Apostasia e As Testemunhas de Jeová
Apostasia e As Testemunhas de Jeová
Apostasia e As Testemunhas de Jeová
"Apóstata" é um termo muito usado pelas Testemunhas de Jeová para designar ex-membros
que questionam as suas doutrinas. Por vezes a literatura das Testemunhas de Jeová usa o
termo "apóstata" num sentido mais abrangente, como por exemplo na expressão "a
cristandade apóstata". O livro das Testemunhas de Jeová intitulado Estudo Perspicaz das
Escrituras, vol. 1 (1990), p. 158 diz:
1) "defecção religiosa". Se defecção religiosa (abandono de uma religião que a pessoa tinha
antes) é apostasia, então a esmagadora maioria das Testemunhas de Jeová são apóstatas (e
por conseguinte não estão em posição de usar a palavra "apóstata" como termo depreciativo
contra outras pessoas), pois antes de se converterem às Testemunhas de Jeová pertenciam à
Igreja Católica e a outras religiões. As únicas Testemunhas de Jeová que poderiam dizer que
não incorreram em "defecção religiosa" são aquelas que nunca pertenceram a outra religião
além das Testemunhas de Jeová, mas mesmo estas não estão a salvo da classificação como
apóstatas, conforme vamos ver a seguir no ponto 3.
4) "uma deserção total de princípios ou da fé". Isto não se aplica a todos os ex-membros que
questionam as Testemunhas de Jeová, pois muitos continuam a ter princípios e fé. As
Testemunhas de Jeová chamam "apóstatas" mesmo a estes.
O livro Estudo Perspicaz das Escrituras continua (na mesma página citada acima):
«Que características distinguem os apóstatas dos verdadeiros cristãos? Uma
apostasia entre os professos cristãos foi predita pelo apóstolo Paulo em 2
Tessalonicenses 2:3. Ele mencionou especificamente certos apóstatas, tais como
Himeneu, Alexandre e Fileto. (1Ti 1:19, 20; 2Ti 2:16-19)»
2 Timóteo 2:18 diz que Himeneu e Fileto diziam que a ressurreição já tinha ocorrido. As
Testemunhas de Jeová cometeram várias vezes essa apostasia de dizer que a ressurreição
para o céu já ocorreu, chegaram ao extremo de indicar anos específicos em que a
ressurreição alegadamente tinha ocorrido, e alguns anos depois mudaram o ensino e
passaram a dizer que a ressurreição afinal ocorreu noutro ano. Em 1877 Charles Taze Russell
dizia que a ressurreição invisível dos santos tinha começado em 1875:
Depois ele deitou para o caixote do lixo essa afirmação sobre a ressurreição em 1875 (afinal
era uma falsidade? Era uma apostasia como a de Himeneu e Fileto?) e inventou uma nova
data para a ressurreição: 1878. No volume 3 de Estudos das Escrituras ele escreveu:
Algum tempo depois disso, as Testemunhas de Jeová deitaram para o caixote do lixo a data
1878, como antes tinham deitado para o caixote do lixo a data 1875, e inventaram uma nova
data (já é a terceira!) para a ressurreição: 1918. Na Sentinela de 15 de Outubro de 1988, p.
12, § 13 lemos a nova data:
«Em harmonia com isso, e de acordo com toda a evidência, os dos ungidos que
haviam falecido fiéis passaram a ser ressuscitados para o seu lugar prometido
no santuário celestial a partir de 1918.»
«e tentar "ser declarados justos por meio de lei". (Gál 5:2-4) Os apóstatas, embora
ainda professem ter fé na Palavra de Deus, talvez abandonem o serviço dele por
tratar com descaso a obra de pregação e de ensino que ele designou aos
seguidores de Jesus Cristo. (Lu 6:46; Mt 24:14; 28:19, 20)»
Antes de chamar "apóstatas" às ex-Testemunhas de Jeová que não vão de porta em porta
vender as interpretações delirantes dos dirigentes das Testemunhas de Jeová e pedir dinheiro
para a organização, convém notar que:
1) Se lermos os textos aí mencionados (Lu 6:46; Mt 24:14; 28:19, 20), verificaremos que não
falam de apostasia. Esses textos não dizem em lado nenhum que os apóstatas tratam com
descaso a obra de pregação. Portanto os líderes das Testemunhas de Jeová que escreveram
isso estão a deturpar a Bíblia para imputarem motivações suspeitas aos que recusam
participar na conversão de mais adeptos e peditório de dinheiro para a organização.
2) O método de ir de porta em porta não tem apoio nos textos que as Testemunhas de Jeová
usam. As Testemunhas de Jeová estão a deturpar deliberadamente os textos. Explicação
detalhada: De Casa em Casa e de Porta em Porta -- O Mesmo?
3) A mensagem que as Testemunhas de Jeová pregam não é o ensino que Jesus ordenou, é
antes um 'novo evangelho' que anuncia que o reino de Deus começou em 1914 e que
devemos obedecer e acreditar em tudo o que os líderes das Testemunhas de Jeová dizem.
Para uma análise do 'novo evangelho' que as Testemunhas de Jeová pregam, diferente do
evangelho de Jesus, veja.
Essa frase tem subjacente duas ideias: 1) que os líderes das Testemunhas de Jeová são os
"representantes" de Deus e 2) que não é possível servir a Deus e rejeitar os líderes das
Testemunhas de Jeová ou, dito de forma mais explícita: as únicas pessoas que servem a Deus
são as Testemunhas de Jeová. Basta estudar a história das Testemunhas de Jeová para ver
que estes fulanos arrogantes e convencidos que se querem fazer passar por "representantes"
de Deus são uma farsa. Os líderes das Testemunhas de Jeová auto-nomearam-se
"representantes" de Deus e agora chamam apóstatas a quem não lhes obedece!
Refutação do conceito de "organização visível": Será Que Deus Opera Mediante Uma
Organização?
Se isso é espancar, então as Testemunhas de Jeová também são apóstatas, porque depois
de saírem de outras religiões e se converterem às Testemunhas de Jeová, passaram a
"espancar" seus anteriores companheiros, criticando-os nas suas revistas e livros e de porta
em porta. Se criticar é "espancar", então Jesus e os primeiros cristãos também 'espancavam'
os seus opositores religiosos, os seus "anteriores companheiros" do judaísmo.
O que esse texto no Estudo Perspicaz revela é que os líderes das Testemunhas de Jeová
julgam-se acima das críticas. Eles acham que podem criticar vitriolicamente todas as religiões
(e até os que não têm religião), mas quando alguém os critica a eles, fingem que são vítimas
coitadinhas e inocentes e queixam-se, com ares indignados, que estão a ser "espancados"
por "apóstatas". Talvez as Testemunhas de Jeová precisem que lhes recordemos o que elas
próprias disseram na Despertai! de 8 de Setembro de 1997, p. 6: "Não é errado a pessoa
tentar refutar os ensinos e as práticas de um grupo religioso que ela julgue ser incorretos."
Isto não se aplica à generalidade das ex-Testemunhas de Jeová. Aplica-se sim, e com
exactidão, aos líderes das Testemunhas de Jeová: eles querem fazer de outros seus
seguidores, querem que todas as pessoas obedeçam ao que eles dizem, pois acham-se os
"representantes" de Deus. Eles até se referiram aos Estudantes da Bíblia como "os
Seguidores do Pastor Russell" (Testemunhas de Jeová -- Proclamadores do Reino de Deus,
1993, p. 69). Portanto as Testemunhas de Jeová encaixam-se perfeitamente na descrição:
«Os apóstatas freqüentemente procuram fazer de outros seus seguidores». O Estudo
Perspicaz menciona Actos 20:30 que diz: "surgirão homens e falarão coisas deturpadas, para
atrair a si os discípulos". Isto também se aplica perfeitamente às Testemunhas de Jeová. A
história delas é uma sucessão interminável de "coisas deturpadas", muitas vezes envolvendo
falsas profecias e falsas expectativas, que tiveram o efeito de "atrair a si os discípulos".
«No entanto, houve também falsos profetas entre o povo, assim como haverá
falsos instrutores entre vós. Estes mesmos introduzirão quietamente seitas
destrutivas e repudiarão até mesmo o dono que os comprou, trazendo sobre si
mesmos uma destruição veloz.»
«É evidente que há uma distinção entre uma 'queda' devido a uma fraqueza e o
'desvio' que constitui apostasia. Esse último subentende um afastamento definitivo
e deliberado da vereda da justiça. (1Jo 3:4-8; 5:16, 17) Seja qual for a base
aparente, quer intelectual, quer moral, quer espiritual, constitui uma rebelião contra
Deus e uma rejeição de sua Palavra da verdade. -- 2Te 2:3, 4»
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