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FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO – AULA 1

Filosofia da Educação

Tema

A temporalidade como desafio ético da formação humana: a filosofia como elemento crítico da
ação educativa
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO – AULA 1

Objetivos desta aula:

•Reconhecer a importância da Filosofia para a sua formação profissional e o desempenho de suas funções
profissionais;

•Destacar a relação entre a Filosofia e demais disciplinas do curso.


FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO – AULA 1

Para que serve a Filosofia da/na Educação?

•Para a construção de uma visão crítica, múltipla e que favoreça à uma visão da totalidade;

•Para que possamos ter uma visão crítica e reflexiva da prática docente e dos sistemas educacionais.
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO – AULA 1

É preciso trazer a Filosofia da Educação para o cotidiano docente refletindo o presente e futuro.

Portanto, vale uma reflexão sobre o tempo...

•Segundo PRIGOGINE (2011), somos feitos de tempo e, neste sentido, filhos do tempo.

•Que tempo é esse? Como lidamos com nosso tempo?


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Somos tempo-máquina, mas não somente. Importa atentar para como vem
sendo produzido historicamente o tempo de que somos feitos, cujo ritmo se
altera, “empoderado” por tecnologias, conduzido por um capitalismo que se
expõe como um vencedor invicto, globalizando-se economicamente em
correspondência com uma cultura que reduz a vida a um jogo do mercado,
com o qual aprendemos a agir automaticamente e a revelar suas demandas,
emudecendo e recusando outros desejos e projetos, desqualificados como
estorvos para uma carreira brilhante ou para o êxito da vida.
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A naturalização do tempo

Essa naturalização do tempo nos faz aceitá-lo, sem discussões, como encadeamento cronologicamente
engessados, reprodutivos , rígidos e mortos, como algo não só extremo às nossas vidas, mas ainda, como
uma realidade, invisível e intocável que deve ter seus padrões de comportamento mantidos para assegurar
a “paz” e evitar calamidades.
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O Tempo

vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.


Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!...”

Mario Quintana
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO – AULA 1
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O que é preciso?

•Estranhar um tempo que está entranhado em nós, para liberá-lo desse lugar invisível e inaudível, que dificulta
nossa crítica e criação, nos permitindo pensá-lo como uma teia viva e dinâmica, inseparável da vida e, dela
constituinte.

Filosofia da Educação

•Refletir com os processos de gestão democrática do tempo para ampliar nossas possibilidades de compreensão
e ação que afetam o tempo, dificultando essa terrível escravidão a um tempo cronológico, mecânico,
automatizado, mercadológico, que vem sufocando as intensidades existenciais e políticas, buscando liberar o
tempo de tantas fatias continuístas, para concebê-lo como um fluxo em que o que é tido como tendo passado
se faz presença e potência, relampejando possibilidades em devir. Assim, outras são as concepções de
aprendizagens, de educação e do processo civilizador.
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Pensando no campo educacional

•É preciso compartilhar os desafios de se recriar e de se construir um tempo mais reflexivo, inclusivo,


plural, produtivo e amoroso dentro das escolas.

•É preciso cuidar das consequências de tecnologias que exigem segredos pelos riscos que implicam
para a sociedade onde está instalada e para a própria humanidade.

Ora, a formação humana, que sustenta escolhas éticas, não pode, prescindir dos processos
de escolarização expansivos.

•É preciso encarar os desafios educacionais contemporâneos.


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Nosso maior desafio

• Ao estudar Filosofia da Educação não podemos nos omitir de um diálogo permanente com a
CULTURA, que vai configurando incessantemente as sociedades, com suas instituições sociais,
entre elas, as escolares.

É preciso refletir sobre os discursos pedagógicos que mobilizam embates na


democracia contemporânea.
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Tempo, História e Walter Benjamin.

•Benjamin contribui para reflexão sobre o tempo e sua crítica é, na verdade, a crítica à repetição.

Benjamin opõe de forma clara o tempo do capitalismo ao tempo tradicional, ou o


tempo do relógio ao tempo do calendário.

•Ele nos propõe uma nova forma de viver o tempo. Uma nova história supõe um novo tempo,
construído.
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Tal como a moda, a história é revivida, mas segundo essa duplicidade: como repetição ou como sentido
inédito, como catástrofe ou como redenção. O que subjaz à abordagem de Benjamin é a crítica à noção
de continuidade temporal:

'A história é o objeto de uma construção cujo lugar não é o tempo homogêneo e vazio',
mas forma um tempo pleno de Jetztzeit, como interrupção do devir abstrato do tempo. A
ideia segundo a qual a história é sempre escrita pelos vencedores é a ideia da 'catástrofe'
como continuidade da história: 'A continuidade da história', diz Benjamin, 'é a dos
opressores' e 'a história dos oprimidos é uma descontinuidade’.
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Para finailizar... “

Como Nietzsche, Benjamin, Foucault e outros filósofos, não endossamos a concepção de uma
história como um continuum, acreditando que ela pode também se fazer por rupturas e saltos,
em um fluxo, sempre em devir, como nos ensinam Bergson e Deleuze, entre outros. Estamos
convencidos de que, não importa quão remoto tenham sido os tempos e as circunstâncias em
que foram elaborados, em suas gêneses, os pensamentos que chegam a nós e nos animam nessa
busca para decifrar as interrogações do mundo, os conflitos da educação, tentando expandir os
horizontes para que caibamos todas e todos e inteiros, com nossos sonhos éticos, nessa vida de
tantas tribulações em que procuramos também encontrar esperanças. Não podemos esquecer
que algumas ideias que julgamos ultra contemporâneas e inéditas procedem de épocas que não
passam e de circunstâncias muito diversas das nossas”. (VENTURA, 2013, p. 13)
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Referências Bibliográficas

BENJAMIN, Walter. Sobre o Conceito de História. In: Obras Escolhidas. São Paulo: Brasiliense,
1985. VENTURA, Magda Maria. Educação e Filosofia: interdependências viscerais. Rio de Janeiro:
Editora Universidade Estácio de Sá, 2013. 128p
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