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BOLETIM 011/2018

DIAGNÓSTICO E REPAROS NAS TRANSMISSÕES


SÉRIE 6T40/45 VEÍCULOS GM

TRANSMISSÃO: SÉRIE 6T40/45

VEÍCULOS: GM

Uma das primeiras coisas que precisamos saber antes de diagnosticar e reparar qualquer
transmissão é entender como ela funciona. Uma vez que conheçamos quem faz o que e quando
deve fazê-lo, fica mais fácil entender o que inspecionar primeiro e o que não precisamos
inspecionar de maneira alguma.

Nunca é divertido colocar a transmissão na bancada, somente para descobrir que não há
nenhum defeito nela internamente. Mas se sabemos o que o componente faz e como deveria
funcionar, então podemos seguir adiante a fim de diagnosticar e reparar a causa do problema.

As transmissões nos veículos modernos são mais complexas e necessitam de um diagnóstico


mais detalhado antes de decidirmos removê-las para reparo.

As primeiras coisas primeiro

Sempre inicie determinando se existe algum código de falha presente em quaisquer dos
módulos do veículo. Inspecione quanto a códigos, registre-os, apague-os e veja se eles voltam.

Mesmo se um código não retornar imediatamente, isto não significa que o problema desapareceu.
Pode ser que vários ciclos de ignição sejam necessários antes que um determinado código
de falha retorne, ou pode ser que sejam necessárias várias condições de utilização que não
conseguimos reproduzir imediatamente.

1 | Técnico responsável: Carlos Napoletano Neto [email protected]


BOLETIM 011/2018

Os computadores atuais recebem mais do que somente os sinais do TPS e VSS para controlar as
mudanças de marcha de um câmbio automático. Você sabia, por exemplo, que um determinado
tipo incorreto de combustível pode afetar a qualidade das mudanças de marcha?

Por exemplo, se tivermos que colocar etanol E-85 em um veículo que não seja flex, poderemos
ter registrados códigos de falha do sensor de oxigênio e sensor de detonação, porque o
computador não consegue ajustar a correção de combustível e avanço da ignição corretamente.

Podemos substituir os sensores o dia todo e ainda assim não conseguiremos reparar nada se
isto acontecer. O mesmo pode-se dizer de veículos com gás GNV instalado.

Se você suspeitar que este pode ser o problema, existem kits de teste de etanol que podem
ajudar a diagnosticar o combustível existente no tanque. Este teste rápido pode economizar
um montão de tempo e de dor de cabeça.

Quando o módulo identifica um problema que pode afetar a transmissão, ele normalmente
elevará a pressão de linha para protegê-lo.

O escaner que utilizamos no diagnóstico pode fornecer informações para ajudar-nos a monitorar
os sinais dos sensores e comandos do módulo que poderiam afetar como o módulo altera o
controle da transmissão.

O conhecimento de quais sinais de entrada e de saída estão envolvidos com a transmissão


ajudará no diagnóstico. Códigos de falha de carroceria, freio eletrônico, e controle de tração
podem afetar o desempenho da transmissão. Quaisquer códigos do sistema de alimentação do
motor que tenham efeito direto na carga do motor também causarão um mal funcionamento
da transmissão.

Assim, nosso primeiro passo em diagnosticar qualquer problema na transmissão eletrônica


deverá ser inspecionar quais são os códigos de falha dos módulos e os desvios de seu padrão
original.

Boletins técnicos e atualização de softwares

Sempre busque informações sobre boletins técnicos ou atualização de softwares antes de


remover a transmissão do veículo. Algumas oficinas removeram a transmissão do veículo
para finalmente não encontrar nada errado internamente com ela. Mas tarde, após montá-la
novamente e colocá-la no veículo, descobriram que a transmissão necessitava somente de
uma atualização de software.

2 | Técnico responsável: Carlos Napoletano Neto [email protected]


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Testando os componentes eletrônicos internos

Os componentes eletrônicos se conectam internamente com o módulo de controle e unidade


mecatrônica da transmissão. Devido à esta conexão interna, não existem muitos testes internos
possíveis. Ainda assim precisamos nos certificar que temos alimentação positiva e negativa
ao conjunto mecatrônico, e que o computador está recebendo sinal do interruptor de freio e
sinal P e N. Finalmente, precisamos nos certificar que existem dados seriais entrando e saindo
do módulo da unidade mecatrônica.

Escanear o veículo é a única forma de examinar os comandos dos solenoides, sensor de entrada
de rotação da transmissão (ISS), sensor de saída de rotação da transmissão (OSS), e conjunto
de interruptores da chave seletora (IMS) quanto ao desempenho de suas funções.

Aqui segue um exemplo de identificação dos terminais do conector do chicote de um Chevrolet


Cruze com motor 1.4L turbo. (figura 1)

1. Bateria
2. Massa
3. Sinal PARK/NEUTRO
4. Não utilizado
5. Não utilizado
6. Dados seriais de alta velocidade GMLAN (+)
7. Dados seriais de alta velocidade GMLAN (+)
8. Dados seriais de alta velocidade GMLAN (-)
9. Não utilizado
10. Não utilizado
11. Não utilizado
12. Ignição
13. Dados seriais
14. Dados seriais de alta velocidade GMLAN (-)

Figura 1

3 | Técnico responsável: Carlos Napoletano Neto [email protected]


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A localização e identificação dos terminais poderá variar conforme o ano e modelo, assim
sempre verifique a informação antes de utilizar a mesma.

Os sensores de velocidade são sensores de 2 fios que geram um sinal digital. À medida que o
componente da transmissão gira passando pelo sensor, os sensores produzem um sinal digital
de frequência. O TCM (Módulo de Controle da Transmissão) monitora esta frequencia para
determinar a rotação de entrada e de saída.

O módulo mecatrônico fornece a tensão necessária para a operação dos sensores. O sensor
de rotação de entrada (ISS) está localizado na tampa traseira, com o chicote direcionado para
dentro do módulo mecatrônico.

Ele gera um sinal à medida que o conjunto da embreagem 3ª/5ª/Ré gira próximo à ele. O
computador utiliza o sinal do sensor ISS para calcular a relação de marcha e taxa de patinação.

O sensor de rotação de saída (OSS) está localizado sob o corpo de válvulas (figura 2). Ele gera
um sinal à medida que a engrenagem de estacionamento gira à sua frente. O computador
utiliza o sinal do sensor OSS para indicar a velocidade do veículo como padrão de controle e
cálculo de relação das marchas.

Figura 2

Teste de funções dos solenoides

Um teste importante que se deve fazer ao diagnosticar uma transmissão 6T40 com códigos
de falha funcionais presentes de solenoides é verificar a funcionalidade dos solenoides; não

4 | Técnico responsável: Carlos Napoletano Neto [email protected]


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somente eletricamente. Estes sistemas possuem um processo automatizado disponível para


ajudar a limpar resíduos do conjunto de solenoides.

Uma ferramenta escaner atualizada instruirá o módulo mecatrônico (TECHM) a ciclar os solenoides
enquanto o sistema é pressurizado a fim de limpar os mesmos. Não precisamos desmontar
a transmissão para executar este processo de limpeza. Simplesmente siga as instruções do
escaner para ativar o programa de limpeza. Sempre execute este processo de limpeza antes
de tentar diagnosticar a transmissão.

Se o processo de limpeza não obtiver sucesso, precisaremos diagnosticar o problema com um


kit KENT MOORE DT47825 (figura 30)

Esta ferramenta não pode faltar em nossa oficina a fim de executar um trabalho bem feito.

• Remova o conjunto dos solenoides de controle da transmissão.

• Instale o kit DT48616 no conjunto dos solenoides de controle (torque 5 Nm).

• Aplique ar comprimido regulado (90-100 psi, 6-7 bar) à ferramenta.

• Conecte seu escaner ao conjunto dos solenoides de controle utilizando o cabo DT48616-10.

• Comande o solenoide ON e OFF. A pressão de ar deverá estar presente no medidor e deverá


escoar à medida que o solenoide é ciclado. Se o solenoide ou válvula não estiver operando
corretamente, a pressão no medidor não se alterará à medida que o solenoide é ciclado;
neste caso, substitua todo o conjunto de solenoides.

• Se o solenoide sob teste estiver OK, instale o medidor em outro solenoide e repita o processo.

Figura 3

5 | Técnico responsável: Carlos Napoletano Neto [email protected]


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Poderão existir casos quando um código de falha de desempenho do solenoide é causado por
um problema com os interruptores de pressão nos modelos de transmissão Geração 1. Existem
kits de reparo disponíveis no mercado para corrigir defeitos nestes interruptores de pressão.

Estes interruptores foram eliminados em 2012 devido à sua alta taxa de falhas. Uma das causas é
que os rebites que fixam o conjunto de interruptores à placa se soltam e permitem mau contato.
Ao reparar os interruptores de pressão, sempre verifique o estado dos rebites de fixação do
conjunto. (Figura 4)

Figura 4: Interruptores de Pressão

Quaisquer códigos de falha de desempenho dos solenoides em qualquer transmissão poderia


indicar um vazamento de pressão no circuito da embreagem controlado pelo solenoide.

Perda de marcha da transmissão quando o veículo para

O cliente traz o seu carro na oficina pois ele informa que a transmissão perde a marcha quando
ele para o veículo. Uma inspeção revela o código P2723 – desempenho do solenoide de controle
de pressão número 5 - travado desligado.

Todos os solenoides, após um teste, se apresentam perfeitos; assim o técnico remove a transmissão
para inspeção. O problema? Uma trinca no pistão de aplicação da embreagem 1/2/3/4 (figura 5).

Figura 5: pistão de aplicação embreagem 1/2/3/4

Inspecione o pistão cuidadosamente quanto a qualquer trincas ou defeitos. Ele pode ter
encolhido devido ao aquecimento. Caso afirmativo, não haverá nenhuma resistência à medida
que se desliza o pistão para dentro e para fora de seu alojamento.

6 | Técnico responsável: Carlos Napoletano Neto [email protected]


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Sempre substitua estes pistões vulcanizados durante uma reforma da transmissão.

Sobreabastecimento gera o Código P0218 – Superaquecimento da transmissão

O excesso de fluido causará superaquecimento da transmissão e gerará o código P0218 – excesso


de temperatura do fluido da transmissão. As transmissões 6T40/45 utilizam um elemento
térmico para controlar o nível de fluido internamente, semelhante às outras transmissões GM.

Conhecida como válvula de controle do nível de fluido (figura 6), esta unidade é basicamente
um tubo controlado termicamente. A válvula de controle do nível de fluido está fixada à carcaça
da transmissão, próxima ao corpo das válvulas de controle, e é projetada para controlar o nível
de fluido na tampa lateral do corpo das válvulas de controle.

Figura 6

A válvula de controle de nível de fluido contém uma tira bimetálica que reage às mudanças
na temperatura do fluido e abre ou fecha uma passagem de fluido. O sistema controla o nível
máximo de fluido permitindo que o fluido excedente vaze do topo da válvula de controle e
drene para o cárter da transmissão.

À temperaturas abaixo de 60 graus C, o elemento termostático permite que o fluido drene da


área do corpo das válvulas de controle diretamente ao cárter da transmissão.

À medida que a temperatura do fluido da transmissão aumenta, o elemento termostático


bloqueia o fluxo de fluido para o cárter, mantendo o fluido na área do corpo de válvulas, junto
ao cárter lateral da transmissão, e assim o fluido no cárter lateral aumenta. Isto mantém o nível
de fluido adequado no cárter inferior, impedindo que o volume aumentado de fluido no cárter

7 | Técnico responsável: Carlos Napoletano Neto [email protected]


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inferior em função da temperatura atinja as partes móveis da transmissão, evitando a geração


de espuma que danifica a transmissão. Um elemento termostático danificado ou solto poderá
causar geração de espuma no fluido ou nível incorreto de fluido, causando superaquecimento
da transmissão.

A temperatura do fluido deve estar dentro da faixa de operação correta para se obter uma
medição adequada ao se verificar seu nível. A inspeção do nível de fluido abaixo da temperatura
normal de operação resultará em nível de fluido muito baixo.

Ao se substituir o fluido, certifique-se que a transmissão esteja fria. Se removermos o bujão de


dreno na parte inferior da transmissão enquanto a mesma ainda está quente, somente cerca
de 50% do fluido sairá.

Podemos verificar a temperatura correta para medir o nível do fluido no manual de serviço da
transmissão, em alguns modelos, ou pelo escaner.

É imprescindível que o fluido esteja na temperatura correta de verificação ou poderemos


sobreabastecer ou subabastecer a transmissão.

Estas transmissões são facilmente sobreabastecidas devido à taxa de expansão do volume do


fluido, que é muito sensível à mudança de temperatura, dando leituras de nível falsas ao técnico.
Uma pequena quantidade de apenas 400 ml pode causar vazamentos pelo respiro da caixa.

Sempre verifique o nível de fluido com o motor em movimento, temperatura do fluido entre 85
e 95 graus Celsius, em PARK, através do tampão próximo do retentor do semi eixo na carcaça
(figura 7).

Figura 7: Verificação do fluido nas caixas 6T40/45

8 | Técnico responsável: Carlos Napoletano Neto [email protected]


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Aprendizado auto adaptativo

O aprendizado dos valores adaptativos da transmissão é um procedimento para transmissões


automáticas de 6 velocidades no qual o módulo TCM “aprende” as características individuais
de cada embreagem. Uma vez que o TCM aprenda os dados da embreagem, o procedimento
é transferido para as células de adaptação de dados, as quais o TCM utiliza para controle das
embreagens durante as mudanças.

A ferramenta escaner deixa o técnico iniciar o procedimento de aprendizado dos valores


adaptativos da transmissão, que deveremos executar após quaisquer destes reparos na
transmissão:

• Serviço interno da transmissão ou reforma.

• Reparo ou substituição do corpo de válvulas.

• Substituição do conjunto de corpo das válvulas de controle.

• Atualização do software do TCM ou recalibração.

• Quaisquer serviços executados para melhoria da qualidade das mudanças.

Caso deixemos de executar este procedimento após um destes reparos, isto poderá comprometer
o desempenho da transmissão ou mesmo registrar um código de falha.

Antes de iniciarmos o procedimento de aprendizado dos valores adaptativos da transmissão,


certifique-se que as seguintes condições seja cumpridas:

• Bloqueio das rodas motrizes.

• Aplique o freio de estacionamento.

• Aplique o freio de serviço.

• Abertura do acelerador em zero por cento e nenhum controle externo da RPM do motor.

• Temperatura do fluido da transmissão entre 70° e 100° C.

• Cicle a alavanca seletora da transmissão de PARK para RÉ três (3) vezes para purgar o ar
existente nas embreagens.

Se, a qualquer tempo durante o procedimento, as condições necessárias acima não forem
cumpridas, o processo deverá ser abortado e será necessário começar o procedimento desde
o princípio.

9 | Técnico responsável: Carlos Napoletano Neto [email protected]


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Procedimento de aprendizado dos valores adaptativos da transmissão:

1. Utilize seu escaner para navegar até o aprendizado dos valores adaptativos da transmissão:

• Diagnóstico do módulo.

• Modulo de controle da Transmissão.

• Funções de Reset e configuração.

• Aprendizado dos valores adaptativos da transmissão.

2. Selecione o procedimento de aprendizado dos valores adaptativos da transmissão. Durante


o procedimento, o display de dados do escaner fornecerá os passos necessários para o
operador. Siga as instruções conforme mostrado.

3. Uma vez que o procedimento seja completado, desligue o motor e a alimentação do TCM.
Você perderá a comunicação com o escaner.

4. Acione o motor novamente. Isto completará o procedimento de aprendizado dos valores


adaptativos da transmissão. Após o procedimento ser completado, a transmissão poderá
ficar em NEUTRO.

5. Desligue o motor novamente e remova a ferramenta escaner. Isto é só para o momento. O


veículo do cliente está pronto para ser entregue ao mesmo e a transmissão deverá
desempenhar como nova, com mais um cliente satisfeito !!!

Informação traduzida da revista GEARS.

10 | Técnico responsável: Carlos Napoletano Neto [email protected]

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