Estudo de Impacte Ambiental

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DO SISTEMA DE

TELEFÉRICOS E PARQUE AVENTURA DE CURRAL


DAS FREIRAS - MADEIRA
Relatório Técnico
INSTITUTO DAS FLORESTAS E
CONSERVAÇÃO DA NATUREZA IP-RAM
Dezembro 2021

i
Estudo de Impacte Ambiental do Sistema de Teleféricos e
Parque Aventura do Curral das Freiras - Madeira
Relatório Técnico
Instituto das Florestas e Conservação da Natureza

ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO 1

1.1 IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO E DO PROPONENTE...................................................................1

1.2 FASE DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ................................................................................4

1.3 IDENTIFICAÇÃO DA ENTIDADE LICENCIADORA ...........................................................................4

1.4 IDENTIFICAÇÃO DA AUTORIDADE DE AIA ....................................................................................4

1.5 IDENTIFICAÇÃO DA EQUIPA RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DO EIA ............................4

1.6 INDICAÇÃO DO PERÍODO DE ELABORAÇÃO DO EIA ...............................................................6

1.7 ANTECEDENTES DO EIA E DO PROJETO .......................................................................................6

1.7.1 Antecedentes do EIA .............................................................................................................6

1.7.2 Antecedentes do Projeto......................................................................................................6

1.8 ENQUADRAMENTO NO REGIME JURÍDICO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTE AMBIENTAL......6


2 METODOLOGIA, ESTRUTURA E ÂMBITO DO EIA 8

2.1 METODOLOGIA ..................................................................................................................................8

2.2 DEFINIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO E ESCALAS DE TRABALHO ..................................................9

2.3 ESTRUTURA DO EIA ......................................................................................................................... 11

2.4 DEFINIÇÃO DO ÂMBITO DO EIA .................................................................................................. 13

2.4.1 Considerações gerais ........................................................................................................ 13

2.4.2 Domínios e profundidade de análise ............................................................................. 13


3 ENQUADRAMENTO, OBJETIVOS E JUSTIFICAÇÃO DO PROJETO 18
4 DESCRIÇÃO DO PROJETO 20

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4.1 ALTERNATIVAS ................................................................................................................................. 20

4.2 LOCALIZAÇÃO ................................................................................................................................. 20

4.3 ASPETOS RELEVANTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DOS PROJETOS .......................................... 21

4.3.1 Enquadramento .................................................................................................................. 21

4.3.2 Estações ............................................................................................................................... 21

4.3.3 Sistemas de transporte – teleféricos e Zip Line ........................................................... 37

4.3.4 Parque Aventura ................................................................................................................ 48

4.4 INVESTIMENTO GLOBAL................................................................................................................ 58

4.5 PROGRAMAÇÃO DO PROJETO................................................................................................... 58

4.6 FASE DE CONSTRUÇÃO................................................................................................................. 59

4.6.1 Métodos construtivos previstos ........................................................................................ 59

4.6.2 Instalação do Estaleiro...................................................................................................... 60

4.6.3 Recursos e maquinaria envolvida ................................................................................... 60

4.6.4 Efluentes, resíduos e emissões.......................................................................................... 61

4.6.5 Recuperação paisagística de áreas intervencionadas............................................... 63

4.6.6 Meios humanos ................................................................................................................... 64

4.7 FASE DE EXPLORAÇÃO .................................................................................................................. 64

4.7.1 Meios humanos ................................................................................................................... 64

4.7.2 Efluentes, resíduos e emissões previsíveis ...................................................................... 64


5 CONFORMIDADE COM OS INSTRUMENTOS DE GESTÃO TERRITORIAL 66

5.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS ..................................................................................................... 66

5.2 ENQUADRAMENTO NOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO TERRITORIAL ............ 67

5.2.1 Enquadramento geral ................................................................................................... 67

5.2.2 Instrumentos de desenvolvimento territorial ......................................................... 69

5.2.3 Instrumentos de gestão setorial ................................................................................ 76

5.2.4 Instrumentos de Planeamento Local ......................................................................... 82

5.2.5 Condicionantes, servidões e restrições de utilidade pública ......................... 83


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6 DESCRIÇÃO DO ESTADO ATUAL DO AMBIENTE (CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DE


REFERÊNCIA) 84

6.1 METODOLOGIA UTILIZADA ........................................................................................................... 84

6.2 CLIMA E ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS ............................................................................................. 86

6.2.1 Clima..................................................................................................................................... 86

6.2.2 Alterações climáticas ......................................................................................................... 94

6.2.3 Síntese de caraterização do clima e das alterações climáticas ............................ 103

6.3 GEOLOGIA, GEOMORFOLOGIA E SISMICIDADE ................................................................. 104

6.3.1 Considerações Gerais .................................................................................................... 104

6.3.2 Enquadramento geológico regional ............................................................................ 106

6.3.3 Enquadramento geológico local................................................................................... 107

6.3.4 Geomorfologia ................................................................................................................ 108

6.3.5 Património geológico...................................................................................................... 112

6.3.6 Síntese da caraterização .............................................................................................. 113

6.4 HIDROGEOLOGIA ........................................................................................................................ 114

6.4.1 Considerações Gerais .................................................................................................... 114

6.4.2 Enquadramento Hidrogeológico .................................................................................. 114

6.4.3 Síntese da caraterização .............................................................................................. 117

6.5 RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS......................................................................................... 118

6.5.1 Enquadramento................................................................................................................ 118

6.5.1 Hidrografia e massas de água superficiais............................................................... 118

6.5.2 Escoamento superficial ................................................................................................... 121

6.5.3 Captações......................................................................................................................... 123

6.5.4 Qualidade da água ....................................................................................................... 123

6.5.5 Síntese de caracterização ............................................................................................. 124

6.6 SOLOS E OCUPAÇÃO DO SOLO ............................................................................................. 124

6.6.1 Solos................................................................................................................................... 125

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6.6.2 Ocupação do solo ........................................................................................................... 125

6.7 ECOLOGIA - FLORA, VEGETAÇÃO E HABITATS ..................................................................... 127

6.7.1 ÂMBITO E ENQUADRAMENTO ..................................................................................... 127

6.7.2 METODOLOGIA ............................................................................................................... 136

6.7.3 RESULTADOS E ANÁLISE DE DADOS ........................................................................... 138

6.8 ECOLOGIA – FAUNA .................................................................................................................... 142

6.8.1 Enquadramento ................................................................................................................ 142

6.8.2 Metodologia ..................................................................................................................... 146

6.8.3 Caracterização da fauna .............................................................................................. 152

6.9 QUALIDADE DO AR ....................................................................................................................... 165

6.9.1 Considerações Gerais ..................................................................................................... 165

6.9.2 Enquadramento Regional ............................................................................................... 169

6.9.3 Caracterização da zona envolvente do Projeto ....................................................... 171

6.9.4 Dados de qualidade do ar ........................................................................................... 173

6.9.5 Síntese da caraterização da qualidade do ar ......................................................... 178

6.10 GESTÃO DE RESÍDUOS ................................................................................................................ 178

6.10.1 Considerações Gerais ..................................................................................................... 178

6.10.2 Enquadramento Legal ..................................................................................................... 179

6.10.3 Resíduos Urbanos e Frações .......................................................................................... 181

6.10.4 Resíduos de construção e demolição ........................................................................... 186

6.10.5 Outros Resíduos ................................................................................................................ 188

6.10.6 Deposição de resíduos em aterro ................................................................................ 192

6.10.7 Características da área de estudo .............................................................................. 193

6.10.8 Síntese da caracterização da gestão de resíduos ................................................... 193

6.11 AMBIENTE SONORO..................................................................................................................... 194

6.11.1 Introdução ......................................................................................................................... 194

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6.11.2 Enquadramento Legal .................................................................................................... 194

6.11.3 Fontes Emissoras de Ruído ............................................................................................. 195

6.11.4 Recetores Sensíveis ......................................................................................................... 195

6.11.5 Caracterização do Ambiente Sonoro ......................................................................... 198

6.11.6 Síntese da Caracterização ............................................................................................ 201

6.12 PATRIMÓNIO ARQUEOLÓGICO, ARQUITETÓNICO E ETNOGRÁFICO ............................ 201

6.12.1 Introdução ......................................................................................................................... 201

6.12.2 Metodologia..................................................................................................................... 201

6.12.3 Resultados ......................................................................................................................... 205

6.12.4 Síntese ............................................................................................................................... 216

6.13 SOCIOECONOMIA ....................................................................................................................... 216

6.13.1 Considerações Gerais .................................................................................................... 216

6.13.2 Território e demografia ................................................................................................. 217

6.13.3 Ensino ................................................................................................................................. 222

6.13.4 Estrutura do emprego ..................................................................................................... 222

6.13.5 Sectores de atividade económica ................................................................................ 226

6.13.6 Estrutura empresarial ..................................................................................................... 227

6.13.7 Abordagem turística ....................................................................................................... 230

6.13.8 Acessibilidade .................................................................................................................. 239

6.13.9 Caracterização da área de estudo ............................................................................ 239

6.13.10 Síntese da caracterização da Socioeconomia .......................................................... 240

6.14 SAÚDE HUMANA........................................................................................................................... 242

6.14.1 Considerações iniciais ..................................................................................................... 242

6.14.2 Enquadramento................................................................................................................ 243

6.14.3 Caracterização da população ..................................................................................... 245

6.14.4 Infraestruturas de saúde e perfil local de saúde ..................................................... 246

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6.14.5 Qualidade do Ar ............................................................................................................. 248

6.14.6 Ambiente Sonoro.............................................................................................................. 248

6.15 PAISAGEM ...................................................................................................................................... 249

6.15.1 Considerações gerais ...................................................................................................... 249

6.15.2 Enquadramento Geral da Área de Estudo da Paisagem ....................................... 250

6.15.3 Análise Visual da Paisagem .......................................................................................... 258

6.15.4 Síntese de caracterização da Paisagem .................................................................... 268


7 EVOLUÇÃO DO ESTADO DO AMBIENTE SEM O PROJETO 270
8 IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE IMPACTES 271

8.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS........................................................................................................... 271

8.2 IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS AÇÕES GERADORAS DE IMPACTES ............................ 272

8.2.1 Considerações iniciais ..................................................................................................... 272

8.2.2 Ações associadas ao Projeto ......................................................................................... 272

8.3 METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE IMPACTES .................... 274

8.4 IMPACTES NO CLIMA ................................................................................................................... 279

8.4.1 Fase de construção .......................................................................................................... 279

8.4.2 Fase de exploração ........................................................................................................ 279

8.5 IMPACTES NAS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS ............................................................................. 279

8.5.1 Impactes do Projeto nas Alterações Climáticas ......................................................... 279

8.5.2 Impactes das Alterações Climáticas no Projeto ......................................................... 283

8.6 IMPACTES NA GEOMORFOLOGIA E GEOLOGIA ................................................................. 285

8.6.1 Considerações gerais ...................................................................................................... 285

8.6.2 Ações indutoras de impactes na Geomorfologia e Geologia ................................ 285

8.6.3 Fase de construção .......................................................................................................... 286

8.6.4 Fase de Exploração ........................................................................................................ 290

8.7 IMPACTES NA HIDROGEOLOGIA .............................................................................................. 290

8.7.1 Ações indutoras de impactes na Hidrogeologia ....................................................... 290


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8.7.2 Fase de construção ......................................................................................................... 290

8.7.3 Fase de exploração ....................................................................................................... 293

8.8 IMPACTES NOS RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS ........................................................... 293

8.8.1 Ações indutoras de impactes ........................................................................................ 293

8.8.2 Fase de construção ......................................................................................................... 294

8.8.3 Fase de exploração ....................................................................................................... 296

8.9 IMPACTES NOS SOLOS E OCUPAÇÃO DO SOLO ............................................................... 301

8.9.1 Ações indutoras de impacte no Solo ........................................................................... 301

8.9.2 Solos................................................................................................................................... 301

8.9.3 Ocupação do Solo .......................................................................................................... 305

8.9.4 Fase de construção ......................................................................................................... 306

8.9.5 Fase de exploração ....................................................................................................... 309

8.10 IMPACTES NOS SISTEMAS ECOLÓGICOS - FLORA, VEGETAÇÃO E HABITATS ............. 309

8.10.1 Metodologia..................................................................................................................... 309

8.10.2 Ações indutoras de impactes na Flora ........................................................................ 309

8.10.3 Fase de construção ......................................................................................................... 311

8.10.4 Fase de exploração ....................................................................................................... 315

8.11 IMPACTES NOS SISTEMAS ECOLÓGICOS - FAUNA ............................................................. 317

8.11.1 Considerações gerais ..................................................................................................... 317

8.11.2 Ações indutoras de impactes na Fauna ...................................................................... 317

8.11.3 Fase de construção ......................................................................................................... 318

8.11.4 Fase de exploração ....................................................................................................... 324

8.12 IMPACTES NA QUALIDADE DO AR ........................................................................................... 329

8.12.1 Teleféricos e restaurante ............................................................................................... 329

8.12.2 Zip Line .............................................................................................................................. 336

8.12.3 Parque aventura.............................................................................................................. 341

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8.13 IMPACTES NA GESTÃO DE RESÍDUOS ..................................................................................... 346

8.13.1 Ações indutoras de impactes na Gestão de Resíduos .............................................. 346

8.13.2 Fase de Construção ......................................................................................................... 346

8.13.3 Fase de Exploração ........................................................................................................ 354

8.14 IMPACTES NO AMBIENTE SONORO ......................................................................................... 357

8.14.1 Metodologia de previsão dos níveis sonoros ............................................................. 357

8.14.2 Fase de construção .......................................................................................................... 358

8.14.3 Fase de exploração ........................................................................................................ 361

8.15 IMPACTES NO PATRIMÓNIO ARQUEOLÓGICO, ARQUITETÓNICO E ETNOGRÁFICO. 366

8.15.1 Ações indutoras de impactes ......................................................................................... 366

8.15.2 Fase de construção .......................................................................................................... 370

8.15.3 Fase de exploração ........................................................................................................ 374

8.16 IMPACTES NA SOCIOECONOMIA............................................................................................. 376

8.16.1 Enquadramento ................................................................................................................ 376

8.16.2 Teleféricos e restaurante ................................................................................................ 376

8.16.3 Zip Line ............................................................................................................................... 385

8.16.4 Parque Aventura .............................................................................................................. 392

8.17 IMPACTES NA SAÚDE HUMANA ................................................................................................ 399

8.17.1 Ações indutoras de impactes na saúde humana ........................................................ 399

8.17.2 Fase de Construção ......................................................................................................... 399

8.17.3 Fase de Exploração ........................................................................................................ 406

8.18 IMPACTES NA PAISAGEM............................................................................................................ 410

8.18.1 Enquadramento ................................................................................................................ 410

8.18.2 Ações indutoras de impactes na paisagem ................................................................ 411

8.18.3 Fase de Construção ......................................................................................................... 411

8.18.4 Fase de Exploração ........................................................................................................ 415

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8.19 IMPACTES NA FASE DE DESATIVAÇÃO ................................................................................... 426


9 ANÁLISE DE RISCO 428

9.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ......................................................................................................... 428

9.2 ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO ................................................................................... 428

9.3 IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS E AVALIAÇÃO DE RISCOS .................................................... 432

9.3.1 Fase de construção/exploração – causas externas ................................................. 432

9.3.2 Fase de Construção – causas internas......................................................................... 435

9.3.3 Fase de Exploração – causas internas ........................................................................ 436

9.4 MEDIDAS DE MINIMIZAÇÃO PRECONIZADAS AO NÍVEL DOS RISCOS ........................... 441


10 MEDIDAS DE MINIMIZAÇÃO E DE COMPENSAÇÃO 442

10.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS .......................................................................................................... 442

10.1.1 Medidas prévias ao início das obras .......................................................................... 442

10.1.2 Medidas para a Fase de Construção ......................................................................... 444

10.1.3 Medidas para a Fase de Exploração ........................................................................ 449


11 MONITORIZAÇÃO E GESTÃO AMBIENTAL 451

11.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS .......................................................................................................... 451


12 LACUNAS DE INFORMAÇÃO 453
13 CONCLUSÕES 454
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 456

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Índice de Figuras
Figura 1.1 – Enquadramento Administrativo ........................................................................................................... 3

Figura 4.1 – Simulação da Estação de Curral das Freiras ................................................................................ 22

Figura 4.2 – Simulação da Estação do Paredão ................................................................................................. 26

Figura 4.3 – Simulação da estação do Paredão ................................................................................................. 27

Figura 4.4 – Simulação da Estação da Boca da Corrida .................................................................................. 32

Figura 4.5 – Sistema de Teleféricos – cabine com capacidade para 15 passageiros ................................ 39

Figura 4.6 – Sistema de Teleféricos – Balizagem aeronáutica ......................................................................... 39

Figura 4.7 – Sistema de Teleféricos – Torre com balizagem aeronáutica ..................................................... 40

Figura 4.8 – Sistema de Teleféricos........................................................................................................................ 40

Figura 4.9 – Sistema de Teleféricos – cabine com capacidade para 50 passageiros ................................ 43

Figura 4.10 – Cabos portadores, cabo trator e cavalete com boia sinalizadora ........................................ 43

Figura 4.11 – Sistema de Teleféricos – estação superior .................................................................................. 44

Figura 4.12 – Zip Line – Plataforma de arranque............................................................................................... 47

Figura 4.13 – Zip Line – Plataforma de arranque............................................................................................... 47

Figura 4.14 – Zip Line – Plataforma de chegada ............................................................................................... 47

Figura 4.15 – Zip Line – Plataforma de chegada ............................................................................................... 47

Figura 4.16 – Zip Line – Arranque .......................................................................................................................... 47

Figura 4.17 – Exemplo de ponte de cabos ........................................................................................................... 50

Figura 4.18 – Exemplo de tirolesa .......................................................................................................................... 50

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Figura 4.19 – Exemplo de ponte ............................................................................................................................ 51

Figura 4.20 – Exemplo de ponte suspensa ........................................................................................................... 52

Figura 4.21 – Exemplo de ponte de troncos ........................................................................................................ 53

Figura 4.22 – Exemplo de ponte de rede ............................................................................................................ 54

Figura 4.23 – Exemplo de passagem sobre rede ............................................................................................... 55

Figura 4.24 – Exemplo de rede de desembarque.............................................................................................. 55

Figura 4.25 – Exemplo de ponte de tábuas......................................................................................................... 56

Figura 4.26 – Exemplo de ponte de rede em forma de tubo .......................................................................... 57

Figura 4.27 – Exemplo de rede de desembarque.............................................................................................. 58

Figura 4.28 – Exemplo de teia de aranha ........................................................................................................... 58

Figura 5.1 – Plano Regional de Ordenamento Florestal da Região Autónoma da Madeira .................... 75

Figura 6.1 – Variação dos valores mensais da temperatura mínima, média e máxima na Estação do
Funchal (Período de 1971-2000). .......................................................................................................................... 89

Figura 6.2 – Insolação média mensal para a estação do Funchal (Período de 1971-2000). ................... 89

Figura 6.3 – Humidade relativa média do ar mensal às 9:00h (%) na estação do Funchal (Período de
1971-2000) ................................................................................................................................................................ 90

Figura 6.4 – Gráfico com o número de dias médio com céu limpo e céu encoberto na estação
climatológica do Funchal (Período de 1971-2000) ............................................................................................ 91

Figura 6.5 – Gráfico com o número de dias médio com ocorrência de trovoada estação climatológica
do Funchal (Período de 1971 – 2000). ................................................................................................................. 92

Figura 6.6 – Gráfico com a velocidade média do vento mensal na estação climatológica do Funchal
(Período de 1971-2000) .......................................................................................................................................... 92

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Figura 6.7 – Gráfico com a evaporação média mensal (com mediação através de evaporímetro de
Piche; observação das 09 às 09h UTC) na estação climatológica do Funchal (Período de 1971-2000) 93

Figura 6.8 – Precipitação média mensal da estação climatológica do Funchal (Período de 1971-2000)
........................................................................................................................................................................................ 94

Figura 6.9 – Projeção das emissões de GEE até 2100 e identificação dos diferentes RCP ....................... 98

Figura 6.10 – Resumo das principais alterações climáticas projetadas para o Município do Funchal até
ao final do século ..................................................................................................................................................... 103

Figura 6.11 – Enquadramento Geológico .......................................................................................................... 105

Figura 6.12 – Extrato da Carta de Suscetibilidade aos Movimentos de Massa do Concelho de Câmara
de Lobos .................................................................................................................................................................... 110

Figura 6.13 – Zonamento sísmico do Arquipélago da Madeira segundo a NP EN 1998-1, 2010, ...... 112

Figura 6.14 – Modelo hidrológico conceptual da Ilha da Madeira (Prada et al. 2005) ........................ 115

Figura 6.15 – Massas de Água Subterrânea da RH10 ................................................................................... 116

Figura 6.16 – Captações de Água Subterrânea da RH10 ............................................................................. 116

Figura 6.17 – Recursos Hídricos Superficiais ...................................................................................................... 120

Figura 6.18 – Bacia hidrográfica da linha de água com maior representatividade na área de estudo.
..................................................................................................................................................................................... 122

Figura 6.19 – Carta de solos ................................................................................................................................ 144

Figura 6.20 – Carta de Ocupação do solo e Habitats.................................................................................... 145

Figura 6.21 – Áreas Sensíveis ............................................................................................................................... 147

Figura 6.22 – Locais de amostragem de fauna. ............................................................................................... 150

Figura 6.23 – Distribuição da espécie Caseolus calvus. ................................................................................... 165

Figura 6.24 – IQar com o resumo do ano de 2020 – Madeira / Porto Santo .......................................... 175

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Figura 6.25 – IQar com o resumo do ano de 2020 – Funchal ....................................................................... 176

Figura 6.26 – Quantidade de resíduos recolhidos por tipologia................................................................... 183

Figura 6.27 – Receção de resíduos para tratamento e tipo de destino ....................................................... 184

Figura 6.28 – Resíduos enviados para reciclagem ou outras formas de valorização ............................... 185

Figura 6.29 – Principais fontes emissoras de ruído ........................................................................................... 196

Figura 6.30 – Recetores sensíveis na área envolvente ao projeto ................................................................ 197

Figura 6.31 – Extrato do mapa de ruído do município de Câmara de Lobos – indicador Lden (2015) com
sobreposição da área do projeto e do local de medição de ruído utilizado na avaliação acústica
realizada no âmbito do presente EIA. ................................................................................................................. 200

Figura 6.32 – Extrato do mapa de ruído do município de Câmara de Lobos – indicador Ln (2015) com
sobreposição da área do projeto e do local de medição de ruído utilizado na avaliação acústica
realizada no âmbito do presente EIA. ................................................................................................................. 200

Figura 6.33 – Índice de envelhecimento, por freguesia e concelho, em 2011 ............................................ 219

Figura 6.34 – Saldo natural e Saldo migratório para o concelho de Câmara de Lobos (2011-2020) 221

Figura 6.35 – Saldo natural e Saldo migratório para o concelho de Funchal (2011-2020)................... 222

Figura 6.36 – Previsões relativas à situação Nacional e regional e evolução anual da taxa de
desemprego relativa ao 2º trimestre e anos de 2020 e 2021 ...................................................................... 225

Figura 6.37 – Hotéis e Hostéis na Ilha da Madeira .......................................................................................... 232

Figura 6.38 – Estabelecimentos de Turismo Rural na Ilha da Madeira......................................................... 233

Figura 6.39 – Hotéis e Hostéis na proximidade da área de estudo ............................................................. 234

Figura 6.40 – Estabelecimentos de Turismo Rural na proximidade da área de estudo ........................... 234

Figura 6.41 – Identificação do aglomerado e localidades dentro da área de estudo ............................ 240

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Figura 6.42 – Mortalidade proporcional por grandes grupos de causas de morte em 2018, para todas
as idades e ambos os sexos .................................................................................................................................. 247

Figura 6.43 – Hipsometria ..................................................................................................................................... 252

Figura 6.44 – Declives ............................................................................................................................................ 253

Figura 6.45 – Orientação de encostas ................................................................................................................ 254

Figura 6.46 – Imagem tridimensional das vertentes com indicação da área de intervenção (Fonte:
Google Earth Pro) .................................................................................................................................................... 256

Figura 6.47 – Qualidade Visual da Paisagem (QVP....................................................................................... 260

Figura 6.48 – Capacidade de Absorção Visual (CAV) ................................................................................... 261

Figura 6.49 – Sensibilidade Visual da Paisagem (SVP) .................................................................................. 262

Figura 8.1 – Mapa de ruído nível sonoro contínuo equivalente, LAeq do ruído Particular ...................... 363

Figura 8.2 – Bacia Visual da Estação do Curral das Freiras .......................................................................... 416

Figura 8.3 – Bacia Visual da Estação do Paredão........................................................................................... 417

Figura 8.4 – Bacia Visual da Estação da Boca da Corrida ............................................................................ 418

Figura 8.5 – Bacia Visual do parque aventura ................................................................................................. 419

Índice de Quadros
Quadro 1.1 Equipa responsável pela realização do EIA .................................................................................... 4

Quadro 6.1 Características gerais da estação climatológica considerada: .................................................. 88

Quadro 6.2 Subida prevista da temperatura média global do ar à superfície para meados e finais do
século XXI em relação ao período de referência de 1986-2005 ................................................................ 100

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Quadro 6.3 Média das anomalias de temperatura média anual (ºC) quanto ao período de referência
(2040-2100) para o município do Funchal, de acordo com os RCP 4.5 e RCP 8.5 até finais do Século
XXI ............................................................................................................................................................................... 100

Quadro 6.4 Média das anomalias de temperatura máxima anual (ºC) quanto ao período de referência
(2040-2100) para o município do Funchal, de acordo com os RCP 4.5 e RCP 8.5 até finais do Século
XXI ............................................................................................................................................................................... 101

Quadro 6.5 Anomalias de redução de precipitação média anual (%) para o município do Funchal, de
acordo com os RCP 4.5 e RCP 8.5 até finais do Século XXI ........................................................................... 101

Quadro 6.6 Características das massas de água dentro das quais se desenvolve o Projeto ................. 118

Quadro 6.7 Escoamento médio anual gerado em ano seco, médio e húmido na vertente sul da ilha da
Madeira ..................................................................................................................................................................... 121

Quadro 6.8 Volume de escoamento estimado na bacia hidrográfica das linhas de água mais
representativas da área de estudo ...................................................................................................................... 122

Quadro 6.9 Representatividade das unidades de vegetação identificadas na área de estudo ........... 139

Quadro 6.10 Áreas e representatividades dos habitats identificados na área de estudo ..................... 142

Quadro 6.11 Elenco geral das espécies dos grupos faunísticos considerados na inventariação para a
área de estudo. ........................................................................................................................................................ 152

Quadro 6.12 Espécie de anfíbios potenciais e observadas na área de estudo, estatuto de conservação
e tipo de ocorrência................................................................................................................................................. 153

Quadro 6.13 Espécies de répteis potenciais e observadas na área de estudo, estatuto de conservação
e tipo de ocorrência................................................................................................................................................. 154

Quadro 6.14 Espécies de aves potenciais e observadas na área de estudo, estatuto de conservação,
fenologia e tipo de ocorrência .............................................................................................................................. 156

Quadro 6.15 Espécies de mamíferos potenciais e observadas na área de estudo, estatuto de


conservação e tipo de ocorrência ......................................................................................................................... 162

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Quadro 6.16 Valores limite e limiares de alerta, estabelecidos pelo DL n.º 102/2010, de 23 de
setembro (republicado pelo DL n.º 47/2017 de 10 de maio)....................................................................... 166

Quadro 6.17 Emissões nos concelhos de Câmara dos Lobos e Funchal e no território Nacional, excluindo
fontes naturais .......................................................................................................................................................... 169

Quadro 6.18 Características da estação de qualidade do ar ...................................................................... 174

Quadro 6.19 Estação de Santana - Partículas < 10 µm (PM10) .................................................................... 176

Quadro 6.20 Estação de Santana - Ozono (O3) .............................................................................................. 177

Quadro 6.21 Estação de Santana - Dióxido de azoto (NO2)........................................................................ 177

Quadro 6.22 Estação de Santana - Dióxido de enxofre (SO2) .................................................................... 177

Quadro 6.23 Infraestruturas de gestão de RU – ARM 2021 ......................................................................... 185

Quadro 6.24 Recetores sensíveis mais próximos do projeto .......................................................................... 198

Quadro 6.25 Indicadores de ruído Lden e Ln determinados juntos dos recetores sensíveis........................ 198

Quadro 6.26 Comparação entre os indicadores de ruído Lden e Ln determinados juntos dos recetores
sensíveis avaliados e o verificado nos mapas de ruído. .................................................................................. 199

Quadro 6.27 Património documentado na área de estudo............................................................................ 211

Quadro 6.28 População residente, nos anos de 2011 e 2021, por sexo, assim como, a respetiva taxa
de variação e densidade populacional .............................................................................................................. 218

Quadro 6.29 Estrutura etária da população residente segundo os grandes grupos etários e taxa de
variação 2001-2011 .............................................................................................................................................. 220

Quadro 6.30 População residente e Nível de escolaridade, em 2011 ...................................................... 222

Quadro 6.31 População economicamente ativa em 2011 e taxa de desemprego ................................. 223

Quadro 6.32 Desemprego registado segundo o tempo de inscrição e a situação face à procura de
emprego (fim de 2020) .......................................................................................................................................... 223

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Quadro 6.33 Desemprego registado segundo o tempo de inscrição e a situação face à procura de
emprego (setembro de 2021) ............................................................................................................................... 224

Quadro 6.34 Índice de dependência total da população .............................................................................. 226

Quadro 6.35 População residente empregada, por setores de atividade económica em 2011 .......... 227

Quadro 6.36 Empresas por município da sede, segundo a CAE Rev. 3, 2018........................................... 228

Quadro 6.37 Valor acrescentado bruto e emprego total por NUTS II e atividade económica, 2018 .. 231

Quadro 6.38 Hóspedes, dormidas e proveitos de aposento nos estabelecimentos de alojamento turístico
por município, 2019 ................................................................................................................................................. 236

Quadro 6.39 Estabelecimentos e capacidade de alojamento por município, em 31.7.2019 ................. 237

Quadro 6.40 Indicadores relativos à situação sociodemográfica da RAM e Portugal ............................. 245

Quadro 6.41 Hospitais por município, 2018 ...................................................................................................... 246

Quadro 6.42 Proporção de inscritos (%) por diagnóstico ativo, dezembro 2018 – ordem decrescente
(Morbilidade - registo nos Cuidados de Saúde Primários).............................................................................. 247

Quadro 6.43 Indicadores do Inquérito Nacional de Saúde, segundo a Tipologia de áreas urbanas, por
NUTS II, 2019 ............................................................................................................................................................ 248

Quadro 6.44 Classes de QVP presentes na área de estudo da paisagem ................................................ 264

Quadro 6.45 Classes de Capacidade de Absorção Visual presentes na área de estudo da paisagem
..................................................................................................................................................................................... 265

Quadro 6.46 Sensibilidade Visual da Paisagem (SVP) – Matriz de Ponderação ..................................... 267

Quadro 6.47 Classes de SVP presentes na área de estudo da paisagem ................................................. 267

Quadro 8.1 Avaliação de impactes ambientais. Classificadores utilizados ................................................ 278

Quadro 8.2 Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto do
Teleférico na componente das Alterações Climáticas – Fase de Construção............................................... 280

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Quadro 8.3 Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto do
Teleférico na componente das Alterações Climáticas – Fase de Exploração ............................................. 282

Quadro 8.4 Identificação e avaliação dos impactes resultantes das Alterações Climáticas no Projeto do
teleférico – Fase de Exploração ........................................................................................................................... 284

Quadro 8.5 Ações consideradas na análise dos impactes na componente Geologia e Geomorfologia.
..................................................................................................................................................................................... 285

Quadro 8.6 Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto do
Teleférico na componente Geologia e Geomorfologia – Fase de Construção........................................... 289

Quadro 8.7 Ações consideradas na análise dos impactes na componente Geologia e Geomorfologia
..................................................................................................................................................................................... 290

Quadro 8.8 Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto do
Teleférico na componente Hidrogeologia – Fase de Construção .................................................................. 292

Quadro 8.9 Ações consideradas na análise dos impactes na componente Recursos Hídricos Superficiais
..................................................................................................................................................................................... 293

Quadro 8.10 Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Sistema de
Teleféricos e Parque Aventura em Curral das Freiras na componente Recursos Hídricos Superficiais –
Fase de Construção e Exploração ........................................................................................................................ 298

Quadro 8.11 Ações consideradas na análise dos impactes na componente Solos .................................... 301

Quadro 8.12 Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto do
Teleférico na componente Solos – Fase de Construção ................................................................................... 303

Quadro 8.13 Ações consideradas na análise dos impactes na componente Ocupação do Solo ........... 305

Quadro 8.14 Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto na
componente Ocupação do solo - Fase de Construção ..................................................................................... 307

Quadro 8.15 Ações consideradas na análise dos impactes na componente Flora e Vegetação ........... 310

Quadro 8.16 Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto na
componente Flora, Vegetação e Habitats - Fase de Construção ................................................................. 313

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Quadro 8.17 Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto na
componente Flora e Vegetação - Fase de Exploração .................................................................................... 316

Quadro 8.18 Ações consideradas na análise dos impactes na componente Fauna................................... 318

Quadro 8.19 Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto do
Teleférico na componente Fauna – Fase de Construção .................................................................................. 321

Quadro 8.20 Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto do
Teleférico na componente Fauna – Fase de Exploração ................................................................................. 327

Quadro 8.21 Ações consideradas na análise dos impactes na componente Qualidade do ar .............. 329

Quadro 8.22 Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto dos
teleféricos e restaurante na componente Qualidade do ar – Fase de Construção .................................... 332

Quadro 8.23 Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto do
teleférico e restaurante na componente Qualidade do ar – Fase de Exploração .................................... 335

Quadro 8.24 Ações consideradas na análise dos impactes na componente Qualidade do ar .............. 336

Quadro 8.25 Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do projeto da
Zip Line na componente Qualidade do ar – Fase de Construção .................................................................. 338

Quadro 8.26 Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto da
Zip Line na componente Qualidade do ar – Fase de Exploração ................................................................. 340

Quadro 8.27 Ações consideradas na análise dos impactes na componente Qualidade do ar .............. 341

Quadro 8.28 Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do projeto da
Zip Line na componente Qualidade do ar – Fase de Construção .................................................................. 343

Quadro 8.29 Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto da
Zip Line na componente Qualidade do ar – Fase de Exploração ................................................................. 345

Quadro 8.30 Ações consideradas na análise dos impactes na componente Gestão de Resíduos.......... 346

Quadro 8.31 Resíduos potencialmente produzidos durante a fase de construção, classificados de


acordo com o código da LER - Lista Europeia de Resíduos ............................................................................. 349

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Quadro 8.32 Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto na
componente Gestão de Resíduos – Fase de Construção.................................................................................. 351

Quadro 8.33 Estimativa da tipologia de resíduos a ser produzidos com a exploração ......................... 355

Quadro 8.34 Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto na
componente Gestão de Resíduos – Fase de Exploração ................................................................................. 356

Quadro 8.35 Níveis sonoros previstos, no local de avaliação da situação atual, para a fase de
construção do projeto.............................................................................................................................................. 359

Quadro 8.36 Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações associadas à
construção junto dos recetores sensíveis caracterizados pelo local de medição – Fase de Construção 360

Quadro 8.37 Características técnicas e respetiva potência sonora do Sistema de Teleféricos e do Zip
Line. ............................................................................................................................................................................. 361

Quadro 8.38 Níveis sonoros e indicadores de ruído previstos para a fase de exploração junto dos
recetores sensíveis. ................................................................................................................................................... 362

Quadro 8.39 Indicadores de ruído previstos para a fase de exploração e avaliação do critério de
exposição. ................................................................................................................................................................. 362

Quadro 8.40 Avaliação do critério de incomodidade para a fase de exploração junto dos recetores
sensíveis. ..................................................................................................................................................................... 364

Quadro 8.41 Identificação e avaliação dos impactes ambientais nos recetores sensíveis caracterizados
pelo local de medição – Fase de Exploração ................................................................................................... 365

Quadro 8.42 Parâmetros qualitativos e quantitativos para aferição do valor patrimonial .................. 367

Quadro 8.43 Valor patrimonial das ocorrências inventariadas na área de estudo. ................................ 368

Quadro 8.44 Ações consideradas na análise dos impactes na componente Património .......................... 369

Quadro 8.45 Avaliação de impactes sobre o Património Arqueológico, Arquitetónico e Etnográfico


registado na área de estudo ................................................................................................................................ 370

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Quadro 8.46 Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto na
componente Património – Fase de Construção ................................................................................................... 372

Quadro 8.47 Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto na
componente património – Fase de Exploração .................................................................................................. 375

Quadro 8.48 Ações consideradas na análise dos impactes na componente socioeconomia.................... 376

Quadro 8.49 Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do projeto do
Teleféricos e restaurante na componente socioeconomia – Fase de Construção ........................................ 379

Quadro 8.50 Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do projeto do
Teleféricos e restaurante na componente socioeconomia – Fase de exploração ....................................... 383

Quadro 8.51 Ações consideradas na análise dos impactes na componente socioeconomia.................... 385

Quadro 8.52 Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do projeto da
Zip Line na componente socioeconomia – Fase de Construção ....................................................................... 388

Quadro 8.53 Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do projeto da
Zip Line na componente socioeconomia – Fase de exploração ...................................................................... 391

Quadro 8.54 Ações consideradas na análise dos impactes na componente socioeconomia.................... 392

Quadro 8.55 Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do projeto do
Parque Aventura na componente socioeconomia – Fase de Construção ...................................................... 395

Quadro 8.56 Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do projeto da
Zip Line na componente socioeconomia – Fase de exploração ...................................................................... 398

Quadro 8.57 Ações consideradas na análise dos impactes na componente saúde humana ................... 399

Quadro 8.58 Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do projeto na
componente saúde humana – Fase de Construção ............................................................................................ 402

Quadro 8.59 Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do projeto na
componente saúde humana – Fase de Exploração ........................................................................................... 407

Quadro 8.60 Ações consideradas na análise dos impactes na componente Paisagem ............................ 411

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Quadro 8.61 Identificação da Qualidade Visual da Paisagem (QVP) e Sensibilidade Visual da


Paisagem (SVP), por componente do Projeto .................................................................................................... 412

Quadro 8.62 Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto do
Teleférico na componente Paisagem – Fase de Construção ........................................................................... 414

Quadro 8.63 Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto do
Teleférico na componente Paisagem – Fase de Exploração .......................................................................... 425

Quadro 9.1 Perigos para as fases de construção e exploração, podendo cada um deles ser imputados
a causas externas ou internas ao Projeto ........................................................................................................... 430

Quadro 9.2 Critérios de avaliação dos riscos ambientais .............................................................................. 431

Quadro 9.3 Critérios de classificação dos riscos ambientais.......................................................................... 432

Quadro 9.4 Nível de Ação, em função da classificação dos riscos ambientais .......................................... 432

Quadro 9.5 Síntese da Identificação de Perigos e Avaliação de Riscos ..................................................... 438

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Lista de Abreviaturas e Acrónimos


AIA – Avaliação de Impacte Ambiental

AIS – Avaliação dos Impactes na Saúde

IAS – Instituto de Administração da Saúde

APA – Agência Portuguesa do Ambiente, I.P.

ARM – Águas e Resíduos da Madeira

ANAC – Autoridade Nacional de Aviação Civil

ANACOM – Autoridade Nacional de Comunicações

DGEG – Direção Geral de Energia e Geologia

DGPC – Direção Geral do Património Cultural

DGT – Direção Geral do Território

DPH – Domínio Público Hídrico

EEM – Empresa de Eletricidade da Madeira

EIA – Estudo de Impacte Ambiental

EMFA – Força Aérea Portuguesa

ETAR – Estação de Tratamento de Águas Residuais

GEE – Gases com Efeito de Estufa

ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas

IFCN – Instituto das Florestas e Conservação da Natureza

IEM – Instituto de Emprego da Madeira

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IGEOE – Instituto Geográfico do Exército

IGT – Instrumentos de Gestão Territorial

INE – Instituto Nacional de Estatística

IPMA – Instituto Português do Mar e Atmosfera

IQAr - Índice da Qualidade do Ar

LER – Lista Europeia de Resíduos

NUTS – Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos

PAAO – Plano de Acompanhamento Ambiental em Obra

PCIP – Prevenção e Controlo Integrados da Poluição

PCB – Policlorobifenilos

PDM – Plano Diretor Municipal

PGR – Plano de Gestão de Resíduos

PGRH – Plano de Gestão da Região Hidrográfica

PMOT – Planos Municipais de Ordenamento do Território

PM10 – Partículas com diâmetro inferior a 10 μm (partículas inaláveis)

PNAC – Programa Nacional para as Alterações Climáticas

PRAI – Plano de Recuperação das Áreas Intervencionadas

QualAr – Base de dados online sobre a Qualidade do Ar

RAM – Região autónoma da Madeira

RAN – Reserva Agrícola Nacional

RCD – Resíduos de Construção e Demolição

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REEE – Resíduos Equipamentos Elétricos e Eletrónicos

REI – Regime de Emissões Industriais

RELAPE – Raras, Endémicas, Localizadas, Ameaçadas ou em Perigo de Extinção

REN – Reserva Ecológica Nacional

REN – Redes Energéticas Nacionais

RGR – Regulamento Geral do Ruído

RJAIA – Regime Jurídico de Avaliação de Impacte Ambiental

RND – Rede Nacional de Distribuição

RNT – Resumo Não Técnico

SIG – Sistema de Informação Geográfica

SNIRH – Sistema Nacional de Informação dos Recursos Hídricos

SNIAmb – Sistema Nacional de Informação de Ambiente

SRPC – Serviço Regional de Protecção Civil

TURH – Título de Utilização de Recursos Hídricos

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1 INTRODUÇÃO

1.1 IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO E DO PROPONENTE

O presente documento constitui o Relatório Técnico do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do “Sistema de
Teleférico e Parque Aventura no Curral das Freiras”, projeto a desenvolver na Região Autónoma da
Madeira (RAM). Este projeto será localizado na zona do Curral das Freiras, concelho de Câmara de
Lobos, na região centro da ilha da Madeira. O Projeto ficará, também, localizado no interior do Parque
Natural da Madeira e abrangerá, pontualmente, o Zona Especial de Conservação (ZEC) do Maciço
Montanhoso Central da Ilha da Madeira e zona de proteção especial (ZPE do Maciço Montanhoso
Oriental (PTZPE0041).

O projeto será constituído por dois teleféricos, uma Zip Line e um parque aventura, com estações no Curral
das Freiras, no Paredão e na Boca da Corrida.

A estação de Curral das Freiras será localizada no centro da vila, junto à estrada Cónego Camacho. O
acesso a partir do Funchal é efetuado pela Estrada Regional 107 (ER107) e Via Expresso 6 (VE6) através
do túnel do Curral das Freiras, percorrido em cerca de 30 minutos.

A estação do Paredão ficará localizada no Montado do Paredão, junto à linha divisória entre os concelhos
de Câmara de Lobos e do Funchal. O acesso a partir do Funchal é realizado através da ER107 até à
entrada do túnel do Curral das Freiras, seguindo à esquerda pela estrada da Eira do Serrado e Caminho
Florestal das Serras de Santo António, num trajeto ingreme e sinuoso, percorrido em cerca de 30 minutos.
O trajeto alternativo a partir do Funchal será a ER103, com um tempo de viagem de cerca de 1 hora.

A estação da Boca da Corrida ficará localizada no Miradouro da Boca da Corrida, junto ao Posto
Florestal, freguesia do Jardim da Serra, no concelho de Câmara de Lobos, com acesso a partir do Funchal
através da Via Rápida 1 (VR1), Via Rápida 2 (VR2) e estrada da Corrida, com um tempo de viagem de
cerca de 30 minutos.

A implantação geral deste projeto apresenta-se na Figura 1.1.

Este projeto suporta-se na análise do número de visitantes (período pré-pandémico) na zona da Eira do
Serrado/Curral das Freiras, na apetência atual dos turistas pelo contacto com a natureza e atividades
contemplativas, bem como a cada vez maior procura por atividades radicais.

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O projeto constitui, também, uma opção política assente na necessidade de desenvolvimento do interior
da Ilha. Será um fator de crescimento económico da zona, muito particularmente da população do Curral
das Freiras onde atualmente os turistas são em número residual. A grande maioria das visitas limitam-se
à Eira do Serrado para observação do Curral das Freiras e da paisagem montanhosa circundante.
Espera-se que com um meio fácil e seguro de atingir um ponto de observação ainda mais vantajoso que
a Eira do Serrado (Montado do Paredão), se possa incrementar o já elevado número de visitantes naquela
vertente.

O regime jurídico da Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) dos projetos públicos e privados, suscetíveis
de produzirem efeitos significativos sobre o ambiente é estabelecido pelo Decreto-Lei n.º 151-B/2013,
de 31 de outubro, na sua atual redação (republicado no Anexo II do Decreto-Lei 152-B/2017, de 11 de
dezembro). Tomando por referência os limites definidos na alínea a) do n.º 12 do Anexo II para o “Áreas
Sensíveis”: AIA obrigatória para projetos “Pistas de esqui, elevadores de esqui e teleféricos e
infraestruturas de apoio, com comprimento superior a 500 m ou capacidade maior do que 1 800
passageiros por hora”, conclui-se que o projeto em causa está sujeito a AIA, uma vez que qualquer um
dos teleféricos em causa ultrapassa o comprimento consignado: o Sistema de Teleférico Curral das Freiras
– Miradouro do Paredão (para 15 passageiros) terá um comprimento horizontal de 1 063.7 m e o Sistema
de Teleférico Miradouro do Paredão – Miradouro da Boca da Corrida (para 50 passageiros) terá um
comprimento horizontal de 3 015.0 m.

Na Figura 1.1 e no Desenho 1 apresenta-se a implantação do Projeto, enquadramento administrativo e


sobre ortofotomapa à escala 1:5000.

O Proponente deste Projeto é o Instituto das Florestas e Conservação da Natureza IP-RAM (IFCN, IP-
RAM), da Secretaria Regional de Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas.

Os seus dados gerais de contacto são:

¨ Morada: Rua João de Deus nº 12 E, R/C C, 9050-027 Funchal

¨ Telefone: 291 145590

¨ Email: [email protected]

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Estudo de Impacte Ambiental do Sistema de Teleféricos e
Parque Aventura do Curral das Freiras - Madeira
Relatório Técnico
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FIGURA 1.1 – ENQUADRAMENTO ADMINISTRATIVO

Enquadramento da Área de Estudo na Ilha da Madeira


312000 313000 314000 315000 316000 317000 318000
3624000
3623000

Service Layer Credits: Sources: Esri, HERE, Garmin, USGS, Intermap,


INCREMENT P, NRCan, Esri Japan, METI, Esri China (Hong Kong), Esri
Korea, Esri (Thailand), NGCC, (c) OpenStreetMap contributors, and the

Enquadramento Administrativo
São Roque do Faial

Câmara de Lobos Monte

Curral das Freiras Serra de Água São Roque


3622000

Ribeira Brava Curral das Freiras

Paredão

Ribeira Brava

Santo António

Campanário Funchal
Boca da Corrida Jardim da Serra
3621000

Estreito de Câmara de Lobos São Roque


A:\MFA\01_PRODUÇÃO\Em curso\2021\T04321\04Peças_Desenhadas\MXD\T04321_01_V0_Figura_1_1_Enq_Administrativo.mxd - A3 (420mm x 297mm)

Freguesias
Concelhos
3620000

Área de Estudo

Sistema de Teleféricos

Estações

Cabos

Parque Aventura
3619000

Área de implantação do Parque Aventura

0 500 1000
Extrato da Carta Militar de Portugal, Arquipélago da Madeira, Folha5, esc. 1:25 000 m
Sistema de Coordenadas: PTRA08-UTM/ITRF93
Elipsóide: GRS80
Projeção: UTM (Universal Tranverse Mercator)

Estudo de Impacte Ambiental do


Sistema de Teleféricos e Parque Aventura em Curral das Freiras
Figura 1.1 - Enquadramento Administrativo

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Parque Aventura do Curral das Freiras - Madeira
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1.2 FASE DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

O presente EIA incide sobre o projeto em fase de Estudo Prévio.

1.3 IDENTIFICAÇÃO DA ENTIDADE LICENCIADORA

A entidade licenciadora deste Projeto é a Câmara Municipal de Câmara de Lobos.

1.4 IDENTIFICAÇÃO DA AUTORIDADE DE AIA

A Autoridade de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) é a Direção Regional de Ambiente e Alterações


Climáticas, da Secretaria Regional do Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas, do Governo
Regional da Madeira.

1.5 IDENTIFICAÇÃO DA EQUIPA RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DO


EIA

O presente EIA foi desenvolvido pelas empresas TecAmbiente, Lda. e Matos, Fonseca & Associados,
Estudos e Projetos Lda. (MF&A), estando a equipa responsável pela sua realização identificada no
Quadro 1.1.

Quadro 1.1
Equipa responsável pela realização do EIA
Função Nome Formação Académica
Nuno
Ferreira Licenciado em Biologia. Mestre em Gestão de Recursos Naturais
Matos
Licenciada em Engenharia do Ambiente, com uma pós-graduação em Gestão
Coordenação Geral Margarida
Integrada de Sistemas – Ambiente, Segurança e Qualidade e Mestre em
Fonseca
Engenharia do Ambiente – Gestão e Sistemas Ambientais
António
Doutorado em Biologia. Título de Especialista em Ambiente pela Ordem dos
Domingos
Biólogos
Abreu
Alexandra Licenciada em Engenharia do Ambiente. Mestre em Engenharia do Ambiente –
Apoio à Coordenação
Amaral Perfil de Sistemas Ambientais
Miguel
Gamboa da Licenciado em Geografia
Geologia, Geomorfologia, Silva
Tectónica e Hidrogeologia
Débora Licenciada em Engenharia do Ambiente. Mestre em Engenharia do Ambiente –
Rodrigues Perfil de Sistemas Ambientais

Marta Licenciada em Engenharia Biofísica. Pós-Graduação em Avaliação e Cartografia


Machado Municipal de Risco
Solos
Débora Licenciada em Engenharia do Ambiente. Mestre em Engenharia do Ambiente –
Rodrigues Perfil de Sistemas Ambientais

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Função Nome Formação Académica


Licenciada em Engenharia do Ambiente. Mestre em Engenharia do Ambiente –
Filipa Colaço
Perfil Gestão e Sistemas Ambientais
Clima e Alterações
Climáticas Francisco
Licenciado em Engenharia do Ambiente. Mestre em Sistemas Ambientais
Mariano

Recursos Hídricos Débora Licenciada em Engenharia do Ambiente. Mestre em Engenharia do Ambiente –


superficiais Rodrigues Perfil de Sistemas Ambientais

Marta Licenciada em Engenharia Biofísica. Pós-Graduação em Avaliação e Cartografia


Machado Municipal de Risco

António Licenciado em Recursos Florestais – Ramo de Recursos Naturais. Mestre em


Ocupação e Uso do Solo Albuquerque Engenharia Florestal e Recursos Naturais

Luís Vicente Licenciado em Biologia

António Licenciado em Recursos Florestais – Ramo de Recursos Naturais. Mestre em


Albuquerque Engenharia Florestal e Recursos Naturais

Ecologia – Fauna e Flora


Luís Vicente Licenciado em Biologia

Catarina
Licenciada em Biologia. Mestre em Gestão Conservação de Recursos Naturais
Mouta
Nuno
Ferreira Licenciado em Biologia. Mestre em Gestão de Recursos Naturais
Ordenamento do território Matos
e condicionantes
Alexandra Licenciada em Engenharia do Ambiente. Mestre em Engenharia do Ambiente –
Amaral Perfil de Sistemas Ambientais

Licenciada em Engenharia do Ambiente. Mestre em Engenharia do Ambiente –


Filipa Colaço
Perfil Gestão e Sistemas Ambientais
Qualidade do ar
Alexandra Licenciada em Engenharia do Ambiente. Mestre em Engenharia do Ambiente –
Amaral Perfil de Sistemas Ambientais

Licenciada em Engenharia do Ambiente. Mestre em Engenharia do Ambiente –


Filipa Colaço
Perfil Gestão e Sistemas Ambientais
Gestão de Resíduos
Alexandra Licenciada em Engenharia do Ambiente. Mestre em Engenharia do Ambiente –
Amaral Perfil de Sistemas Ambientais

Licenciada em Engenharia do Ambiente. Mestre em Engenharia do Ambiente –


Filipa Colaço
Perfil Gestão e Sistemas Ambientais
Socioeconomia
Alexandra Licenciada em Engenharia do Ambiente. Mestre em Engenharia do Ambiente –
Amaral Perfil de Sistemas Ambientais

Monitar, Engenharia do Ambiente - Empresa acreditada (IPac) que realiza


Ambiente Sonoro Nuno Santos
estudos acústicos

Marta Licenciada em Engenharia Biofísica. Pós-Graduação em Avaliação e Cartografia


Paisagem
Machado Municipal de Risco

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Função Nome Formação Académica


Património Arqueológico, Carla
Licenciada em História - variante Arqueologia
Arquitetónico e Etnográfico Fernandes
Licenciada em Engenharia do Ambiente, com uma pós-graduação em Gestão
Margarida
Integrada de Sistemas – Ambiente, Segurança e Qualidade e Mestre em
Fonseca
Análise de Risco Engenharia do Ambiente – Gestão e Sistemas Ambientais
Licenciada em Engenharia do Ambiente. Mestre em Engenharia do Ambiente –
Filipa Colaço
Perfil Gestão e Sistemas Ambientais
Sistemas de Informação António
Especialista de SIG
Geográfica - SIG Marques

1.6 INDICAÇÃO DO PERÍODO DE ELABORAÇÃO DO EIA

Este estudo foi realizado entre os meses de setembro de 2021 e dezembro de 2021.

1.7 ANTECEDENTES DO EIA E DO PROJETO

1.7.1 Antecedentes do EIA

Não existem antecedentes relevantes ao EIA.

1.7.2 Antecedentes do Projeto

Não existem antecedentes relevantes ao Projeto.

1.8 ENQUADRAMENTO NO REGIME JURÍDICO DE AVALIAÇÃO DE


IMPACTE AMBIENTAL

O regime jurídico da Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) dos projetos públicos e privados, suscetíveis
de produzirem efeitos significativos sobre o ambiente, é estabelecido pelo Decreto-Lei n.º 151-B/2013,
de 31 de outubro, na sua atual redação (republicado no Anexo II do Decreto-Lei 152-B/2017, de 11 de
dezembro).

Como referido anteriormente, de acordo com o Decreto-Lei n.º 151-B/2013, de 31 de outubro, na sua
atual redação (republicado no Anexo II do Decreto-Lei 152-B/2017, de 11 de dezembro), alínea a) do
n.º 12 do Anexo II para “Áreas Sensíveis”, o Projeto enquadra-se em AIA uma vez que qualquer um dos
teleféricos em causa ultrapassa o comprimento consignado: o Sistema de Teleférico Curral das Freiras –
Miradouro do Paredão (para 15 passageiros) terá um comprimento horizontal de 1 063.7 m e o Sistema
de Teleférico Miradouro do Paredão – Miradouro da Boca da Corrida (para 50 passageiros) terá um
comprimento horizontal de 3 015.0 m, sendo o limiar estabelecido para teleféricos e infraestruturas de
apoio, os 500 m. Realça-se que todo o Projeto estará integrado na área protegida do Parque Natural
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da Madeira, abrangendo ainda, parcialmente, a Zona Especial de Conservação (ZEC) do Maciço


Montanhoso Central.

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2 METODOLOGIA, ESTRUTURA E ÂMBITO DO EIA

2.1 METODOLOGIA

A metodologia geral adotada para a realização do EIA decorreu de acordo com as etapas de
desenvolvimento seguintes:

¨ Avaliação e seleção das áreas de Projeto e respetivas condicionantes;

¨ Avaliação da conformidade do Projeto com os instrumentos de gestão territorial, bem como a


análise das servidões e restrições de utilidade pública existentes, destacando-se neste âmbito
a análise dos Planos Diretores Municipais (PDM) dos concelhos de Câmara de Lobos e do
Funchal, bem como de outros planos com incidência territorial (e que se analisam em ponto
específico deste EIA);

¨ Obtenção dos elementos relativos ao estado atual da qualidade do ambiente da área de


estudo, necessários à definição da situação atual (situação de referência):

§ Análise da bibliografia temática disponível e síntese dos aspetos mais relevantes com
interesse para a avaliação dos impactes sobre o ambiente biofísico, socioeconómico
e património;

§ Visitas e reconhecimentos de campo realizados nas áreas de estudo pelos especialistas


envolvidos no EIA, em novembro e dezembro de 2021, com expressão mais
significativa para os domínios dos recursos hídricos, ocupação/uso do solo, ecologia,
património, socioeconomia e paisagem;

¨ Reuniões de trabalho com os diferentes elementos da equipa técnica;

¨ Definição/caracterização do estado atual do Ambiente, segundo metodologias específicas de


caracterização e análise;

¨ Identificação das ações associadas aos Projetos suscetíveis de causar impactes e identificação
dos respetivos potenciais impactes ambientais, determinados pela construção, exploração e
desativação do Projeto;

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¨ Avaliação dos impactes resultantes da implementação do Projeto, utilizando uma metodologia


assente em critérios específicos;

¨ Para os impactes expectáveis, sempre que possível, proposta de medidas de minimização dos
impactes negativos determinados pelo Projeto, tendo-se complementado essa informação com
um Plano de Acompanhamento Ambiental das Obras, que por sua vez integra um Plano de
Gestão de Resíduos.

As metodologias específicas de caracterização e análise dos vários fatores ambientais são apresentadas
em cada um dos capítulos específicos.

A metodologia de avaliação de impactes é apresentada no Subcapítulo 8.3.

2.2 DEFINIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO E ESCALAS DE TRABALHO

A análise efetuada baseou-se, numa fase preliminar, nos elementos de projeto existentes e na informação
bibliográfica disponível, de que se salienta a informação contida nos Planos Diretores Municipais de
Câmara de Lobos e do Funchal, mas também em muitos outros instrumentos de gestão territorial e estudos
de cariz técnico ou científico, existentes para a Região.

Foram, também, utlizadas fontes cartográficas e orto-imagens, por forma a poder identificar as áreas
de influência que deveriam ser objeto de estudo na análise a concretizar.

Com base neste trabalho foi possível estabelecer a área de estudo para o presente Estudo, tendo-se
definido uma área, maioritariamente definida pela orografia do local, considerando sempre a
distribuição das áreas com expressão demográfica, nomeadamente Curral das Freiras.

Desta forma, selecionou-se como área para avaliação dos impactes ambientais diretos do Projeto, aquela
que se apresenta na Figura 1.1 referentes ao enquadramento administrativo do Projeto e sobreposição
do Projeto com ortofotomapas.

Esta área abrange as três Estações do Sistema de Teleféricos a criar (Estação do Curral das Freiras,
Estação do Paredão e Estação da Boca da Corrida), os cabos que as interligam, a Zip Line e a área do
Parque Aventura na Boca da Corrida.

Todas estas infraestruturas que compõem o projeto, estão inseridas no Concelho de Câmara de Lobos e
todas, à exceção do Parque Aventura, ficam localizadas na Freguesia de Curral das Freiras. O Parque
Aventura ocupará áreas da Freguesia de Jardim da Serra.
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Importa, no entanto, referir que sempre que considerado relevante para os objetivos do presente EIA, foi
alargada a área de estudo de cada fator ambiental, de acordo com o critério definido pelos especialistas
das diversas áreas temáticas integrantes no EIA. Por esta razão, não foi considerada apenas a zona
diretamente afetada pelo Projeto – área de estudo restrita – mas também a envolvente na qual se fazem
sentir os efeitos da respetiva construção, exploração e desativação.

Assim, tem-se para os vários fatores ambientais analisados as seguintes áreas de estudo, sem prejuízo de
se fazer sempre que necessário um enquadramento regional para uma melhor compreensão do fator
ambiental em análise:

¨ Ordenamento do território – área de estudo restrita;

¨ Clima e alterações climáticas – área de estudo abrangente de acordo com as estações


meteorológicas representativas;

¨ Geologia, geomorfologia, neotectónica e sismicidade – área de estudo restrita e


enquadramento regional;

¨ Hidrogeologia – área de estudo restrita e enquadramento regional;

¨ Recursos hídricos superficiais – área de estudo restrita, bacias hidrográficas intersetadas e


enquadramento regional;

¨ Solos e ocupação do solo – área de estudo restrita;

¨ Ecologia – flora e habitats – área de estudo restrita;

¨ Ecologia - fauna – área de estudo restrita e enquadramento regional;

¨ Qualidade do ar – área de estudo abrangente (regional e envolvente à área de intervenção


e aos caminhos de acesso);

¨ Gestão de resíduos - área de estudo abrangente – regional;

¨ Socioeconomia – área de estudo abrangente – regional, local e concelhos de Câmara de Lobos


e Funchal;

¨ Paisagem – área de estudo abrangente (área de intervenção com buffer de 3 km);

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¨ Ambiente sonoro atual – área de estudo abrangente (foram avaliados os recetores sensíveis
mais próximos das infraestruturas que constituem o Projeto e onde os impactes ambientais
previsivelmente se pudessem sentir);

¨ Património arqueológico, arquitetónico e etnográfico – área de estudo abrangente onde foi


efetuada prospeção dirigida, sendo que dentro desta área abrangente foi feita prospeção
sistemática na área onde se prevê a instalação das várias infraestruturas que integram o
Projeto.

As bases cartográficas de trabalho adotadas correspondem a escalas que vão desde a 1/25 000 (Carta
Militar), e a escalas de pormenor (ortofotomapas-1/5 000), apresentando-se os resultados a diferentes
escalas, de acordo com os objetivos do trabalho, tendo a carta militar sido a principal base da
cartografia temática.

A noção de tempo, mais difícil de gerir de forma discretizada e definida, foi tratada na base dos
horizontes temporais marcados por acontecimentos concretos que individualizam períodos com
características funcionais específicas – fase de construção, de exploração e de desativação – e que
coincidem com horizontes de curto e médio / longo prazo.

2.3 ESTRUTURA DO EIA

O EIA é constituído por dois volumes, nomeadamente o Relatório Técnico que se apresenta no presente
volume (e que inclui as Peças Desenhadas e os Anexos) e um volume com o Resumo Não Técnico. O
presente Relatório (Relatório Técnico) é constituído por 13 capítulos, cujos conteúdos genéricos se
descrevem seguidamente.

No CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO: foram identificadas as principais características dos diferentes projetos


em estudo (nomeadamente os dois teleféricos, a Zip Line e o Parque Aventura), indicando-se a fase de
desenvolvimento dos mesmos, o Proponente, a entidade licenciadora e dos responsáveis pela elaboração
do Estudo de Impacte Ambiental. Foram ainda referidos os antecedentes do EIA e do Projeto, e feito o
enquadramento dos Projetos no regime de AIA em vigor.

O CAPÍTULO 2 – METODOLOGIA, ESTRUTURA E ÂMBITO DO EIA: que corresponde ao presente Capítulo,


onde se apresenta sumariamente o conteúdo do estudo, se apresenta o resultado da consulta efetuada
às entidades com relação com o Projeto e se define as áreas de estudo.

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No CAPÍTULO 3 – ENQUADRAMENTO, OBJETIVOS E JUSTIFICAÇÃO DO PROJETO: identificam-se os


objetivos do Projeto e apresenta-se a sua justificação.

No CAPÍTULO 4 – DESCRIÇÃO DOS PROJETOS: descreve-se o Projeto tendo em conta a localização e a


constituição geral de cada um deles, salientando-se os principais aspetos relacionados com potenciais
interações com o ambiente nas várias fases do seu desenvolvimento e ao longo da sua vida útil,
nomeadamente, construção, exploração/funcionamento e desativação/conversão.

No CAPÍTULO 5 – CONFORMIDADE COM OS INSTRUMENTOS DE GESTÃO TERRITORIAL: é avaliada a


conformidade dos Projetos com os instrumentos de gestão territorial, e são identificadas as servidões e
restrições de utilidade pública a respeitar.

No CAPÍTULO 6 – DESCRIÇÃO DO ESTADO ATUAL DO AMBIENTE (CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DE


REFERÊNCIA): descreve-se a situação ambiental atual da área em estudo (antes da implementação dos
Projetos), analisando-se as componentes ambientais mais suscetíveis de serem afetadas e/ou perturbadas
pela construção, exploração e desativação dos mesmos.

No CAPÍTULO 7 – EVOLUÇÃO DO ESTADO DO AMBIENTE SEM OS PROJETOS: descreve-se um cenário


previsível da evolução da situação atual na ausência do Projeto, ou seja, a “alternativa zero”.

No CAPÍTULO 8 – IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE IMPACTES AMBIENTAIS: identificam-se e avaliam-


se os principais impactes negativos e positivos, decorrentes das fases de construção, exploração e
desativação ou reconversão do Projeto.

NO CAPÍTULO 9 – ANÁLISE DE RISCOS: São avaliados os riscos associados ao Projeto.

No CAPÍTULO 10 – MEDIDAS DE MINIMIZAÇÃO: identifica-se um conjunto de medidas que permitem


minimizar os impactes negativos.

No CAPÍTULO 11 – MONITORIZAÇÃO E GESTÃO AMBIENTAL: definem-se os documentos fundamentais


para a execução de uma adequada gestão ambiental em obra, nomeadamente o PLANO DE
ACOMPANHAMENTO AMBIENTAL DA OBRA, que por sua vez integra o PLANO DE GESTÃO DE
RESÍDUOS, que permitem verificar o desempenho do Dono de Obra e do Empreiteiro no cumprimento
das medidas de minimização aplicáveis à fase de construção.

No CAPÍTULO 12 – LACUNAS DE CONHECIMENTO: identificam-se as principais lacunas de informação


que surgiram no decorrer do EIA.

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No CAPÍTULO 13 – CONCLUSÕES: resumem-se os principais aspetos do Projeto e da zona onde se insere,


bem como os principais impactes e conclusões do estudo efetuado.

No final apresenta-se a BIBLIOGRAFIA, onde se indica a documentação consultada e que serviu de


referência à elaboração do EIA.

Estes capítulos garantem uma análise completa de todos os fatores ambientais pertinentes, tendo o
aprofundamento da análise dos mesmos sido baseado na definição do âmbito (vd. Capítulo 2.4).

Toda a informação integrada no EIA é acompanhada por figuras, fotografias e desenhos, que permitem
uma melhor compreensão das matérias em análise.

2.4 DEFINIÇÃO DO ÂMBITO DO EIA

2.4.1 Considerações gerais

Um importante requisito para o correto desenvolvimento da análise a assegurar num EIA é a definição
do seu âmbito, isto é, dos domínios de análise a abranger e, acima de tudo, do seu grau de
aprofundamento, em função do tipo de impactes induzidos pelo Projeto, da especificidade e da
sensibilidade do ambiente que o vai acolher.

Embora os domínios de estudo, assim como os aspetos a incluir na análise, estejam identificados e também
contemplados na legislação aplicável, importa reconhecer, na definição do âmbito do presente trabalho,
quais os fatores ambientais que mereceram um cuidado particular e, consequentemente, maior
aprofundamento.

2.4.2 Domínios e profundidade de análise

O principal objetivo do Estudo de Impacte Ambiental do Sistema de Teleféricos e Parque Aventura no


Curral das Freiras - Madeira é a aferição, caracterização e avaliação dos impactes ambientais
resultantes da execução do Projeto, no sentido de, por um lado, permitir à autoridade de AIA tomar uma
decisão sobre a viabilidade do Projeto, e por outro, identificar medidas minimizadoras dos impactes
negativos significativos detetados, de forma a se obter a solução técnico-económica e ambiental mais
favorável. Este segundo aspeto é particularmente importante na fase preliminar de conceção de um
projeto, permitindo contribuir para uma boa definição dos projetos de execução que serão desenvolvidos
em seguida.

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A definição do grau de profundidade da análise dos diferentes fatores ambientais depende, como já foi
referido anteriormente, das características gerais do Projeto, da sensibilidade da área onde se vai
localizar e da sua área de influência. Assim, e tendo em atenção as características, quer do Projeto, quer
da área de implantação, os fatores ambientais selecionados, para o presente estudo, foram os que se
apresentam em seguida. Para cada um deles apresenta-se a metodologia que foi decidido seguir e o
grau de profundidade da análise considerada pertinente, justificando-se. A análise da importância do
descritor, realça-se, foi definida no início do Estudo.

¨ Clima e alterações climáticas – Uma vez que não se previam impactes sensíveis no clima
decorrentes do Projeto, analisaram-se, fundamentalmente, questões microclimáticas. Desta
forma, este fator ambiental é considerado como pouco importante para a avaliação global
do Projeto. A análise proposta passou pela apresentação do enquadramento climático e dos
parâmetros meteorológicos relevantes e de cenários futuros de alterações climáticas.

¨ Geologia, geomorfologia, neotectónica e sismicidade – Estes fatores ambientais, tendo em


atenção a tipologia do Projeto em análise, e a previsão da existência de algumas
interferências com a geomorfologia ou impactes em elementos geológicos, foram considerados
importantes. A análise proposta passou pela caracterização litológica, geomorfológica,
estrutural, tectónica, sismotectónica e recursos minerais. Analisaram-se as interferências do
Projeto com a geomorfologia local, nomeadamente através da sua potencial interferência com
elementos geológicos de particular interesse e património geológico.

¨ Hidrogeologia – Este fator ambiental, tendo em atenção a tipologia do Projeto em análise


não provoca alterações relevantes ou impacta com os recursos hidrogeológicos, considerou-se
como pouco importante. Fez-se a análise da situação hidrogeológica tendo em conta as
formações geológicas, a avaliação dos recursos hídricos subterrâneos e a sua vulnerabilidade
à poluição. Analisaram-se as interferências do Projeto com os recursos hidrogeológicos

¨ Recursos Hídricos Superficiais - Assumindo-se, no Projeto, a salvaguarda das margens e do


escoamento superficial nas linhas de água, e considerando que, no geral, as linhas de água
têm fraca expressão, sendo abrangidas, fundamentalmente, áreas de nascente, considerou-se
este fator ambiental como pouco importante. Concretizou-se a análise da hidrografia na área
de estudo e caracterização das massas de água superficiais das bacias hidrográficas da área
de incidência do Projeto. Foram avaliados os impactes das diferentes componentes do Projeto
na qualidade da água e na alteração do escoamento superficial.

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¨ Solos e Ocupação do Solo – Fez-se a identificação e caracterização das unidades


pedológicas presentes e referência às características morfológicas estruturais dos solos, bem
como a identificação e caracterização das classes de capacidade de uso dos solos e indicação
da ocupação atual do solo. As interferências existentes, quer na fase de construção, quer na
fase de exploração, com o Projeto, foram objeto de uma análise direcionada para a
identificação de potenciais alterações ao nível dos usos. Atendendo a que os solos a interferir
com o projeto têm características florestais/naturais ou urbanas (principalmente na área de
Curral das Freiras), não é, aparentemente, expetável a afetação de solos com aptidão
agrícola, considera-se que este fator ambiental se apresenta como pouco importante. Já no
que concerne à Ocupação dos Solos, e ainda que as intervenções a concretizar sejam
espacializadas e de interferência reduzida, existirão modificações diretas (e expectavelmente
induzidas) na ocupação, pelo que se considera este aspeto como importante;

¨ Ecologia (flora, fauna, vegetação e habitats) – Concretizou-se a análise das potenciais áreas
de especial interesse, nomeadamente os habitats e espécies ocorrentes localmente. Procedeu-
se à localização e caracterização das principais formações florísticas. O projeto incidirá em
áreas com características florestais e, outras, urbanas. Tendo em atenção a relevância que os
aspetos ecológicos podem assumir na Região Autónoma da Madeira, e mesmo sendo claro que
as interferências espaciais diretas do projeto são reduzidas, as potenciais afetações com a
exploração na fauna voadora, sugerem que se considere este fator ambiental como
importante.

¨ Qualidade do Ar – Promoveu-se a caracterização da qualidade do ar, recorrendo sobretudo


à informação disponível e identificação das principais fontes fixas existentes na zona
envolvente. Dado que não são previsíveis impactes negativos significativos na fase de
construção, aquando da realização das atividades previstas, este fator ambiental é assim
considerado como pouco importante para a avaliação global dos Projetos.

¨ Gestão de Resíduos – Efetuou-se uma síntese das questões relacionadas com a gestão de
resíduos na área de intervenção dos Projetos, tendo em conta os resíduos que serão
potencialmente produzidos nas diferentes fases, as entidades/operadores que existem na
região que garantam a recolha/tratamento de resíduos e efluentes, bem como um breve
enquadramento legal deste tema. Tendo em conta que um Projeto desta natureza envolve
reduzida produção de resíduos, considerou-se como um fator ambiental pouco importante no
presente estudo.

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¨ Socioeconomia – Caracterização da socioeconomia da área de influência do projeto com


base em dados estatísticos e dados demográficos pertinentes. Identificação da tipologia de
ocupação e acessos na envolvente. Dada a dimensão do Projeto, e aos reflexos que ele possa
ter no contexto local, nomeadamente pela promoção do turismo a nível local e regional,
considerou-se que é um fator importante.

¨ Paisagem – A paisagem possui, sempre, uma importância bastante relevante na análise das
afetações de qualquer projeto. Esta importância é acrescida quando o projeto se desenvolve
em áreas de características naturais, como é o caso, e onde a paisagem é um dos aspetos
centrais da procura da região. Importa, igualmente, realçar que uma das partes fundamentais
da justificação do projeto passa pela potenciação da oferta de fruição da paisagem. Deste
modo considerou-se este descritor como muito importante, ainda que as afetações esperadas,
à partida, não justifiquem preocupações muito significativas. Procedeu-se a uma
caracterização objetiva com o estudo dos elementos estruturantes do território e o estudo do
funcionamento e da participação de cada elemento no espaço e, posteriormente, a uma
caracterização, mais subjetiva, correspondente à caracterização e à avaliação do resultado
visual do território - paisagem.

¨ Ambiente Sonoro – Avaliou-se a situação tendo por referência a legislação em vigor. O


projeto gera ruído durante toda a fase de construção. Na fase de exploração, apesar dos
baixos níveis de ruído produzidos, face à presença de recetores sensíveis, especialmente na
área da Estação de Curral das Freiras, justifica que se considere este fator ambiental como
importante.

¨ Património arqueológico, arquitetónico e etnográfico – Tendo em atenção as características


locais, considera-se este descritor como pouco importante. Mesmo assim, foi feita a
caracterização das áreas interferidas.

¨ Saúde Humana - Caracterização dirigida à identificação de recetores sensíveis, tendo em


conta a natureza do projeto. Assumiu-se este fator como importante.

Por último, foi ainda avaliada a conformidade do projeto com os Instrumentos de Gestão Territorial. A
análise do ordenamento do território é crucial pois neste contexto é imprescindível analisar os aspetos
que constituem não conformidades com os instrumentos de gestão territorial em vigor, caso existam, e
indicar os procedimentos e diligências que terão de ser tidos em consideração para ultrapassar as
situações identificadas, quando possível, bem como identificar e analisar as restrições em presença

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decorrentes de servidões que constituem naturalmente condicionantes ao Projeto. Assumiu-se esta análise
como muito importante.

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3 ENQUADRAMENTO, OBJETIVOS E JUSTIFICAÇÃO DO PROJETO

O Projeto do Sistema de Teleféricos e Parque Aventura no Curral das Freiras – Madeira, surge a partir
de uma análise do número de visitantes (no período pré-pandémico) na zona da Eira do Serrado/Curral
das Freiras, da avaliação da apetência atual dos turistas pelo contacto com a natureza e atividades
contemplativas, bem como da cada vez maior procura por atividades “radicais”. Estas conclusões fazem
parte do estudo que constitui o Documento Estratégico para o Turismo na RAM 2015-2020 (ACIF), em
colaboração com a KPMG e publicado em janeiro de 2015.

A enorme importância que o turismo assume na Região Autónoma da Madeira (e, genericamente, em
Portugal) é clara. No referido estudo conclui-se que o Setor do Turismo desempenha um papel
fundamental na economia da Região, envolvendo diversos sectores da atividade económica, incluindo
hotelaria, operadores turísticos, agências de viagem, restauração, comércio, portos, aeroportos,
companhias aéreas, empresas de transporte, empresas de animação turística, estabelecimentos de ensino
e entidades governamentais.

No mesmo estudo é referido que, tendo como referência o ano de 2013, se pode estimar que o impacto
global do sector na economia RAM represente aproximadamente 30% do VAB gerado, 24% do PIB e
mais de 15% do total de emprego da Região. Estes números estarão, certamente, alterados pelo período
pandémico que foi atravessado, mas confere uma clara imagem da importância do setor.

Nesse documento foi igualmente feita uma análise do turismo na Região e dos desafios que enfrenta. A
reduzida estruturação do produto turístico é considerada como uma das principais razões para a
minimização das experiências do turista e a limitação do aumento do gasto turístico. A diversificação das
ofertas (nomeadamente, da tipologia das ofertas) constitui um fator valorizador da estratégia pretendida
para a RAM.

Por outro lado, o Projeto constitui também uma opção política assente na necessidade de desenvolvimento
do interior da Ilha. Será um fator de crescimento económico da zona, muito particularmente da população
do Curral das Freiras onde, atualmente, a presença de turistas é reduzida. A grande maioria das visitas
limitam-se à Eira do Serrado para observação do Curral das Freiras e da paisagem montanhosa
circundante.

É assim esperado que com a criação de um meio fácil e seguro de atingir um ponto de observação ainda
mais vantajoso que a Eira do Serrado (Montado do Paredão), se possa incrementar o já elevado número
de visitantes naquela vertente.

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Efetivamente, o número de visitantes (na fase pré pandemia) na Eira do Serrado era da ordem dos
325 000. Acredita-se que o número de utilizadores do Sistema de Teleféricos possa ser idêntico. Se por
um lado não se espera que 100% dos visitantes o utilizem, por outro, acredita-se que com novos focos
de interesse na zona, o número total de visitantes possa ser incrementado.

A utilização do túnel de ligação ao Curral das Freiras (VE6), conjugada com a subida através do
teleférico, evitará igualmente a perigosa estrada da Eira do Serrado, eliminando também esse fator que
é reconhecido pelas entidades locais como muito limitativo.

A localização da Estação no centro da povoação de Curral das Freiras, permitirá dinamizar toda a vida
desta povoação, com expetáveis benefícios a diversos níveis.

O teleférico entre Miradouro do Paredão – Boca da Corrida, oferecerá uma observação privilegiada
de toda a paisagem durante aproximadamente 10 minutos. Realça-se, igualmente, o facto de vir a
constituir o 2º maior vão do mundo, o que se espera constituir fator de atração para mais visitantes.

O Parque Aventura, disponibilizará atividades radicais e de contacto com a natureza, baseado na área
limite da Posto Florestal e apoiada no denso arvoredo que a rodeia. O Zip Line completará a oferta,
através da opção de uma atividade radical, segura e para todas as idades, com a característica especial
de ser o mais longo da Europa.

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4 DESCRIÇÃO DO PROJETO

4.1 ALTERNATIVAS

A análise de alternativas suporta-se na identificação de opções viáveis para a concretização dos mesmos
objetivos aos quais se propõe o Projeto em análise.

No caso presente, em que se pretende a concretização de um projeto de grande especificidade e que


tenha efeitos diretos (bem como indiretos e induzidos) no turismo regional, a identificação de alternativas
torna-se um exercício complexo.

Efetivamente, o Projeto em análise responde a uma justificação devidamente apresentada no presente


Documento e apresentada no Capítulo anterior.

Para além da aposta específica no turismo e no aumento da atração de turistas à Região, o Projeto
constitui também uma opção política assente na necessidade de desenvolvimento do interior da Ilha. Será
um fator de crescimento económico da zona, muito particularmente da população do Curral das Freiras
onde, atualmente, a presença de turistas é reduzida. A grande maioria das visitas limitam-se à Eira do
Serrado para observação do Curral das Freiras e da paisagem montanhosa circundante.

Desta forma, o Projeto em causa não apresenta verdadeiras alternativas que não sejam aquela da sua
não concretização – a Alternativa Zero.

4.2 LOCALIZAÇÃO

O Sistema de Teleféricos e Parque Aventura no Curral das Freiras ficará localizado na zona do Curral
das Freiras, concelho de Câmara de Lobos, na região centro da ilha da Madeira, Região Autónoma da
Madeira. Como já referido, este sistema será constituído por vários elementos.

A estação de Curral das Freiras ficará localizada no centro da vila com o mesmo nome, junto à estrada
Cónego Camacho. O acesso a partir do Funchal será efetuado pela Estrada Regional 107 (ER107) e Via
Expresso 6 (VE6), através do túnel do Curral das Freiras (percurso passível de ser percorrido em cerca
de 30 minutos).

A estação do Paredão ficará localizada no Montado do Paredão, no concelho de Câmara de Lobos,


junto à linha divisória entre este concelho e o concelho do Funchal. O acesso a partir do Funchal é realizado
através da ER107 até à entrada do túnel do Curral das Freiras, seguindo à esquerda pela estrada da
Eira do Serrado e Caminho Florestal das Serras de Santo António, num trajeto ingreme e sinuoso,

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percorrido em cerca de 30 minutos. O trajeto alternativo a partir do Funchal será a ER103, com um tempo
de viagem de cerca de 1 hora.

A estação da Boca da Corrida ficará localizada no Miradouro da Boca da Corrida, junto ao Posto
Florestal, freguesia do Jardim da Serra, no concelho de Câmara de Lobos, com acesso a partir do Funchal
através da Via Rápida 1 (VR1), Via Rápida 2 (VR2) e estrada da Corrida, com um tempo de viagem de
cerca de 30 minutos.

O Parque Aventura situar-se-á na Boca da Corrida, ocupando uma área de terreno com cerca de 2,83
ha, localizado a Oeste da estrada da Corrida, junto ao Posto Florestal da Boca da Corrida.

4.3 ASPETOS RELEVANTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DOS PROJETOS

4.3.1 Enquadramento

Como se referiu, o Projeto é composto por várias componentes, nomeadamente dois teleféricos e um
parque aventura. Por facilidade de apresentação dos elementos, a mesma será feita considerando as
estações, os teleféricos propriamente ditos e o parque aventura.

4.3.2 Estações

4.3.2.1 Estação do Curral das Freiras

Esta estação ficará implantada no limite urbano nascente da povoação. Será destinada ao Zip Line que
ligará a ligar Boca da Corrida ao Curral das Freiras e ao teleférico para cabines de 15 passageiros,
que conecta com a estação do Paredão.

Terá como edifício de apoio uma construção já existente, que se pretende reabilitar integralmente.

A entrada, a partir do terraço frontal da edificação existente, com a chegada do Zip Line e a estação
do teleférico, será articulada, através de um sistema de passadiços.

Dado que o desnível entre o piso de entrada e a cota da plataforma do teleférico é de cerca de 13
metros, será criado um sistema de acessos verticais – escadas e elevadores – que garante a
acessibilidade inclusiva aos equipamentos.

A integração do conjunto dos novos volumes na paisagem urbana envolvente foi preocupação
fundamental, pelo que se optou por um sistema de passadiços e escadas em ferro e madeira de forma

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a minorar o impacto da construção em que o acesso à plataforma do teleférico se faz, pela mesma razão,
através de um túnel.

Refira-se que a área possível de implantação, tanto da estação do teleférico, como da plataforma do
Zip Line, é muito condicionada devido a requisitos regulamentares, com particular relevo por aqueles que
dizem respeito à segurança e direitos de propriedade.

Na Figura 4.1 apresenta-se uma simulação do proposto.

Figura 4.1 – Simulação da Estação de Curral das Freiras

A proposta do projeto de arquitetura prevê, como referido atrás, a reabilitação e remodelação do


edifício existente. Esta reabilitação/remodelação será concretizada através da alteração de
compartimentação interior e a demolição da laje de pavimento do piso 2, criando uma zona de duplo
pé direito entre o piso 0 e a cobertura.

A estrutura do edifício existente, aparenta ser estruturalmente constituída por paredes exteriores em
alvenaria de pedra e lajes de piso em betão armado. O edifício é ainda dotado de uma laje de esteira
em vigamentos de madeira e ripado, constituindo o teto do piso 2.

Na reabilitação da estrutura prevê-se a picagem das paredes de alvenaria até à pedra e projeção de
novo reboco à base de cal. Caso se verifique a necessidade de reforço estrutural das paredes poderá
optar-se pelo seu revestimento, pelo interior, com uma camada, com cerca de 6cm de espessura, de betão
projetado com inclusão de uma malha electrosoldada pregada à parede.
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As fissuras, a existirem, serão colmatadas com o recurso à injeção de resinas epoxídicas.

Prevê-se a construção, em betão armado, de um novo lanço de escadas entre o piso 1 e o piso 0 e a
introdução de um elevador ligando estes dois pisos.

Prevê-se também a reparação dos vigamentos de madeira constituintes da estrutura da cobertura que
se verifiquem estar degradados, através da sua substituição por vigamentos de igual secção, bem como
as soluções de reforço consideradas necessárias de acordo com as demolições interiores propostas.

O pátio no tardoz do edifício da estação e a plataforma de embarque do teleférico apresentam um


desnível de cota de cerca de 8,60m. Para a interligação das duas plataformas está prevista a construção
de um núcleo de escadas e elevador, seguido de uma galeria enterrada com cerca de 9m de
comprimento.

A sua construção será executada em escavação, com recurso a contenção periférica, dada a proximidade
de edificações existentes. Dependendo das características geológicas e geotécnicas dos estratos
intersectados para implantação do núcleo de escadas e de elevador, a estrutura periférica a construir
poderá passar por uma simples parede de betão projetado com malha de aço pregada, no caso de se
tratar de estratos rochosos competentes, ou caso contrário, com recurso a paredes ancoradas do tipo
Berlim em betão armado.

A estrutura dos passadiços e rampas de acesso será de execução em perfis metálicos estruturais e
acabamento de piso em pavimento de madeira tipo “deck” adequado a ambiente exterior.

A plataforma do teleférico será constituída por paredes, pilares, maciços de ancoragem e lajes em
estrutura de betão armado. A estrutura da plataforma albergará os sistemas eletromecânicos de
sustentação e fixação dos cabos portadores e de tração do teleférico. Considera-se ainda a execução
de uma estrutura metálica para suporte de uma cobertura ligeira da plataforma constituída por ripado
de madeira.

O Curral das Freiras localiza-se em depósitos sedimentares recentes de movimentos de massas, cujo
material está muito alterado, sendo facilmente “lavado” e transportado. Para a definição do tipo e
sistema de fundações a adotar para as novas estruturas a construir é fundamental e imprescindível, em
fase de projeto de execução, proceder à caraterização geológico-geotécnica dos estratos de fundação.
Especial atenção deverá ser dada às fundações da estrutura de betão armado de suporte e ancoragem
dos cabos do Sistema de Teleféricos, que mobilizam elevadas forças e tensões ao nível da fundação.

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O abastecimento elétrico desta Estação será feito a partir da rede elétrica existente, sendo necessário
para a estação no Miradouro do Paredão a construção de um Posto de Transformação (PT) com uma
nova ligação de média tensão.

O abastecimento de água também será concretizado através da rede pública existente localmente, no
caso da Estação de Curral das Freiras. Estas instalações serão abastecidas pelas infraestruturas Públicas
que se admite têm capacidade de caudal e pressão para abastecer as instalações previstas. Em termos
funcionais o abastecimento de água ao edifício destina-se aos consumos gerais de água fria. Já as
Estações no Miradouro de Paredão e no Miradouro da Boca da Corrida não têm infraestrutura pública
de abastecimento na sua proximidade. No caso da Estação no Miradouro do Paredão prevê-se a
construção de um reservatório com a capacidade de 4 m3 que será abastecido por intermédio de
autotanques. O abastecimento de água na estação do Miradouro da Boca da Corrida será realizado
através de uma conduta elevatória que transportará a água desde o reservatório público da Corrida
(localizado a cerca de 1,5 km) para um reservatório a construir a meia encosta, junto à estrada, e, a
partir deste, para os reservatórios no edifício, tanto para a rede de água para consumo humano como
para a rede de combate a incêndio.

O ramal de alimentação ao edifício será dimensionado tendo em conta os caudais necessários.

A produção de água quente sanitária, se necessária, fará parte do projeto de aquecimento e será
fundamentalmente efetuada com recurso termoacumuladores elétricos.

No que concerne à drenagem de águas residuais e pluviais, e dado existirem infraestruturas Públicas com
capacidade para receber e coletar os efluentes provenientes das futuras Instalações, o
desembaraçamento dos mesmos será efetuado para as referidas redes de forma gravítica.

A rede de Águas Pluviais a construir destina-se a recolher e coletar todas as águas pluviais caídas na
cobertura do edifício.

As águas precipitadas na cobertura do edifício são encaminhadas para ralos e tubos de queda que as
conduzirão ao piso 0 a caixas de receção e ou ligação. A partir destas caixas os efluentes serão
encaminhados por intermédio de ramais de ligação à rede pública.

No extremo montante dos tubos de queda serão montados ralos de pinha, de modo a impedir a entrada
de detritos no sistema.

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A rede de drenagem de águas residuais domésticas no interior do edifício integrará a recolha e


escoamento das águas residuais produzidas nas instalações sanitárias para posterior descarga na rede
exterior.

Resumem-se as principais características deste espaço.

Área Total de Implantação 272,8 m2

Área de Implantação da Estação 107,1 m2

Área de Implantação do Edifício de Apoio 118,0 m2

Elevador + “túnel” + escadas exteriores 47,7 m2

Passadiços 101,4 m2

Área Total de Construção - Edifício de Apoio 235,8m2

Piso 0 117,8 m2

Piso -1 118,0 m2

Programa/ Áreas Úteis

Piso 0

Receção – loja – bilheteira 33,4 m2

Instalação sanitária mulheres 6,7 m2

Instalação sanitária homens 7,1 m2

Instalação sanitária para utentes com mobilidade condicionada 3.7 m2

Piso -1

Cafetaria 31,2 m2

Acessos verticais: escada e elevador para 16 passageiros 15,8 m2

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4.3.2.2 Estação do paredão

A Estação do Paredão, agregará, efetivamente duas zonas afetas aos teleféricos: a estação para cabines
de 15 passageiros, ligada ao Curral das Freiras e a estação para as cabines de 50 pessoas, que conecta
à Boca da Corrida.

Com a cobertura a acompanhar o desnível do terreno, a estação do teleférico do Paredão é marcada


pela grande abertura, axial, pela qual se tem acesso à plataforma de saídas e chegadas.

Enfatiza o eixo central a escadaria a acompanhar o terreno pela qual se acede ao átrio central, onde
se encontram as bilheteiras, back-office, instalações sanitárias e acesso à área técnica, em cave.,

A ligação entre estações faz-se através de um passadiço em madeira, com a inclinação regulamentar
para utilização por utentes com mobilidade condicionada.

Na Figura 4.2 e Figura 4.3 apresenta-se uma simulação do proposto.

Figura 4.2 – Simulação da Estação do Paredão

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Figura 4.3 – Simulação da estação do Paredão

A Estação do Paredão será constituída por 3 edifícios independentes: estação do teleférico de 15


passageiros (Curral das Freiras – Paredão), estação do teleférico de 50 passageiros (Paredão - Boca
da Corrida), junto ao edifício das bilheteiras, instalações sanitárias e apoio.

As plataformas dos teleféricos serão constituídas por paredes, pilares, maciços de ancoragem e lajes em
estrutura de betão armado. A estrutura da plataforma albergará os sistemas eletromecânicos de força
motriz, de sustentação e fixação dos cabos portadores e de tração dos teleféricos.

O edifício de apoio ao teleférico de 50 passageiros (Paredão - Boca da Corrida) será constituído por
uma cave, piso térreo e cobertura. A estrutura de suporte será em betão armado, constituída por paredes,
pilares, vigas e lajes. A cobertura do edifício será constituída por uma laje de betão armado suportada
por um sistema de vigas de betão armado com algum porte, para vencer os vãos que se apresentam
entre os pilares, também em betão armado.

A plataforma do teleférico de 15 passageiros terá uma cobertura aligeirada constituída por estrutura
metálica e ripado de madeira.

Será construído um passadiço de interligação das duas estações, que distam cerca de 35 m, em estrutura
de perfis metálicos estruturais e acabamento de piso em pavimento de madeira tipo “deck” adequado a
ambiente exterior

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O local de implantação da estação do Paredão enquadra-se em depósitos piroclásticos, geralmente


alterados, aspeto denunciado pelas cores acastanhadas-alaranjadas-amareladas dos afloramentos,
merecendo especial atenção dado o provável grau de alteração da unidade litoestratigráfica e pela
proximidade à vertente. Para a definição do tipo e sistema de fundações a adotar para as novas
estruturas a construir é fundamental e imprescindível proceder à caraterização geológico-geotécnica dos
estratos de fundação, em fase de projeto de execução. Especial atenção deverá ser dada às fundações
da estrutura de betão armado de suporte e ancoragem dos cabos do Sistema de Teleféricos, que
mobilizam elevadas forças e tensões ao nível da fundação.

A alimentação de energia em baixa tensão para esta Estação será feita a partir de Posto de
Transformação (PT) a construir, com uma potência instalada estimada de 1.000 kVA. Este posto será para
serviço particular, do tipo monobloco pré-fabricado em betão. A tensão da rede de MT na zona é 6,6
kV.

A energia para este PT será disponibilizada através de uma nova ligação em média tensão, a executar.
No seguimento dos contactos já efetuados, e para o valor de potência previsto, o estudo preliminar já
efetuado pela EEM, Empresa de Electricidade da Madeira, com os critérios de fornecimento aos clientes
aponta na pior das hipóteses para a necessidade de uma ligação direta a partir da subestação Santa
Quitéria, a uma distância de cerca de 8 km.

No que concerne ao abastecimento de água, por não existir possibilidade de abastecer a zona por
intermédio da rede pública prevê-se a construção de um reservatório com a capacidade de 4 m3 que
será abastecido por intermédio de autotanques.

No dimensionamento das infraestruturas de águas consideraram-se os seguintes pressupostos:

¨ População: 100 habitantes-equivalentes;

¨ Capitação: 20 l/hab.dia;

¨ Reserva de água para consumo: 2 dias, o que resulta num volume útil para o reservatório de
consumo de 4 m3.

O reservatório será constituído por duas células de 2 m3 cada de modo a possibilitar as ações de limpeza
e manutenção que será localizado nas instalações do Edifício.

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Para garantir a qualidade da água armazenada no reservatório, este deve ser lavado e desinfetado
com uma periodicidade adequada, recomendando-se a sua realização anual ou sempre que ocorrerem
reparações ou suspeita de contaminação. Considerando que a lavagem e desinfeção têm de ser
realizados com as células vazias, estas operações devem ser programadas de modo a minimizar os
desperdícios e a falta de água.

Será previsto um sistema de tratamento de água a montante do reservatório. O sistema de tratamento


consiste num sistema de filtração e desinfeção. Será previsto um sistema de recloragem da água que sai
do reservatório, ou seja, a jusante deste, controlado por electroválvula.

Será ainda prevista a construção de um reservatório destinado ao combate a incêndio em betão armado
com a capacidade de 60m3, localizado junto do edifício, sendo este constituído por duas células
independentes de 30 m3 cada. Cada célula do reservatório terá que ser dotada de válvulas de
seccionamento, válvulas de flutuador e detetores de nível (nível mínimo e nível máximo), descarga de
fundo e de superfície. As descargas das células encontram-se ligadas à rede de águas pluviais.

Em espaço contiguo ao reservatório (compartimento adjacente) será instalada a central hidropressora de


incêndio de modo a se conseguir abastecer as redes propostas.

A central de bombagem será constituída por duas bombas principais redundantes, isto é, cada uma delas
alimenta a totalidade das redes hidráulicas, e uma bomba auxiliar (jockey) destinada a manter a pressão
mínima na rede, evitando o arranque desnecessário das bombas principais. Neste caso em particular a
central será constituída por duas motobombas principais, uma bomba auxiliar jockey e depósitos de
alimentação combustível independentes para cada motobomba.

Relativamente à drenagem de águas pluviais e residuais, importa considerar que mão existem quaisquer
infraestruturas públicas no local, nem nas proximidades.

O desembaraçamento dos caudais pluviais será feito para o terreno.

Para o desembaraçamento dos efluentes domésticos provenientes do edifício foram equacionadas 3


hipóteses, Fossa Estanque, Fossa Séptica e Micro ETAR.

A solução de fossa estanque tem como inconveniente a necessidade de se efetuarem limpezas de 15 em


15 dias e o acesso das viaturas ao local não ser favorável.

A solução de Micro ETAR dada a aleatoriedade dos caudais afluentes à mesma e aos pequenos caudais
previsíveis poderá condicionar o sistema de tratamento o que não pareceu aconselhável.
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A solução de fossa séptica tem a vantagem de ser praticamente autossuficiente necessitando, no mínimo
de uma limpeza periódica anual.

Assim, de acordo com as condições locais, de acessibilidade, de funcionalidade e tecno-económica prevê-


se a instalação de uma fossa séptica do tipo ECODEPUR® PE FS VT15 PRETA ou equivalente. Seguida de
1 poço absorvente para o desembaraçamento do efluente tratado no terreno.

Resumem-se as principais características deste espaço.

Área Total de Implantação 684,8 m2

Estação 50 356,3 m2

Estação 15 107,1 m2

Edifício de Apoio 221,4 m2

Área Passadiços 145,3 m2

Área Circulações Exteriores 101.2 m2

Área Total de Construção - Edifício de Apoio 377,8 m2

Piso -1 221,4 m2

Piso 0 156,5 m2

Programa/ Áreas Úteis

Piso -1

Área técnica 186,6 m2

Circulações Serviço 14,1 m2

Piso 0

Receção – átrio – bilheteira 68,8 m2

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BackOffice 16,8 m2

Instalação sanitária mulheres 8,7 m2

Instalação sanitária homens 9,0 m2

Instalação sanitária para utentes com mobilidade condicionada 4,0 m2

Circulações Serviço 14,1 m2

4.3.2.3 Estação da Boca da Corrida

Ressaliente na vertente poente do vale, a estação da Boca da Corrida singulariza-se pela instalação de
um restaurante panorâmico, com capacidade para cerca de 58 pessoas no interior e 32 na esplanada.

Do volume central, axial aos pilares que suportam o sistema mecânico do teleférico, nasce o corpo do
restaurante, que seguindo a linha de festo que o gera, surge, sobre o vale, a usufruir de extraordinárias
vistas mergulhantes.

Pretende-se que o restaurante seja uma referência importante no conjunto da intervenção, não só pelas
vistas que oferece, mas também, a par da oferta gastronómica, pelos ambientes que tem a
potencialidade de possuir, em consonância como o “espírito do lugar”

Do miradouro – parque de estacionamento, onde se encontra a capela de São Cristóvão, parte o acesso
à estação e restaurante, que se faz através de um passadiço de madeira; que permite, igualmente,
acesso, a partir de uma bifurcação, ao Zip Line que se implanta a norte da estação.

De forma ao passadiço possuir a inclinação regulamentar para uso por parte de utentes com mobilidade
condicionada, a entrada para a estação faz-se a uma cota 16 metros (cota 1220.5) acima da cota da
plataforma de entrada e saída (cota 1204,50).

Cria-se, assim, um sistema de acesso vertical – escadas e elevador – a servir os 4 pisos da


estação/restaurante.

No piso de entrada, situa-se o balcão de informação, as bilheteiras, o back-office e as instalações


sanitárias. O piso intermédio (cota 1209.00) é inteiramente dedicado ao restaurante: entrada, instalações
sanitárias, cozinha, balcão, sala de jantar e esplanada. O piso ao nível da plataforma de entradas e
saídas das cabines (cota 1204.50), contém, igualmente, áreas técnicas e de apoio ao restaurante.

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Completa o programa um piso técnico em cave (cota 1213.50).

Na Figura 4.4 apresenta-se uma simulação do proposto.

Figura 4.4 – Simulação da Estação da Boca da Corrida

A plataforma do teleférico será constituída por paredes, pilares, maciços de ancoragem e lajes em
estrutura de betão armado. A estrutura da plataforma albergará os sistemas eletromecânicos de
sustentação e fixação dos cabos portadores e de tração dos teleféricos.

O edifício de apoio será composto por cave, pisos 0, 1 e 2 e cobertura. A estrutura de suporte será em
betão armado, constituída por paredes, pilares, vigas e lajes.

A interligação entre a estação, a zona de estacionamento e a plataforma de partida do Zip Line" (slide)
será realizada com recurso a passadiços em estrutura de perfis metálicos estruturais e acabamento de
piso em pavimento de madeira tipo “deck” adequado a ambiente exterior

As estruturas dos edifícios na Boca da Corrida ficarão inseridas em plena vertente, ainda que no início.

Pela carta geológica à escala 1:50.000, este setor posiciona-se em horizontes basálticos (escoadas
lávicas), habitualmente menos alterados, com intercalações de fácies mais alteradas.

Através de imagens do “Google Earth”, constata-se a existência de duas áreas onde a vertente está
particularmente erodida, em local topograficamente inferior à plataforma e estação.

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Para a definição do tipo e sistema de fundações a adotar para as novas estruturas a construir é
fundamental e imprescindível, em fase de projeto de execução, proceder à caraterização geológico-
geotécnica dos estratos de fundação. Especial atenção deverá ser dada às fundações da estrutura de
betão armado de suporte e ancoragem dos cabos do Sistema de Teleféricos, que mobilizam elevadas
forças e tensões ao nível da fundação.

Relativamente ao abastecimento de água, e dado não existirem infraestruturas no local, será necessário
recorrer a meios alternativos de abastecimento, recorrendo-se ao abastecimento de água através de
uma conduta elevatória que transportará a água desde o reservatório público da Corrida a um
reservatório a construir a meia encosta, junto à estrada, e, a partir deste, os reservatórios no edifício,
tanto para a rede de água para consumo humano como para a rede de combate a incêndio.

O Reservatório Publico da Corrida localiza-se a cerca de 1500 m da plataforma da Estação da Boca


da Corrida e a uma cota aproximadamente 240 m abaixo.

Para o dimensionamento do reservatório de 40m3, a localizar no edifício da estação, foram considerados


os seguintes pressupostos:

¨ População: 800 habitantes-equivalentes;

¨ Capitação: 25 l/hab.dia;

¨ Reserva de água para consumo: 2 dias, o que resulta num volume útil para o reservatório de
consumo de 40 m3.

O reservatório será constituído por duas células de 20 m3, cada, de modo a possibilitar as ações de
limpeza e manutenção e será localizado nas instalações do Edifício.

Para garantir a qualidade da água armazenada no reservatório, este deve ser lavado e desinfetado
com uma periodicidade adequada, recomendando-se a sua realização anual ou sempre que ocorrerem
reparações ou suspeita de contaminação. Considerando que a lavagem e desinfeção têm de ser
realizados com as células vazias, estas operações devem ser programadas de modo a minimizar os
desperdícios e a falta de água.

Será previsto um sistema de tratamento de água a montante do reservatório. O sistema de tratamento


consiste num sistema desinfeção. Será previsto um sistema de recloragem da água que sai do reservatório,
ou seja, a jusante deste, controlado por electroválvula.

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Será ainda prevista a construção de um reservatório destinado ao combate a incêndio em betão armado
com a capacidade de 60m3, localizado junto do edifício, sendo este constituído por duas células
independentes de 30 m3 cada. Cada célula do reservatório terá que ser dotada de válvulas de
seccionamento, válvulas de flutuador e detetores de nível (nível mínimo e nível máximo), descarga de
fundo e de superfície. As descargas das células encontram-se ligadas à rede de águas pluviais.

Em espaço contiguo ao reservatório (compartimento adjacente) será instalada a central hidropressora de


incêndio de modo a se conseguir abastecer as redes propostas.

Relativamente à drenagem de águas pluviais e residuais, importa considerar que mão existem quaisquer
infraestruturas públicas no local, nem nas proximidades.

O desembaraçamento dos caudais pluviais será feito para o terreno.

Para o desembaraçamento dos efluentes domésticos provenientes do edifício foram equacionadas 3


hipóteses, Fossa Estanque, Fossa Séptica e Micro ETAR.

A solução de fossa estanque tem como inconveniente a necessidade de se efetuarem limpezas de 15 em


15 dias e o acesso das viaturas ao local não ser favorável.

A solução de Micro ETAR dada a aleatoriedade dos caudais afluentes à mesma e aos pequenos caudais
previsíveis poderá condicionar o sistema de tratamento o que se afigurou adequado.

A solução de fossa séptica tem a vantagem de ser praticamente auto-suficiente necessitando, no mínimo
de uma limpeza periódica anual.

Assim, de acordo com as condições locais, de acessibilidade, de funcionalidade e tecno-económica


propomos que seja instalada uma ETAR compacta do tipo ECODEPUR® SBR VT 40 - PE ou equivalente
seguida de 2 poços absorventes para o desembaraçamento do efluente tratado no terreno.

Resumem-se as principais características deste espaço.

Área Total de Implantação 512,5 m2

Estação 356,5 m2

Edifício de Apoio 456,0 m2

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Área Passadiços 420,0 m2

Área Total de Construção - Edifício de Apoio 1227,5 m2

Piso -1 202,1 m2

Piso 0 205,1 m2

Piso 1 555,9 m2

Piso 2 264,4 m2

Programa/ Áreas Úteis

Piso -1

Área Técnica 148,1m2

Circulações de Serviço 28,4 m2

Piso 0

Átrio 16.8 m2

Cozinha 41,4 m2

Armazém 45,4 m2

Circulações serviço 16,8 m2

Acessos verticais: escada e elevador para 16 passageiros 11,1 m2

Piso 1

Átrio 53,6m2

Instalação sanitária mulheres 8,8 m2

Instalação sanitária homens 8,8 m2

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Instalação sanitária para utentes com mobilidade condicionada 4,0 m2

Arrumo 11,7 m2

Entrada restaurante 15,0 m2

Área de mesas 204,2 m2

Esplanada (varanda coberta) 109,9 m2

Cozinha – copa – balcão 47,9 m2

Circulações serviço 14,6 m2

Acessos verticais: escada e elevador para 16 passageiros 11,1 m2

Piso 2

Receção – átrio – bilheteira 87,4 m2

BackOffice 14,4 m2

Instalação sanitária mulheres 20,3 m2

Instalação sanitária homens 20,4 m2

Varandas cobertas 74,1 m2

Terraço 310,8 m2

Acessos verticais: escada e elevador para 16 passageiros 11,1 m2

4.3.2.4 Arranjos Exteriores

Com a instalação das infraestruturas e edifícios de apoio nas três estações prevê-se a necessidade de
intervir nos espaços exteriores a quatro níveis, de modo a maximizar a sua integração na paisagem.

Todas as intervenções devem garantir o seu enquadramento na envolvente tendo em conta as


especificidades das áreas de intervenção (exposição ao sol, ao vento e sistema de vistas).

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Nas opções estruturantes dos projetos executivos deverão ser tidos em conta aspetos de ordem técnica,
ecológica e económica. A seleção dos materiais e das soluções construtivas deverão garantir uma inserção
equilibrada na envolvente e facilitar a manutenção futura dos espaços. E ao nível das plantações a
implementar serão propostas espécies autóctones ou adaptadas às condições edafo-climáticas do local,
no sentido de reduzir as necessidades de manutenção.

As tipologias de intervenção são as seguintes:

Área de enquadramento / estabilização de taludes

Serão as intervenções que marcam as entradas e envolventes dos edifícios. Conjugam o objetivo de se
terem zonas ornamentais, cuidadas, com os três estratos de vegetação, e a possível necessidade de se
protegerem áreas em talude contíguas aos acessos pedonais.

Área de proteção e enquadramento das estruturas (plantação de árvores e arbustos)

Propõem-se a minimização do impacto das infraestruturas na paisagem através de plantações de árvores


e arbustos de médio e grande porte nas envolventes possíveis das mesmas.

Deverão funcionar como cortinamentos de paredes, sapatas e pilares. Deverão ser plantadas para se
integrarem na paisagem, logo deverão ser escolhidas espécies autóctones.

Área de reposição / reforço da vegetação existente

Deverão acompanhar os passadiços de madeira que ligam espaços diferentes, onde se prevê que a
construção danifique a vegetação existente.

Serão intervenções ligeiras onde se utilizarão as espécies que existem nos locais.

Área de pavimentação e arborização para estacionamento automóvel

Deverão ser utilizados materiais para pavimentação bem integrados e a arborização poderá ser feita
em caldeiras abertas na área pavimentada ou nas zonas verdes adjacentes.

4.3.3 Sistemas de transporte – teleféricos e Zip Line

4.3.3.1 Sistema de Teleféricos Curral das Freiras – Miradouro do Paredão (15 passageiros)

4.3.3.1.1 Cabos, sistema de acionamento e travagem

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Este sistema funcionará com cabinas para 15 passageiros. Será composto por dois (2) cabos no total, que
servirão como via para cada uma das cabines. Deverão ser de fabricação em dupla camada
completamente vedada (mínimo VV2) e contar com um tensionamento fixo.

Um cabo de fabricação compacta dará tração ao teleférico. A sua tensão deverá ser regulada por um
sistema hidráulico.

O acionamento principal do sistema (motor de tração) estará localizado na estação superior com tantos
volantes principais e de desvio quanto os necessários. O redutor deverá ser do tipo engrenagens
helicoidais.

Existirá, também, um sistema de acionamento de emergência, composto por (2) acionamentos de


emergência (dos quais um fará parte do sistema de resgate integrado), que permitirão a recuperação
dos veículos em caso de emergência e/ou ausência de energia elétrica proveniente da rede.

A velocidade de operação de evacuação será de, no mínimo, 1 m/s. O acionamento de emergência será
controlado a partir do posto de comando localizado na sala de controlo e, só em casos excecionais,
poderá ser controlado a partir de um posto de comando na sala de máquinas.

O sistema de travagem será composto por travão de segurança e por travão de serviço, ambos
localizados na estação superior. Não serão utilizados travões nos veículos.

4.3.3.1.2 Dispositivos mecânicos

Os cabos de suspensão terão tensão fixa nas estações e o cabo de tração terá um sistema de tensão
hidráulico localizado na estação inferior.

As estações contarão com os volantes de desvio, rolamentos, sistema de fixação de cabos dos cabos
portadores, amortecedores de estação, carretel de cabo, guias de cabine, estruturas metálicas e suportes
para cabos de suspensão.

Dada a topografia, o projeto de engenharia a ser desenvolvido em projeto de execução contemplará


uma torre que inclua suporte duplo para cabos portadores, poleames, escadas e pedestais.
Adicionalmente, dever-se-á contar com distanciadores suficientes em cada via para manter os cabos
separados.

4.3.3.1.3 Veículos

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O teleférico contará com 2 cabines com capacidade para transportar 15 passageiros cada uma,
estimando um mínimo de 75 kg como peso médio de cada pessoa a bordo. O embarque/desembarque
dos passageiros será realizado ao nível do solo e cada cabine contará com 1 porta automática. Como
referido anteriormente, o carro das cabines não deverá contar com travão de emergência.

Apresentam-se, em seguida, imagens-tipo, das cabines a utilizar.

Figura 4.5 – Sistema de Teleféricos – cabine com


Figura 4.6 – Sistema de Teleféricos – Balizagem
capacidade para 15 passageiros
aeronáutica

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Figura 4.7 – Sistema de Teleféricos – Torre com Figura 4.8 – Sistema de Teleféricos
balizagem aeronáutica

4.3.3.1.4 Dispositivos Elétricos

Os equipamentos serão alimentados a partir da rede elétrica existente, através do fornecedor de energia
local.

O equipamento elétrico do teleférico incluirá: controlo remoto, variador de frequência e motor. A sala de
controlo estará localizada na estação superior, para que desta forma o pessoal possa vigiar as zonas
de embarque/desembarque e as zonas de entrada/saída de veículos.

Embora a estação superior tenha a sala de controlo principal, a estação inferior terá, também, um sistema
elétrico completo de controlo e monitorização.

Toda a cablagem necessária será incorporada entre a sala de controlo (armários) e a estação.

A transmissão de sinais do sistema entre as estações será realizada através de cabos de fibra ótica que
devem ser alojados dentro dos cabos portadores.

As cabines terão um sistema de comunicações redundante com as estações.

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4.3.3.1.5 Dispositivos de salvamento e de resgate dos passageiros

O objetivo deste tipo de sistemas de resgate é manter a mobilidade do teleférico, em qualquer


circunstância, através de medidas adicionais.

Para o resgate, existirá um sistema de resgate integrado e certificado por uma entidade certificadora.
Não se aceitarão soluções que requeiram uma via de resgate complexa e com manutenção intensa,
realização de resgate vertical nem a utilização de veículos de resgate.

4.3.3.1.6 Dados técnicos

Altitude da estação inferior: 612.0 m MSL

Altitude da estação superior (motriz): 1434.0 m MSL

Diferença de nível: 822.0 m

Comprimento horizontal: 1063.7 m

Comprimento inclinado: 1360.8 m

Inclinação média: 77.3 %

Capacidade da cabine: 15 pessoas

Número de cabines: 2

Capacidade de transporte: 140 pessoas/hora

Duração de uma viagem (ida ou volta): 5.2 minutos

Tempo de embarque/desembarque: 1.5 minutos

Duração de um ciclo de viagem: 6.7 minutos

Velocidade máxima de operação: 5 m/s

Velocidade máxima de passagem pela torre: 4 m/s

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Diâmetro dos cabos portadores: 36 mm

Diâmetro do cabo motor: 20 mm

Número de torres: 2

Potência nominal do motor elétrico: 90 kW

Potência de pico do motor elétrico: 110 kW

4.3.3.2 Sistema de Teleféricos Miradouro do Paredão – Miradouro da Boca da Corrida (50


passageiros)

4.3.3.2.1 Cabos, sistema de acionamento e travagem

Este sistema funcionará com cabinas para 50 passageiros. Será composto por quatro (4) cabos no total,
que em grupos de dois (2), servirão como via para cada uma das cabines. Serão de fabricação em dupla
camada completamente vedada (mínimo VV2) e contarão com um tensionamento fixo.

Um cabo de fabricação compacta dará tração ao teleférico. A sua tensão será regulada por um
contrapeso.

O acionamento principal estará localizado na estação superior com tantos volantes principais e de desvio
quanto os necessários. O redutor será do tipo engrenagens helicoidais.

O sistema contará com dois (2) acionamentos de emergência (dos quais um fará parte do sistema de
resgate integrado), que permitirão a recuperação dos veículos em caso de emergência e/ou ausência de
energia elétrica proveniente da rede.

A velocidade de operação de evacuação deverá ser de, no mínimo, 1 m/s. O acionamento de emergência
será controlado a partir do posto de comando localizado na sala de controlo e, só em casos excecionais,
poderá ser controlado a partir de um posto de comando na sala de máquinas.

O sistema de travagem será constituído por travão de segurança e por travão de serviço, ambos
localizados na estação superior. Não se aceitarão travões nos veículos.

4.3.3.2.2 Dispositivos mecânicos

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Os cabos de suspensão terão tensão fixa nas estações, o cabo de tração terá um contrapeso como sistema
de tensão, localizado na estação inferior.

As estações contarão com os volantes de desvio, rolamentos, sistema de fixação de cabos dos cabos
portadores, amortecedores de estação, carretel de cabo, guias de cabine, estruturas metálicas e suportes
para cabos de suspensão.

Dada a topografia, o projeto de engenharia contemplará uma torre que inclua suporte duplo para cabos
portadores, poleames, escadas e pedestais. Adicionalmente, dever-se-á contar com distanciadores
suficientes em cada via para manter os cabos separados.

4.3.3.2.3 Veículos

O teleférico contará com 2 cabines com capacidade para transportar 50 passageiros cada uma,
estimando um mínimo de 75 kg como peso médio de cada pessoa a bordo. O embarque/desembarque
dos passageiros será realizado ao nível do solo e cada cabine contará com 1 porta automática. Como
referido anteriormente, o carro das cabines não deverá contar com travão de emergência.

Apresentam-se, em seguida, imagens-tipo, das cabines a utilizar.

Figura 4.9 – Sistema de Teleféricos – cabine com Figura 4.10 – Cabos portadores, cabo trator e
capacidade para 50 passageiros cavalete com boia sinalizadora

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Figura 4.11 – Sistema de Teleféricos – estação superior

4.3.3.2.4 Dispositivos Elétricos

A alimentação de energia em baixa tensão, na Estação do Paredão, será feita a partir de Posto de
Transformação (PT) a construir, com uma potência instalada estimada de 1.000 kVA. Este posto será para
serviço particular, do tipo monobloco pré-fabricado em betão. A tensão da rede de MT na zona é 6,6
kV.

A energia para este PT será disponibilizada através de uma nova ligação em média tensão, a executar.
No seguimento dos contactos já efetuados, e para o valor de potência previsto, o estudo preliminar já
efetuado pela EEM, Empresa de Electricidade da Madeira, com os critérios de fornecimento aos clientes
aponta na pior das hipóteses para a necessidade de uma ligação direta a partir da subestação Santa
Quitéria, a uma distância de cerca de 8 km.

O equipamento elétrico do teleférico incluirá: controlo remoto, variador de frequência e motor. A sala de
controlo estará localizada na estação superior, para que desta forma o pessoal possa vigiar as zonas
de embarque/desembarque e as zonas de entrada/saída de veículos.

Embora a estação superior tenha a sala de controlo principal, a estação inferior terá, também, um sistema
elétrico completo de controlo e monitorização.

Toda a cablagem necessária será incorporada entre a sala de controlo (armários) e a estação.

A transmissão de sinais do sistema entre as estações será realizada através de cabos de fibra ótica que
devem ser alojados dentro dos cabos portadores.

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As cabines terão um sistema de comunicações redundante com as estações.

4.3.3.2.5 Dispositivos de salvamento e de resgate dos passageiros

O objetivo deste tipo de sistemas de resgate é manter a mobilidade do teleférico, em qualquer


circunstância, através de medidas adicionais.

Para o resgate, existirá um sistema de resgate integrado e certificado por uma entidade certificadora.
Não se aceitarão soluções que requeiram uma via de resgate complexa e com manutenção intensa,
realização de resgate vertical nem a utilização de veículos de resgate.

4.3.3.2.6 Dados Técnicos

Altitude da estação inferior: 1204.5m MSL

Altitude da estação superior (motriz): 1435.2m MSL

Diferença de nível: 230.7 m

Comprimento horizontal: 3015.0 m

Comprimento inclinado: 3069.9 m

Inclinação média: 7.7 %

Inclinação máxima: 42.8 %

Capacidade da cabine: 50 pessoas + 1 operador

Número de cabines: 2

Capacidade de transporte: 360 pessoas/hora

Duração de uma viagem (ida ou volta): 6.3 minutos

Tempo de embarque/desembarque: 2.0 minutos

Duração de um ciclo de viagem: 8.3 minutos

Velocidade máxima de operação: 10 m/s

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Velocidade máxima de passagem pela torre: 5 m/s

Diâmetro dos cabos portadores: 46 mm

Diâmetro do cabo motor: 28 mm

Número de torres: 1

Potência nominal do motor elétrico: 560 kW

Potência de pico do motor elétrico: 825 kW

4.3.3.3 Zip Line

4.3.3.3.1 Sistema

O sistema de Zip Line consistirá, essencialmente, numa estação de montanha e numa estação de chegada,
com área de acesso e área de saída respetivamente, ligadas por cabo de aço esticado com um sistema
de freio à chegada.

A estação de montanha será localizada junto ao Parque Aventura na Boca da Corrida (associada à
estação do teleférico). A estação de chegada será localizada junto à estação de teleférico do Curral
das Freiras.

As estações de partida e de chegada são construídas com suportes em estrutura metálica de tubos
redondos galvanizados por imersão a quente, ancorados por hastes de tensão a maciços de fundação
em betão armado.

As plataformas de arranque e de chegada serão dotadas de guarda-corpos em aço e redes de


segurança para proteção passiva contra quedas. O pilar de chegada e a área de pouso estão equipados
com proteção contra impactos.

Sobre cada suporte poderão ser montadas esferas com 60cm de diâmetro para assinalar o espaço
aéreo.

Apresentam-se, em seguida, diversas figuras que ilustram o tipo de infraestrutura pretendida.

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Figura 4.13 – Zip Line – Plataforma de arranque


Figura 4.12 – Zip Line – Plataforma de arranque

Figura 4.14 – Zip Line – Plataforma de chegada


Figura 4.15 – Zip Line – Plataforma de chegada

Figura 4.16 – Zip Line – Arranque

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4.3.3.3.2 Dados técnicos

Altitude da estação superior 1214 m

Altitude da estação inferior 614.0 m

Diferença de nível 600.0 m

Comprimento horizontal 2245.0 m

Comprimento inclinado 2323.9 m

Inclinação média 26.75 %

Número de linhas 2

Capacidade de transporte 2x20 pessoas/h

Duração de uma viagem 138 s

Peso máximo do passageiro 125 kg

Peso veículo + arnês 5 kg

Velocidade máxima 132.5 km/h

Diâmetro dos cabos 26 mm

4.3.4 Parque Aventura

4.3.4.1 Enquadramento

O Parque Aventura situar-se-á na Boca da Corrida, ocupando uma área de terreno com cerca de 2,83
ha, localizado a Oeste da estrada da Corrida, junto ao Posto Florestal da Boca da Corrida.

O Parque integrará um conjunto de equipamentos para a prática de atividades desportivas radicais e


prevê-se que seja dividido em dois circuitos, o primeiro destinado a adultos e o segundo a jovens e
crianças.

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Apresentam-se, em seguida, exemplos de circuitos e equipamentos passíveis de colocação, sendo que a


sua instalação e posicionamento é meramente ilustrativa, pois dependerá das condições locais a aferir
em fase seguinte de projeto de execução.

4.3.4.2 Circuito 1 – Adultos

4.3.4.2.1 Início do Percurso – Torre de Entrada

A torre que fará parte do pórtico de entrada, suportará duas paredes de escalada colocadas
lateralmente, uma a norte e outra a sul, ambas com uma altura de 16m, e com graus de dificuldade
diferente. Vai permitir a colocação de três linhas de rapel para acesso direto aos obstáculos existentes
a níveis inferiores, a uma saída por slide e a um acesso por rede de desembarque. No seu interior vai
desenvolver-se uma escada que permitirá a circulação de pessoas entre campo de obstáculos e o pórtico,
por um lado, e por outro servirá para apoio técnico para as paredes de escalada e rede de
desembarque.

De um nível intermédio da torre pode ser montado um “teleférico”, ou simulador de queda livre, para
quem queira experimentar uma sensação diferente. Esta técnica caracteriza-se por queda controlada
com sistema de autobloqueio ou de travamento automático na chegada.

4.3.4.2.2 Ponte de cabos (70 m)

A ponte de cabos liga a torre de entrada ao lombo oposto no sentido oeste. Esta estrutura robusta, com
um passadiço contínuo, montado sobre cabos de aço, vai permitir aos utilizadores penetrarem de imediato
no bosque, saindo da zona junto à estrada, confortavelmente, sem ligação a linha de vida atendendo à
qualidade e segurança desta passagem. Esta passagem mais elaborada vai facilitar a gestão dos grupos,
retirando grande parte dos participantes da zona da torre, permitindo que as atividades que aqui
decorrem não sejam perturbadas pela acumulação de utentes na entrada.

A ponte deve permitir uma saída técnica ao longo do seu percurso de forma a podermos oferecer soluções
mais “aéreas” aos utilizadores do Parque. Por exemplo a colocação de linhas de rapel suspenso com
acesso direto a um dos circuitos montados.

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Figura 4.17 – Exemplo de ponte de cabos

4.3.4.2.3 Tirolesa (20 m)

Da plataforma de chegada da ponte principal até árvore de grande porte, a tirolesa é uma técnica
simples, composta por dois cabos, um cabo de “transporte” outro cabo de segurança, que permite tirar
partido de um desnível ligeiro entre os dois pontos o que facilita a sua utilização. Por outro lado, este
tipo de técnica não depende muito do desempenho do seu utilizador, o que garante no início do circuito
a fluidez suficiente para evitar aglomerações de pessoas.

Figura 4.18 – Exemplo de tirolesa

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4.3.4.2.4 Ponte (15 m)

Ponte simples, tipo himalaia, isto é, uma base de passagem ou passadiço, formada por um cabo ou mais
cabos ligados por um elemento à escolha, (por exemplo tábuas, pneus, troncos, entre outros) e dois cabos
a fazer de corrimão. Superiormente mantém-se o cabo de segurança.

Figura 4.19 – Exemplo de ponte

4.3.4.2.5 Árvore – Lombo oeste (23 m)

O objetivo é variar o suporte das passagens criadas, não permanecer somente nas árvores, mas passar
algumas vezes pelo terreno existente, aproveitando a orografia do mesmo. Nestas partes é desejável
ter uma plataforma mais ampla que permita gerir facilmente e regular o fluxo de pessoas, sempre que
surjam aglomeração de utilizadores. Também permitem que se algum participante no circuito não se sinta
capaz de continuar, tem a possibilidade de sair do circuito normalmente, pelo seu próprio pé.

Neste ponto deve ser instalada um outro tipo de ponte, suspensa em cabos fixos a um nível superior,
tirando partido da maior oscilação que naturalmente estas passagens geram. (por exemplo, um cabo de
maior diâmetro a um nível superior que suporta um conjunto de tirantes que vão estabelecer a ligação
entre os elementos que forma o passadiço).

Nestas plataformas deve ser criado um percurso, tipo vereda, que possibilite a um utilizador que desista
regressar pelo seu próprio pé.

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Figura 4.20 – Exemplo de ponte suspensa

4.3.4.2.6 Linhas de árvores (130 m)

São passagens sucessivas entre quatro árvores que delimitam o terreno a sul.

¨ Passagem de 20 m – com recurso a uma ponte de rede, suspensa em dois cabos de aço;

¨ Passagem em ponte de cabos 28 m – cabos de aço com troncos interlaçados, simples, fácil e
rústica;

¨ Ponte de tábuas 35 m – um alinhamento de tábuas suspensas em cabos de aço;

¨ Ponte de troncos 35 m – similar à anterior, mas de maior grau de dificuldade, substituindo as


tábuas por troncos de um diâmetro a definir.

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Figura 4.21 – Exemplo de ponte de troncos

4.3.4.2.7 Linha de subida (150 m)

Do lado descendente do circuito importa retirar aproveitamento da gravidade e ganhando em duas


vertentes: esforço, que é menor, e ritmo, que é constante. É uma instalação simples, económica e
agradável, mas que obriga a um rigor na sua montagem para que seja fiável sem a intervenção
permanente de um apoio técnico.

É a parte do circuito utilizada para subir, ganhar altura até ao topo da torre.

¨ Ponte de rede (50 m) – Ponte de rede que liga duas árvores paralelas à estrada, com uma
extensão boa, e de algum impacto para quem vê de fora. Pelo facto de ser ascendente e a
tração sob o calçado ser grande, sugere-se que seja colocada na rede uma manga em tela
para garantir maior durabilidade à passagem. Este obstáculo pode ser utilizado por diversas
pessoas em simultâneo, o que funciona como regulador natural do fluxo.

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Figura 4.22 – Exemplo de ponte de rede

¨ Tirolesa/Slide (40 m) – É importante retirar o circuito da orla do terreno junto à estrada. Nesse
sentido, e após a passagem na ponte de maior visibilidade para quem passa do lado de fora
do Parque, os participantes vão entrar de novo na parte mais central do bosque. Saem de
uma plataforma que serve simultaneamente de receção da ponte de rede e de saída para
uma passagem sobre cabo simples para uma árvore mais no interior. A inclinação do terreno
conjugado com a altura das árvores vai determinar a opção por uma tirolesa ou por um
pequeno slide.

¨ Passagem sobre rede (20 m) – Tratando-se de uma subida é sempre mais seguro e de fácil
execução a utilização de uma rede. Neste caso em particular, a sugestão vai para uma rede
aberta, com grande largura (6m), que deverá estar colocada como um plano inclinado. Os
participantes abordam esta rede com cautela e até certo receio, mas depois disfrutam de uma
sensação muito agradável atendendo a segurança e suavidade que a mesma transmite. Pode
ser utilizada por diversas pessoas ao mesmo tempo, o que “complica” o desempenho dos
utilizadores.

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Figura 4.23 – Exemplo de passagem sobre rede

¨ Rede de Desembarque (30/35 m) – Funciona com uma rampa de assalto à torre. Permite
acertar e regular distâncias e desníveis de maneira a fechar o circuito de forma harmoniosa.
Esta rede, ao contrário das restantes é feita em corda de nylon grossa, e de malha muito
grande. Dependendo a inclinação obtida pode também não necessitar de apoio de operador.

Figura 4.24 – Exemplo de rede de desembarque

4.3.4.3 Circuito 2 – Jovens e Crianças

Este segundo circuito desenvolve-se a um plano muito mais baixo, a 2 ou 3 metros do solo, e com uma
extensão menor. No final este circuito terá uma saída diferenciada, atendendo à idade do praticante.

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Os jovens aproveitam a estrutura das grandes redes, e as crianças passam por uma pequena pista de
obstáculos no solo. A entrada será feita pela Torre e a travessia da ponte longa é mantida.

4.3.4.3.1 Mudança de nível (5/8 m)

Após a travessia da Ponte de cabos (70 m) surge o ponto onde se processa o a passagem do Circuito 1,
superior, para o Circuito 2, a uma cota inferior.

Proposta uma rede pequena de desembarque, com corda de calibre médio e malha média com
comprimentos e inclinação a verificar no terreno.

4.3.4.3.2 Ponte de tábuas (25 m)

Propõe-se a utilização de tábuas, mas se a inclinação for grande há que colocar travessas
antiderrapantes. Esta ponte deve ter um resguardo lateral de rede fina de aço até uma altura de 50cm,
devendo a mesma rede passar por baixo do passadiço propriamente dito.

Figura 4.25 – Exemplo de ponte de tábuas

4.3.4.3.3 Passagem suspensa (20 m) – slide/tirolesa

Após verificação do local poder-se-á optar pelo sistema a utilizar, dependendo do vão e das restantes
condições de amarração.

4.3.4.3.4 Ponte de rede (26 m)

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A opção aqui vai para uma ponte de rede em forma de tubo, garantindo uma passagem em segurança
para todos os utilizadores do Circuito 2. Aqui a rede tem vantagem se for produzida em fita em vez de
corda.

Figura 4.26 – Exemplo de ponte de rede em forma de tubo

4.3.4.3.5 Rede de desembarque ou teia de aranha – 14m

Será uma estrutura de ligação ao Circuito 1, passando a partir deste ponto a haver um percurso comum
para jovens e adultos.

A opção por rede de desembarque ou por teia de aranha dependerá das condições a analisar no local,
contudo a opção pela teia é a mais agradável, pois é diferente e mais apelativa para os jovens.

A rede de desembarque funciona com uma rampa de assalto à torre. Permite acertar e regular distâncias
e desníveis de forma a fechar o circuito de forma harmoniosa. Esta rede, ao contrário das restantes é
feita em corda de nylon grossa e de malha muito grande. Dependendo a inclinação obtida pode também
não necessitar de apoio de operador.

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Figura 4.27 – Exemplo de rede de desembarque

Figura 4.28 – Exemplo de teia de aranha

4.4 INVESTIMENTO GLOBAL

Prevê-se que o investimento global para a implementação do Projeto seja de aproximadamente 31


milhões de euros.

4.5 PROGRAMAÇÃO DO PROJETO

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Estima-se que o prazo de execução da obra será de 12 meses.

4.6 FASE DE CONSTRUÇÃO

4.6.1 Métodos construtivos previstos

Na execução dos trabalhos serão utilizados os métodos correntes para este tipo de obras, com a
especificidade inerente à montagem dos sistemas mecânicos de teleférico e do Zip Line (cabos,
motorização, entre outros).

No Curral das Freiras serão utilizados os processos construtivos normais para os trabalhos de reabilitação
do edificado existente, com especial cuidado nas operações de demolição do piso existente, reforço
estrutural e reabilitação de paredes, estrutura de piso e cobertura.

Os trabalhos de implantação e construção dos acessos verticais e horizontais em túnel serão executados
através de contenções entivadas a céu aberto, com recurso a paredes e lajes em betão armado.

Nas construções dos edifícios e estruturas a realizar tanto no Paredão como na Boca da Corrida deverão
ser tidos em conta os condicionalismos dos locais em termos de acessos e de infraestruturas de
fornecimento de energia e água, nestes pontos inexistentes.

Serão utilizados os métodos e processos correntes na construção das estruturas de betão armado e
metálicas, na execução das seguintes atividades:

¨ as escavações para execução de caves e elementos de fundação;

¨ colocação de betão de limpeza, montagem de armaduras e betonagem de paredes e


elementos de fundação;

¨ construção de pilares, paredes e núcleo em betão armado;

¨ construção de vigas e lajes de piso em betão armado;

¨ construção de coberturas em estruturas de betão armado, metálicas e madeira;

¨ execução dos trabalhos de arquitetura (alvenarias, isolamentos, impermeabilizações,


revestimentos, cantarias, vãos, carpintarias, pinturas, etc.);

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¨ execução dos trabalhos de infraestruturas (eletricidade, telecomunicações, saneamento, ar


condicionado e ventilação).

Função da caracterização que os estudos geológico-geotécnicos providenciarem, poderá ser necessário,


para fundação e estabilização das estruturas a construir e das encostas, o recurso à execução de
pregagens, ancoragens e micro-estacas de fundação.

Tendo em conta as dificuldades de acesso aos locais de implantação das estruturas, especial atenção
deverá ser dada na escolha dos equipamentos para a execução dos trabalhos de escavação,
estabilização e fundação e ao transporte de equipamentos e estruturas de grande porte.

Haverá a necessidade de executar trabalhos em taludes com declive acentuado e de realizar as


escavações de forma cuidada e, por troços, de modo a não colocar em risco a estabilidade do
maciço/encosta escavado nem de estruturas existentes.

Na construção do Parque Aventura na zona da Boca da Corrida, haverá necessidade de se proceder à


limpeza e preparação do terreno, bem como à modelação do bosque. Contudo, estes trabalhos far-se-
ão com o mínimo de impacte tanto sobre a vegetação como do solo, tentando que se integrem e se tire
proveito do já existente.

4.6.2 Instalação do Estaleiro

Para o apoio à execução das diferentes obras, haverá a necessidade de se instalar um ou mais estaleiros.
Nesta fase de desenvolvimento do projeto (estudo prévio) ainda não existe informação suficiente sobre
a localização desse(s) estaleiro(s). Efetivamente caberá ao empreiteiro a sua definição e proposta.

A área afeta ao estaleiro incluirá, para além de contentores de apoio, instalações sanitárias, um
refeitório, uma zona destinada a armazenamento temporário de materiais diversos, tais como resíduos e
inertes, e uma zona de estacionamento de veículos e máquinas afetos à obra.

O estaleiro, bem como eventuais zonas complementares de apoio, serão desativados no final da fase de
construção. Todas as zonas intervencionadas serão completamente limpas e posteriormente naturalizadas,
de acordo com as medidas de minimização apresentadas no capítulo correspondente.

4.6.3 Recursos e maquinaria envolvida

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Os materiais a empregar na construção de elementos estruturais serão da melhor qualidade e deverão


obedecer às normas e regulamentos em vigor.

Prevê-se a utilização do betão armado, do aço estrutural e da madeira na construção das estruturas.

De um modo geral os novos edifícios de serviços e restauração, assim como as plataformas de arranque
e chegada dos teleféricos serão execução em betão armado, com recurso a alguns elementos de
construção em aço estrutural.

As estruturas dos passadiços e rampas de circulação serão de construção em perfis laminados de aço
estrutural, com configuração ajustada ao suporte de um pavimento em madeira tipo “deck” com
tratamento adequado a meio exterior.

Os materiais a empregar na construção dos equipamentos do Parque Aventura serão tendencialmente


produtos naturais por razões de integração no meio, reduzindo o impacte, com base na madeira, cordas
e cuja fixação ao terreno será efetuada por grampos em aço.

Os principais tipos de energia utilizados, na fase de construção, correspondem a motores de combustão


das máquinas (veículos, e gerador) e de alguns equipamentos.

4.6.4 Efluentes, resíduos e emissões

Na fase de construção são previsíveis os seguintes tipos de efluentes, resíduos e emissões:

¨ Águas residuais/efluente químico (conforme a solução a adotar) provenientes das instalações


sanitárias do estaleiro;

¨ Águas residuais provenientes das operações construção civil;

¨ Resíduos sólidos urbanos provenientes do estaleiro;

¨ Material lenhoso e resíduos vegetais provenientes da desflorestação/desmatação do terreno;

¨ Embalagens plásticas, metálicas e de cartão, armações, cofragens, entre outros materiais


resultantes das diversas obras;

¨ Emissão de ruído com incremento dos níveis sonoros contínuos e pontuais devido à utilização de
maquinaria pesada e tráfego de veículos para transporte de pessoas, materiais e
equipamentos;
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¨ Emissão de poeiras resultantes das operações de escavação e da circulação de veículos e


equipamentos em superfícies não pavimentadas;

¨ Emissão de gases gerados pelos veículos e maquinaria pesada afetos à obra.

Da execução da obra resultarão, ainda:

¨ Materiais inertes provenientes das escavações; e

¨ Terra vegetal.

Prevêem-se os seguintes tratamentos/destino final de materiais reutilizáveis, efluentes, resíduos e emissões


produzidos:

¨ No que diz respeito às instalações sanitárias do(s) estaleiro(s), os efluentes gerados serão
recolhidos numa fossa sética estanque, ou em alternativa, serão utilizadas instalações sanitárias
amovíveis, sendo os efluentes resultantes entregues à respetiva entidade gestora e licenciada
para o seu tratamento;

¨ Para as águas residuais resultantes das operações de construção civil, como é o caso das
operações de betonagem, será aberta uma bacia de retenção (2 m x 2 m), na qual será
efetuada a descarga das águas resultantes das lavagens das autobetoneiras. Esta bacia será
aberta junto ao estaleiro, e no final das betonagens, todo o material será transportado a
aterro;

¨ Os resíduos líquidos, tais como óleos das máquinas, lubrificantes, e outros comuns a qualquer
obra, serão devidamente acondicionadas dentro do estaleiro em recipientes específicos para
o efeito e transportados a destino final por uma empresa licenciada pela Agência Portuguesa
do Ambiente;

¨ Os resíduos tais como plásticos, madeiras e metais serão armazenados em contentores


específicos, e transportados a destino final por uma empresa devidamente licenciada pela
Agência Portuguesa do Ambiente;

¨ Os resíduos vegetais resultantes da desflorestação/desmatação do terreno serão em parte


incorporados na terra vegetal e em parte encaminhados para valorização. O material lenhoso
resultante do abate de árvores será devidamente encaminhado para valorização. Os cepos
serão em grande parte arrancados e transportados para fora do sítio também para
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valorização, sendo que parte dos cepos e os resíduos vegetais dos cepos serão esmagados no
local antes da gradagem pesada alisar o terreno.

O armazenamento temporário de resíduos será efetuado nas zonas destinadas a estaleiro ou nas zonas
complementares de apoio ao estaleiro.

No Plano de Acompanhamento Ambiental da Obra apresentado em Anexo ao presente Estudo de


Impacte Ambiental, estão incluídas as diretrizes para um Plano de Gestão de Resíduos a adotar na fase
de construção.

Em termos dos inertes sobrantes e terra vegetal prevê-se que os materiais inertes provenientes das
escavações sejam, à partida, incorporados integralmente nas regularizações de terreno eventualmente
necessárias. Eventualmente se não for possível espalhar o excedente, este será transportado a destino
final adequado;

A terra vegetal será armazenada junto às áreas intervencionadas, em locais, tanto quanto possível, planos
e bem drenados, para posterior utilização na renaturalização dessas zonas.

4.6.5 Recuperação paisagística de áreas intervencionadas

No termo da obra as zonas intervencionadas serão recuperadas. Após a conclusão dos trabalhos de
construção civil, serão objeto de recuperação paisagística as áreas intervencionadas, designadamente a
zona de estaleiro(s), bem como outras zonas que possam, eventualmente, vir a ser intervencionadas
durante a construção.

A recuperação das áreas intervencionadas tem como objetivo minimizar o impacte na paisagem, o
restabelecimento da vegetação autóctone e o revestimento dos solos, minimizando por sua vez a ação
erosiva dos ventos e das chuvas que será mais intensa se o solo for deixado a descoberto.

No âmbito da recuperação paisagística destacam-se as seguintes ações e condições de execução, durante


a fase de construção:

¨ Os trabalhos de desmatação e decapagem de solos serão limitados às áreas estritamente


necessárias à execução dos trabalhos;

¨ A camada superficial de solo, existente nas áreas a desmatar e decapar, será, quando não
imediatamente reutilizada na obra, armazenada em pargas para posterior utilização nas
áreas degradadas pelas obras;
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¨ Será evitado o depósito, mesmo que temporário, de resíduos, assegurando, desde o início, a
sua recolha e o seu destino final adequado.

No final da obra destacam-se as seguintes ações:

¨ No final da obra serão removidas todas as construções provisórias, resíduos, entulhos e outros
materiais; e

¨ Será feita a descompactação do solo das áreas afetadas pela obra e onde se preveja a
recuperação natural da vegetação. Não será utilizadas terras provenientes do exterior de
modo a prevenir potenciais contaminações por espécies exóticas

4.6.6 Meios humanos

Estima-se que o número de trabalhadores, de entre os vários Empreiteiros (construção civil,


eletromecânica, equipa de transporte, montagem), Equipas de Fiscalização, Dono de Obra, entre outros,
seja no pico dos trabalhos de 50 trabalhadores compartilhados e em simultâneo, entre as obras das
diferentes frentes.

4.7 FASE DE EXPLORAÇÃO

4.7.1 Meios humanos

Estima-se que a exploração do projeto crie 40 postos de trabalho efetivos.

4.7.2 Efluentes, resíduos e emissões previsíveis

Na fase de exploração são previsíveis os seguintes tipos de efluentes, resíduos e emissões:

¨ Óleos usados e produtos afins utilizados na lubrificação dos diversos componentes dos
teleféricos e Zip Line. Refira-se, no entanto, que o período de utilização dos óleos dos
transformadores é relativamente longo;

¨ Peças ou parte de equipamento substituído;

¨ Materiais sobrantes das manutenções (embalagens de lubrificantes, resíduos verdes entre


outros);

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¨ RSU resultantes do funcionamento do restaurante.

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5 CONFORMIDADE COM OS INSTRUMENTOS DE GESTÃO TERRITORIAL

5.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

A análise do ordenamento do território é crucial pois neste contexto é imprescindível analisar os aspetos
que constituem não conformidades com os instrumentos de gestão territorial em vigor, caso existam, e
indicar os procedimentos e diligências que terão que ser tidos em consideração para ultrapassar as
situações identificadas, quando possível, bem como identificar e analisar as restrições em presença
decorrentes de servidões que constituem naturalmente condicionantes ao Projeto, pois de acordo com o
novo Regime Jurídico de Avaliação de Impacte Ambiental (RJAIA), nomeadamente o disposto no ponto 6
do artigo 18.º do Decreto-Lei n.º 151 -B/2013, de 31 de outubro, na sua atual redação (republicado no
Anexo II do 152-B/2017, de 11 de dezembro): “Nos casos em que a única objeção à emissão de decisão
favorável seja a desconformidade ou incompatibilidade do projeto com planos ou programas territoriais,
a autoridade de AIA emite uma DIA favorável condicionada à utilização dos procedimentos de dinâmica
previstos no regime jurídico dos instrumentos de gestão territorial”.

Contudo esta análise vai mais além pois dela decorre a identificação de situações/aspetos que são
relevantes para a determinação da magnitude e significância dos impactes sobre determinados fatores
ambientais.

É nesta perspetiva que se apresenta a análise seguinte, e os aspetos relevantes para a identificação de
impactes são retomados, sempre que se justifique, na análise de impactes dos fatores ambientais em
causa.

O Projeto insere-se, na totalidade, dentro de áreas classificadas como “Área Sensível”, de acordo com a
definição constante no Artigo 2º do Decreto-Lei n.º 151-B/2013, de 31 de outubro, na sua atual redação
(republicado no anexo II do 152-B/2017, de 11 de dezembro), nomeadamente no Parque Natural da
Madeira, criado pelo Decreto Legislativo Regional nº14/82//M, de 10 de novembro.

Parte do projeto abrange ainda, na área da Estação do Paredão, a Zona Especial de Conservação do
Maciço Montanhoso Central da Ilha da Madeira (PTMAD0002) e Zona de Proteção Especial do Maciço
Montanhoso Oriental da Ilha da Madeira (PTZPE0041).

Refere-se, igualmente, que a área de estudo intersecta, parcialmente, a IBA do Maciço Montanhoso
Oriental.

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5.2 ENQUADRAMENTO NOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO TERRITORIAL

5.2.1 Enquadramento geral

O sistema regional de gestão territorial na Região Autónoma da Madeira é regulado pelo Decreto
Legislativo Regional n.º 18/2017/M, de 27 de junho, diploma que desenvolve as bases da política
pública de solos, de ordenamento do território e de urbanismo na Região Autónoma da Madeira, contidas
na Lei n.º 31/2014, de 30 de maio, e define o respetivo sistema regional de gestão territorial.

A política regional de ordenamento do território e de urbanismo assenta no sistema regional de gestão


territorial, que se organiza na Região Autónoma da Madeira, num quadro de interação coordenada, em
três âmbitos:

a) O âmbito regional;
b) O âmbito intermunicipal;
c) O âmbito municipal.

O âmbito regional é concretizado através dos seguintes programas territoriais:

a) O programa regional;
b) Os programas setoriais;
c) Os programas especiais.

O âmbito intermunicipal é concretizado através dos seguintes planos territoriais:

a) O plano diretor intermunicipal;


b) Os planos de urbanização intermunicipais;
c) Os planos de pormenor intermunicipais.

O âmbito municipal é concretizado através dos seguintes planos territoriais:

a) O plano diretor municipal;


b) Os planos de urbanização;
c) Os planos de pormenor.

Neste sentido, na área de intervenção do Projeto, encontram aplicação os seguintes planos:

¨ Instrumentos de âmbito nacional

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§ Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT);

§ Plano Rodoviário Nacional (PRN);

§ Plano Nacional da Água (PNA);

¨ Instrumentos de desenvolvimento regional

§ Plano de Ordenamento do Território da Região Autónoma da Madeira (POTRAM)

§ Programa de Ordenamento Turístico da RAM (POT)

§ Plano de Ordenamento e Gestão do Maciço Montanhoso Central (POGMMC);

§ Plano Regional de Ordenamento Florestal da Região Autónoma da Madeira (PROF-


RAM)

§ Plano de Gestão Florestal das Serras do Funchal e de Câmara de Lobos

¨ Instrumentos de gestão sectorial

§ Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Arquipélago da Madeira – 2.º ciclo;

§ Plano de Gestão de Riscos de Inundações da RAM (PGRI) 2016-2021;

§ Plano Regional de Emergência e Proteção Civil da RAM

¨ Instrumentos de planeamento e gestão municipal

§ Plano Diretor Municipal de Câmara de Lobos (PDMCL);

§ Plano Diretor Municipal do Funchal (PDMF);

¨ Instrumentos de gestão e planeamento local.

§ Plano de gestão Florestal das Serras do Funchal e Câmara de Lobos

Devido ao âmbito tão generalista dos instrumentos de abrangência nacional, os mesmos não serão alvo
de análise nos subcapítulos seguintes. Dos restantes instrumentos identificados, é efetuado um breve
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enquadramento com vista a despistar a existência de alguma situação crítica, e nos de maior incidência
territorial, como o PDM, é efetuado o devido enquadramento, com o objetivo de verificar a conformidade
do Projeto com os IGT, e evidenciar o cumprimento das condicionantes ou servidões identificadas na área
de estudo e que têm que ser respeitadas.

Face ao detalhe da cartografia dos instrumentos de desenvolvimento e gestão territorial mais


abrangentes, o enquadramento foi efetuado considerando a área de estudo, ainda que o Projeto não
incida sobre a totalidade dessa área.

5.2.2 Instrumentos de desenvolvimento territorial

5.2.2.1 Plano Regional de Ordenamento do Território da Madeira (PROT Madeira)

Na área de estudo aplica-se o Plano para o Ordenamento do Território na Região Autónoma da Madeira
(POTRAM), correspondente à figura dos PROT, o qual foi aprovado pelo Decreto Legislativo Regional
n.º12/95/M, de 24 de junho, com as alterações constantes do Decreto Legislativo Regional n.º 9/97/M,
de 18 de julho.

O POTRAM estabelece as orientações gerais de planeamento e desenvolvimento das intervenções


respeitantes ao uso e ocupação do solo, defesa e proteção do ambiente e do património histórico,
distribuição da população no território e estrutura da rede urbana.

Nesse sentido, o Plano define eixos estratégicos de atuação, dos quais se destacam a valorização dos
recursos naturais, com respeito absoluto pela paisagem humanizada, característica do território; a
salvaguarda do património natural, histórico e cultural.

A estruturação do território proposta no POTRAM é feita com base na definição da rede urbana,
localização das grandes infraestruturas, hierarquização dos espaços-canais e com base num zonamento
que inclui as seguintes classes:

¨ Espaços de produção de solo urbano;

¨ Espaços agroflorestais;

¨ Espaços naturais e de proteção ambiental;

¨ Espaços canais.

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Destas classes, os espaços naturais e de proteção ambiental integram as áreas determinantes para a
estabilidade e perenidade dos sistemas naturais e a qualidade do ambiente em geral, sendo proibidos
nesses espaços quaisquer usos que diminuam ou destruam as suas funções e potencialidades, sem prejuízo
do regime legal específicos das áreas classificadas, incluindo as seguintes zonas:

¨ Zonas naturais de uso interdito;

¨ Zonas naturais de uso fortemente condicionado;

¨ Zonas naturais de uso muito condicionado;

¨ Zonas naturais de uso condicionado;

¨ Zonas de paisagem humanizada a proteger e zonas naturais a regenerar.

5.2.2.2 Programa de Ordenamento Turístico da RAM (POT)

O Plano de Ordenamento Turístico da Região Autónoma da Madeira foi aprovado pelo Decreto
Legislativo Regional n.º 17/2002/M, de 29 de agosto, e assentava na Lei n.º 48/98, de 11 de agosto,
no Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de setembro, e no Decreto Legislativo Regional n.º 8 -A/2001/M, de
20 de abril.

Aprovada a revisão daquele Plano, e por vigorar o Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial
(RJIGT), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 80/2015, de 14 de maio, bem como o Decreto Legislativo
Regional n.º 43/2008/M, de 23 de dezembro, foram, à luz deste, efetuadas as alterações preconizadas,
entre as quais a denominação, que passa a ser Programa de Ordenamento Turístico da Região Autónoma
da Madeira, mantendo a sigla POT.

Este instrumento de natureza setorial, aprovado pelo Decreto Legislativo Regional n.º 15/2017/M, de 6
de junho, sucede ao anterior Plano de Ordenamento Turístico.

O POT contém uma estratégia de desenvolvimento turístico para região e preconiza o crescimento da
oferta de alojamento assentes em dois pilares: a requalificação da oferta e a garantia de um crescimento
sustentável.

O POT define para o destino Madeira a seguinte Visão: Um destino para todo o ano, de beleza natural
ímpar, seguro, de fácil acesso, cosmopolita, reconhecido como um «must visit» da Europa, com sol e clima

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ameno, forte tradição de bem receber e vasta oferta de experiências, capaz de superar as expetativas
mais exigentes.

Os principais objetivos resultantes da análise de diagnóstico efetuada, assim como na definição das
opções estratégicas de desenvolvimento, Visão e Missão, consagrados no programa, são:

Requalificar, na lógica da modernização e manutenção, o produto turístico dominante, nas vertentes de


alojamento, da cidade do Funchal e dos consumos de Natureza/Paisagem;

Reforçar o papel dos principais eventos tradicionais, através do seu alargamento temporal e
diversificação de atividades associadas, introduzindo experiências associadas às Festas que possam ser
tidas como únicas e memoráveis;

Reforçar a formatação dos produtos de nicho, tendo em vista aumentar a atração dos públicos turísticos,
na procura mundial, que encontram nas respetivas atividades a motivação principal da sua deslocação;

Desenvolver e consolidar os produtos emergentes em virtude do contexto sócio territorial presente,


associado a algumas dinâmicas emergentes, proporcionar a afirmação e o desenvolvimento de novos
produtos turísticos que alargam os motivos de atração específica à Região;

Otimizar a oferta secundária numa lógica de articulação em rede, aproveitando o facto de a Madeira
apresentar hoje uma oferta secundária mais rica e diversificada, seja em termos culturais, desportivos ou
de animação, suportada em equipamentos e infraestruturas;

Aumentar o peso da Cultura no ordenamento estratégico do Turismo pelo facto de a oferta cultural da
RAM ser rica e diversificada ao nível das atividades, dos equipamentos e dos agentes.

5.2.2.3 Plano Regional de Ordenamento Florestal da Região Autónoma da Madeira (PROF-


RAM)

O Plano Regional de Ordenamento Florestal da Região Autónoma da Madeira (PROF-RAM), aprovado


pela Resolução n.º 600/2015, de 11 de agosto, constitui um instrumento de política setorial que incide
sobre os espaços florestais e visa estabelecer o quadro técnico e institucional apropriado para assegurar
uma eficaz e eficiente utilização dos espaços florestais da Região Autónoma da Madeira, tanto por parte
do setor público como do setor privado, tendo por base uma perspetiva de sustentabilidade económica,
ambiental e social de longo prazo.

71

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Neste sentido, são definidos objetivos gerais e específicos para o período de vigência do PROF-RAM (25
anos), assim como, as medidas e normas que permitirão alcançar os mesmos.

O PROF-RAM é enquadrado pelos princípios orientadores da política florestal, tal como consagrados na
Lei de Bases da Política Florestal, e definido como plano setorial do sistema regional de gestão territorial,
tal como está consagrado no Decreto Legislativo Regional n.º 43/2008/M, de 23 de dezembro; é ainda
enquadrado pela Estratégia Regional para as Florestas e compatibiliza-se com o Plano de Ordenamento
Territorial da Região Autónoma da Madeira (POT-RAM) e assegura a contribuição do setor florestal para
a elaboração e alteração dos restantes instrumentos de planeamento.

O PROF-RAM desenvolve, a nível regional, as opções e os objetivos da Estratégia Regional para as


Florestas, definindo as respetivas normas de execução, a expressão da política definida, articulando-se
com os restantes instrumentos de gestão territorial. Com a finalidade de garantir a produção sustentada
dos bens e serviços associados aos espaços florestais, o PROFRAM define as normas específicas de
utilização e exploração florestal.

Identifica, o PROF-RAM, diversas sub-regiões homogéneas, com características e objetivos específicos. O


Projeto em análise abrange duas sub-regiões (Figura 5.1):

¨ Sub-região Central;

¨ Sub-região Laurissilva e Maciço Montanhoso

Na sub-região homogénea Central visa-se a promoção das funções dos espaços florestais relativas à
proteção, conservação e recreio e valorização da paisagem, sendo, para a sua prossecução,
estabelecidos os seguintes objetivos específicos:

¨ Objetivo 1 – Proteger áreas de elevada suscetibilidade à erosão;

¨ Objetivo 2 – Reduzir significativamente a área afetada anualmente por incêndios florestais;

¨ Objetivo 3 – Assegurar a conservação dos habitats e das espécies da fauna e da flora


protegidas

¨ Objetivo 4 – Diversificar a ocupação dos espaços florestais arborizados;

¨ Objetivo 5 – Promover a florestação com base em espécies indígenas;

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¨ Objetivo 6 – Reduzir a representatividade das espécies invasoras nos espaços florestais;

¨ Objetivo 7 – Promover a captação e recarga dos aquíferos subterrâneos nas zonas de


infiltração máxima, contribuindo para a proteção dos recursos hídricos;

¨ Objetivo 8 – Promover a qualidade paisagística dos espaços florestais arborizados;

¨ Objetivo 9 – Promover a utilização dos espaços florestais para atividades de recreio;

¨ Objetivo 10 – Aumentar a área sob gestão pública;

¨ Objetivo 11 – Promover a atividade cinegética associada ao aproveitamento para recreio dos


espaços florestais;

¨ Objetivo 12 – Promover a produção de mel em espaços florestais;

¨ Objetivo 13 – Recuperar os cursos de água degradados.

Na sub-região homogénea Laurissilva e Maciço Montanhoso visa-se a promoção das funções dos espaços
florestais relativas à conservação, proteção e recreio e valorização da paisagem, sendo, para a sua
prossecução, estabelecidos os seguintes objetivos específicos:

¨ Objetivo 1 – Assegurar a conservação dos habitats e das espécies da fauna e da flora


protegidas;

¨ Objetivo 2 – Proteger áreas de elevada suscetibilidade à erosão;

¨ Objetivo 3 – Promover a utilização dos espaços florestais para atividades de recreio;

¨ Objetivo 4 – Garantir a recuperação da floresta natural;

¨ Objetivo 5 – Promover a expansão das áreas ocupadas por espécies indígenas;

¨ Objetivo 6 – Reduzir a representatividade das espécies invasoras nos espaços florestais;

¨ Objetivo 7 – Promover a captação e recarga dos aquíferos subterrâneos nas zonas de


infiltração máxima, contribuindo para a proteção dos recursos hídricos;

¨ Objetivo 8 – Promover a atividade cinegética associada ao aproveitamento para recreio dos


espaços florestais;
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¨ Objetivo 9 – Promover a prática da pesca nas águas interiores associada ao aproveitamento


para recreio dos espaços florestais;

¨ Objetivo 10 – Recuperar os cursos de água degradados;

¨ Objetivo 11 – Promover a produção de mel em espaços florestais.

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Figura 5.1 – Plano Regional de Ordenamento Florestal da Região Autónoma da Madeira

307500 310000 312500 315000 317500 320000 322500 325000 327500


3627500

Porto Moniz
3625000

Calheta Machico

Funchal
3622500
3620000
3617500
A:\MFA\01_PRODUÇÃO\Em curso\2021\T04321\04Peças_Desenhadas\MXD\T04321_01_V0_Figura_5_1_PROF.mxd - A3 (420mm x 297mm)

Área de Estudo
3615000

Sistema de Teleféricos

Estações

Cabos

Extrato da Carta Síntese do PROF-RA Madeira, Instituto das Florestas e Conservação da Natureza, RAM
Parque Aventura
3612500

Sistema de Coordenadas: PTRA08-UTM/ITRF93


Elipsóide: GRS80
Área de implantação do Parque Aventura
Projeção: UTM (Universal Tranverse Mercator)

Service Layer Credits:

0 1 2
km

Estudo de Impacte Ambiental do


Sistema de Teleféricos e Parque Aventura em Curral das Freiras
Figura 5.1 - Plano Regional de Ordenamento Florestal da
Região Autónoma da Madeira

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5.2.2.4 Plano de Ordenamento e Gestão do Maciço Montanhoso Central (POGMMC)

O Projeto não interfere diretamente com a área abrangida por este Plano, sendo que apenas a Área de
Estudo interfere, parcialmente, com o mesmo. Desta forma, não se detalha a análise ao nível dos
potenciais condicionamentos resultantes.

5.2.3 Instrumentos de gestão setorial

5.2.3.1 Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Arquipélago da Madeira – 2.º ciclo

O reconhecimento pela Comunidade Europeia de que a água é um património a ser protegido e


defendido como tal, levou ao estabelecimento de um quadro de ação comunitária no domínio da política
da água através da publicação da Diretiva 2000/60/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23
de outubro- Diretiva Quadro da Água (DQA).

A adoção da DQA enquadra-se no contexto mais alargado de desenvolvimento da Política Comunitária


para o Ambiente assente num processo legal transparente, eficaz e coerente baseado nos princípios da
precaução e da ação preventiva, da correção prioritária na fonte dos danos causados ao ambiente e do
princípio do poluidor-pagador.

Esta ação preventiva tem como objetivo a proteção e melhoria da qualidade do ambiente, a proteção
da saúde humana, a utilização racional e prudente dos recursos naturais, assim como contribuir para o
cumprimento dos objetivos dos vários Acordos e Compromissos Internacionais assumidos no domínio da
água. A Lei da Água (Lei n.º 58/2005, de 29 de dezembro, alterada e republicada pelo Decreto-Lei n.º
130/2012, de 22 de junho), que transpõe para a legislação nacional a Diretiva Quadro da Água, refere,
no seu artigo 23.º que, “cabe ao Estado, através da autoridade nacional da água, instituir um sistema de
planeamento integrado das águas adaptado às características próprias das bacias e das regiões
hidrográficas”.

No artigo 24.º estabelece que “o planeamento das águas visa fundamentar e orientar a proteção e a
gestão das águas e a compatibilização das suas utilizações com as suas disponibilidades”, de forma a
garantir a sua utilização sustentável, proporcionar critérios de afetação aos vários tipos de usos
pretendidos e fixar as normas de qualidade ambiental e os critérios relativos ao estado das águas.

A DQA e a LA foram adaptadas à Região Autónoma da Madeira (RAM) através do Decreto Legislativo
Regional n.º 33/2008/M, de 14 de agosto.

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A DQA/LA tem por objetivo estabelecer um enquadramento para a proteção das águas superficiais
interiores, das águas de transição, das águas costeiras e das águas subterrâneas que:

¨ Evite a degradação e proteja e melhore o estado dos ecossistemas aquáticos e dos


ecossistemas terrestres e zonas húmidas diretamente associados;

¨ Promova um consumo de água sustentável;

¨ Reforce e melhore o ambiente aquático através da redução gradual ou a cessação de


descargas, emissões e perdas de substâncias prioritárias;

¨ Assegure a redução gradual e evite o agravamento da poluição das águas subterrâneas;

¨ Contribua para mitigar os efeitos das inundações e secas.

A área de implantação do Projeto é abrangida pelo Plano de Gestão da Região Hidrográfica do


Arquipélago da Madeira 2016-2021, que integra a Região Hidrográfica 10 (RH10), Plano este
aprovado pela Resolução n.º 945/2016 de 16 de dezembro.

O PGRH constitui o instrumento de excelência para a gestão dos recursos hídricos, fundamental para a
garantia de qualidade de vida e de desenvolvimento dos setores.

Os objetivos e medidas necessárias para os atingir têm interferência na vida das empresas e das pessoas
pelo que o envolvimento dos stakeholders e do público em geral é fundamental para desenvolver um
instrumento participativo e contribuir para uma tomada de decisão consciente.

A gestão por objetivos e a participação ativa dos stakeholders na definição de prioridades e estratégias
de atuação, realizada de forma articulada entre as diferentes temáticas, facilita a atribuição de
responsabilidades individuais bem como a conjugação de esforços que potenciam sinergias, evitando a
duplicação de esforços.

Tendo em atenção as características do Projeto, não se identificam interferências sensíveis com os recursos
hídricos.

5.2.3.2 Plano de Gestão de Riscos de Inundações da RAM (PGRI) 2016-2021

O Decreto Legislativo Regional nº 33/2008/M de 14 de agosto, que adapta à RAM a Lei n.º 58/2005,
de 29 de dezembro, a Lei da Água, bem como o Decreto-Lei n.º 77/2006, de 30 de março, que
complementa o regime jurídico consagrado na Lei da Água, o Decreto-Lei n.º 115/2010, de 22 de
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outubro, refere que os Planos de Gestão dos Riscos de Inundações são planos de recursos hídricos que
promovem o planeamento das águas, constituindo planos específicos de gestão das águas, neste caso
focados na problemática das consequências associadas às inundações. São elaborados em articulação
com o disposto nos Planos de Gestão das Regiões Hidrográficas (PGRH), salientando-se por esse motivo
a integração efetuada com a 2.ª Geração do Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Arquipélago
da Madeira (2016-2021).

No domínio da articulação com outros instrumentos de gestão territorial e considerando o disposto no


Decreto-Lei n.º 80/2015, de 14 de maio, deverá ser garantida a estreita articulação com outros
instrumentos de gestão territorial, designadamente na revisão do Plano de Ordenamento do Território
da Região Autónoma da Madeira.

O presente PGRI enquadra-se temporalmente na primeira avaliação dos riscos de inundações. Os PGRI
são reavaliados e, se necessário, atualizados, até 22 de dezembro de 2021 e, seguidamente, de seis em
seis anos. O impacto provável das alterações climáticas na ocorrência de inundações deve ser tido em
consideração nas reavaliações referidas, merecendo particular atenção neste domínio a Estratégia de
Adaptação às Alterações Climáticas da Região Autónoma da Madeira.

A área de intervenção não se insere em zona com riscos significativos de inundações. De qualquer modo
a intervenção deverá enquadrar-se nas orientações inscritas no Plano Regional de Emergência e Proteção
Civil.

Instrumentos de Planeamento e Gestão Municipal

O Projeto em análise desenvolve-se, integralmente, em território do município de Câmara de Lobos, ainda


que a área de estudo selecionada abranja, pontualmente, áreas do concelho do Funchal. Assim, e tendo
em atenção a área efetivamente interessada pelo Projeto, apresenta-se a informação relativa, apenas,
ao Plano Diretor Municipal de Câmara de Lobos.

5.2.3.3 Plano Diretor Municipal de Câmara de Lobos (PDMCL)

Os Planos Diretores Municipais (PDM) constituem um dos instrumentos fundamentais de ordenamento do


território, definindo as regras de ocupação, uso e transformação do solo, sendo, assim, o instrumento de
referência para as políticas de desenvolvimento local.

A revisão do Plano Diretor Municipal de Câmara de Lobos, foi aprovado pela Resolução n.º 134/2019,
de 19 de março.

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De acordo com a Planta de Ordenamento e o Regulamento do Plano Diretor Municipal (revisão) do


Município de Câmara de Lobos, o Projeto em análise interferirá com as seguintes categorias de espaços
(vd. Desenho 2):

Estação do Curral das Freiras

Solo Urbano

Espaços Centrais (2) – de acordo com o Artigo 41.º do Regulamento do PDM, os Espaços Centrais
correspondem a áreas urbanas de usos mistos que integram funções habitacionais e uma concentração
diversificada de atividades terciárias, desempenhando, pelas suas caraterísticas, funções de
centralidade. Nos Espaços Centrais são permitidos os seguintes usos e ocupações:

a) Habitação, comércio, serviços, e equipamentos de utilização coletiva e empreendimentos turísticos,


nas tipologias definidas por lei, para o solo urbano;

b) Atividades produtivas locais e industriais do tipo 3, conforme a classificação definida na lei em


vigor, e no cumprimento do Anexo I do presente Regulamento.

Assim, considera-se que o Projeto não apresenta incompatibilidade com o consignado no PDM.

Estação do Paredão

Solo Rústico

Espaços Naturais - Áreas de Elevado Valor Natural - N(VN) – de acordo com o Artigo 70.º do PDM, são
qualificados como Espaços Naturais, aqueles que integram áreas de reconhecido e elevado valor
paisagístico e ambiental, privilegiando-se a salvaguarda das suas caraterísticas essenciais e
fundamentais para a conservação da natureza e diversidade biológica e paisagística. Identificam-se
como subcategorias dos Espaços Naturais as Arribas e Escarpas, as Áreas de Elevado Valor Natural e as
Áreas de Formações Vegetais Espontâneas. No caso, a Estação do Paredão (e infraestruturas associadas)
ficará localizada em Áreas de Elevado Valor Natural.

Em qualquer uma das subcategorias de Espaços Naturais, são interditas as seguintes ações/atividades
de remoção ou danificação de espécies autóctones, salvo quando enquadradas em intervenções de
gestão florestal ou conservação da natureza, devidamente licenciadas, alterações à morfologia do solo,
pela instalação de depósitos, que acusem impacte visual negativo ou poluam o solo, o ar ou a água, bem

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como o vazamento de entulhos, descargas de águas residuais nos cursos e planos de água, no solo ou no
subsolo e atividades de pirotecnia.

São, no entanto, considerados usos compatíveis os equipamentos públicos de interesse ambiental, as


atividades produtivas locais e industriais do tipo 3, e pequenas unidades comerciais, a elas associadas,
estabelecimentos de restauração e bebidas, empreendimentos turísticos, nas tipologias de turismo no
espaço rural e empreendimentos de turismo da natureza, construção de edificações de apoio à prática
agrícola, instalações de vigilância, prevenção e apoio ao combate a incêndios, zonas de estacionamento,
implantadas ao longo da via, parques de merendas e miradouros, atividades socioculturais, de recreio,
de desporto e de lazer, compatíveis com a natureza, incluindo as instalações provisórias de apoio às
atividades.

Assim, importa entender junto do Município de Câmara de Lobos, a compatibilidade do Projeto com o seu
PDM uma vez que as atividades necessárias à sua implementação podem-se considerar como incluídas
naquelas consideradas interditas, mas o Projeto em si, enquadra-se nas atividades compatíveis.

Estação da Boca da Corrida

Solo Rústico

Espaços Florestais - Espaços Florestais Mistos – FM – de acordo com o Artigo 65.º do Regulamento do PDM,
os Espaços Florestais abrangem as áreas com presença dominante do estrato arbóreo, em alguns casos,
de áreas com apetência para a produção florestal. Os Espaços Florestais destinam-se à preservação e
regeneração natural do coberto florestal e dos valores naturais da paisagem, e à promoção do controlo
da erosão e da estabilidade e diversidade ecológica. Nos Espaços Florestais, devem ser preservadas as
caraterísticas naturais e potenciadas as possibilidades de revitalização biofísica, com vista ao equilíbrio
e à diversidade paisagística e ambiental, sendo permitidas ações que visem acelerar a evolução das
sucessões naturais, com manutenção ou introdução de matas de folhosas autóctones, com aplicação de
técnicas culturais não degradantes dos recursos em proteção.

Nos Espaços Florestais Mistos são permitidos os seguintes usos e ocupações: edificações de apoio à prática
agrícola, silvícola ou silvopastoril, nomeadamente estufas, armazéns, arrecadações e garagens; comércio
e serviços, desde que diretamente ligados às utilizações agrícolas, florestais, aquícolas ou piscícolas.

Identificam-se como usos compatíveis os empreendimentos turísticos, nas tipologias de turismo no espaço
rural e empreendimentos de turismo da natureza, os espaços e edifícios de culto, equipamentos públicos
de interesse ambiental, instalações de vigilância e prevenção e apoio ao combate a incêndios, zonas de
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estacionamento, implantadas ao longo da via; parques de merendas e miradouros, construções destinadas


à prática de pecuária de apoio à economia de subsistência familiar, atividades socioculturais, de recreio,
de desporto e de lazer, compatíveis com a natureza, incluindo as instalações provisórias de apoio às
atividades.

Assim, mais uma vez, importa entender junto do Município de Câmara de Lobos, a compatibilidade do
Projeto com o seu PDM uma vez que as atividades necessárias à sua implementação podem-se considerar
como incluídas naquelas consideradas interditas, mas o Projeto em si, enquadra-se nas atividades
compatíveis.

Parque Aventura

O Parque Aventura abrangerá:

Espaços Florestais - Espaços Florestais Mistos – FM – com as considerações apresentadas anteriormente.

Espaços Naturais: Áreas de Formações Vegetais Espontâneas - N(VP) – de acordo com o Artigo 70.º do
PDM, são qualificados como Espaços Naturais, aqueles que integram áreas de reconhecido e elevado
valor paisagístico e ambiental, privilegiando-se a salvaguarda das suas caraterísticas essenciais e
fundamentais para a conservação da natureza e diversidade biológica e paisagística. Identificam-se
como subcategorias dos Espaços Naturais as Arribas e Escarpas, as Áreas de Elevado Valor Natural e as
Áreas de Formações Vegetais Espontâneas.

Em qualquer uma das subcategorias de Espaços Naturais, são interditas as seguintes ações/atividades
de remoção ou danificação de espécies autóctones, salvo quando enquadradas em intervenções de
gestão florestal ou conservação da natureza, devidamente licenciadas, alterações à morfologia do solo,
pela instalação de depósitos, que acusem impacte visual negativo ou poluam o solo, o ar ou a água, bem
como o vazamento de entulhos, descargas de águas residuais nos cursos e planos de água, no solo ou no
subsolo e atividades de pirotecnia.

São, no entanto, considerados usos compatíveis os equipamentos públicos de interesse ambiental, as


atividades produtivas locais e industriais do tipo 3, e pequenas unidades comerciais, a elas associadas,
estabelecimentos de restauração e bebidas, empreendimentos turísticos, nas tipologias de turismo no
espaço rural e empreendimentos de turismo da natureza, construção de edificações de apoio à prática
agrícola, instalações de vigilância, prevenção e apoio ao combate a incêndios, zonas de estacionamento,
implantadas ao longo da via, parques de merendas e miradouros, atividades socioculturais, de recreio,

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de desporto e de lazer, compatíveis com a natureza, incluindo as instalações provisórias de apoio às


atividades.

Assim, importa entender junto do Município de Câmara de Lobos, a compatibilidade do Projeto com o seu
PDM uma vez que as atividades necessárias à sua implementação podem-se considerar como incluídas
naquelas consideradas interditas, mas o Projeto em si, enquadra-se nas atividades compatíveis.

Espaços Culturais – C - são qualificados como Espaços Culturais as áreas de património histórico,
arquitetónico, arqueológico e paisagístico, com vista da proteção, conservação e valorização dos valores
em presença. Nos Espaços Culturais é prioritária a manutenção do uso dominante existente, à data de
elaboração do Plano, sendo, no entanto, permitidos os usos compatíveis referidos no artigo seguinte, com
vista à valorização, a salvaguarda e a sustentável exploração turística e lúdico-pedagógica das zonas
abrangidas.

Considera-se, desta forma, que o Projeto, na sua componente de Parque Aventura, é compatível com o
consignado no Regulamento.

5.2.4 Instrumentos de Planeamento Local

5.2.4.1 Plano de Gestão Florestal das Serras do Funchal e de Câmara de Lobos.

O Plano de Gestão Florestal (PGF) engloba as Serras do Funchal e de Câmara de Lobos, das quais fazem
parte os Montados do Paredão e do Cidrão, inseridas nos Concelhos do Funchal e de Câmara de Lobos.
Este plano avalia a ocupação florestal atual e cria, no âmbito dos objetivos de gestão estabelecidos, o
plano de gestão florestal, de acordo com as orientações estabelecidas pelos vários instrumentos de
ordenamento e planeamento florestal em vigor, nomeadamente a Lei de Bases da Política Florestal,
regulamentada pela Lei n.º 33/96 de 17 de agosto; o Plano Regional de Ordenamento Florestal da
Região Autónoma da Madeira (PROF-RAM), regulamentado pela Resolução n.º 600/2015, de 6 de
agosto do Conselho do Governo Regional; e a Resolução n.º 64/2016, de 12 de fevereiro do Conselho
do Governo Regional.

Os objetivos do PGF consistem na realização de um planeamento adequado e economicamente viável


das operações referentes a uma gestão florestal sustentável, integrando as componentes de gestão
multifuncional da área de estudo, como sejam as vertentes ambiental, produtiva, recreativa e turística. Foi
estabelecido um horizonte de planeamento de 25 anos para as ações de manutenção, gestão e
exploração dos recursos florestais existentes.

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O Projeto em análise interfere com uma área abrangida por este Plano na área da Estação do Paredão.
Não se identificam, no entanto, quaisquer condicionamentos resultantes desta interferência.

5.2.5 Condicionantes, servidões e restrições de utilidade pública

No presente capítulo encontram-se coligidas as condicionantes retiradas da Planta de Condicionantes do


PDM de Câmara de Lobos (vd. Desenho 3).

Da análise efetuada, e para além das condicionantes que resultam dos instrumentos de ordenamento
atrás já descritos, não é identificada qualquer outra condicionante aplicável, a partir da análise da
Planta de Condicionamento de Câmara de Lobos.

Ao nível das condicionantes, a área de intervenção sobrepõe-se a áreas de Reserva Ecológica Nacional
nem de Reserva Agrícola Nacional, uma vez que abrange a Área protegida do parque Natural da
Madeira e Sítio da rede Natura 2000, nos termos do decreto legislativo Regional nº 18/2011/M, de 11
de agosto, o qual estabelece um regime transitório para a aplicação À Região Autónoma da Madeira
do regime jurídico da reserva Ecológica Nacional, estabelecendo que, durante a vigência deste regime,
a REN é definida com base nos regimes jurídicos das áreas protegidas em vigor na Região Autónoma da
Madeira.

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6 DESCRIÇÃO DO ESTADO ATUAL DO AMBIENTE (CARACTERIZAÇÃO DA


SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA)

6.1 METODOLOGIA UTILIZADA

A Caracterização da Situação de Referência consiste numa descrição do estado atual do ambiente num
dado espaço (correspondente à área que será afetada pelo Projeto), o qual é suscetível de vir a ser
alterado pelo Projeto em estudo. A área afetada é variável, consoante o fator em análise, e por isso
foram consideradas áreas de estudo diferentes conforme já apresentado no Subcapítulo 2.2.

A análise foi desenvolvida numa primeira fase com recurso a bibliografia da especialidade, e
posteriormente foi completada com reconhecimentos de campo realizados na área de estudo pelos
especialistas envolvidos no EIA.

Apresenta-se, seguidamente, uma síntese dos principais domínios focados:

A NÍVEL BIOFÍSICO

• Clima e alterações climáticas: efetuou-se o enquadramento climático regional e local e foram


caracterizados os principais parâmetros meteorológicos relevantes, e analisada a respetiva
variabilidade intra e interanula. Procedeu-se à avaliação do fenómeno das alterações climáticas;

• Geologia, geomorfologia, neotectónica e sismicidade: foi feita a caracterização litológica,


geomorfológica, tectónica, sismotectónica e dos recursos minerais para a envolvente e na zona de
implantação do Projeto. Analisaram-se as possíveis interferências do Projeto com elementos
geológicos de particular interesse e com o património geológico;

• Hidrogeologia: procedeu-se à análise da situação hidrogeológica tendo em conta as formações


geológicas, a avaliação dos recursos hídricos subterrâneos, a existência de captações e a sua
vulnerabilidade à poluição;

• Recursos Hídricos Superficiais: a análise incidiu na caracterização hidrográfica da área de


estudo e na caracterização das massas de água superficiais das bacias hidrográficas da área
de incidência do Projeto. A nível da qualidade da água foi avaliada a possível existência de
fontes poluidoras que possam afetar a qualidade dos recursos hídricos na área de estudo;

84

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• Solos e Ocupação dos Solos: foram caracterizados os solos em presença, tendo em atenção o
seu potencial de utilização - agrícola ou florestal, sensibilidade à poluição em obra e limitações
de utilização. Foi efetuada a caracterização dos solos, em termos de ocupação e usos, com base
na consulta de cartografia, de ortofotomapas e de reconhecimentos de campo à área de estudo,
particularmente ao local de inserção do Projeto;

• Ecologia - Flora, vegetação e habitat: foram identificadas as diversas unidades através de


inventários fitossociológicos e elaborada um inventário florístico relativo à área de estudo, tendo
sido analisada a existência ou não de espécies com interesse para conservação atendendo aos
Anexos da Diretiva Habitat 92/43/CEE. Foram cartografadas em SIG as áreas identificadas
como mais sensíveis sob o ponto de vista florístico e de vegetação com o objetivo de identificar
áreas a salvaguardar, e a permitir uma análise, de forma sustentada, dos eventuais impactes;

• Ecologia - Fauna: procedeu-se à caracterização e distribuição sazonal das diferentes espécies


de fauna, em especial herpetofauna, avifauna e mamofauna na área de estudo com base na
bibliografia. Foram identificadas as espécies com maior interesse de conservação e avaliado o
valor ecológico na área de estudo para a fauna. Os reconhecimentos de campo dirigidos à
identificação de espécies, serviu também para consolidar a diversa informação bibliográfica
existente e suportar a caracterização e a avaliação dos impactes e das medidas de minimização.

• Qualidade do Ar: para efetuar a caracterização da qualidade do ar na situação atual na área


em estudo, recorreu-se aos dados de concentrações de poluentes atmosféricos da rede de
monitorização da qualidade do ar, disponíveis na base de dados online Qualar
(https://qualar.apambiente.pt/);

• Gestão de Resíduos: efetua-se uma síntese das questões relacionadas com a gestão de resíduos
na área de intervenção do Projeto, tendo em conta os resíduos que serão potencialmente
produzidos nas diferentes fases de Projeto (construção, exploração e desativação), das
entidades/operadores que existem na região que garantam a recolha/tratamento de resíduos e
efluentes (principalmente aqueles a que se terá de recorrer em fase de obra), bem como um
breve enquadramento legal deste tema;

• Paisagem: foi efetuada a caracterização dos elementos estruturantes do território e estudado o


funcionamento e a participação de cada elemento no espaço, com especial atenção aos elementos
patrimoniais, e tendo posteriormente sido caracterizado e avaliado o resultado / qualidade
visual do território - paisagem. Todo o processo de caracterização da situação atual foi
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acompanhado por uma análise de visibilidades, por trabalho de observação direta e de


levantamento fotográfico, permitindo estabelecer uma triagem dos potenciais conflitos do ponto
de vista paisagístico e a boa identificação de soluções.

• Ambiente Sonoro: foi realizada a caracterização do local relativamente à existência de


recetores sensíveis na envolvente do Projeto. Posteriormente, e para suporte da avaliação dos
impactes causados pelos níveis sonoros produzidos pelos equipamentos envolvidos nas fases de
construção e de exploração, foi tida em conta a legislação específica em vigor e foram efetuadas
medições de ruído locais.

A NÍVEL SOCIOECONÓMICO

• Socioeconomia: foi caracterizada a socioeconomia local através de informação estatística e


bibliográfica da especialidade, da avaliação de indicadores socioeconómicos e da consulta dos
documentos relativos ao Projeto. Foi efetuada a avaliação da variação da população nas
freguesias na última década, e avaliado o tecido produtivo de base local na prospetiva de
percecionar as alterações que serão introduzidas no território pela instalação do projeto;

• Património Arqueológico, Arquitetónico e Etnológico: foi realizada a identificação dos


eventuais vestígios materiais (monumentos e sítios) históricos, proto-históricos e pré-históricos, de
tipo arqueológico e de tipo arquitetónico, existentes na área de estudo. A informação de origem
bibliográfica foi complementada com a prospeção sistemática da área de implantação do
Projeto, no sentido de proporcionar uma base informacional adequada à avaliação do impacte
do Projetos sobre o património e à identificação das medidas minimizadoras.

• Saúde humana: foram identificados os fatores ambientais cuja variação, em função dos impactes
do projeto, poderão incidir direta ou indiretamente, na Saúde Humana. Foi ainda efetuada a
caracterização geral da saúde humana na área de estudo, recorrendo-se para tal ao Perfil Local
de Saúde na área geográfica de influência dos Projetos.

Para os fatores ambientais em que tal seja pertinente, é detalhada a metodologia específica utilizada,
no início dos respetivos Subcapítulos.

6.2 CLIMA E ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

6.2.1 Clima

86

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6.2.1.1 Enquadramento climatológico

A caracterização do clima na região onde se insere o Projeto foi efetuada com base na informação
presente no site do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA, 2021) recorrendo-se a séries
mensais e anuais de observações baseadas no período de referência de 1971-2000.

6.2.1.2 Classificação Climática

A classificação climática de Köppen-Geiger, mais conhecida por classificação climática de Köppen, é o


sistema de classificação global dos tipos climáticos baseado no pressuposto de que a vegetação natural
de cada região da Terra é essencialmente uma expressão do clima que nela prevalece. Esta classificação
divide os climas em 5 grandes grupos e diversos tipos e subtipos, que em conjunto formam um clima
representado por um conjunto de letras (com 2 ou 3 caracteres) cujo significado é o seguinte:

¨ C: Clima mesotérmico (temperado) húmido, em que a temperatura dos três meses mais frios
varia entre os -3ºC a 18ºC e a temperatura média do mês mais quente é superior a 10ºC;

¨ s: A estação seca é o verão, em que a quantidade de precipitação do mês mais seco do


semestre quente é inferior a 1/3 da do mês mais chuvoso do semestre frio e inferior a 40 mm;

¨ a: Verão quente com temperatura média do mês mais quente superior a 22ºc;

¨ b: Verão temperado com temperatura média do mês mais quente menor ou igual a 22 ºC e
com quatro meses ou mais com temperatura média superior a 10 ºC.

Consultando o Atlas Climático Ibérico (AEM & IM, 2011) é possível concluir que a Ilha da Madeira
apresenta um clima temperado com verão seco e temperado (Csb) na maior parte da Ilha onde a
temperatura média do mês mais quente é menor ou igual a 22 °C e com quatro meses, ou mais, com
temperatura média superior a 10 °C. Contudo, o clima é temperado com verão seco e quente (Csa) na
costa sul nas áreas de baixa altitude, onde temperatura média do mês mais quente é superior a 22 °C.

A área em estudo, apresenta um clima do tipo Csb, como característico das zonas de maior altitude na
região da Madeira.

6.2.1.3 Meteorologia

A estação climatológica utilizada para descrever o clima na área de estudo, conforme a disponibilidade
dos dados meteorológicos e proximidade à área de estudo, é a estação do Funchal denominada por

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FUNCHAL/MADEIRA (522). A estação escolhida localiza-se a cerca de 10 km na direção sudeste da área


de estudo, e situa-se numa zona de clima Csa. Foi escolhida a estação referida devido à inexistência de
dados referentes a uma estação mais próximas da área de estudo. Os dados da estação foram utilizados
para a análise da temperatura do ar, insolação, humidade relativa do ar, nevoeiro, geadas, trovoada,
vento, evaporação, precipitação.

O Quadro 6.1 descreve as características desta estação, bem como a altitude e a distância das mesmas
à área de estudo para a implantação do Projeto.

Quadro 6.1
Características gerais da estação climatológica considerada:

Designação Latitude Longitude Alt (m) Observações


FUNCHAL/MADEIRA Localizada na direção sudeste a
32º38’N 16º53’W 58m
(522) cerca de 10 km da área de estudo.
Fonte: adaptado do IPMA, Fichas climatológicas 1971-2000.

Ressalva-se que localmente poderão ocorrer algumas variações climáticas em relação a esta estação,
devido a condições particulares, de que se destacam a orografia e a distância a massas de água.

6.2.1.4 Temperatura do ar

Na proximidade à área de estudo, o clima apresenta uma temperatura média anual de 18,9ºC. Nos
meses de verão, as médias das temperaturas máximas são mais elevadas em agosto e setembro com,
respetivamente, 25,8ºC e 25,9ºC e nos meses de inverno, a média da temperatura mínima é mais baixa
no mês de fevereiro, com 12,9ºC. Quanto à amplitude térmica mensal apresenta uma média anual de
6ºC.

Considerando as temperaturas médias mensais, verifica-se que o ano se divide em dois semestres, um
mais frio, de dezembro a junho, no qual a temperatura média mensal é inferior à temperatura média
anual, e um mais quente, que se estende de julho a novembro, e em que a temperatura média mensal é
superior à média anual. Os valores menos e mais elevados são atingidos, respetivamente, em fevereiro
com 16,1ºC e em agosto e setembro, com 22,6ºC.

Os dados relativos à temperatura do ar, na estação climatológica do Funchal estão representados na


Figura 6.1.

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30

25
Temperatura (oC)

20

15

10

0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Temp, máx, ar 19,3 19,3 19,8 19,9 20,9 22,6 24,4 25,8 25,9 24,4 22,4 20,3
Temp, min, ar 13,2 12,9 13,3 13,8 14,9 16,9 18,4 19,3 19,3 17,9 16,1 14,4
Temp, média ar 16,2 16,1 16,5 16,9 17,9 19,7 21,4 22,6 22,6 21,2 19,2 17,4

Temp, máx, ar Temp, min, ar Temp, média ar

Fonte: adaptado do IPMA, Fichas climatológicas 1971-2000.

Figura 6.1 – Variação dos valores mensais da temperatura mínima, média e máxima na Estação do Funchal (Período
de 1971-2000).

6.2.1.5 Insolação

Ao analisar a Figura 6.2, observa-se, na estação do Funchal, a variação de horas médias de sol ao longo
do ano, relacionadas com a sazonalidade. Os meses com maior valor de insolação, julho e agosto,
recebem, respetivamente, 221 e 231 horas mensais de sol, enquanto os meses menos ensolarados, de
dezembro a fevereiro, recebem menos de 142 horas mensais. A insolação total anual tem um valor de
2 057 horas (vd. Figura 6.2).

250

200
Insolação média (h)

150

100

50

0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Insolação média (h) 140 141 172 169 183 151 221 231 189 175 152 134

Fonte: adaptado do IPMA, Fichas climatológicas 1971-2000.

Figura 6.2 – Insolação média mensal para a estação do Funchal (Período de 1971-2000).
89

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6.2.1.6 Humidade relativa do ar

A humidade relativa do ar mede o grau de saturação do vapor de água na atmosfera, sendo dado pela
razão entre a massa do vapor de água que existe num determinado volume de ar húmido e a massa de
água que existiria se o ar estivesse saturado à mesma temperatura, num dado local e instante
considerado. A possibilidade de ocorrência de precipitação aumenta à medida que a humidade do ar
se aproxima de 100%. Os valores registados às 9h são representativos da média dos valores das 24h
diárias. Os valores médios mensais da humidade relativa do ar na estação do Funchal estão
representados na Figura 6.3.

75
74
Humidade relativa do ar média

73
72
71
(%)

70
69
68
67
66
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Humidade 74 74 70 69 71 73 74 73 72 72 72 74

Fonte: adaptado do IPMA, Fichas climatológicas 1971-2000

Figura 6.3 – Humidade relativa média do ar mensal às 9:00h (%) na estação do Funchal (Período de 1971-2000)

A variação intermensal da humidade do ar é reduzida na região em estudo. A humidade do ar apresenta


um valor sensivelmente constante e elevado (característico de zonas de grande influência oceânica), sendo
que o valor de humidade relativa apresente uma variação intermensal entre 69% e 74% (vd. Figura 6.3).
O valor médio anual de humidade relativa é de 72%.

6.2.1.7 Nebulosidade

O número médio de dias por ano com céu encoberto, na estação climatológica do Funchal é de 85,
distribuídos ao longo do ano com maior incidência entre os meses de dezembro e junho. O número médio
de dias com céu limpo é de 53. Na Figura 6.4 apresenta-se a variação anual da ocorrência de dias de
céu encoberto e de céu limpo, na estação do Funchal.

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30

25

20
nº de dias

15

10

0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Céu limpo 10 8 7 6 10 13 20 23 11 9 9 8
Céu encoberto 14 14 8 9 6 2 1 1 3 8 11 17

Céu encoberto Céu limpo

Fonte: adaptado do IPMA, Fichas climatológicas 1971-2000.

Figura 6.4 – Gráfico com o número de dias médio com céu limpo e céu encoberto na estação climatológica do Funchal
(Período de 1971-2000)

6.2.1.8 Nevoeiro

O número de dias com nevoeiro, na estação climatológica do Funchal, é quase nulo, apresentando um
valor médio anual inferior a 1 dia por ano.

6.2.1.9 Geadas

O número de dias com geada, na estação climatológica do Funchal, apresenta um valor nulo, não existindo
nesta estação nenhum dia por ano com que apresente este parâmetro.

6.2.1.10 Trovoada

A estação do Funchal apresenta um total anual de 7,5 dias com trovoada. O período de maior incidência
de trovoada corresponde aos meses de setembro a abril (vd. Figura 6.5). A frequência de trovoadas na
região em estudo é pouco significativa.

91

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nº médio de dias com 1,6


1,4
1,2
trovoada

1
0,8
0,6
0,4
0,2
0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Trovoada 1,1 0,7 0,8 0,4 0,2 0,1 0,1 0,1 0,5 1,1 1,0 1,4

Fonte: adaptado do IPMA, Fichas climatológicas 1971-2000.

Figura 6.5 – Gráfico com o número de dias médio com ocorrência de trovoada estação climatológica do Funchal
(Período de 1971 – 2000).

6.2.1.11 Vento

Através da Figura 6.6 é possível analisar a variação mensal da velocidade do vento na estação em
estudo. Verifica-se que as velocidades médias mensais do vento nesta estação climatológica mantêm-se
sensivelmente constante ao longo do ano, apresentando um valor médio de 7,6 km/h. A velocidade do
vento é maior no mês de dezembro (10 km/h) e menor nos mês de julho (5,6 km/h).

10,0
9,0
nº médio de dias com vento

8,0
7,0
6,0
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Vento 8,8 8,9 8,2 8,0 7,1 5,9 5,6 6,0 6,7 7,7 8,5 9,1

Fonte: adaptado do IPMA, Fichas climatológicas 1971-2000

Figura 6.6 – Gráfico com a velocidade média do vento mensal na estação climatológica do Funchal (Período de 1971-
2000)

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6.2.1.12 Evaporação

A evaporação registada na estação do Funchal, apresenta uma variação intermensal sensivelmente


reduzida, distribuída ao longo do ano entre os valores de 80 e 100 mm (vd. Figura 6.7). A evaporação
média total anual na estação do Funchal é de 1112 mm.

120
100
evaporação (mm)

80
60
40
20
0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Evaporação 92 85 103 96 90 80 84 93 96 100 98 94

Fonte: adaptado do IPMA, Fichas climatológicas 1971-2000

Figura 6.7 – Gráfico com a evaporação média mensal (com mediação através de evaporímetro de Piche; observação
das 09 às 09h UTC) na estação climatológica do Funchal (Período de 1971-2000)

6.2.1.13 Precipitação

A variação mensal da precipitação na estação climatológica permite identificar um semestre húmido, de


setembro a maio. No conjunto dos meses secos, de junho a agosto a precipitação média total corresponde
apenas a 13 mm (vd. Figura 6.8). A região apresenta uma pluviosidade média total anual de 600 mm.

120
precipitação total
acumulada (mm)

100
80
60
40
20
0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Precipitação 90 67 58 37 29 7 3 3 36 81 84 106

Fonte: adaptado do IPMA, Fichas climatológicas 1971-2000

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Figura 6.8 – Precipitação média mensal da estação climatológica do Funchal (Período de 1971-2000)

6.2.2 Alterações climáticas

6.2.2.1 Enquadramento

A definição de alterações climáticas foi estabelecida pelo IPCC – Painel Intergovernamental para as
Alterações Climáticas, cujo último relatório foi publicado recentemente, em 2021, denominado 6º
Relatório de Avaliação (AR6). O anterior relatório (AR5) data de 2013/2014, e foi a partir deste que
se desenvolveram os trabalhos publicados atualmente.

O seu conceito designa quaisquer alterações no estado do clima que possam ser identificadas pelas
ferramentas estatísticas utilizadas na análise de médias dos diversos fatores climáticos, como por exemplo
a temperatura ou a precipitação, e que atestem a variabilidade por um período prolongado, na ordem
das décadas. As variações identificadas podem resultar de processos naturais como a modulação de
ciclos solares ou de origem antropogénica, consequente das atividades humanas que provoquem
persistentes alterações na composição da atmosfera ou no uso do solo.

Tanto o 6.º Relatório de Avaliação (AR6) (IPCC, 2021), como o AR5 (IPCC, 2014), identificam
inequivocamente a influência humana no sistema climático devido à emissão de gases com efeito de estufa
(GEE). Os níveis muito elevados de concentração de GEE são responsáveis pelas alterações já verificadas
e que se prevê intensificarem-se, ao nível do aumento da temperatura média, das modificações no ciclo
global da água provocadas por diferentes padrões de precipitação, da redução das massas de gelo
polares e dos glaciares, da subida do nível médio do mar e da frequência e magnitude de eventos
meteorológicos extremos. Os resultados publicados referem que:

¨ Em 2019, as concentrações atmosféricas de CO2 eram maiores do que em qualquer momento


em pelo menos 2 milhões de anos;

¨ Cada uma das últimas quatro décadas foi sucessivamente mais quente do que qualquer década
que a precedeu desde 1850, sendo que as primeiras duas décadas deste século (2001-2020)
foram 0,99ºC mais quentes que no período 1850-1900;

¨ A influência humana é, muito provavelmente, o principal impulsionador do recuo das massas de


gelo e glaciares e da diminuição da área de gelo do mar Ártico entre 1979-1988 e 2010-

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2019, que atingiu reduções de 40% em setembro e 10% em março, o que provocou os níveis
mais baixos desde 1850;

¨ Os oceanos sofreram aumento da temperatura, alterações da salinidade e acidificação na


camada superficial (0-700 m) desde 1970, despoletando ondas de calor marinhas e afetando
correntes e consequentemente a biodiversidade;

¨ Os eventos extremos associados a altas temperaturas, como as ondas de calor, tornaram-se


mais frequentes e intensos desde 1950, enquanto os eventos associados a temperaturas muito
baixas se tornaram menos severos;

¨ Os eventos extremos associados a precipitação intensa, aumentaram desde 1950, assim como
as secas.

Relativamente à subida do nível do mar, foi publicado em 2019 pelo IPCC o relatório “The Ocean and
Cryosphere in a Changing Climate”, que identificou uma redução substancial da massa de gelo
comparativamente com as anteriores décadas, o desaparecimento de glaciares e uma aceleração na
taxa de degelo, que por exemplo, triplicou na Antártida no período entre 2007 e 2016, relativamente
ao período de 1997-2006 e na Gronelândia duplicou para os mesmos períodos temporais. Foi ainda
contabilizado o valor de subida do nível médio do mar entre 1902 e 2015, que atingiu os 0,16 m (com
variação de probabilidades entre 0,12 e 0,21 m), sendo que a sua taxa de aumento de 2006 a 2015
foi de 3,6 mm/ano, aproximadamente 2,5 vezes mais do que a taxa entre 1901 e 1990, que se situava
em 1,4 mm/ano. No futuro, as últimas projeções indicam que:

¨ O aumento do nível do mar será de 0,39 m (variando de 0,26 e 0,56 m) para o período 2081
– 2100 e 0,43 (variação entre 0,29 e 0,59 m) em 2100 comparando com o período 1986-
2005, podendo atingir 0,71 m (variando entre 0,51 e 0,92 m) para 2081-2100 e 0,84 m
(variando entre 0,61 m e 1,10 m) em 2100, no caso mais gravoso de projeção das emissões
antropogénicas de GEE.

No ano de 2018 foi publicado o Relatório Especial do IPCC - Aquecimento Global de 1,5°C que concluiu
que a alteração da temperatura média global à superfície provavelmente excederá, até ao fim do século
XXI, os 1,5°C relativamente ao registado no período 1850 -1900. No entanto, esse nível de aumento
poderá ser atingido já entre 2030 e 2052, caso a emissão de GEE continue a aumentar ao ritmo atual.

Para Portugal, quase todos os modelos climáticos preveem:

95

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¨ a redução da precipitação em Portugal Continental durante a Primavera, Verão e Outono. Os


eventos de precipitação tendem a ser progressivamente mais concentrados, com alterações nos
padrões de distribuição sazonal que incluem um decréscimo da precipitação de cerca de 30%
nos valores totais da Primavera, decréscimo de 35% a 60% nos valores totais do Outono e um
aumento de 20% a 50% nos valores totais do Inverno, potenciando o risco de cheias (Santos
& Miranda, 2006);

¨ o aumento das temperaturas médias poderá atingir entre 4ºC e 7ºC para o horizonte temporal
de 2100 (IPMA, 2016);

¨ a taxa de aumento do nível médio do mar tem acelerado, com aumentos de 2,2 mm/ano, de
1992 a 2004, e de 4,1 mm/ano, de 2005 a 2016, sendo que a taxa aumenta cerca de 0,079
mm/ano (Antunes, 2016).

É de ressalvar que a interpretação dos resultados obtidos deverá ter em conta a elevada incerteza
associada às projeções climáticas, nomeadamente devido à complexidade dos sistemas climáticos globais,
à heterogeneidade dos seus efeitos a nível regional e local, às limitações das ferramentas de previsão
climática e à incerteza que envolve a evolução das emissões antropogénicas de GEE.

Pretende-se, assim, apresentar uma análise da previsível evolução futura do sistema climático à escala
regional e o seu potencial impacto sobre as infraestruturas e serviços a prestar pelo projeto e também os
impactos relativos à construção da infraestrutura nas alterações climáticas.

Neste trabalho foi considerada como referência a Política Climática Nacional, aprovada pela Resolução
do Conselho de Ministros nº 56/2015, de 30 de julho, que contempla o Programa Nacional para as
Alterações Climáticas 2020/2030 (PNAC 2020/2030) e a Estratégia Nacional de Adaptação às
Alterações Climáticas (ENAAC 2020), enquadrando-se, igualmente, a temática no Roteiro para a
Neutralidade Carbónica 2050 (RNC2050), aprovado pela Resolução de Ministros nº 107/2019 de 1 de
julho.

6.2.2.2 Metodologia

Em termos metodológicos, a primeira fase de caracterização da situação de referência é elaborada a


partir de documentação relevante em matéria de alterações climáticas através da análise de dados
disponibilizados online, nomeadamente:

¨ AR6 IPCC (IPCC, 2021) e AR5 IPCC (IPCC, 2014), escala global;

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¨ Planos Intermunicipais de Adaptação às Alterações Climáticas;

¨ Portal do Clima (http://portaldoclima.pt/) escala regional NUT III; e

¨ Portal ClimAdaPT.Local – Estratégias Municipais de Adaptação às Alterações Climáticas.

A análise obedece a uma cenarização climática, específica do projeto, tendo em conta a informação
disponível e em linha com os pressupostos utilizados nos documentos supramencionados. Para esta análise
consideram-se as variáveis ou fatores climáticos1 disponíveis e mais suscetíveis de impactar o projeto.

É de referir que sempre que se utilizarem dados do Portal do Clima (escala regional), o modelo elegido
é o Ensemble, que traduz a combinação de vários modelos climáticos apresentando um resultado integrado
de um conjunto de simulações de modo a caracterizar uma projeção de cada fator climático. O Portal do
Clima apenas apresenta dados relativos ao território de Portugal continental, pelo que esta plataforma
não foi utilizada para o projeto em estudo, na região da Madeira.

A caracterização inicia-se com a seleção dos cenários climáticos de referência e da escala temporal a
considerar, tendo em conta as evoluções previstas das concentrações globais de gases de efeito de estufa
ao longo do tempo segundo as perspetivas de desenvolvimento socio-económico-tecnológico definidas
pelo IPCC ao longo do séc. XXI.

As projeções relativas a cada fator climático são realizadas a partir de quatro diferentes Representative
Concentration Pathways (RCPs) (IPCC, 2014), que procuram prever as emissões antropogénicas de gases
com efeito de estufa considerando o crescimento populacional, a atividade económica, estilo de vida, uso
de energia, padrões de usos do solo, tecnologia e a política climática. Estes incluem um cenário de redução
de emissões de GEE (RCP2.6), dois intermédios, com maior probabilidade de acontecimento tendo em
conta a evolução atual (RCP4.5 e RCP6.0) e um cenário mais gravoso, de aumento elevado de emissões
(RCP8.5) (vd. Figura 6.9).

1 Variável/ Fator Climático: Variáveis físicas, químicas ou biológicas correlacionadas entre si e que contribuem de
forma crítica para a caracterização do clima da Terra. Incluem p. ex. a temperatura, a precipitação, o vento, a
humidade relativa do ar ou a subida do nível médio do mar (IPCC, 2014).
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Fonte: AR5 IPCC, 2014

Figura 6.9 – Projeção das emissões de GEE até 2100 e identificação dos diferentes RCP

Os eventos extremos são caracterizados, no Portal do Clima, através das anomalias, ou seja, pelas
diferenças relativamente aos valores das variáveis climáticas na situação de referência. Estas anomalias
são definidas através de percentis, medidas que dividem as amostras. Esta fonte utiliza os percentis
mínimo (o menor dos dados), percentil 10, percentil 25, mediana, percentil 75, percentil 90 e máximo (o
maior dos dados). Para este trabalho, considera-se relevante a apresentação dos seguintes percentis:

¨ Mediana, situação que ocorre em 50% dos anos, ou seja, em cada período analisado de 30
anos, ocorre em 15 anos;

¨ Máximo, situação com baixa probabilidade de acontecimento, que se pretende utilizar para
representar a situação mais gravosa. É o valor mais alto definido pelos modelos climáticos
utilizados para o período analisado.

Esta ferramenta permite também observar, além da anual, a distribuição das anomalias por estações do
ano, nomeadamente inverno, primavera, verão e outono.

É de referir que, embora já tenha sido publicado o AR6 (IPCC, 2021), os trabalhos e ferramentas
disponíveis na atualidade utilizaram como referência o AR5 (IPCC, 2014). Assim, no presente trabalho e,
em linha com a maioria dos trabalhos científicos relacionados com alterações climáticas a nível mundial,
a subsequente análise considerará o RCP4.5, que pressupõe uma trajetória de aumento da concentração
de CO2 atmosférico até 520 ppm em 2070, com incremento mais reduzido até 2100. Cenário em
concordância com os objetivos do Acordo de Paris e o RCP8.5, que pressupõe aumentos da concentração
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de CO2 até 2050 e um aumento intensificado até 2100, atingindo 950 ppm de CO2 atmosférico. Cenário
em que se propõe demonstrar o caso mais grave projetado.

Quanto aos horizontes temporais a utilizar, irá definir-se uma situação de referência, futuros de curto,
médio e de longo prazo. De acordo com o IPCC e o Portal do Clima, estes horizontes podem referir-se a
períodos de 30 anos, nomeadamente:

¨ 1971-2000 (clima atual);

¨ 2011-2040 (curto-prazo);

¨ 2041-2070 (médio-prazo);

¨ 2071-2100 (longo-prazo).

No caso de ter sido publicado um Plano Intermunicipal de Adaptação às Alterações Climáticas específico
da região em estudo, deverá dar-se preferência aos dados que apresenta e aos pressupostos utilizados.

Para este projeto, situado no Município de Câmara de Lobos, na região autónoma da Madeira, o
documento oficial, existente e disponível, associado à região mais perto da área em estudo corresponde
ao Plano Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas do Funchal (PMAACF) (CMF, 2016),
correspondente ao município do Funchal, que faz fronteira a leste com o município mais representativo da
área em estudo. O PMAACF foi o plano utilizado para os dados necessários para o presente trabalho.

Pretende-se, deste modo, realizar uma caracterização de âmbito regional o mais rigorosa possível e, se
possível, de âmbito local/concelhio. A caracterização será realizada a partir da análise das anomalias
climáticas de cada fator climático, ou seja, a diferença de valores num dado período futuro relativamente
ao período de referência considerado.

Não obstante, deve ter-se em conta a margem de incerteza associada aos modelos climáticos e,
consequentemente, aos resultados apresentados.

6.2.2.3 Caracterização de Cenários Climáticos

6.2.2.3.1 Temperatura

Globalmente, os AR5 (IPCC, 2014) e AR6 (IPCC, 2021) reconhecem aumentos da temperatura muito
significativos. Por ser um dos fatores mais relevantes em matéria de alterações climáticas, considerou-se
pertinente analisar, além das escalas regional e local, a global e as diferenças das projeções entre os
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dois relatórios do IPCC. É evidente no Quadro 6.2, que o AR6 indica valores de temperatura mais
elevados, traduzindo uma maior magnitude dos impactos no clima mundial. Realça-se que as últimas
projeções globais, publicadas pelo AR6, indicam aumentos entre os +2,0ºC e os +2,7ºC no caso do
RCP4.5 e entre os +2,4ºC e os +4,4ºC para o cenário mais conservativo, o RCP8.5.

Quadro 6.2
Subida prevista da temperatura média global do ar à superfície para meados e finais do século XXI
em relação ao período de referência de 1986-2005
Alterações da
AR5 AR6 AR5 AR6
temperatura média
(2046-2065) (2041-2060) (2081-2100) (2081-2100)
global à superfície (ºC)
RCP4.5 + 1,4 + 2,0 + 1,8 + 2,7
RCP8.5 + 2,0 + 2,4 + 3,7 + 4,4
Fonte: AR5 e AR6, IPCC (2014 & 2021)

Regionalmente, através do PMAACF (CMF, 2016) é possível notar que a região da Madeira segue a
tendência generalizada, de todo o território português, de aumento das temperaturas médias anuais.

O concelho do Funchal segue também a mesma tendência, quer em termos de temperatura média, como
de temperatura máxima, como se pode observar nos Quadro 6.3 e Quadro 6.4.

Na análise feita, será dado maior ênfase ao intervalo de tempo futuro de médio prazo, correspondente
ao meio de século XXI por ser o intervalo que melhor se enquadra no período de vida do projeto em
estudo. No Quadro 6.3 é possível analisar que para a envolvente da área de estudo, as projeções de
anomalia de temperatura média anual para o intervalo de tempo futuro de 2040-2060 serão de
+0,92ºC para o cenário RCP4.5 e de +1,49ºC para o cenário RCP8.5.

Quadro 6.3
Média das anomalias de temperatura média anual (ºC) quanto ao período de referência (2040-2100)
para o município do Funchal, de acordo com os RCP 4.5 e RCP 8.5 até finais do Século XXI

Temperatura Média Anual (ºC) 2040-2060 2080-2100


RCP4.5 + 0,92 + 1,53
RCP8.5 + 1,49 + 2,85
Fonte: Plano Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas do Funchal (PMAACF) (CMF, 2016)

No Quadro 6.4 é possível analisar que para a envolvente da área de estudo do projeto, as projeções
de anomalia de temperatura máxima anual para o intervalo de tempo futuro de 2040-2060 são de
+1,04ºC para o cenário RCP4.5 e de +1,69ºC para o cenário RCP8.5.

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Quadro 6.4
Média das anomalias de temperatura máxima anual (ºC) quanto ao período de referência (2040-
2100) para o município do Funchal, de acordo com os RCP 4.5 e RCP 8.5 até finais do Século XXI

Temperatura Máxima Anual (ºC) 2040-2060 2080-2100

RCP4.5 + 1,04 + 1,63


RCP8.5 + 1,69 + 3,05
Fonte: Plano Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas do Funchal (PMAACF) (CMF, 2016)

Todos os cenários e modelos utilizados para a região, projetam um aumento da temperatura média anual
até ao final do século. No que diz respeito às médias mensais da temperatura máxima e mínima, ambos
os cenários projetam aumentos, até ao final do século (PMAACF) (CMF, 2016).

6.2.2.3.2 Precipitação

Estudos apontam para a previsão de redução da precipitação para o meio de século em 19% (RCP4.5)
e de 24% (RCP8.5) (vd. Quadro 6.5). Para o final do século, no pior cenário (RCP8.5) está prevista uma
redução de aproximadamente 1/3 da precipitação total anual para a região da Madeira.

O PMAACF aponta que as regiões de maior altitude, como a casa da área de projeto, são as que
tenderão a sofrer maiores decréscimos de precipitação.

Quadro 6.5
Anomalias de redução de precipitação média anual (%) para o município do Funchal, de acordo com os
RCP 4.5 e RCP 8.5 até finais do Século XXI

Redução da Precipitação (%) 2040-2060 2080-2100


RCP4.5 19% 27%
RCP8.5 24% 32%
Fonte: Plano Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas do Funchal (PMAACF) (CMF, 2016)

Grande parte da redução de precipitação anual deve-se à redução projetada para o inverno (entre
10% e 40%), sendo este o período de maior precipitação. A primavera sofre também uma quebra
acentuada de precipitação, sendo que no período 2040-2069 apontam-se perdas entre 0% e - 35%, e
para o período 2070-2099 perdas entre de -30% e -65%. No verão prevê-se o aumento da
precipitação, percentualmente muito elevado (até 100%), mas em termos absolutos a variação é
pequena, devido à precipitação ser reduzida nesta estação do ano. No outono será também esperada
uma diminuição de precipitação, porém as variações percentuais serão um pouco inferiores às previstas
para a primavera, nomeadamente até aos - 40% em 2040-2069 e até - 60% em 2070-2099.

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De forma geral a precipitação diminuirá de forma sazonal ao longo do ano em todas as estações, com
exceção do verão, em que é esperado um aumento de precipitação, contudo reduzido em termos
absolutos. Devido a estas reduções é espero o aumento da frequência de intensidade de secas ao longo
do ano (PMAACF) (CMF, 2016).

Segundo o PMAACF não existe ainda uma tendência clara sobre previsões de eventos futuros de
fenómenos extremos de precipitação.

6.2.2.3.3 Subida do Nível Médio do Mar

De entre os vários vetores responsáveis pela subida do Nível Médio do Mar (sNMM), descritos no AR5
do IPCC (IPCC, 2014), referem-se entre outros, a expansão térmica causada pelo aquecimento global, a
depleção dos glaciares e dos lençóis de gelo da Gronelândia e Antártida e a variação da capacidade
de armazenamento de água nas zonas interiores.

Segundo o PMAAC, na Madeira, a subida do nível médio das águas do mar terá impactos mais greves,
quando conjugada com a sobrelevação do nível do mar associado a tempestades.

O local onde se insere a área do projeto em estudo, situa-se a uma altitude superior a 400 m, não
apresentando quaisquer riscos diretos perante a subida no nível médio das águas do mar.

A Figura 6.10 apresenta um resumo das principais alterações climáticas projetadas para o Município do
Funchal até ao final do século.

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Fonte: Plano Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas do Funchal (PMAACF) (CMF, 2016)

Figura 6.10 – Resumo das principais alterações climáticas projetadas para o Município do Funchal até ao final do
século

6.2.3 Síntese de caraterização do clima e das alterações climáticas

Na proximidade da área de estudo, o clima apresenta uma temperatura média anual de 18,9ºC. Nos
meses de verão, as médias das temperaturas máximas são mais elevadas em agosto e setembro com,
respetivamente, 25,8ºC e 25,9ºC e nos meses de inverno, a média da temperatura mínima é mais baixa
no mês de fevereiro, com 12,9ºC. Quanto à amplitude térmica mensal apresenta uma média anual de
6ºC.

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A insolação total anual tem um valor de 2057 horas de sol. Os meses com maior valor de insolação, julho
e agosto, recebem, respetivamente, 221 e 231 horas mensais de sol, enquanto os meses menos
ensolarados, de dezembro a fevereiro, recebem menos de 142 horas mensais.

A variação intermensal da humidade do ar é reduzida na região em estudo, apresentando um valor


médio anual de humidade relativa de 72%. A humidade do ar apresenta um valor sensivelmente
constante e elevado (característico de zonas de grande influência oceânica), sendo que o valor de
humidade relativa apresenta variação intermensal apenas entre 69% e 74%.

Outros eventos climáticos, como o nevoeiro e a geada, ocorrem na Madeira com uma expressão pouco
significativa (quase nula). Enquanto o fenómeno de trovoada ocorre em média 7,5 dias por ano.
Relativamente à precipitação, a zona em estudo apresenta uma pluviosidade total acumulada anual de
600 mm.

No que toca às alterações climáticas, as projeções mais significativas são as referentes à temperatura do
ar. Prevê-se que a temperatura média aumente até +1,49ºC e a temperatura máxima até +1,69ºC,
ambas considerando o cenário mais danoso (RCP8.5) para o período correspondente a meio do século
XXI.

Relativamente à precipitação, o cenário RCP8.5, aponta para o final do século uma redução de
precipitação de 24%. Existindo uma tendência generalizada de redução da precipitação de forma
sazonal ao longo do ano.

O local onde se insere a área do projeto em estudo, situa-se a uma altitude superior a 400 m, não
apresentando quaisquer riscos diretos perante a subida no nível médio das águas do mar.

6.3 GEOLOGIA, GEOMORFOLOGIA E SISMICIDADE

6.3.1 Considerações Gerais

Para a caracterização geológica da área de estudo utilizou-se como base a Carta Geológica da Ilha da
Madeira, à escala 1/50 000 e a respetiva Notícia Explicativa, publicadas pela Secretaria Regional do
Ambiente e Recursos Naturais, Região Autónoma da Madeira e Universidade da Madeira (BRUM DA
SILVEIRA, A., 2010 e 2011). A referida cartografia apresenta-se na Figura 6.11. Consideraram-se
também os elementos de projeto (Consulplano, 2021).

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FIGURA 6.11 – ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

313000 314000 315000 316000 317000 318000

Porto Moniz
3624000

Calheta Machico

Funchal
3623000

HOLOCÉNICO

sedimentares
Depósitos
Curral das Freiras
3622000

Paredão

COMPLEXO VULCÂNICO SUPERIOR (CVS)


QUATERNÁRIO

Unidade dos Lombos (CVS1)


PLISTOCÉNICO
Boca da Corrida
3621000
A:\MFA\01_PRODUÇÃO\Em curso\2021\T04321\04Peças_Desenhadas\MXD\T04321_01_V0_Figura_6_11_Enq_Geologico.mxd - A3 (420mm x 297mm)

3620000
3619000

0 500 1000
m

Extrato da Carta Geológica da Ilha da Madeira, à escala 1/50 000, Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais,
Região Autónoma da Madeira e Universidade da Madeira, (BRUM DA SILVEIRA, A., et al., 2010 ).

Sistema de Coordenadas: PTRA08-UTM/ITRF93 Área de Estudo


Elipsóide: GRS80
Projeção: UTM (Universal Tranverse Mercator)
Unidades: metros
Sistema de Teleféricos Parque Aventura
Estudo de Impacte Ambiental do
Estações Área de implantação do
Parque Aventura
Sistema de Teleféricos e Parque Aventura em Curral das Freiras
Cabos Figura 6.11 - Geologia

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6.3.2 Enquadramento geológico regional

A ilha da Madeira corresponde à parte emersa de um grande edifício vulcânico de tipo escudo, de idade
miocénica a holocénica (7 Ma), construído sobre crosta oceânica de idade cretácica, no setor NW da
Placa Africana (Núbia), a cerca de 500 km a sul da Zona de Fratura Açores-Gibraltar, 1 600 km a leste
da Crista Média Atlântica e 640 km a oeste da Margem Continental Africana. A sua edificação ocorreu
por atividade vulcânica submarina e posteriormente por empilhamento de erupções subaéreas geradas
maioritariamente por atividade vulcânica fissural, ao longo de um eixo principal de direção aproximada
E-W (Brum da Silveira, A., 2010).

As suas lavas são alcalinas, predominando os litótipos de carácter pouco diferenciado como basanitos e
basaltos alcalinos, estando as rochas intermédias como mugearitos e traquitos representadas em raros
afloramentos.

A última erupção data de há cerca de 6 850 anos, sendo que atualmente ainda ocorrem manifestações
de vulcanismo secundário, tais como libertação de gases (CO2) e águas termais.

Na Ilha da Madeira destacam-se as rochas ígneas e as sedimentares. As rochas ígneas são as principais
da ilha, com maior representatividade geográfica à qual está associada a sua génese vulcânica. Neste
grupo são observáveis rochas de caráter intrusivo e texturas granulares, embora com escassa
representatividade no terreno. As rochas sedimentares resultam fundamentalmente dos processos erosivos
das rochas ígneas a que se associam depósitos piroclásticos contemporâneos.

Os depósitos sedimentares epiclásticos de brechas e conglomerados estão presentes nas várias unidades
estratigráficas e testemunham, entre outros, importantes movimentos de massa (enxurradas, deslizamentos,
quedas de blocos, entre outros) relacionados com o forte relevo da ilha.

Para além das formações mencionadas, destacam-se ainda rochas granulares, filões e massa filonianas;
areias de praia; depósitos eólicos; depósitos glaciares e periglaciares.

Segundo a referida Notícia Explicativa da Carta Geológica da Ilha da Madeira na escala 1:50 000, na
ilha da Madeira foram identificados três complexos vulcânicos compostos por um total de sete unidades
ou formações estratigráficas principais, limitadas por superfícies de inconformidade expressas à escala
regional da ilha (Brum da Silveira, A. et al. 2010).

• O Complexo Vulcânico Inferior (CVI) (Miocénico > 5,57 Ma) representa o final da fase submarina
do vulcão escudo, constituído por rochas muito alteradas, de possível origem hidromagmática

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(hialoclasitos, brechas hialoclastíticas e derrames lávicos submarinos, cortadas por uma rede
densa de filões.

• O Complexo Vulcânico Intermédio (CVM) (Plio-Plistocénico ~ 5,57 – 1,8 Ma) corresponde à


principal fase de construção subaérea do vulcão escudo da Madeira; as lavas têm valores
elevados de alcalis/sílica, predominando os basanitos e basaltos.

• O Complexo Vulcânico Superior (CVS) (Plisto-Holocénico ~ 1,8 – 0,007 Ma) corresponde à fase
de revestimento vulcânico da ilha e vulcanismo pós-erosivo, em centros eruptivos ou sistemas
fissurais situados ao longo de zonas de rift vulcânico de direção NW-SE a WNW-ESSE.

6.3.3 Enquadramento geológico local

As infraestruturas do presente projeto localizam-se no Complexo Vulcânico Superior em duas unidades


distintas, com variações de fácies, as quais implicam subdivisões litoestratigráficas e cartográficas, mas
também em depósitos sedimentares de idade plistocénica e holocénica:

• Infraestruturas da Boca da Corrida: Situa-se na Unidade dos Lombos, composta por derrames
lávicos (CVS1β), sãos a decompostos, por vezes com intercalações de tufitos, depósitos
piroclásticos (escórias, lapilli e cinzas basálticas) e, pontualmente, por materiais de atividade
freatomagmática (Silveira et al. 2010);
• Infraestruturas do Paredão: Situa-se também na Unidade dos Lombos, especificamente nos
depósitos piroclásticos distais (CVS1 pid), compostos por cinzas e lapilli, habitualmente muito
alterados (Silveira et al. 2010);
• Infraestruturas do Curral das Freiras: localiza-se em depósitos sedimentares recentes de
movimentos de massas (dm), cujas procedências são as vertentes com maiores desníveis e
pendores, enquadrando-se a tipologia no local em apreço nos deslizamentos rotacionais. Os
materiais incorporados nestes depósitos compreendem fácies brechóides, conglomeráticas e
areníticas, com frações mais finas de clastos e matriz argilosa. São também detetáveis mega-
blocos muito fraturados em várias sequências vulcânicas (Silveira et al. 2010).

Segundo o Estudo Prévio (Consulplano, 2021), os locais de implantação das estações e edifícios de apoio
apresentam características geológicas e geotécnicas que requerem a execução de estudos localizados e
mais aprofundados para a respetiva caraterização, de modo a obter informação que permita
caracterizar:

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• Litologia, contactos geológicos, grau de alteração, estratificação e respetivos planos;


• Estrutura geológica, grau de fraturação, descontinuidades (sistemáticas e singulares), falhas,
diaclases; atividade tectónica;
• Formações superficiais, zonas de alteração;
• Condições geomorfológicas;
• Descrição geotécnica dos solos ou do maciço rochoso;
• Dados hidrogeológicos (níveis piezométricos, localização de aquíferos, locais de recarga e
drenagem;
• Estabilidade do terreno (deslizamentos, erosão interna, subsidência, cavidades).

Face às dificuldades de acesso aos pontos de implantação das estruturas, poderá ser inviável ou muito
condicionante a utilização de meios de grande porte na execução dos trabalhos de escavação,
estabilização e fundação. Em função da caracterização que os estudos geológico-geotécnicos
providenciarem, poderá ser necessário, para fundação e estabilização das estruturas a construir, o
recurso à execução de pregagens, ancoragens e micro-estacas de fundação.

Igualmente, deverá ser avaliada a possibilidade de existência de pedras ou blocos que possam vir a
desprender-se e que no seu movimento descendente possam causar vítimas, danos materiais ou mesmo
danificar as estruturas de suporte do Sistema de Teleféricos. Assim sendo, poderá vir a ser necessário
prever o recurso a sistemas de retenção e estabilização das encostas com redes metálicas, barreiras,
cabos de aço devidamente fixos às escarpas, através de pregagens e/ou ancoragens. Em alguns casos,
em alternativa poderá ser ponderada a remoção de blocos e pedras instáveis que possam constituir risco.

6.3.4 Geomorfologia

6.3.4.1 Enquadramento Geomorfológico

A Área de Estudo situa-se no Maciço Vulcânico Central da Ilha da Madeira, em terrenos muito
acidentados. De um modo geral, as vertentes do flanco norte do Maciço Central são mais íngremes e de
maior desnível, e menos inclinadas no flanco sul apesar de apresentarem acentuado entalhe da rede
hidrográfica definindo vales muito profundos que se estendem até ao mar.

A área de estudo localiza-se no rebordo de uma importante depressão de génese erosiva (Curral das
Freiras) delimitada por escarpas praticamente verticais a subverticais. Esta depressão evoluiu por erosão
dos materiais piroclásticos dos aparelhos vulcânicos iniciais devido ao entalhe da rede hidrográfica onde
se destaca o vale profundo da ribeira dos Socorridos e seus afluentes, com direção aproximada N-S a
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NE-SW e W-E. O recuo das vertentes que limitam a depressão desenvolveu-se nos materiais mais brandos
e facilmente erodíveis, até ao contacto com as coberturas lávicas da sua periferia.

As estações do Paredão e da Boca da Corrida situam-se nas vertentes do vale da ribeira dos Socorridos,
próximo do rebordo da depressão do Curral das Freiras e a estação do Curral das Freiras assenta no
fundo da referida depressão.

Como referido anteriormente, a estação do Paredão assenta nos depósitos piroclásticos distais, compostos
por depósitos de cinzas e de lapilli em geral muito alterados. A altitude da vertente no local da estação
ronda 1 450 m.

A estação da Boca da Corrida e Parque Aventura assenta numa cobertura de derrames lávicos sãos a
decompostos, com intercalações de materiais mais brandos como tufitos e depósitos piroclásticos. A
altitude da vertente no local da estação ronda 1 230 m na proximidade do Pico da Malhada.

A estação do Curral das Freiras situa-se no fundo da depressão na localidade de Curral das Freiras em
terrenos essencialmente sedimentares, resultantes de movimentos de massa recentes enquadrando-se na
tipologia de deslizamentos rotacionais. A altitude no local previsto para as intervenções é de cerca de
620 a 630 m.

Pelas características anteriormente referidas, a área de estudo localiza-se num setor sujeito a
instabilidade dos terrenos, em que a evolução geomorfológica facilitada pelas elevadas escorrências
devidas à precipitação e pela natureza branda e alterada de algumas formações geológicas, propicia
o recuo das vertentes, através de movimentos de massa como deslizamentos.

Recorda-se que este setor é caracterizado por deslizamentos com eventos destrutivos registados. Estima-
se que o deslizamento rotacional da Achada do Curral (Curral das Freiras), tenha depositado na base
do talude um volume de material de 100 000 000 m3, formando uma área de 600 000 m2 e um
comprimento de 900 m (Abreu, U.A.V. (2007), citado em Consulplano 2021).

Segundo a cartografia de suscetibilidade aos movimentos de massa do Concelho de Câmara de Lobos,


a área de estudo insere-se numa área de suscetibilidade a deslizamentos rotacionais que corresponde à
área da depressão de Curral das Freiras e áreas circundantes. Por sua vez, esta área insere-se numa
vasta área montanhosa com suscetibilidade à ocorrência de quedas de blocos/desabamentos (Figura
6.12), observando na referida cartografia que as vertentes poente e nascente do vale da ribeira dos
Socorridos na depressão do Curral das Freiras apresentam esta tipologia de suscetibilidade.

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Fonte: Carta de Suscetibilidade aos Movimentos de Massa do Concelho de Câmara de Lobos

Figura 6.12 – Extrato da Carta de Suscetibilidade aos Movimentos de Massa do Concelho de Câmara de Lobos

De acordo com Fonseca et al. (1998) a, b), citado em Consulplano (2021), as principais famílias de
fraturas apresentam as direções NW-SE, E-W e NNE-SSE. Considera-se assim fundamental reconhecer as
suas representatividades geológicas-geotécnicas nos locais previstos no projeto para a instalação das
estações e demais infraestruturas que constituem o projeto, através de estudo geológico-geotécnico
aprofundado.

6.3.4.2 Sismicidade

Desde o povoamento sentiram-se esporadicamente alguns abalos de terra, às vezes com alguma
intensidade, na ilha da Madeira. Um dos primeiros sismos assinalados sentiu-se a 31 de março de 1748,
aparentemente relacionado com uma erupção vulcânica submarina a Este da Ponta de S. Lourenço. De
acordo com os registos históricos, a sismicidade pode ser considerada baixa, não tendo até à data sido
responsável por danos materiais avultados ou perda de vidas. Apenas em 1975, um sismo ocorrido no
dia 26 de maio pelas 9 horas da manhã, desalojou na zona do Funchal perto de 50 pessoas, tendo
provocado pequenos estragos em toda a ilha. Mais recentemente, nas primeiras semanas de 2006,
fizeram-se sentir cerca de 8 sismos com magnitudes entre os 2,7 e 4,2, cujos epicentros se localizaram 60
a 70 km a sul do Funchal. Esta constituiu a crise sísmica mais recente digna de realce. Não é improvável
que possam ocorrer sismos relacionados com o próprio sistema vulcânico (ainda ativo) da Madeira.

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Assim, a sismicidade registada na Madeira é fraca e sentida com baixa intensidade (Figura 6.13). O
principal perigo decorrente destes sismos é a possibilidade de poder despoletar movimentos de massa
em locais que poderão estar já em risco iminente. Este risco poderá ser potenciado se a sismicidade
ocorrer durante ou imediatamente após épocas de chuva intensa.

A ação sísmica, segundo a Norma Portuguesa NP EN 1998-1: 2010 (que estabelece o zonamento sísmico
de Portugal Continental relativamente ao dimensionamento estrutural no que se refere à ação sísmica), é
caracterizada por dois requisitos de desempenho que devem ser verificados de modo a garantir a
segurança:

¨ Requisito de não ocorrência de colapso;

¨ Requisito de limitação de danos.

Estes dois conceitos pretendem garantir a segurança, tanto das pessoas como dos equipamentos na
ocorrência de um sismo.

O requisito de não ocorrência de colapso garante que a estrutura é dimensionada para manter a sua
integridade estrutural e uma capacidade resistente residual depois do sismo, sem colapso local ou global.
A ação sísmica de referência, para este requisito é definida associada a uma probabilidade de
excedência de 10% em 50 anos, ou seja, com um período de retorno de 475 anos.

O requisito de limitação de danos deve assegurar um grau de fiabilidade em relação a danos


inaceitáveis e deve verificar que o sistema estrutural possui uma resistência e uma rigidez suficientes para
manter em funcionamento os serviços vitais nele instalados no caso da ocorrência de um evento sísmico
associado a um período de retorno adequado. A ação sísmica de referência, para este requisito é
definida associada a uma probabilidade de excedência de 10% em 10 anos, ou seja, com um período
de retorno de 95 anos.

A Área de Estudo, localizada no concelho de Câmara de Lobos e do Funchal, insere-se na zona sísmica
1.6 para uma ação sísmica Tipo 1 (sismo afastado – interplacas), que corresponde a zona sísmica de
aceleração baixa (0,35 m/s2), para ações sísmicas Tipo 1. Tendo em conta o referido zonamento, a área
de estudo localiza-se numa zona de sismicidade baixa.

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Fonte: Norma Portuguesa NP EN 1998-1, 2010 - “Projecto de estruturas para resistência aos sismos. Parte 1: Regras
gerais, acções sísmicas e regras para edifícios”. IPQ, Caparica.

Figura 6.13 – Zonamento sísmico do Arquipélago da Madeira segundo a NP EN 1998-1, 2010,

O terreno onde se inserem os edifícios e equipamentos a construir reveste-se de particular importância


pois influência diretamente a propagação das ondas sísmicas e deste modo amplifica os efeitos da ação
sísmica. Para a classificação do tipo de terreno para construção das obras do presente projeto e assim
caracterizar a ação sísmica com vista à definição das soluções estruturais regulamentares, deverão ser
realizados estudos de caracterização geotécnica baseados numa campanha de prospeção geológico-
geotécnica dos terrenos da fundação das construções, quer nos depósitos sedimentares da Estação no
Curral das Freiras como nas estações do Paredão e da Boca da Corrida.

6.3.5 Património geológico

Segundo o inventário de geossítios da Região Autónoma da Madeira (Brum da Silveira, A. et al. 2012),
não se identificam na área de estudo áreas com valor geológico e/ou geomorfológico suscetíveis de
serem diretamente afetadas pelo Projeto.

O Geossítio mais próximo da área de estudo corresponde ao Miradouro da Eira do Serrado, com o
código CL01, situado na margem esquerda da bacia hidrográfica da ribeira dos Socorridos. A partir do
miradouro é possível identificar a forma aberta e larga da zona de cabeceira dos Socorridos (setor da
bacia de receção) e, a jusante, o vale muito encaixado e estreito (setor do canal de escoamento).

As vertentes escarpadas e altas da região do Curral das Freiras revelam uma geologia e estrutura
vulcânica complexa, com grande diversidade litológica e estratigráfica, expondo maioritariamente

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formações do Complexo Vulcânico Intermédio bem como as superfícies de inconformidade que as


separam.

No interior do vale destaca-se uma forma de relevo mais baixa e de topo aplanado sobre o qual se
estabeleceu a vila do Curral das Freiras. Este patamar é composto por depósitos de brechas muito
heterométricas resultantes de um importante evento de movimento de massa, do tipo deslizamento.

Segundo a ficha de caracterização, este geossítio possui um elevado valor turístico dada a sua estética
elevada, boa visibilidade e fácil acesso. Os principais aspetos que atribuem a este local de interesse
geológico um valor científico excecional, são geomorfológico, vulcanológico e movimentos de massa.

Tem importância a nível local, regional, nacional e internacional.

6.3.6 Síntese da caraterização

As infraestruturas do presente projeto localizam-se no Complexo Vulcânico Superior em duas unidades


distintas, com variações de fácies, as quais implicam subdivisões litoestratigráficas e cartográficas, mas
também em depósitos sedimentares de idade plistocénica e holocénica.

¨ Infraestruturas da Boca da Corrida: Situa-se na Unidade dos Lombos, composta por derrames
lávicos (CVS1β), sãos a decompostos, por vezes com intercalações de tufitos, depósitos
piroclásticos (escórias, lapilli e cinzas basálticas) e, pontualmente, por materiais de atividade
freatomagmática.

¨ Infraestruturas do Paredão: Situa-se também na Unidade dos Lombos, especificamente nos


depósitos piroclásticos distais (CVS1 pid), compostos por cinzas e lapilli, habitualmente muito
alterados.

¨ Infraestruturas do Curral das Freiras: localiza-se em depósitos sedimentares recentes de


movimentos de massas (dm), cujas procedências são as vertentes com maiores desníveis e
pendores, enquadrando-se a tipologia no local em apreço nos deslizamentos rotacionais. Os
materiais incorporados nestes depósitos compreendem fácies brechóides, conglomeráticas e
areníticas, com frações mais finas de clastos e matriz argilosa. São também detetáveis mega-
blocos muito fraturados em várias sequências vulcânicas (Silveira et al. 2010).

Os locais de implantação das estações e edifícios de apoio apresentam características geológicas e


geotécnicas que requerem a execução de estudos localizados e mais aprofundados para a respetiva

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caraterização, podendo ser necessário, para fundação e estabilização das estruturas a construir, o recurso
à execução de pregagens, ancoragens e micro-estacas de fundação.

Assim, a área de estudo localiza-se num setor sujeito a instabilidade dos terrenos, em que a evolução
geomorfológica facilitada pelas elevadas escorrências devidas à precipitação e pela natureza branda
e alterada de algumas formações geológicas, propicia o recuo das vertentes, através de movimentos de
massa como deslizamentos.

A sismicidade registada na Ilha da Madeira é fraca e sentida com baixa intensidade. O principal perigo
decorrente destes sismos é a possibilidade de poder despoletar movimentos de massa em locais que
poderão estar já em risco iminente.

6.4 HIDROGEOLOGIA

6.4.1 Considerações Gerais

A caracterização hidrogeológica e dos recursos hídricos subterrâneos da Área de Estudo teve por base
a informação disponível no Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Arquipélago da Madeira (PGRH
10) –2.º Ciclo de Planeamento, o Plano Regional da Água da Madeira e a Notícia Explicativa da Carta
Geológica da Madeira na escala 1:50 000.

6.4.2 Enquadramento Hidrogeológico

Segundo Prada et al. (2005) citada em Brum da Silveira et al. (2010), na Ilha da Madeira existem dois
tipos de aquíferos principais: Os aquíferos suspensos e o aquífero de base.

Os aquíferos suspensos estão associados a níveis impermeáveis compostos essencialmente por tufos, tufitos,
escoadas muito alteradas, depósitos freato-magmáticos, e depósitos sedimentares do tipo lahar.
Dependendo das condições morfológicas e estruturais favoráveis, dão origem a nascentes de caudal
variável em função da estação do ano e consequentemente da recarga da água da precipitação.

O aquífero de base corresponde a uma extensa lentícula de água doce que flutua sobre a água salgada
mais densa. As suas características dependem dos complexos vulcânicos onde estão instalados. Nas
unidades vulcânicas mais recentes, o aquífero apresenta transmissividades elevadas (1 000 25 000
m2/dia e gradientes piezométricos baixos (0,0003 a 0,006). Nas formações geológicas mais antigas,
com materiais vulcânicos muito alterados, o aquífero caracteriza-se por transmissividades mais baixas,
entre 10 a 200 m2/dia e gradientes piezométricos superiores (entre 0,02 a 0,05).

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Apresenta-se na Figura 6.14 o modelo hidrológico conceptual da Ilha da Madeira segundo Brum da
Silveira et al. (2010).

Fonte: Prada et al. 2005

Figura 6.14 – Modelo hidrológico conceptual da Ilha da Madeira (Prada et al. 2005)

A Área de Estudo localiza-se na Massa Água Subterrânea do Maciço Central (PTMDMC), uma das quatro
massas de água da Região Hidrográfica do Arquipélago da Madeira (Figura 6.15). Na Ilha da Madeira
foram delimitadas três das quatro massas de água e na Ilha do Porto Santo uma massa de água.

Fonte: Plano de Gestão da Região Hidrográfica RH 10. SRARN/DROTA

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Figura 6.15 – Massas de Água Subterrânea da RH10

As três massas de água subterrânea da ilha da Madeira possuem captações que fornecem mais de 10
m3 por dia em média ou servem mais de 50 pessoas (PGRH10, 2014).

A captação de águas subterrâneas processa-se através de perfurações horizontais de grande diâmetro


(galerias e túneis) e furos verticais de pequeno diâmetro. São também aproveitadas através de um vasto
sistema de levadas, que contornam a Ilha numa extensão superior a 2 000 km.

Das 164 captações da RH10, 103 fornecem mais de 10 m3/dia e apenas 96 fornecem mais de 50
pessoas.

Na Figura 6.16 apresenta-se a repartição espacial das captações de água subterrânea na Ilha da
Madeira, observando que na zona do Curral das Freiras e envolvente próxima apenas estão
representadas captações no Túnel do Curral das Freiras.

Fonte: Plano de Gestão da Região Hidrográfica RH 10. SRARN/DROTA,

Figura 6.16 – Captações de Água Subterrânea da RH10

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As águas subterrâneas da Ilha da Madeira têm baixas mineralizações, são frias (existindo, no entanto,
um pequeno grupo de águas termais emergentes em falhas, com caudais reduzidos e características
hidroquímicas distintas).

O pH das águas do aquífero de base é alcalino, superior a 7. As águas dos aquíferos suspensos,
principalmente das nascentes de altitude, são mais agressivas, com pH entre 5,5 e 7.

Quanto à alcalinidade, os valores são em geral baixos variando entre 6 mg/l nas nascentes e 200 mg/l
nos furos.

O bicarbonato e o sódio são os iões mais importantes, seguidos do cálcio e do magnésio.

A sílica encontra-se dentro dos valores normais para regiões vulcânicas, com valores mínimos nas águas
das nascentes suspensas de altitude e valores mais elevados nas águas de galerias e furos do aquífero
de base.

Em síntese, as águas das nascentes de altitude são predominantemente bicarbonatadas cálcicas e também
cloretadas. As águas das galerias, túneis e nascentes de menor altitude são do tipo bicarbonatadas
cálcicas e bicarbonatadas sódicas. Nos furos, situados nos leitos das ribeiras, as águas apresentam fácies
bicarbonatada e também cloretada sódica, mais pronunciada nos furos próximos do litoral (Prada 2005,
et al., citada em Brum da Silveira et al. 2010).

Segundo o relatório do estado das massas de água subterrânea do PGRH10 (2.º Ciclo), no que respeita
ao estado quantitativo, a massa de água subterrânea do Maciço Central apresenta um Bom Estado
Quantitativo. Quanto ao Estado Qualitativo, a massa de água apresenta um Bom Estado Químico. Assim,
o Estado Global corresponde a Bom, mantendo a classificação obtida no 1.º ciclo de planeamento.

6.4.3 Síntese da caraterização

A Área de Estudo localiza-se na Massa Água Subterrânea do Maciço Central (PTMDMC), uma das quatro
massas de água da Região Hidrográfica do Arquipélago da Madeira. As águas das nascentes de altitude
são predominantemente bicarbonatadas cálcicas e também cloretadas. As águas das galerias, túneis e
nascentes de menor altitude são do tipo bicarbonatadas cálcicas e bicarbonatadas sódicas. Nos furos,
situados nos leitos das ribeiras, as águas apresentam fácies bicarbonatada e também cloretada sódica,
mais pronunciada nos furos próximos do litoral.

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Segundo o relatório do estado das massas de água subterrânea do PGRH10 (2.º Ciclo), no que respeita
ao estado quantitativo, a massa de água subterrânea do Maciço Central apresenta um Bom Estado
Quantitativo. Quanto ao Estado Qualitativo, a massa de água apresenta um Bom Estado Químico. Assim,
o Estado Global corresponde a Bom, mantendo a classificação obtida no 1.º ciclo de planeamento.

6.5 RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS

6.5.1 Enquadramento

A área de estudo insere-se dentro da Região Hidrográfica do Arquipélago da Madeira – RH10 (vd.
Figura 6.17), com uma área total de 2 248 km2, que compreende as ilhas da Madeira, Porto Santo e os
dois grupos de ilhas sem população permanente, as Ilhas Desertas e as Selvagens. A área de estudo
localiza-se na ilha da Madeira, com uma área de 741 km2. Assim sendo, a caracterização e análise dos
recursos hídricos superficiais na área de estudo foi realizada recorrendo ao Plano de Gestão da Região
Hidrográfica do Arquipélago da Madeira – RH10 (2.º Ciclo de Planeamento) (APA, 2016).

Para além disso, recorreu-se à análise da folha n.º 5 da Carta Militar de Portugal, Arquipélago da
Madeira. Foi ainda feito um reconhecimento de campo orientado para a observação dos aspetos
relacionados com os recursos hídricos.

6.5.1 Hidrografia e massas de água superficiais

Numa apreensão global tem-se que a área de estudo do Sistema de Teleféricos e Parque Aventura se
localiza numa zona de relevo bastante acidentado, marcado pela presença de montanhas de grande
elevação e declive, genericamente rodeadas por ravinas profundas. A rede hidrográfica na área de
estudo é marcada pelo atravessamento de cursos de água de maiores dimensões classificados como
massas de água de acordo com a Diretiva-Quadro de Água (DQA) e por várias linhas de água de
dimensões variadas que formam uma rede hidrográfica densa com padrão de drenagem dendrítico. As
massas de água dentro das quais se desenvolve a área de estudo são caracterizadas no Quadro 6.6.

Quadro 6.6
Características das massas de água dentro das quais se desenvolve o Projeto
Comprimento do curso de
Massas de água Categoria Tipologia
água (km)
Ribeira dos Socorridos Rio Precipitação Média 16,7660
Adaptado de: Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Arquipélago da Madeira (PGRH10, 2016).

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A uma escala mais detalhada tem-se que o relevo é especialmente acidentado na porção poente, onde
o Projeto prevê a implantação do Parque Aventura, que se desenvolve sobre o Pico da Queda e o Pico
da Malhada, e na porção mais a nascente, na envolvente da estrada VE6/ER107, onde também se
desenvolve o Pico do Serrado.

O Projeto localiza-se maioritariamente dentro da bacia hidrográfica da ribeira dos Socorridos (RSoc11),
sendo atravessada pelo curso de água da ribeira do Curral das Freiras, na porção central. A poente
destes cursos de água identificam-se numerosas linhas de água de dimensões variadas que escoam no
sentido noroeste-sudeste, drenando maioritariamente em vales pouco encaixados para este curso de
água. A nascente da ribeira do Curral das Freiras, identificam-se igualmente numerosas linhas de água,
menos compridas e expressivas que as identificadas a poente do curso de água, mas igualmente de
dimensões variadas, que drenam nos sentidos nordeste-sudoeste e sudeste-noroeste para este curso de
água principal. A escoar de forma quase paralela à ribeira do Curral das Freiras tem-se a Levada do
Curral.

As levadas são aquedutos abertos no solo, estreitos e extensos que correspondem a canais artificiais de
irrigação, com pouco declive, destinados a captar e conduzir as águas drenadas pelas muitas nascentes
que brotam da ilha, contrariando o seu curso normal para o mar (ARQPAIS, 2019).

A linhas de água afluente da ribeira dos Socorridos pela margem direita são atravessadas pela estrada
VE6/ER107, que em termos hidrológicos e hidráulicos não constitui uma barreira pois está dotada de
passagens hidráulicas que asseguram a continuidade do escoamento.

À data da visita de campo (dezembro de 2021), as linhas de água de maiores dimensões apresentavam
fluxo de água em quantidades consideráveis, possuindo escoamento perene, que escoa durante todo, ou
pelo menos em 90% do ano, em canais bem definidos. O escoamento na ilha da Madeira é de caráter
torrencial, como resultado dos relevos acentuados com vales muito encaixados e profundos.

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Figura 6.17 – Recursos Hídricos Superficiais

313000 314000 315000 316000 317000 318000


Enquadramento nas Bacias Hidrográficas da RH10

5
2 19 18 13
14
3623000

16
11
1
9
6 7 3
8 4 12
20
15 17
10
3622000

Ribeiras

Bacias Hidrográficas

1 Costa Leste 11 Rib. de S.Bartolomeu


2 Costa Oeste 12 Rib. de Santa Cruz
3 Rib. Brava 13 Rib. de São Jorge
3621000

4 Rib. da Boaventura 14 Rib. de São Vicente


5 Rib. da Janela 15 Rib. do Campanário
6 Rib. da Madalena 16 Rib. do Faial
7 Rib. da Ponta do Sol 17 Rib. do Funchal
8 Rib. da Tábua 18 Rib. do Porco
9 Rib. de Manchico 19 Rib. do Seixal
10 Rib. de Porto Novo 20 Rib. dos Socorridos
Levada
do Curral Fonte: PGRH10, 2016
A:\MFA\01_PRODUÇÃO\Em curso\2021\T04321\04Peças_Desenhadas\MXD\T04321_01_V0_Figura_6_17_RecHidSuperficiais.mxd - A3 (420mm x 297mm)

3620000

Ribªa do Curral
das freiras

0 500 1000
m

Extrato da Carta Militar de Portugal, Arquipélago da Madeira, Folha5, esc. 1:25 000

Sistema de Coordenadas: PTRA08-UTM/ITRF93


Elipsóide: GRS80
Projeção: UTM (Universal Tranverse Mercator)
Área de Estudo Rede Hidrográfica Hipsometria (m)
Levada
Sistema de Teleféricos 200 - 400
Bacias Hidrográficas 400 - 600
Estações
600 - 800
Cabos 800 - 1000
Parque Aventura 1000 - 1200

Área de implantação do 1200 - 1400


Estudo de Impacte Ambiental do
Parque Aventura 1400- 1600 Sistema de Teleféricos e Parque Aventura em Curral das Freiras
1600- 1800 Figura 6.17 - Recursos Hídricos Superficiais

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6.5.2 Escoamento superficial

Para se ter uma perceção do escoamento das linhas de água existentes na área de estudo importa ter
conhecimento do escoamento gerado na ilha da Madeira. De acordo com a informação constante no
PGRH10 (2016) a altura média de escoamento na ilha da Madeira corresponde a 274 mm em ano seco,
510 mm em ano médio e 783 mm em ano húmido. O escoamento superficial médio anual varia entre
26% e 40% da precipitação média anual, sendo especialmente intenso nos meses entre outubro e abril.

De acordo com os dados do PGRH10, a área de estudo insere-se na vertente sul da ilha da madeira. No
Quadro 6.7 é apresentada a distribuição anual do escoamento, em ano seco, médio e húmido, para as
bacias hidrográficas da área de estudo, na vertente sul da ilha da Madeira.

Quadro 6.7
Escoamento médio anual gerado em ano seco, médio e húmido na vertente sul da ilha da Madeira
Vertente Ano Seco (mm) Ano Médio (mm) Ano Húmido (mm)
Vertente sul 215 415 664
Fonte: Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Arquipélago da Madeira – 2.º Ciclo de Planeamento

Analisando comparativamente o escoamento médio gerado nas bacias hidrográficas da vertente sul da
Ilha com o escoamento médio gerado na totalidade da ilha da Madeira, é possível confirmar que este
parâmetro se comporta de forma semelhante, embora o valor geral para a ilha seja superior uma vez
que a área também é superior. É importante notar que a vertente sul não é a que apresenta os maiores
valores de escoamento da ilha, embora também apresente valores elevados (PGRH10, 2016).

Para se estimar o escoamento das linhas de água na área de estudo tomou-se por referência a área com
menor dimensão para a qual existem registos, que neste caso é a ilha da Madeira. Como referido acima,
uma vez que os registos de escoamento da ilha da Madeira são semelhantes aos da vertente sul da ilha,
considera-se que são também valores representativos da área de estudo.

Tendo em consideração que algumas das linhas de água que se desenvolvem na área de estudo são de
dimensões reduzidas, a análise do escoamento que se segue centrou-se apenas nas linhas de água mais
relevantes que atravessam a área de estudo. Para o efeito, tomou-se por referência a bacia hidrográfica
na secção o mais a jusante possível dentro da área de estudo (local onde o escoamento é maior dentro
da área de estudo), independentemente dessa bacia hidrográfica extravasar os limites da área de
estudo, pois todo o escoamento gerado fora irá ser conduzido para dentro da área de estudo pelas
diversas linhas de escorrência (vd. Figura 6.18).

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Figura 6.18 – Bacia hidrográfica da linha de água com maior


representatividade na área de estudo.

A bacia hidrográfica em análise, representada na Figura 6.18, corresponde à porção mais a jusante do
curso de água da ribeira do Curral das Freiras que se encontra dentro da área de estudo, e das linhas
de água de menores dimensões que drenam para este troço.

Tomando por referência os valores de escoamento gerado em regime natural indicados acima para a
ilha da Madeira, estimou-se o volume de escoamento anual gerado na bacia hidrográfica em análise,
utilizando um fator de ponderação correspondente à relação da área total da ilha da Madeira e da
bacia hidrográfica em análise, e também o fator de conversão de que 1mm de altura de escoamento
corresponde a 10 m3/ha. Os resultados obtidos apresentam-se no Quadro 6.8.

Quadro 6.8
Volume de escoamento estimado na bacia hidrográfica das linhas de água mais representativas da
área de estudo
Bacia
2 219,4 ha
Escoamento anual Volume anual Caudal médio
Ano
(mm) (m3) L/s
Ano seco 8,21 182141,55 5,78
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Ano médio 15,28 339022,59 10,75


Ano húmido 23,45 520499,39 16,50

Como se pode observar da leitura do quadro, os valores de escoamento na bacia hidrográfica em


análise, bem como o caudal médio, são relativamente elevados para uma bacia de pequena dimensão.
Este resultado vem em concordância com a análise acima descrita, onde se caracteriza o regime de
escoamento dos cursos de água como perene e das linhas de água de menores dimensões como
intermitente.

6.5.3 Captações

De acordo com a informação disponibilizada no PGRH10, numa envolvente igual ou inferior a 5 km de


distância à área de estudo, não se identificam grandes barragens, lagoas ou açudes.

6.5.4 Qualidade da água

6.5.4.1 Fontes de Poluição Difusa

No que concerne ao estado das massas de água superficiais, no âmbito da DQA, a classificação final do
Estado integra a classificação do Estado/Potencial Ecológico e do Estado Químico, sendo que o Estado
Final de uma massa de água superficial é definido em função do pior dos dois Estados, Ecológico ou
Químico.

O PGHR10 estimou as cargas associadas a pressões qualitativas de fontes difusas como a agricultura, a
agropecuária, de origem doméstica e dos campos de golfe. De acordo com os resultados obtidos, as
atividades associadas à agricultura e à agropecuária são as pressões mais relevantes da ilha da
Madeira.

A massa de água ribeira dos Socorridos (RSoc11) apresenta um estado global razoável.

6.5.4.2 Fontes de Poluição Tópica

Na envolvente igual ou inferior a 5 km de distância à área de estudo, após consulta do PGRH10, não se
identificou qualquer fonte de poluição tópica com descarga de efluentes urbanos associada a Estações
de Tratamento de Águas Residuais (ETAR).

6.5.4.3 Outras fontes de poluição

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Por consulta ao PGRH10, não se identificou qualquer pressão associada a efluentes agropecuárias ou
industriais na envolvem de 5 km à área de estudo.

6.5.5 Síntese de caracterização

A área de estudo do Sistema de Teleféricos e Parque Aventura localiza-se numa zona de relevo
acidentado marcado pela presença de montanhas de grande elevação genericamente rodeadas por
ravinas profundas. A rede hidrográfica na área de estudo é densa com padrão de drenagem dendrítico,
identificando-se numerosas linhas de água que drenam para a ribeira dos Socorridos (RSoc11),
classificada como massa de água de acordo com a DQA.

A maioria das linhas de água dentro da área de estudo escoam em vales encaixados no sentido da
ribeira do Curral das Freiras, afluente da ribeira dos Socorridos. A escoar de forma quase paralela à
ribeira do Curral das Freiras tem-se a Levada do Curral. Identifica-se ainda o atravessamento de duas
pequenas linhas de água afluente da ribeira da Lapa, que escoam em vales encaixados para a ribeira
do Funchal.

As linhas de água de maiores dimensões possuindo escoamento perene, enquanto que a maioria das
linhas de água de pequenas dimensões apresenta escoamento efémero. Todo o escoamento na ilha da
Madeira é de caráter torrencial.

A estado global da massa de água ribeira dos Socorridos (RSoc11) é razoável, não se tendo identificado,
num raio de 5 km à área de estudo, a existência de qualquer fonte de poluição tópica com possível
influência na qualidade da água superficial.

6.6 SOLOS E OCUPAÇÃO DO SOLO

O trabalho realizado para a caracterização dos solos presentes na área de estudo das estações do
teleférico, restaurante e parque aventura teve por base a carta de solos da Madeira.

A caracterização da ocupação do solo teve por base a interpretação de fotografia


aérea/ortofotomapas digitais, reconhecimento de campo efetuado na área de implantação do Projeto e
os trabalhos de caracterização dos habitats, realizados para o descritor da ecologia.

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Dado que nenhuma das linhas dos teleféricos os Zip Line terão apoios, foi apenas efetuada uma análise
independente a cada uma das áreas das estações (incluindo a área do restaurante e parque aventura
na estação da Boca da Corrida) de modo a analisar os impactes em cada uma destas áreas.

No momento de execução do presente documento não tinham sido disponibilizadas plantas detalhadas
que permitissem calcular a percentagem de áreas de cada tipo de solo nas áreas das estações.

6.6.1 Solos

A maior parte da área de estudo é marcada pela presença de solos do tipo TAd - Terreno Acidentado
Districo (vd. Figura 6.19). Todos os elementos do Projeto, à exceção da Estação de Curral das Freiras,
ficam localizados nesta tipologia de solos. A Estação de Curral das Freiras fica localizada em Andossolos
Úmbricos (ANu).

Apresenta-se em seguida uma breve descrição dos solos existentes na área de estudo, de acordo com
sua Ordem e Subordem de Solos:

Terreno Acidentado (leptosolos) – Engloba áreas montanhosas e sem escarpas, áreas montanhosas com
maior ou menor extensão de escarpas e também áreas exclusivamente escarpadas (Spínola, 2010).

Terreno Acidentado Districo (TAd) – É composto por andossolos háplicos e úmbricos (acima dos
400 m de altitude) e/ou cambissolos dístricos e húmicos (abaixo dos 700 m). Este distribui-se
nomeadamente a partir dos 200 m, com clima húmido (B1 a B4) ou super-húmido (A). O
escoamento superficial da água neste tipo de terrenos é grande assim como a sua erosão é
muito activa (Spínola, 2010).

Andossolos (AN) – Os Andossolos contêm uma forte componente de alumínio e a sua reação com fosfato
inorgânico torna-o virtualmente insolúvel e indisponível para as plantas. Embora possuam uma grande
capacidade de retenção de água e nutrientes, a sua forte reação com o fosfato torna a exploração
agrícola sem recurso a fertilizantes problemática.

Andossolos Úmbricos (ANu) – são solos com horizonte úmbrico, isto é, com um horizonte rico em
matéria orgânica, apresentando uma saturação por bases inferior a 50%.

6.6.2 Ocupação do solo

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A área de estudo é marcada por uma ocupação do solo mista, com a presença de diversas categorias
diversas, nomeadamente tecido urbano descontínuo, povoamentos de folhosas, povoamentos florestais
mistos, matos (giestal), escarpas e cursos de água.

Como se pode poder observar na Figura 6.20, a classe mais representada na área de estudo
corresponde às “escarpas”, localizadas nas zonas mais nascente e mais poente da área de estudo. Um
exemplo apresenta-se na Fotografia 6.1.

Fotografia 6.1 – Exemplo de uma área de escarpa Fotografia 6.2 – Exemplo de tecido urbano

A outra classe mais representada na área estudada corresponde ao tecido urbano que se espalha pela
zona central da área em estudo e corresponde ao vale da ribeira do Curral e onde se identificam diversas
povoações como Curral das Freiras.

As restantes classes (Fotografia 6.3 e Fotografia 6.4) são de características florestais (excluindo os cursos
de água) e correspondem a zonas de povoamentos de folhosas, povoamentos florestais mistos e matos
(giestal).

Importa salientar que as zonas da área de estudo onde se verificarão intervenções (especificamente nas
áreas de implantação de cada uma das Estações – excetuando Curral da Freiras - e do Parque Aventura),
as classes existentes, são exatamente estas. Assim, a Estação de Curral das Freiras ficará localizado em
tecido urbano descontínuo, a Estação do Paredão em zona de matos (giestal), a Estação da Boca da

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Corrida em matos (giestal), ocupando, pontualmente, área de povoamento de folhosas e o Parque


Aventura ficará localizado em povoamento de folhosas, com algumas áreas em zona de matos (giestal).

Fotografia 6.3 – Exemplo de uma área de matos Fotografia 6.4 – Exemplo de povoamento de folhosas
(giestal)

6.7 ECOLOGIA - FLORA, VEGETAÇÃO E HABITATS

6.7.1 ÂMBITO E ENQUADRAMENTO

6.7.1.1 Considerações Iniciais

O coberto vegetal, enquanto detentor da maior parte da biomassa dos ecossistemas terrestres, é o
suporte dos principais processos ecológicos e constitui a componente dominante das paisagens, assim como
a sede da maioria das atividades humanas de interesse económico nas regiões de carácter rural. Trata-
se de uma entidade complexa com um carácter essencialmente dinâmico e cuja estruturação resulta da
confluência de fatores fisiográficos, geológicos, climáticos e históricos, onde a ação humana desempenha
um papel primordial.

Qualquer unidade de paisagem vegetal (fitogeocenose) é um sistema aberto, no qual se podem


reconhecer diversos níveis de estruturação e complexidade. Estes níveis resultam da ação de diferentes
combinações de fatores abióticos que atuam, em escalas espaciais e temporais diversas, na distribuição
das populações e na génese das comunidades de plantas.

As ilhas oceânicas como aquelas que integram o arquipélago da Madeira, nunca estiveram ligadas a
nenhum continente e sofrem, por isso, de um isolamento geográfico que se acentua pela elevada distância

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às grandes massas continentais. Elas constituem o repositório de um conjunto de plantas


extraordinariamente importante, do qual fazem parte espécies que não se encontram em nenhum outro
lugar do planeta (endemismos insulares) e estão, em muitos casos, em vias de extinção.

O mar é uma barreira difícil de transpor. Em consequência, apenas os organismos com grande
capacidade de deslocação (ativa ou passiva) chegam às ilhas em suficiente quantidade - plantas cujas
sementes são espalhadas pelo vento ou flutuando à superfície da água, assim como aquelas cuja
disseminação se faz através de aves. No entanto, devido ao seu isolamento, as ilhas têm habitualmente
menos espécies do que áreas de dimensão equivalente localizadas nos continentes.

Na fase de colonização, as ilhas constituem um meio em bruto, adverso à vida, no qual predominam as
estruturas rochosas. Ao longo do tempo, de forma progressiva, as plantas, cada vez mais evoluídas, vão-
se instalando e interrelacionando até formarem comunidades com um elevado grau de complexidade.
Este processo desenrola-se ao longo de dezenas ou mesmo de centenas de milhares de anos. Pouco
pressionados por fenómenos de competição, os organismos especializam-se principalmente em função das
características ecológicas do meio insular e, isolados das populações que lhes deram origem, tendem a
evoluir no sentido de formar novas espécies (mecanismo biológico conhecido por especiação) que surgem
mais rapidamente que nos continentes. Estas espécies, exclusivas de uma ou mais ilhas, têm um nível
populacional baixo e estão geralmente bastante dependentes do ambiente onde vivem. São por isso
muito vulneráveis. As ilhas oceânicas são um autêntico microcosmos, um verdadeiro laboratório vivo que
o homem foi desregulando e destruindo a partir do momento que nelas se instalou.

Desde há seis séculos que o homem vem, de forma continuada, provocando alterações e moldando o
arquipélago ao seu modo de vida e às suas necessidades – tudo começou com a colonização deste
território, que até 1425 era destituído de vida humana. Tratava-se de um território exíguo, totalmente
revestido de árvores e arbustos, onde os recursos alimentares eram quase inexistentes. Inicialmente, o
peixe constituiu o principal meio de subsistência dos povoadores assim como os produtos hortofrutícolas e
a exportação de madeiras de cedro e teixo. Posteriormente, a cultura cerealífera assumiu protagonismo
(1450), chegando mesmo a exportar para o continente português. A queda das produções de cereais
determinou um novo rumo, tendo o Infante D. Henrique incentivado a cultura de cana-de-açúcar. Em
meados do século XVI a cultura da cana-de-açúcar deixa de ser rentável e é substituída pela vinha.
Atualmente, já no século XX, o cultivo de algumas fruteiras ganha protagonismo, principalmente através
da cultura da bananeira.

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Devido à orografia da Ilha, que se caracteriza pelo relevo acentuado, a área para cultivar foi
conquistada paulatinamente à paisagem natural, crescendo as explorações agrícolas pela criação de
socalcos ao longo das encostas.

A atividade agrícola na ilha da Madeira, desde os seus primórdios, deu início a um processo de alteração
e degradação da vegetação e das paisagens naturais. Começou de forma lenta e indireta, para se
acelerar e ganhar características mais devastadoras a partir do momento que o homem tornou a sua
instalação definitiva. A orla costeira foi a primeira a ser povoada e desenvolvida em termos agrícolas,
enquanto o interior permanecia selvagem e impenetrável. Progressivamente, o homem foi derrubando as
matas e/ou ateou-lhes fogo para ganhar terrenos de cultivo, tendo modificado a paisagem primitiva
numa paisagem humanizada.

Para além das atividades agrícolas, a introdução de povoamentos arbóreos, também induziu a
delapidação do património natural. Na ilha da Madeira foram estabelecidos vastos povoamentos de
Pinheiro-bravo e de eucaliptos. De assinalar ainda a ação de muitas outras plantas introduzidas na ilha
da Madeira, nomeadamente as introduzidas na constituição de jardins ou parques. Infelizmente, algumas
espécies acabaram por se alastrar à totalidade da ilha, tornando-se uma ameaça para a vegetação
autóctone. Hoje é possível observar comunidades monótonas de plantas invasoras de origem continental,
como a giesta (Cytisus scoparius), a carqueja (Ulex europaeus) e a acácia (Acacia mearnsii). O Incenso,
inicialmente utilizado como planta ornamental, invade hoje vastas áreas de cota inferior.

Atualmente pode-se dizer que a paisagem da ilha da Madeira se caracteriza pelas diferentes unidades
fundamentais: uma correspondente à orla costeira, muito humanizada, resultante das ações de
urbanização e da intensa agricultura que se pratica nestas cotas baixas, por entre labirintos de pedra;
a outra, mais interior, onde a ocupação do solo se faz predominantemente por povoamentos florestais,
dos quais se destacam pela sua representatividade, os constituídos por eucaliptos e pinheiros-bravos.
Realçam-se ainda, as áreas colonizadas por matos (formas regressivas da vegetação natural), assim como
os pequenos núcleos onde a laurissilva subsiste.

Perante a crescente pressão antrópica sobre o espaço rural, com a consequente destruição de habitats e
de espécies raras e endémicas, a Comunidade Europeia criou a Diretiva 92/43/CEE onde foram
considerados os habitats e as espécies da flora e da fauna selvagens, de interesse comunitário com valor
para a conservação.

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O conhecimento das unidades de vegetação e da flora existente deve assumir-se como a base de estudos
que precedem a fase de projeto, determinando regras de intervenção e de gestão que promovam a
conservação e valorização da biodiversidade.

Com o objetivo de caracterizar e avaliar o coberto vegetal existente na área de estudo, procedeu-se em
dezembro de 2021 à identificação das comunidades vegetais presentes, assim como à inventariação das
espécies que as constituem, nomeadamente espécies prioritárias e/ou RELAPE (Raras, Endémicas,
Localizadas, Ameaçadas ou em Perigo de Extinção). Esta informação foi compilada em cartografia de
uso do solo e habitats e servirá de base para identificar e avaliar os impactes decorrentes da implantação
do Projeto, bem como para auxiliar a elaboração de propostas adequadas para as medidas de
minimização.

6.7.1.2 Enquadramento Biogeográfico e Fitossociológico

A distribuição dos elementos florísticos e das comunidades vegetais ao ser condicionada pelas
características ambientais do território (relevo, edáficas e climáticas), torna possível realizar o seu
enquadramento pela biogeografia (Costa J.C. et al., 1998). Este tipo de estudos permitem realizar uma
abordagem concreta sobre a distribuição das espécies e em conjunto com a fitossociologia possibilitam a
caracterização das comunidades vegetais presentes numa dada área ou região.

As categorias ou hierarquias principais da Biogeografia são o Reino, a Região, a Província, o Sector e o


Distrito. O território da Ilha da Madeira é caracterizado biogeograficamente por se enquadrar no Reino
Holoártico, na Região Mediterrânica, Sub-região Canário-Madeirense, na Província Madeirense (Rivas-
Martínez et al. 2017). Desta forma, a ilha da Madeira, de acordo com as condições ambientais (termótipo,
ombrótipo, tipo de solo e altitude), revela as seguintes séries de vegetação (Capelo, J. et al., 2021):

1ª Série mediterrânica do zambujal da Madeira (Olea maderensis): Mayteno umbellatae-Oleo maderensis


sigmetum.

Esta Série, inframediterrânica seca, ocorre em paredes rochosas com bolsas de vertissolos ou cambissolos
profundos, de baixas altitudes, na encosta sul até à cota dos 300 metros. Esta etapa florestal (Mayteno
umbellatae-Oleetum maderensis), atualmente raríssima, é um nanobosque de zambujeiro madeirense, que
apresenta na sua composição a Olea maderensis, em conjunto com elementos paleomediterrânicos
esclerofilos: buxos-da-rocha (Maytenus umbellata e Chamaemeles coriacea), dragoeiro (Dracaena draco) e
o esparto (Asparagus scoparius). A sua comunidade secundária (Euphorbietum piscatoriae), apresenta-se
como a etapa mais comum, e assume-se pelos taxa: figueira--do-inferno (Euphorbia piscatoria), massaroco

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(Echium nervosum) e a malfurada (Globularia salicina). Esta comunidade é frequente nos solos agrícolas
abandonados e ocorre também como comunidade permanente em solos rochosos delgados.

Nesta faixa litoral, sobretudo em zonas rochosas e com forte influência do mar, ocorre a comunidade
arbustiva permanente (Artemisio argenteae-Genistetum tenerae) dominada por losna (Artemisia argentea)
e piorno (Genista tenera), com a presença do hissopo (Micromeria thymoides subsp. thymoides) e da isca
(Phagnalon lowei).

Sobre áreas expostas a corte frequente da vegetação desenvolvem-se comunidades de gramíneas


perenes (Cenchro ciliaris-Hyparrhenietum sinaicae) dominadas pelo feno (Hyparrhenia hirta) ou prados
basais dominados por plantas anuais (Galactito tomentosae-Brachypodietum distachyae), como o cardo
(Galactites tomentosa).

Nas rochas verticais estão presentes comunidades rupícolas enquadráveis na associação Sedo nudi-
Aeonietum glutinosae.

2ª Série mediterrânica do bosque de marmulano (Syderoxylon mirmulans): Helichryso melaleuci-Sideroxylo


marmulanae sigmetum.

Série cuja etapa climácica se refere a um microbosques mesoxerófilos de marmulano, Syderoxylon


mirmulans (Sapotaceae), característica do andar inframediterrânico sub-húmido, em cambissolos ou
leptossolos. Esta série tem o seu domínio climácico na encosta norte, atingindo o inframediterrânico em
paredes rochosas verticais. A utilização destas formações conduziu à sua quase extinção, encontrando-se
atualmente restrita a pequenos conjuntos de árvores refugiadas em paredes rochosas verticais. A
comunidade Helichryso melaleuci-Sideroxyletum marmulanae é dominada por marmulano (S. mirmulans),
buxo-da-rocha (Maytenus umbellata) e malfurada (Globularia salicina) e, nalguns locais, pelo zimbreiro
(Juniperus turbinata subsp. canariensis). A etapa serial mais comum, sobretudo na encosta norte, é uma
comunidade pobre em espécies, sendo as mais comuns a malfurada (Globularia salicina) e a perpétua
(Helichrysum melaleucum). Ainda no âmbito desta série, ocorrem, na encosta norte, as comunidades azonais
rupícolas dominadas pelo ensaião (Aeonium glandulosum), pela serralha endémica Sonchus latifolius e
pela tanchagem endémica Plantago leiopetala, comunidade denominada Sinapidendro gymnocalicis-
Sedetum brissemoretii. Na encosta sul, esta última é substituída pela comunidade Sedo nudi-Aeonietum
glutinosae.

3ª Série da laurissilva mediterrânica do barbusano (Apollonias barbujana): Semele androgynae-Apollonio


barbujanae sigmetum.

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Os bosques maduros desta série correspondem à Laurissilva mediterrânica termófila, dos andares infra e
termomediterrânico sub-húmidos a húmidos. São formações dominadas pelo barbusano (Apollonias
barbujana), e onde ocorrem ainda as lauráceas: loureiro (Laurus novocanariensis), azevinho (Ilex
canariensis), pau-branco (Picconia excelsa) e mocano (Visnea mocanera), e a faia (Morella faya). O sub-
bosque é rico em lianas, como o alegra-campo (Semele androgyna), as salsaparrilhas (Smilax canariensis,
Smilax pendulina), a hera (Hedera maderensis subsp. maderensis), a corriola (Convolvulus massonii) e
ocorrem ainda os arbustos: buxo-da-rocha (Maytenus umbellata), esparto (Asparagus umbellatus subsp.
lowei) e o bigalhó (Arum italicum subsp. canariensis). Quando comparada com a laurissilva temperada de
maiores altitudes (série 4), a laurissilva do barbusano é consideravelmente mais pobre em fetos e ervas
vivazes de sombra, mas bastante mais rica em lianas.

Na série do barbusano existem duas variantes sucessionais, distintas pelas etapas correspondentes de
matagal alto. Assim, nos andares infra e termomediterrânico sub-húmido da encosta sul (300-600 m)
ocorre uma comunidade arbustiva alta dominada por hipericão (Hypericum canariense), Myrto communis-
Hypericetum canariensis. Este matagal, sendo a orla natural do barbusanal, é atualmente dominante nos
fragmentos de paisagem natural, como resultado da destruição do bosque por ação humana. A altitudes
maiores, na encosta sul (600-800 m), e na totalidade da área da série, na encosta norte, a etapa de
orla florestal é dominada pela urze-das-vassouras (Erica platycodon subsp. maderincola), pela urze-molar
(Erica arborea) e por arbustos termoxerófilos, como a malfurada (Globularia salicina), a abrotona
(Teucrium betonicum) e o massaroco (Echium nervosum). Esta comunidade arbustiva denomina-se Globulario
salicinae-Ericetum arboreae.

As paredes rochosas, no âmbito da série das florestas de barbusano, incluem as comunidades rupícolas
atrás referidas, Sedo nudi-Aeonietum glutinosae e Sinapidendro gymnocalicis-Sedetum brissemoretii.
Também se encontra, em fendas terrosas profundas, uma comunidade dominada pela composta
caulirrosulada endémica Sonchus pinnatus, denominada Sonchetum pinnati. Nos campos agrícolas
abandonados, os estádios sucessionais pioneiros incluem as comunidades de Euphorbia piscatoria,
Euphorbietum piscatoriae, em ambas as variantes sucessionais.

4ª Série da laurissilva temperada do til (Ocotea foetens): Clethro arboreae-Ocoteo foetentis sigmetum.

A série florestal da laurissilva infra a mesotemperada, que cobriria amplas áreas em ambas as encostas
da ilha da Madeira, dos 800 m aos 1450 m na encosta sul e dos 300 m aos 1400 m na encosta norte.
Normalmente associada a cambissolos vulcânicos profundos ou a andossolos, a comunidade (Clethro
arboreae-Ocoteetum foetentis) apresentava-se multiestratificada. No seu estrato arbóreo mais alto
dominam os taxa til (Ocotea foetens), loureiro (Laurus novocanariensis), folhado (Clethra arborea), aderno
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(Heberdenia excelsa), vinhático (Persea indica), ginjeira--brava (Prunus hixa), perado (Ilex perado subsp.
perado) e o pau-branco (Picconia excelsa), enquanto no sub-bosque surge uma elevada diversidade de
fetos: feto-de-calvalto (Diplazium caudatum), feto-de-palma (Pteris incompleta), feto-de-botão
(Woodwardia radicans) ou feto-abrum (Culcita macrocarpa), e os fetos (Asplenium onopteris, Dryopteris
maderensis, Dryopteris aemula, Polystichum drepanum), assim como de plantas epífitas e ervas vivazes:
palha-carga (Festuca donax) erva-redonda (Sibthorpia peregrina), Ruscus streptophyllum, Carex lowei, e a
ruivinha Rubia occidens.

A esta diversidade de plantas vasculares associa-se uma notável flora muscícola e liquénica. Nas clareiras
e orlas naturais de meia-sombra do bosque ocorre a comunidade de ervas vivazes altas Pericallido
auritae-Geranietum palmatae, caracterizada por plantas como o gerânio-de-folha-de-anémona (Geranium
palmatum), a erva--de-coelho (Pericallis aurita) e a douradinha (Ranunculus cortusifolius).

A laurissilva temperada madeirense oferece ainda uma notável diversidade de micro-habitats a outras
comunidades, entre as quais comunidades vegetais epífitas dominadas por fetos (Davalio canariensis-
Polypodietum macaronesici), comunidades de paredes terrosas sombrias (Selaginello denticulatae-
Cystopteridetum viridulae e Hymenophylletum thumbrigensi-maderensis) e a comunidade rupícola
Aichrysetum divaricati-villosae, dominada por Aeonium glandulosum.

Existe nas laurissilvas macaronésias um tipo fisionómico particular, o das plantas lenhosas perenes com
rosetas de folhas no extremo de caules longos, ao invés de rosetas basais, e que se designa por
caulirrosulado, também presentes em biomas tropicais e subtropicais. Na Madeira, as comunidades
dominadas por plantas com esta fisionomia particular ocupam o leito rochoso de pequenas ribeiras ou
interrupções no coberto arbóreo, nomeadamente as que resultam de deslizamentos de terras.

Esta comunidade denomina-se Isoplexido sceptri-Euphorbietum melliferae, e carateriza-se pela dominância


das espécies língua-de-vaca (Sonchus fruticosus), alindres (Euphorbia mellifera), tangerão-bravo (Musschia
wollastonii) e o aipo-do-gado (Melanoselinum decipiens).

No contexto espacial da laurissilva do til, importa também considerar a vegetação ripícola, ainda que
esta partilhe parte da sua composição florística com a floresta zonal. Assim, nas cabeceiras das ribeiras
desenvolvem-se comunidades de sabugueiro (Sambucus lanceolata), denominadas Rhamno glandulosi-
Sambucetum lanceolati. Os troços médios das ribeiras são ocupados por florestas ripícolas de vinhático
(Persea indica), denominadas Diplazio caudati-Perseetum indicae, sendo os troços terminais das mesmas,
em substratos menos rochosos e mais ricos em limo, ocupados por Scrophulario hirtae-Salicetum canariensis,
comunidades de seixeiro (Salix canariensis). A orla espinhosa higrófila das comunidades ripícolas é

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habitualmente um silvado de Rubus bollei com ruivinha (Rubia occidens), que se designa por Rubio
occidentis-Rubetum bollei. Nas paredes terrosas e nas derrocadas com solo permanentemente encharcado,
observam-se comunidades dominadas por feto-de--botão (Woodwardia radicans), denominadas Carici
lowei--Woodwardietum radicantis. As pequenas cascatas com fluxo laminar ou gotejantes são frequentes
no seio da floresta de til e são colonizadas pela gramínea de longas folhas pendentes barba-de-bode
(Deschampsia argentea), cuja comunidade se designa por Deschampsietum argenteae.

Na base destas cascatas, onde há acumulação de limo e matéria húmica, ocorrem comunidades
dominadas por aipo-preto (Oenanthe divaricata), denominadas Peucedano lowei-Oenanthetum divaricatae.

No que respeita às etapas seriais no âmbito da série Clethro arboreae-Ocoteo foetentis sigmetum, a
primeira etapa de substituição corresponde à orla natural de urzes de grande porte (Erica platycodon
subsp. maderincola) com uva-da-serra (Vaccinium padifolium), faia (Morella faya) e perado (Ilex perado
subsp. perado), denominada Vaccinio padifoli-Ericetum maderincolae. Este urzal arborescente, para além
de corresponder a uma etapa serial da floresta de til, pode também ser encontrado em posições
primárias, em falésias rochosas permanentemente expostas a nevoeiros e consequentemente com elevada
precipitação horizontal. Nestes biótopos, a escassa profundidade do solo não permite a instalação de
árvores como o til ou o loureiro, pelo que o clímax corresponde a este mesmo urzal. Define-se assim uma
minorissérie de falésias quase verticais (Vaccinio-Erico maderincolae microsigmetum), em mosaico com a
Laurissilva do til das posições climatófilas.

Maiores perturbações naturais do ecossistema florestal podem levar à dominância de comunidades de


giestas, com Genista tenera, Teline maderensis, Echium candicans, Sideritis candicans e Argyranthemum
pinnatifidum, denominadas (Bystropogono punctati-Telinetum maderensis).

A antropização da paisagem conduziu a uma rápida redução e consequente extinção da floresta clímax.
De facto, ao corte da floresta, quer para a exploração do recurso como madeira, fundamental no século
xv, quer para lenha, fundamental na produção de açúcar, seguiu-se o arroteamento para a instalação
de outras culturas e a utilização do fogo para criação de pastagens, destinadas a um número crescente
de cabeças de gado.

Assim, a floresta que atualmente se observa deve ser considerada, na sua maioria, uma floresta
secundária.

O arroteamento das etapas lenhosas da série dos bosques de til deu lugar a prados anuais dominados
por neófitos continentais, constituindo comunidades de Leontodo longirostris-Ornithopodietum perpusili.

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Quando pastoreadas, estas comunidades evoluíram para Violo sequeirae-Agrostietum castellanae, prados
vivazes dominados por Agrostis castellana. Uma parte importante da área potencial desta floresta
encontra-se atualmente ocupada por povoamentos florestais com espécies exóticas (Eucalyptus globulus e
Pinus pinaster), ou por comunidades monótonas de plantas exóticas pirófilas e invasoras, como a giesta
(Cytisus scoparius), a carqueja (Ulex europaeus) e a acácia (Acacia mearnsii).

5ª Série do urzal de altitude de urze-molar (Erica canariensis): Polysticho falcinelli-Erico arboreae sigmetum

No limite superior dos andares meso e supratemperado, hiper-húmido e ultra-hiper-húmido, a laurissilva


do til deixa de estar presente devido à maior intensidade de frio e é substituída pela série de vegetação
dos urzais arbóreos Polysticho falcinelli-Ericetum canariensis. Esta comunidade arborescente ocupou outrora
os andossolos e cambissolos de altitudes entre os 1300 m e os 1500 m. As bolsas deste tipo de vegetação
destruídas nos grandes incêndios de 2010 eram já florestas muito alteradas por ação humana,
correspondendo ao remanescente de uma antiga floresta mais densa de urze--molar (Erica canariensis =
Erica arborea sensu auct. mad. non L.) e cedro-da-madeira (Juniperus cedrus subsp. maderensis) e onde
seria também comum a Sorbus maderensis.

Estas árvores, em particular o cedro-da-madeira, estão atualmente reduzidas a muito poucos exemplares,
pois tais florestas foram usadas historicamente, de forma sistemática, para produção de madeira de
construção e de carvão. A floresta de urzes arbóreas pauta-se, por comparação com as florestas de
lauráceas, por uma quase ausência de ervas nemorais, exceção feita para o feto semicrioxeromórfico
Polystichum falcinellum. As clareiras e orlas naturais do urzal de altitude Teucrio francoi-Origanetum virentis
destacam-se pela presença do endemismo Teucrium francoi. A pastagem vivaz de origem zoantrópica
Violo sequeirae-Agrostietum castellanae é também comum em áreas pastadas nos planaltos no âmbito
desta série, no paul da Serra e na Bica da Cana, em altitudes próximas dos 1500 m.

A orla natural dos urzais de altitude é uma comunidade pouco diversa (Pteridio aquilini-Ericetum
maderincolae), dominada por indivíduos arbustivos de Erica platycodon subsp. maderincola. No âmbito
desta série ocorrem duas comunidades permanentes, ou permasséries. A primeira, Thymetum micantis,
ocorre nas plataformas piroclásticas planas e é formada por tapetes de alecrim-da-serra (Thymus micans
= T. caespititius sensu auct. mad. Non Brot.); a segunda, Argyranthemo montanae-Ericetum maderensis, é
uma comunidade de Argyranthemum pinnatifidum subsp. montanum, incluindo também uma pequena urze
endémica (Erica maderensis). As comunidades de plantas suculentas marcescentes denominadas
Sinapidendro fruticescens-Aeonietum glandulosi constituem a vegetação rupícola dominante nas paredes
de rocha verticais deste andar vegetacional. Atualmente, as maiores ameaças à conservação dos urzais
de altitude são os incêndios e o pastoreio, veículos da progressiva expansão de comunidades de espécies
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exóticas pirófilas. A distribuição desta série ocorreu nos territórios entre os 1300 m e os 1500 m de
altitude, e encontra-se atualmente dominado por plantas invasoras de origem continental, como a giesta
(Cytisus scoparius), a falsa-urze (Leptospermum scoparium) e a carqueja (Ulex europaeus), ou por prados
com baixa ou nula presença de plantas autóctones.

6ª Complexo de comunidades permanentes de altitude: Armerio maderensis-Parafestuco albidae


permasigmetum.

Acima de 1650 m de altitude, no andar supratemperado ultra-hiper-húmido, a paisagem vegetal consiste


num mosaico de uma comunidade permanente original, o prado cespitoso Armerio maderensis-
Parafestucetum albidae, com outras comunidades partilhadas com o andar vegetacional imediatamente
abaixo, Sinapidendro fruticescens-Aeonietum glandulosi, Thymetum micantis e Argyranthemum montani-
Ericetum maderensis.

O prado Armerio maderensis-Parafestucetum albidae é dominado por uma gramínea até há pouco
pertencente a um género monoespecífico endémico, Parafestuca albida (atualmente Koeleria loweana).
Codominam ainda nesta comunidade Deschampsia maderensis, Armeria maderensis e Festuca jubata. Esta
última é um endemismo madeirense. Outros elementos florísticos desta comunidade são Anthoxanthum
maderensis, Anthyllis lemmaniana, Micromeria tymoides var. cacuminicola, Agrostis obtusissima, Luzula
elegans, Holcus pintodasilvae e Ranunculus cortusifolius var. minor. Este prado endémico da montanha
madeirense ocorre quer em fendas terrosas quer em plataformas de andossolos (mangas), que são o
habitat de nidificação da freira-da-madeira (Petrodroma madeira), ave marinha endémica muito rara.

6.7.2 METODOLOGIA

6.7.2.1 Cartografia

Para se proceder à realização da cartografia das comunidades florísticas e habitats existentes na área
de estudo recorreu-se quer a informação retida em imagem, quer à obtida em trabalho de campo. Desta
forma, previamente à realização do trabalho de campo foram interpretados ortofotomapas e delineados
polígonos que aparentemente correspondiam a diferentes tipos de ocupação do solo. Durante o trabalho
de campo percorreu-se a área de estudo com o objetivo de validar a interpretação efetuada, tendo-se
identificado in situ todas as comunidades florísticas. Na área de intervenção propriamente dita não se
identificaram habitats naturais, nomeadamente habitats contemplados no Anexo B-I do Decreto-Lei n.º
140/99, de 24 de abril, alterado pelo D. L. nº 49/2005, de 24 de fevereiro e D.L. n.º 156-A/2013, de
8 de novembro. No entanto, ao longo do corredor estudado, nomeadamente em áreas de escarpa,

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identificaram-se os habitats: 8220 - Vertentes rochosas siliciosas com vegetação casmofítica; e 8230 -
Rochas siliciosas com vegetação pioneira da Sedo-Scleranthion ou da Sedo Albi-Veronicion dillenii. Os
limites de cada área de vegetação homogénea foram aferidos e registados com recurso a GPS, de forma
a obter uma cartografia precisa.

6.7.2.2 Inventariação das Comunidades florísticas

As comunidades florísticas identificadas nas áreas de intervenção foram alvo de inventário. Realizou-se
1 inventário na estação – Curral da Freiras; 1 inventário na Estação Paredão; 1 inventário na Estação
Boca da Corrida; e 1 inventário na área do Parque aventura. Devido à elevada homogeneidade da
vegetação existente em cada local, as parcelas eleitas permitiram abarcar a totalidade da flora
presente, condição indispensável para realizar a sua caracterização.

A campanha de amostragem realizou-se durante o mês de dezembro de 2021. Os inventários decorreram


sob condições ótimas de trabalho, para melhorar o rigor no levantamento das espécies, e foram
executados por dois inventariadores experientes.

6.7.2.2.1 Inventário de campo

Os inventários realizados basearam-se no método da área mínima. Trata-se de um método que consiste
essencialmente em eleger um local de forma aleatória, numa área homogénea de vegetação, para o
estabelecimento de uma parcela com área suficiente para abarcar a totalidade de espécies existentes
nessa comunidade. Nas comunidades de porte arbustivo usaram-se parcelas com 16 m2, e na comunidade
de porte arbóreo fez-se o inventário sobre uma parcela com 100 m2.

A amostragem iniciou-se com a georreferenciação da parcela inventariada (vd. Figura 6.20).


Posteriormente realizou-se o inventário (ou lista de espécies) na área da parcela eleita. A
representatividade que as espécies assumiram no inventário realizado foi atribuída segundo a sua
cobertura superficial na área amostrada. Quando no processo de identificação das espécies se
levantaram dúvidas, foi colhido material vegetal (estruturas da planta que permitem a sua análise e na
menor quantidade possível para não causar danos na flora), para confirmação da identificação em
laboratório. O material colhido foi convenientemente etiquetado. Foram tiradas fotografias da parcela
de amostragem e de aspetos particulares, focando a comunidade ou espécies com interesse.

6.7.2.2.2 Identificação do material colhido e construção de matrizes

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Em laboratório, o material florístico colhido foi inicialmente separado por famílias e organizados em
pastas individuais. A identificação foi realizada por intermédio de Floras, chaves dicotómicas e através
de outro material de consulta. Recorreu-se aos trabalhos de Tutin et al. (1964, 1980), Talavera et al.
(1999), Franco (1971, 1984), Franco e Rocha Afonso (1994, 1998, 2003), Castroviejo et al. (1986, 1990,
1993a, 1993b, 1997a, 1997b), Aedo et al. (2000), Nieto Feliner et al. (2003), Paiva et al. (2002), Luceño
(1994) e Pizarro (1995). No final do processo de identificação, todas as espécies inventariadas foram
introduzidas em folha de cálculo Excel sob a forma de matriz de abundâncias (Anexo 2).

6.7.3 RESULTADOS E ANÁLISE DE DADOS

6.7.3.1 Elenco Florístico e Espécies RELAPE

Os dados recolhidos no campo em dezembro de 2021 permitiram identificar dentro da área de projeto
46 espécies, distribuídas por 33 famílias (Anexo 2). Da análise do elenco, verificou-se que a família
Asteraceae (4 taxa) e as famílias Fabaceae, Poaceae e Rosaceae, ambas com 3 taxa, são as que se
fazem representar por um maior número de espécies.

Dada a dimensão da área estudada, pode-se considerar que esta apresenta uma reduzida diversidade
florística. Na totalidade do esforço exercido no processo de amostragem salienta-se o elevado número
de espécies exóticas (18), representando 39% do elenco florístico obtido. Relativamente às espécies
endémicas, identificaram-se 8 espécies endémicas do Arquipélago da Madeira, Echium candicans, Erica
platycodon subsp. maderincola, Geranium palmatum, Helichrysum melaleucum, Ilex perado subsp. perado,
Melanoselinum decipiens, Sonchus fruticosus e Vaccinium padifolium, ambos sem estatuto de ameaça. Na
análise do elenco obtido sobressai ainda a elevada representatividade das espécies ruderais, espécies
reveladoras da pressão antrópica que se faz sentir na área de estudo.

6.7.3.2 Comunidades florísticas/Habitats

Atualmente, como resultado da pressão antrópica que se fez exercer ao longo dos tempos no território,
a vegetação natural deu lugar a um coberto vegetal antropogénico, encontrando-se distribuído de
acordo com os potenciais de produção do solo. Apenas as comunidades vegetais associadas às escarpas
preservam as suas caraterísticas, nomeadamente a vegetação casmofítica associada a rochosas siliciosas
da Sedo-Scleranthion ou da Sedo Albi-Veronicion dillenii.

Na área de estudo, da comunidade potencial Clethro arboreae-Ocoteetum foetentis (laurissilva temperada


do til), pouco resta da sua estrutura original. Devido à pressão antrópica que se fez exercer ao longo
dos tempos (urbano; agricultura (hortas e pomares); e florestação (povoamentos de eucalipto ou de
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pinheiro-bravo), a comunidade florística natural encontra-se fortemente alterada, fazendo-se apenas


representar por algumas espécies que lhe são caraterísticas (Ilex perado subsp. perado e Polystichum
setiferum). No presente momento a área onde se pretende intervir encontra-se maioritariamente revestida
por matos, em forma de giestal, comunidade monótona de Cytisus scoparius, planta invasora de origem
continental, ou por um povoamento de folhosas, povoamento constituído fundamentalmente pelas espécies
exóticas Castanea sativa, Juglans regia, Prunus avium e Betula celtiberica (vd. Figura 6.20).

Na área de intervenção do presente projeto não se identificaram unidades de vegetação ou espécies


que revelem valor de conservação, nomeadamente as que se encontram contempladas no Anexo B-I do
Decreto-Lei n.º 140/99, de 24 de abril, alterado pelo D.L. n.º 156-A/2013, de 8 de novembro.

Na sequência do trabalho de campo identificaram-se 5 unidades de vegetação ao longo de toda a área


de estudo. Na Figura 6.20 e no Quadro 6.9, é possível observar que as comunidades casmofíticas,
associadas às áreas de escarpa, são as que revelam maior representatividade, seguidas pelos
povoamentos florestais mistos, pelos matos, em forma de giestal, pela vegetação ribeirinha e pelos
povoamentos de folhosas.

Quadro 6.9
Representatividade das unidades de vegetação identificadas na área de estudo

Área Representatividade
Unidades de vegetação
(ha) (%)

Explorações agrícolas
Hortas e pomares 111,43 28,91
Explorações florestais
Povoamentos florestais mistos 81,88 21,24
Povoamentos de folhosas 4,04 1,04
Unidades naturais e seminaturais
Vegetação casmofítica 135,44 35,14
Matos (giestal) 45,94 11,92
Vegetação ribeirinha 6,67 1,73

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Entre as unidades de vegetação identificadas na área de estudo pode-se distinguir:

As que revelam carácter natural ou seminatural

Escarpas (vegetação casmofítica)

Caracterização: Formações geológicas de natureza siliciosa colonizadas por espécies rupícolas, sobretudo
geófitos e hemicriptófitos. Trata-se de comunidades vegetais que estão adaptadas a viver em fissuras de
rochas onde se acumula algum solo. Na área de estudo são a unidade que assume maior
representatividade.

Importância comunitária: habitats: 8220 - Vertentes rochosas siliciosas com vegetação casmofítica; e 8230
- Rochas siliciosas com vegetação pioneira da Sedo-Scleranthion ou da Sedo Albi-Veronicion dillenii.

Matos (Giestal)

Caracterização: Formação monótona, dominada quase exclusivamente pela espécie pioneira e pirófita
Cytisus scoparios, que se encontra a colonizar áreas que foram alvo de ações florestais e que
recentemente estiveram expostas a um incêndio rural. Na área de estudo esta formação é
predominantemente constituída pelas espécies Cytisus scoparios, Agrostis castellana, Pteridium aquilinum e
Echium candicans (Anexo 2).

Importância comunitária: Esta unidade florística não constitui um habitat da Diretiva n.º 2013/17/EU.

Vegetação ribeirinha (salgueiral)

Caracterização: Trata-se de um salgueiral estabelecido sobre um leito cascalhento, dominado pelo Salix
canariensis, que se encontra posicionado no Scrophulario hirtae-Salicetum canariensis. A forte pressão em
seu torno, causada pela urbanização e atividade agrícola, incentivou o desenvolvimento de um silvado
em seu torno do Rubio agostinhoi-Rubetum bollei.

Importância comunitária: Devido ao elevado estado de degradação, esta unidade florística não constitui
um habitat da Diretiva n.º 2013/17/EU.

As que revelam origem antrópica

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Explorações florestais

Caracterização: Nas últimas décadas a área de estudo tem sido alvo de uma utilização florestal.
Inicialmente, as plantações efetuadas utilizaram preferencialmente Pinus pinaster (pinheiro-bravo) e
Castanea sativa (castanheiro), tendo-se assistido mais recentemente à sua substituição pelo eucalipto
(Eucalyptus globulus). Trata-se de povoamentos instalados em áreas onde naturalmente a colonização era
feita por laurissilva, e que estão submetidos, constantemente, a ações de gestão silvícola - mobilização
de solo para instalação, limpeza (corte dos matos que constituem o seu sub-bosque), desbastes e cortes
de resolução. Esta circunstância é responsável pela perda de diversidade florística, gerando áreas
colonizadas predominantemente pelas espécies exploradas, e por um reduzido número de espécies
arbustivas de carácter pioneiro, nomeadamente Cytisus scoparios. Estes povoamentos florestais são
unidades de vegetação com pouco interesse do ponto de vista conservacionista devido à reduzida
diversidade que manifestam e por denotarem uma grande influência antrópica.

Importância comunitária: Esta unidade de vegetação não está associada a habitats da Diretiva n.º
2013/17/EU.

Explorações agrícolas

Caracterização: Mosaico agrícola que inclui, áreas com culturas arvenses, pomares e souto.

Culturas arvenses - Áreas colonizadas predominantemente pelas espécies cultivadas. Resultantes de um


constante maneio, dirigido a uma determinada cultura ou para aumentar o suporte de carga animal, estas
áreas perdem as condições para o estabelecimento de espécies perenes ou vivazes, encontrando-se
predominantemente constituídas por espécies com o ciclo de vida anual. Esta unidade surge normalmente
associada ao tecido urbano e junto a cursos de água.

Pomares – povoamentos dirigidos à produção de frutos que se encontram em mosaico com as culturas
arvenses.

Souto – Povoamentos de Castanea sativa (castanheiro), concebidos para a produção de fruto. De origem
antrópica, revelam um grau de artificialização elevado e apresentam um sobcoberto dirigido para a
atividade agrícola. O constante maneio que se faz sentir nesta unidade promove a ausência de um estrato
arbustivo, e torna-a numa área pobre do ponto de vista florístico.

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De forma genérica, as explorações agrícolas revelam-se como unidades florísticas com pouco interesse
do ponto de vista conservacionista, tanto pela qualidade intrínseca das espécies que a constituem como
pela reduzida diversidade existente.

Síntese

No global, de acordo com os resultados obtidos em trabalho de campo, verificou-se que apenas as
comunidades casmofíticas possuem correspondência com os Habitats naturais incluídos no Anexo B-I do
Decreto-Lei n.º 140/99 de 24 de abril com a redação dada pelo Decreto-Lei n.º 49/2005 de 24 de
fevereiro, alterado pela Diretiva n.º 2013/17/EU. Trata-se dos habitats: 8220 - Vertentes rochosas
siliciosas com vegetação casmofítica; e 8230 - Rochas siliciosas com vegetação pioneira da Sedo-
Scleranthion ou da Sedo Albi-Veronicion dillenii.

No Quadro 6.10 apresentam-se as áreas e representatividades das diferentes unidades de vegetação


identificadas na área de estudo e explana-se ainda a correspondência entre as unidades de vegetação
e os habitats que constam na Diretiva n.º 2013/17/EU.

Quadro 6.10
Áreas e representatividades dos habitats identificados na área de estudo
Habitats da Directiva Área Representatividade
Unidades de vegetação n.º 2013/17/UE (ha) (%)

Explorações agrícolas
Hortas e pomares Ne 111,43 28,91
Explorações florestais
Povoamentos florestais mistos Ne 81,88 21,24
Povoamentos de folhosas Ne 4,04 1,04
Unidades naturais e seminaturais
8220 - Vertentes rochosas siliciosas com vegetação casmofítica
Vegetação casmofítica 8230 - Rochas siliciosas com vegetação pioneira da Sedo- 135,44 35,14
Scleranthion ou da Sedo Albi-Veronicion dillenii
Matos (giestal) Ne 45,94 11,92
Vegetação ribeirinha Ne 6,67 1,73

6.8 ECOLOGIA – FAUNA

6.8.1 Enquadramento

A caracterização da situação de referência para o descritor faunístico do Sistema de Teleféricos e Parque


Aventura de Curral das Freiras teve por base informação recolhida durante trabalho de campo, que é

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complementada com informação referente a outros descritores, nomeadamente o descritor da Flora,


Vegetação e Habitats confrontada e complementada com referências bibliográficas especializadas.

A área de estudo neste capítulo contempla as áreas destinadas à implantação do Parque Aventura de
Curral das Freiras e do Sistema de Teleféricos. Em termos administrativos, a área localiza-se nas
freguesias de Jardim da Serra e de Curral das Freiras (concelho de Câmara de Lobos) e na freguesia
de Santo António do concelho do Funchal, na ilha da Madeira, integrando-se totalmente na quadrícula
UTM 10 x 10 CB12.

Como se pode verificar na Figura 6.21, a área em estudo encontra-se totalmente inserida no Parque
Natural da Madeira. Esta área protegida foi criada pelo Decreto Legislativo Regional n.º 14/82/M, de
10 de novembro, estando as suas medidas preventivas, disciplinares e de preservação publicadas no
Decreto Legislativo Regional n.º 11/85/M, de 23 de maio. Adicionalmente, a área em análise encontra-
se parcialmente inserida nas seguintes áreas protegidas:

¨ Zona de Proteção Especial (ZPE) do Maciço Montanhoso Oriental coincidente com a Área
Importante para a Avifauna (IBA) do Maciço Montanhoso Oriental (PT084);

¨ Zona Especial de Conservação (ZEC) do Maciço Montanhoso Central.

Na sua envolvente alargada (assumindo um buffer de 5 km) existem duas outras áreas classificadas da
Região Autónoma da Madeira (vd. Figura 6.21), nomeadamente:

¨ A IBA Laurissilva (PT083), coincidente com a ZPE Laurissilva da Madeira e com a ZEC Laurissilva
da Madeira, a cerca de 3,2 km a este da área de estudo;

¨ O Sítio de Importância Comunitária (SIC) da Ribeira Brava, a cerca de 3,6 km a sudoeste da


área de estudo.

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FIGURA 6.19 – CARTA DE SOLOS

312500 315000 317500

Porto Moniz

Machico
Calheta

Funchal
3622500

Área de Estudo
TAd
Sistema de Teleféricos

Estações
ANu Cabos

Parque Aventura

Área de implantação do Parque aventura

ANu
A:\MFA\01_PRODUÇÃO\Em curso\2021\T04321\04Peças_Desenhadas\MXD\T04321_01_V0_Figura_6_19_CartaSolos.mxd - A3 (420mm x 297mm)

Unidades Pedológicas
3620000

ANu - Andossolos Úmbricos


TAd
TAd - Terreno Acidentado Districo

ANu

Service Layer Credits:

ANu

Extrato da Carta dos Solos da Ilha da Madeira (1:50 000), 0 250 500
Direção Regional do Ordenamento do Território m

Sistema de Coordenadas: PTRA08-UTM/ITRF93


Elipsóide: GRS80
Projeção: UTM (Universal Tranverse Mercator)

Estudo de Impacte Ambiental do


Sistema de Teleféricos e Parque Aventura em Curral das Freiras
Figura 6.19 - Carta de Solos

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FIGURA 6.20 – CARTA DE OCUPAÇÃO DO SOLO E HABITATS

313000 314000 315000 316000 317000


3622000

Ma1

Ma2
3621000

Ma3

Ma4
A:\MFA\01_PRODUÇÃO\Em curso\2021\T04321\04Peças_Desenhadas\MXD\T04321_01_V0_Figura_6_20_OcupacaoSolo.mxd - A3 (420mm x 297mm)

0 250 500
m
Área de Estudo Ocupação do Solo Habitats
Ortofotomapas à escala 1:2000 da Região Autónoma da Madeira - 2018/2019, 8220 - Vertentes rochosas siliciosas com vegetação casmofítica; e
Direção Regional do Ordenamento do Território Sistema de Teleféricos Tecido urbano descontínuo 8230 - Rochas siliciosas com vegetação pioneira da Sedo-
Sistema de Coordenadas: PTRA08-UTM/ITRF93
Povoamentos de folhosas Scleranthion ou da Sedo Albi-Veronicion dillenii.
Elipsóide: GRS80 Estações
Projeção: UTM (Universal Tranverse Mercator) Ma
Povoamentos florestais mistos Locais de Amostragem de Flora
Cabos
Matos (giestal)
Parque Aventura
Escarpas Estudo de Impacte Ambiental do
Área de implantação do Sistema de Teleféricos e Parque Aventura em Curral das Freiras
Parque Aventura Cursos de água
Figura 6.20 - Carta de Ocupação do Solo e Habitats

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O Parque Natural da Madeira apresenta uma grande variedade faunística e alguns endemismos
característicos dos ecossistemas insulares. A maior diversidade está associada ao grupo da avifauna,
dentro do qual se destacam as aves marinhas como Freira-da-Madeira Pterodroma madeira, Cagarra
Calonectris borealis e Gaivina-comum Sterna hirundo, entre outros. Dentro do habitat da floresta
Laurissilva, é importante destacar Pombo-trocaz Columba trocaz e o Bis-bis Regulus madeirensis, bem como
as várias subespécies de passeriformes endémicas da Madeira ou da Macaronésia. Relativamente ao
grupo das rapinas, ocorrem também dois endemismos ao nível da subespécie: Gavião Accipiter nisus granti
(conhecido por Fura-bardos) e Águia-d’asa-redonda Buteo buteo harterti (nomeado localmente como
Manta).

O Maciço Montanhoso (parte mais Oriental) é o local onde se reproduz a Freira-da-Madeira, uma ave
marinha que ocorre exclusivamente nesta ilha. Também aqui ocorrem Estrelinha-da-Madeira, Tentilhão e
Lagartixa-da-Madeira, bem como mamíferos introduzidos pelo Homem cujo controlo é importante para
a conservação da fauna nativa.

6.8.2 Metodologia

A caracterização do estado atual das comunidades de fauna iniciou-se pela consulta, tratamento e
sistematização de dados bibliográficos e cartográficos, a nível local e regional e definição da área de
estudo, que corresponde à área que é diretamente ou indiretamente afetada pelas diferentes
componentes do Sistema de Teleféricos e do Parque Aventura de Curral das Freiras.

Para a caracterização da fauna foram considerados os grupos faunísticos mais suscetíveis de serem
afetados pelo projeto em estudo: anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Relativamente ao grupo dos
Invertebrados, após consulta bibliográfica especializada, foi analisado especificamente uma espécie da
malacofauna.

Foram realizadas saídas de campo, em dezembro de 2021, para prospetar os biótopos existentes e
identificar a utilização dos mesmos pelas espécies que ocorrem (logo, confirmadas) ou potencialmente
ocorrentes.

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FIGURA 6.21 – ÁREAS SENSÍVEIS

310000 312500 315000 317500 320000


3625000

Porto Moniz

Calheta Machico

Funchal

Área de Estudo
3622500

Sistema de Teleféricos

Estações

Cabos

Parque Aventura

Área de implantação do Parque Aventura

Áreas Protegidas da Região Autónoma da Madeira

Parque Natural
Parque Natural da Madeira
3620000

Monumento Natural
Monumento Natural do Maciço Montanhoso Central

Sítio de Importância Comunitária (SIC)


A:\MFA\01_PRODUÇÃO\Em curso\2021\T04321\04Peças_Desenhadas\MXD\T04321_01_V0_Figura_6_21_AreasSensiveis.mxd - A3 (420mm x 297mm)

Ribeira Brava
Zona de Proteção Especial (ZPE)
Maciço Montanhoso Oriental da Ilha da Madeira
Laurissilva da Madeira
Zona Especial de Conservação (ZEC)
Maciço Montanhoso Central da Ilha da Madeira
3617500

Important Bird Areas (IBA)

Laurissilva (PT083)
Service Layer Credits: Sources: Esri, HERE, Garmin, USGS, Intermap, INCREMENT P, NRCan, Esri Japan, METI, Esri China (Hong Kong), Esri Korea, Esri (Thailand), NGCC, (c)
OpenStreetMap contributors, and the GIS User Community Maciço Montanhoso Oriental (PT084)

Sistema de Coordenadas: PTRA08-UTM/ITRF93 0 500 1000


Elipsóide: GRS80 m
Projeção: UTM (Universal Tranverse Mercator)

Estudo de Impacte Ambiental do


Sistema de Teleféricos e Parque Aventura em Curral das Freiras
Figura 6.21 - Enquadramento da Área de Estudo

147

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Parque Aventura do Curral das Freiras - Madeira
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6.8.2.1 Prospeção de campo

O trabalho de campo consistiu (1) na caracterização das comunidades vegetais (biótopos) que,
posteriormente, permitiram estimar as espécies potenciais atendendo aos seus requisitos habitacionais e
distribuição geográfica e (2) na inventariação de espécies in situ através de observação direta e indireta
com a identificação de vestígios.

Foram selecionados 14 locais de amostragem, distribuídos de forma a prospetar os biótopos presentes


na área de estudo (vd. Figura 6.22). Para além destas amostragens, registaram-se todas as observações
efetuadas entre os locais selecionados de forma a completar o inventário faunístico.

A amostragem da herpetofauna consistiu em observar qualquer indício, direto ou indireto, relacionado


com a presença deste grupo faunístico, tendo-se prospetado possíveis nichos e refúgios tais como muros,
pedras, ruínas, reservatórios de água, e registado os movimentos e vocalizações sentidas nos locais de
amostragem estabelecidos (Speybroeck et al., 2016).

A amostragem de avifauna consistiu na observação visual e auditiva, permanecendo cinco minutos em


cada local e registando as espécies detetadas (Bibby et al., 2000).

A amostragem de mamofauna consistiu no registo por meio de observação direta ou por meio da
presença de vestígios tais como pegadas, dejetos ou trilhos. No caso dos quirópteros teve-se particular
atenção aos possíveis abrigos existentes na área de estudo, como cavidades em árvores e estruturas
artificiais com condições para servir de abrigo.

6.8.2.2 Revisão bibliográfica

Devido a características, como a elevada mobilidade da maioria das espécies de vertebrados, os


comportamentos esquivos, a fenologia ou os períodos de atividade, a detetabilidade pelos trabalhos de
campo desenvolvidos apenas foi possível para algumas das espécies que ocorrem na área de estudo.
Desta forma, recorreu-se à avaliação da informação bibliográfica e dos biótopos existentes (descritos no
capítulo “Flora, Vegetação e Habitats”), assim como à informação relativa à distribuição das espécies
para, em conjunto com a informação recolhida em trabalho de campo, proceder à identificação da “fauna
potencial”. Deve entender-se por “fauna potencial” as espécies faunísticas que utilizam o espaço (1) de
modo regular, i.e., espécies para as quais a área é o espaço natural onde encontram alimentação,
refúgio, onde se reproduzem ou (2) de forma pontual onde o espaço é utilizado como área de passagem.

148

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FIGURA 6.22 – LOCAIS DE AMOSTRAGEM DE FAUNA.

313000 314000 315000 316000 317000

Porto Moniz

Calheta Machico

Funchal
3622000
3621000
A:\MFA\01_PRODUÇÃO\Em curso\2021\T04321\04Peças_Desenhadas\MXD\T04321_01_V0_Figura_6_22_AmostragemFauna.mxd - A3 (420mm x 297mm)

0 200 400
Service Layer Credits: m

Ortofotomapas à escala 1:2000 da Região Autónoma da Madeira - 2018/2019


Área de Estudo Direção Regional do Ordenamento do Território

Sistema de Coordenadas: PTRA08-UTM/ITRF93


Sistema de Teleféricos Elipsóide: GRS80
Projeção: UTM (Universal Tranverse Mercator)

Estações Locais de Amostragem de Fauna


Cabos

Parque Aventura
Estudo de Impacte Ambiental do
Área de implantação do Parque Aventura Sistema de Teleféricos e Parque Aventura em Curral das Freiras
Figura 6.22 - Locais de Amostragem de Fauna

150

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Para a caracterização faunística foi realizada uma pesquisa bibliográfica, quer antes, quer depois dos
trabalhos de campo. Considerou-se a informação que consta em diversos atlas de distribuição de espécies
faunísticas e outros documentos bibliográficos com informação referente à ocorrência de espécies
potenciais na área de estudo e na sua envolvente. Contudo, os biótopos existentes nem sempre conferem
as características habitacionais para a ocorrência de espécies referenciadas na área de estudo. Para
todos os grupos faunísticos foi consultado o Plano Sectorial da Rede Natura 2000 (ICNF, 2013).

Para a caracterização da herpetofauna foi consultado “Atlas dos Anfíbios e Répteis de Portugal” (Loureiro
et al., 2008) e “Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal” (Cabral et al., 2005).

Para caracterizar a comunidade de avifauna recorreu-se ao “Atlas das aves nidificantes em Portugal”
(Equipa Atlas, 2008), “Atlas das Aves Invernantes e Migradoras de Portugal 2012-2013” (Equipa Atlas,
2018), “Atlas das Aves Marinhas de Portugal” (Meirinho et al., 2014) e “Atlas das Aves do Arquipélago da
Madeira” (IFCN, 2009).

No que se refere à distribuição da mamofauna recorreu-se ao “Atlas de Mamíferos de Portugal” (Bencatel


et al., 2019) e “Vertebrados Terrestres Autóctones dos Arquipélagos da Madeira e Selvagens” (Jesus et al.,
2009).

6.8.2.3 Análise de Dados

De forma a simplificar e interpretar a informação obtida através da variada bibliografia consultada e


dos levantamentos de campo, foram diferenciados 4 possíveis tipos de ocorrência em função dos seguintes
critérios:

1. Confirmada (C): sempre que a espécie foi observada em campo;

2. Muito provável (MP): sempre que a espécie se encontre na quadrícula em que se insere a área
de estudo e em pelo menos quatro quadrículas adjacentes a esta;

3. Provável (P): sempre que a espécie se encontre na quadrícula em que se insere a área de estudo
ou em cinco quadrículas adjacentes ou tenha sido identificada em trabalhos anteriores na área
de estudo e/ou na sua envolvente próxima;

4. Pouco provável (PP): sempre que, apesar de se darem os dois critérios anteriores, a área de
estudo não apresente condições de habitabilidade, existindo pouca probabilidade de ocorrência
das espécies, considerando-se que a sua ocorrência será pontual ou improvável.

151

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Para os vários taxa são apresentados, para além dos nomes científicos e comuns, o nome da família a
que pertencem, o tipo de ocorrência e o respetivo estatuto de conservação em Portugal, de acordo com
o “Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal” (Cabral et al., 2005) e com a Lista Vermelha da UICN
(União Internacional para a Conservação da Natureza) e os anexos das convenções e/ou diplomas legais
em que se encontram listadas, nomeadamente:

¨ Anexos das Convenções de Berna (ratificada por Portugal pelo Decreto-Lei n.º 95/81, de
23 de julho regulamentado pelo Decreto-Lei n.º 38/2021, de 31 de maio) (para todos os
grupos);

¨ Anexos do Decreto-Lei n.º 140/99, de 24 de abril, com as alterações introduzidas pelo


Decreto-Lei n.º 49/2005, de 24 de fevereiro e pelo Decreto-Lei 156-A/2013, de 8 de
novembro (revê a transposição para Portugal da Diretiva Aves – Diretiva n.º 79/409/CEE, do
Conselho, de 2 de abril, alterada pelas Diretivas n.º 91/244/CE, da Comissão, de 6 de março,
94/24/CE, do Conselho, de 8 de junho, e 97/49/CE, da Comissão, de 29 de junho; e da
Diretiva Habitats – Diretiva n.º 92/43/CEE, do Conselho, de 21 de maio, com as alterações
que lhe foram introduzidas pela Diretiva n.º 97/62/CE, do Conselho, de 27 de outubro) (para
todos os grupos).

6.8.3 Caracterização da fauna

Na caracterização da situação de referência referente à fauna, e tendo em consideração a pesquisa


bibliográfica e os trabalhos de campo realizados, registou-se na área de estudo um total de 85 espécies
de vertebrados das quais 20 foram observadas em campo e 18 apresentam estatuto de conservação
elevado (VU, EN, CR) (vd. Quadro 6.11).

Quadro 6.11
Elenco geral das espécies dos grupos faunísticos considerados na inventariação para a área de estudo.
Confirmada em Pesquisa bibliográfica Espécies com estatuto
Grupo Total de
trabalhos de Muito Pouco de ameaça
faunístico Provável espécies
campo provável provável (VU, EN, CR) *
Anfíbios --- --- 1 --- 1 0
Répteis --- 1 1 1 3 0
Aves 19 11 4 37 71 14
Mamíferos 1 2 5 2 10 3
Total 20 14 11 40 85 18
* VU - Vulnerável, EN - Em perigo, CR - Criticamente em perigo

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O elenco de fauna (vertebrados) encontra-se nos quadros que se seguem, do Quadro 6.12 ao Quadro
6.15, nos quais se podem observar as espécies confirmadas assim como aquelas que potencialmente
ocorrem na área de estudo, e respetiva probabilidade de ocorrência.

6.8.3.1 Anfíbios

A presença de anfíbios na ilha da Madeira é limitada apenas a uma espécie, nomeadamente Rã-verde
Pelophylax perezi (Quadro 6.12). Trata-se de uma espécie que ocorre em toda a Península Ibérica e
alcança o seu limite setentrional no Sul de França, embora este não se encontre ainda bem definido. Foi
alvo de várias introduções que explicam a sua presença nas ilhas Baleares (Mallorca, Menorca, Ibiza e
Formentera), nas Canárias (todas as ilhas exceto El Hierro e Lanzarote), na Madeira e nos Açores (São
Miguel, Faial, Terceira, Santa Maria, Flores e Pico) (Malkmus, 2004).

Como ocupa todo o tipo de cursos de água doce, é provável que ocorra nos cursos de água em cotas
mais baixas, incluindo a ribeira de Curral de Freiras, considerando-se a sua presença como provável.

Quadro 6.12
Espécie de anfíbios potenciais e observadas na área de estudo, estatuto de conservação e tipo de
ocorrência.
Espécies de anfíbios Estatuto de ameaça
Tipo de
Convenção Diretiva ocorrência
Família Nome científico Nome vulgar LVVP IUCN
de Berna Habitats
Ranidae Pelophylax perezi Rã-verde NA LC III B-V P
LVVP/IUCN: NA - Não aplicável; LC - Pouco Preocupante. Ocorrência: P - Provável.

6.8.3.2 Répteis

À semelhança do que sucede com o grupo dos anfíbios, o número de espécies de répteis presentes na
ilha da Madeira é muito reduzido, ocorrendo apenas uma espécie endémica (Lagartixa-da-Madeira
Teira dugesii) e duas espécies introduzidas (Osga-comum Tarentola mauritanica e Osga-caseira-tropical
Hemidactylus mabouia).

A Lagartixa-da-Madeira Teira dugesii é uma espécie endémica da Região Autónoma, presente na


Madeira, Porto Santo, Desertas e Selvagens, em densidades populacionais relativamente elevadas. Está
presente em praticamente todos os tipos de habitats terrestres do arquipélago, desde a costa até às
montanhas mais altas, incluindo áreas urbanas, áreas rurais, jardins, pastagens, praias de calhau e de
areia. A sua ocorrência no interior de florestas densas (floresta temperada, floresta mediterrânica)
circunscreve-se a zonas de clareira ou levadas, onde a luz do sol penetra. Na ilha da Madeira, ocorre a

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subespécie endémica Teira dugesii dugesii. Pela ubiquidade que a espécie apresenta, considera-se a sua
ocorrência como muito provável na área em estudo (Quadro 6.13).

Já a Osga-comum Tarentola mauritanica encontra-se presente em toda a bacia do Mediterrâneo, existindo


populações introduzidas nas Américas do Norte, Central e do Sul, e no arquipélago das Canárias. Foi
descrita pela primeira vez na ilha da Madeira em 1993 e no Porto Santo em 2008. Ocupa
fundamentalmente paredes verticais (rochas, muros, locais pedregosos ou troncos de árvores), associando-
se a ambientes humanizados, sendo frequente ocorrer em habitações e junto a locais de iluminação
artificial. Alimenta-se maioritariamente de insetos, sendo que os indivíduos de maior dimensão conseguem
predar lagartos de menor dimensão. Na ilha da Madeira, encontra-se naturalizada nas zonas de baixa
altitude da costa sul, nomeadamente na baixa do Funchal e Caniço de Baixo, considerando-se a sua
presença como provável na área de estudo (Quadro 6.13).

Por último, a espécie Osga-caseira-tropical Hemidactylus mabouia tem como área de distribuição
endémica as regiões tropicais de África continental e insular (incluindo Madagáscar, Seicheles, Comores,
São Tomé, Príncipe e Annobón). Possui populações introduzidas na América do Sul e nas Caraíbas e
algumas ilhas africanas, tendo sido descrita pela primeira vez na Madeira em 2001, na zona da Achada
(Funchal). Utiliza rochas, muros, locais pedregosos ou troncos de árvores, encontrando-se em ambientes
humanizados, sendo frequente ocorrer em habitações e junto a locais de iluminação artificial. Alimenta-
se maioritariamente de insetos. Pela sua distribuição restrita na ilha da Madeira, considera-se que a sua
presença na área de estudo é pouco provável (Quadro 6.13).

Quadro 6.13
Espécies de répteis potenciais e observadas na área de estudo, estatuto de conservação e tipo de
ocorrência
Espécies de répteis Estatuto de ameaça
Tipo de
Convenção Diretiva ocorrência
Família Nome científico Nome vulgar LVVP IUCN
de Berna Habitats
Lacertidae Teira dugesii Lagartixa-da-Madeira LC LC II B-IV MP
Tarentola mauritanica Osga-comum NA LC III --- P
Gekkonidae
Hemidactylus mabouia Osga-caseira-tropical NA LC III --- PP
LVVP/IUCN: LC - Pouco preocupante; NA - Não aplicável. Ocorrência: MP - Muito provável, P - Provável, PP - Pouco provável.

6.8.3.3 Aves

Relativamente ao grupo das aves, estão inventariadas 71 diferentes espécies, tendo sido confirmadas 19
espécies durante os trabalhos em campo (Quadro 6.14). A maioria das espécies confirmadas é de
distribuição alargada no território português e insular, estando incluída na categoria Pouco Preocupante
no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (Cabral et al., 2005). São exceções as espécies Pombo-
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da-Madeira Columba trocaz, Poupa Upupa epops e Pardal-espanhol Passer hispaniolensis, todas
vulneráveis para o arquipélago madeirense (Cabral et al., 2005).

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Quadro 6.14
Espécies de aves potenciais e observadas na área de estudo, estatuto de conservação, fenologia e tipo de ocorrência
Espécies de aves Estatuto de ameaça
Tipo de
Convenção Diretiva Fenologia
Família Nome científico Nome vulgar LVVP IUCN ocorrência
de Berna Aves
Anatidae Anas platyrhynchos Pato-real NE LC III II-A Visitante PP
Alectoris rufa Perdiz-comum NA NT III II-A Residente C
Phasianidae
Coturnix coturnix Codorniz LC LC III II-B Residente P
Ardenna grisea Pardela-preta NE VU III --- Visitante PP
Ardenna gravis Pardela-de-barrete NE LC III --- Visitante PP
Bulweria bulwerii Alma-negra LC LC II I Migrador reprodutor PP
Calonectris borealis Cagarra LC LC II I Migrador reprodutor PP
Procellariidae
Puffinus puffinus Pardela-sombria VU LC II --- Migrador reprodutor PP
Puffinus lherminieri Pintainho VU LC II I Residente PP
Pterodroma madeira Freira-da-Madeira EN EN II I Migrador reprodutor PP
Pterodroma deserta Freira-do-bugio VU VU II I Migrador reprodutor PP
Oceanites oceanicus Casquilho NE LC II --- Visitante PP
Oceanitidae
Pelagodroma marina Calcamar VU LC II I Migrador reprodutor PP
Hydrobates castro Roquinho LC LC II I Reprodutor PP
Hydrobatidae Hydrobates pelagicus Alma-de-mestre NE LC II I Visitante PP
Hydrobates leucorhous Painho-de-cauda-forcada NE VU II I Visitante PP
Sulidae Morus bassanus Alcatraz NE LC III --- Visitante PP
Egretta garzetta Garça-branca-pequena NE LC II I Visitante P
Ardeidae
Ardea cinerea Garça-real NE LC III --- Visitante P
Accipiter nisus Gavião LC LC III --- Residente MP
Accipitridae
Buteo buteo Águia-d’asa-redonda LC LC III --- Residente C

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Espécies de aves Estatuto de ameaça


Tipo de
Convenção Diretiva Fenologia
Família Nome científico Nome vulgar LVVP IUCN ocorrência
de Berna Aves
Falconidae Falco tinnunculus Peneireiro-comum LC LC III --- Residente C
Gallinula chloropus Galinha-d'água EN LC III --- Residente PP
Rallidae
Fulica atra Galeirão NE LC III II-A Residente PP
Charadrius alexandrinus Borrelho-de-coleira-interrompida CR LC III --- Residente PP
Charadriidae
Charadrius hiaticula Borrelho-grande-de-coleira NE LC II --- Visitante PP
Calidris alba Pilrito-das-praias NE LC II --- Visitante PP
Scolopax rusticola Galinhola VU LC III II-A Residente PP
Numenius phaeopus Maçarico-galego NE LC III II-B Visitante PP
Scolopacidae
Phalaropus fulicarius Falaropo-de-bico-grosso NE LC II --- Visitante PP
Actitis hypoleucos Maçarico-das-rochas NE LC II --- Visitante PP
Arenaria interpres Rola-do-mar NE LC II --- Visitante PP
Stercorarius skua Alcaide NE LC III --- Visitante PP
Stercorarius pomarinus Moleiro-do-Ártico NE LC III --- Visitante PP
Stercorariidae
Stercorarius longicaudus Moleiro-rabilongo NE LC III --- Visitante PP
Stercorarius parasiticus Moleiro-pequeno NE LC III --- Visitante PP
Larus fuscus Gaivota-d‘asa-escura NE LC --- II-B Visitante PP
Larus michahellis Gaivota-de-patas-amarelas LC LC III --- Residente P
Laridae Chroicocephalus ridibundus Guincho-comum LC LC III II-B Visitante PP
Xema sabini Gaivota-de-Sabine NE LC II --- Visitante PP
Rissa tridactyla Gaivota-tridáctila NE VU III --- Migrador reprodutor PP
Thalasseus sandvicensis Garajau-comum NE LC II I Visitante PP
Sternidae Sterna hirundo Gaivina-comum VU LC --- I Migrador reprodutor PP
Sterna dougallii Gaivina-rosada NE LC --- I Visitante PP

157

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Espécies de aves Estatuto de ameaça


Tipo de
Convenção Diretiva Fenologia
Família Nome científico Nome vulgar LVVP IUCN ocorrência
de Berna Aves
Sterna paradisaea Gaivina-do-Ártico NE LC II I Visitante PP
Columba livia Pombo-das-rochas DD LC III II-A Residente C
Columba trocaz Pombo-da-Madeira VU LC III I Residente C
Columbidae
Streptopelia turtur Rola-brava NE VU III II-B Visitante MP
Streptopelia decaocto Rola-turca NE LC III II-B Residente C
Tytonidae Tyto alba Coruja-das-torres LC LC II --- Migrador reprodutor MP
Apus pallidus Andorinhão-pálido DD LC II --- Migrador reprodutor MP
Apodidae
Apus unicolor Andorinhão-da-serra LC LC II --- Migrador reprodutor MP
Upupidae Upupa epops Poupa VU LC II --- Residente C
Hirundo rustica Andorinha-das-chaminés NE LC II --- Migrador reprodutor MP
Hirundinidae
Delichon urbicum Andorinha-dos-beirais NE LC II --- Migrador reprodutor MP
Motacilla cinerea Alvéola-cinzenta LC LC II --- Residente C
Motacillidae
Anthus berthelotii Corre-caminhos LC LC II --- Residente C
Muscicapidae Erithacus rubecula Pisco-de-peito-ruivo LC LC II --- Residente C
Turdus merula Melro-preto LC LC III II-B Residente C
Turdidae
Turdus viscivorus Tordoveia LC LC III II-B Residente C
Curruca conspicillata Toutinegra-tomilheira VU LC II --- Residente MP
Sylviidae
Sylvia atricapilla Toutinegra-de-barrete LC LC II --- Residente C
Regulidae Regulus madeirensis Estrelinha-da-Madeira LC LC II --- Residente C
Petronia petronia Pardal-francês VU LC II --- Residente MP
Passeridae
Passer hispaniolensis Pardal-espanhol VU LC III --- Residente C
Fringilla coelebs Tentilhão LC LC III --- Residente C
Fringillidae
Serinus canaria Canário-da-terra LC LC III --- Residente MP

158

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Espécies de aves Estatuto de ameaça


Tipo de
Convenção Diretiva Fenologia
Família Nome científico Nome vulgar LVVP IUCN ocorrência
de Berna Aves
Carduelis carduelis Pintassilgo LC LC II --- Residente C
Chloris chloris Verdilhão LC LC II --- Residente C
Spinus spinus Lugre NE LC II --- Residente MP
Linaria cannabina Pintarroxo LC LC II --- Residente C
LVVP/IUCN: NA - Não se aplica, NE - Não avaliado, DD - Informação insuficiente, LC - Pouco preocupante, NT - Quase ameaçado, VU - Vulnerável, EN - Em perigo, CR - Criticamente em perigo. Ocorrência:
C - Confirmada, MP - Muito provável, P - Provável, PP - Pouco provável.

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As restantes espécies (não confirmadas) foram classificadas, pela sua ocorrência, como tendo uma
ocorrência muito provável (11 espécies), com ocorrência provável (4 prováveis) e como uma ocorrência
pouco provável (37 espécies). Esta percentagem tão elevada (mais de metade das espécies) de aves
pouco prováveis de ocorrer na área de estudo deve-se à grande diversidade de espécies exclusivamente
marinhas que ocorrem na ilha da Madeira, e cuja presença perto da povoação de Curral das Freiras é
muito diminuta. Apesar da sua reduzida probabilidade de ocorrência na área de estudo, decidiu-se incluir
no Quadro 6.14pela proximidade geográfica à costa.

É precisamente este grupo de aves (das famílias Procellariidae, Oceanitidae, Rallidae, Charadriidae)
que apresenta espécies com elevado estatuto de ameaça à sua conservação (Quadro 6.14) e cuja
probabilidade de ocorrência na área em estudo é reduzida. Apenas duas espécies de aves, que não
foram confirmadas durante o trabalho de campo, apresentam um estatuto de ameaça relevante,
nomeadamente Toutinegra-tomilheira Curruca conspicillata e Pardal-francês Petronia petronia, ambas
incluídas na categoria Vulnerável.

Do elenco referenciado, 15 espécies encontram-se ainda inseridas no Anexo I da Diretiva Aves, isto é,
são espécies ameaçadas, sujeitas a medidas especiais respeitantes ao seu habitat para garantir a sua
sobrevivência e a sua reprodução na área de distribuição. São elas Alma-negra Bulweria bulwerii,
Cagarra Calonectris borealis, Pintainho Puffinus lherminieri, Freira-da-Madeira Pterodroma madeira,
Freira-do-bugio Pterodroma deserta, Calcamar Pelagodroma marina, Roquinho Hydrobates castro, Alma-
de-mestre Hydrobates pelagicus, Painho-de-cauda-forcada Hydrobates leucorhous, Garça-branca-
pequena Egretta garzetta, Garajau-comum Thalasseus sandvicensis, Gaivina-comum Sterna hirundo,
Gaivina-rosada Sterna dougallii, Gaivina-do-Ártico Sterna paradisaea e Pombo-da-Madeira Columba
trocaz.

Por último, é de referir que visto que a área de estudo se insere marginalmente à Zona Especial de
Conservação do Maciço Montanhoso Central da Ilha da Madeira, foram consultados os documentos
disponíveis sobre esta área classificada. Entre eles, encontra-se um plano de ação específico para Freira-
da-Madeira Pterodroma madeira, incluído no relatório de recuperação e conservação de espécies e
habitats do Maciço Montanhoso da Madeira - LIFE11/NAT/PT/000327 (IFCN, 2017). A Freira-da-
Madeira é uma ave marinha pelágica, endémica da Ilha da Madeira, sendo uma das aves marinhas mais
raras do Mundo e esteve considerada extinta até aos finais da década de 1960 (Biscoito & Zino, 2002;
Borges et al., 2008). Apresenta uma população mundial de apenas 65 a 80 casais, com uma área de
nidificação restrita ao Maciço Montanhoso Oriental, mais precisamente em pequenos patamares acima

160

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de 1600 m de altitude, localizados entre o Pico do Areeiro e o Pico Ruivo, sendo esta a razão de se
considerar como tendo uma ocorrência pouco provável na área em estudo (Quadro 6.14).

A Freira-da-Madeira nidifica em colónias, apresentando monogamia e filopatria, ou seja, os indivíduos


mantêm o seu parceiro durante toda a vida e tendem a voltar ao local onde nasceram para se
reproduzirem, maximizando assim, o seu sucesso reprodutor. Escava os seus ninhos no solo em locais onde
o coberto vegetal se encontra em bom estado de conservação (Oliveira, 1999).

No passado, a captura de adultos, de juvenis e de ovos poderá ter representado uma ameaça importante
para esta espécie. A predação direta por ratazanas e por gatos assilvestrados deverá ter sido a causa
da extinção desta espécie em outros locais da ilha da Madeira. A presença continuada de herbívoros
introduzidos (cabras, ovelhas e coelhos) terá potenciado a destruição das suas principais áreas de
nidificação (Oliveira & Menezes, 2004). As diversas campanhas de controlo destas ameaças, realizadas
desde 1987, terão permitido a recuperação do habitat de nidificação e da população desta espécie.
Devido à sua restrita área de nidificação, fenómenos ocasionais (como é exemplo o incêndio de 2010)
representam também uma ameaça direta para a espécie.

Toda a sua área de nidificação está classificada como Zona Especial de Conservação, integrando a Rede
Natura 2000 e o Parque Natural da Madeira, existindo um Plano de Ordenamento e Gestão em vigor
para a área. A população apresenta uma tendência positiva, estando atualmente estimada entre 70 e
85 casais reprodutores. A grande ameaça direta reside na presença dos predadores, enquanto a indireta
é a pequena área de distribuição em que um acontecimento catastrófico pode levar à extinção ou
elevada redução da espécie (IFCN, 2017).

6.8.3.4 Mamíferos

Com base na bibliografia consultada foi possível inventariar 10 espécies de mamíferos com alguma
probabilidade de ocorrência, sendo que durante os levantamentos de campo foi apenas confirmada a
presença de Coelho-bravo Oryctolagus cuniculus na área em análise (Quadro 6.15). Das restantes,
considerou-se uma espécie como muito provável, 5 como prováveis e 2 como pouco prováveis de ocorrer
na área de estudo.

161

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Quadro 6.15
Espécies de mamíferos potenciais e observadas na área de estudo, estatuto de conservação e tipo de
ocorrência
Espécies de mamíferos Estatuto de ameaça
Tipo de
Convenção Diretiva ocorrência
Família Nome científico Nome vulgar LVVP IUCN
de Berna Habitats
Pipistrellus madeirensis Morcego-da-Madeira CR NE II B-IV P
Hypsugo savii Morcego de Savii NA LC II B-IV P
Vespertilionidae
Nyctalus leisleri Morcego-arborícola-pequeno CR LC II B-IV P
Plecotus austriacus Morcego-orelhudo-cinzento CR NT II B-IV PP
Molossidae Tadarida teniotis Morcego-rabudo NE LC II B-IV P
Leporidae Oryctolagus cuniculus Coelho-bravo NA EN --- --- C
Rattus norvegicus Ratazana NA LC --- --- MP
Muridae Rattus rattus Rato-preto NA LC --- --- P
Mus musculus Rato-caseiro NA LC --- --- MP
Mustelidae Mustela putorius Toirão NA LC III B-V PP
LVVP/IUCN: CR - Criticamente em perigo, NT - Quase ameaçado, LC - Pouco preocupante NA - Não se aplica, NE - Não avaliado. Ocorrência: C -
Confirmada, MP - Muito provável, P - Provável, PP - Pouco provável.

Das 10 espécies inventariadas, três apresentam um elevado estatuto de ameaça, nomeadamente três
espécies de morcegos, incluídos na categoria de Criticamente em Perigo (Cabral et al., 2005). As restantes
espécies, foram introduzidas na ilha da Madeira, e não foram avaliadas em termos de estatuto de
ameaça para o arquipélago (Mathias, 1988; 1999; Masseti, 2010). De referir que, além das 5 espécies
de morcegos (que se encontram listadas no Anexo B-IV), apenas Toirão se encontra no Anexo B-V da
Diretiva Habitats.

Como 3 espécies das 5 espécies de quirópteros dadas para a área de estudo apresentam uma
classificação de Criticamente em Perigo, segue-se uma pequena descrição por espécie:

¨ Morcego-da-Madeira Pipistrellus maderensis - nativo da Madeira, habita zonas urbanas, rurais


e de floresta. Na ilha da Madeira, ocupa áreas desde o nível do mar até 1500 m de altitude.
Durante o dia refugia-se em fissuras nas rochas, em troncos ocos de árvores velhas ou edifícios
abandonados e sai dos seus abrigos no crepúsculo para caçar. É exclusivamente insetívoro
(dieta alimentar consiste em borboletas noturnas, mosquitos, melgas, traças e pequenos
escaravelhos), e tem preferência por zonas de iluminação pública pois a luz atrai muitos insetos.
Estima-se que a população na ilha da Madeira seja inferior a 1000 indivíduos, estando
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dividida em duas subpopulações, com distribuição muito restrita. É endémico da Macaronésia,


estando a sua presença confirmada na ilha da Madeira, Porto Santo e em quatro ilhas de
Canárias (Tenerife, La Gomera, La Palma e El Hierro). Desta forma, considera-se que a
ocorrência da espécie como provável.

¨ Morcego-arborícola-da-Madeira Nyctalus leisleri verrucosus - apesar da espécie no território


continental português não ter um estatuto de ameaça, no arquipélago da Madeira a espécie
assume um elevado estatuto de ameaça. Geralmente, abriga-se em cavidades nas árvores de
ocorrência natural ou escavadas em aves, podendo utilizar estruturas artificiais como abrigo.
Utiliza áreas de alimentação muito diversas, como bosques, pastagens e vegetação ripícola.
Considera-se que a ocorrência da espécie como provável.

¨ Morcego-orelhudo-cinzento Plecotus austriacus - tal como o Morcego-arborícola, a espécie não


apresenta um elevado estatuto de ameaça em Portugal continental, mas no arquipélago
madeirense assume uma classificação de ameaça Criticamente em Perigo. É uma espécie muito
associada a edifícios, podendo também ocorrer em fissuras rochosas, pontos e, mais raramente,
em árvores ocas. Durante a época de hibernação pode ocorrer em abrigos subterrâneos como
grutas e minas. Caça maioritariamente em vales e planícies, geralmente com zonas agrícolas,
prados, pomares, e orlas de floresta. Devido à sua especificidade de habitat, considera-se
que a ocorrência da espécie como pouco provável.

6.8.3.5 Outras espécies com valor de conservação relevante

A consulta bibliográfica aos diferentes grupos da fauna desta área da ilha da Madeira permitiu a
descrição de 4 grupos de vertebrados, já descritos. Contudo, essa análise bibliográfica incluiu o grupo
dos invertebrados, sendo relevante mencionar a potencial presença de duas espécies de molusco
endémico.

A primeira é a espécie Leiostyla cassida (conhecida anteriormente pelos sinónimos Helix cassida, Pupa
cassida ou Lauria cassida), da família Lauriidae, um molusco de concha ovato-cónica, estriada, de
reduzidas dimensões (altura: 4,5 – 5 mm; diâmetro: 2,7 - 3 mm; Fotografia 6.5), com uma distribuição
restrita ao Maciço Montanhoso da Madeira.

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Fonte: http://www.flickriver.com/photos/tags/leiostyla/interesting/

Fotografia 6.5– Aspeto da face ventral e dorsal da concha de Leiostyla cassida.

O habitat de ocorrência desta espécie são zonas húmidas, nomeadamente floresta Laurissilva localizada
a altitudes intermédias, podendo ser encontrada geralmente debaixo de folhas ou sobre troncos em
decomposição (IFCN, 2017). Esta espécie foi declarada potencialmente extinta em 1994, estando
classificada pela IUVC desde 2011 na categoria Criticamente em Perigo (Seddon, 2011b). Não é de
excluir a possibilidade de a espécie estar de facto extinta, visto que o último registo vivo foi efetuado
em 1870.

A segunda espécie de molusco terrestre é Caseolus calvus (também conhecida por Lemniscia calva), da
família Geomitridae, que se encontra classificado pela IUCN como Em Perigo (Seddon, 2011a). Esta
espécie apenas ocorre na ilha da Madeira, estando a sua distribuição restrita, como se pode ver na
Figura 6.23.

Fonte: https://www.iucnredlist.org/species/156860/5008499

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Figura 6.23 – Distribuição da espécie Caseolus calvus.

Encontra-se sob pedras em encostas íngremes de prados, entre Crassuláceas em penedos de altas
elevações, e nas saliências e na base de penedos com elevado declive. Em termos de distribuição, é
coincidente com a área do Sistema de Teleféricos e Parque Aventura de Curral das Freiras, tendo sido
encontrado perto da zona nascente do projeto, perto do Miradouro do Paredão.

6.9 QUALIDADE DO AR

6.9.1 Considerações Gerais

Em Portugal, o Decreto-Lei nº 39/2018, de 11 de junho (revoga o Decreto-Lei n.º 78/2004, de 3 de


abril, alterado pelo Decreto lei n.º 126/2006 de 3 de julho) e o Decreto-Lei n.º 102/2010, de 23 de
setembro, alterado pelos Decretos-Lei n.º 43/2015 de 27 de março e 47/2017 de 10 de maio,
constituem o enquadramento legislativo da política de gestão do recurso ar, na dupla vertente,
respetivamente, da prevenção e controlo das emissões de poluentes atmosféricos e da avaliação e gestão
da qualidade do ar.

O Decreto-Lei n.º 39/2018, de 11 de junho, estabelece o regime legal relativo da prevenção e controlo
das emissões atmosféricas de poluentes, transpondo para a ordem jurídica interna a Diretiva nº (EU)
2015/2193, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de novembro de 2015, relativa à limitação
das emissões para a atmosfera de certos poluentes provenientes de médias instalações de combustão.
Fixa os princípios, objetivos e instrumentos apropriados à garantia de proteção do recurso natural ar,
bem como as medidas, procedimentos e obrigações dos operadores das instalações abrangidas, com
vista a evitar ou reduzir a níveis aceitáveis a poluição atmosférica originada nessas mesmas instalações.

A qualidade do ar tem também vindo a ser objeto de um vasto trabalho ao nível do Ministério do
Ambiente no quadro da Agência Portuguesa do Ambiente, em coordenação com as Comissões de
Coordenação e Desenvolvimento Regional no território de Portugal Continental e com as Direções
Regionais do Ambiente das Regiões Autónomas.

O Decreto-Lei n.º 102/2010, de 23 de setembro, alterado pelos Decretos-Lei n.º 43/2015 de 27 de


março e 47/2017 de 10 de maio, fixa os objetivos para a qualidade do ar ambiente tendo em conta
as normas, as orientações e os programas da Organização Mundial da Saúde, destinados a evitar,
prevenir ou reduzir as emissões de poluentes atmosféricos. O presente decreto-lei estabelece o regime
da avaliação e gestão da qualidade do ar ambiente, atribuindo particular importância ao combate das

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emissões de poluentes na origem e à aplicação das medidas mais eficazes de redução de emissões, a
nível local e nacional, como formas de proteção da saúde humana e do ambiente.

Os valores limite, elementos-chave da legislação da qualidade do ar, são os limites de concentração


estabelecidos para cada poluente, juridicamente vinculativos nos Estados Membros da UE, e que não
devem ser ultrapassados (vd. Quadro 6.16). Trata-se de um limite de concentração, num tempo médio
durante o qual um poluente é medido ou estimado, um número de excedências permitidas por ano (se
aplicável), e uma data na qual o valor limite deve ser alcançado. Alguns poluentes têm mais de um valor
limite (abrangendo diferentes períodos de integração).

Quadro 6.16
Valores limite e limiares de alerta, estabelecidos pelo DL n.º 102/2010, de 23 de setembro
(republicado pelo DL n.º 47/2017 de 10 de maio)
Valores numéricos
Período de
Objetivo de (número de
Tipo referência das Unidade
proteção excedências
avaliações
autorizadas)
NO2
Valor limite e Valor
limite acrescido da
Uma hora Horas de excedência num ano civil 200 µg/m3 (18)
margem de
tolerância
Valor limite e Valor
limite acrescido da
Saúde Um ano civil Média anual 40 µg/m3
margem de
Humana tolerância
Três horas consecutivas em excesso
(em locais representativos da
qualidade do ar numa área mínima
Limiar de alerta Uma hora 400 µg/m3
de 100 km2 ou na totalidade de
uma zona ou aglomeração
consoante o que for menor)
NOx
Vegetação Nível crítico Um ano civil Média anual 30 µg/m3
PM10
Saúde Valor limite Um dia Dias de excedência num ano civil 50 µg/m3 (35)
Humana Valor limite Um ano civil Média anual 40 µg/m3
PM2,5
Obrigação em
matéria de
20 µg/m3
Saúde concentrações de Três anos civis Indicador de exposição média:
Humana exposição consecutivos (cálculo - ver Diretiva 2008/50/CE)
Objetivo de redução Em conformidade
da exposição com o anexo XIV

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Valores numéricos
Período de
Objetivo de (número de
Tipo referência das Unidade
proteção excedências
avaliações
autorizadas)
parte B da Diretiva
2008/50/CE
Valor alvo, Valor
limite e Valor limite
acrescido da Um ano civil Média anual 25 µg/m3
margem de
tolerância
Valores numéricos
Período de
Objetivo de (número de
Tipo referência das Unidade
proteção excedências
avaliações
autorizadas)
SO2
Valor limite Uma hora Horas de excedência num ano civil 350 µg/m3 (24)
Valor limite Um dia Dias de excedência num ano civil 125 µg/m3 (3)

Saúde Três horas consecutivas em excesso


(em locais representativos da
Humana qualidade do ar, numa área mínima
Limiar de alerta Uma hora 500 µg/m3
de 100 km2 ou na totalidade de
uma zona ou aglomeração,
consoante o que for menor)
Um ano civil Média anual 20 µg/m3
Vegetação Nível crítico Valor médio durante os meses de
Inverno Inverno, ou seja, de 1 de outubro do 20 µg/m3
ano x-1 a 31 de março do ano x
O3
Dias em que a média diária 120 µg/m3 (25 em
Média máxima
máxima de 8 horas ultrapassou o média por ano civil,
Valor alvo por períodos
valor de referência médio ao longo num período de 3
de 8 horas
de três anos anos*)
Saúde Média máxima Dias em que a média diária
Objetivo a longo
por períodos máxima de 8 horas ultrapassou o 120 µg/m3
Humana prazo
de 8 horas objetivo a longo prazo num ano civil
Limiar de
Uma hora Horas de excedência num ano civil 180 µg/m3
informação
Limiar de alerta Uma hora Horas de excedência num ano civil 240 µg/m3
18 000 µg/m3.h,
1 de maio a AOT40 (cálculo - ver Diretiva
Valor alvo em média, num
31 de julho 2008/50/CE anexo VII)
Vegetação período de 5 anos*
Objetivo a longo 1 de maio a AOT40 (cálculo - ver Diretiva
6 000 µg/m3.h
prazo 31 de julho 2008/50/CE anexo VII)
CO

Saúde Média máxima Dias em que a média diária


Valor limite por períodos máxima de 8 horas ultrapassou o 10 mg/m3
Humana de 8 horas valor-limite

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Valores numéricos
Período de
Objetivo de (número de
Tipo referência das Unidade
proteção excedências
avaliações
autorizadas)
Benzeno
Saúde
Valor limite Um ano civil Média anual 5 µg/m3
Humana
Chumbo
Saúde
Valor limite Um ano civil Média anual 0,5 µg/m3
Humana
Cádmio
Saúde
Valor alvo Um ano civil Média anual 5 ng/m3
Humana
Arsénio
Saúde
Valor alvo Um ano civil Média anual 6 ng/m3
Humana
Níquel
Saúde
Valor alvo Um ano civil Média anual 10 ng/m3
Humana
Benzo(a)pireno
Saúde
Valor alvo Um ano civil Média anual 1 ng/m3
Humana
*Se não for possível determinar as médias de períodos de 3 ou 5 anos com base num conjunto completo e consecutivo de dados
anuais, os dados anuais mínimos necessários à verificação da observância dos valores alvo são os seguintes:
- Valor alvo para a proteção da saúde humana: dados válidos respeitantes a um ano;
- Valor alvo para a proteção da vegetação: dados válidos respeitantes a 3 anos.

A poluição do ar diz respeito à existência de determinados poluentes, na atmosfera, em níveis que afetam
adversamente a saúde humana, o ambiente, e o património cultural (edifícios, monumentos e materiais).

As concentrações dos poluentes no ar ambiente dependem essencialmente dos fatores: quantidades


emitidas e condições meteorológicas e de topografia local que condicionam a sua dispersão, transporte,
deposição húmida ou seca e transformações químicas. A qualidade do ar resulta assim de um equilíbrio
complexo entre as emissões diretas de poluentes para a atmosfera e uma série de processos aos quais
os poluentes estão sujeitos. Os fenómenos atmosféricos desempenham um papel preponderante nos
processos de dispersão e transporte dos poluentes na atmosfera, podendo os níveis de poluição variar
consideravelmente de um dia para o outro, mesmo quando as quantidades de poluentes emitidos são
idênticas.

Para efetuar a caracterização da qualidade do ar na situação atual nas áreas em estudo, recorreu-se
aos dados de concentrações de poluentes atmosféricos da rede de monitorização da qualidade do ar,

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disponíveis na base de dados online Qualar. Foi dado maior enfoque à situação da qualidade do ar nos
concelhos de Câmara de Lobos e Funchal, dado ser nestes concelhos que se localiza a área de estudo.

6.9.2 Enquadramento Regional

6.9.2.1 Inventariação de emissões de poluentes atmosféricos

A inventariação das emissões atmosféricas tem como principais objetivos, a identificação das fontes
emissoras e de sumidouros de poluentes atmosféricos, e a quantificação das emissões e remoções
associadas a essas fontes e sumidouros. Constitui, por outro lado, a base de verificação do cumprimento
dos acordos comunitários e internacionais que Portugal assumiu nos últimos anos.

Para enquadrar a área de estudo ao nível regional, efetuou-se uma análise quantitativa dos principais
poluentes atmosféricos, a partir dos documentos “Emissões de Poluentes Atmosféricos por Concelho – 2015
e 2017”, de 2019, e “Emissões de Poluentes Atmosféricos por Concelho – 2015, 2017 e 2019”, de 2021,
da autoria da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), para os concelhos de Câmara de Lobos e Funchal,
bem como os seus pesos no contexto nacional.

Os poluentes analisados (vd. Quadro 6.17) foram os compostos de enxofre, expressos como dióxido de
enxofre (SO2); Óxidos de azoto, expressos como dióxido de azoto (NO2); Amoníaco (NH3); Compostos
orgânicos voláteis não-metânicos (COVNM); Monóxido de carbono (CO); Partículas de diâmetro inferior
a 10 μm (PM10); Partículas de diâmetro inferior a 2.5 μm (PM2.5); Carbono negro (BC), ou seja, partículas
que contêm carbono na sua constituição e absorvem radiação; Chumbo (Pb); Cádmio (Cd); Mercúrio (Hg);
Dioxinas e Furanos (PCDD e PCDF); Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs); Hexaclorobenzeno
(HCB); Compostos Bifenilpoliclorados (PCBs); Metano (CH4); Óxido nitroso (N2O); Dióxido de carbono
(CO2) e Gases Fluorados com efeito de estufa abrangidos pelo Protocolo de Quioto (FGases). Nesta
análise foram excluídas as fontes naturais.

Quadro 6.17
Emissões nos concelhos de Câmara dos Lobos e Funchal e no território Nacional, excluindo fontes
naturais

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Área NOx (as NMVOC SOx (as


Concelho NH3 kt PM2.5 kt PM10 kt
(km2) NO2) kt kt SO2) kt
Total Nacional 91951 147,556 161,486 44,256 59,010 50,216 70,654
Câmara de Lobos 53,056 0,201 0,365 0,006 0,047 0,078 0,095
% Câmara de Lobos 0,057% 0,136% 0,226% 0,013% 0,079% 0,156% 0,135%
Funchal 77,442 4,879 1,135 3,599 0,045 0,347 0,495
% Funchal 0,084% 3,307% 0,703% 8,133% 0,076% 0,691% 0,700%

PCDD/PCDF (dioxins/
Concelho BC kt CO kt Pb t Cd t Hg t
furans) g I-Teq
Total Nacional 6,602 292,757 25,297 1,833 1,270 55,799
Câmara de Lobos 0,048 1,941 0,118 0,009 0,003 0,379
% Câmara de Lobos 0,721% 0,663% 0,465% 0,516% 0,241% 0,680%
Funchal 0,012 0,590 0,033 0,002 0,001 0,118
% Funchal 0,189% 0,201% 0,129% 0,117% 0,042% 0,212%

Concelho PAHs HCB PCBs CO2 CH4 N2O F-Gases

Total Nacional 16,669 2,383 89,439 47743,834 366,869 10,916 3418,306


Câmara de Lobos 0,148 0,002 0,001 500,359 1,093 0,026 34,537
% Câmara de Lobos 0,887% 0,098% 0,001% 1,048% 0,298% 0,239% 1,010%
Funchal 0,044 0,001 0,000 58,546 0,323 0,012 11,180
% Funchal 0,265% 0,046% 0,000% 0,123% 0,088% 0,111% 0,327%
Fonte: Relatório “Emissões de Poluentes Atmosféricos por Concelho – 2015, 2017 e 2019”, - Agência Portuguesa do Ambiente, 2021

Da análise dos dados presentes no Quadro 6.17 constata-se que, no concelho de Câmara de Lobos, os
poluentes com maiores valores de emissão proporcionalmente ao total nacional são os NMVOC, PAHs e
F-Gases. No concelho do Funchal, os poluentes com maiores valores de emissão proporcionalmente ao
total nacional são o NOx, SOx e CO2.

Com base nos documentos referidos, verifica-se que a nível nacional, as emissões de NMVOC estão
relacionadas com o uso de Solventes e Indústria. No caso dos poluentes F-Gases e PAHs, as suas emissões
estão associadas às atividades industriais e produção de eletricidade. As emissões de NOx e CO2, em
Portugal, estão predominantemente associadas aos setores dos Transportes, da Indústria e da Energia. O
SOx tem como origem principal os setores da Energia e da Indústria.

De facto, uma análise mais dirigida ao nível dos concelhos em estudo, revela esta realidade, em que os
sectores da indústria, transportes e uso de solventes foram os que mais contribuíram para as emissões dos
poluentes referidos (NMVOC, F-Gases, PAHs, NOx, CO2 e SOx).

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6.9.3 Caracterização da zona envolvente do Projeto

6.9.3.1 Enquadramento

A área de estudo é predominantemente florestal, com a exceção da área envolvente à Estação de Curral
das Freiras. Na envolvente (raio de 3 000 m) existem alguns aglomerados populacionais e algum tráfego
que, embora contribuindo para a degradação da qualidade do ar, não se considera que seja
significativo.

6.9.3.2 Recetores sensíveis

Em termos de qualidade do ar, apenas se consideram como recetores sensíveis as habitações localizadas
dentro da área de estudo delimitada.

Dentro dos limites considerados para a área do parque aventura, Zip Line e cabos dos teleféricos, foi
possível encontrar um aglomerado populacional (Curral das Freiras) e várias localidades:

¨ Curral das Freiras, localizada na envolvente da estação de Curral das Freiras;

¨ Achada, a norte da estação de Curral das Freiras;

¨ Casas Próximas, a sudoeste da estação de Curral das Freiras, por baixo da Zip Line;

¨ Terra Chã, entre a estação do Paredão e a estação da Boca da Corrida, por baixo da linha
do teleférico que liga estas duas estações;

¨ Curral de Baixo, a sul do cabo do teleférico que liga a estação do Paredão e a estação da
Boca da Corrida

Dentro da área de estudo encontram-se diversas infraestruturas, uma vez que os cabos propostos passam
por cima do vale onde se encontra Curral das Freiras e diversas outras localidades. Recorrendo a
fotografias aéreas e à plataforma Google Maps, foram contabilizadas cerca de 554 edificações, das
quais aproximadamente 542 foram consideradas de habitação, quatro edifícios em ruínas, duas escolas
(EB123/PE do Curral das Freiras e EB1/PE Seara Velha) e ainda um campo de futebol, um pavilhão
gimnodesportivo, a piscina de Curral das Freiras, o centro de saúde de Curral das Freiras e uma igreja

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pertencente à Paróquia de Nossa Senhora do Livramento. Dada a natureza do projeto em estudo, não
se considera o mesmo tenha impactes significativos, a nível da qualidade do ar, na área envolvente.

6.9.3.3 Fontes de poluição

Com a consulta da plataforma PRTR (PRTR - Registo de Emissões e Transferências de Poluentes), dados
de 2017, identificaram-se as seguintes instalações poluentes registadas, na proximidade da área de
estudo (raio de cerca de 15 km):

¨ Nunes & Freitas, Lda. – Produção e comercialização de ovos e produção avícola – Quinta
Grande, a cerca de 5,5 km da área de estudo, direção sudoeste, sem estimativas de emissão
na plataforma PRTR;

¨ Central Térmica da Vitória – Funchal, a cerca de 6,6 km da área de estudo, direção sul, e que
segundo a plataforma PRTR emitiu, em 2017, cerca de 970 000 Kg de óxidos de azoto (NOx)
para a atmosfera;

¨ Estação de Tratamento de Águas Residuais do Funchal – Funchal, a cerca de 9 km da área de


estudo, direção sudeste, sem estimativas de emissões atmosféricas na plataforma PRTR;

¨ Estação de Tratamento de Resíduos Sólidos da Meia Serra – Camacha, a cerca de 7,7 km da


área de estudo, direção este, e que segundo a plataforma PRTR emitiu, em 2017, cerca de
6,89e-04 Kg de dioxinas e furanos para a atmosfera;

¨ Aviatlântico, Avicultura, S.A. – Santa Cruz, a cerca de 14 km da área de estudo, direção


sudeste, e que segundo a plataforma PRTR emitiu, em 2017, cerca de 24 800 Kg de amoníaco
(NH3) para a atmosfera.

Através da plataforma Google Maps identificaram-se ainda outras fontes poluentes próximas à área de
estudo:

¨ Ifm - Indústria de Fundição da Madeira Lda – Camacho, a cerca de 5 km da área de estudo,


na direção sul;

¨ Plásticos NC Madeira – Funchal, a cerca de 4,3 km da área de estudo, na direção sudeste;

¨ Cstone – Corte e transformação de pedra – Câmara de Lobos, a cerca de 3,5 km da área de


estudo, na direção sudoeste;

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¨ Metromármores, Lda – Ribeira Brava, a cerca de 5 km da área de estudo, na direção sudoeste;

¨ DM Alumínio – Ribeira brava, a cerca de 5,3 km da área de estudo, na direção sudoeste;

¨ Metalubrava - Indústria Metalúrgica e Naval da Madeira, Lda – Ponta do Sol, a cerca de 9


km da área de estudo, na direção sudoeste;

¨ Aviários Gonçalves & Pereira Lda. – Ponta do Sol, a cerca de 11,5 km da área de estudo, na
direção sudoeste;

¨ VA Spirits – Produtor de bebidas – Canhas, a cerca de 11,6 km da área de estudo, na direção


oeste;

¨ Sodiprave - Sociedade Distribuidora De Produtos Avícolas, S.A. – Santo António da Serra, a


cerca de 10,8 km da área de estudo, na direção este;

¨ Ovo do Santo, Lda – Avicultura – Santa Cruz, a cerca de 11,7 km da área de estudo, na
direção este;

Para além destas fontes poluentes estacionárias, existem também estradas e caminhos, que se encontram
muito próximos e dentro da área de estudo. A área de estudo é atravessada na zona este pelo túnel da
Via Expresso n.º 6 (VE 6) e na zona central pela Estrada Regional n.º 107. Destaca-se ainda, a oeste, a
estrada da Corrida que dá acesso ao Miradouro da Boca da Corrida. A área de estudo é também
atravessada por diversos caminhos que permitem a ligação entre os aglomerados populacionais e
localidades já referidos.

O tráfego rodoviário nas vias referidas, por norma, não apresenta elevados volumes de trânsito, pelo
que, devido também à sua tipologia (fontes móveis) e ao facto de os gases emitidos sofrerem uma
dispersão imediata na atmosfera, considera-se que, não constitui uma fonte de poluentes atmosféricos
com influência relevante na área de estudo.

6.9.4 Dados de qualidade do ar

O índice de qualidade do ar de uma determinada área resulta da média aritmética calculada para
cada um dos poluentes medidos em todas as estações da rede dessa área. Este índice é disponibilizado
pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), com base em informação recolhida pelas Comissões de
Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) e, neste caso, pela Direção Regional do Ambiente da
Região Autónoma da Madeira. Os valores determinados são comparados com as gamas de concentrações
173

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associadas a uma escala de cores sendo os poluentes com os valores mais desfavoráveis responsáveis
pelo índice.

Os poluentes que compõem o índice de qualidade do ar são: o dióxido de azoto (NO2), o ozono (O3) e
as partículas de diâmetro igual ou inferior a 10 µm (PM10) e, caso estejam disponíveis, também são
considerados os poluentes dióxido de enxofre (SO2) e monóxido de carbono (CO). O índice de qualidade
do ar permite uma classificação simples e compreensível do estado da qualidade do ar. Este índice foi
desenvolvido para poder traduzir a qualidade do ar.

A Rede de Qualidade do Ar que serve a zona onde se insere a área de estudo é a Rede de Qualidade
do ar da Madeira / Porto Santo, onde se encontra a estação Santana de ambiente rural e tipo de fundo,
a cerca de 11,7 km da área de estudo. No entanto, as estações mais próximas da área de estudo são
as estações São João (7,9 km) e São Gonçalo (9,8 km) pertencentes à zona do Funchal. Estas estações
são de zonas urbanas, sendo a primeira do tipo tráfego e a segunda de fundo. Dada a tipologia e
ambiente das estações existentes na ilha da Madeira, considera-se que, apesar da maior distância, a
estação de Santana é a mais representativa da área de estudo pois encontra-se num ambiente
semelhante ao estar localizada numa zona rural sem fontes de poluição significativas na sua proximidade.
As características desta estação estão apresentadas Quadro 6.18.

Quadro 6.18
Características da estação de qualidade do ar
Coordenadas Altitude Tipo de Tipo de Poluentes Início de
Estação Concelho
Gauss Militar (m) (m) Ambiente Influência analisados Atividade
SO2; PM10;
LAT: 32.808889 O3; NO2;
Santana - Rural Fundo* Santana 01/06/2015
LON: -16.886692 NOx; NO;
PM2,5
Fonte: Qualar (2021).

*Não monitorizam a qualidade do ar resultante das emissões diretas de nenhuma fonte em particular; representam a poluição a que
qualquer cidadão, mesmo que viva longe de fontes de emissão, está sujeito.

De acordo com o sítio da QualAr, para o ano de 2020, o índice de qualidade do ar disponibilizado pela
APA com base em informação recolhida pela Direção Regional do Ambiente da Região Autónoma da
Madeira, apresentou para a zona Madeira / Porto Santo, um índice de classificação global de muito
bom para um total de 345 dias de medição no ano de 2020. Desses foram considerados 1 dia com
classificação mau, 2 dias com classificação fraco, 59 dias com classificação médio, 120 dias com
classificação de bom e 163 dias com classificação de muito bom. Na Figura 6.24 apresenta-se o gráfico
do índice IQar de 2020.

174

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Dado que a área de estudo se encontra a 11,7 km da estação mais próxima da zona onde se inclui e
está localizada perto do limite da zona Madeira / Porto Santo com a zona do Funchal (com as respetivas
estações a 7,9 e 9,8 km), verificou-se ainda o índice de qualidade do ar para esta zona para o ano de
2020, concluindo que também apresentou um índice de qualidade do ar com classificação de muito bom,
com 1 dia classificado como mau, 8 como fraco, 145 como médio, 178 como bom e 34 como muito bom
(vd. Figura 6.25).

Fonte: APA, 2021

Figura 6.24 – IQar com o resumo do ano de 2020 – Madeira / Porto Santo

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Fonte: APA, 2021

Figura 6.25 – IQar com o resumo do ano de 2020 – Funchal

Apresentam-se de seguida os valores registados para a estação Santana, para os quatro poluentes
identificados anteriormente, essenciais para o cálculo do índice de qualidade do ar (PM10; O3, NO2 e
SO2). São apresentados dados de 2020, bem como os respetivos limites legais estabelecidos (vd. Quadro
6.19 a Quadro 6.22).

Quadro 6.19
Estação de Santana - Partículas < 10 µm (PM10)

Eficiência horária Média Anual Eficiência diária Média anual Excedências ao VL


(%) (Horária) (ug/m3) (%) (diária) (ug/m3) diário (50 ug/m3) (Nº)

96 11 96 11 3
Notas: VL diário - Valor limite: 50 µg/m3, a não exceder mais de 35 vezes por ano civil;
VL anual - Valor limite: 40 µg/m3

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Quadro 6.20
Estação de Santana - Ozono (O3)

N.º máx.
Excedências Excedências Eficiência
Média Anual Excedências ao diários (8h)
Eficiência horárias Limiar horárias Limiar máx. diário
(horária) OLP (120 > VA
Horária (%) Infor. (180 Alerta (240 médias 8h (a)
(µg/m3) µg/m3) (µg/m3) (média 3
µg/m3) (Nº) µg/m3) (Nº) (%)
anos) (b)
95 69 0 0 94 5 2

Notas: LI: Limiar de Informação; LA: Limiar de Alerta; OLP: Objetivo de Longo Prazo; VA: Valor Alvo
a) As médias de base octo-horária (8 horas) são calculadas a partir dos dados horários. O primeiro período de cálculo para um determinado
dia será o período decorrido entre as 17h00 do dia anterior e a 01h00 desse dia. O último período de cálculo será o período entre as 16h00
de um determinado dia e as 24h00 desse mesmo dia. Para o cálculo de uma média octo-horária são necessários, pelo menos, 75% de valores
horários, isto é, 6 horas.
b) Valor alvo = 120 µg/m3 a não exceder mais de 25 dias por ano, em média, por ano civil, num período de 3 anos; A data limite para a
sua observância é 1-1-2010. Sugestão: Consultar Decreto-Lei n.º 102/2010 para obter informações mais detalhadas relativas ao valor-alvo.

Quadro 6.21
Estação de Santana - Dióxido de azoto (NO2)

Média anual
Eficiência horária Excedências ao VL Excedências LA 400
(VL=40 µg/m3)
(%) horário (Nº) µg/m3 (Nº)
(ug/m3)

96 0 1 0
Notas: VL diário - Valor limite: 200 µg/m3, a não exceder mais de 18 vezes por ano civil;
VL anual - Valor limite: 40 µg/m3
Quadro 6.22
Estação de Santana - Dióxido de enxofre (SO2)

Média anual Excedências ao VL Média anual Excedências ao VL


Eficiência Eficiência
(horária) horário 350 µg/m3 (diária) diário 125 µg/m3
horária (%) diária (%)
(µg/m3) (µg/m3) (µg/m3) (Nº)

96 2 0 96 2 0
Notas: VL horário - Valor limite: 350 µg/m3, a não exceder mais de 24 vezes por ano civil;
VL diário - Valor limite: 125 µg/m3, a não exceder mais de 3 vezes por ano civil.
LA - Limiar de alerta: 500 µg/m3, n.º de períodos de 3 horas consecutivas > LA

Dos poluentes analisados na estação de Santana (vd. Quadro 6.19 a Quadro 6.22), as PM10
apresentaram 5 excedências ao valor limite diário (50 µg/m3), encontrando-se este número dentro do
limite de dias permitidos por ano (máx. de 35 dias/ano). No caso do Ozono (O3), este apresentou 5
excedências ao objetivo longo prazo (120 µg/m3), no entanto encontrando-se o número de excedências
também dentro do limite de dias permitidos por ano (máx. de 25 dias/ano). Relativamente aos poluentes
dióxido de enxofre (SO2) e dióxido de azoto (NO2) não foram registadas quaisquer excedências face
ao valor limite fixado.

177

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Tendo em conta as características rurais da região envolvente à área de estudo, que contam com a
existência de poucas e distantes fontes poluidoras pontuais (algumas indústrias) e um baixo número de
fontes lineares (vias de comunicação, que são potenciais fontes de poluição do ar mas que não
apresentam tráfego significativo), em conjugação com os fatores climáticos (regime de ventos) e de relevo,
pode concluir-se que a qualidade do ar da região da área de estudo é boa a muito boa.

6.9.5 Síntese da caraterização da qualidade do ar

A caracterização efetuada a nível macro baseou-se no documento “Emissões de Poluentes Atmosféricos


por Concelho – 2015, 2017 e 2019”, elaborado pela Agência Portuguesa do Ambiente. De acordo com
este documento, e apesar da classificação do índice de qualidade do ar (IQar), pode concluir-se que o
concelho de Câmara dos Lobos não apresenta emissões de poluentes com um peso muito significativo a
nível Nacional. Isto vai de encontro aos valores obtidos na estação de qualidade do ar mais
representativa da área de estudo e do índice de qualidade do ar (IQar), cujos valores indicam que a
qualidade do ar apresenta uma classificação de boa a muito boa.

Apesar de se registarem algumas fontes de poluição na envolvente da área de estudo, devido à sua
distância, dimensão e aos fatores climatéricos (regime de ventos), considera-se que estas fontes não são
significativas no contexto local. As características rurais da área de estudo, em conjugação com os fatores
climáticos, permitem inferir que no geral, existe uma qualidade do ar muito boa no local.

6.10 GESTÃO DE RESÍDUOS

6.10.1 Considerações Gerais

Efetua-se neste subcapítulo uma síntese das questões relacionadas com a gestão de resíduos na área de
estudo, tendo em conta os resíduos que serão potencialmente produzidos nas diferentes fases do Projeto
(construção, exploração e desativação), as entidades/operadores que existem na região que garantem
a recolha/tratamento de resíduos e efluentes (principalmente aqueles a que se terá de recorrer em fase
de obra), bem como um breve enquadramento legal deste tema.

Os resíduos potencialmente produzidos na fase de construção são resíduos de construção e demolição e


os resíduos equivalentes a sólidos urbanos. Na fase de exploração pode esperar-se a produção de
resíduos decorrentes da manutenção do Projeto, e também de reparações esporádicas, que são
classificados como resíduos industriais. São, assim, descritas genericamente as práticas de gestão na área

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de estudo para estas diferentes tipologias de resíduos, de modo a enquadrar a futura gestão de resíduos
do Projeto.

6.10.2 Enquadramento Legal

A gestão de resíduos, no que se refere ao âmbito do presente Projeto, encontra-se regulamentada


através dos seguintes diplomas nacionais fundamentais, não existindo legislação específica para a Região
Autónoma da Madeira:

¨ Lei n.º 52/2021, de 10 de agosto - Alteração, por apreciação parlamentar, ao Decreto-Lei


n.º 102-D/2020, de 10 de dezembro, que aprova o regime geral da gestão de resíduos, o
regime jurídico da deposição de resíduos em aterro e altera o regime da gestão de fluxos
específicos de resíduos, transpondo as Diretivas (UE) 2018/849, 2018/850, 2018/851 e
2018/852;

¨ Decreto-Lei n.º 102-D/2020, de 12 de dezembro de 2020, com a retificação dada pela


Declaração de Retificação n.º 3/2021, de 21 de janeiro que, a) Transpõe para a ordem
jurídica interna: (i) A Diretiva 94/62/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de
dezembro de 1994, relativa a embalagens e resíduos de embalagens, na redação que lhe foi
dada pela Diretiva (UE) 2018/852, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 30 de maio de
2018; ii) A Diretiva 1999/31/CE, do Conselho, de 26 de abril de 1999, relativa à deposição
de resíduos em aterros, na redação que lhe foi dada pelos Regulamentos (CE) n.os 1882/2003,
de 29 de setembro de 2003, e 1137/2008, de 22 de outubro de 2008, ambos do Parlamento
Europeu e do Conselho, pela Diretiva 2011/97/UE, do Conselho, de 5 de dezembro de 2011,
e pela Diretiva (UE) 2018/850, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 30 de maio de
2018, e aplica a Decisão 2003/33/CE, do Conselho, de 19 de dezembro de 2002; iii) As
Diretivas 2000/53/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 18 de setembro, relativa
aos veículos em fim de vida, 2006/66/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 6 de
setembro de 2006, relativa às pilhas e acumuladores e respetivos resíduos, e 2012/19/UE,
do Parlamento Europeu e do Conselho, de 4 de julho de 2012, relativa aos resíduos de
equipamentos elétricos e eletrónicos, na redação que lhes foi dada pela Diretiva (UE)
2018/849, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 30 de maio de 2018; iv) A Diretiva

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2008/98/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de novembro de 2008, relativa


aos resíduos, alterada pelo Regulamento (UE) n.º 1357/2014, da Comissão, de 18 de
dezembro de 2014, pela Diretiva (UE) 2015/1127, da Comissão, de 10 de julho de 2015, e
pela Diretiva (UE) 2018/851, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 30 de maio de 2018);
b) Aprova o novo regime geral da gestão de resíduos; c) Aprova o novo regime jurídico da
deposição de resíduos em aterro; d) Procede à quinta alteração ao regime jurídico da
avaliação de impacte ambiental (RJAIA), estabelecido pelo Decreto -Lei n.º 151 -B/2013, de
31 de outubro; e) Procede à segunda alteração ao Decreto -Lei n.º 42 -A/2016, de 12 de
agosto; f) Procede à quarta alteração ao Decreto -Lei n.º 152 -D/2017, de 11 de dezembro;

¨ Decreto-Lei n.º 152-D/2017, de 11 de dezembro, que estabelece o regime jurídico a que fica
sujeita a gestão dos seguintes fluxos específicos de resíduos: a) Embalagens e resíduos de
embalagens; b) Óleos e óleos usados; c) Pneus e pneus usados; d) Equipamentos elétricos e
eletrónicos e resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos; e) Pilhas e acumuladores e
resíduos de pilhas e acumuladores; f) Veículos e veículos em fim de vida;

¨ Decisão da Comissão 2014/955/UE, de 18 de dezembro de 2014, que altera a Decisão


2000/532/CE, referida no artigo 7.º da Diretiva 2008/98/CE, diz respeito a uma lista
harmonizada de resíduos que tem em consideração a origem e composição dos resíduos;

¨ Portaria nº 289/2015, de 17 de setembro, que revoga a Portaria nº 1048/2006 de 18 de


dezembro. É aprovado o Regulamento de Funcionamento do Sistema Integrado de Registo
Eletrónico de Resíduos (SIRER);

¨ Decreto-Lei n.º 246-A/2015, 21 de outubro, que procede à terceira alteração ao Decreto-Lei


n.º 41-A/2010, de 29 de abril, alterado pelos Decretos-Leis n.ºs 206 A/2012, de 31 de
agosto, e 19 A/2014, de 7 de fevereiro, transpondo a Diretiva n.º 2014/103/UE, da
Comissão, de 21 de novembro de 2014, que adapta pela terceira vez ao progresso científico
e técnico os anexos da Diretiva n.º 2008/68/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho,
relativa ao transporte terrestre de mercadorias perigosas;

¨ Portaria n.º 145/2017, de 26 de março, que define as regras aplicáveis ao transporte


rodoviário, ferroviário, fluvial, marítimo e aéreo de resíduos em território nacional e cria as
guias eletrónicas de acompanhamento de resíduos (e-GAR), a emitir no Sistema Integrado de
Registo Eletrónico de Resíduos (SIRER);

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¨ Portaria n.º 28/2019, de 18 de janeiro - altera a Portaria n.º 145/2017, de 26 de abril, que
define as regras aplicáveis ao transporte rodoviário, ferroviário, fluvial, marítimo e aéreo de
resíduos em território nacional e cria as guias eletrónicas de acompanhamento de resíduos (e-
GAR), e a Portaria n.º 289/2015, de 17 de setembro, que aprova o Regulamento de
Funcionamento do Sistema de Registo Eletrónico Integrado de Resíduos (SIRER);

¨ Decreto-Lei n.º 10/2010, de 4 de fevereiro, que estabelece o regime jurídico a que está sujeita
a gestão de resíduos das explorações de depósitos minerais e de massas minerais, transpondo
para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º 2006/21/CE, do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 15 de março, relativa à gestão dos resíduos das indústrias extrativas;

¨ Decreto-Lei n.º 31/2013 de 22 de fevereiro, que procede à primeira alteração ao Decreto-


Lei n.º 10/2010, de 4 de fevereiro, que estabelece o regime jurídico a que está sujeita a
gestão de resíduos das explorações de depósitos minerais e de massas minerais;

¨ Portaria n.º 345/2015, de 12 de outubro, que estabelece a lista de resíduos com potencial de
reciclagem e ou valorização.

6.10.3 Resíduos Urbanos e Frações

Os Resíduos Urbanos (RU) são designados como resíduos de recolha indiferenciada e de recolha seletiva
das habitações, incluindo papel e cartão, vidro, metais, plásticos, biorresíduos, madeira, têxteis,
embalagens, resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos, resíduos de pilhas e acumuladores, bem
como resíduos volumosos, incluindo colchões e mobiliário; e resíduos de recolha indiferenciada e de
recolha seletiva provenientes de outras origens, caso sejam semelhantes aos resíduos das habitações na
sua natureza e composição;

O âmbito da gestão dos resíduos urbanos é determinado com base na constituição material dos resíduos
classificados no subcapítulo 15 01 e no capítulo 20, com exceção dos códigos 20 02 02, 20 03 04 e 20
03 06, da Lista Europeia de Resíduos (LER).

Quando os resíduos urbanos não sejam produzidos nas habitações, o âmbito estabelecido no ponto
anterior é ainda determinado com base na origem, quantidade, natureza e tipologia dos resíduos.

O âmbito da gestão dos resíduos urbanos inclui os resíduos provenientes de estabelecimentos de comércio
a retalho, serviços e restauração, estabelecimentos escolares, unidades de prestação de cuidados de
saúde, empreendimentos turísticos, ou outras origens cujos resíduos sejam semelhantes em termos de

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natureza e composição aos das habitações, e sejam provenientes de um único estabelecimento que
produza menos de 1100 l de resíduos por dia. Os resíduos provenientes das origens referidas
anteriormente são considerados semelhantes em termos de natureza e composição aos das habitações se:

¨ Forem idênticos em tipologia, dimensão, materiais e utilização a resíduos produzidos nas


habitações;

¨ Não consistirem em substâncias ou objetos utilizados exclusivamente em contexto profissional,


comercial ou industrial;

¨ Puderem ser recolhidos através das redes de recolha de resíduos urbanos sem comprometer as
operações de recolha ou contaminar os resíduos provenientes das habitações.

A responsabilidade pela recolha e tratamento dos resíduos urbanos é do serviço público dos sistemas
municipais (municípios ou associações de municípios, em que a gestão do sistema pode ser concessionada
a qualquer empresa) ou multimunicipais, (sistemas geridos por empresas concessionárias.)

6.10.3.1 Sistemas de Gestão dos Resíduos Urbanos (SGRU)

No município onde se insere o projeto, Câmara de Lobos, bem como em toda a região da Madeira, a
gestão de resíduos urbanos (RU) é assegurada pelo sistema multimunicipal ARM – Águas e Resíduos da
Madeira, S.A.

O sistema multimunicipal de águas e de resíduos da Região Autónoma da Madeira foi criado e definido
pelo Decreto Legislativo Regional n.º 10-2019-M, 5.ª alteração ao Decreto Legislativo Regional n.º 17-
2014-M, de 16 de dezembro, sendo responsável pela gestão das águas de abastecimento, águas
residuais e resíduos em alta em toda a RAM e em baixa nos municípios de Câmara de Lobos, Machico,
Ribeira Brava, Santana e Porto Santo (ARM, 2021).

De acordo com a informação disponibilizada pela ARM no Relatório e Contas de 2020, no ano em
análise, a ARM recolheu cerca de 30 292 toneladas de resíduos (nos cinco municípios aderentes) e
rececionou um total de aproximadamente 126 011 toneladas. Das cerca de 30 toneladas recolhidas, que
representam um decréscimo de 0,2% relativamente a 2019, e tal como apresentado na Figura 6.26,
88% correspondem a resíduos indiferenciados, 7% a resíduos recicláveis e 5% a outros resíduos, que
inclui madeiras, verdes, monstros, resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos (REEE), pneus, metais e
pilhas e acumuladores.

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É importante referir que, em resultado da pandemia sentida no ano em análise, houve um acréscimo de
1% nos resíduos indiferenciados face a 2019, pois por um curto período de tempo a recolha seletiva
esteve suspensa sendo todos os resíduos desviados para o contentor dos indiferenciados (como medida
para diminuir a possível contaminação com o vírus da Covid-19).

1399
435
929
811

Indiferenciados
Papelão
Vidrão
Embalão
Outros Resíduos

26718

Fonte: Relatório e Contas 2020 – ARM 2021

Figura 6.26 – Quantidade de resíduos recolhidos por tipologia

As cercas de 126 toneladas, que representam um decréscimo de 7,1% em relação a 2019, dividem-se
em diversas tipologias, com vista ao seu tratamento ou encaminhamento adequado, tal como apresentado
na Figura 6.27. Verifica-se que a grande maioria dos resíduos (89,2%) tem como destino a incineração
e apenas cerca de 3% para deposição em aterro. Das 5 797 to de resíduos silvícolas rececionados,
2 775 t foram integradas no processo de incineração.

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1285 614
571 1006 Incineração
5797
3369
989 Aterro de Inertes (Porto Santo)

Deposição em aterro

Desinfeção, armazenamento e
tratamento de Resíduos
Hospitalares
Resíduos Sílvicolas
112380
Residuos para produção de estilha
(Porto Santo)

Fonte: Relatório e Contas 2020 – ARM 2021

Figura 6.27 – Receção de resíduos para tratamento e tipo de destino

No total, em 2020, foram depositadas em aterro 39 220 toneladas de resíduos que incluem escórias e
RSU equiparados (26 541 t), cinzas inertizadas (11 690 t) e inertes (989 t). Este valor é 7% superior ao
de 2019.

De acordo com o “Relatório e Contas 2020”, da autoria da ARM, em 2020, foram encaminhadas para
reciclagem ou para outras formas de valorização um total de 12 928 toneladas de resíduos (vd. Figura
6.28), menos 8,7% do que em 2019. Dentro das diferentes tipologias de resíduos encaminhados para
reciclagem ou valorização encontra-se o papel/cartão (36%), as embalagens de vidro (37%), as
embalagens de plástico/metal (12%), os pneus usados (5%), os REEE (1%), as escórias ferrosas (5%) e a
sucata (2%).

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254; 2%
601; 5%
166; 1% 4987; 38%
614; 5%
Papel / Cartão
Embalagens de Vidro 1555; 12%
Embalagens de Plástico / Metal
Pneus Usados
REEE
Escórias Ferrosas
Sucata
4751; 37%

Figura 6.28 – Resíduos enviados para reciclagem ou outras formas de valorização


Fonte: Relatório e Contas 2020 – ARM 2021

A sede da ARM S.A. situa-se no Funchal, a cerca de 8,3 km da área de estudo, na direção sudeste. A
ARM possui, na ilha da Madeira, a Delegação da Zona Leste, localizada em Santa Cruz, e a Delegação
da Zona Oeste em Ribeira Brava. (ARM, 2021). No Quadro 6.23 indicam-se o tipo e a quantidade das
infraestruturas exploradas pela ARM.

Quadro 6.23
Infraestruturas de gestão de RU – ARM 2021
Infraestruturas da ARM N.º
Aterros 1
Instalação de Incineração de Resíduos Hospitalares e de Matadouro (IIRHM) 1
Estações de Transferência 4
Estação de triagem 3
Instalação de Incineração de Resíduos Sólidos Urbanos (IIRSU) 1
Estações de Compostagem de Resíduos Sólidos Urbanos (ICRSU) 1
Ecocentros 2

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Fonte: ARM (2021)

No concelho de Câmara de Lobos, a recolha e gestão de Resíduos sólidos urbanos é da responsabilidade


da ARM (C.M. Câmara de Lobos, 2021).

O aterro sanitário localiza-se no concelho de Santa Cruz, no Sítio da Meia Serra, localizado a cerca de
7,7 km, no sentido este, da área de estudo.

6.10.4 Resíduos de construção e demolição

Os resíduos de construção e demolição (RCD), que serão produzidos na fase de obra, são tipicamente
compostos por uma grande variedade de materiais. Segundo a EPA (U.S Environmental Protection Agency
– EPA – “Characterization of Building – Related Construction and Demolition Debris in the United States),
os principais materiais encontrados nos RCD são os seguintes:

¨ Orgânicos: equivalentes a RU e frações (papel, cartão, madeira, plásticos, entre outros);

¨ Materiais: compósitos, material elétrico, madeira prensada, madeira envernizada, entre outros;

¨ Inertes: betão, betão armado, tijolos, telhas, azulejos, porcelanas, vidro, metais ferrosos, metais
não ferrosos, pedra, asfalto, terra, entre outros.

O regime das operações de gestão de resíduos resultantes de obras, demolições de edifícios ou de


derrocadas (RCD) compreendendo a sua prevenção e reutilização, e as suas operações de recolha,
transporte, armazenagem, triagem, tratamento, valorização e eliminação, conforme já referido no ponto
anterior de enquadramento legal, são regidos pelo Decreto-lei n.º 102-D/2020, de 12 de dezembro de
2020, na sua atual redação.

O Artigo 50.º deste Decreto-lei estabelece:

“A elaboração de projetos e a respetiva execução em obra devem privilegiar a adoção de metodologias e


práticas que:

a) Minimizem a produção e a perigosidade dos RCD, designadamente por via da reutilização de materiais e
da utilização de materiais não suscetíveis de originar RCD contendo substâncias perigosas;

b) Maximizem a valorização de resíduos nas várias tipologias de obra, assim como a utilização de materiais
reciclados e recicláveis;

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c) Favoreçam os métodos construtivos que facilitem a demolição seletiva orientada para a aplicação dos
princípios da prevenção e redução e da hierarquia dos resíduos, e a conceção para a desconstrução,
nomeadamente que permita desmontar o edifício em elementos, não só os mais facilmente removíveis,
designadamente caixilharias, loiças sanitárias, canalizações, entre outros, mas também os componentes e/ou
materiais, de forma a recuperar e permitir a reutilização e reciclagem da máxima quantidade de elementos
e/ou materiais construtivos.”

Os RCD utilizados em obra podem ser provenientes da própria obra, de outra obra do mesmo produtor,
ou de um operador de tratamento de resíduos. Os RCD podem ser utilizados em obra desde que cumpram
o princípio da proteção da saúde humana e do ambiente previsto no artigo 6.º do Decreto-lei n.º 102-
D/2020, de 12 de dezembro, na sua atual redação, e satisfaçam as exigências técnicas para as
aplicações a que se destinam. O cumprimento da integração de RCD poderem ser utilizados em obra, é
da responsabilidade do diretor de obra, quando aplicável ou, em alternativa, do responsável pela obra.

Os materiais que não sejam passíveis de reutilização e que constituam RCD são obrigatoriamente objeto
de triagem na obra com vista ao seu encaminhamento, por fluxos e fileiras de materiais, para reciclagem
ou outras formas de valorização, devendo ser assegurada a triagem dos RCD pelo menos para madeira,
frações minerais, incluindo betão, tijolos, ladrilhos, telhas e materiais cerâmicos e pedra, metal, vidro,
plástico e gesso. Nos casos em que não possa ser efetuada a triagem dos RCD na obra ou em local afeto
à mesma, o respetivo produtor é responsável pelo seu encaminhamento para operador de tratamento de
resíduos.

A deposição de RCD em aterro só é permitida após a submissão a triagem, conforme mencionado


anteriormente.

As instalações de triagem e de operação de corte e/ou britagem de RCD, abreviadamente designada


fragmentação de RCD, estão sujeitas aos requisitos técnicos mínimos.

A informação sobre os operadores que se encontram devidamente autorizados/licenciados para gestão


dos RCD, em Portugal, em particular de terras sobrantes, betão e inertes e de misturas de resíduos de
construção, constam no sítio da APA (http://silogr.apambiente.pt/), onde se encontra a listagem completa,
de todos os operadores licenciados para a gestão de Resíduos Não Urbanos.

6.10.4.1 Resíduos perigosos

De acordo com o artigo 57.º do RGGR, a gestão de resíduos perigosos, tem como objetivo primordial
garantir um elevado nível de proteção da saúde humana e do ambiente, prevenindo a produção e
187

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perigosidade destes resíduos; concretizando o princípio da autossuficiência; privilegiando a valorização


dos resíduos perigosos e minimizando a quantidade de resíduos perigosos a depositar em aterro.

A Decisão da Comissão 2014/955/UE, de 18 de dezembro de 2014, que altera a Decisão


2000/532/CE, referida no artigo 7.º da Diretiva 2008/98/CE, diz respeito a uma lista harmonizada de
resíduos que tem em consideração a origem e composição dos mesmos. Esta lista é indicativa para cada
tipo de resíduo, se é ou não perigoso.

Em Portugal existem diversas unidades de gestão de resíduos perigosos, sendo de salientar os dois centros
integrados de recuperação, valorização e eliminação de resíduos perigosos (CIRVER), ECODEAL e SISAV,
tendo estas unidades sido licenciadas ao abrigo do Decreto-Lei n.º 3/2004, de 3 de janeiro.

6.10.5 Outros Resíduos

6.10.5.1 Biorresíduos

De acordo com o RGGR (alínea d) do art.º 3º), biorresíduos são definidos como “os resíduos
biodegradáveis de jardins e parques, os resíduos alimentares e de cozinha das habitações, dos escritórios,
dos restaurantes, dos grossistas, das cantinas, das unidades de catering e retalho e os resíduos similares das
unidades de transformação de alimentos.”

6.10.5.2 Resíduos excluídos do âmbito do Regime Geral da Gestão de Resíduos (RGGR)

Excluem -se do âmbito de aplicação do presente regime:

a) Os efluentes gasosos lançados na atmosfera, o dióxido de carbono captado e transportado para


efeitos de armazenagem geológica e geologicamente armazenado, nos termos do regime jurídico
relativo à armazenagem geológica de dióxido de carbono, e o dióxido de carbono objeto de
armazenagem geológica em quantidades totais inferiores a 100 000 t, destinado à investigação,
desenvolvimento ou ensaio de novos produtos e processos;

b) A terra in situ, incluindo os solos contaminados não escavados e os edifícios com ligação permanente
ao solo, exceto quando estiver em causa operações de remediação destes solos;

c) O solo não contaminado e outros materiais naturais resultantes de escavações no âmbito de atividades
de construção, desde que os materiais em causa sejam utilizados para construção no seu estado natural
e no local em que foram escavados;

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d) Os resíduos radioativos;

e) Os explosivos abatidos à carga;

f) As matérias fecais não abrangidas pela alínea c) do ponto seguinte, as palhas e outro material natural
não perigoso de origem agrícola ou silvícola que seja utilizado na agricultura ou na silvicultura ou para
a produção de energia a partir dessa biomassa através de processos ou métodos que não prejudiquem
o ambiente nem ponham em perigo a saúde humana;

g) Os sedimentos deslocados no interior das águas de superfície para efeitos de gestão das águas, de
prevenção de inundações ou de atenuação dos efeitos de inundações e secas ou da recuperação de
terras caso se demonstre a sua não perigosidade.

São ainda excluídos do âmbito de aplicação do presente regime, nos termos da demais legislação:

a) As águas residuais;

b) Os resíduos resultantes da prospeção, extração, tratamento e armazenagem de recursos minerais,


bem como da exploração de massas minerais, à exceção dos resíduos gerados em unidades de
transformação, não definidas como anexos de exploração nos termos do disposto na alínea d) do artigo
2.º da Lei n.º 54/2015, de 22 de junho;

c) Os subprodutos animais, incluindo os produtos transformados, com exceção dos destinados à


incineração, à deposição em aterros ou à utilização numa unidade de biogás ou de compostagem;

d) As carcaças de animais cuja morte não tenha resultado de abate,

e) As substâncias que se destinam a ser utilizadas como matérias-primas para alimentação animal, e
que não são nem contêm subprodutos animais.

6.10.5.3 Desclassificação de resíduos

Subprodutos

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São considerados subprodutos quaisquer substâncias ou objetos resultantes de um processo produtivo cujo
principal objetivo não seja a sua produção, quando verificadas, cumulativamente, as seguintes condições:

a) Existir a certeza de posterior utilização lícita da substância ou objeto;

b) Ser possível utilizar diretamente a substância ou objeto, sem qualquer outro processamento que não
seja o da prática industrial normal;

c) A produção da substância ou objeto ser parte integrante de um processo produtivo;

d) A substância ou objeto cumprir os requisitos relevantes como produto em matéria ambiental e de


proteção da saúde e não acarretar impactes globalmente adversos do ponto de vista ambiental ou da
saúde humana, face à posterior utilização específica.

O Regime Geral de Gestão de Resíduos estabelece, na alínea c) do n.º 2 do art.º 2.º em transposição da
Diretiva Quadro Resíduos (DQR), que estão excluídos do âmbito do Diploma “o solo não contaminado e
outros materiais naturais resultantes de escavações no âmbito de atividades de construção desde que os
materiais em causa sejam utilizados para construção no seu estado natural e no local em que foram
escavados.”, ou seja, os solos e rochas que não sejam utilizados na obra de origem passarão a ter que
ser geridos de acordo com os trâmites associados à gestão de resíduos. De forma a ultrapassar os
constrangimentos decorrentes desta alteração legislativa e com vista a potenciar a reintrodução destes
resíduos na economia, consideram-se necessárias a aplicação de alternativas para a gestão dos materiais
em causa, que não onerem de forma desajustada os seus produtores e que salvaguardem a saúde humana
e o ambiente.

O considerando n.º 11 da DQR refere que “O estatuto de resíduo dos solos escavados não contaminados
e de outros materiais naturais utilizados em locais diferentes do local em que foram escavados deverá
ser apreciado de acordo com a definição de resíduo e com as disposições relativas a subprodutos e ao
fim do estatuto de resíduo ao abrigo da presente diretiva.”.

A presente desclassificação visa unicamente os solos e rochas escavados não utilizados na obra de
origem e encaminhados para obras de destino.

Entende-se por obra de origem e obra de destino:

Os locais sujeitos a licenciamento ou comunicação prévia no âmbito do RJUE;

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Locais sujeitos a licenciamento pela câmara municipal, nos termos do artigo 1.º do Decreto-Lei n.º
139/89, de 28 de abril, na sua atual redação;

Empreitadas e concessões de obras públicas, de acordo com o Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29 de


janeiro (Código dos Contratos Públicos), na sua atual redação.

O produtor de solos e rochas deverá dar primazia à sua utilização na respetiva obra de origem.

A verificação do cumprimento cumulativo das 4 condições necessárias para a classificação como


subproduto (a) Existir a certeza de posterior utilização lícita da substância ou objeto; b) Ser possível
utilizar diretamente a substância ou objeto, sem qualquer outro processamento que não seja o da prática
industrial normal; c) A produção da substância ou objeto ser parte integrante de um processo produtivo;
e d) A substância ou objeto cumprir os requisitos relevantes como produto em matéria ambiental e de
proteção da saúde e não acarretar impactes globalmente adversos do ponto de vista ambiental ou da
saúde humana, face à posterior utilização específica.) compete ao produtor dos solos e rochas.

Para efeitos do cumprimento dos possíveis destinos a dar às terras (locais sujeitos a licenciamento ou
comunicação prévia no âmbito do RJUE; Locais sujeitos a licenciamento pela câmara municipal, e
empreitadas e concessões de obras públicas), no momento da aprovação do licenciamento/comunicação
da obra, deve ser antecipada a gestão dos solos e rochas, acautelando o correto encaminhamento, como
subproduto ou resíduo, aquando do desenvolvimento do projeto. Caso se trate de obras públicas, esta
informação deverá ser registada no Plano de Prevenção e Gestão de RCD (PPGRCD) ou em caso de
obras particulares, no Registo de Dados.

As propostas para a gestão dos solos e rochas produzidas no decorrer da obra, devem fazer parte do
pedido de licenciamento.

O produtor deve manter em arquivo, em suporte de papel ou eletrónico, por um período de 5 anos, a
documentação comprovativa que demonstre a conformidade com o cumprimento das condições para o
material ser um subproduto, bem como a respetiva declaração de subproduto.

A declaração de subproduto dos solos e rochas é preenchida tendo em conta a obra de origem onde os
solos e rochas foram escavados, sendo da responsabilidade do produtor proceder ao seu preenchimento
enquanto “produtor de subproduto”. O transporte de solos e rochas da obra de origem para a obra de
destino deve ser acompanhado da declaração de subproduto. O modelo de Declaração de Subproduto
encontra-se no site da APA em www.apambiente.pt.

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Ainda nesta categoria (outros resíduos) inserem-se os principais resíduos associados à fase de exploração
(manutenção dos equipamentos). Estes resíduos podem incluir resíduos perigosos e não perigosos, sendo
que anteriormente já se referiu os mecanismos de gestão para os resíduos equivalentes a RU, frações e
RCD. Os restantes resíduos têm de ser geridos por empresas licenciadas, que se podem encontrar no site
anteriormente referido (http://silogr.apambiente.pt/).

6.10.6 Deposição de resíduos em aterro

Só podem ser depositados em aterro os resíduos que preencham cumulativamente os seguintes requisitos:

¨ Tenham sido objeto de tratamento;

¨ Respeitem os critérios de admissão definidos para a respetiva classe de aterro.

Os aterros, em função da respetiva classe, estão sujeitos ao cumprimento dos requisitos técnicos constantes
do anexo I do Regime jurídico da deposição de resíduos em aterro (Decreto-lei n.º 102-D/2020, de 12
de dezembro, na sua atual redação) e do qual faz parte integrante, referentes à localização, ao controlo
de emissões e proteção do solo e das águas, à estabilidade, aos equipamentos, às instalações e
infraestruturas de apoio e ao encerramento e integração paisagística.

Os aterros são classificados numa das seguintes classes:

¨ Aterros para resíduos inertes;

¨ Aterros para resíduos não perigosos;

¨ Aterros para resíduos perigosos

Nos aterros para resíduos inertes só podem ser depositados resíduos inertes que satisfaçam os critérios
de admissão estabelecidos no n.º 2 da parte B do anexo II do Regime jurídico da deposição de resíduos
em aterro, sendo, contudo, interdita a deposição de solos provenientes de locais contaminados.

Nos aterros para resíduos não perigosos só podem ser depositados:

a) Resíduos urbanos;

b) Resíduos não perigosos de qualquer outra origem que satisfaçam os critérios de admissão em aterros
para resíduos não perigosos definidos no n.º 3 da parte B do anexo II do Regime jurídico da deposição
de resíduos em aterro;
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c) Resíduos perigosos estáveis, não reativos, nomeadamente os solidificados ou vitrificados, com um


comportamento lixiviante equivalente ao dos resíduos não perigosos referidos na alínea anterior, que
satisfaçam os critérios de admissão em aterros para resíduos não perigosos definidos no n.º 3 da parte
B do anexo II do Regime jurídico da deposição de resíduos em aterro, desde que não sejam depositados
em células, incluindo as suas divisórias, destinadas a resíduos não perigosos biodegradáveis.

Nos aterros para resíduos perigosos só podem ser depositados resíduos perigosos que satisfaçam os
critérios de admissão estabelecidos no n.º 4 da parte B do anexo II do Regime jurídico da deposição de
resíduos em aterro.

No que diz respeito à armazenagem subterrânea de resíduos, assim como à armazenagem de resíduos
de mercúrio, devem ser cumpridos os requisitos estabelecidos no anexo III do Regime jurídico da deposição
de resíduos em aterro, do qual faz parte integrante

6.10.7 Características da área de estudo

Na área de estudo a ocupação é florestal/natural. Na envolvente, há a referenciar as zonas urbanizadas,


que não revelam densidades elevadas. Aquando da implantação do Sistema de Teleféricos e parque
aventura, é expectável que venham a ocorrer resíduos de desflorestação e desmatação, e alguma
movimentação de terras, não se prevendo qualquer demolição ou arranque de pavimentos de vias, entre
outros.

6.10.8 Síntese da caracterização da gestão de resíduos

Compete à ARM, S.A. recolher os resíduos urbanos produzidos na sua área de jurisdição; proceder à
recolha seletiva, triagem, valorização e tratamento de resíduos urbanos valorizáveis produzidos nos
Municípios aderentes, onde se inclui o município de Câmara de Lobos.

No contexto da gestão de RCD, verifica-se que, com exceção dos resíduos perigosos, todos os outros
resíduos podem ser depositados em aterros específicos de resíduos não perigosos ou em aterros de
Resíduos Urbanos com a devida autorização de receção. A deposição em aterro constitui a última opção,
apenas após esgotadas as possibilidades de reutilização e valorização.

Existem empresas licenciadas para operações de resíduos perigosos e industriais não perigosos, devendo
ser consultado o site da Agência Portuguesa do Ambiente para escolha das empresas de gestão de
resíduos adequadas.

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Na área de estudo é expectável haver apenas resíduos de desflorestação e desmatação, não se


prevendo qualquer demolição ou arranque de pavimentos de vias.

6.11 AMBIENTE SONORO

6.11.1 Introdução

A presente caracterização do estado atual do ambiente potencialmente afetado pelo projeto “Sistema
de Teleféricos e Parque Aventura em Curral das Freiras” para o fator ambiental Ruído baseou-se na
identificação das fontes de ruído existentes na área do projeto em estudo, na identificação dos recetores
sensíveis, no estudo do mapa de ruído do município de Câmara de Lobos e numa campanha de avaliação
acústica efetuada no âmbito do presente estudo.

6.11.2 Enquadramento Legal

O Regulamento Geral do Ruído (RGR), aprovado pelo Decreto-lei n.º 9/2007, de 17 de janeiro e
alterado pela Declaração de Retificação n.º 18/2007, de 16 de março e pelo Decreto-Lei n.º 278/2007,
de 1 de agosto, estabelece o regime de prevenção e controlo da poluição sonora, visando a salvaguarda
da saúde humana e o bem-estar das populações.

O RGR aplica-se às atividades ruidosas permanentes e temporárias e a outras fontes de ruído suscetíveis
de causar incomodidade, sendo assim, aplicável no âmbito deste projeto o artigo 13.º relativo a
atividades ruidosas permanentes. De acordo com o artigo 13.º a instalação e o exercício de atividades
ruidosas permanentes em zonas mistas, nas envolventes das zonas sensíveis ou mistas ou na proximidade
dos recetores sensíveis isolados estão sujeitos: ao cumprimento dos valores limite de exposição fixados no
artigo 11.º e ao cumprimento do critério de incomodidade.

De acordo com o artigo 16.º do RGR compete aos municípios estabelecer nos planos municipais de
ordenamento do território a classificação, a delimitação e a disciplina das zonas sensíveis e das zonas
mistas.

Os recetores sensíveis identificados na envolvente do projeto “Sistema de Teleféricos e Parque Aventura


em Curral das Freiras” localizam-se no município de Câmara de Lobos, o qual, à data do estudo e de
acordo com a informação disponível no sítio internet do município de Câmara de Lobos não atribui
classificação de zona ao local de medição.

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O PDM em vigor no município de Câmara de Lobos encontra-se publicado no Jornal Oficial da Região
Autónoma da Madeira, 1.ª série, n.º 44, de 19 de março de 2019, a Resolução n.º 134/2019.

6.11.3 Fontes Emissoras de Ruído

Na área envolvente ao projeto as principais fontes de ruído estão associadas ao tráfego rodoviário a
circular nas vias na envolvente com destaque para a Estrada Regional n.º 107, estrada Cónego Camacho,
estrada do Ribeiro Cidrão e Rua Eng. Jaime Ornelas Camacho e fontes naturais de ruído.

Na Figura 6.29 é apresentada a localização das principais fontes de ruído na envolvente do projeto e,
de forma mais pormenorizada, as fontes de ruído existente na proximidade dos recetores sensíveis da
localidade de Curral das Freiras.

6.11.4 Recetores Sensíveis

A envolvente à área do projeto é caracterizada por ser uma zona rural cujos recetores sensíveis mais
próximos se encontram dispersos ou inseridos em pequenos aglomerados populacionais, dos quais se
destaca, devido à sua proximidade, a localidade de Curral das Freiras cujos recetores sensíveis mais
próximos estão localizados a cerca de 20 metros da plataforma de passageiros da estação baixa. De
realçar que, na envolvente das estações altas, uma no Miradouro do Paredão e a outra no Miradouro
da Corrida não existem recetores sensíveis.

Na Figura 6.30 apresentada a localização dos aglomerados populacionais passiveis de serem


considerados recetores sensíveis na envolvente do projeto e, de forma mais pormenorizada, os recetores
sensíveis da localidade de Curral das Freiras localizados na proximidade do projeto.

No Quadro 6.24 são apresentados os recetores sensíveis passíveis de serem afetados pelo projeto e
considerados na avaliação acústica para caracterização da situação atual

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Figura 6.29 – Principais fontes emissoras de ruído

313000 314000 315000 316000 317000

Porto Moniz

Calheta Machico

Funchal
3622000

0 25 50
m
3621000
A:\MFA\01_PRODUÇÃO\Em curso\2021\T04321\04Peças_Desenhadas\MXD\T04321_01_V0_Figura_6_29_ruido_fontes.mxd - A3 (420mm x 297mm)

0 200 400
Service Layer Credits: m

Ortofotomapas à escala 1:2000 da Região Autónoma da Madeira - 2018/2019


Área de Estudo Direção Regional do Ordenamento do Território
Local de medição Sistema de Coordenadas: PTRA08-UTM/ITRF93
Sistema de Teleféricos Elipsóide: GRS80
Projeção: UTM (Universal Tranverse Mercator)
Vias de tráfego rodoviário
Estações
ER107
Cabos
Estrada Cónego Camacho
Parque Aventura Estrada do Ribeiro Cidrão Estudo de Impacte Ambiental do
Área de implantação do Parque Aventura Rua Eng. Jaime Ornelas Camacho Sistema de Teleféricos e Parque Aventura em Curral das Freiras
Figura 6.29 - Principais Fontes Emissoras de Ruído

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Figura 6.30 – Recetores sensíveis na área envolvente ao projeto

313000 314000 315000 316000 317000

Porto Moniz

Calheta Machico

Funchal
3622000

0 25 50
m
3621000
A:\MFA\01_PRODUÇÃO\Em curso\2021\T04321\04Peças_Desenhadas\MXD\T04321_01_V0_Figura_6_30_ruido_recetores.mxd - A3 (420mm x 297mm)

0 200 400
Service Layer Credits: m

Ortofotomapas à escala 1:2000 da Região Autónoma da Madeira - 2018/2019


Área de Estudo Direção Regional do Ordenamento do Território

Sistema de Coordenadas: PTRA08-UTM/ITRF93


Sistema de Teleféricos Elipsóide: GRS80
Projeção: UTM (Universal Tranverse Mercator)

Estações
Cabos
Local de medição
Parque Aventura
Estudo de Impacte Ambiental do
Área de implantação do Parque Aventura Recetores sensíveis Sistema de Teleféricos e Parque Aventura em Curral das Freiras
Figura 6.30 - Recetores Sensíveis na área envolvente ao projeto

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Quadro 6.24
Recetores sensíveis mais próximos do projeto

Registo fotográfico Local Uso

Recetores sensíveis da Localidade de Habitacional


Curral da Freiras, localizados a cerca de
20 metros a sul do projeto. Campo sonoro
caracterizado pelo local de medição R1
(Figura 6.30)

6.11.5 Caracterização do Ambiente Sonoro

A caracterização da situação atual em termos de ambiente sonoro à escala local, isto é, na área
envolvente ao projeto, foi efetuada com recurso a um ensaio acústico realizado junto dos recetores
sensíveis com o objetivo de determinar o nível sonoro de longa duração.

6.11.5.1 Avaliação acústica – Medição de ruído ambiente

A avaliação acústica relativa à caracterização da situação atual foi realizada com recurso a medições
de ruído e consequente determinação do nível sonoro médio de longa duração.

A campanha de medições de ruído decorreu nos dias 24, 25 e 26 de novembro de 2021 e o relatório
de ensaio é apresentado no Anexo 3.

Foram realizadas medições em um local na envolvente do projeto e que representa o conjunto de


recetores sensíveis potencialmente mais afetados pelo Projeto. A localização geográfica do mesmo e os
valores dos indicadores de ruído Lden e Ln determinados são apresentados na Quadro 6.25, sendo que os
restantes resultados e a localização pormenorizada dos recetores sensíveis avaliados pode ser consultada
no Relatório de Ensaio constante do Anexo 3.

Quadro 6.25
Indicadores de ruído Lden e Ln determinados juntos dos recetores sensíveis.
Designação do local de medição Coordenadas (pt-tm06/etrs89) Lden (db(a)) Ln (db(a))
R1 M: -829351; p: -736331 46 38

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Valor limite de exposição para zonas não classificadas 63 53

Os valores dos indicadores de ruído Lden e Ln, determinados no local de medição utilizado para
caracterizar os recetores sensíveis potencialmente mais expostos ao ruído proveniente do projeto são
inferiores aos valores limite de exposição.

6.11.5.2 Mapa de Ruído Municipal

A análise do mapa de ruído municipal foi efetuada para o concelho de Câmara de Lobos uma vez que
a totalidade de recetores sensíveis alvo de avaliação acústica se localizam no mesmo.

O mapa de ruído do Município de Câmara de Lobos reporta-se ao ano de 2015, e a análise do seu RNT
e das peças desenhadas disponíveis permite verificar que no mapa de ruído apenas foi considerada na
envolvente do projeto a via de tráfego rodoviário Estrada regional n.º 107, permitindo verificar que esta
via de tráfego não afeta significativamente os níveis sonoros junto dos recetores sensíveis caracterizados
pelo locai de medição.

Na Figura 6.31 e na Figura 6.32 são apresentados os extratos do mapa de ruído do município de Câmara
de Lobos referentes à área em estudo para os indicadores Lden e Ln. No Quadro 6.26 é possível verificar
os resultados dos indicadores Lden e Ln obtidos na presente avaliação acústica e nos mapas de ruído do
município de Câmara de Lobos. Da análise do Quadro 6.26 verifica-se que os valores medidos na
presente avaliação acústica estão em concordância com os valores do mapa de ruído.

Quadro 6.26
Comparação entre os indicadores de ruído Lden e Ln determinados juntos dos recetores sensíveis
avaliados e o verificado nos mapas de ruído.
Avaliação acústica Mapa de ruído municipal
Designação do local de medição
Lden (dB(A)) Ln (dB(A)) Lden (dB(A)) Ln (dB(A))
R1 46 38 ≤55 ≤45

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Figura 6.31 – Extrato do mapa de ruído do município de Câmara de Lobos – indicador Lden (2015) com sobreposição
da área do projeto e do local de medição de ruído utilizado na avaliação acústica realizada no âmbito do presente
EIA.

Figura 6.32 – Extrato do mapa de ruído do município de Câmara de Lobos – indicador Ln (2015) com sobreposição da
área do projeto e do local de medição de ruído utilizado na avaliação acústica realizada no âmbito do presente EIA.

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6.11.6 Síntese da Caracterização

A área envolvente ao projeto “Sistema de Teleféricos e Parque Aventura em Curral das Freiras” é
caracterizada por se encontrar numa zona rural cujos recetores sensíveis mais próximos se encontram
dispersos ou inseridos em pequenos aglomerados populacionais. A única fonte de ruído antropogénica
identificada foi o tráfego rodoviário a circular nas vias na envolvente, com destaque para a estrada
regional n.º 107. Os recetores sensíveis mais próximos da área do projeto estão expostos a níveis de
ruído inferiores aos valores limite de exposição definidos no RGR.

6.12 PATRIMÓNIO ARQUEOLÓGICO, ARQUITETÓNICO E ETNOGRÁFICO

6.12.1 Introdução

A identificação e a caracterização do património histórico-cultural nas vertentes arqueológica,


arquitetónica e etnográfica existente na área de incidência do projeto do Sistema de Teleféricos e Parque
Aventura Curral das Freiras - Madeira, baseiam-se em pesquisa bibliográfica, prospeção arqueológica
e reconhecimento de elementos edificados.

O presente capítulo pretende facultar uma perspetiva atualizada dos sítios e estruturas de valor
científico/patrimonial, elementos classificados e zonas de proteção definidas por lei, que possam integrar-
se na área a afetar pelas infraestruturas a implementar e pelas ações a desenvolver.

6.12.2 Metodologia

6.12.2.1 Considerações gerais

A metodologia geral de caracterização da situação de referência envolve três etapas fundamentais:

¨ Recolha de informação;

¨ Trabalho de campo; e

¨ Registo e inventário.

Na implementação da metodologia de pesquisa foram considerados distintos elementos patrimoniais,


nomeadamente, os materiais, as estruturas e os sítios incluídos nos seguintes âmbitos:

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¨ Património abrangido por figuras de proteção, compreendendo os imóveis classificados e em


vias de classificação ou outros monumentos, sítios e áreas protegidas, incluídos em cartas de
condicionantes dos planos diretores municipais e outros planos de ordenamento e gestão
territorial;

¨ Sítios e estruturas de reconhecido interesse patrimonial e/ou científico, que não estando
abrangidos pela situação anterior, constem em trabalhos de investigação creditados, em
inventários nacionais e ainda aqueles cujo valor se encontra convencionado; e

¨ Estruturas singulares, testemunhos de humanização do território, representativos dos processos


de organização do espaço e de exploração dos seus recursos naturais em moldes tradicionais,
definidos como património vernáculo.

Assim, abordar-se-á um amplo espetro de realidades:

¨ Elementos arqueológicos em sentido restrito (achados isolados, manchas de dispersão de


materiais, estruturas parcial ou totalmente cobertas por sedimentos);

¨ Vestígios de áreas habitacionais e estruturas de cariz doméstico;

¨ Vestígios de rede viária e caminhos antigos;

¨ Vestígios de mineração, pedreiras e outros indícios materiais de exploração de matérias-


primas;

¨ Estruturas hidráulicas e industriais;

¨ Estruturas defensivas e delimitadoras de propriedade;

¨ Estruturas de apoio a atividades agro-pastoris; e

¨ Estruturas funerárias e/ou religiosas.

6.12.2.2 Recolha de informação

A recolha de informação incide sobre registos de natureza distinta:

¨ Manancial bibliográfico – através de desmontagem comentada do máximo de documentação


específica disponível, de carácter geral ou local; e

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¨ Suporte cartográfico – base da pesquisa toponímica e fisiográfica (na escala 1:25.000 da


CMP, IGeoE) e da recolha comentada de potenciais indícios.

O levantamento bibliográfico baseia-se nas seguintes fontes de informação:

¨ Inventários patrimoniais de organismos públicos (Portal do Arqueólogo; base de dados Ulysses


- Sistema de Informação do Património Classificado e SIPA – Sistema de Informação para o
Património Arquitetónico da Direção-Geral do Património Cultural – DGPC; bases de dados
das autarquias abrangidas pela área de estudo);

¨ Bibliografia especializada de âmbito local e regional;

¨ Planos de ordenamento e gestão do território;

¨ Projetos de investigação ou processos de avaliação de impactes ambientais em curso na região.

A pesquisa incidente sobre documentação cartográfica levou à obtenção de um levantamento sistemático


de informação de carácter fisiográfico e toponímico.

O objetivo desta tarefa foi identificar indícios potencialmente relacionados com vestígios e áreas de
origem antrópica antiga.

As características próprias do meio determinam a especificidade e a implantação mais ou menos


estratégica de alguns valores patrimoniais. As condicionantes do meio físico refletem-se ainda na seleção
dos espaços onde se instalaram os núcleos populacionais e as áreas nas quais foram desenvolvidas
atividades depredadoras ou produtivas ao longo dos tempos.

Assim, a abordagem da orohidrografia do território é indispensável na interpretação das estratégias de


povoamento e de apropriação do espaço, mas é também uma etapa fundamental na planificação das
metodologias de pesquisa de campo e na abordagem das áreas a prospetar.

Frequentemente, através do levantamento toponímico, é possível identificar designações com interesse,


que reportam a existência de elementos construídos de fundação antiga, designações que sugerem
tradições lendárias locais ou topónimos associados à utilização humana de determinados espaços em
moldes tradicionais.

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A pesquisa bibliográfica permite traçar um enquadramento histórico para a área em estudo. Com este
enquadramento procura-se facultar uma leitura integrada de possíveis achados, no contexto mais amplo
da diacronia de ocupação do território.

Desta forma, são apresentados os testemunhos que permitem ponderar o potencial científico e o valor
patrimonial da área de incidência do Projeto e do seu entorno imediato.

6.12.2.3 Trabalho de campo

A equipa procurou desempenhar da melhor forma as seguintes tarefas:

¨ Reconhecimento dos dados recolhidos durante a fase de pesquisa documental;

¨ Constatação dos indícios toponímicos e fisiográficos que apontam para a presença no terreno
de outros vestígios de natureza antrópica (arqueológicos, arquitetónicos ou etnográficos) não
detetados na bibliografia;

¨ Recolha de informação oral junto dos habitantes e posterior confirmação nos locais citados;

¨ Prospeção arqueológica sistemática do corredor de estudo e área a infraestruturar.

A metodologia empregue consiste na progressão no terreno apoiada por cartografia em formato papel
e em formato digital (introduzida em sistema GPS), permitindo o estabelecimento prévio da área a
percorrer.

Quando existem dados disponíveis, as coordenadas dos sítios e estruturas conhecidos de antemão na
área de afetação do projeto são introduzidas em GPS, para que se possa proceder a uma
verificação/correção de todas as localizações facultadas pela bibliografia.

6.12.2.4 Registo e inventário

Posteriormente à recolha de informação procede-se ao registo sistemático e à elaboração de um


inventário (compilação dos elementos identificados).

Para o registo de vestígios arqueológicos e elementos edificados de interesse arquitetónico e etnográfico


é utilizada uma ficha-tipo que apresenta os seguintes campos:

¨ Identificação – n.º de inventário e topónimo;

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¨ Localização geográfica e administrativa – freguesia, concelho e coordenadas geográficas;

¨ Categoria, tipologia e cronologia, valor patrimonial, proteção/legislação, descrição e


referências bibliográficas.

O inventário é materializado numa Carta do Património Arqueológico, Arquitetónico e Etnográfico.

A análise cartográfica é fundamental para identificação dos espaços de maior sensibilidade patrimonial,
para sinalização das ocorrências patrimoniais identificadas e delimitação de zonas que possam vir a ser
objeto de propostas de proteção e/ou de medidas de intervenção específicas.

A cartografia tem como base a Carta Militar de Portugal 1:25.000 e a escala de projeto, sobre as quais
as realidades inventariadas são georeferenciadas.

O estudo compreende ainda a documentação fotográfica de referência, ilustrativa dos testemunhos


patrimoniais identificados e da sua integração espacial e paisagística.

6.12.3 Resultados

6.12.3.1 Fisiografia, toponímia e pesquisa documental

A Ilha da Madeira possui origem vulcânica e o relevo é acidentado, com declives superiores a 20% na
maior parte do território, apesar de existirem declives mais suaves em algumas áreas, como o Vale de
Machico.

Da orografia bastante acidentada, predominando as montanhas rochosas entrecortadas por vales muito
encaixados e profundos com encostas íngremes.

A rede hidrográfica constitui-se por linhas de água de carácter temporário, por vezes torrencial, e com
declives muitas vezes acentuados.

Apresenta temperaturas amenas ao longo de todo o ano, com amplitudes reduzidas, sendo que a maior
variação verificada de acordo com a altitude. O clima é influenciado pela insularidade, pela latitude,
pela corrente fria das Canárias e pelo relevo. Assim, a posição latitudinal da ilha confere-lhe um carácter
subtropical, enquanto a corrente fria das Canárias e a insularidade lhe conferem um carácter
mediterrâneo.

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O clima é fortemente influenciado pelo Anticiclone dos Açores, sendo que os ventos alísios de norte e
nordeste condicionam a distribuição das chuvas, muito mais abundantes na costa norte, dado que o maciço
montanhoso central atua como barreira de condensação.

Os valores de precipitação na costa Norte atingem o dobro dos valores de precipitação na costa sul A
precipitação, tal como a temperatura, varia com a altitude.

A paisagem é em si mesmo o registo do esforço dos povoadores na conquista de solo agrícola, patente
nos poios que trepam as encostas e se encaixam no relevo natural. A atividade agrícola, outrora vital
para a sobrevivência da população, implicou, para além dos poios, a construção das levadas.

Nas fragas das encostas da freguesia de Curral das Freiras nasce a ribeira dos Socorridos, a mais
expressiva corrente a sul da ilha. Nesta ribeira encabeçavam as importantes levadas dos Piornais e Nova
do Castelejo.

Esta rede de canais de água, construída pelo homem desde o início do povoamento da Madeira, percorre
a notável Floresta Laurissilva, classificada como Património Natural da Humanidade pela UNESCO. As
levadas foram criadas com a finalidade de levar a água desde as montanhas até às plantações de cana-
de-açúcar e às populações, estes canais de irrigação, são acompanhados de trilhos ou veredas.

A ilha é muito montanhosa, com profundos vales incrustados entre os picos mais altos e falésias na maior
extensão da costa, que totaliza cerca de 160 km de extensão. A altitude média é de 1 371,6 m, sendo
os pontos mais elevados o Pico Ruivo (1 862 m) e o Pico das Torres (1 853 m). As praias de areia fina
são raras. O extremo leste, chamado Ponta de São Lourenço, forma um cabo alongado e relativamente
pouco elevado que se prolonga até dois ilhéus próximos. Na costa sul, a oeste do Funchal, situa-se o cabo
Girão, uma das mais altas falésias do mundo.

A freguesia do Curral das Freiras localiza-se no Vale do Curral das Freiras, encaixada na Ribeira dos
Socorridos, a altitude de cerca de 640 metros. O Miradouro do Paredão, no Montado do Paredão,
localiza-se a uma altitude de 1400 metros. O Miradouro da Boca da Corrida situa-se no conjunto
montanhoso oeste, que forma o vale do Curral das Freiras, numa altitude de 1200 metros.

A floresta atual contém espécies endémicas e também plantas trazidas pelos colonos, além de variedades
tropicais cultivadas, como a banana e o maracujá, entre outros. O solo vulcânico é geralmente muito fértil
(cerca de 3 vezes mais fértil que o de Portugal continental) e a humidade da montanha favorece o
crescimento de uma vegetação exuberante.

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As ilhas do arquipélago da Madeira já seriam conhecidas antes da chegada dos portugueses, a crer em
referências presentes em obras, bem como na representação destas em cartas geográficas. Entre as obras
que se referem à Madeira salientam-se passagens do “Libro del Conocimiento” (1348-1349), obra de
um frade mendicante espanhol na qual as ilhas são referidas pelo nome de Leiname, Diserta e Puerto
Santo.

Um ano após a descoberta de Porto Santo por João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira, os dois
navegadores em conjunto com Bartolomeu Perestrelo, chegam à ilha da Madeira em 2 de julho de 1419.
Tendo sido notadas as potencialidades das ilhas, bem como a sua importância estratégica, iniciou-se cerca
de 1425 a colonização, que terá sido uma iniciativa de D. João I ou do Infante D. Henrique.

A partir de 1440 estabelece-se o regime das capitanias, com a investidura de Tristão Vaz Teixeira como
Capitão-Donatário da Capitania de Machico e seis anos mais tarde Bartolomeu Perestrelo torna-se
Capitão-Donatário do Porto Santo. Em 1450 João Gonçalves Zarco é investido Capitão-Donatário da
Capitania do Funchal.

Em termos arqueológico e tendo em consideração o registo material disponível, apenas se pode


perspetivar uma arqueologia pós-medieval, moderna e contemporânea na ilha da Madeira. Neste
domínio e nos últimos anos é incontornável o papel da ARCHAIS-Associação de Arqueologia e Defesa do
Património da Madeira e do CEAM – Centro de Estudos de Arqueologia Moderna e Contemporânea.

O crescente interesse pelos testemunhos arqueológicos pós-quinhentistas, não só no território nacional, mas
igualmente nos territórios anteriormente ocupados pela Expansão Portuguesa é notório.

No caso concreto da Madeira, o facto de ter sido humanizada na primeira metade do século XV, permite
a este território adquirir particular relevância para a investigação, tendo por base uma expetativa
cronológico-cultural que se poderá refletir no campo do acervo arqueológico (Sousa, 2010, p. 12).

Verifica-se que existem três áreas que correspondem aos principais núcleos de povoamento: Porto Santo,
Machico e Funchal, respetivamente cabeças de sede das três capitanias, nas quais a potencialidade
arqueológica é muito elevada concretamente, tendo em consideração os respetivos centros históricos, que
deverão igualmente corresponder às primeiras ações de antropização do território, com a construção de
infraestruturas essenciais à condução da vida quotidiana, como as habitações e a rede viária, a rede de
abastecimento de águas e outros equipamentos públicos e privados.

A comunicação entre os distintos núcleos populacionais que se foram instalando ao longo dos séculos
seguintes deparou-se com a dificuldade de estabelecer acessibilidades por meio terrestre, decorrente da
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difícil orografia, que só recentemente começou a ser efetivamente superada. As altas montanhas, nas
quais se encaixam vales profundos, dificultavam a deslocação de pessoas e bens. Neste contexto, a via
marítima representou um papel preponderante, enquanto via de circulação, essencial na vida insular, mas
igualmente nos contactos com o resto do mundo.

O manancial de informação arqueológica de contexto subaquático conta com mais de uma centena de
referências a naufrágios, um número em crescimento, em função do desenvolvimento de investigação neste
domínio.

A baía da cidade do Funchal, entre a Ponta do Garajau e a Ponta da Cruz, corresponde a um sítio de
fundeadouro natural, com condições propícias para abrigar embarcações. Na entrada da urbe situava-
se o forte de São José, erigido sobre um ilhéu como controlo da entrada no Funchal e ligado a terra pela
estrada real. Este foi destruído e os materiais construtivos reutilizados no forte de Nossa Senhora da
Conceição, implantado no outro ilhéu. Para além dos achados detetados no espaço da fortaleza, toda a
área marítima envolvente encontra-se repleta de vestígios arqueológicos, nomeadamente de naufrágios
(Neto, Parreira e Brazão, 2019, p. 76).

A pertinência histórico-arqueológica começou a ser relevada no ano de 1989, que marcou uma viragem
no paradigma da arqueologia madeirense.

A intervenção arqueológica concretizada no antigo quarteirão das casas de João Esmeraldo - Cristóvão
Colombo, pela equipa de arqueólogos Rosa Varela Gomes e Mário Varela Gomes, revelou “outra cidade
soterrada” totalmente desconhecida anteriormente no Funchal. Os vestígios identificados, os
conhecimentos que proporcionaram e a mediatização em torno do achado conduziu a uma alteração da
perceção do património histórico-arqueológico da região e derivou inclusivamente na criação de duas
estruturas fundamentais, sob a dependência direta da autarquia funchalense: o Gabinete de Arqueologia
e Restauro e o Núcleo Museológico “A Cidade do Açúcar”, que inclui no seu espólio alguns artefactos
recuperados nas escavações (Sousa, 2010, p. 12).

Em termos de intervenções na ilha que merecem destaque registam-se também as escavações realizadas
no logradouro da Junta de Freguesia de Machico que permitiram identificar elementos sobre o quotidiano
da povoação nos primeiros tempos do povoamento. As escavações de 2001 puseram a descoberto uma
cisterna interior, localizada no pavimento do piso térreo. Esta estrutura hidráulica, muito comum junto das
casas abastadas madeirenses, foi construída em pedra basáltica semi-aparelhada, com uma configuração
circular (SOUSA, 2006, p. 92-97). A intervenção de 2005 revelou uma estrutura de levada, do século
XVI, com vários esteios de tampo e uma conduta interior. O espólio arqueológico, que recua à segunda

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metade do século XV, integra cerâmicas de importação nacional e europeia, vários objetos de metal e
osso, estes últimos que indiciam a existência de armas pirobalísticas (noz de besta) e componentes de
vestuário, designadamente uma presilha de cobre dourado e várias brigandines (couraças) e cota de
malha do vestuário militar da sociedade de Machico nos séculos XV e XVI (Sousa, s.d., p.14). Salienta-se
a proximidade entre o espaço escavado e a área de lixeira do espaço primitivo da Alfândega de
Machico.

Relativamente ao concelho no qual se insere a área de estudo, a cidade de Câmara de Lobos localiza-
se na costa sul da ilha, numa pequena enseada. O núcleo urbano desenvolve-se em torno deste elemento
natural, crescendo a montante de forma radial.

Câmara de Lobos foi um dos primeiros lugares da ilha, após a sua descoberta, sujeitos a exploração
agrícola. Este interesse decorreu das ótimas condições de aptidão do solo, condições climatéricas,
exposição solar e abrigo dos ventos. Entre as plantações, destaca-se a vinha, que resulta na produção
do Vinho da Madeira.

A atividade piscatória era praticada por diversos indivíduos, parte uma considerável dos quais vivia no
bairro do Ilhéu, em condições bastante insalubres.

Câmara de Lobos foi o primeiro local onde habitou João Gonçalves Zarco. Esta foi a primeira povoação
criada na Madeira pelo próprio, sendo elevada a freguesia em 1430. Quando o navegador aqui chegou,
traçou a fundação da capela do Espírito Santo, na baía. Mais tarde a capela foi convertida na Igreja
de São Sebastião.

Estabeleceram indivíduos oriundos do continente e formaram famílias em Câmara de Lobos. Desses


indivíduos, os de origem nobre, obtiveram terras de sesmarias e ali instituíram os seus vínculos e
morgadias. Entre refira-se João Caldeira-o-Velho, que deu o nome ao sítio da Caldeira.

De acordo com a tradição, o topónimo Câmara de Lobos, resulta do facto de, na época da descoberta
da ilha, se verificar a existência de uma rocha alongada que entrava pelo mar adentro e que entre esta
rocha e outra se estender um braço de mar, onde se formou uma grande lapa ou câmara natural. Aqui
os navegadores ter-se-ão deparando com inúmeros lobos-marinhos.

O Curral das Freiras é a freguesia mais extensa do concelho. Esta povoação tem uma localização única
na ilha da Madeira, uma vez que se implanta num vale profundo que se assemelha à cratera de um
vulcão, mas que deve o seu aspeto à forte erosão.

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O “Elucidário Madeirense” (1965) constitui uma valiosa fonte de informação, relativa à história local.
Sobre Curral das Freiras refere “Fica esta pequena paróquia situada no interior da ilha, e assenta no
fundo da cratera de um extinto vulcão, segundo vários geólogos o afirmam. Para alcançar este lugar,
mister é subir altas e ingremes montanhas e descer pelas declivosas ravinas que circuitam o profundo
vale, que se nos mostra como um horroroso e insondável abismo, ao ser observado dos píncaros da
serrania. É talvez o ponto da Madeira em que a natureza se apresenta mais notavelmente grandiosa e
de aspetos mais surpreendentes, pela grande elevação e forma caprichosa dos montes, pelo alcandorado
e aprumo das encostas, pelos desfiladeiros e abismos que se encontram disseminados por toda a parte,
pelo tom agreste e selvagem da paisagem.”

Ainda de acordo com o “Elucidário Madeirense”, o topónimo primitivo, no início do processo de


colonização seria apenas Curral, decorrente de ser tratar de uma zona de pastagens de gado ovicaprino,
onde os pastores teriam uma vivência seminómada. A estes se juntariam escravos, que fugindo da
povoação, alcançariam ali a sua carta de alforria, para além de criminosos que escapavam à justiça.
Esta teria sido a origem de uma povoação num local ermo, que a distância e as dificuldades de transpor
o relevo tornavam quase inacessível.

Em 1480 eram proprietários do Curral Rui Teixeira e a sua esposa Branca Ferreira e a 11 de Setembro
do mesmo ano esta foi vendida ao Capitão Donatário do Funchal João Gonçalves da Câmara. Foi sendo
desenvolvido o arroteamento e a cultura das terras e, segundo a mesma fonte, em finais do século XV já
ali estaria estabelecida uma pequena povoação, legalmente constituída. O isolamento manteve uma
população reduzida e em 1794 apenas contava com cento e dez habitantes.

O capitão destinara estas terras à doação que fez a suas filhas D. Elvira e D. Joana, quando estas
professaram em Santa Clara, mosteiro que este fundara em 1492 e onde entraram as primeiras religiosas
em 1497. Neste hiato de tempo o topónimo alterou-se para Curral das Freiras.

Cerca de 1566, perante ofensiva dos corsários franceses luteranos que invadiram a ilha e saqueou a
cidade do Funchal, as freiras do Convento de Santa Clara em fuga encontraram o abrigo ideal nesta
localidade escondida entre as montanhas, “sahiram por entre os canaviaes e se acolheram e não pararam
até ao seu Curral”.

Desconhece-se se terá sido neste período que as freiras de Santa Clara terão mandado construir a capela
de Santo António, que se manteve até meados do século XIX e que era pertença do mosteiro.

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O Curral das Freiras é um dos poucos locais da ilha que não é visível do mar e é, por isso, mais protegido
e de difícil acesso. Ainda nos dias de hoje tem só um acesso de carro por uma estrada serpenteante a
partir do Funchal.

A base tradicional da economia da população residia na atividade agrícola. Para além da vinha, era
importante a produção de cereja, de castanha e de cidra.

A Igreja de Nossa Senhora do Livramento constitui o único património histórico do Curral das Freiras.
Edificada no século XIX, esta igreja foi alvo de importantes obras no início do século XX, quanto se
construíram altares laterais, em honra de Nossa Senhora do Livramento e do Sagrado Coração de Jesus
e também o altar-mor da igreja.

Inicialmente o concelho é formado, a 24 de julho de 1848, pelas freguesias de Câmara de Lobos, do


Curral das Freiras, do Estreito de Câmara de Lobos e do Campanário, então pertencentes ao concelho
do Funchal. Até ser atingida a sua atual constituição decorreram várias alterações.

Em termos de inventário do património, apenas foram identificados na área de estudo elementos de cariz
arquitetónico religioso, embora a história de ocupação da freguesia e povoação de Curral das Freiras
indiciem potencial arqueológico moderna e contemporânea a ponderar na fase de construção do projeto.

O Quadro 6.27 integra uma síntese da informação relativa ao património identificado na área de estudo.

Quadro 6.27
Património documentado na área de estudo
N.º Designação Concelho Categoria Descrição
Freguesia Tipologia Fontes
Coordenadas* Cronologia
Área de projeto
A1 Igreja Paroquial Câmara de Lobos Arquitetónico Edificada no século XIX, no reinado de D. Maria I, esta
de Nossa igreja foi alvo de importantes obras no início do século
Curral das Freiras Igreja
Senhora do XX (1917-1918), onde se construíram altares laterais
Livramento 315753.00/ Contemporâneo em honra de Nossa Senhora do Livramento e do
3621981.00 Sagrado Coração de Jesus e também o altar-mor da
igreja.

211

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A2 Capela do Câmara de Lobos Arquitetónico Pequena capela ermitério de montanha de planta


Miradouro da quadrangular e cobertura em telhado de duas águas,
Jardim da Serra Igreja
Boca Corrida perto do qual existe um nicho escavado na rocha no
313772.50 / Contemporâneo qual foi colocada uma imagem de Nossa Senhora.
3620999.59

212

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6.12.3.2 Prospeção arqueológica e reconhecimento de elementos edificados

A área de estudo do empreendimento implanta-se na zona do Curral das Freiras e parcialmente Jardim
da Serra, concelho de Câmara de Lobos, na região centro da ilha da Madeira.

Verificam-se três locais centrais de instalação de infraestruturas:

¨ A estação de Curral das Freiras, a instalar no centro da vila, junto à estrada Cónego
Camacho.

¨ A estação do Paredão, que ficará localizada no Montado do Paredão.

¨ A estação da Boca da Corrida, a instalar no Miradouro da Boca da Corrida, junto ao


Posto Florestal.
213

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Fotografia 6.6 – Aspetos da paisagem a partir de Curral das Freiras

Não existem condições em termos orográficos e de coberto vegetal do território compatíveis com a
realização de prospeção arqueológica sistemática em percursos lineares.

Os declives acentuados, penedias e matos densos são a característica geral da paisagem montanhosa.

Note-se que, Curral das Freiras localiza-se no Vale do Curral das Freiras, encaixado na Ribeira dos
Socorridos, à altitude de 640 metros, enquanto o Miradouro do Paredão, no Montado do Paredão, se
localiza a uma altitude de 1400 metros e o Miradouro da Boca da Corrida, situado no conjunto
montanhoso oeste que forma o vale do Curral das Freiras, se encontra a 1200 metros de altitude.

214

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Fotografia 6.7 – Pontos de cumeada ao longo do corredor de estudo

Fotografia 6.8 – Miradouro da Boca da Corrida

215

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6.12.4 Síntese

Salienta-se o facto do Projeto se enquadrar histórica e geograficamente numa área de estudo na qual
não existem referências a achados ou intervenções arqueológicas, não sendo, no entanto, o potencial
arqueológico no subsolo negligenciável, sobretudo no núcleo antigo de Curral das Freira.

Em termos de inventário do património, apenas foram identificados na área de estudo elementos de cariz
arquitetónico religioso.

Trata-se de um território muito adverso para a adaptação das técnicas de prospeção arqueológica
tradicionais, mas em contrapartida, também é historicamente descrito como muito inóspito e as zonas de
mais difícil acesso também corresponderão às de menor potencial arqueológico.

6.13 SOCIOECONOMIA

6.13.1 Considerações Gerais

A caracterização socioeconómica da área de estudo é feita com recurso aos dados disponíveis referentes
aos Censos 2001, 2011 e 2021 (resultados preliminares) disponíveis na plataforma do Instituto nacional
de Estatística, ao Anuário Estatístico da Região Autónoma da Madeira – 2019, Edição 2020, publicado
pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), aos dados disponibilizados pelo Instituto de Emprego da
Madeira (IEM), a fontes cartográficas e bibliográficas, bem como ao estudo da área de influência do
Projeto.

Nas freguesias onde se localiza a área de estudo, deu-se importância particular à identificação de
edificações, infraestruturas e equipamentos localizados quer na área prevista para a implantação do
Projeto, quer nas suas imediações, na medida em que a construção e a exploração do mesmo poderão
interferir com o quotidiano da população e das atividades que desenvolvem. Semelhante importância foi
dada às vias de circulação rodoviária, aos caminhos rurais e às características funcionais das edificações
e equipamentos existentes. Considerou-se ainda importante avaliar a situação turística da região pelo
impacte expectável que o projeto terá a esse nível.

A área onde será implementado o projeto encontra-se na freguesia de Curral das Freiras, pertencente
ao concelho de Câmara de Lobos, mas a área de estudo considerada abrange, marginalmente, para
além da freguesia já referida, a freguesia de Jardim da Serra, também no concelho de Câmara de

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Lobos e, no concelho do Funchal, a freguesia de Santo António. Assim, do ponto de vista da análise
estatística, estes foram os concelhos e freguesias nos quais se considerou relevante focar a análise, com a
premissa de serem estas as que sentirão mais a presença do Projeto nos vários níveis socioeconómicos,
tais como acessos/mobilidade; alojamento; restauração; entre outros. No entanto, ao nível do turismo, são
também apresentados dados para toda a ilha da Madeira e RAM devido à sua extensão e impacte
expectável do projeto na zona.

6.13.2 Território e demografia

6.13.2.1 Considerações gerais

A área de estudo está, como atrás se referiu, inserida nos concelhos de Câmara de Lobos e,
marginalmente, Funchal. A reorganização administrativa do território das freguesias, expressa na Lei n.º
11-A/2013 de 28 de janeiro, não teve impacte na região autónoma da Madeira pelo que não houve
qualquer alteração aos limites administrativos desta zona. Assim, em todos os dados retirados do INE,
independentemente do ano (2001, 2011 e 2021), será possível encontrar as freguesias e concelhos
referidos acima.

6.13.2.2 Concelhos de Câmara de Lobos e Funchal e as suas freguesias

O concelho de Câmara de Lobos ocupa uma área de 53,06 km2 e situa-se na região Autónoma da
Madeira. É delimitado a norte pelos concelhos de São Vicente e Santana, a leste pelo Funchal, a oeste
por Ribeira Brava e a sul pelo Oceano Atlântico. Relativamente ao concelho do Funchal, este ocupa uma
área de 77,44 km2, situado também na região Autónoma da Madeira. É delimitado a norte e oeste por
Câmara de Lobos, também a norte por Santana, a leste por Machico e Santa Cruz e a sul pelo Oceano
Atlântico.

Para enquadrar os concelhos ao nível nacional apresenta-se no Quadro 6.28 a evolução e taxa de
variação da população residente entre 2011 e 2021. Câmara de Lobos apresentou uma queda do
número de residentes tendo uma taxa de variação negativa no valor de -9,8% (mais baixa do que as
taxas da Região Autónoma da Madeira e de Portugal), e a sua densidade populacional é 616,7 hab/km2
para 2021, sendo significativamente mais alta que o valor nacional. Ao nível do género, verifica-se que
a proporção de homens e mulheres é bastante semelhante em ambos os anos (48% homens), sendo o
número de mulheres, portanto, ligeiramente superior ao de homens. O concelho do Funchal, apresenta
uma taxa de variação da população com um valor também negativo de -5,3% e uma densidade
populacional de 1 389,6 hab/km2 para 2021. Apesar da sua taxa de variação de população abaixo

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do valor nacional, a densidade populacional é, tal como em Câmara de Lobos, significativamente mais
alta do que a de Portugal. Também no Funchal, em ambos os anos, a percentagem de homens e mulheres
é semelhante, com as mulheres a representarem a maior fatia da população, com cerca de 53% em 2011
e 54% em 2021.

De acordo com os Censos 2021 (Resultados Preliminares), todas as freguesias de Câmara de Lobos
apresentavam também valores da taxa de variação da população negativos, com um valor de -20,8%
para Curral das Freiras e de -17,2% para Jardim da Serra. Em 2021, a percentagem de mulheres é de
54% em ambas as freguesias, tendo este valor aumentado em 1% na freguesia de Jardim da Serra,
relativamente a 2011.

No município do Funchal, a freguesia de Santo António apresenta também uma taxa de variação
negativa, com um valor de -5,2%, para o mesmo período. A população feminina aumentou ligeiramente
de 2011 para 2021, passando de representar 52% para representar 53% da população.

Das freguesias analisadas, em 2021, a freguesia de Santo António, no Funchal, é a que apresenta um
maior número de residentes, com 25 952 habitantes, assim como maior densidade populacional.

Quadro 6.28
População residente, nos anos de 2011 e 2021, por sexo, assim como, a respetiva taxa de variação e
densidade populacional
População Residente (hab) Taxa de
Região Densidade
2011 2021 Variação
Concelho populacional,
2011-
2021
Freguesia Total H M Total H M 2021
(hab/km²)
(%)
Portugal 10 562 178 5 046 600 5 515 578 10 347 892 4 917 794 5 430 098 -2,0 112,2
Região Autónoma
da Madeira (Ilhas
267 785 126 268 141 517 251 060 117 712 133 348 -6,2 313,4
Madeira e Porto
Santo)
Câmara de
35 666 17 221 18 445 32 175 15 350 16 825 -9,8 616,7
Lobos
Curral das Freiras 2 001 925 1 076 1 585 729 856 -20,8 63,3
Jardim da Serra 3 311 1 563 1 748 2 742 1 273 1 469 -17,2 372,6
Funchal 111 892 52 073 59 819 105 919 49 186 56 733 -5,3 1 389,6
Santo António 27 385 13 046 14 339 25 952 12 290 13 662 -5,2 1 171,1
Fonte: Censos 2011 e 2021(Resultados Preliminares), (INE, 2021)

Para além dos dados já apresentados, importa também analisar outros indicadores que melhor
caracterizem a distribuição e tendência da população, tal como o índice de envelhecimento. Este
estabelece a relação entre a população idosa e a população jovem, definida como o quociente entre o
número de pessoas com 65 ou mais anos e o número de pessoas com idades compreendidas entre os 0 e
os 14 anos.

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De acordo com os Censos 2011 (dados mais atuais disponíveis), quase todas as freguesias e municípios
onde se encontra a área de estudo, apresentavam um índice de envelhecimento abaixo do nível médio
Nacional e da Região Autónoma da Madeira, sendo o concelho do Funchal a exceção com um valor de
109,2 que se encontrava acima do valor da região. O concelho de Câmara de Lobos apresentava o
valor mais baixo com um valor de 48,3. (vd. Figura 6.33).

Santo António

Funchal

Jardim da Serra

Curral das Freiras

Câmara de Lobos

Região Autónoma da Madeira

Portugal

0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0


Índice de envelhecimento

Fonte: Censos 2011, (INE, 2012)

Figura 6.33 – Índice de envelhecimento, por freguesia e concelho, em 2011

No Quadro 6.29 é analisada a estrutura etária da população, que permite verificar que, nos municípios
de Câmara de Lobos e Funchal, os grupos etários mais jovens (0 aos 14 anos e 15 aos 24 anos) perderam
população na década 2001-2011, enquanto os grupos etários dos 25 aos 64 anos e 65 e mais anos
tiveram um aumento de população. Em Câmara dos Lobos, o grupo etário que mais perdeu foi o dos 0
aos 14 anos com uma taxa negativa de 17,5%. Na sua freguesia de Curral das Freiras, a taxa de
variação apenas foi negativa para o grupo etários dos 0 aos 14 anos, com um valor de -14,6%. Nas
restantes faixas etárias o valor foi positivo, destacando-se a faixa dos 65 anos e mais com 42,1%. Na
freguesia de Jardim da Serra, à semelhança do que se verificou no concelho, as faixas dos 0 aos 14 anos
e dos 14 aos 24 anos apresentaram valores negativos enquanto as restantes apresentaram valores
positivos, sendo o valor mais baixo o da faixa dos 15 aos 24 anos (32,8%) e o valor mais elevado
também o da faixa dos 65 e mais anos. No concelho do Funchal, na freguesia de Santo António, apenas
a faixa etária dos 15 aos 24 anos apresentou valores negativos com -3,3% para o período de 2001-
2011. Novamente, a faixa dos 65 e mais anos apresentou o valor mais elevado, com 36%.

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Quadro 6.29
Estrutura etária da população residente segundo os grandes grupos etários e taxa de variação 2001-
2011
Região
Taxa de variação da população residente (2001- 2011) (%)
Concelho
Freguesia Total 0 - 14 anos 15 - 24 anos 25 - 64 anos 65 e mais anos
Portugal 2,0 -5,1 -22,5 5,5 18,7
Região Autónoma da
9,3 -6,2 -14,9 20,0 18,8
Madeira
Câmara de Lobos 3,0 -17,5 -12,7 18,1 18,0
Curral das Freiras 19,6 -14,6 4,5 38,4 42,1
Jardim da Serra -10,7 -29,5 -32,8 0,2 29,6
Funchal 7,6 -7,1 -16,5 15,1 23,3
Santo António 24,9 8,2 -3,3 37,8 36,0
Fonte: Censos 2001e 2011 (INE, 2021)

Os dados da década 2011-2020 para os concelhos em estudo indicam que nos dois concelhos houve uma
diminuição demográfica devido aos valores negativos de saldo natural (diferença entre o número de
nados-vivos e o número de óbitos num dado período), e principalmente, do saldo migratório (diferença
entre o número de entradas e saídas por migração, internacional ou interna, para um determinado país
ou região, num dado período de tempo), indicando que, não só o número de óbitos foi superior ao de
nados-vivos no período de 2011 a 2020 (no caso do Funchal), como o número de pessoas a sair do
concelho foi também superior ao número de pessoas a entrar neste mesmo período (para ambos os
concelhos)(vd. Figura 6.34 e Figura 6.35).

Segundo a Figura 6.34, no concelho de Câmara de Lobos, constata-se que o saldo natural apresentou
algumas variações de ano para ano, com um valor máximo de 159 em 2011 e mínimo de -4 habitantes
em 2014. Em relação aos valores de saldo migratório, constata-se que, à semelhança do saldo natural,
houve variações de ano para ano havendo uma tendência a aumentar desde 2014 (com -312 habitantes,
o segundo valor mais baixo) até 2019, onde atingiu o valor -100 (o valor mais elevado), voltando de
seguida a diminuir em 2020 com um valor de -113. Este atingiu o valor mais baixo em 2011 com -623.
Como se verifica, apesar dos valores maioritariamente positivos do saldo natural, quando comparados
com os valores negativos do saldo migratório, estes últimos tiveram um peso superior nos números da

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população, corroborando a informação já referida sobre a diminuição da população de Câmara de


Lobos na última década.

No concelho de Funchal (vd. Figura 6.35), contrariamente ao concelho de Câmara de Lobos, o saldo
natural apresenta valores negativos ao longo do período 2011-2020, apesar das variações ao longo
dos anos. O valor mais baixo é de 2014 com um -522 e o mais alto ocorreu em 2011 com -193.
Relativamente ao saldo migratório, os valores foram negativos de 2011 a 2017, passando a valores
positivos em 2018 e até 2020. O seu valor mínimo foi atingido, à semelhança de Câmara de Lobos, em
2011 com -1807, e o valor máximo ocorreu em 2019 com 387. Mais uma vez, apesar dos distintos
valores de saldo natural e migratório, o balanço dos últimos anos tem sido negativo, indo de encontro à
taxa de crescimento de população negativa já apresentada para este concelho.

Câmara de Lobos
200
0
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
-200
-400
-600
-800

Saldo migratório (N.º) Saldo natural (N.º)

Fonte: Previsões INE, 2021

Figura 6.34 – Saldo natural e Saldo migratório para o concelho de Câmara de Lobos (2011-2020)

Funchal
500

0
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
-500
-1000

-1500

-2000

Saldo migratório (N.º) Saldo natural (N.º)

Fonte: Previsões INE, 2021

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Figura 6.35 – Saldo natural e Saldo migratório para o concelho de Funchal (2011-2020)

6.13.3 Ensino

A qualificação académica da população residente na área em estudo, à data dos Censos 2011, é
apresentada no Quadro 6.30 e revela que, no geral, a maior fatia da população tinha qualificações até
ao nível de ensino básico. No concelho de Câmara de Lobos, na freguesia de Curral das Freiras, 17,1%
da população não apresentava nenhum nível de escolaridade, 71,0% apresentava escolaridade ao nível
do ensino básico, 9,0% apresentava escolaridade acima do ensino secundário (inclusive) e cerca de 1,0%
tinha escolaridade ao nível do ensino superior. Na freguesia de Jardim da Serra, a maioria da população
tinha escolaridade ao nível do ensino básico, representando 66,7% da mesma, 14,3% não apresentava
nenhum nível de escolaridade, e apenas 3,7% tinha uma escolaridade ao nível do ensino superior. Por
fim, no Funchal, na freguesia de Santo António, 8,1% da população não apresentava nenhum nível de
escolaridade, 59,3% apresentava escolaridade ao nível do ensino básico, 29,5% apresentava
escolaridade acima do ensino secundário (inclusive) e cerca de 12,2% tinha escolaridade ao nível do
ensino superior.

Ao comparar os níveis de escolaridade das freguesias com os respetivos concelhos verifica-se que, no
caso do concelho de Câmara de Lobos, os valores eram da mesma ordem de grandeza. O mesmo se
verificou no Funchal.

Quadro 6.30
População residente e Nível de escolaridade, em 2011

Região População residente – Nível de escolaridade (N.º)


Concelho
Nenhum nível Ensino
Freguesia Ensino Ensino Ensino pós- Ensino
Total de pré-
básico secundário secundário superior
escolaridade escolar
Portugal 10 562 178 891 017 261 805 5 914 871 1 771 544 92 608 1 630 333
Região Autónoma da 267 785 24 480 8 204 155 669 42 846 2 994 33 592
Madeira
Câmara de Lobos 35 666 4 007 1 352 23 444 4 567 298 1 998
Curral das Freiras 2 001 343 57 1 421 146 14 20
Jardim da Serra 3 311 472 118 2 208 368 22 123
Funchal 111 892 8 027 3 027 61 111 19 379 1 301 19 047
Santo António 27 383 2 224 838 16 250 4 364 353 3 354
Fonte: Censos 2011 (INE, 2021)

6.13.4 Estrutura do emprego

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No Quadro 6.31 caracteriza-se a população economicamente ativa em 2011, bem como a taxa de
desemprego associada. No que diz respeito ao concelho de Câmara de Lobos, este município
apresentava uma taxa de desemprego de 18,1%, sendo a freguesia de Curral das Freiras a que
apresentava um valor mais elevado de taxa de desemprego (19,7%). No Funchal, a freguesia de Santo
António apresentava uma taxa de desemprego de 15,9%, valor acima do valor do concelho do Funchal
(14,2%).

Quadro 6.31
População economicamente ativa em 2011 e taxa de desemprego
Região População ativa (N.º)
Taxa de
Concelho População
População desemprego
residente (N.º) População
Freguesia desempregada (%)
empregada (N.º)
(N.º)
Portugal 10 562 178 4 361 187 662 180 13,2
Região Autónoma da Madeira 267 785 108 808 18 676 14,7
Câmara de Lobos 35 666 13 316 2 946 18,1
Curral das Freiras 2 001 608 149 19,7
Jardim da Serra 3 311 1 134 209 15,6
Funchal 111 892 47 270 7 822 14,2
Santo António 27 385 11 709 2 221 15,9
Fonte: Censos 2011 (INE, 2021)

De acordo com os dados disponíveis no Instituto do Emprego da Madeira (IEM), no fim de 2020, a RAM
apresentava um total de 20 116 desempregados registados (vd. Quadro 6.32). Verifica-se que, apesar
da pequena diferença, a maioria eram mulheres (53,6%) e que a grande maioria dos desempregados
(92,0%) se encontrava à procura de um novo emprego. Relativamente à duração do desemprego, 46,9%
estava nessa situação há mais de 1 ano.

Quadro 6.32
Desemprego registado segundo o tempo de inscrição e a situação face à procura de emprego (fim de
2020)
Total de inscritos nos centros de Tempo de
Tipo de desemprego
emprego inscrição
Região
À procura de
À procura do Menos 1 1 ano
Total Homens Mulheres novo
1º emprego de ano ou mais
emprego
RAM 20 116 9 328 10 788 1609 18507 10687 9429
Fonte: EIM (2021)

O concelho de Câmara de Lobos apresentava, no fim de 2020, um total de 2 712 desempregados,


correspondendo assim a cerca de 13,5% do total de desempregados da região. Já no concelho do
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Funchal, o número de desempregados registados era de 8 435, correspondendo a cerca de 41,9% dos
desempregados da região autónoma da Madeira.

Ao consultar os dados mais recentes disponibilizados pelo EIM, no Boletim Mensal por Concelhos, para o
mês de setembro de 2021, verifica-se que o número de desempregados em ambos os concelhos, diminuiu
relativamente ao fim do ano de 2020. O concelho de Câmara de Lobos representa cerca de 13,2% da
população desempregada da RAM e o concelho do Funchal representa cerca de 41,6%, ambos valores
mais baixos que em fim de 2020. Em ambos os concelhos, a população desempregada é maioritariamente
composta por mulheres e também em ambos os concelhos perto de 90% da população se encontra à
procura de um novo emprego. Em Câmara de Lobos, aproximadamente 58,0% da população está
desempregada há pelo menos 1 ano ou mais, e no Funchal a percentagem é de 60,2%.

Quadro 6.33
Desemprego registado segundo o tempo de inscrição e a situação face à procura de emprego
(setembro de 2021)
Total de inscritos nos centros de Tempo de
Região Tipo de desemprego
emprego inscrição
Concelho À procura de
À procura do Menos 1 1 ano
Total Homens Mulheres novo
1º emprego de ano ou mais
emprego
R. A. M. 16 441 7 315 9 126 1 602 14 839 6 573 9 868
Câmara de
2 170 941 1 229 234 1 936 911 1 259
Lobos
Funchal 6 835 3 077 3 758 634 6 201 2 721 4 114
Fonte: EIM e Portal de Dados Abertos (2021)

É possível, segundo as estimativas e as previsões do INE, retirar algumas conclusões relativamente ao ano
de 2020 e 2021 e à crise económica e sanitária que o país enfrenta devido ao estado atual de pandemia
(Covid-19). De facto, de acordo com as estimativas realizadas pelo INE para o 2º trimestre de cada ano
entre o período de 2011 a 2021 (vd. Figura 6.36), é possível verificar que o número de desempregados,
tanto a nível Nacional como a nível da região Autónoma da Madeira (região onde se encontra a área
de estudo) aumentou relativamente ao ano de 2019, e consequentemente, a taxa de desemprego
também.

224

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Taxa de desemprego
25,0%
20,1%
20,0% 17,9% 17,0%
14,4% 14,6% 13,9%
15,0% 11,8% 11,2%
8,8% 9,1% 9,6%
8,4%
10,0% 7,4% 7,0%
5,9%
5,0%

0,0%
2.º 2.º 2.º 2.º 2.º 2.º 2.º 2.º 2.º 1.º 2.º 3.º 4.º 1.º 2.º
Trimestre Trimestre Trimestre Trimestre Trimestre Trimestre Trimestre Trimestre Trimestre Trimestre Trimestre Trimestre Trimestre Trimestre Trimestre
de 2011 de 2012 de 2013 de 2014 de 2015 de 2016 de 2017 de 2018 de 2019 de 2020 de 2020 de 2020 de 2020 de 2021 de 2021
Taxa de desemprego (Série 2011 - %) por Local de residência (NUTS - 2013); Trimestral

Portugal Região Autónoma da Madeira

Fonte: Valores calibrados tendo por referência as estimativas da população calculadas a partir dos resultados definitivos dos Censos 2021, (INE, 2021)

Figura 6.36 – Previsões relativas à situação Nacional e regional e evolução anual da taxa de desemprego relativa ao 2º trimestre e anos de 2020 e 2021

225

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Por forma a melhor compreender a estrutura económica da população, no Quadro 6.34, é apresentado
o índice de dependência total, de acordo com os dados dos Censos de 2011, que indica a relação entre
a população jovem e idosa e a população em idade ativa, sendo esta definida como o quociente entre
o número de pessoas com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos conjuntamente com as pessoas
com 65 ou mais anos e o número de pessoas com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos
(expressa habitualmente por 100 (102) pessoas com 15-64 anos).

Verifica-se que o índice de dependência total na região da Madeira é inferior ao valor de Portugal. Os
concelhos em estudo apresentam valores semelhantes, no entanto, é nas freguesias de Câmara de Lobos
que este valor é mais elevado, apresentando para Curral das Freiras um valor de 47,2 e para Jardim
da Serra um valor de 46,6.

Quadro 6.34
Índice de dependência total da população
Região
Índice de dependência
Concelho
total (N.º)
Freguesia
Portugal 51,3
Região Autónoma da Madeira 45,6
Câmara de Lobos 44,8
Curral das Freiras 47,2
Jardim da Serra 46,6
Funchal 44,2
Santo António 39,3
Fonte: Censos 2011 (INE, 2021)

6.13.5 Sectores de atividade económica

No Quadro 6.35 pode observar-se a distribuição da população empregada, por setor de atividade,
segundo os censos de 2011, onde se constatou que nos dois concelhos em análise, Câmara de Lobos e
Funchal, o setor terciário (social e económico) era o que empregava o maior número de indivíduos, com
as percentagens de 71,1% e 86,5%, respetivamente. De forma semelhante, a freguesia de Câmara de
Lobos também registou o sector terciário (social e económico), como sendo o sector que mais empregava
nesta área, na freguesia de Curral das Freiras este sector empregava 63,8% da população. Na freguesia
de Jardim da Serra este valor era cerca de 66,8%. Na freguesia de Santo António (Funchal) era também
o sector terciário que mais indivíduos empregava, com um valor de 85,2%.

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Quadro 6.35
População residente empregada, por setores de atividade económica em 2011
População empregada - Sector de atividade económica
Região
(N.º)
Concelho
Sector Sector
Sector Sector
Freguesia Total terciário terciário
primário secundário
(social) (económico)
Portugal 4361187 133386 1154709 1254273 1818819
Região Autónoma da Madeira 108808 3695 18302 38602 48209
Câmara de Lobos 13316 663 3190 3780 5683
Curral das Freiras 608 18 202 192 196
Jardim da Serra 1134 41 336 296 461
Funchal 47270 382 5999 18595 22294
Santo António 11709 84 1650 4351 5624
Fonte: Censos 2011, (INE, 2021)

6.13.6 Estrutura empresarial

Com base no Anuário Estatístico da Região Autónoma da Madeira, para o ano de 2018, o concelho de
Câmara de Lobos tinha 2 847 empresas em atividade, o que correspondia a cerca de 10,21% do total
de empresas da região Autónoma da Madeira e o concelho do Funchal tinha 13 667 empresas,
correspondendo a cerca de 49,03% do total de empresas da região Autónoma da Madeira (vd. Quadro
6.36).

No concelho de Câmara de Lobos a categoria de empresas mais representativa com sede no município
estava relacionada com a categoria “Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca - (A)”, com
uma representatividade de cerca de 40%. Esta era seguida pela categoria “Atividades administrativas
e dos serviços de apoio - (N)” com uma representatividade de 13%. Já no concelho do Funchal, a
categoria de empresas mais representativa com sede no município pertencia a “Atividades administrativas
e dos serviços de apoio – (N)” com uma representatividade de 18%. Com uma percentagem de 17%
seguia-se a categoria “Comércio por grosso e a retalho - (G)” (vd. Quadro 6.36).

Estas empresas, representadas em número significativo, estão, em parte, associadas aos níveis de
empregabilidade no setor terciário, conforme já apresentado no Quadro 6.33, que indica que o sector
terciário é o sector que mais emprega nos municípios de Câmara de Lobos e Funchal.

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Quadro 6.36
Empresas por município da sede, segundo a CAE Rev. 3, 2018
Região
Total A B C D E F G H I J L M N P Q R S
Concelho
Portugal 1 278 164 132 887 1 022 68 214 4 365 1 280 85 311 217 831 25 592 113 191 19 116 45 510 128 466 181 109 57 895 98 006 36 689 61 680
R. A. Madeira 27 875 4 828 15 715 70 21 1 217 3 650 884 3 747 332 913 2 229 4 485 847 1 937 936 1 049
Câmara de
2 847 1 137 2 72 4 2 171 317 91 208 15 34 81 380 51 117 65 100
Lobos
Funchal 13 667 956 11 309 34 13 511 1 964 397 1 727 245 663 1 584 2 460 491 1 244 535 523
Fonte: Anuário Estatístico da Região Autónoma da Madeira– 2018, (INE, 2020)

Legenda dos Códigos de Atividades (CAE Rev.3.):


A - Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca; B - Indústrias extrativas; C - Indústrias transformadoras; D - Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio; E - Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento,
gestão de resíduos e despoluição; F – Construção; G - Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos; H - Transportes e armazenagem; I - Alojamento, restauração e similares; J - Atividades de
informação e de comunicação; K - Atividades financeiras e de seguros; L - Atividades imobiliárias; M - Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares; N - Atividades administrativas e dos serviços de apoio; O - Administração
Pública e Defesa; Segurança Social Obrigatória; P – Educação; Q - Atividades de saúde humana e apoio social; R - Atividades artísticas, de espetáculos, desportistas e recreativas; S - Outras atividades de serviços; T - Atividades
das famílias empregadoras de pessoal doméstico e atividades de produção das famílias para uso próprio; U - Atividades dos organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais.

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6.13.7 Abordagem turística

A área de estudo encontra-se, na sua maioria, em solos de tipologia rústica com alguma zonas de
tipologia urbana, como já referido no capítulo 6.6. De acordo com o Decreto Legislativo Regional n.º
15/2017/M, que aprova o Programa de Ordenamento Turístico da RAM (Anexo I), estes espaços devem
ser vocacionados para atividades turísticas onde se inclui a observação da natureza e atividades e
desportos ao ar livre, desde que compatíveis com o meio.

No Anexo II do mesmo decreto, são introduzidos os “Programas e ações para a concretização dos
objetivos do POT e implementação do Modelo Territorial para o Turismo da RAM”, sendo apresentado
na Parte 2 o “Programa Temático 1 – Mais Natureza”, onde as áreas naturais da RAM se destacam como
contendo um importante conjunto de atrações turísticas associadas à sua rica e exuberante fauna e flora
endémicas, que “contribuem de forma muito significativa para a diferenciação e qualificação” da RAM
enquanto destino turístico. Ao longo dos últimos anos tem sido promovida, cada vez mais, a abertura
destes espaços naturais ao consumo turístico, divulgando os seus valores naturais e a importância da sua
salvaguarda. No entanto, a “valia económica desta abertura ainda não é completamente visível na medida
em que não se observam no terreno melhorias das condições de visitação e de acesso às áreas protegidas,
onde o rendimento gerado pela atividade turística não tem sido suficiente para satisfação das necessidades
de investimento e de manutenção dos equipamentos”. Desta forma, é referido como objetivo o melhoramento
da oferta turística de forma a gerar valor e contribuir “para a divulgação e salvaguarda dos importantes
valores naturais e da biodiversidade”.

Neste sentido, considera-se a análise do sector turístico bastante relevante. Para tal, foi considerada não
só a envolvente próxima da área de estudo, mas também toda a ilha da Madeira. Tal deve-se à
relativamente pequena extensão da ilha da Madeira e ao facto de se considerar que o projeto em causa
está a ser proposto para provocar um impacte significativo ao nível do turismo da mesma. Assim, são
apresentados os dados do Anuário Estatístico da Região Autónoma da Madeira de 2019 tendo como
alvo de maior análise os municípios de Câmara de Lobos e Funchal.

É possível verificar a importância económica do sector do turismo na Madeira ao analisar o Quadro 6.37,
onde se verifica que o Valor Acrescentado Bruto (VAB) do sector “I – Alojamento, restauração e similares”
na RAM corresponde a cerca de 13,8% do VAB total da região e, corresponde ainda, a cerca de 13,2%
do emprego total da mesma região. Ao analisar esta atividade económica ao nível da RAM e de Portugal,
verifica-se que a RAM corresponde a cerca de 5,5% do total da VAB nacional. No que respeita ao

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emprego criado, a RAM tem cerca de 4,6% dos empregos relacionados com Alojamento, restauração e
similares, quando comparada com Portugal.

Quadro 6.37
Valor acrescentado bruto e emprego total por NUTS II e atividade económica, 2018
Emprego Emprego
VAB
VAB (milhões total total
(milhões de
Atividade económica de euros) (milhares de (milhares de
euros)
pessoas) pessoas)
Portugal R. A. Madeira
Total 177 465,917 4 914,023 4 315,204 123,541
A - Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca 4 178,636 420,566 80,042 17,733
B - Indústrias extrativas 603,410 11,871 3,203 0,088
C - Indústrias transformadoras 25 160,401 774,579 132,325 5,752
D - Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio 4 686,811 9,246 100,095 0,779
E - Captação, tratamento e distribuição de água;
1 684,645 42,226 38,116 1,255
saneamento, gestão de resíduos e despoluição
F - Construção 7 463,849 302,346 232,289 7,239
G - Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos
23 559,037 737,071 514,270 16,915
automóveis e motociclos
H - Transportes e armazenagem 8 799,814 183,085 293,164 4,273
I - Alojamento, restauração e similares 10 812,535 357,419 594,710 16,273
J - Atividades de informação e de comunicação 6 248,346 103,045 68,866 1,229
K - Atividades financeiras e de seguros 8 661,013 82,237 116,400 1,467
L - Atividades imobiliárias 22 209,788 38,537 510,703 1,090
M - Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares 7 169,295 206,656 221,647 3,549
N - Atividades administrativas e dos serviços de apoio 7 139,239 373,331 131,318 6,492
O - Administração Pública e Defesa; Segurança Social
12 274,680 288,631 575,938 15,099
Obrigatória
P - Educação 10 091,419 311,336 273,590 8,107
Q - Atividades de saúde humana e apoio social 11 552,617 400,202 314,292 9,107
R - Atividades artísticas, de espetáculos, desportistas e
1 641,878 52,031 35,346 1,663
recreativas
S - Outras atividades de serviços 2 369,869 109,035 51,111 2,478
T - Atividades das famílias empregadoras de pessoal
doméstico e atividades de produção das famílias para uso 1 158,635 110,573 27,778 2,953
próprio
U - Atividades dos organismos internacionais e outras
0,000 0,000 0,000 0,000
instituições extraterritoriais
Fonte: Anuário Estatístico da Região Autónoma da Madeira – 2019, (INE, 2020)

Segundo a Estratégia para o turismo da Madeira – 2017-2021 (2016) o turismo foi responsável por um
contributo estimado para o PIB da RAM de cerca de 25%, sendo o principal motor e alavanca da
economia regional.

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Ainda de acordo com os dados do Anuário, a região autónoma da Madeira representou cerca de 8,3%
dos proveitos de aposento, 5,5% dos hóspedes e cerca de 10,6% das dormidas de Portugal (vd. Quadro
6.38). Os estabelecimentos de alojamento turístico que mais contribuíram para os valores atrás referidos
foram os estabelecimentos de alojamento local, representando 47,2% dos estabelecimentos da Região e
os estabelecimentos de Hotelaria, correspondendo a 37,8%. No entanto, os estabelecimentos de
alojamento local representaram apenas cerca de 12,3% da capacidade de alojamento e a Hotelaria
representa 84,7% (vd. Quadro 6.39). O concelho de Câmara de Lobos apresentou cerca de 0,3% dos
proveitos de aposento relativamente à região Autónoma da Madeira, e o município de Funchal 12,6%.

De acordo com o Quadro 6.39, em 2018 o município de Câmara de Lobos dispunha na totalidade de
10 estabelecimentos turísticos, sendo 3 de Alojamento local, 3 de Hotelaria e 4 de Turismo no espaço
rural e Turismo de habitação. A capacidade de alojamento neste município apresentava um total de 905
camas. O município do Funchal dispunha, na totalidade, de 171 estabelecimentos turísticos, sendo 80 de
Hotelaria, 88 de Alojamento Local e 3 de Turismo no espaço rural e Turismo de habitação. A capacidade
de alojamento neste município apresentava um total de 22 246 camas.

De acordo com a plataforma da Associação de Promoção da Madeira (APM), na ilha da Madeira é


possível encontrar 99 Hotéis e Hostéis (vd. Figura 6.37) e 12 estabelecimentos de Turismo Rural (Figura
6.38).

Fonte: APM (2021)

Figura 6.37 – Hotéis e Hostéis na Ilha da Madeira

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Fonte: APM (2021)

Figura 6.38 – Estabelecimentos de Turismo Rural na Ilha da Madeira

Relativamente à envolvente próxima da área de estudo, que abrange os concelhos de Câmara de Lobos
e Funchal, importa destacar um total de 70 Hotéis e Hostéis e um estabelecimento de Turismo Rural (vd.
Figura 6.39 e Figura 6.40).

Destaca-se, pela sua proximidade à área de estudo, a Estalagem Eira do Serrado, que se encontra a
260 m da área de estudo, na direção sul da mesma (vd. Figura 6.39).

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Fonte: Adaptado de APM (2021)

Figura 6.39 – Hotéis e Hostéis na proximidade da área de estudo

Fonte: Adaptado de APM (2021)

Figura 6.40 – Estabelecimentos de Turismo Rural na proximidade da área de estudo

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Quadro 6.38
Hóspedes, dormidas e proveitos de aposento nos estabelecimentos de alojamento turístico por município, 2019
Hóspedes Dormidas Proveitos de aposento
Região Turismo no Turismo no
Turismo no espaço
Concelho Alojamento espaço rural Alojamento espaço rural e Alojamento
Total Hotelaria Total Hotelaria Total Hotelaria rural e Turismo de
local e Turismo de local Turismo de local
habitação
habitação habitação
N.º milhares de euros
Portugal 27 142 416 21 594 041 4 599 938 948 437 70 158 964 57 993 577 10 200 612 1 964 775 3 229 880 2 794 758 340 580 94 542
R. A. Madeira 1 482 240 1 302 584 137 197 42 459 7 457 197 6 739 297 559 741 158 159 267 450 246 142 15 616 5 691
Calheta 75 632 61 503 4 800 9 329 347 725 278 332 24 250 45 143 13 171 10 545 723 1 903
Câmara de Lobos 27 181 16 834 5 057 5 290 138 806 92 179 30 991 15 636 4 150 2 381 838 931
Funchal 941 733 843 960 96 868 905 5 022 176 4 636 543 381 086 4 547 186 632 176 512 1 0022 99
Machico 53 361 49 918 2 741 702 200 938 188 781 8 292 3 865 5 285 4 930 262 93
Ponta do Sol 17 138 … … 1 111 83 685 ... … 5 491 3 139 … … 133
Porto Moniz 27 750 24 591 … … 65 524 58 389 … … 2 094 1 934 … …
Ribeira Brava 17 313 14 941 1 768 604 52 012 40 372 8 002 3 638 1 293 906 253 134
Santa Cruz 165 964 150 005 14 084 1 875 882 257 799 739 73 403 9 115 30 326 27 348 2 756 223
Santana 23 229 … 5 402 … 68 865 ... 13 829 … 1 815 … 324 …
São Vicente 32 296 19 394 2 033 10 869 135 225 101 105 6 906 27 214 2 993 2 029 122 842
Nota: … Valor confidencial
Fonte: Anuário Estatístico da Região Autónoma da Madeira – 2019, (INE, 2020)

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Quadro 6.39
Estabelecimentos e capacidade de alojamento por município, em 31.7.2019
Estabelecimentos (n.º) Capacidade de alojamento (n.º)
Região
Turismo no Turismo no
Concelho Alojamento espaço rural Alojamento espaço rural e
Total Hotelaria Total Hotelaria
local e Turismo de local Turismo de
habitação habitação
Portugal 6 833 1 923 3 223 1 687 443 157 328 577 87 997 26 583
R. A. Madeira 381 144 180 57 37 549 31 792 4 604 1 153
Calheta 48 6 23 19 1 888 1 245 358 285
Câmara de Lobos 10 3 3 4 905 670 147 88
Funchal 171 80 88 3 22 246 19 633 2 583 30
Machico 22 8 11 3 1 281 1 067 184 30
Ponta do Sol 8 3 1 4 354 … … 54
Porto Moniz 15 6 7 2 456 317 … …
Ribeira Brava 12 3 6 3 454 333 90 31
Santa Cruz 42 18 17 7 4 499 3 835 566 98
Santana 17 1 10 6 661 … 264 …
São Vicente 16 3 7 6 801 471 107 223
Nota: … Valor confidencial
Fonte: Anuário Estatístico da Região Autónoma da Madeira – 2019, (INE, 2020)

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6.13.8 Acessibilidade

A área de estudo é atravessada na zona este pelo túnel da Via Expresso n.º 6 (VE 6) e na zona central
pela Estrada Regional n.º 107. Destaca-se ainda, a oeste, a estrada da Corrida que dá acesso ao
Miradouro da Boca da Corrida. A área de estudo é também atravessada por diversos caminhos.

As principais vias de acesso à área de estudo a partir do Funchal são a VE 6 e a ER 107 para a zona
de Curral das Freiras. Para a estação do Paredão o acesso será efetuado pela estrada da Eira do
Serrado e Caminho Florestal das Serras de Santo António, ou a partir da ER 103. Já para o Miradouro
da Boca da Corrida, onde se localizará o Parque Aventura, o acesso principal será a estrada da Corrida,
VR 2 e VR 1.

Na sua envolvente localiza-se a Via Regional n.º 1, a cerca de 5 km na direção sul, e a VE 4 a cerca de
4 km na direção oeste.

6.13.9 Caracterização da área de estudo

A área de estudo do projeto caracteriza-se por ser um terreno de características florestais, com
predominância de espaços naturais. Na envolvente, há a referenciar zonas urbanizadas, que não revelam
densidades elevadas e algum tráfego pouco intenso.

Dentro dos limites considerados para a área do parque aventura, Zip Line e cabos dos teleféricos, tal
como apresentado no subcapítulo 6.9.3, foi possível encontrar um aglomerado populacional (Curral das
Freiras), e várias localidades:

¨ Curral das Freiras, localizada na envolvente da estação de Curral das Freiras (identificado
com n.º 2 na Figura 6.41);

¨ Achada, a norte da estação de Curral das Freiras (identificado com n.º 1 na Figura 6.41);

¨ Casas Próximas, a sudoeste da estação de Curral das Freiras, por baixo da Zip Line
(identificado com n.º 3 na Figura 6.41);

¨ Terra Chã, entre a estação do Paredão e a estação da Boca da Corrida, por baixo do cabo
do teleférico que liga estas duas estações (identificado com n.º 4 na Figura 6.41);

239

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¨ Curral de Baixo, a sul do cabo do teleférico que liga a estação do Paredão e a estação da
Boca da Corrida (identificado com n.º 5 na Figura 6.41)

Dentro da área de estudo encontram-se diversas infraestruturas, uma vez que os cabos propostos passam
por cima do vale onde se encontra Curral das Freiras e diversas outras localidades. Recorrendo a
fotografias aéreas e à plataforma Google Maps, foram contabilizadas cerca de 554 edificações, das
quais aproximadamente 542 foram consideradas de habitação, quatro edifícios em ruínas, duas escolas
(EB123/PE do Curral das Freiras e EB1/PE Seara Velha) e ainda um campo de futebol, um pavilhão
gimnodesportivo, a piscina de Curral das Freiras, o centro de saúde de Curral das Freiras e uma igreja
pertencente à Paróquia de Nossa Senhora do Livramento.

Figura 6.41 – Identificação do aglomerado e localidades dentro da área de estudo

6.13.10 Síntese da caracterização da Socioeconomia

A RAM apresenta, de forma geral, elevados níveis de turismo, apresentando os concelhos abrangidos
pela área de estudo também alguns estabelecimentos de alojamento e uma oferta diversificada a nível
de restauração e pontos de interesse.

240

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Em relação à acessibilidade, a área de estudo é atravessada na zona este pelo túnel da Via Expresso
n.º 6 (VE 6) e na zona central pela Estrada Regional n.º 107. Destaca-se ainda, a oeste, a estrada da
Corrida que dá acesso ao Miradouro da Boca da Corrida. A área de estudo é também atravessada por
diversos caminhos. As principais vias de acesso à área de estudo são a VE 6 e a ER 107 para a zona de
Curral das Freiras. Já para o Miradouro da Boca da Corrida, onde se localizará o Parque Aventura, o
acesso principal será a estrada da Corrida. Na sua envolvente localiza-se a Via Regional n.º1, a cerca
de 5 km na direção sul, e a VE 4 a cerca de 4 km na direção oeste.

A área onde será implementado o projeto encontra-se na freguesia de Curral das Freiras, pertencente
ao concelho de Câmara de Lobos, mas a área de estudo considerada, abrange, para além da freguesia
já referida, a freguesia de Jardim da Serra também no concelho de Câmara de Lobos, e no concelho do
Funchal a freguesia de Santo António. Pelo que, do ponto de vista da análise estatística, estes foram os
concelhos e freguesias nos quais se considerou relevante focar a análise, com a premissa de serem estas
as que sentirão mais a presença do Projeto nos vários níveis socioeconómicos, tais como,
acessos/mobilidade; alojamento; restauração; entre outros. No entanto, ao nível do turismo, são também
apresentados dados para toda a ilha da Madeira e RAM devido à sua extensão e impacto expectável
do projeto na zona.

Em relação às características demográficas e económicas, de acordo com os censos, entre o ano 2011 e
o ano de 2021, o concelho de Câmara de Lobos apresentou uma queda do número de residentes tendo
uma taxa de variação negativa no valor de 9,8% (mais baixa que as taxas da região Autónoma da
Madeira e Portugal), e a sua densidade populacional é 616,7 hab/km2 para 2021, sendo
significativamente mais alta que o valor nacional. Ao nível do género, verifica-se que a proporção de
homens e mulheres é bastante semelhante em ambos os anos (48% homens), sendo o número e mulheres
ligeiramente superior ao de homens. Funchal, apresenta uma taxa de variação da população com um
valor também negativo de 5,3 e uma densidade populacional de 1 389,6 hab/km2 para 2021. Apesar
da sua taxa de variação de população abaixo do valor nacional, a densidade populacional é, tal como
em Câmara de Lobos, significativamente mais alta que a de Portugal. Também no Funchal, em ambos os
anos, a percentagem de homens e mulheres é semelhantes, com as mulheres a representarem a maior
fatia da população, com cerca de 53% em 2011 e 54% em 2021.

De acordo com os Censos 2021 (Resultados Preliminares), todas as freguesias de Câmara de Lobos
apresentavam também valores da taxa de variação da população negativos, com um valor de -20,8%
para Curral das Freiras e -17,2% para Jardim da Serra. No município do Funchal, a freguesia de Santo
António apresenta também uma taxa de variação negativa, com um valor de -5,2%, para o mesmo

241

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período. Das freguesias analisadas, em 2021, a freguesia de Santo António, no Funchal, é a que
apresenta um maior número de residentes, com 25 952 habitantes, assim como maior densidade
populacional.

Ao nível do ensino verifica-se que a maioria da população daquela região tem o ensino básico, mas
ainda existe um número relevante de habitantes com nenhum nível de escolaridade.

De acordo com os dados disponíveis no Instituto do Emprego da Madeira (IEM), para fim de 2020, a
população desempregada registada no concelho de Câmara de Lobos era de 2 712 habitantes, e para
o concelho de Funchal, era de 8 435. Já em setembro de 2021, de acordo com dados do Portal Dados
Abertos da Madeira, o número de desempregados diminuiu em ambos os concelhos, apresentando um
valor de 2 170 desempregados para Câmara de Lobos e 6 835 para Funchal.

Em 2017 o concelho de Câmara de Lobos tinha 2 847 empresas em atividade, correspondendo a


aproximadamente 10,21% do total das empresas da região Autónoma da Madeira. As empresas com
sede no concelho em questão relacionadas com a categoria de “Agricultura, produção animal, caça,
floresta e pesca (A)” representam cerca de 40%, sendo esta a categoria com maior número de empresas.
Em 2018 este concelho dispunha de 10 estabelecimentos turísticos de alojamento, tendo gerado 4 150
milhares de euros como proveitos de aposento. Relativamente ao concelho do Funchal, a categoria de
empresas mais representativa com sede no município está relacionada com “- Atividades administrativas
e dos serviços de apoio (N)”, que representa cerca de 18% do tecido empresarial. No ano de 2018, este
concelho dispunha de 171 estabelecimentos turísticos, tendo gerado 186 632 milhares de euros como
proveitos de aposento.

Dentro da área de estudo encontra-se o aglomerado populacional de Curral das Freiras e as localidades
de Achada, Casas Próximas, Terra Chã e Curral de Baixo. Nesta área localizam-se diversas
infraestruturas, tendo sido contabilizadas cerca de 554 edificações, das quais aproximadamente 542
foram consideradas de habitação, quatro edifícios em ruínas, duas escolas (EB123/PE do Curral das
Freiras e EB1/PE Seara Velha) e ainda um campo de futebol, um pavilhão gimnodesportivo, a piscina de
Curral das Freiras, o centro de saúde de Curral das Freiras e uma igreja pertencente à Paróquia de
Nossa Senhora do Livramento.

6.14 SAÚDE HUMANA

6.14.1 Considerações iniciais

242

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Na Avaliação da Saúde Humana exposta neste EIA apresenta-se uma análise ao nível dos principais
aspetos que podem ter influência na saúde humana no âmbito do Projeto, como a qualidade do ar e o
ambiente sonoro. Estes são os fatores ambientais cuja variação, em função dos impactes do Projeto,
poderão incidir direta ou indiretamente, na Saúde Humana. São ainda, abordados alguns aspetos e
aprofundados, algumas matérias relacionadas com a situação atual ao nível da Saúde Humana,
recorrendo-se para tal ao Perfil Local de Saúde na área geográfica de influência do Projeto.

6.14.2 Enquadramento

A definição de saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS, 1946) reconhece o seu vasto alcance,
enfatizando que a mesma vai além dos estados de doença: “A saúde é um estado de completo bem-
estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”.

As ações para proteger e melhorar a saúde devem, portanto, ir além de oferecer serviços que reduzam
os efeitos da doença e estarem focadas na prevenção da doença e na promoção de uma boa saúde.
Como a saúde de uma população está inextricavelmente ligada ao estado do ambiente, ambos os
campos, saúde ambiental e saúde pública, são importantes para a saúde na avaliação ambiental.

A saúde ambiental está, tradicionalmente, concentrada em questões como o abastecimento de água e o


saneamento, o controlo de poluição do ar e da água, a gestão de resíduos, a segurança química e
alimentar, a proteção contra radiações, alterações climáticas, ruído, a qualidade da habitação, saúde
ocupacional e saúde comunitária. Há, no entanto, uma crescente consciencialização que uma abordagem
mais ampla para os “determinantes” da saúde ambiental é benéfica para a saúde humana, definindo-a
como "a arte e a ciência de prevenir doenças, prolongar a vida e promover a saúde através dos esforços
organizados da sociedade".

Consequentemente, profissionais de saúde pública trabalham com outros profissionais de saúde para
prevenir doenças e promover boa saúde, bem como, com outros setores para abordar os determinantes
da saúde. Há, portanto, sobreposições entre as duas disciplinas, mas poucas ligações. Os especialistas
em saúde ambiental, incluindo especialistas em qualidade do ar, hidrologia e ambiente sonoro, têm muito
para contribuir e a receber de especialistas em saúde pública cujas preocupações incluem vigilância da
saúde e bem-estar da população, monitorização e resposta a riscos para a saúde e emergências,
proteção da saúde, promoção da saúde e prevenção de doenças.

243

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A Avaliação dos Impactes na Saúde (AIS) não é uma abordagem recente ainda que nas últimas duas
décadas tenha merecido uma particular atenção. Desenvolvida, em norma, de forma isolada dos Estudos
de Impacte Ambiental, a AIS pode ser definida como uma combinação de procedimentos, métodos e
ferramentas que avaliam sistematicamente o potencial, e às vezes os efeitos não intencionais, de uma
política, de um plano, de um programa ou de um projeto, na saúde de uma população.

O âmbito das questões de saúde que podem ser abordadas por avaliações ambientais (com estudos de
impacte ambiental) é assim amplo, incluindo preocupações tão diversas quanto acidentes no trânsito,
coesão social, ou problemas psicológicos como o stress causado pelo deslocamento dos trabalhadores,
mas também podem ter reflexo na capacidade das políticas e instituições públicas.

Os projetos, por norma, envolvem a introdução de pessoas “estranhas” diretamente em comunidades,


pelo menos, durante um curto período (fase de construção). Para muitas áreas rurais, isso pode aumentar
consideravelmente na população local e colocar stress nos serviços de saúde existentes. Além dos
proponentes terem de implementar sistemas apropriados para lidar com impactes na saúde e com a
gestão de emergências resultantes de incidentes, também a capacidade dos serviços locais de saúde
deve ser considerada. O maior fluxo de pessoas que necessitem de tratamento para doenças ou acidentes
inesperados pode causar uma pressão sobre os serviços de saúde locais (como o hospital local, dentistas,
clínica geral) dentro de uma região, particularmente onde há escassez na força de trabalho em saúde.

Atualmente Portugal assim, como o resto do Mundo, encontra-se num cenário de pandemia, resultante do
aparecimento de um vírus designado por coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-
CoV-2). Os coronavírus são uma grande família de vírus que causam várias doenças respiratórias, desde
doenças ligeiras como a constipação até doenças mais graves como a síndrome respiratória aguda grave
(SARS). O surto inicial deu origem a uma pandemia global que à data de 28 e novembro de 2021 tinha
resultado em aproximadamente 1 143 707 casos confirmados em Portugal, 1 070 573 recuperados e
cerca de 18,4 milhares de óbitos. Face à relevância deste tema é importante que este seja abordado no
presente estudo (DGS, 2021).

A atividade da construção civil é uma atividade que pode propiciar o aumento de contágios do novo
coronavírus. Verificaram-se em Portugal alguns focos, e essa situação causou impactes localmente não só
por toda a logística associada à anulação do foco, mas também pelo stress que causa na população
local.

244

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Também durante a obra em fases subsequentes, com as modificações que normalmente se associam à
introdução dos projetos, preocupações similares, devem ser tidas em conta. Isto, para além das óbvias
consequências diretas que um projeto pode ter, de forma negativa ou positiva, na saúde humana.

É por isso reconhecida a importância de os EIA considerarem e desenvolverem estratégias para minimizar
quaisquer impactes adversos que um projeto possa ter sobre a saúde humana e o bem-estar da
comunidade.

Conforme referido inicialmente, importa fazer uma caracterização geral da saúde humana na Área de
Estudo, recorrendo-se para tal aos dados de monitorização disponibilizados pelo Instituto de
Administração da Saúde (IAS), mais especificamente, à Avaliação Intercalar do Plano Regional Saúde
Extensão 2020 - 2º semestre 2019, elaborado à luz do Plano Estratégico do Sistema Regional de Saúde
(PESRS), e ainda, aos dados do Anuário Estatístico da Região Autónoma da Madeira (2019),
disponibilizado pelo INE.

O Plano Estratégico do Sistema Regional de Saúde 2011-2016 (PESRS) e a sua extensão a 2020
apresentam orientações para a atuação estratégica do setor da saúde na RAM, identificando os objetivos
e prioridades da política regional de saúde e orientando o planeamento a nível do sistema regional de
saúde, observando a sua sustentabilidade financeira. O PESRS não é um documento estático, é
continuamente atualizado e é um instrumento que “visa integrar e focar a necessária responsabilidade
multissectorial, coletiva e individual e ainda promover o exercício fundamental de capacitação das
organizações e dos cidadãos” (IAS, s.d.).

6.14.3 Caracterização da população

De acordo com os dados do PESRS do 2º semestre de 2019, a RAM tinha uma população residente de
253 945 habitantes, representando 2,5% da população de Portugal. O índice de envelhecimento foi
inferior ao de Portugal. A esperança de vida à nascença (80,80 anos no período de 2016 a 2018) tem
aumentado e é superior à de Portugal. A taxa bruta de natalidade (7,6‰) tem sofrido oscilações ao
longo dos últimos anos, registando sempre valores inferiores aos de Portugal (vd. Quadro 6.40).

Quadro 6.40
Indicadores relativos à situação sociodemográfica da RAM e Portugal
Indicador Sexo Período Unidade Portugal RAM

População residente HM 2018 Nº 10 276 617 253 945

Índice de envelhecimento HM 2018 /100 159,4 123,6

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Indicador Sexo Período Unidade Portugal RAM

Taxa bruta de natalidade HM 2018 ‰ 8,5 7,6

Índice Sintético de Fecundidade (ISF) M 2018 Nº 1,41 1,15

Esperança de vida à nascença HM 16-18 Anos 80,80 78,30


Fonte: Avaliação Intercalar do Plano Regional Saúde Extensão 2020 - 2º semestre 2019

6.14.4 Infraestruturas de saúde e perfil local de saúde

No âmbito deste fator, considerou-se relevante analisar questões como, os principais equipamentos de
saúde existentes na envolvente da área em estudo assim como apresentar alguns dados do PESRS e do
INE.

Tendo por base o Anuário Estatístico da Região Autónoma da Madeira - 2019, foi possível identificar o
número de hospitais presentes na envolvente próxima à área de estudo, assim como, alguns indicadores
de saúde. Nos concelhos onde se insere a área de estudo, Câmara de Lobos e Funchal, apenas existem
hospitais no Funchal, com um total de nove hospitais, sendo três públicos e seis privados (vd. Quadro 6.41).
Está ainda em fase de construção um décimo hospital, o Novo Hospital Central da Madeira, na zona de
Santa Rita no Funchal.

Quadro 6.41
Hospitais por município, 2018
Hospitais Camas Movimento de internados
Região Públicos e Salas de
Parcerias Hospitais Hospitais operação Internamentos Dias de
Total Privados Total
público- gerais especializados internamento
privadas
Concelho
2018 2018 Provisório (Po)
Portugal 230 111 119 35 429 27 107 8 322 891 1 155 056 10 300 565
Continente 213 105 108 32 103 25 564 6 539 859 1 099 135 9 307 151
R. A. Madeira 9 3 6 1 846 763 1 083 12 25 814 550 824
Câmara de Lobos 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Funchal 9 3 6 1 846 763 1 083 12 25 814 550 824
Fonte: INE, 2020 (Anuário Estatístico da Região Autónoma da Madeira (2019))

Relativamente à mortalidade em geral, para o ano de 2018, por grandes grupos de causas de morte,
para todas as idades e ambos os sexos para a RAM. Destacam-se como principais grandes grupos de
causas de morte, doenças do aparelho circulatório, tumores malignos e doenças do aparelho respiratório
(vd. Figura 6.42).

246

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35%
29% 29%
30%
25%
25% 22%
19%
20%

15% 12%
10%
4% 5% 4% 5%
5%

0%
Doenças do Tumores malignos Doenças Doenças do Diabetes mellitus
aparelho respiratórias aparelho digestivo
circulatório

Portugal RAM

Fonte: Avaliação Intercalar do Plano Regional Saúde Extensão 2020 - 2º semestre 2019

Figura 6.42 – Mortalidade proporcional por grandes grupos de causas de morte em 2018, para todas
as idades e ambos os sexos

Estão identificados como principais determinantes de saúde o abuso de tabaco e excesso de peso (vd.
Quadro 6.42).

Quadro 6.42
Proporção de inscritos (%) por diagnóstico ativo, dezembro 2018 – ordem decrescente (Morbilidade -
registo nos Cuidados de Saúde Primários)

População residente com 15 e mais


anos de idade por Local de residência
(NUTS - 2013) por tipo de doença
Tipo de doença crónica crónica
Região Autónoma da
Portugal
Madeira
N.º N.º %
Dores lombares ou outros problemas crónicos nas costas 3 322 161 70 145 2,1
Hipertensão arterial 2 349 426 63 454 2,7
Alergias 1 886 133 50 782 2,7
Níveis elevados de gordura no sangue 2 061 105 47 771 2,3
Dores cervicais ou outros problemas crónicos no pescoço 2 415 353 42 502 1,8
Artrose 2 097 065 40 099 1,9
Depressão 1 073 364 22 884 2,1
Diabetes (excluindo a diabetes gestacional) 883 517 21 996 2,5
Asma (incluindo asma alérgica) 541 833 15 554 2,9
Bronquite crónica, doença pulmonar obstrutiva crónica ou enfisema 487 223 12 733 2,6

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Incontinência urinária 675 585 12 173 1,8


Doença coronária ou angina de peito 354 767 10 862 3,1
Problemas renais crónicos (incluindo insuficiência renal) 376 713 10 640 2,8
Acidente vascular cerebral e respetivas consequências crónicas 170 590 3 364 2,0

Fonte: INE (2021)

Quadro 6.43
Indicadores do Inquérito Nacional de Saúde, segundo a Tipologia de áreas urbanas, por NUTS II, 2019

Proporção da População: Portugal RAM


com 18 ou mais anos com excesso
53,6 55,0
de peso ou obesidade
com 15 ou mais anos que fuma
14,2 14,6
diariamente
com 15 ou mais anos que consome
20,5 7,4
bebidas alcoólicas diariamente
Fonte: Anuário Estatístico da Região Autónoma da Madeira – 2019, (INE, 2020)

6.14.5 Qualidade do Ar

De acordo com o explicado no fator ambiental qualidade do ar apresentado no subcapítulo 6.9, o


Relatório Síntese do EIA, importa destacar que a Rede de Qualidade do Ar que serve a zona de estudo
é a Rede de Qualidade do ar da Madeira / Porto Santo, sendo a estação considerada como mais
relevante a estação de Santana, a cerca de 11,7 km da área de estudo, localizada no Concelho do
Santana. E de acordo com os valores registados para a zona Madeira / Porto Santo, o índice de
qualidade do ar foi considerada em 2020 (dados validados) na maioria dos dias muito boa (163 dias)
e em 120 dias de boa.

Dos poluentes analisados na estação de Santana, as PM10 e o Ozono apresentaram 5 excedências cada
aos limites afixados, encontrando-se ambos, no entanto, dentro dos limites de dias permitidos por ano.

As características rurais da região envolvente à área de estudo, ainda que com a existência de algumas
fontes poluição pontuais e/ou lineares (algumas indústrias e vias de comunicação), em conjugação com os
fatores climáticos (regime de ventos) e de relevo, leva a concluir que a qualidade do ar no local é muito
boa.

6.14.6 Ambiente Sonoro

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De acordo com a avaliação acústica apresentada no subcapítulo 6.11 do Relatório Síntese do EIA,
importa referir que a avaliação acústica relativa à caracterização da situação de referência foi
realizada com recurso a medições de ruído para a determinação do nível sonoro médio de longa duração
em dois recetores sensíveis localizados na envolvente da área de estudo. Os recetores sensíveis
identificados na envolvente do projeto localizam-se no município de Câmara de Lobos, o qual, à data do
estudo e de acordo com a informação disponível no sítio internet do município de Câmara de Lobos não
atribui classificação de zona ao local de medição.

Os valores dos indicadores de ruído Lden e Ln, determinados nos locais de medição utilizados para
caracterizar os recetores sensíveis potencialmente mais expostos ao ruído proveniente do projeto a
construir são inferiores aos valores limite de exposição.

No Mapa de Ruído do Município de Câmara de Lobos, verifica-se que apenas foi considerada na
envolvente do projeto a via de tráfego rodoviário Estrada regional n.º 107, permitindo verificar que esta
via de tráfego não afeta significativamente os níveis sonoros junto dos recetores sensíveis caracterizados
pelo locai de medição.

6.15 PAISAGEM

6.15.1 Considerações gerais

A metodologia utilizada para a caracterização da situação de referência da paisagem para o “Sistema


de Teleféricos e Parque Aventura no Curral das Freiras”, projeto a desenvolver na Região Autónoma da
Madeira (RAM), teve como objetivo conhecer e compreender o território, nomeadamente a sua dinâmica,
o seu funcionamento, bem como o seu resultado visual.

Procedeu-se assim, inicialmente, a uma caracterização objetiva com o estudo dos elementos estruturantes
do território e o estudo do funcionamento e da participação de cada elemento no espaço e,
posteriormente, a uma caracterização, mais subjetiva, correspondente à caracterização e à avaliação do
resultado visual do território - paisagem.

249

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Segundo Cancela d’Abreu et al. (2002), a paisagem é um sistema complexo e dinâmico, que pressupõe
a interação e evolução conjunta de diferentes fatores naturais e culturais, determinando e sendo
determinados pela estrutura global, de que resulta a configuração particular, nomeadamente quanto à
morfologia, uso do solo, coberto vegetal, ocupação edificada, presença de água, à qual corresponde um
determinado carácter.

Esta análise teve por base os atuais usos do solo e ocupação de acordo com a análise da fotografia
aérea, Carta do Corine Land Cover de 2018, trabalho de campo, assim como os elementos hipsométricos
(curvas de nível e pontos cotados), declives e orientações de encostas (vd. Figura 6.43, Figura 6.44 e
Figura 6.45). Com base nos usos do solo atuais existentes procedeu-se a uma caracterização visual e
cénica da paisagem através dos seus elementos mais marcantes, da qualidade visual cénica, da
capacidade de absorção visual, dos seus principais componentes culturais e sensibilidade visual.

Ao nível da paisagem a área de estudo considerada corresponde a um buffer de 3 km em redor dos


elementos do projeto do Sistema de Teleféricos e Parque Aventura no Curral das Freiras, definida como
a área limite onde será possível distinguir os elementos a construir e onde é possível analisar o Projeto
em relação à sua envolvente, sem ter em consideração parâmetros relativos às condições de observação,
nomeadamente condições climatéricas e a hora do dia à observação. A escala de trabalho adotada foi
a de 1/25 000 (folhas n.º M5, M6 e M8 da Carta Militar), apresentam-se as figuras à escala 1/40 000.

Na situação de referência, foi efetuada uma análise visual da paisagem à área de estudo (buffer de 3
km) que engloba todo o Projeto (Sistema de Teleféricos e Parque Aventura no Curral das Freiras).

6.15.2 Enquadramento Geral da Área de Estudo da Paisagem

A área de estudo da Paisagem apresenta um relevo vigoroso e diversificado, promovido pela constante
alternância de cumeadas bem demarcadas e com destaque para o vale encaixado na zona central da
área de estudo, que corresponde à ribeira do Curral das Freiras. Este vale apresenta uma superfície um
pouco mais plana a moderadamente movimentada (vd. Figura 6.43 e Figura 6.44). Devido ao relevo
vigoroso, este apresenta uma grande variedade de declives, e na sua maioria bastante acentuados, com
destaque para zonas mais escarpadas. No geral observa-se uma grande variedade de orientações de
encostas (vd. Figura 6.45).

A zona Este/Nordeste da área de estudo da paisagem apresenta a altimetria mais elevada entre o Pico
do Cedro (dentro da área de estudo da paisagem) e o pico do Areeiro (fora da área de estudo da
250

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paisagem), em que as cotas mais altas variam entre os 1759 m (Marco geodésico Cedro) e os 1770 m.
A cota mais baixa, localiza-se no limite sul da área de estudo da paisagem, junto à ribeira do Curral das
Freiras com 250 m.

A área de estudo da paisagem encontra-se integrada, quase na sua totalidade no Parque Natural da
Madeira. Uma pequena parte do Monumento Natural do Maciço Montanhoso Central, encontra-se
integrado na zona Norte, Este/Nordeste da área de Estudo da paisagem, este classificado como
Monumento Natural, como Zona de Proteção Especial, ao abrigo da Diretiva Aves, e como Zona Especial
de Conservação, integrando a Rede Natura 2000 (vd. Figura 6.21).

Como principais povoações destacam-se as sedes de Freguesia de Curral das Freiras e o Jardim da Serra
do concelho de Câmara de Lobos. Estas sedes de freguesia apresentam uma pequena densidade
habitacional. Estão presentes ainda pequenas povoações e habitações dispersas ao longo do vale e das
encostas mais próximas da ribeira do Curral das Freiras.

Relativamente às ligações rodoviárias, destacam-se a Estrada Regional 107 (ER107), a Via Expresso 6
(VE6) através do túnel do Curral das Freiras e uma rede de estradas e caminhos que ligam as povoações
e habitações existentes.

Existe uma grande variedade de pequenas ribeiras e levadas, mas como principal linha de água,
destaca-se a ribeira dos Socorridos.

A área de estudo da paisagem, apresenta uma paisagem que permite provocar uma sensação sobretudo
de grandeza e profundidade, tal como de agressividade devido ao relevo ser muito acidentado, onde
predominam os declives escarpados.

251

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FIGURA 6.43 – HIPSOMETRIA

310000 315000 320000

Porto Moniz
3625000

Calheta Machico

Funchal

Área de Estudo

Sistema de Teleféricos

Estações

Cabos

Parque Aventura

Área de implantação do Parque Aventura

Área de Estudo da Paisagem

Hipsometria (m)
200 - 300
3620000

300 - 400
A:\MFA\01_PRODUÇÃO\Em curso\2021\T04321\04Peças_Desenhadas\MXD\T04321_01_V0_Figura_6_43_psg_Hipsometria.mxd - A3 (420mm x 297mm)

400 - 500
500 - 600
600 - 700
700 - 800
800 - 900
900 - 1 000
1000 - 1 100
1100 - 1 200
1200 - 1 300
1300 - 1 400
1400 - 1 500
1500 - 1 600
1600 - 1 700
1700 - 1 800

Extrato da Carta Militar de Portugal, Arquipélago da Madeira, Folhas 5, 6, 8 e 9, esc. 1:25 000 0 500 1,000
m
Sistema de Coordenadas: PTRA08-UTM/ITRF93
Elipsóide: GRS80
Projeção: UTM (Universal Tranverse Mercator)

Estudo de Impacte Ambiental do


Sistema de Teleféricos e Parque Aventura em Curral das Freiras
Figura 6.43 - Hipsometria

252

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FIGURA 6.44 – DECLIVES

310000 315000 320000

Porto Moniz
3625000

Calheta Machico

Funchal

Área de Estudo

Sistema de Teleféricos

Estações

Cabos

Parque Aventura

Área de implantação do Parque Aventura

Área de Estudo da Paisagem

Declives(º)
<5
3620000

5 - 10
10 - 15
A:\MFA\01_PRODUÇÃO\Em curso\2021\T04321\04Peças_Desenhadas\MXD\T04321_01_V0_Figura_6_44_psg_Declives.mxd - A3 (420mm x 297mm)

15 - 20
20 - 30
30 - 45
>45

Extrato da Carta Militar de Portugal, Arquipélago da Madeira, Folhas 5, 6, 8 e 9, esc. 1:25 000 0 500 1,000
m
Sistema de Coordenadas: PTRA08-UTM/ITRF93
Elipsóide: GRS80
Projeção: UTM (Universal Tranverse Mercator)

Estudo de Impacte Ambiental do


Sistema de Teleféricos e Parque Aventura em Curral das Freiras
Figura 6.44 - Declives

253

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FIGURA 6.45 – ORIENTAÇÃO DE ENCOSTAS

310000 315000 320000

Porto Moniz
3625000

Calheta Machico

Funchal

Área de Estudo

Sistema de Teleféricos

Estações

Cabos

Parque Aventura

Área de implantação do Parque Aventura

Área de Estudo da Paisagem

Orientação das encostas


3620000

Plano
A:\MFA\01_PRODUÇÃO\Em curso\2021\T04321\04Peças_Desenhadas\MXD\T04321_01_V0_Figura_6_45_psg_OrientEncostas.mxd - A3 (420mm x 297mm)

Norte
Nordeste
Este
Sudeste
Sul
Sudoeste
Oeste
Noroeste

Extrato da Carta Militar de Portugal, Arquipélago da Madeira, Folhas 5, 6, 8 e 9, esc. 1:25 000 0 500 1,000
m
Sistema de Coordenadas: PTRA08-UTM/ITRF93
Elipsóide: GRS80
Projeção: UTM (Universal Tranverse Mercator)

Estudo de Impacte Ambiental do


Sistema de Teleféricos e Parque Aventura em Curral das Freiras
Figura 6.45 - Orientação das Encostas

254

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Em termos de coberto vegetal, predominam a vegetação herbácea e os matos. No entanto, em termos


florestais observam-se áreas maiores de pinheiro-bravo, de eucalipto e com menor predominância de
castanheiros e Laurissilva.

Com interesse patrimonial natural e paisagístico, os percursos pedestres e os miradouros permitem que o
observador possa vislumbrar toda a envolvente de âmbito natural. Destacam-se parte dos percursos
pedestres: PR1 - Vereda do Pico do Areeiro; PR2 - Vereda do Urzal, PR3 - Vereda do Burro, PR4 -
Levada do Barreiro e PR12 - Caminho Real da Encumeada. Em termos de miradouros, destacam-se os
miradouros do Paredão, Boca da Corrida, Boca dos Namorados e Eira do Serrado.

Quanto aos locais das infraestruturas do Projeto, a Estação do Curral das Freiras, localiza-se na Povoação
Curral das Freiras, nomeadamente, estando esta povoação no vale da ribeira com o mesmo nome. Em
termos altimétricos, esta varia aproximadamente entre os 612 m e os 625 m, com a encosta virada a
sudoeste e de declive moderado a acentuado.

A Estação do Paredão, localiza-se junto ao miradouro do Paredão, entre este e a Fraga do Paredão
(ocorrência de interesse geológico). Em termos altimétricos, a localização desta Estação varia
aproximadamente entre os 1 435 m e os 1 440 m, de encostas viradas a oeste, noroeste e sudoeste, com
declives moderados a acentuados.

A Estação Boca da Corrida e Zip Line, localiza-se junto ao miradouro com o mesmo nome. Em termos
altimétricos, a localização desta estação varia aproximadamente entre os 1 220 m e os 1 200 m,
apresenta as encostas viradas a nordeste e de declives acentuados.

Quanto ao Parque Aventura situar-se-á junto ao miradouro da Boca da Corrida, a Oeste da estrada da
Corrida, junto ao Posto Florestal da Boca da Corrida. Em termos altimétricos, a localização do Parque
varia aproximadamente entre os 1 150 m e os 1 220 m, com encostas viradas maioritariamente para
Este e Sudoeste, numa zona de cabeceira de linha de água, afluente da ribeira do jardim.

Segue-se uma figura e várias fotografias de localização e enquadramento da área de estudo da


paisagem.

255

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Figura 6.46 – Imagem tridimensional das vertentes com indicação da área de intervenção (Fonte: Google Earth Pro)

Fotografia 6.9 - Vista para a povoação do Curral Fotografia 6.10 - Vista para o local da Estação do
das Freiras Paredão

Fotografia 6.11 - Acesso ao Miradouro do Paredão Fotografia 6.12 - Vista a partir do miradouro do
Paredão no sentido do Pico do Cedro

256

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Fotografia 6.13 - Fragas do Paredão Fotografia 6.14 - Vista das Fragas do Paredão a
partir do Miradouro do Paredão

Fotografia 6.15 - Cartaz de apresentação no início Fotografia 6.16 - Vista para uma das zonas
do Percurso Pededestre PR12 Caminho Real da previstas para o Parque aventura
Encumeada

257

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Fotografia 6.17 - Vista para o Miradouro Boca da Corrida

6.15.3 Análise Visual da Paisagem

6.15.3.1 Metodologia

Neste subcapítulo procedeu-se à avaliação da paisagem do território em análise, tendo por base a
unidade mínima de análise (Pixel) de forma a refletir a variabilidade e diversidade espacial da
paisagem. Assim, serão definidos parâmetros de Qualidade Visual da Paisagem (QVP) e Capacidade
de Absorção Visual (CAV). Do cruzamento das classificações obtidas para os parâmetros QVP e CAV
resulta a Sensibilidade Visual da Paisagem (SVP).

A metodologia usada na determinação da SVP do território resulta assim do cruzamento entre os


parâmetros de QVP e CAV, estando cada um dos parâmetros, assim como o resultado, devidamente
cartografados (vd. Figura 6.47, Figura 6.48 e Figura 6.49).

A cartografia referida foi produzida através do software ArcGIS 10. Para o efeito criou-se um Modelo
Digital de Terreno (MDT), seguido de conversão para pixel. Cada pixel tem associado uma qualificação
da QVP e da CAV o que permite apresentar a distribuição espacial das diferentes qualificações e a
respetiva quantificação em termos de área.

Através de software aplicou-se a matriz de avaliação sendo gerado um valor de sensibilidade para o
novo pixel. Em resultado, a carta de Avaliação da Sensibilidade Visual da Paisagem permite identificar
a distribuição espacial e respetiva quantificação em termos de área da Sensibilidade Visual da Paisagem
do território.

Na avaliação da paisagem consideraram-se assim os seguintes conceitos:

¨ Qualidade Visual da Paisagem – é um indicador que traduz o maior ou menor valor cénico de
uma paisagem, atendendo aos seus atributos biofísicos (relevo, uso do solo e presença de água)
e estéticos (harmonia, diversidade e singularidade), bem como à forma como estes mesmos
atributos se conjugam; corresponde ao carácter, expressão e qualidade de uma paisagem e
como estes são compreendidos, preferidos e/ou valorizados pelo utilizador;

258

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¨ Capacidade de Absorção Visual – constitui outro indicador importante na análise visual de


uma paisagem, com o qual se pretende medir a maior ou menor capacidade que uma
paisagem possui para absorver visualmente potenciais alterações externas ou elementos
exógenos, sem alteração da sua expressão e carácter, assim como da sua qualidade visual;

259

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FIGURA 6.47 – QUALIDADE VISUAL DA PAISAGEM (QVP)

310000 315000 320000

Porto Moniz
3625000

Calheta Machico

Funchal

Área de Estudo

Sistema de Teleféricos

Estações

Cabos

Parque Aventura

Área de implantação do Parque Aventura

Área de Estudo da Paisagem

Qualidade Visual da Paisagem


3620000

Elevada
Média a Elevada
Média
A:\MFA\01_PRODUÇÃO\Em curso\2021\T04321\04Peças_Desenhadas\MXD\T04321_01_V0_Figura_6_47_psg_QVP.mxd - A3 (420mm x 297mm)

Reduzida

Extrato da Carta Militar de Portugal, Arquipélago da Madeira, Folhas 5, 6, 8 e 9, esc. 1:25 000 0 500 1,000
m
Sistema de Coordenadas: PTRA08-UTM/ITRF93
Elipsóide: GRS80
Projeção: UTM (Universal Tranverse Mercator)

Estudo de Impacte Ambiental do


Sistema de Teleféricos e Parque Aventura em Curral das Freiras
Figura 6.47 - Qualidade Visual da Paisagem (QVP)

260

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FIGURA 6.48 – CAPACIDADE DE ABSORÇÃO VISUAL (CAV)

310000 315000 320000

Porto Moniz
3625000

Calheta Machico

Funchal

Área de Estudo

Sistema de Teleféricos

Estações

Cabos

Parque Aventura

Área de implantação do Parque Aventura

Área de Estudo da Paisagem

Pontos de Observação
3620000

Capacidade de Absorção Visual


Muito elevada
Elevada
A:\MFA\01_PRODUÇÃO\Em curso\2021\T04321\04Peças_Desenhadas\MXD\T04321_01_V0_Figura_6_48_psg_CAV.mxd - A3 (420mm x 297mm)

Média
Reduzida

Extrato da Carta Militar de Portugal, Arquipélago da Madeira, Folhas 5, 6, 8 e 9, esc. 1:25 000 0 500 1,000
m
Sistema de Coordenadas: PTRA08-UTM/ITRF93
Elipsóide: GRS80
Projeção: UTM (Universal Tranverse Mercator)

Estudo de Impacte Ambiental do


Sistema de Teleféricos e Parque Aventura em Curral das Freiras
Figura 6.48 - Capacidade de Absorção Visual (CAV)

261

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FIGURA 6.49 – SENSIBILIDADE VISUAL DA PAISAGEM (SVP)

310000 315000 320000

Porto Moniz
3625000

Calheta Machico

Funchal

Área de Estudo

Sistema de Teleféricos

Estações

Cabos

Parque Aventura

Área de implantação do Parque Aventura

Área de Estudo da Paisagem

Sensibilidade Visual da Paisagem


3620000

Muito elevada
Elevada
Média
A:\MFA\01_PRODUÇÃO\Em curso\2021\T04321\04Peças_Desenhadas\MXD\T04321_01_V0_Figura_6_49_psg_SVP.mxd - A3 (420mm x 297mm)

Reduzida

Extrato da Carta Militar de Portugal, Arquipélago da Madeira, Folhas 5, 6, 8 e 9, esc. 1:25 000 0 500 1,000
m
Sistema de Coordenadas: PTRA08-UTM/ITRF93
Elipsóide: GRS80
Projeção: UTM (Universal Tranverse Mercator)

Estudo de Impacte Ambiental do


Sistema de Teleféricos e Parque Aventura em Curral das Freiras
Figura 6.48 - Sensibilidade Visual da Paisagem (SVP)

262

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¨ Sensibilidade Visual da Paisagem - resulta da combinação dos indicadores anteriores e


corresponde à potencial sensibilidade da paisagem, baseada nas suas características visuais
e nas condições que afetam a perceção visual, mediante a ocorrência de ações perturbadoras.
De uma forma geral, pode-se afirmar que, quanto maior for a QVP e menor for a CAV, maior
será a Sensibilidade Visual da Paisagem.

6.15.3.2 Qualidade Visual da Paisagem (QVP)

A paisagem é a expressão mais imediatamente apreendida sobre o estado geral do ambiente


circundante. Um território biologicamente equilibrado, esteticamente bem planeado, culturalmente
integrado e ambientalmente saudável terá como resultado uma paisagem de elevada qualidade, que
será imediatamente percetível pelas suas características visuais, qualitativamente reconhecidas.

A metodologia usada na análise da qualidade visual da paisagem para a área em estudo da paisagem
foi definida através de um critério de avaliação qualitativo por atribuição de pesos aos principais usos
do solo identificados (base Corine Land Cover 2018). Esta análise de maior detalhe é suportada em
análises visuais de caráter pericial e, deste modo, reforçada pela informação recolhida em trabalho de
campo, de forma a classificar o mais realisticamente possível o valor de Qualidade Visual absoluta da
paisagem atribuída.

Foi atribuído um maior peso às principais ocupações do solo/fisiografia do terreno que constituem uma
adequação às condições biofísicas e/ou potenciem o seu valor cénico, tal como as áreas de relevo
escarpado, os Picos (comuns nesta zona) e curso de água (ribeira do Curral das Freiras), que pela sua
naturalidade, permitem contribuir de forma a minimizar a subjetividade inerente à análise.

Deste modo, na avaliação da qualidade visual da paisagem, consideraram-se as seguintes classes (vd.
Figura 6.47):

1 – Reduzida qualidade visual;

2 – Média qualidade visual;

3 – Média a elevada qualidade visual;

4 – Elevada qualidade visual;

No Quadro 6.44, apresentam-se as áreas totais e relativas das classes de QVP presentes na área de
estudo da paisagem.

263

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Quadro 6.44
Classes de QVP presentes na área de estudo da paisagem
Classes de QVP Área (ha) Representatividade (%)
Elevada 100,39 1,98%
Média a Elevada 2851,97 56,33%
Média 2104,54 41,57%
Reduzida 5,87 0,12%
Total 5062,76 100,00%

Tendo em conta os resultados obtidos, a área de estudo da paisagem é considerada maioritariamente


de QVP “Média a elevada” a “Média” perante um observador. A área em análise revela a existência
de uma reduzida ação antrópica, e apresenta alguns elementos de equilíbrio biológico e paisagístico
entre as diferentes ocupações e formações existentes, conferindo alguma conexão entre as áreas de
ocupação antrópica e as áreas mais naturais.

No que se refere à análise espacial, a área de estudo manifesta uma qualidade visual tendencialmente
média a elevada (vd. Figura 6.47), função da reduzida humanização da paisagem desta zona da
Madeira, disponibilizando alguma diversidade e especificidade, mas sem a presença de elementos
dissonantes e prevalecendo uma matriz verde, respeitando as estruturas naturais da paisagem e
enquadrando e dissimulando o povoamento disperso e concentrado da sede de freguesia de Curral das
Freiras.

Destaca-se as vertentes rochosas abruptas na envolvente do vale da ribeira do Curral das Freiras, na
área de estudo da paisagem, tal como, as áreas de vegetação herbácea natural e os matos, que
apresentam um maior valor cénico (qualidade média a elevada), função da menor presença humana e,
sobretudo, do notável vigor do relevo, característica associada à identidade da paisagem deste território
insular.

Acrescem como pontos de valor cénico acrescido, devido ao seu interesse ecológico e geológico, o curso
de água (ribeira do Curral das Freiras) e os relevos residuais que pontuam as vertentes rochosas: picos
do Cedro, da Geada, do Cidrão, dos Galinheiros, da Ginda, do Cerco, Grande, Serradinho, do Cavalo,
da Cruz, Redondo, da Queda, da Malhada, das Pedras, dos Bodes e do Prado.

Considera-se com valor mediano, as áreas de presença humana, como as povoações e as áreas agrícolas,
tal como as florestas, que nesta zona se destacam com maior área as florestas de eucalipto, de pinheiro
e de castanheiros. Identifica-se apenas uma área de reduzida qualidade associada à ocupação industrial
de extração de inertes.
264

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6.15.3.3 Capacidade de Absorção Visual (CAV)

A Capacidade de Absorção Visual (CAV) tem presente vários fatores que influenciam um indivíduo de ter
ou não, segundo a sua localização, a capacidade e perceção de visualizar os elementos constituintes do
Projeto.

Na área de estudo da Paisagem foram selecionados 197 potenciais pontos de observação, localizados
nas povoações, rede viária e outros potenciais locais. Para cada ponto de observação foi gerada uma
bacia visual (raio de 3 km) à altura média de um observador comum, com uma altura média ao nível dos
olhos do observador de 1,65m, para analisar a sua capacidade de absorção visual da paisagem na
área de estudo (vd. Figura 6.48).

De acordo com os 197 potenciais pontos de observação selecionados, obtiveram-se 60 pontos de


observação com bacias visuais que se sobrepõem. Tendo em conta este valor, foram definidas as seguintes
classes de Capacidade de Absorção Visual (CAV):

¨ Muito elevada (pixel visível de 0 [zero sobreposição] a 5 pontos de observação com


sobreposição);

¨ Elevada (pixel visível de 6 a 20 pontos de observação com sobreposição);

¨ Média (pixel visível de 21 a 40 pontos de observação com sobreposição);

¨ Reduzida (pixel visível de 41 a 60 pontos de observação com sobreposição).

No Quadro 6.45, apresentam-se as áreas totais e relativas das classes de Capacidade de Absorção
Visual presentes na área de estudo da paisagem.

Quadro 6.45
Classes de Capacidade de Absorção Visual presentes na área de estudo da paisagem
Representatividade
Classes de CAV Área (ha)
(%)
Muito elevada 3366,72 66,50%
Elevada 1288,56 25,45%
Média 366,93 7,25%
Reduzida 40,55 0,80%
Total 5062,76 100,00%

265

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Na área de estudo da paisagem evidencia-se uma maior área com CAV “Muito elevada” seguida de
“Elevada” às atividades humanas, em resultado das circunstâncias fisiográficas locais, de uma reduzida
exposição visual e reduzida frequência de observadores.

Relativamente à CAV (vd. Figura 6.48), constata-se que, embora se assista a uma maior concentração de
observadores na povoação de Curral das Freiras e pequenas povoações na envolvente mais próxima, na
maioria da área de estudo, existem poucas povoações e observa-se no geral uma reduzida presença
humana, uma vez que a elevada frequência de visibilidades é atenuada pela morfologia acentuada do
terreno, que evita o prolongamento das bacias visuais dos observadores presentes na generalidade do
território.

Dada a fisiografia existente, as áreas onde o relevo apresenta arribas e declives muito acentuados, com
as encostas mais expostas e orientadas no sentido das povoações (Curral das Freiras e envolvente), estas
apresentam uma CAV “Média” e “Reduzida”, ou seja, é onde o observador consegue obter uma maior
amplitude visual, tendo em conta o tipo de ocupação do solo.

Destacam-se relativamente à envolvente, em zonas mais altas das serras, os miradouros (miradouros do
Paredão, Boca da Corrida, Boca dos Namorados e Eira do Serrado), pela maior exposição visual que
apresentam, assumem uma média a reduzida capacidade de absorção visual.

A capacidade de absorção “Elevada” a “Muito elevada”, permite que as introduções de novos elementos
conduzam a conflitos visuais menores com a envolvente.

A este respeito importa salientar que a metodologia adotada aponta sempre para o cenário mais
desfavorável pois não considera, com exceção do relevo, a existência de outras barreiras visuais como
sejam elementos construídos, vegetação, acuidade visual do observador (muito influenciada também pela
distância observador/objeto observado), cor e forma do objeto que pode contribuir para a sua menor
ou maior dissimulação.

6.15.3.4 Sensibilidade Visual da Paisagem (SVP)

Com base no cruzamento da QVP e da CAV da Paisagem é possível determinar a maior ou menor
sensibilidade aos impactes visuais potenciais resultantes da implementação do projeto de Absorção Visual
da Paisagem obtida, que de acordo com o Quadro 6.46, é possível determinar a maior ou menor
sensibilidade aos impactes visuais potenciais resultantes da implementação do projeto. Desta forma,
apresenta-se a respetiva Matriz de Ponderação.

266

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Quadro 6.46
Sensibilidade Visual da Paisagem (SVP) – Matriz de Ponderação
Muito elevada
QVP\CAV Elevada (2) Média (3) Reduzida (4)
(1)

Reduzida (1) Reduzida (2) Reduzida (3) Média (4) Média (5)

Média (2) Reduzida (3) Média (4) Média (5) Elevada (6)
Média a Elevada Elevada
Média (4) Média (5) Elevada (7)
(3) (6)
Elevada Muito
Elevada (4) Média (5) Elevada (6)
(7) elevada (8)

No Quadro 6.47, apresentam-se as áreas totais e relativas das classes de SVP presentes na área de
estudo da paisagem.

Quadro 6.47
Classes de SVP presentes na área de estudo da paisagem
Classes de Representatividade
Área (ha)
SVP (%)
Muito elevada 1,64 0,03%
Elevada 320,90 6,34%
Média 3402,31 67,20%
Reduzida 1337,92 26,43%
Total 5062,76 100,00%

Em síntese, a área de estudo da paisagem apresenta uma SVP maioritariamente “Média” e seguida de
“Reduzida” (vd. Figura 6.49). As áreas mais sensíveis coincidem com as zonas mais expostas, picos
proeminentes e áreas mais elevadas, nomeadamente, as vertentes abruptas e outras áreas de elevado
valor cénico, das quais se evidencia também o vale (ribeira do Curral das Freiras).

As áreas de intervenção coincidem maioritariamente com áreas de média sensibilidade, promovida pelo
médio a médio elevado valor cénico da ocupação dominante presente, da muito elevada a elevada
capacidade absorção visual do território, determinada pela pouca frequência de observadores numa
área de morfologia maioritariamente acidentada.

267

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As áreas de sensibilidade reduzida evidenciam alguma fragilidade e pela reduzida acessibilidade e


incidência visual, apresentam uma reduzida sensibilidade visual perante o presente projeto.

6.15.4 Síntese de caracterização da Paisagem

Na situação de referência, foi efetuada a organização estrutural e análise visual da paisagem às


infraestruturas do Projeto (buffer de 3 km) que engloba toda a área disponível para o Projeto.

A área de estudo da Paisagem apresenta um relevo vigoroso e diversificado, promovido pela constante
alternância de cumeadas bem demarcadas e com destaque para o vale encaixado na zona central da
área de estudo, que corresponde à ribeira do Curral das Freiras. Este vale apresenta uma superfície um
pouco mais plana a moderadamente movimentada. Devido ao relevo vigoroso, este apresenta uma
grande variedade de declives, e na sua maioria bastante acentuados, com destaque para zonas mais
escarpadas. No geral observa-se uma grande variedade de orientações de encostas.

Como principais povoações destacam-se as sedes de Freguesia de Curral das Freiras e o Jardim da Serra
do concelho de Câmara de Lobos. Estas sedes de freguesia apresentam uma pequena densidade
habitacional. Estão presentes ainda pequenas povoações e habitações dispersas ao longo do vale e das
encostas mais próximas da ribeira do Curral das Freiras.

Relativamente às ligações rodoviárias, destacam-se a Estrada Regional 107 (ER107), a Via Expresso 6
(VE6) através do túnel do Curral das Freiras e uma rede de estradas e caminhos que ligam as povoações
e habitações existentes.

Existe uma grande variedade de pequenas ribeiras e levadas, mas como principal linha de água,
destaca-se a ribeira do Curral das Freiras.

Em termos de coberto vegetal, predominam a vegetação herbácea e os matos. No entanto, em termos


florestais observam-se áreas maiores de pinheiro-bravo de eucalipto e com menor predominância de
castanheiros e Laurissilva.

Com interesse patrimonial natural e paisagístico, os percursos pedestres e os miradouros, permitem que o
observador possa vislumbrar toda a envolvente, principalmente, de âmbito natural. Destacam-se parte
dos percursos pedestres: PR1 - Vereda do Pico do Areeiro; PR2 - Vereda do Urzal, PR3 - Vereda do
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Burro, PR4 - Levada do Barreiro e PR12 - Caminho Real da Encumeada. Em termos de miradouros,
destacam-se os miradouros do Paredão, Boda da Corrida, Boca dos Namorados e Eira do Serrado.

A área de estudo da paisagem é considerada maioritariamente de QVP “Média a elevada” a “Média”


perante um observador. A área em análise revela a existência de uma reduzida ação antrópica, e
apresenta alguns elementos de equilíbrio biológico e paisagístico entre as diferentes ocupações e
formações existentes, conferindo alguma conexão entre as áreas de ocupação antrópica e as áreas mais
naturais.

Na área de estudo da paisagem evidencia-se uma maior área com CAV “Muito elevada” seguida de
“Elevada” às atividades humanas, em resultado das circunstâncias fisiográficas locais, de uma reduzida
exposição visual e reduzida frequência de observadores.

Em síntese, a área de estudo da paisagem apresenta uma SVP maioritariamente “Média” e seguida de
“Reduzida”. As áreas mais sensíveis coincidem com as zonas mais expostas, picos proeminentes e áreas
mais elevadas, nomeadamente, as vertentes abruptas e outras áreas de elevado valor cénico, das quais
se evidencia também o vale (ribeira do Curral das Freiras).

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7 EVOLUÇÃO DO ESTADO DO AMBIENTE SEM O PROJETO

A identificação da evolução do estado do ambiente sem o Projeto, ou seja, a projeção da situação de


referência, assume-se como uma tarefa complexa na elaboração de estudos ambientais. As dificuldades
que se colocam relativamente à caracterização da situação atual multiplicam-se quando se perspetiva a
sua potencial evolução na ausência da concretização do Projeto. Efetivamente, o estado atual dos
conhecimentos, não facilita uma análise prospetiva da evolução referencial do ambiente, ainda que na
área em questão, tendo em atenção as suas características, esta análise possa ser simplificada.

Em termos da evolução da área de implantação do Projeto, na ausência do mesmo, não são expectáveis
alterações ao nível das variáveis mais estáveis do território, não se perspetivando, portanto, a ocorrência
de alterações no estado atual do ambiente nestas componentes. No entanto, ao nível das variáveis
circunstanciais do território, que resultam da intervenção humana, não é possível prever com rigor quais
as alterações que poderão eventualmente ocorrer, entre outros aspetos ao nível da ocupação do solo, e
consequentemente ao nível de outros fatores diretamente com ela relacionados como a paisagem e os
sistemas ecológicos, entre outros, mas poderá ter-se alguma ideia do que poderá vir a acontecer.

Dado carácter eminentemente natural da maior parte das áreas de intervenção (excetuando a área da
Estação do Curral das Freiras), não se espera que existam modificações sensíveis que possam influenciar
a análise suportada na caracterização da situação atual.

Além do descrito, desconhece-se para a área de estudo e envolvente próxima a existência de outros
projetos previstos a curto/médio prazo com alguma relevância, que possam de alguma forma influenciar
a normal dinâmica deste território.

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8 IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE IMPACTES

8.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

No presente capítulo do Estudo de Impacte Ambiental é efetuada a identificação e avaliação dos


impactes ambientais gerados pela implementação do Projeto, tendo em conta:

¨ As características das intervenções previstas ao nível das infraestruturas que compõem o


Projeto; e

¨ A descrição do estado atual do ambiente, apresentada no Capítulo 6.

A previsão dos impactes ambientais permite fundamentar a avaliação do impacte ambiental e a proposta
de medidas minimizadoras, que se apresentam no Capítulo 10, bem como as Medidas de Gestão
Ambiental previstas no Capítulo 11.

A identificação dos potenciais impactes ambientais do Projeto foi feita com base na consideração das
suas características intrínsecas e das inerentes ao respetivo local de implantação, tendo em conta a
experiência e o conhecimento dos impactes ambientais provocados por Projetos deste tipo, a experiência
anterior da equipa técnica na realização de estudos de impacte ambiental e, finalmente, as informações
e elementos recolhidos junto das entidades oficiais consultadas no âmbito deste Estudo.

A atividade de previsão de impactes tem sempre um determinado grau de incerteza associado, uma vez
que se estão a tentar prever situações futuras. Por outro lado, se para alguns sectores do ambiente
existem modelos matemáticos que permitem obter previsões mais ou menos precisas dos efeitos ambientais
esperados, existem outras áreas para as quais essa previsão é extremamente difícil de realizar, dado o
pouco conhecimento existente acerca da natureza das relações e o grande número de interações
envolvidas.

Cientes das dificuldades explanadas, no exercício efetuado no presente capítulo, procurou-se tornar a
análise o mais objetiva possível, tendo-se para isso efetuado uma abordagem muito focada nas
atividades inerentes ao Projeto em análise, o qual goza da vantagem de se ter um grande conhecimento
dos efeitos que causa, e definido claramente os parâmetros e critérios utilizados na avaliação, conforme
se detalha nos pontos seguintes.

Esta análise é crucial pois foi ela que permitiu fundamentar a proposta de medidas de minimização
apresentada no Capítulo 10.

271

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8.2 IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS AÇÕES GERADORAS DE IMPACTES

8.2.1 Considerações iniciais

As principais ações geradoras de efeitos ambientais fazem-se sentir ao longo da vida útil do Projeto,
ocorrendo desde o seu planeamento até à sua desativação ou possível reconversão. A magnitude e
intensidade destas ações é variável, sendo prática corrente diferenciá-las por diferentes fases,
nomeadamente: planeamento/projeto, construção, exploração e desativação/reconversão.

Na fase de projeto ou planeamento prevê-se uma perturbação muito reduzida, considerada sem
significado, pela ação dos técnicos implicados na conceção do projeto, na planificação da obra e na
elaboração do respetivo Estudo de Impacte Ambiental, e como tal, nem sequer é considerada na
avaliação de impactes ambientais.

As principais atividades potencialmente geradoras de impacte ambiental previstas nas restantes fases, e
que se descrevem nos pontos seguintes são apresentadas de acordo com as três grandes fases seguintes:

¨ Construção do Projeto;

¨ Exploração do Projeto; e

¨ Desativação/reconversão do Projeto.

As ações em cada fase serão identificadas por um número, sendo precedidas de uma letra que
referenciará a fase em que ocorrem as ações geradoras de impactes (C para a fase de construção, E
para a fase de exploração e D para a fase de desativação).

8.2.2 Ações associadas ao Projeto

Fase de construção

¨ C1 - Arrendamento dos terrenos da área destinada à instalação das estações e infraestruturas


de apoio e parque aventura;

¨ C2 - Instalação e utilização dos estaleiros;

¨ C3 - Movimentação de pessoas, máquinas e veículos afetos às obras;

¨ C4 - Desmatação/decapagem das áreas a intervencionar;


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¨ C5 - Movimentação de terras, depósito temporário de terras e materiais, entre outros;

¨ C6 - Transporte de materiais diversos para construção (betão, aço, madeira, entre outros);

¨ C7 - Construção de edifícios e estruturas de apoio;

¨ C8 - Construção de reservatórios para água de abastecimento e combate a incêndios e outras


estruturas de apoio semelhantes;

¨ C9 - Construção de ETA

¨ C10 - Montagem dos vários equipamentos dos sistemas de teleférico

¨ C11 - Desenrolamento/instalação dos cabos do teleférico e Zip Line

¨ C12 - Desmantelamento do estaleiro e recuperação paisagística das zonas intervencionadas.

Fase de exploração

¨ E1 - Arrendamento dos terrenos da área destinada à instalação das estações e infraestruturas


de apoio e parque aventura;

¨ E2 - Presença das infraestruturas;

¨ E3 - Funcionamento/presença dos teleféricos;

¨ E4 - Funcionamento/presença da Zip Line;

¨ E5 - Funcionamento/presença do restaurante e estruturas de apoio (ETA, entre outros);

¨ E6 - Funcionamento/presença do parque aventura;

¨ E7 - Ações de manutenção dos equipamentos e acessos

¨ E8 - Corte de vegetação nas áreas exteriores juntos aos acessos e equipamentos;

¨ E9 - Abastecimento do reservatório de água por autotanques.

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8.3 METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE


IMPACTES

Em termos metodológicos, cada impacte identificado é avaliado, de forma sistemática, segundo os


critérios de classificação descritos em seguida e sistematizados no Quadro 8.1.

No que se refere ao seu potencial, os impactes foram classificados consoante a natureza da sua
consequência sobre determinado fator ambiental, ou seja, se o impacte em questão valoriza é positivo,
se pelo contrário desvaloriza, é negativo, podendo ainda ser neutro ou indeterminado.

Relativamente à magnitude dos impactes ambientais determinados pelo Projeto, foram utilizadas técnicas
de previsão que permitiram evidenciar a intensidade/dimensão dos referidos impactes, tendo em conta
a agressividade de cada uma das ações propostas e a sensibilidade de cada um dos fatores ambientais
afetados. Assim, traduziu-se, quando exequível, a magnitude (significado absoluto) dos potenciais
impactes ambientais de forma quantitativa ou, quando tal não foi possível, qualitativamente, mas de
forma tão objetiva e detalhada quanto possível e justificável. Nesta segunda opção a magnitude dos
impactes foi classificada como elevada, moderada, reduzida ou nula.

Relativamente à importância/significância (significado relativo) dos impactes ambientais determinados


pelo Projeto, foi adotada uma metodologia de avaliação dominantemente qualitativa, que permitiu
transmitir, de forma clara, o significado dos impactes ambientais determinados pelo Projeto em cada uma
das vertentes do meio. Assim, no que se refere à importância, os impactes ambientais resultantes do
Projeto em análise foram classificados como insignificantes, pouco significativos, significativos ou muito
significativos.

Os critérios que foram considerados para estabelecer a classificação referida são os seguintes:

¨ Os impactes negativos sobre a geologia e geomorfologia são considerados significativos


quando determinam importantes afetações sobre as formas de relevo naturais pré-existentes
introduzindo alterações nas linhas originais de relevo, na orografia, afetem ou destruam formas
naturais, pontos dominantes, abrangendo sectores especialmente importantes de vistas
panorâmicas, cumeadas, vales, ou atingem de algum modo o património geológico protegido
por legislação específica; os impactes são considerados muito significativos se os conjuntos, ou
elementos geológicos ou geomorfológicos, forem muito importantes dentro do contexto onde
inserem, ou ainda se a extensão das áreas afetadas for considerável;

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¨ Os impactes na hidrogeologia são considerados significativos quando afetam


significativamente a normal dinâmica do meio hidrogeológico; os impactes são considerados
muito significativos se as massas de água subterrâneas e os aquíferos, forem muito importantes
dentro do contexto onde inserem, ou ainda se a extensão das áreas afetadas for considerável;

¨ Os impactes nos recursos hídricos superficiais serão significativos quando, no que à


quantidade diz respeito, existe uma acentuada alteração no regime hidrológico natural; são
considerados muito significativos se alterações induzidas forem muito importantes dentro do
contexto onde inserem, ou ainda se a extensão das linhas de água afetadas for considerável.
No que à qualidade diz respeito, os impactes serão considerados significativos se ocorrer
violação de critérios ou padrões de qualidade legalmente estabelecidos, sendo muito
significativos caso essa violação determine um considerável afastamento dos padrões
estabelecidos, ou se a extensão das linhas de água afetadas for importante, ou ainda se se
verificarem durante um período temporal alargado;

¨ Os impactes negativos sobre os solos e ocupação do solo serão considerados significativos se


forem afetadas áreas importantes, nomeadamente se esses solos possuírem boa aptidão para
fins diferentes dos previstos no Projeto, devendo ser considerados muito significativos se o
Projeto afetar em grande extensão áreas inseridas ou potencialmente inseríveis na Reserva
Agrícola Nacional ou na Reserva Ecológica Nacional;

¨ Os impactes negativos sobre a ecologia (flora/vegetação, fauna e habitats) serão


considerados significativos se determinarem importantes afetações sobre o equilíbrio dos
ecossistemas existentes, introduzindo roturas ou alterações nos processos ecológicos, afetando
ou destruindo em efetivos, diversidade ou estabilidade das populações, espécies animais ou
vegetais endémicas raras ou ameaçadas, ou atingindo de algum modo o património natural
protegido por legislação específica; os impactes serão considerados muito significativos se a
importância dos equilíbrios ou das espécies afetadas for grande ou ainda se a extensão das
áreas afetadas for considerável;

¨ Os impactes negativos sobre a qualidade ar ou do ambiente sonoro serão considerados


significativos se ocorrer violação de critérios ou padrões de qualidade legalmente
estabelecidos, sendo muito significativos caso essa violação determine um considerável
afastamento dos padrões estabelecidos, ou se a extensão das regiões afetadas for importante,
ou ainda se se verificarem durante um período temporal alargado;

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¨ Relativamente à socioeconomia, os impactes serão considerados significativos (positivos ou


negativos consoante o sentido das alterações introduzidas) quando induzem alterações sobre
a forma e os padrões de vida das populações afetadas, determinam modificações no padrão
de mobilidade, na atividade económica das populações, ou quando envolvem grandes
investimentos, devendo ser considerados muito significativos quando a extensão das regiões
afetadas ou das populações envolvidas assim o determinam;

¨ Os impactes na saúde humana poderão ser identificados e qualificados em função da


aplicação da metodologia proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Esta
metodologia permite numa primeira instância determinar se a avaliação de impactes na saúde
é necessária e se provavelmente será útil para o Projeto em causa. Os impactes serão
considerados significativos (positivos ou negativos consoante o sentido das alterações
introduzidas), quando interferirem com políticas anteriormente estabelecidas, induzirem
alterações sobre a forma e os padrões de vida e saúde das populações, determinarem
modificações na atividade económica, devendo ser considerados muito significativos quando a
extensão das regiões afetadas ou das populações envolvidas assim o determinar e/ou a
gravidade das situações;

¨ A determinação da importância/significância dos impactes sobre o Património Arqueológico


e Arquitetónico é o resultado da ponderação entre a intensidade da afetação induzida e o
valor patrimonial da ocorrência afetada. Os impactes negativos sobre o serão considerados
muito significativos quando ocorre a afetação profunda ou destruição de património
classificado ou em vias de classificação ou outras ocorrências de reconhecido valor
patrimonial/científico. Os impactes serão considerados significativos sempre que se verifique a
afetação ou destruição profunda de elementos de considerável valor patrimonial/científico ou
a afetação limitada de elementos classificados ou em vias de classificação ou outros de
elevado valor patrimonial/científico.

Adicionalmente, os impactes identificados e analisados foram também classificados de acordo com o seu
âmbito de influência, a sua probabilidade de ocorrência, a sua duração, a sua reversibilidade, o seu
desfasamento no tempo, o seu tipo e a sua possibilidade de minimização, conforme se detalha em
seguida.

De acordo com o seu âmbito de influência os impactes podem ser classificados como locais, regionais,
nacionais ou transfronteiriços tendo em conta a dimensão da área na qual os seus efeitos se fazem sentir.

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A probabilidade de ocorrência ou o grau de certeza dos impactes deverão ser determinados com base
no conhecimento das características de cada uma das ações e de cada fator ambiental, permitindo
identificar impactes certos, prováveis ou improváveis.

Quanto à duração ou persistência, os impactes são considerados temporários no caso de se verificarem


apenas durante um determinado período, sendo permanentes em caso contrário.

Quanto à reversibilidade, os impactes têm um carácter irreversível ou reversível consoante os


correspondentes efeitos permaneçam no tempo ou se anulem, a médio ou longo prazo, designadamente
quando cessa a respetiva causa.

Relativamente ao desfasamento no tempo os impactes são considerados imediatos desde que se


verifiquem durante ou imediatamente após a ação que o provocou. No caso de só se manifestarem a
prazo, são classificados de médio (sensivelmente até cinco anos) ou longo prazo.

Para além disso, e sempre que se considerou justificável, distinguiu-se o tipo de impacte, ou seja, se se
estava perante um impacte direto - aquele que é determinado diretamente pelo Projeto ou um impacte
indireto - aquele que é induzido pelas atividades relacionadas com o Projeto.

Os impactes foram também analisados relativamente à sua possibilidade de minimização, isto é, se é


aplicável a execução de medidas minimizadoras (impactes minimizáveis) ou se os seus efeitos se farão
sentir com a mesma intensidade independentemente de todas as precauções que vierem a ser tomadas
(impactes não minimizáveis).

No Quadro 8.1 apresenta-se em síntese os classificadores utilizados na avaliação dos impactes.

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Quadro 8.1
Avaliação de impactes ambientais. Classificadores utilizados
Características do Impacte Avaliação
Positivo
Negativo
Potencial
Neutro
Indeterminado
Elevada
Moderada
Magnitude
Reduzida
Nula
Muito significativo
Significativo
Importância
Pouco significativo
Insignificante
Local
Regional
Âmbito de influência
Nacional
Transfronteiriço
Certos
Probabilidade de ocorrência Prováveis
Improváveis
Temporário
Duração
Permanente
Reversível
Reversibilidade
Irreversível
Imediato
Desfasamento no tempo De médio prazo
De longo Prazo
Direto
Tipo
Indireto
Minimizável
Possibilidade de minimização
Não minimizável

Os impactes serão avaliados de forma descritiva, e no final da avaliação de cada fator ambiental é
apresentado um quadro síntese com o resultado da aplicação dos critérios anteriormente referidos, a
cada uma das ações identificadas como geradoras de impactes.

Os critérios de classificação apresentados anteriormente serão apenas considerados para as fases de


construção e exploração, dada a dificuldade de se prever, no horizonte de tempo de vida útil do Projeto
(30 anos), quais as condições ambientais locais e quais os Instrumentos de Gestão Territorial que estarão
em vigor aquando da fase de desativação do Projeto.

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A análise de impactes na fase de desativação é efetuada capítulo próprio de uma forma sumária,
tomando-se como referência os impactes identificados para a fase de construção.

8.4 IMPACTES NO CLIMA

8.4.1 Fase de construção

O corte de vegetação efetuado durante a fase de construção, será pouco significativo, tendo em conta
a reduzida área do projeto com necessidade de intervenção na vegetação. A principal estrutura do
projeto será aérea (cabo do teleférico) não necessitando de corte significativo de vegetação. O projeto
implicará corte de vegetação de reduzida escala, sendo apenas necessário nas estações de apoio, que
apresentam uma área pouco significativa.

8.4.2 Fase de exploração

A fase de exploração do projeto não apresenta impactes relevantes para o clima. Conclui-se que o
projeto apresentará um impacte pouco relevante no clima, em ambas as fases (construção e exploração).

8.5 IMPACTES NAS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

8.5.1 Impactes do Projeto nas Alterações Climáticas

8.5.1.1 Fase de construção

Na fase de construção de qualquer tipo de projeto, existe naturalmente um aumento do tráfego associado
ao transporte de materiais, trabalhadores e stakeholders, e consequentemente de emissões de GEE
relativas à combustão de combustíveis fósseis. Estes representam os principais impactes no clima, na fase
de construção do projeto em estudo, no entanto apresentam-se como pouco significativos, tendo em conta
a reduzida dimensão do projeto.

No Quadro 8.2 encontra-se avaliado o impacte das ações de projeto C3-Movimentação de pessoas,
máquinas e veículos afetos às obras e C6-Transporte de equipamentos e materiais diversos para
construção (betão, aço, madeira, entre outros) nas alterações climáticas.

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Quadro 8.2
Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto do Teleférico na componente das Alterações Climáticas – Fase de
Construção

Ação/ Identificação Âmbito de Desfasamento no Possibilidade de


Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo
atividade do Impacte influência tempo minimização
C3 -
Movimentação
de pessoas, Pouco
Negativo Reduzida Local Certo Permanente Irreversível Imediato Direto Minimizável
máquinas e significativo
veículos afetos
às obras Emissões de GEE
associadas à
C6 - Transporte
queima de
de equipamentos
combustíveis
e materiais
fósseis
diversos para Pouco
Negativo Reduzida Local Certo Permanente Irreversível Imediato Direto Minimizável
construção significativo
(betão, aço,
madeira entre
outros);

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8.5.1.2 Fase de exploração

A análise de impactes associados às alterações climáticas poderá ser feita sob o ponto de vista da
mitigação e da adaptação, ou seja, a influência do Projeto no clima, e por outro lado, o impacte das
alterações climáticas no Projeto e avaliando-se a necessidade de eventuais medidas de adaptação. Neste
capítulo irá analisar-se apenas a influência do projeto nas alterações climáticas.

Relativamente ao impacte do projeto nas alterações climáticas o projeto apresenta impactes pouco
significativos e indiretos. O principal impacte acorre via do efeito cumulativo na fase de exploração
através da ação E3 - Funcionamento/presença dos teleféricos, devido ao consumo energético necessário
para o funcionamento do teleférico, podendo o respetivo impacte ser reduzido se a energia for
proveniente de fontes renováveis e locais. Este impacte é pouco significativo num contexto regional e
nacional.

Um estudo sobre o impacte ambiental da implementação de teleféricos (Bendezú & Rowe, 2020) aponta
que benefícios ambientais significativos são alcançados quando os teleféricos substituem o transporte
rodoviário em condições orográficas complexas. A região em estudo apresenta uma orografia complexa,
de elevados declives, na medida em a utilização do teleférico em substituição do veículo próprio, por
parte de turistas e população local, poderá estar associado a benefícios ambientais. Neste sentido a
construção do teleférico poderá apresentar impactos positivos na mitigação às alterações climáticas.

No Quadro 8.3 sintetizam-se os impactes identificados para a fase de exploração e os resultados da


aplicação dos classificadores referentes às ações geradores de impactes do projeto a esses mesmos
impactes.

281

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Quadro 8.3
Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto do Teleférico na componente das Alterações Climáticas – Fase de
Exploração
Ação/ Identificação Âmbito de Desfasamento Possibilidade de
Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo
atividade do Impacte influência no tempo minimização
E3 -
Funcionamento Consumo
Positivo Reduzida significativo Regional Certo Permanente Irreversível Imediato Indireto Não Aplicável
/presença dos energético
teleféricos

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8.5.2 Impactes das Alterações Climáticas no Projeto

8.5.2.1 Fase de Construção

O impacte das alterações climáticas na fase de construção do teleférico não será analisado, pois esta
fase iniciar-se-á a curto prazo e, mesmo sendo as alterações climáticas uma realidade já na atualidade,
o objetivo será avaliar a situação futura.

8.5.2.2 Fase de Exploração

Através da análise efetuada no capítulo 6.2.2, relativo à caracterização da situação de referência das
alterações climáticas, e de uma análise dos possíveis impactes na infraestrutura e exploração do projeto,
pretende-se avaliar o impacto das alterações climáticas sobre o projeto.

Analisando as projeções de alteração das diferentes variáveis climáticas para a região em estudo, na
Madeira, verifica-se que a principal vulnerabilidade para o projeto em estudo são os episódios de vento
forte, que deverão aumentar de frequência de ocorrência, com a progressão das alterações climáticas.
(vd. Quadro 8.4). Estes fenómenos terão consequências como danos/condicionamentos para as
infraestruturas do projeto, como falhas no abastecimento de energia e nas comunicações, queda de ramos
de árvores, floreiras e muros (EMAACF, 2016).

283

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Quadro 8.4
Identificação e avaliação dos impactes resultantes das Alterações Climáticas no Projeto do teleférico – Fase de Exploração
Identificação Âmbito de Desfasamento Possibilidade de
Ação/ atividade do Impacte Potencial Magnitude Importância influência
Probabilidade Duração Reversibilidade
no tempo
Tipo
minimização
E3 -
Aumento da
Funcionamento/ De médio prazo
ocorrência de Negativo Moderada Significativo Transfronteiriço Prováveis Permanente Irreversível Indireto Minimizável
presença dos e longo prazo
vento forte
teleféricos

284

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8.6 IMPACTES NA GEOMORFOLOGIA E GEOLOGIA

8.6.1 Considerações gerais

Os principais impactes na geologia e geomorfologia das áreas de intervenção resultam das atividades
de escavação para a construção dos maciços de fundação das estruturas das estações e das fundações
das estruturas de betão armado de suporte e ancoragem dos cabos do Sistema de Teleféricos.

Na fase de construção as escavações e os movimentos de terras não provocarão alterações com


significado nas formas de relevo dado que o Projeto abrange áreas reduzidas e não estão previstas
modelações de terreno com significado.

No entanto, salienta-se que o projeto se insere numa área de suscetibilidade aos movimentos de massa
relacionado com deslizamentos rotacionais de magnitude elevada de acordo com a Carta de
Suscetibilidade aos movimentos de Massa do Município de Câmara de Lobos, que corresponde à área
da depressão de Curral das Freiras e áreas circundantes. Por sua vez, esta área insere-se numa vasta
área montanhosa com suscetibilidade à ocorrência de quedas de blocos/desabamentos o que poderá
constituir um fator de risco para as infraestruturas a construir na proximidade do rebordo das vertentes
escarpadas onde se localizarão as estações do Paredão e de Boca da Corrida.

Sistematizam-se seguidamente os locais alvo das intervenções e os impactes geomorfológicos e geológicos


potenciais.

8.6.2 Ações indutoras de impactes na Geomorfologia e Geologia

A listagem das ações consideradas geradoras de impacte ao nível da componente Geologia e


Geomorfologia nas fases de construção, exploração é apresentada no Quadro 8.6.

Quadro 8.5
Ações consideradas na análise dos impactes na componente Geologia e Geomorfologia.
Fase Ação
Construção C7 - Construção de edifícios e estruturas de apoio
Exploração E2 - Presença das infraestruturas

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8.6.3 Fase de construção

8.6.3.1 Estação do Curral das Freiras

As intervenções na Estação do Curral das Freiras correspondem a reabilitação de um edifício e a


construção de uma galeria em escavação com cerca de 9 m de extensão.

Como referido na caracterização geológica local, ocorrem depósitos sedimentares recentes de


movimentos de massa, com material muito alterado. No entanto, em fase de projeto de execução será
realizado um estudo geológico-geotécnico com vista a identificar pormenorizadamente o comportamento
geotécnico dos estratos a intersetar com a obra e assim apoiar a aplicação dos normativos
regulamentares em função dos condicionamentos geotécnicos identificados.

As intervenções no local não constituem impacte geológico ou geomorfológico com significado dado
resumirem-se a reabilitação de um edifício existente e construção de uma galeria em escavação com 9
m de extensão de ligação à plataforma do teleférico.

As fundações das estruturas de betão armado de suporte e ancoragem dos cabos do Sistema de
Teleféricos não são suscetíveis de configurar impacte geológico ou geomorfológico com significado.

8.6.3.2 Estação no Miradouro do Paredão

As plataformas dos teleféricos serão constituídas por paredes, pilares, maciços de ancoragem e lajes em
estrutura de betão armado. A estrutura da plataforma albergará os sistemas eletromecânicos de força
motriz, de sustentação e fixação dos cabos portadores e de tração dos teleféricos.

O local de implantação da estação do Paredão enquadra-se em depósitos piroclásticos, com vestígios


de alteração da unidade litoestratigráfica, próximo do rebordo da vertente escarpada.

Para a definição do tipo e sistema de fundações a adotar para as novas estruturas a construir é
fundamental e imprescindível proceder à caraterização geológico-geotécnica dos estratos de fundação.
Especial atenção deverá ser dada às fundações da estrutura de betão armado de suporte e ancoragem
dos cabos do Sistema de Teleféricos, que mobilizam elevadas forças e tensões ao nível da fundação.

As fundações das estruturas de betão armado de suporte e ancoragem dos cabos do Sistema de
Teleféricos não são suscetíveis de configurar impacte geológico ou geomorfológico com significado dado
que as escavações para as fundações das sapatas e maciços de ancoragem têm pouca expressão local.

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No entanto, como referido anteriormente, o local onde se insere a estação apresenta suscetibilidade à
queda de blocos/desabamentos, o que contribui para a evolução geomorfológica das vertentes através
do seu recuo progressivo. Neste sentido, a construção das duas plataformas dos teleféricos da estação
não configura impacte geomorfológico com significado, mas importa desenvolver os estudos geológicos-
geotécnicos com sondagens com vista a conhecer detalhadamente o estado de alteração e fraturação do
maciço e assim dimensionar com segurança os elementos de fundação de suporte e ancoragem dos cabos
do Sistema de Teleféricos.

8.6.3.3 Estação no Miradouro da Boca da Corrida

No Miradouro da Boca da Corrida prevê-se a construção do edifício da plataforma da estação de


teleférico, do edifício de apoio que albergará as bilheteiras, restaurante, instalações sanitárias, serviços
de apoio e arrumos, e a construção do Parque Aventura no terreno junto ao Posto Florestal.

Do conjunto das intervenções, a construção dos edifícios da plataforma da estação e do edifício de apoio
correspondem às principais ações que requerem escavações mais volumosas para as respetivas
fundações, com destaque para o edifício de apoio que contempla uma cave.

As estruturas dos edifícios na Boca da Corrida ficarão inseridas próximo do topo da vertente. Este setor
localiza-se em horizontes basálticos (escoadas lávicas), habitualmente menos alterados, com intercalações
de fácies mais alteradas. Segundo o estudo prévio, abaixo do local da plataforma da estação a vertente
apresenta vestígios de erosão acentuada.

No entanto, como referido anteriormente, o local onde se insere a estação apresenta suscetibilidade à
queda de blocos/desabamentos, o que contribui para a evolução geomorfológica das vertentes através
do seu recuo progressivo.

À semelhança do referido para as outras duas estações, será necessário em fase subsequente do projeto
realizar estudo geológico-geotécnico com sondagens para a definição do tipo e sistema de fundações a
adotar para as novas estruturas a construir, particularmente as fundações da estrutura de betão armado
de suporte e ancoragem dos cabos do Sistema de Teleféricos, que mobilizam elevadas forças e tensões
ao nível da fundação.

Globalmente, os impactes geomorfológicos são negativos (artificialização das formas no topo da


vertente), pouco significativos, de magnitude reduzida, prováveis e de âmbito local.

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8.6.3.4 Parque Aventura

As intervenções no Parque Aventura não exigem mobilização de terreno e são executadas com materiais
e produtos naturais, com base na madeira, cordas e fixação ao terreno e às árvores por grampos e cabos
em aço, pelo que não se prevê impactes geológicos ou geomorfológicos.

No Quadro 8.6 sintetizam-se os impactes identificados sobre a geologia para a fase de construção e os
resultados da aplicação dos classificadores indicados no Quadro 8.1 a esses mesmos impactes.

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Quadro 8.6
Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto do Teleférico na componente Geologia e Geomorfologia – Fase de
Construção
Possibilidade
Identificação do Âmbito de Desfasamento
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
impacte influência no tempo
minimização
C7 (artificialização
Pouco Não
Construção de edifícios das formas no Negativo Reduzida Local Provável Temporário Reversível Imediato Direto
significativo minimizável
e estruturas de apoio topo da vertente

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8.6.4 Fase de Exploração

Na fase de exploração não são esperados impactes negativos com significado na geologia e
geomorfologia. Contudo, prevê-se um impacte negativo pouco significativo e de magnitude reduzida pela
presença das edificações e plataformas das estações, irreversível e de âmbito estritamente local.

8.7 IMPACTES NA HIDROGEOLOGIA

8.7.1 Ações indutoras de impactes na Hidrogeologia

A listagem das ações consideradas geradoras de impacte ao nível da componente Hidrogeologia nas
fases de construção e exploração é apresentada no Quadro 8.7.

Quadro 8.7
Ações consideradas na análise dos impactes na componente Hidrogeologia
Fase Ação
C2 - Instalação e utilização dos estaleiros
C3 - Movimentação de pessoas, máquinas e veículos afetos às obras
C5 - Movimentação de terras, depósito temporário de terras e materiais, entre outros
Construção C6 - Transporte de materiais diversos para construção (betão, aço, madeira, entre outros)
C7 - Construção de edifícios e estruturas de apoio
C8 - Construção de reservatórios para água de abastecimento e combate a incêndios e outras
estruturas de apoio semelhantes
Exploração E2 - Presença das infraestruturas

8.7.2 Fase de construção

Os principais impactes no sistema hidrogeológico estão relacionados com a compactação de terrenos,


redução da área de infiltração, com a eventualidade de contaminação devido a derrames acidentais de
substâncias poluentes, de roturas nos sistemas de saneamento de águas residuais e na intersecção do nível
freático em fase de obra.

Tendo em conta a tipologia do projeto, gerador de poucas substâncias poluentes e a natureza das
intervenções, não são esperados impactes significativos no meio hidrogeológico.

No caso da interseção do nível freático a interferência mais provável será na escavação da cave do
edifício na Estação do Miradouro da Boca da Corrida, na ETAR compactas da Boca da Corrida e poços

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absorventes. Estes impactes poderão ocorrem sobretudo na fase de construção, não se prevendo que
constituam afetação significativa do sistema hidrogeológico.

A eventual interseção do nível freático (a verificar no âmbito do estudo geológico-geotécnico), constituirá


um impacte negativo pouco significativo, incerto, de magnitude reduzida, temporário e de âmbito
estritamente local.

Durante o transporte e manuseamento de óleos e combustíveis entre os estaleiros e os locais de intervenção


poderão ocorrer derrames acidentais e consequentemente provocar a deterioração da qualidade das
águas subterrâneas. Considera-se esta eventual ocorrência um impacte negativo, no entanto pouco
provável, dependendo a magnitude da quantidade e natureza das substâncias envolvidas no derrame,
podendo contaminar a massa de água subterrânea. Considera-se, porém, que uma eventual ocorrência
seria imediatamente contida de acordo com as medidas e cuidados a considerar em fase de obra.

Na fase de construção, a movimentação de veículos e maquinaria nas áreas de intervenção provocará a


compactação dos terrenos, modificando as condições naturais de infiltração. A construção dos acessos, e
os próprios locais dos edifícios e plataformas que compõem o empreendimento, que se prolongam na
fase de exploração, diminuem a área de infiltração direta e gradual das águas da precipitação.

A redução da infiltração das águas, quer seja pela redução da porosidade dos terrenos, em consequência
da compactação, quer seja pela diminuição da área de infiltração direta, provocará nesses locais uma
redução muito localizada da recarga do sistema hidrogeológico, exceto nas áreas que não serão
ocupadas após descompactação dos terrenos. Atendendo à pequena área das intervenções, o impacte
negativo será praticamente insignificante e de âmbito local, não se prevendo que o sistema
hidrogeológico seja globalmente afetado.

As infraestruturas e equipamentos do Sistema de Teleféricos não interferem com captações de água


subterrânea.

No Quadro 8.8 sintetizam-se os impactes identificados sobre a hidrogeologia para a fase de construção
e os resultados da aplicação dos classificadores indicados no Quadro 8.1 a esses mesmos impactes.

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Quadro 8.8
Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto do Teleférico na componente Hidrogeologia – Fase de Construção
Identificação Âmbito de Desfasamento Possibilidade
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo
do impacte influência no tempo de minimização
Deterioração
C2
da qualidade Pouco Não
Instalação e utilização dos Negativo Reduzida Local Improvável Temporário Reversível Imediato Direto
das águas significativo minimizável
estaleiros
subterrâneas
Deterioração
C3 da qualidade Pouco Não
Negativo Reduzida Local Improvável Temporário Reversível Imediato Direto
Movimentação de pessoas, das águas significativo minimizável
máquinas e veículos afetos subterrâneas
às obras Compactação Pouco
Negativo Reduzida Local Provável Temporário Irreversível Imediato Direto Minimizável
dos solos significativo
C5
Movimentação de terras,
Compactação Pouco
depósito temporário de Negativo Reduzida Local Provável Temporário Irreversível Imediato Direto Minimizável
dos solos significativo
terras e materiais, entre
outros
C6
Deterioração
Transporte de materiais
da qualidade Pouco Não
diversos para construção Negativo Reduzida Local Improvável Temporário Reversível Imediato Direto
das águas significativo minimizável
(betão, aço, madeira, entre
subterrâneas
outros)
C7
Compactação Não
Construção de edifícios e Negativo Nula Insignificante Local Improvável Temporário Reversível Imediato Direto
dos solos minimizável
estruturas de apoio

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8.7.3 Fase de exploração

Na fase de exploração manter-se-á a redução da área de infiltração, menor do que a verificada na


fase de construção, não constituindo impacte negativo com significado.

Relativamente à qualidade da massa de água, não se prevê qualquer afetação atendendo aos sistemas
de drenagem e tratamento das águas residuais previstos para as instalações das estações. Assim, não se
prevê que o empreendimento possa contribuir para alteração do estado global da massa de água
subterrânea, considerado Bom como salientado na caracterização da Massa de Água do Maciço Central.

8.8 IMPACTES NOS RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS

8.8.1 Ações indutoras de impactes

No Quadro 8.9 listam-se as ações consideradas geradoras de impacte ao nível da componente Recursos
Hídricos Superficiais nas fases de construção e exploração.

Quadro 8.9
Ações consideradas na análise dos impactes na componente Recursos Hídricos Superficiais
Fase Ação
C2 – Instalação e utilização dos estaleiros
C3 – Movimentação de pessoas, máquinas e veículos afetos às obras
C4 – Desmatação/decapagem das áreas a intervencionar
C5-Movimentação de terras, depósito temporário de terras e materiais, entre outros
C6-Transporte de materiais diversos para construção (betão, aço, madeira, entre outros)
C7 – Construção de edifícios e estruturas de apoio
Construção
C8 – Construção de reservatórios para água de abastecimento e combate a incêndios e
outras estruturas de apoio semelhantes
C9 – Construção de ETAs
C10 – Montagem dos vários equipamentos dos sistemas de teleférico
C12 - Desmantelamento do estaleiro e recuperação paisagística das zonas
intervencionadas
E2 – Presença das infraestruturas
E7 – Ações de manutenção dos equipamentos e acessos
Exploração
E8 – Corte de vegetação nas áreas exteriores junto aos acessos e equipamentos
E9 – Abastecimento do reservatório de água por autotanques

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8.8.2 Fase de construção

Relativamente à instalação e utilização dos estaleiros (C2), considera-se que a área afeta ao(s)
estaleiro(s) não serão de grande dimensão, e os seu locais de implantação corresponderão a zonas mais
aplanadas, o que minimiza os impactes relacionados com a erosão.

O estaleiro, provocará temporariamente a compactação dos terrenos, modificando as condições naturais


de infiltração, fazendo aumentar o escoamento superficial, mas salienta-se que esta situação far-se-á
sentir de forma muito localizada, pois só uma pequena parte da área afeta ao estaleiro é que ficará
impermeabilizada (zona de armazenamento de resíduos perigosos e zona de assentamento dos
contentores).

Durante o transporte e manuseamento de óleos e combustíveis entre o estaleiro e a obra poderão ocorrer
derrames acidentais, suscetíveis de ser transportados para os cursos de água por intermédio do
escoamento superficial, em caso de ocorrência de chuvadas. Considera-se, porém, que uma eventual
ocorrência será imediatamente contida de acordo com as medidas e cuidados a considerar em fase de
obra, evitando-se assim a propagação de qualquer produto poluente. Esta eventual ocorrência constitui
um impacte negativo, dependendo a sua significância da quantidade e natureza das substâncias
envolvidas no derrame, e também do local, pois poderá haver derrame e não contaminar meio hídrico.

Há ainda a considerar associado ao funcionamento/utilização do estaleiro:

- os consumos de água durante a fase de construção. O abastecimento de água potável nas Estações do
Curral das Freiras e da Boca da Corrida será através da rede pública local. Nestes casos terá de se
recorrer a uma conduta elevatória que transportará a água desde o reservatório público até um
reservatório a construir. O abastecimento na estação do Paredão será através de água engarrafada
para consumo humano.

- a produção de efluentes domésticos no estaleiro, que constitui uma fonte poluente de matéria orgânica.
Contudo, uma vez que será utilizada uma fossa sética estanque para os efluentes gerados, com recolha
periódica ajustada às necessidades, conforme medida de minimização proposta para uma adequada
gestão dos resíduos e efluentes em obra, não serão sentidos impactes nos recursos hídricos superficiais.

A Desmatação/decapagem das áreas a intervencionar (C4) e Movimentação de terras, depósito


temporário de terras e materiais (C5), entre outros, potenciam o risco de erosão hídrica e o consequente

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aumento do transporte de sólidos na drenagem do terreno em situação de ocorrência de chuva. As ações


de desmatação e decapagem do terreno farão aumentar o caudal de ponta de cheia e,
consequentemente, o aumento da erosão do terreno, arrastando sedimentos e aumentado a perda de
solo. Para além disso, as ações de escavação e aterro, destabilizam os solos e torna-os mais vulneráveis
aos fenómenos causadores de erosão.

Caso ocorra precipitação, o arrastamento de elevadas cargas de material sólido, poderá provocar a
colmatação dos leitos de cheia e a obstrução de passagens e estrangulamentos naturais ou artificiais das
linhas de água. O aumento da carga de resíduos sólidos nas linhas de água também afeta diretamente
a qualidade de água, pois interfere em várias características, como a turbidez.

A área de estudo é atravessada por numerosas linhas de água de dimensões variadas que formam uma
rede hidrográfica densa e complexa, sendo algumas delas bem encaixadas no terreno e classificadas
como massa de água pela DQA. As linhas de água de maiores dimensões têm um escoamento perene e
as de menores dimensões, um escoamento intermitente. O relevo acentuado da ilha contribui para que o
possível impacte resultante destas ações seja especialmente sentido na ribeira dos Socorridos.

Dado que o projeto assenta na instalação de infraestruturas associadas ao Sistema de Teleféricos, que
acompanham a morfologia do terreno sem estarem em contacto com o mesmo, as operações de
regularização do terreno far-se-ão localmente, sendo sobretudo nas áreas das estações, minimizando-se
desta forma a movimentação de terras.

Quanto às ações de C3 – Movimentação de pessoas, máquinas e veículos afetos às obras e C6-Transporte


de materiais diversos para construção (betão, aço, madeira, entre outros), prevê-se que o transporte dos
materiais afetos à obra recorra a viaturas pesadas de dimensões consideráveis, podendo existir uma
grande compactação do solo comparativamente a viaturas de pequena a média dimensão. A circulação
das viaturas e máquinas afetas à construção poderá contribuir para a compactação do solo, e
consequente aumento do escoamento superficial, mas é uma situação que será anulada na fase final da
obra após a recuperação das áreas afetadas e que não ficarão ocupadas pelo acesso.

Tal como já referido em relação ao estaleiro, a contaminação dos recursos hídricos superficiais, em
resultado de eventuais descargas acidentais ou derrames de óleos ou outras substâncias poluentes, ou
pelo seu armazenamento inadequado ou durante o transporte, é possível de acontecer, em caso de
chuvadas. É essencial o controlo rigoroso da deposição e manuseamento dos materiais de construção,
devendo ser aplicados todos os esforços de forma a evitar descargas acidentais, e não deverão utilizar-

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se as zonas próximas de linhas de água como áreas de depósito de material ou qualquer outra atividade
que implique riscos de contaminação dos recursos hídricos.

Para minimizar o impacte associado às ações C7 – Construção de edifícios e estruturas de apoio, C8 –


Construção de reservatórios para água de abastecimento e combate a incêndios e outras estruturas de
apoio semelhantes, C9 – Construção de ETAs e C10 – Montagem dos vários equipamentos dos sistemas
de teleférico, foi estabelecida uma faixa com a largura de 10 m para as linhas de água de maior
expressividade e de 5 m para as restantes linhas de água, a partir do leito, ao longo das suas margens,
constituindo-se assim uma faixa non aedificandi.

Os impactes das ações descritas podem ser minimizados se forem aplicadas as medidas de minimização
preconizadas e as regras de boas práticas ambientais na gestão da fase de construção e instalação do
Projeto. No caso de não serem aplicadas as medidas de minimização preconizadas, as ações referidas
poderão induzir impactes de maior magnitude sobre os recursos hídricos superficiais.

Em relação ao C12 - Desmantelamento do estaleiro e recuperação paisagística das zonas


intervencionadas, terá como impacte positivo a recuperação da capacidade de infiltração do solo,
através da sua descompactação, permitindo a normal escorrência das águas.

8.8.3 Fase de exploração


No que respeita à E2 – Presença das infraestruturas, a presença e funcionamento dos teleféricos e Zip
Line é sobrelevada relativamente ao solo, permitem a normal escorrência e infiltração de águas à
superfície. As infraestruturas relacionadas com as estações (incluindo o restaurante e estruturas de apoio), ,
ao alterarem as condições de escoamento do solo nos cursos de água, podem levar a um aumento da
velocidade de escoamento. Ainda assim, considerando que será mantida uma distância de segurança ao
domínio hídrico, não é expectável a ocorrência de quaisquer impactes associados à sua existência e
funcionamento durante a fase de exploração do projeto.

Quanto à E7 – Ações de manutenção dos equipamentos e acessos, na fase de exploração não estão
previstos impactes significativos a nível dos recursos hídricos, tendo em conta que o Projeto em causa não
carece de consumos significativos de água.

Em relação à afetação da qualidade da água, os potenciais impactes encontram-se relacionados com


eventuais situações de acidente na manutenção e reparação dos equipamentos, como derrames
acidentais, que poderão provocar situações de contaminação passiveis de atingir os recursos hídricos em
períodos de precipitação. Porém, caso se verifique a aplicação correta das medidas de minimização

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propostas, as ações decorrentes da fase de exploração não afetarão a qualidade da água dos recursos
hídricos superficiais.

Durante a realização da ação E8 – Corte de vegetação nas áreas exteriores junto aos acessos e
equipamentos, é importante assegurar que a vegetação cortada não é temporariamente colocada nas
margens das linhas de água, de forma a evitar a ocorrência de situações de obstrução da secção por
resíduos e sedimentos que muitas vezes são arrastados, mas é uma situação ultrapassável, devendo nesse
sentido ser efetuada uma vigilância frequente em períodos de precipitação, e uma atuação de limpeza
de detritos sempre que se justifique. Se for cumprida a faixa non aedificandi estalecida durante a
realização desta ação, não é expectável a ocorrência de impactes negativos nos recursos hídricos
superficiais.

O Abastecimento do reservatório de água por autotanques (E9) será realizado recorrendo-se a veículos
pesados que circulam apenas nos caminhos existentes. Na eventualidade de ocorrências de acidentes,
como derrames acidentais, caso se verifique a aplicação correta das medidas de minimização propostas,
esta ação da fase de exploração não afetará a qualidade da água dos recursos hídricos superficiais.

8.8.3.1 Síntese de impactes

No Quadro 8.10sintetizam-se os impactes identificados para as fases de construção e de exploração e


os resultados da aplicação dos classificadores indicados no Quadro 8.1 a esses mesmos impactes.

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Quadro 8.10
Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Sistema de Teleféricos e Parque Aventura em Curral das Freiras na componente
Recursos Hídricos Superficiais – Fase de Construção e Exploração
Possibilidade
Identificação do Âmbito de Desfasamento
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
impacte influência no tempo
minimização
C4 - Risco de erosão
Negativo Reduzida Pouco significativo Local Improvável Temporário Reversível Imediato Indireto Minimizável
Desmatação/decapagem hídrica
das áreas a
intervencionar e C5 -
Movimentação de terras, Aumento da
depósito temporário de carga sólida nas Negativo Reduzida Pouco significativo Local Improvável Temporário Reversível Imediato Indireto Minimizável
terras e materiais, entre linhas de água
outros
Aumento do
caudal de ponta Negativo Reduzida Pouco significativo Local Certo Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
de cheia
Derrames
Negativo Variável Variável Local Provável Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
C2 - Instalação e acidentais
utilização do estaleiro Descargas
acidentais -
Efluentes Negativo Reduzida Pouco significativo Local Improvável Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
domésticos do
estaleiro
Compactação do
C3 - Movimentação de
solo e
pessoas, máquinas e
consequente
veículos afetos às obras Negativo Reduzida Pouco significativo Local Provável Temporário Reversível Imediato Indireto Minimizável
aumento do
e CC6 - Transporte de escoamento
materiais diversos para
superficial

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Possibilidade
Identificação do Âmbito de Desfasamento
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
impacte influência no tempo
minimização
construção (betão, aço, Descargas
madeira, entre outros) acidentais ou Negativo Reduzida Pouco significativo Local Improvável Temporário Reversível Imediato Indireto Minimizável
derrames
Consumos de
Negativo Indeterminado Indeterminado Indeterminado Provável Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
água
C7 – Construção de Compactação do
edifícios e estruturas de solo e
apoio; C8 – Construção consequente
Negativo Reduzida Pouco significativo Local Provável Temporário Reversível Imediato Indireto Minimizável
de reservatórios para aumento do
água de abastecimento e escoamento
combate a incêndios e superficial
outras estruturas de
apoio semelhantes; C9 –
Construção de ETAs; e Descargas
C10 – Montagem dos acidentais ou Negativo Reduzida Pouco significativo Local Improvável Temporário Reversível Imediato Indireto Minimizável
vários equipamentos dos derrames
sistemas de teleférico
C12 - Desmantelamento
Recuperação da
do estaleiro e
capacidade de
recuperação paisagística Positivo Reduzida Pouco significativo Local Certo Permanente Reversível Imediato Direto -
infiltração do
das zonas
solo
intervencionadas
Aumento da
velocidade de Negativo Reduzida Pouco significativo Local Provável Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
escoamento
E2 - Presença das
infraestruturas Alteração das
condições de
Negativo Indeterminada Pouco significativo Local Provável Permanente Reversível Imediato Direto Minimizável
escoamento nos
cursos de água

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Possibilidade
Identificação do Âmbito de Desfasamento
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
impacte influência no tempo
minimização
E7 - Ações de
manutenção dos
equipamentos e acessos
Derrames
e E8 – Corte de Negativo Reduzida Pouco significativo Local Improvável Temporário Reversível Imediato Indireto Minimizável
acidentais
vegetação nas áreas
exteriores junto aos
acessos e equipamentos
Compactação do
solo e
consequente
Negativo Reduzida Pouco significativo Local Certo Temporário Reversível Imediato Indireto Minimizável
E9 – Abastecimento do aumento do
reservatório de água por escoamento
autotanques superficial
Descargas
acidentais ou Negativo Reduzida Pouco significativo Local Improvável Temporário Reversível Imediato Indireto Minimizável
derrames

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8.9 IMPACTES NOS SOLOS E OCUPAÇÃO DO SOLO

8.9.1 Ações indutoras de impacte no Solo

No Quadro 8.11 listam-se as ações consideradas geradoras de impacte ao nível da componente Solos e
Ocupação do solo nas fases de construção e exploração.

Quadro 8.11
Ações consideradas na análise dos impactes na componente Solos
Fase Ação
C2 - Instalação e utilização dos estaleiros
C4 - Desmatação/decapagem das áreas a intervencionar
C5 - Movimentação de terras, depósito temporário de terras e materiais, entre outros
C7 - Construção de edifícios e estruturas de apoio
Construção
C8 - Construção de reservatórios para água de abastecimento e combate a incêndios e outras estruturas
de apoio semelhantes
C9 - Construção de ETA
C12 - Desmantelamento do estaleiro e recuperação paisagística das zonas intervencionadas
Exploração E2 - Presença das infraestruturas

8.9.2 Solos

8.9.2.1 Fase de Construção

Durante a fase de construção, prevê-se a ocorrência de diversas ações que poderão conduzir a efeitos
negativos nas diferentes classes de solos. Estas ações estão associadas à desmatação/decapagem e
limpeza das áreas a intervencionar, movimentação de terras, tornarão os solos mais suscetíveis à ação
dos agentes erosivos, podendo acentuar ou determinar processos de erosão, arrastamento de solos,
contaminação e a compactação de solos decorrente da passagem e manobra de máquinas afetas à obra.

Globalmente, os principais impactes nos solos são negativos e de âmbito local, resultam principalmente
da ocupação de solos Terreno Acidentado Districo (TAd) e Andossolos Úmbricos (ANu). Tendo em atenção
as áreas a afetar e a tipologia de afetação, não se considera que os impactes resultantes sejam
significativos ou que assumam qualquer magnitude de relevar. São, no entanto, impactes permanentes.

No Quadro 8.12 sintetizam-se os impactes identificados sobre os solos para a fase de construção e os
resultados da aplicação dos classificadores indicados no Quadro 8.1 a esses mesmos impactes.

301

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8.9.2.2 Fase de Exploração

Na fase de exploração verifica-se que os impactes negativos identificados, previstos e avaliados


relativamente à fase de construção, e considerados permanentes, se vão manter.

A instalação das infraestruturas e dos equipamentos determinarão impactes de natureza reversível sobre
os solos. As áreas de implantação correspondem, essencialmente, aos locais de implantação das estações.

Desta forma, na fase de exploração, permanecem os impactes negativos associados à destruição


permanente do solo, já quantificados na fase de construção, realçando-se o facto da situação influenciar
os atuais usos do solo durante o seu tempo útil de vida do projeto.

302

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Quadro 8.12
Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto do Teleférico na componente Solos – Fase de Construção
Possibilidade
Identificação Âmbito de Desfasamento
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
do impacte influência no tempo
minimização
Processos de
erosão e Pouco
C2 Negativo Reduzida Local Provável Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
arrastamento significativo
Instalação e utilização dos de solos
estaleiros
Contaminação Pouco
dos solos
Negativo Reduzida Local Improvável Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
significativo
Processos de
C5 erosão e Pouco
Movimentação de terras, arrastamento Negativo Reduzida
significativo
Local Provável Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
depósito temporário de de solos
terras e materiais, entre
Contaminação Pouco
outros dos solos
Negativo Reduzida Local Improvável Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
significativo
Processos de
C6 erosão e Pouco
arrastamento
Negativo Reduzida Local Provável Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
Transporte de materiais significativo
diversos para construção de solos
(betão, aço, madeira,
Contaminação Pouco
entre outros) dos solos
Negativo Reduzida Local Improvável Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
significativo
Processos de
erosão e Pouco
C7 arrastamento
Negativo Reduzida Local Provável Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
significativo
Construção de edifícios e de solos
estruturas de apoio
Contaminação Pouco
dos solos
Negativo Reduzida Local Improvável Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
significativo

303

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8.9.3 Ocupação do Solo

8.9.3.1 Ações indutoras de impactes na Ocupação do Solo

A área de projeto encontra-se ocupada: 1) Estações do Paredão e Boca da Corrida - por comunidades
arbustivas (giestal) e pontualmente Povoamento de Folhosas; 2) Estação Curral das Freiras – por Tecido
Urbano Descontinuo; e 3) Parque aventura – fundamentalmente por um povoamento de folhosas (vd.
Figura 6.20).

No Quadro 8.13 listam-se as ações consideradas geradoras de impacte ao nível da Ocupação do Solo
nas fases de construção e exploração do Projeto.

Quadro 8.13
Ações consideradas na análise dos impactes na componente Ocupação do Solo
Fase Ação
C2 - Instalação e utilização dos estaleiros;

C3 - Movimentação de pessoas, máquinas e veículos afetos às obras;


C4 - Desmatação/decapagem das áreas a intervencionar;
C5 - Movimentação de terras, depósito temporário de terras e materiais, entre outros;
C6 - Transporte de materiais diversos para construção (betão, aço, madeira, entre outros);

C7 - Construção de edifícios e estruturas de apoio;


Construção
C8 - Construção de reservatórios para água de abastecimento e combate a incêndios e
outras estruturas de apoio semelhantes;
C9 - Construção de ETA;

C10 - Montagem dos vários equipamentos dos sistemas de teleférico;

C11 - Desenrolamento/instalação dos cabos do teleférico e zip line;

C12 - Desmantelamento do estaleiro e recuperação paisagística das zonas intervencionadas.

E2 - Presença das infraestruturas;

E5 - Funcionamento/presença do restaurante e estuturas de apoio (ETAs, entre outros);

Exploração
E6 - Funcionamento/presença do parque aventura;

E7 - Ações de manutenção dos equipamentos e acessos;

305

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Fase Ação

E8 - Corte de vegetação nas áreas exteriores juntos aos acessos e equipamentos.

8.9.4 Fase de construção

Os impactes sobre a ocupação do solo da fase de construção serão essencialmente resultantes das
atividades que promovem a sua destruição, nomeadamente os infringidos no processo de preparação do
terreno para implantar o Projeto. Estas intervenções irão modificar a tipologia de ocupação.

As ações inerentes a esta fase promoverão:

• Nas Estações Paredão e Boca da Corrida: A destruição de pequenas áreas de matos e,


pontualmente, folhosas;

• Na Estação Curral das Freiras: alterações praticamente inexistentes;

• No Parque aventura: alterações praticamente inexistentes.

De uma forma global (vd. Quadro 8.14), considera-se que os impactes serão negativos, pouco
significativos, direto/indiretos, de reduzida magnitude, certos, locais e reversíveis.

306

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Quadro 8.14
Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto na componente Ocupação do solo - Fase de Construção
Possibilidade
Ação/ Identificação do Âmbito de Desfasamento
Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
atividade impacte influência no tempo
minimização
Modificação da
C2 tipologia de Negativo Reduzida Insignificante Local Certos Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
ocupação
Modificação da
C3 tipologia de Negativo Reduzida Insignificante Local Certos Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
ocupação
Modificação da
Pouco
C4 tipologia de Negativo Reduzida Local Certos Permanente Reversível Longo prazo Direto/indireto Minimizável
significativa
ocupação
Modificação da
Pouco
C5 tipologia de Negativo Reduzida Local Certos Temporários Reversível Imediato indireto Minimizável
significativa
ocupação
Modificação da
C6 tipologia de Negativo Reduzida Insignificante Local Certos Temporários Reversível Imediato indireto Minimizável
ocupação
Modificação da Minimizável
Pouco
C7 tipologia de Negativo Reduzida Local Certos Permanente Reversível Longo prazo Direto
significativa
ocupação
Modificação da Minimizável
Pouco
C8 tipologia de Negativo Reduzida Local Certos Permanente Reversível Longo prazo Direto
significativa
ocupação

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Possibilidade
Ação/ Identificação do Âmbito de Desfasamento
Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
atividade impacte influência no tempo
minimização
Modificação da Minimizável
Pouco
C9 tipologia de Negativo Reduzida Local Certos Permanente Reversível Longo prazo Direto
significativa
ocupação
Modificação da
Pouco
C10 tipologia de Negativo Reduzida Local Certos Temporários Reversível Curto prazo Direto Minimizável
significativa
ocupação
Modificação da
Pouco
C11 tipologia de Negativo Reduzida Local Certos Temporários Reversível Curto prazo Direto Minimizável
significativa
ocupação
Melhoria da
Pouco Imediato/ Não
C12 ocupação Positivo Reduzida Local Provável Temporários Reversível Direto
significativa Médio prazo minimizável
resultante

308

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8.9.5 Fase de exploração

Na fase de exploração não se esperam impactes negativos adicionais no âmbito da ocupação do solo.

8.10 IMPACTES NOS SISTEMAS ECOLÓGICOS - FLORA, VEGETAÇÃO E


HABITATS

8.10.1 Metodologia

O estudo realizado fundamentou-se em ferramentas do Sistema de Informação Geográfica (SIG),


nomeadamente no Software ArcGIS 10.1 para Windows. Recorreu-se à informação retida na projeção
espacial georreferenciada, carta de ocupação do solo e de habitats naturais que constam na Diretiva n.º
2013/17/UE (shapefile realizada no presente estudo). O Software usado permitiu representar no espaço
os valores naturais existentes, e avaliar as situações de conflito resultantes da interseção destes com as
potenciais infraestruturas que venham a fazer parte do Projeto. A avaliação efetuada fundamentou-se
no conhecimento adquirido ao longo do tempo, pela presente equipa, na determinação de impactes e
em ações de acompanhamento/monitorização de empreendimentos similares ao do presente estudo.

8.10.2 Ações indutoras de impactes na Flora

Segundo a cartografia de ocupação do solo efetuada, a área prevista para a implantação do Sistema
de Teleféricos e Parque Aventura não revela a presença de formações florísticas que se encontrem
classificadas pela Diretiva n.º 2013/17/UE, do Conselho, de 13 de maio de 2013, que procedeu à
alteração da Diretiva n.º 79/409/CEE, do Conselho, de 2 de abril 1979 (a qual tinha sido transposta
para a ordem jurídica portuguesa pelo Decreto-Lei nº 49/2005, de 24 de fevereiro, relativa à
conservação das aves selvagens - Diretiva aves) e da Diretiva n.º 92/43/CEE, do Conselho, de 21 de
maio de 1992, relativa à preservação dos habitats naturais, flora e fauna selvagem. Em trabalho de
campo também não se registou a presença de nenhuma espécie com estatuto de ameaça nomeadamente,
não se identificou a presença das espécies Monizia edulis, Autonoe madeirensis e Musschia aurea.

A área de projeto encontra-se colonizada: 1) Estações do Paredão e Boca da Corrida - por comunidades
arbustivas (giestal); 2) Estação Curral das Freiras – por uma comunidade ruderal; e 3) Parque aventura
– por um povoamento de folhosas (vd. Figura 6.20).

Globalmente, as ações previstas irão decorrer sobre áreas com reduzido valor de conservação, cingindo-
se os impactes negativos à perturbação, de ordem temporária, causada no decorrer das obras,
309

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nomeadamente a resultante da construção das edificações e do aumento da presença humana (aumento


da circulação de pessoas e veículos).

No Quadro 8.15 listam-se as ações consideradas geradoras de impacte ao nível da flora e vegetação
nas fases de construção e exploração do Projeto.

Quadro 8.15
Ações consideradas na análise dos impactes na componente Flora e Vegetação
Fase Ação
C2 - Instalação e utilização dos estaleiros;

C3 - Movimentação de pessoas, máquinas e veículos


afetos às obras;
C4 - Desmatação/decapagem das áreas a
intervencionar;
C5 - Movimentação de terras, depósito temporário
de terras e materiais, entre outros;
C6 - Transporte de materiais diversos para
construção (betão, aço, madeira, entre outros);

Construção C7 - Construção de edifícios e estruturas de apoio;


C8 - Construção de reservatórios para água de
abastecimento e combate a incêndios e outras
estruturas de apoio semelhantes;
C9 - Construção de ETA;
C10 - Montagem dos vários equipamentos dos
sistemas de teleférico;
C11 - Desenrolamento/instalação dos cabos do
teleférico e zip line;
C12 - Desmantelamento do estaleiro e recuperação
paisagística das zonas intervencionadas.

E2 - Presença das infraestruturas;

E5 - Funcionamento/presença do restaurante e
estuturas de apoio (ETAs, entre outros);

E6 - Funcionamento/presença do parque aventura;


Exploração

E7 - Ações de manutenção dos equipamentos e


acessos;

E8 - Corte de vegetação nas áreas exteriores juntos


aos acessos e equipamentos.

310

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8.10.3 Fase de construção

Na análise do presente Projeto foi considerado como um impacte todas as modificações que induzem um
desvio à evolução da situação atual, podendo decorrer direta ou indiretamente da execução do Projeto.
Refira-se ainda que os impactes ambientais de qualquer intervenção humana dependem da sua natureza,
mas também da sensibilidade dos sistemas sobre os quais se atua.

A análise dos impactes foi realizada através de uma abordagem qualitativa, em que foram identificadas
as principais ações potenciadoras de impactes sobre a comunidade florística existente. Por se tratar de
áreas colonizadas por comunidades vegetais com reduzido valor de conservação, onde é manifesta a
forte perturbação antrópica, pode-se considerar que esta revela reduzida relevância ecológica e
conservacionista.

Os impactes sobre a flora e vegetação decorrentes da fase de construção serão essencialmente


resultantes das atividades que promovem a sua destruição, nomeadamente os infringidos no processo de
preparação do terreno para implantar o Projeto. Entre as atividades mencionadas ressalvam-se as ações
de limpeza e decapagem dos solos. Estas ações vão originar impactes maioritariamente negativos na
flora e vegetação.

Seguidamente apresentam-se os impactes esperados, bem como a sua classificação para este descritor.
Na elaboração do presente Projeto foi dada particular atenção à ocupação do solo existente, tendo-se
eleito uma área de intervenção sem a presença de espécies e habitats que revelam valor de conservação.
Na sua totalidade projetou-se sobre áreas colonizadas por matos (giestais), por comunidades ruderais e
sobre uma com um povoamento de folhosas, comunidades vegetais com reduzido valor de conservação.

As ações inerentes a esta fase promoverão:

• Nas Estações Paredão e Boca da Corrida: A destruição de pequenas áreas atualmente colonizada
por matos (giestal), área referente aos locais onde se pretende construir;

• Na Estação Curral das Freiras: A destruição de uma pequena área atualmente colonizada por
uma comunidade vegetal ruderal, área referente ao local onde se pretende construir;

• No Parque aventura: A perturbação de um povoamento de folhosas.

311

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De uma forma geral, sentir-se-á ainda a antropização do coberto vegetal na área envolvente do Projeto.
Os níveis de perturbação sobre as formações vegetais na envolvente poderão aumentar ligeiramente
face ao que atualmente se observa, podendo produzir-se alguma diminuição na biodiversidade e um
aumento do desenvolvimento de espécies ruderais.

De uma forma global (vd. Quadro 8.16), considera-se que os impactes serão negativos, pouco
significativos, direto/indiretos, de reduzida magnitude, certos, locais e reversíveis.

312

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Quadro 8.16
Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto na componente Flora, Vegetação e Habitats - Fase de Construção
Possibilidade
Ação/ Identificação do Âmbito de Desfasamento
Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
atividade impacte influência no tempo
minimização
Destruição da
C2 Negativo Reduzida Insignificante Local Certos Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
vegetação
Pisoteio e
C3 produção de Negativo Reduzida Insignificante Local Certos Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
poeiras
Destruição da Pouco
C4 Negativo Reduzida Local Certos Permanente Reversível Longo prazo Direto/indireto Minimizável
vegetação significativa
Pisoteio e
Pouco
C5 produção de Negativo Reduzida Local Certos Temporários Reversível Imediato indireto Minimizável
significativa
poeiras
Pisoteio e
C6 produção de Negativo Reduzida Insignificante Local Certos Temporários Reversível Imediato indireto Minimizável
poeiras
Pisoteio e
Pouco Não
C7 produção de Negativo Reduzida Local Certos Permanente Reversível Longo prazo Direto
significativa minimizável
poeiras
Pisoteio e
Pouco Não
C8 produção de Negativo Reduzida Local Certos Permanente Reversível Longo prazo Direto
significativa minimizável
poeiras
Pisoteio e
Pouco Não
C9 produção de Negativo Reduzida Local Certos Permanente Reversível Longo prazo Direto
significativa minimizável
poeiras

313

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Possibilidade
Ação/ Identificação do Âmbito de Desfasamento
Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
atividade impacte influência no tempo
minimização
Pisoteio e
Pouco
C10 produção de Negativo Reduzida Local Certos Temporários Reversível Curto prazo Direto Minimizável
significativa
poeiras
Pisoteio e
Pouco
C11 produção de Negativo Reduzida Local Certos Temporários Reversível Curto prazo Direto Minimizável
significativa
poeiras
Restabelecimento
Pouco Imediato/ Não
C12 da vegetação Positivo Reduzida Local Provável Temporários Reversível Direto
significativa Médio prazo minimizável
autóctone

314

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8.10.4 Fase de exploração

Na fase de exploração não se esperam impactes negativos adicionais no âmbito da flora e vegetação
(vd. Quadro 8.17).

Durante esta fase, alguns dos impactes negativos originados na fase de construção assumirão um carácter
definitivo ou por um tempo prolongado, é o caso dos espaços que se encontrarão edificados e que
promoveram a perda de território para colonizar. Relativamente à restante área, direta e indiretamente
perturbada no momento de construção, é expectável que a vegetação entre num processo de
recuperação, regenerando a vegetação a partir do banco de sementes que se encontrará presente na
camada superficial do solo.

A segurança dos edificados exigirá uma manutenção do porte do coberto vegetal na sua envolvente. Este
controlo terá impactes na flora e vegetação que aí se pretende estabelecer, considerando-se que sejam
maioritariamente de sentido negativo, pouco significativos, com reduzida magnitude, certos, locais e
reversíveis.

Durante a fase de exploração prevê-se ainda a ocorrência de impactes com carácter temporário sobre
a flora e vegetação existente, nomeadamente os resultantes da movimentação de veículos e pessoas
afetas à manutenção ou que utilizarão as infraestruturas construídas. O pisoteio e as poeiras produzidas
pela movimentação dos veículos, em particular durante a época seca, acumulam-se na vegetação
circundante, debilitando os indivíduos pela interferência nos seus processos fisiológicos, em particular na
taxa fotossintética.

Em termos gerais, o impacte no decorrer da fase de exploração considera-se negativo, pouco


significativo, com reduzida magnitude, certo, local e reversível.

315

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Quadro 8.17
Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto na componente Flora e Vegetação - Fase de Exploração
Ação/ Identificação do Âmbito de Desfasamento Possibilidade de
Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo
atividade impacte influência no tempo minimização
Perda de território Pouco
E2 Negativo Reduzida Local Certos Permanente Reversível Longo prazo Direto Não minimizável
para colonizar significativo
Perda de território Pouco
E5 Negativo Reduzida Local Certos Permanente Reversível Longo prazo Direto Não minimizável
para colonizar significativo
Perturbação da Pouco
E6 Negativo Reduzida Local Certos Temporários Reversível Imediato Direto Minimizável
vegetação significativo
Perturbação da Pouco
E7 Negativo Reduzida Local Certos Temporários Reversível Imediato Direto Minimizável
vegetação significativo
Perturbação da
vegetação/
Pouco
E8 Estabelecimento Negativo Reduzida Local Certos Temporários Reversível Imediato Direto Minimizável
significativo
de comunidade
herbácea

316

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8.11 IMPACTES NOS SISTEMAS ECOLÓGICOS - FAUNA

8.11.1 Considerações gerais

Após a apresentação da caraterização da fauna presente no projeto em análise, e tendo em


consideração as afetações potenciais resultantes da implementação do Projeto sobre a fauna, pretende-
se neste capítulo abordar os impactes previsíveis para as fases de construção e exploração do Projeto.

Existem, essencialmente, três grupos de impactes sobre a fauna: a perturbação; a perda direta de
elementos ou mortalidade; e a perda de espaço biótico/habitat.

Quanto à perturbação, as atividades desenvolvidas, especialmente na fase de construção, como a


destruição da vegetação, a utilização de maquinaria, a instalação de diferentes estruturas ou o transporte
de pessoas e materiais irão promover o afastamento das espécies de maior mobilidade e sensibilidade,
nomeadamente, aves e mamíferos.

No que respeita à perda direta de elementos ou mortalidade (impacte também muito associado à fase
de construção), será esperado, especialmente para espécies com reduzida mobilidade, por
atropelamento ou esmagamento. A sua perda resulta, fundamentalmente, das movimentações de viaturas
pesadas, movimentações de terras ou desmatação.

Por outro lado, a perda de espaço biótico/habitat resultante da (1) desmatação/desarborização da


área a intervir e (2) da construção de estruturas temporárias (e.g., estaleiros), poderá originar o
desequilíbrio do ecossistema com os consequentes impactes para a fauna. Esta perda supõe uma
modificação no espaço natural que dará lugar à procura, por parte das espécies presentes, de habitat
de substituição.

8.11.2 Ações indutoras de impactes na Fauna

A listagem das ações consideradas geradoras de impacte ao nível da componente Fauna nas fases de
construção e exploração é apresentada no Quadro 8.18.

317

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Quadro 8.18
Ações consideradas na análise dos impactes na componente Fauna.
Fase Ação
C2 - Instalação e utilização dos estaleiros
C3 - Movimentação de pessoas, máquinas e veículos afetos às obras
C4 - Desmatação/decapagem das áreas a intervencionar
C5 - Movimentação de terras, depósito temporário de terras e materiais, entre outros
C6 - Transporte de materiais diversos para construção (betão, aço, madeira, entre outros)
C7 - Construção de edifícios e estruturas de apoio
Construção
C8 - Construção de reservatórios para água de abastecimento e combate a incêndios e outras
estruturas de apoio semelhantes
C9 - Construção de ETA
C10 - Montagem dos vários equipamentos dos sistemas de teleférico
C11 - Desenrolamento/instalação dos cabos do teleférico e zip-line
C12 - Desmantelamento do estaleiro e recuperação paisagística das zonas intervencionadas
E2 - Presença das infraestruturas
E3 - Funcionamento/presença dos teleféricos
E4 - Funcionamento/presença da zip-line
E5 - Funcionamento/presença do restaurante e estruturas de apoio (ETAs, entre outros)
Exploração E6 - Funcionamento/presença do parque aventura
E7 - Ações de manutenção dos equipamentos e acessos
E8 - Corte de vegetação nas áreas exteriores juntos aos acessos e equipamentos
E9 - Abastecimento do reservatório de água por autotanques
D3 - Recuperação paisagística

8.11.3 Fase de construção

Durante a fase de construção das infraestruturas que compõem o Projeto, é prevista a ocorrência de
diversas ações que poderão conduzir a efeitos negativos para os diferentes grupos faunísticos em análise.
Estas ações estão associadas à desmatação e limpeza das áreas a intervencionar, à construção e
instalação das infraestruturas que constituem o projeto, bem como dos estaleiros e de outras estruturas
temporárias anexas à construção dos empreendimentos.

As ações previstas terão como efeitos principais a perda de habitat, a degradação dos habitats
adjacentes e o aumento do risco de mortalidade de algumas espécies por atropelamento, particularmente
devido ao incremento da perturbação dos padrões de calma e ao aumento da circulação de pessoas e
veículos. No entanto, considera-se que os padrões de calma atuais, tanto o local dentro da povoação de
Curral das Freiras, como perto do Miradouro do Paredão encontram-se já muito perturbados, visto
corresponderem a locais habitacionais e de turismo e lazer, respetivamente. Já o local da Boca da
318

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Corrida, onde se localizarão as infraestruturas de maior dimensão, corresponde a um local de menor


perturbação, apesar da presença do posto florestal e de um local utilizado para turismo de natureza.

As ações relacionadas com a instalação e utilização dos estaleiros e com a movimentação de pessoas,
máquinas e veículos afetos às obras (ações C2 e C3) levarão à perturbação da fauna presente,
nomeadamente devido à produção de ruído e vibrações, resultando num efeito de exclusão da fauna,
sobretudo de aves e mamíferos, diminuindo a sua diversidade. Este efeito não se limita à área
intervencionada, prolongando-se pelas áreas contíguas, o que, em conjunto com o aumento da emissão
de poluentes associada ao aumento de tráfego resulta na degradação dos habitats presentes na
envolvente das áreas a intervencionar. Tratando-se de áreas muito reduzidas, e com níveis médios de
perturbação atuais (pela presença de viaturas e pessoas diariamente), considera-se que o impacte é
pouco significativo.

A circulação de maquinaria e veículos pesados poderá levar ainda ao aumento do risco de


atropelamento, sobretudo sobre espécies com menor mobilidade, como répteis e pequenos mamíferos
(não voadores). Considera-se que o potencial impacte associado ao risco de atropelamento é minimizável
pelo estabelecimento de medidas relativas aos limites de velocidade nas áreas afetas à obra. Refira-se
que os acessos existem atualmente para as três áreas de atuação, não sendo necessária a abertura ou
reabilitação de qualquer caminho.

Relativamente à desmatação/decapagem das áreas a intervencionar (ação C4), a destruição do coberto


vegetal na área onde se instalarão as infraestruturas do Sistema de Teleféricos resultará na perda de
habitats e na exclusão de espécies da área a intervencionar. Como a área que se prevê desmatar é
composta por giestais, considera-se que este biótopo tem um valor médio para a generalidade da fauna,
prevendo-se que esta ação resulte num impacte moderado sobre a generalidade das espécies que
potencialmente ocorrem na área de estudo (embora se considere que encontrem em áreas contíguas
habitats de substituição). De referir que se prevê também a limpeza dos elementos arbustivos e herbáceos
para a instalação de alguns elementos no Parque Aventura, não se prevendo o corte de qualquer
elemento arbóreo no local.

Considera-se que o trabalho de decapagem conduzirá ainda à perturbação da fauna, devido à


produção de ruído e vibrações, resultando num efeito de exclusão das espécies, sobretudo de aves,
diminuindo a diversidade faunística. Este efeito não se limitará às áreas intervencionadas, prolongando-
se pelas áreas contíguas (em particular, no vale encaixado do Curral das Freiras), levando à degradação
da qualidade dos habitats adjacentes à área intervencionada, ainda que com um reduzido intervalo
temporal e espacial.
319

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As ações relacionadas com a construção e instalação de estruturas do Sistema de Teleféricos (C5, C6,
C7, C8, C9, C10 e C11) levam à perturbação, nomeadamente devido à produção de ruído e vibrações,
resultando num efeito de exclusão temporário da fauna, sobretudo de aves, mas também de répteis e
mamíferos, diminuindo a diversidade faunística. Este efeito não se limitará às áreas de intervenção,
prolongando-se pelas áreas contíguas, o que, em conjunto com a emissão de poluentes produzida pelas
máquinas e veículos afetos à obra, resultará na degradação dos habitats presentes na envolvente da
área intervencionada. Consideram-se pouco significativos os impactes referentes a estas ações, devido à
reduzida dimensão do projeto e ao pequeno intervalo temporal previsto para a sua construção.

Adicionalmente, a instalação de algumas estruturas (e.g. estações de teleféricos, plataformas de arranque


e de chegada de Zip-line, ETA, reservatórios para água) resultará na perda permanente de habitat para
algumas espécies, devido ao aumento de área impermeabilizada.

Por último, o desmantelamento do estaleiro e recuperação paisagística das zonas intervencionadas


(ação C12) resultará na melhoria das condições de habitabilidade para algumas espécies, permitindo
que estas recolonizem a área, após a cessação das alterações, ainda que a ação resulte na perturbação
sobre a fauna durante devido à produção de ruído e vibrações e à degradação temporária dos habitats
circundantes.

No Quadro 8.19 sintetizam-se os impactes identificados sobre a fauna para a fase de construção e os
resultados da aplicação dos classificadores indicados no Quadro 8.1 a esses mesmos impactes.

320

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Quadro 8.19
Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto do Teleférico na componente Fauna – Fase de Construção
Possibilidade
Identificação do Âmbito de Desfasamento
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
impacte influência no tempo
minimização
Pouco Não
C2 Perda de habitat Negativo Reduzida Local Provável Temporário Reversível Imediato Direto
significativo minimizável
Instalação e utilização
dos estaleiros Degradação de Pouco Não
Negativo Reduzida Local Provável Temporário Reversível Imediato Direto
habitats significativo minimizável
C3 Degradação de Pouco Não
Negativo Reduzida Local Provável Temporário Reversível Imediato Direto
Movimentação de habitats significativo minimizável
pessoas, máquinas e Mortalidade por Pouco
veículos afetos às obras atropelamento Negativo Reduzida Local Provável Temporário Irreversível Imediato Direto Minimizável
significativo
C4 Não
Perda de habitat Negativo Moderada Significativo Local Certo Permanente Reversível Imediato Direto
Desmatação/ minimizável
decapagem das áreas Degradação de Pouco Não
a intervencionar Negativo Reduzida Local Provável Temporário Reversível Imediato Direto
habitats significativo minimizável
C5
Movimentação de
Mortalidade por Pouco
terras, depósito Negativo Reduzida Local Provável Temporário Irreversível Imediato Direto Minimizável
atropelamento significativo
temporário de terras e
materiais, entre outros
C6 Degradação de Pouco Não
Negativo Reduzida Regional Provável Temporário Reversível Imediato Direto
Transporte de materiais habitats significativos minimizável

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Possibilidade
Identificação do Âmbito de Desfasamento
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
impacte influência no tempo
minimização
diversos para
Mortalidade por Pouco Não
construção (betão, aço, Negativo Reduzida Regional Provável Temporário Irreversível Imediato Direto
atropelamento significativo minimizável
madeira, entre outros)
C7
Degradação de Não
Construção de edifícios Negativo Nula Insignificante Local Improvável Temporário Reversível Imediato Direto
habitats minimizável
e estruturas de apoio
C8
Degradação de Pouco Não
Construção de Negativo Reduzida Local Provável Temporário Reversível Imediato Direto
habitats significativo minimizável
reservatórios para água
Pouco Não
Perda de Habitat Negativo Reduzida Local Provável Permanente Irreversível Imediato Direto
C9 significativo minimizável
Construção de ETA Degradação de Pouco Não
Negativo Reduzida Local Provável Temporário Irreversível Imediato Direto
habitats significativo minimizável
Degradação de Não
Negativo Reduzida Insignificante Local Provável Temporário Reversível Imediato Direto
C10 habitats minimizável
Montagem dos vários Pouco Não
equipamentos dos Perda de Habitat Negativo Reduzida Local Provável Permanente Irreversível Imediato Direto
significativo minimizável
sistemas de teleférico
Mortalidade por Pouco
Negativo Reduzida Local Provável Temporário Irreversível Imediato Direto Minimizável
atropelamento significativo
C11
Desenrolamento/ Degradação de Pouco Não
Negativo Reduzida Local Provável Temporário Reversível Imediato Direto
instalação dos cabos do habitats significativo minimizável
teleférico e zip-line
C12 Degradação de Pouco Não
Negativo Reduzida Local Provável Temporário Reversível Imediato Direto
Desmantelamento do habitats significativo minimizável

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Possibilidade
Identificação do Âmbito de Desfasamento
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
impacte influência no tempo
minimização
estaleiro e recuperação
Recuperação de Pouco De médio
paisagística das zonas Positivo Reduzida Local Provável Permanente Reversível Direto Não aplicável
habitats significativo prazo
intervencionadas

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8.11.4 Fase de exploração

Na fase de exploração, ainda que exista uma aproximação aos padrões de calma originais, é expetável
que o funcionamento do Sistema de Teleféricos e do Parque Aventura possa provocar alterações no
comportamento de algumas espécies que utilizam a área dando lugar a fenómenos de perturbação e de
afastamento. Ainda assim, prevê-se que a grande maioria das espécies se habituem à nova situação.

Prevê-se que, na fase de exploração, as perturbações sejam devidas ao funcionamento dos novos
elementos (teleférico e zip-line), ao aumento previsto de número de pessoas (funcionários afetos às
infraestruturas e turistas), a ações pontuais de manutenção e reparação de equipamentos e à gestão da
vegetação que possa interferir com o bom funcionamento dos diferentes elementos.

As ações relacionadas com a presença e funcionamento dos novos elementos (ações E2, E3, E4, E5 e E6)
levarão a uma perturbação da fauna, com o previsível aumento do ruído pelo funcionamento do
teleférico. Prevê-se que o impacte será particularmente evidente na comunidade avifaunística, sendo
expectável a sua habituação à presença das estruturas e à perturbação causada pelo funcionamento das
mesmas para a maioria das espécies de aves.

No entanto, a presença dos cabos (teleféricos e zip-line) poderá funcionar como um local de colisão para
aves (em especial, espécies migradoras) que, em determinadas condições meteorológicas (como nevoeiro
ou baixa visibilidade), resultará em mortalidade ou ferimentos dos indivíduos.

Apesar da bibliografia sobre os impactes da construção e funcionamento de teleféricos sobre as aves ser
escassa, dados recolhidos em Hong Kong (MTR, 2003) e na Irlanda (Roughan & O’Donovan, 2019)
mostram que os impactes do funcionamento dos teleféricos são muito reduzidos. Esta conclusão relaciona-
se tanto com a visibilidade tanto das cabinas dos teleféricos como dos cabos (permitindo às aves detetar
a sua presença), mas também com a baixa velocidade do funcionamento dos próprios teleféricos
(possibilitando o desvio atempadamente). Ambos os estudos revelam que a visibilidade é o fator decisivo
para a colisão, estando esta dependente dos fenómenos meteorológicos como nevoeiro, neblina ou chuva.
Por último, consideram que poderá ocorrer um potencial fenómeno de colisão com as cabinas do teleférico
devido à presença de vidro ou superfície espelhada (como se passa, por exemplo, com centrais solares
fotovoltaicas; Smith & Dwyer, 2016). Este impacte poderá ser minimizado pela colocação de marcas
adesivas nos vidros exteriores, permitindo sinalizar melhor a presença dos obstáculos às aves, sendo um
meio pouco dispendioso e eficiente (Klem, 1989; Mitrus & Zbyryt, 2018; Lopes, 2019).

324

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Analisando os locais de nidificação das espécies de aves ameaçadas, conclui-se que não são coincidentes
com a localização das futuras infraestruturas. No entanto, desconhece-se se as áreas vitais (incluindo áreas
de caça) destas espécies atravessam o vale do Curral das Freiras. Justifica-se, em fase de RECAPE,
aprofundar esta análise.

Segundo as informações fornecidas, a atividade do teleférico e da zip-line será exclusivamente diurna,


prevendo-se a ausência de impacte sobre as espécies de etologia noturna, como aves (Coruja-das-torres
Tyto alba) e mamíferos, incluindo o grupo dos quirópteros. De salientar que, com base no sistema de
ecolocação deste grupo, a probabilidade de colisão com as infraestruturas construídas (cabos e cabinas
dos teleféricos) é insignificante.

As áreas vedadas, inerentes à presença do Parque Aventura (ação E6), podem ainda potencialmente
resultar na perda de espaço biótico para algumas espécies de mamíferos e de aves. No entanto,
aproximadamente metade do local já se encontra atualmente com uma vedação (Fotografia 8.1),
considerando-se o efeito-barreira como insignificante neste local.

Fotografia 8.1 – Vedação existente.

As atividades relacionadas com a manutenção dos equipamentos e acessos (ação E7) e com o
abastecimento do reservatório de água por autotanques (ação E9) resultarão em episódios pontuais de
perturbação das espécies, nomeadamente devido à produção de ruído e vibrações, resultando num efeito
de exclusão da fauna, sobretudo de aves e mamíferos, diminuindo a diversidade faunística. Este efeito
não se limitará à área intervencionada, prolongando-se pelas áreas contíguas, o que, em conjunto com a
emissão de poluentes produzida pelas máquinas e veículos afetos a estas atividades, resultará na
degradação dos habitats presentes na envolvente da área a intervencionar.

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Adicionalmente a circulação de maquinaria e veículos pesados levará ainda ao aumento do risco de


atropelamento, sobretudo sobre espécies com menor mobilidade, como répteis e pequenos mamíferos.
Contudo, o impacte poderá ser minimizado pela limitação da velocidade das viaturas na sua circulação.

Já o corte de vegetação nas áreas exteriores juntos aos acessos e equipamentos (ação E8) conduzirá
à perturbação da fauna, devido à produção de ruído e vibrações, resultando num efeito de exclusão das
espécies, sobretudo de aves e mamíferos, diminuindo a diversidade faunística. Este efeito não se limitará
à área intervencionada, prolongando-se pelas áreas contíguas, ainda que pontualmente. Considera-se
que estas intervenções serão muito esporádicas, e insignificativas sobre a fauna presente.

No Quadro 8.20 sintetizam-se os impactes identificados para a fase de exploração e os resultados da


aplicação dos classificadores indicados no Quadro 8.1 a esses mesmos impactes.

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Quadro 8.20
Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto do Teleférico na componente Fauna – Fase de Exploração
Âmbito Possibilidade
Identificação do Desfasamento
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância de Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
impacte no tempo
influência minimização
Aumento da
E2
perturbação nas Pouco Não
Presença das Negativo Reduzida Local Provável Permanente Reversível Imediato Direto
comunidades da significativo minimizável
infraestruturas
fauna
Alteração das
Pouco Não
E3 comunidades de Negativo Reduzida Local Provável Permanente Reversível Imediato Indireto
significativo minimizável
Funcionamento/ avifauna
presença dos
teleféricos Mortalidade por Pouco
Negativo Reduzida Local Provável Permanente Irreversível Imediato Direto Minimizável
colisão significativo
Alteração das
Não
E4 comunidades de Negativo Reduzida Insignificante Local Provável Permanente Reversível Imediato Indireto
minimizável
Funcionamento/ avifauna
presença da zip-line Mortalidade por Pouco
Negativo Reduzida Local Provável Permanente Irreversível Imediato Direto Minimizável
colisão significativo
E5
Funcionamento/
presença do Alteração das Pouco Não
Negativo Reduzida Local Provável Permanente Reversível Imediato Indireto
restaurante e comunidades significativo minimizável
estruturas de apoio
(ETAs, entre outros)
E6 Alteração das Pouco
Negativo Reduzida Local Provável Permanente Reversível Imediato Indireto Minimizável
Funcionamento/ comunidades significativo
presença do parque Não
aventura Efeito barreira Negativo Reduzida Insignificante Local Certo Permanente Reversível Imediato Direto
minimizável

327

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Âmbito Possibilidade
Identificação do Desfasamento
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância de Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
impacte no tempo
influência minimização
E7 Mortalidade por
Negativo Reduzida Insignificante Local Provável Permanente Irreversível Imediato Direto Minimizável
Ações de atropelamento
manutenção dos
equipamentos e Degradação de Não
Negativo Reduzida Insignificante Local Provável Permanente Reversível Imediato Direto
acessos habitats minimizável
E8 Não
Perda de habitat Negativo Reduzida Insignificante Local Provável Permanente Reversível Imediato Direto
Corte de vegetação minimizável
nas áreas exteriores
juntos aos acessos e Degradação de Negativo Reduzida Insignificante Local Provável Permanente Reversível Imediato Direto
Não
equipamentos habitats minimizável
E9
Abastecimento do
Mortalidade por Pouco
reservatório de Negativo Reduzida Local Provável Permanente Irreversível Imediato Direto Minimizável
atropelamento significativo
água por
autotanques

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8.12 IMPACTES NA QUALIDADE DO AR

8.12.1 Teleféricos e restaurante

8.12.1.1 Ações indutoras de impactes na Qualidade do ar

No Quadro 8.21 listam-se as ações consideradas geradoras de impacte ao nível da componente


Qualidade do ar nas fases de construção e exploração.

Quadro 8.21
Ações consideradas na análise dos impactes na componente Qualidade do ar
Fase Ação
C2 - Instalação e utilização dos estaleiros
C3 - Movimentação de pessoas, máquinas e veículos afetos às obras
C4 - Desmatação/decapagem das áreas a intervencionar
C5 - Movimentação de terras, depósito temporário de terras e materiais, entre outros
Construção C6 - Transporte de materiais diversos para construção (betão, aço, madeira, entre outros)
C7 - Construção de edifícios e estruturas de apoio;
C8 - Construção de reservatórios para água de abastecimento e combate a incêndios e outras
estruturas de apoio semelhantes
C9 - Construção de ETA
E3 - Funcionamento/presença dos teleféricos;
E5 - Funcionamento/presença do restaurante e estruturas de apoio (ETA, entre outros);
Exploração E7 - Ações de manutenção dos equipamentos e acessos
E8 - Corte de vegetação nas áreas exteriores juntos aos acessos e equipamentos;
E9 - Abastecimento do reservatório de água por autotanques;

8.12.1.2 Fase de construção

Durante a fase de construção ocorrerão impactes negativos na qualidade do ar, quer devido ao processo
construtivo e movimentação de máquinas, quer devido ao aumento do tráfego de veículos necessário ao
transporte de materiais e trabalhadores. Os impactes serão sentidos nas zonas envolventes ao estaleiro
e frentes de obra e nas zonas envolventes aos percursos para transporte de materiais e trabalhadores.

A área de implantação dos teleféricos, respetivas estações e restaurante caracteriza-se por ser um
terreno de caraterísticas florestais, maioritariamente ocupada por vegetação natural, seminatural, com
afloramentos rochosos, onde não existem fontes de poluição significativas, quer fixas, quer pontuais.

Os aglomerados populacionais que se encontram na área de estudo são Curral das Freiras, localizada
na envolvente da estação de Curral das Freiras; Achada, a norte da estação de Curral das Freiras; Casas
Próximas, a sudoeste da estação de Curral das Freiras, por baixo da Zip Line; Terra Chã, entre a estação
do Paredão e a estação da Boca da Corrida, por baixo do cabo do teleférico que liga estas duas

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estações; e Curral de Baixo, a sul do cabo do teleférico que liga a estação do Paredão e a estação da
Boca da Corrida.

Importa salientar que estão projetadas três estações em localizações distintas (Curral das Freiras,
Miradouro do Paredão e Miradouro da Boca da Corrida) que, apesar de terem a maioria das ações
geradoras de impactes em comum, apresentam diferentes caraterísticas (da estação em si e da zona
envolvente) que levam a ações diferentes das restantes estações.

Nas três estações as ações Desmatação/decapagem das áreas a intervencionar (C4); Movimentação de
terras, depósito temporário de terras e materiais, entre outros (C5), estarão ligadas à ocorrência de
impactes negativos significativos, principalmente, resultantes da emissão de partículas que, pela sua
granulometria grosseira, se depositarão no solo, a curtas distâncias do local. A Construção de edifícios e
estruturas de apoio (C7) também emitirá partículas, gerando um impacte negativo, moderado e pouco
significativo.

Dado que na envolvente próxima desta Estação de Curral das Freiras existem vários edifícios de
habitação e serviços (num raio de 300 m), estes impactes terão maior significado nesta área, mas
maioritariamente durante a fase de construção e em determinados períodos do dia.

No caso da Estação no Miradouro do Paredão, uma vez que não existem infraestruturas públicas de
abastecimento de água, irá ser necessário proceder à construção de reservatórios de água para
abastecimento e combate a incêndios e outras estruturas de apoio semelhantes (C8) e ainda será
necessária a construção de uma ETA (C9). Estas ações terão um impacte negativo, pouco significativo
também de caráter temporário

Já a instalação e utilização dos estaleiros (C2); a movimentação de pessoas máquinas e veículos afetos
às obras (C3) e o transporte de materiais diversos para construção (C6), vão criar um aumento temporário
de tráfego de veículos no local de implementação da estação, que contribuirá também para um aumento
das emissões de poluentes, típicos deste tipo de fontes (NOx, CO e partículas principalmente), para a
atmosfera. Ao longo da empreitada a circulação de veículos apresentará oscilações, prevendo-se, no
entanto que os primeiros meses, face ao transporte dos materiais para os estaleiros e parques de
materiais, coincidam com o maior volume de tráfego associado à empreitada.

Estes impactes são considerados negativos, ainda que pouco significativos, mas minimizáveis.

Os impactes negativos significativos poderão ser minimizados através da adoção de medidas


adequadas, tais como, a aspersão regular nos locais onde estarão a decorrer as atividades que mais
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geram emissões de poeiras, controlo de velocidades dos veículos, entre outros. Importa também referir
que parte da minimização destes impactes passa pelo estabelecimento de uma faixa de proteção em
torno dos edifícios que se encontram nas imediações das estações, neste caso em específico, nos edifícios
de Curral das Freiras e o edifício que se localiza junto ao Miradouro da Boca da Corrida.

No Quadro 8.22 sintetizam-se os impactes identificados para a fase de construção e os resultados da


aplicação dos classificadores indicados no Quadro 8.1 a esses mesmos impactes.

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Quadro 8.22
Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto dos teleféricos e restaurante na componente Qualidade do ar – Fase de
Construção
Possibilidade
Identificação Âmbito de Desfasamento
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
do impacte influência no tempo
minimização
C2 - Instalação e utilização Emissão de Pouco
gases de efeito Negativo Reduzida Local Certos Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
dos estaleiros significativo
de estufa
C3 - Movimentação de Emissão de
Pouco Local /
pessoas, máquinas e gases de efeito Negativo Reduzida
significativo Regional
Certos Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
veículos afetos às obras de estufa
C4 -
Emissão de
Desmatação/decapagem partículas
Negativo Moderada Significativo Local Certos Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
das áreas a intervencionar
C5 - Movimentação de
terras, depósito temporário Emissão de
Negativo Reduzida Significativo Local Certos Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
de terras e materiais, entre partículas
outros
C6 - Transporte de
Emissão de
materiais diversos para Pouco Local/
gases de efeito Negativo Reduzida Certos Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
construção (betão, aço, significativo Regional
de estufa
madeira, entre outros)
C7 - Construção de
Emissão de Pouco
edifícios e estruturas de Negativo Moderada Local Certos Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
partículas significativo
apoio;
C8 - Construção de
reservatórios para água de
Emissão de Pouco
abastecimento e combate a partículas
Negativo Moderada
significativo
Local Certos Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
incêndios e outras estruturas
de apoio semelhantes
Emissão de Pouco
C9 - Construção de ETA partículas
Negativo Moderada
significativo
Local Certos Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável

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8.12.1.3 Fase de exploração

Não se esperam impactes negativos significativos associados à fase de exploração dos teleféricos e
restaurante, no que respeita à qualidade do ar. Apenas as ações de manutenção dos equipamentos e
acessos (E7) e o abastecimento do reservatório de água por autotanques (E9) são expectáveis de gerar
impactes devido ao tráfego de veículos associados a estas ações. No entanto, estes são considerados
pouco significativos devido à frequência com que estas ações ocorrerão.

Tal como referido em maior detalhe no subcapítulo 8.4 sobre impactes no clima, espera-se que o
funcionamento do teleférico possa causar um impacte positivo indireto ao nível da qualidade do ar, na
medida em que irá reduzir as emissões de gases de efeito de estufa (GEE) ao diminuir o número de
veículos privados utilizados para a deslocação aos miradouros do Paredão e da Boca da Corrida. No
entanto, caso não sejam criadas condições para um aumento da utilização de transportes coletivos para
a deslocação à estação em Curral das Freiras, poderá ocorrer um aumento de tráfego a esta zona,
podendo a diminuição de emissões de GEE não ser tão evidente.

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Quadro 8.23
Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto do teleférico e restaurante na componente Qualidade do ar – Fase de
Exploração
Possibilidade
Identificação Âmbito de Desfasamento
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
do impacte influência no tempo
minimização
Redução da
E3 - emissão de
Pouco
Funcionamento/presença gases de Positivo Reduzida
significativo
Regional Provável Temporário Irreversível A médio prazo Indireto -
dos teleféricos efeito de
estufa
E7 - Ações de Emissões de
gases de Pouco Local /
manutenção dos efeito de
Negativo Reduzida
significativo Regional
Certo Temporário Irreversível Imediato Direto Minimizável
equipamentos e acessos estufa
E9 - Abastecimento do Emissões de
gases de Pouco Local /
reservatório de água efeito de
Negativo Reduzida
significativo Regional
Certo Temporário Irreversível Imediato Direto Minimizável
por autotanques estufa

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8.12.2 Zip Line

8.12.2.1 Ações indutoras de impactes na Qualidade do ar

No Quadro 8.24 listam-se as ações consideradas geradoras de impacte ao nível da componente


qualidade do ar nas fases de construção e exploração

Quadro 8.24
Ações consideradas na análise dos impactes na componente Qualidade do ar
Fase Ação
C2 - Instalação e utilização dos estaleiros
C3 - Movimentação de pessoas, máquinas e veículos afetos às obras
C4 - Desmatação/decapagem das áreas a intervencionar
Construção C5 - Movimentação de terras, depósito temporário de terras e materiais, entre outros
C6 - Transporte de materiais diversos para construção (betão, aço, madeira, entre
outros)
C7 - Construção de edifícios e estruturas de apoio
Exploração E7 - Ações de manutenção dos equipamentos e acessos

8.12.2.2 Fase de construção

Durante a fase de construção ocorrerão impactes negativos na qualidade do ar, quer devido ao processo
construtivo e movimentação de máquinas, quer devido ao aumento do tráfego de veículos necessário ao
transporte de materiais e trabalhadores.

Os impactes serão sentidos nas zonas envolventes ao estaleiro e frentes de obra e nas zonas envolventes
aos percursos para transporte de materiais e trabalhadores.

As ações Desmatação/decapagem das áreas a intervencionar (C4); Movimentação de terras, depósito


temporário de terras e materiais, entre outros (C5), estarão ligadas à ocorrência de impactes negativos
significativos, principalmente, resultantes da emissão de partículas que, pela sua granulometria grosseira,
se depositarão no solo, a curtas distâncias do local. A Construção de edifícios e estruturas de apoio (C7)
também emitirá partículas, gerando um impacte negativo, moderado e pouco significativo.

Dado que na envolvente próxima desta Estação de Curral das Freiras (onde termina a Zip Line) existem
vários edifícios de habitação e serviços (num raio de 300 m), estes impactes terão maior significado nesta
área, mas maioritariamente durante a fase de construção e em determinados períodos do dia.

A instalação e utilização dos estaleiros (C2); a movimentação de pessoas máquinas e veículos afetos às
obras (C3) e o transporte de materiais diversos para construção (C6), vão criar um aumento temporário
336

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de tráfego de veículos no local de implementação da Zip Line, que contribuirá também para um aumento
das emissões de poluentes, típicos deste tipo de fontes (NOx, CO e partículas principalmente), para a
atmosfera. Ao longo da empreitada a circulação de veículos apresentará oscilações, prevendo-se, no
entanto que os primeiros meses, face ao transporte dos materiais para os estaleiros e parques de
materiais, coincidam com o maior volume de tráfego associado à empreitada.

Estes impactes são considerados negativos, ainda que pouco significativos, mas minimizáveis.

Os impactes negativos significativos poderão ser minimizados através da adoção de medidas


adequadas, tais como, a aspersão regular nos locais onde estarão a decorrer as atividades que mais
geram emissões de poeiras, controlo de velocidades dos veículos, entre outros. Importa também referir
que parte da minimização destes impactes passa pelo estabelecimento de uma faixa de proteção em
torno dos edifícios que se encontram nas imediações das estações, neste caso em específico, nos edifícios
de Curral das Freiras e o edifício que se localiza junto ao Miradouro da Boca da Corrida.

No Quadro 8.25 sintetizam-se os impactes identificados para a fase de construção e os resultados da


aplicação dos classificadores indicados no Quadro 8.1 a esses mesmos impactes.

337

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Quadro 8.25
Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do projeto da Zip Line na componente Qualidade do ar – Fase de Construção
Possibilidade
Identificação Âmbito de Desfasamento
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
do impacte influência no tempo
minimização
C2 - Instalação e utilização Emissão de Pouco
gases de efeito Negativo Reduzida Local Certos Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
dos estaleiros significativo
de estufa
C3 - Movimentação de Emissão de
Pouco Local /
pessoas, máquinas e gases de efeito Negativo Reduzida
significativo Regional
Certos Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
veículos afetos às obras de estufa
C4 -
Emissão de
Desmatação/decapagem partículas
Negativo Moderada Significativo Local Certos Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
das áreas a intervencionar
C5 - Movimentação de
terras, depósito temporário Emissão de
Negativo Reduzida Significativo Local Certos Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
de terras e materiais, entre partículas
outros
C6 - Transporte de
Emissão de
materiais diversos para Pouco Local/
gases de efeito Negativo Reduzida Certos Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
construção (betão, aço, significativo Regional
de estufa
madeira, entre outros)
C7 - Construção de
Emissão de Pouco
edifícios e estruturas de partículas
Negativo Moderada
significativo
Local Certos Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
apoio;

338

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8.12.2.3 Fase de exploração

Não se esperam impactes negativos significativos associados à fase de exploração da Zip Line, no que
respeita à qualidade do ar. Apenas a ação de manutenção dos equipamentos e acessos (E7) é expectável
de gerar impactes devido ao tráfego de veículos associados a estas ações. No entanto, estes são
considerados pouco significativos devido à frequência com que estas ações ocorrerão.

339

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Quadro 8.26
Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto da Zip Line na componente Qualidade do ar – Fase de Exploração

Possibilidade
Identificação Âmbito de Desfasamento
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
do impacte influência no tempo
minimização

E7 - Ações de Emissões de
gases de Pouco Local /
manutenção dos efeito de
Negativo Reduzida
significativo Regional
Certo Temporário Irreversível Imediato Direto Minimizável
equipamentos e acessos estufa

340

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8.12.3 Parque aventura

8.12.3.1 Ações indutoras de impactes na Qualidade do ar

No Quadro 8.27 listam-se as ações consideradas geradoras de impacte ao nível da componente


qualidade do ar nas fases de construção e exploração

Quadro 8.27
Ações consideradas na análise dos impactes na componente Qualidade do ar
Fase Ação
C2 - Instalação e utilização dos estaleiros
C3 - Movimentação de pessoas, máquinas e veículos afetos às obras
C4 - Desmatação/decapagem das áreas a intervencionar
Construção C5 - Movimentação de terras, depósito temporário de terras e materiais, entre outros
C6 - Transporte de materiais diversos para construção (betão, aço, madeira, entre
outros)
C7 - Construção de edifícios e estruturas de apoio
Exploração E7 - Ações de manutenção dos equipamentos e acessos

8.12.3.2 Fase de construção

Durante a fase de construção ocorrerão impactes negativos na qualidade do ar, quer devido ao processo
construtivo e movimentação de máquinas, quer devido ao aumento do tráfego de veículos necessário ao
transporte de materiais e trabalhadores.

Os impactes serão sentidos nas zonas envolventes ao estaleiro e frentes de obra e nas zonas envolventes
aos percursos para transporte de materiais e trabalhadores.

As ações Desmatação/decapagem das áreas a intervencionar (C4); Movimentação de terras, depósito


temporário de terras e materiais, entre outros (C5), estarão ligadas à ocorrência de impactes negativos
significativos, principalmente, resultantes da emissão de partículas que, pela sua granulometria grosseira,
se depositarão no solo, a curtas distâncias do local. A Construção de edifícios e estruturas de apoio (C7)
também emitirá partículas, gerando um impacte negativo, moderado e pouco significativo.

A instalação e utilização dos estaleiros (C2); a movimentação de pessoas máquinas e veículos afetos às
obras (C3) e o transporte de materiais diversos para construção (C6), vão criar um aumento temporário
de tráfego de veículos no local de implementação do parque aventura, que contribuirá também para um
aumento das emissões de poluentes, típicos deste tipo de fontes (NOx, CO e partículas principalmente),
para a atmosfera. Ao longo da empreitada a circulação de veículos apresentará oscilações, prevendo-

341

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se, no entanto que os primeiros meses, face ao transporte dos materiais para os estaleiros e parques de
materiais, coincidam com o maior volume de tráfego associado à empreitada.

Estes impactes são considerados negativos, ainda que pouco significativos, mas minimizáveis.

Os impactes negativos significativos poderão ser minimizados através da adoção de medidas


adequadas, tais como, a aspersão regular nos locais onde estarão a decorrer as atividades que mais
geram emissões de poeiras, controlo de velocidades dos veículos, entre outros. Importa também referir
que parte da minimização destes impactes passa pelo estabelecimento de uma faixa de proteção em
torno dos edifícios que se encontram nas imediações das estações, neste caso em específico, no edifício
que se localiza junto ao Miradouro da Boca da Corrida.

No Quadro 8.28 sintetizam-se os impactes identificados para a fase de construção e os resultados da


aplicação dos classificadores indicados no Quadro 8.1 a esses mesmos impactes.

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Quadro 8.28
Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do projeto da Zip Line na componente Qualidade do ar – Fase de Construção
Possibilidade
Identificação Âmbito de Desfasamento
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
do impacte influência no tempo
minimização
C2 - Instalação e utilização Emissão de Pouco
gases de efeito Negativo Reduzida Local Certos Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
dos estaleiros significativo
de estufa
C3 - Movimentação de Emissão de
Pouco Local /
pessoas, máquinas e gases de efeito Negativo Reduzida
significativo Regional
Certos Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
veículos afetos às obras de estufa
C4 -
Emissão de
Desmatação/decapagem partículas
Negativo Moderada Significativo Local Certos Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
das áreas a intervencionar
C5 - Movimentação de
terras, depósito temporário Emissão de
Negativo Reduzida Significativo Local Certos Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
de terras e materiais, entre partículas
outros
C6 - Transporte de
Emissão de
materiais diversos para Pouco Local/
gases de efeito Negativo Reduzida Certos Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
construção (betão, aço, significativo Regional
de estufa
madeira, entre outros)
C7 - Construção de
Emissão de Pouco
edifícios e estruturas de partículas
Negativo Moderada
significativo
Local Certos Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
apoio;

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8.12.3.3 Fase de exploração

Não se esperam impactes negativos significativos associados à fase de exploração do parque aventura,
no que respeita à qualidade do ar. Apenas a ação de manutenção dos equipamentos e acessos (E7) é
expectável de gerar impactes devido ao tráfego de veículos associados a estas ações. No entanto, estes
são considerados pouco significativos devido à frequência com que estas ações ocorrerão.

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Quadro 8.29
Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto da Zip Line na componente Qualidade do ar – Fase de Exploração

Possibilidade
Identificação Âmbito de Desfasamento
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
do impacte influência no tempo
minimização

E7 - Ações de Emissões de
gases de Pouco Local /
manutenção dos efeito de
Negativo Reduzida
significativo Regional
Certo Temporário Irreversível Imediato Direto Minimizável
equipamentos e acessos estufa

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8.13 IMPACTES NA GESTÃO DE RESÍDUOS

8.13.1 Ações indutoras de impactes na Gestão de Resíduos

No Quadro 8.30 listam-se as ações consideradas geradoras de impacte ao nível da componente Gestão
de Resíduos nas fases de construção e exploração.

Quadro 8.30
Ações consideradas na análise dos impactes na componente Gestão de Resíduos
Fase Ação
C2 - Instalação e utilização dos estaleiros
C4 - Desmatação/decapagem das áreas a intervencionar
C5 - Movimentação de terras, depósito temporário de terras e materiais, entre outros
C7 - Construção de edifícios e estruturas de apoio;
C8 - Construção de reservatórios para água de abastecimento e combate a incêndios e outras
Construção
estruturas de apoio semelhantes
C9 - Construção de ETAs
C10 - Montagem dos vários equipamentos dos sistemas de teleférico
C11 - Desenrolamento/instalação dos cabos do teleférico e Zip Line
C12 - Desmantelamento do estaleiro e recuperação paisagística das zonas intervencionadas
E3 - Funcionamento/presença dos teleféricos;
E5 - Funcionamento/presença do restaurante e estruturas de apoio (ETAs, entre outros);
Exploração
E7 - Ações de manutenção dos equipamentos e acessos
E8 - Corte de vegetação nas áreas exteriores juntos aos acessos e equipamentos;

8.13.2 Fase de Construção

Conforme já referido no capítulo 6.10, o regime das operações de gestão de resíduos resultantes de
obras (RCD), é regido pelo Decreto-Lei n.º 102-D/2020, de 12 de dezembro, na sua atual redação. Os
materiais que não sejam passíveis de reutilizar e que constituam RCD são obrigatoriamente objeto de
triagem na obra com vista ao seu encaminhamento, por fluxos e fileiras de materiais, para reciclagem ou
outras formas de valorização. Nos casos em que não possa ser efetuada a triagem dos RCD na obra ou
em local afeto à mesma, o respetivo produtor é responsável pelo seu encaminhamento para operador de
tratamento de resíduos. A deposição de RCD em aterro só é permitida após a submissão a triagem,
conforme mencionado anteriormente.

A gestão dos resíduos em fase de obra encontra-se contemplada nas medidas de minimização a
implementar na fase de obra, onde se prevê inclusive, a obrigatoriedade de implementar por parte do
Empreiteiro o Plano de Gestão de Resíduos que se apresenta no Anexo 4. Realça-se a importância que
a adequada gestão de resíduos na fase de obra deve ter, na prevenção da poluição do solo e dos
recursos hídricos.

346

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Apesar de existirem algumas lacunas de informação do Projeto sobre esta temática dos resíduos, tendo
em conta o tipo e dimensão do Projeto, bem como os requisitos e as medidas contempladas no presente
EIA, e ainda o facto de a disponibilidade/possibilidade de destinos finais na região ser boa, são
esperados impactes pouco significativos ao nível deste descritor. Na prática, os resíduos que serão
produzidos e que são transportados para fora da zona afeta ao Projeto são pouco significativos, de
magnitude reduzida a moderada, não causando efeitos que possam ter influência no normal
funcionamento dos sistemas de gestão de resíduos existentes na região, e do ponto de vista financeiro, a
mais-valia para as empresas transportadoras e recetoras é considerada com algum significado. Existe
potencial para parte dos materiais manipulados durante a execução das obras serem reutilizados no
local, como é o caso dos inertes resultantes da movimentação geral de terras, e por isso não chegam a
ser considerados resíduos.

Os impactes causados na zona, decorrentes do manuseamento dos vários resíduos afetos à obra, são
avaliados/quantificados na avaliação dos impactes dos fatores ambientais que são afetados, como por
exemplo, nos solos, nos recursos hídricos, entre outros.

Ainda assim, descrevem-se em seguida os aspetos mais relevantes relacionados com a gestão de resíduos
na fase de obra.

A estação de Curral das Freiras terá como edifício de apoio uma construção já existente que se pretende
reabilitar totalmente. Esta ação poderá gerar RCD.

A área de estudo, tal como já referido, é predominantemente florestal com exceção da zona de Curral
das Freiras que se encontra urbanizada. Assim, numa fase inicial poderão ser produzidos resíduos com
origem na desmatação e desflorestação do terreno (C4) nas localizações das estações, podendo parte
destes serem valorizados pela sua incorporação na terra vegetal que irá ser reutilizada na recuperação
das áreas intervencionadas, sujeitas a requalificação.

Caso venha a ocorrer o abate de árvores esta deverá ser feita de acordo com a legislação em vigor
para as espécies em questão, quando tal se aplicar, recomendando-se que o mesmo seja realizado por
empresas especializadas e credenciadas que poderão também efetuar a limpeza dos resíduos
resultantes. Estes resíduos, dependendo da espécie, assim como os restantes resíduos provenientes da
desmatação deverão ser encaminhados para operador licenciado caso estes sejam considerados resíduos
ou então poderão ser considerados Biomassa e como tal, excluídos do âmbito do RGGR.

347

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Dada a extensão do projeto e as áreas a intervencionar, espera-se que estas ações tenham um impacto
negativo pouco significativo.

No que respeita a balanço de terras, é recomendado que se faça a reutilização do maior volume possível
dentro da obra, usando, por exemplo, para o recobrimento de possíveis valas que venham a ser abertas,
e os restantes volumes utilizados/distribuídos pelo terreno, permitindo o nivelar das depressões que
possam existir (ações de aterro). Desta forma reduz-se o impacto desta ação.

Da construção da estações e estruturas de apoio surgirão outros resíduos de obra, nomeadamente


resíduos não perigosos (ferro, plástico, cartão, betão, entre outros) e resíduos perigosos (óleos usados,
solventes, gasóleo, entre outros). Estes e outros resíduos resultantes deverão ser devidamente
armazenados em estaleiro no parque de resíduos.

Uma vez que está previsto betonagens na fase de construção, no caso de ocorrerem resíduos de betão
resultantes de lavagem de caleiras em local não autorizado para o efeito, e ainda que possam ser
adotadas as corretas técnicas de gestão, como o transporte e a deposição adequada destes resíduos,
estes, representarão um impacte negativo.

No caso dos óleos usados e solventes, resultantes de prováveis manutenções de equipamentos e veículos
de construção, ao constituírem resíduos perigosos, se descarregados inadequadamente, induzirão
impactes negativos ao nível dos solos/habitats e recursos hídricos. Nas operações de manuseamento
destes resíduos, deve ter-se em conta a possibilidade de ocorrência de derrames e acidentes. Estes riscos
de contaminação são substancialmente reduzidos com a adoção de medidas adequadas.

Se se verificarem situações de derrame de óleos ou outros resíduos perigosos em locais não


impermeabilizados e ocorrer a contaminação dos solos, estes, caso necessitem de ser removidos, são
considerados resíduos perigosos. Nestes casos, caso sejam adotadas as corretas técnicas de gestão, como
o transporte e a deposição adequada destes resíduos consideram-se os impactes negativos, pouco
significativos.

Durante a fase de construção esperam-se, também, resíduos equiparados a RU, resultantes da presença
dos trabalhadores (ação C2 - Instalação e utilização dos estaleiros). A quantidade destes resíduos é
dependente da quantidade e frequência de trabalhadores na obra. Os impactes associados à produção
destes resíduos são pouco significativos, tendo em conta que estes serão depositados em contentores
apropriados para o efeito e que serão recolhidos com periodicidade adequada. Esta recolha será
definida pelo empreiteiro no início da obra, em articulação com o município (ARM – Águas e Resíduos da

348

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Madeira, S.A.) ou com operadores privados devidamente licenciados, adotando-se o mesmo


procedimento para as frações recolhidas seletivamente.

Os resíduos resultantes das obras devem ser devidamente armazenados em estaleiro no parque de
resíduos.

No que respeita aos resíduos gerados pela utilização de sanitários químicos portáteis, estes serão
geridos de acordo com o estipulado com a entidade fornecedora dos mesmos, nas respetivas
instalações.

Após a fase de construção as áreas de estaleiro deverão ser desmanteladas o que irá gerar alguns
resíduos, decorrentes da ação C12 - Desmantelamento do estaleiro e recuperação paisagística das
zonas intervencionadas. Estes deverão ser pouco significativos desde que encaminhados para o destino
adequado.

Não será possível, nesta fase, a identificação exata da tipologia de resíduos de construção, bem como
dos quantitativos, a serem produzidos durante a mesma. A experiência em obras semelhantes aponta
para a tipologia de resíduos potencialmente produzidos nesta fase, de acordo com o apresentado no
Quadro 8.31, classificados de acordo com o Código LER (Decisão 2014/955/UE).

A implementação do Plano de Acompanhamento Ambiental da Obra que visa a fiscalização do


cumprimento adequado das medidas de minimização por parte do empreiteiro, e em particular, o Plano
de Gestão de Resíduos, que constitui um anexo desse mesmo Plano de Acompanhamento Ambiental da
Obra, evitará e diminuirá muitos dos impactes associados à produção de resíduos nesta fase. O Plano de
Gestão de Resíduos deverá ser adotado na fase de obra, e define e estabelece as práticas de gestão
de resíduos de um modo ambientalmente correto.

Quadro 8.31
Resíduos potencialmente produzidos durante a fase de construção, classificados de acordo com o
código da LER - Lista Europeia de Resíduos

DESCRIÇÃO CÓDIGO LER

Óleos usados e resíduos de combustíveis líquidos 13 00 00


Resíduos de embalagens; absorventes, panos de limpeza, materiais filtrantes e vestuário de protecção
15 00 00
não anteriormente especificados
- Embalagens contendo ou contaminadas por resíduos de substâncias perigosas 15 01 10(p)
Resíduos de construção e demolição 17 00 00
- Madeiras, vidro e plástico 17 02 00
- Metais (incluindo liga) 17 04 00

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DESCRIÇÃO CÓDIGO LER

- Cabos Não abrangidos em 17 04 10 17 04 11


- Solos (incluindo solos escavados de locais contaminados), rochas e lamas de dragagem 17 05 00
- Solos e rochas, contendo substâncias perigosas 17 05 03(p)
- Solos e rochas não abrangidos em 17 05 03 17 05 04
- Outros resíduos de construção e demolição 17 09 00
- Mistura de resíduos de construção e demolição não abrangidos em 17 09 01, 17 09 02 e 17 09
17 09 04
03
Resíduos Urbanos e equiparados (Resíduos domésticos, do comércio, Indústria e Serviços, incluindo as
20 00 00
frações recolhidas seletivamente:
- Frações recolhidas seletivamente (exceto 15 01) 20 01 00
- Resíduos de jardins e parques (incluindo cemitérios) 20 02 00
- Resíduos urbanos e equiparados 20 03 00
- Resíduos produzidos no estaleiro, equiparáveis a Resíduos Sólidos Urbanos, incluindo misturas de
20 03 01
resíduos.
(p) – resíduo perigoso

No Quadro 8.32 sintetizam-se os impactes identificados para a fase de construção e os resultados da


aplicação dos classificadores indicados no Quadro 8.1 a esses mesmos impactes.

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Quadro 8.32
Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto na componente Gestão de Resíduos – Fase de Construção
Possibilidade
Identificação Âmbito de Desfasamento
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
do Impacte influência no tempo
minimização
Deposição e
destino final
de RCD
(perigosos e
C2 - Instalação e utilização não Pouco
Negativo Reduzida Local Certos Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
dos estaleiros perigosos) e significativo
RU em local
(ais) não
autorizado (s)
para o efeito
Deposição e
destino final
de material
vegetal e
C4 -
terras
Desmatação/decapagem Negativo Reduzida Significativo Local/Regional Certos Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
excedentes
das áreas a intervencionar
em local (ais)
não
autorizado (s)
para o efeito
Deposição e
C5 - Movimentação de
destino final
terras, depósito temporário Reduzida a
de resíduos Negativo Significativo Local/Regional Certos Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
de terras e materiais, entre Moderada
(RCD) e
outros
terras

351

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Possibilidade
Identificação Âmbito de Desfasamento
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
do Impacte influência no tempo
minimização
excedentes
em local (ais)
não
autorizado (s)
para o efeito
Deposição e
destino final
de RCD
(perigosos e
C7 - Construção de edifícios Pouco
não Negativo Reduzida Local Certos Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
e estruturas de apoio; significativo
perigosos) em
local (ais) não
autorizado (s)
para o efeito
Deposição e
destino final
C8 - Construção de de RCD
reservatórios para água de (perigosos e
Pouco
abastecimento e combate a não Negativo Reduzida Local Certos Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
significativo
incêndios e outras estruturas perigosos) em
de apoio semelhantes local (ais) não
autorizado (s)
para o efeito
Deposição e
destino final
de RCD
(perigosos e Pouco
C9 - Construção de ETAs Negativo Reduzida Local Certos Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
não significativo
perigosos) em
local (ais) não
autorizado (s)
352

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Possibilidade
Identificação Âmbito de Desfasamento
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
do Impacte influência no tempo
minimização
para o efeito
Deposição e
destino final
de RCD
C10 - Montagem dos vários (perigosos e
Pouco
equipamentos dos sistemas não Negativo Reduzida Local/Regional Certos Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
significativo
de teleférico perigosos) em
local (ais) não
autorizado (s)
para o efeito
Deposição e
destino final
de RCD
C11 -
(perigosos e
Desenrolamento/instalação Pouco
não Negativo Reduzida Local/Regional Certos Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
dos cabos do teleférico e significativo
perigosos) em
Zip Line
local (ais) não
autorizado (s)
para o efeito

353

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8.13.3 Fase de Exploração

Na fase de exploração espera-se que seja gerada uma quantidade significativa de resíduos,
principalmente ao nível do restaurante com resíduos de tipologia orgânica. É ainda expectável a
produção de resíduos associados às variadas atividades do projeto (bilheteira, instalações sanitárias,
etc.) e atividades de manutenção das infraestruturas e equipamentos (E5 - Funcionamento/presença do
restaurante e estruturas de apoio (ETAs, entre outros)).

A adoção de práticas de gestão de resíduos adequadas e em conformidade com as medidas propostas


com a legislação em vigor, contribuirá para a diminuição da significância dos impactes associados. Assim,
os impactes identificados consideram-se pouco significativos e minimizáveis.

No caso da manutenção dos equipamentos dos teleféricos e Zip Line (E7) resultará alguns óleos usados,
ou outras tipologias de resíduos nomeadamente resultantes da manutenção dos sistemas de rolamento,
das cabines, entre outros.

Estes resíduos serão encaminhados para entidade devidamente licenciada para o efeito. Com a adoção
das práticas corretas de gestão de resíduos, os impactes associados, embora continuem negativos, terão
a sua significância e magnitude bastante reduzidas. Os resíduos perigosos associados às atividades de
manutenção, deverão ser tratados e encaminhados a destino final devidamente licenciado, pelos
responsáveis pela sua gestão.

Durante a fase de exploração será necessário efetuar cortes de vegetação na envolvente das estações
e no parque aventura (E8) sendo que o material resultante terá que ter uma gestão e destino final
adequado. Espera-se que o impacto desta ação seja negativo pouco significativo.

Assim, os resíduos da responsabilidade da entidade exploradora do Projeto, nomeadamente os resíduos


produzidos durante as atividades de manutenção, serão armazenados em recipientes e locais
tecnicamente adequados e entregues a empresas licenciadas pela Agência Portuguesa do Ambiente,
para o transporte e gestão dos resíduos em causa.

Neste enquadramento, tendo como princípio a adoção de práticas corretas de gestão de resíduos, ou
seja, que os resíduos serão conduzidos a destino final adequado, e as frações enviadas para valorização,
que o transporte dos mesmos será efetuado por transportador autorizado, bem como os respetivos
destinos finais estarão licenciados para o efeito, os impactes associados são pouco significativos.

354

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No Quadro 8.33 apresenta-se uma estimativa das diferentes categorias de resíduos que se prevê
poderem vir a ser produzidas com o funcionamento do Projeto. Estes resíduos, tal como os produzidos na
fase de construção, são classificados, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos - LER, como resíduos
não perigosos e perigosos, sendo que estes últimos deverão ter circuitos próprios de gestão.

Quadro 8.33
Estimativa da tipologia de resíduos a ser produzidos com a exploração
DESCRIÇÃO CÓDIGO LER
Resíduos de embalagens; absorventes, panos de limpeza, materiais filtrantes e vestuário de proteção não
15 00 00
anteriormente especificados
Embalagens (incluindo resíduos urbanos e equiparados de embalagens recolhidos separadamente) 15 01 00
Embalagens de papel e cartão 15 01 01
Embalagens de plástico 15 01 02
Embalagens de metal 15 01 04
Embalagens de metal, incluindo recipientes vazios sob pressão, com uma matriz porosa sólida perigosa 15 01 11(p)
Absorventes, materiais filtrantes, panos de limpeza e vestuário de proteção 15.02.00
Absorventes, materiais filtrantes, panos de limpeza e vestuário de proteção contaminado 15 02 02(p)
Resíduos de equipamento elétrico e eletrónico 16 02 00
Outros
Óleos minerais, de motores transmissões e lubrificação 13 02 05(p)
Cobre, Bronze e Latão 17 04 01
Alumínio 17 04 02
Ferro e Aço 17 04 05
Cabos não abrangidos em 17 04 10 17 04 11
Resíduos Urbanos e equiparados (Resíduos domésticos, do comércio, Indústria e Serviços, incluindo as
20 00 00
frações recolhidas seletivamente:
Frações recolhidas seletivamente (exceto 15 01) 20 01 00
Papel e cartão 20 01 01
Vidro 20 01 02
Resíduos biodegradáveis de cozinhas e cantinas 20 01 08
Outros resíduos urbanos e equiparados 20 03 00
Resíduos produzidos, equiparáveis a Resíduos Sólidos Urbanos, incluindo misturas de resíduos. 20 03 01
(p) – resíduo perigoso

No Quadro 8.34 sintetizam-se os impactes identificados para a fase de exploração e os resultados da


aplicação dos classificadores indicados no Quadro 8.1 a esses mesmos impactes.

355

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Quadro 8.34
Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto na componente Gestão de Resíduos – Fase de Exploração
Possibilidade
Identificação do Âmbito de Desfasamento
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
impacte influência no tempo
minimização
Deposição e
destino final de
E3 - RU e (perigosos
Funcionamento/presença e não perigosos) Negativo Reduzida Insignificante Local Certo Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
dos teleféricos; em local (ais)
não autorizado
(s) para o efeito
Deposição e
E5 - destino final de
Funcionamento/presença RU e (perigosos
Pouco
do restaurante e e não perigosos) Negativo Reduzida Local Certo Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
significativo
estruturas de apoio em local (ais)
(ETAs, entre outros); não autorizado
(s) para o efeito
Deposição e
destino final de
E7 - Ações de RCD (perigosos
Pouco Local/
manutenção dos e não perigosos) Negativo Reduzida Certo Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
significativo Regional
equipamentos e acessos em local (ais)
não autorizado
(s) para o efeito
Deposição e
E8 - Corte de destino final de
vegetação nas áreas material vegetal Pouco
Negativo Reduzida Local Certo Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
exteriores juntos aos em local (ais) significativo
acessos e equipamentos; não autorizado
(s) para o efeito

356

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8.14 IMPACTES NO AMBIENTE SONORO

8.14.1 Metodologia de previsão dos níveis sonoros

A previsão dos níveis sonoros resultantes das atividades associadas à fase de construção e à fase de
exploração foi efetuada através de modelação sonora e geração de mapa de ruído.

O Mapa de Ruído e as previsões dos níveis sonoros foram calculados considerando as Directrizes para
Elaboração de Mapas de Ruído definidas pela Agência Portuguesa do Ambiente (Guedes e Leite, 2011)
e ainda tidas em consideração as orientações constantes no documento “Good Practice Guide for
Strategic Noise Mapping and the Production of Associated Data on Noise Exposure, version 2” (WG-AEN,
2006).

O Decreto-Lei n.º 136-A/2019 de 6 de setembro, procedeu à primeira alteração ao Decreto-Lei n.º


146/2006 de 31 de julho, transpondo para a ordem jurídica interna a Diretiva (EU) 2015/996, da
Comissão, de 19 de maio de 2015, que estabelece métodos comuns de avaliação do ruído de acordo
com a Diretiva 2002/49/CE do Parlamento Europeu e do Conselho.

O Mapa de Ruído e as previsões dos níveis sonoros foram obtidos através de um modelo de cálculo onde
foram aplicados os métodos de cálculo definidos no Anexo II da Diretiva (Métodos de avaliação dos
indicadores de ruído), ou seja, o método CNOSSOS-EU para o ruído industrial e para o ruído de tráfego
rodoviário.

O Mapa de Ruído foi obtido para os indicadores de ruído Ld calculado a uma altura acima do solo de 4
metros com uma malha de cálculo 20mx20m. As previsões dos níveis sonoros foram também obtidas para
o local de medição à respetiva altura de medição, de forma poder calcular os níveis sonoros através da
soma logarítmica do ruído residual ao ruído particular e a assim avaliar o critério de incomodidade.

Para a criação do modelo digital do terreno, a cartografia base incluiu a altimetria do terreno (curvas
de nível cotadas) e em termos meteorológicos adotaram-se as percentagens de ocorrência média anual
de condições meteorológicas favoráveis à propagação do ruído indicadas pelas Diretrizes para
Elaboração de Mapas de Ruído – Versão 3 (APA, 2011): 50% no período diurno; 75% no período
entardecer; e 100% no período noturno.

357

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Relativamente à tipologia de solo, a envolvente da área do projeto é caracterizada por zonas de solo
macio (aglomerados florestais e agrícolas), para as quais, na modelação foi considerado solo poroso
(G=1) e solo duro (aglomerados populacionais) para as quais foi considerado solo duro (G=0).

Na modelação utilizou-se o software comercial IMMI (Wölfel Meβsisteme).

8.14.2 Fase de construção

A fase de obra corresponde à execução dos trabalhos de construção do projeto “Sistema de Teleféricos
e Parque Aventura em Curral das Freiras” consiste essencialmente na construção dos
equipamentos/infraestruturas bem como da preparação do terreno, englobando atividades de
movimentação de terras, pavimentação, circulação de máquinas e viaturas pesadas e operação de
diversos equipamentos ruidosos e construção/reabilitação de edifícios. O ruído gerado nesta fase
depende de vários fatores, nomeadamente as características e quantidade de equipamentos a utilizar,
regimes de funcionamento, quantidade de veículos ligeiros e pesados a circular para o local de
construção.

Não existem, contudo, nesta fase, informações sobre as especificações ou quantidades das máquinas e
equipamentos a utilizar, no entanto, previsivelmente, as atividades com maior emissão de ruído na
construção do projeto estarão associadas à fase de preparação do terreno com a utilização de
maquinaria pesada.

Não possuindo informações rigorosas relativas a esta fase não é possível prever com exatidão os níveis
sonoros nos recetores sensíveis previsivelmente mais afetados na fase de construção. No entanto, e de
forma a ter uma estimativa dos níveis sonoros esperados nos recetores considerados mais afetados, foi
criado o respetivo cenário para modelação:

¨ Obra de construção com recurso a 1 equipamento com uma potência sonora de 100 dB(A)
(valor típico para equipamentos de construção a utilizar);

¨ Trabalhos construtivos desenrolam-se apenas em período diurno de forma constante;

¨ Posicionamento das máquinas na área de projeto, com disposição na área mais próxima a
cada recetor sensível.

Os resultados da modelação efetuada correspondem aos valores de ruído particular, tendo os valores
de ruído ambiente sido calculados a partir da soma logarítmica dos níveis sonoros obtidos aquando da

358

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caracterização da situação de referência (determinado por medições de ruído) com os níveis sonoros
correspondentes ao ruído particular (determinado por modelação). No Quadro 8.35 são apresentados
os resultados obtidos para a fase de construção.

Quadro 8.35
Níveis sonoros previstos, no local de avaliação da situação atual, para a fase de construção do projeto.
Níveis sonoros [dB(A)]
Ruído Ambiente (R.A)
Locais de Avaliação Ruído Residual (R.R.) Ruído Particular (R.P.)
R.A.=R.P. + R.R.1
LAeq LAeq LAeq
R1 44,3 65,7 65,7
(1) Soma logarítmica dos níveis sonoros.

Como se pode verificar pelos resultados obtidos, é previsível que os níveis sonoros influenciem, de forma
significativa, os recetores sensíveis, no entanto, os trabalhos construtivos serão temporários e apenas no
período diurno.

Assim, na fase de construção, o projeto em estudo contribuirá para emissões de ruído a nível local
afetando negativamente os recetores sensíveis mais próximos, o impacte deverá ser significativo, tendo
em consideração que os níveis sonoros nos recetores sensíveis mais próximos vão sofrer alterações
significativas, no entanto, essa alteração ocorrerá em um período curto de intervenção.

No quadro seguinte sintetizam-se os impactes identificados para a fase de construção.

359

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Quadro 8.36
Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações associadas à construção junto dos recetores sensíveis caracterizados pelo local de
medição – Fase de Construção
Identificação Âmbito de Desfasamento Possibilidade de
Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo
do impacte influência no tempo minimização
Efeitos na
saúde
Negativo Elevada Significativo Local Certos Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
humana e
fauna

360

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8.14.3 Fase de exploração

A fase de exploração é caracterizada pelo normal funcionamento do projeto “Sistema de Teleféricos e


Parque Aventura em Curral das Freiras” e das fontes de ruído que a constituem, nomeadamente, o sistema
motriz dos 2 sistemas de teleférico. O sistema motriz será instalado na estação do Paredão, a qual não
possui recetores sensíveis na sua envolvente.

Apenas junto da estação baixa existem recetores sensíveis na envolvente, assim e apesar de não existirem
sistemas motrizes nesta estação, teve-se em consideração a fonte de ruído associado ao rolamento nos
cabos do teleférico, dada a proximidade dos recetores sensíveis (localizados a cerca de 20 metros da
plataforma de passageiros).

Desta forma na presente modelação dos níveis sonoros considerou-se um nível de potência sonora por
metro linear de cabo teleférico de 63 dB(A). Este valor, baseado em informação do fabricante, segundo
o qual o nível de pressão sonora junto às cabines será de cerca de 60 dB(A), o que no caso corresponde
a um nível Lw,m ≈63 dB(A). Este nível refere-se a uma emissão em continuo, sem atender ao tempo que o
Sistema de Teleféricos não está em funcionamento entre viagens, ou seja, funcionamento em continuo.
Assim sendo, tendo em consideração os dados técnicos do Sistema de Teleféricos no Quadro 8.37 é
apresentado o tempo máximo de funcionamento por hora e o respetivo nível Lw,m considerado na
presente modelação. Para o cálculo do tempo máximo de funcionamento por hora teve-se em
consideração a capacidade máxima de transporte por hora e por viagem e a duração de cada viagem.

Na presente modelação foi considerado o pior cenário, ou seja, foi considerado uma emissão sonora em
continuo durante o tempo de funcionamento do Sistema de Teleféricos, sem atender aos intervalos entre
a passagem das cabines.

Nesta fase (estudo prévio) não existem informações sobre a potência sonora do sistema de Zip Line, assim
sendo, considerou-se a mesma potência sonora por metro linear do cabo teleférico, uma vez que, o ruído
emitido pelo sistema de Zip Line está igualmente associado ao rolamento nos cabos.

Quadro 8.37
Características técnicas e respetiva potência sonora do Sistema de Teleféricos e do Zip Line.
Tempo de
Capacidade de Capacidade de Duração
funcionamento
Sistema de transporte transporte transporte por de uma LW dB(A)
máximo por
máxima/hora viagem viagem
hora
30
Sistema de Teleféricos 140 pessoas/hora 5,2 minutos 25 minutos 59,2
pessoas/viagem

361

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Tempo de
Capacidade de Capacidade de Duração
funcionamento
Sistema de transporte transporte transporte por de uma LW dB(A)
máximo por
máxima/hora viagem viagem
hora
2
Zip Line 40 pessoas/hora 2,3 minutos 46 minutos 61,8
pessoas/viagem

De acordo com a informação prestada pelo promotor do projeto o Sistema de Teleféricos funcionará das
09:00h até às 18:00h, assim sendo, a presente modelação foi efetuada tendo em consideração apenas
o funcionamento no período diurno.

Os níveis sonoros do ruído ambiente para a fase de exploração foram determinados pela soma
logarítmica dos níveis sonoros obtidos aquando da caracterização da situação de referência
(determinado por medições de ruído) com os níveis sonoros correspondentes ao ruído particular
(determinado por modelação).

O mapa de ruído calculado a uma altura de 4 metros relativo ao ruído particular da fase de exploração
(LAeq) é apresentado na Figura 8.1 – Mapa de ruído nível sonoro contínuo equivalente, LAeq do ruído
Particular.

No Quadro 8.38 e Quadro 8.39 são apresentados os resultados dos níveis sonoros e respetivos
indicadores de ruído previstos para a altura dos recetores sensíveis influenciados pelo funcionamento do
projeto, apresentando-se, no Quadro 8.40, os resultados relativos ao cálculo do critério de incomodidade.

Quadro 8.38
Níveis sonoros e indicadores de ruído previstos para a fase de exploração junto dos recetores sensíveis.
Níveis sonoros [dB(A)]
Ruído Residual (R.R.) Ruído Particular (R.P.) Ruído Ambiente (R.A)
Locais de Avaliação
(medido) (modelado) R.A.=R.P. + R.R.1
Ld Le Ln Lden LAeq Ld 2 Le Ln Lden
R1 44,3 39,3 38,4 46,1 45,6 48,0 39,3 38,4 47,8
(1) Obtido por soma logarítmica.
(2) Tendo em consideração o funcionamento durante o período diurno.

Quadro 8.39
Indicadores de ruído previstos para a fase de exploração e avaliação do critério de exposição.

Ruído Ambiente Valores Limite


Locais de Avaliação Resultado
Lden Ln Lden Ln
R1 48 38 53 63 Cumpre

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FIGURA 8.1 – Mapa de ruído nível sonoro contínuo equivalente, LAeq do ruído Particular

 

Porto Moniz

Calheta Machico

Funchal


ÈUHDGH(VWXGR

Sistema de Teleféricos

(VWDomRGH&XUUDOGDV)UHLUDV

&DERV

Parque Aventura

ÈUHDGHLPSODQWDomRGR3DUTXH$YHQWXUD

/RFDOGHPHGLomR

Nível Sonoro Contínuo Equivalente, LAeq [dB(A)]


$?0)$?B352'8d­2?(PFXUVR??7?3HoDVB'HVHQKDGDV?0;'?7BB9B)LJXUDBBBUXLGRBSDUWLFXODUP[G$ PP[PP

/$HT”
/$HT”
/$HT”
/$HT”


6HUYLFH/D\HU&UHGLWV

2UWRIRWRPDSDVjHVFDODGD5HJLmR$XWyQRPDGD0DGHLUD   
'LUHomR5HJLRQDOGR2UGHQDPHQWRGR7HUULWyULR P
6LVWHPDGH&RRUGHQDGDV375$870,75)
(OLSVyLGH*56
3URMHomR870 8QLYHUVDO7UDQYHUVH0HUFDWRU

Estudo de Impacte Ambiental do


Sistema de Teleféricos e Parque Aventura em Curral das Freiras
)LJXUD0DSDGH5XtGR1tYHO6RQRUR&RQWtQXR(TXLYDOHQWH
/$HTGR5XtGR3DUWtFXODU

363

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Quadro 8.40
Avaliação do critério de incomodidade para a fase de exploração junto dos recetores sensíveis.

Ruído Ruído
Residual Particular LAR – LAeq
VALOR
PERÍODO DE (R.R.) (R.P.) K1 + K2 LAR DO RUÍDO
LOCAL LIMITE RESULTADO
REFERÊNCIA [dB(A)]1 [dB(A)] RESIDUAL
[dB(A)]
[dB(A)]
Ld Laeq

R1 Diurno 44,3 48,0 0 48,0 4 6 Cumpre

(1) Não é expectável que o ruído apresente características tonais e/ou impulsivas tendo em consideração as fontes sonoras caracterizadas.
(2) De acordo com o n.º 5 do artigo 13.º do Decreto-Lei 9/2007, de 17 de janeiro, os limites de incomodidade em locais exteriores apenas são
aplicáveis para valores de Laeq do ruído ambiente superiores a 45 dB(A).
NA – Não aplicável

De acordo com os resultados obtidos não é previsível que em nenhum dos recetores sensíveis avaliados
os níveis sonoros ultrapassem os valores limites de exposição para zonas não definidas (Lden=63dB(A);
Ln=53dB(A)) não sendo, assim, expectável que influenciem de forma significativa os recetores sensíveis.
Relativamente ao critério de incomodidade, e de acordo com a metodologia utilizada, é previsível que o
critério de incomodidade nos recetores sensíveis caracterizados pelo local de medição, seja cumprido.

Ainda, e uma vez que não existem informações relativas ao espetro de 1/3 de oitava da emissão sonora
e na incerteza da ocorrência de componentes tonais considerou-se um K=0 (sem componente tonal).

Em resumo, a exploração a do Sistema de Teleféricos contribuirá de forma pouco significativa para o


aumento dos níveis sonoros, sendo o impacte pouco significativo uma vez que os níveis sonoros junto dos
recetores deverão manter-se inferiores aos valores limite legais, verificando-se o cumprimento do critério
de incomodidade.

Na Quadro 8.41 sintetizam-se os impactes identificados para a fase de exploração.

364

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Quadro 8.41
Identificação e avaliação dos impactes ambientais nos recetores sensíveis caracterizados pelo local de medição – Fase de Exploração
Âmbito de Desfasamento no Possibilidade de
Identificação do impacte Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo
influência tempo minimização
Efeitos na saúde humana e
fauna Pouco
Negativo Reduzida Local Certos Permanente Reversível Imediato Direto Minimizável
significativo

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8.15 IMPACTES NO PATRIMÓNIO ARQUEOLÓGICO, ARQUITETÓNICO E


ETNOGRÁFICO

8.15.1 Ações indutoras de impactes

A identificação e avaliação de situações de impacte são efetuadas através do cruzamento da informação


compilada, relativa à localização e ao valor de ocorrências patrimoniais, com a informação disponível
sobre as ações e obras programadas.

A avaliação de impactes sobre o património arqueológico, arquitetónico e etnográfico obedece a


parâmetros específicos, que conjugam a metodologia definida no ponto 8.4, com o valor
patrimonial/científico das ocorrências inventariadas.

A definição dos conceitos subjacentes aos critérios aplicados na atribuição do valor patrimonial dos sítios,
estruturas e monumentos em estudo é uma das tarefas inerentes à avaliação de impactes (vd. Quadro
8.42).

¨ Potencial científico – Pertinência para as problemáticas científicas, como exponente de


funcionalidade, de cronologia, etc.;

¨ Significado histórico-cultural – Considera-se marco de relevância histórica e ponto de


referência para a tradição e cultura tanto local como nacional;

¨ Interesse público – Grau de valoração atribuído pela comunidade local/nacional e entidades


competentes;

¨ Raridade/singularidade – Consideração da cronologia/funcionalidade do sítio/monumento


verificando-se a presença/ausência e número de paralelos;

¨ Antiguidade – Ponderação da dimensão cronológica;

¨ Dimensão/monumentalidade – Associação entre a componente estética/artística e a dimensão


das estruturas;

¨ Padrão estético – Ponderação dos padrões e preocupações estéticas empregues na edificação


da estrutura;

366

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¨ Estado de conservação – A análise da preservação das estruturas face ao período de


referência;

¨ Inserção paisagística – Grau de integração paisagística no meio envolvente e indícios de


degradação/preservação da paisagem de enquadramento original.

Quadro 8.42
Parâmetros qualitativos e quantitativos para aferição do valor patrimonial
Valores quantitativos e qualitativos
Reduzido Médio Elevado
3 – Sítios de grande
2- Existência de
pertinência científica,
1- Sem contextos contextos pertinentes e
Potencial científico contextualizados, com
preservados mediamente
estratigrafia e estruturas
preservados
preservadas
Significado histórico-cultural 1 – Ausência de significado 2- Associação a marcos 3- Ícone de um
histórico / cultural históricos determinado período
histórico
Interesse público 1- Reduzido interesse e 2 – Reconhecimento ao 3 – Interesse
conhecimento da nível local, mas não reconhecido local e
comunidade local e classificado nacional e respetiva
entidades classificação
Raridade/singularidade 1- Muito comum 2- Mediamente comum 3 – Raro
Antiguidade * 1- Época contemporânea * 2 -Período Baixo * 3 – Pré-história e
medieval e Época Época alta medieval
Moderna
Dimensão/monumentalidade 1- Reduzida dimensão e 2 Alguma dimensão e 3 -Grande dimensão e
ausência de elementos de integração de itens de exponentes de
monumentalidade monumentalidade monumentalidade
Padrão estético 1- Não evidentes / 2 -Mediamente 3- Grande preocupação
ausentes evidentes estética
Estado de conservação 1- Elevado grau de 2- Alguns indícios de 3- Bem conservado
destruição degradação
Inserção paisagística 1- Grau de alteração da 2- Grau de alteração 3- Preservação do
paisagem elevado da paisagem mediano enquadramento
paisagístico do
monumento
Classificação 1 – Sem classificação, 2 – Sem classificação, 3 – IIP, MN, IVC
inédito mas integrado em
inventários patrimoniais
* Não aplicar a valoração Reduzido / Médio / Elevado, mas sim pouco antigo / antigo / muito antigo

Os valores atribuídos aos distintos critérios a considerar na análise de cada ocorrência são adicionados,
permitindo o seu cômputo final a determinação do valor patrimonial correspondente.

Cálculo do valor patrimonial:

¨ Reduzido = <14 (inclusive);

367

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¨ Médio = 15 a 22;

¨ Elevado = 23 a 30.

O quadro seguinte pondera o valor patrimonial atribuído às ocorrências patrimoniais inventariadas no


interior da área de estudo.

Quadro 8.43
Valor patrimonial das ocorrências inventariadas na área de estudo.
A1 A2
Valor patrimonial
Igreja Paroquial de Nossa Capela do Miradouro da
Critérios
Senhora do Livramento Boca Corrida
Potencial científico Médio (2) Reduzido (1)
Significado histórico-cultural Médio (2) Reduzido (1)
Interesse público Elevado (3) Reduzido (1)
Raridade/singularidade Médio (2) Reduzido (1)
Antiguidade Contemporâneo (1) Contemporâneo (1)
Dimensão/monumentalidade Elevado (3) Médio (2)
Padrão estético Elevado (3) Médio (2)
Estado de conservação Elevado (3) Médio (2)
Inserção paisagística Médio (2) Médio (2)
Sem classificação, mas
Classificação integrado em inventários Sem classificação (1)
patrimoniais (2)
Valor Patrimonial 23 – Elevado 14 – Reduzido

A avaliação de impactes sobre o património histórico-arqueológico baseia-se, sempre que os vestígios


permitem a sua determinação, na mancha de dispersão de materiais de superfície, que pode não ser
exatamente correspondente aos limites dos eventuais contextos conservados no subsolo. Assim e para
minimizar a margem de erro da ponderação de impactes, a metodologia empregue baseia-se no critério
de distância em relação às infraestruturas e considera que:

¨ Ocorre afetação direta associada a

§ Infraestruturas lineares a construir/beneficiar – o corredor de afetação de 5 metros


de largura para cada lado do eixo da infraestrutura;

§ Infraestruturas pontuais ou em mancha – perímetro de afetação de 5 metros em


torno do limite da infraestrutura.

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¨ A potencial afetação indireta pode resultar da localização das ocorrências patrimoniais até
uma distância de 50 metros da frente de obra.

Procedeu-se à identificação das eventuais situações de impactes sobre as ocorrências patrimoniais


inventariadas na área de estudo. Note-se, que não existem registos de património arqueológico na área
de incidência do projeto, o enfoque da abordagem do descritor consistiu por um aldo, na avaliação do
potencial arqueológico das áreas a afetar pela implantação das infraestruturas, nomeadamente na zona
urbana de Curral das Freiras, uma vez que a fundação da povoação remonta ao século XV, e nos imóveis
passíveis de integrar na categoria de património arquitetónico.

As áreas a afetar pelas obras e mobilizações de solos necessárias para a implementação das
infraestruturas e analisados pelo descritor são:

¨ A estação de Curral das Freiras, a instalar no centro da vila, junto à estrada Cónego Camacho.

¨ A estação do Paredão, que ficará localizada no Montado do Paredão.

¨ A estação da Boca da Corrida, a instalar no Miradouro da Boca da Corrida, junto ao Posto


Florestal.

Apesar de o projeto implicar corredores de estudo relativos aos percursos do teleférico, estes
correspondem meramente a cabos de sobrepassagem do equipamento, não pressupondo a instalação no
terreno de quaisquer infraestruturas.

No Quadro 8.44 listam-se as ações consideradas geradoras de impacte ao nível da componente


património nas fases de construção e exploração.

Quadro 8.44
Ações consideradas na análise dos impactes na componente Património
Fase Ação
C2 – (ação com incidência sobre o solo, poderá afetar o potencial
arqueológico)
C3 – (ação com potencial implicação para o património arquitetónico
identificado)
C4 – (ação com incidência sobre o solo, poderá afetar o potencial
Construção
arqueológico)
C5 – (ação com incidência sobre o solo, poderá afetar o potencial
arqueológico)
C7 – (ação com incidência sobre o solo, poderá afetar o potencial
arqueológico)

369

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Fase Ação
C8 – (ação com incidência sobre o solo, poderá afetar o potencial
arqueológico)
C9 – (ação com incidência sobre o solo, poderá afetar o potencial
arqueológico)
C12 – (ação com incidência sobre o solo, poderá afetar o potencial
arqueológico)
E2 – (enquanto alteração da qualidade cénica da paisagem à qual os elementos
Exploração
edificados se encontram associados)

8.15.2 Fase de construção

A fase de construção é considerada a mais lesiva para o fator ambiental património, uma vez que
comporta um conjunto de intervenções e obras potencialmente geradoras de impactes genericamente
negativos, definitivos e irreversíveis.

Para a construção do Projeto, com base nas áreas e ações definidas no Quadro 8.1, ponderam-se
essencialmente as consequências resultantes do conjunto de ações que consiste na remoção do coberto
vegetal, na movimentação e revolvimento de terras, nas intrusões no subsolo associadas à implantação
das novas infraestruturas que compõem o Projeto.

Também a área de implantação do estaleiro de obra, armazenamento de equipamentos, ferramentas e


materiais, depósito temporário de resíduos e estacionamento de veículos implica potenciais impactes
inerentes às respetivas intervenções no solo.

Na área de implantação da estação de Curral das Freiras, a instalar no centro da vila, junto à estrada
Cónego Camacho, pondera-se a eventual afetação de potencial arqueológico inerente à ocupação da
povoação desde o século XV. Intervenções arqueológicas nos núcleos urbanos primitivos da ilha têm
revelado importantes resultados relativos às primeiras fases de estabelecimento do povoamento.

Na área da estação da Boca da Corrida, a instalar no Miradouro da Boca da Corrida, junto ao Posto
Florestal situa-se uma pequena capela de montanha.

Quadro 8.45
Avaliação de impactes sobre o Património Arqueológico, Arquitetónico e Etnográfico registado na área
de estudo

370

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Concelho
Categoria
Freguesia Distância às
N.º Designação Tipologia Avaliação de Impactes
P*/ M* unidades de Projeto
Cronologia

Negativo
Reduzida
Pouco significativo
Igreja Câmara de Lobos
Arquitetónico A cerca de 75 m Local
Paroquial de
Curral das Freiras da área de Pouco provável
A1 Nossa Igreja implantação da
Senhora do 315753.00/ estação de Curral Permanente
Contemporâneo
Livramento 3621981.00 das Freiras Irreversível
Imediato
Indireto
Minimizável
Negativo
Média
Insignificante
Câmara de Lobos
Arquitetónico Sobreposição da Local
Capela do
Jardim da Serra área a Provável
A2 Miradouro da Capela infraestruturar da
Boca Corrida 313772.50 / estação da Boca Permanente
Contemporâneo
3620999.59 da Corrida Irreversível
Imediato
Indireto
Minimizável

No âmbito do património arqueológico nas zonas florestais, nomeadamente em relação às ações a


implementar no Miradouro da Boca Corredia ou em menor escala, no Montado do Paredão, não se
assinalam efetivas situações de risco, uma vez que não existem vestígios documentados nas áreas de
incidência do Projeto. No entanto, há que equacionar as condições adversas de visibilidade do solo, que
podem contribuir para camuflar potenciais ocorrências.

No Quadro 8.46 sintetizam-se os impactes identificados para a fase de construção e os resultados da


aplicação dos classificadores indicados no Quadro 8.42 a esses mesmos impactes.

371

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Quadro 8.46
Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto na componente Património – Fase de Construção
Ação/ Âmbito de Desfasamento no Possibilidade de
Identificação do impacte Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo
atividade influência tempo minimização
Eventual afetação do potencial arqueológico Pouco
C2 Negativo Reduzida Local Improváveis Permanente Irreversível Imediato Indireto Minimizável
do subsolo significativo
Potencial afetação do edificado Pouco Pouco
C3 Negativo Reduzida Local Permanente Irreversível Imediato Indireto Minimizável
significativo prováveis
Eventual afetação do potencial arqueológico Pouco
C4 Negativo Reduzida Local Improváveis Permanente Irreversível Imediato Indireto Minimizável
do subsolo significativo
Eventual afetação do potencial arqueológico
do subsolo Pouco
C5 Negativo Reduzida Local Improváveis Permanente Irreversível Imediato Indireto Minimizável
significativo

Eventual afetação do potencial arqueológico Pouco


C7 Negativo Reduzida Local Improváveis Permanente Irreversível Imediato Indireto Minimizável
do subsolo significativo
Eventual afetação do potencial arqueológico Pouco
C8 Negativo Reduzida Local Improváveis Permanente Irreversível Imediato Indireto Minimizável
do subsolo significativo
Eventual afetação do potencial arqueológico Pouco
C9 Negativo Reduzida Local Improváveis Permanente Irreversível Imediato Indireto Minimizável
do subsolo significativo
Eventual afetação do potencial arqueológico Pouco
C10 Negativo Reduzida Local Improváveis Permanente Irreversível Imediato Indireto Minimizável
do subsolo significativo
Eventual afetação do potencial arqueológico Pouco
C11 Negativo Reduzida Local Improváveis Permanente Irreversível Imediato Indireto Minimizável
do subsolo significativo
Eventual afetação do potencial arqueológico Pouco
C12 Negativo Reduzida Local Improváveis Permanente Irreversível Imediato Indireto Minimizável
do subsolo significativo

372

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8.15.3 Fase de exploração

Na etapa posterior às obras os impactes que se refletem apresentam, genericamente, repercussões


menores ou nulas sobre o fator ambiental, associados à utilização do Projeto e operações de manutenção
do mesmo.

Isto porque, os eventuais impactes decorrentes da fase de construção inviabilizam à partida a


conservação dos vestígios arqueológicos, uma vez que as intervenções no subsolo implicam a destruição
de estruturas e estratigrafia. A preservação dos imóveis identificados é compatível com a implementação
do projeto, sendo conveniente a sua proteção no decurso da fase construtiva.

Na fase de exploração, o impacte mais notório diz respeito ao efeito cénico / paisagístico da presença
do teleférico sobre o Património.

No Quadro 8.47 sintetizam-se os impactes identificados para a fase de exploração e os resultados da


aplicação dos classificadores indicados no Quadro 8.42 a esses mesmos impactes.

374

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Quadro 8.47
Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto na componente património – Fase de Exploração
Identificação Possibilidade
Ação/ Âmbito de Desfasamento
do impacte Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
atividade influência no tempo
minimização
Alteração da
qualidade
paisagística de
Pouco
E2 enquadramento Negativo Reduzida Local Prováveis Permanente Reversível Imediato Indireto Minimizável
significativo
do património
arqueológico e
edificado

375

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8.16 IMPACTES NA SOCIOECONOMIA

8.16.1 Enquadramento

O projeto em análise visa criar um aumento no turismo que se espera que traga benefícios não só para
o local onde se vai encontrar, mas para a ilha da Madeira. É expectável que estas atrações tragam
benefícios económicos para a região pois irão incentivar a estadia na zona e consequente consumo local.
É ainda relevante salientar o emprego que este projeto irá gerar durante as fases de construção e
exploração.

8.16.2 Teleféricos e restaurante

8.16.2.1 Ações indutoras de impactes na Socioeconomia

No Quadro 8.48 listam-se as ações consideradas geradoras de impacte ao nível da componente


socioeconomia nas fases de construção e exploração

Quadro 8.48
Ações consideradas na análise dos impactes na componente socioeconomia
Fase Ação
C1 – Arrendamento dos terrenos da área destinada à instalação das estações e
infraestruturas de apoio e parque aventura
C3 – Movimentação de pessoas, máquinas e veículos afetos às obras
C6 – Transporte de materiais diversos para construção (betão, aço, madeira, entre
outros)
Construção C7 – Construção de edifícios e estruturas de apoio
C8 – Construção de reservatórios para água de abastecimento e combate a incêndios e
outras estruturas de apoio semelhantes
C9 – Construção de ETAs
C10 – Montagem dos vários equipamentos dos sistemas de teleférico
C11 – Desenrolamento/instalação dos cabos do teleférico e Zip Line
E1 – Arrendamento dos terrenos da área destinada à instalação das estações e
infraestruturas de apoio e parque aventura
Exploração
E3 – Funcionamento/presença dos teleféricos;
E5 – Funcionamento/presença do restaurante e estruturas de apoio (ETAs, entre outros);

8.16.2.2 Fase de construção

Os impactes negativos expectáveis de ocorrer durante o processo construtivo do Projeto estarão


sobretudo relacionados com o incómodo que as ações associadas à obra poderão gerar nas populações
afetadas.

376

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As ações de Movimentação de pessoas, máquinas e veículos afetos às obras (C3), Transporte de materiais
diversos para construção (betão, aço, madeira, entre outros) (C6), e de Desenrolamento/instalação dos
cabos do teleférico e Zip Line (C11), irão aumentar o tráfego de veículos pesados e viaturas comerciais,
nos acessos às obras e nas vias de comunicação, conduzindo a um aumento de emissões de poluentes para
atmosfera, assim como de ruído, promovendo uma alteração generalizada da qualidade ambiental,
ainda que reduzida, na área de intervenção e na sua envolvente.

Apenas junto à Estação de Curral da Freiras se encontram aglomerados populacionais e localidades,


sendo o aglomerado mais próximo o de Curral das Freiras, local onde se irá implementar a estação. Na
sua envolvente localizam-se ainda as localidades de Achada (a norte da Estação), Casas Próximas, Terra
Chã e Curral de Baixo (todas a sudoeste da Estação). Estas ações afetarão principalmente os locais
referidos, no entanto, para realizar o acesso aos locais das estações do Miradouro do Paredão e do
Miradouro da Boca da Corrida, é necessário transitar junto a outras localidades e aglomerados, sendo
também estes afetados pelas ações referidas.

No caso das vias envolventes, destacam-se as estradas VE 6 e ER 107 que dão acesso ao local da Estação
de Curral das Freiras, a estrada da Eira do Serrado e Caminho Florestal das Serras de Santo António e
ainda a ER 103 para aceder à estação do Miradouro do Paredão e também, para aceder à Estação do
Miradouro da Boca da Corrida, a estrada da Corrida, a VR 2 e a VR 1.

Estes impactes são considerados negativos significativos poderão ser minimizados através da adoção de
medidas adequadas, tais como, a aspersão regular nos locais onde estarão a decorrer as atividades que
mais geram emissões de poeiras, controlo de velocidades dos veículos, entre outros. Importa também
referir que parte da minimização destes impactes passa pelo estabelecimento de faixas de proteção em
torno de edifícios habitacionais ou ruínas preservar.

As operações atrás referidas (C3 e C6) poderão conduzir a uma deterioração destas vias, afetando
assim indiretamente a sua normal utilização pelas populações locais. O aumento da circulação de
máquinas e veículos afetos à obra, conduzirá também a constrangimentos no fluxo de tráfego, pela
deslocação lenta que lhes é característica, com implicações nos padrões de mobilidade. Os
constrangimentos serão também sentidos pelos visitantes que se deslocarem para fazer turismo na
envolvente próxima.

Da mesma forma, espera-se que a construção dos diferentes edifícios e estruturas de apoio necessários
(C7, C8, C9, C10 e C11) afetem a zona envolvente, perturbando não só quem habita nas proximidades
(principalmente em Curral das Freiras), mas também os turistas que se desloquem à região, principalmente

377

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a nível das construções nos Miradouros do Paredão e da Boca da Corrida. Estes impactes poderão ser
minimizados ajustando o horário de trabalho, estabelecendo faixas de proteção e adaptando as áreas
de obra de forma a afetar menos as zonas envolventes.

Por outro lado, será feito um investimento de aproximadamente 31milhões de euros, que é considerado
como tendo um impacte positivo na economia regional. Também o arrendamento das parcelas afetas ao
projeto terá um impacte positivo (C1). Ainda que seja um benefício direto apenas dos proprietários dos
terrenos afetos ao Projeto, de forma indireta é expetável que exista um benefício na socioeconomia local,
caso os proprietários dos terrenos vivam e/ou trabalhem na região, pois ao passarem a ter mais recursos
financeiros, é provável que façam mais investimentos localmente.

A criação de postos de trabalho poderá ter um efeito benéfico na estrutura social, nomeadamente, na
redução da taxa de desemprego e no aumento dos rendimentos de pessoas singulares e famílias, ainda
que de forma temporária, considera-se este impacte positivo. Estima-se que o número de trabalhadores,
de entre os vários empreiteiros (construção civil, eletromecânica, equipa de transporte, montagem),
equipas de fiscalização, Dono de Obra, Acompanhamento Ambiental e Arqueológico, seja de 50
trabalhadores, em média por mês.

A taxa de desemprego observada nas freguesias onde se insere o projeto (Curral das Freiras e Jardim
da Serra) é de 19,7% e15,6%, respetivamente. Ainda que seja expectável que a maior parte da mão-
de-obra seja obtida por trabalhadores já afetos ao empreiteiro responsável pela construção, existirão
novos postos de trabalho a serem preenchidos com mão de obra a ser contratada localmente, o que
constitui um impacte positivo. Face à grande dimensão desta empreitada, e consequentemente ao grande
número de meios humanos envolvidos, este aspeto será significativo.

Uma vez que é expectável a deslocação de mão-de-obra de fora, prevê-se que durante a fase de
construção haja uma dinamização da economia local/regional, com um aumento da atividade económica
nas freguesias abrangidas e adjacentes ao Projeto, em setores como a construção, restauração e
alojamento, traduzindo-se num impacte positivo significativo.

No Quadro 8.49 sintetizam-se os impactes identificados para a fase de construção e os resultados da


aplicação dos classificadores indicados no Quadro 8.1 a esses mesmos impactes.

378

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Quadro 8.49
Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do projeto do Teleféricos e restaurante na componente socioeconomia – Fase de
Construção
Possibilidade
Identificação Âmbito de Desfasamento
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
do impacte influência no tempo
minimização
C1 – Arrendamento dos Aumento do
terrenos da área destinada rendimento
Pouco
à instalação das estações e do(s) Positivo Reduzida
significativo
Local Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto -
infraestruturas de apoio e proprietário(s)
parque aventura do(s) terreno(s)
Criação de Pouco Local /
Positivo Reduzida Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto -
emprego significativo Regional
Benefícios para
Pouco Local /
a economia Positivo Reduzida Provável Temporário Reversível De curto prazo Direto -
significativo Regional
local
Perturbação da
C3 – Movimentação de Local /
atividade Negativo Reduzida Significativo Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
Regional
pessoas, máquinas e turística
veículos afetos às obras Perturbação da
qualidade de
vida dos
habitantes das Negativo Reduzida Significativo Local Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
povoações
próximas à
empreitada
Perturbação da
C6 – Transporte de Local /
atividade Negativo Moderada Significativo Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
materiais diversos para Regional
turística

379

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Possibilidade
Identificação Âmbito de Desfasamento
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
do impacte influência no tempo
minimização
construção (betão, aço, Perturbação da
madeira, entre outros) qualidade de
vida dos
habitantes das Local /
Negativo Moderada Significativo Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
povoações Regional
próximas à
empreitada e
envolvente
Perturbação da
atividade Negativo Moderada Significativo Local Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
C7 – Construção de
turística
edifícios e estruturas de Benefícios para
apoio Pouco
a economia Positivo Reduzida Local Provável Temporário Reversível De curto prazo Direto -
significativo
local/regional
C8 – Construção de Perturbação da
Pouco
atividade Negativo Reduzida Local Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
reservatórios para água de significativo
turística
abastecimento e combate a
Benefícios para
incêndios e outras estruturas a economia Pouco
Positivo Reduzida Local Provável Temporário Reversível De curto prazo Direto -
de apoio semelhantes significativo
local/regional
Perturbação da
Pouco
atividade Negativo Reduzida Local Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
significativo
turística
C9 – Construção de ETAs
Benefícios para
Pouco
a economia Positivo Reduzida Local Provável Temporário Reversível De curto prazo Direto -
significativo
local/regional
Perturbação da
atividade Negativo Moderada Significativo Local Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
C10 – Montagem dos
turística
vários equipamentos dos
Benefícios para
sistemas de teleférico Pouco
a economia Positivo Reduzida Local Provável Temporário Reversível De curto prazo Direto -
significativo
local/regional

380

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Possibilidade
Identificação Âmbito de Desfasamento
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
do impacte influência no tempo
minimização
Perturbação da
Pouco
atividade Negativo Reduzida Local Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
significativo
turística
C11 – Perturbação da
Desenrolamento/instalação qualidade de
dos cabos do teleférico e vida dos
Pouco
Zip Line habitantes das Negativo Reduzida Local Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
significativo
povoações
próximas à
empreitada

381

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8.16.2.3 Fase de exploração

Na fase de exploração do projeto, a nível socioeconómico, espera-se que apenas existam impactes
positivos. O arrendamento das parcelas afetas ao projeto terá um impacte positivo (E1), ainda que seja
um benefício direto apenas dos proprietários dos terrenos afetos ao Projeto, de forma indireta é
expetável que exista um benefício na socioeconomia local, caso os proprietários dos terrenos vivam e/ou
trabalhem na região, pois ao passarem a ter mais recursos financeiros, é provável que façam mais
investimentos localmente.

A criação de postos de trabalho poderá ter um efeito benéfico na estrutura social, nomeadamente, na
redução da taxa de desemprego e no aumento dos rendimentos de pessoas singulares e famílias, durante
o tempo de exploração do projeto, considera-se este impacte positivo. Estima-se que o número de
trabalhadores seja de 40.

A taxa de desemprego observada nas freguesias onde se insere o projeto (Curral das Freiras e Jardim
da Serra) é de 19,7% e15,6%, respetivamente. Espera-se que a maioria dos contratados sejam locais, o
que constitui um impacte positivo. Face à dimensão do projeto, e consequentemente ao grande número
de meios humanos envolvidos, este aspeto será significativo.

Uma vez que é expectável o aumento de turistas a deslocarem-se para a zona para usufruir dos serviços
prestados pelo projeto, prevê-se que durante a fase de funcionamento haja uma dinamização da
economia local/regional, com um aumento da atividade económica nas freguesias abrangidas e
adjacentes ao Projeto, em setores como a restauração e alojamento, traduzindo-se num impacte positivo
significativo.

No Quadro 8.50 sintetizam-se os impactes identificados para a fase de construção e os resultados da


aplicação dos classificadores indicados no Quadro 8.1 a esses mesmos impactes.

382

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Quadro 8.50
Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do projeto do Teleféricos e restaurante na componente socioeconomia – Fase de
exploração
Possibilidade
Identificação Âmbito de Desfasamento
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
do impacte influência no tempo
minimização
E1 – Arrendamento dos Aumento do
terrenos da área destinada rendimento
Pouco
à instalação das estações e do(s) Positivo Reduzida
significativo
Local Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto -
infraestruturas de apoio e proprietário(s)
parque aventura do(s) terreno(s)
Criação de Local /
Positivo Reduzida Significativo Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto -
emprego Regional
Aumento de
turistas –
Local /
E3 – Benefícios para Positivo Reduzida Significativo Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto -
Regional
a economia
Funcionamento/presença local
dos teleféricos; Aumento de
turistas –
Local /
Benefícios para Positivo Reduzida Significativo Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto -
Regional
a economia
local
Criação de Local /
Positivo Reduzida Significativo Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto -
E5 – emprego Regional
Aumento de
Funcionamento/presença do
turistas –
restaurante e estruturas de Benefícios para Positivo Reduzida Significativo
Local /
Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto -
apoio (ETAs, entre outros); Regional
a economia
local

383

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Possibilidade
Identificação Âmbito de Desfasamento
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
do impacte influência no tempo
minimização
Maior aquisição
de produtos
alimentares
Local /
locais – Positivo Reduzida Significativo Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto -
Regional
Benefícios para
a economia
local

384

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8.16.3 Zip Line

8.16.3.1 Ações indutoras de impactes na Socioeconomia

No Quadro 8.51 listam-se as ações consideradas geradoras de impacte ao nível da componente


socioeconomia nas fases de construção e exploração

Quadro 8.51
Ações consideradas na análise dos impactes na componente socioeconomia
Fase Ação
C1 – Arrendamento dos terrenos da área destinada à instalação das estações e
infraestruturas de apoio e parque aventura
C3 – Movimentação de pessoas, máquinas e veículos afetos às obras
Construção C6 – Transporte de materiais diversos para construção (betão, aço, madeira, entre
outros)
C7 – Construção de edifícios e estruturas de apoio
C11 – Desenrolamento/instalação dos cabos do teleférico e Zip Line
E1 – Arrendamento dos terrenos da área destinada à instalação das estações e
Exploração infraestruturas de apoio e parque aventura
E4 – Funcionamento/presença da Zip Line;

8.16.3.2 Fase de construção

Os impactes negativos expectáveis de ocorrer durante o processo construtivo do Projeto estarão


sobretudo relacionados com o incómodo que as ações associadas à obra poderão gerar nas populações
afetadas.

As ações de Movimentação de pessoas, máquinas e veículos afetos às obras (C3), Transporte de materiais
diversos para construção (betão, aço, madeira, entre outros) (C6), e de Desenrolamento/instalação dos
cabos do teleférico e Zip Line (C11), irão aumentar o tráfego de veículos pesados e viaturas comerciais,
nos acessos às obras e nas vias de comunicação, conduzindo a um aumento de emissões de poluentes para
atmosfera, assim como de ruído, promovendo uma alteração generalizada da qualidade ambiental,
ainda que reduzida, na área de intervenção e na sua envolvente.

Apenas junto à estação de Curral da Freiras se encontram aglomerados populacionais e localidades,


sendo o aglomerado mais próximo o de Curral das Freiras, local onde se irá implementar a Estação. Na
sua envolvente localizam-se ainda as localidades de Achada (a norte da estação), Casas Próximas, Terra
Chã e Curral de Baixo (todas a sudoeste da estação). Estas ações afetarão principalmente os locais
referidos, no entanto, para realizar o acesso aos locais das estações do Miradouro do Paredão e do
Miradouro da Boca da Corrida, é necessário transitar junto a outras localidades e aglomerados, sendo
também estes afetados pelas ações referidas.
385

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No caso das vias envolventes, destacam-se as estradas VE 6 e ER 107 que dão acesso ao local da Estação
de Curral das Freiras, e para aceder à estação do Miradouro da Boca da Corrida, a estrada da Corrida,
a VR 2 e a VR 1.

Estes impactes são considerados negativos significativos poderão ser minimizados através da adoção de
medidas adequadas, tais como, a aspersão regular nos locais onde estarão a decorrer as atividades que
mais geram emissões de poeiras, controlo de velocidades dos veículos, entre outros. Importa também
referir que parte da minimização destes impactes passa pelo estabelecimento de faixas de proteção em
torno de edifícios habitacionais ou ruínas preservar.

As operações atrás referidas (C3 e C6) poderão conduzir a uma deterioração destas vias, afetando
assim indiretamente a sua normal utilização pelas populações locais. O aumento da circulação de
máquinas e veículos afetos à obra, conduzirá também a constrangimentos no fluxo de tráfego, pela
deslocação lenta que lhes é característica, com implicações nos padrões de mobilidade. Os
constrangimentos serão também sentidos pelos visitantes que se deslocarem para fazer turismo na
envolvente próxima.

Da mesma forma, espera-se que a construção das estruturas de apoio necessárias (C7 e C11) afetem a
zona envolvente, perturbando não só quem habita nas proximidades (principalmente em Curral das
Freiras), mas também os turistas que se desloquem à região, principalmente a nível das construções no
Miradouro da Boca da Corrida. Estes impactes poderão ser minimizados ajustando o horário de trabalho,
estabelecendo faixas de proteção e adaptando as áreas de obra de forma a afetar menos as zonas
envolventes.

Por outro lado, será feito um investimento de aproximadamente 31 milhões de euros, que é considerado
como tendo um impacte positivo na economia regional. Também o arrendamento das parcelas afetas ao
projeto terá um impacte positivo (C1). Ainda que seja um benefício direto apenas dos proprietários dos
terrenos afetos ao Projeto, de forma indireta é expetável que exista um benefício na socioeconomia local,
caso os proprietários dos terrenos vivam e/ou trabalhem na região, pois ao passarem a ter mais recursos
financeiros, é provável que façam mais investimentos localmente.

A criação de postos de trabalho poderá ter um efeito benéfico na estrutura social, nomeadamente, na
redução da taxa de desemprego e no aumento dos rendimentos de pessoas singulares e famílias, ainda
que de forma temporária, considera-se este impacte positivo. Estima-se que o número de trabalhadores,
de entre os vários empreiteiros (construção civil, eletromecânica, equipa de transporte, montagem),

386

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equipas de fiscalização, Dono de Obra, Acompanhamento Ambiental e Arqueológico, seja de 50


trabalhadores, em média por mês.

A taxa de desemprego observada nas freguesias onde se insere o projeto (Curral das Freiras e Jardim
da Serra) é de 19,7% e15,6%, respetivamente. Ainda que seja expectável que a maior parte da mão-
de-obra seja obtida por trabalhadores já afetos ao empreiteiro responsável pela construção, existirão
novos postos de trabalho a serem preenchidos com mão de obra a ser contratada localmente, o que
constitui um impacte positivo. Face à grande dimensão desta empreitada, e consequentemente ao grande
número de meios humanos envolvidos, este aspeto será significativo.

Uma vez que é expectável a deslocação de mão-de-obra de fora, prevê-se que durante a fase de
construção haja uma dinamização da economia local/regional, com um aumento da atividade económica
nas freguesias abrangidas e adjacentes ao Projeto, em setores como a construção, restauração e
alojamento, traduzindo-se num impacte positivo significativo.

No Quadro 8.52 sintetizam-se os impactes identificados para a fase de construção e os resultados da


aplicação dos classificadores indicados no Quadro 8.1a esses mesmos impactes.

387

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Quadro 8.52
Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do projeto da Zip Line na componente socioeconomia – Fase de Construção
Identificação Âmbito de Desfasamento Possibilidade
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo
do impacte influência no tempo de minimização
C1 – Arrendamento dos Aumento do
terrenos da área destinada rendimento
Pouco
à instalação das estações e do(s) Positivo Reduzida
significativo
Local Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto -
infraestruturas de apoio e proprietário(s)
parque aventura do(s) terreno(s)

C3 – Movimentação de Criação de Pouco Local /


Positivo Reduzida Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto -
emprego significativo Regional
pessoas, máquinas e
Benefícios para
veículos afetos às obras a economia Positivo Reduzida
Pouco Local /
Provável Temporário Reversível De curto prazo Direto -
significativo Regional
local
Perturbação da
Local /
atividade Negativo Reduzida Significativo Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
Regional
turística
C6 – Transporte de Perturbação da
materiais diversos para qualidade de
construção (betão, aço, vida dos
madeira, entre outros) habitantes das Negativo Reduzida Significativo Local Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
povoações
próximas à
empreitada
C7 – Construção de Perturbação da
Local /
edifícios e estruturas de atividade Negativo Moderada Significativo
Regional
Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
apoio turística

388

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Identificação Âmbito de Desfasamento Possibilidade


Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo
do impacte influência no tempo de minimização
Perturbação da
qualidade de
vida dos
habitantes das Local /
Negativo Moderada Significativo Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
povoações Regional
próximas à
empreitada e
envolvente
Perturbação da
Pouco
atividade Negativo Reduzida Local Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
significativo
turística
C11 – Perturbação da
Desenrolamento/instalação qualidade de
dos cabos do teleférico e vida dos
Pouco
Zip Line habitantes das Negativo Reduzida Local Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
significativo
povoações
próximas à
empreitada

389

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8.16.3.3 Fase de exploração

Na fase de exploração do projeto, a nível socioeconómico, espera-se que apenas existam impactes
positivos. O arrendamento das parcelas afetas ao projeto terá um impacte positivo (E1), ainda que seja
um benefício direto apenas dos proprietários dos terrenos afetos ao Projeto, de forma indireta é
expetável que exista um benefício na socioeconomia local, caso os proprietários dos terrenos vivam e/ou
trabalhem na região, pois ao passarem a ter mais recursos financeiros, é provável que façam mais
investimentos localmente.

A criação de postos de trabalho poderá ter um efeito benéfico na estrutura social, nomeadamente, na
redução da taxa de desemprego e no aumento dos rendimentos de pessoas singulares e famílias, durante
o tempo de exploração do projeto, considera-se este impacte positivo. Estima-se que o número de
trabalhadores seja de 40.

A taxa de desemprego observada nas freguesias onde se insere o projeto (Curral das Freiras e Jardim
da Serra) é de 19,7% e15,6%, respetivamente. Espera-se que a maioria dos contratados sejam locais, o
que constitui um impacte positivo. Face à dimensão do projeto, e consequentemente ao grande número
de meios humanos envolvidos, este aspeto será significativo.

Uma vez que é expectável o aumento de turistas a deslocarem-se para a zona para usufruir dos serviços
prestados pelo projeto, prevê-se que durante a fase de funcionamento haja uma dinamização da
economia local/regional, com um aumento da atividade económica nas freguesias abrangidas e
adjacentes ao Projeto, em setores como a restauração e alojamento, traduzindo-se num impacte positivo
significativo.

No Quadro 8.53 sintetizam-se os impactes identificados para a fase de construção e os resultados da


aplicação dos classificadores indicados no Quadro 8.1a esses mesmos impactes.

390

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Quadro 8.53
Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do projeto da Zip Line na componente socioeconomia – Fase de exploração
Possibilidade
Identificação Âmbito de Desfasamento
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
do impacte influência no tempo
minimização
E1 – Arrendamento dos Aumento do
terrenos da área destinada rendimento
Pouco
à instalação das estações e do(s) Positivo Reduzida
significativo
Local Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto -
infraestruturas de apoio e proprietário(s)
parque aventura do(s) terreno(s)
Criação de Local /
Positivo Reduzida Significativo Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto -
emprego Regional
E3 – Aumento de
Funcionamento/presença turistas –
Local /
dos teleféricos; Benefícios para Positivo Reduzida Significativo Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto -
Regional
a economia
local
Criação de Local /
Positivo Reduzida Significativo Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto -
emprego Regional
E4 – Aumento de
Funcionamento/presença turistas –
Local /
da Zip Line; Benefícios para Positivo Reduzida Significativo Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto -
Regional
a economia
local

391

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8.16.4 Parque Aventura

8.16.4.1 Ações indutoras de impactes na Socioeconomia

No Quadro 8.54 listam-se as ações consideradas geradoras de impacte ao nível da componente


socioeconomia nas fases de construção e exploração.

Quadro 8.54
Ações consideradas na análise dos impactes na componente socioeconomia
Fase Ação
C1 – Arrendamento dos terrenos da área destinada à instalação das estações e
infraestruturas de apoio e parque aventura
C3 – Movimentação de pessoas, máquinas e veículos afetos às obras
Construção
C6 – Transporte de materiais diversos para construção (betão, aço, madeira, entre
outros)
C7 – Construção de edifícios e estruturas de apoio
E1 – Arrendamento dos terrenos da área destinada à instalação das estações e
Exploração infraestruturas de apoio e parque aventura
E4 – Funcionamento/presença do parque aventura

8.16.4.2 Fase de construção

Os impactes negativos expectáveis de ocorrer durante o processo construtivo do Projeto estarão


sobretudo relacionados com o incómodo que as ações associadas à obra poderão gerar nas populações
afetadas.

As ações de Movimentação de pessoas, máquinas e veículos afetos às obras (C3) e Transporte de


materiais diversos para construção (betão, aço, madeira, entre outros) (C6), irão aumentar o tráfego de
veículos pesados e viaturas comerciais, nos acessos às obras e nas vias de comunicação, conduzindo a um
aumento de emissões de poluentes para atmosfera, assim como de ruído, promovendo uma alteração
generalizada da qualidade ambiental, ainda que reduzida, na área de intervenção e na sua envolvente.

Apesar de junto à localização do Parque Aventura não haver habitações, para realizar o acesso a esta
área, é necessário passar junto a outras localidades e aglomerados, sendo estes afetados pelas ações
referidas. No caso das vias envolventes, destacam-se a estrada da Corrida, a VR 2 e a VR 1 para aceder
à zona do Miradouro da Boca da Corrida.

Estes impactes são considerados negativos significativos poderão ser minimizados através da adoção de
medidas adequadas, tais como, a aspersão regular nos locais onde estarão a decorrer as atividades que
mais geram emissões de poeiras, controlo de velocidades dos veículos, entre outros. Importa também

392

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referir que parte da minimização destes impactes passa pelo estabelecimento de faixas de proteção em
torno de edifícios habitacionais ou ruínas preservar.

As operações atrás referidas (C3 e C6) poderão conduzir a uma deterioração destas vias, afetando
assim indiretamente a sua normal utilização pelas populações locais. O aumento da circulação de
máquinas e veículos afetos à obra, conduzirá também a constrangimentos no fluxo de tráfego, pela
deslocação lenta que lhes é característica, com implicações nos padrões de mobilidade. Os
constrangimentos serão também sentidos pelos visitantes que se deslocarem para fazer turismo na
envolvente próxima. Da mesma forma, espera-se que a construção das estruturas de apoio necessárias
(C7) afetem a zona envolvente, perturbando os turistas que se desloquem à região. Estes impactes
poderão ser minimizados ajustando o horário de trabalho, estabelecendo faixas de proteção e
adaptando as áreas de obra de forma a afetar menos as zonas envolventes.

Por outro lado, será feito um investimento de aproximadamente 31 milhões de euros, que é considerado
como tendo um impacte positivo na economia regional. Também o arrendamento das parcelas afetas ao
projeto terá um impacte positivo (C1). Ainda que seja um benefício direto apenas dos proprietários dos
terrenos afetos ao Projeto, de forma indireta é expetável que exista um benefício na socioeconomia local,
caso os proprietários dos terrenos vivam e/ou trabalhem na região, pois ao passarem a ter mais recursos
financeiros, é provável que façam mais investimentos localmente.

A criação de postos de trabalho poderá ter um efeito benéfico na estrutura social, nomeadamente, na
redução da taxa de desemprego e no aumento dos rendimentos de pessoas singulares e famílias, ainda
que de forma temporária, considera-se este impacte positivo. Estima-se que o número de trabalhadores,
de entre os vários empreiteiros (construção civil, eletromecânica, equipa de transporte, montagem),
equipas de fiscalização, Dono de Obra, Acompanhamento Ambiental e Arqueológico, seja de 50
trabalhadores, em média por mês.

A taxa de desemprego observada nas freguesias onde se insere o projeto (Curral das Freiras e Jardim
da Serra) é de 19,7% e15,6%, respetivamente. Ainda que seja expectável que a maior parte da mão-
de-obra seja obtida por trabalhadores já afetos ao empreiteiro responsável pela construção, existirão
novos postos de trabalho a serem preenchidos com mão de obra a ser contratada localmente, o que
constitui um impacte positivo. Face à grande dimensão desta empreitada, e consequentemente ao grande
número de meios humanos envolvidos, este aspeto será significativo. Uma vez que é expectável a
deslocação de mão-de-obra de fora, prevê-se que durante a fase de construção haja uma dinamização
da economia local/regional, com um aumento da atividade económica nas freguesias abrangidas e

393

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adjacentes ao Projeto, em setores como a construção, restauração e alojamento, traduzindo-se num


impacte positivo significativo.

No Quadro 8.55 sintetizam-se os impactes identificados para a fase de construção e os resultados da


aplicação dos classificadores indicados no Quadro 8.1 a esses mesmos impactes.

394

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Quadro 8.55
Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do projeto do Parque Aventura na componente socioeconomia – Fase de Construção
Identificação Âmbito de Desfasamento Possibilidade
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo
do impacte influência no tempo de minimização
C1 – Arrendamento dos Aumento do
terrenos da área destinada rendimento
Pouco
à instalação das estações e do(s) Positivo Reduzida
significativo
Local Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto -
infraestruturas de apoio e proprietário(s)
parque aventura do(s) terreno(s)

C3 – Movimentação de Criação de Pouco Local /


Positivo Reduzida Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto -
emprego significativo Regional
pessoas, máquinas e
Benefícios para
veículos afetos às obras a economia Positivo Reduzida
Pouco Local /
Provável Temporário Reversível De curto prazo Direto -
significativo Regional
local
Perturbação da
Local /
atividade Negativo Reduzida Significativo Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
Regional
turística
C6 – Transporte de Perturbação da
materiais diversos para qualidade de
construção (betão, aço, vida dos
madeira, entre outros) habitantes das Negativo Reduzida Significativo Local Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
povoações
próximas à
empreitada
C7 – Construção de Perturbação da
Local /
edifícios e estruturas de atividade Negativo Moderada Significativo
Regional
Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
apoio turística

395

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Identificação Âmbito de Desfasamento Possibilidade


Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo
do impacte influência no tempo de minimização
Perturbação da
qualidade de
vida dos
habitantes das Local /
Negativo Moderada Significativo Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
povoações Regional
próximas à
empreitada e
envolvente
Perturbação da
Pouco
atividade Negativo Reduzida Local Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
significativo
turística
C11 – Perturbação da
Desenrolamento/instalação qualidade de
dos cabos do teleférico e vida dos
Pouco
Zip Line habitantes das Negativo Reduzida Local Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
significativo
povoações
próximas à
empreitada

396

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8.16.4.3 Fase de exploração

Na fase de exploração do projeto, a nível socioeconómico, espera-se que apenas existam impactes
positivos. O arrendamento das parcelas afetas ao projeto terá um impacte positivo (E1), ainda que seja
um benefício direto apenas dos proprietários dos terrenos afetos ao Projeto, de forma indireta é
expetável que exista um benefício na socioeconomia local, caso os proprietários dos terrenos vivam e/ou
trabalhem na região, pois ao passarem a ter mais recursos financeiros, é provável que façam mais
investimentos localmente.

A criação de postos de trabalho poderá ter um efeito benéfico na estrutura social, nomeadamente, na
redução da taxa de desemprego e no aumento dos rendimentos de pessoas singulares e famílias, durante
o tempo de exploração do projeto, considera-se este impacte positivo. Estima-se que o número de
trabalhadores contratados seja de 40.

A taxa de desemprego observada nas freguesias onde se insere o projeto (Curral das Freiras e Jardim
da Serra) é de 19,7% e15,6%, respetivamente. Espera-se que a maioria dos contratados sejam locais, o
que constitui um impacte positivo significativo.

Uma vez que é expectável o aumento de turistas a deslocarem-se para a zona para usufruir dos serviços
prestados pelo parque aventura, prevê-se que durante a fase de funcionamento haja uma dinamização
da economia local/regional, com um aumento da atividade económica nas freguesias abrangidas e
adjacentes ao Projeto, em setores como a restauração e alojamento, traduzindo-se num impacte positivo
significativo.

No Quadro 8.56 sintetizam-se os impactes identificados para a fase de construção e os resultados da


aplicação dos classificadores indicados no Quadro 8.1 a esses mesmos impactes.

397

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Quadro 8.56
Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do projeto da Zip Line na componente socioeconomia – Fase de exploração
Possibilidade
Identificação Âmbito de Desfasamento
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
do impacte influência no tempo
minimização
E1 – Arrendamento dos Aumento do
terrenos da área destinada rendimento
Pouco
à instalação das estações e do(s) Positivo Reduzida
significativo
Local Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto -
infraestruturas de apoio e proprietário(s)
parque aventura do(s) terreno(s)
Criação de Local /
Positivo Reduzida Significativo Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto -
emprego Regional
E3 – Aumento de
Funcionamento/presença turistas –
Local /
dos teleféricos; Benefícios para Positivo Reduzida Significativo Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto -
Regional
a economia
local
Criação de Local /
Positivo Reduzida Significativo Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto -
emprego Regional
E4 – Aumento de
Funcionamento/presença turistas –
Local /
da Zip Line; Benefícios para Positivo Reduzida Significativo Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto -
Regional
a economia
local

398

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8.17 IMPACTES NA SAÚDE HUMANA

8.17.1 Ações indutoras de impactes na saúde humana

A Avaliação de impactes dos teleféricos, Zip Line, restaurante e parque aventura para este descritor é
feita de forma conjunta.

No Quadro 8.57 listam-se as ações consideradas geradoras de impacte ao nível da componente Saúde
humana nas fases de construção e exploração.

Quadro 8.57
Ações consideradas na análise dos impactes na componente saúde humana
Fase Ação
C2 – Instalação e utilização dos estaleiros
C3 – Movimentação de pessoas, máquinas e veículos afetos às obras
C4 – Desmatação/decapagem das áreas a intervencionar
C5 – Movimentação de terras, depósito temporário de terras e materiais, entre outros
C6 – Transporte de materiais diversos para construção (betão, aço, madeira, entre
outros)
Construção
C7 – Construção de edifícios e estruturas de apoio
C8 – Construção de reservatórios para água de abastecimento e combate a incêndios e
outras estruturas de apoio semelhantes
C9 – Construção de ETAs
C10 – Montagem dos vários equipamentos dos sistemas de teleférico
C11 – Desenrolamento/instalação dos cabos do teleférico e Zip Line
E3 – Funcionamento/presença dos teleféricos
E4 – Funcionamento/presença da Zip Line
E5 – Funcionamento/presença do restaurante e estruturas de apoio (ETAs, entre outros)
Exploração E6 – Funcionamento/presença do parque aventura
E7 – Ações de manutenção dos equipamentos e acessos
E8 – Corte de vegetação nas áreas exteriores juntos aos acessos e equipamentos
E9 – Abastecimento do reservatório de água por autotanques

Importa referir que no âmbito deste estudo não foram considerados os impactes na saúde dos
trabalhadores. Esta temática é objeto de legislação específica não estando, nem podendo estar, assim,
abrangida pela legislação de Avaliação de Impacte Ambiental.

8.17.2 Fase de Construção

No respeitante à componente da Saúde Humana, e face à natureza do Projeto em estudo, a construção


deste (instalação dos estaleiros, operações de desmatação, movimento de terras, preparação do terreno,
abertura de acessos e construção e montagem das infraestruturas), poderá provocar alguma
incomodidade às populações da área envolvente, ainda que temporariamente.
399

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Importa destacar a emissão de partículas, resultante da desmatação, decapagem dos solos (C4), e
movimentação geral de terras (C5), construção de edifícios e estruturas (C7, C8 e C9), que pela sua
granulometria grosseira, se depositarão no solo, a curtas distâncias do local. Este impacte negativo é
minimizável através da adoção de medidas adequadas, tais como, a aspersão regular nos locais onde
estarão a decorrer as atividades que mais geram emissões de poeiras e controlo de velocidades dos
veículos, entre outros, conforme o proposto neste EIA. Estas ações terão impactes mais significativos quando
realizados na envolvente da estação da estação de Curral das Freiras dado ser a localização onde
existem habitações e comércio.

O aumento temporário de tráfego de veículos, para o local de implantação do Projeto, durante esta
fase, contribuirá também para um aumento das emissões de poluentes, típicos deste tipo de fontes
(partículas, NOx e CO principalmente), para a atmosfera. Ao longo da empreitada a circulação de
veículos apresentará oscilações, prevendo-se, no entanto que os primeiros meses, face ao transporte dos
materiais para os estaleiros, sejam aqueles em que ocorre um maior volume de tráfego associado à
empreitada. Novamente, irá impactar mais significativamente a população de Curral das Freiras.

Estes impactes negativos, já abordados em detalhe no descritor Qualidade do ar, poderão ser
minimizáveis através da adoção de medidas adequadas (vd. Capítulo 10).

Relativamente ao ambiente sonoro importa referir que o ruído gerado nesta fase depende de vários
fatores, nomeadamente as características e quantidade de equipamentos a utilizar, regimes de
funcionamento, quantidade de veículos ligeiros e pesados a circular para e no local de construção. Não
existem, contudo, informações sobre as especificações das máquinas e equipamentos a utilizar, nem a
quantidade de equipamentos, uma vez que tal informação é diretamente dependente da estratégia
implementada pelo empreiteiro que vier a ser selecionado para executar a obra.

Os impactes no ambiente sonoro, abordados no Capítulo 8.14, são considerados negativos e significativos
quando as ações se localizam próximas a recetores sensíveis, como acontece em Curral das Freiras.

Também ao nível dos aspetos sociais, pela tipologia de obra, características dos locais de intervenção e
hábitos associados aos envolvidos neste tipo de empreitadas, é expectável alguma afetação,
nomeadamente em Curral das Freiras e ainda na região no que respeita aos sistemas de saúde. O
elevado número de trabalhadores esperado bem como a tipologia das intervenções em causa, poderão
acarretar um impacte ao nível das infraestruturas de saúde existentes, especialmente se vierem a ocorrer
situações de trabalhadores infetados com Covid19.

400

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No Quadro 8.58 sintetizam-se os impactes identificados para a fase de construção e os resultados da


aplicação dos classificadores indicados no Quadro 8.1 a esses mesmos impactes.

401

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Quadro 8.58
Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do projeto na componente saúde humana – Fase de Construção
Âmbito Possibilidade
Identificação Desfasamento
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância de Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
do impacte no tempo
influência minimização
Emissão de Pouco
gases poluentes Negativo Reduzida Local Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
C2 – Instalação e utilização dos significativo
e partículas
estaleiros Perturbação do Pouco
ambiente Negativo Reduzida Local Certo Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
significativo
sonoro
Emissão de
Pouco
gases poluentes Negativo Reduzida Local Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
significativo
e partículas
Perturbação do
C3 – Movimentação de pessoas, ambiente Negativo Moderada Significativo Local Certo Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
sonoro
máquinas e veículos afetos às
Acidentes de
obras trabalho e
relacionados – Pouco
Reduzida a Local e
aumento da Negativo significativo a Provável Temporário Reversível Imediato Indireto Minimizável
moderada regional
afluência às significativo
estruturas de
saúde
Emissão de
Negativo Moderada Significativo Local Certos Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
partículas
Perturbação do
Pouco
ambiente Negativo Reduzida Local Certo Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
significativo
sonoro
C4 – Desmatação/decapagem das Acidentes de
áreas a intervencionar trabalho e
relacionados – Pouco
Reduzida a Local e
aumento da Negativo significativo a Provável Temporário Reversível Imediato Indireto Minimizável
moderada regional
afluência às significativo
estruturas de
saúde

402

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Âmbito Possibilidade
Identificação Desfasamento
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância de Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
do impacte no tempo
influência minimização
Emissão de Pouco
Negativo Reduzida Local Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
partículas significativo
Perturbação do
Pouco
ambiente Negativo Reduzida Local Certo Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
significativo
C5 – Movimentação de terras, sonoro
Acidentes de
depósito temporário de terras e
trabalho e
materiais, entre outros relacionados – Pouco
Reduzida a Local e
aumento da Negativo significativo a Provável Temporário Reversível Imediato Indireto Minimizável
moderada regional
afluência às significativo
estruturas de
saúde
Emissão de Pouco
Negativo Reduzida Regional Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
partículas significativo
Perturbação do
Pouco
ambiente Negativo Reduzida Regional Certo Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
C6 – Transporte de materiais significativo
sonoro
diversos para construção (betão, Acidentes de
aço, madeira, entre outros) trabalho e
relacionados – Pouco
Reduzida a Local e
aumento da Negativo significativo a Provável Temporário Reversível Imediato Indireto Minimizável
moderada regional
afluência às significativo
estruturas de
saúde
Emissão de Pouco
Negativo Moderada Local Certos Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
partículas significativo
C7 – Construção de edifícios e
Perturbação do
estruturas de apoio ambiente Negativo Elevada Significativo Local Certo Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
sonoro

403

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Estudo de Impacte Ambiental do Sistema de Teleféricos e
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Relatório Técnico
Instituto das Florestas e Conservação da Natureza

Âmbito Possibilidade
Identificação Desfasamento
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância de Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
do impacte no tempo
influência minimização
Acidentes de
trabalho e
relacionados – Pouco
Reduzida a Local e
aumento da Negativo significativo a Provável Temporário Reversível Imediato Indireto Minimizável
moderada regional
afluência às significativo
estruturas de
saúde
Emissão de Pouco
Negativo Moderada Local Certos Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
partículas significativo
Perturbação do
Pouco
ambiente Negativo Reduzida Local Certo Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
C8 – Construção de reservatórios significativo
sonoro
para água de abastecimento e Acidentes de
combate a incêndios e outras trabalho e
estruturas de apoio semelhantes relacionados – Reduzida a
Pouco
Local e
aumento da Negativo significativo a Provável Temporário Reversível Imediato Indireto Minimizável
moderada regional
afluência às significativo
estruturas de
saúde
Emissão de Pouco
Negativo Moderada Local Certos Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
partículas significativo
Perturbação do
Pouco
ambiente Negativo Reduzida Regional Certo Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
significativo
sonoro
Acidentes de
C9 – Construção de ETAs
trabalho e
relacionados – Pouco
Reduzida a Local e
aumento da Negativo significativo a Provável Temporário Reversível Imediato Indireto Minimizável
moderada regional
afluência às significativo
estruturas de
saúde
Emissão de Pouco
C10 – Montagem dos vários partículas
Negativo Moderada
significativo
Local Certos Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável

404

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Âmbito Possibilidade
Identificação Desfasamento
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância de Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
do impacte no tempo
influência minimização
equipamentos dos sistemas de Perturbação do Pouco
Reduzida a
teleférico ambiente Negativo significativo a Regional Certo Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
moderada
sonoro significativo
Acidentes de
trabalho e
relacionados – Pouco
Reduzida a Local e
aumento da Negativo significativo a Provável Temporário Reversível Imediato Indireto Minimizável
moderada regional
afluência às significativo
estruturas de
saúde
Perturbação do
Pouco
ambiente Negativo Reduzida Regional Certo Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
significativo
sonoro
Acidentes de
C11 – Desenrolamento/instalação trabalho e
dos cabos do teleférico e Zip Line relacionados – Reduzida a
Pouco
Local e
aumento da Negativo significativo a Provável Temporário Reversível Imediato Indireto Minimizável
moderada regional
afluência às significativo
estruturas de
saúde

405

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8.17.3 Fase de Exploração

Face à natureza do projeto e à localização do mesmo, os impactes criados durante a fase de exploração,
mesmo quando negativos, são considerados pouco significativos na saúde humana.

Tal como referido nos impactes na qualidade do ar (vd. Capítulo 8.12) espera-se que o funcionamento
do teleférico (E3) possa reduzir a número de veículos a circular na região, mais especificamente nos
acessos aos Miradouros da Boca da Corrida e do Paredão, reduzindo assim as emissões atmosféricas
poluentes causadas por estes e melhorando a qualidade de vida da população local.

No entanto as ações de manutenção de equipamentos, corte de vegetação e abastecimento do


reservatório de água irão gerar emissões atmosféricas, que se esperam ser pouco significativas dada a
sua frequência (no caso da vegetação e manutenção) e localização (no caso do abastecimento do
reservatório de água).

Para os níveis de ruído, tal como indicado no capítulo 8.14, não é previsível que em nenhum dos recetores
sensíveis avaliados os níveis sonoros ultrapassem os valores limites de exposição nem do critério de
incomodidade, tornando assim o impacte sonoro do funcionamento do teleférico e Zip Line pouco
significativo. O mesmo se aplica às ações de manutenção, sendo estas ainda menos frequentes.

O funcionamento das atividades (teleférico, restaurante, parque aventura e Zip Line) bem como a sua
manutenção poderá originar acidentes que, dependendo da sua gravidade, poderão ser mais ou menos
significativos no que respeita à sobrecarga dos serviços de saúde locais.

No Quadro 8.59 sintetizam-se os impactes identificados para a fase de construção e os resultados da


aplicação dos classificadores indicados no Quadro 8.1 a esses mesmos impactes.

406

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Quadro 8.59
Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do projeto na componente saúde humana – Fase de Exploração
Identificação Âmbito de Desfasamento Possibilidade
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo
do impacte influência no tempo de minimização
Redução da
emissão de Pouco
Positivo Reduzida Regional Provável Temporário Irreversível A médio prazo Indireto -
gases de efeito significativo
de estufa
Perturbação do Pouco
ambiente Negativo Reduzida Local Certo Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
significativo
E3 – sonoro
Funcionamento/presença Acidentes de
trabalho e
dos teleféricos relacionados
com o Pouco
Reduzida a Local /
funcionamento Negativo significativo a Provável Temporário Reversível Imediato Indireto Minimizável
moderado regional
– aumento da significativo
afluência às
estruturas de
saúde
Perturbação do
Pouco
ambiente Negativo Reduzida Local Certo Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
significativo
sonoro
Acidentes de
E4 – trabalho e
relacionados
Funcionamento/presença
com o
da Zip Line Pouco
funcionamento Negativo Reduzida Local Provável Temporário Reversível Imediato Indireto Minimizável
significativo
– aumento da
afluência às
estruturas de
saúde

407

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Identificação Âmbito de Desfasamento Possibilidade


Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo
do impacte influência no tempo de minimização
Casos de
E5 – intoxicação
Funcionamento/presença alimentar –
Pouco Local e
do restaurante e estruturas aumento da Negativo Reduzida
significativo regional
Provável Temporário Reversível Imediato Indireto Minimizável
de apoio (ETA, entre afluência às
outros) estruturas de
saúde
Acidentes de
trabalho e
E6 – relacionados – Pouco
Reduzida a Local e
Funcionamento/presença aumento da Negativo
moderada
significativo a
regional
Provável Temporário Reversível Imediato Indireto Minimizável
do parque aventura afluência às significativo
estruturas de
saúde
Emissão de
partículas e Pouco
Negativo Reduzida Local Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
poluentes significativo
atmosféricos
Perturbação do
Pouco
E7 – Ações de manutenção ambiente Negativo Reduzida Local Provável Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
significativo
sonoro
dos equipamentos e
Acidentes de
acessos trabalho e
relacionados – Pouco
Reduzida a Local e
aumento da Negativo significativo a Provável Temporário Reversível Imediato Indireto Minimizável
moderada regional
afluência às significativo
estruturas de
saúde
E8 – Corte de vegetação Emissão de Pouco
Negativo Reduzida Regional Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
partículas significativo
nas áreas exteriores juntos
Perturbação do
aos acessos e ambiente Negativo Reduzida
Pouco
Regional Certo Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
equipamentos significativo
sonoro

408

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Identificação Âmbito de Desfasamento Possibilidade


Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo
do impacte influência no tempo de minimização
Acidentes de
trabalho e
relacionados – Pouco
Reduzida a Local e
aumento da Negativo significativo a Provável Temporário Reversível Imediato Indireto Minimizável
moderada regional
afluência às significativo
estruturas de
saúde
E9 – Abastecimento do Emissão de
partículas e Pouco
reservatório de água por poluentes
Negativo Reduzida
significativo
Regional Certo Temporário Reversível De curto prazo Direto Minimizável
autotanques atmosféricos

409

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8.18 IMPACTES NA PAISAGEM

8.18.1 Enquadramento

Com base na caracterização da paisagem obtida do Capítulo 6 – Situação de Referência e tendo em


consideração as principais ações do Projeto, são identificados e caracterizados os impactes resultantes
das referidas infraestruturas para cada uma das fases de ocorrência.

Com a construção deste Projeto surgirão alterações na paisagem que, direta ou indiretamente, se
traduzirão em impactes de magnitude e significância diversas. Os impactes sentidos dependem quer das
características da área a intervencionar (qualidade paisagística, capacidade de absorção visual e
sensibilidade paisagística), quer do tipo de intervenções a realizar, pelo que a análise destes fatores
permite prever os impactes ao nível da paisagem.

Assim, quer ao nível estrutural (alterações nos elementos que constituem as componentes básicas da
paisagem, causando perturbações ou mesmo alterações ao nível dos usos do solo), quer ao nível de
impacte visual, são esperados: impactes diretos numa primeira fase, por imposição de elementos estranhos
à paisagem, e depois, de forma indireta, impactes causados pela destruição de componentes constituintes
da paisagem que hoje contribuem para a sua harmonia e qualidade visual.

A análise de impactes apresentada considera uma avaliação detalhada das consequências da instalação
do Projeto sobre a Paisagem, identificando, caso a caso, os potenciais impactes que decorrerão das ações
do Projeto e de cada uma das fases em estudo (construção e exploração).

De uma forma geral, pode-se dizer que os impactes na paisagem fazem-se sentir com maior intensidade
durante a fase de construção, atenuando-se na fase de exploração, em resultado de algumas medidas
de recuperação das áreas intervencionadas, que visam a recuperação das áreas de estaleiros, acessos
e das áreas envolventes às frentes de obra. No entanto, embora minimizáveis, mesmo durante a fase de
exploração, os impactes visuais e paisagísticos não se podem anular, principalmente para o tipo de
Projetos em causa, dadas as dimensões e as respetivas normas de segurança, considerando-se como tendo
um efeito permanente. Contudo, com o passar do tempo, os observadores criam uma certa habituação às
novas estruturas construídas.

Estes impactes terão menor ou maior significado de acordo com a perceção visual dos observadores,
designadamente o número, a proximidade e a frequência, bem como as condições climatéricas existentes,

410

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e também da Qualidade Visual e da Sensibilidade Visual da paisagem afetada. Estes serão maiores
quanto maior for a qualidade e a sensibilidade da paisagem.

8.18.2 Ações indutoras de impactes na paisagem

A Avaliação de impactes dos teleféricos, Zip Line, restaurante e parque aventura para este descritor é
feita de forma conjunta. No Quadro 8.60 apresentam-se as ações que se consideram ter impactes na
paisagem.

Quadro 8.60
Ações consideradas na análise dos impactes na componente Paisagem
Fase Ação
C2 – Instalação e utilização dos estaleiros
C4 – Desmatação/decapagem das áreas a intervencionar
C5 – Movimentação de terras, depósito temporário de terras e materiais, entre outros
C6 – Transporte de materiais diversos para construção (betão, aço, madeira, entre outros)
C7 – Construção de edifícios e estruturas de apoio
Construção C8 – Construção de reservatórios para água de abastecimento e combate a incêndios e outras
estruturas de apoio semelhantes
C9 – Construção de ETA
C10 – Montagem dos vários equipamentos dos sistemas de teleférico
C11 – Desenrolamento/instalação dos cabos do teleférico e zip-line
C12 – Desmantelamento do estaleiro e recuperação paisagística das zonas intervencionadas
Exploração E2 – Presença das infraestruturas

8.18.3 Fase de Construção

As perturbações genéricas que potencialmente ocorrem durante a fase de construção do projeto são
determinadas por duas origens distintas, as quais são magnificadas pela pressão que tais ações poderão
exercer na paisagem, tendo em conta o âmbito de influência das mesmas:

¨ Ações, temporárias ou não, incidentes sobre o suporte biofísico e que conduzem a alterações
da paisagem.

¨ Ações que resultam dos próprios trabalhos de construção, com a inevitável introdução de meios
humanos e mecânicos com maior ou menor significado.

411

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As alterações sobre a paisagem estão relacionadas diretamente com ações de construção das Estações
do Curral das Freiras, Paredão e Boca da Corrida, sistemas de transporte – teleféricos e Zip Line, Parque
Aventura, estaleiros e zonas de apoio. Considera-se que todas as ações na análise dos impactes na
componente paisagem apresentam efeito direto no solo, que poderão repercutir-se nos seguintes
impactes:

¨ Desorganização da funcionalidade da paisagem;

¨ Desorganização visual e cénica resultante da presença de maquinaria e pessoal afeto à obra;

¨ Emissão de Poeiras;

¨ Alteração da morfologia;

¨ Desmatação;

A previsão, determinação e avaliação dos impactes paisagísticos mais significativos, a nível da fase de
construção, foi efetuada tendo em consideração as ações geradoras de impacte que irão alterar as
Características Visuais da Paisagem, a sua Qualidade Visual e o seu Valor Cénico.

Estas alterações são resultado da intrusão visual de novos elementos do Projeto, que se irão refletir na
paisagem atual através da modificação das características do relevo e do tipo da ocupação do solo, o
que irá provocar uma nova leitura da paisagem.

Estas modificações nas características atuais da paisagem são os fatores que implicarão alterações
pontuais, mais ou menos importantes, na perceção da paisagem e na apreciação do seu valor cénico.

Quadro 8.61
Identificação da Qualidade Visual da Paisagem (QVP) e Sensibilidade Visual da Paisagem (SVP), por
componente do Projeto
Elementos de Projeto QVP SVP

Estação do Curral das Freiras (e edifício


Média Média
existente a reabilitar de apoio)

Estação Paredão (50 passageiros) Média a Elevada Média


Estação Paredão (15 passageiros) e
Média a Elevada Média
passadiço de ligação
Estação da Boca da Corrida (50
Média e Média a
passageiros), restaurante e passadiço Média e Elevada
Elevada
de ligação
Zip Line Boca da Corrida Média Média

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Parque Aventura Média Reduzida e Média


Sistemas de transporte – teleféricos e Média, Média a Reduzida, Média e
Zip Line Elevada e Elevada Elevada

Refere-se que a vegetação presente nos locais das infraestruturas a construir apresentam um valor
ecológico reduzido a moderado ou de enquadramento cénico relevante, e que será implementado, após
a construção, um projeto de espaços exteriores (paisagismo) que enriquecerá visualmente e integrará a
nova volumetria dos edificados, com um elenco de espécies autóctones da Região Autónoma da Madeira.

Estas ações induzirão impactes visuais e estruturais negativos, diretos, locais, de magnitude reduzida, pela
reduzida presença de observadores na envolvente direta das áreas de intervenção, e de reduzida
significância, pelo seu caráter temporário e minimizável.

413

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Quadro 8.62
Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto do Teleférico na componente Paisagem – Fase de Construção
Possibilidade
Identificação do Âmbito de Desfasamento
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
impacte influência no tempo
minimização
Desorganização Pouco
Negativo Reduzida Local Provável Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
C2, C4, C5, C6, C7, C8, da Paisagem significativo
C9, C10, C11 e C12 Modificação da Pouco
Negativo Reduzida Local Provável Temporário Reversível Imediato Direto Minimizável
Paisagem significativo

414

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8.18.4 Fase de Exploração


Os impactes nesta fase resultam das alterações permanentes no ambiente visual, decorrentes das
alterações na morfologia do terreno e ocupação atual do solo e, sobretudo, da presença dos novos
elementos na paisagem.

Os impactes são avaliados relacionando os dados obtidos na caracterização da situação de referência,


que avaliaram as áreas de intervenção como de reduzida suscetibilidade à introdução de elementos
exógenos, com os resultados da análise das alterações induzidas pelo projeto, bem como da intrusão
visual, dependente, como já foi mencionado, das características visuais mais relevantes do projeto e da
acessibilidade visual para as áreas de intervenção.

No que se refere às características visuais do projeto verifica-se que o conjunto de edificados apresentam
uma volumetria variada, dadas as exigências funcionais do Projeto, alturas que variam aproximadamente
entre 2 m e os 11m metros relativamente ao terreno, cujas áreas de intervenção se localizam num vale
(Estação do Curral das Freiras) e em duas encostas com declives muito acentuados (Estações do Paredão
e Boca da Corrida).

Não se preveem alterações com significância na morfologia atual do terreno, o edificado e os passadiços
serão implantados de forma a manter a morfologia existente. Apenas poderá ser necessária, para as
estações, a criação de pequenas movimentações de terra decorrentes da necessidade de criação de
plataformas de nível para a implantação do conjunto edificado, contudo a modelação proposta assegura
uma nova topografia com formas harmoniosas, estabelecendo uma articulação regrada com a envolvente.
É ainda prevista na proposta de modelação do terreno para a criação de volumetrias adicionais
integradas no conceito para os espaços exteriores de integração paisagística, como forma de
reaproveitar o excesso de terras de escavação. A modelação proposta integra ainda um sistema de
passadiços e escadas em ferro e madeira de forma a minorar o impacto da construção de ligação dos
edificados das respetivas Estações no Paredão e na Boca da Corrida, estes serão construídos de forma
a manter a morfologia do terreno existente atualmente.

No que se refere à avaliação da intrusão visual promovida pela presença do Projeto, foram geradas
várias bacias visuais, tendo em conta a altura máxima prevista do volume do edificado e a altura média
de um observador (vd. Figura 8.2, Figura 8.3, Figura 8.4 e Figura 8.5). Estas bacias visuais permitem
aferir os focos de potenciais observadores expostos à presença destes elementos exógenos, ou seja, os
sujeitos ao impacte visual induzido pelo futuro conjunto edificados.

415

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FIGURA 8.2 – BACIA VISUAL DA ESTAÇÃO DO CURRAL DAS FREIRAS

310000 315000 320000

Porto Moniz
3625000

Calheta Machico

Funchal

Área de Estudo

Sistema de Teleféricos

Estações

Curral das Freiras Cabos

Parque Aventura

Área de implantação do Parque Aventura

Área de Estudo da Paisagem

Bacia Visual da Estação de Curral das Freiras


3620000
A:\MFA\01_PRODUÇÃO\Em curso\2021\T04321\04Peças_Desenhadas\MXD\T04321_01_V0_Figura_8_2_psg_BV_CurralFreiras.mxd - A3 (420mm x 297mm)

Extrato da Carta Militar de Portugal, Arquipélago da Madeira, Folhas 5, 6, 8 e 9, esc. 1:25 000 0 500 1,000
m
Sistema de Coordenadas: PTRA08-UTM/ITRF93
Elipsóide: GRS80
Projeção: UTM (Universal Tranverse Mercator)

Estudo de Impacte Ambiental do


Sistema de Teleféricos e Parque Aventura em Curral das Freiras
Figura 8.2 - Bacia Visual da Estação de Curral das Freiras

416

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FIGURA 8.3 – BACIA VISUAL DA ESTAÇÃO DO PAREDÃO

310000 315000 320000

Porto Moniz
3625000

Calheta Machico

Funchal

Área de Estudo

Sistema de Teleféricos

Estações

Cabos

Paredão Parque Aventura

Área de implantação do Parque Aventura

Área de Estudo da Paisagem

Bacia Visual da Estação de Paredão


3620000
A:\MFA\01_PRODUÇÃO\Em curso\2021\T04321\04Peças_Desenhadas\MXD\T04321_01_V0_Figura_8_3_psg_BV_Paredao.mxd - A3 (420mm x 297mm)

Extrato da Carta Militar de Portugal, Arquipélago da Madeira, Folhas 5, 6, 8 e 9, esc. 1:25 000 0 500 1,000
m
Sistema de Coordenadas: PTRA08-UTM/ITRF93
Elipsóide: GRS80
Projeção: UTM (Universal Tranverse Mercator)

Estudo de Impacte Ambiental do


Sistema de Teleféricos e Parque Aventura em Curral das Freiras
Figura 8.3 - Bacia Visual da Estação de Paredão

417

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FIGURA 8.4 – BACIA VISUAL DA ESTAÇÃO DA BOCA DA CORRIDA

310000 315000 320000

Porto Moniz
3625000

Calheta Machico

Funchal

Área de Estudo

Sistema de Teleféricos

Estações

Cabos

Parque Aventura

Área de implantação do Parque Aventura


Boca da Corrida

Área de Estudo da Paisagem

Bacia Visual da Estação da Boca da Corrida


3620000
A:\MFA\01_PRODUÇÃO\Em curso\2021\T04321\04Peças_Desenhadas\MXD\T04321_01_V0_Figura_8_4_psg_BV_BocaCorrida.mxd - A3 (420mm x 297mm)

Extrato da Carta Militar de Portugal, Arquipélago da Madeira, Folhas 5, 6, 8 e 9, esc. 1:25 000 0 500 1,000
m
Sistema de Coordenadas: PTRA08-UTM/ITRF93
Elipsóide: GRS80
Projeção: UTM (Universal Tranverse Mercator)

Estudo de Impacte Ambiental do


Sistema de Teleféricos e Parque Aventura em Curral das Freiras
Figura 8.4 - Bacia Visual da Estação da Boca da Corrida

418

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FIGURA 8.5 – BACIA VISUAL DO PARQUE AVENTURA

310000 315000 320000

Porto Moniz
3625000

Calheta Machico

Funchal

Área de Estudo

Sistema de Teleféricos

Estações

Cabos

Parque Aventura

Área de implantação do Parque Aventura

Parque Aventura
Área de Estudo da Paisagem

Bacia Visual do Parque Aventura


3620000
A:\MFA\01_PRODUÇÃO\Em curso\2021\T04321\04Peças_Desenhadas\MXD\T04321_01_V0_Figura_8_5_psg_BV_ParqueAventura.mxd - A3 (420mm x 297mm)

Extrato da Carta Militar de Portugal, Arquipélago da Madeira, Folhas 5, 6, 8 e 9, esc. 1:25 000 0 500 1,000
m
Sistema de Coordenadas: PTRA08-UTM/ITRF93
Elipsóide: GRS80
Projeção: UTM (Universal Tranverse Mercator)

Estudo de Impacte Ambiental do


Sistema de Teleféricos e Parque Aventura em Curral das Freiras
Figura 8.5 - Bacia Visual do Parque Aventura

419

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Foi efetuada uma bacia visual para o conjunto da Estação do Curral das Freiras e respetivo Zip Line (vd.
Figura 8.2). Não foi efetuada bacia visual para o edifício de apoio da Estação do Curral das Freiras,
uma vez que este já é um edifício existente e atualmente visível e que irá ter apenas melhoramentos
estruturais e arquitetónicos.

Foram ainda efetuadas bacias visuais para a Estação do Paredão (estação de 15 passageiros e estação
de 50 passageiros), Estação da Boca da Corrida (Estação de 50 passageiros e respetivo Zip Line) e
Parque Aventura (vd. Figura 8.3, Figura 8.4 e Figura 8.5). Os passadiços não foram considerados no
estudo da intrusão visual uma vez que devido à tipologia de materiais a utilizar e cor, adaptam-se à
morfologia existente, não originam taludes (bases através de estacas), e, sobretudo, por terem uma
expressão visual pouco relevante comparativamente com os restantes elementos de projeto.

Analisando as bacias visuais geradas, verifica-se que o Projeto em geral, apresenta uma bacia que
preenche aproximadamente cerca de 24% da área de análise de 3km (área de estudo da Paisagem).
A visibilidade do Projeto em geral, destaca-se mais nas encostas envolventes da ribeira de Curral das
Freiras, podendo ainda ser visível a maior distância em alguns dos Picos, onde serão elementos presentes,
mas que não chamam a atenção como ponto de focalização e também dadas as condições climatéricas
usuais de nevoeiros nesta zona. Efetivamente, dificilmente dos Picos mais afastados se conseguirá ter
visibilidade para o Projeto. Além disso, são zonas sem potenciais observadores, ou observadores
temporários.

Como potenciais observadores permanentes, destacam-se as povoações de Achada, Balseiras, Murteira,


Casas Próximas, Terra Chã, Capela, Seara Velha, Lombo Chão e a sede de freguesia Curral das Freiras.
Estas povoações localizam-se no vale e encostas da ribeira do Curral das Freiras, desta forma, com
capacidade visual para os elementos de Projeto.

A bacia visual da Estação do Curral das Freiras (vd. Figura 8.2), apresenta uma bacia que preenche
aproximadamente cerca de 9% da área de análise de 3km (área de estudo da Paisagem). Estando a
povoação de Curral das Freiras resguardada visualmente pela presença na sua envolvente próxima de
encostas elevadas e de declives acentuados, a área de visibilidade desta Estação cinge-se apenas até
estas encostas, uma vez, que estas criam barreiras visuais.

Relativamente à bacia visual da Estação do Paredão (estação de 15 passageiros e estação de 50


passageiros) (vd. Figura 8.3), esta apresenta uma bacia que preenche aproximadamente cerca de 9%
da área de análise de 3km (área de estudo da Paisagem). Esta Estação encontra-se mais exposta
visualmente para as encostas declivosas viradas a este, nordeste e sudeste e localizadas na margem

420

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direita da ribeira do Curral das Freiras. O miradouro da Boca da Corrida, terá visibilidade para esta
Estação. Em termos de observadores permanentes, para esta Estação, apenas parte da povoação das
Casas Próximas e Seara Velha.

Quanto à bacia visual da Estação da Boca da Corrida (Estação de 50 passageiros e respetivo Zip Line)
(vd. Figura 8.4), esta apresenta uma bacia que preenche aproximadamente cerca de 16% da área de
análise de 3km (área de estudo da Paisagem). Esta Estação encontra-se mais exposta visualmente para
as encostas declivosas viradas a oeste, noroeste e sudoeste e localizadas na margem esquerda da ribeira
do Curral das Freiras. O miradouro do Paredão, terá visibilidade para esta Estação. Em termos de
observadores permanentes, para esta Estação, as povoações de Achada, Balseiras, Murteira, Casas
Próximas, Capela, Seara Velha, Lombo Chão e a sede de freguesia Curral das Freiras.

O Parque Aventura apresenta uma bacia visual muito pequena (vd. Figura 8.5), devido a este se encontrar
num vale mais encaixado da cabeceira de linha de água do afluente da ribeira do Jardim. Esta bacia
visual preenche aproximadamente cerca de 1% da área de análise de 3km (área de estudo da
Paisagem), sendo visualmente mais exposto às encostas envolventes mais próximas do local do Parque
Aventura.

Desta forma, a análise efetuada foi a mais desfavorável para o Projeto, uma vez que não se considerou
uma série de fatores atenuadores da capacidade visual dos potenciais observadores, como sejam a
existência de barreiras visuais decorrentes dos diferentes usos do solo da envolvente, a distância entre
observador/objeto observado, a acuidade visual dos potenciais observadores e as condições climatéricas
adversas à visualização do Projeto.

Os cabos dos sistemas de transporte teleférico e respetivas cabines, são um tipo de infraestruturas que
sobressaem na paisagem apenas a distâncias relativamente reduzidas.

Os locais dos miradouros (miradouros do Paredão, Boca da Corrida, Boca dos Namorados e Eira do
Serrado) presentes na área de estudo, terão visibilidade para parte do Projeto, mas nunca na sua
totalidade.

Na fase de exploração prevê-se que as medidas de minimização, das quais se destaca o projeto de
arquitetura paisagística nos espaços exteriores, já tenham sido implementadas e que a paisagem
degradada pelo decorrer da obra se encontre recuperada.

As áreas de intervenção manifestam média a reduzida suscetibilidade à introdução de elementos


exógenos, função da reduzida diversidade e especificidade deste território pouco humanizado.

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A vegetação presente no local das infraestruturas apresenta um valor ecológico ou cénico pouco
relevante, e que no âmbito do projeto de espaços exteriores (paisagismo), este permitirá integrar
visualmente o edificado com a vegetação atualmente presente.

Embora se prevejam pequenas alterações na morfologia do terreno, a modelação assegura uma nova
topografia com formas harmoniosas, estabelecendo uma articulação regrada com a envolvente.

A proposta de paisagismo garantirá a integração deste conjunto edificado e a minimização do impacte


visual na paisagem através de configurações orgânicas na modelação do terreno e da utilização de
diferentes estratos e de um elenco diversificado de vegetação autóctone, enriquecendo e valorizando a
paisagem.

Considera-se assim, que o Projeto implicará um impacte estrutural negativo, direto, certo, local, imediato,
permanente, irreversível, de magnitude reduzida, pelas alterações previstas na morfologia do terreno e
pela volumetria do conjunto edificado proposto, mas minimizável e de reduzida significância.

No entanto, o Projeto implicará um impacte visual e de enquadramento cénico positivo, direto, certo, local,
imediato, permanente, irreversível, de magnitude e significância moderada, pela oportunidade de o
observador poder usufruir da paisagem envolvente desta zona em estudo.

Seguem-se algumas fotografias dos locais das infraestruturas de Projeto e previsão de supostas
perspetivas das vistas a partir dos sistemas de transporte dos teleféricos.

Fotografia 8.2 – Edifício de apoio a reabilitar da Fotografia 8.3 – Vista para o local da Estação do
Estação do Curral das Freiras Curral das Freiras

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Fotografia 8.4 – Vista para o local da Estação do Fotografia 8.5 – Vista para o local do Zip Line
Paredão (estação de 15 passageiros e estação de 50 (Miradouro da Boca da Corrida)
passageiros)

Fotografia 8.6 – Vista para o local da Estação da Fotografia 8.7 – Posto Florestal na área prevista para
Boda da Corrida o Parque Aventura

Fotografia 8.8 - Vista no sentido do percurso do Fotografia 8.9 - Vista para jusante do sistema de
Sistema de Teleféricos Miradouro do Paredão – transporte teleférico, ou seja, sentido sul da ilha (vista
Miradouro da Boca da Corrida para o mar)

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Fotografia 8.10 - Vista para montante do sistema de


transporte teleférico, ou seja, o sentido norte da ilha

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Quadro 8.63
Identificação e avaliação dos impactes ambientais resultantes das ações do Projeto do Teleférico na componente Paisagem – Fase de Exploração
Possibilidade
Identificação do Âmbito de Desfasamento
Ação/ atividade Potencial Magnitude Importância Probabilidade Duração Reversibilidade Tipo de
impacte influência no tempo
minimização
Modificação da Pouco
Negativo Reduzida Local Provável Temporário Irreversível Imediato Direto Minimizável
Paisagem significativo
E2 Melhoria da
Presença do Projeto possibilidade de Medianamente
Positivo Média Local Provável Temporário Irreversível Imediato Direto -
usufruir da significativo
Paisagem

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8.19 IMPACTES NA FASE DE DESATIVAÇÃO

A ação de desativação do Projeto considera-se muito pouco provável, dada a tipologia do mesmo e o
elevado investimento previsto.

A suceder, implicará a remoção de todos os equipamentos e posterior recuperação paisagística, o que


irá gerar um impacte positivo a nível dos vários descritores relacionados com a ocupação da área afeta
ao Projeto, por libertar essa área para outros usos. A magnitude e significância desse impacte dependerá
dos usos futuros que vier a ser dado à área em causa.

De facto, após a remoção de todo o equipamento e a cobertura com terra vegetal das áreas
intervencionadas, essas áreas irão naturalmente recuperar as suas características, permitindo que, a curto
prazo, os terrenos que tinham ficado previamente ocupados, fiquem disponíveis, e recuperem as suas
características naturais.

Os impactes na fase de desativação irão resultar, fundamentalmente, da perturbação causada pela


circulação de pessoas, veículos e máquinas, tal como descrito na fase de construção e das ações de
demolição/remoção de todas as infraestruturas, sendo a magnitude do impacte muito dependente da
solução final adotada, e do destino final dado aos resíduos suscetíveis de virem a ser produzidos nesta
fase. Serão impactes de idêntica natureza aos identificados na fase de construção, mas com algumas
especificidades em função da solução adotada, que importa ter presente, nomeadamente, não são
efetuadas betonagens e as estruturas poderão ser retiradas, ou requalificadas para outros usos, cuja
solução final influenciará significativamente os impactes.

Com a desativação do Projeto há a assinalar o cessar dos impactes negativos resultantes da sua presença,
com especial relevância ao nível da paisagem. Salienta-se que com a remoção das infraestruturas serão
nas áreas que estavam ocupadas retomadas as características naturais pré-existentes, após as devidas
ações de recuperação.

Considera-se, também, que a recuperação das áreas intervencionadas após o desmantelamento das
infraestruturas resulta num impacte positivo.

Importa também referir que durante a fase de desativação, deverá ocorrer a implementação de um
plano de recuperação paisagística de cariz ambiental que permitirá tornar reversíveis alguns dos
impactes referidos anteriormente. A implementação de um plano de recuperação paisagística, que
deverá incluir o desmantelamento de todo o equipamento e instalações inerentes ao Projeto e a posterior

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recuperação de todas as áreas afetadas pela sua exploração, irá promover a recuperação do coberto
vegetal, facto que será potenciado pelo elenco vegetal preconizado nesse plano.

Por último, a desativação acarretará o fim dos impactes positivos que resultarão da exploração do
Projeto.

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9 ANÁLISE DE RISCO

9.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O presente capítulo consiste na análise do risco ambiental referente ao Projeto.

A avaliação é efetuada para as fases de construção e exploração do Projeto e baseia-se em recolha


bibliográfica, bem como na análise pericial da equipa envolvida.

A análise que se apresenta reflete situações extremas de origem externa, de efeitos negativos, mas
também aborda os riscos associados às atividades de construção e exploração do Projeto. A análise que
se apresenta aborda as seguintes vertentes:

Riscos com origem em fenómenos e ações externas, naturais e humanas, e não imputadas diretamente ao
Projeto, traduzindo-se em impactes com uma determinada significância para o ambiente, e;

Riscos com origem direta no Projeto, em resultado da consequência dos fenómenos e ações externas
avaliados no ponto anterior, e em ações resultantes da construção e manutenção do Projeto imputadas a
erro humano.

Refira-se que a análise dos riscos na saúde humana, tal como previsto no Decreto-Lei n.º 151-B/2013,
de 31 de outubro, alterado e republicado pelo Decreto-lei n.º 152-B/2017, de 11 de dezembro
encontra-se desenvolvida em capítulo próprio.

Importa salientar que a presente análise de risco não inclui referências aos riscos de segurança relativos
à execução dos trabalhos na fase de construção, uma vez que este tipo de preocupações se encontra
devidamente regulamentado, bem como a segurança interna e respetivas medidas, associadas à
atividade de exploração e manutenção que deverá salvaguardar os trabalhadores e eventuais visitantes,
aspetos alvo de legislação e enquadramento próprios fora do âmbito da avaliação de impacte
ambiental.

9.2 ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO

O risco é o produto da probabilidade de ocorrência de um determinado acontecimento indesejado pelo


efeito que pode causar numa dada população ou estrutura. Por consequência, em processos de análise
de risco haverá, primeiramente, que identificar os perigos, e depois, que avaliar os riscos dos perigos

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identificados, tendo presente quer a probabilidade de ocorrência desses perigos quer a severidade dos
danos que esse evento, quando ocorre, pode causar.

A avaliação de risco conduz ao estabelecimento de prioridades dos riscos - de acordo com determinadas
escalas, que podem ser definidas por métodos simples - através de uma matriz que utiliza conjuntamente
a classificação quanto à probabilidade de ocorrência dos perigos com a classificação quanto à
severidade das suas consequências.

A análise de risco efetuada destina-se, assim, a identificar os incidentes passíveis de gerar impactes no
ambiente e a qualificar, comparar e hierarquizar os riscos a eles associados para as atividades
significativas inerentes a cada fase do Projeto, permitindo, consequentemente, estruturar as medidas de
minimização correspondentes.

De modo a alcançar os objetivos pretendidos estabeleceram-se os seguintes passos metodológicos:

¨ Avaliação do sistema alvo de estudo e definição de fronteira;

¨ Identificação dos perigos e desenvolvimento de cenários de acidentes;

¨ Estimativa da tipologia de efeitos ou consequências resultantes dos acontecimentos


identificados para a população, ambiente e bens materiais;

¨ Estimativa da probabilidade de ocorrência dos acontecimentos e dos seus efeitos, tendo em


conta as medidas de prevenção e minimização propostas;

¨ Avaliação do risco;

¨ Definição/ identificação de medidas de minimização/meios de controlo.

Neste enquadramento foram identificados os Perigos para as fases de construção e exploração, podendo
cada um deles ser imputados a causas externas ou internas ao Projeto, sendo alguns perigos comuns à
fase de exploração e construção.

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Quadro 9.1
Perigos para as fases de construção e exploração, podendo cada um deles ser imputados a causas
externas ou internas ao Projeto
Fases vs origem Fase de Construção Fase de Exploração
• Ocorrência de fenómenos
naturais (sismos, deslizamentos • Ocorrência de fenómenos
de vertentes, desprendimento naturais (sismos, deslizamentos
de rochas, incêndios, ventos, de vertentes, desprendimento
ondas de calor e secas); de rochas, incêndios, ventos,
• Atos de vandalismo/ Atentados ondas de calor e secas);
Externo terroristas; • Atos de vandalismo/ Atentados
• Acidentes devido à circulação terroristas;
de veículos (camiões, máquinas • Acidentes devido à circulação
da obra e veículos ligeiros) no de veículos de transporte de
exterior das áreas de turistas nas áreas de projeto
implantação do projeto (ocorrência de incêndios,
(ocorrência de incêndios, derrames).
derrames).
• Acidentes devido à circulação
de veículos (camiões e máquinas
de obras) no interior da área
de implantação do projeto
(ocorrência de incêndios, • Acidentes devido à circulação
derrames); dos teleféricos e de veículos de
manutenção (camiões, máquinas
• Utilização, manuseamento e da obra e veículos ligeiros) nas
operação de equipamentos e áreas de projeto (ocorrência de
Interno máquinas relacionadas com a incêndios, derrames).
especificidade da obra
(ocorrência de incêndios, • Falhas durante as ações de
derrames, degradação de manutenção (ocorrência de
linhas de água); incêndios, derrames,
degradação de linhas de água).
• Armazenamento e
manuseamento de combustíveis,
óleos e outros produtos químicos
na obra.

A análise de risco que se segue é efetuada de acordo com a probabilidade de ocorrência desse risco e
a sua gravidade.

Em relação à probabilidade de ocorrência, esta foi definida de 1 a 5, de acordo com os critérios


apresentados no Quadro 9.2 e de acordo com a fase de projeto em que os mesmos poderão ocorrer. A
gravidade do risco será traduzida em termos de impactos, ou seja, em termos de severidade e de
reversibilidade dos impactos, tendo sido classificada de 1 a 5, de acordo com o

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Quadro 9.2.

Quadro 9.2
Critérios de avaliação dos riscos ambientais

Fase Parâmetro n nível


- Sem danos ambientais ou insignificantes. Danos económicos nulos ou
1
insignificantes. Sem danos para a saúde humana
- Danos ambientais reduzidos reversíveis, com reposição fácil do equilíbrio
natural. Alguns prejuízos económicos. Danos inexpressivos para a saúde 2
humana.
- Danos ambientais reversíveis elevados e com custos de reposição do
equilíbrio natural. Prejuízos económicos elevados.
3
- Consumo de recursos naturais renováveis. Danos leves para a saúde
Construção/ Severidade humana
Exploração (s)
- Danos ambientais graves reversíveis, com elevados custos de reposição
do equilíbrio natural. Elevados prejuízos económicos.
4
- Consumo de recursos naturais não renováveis. Danos graves para a
saúde humana
- Danos irreversíveis no ambiente e para a saúde humana.
- Consumo elevado de recursos naturais, renováveis e/ou não renováveis.
5
Muito elevados prejuízos económicos.
- Meio recetor sensível.
- mais de 10 anos 1
- até 1 vez/10 anos 2
Probabilidade
Exploração - até 1 vez/ 5 anos 3
(p)
- até 1 vez/ano 4
- pelo menos 1 vez/semestre 5
Fase Parâmetro n nível
- mais de 6 meses 1
- até 1 vez/semestre 2
Probabilidade
Construção - até 1 vez/trimestre 3
(p)
- até 1 vez/mês 4
- pelo menos 1 vez/semana 5

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A significância é calculada através da seguinte expressão:

resultado da significância (r) = 2s x p

Os impactes ambientais, resultantes das situações de risco serão, assim, classificados de acordo com os
critérios do Quadro 9.3.

Quadro 9.3
Critérios de classificação dos riscos ambientais
Interpretação dos Resultados Classificação do Risco Ambiental
R < 10 Não Significativo
R ≥ 10 Significativo

Todos os riscos ambientais classificados como significativos, ou outros considerados pertinentes, deverão
ser sujeitos a uma análise e planeamento de ações com vista a controlar, minimizar e/ou eliminar a sua
origem.

De acordo com a classificação dos riscos deverão ser implementadas as medidas adequadas, de forma
a atingir os objetivos definidos.

No Quadro 9.4 apresenta-se o tipo de medidas a tomar, função da classificação de impactos obtida.
Quadro 9.4
Nível de Ação, em função da classificação dos riscos ambientais
Classificação do Risco Ambiental Descrição da Acão
Não significativo Manter boas práticas e medidas para controlo de riscos
Significativo Controlar, minimizar e/ou eliminar até risco controlado

9.3 IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS E AVALIAÇÃO DE RISCOS

Apresenta-se no Quadro 9.5 uma síntese da identificação dos perigos e a respetiva classificação de
riscos para as infraestruturas do atual projeto, descritos na avaliação dos subcapítulos seguintes.

9.3.1 Fase de construção/exploração – causas externas

Ocorrência de fenómenos naturais

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¨ Sismos, deslizamentos e desprendimento de rochas

A área de estudo localiza-se num setor sujeito a instabilidade dos terrenos, em que a evolução
geomorfológica facilitada pelas elevadas escorrências devidas à precipitação e pela natureza branda
e alterada de algumas formações geológicas, propicia o recuo das vertentes, através de movimentos de
massa como deslizamentos.

A possibilidade de existência de pedras ou blocos que possam vir a desprender-se e que no seu
movimento descendente possam causar vítimas, danos materiais ou mesmo danificar as estruturas de
suporte do Sistema de Teleféricos é também de considerar.

A sismicidade registada na Ilha da Madeira é fraca e sentida com baixa intensidade. O principal perigo
decorrente destes sismos é a possibilidade de poder despoletar movimentos de massa em locais que
poderão estar já em risco iminente.

¨ Ondas de calor e secas

Não existem dados que permitam assumir um aumento da ocorrência de ondas de calor e secas. No
entanto, consideram-se nulas as consequências para o Projeto e, como tal, o risco é considerado nulo, não
se apresentando igualmente no Quadro 9.5.

No entanto, será de salientar a contribuição das ondas de calor e secas para a criação de condições
favoráveis à ignição e propagação de incêndios, sendo que este risco se encontra descrito e avaliado
autonomamente, sendo considerado como significativo.

¨ Ventos

Verifica-se que as velocidades médias mensais do vento nesta estação climatológica mantêm-se
sensivelmente constante ao longo do ano, apresentando um valor médio de 7,6 km/h. A velocidade do
vento é maior no mês de dezembro (10 km/h) e menor nos mês de julho (5,6 km/h).

Desta forma, não se inclui o vento no Quadro específico dos riscos.

Atos de vandalismo

A ocorrência de atos de vandalismo nas infraestruturas, para além de poderem resultar em situações de
destruição de materiais e equipamentos, podem causar situações de incêndio com as consequências
inerentes aos mesmos. Caso se venha a verificar algum, deverá ser assegurada a sua deteção e atuação
imediata e eficaz no foco de origem do incêndio.

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Consideram-se, igualmente, os incêndios com origem no exterior ao Projeto, que poderão ter origem em
atos de vandalismo, mas também em causas naturais, especialmente potenciados pelo aumento das
temperaturas médias, ocorrência de ondas de calor e períodos de seca, sendo esta uma região onde
historicamente se procede a queimadas.

As consequências de um incêndio, quer em obra, quer durante a exploração, são graves, resultando em
contaminações da qualidade do ar, solo e qualidade da água, danos materiais graves e consumos de
recursos, podendo mesmo causar danos irreversíveis na saúde humana.

Este risco é, assim, classificado na sua globalidade como significativo, na fase de exploração uma vez
que a sua probabilidade de ocorrência é de nível 2 e as suas consequências são, na sua globalidade,
consideradas como de nível 5 (vd. Quadro 9.5), com danos graves para o Ambiente e Saúde Humana.
Já na fase de construção não é considerado significativo uma vez que apesar das consequências serem
elevadas nível 4, a probabilidade é menor (nível 1).

Acidentes devido à circulação de veículos (camiões, máquinas da obra e veículos ligeiros) no exterior
da área de implantação dos Projetos

Na fase de construção existirá alguma diversidade e quantidade de máquinas, veículos e equipamentos


em funcionamento e em circulação.

A existência de máquinas e equipamentos de obra em deficiente estado de conservação pode originar


situações de poluição do ar, água e solos, por derrames, de óleos e combustíveis, emissões gasosas não
controladas e emissões de ruído significativas.

Por outro lado, da ocorrência de colisões entre os veículos podem resultar acidentes vários que colocam
em risco o ambiente circundante, nomeadamente:

¨ Perigo de derrame de combustível, com contaminação dos solos em que este incidir, o que,
dependendo da área afetada e da quantidade de combustível derramada, pode originar um
efeito significativo;

¨ Perigo de incêndio, com consequente explosão do tanque de combustível, que poderá pôr em
risco a saúde dos trabalhadores da obra, bem como a integridade das estruturas construídas
até então.

Neste enquadramento, este risco é considerado como significativo na fase de construção, uma vez que se
considerou com uma probabilidade de nível 3 e com severidade de nível 2 (vd. Quadro 9.5).
434

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Na fase de exploração também se verificará circulação de veículos, embora com menor frequência,
podendo ocorrer situações de acidentes que provoquem o derrame de combustíveis ou a ocorrência de
explosões, embora estas últimas com menor probabilidade. Considera-se este risco como não significativo,
uma vez que se considerou com uma probabilidade de nível 2 e com severidade de nível 2 (vd. Quadro
9.5).

9.3.2 Fase de Construção – causas internas

Acidentes devido à circulação de veículos e utilização, manuseamento e operação de equipamentos


e máquinas

Nesta fase existirá uma diversidade e quantidade de máquinas, veículos e equipamentos em


funcionamento e em circulação.

A existência de máquinas e equipamentos de obra em deficiente estado de conservação pode originar


situações de poluição do ar, água e solos, por derrames, de óleos e combustíveis, emissões gasosas não
controladas e emissões de ruído significativas.

Por outro lado, da ocorrência de colisões entre os veículos podem resultar acidentes vários que colocam
em risco o ambiente circundante, nomeadamente:

¨ Perigo de derrame de combustível, com contaminação dos solos em que este incidir, o que,
dependendo da área afetada e da quantidade de combustível derramada, pode originar um
efeito significativo;

¨ Perigo de incêndio, com consequente explosão do tanque de combustível, que poderá pôr em
risco a saúde dos trabalhadores da obra e comunidade envolvente, bem como a integridade
das estruturas construídas até então.

Neste enquadramento, no caso da construção das infraestruturas do projeto, este risco não é significativo,
uma vez que se considerou uma probabilidade de nível 1 e uma severidade de nível 3.

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Armazenagem e manuseamento de combustíveis, óleos e outros produtos químicos

As atividades a desenvolver durante a construção de uma infraestrutura deste tipo, implicam a


necessidade de algumas manutenções diversas durante a fase de construção, pelo que se justifica o
armazenamento de óleos e outros tipos de lubrificantes. Assim, nesta fase devem ser cumpridas regras
de segurança, que deverão estar previamente estabelecidas em documento próprio.

Por outro lado, os combustíveis, líquidos ou gasosos, são materiais que apresentam elevado risco de
incêndio e explosão, podendo também, em certas circunstâncias, constituir um foco de intoxicação. Estes
riscos são interdependentes uns dos outros, podendo desencadear o vulgarmente denominado “efeito de
dominó”.

Para além dos riscos associados ao armazenamento, podem ser igualmente considerados os riscos
decorrentes de um eventual derrame. As características do solo no local, nomeadamente a
permeabilidade, poderão potenciar a contaminação dos solos e de recursos subterrâneos locais e recursos
hídricos superficiais. O grau de contaminação induzido dependerá, obviamente, das propriedades e
quantidade da substância derramada.

Estes derrames, quando efetuados perto de fontes de ignição, poderão ainda ocasionar pequenos
incêndios e consequentemente explosões, dependente das substâncias envolvidas.

Deste modo, os perigos associados à armazenagem de combustíveis e óleos e outros produtos químicos
podem dividir-se em perigo de ocorrência de incêndios e explosões e perigo de ocorrência de derrames
das substâncias no meio.

Os riscos associados aos perigos anteriormente referidos são distintos, pelas consequências inerentes a
cada um deles. Assim, considera-se que a ocorrência de incêndios e explosões tem uma probabilidade
mais baixa (nível 2), mas consequências mais gravosas (nível 4), resultando num risco significativo (Quadro
9.5).

Já o risco de ocorrência de derrames tem uma probabilidade de ocorrência superior (nível 3) e


consequências menos gravosas (nível 2), o que resulta também num risco significativo (Quadro 9.5).

Estes riscos são significativamente reduzidos pela adoção de medidas de minimização que estão
apresentadas no Quadro 9.4 e referidas no final do presente capítulo 10.

9.3.3 Fase de Exploração – causas internas

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Falhas durante ações de manutenção das infraestruturas

¨ Ocorrência de incêndios

Durante a fase de exploração o risco de incêndio associado ao funcionamento das infraestruturas é


reduzido, podendo, no entanto, ocorrer pontualmente, constituindo para trabalhadores e população em
geral (que deverá estar acautelado de acordo com a legislação em vigor, nomeadamente em planos de
emergência), poderão estar associados a contaminação de ar, água e solos.

Assim, os riscos associados à ocorrência de um incêndio são de probabilidade muito baixa (nível 1),
contudo com consequência elevadas (nível 5), uma vez que em caso de acidente, todas as infraestruturas
poderão ser danificadas, com danos às comunidades que se encontram na proximidade das
infraestruturas, resultando num risco significativo (vd. Quadro 9.5).

¨ Derrames de óleos e outros produtos químicos

Durante as ações de possíveis manutenções nas infraestruturas poderão ocorrer situações de derrames
decorrentes do mau manuseamento de materiais e produtos. Estas situações consideram-se de
probabilidade reduzida (1) e severidade também reduzida (2) uma vez que os derrames, a ocorrerem,
não serão de dimensão significativa face ao tipo de equipamento envolvido, resultando num risco não
significativo.

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Quadro 9.5
Síntese da Identificação de Perigos e Avaliação de Riscos

Avaliação do
Tipo de Fase de risco
Atividade Perigo Consequências Significância Medidas
causa Projecto

P S CR
Ocorrência de Destruição de estruturas; Elevados danos Procedimentos de Emergência; Observância e
Externo Construção NA deslizamento de materiais; Danos graves na saúde 1 5 10 S cumprimento dos critérios legais e regulamentares
encostas humana relativos aos processos construtivos a adotar.
Ocorrência de
Rotura de estruturas; Elevados danos Procedimentos de Emergência; Observância e
desprendimento
Externo Exploração NA materiais; Danos graves na saúde 2 5 20 S cumprimento dos critérios legais e regulamentares
de rochas
humana relativos aos processos construtivos a adotar.
costeira
Actos de
Danos graves para a saúde humana; Plano de Segurança e Saúde em Obra; Sistema de
Vandalismo e Ocorrência de
Externa Construção Contaminações de solo, água e 1 4 8 NS vigilância da Obra. Procedimentos de atuação em caso
Causas incêndios
atmosfera; Danos materiais graves de emergência. Acompanhamento Ambiental da Obra.
Naturais
Actos de
Danos graves para a saúde humana; Sistema de combate a incêndio; Plano de emergência
Vandalismo e Ocorrência de
Externa Exploração Contaminações de solo, água e 2 5 20 S incluindo os procedimentos para prevenção e combate
Causas incêndios
atmosfera; Danos materiais graves a incêndios e minimização dos impactos ambientais.
Naturais
Acidentes e Derrames resultantes de situações
Circulação de
colisões entre acidentais entre veículos e situações de
veículos e
veículos; Mau mau funcionamento, resultando em Plano de Segurança e Saúde em Obra;
Externa Construção funcionamento 3 2 12 S
funcionamento contaminações do solo, da água e do ar; Acompanhamento Ambiental.
de
dos veículos e Danos materiais e até, eventualmente,
equipamentos
equipamentos danos para a saúde humana

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Avaliação do
Tipo de Fase de risco
Atividade Perigo Consequências Significância Medidas
causa Projecto

P S CR
Derrames resultantes de situações
Acidentes e
acidentais entre veículos e situações de
colisões entre
Circulação de mau funcionamento, resultando em Plano de Gestão Ambiental (incluindo o
Externa Exploração veículos; Mau 2 2 8 NS
veículos contaminações do solo, da água e do ar; Acompanhamento Ambiental)
funcionamento
Danos materiais e até, eventualmente,
dos veículos
danos para a saúde humana
Derrames resultantes de situações
Acidentes e
acidentais entre veículos e situações de
Acidente com colisões entre
mau funcionamento, resultando em
Internas Construção equipamento veículos; Mau 1 3 6 NS Plano de Manutenção.
contaminações do solo, da água e do ar;
circulante funcionamento
Danos materiais e até, eventualmente,
dos veículos
danos para a saúde humana

Danos graves para a saúde humana;


Ocorrência de Plano de Segurança e Saúde em Obra; Plano de
Armazenagem Contaminações de solo, água e 2 4 16 S
incêndios; Gestão de Resíduos e Acompanhamento Ambiental
e atmosfera; Danos materiais graves
Internas Construção manuseamento
de combustíveis
e óleos
Ocorrência de Danos ambientais, contaminação dos Plano de Gestão de Resíduos e Acompanhamento
3 2 12 S
derrames solos e recursos hídricos Ambiental

Sistema de Gestão Ambiental incluindo procedimentos


Falhas durante Ocorrência de para emergências; Observância e cumprimento dos
Danos ambientais, contaminação dos
Internas Exploração as ações de derrames e 1 2 4 NS critérios legais e regulamentares relativos a segurança
solos e recursos hídricos. Danos humanos.
manutenção acidentes de trabalhadores e Implementação de Plano de
Manutenção Preventiva

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Avaliação do
Tipo de Fase de risco
Atividade Perigo Consequências Significância Medidas
causa Projecto

P S CR

Falhas durante Danos para a saúde humana;


Ocorrência de Sistema de Gestão Ambiental, Plano de Emergência;
Internas Exploração as ações de Contaminações de solo, água e 1 5 10 S
incêndio Sensibilização
manutenção atmosfera; Danos materiais

P – Probabilidade; S – Severidade; CR – Classificação de Risco; S – Significativos; NS – Não Significativo

440

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9.4 MEDIDAS DE MINIMIZAÇÃO PRECONIZADAS AO NÍVEL DOS RISCOS

O Projeto já contempla vários equipamentos integrados num Sistema de Segurança e Vigilância que
asseguram uma adequada vigilância, bem como dispositivos de segurança tais como tanques de recolha
dos óleos dos transformadores, para-raios, câmara de vigilância, sistemas de disparos de alarme em
caso de intrusão, sistemas de disparos de alarme em caso de incêndio. Neste âmbito está previsto a
implementação de um Sistema de Segurança e Vigilância.

Para além do referido, está proposto nas medidas de minimização que se apresentam no capítulo seguinte
a obrigatoriedade de implementação de um Plano de Emergência Interno (para a fase de construção e
exploração) da Instalação com vista à segurança de pessoas, bens e ambiente, contribuindo-se dessa
forma para a minimização dos riscos.

A este respeito, a legislação em vigor também já obriga à implementação de determinados planos como
é o caso do Plano de Segurança e Saúde, estando, portanto, o promotor do Projeto/ Dono de obra,
obrigado à sua definição e implementação na fase de construção e exploração. Este Plano deverá ser
seguido pelo empreiteiro na fase de construção.

A este respeito também se recomenda que o Promotor/Dono de Obra implemente um Sistema de Gestão
Ambiental que permita gerir de forma integrada os diferentes planos indicados neste EIA como de
implementação obrigatória, em articulação com outros planos que pretenda implementar, que decorram
ou não de obrigatoriedade do cumprimento da legislação em vigor, não só para a fase de construção,
como também para as fases de exploração e desativação ou reconversão.

441

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10 MEDIDAS DE MINIMIZAÇÃO E DE COMPENSAÇÃO

As medidas de minimização propostas neste capítulo visam reduzir a magnitude e a importância dos
impactes e compensar os seus efeitos negativos, sempre que tal for possível. Algumas das medidas
propostas são do tipo estrutural, podendo envolver construção de obras acessórias ou complementares,
enquanto outras são do tipo não estrutural, envolvendo apenas regras que devem ser observadas durante
a execução do Projeto de Execução, a fase de construção e a fase de exploração.

Os principais aspetos associados à minimização de impactes sobre grande parte dos descritores,
decorrentes da fase de construção do Projeto, encontram-se associados à correta gestão das frentes de
obra e estaleiros, aplicando-se transversalmente a vários descritores. Assim, este tipo de medidas é
compilado em Capítulo próprio, sendo, no entanto, as mesmas também referidas para cada um dos
descritores em que tal é relevante.

10.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

10.1.1 Medidas prévias ao início das obras

Informar, previamente, da construção/instalação do Projeto, as entidades com jurisdição ou que


desenvolvam atividades relevantes na área de influência do Projeto, por exemplo, a Câmara Socioeconomia
Municipal de Câmara de Lobos

As populações mais próximas deverão ser informadas sobre o projeto, devendo a informação
de divulgação incluir a sua natureza e objetivo, a localização da obra, as principais ações a
realizar, respetiva calendarização e eventuais afetações à população, especialmente no que
Socioeconomia
respeita à afetação das acessibilidades. Esta informação deverá ser divulgada em locais
públicos, nomeadamente nas Juntas de Freguesia onde se insere o Projeto e nas Câmaras
Municipais de Câmara de Lobos e Funchal

Em complemento da medida anterior, deverão ser distribuídas Fichas de Comunicação de


acordo com o modelo apresentado no Plano de Acompanhamento Ambiental da Obra
(Apêndice 1 do PAAO), a fim de que possam ser recolhidas eventuais reclamações ou sugestões
sobre a obra e sobre as atividades com ela relacionadas. Semanalmente os locais onde foram
Socioeconomia
disponibilizadas as fichas (Estaleiro, Juntas de Freguesia) deverão ser visitados/contactados a
fim de se saber se será necessário proceder a diligências sobre qualquer assunto retratado. Os
elementos e resultados obtidos durante este processo de comunicação deverão constar nos
relatórios a elaborar no âmbito do Plano de Acompanhamento Ambiental da Obra

Obter o Título de Utilização dos Recursos Hídricos (TURH) para as linhas de água em que o
Recursos hídricos;
Domínio Público Hídrico venha a ser afetado provisoriamente ou definitivamente pelo Projeto Requisito legal

442

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O Dono da Obra deverá elaborar e implementar um Plano de Emergência Interno da


Instalação, aplicável à fase de construção, identificando os riscos, procedimentos e ações para Socioeconomia;
dar resposta a situações de emergência que possam pôr em risco a segurança de pessoas e Ecologia
bens e o ambiente

Com vista a minimizar ou reduzir os potenciais impactes geológicos e geomorfológicos


decorrentes da construção das plataformas das estações importa considerar em primeiro lugar
a necessidade de realizar estudos geológicos-geotécnicos com realização de sondagens
geofísicas que permitam caraterizar e avaliar localmente as formações geológicas e o seu Geologia e
Geomorfologia
estado de alteração e fraturação, assim como a estabilidade dos terrenos na envolvente das
estruturas a construir por forma a prevenir comportamentos do maciço que possam conduzir a
deslizamentos, erosão interna, subsidência e cavidades devidas a erosão.

Atendendo à localização das estações numa área com suscetibilidade à queda de


blocos/desabamento, é necessário prever a necessidade de saneamento de eventuais blocos Geologia e
Geomorfologia
ou pedras instáveis que possam constituir risco de movimentação durante as obras.

Na sequência dos estudos e observação local pormenorizada da estabilidade das vertentes


adjacentes às duas estações e edifícios do Miradouro do Paredão e do Miradouro da Boca da
Corrida poderá ser necessário prever o recurso a sistemas de retenção e estabilização da Geologia e
Geomorfologia
vertente com redes metálicas, barreiras, cabos de aço devidamente fixos às escarpas, através
de pregagens e/ou ancoragens.

Recomenda-se a consideração de um Plano de Observação com instrumentação dos maciços


de ancoragem dos teleféricos e/ou na envolvente das estações (em função dos resultados do Geologia e
Geomorfologia
estudo geológico-geotécnico) a instalar na fase de construção.

Nesta fase recomenda-se também a realização de um Plano de Emergência com vista à


definição das ações a desenvolver para a manutenção das condições de segurança do
empreendimento e das ações a desencadear em caso de incidente decorrente de eventuais Geologia e
Geomorfologia
deslocamentos detetados nos instrumentos do sistema de observação dos maciços de ancoragem
dos teleféricos.

Elaborar um Plano de Trabalhos de todos os trabalhos afetos à empreitada que inclua, entre Socioeconomia;
Ecologia; Recursos
outros aspetos relevantes da empreitada, as fases previstas para as movimentações de terras,
Hídricos; Paisagem
para as ações de desarborização e desmatação e para os atravessamentos de linhas de água.

443

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10.1.2 Medidas para a Fase de Construção

10.1.2.1 Planeamento dos trabalhos, estaleiro e áreas a intervencionar

Implementar o Plano de Acompanhamento Ambiental da Obra Todos

Assegurar que os caminhos ou acessos nas imediações da área do projeto não fiquem obstruídos
Socioeconomia
ou em más condições, possibilitando a sua normal utilização por parte da população local

Sempre que se preveja a necessidade de efetuar desvios de tráfego, submeter previamente os


Socioeconomia
respetivos planos de alteração à entidade competente, para autorização

Informar os trabalhadores e encarregados das possíveis consequências de uma atitude


negligente em relação às medidas minimizadoras identificadas, através da instrução sobre os
procedimentos ambientalmente adequados a ter em obra (sensibilização ambiental) para que Todos
desta forma se possam limitar ações nefastas que são levadas a cabo por simples
desconhecimento de regras elementares de uma conduta ambientalmente correta
Socioeconomia;
Concentrar no tempo os trabalhos de obra, especialmente os que causem maior perturbação Ecologia

Construção de valetas de drenagem para recolha de águas pluviais das coberturas dos
edifícios e afastamento do ponto de descarga em relação às edificações e plataformas das Geologia e
estações de modo a evitar o ravinamento no topo da vertente adjacente às instalações do Geomorfologia

empreendimento.

Os trabalhos de limpeza e movimentação geral de terras deverão ser programados de forma


a minimizar o período em que os solos ficam descobertos e devem ocorrer, preferencialmente, Solos;
no período de estiagem. Caso contrário, deverão adotar-se as necessárias providências para Recursos hídricos;
o controle dos escoamentos superficiais nas zonas de obras, com vista à diminuição da sua Ecologia

capacidade erosiva

As áreas complementares de apoio ao estaleiro, que não forem identificadas nesta fase de
EIA, terão de ser previamente sujeitas a prospeção arqueológica sistemática, e só se nada for Património
identificado, é que poderão ser utilizadas

Não deverão ser efetuadas operações de manutenção e lavagem de máquinas e viaturas no


Solos;
local da obra. Caso seja imprescindível, deverão ser criadas condições que assegurem a não
Recursos hídricos
contaminação dos solos

Os serviços interrompidos, resultantes de intervenções da obra planeadas, ou de afetações


Socioeconomia
acidentais, deverão ser restabelecidos o mais brevemente possível

A zona de construção deverá restringir-se às áreas estritamente necessárias Todos

444

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Assinalar e vedar, se necessário, caso se localizem muito perto das frentes de obra, os elementos
naturais, patrimoniais, nomeadamente a ocorrência A2 - Capela do Miradouro da Boca Corrida
poços, entre outros, como elementos a salvaguardar, de modo que qualquer trabalhador
compreenda a importância da sua salvaguarda. Deverão ser dadas instruções ao pessoal da Património
obra para a obrigatoriedade da sua proteção, não só do ponto de vista da sua integridade
estrutural e funcional, mas também evitando possíveis focos de contaminação. A sinalização
deve ser mantida durante o período em que a obra decorre

Assinalar e vedar as áreas a salvaguardar identificadas ou outras que vierem a ser


Ecologia;
identificadas pela Equipa de Acompanhamento Ambiental e/ou Arqueológico, caso se
Património
localizem a menos de 50 metros das áreas a intervencionar

As operações construtivas que comportem potencial risco de acidente, como a abertura de Usos do solo;
fundações, devem ser devidamente sinalizadas e, se necessário, vedadas, para assegurar a Ecologia;
Socioeconomia
proteção de pessoas, culturas e gado

De modo a permitir um adequado Acompanhamento Arqueológico da Obra para salvaguardar


eventuais vestígios arqueológicos ocultos no solo ou sob densa vegetação arbustiva, o
empreiteiro terá que informar o Dono da Obra, com pelo menos 8 dias de antecedência, sobre
a previsão das ações relacionadas com a remoção e revolvimento do solo Património
(desflorestação/desmatação e decapagens superficiais em ações de preparação e
regularização do terreno) e escavações no solo e subsolo, a fim de ser providenciado o
necessário acompanhamento arqueológico da obra

Efetuar o acompanhamento arqueológico integral de todas as operações que impliquem


movimentações de terras (desflorestações/desmatações, escavações, terraplenagens, depósitos
e empréstimos de inertes), não apenas na fase de construção, mas desde as suas fases Património
preparatórias, como a instalação do estaleiro. O acompanhamento deverá ser continuado e
efetivo

As ocorrências arqueológicas que forem reconhecidas durante o acompanhamento


arqueológico da obra devem, tanto quanto possível, e em função do seu valor patrimonial, ser
conservadas in situ (mesmo que de forma passiva), de tal forma que não se degrade o seu Património
estado de conservação atual. Os achados móveis deverão ser colocados em depósito
credenciado pelo organismo de tutela do património cultural

As ocorrências passíveis de afetação (indireta e provável) em consequência da execução do


Projeto, e por proximidade da frente de obra, têm de ser registadas, para memória futura, Património
mediante representação gráfica, fotográfica e textual

Os resultados obtidos no Acompanhamento Arqueológico podem determinar a adoção de


medidas de minimização específicas complementares (registo documental, sondagens, Património
escavações arqueológicas, entre outras). No caso de não ser possível determinar a importância

445

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científica e patrimonial das ocorrências identificadas, deverão ser efetuadas sondagens de


diagnóstico

10.1.2.2 Desmatação, escavações e movimentação de terras

Os trabalhos de desflorestação, desmatação e decapagem de solos deverão ser limitados às


Solos;
áreas estritamente necessárias, preservando, sempre que possível, o sistema radicular. As áreas
Ecologia;
adjacentes às áreas a intervencionar para implantação do Projeto, ainda que possam ser Recursos hídricos
utilizadas como zonas de apoio, não devem ser desmatadas ou decapadas

Deverão ser salvaguardadas todas as espécies arbóreas e arbustivas que não condicionem a
Ecologia
execução da obra

O material lenhoso resultante da desflorestação e da desmatação deverá ser devidamente


encaminhado para destino final adequado (por exemplo, valorização). O material resultante Gestão de
da desmatação deverá ser valorizado, tanto quanto possível, através da incorporação na terra Resíduos;
Socioeconomia
vegetal que irá ser sujeita a espalhamento ou reutilizada na recuperação das áreas
intervencionadas, sujeitas a requalificação

Durante as ações de escavação a camada superficial de solo (terra vegetal) deverá ser Solos; Ecologia;
cuidadosamente removida e depositada em pargas Paisagem

As pargas de terra vegetal proveniente da decapagem superficial do solo não deverão


ultrapassar os 2 metros de altura e deverão localizar-se na vizinhança dos locais de onde foi Solos; Ecologia;
removida a terra vegetal, em zonas planas e bem drenadas, para posterior utilização nas ações Paisagem

de recuperação

A carga e descarga da terra vegetal armazenada nas pargas deve ser efetuada, de forma Solos; Ecologia;
que os veículos afetos a essas operações não calquem as pargas Paisagem

Saneamento de blocos ou pedras instáveis na vertente adjacente aos locais previstos para as Geologia e
estações do Miradouro do Paredão e Miradouro da Boca da Corrida. Geomorfologia

Assegurar que o escoamento natural das linhas de água não será afetado em todas as fases
de desenvolvimento da obra, procedendo, sempre que necessário à desobstrução e limpeza de
Recursos hídricos
todos os elementos hidráulicos de drenagem e linhas de água que possam ter sido
acidentalmente afetados pelas obras de construção

A execução de escavações e aterros deve ser interrompida em períodos de elevada Geologia/Geomor


fologia; Recursos
pluviosidade e devem ser tomadas as devidas precauções para assegurar a estabilidade dos hídricos; Solos
taludes e evitar o respetivo deslizamento

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Sempre que se verifique o acumular de lamas em vias pavimentadas em resultado da circulação


Socioeconomia
das viaturas afetas à obra, efetuar a sua limpeza

-Assegurar que são selecionados os métodos construtivos e os equipamentos que originem o


Ambiente sonoro
menor ruído possível

As operações mais ruidosas que se efetuem na proximidade de habitações deverão ser


realizadas preferencialmente no período diurno e nos dias úteis, de acordo com a legislação Ambiente sonoro
em vigor, devendo ser solicitadas licenças especiais de ruído para os casos excecionais

10.1.2.3 Gestão de materiais, resíduos e efluentes

Implementar o Plano de Gestão de Resíduos (PGR) constante no Plano de Acompanhamento Gestão de


Ambiental da Obra Resíduos

Deverá ser designado, por parte do Empreiteiro, o Gestor de Resíduos. Este será o responsável
Gestão de
pela gestão dos resíduos segregados na obra, quer ao nível da recolha e acondicionamento
Resíduos;
temporário no estaleiro, quer ao nível do transporte e destino final, recorrendo para o efeito a Requisito legal
operadores licenciados

O material inerte proveniente das ações de escavação, deverá ser depositado provisoriamente
Geologia/Geomor
na envolvente dos locais de onde foi removido, para posteriormente ser utilizado nas ações de fologia; Solos
aterro

O material inerte que não venha a ser utilizado (excedente) poderá ser espalhado na Geologia/Geomor
envolvente do local de onde foi retirado ou transportado para destino final adequado fologia; Solos

Não poderão ser instaladas centrais de betão na área de implantação do projeto nem na Recursos hídricos;
envolvente próxima. O betão necessário deverá vir pronto de uma central de produção de Qualidade do ar;
Ambiente sonoro;
betão devidamente licenciada

O armazenamento temporário dos óleos usados e combustíveis deverá ser efetuado em local
impermeabilizado e coberto, com bacia de retenção de derrames acidentais, separando-se os
óleos hidráulicos e de motor usados para gestão diferenciada. Os contentores deverão ter
claramente identificado no exterior os diferentes tipos de óleo. De modo a evitar acidentes, na
armazenagem temporária destes resíduos, dever-se-á ter em consideração as seguintes
Recursos hídricos;
orientações: Solos
•Assegurar uma distância mínima de 15 metros em relação a margens de linhas de água
permanentes ou temporárias;
•Armazenamento em contentores, devidamente estanques e selados, não devendo a taxa de
enchimento ultrapassar 98% da sua capacidade;
•Instalação em terrenos estáveis e planos; e
•Instalação em local de fácil acesso para trasfega de resíduos
447

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Em caso de derrame acidental de qualquer substância poluente, nas operações de


manuseamento, armazenagem ou transporte, o responsável pelo derrame providenciará a
limpeza imediata da zona através da remoção da camada de solo afetada. No caso dos óleos,
Recursos hídricos;
novos ou usados, deverão utilizar-se previamente produtos absorventes. A zona afetada será
Solos
isolada, sendo o acesso permitido unicamente aos trabalhadores incumbidos da limpeza. Os
produtos derramados e/ou utilizados para recolha dos derrames serão tratados como resíduos,
no que diz respeito à recolha, acondicionamento, armazenagem, transporte e destino final

10.1.2.4 Circulação de veículos e funcionamento de maquinaria

A circulação nas vias que atravessam as localidades deverá ser efetuada a velocidade muito
Socioeconomia
reduzida

Garantir a presença em obra unicamente de equipamentos que apresentem homologação


Ambiente sonoro;
acústica nos termos da legislação aplicável e que se encontrem em bom estado de
Qualidade do ar
conservação/manutenção
Ambiente sonoro;
Efetuar revisões periódicas aos equipamentos, veículos e à maquinaria de forma a assegurar Qualidade do ar;
que as suas condições de funcionamento são adequadas Recursos hídricos

Não deverão ser efetuadas operações de manutenção e lavagem de máquinas e viaturas no


Recursos hídricos;
local da obra. Caso seja imprescindível, deverão ser criadas condições que assegurem a não
Solos
contaminação dos solos e dos recursos hídricos

A lavagem de betoneiras deverá ser feita, preferencialmente, na central de betonagem de


onde vem o betão. Quando esta se localizar a uma distância que tecnicamente o não permita,
Recursos hídricos;
deverá proceder-se apenas à lavagem dos resíduos de betão das caleiras de escorrência junto Solos
ao local de utilização do betão, de modo que os resíduos resultantes fiquem depositados junto
das terras a utilizar posteriormente, no aterro das fundações

Assegurar a reposição e/ou substituição de eventuais infraestruturas, equipamentos e/ou


serviços existentes nas zonas em obra e áreas adjacentes, que sejam afetados/danificados no Socioeconomia
decurso da obra, com a maior brevidade possível

Os veículos e restante equipamento onde sejam detetadas fugas de óleo e/ou combustíveis ou
Recursos hídricos;
outras substâncias perigosas, não poderão circular ou serem utilizados em obra até à resolução
Solos
da situação

10.1.2.5 Fase final da execução das obras

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Proceder à desativação da área afeta aos trabalhos para a execução da obra, com a
desmontagem dos estaleiros e desmobilização de todas as zonas complementares de apoio à
Todos
obra, incluindo a remoção de todos os equipamentos, maquinaria de apoio, depósitos de
materiais, entre outros, e limpeza destes locais

Efetuar a renaturalização das áreas intervencionadas, incluindo os caminhos abertos para


colocação dos apoios, por regularização da morfologia do terreno, descompactação das áreas Todos
temporariamente utilizadas e posterior cobertura com a terra vegetal previamente decapada

Efetuar a reparação das estradas e caminhos pré-existentes caso estes tenham ficado
Socioeconomia
danificados em resultado da circulação das viaturas pesadas afetas à obra

Instalar dispositivos de sinalização de aviso à navegação aérea (balizagem aeronáutica) e Requisito Legal;
para minimizar o risco de colisão por parte da avifauna Ecologia

10.1.3 Medidas para a Fase de Exploração

Gestão de
Encaminhar os diversos tipos de resíduos resultantes das operações de manutenção e reparação resíduos;
para os operadores de gestão de resíduos licenciados Requisito legal

Deverá ser assegurada a remoção controlada de todos os despojos resultantes de ações de


corte da vegetação arbórea e arbustiva na faixa de servidão. O material lenhoso resultante Gestão de
Resíduos;
da limpeza da faixa deverá ser devidamente encaminhado para destino final adequado (por Socioeconomia
exemplo, valorização).

Recomenda-se a verificação do cumprimento do Plano de Observação do empreendimento com


Geologia e
vista à deteção de eventuais indícios de instabilidade dos terrenos adjacentes e subjacentes às Geomorfologia
infraestruturas do empreendimento.

Verificação do estado de prontidão dos sistemas de segurança do empreendimento, Geologia e


designadamente do Plano de Observação e do Plano de Emergência do empreendimento. Geomorfologia

Verificação dos sistemas de drenagem da envolvente dos edifícios e plataformas das estações
por forma a evitar a erosão regressiva no topo das vertentes adjacentes aos locais de Geologia e
intervenção e assim minimizar a possibilidade de potenciação do desprendimento e queda de Geomorfologia

blocos na vertente.

Verificação dos sistemas de retenção e estabilização da vertente (caso tenha sido considerados Geologia e
na fase de projeto). Geomorfologia

Efetuar a monitorização e reparação/manutenção dos dispositivos de sinalização instalados Requisito Legal;


(balizagem aeronáutica e para minimizar os riscos de colisão por parte da avifauna), sempre Ecologia

449

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que se justifique, de forma que os mesmos se mantenham em adequadas condições para o


cumprimento das funções a que se destinam

450

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11 MONITORIZAÇÃO E GESTÃO AMBIENTAL

11.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

O presente Capítulo é referente aos aspetos relacionados com a monitorização e gestão ambiental do
Projeto, nas suas diferentes fases de desenvolvimento.

A monitorização ambiental é um conceito definido no enquadramento legislativo atual em matéria de


Avaliação de Impacte Ambiental e consiste num processo de observação e recolha sistemática de dados
sobre o estado do ambiente ou sobre os efeitos ambientais causados por um projeto, e a respetiva
descrição periódica desses efeitos através de relatórios, com o objetivo de avaliar os impactes causados
pela implementação do projeto e avaliar, simultaneamente, a eficácia das medidas de minimização
previstas no procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental. A responsabilidade de implementação
dos planos de monitorização é do promotor.

Complementarmente tem-se a gestão ambiental, que consiste na adoção de práticas e procedimentos


capazes de contribuir eficazmente para a minimização dos impactes negativos do Projeto. O papel do
Dono de Obra e do Empreiteiro são cruciais para um bom desempenho nos que às práticas de gestão
ambiental diz respeito. Para o efeito, são produzidas neste EIA três ferramentas para aplicação de boas
práticas e para o controlo dessas mesmas boas práticas:

¨ Plano de Acompanhamento Ambiental da Obra (PAAO);

¨ Plano de Gestão de Resíduos (PGR).

O PAAO e o PGR funcionam como um compromisso do Dono de Obra no sentido de assegurar o


cumprimento das medidas de minimização previstas na Declaração de Impacte Ambiental (DIA) para a
fase de construção. Por seu lado, o Dono de Obra integrará o PAAO no caderno de encargos da
empreitada de construção do Projeto, comprometendo dessa forma o Empreiteiro a implementar as
medidas de minimização nele constante.

O PAAO inclui as medidas de minimização para a fase de construção (exceto as medidas especificas
relacionadas com a gestão de resíduos). O PGR integra todas as medidas de minimização relativas à
gestão de resíduos na fase de construção, sendo, conforme referido, um complemento do PAAO.

O empreiteiro poderá apresentar o seu próprio PGR, desde que o mesmo cumpra o preconizado nas
medidas do PGR integrado no presente EIA.

O Acompanhamento Ambiental da Obra em si irá consistir num serviço de assistência técnica ambiental,
dirigido fundamentalmente para a fiscalização da aplicação, por parte do Empreiteiro, das medidas de

451

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minimização durante a fase de execução da obra. Esta fiscalização abrange também o acompanhamento
arqueológico.

O Acompanhamento Ambiental da Obra deverá iniciar-se na fase que antecede a obra, aquando do
planeamento desta, e estender-se até à conclusão da construção, incluindo todos nos trabalhos de
requalificação ambiental.

Relativamente à monitorização, importa reter que existem domínios onde a aquisição de informação de
um modo sistemático e controlado, através de ações de monitorização específicas, assume especial
importância no sentido de um controlo da evolução da situação ao longo do tempo. Este controlo deverá
ser mantido no âmbito de um plano de vigilância ambiental com vista à identificação de potenciais
impactes decorrentes da implementação do um determinado projeto, no sentido de se proceder à
eventual aplicação de medidas minimizadoras adequadas de forma progressiva e ajustada à realidade,
de acordo com a magnitude desses impactes. A obtenção de conhecimentos no âmbito dos planos de
monitorização pode ainda contribuir para a adoção de técnicas e metodologias de análise de fatores
ambientais mais ajustadas em futuros EIA.

No caso da presente análise não foi identificada a necessidade de se promover à concretização de


nenhum plano de monitorização específico. Importa, todavia, realçar que sendo esta análise feita ao nível
de Estudo Prévio, deve ser avaliado em sede de RECAPE, a necessidade de serem propostos programas
específicos.

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12 LACUNAS DE INFORMAÇÃO
Não foram, ao longo da elaboração do presente EIA, identificadas lacunas de conhecimento
imprescindíveis à correta avaliação dos impactes decorrentes do Projeto e proposta das respetivas
medidas mitigadoras.

Os dados existentes, incluindo estudos de especialidade elaborados especificamente para este Projeto,
e os adquiridos em termos de trabalho de campo, foram considerados suficientes para uma boa
caracterização da situação de referência e consequente análise de impactes e proposta de medidas de
minimização.

Realça-se, todavia, que se trata de uma avaliação feita em fase de estudo prévio, razão pela qual,
existem questões, nomeadamente de desenvolvimento do Projeto, que terão de ser aprofundadas, para
a próxima avaliação ambiental em fase de RECAPE.

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13 CONCLUSÕES

A análise efetuada no presente Estudo, permitiu identificar os principais impactes ambientais que
resultarão da implementação do Projeto do Sistema de Teleféricos e Parque Aventura do Curral das
Freiras.

Foi feita uma caracterização da situação referencial e analisadas as afetações – negativas e positivas –
resultantes do Projeto, relembrando-se que o mesmo se encontra em estudo prévio, havendo por isso,
lugar a um maior desenvolvimento futuro do mesmo, devendo esse desenvolvimento contar com as
conclusões deste Estudo e do procedimento de Avaliação Ambiental que se seguirá.

Da análise efetuada foi possível identificar a existência de uma justificação para o Projeto, justificação
essa suportada numa aposta de diversificação turística de atração para uma área da Ilha que tem sido,
de alguma forma, menos procurada. A oferta de um produto diferenciado justifica, igualmente, a
proposta deste Projeto.

Do ponto de vista da caracterização de referência feita, foi possível verificar que a área a intervencionar
é marcada por um relevo vigoroso e diversificado, promovido pela constante alternância de cumeadas
bem demarcadas e com destaque para o vale encaixado na zona central da área de estudo, que
corresponde à ribeira do Curral das Freiras.

Numa área que se apresenta fortemente povoada, destacam-se as sedes de Freguesia de Curral das
Freiras e o Jardim da Serra do concelho de Câmara de Lobos. Relativamente às ligações rodoviárias,
destacam-se a Estrada Regional 107 (ER107), a Via Expresso 6 (VE6) através do túnel do Curral das
Freiras e uma rede de estradas e caminhos que ligam as povoações e habitações existentes.

Em termos de coberto vegetal, predominam a vegetação herbácea e os matos. No entanto, em termos


florestais observam-se áreas maiores de pinheiro-bravo de eucalipto e com menor predominância de
castanheiros e Laurissilva.

Relativamente aos impactes ambientais analisados e não obstante as afetações negativas que
necessariamente ocorrerão (muito centradas na fase de construção), não foram identificadas afetações
negativas com significado relevante, mas, as identificadas justificaram, mesmo assim, a definição de
medidas de mitigação e de propostas de gestão ambiental.

Importa, do ponto de vista das recomendações em fase de obra, salientar a necessidade de concretizar
estudos geológicos-geotécnicos com realização de sondagens geofísicas que permitam caraterizar e
avaliar localmente as formações geológicas e o seu estado de alteração e fraturação, assim como a

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estabilidade dos terrenos na envolvente das estruturas a construir por forma a prevenir comportamentos
do maciço que possam conduzir a deslizamentos, erosão interna, subsidência e cavidades devidas a
erosão. Também se salienta a importância de estudar a necessidade de saneamento de eventuais blocos
ou pedras instáveis que possam constituir risco de movimentação durante as obras.

Assim, e do enquadramento efetuado, e tendo em atenção o anteriormente referido, conclui-se que,


embora se justifiquem algumas preocupações ambientais, fundamentalmente na fase de construção, estas
poderão ser francamente minimizadas pela adoção das medidas de minimização identificadas e
propostas neste EIA, nomeadamente para consideração a nível do projeto de execução, pela posterior
adoção de uma correta Gestão Ambiental na fase de construção do Projeto.

Funchal, 28 de dezembro de 2021

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Visita Madeira (2021). Disponível em: https://www.visitmadeira.pt/ (Consultado em dezembro de 2021)

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EIA – Relatório Técnico

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