálculo

N = nº de g de resíduo seco
A = nº de mL da amostra (ou nº de gramas da amostra)

102 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

Como alternativa, o resíduo seco pode ser calculado subtraindo-se de 100 g da amostra o
número de g de “umidade por cento”. Considere a diferença como o nº de g do “resíduo
seco por cento”.

Cálculo

100 - A = resíduo seco por cento m/m

A = nº de g de umidade por cento

Referência bibliográfica

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Mé-


todos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 25.

016/IV Acidez

A determinação de acidez pode fornecer um dado valioso na apreciação do estado de con-


servação de um produto alimentício. Um processo de decomposição,seja por hidrólise, oxidação
ou fermentação, altera quase sempre a concentração dos íons de hidrogênio. Os métodos de de-
terminação da acidez podem ser os que avaliam a acidez titulável ou fornecem a concentração de
íons de hidrogênio livres, por meio do pH. Os métodos que avaliam a acidez titulável resumem-se
em titular com soluções de álcali padrão a acidez do produto ou de soluções aquosas ou alcoólicas
do produto e, em certos casos, os ácidos graxos obtidos dos lipídios. Pode ser expressa em mL de
solução molar por cento ou em gramas do componente ácido principal.

Material

Proveta de 50 mL, frasco Erlenmeyer de 125 mL, bureta de 25 mL, balança analítica, espá-
tula metálica e pipetas volumétricas de 1 e 10 mL.

Reagentes

Solução fenolftaleína
Solução de hidróxido de sódio 0,1 M ou 0,01 M

Procedimento – Pese de 1 a 5 g ou pipete de 1 a 10 mL da amostra, transfira para um frasco


Erlenmeyer de 125 mL com o auxílio de 50 mL de água. Adicione de 2 a 4 gotas da solução
fenolftaleína e titule com solução de hidróxido de sódio 0,1 ou 0,01 M, até coloração rósea.

IAL - 103
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital

Nota: no caso de amostras coloridas ou turvas, para a determinação do ponto de viragem,


utilize método potenciométrico.

Cálculo

V = nº de mL da solução de hidróxido de sódio 0,1 ou 0,01 M gasto na titulação


f = fator da solução de hidróxido de sódio 0,1 ou 0,01 M
P = nº de g da amostra usado na titulação
c = correção para solução de NaOH 1 M, 10 para solução NaOH 0,1 M e 100 para solução
NaOH 0,01 M.

Referência bibliográfica

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Mé-


todos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 25-26.

017/IV Determinação do pH

Os processos que avaliam o pH são colorimétricos ou eletrométricos. Os primeiros


usam certos indicadores que produzem ou alteram sua coloração em determinadas con-
centrações de íons de hidrogênio. São processos de aplicação limitada, pois as medidas são
aproximadas e não se aplicam às soluções intensamente coloridas ou turvas, bem como às
soluções coloidais que podem absorver o indicador, falseando os resultados. Nos processos
eletrométricos empregam-se aparelhos que são potenciômetros especialmente adaptados e
permitem uma determinação direta, simples e precisa do pH.

Material

Béqueres de 50 e 150 mL, proveta de 100 mL, pHmetro, balança analítica, espátula de
metal e agitador magnético.

Reagentes

Soluções-tampão de pH 4, 7 e 10

Procedimento – Pese 10 g da amostra em um béquer e dilua com auxílio de 100 mL de


água. Agite o conteúdo até que as partículas, caso hajam, fiquem uniformemente suspensas.

104 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

Determine o pH, com o aparelho previamente calibrado, operando-o de acordo com as


instruções do manual do fabricante.

Nota: no caso de amostras líquidas, determine o pH diretamente.

Referência bibliográfica

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:


Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 27.

018/IV Resíduo por incineração -- Cinzas

Resíduo por incineração ou cinzas é o nome dado ao resíduo obtido por aqueci-
mento de um produto em temperatura próxima a (550-570)°C. Nem sempre este resíduo
representa toda a substância inorgânica presente na amostra, pois alguns sais podem sofrer
redução ou volatilização nesse aquecimento. Geralmente, as cinzas são obtidas por ignição
de quantidade conhecida da amostra. Algumas amostras contendo sais de metais alcalinos
que retêm proporções variáveis de dióxido de carbono nas condições da incineração são
tratadas, inicialmente, com solução diluída de ácido sulfúrico e, após secagem do excesso do
reagente, aquecidas e pesadas. O resíduo é, então, denominado “cinzas sulfatizadas”. Muitas
vezes, é vantajoso combinar a determinação direta de umidade e a determinação de cinzas,
incinerando o resíduo obtido na determinação de umidade.
A determinação de cinzas insolúveis em ácido, geralmente ácido clorídrico a 10% v/v,
dá uma avaliação da sílica (areia) existente na amostra.
Alcalinidade das cinzas é outra determinação auxiliar no conhecimento da composi-
ção das cinzas.
Uma análise global da composição das cinzas nos diferentes alimentos, além de tra-
balhosa, não é de interesse igual ao da determinação de certos componentes, conforme a
natureza do produto. Outros dados interessantes para a avaliação do produto podem ser
obtidos no tratamento das cinzas com água ou ácidos e verificação de relações de solúveis e
insolúveis. Um baixo conteúdo de cinzas solúveis em água é indício que o material sofreu
extração prévia.

Material

Cápsula de porcelana ou platina de 50 mL, mufla, banho-maria, dessecador com cloreto de


cálcio anidro ou sílica gel, chapa elétrica, balança analítica, espátula e pinça de metal.

Procedimento – Pese 5 a 10 g da amostra em uma cápsula, previamente aquecida em mufla


a 550°C, resfriada em dessecador até a temperatura ambiente e pesada. Caso a amostra seja

IAL - 105
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital

líquida, evapore em banho-maria. Seque em chapa elétrica, carbonize em temperatura baixa e


incinere em mufla a 550ºC, até eliminação completa do carvão. Em caso de borbulhamento,
adicione inicialmente algumas gotas de óleo vegetal para auxiliar o processo de carbonização.
As cinzas devem ficar brancas ou ligeiramente acinzentadas. Em caso contrário, esfrie, adi-
cione 0,5 mL de água, seque e incinere novamente. Resfrie em dessecador até a temperatura
ambiente e pese. Repita as operações de aquecimento e resfriamento até peso constante.

Nota: podem ser utilizadas cápsulas de outros metais resistentes ao calor desde que as cinzas
obtidas não sejam empregadas para posterior análise de metais.

Cálculo

N = nº de g de cinzas
P = nº de g da amostra

Referências bibliográficas

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Méto-


dos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 27-28.

ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of


analysis of the Association of Official Analytical Chemists (method 900.02). Arlington:
A.O.A.C., 1996 chapter 44. p. 3.

019/IV Cinzas sulfatizadas

A sulfatização das cinzas reduz perdas por volatilização, pois transforma substâncias
voláteis em sulfatos mais fixos. Neste caso, a composição das cinzas não depende tanto da
temperatura de calcinação.

Material

Cápsula de platina ou de porcelana de 50 mL, banho-maria, estufa e dessecador com cloreto


de cálcio anidro ou sílica gel e mufla.

Reagente

Ácido sulfúrico a 10%, v/v

106 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

Procedimento – Pese 5 g da amostra em cápsula de platina ou de porcelana previamente


aquecida em mufla a 550°C, resfrie em dessecador até a temperatura ambiente e pese. Adi-
cione 5 mL de ácido sulfúrico a 10% v/v. Seque em banho-maria. Carbonize em tempera-
tura baixa e incinere em mufla a 550°C. Resfrie. Adicione de 2 a 3 mL de ácido sulfúrico a
10% v/v. Seque em banho-maria e novamente incinere a 550°C. Resfrie em dessecador até
a temperatura ambiente e pese. Repita as operações de aquecimento e resfriamento até peso
constante.

Nota: podem ser utilizadas cápsulas de outros metais resistentes ao calor desde que as cinzas
obtidas não sejam empregadas para posterior análise de metais.

Cálculo

N = nº de g de cinzas sulfatizadas
P = nº de g da amostra

Referência bibliográfica

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:


Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 28.

020/IV Cinzas insolúveis em água

Material

Proveta de 50 mL, funil de vidro de 5 cm de diâmetro, estufa, mufla, bastão de vidro, des-
secador com cloreto de cálcio anidro ou sílica gel e chapa elétrica.

Procedimento – Adicione 30 mL de água à cápsula contendo as cinzas obtidas segundo a


técnica indicada em 018/IV. Agite com um bastão de vidro. Aqueça por 15 minutos em
banho-maria. Filtre em papel de filtro de cinzas conhecidas. Lave a cápsula, o filtro e o
bastão de vidro com 100 mL de água quente. Receba o filtrado e as águas de lavagem em
um frasco Erlenmeyer de 250 mL. Reserve para a determinação 023/IV. Transfira o resíduo
com o papel de filtro para a mesma cápsula em que foi feita a incineração. Seque em estufa a
105°C. Carbonize em chapa elétrica. Incinere em mufla a 550°C. Esfrie em dessecador com
cloreto de cálcio anidro ou sílica gel. Pese. Repita as operações de aquecimento (30 minutos
na mufla) e resfriamento (1 hora no dessecador) até peso constante. Reserve o resíduo para
a determinação de alcalinidade das cinzas insolúveis em água.

IAL - 107
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital

Cálculo

N = nº de g de cinzas insolúveis em água


P = nº de g da amostra

Referência bibliográfica

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:


Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 29.

021/IV Cinzas solúveis em água

Procedimento – Subtraia do nº de g de cinzas por cento obtido em 018/IV o nº de g de


cinzas insolúveis por cento obtido em 020/IV. Considere a diferença como cinzas solúveis
em água por cento.

022/IV Alcalinidade das cinzas insolúveis em água

Material

Proveta de 50 mL, béquer de 250 mL, chapa elétrica e 2 buretas de 25 mL.

Reagentes

Ácido clorídrico 0,1 M


Indicador alaranjado de metila (metilorange)
Solução de hidróxido de sódio 0,1 M

Procedimento – Transfira o papel de filtro com o resíduo obtido em 020/IV para um


béquer de 250 mL. Adicione 20 mL de água e 15 mL de ácido clorídrico 0,1 M. Aqueça à
ebulição em chapa elétrica. Esfrie e adicione duas gotas de indicador alaranjado de metila.
Titule o excesso de ácido clorídrico com solução de hidróxido de sódio 0,1 M até o desapa-
recimento da coloração alaranjada (a solução deverá ficar amarela).

Cálculo

108 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

V = diferença entre o nº de mL de ácido clorídrico 0,1 M adicionado e o nº de mL de


solução de hidróxido de sódio 0,1 M gasto na titulação
P = nº de g da amostra

Referência bibliográfica

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:


Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 30.

023/IV Alcalinidade das cinzas solúveis em água

Procedimento – Adicione duas gotas do indicador alaranjado de metila à solução obtida


em 020/IV. Titule com ácido clorídrico 0,1 M até coloração alaranjada.

Cálculo

V = nº de mL de ácido clorídrico 0,1 M gasto na titulação


f = fator do ácido clorídrico 0,1 M
P = nº de g da amostra

Referência bibliográfica

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Mé-


todos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 30-31.

024/IV Cinzas insolúveis em ácido clorídrico a 10% v/v

Material

Proveta de 20 mL, papel de filtro de cinzas conhecidas, mufla, dessecador com sílica gel,
balança analítica, chapa elétrica, papel indicador de pH e bastão de vidro.

Reagente

Acido clorídrico a 10% v/v

Procedimento – Adicione às cinzas obtidas em 018/IV, 20 mL de ácido clorídrico a 10% v/v.

IAL - 109
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital

Agite com bastão de vidro. Filtre em papel de filtro. Lave a cápsula e o filtro com água quen-
te até não dar mais reação ácida. Transfira o papel de filtro contendo o resíduo para a mesma
cápsula em que foi feita a incineração. Seque em estufa a 105°C por uma hora. Carbonize o
papel cuidadosamente, incinere em mufla a 550°C. Resfrie em dessecador até a temperatura
ambiente. Pese. Repita as operações de aquecimento e resfriamento até peso constante.

Cálculo

N = nº de g de cinzas insolúveis em ácido clorídrico a 10%


P = nº de g da amostra

Referência bibliográfica

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:


Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 31.

025/IV Cinzas solúveis em ácido clorídrico a 10% v/v

Procedimento – Subtraia do nº de g de cinzas por cento (018/IV) o nº de g de cinzas inso-


lúveis em ácido clorídrico a 10% v/v (024/IV). Considere a diferença como cinzas solúveis
em ácido clorídrico a 10% v/v, por cento m/m

Referência bibliográfica

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:


Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985, p. 31

026/IV Sulfatos pelo método gravimétrico

Material

Proveta de 50 mL, balão volumétrico de 100 mL, pipeta de 50 mL, béquer de 250 mL, cadi-
nho de porcelana, mufla, dessecador com cloreto de cálcio anidro ou sílica gel, papel de filtro
com cinzas conhecidas, bastão de vidro e bico Bünsen.

Reagentes

Ácido clorídrico (1+1)


Solução de cloreto de bário a 5% m/v

110 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

Procedimento – Dissolva as cinzas obtidas em 018/IV com ácido clorídrico (1+1). Adicione
20 mL de água. Filtre. Lave a cápsula e o filtro com 50 mL de água. Receba o filtrado e as
águas de lavagem em um balão volumétrico de 100 mL. Complete o volume com água e
transfira, com auxílio de uma pipeta, 50 mL do filtrado para um béquer de 250 mL. Aqueça
à ebulição. Adicione às gotas, uma solução aquecida de cloreto de bário a 5% até completa
precipitação. Aqueça em banho-maria por 1 hora. Deixe em repouso por 12 horas. Filtre em
papel de filtro de cinzas conhecidas. Lave o filtro até que 2 mL de filtrado não dêem reação
de íon cloreto. Transfira o papel de filtro com o precipitado para um cadinho de porcelana
previamente aquecido em mufla a 550°C por 1 hora, resfriado em dessecador com cloreto
de cálcio anidro até a temperatura ambiente e pesado. Carbonize em bico de Bünsen com
chama baixa. Aqueça em mufla a 550°C. Resfrie e pese. Repita as operações de aquecimento
e resfriamento até peso constante.

Cálculo

N = nº de g de sulfato de bário
P = nº de g da amostra

Referência bibliográfica

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Mé-


todos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 34-35.

027/IV Sulfatos por titulação com EDTA

Material

Pipetas de 5 e 25 mL, proveta e bureta de 25 mL.

Reagentes

Acido clorídrico
Álcool
Cloreto de bário 0,1 M
EDTA (sal dissódico do ácido etilenodiaminotetracético) 0,1 M
Hidróxido de amônio
Metanol

IAL - 111
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital

Solução de púrpura de ftaleína – Pese 0,1 g púrpura de ftaleína, adicione água e hidróxido
de amônio até dissolução do sal e complete o volume até 100 mL com água.

Procedimento – Acidule fracamente a solução contendo até 0,2 g de íon sulfato, com ácido
clorídrico e aqueça até ebulição. Adicione 25 mL de cloreto de bário 0,1 M, aqueça nova-
mente até ebulição e deixe em banho-maria cerca de 15 minutos. Esfrie a solução e adicione
igual volume de metanol ou álcool e 5 mL de solução de hidróxido de amônio. Junte 2-3
gotas de solução de púrpura de ftaleína e titule o excesso de bário com solução de EDTA 0,1
M até viragem do violeta ao verde-amarelado.

Cálculo

V = nº de mL da solução de EDTA gasto na titulação


P = nº de g da amostra

Referência bibliográfica

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Mé-


todos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 35-36.

028/IV Cloretos por volumetria

Os cloretos são precipitados na forma de cloreto de prata, em pH levemente alcalino


em presença de cromato de potássio, como indicador. O ponto final da titulação é visuali-
zado pela formação de um precipitado vermelho-tijolo de cromato de prata.

Material

Cápsulas de porcelana de 50 a 100 mL, mufla, proveta de 50 mL, bureta de 25 mL, balança
analítica, espátula, bastão de vidro, dessecador com sílica gel, chapa elétrica, balões volu-
métricos de 100, 200 ou 500 mL, funil de vidro, frasco Erlenmeyer de 125 mL e pipeta
volumétrica de 10 mL.

Reagentes

Bicarbonato de sódio
Carbonato de cálcio
Solução de cromato de potássio a 10% m/v

112 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

Solução de hidróxido de sódio a 10% m/v


Solução de nitrato de prata 0,1 M

Procedimento – Pese 5 g da amostra em uma cápsula de porcelana. Carbonize em chapa elé-


trica. Incinere em mufla a 550°C. Esfrie. Adicione 30 mL de água quente. Agite com bastão
de vidro. Transfira a solução com auxílio de um funil para um balão volumétrico de 100 mL.
Lave a cápsula, o bastão de vidro e o funil com mais duas porções de 30 mL de água quente.
Transfira a solução e as águas de lavagem para o balão volumétrico. Esfrie, complete o volume
do balão e agite. Filtre se necessário. Transfira, com auxilio de uma pipeta, uma alíquota de 10
mL para um frasco Erlenmeyer de 125 mL. Adicione 2 gotas da solução de cromato de potás-
sio a 10%, como indicador. Titule com solução de nitrato de prata 0,1 M, até o aparecimento
de uma coloração vermelho-tijolo.

Notas
Caso o pH da solução esteja ácido, neutralize com solução de hidróxido de sódio 0,1 M, de
bicarbonato de sódio ou carbonato de cálcio, até pH entre 6,5 e 9,0. Se for usado o bicarbo-
nato de sódio ou carbonato de cálcio, aqueça a solução em banho-maria até não haver mais
desprendimento de dióxido de carbono, antes de completar o volume do balão.
Nos produtos contendo quantidades maiores de cloretos, após a obtenção das cinzas e sua
dissolução, conforme a técnica acima, transfira para um balão volumétrico de 200 ou
500 mL, lavando a cápsula e o funil com água e complete o volume. Transfira, com au-
xílio de uma pipeta, 10 mL da solução para um frasco Erlenmeyer de 125 mL e continue
seguindo as indicações da técnica.

Cálculo

V = nº de mL da solução de nitrato de prata 0,1 M gasto na titulação


f = fator da solução de nitrato de prata 0,1 M
P = nº de g da amostra na alíquota utilizada para a titulação.

Referências bibliográficas

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Mé-


todos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 36-37.

OHLWEILER, O. A. Química Analítica Quantitativa. 3. ed., Rio de Janeiro, RJ: Livro


Técnico e Científico Editora Ltda, v. 2, 1981. p. 121-122.

IAL - 113
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital

029/IV Cloretos por potenciometria

O cloreto pode ser determinado potenciometricamente, desde que se disponha de


potenciômetro e eletrodo indicador de prata. O método baseia-se na precipitação do íon
cloreto com nitrato de prata e dispensa o indicador cromato de potássio.

Referência bibliográfica

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:


Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 37.

030/IV Fosfatos por titulação

Fósforo, na forma de íons fosfato, ou não, é dos mais importantes constituintes mi-
nerais presentes em cereais, carnes, leite e frutas. A determinação de fósforo é, geralmente,
feita na forma de íon fosfato, pela precipitação de fosfomolibdato de amônio que é dissol-
vido em solução alcalina de concentração conhecida, cujo excesso é titulado. Os processos
colorimétricos são empregados quando a quantidade de fósforo é pequena. O que distingue
os métodos é o uso de diferentes agentes redutores.

Material

Cápsula de porcelana de 100 mL, proveta de 100 mL, bastão de vidro, mufla, béquer de
400 mL, 2 buretas de 50 mL e bico de Bünsen.

Reagentes

Ácido clorídrico (1+2)


Hidróxido de amônio (1+1)
Nitrato de amônio
Ácido nítrico (1+1)
Solução de hidróxido de sódio 0,2 M
Indicador fenolftaleína
Ácido clorídrico 0,2 M

Solução de acetato de magnésio (A) – Pese 2 g de acetato de magnésio Mg(C2H3O2).4H2O,


adicione 25 mL de água e coloque álcool até completar 500 mL.

Solução de ácido molíbdico (B) – Pese 100 g de ácido molíbdico H2MoO4.H2O, adicione
144 mL de hidróxido de amônio e complete com 1148 mL de água.

114 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

Solução de molibdato de amônio – Misture lentamente as soluções A e B e deixe em repou-


so por 48 horas. Filtre antes de usar.

Procedimento – Pese 5 g da amostra em uma cápsula de porcelana de 100 mL. Adicione 10


mL da solução de acetato de magnésio. Evapore até a secagem em banho-maria. Carbonize
em bico de Bünsen. Incinere em mufla a 550°C. Esfrie. Dissolva as cinzas com ácido clorí-
drico (1+2). Transfira para um béquer de 400 mL, com auxílio de 80 mL de água. Alcalinize
com hidróxido de amônio (1+1). Adicione 10 g de nitrato de amônio. Acidule com ácido
nítrico (1+1). Adicione solução de molibdato de amônio até completa precipitação. Aqueça
por uma hora em banho de água a (40-45)°C, agitando freqüentemente com um bastão de
vidro. Esfrie, filtre e lave o béquer, o bastão de vidro e o filtro com água até que o filtrado
não tenha reação ácida. Transfira o papel de filtro com o precipitado para o mesmo béquer
em que foi feita a precipitação. Dissolva o precipitado em solução de hidróxido de sódio 0,2
M, medido em uma bureta. Adicione duas gotas do indicador fenolftaleína. Titule o excesso
de hidróxido de sódio com ácido clorídrico 0,2 M.

Cálculo

V = diferença entre o nº de mL de solução de hidróxido 0,2 M adicionado e o nº


de mL de ácido clorídrico 0,2 M gasto na titulação.
P = nº de g da amostra

Referência bibliográfica

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Mé-


todos químicos e físicos para análise de alimentos, 3 ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 32-3.

031/IV Fosfatos por espectrofotometria

Material

Balões volumétricos de 100, 250, 500 e 1000 mL, pipetas de 25 e 50 mL, proveta e espec-
trofotômetro ou fotocolorímetro.

Reagentes

Solução de vanado-molibdato de amônio – Dissolva 20 g molibdato de amônio -


(NH4)6Mo7O24.4H2O e 1 g de vanadato de amônio - NH4VO3, separadamente, em

IAL - 115
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital

cerca de 300 mL de água quente e filtre, se necessário. Misture as duas soluções, adicione
140 mL de ácido nítrico e dilua para um litro. Este reativo é estável por três meses.

Solução-estoque de fosfato – Pese 0,9587 g de fosfato ácido de potássio, seco a 105°C e


complete o volume a 500 mL com água.

Solução-padrão de fosfato – Pipete 50 mL da solução-estoque de fosfato e complete o volu-


me a 250 mL com água. Um mL desta solução corresponde a 0,2 mg de P2O5.

Procedimento – Dissolva as cinzas obtidas de 5 g da amostra em ácido clorídrico (1+2),


transfira para um balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com água. Pipete uma
alíquota (que deve ser proporcional à quantidade de fosfato presente na amostra) em um
balão volumétrico de 100 mL. Adicione 25 mL do reagente vanado-molibdato de amônio
e complete o volume com água até 100 mL. Homogeneíze e espere 10 minutos para fazer
a leitura a 420 nm. Determine a quantidade de fosfato correspondente, usando a curva-
padrão previamente estabelecida ou o valor da absortividade.

Curva-padrão – Em uma série de balões volumétricos de 100 mL, meça volumes de solução-
padrão contendo valores de 5 a 6,2 mg de P2O5. Quando for usado um espectrofotômetro,
utilize volumes de solução-padrão de fosfato contendo de 0,2 a 2,0 mg de P2O5. Adicione
25 mL do reagente vanado-molibdato de amônio a cada balão. Complete o volume com
água. A temperatura da água mais o reagente deve ser 20°C. Homogeneíze e espere 10
minutos. Faça leitura a 420 nm, usando como branco 25 mL de vanado-molibdato de
amônio, completando com água até 100 mL.

Referência bibliográfica

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Mé-


todos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 33-34.

Lipídios

Os lipídios são compostos orgânicos altamente energéticos, contêm ácidos graxos


essenciais ao organismo e atuam como transportadores das vitaminas lipossolúveis. Os li-
pídios são substâncias insolúveis em água, solúveis em solventes orgânicos, tais como éter,
clorofórmio e acetona, dentre outros. Estes são classificados em: simples (óleos e gorduras),
compostos (fosfolipídios, ceras etc.) e derivados ( ácidos graxos, esteróis). Os óleos e gor-
duras diferem entre si apenas na sua aparência física, sendo que à temperatura ambiente os
óleos apresentam aspecto líquido e as gorduras, pastoso ou sólido.

116 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

A determinação de lipídios em alimentos é feita, na maioria dos casos, pela ex-


tração com solventes, por exemplo, éter. Quase sempre se torna mais simples fazer uma
extração contínua em aparelho do tipo Soxhlet, seguida da remoção por evaporação ou
destilação do solvente empregado. O resíduo obtido não é constituído unicamente por
lipídios, mas por todos os compostos que, nas condições da determinação, possam ser
extraídos pelo solvente. Estes conjuntos incluem os ácidos graxos livres, ésteres de ácidos
graxos, as lecitinas, as ceras, os carotenóides, a clorofila e outros pigmentos, além dos este-
róis, fosfatídios, vitaminas A e D, óleos essenciais etc., mas em quantidades relativamente
pequenas, que não chegam a representar uma diferença significativa na determinação.
Nos produtos em que estas concentrações se tornam maiores, a determinação terá a de-
nominação mais adequada de extrato etéreo. Uma extração completa se torna difícil em
produtos contendo alta proporção de açúcares, de proteínas e umidade.
Em certos casos, podem ser aplicados outros métodos na determinação dos lipídios,
tais como: a extração com solvente a frio (método de Bligh-Dyer ou Folch), hidrólise ácida
(método de Gerber ou Stoldt- Weibull) ou alcalina (método Rose-Gotllieb-Mojonnier).

032/IV Lipídios ou extrato etéreo – Extração direta em Soxhlet

Material

Aparelho extrator de Soxhlet, bateria de aquecimento com refrigerador de bolas, balança


analítica, estufa, cartucho de Soxhlet ou papel de filtro de 12 cm de diâmetro, balão de
fundo chato de 250 a 300 mL com boca esmerilhada, lã desengordurada, algodão, espátula
e dessecador com sílica gel.

Reagente

Éter

Procedimento – Pese 2 a 5 g da amostra em cartucho de Soxhlet ou em papel de filtro e


amarre com fio de lã previamente desengordurado. No caso de amostras líquidas, pipete o
volume desejado, esgote em uma porção de algodão sobre um papel de filtro duplo e co-
loque para secar em uma estufa a 105°C por uma hora. Transfira o cartucho ou o papel de
filtro amarrado para o aparelho extrator tipo Soxhlet. Acople o extrator ao balão de fundo
chato previamente tarado a 105°C. Adicione éter em quantidade suficiente para um Soxhlet
e meio. Adapte a um refrigerador de bolas. Mantenha, sob aquecimento em chapa elétrica,
à extração contínua por 8 (quatro a cinco gotas por segundo) ou 16 horas (duas a três gotas
por segundo). Retire o cartucho ou o papel de filtro amarrado, destile o éter e transfira o
balão com o resíduo extraído para uma estufa a 105°C, mantendo por cerca de uma hora.
Resfrie em dessecador até a temperatura ambiente. Pese e repita as operações de aquecimen-

IAL - 117
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital

to por 30 minutos na estufa e resfriamento até peso constante (no máximo 2 h).

Cálculo

N = nº de gramas de lipídios
P = nº de gramas da amostra

Nota: no caso de produtos contendo alta proporção de carboidratos, pese a amostra sob
papel de filtro e lave com cinco porções de 20 mL de água. Coloque em estufa a 105°C por
uma hora para secagem e proceda a extração conforme acima descrito.

Referências bibliográficas

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Mé-


todos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 42-43.

ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of


analysis of the Association of Official Analytical Chemists (method 920.39,C).
Arlington: A.O.A.C., 1995, chapter 33. p. 10-12

033/IV Lipídios ou extrato etéreo com hidrólise ácida prévia – Método A

Material

Aparelho extrator de Soxhlet, bateria de aquecimento com refrigerador de bolas, espátula,


pinça, balança analítica, estufa, cartucho de Soxhlet ou papel de filtro de 12 cm de diâme-
tro, balão de fundo chato de (250-300) mL com boca esmerilhada, frasco Erlenmeyer de
250 mL com boca esmerilhada, condensador longo, vidro de relógio e papel indicador de
pH.

Reagentes

Éter de petróleo
Ácido clorídrico 3 M
Areia diatomácea

Procedimento – Pese 10 g da amostra homogeneizada. Transfira para um frasco Erlen-


meyer de 250 mL com boca esmerilhada. Adicione 100 mL de ácido clorídrico 3 M. Acople

118 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

o frasco Erlenmeyer em condensador longo, sob aquecimento. Mantenha por 1 hora em


ebulição. Decorrido o tempo, deixe esfriar. Adicione uma pequena quantidade de auxiliar
de filtração (areia diatomácea). Filtre utilizando duas folhas de papel de filtro. Lave o resíduo
com água até neutralizar o filtrado, fazendo o teste com papel indicador de pH. Despreze o
filtrado. Deposite o papel de filtro com o resíduo sobre um vidro de relógio e leve a estufa
à 105°C para secagem. Após seco, faça um cartucho com os papéis, usando o externo para
envolver o que contém a amostra. Transfira o cartucho para o aparelho extrator tipo Soxhlet.
Acople o extrator ao balão de fundo chato, previamente tarado a 105°C. Adicione éter de
petróleo em quantidade suficiente para um Soxhlet e meio. Acople em um refrigerador
de bolas. Mantenha, sob aquecimento em chapa elétrica, a extração por 8 horas. Retire
o cartucho e destile o éter. Transfira o balão com o resíduo extraído para uma estufa a
105°C, mantendo por cerca de uma hora. Resfrie em dessecador até a temperatura am-
biente. Pese. Repita as operações de aquecimento por 30 minutos na estufa e resfriamento
até peso constante.

Nota: na expectativa de um alto teor de gordura na amostra a ser analisada, proceda a extra-
ção prévia com éter de petróleo, para a completa remoção da fração lipídica.

Cálculo

N = nº de gramas de lipídios
P = nº de gramas da amostra

Referência bibliográfica

U.K. FEEDING STUFFS (SAMPLING AND ANALYSIS) REGULATIONS. The


determination of oil in feeding stuffs nº 1119. 1982, appendix I. p. 9-11.

034/IV Lipídios ou extrato etéreo com hidrólise ácida prévia – Método B

Material

Balança analítica, aparelho extrator de Soxhlet, bateria de aquecimento com refrigerador de


bolas, chapa elétrica, estufa, espátula, béqueres de 100, 250 e 500 mL, proveta de 100 mL,
pérolas de vidro ou cacos de porcelana, vidro de relógio, frasco Erlenmeyer de 500 mL, funil
de vidro, papel de filtro, cartucho de Soxhlet, papel indicador de pH, balão de fundo chato
com boca esmerilhada de 300 mL, pinça e dessecador com sílica gel.

IAL - 119
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Reagentes

Ácido clorídrico
Éter petróleo
Solução de nitrato de prata 0,1 M
Solução de HCl 4 M (1:2) – Dilua 100 mL do ácido clorídrico com 200 mL de água e
misture.

Procedimento – Pese 5 a 10 g da amostra em um béquer de 100 mL. Transfira para um


béquer de 500 mL, usando 100 mL de água quente. Adicione, com cuidado 60 mL de
ácido clorídrico e algumas pérolas de vidro ou cacos de porcelana. Cubra o béquer com
um vidro de relógio, coloque em uma chapa elétrica e aqueça até a ebulição, mantendo
durante 30 minutos. Adicione 160 mL de água quente sobre a solução da amostra, lavan-
do o vidro de relógio. Filtre a solução em papel de filtro previamente umedecido. Lave
várias vezes o béquer e o resíduo do papel de filtro, cuidadosamente com água quente,
até que o filtrado exiba reação neutra (teste com papel indicador de pH) ou ausência de
cloreto (utilize solução de nitrato de prata 0,1 M). Coloque o papel de filtro contendo
o resíduo sobre um outro papel de filtro seco em um vidro de relógio e leve à estufa a
105°C para a secagem. Após a secagem, faça um cartucho com os papéis, usando o exter-
no para envolver o que contém a amostra. Transfira o cartucho para o aparelho extrator
tipo Soxhlet. Acople o extrator ao balão de fundo chato, previamente tarado a 105°C.
Adicione éter de petróleo em quantidade suficiente para um Soxhlet e meio. Acople em
um refrigerador de bolas. Mantenha, sob aquecimento em chapa elétrica, a extração por
4 horas. Retire o cartucho e destile o éter. Transfira o balão com o resíduo extraído para
uma estufa a 105°C, mantendo por cerca de uma hora. Resfrie em dessecador até a tem-
peratura ambiente. Pese. Repita as operações de aquecimento por 30 minutos na estufa e
resfriamento até peso constante.

Nota: no caso da hidrólise ácida pode-se optar, alternativamente, pelo seguinte procedi-
mento: pese diretamente a amostra em um béquer de 250 mL, adicione 50 mL de solução
de ácido clorídrico 4 M e continue como descrito acima a partir de “algumas pérolas de
vidro”.

Cálculo

N = n° de g de lipídios
P = n° de g da amostra

120 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

Referência bibliográfica

INTERNATIONAL STARDARD ORGANIZATION. ISO 1443: Meat and meat


products - determination of total fat content. 1973.

035/IV Extrato alcoólico

É um tipo de extração em que o solvente empregado é o álcool. O resíduo obtido é


chamado de extrato alcoólico o qual, nos produtos ricos em óleos voláteis, essências etc.,
representa um dado precioso na avaliação destes últimos. Como toda extração com solven-
tes, ela poderá ser feita diretamente por simples percolação ou em aparelhos de extração
contínua.

Material

Béqueres de 50 e 100 mL, balão volumétrico de 100 mL, proveta de 100 mL, funil de 5
cm de diâmetro, papel de filtro, frasco Erlenmeyer de 125 mL, pipeta de 50 mL, estufa,
dessecador com sílica gel, balança analítica, banho-maria, espátula e pinça.

Reagente

Álcool

Procedimento – Pese 2 g da amostra em um béquer de 50 mL. Transfira para um balão


volumétrico de 100 mL, com auxílio de 80 mL de álcool. Agite, com intervalos de 30 mi-
nutos, por 4 horas. Deixe em repouso por 16 horas. Complete o volume com álcool. Filtre
em papel de filtro seco. Receba o filtrado em um frasco Erlenmeyer. Transfira, com auxílio
de uma pipeta, 50 mL do filtrado para um béquer de 100 mL, previamente tarado. Coloque
o béquer em banho-maria até completa evaporação do solvente. Aqueça em estufa a 105°C
por 1 hora, resfrie em dessecador à temperatura ambiente e pese. Repita a operação até peso
constante.

Cálculo

P = nº de g da amostra contido na alíquota usada para a secagem


N = nº de g de extrato alcoólico fixo a 105°C

IAL - 121
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital

Referência bibliográfica

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Mé-


todos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 43-44.

Protídios

A determinação de protídios baseia-se na determinação de nitrogênio, geralmente


feita pelo processo de digestão Kjeldahl. Este método, idealizado em 1883, tem sofrido
numerosas modificações e adaptações, porém sempre se baseia em três etapas: digestão,
destilação e titulação. A matéria orgânica é decomposta e o nitrogênio existente é finalmente
transformado em amônia. Sendo o conteúdo de nitrogênio das diferentes proteínas apro-
ximadamente 16%, introduz-se o fator empírico 6,25 para transformar o número de g de
nitrogênio encontrado em número de g de protídios. Em alguns casos, emprega-se um fator
diferenciado de 6,25, conforme descrito na Tabela 6. Amostras contendo nitratos podem
perdê-los durante a digestão. Nestes casos, deve-se adicionar ácido salicílico ou fenol (cerca
de 1 g), os quais retêm os nitratos, como nitro-derivados. Procede-se então à digestão.

Digestão – A matéria orgânica existente na amostra é decomposta com ácido sulfúrico e um


catalisador, onde o nitrogênio é transformado em sal amoniacal.

Destilação – A amônia é liberada do sal amoniacal pela reação com hidróxido e recebida
numa solução ácida de volume e concentração conhecidos.

Titulação – Determina-se a quantidade de nitrogênio presente na amostra titulando-se o


excesso do ácido utilizado na destilação com hidróxido.

Tabela 6 – Fatores de conversão de nitrogênio total em proteína

Alimento Fator Alimento Fator


Farinha de centeio 5,83 Castanha do Pará 5,46
Farinha de trigo 5,83 Avelã 5,30
Macarrão 5,70 Coco 5,30
Cevada 5,83 Outras nozes 5,30
Aveia 5,83 Leite e derivados 6,38
Amendoim 5,46 Margarina 6,38
Soja 6,25 Gelatina 5,55
Arroz 5,95 Outros alimentos 6,25
Amêndoas 5,18 - -

122 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

036/IV Protídios – Método de Kjeldahl clássico

Material

Balança analítica, frascos de Kjeldahl de 500 a 800 mL, chapa elétrica ou manta aquecedo-
ra, balão de destilação, frasco Erlenmeyer de 500 mL, bureta de 25 mL, espátula, papel de
seda, dedal e pipeta graduada de 25 mL ou pipetador automático.

Reagentes

Ácido sulfúrico
Ácido sulfúrico 0,05 M
Sulfato de cobre
Sulfato de potássio
Dióxido de titânio
Solução fenolftaleína
Vermelho de metila a 1% m/v
Zinco em pó
Hidróxido de sódio a 30% m/v
Hidróxido de sódio 0,1 M

Mistura catalítica – Dióxido de titânio anidro, sulfato de cobre anidro e sulfato de potássio
anidro, na proporção 0,3:0,3:6.

Procedimento – Pese 1 g da amostra em papel de seda. Transfira para o balão de Kjeldahl


(papel+amostra). Adicione 25 mL de ácido sulfúrico e cerca de 6 g da mistura catalítica.
Leve ao aquecimento em chapa elétrica, na capela, até a solução se tornar azul-esverdeada
e livre de material não digerido (pontos pretos). Aqueça por mais uma hora. Deixe esfriar.
Caso o laboratório não disponha de sistema automático de destilação, transfira quantita-
tivamente o material do balão para o frasco de destilação. Adicione 10 gotas do indicador
fenolftaleína e 1 g de zinco em pó (para ajudar a clivagem das moléculas grandes de pro-
tídios). Ligue imediatamente o balão ao conjunto de destilação. Mergulhe a extremidade
afilada do refrigerante em 25 mL de ácido sulfúrico 0,05 M, contido em frasco Erlenmeyer
de 500 mL com 3 gotas do indicador vermelho de metila. Adicione ao frasco que contém
a amostra digerida, por meio de um funil com torneira, solução de hidróxido de sódio a
30% até garantir um ligeiro excesso de base. Aqueça à ebulição e destile até obter cerca de
(250-300) mL do destilado. Titule o excesso de ácido sulfúrico 0,05 M com solução de
hidróxido de sódio 0,1 M, usando vermelho de metila.

IAL - 123
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital

Cálculo

V = diferença entre o nº de mL de ácido sulfúrico 0,05 M e o nº de mL de hidróxido de


sódio 0,1 M gastos na titulação
P = nº de g da amostra
f = fator de conversão (conforme Tabela 6)

Referências bibliográficas

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Méto-


dos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 44-45.

FAO/WHO. FAO Nutrition Meetings Report Series, 52. Energy and protein requiriments.
Geneva, 1973. (Technical Report Series, n. 522).

SOUTHGATE, D.A.T. The relationship between food composition and available


energy. Rome: Joint FAO/WHO/UNU Expert Consultation on Energy and Protein
Requirements. 1981.

037/IV Protídios – Método de Kjeldahl modificado

Material

Balança analítica, frasco de Kjeldahl de 500 a 800 mL, chapa elétrica ou manta aquecedora,
balão de destilação, frasco Erlenmeyer de 500 mL, buretas de 25 mL, espátula, papel de
seda, pipeta graduada de 25 mL ou pipetador automático.

Reagentes

Ácido sulfúrico
Ácido sulfúrico 0,05 M
Ácido bórico 0,033 M
Sulfato de cobre
Sulfato de potássio
Dióxido de titânio
Solução de fenolftaleína
Vermelho de metila a 1% m/v
Hidróxido de sódio a 30% m/v

124 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

Procedimento – Para a digestão da amostra, proceda conforme descrito em


036/IV. Na destilação, proceda também como em 036/IV, substituindo o ácido sulfúrico
0,05 M no frasco Erlenmeyer onde será recolhida a amônia formada, por ácido bórico
0,033 M, que não reage diretamente, servindo apenas como suporte para adsorsão da amô-
nia. Titule diretamente a solução de hidróxido de amônio com a solução de ácido sulfúrico
0,05 M, utilizando o mesmo indicador do método 036/IV.

Nota: alternativamente, poderá ser utilizada uma solução de ácido clorídrico 0,1 M em
substituição ao ácido sulfúrico 0,05 M.

Cálculo

V = volume de ácido sulfúrico 0,05 M gasto na titulação


P = nº de g da amostra
f = fator de conversão (conforme Tabela 6)

Referência bibliográfica

ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of


analysis of the Association of Official Analytical Chemists (method 991.20). Arlington:
A.O.A.C., 1995, chapter 33. p. 10-12.

Glicídios

Neste grupo de compostos, que são hidratos de carbono, têm-se os mais variados
tipos de substâncias, desde os monossacarídios, representados pela glicose, os dissacarídios,
dos quais os mais freqüentes em alimentos são a sacarose e a lactose, até os polissacarídios,
como amido e celulose. Qualquer que seja o produto a ser analisado, é inicialmente neces-
sária a obtenção de uma solução dos glicídios presentes, livres de substâncias que possam
interferir no processo escolhido para a sua determinação. Para isso, usam-se soluções de “cla-
rificadores” (creme alumina, solução neutra de acetato de chumbo, solução básica de acetato
de chumbo, ácido fosfotúngstico) as quais precipitam as substâncias interferentes.
Os métodos de determinação de glicídios estão baseados nas propriedades físicas das
suas soluções ou no poder redutor dos glicídios mais simples (aos quais se pode chegar por
hidrólise, no caso dos mais complexos). Os métodos de redução resumem-se em pesar ou
titular a quantidade de óxido de Cu I precipitado de uma solução de íons de Cu II por um
volume conhecido da solução de glicídios ou medir o volume da solução de glicídios neces-
sário para reduzir completamente um volume conhecido da solução de cobre II. Os resul-

IAL - 125
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital

tados são calculados mediante fatores e, geralmente, as determinações de glicídios redutores


são calculadas em glicose e as dos não-redutores em sacarose. A hidrólise dos não-redutores
é feita, previamente, por meio de ácido ou enzimas.

038/IV Glicídios redutores em glicose

Material

Balança analítica, espátula de metal, béquer de 100 mL, proveta de 50 mL, balão volu-
métrico de 100 mL, frasco Erlenmeyer de 250 mL, funil de vidro, balão de fundo chato
de 250 mL, pipetas volumétricas de 5 e 10 mL ou bureta automática de 10 mL, buretas
de 10 e 25 mL e chapa elétrica.

Reagentes

Hidróxido de sódio a 40% m/v


Carbonato de sódio anidro
Ferrocianeto de potássio a 6% m/v
Acetato de zinco a 12% m/v
Solução saturada de acetato neutro de chumbo
Sulfato de sódio anidro
Soluções de Fehling A e B tituladas (Apêndice I)

Procedimento – Pese 2 a 5 g da amostra em um béquer de 100 mL. Transfira para um


balão volumétrico de 100 mL com o auxílio de água. Qualquer que seja a característica da
amostra (a, b ou c), proceda como a seguir. Complete o volume e agite. Filtre se necessário
em papel de filtro seco e receba filtrado em frasco Erlenmeyer de 250 mL. Transfira o filtra-
do para a bureta. Coloque num balão de fundo chato de 250 mL, com auxílio de pipetas
de 10 mL, cada uma das soluções de Fehling A e B, adicionando 40 mL de água. Aqueça
até ebulição. Adicione, às gotas, a solução da bureta sobre a solução do balão em ebulição,
agitando sempre, até que esta solução passe de azul a incolor (no fundo do balão deverá ficar
um resíduo vermelho de Cu2O).

Notas
a) Em caso de amostras com alto teor de proteína: adicione 5 mL de ferrocianeto de potás-
sio a 6% e 5 mL de acetato de zinco a 12%. Complete o volume com água, agite e deixe
em repouso por 15 minutos. Filtre em papel de filtro seco e receba o filtrado em frasco
Erlenmeyer de 250 mL. Verifique o pH da solução. Caso esteja ácido, com pH abaixo
de 6, coloque algumas gotas de hidróxido de sódio a 40% ou carbonato de sódio anidro
até que a solução se torne alcalina, com pH próximo de 9,0 e filtre novamente. Transfira
o filtrado para uma bureta.
126 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

b) Em caso de amostras com coloração intensa: clarifique a amostra adicionando solução


saturada de acetato neutro de chumbo, até não haver mais precipitação (cerca de 1,5
mL). Complete o volume com água. Filtre em papel de filtro seco e receba o filtrado em
frasco Erlenmeyer de 250 mL. Adicione sulfato de sódio anidro, até precipitar o excesso
de chumbo. Filtre em papel de filtro seco e receba o filtrado em outro frasco Erlenmeyer
de 250 mL. Transfira o filtrado para uma bureta.
c) Em caso de amostras com alto teor de lipídios: adicione à amostra pesada, 50 mL de
água e aqueça em banho-maria por 5 minutos. Transfira a solução à quente para um
balão volumétrico de 100 mL. Esfrie, complete o volume e agite. Filtre em papel de filtro
seco e receba o filtrado em frasco Erlenmeyer de 250 mL. Transfira o filtrado para uma
bureta.

Cálculo

A = nº de mL da solução de P g da amostra
a = nº de g de glicose correspondente a 10 mL das soluções de Fehling
P = massa da amostra em g
V = nº de mL da solução da amostra gasto na titulação .

Referências bibliográficas

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:


Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 49-
50.

ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of


Analysis of the Association of Official Analytical Chemists (method 958.06). Arlington:
A.O.A.C.. 1995, chapter 39. p. 21.

039/IV Glicídios não-redutores em sacarose

Material

Balança analítica, espátula de metal, banho-maria, béquer de 100 mL, proveta de 50 mL,
balão volumétrico de 100 mL, frasco Erlenmeyer de 250 mL, funil de vidro, balão de fundo
chato de 250 mL, pipetas volumétricas de 10 e 20 mL, bureta automática de 10 mL, buretas
de 10 e 25 mL e chapa elétrica.

IAL - 127
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital

Reagentes

Ácido clorídrico
Solução de hidróxido de sódio a 40% m/v
Carbonato de sódio anidro
Ferrocianeto de potássio a 6% m/v
Acetato de zinco a 12% m/v
Soluções de Fehling A e B tituladas (Apêndice I)

Procedimento – Transfira, com auxílio de uma pipeta, 20 mL de filtrado obti-


do em glicídios redutores em glicose (038/IV), para um balão volumétrico de 100 mL
ou pese de 2 a 5 g da amostra e transfira para um balão volumétrico de 100 mL com
auxílio de água. Caso a amostra contenha alto teor de lipídios, proceda como em
038/IV, no item c. Acidule fortemente com ácido clorídrico (cerca de 1 mL). Coloque em
banho-maria a (100 ± 2)°C por 30 a 45 minutos. Esfrie e neutralize com carbonato de sódio
anidro ou solução de hidróxido de sódio a 40%, com auxílio de papel indicador. Caso a
amostra contenha alto teor de proteína, proceda como em 038/IV, item a. Complete o vo-
lume com água e agite. Filtre se necessário em papel de filtro seco e receba o filtrado em fras-
co Erlenmeyer de 250 mL. Transfira o filtrado para a bureta. Coloque num balão de fundo
chato de 250 mL, com auxílio de pipetas de 10 mL, cada uma das soluções de Fehling A e
B, adicionando 40 mL de água. Aqueça até ebulição. Adicione, às gotas, a solução da bureta
sobre a solução do balão em ebulição, agitando sempre, até que esta solução passe de azul a
incolor (no fundo do balão deverá ficar um resíduo vermelho de Cu2O).

Cálculo

A = nº de mL da solução de P g da amostra
a = nº de g de glicose correspondente a 10 mL das soluções de Fehling
P = massa da amostra em g ou nº de g da amostra usado na inversão
V = nº de mL da solução da amostra gasto na titulação
B = nº de g de glicose por cento obtido em glicídios redutores, em glicose

Nota: na titulação, quando se tornar difícil observar o desaparecimento da cor azul, adicio-
ne ao balão, próximo ao ponto final, 1 mL da solução de azul de metileno a 0,02%, como
indicador interno. Continue a titulação até completo descoramento da solução.

128 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

Referências bibliográficas

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos


químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 50-51.

ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of


Analysis of the Association of Official Analytical Chemists (method 958.06). Arlington:
A.O.A.C.. 1995, chapter 39. p. 21.

040/IV Glicídios totais em glicose

Material

Balança analítica, chapa de aquecimento com refrigerador de refluxo, chapa elétrica, béquer
de 100 mL, espátula de metal, frasco Erlenmeyer de 500 mL com junta esmerilhada, frasco
Erlenmeyer de 300 mL, balão volumétrico de 250 mL, balão de fundo chato de 250 mL,
funil de vidro, bureta de 25 mL, pipeta graduada de 5 mL e pipeta volumétrica de 10 mL.

Reagentes

Ácido clorídrico
Hidróxido de sódio 40% m/v
Carbonato de sódio anidro
Ferrocianeto de potássio a 6% m/v
Acetato de zinco a 12% m/v
Soluções de Fehling A e B tituladas (Apêndice I)

Procedimento – Pese 2 a 5 g da amostra e desengordure conforme 032/IV, no caso de pro-


dutos com teor de lipídios inferior a 5%, não há necessidade de extração prévia da gordura
da amostra. Transfira, quantitativamente, a amostra para um frasco Erlenmeyer de 500 mL
com junta esmerilhada, com o auxílio de água. Adicione 5 mL de ácido clorídrico. Coloque
em chapa de aquecimento e adapte o refrigerador de refluxo ao frasco. Deixe em ebulição
por 3 horas a contar a partir do início da ebulição. Espere esfriar a solução e neutralize com
hidróxido de sódio a 40%, com auxílio de papel indicador. Transfira, quantitativamente,
para um balão volumétrico de 250 mL, com auxílio de água. Caso a amostra contenha alto
teor de proteína, proceda como em 038/IV, item a. Complete o volume com água e agite.
Filtre, se necessário, em papel de filtro seco para um frasco Erlenmeyer de 300 mL. Transfira
o filtrado para uma bureta de 25 mL. Coloque num balão de fundo chato de 250 mL, com
pipetas de 10 mL, cada uma das soluções de Fehling A e B, adicionando 40 mL de água.

IAL - 129
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital

Aqueça até ebulição. Adicione, às gotas, a solução da bureta sobre a solução do balão em
ebulição, agitando sempre, até que esta solução passe de azul a incolor (no fundo do balão
deverá ficar um resíduo vermelho de Cu2O).

Cálculo

A= nº de mL da solução de P g da amostra
a= nº de g de glicose correspondente a 10 mL das soluções de Fehling
P= massa da amostra em g
V= nº de mL da solução da amostra gasto na titulação

Referências bibliográficas

INSTITUTO ADOLFO LUTZ Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Mé-


todos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 49-50.

ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of


Analysis of the Association of Official Analytical Chemists (method 958.06). Arlington:
A.O.A.C.. 1995, chapter 39. p. 21.

041/IV Glicídios por cromatografia descendente em papel – Prova qualitativa

Os métodos cromatográficos, aplicáveis a pequenas quantidades de amostra, são os


mais úteis para identificação de glicídios. A cromatografia em papel, usando solventes e
reveladores apropriados, permite não só a identificação como a determinação quantitativa,
eluindo-se as manchas do papel e determinando colorimetricamente a concentração dos
glicídios correspondentes. Pode-se correr um cromatograma com solvente apropriado e,
uma vez revelado, identificar os glicídios, comparando os valores de Rf com os dos padrões
usados paralelamente à amostra.

Material

Balança analítica, estufa, papel para cromatografia Whatman nº 1, pipetas de 1 e 5 mL,


capilares de vidro, cuba cromatográfica com cânula, atomizador, béquer de 250 mL, funil
de vidro e frasco Erlenmeyer de 100 mL.

130 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

Reagentes

Soluções-padrão a 2% dos açúcares a serem identificados


n-Propanol
Acetato de etila
Solução de anilina a 4% em álcool
Solução de difenilamina a 4% em metanol
Ácido fosfórico

Fase móvel – n-propanol - acetato de etila - água (65:10:25).

Solução reveladora – Em um frasco Erlenmeyer, prepare a mistura de solução de anilina a


4% em álcool (5 mL), solução de difenilamina a 4% em metanol (5 mL) e ácido fosfórico
(1 mL).

Procedimento – Pese cerca de 10 g da amostra em um béquer de 250 mL e dissolva com


aproximadamente 100 mL de água, mantendo em contato por no mínimo duas horas.
Filtre em papel de filtro, recolhendo o filtrado em béquer de 250 mL. Reserve o filtrado
para aplicar no papel para cromatografia. Corte o papel Whatman nº 1 com largura de 15
cm e comprimento de 57 cm. Faça uma linha com grafite ao longo da largura do papel, a 6
cm da base. Marque seis pontos com a distância mínima de 3 cm uns dos outros. Aplique,
utilizando capilar de vidro, duas gotas das soluções-padrão de açúcares e quatro gotas do
filtrado da amostra nos pontos marcados do papel cromatográfico. Coloque a fase móvel
numa cânula de vidro, tampe a cuba e mantenha no mínimo uma hora para saturação da
mesma. Coloque o papel, adequadamente, com a extremidade em que foram aplicados os
padrões e a amostra na cânula. Fixe o papel na cânula, usando um bastão de vidro como
apoio. Corra o cromatograma descendentemente por cerca de 12 horas, retire o papel e
deixe secar ao ar em uma capela. Aplique o revelador sobre toda a superfície do papel, com
auxílio de atomizador. Seque o papel em estufa a (100 - 105)°C, até o aparecimento de
manchas características quanto à cor e respectivos Rf. Compare os valores dos Rf dos padrões
com os Rf dos componentes da amostra.

Cálculo

Dc = distância percorrida pelo componente da amostra ou padrão


Ds = distância percorrida pela fase móvel.

IAL - 131
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Referência bibliográfica

MORAES, R.M. Carboidratos em alimentos - Manual Técnico, Campinas, SP: Ed.


ITAL. 1987.

042/IV Glicídios por cromatografia circular em papel – Prova qualitativa

Aplica-se na análise qualitativa dos açúcares presentes nos alimentos (glicose, frutose,
maltose, sacarose, além de outros açúcares) utilizando-se a técnica de cromatografia circular
em papel em comparação com soluções-padrão de açúcares. A cromatografia em papel é
uma técnica de separação baseada no deslocamento diferencial de solutos, arrastados por
uma fase móvel e retidos seletivamente por uma fase estacionária líquida (água), contida no
papel.

Material

Balança analítica, estufa, capela para substâncias voláteis, papel para cromatografia Whatman
nº 1, pipetas de 1 e 5 mL, capilares de vidro, cuba cromatográfica de (52 x 52) cm,
atomizador, béquer de 250 mL, papel de filtro, funil de vidro, frasco Erlenmeyer de 100
mL, proveta com tampa de 100 mL e placas de Petri.

Reagentes

Soluções-padrão a 2% dos açúcares a serem identificados


n-Propanol
Acetato de etila
Solução de anilina a 4% em álcool
Solução de difenilamina a 4% em metanol
Ácido fosfórico
Fase móvel – Prepare em uma proveta de 100 mL uma mistura de n-propanol - acetato de
etila - água (65:10:25).

Solução reveladora – Em um frasco Erlenmeyer de 20 mL prepare a mistura de 5 mL da


solução de anilina, 5 mL de difenilamina e 1 mL de ácido fosfórico.

Procedimento – Pese (10 - 20) g da amostra em béquer de 250 mL, dissolva com cerca
de 100 mL de água, mantendo em contato por no mínimo 2 horas. Filtre, recolhendo o
filtrado em béquer de 250 mL e reserve, para aplicar no papel para cromatografia. Corte o
papel para cromatografia Whatman nº 1, em quadrado de 50 cm de cada lado. Trace com
grafite duas diagonais entre os vértices do quadrado e duas entre os lados (todas cruzando

132 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

pelo centro do papel). Marque com lápis um ponto em cada diagonal a 2 cm do centro do
papel. Aplique, utilizando capilar de vidro, duas gotas das soluções-padrão e 4-6 gotas do
filtrado da amostra. Coloque a fase móvel nas placas de Petri posicionadas no centro e nos
quatro vértices da cuba cromatográfica, tampe com uma placa de vidro e deixe saturar por
cerca de uma hora. Coloque o papel sobre as placas de Petri, conectando o centro do papel
com o solvente da placa central por meio de uma “vassourinha de papel”. Corra o croma-
tograma circular por cerca de 12 horas (até o solvente atingir as laterais do papel) e retire
o papel, marque a frente do solvente e deixe secar ao ar numa capela. Aplique o revelador
sobre toda a superfície do papel, com auxílio de atomizador, mantendo-o pendurado em
um varal na capela e enrole em um grande cartucho (cerca de 10 cm de diâmetro). Leve a
estufa a 105°C até o aparecimento de manchas características quanto a cor e respectivos Rf.
Compare os valores dos Rf dos padrões com os Rf do componente da amostra que permite
a sua identificação.

Cálculo

Dc = distância percorrida pelo componente da amostra, a partir do ponto de aplicação da


amostra
Ds = distância percorrida pela fase móvel, do ponto de aplicação da amostra até a frente
marcada.

Referências bibliográficas

MORAES, R.M. Carboidratos em alimentos - Manual Técnico, Campinas, SP: Ed.


ITAL. 1987.

COLLINS, C.H.; BRAGA.G.L.; BONATO, P.S. Introdução a métodos


cromatográficos, Campinas, SP: Ed. UNICAMP, 1993, p. 29-43.

043/IV Amido

Material

Cápsulas de porcelana, provetas de 20 e de 100 mL, balões volumétricos de 100 e de 500


mL, béquer de 400 mL, balão de titulação, bureta de 25 mL, pipetas de 10 mL, frasco
Erlenmeyer de 500 mL, autoclave, banho-maria e funil de vidro.

IAL - 133
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Reagentes

Éter
Álcool a 70% e a 95%
Carbonato de cálcio
Solução de acetato neutro de chumbo saturada
Soluções de Fehling tituladas (Apêndice I)
Acido clorídrico
Solução de hidróxido de sódio a 10%
Carvão ativo

Procedimento – Pese 5 g da amostra em uma cápsula de porcelana. Tra-


te, sucessivamente, com três porções de 20 mL de éter. Agite e decante. Transfi-
ra o material desengordurado para um frasco Erlenmeyer de 500 mL, com o auxí-
lio de 100 mL de álcool a 70%. Agite e aqueça em banho-maria a (83-87)°C, por
1 hora, usando um pequeno funil no gargalo do frasco para condensar os vapores. Esfrie, adi-
cione 50 mL de álcool e filtre em filtro seco ou centrifugue durante 15 minutos, a 1500 rpm.
Lave o resíduo com 500 mL de álcool a 70%, reunindo as soluções de lavagem ao filtrado
(o filtrado ou o sobrenadante pode ser usado para a determinação de glicídios redutores em
glicose e em glicídios não redutores em sacarose, evaporando o álcool, dissolvendo o resíduo
com água, transferindo para um balão volumétrico de 100 mL e titulando com soluções de
Fehling conforme 038/IV e 039/IV). Transfira o resíduo juntamente com o papel de filtro
para um frasco Erlenmeyer de 500 mL com auxílio de 150 mL de água. Adicione 5 gotas
de solução de hidróxido de sódio a 10%. Aqueça em autoclave a uma atmosfera por 1 hora.
Esfrie e adicione 5 mL de ácido clorídrico (a solução deverá ficar fortemente ácida). Aqueça
em autoclave por mais 30 minutos e neutralize com solução de hidróxido de sódio a 10%.
Transfira para um balão volumétrico de 500 mL e complete o volume com água. Adicione,
se necessário, 0,5 g de carvão ativo. Agite e filtre em filtro seco. Nesta solução determine
glicídios redutores por titulação pelo método 038/IV.

Cálculo

A = nº de mL da solução de P g da amostra
P = nº de g da amostra
V = nº de mL da solução gasto na titulação
a = nº de g de glicose correspondente a 10 mL das soluções de Fehling

134 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

Referência bibliográfica

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Mé-


todos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 53-54.

Fibras

Ao resíduo orgânico obtido em certas condições de extração, dá-se o nome de


fibra. Os métodos de tratamento de extração da amostra variam e é de grande impor-
tância, para a comparação de resultados, seguir exatamente as condições específicas em
cada um. O termo fibra alimentar foi proposto por Hipsely e definido por Trowell
como sendo os componentes das paredes celulares vegetais incluídas na dieta humana
que resistem à ação das secreções do trato gastrointestinal. Para a análise de alimentos
de consumo humano, o conhecimento do teor fibra alimentar é mais adequado do que
o de fibra bruta. Hoje a definição mais aceita, para fins analíticos, é a de Asp que define
as fibras, considerando os aspectos fisiológicos, como polissacarídios (exceto amido)
e lignina que não são digeridos pelo intestino delgado humano. As fibras podem ser
classificadas de acordo com a sua solubilidade. As fibras solúveis são responsáveis pelo
aumento da viscosidade do conteúdo gastrointestinal, retardando o esvaziamento e a di-
fusão de nutrientes; incluem as gomas, mucilagens, a maioria das pectinas e algumas he-
miceluloses. As fibras insolúveis diminuem o tempo de trânsito intestinal, aumentam o
peso das fezes, tornam mais lenta a absorção da glicose e retardam a digestão do amido;
incluem a celulose, lignina, hemicelulose e algumas pectinas. Embora em concentrações
diferentes, a maioria dos alimentos contém uma combinação dos dois tipos de fibras: as
solúveis, tendo como principais fontes alimentares as leguminosas e as frutas e as insolú-
veis que estão presentes nos grãos de cereais, no farelo de trigo, nas hortaliças e nas cascas
de frutas. Durante muitos anos foi utilizada a determinação do teor de fibra ou o resíduo
vegetal resultante de um tratamento não fisiológico, obtido pelo método de Henneberg,
que consiste numa digestão ácida e outra alcalina num material previamente dessecado
e desengordurado. Posteriormente, o procedimento foi simplificado utilizando-se ape-
nas uma etapa de digestão. Estes métodos fornecem valores baixos devido à utilização
de digestão muito drástica, levando à perda de alguns componentes, não sendo mais
adequados para a análise de alimentos, podendo ser aplicados apenas para de rações ani-
mais. Hellenboon et al. (1975) desenvolveram o método enzimático-gravimétrico, que
consiste em tratar o alimento com diversas enzimas fisiológicas, simulando as condições
do intestino humano, permitindo separar e quantificar gravimetricamente o conteúdo
total da fração fibra e/ou as frações solúveis e insolúveis. Este método foi posteriormente
modificado por Asp et al (1983) e Prosky et al. (1984).

IAL - 135
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital

044/IV Fibra bruta

Material

Estufa, mufla, dessecador com sílica indicadora de umidade, frasco Erlenmeyer de 750 mL
com boca esmerilhada, refrigerador de refluxo longo com boca inferior esmerilhada, papel
tornassol, proveta de 100 mL, pipetas de 20 mL e cadinho de Gooch com camada de fil-
tração.

Reagentes

Éter
Álcool
Areia diatomácea (agente filtrante) para preparação do cadinho

Solução ácida – Em um béquer de 1000 mL misture 500 mL de ácido acético glacial, 450 mL
de água, 50 mL de ácido nítrico e 20 g de ácido tricloracético.

Procedimento – Pese 2 g da amostra, envolva em papel de filtro e amarre com lã. Faça
extração contínua em aparelho de Soxhlet, usando éter como solvente. Aqueça em
estufa para eliminar o resto de solvente. Transfira o resíduo para um frasco Erlenmeyer
de 750 mL, com boca esmerilhada. Adicione 100 mL de solução ácida e 0,5 g de
agente de filtração. Adapte o frasco Erlenmeyer a um refrigerante de refluxo por 40
minutos a partir do tempo em que a solução ácida foi adicionada, mantendo sob
aquecimento. Agite, freqüentemente, a fim de evitar que gotas sequem na parede do
frasco. Filtre em cadinho de Gooch previamente preparado com areia diatomácea
e com auxílio de vácuo. Lave com água fervente até que a água de lavagem não
tenha reação ácida. Lave com 20 mL de álcool e 20 mL de éter. Aqueça em estufa
a 105°C, por 2 horas. Resfrie em dessecador até a temperatura ambiente. Pese e
repita as operações de aquecimento e resfriamento até peso constante. Incinere em
mufla a 550°C. Resfrie em dessecador até a temperatura ambiente. Pese e repita as
operações de aquecimento e resfriamento até peso constante. A perda de peso será
igual à quantidade de fibra bruta.

Cálculo

N = nº de g de fibra
P = nº de g da amostra

136 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

Referência bibliográfica

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Mé-


todos químicos e físicos para análise de alimentos. São Paulo: IMESP, 3. ed., 1985. p. 56.

045/IV Fibra alimentar total – Método enzimático-gravimétrico

Material

Estufa, mufla, banho-maria, banho-maria com bandeja agitadora, dessecador com sílica
indicadora de umidade, cadinho de vidro com placa de vidro sinterizado (ASTM 40-60
μm), lã de vidro de fibra média, béquer de 250 mL, proveta de 250 mL, kitassato de 500 ou
1000 mL, trompa d’água e tamis de 32 mesh.

Reagentes

Extran a 2%
Ácido clorídrico 0,561 M
Ácido clorídrico 1 M
Hidróxido de sódio 1 M
Álcool a 95%
Álcool a 78%
Acetona
α-amilase termorresistente
Protease
Amiloglicosidase
MES – Ácido 2-(N-morfolino)etanossulfônico
TRIS – Tris(hidroximetil)aminometano
Solução-tampão MES-TRIS 0,05 M – Pese 19,52 g de MES e 12,2 g de TRIS. Dissolva em
1,7 L de água. Ajuste o pH para 8,2, a 24°C, com NaOH 6 M e dilua para 2 L com água.

Procedimentos

Preparação da amostra – Dependendo das características da amostra com relação ao teor de


umidade, gordura e açúcar, adota-se um procedimento diferente, visando facilitar a eficiên-
cia do tratamento enzimático. Alimentos com alto teor de umidade devem ser inicialmente
secos em estufa a vácuo a 70°C, durante a noite, quantificando-se o teor de umidade para
efeito do cálculo final da fibra alimentar. Alimentos com alto teor de açúcar devem ser
tratados previamente com 100 mL de álcool a 85% por 30 min em banho-maria a 70°C
com posterior filtração. O resíduo é lavado com álcool a 70% até atingir o volume de 500 mL.

IAL - 137
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital

Após a evaporação do solvente, o teor de açúcar é quantificado conforme 038/IV e 039/IV. Alimentos
com teores de lipídios acima de 5%, quando secos, devem ser desengordurados com éter, em
aparelho de Soxhlet, quantificando-se o teor de gordura pelo mesmo motivo da determinação
de umidade. Após o tratamento adequado, a amostra deve se moída ou triturada e passada por
tamis de 32 mesh. Conserve-a em recipiente fechado até ser analisada. No momento da tomada
da amostra para a análise da fibra, determine novamente o teor de umidade.

Preparação dos cadinhos – Lave os cadinhos de vidro com placa de vidro sinterizado com po-
rosidade nº 2 (Pyrex nº 32940, ASTM 40-60 µm) com extran a 2%, mantendo em banho por
24 horas, enxágüe com 6 porções de água utilizando vácuo, passe mais 3 porções de água no
sentindo oposto ao da filtração, com a finalidade de remover qualquer resíduo retido na placa de
vidro. Seque em estufa a 105°C. Transfira os cadinhos para dessecador mantendo-os à tempera-
tura ambiente. Pese. Revista internamente os cadinhos com uma camada de cerca de 1 g de lã de
vidro, tendo o cuidado de distribuir uniformemente no fundo e nas paredes (forma de concha).
Lave a lã com uma porção de 50 mL de ácido clorídrico 0,5 M com auxílio de vácuo, lave com
água até a neutralização. Seque em estufa a 105°C. Incinere em mufla a 525°C, no mínimo por
cinco horas. Resfrie em dessecador e pese (P1 para a amostra e B1 para branco).

Tratamento enzimático – Pese em béquer de 250 mL, em triplicata, cerca de 1 g da amostra


tratada e que tenha passado por tamis de 32 mesh. O peso entre as triplicatas não deve diferir de
20 mg. Adicione 40 mL de solução-tampão MES-TRIS, pH 8,2, dispersando completamente a
amostra. Adicione 50 µg de α-amilase termorresistente, agitando levemente. Tampe com papel
alumínio e leve ao banho-maria a (95 - 100)°C, por 35 min com agitação contínua. Remova os
béqueres do banho e resfrie até (60 ± 1)°C. Adicione 100 µL de solução de protease preparada
no momento do uso (50 mg/mL em tampão MES-TRIS), cubra com papel alumínio e leve ao
banho-maria a (60 ± 1)°C com agitação por 30 minutos. Remova o papel alumínio dos béque-
res e adicione 5 mL de ácido clorídrico 0,561 M, com agitação. Mantenha a temperatura a
(60 ± 1)°C e ajuste o pH entre 4,0 - 4,7, com adição de solução de hidróxido de sódio
1 M e/ou ácido clorídrico 1 M. Adicione 300 µL de solução de amiloglicosidase. Cubra
com papel alumínio e leve ao banho-maria a (60 ± 1)°C, por 30 minutos, com agitação
contínua.

Notas
Paralelo ao procedimento da amostra, processe pelo menos dois cadinhos em branco (sem
amostra).
É fundamental, para fins de cálculo, conhecer a massa de lã de vidro utilizada no revesti-
mento do cadinho.

O vácuo utilizado nas filtrações deve ser moderado, sendo suficiente o produzido pela trom-
pa d’água.

138 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

Utilize luvas e máscara de proteção durante a manipulação da lã de vidro.

Fibra alimentar total – Meça o volume do hidrolisado obtido no tratamento enzimático.


Adicione álcool 95% a 60°C, medido após aquecimento, na proporção de 4:1 do volume do
hidrolisado. Cubra os béqueres com papel alumínio e deixe a mistura em repouso, à tempe-
ratura ambiente, por 1 hora, para a precipitação da fração fibra solúvel. Posicione o cadinho,
previamente preparado e pesado, num kitassato acoplado a uma trompa de vácuo. Passe pelos
cadinhos uma porção de 15 mL de álcool a 78%, para redistribuir a lã de vidro. Filtre quanti-
tativamente a solução alcoólica contendo o resíduo da hidrólise, cuidando para que a solução
não ultrapasse o nível da lã de vidro durante a filtração. Lave o resíduo com duas porções de
15 mL de álcool a 95% e duas porções de 15 mL de acetona. Seque os cadinhos contendo o
resíduo em estufa a 105°C, durante uma noite. Resfrie em dessecador e pese (P2 para a amos-
tra e B2 para o branco). Após a pesagem, determine o teor de proteína em um dos cadinhos da
amostra e em um do branco. Determine o teor de cinzas nos outros dois cadinhos da amostra
e em um do branco.

Cálculo

RT = resíduo total da amostra = (P2- P1)


BT = resíduo total do branco = (B2- B1) - Pb- Cb
C = cinzas da amostra
m = massa da tomada da amostra
P = teor de proteína

046/IV Fibra alimentar solúvel e insolúvel – Método enzimático-gravimétrico

Procedimento – Execute como a análise da fibra alimentar total, com relação a preparação
da amostra, dos cadinhos e a hidrólise enzimática. Concluída a etapa da hidrólise, filtre
quantitativamente a solução contendo o resíduo, cuidando para que não ultrapasse a lã de vidro.
Lave o béquer e o resíduo com duas porções de 10 mL de água a 70°C, recolhendo a água de lavagem
junto com o filtrado da hidrólise. Reserve o filtrado em béquer de 250 mL. A fração fibra insolúvel
fica retida no cadinho e a solúvel no filtrado. Lave o resíduo do cadinho contendo a fibra insolúvel
com duas porções de 15 mL de álcool a 78%, duas porções de 15 mL de álcool a 95% e duas porções
de 15 mL de acetona. Seque os cadinhos em estufa a 105°C, durante uma noite. Resfrie os cadinhos
em dessecador e pese (P2 para a amostra e B2 para o branco). Utilize um dos cadinhos da amostra e
um do branco para determinar o teor de proteína do resíduo insolúvel e dois cadinhos da amostra
e um do branco para determinar o teor de cinzas do resíduo insolúvel. Calcule a fração
fibra insolúvel procedendo da mesma forma que para fibra total. Retome o béquer com

IAL - 139
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital

o filtrado após a hidrólise. Meça o volume. Adicione álcool 95% a 60°C (medido após
aquecimento) na proporção de 4:1 do volume do filtrado. Cubra o béquer com papel
alumínio e mantenha a mistura em repouso por 1 hora à temperatura ambiente, para a
precipitação da fração fibra solúvel. Filtre a solução alcoólica em cadinhos previamente tara-
dos. Proceda à lavagem, secagem e pesagem, como na fração fibra insolúvel. Determine os
teores de proteína e cinza da mesma forma que na fração fibra solúvel. Calcule a fração fibra
solúvel procedendo da mesma forma que para fibra total.

Referência bibliográfica

LEE, S.C.; PROSKY, L.; DEVRIES, J.W. Determination of total, soluble and
insoluble dietary fiber in foods. Enzymatic-gravimetric method, MES-TRIS
buffer: collaborative study. J. Assoc. Off. Chem. Int., v. 75, p. 395-416, 1992.

047/IV Pectinas – Prova qualitativa

Um certo número de substâncias relacionadas ao ácido péctico (C17H24O16) recebe


esta designação. Pectinas são componentes de muitas frutas; na presença de açúcares e áci-
dos, apresentam tendência a formar um gel, de onde a sua grande importância nos produtos
feitos de frutas. Os métodos de determinação de pectinas se baseiam na sua extração por
água quente seguida por precipitação com álcool e, após purificação, pesagem na forma de
pectato de cálcio ou ácido livre.

Procedimento – Adicione a 30 g da amostra, em um béquer, 200 mL de água e misture


bem. Aqueça, ligeiramente, em banho-maria. Filtre se necessário. Adicione a uma alíquo-
ta do filtrado uma solução de permanganato de potássio a 0,25%. Aqueça até ebulição.
Uma cor intensa com fluorescência esverdeada é indicação da presença de pectinas.

Referência bibliográfica

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:


Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. São Paulo: IMESP, 3. ed., 1985. p. 59.

048/IV Pectinas – Determinação por gravimetria

Material

Balão volumétrico de 200 mL, béquer de 400 mL, pipeta graduada de 5 mL, proveta de
200 mL e cadinho de Gooch.

140 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

Reagentes

Sacarose
Ácido sulfúrico 0,5 M
Álcool a 95%
Solução de hidróxido de sódio a 10%
Ácido clorídrico (1+9)

Preparo da solução da amostra

a) Geléias e xaropes – Pese 30 g da amostra em um béquer de 200 mL. Adicione 100 mL


de água e aqueça ligeiramente. Esfrie. Transfira para um balão volumétrico de 200 mL e
complete o volume com água. Se necessário, filtre em filtro seco.

b) Frutas frescas, doces de massa e conservas – Homogeneíze a amostra em um li-


qüidificador, se necessário, o mais rapidamente possível. Pese 30 g da amos-
tra em um béquer de 200 mL. Adicione 80 mL de água e aqueça até ebulição por
1 hora, recolocando, de tempo em tempo, o volume de água evaporado. Esfrie e trans-
fira para um balão volumétrico de 200 mL e complete o volume com água.

Procedimento – Transfira 200 mL da solução da amostra, preparada segundo


(a ou b), para um béquer de 400 mL. Adicione de 8 a 12 g de sacarose, se a amostra não
contiver açúcar. Evapore em banho-maria até cerca de 25 mL. Esfrie. Adicione 3 mL de
ácido sulfúrico 0,5 M e adicione, lentamente, agitando sempre, 200 mL de álcool. Deixe em
repouso por 10 horas e filtre. Lave o filtro com 50 mL de álcool a 95%. Transfira o precipi-
tado para o mesmo béquer em que foi feita a evaporação, com o auxílio de um jato de água
quente. Evapore até reduzir a 40 mL. Esfrie. Adicione 5 mL de solução de hidróxido de só-
dio a 10% e 5 mL de água. (Se depois da adição da solução de hidróxido de sódio a solução
contiver substâncias insolúveis, repita a análise, usando uma quantidade menor da solução
da amostra). Deixe em repouso por 15 minutos. Adicione 40 mL de ácido clorídrico (1+9).
Ferva por 15 minutos. Filtre rapidamente. Lave o béquer e o filtro com água quente. Trans-
fira o precipitado para um béquer de 200 mL, com auxílio de um jato de água quente. Lave
bem o papel de filtro com água quente. Complete com água o volume de 40 mL. Esfrie.
Adicione 5 mL de solução de hidróxido de sódio a 10% e 5 mL de água. Deixe em repouso
por 15 minutos. Adicione 49 mL de água e 10 mL de ácido clorídrico (1+9). Ferva por 5 mi-
nutos. Filtre em cadinho de Gooch que foi previamente aquecido por 30 minutos em mufla
a 550°C e resfriado até a temperatura ambiente em dessecador com cloreto de cálcio anidro,
pesado. Lave o cadinho de Gooch com água quente e depois com álcool a 95%. Aqueça por
1 hora em estufa a 100°C. Resfrie até temperatura ambiente em dessecador e pese. Repita
as operações de aquecimento I (30 minutos na estufa) e resfriamento até peso constante.

IAL - 141
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição

Aqueça por 30 minutos em mufla a 550°C. Resfrie e pese. Repita as operações de aqueci-
mento (30 minutos na mufla) e resfriamento até peso constante. A perda de peso dará a
quantidade de ácido péctico.

Cálculo

N = nº de g de ácido péctico
P = nº de g da amostra usado na precipitação

Referência bibliográfica

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:


Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. São Paulo: IMESP, 3. ed., 1985. p. 59-
61.

049/IV Dióxido de enxofre – Prova qualitativa

O dióxido de enxofre pode ser usado nos alimentos como conservador isolado ou na
forma de seus sais de sódio, potássio ou cálcio, mas nas análises sempre é calculado na forma
de SO2 livre. Tem ação inibidora no crescimento de fungos, fermentos e bactérias aeróbias e
previne o escurecimento enzimático de frutas e vegetais. Mantém a vitamina C, mas inativa
a vitamina B1.

Material

Frasco Erlenmeyer de 125 mL, tubo em U, tubo de ensaio, proveta de 10 mL e pipeta


graduada de 1 mL.

Reagentes

Acetato de cobre
Ácido clorídrico
Pedra de mármore

Solução de iodo com cloreto de bário – Dissolva 3 g de iodo em uma solução de 3 g de io-
deto de potássio em 50 mL de água. Adicione 2 g de cloreto de bário e complete com água
o volume até 100 mL.

142 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

Procedimento – Pese 5 g da amostra em um frasco Erlenmeyer de 125 mL. Adicione 0,1 g


de acetato de cobre, um pequeno pedaço de mármore e 10 mL de ácido clorídrico. Feche
imediatamente com uma rolha contendo um tubo recurvado cuja extremidade mergulhe
em 0,5 mL de solução iódica de cloreto de bário. Deixe o ácido agir sobre o mármore por
10 minutos. Aqueça até ebulição. Observe a solução na extremidade do tubo. Em presença
do dióxido de enxofre ela descora e se forma um precipitado branco de sulfato de bário.

Referência bibliográfica

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Mé-


todos químicos e físicos para análise de alimentos. São Paulo: IMESP, 3. ed., 1985. p. 86-87.

050/IV Dióxido de enxofre – Método quantitativo de Monier- Williams

Material

Manta aquecedora, cilindro de nitrogênio e aparelho segundo a Figura 1.

Figura 1 – Aparelho para determinação de SO2

Reagentes

Água oxigenada a 3%, recém-preparada com água destilada e deionizada


Ácido clorídrico
Hidróxido de sódio 0,05 M
Vermelho de metila a 0,2% m/v ou azul de bromofenol a 0,4% m/v

IAL - 143
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital

Procedimento – Pese 50 g da amostra e transfira para o balão de reação do aparelho. Adi-


cione 350 mL de água e 20 mL de ácido clorídrico. Transfira 15 mL e 5 mL de água oxige-
nada a 3%, respectivamente, para os frascos A e B, que devem estar mergulhados em banho
de água gelada. Abra o torpedo de nitrogênio e faça passar corrente de nitrogênio a razão de
10 bolhas por minuto no balão de reação e aqueça-o de modo a manter a ebulição durante
120 minutos e não aumentar o número de bolhas por minuto. Desligue. Transfira a solução
do frasco B para o frasco A, lavando com 10 mL de água bidestilada e deionizada. Adicione
três gotas do indicador e titule com a solução de hidróxido de sódio 0,05 M. Titule um
branco de 20 mL de água oxigenada nas mesmas condições.

Notas
Alternativamente, pode-se usar, em substituição ao ácido clorídrico, uma solução aquosa de
ácido fosfórico 1:1, v/v.
Para amostras com baixa concentração de sulfito, recomenda-se a titulação por via poten-
ciométrica.

Cálculo

B = nº de mL de solução de hidróxido de sódio 0,05 M gasto na prova em branco


A = nº de mL de solução de hidróxido de sódio 0,05 M gasto na titulação da amostra
M = molaridade da solução de hidróxido de sódio
P = nº de g da amostra
f = fator da solução de hidróxido de sódio 0,05 M

Referências bibliográficas

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Mé-


todos químicos e físicos para análise de alimentos. São Paulo: IMESP, 3. ed., 1985. p. 88-89.

FAZIO, T.; WARNER, C. A. Review of sulphites in foods: analytical Methodology and


reported findings. Food Addit. Contam., Basingstoke, v. 7, n. 4, p. 433-454, 1990.

051/IV Corantes artificiais orgânicos – Prova qualitativa

O método é aplicável a amostras de alimentos coloridos artificialmente e baseia-se na


separação dos corantes por cromatografia ascendente em papel.

144 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

Material

Banho-maria, capela para solventes, lã natural branca de 20 cm, régua de 20 cm, papel
Whatman nº 1 (20 x 20 cm), béquer de 25 e 200 mL, bastão de vidro, capilar de vidro e
cuba de vidro (21 x 21 x 10) cm.

Reagentes

Ácido clorídrico
Hidróxido de amônio
Padrões de corantes orgânicos artificiais a 0,1% m/v

Procedimento – Para a extração dos corantes, coloque em um béquer de 200


mL aproximadamente 30 a 50 g da amostra, 100 mL de água e cerca de 20 cm
de um fio de lã natural branca e misture bem. Acrescente algumas gotas de HCl
(± 0,5 mL) e coloque em banho-maria fervente até que o corante fique impregnado
na lã. Lave a lã com água corrente. Coloque em um béquer de 25 mL e adicione
algumas gotas de hidróxido de amônio (± 0,5 mL). Em seguida, adicione 10 mL de
água e coloque em banho-maria até que a solução adquira uma coloração igual à da lã.
Retire a lã e reduza o volume do líquido à metade, por evaporação. Para a identificação
dos corantes extraídos, aplique a amostra e as soluções dos padrões de corantes, com
auxilio de capilar, no papel de cromatografia Whatman n. 1 e escolha o solvente mais
adequado seguindo o procedimento descrito no método 086/IV. Compare o apare-
cimento das manchas da amostra quanto à cor e aos fatores de resolução (Rf), com os
respectivos padrões de corantes orgânicos artificiais.

Notas
Para se obter um produto mais puro, caso seja necessário, faça dupla extração dos corantes
com o fio de lã.
Corantes naturais poderão tingir o fio no primeiro tratamento, mas a coloração não é remo-
vida pela solução de hidróxido de amônio.

Referência bibliográfica

INSTITUTO ADOLFO LUTZ Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Méto-


dos químicos e físicos para análise de alimentos. São Paulo: IMESP, 3. ed., 1985. p. 106-108.

IAL - 145
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital

052/IV Corantes artificiais – Determinação quantitativa

Material

Extrator de Soxhlet, espectrofotômetro UV/VIS, balança analítica, balões volumétricos de


100 mL, béqueres de 150 e 200 mL e funil de Büchner.

Reagentes

Metanol com 5% de hidróxido de amônio


Álcool com 5% de hidróxido de amônio
Solução de acetato de amônio 0,02 M e pH = 5,6

Balas de goma, balas duras, gomas de mascar, pós para sobremesa e pós para refresco

Procedimento – Pese com precisão cerca de 7 g de balas ou gomas de mascar devidamente


trituradas ou picadas, 5 g de pós para sobremesas ou 3 g de pós para refresco em um bé-
quer de 150 mL, adicione 30 mL de metanol amoniacal e agite com auxílio de bastão de
vidro. Deixe decantar e transfira o líquido colorido para um balão volumétrico de 100
mL, filtrando em papel de filtro. Repita a extração com mais duas porções de 30 mL de
metanol amoniacal ou até que a amostra fique incolor. Caso as bordas do papel de filtro
adquirem a coloração da amostra, recorte e junte ao resíduo da amostra no béquer. Repita
a extração com metanol amoniacal. Complete o volume com a mesma solução. Centri-
fugue, se necessário. Leia a absorbância em espectrofotômetro no(s) comprimento(s) de
onda do(s) corante(s) identificado(s) como em 051/IV, usando como branco a solução
de metanol amoniacal.

Sorvetes e iogurtes

Procedimento – Pese com precisão cerca de 10 g de amostra em um béquer de 150 mL,


adicione 30 mL de álcool contendo 5% de hidróxido de amônio. Agite e deixe em repouso
em geladeira por quatro horas aproximadamente. Após a decantação do líquido colorido,
filtre em funil de Büchner, recolhendo o filtrado em um balão volumétrico de 50 mL.
Transfira o resíduo para o mesmo béquer e repita a extração com mais 15 mL de álcool
amoniacal, até que a amostra fique incolor. Complete o volume. Se a solução ficar turva,
coloque o balão em geladeira por três horas aproximadamente. Retire, espere estabilizar à
temperatura ambiente e filtre em papel de filtro. Leia a absorbância em espectrofotômetro
no(s) comprimento(s) de onda do(s) corante(s) identificado(s) como em 051/IV usando
como branco a solução de álcool amoniacal.

146 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

Xarope de groselha

Procedimento – Pese com precisão cerca de 5 g de amostra e dilua a 100 mL em balão


volumétrico com solução de acetato de amônio 0,02 M. Leia a absorbância em espectrofo-
tômetro no(s) comprimentos de onda do(s) corante(s) identificado(s) usando como branco
a solução de acetato de amônio.

Cálculos
a) Amostra com um só corante: calcule o teor usando o valor de do respectivo coran-
te, segundo a Tabela 7.

Tabela 7 – Características espectrofotométricas dos corantes artificiais

Corante (nm)

Amarelo crepúsculo 481 564,1


Azul brilhante 630 1840,0
Azul indigotina 610 449,3
Bordeaux S 519 436,0
Eritrosina 524 1130,0
Tartrazina 426 536,0
Vermelho sólido E 505 447,9
Vermelho 40 505 536,0
Ponceau 4R 507 442,5

b) Amostra com dois corantes cujas absorções máximas são bem distantes entre si: faça as
leituras das absorbâncias nos dois comprimentos de onda respectivos na mesma solução.
Como os corantes absorvem em regiões distintas, a absorção de um não interfere na absor-
ção do outro. Calcule o teor de corante usando o valor de de cada corante.

c) Amostra com dois corantes cujas absorções máximas são bem próximas uma da outra: faça as
leituras das absorbâncias nos comprimentos de onda de cada corante na mesma solução. Como as
regiões de absorções máximas são bem próximas, a absorção de um dos corantes interfere na absor-
ção do outro. Em amostras contendo tartrazina e amarelo crepúsculo, como por exemplo ao fazer
a leitura a 426 nm, na realidade, estamos considerando a absorção da tartrazina mais a do amarelo-
crepúsculo; a 481 nm, estamos considerando a absorção do amarelo-crepúsculo mais a da tartra-
zina. O que ocorre é a aditividade das absorbâncias. Para a devida correção, estabelecemos valores
de a 426 nm e a 481 nm com o padrão do corante tartrazina com 96,36% de pureza
IAL - 147
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital

(no mínimo) e com o padrão do corante amarelo-crepúsculo com 90,29 % de pureza (no mí-
nimo), conforme Tabela 8.

Tabela 8 – Características espectrofotométricas dos corantes artificiais

Corante (nm)
Tartrazina 426 535
Tartrazina 481 170
Amarelo-crepúsculo 426 221
Amarelo-crepúsculo 481 592

Substituindo esses valores de na equação de Lambert-Beer, (A=abc), a concentração


do corante é obtida com a resolução do sistema de equação com duas incógnitas.

A426nm = 535x + 221y

A481nm = 170x + 592y

x = concentração do corante tartrazina


y = concentração do corante amarelo-crepúsculo
A426= absorbância da solução a 426 nm
A481 = absorbância da solução a 481 nm

Referência bibliográfica

TAKAHASHI, M.Y.; YABIKU, H.Y.; MARSIGLIA, D.A.P. Determinação quantitativa


de corantes artificiais em alimentos. Rev. Inst. Adolfo Lutz, v. 48, (1/2) p. 7-15, 1988.

053/IV Determinação da composição de ácidos graxos saturados e insaturados por


cromatografia em fase gasosa

Os lipídios da amostra a ser analisada são submetidos à reações de transesterificação


ou hidrólise e esterificação; os ésteres metílicos de ácidos graxos formados são determina-
dos por cromatografia em fase gasosa utilizando como padrão interno metiltridecanoato.
O método permite uma separação quantitativa de misturas de ésteres metílicos de ácidos
graxos saturados e insaturados, inclusive dos ácidos graxos trans, dependendo da coluna,
condições cromatográficas e dos padrões de ésteres metílicos de ácidos graxos emprega-
dos. A quantificação é feita baseada nas relações de área de cada ácido graxo com a área do
padrão interno, utilizando os fatores de correção de resposta do detector de ionização de
chama (DIC) e de conversão de ésteres metílicos de ácidos graxos para ácido graxo.

148 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

Como uma alternativa, o cálculo da concentração dos ácidos graxos saturados e


insaturados, pode ser feito por normalização de área, calculando os fatores de correção
de resposta para cada ácido graxo no detector de ionização de chama. As porcentagens
em massa obtidas para cada éster metílico de ácido graxo são multiplicadas pelo teor de
lipídios da amostra e por fatores de conversão de gordura para ácidos graxos, variáveis
conforme o tipo de alimento. Este procedimento de cálculo aplica-se principalmen-
te aos alimentos cujos lipídios extraídos sejam predominantemente de um dos tipos
de alimentos cujos fatores de conversão foram estabelecidos. Os lipídios dos alimen-
tos (gordurosos) são essencialmente ésteres de ácidos graxos e glicerol com pequenas
quantidades de outros componentes como: fosfolipídios, glicolipídios, esteróis e outros
compostos extraídos com solventes orgânicos. Deve-se adotar, preferencialmente, o
método de cálculo com padrão interno.

Material

Cromatógrafo a gás com detector de ionização de chama, integrador ou computador, coluna


cromatográfica capilar de sílica fundida com fases estacionárias de ciano propil siloxano, exem-
plo: SP2340 de 60 m, SP2560 de 100 m, CP-Sil 88, 50 ou 100 m de comprimento, diâmetro
interno de 0,25 mm e espessura do filme 0,25 μm, sistema de injeção com divisão de amostra;
balança analítica; agitador do tipo vortex; seringa de capacidade máxima 10 μL, graduada em
0,1 μL; balão volumétrico de 25 e 100 mL; flaconete (vial) de 1,5 mL; pipeta volumétrica de
5 mL e pipeta graduada de 1 mL.

Reagentes

Mistura de padrões de ésteres metílicos de ácidos graxos variando de C4 a C24.


Padrão interno C13 (metiltridecanoato)
n- Hexano grau CLAE
Gás de arraste para DIC: hidrogênio
Gases auxiliares para DIC: nitrogênio/ar super seco (livre de hidrocarbonetos).
Solução-padrão de mistura de ésteres metílicos de ácidos graxos – Dilua com n-hexano
o conteúdo da ampola (contendo 100 mg da mistura de padrões de FAMEs) em balão
volumétrico de 25 mL. Distribua em vials de 1,5 mL e armazene em freezer. Esta solução
será utilizada para identificar os ésteres metílicos de ácidos graxos e determinar os fatores de
correção de cada componente.

Solução-padrão interno (C13:0) – Pese, com precisão, cerca de 250 mg de metiltridecanoato em


balão volumétrico de 100 mL, dissolva e complete o volume com n-hexano. Transfira para um
frasco âmbar e armazene em geladeira (validade 1 semana) ou em freezer (validade 1 ano).

Procedimento – Extraia os lipídios da amostra pelo método mais apropriado para a análise
de ácidos graxos. Verifique, nos capítulos deste livro, dependendo do tipo de amostra, qual
é o melhor método de extração. Prepare os ésteres metílicos de ácidos graxos como descritos

IAL - 149
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital

nos procedimentos 054/IV, 055/IV e 056/IV. Condições de operação do cromatógrafo


gasoso com detector de ionização de chama e condições otimizadas para colunas com fases
estacionárias de ciano propil siloxano (exemplo: SP2560, 100 m); programação da tempe-
ratura da coluna: 45°C por 4 min, primeira rampa de 13°C/min até 175°C (27 min), se-
gunda rampa de 4°C/min até 215°C (35 min), temperatura do injetor 220°C, temperatura
do detector 220°C, razão de divisão da amostra 1:50.

Cálculo dos fatores de correção de reposta no DIC:

Cálculo experimental: Injete, em triplicata, 1 μL da solução-padrão de ésteres metílicos de


ácidos graxos. Identifique cada pico e determine os fatores de correção (K’ ) individuais
com relação ao éster metílico do ácido tridecanóico (C13:0), utilizando a equação abaixo:

MAGi = porcentagem do ácido graxo na mistura de padrões de ésteres metílicos de ácidos graxos
AC13:0 = média das áreas do pico do éster metílico do C13:0
MC13:0 = porcentagem do éster metílico do C13:0 na mistura de padrões
AAGi = média das áreas do ácido graxo na mistura de padrões

Cálculo teórico:

KAgi = fator de resposta para o ácido graxo “i”


MAgi = massa molecular do éster metílico de ácido graxo “i”
n Agi = número de átomos de carbono do éster metílico do ácidos graxo “i”
Ac = massa atômica do carbono (12,01)

Pesos atômicos utilizados no cálculo:

Carbono =12,01; Hidrogênio = 1,0079; Oxigênio =15,994.

Fator relativo de resposta do DIC para cada componente com relação ao C13:0:

150 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

K’AGit= fator relativo de correção, para o ácido graxo “i”


K C13 = fator de resposta do DIC para o C13:0
K AGi = fator de resposta do DIC para o ácido graxo “i”

Nota: recomenda-se, nos cálculos, a utilização dos fatores teóricos de resposta do DIC.

Determinação da concentração de ácidos graxos na amostra – Injete 1 μL da amostra no


cromatógrafo a gás, utilizando microsseringa de 10 μL. Identifique os picos por comparação
com os tempos de retenção dos padrões de ésteres metílicos com os componentes separados
da amostra. Determine a concentração de cada ácido graxo, utilizando a equação abaixo.

Cálculo com padrão interno

MPI = massa do padrão interno (C13:0) adicionada na amostra


AAGi = área do ácido graxo no cromatograma da amostra
K’AGi = fator de correção de cada ácido graxo com relação ao C13:0 (teórico ou experimental)
FCAG = fator de conversão de éster metílico de ácido graxo (Tabela 9)
L = teor de lipídios em gramas por 100 g de amostra
M = massa da amostra
API = área do padrão interno (C13:0) no cromatograma da amostra

Tabela 9 - Fatores de conversão de éster metílico de ácido graxo para ácido graxo
Ácido graxo Fator de conversão FCAG
C 4:0 (ácido butírico) 0,863
C 6:0 (ácido capróico) 0,892
C 8:0 (ácido caprílico) 0,911
C10:0 (ácido cáprico) 0,925
C11:0 (ácido undecanóico) 0,930
C12:0 (ácido láurico) 0,935
C13:0 (ácido tridecanóico) 0,939
C14:0 (ácido mirístico) 0,942
C14:1 (ácido miristoleico) 0,942
C15:0 (ácido pentadecanóico) 0,945
C15:1 (ácido pentadecenóico) 0,945

IAL - 151
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital

Ácido graxo Fator de conversão FCAG


C16:1 (ácido palmitoleico) 0,948
C17:0 (ácido margárico) 0,951
C17:1 (ácido heptadecenóico) 0,950
C18:0 (ácido esteárico) 0,953
C18:1 cis (ácido oléico) 0,953
C18:1 trans (ácido elaídico) 0,953
C18:2 cis (ácido linoleico) 0,952
C18:2 trans (ácido linolelaídico) 0,952
C18:3 cis (ácido linolênico) 0,952
C18:3 trans (ácido linolênico trans) 0,952
C20:0 (ácido araquídico) 0,957
C20:1 (ácido gadoleico) 0,957
C20:2 cis (ácido eicosadienóico) 0,957
C20:3 n3 (ácido eicosatrienóico n3) 0,956
C20:3 n6 (ácido eicosatrienóico n6) 0,956
C20:4 (ácido araquidônico) 0,956
C20:5 (ácido eicosapentaenóico) 0,956
C21:0 (ácido heneicosanóico) 0,959
C22:0 (ácido behênico) 0,960
C22:1 (ácido erúcico) 0,960
C22:2 (ácido docosadienóico) 0,960
C22:6 (ácido docosahexaenóico) 0,959
C23:0 (ácido tricosanóico) 0,962
C24:0 (ácido lignocérico) 0,963
C24:1 (ácido nervônico) 0,963

Cálculo com fatores de conversão:


ConcAGi= concentração do ácido graxo em gramas por 100 g da amostra


%AAGi = porcentagem de área do ácido graxo no cromatograma da amostra
K’ AGi = fator de correção de resposta de cada ácido graxo com relação ao C13:0 (teórico ou experimental)
FCv = fator de conversão de gordura para os ácidos graxos
L = teor de lipídios na amostra em gramas por 100 g da amostra

152 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

Fatores (FCv) para alguns alimentos:

FCv = 0,956 – óleos, gorduras e sementes oleaginosas


FCv = 0,945 – produtos lácteos
FCv = 0,830 – ovos
FCv = 0,800 – frutas e vegetais
FCv = 0,953 – carne gorda bovina, suína e ovina
FCv = 0,916 – carne magra bovina e ovina
FCv = 0,910 – carne magra suína
FCv = 0,945 – carne de frango
FCv = 0,900 – carne gorda de peixe
FCv = 0,700 – carne magra de peixe

Cálculo

Expresse a concentração dos ácidos graxos saturados, monoinsaturados e polinsaturados, em


gramas por 100 g de amostra, utilizando o cálculo abaixo:

Nota: Caso os ácidos graxos trans estejam presentes, expressar como:

Referências bibliográficas

ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods


of Analysis of the Association of Official Analytical Chemists (method 996.06).
Arlington: A.O.A.C. 16th ed. Chapter 41, p. 18 -18 B. (Supplement March, 1997).

ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods


of Analysis of the Association of Official Analytical Chemists (method 996.01).
Arlington: A.O.A.C. 17th ed., 2000.

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Recommended Practices of the American Oil Chemits’ Society. 4 ed.
th.

Champaign, USA, A.O.C.S., 1995 (A.O.C.S. Official Method Ce 2-66).

IAL - 153
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital

AMERICAN OIL CHEMISTS’ SOCIETY. Official methods and recommen-


ded practices of the American Oil Chemists’ Society. 4th. ed. Champaign, USA,
A.O.C.S., 1995 (A.O.C.S. Official Method Ce 1-62: Fatty acid composition by gas
chromatography).

INTERNATIONAL STANDARD ORGANIZATION. IS0 5508: animal and vege-


table fats and oils – Analysis by gas chromatography of methyl esters of fatty acids.
ISO 5508-1990E - 09-15.

HOLLAND, B. et al. in: The composition of foods. Mc cance and Widdowson’s 16th
ed., Cambridge, UK, 2002. p. 7-10.

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Practices of the American Oil Chemits’ Society. 5th. ed. Champaign, USA, A.O.C.S.,
1999 (A.O.C.S. Official Method Ce-1f 96).

054/IV Preparação de ésteres metílicos de ácidos graxos – Método 1

Este método refere-se à preparação de ésteres metílicos de ácidos graxos a partir


dos ésteres de ácidos graxos e glicerol de óleos e gorduras por reação de transesterifica-
ção. Os ésteres metílicos obtidos serão posteriormente analisados por cromatografia em
fase gasosa. Aplica-se à preparação de ésteres metílicos de ácidos graxos com 8 ou mais
átomos de carbono a partir de óleos e gorduras de origem animal ou vegetal (inclusive
os lipídios extraídos dos alimentos). O material insaponificável não é extraído e, se pre-
sente em grandes quantidades, poderá interferir na análise. Amostras que apresentem
ácidos contendo os seguintes grupos na molécula: epoxi, hidroperóxidos, ciclopropenil
e ciclopropil, não poderão ser preparadas por este método, pois poderá ocorrer destrui-
ção parcial ou completa de tais grupos.

Material

Bateria de Sebelin, balança analítica, frasco de transesterificação de 200 mL com junta


esmerilhada 24/40, pérolas de vidro e pipetas volumétricas de 2 a 5 mL.

Reagentes

Solução saturada de cloreto de sódio


n-Hexano grau cromatográfico

154 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

Solução de ácido sulfúrico a 2% (v/v) em metanol grau cromatográfico)

Nota: todos os padrões devem ter pureza superior a 99% e devem ser substituídos a
cada seis meses.

Procedimento – Pese cerca de 25 mg da amostra (óleo ou gordura vegetal ou animal)


e transfira para o frasco de transesterificação (Figura 2). Adicione 3 mL de n-hexano
(ou de 2 a 5 mL da solução do padrão interno), 15 mL de solução de ácido sulfúrico a
2% (v/v) em metanol e algumas pérolas de vidro. Aqueça em refluxo durante uma hora.
Resfrie e adicione 40 mL de solução saturada de cloreto de sódio. Agite por um minuto.
Adicione mais solução saturada de cloreto de sódio saturada até que a fase orgânica,
onde estão dissolvidos os ésteres metílicos, atinja a parte afunilada do frasco. Espere até
que as fases (aquosa e orgânica) se separem nitidamente. Utilize a fase superior para
a análise por cromatografia em fase gasosa. Analise os ésteres metílicos o mais rápido
possível para evitar a perda dos mais voláteis.

Nota: caso não seja possível a análise imediata daqueles compostos, guarde em geladei-
ra, sob atmosfera de nitrogênio, por no máximo 24 horas. Para estocagem por tempo
prolongado, guarde em congelador sob atmosfera de nitrogênio em ampola de vidro
selada.

Figura 2 – Frasco de transesterificação

Referências bibliográficas

AMERICAN OIL CHEMISTS’ SOCIETY. Official Methods and ecommended


Practices of the American Oil Chemits’ Society. 4 th. ed.Champaign, USA,
A.O.C.S., 1995 (A.O.C.S. Official Method Ce 2-66).

THE INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO

IAL - 155
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital

15304:2002 (E): animal and vegetables fats and oils – Determination of the content
of trans fatty acid isomers of vegetables fats and oils – Gas chromatographic method.
2nd. ed. Switzerland, 2002.

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:


Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 266.

BADOLATO, E.S.G.; ALMEIDA, M.E.W. Pesquisa por cromatografia em fase gasosa


da adulteração do chocolate. Rev. Inst. Adolfo Lutz. v. 37, p. 47-56, 1977.

055/IV Preparação de ésteres metílicos de ácidos graxos – Método 2

Este método refere-se a preparação de ésteres metílicos de ácidos graxos a partir dos
ésteres de ácidos graxos e glicerol de óleos e gorduras, por reação de transesterificação, em
meio básico e a frio. Os ésteres metílicos obtidos serão posteriormente analisados por cro-
matografia em fase gasosa. Este é um método apropriado para a preparação de ésteres me-
tílicos de ácidos graxos com 4 ou mais átomos de carbono, a partir de óleos e gorduras de
origem vegetal ou animal (inclusive os lipídios extraídos dos alimentos), que apresentem
índice de acidez em ácido oléico inferior a 4,0. A metodologia é rápida e adequada à pre-
paração de ésteres metílicos de ácidos graxos mais voláteis, pois a reação ocorre a frio.

Material

Centrífuga ou agitador de tubos tipo vortex, pipeta automática de 20 a 200 μL, balança
analítica, tubos de centrífuga de 20 mL com tampa, balão volumétrico de 100 mL e
pipetas volumétricas de 2 a 5 mL.

Reagentes

Solução de hidróxido de potássio 2 M em metanol (grau cromatográfico).


Solução saturada de cloreto de sódio.
n-Hexano grau cromatográfico.

Procedimento – Pese cerca de 100 mg da amostra em tubo de centrífuga de 20 mL com


tampa. Adicione 2 mL de n-hexano (ou de 2 a 5 mL da solução do padrão interno) e em
seguida 0,2 mL de solução metanólica de KOH 2 M. Feche o tubo e agite no vortex (ou
centrífuga) por 30 segundos. Adicione 3 mL de solução saturada de cloreto de sódio. Deixe
separar as fases e utilize a fase superior para a análise por cromatografia em fase gasosa. Anali-
se os ésteres metílicos o mais rápido possível, para evitar a perda dos ésteres mais voláteis.

Nota: veja a nota do procedimento 054/IV

156 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

Referências bibliográficas

AMERICAN OIL CHEMISTS’ SOCIETY. Official Methods and Recommended


Practices of the American Oil Chemits’ Society. 4th. ed. Champaign, USA, A.O.C.S.,
1995 (A.O.C.S. Official Method Ch 1-91).

THE INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO


15304:2002(E): animal and vegetables fats and oils – Determination of the
content of trans fatty acid isomers of vegetables fats and oils – Gas chromatographic
method. 2. ed. Switzerland, 2002.

IUPAC Standard Methods for Analysis of Oils, Fats and Derivates. Blackwell Sci-
entific Publications 7th Edition (1987); IUPAC Methodot 2:301; Report of IUPAC
Working Group WG 2/87.

056/IV Preparação de ésteres metílicos de ácidos graxos – Método 3

Este método refere-se a preparação de ésteres metílicos de ácidos graxos a partir


dos ésteres de ácidos graxos e glicerol de óleos e gorduras, por reação de hidrólise e
esterificação. Os ésteres metílicos obtidos serão posteriormente analisados por croma-
tografia em fase gasosa. Aplica-se à preparação de ésteres metílicos de ácidos graxos com
8 ou mais átomos de carbono, a partir de óleos e gorduras de origem vegetal ou animal,
inclusive os de origem marinha.

Material

Agitador de tubo tipo vortex, banho-maria, balança analítica, tubos de centrifuga de


30 mL com tampa, balão volumétrico de 100 mL, pipeta automática de 20 a 200 µL e
pipetas volumétricas de 2 a 5 mL.

Reagentes

Solução de hidróxido de sódio 0,5 M em metanol (grau cromatográfico)


Solução saturada de cloreto de sódio
n-Hexano grau cromatográfico

Solução esterificante – Pese 10 g de NH4Cl e adicione 300 mL de metanol seguido de


15 mL de H2SO4, adicionado em pequenas porções com agitação.

Procedimento – Pese entre 30 e 100 mg do óleo ou gordura em tubo de centrí-

IAL - 157
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital

fuga de 30 mL com tampa. Adicione 3 mL de n-hexano para solubilizar a amos-


tra (ou de 2 a 5 mL da solução de padrão-interno). Adicione 4 mL de solução 0,5
M de NaOH. Feche bem o tubo e aqueça em banho de água com temperatura entre
(65 - 70)°C até dissolver os glóbulos de gordura e a solução ficar transparente
(3 - 5) min. Esfrie o tubo sob água corrente. Adicione 5 mL da solução esterificante,
feche e agite o tubo por 30 segundos. Aqueça em banho de água com temperatura
entre 65 e 70°C por 5 min. Esfrie o tubo sob água corrente o mais rápido possível.
Adicione 4 mL de solução saturada de NaCl. Agite vigorosamente por 30 segundos
em agitador tipo vortex. Adicione 3 mL de n-hexano. Agite vigorosamente por 30
segundos no vortex. Deixe separar as fases e utilize a fase superior para a análise por
cromatografia em fase gasosa. Analise os ésteres metílicos o mais rápido possível, para
evitar a perda dos mais voláteis.

Nota: veja a nota do procedimento 054/IV

Referências bibliográficas

THE INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO


15304:2002(E): animal and vegetables fats and oils – Determination of the con-
tent of trans fatty acid isomers of vegetables fats and oils – Gas chromatographic
method. 2. ed., Switzerland, 2002.

HARTMAN. L.; LAGO, R.C.A. Rapid preparation of fatty acid methyl esters from
lipids. Lab. Prac., v. 22, p. 475-476, 1973.

MAIA, E.L.; RODRIGUES-AMAYA, D.B.R. Avaliação de um método simples


e econômico para metilação de ácidos graxos com lipídios de diversas espécies de pei-
xes. Rev. Inst. Adolfo Lutz, v. 53(1/2), p. 27-35, 1993.

057/IV Pesquisa de compostos voláteis por cromatografia em fase gasosa com de-
tector de massas e técnica de headspace

Este método aplica-se a amostras de alimentos, bebidas e águas, que apresen-


tem características sensoriais alteradas (odor). Os compostos voláteis das amostras,
extraídos pela técnica de headspace, são injetados no cromatógrafo gasoso e seus com-
ponentes são separados de acordo com a afinidade destes com a fase estacionária da
coluna cromatográfica; posteriormente, os compostos separados são fragmentados
por impacto de elétrons, no detector de massas, e os respectivos espectros de massas
gerados são comparados com aqueles presentes nas bibliotecas de espectros de massas
dos aparelhos ou disponíveis na literatura. As identificações são feitas por similarida-
de, e, quando disponíveis, padrões de substâncias puras são analisados em paralelo
para confirmação dos resultados.

158 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais

Material
Cromatógrafo gasoso com detector de massas e auto-amostrador de headspace acopla-
do, recravador de tubos, estufa com temperatura controlada (até 150°C) e flaconetes
ou vials de 20 mL com septo de material inerte (teflon).

Procedimento

Preparação da amostra – Transfira uma quantidade da amostra, previamente homo-


geneizada, para um vial de 20 mL, de modo a ocupar aproximadamente 1/3 do seu
volume. Lacre o vial e adapte ao auto-injetor.

Programação das condições do auto-amostrador – Auto-injetor de headspace, tempera-


tura do vial: (90-110)°C, temperatura da seringa: (90-10)°C, tempo de aquecimento
do vial: 15 min, volume injetado: 0,8 mL.

Nota: o volume injetado pode ser diminuído ou aumentado, dependendo da concen-


tração da amostra.

Programação das condições do cromatógrafo – Temperatura da coluna 30°C


por 5 min, rampa de aquecimento 5°C até 160°C por 5 min, tempo de equilíbrio para
estabilização das condições do aparelho 1 min, temperatura do injetor 230°C, tempera-
tura do detector 240ºC, coluna Carbowax 20 M (ou outra fase própria para análise dos
componentes da amostra problema), comprimento da coluna: 30, 50 ou 60 m, diâmetro
interno 0,25 mm, espessura do filme 0,25 μm, pressão da coluna 40 kPa, fluxo 0,8 mL/
min, velocidade linear: 33,2 m/s, razão de divisão da amostra variável de acordo com a
concentração da amostra.

Nota: pode-se utilizar outros tipos de coluna, com diferentes fases estacionárias; porém,
as condições analíticas devem ser alteradas de acordo com as especificações das mes-
mas.

Programação das condições do detector de massas – Intervalo de massa: Razão massa/


carga 35 a 350, corte do solvente 0,50 min, início da aquisição 0,60 min, ganho do de-
tector (1,3 - 1,5) kV, energia do filamento 70 eV, forma de aquisição varredura (SCAN)
ou monitoramento de um íon (SIM). Este último modo aumenta a sensibilidade da
análise.
Análise da Amostra – Injete a amostra de acordo com as condições programa-
das. O monitor exibirá o cromatograma e os respectivos espectros de massas de
cada pico eluído. Após o término da corrida, analise cada pico separadamente e
correlacione com o seu espectro de massas. A partir da obtenção de cada espec-
tro de massas, realize a pesquisa individual nas bibliotecas NIST 62 e NIST 12

IAL - 159
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital

(ou outras disponíveis). As identificações são feitas por similaridade, baseadas


na comparação com os espectros de massas presentes nas bibliotecas citadas.

Notas
Ao invés de se trabalhar com auto-amostrador, é possível, também, fazer a injeção ma-
nual. Aqueça a amostra previamente em estufa a 90°C por 15 min, em vial lacrado, ou
outro frasco de vidro. Injete a fração volátil da amostra, utilizando uma seringa de vidro
com capacidade de 2 mL, própria para gases.
É necessário fazer a análise de brancos precedente à da amostra, a fim de se descartar
possíveis interferentes.
Em paralelo à analise da amostra, submeta uma amostra-padrão do material em análise
às mesmas condições analíticas da amostra, com a finalidade de efetuar a comparação
dos resultados de ambas.
Quando disponíveis, injete padrões das substâncias puras encontradas na amostra para
confirmação dos resultados.

Referências bibliográficas

AMSTALDEN, L. C.; LEITE, F.; MENEZES, H.C. Identificação de voláteis de


café através de cromatografia gasosa de alta resolução/espectrometria de massas
empregando um amostrador automático de “headspace”. Ciênc. e Tecn.
Aliment., Campinas, v. 21(1), p.123-128, 2001.

GOBATO, E.A.A.F.; LANÇAS, F.M. Comparação entre injeção na coluna


(“on-column”) e “headspace” dinâmico na determinação de benzeno, tolueno e xilenos
(BTX) em amostras de água. Química Nova, v. 24(2), p. 176-179, 2001.
KOLB. B.; ETTRE, L. S. Static headspace - gas chromatography theory and
practice. N.Y.: Ed. Wiley-VCH, 1997. 298 p.

WARNER, K.; ELSON, T. AOCS collaborative study on sensory and volatile


compound analyses of vegetable oils. J. Am. Oil Chem. Soc., v. 73 (2), p. 157-166,
1996.

Colaboradores
Alice Momoyo Sakuma; Carmen Sílvia Kira; Cláudio de Flora; Cristiane Bonaldi Cano;
Deise Aparecida Pinatti Marsiglia; Maria de Fátima Henriques Carvalho; Márcia Regina
Pennacino do Amaral Mello; Maria Lima Garbelotti; Miriam Solange Fernandes Caruso;
Neus Sadocco Pascuet; Odair Zenebon; Regina Sorrentino Minazzi Rodrigues e
Sabria Aued Pimentel

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