Pms p4 Relatório Técnico Consolidado Tomo I

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ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL

(APA) DO MORRO DO VILANTE – TOMO I

PREFEITURA MUNICIPAL DA SERRA – ES

PREFEITO

Audifax Charles Pimentel Barcelos

SECRETÁRIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE – SEMMA

Áurea Da Silva Galvão Almeida

DIRETORA DO DEPARTAMENTO DE RECURSOS NATURAIS – DRN/SEMMA

Priscila Letro Caldeira Vieira

CHEFE DA DIVISÃO DE ADMINISTRAÇAO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO – DAUC/SEMMA

Irlan Lima Perini

Empresa Contratada Responsável Pelo Estudo:

AMBIENTAL DO BRASIL ESTUDOS E PROJETOS AMBIENTAIS LTDA

EQUIPE TÉCNICA:

Zelaine de Souza Caixeta. Gestora Ambiental - Diretora Técnica

Márcia Burjack da Costa. Bióloga - Coordenadora Técnica

Camila Marques Batista. Engenheira Agrônoma – Responsável Técnico

Carolina Gonçalves Rodrigues. Eng. Florestal – Analista Ambiental

Gabriel Ayupp Bastos. Gestor Ambiental – Analista Ambiental

Heloisa Carolina de Moraes da Silva. Geóloga – Analista Ambiental

Patrícia Corrêa Guedes de Souza. Eng. Florestal – Analista Ambiental

Endereço: Rua Benjamin Roriz, Quadra 33, Lote 32, Loja 2-B, Centro.
CEP:72800-380 / Luziânia-Go
e-mail: [email protected]

Setembro de 2020
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE

ÍNDICE ANALÍTICO

1 APRESENTAÇÃO........................................................................................................................................16

2 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................17

2.1 HISTÓRICO DA REGIÃO ...........................................................................................................................17


2.2 HISTÓRICO DO MORRO DO VILANTE ..........................................................................................................18

3 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO DA SERRA .........................................................................................19

3.1 PERFIL DEMOGRÁFICO E CRESCIMENTO POPULACIONAL .................................................................................19


3.2 EDUCAÇÃO ..........................................................................................................................................21
3.3 PERFIL SOCIOECONÔMICO .......................................................................................................................22

4 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO DO ENTORNO DA APA MORRO DO VILANTE ...................................24

5 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO RESIDENTE NA APA MORRO DO VILANTE ........................................28

6 ESTRUTURA ECONÔMICA REGIONAL E ALTERNATIVAS DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO


SUSTENTÁVEL ...................................................................................................................................................30

7 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E PROBLEMAS AMBIENTAIS DECORRENTES ................................................32

7.1 CARACTERIZAÇÃO DA OCUPAÇÃO DA TERRA E PRINCIPAIS ATIVIDADES EXERCIDAS ...............................................32


7.2 PROBLEMAS AMBIENTAIS DECORRENTES DA OCUPAÇÃO ................................................................................41
.................................................................................................................................................................43
7.2.1 Degradação da Vegetação Nativa ................................................................................................44
7.2.2 Manejo Inadequado do Solo .........................................................................................................45
7.2.3 Degradação de Recursos Hídricos e Respectivas APP ....................................................................47
7.2.4 Manejo Inadequado de Resíduos Sólidos ......................................................................................54
7.2.5 Atividades Comerciais e ExploRatórias ..........................................................................................55
7.2.6 Expansão Urbana .........................................................................................................................56
7.2.7 Recomendações para Mitigação dos Impactos .............................................................................57
7.3 IDENTIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE SANEAMENTO AMBIENTAL DA REGIÃO. ÍNDICES DE SANEAMENTO AMBIENTAL E
ÍNDICES DE DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS ............................................................................................................58
7.4 CONTAMINAÇÃO DAS REDES HIDROGRÁFICA E PLUVIAL POR DESPEJOS DE EFLUENTES DOMÉSTICOS E/OU INDUSTRIAIS 59

8 ATIVIDADES OU SITUAÇÕES CONFLITANTES ATUAIS E FUTURAS NA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO .........63

8.1 CARÊNCIA DE COMUNICAÇÃO ENTRE A PREFEITURA E A COMUNIDADE RURAL .....................................................63


8.2 SITUAÇÕES CONFLITANTES COM O PLANO DIRETOR MUNICIPAL .......................................................................63
8.3 SITUAÇÕES CONFLITANTES FUTURAS ..........................................................................................................70

9 SITUAÇÃO FUNDIÁRIA ..............................................................................................................................71

9.1 RETIFICAÇÃO DOS LIMITES .......................................................................................................................74

10 DEFINIÇÃO DOS LIMITES DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO ......................................................................79

10.1 DELIMITAÇÃO VIGENTE.....................................................................................................................79


10.2 PROPOSTA ANTERIOR DE REDEFINIÇÃO DOS LIMITES ........................................................................80

ii
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE

10.3 NOVA PROPOSTA DE DELIMITAÇÃO ..................................................................................................81


10.3.1 JUSTIFICATIVA DA NOVA DELIMITAÇÃO ...................................................................................89

11 ZONEAMENTO ..........................................................................................................................................91

11.1 METODOLOGIA.................................................................................................................................91
11.2 ZONEAMENTO PROPOSTO PARA A DELIMITAÇÃO VIGENTE ...............................................................97
11.3 ZONEAMENTO PROPOSTO PARA A NOVA DELIMITAÇÃO ...................................................................99
11.4 ZONAS ............................................................................................................................................102
11.4.1 ZONA DE ESPECIAL INTERESSE ECOLÓGICO - ZEIE ................................................................... 102
11.4.1.1 Definição .................................................................................................................................................... 102
11.4.1.2 Objetivo Geral ............................................................................................................................................ 102
11.4.1.3 Critérios ...................................................................................................................................................... 102
11.4.1.4 Objetivos Específicos ................................................................................................................................. 102
11.4.1.5 Normas Específicas .................................................................................................................................... 102
11.4.2 ZONA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS – ZRAD .....................................................103
11.4.2.1 Definição .................................................................................................................................................... 103
11.4.2.2 Objetivo Geral ............................................................................................................................................ 103
11.4.2.3 Crtérios ....................................................................................................................................................... 103
11.4.2.4 Objetivos Específicos ................................................................................................................................. 103
11.4.2.5 Normas Específicas .................................................................................................................................... 103
11.4.3 ZONA DE USO RESTRITO - ZUR................................................................................................104
11.4.3.1 Definição .................................................................................................................................................... 104
11.4.3.2 Objetivo Geral ............................................................................................................................................ 104
11.4.3.3 Critérios ...................................................................................................................................................... 104
11.4.3.4 Objetivos Específicos ................................................................................................................................. 104
11.4.3.5 Normas Específicas .................................................................................................................................... 104
11.4.4 ZONA DE PRODUÇÃO RURAL - ZPR .........................................................................................105
11.4.4.1 Definição .................................................................................................................................................... 105
11.4.4.2 Objetivo Geral ............................................................................................................................................ 105
11.4.4.3 Critérios ...................................................................................................................................................... 105
11.4.4.4 Objetivos Específicos ................................................................................................................................. 105
11.4.4.5 Normas Específicas .................................................................................................................................... 105
11.4.5 ZONA DE USO MÚLTIPLO SUSTENTÁVEL - ZUMS .................................................................... 105
11.4.5.1 Definição .................................................................................................................................................... 105
11.4.5.2 Objetivo Geral ............................................................................................................................................ 106
11.4.5.3 Critérios ...................................................................................................................................................... 106
11.4.5.4 Objetivos Específicos ................................................................................................................................. 106
11.4.5.5 Normas Específicas .................................................................................................................................... 106
11.4.6 ZONA DE OCUPAÇÃO NÃO REGULAR – ZONR .........................................................................107
11.4.6.1 Definição .................................................................................................................................................... 107
11.4.6.2 Objetivo Geral ............................................................................................................................................ 107
11.4.6.3 Critérios ...................................................................................................................................................... 107
11.4.6.4 Objetivos Específicos ................................................................................................................................. 107
11.4.6.5 Normas Específicas .................................................................................................................................... 107

iii
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE

11.4.7 ZONA DE USO CONFLITANTE - ZUC .........................................................................................107


11.4.7.1 Definição .................................................................................................................................................... 107
11.4.7.2 Objetivo Geral ............................................................................................................................................ 108
11.4.7.3 Critérios ...................................................................................................................................................... 108
11.4.7.4 Objetivos Específicos ................................................................................................................................. 108
11.4.7.5 Normas Específicas .................................................................................................................................... 108
11.5 ZONA DE AMORTECIMENTO ...........................................................................................................108
11.6 CORREDORES ECOLÓGICOS.............................................................................................................111

12 NORMAS GERAIS ....................................................................................................................................115

13 CONSULTA PÚBLICA ...............................................................................................................................118

13.1 JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS ............................................................................................................118


13.2 DIVULGAÇÃO ..................................................................................................................................119
13.2.1 Carro de Som:.........................................................................................................................119
13.2.2 Rádio......................................................................................................................................120
13.2.3 Site e Redes Sociais da Prefeitura Municipal da Serra .............................................................120
13.2.4 Aplicativos de Comunicação de Aparelhos Celulares e Telefone ..............................................124
13.3 REALIZAÇÃO DA CONSULTA PÚBLICA ..............................................................................................125
13.4 RESULTADOS ..................................................................................................................................126
13.4.1 Participantes ..........................................................................................................................126
13.4.2 Perguntas e Sugestões ...........................................................................................................127
13.4.3 Votação Sobre a Proposta de Delimitação ..............................................................................128
13.5 CONSIDERAÇÕES SOBRE A CONSULTA PÚBLICA ..............................................................................131

14 CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................................................133

15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................................................134

16 ANEXOS ..................................................................................................................................................139

16.1 QUESTIONÁRIOS SÓCIOECONÔMICOS RESPONDIDOS ...................................................................................139


16.2 ATAS DE REUNIÃO...............................................................................................................................177
16.3 QUESTIONÁRIOS CADASTRAIS REPONDIDOS ...............................................................................................181
16.4 TABELA COMPLETA DAS INFORMAÇÕES FUNDIÁRIAS ....................................................................................229
16.5 DOCUMENTAÇÃO DISPONIBILIZADA PELOS PROPIETÁRIOS .............................................................................233
16.5.1 Plantas Topográficas ..............................................................................................................233
16.5.2 Escrituras e Contratos de Compra e Venda .............................................................................239
16.6 CERTIDÕES DE MATRÍCULA LEVANTADAS ..................................................................................................262
16.7 MEMORIAL DESCRITIVO DA POLIGONAL VIGENTE ...........................................................................309
16.8 DESCRIÇÃO DOS VÉRTICES DA POLIGONAL VIGENTE .......................................................................314
16.9 MEMORIAL DESCRITIVO DA POLIGONAL PROPOSTA........................................................................320
16.10 DESCRIÇÃO DOS VÉRTICES DA POLIGONAL PROPOSTA ................................................................328
16.11 LISTA DE PARTICIPANTES DA CONSULTA PÚBLICA ....................................................................................334
16.12 CAPTURA DAS TELAS DAS ETAPAS DA CONSULTA PÚBLICA.........................................................................344
16.13 PERGUNTAS FREQUENTES ELABORADAS PARA CONSULTA PÚBLICA .............................................................349
16.14 RELATÓRIO DE PERGUNTAS ENVIADAS PELOS PARTICIPANTES .....................................................................352

iv
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE

16.15 APRESENTAÇÃO DE SLIDES.................................................................................................................354

v
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE

ÍNDICE DE FIGURAS

FIGURA 1-LOCALIZAÇÃO DOS BAIRROS MAIS PRÓXIMOS DA APA MORRO DO VILANTE............................................................24


FIGURA 2- MAPA DE CLASSIFICAÇÃO DO RELEVO SEGUNDO EMBRAPA (1999), ELABORADO A PARTIR DE DADOS ALTIMÉTRICOS
DISPONIBILIZADOS PELO SISTEMA INTEGRADO DE BASES GEOESPACIAIS DO ESTADO DE ESPÍRITO SANTO (GEOBASES).

IMAGEAMENTO REALIZADO EM 2012. ................................................................................................................36


FIGURA 3 - VISTA GERAL DA PORÇÃO NORTE DO MORRO DO VILANTE. NOTA-SE O PADRÃO DE OCUPAÇÃO DA ÁREA, OBEDECENDO A
MORFOLOGIA DO RELEVO. REGISTRADA EM: 30/01/2020. COORDENADAS: 361350.91 M E, 7778284.64 M S. .............37

FIGURA 4 - RELEVO MONTANHOSO RECOBERTO POR VEGETAÇÃO PRESERVADA. REGISTRADA EM: 28/01/2020. COORDENADAS:
362611.37 M E, 7775769.83 M S. ................................................................................................................37
FIGURA 5 - ÁREA COBERTA POR VEGETAÇÃO PRESERVADA. REGISTRADA EM: 30/01/2020. COORDENADAS: 361520.78 M E,
7777952.57 M S. ........................................................................................................................................37
FIGURA 6 - PASTAGEM EM ÁREAS DE RELEVO PLANO E FORTE ONDULADO. REGISTRADA EM: 28/01/2020. COORDENADAS:
362611.37 M E, 7775769.83 M S. ................................................................................................................38
FIGURA 7 - PECUÁRIA DESENVOLVIDA EM PASTAGEM. REGISTRADA EM: 28/01/2020. COORDENADAS: 362856.52 M E,
7776324.86 M S. ........................................................................................................................................38
FIGURA 8 - VEGETAÇÃO DEGRADADA EM LIMITE COM PASTAGEM, EVIDENCIANDO O EFEITO DE BORDA QUE SOFRE O REMANESCENTE
FLORESTAL. REGISTRADA EM: 28/01/2020. COORDENADAS: 362611.37 M E, 7775769.83 M S.................................38
FIGURA 9 - VEGETAÇÃO EM REGENERAÇÃO, EM LOCAL ANTERIORMENTE DESMATADO. REGISTRADA EM: 28/01/2020.
COORDENADAS: 360866.69 M E, 7777319.83 M S. ..........................................................................................38
FIGURA 10 – AFLORAMENTOS ROCHOSOS DE FORMAS TÍPICAS NA REGIÃO. REGISTRADA EM: 29/01/2020. COORDENADAS:
361594.00 M E, 7777990.00 M S. ................................................................................................................39
FIGURA 11 - VEGETAÇÃO RUPESTRE ASSOCIADA AOS AFLORAMENTOS ROCHOSOS. REGISTRADA EM: 23/01/2020. COORDENADAS:
360328.38 M E, 7777203.39 M S. ................................................................................................................39
FIGURA 12 - ÁREA ALAGADA, DESCRITA PELA COLORAÇÃO MAIS ESCURA E TEXTURA MAIS DENSA DA PASTAGEM. REGISTRADA EM:
28/01/2020. COORDENADAS: 362856.52 M E, 7776324.86 M S. ......................................................................39
FIGURA 13 - MASSA D'ÁGUA ARTIFICIAL. REGISTRADA EM: 29/01/2020. COORDENADAS: 361045.81 M E, 7778133.52 M S. ..39
FIGURA 14 - OCUPAÇÃO RURAL LOCAL. REGISTRADA EM: 31/01/2020. COORDENADAS: 361588.87 M E, 7777683.49 M S. ....40
FIGURA 15 - ÁREA RECOBERTA POR MACEGA. REGISTRADA EM: 28/01/2020. COORDENADAS: 362651.92 M E, 7775638.87 M S.
.................................................................................................................................................................40
FIGURA 16 – ÁREA ANTROPIZADA POR ATIVIDADE COMERCIAL, ÀS MARGENS DA BR-101. REGISTRADA EM: 31/01/2020.
COORDENADAS: 361181.20 M E, 7775944.68 M S. ..........................................................................................40
FIGURA 17 - ZONA URBANA NA PORÇÃO SUL DO MORRO DO VILANTE. REGISTRADA EM: 31/01/2020. COORDENADAS: 361568.26
M E, 7775515.14 M S. .................................................................................................................................40

FIGURA 18 – CULTIVO DE BANANAS EM ÁREA DE SOLO ENCHARCADO. REGISTRADA EM: 29/01/2020. COORDENADAS: 361223.80
M E, 7776296.31 M S. .................................................................................................................................41

FIGURA 19 – EXPLORAÇÃO DE TERRA PARA RECONSTITUIÇÃO DAS ESTRADAS LOCAIS, FEITO PELA PREFEITURA MUNICIPAL DA SERRA.
REGISTRADA EM: 30/01/2020. COORDENADAS: 363367.41 M E, 7776815.71 M S. ...............................................41
FIGURA 20 - MAPA DE LOCALIZAÇÃO DOS PASSIVOS AMBIENTAIS LEVANTADOS EM CAMPO. .....................................................43
FIGURA 21 - VEGETAÇÃO DEGRADADA EM LIMITE COM ÁREA DE PASTAGEM. REGISTRADA EM: 28/01/2020. COORDENADAS:
362611.37 M E, 7775769.83 M S. ................................................................................................................44
FIGURA 22 - TERRENO COM EVIDÊNCIA DE ROÇAGEM. REGISTRADA EM: 28/01/2020. COORDENADAS: 360441.84 M E,
7776707.77 M S. ........................................................................................................................................44

vi
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE

FIGURA 23 - PLANTAÇÃO DE MANDIOCA EM MEIO À FLORESTA. REGISTRADA EM: 29/01/2020. COORDENADAS: 361223.80 M E,
7776296.31 M S. ........................................................................................................................................45
FIGURA 24 – PALMITO AMARGO OU GUARIROBA. PALMEIRAS QUE CRESCEM ASSOCIADAS AOS AFLORAMENTOS ROCHOSOS.
REGISTRADA EM: 29/01/2020. COORDENADAS: 362156.68 M E, 7777185.40 M S. ..............................................45
FIGURA 25 – CICATRIZ DE ESCORREGAMENTO DE EXTENSÃO DECAMÉTRICA ORIGINADA EM ENCOSTA ÍNGREME DESMATADA.
REGISTRADA EM: 29/01/2020. COORDENADAS: 361589.37 M E, 7777232.86 M S. ..............................................46
FIGURA 26 – DEGRAUS DE ABATIMENTO FORMANDO UMA "ESCADA" EM ÁREA DE PASTAGEM E RELEVO FORTE ONDULADO.
REGISTRADA EM: 30/01/2020. COORDENADAS: 361274.94 M E, 7778271.55 M S. ..............................................46
FIGURA 27 - BLOCO ESFÉRICO DE ROCHA ALTERADA EM PERFIL DE SOLO, ATESTANDO A POUCA PROFUNDIDADE DO SOLO. REGISTRADA
EM: 31/01/2020. COORDENADAS: 361245.42 M E, 7776039.10 M S. ...............................................................46
FIGURA 28 – BLOCOS ROLADOS EM REGIÃO DE VALE, COM TRINCAS NO SOLO EM ENCOSTA AO FUNDO (INDICADAS PELA SETA
VERMELHA). REGISTRADA EM: 31/01/2020. COORDENADAS: 362364.96 M E, 7777517.07 M S...............................46
FIGURA 29 - PERFIL DE SOLO COM EVIDÊNCIA DE DESMORONAMENTO, DEMOSTRANDO A FRIABLILIDADE DO SOLO. REGISTRADA EM:
30/01/2020. COORDENADAS: 361956.13 M E, 7779325.98 M S. ......................................................................46
FIGURA 30 - DETALHE DA TEXTURA ARENOSA E FRIÁVEL DO SOLO DA REGIÃO. REGISTRADA EM: 29/01/2020. COORDENADAS:
360879.86 M E, 7776202.74 M S. ................................................................................................................46
FIGURA 31 - NASCENTE EM ÁREA DE REGENERAÇÃO. A QUALIDADE DA ÁGUA É, ENTÃO, PRESERVADA. REGISTRADA EM: 28/01/2020.
COORDENADAS: 362807.52 M E, 7776722.25 M S. ..........................................................................................47
FIGURA 32 - ÁREA DE RECUPERAÇÃO DE APP EM TORNO DE NASCENTE. NOTA-SE A PRESENÇA ABUNDANTE DE BANANEIRAS, PRÁTICA
INADEQUADA PARA ESTA FINALIDADE. REGISTRADA EM: 30/01/2020. COORDENADAS: 362722.23 M E, 7777853.45 M S.

.................................................................................................................................................................47
FIGURA 33 - NASCENTE COM CAPTAÇÃO DE ÁGUA. REGISTRADA EM: 29/01/2020. COORDENADAS: 361220.00 M E, 7776276.00
M S. ...........................................................................................................................................................47

FIGURA 34 - VISTA PARCIAL DE OLHO D'ÁGUA. REGISTRADA EM: 29/01/2020. COORDENADAS: 361133.00 M E, 7776226.00 M
S................................................................................................................................................................47
FIGURA 35 – MAPA DE ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE NÃO PRESERVADAS. ..............................................................51
FIGURA 36 - ENCANAMENTO PARA CAPTAÇÃO DE ÁGUA. REGISTRADA EM: 29/01/2020. COORDENADAS: 361220.00 M E,
7776276.00 M S. ........................................................................................................................................52
FIGURA 37 - REPRESA PARA DESSEDENTAÇÃO ANIMAL. REGISTRADA EM: 31/01/2020. COORDENADAS: 363108.63 M E,
7777711.76 M S. ........................................................................................................................................52
FIGURA 38 – PISOTEIO DO CANAL PELO GADO E CONSEQUENTE ASSOREAMENTO. REGISTRADA EM: 30/01/2020. COORDENADAS:
362722.23 M E, 7777853.45 M S. ................................................................................................................52
FIGURA 39 - MANANCIAL CONTAMINADO POR ESGOTO URBANO NA ÁREA DE PLANÍCIE DA PORÇÃO LESTE. REGISTRADA EM:
28/01/2020. COORDENADAS: 362724.76 M E, 7775947.30 M S. ......................................................................52
FIGURA 40 - DESCARTE INADEQUADO DE LIXO NOS QUINTAIS. REGISTRADA EM: 31/01/2020. COORDENADAS: 362382.35 M E,
7777432.70 M S. ........................................................................................................................................54
FIGURA 41 – DESCARTE INADEQUADO E EVIDÊNCIA DE QUEIMA DE RESÍDUO SÓLIDO. REGISTRADA EM: 31/01/2020. COORDENADAS:
361191.35 M E, 7775990.26 M S. ................................................................................................................54
FIGURA 42 - POLUIÇÃO VISUAL DE EMPREENDIMENTO SITUADO ÀS MARGENS DA BR-101, IMPACTANDO A VISTA DO MORRO DO
VILANTE. REGISTRADA EM: 30/01/2020. COORDENADAS: 360827.11 M E, 7776293.07 M S. ..................................55
FIGURA 43 - ARMAZENAMENTO INADEQUADO DE RESÍDUOS DE ALTO POTENCIAL POLUIDOR. REGISTRADA EM: 30/01/2020.
COORDENADAS: 360827.11 M E, 7776293.07 M S. ..........................................................................................55

vii
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE

FIGURA 44 - EXTRAÇÃO IRREGULAR DE GRANITO. REGISTRADA EM: 28/01/2020. COORDENADAS: 360440.10 M E 360440.10 M
E, 7776711.25 M S......................................................................................................................................56
FIGURA 45 - COMERCIALIZAÇÃO DE PARALELEPÍPEDOS DE GRANITO ÀS MARGENS DA BR-101 REGISTRADA EM: 28/01/2020.
COORDENADAS: 360596.55 M E, 7776520.55 M S. ..........................................................................................56
FIGURA 46 - ZONA URBANA CRESCENDO EM DIREÇÃO À APA. BAIRRO DIVINÓPOLIS. REGISTRADA EM: 31/01/2020. COORDENADAS:
361568.26 M E, 7775515.14 M S. ................................................................................................................56
FIGURA 47 - BAIRRO JARDIM BELA VISTA QUE FAZ LIMITE COM A APA. REGISTRADA EM: 28/01/2020. COORDENADAS: 362699.45
M E, 7775409.63 M S. .................................................................................................................................56

FIGURA 48 – CIDADES COM MONITORAMENTO AMBIENTAL PELA CESAN. ..........................................................................60


FIGURA 49 - BACIA HIDROGRÁFICA DO RIBEIRÃO JUARA. .................................................................................................62
FIGURA 50 - MAPA ILUSTRATIVO DA SITUAÇÃO DA TITULARIDADE DO IMÓVEL. .....................................................................73
FIGURA 51 - DELIMITAÇÃO VIGENTE, DEFINIDA PELA LEI MUNICIPAL 2.235 DE 1999. ...........................................................80
FIGURA 52 - DELIMITAÇÃO ANTERIOR PROPOSTA NO PLANO DE MANEJO ELABORADO EM 2012. .............................................81
FIGURA 53 - POSTAGEM NO SITE DA PREFEITURA MUNICIPAL DA SERRA. ..........................................................................122
FIGURA 54 - POSTAGEM NA PÁGINA DO INSTAGRAM DA PREFEITURA MUNICIPAL DA SERRA. .................................................123
FIGURA 55 - POSTAGEM NA PÁGINA DO FACEBOOK DA PREFEITURA MUNICIPAL DA SERRA....................................................124
FIGURA 56 - FOLDERS VEICULADOS PELO APLICALIVO WHATSAPP. ...................................................................................125
FIGURA 57 - GRÁFICO DO QUANTITATIVO DOS PARTICIPANTES E SUA RELAÇÃO COM A APA. ..................................................126
FIGURA 58 - FORMULÁRIO DE VOTAÇÃO UTILIZADO. .....................................................................................................129
FIGURA 59 - GRÁFICO DO RESULTADO DA ENQUETE SOBRE A PROPOSTA DE DELIMITAÇÃO APRESENTADA NA CONSULTA PÚBLICA. ..130
FIGURA 60 - FOLDER VEICULADO PROMOVENDO MOBILIZAÇÃO CONTRA A PROPOSTA DE DELIMITAÇÃO TRAZIDA PELO ESTUDO
REALIZADO. ................................................................................................................................................ 131

viii
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE

ÍNDICE DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – DINÂMICA POPULACIONAL DA SERRA-ES. ..................................................................................................20


GRÁFICO 2 – ETNIA POPULACIONAL DA SERRA-ES. ........................................................................................................21
GRÁFICO 3 - GRÁFICO COMPARATIVO ENTRE AS PROPORÇÕES DAS CLASSES DE USO E COBERTURA DO SOLO. ................................33
GRÁFICO 4 - PROPORÇÃO DO ZONEAMENTO PARA A DELIMITAÇÃO VIGENTE DA APA. ............................................................97
GRÁFICO 5 - PROPORÇÃO DO ZONEAMENTO PARA A NOVA DELIMITAÇÃO DA APA. .............................................................100

ix
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE

ÍNDICE DE MAPAS

MAPA 1 - USO E COBERTURA DO SOLO ELABORADO COM BASE EM IMAGENS DE SATÉLITE E RETIFICADO ATRAVÉS DE TRABALHO DE
CAMPO. .......................................................................................................................................................34
MAPA 2 - MAPA DE HIDROGRAFIA LOCAL, MOSTRANDO A LOCALIZAÇÃO DAS NASCENTES LEVANTADAS. .....................................48
MAPA 3 - ÁREAS DE PRESERVAÇÃO E COBERTURA VEGETAL ..............................................................................................53
MAPA 4 - MACROZONAS DO PLANO DIRETOR MUNICIPAL DA SERRA. ................................................................................68
MAPA 5 - ZONEAMENTO DO PLANO DIRETOR MUNICIPAL DA SERRA..................................................................................69
MAPA 6 - LIMITES GEORREFENCIADOS DAS PROPRIEDADES ABRANGIDAS PELA APA DO MORRO DO VILANTE ...............................78
MAPA 7 - NOVA DELIMITAÇÃO PROPOSTA PARA A APA DO MORRO DO VILANTE. .................................................................88
MAPA 8 - ÁREAS DE PRESERVAÇÃO NA NOVA DELIMITAÇÃO E VIGENTE DA APA. ...................................................................93
MAPA 9 - FRAGILIDADE AMBIENTAL NA APA. ..............................................................................................................94
MAPA 10 - USO E COBERTURA DO SOLO NA APA, PARA NOVA DELIMITAÇÃO E DELIMITAÇÃO VIGENTE. ......................................95
MAPA 11 - HIDROGRAFIA LOCAL PARA A NOVA DELIMITAÇÃO E VIGENTE. ............................................................................96
MAPA 12 - ZONEAMENTO PROPOSTO PARA A DELIMITAÇÃO VIGENTE. ................................................................................98
MAPA 13 - ZONEAMENTO PROPOSTO PARA A NOVA DELIMITAÇÃO. .................................................................................101
MAPA 14 - FAIXA DE RESTRIÇÃO DE USO DA APA DO MORRO DO VILANTE. .......................................................................110
MAPA 15 - CORREDOR ECOLÓGICO PRIORITÁRIO DUAS BOCAS - MESTRE ÁLVARO..............................................................113
MAPA 16 - ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA ESTABELECIMENTO DE MINI-CORREDORES ECOLÓGICOS. ..............................................114

x
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE

ÍNDICE DE QUADROS

QUADRO 1 – LISTA DA LOCALIZAÇÃO DOS LEVS NOS BAIRROS DO ENTORNO DA APA. ............................................................27
QUADRO 2 – LISTA DE PROPRIETÁRIOS E PROPRIEDADES NA APA MORRO DO VILANTE. .........................................................28
QUADRO 3 - SÍNTESE DOS PROBLEMAS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS NA APA MORRO DO VILANTE. ...........................................41
QUADRO 4 - PROBLEMAS AMBIENTAIS E RESPECTIVAS RECOMENDAÇÕES PARA MITIGAÇÃO DOS IMPACTOS. .................................57
QUADRO 5 - SÍNTESE DOS PRINCIPAIS CONFLITOS COM OS USOS DO SOLO PREVISTOS NO .........................................................66
QUADRO 6 - DADOS CEDIDOS PELOS PROPRIETÁRIOS. .....................................................................................................71
QUADRO 7 - FORMA DE OBTENÇÃO DOS LIMITES DAS PROPRIEDADES ABRANGIDAS PELA APA. .................................................74

xi
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE

ÍNDICE DE TABELAS

TABELA 1 – ESTRUTURA ETÁRIA DA POPULAÇÃO RESIDENTE DO MUNICÍPIO DA SERRA (ES) ....................................................19


TABELA 2 – COMPARATIVO DA FREQUÊNCIA ESCOLAR ENTE O ESTADO DO ESPÍRITO SANTO E O MUNICÍPIO DA SERRA. ...................22
TABELA 3 - COMPARATIVO DA PROPORÇÃO DE JOVENS COM ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO ENTE O ESTADO DO ESPÍRITO SANTO E
O MUNICÍPIO DA SERRA. ..................................................................................................................................22

TABELA 4 - COMPARATIVO DA PROPORÇÃO DE JOVENS COM ENSINO MÉDIO COMPLETO ENTE O ESTADO DO ESPÍRITO SANTO E O
MUNICÍPIO DA SERRA. .....................................................................................................................................22

TABELA 5 – CATEGORIAS DO IDHM. ..........................................................................................................................23


TABELA 6 – ABRANGÊNCIA DE CRAS NOS BAIRROS DA SERRA. .........................................................................................25
TABELA 7 - DADOS TABULADOS DO BAIRRO BELVEDERE DO MUNICÍPIO DA SERRA. .................................................................25
TABELA 8 – DADOS TABULADOS DO BAIRRO DIVINÓPOLIS DO MUNICÍPIO DA SERRA ...............................................................26
TABELA 9 – DADOS TABULADOS DO BAIRRO JARDIM BELA VISTA DO MUNICÍPIO DA SERRA. .....................................................26
TABELA 10 - PROPORÇÃO DOS USOS DO SOLO PARA A ÁREA DE ESTUDO. .............................................................................32
TABELA 11– PRINCIPAIS CAUSAS DE ÓBITOS NA SERRA NO ANO DE 2018. ...........................................................................58
TABELA 12 - MORTALIDADE RELACIONADA ÀS DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS NA SERRA NO ANO DE 2018...............................59
TABELA 13 - COBERTURA VACINAL NA POPULAÇÃO COM MENOS DE UM ANO DE IDADE NA SERRA. ............................................59
TABELA 14 - QUALIDADE DA ÁGUA DISTRIBUÍDA NA SERRA NO MÊS DE FEVEREIRO DE 2020. ...................................................59
TABELA 15 – QUANTITATIVO E PERCENTUAL DE ABRANGÊNCIA PELAS DUAS LIMITAÇÕES EXISTENTES. .........................................75
TABELA 16 - VÉRTICES QUE DESCREVEM A NOVA POLIGONAL PROPOSTA. DATUM SIRGAS 2000, FUSO 24K. .............................81
TABELA 17 - ÁREA E PROPORÇÃO PARA CADA ZONA DEFINIDA PARA O LIMITE VIGENTE DA APA. ...............................................97
TABELA 18 - ÁREA E PROPORÇÃO PARA CADA ZONA DEFINIDA PARA A PROPOSTA DE NOVA DELIMITAÇÃO DA APA ........................99

xii
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE

SIGLAS E SÍMBOLOS

SIGLAS

ABEMA Associação Brasileira de Entidades do Meio Ambiente

APA Área de Proteção Ambiental

APP Área de Preservação Permanente

CAR Cadastro Ambiental Rural

CCIR Certificado de Cadastro de Imóvel Rural

CESAN Companhia Espírito Santense de Saneamento

CIVIT Centro Industrial de Vitorino

COMDEMAS Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

CRAS Centro de Referencia de Assistência Social

CST Companhia Siderúrgica de Tubarão

ED Eixo de Dinamização (Plano Diretor Municipal)

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

FJP Fundação João Pinheiro

GEOBASES Sistema Integrado de Bases Georreferenciadas do Estado do Espírito Santo

IBAMA Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICMBio Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

IDAF Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo

IDEB Índice de Desenvolvimento da Educação básica

IDH Índice de Desenvolvimento Humano

IDHM Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

xiii
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE

IJSN Instituto Jones dos Santos Neves

INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

IQA Índice de Qualidade da Água Distribuída

OMS Organização Mundial da Saúde

PDM Plano Diretor Municipal

PIB Produto Interno Bruto

PMS Prefeitura Municipal da Serra

PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

SAA Sistema de Abastecimento de Água

SEMMA Secretaria Municipal de Meio Ambiente

SES Sistema de Esgoto Sanitário

SIG Sistema de Informações Geográficas

SIRGAS Sistema de Refrência Geocêntrico para as Américas

SISEUC Sistema Estadual de Unidades de Conservação

SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação

SNVS Sistema Nacional de Vigilância Sanitária

UC Unidades de Conservação

TR Termo de Referência

ZPA Zona de Proteção Ambiental (Plano Diretor Municipal)

ZEIS Zona Especial de Interesse Social (Plano Diretor Municipal)

ZEIE Zona Especial de Interesse Ecológico

ZPR Zona de Produção Rural

ZONR Zona de Ocupação Não Regular

ZRAD Zona de Recuperação de Áreas Degradadas

xiv
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE

ZUC Zona de Uso Conflitante

ZUMS Zona de Uso Múltiplo Sustentável

ZUR Zona de Uso Restrito

SÍMBOLOS

% Porcentagem

ha Hectares

Km2 Quilômetros Quadrados

Km Quilômetros

mm Milímetros

Nº Número

R$ Reais

xv
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

1 APRESENTAÇÃO

O presente trabalho corresponde à Atualização do Plano de Manejo da Área de Proteção


Ambiental do Morro do Vilante, vinculado ao Contrato de Prestação de Serviços de Nº
247/2019, celebrado entre a Prefeitura Municipal da Serra (PMS) e a empresa Ambiental do
Brasil Estudos e Projetos Ambientais LTDA emitido em 07/10/2019.

Esta atualização tem o objetivo de avaliar a proposta apresentada no Plano de Manejo


desenvolvido em 2012, envolvendo a caracterização social da comunidade envolvida e
adjacente à APA; uso e ocupação do solo, identificando os impactos e a qualidade
ambientais atuais; atualização da situação fundiária dos imóveis contemplados pelo
perímetro da APA. Diante das informações levantadas, novas propostas de delimitação,
zoneamento e normas foram formuladas para a APA do Morro do Vilante, estabelecendo um
ordenamento territorial de uso para a Unidade.

Dessa forma, pretende-se viabilizar a criação e implantação efetiva dessa Unidade de


Conservação (UC) através de políticas públicas e decisões que atuam em prol da
conservação da biodiversidade, de forma integrada ao desenvolvimento científico, turismo,
lazer, educação e desenvolvimento econômico local, assegurando o funcionamento e o
cumprimento dos objetivos da Unidade.

O caráter sinérgico da relação entre o ser humano e o meio ambiente é preponderante na


construção do cenário socioambiental atual. Sendo assim, a comunidade é diretamente
responsável pela preservação ambiental e, ao mesmo tempo, beneficiada por ela. Portanto,
a sociedade é o mais importante aliado da administração pública na efetividade da gestão
da APA e cumprimento dos objetivos preestabelecidos.

16
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

2 INTRODUÇÃO

2.1 HISTÓRICO DA REGIÃO

O Estado do Espírito Santo está localizado na Região Sudeste do território brasileiro,


limitando-se a leste com o oceano Atlântico, a oeste com Minas Gerais, ao norte com a
Bahia e ao sul com o Rio de Janeiro. Sua área é de 46.095,583 km 2, divididos em 78
municípios. (IBGE, 2019).

Conforme dados de sua história, a primeira expedição a explorar esse Estado saiu de
Portugal em 1501 e em 1502 partia outra expedição, entretanto, não houve qualquer
iniciativa de colonização da região durante as três primeiras décadas do século XVI, sendo o
Estado do Espírito Santo colonizado somente em 23 de Maio de 1535 pelo português Vasco
Fernandes Coutinho. Por ser um domingo, em que a Igreja Católica Apostólica Romana
comemorava a festa de Pentecostes, recebeu o nome de vila do Espírito Santo, a qual é
hoje a cidade de Vila Velha Entretanto, devido aos constantes ataques dos índios que
habitavam essa região, os portugueses abandonaram essa vila e em 13 de Junho do
mesmo ano fundaram a Ilha de Santo Antônio, atual Vitória. (Borges, 2009).

Não demorou muito para que o atual munícipio da Serra também começasse a ser
explorado pelos portugueses. Antes de sua colonização, o território da Serra era habitado
pelos índios pertencentes à tribo Tupiniquins que habitavam o litoral. No ano de 1556,
vieram do Rio de Janeiro os índios Teminós, que junto com o padre jesuíta Braz Lourenço
fundou, em 08 de Dezembro, nas proximidades do Mestre Álvaro, a Aldeia de Nossa
Senhora da Imaculada Conceição, a qual, posteriormente, deu origem a cidade da Serra.
(Borges, 2009).

Oito anos após a sua fundação, nas proximidades do rio Santa Maria da Vitória, devido a um
surto de varíola, a Aldeia foi transferida para o sopé do Morro Mestre Álvaro, o mesmo local
onde atualmente está situada a sede do Município da Serra. Com o tempo, os colonizadores
portugueses foram se estabelecendo nas proximidades da Aldeia indígena, construindo
suas residências e seus engenhos. Anos depois, chegaram os negros para o trabalho braçal
e da miscigenação entre esses povos (portugueses, índios e negros) surge o povo serrano.
(Borges, 2009).

Com o desmembramento do município de Vitória, por meio da Resolução do Conselho de


Governo, criou-se no ano de 1833 o município da Serra, com apenas um distrito, o distrito
da Serra Sede. O primeiro distrito a ser anexado ao município da Serra foi o distrito de
Itapocu no ano de 1921. Dezessete anos mais tarde, o município da Serra adquiriu mais um
distrito, o distrito de Nova Almeida. Em 1943, foram anexados mais dois distritos ao
município da Serra: Carapina e Queimados. (Borges, 2009).

Atualmente, segundo o artigo alterado pela Emenda nº 18 de 14 de julho de 2010 da Lei


Orgânica do Município da Serra, o território do munícipio da Serra, para fins administrativos,
é dividido em cinco distritos:

 Sede Municipal = Apresenta características socioculturais;

17
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

 Calogi (antigo distrito de Itapocu) = Corresponde ao distrito agropecuário;


 Carapina = Apresenta grande concentração industrial e comércio bem desenvolvido;
 Nova Almeida = Corresponde ao distrito turístico;
 Queimado = Corresponde ao distrito histórico.

Em sua história econômica, pode-se dizer que a Serra apresentou duas fases distintas: a
fase rural e a fase industrial. Durante a fase rural, o município apresentou um grande
desenvolvimento, devido, principalmente, pela sua produção de açúcar e café. Entretanto, a
Crise Econômica Mundial de 1929 afetou a sua economia e a Serra só voltou a crescer no
ano de 1960 quando foi dado início à fase industrial. Nessa fase, a população da Serra
subiu de 9.192 habitantes para 17.286 habitantes devido à construção do Porto de Tubarão
e do Centro Industrial de Vitória (CIVIT). Outro investimento que incentivou o crescimento
populacional da Serra e, consequentemente o crescimento econômico foi a construção da
Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST), elevando o número de habitantes para 82.450 no
ano de 1980. (Borges, 2009).
Segundo o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizado no ano
de 2000, o município da Serra passou a ter 322.518 habitantes, aumentando para 409.267
habitantes no censo realizado em 2010. Nos dados divulgados em 2018, pelo mesmo órgão,
a Serra apresentava 507.510 moradores e atualmente, segundo dados levantados em Julho
de 2019, ganhou 10 mil novos moradores apresentando, atualmente 517.510 habitantes,
sendo o munícipio mais populoso do Estado do Espírito Santo. (IBGE, 2019).

2.2 HISTÓRICO DO MORRO DO VILANTE

A palavra “Villante” tem origem portuguesa. A referência mais antiga, encontrada aqui no
Brasil, dessa palavra, data do ano de 1920, a qual corresponde ao nome de uma
propriedade rural localizada no município da Serra, sendo à época de propriedade de Plínio
Pimentel e Claudinha Pimentel.

A família Pimentel apresenta parentesco com a família Miranda. João Ignácio Rodrigues de
Miranda é citado como único proprietário da fazenda Betes. Seus herdeiros ainda detêm
terras na região que provavelmente é remanescente da propriedade originária citada em
1920 como Fazenda do “Villante”.

Outro sobrenome muito comum na região e citado no documento de 1920 é o Pereira. Na


época a família Pereira era proprietária de fazendas na região de Muribeca, localidade
vizinha ao “Villante”. Atualmente, sete irmãos, membros dessa família herdaram terras onde
se localizava a sede da Fazenda “Villante”, as quais estão localizadas nas partes de menos
declividade e mais próximas aos acessos à BR-101.

18
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

3 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO DA SERRA

Serra é o município mais populoso do seu Estado com 517.510 habitantes em uma área de
547.631 km2. Localiza-se na região Sudeste do Brasil, no Estado do Espírito Santo, ficando
a 27 km da capital capixaba Vitória, se contar do marco zero da capital até a sede do
município da Serra. Destaca como um importante município turístico da região devido suas
características rurais, posição geográfica privilegiada, extenso litoral e grandes áreas de
preservação ambiental. (IBGE, 2019).

A Lei Municipal n° 2.235 de 07 de Dezembro de 1999 (Serra, 1999) autorizou a criação da


Área de Proteção Ambiental - APA do Morro do Vilante, enquadrada na categoria de
Unidade de Conservação (UC) de uso sustentável, segundo o disposto no Sistema Nacional
de Unidades de Conservação (SNUC) (Brasil, Casa Civil, 2000) e suas regulamentações no
Sistema Estadual de Unidades de Conservação (SISEUC) (Espírito Santo, 2010). A APA
localiza-se no município da Serra, às margens da Rodovia BR-101, abrangendo as
propriedades rurais compreendidas entre a cota altimétrica de 100 metros, em relação ao
nível do mar até o topo. Os pontos limítrofes ditados pela lei são: a norte 40º18’37’’ de
longitude e 20º 05’ 28’’ de latitude; a Sul 40º19’20’’ de longitude e 20º06’38’’ de latitude; a
Leste 40º18’33’’ de longitude e 20º05’50’’ de latitude; a Oeste 40º20’01’’ de longitude e
20º05’52’’ de latitude. Com uma área de aproximadamente 249,9 ha, ocupa 0,45% do
território do município da Serra e 0,01% do território do Estado do Espírito Santo.

3.1 PERFIL DEMOGRÁFICO E CRESCIMENTO POPULACIONAL

Atualmente, segundo dados estimados pelo mesmo instituto, no ano de 2019, a Serra
passou a ter 517.510 habitantes, aumentando sua densidade demográfica para 945.00
habitantes por quilômetros quadrados, ganhando o título de cidade mais populosa do
Espírito Santo, representando 11,6% da população do Estado. (IBGE, 2019).

A população da Serra é composta por 49,2% de homens (201.415) e 50,8% de mulheres


(207.852), sendo quase a totalidade (99,3%) localizada em área urbana. A faixa etária
predominante fica entre 25 a 29 anos como mostra a tabela a seguir.
Tabela 1 – Estrutura Etária da População Residente do Município da Serra (ES)
Faixa Etária Sexo Masculino Sexo Feminino
0a4 16.435 15.806
5a9 16.840 16.233
10 a 14 18.943 18.530
15 a 19 17.822 17.967
20 a 24 20.652 20.253
25 a 29 20.541 20.945
30 a 34 18.454 19.115
35 a 39 15.035 15.840
40 a 44 13.298 14.450
45 a 49 11.887 13.115

19
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

Faixa Etária Sexo Masculino Sexo Feminino


50 a 54 10.430 11.250
55 a 59 8.046 8.440
60 a 64 5.088 5.488
65 a 69 3.067 3.786
70 a 74 2.244 2.771
75 a 79 1.367 1.845
80 a mais de 100 1.266 2.118
Fonte: IBGE, 2010.

A dinâmica populacional da Serra acompanha a tendência nacional que reflete na


diminuição no número absoluto de crianças e jovens, maior população em idade ativa e um
crescente número de idosos, o que demanda a formulação de políticas públicas de saúde
específicas para cuidar do processo de envelhecimento da população, conforme Gráfico 1.

Gráfico 1 – Dinâmica Populacional da Serra-ES.


Fonte: IBGE, 2010.

Quanto a sua etnia, a população Serrana é composta por 53,00% de pardos, 36,0% de
brancos, 9,50% de negros, 1,0% de amarelos e 0,50% de indígenas e é ilustrada no Gráfico
2. (IBGE, 2010).

20
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

Gráfico 2 – Etnia Populacional da Serra-ES.


Fonte: IBGE 2010.

3.2 EDUCAÇÃO

Como sabido o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) foi criado para medir
a qualidade das escolas e das redes de ensino. Assim, para que o IDEB de uma escola
cresça é necessário que o aluno frequente a sala de aula, aprenda e não repita o ano. Esse
índice varia em uma escala de 0 (zero) a 10 (dez) e é medido a cada dois anos. O objetivo é
que o Brasil atinja, até o ano de 2022, a nota 6 desse índice. O município da Serra atingiu
na rede pública de ensino a nota de 5,6 para os anos iniciais do ensino fundamental e 4,1
para os anos finais, segundo IBGE (2010).

As taxas de escolaridade e analfabetismo são indicadores clássicos da Educação no Brasil.


As taxas de analfabetismo das crianças entre 7 e 9 anos ficou em 5,7% no Estado do
Espírito Santo, segundo dados lançados em 2018 pelo Instituto Jones dos Santos Neves
(IJSN) com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios.

Esses dados também mostraram a frequência escolar no Estado que é de 99,6% entre as
crianças de 6 a 10 anos de idade e de 98,4% entre as de 11 a 14 anos, comportamento bem
semelhante à média brasileira. A proporção de jovens de 15 a 17 anos com ensino
fundamental completo é de 61,27%; e a proporção de jovens de 18 a 20 anos com ensino
médio completo é de 44,93%. (IBGE, 2010).

Serra apresenta 89,04% de crianças entre 5 e 6 anos na escola. Essa taxa cai para 87.29%
para crianças entre 11 a 13 anos frequentando os anos finais do ensino fundamental. A
proporção de jovens de 15 a 17 anos com ensino fundamental completo é de 56,97%; e a
proporção de jovens de 18 a 20 anos com ensino médio completo é de 42,80%. (IBGE,
2010).

21
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

Tabela 2 – Comparativo da frequência escolar ente o Estado do Espírito Santo e o município da Serra.
Faixa etária / Localidade Espírito Santo Serra
6 a 10 anos 99,6% 89,04%
11 a 14 anos 98,4% 87,29%
Fonte: IBGE, 2010.

Tabela 3 - Comparativo da proporção de jovens com ensino fundamental completo ente o Estado do
Espírito Santo e o município da Serra.
Ensino Fundamental Completo Espírito Santo Serra
15 a 17 anos 61,27% 56,97%
Fonte: IBGE, 2010.

Tabela 4 - Comparativo da proporção de jovens com ensino médio completo ente o Estado do Espírito
Santo e o município da Serra.
Ensino Médio Completo Espírito Santo Serra
18 a 20 anos 44,93% 42,80%
Fonte: IBGE, 2010.

3.3 PERFIL SOCIOECONÔMICO

Em sua história econômica, pode-se dizer que a Serra apresentou duas fases distintas: a
fase rural e a fase industrial. A década de 70 foi decisiva na transição da economia agrária
para a economia industrial. A consolidação do parque industrial do município com a
implementação dos polos industriais juntamente com a modernização dos setores
econômicos, como por exemplo, crescimento das atividades petrolíferas, atuação da
construção civil e do setor de serviços fizeram com que o município da Serra estivesse entre
os mais ricos do país. (Borges, 2009).

O Produto Interno Bruto (PIB) é o indicador mais usado na economia de um país, estado ou
município para quantificar suas atividades econômicas. Ele representa a soma de todos os
bens e serviços finais produzidos em uma determinada região durante um período
determinado de tempo. (IBGE, 2020).

Vitória, Serra e Vila Velha são os três municípios capixabas que estão entre os 100
municípios mais ricos do Brasil, ocupando a posição de 42°, 48° e 90°, respectivamente.
Sendo Serra o segundo município mais rico do Estado do Espírito Santo apresentando um
PIB per capta de R$ 36.884,26. (IBGE, 2017).

Os dados do Censo Demográfico do IBGE também são avaliados e categorizados sob o


enfoque do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o qual foi desenvolvido pelos
economistas Amartya Sem e Mahbub ul Haq, no ano de 1990, para padronizar a avaliação
do bem-estar de uma população.

O IDH é uma medida comparativa entre diversos países do mundo, levando em


consideração, alguns fatores como: riqueza, alfabetização, educação, esperança de vida,
natalidade entre outros. Já o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM),

22
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

corresponde à média geométrica entre o IDH da renda, o IDH da longevidade (saúde) e o


IDH educacional de um município e varia de 0 (zero) até 1 (um). Quanto mais próximo de 0
(zero) pior é o desenvolvimento humano do município e quanto mais próximo de 1(um), mais
alto é o desenvolvimento do município. (O Atlas, 2020).

Conforme dados divulgados em 2013 pelo Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil,


uma parceria fechada entre o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e a Fundação João Pinheiro
(FJP), utilizando dados atualizados do Censo de 2010, o Estado do Espírito Santo ocupa a
sétima posição no ranking brasileiro com um IDH considerado alto no valor de 0,740. Dos 78
municípios que compõem esse Estado, apenas Vitória e Vila Velha apresentam um IDHM
considerado muito alto com os respectivos valores de 0,845 e 0,800. Por sua vez, Serra
possui um IDHM alto (0,739) ocupando a sétima posição do Estado, o qual não apresentou
nenhum município com IDHM considerados baixo e muito baixo. (O Atlas, 2020).
Tabela 5 – Categorias do IDHM.
Categorias Valores
Muito Alto 0,800 a 1000
Alto 0,700 a 0,799
Médio 0,600 a 0,699
Baixo 0,500 a 0,599
Muito Baixo 0,000 a 0,4999
Fonte: O ATLAS, 2020.

23
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

4 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO DO ENTORNO DA APA MORRO DO


VILANTE

Segundo a Lei Municipal n.º 4.514, de 06 de maio de 2016, que regulamenta a organização
do Município da Serra em bairros, esse município é composto por 129 bairros. Desses,
destacamos cinco, os quais se localizam no entorno da APA Morro do Vilante e fazem parte
da Região Administrativa de Serra Sede: Belvedere, Divinópolis, Jardim Bela Vista e Jardim
da Serra. (Figura 1).

Figura 1-Localização dos bairros mais próximos da APA Morro do Vilante.

Esses bairros são caracterizados por apresentar uma população pobre e, por isso, em 2012
foram incluídos no Programa Incluir – Programa de Redução da Extrema Pobreza, criado
pelo Governo do Estado em 2011. A fim de alcançar as áreas mais distantes e de difícil
acesso, a Secretaria Municipal adotou a estratégia de território estendido de Centro de
Referência de Assistência Social (CRAS), ampliando as equipes e agregando novos bairros
a serem cobertos pelos CRAS implantados na cidade. Inicialmente, dos bairros que fazem
parte da Região Administrativa da Serra Sede, tinha apenas o bairro Jardim da Serra incluso
no CRAS e posteriormente incluiu-se os outros três bairros: Belvedere, Divinópolis e Jardim
Bela Vista. (Prefeitura Municipal da Serra, 2014).

O Censo do IBGE de 2010 revelou que a cidade da Serra possui 124.991 domicílios
ocupados permanentemente. Destes, 8,3% encontram-se no território estendido do CRAS
da Serra Sede. O território da Serra Sede é o segundo maior territ rio do unicípio,
considerando o n mero total de airros, depois de acaraípe. Dos bairros próximos a APA, o
bairro Jardim Bela Vista possui o maior número de domicílios (1.190), seguido por
Divinópolis com 643 domicílios, Belvedere com 256 domicílios e Jardim da Serra com 230
domicílios, como mostra a tabela abaixo:

24
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

Tabela 6 – Abrangência de CRAS nos Bairros da Serra.


Território Bairros Domicílios Subtotal Porcentagem (%)
Caçaroca 381
Jardim da Serra 230
Jardim Guanabara 281
Serra Sede Jardim Primavera 112 2.529 24,32%
Santo Antônio 612
São Domingos 381
Serra Centro 532
Belvedere 256
Centro da Serra 741
Cidade Nova da 145
Serra
Divinópolis 643
Fazenda Cascata 900
Jardim Bela Vista 1.190
Território Estendido 7.868 75,68%
Nossa Srª da 435
Conceição
São Judas Tadeu 585
São Lourenço 213
São Marcos 1.718
Sítio Irema 132
Maria Niobe 509
Fonte: IBGE, 2010.

O Bairro Belvedere se localiza as margens da BR-101 de frente ao Morro do Vilante,


entretanto, do outro lado da rodovia (Figura 1). Esse bairro é o segundo menos populoso da
região do entorno da APA, possui apenas 835 habitantes, sendo a população feminina
representada por 419 habitantes e a masculina por 416 habitantes. Logo, temos um
percentual de 50,18% de mulheres e 49,82% de homens. Quanto à faixa etária, mais da
metade da população (61.7%) são adultos e apenas 5.6% são idosos. (IBGE, 2010).

Em relação à educação, existe uma única escola nesse bairro, a Escola Municipal de Ensino
Fundamental Belvedere, a qual atingiu a meta do IDEB no ano de 2007 para o 5° ano com
nota de 4.7. (INEP, 2018).

Na Tabela 7 observa-se mais alguns dados sobre a população de Belvedere:


Tabela 7 - Dados tabulados do bairro Belvedere do município da Serra.
Dados Porcentagem População (%)
Razão de dependência Jovens 53%
Razão de dependência Idosos 9.1%
Índice de Envelhecimento 17.2%
Domicílios ocupados 83.7%
Domicílios não ocupados 16.3%
Fonte: IBGE, 2010.

O Bairro Divinópolis se localiza no pé do Morro do Vilante (Figura 1). Esse bairro possui
2.307 habitantes, sendo o segundo bairro mais populoso do entorno da APA. A população
feminina é representada por 1.148 habitantes e a masculina por 1.159 habitantes. Diferente

25
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

do que se observou nos dois bairros descritos acima (Belvedere e Colina da Serra), em
Divinópolis existem mais homens do que mulheres, sendo a população desse bairro
composta por 50,24% de homens e 49,76% de mulheres. Quanto à faixa etária, 64.2% da
população são adultos e 3.9% são idosos. (IBGE, 2010).

Esse bairro, assim como o Belvedere, possui apenas uma escola, a Escola Municipal de
Ensino Fundamental Divinópolis, a qual atingiu a média do IDEB nos anos de 2007, 2009 e
2013 para o 5° ano com as notas 3.7. 3.9 e 4.7 para cada ano, respectivamente. (INEP,
2018).

Na Tabela 8, observa-se mais alguns dados sobre a população de Divinópolis:


Tabela 8 – Dados tabulados do bairro Divinópolis do município da Serra
Dados Porcentagem População (%)
Razão de dependência Jovens 49%
Razão de dependência Idosos 6%
Índice de Envelhecimento 12.5%
Domicílios ocupados 94%
Domicílios não ocupados 6%
Fonte: IBGE, 2010.

O Bairro Jardim Bela Vista é o bairro da região do entorno da APA que se localiza mais
distante do Morro do Vilante, também às margens da BR-101. (Figura 1). É dos cinco
bairros, o mais populoso com 4.013 habitantes, sendo a população feminina representada
por 2.022 habitantes e a masculina por 1.991 habitantes. Logo, conclui-se que a população
desse bairro é composta por 50,39% de mulheres e 49,61% de homens. Quanto à faixa
etária, 68% da população são adultos e 3% são idosos. (IBGE, 2010).

Esse bairro possui a Escola Municipal de Ensino Fundamental Jardim Bela Vista, a qual
atingiu a média do IDEB nos anos de 2007, 2009 e 2011 para o 5° ano com as notas 4.2,
4.7 e 5.0 para cada ano, respectivamente. E também para o 9°ano, nos anos de 2007 e
2009 com as notas 4.3 e 4.2, respectivamente. (INEP, 2018). Também possui o Centro
Municipal de Educação Infantil Pimpolho.

Na Tabela 9, observa-se mais alguns dados sobre a população do Jardim Bela Vista:
Tabela 9 – Dados tabulados do bairro Jardim Bela Vista do município da Serra.
Dados Porcentagem População (%)
Razão de dependência Jovens 42%
Razão de dependência Idosos 5%
Índice de Envelhecimento 11%
Domicílios ocupados 95%
Domicílios não ocupados 5%
Fonte: IBGE, 2010.

O Bairro Jardim da Serra se localiza as margens da BR-101 e é dos quatro bairros da região
do entorno da APA, o menos populoso com apenas 727 habitantes. (IBGE, 2010).

Todos esses bairros da região do entorno da APA Morro do Vilante (Belvedere, Divinópolis e
Jardim Bela Vista e Jardim da Serra), apresentam coleta seletiva de lixo, a qual foi
implantada em março de 2007 com o projeto conhecido como RECICLASERRA. Este

26
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

programa foi concebido utilizando o modelo de Entrega Voluntária, em que o próprio gerador
se desloca até um Local de Entrega Voluntária (LEV) e deposita seu lixo seco. Os LEV
estão localizados em locais públicos e nas unidades de ensino municipais. Como mostra o
quadro abaixo:
Quadro 1 – Lista da localização dos LEVs nos bairros do entorno da APA.
Identificação dos LEV Localização dos LEV
LEV 41 EMEF Jardim Bela Vista – Jardim Bela Vista
LEV 42 EMEF Divinópolis - Divinópolis
LEV 74 EMEF Belvedere – Belvedere
LEV 85 EMEF Herbert de Souza – Jardim da Serra
Fonte: PMS, 2018.

O Sistema de Abastecimento de Água (SAA) desses bairros da região do entorno da APA, é


realizado por dois subsistemas: Carapina e Belvedere. O subsistema Carapina foi
implantado em 1983 e atende os municípios da Serra, Vitória e Fundão. E o subsistema
Belvedere que foi implementado para atender apenas o Bairro Belvedere, tratando-se de um
subsistema de porte pequeno. Mesmo assim, esse bairro ainda sofre com intermitência e
deficiência em seu abastecimento de água, assim como ocorre em Divinópolis, Jardim Bela
Vista e Colina da Serra. (Prefeitura Municipal da Serra, 2013).
Em relação ao Sistema de Esgoto Sanitário (SES) são existentes apenas nos bairros Jardim
Bela Vista e Colina da Serra. A rede coletora de esgoto existente no bairro Jardim Bela Vista
é formada, principalmente, por PVC com diâmetros de 150 mm a 200 mm e faz parte do
SES Jardins. Já o SES do bairro Colina da Serra faz parte do SES de Serra Sede, o qual
possui uma extensão de 73 km e seis estações de tratamento de esgoto. (Prefeitura
Municipal da Serra, 2013).

27
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

5 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO RESIDENTE NA APA MORRO DO


VILANTE

Com base nos dados coletados durante as visitas às propriedades e nas respostas das
entrevistas realizadas por ligações telefônicas, com aplicação de questionários
socioeconômicos (disponíveis no volume de anexos), foi caracterizada a população
residente na APA Morro do Vilante.

Atualmente existem 46 propriedades no Morro do Vilante, sendo que alguns proprietários


respondem por mais de uma propriedade. Alguns deles utilizam e/ou alugam suas terras
para o desenvolvimento de atividades comerciais, como por exemplo, borracharia, galpões
para corte e distribuição de correias para esteiras transportadoras, marcenaria e
restaurante. Além disso, a grande maioria desses proprietários não mora em suas
propriedades, utilizando-as para lazer nos finais de semana e feriados, residindo em Serra
Sede e na capital Vitória, como mostrado abaixo:
Quadro 2 – Lista de Proprietários e Propriedades na APA Morro do Vilante.
Identificação
Pessoa Física Residente na
Proprietário da
ou Jurídica Propriedade
Propriedade
Homnibus Empreendimentos e Participações Ltda. 01A Pessoa Jurídica Não se Aplica
Prefeitura Municipal da Serra 01B Pessoa Jurídica Não se Aplica
Marinaldo Fraga Castelo 02 Pessoa Física Não
Alaôr Christovão Miranda 03 Pessoa Física Não
Regina Celi Miranda 04 Pessoa Física Não
Florides Bastos 05 Pessoa Física Sim
Teodoro Nery Nascimento 06A Pessoa Física Sim
Roberto S. Monteiro 06B Sem informação Não
Gilcely Piske 07 Pessoa Física Não
Clominides Moraes Bastos 08 Pessoa Física Não
Plínio Ceolin Filho 09 Pessoa Física Não
Antônio Marciano Peixoto Costa 10 Sem informação Sem informação
Neil Pacheco de Souza 11 Pessoa Jurídica Não se Aplica
Edieser Fraga Reis 12 Sem informação Não
Elói dos Santos de Oliveira 13 Sem informação Sem informação
Sebastião Gadioli 14 Pessoa Física Sim
José Carlos Barbosa 15 Sem informação Sem informação
Coronel Ferreira 16 Pessoa Física Sim
Leonardo Almeida 17 Sem informação Sem informação
Manoel Furtado 18 Pessoa Física Sim
Edward Silva 19 Pessoa Física Sim
Sabino 20 Pessoa Jurídica Não
Cirineu Nunes 21 Pessoa Física Não
Álvaro Pereira 22 Pessoa Física Não
Jonas De Paula Batista 23 Pessoa Física Não

28
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

Identificação
Pessoa Física Residente na
Proprietário da
ou Jurídica Propriedade
Propriedade
José Pagotto Lopes 24 Pessoa Física Não
José Pagotto Lopes 25 Pessoa Física Não
José Pagotto Lopes 26 Pessoa Física Não
Edieser Fraga Reis 27 Sem informação Não
José Pagotto Lopes 28 Pessoa Física Não
Levi Rosa 29 Sem informação Sem informação
José Douro 30 Pessoa Jurídica Não se Aplica
Vanuza Ludgéria Pereira Fim 31 Pessoa Física Não
Maruza Evarista Pereira De Moraes 32 Pessoa Física Não
Ana Josefina De Paula Pereira Felix 33 Pessoa Física Não
Charles Daniel Pissinate 34 Sem informação Não se Aplica
Álvaro Pereira 35 Pessoa Física Não
Zoé Luiz Da Paixão Pereira 36 Pessoa Física Não
Osvaldino Pereira 37 Pessoa Física Sim
Alexsandro Neves Pereira 38 Pessoa Física Não
José Pagotto Lopes 39 Pessoa Física Não
Luciana Meireles Correia 40 Pessoa Física Não
Terezinha Maria Leite Correia 41 Pessoa Física Sim
Ricardo Meireles Correia 42 Pessoa Física SIm
Sebastião Feu Correia 43 Pessoa Física Não
Ângelo Mai Peruchi 44A Pessoa Jurídica Não se Aplica
Herdeiros De Ipólito Feu Correia 44B Sem informação Não se Aplica

Dos nove proprietários residentes em suas propriedades, temos apenas uma mulher,
podendo-se dizer que a população residente na APA é predominantemente masculina.
Assim como a faixa etária idosa (mais de 60 anos) com a exceção de apenas um
proprietário que tem 39 anos e se encontra na faixa etária adulta (18 anos até 60 anos).

Quanto a escolaridade da população residente na APA, apenas um superficiário possui


ensino superior tendo todos os demais ensino fundamental. A renda dessa população vem
da sua aposentadoria somada a outras atividades desenvolvidas em suas terras, como por
exemplo, plantação de frutas (banana, laranja, manga) e hortaliças (alface e tomate), e
criação de animais como aves, porcos, vacas e bois.

A infraestrutura encontrada nas propriedades da APA é considerada boa em relação a


energia e sistema de saneamento, onde todas as casas apresentam energia elétrica e
tratamento de esgoto. A presença de água se dá pelo bombeamento das nascentes ou por
poço. Todos os residentes possuem seu meio de locomoção (carro ou moto), mas também
existe linha de ônibus que circula pela região. Assim como, tem sinal de internet por toda a
região e a comunicação é facilitada também pelo uso de celular. Não existe coleta de lixo no
local, e o mesmo ou é queimado ou levado até Serra Sede.

29
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

6 ESTRUTURA ECONÔMICA REGIONAL E ALTERNATIVAS DE


DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SUSTENTÁVEL

A cidade da Serra é o segundo município mais rico do Estado do Espírito Santo,


apresentando um mercado de trabalho bastante heterogêneo. As atividades que mais
empregam no município são as do setor de comércio e de reparação de veículos
automotores e motocicletas.

O salário médio mensal da população é de 2,6 salários mínimos e a proporção de pessoas


ocupadas em relação à população total é de 27,1%, ocupando a quarta posição no estado.
Dessas pessoas ocupadas, que estão na faixa etária de 18 anos ou mais, 46,71% trabalham
no setor de serviços, 16,11% trabalham no comércio, 12,61% trabalham no setor de
construção, 12,15% trabalham na indústria de transformação, 1,87% trabalham na indústria
extrativa, 1,36% trabalham nos setores de utilidade pública e apenas 1,1% trabalham no
setor agropecuário. (IBGE, 2017).

A renda média domiciliar per capita medida pelo IBGE no Censo de 2010 para o município
da Serra, apresentou valores inferiores às médias de Vitória e de Vila Velha sendo superior
apenas à média de Cariacica. Considerando que o salário mínimo era, em 2010, de R$
510,00, a renda média da Serra era 54,51% superior ao salário mínimo vigente naquele ano.

Dentre as atividades de desenvolvimento econômico sustentável destacam-se:

 Coleta seletiva: A PMS, por meio da Secretaria de Serviços, implantou, em março


de 2007, o Projeto Piloto de Coleta Seletiva, conhecido como RECICLASERRA –
Coleta Seletiva dos Resíduos Sólidos Recicláveis do Município da Serra. Este
programa foi concebido utilizando o modelo de Entrega Voluntária, em que o próprio
gerador se desloca até um Local de Entrega Voluntária (LEV) e deposita o material
reciclável segregado. A coleta do lixo seco é depositada em contentores, os quais
são entregues às Associações de Catadores do Município da Serra – Recuperalixo e
ABRASOL. Os LEV estão localizados em locais públicos e nas unidades de ensino
municipais, totalizando um total de 95.
 Coleta e tratamento de resíduos sólidos: A PMS instituiu, por meio do Decreto n.º
3.497/03, de 24 de junho de 2003, a Comissão de Trabalho para Estudo da
Destinação dos Resíduos Sólidos no Município da Serra. A coleta de resíduos
domiciliares/comercial é realizada com frequência de dias alternados, em 99% dos
domicílios e diária em 10%, que são os grandes geradores: supermercados,
hospitais, etc. A coleta alcança 100% dos domicílios localizados em área urbana do
município, que têm 90% da população do município. A coleta é feita na maioria dos
bairros, com compactadores e, em locais de difícil acesso para esse tipo de
equipamento, usa-se equipamento adequado. Recentemente estendeu a coleta para
algumas áreas rurais próximas. Além dos resíduos domiciliar e comercial, faz-se
também a coleta do lixo proveniente de feiras livre, praias (coleta na areia), animais
mortos, capina, coletando, diariamente cerca de 220 toneladas de lixo.
 Coleta e tratamento de esgoto: Serra está entre os municípios brasileiros que
estão acima da média nacional na disponibilização de rede de esgoto, sendo que

30
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

83% de sua população possuem acesso à rede de esgoto e 65% estão conectados a
ela. (Ambiental Serra, 2018). O serviço de abastecimento de água é realizado na
cidade pela Companhia Espírito Santense de Saneamento (CESAN) através da
captação de água bruta no rio Santa Maria, na região de São José do Queimado, no
rio Reis Magos e de poços artesianos no bairro Belvedere. (Ambiental Serra, 2018).
Por meio da Lei Municipal n.º 4.010/2013 Serra instituiu o Plano Municipal de
Saneamento Básico, o qual permitiu a contratação de um consórcio, na modalidade
de Parceria Público-Privada (PPP). Com o objetivo de ampliação e modernização do
sistema da rede coletora e de tratamento de esgoto, no ano de 2015 teve início a
PPP entre a CESAN e o consórcio Ambiental Serra. Atualmente, o município conta
com 1.037,5 km de rede de esgoto construídas, 21 estações de tratamento de
esgoto, 151 elevatórias de esgoto e 15.534.634,44 m3 de esgoto coletado e tratado
por mês, contemplando vários bairros: Barro Branco, Belvedere, Campinho da Serra
I, Campinho da Serra II, Colina de Laranjeiras, Divinópolis, Jardim Bela Vista, Jardim
da Serra, José de Anchieta, Mestre Álvaro, Novo Porto Canoa, Planalto serrano,
Parque das Gaivotas, Parque Residencial Laranjeiras, Serramar, Taquara I, Taquara
II e Vista da Serra II. (SESE, 2020).

Contudo, na zona rural, embora muito próxima ao perímetro urbano da Serra, não há um
sistema de coleta eficiente, como tão pouco um programa de educação ambiental para a
comunidade que ensine maneiras sustentáveis de gestão do próprio lixo.

É o que acontece nas propriedades localizadas no Morro do Vilante, onde os proprietários


rurais relataram que a coleta do lixo é realizada apenas ao longo da BR-101. O resultado
disso é o acúmulo de resíduos sólidos nos quintais, pois são poucos os proprietários que
optam por levar seu lixo até o ponto de coleta urbano mais próximo.

Essa questão é apresentada de maneira mais detalhada no item 7.2.4 do presente relatório.

31
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

7 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E PROBLEMAS AMBIENTAIS


DECORRENTES

Com base em mapeamento digital, entrevistas e diagnóstico de campo, foram


caracterizadas as formas de ocupação da terra, as atividades exercidas pelos ocupantes e
os problemas ambientais derivados dessa interação.

7.1 CARACTERIZAÇÃO DA OCUPAÇÃO DA TERRA E PRINCIPAIS ATIVIDADES


EXERCIDAS

A área estudada corresponde à delimitação da APA proposta no Plano de Manejo anterior,


elaborado em 2012 e publicado pela Prefeitura Municipal da Serra. Os imóveis, 46 ao todo,
foram visitados de acordo com a disponibilidade do proprietário em receber e acompanhar a
equipe durante a visita em campo. Foram observadas as características ambientais das
áreas, documentando, por meio de fotografias e anotações, os aspectos relevantes à
conservação ou degradação do meio ambiente, formas de ocupação, atividades
desenvolvidas, estado de conservação das nascentes e corpos hídricos, entre outros.

Antes do levantamento de campo, um mapeamento baseado em imagens de satélite


datadas de 01 de junho de 2019 e disponibilizadas pelo software Google Earth, foi realizado
em toda área. Foi possível identificar as seguintes categorias: Vegetação nativa, vegetação
degradada/em regeneração, pastagem, massa d’água, área ur ana, solo exposto, cultivo,
ocupação rural, entre outras, apresentadas na tabela 1 a seguir em termos de sua área
ocupada e seu percentual em relação à área total.

O diagnóstico in loco possibilitou ratificar e retificar o mapeamento prévio nas áreas


visitadas, além de identificar os problemas ambientais em curso, a fim de definir medidas
para implementar, junto a comunidade residente da UC, práticas alinhadas a proposta
conservacionista da APA. O mapa que se segue exibe o mapeamento retificado do uso e
ocupação do solo para toda a área delimitada.

A tabela e o gráfico a seguir, mostram a proporção entre as classes de uso do solo


mapeadas. Observa-se a maior proporção de áreas em processo de degradação do meio
ambiente, com apenas 39,23% da área conservada, sendo a pastagem o uso do solo de
maior expressão com 35,94%.
Tabela 10 - Proporção dos usos do solo para a área de estudo.
Classe de Uso do Solo Área (ha) Porcentagem

Vegetação Nativa 271,21 39,23%


Pastagem 248,49 35,94%
Vegetação Degradada/Regeneração 49,69 7,19%
Afloramento Rochoso 46,52 6,73%
Área Alagada 22,10 3,20%
Ocupação Rural 21,03 3,04%
Macega 13,02 1,88%
Massa d'Água 6,51 0,94%

32
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

Classe de Uso do Solo Área (ha) Porcentagem

Área Antropizada 4,41 0,64%


Cultivo 3,46 0,50%
Zona Urbana 2,91 0,42%
Silvicultura 1,06 0,15%
Solo Exposto 1,00 0,15%
TOTAL 691,40 100,00%

Gráfico 3 - Gráfico comparativo entre as proporções das classes de uso e cobertura do solo.

33
360000 361000 362000 363000 364000 TO SE
Mapa de Localização Mapa de Situação
BA
cia MT BA
ên

ebe
d
g o Indep e n
rre

O ATLÂNTICO
Quib

A N O ATLÂNTIC
GO
MG

re g o
ES

Cór
MG
ES
7779000

7779000

E AN
MS

CE

OC
O
SP RJ

APA MORRO APA MORRO


PR RJ
DO VILANTE DO VILANTE

Legenda
Drenagens
Delimitação APA ICMBio - 249,9 ha
Delimitação APA Proposta Anterior (2012) - 691,4 ha
Uso e Cobertura do Solo
Classe - Área (ha)
Vegetação Nativa - 271,21
Pastagem - 248,49
7778000

7778000
Vegetação Degradada/Regeneração - 49,69
Afloramento Rochoso - 46,52
Área Alagada - 22,10
Ocupação Rural - 21,03
Macega - 13,02
Massa d'Água - 6,51
Área Antropizada - 4,41
Cultivo - 3,46
Zona Urbana - 2,91
Silvicultura - 1,06
Solo Exposto - 1,00
7777000

7777000
FONTE: Limite Anteriormente Proposto: Plano de Manejo da APA Morro do
Vilante, Aquatools, 2012;
Limite APA Morro do Vilante: ICMBio, 2019;
Uso e Cobertura do Solo: Ambiental do Brasil, 2020;
Drenagens: CIVITAS, Serra, Obtido em 2019.

0 125 250 500

5
m

1:15.000

rre Projeção Universal Transversa de Mercator
go Datum Horizontal SIRGAS 2000
7776000

7776000
Ca
va Zona 24 S
d a

PLANO DE MANEJO
APA MORRO DO VILANTE

TEMA:
USO E COBERTURA DO SOLO

ELABORAÇÃO:
Heloisa Carolina de M. da Silva - Analista Ambiental

DATA: VERSÃO: TAMANHO: MAPA:


FEV/2020 Nº 2 A3 1
360000 361000 362000 363000 364000
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

O padrão de ocupação do solo se dá em função da geomorfologia (Figura 2), e


consequentemente quais atividades são viáveis de serem desenvolvidas no terreno. De
maneira geral, áreas de relevo plano a forte ondulado comportam áreas de pastagem,
pequenos plantios e as benfeitorias rurais. À medida que o relevo vai se tornando mais
ondulado, a intervenção antrópica diminui de intensidade, permanecendo conservadas as
áreas de relevo montanhoso e escarpado, que corresponde ao Morro do Vilante, onde a
vegetação encontra-se, em sua maioria, em bom estado de conservação, ilustrada na figura
3.

35
A T U A LIZ A Ç Ã O D O PL A N O D E M A N E J O D A A P A D O M O R R O D O VIL A N T E
TOMO I

F i g u r a 2 - M a p a d e C l a s s i fi c a ç ã o d o R e l e v o s e g u n d o E M B R A P A ( 1 9 9 9 ), el a b o r a d o a p a r ti r d e d a d o s al ti m é t r i c o s d i s p o n i b ili z a d o s
p el o Si st e m a I nt e gr a d o d e B a s e s G e o e s p a ci ai s d o E s t a d o d e E s pí rit o S a nt o ( G E O B A S E S ). I m a g e a m e nt o r e ali z a d o e m 2 0 1 2 .

36
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

Figura 3 - Vista geral da porção norte do Morro do Vilante. Nota-se o padrão de ocupação da área,
obedecendo a morfologia do relevo. Registrada em: 30/01/2020. Coordenadas: 361350.91 m E,
7778284.64 m S.

Quando analisadas as classes individualmente, a área coberta por vegetação nativa


preservada representa 39,23% da cobertura do solo. Esta classe se concentra na porção de
relevo montanhoso a escarpado da APA e é composta predominantemente por formações
de Floresta Ombrófila Densa do Bioma Mata Atlântica que se encontra com suas
características conservadas e fragmentos de vegetação rupestre, sendo este último de
ocorrência localizada. De modo geral, a vegetação é bastante densa, entretanto, existem
várias trilhas que adentram as matas, acessadas pelos próprios moradores, segundo relatos
dos mesmos.

Figura 4 - Relevo montanhoso recoberto por Figura 5 - Área coberta por vegetação preservada.
vegetação preservada. Registrada em: 28/01/2020. Registrada em: 30/01/2020. Coordenadas:
Coordenadas: 362611.37 m E, 7775769.83 m S. 361520.78 m E, 7777952.57 m S.

A cobertura por pastagem traduz 35,94% da área proposta para APA do Morro do Vilante, e
é o uso do solo mais significativo da localidade, visto que praticamente toda a APA está
locada em área rural. A pecuária é a principal atividade desenvolvida, pois o relevo
movimentado característico dificulta o desenvolvimento de outras atividades rurais como a
agricultura. A pastagem se distribui em toda a área da APA, abrangendo regiões de relevo

37
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

plano até as de relevo forte ondulado, em algumas ocasiões, chegando a altitudes elevadas
em relevo montanhoso.

Figura 6 - Pastagem em áreas de relevo plano e Figura 7 - Pecuária desenvolvida em pastagem.


forte ondulado. Registrada em: 28/01/2020. Registrada em: 28/01/2020. Coordenadas:
Coordenadas: 362611.37 m E, 7775769.83 m S. 362856.52 m E, 7776324.86 m S.

A classe de vegetação degradada ou em regeneração corresponde a 7,19% da área da APA


e se encontra principalmente nos limites da floresta e em pequenos fragmentos no seu
interior. Quando localizada no limite da vegetação nativa, resulta do efeito de borda que
sofre a floresta na interface com outros usos do solo, como a cobertura de pastagem e a
degradação pelo cultivo de espécies exóticas para produção alimentícia. Já os fragmentos
de degradação localizados no interior da floresta derivam da ação antrópica direta, como a
abertura de clareiras a fim de avançar com a ocupação. Contudo, alguns polígonos dessa
classe decorrem da interrupção da intervenção por exigências relativas à APP e Reservas
Legais do Novo Código Florestal Brasileiro (Brasil, Casa Civil, 2012), estando em
regeneração natural, atualmente.

Figura 8 - Vegetação degradada em limite com Figura 9 - Vegetação em regeneração, em local


pastagem, evidenciando o efeito de borda que anteriormente desmatado. Registrada em:
sofre o remanescente florestal. Registrada em: 28/01/2020. Coordenadas: 360866.69 m E,
28/01/2020. Coordenadas: 362611.37 m E, 7777319.83 m S.
7775769.83 m S.

Os afloramentos rochosos abrangem 6,73% da área de estudo, se concentram na região do


Morro do Vilante equivalendo às escarpas rochosas características da paisagem local e

38
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

descrevem lajedos de menor escala nas porções onde o relevo é ondulado a forte ondulado.
A maioria está recoberta por vegetação rupestre nativa.

Figura 10 – Afloramentos rochosos de formas Figura 11 - Vegetação rupestre associada aos


típicas na região. Registrada em: 29/01/2020. afloramentos rochosos. Registrada em: 23/01/2020.
Coordenadas: 361594.00 m E, 7777990.00 m S. Coordenadas: 360328.38 m E, 7777203.39 m S.

As áreas alagadas são condicionadas às áreas de relevo plano, nesse caso, sem a
cobertura vegetal original e somam 3,2% da cobertura do solo. Em geral, culminam em
massas d’água artificiais construídos pelos produtores para consumo animal que encerram
0,94% da área total.

Figura 12 - Área alagada, descrita pela coloração Figura 13 - Massa d'água artificial. Registrada em:
mais escura e textura mais densa da pastagem. 29/01/2020. Coordenadas: 361045.81 m E,
Registrada em: 28/01/2020. Coordenadas: 7778133.52 m S.
362856.52 m E, 7776324.86 m S.

As ocupações rurais recobrem 3,04% da área da APA e se concentram nas áreas de relevo
plano a forte ondulado pelas limitações geotécnicas de construção e de acesso. A área
coberta por macega está condicionada a áreas alagadas desprovidas de sua vegetação
natural, onde não ocorre roçagem com frequência, e condiz com 1,88% da cobertura do
solo.

39
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

Figura 14 - Ocupação rural local. Registrada em: Figura 15 - Área recoberta por macega. Registrada
31/01/2020. Coordenadas: 361588.87 m E, em: 28/01/2020. Coordenadas: 362651.92 m E,
7777683.49 m S. 7775638.87 m S.

As classes área antropizada, zona urbana, cultivo, silvicultura e solo exposto representam
menos de 1% da área individualmente e somam 1,86% da ocupação da área delimitada
para a APA do Morro do Vilante. Área antropizada e zona urbana estão condicionadas às
vizinhanças do bairro Divinópolis, o qual faz limite com a UC e da BR-101, onde são
desenvolvidas atividades comerciais. Cultivo e Silvicultura se limitam a áreas de relevo
suave ondulado a ondulado, com exceções a lugares onde a água mina do solo, onde são
plantados bananais. A classe solo exposto está relacionada a atividades exploratórias.

Figura 16 – Área antropizada por atividade Figura 17 - Zona Urbana na porção sul do Morro do
comercial, às margens da BR-101. Registrada em: Vilante. Registrada em: 31/01/2020. Coordenadas:
31/01/2020. Coordenadas: 361181.20 m E, 361568.26 m E, 7775515.14 m S.
7775944.68 m S.

40
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

Figura 19 – Exploração de terra para reconstituição


Figura 18 – Cultivo de bananas em área de solo
das estradas locais, feito pela Prefeitura Municipal
encharcado. Registrada em: 29/01/2020.
da Serra. Registrada em: 30/01/2020. Coordenadas:
Coordenadas: 361223.80 m E, 7776296.31 m S.
363367.41 m E, 7776815.71 m S.

7.2 PROBLEMAS AMBIENTAIS DECORRENTES DA OCUPAÇÃO

Na investigação de campo realizada foram identificados problemas e ações que degradam o


meio ambiente. As atividades impactantes mais representativas são a substituição da
vegetação nativa por pastagem e o consequente manejo inadequado do solo, o
represamento sem planejamento de cursos d’água, a contaminação dos corpos hídricos por
lançamento de efluentes domésticos brutos e a substituição da vegetação nativa por
bananais nas áreas encharcadas que geralmente corresponde às áreas de preservação
permanente das nascentes e cursos d’água.

Ocorre ainda, degradação por descarte inadequado de resíduos sólidos nas ocupações
rurais, exploração de granito sem licença, falta de equipe capacitada para combate de
queimadas, falta de conhecimento e prática de educação ambiental por parte dos residentes
da APA, e as consequências da forte pressão exercida pela crescente expansão urbana
aliada aos interesses imobiliários.

As questões supracitadas foram agrupadas de acordo com o quadro a seguir que apresenta
uma síntese dos problemas ambientais levantados na visita em campo. No mapa seguinte
(Figura 20) são apresentados os passivos ambientais identificados durante as visitas em
campo.
Quadro 3 - Síntese dos problemas ambientais identificados na APA Morro do Vilante.
PROBLEMAS AMBIENTAIS DESCRIÇÃO LOCAIS MAPEADOS

Substituição extensiva da
vegetação nativa por pastagem,
acesso direto do gado, descarte
inadequado de lixo, plantio de De abrangência extensiva em toda
Degradação da Vegetação Nativa
árvores frutíferas exóticas em área da APA.
meio à floresta, extração do
palmito, queimadas, efeito de
borda.

Remoção da vegetação em Áreas de pastagem em locais de


Manejo Inadequado do Solo
áreas com declividades relevo íngreme.

41
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

PROBLEMAS AMBIENTAIS DESCRIÇÃO LOCAIS MAPEADOS


acentuadas provoca instabilidade
no solo, desencadeando
processos erosivos.
Desmatamento das APP,
plantação de bananais em
regiões encharcadas próximas
aos recursos hídricos, acesso
Degradação de Recursos Em quase todos os cursos d’água
direto do gado, represamento
Hídricos e respectivas APP e APP.
sem planejamento, canalização
para as residências,
contaminação por efluentes
domésticos.
Em determinadas propriedades,
Manejo Inadequado de resíduos Descarte inapropriado nos nas áreas proximais da zona
Sólidos quintais ou pratica de queima. urbana e empreendimentos na
beira da rodovia.
Degradação ambiental e da
Atividades Comerciais paisagem e má gestão dos Identificadas às margens da
Impactantes resíduos sólidos, extração de rodovia BR-101
rocha sem licença.
Crescimento desordenado da
Limite com o Bairro Divinópolis
área urbana invadindo as terras
pincipalmente, como também os
Expansão Urbana da APA, degradação ambiental,
bairros, Jardim Bela Vista e
risco de desastres naturais,
Belvedere.
refúgio para o crime.

42
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

Figura 20 - Mapa de localização dos passivos ambientais levantados em campo.

43
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

7.2.1 DEGRADAÇÃO DA VEGETAÇÃO NATIVA

A degradação da vegetação nativa constatada na região da APA ocorre de inúmeras maneiras.


Nas porções de relevo acidentado/montanhoso a vegetação nativa está mais preservada, mas
em declividades menos acentuadas a substituição por pastagem é extensiva. Outros tipos de
degradação relevantes no contexto da APA do Morro do Vilante são as queimadas, disposição
inadequada de resíduos sólidos (desenvolvido no item 7.2.3), agricultura e extrativismo vegetal.

Na maioria das propriedades as áreas de mata não são cercadas, permitindo o acesso direto
do gado, e sua derrubada acontece gradativamente para expansão das áreas de pastagem. A
prática da roçagem é comum, impedindo a regeneração natural da vegetação, a fim de se
manter lotes limpos e pasto vigoroso ao gado. Outras consequências desta prática são o
empobrecimento do solo em nutrientes e a compactação provocada pelo pisoteio do gado,
obstando a regeneração natural da vegetação.

Figura 21 - Vegetação degradada em limite com área Figura 22 - Terreno com evidência de roçagem.
de pastagem. Registrada em: 28/01/2020. Registrada em: 28/01/2020. Coordenadas: 360441.84
Coordenadas: 362611.37 m E, 7775769.83 m S. m E, 7776707.77 m S.

As áreas cobertas por agricultura ocorrem em menor extensão, devido ao relevo


predominantemente acidentado. O cultivo de espécies alimentícias exóticas ao bioma local,
descrito como Mata Atlântica é bastante comum nas proximidades das ocupações rurais,
sendo frequente o plantio de banana, frutíferas arbóreas diversas, mandioca, café e manga,
muitas vezes em meio à vegetação nativa. Tais práticas podem provocar desequilíbrio na
dinâmica de desenvolvimento e interação das espécies florísticas e faunísticas locais.

Ocorrências de queimadas de grande porte na época de seca foram apontadas pelos


entrevistados. Frente a isso, a comunidade relata falta de atitude das autoridades competentes
que, segundo os moradores, alegam impossibilidade de intervenção devido à inacessibilidade
ao local do incêndio, por causa do terreno acidentado e da mata fechada, ficando essa
responsabilidade na mão dos mesmos.

Os incêndios florestais afetam diferentemente a estrutura e funcionamento das diversas


fitofisionomias do local, pondo em risco a preservação da fauna e flora, bem como a segurança
dos moradores, além de emitir carbono para a atmosfera. Eles tendem a transformar áreas
florestais em formações mais abertas, com maior dominância do estrato herbáceo. Isto, por sua

44
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

vez, faz com que estas áreas sejam sujeitas a incêndios mais frequentes e intensos (Miranda
et al. 2002).
Os proprietários não relataram atividades de extrativismo, porém houve comentários sobre a
extração do palmito Guariroba (Syagrus oleracea - Figura 24) - abundante na região do Morro
do Vilante – para consumo próprio.

Figura 23 - Plantação de mandioca em meio à Figura 24 – Palmito amargo ou Guariroba.


floresta. Registrada em: 29/01/2020. Coordenadas: Palmeiras que crescem associadas aos
361223.80 m E, 7776296.31 m S. afloramentos rochosos. Registrada em:
29/01/2020. Coordenadas: 362156.68 m E,
7777185.40 m S.

No limite da área de floresta foi observada a ocorrência de efeito de borda devido ao avanço do
desmatamento. Muitas espécies que naturalmente ocorrem no interior da floresta, passam a
estar na borda do fragmento florestal, e podem ter dificuldades na adaptação às novas
condições ambientais, tornando-se menos resilientes e mais vulneráveis às intempéries,
aumentando a mortalidade de indivíduos e prejudicando a manutenção da espécie. Além disso,
a maior predominância de luz no interior das florestas acaba por favorecer a colonização de
espécies heliófitas, como trepadeiras, cipós, gramíneas e outras plantas que podem sufocar o
crescimento e desenvolvimento tanto de indivíduos adultos, quanto indivíduos do banco de
plântulas presente no sub-bosque. Como a vegetação e a fauna local possuem interações
estreitas, tais alterações na flora podem causar também prejuízos para a fauna local, ao
interferir na cadeia alimentar.

7.2.2 MANEJO INADEQUADO DO SOLO

Além da degradação da mata nativa, a substituição da vegetação por pastagem expõe o solo à
ação direta do impacto e do escoamento superficial das águas das chuvas levando ao
desenvolvimento de feições erosivas. Por se tratar de um solo friável e pouco profundo,
atestado pela presença de blocos de rocha rolados nas encostas do morro, a ocorrência de
áreas desprovidas de cobertura vegetal densa em locais de declividade acentuada leva ao
desencadeamento de processos erosivos.

Na APA do Morro do Vilante, as evidências de instabilidade do assoalho pedológico (trincas no


solo, degraus de abatimento em taludes, cicatrizes de escorregamento e feições erosivas), são

45
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

expressivas e estão presentes em grande número e algumas de grande magnitude. As


fotografias a seguir ilustram as feições citadas, e apontam a fragilidade visível do solo do local.

Figura 25 – Cicatriz de escorregamento de extensão Figura 26 – Degraus de abatimento formando uma


decamétrica originada em encosta íngreme "escada" em área de pastagem e relevo forte
desmatada. Registrada em: 29/01/2020. ondulado. Registrada em: 30/01/2020. Coordenadas:
Coordenadas: 361589.37 m E, 7777232.86 m S. 361274.94 m E, 7778271.55 m S.

Figura 27 - Bloco esférico de rocha alterada em Figura 28 – Blocos rolados em região de vale, com
perfil de solo, atestando a pouca profundidade do trincas no solo em encosta ao fundo (indicadas pela
solo. Registrada em: 31/01/2020. Coordenadas: seta vermelha). Registrada em: 31/01/2020.
361245.42 m E, 7776039.10 m S. Coordenadas: 362364.96 m E, 7777517.07 m S.

Figura 29 - Perfil de solo com evidência de Figura 30 - Detalhe da textura arenosa e friável do
desmoronamento, demostrando a friablilidade do solo da região. Registrada em: 29/01/2020.
solo. Registrada em: 30/01/2020. Coordenadas: Coordenadas: 360879.86 m E, 7776202.74 m S.
361956.13 m E, 7779325.98 m S.

46
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

7.2.3 DEGRADAÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS E RESPECTIVAS APP

A região do Morro do Vilante é bastante rica em recursos hídricos, contendo mais de 20


nascentes, constatadas em análise da hidrografia por imagens de satélite, entre perenes e
intermitentes, que originam afluentes dos córregos Independência, Cavada e Quibebe, que
desaguam no Ribeirão Juara. As nascentes visitadas oferecem água de boa qualidade
atestada por análise visual, apresentando-se incolores e inodoras.

Quase todas as propriedades têm pelo menos uma nascente, porém nem todas têm suas APP
devidamente preservadas, algumas estão sendo recuperadas com o manejo incorreto como
mostrado na figura 32. A maioria das nascentes se situa na área de vegetação conservada,
permanecendo assim preservada, contudo é muito recorrente a existência de bananais antigos
nas regiões de nascente e em áreas encharcadas no entorno de cursos d’água, mesmo em
meio à floresta. Apesar da bananeira não ser uma planta erosiva e degradadora do solo, o
plantio em áreas com umidade excessiva provoca a compactação do solo, além de gerar
muitos resíduos vegetais (palha) (EMBRAPA, 2004), decorrendo em assoreamento das
nascentes e cursos d’água. O Mapa 2 mostra localização das nascentes levantadas e cursos
d’água existentes na região.

Figura 31 - Nascente em área de regeneração. A Figura 32 - Área de recuperação de APP em torno


qualidade da água é, então, preservada. de nascente. Nota-se a presença abundante de
Registrada em: 28/01/2020. Coordenadas: bananeiras, prática inadequada para esta
362807.52 m E, 7776722.25 m S. finalidade. Registrada em: 30/01/2020.
Coordenadas: 362722.23 m E, 7777853.45 m S.

Figura 33 - Nascente com captação de água. Figura 34 - Vista parcial de olho d'água. Registrada
Registrada em: 29/01/2020. Coordenadas: em: 29/01/2020. Coordenadas: 361133.00 m E,
361220.00 m E, 7776276.00 m S. 7776226.00 m S.

47
360000 361000 362000 363000 364000 TO SE
Mapa de Localização Mapa de Situação
BA
cia MT BA
d ên
g o Inde p e n

Quibebe
rre

O

A N O ATLÂNTIC

A NO ATLÂNTIC
GO
MG

reg o
MG ES

C ór
ES
7779000

7779000
MS

CE

CE
O

O
SP RJ

APA MORRO APA MORRO


PR RJ
DO VILANTE DO VILANTE

Legenda
Nascentes Levantadas
Drenagens
Massa d'Água
Delimitação APA ICMBio - 249,9 ha
2 Delimitação APA Proposta Anterior (2012) - 691,4 ha
7778000

7778000
6
(
! LOCALIZAÇÃO DAS NASCENTES

NASCENTE E N
1 361483,95 7776934,86
2 361234,90 7778206,18
11
(
! 3 362588,04 7776232,95
4 362817,36 7776642,44
5 363328,79 7776787,07
6 362834,47 7777927,00
7 361746,61 7776958,50
8 361220,00 7776276,00
9 361133,00 7776226,00
7777000

7777000
1 7
10 361094,00 7776222,00
11 362828,00 7777479,00
5
FONTE: Limite Anteriormente Proposto: Plano de Manejo da APA Morro do
4
Vilante, Aquatools, 2012;
Limite APA Morro do Vilante: ICMBio, 2019;
Massa d'Água, Drenagens: Prefeitura Municipal da Serra, 2014;
Nascentes: Ambiental do Brasil e CAR, 2020.

8 0 125 250 500

5
3 m
10!9 (
!
d
a va a
(
1:15.000
(
!

eg oC
C ór r Projeção Universal Transversa de Mercator
Datum Horizontal SIRGAS 2000
7776000

7776000
Zona 24 S

PLANO DE MANEJO
APA MORRO DO VILANTE

TEMA:
HIDROGRAFIA LOCAL

ELABORAÇÃO:
Heloisa Carolina de M. da Silva - Analista Ambiental

DATA: VERSÃO: TAMANHO: MAPA:


FEV/2020 Nº 1 A3 2
360000 361000 362000 363000 364000
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

A degradação dos corpos hídricos da região em estudo ocorre, na maioria dos casos, em
decorrência de:
 Degradação das APPs;
 Captação e barramentos irregulares de água; e
 Lançamento clandestino de Efluentes e Resíduos Sólidos.

A degradação das APPs, decorrente da remoção da cobertura vegetal das margens dos
cursos e nascentes, é considerável e grave, pois representa cerca de 75% de sua área e
não há vestígios de sua recuperação, uma vez que faltam isolamentos dessas áreas e o
acesso do gado aos cursos d’água é livre (Figura 35). Como consequências, tem-se: a
intensificação de processos erosivos das margens, o assoreamento dos recursos hídricos, a
compactação das margens dos cursos d’água e a contaminação fecal pelo lançamento dos
dejetos dos animais.

Outras consequências associadas à ausência da vegetação arbórea das APPs dessa área é
a diminuição do oferecimento de sombreamento, fator que favorece o aumento da
temperatura da água e sua evaporação e reduz a quantidade de oxigênio às populações
aquáticas, bem como a limitação da oferta de nutrientes às essas populações.
Somado a esses, tem-se a captação e canalização irregulares das águas, com ou sem
represamentos para formação de lagoas ou pequenos tanques, principalmente próximas às
nascentes, como outra forma degradadora dos recursos hídricos locais. Observou-se em
campo que tais canalizações foram executadas aleatoriamente e são destituídas de
estruturas projetadas e reguladoras de vazão e disponibilizam as águas captadas às sedes
das propriedades.

Os represamentos, por sua vez, objetivam à dessedentação animal e igualmente às


captações diretas, foram executados sem planejamento e não obedecem aos princípios
legais da Política Nacional de Recursos Hídricos. Estes são destituídos dos sistemas de
segurança de barramento e de regulação de vazão, encontram-se sem a cobertura vegetal
das APP e impedem a água de fluir até os principais cursos d´água.

Ainda é preciso citar os lançamentos clandestinos de resíduos líquidos (efluentes) e sólidos


nos cursos d’águas locais como agravantes à qualidade dos recursos hídricos. Tal cenário é
consequência direta da deficiência da estrutura de saneamento básico dos bairros vizinhos,
contaminando, especialmente, os cursos que fluem para a porção leste da APA, devido aos
rejeitos despejados pela área urbana do Bairro Divinópolis 1 e da proximidade das
residências aos corpos hídricos.

O lançamento clandestino de efluentes líquidos nos mananciais hídricos provoca, além da


proliferação e veiculação de doenças, sério desequilíbrio no ecossistema aquático por duas
condições criadas: favorece o consumo de oxigênio durante o processo de decomposição,
causando a mortalidade de peixes; e ocasiona um aumento desproporcional no aporte de
nutrientes (fósforo e nitrogênio) causando a eutrofização do corpo d’água, devido à
proliferação excessiva de algas.

1 1
Plano de Manejo - 2012

49
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

Por sua vez, a presença de resíduos sólidos nas APPs causa impactos negativos na
qualidade da água do Córrego por reduzir a quantidade de oxigênio à população aquática e
contribuir para disseminação de doenças de veiculação hídricas com sua decomposição ao
passar do tempo.

A disposição irregular ficou evidente pela existência de resíduos sólidos dentro do corpo
d’água, especialmente pr ximo a BR-101 e no Bairro Divinópolis e contraria a determinação
da Lei Federal nº 12.305/2010 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos define
resíduo sólido, a saber:
“Art. 3º (...) XVI- Resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem
descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja
destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a
proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em
recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu
lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam
para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor
tecnologia disponível (BRASIL, 2010).” (destacado)

Outro fator degradante é a possível formação de chorume decorrente da decomposição dos


materiais lançados às margens dos recursos hídricos.

Segundo Sabiá e colaboradores (2015), o chorume pode elevar, nos corpos d’água, os
níveis de metais pesados a valores superiores aos limites máximos permitidos pelas
resoluções 357 (2005) e 430 (2011) do CONAMA causando sérios prejuízos às populações
aquáticas e doenças graves como tumores hepáticos e de tireoide, rinites alérgicas,
dermatoses e alterações neurológicas.

50
A T U A LIZ A Ç Ã O D O PL A N O D E M A N E J O D A A P A D O M O R R O D O VIL A N T E
TOMO I

Fi g ur a 3 5 – M a p a d e Ár e a s d e Pr e s er v a ç ã o P e r m a n e nt e n ã o pr e s e r v a d a s .

51
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

Figura 36 - Encanamento para captação de água. Figura 37 - Represa para dessedentação animal.
Registrada em: 29/01/2020. Coordenadas: Registrada em: 31/01/2020. Coordenadas:
361220.00 m E, 7776276.00 m S. 363108.63 m E, 7777711.76 m S.

Figura 38 – Pisoteio do canal pelo gado e Figura 39 - Manancial contaminado por esgoto
consequente assoreamento. Registrada em: urbano na área de planície da porção leste.
30/01/2020. Coordenadas: 362722.23 m E, Registrada em: 28/01/2020. Coordenadas:
7777853.45 m S. 362724.76 m E, 7775947.30 m S.

52
360000 361000 362000 363000 364000 TO SE
Mapa de Localização Mapa de Situação
BA
n cia MT BA

g o Indep e n

e
rre

O
o Quibeb

O

A NO ATLÂNTIC

A N O ATLÂNTIC
GO
MG

reg
MG ES

C ór
ES
7779000

7779000
MS

CE

CE
O

O
SP RJ

APA MORRO APA MORRO


PR RJ
DO VILANTE DO VILANTE

Legenda
Nascentes
Drenagens
Massa d'Água
Delimitação APA ICMBio - 249,9 ha
Delimitação APA Proposta Anterior (2012) - 691,4 ha
Reserva Legal
Área de Proteção Permanente - Declividade >45°
7778000

7778000
Área de Proteção Permanente - Topo de Morro
!
( Área de Proteção Permanente - Recursos Hídricos
Cobertura Vegetal
Vegetação Nativa - 271,21 (ha)
Vegetação Degradada/Regeneração - 49,69 (ha)
!
(

Área Total de APP: 531,50 ha


Área de APP Vegetada: 112,68 ha (21,2 %)
7777000

7777000
FONTE: Limite Anteriormente Proposto: Plano de Manejo da APA Morro do
Vilante, Aquatools, 2012;
Limite APA Morro do Vilante: ICMBio, 2019;
Reserva Legal: CAR, 2020
Cobertura Vegetal, Massa d'Água, APP, Nascentes: Ambiental do Brasil, 2020
Áreas com Declividade > 45°: SRTM, 2019.

0 125 250 500

5
!
( m
d 1:15.000
a va a
( !
! (

eg oC
C órr Projeção Universal Transversa de Mercator
Datum Horizontal SIRGAS 2000
7776000

7776000
Zona 24 S

PLANO DE MANEJO
APA MORRO DO VILANTE

TEMA:
ÁREAS DE PRESERVAÇÃO

ELABORAÇÃO:
Heloisa Carolina de M. da Silva - Analista Ambiental

DATA: VERSÃO: TAMANHO: MAPA:


FEV/2020 Nº 2 A3 3
360000 361000 362000 363000 364000
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

7.2.4 MANEJO INADEQUADO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Nessa zona rural, embora muito próxima ao perímetro urbano da Serra, não há um sistema
de coleta de resíduos sólidos ou programa de educação ambiental para a comunidade que
ensine maneiras sustentáveis de gestão do próprio lixo. A coleta é feita apenas ao longo da
BR-101 como já citado em itens anteriores. Em algumas residências visitadas, os quintais
estão repletos de detritos lançados diretamente no solo, constituídos de embalagens a
móveis velhos e foram vistos vestígios de queima de lixo. Alguns optam por levar seu lixo
até pontos de coleta na zona urbana para que seja direcionado adequadamente, pois a
maioria não reside na zona rural. Nas proximidades com a zona urbana também foram
encontrados dejetos dispensados de maneira imprópria nas vias e terrenos limítrofes.

O descarte inadequado dos resíduos sólidos acarreta diversos problemas ambientais para a
região. As substâncias liberadas decorrentes da decomposição dos resíduos contaminam o
solo, e em conjunto com a percolação da água pluvial, podem atingir grandes profundidades
e chegar ao lençol freático. Ocorre também o carreamento dos resíduos das substâncias
liberadas no solo até os corpos hídricos, pela enxurrada. A disposição do lixo no substrato
impede o crescimento da vegetação, seja pela liberação de sustâncias contaminantes, seja
pela barreira física desempenhada pelo material, seja pela compactação do solo. A fauna
local também está exposta aos perigos da contaminação, pois há o risco de consumirem
alimentos contaminados e materiais inorgânicos, podendo levar a morte desses animais.

A queima do resíduo libera gases tóxicos, poluindo a atmosfera e reduzindo


consideravelmente a qualidade do ar, e pode ocasionar em problemas respiratórios a
população próxima. Além disso, outros problemas podem ser causados a comunidade. O
acúmulo do material descartado nos quintais das propriedades e proximidades da UC
favorece a proliferação de insetos e animais como moscas, mosquitos, baratas e ratos que
são vetores de doenças infectocontagiosas.

Figura 41 – Descarte inadequado e evidência de


Figura 40 - Descarte inadequado de lixo nos
queima de resíduo sólido. Registrada em:
quintais. Registrada em: 31/01/2020. Coordenadas:
31/01/2020. Coordenadas: 361191.35 m E,
362382.35 m E, 7777432.70 m S.
7775990.26 m S.

54
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

7.2.5 ATIVIDADES COMERCIAIS E EXPLORATÓRIAS

Certas atividades comerciais exercidas nas propriedades que margeiam a BR-101 não são
desenvolvidas de acordo com as diretrizes conservacionistas da APA. A construção de
galpões que abrigam esses empreendimentos impacta negativamente a paisagem e impede
a vista da Pedra do Vilante. Além disso, a gestão incorreta dos resíduos sólidos decorrentes
de suas atividades foi identificada, gerando grandes impactos ao meio ambiente como a
degradação da vegetação, do ar, do solo, dos recursos hídricos e da paisagem. Há terrenos
desocupados nessa localidade que estão destinados à venda para atividades comerciais,
segundo os proprietários entrevistados.

Também foi identificada a extração sem licença de granito e a comercialização de lajotas de


origem desconhecida à beira da rodovia. Extrações menores foram identificadas para uso no
local em outras propriedades. Tal prática leva à degradação ambiental, dos recursos e da
paisagem, pois é feita sem nenhuma responsabilidade e em desacordo com as leis
ambientais que regem essas atividades. A extração atualmente ocorre de forma pontual,
porém é importante que sejam contidas para impedir sua expansão.
Os residentes relatam que são comuns atividades de caça realizadas por pessoas que
residem fora da APA, embora tenha diminuído nos dias atuais. Eles dizem ouvir barulhos de
pessoas andando, cachorros, tiros, veem iluminações noturnas e vestígios de caça e
armadilhas nas matas.

Figura 42 - Poluição visual de empreendimento Figura 43 - Armazenamento inadequado de


situado às margens da BR-101, impactando a vista resíduos de alto potencial poluidor. Registrada em:
do Morro do Vilante. Registrada em: 30/01/2020. 30/01/2020. Coordenadas: 360827.11 m E,
Coordenadas: 360827.11 m E, 7776293.07 m S. 7776293.07 m S.

55
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

Figura 44 - Extração irregular de granito. Figura 45 - Comercialização de paralelepípedos de


Registrada em: 28/01/2020. Coordenadas: granito às margens da BR-101 Registrada em:
360440.10 m E 360440.10 m E, 7776711.25 m S. 28/01/2020. Coordenadas: 360596.55 m E,
7776520.55 m S.

7.2.6 EXPANSÃO URBANA

A APA do Morro do Vilante faz limite com dois bairros urbanos que avançam sobre a zona
rural. São eles: Divinópolis e Jardim Bela Vista. O bairro Divinópolis em especial, avança
sobre a APA, invadindo as terras morro acima.

A ocupação desordenada leva ao desmatamento e a remobilização do solo para a


construção de moradias, causando bloqueio e modificação dos canais naturais de
escoamento pluvial e impermeabilização do solo, fatores que favorecem a ocorrência de
deslizamentos de encostas.

A proximidade com a zona urbana expõe os recursos naturais da UC à degradação e


exploração. Além da degradação da vegetação, a ocupação urbana acarreta o
afugentamento e morte de animais, alterando a dinâmica ecológica de toda a floresta e
ainda, vem acompanhada de problemas de saneamento: disposição inadequada de
resíduos sólidos e poluição dos recursos hídricos por efluentes domésticos sem tratamento;
bem como de problemas de ordem social: uso da floresta como esconderijo por pessoas
envolvidas com o crime e tráfico de drogas.

Figura 46 - Zona urbana em crescimento em Figura 47 - Bairro Jardim Bela Vista que faz limite
direção à APA. Bairro Divinópolis. Registrada em: com a APA. Registrada em: 28/01/2020.
31/01/2020. Coordenadas: 361568.26 m E, Coordenadas: 362699.45 m E, 7775409.63 m S.
7775515.14 m S.

56
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

7.2.7 RECOMENDAÇÕES PARA MITIGAÇÃO DOS IMPACTOS

Os problemas ambientais diagnosticados no levantamento de campo realizado são


inúmeros e põem em risco o equilíbrio ecológico e a conservação da biodiversidade na APA
do Morro do Vilante. Portanto, a fim de atender aos objetivos de criação desta UC que estão
em risco tendo em vista o cenário atual, é necessário que tais problemas sejam
neutralizados.

A maioria das adversidades encontradas tem origem na ausência de programas de


educação ambiental e algumas são baseadas em crenças equivocadas sobre a dinâmica
ecológica. A população local vem executando suas atividades de maneira não sustentável
há décadas, pautada em uma visão exploratória e limitada acerca da importância das
questões ecológicas.

De maneira geral, a recuperação das áreas degradadas e de APP é a medida mais


requisitada para mitigação dos problemas existentes, em associação a consolidação de uma
mentalidade conservacionista da comunidade, por meio de educação ambiental, a fim de
que as práticas da população sejam alinhadas com a conservação do meio ambiente.

Outras medidas, de responsabilidade do poder público, são necessárias para a contenção


dos problemas ambientais em curso na área. Obras de saneamento básico para sanar a
contaminação dos mananciais, expansão da área atendida pelo sistema de coleta de lixo,
impor medidas de recuperação ambiental para os empreendimentos impactantes que
beiram a rodovia, controle do crescimento urbano desordenado e intensificação da
fiscalização ambiental na área.

O Quadro 4 seguinte expõe de maneira resumida recomendações que visam solucionar os


problemas ambientais diagnosticados.
Quadro 4 - Problemas ambientais e respectivas recomendações para mitigação dos impactos.

PROBLEMAS AMBIENTAIS RECOMENDAÇÕES

Contenção do avanço das áreas de pastagem através


da determinação de zonas de proteção especial e
Degradação da Vegetação Nativa cercamento dessas áreas; adequar o manejo da
agricultura; disponibilidade de equipe preparada para
acessar o interior da floresta e conter os incêndios.
Recuperação das áreas atingidas com técnicas
Manejo Inadequado do Solo
direcionadas, e recuperação da cobertura vegetal.
Recuperação e cercamento das APP; obras de
Degradação de Recursos Hídricos e respectivas saneamento para direcionamento adequado dos
APP efluentes; educação ambiental para adequação das
práticas de manejo dos recursos.
Estender a área de coleta de resíduos para a zona
rural. Aplicação de programas de Educação ambiental
Manejo Inadequado de resíduos Sólidos
para o gerenciamento adequado dos resíduos
domésticos pela comunidade.
Regulamentar os tipos de atividades permitidas, bem
Atividades Comerciais Impactantes
como as dimensões das construções.
Controle e fiscalização da invasão de terras da UC;
Expansão Urbana
obras de saneamento e educação ambiental.

57
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

7.3 IDENTIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE SANEAMENTO AMBIENTAL DA REGIÃO.


ÍNDICES DE SANEAMENTO AMBIENTAL E ÍNDICES DE DOENÇAS
INFECTOCONTAGIOSAS

A Serra está entre os municípios brasileiros que estão acima da média nacional na
disponibilização de rede de esgoto, sendo que 83% de sua população possuem acesso à
rede de esgoto e 65% estão conectados a ela. (Ambiental Serra, 2018). O serviço de
abastecimento de água é realizado na cidade pela Companhia Espírito Santense de
Saneamento (CESAN) através da captação de água bruta no Rio Santa Maria da Vitória, Rio
Reis Magos e de poços artesianos no bairro Belvedere. (Ambiental Serra, 2018). Por meio
da Lei Municipal n.º 4.010/2013 Serra instituiu o Plano Municipal de Saneamento Básico, o
qual permitiu a contratação de um consórcio, na modalidade de Parceria Público-Privada
(PPP). Com o objetivo de ampliação e modernização do sistema da rede coletora e de
tratamento de esgoto, no ano de 2015 teve início a PPP entre a CESAN e o consórcio
Ambiental Serra. Atualmente, o município conta com 1.037,5 km de rede de esgoto
construídas, 21 estações de tratamento de esgoto, 151 elevatórias de esgoto e
15.534.634,44 m3 de esgoto coletado e tratado por mês, contemplando vários bairros: Barro
Branco, Belvedere, Campinho da Serra I, Campinho da Serra II, Colina de Laranjeiras,
Divinópolis, Jardim Bela Vista, Jardim da Serra, José de Anchieta, Mestre Álvaro, Novo
Porto Canoa, Planalto serrano, Parque das Gaivotas, Parque Residencial Laranjeiras,
Serramar, Taquara I, Taquara II e Vista da Serra II. (SESE, 2020).

Quanto ao perfil epidemiológico, o que chama atenção no município é o alto índice de


mortalidade por doenças do aparelho circulatório, seguido pelas neoplasias (tumores) e as
doenças de causas externas (acidentes, homicídios e suicídios). Sendo as doenças
endócrinas nutricionais e metabólicas as que apresentam o menor índice, conforme
mostrado na Tabela 11 (SESA, 2018).
Tabela 11– Principais causas de óbitos na Serra no ano de 2018.
Causas de Morte Número óbitos Ano 2018
Doenças aparelho circulatório 710
Neoplasias (tumores) 503
Causas externas 405
Doenças do aparelho respiratório 212
Doenças do aparelho digestivo 127
Doenças do sistema nervoso 119
Doenças endócrinas e metabólicas 106
Fonte: SESA, 2018.

Os dados de mortalidade relacionados às doenças infectocontagiosas notificados nos


sistemas de informação da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde da
Serra (SESA) mostram que a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Influenza/H1N1) está em
primeiro lugar, seguida pela Leptospirose e Meningite que aparecem em segundo lugar e a
dengue em último lugar, como mostrado na Tabela 12.

58
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

Tabela 12 - Mortalidade relacionada às doenças infectocontagiosas na Serra no ano de 2018.


Doenças Número óbitos
Influenza (H1N1) 10
Leptospirose 4
Meningite 4
Dengue 1
Fonte: SESA, 2018.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as taxas de mortalidade infantil


nas últimas décadas vêm diminuindo no Brasil. Entretanto, o município da Serra, apresentou
um aumento de 8,42 no ano de 2017 para 10,46 no ano de 2018.

Ainda se tratando de dados epidemiológicos, no que diz respeito a cobertura vacinal, houve
um aumento na população com menos de um ano de idade de 2017 para 2018 como mostra
a tabela abaixo:
Tabela 13 - Cobertura vacinal na população com menos de um ano de idade na Serra.
Vacinas Cobertura ano 2017(%) Cobertura ano 2018(%)
BCG 82,69 86,39
Meningocócica 78,59 88,37
Pentavalente 77,81 83,61
Pneumocócica 82,17 93,86
Poliomielite 74,35 88,55
Rotavírus Humano 73,61 89,12
Tríplice Viral 85,85 93,23
Fonte: SESA, 2018.

7.4 CONTAMINAÇÃO DAS REDES HIDROGRÁFICA E PLUVIAL POR DESPEJOS DE


EFLUENTES DOMÉSTICOS E/OU INDUSTRIAIS

Segundo estudos da Associação Brasileira de Entidades do Meio Ambiente (ABEMA), cerca


de 80% do esgoto produzido no país não recebe nenhum tipo de tratamento e é despejado
em lagos, rios, mares e mananciais. Entretanto, no município da Serra a coleta e tratamento
de esgoto atingem 55,86%, dos corpos receptores dos efluentes finais, os quais
correspondem na sua maioria lagoas de estabilização, e vêm apresentando resultados
satisfatórios em relação a qualidade da água tratada, como mostra a tabela abaixo:
Tabela 14 - Qualidade da água distribuída na Serra no mês de Fevereiro de 2020.
Parâmetros Unidade Resultado Portaria 2914/2011 Em conformidade
Cloro mg/L 1,6 Até 5 SIM
Cor mg/L 5 Até 15 SIM
Microbiológico UFC/100mL 6 Até 1000 SIM
Turbidez UNT 1,14 Até 5 SIM
Fonte: CESAN, 2020.

O Sistema de Abastecimento de Água do Município da Serra é formado por dois


subsistemas: Carapina e Belvedere. E as estações de tratamento de água que abastecem o
município são Carapina e Reis Magos.

59
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

O Rio Santa Maria da Vitória, pertencente à bacia hidrográfica do Rio Santa Maria da Vitória,
e o rio Reis Magos, pertencente a bacia hidrográfica Reis Magos, são os mananciais onde a
CESAN coleta a água que abastece Serra. Os dois mananciais têm como principais fontes
de contaminação a extração irregular de areia para a construção civil, o lançamento de
esgoto doméstico, industrial e hospitalar, lançamento de efluentes sem tratamento de
matadouros, pocilgas, currais e granjas, além da poluição por fertilizantes e agrotóxicos.

Para garantir a qualidade da água distribuída, a CESAN realiza um serviço de


monitoramento ambiental diário da água de alguns municípios capixabas, que compreende
coleta e análises fisíco-químicas, microbiológicas e hidrobiológicas perfazendo um total de
20.000 análises mensais. Essa avaliação é realizada levando em consideração alguns
parâmetros, como por exemplo, temperatura, pH, demanda bioquímica de oxigênio, oxigênio
dissolvido, presença de bactérias (Escherichia coli), fósforos totais, nitrogênio total, sólidos
totais, turbidez, óleos e graxas. A partir desses parâmetros é calculado o Índice de
Qualidade da Água distribuída (IQA). (CESAN, 2020).
O monitoramento ocorre nos municípios das regiões Metropolitana (Serra, Vitória, Vila Velha
e Cariacica), Serrana (Conceição do Castelo, Santa Maria de Jetibá, Santa Leopoldina e
Marechal Floriano), Litorânea (Guarapari) e do Caparaó (Irupi, Iúna, Ibatiba, Divino de São
Lourenço e Dores do Rio Preto), como mostrado na figura abaixo:

Figura 48 – Cidades Com Monitoramento Ambiental Pela Cesan.


Fonte: CESAN, 2020.

A Serra possui uma vasta rede hidrográfica, formada por três principais bacias e pequenos
córregos e nascentes, tanto na área rural como na urbana.

A Bacia do rio Jacaraípe apresenta uma área de drenagem de 221, 4 Km 2 representando


40% da área total da Serra e tem sua foz no balneário de Jacaraípe. Encontra-se toda
inserida nos limites municipais, sendo assim, uma das principais bacias hidrográficas da
Serra. Nesta bacia estão as principais lagoas do município: Largo do Juara e Jacuném. Esta
bacia é formada pelos córregos localizados na porção central.

60
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

A Bacia do rio Reis Magos tem seu curso principal com o limite norte do município da Serra,
ou seja, divisa com Fundão e deságua no balneário de Nova Almeida. Essa bacia banha
além dos municípios da Serra e Fundão, os municípios de Santa Teresa, Aracruz, e Ibiraçu.
E é formada pelos córregos que se localizam mais ao norte.

E a Bacia do rio Santa Maria da Vitória é a que abrange o maior número de municípios:
Cariacica, Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá, Serra e Vitória. O município da Serra é
um dos mais dependentes da qualidade de suas águas, por ser o rio Santa Maria da Vitória
o seu principal manancial de abastecimento. Os córregos da porção Sul e Oeste são os
contribuintes dessa bacia.

Jà os córregos da porção leste formam pequenas bacias litorâneas, as quais são formadas
por vários cursos d’água independentes: Carape us, Pelado, anguinhos, aringá, dentre
outros.

A APA Morro do Vilante localiza-se na Bacia Hidrográfica do Ribeirão Juara, inserida na


Bacia do Rio Jacaraípe. Abrange diversos cursos d’água contribuintes do Ribeirão Juara,
sendo ao norte da APA o riacho Quibebe e seus afluentes, ao Sul e Sudeste o Córrego
Cavada e vários de seus afluentes e a noroeste tem-se contribuíntes dos riachos
Castelo/Independência, conforme exibe o mapa abaixo.

61
A T U A LIZ A Ç Ã O D O PL A N O D E M A N E J O D A A P A D O M O R R O D O VIL A N T E
TOMO I

F i g u r a 4 9 - B a c i a hi d r o g r á fi c a d o Ri b e i r ã o J u a r a .

62
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

8 ATIVIDADES OU SITUAÇÕES CONFLITANTES ATUAIS E FUTURAS NA


UNIDADE DE CONSERVAÇÃO

Uma das principais vantagens em implantar uma UC na categoria de APA está no fato
dessa evitar as desapropriações de terras e permitir o domínio de seus proprietários ao
espaço legalmente definido, sob as restrições de uso do solo e dos recursos naturais a
serem estabelecidas no Plano de Manejo, conforme os objetivos de sua criação.

Essa vantagem requer a conciliação de práticas sustentáveis e de convivência harmônica e


de caráter complexo e trabalhoso, pois apresentam como característica muitos conflitos
entre o uso dos recursos naturais e a sua proteção, por não existir harmonia ou equilíbrio
nas relações econômicas, políticas e também ambientais.

E essa característica conflitante foi confirmada em campo e esta seção se dedica a expor as
situações de conflito a fim de dar embasamento às tomadas das medidas cabíveis.

8.1 CARÊNCIA DE COMUNICAÇÃO ENTRE A PREFEITURA E A COMUNIDADE


RURAL

Durante as reuniões realizadas entre a Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Serra


(SEMMA) e os proprietários de terra da área (atas disponíveis no volume de anexos), na
qual será implementada a APA Morro do Vilante, foi constatada a existência de um conflito
de interesses entre ambas as partes. Primeiramente, não existe consenso sobre a definição
do limite da área de implementação da APA: embora exista a lei municipal n° 2.235 de 07 de
Dezembro de 1999 que autoriza a sua criação abrangendo as propriedades rurais
compreendidas entre a cota altimétrica de 100 metros, em relação ao nível do mar, e a de
427 metros no Morro do Vilante, existe também a proposta de ampliação de seus limites que
não foi aceita pela comunidade rural. Falta também interação entre a SEMMA e os
proprietários, de forma a pacificar os conflitos por meio de informação acerca dos objetivos e
funcionamento da APA, abertura para participação comunitária, educação ambiental.

Numa primeira percepção, observa-se pela fala dos líderes locais e integrantes da
associação dos produtores rurais do município da Serra (APRUMUS) que há concordância
para a implantação da unidade de conservação sem nenhum tipo de critério técnico e
científico, ou seja, estabelecida apenas em razão de sua beleza cênica, e limitada à cota
altimétrica discutível de 100 metros, resultando em uma ineficiência no processo de criação
e gestão da APA.

8.2 SITUAÇÕES CONFLITANTES COM O PLANO DIRETOR MUNICIPAL

O Plano Diretor Municipal da Serra - Lei nº 3.820, de 11 de janeiro de 2012 – que dispõe
sobre a organização do espaço territorial do município da Serra, possui um
Macrozoneamento e um Zoneamento, como mostram os mapas 4 e 5.

63
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

Segundo o disposto na Lei nº 3.820, de 11 de janeiro de 2012:


“Art. 72 O Macrozoneamento do território consiste na divisão do Município
em unidades territoriais contínuas que fixam os princípios fundamentais de
uso e ocupação do solo das áreas urbanas e rurais, definindo uma visão de
conjunto que integra todo o Município.”

O Macrozoneamento define sete macrozonas que são: I - Macrozona de Uso Sustentável; II


- Macrozona de Ocupação Consolidada; III - Macrozona Balneária; IV - Macrozona de
Dinamização Urbana; V - Macrozona de Ocupação Controlada; I - Macrozona de Integração
Turística e VII - Macrozona de Dinamização Rural. Conforme observado no Mapa 4, a área
aborda as Macrozonas de Uso Sustentável e de Dinamização Urbana.

Grande parte da APA está inserida na Macrozona de Uso Sustentável que tem finalidades
consonantes com a instituição da referia UC. Esta macrozona tem como objetivo o seguinte:
Art. 76: “ I - preservar, conservar e recuperar o patrimônio ambiental e
paisagístico;
II - promover a proteção dos mananciais, das lagoas e dos morros
presentes na área;
III - promover o desenvolvimento econômico sustentável, a partir da adoção
das sub-bacias como parâmetro na forma de determinar o uso e ocupação
da área;
IV - estimular a integração regional desta macrozona com as demais, a fim
de proteger o patrimônio ambiental do Município, principalmente de seus
recursos hídricos.
V - Orientar o modelo de ocupação sustentável no entorno da APA do
Mestre Álvaro e ao longo do alagado Brejo Grande, nos trechos cortados
pela Rodovia do Contorno do Mestre Álvaro que será implantada.

O Artigo 89 define os usos permitidos para a Macrozona de Uso Sustentável:


Art. 89 Ficam definidos como usos permitidos nas áreas rurais
da Macrozona de Uso Sustentável, da Macrozona de Integração Turística e
da Macrozona de Dinamização Rural:
I - Os usos destinados à instalação de edificações residenciais unifamiliar
e multifamiliar, que não configurem parcelamento do solo urbano;
II - os usos destinados à instalação das atividades comerciais abaixo
descritas:
a) atividades de comércio e serviço do Grupo 01 e 02 para atendimento às
comunidades rurais, conforme anexo 05 (cinco);
b) atividades de comércio e serviço de suporte às atividades turísticas;
c) postos de abastecimento de combustível, oficinas mecânicas, garagens e
similares;
d) lojas, armazéns, restaurantes, hotéis e similares;
e) silos, depósitos e similares, para atendimento a atividades rurais.
III - os usos destinados a fins industriais, quais sejam:
a) barragens, represas ou açudes;
b) oleodutos, aquedutos, estações elevatórias, estações de tratamento de
água, estações de tratamento de esgoto, instalações produtoras e de
transmissão de energia elétrica, instalações transmissoras de rádio, de
televisão e similares, usinas de compostagem reciclagem e aterro sanitário;

64
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

c) extrações de minerais;
d) beneficiamento de produtos agropecuários;
e) fabricação envolvendo produtos agropecuários.
IV - os usos destinados à instalação de serviços comunitários na zona rural
que são:
a) portos marítimos, fluviais ou lacustres, aeroportos, estações ferroviárias
ou rodoviárias e similares;
b) colégios, asilos, centro de reabilitação para dependentes químicos,
pensionato, centros de educação física e similares;
c) centros culturais, sociais, recreativos, assistenciais e similares;
d) postos de saúde, ambulatórios, clínicas geriátricas, hospitais, creches e
similares;
e) igrejas, templos e capelas de qualquer culto reconhecido, cemitérios ou
campos santos e similares;
f) áreas de recreação pública, cinemas, teatros e similares;
g) aterros sanitários, exceto na Macrozona de Uso Sustentável. ”

As propriedades do leste da APA pertencem em parte a Macrozona de Dinamização Urbana


que corresponde ao território urbano limítrofe com a área rural, em áreas de interesse
ambiental e que abrangem bairros de população de baixa renda. São suas finalidades:
Art. 82: “I - dinamizar as atividades econômicas da região, ampliando a
oferta de comércio e serviços;
II - reforçar as funções administrativas da região;
III - compatibilizar os usos existentes e futuros ao potencial ambiental,
paisagístico, histórico e cultural da região;
IV - adensar os vazios urbanos nas áreas de melhor infraestrutura e
promover ações de regularização urbanística e fundiária;
V - incentivar atividades de suporte ao agroturismo, integrando a região às
áreas rurais do Município. ”

Segundo o Zoneamento do PDM da Serra (Mapa 5), a área proposta para a APA abrange,
em sua maioria, a zona chamada ZPA 03, com pequenas porções da ZEIS 02, ZEIS 01, ED
02 e ED 04.
“Art. 90 O Zoneamento consiste na divisão do território em zonas,
estabelecendo as diretrizes para o uso e a ocupação do solo no Município,
tendo como referência as características dos ambientes naturais e
construídos.”
“Art. 91 As Zonas são subdivisões das Macrozonas em unidades territoriais
que servem como referencial mais detalhado para a definição dos
parâmetros de uso e ocupação do solo, definindo as áreas de interesse de
uso onde se pretende incentivar, coibir ou qualificar a ocupação.”

As ZPA 03 são áreas que, devido às suas configurações ambientais naturais, físicas e
bióticas, são destinadas à preservação por meio da criação de Unidades de Conservação.
As ZEIS 01 e 02 são territórios de ocupação irregular por população de baixa renda, cuja
infraestrutura urbana é precária ou inexistente. As ED são zonas lineares em torno das vias
principais que ligam bairros, permitindo atividades de comércio e serviços e abarcam os

65
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

lotes que a margeiam, exceto quando a via contorna áreas de preservação ou recuperação
ambiental.
Acerca da ZPA 03, é importante citar:
“Art. 107 As Zonas de Proteção Ambiental 03 apresentam como objetivos:
I - contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos
genéticos no território municipal e nas águas jurisdicionais;
II - proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito local e regional;
III - contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de
ecossistemas naturais;
IV - promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;
V - promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da
natureza no processo de desenvolvimento;
VI - proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza
cênica;
VII - proteger as características relevantes de natureza geológica,
geomorfológica, arqueológica, paleontológica e cultural;
VIII - proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos;
IX - recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;
X - proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica,
estudos e monitoramento ambiental;
XI - valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica;
XII - favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental,
a recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico;
XIII - proteger os recursos naturais necessários à subsistência de
populações tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua
cultura e promovendo-as social e economicamente.
§ 1º As Unidades de Conservação serão circundadas por faixa de restrição
de uso, visando sua proteção paisagística e estética e a manutenção dos
fluxos ecológicos. (Redação dada pela Lei nº 4.459/2016)
§ 2º As faixas de proteção, de bordadura variável no entorno das Unidades
de Conservação, consolidadas e com vocação, serão estabelecidas em
200m a partir do limite da Unidade de Conservação, exceto para a APA do
Morro do Vilante, consolidada pela Lei Municipal nº 2.235/1999, cuja faixa
será de 100m e o uso e a ocupação do solo nessas faixas será definido
caso a caso pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, observado o
Plano de Manejo, quando houver. (Redação dada pela Lei nº 4.459/2016)
Art. 108, § 4º Não será permitida a exploração mineral no entorno do Morro
do Vilante num raio de 1 km (um quilômetro) a partir dos limites
estabelecidos para a Unidade de Conservação do Morro do Vilante.”

Em análise do supracitado, o Quadro 5 a seguir sintetiza as ocorrências conflitantes quanto


a implantação da APA do Morro do Vilante.
Quadro 5 - Síntese dos principais conflitos com os usos do solo previstos no
Plano Diretor Municipal Situações Conflitantes com a APA

Objetivos de dinamizar o adensamento urbano e


Macrozona de Dinamização Urbana atividades econômicas de comércio e serviços, que
soma à implantação da via aterial entre Aroaba e
Nova Almeida do Plano Viário (Anexo 12 da Lei nº

66
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

Plano Diretor Municipal Situações Conflitantes com a APA


3.820, de 11 de janeiro de 2012)
Usos permitidos de atividades de comércio e serviços,
postos de abastecimento de combustível, oficinas
mecânicas, garagens e similares; silos, depósitos e
similares, para atendimento a atividades rurais;
barragens, represas ou açudes; oleodutos, aquedutos,
estações elevatórias, estações de tratamento de água,
estações de tratamento de esgoto, instalações
produtoras e de transmissão de energia elétrica,
instalações transmissoras de rádio, de televisão e
Macrozona de Uso Sustentável
similares, usinas de compostagem reciclagem;
extrações de minerais; beneficiamento de produtos
agropecuários; fabricação envolvendo produtos
agropecuários; instalação de aeroportos, estações
ferroviárias ou rodoviárias e similares; postos de
saúde, ambulatórios, clínicas geriátricas, hospitais,
creches e similares; igrejas, templos e capelas de
qualquer culto reconhecido, cemitérios ou campos
santos e similares.
Existência de requerimentos de direitos minerários
Zona de Proteção Ambiental 03
junto a ANM no Morro do Vilante.
Aglomeração de atividades comerciais e de serviços
Eixo de Dinamização 02 e 04
nas margens das vias.
Melhoria de infraestrutura e regularização fundiária
pode acarretar aumento do crescimento urbano,
Zona Especial de Interesse Social 01 e 02
entretanto, a melhoria do saneamento é fator de
impacto positivo.

As situações descritas no quadro acima são fatores que devem ser observados para a
delimitação da APA e esclarecidos junto à comunidade, que se baseia no próprio Plano
Diretor para opor-se à criação da UC, principalmente no que se refere às propriedades
localizadas à beira das vias BR-101 e Elesbão Alexandre Miranda, visando a possibilidade
de venda para instalação de empreendimentos comerciais.

67
7778500 358500 360000 361500 363000 364500 366000

7778500
7777000

7777000
7775500

7775500
358500 360000 361500 363000 364500 366000

PA
Mapa de Localização Mapa de Situação Legenda

5
AL
BA
PLANO DE MANEJO
Delimitação APA ICMBio - 249,9 ha
TO SE

BA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL


DO MORRO DO VILANTE
Delimitação APA Proposta Anterior (2012) - 691,4 ha
O

MT
A N O ATLÂNTIC
O
A N O ATLÂNTIC

Plano Diretor Municipal - Macrozonas


GO MG Título do Mapa:
ES Macrozona de Dinamização Urbana PLANO DIRETOR MUNICIPAL - MACROZONAS
0 0,5 1
Autor:
Macrozona de Uso Sustentável km
MG
CE

ES
Heloisa Carolina de M. da Silva - Analista Ambiental
O
CE

MS 1:20.000
O

Data: Versão: Fonte: Sede Municipal, Limite Município de Serra: IBGE,


SP RJ Projeção Universal Transversa de Mercator Fevereiro/2020 01 2017, Escala: 1:250.000;
Limite APA Morro do Vilante: ICMBio, 2019;
APA MORRO
DO VILANTE APA MORRO Datum Horizontal SIRGAS 2000 Tamanho: MAPA Plano Diretor Municipal: Prefeitura da Serra-ES, 2015;
PR
RJ
DO VILANTE Zona 24 S A3 4
Imagem: ESRI, 2015.
7778500 358500 360000 361500 363000 364500 366000

7778500
7777000

7777000
ED - Eixo de Dinamização
ZE - Zona Especial
ZEIS - Zona Especial de Interesse Social
7775500

7775500
ZEU - Zona de Expansão Urbana
ZIH - Zona de Interesse Histórico
ZOC - Zona de Ocupação Controlada
ZOP - Zona de Ocupação Preferencial
ZPA - Zona de Proteção Ambiental

358500 360000 361500 363000 364500 366000

PA
Mapa de Localização Mapa de Situação
Legenda

5
AL
BA
TO SE PLANO DE MANEJO
BA Delimitação APA ICMBio - 249,9 ha ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL
DO MORRO DO VILANTE
O

MT
Delimitação APA Proposta Anterior (2012) - 691,4 ha
A N O ATLÂNTIC
O
A N O ATLÂNTIC

GO MG Zoneamento (PDM) Título do Mapa:


ZONEAMENTO DO PLANO DIRETOR MUNICIPAL
ES ED 02 ZEIS 01 ZOC 02 0 0,5 1
MG
km Autor:
CE

ES ED 04 ZEIS 02 ZPA Heloisa Carolina de M. da Silva - Analista Ambiental


O
CE

MS 1:20.000
ZE 02 ZEU 03
O

Data: Versão: Fonte: Sede Municipal, Limite Município de Serra: IBGE,


SP RJ Projeção Universal Transversa de Mercator Fevereiro/2020 01 2017, Escala: 1:250.000;
APA MORRO
DO VILANTE APA MORRO ZE 05 ZOC 01 Datum Horizontal SIRGAS 2000 Tamanho: MAPA
Limite APA Morro do Vilante: ICMBio, 2019;
Plano Diretor Municipal: Prefeitura da Serra-ES, 2015;
PR
RJ
DO VILANTE Zona 24 S A3 5
Imagem: ESRI, 2015.
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

8.3 SITUAÇÕES CONFLITANTES FUTURAS

Situações conflitantes futuras foram identificadas devido à sua incompatibilidade com os


objetivos de criação da APA e deverão ser consideradas para sua instauração e efetivação
em Plano de Manejo. O quadro seguinte sintetiza essas conjunturas.
Quadro 5 – Situações conflitantes futuras, problemas e pressões decorrentes.

SITUAÇÕES CONFLITANTES FUTURAS PROBLEMAS E PRESSÕES DECORRENTES

Aumento de ações degradantes na APA (invasão das terras da


APA, caça, aterros, extração de recursos naturais, entre outros).
Acarretará: incremento da demanda por infraestrutura urbana que,
Avanço da Zona Urbana
caso não seja instalada, ocasionará a poluição dos mananciais;
demanda por vias no entorno da APA; oportunidade para novos
empreendimentos.
Contaminação dos corpos hídricos por efluentes advindos das
Deficiência na Coleta de Esgoto
residências dos bairros com infraestrutura sanitária precária do
Sanitário
entorno da APA, principalmente Divinópolis.
Incremento da urbanização e ações degradantes, como invasão,
Vias de acesso caça e extração dos recursos naturais; oportunidade para novos
empreendimentos.
O Macrozoneamento do PDM prevê uma zona de dinamização
urbana vizinha a APA (porção Leste). Dentre seus objetivos
destaca-se “I - dinamizar as atividades econômicas da região,
Plano Diretor Municipal ampliando a oferta de comércio e serviços; IV - adensar os vazios
urbanos nas áreas de melhor infraestrutura e promover ações de
regularização urbanística e fundiária”. Portanto,
poderá acarretar aumento da pressão urbana sobre a APA.
Propõe a criação da via arterial entre Aroaba e Nova Almeida,
passando por Jardim Bela Vista. No local já existe uma via vicinal,
porém não é de grande movimento e não possui pavimentação. A
Plano Viário criação da via arterial aumentará a circulação de veículos,
demandará melhorias de infraestrutura e incitará o crescimento de
atividades comerciais, como postos de gasolina, entre outros,
aumentando a pressão na UC.
Continuação da substituição da vegetação nativa por pastagem e
Avanço da Agropecuária e
cultivos, permanecendo a degradação da biodiversidade e dos
Parcelamento do Solo
recursos hídricos. O parcelamento é uma tendência na região.
Maior potencial nas propriedades que margeiam a rodovia, e
Instalações de Empreendimentos
futuramente nas que margearão a futura via arterial entre Aroaba e
Impactantes
Nova Almeida.
Facilidade e continuidade de ações degradantes pela ausência de
Ausência de infraestrutura e equipe governança da UC, consequente restrição à pesquisa científica e
técnica específica na APA às atividades de educação ambiental, mantendo a preservação dos
recursos naturais em constante vulnerabilidade.

70
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

9 SITUAÇÃO FUNDIÁRIA

A atualização do levantamento fundiário das propriedades abrangidas pela área indicada


para institucionalização da APA ocorreu por meio de visitas com aplicação e/ou entrega dos
questionários para levantamento das informações referentes à propriedade da terra, em
conjunto a consultas aos bancos de dados do SICAR e SIGEF/INCRA.

Segundo pesquisa feita em cartório, as propriedades da localidade derivam da matrícula de


número 14.714, denominada Fazenda Vilante, registrada no Cartório de Registros Gerais de
Imóveis da Serra, 1ª Zona. Os registros de titularidade são muito antigos e a maioria dos
proprietários não possui registro de matrícula em cartório, ficam apenas com a escritura do
terreno, seja de terrenos comprados, seja de terrenos herdados, ou ainda, apenas com
contrato de compra e venda. De muitas propriedades não se sabe a forma de ocupação das
terras devido à ausência de informações prestadas pelos entrevistados, por recusa dos
mesmos ou por não possuírem tais documentos.

O quadro abaixo exibe os dados fornecidos pelos proprietários, seguido de um mapa que
exibe um panorama geral da situação fundiária dos imóveis. As documentações
apresentadas, os questionários respondidos e a tabela com as informações completas
encontram-se disponíveis no volume de anexos.
Quadro 6 - Dados cedidos pelos proprietários.
Registro de
Número Proprietário Número do INCRA CAR
Matrícula
Homnibus Empreendimentos e
01A 39.147 Não possui cadastro Não
Participações Ltda.
01B Prefeitura Municipal da Serra 39.146 950.041.435.473-0 Não
02 Marinaldo Fraga Castelo - - Não
03 Alaôr Christovão Miranda - - Não
04 Regina Celi Miranda - - Sim
05 Florides Bastos - - Não
06A Teodoro Nery Nascimento 24.990 505.021.007.951-9 Sim
06B Roberto S. Monteiro - - Não
07 Gilcely Piske - 505.021.008.400-8 Sim
08 Clominides Moraes Bastos - Não possui cadastro Sim
09 Plínio Ceolin Filho - - Não
10 Antônio Marciano Peixoto Costa - Não possui cadastro Sim
11 Neil Pacheco de Souza - - Sim
12 Edieser Fraga Reis - Não possui cadastro Não
13 Elói dos Santos de Oliveira - - Sim
14 Sebastião Gadiole 31.874 507.130.103.080-3 Sim
15 Nilton Marcos Jesus Dias - 950.041.435.358-8 Não
16 Coronel Ferreira - - Não
17 Leonardo Almeida - - Não
18 Manoel Furtado - - Não

71
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

Registro de
Número Proprietário Número do INCRA CAR
Matrícula
19 Edward Silva - - Sim
Bela Vista Ind. e Comércio Pré
20 - 505.021.002.135-9 Sim
Moldados Ltda.
21 Cirineu Nunes - - Não
950.106.653.179-3 / 950.114.019.232-
22 Álvaro Pereira 33.618 Não
7 / 950.114.019.240-8
23 Jonas de Paula Batista 3.736 505.021.002.232-0 Não
24 José Pagotto Lopes - 16.211.012.188 (CCIR) Sim
25 José Pagotto Lopes - 15.430.852.183 (CCIR) Sim
26 José Pagotto Lopes 33.625 Não possui cadastro Sim
27 Edieser Fraga Reis - Não possui cadastro Não
28 José Pagotto Lopes - Não
29 Levi Rosa - - Não
30 José Douro - Não possui cadastro Não
31 Vanuza Ludgéria Pereira Fim 33620 950.114.438.570-7 Não
Maruza Evarista Pereira de
32 33619 950.114.437.417-9/950.114.438.545-6 Não
Moraes
Ana Josefina de Paula Pereira 950.084.493.341-15 /
33 33.618 Não
Felix 950.114.438.600-2
34 Charles Daniel Pissinate - - Sim
950.106.653.179-3 / 950.114.019.232-
35 Álvaro Pereira 33.616 Não
7 / 950.114.019.240-8
36 Zoé Luiz da Paixão Pereira 33.615 505.021.000.108-0 Sim
37 Osvaldino Pereira 33.614 950.203.254.576-7 Não
38 Alexsandro Neves Pereira - - Não
504.033.251.518-7 / 950.149.545.740-
39 José Pagotto Lopes - Não
2
40 Luciana Meireles Correia - 950.114.327.824-9 Não
41 Terezinha Maria Leite Correia - 950.130.022.608-8 Sim
42 Ricardo Meireles Correia - 950.114.327.816-8 Não
43 Sebastião Feu Correia - Não possui Não
Bola Quinze Fabricacao e
44A - 505.021.000.817-4 Sim
Comercio de Brinquedos EIRELI
44B Herdeiros de Ipólito Feu Correia - - Não

72
A T U A LIZ A Ç Ã O D O PL A N O D E M A N E J O D A A P A D O M O R R O D O VIL A N T E
TOMO I

F i g u r a 5 0 - M a p a il u s t r a ti v o d a s i t u a ç ã o d a ti t ul a r i d a d e d o i m ó v e l .

73
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

9.1 RETIFICAÇÃO DOS LIMITES

Os limites anteriormente levantados no estudo de 2012 não condizem com os reais. Uma
série de divergências foi encontrada quando comparou-se os limites com as imagens
ortorretificadas da área (fonte: IEMA) e com o CAR de algumas propriedades que fizeram o
cadastro, além de novos limites definidos pela compra/venda de terras.

Em campo, os limites que tiveram mudanças, ou que passaram por parcelamento, foram
levantados in loco, e com apoio do CAR, plantas georreferenciadas e imagens aéreas os
demais limites foram atualizados e retificados e são apresentados no mapa ao final da
seção. Das 46 propriedades abrangidas pela APA, 17 possuem registro no CAR, realizado
pelo IDAF, 23 cederam a planta do terreno (disponíveis no volume de anexos), e os demais
foram retificados a partir das imagens e dos limites dos vizinhos.

O quadro seguinte (Quadro 7) mostra a fonte utilizada para o levantamento de cada terreno
e se tiveram alguma modificação por parte do analista e como foi feita tal modificação, visto
que a acurácia dos dados disponíveis é aquém do necessário.
Quadro 7 - Forma de obtenção dos limites das propriedades abrangidas pela APA.
Número Proprietário Origem do Limite Modificações Visita
Homnibus
01A Empreendimentos e Planta Topográfica Nenhuma Não
Participações Ltda.
Prefeitura Municipal da
01B Planta Topográfica Nenhuma Não
Serra
02 Marinaldo Fraga Castelo Anterior CAR Vizinho Sim
Adequação do limite leste à linha
03 Alaôr Christovão Miranda Anterior Sim
de cumeada
04 Regina Celi Miranda CAR CAR Vizinho Sim
05 Florides Bastos Limites Vizinhos - Não
06A Teodoro Nery Nascimento CAR CAR Vizinho Sim
06B Roberto S. Monteiro Campo e Ortofoto - Sim
07 Gilcely Piske CAR CAR Vizinho Sim
08 Clominides Moraes Bastos CAR Nenhuma Sim
09 Plínio Ceolin Filho Ortofoto - Não
Antônio Marciano Peixoto
10 CAR Ortofoto Não
Costa
11 Neil Pacheco de Souza CAR Ortofoto Não
12 Edieser Fraga Reis Ortofoto - Não
13 Elói dos Santos de Oliveira CAR Ortofoto Não
14 Sebastião Gadiole CAR CAR Vizinho e Ortofoto Sim
15 Nilton Marcos Jesus Dias - Não
16 Coronel Ferreira Ortofoto - Não
17 Leonardo Almeida Ortofoto - Não
18 Manoel Furtado Campo e Ortofoto - Sim
19 Edward Silva CAR Car Vizinho Sim
20 Bela Vista Ind. e Comércio CAR Nenhuma Sim

74
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

Número Proprietário Origem do Limite Modificações Visita


Pré Moldados Ltda.

Limites Vizinhos e
21 Cirineu Nunes - Sim
Ortofoto
22 Álvaro Pereira Planta Topográfica Planta Vizinha Sim
23 Jonas De Paula Batista Planta Topográfica Nenhuma Sim
24 José Pagotto Lopes Planta Topográfica Nenhuma Sim
25 José Pagotto Lopes Planta Topográfica Nenhuma Sim
26 José Pagotto Lopes Planta Topográfica Nenhuma Sim
27 Edieser Fraga Reis Planta Topográfica Nenhuma Não
28 José Pagotto Lopes Planta Topográfica Nenhuma Não
29 Levi Rosa Planta Topográfica Nenhuma Não
30 José Douro Planta Topográfica Nenhuma Não
Vanuza Ludgéria Pereira
31 Planta Topográfica Nenhuma Não
Fim
Maruza Evarista Pereira De
32 Planta Topográfica Nenhuma Não
Moraes
Ana Josefina De Paula
33 Planta Topográfica Nenhuma Sim
Pereira Felix
34 Charles Daniel Pissinate Planta Topográfica Nenhuma Sim
35 Álvaro Pereira Planta Topográfica Nenhuma Sim
36 Zoé Luiz Da Paixão Pereira Planta Topográfica Nenhuma Sim
37 Osvaldino Pereira Planta Topográfica Nenhuma Não
38 Alexsandro Neves Pereira Planta Topográfica Nenhuma Não
39 José Pagotto Lopes Planta Topográfica Planta Vizinha Sim
40 Luciana Meireles Correia Planta Topográfica Nenhuma Sim
Terezinha Maria Leite
41 Planta Topográfica Nenhuma Sim
Correia
42 Ricardo Meireles Correia Planta Topográfica Nenhuma Sim
43 Sebastião Feu Correia Planta Topográfica Nenhuma Sim
Bola Quinze Fabricacao e
44A Comercio de Brinquedos Planta Topográfica Nenhuma Sim
EIRELI
Herdeiros De Ipólito Feu Limites Vizinhos e
44B - Não
Correia Ortofoto

Existem duas limitações possíveis para a APA do Morro do Vilante que estão em discussão.
A primeira corresponde à linha da cota altimétrica de 100 metros acima do nível do mar,
conforme determina a Lei Municipal n° 2.235 de 07 de Dezembro de 1999 (Serra, 1999) que
autoriza a criação desta UC, e é a delimitação considerada pelo ICMBio. A segunda é a
delimitação proposta pelo Plano de Manejo elaborado para a APA em 2012 (Aquatools
Consultoria, 2012). A Tabela que se segue exibe o quantitativo e a porcentagem da área de
cada propriedade abrangida por cada limitação citada.

75
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

Tabela 15 – Quantitativo e percentual de abrangência pelas duas limitações existentes.


Área Abrangida Área
Área Total
pela Abrangida
da Percentual Percentual
Nº Proprietário Delimitação pela
Propriedade (ICMBio) (PM 2012)
ICMBio (Cota Delimitação
(ha)
100m)(ha) PM 2012 (ha)
Homnibus
01A Empreendimentos e 10,639446 0 0% 7,545994 71%
Participações Ltda.
Prefeitura Municipal
01B 13,254254 0 0% 13,254254 100%
da Serra
Marinaldo Fraga
02 78,370849 22,091538 28% 78,370849 100%
Castelo
Alaôr Christovão
03 14,737302 14,737302 100% 14,737302 100%
Miranda
Regina Celi
04 56,327292 5,949062 10% 56,327292 100%
Miranda
05 Florides Bastos 21,911314 16,684683 76% 21,911314 100%
Teodoro Nery
06A 106,541835 5,395769 50% 36,452797 34%
Nascimento
06B Roberto S. Monteiro 15,587412 8,292103 53% 15,587412 100%
07 Gilcely Piske 20,837289 11,632316 55% 20,837289 100%
Clominides Moraes
08 10,512646 2,60592 24% 10,512646 100%
Bastos
09 Plínio Ceolin Filho 12,885948 0,656026 5% 12,885948 100%
Antônio Marciano
10 5,908247 0 0% 5,908247 100%
Peixoto Costa
Neil Pacheco de
11 252,802904 0 0% 25,736223 10%
Souza
12 Edieser Fraga Reis 3,714718 0 0% 3,714718 100%
Elói dos Santos de
13 9,17163 0 0% 9,17163 100%
Oliveira
14 Sebastião Gadiole 150,170168 61,083276 40% 118,728932 79%
Nilton Marcos Jesus
15 6,046814 0 0% 6,046814 100%
Dias
16 Coronel Ferreira 14,252824 0 0% 14,252824 100%
17 Leonardo Almeida 8,512404 3,675629 43% 8,512404 100%
18 Manoel Furtado 2,605602 0 0% 2,605602 100%
19 Edward Silva 22,588259 2,299935 10% 22,588259 100%
Bela Vista Ind. e
20 Comércio Pré 35,398587 20,96767 59% 35,398587 100%
Moldados Ltda.
21 Cirineu Nunes 23,952558 22,219994 92% 23,952558 100%
22 Álvaro Pereira 27,866208 25,478792 91% 27,866208 100%
Jonas de Paula
23 9,286562 6,894707 74% 9,286562 100%
Batista
24 José Pagotto Lopes 4,571629 3,797274 83% 4,571629 100%
25 José Pagotto Lopes 4,668747 2,552444 54% 4,668747 100%
26 José Pagotto Lopes 4,659555 0,026934 58% 4,659555 100%
27 Edieser Fraga Reis 4,687365 0 0% 4,687365 98%
28 José Pagotto Lopes 4,688087 0 0% 4,688087 76%

76
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DO MORRO DO VILANTE
TOMO I

Área Abrangida Área


Área Total
pela Abrangida
da Percentual Percentual
Nº Proprietário Delimitação pela
Propriedade (ICMBio) (PM 2012)
ICMBio (Cota Delimitação
(ha)
100m)(ha) PM 2012 (ha)
29 Levi Rosa 4,62863 0 0% 3,873733 83%
30 José Douro 4,782657 0 0% 4,782657 100%
Vanuza Ludgéria
31 7,358876 0 0% 0,644637 8%
Pereira Fim
Maruza Evarista
32 6,832669 0 0% 1,924221 28%
Pereira de Moraes
Ana Josefina de
33 6,495732 0,046416 1% 3,340907 51%
Paula Pereira Felix
Charles Daniel
34 4,533245 0,496569 10% 2,357589 52%
Pissinate
35 Álvaro Pereira 3,846753 0,069532 18% 3,245618 84%
Zoé Luiz da Paixão
36 3,777274 0 0% 3,777274 100%
Pereira
37 Osvaldino Pereira 2,352887 0 0% 2,352887 100%
Alexsandro Neves
38 2,048216 0 0% 2,048216 100%
Pereira
39 José Pagotto Lopes 6,655696 3,334731 50% 6,655696 100%
Luciana Meireles
40 3,571252 1,869682 52% 3,571252 100%
Correia
Terezinha Maria
41 8,051877 3,019241 37% 8,051877 100%
Leite Correia
Ricardo Meireles
42 3,463498 0,359202 10% 3,463498 100%
Correia
Sebastião Feu
43 3,177344 0,327186 10% 3,177344 100%
Correia
Bola Quinze
Fabricacao e
44A 8,196888 0,82852 10% 8,196888 100%
Comercio de
Brinquedos EIRELI
Herdeiros de Ipólito
44B 2,888497 2,492003 86% 2,888497 100%
Feu Correia

77
360000 361000 362000 363000 364000 TO SE
Mapa de Localização Mapa de Situação
BA
MT BA

O
A NO ATLÂNTIC
12

A N O ATLÂNTIC
GO
MG

MG ES
ES
7779000

7779000
MS

CE

CE
O

O
SP RJ

APA MORRO APA MORRO


PR RJ
11 DO VILANTE DO VILANTE

13 Legenda
Delimitação APA ICMBio - 249,9 ha
Delimitação APA Proposta Anterior (2012) - 691,4 ha
Limites das Propriedades Retificados

16 10
15
7778000

7778000
9 8

7
27
6B
28
29
19
26
30
25 18
31
24 20
14 21
32
23 6A
17
33
7777000

7777000
34
22

35

36
4 FONTE:
5
Limite Anteriormente Proposto: Plano de Manejo da APA Morro do
3 Vilante, Aquatools, 2012;
37 39 Limite APA Morro do Vilante: ICMBio, 2019;
40
Limites das Propriedades: Ambiental do Brasil, 2020;
38 41

0 125 250 500

5
42 m
44B
43 1:15.000
44A Projeção Universal Transversa de Mercator
Datum Horizontal SIRGAS 2000
7776000

7776000
Zona 24 S

2
PLANO DE MANEJO
APA MORRO DO VILANTE

TEMA:
PROPRIEDADES ABRANGIDAS PELA APA

1B 1A
ELABORAÇÃO:
Heloisa Carolina de M. da Silva - Analista Ambiental

DATA: VERSÃO: TAMANHO: MAPA:


FEV/2020 Nº 2 A3 6
360000 361000 362000 363000 364000

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