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Central Solar Térmica de Tavira

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................1
1.1. Identificação do projecto, da fase em que se encontra e do proponente...........1
1.2. Entidade licenciadora e outras entidades competentes para a autorização........2
1.3. Equipa técnica responsável pela elaboração do EIA e o seu período de
elaboração......................................................................................................................3
1.4. Antecedentes do EIA.........................................................................................3
1.5. Metodologia e descrição geral da estrutura do EIA..........................................4
2. OBJECTIVO E JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO.................................................7
2.1. Descrição dos objectivos e da necessidade do projecto....................................7
2.2. Antecedentes do projecto..................................................................................8
3. DESCRIÇÃO DO PROJECTO E DAS ALTERNATIVAS CONSIDERADAS.....8
3.1. Principais características físicas do projecto.....................................................8
3.1.1. Dados básicos do projecto.........................................................................8
3.1.2. Produção de Energia Eléctrica...................................................................9
3.1.3. Utilização de água.....................................................................................9
3.1.4. Localização..............................................................................................10
3.2. Projecto associados ou complementares.........................................................10
3.4. Localização do Projecto..................................................................................12
3.4.1. Localização administrativa......................................................................12
3.4.2. Indicação das áreas sensíveis...................................................................12
3.4.3. Planos de ordenamento do Território em vigor na área do projecto.......13
3.4.4. Servidões condicionantes e equipamentos/infra-estruturas relevantes
potencialmente afectados pelo projecto...................................................................14
3.1. Identificação das populações e de outros grupos sociais potencialmente
afectados ou interessados pelo projecto......................................................................15
3.1. Alternativas a estudar......................................................................................15
3.7.1. Materiais e energia utilizados e produzidos............................................15
3.7.2. Lista dos principais tipos de efluentes, resíduos e emissões previstas nas
fases de construção, exploração e desactivação......................................................18
4. CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO PELO PROJECTO..........19
4.1. Caracterização geral........................................................................................19
4.2. Ocupação e Uso dos Solos..............................................................................20
4.3. Ordenamento e Condicionantes.......................................................................25
4.3.1. Planos de Ordenamento do Território a Nível Regional.........................26
4.3.1.1. Plano Regional de Ordenamento do Território do Algarve
(PROTAL) 26
4.3.1.2. Planos de Ordenamento do Território a Nível Local......................27
4.3.1.2.1. Plano de Desenvolvimento Estratégico do Concelho de Tavira. .27
4.3.1.2.2. Plano Director Municipal (PDM).................................................28
4.3.2. Condicionantes........................................................................................29
4.3.2.1. Reserva Agrícola Nacional (RAN)..................................................29
4.3.2.2. Reserva Ecológica Nacional (REN)................................................31
4.4. Evolução do estado do ambiente na ausência de projecto...............................32
5. PREVISÃO E AVALIAÇÃO DE IMPACTES AMBIENTAIS.............................34
5.1. Avaliação de impactes.....................................................................................34
5.1.1. Ocupação e uso dos solos........................................................................34
5.2. Matriz de Avaliação........................................................................................36
5.2.1. Metodologia para a elaboração da matriz de avaliação...........................36

Avaliação de Impacte Ambiental i


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

5.3. Impactes directos e indirectos.........................................................................41


5.4. Impactes cumulativos......................................................................................43
5.5. Análise das alternativas...................................................................................44
6. MEDIDAS DE MITIGAÇÃO.................................................................................44
7. MONITORIZAÇÃO E MEDIDAS DE GESTÃO AMBIENTAL DOS
IMPACTES RESULTANTES DO PROJECTO.............................................................48
7.1. Programa de Acompanhamento Ambiental da Obra (PAAO)........................49
7.1.1. Tarefas gerais...........................................................................................49
8. LACUNAS TÉCNICAS OU DE CONHECIMENTO............................................51
9. CONCLUSÃO.........................................................................................................52
10. BIBLIOGRAFIA.................................................................................................54
Anexo I............................................................................................................................58
Anexo II...........................................................................................................................59
Anexo II-A...................................................................................................................60
Anexo II-B...................................................................................................................61
Anexo II-C...................................................................................................................62
Anexo III.........................................................................................................................63

ÍNICE DE FIGURAS

Figura 1 – Metodologia Geral do Estudo de Impacte Ambiental do Projecto da Central


Térmica de Tavira.................................................................................................6
Figura 2 – Localização da Central Solar Térmica de Tavira...........................................10
Figura 3 – Localização administrativa do projecto.........................................................12
Figura 4 – Atlas do Algarve da Carta Ordenamento Biofísico.......................................20
Figura 5 – Ilustração das características do solo no terreno............................................23
Figura 6 – Ilustração do declive verificado no terreno....................................................24
Figura 7 – Representação esquemática de cada célula da matriz de avaliação...............38

ÍDICE DE QUADROS

Quadro 1 – Equipa técnica responsável pela elaboração do EIA......................................3


Quadro 2 – Cronograma das fases de construção, exploração e desactivação................11
Quadro 3 – Lista dos principais efluentes, resíduos e emissões na fase de construção do
projecto....................................................................................................................18
Quadro 4 – Lista dos principais efluentes, resíduos e emissões nas fases de exploração e
desactivação do projecto..........................................................................................18
Quadro 5 – Tipos de solos característicos do barrocal....................................................21
Quadro 6 – Descrição da classe de capacidade de uso do solo existente na zona da
Capelinha.................................................................................................................25
Quadro 7 – Classificação referente às colunas dos critérios de Incidência e Natureza...38
Quadro 8 – Análise dos impactes negativos....................................................................43
Quadro 9 – PAAO/Tarefas Gerais - Actividades anteriores à fase de construção.........50
Quadro 10 – PAAO/Tarefas Gerais – Actividades periódicas relativas à fase de
construção................................................................................................................50

ÍNDICE DE SIGLAS E ABREVIATURAS

Avaliação de Impacte Ambiental ii


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

AIA – Avaliação de Impacte Ambiental

CLFR – Compact Linear Fresnel Reflector

CMT – Câmara Municipal de Tavira

D.L. – Decreto-Lei

DGGE – Direcção Geral de Geologia e Energia

EIA – Estudo de Impacte Ambiental

MAOT – Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território

ME – Ministério da Economia

PDM – Plano Director Municipal

PROTAL – Plano Regional de Ordenamento do Território do Algarve

RAN – Reserva Agrícola Nacional

REN – Reserva Ecológica Nacional

DRA-Alg – Direcção Regional de Agricultura do Algarve

Avaliação de Impacte Ambiental iii


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

1. INTRODUÇÃO

O presente Estudo de Impacte Ambiental (EIA), do projecto de construção da Central

Solar Térmica de Tavira, foi elaborado segundo o quadro legal vigente, designadamente

as disposições contidas Decreto-Lei n.º 197/2005, de 8 de Novembro, seguindo as

normas técnicas de estruturação do anexo II da portaria nº 330/2001 de 2 de Abril.

O objectivo de um EIA consiste em caracterizar de modo devidamente justificado, com

clareza e imparcialidade, os diversos impactes do projecto, de sinal positivo ou

negativo, as medidas de minimização propostas, a significância dos efeitos e as

preocupações do público interessado (PARTIDÁRIO, 2000).

1.1. Identificação do projecto, da fase em que se encontra e do proponente

O presente Estudo de Impacte Ambiental (EIA) refere-se ao projecto “Central Solar

Térmica de Tavira” e encontra-se em fase de estudo prévio.

O proponente do projecto da Central Solar Térmica de Tavira é:

A T-ESTP – Tavira-Energia Solar Térmica de Portugal, da qual fazem parte:

A ESTP – Energia Solar Térmica de Portugal, constituída pelos seguintes consórcios:

Avaliação de Impacte Ambiental 1


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

A SHP – Solar Heat and Power Pty, Ltd, com sede em ACN 100 512 641, Level

25 Chifley Tower, 2 Chifley Square, Sidney NSW Australia 2000.

A MECI – Montagens Eléctricas Civis e Industriais, SA com sede em Portugal

na Rua do Facho, 26, 2829-512 Caparica.

A Ao Sol, Energia Renováveis, Lda, com sede no Parque Industrial do Porto

Alto, Sesmaria Limpa, 2135-402 Samora Correia e é propriedade da

ENERPURA.

A EDP – Energias de Portugal com sede na Praça Marquês de Pombal, 13, 1250-162

Lisboa.

A ROLEAR, SA com sede no Parque Rolear, Sítio do Areal Gordo, 8001-906 Faro.

A CMT – Câmara Municipal de Tavira com sede na Praça de República, 8800-951

Tavira.

1.2. Entidade licenciadora e outras entidades competentes para a autorização

Irá existir mais do que uma entidade licenciadora do Projecto da Central Térmica Solar,

de Tavira. Na vertente energética o licenciamento caberá ao Ministério da Economia

(ME) e à Direcção Geral de Geologia e Energia (DGGE), na vertente ambiental o

Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território (MAOT) e na vertente da

construção caberá à Câmara Municipal de Tavira (CMT).

Avaliação de Impacte Ambiental 2


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

1.3. Equipa técnica responsável pela elaboração do EIA e o seu período de

elaboração

O EIA será elaborado pela AmbiConsul, Lda, e a equipa técnica responsável pela sua

elaboração encontra-se descrita no quadro 1.

O presente estudo foi elaborado num período de cinco meses, com o prazo limite de

entrega à autoridade de AIA no dia 20 de Agosto de 2007.

Quadro 1 – Equipa técnica responsável pela elaboração do EIA.


Nome Qualificação profissional

Andreia Silva Engenheiro do Ambiente

João de Almeida Biólogo

Rita Carvalho Sociólogo

Inês Coelho Geólogo/Hidrogeólogo

Joaquim Fernandes Economista

Ricardo Sousa Arquitecto Paisagista

1.4. Antecedentes do EIA

O presente EIA tomou como antecedente a proposta de Definição de Âmbito (PDA)

que, segundo a Portaria nº 330/2001 de 2 de Abril, corresponde à fase que antecede a

Avaliação de Impacte Ambiental 3


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

realização do EIA, e consiste na identificação e selecção das questões ambientais

significativas que podem ser afectadas pelos potenciais impactes causados pelo projecto

e que deverão ser objecto do EIA.

Foi assim elaborado o planeamento do EIA e estabelecidos os termos de referência para

a sua realização, bem como para a sua apreciação técnica pela respectiva comissão de

avaliação e pelo público.

A PDA é essencial para a orientação do EIA e eficácia e celeridade do processo de

avaliação de impacte ambiental, contribuindo ainda para o planeamento do processo de

consulta pública.

1.5. Metodologia e descrição geral da estrutura do EIA

O EIA será realizado, estruturado e organizado, tendo como referência a legislação em

vigor, nomeadamente o D.L. nº 197/2005 de 3 de Maio e a Portaria nº 330/2001 de 2 de

Abril.

A metodologia seguida na elaboração do presente EIA, sumariamente descrita, está

esquematizada na figura 1.

• Análise das Características do Meio

Para a identificação das áreas críticas que mereceram maior atenção, bem como a

selecção prévia de impactes, efectuou-se uma análise sumária da região onde está

prevista a implementação do projecto

Avaliação de Impacte Ambiental 4


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

• Caracterização da Situação Referência

A caracterização ambiental da situação referência foi fundamentada através de

levantamentos, análises e interpretação de informação bibliográfica, cartografia

disponível e com as entidades locais, e em trabalhos de campo específicos.

• Identificação e Avaliação de Impactes

O objectivo principal desta etapa é identificar e avaliar os impactes mais significativos

resultantes do projecto, originados nas fases de construção, exploração e desactivação.

• Medidas de Minimização

Aos impactes mais significativos foram definidas medidas ou acções, concretas e

objectivas que podem ser adoptadas nas várias fases do projecto, de forma a evitar,

reduzir e compensar eventuais impactes negativos, ou que podem contribuir para

potenciar ou maximizar os benefícios associados ao empreendimento.

Avaliação de Impacte Ambiental 5


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

Análise das Análise das


Características Características
do Meio do Projecto

Recolha de dados e Delimitação da


informação área de estudo

- Informação Documental

- Levantamento de Campo
Cartografia
Estudos Anteriores, etc..

Caracterização
da Situação de
Referência

Análise Comparativa de Alternativas

Identificação e Avaliação dos Impactes


Metodologias Especificas
Análises do projecto de Execução
Analogia com outros casos similares
Modelação, etc.

Medidas de Minimização
- Viabilidade
- Eficácia

ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL (EIA)

Figura 1 – Metodologia Geral do Estudo de Impacte Ambiental do Projecto da Central Térmica


de Tavira.

Avaliação de Impacte Ambiental 6


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

2. OBJECTIVO E JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO

2.1. Descrição dos objectivos e da necessidade do projecto

Tanto na sua forma mais simples, obtenção de água quente, como em outras aplicações

do género, a significativa poupança energética e económica (que chega a atingir em

alguns casos mais de 80%), e ainda a grande disponibilidade de tecnologia no mercado,

são factores que transformaram a energia solar térmica uma das mais comuns,

vantajosas e atractivas formas de energia renovável.

A energia solar é um tipo de energia renovável que deveria ter um melhor

aproveitamento em Portugal, visto ser um dos países, a nível europeu, com mais horas

de sol por ano. A construção da Central Solar Térmica de Tavira irá possibilitar um

melhor aproveitamento dessa energia solar e reduzir a quantidade de combustíveis

fósseis (como o carvão e o fuel óleo) usada na operação das Centrais Termoeléctricas e

consequentemente a redução das emissões gasosas com efeito de estufa.

A Central Solar Térmica irá produzir electricidade através da produção de vapor

turbinado. O sistema instalado terá 69 300 m2 de concentradores do tipo CLFR

(Compact Linear Fresnel Reflector). De todas as tecnologias solares térmicas, a CLFR é

a que apresenta maior probabilidade de redução de custos, sendo capaz de tornar a

electricidade produzida por via solar térmica competitiva, mesmo quando comparando

com a de outras fontes renováveis.

Avaliação de Impacte Ambiental 7


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

Este projecto irá usar uma turbina de vapor, montada num edifício próprio com

protecção anti-ruído, concebida para vapor saturado a temperaturas em torno de 250 ºC

a 300 ºC. Este valor é relativamente baixo do ponto de vista dos colectores solares, o

que possibilita a opção pela tecnologia CLFR, com um custo potencial baixo.

2.2. Antecedentes do projecto

Não se tem conhecimento de qualquer espécie de antecedente relativo ao projecto em

estudo.

3. DESCRIÇÃO DO PROJECTO E DAS ALTERNATIVAS

CONSIDERADAS

3.1. Principais características físicas do projecto

3.1.1. Dados básicos do projecto

 Potência de pico: 6,5 MWe;

 Potência nominal: 5,2 MWe;

 Número médio de horas de funcionamento à potência nominal: 2000

horas;

 Energia produzida: 10 400 MWh/ano;

 Área de colectores (espelhos): 69 300 m 2, organizados em 2x5 filas de 6

930 m2 cada;

 Área de terreno utilizada: ~100 000 m2;


Avaliação de Impacte Ambiental 8
Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

 Área de construção: 1 940 m2.

3.1.2. Produção de Energia Eléctrica

A turbina e o gerador estão dimensionados para os valores anteriormente referidos.

Haverá um transformador que elevará a tensão produzida para 60kV e a ligação será

feita directamente à linha que passa no próprio terreno.

3.1.3. Utilização de água

O absorvedor CLFR usa apenas água sob pressão/vapor, fornecendo este, directamente

à turbina. Para o efeito a central utiliza água desmineralizada com consumo diário que

será entre 1-2 m3/dia.

O arrefecimento da água decorrerá em torres de arrefecimento, com um consumo

máximo na ordem de 130 m3/dia, em situação de pico e considerando uma temperatura

ambiente máxima. Contudo, estão a ser estudadas outras concepções que minimizem ou

mesmo eliminem o uso de água para arrefecimento, de modo a permitir a sua

reutilização regressando à rede de distribuição, tema este que terá ainda que ser

estudado com a Associação de Regantes local.

A associação foi contactada pela Câmara Municipal de Tavira e disponibilizou até 45

m3/h, o que será mais do que necessário. No entanto, esta disponibilidade terá um custo

mais elevado por cada metro cúbico de água vendido, pois o destino final da água não é

para agricultura. O plano será dispor de um tanque a céu aberto com cerca de 450 m 3

Avaliação de Impacte Ambiental 9


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

que serve para armazenar uma quantidade de água suficiente para três dias extremos

consecutivos, de modo a permitir que o abastecimento seja feito em períodos nocturnos,

fora das horas típicas de rega.

3.1.4. Localização

Capelinha

Escala: 1/40000
Figura 2 – Localização da Central Solar Térmica de Tavira
Fonte: Google Earth

No mapa de localização (figura 2) é possível observar na zona delimitada a vermelho a

área destinada à Central Solar Térmica de Tavira e a azul a linha de 60 000kV para onde

poderá ser efectuado o ponto de entrega da energia produzida na central. Para uma

melhor observação da localização da área do projecto, deve consultar-se o ANEXO II-

A.

3.2. Projecto associados ou complementares

Avaliação de Impacte Ambiental 10


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

Na realização do projecto Central Solar Térmica, estão associados os seguintes

projectos:

 Projecto de Rede Viária para o Loteamento Residencial;

 Projecto de Sistema de Drenagem Pública de águas residuais pluviais;

 Projecto do Sistema de Deposição de Resíduos Sólidos Urbanos;

 Projecto de um posto de armazenagem e respectiva Rede de Distribuição

de Gás;

 Projecto de Infra-estruturas Eléctricas de serviço público;

 Projecto do Sistema Público de Abastecimento de Água;

 Projecto do sistema de Drenagem de Águas Residuais Domésticas.

3.3. Programação temporal estimada para as fases de construção, exploração

e desactivação

A construção da Central Solar Térmica terá início no princípio de 2008 e estima-se que

a sua desactivação será efectuada cerca de 25 anos depois.

Quadro 2 – Cronograma das fases de construção, exploração e desactivação.

Anos

Fases 5 10 15 20 25

Construção

Fase de construção
Exploração

Fase de Exploração
Desactivação
Avaliação de Impacte Ambiental 11
Estudo de Impacte Ambiental
Fase de Desactivação
Central Solar Térmica de Tavira

3.4. Localização do Projecto

3.4.1. Localização administrativa

O projecto da Central Térmica Solar de Tavira localiza-se numa zona conhecida por

Capelinha na freguesia de Santa Maria, concelho de Tavira e distrito de Faro (figura 3).

50 km

Capelinha

Escala: 1/75000 0 20 40 km

Figura 3 – Localização administrativa do projecto.

3.4.2. Indicação das áreas sensíveis

Avaliação de Impacte Ambiental 12


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

De acordo com o artigo 2º do D.L. nº197/2005, de 8 de Novembro, referente a áreas

sensíveis, a área em estudo, não se encontra abrangida por nenhuma das zonas naturais

classificadas. No entanto, o concelho de Tavira abrange áreas protegidas (Ria Formosa),

e sítios da Rede Natura 2000 (Ria Formosa e Serra do Caldeirão).

Por outro lado, o concelho de Tavira está classificado, nos termos da Lei nº13/85, de 6

de Julho, como área de protecção dos monumentos nacionais e dos imóveis de interesse

públicos;

 Castelo de Tavira,

 Capela de São Sebastião,

 Casa André Pilarte,

 Ermida do Senhor do Calvário,

 Igreja de Santa Maria do Castelo,

 Igreja de Santa Ana e todo o seu recheio,

 Arraial Ferreira Neto,

 Cidade Romana de Balsa,

 Forte da Conceição,

 Igreja da Misericórdia de Tavira, e

 Ponte antiga sobre o Rio Gilão.

3.4.3. Planos de ordenamento do Território em vigor na área do projecto

São instrumentos de ordenamento territorial, em vigor na área de implantação do

projecto, o Plano Director Municipal de Tavira (PDM), aprovado em 29 de Novembro

Avaliação de Impacte Ambiental 13


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

de 1996, na Resolução do Conselho de Ministros n.º 97/97 e o Plano Regional de

Ordenamento do Território do Algarve (PROTAL).

3.4.4. Servidões condicionantes e equipamentos/infra-estruturas relevantes

potencialmente afectados pelo projecto

Relativamente à Carta de Condicionantes do PDM de Tavira, a área de implementação

do projecto é abrangida pela Reserva Agrícola Nacional (RAN) (Anexo I, Planta

Actualizada de Condicionantes), dividindo-se em áreas agrícolas preferenciais, áreas

agrícolas condicionadas I e áreas agrícolas complementares (Anexo I, Planta de

Ordenamento).

Esta área está também abrangida por uma zona de REN, nomeadamente por uma zona

de infiltração máxima (a Norte) (Anexo I, Planta da Reserva Ecológica Nacional).

3.5. Identificação dos aspectos que possam constituir condicionantes ao projecto

A localização do projecto será a principal condicionante do mesmo, já que se encontra

completamente abrangido por zonas de REN e RAN. A existência de algumas

habitações no perímetro envolvente à Central Solar Térmica também poderão constituir

uma condicionante ao projecto.

Assim, a elaboração do projecto deve ter em conta a prevenção e minimização de

possíveis impactes negativos em todo o ecossistema envolvente.

Avaliação de Impacte Ambiental 14


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

3.1. Identificação das populações e de outros grupos sociais potencialmente

afectados ou interessados pelo projecto

Interessados:

 Proponente;

 População Residente beneficiária da energia produzida;

 Câmara Municipal de Tavira; e

 Todas as empresas associadas ao projecto.

Afectados:

 População residente afectada pela descaracterização da paisagem; e

 Grupos sociais que por motivos diversos usufruem do espaço.

3.1. Alternativas a estudar

O projecto em estudo não contempla qualquer alternativa, ou seja, apenas se identifica

como alternativa a não realização do mesmo, isto é, a alternativa zero. Esta alternativa

foi analisada com base na caracterização da situação de referência e na sua possível

evolução sem projecto.

3.7.1. Materiais e energia utilizados e produzidos

Avaliação de Impacte Ambiental 15


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

Toda a instalação será vedada com uma vedação (2,00m altura) constituída por prumos

metálicos em ferro galvanizado com acabamento lacado e com rede tremida plastificada

com malha hexagonal. Na parte superior será colocada uma protecção adicional em

arame farpado.

O edifício de controlo, escritório e oficina será executado em estrutura metálica,

apoiado em sapatas isoladas de betão armado e ligadas entre si por vigas de fundação. A

laje térrea será executada sobre uma camada de betão de regularização sob o terreno

existente compactado. As paredes exteriores serão constituídas por dois panos em

alvenaria de tijolo furado, com caixa-de-ar e isolamento. Os paramentos exteriores serão

revestidos com reboco com aditivo hidrófogo e os paramentos interiores com estuque

sintético. As paredes divisórias e tectos falsos serão constituídos por painéis de gesso

cartonado com estrutura em perfis de aço galvanizado. As soleiras e peitoris em betão

pré-fabricado.

O edifício da turbina será executado numa estrutura metálica, apoiada em sapatas

isoladas de betão armado e ligadas entre si por vigas de fundação. A laje térrea (0,15 de

espessura) será executada sobre uma camada de betão de regularização (0,05 espessura),

sob o terreno existente compactado. As fachadas e cobertura serão revestidas com

chapas metálicas com tratamento acústico. No perímetro do edifício será executada uma

parede em blocos de cimento furados. No interior será montado um pórtico (32

toneladas) apoiado na estrutura metálica.

Os colectores serão montados numa estrutura metálica ligeira, apoiada em pequenos

pilares metálicos enterrados no solo e fixos num pequeno maciço. A cavidade

Avaliação de Impacte Ambiental 16


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

absorvedora (linhas de vapor) é constituída por tubos colocados a 10m de altura,

apoiados numa estrutura ligeira de suporte e espiados ao solo.

O pipe-rack é uma estrutura metálica constituída por cinco torres metálicas (com 9,25m

de altura) e afastadas entre si 30m, sobre as quais apoiará uma viga metálica (com cerca

de 164m). As torres serão fundadas em sapatas de betão armado (com

4,00x4,00x1,00m). Os plintos onde apoiarão as bases das torres conterão chumbadores

para a fixação da estrutura.

Na cota intermédia da estrutura do depósito de vapor e de uma torre metálica (10,25m

de altura), será instalado um desgaseificador que fundará num maciço de betão armado.

Da mesma forma como os pipe-racks, os plintos possuirão chumbadores onde apoiará a

estrutura metálica.

A central de desmineralização será uma unidade compacta que ficará resguardada com

um telheiro metálico ligeiro.

O depósito de água bruta será executado em chapa vitrificada e assentará sobre uma laje

de fundação em betão armado.

O depósito de água desmineralizada será executado em chapa de fibra de vidro (8,00m

de diâmetro) e assentará sobre uma laje de fundação em betão armado.

A torre de arrefecimento será montada sobre uma estrutura de betão armado. Em todo o

seu perímetro será executada também uma parede de betão armado (1,00m altura). Em

Avaliação de Impacte Ambiental 17


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

várias partes da laje de fundo serão deixados chumbadores para a instalação do

equipamento de arrefecimento.

O tipo de energia produzido será energia eléctrica, que posteriormente será injectada na

rede, para abastecimento de 10 000 habitantes.

3.7.2. Lista dos principais tipos de efluentes, resíduos e emissões previstas nas fases de

construção, exploração e desactivação

Quadro 3 – Lista dos principais efluentes, resíduos e emissões na fase de construção do projecto.

Efluentes Resíduos Emissões


 Resíduos verdes
 Pedras
 Terra  Partículas
 Resíduos de  Hidrocarbonetos
 Águas
embalagem
Fase de residuais  NOx
Construção domésticas  Resíduos
 CO
Sólidos Urbanos
 CO2
 Sucata metálica
 Ruído
 Óleos e
combustíveis

Quadro 4 – Lista dos principais efluentes, resíduos e emissões nas fases de exploração
e desactivação do projecto.
Efluentes Resíduos Emissões

Avaliação de Impacte Ambiental 18


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

 Vidro
 Águas  Resíduos da
Fase de residuais desmineralização  Vapor de água
Exploração domésticas da água
 Resíduos Sólidos
Urbanos

Quadro 4 – Lista dos principais efluentes, resíduos e emissões nas fases de exploração
e desactivação do projecto (continuação).
Efluentes Resíduos Emissões
 Partículas
 Óleos e
 Hidrocarboneto
combustíveis
s
 Águas  Resíduos
Fase de  NOx
residuais Sólidos Urbanos
Desactivação
domésticas  CO
 Sucata metálica
 CO2
 Ruído

4. CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO PELO PROJECTO

4.1. Caracterização geral

O concelho de Tavira distingue três unidades paisagísticas e de usos distintos, as quais

se distinguem pelas suas características geológicas sendo estas um factor importante

para a explicação da distribuição de plantas selvagens e governa os regimes de uso do

solo (figura 4):

 O litoral do concelho, de características urbanas, onde se alberga a maior

parte da população, apresentando uma acentuada diversidade de usos. Nesta

área, o uso do solo é na sua maior parte pomares, culturas de regadio e

vinhas, aproveitando assim, as capacidades e constituição do solo, já que

Avaliação de Impacte Ambiental 19


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

nesta se localizam as maiores áreas de RAN, como também a existência de

maiores quantitativos de água no subsolo.

 O barrocal, área de transição entre o litoral e a serra, de características edafo-

climáticas mais agrestes que o litoral. Aqui predomina sobretudo o pomar de

sequeiro, onde abundam Oliveiras, Alfarrobeiras, Figueiras e outras árvores

características da região. É de notar a existência de importantes áreas de

pomar de regadio aproveitando manchas de solo de qualidade, pertencentes à

RAN, que fornecem recursos necessários à sua existência e

desenvolvimento. O aparecimento de vastas áreas de Mato e Mata é factor

elucidativo das alterações edafo-climáticas que nesta área encerra.

 A serra, de características rurais, é comparativamente com as outras áreas do

concelho, mais vasta, mas de grande pobreza, em termos de potencialidades

de usos relativamente à presença de actividade humana. Apresenta uma

pequena diversidade de usos limitando-se a vastas áreas de Mato, Mata e a

alguma espécies florestais como o Sobreiro, Pinheiro e Azinheira

Legenda:
Capelinha

Figura 4 – Atlas do Algarve da Carta Ordenamento Biofísico

4.2. Ocupação e Uso dos Solos

Avaliação de Impacte Ambiental 20


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

“Solo” é definido como a camada superior da crosta terrestre. É formado por partículas

minerais, matéria orgânica, ar e organismos vivos. Estas características fazem do solo

um meio extremamente complexo. O solo é um recurso não renovável, onde são

asseguradas muitas funções vitais, tais como produção alimentar e biomassa,

armazenamento, filtração e transformação de muitas substâncias essenciais, incluindo

água, carbono e azoto. O solo tem um papel fulcral como habitat e banco de genes,

como plataforma para as actividades humanas, como paisagem e como fornecedor de

matérias-primas essenciais à vida. Dadas todas estas características do solo, este é digno

de protecção, quer pela sua importância a nível sócio-económico, quer ambiental

(ECSP, 2007).

O concelho de Tavira é um concelho com uma grande diversidade de usos e dentro

destes, uma grade dicotomia entre o litoral e o interior. Mais de 50% do solo do

concelho é ocupado por Matos e, no restante, predominam as formas adaptadas às

características edafo-climáticas da região.

O desenvolvimento da actividade agrícola nas últimas décadas tem imposto alterações

relevantes nos usos do concelho, existindo importantes áreas de pomares e culturas de

regadio.

A área de estudo situa-se no barrocal, nesta zona, encontram-se solos com grande

potencial agrícola, descritos na Quadro 5.

Quadro 5 – Tipos de solos característicos do barrocal.


BARROCAL

Avaliação de Impacte Ambiental 21


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Central Solar Térmica de Tavira

Tipo de Solos
Abreviatura Descrição
Al Aluviossolos modernos de textura ligeira
Aluviossolos modernos de textura pesada,
Aac
calcários
Fonte: PDM Tavira, 1997

Quadro 5 – Tipos de solos característicos do barrocal (Continuação).

BARROCAL
Tipo de Solos
Abreviatura Descrição
Solos de baixas de textura pesada,
Sbac
calcários
Solos calcários pardos de calcários não
Pc
compactos
Solos calcários vermelhos de rochas
Vac
detríticas
Vc Solos calcários vermelhos de calcários
Solos calcários vermelhos de grés de
Vcs
Silves associados a depósitos calcários
Barros castanho-avermelhados não
Cb calcários de basalto ou doleritos ou outras
rochas eruptivas básicas
Cbc Barros castanhos-avermelhados
Solos mediterrâneos pardos de xistos ou
Px
grauvaques
Solos mediterrâneos vermelhos ou
Vcd amarelos de calcários compactos ou
dolomias
Afloramentos rochosos de calcários ou
Arc
dolomias
Fonte: PDM Tavira, 1997

Avaliação de Impacte Ambiental 22


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

Os solos calcários são os que têm maior expressão na zona do barrocal e litoral e são

juntamente com os solos mediterrâneos os que constituem o suporte da paisagem

tipicamente algarvia dos pomares de sequeiro consociados com os cereais, a ervilhaca,

fava, ervilha, grão de bico, etc. De todos os solos calcários presentes no barrocal, no

concelho de Tavira, os solos calcários vermelhos de calcário (Vc) são os mais

abundantes (PDM Tavira, 1997).

A zona de implementação de Central Solar Térmica (zona da Capelinha) é também

composta, quase na sua totalidade, por solos do tipo Vc (figura 5), excepto a zona a

Norte (Vale de El-Rei) que os solos são do tipo Vc+Arc (Anexo II-B). Neste caso, os

solos Vc fazem parte da variante V 1, caracterizada por solos mais evoluídos, de textura

e estrutura mais favoráveis, sem excesso de calcário no solo superficial e sem limitações

de espessura efectiva.

FALTA UMA FOTO MAS TORNAVA O DOCUMENTO MUITO PESADO.

Avaliação de Impacte Ambiental 23


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

Figura 5 – Ilustração das características do solo no terreno.

A variante V1 remete para diferentes classes de solos, consoante o seu declive, quanto

mais acentuado o declive mais baixa é a classe, ou seja, menor é a sua apetência para o

desenvolvimento de actividades agrícolas. A zona da Capelinha tem declives entre a

classe 1 (declives entre 0 e 2%) e 2 (declives entre 3 e 5%) (figura 6), com

predominância da classe 1 (Anexo II-C).

FALTA UMA FOTO MAS TORNAVA O DOCUMENTO MUITO PESADO.

Figura 6 – Ilustração do declive verificado no terreno.

Estas classes de declives inserem-se na classe A de capacidade de uso, esta é a classe

que determina a maior potencialidade dos solos para a actividade agrícola (quadro 6).

Quadro 6 – Descrição da classe de capacidade de uso do solo existente na zona da Capelinha.


CLASSE DE CAPACIDADE DE USO
Classe A
Características Inclui solos:
 POSITIVAS:  Com elevada ou moderada capacidade
 Solos com capacidade de uso muito produtiva;

Avaliação de Impacte Ambiental 24


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Central Solar Térmica de Tavira

 elevada;  De espessura efectiva mediana ou


  Com poucas ou nenhumas limitações; grande (> 45 cm);
  Sem riscos de erosão ou com riscos  Com fraca ou moderada erodibilidade;
ligeiros;  Planos ou com declives suaves ou
  Susceptíveis de utilização agrícola moderados (< 8%);
intensiva e de outras utilizações;  Bem ou moderadamente supridos de
LLIMITAÇÕES: elementos nutritivos ou reagindo
  Espessura efectiva não muito grande; favoravelmente ao uso de fertilizantes;
  Riscos de erosão ligeiros, podendo o  Bem providos de água durante todo o
solo ser defendido com práticas muito ano, mas podendo ser deficiente durante a
simples; maior parte da estação seca;
  Declives moderados (até 8%);  Bem drenados ou não sujeitos a
  Deficiência de água na estação seca; inundações ocasionais;
  Ligeiro excesso de água durante  Sem elementos grosseiros e
períodos curtos; afloramentos rochosos;
 Estrutura um pouco desfavorável ou  Não salinos ou alcalinos.
certa dificuldade de serem trabalhados.
Fonte: DRA-Alg

A área destinada à implementação da Central Solar Térmica, tem tido ao longo dos anos

como uso predominante a vinha que, segundo informações fornecidas pela DRA, se

manteve desde 1982 até 2002. Segundo a mesma fonte, em 2005 o terreno estava

lavrado, até 2007 em pousio e actualmente está classificado como zona de regadio.

4.3. Ordenamento e Condicionantes

4.3.1. Planos de Ordenamento do Território a Nível Regional

4.3.1.1. Plano Regional de Ordenamento do Território do Algarve

(PROTAL)

Avaliação de Impacte Ambiental 25


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Central Solar Térmica de Tavira

O PROTAL, aprovado pelo Decreto Regulamentar nº 11/91, de 21 de Março, é um

instrumento de planeamento do território, muito semelhante a um PDM, virado

essencialmente para as questões do uso do solo a nível regional.

No âmbito deste projecto, o PROTAL tem como 2º objectivo estratégico a Estratégia de

Desenvolvimento do Algarve, referente à Construção das Condições de

Competitividade Regional. No seu domínio de intervenção, relativo a espaços rurais,

valores naturais e biodiversidade assenta num conceito amplo de riqueza do ambiente e

habitat natural, considerando como área-chave de investimento uma tripla perspectiva,

onde se incluem as energias renováveis.

Segundo os eixos estratégicos de desenvolvimento, aposta-se também no

desenvolvimento de uma relação virtuosa que quebre com o cenário limitado de simples

incorporação de matérias-primas, em favor de soluções que incorporem matéria -prima

e conhecimento e reforcem os índices de valor acrescentado regional, pressupõe um

conjunto articulado de iniciativas onde se incluem entre outras, o aproveitamento de

energias renováveis.

O PROTAL dá assim, especial atenção à produção de energia eléctrica utilizando as

energias renováveis, tendo em conta as potencialidades existentes na região. Este

aspecto vai, igualmente, de encontro aos objectivos fixados pelo programa E4 –

“Facilitar o acesso e o desenvolvimento da produção de electricidade por vias

progressivamente mais limpas e renováveis” (onde se inclui a energia solar térmica).

Avaliação de Impacte Ambiental 26


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

4.3.1.2. Planos de Ordenamento do Território a Nível Local

4.3.1.2.1. Plano de Desenvolvimento Estratégico do Concelho de Tavira

A Câmara Municipal de Tavira desenvolveu um plano estratégico para o concelho, com

publicação em 2003, que visa a definição e operacionalidade de uma estratégia global,

incluindo linhas orientadoras que garantam as iniciativas e mudanças mais positivas

para o concelho, no sentido de criar um espaço dinâmico e atractivo para os seus

residentes e visitantes.

No seguimento desta estratégia, foram identificadas insuficiência e maturidade de

diversas infra-estruturas básicas do concelho, das quais se destaca entre outras a rede de

energia eléctrica. Esta apresenta sinais de insuficiência para as necessidades do

concelho que se traduz em quebras de tensões nas instalações dos consumidores finais.

Desta forma, tendo em perspectiva o crescimento expectável como resultado do

aumento da actividade económica, este plano incentiva a realização de uma série de

acções, a curto e médio prazo, com vista à modernização de toda a rede de energia

eléctrica do concelho. Complementarmente, as boas condições geofísicas do concelho

constituem uma oportunidade de desenvolvimento de energias alternativas,

designadamente solar e eólica. Este desenvolvimento tem a particularidade de a própria

União Europeia incentivar os seus países a aumentarem a sua capacidade de auto-

suficiência em termos de energias renováveis.

4.3.1.2.2. Plano Director Municipal (PDM)

Avaliação de Impacte Ambiental 27


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

A construção desta infra-estrutura no concelho de Tavira deve ter em conta planos de

ordenamento do território que condicionam o uso do solo, de modo a evitar conflitos de

uso ao nível urbanístico, industrial e agrícola com potenciais impactes negativos que

poderão surgir após a sua construção.

Em termos de instrumentos de ordenamento territorial, a área onde se desenvolve o

projecto da Central Solar Térmica, está sujeita ao Plano Director Municipal de Tavira,

aprovado pela Resolução do Concelho de Ministros nº 97/97, publicado no Diário da

República 1ª Série B, Mn º 139 de 19 de Junho de 1997.

Desta forma, neste estudo, o PDM de Tavira é o instrumento de ordenamento, cuja

principal função é a de orientar diferentes áreas de intervenção, com influência no

território em estudo.

Do conteúdo técnico do PDM, fazem parte integrante as respectivas propostas e

cartografia temática de ordenamento (Anexo II) onde se encontram expressas as

principais intenções municipais de uso e ocupação do solo.

O terreno da futura Central Solar Térmica é classificada na planta de ordenamento como

Áreas Agrícolas Preferenciais (Sul) e Áreas Agrícolas Condicionadas I (Norte), inserida

na classe dos “Espaços Agrícolas” do concelho.

De salientar ainda que no PDM, a freguesia de Santa Maria está classificada de acordo

com a sua importância no concelho e na região, no Nível 3. Este nível engloba pequenos

Avaliação de Impacte Ambiental 28


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

aglomerados, com uma área de influência que se reporta ao lugar, estabelecendo

relações de dependência funcional com centros de ordem superior, o concelho ou de

concelhos limítrofes.

O PDM classifica ainda a zona de Fonte Salgada, nomeadamente Vale de El-Rei, como

Área de Protecção aos Sistemas de Aquíferos (área de máxima infiltração), que são

áreas com características hidrogeológicas de alta vulnerabilidade à contaminação com

agentes poluentes. A vulnerabilidade desta área está associada a depósitos detríticos.

4.3.2. Condicionantes

4.3.2.1. Reserva Agrícola Nacional (RAN)

A RAN é instituída pelo Decreto-Lei nº 196/89 de 14 de Junho, alterado pelo Decreto-

Lei nº 274/92 de 12 de Dezembro, com o objectivo de defender os solos de melhor

aptidão, designadamente os pertencentes às classes de capacidade de uso A e B, ou em

casos particulares, a áreas onde foram realizados investimentos visando a melhoria da

produção de bens agrícolas.

No concelho de Tavira, as áreas de RAN possuem uma reduzida expressão, cerca de

11% do território, muito abaixo da média nacional (PDM Tavira, 1997).

De acordo com a carta de condicionantes, apresentada no Anexo I, todo o terreno da

futura Central Solar Térmica está integrado na RAN (como sendo um solo de classe A),

Avaliação de Impacte Ambiental 29


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

cuja legislação em vigor proíbe as acções que diminuam as potencialidades agrícolas,

constituindo uma condicionante a este projecto.

A área a ocupar pela Central Solar Térmica, divide-se ainda dentro da RAN em Áreas

Agrícolas Preferenciais e Áreas Agrícolas Condicionadas I. As primeiras são áreas que

para além de serem incluídas na RAN, fazem parte também do Perímetro de Rega do

Sotavento. As Áreas Agrícolas Condicionadas incluem solos anteriormente referidos,

mas que estejam também incluídos na Reserva Ecológica Nacional (REN), ou em zonas

de protecção às captações públicas de águas subterrâneas. Estas áreas englobam os

solos, que apesar de poderem incluir os melhores solos agrícolas, se devem submeter a

uma série de medidas e regras de protecção, dada a vulnerabilidade dos sistemas

naturais subjacentes. No caso específico da área do projecto, a área delimitada a Norte

pelo Vale de El-Rei, pertence às Áreas Agrícolas Condicionadas I, pois incluem as

sobreposições com as áreas de infiltração máxima.

Segundo o artigo 8º, nº1, os solos de RAN devem ser exclusivamente afectos à

agricultura, sendo proibidas todas as acções que diminuam ou destruam as suas

potencialidades agrícolas, designadamente na alínea a) as referentes a obras hidráulicas,

vias de comunicação e acessos, construção de edifícios, aterros e escavações. No

entanto, no artigo 9º, nº2, diz que é possível conceder parecer favorável das comissões

regionais da reserva agrícola quando estejam em causa, como refere na alínea d) vias de

comunicação, seus acessos e outros empreendimentos ou construções de interesse

público, desde que não haja alternativa técnica economicamente aceitável para o seu

traçado ou localização. Diz ainda no nº3 do mesmo artigo, que os pareceres favoráveis

Avaliação de Impacte Ambiental 30


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

só podem incidir sobre os solos das classes A e B quando não existir alternativa idónea

para a localização das obras e construções em causa em afloramentos de outra categoria.

O PDM de Tavira prevê a exclusão de algumas áreas afectas à RAN. No entanto, a área

deste projecto não se encontra abrangida pelas áreas a excluir ao regime da RAN. O

PDM prevê assim a desafectação das seguintes áreas:

1. Desafectação das áreas estritamente necessárias à expansão e consolidação urbana;

2. Desafectação das zonas de ocupação turística;

3. Desafectação das áreas comprometidas por usos diversos da agricultura, que

impliquem a destruição dos solos como é o caso das áreas industriais ou de

concentração de armazéns e equipamentos comerciais.

4.3.2.2. Reserva Ecológica Nacional (REN)

O Decreto-Lei nº 321/83, de 5 de Julho, criou a Reserva Ecológica Nacional (REN),

revogado pelo Decreto-Lei nº93/90 de 19 de Março, com a finalidade de possibilitar a

exploração dos recursos e a utilização do território com salvaguarda de determinadas

funções e potencialidades, de que dependem o equilíbrio ecológico e a estrutura

biofísica das regiões, bem como a permanência de muitos dos seus valores económicos,

sociais e culturais.

Segundo o artigo 2º do mesmo decreto, a REN abrange zonas costeiras e ribeirinhas,

águas interiores, áreas de infiltração máxima e zonas declivosas.

Avaliação de Impacte Ambiental 31


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

A área delimitada a Norte pelo Vale de El-Rei, da zona de implementação da Central

Solar Térmica, integra-se na REN por ser uma área de infiltração máxima. Segundo o

Anexo III do decreto-lei nº93/90 de 19 de Março, Área de Infiltração Máxima é definida

como uma áreas em que, devido à natureza do solo e do substrato geológico e ainda às

condições de morfologia do terreno, a infiltração das águas apresenta condições

favoráveis, contribuindo assim para alimentação dos lençóis freáticos.

Segundo o artigo 4º, nº1, nas áreas incluídas na REN são proibidas as acções de

iniciativa pública ou privada que se traduzam em operações de loteamento, obras de

urbanização, construção de edifícios, obras hidráulicas, vias de comunicação, aterros,

escavações e destruição do coberto vegetal. No entanto, no seu nº2, exceptuam-se do

número anterior a) a realização de acções que, pela sua natureza e dimensão, sejam

insusceptíveis de prejudicar o equilíbrio ecológico daquelas áreas; b) a realização de

acções de reconhecimento interesse público, nacional, regional ou local, desde que seja

demonstrado não haver alternativa económica aceitável para a sua realização; c) a

realização de acções já previstas ou autorizadas à data da entrada em vigor das portarias

previstas no nº1 do artigo 3º do mesmo decreto-lei; d) as instalações de interesse para a

defesa nacional como tal reconhecidas por despacho conjunto dos Ministério da Defesa

Nacional e do Planeamento e da Administração do Território.

4.4. Evolução do estado do ambiente na ausência de projecto

As características e qualidades dos solos afectos à área afiguram-se como estáveis à

escala de vida útil do projecto, a menos que sofram intervenções antropogénicas. No

entanto, de acordo com as tendências do aumento da temperatura previstas para o sul de

Avaliação de Impacte Ambiental 32


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

Portugal, a erosividade dos solos poderá aumentar, associada à previsão do aumento da

probabilidade de ocorrência de precipitação de Inverno e seca no Verão.

No que se refere ao uso do solo, na zona de implementação do projecto, este surgirá

como um factor circunstancial, podendo, caso o projecto não se concretize, vir a sofrer

variadas alterações ao longo do tempo.

A área em estudo encontra-se classificada no PDM de Tavira como Reserva Agrícola

Nacional (RAN) e como Reserva Ecológica Nacional (REN), apresentando-se

actualmente como zona de regadio (segundo a DRA). É de se esperar que no futuro

ocorram alterações a nível das condicionantes face às políticas de desenvolvimento

económico aplicadas a nível do Algarve. No entanto, os solos existentes poderão ser

utilizados em actividades agrícolas pelo facto de serem classificados como solos de

classe A (são solos com capacidade de uso elevada; com poucas ou nenhumas

limitações; com riscos ligeiros de erosão; susceptíveis de utilização agrícola intensiva).

Este facto é confirmado pela existência de uma vinha no terreno até meados de 2002.

Numa outra perspectiva, a tendência que se verifica para a migração da população em

direcção ao litoral, poderá provocar um aumento de aglomerados rurais. Esta situação já

pode ser observada pela construção de algumas casas, no local, nos últimos anos. E sem

um controlo da construção destas edificações a situação poderá emergir para um

edificação dispersa não estruturada.

Caso o terreno seja abandonado, poderão criar-se condições propícias à propagação de

incêndios florestais nos períodos em que se conjugam elevadas temperaturas e ausências

Avaliação de Impacte Ambiental 33


Estudo de Impacte Ambiental
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de humidade. A devastação decorrente dos incêndios poderá contribuir para alterações

ao nível da sua ocupação actual.

5. PREVISÃO E AVALIAÇÃO DE IMPACTES AMBIENTAIS

5.1. Avaliação de impactes

5.1.1. Ocupação e uso dos solos

A identificação e predição dos impactes para este descritor basearam-se na análise das

principais acções causadoras de impactes na situação de referência: fase de construção,

fase de exploração e fase de desactivação.

Fase de construção:

Durante esta fase irão verificar-se impactes negativos de diferente natureza,

significância e relevância.

Como principais áreas que irão sofrer impactes negativos, identificam-se as áreas

sujeitas à implantação do aterro uma vez que irão ficar sujeitas a fenómenos de erosão,

impermeabilização e compactação do solo, e os processos de meteorização verificados

enquanto não for restabelecido o coberto vegetal destruído aquando a desmatação

efectuada ou a pavimentação.

Avaliação de Impacte Ambiental 34


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

Os aterros e escavações irão ainda provocar uma profunda alteração na topografia do

terreno e no regime de escoamento superficial, associado às terras colocadas em aterro

com uma reduzida compactação.

Poderá ocorrer uma degradação da qualidade dos solos existentes, devido a um elevado

grau de compactação exercido pela circulação de veículos pesados, pavimentações e

construção de infra-estruturas o que irá provocar uma impermeabilização do solo e uma

diminuição da área de infiltração de águas, alterando a capacidade de retenção de água

dos solos.

No entanto a pavimentação provocará uma resistência do solo às cargas exercidas sobre

ele e assegurará uma resistência ao desgaste.

A desmatação também irá diminuir a coesão dos solos conferida pelo coberto vegetal,

devendo-se ainda nesta fase proceder à implementação de vegetação de modo a

diminuir os fenómenos de erosão.

É de salientar ainda o facto importante de que o terreno onde se irá efectuar a

construção estar numa área de RAN e numa área de infiltração máxima identificada na

REN, podendo estas zonas sofrer alterações significativas.

Fase de exploração:

Avaliação de Impacte Ambiental 35


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

Nesta fase deveria proceder-se à colocação de espaços verdes de modo a aumentar a

coesão dos solos e diminuir os processos de erosão.

O efeito negativo da impermeabilização dos solos é um processo irreversível, o qual

conduzirá a uma alteração dos processos naturais de formação do solo e irá constituir

um impacte negativo.

Uma vez que o terreno onde será implementada a Central corresponde a uma área de

RAN e de REN, será de esperar que ocorram modificações no PDM de Tavira, podendo

haver modificações ao nível das condicionantes actuais e uma diminuição das áreas

afectadas pela RAN.

Fase de desactivação:

Os impactes ocorridos nesta fase serão semelhantes aos ocorridos na fase de construção

e uma vez que o horizonte do projecto são 25 anos, poderão verificar-se impactes

negativos significativos a longo prazo, principalmente no que diz respeito às áreas de

RAN e REN afectadas.

5.2. Matriz de Avaliação

5.2.1. Metodologia para a elaboração da matriz de avaliação

Avaliação de Impacte Ambiental 36


Estudo de Impacte Ambiental
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Foi realizada uma avaliação quantitativa dos impactes negativos e positivos, relativos às

fases de construção, exploração e desactivação, através da elaboração de matrizes

interactivas baseada na matriz de Leopold et al. Esta matriz relaciona as diferentes

acções do projecto com os diversos descritores a analisar. Tendo sido escolhido este

método pelo facto de ser de fácil realização/interpretação e conjugar as fases de projecto

(construção, exploração e desactivação) e os factores ambientais considerados mais

importantes.

Assim consideraram-se cada actividade e o seu potencial impacte sobre cada elemento

ambiental, permitindo ainda descrever esta interacção em termos de magnitude e

importância do impacto. Esta descrição foi feita atribuindo um valor numérico que

variava de 1 a 3, considerando-se:

 1 – Impacte pouco significativo;

 2 – Impacte significativo;

 3 – Impacte muito significativo.

Tendo em conta as características do projecto, irão utilizar-se os seguintes critérios com

as respectivas escalas de classificação:

 Natureza, positivo ou negativo;

 Magnitude; intensidade ou extensão da afectação;

 Significância; baixa, média ou alta. Está relacionada com o grau de importância

da alteração sobre o ambiente ou o meio natural;

 Duração do impacte; temporário ou permanente;

 Probabilidade de ocorrência, pouco provável, provável ou certo;

Avaliação de Impacte Ambiental 37


Estudo de Impacte Ambiental
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 Reversibilidade; reversível ou irreversível;

 Incidência: forma de afectação, sendo directa ou indirecta.

A matriz será contemplada com a seguinte classificação relativa à Incidência e à

Natureza (quadro 8).

Quadro 7 – Classificação referente às colunas dos critérios de Incidência e Natureza.


Critérios Representação

Directa D
Incidência
Indirecta I

Positiva +
Natureza
Negativa -

Em cada célula da matriz são representadas as escalas referentes aos seguintes critérios:

Magnitude (M), Duração (D), Probabilidade (P) e Reversibilidade (R).

Determinar-se-á a Significância (S) dos impactes, pela soma dos critérios Duração (D),

Probabilidade (P) e Reversibilidade (R) e posteriormente será determinada a

Relevância, através da multiplicação da Magnitude (M) com a Significância.

M D
S
P R

Figura 7 – Representação esquemática de cada célula da matriz de avaliação.

Tendo em conta a escala escolhida para a avaliação de impactes verifica-se que os

impactes significativos (obtidos pela soma da duração, probabilidade e reversibilidade)

variarão entre 3 (valor mínimo) e 9 (valor máximo) por impacte e actividade/acção

Avaliação de Impacte Ambiental 38


Estudo de Impacte Ambiental
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(Anexo III, Quadro 1). E os impactes relevantes apresentam um valor mínimo de 3 e um

valor máximo de 27, por impacte e actividade acção (Anexo III, Quadro 2).

5.2.2. Análise da matriz de avaliação

Fase de construção:

Nesta fase identificam-se seis actividades causadoras de impactes e sete possíveis

impactes consequentes destas actividades.

Verificou-se um valor mínimo de impactes significativos global de 37, relativo à

redução de espécies, e um valor máximo de 48 correspondente à compactação do solo

existente.

Quanto aos impactes mais relevantes, verifica-se também um menor valor para a

redução de espécies de 77 e um valor mais elevado correspondente à alteração da

topografia com um valor de 134.

Pela análise das matrizes de significância e de relevância de impactes pode verificar-se

que as actividades causadoras de maiores e menores impactes significativos e relevantes

na fase de construção são a implementação de um aterro e a circulação de veículos,

respectivamente. No entanto, com excepção da circulação de veículos, todas as outras

actividades referidas nas matrizes de avaliação, têm impactes na mesma ordem de

grandeza que a implementação de um aterro.

Fase de exploração:

Avaliação de Impacte Ambiental 39


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

Nesta fase identificam-se três actividades causadoras de impactes e sete possíveis

impactes consequentes destas actividades.

Quanto às actividades potenciais de causar impactes significativos e relevantes globais é

de salientar que a circulação de veículos é a actividades causadora de menores impactes,

uma vez que este tipo de operação (Central Solar Térmica), após a sua implementação e

funcionamento não implica um grande tráfego de veículos, mas apenas o essencial para

a sua manutenção. A ocupação do espaço é considerada a actividade causadora de

maiores impactes.

O impacte que apresenta maior significância e relevância é o referente aos conflitos com

servidões e zonas imperativas (RAN e REN), com valores de 20 e 54, respectivamente.

Os impactes com menor significância e menor relevância, a um nível global,

correspondem, à redução de espécies, com um valor de significância de 15 e um valor

de relevância de 34.

Comparativamente com os valores determinados para os impactes globais significativos

na fase de construção, cujo valor máximo corresponde 309, poder-se-á dizer, de um

modo geral, que os impactes que venham a ocorrer nesta fase, que apresentam um valor

de 124, são poucos significativos quando comparados com os impactes da fase de

construção.

Fase de desactivação:

Avaliação de Impacte Ambiental 40


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

Identificaram-se nesta fase cinco actividades causadoras de sete impactes.

De entre os impactes analisados e actividades causadoras desses impactes, é de notar

novamente a existência de valores mínimos de significância e de relevância para a

redução de espécies e de valores máximos para a compactação dos solos.

Observa-se que os impactes significativos globais nesta fase são relativamente inferiores

aos da fase de construção e superiores aos da fase de exploração, apresentando um valor

de 254.

Pode então concluir-se que a fase de construção é a que gera maiores impactes e a fase

de exploração a causadora do menor número de impactes. De um modo geral, os

impactes mais significativos são também os que apresentam uma maior relevância.

5.3. Impactes directos e indirectos

Pretende evidenciar-se para cada uma das fases (construção, exploração e desactivação)

as relações directas e indirectas entre os diferentes impactes e as várias acções inerentes

às respectivas fases para que no final se tenha uma dimensão da acção cumulativa de

cada impacte.

Fase de construção:

Os impactes directos que derivam das principais actividades inerentes a esta fase

(implementação de um aterro), são a impermeabilização e compactação do solo, onde


Avaliação de Impacte Ambiental 41
Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

para além destes há que considerar a alteração das propriedades químicas do solo e a

alteração das condições que promovem o crescimento da vegetação.

Os impactes indirectos associados aos anteriormente referidos, são a perda do coberto

vegetal e consequente aumento dos processos de erosão e modificação das propriedades

do solo devido aos movimentos de terras.

Fase de exploração:

Os impactes directos observados nesta fase, prendem-se essencialmente com a

escorrência superficial e compactação do solo.

Em relação aos impactes indirectos estes dizem respeito à modificação das propriedades

físico-químicas do solo e aumento dos processos de erosão devido à perda do coberto

vegetal.

Fase de desactivação:

Os impactes directos que se originam aquando das principais actividades inerentes à

desactivação resultam maioritariamente na alteração da compactação e

impermeabilização do solo e na modificação do padrão do solo existente, devido à

circulação de veículos pesados e demolições.

Avaliação de Impacte Ambiental 42


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

No que diz respeito aos impactes indirectos, estes reflectem-se essencialmente na

modificação das propriedades do solo relacionadas com a implementação de um aterro

na fase de construção.

5.4. Impactes cumulativos

A avaliação dos impactes cumulativos carece de uma vertente quantitativa e qualitativa,

no entanto, devido à falta de informação e por este processo ser inovador, não existindo

outros do mesmo cariz, esta análise irá ter apenas em atenção a análise qualitativa.

No quadro 9 está indicado o descritor ambiental em causa (uso e ocupação do solo) e os

impactes mais significativos que se prevêem para o projecto em causa.

Quadro 8 – Análise dos impactes negativos

Descritor em Principais impactes Projectos ou Acções com Análise dos Impactes

análise do projecto Impactes no Descritor Cumulativos

- Destruição dos
- Processos de
ORDENAMENTO DO

solos pertencentes à
USO DO SOLO E

sedimentação e erosão
TERRITÓRIO

RAN e à REN e sua - Expansão da rede viária;


durante a fase de
consequente construção;

desafectação;

Avaliação de Impacte Ambiental 43


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

Quadro 8 – Análise dos impactes negativos (continuação)


Descritor em Principais impactes Projectos ou Acções com Análise dos Impactes

análise do projecto Impactes no Descritor Cumulativos

- Alteração da actual - Compactação do


ORDENAMENTO DO

- Surgimento de novas
USO DO SOLO E

ocupação agrícola, solo;


TERRITÓRIO

áreas industriais
com substituição de
associadas à melhoria das - Consequente
grande parte das alteração da
acessibilidades.
árvores existentes. composição do solo.

5.5. Análise das alternativas

O projecto em estudo não contempla qualquer alternativa, ou seja, apenas se identifica

como alternativa a não realização do mesmo, isto é, a alternativa zero.

Ao nível deste descritor, irão verificar-se alguns impactes negativos significativos

essencialmente ao nível da destruição de terrenos pertencentes à RAN.

No entanto, de um modo geral, este projecto irá contribuir com grandes benefícios a

outros níveis podendo estes, se aplicado um sistema de gestão ambiental e as devidas

medidas de mitigação, superar os potenciais impactes negativos que possam ocorrer.

6. MEDIDAS DE MITIGAÇÃO

Avaliação de Impacte Ambiental 44


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

É essencial um acompanhamento ambiental rigoroso, de forma a garantir a

implementação de medidas de minimização e de valorização dos impactes ambientais

que visam reduzir e/ou valorizar a sua magnitude e intensidade, promovendo assim a

compatibilização da construção e exploração do projecto em estudo com o ambiente

(MENDES et al, 2002).

Em termos de ocupação do solo, é difícil quantificar medidas de mitigação, no entanto,

é importante referir medidas referentes à qualidade do solo, pois em alguns casos a

qualidade do solo e a sua ocupação estão correlacionadas.

Fase de projecto:

O traçado dos caminhos a construir deverá ser sujeito à aprovação das entidades

competentes na matéria, contemplando os seguintes aspectos (MENDES et al, 2002):

Sempre que possível, a decisão, ainda em fase de projecto, de utilização de caminhos já

existentes na área afectada pela Central Solar Térmica, e do traçado dos caminhos

complementares deve acompanhar o máximo possível as curvas de nível, de modo a que

a movimentação de terras para a execução das respectivas obras seja reduzida ao

mínimo, contribuindo significativamente para minorar o impacte sobre os solos

(MENDES et al, 2002).

Fase de construção:

Avaliação de Impacte Ambiental 45


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

Nesta fase, a deposição dos materiais resultantes da construção deverá ser efectuada de

forma controlada, de modo a evitar a contaminação do solo. Assim deve proceder-se à

programação das obras para que a fase de limpeza e movimentação geral de terras para

a execução das mesmas, onde se verificam acções que envolvem a exposição do solo a

nu (desmatação, limpeza de resíduos e decapagem de terra vegetal), ocorra

preferencialmente no período seco (MENDES et al, 2002).

Limitar às áreas estritamente necessárias para determinado tipo de acções, tais como,

destruição de coberto vegetal, movimentação de terras, circulação e parqueamento de

máquinas e veículos, através do balizamento das zonas sujeitas a este tipo de

intervenções (MENDES et al, 2002).

Após a desocupação da maquinaria pesada e outros objectos associados, deverá ser

promovida a reposição destas zonas ao estado anterior, por intermédio de medidas de

descompactação e arejamento dos solos e/ou cobertura com terra arável.

Nas áreas de terreno cujo coberto vegetal seja inexistente ou seja destruído pelas

operações de construção, dever-se-á, após as acções de modelação, proceder à

reflorestação, permitindo igualmente o estabelecimento da vegetação com carácter

permanente.

Após a conclusão dos trabalhos de movimentação de terras, os solos das áreas afectas à

circulação de veículos e maquinarias devem ser limpos e efectuada uma gradagem, de

forma a recuperarem mais rapidamente as suas características naturais.


Avaliação de Impacte Ambiental 46
Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

A manutenção da maquinaria deve ser conduzida com os cuidados necessários, no

sentido de evitar eventuais derrames (óleos) susceptíveis de provocarem a contaminação

dos solos. Nesse sentido, recomenda-se que essas operações decorram numa área

especificamente concebida para esse efeito, e preparada (impermeabilizada e limitada)

para poder reter eventuais derrames.

Dever-se-á ter especial atenção à construção das infra-estruturas localizadas no

perímetro da área de infiltração máxima (REN).

Garantia de uma fiscalização eficiente durante a fase de movimentação de terras,

nomeadamente para a execução de caminhos, fundações, no sentido de serem cumpridas

com rigor as especificações impostas no projecto (MENDES et al, 2002).

Fase de exploração:

Durante a fase de exploração do projecto não existem medidas de mitigação, no entanto

é importante indicar algumas medidas, que apesar de não serem directamente referentes

ao descritor ocupação e uso do solo, se integram no mesmo. Como é o caso da

qualidade do solo:

As zonas em que se verifique instabilidade das características dos solos, quer por

processos físicos (e. g. erosão), quer por produtos químicos (e. g. pesticidas) ou por

Avaliação de Impacte Ambiental 47


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

acção humana, devem ser objecto de uma intervenção rápida e adequada, tendente ao

restabelecimento do seu equilíbrio.

Fase de desactivação:

Remoção integral dos diversos tipos de infra-estruturas instalados e recuperação

paisagística das zonas afectadas.

É ainda aconselhável o cultivo de espécies adaptadas ao tipo de solos e clima de forma a

evitar a exposição dos solos aos agentes erosivos.

7. MONITORIZAÇÃO E MEDIDAS DE GESTÃO AMBIENTAL DOS

IMPACTES RESULTANTES DO PROJECTO

De acordo com o Decreto-Lei n.º 197/2005, artigo 2º, o EIA deve incluir um programa

de monitorização do ambiente, que se define por ser “um processo de observação e

recolha sistemática de dados sobre o estado do ambiente ou sobre os efeitos ambientais

de determinado projecto e descrição periódica desses efeitos por meio de relatórios da

responsabilidade do proponente, com o objectivo de permitir a avaliação da eficácia das

medidas previstas no procedimento de AIA para evitar, minimizar ou compensar os

impactes ambientais significativos decorrentes da execução do respectivo projecto”.

De acordo com o desempenho ambiental do projecto, poderão ainda implementar-se

várias medidas nomeadamente, a rectificação e situações de não conformidade com

Avaliação de Impacte Ambiental 48


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

acções de prevenção e medidas de mitigação previstas no EIA ou a correcção e

aperfeiçoamento das medidas previstas no EIA.

O Plano Geral de Monitorização incluirá um Programa de Acompanhamento Ambiental

da Obra (PAAO), compreendendo Tarefas Gerais.

7.1. Programa de Acompanhamento Ambiental da Obra (PAAO)

Este programa visa que sejam cumpridas as medidas minimizadoras e as recomendações

relativas à implementação do projecto, nomeadamente no que respeita ao âmbito de

intervenção da obra, movimento de terras, destruição do coberto vegetal e compactação

do solo. O programa engloba as Tarefas Gerais e inclui as actividades anteriores à fase

de construção e as actividades periódicas relativas à mesma fase.

7.1.1. Tarefas gerais

O conjunto das acções a verificar ao longo das várias etapas pelas quais tem de passar o

planeamento e execução dos trabalhos relativos à Central, apresentam-se nos quadros

seguintes.

Avaliação de Impacte Ambiental 49


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

Quadro 9 – PAAO/Tarefas Gerais - Actividades anteriores à fase de construção.


Âmbito de Aplicação:
Acção a verificar
Observações
Introdução das medidas de mitigação
definidas no EIA e posteriormente
Elaboração do Projecto de Execução e do
sancionadas na DIA nas etapas de
RECAPE
desenvolvimento do projecto posteriores ao
Estudo Prévio.
Introdução das medidas de mitigação
definidas no EIA e posteriormente
sancionadas na DIA nos documentos dos Elaboração de processos de Concurso e
processos de concurso que servirão de base do RECAPE
à adjudicação dos trabalhos necessários à
construção do empreendimento.
Sensibilização dos trabalhadores e Realização de uma acção de
encarregados para os procedimentos sensibilização após a adjudicação dos
ambientais apropriados e para as trabalhos, destacando as diversas medidas
consequências do desrespeito das medidas definidas nos documentos do processo de
de mitigação estabelecidas. concurso.

Quadro 10 – PAAO/Tarefas Gerais – Actividades periódicas relativas à fase de construção.


Âmbito de Aplicação:
Acção a verificar Periodicidade
Observações
Integridade da vegetação natural nas zonas que
Globalidade da área de
não sejam directamente necessárias para execução Quinzenal
intervenção directa.
da obra.
Recuperação do coberto vegetal destruído pelas Globalidade da área de
Mensal
operações de construção. intervenção directa.
Envio do escombro resultante das escavações,
Globalidade da área de
sem possibilidades de reutilização, para local Quinzenal
intervenção directa.
destinado ao seu depósito.

Avaliação de Impacte Ambiental 50


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

Quadro 10 – PAAO/Tarefas Gerais – Actividades periódicas relativas à fase de construção


(Continuação).
Âmbito de Aplicação:
Acção a verificar Periodicidade
Observações
Verificação do bom estado de conservação das
vedações que delimitam a área de intervenção Globalidade da área de
Quinzenal
directa da obra e de outras delimitações das zonas intervenção directa.
de estaleiro.
Garantir que a manutenção da maquinaria seja
Globalidade da área de
realizada na zona previamente impermeabilizada Quinzenal
intervenção directa.
e limitada.
Integridade do perímetro da área infiltração Globalidade da área de
Quinzenal
máxima (REN). intervenção directa.

8. LACUNAS TÉCNICAS OU DE CONHECIMENTO

É de salientar que existiram algumas dificuldades técnicas, nomeadamente no que diz

respeito à disponibilidade de informação relativa a trabalhos de campo na área em

estudo.

Estes factores, aliados ao escasso tempo para o estudo, obrigaram ao uso de extensa

bibliografia como base de trabalho, e ainda à extrapolação de dados de áreas próximas

da de estudo, ou com características semelhantes, de forma a se proceder a uma melhor

compreensão e caracterização dos mecanismos envolvidos no actual funcionamento do

ambiente existente e de uma forma análoga melhor prever e avaliar os impactes

derivados da implementação deste projecto.

Avaliação de Impacte Ambiental 51


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

Assim, e tendo em conta que existe um grau de erro associado a qualquer estudo deste

género, convém que este seja analisado à luz das condicionantes que sobre ele actuaram,

bem como das condições existentes na área de estudo à data da sua realização.

9. CONCLUSÃO

O presente Estudo de Impacte Ambiental (EIA), pretende identificar e avaliar as

questões ambientais mais importantes, positivas e negativas, que advêm da implantação

da Central Solar Térmica de Tavira. O projecto da central a implementar localizar-se-á

no Concelho de Tavira, na freguesia de Santa Maria.

O objectivo do presente projecto é a exploração comercial de uma central solar térmica,

com um sistema inovador de produção de energia eléctrica, conseguindo o aproveito da

energia solar. Este sistema possibilita assim a economia de outras fontes de energia,

fomentando a utilização de tecnologias energéticas avançadas. Identificaram-se ainda

vantagens nas vertentes sócio-económicas e da qualidade do ambiente, pela criação

directa e indirecta de novas fontes de rendimento, particularmente a nível local e, por

outros benefícios entre os quais a viabilidade técnico-económica do próprio projecto.

No entanto, apesar da benignidade desta forma de produção de energia sob o ponto de

vista ambiental, existe a consciência de que a instalação deste tipo de sistema, como

qualquer intervenção humana sobre o meio ambiente, apresenta aspectos positivos e

negativos que importam identificar, avaliar e potenciar ou evitar e minimizar, conforme

o seu carácter.

Avaliação de Impacte Ambiental 52


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

Neste sentido, os efeitos potenciais resultantes da implementação do projecto da Central

Solar Térmica foram identificados e avaliados para o descritor referente ao Uso e

Ocupação do Solo, considerado para as fases de construção, exploração e desactivação.

Assim, depois de identificadas as principais actividades durante as fases de construção,

exploração e desactivação do projecto em estudo, avaliaram-se as principais acções que

lhe estão associadas e identificaram-se os impactes ambientais inerentes a cada uma

destas acções.

Através da utilização das matrizes baseadas na matriz de Leopold et al para a avaliação

dos impactes, identificaram-se os impactes mais significativos e relevantes, assim como

actividades e acções que induzem os potenciais impactes e, concluiu-se que os impactes

associados ao Uso e Ocupação do Solo são na sua totalidade negativos.

Na fase de construção as principais actividades/ acções que causam maiores impactes

são a desmatação e a implementação do aterro, sendo os impactes mais importantes a

alteração da topografia existente e a compactação do solo. Por outro lado, na fase de

exploração observa-se que os maiores impactes estão relacionados com os conflitos com

servidões e zonas imperativas (RAN e REN). A actividade/ acção que causa maior

impacte nesta fase é a ocupação do espaço. Por fim, na fase de desactivação o principal

impacte observado é a compactação do solo, consequente, essencialmente das

actividades de modelação do terreno e terraplanagem/ movimento de terras.

Avaliação de Impacte Ambiental 53


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

Foram propostas medidas que visam minimizar os impactes negativos, sendo a

aplicação efectiva destas medidas de minimização e de valorização essencial para

atenuar, ou até mesmo anular os impactes.

A implementação e operacionalidade do programa de monitorização, irá proporcionar

uma avaliação do estado do ambiente que funcionará como base de apoio para a tomada

de decisões minimizadoras dos impactes

10. BIBLIOGRAFIA

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Impacte Ambiental do Parque de Campismo Ria Formosa Cabanas – Tavira.

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Avaliação de Impacte Ambiental 54


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

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GOMES, C. J. P. & FERREIRA, R. J. P. P. (2005). Flora e Vegetação do Barrocal

Algarvio (Tavira-Portimão). Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional

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Março de 2007.

IGP – Instituto Geográfico Português [Web Page] «(www.igeo.pt)» Acedida em Março

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INAG – Instituto Nacional da Água [Web Page] «(www.inag.pt)» Acedida em Março

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INE – Instituto Nacional de Estatística - [Web Page] «(www.ine.pt)». Acedida em

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MENDES, L., MARTA, C., PEDREIRA, M.J. (2002). A Energia Eólica e o Ambiente –
Guia de Orientação para a Avaliação Ambiental, Instituto do Ambiente

NEMUS – Gestão e Requalificação Ambiental, Lda (2001). Estudo de Impacte

Ambiental da Área Industrial de Santa Margarida – Tavira: Relatório Final.

NEMUS – Gestão e Requalificação Ambiental, Lda (2001). Estudo de Impacte

Ambiental da Área Industrial de Santa Margarida – Tavira: Resumo Não Técnico.

PARTIDARIO, M. R. & JESUS, J., (2003). Fundamentos de Avaliação de Impacte

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PARTIDARIO, M.R. & PINHO, P. (2000). Guia de apoio ao novo regime de Avaliação

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PDM Tavira – Plano Director Municipal do Concelho de Tavira (1997). Aprovado em

29 de Novembro de 1996, na Resolução do Conselho de Ministros n.º 97/97.

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PROTAL – Plano Regional de Ordenamento do Território do Algarve (2002).

Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional,

Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve: Relatório

Avaliação de Impacte Ambiental 56


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

Preliminar de Caracterização e Diagnóstico, Volume II, Caracterização e Diagnóstico,

Parte I.

RAMOS, T. B.; CAEIRO, S.; MELO, J. J.; (2004). Monitoring EIA – Environmental

Indicator frameworks to design and assess environmental monitoring programs. Impact

Assessment and Project Appraisal , volume 22, number 1, March 2004, pages 47-62,

Beech Tree Publishing, 10 Watford Close, Guildford, Surrey GU1 2EP, UK.

Avaliação de Impacte Ambiental 57


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

Anexo I

Avaliação de Impacte Ambiental 58


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

Anexo II

Avaliação de Impacte Ambiental 59


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

Anexo II-A
Localização
Avaliação de Impacte Ambiental 60
Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

Anexo II-B
Carta de Uso dos
solos
Avaliação de Impacte Ambiental 61
Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

Anexo II-C
Carta de Capacidade
de Uso dos Solos
Avaliação de Impacte Ambiental 62
Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

Anexo III
Avaliação de Impacte Ambiental 63
Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

Avaliação de Impacte Ambiental 64


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

Quadro 1: Matriz representativa da significância dos impactes vs actividades.


Fase de
Fase de construção Fase de desactivação
exploração

Construção de edifícios e infraestruturas de apoio


Pavimentações/recobrimento da superfície

Terraplanagem/movimento de terras
Construção de caminhos e vedações

Remoção do pavimento e tubagens


Circulação de veículos

Circulação de veículos

Circulação de veículos

Modelação do terreno
Ocupação do espaço
Desmatação

Desmatação

Demolições
Incidência
Natureza

Total

Total

Total
Aterro
Descritor Impactes potenciais vs actividade

Redução de espécies - I 8 8 5 6 5 5 37 3 7 5 15 5 7 8 7 6 33
Alteração do uso do solo - I 8 8 7 8 6 7 44 4 6 8 18 7 6 8 8 7 36
Impermeabilização do solo - D 8 8 6 8 7 8 45 3 8 6 17 6 8 8 8 7 37
Solos e ordenamento Compactação do solo - D 6 9 8 9 8 8 48 3 6 9 18 7 9 6 9 8 39
Alteração da topografia - I 8 9 7 8 7 8 47 4 8 6 18 7 9 7 8 9 40
Erosão dos solos - I 9 8 6 8 7 7 45 3 9 6 18 6 8 7 6 8 35
Conflitos com servidões e zonas imperativas - I 9 8 4 8 8 8 45 3 9 8 20 4 8 8 6 8 34
Total 56 58 43 55 48 51 309 23 53 48 124 42 55 52 52 53 254

Avaliação de Impacte Ambiental 65


Estudo de Impacte Ambiental
Central Solar Térmica de Tavira

Quadro 2: Matriz representativa da relevância dos impactes vs actividades.


Fase de
Fase de construção Fase de desactivação
exploração

Construção de edifícios e infraestruturas de apoio


Pavimentações/recobrimento da superfície

Terraplanagem/movimento de terras
Construção de caminhos e vedações

Remoção do pavimento e tubagens


Circulação de veículos

Circulação de veículos

Circulação de veículos

Modelação do terreno
Ocupação do espaço
Desmatação

Desmatação

Demolições
Incidência
Natureza

Total

Total

Total
Aterro
Descritor Impactes potenciais vs actividade

Redução de espécies - I 24 16 5 12 10 10 77 3 21 10 34 5 14 16 14 18 67
Alteração do uso do solo - I 24 24 14 24 18 21 125 4 18 24 46 14 18 24 24 21 101
Impermeabilização do solo - D 24 24 6 24 21 24 123 3 24 18 45 6 24 24 24 21 99
Solos e ordenamento Compactação do solo - D 12 27 21 27 21 24 132 6 12 27 45 21 27 18 27 24 117
Alteração da topografia - I 24 27 14 24 21 24 134 4 24 12 40 14 27 14 24 27 106
Erosão dos solos - I 27 24 6 24 21 21 123 3 27 12 42 6 24 14 12 24 80
Conflitos com servidões e zonas imperativas - I 27 24 4 24 24 24 127 3 27 24 54 4 24 24 18 24 94
Total 162 166 70 159 136 148 841 26 153 127 306 70 158134143159 664

Avaliação de Impacte Ambiental 66


Estudo de Impacte Ambiental

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