Poemas de Gil Guimarães
Poemas de Gil Guimarães
Poemas de Gil Guimarães
Venha
Faça um ninho
Eu te mostro o caminho,
Eu te empresto a escada.
À procura de um ninho.
Desencontro
Sou deserto.
Sou só.
Na esperança de um oásis,
E sem pegadas.
Em busca de saída,
Exposto
Às intempéries da vida.
Coração partido
(O paradoxo final)
ESTES, garanto,
SÃO os
MEUS últimos
GRANDES versos
FEITOS sobre
A tristeza:
MANEIRA de
PESSOA viver
FELIZ...
As Sombras
Sobram no sol...
Ele espreme
E ao invés
De um doce poema
Ao se revelarem inúteis.
De nossos olhos,
Sinônimos
De heterônimos
Imperfeitos,
Ou quiçá,
Antônimos perfeitos
De nós mesmos!
Indeterminados sujeitos,
Sem núcleo,
Ou talvez,
Sujeito oculto
Nordestino:
Partindo da esperança
É forte o suficiente
Penetra-me n’alma
lava minh’alma
Poderiam saciá-la.
É forte
A dor e a beleza
Na mesma construção.
Suporta a procissão:
Em vez de coração,
Do resistente sertão.
XIV
Perder-se é iminente,
De ter momentaneamente
Por não-ditos
E intensões subliminares.
E caminhos incompatíveis.
Encontra-se
Os braços acre-doces
Da amargura.
O verbo viver
Há de sempre rimar
Sinônimo de continuar
De amar:
Oração principal
Na gramática existencial
Cuja desventura
Em viver à procura
Há quem pense
(E eu quem o diga)