Probability 1684334456
Probability 1684334456
Probability 1684334456
Prefácio iii
Exercícios. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
Respostas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Capítulo 2: Probabilidade 15
1. Definições e propriedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2. Probabilidade condicional e independência . . . . . . . . . . . . . . . 18
3. Conjuntos limites e continuidade da probabilidade. . . . . . . . . . . . 20
Exercícios. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Respostas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
1. Definições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
2. Variáveis aleatórias conjuntamente distribuídas . . . . . . . . . . . . . 35
3. Independência de variáveis aleatórias . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
4. Modelos de distribuições discretas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
5. Modelos de distribuições contínuas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
6. Aproximação de Poisson à Binomial . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
7. Aproximação Normal à Binomial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
8. Funções de variáveis aleatórias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
9. Estatísticas de ordem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
10. Modelos multidimensionais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
11. Distribuições relacionadas com a normal . . . . . . . . . . . . . . . . 47
Exercícios. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
Respostas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
ii Sumário
Capítulo 4: Esperança 65
1. Definições e propriedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
2. Distribuição e esperança condicionais . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
3. Funções geradoras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
4. Desigualdades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
Exercícios. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
Respostas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
Apêndice 119
Novembro de 2008.
Os autores.
Capítulo 1
Análise Combinatória
1.1. Princípio multiplicativo: Uma tarefa deve ser executada em uma seqüência de
r etapas. Existem n1 maneiras de realizar a primeira etapa; para cada uma dessas n1
maneiras, existem n2 maneiras de realizar a segunda etapa; para cada uma dessas n2
maneiras, existem n3 maneiras de realizar a terceira etapa, e assim por diante. Então, o
número total de maneiras de efetuar a tarefa completa é dado por n1 n2 . . . nr .
1.2. Princípio aditivo para partes disjuntas: Se A1 , . . . An são conjuntos dois a dois
disjuntos, então
n
[ n
X
Ai = |Ai |.
i=1 i=1
1.3. Convém recordar uma técnica bastante útil em problemas de contagem: primeiro
ignore uma restrição do problema, contando a mais. Depois, desconte o que foi indevida-
mente contado.
n! = n (n − 1) . . . 2 1.
Observação. Uma fórmula muito importante quando se trata de fatoriais foi obtida por
Stirling (1730):
√
n! ∼ nn e−n 2πn,
onde o símbolo ∼ indica que a razão entre os dois lados tende a 1 quando n → ∞.
1.7. O número de palavras de comprimento k que podem ser compostas com n elementos
dados é nk .
que é chamado um coeficiente binomial. Estes números podem ser arrumados em uma
disposição triangular, o famoso Triângulo de Pascal.
Esta fórmula também fornece o número de anagramas de uma palavra com n letras que
contém n1 vezes a letra ℓ1 , n2 vezes a letra ℓ2 , . . . , nr vezes a letra ℓr (n1 +n2 +· · ·+nr = n).
Exercícios 3
1.12. Para qualquer inteiro p > 0 fixado, o número de vetores distintos (x1 , . . . , xn ) não-
p+n−1
negativos e a valores inteiros que satisfazem a equação x1 + · · · + xn = p é n−1
.
Esse é o chamado número de combinações completas (ou com repetição), pois é o número
de modos de escolher p objetos entre n objetos distintos dados, podendo repetir a escolha
(xi é o número de vezes que tomamos o objeto i).
1.13. Para qualquer inteiro p > 0 fixado, o número de vetores distintos (x1 , . . . , xn ) a
p−1
valores inteiros que satisfazem x1 + · · · + xn = p e xi ≥ 1 para todo i = 1, . . . , n é n−1
.
Ordenada Não-ordenada
k+n−1
Com reposição nk n−1
n
Sem reposição (n)k k
Exercícios
Solução. (a) Imaginamos as letras A e B coladas como uma letra só, na ordem AB, o
que fornece 5! permutações. Como também existem 5! permutações nas quais a letra
4 Análise Combinatória
(c) Existe um total de 6! = 720 permutações possíveis, e existem tantas com A antes de
B quantas com B antes de A, logo a resposta é 360.
(d) Existem 5! permutações em que a letra E é a última, portanto 6! − 5! = 600 permu-
tações em que E não é a última letra.
A palavra “COMBINATORIA” tem 2A, 2I, 2O, 1B, 1C, 1M, 1N, 1R, 1T, logo o número
total de anagramas (ordenações diferentes das letras) é
12!
= 59875200.
2! 2! 2!
Outra resposta:
Escolhemos 2 de 12 lugares para colocar as 2 letras A, o que pode ser
12
feito de 2 = 66 modos; em seguida, devemos escolher 2 dos 10 lugares restantes para
10
colocar as 2 letras I ( = 45 modos); a seguir, escolhemos 2 dos 8 lugares que restam
2
8
para as 2 letras O ( = 28 modos) e finalmente temos 6 lugares para 6 letras distintas
2
(6! = 720 modos). A resposta é 66 . 45 . 28 . 720 = 59875200.
Sejam V o conjunto dos anagramas que começam por vogal e C o conjunto dos anagramas
que terminam em consoante. A fim de obter |V|, notamos que temos 3 escolhas para
11!
a vogal inicial e, feita essa escolha, formas de permutar as letras restantes. Para
2! 2!
11!
calcular |C|, existem 6 escolhas para a consoante final e, tomada essa decisão,
2! 2! 2!
10!
modos de permutar as letras restantes. Analogamente, |V ∩ C| = 3 . 6 . .
2! 2!
Pelo Princípio da Inclusão-Exclusão, concluímos que o número de anagramas que começam
por vogal ou terminam em consoante é:
11! 11! 10!
|V ∪ C| = |V| + |C| − |V ∩ C| = 3 . + 6. − 3.6. = 43545600.
2! 2! 2! 2! 2! 2! 2!
7. Quantos são os números inteiros positivos menores que 360 e primos com 360?
Solução. Notamos que 360 = 23 . 32 . 5 e definimos os conjuntos
A = {1, 2, . . . , 360},
A1 = {x ∈ A : x é múltiplo de 2},
A2 = {x ∈ A : x é múltiplo de 3},
A3 = {x ∈ A : x é múltiplo de 5}.
8 Análise Combinatória
A1 = {(x1 , x2 , x3 , x4 ) ∈ A : x1 ≥ 9},
A2 = {(x1 , x2 , x3 , x4 ) ∈ A : x2 ≥ 8},
A3 = {(x1 , x2 , x3 , x4 ) ∈ A : x3 ≥ 5},
A4 = {(x1 , x2 , x3 , x4 ) ∈ A : x4 ≥ 4}.
Então, o número pedido é y = |A| − |A1 ∪ A2 ∪ A3 ∪ A4 |. No entanto,
! ! !
9 4 5
|A| = = 84, |A1 | = |A2 | = 0, |A3 | = = 4, |A4 | = = 10,
3 3 3
|Ai ∩ Aj | = 0, 1 ≤ i < j ≤ 4,
|A1 ∩ A2 ∩ A3 ∩ A4 | = 0.
Usando o Princípio da Inclusão-Exclusão, obtemos que y = 84 − 4 − 10 = 70.
Exercícios 9
10. De quantos modos podemos colocar dois reis diferentes em casas não-adjacentes de
um tabuleiro 6 × 6? E se os reis fossem iguais?
11. Quantos números pares de dois algarismos podem ser formados no sistema decimal
(a) podendo repetir algarismos?
(b) sem repetir algarismos?
12. Quantos números inteiros maiores que 53000 e de cinco algarismos distintos podem
ser formados com os algarismos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7?
13. Quantas são as permutações dos números 1, 2, . . . , n nas quais o elemento que ocupa
a k-ésima posição é inferior a k + 4, para todo k?
14. Quantos são os anagramas da palavra “URUGUAIO” que começam por vogal?
15. Quantos números de 5 algarismos podem ser formados usando apenas os algarismos
1, 1, 1, 1, 2 e 3?
16. Cinco moças e cinco rapazes vão posar para uma fotografia, ocupando cinco degraus
de uma escadaria, de forma que em cada degrau fique uma moça e um rapaz. De quantas
maneiras podemos arrumar este grupo?
17. De quantos modos quatro casais podem sentar-se em torno de uma mesa redonda
(a) não sentando juntos dois homens?
(b) não sentando juntos dois homens e nenhum homem ficando perto de sua esposa?
19. De quantas maneiras se pode preencher um cartão da loteria esportiva (com 13 jogos)
com três prognósticos duplos e dois triplos?
20. Sinais luminosos são transmitidos de uma ilha para a costa por meio de seis lâmpadas
brancas e seis lâmpadas vermelhas, colocadas nos vértices de um hexágono regular, de tal
modo que
(i) em cada vértice há duas lâmpadas de cores diferentes;
(ii) em cada vértice não há mais do que uma lâmpada acesa;
(iii) o número mínimo de vértices iluminados é três.
10 Análise Combinatória
21. Suponha que João vai participar de uma reunião na qual estarão mais 4 homens e 6
mulheres. Ele sabe que há 4 casais, porém não conhece ninguém.
(a) De quantas formas poderia João imaginar que estão formados os casais?
(b) E se sabe que há exatamente 3 casais?
22. (a) De quantos modos é possível dividir 15 atletas em três times de 5 atletas, deno-
minados Esporte, Tupi e Minas?
(b) De quantos modos é possível dividir 15 atletas em três times de 5 atletas?
23. Quantos são os anagramas da palavra “ARARAQUARA” que não possuem duas
letras A juntas?
25. Considerando o alfabeto com 26 letras, existem quantas seqüências de 4 letras distin-
tas com pelo menos uma vogal?
26. Dentre todos os números de 7 algarismos, quantos possuem exatamente três algaris-
mos 9 e os quatro algarismos restantes todos diferentes?
28. Representantes de dez países, incluindo a Rússia, França, Inglaterra e Estados Unidos,
serão dispostos em uma fila. De quantas maneiras isso pode ser feito, se os representantes
da França e da Inglaterra devem ficar um ao lado do outro, e o americano e o russo não
devem?
30. De quantos modos se podem repartir 27 livros diferentes entre Ana, Beto e Carla, de
forma que Ana e Beto, juntos, recebam o dobro de livros de Carla e que ninguém fique
sem livro?
Exercícios 11
31. Quantos números de 6 algarismos podemos formar com 3 pares distintos de algarismos
iguais?
32. De quantas maneiras se podem pintar seis esferas iguais, usando-se apenas três cores
diferentes?
33. De quantas maneiras podemos distribuir 30 laranjas para 4 crianças de forma que
cada uma receba pelo menos duas laranjas?
34. Obtenha uma fórmula para o número de soluções inteiras não-negativas da inequação
35. Obtenha uma fórmula para o número de soluções inteiras não-negativas da equação
36. Quantos inteiros entre 1 e 100000 têm a propriedade de que cada dígito é menor ou
igual ao seu sucessor?
37. Em um amigo secreto, dizemos que o sorteio é viável se nenhuma pessoa fica com seu
próprio nome. Quantos sorteios viáveis existem em um amigo secreto com 4 pessoas?
38. Obtenha o número total de permutações de (1, 2, . . . , 2n) em que nenhum número
ímpar ocupa o seu lugar primitivo.
39. Se quatro americanos, três franceses e três ingleses são colocados em uma fila, deter-
mine o número de maneiras de dispô-los de forma que nenhum grupo de mesma naciona-
lidade fique todo junto.
40. Quantos inteiros entre 1 e 33000 não são divisíveis por 3, por 5 e nem por 11?
41. Quantos inteiros entre 1 e 1000000 não são quadrados perfeitos, cubos perfeitos e nem
quartas potências perfeitas?
44. No elevador de um edifício entram seis pessoas. De quantas maneiras essas seis pessoas
podem saltar no primeiro, segundo e terceiro andares, de forma que salte pelo menos uma
pessoa em cada um desses andares?
12 Análise Combinatória
47. Mostre que o produto de p números naturais consecutivos é divisível por p!.
Respostas
12. 2160
13. 6 . 4n−3
14. 5040
15. 30
16. 460800
17. (a) 144 (b) 12
Respostas 13
19. 2279881890
20. 656
21. (a) 360 (b) 480
23. 120
24. (a) 360 (b) 21600 (c) 15120
25. 215160
26. 99120
27. 2056320
28. 564480
29. (a) 378 (b) 84
31. 9720
32. 28
33. 2300
p+n
34. n
p−a1 −···−an +n−1
35. n−1
36. 2001
37. 9
n
!
X n
k
38. (−1) (2n − k)!
k=0 k
39. 3079296
40. 16000
41. 998910
42. 3n − 3 . 2n + 3
43. 480
44. 540
14 Análise Combinatória
45. 118
46. 5239868
Capítulo 2
Probabilidade
1. Definições e propriedades
1.1. Um experimento é aleatório se, ao ser repetido nas mesmas condições, é impossível
prever antecipadamente o resultado. Em contrapartida, um experimento é determinístico
se, quando repetido nas mesmas condições, conduz ao mesmo resultado.
Denominamos espaço amostral o conjunto de todos os resultados possíveis de um experi-
mento aleatório, e o denotamos por Ω. Um subconjunto A ⊂ Ω é chamado evento.
Dados dois eventos A e B, dizemos que A ⊂ B se ω ∈ A implica que ω ∈ B. Em palavras,
a ocorrência de A implica a ocorrência de B.
A união de dois eventos A e B é A ∪ B = {ω : ω ∈ A ou ω ∈ B} e representa o evento de
que pelo menos um dos dois eventos A e B ocorre.
A intersecção de dois eventos A e B é A ∩ B = {ω : ω ∈ A e ω ∈ B} e representa o evento
de que ambos A e B ocorrem.
Dois eventos A e B são disjuntos ou mutuamente exclusivos se A ∩ B = ∅. Isso significa
que A e B não ocorrem simultaneamente.
Para qualquer evento A, o complementar de A é Ac = {ω ∈ Ω : ω 6∈ A} e representa o
evento de que A não ocorre.
Notamos que (DM1) estabelece que o evento de que nenhum dos Ai ’s ocorre é igual ao
complementar do evento de que pelo menos um dos Ai ’s ocorre. Já (DM2) expressa que
o complementar do evento de que todos os Ai ’s ocorrem é exatamente o evento de que ao
menos um deles não ocorre.
16 Probabilidade
A B A B
A∪B A∩B
A B Ac
A e B disjuntos
|A|
P (A) = .
|Ω|
(A2) P (Ω) = 1,
1. P (∅) = 0.
2.1. Seja (Ω, F, P ) um espaço de probabilidade. Para eventos A e B com P (B) > 0, a
probabilidade condicional de A dado que B ocorreu é definida por
P (A ∩ B)
P (A | B) = .
P (B)
P (A) = P (A | B) P (B) + P (A | B c ) P (B c ).
2.5. Fórmula de Bayes (1763): Seja {B1 , B2 , . . . , Bn } uma partição do espaço amos-
tral Ω em eventos de probabilidade positiva. Se A é um evento com P (A) > 0, então,
para todo j = 1, . . . , n,
P (A | Bj ) P (Bj )
P (Bj | A) = X
n .
P (A | Bi ) P (Bi )
i=1
Ω
B1 B5 B8
B2 A
B4 B6
B3 B7 B9
2.6. Para um evento B fixado tal que P (B) > 0, temos que P (· | B) é uma probabilidade.
2.9. Uma coleção infinita de eventos é independente se toda subcoleção finita desses
eventos é independente.
Observamos que
⇐⇒ |{n : ω 6∈ An }| < ∞,
ou seja, lim inf An é o evento de que ocorre An para todo n suficientemente grande.
n→∞
Ademais,
⇐⇒ |{n : ω ∈ An }| = ∞,
ou seja, lim sup An é o evento de que ocorre An para uma infinidade de n’s.
n→∞
É fácil ver que lim inf An ⊂ lim sup An . Se vale a inclusão oposta, dizemos que n→∞
n→∞
lim An
n→∞
existe e é definido por
lim An = lim inf An = lim sup An .
n→∞ n→∞ n→∞
Exercícios
Solução. Se consideramos como relevante a ordem entre as quatro cartas do topo, então
o espaço amostral consiste de 52 . 51 . 50 . 49 resultados. Além disso, existem 52 . 48 . 44 . 40
resultados em que as cartas têm valores diferentes e 52 . 39 . 26 . 13 resultados em que as
cartas têm naipes diferentes. Portanto, assumindo que o “embaralhamento” significa que
cada resultado no espaço amostral é igualmente provável, temos que as probabilidades
desejadas são
52 . 48 . 44 . 40 52 . 39 . 26 . 13
(a) ≈ 0,676; (b) ≈ 0,105.
52 . 51 . 50 . 49 52 . 51 . 50 . 49
Observação. Claramente as mesmas respostas seriam obtidas se considerássemos as quatro
cartas do topo como um conjunto não ordenado de cartas.
3. Em uma classe, estudam dez crianças, entre as quais os irmãos Ana e Beto. A professora
decide separar ao acaso a turma em dois grupos de cinco crianças cada um; o primeiro
grupo fará um trabalho sobre os planetas e o segundo sobre as civilizações antigas. Qual
é a probabilidade de que os irmãos Ana e Beto façam parte do mesmo grupo? Há alguma
diferença (no raciocínio e no resultado) se ambos os grupos farão trabalhos sobre o mesmo
assunto?
4. Extraem-se 4 cartas de um baralho com 52 cartas. Qual é a probabilidade de que 2
sejam pretas e 2 vermelhas?
10. Se André e Pedro estão entre n homens dispostos aleatoriamente em uma fila, qual é
a probabilidade de que haja exatamente r homens entre eles?
11. Suponha que cada uma de um total de n varetas seja quebrada em uma parte longa
e uma curta. As 2n partes são arrumadas ao acaso em n pares a partir dos quais novas
varetas são formadas. Calcule a probabilidade de que
(a) as partes sejam unidas na ordem original;
(b) todas as partes longas sejam emparelhadas com partes curtas.
13. Uma urna contém a bolas azuis e b bolas brancas. As bolas são retiradas uma a uma
da urna, ao acaso e sem reposição, até que a urna fique vazia. Calcule a probabilidade de
que a última bola retirada seja azul nos seguintes casos:
(a) as bolas são todas distintas.
(b) as bolas são distinguíveis apenas pela cor.
15. Uma secretária atrapalhada prepara quatro cartas com conteúdos distintos para en-
viar a quatro firmas distintas. Na hora de envelopá-las, bate um vento que derruba as
cartas e os envelopes, e, com pressa, a secretária coloca aleatoriamente as cartas nos
envelopes.
(a) Determine a probabilidade de que nenhuma carta tenha sido corretamente envelo-
pada.
(b) Sabendo que ao menos uma carta foi colocada no envelope certo, calcule a proba-
bilidade de que todas as cartas tenham sido corretamente envelopadas.
Porém,
3! 1
P (Ai ) = = , i = 1, 2, 3, 4,
4! 4
2! 1
P (Ai ∩ Aj ) = = , 1 ≤ i < j ≤ 4,
4! 12
1 1
P (Ai ∩ Aj ∩ Ak ) = = ,1≤i<j<k≤4 e
4! 24
1 1
P (A1 ∩ A2 ∩ A3 ∩ A4 ) = = .
4! 24
Portanto, ! !
1 4 1 4 1 1 5
P (A) = 4 . − + − = .
4 2 12 3 24 24 8
Exercícios 25
P (A1 ∩ A2 ∩ A3 ∩ A4 ) 1/24 1
P (A1 ∩ A2 ∩ A3 ∩ A4 | A) = = = .
P (A) 5/8 15
16. Se quatro casais de namorados são dispostos aleatoriamente em uma fila, determine
a probabilidade de que nenhum dos casais fique junto.
17. Cinco bolas são selecionadas aleatoriamente, sem reposição, de uma urna que contém
5 bolas vermelhas, 6 bolas brancas e 7 bolas azuis. Determine a probabilidade de que
pelo menos uma bola de cada cor seja selecionada.
18. Um colégio tem em seu corpo docente sete professores de Biológicas, oito professores
de Exatas e nove professores de Humanas. Uma comissão de sete professores será selecio-
nada aleatoriamente. Determine a probabilidade de que nesta comissão haja pelo menos
um professor de cada área.
19. Um baralho comum consiste de 52 cartas diferentes sendo 13 cartas de cada naipe.
Uma pessoa retira ao acaso 13 cartas de um baralho. Calcule a probabilidade de que pelo
menos um naipe esteja ausente entre as cartas selecionadas.
20. As cartas de um baralho são misturadas e distribuídas entre 4 jogadores de modo que
cada um recebe 13 cartas. Calcule a probabilidade de que pelo menos um jogador receba
todas as cartas do mesmo naipe.
21. Sabe-se que com probabilidade 1 pelo menos um dos eventos Ai , 1 ≤ i ≤ n, ocorre, e
que não mais que dois ocorrem simultaneamente. Se P (Ai ) = p e P (Ai ∩ Aj ) = q, i 6= j,
mostre que p ≥ 1/n e q ≤ 2/n.
22. Três aventureiros devem escolher um deles para uma missão arriscada. Para isso,
pegam uma urna com duas bolas brancas e uma bola vermelha, e cada um retira suces-
sivamente uma bola, sem reposição. Aquele que pegue a bola vermelha será o escolhido
para realizar a missão. Mostre que todos têm a mesma probabilidade de ser o escolhido,
qualquer que seja a ordem em que realizem as extrações.
23. Um contador tem sobre a sua mesa dois grupos de 20 planilhas cada um. No primeiro
grupo existem duas planilhas com erros de cálculo e no segundo há três. Um vento faz
com que as planilhas caiam da mesa, e, ao arrumá-las, uma do primeiro grupo se mistura
às do segundo grupo. Qual a probabilidade de que, ao revisar uma planilha do segundo
grupo, o contador encontre um erro?
24. Um cliente que visita o departamento de roupas masculinas de uma loja compra
um terno com probabilidade 2/5, uma gravata com probabilidade 5/12 e uma camisa
26 Probabilidade
com probabilidade 1/2. O cliente compra um terno e uma gravata com probabilidade
2/15, um terno e uma camisa com probabilidade 17/60 e uma gravata e uma camisa com
probabilidade 1/4; compra os três itens com probabilidade 1/12. Considere os eventos
25. Em um curso secundário, 1/3 dos estudantes são do sexo masculino e 2/3 dos es-
tudantes são do sexo feminino. A proporção de rapazes que estudam ciências é 20% e
apenas 10% das moças dedicam-se às ciências. Obtenha as probabilidades de que
(a) um estudante escolhido ao acaso estude ciências;
(b) um estudante de ciências selecionado ao acaso seja do sexo feminino.
26. Uma fábrica de sorvete recebe o leite que utiliza de três fazendas: 20% da fazenda 1,
30% da fazenda 2 e 50% da fazenda 3. Um órgão de fiscalização inspecionou as fazendas e
constatou que 20% do leite produzido na fazenda 1 estava adulterado por adição de água,
enquanto que para as fazendas 2 e 3 essa proporção era de 5% e 2%, respectivamente. A
fábrica de sorvete recebe o leite em galões, que são armazenados em um refrigerador, sem
identificação da fazenda de proveniência. Um galão é escolhido ao acaso e seu conteúdo é
testado para verificar adulteração.
(a) Qual a probabilidade de que o galão contenha leite adulterado?
Exercícios 27
(b) Sabendo que o teste constatou que o leite do galão está adulterado, obtenha a
probabilidade de que o galão seja proveniente da fazenda 1.
27. Considere duas moedas, uma honesta e a outra que resulta cara em cada lançamento
com probabilidade 0,6. Uma moeda é escolhida ao acaso e, após lançada quatro vezes,
observa-se cara três vezes. Qual a probabilidade de que a moeda escolhida tenha sido a
moeda honesta?
28. Jogamos um dado honesto e em seguida lançamos tantas moedas honestas como os
pontos indicados no dado.
(a) Qual a probabilidade de obter quatro caras?
(b) Dado que foram obtidas quatro caras, qual a probabilidade de que o dado tenha
mostrado seis pontos?
29. A caixa I contém 4 bolas brancas e 2 pretas, a caixa II contém 3 bolas brancas e
1 preta e a caixa III contém 1 bola branca e 2 pretas.
(a) Extrai-se uma bola de cada caixa. Determine a probabilidade de que todas as bolas
sejam brancas.
(b) Seleciona-se uma caixa e dela extrai-se uma bola. Determine a probabilidade de
que a bola extraída seja branca.
(c) Calcule em (b) a probabilidade de que a primeira caixa tenha sido escolhida, dado
que a bola extraída é branca.
31. Uma senhora da alta sociedade dá uma festa em sua mansão. Ao término da festa, ela
descobre que sua coleção de jóias foi roubada. Após as investigações, a polícia tem certeza
de que o ladrão foi precisamente uma das 76 pessoas presentes à festa (entre convidados
e garçons). Ademais, os investigadores encontram na cena do crime o perfil de DNA do
ladrão, e sabe-se que este perfil de DNA ocorre em 2% de toda população. Dado que o
DNA do Sr. João, o primeiro suspeito cujo DNA é analisado, combina com o perfil achado
na cena do crime, qual é a probabilidade de que ele tenha roubado as jóias?
32. Em uma cidade, os motoristas são parados pela polícia para fazer um teste sobre
o teor de álcool no sangue. Suponha que a probabilidade de que um motorista detido
esteja embriagado é 5% e que o teste realizado acerta o estado de embriaguez em 80% das
ocasiões.
(a) Qual a probabilidade de que o teste de um motorista detido resulte positivo?
Os motoristas cujos testes dão positivo são submetidos a um segundo exame, que nunca
28 Probabilidade
falha em um motorista sóbrio, porém tem probabilidade 10% de erro nos embriagados.
(b) Dado que o segundo teste de um motorista resultou negativo, qual a probabilidade
de que estava dirigindo com um índice alcoólico acima do permitido?
33. Um experimento consiste em lançar duas vezes uma moeda honesta. Considere os
eventos
Prove que A, B e C são independentes dois a dois, porém não são independentes.
34. Um par de dados honestos é lançado repetidamente. Supondo que os ensaios são
independentes, qual a probabilidade de que um total 8 apareça antes de um total 7?
Sugestão: Defina An o evento de que os totais 7 e 8 não ocorrem nos primeiros n − 1
ensaios e ocorre um total 8 no n-ésimo ensaio.
35. Existem duas estradas de A a B e duas estradas de B a C. Cada uma das quatro
estradas é bloqueada por queda de barreira com probabilidade p = 1/10, independente-
mente das demais. Determine a probabilidade de que exista uma estrada aberta de A a B
dado que não existe um caminho aberto de A a C.
Se, além disso, existe uma estrada direta de A a C, esta estrada sendo bloqueada com pro-
babilidade p = 1/10 independentemente das demais, encontre a probabilidade condicional
pedida.
36. Duas pessoas lançam uma moeda honesta n vezes, de forma independente. Mostre
que a probabilidade delas obterem igual número de caras é a mesma que a de obterem ao
todo n caras.
37. (a) Sejam A e B dois eventos com probabilidade positiva. Se a ocorrência de B faz de
A um evento mais provável, então a ocorrência de A faz de B um evento mais provável?
(b) Mostre que se A é um evento tal que P (A) é igual a 0 ou 1, então A é independente
de todo evento B.
38. Suponha que Ω = {1, . . . , p}, onde p é um número primo. Seja F = P (Ω) e, para
A ∈ F, defina P (A) = |A|/p. Mostre que se A e B são independentes, então ao menos
um dos dois eventos é ∅ ou Ω.
Sugestão: Prove que p é um divisor de |A| |B|.
39. Seja P uma probabilidade sobre um espaço amostral Ω e suponha que A é um evento
com 0 < P (A) < 1. Mostre que A e B são independentes se e somente se P (B |A) =
P (B |Ac ).
Sugestão: Use que P (Ac ∩ B) + P (A ∩ B) = P (B).
Exercícios 29
P (E |F ) = P (E |F ∩ G)P (G |F ) + P (E |F ∩ Gc )P (Gc |F ).
42∗. Uma moeda com probabilidade p de cara em cada lançamento é lançada infinitas
vezes, de maneira independente. Definimos os eventos
Mostre que
(a) An ↑ A.
1 se 0 < p ≤ 1,
(b) P (A) =
0 se p = 0.
lim An = A e n→∞
n→∞
lim Bn = B =⇒ n→∞
lim (An ∩ Bn ) = A ∩ B e n→∞
lim (An ∪ Bn ) = A ∪ B.
(c) Conclua que se existe A = lim An , então existe lim P (An ) e P (A) = lim P (An ).
n→∞ n→∞ n→∞
50∗. Sejam B1 , B2 , . . . eventos independentes tais que P (Bn ) < 1 para todo n ≥ 1.
Demonstre que
[
∞
P (Bn infinitas vezes) = 1 ⇐⇒ P Bn = 1.
n=1
Dê um exemplo para mostrar que a condição P (Bn ) < 1 para todo n ≥ 1 não pode ser
dispensada.
Sugestão: Para provar a implicação ⇐, defina Ak = Bkc , k = 1, 2, . . . , e, usando o exercí-
T
cio 47, mostre que P ( ∞k=n Ak ) = 0 para todo n ≥ 1.
Respostas
4. 325/833
n 2n n−1 2n n n−2 2n
12. (a) 2r
22r / 2r
(b) n 2r−2
22r−2 / 2r
(c) 2 2r−4
22r−4 / 2r
99/323 (Complementar do evento em (a) e Princípio da Inclusão-Exclusão).
13. A probabilidade é igual a a/(a + b) em ambos os casos. O espaço amostral no item (a)
consiste das (a + b)! ordenações entre as bolas; em (b) é formado pelas (a + b)!/(a! b!)
permutações com elementos repetidos.
16. 12/35
17. 6055/8568
18. 903/1012
19. ≈ 0,051
22. Defina Vi o evento de selecionar a bola vermelha na i-ésima extração e mostre que
P (Vi ) = 1/3 para i = 1, 2, 3.
23. 31/210
27. 0,42
30. 0,345
31. 2/5
34. 5/11
37. (a) Sim. Quando afirmamos que a ocorrência de B faz de A um evento mais provável,
queremos dizer que P (A | B) > P (A).
(b) Considere separadamente os casos P (A) = 0 e P (A) = 1. No segundo, use que
P (A ∩ B) = P (B) − P (Ac ∩ B).
Capítulo 3
Variáveis aleatórias
1. Definições
{X ≤ x} = {ω ∈ Ω : X(ω) ≤ x} ∈ F
para todo x ∈ R.
As variáveis aleatórias que assumem valores em um conjunto finito ou infinito enumerável
são chamadas discretas e aquelas que assumem valores em um intervalo da reta real são
chamadas contínuas.
Outras propriedades:
Observação. Uma função F : R → R que satisfaz (F1), (F2) e (F3) é a função de distri-
buição de alguma variável aleatória X.
Observação. Uma variável aleatória discreta é definida quando definimos os seus valores
possíveis {xi }i≥1 e as respectivas probabilidades {pi }i≥1 satisfazendo
∞
X
pi > 0, ∀ i e pi = 1.
i=1
Uma variável aleatória contínua é definida quando definimos uma função f : R → R tal que
Z ∞
f (x) ≥ 0, ∀ x e f (x) dx = 1.
−∞
Z
f (x) dx se X é contínua com densidade f.
B
Variáveis aleatórias conjuntamente distribuídas 35
F (x)
1
P (X = x3 )
P (X = x2 )
P (X = x1 )
x1 x2 x3 x
fX (x)
P (a ≤ X ≤ b)
a b x
F (x, y) = P (X ≤ x, Y ≤ y), x, y ∈ R.
p(x, y) = P (X = x, Y = y), x, y ∈ R.
Note que p(x, y) > 0 apenas para (x, y) em um subconjunto finito ou enumerável de R2 .
As funções de probabilidade marginais de X e Y são
X X
pX (x) = p(x, y), x ∈ R e pY (y) = p(x, y), y ∈ R.
y x
36 Variáveis aleatórias
Se X e Y são conjuntamente contínuas com função densidade conjunta f (x, y), então são
individualmente contínuas com funções densidade marginais respectivas
Z ∞ Z ∞
fX (x) = f (x, y) dy, x ∈ R e fY (y) = f (x, y) dx, y ∈ R.
−∞ −∞
3.5. Uma coleção infinita de variáveis aleatórias é independente se toda subcoleção finita
dessas variáveis aleatórias é independente.
Como é usual quando se trata de variáveis aleatórias, lê-se o símbolo ∼ como “tem dis-
tribuição”.
P (X = x) = px (1 − p)1−x , x = 0, 1.
Propriedade: Se X ∼ Binomial(n, p), onde 0 < p < 1, então, à medida que k vai
de 0 a n, P (X = k) primeiro cresce e depois decresce, atingindo seu valor máximo
quando k é o maior inteiro menor ou igual a (n + 1) p.
P (X = x) = p (1 − p)x−1 , x = 1, 2, . . .
P (X ≥ m + n | X ≥ m) = P (X ≥ n) para m, n = 1, 2, . . .
Cumpre enfatizar que uma variável aleatória com distribuição Binomial Negativa(r, p)
pode ser escrita como a soma de r variáveis aleatórias independentes com distribui-
ção Geométrica(p).
1
fX (x) = , a < x < b.
b−a
1 2 2
fX (x) = √ e−(x−µ) /(2σ ) , x ∈ R.
σ 2π
X −µ
Z= ∼ N (0, 1).
σ
fX (x) = λ e−λx , x ≥ 0.
P (X ≥ s + t | X ≥ s) = P (X ≥ t) para s, t ∈ R com s ≥ 0 e t ≥ 0.
Se n é grande, então uma variável aleatória X com distribuição Binomial(n, p) tem apro-
ximadamente a mesma distribuição de uma variável aleatória normal com parâmetros
µ = n p e σ 2 = n p (1 − p). Essa afirmação é justificada pelo Teorema Central do Limite
de De Moivre e Laplace (3.7 do Capítulo 5, p. 99), o qual estabelece que, quando n → ∞,
a função de distribuição da variável
X − np
√
n p (1 − p)
Visto que estamos aproximando uma variável aleatória discreta por uma variável contínua,
podemos fazer o seguinte ajuste:
!
i + 0,5 − n p
P (X ≤ i) = P (X ≤ i + 0,5) ≈ Φ √ ,
n p (1 − p)
42 Variáveis aleatórias
8.1. Seja X uma variável aleatória contínua com função densidade de probabilidade f tal
que f (x) > 0 para x ∈ (a, b), com −∞ ≤ a < b ≤ ∞. Suponhamos que φ : (a, b) → R
é uma função estritamente monótona, diferenciável em (a, b), e seja φ−1 a inversa de φ.
Então, a variável aleatória definida por Y = φ(X) tem densidade dada por
d φ−1 (y)
f (φ−1 (y)) se y ∈ φ((a, b)),
g(y) = dy
0 caso contrário.
φ◦X
R R
Ω
X φ
dx
4. Densidade de Y : g(y) = f (x(y)) .
dy
Suponhamos que:
1. As funções (∗) são contínuas e têm derivadas parciais ∂yi /∂xj , i, j = 1, 2, contínuas
em todos os pontos (x1 , x2 ) ∈ A.
3. A transformação inversa
Então, Y1 e Y2 são conjuntamente contínuas com função densidade conjunta dada por
f (x1 , x2 ) |J(y1 , y2 )| se (y1 , y2 ) ∈ A⋆ ,
g(y1 , y2 ) =
0 caso contrário
8.3. (a) Sejam X e Y duas variáveis aleatórias independentes, a valores inteiros, com
funções de probabilidade pX e pY , respectivamente. A convolução de pX e pY é a função
p = pX ∗ pY definida por
X
p(z) = pX (x) pY (z − x), z ∈ Z.
x
(b) Sejam X e Y duas variáveis aleatórias contínuas e independentes, com funções den-
sidade respectivas fX e fY . A convolução de fX e fY é a função f = fX ∗ fY definida
por
Z +∞
f (z) = fX (x) fY (z − x) dx, z ∈ R.
−∞
8.4. Sejam X e Y duas variáveis aleatórias contínuas e independentes, com funções den-
sidade respectivas fX e fY . Então,
9. Estatísticas de ordem
n!
fYi ,Yj (x, y) = [F (x)]i−1 [F (y) − F (x)]j−i−1 [1 − F (y)]n−j f (x) f (y)
(i − 1)! (j − i − 1)! (n − j)!
para x < y.
A densidade de Yi é dada por
n!
fYi (x) = [F (x)]i−1 [1 − F (x)]n−i f (x), x ∈ R.
(i − 1)! (n − i)!
m!
P (X1 = x1 , . . . , Xn = xn ) = px1 . . . pxnn ,
x 1 ! . . . xn ! 1
3. Distribuição uniforme: Seja G ⊂ Rn um conjunto tal que Vol (G) > 0, onde
Vol (G) é o volume n-dimensional de G, definido por
Z Z
Vol (G) = ··· dx1 . . . dxn .
G
Então, para B ⊂ Rn ,
Vol (B ∩ G)
P (X ∈ B) = .
f Vol (G)
Esse modelo corresponde à escolha ao acaso de um ponto em G.
Γ( n+1 ) 1
fT (t) = √ 2 n , t ∈ R.
nπ Γ( 2 ) (1 + t2 /n)(n+1)/2
X/m
U=
Y /n
Γ( m+n )
fU (u) = 2
n m
m/2 n/2 m/2−1
n u (n + m u)−(m+n)/2 , u > 0.
Γ( 2 ) Γ( 2 )
m
Exercícios
5. A liga de futebol de um país tem quatro times: time 1, time 2, time 3 e time 4. Um
time estrangeiro em excursão pelo país vai jogar um amistoso contra cada um dos times
1, 2 e 3. Suponha que contra o time 1 este time tem probabilidade 1/4 de conquistar a
vitória, enquanto que essa probabilidade vale 1/2 quando o adversário é o time 2 e vale
2/5 quando o adversário é o time 3. Assuma também que os resultados dos três amistosos
são independentes. Seja X o número de vitórias conquistadas pelo time estrangeiro nos
três amistosos.
(a) Obtenha a função de probabilidade de X.
(b) Qual a probabilidade de que o time estrangeiro obtenha pelo menos uma vitória?
Suponha agora que, dependendo do seu desempenho nos três amistosos, o time estran-
geiro decidirá fazer um quarto jogo, contra o time 4. Caso conquiste três vitórias nos três
amistosos, jogará contra o time 4; caso obtenha exatamente duas vitórias, fará o quarto
jogo com probabilidade 4/5 e não realizará o quarto jogo caso obtenha apenas uma vitória
ou não vença nenhum dos três amistosos.
(c) Determine a probabilidade de que o quarto jogo seja realizado.
(d) Dado que o quarto jogo se realizou, qual a probabilidade de que o time estrangeiro
tenha vencido os três amistosos iniciais?
Sabemos que V1 , V2 e V3 são independentes, com P (V1 ) = 1/4, P (V2 ) = 1/2 e P (V3 ) = 2/5.
Então,
3 1 3 9
P (X = 0) = P (V1 c ∩ V2 c ∩ V3 c ) = P (V1 c ) P (V2 c ) P (V3 c ) = = ,
4 2 5 40
P (X = 1) = P (V1 ∩ V2 c ∩ V3 c ) + P (V1 c ∩ V2 ∩ V3 c ) + P (V1 c ∩ V2 c ∩ V3 )
1 1 3 3 1 3 3 1 2 9
= + + = ,
4 2 5 4 2 5 4 2 5 20
P (X = 2) = P (V1 ∩ V2 ∩ V3 c ) + P (V1 ∩ V2 c ∩ V3 ) + P (V1 c ∩ V2 ∩ V3 )
1 1 3 1 1 2 3 1 2 11
= + + = ,
4 2 5 4 2 5 4 2 5 40
1 1 2 1
P (X = 3) = P (V1 ∩ V2 ∩ V3 ) = = .
4 2 5 20
(b) A probabilidade de que o time estrangeiro obtenha pelo menos uma vitória é
31
P (X ≥ 1) = 1 − P (X = 0) = .
40
(c) Denotando por F o evento de que o time estrangeiro faz o quarto jogo, temos
P (F | X = 3) = 1, P (F | X = 2) = 4/5, P (F | X = 1) = P (F | X = 0) = 0,
50 Variáveis aleatórias
P (F ) = P (F | X = 3) P (X = 3) + P (F | X = 2) P (X = 2) +
+ P (F | X = 1) P (X = 1) + P (F | X = 0) P (X = 0)
1 4 11
=1 + = 0,27.
20 5 40
(d) Pela fórmula de Bayes,
P (F | X = 3) P (X = 3) 1/20 5
P (X = 3 | F ) = = = ≈ 0,185.
P (F ) 27/100 27
Obtenha:
(a) o valor de a. (b) P (0,5 < X ≤ 1,5).
10. Defina uma coleção de eventos Ea , 0 < a < 1, satisfazendo a propriedade de que
T
P (Ea ) = 1 para todo a, mas P ( a Ea ) = 0.
Sugestão: Seja X com distribuição uniforme em (0, 1) e defina cada Ea em termos de X.
Exercícios 51
A importância desses limitantes decorre do fato de não haver uma fórmula fechada para Φ.
(b) Obtenha de (a) que
1 − Φ(x)
lim = 1.
x→∞ φ(x)/x
3 1
Sugestão: (a) Use que 1 − 4
≤ 1 ≤ 1 + 2 para y > 0 e que
y y
" # ! " ! # !
d φ(y) 1 d 1 1 3
= − 1 + 2 φ(y), − 3 φ(y) = − 1 − 4 φ(y).
dy y y dy y y y
13. Uma fábrica utiliza dois métodos para a produção de lâmpadas: 70% delas são pro-
duzidas pelo método A e o resto pelo método B. A duração em horas das lâmpadas tem
distribuição exponencial com parâmetro 1/80 ou 1/100, conforme se utilize o método A
ou o B. Em um grupo de 10 lâmpadas selecionadas ao acaso, qual a probabilidade de que
6 delas durem pelo menos 90 horas?
14. Sabe-se que 0,6% dos parafusos produzidos em uma fábrica são defeituosos. Estime
a probabilidade de que, em um pacote com 1000 parafusos,
(a) haja exatamente 4 parafusos defeituosos.
(b) não haja mais do que 4 parafusos defeituosos.
(c) encontrem-se pelo menos 3 parafusos defeituosos.
16. Doze por cento da população é canhota. Aproxime a probabilidade de que haja pelo
menos 20 canhotos em uma escola com 200 alunos. Esclareça as suas hipóteses.
52 Variáveis aleatórias
17. Em um museu, vendem-se mil entradas diariamente, sendo de 35% a proporção diária
de visitantes estrangeiros. Estime a probabilidade de que em uma semana mais de 5000
brasileiros visitem o museu.
18. O tempo de vida em horas de chips de computador produzidos por uma indústria tem
distribuição normal com parâmetros µ = 1,4 . 106 e σ 2 = 9 . 1010 . Obtenha uma estimativa
para a probabilidade de que um lote de 100 chips contenha pelo menos 20 chips que durem
menos que 1,8 . 106 horas.
19. Uma urna contém três bolas brancas e duas bolas azuis. Realizam-se três extrações,
sem reposição. Sejam X o número de bolas brancas obtidas e Y o número de bolas azuis
extraídas antes de obter a primeira bola branca. Determine a função de probabilidade
conjunta de X e Y , bem como as marginais.
20. A diretoria de uma organização feminina é formada por quatro mulheres solteiras,
três divorciadas, duas viúvas e uma casada. Uma comissão de três pessoas é escolhida ao
acaso para elaborar folhetos de propaganda da organização. Sejam X e Y o número de
mulheres solteiras e viúvas na comissão, respectivamente.
(a) Determine a função de probabilidade conjunta de X e Y , bem como as marginais.
(b) Calcule a probabilidade de que pelo menos uma viúva integre a comissão.
(c) Qual a probabilidade de que haja na comissão mais solteiras que viúvas?
!i
1 λ
(c) lim P (X1 = i) = , i = 0, 1, . . .
n,k→∞, k/n→λ∈(0,∞) λ+1 λ+1
23. Considere a distribuição aleatória de k bolas em n urnas como explicada nos exercí-
cios 21 e 22. Suponha que k ≥ n e seja A o evento de que nenhuma urna fique vazia.
Prove que, no caso do modelo de Maxwell-Boltzmann,
n
! k
X n i
i
P (A) = (−1) 1−
i=0 i n
25. Uma urna contém X bolas, onde X é uma variável aleatória com distribuição de Pois-
son de parâmetro λ. As bolas são pintadas, de maneira independente, de vermelho com
probabilidade p ou azul com probabilidade (1 − p). Sejam Y o número de bolas vermelhas
e Z o número de bolas azuis. Prove que Y e Z são variáveis aleatórias independentes,
com Y ∼ Poisson(λp) e Z ∼ Poisson(λ(1 − p)).
Sugestão: Para y, z ∈ N, seja x = y + z. Justifique e use que
!
x y e−λ λx
P (Y = y, Z = z) = P (Y = y, Z = z | X = x) P (X = x) = p (1 − p)z .
y x!
26. Sejam X0 , X1 , . . . variáveis aleatórias i.i.d., com P (X0 = 1) = P (X0 = −1) = 1/2.
Q
Considere Zn = nj=0 Xj , n ≥ 0. Mostre que Z0 , Z1 , . . . são independentes.
Sugestão: Por indução em n, prove que para todo n ≥ 0,
P (Z0 = 1, Z1 = 1, . . . , Zn = 1) = 1/2n+1 .
Solução. (a) Temos que X1 e X2 são variáveis aleatórias independentes, ambas com
distribuição uniforme em [0, a]. Então, o par (X1 , X2 ) tem distribuição uniforme em
B = [0, a] × [0, a]. Além disso,
M1 = mín{X1 , X2 },
M2 = máx{X1 , X2 } e
M = M2 − M1 = |X1 − X2 |.
Queremos calcular FM (y) = P (M ≤ y) = P (|X1 − X2 | ≤ y), y ∈ R.
Claramente, se y ≤ 0, então FM (y) = 0.
Para y > 0, definimos o conjunto Ay = {(u, v) ∈ R2 : |u − v| ≤ y}, portanto
área (Ay ∩ B)
FM (y) = P ((X1 , X2 ) ∈ Ay ) = .
área (B)
Se y > a, então Ay ∩ B = B, logo FM (y) = 1.
Por outro lado, se 0 < y ≤ a, então (veja-se a Figura 3.4)
a2 − (a − y)2 2ay − y 2
FM (y) = = .
a2 a2
Assim, a função de distribuição de M é dada por
0 se y ≤ 0,
FM (y) = (2ay − y 2 )/a2 se 0 < y ≤ a,
1 se y > a.
(b) Como FM é contínua e derivável por partes, obtemos a densidade de M derivando FM :
2(a − y)/a2 se 0 < y < a,
fM (y) =
0 caso contrário.
Note que os valores de fM nos pontos 0 e a são arbitrários.
(c) Recordamos que M1 = mín{X1 , X2 }, M2 = máx{X1 , X2 } e M = M2 − M1 . Os
segmentos com os quais se deseja construir um triângulo têm comprimento M1 , M e
a − M2 , logo poder construí-lo é equivalente a pedir que
M1 < M + a − M2 , M < M1 + a − M2 e a − M2 < M1 + M.
Assim, precisamos calcular P (M1 < a/2, M < a/2, M2 > a/2). Definimos o conjunto
C = {(u, v) ∈ R2 : mín{u, v} < a/2, |u − v| < a/2, máx{u, v} > a/2}. Então,
área (C ∩ B) 1
P (M1 < a/2, M < a/2, M2 > a/2) = P ((X1 , X2 ) ∈ C) = = .
área (B) 4
Exercícios 55
v v
a a C ∩B
Ay ∩ B a/2
y
0 y a u 0 a/2 a u
28. Um casal combina de se encontrar em certo local perto das 12:30 h. Suponha que
o homem chega em uma hora uniformemente distribuída entre 12:15 h e 12:45 h e a mu-
lher independentemente chega em uma hora uniformemente distribuída entre 12 h e 13 h.
Encontre as probabilidades de que
(a) o primeiro a chegar não espere mais que 5 minutos pelo segundo;
(b) a mulher chegue primeiro.
30. Lançamos seis vezes uma moeda honesta de forma independente. Seja Y a diferença
entre o número de caras e coroas obtidas. Encontre a distribuição de Y .
31. Seja U uma variável aleatória com distribuição uniforme no intervalo aberto (0, 1).
Dado p ∈ (0, 1), obtenha a distribuição da variável aleatória
" #
h i
log U
X = log1−p U = ,
log(1 − p)
32. Seja X uma variável aleatória com distribuição exponencial de parâmetro λ. Defini-
mos uma nova variável aleatória por Y = [X] + 1, onde [X] denota a parte inteira de X.
Obtenha a distribuição de Y .
56 Variáveis aleatórias
33. Seja X uma variável aleatória com distribuição uniforme no intervalo [0, 10]. Deter-
mine a função de distribuição das seguintes variáveis aleatórias:
(a) Y = X 2 + 2.
(b) W = máx{2, mín{4, X}}.
(c) Z = |X − 4|.
Observação. Cumpre observar que W dada no item (b) é uma variável aleatória, pois é
uma função contínua da variável aleatória X. Note entretanto que W não é discreta (já
que pode assumir qualquer valor no intervalo [2, 4]) e nem absolutamente contínua (pois
assume os valores 2 e 4 com probabilidades positivas). A variável W é uma mistura dos
dois tipos. Mais detalhes a respeito de tipos de variáveis aleatórias são encontrados na
Seção 2.2 de James [8].
Consideremos a função φ : (0, ∞) → (0, 1) dada por φ(x) = e−2x . Então, φ é decrescente,
diferenciável e
1
y = φ(x) = e−2x ⇐⇒ x = φ−1 (y) = − log y,
2
dx 1
=− .
dy 2y
dx 1
g(y) = f (φ−1 (y)) = √ , 0 < y < 1.
dy 2 y
35. Distribuição Log-normal. Seja Y = eX , onde X tem distribuição N (0, 1). Encon-
tre a densidade de Y .
36. Seja X uma variável aleatória com distribuição uniforme em (0, π/2). Obtenha a
densidade de Y = sen X.
37. Determine a densidade de Y = arcsen X quando
(a) X tem distribuição uniforme em (0, 1);
(b) X tem distribuição uniforme em (−1, 1).
Obtenha a densidade de Y = X 2 .
41. Sejam X e Y variáveis aleatórias i.i.d. com função densidade comum
1/x2 se x > 1,
f (x) =
0 caso contrário.
Assim,
1/(2z 2 w) se z > w > 0, zw > 1,
fZ,W (z, w) =
0 caso contrário.
(b) Observamos que
R
z
1/z 1/(2z 2 w) dw se z > 1,
fZ (z) =
0 caso contrário.
Logo,
log(z)/z 2 se z > 1,
fZ (z) =
0 caso contrário.
58 Variáveis aleatórias
Ademais, R∞
1/w 1/(2z w) dz se 0 < w ≤ 1,
2
R
∞
fW (w) = w 1/(2z w) dz se w > 1,
2
0 caso contrário.
Portanto,
1/2 se 0 < w ≤ 1,
fW (w) = 1/(2w2 ) se w > 1,
0 caso contrário.
Visto que a densidade conjunta não é o produto das marginais, concluímos que Z e W
não são independentes.
43. Sejam X e Y variáveis aleatórias com função densidade conjunta f . Usando o Método
do Jacobiano, determine a densidade de Z = XY . Escreva a densidade de Z no caso em
que X e Y são independentes, com densidades fX e fY , respectivamente.
Solução. Consideremos a transformação e sua inversa
w =x x =w
⇐⇒ y
z = xy = z/w
44. Sejam X e Y variáveis aleatórias independentes, com distribuição comum N (0, 1).
√ √
Mostre que U = (X + Y )/ 2 e V = (X − Y )/ 2 também são independentes e N (0, 1).
45. Sejam X e Y variáveis aleatórias independentes, com distribuição comum N (0, 1).
√
Prove que R = X 2 + Y 2 e Φ = arctg(Y /X) também são independentes, Φ ∼ U (0, 2π) e
R tem distribuição de Rayleigh, ou seja, tem densidade
2 /2
fR (r) = r e−r , r > 0.
50. Seja X a variável aleatória que representa o peso em toneladas de uma certa merca-
doria que uma loja armazena no início de cada mês de forma a satisfazer a demanda dos
clientes. Seja Y o peso em toneladas da mercadoria vendida durante o mês. Suponha que
a função densidade conjunta de X e Y é dada por
1
se 0 < y < x < 10,
f (x, y) = 10 x
0 caso contrário.
(a) Obtenha a densidade do peso da mercadoria que sobra armazenada ao final do
mês.
(b) Calcule a probabilidade de que o peso da mercadoria armazenada ao início do mês
seja superior a 8 toneladas e o peso da mercadoria vendida inferior a 4 toneladas.
(c) Dado que em um mês as vendas não superaram 5 toneladas, qual a probabilidade
de que ao final do mês restem armazenadas mais do que 3 toneladas?
51. Sejam X e Y variáveis aleatórias com função densidade conjunta dada por
k xy se x ≥ 0, y ≥ 0 e x + y ≤ 1,
f (x, y) =
0 caso contrário.
(a) Obtenha k.
(b) Calcule as densidades marginais de X e Y .
(c) São X e Y independentes?
(d) Calcule as seguintes probabilidades: P (X ≥ Y ), P (X ≥ 1/2 | X + Y ≤ 3/4) e
P (X 2 + Y 2 ≤ 1).
(e) Obtenha a densidade conjunta de U = X +Y e V = X −Y , bem como as marginais.
52. Três pessoas A, B e C chegam ao mesmo tempo a uma central telefônica que possui
dois aparelhos telefônicos. Os dois aparelhos são utilizados imediatamente por A e B. A
pessoa C substitui a primeira pessoa que finalize a sua ligação e cada pessoa se retira da
central uma vez terminado o seu telefonema. Sejam X1 , X2 e X3 os tempos das ligações
de A, B e C, respectivamente. Suponha que X1 , X2 e X3 são variáveis aleatórias i.i.d.
com distribuição exponencial de parâmetro λ.
Respostas 61
53. Escolhe-se ao acaso um ponto P = (X, Y ) do quadrado unitário (0, 1) × (0, 1). Seja Θ
o ângulo formado entre o eixo x e o segmento que une a origem e P . Encontre a densidade
de Θ.
54. Sejam Θ1 e Θ2 variáveis aleatórias independentes, ambas com distribuição uniforme
em (0, 2π). Então, P1 = (X1 , Y1 ) = (cos Θ1 , sen Θ1 ) e P2 = (X2 , Y2 ) = (cos Θ2 , sen Θ2 )
são dois pontos escolhidos de forma aleatória e independente na circunferência de raio
unitário. Considere Z = (X1 − X2 )2 + (Y1 − Y2 )2 o quadrado da distância entre P1 e P2 .
Calcule a densidade da variável aleatória Z.
Sugestão: Defina
|Θ1 − Θ2 | se |Θ1 − Θ2 | < π,
Θ=
2π − |Θ1 − Θ2 | se π ≤ |Θ1 − Θ2 | < 2π
Respostas
3. 358/1203 ≈ 0,000207
4. 0,014; 0,036
9. 3/5
13. 0,068
15. 0,45
16. 0,8363
17. 0
18. 1
X \Y 0 1 2 pX (x)
1 1/10 1/10 1/10 3/10
19. 2 2/5 1/5 0 3/5
3 1/10 0 0 1/10
pY (y) 3/5 3/10 1/10 1
X \Y 0 1 2 pX (x)
0 1/30 1/10 1/30 1/6
1 1/5 4/15 1/30 1/2
20. (a)
2 1/5 1/10 0 3/10
3 1/30 0 0 1/30
pY (y) 7/15 7/15 1/15 1
(b) P (Y ≥ 1) = 8/15 (c) P (X > Y ) = 8/15
31. P (X = k) = p (1 − p)k , k = 0, 1, . . .
0 se z < 0,
z/5 se 0 ≤ z < 4,
(c) FZ (z) =
z/10 + 2/5 se 4 ≤ z < 6,
1 se z ≥ 6.
37. (a) fY (y) = cos y, 0 < y < π/2 (b) fY (y) = (1/2) cos y, −π/2 < y < π/2
39. Y ∼ Exp(λ)
1 √
√ 1 + e− y se 0 ≤ y < 1,
4 y
40. fY (y) = 1 √
√ e− y se y ≥ 1,
4 y
0 caso contrário.
1 2 −y
48. (a) fX (x) = x e−x , x > 0, fY (y) = y e , y > 0;
2
X e Y não são independentes.
(b) fZ (z) = e−z , z > 0
1 2 1
49. (a) fX (x) = x , 0 < x < 3, fY (y) = y 1/2 (33/2 − y 3/2 ), 0 < y < 3;
9 9
X e Y não são independentes.
3
(b) fY /X (z) = z 1/2 , 0 < z < 1
2
50. (a) fZ (z) = (1/10) log(10/z), 0 < z < 10
(b) P (X > 8, Y < 4) = 0,0893
(c) P (X − Y > 3 | Y ≤ 5) = 0,375
1
54. fZ (z) = √ , z ∈ (0, 4)
2π z − z 2 /4
Capítulo 4
Esperança
1. Definições e propriedades
1.1. A esperança (média, valor esperado) de uma variável aleatória X é definida por
X
x P (X = x) se X é discreta,
x
µX = E(X) = Z ∞
x f (x) dx se X é contínua com densidade f.
−∞
Observação. A esperança está definida somente quando a soma (integral) é bem definida.
Assim,
X X
x P (X = x) − (−x) P (X = x) se X é discreta,
x≥0 x<0
E(X) = Z Z
x f (x) dx − (−x) f (x) dx se X é contínua com densidade f
x≥0 x<0
e portanto E(X) está definida desde que ambas as somas (integrais) não sejam +∞. Em
caso contrário, dizemos que E(X) não existe (ou que X não tem valor esperado).
Observamos que, em particular, E(X) está bem definida se P (X ≥ 0) = 1.
Como um exemplo de uma variável aleatória cuja esperança não existe, seja X
assumindo valores em Z∗ = Z \ {0} com função de probabilidade dada por
1
P (X = x) = , x ∈ Z∗ .
2 |x| (1 + |x|)
Para ver por que esta é uma função de probabilidade, note que
∞ ∞
X 1 X 1 1
= − = 1.
k=1 k (1 + k) k=1 k 1 + k
P P
Como x>0 x P (X = x) = x<0 (−x) P (X = x) = ∞, E(X) não existe.
1.3. Dizemos que a variável aleatória X é integrável se E(X) é finita. Isto é equivalente
a que E|X| < ∞.
1.4. Para n ≥ 1, o n-ésimo momento de uma variável aleatória X é E(X n ) (se existe).
1.5. A variância de uma variável aleatória X integrável com esperança µ é dada por
1.7. Se E|X|t é finita para algum t > 0, então E|X|s é finita para todo 0 ≤ s ≤ t.
(b) Se X é uma variável aleatória contínua que assume apenas valores não-negativos,
então
Z ∞
E(X) = P (X > t) dt.
0
1.9. Critério para integrabilidade: Seja X uma variável aleatória qualquer. Então,
∞
X ∞
X
P (|X| ≥ n) ≤ E|X| ≤ 1 + P (|X| ≥ n).
n=1 n=1
P∞
Assim, X é integrável se e somente se n=1 P (|X| ≥ n) < ∞.
1.10. (a) Se X e Y têm uma função de probabilidade conjunta p(x, y), então
XX
E[ϕ(X, Y )] = ϕ(x, y) p(x, y).
x y
Observação. Recorde-se de que 1.12 e 1.16 são úteis para determinar a esperança e a
variância de muitas variáveis aleatórias pelo uso de funções indicadoras.
Propriedades:
(i) |ρ(X, Y )| ≤ 1.
p(x, y)
pX|Y (x | y) = P (X = x | Y = y) = ,
pY (y)
68 Esperança
para todos os valores de y tais que pY (y) > 0. Neste caso, a esperança condicional de X
dado que Y = y é
X
E(X | Y = y) = x pX|Y (x | y).
x
f (x, y)
fX|Y (x | y) = .
fY (y)
2.3. Para B ⊂ R,
X
P (X = x | Y = y) no caso discreto,
x∈B
P (X ∈ B | Y = y) =
Z
fX|Y (x | y) dx no caso contínuo.
B
E (ϕ(X, Y ) | Y = y) = E (ϕ(X, y) | Y = y) .
(a) E(X | Y ) é uma variável aleatória (uma função de Y ) cuja esperança é igual a E(X).
Funções geradoras 69
X
E(X | Y = y) P (Y = y) se Y é discreta,
y
(b) E(X) = Z ∞
E(X | Y = y) fY (y) dy se Y é contínua com densidade fY .
−∞
X
P (A | Y = y) P (Y = y) se Y é discreta,
y
(c) P (A) = Z ∞
P (A | Y = y) fY (y) dy se Y é contínua com densidade fY .
−∞
3. Funções geradoras
3.2. Propriedades:
(n) dn MX (t)
1. MX (0) = = E(X n ), n ≥ 1.
dtn t=0
Pk Pk
• Se Xi ∼ Poisson(λi ), i = 1, . . . , k, então i=1 Xi ∼ Poisson( i=1 λi ).
Pk Pk
• Se Xi ∼ Gama(αi , λ), i = 1, . . . , k, então i=1 Xi ∼ Gama( i=1 αi , λ).
Pk Pk Pk
• Se Xi ∼ Normal(µi , σi2 ), i = 1, . . . , k, então i=1 Xi ∼ Normal( i=1 µi , i=1 σi2 ).
Note que GX é uma série de potências com raio de convergência maior ou igual a 1, já
que GX (1) = P (X < ∞) = 1. A função geradora de probabilidade também determina
unicamente a distribuição. Ademais, a função geradora de probabilidade da soma de va-
riáveis aleatórias independentes é igual ao produto das funções geradoras de probabilidade
individuais.
Outras propriedades:
(n)
GX (0)
(i) P (X = n) = , n ≥ 0.
n!
(n) (n) (n)
(ii) GX (1) = E [X(X − 1) . . . (X − n + 1)] , n ≥ 1, onde GX (1) = lim GX (s) quando
s↑1
o raio de convergência de GX é igual a 1.
√
onde o símbolo i representa a unidade imaginária −1. A principal vantagem de trabalhar
com a função característica reside no fato de ser definida para todo t ∈ R.
Funções geradoras
pX (x) MX (t) µX 2
σX
1 et (en t − 1) n+1 n2 − 1
Uniforme Discreta(n) , x = 1, . . . , n
n n (et − 1) 2 12
!
n x n−x
Binomial(n, p) p q , x = 0, 1, . . . , n (p et + q)n np npq
x
e−λ λx t
Poisson(λ) , x = 0, 1, . . . eλ(e −1) λ λ
x!
p et 1 q
Geométrica(p) pq x−1
, x = 1, 2, . . .
1 − q et p p2
! !r
x − 1 r x−r p et r rq
Binomial Negativa(r, p) p q , x = r, r + 1, . . .
r−1 1 − q et p p2
! ! !−1
N −R R N nR R R N −n
Hipergeométrica(n, R, N ) ∗ n 1−
n−x x n N N N N −1
Tabela 4.1: Distribuições discretas. Como de costume, q = 1 − p. Para a distribuição uniforme discreta, a fórmula indicada para
MX (t) é válida para t 6= 0. Para as distribuições geométrica e binomial negativa, o domínio de MX é (−∞, − log(1 − p)). Para
a distribuição hipergeométrica, os valores possíveis são máx(0, n − N + R) ≤ x ≤ mín(n, R) e a função geradora de momentos foi
substituída por um asterisco pois não é útil.
71
72
fX (x) MX (t) µX 2
σX
1 eb t − ea t a+b (b − a)2
Uniforme(a, b) ,a≤x≤b
b−a t (b − a) 2 12
1 2 2 2 t2 /2
Normal(µ, σ 2 ) √ e−(x−µ) /(2σ ) , x ∈ R eµ t+σ µ σ2
σ 2π
λ 1 1
Exponencial(λ) λ e−λx , x ≥ 0 para t < λ
λ−t λ λ2
!α
λα α−1 −λ x λ α α
Gama(α, λ) x e ,x≥0 para t < λ
Γ(α) λ−t λ λ2
1 a ab
Beta(a, b) xa−1 (1 − x)b−1 , 0 ≤ x ≤ 1 ∗
B(a, b) a+b (a + b + 1)(a + b)2
1
Cauchy(a, b) n o, x∈R ϕX (t) = ei a t−b |t| – –
π b 1 + [(x − a)/b]2
Tabela 4.2: Distribuições contínuas. Para a distribuição uniforme, a fórmula indicada para MX (t) é válida para t 6= 0. A função
geradora de momentos da distribuição Beta foi substituída por um asterisco pois não é útil. Para a distribuição de Cauchy, é indicada
a função característica.
Esperança
Desigualdades 73
4. Desigualdades
E(X)
P (X ≥ λ) ≤ .
λ
Var(X)
P (|X − E(X)| ≥ λ) ≤ .
λ2
E(ϕ(X)) ≥ ϕ(E(X)).
Exercícios
1. Duas bolas são escolhidas aleatoriamente de uma urna contendo 4 bolas azuis, 3 ver-
melhas e 2 laranjas. Suponha que ganhamos 10 reais para cada bola azul selecionada,
ganhamos 1 real para cada bola laranja, porém perdemos 8 reais para cada bola vermelha.
Seja X o nosso lucro.
74 Esperança
3. Exatamente uma de seis chaves de aspecto semelhante abre uma determinada porta.
Testa-se uma chave após a outra. Qual o número médio de tentativas necessárias para se
conseguir abrir a porta?
4. Seja X uma variável aleatória com distribuição de Poisson com parâmetro λ, λ > 0.
Obtenha
h i
(a) E (1 + X)−1 .
(b) E(2X ).
(c) E(X!).
Para quais valores de λ a variável aleatória X! é integrável?
8. Uma urna contém três bolas brancas e duas bolas vermelhas. Retiram-se duas bolas
da urna, uma após a outra, sem reposição. Seja X igual a 0 ou 1, conforme a primeira
bola retirada seja vermelha ou branca, e seja Y igual a 0 ou 1, conforme a segunda bola
retirada seja vermelha ou branca. Determine:
Exercícios 75
Solução. (a) Utilizando uma árvore, podemos obter o espaço amostral, probabilidades e
valores de X e Y correspondentes:
✦
1/2✦ B X=1 Y =1 Prob. = 3/10
✦ ✦
B ❛❛
3/5 1/2❛
❛ V X=1 Y =0 Prob. = 3/10
❅
❅
2/5 ✦
3/4✦ B X=0 Y =1 Prob. = 3/10
❅ ✦ ✦
V ❛❛
1/4❛
❛ V X=0 Y =0 Prob. = 1/10
9. Cada lançamento de um dado não honesto resulta em cada um dos números ímpares 1,
3, 5 com probabilidade C e em cada um dos números pares 2, 4, 6 com probabilidade 2C.
(a) Determine C.
Suponha que o dado é lançado e considere as seguintes variáveis aleatórias:
(
1 se o resultado é um número par,
X=
0 caso contrário;
(
1 se o resultado é um número maior que 3,
Y =
0 caso contrário.
76 Esperança
10. Seja X uma variável aleatória contínua com função densidade de probabilidade
1 − |x| se |x| < 1,
f (x) =
0 caso contrário.
Calcule Cov(X, Y ).
16. Sejam X e Y variáveis aleatórias independentes, com distribuição uniforme em [0, 1],
e considere U = mín{X, Y } e V = máx{X, Y }. Calcule Cov(U, V ).
Sugestão: Não é necessário obter a densidade conjunta de U e V para determinar E(U V ).
17. Seja X1 , X2 , . . . uma seqüência de variáveis aleatórias independentes, tal que, para
cada n ≥ 1, Xn ∼ Exp(n), ou seja, Xn tem densidade de probabilidade dada por
n e−nx se x > 0,
fXn (x) =
0 caso contrário.
(a) Obtenha a distribuição de Y = mín{X1 , X2 , X3 }.
P100
(b) Determine E e− n=1
Xn
.
18. Um vaso contém 20 cartões, dois deles marcados 1, dois marcados 2, . . ., dois marca-
dos 10. Cinco cartões são retirados ao acaso do vaso. Qual é o número esperado de pares
que permanecem ainda no vaso?
(Este problema foi colocado e resolvido no século XVIII por Daniel Bernoulli, como um
modelo probabilístico para determinar o número de casamentos que permanecem intactos
quando ocorre um total de m mortes entre N casais; em nosso caso, m = 5 e N = 10).
Solução. Seja X o número de pares que permanecem no vaso após a retirada dos cinco
cartões. Então,
X = X1 + X2 + · · · + X10 ,
onde, para i = 1, 2, . . . , 10,
(
1 se o i-ésimo par permanece no vaso,
Xi =
0 caso contrário.
Porém, para i = 1, 2, . . . , 10,
18
5 21
E(Xi ) = P (Xi = 1) = = .
20 38
5
Assim, obtemos
21 105
E(X) = E(X1 ) + E(X2 ) + · · · + E(X10 ) = 10 .= ≈ 5,53.
38 19
Observação. Embora mais trabalhoso, pode-se obter a distribuição de X e calcular o valor
esperado pela definição. De fato,
10
5
25 168
P (X = 5) = = ,
20 323
5
78 Esperança
10 9
1 3
23 140
P (X = 6) = = ,
20 323
5
10 16
2 1 15
P (X = 7) = = ,
20 323
5
portanto
X 105
E(X) = x P (X = x) = ≈ 5,53.
x 19
19. Um ônibus parte com 20 pessoas e tem em seu trajeto 10 pontos diferentes, parando
em um ponto somente se uma ou mais pessoas solicitarem. Suponha que cada passageiro
escolhe com igual probabilidade o ponto em que vai parar e que as escolhas são indepen-
dentes de passageiro para passageiro. Determine o número esperado de paradas feitas
pelo ônibus.
Solução. Se X é o número de de paradas feitas pelo ônibus, escrevemos
X = X1 + X2 + · · · + X10 ,
onde (
1 se pelo menos uma pessoa solicita a parada no ponto i,
Xi =
0 caso contrário.
Então, para i = 1, . . . , 10,
E(Xi ) = P (Xi = 1)
= P (Pelo menos uma pessoa solicita a parada no ponto i)
= 1 − P (Nenhuma pessoa solicita a parada no ponto i)
20
9
=1− .
10
Portanto, pela linearidade da esperança,
E(X) = 10 . E(X1 ) = 10 . 1 − (0,9)20 ≈ 8,78.
onde o termo entre colchetes é o número de maneiras com que podemos distribuir n = 20
bolas distintas em x urnas distintas de modo que nenhuma urna fique vazia (o qual pode
ser obtido pelo Princípio da Inclusão-Exclusão). Assim,
10
X
E(X) = x P (X = x) ≈ 8,78.
x=1
Exercícios 79
20. Uma sorveteria oferece 36 sabores diferentes de sorvete. Uma pessoa é encarregada
de escolher ao acaso 10 sorvetes dessa sorveteria, podendo repetir o sabor. Por ao acaso,
queremos dizer que todas as escolhas possíveis têm a mesma probabilidade. Qual o número
esperado de sabores diferentes que serão escolhidos?
21. Seis pares diferentes de meias são colocados em uma lavadora (doze meias ao todo,
e cada meia tem um único par), porém apenas sete meias retornam. Qual o número
esperado de pares de meias que retornam?
22. Um círculo de raio 1 é lançado em uma folha de tamanho infinito dividida em qua-
drados iguais de lado com comprimento 1. Suponha que o centro do círculo está unifor-
memente distribuído no quadrado em que cai. Calcule o número esperado de vértices do
quadrado que estão dentro do círculo.
23. Escolhem-se ao acaso e sem reposição 10 números do conjunto {1, 2, . . . , 30}. Calcule
o valor esperado da soma dos números escolhidos.
24. Uma marca de biscoitos lança uma promoção que consiste em oferecer um adesivo em
cada pacote de biscoito. Existem n adesivos diferentes e a probabilidade de um pacote
conter qualquer um dos adesivos é a mesma. Qual o número esperado de pacotes que
devem ser comprados para juntar os n adesivos diferentes?
26. Um grupo de nove amigos que se reúnem para jogar futebol é composto por 2 goleiros,
3 zagueiros e 4 atacantes. Se os jogadores são agrupados ao acaso em três trios (grupos
de tamanho 3), encontre a esperança e a variância do números de trios formados por um
jogador de cada tipo.
29. Suponha que temos r bolas distintas que são aleatoriamente distribuídas em n urnas
(r > 0, n > 0). Calcule a esperança e a variância do número de urnas vazias após a
distribuição.
31. Em uma festa, estão presentes 8 meninos, 10 meninas e 12 adultos. Doze dessas
pessoas são sorteadas para participarem de uma brincadeira. Sejam X e Y o número de
meninos e meninas que participam da brincadeira, respectivamente. Calcule a covariância
entre X e Y .
32. Considere
um grafo com n vértices numerados 1, 2, . . . , n, e suponha que cada um
n
dos 2 pares de vértices distintos é ligado por um elo, independentemente, com proba-
bilidade p. Seja Di o grau do vértice i, isto é, o número de elos que têm o vértice i como
uma de suas extremidades.
(a) Qual é a distribuição de Di ?
(b) Determine a correlação entre Di e Dj para i 6= j.
Sugestão: Defina Ii,j a função indicadora do evento de que há um elo entre os vértices i
e j.
33. Seja (X, Y ) um ponto escolhido aleatoriamente no quadrado (0, 1) × (0, 1). Calcule
E(X|XY ).
Solução. A densidade conjunta de X e Y é dada por
1 se 0 < x < 1 e 0 < y < 1,
fX,Y (x, y) =
0 caso contrário.
1
fX|Z (x|z) = − , z < x < 1.
x log z
Assim,
Z ∞ Z 1 !
1 z−1
E(X|Z = z) = x fX|Z (x|z) dx = − dx = .
−∞ z log z log z
Finalmente,
XY − 1
E(X|XY ) = .
log(XY )
Exercícios 81
36. Uma rede de supermercados encomendou um estudo sobre a relação entre a pro-
porção X de clientes que compram apenas uma vez ao mês nos seus estabelecimentos
e o lucro mensal Y em milhões de reais. Os estatísticos contratados obtiveram que a
densidade conjunta de X e Y é dada por
k (x + y) e−y se 0 < x < 1, y > 0,
f (x, y) =
0 caso contrário,
37. O tempo em minutos que um professor gasta para corrigir uma prova é uma variável
aleatória com função densidade de probabilidade
1 −x/5
e se x > 0,
f (x) = 5
0 caso contrário.
Suponha que provas de alunos diferentes têm tempos de correção independentes.
(a) Obtenha a densidade do tempo utilizado pelo professor para corrigir duas provas.
(b) Dado que o professor gastou 15 minutos para corrigir duas provas, qual é a proba-
bilidade de que tenha usado mais que 10 minutos na correção da primeira?
38. Uma farmácia possui uma quantidade X de centenas de unidades de um certo remédio
no início de cada mês. Durante o mês, vendem-se Y centenas de unidades desse remédio.
Suponha que
2/9 se 0 < y < x < 3,
f (x, y) =
0 caso contrário
é a função densidade conjunta das variáveis aleatórias X e Y .
82 Esperança
39. Uma companhia telefônica deseja realizar uma análise sobre a repercussão que as
novas tarifas tiveram no número de chamadas. Levando em conta que as chamadas se
classificam em locais, interurbanas e internacionais, um estudo realizado em um grupo de
famílias revelou que as proporções de chamadas locais X e interurbanas Y durante um
mês têm a seguinte densidade conjunta
6 x se x ≥ 0, y ≥ 0 e x + y ≤ 1,
f (x, y) =
0 caso contrário.
(a) Calcule a probabilidade de que a proporção de chamadas locais realizadas por uma
família em um mês seja superior a 70%.
(b) Obtenha a probabilidade de que em uma família a proporção de chamadas locais
em um mês seja inferior à de interurbanas.
(c) Determine a densidade correspondente à proporção total de chamadas locais e
interurbanas.
(d) Calcule a probabilidade de que a proporção de chamadas internacionais realizadas
por uma família em um mês seja superior a 20%.
(e) Dado que em um mês uma família não fez chamadas internacionais, qual a proba-
bilidade de que pelo menos 60% das chamadas tenham sido locais?
44. Duas pessoas chegam simultaneamente a um ponto de ônibus. Suponha que o tempo
que a pessoa i espera pela sua condução é uma variável aleatória Ti ∼ Exp(λ), com T1 e T2
Exercícios 83
46. O número de clientes Y que chegam a um caixa eletrônico tem distribuição de Poisson
com parâmetro X, sendo X a intensidade com que os clientes chegam ao caixa eletrônico.
Supondo que X tem distribuição Gama(α, 1), encontre a função de probabilidade da
variável aleatória Y .
Solução. Sabemos que X é uma variável aleatória com densidade
1
fX (x) = xα−1 e−x , x ≥ 0.
Γ(α)
Por outro lado,
e−x xk
P (Y = k | X = x) = , k = 0, 1, . . .
k!
Logo, para k = 0, 1, . . . ,
Z ∞
P (Y = k) = P (Y = k | X = x) fX (x) dx
−∞
Z ∞
1 Γ(k + α)
= xk+α−1 e−2x dx = .
k! Γ(α) 0 k! Γ(α) 2k+α
Note que, em particular, se X ∼ Exp(1), então
1
P (Y = k) = , k = 0, 1, . . .
2k+1
P∞
Sugestão: Tome α = n e use que k=1 k P (Y = k) = E(Y ) = E(E(Y |X)).
84 Esperança
48. O número de e-mails que chegam a um servidor no intervalo de tempo [0, t] é, para
cada t > 0, uma variável aleatória Nt com distribuição de Poisson com parâmetro λ t.
Somente um computador é conectado ao servidor para ler os e-mails recebidos. O tempo
de vida T desse computador tem distribuição exponencial de parâmetro θ. Além disso,
Nt e T são independentes para todo t. Obtenha a distribuição do número de e-mails lidos
até o computador falhar.
Solução. Para j = 0, 1, . . . ,
Z ∞ Z ∞
P (NT = j) = P (NT = j | T = t) fT (t) dt = P (NT = j | T = t) θ e−θt dt
−∞ 0
Z ∞ Z ∞
(∗) −θt (∗∗)
= P (Nt = j | T = t) θ e dt = P (Nt = j) θ e−θt dt
0 0
Z ∞
e−λt (λt)j −θt θ λj Z ∞ j −(λ+θ)t
= θ e dt = t e dt
0 j! j! 0
! !j
θ λj Γ(j + 1) θ λ
= = .
j! (λ + θ)j+1 λ+θ λ+θ
A passagem (∗) é justificada pelo Princípio da substituição; (∗∗) decorre da independência
de Nt e T para todo t.
49. Numa fábrica empacotam-se palitos de fósforo em caixas mediante uma máquina que
não pode ser totalmente controlada. Para não perder clientes, a máquina se ajusta de
forma que todas as caixas contenham pelo menos 50 palitos. O número de palitos em
cada caixa é uma variável aleatória X com função de probabilidade dada por
P (X = x) = (0,8) (0,2)x−50 , x = 50, 51, . . .
Ademais, o número de palitos defeituosos em uma caixa que contém x fósforos tem dis-
tribuição Binomial(x, 1/10). Obtenha o número médio de palitos defeituosos em uma
caixa.
Solução. Seja D o número de palitos defeituosos em uma caixa. Sabemos que D dado
que X = x tem distribuição Binomial(x, 1/10), logo
E(D | X = x) = x/10.
Então, utilizando a propriedade fundamental da esperança condicional,
E(D) = E(E(D | X)) = E(X/10) = E(X)/10.
Para obter E(X), observamos que a variável aleatória Y = X − 49 tem distribuição
geométrica com parâmetro 0,8, pois
P (Y = k) = P (X = k + 49) = (0,8) (0,2)k−1 , k = 1, 2, . . .
Assim,
1
E(X) = E(Y ) + 49 = + 49 = 50,25
0,8
e portanto E(D) = 5,025.
Exercícios 85
50. Um inseto põe N ovos, onde N tem distribuição de Poisson com parâmetro λ. Cada
ovo dá origem a um novo inseto com probabilidade p (0 < p < 1), independentemente dos
demais. Seja X o número de novos insetos produzidos.
(a) Qual a distribuição de X dado que N = n?
(b) Obtenha a distribuição de X.
(c) Qual o valor esperado de X?
51. O número de partidas de futebol jogadas em uma semana em uma vila é uma variável
aleatória com média µ e variância σ 2 . Os números de gols marcados em cada jogo são
variáveis aleatórias i.i.d. com média ν e variância θ2 e independentes do total de partidas
jogadas. Seja X o número total de gols marcados em uma semana. Calcule E(X) e
Var(X).
P
Sugestão: Escreva X = Yj=1 Xj , onde Xj é o número de gols marcados no j-ésimo jogo e
Y é o número de partidas jogadas numa semana. Use condicionamento em Y para obter
E(X) e E(X 2 ).
52. Seja N uma variável aleatória com distribuição geométrica de parâmetro p ∈ (0, 1),
ou seja, N tem função de probabilidade dada por
P (N = n) = p q n−1 , n = 1, 2, . . . ,
onde q = 1 − p.
(a) Mostre que a função geradora de momentos de N é dada por
p et p
M (t) = = −t , t < − log q.
1−qe t e −q
53. O número X de erros que uma digitadora comete por página é uma variável aleatória
com distribuição de Poisson com parâmetro 2. Se uma página tem x erros, o número Y
de minutos necessários para revisar e corrigir a página é uma variável aleatória com
86 Esperança
distribuição condicional
1/5 se y = x + 1,
P (Y = y | X = x) = 3/5 se y = x + 2,
1/5 se y = x + 3.
(a) Encontre a probabilidade de que sejam necessários 3 minutos para revisar e corrigir
uma página.
(b) Dado que foram usados 3 minutos na revisão e correção de uma página, qual a
probabilidade de que seja uma página sem erros?
(c) Usando a função geradora de momentos, encontre a esperança de X.
(d) Determine E(Y | X = x).
(e) Obtenha E(Y ).
54. Seja Y uma variável aleatória com distribuição de Poisson de parâmetro λ. Supo-
nha que, dado que Y = y, X é uma variável aleatória com distribuição exponencial de
parâmetro y + 1. Obtenha E(X).
55. Escolhe-se ao acaso um ponto (X, Y ) no triângulo {(x, y) ∈ R2 : 0 < y < x < 1}.
(a) Calcule E(X|Y ).
(b) Obtenha E(Y |X) e E(Y 2 |X).
(c) Usando o item (b), determine E((X − Y )2 |X).
56. Sejam X e Y variáveis aleatórias tais que E(X|Y ) = Y e E(Y |X) = X. Prove que
P (X = Y ) = 1.
Sugestão: Mostre que E((X − Y )2 ) = 0.
59. No labirinto mostrado na Figura 4.1, existem três quartos, numerados 1, 2 e 3, e mais
dois quartos, um com um saboroso queijo e outro no qual está dormindo o gato Tom. O
rato Jerry está inicialmente no quarto 1. Suponha que, quando Jerry entra no quarto i, lá
permanece por um tempo em minutos com distribuição Gama(4, 3i) e então sai do quarto
escolhendo aleatoriamente uma das portas.
(a) Calcule a probabilidade de que Jerry encontre Tom antes do queijo.
(b) Obtenha o tempo esperado em minutos que Jerry demora até encontrar Tom ou o
queijo.
2
1 Tom
3
Queijo
1 1
1/2 1/2
0 1 2 3 4 5
Bar Casa
61. Uma urna contém a bolas brancas e b bolas pretas. Após uma bola ser retirada ao
acaso, ela é devolvida à urna se é branca, mas se é preta então é substituída por uma bola
branca de outra urna. Seja Mn o número esperado de bolas brancas na urna depois que
a operação anterior foi repetida n vezes.
(a) Obtenha a equação recursiva
1
Mn+1 = 1− Mn + 1, n ≥ 0.
a+b
63. Uma moeda com probabilidade p de cara em cada lançamento é lançada repetida-
mente, de modo independente. Seja Tr o número de lançamentos necessários para obter
uma seqüência de r caras consecutivas.
(a) Determine E(Tr | Tr−1 ).
(b) Escreva E(Tr ) em termos de E(Tr−1 ).
(c) Quanto vale E(T1 )?
(d) Obtenha E(Tr ).
64. Uma caixa contém duas moedas: a moeda 1, com probabilidade de cara igual a 0,4,
e a moeda 2, com probabilidade de cara igual a 0,7. Uma moeda é escolhida ao acaso da
caixa e lançada dez vezes. Dado que dois dos três primeiros lançamentos resultaram em
cara, qual a esperança condicional do número de caras nos dez lançamentos?
Sugestão: Defina A o evento de que dois dos três primeiros lançamentos resultam em cara
e Nj o número de caras nos j lançamentos finais. Então, E(N10 | A) = 2 + E(N7 | A). Para
obter E(N7 | A), condicione na moeda que foi usada.
69. Sejam X e Y variáveis aleatórias independentes tais que X ∼ N (0, 1) e Y ∼ N (0, 2).
Definimos Z = X + Y e W = X − Y . Calcule as funções geradoras de momentos de Z e
W e mostre que Z e W são identicamente distribuídas mas não independentes.
70. Sejam X1 , . . . , Xn variáveis aleatórias i.i.d. com densidade comum definida por
2(1 − x) se 0 < x < 1,
f (x) =
0 caso contrário.
1 Pn
Calcule a função geradora de momentos da variável aleatória Y = − log (1 − Xj )
n j=1
e daí conclua qual a sua distribuição.
71. Um aparelho de som é formado por n componentes, sendo que o i-ésimo componente
tem probabilidade pi de falhar. Suponha que os componentes falham de maneira inde-
pendente e seja X o número de componentes que falham. Sabe-se que se X = 0 então
o aparelho funciona, se X = 1 a probabilidade de funcionar é 0,7 e se X ≥ 2 o aparelho
não funciona.
(a) Obtenha a função geradora de probabilidade de X em função das pi ’s.
(b) Sendo n = 4, p1 = 0,1, p2 = 0,05, p3 = 0,15 e p4 = 0,1, calcule a probabilidade do
aparelho funcionar.
72. (a) Seja X uma variável aleatória com distribuição geométrica de parâmetro p ∈ (0, 1).
Prove que para n ≥ 1,
n! (1 − p)n−1
E (X (X − 1) . . . (X − n + 1)) = .
pn
(b) Seja X uma variável aleatória com distribuição de Poisson com parâmetro λ > 0.
Mostre que para n ≥ 1,
E (X (X − 1) . . . (X − n + 1)) = λn .
Sugestão: Use a propriedade (ii) da função geradora de probabilidade. Por exemplo, para
o item (a), prove que para n ≥ 1,
dn GX (s) n! p (1 − p)n−1
= , s < (1 − p)−1
dsn (1 − (1 − p)s)n+1
90 Esperança
Portanto,
d
(log GX (s)) = λ,
ds
logo podemos escrever
GX (s) = exp{λ s + K},
P∞
onde K é uma constante. Visto que lim GX (s) = k=0 pk = 1, temos que K = −λ e
s↑1
então
GX (s) = exp{λ (s − 1)}.
Como a função geradora de probabilidade determina unicamente a distribuição, concluí-
mos que X ∼ Poisson(λ).
75. (a) Seja Y uma variável aleatória não-negativa tal que 0 < E(Y 2 ) < ∞. Prove que
para a < E(Y ),
(E(Y ) − a)2
P (Y > a) ≥ .
E(Y 2 )
(b) Seja X uma variável aleatória com esperança µ, variância σ 2 e tal que 0 < M =
E(|X − µ|4 ) < ∞. Mostre que para 0 < x < σ,
(σ 2 − x2 )2
P (|X − µ| > x) ≥ .
M
Respostas 91
Respostas
x -16 -7 2 11 20
1. (a)
pX (x) 1/12 1/6 13/36 2/9 1/6
(b) E(X) = 4, Var(X) = 108,5
x -1 1 2 3
2.
pX (x) 125/216 75/216 15/216 1/216
E(X) = −17/216, Não
9. (a) C = 1/9
X \Y 0 1 pX (x)
0 2/9 1/9 1/3
(b)
1 2/9 4/9 2/3
pY (y) 4/9 5/9 1
X e Y não são independentes.
(c) P (X = 0 | Y = 1) = 1/5
(d) E(2X − 12 Y + 6) = 1
(e) Var(X + Y ) = 50/81
11. 1
12. 1/8
14. 1/2
15. (1 + ρ) σ 2 /2
16. 1/36
20. 8
21. 21/11
22. π
23. 155
1 1
24. n 1 + + · · · +
2 n
25. 1, 14/15
29. n(1 − 1/n)r , n(1 − 1/n)r [1 − (1 − 1/n)r ] + n(n − 1)[(1 − 2/n)r − (1 − 1/n)2r ]
30. −m pi pj
31. −96/145
35. (a) Para y > 0: fX|Y (x|y) = 1/y, 0 < x < y (b) E(X 3 |Y = y) = y 3 /4
2 2 + 3y
36. (a) k = (b) E(X|Y = y) =
3 3(1 + 2y)
1
37. (a) X, Y ∼ Exp(1/5), independentes, Z = X + Y ⇒ fZ (z) = z e−z/5 , z > 0
25
1 1
(b) fX|Z (x|15) = , 0 < x < 15 ⇒ P (X > 10 | Z = 15) =
15 3
38. (b) P (Y ≥ X/2) = 1/2 (c) fX|Y (x|1) = 1/2, 1 < x < 3 ⇒ P (X ≥ 2 | Y = 1) = 1/2
41. Hipergeométrica(m + n, m, z)
43. Uniforme(0, z)
53. (a) (9/5) e−2 (b) 1/9 (c) 2 (d) E(Y | X = x) = x + 2 (e) 4
Y +1 X X2
55. (a) E(X|Y ) = (b) E(Y |X) = ; E(Y 2 |X) =
2 2 3
2
X
(c) E((X − Y )2 |X) =
3
57. (a) Y ∼ Exp(1) (b) X | Y = y ∼ Exp(1/y) (c) 1
62. 42
63. (a) 1 + Tr−1 + (1 − p) E(Tr ) (b) E(Tr ) = 1/p + (1/p) E(Tr−1 )
r
1 X 1 1 − pr
(c) (d) =
p i=1 p
i pr (1 − p)
64. 6,0705
Z ∞
2 1
66. MY (t) = etx fX (x) dx = √ , t < 1/2
−∞ 1 − 2t
67. Z ∼ U (−2, 2)
n! Γ(1 − t) n!
68. MVn (t) = MWn (t) = = Qn ,t<1
Γ(n + 1 − t) i=1 (i − t)
2
69. MZ (t) = MW (t) = e3t /2 , t ∈ R, portanto Z e W têm distribuição N (0, 3). Se fossem
independentes, teríamos que MZ+W (t) = MZ (t) MW (t) para todo t.
n
2n
70. MY (t) = para t < 2n, Y ∼ Gama(n, 2n)
2n − t
Qn
71. (a) GX (s) = i=1 (1 − pi + pi s) , s ∈ R (b) 0,860715
Capítulo 5
A tabela seguinte resume os três tipos de convergência abordados nesse livro, as ferra-
mentas úteis no estudo de cada um deles e os principais teoremas limites relacionados.
1. Lema de Borel-Cantelli*
2. Modos de Convergência
tem probabilidade 1.
96 Modos de Convergência e Teoremas Limites
P
(b) Xn converge para X em probabilidade, denotado por Xn −→ X, se para qualquer
ε > 0,
P (|Xn − X| > ε) → 0 quando n → ∞.
D
(c) Xn converge para X em distribuição, denotado por Xn −→ X, se
P (Xn ≤ x) → P (X ≤ x) quando n → ∞,
q.c.
Xn −→ X ⇐⇒ P (|Xn − X| > ε infinitas vezes) = 0 para todo ε > 0
∞
!
[
⇐⇒ lim P {|Xk − X| > ε} = 0 para todo ε > 0.
n→∞
k=n
P∞
Em particular, se pn (ε) = P (|Xn − X| > ε) satisfaz n=1 pn (ε) < ∞ para todo ε > 0,
q.c.
então Xn −→ X.
Modos de Convergência 97
D
Xn −→ X ⇐⇒ lim P (Xn = k) = P (X = k) para todo k ∈ N.
n→∞
Essa afirmação em geral não é válida no caso de convergência em distribuição. Para valer,
alguma hipótese adicional é requerida, por exemplo,
D D
(iii) Suponha que Xn −→ X e Yn −→ Y , com Xn e Yn independentes para todo n e X
D
e Y independentes. Então, Xn + Yn −→ X + Y .
98 Modos de Convergência e Teoremas Limites
Observação. Nos itens (i) e (ii) de 2.8, a soma pode ser substituída por diferença, produto
ou quociente.
D D
2.9. Teorema de Slutsky (1925): Se Xn −→ X e Yn −→ c, onde c é uma constante,
então
D
(a) Xn ± Yn −→ X ± c,
D
(b) Xn Yn −→ cX,
D
(c) Xn /Yn −→ X/c se c 6= 0.
√
n (Yn − µ) −→
D
2.10. Método Delta: Sejam Y1 , Y2 , . . . variáveis aleatórias tais que
N (0, σ 2 ), onde µ e σ 2 > 0 são constantes. Se g é uma função derivável no ponto µ, então
√
n (g(Yn ) − g(µ)) −→ N (0, (g ′ (µ))2 σ 2 ),
D
3. Teoremas Limites
Sn − E(Sn ) P
−→ 0. (⋆)
n
Teoremas Limites 99
Sn q.c.
−→ µ.
n
Sn − nµ D
√ −→ N (0, 1).
σ n
Sn − n p D
√ −→ N (0, 1).
n p (1 − p)
D
Xn −→ Poisson(λ).
100 Modos de Convergência e Teoremas Limites
4.1. Uma Lei Forte sem supor distribuições idênticas (Kolmogorov (1933)):
Seja X1 , X2 , . . . uma seqüência de variáveis aleatórias independentes e integráveis, e con-
sideremos Sn = X1 + X2 + · · · + Xn .
P∞
Se n=1 Var(Xn )/n2 < ∞, então
Sn − E(Sn ) q.c.
−→ 0.
n
Suponhamos que: (a) s2n → ∞ quando n → ∞, e (b) existe uma constante M tal que
P (|Xi | ≤ M ) = 1 para todo i.
Então,
Sn − m n D
−→ N (0, 1).
sn
Observação. Esse resultado segue de um Teorema Central do Limite mais geral que foi
provado por J. W. Lindeberg (1922). Para mais detalhes, veja-se, por exemplo, o livro de
Feller [3] (p. 254).
Convergência de momentos 101
5. Convergência de momentos*
q.c. D
Observação. Em 5.3, a hipótese de que Xn −→ X pode ser substituída por Xn −→ X.
No caso particular de Y ser uma constante, o resultado é conhecido como Teorema da
convergência limitada.
Exercícios
Mostre que
(a) P (An infinitas vezes) = 1.
(b) P (Bn infinitas vezes) = 1.
Em palavras, o item (a) garante que com probabilidade 1 ocorrem infinitas caras e o
item (b) estabelece que o evento “duas caras em seguida” ocorre infinitas vezes, com
probabilidade 1.
Sugestão: (b) Para n ≥ 1, defina Cn o evento de que o (2n − 1)-ésimo e o (2n)-ésimo
lançamentos ambos resultam cara.
102 Modos de Convergência e Teoremas Limites
Solução. (a) Para n ≥ 1, seja An = {Xn ≥ (log n)/λ}. Como A1 , A2 , . . . são inde-
P P∞
pendentes e ∞ n=1 P (An ) = n=1 1/n = ∞, temos, pelo Lema de Borel-Cantelli, que
P (An infinitas vezes) = 1. Então,
!
Xn 1
P lim sup ≥ = 1.
n→∞ log n λ
P
(b) Fixado δ > 0, seja Bn = {Xn > (1 + δ) (log n)/λ}, n ≥ 1. Visto que ∞n=1 P (Bn ) =
P∞
n=1 1/n < ∞, obtemos pelo Lema de Borel-Cantelli que P (Bn infinitas vezes) = 0.
1+δ
portanto, !
Xn 1
P lim sup ≤ = 1.
n→∞ log n λ
Xn
lim sup √ = 1,
n→∞ 2 log n
Sugestão: Observe que a independência das Xi ’s não é usada na obtenção do item (c) do
exercício 7.
Observação. Um resultado mais preciso é conhecido como Lei do Logaritmo Iterado, a
qual estabelece que, para X1 , X2 , . . . variáveis aleatórias independentes e identicamente
distribuídas com média 0 e variância 1,
!
Sn
P lim sup √ = 1 = 1.
n→∞ 2n log log n
9∗. Sejam X1 , X2 , . . . variáveis aleatórias positivas tais que E(Xn ) ≤ C para todo n ≥ 1,
onde C é uma constante. Mostre que, para qualquer δ > 0,
!
log Xn
P lim sup ≤δ =1
n→∞ n
e portanto !
log Xn
P lim sup ≤ 0 = 1.
n→∞ n
10. Seja {Xn }n≥1 uma seqüência de variáveis aleatórias tal que cada Xn assume valores
em {0, 1/n, . . . , (n − 1)/n, 1} com P (Xn = j/n) = 1/(n + 1) para j = 0, . . . , n. Mostre
D
que Xn −→ U (0, 1).
Solução. Seja X ∼ U (0, 1), logo
0 se x < 0,
FX (x) = x se 0 ≤ x < 1,
1 se x ≥ 1.
Para n ≥ 1,
0 se x < 0,
FXn (x) = k/(n + 1) se (k − 1)/n ≤ x < k/n, k = 1, . . . , n,
1 se x ≥ 1.
Se 0 ≤ x < 1, então FXn (x) = k/(n + 1) onde k ∈ {1, . . . , n} é tal que (k − 1)/n ≤ x <
k/n. Como FX (x) = x, temos
1 k k k k−1 1
− ≤ − ≤ FXn (x) − FX (x) ≤ − ≤
n+1 n+1 n n+1 n n+1
D
e então também vale (∗). Assim, Xn −→ X.
11. Seja {Xn }n≥1 uma seqüência de variáveis aleatórias, sendo a densidade de Xn dada
por
n xn−1
fXn (x) = , 0 < x < θ.
θn
D
Prove que Xn −→ θ.
D
12. Suponha que Xn ∼ N (0, 1/n), n ≥ 1. Prove que Xn −→ X ≡ 0.
14. Sejam X1 , X2 , . . . variáveis aleatórias i.i.d. com distribuição uniforme em (0, 1), e seja
Nk ∼ Poisson(k) independente de X1 , X2 , . . . Considere
0 se Nk = 0,
Yk =
k mín{X1 , . . . , XNk } se Nk ≥ 1.
Prove que Yk converge em distribuição quando k → ∞, obtendo a distribuição limite.
15. Seja {Xn }n≥1 uma seqüência de variáveis aleatórias tal que Xn ∼ Binomial(n, 1/n2 ).
P
Demonstre que Xn − 1/n −→ 0.
Solução. Observamos que E(Xn ) = 1/n e Var(Xn ) = (1/n) (1 − 1/n2 ). Para qualquer
ε > 0, temos, pela desigualdade de Chebyshev,
!
1 1 1 n→∞
P Xn − >ε ≤ 1− 2 −→ 0.
n n ε2 n
P
Assim, Xn − 1/n −→ 0.
16. Seja {Xn }n≥1 uma seqüência de variáveis aleatórias tais que
P (Xn = n) = 1 − P (Xn = 1/n) = 1/n2 .
P
Mostre que Xn −→ 0.
17. Seja {Xn }n≥1 uma seqüência de variáveis aleatórias i.i.d. com distribuição uniforme
em [0, 1]. Definimos
Yn = mín{X1 , . . . , Xn }, Zn = máx{X1 , . . . , Xn }, Un = n Yn e Vn = n (1 − Zn ), n ≥ 1.
Mostre que
106 Modos de Convergência e Teoremas Limites
P P
(a) Yn −→ 0 e Zn −→ 1.
D D
(b) Un −→ W e Vn −→ W , onde W ∼ Exp(1).
18. Seja X uma variável aleatória assumindo os valores 1 e −1 com probabilidade 1/2
e suponha que {Yn }n≥1 é uma seqüência de variáveis aleatórias independentes de X tais
que
1
P (Yn = 1) = 1 − P (Yn = 0) = 1 − .
n
Definimos a seqüência de variáveis aleatórias {Xn }n≥1 por
X se Yn = 1,
Xn =
en se Yn = 0.
19. Seja {Xn }n≥1 uma seqüência de variáveis aleatórias com E(Xn2 ) < ∞ para todo n ≥ 1.
P
Prove que se lim E(Xn ) = α e lim Var(Xn ) = 0, então Xn −→ α.
n→∞ n→∞
P (Xn = 1) = pn e P (Xn = 0) = 1 − pn .
Prove que
P
(a) Xn −→ 0 se e somente se lim pn = 0.
n→∞
q.c. P∞
(b) Xn −→ 0 se e somente se n=1 pn < ∞.
Além disso, o critério para convergência quase certa dado em 2.4 estabelece que
q.c.
Xn −→ 0 ⇐⇒ P (|Xn | > ε infinitas vezes) = 0 para todo ε > 0.
(a) Se n→∞
lim pn = 0, então para qualquer ε > 0,
n→∞
P (|Xn | > ε) ≤ P (Xn 6= 0) = pn −→ 0,
P P
e portanto Xn −→ 0. Reciprocamente, se Xn −→ 0, então
n→∞
pn = P (|Xn | > 1/2) −→ 0.
Exercícios 107
P∞
(b) Se n=1 pn < ∞, então para qualquer ε > 0,
∞
X ∞
X
P (|Xn | > ε) ≤ pn < ∞.
n=1 n=1
Usando o Lema de Borel-Cantelli, concluímos que P (|Xn | > ε infinitas vezes) = 0 para
q.c.
todo ε > 0, logo Xn −→ 0.
P∞
Por outro lado, se n=1 pn = ∞, então
∞
X ∞
X
P (|Xn | > 1/2) = pn = ∞.
n=1 n=1
Como os eventos {|Xn | > 1/2} são independentes (pois as Xn ’s o são), temos, pelo Lema
de Borel-Cantelli, que P (|Xn | > 1/2 infinitas vezes) = 1. Isso mostra que Xn não converge
para 0 quase certamente.
22∗. Seja {Xn }n≥1 uma seqüência de variáveis aleatórias tais que
1 1
P (Xn = n3 ) = , P (Xn = 0) = 1 − .
n2 n2
q.c.
Prove que Xn −→ 0, porém lim E(Xn ) 6= 0.
n→∞
25∗. Seja {Xn }n≥1 uma seqüência de variáveis aleatórias i.i.d. com distribuição N (0, σ 2 ).
Fixado um número real α, definimos a seqüência {Yn }n≥1 pela fórmula
Y1 = X1 , Yn = α Yn−1 + Xn , n ≥ 2.
108 Modos de Convergência e Teoremas Limites
Pn−1
(a) Mostre que Yn = i=0 αi Xn−i , n ≥ 1.
(b) Obtenha a função geradora de momentos de Yn e a sua distribuição.
(c) Calcule Cov(Ym , Yn ), 1 ≤ m ≤ n.
(d) Prove que se |α| < 1, então
!
D σ2
Yn −→ N 0, .
1 − α2
29. (a) Prove os itens (i) e (ii) do tópico 2.8 (p. 97).
D D
(b) Forneça um exemplo no qual Xn −→ X, Yn −→ Y , porém a soma Xn + Yn não
converge em distribuição para X + Y .
30. Suponha que Zn ∼ N (0, 1) e Vn ∼ χ2n são variáveis aleatórias independentes. Mostre
que
Zn D
Tn = √ −→ N (0, 1).
Vn /n
Sugestão: Recorde-se de que a distribuição χ2n é idêntica à Gama(n/2, 1/2) e obtenha
E(Vn ) e Var(Vn ).
32. Considere uma seqüência infinita de lançamentos independentes de uma moeda, com
probabilidade p de cara em cada lançamento (0 < p < 1). Uma seguida é uma seqüência
de lançamentos de mesmo resultado. Seja Rn o número de seguidas nos n primeiros
lançamentos. Demonstre que
Rn P
−→ 2 p (1 − p).
n
Sugestão: Vejam-se os exercícios 27 do Capítulo 4 e 19 do Capítulo 5.
2 1≤i<j≤n
35. Seja {Xn }n≥1 uma seqüência de variáveis aleatórias i.i.d. com distribuição uniforme
em (0, 1). Definimos a média geométrica de X1 , . . . , Xn por
Y
n 1/n
Yn = Xi .
i=1
Mostre que a seqüência {Yn }n≥1 converge q.c. para uma constante e encontre o valor dessa
constante.
Solução. Seja Zi = log Xi , i ≥ 1. Então, Z1 , Z2 , . . . são variáveis aleatórias i.i.d. (já que
as Xi ’s o são), com
Z 1 Z 1 1
E(Z1 ) = log x dx = lim+ log x dx = lim+ (x log x − x) = −1.
0 ε→0 ε ε→0 ε
110 Modos de Convergência e Teoremas Limites
36. Integração numérica: Suponha que g é uma função contínua, não-negativa, defi-
nida em [0, 1], tal que supx g(x) ≤ 1. O seguinte procedimento visa a aproximar a integral
de g em [0, 1]. Escolhem-se n pontos uniformemente em [0, 1] × [0, 1], e se define Un como
o número de pontos que caem abaixo da curva y = g(x). Prove que
Un q.c. Z 1
−→ g(x) dx.
n 0
37. Uma vareta de comprimento 1 é quebrada de maneira aleatória, o que significa que a
parte restante tem distribuição uniforme em (0, 1). A parte restante é quebrada de modo
similar, e assim por diante.
(a) Seja Xn o comprimento da parte que sobra após a vareta ter sido quebrada n vezes.
Descreva Xn como um produto.
(b) Mostre que a seqüência {log(Xn )/n}n≥1 converge quase certamente, respondendo
qual é o limite.
(c) Obtenha uma aproximação para a probabilidade de que X36 ≤ e−24 .
38. Seja {Xn }n≥1 uma seqüência de variáveis aleatórias i.i.d. com distribuição uniforme
em [0, π]. Encontre constantes A e B tais que
" Pn # Pn
i=1 Xi q.c. i=1 sen Xi q.c.
sen −→ A e −→ B.
n n
39. Seja {Xn }n≥1 uma seqüência de variáveis aleatórias i.i.d. com distribuição N (0, 1).
Definimos a seqüência {Yn }n≥1 por
X12 + · · · + Xn2
Yn = .
(X1 − 1)2 + · · · + (Xn − 1)2
q.c.
Prove que Yn −→ 1/2.
41∗. Seja {Xn }n≥1 uma seqüência de variáveis aleatórias independentes tal que
1
P (Xn = nα ) = P (Xn = −nα ) =
2
Pn q.c.
para algum α ∈ (0,1/2). Mostre que n−1 i=1 Xi −→ 0.
44∗. Uma seqüência de variáveis aleatórias que satisfaz a Lei Fraca dos Grandes
Números, porém não a Lei Forte: Sejam X1 , X2 , . . . variáveis aleatórias independen-
tes tais que P (X1 = 0) = 1 e, para cada n ≥ 2,
1 1
P (Xn = n) = P (Xn = −n) = , P (Xn = 0) = 1 − .
2n log n n log n
Pn
Seja Sn = i=1 Xi .
P
(a) Usando a desigualdade de Chebyshev, prove que Sn /n −→ 0.
(b) Mostre que P (|Xn | > n/2 infinitas vezes) = 1.
(c) Conclua que Xn /n não converge para 0 quase certamente e portanto Sn /n não
converge para 0 quase certamente.
46. Uma marca de chocolate faz uma promoção: alguns dos pacotes incluem vales que
podem ser trocados por uma camiseta. O número de pacotes premiados que se vendem
ao dia em uma loja é uma variável aleatória com distribuição de Poisson de parâmetro
0,3. Estime a probabilidade de que em 120 dias se vendam nessa loja mais de 30 pacotes
com prêmio.
Solução. Para 1 ≤ i ≤ 120, seja Xi o número de pacotes premiados vendidos na loja no
dia i. Sabemos que X1 , . . . , X120 têm distribuição de Poisson(0,3), logo
47. O número médio de canetas que se vendem diariamente em uma papelaria é 30, sendo
a variância 10. Estes valores são 20 e 12 para o número de cadernos vendidos. Sabe-se,
ademais, que a covariância entre as vendas diárias de ambos produtos é 9. Estime a
probabilidade de que o número total de ambos produtos vendidos durante 90 dias esteja
compreendido entre 4400 e 4600.
48. Uma máquina empacota lotes de parafusos. O dono da máquina deseja que pelo menos
90% dos lotes tenham mais de 1000 parafusos sem defeito. Sabendo que a probabilidade
de que um parafuso seja defeituoso é 0,02, qual o menor número de parafusos que deve
colocar por lote?
49. Três emissoras de televisão têm uma árdua competição para obter altos níveis de
audiência. O número médio diário de prêmios milionários distribuídos por cada uma
dessas emissoras é de 5, 3 e 4, sendo 0,5, 0,4 e 0,3 os desvios padrões, respectivamente.
Estime a probabilidade de que o número total de prêmios milionários distribuídos em dois
meses seja superior a 730.
50. O salário em reais dos funcionários de uma empresa tem distribuição de Pareto, com
densidade
5 7005/2
f (x) = , x ≥ 700.
2 x7/2
Qual a probabilidade de que o salário médio de um grupo de 1000 funcionários seja maior
que 1200 reais?
52. Uma moeda honesta é lançada independentemente, até se obterem 450 caras. Estime
a probabilidade de que no máximo 960 lançamentos sejam feitos.
Sugestão: Seja N o número de lançamentos necessários para obter 450 caras. Há duas
abordagens:
(i) Escrever N como a soma de 450 variáveis aleatórias independentes com distribuição
geométrica de parâmetro 1/2.
(ii) Supor que a seqüência de lançamentos da moeda é infinita e usar que {N ≤ 960} =
P
i=1 Xi ≥ 450}, onde Xi é a função indicadora de que ocorre cara no i-ésimo
{ 960
lançamento.
53. Uma pessoa distribui jornais aos transeuntes na esquina de uma metrópole. Suponha
que cada pessoa que passa pelo entregador pega um exemplar do jornal com probabilidade
114 Modos de Convergência e Teoremas Limites
1/3, independentemente das demais. Seja N o número de pessoas que passam pelo entre-
gador até o tempo em que ele entrega suas primeiras 600 cópias. Estime a probabilidade
de que N seja maior que 1740.
55. Usando o Teorema Central do Limite para variáveis aleatórias com distribuição de
Poisson, mostre que
!
−n n n2 nn 1
lim e 1+ + + ··· + = .
n→∞ 1! 2! n! 2
Tomando g(x) = x (1 − x), temos que g ′ (x) = 1 − 2x, portanto usando o Método Delta
concluímos que
√ h i
n X̄n (1 − X̄n ) − p (1 − p) −→ N (0, p (1 − p) (1 − 2p)2 ).
D
Mostre que Pn !
√ i=1 Xi D
n Pn 2
−→ N (0, 1/2).
i=1 Xi
n Yn
60. Sejam {Xn }n≥1 uma seqüência de variáveis aleatórias i.i.d. e g : R → R uma função.
Suponha que E(g(X1 )) = ξ e Var(g(X1 )) = ν 2 , 0 < ν 2 < ∞. Além disso, suponha que Tn
é uma função Tn = Tn (X1 , . . . , Xn ) (uma estatística) que satisfaz
n
X
Tn = g(Xi ) + Rn ,
i=1
√ P
onde Rn / n −→ 0. Prove que
Tn − n ξ D
√ −→ N (0, 1).
nν
61. Seja {Xn }n≥1 uma seqüência de variáveis aleatórias i.i.d. com distribuição uniforme
P
em [0, 2θ], onde θ > 0. Definimos X̄n = n−1 ni=1 Xi . Demonstre que
√
D
n log X̄n − log θ −→ N (0, 1/3).
62. Seja {Xn }n≥1 uma seqüência de variáveis aleatórias i.i.d. com média µ e variância σ 2
P
finita e positiva. Definimos X̄n = n−1 ni=1 Xi .
(a) Mostre que
√ 2
n X̄n − µ2 −→ N (0, 4 µ2 σ 2 ).
D
63∗. Seja {Xn }n≥1 uma seqüência de variáveis aleatórias independentes tal que
1 1
P (Xn = 1) = P (Xn = −1) = , P (Xn = 0) = 1 − , n ≥ 1.
2n n
Pn
Considere Sn = i=1 Xi e demonstre que
Sn q.c. Sn D
−→ 0 e √ −→ N (0, 1).
n log n
116 Modos de Convergência e Teoremas Limites
65∗. (Teorema de Beppo Levi). Suponha que X1 , X2 , . . . são variáveis aleatórias integrá-
veis tais que supn E(Xn ) < ∞. Mostre que se Xn ↑ X quase certamente quando n → ∞,
então X é integrável e
E(Xn ) ↑ E(X) quando n → ∞.
P
68∗. Suponha que Y1 , Y2 , . . . são variáveis aleatórias tais que | nk=1 Yk | ≤ X para todo n,
P P∞
onde X é integrável. Prove que se ∞ n=1 Yn converge quase certamente, então n=1 Yn e
as Yn ’s são integráveis, e !
∞
X ∞
X
E Yn = E(Yn ).
n=1 n=1
P∞
69∗. Suponha que Y1 , Y2 , . . . são variáveis aleatórias tais que n=1 E|Yn | < ∞. Demonstre
P
que ∞ n=1 |Yn | converge quase certamente e é integrável, e
∞
! ∞
X X
E Yn = E(Yn ).
n=1 n=1
Mostre que
N
!
X
E Xn = µ E(N ).
n=1
Pn−1 PN P∞
Sugestão: Defina In = I{N ≥n} = 1 − i=0 I{N =i} e escreva n=1 Xn = n=1 Xn In .
Respostas
(1 − e−y /n)n se y > − log n,
13. FYn (y) =
0 caso contrário.
D
Yn −→ Y com FY (y) = exp{− exp{−y}}, y ∈ R.
0 se y < 0,
14. FYk (y) = 1 + e−k − e−y se 0 ≤ y < k,
1 se y ≥ k.
D
Yk −→ Y com Y ∼ Exp(1).
18. (a) Verdadeira (Para qualquer ε > 0, {|Xn − X| > ε} ⊂ {Yn = 0}).
(b) Falsa ( lim E(|Xn − X|) = lim en /n = ∞).
n→∞ n→∞
31. (a) 1/4, 3/16 (c) n/4, (5n − 2)/16 (d) Use a Desigualdade de Chebyshev.
38. A = 1 e B = 2/π
48. 1027
49. 0,0339
50. 0,1562
52. 0,97
53. 0,84
54. 0,494
60. Utilize o Teorema Central do Limite para a seqüência {g(Xi )}i≥1 e o Teorema de
Slutsky.
Conjuntos
Seqüências
Para uma seqüência {xn }n≥1 de números reais, escrevemos xn → x quando n→∞
lim xn = x;
xn ↑ x significa que x1 ≤ x2 ≤ · · · e xn → x; xn ↓ x significa que x1 ≥ x2 ≥ · · · e xn → x.
Seja {xn }n≥1 uma seqüência de números reais. O limite inferior e o limite superior dessa
seqüência são definidos respectivamente por
Ilim inf n An = lim inf IAn e Ilim supn An = lim sup IAn .
n→∞ n→∞
120 Apêndice
Séries
P∞
Dada uma seqüência {an }n≥1 de números reais, dizemos que a série n=1 an converge se
Pn
a seqüência das somas parciais sn = k=1 ak , n ≥ 1, tem limite finito quando n → ∞.
Caso contrário, a série diverge.
Se os termos são não-negativos (an ≥ 0 para todo n), é claro que as somas parciais formam
uma seqüência não-decrescente, e então a série converge se e somente se a seqüência das
P∞
somas parciais é limitada. Escrevemos n=1 an < ∞ ou = ∞ conforme a série convirja
ou não.
n=2 n (log n)
p
= ∞ se p ≤ 1.
P P
Um critério bastante útil estabelece que as séries de termos positivos n an e n bn são
convergentes ou divergentes simultaneamente se o limite lim an /bn é um número diferente
n→∞
de zero.
P∞
Dada uma seqüência {an }n≥0 de números reais, a série n=0 an xn é chamada uma série
de potências. Definimos
1
R= q ,
lim sup n
|an |
n→∞
P∞
com 1/0 ≡ ∞ e 1/∞ ≡ 0. Então, n=0 an xn converge se |x| < R e diverge se |x| > R.
Denomina-se R o raio de convergência da série de potências.
P∞
Teorema de Abel: Se an ≥ 0 para todo n e n=0 an xn converge para x ∈ (−1, 1), então
∞
! ∞
X X
lim an xn = an ,
x↑1
n=0 n=0
Teorema: Uma série de potências pode ser derivada ou integrada termo a termo qualquer
número de vezes dentro do intervalo de convergência.
Funções
Em palavras, ϕ é convexa se cada ponto na corda entre (x, ϕ(x)) e (y, ϕ(y)) está acima
do gráfico de ϕ. Para uma função ϕ : (a, b) → R duas vezes diferenciável, ϕ′′ (x) ≥ 0 para
todo x ∈ (a, b) é uma condição necessária e suficiente para convexidade.
Segunda decimal de z
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
0,0 0,5 0,504 0,508 0,512 0,516 0,5199 0,5239 0,5279 0,5319 0,5359 0,0
0,1 0,5398 0,5438 0,5478 0,5517 0,5557 0,5596 0,5636 0,5675 0,5714 0,5753 0,1
0,2 0,5793 0,5832 0,5871 0,591 0,5948 0,5987 0,6026 0,6064 0,6103 0,6141 0,2
0,3 0,6179 0,6217 0,6255 0,6293 0,6331 0,6368 0,6406 0,6443 0,648 0,6517 0,3
0,4 0,6554 0,6591 0,6628 0,6664 0,67 0,6736 0,6772 0,6808 0,6844 0,6879 0,4
0,5 0,6915 0,695 0,6985 0,7019 0,7054 0,7088 0,7123 0,7157 0,719 0,7224 0,5
0,6 0,7257 0,7291 0,7324 0,7357 0,7389 0,7422 0,7454 0,7486 0,7517 0,7549 0,6
0,7 0,758 0,7611 0,7642 0,7673 0,7704 0,7734 0,7764 0,7794 0,7823 0,7852 0,7
0,8 0,7881 0,791 0,7939 0,7967 0,7995 0,8023 0,8051 0,8078 0,8106 0,8133 0,8
0,9 0,8159 0,8186 0,8212 0,8238 0,8264 0,8289 0,8315 0,834 0,8365 0,8389 0,9
1,0 0,8413 0,8438 0,8461 0,8485 0,8508 0,8531 0,8554 0,8577 0,8599 0,8621 1,0
1,1 0,8643 0,8665 0,8686 0,8708 0,8729 0,8749 0,877 0,879 0,881 0,883 1,1
1,2 0,8849 0,8869 0,8888 0,8907 0,8925 0,8944 0,8962 0,898 0,8997 0,9015 1,2
1,3 0,9032 0,9049 0,9066 0,9082 0,9099 0,9115 0,9131 0,9147 0,9162 0,9177 1,3
Parte inteira e primeira decimal de z
1,4 0,9192 0,9207 0,9222 0,9236 0,9251 0,9265 0,9279 0,9292 0,9306 0,9319 1,4
1,5 0,9332 0,9345 0,9357 0,937 0,9382 0,9394 0,9406 0,9418 0,9429 0,9441 1,5
1,6 0,9452 0,9463 0,9474 0,9484 0,9495 0,9505 0,9515 0,9525 0,9535 0,9545 1,6
1,7 0,9554 0,9564 0,9573 0,9582 0,9591 0,9599 0,9608 0,9616 0,9625 0,9633 1,7
1,8 0,9641 0,9649 0,9656 0,9664 0,9671 0,9678 0,9686 0,9693 0,9699 0,9706 1,8
1,9 0,9713 0,9719 0,9726 0,9732 0,9738 0,9744 0,975 0,9756 0,9761 0,9767 1,9
2,0 0,9772 0,9778 0,9783 0,9788 0,9793 0,9798 0,9803 0,9808 0,9812 0,9817 2,0
2,1 0,9821 0,9826 0,983 0,9834 0,9838 0,9842 0,9846 0,985 0,9854 0,9857 2,1
2,2 0,9861 0,9864 0,9868 0,9871 0,9875 0,9878 0,9881 0,9884 0,9887 0,989 2,2
2,3 0,9893 0,9896 0,9898 0,9901 0,9904 0,9906 0,9909 0,9911 0,9913 0,9916 2,3
2,4 0,9918 0,992 0,9922 0,9925 0,9927 0,9929 0,9931 0,9932 0,9934 0,9936 2,4
2,5 0,9938 0,994 0,9941 0,9943 0,9945 0,9946 0,9948 0,9949 0,9951 0,9952 2,5
2,6 0,9953 0,9955 0,9956 0,9957 0,9959 0,996 0,9961 0,9962 0,9963 0,9964 2,6
2,7 0,9965 0,9966 0,9967 0,9968 0,9969 0,997 0,9971 0,9972 0,9973 0,9974 2,7
2,8 0,9974 0,9975 0,9976 0,9977 0,9977 0,9978 0,9979 0,9979 0,998 0,9981 2,8
2,9 0,9981 0,9982 0,9982 0,9983 0,9984 0,9984 0,9985 0,9985 0,9986 0,9986 2,9
3,0 0,9987 0,9987 0,9987 0,9988 0,9988 0,9989 0,9989 0,9989 0,999 0,999 3,0
3,1 0,999 0,9991 0,9991 0,9991 0,9992 0,9992 0,9992 0,9992 0,9993 0,9993 3,1
3,2 0,9993 0,9993 0,9994 0,9994 0,9994 0,9994 0,9994 0,9995 0,9995 0,9995 3,2
3,3 0,9995 0,9995 0,9995 0,9996 0,9996 0,9996 0,9996 0,9996 0,9996 0,9997 3,3
3,4 0,9997 0,9997 0,9997 0,9997 0,9997 0,9997 0,9997 0,9997 0,9997 0,9998 3,4
3,5 0,9998 0,9998 0,9998 0,9998 0,9998 0,9998 0,9998 0,9998 0,9998 0,9998 3,5
3,6 0,9998 0,9998 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 3,6
3,7 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 3,7
3,8 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 3,8
3,9 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1, 3,9
Referências Bibliográficas
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