9º Ano Língua Portuguesa
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ISBN: 978-85-7797-710-9
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e
Lei no 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.
Impresso no Brasil
Apresentação
Inúmeros estudos no campo da Linguística e a sociedade nos últimos anos desse período,
da Linguística Aplicada — além da própria rea- impulsionadas sobretudo pela globalização, e
lidade, avaliada oficialmente pelo Saeb e pelo a impressionante capacidade de multiplicação
Enem, entre outros instrumentos — têm impos- do conhecimento decorrente das novas tecnolo-
to um grande desafio aos professores e pes- gias da informação e da comunicação geraram
quisadores da área da educação linguística: re- a necessidade de novos parâmetros para a for-
pensar o ensino voltado para a metalinguagem mação dos cidadãos2.
gramatical1, que, devido a vários fatores, não se Assim, consensualmente o objetivo maior está
mostra mais suficiente para atender às inúme- definido já faz algum tempo: desenvolver a com-
ras demandas comunicativas que envolvem os petência linguística do aluno de forma a ampliar
aprendizes neste grande ambiente multimodal sua habilidade comunicativa e facilitar seu trân-
em que estão inseridos: a sociedade densa- sito entre as mais diferentes situações de uso
mente semiotizada em que vivemos (BRASIL, efetivo da língua. Em outras palavras, é nossa
2000). Como bem lembram Dionísio e Vascon- missão, enquanto agentes de socialização, pro-
celos (2013, p. 19), “nossa história de indivíduos mover o letramento dos nossos alunos, levá-los
letrados começa com nossa imersão no univer- a compreender como essa competência funciona
so em que o sistema linguístico é apenas um e como podem fazer para que funcione melhor.
dos modos de constituição dos textos que ma- Entre os imperativos dessa “nova realidade”
terializam nossas ações sociais”. está a indispensável necessidade de trabalhar a
Segundo Rojo (2009, p. 87), entre os anos leitura e a escrita com ênfase na multiplicidade
1970 e 1990, com a chamada virada pragmá- de gêneros textuais. Mas não só isso. É funda-
tica, “propostas, programas e materiais didáti- mental abrir espaço nas nossas aulas para ativi-
cos passaram a se pronunciar decisivamente dades de reflexão sobre a língua e a linguagem,
em favor da presença do texto, e mais, de uma que visam não à metalinguagem técnica, mas à
diversidade de textos, em especial das mídias concepção de que um ensino eficaz se proces-
de grande circulação, em sala de aula”. Assim, sa por meio do percurso
os currículos de Língua Portuguesa se descen-
tralizaram dos conteúdos gramaticais e passa- uso reflexão uso
ram a se caracterizar como centrados em pro-
cedimentos — eixos procedimentais de leitura Ou seja: esse trânsito não é possível se não
e de produção de textos (ROJO, 2009). Desse for feito a partir dos textos. Como não existe tex-
modo, nas últimas décadas do século passado to sem gramática, o grande desafio é conseguir
começaram a se configurar os atuais paradig- unir toda essa teoria, as gramáticas e as boas
mas para o ensino da língua materna. As trans- intenções e transformar tudo em prática — cla-
formações sociopolíticas pelas quais passou ra, interessante e eficiente.
1 Não identificamos essa prática com o ensino tradicional. Percebemos a tradição como um conjunto de práticas pedagógicas cristalizadas ao longo
dos anos, o que não implica, portanto, um posicionamento pejorativo. Como bem lembra Mendonça (2009: 201), “aspectos dessa tradição podem ser
hoje questionados com o devido distanciamento, que nos possibilita um olhar menos envolvido e mais objetivo, mas isso não significa desprezar todo
o trabalho feito em determinados momentos da nossa educação. Por exemplo, na escola tradicional, também há práticas de letramento significativas,
algumas das quais deveriam ser resgatadas, mesmo com outra roupagem. É o caso da recitação de poemas, dos saraus na escola, em que os alunos
eram solicitados a conhecer textos poéticos, memorizá-los e declamá-los, para uma audiência de colegas, professores e pais. Era, enfim, um evento
de letramento significativo dentro da vida escolar”.
2 Cf. Brasil (2000) e Rojo (2009).
III
Lécio Cordeiro
[email protected]
IVIV
O que
ensinar?
No que se refere ao ensino de língua, um cuschi (2008), isso seria substituir uma metodo-
questionamento é inevitável: por que ensinar o logia inadequada por outra. Na verdade, essa
português aos brasileiros, que o têm como lín- sistematização envolverá uma série de estraté-
gua materna? É aparentemente uma contradi- gias que, por meio da epilinguagem, levarão os
ção: há utilidade em ensinar o que o aluno já alunos a perceber que a língua é perpassada
sabe? Se aprofundarmos ainda mais esta ques- por uma infinidade de saberes, crenças, práti-
tão, podemos nos fazer outra pergunta, conse- cas, papéis sociais, intenções, relações de po-
quência natural da primeira: então, quando se der, etc. Esse conhecimento lhes mostrará que
ensina língua, o que se ensina de fato? a língua não é neutra, e essa consciência permi-
Ora, todos os falantes refletem em algum mo- tirá que, de posse dos recursos que ela mesma
mento sobre a língua que falam. O que ensinar? lhes oferece, eles possam alcançar efeitos de
Em várias ocasiões ela é alvo de avaliações posi- sentido muito mais amplos.
tivas, negativas, estéticas, críticas. É essa a base É claro que muito disso eles já sabem. Não
da atividade epilinguística. Cabe a nós, como é na escola, por exemplo, que eles aprendem
agentes de letramento e socialização, ajudar os que devem se dirigir a determinadas pessoas
alunos a sistematizar essas avaliações para que por meio de senhor, senhora, e que com outras
ampliem a sua competência comunicativa. podem usar você. Mas há uma infinidade de co-
Na prática, isso não quer dizer que as aulas nhecimento que lhes é revelado apenas no am-
de análise sintática devem ser substituídas por biente escolar. Ou seja, devemos levá-los não
aulas de linguística, análise do discurso, filoso- a aprender a língua, mas a ampliar sua compe-
fia da linguagem, etc. Como bem lembra Mar- tência comunicativa.
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1 O mito de Sísifo narra a trajetória de um homem ardiloso que, tendo enganado a morte e meia dúzia de deuses, foi condenado a rolar uma rocha
imensa até o cume de uma escarpada montanha. Mas sempre que chegava ao alto, a pedra despencava, e ele era obrigado a recomeçar a estafante
e ininterrupta tarefa.
2 “O funcionamento da linguagem está tão distante de nossa consciência quanto os fundamentos lógicos da postura de ovos para as moscas”
(Pinker, 2004:13).
VIVI
Leitura, produção e
análise linguística
A proposta de língua que norteia a coleção dão. Feito isso, passamos a gramática tradicio-
deixa clara nossa visão acerca da leitura, da pro- nal em revista e procuramos ao máximo fazer
dução de textos e do trabalho com a gramática. uma abordagem teórico-prática que consideras-
Dessa forma, esses três pilares são trabalhados se as demandas comunicativas da nossa so-
de maneira interligada. Há uma influência recí- ciedade e, sobretudo, observasse nuanças im-
proca entre eles: um repercute no outro e todos portantes do português brasileiro que até então
são importantes para a produção de sentido. têm sido veementemente ignoradas pelos livros
Tendo isso em vista, procedemos a uma aná- didáticos. Como dissemos, é uma continuação,
lise bastante criteriosa de textos: literários e revista e ampliada, do estudo iniciado em Con-
não literários, verbais e não verbais, etc. Nosso textualizando a gramática. O professor que tra-
critério sempre se pautou na escolha de textos balhou com este livro encontrará aqui bastantes
cuja leitura e análise despertasse o interesse do subsídios para renovar sua prática de ensino de
aluno e, concomitantemente, contribuísse efe- língua portuguesa.
tivamente para a sua formação enquanto cida-
VII
VIII
VIII
A produção textual
e a leitura
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Em substituição às denominadas “aulas de junto destes), desde a observação analítica de
redação”, o professor de Língua Portuguesa um acontecimento ou leitura atenta de um artigo
atualmente lida com o desafio de trabalhar a lei- científico ou cartum, por exemplo, até a seleção
tura e a escrita sob um termo mais maduro e das palavras e da organização estrutural que ca-
abrangente: “produção textual”. Maduro porque racterizarão o produto final.
implica as diversas etapas da construção do De acordo Bortone e Braga Martins (2008),
conhecimento envolvidas na confecção de um saber escrever é hoje, mais do que nunca, uma
texto; abrangente porque não mais se restringe necessidade de sobrevivência em sociedades
à composição escrita metódica baseada em es- como a nossa, em que tudo, ou quase tudo,
quemas limitados. é intermedia do pela escrita. A escola, infeliz
Nesse caso, os conceitos de texto também mente, costuma ensinar a produção textual de
têm recebido, na escola, significados plurais e forma inadequada, e isso, em vez de contribuir
mais firmados nas práticas cotidianas, quando para que o sujeito adquira proficiência na es
se aplicam aos textos verbais e não verbais e crita, ajuda a promover bloqueios e temores em
ao serem levados para a sala de aula exemplos relação a essa prática. O sistema escolar, ao
reais de gêneros e tipos textuais. Essa nova avaliar a redação do aluno, preocupa-se em ver
prática pedagógica com certeza representa um somente os erros gramaticais, como ortografia,
avanço na educação de alunos críticos e ca acentuação e pontuação. Embora todos esses
pazes de bem lidar com os recursos disponíveis elementos gramaticais possam incidir sobre a
de sua língua, para proveito próprio e da socie- coerência e coesão textual, por si só não são
dade. elementos suficientes para organizar a tessitura
Sim, quando falamos em produção textual, do texto. Nessa perspectiva, a prática da escrita
nos referimos a todas as atividades necessárias escolar não observa a autoria do aluno, a cria-
para que se construa um enunciado (ou um con- tividade, a progressão temática, a função social
IX
XX
XI
XII
XII
XIII
XIV
XIV
Competências específicas
de língua portuguesa para
o ensino fundamental
1. Compreender a língua como fenômeno cultu- 6. Analisar informações, argumentos e opiniões
ral, histórico, social, variável, heterogêneo e manifestados em interações sociais e nos
sensível aos contextos de uso, reconhecen- meios de comunicação, posicionando-se
do-a como meio de construção de identida- ética e criticamente em relação a conteúdos
des de seus usuários e da comunidade a que discriminatórios que ferem direitos humanos
pertencem. e ambientais.
2. Apropriar-se da linguagem escrita, reconhe- 7. Reconhecer o texto como lugar de manifes-
cendo-a como forma de interação nos dife- tação e negociação de sentidos, valores e
rentes campos de atuação da vida social e ideologias.
utilizando-a para ampliar suas possibilidades 8. Selecionar textos e livros para leitura integral,
de participar da cultura letrada, de construir de acordo com objetivos, interesses e proje-
conhecimentos (inclusive escolares) e de se tos pessoais (estudo, formação pessoal, en-
envolver com maior autonomia e protagonis- tretenimento, pesquisa, trabalho etc.).
mo na vida social.
9. Envolver-se em práticas de leitura literária
3. Ler, escutar e produzir textos orais, escritos que possibilitem o desenvolvimento do senso
e multissemióticos que circulam em diferen- estético para fruição, valorizando a literatu-
tes campos de atuação e mídias, com com- ra e outras manifestações artístico-culturais
preensão, autonomia, fluência e criticidade, como formas de acesso às dimensões lúdi-
de modo a se expressar e partilhar informa- cas, de imaginário e encantamento, reconhe-
ções, experiências, ideias e sentimentos, e cendo o potencial transformador e humaniza-
continuar aprendendo. dor da experiência com a literatura.
4. Compreender o fenômeno da variação lin- 10. Mobilizar práticas da cultura digital, diferen-
guística, demonstrando atitude respeitosa tes linguagens, mídias e ferramentas digitais
diante de variedades linguísticas e rejeitando para expandir as formas de produzir sentidos
preconceitos linguísticos. (nos processos de compreensão e produ-
5. Empregar, nas interações sociais, a varieda- ção), aprender e refletir sobre o mundo e rea-
de e o estilo de linguagem adequados à si- lizar diferentes projetos autorais.
tuação comunicativa, ao(s) interlocutor(es) e
ao gênero do discurso/gênero textual.
XV
XVI
XVI
promover uma sensibilidade para com os fatos seus contextos de produção, o que contextualiza
que afetam drasticamente a vida de pessoas e e confere significado a seus preceitos. Trata-se
prever um trato ético com o debate de ideias. de promover uma consciência dos direitos, uma
Como já destacado, além dos gêneros jorna- valorização dos direitos humanos e a formação
lísticos, também são considerados nesse campo de uma ética da responsabilidade (o outro tem
os publicitários, estando previsto o tratamento direito a uma vida digna tanto quanto eu tenho).
de diferentes peças publicitárias, envolvidas em Ainda nesse campo, estão presentes gêne-
campanhas, para além do anúncio publicitário e ros reivindicatórios e propositivos e habilidades
a propaganda impressa, o que supõe habilidades ligadas a seu trato. A exploração de canais de
para lidar com a multissemiose dos textos e com participação, inclusive digitais, também é pre-
as várias mídias. Análise dos mecanismos e per- vista. Aqui também a discussão e o debate de
suasão ganham destaque, o que também pode ideias e propostas assume um lugar de desta-
ajudar a promover um consumo consciente. que. Assim, não se trata de promover o silen-
No campo de atuação da vida pública ga- ciamento de vozes dissonantes, mas antes de
nham destaque os gêneros legais e normativos explicitá-las, de convocá-las para o debate,
– abrindo-se espaço para aqueles que regulam analisá-las, confrontá-las, de forma a propiciar
a convivência em sociedade, como regimentos uma autonomia de pensamento, pautada pela
(da escola, da sala de aula) e estatutos e có- ética, como convém a Estados democráticos.
digos (Estatuto da Criança e do Adolescente e Nesse sentido, também são propostas análises
Código de Defesa do Consumidor, Código Na- linguísticas e semióticas de textos vinculados
cional de Trânsito etc.), até os de ordem mais a formas políticas não institucionalizadas, mo-
geral, como a Constituição e a Declaração dos vimentos de várias naturezas, coletivos, produ-
Direitos Humanos, sempre tomados a partir de ções artísticas, intervenções urbanas etc.
XVII
XVIII
XVIII
de firmar pactos de leitura. Para tanto, as habi- ser e estar no mundo e, pelo reconhecimento do
lidades, no que tange à formação literária, en- que é diverso, compreender a si mesmo e de-
volvem conhecimentos de gêneros narrativos senvolver uma atitude de respeito e valorização
e poéticos que podem ser desenvolvidos em do que é diferente.
função dessa apreciação e que dizem respeito, Outros gêneros, além daqueles cuja aborda-
no caso da narrativa literária, a seus elementos gem é sugerida na BNCC, podem e devem ser
(espaço, tempo, personagens); às escolhas incorporados aos currículos das escolas e, assim
que constituem o estilo nos textos, na configu- como já salientado, os gêneros podem ser con-
ração do tempo e do espaço e na construção templados em anos diferentes dos indicados.
dos personagens; aos diferentes modos de Também, como já mencionado, nos Anos Fi-
se contar uma história (em primeira ou tercei- nais do Ensino Fundamental, os conhecimen-
ra pessoa, por meio de um narrador persona- tos sobre a língua, sobre as demais semioses
gem, com pleno ou parcial domínio dos acon- e sobre a norma-padrão se articulam aos de-
tecimentos); à polifonia própria das narrativas, mais eixos em que se organizam os objetivos
que oferecem níveis de complexidade a serem de aprendizagem e desenvolvimento de Lín-
explorados em cada ano da escolaridade; ao gua Portuguesa. Dessa forma, as abordagens
fôlego dos textos. No caso da poesia, desta- linguística, metalinguística e reflexiva ocorrem
cam-se, inicialmente, os efeitos de sentido pro- sempre a favor da prática de linguagem que
duzidos por recursos de diferentes naturezas, está em evidência nos eixos de leitura, escrita
para depois se alcançar a dimensão imagética, ou oralidade.
constituída de processos metafóricos e meto- Os conhecimentos sobre a língua, as de-
nímicos muito presentes na linguagem poética. mais semioses e a norma-padrão não devem
Ressalta-se, ainda, a proposição de objeti- ser tomados como uma lista de conteúdos
vos de aprendizagem e desenvolvimento que dissociados das práticas de linguagem, mas
concorrem para a capacidade dos estudantes como propiciadores de reflexão a respeito do
de relacionarem textos, percebendo os efeitos funcionamento da língua no contexto dessas
de sentidos decorrentes da intertextualidade práticas. A seleção de habilidades na BNCC
temática e da polifonia resultante da inserção está relacionada com aqueles conhecimen-
– explícita ou não – de diferentes vozes nos tos fundamentais para que o estudante possa
textos. A relação entre textos e vozes se ex- apropriar-se do sistema linguístico que organi-
pressa, também, nas práticas de compartilha- za o português brasileiro.
mento que promovem a escuta e a produção Alguns desses objetivos, sobretudo aque-
de textos, de diferentes gêneros e em diferen- les que dizem respeito à norma, são transver-
tes mídias, que se prestam à expressão das sais a toda a base de Língua Portuguesa. O
preferências e das apreciações do que foi lido/ conhecimento da ortografia, da pontuação, da
ouvido/assistido. acentuação, por exemplo, deve estar presen-
Por fim, destaque-se a relevância desse cam- te ao longo de toda escolaridade, abordados
po para o exercício da empatia e do diálogo, conforme o ano da escolaridade. Assume-se,
tendo em vista a potência da arte e da literatura na BNCC de Língua Portuguesa, uma pers-
como expedientes que permitem o contato com pectiva de progressão de conhecimentos que
diversificados valores, comportamentos, cren- vai das regularidades às irregularidades e dos
ças, desejos e conflitos, o que contribui para usos mais frequentes e simples aos menos ha-
reconhecer e compreender modos distintos de bituais e mais complexos.
XIX
Efeitos de sentido
XX
XX
HABILIDADES
Vários são os gêneros possíveis de serem contemplados em atividades de leitura e produção de textos para além
dos já trabalhados nos anos iniciais do ensino fundamental (notícia, álbum noticioso, carta de leitor, entrevista
etc.): reportagem, reportagem multimidiática, fotorreportagem, foto-denúncia, artigo de opinião, editorial, resenha
crítica, crônica, comentário, debate, vlog noticioso, vlog cultural, meme, charge, charge digital, political remix,
anúncio publicitário, propaganda, jingle, spot, dentre outros. A referência geral é que, em cada ano, contemplem-
se gêneros que lidem com informação, opinião e apreciação, gêneros mais típicos dos letramentos da letra e do
impresso e gêneros multissemióticos e hipermidiáticos, próprios da cultura digital e das culturas juvenis.
Diversos também são os processos, ações e atividades que podem ser contemplados em atividades de uso e
reflexão: curar, seguir/ser seguido, curtir, comentar, compartilhar, remixar etc.
Ainda com relação a esse campo, trata-se também de compreender as formas de persuasão do discurso
publicitário, o apelo ao consumo, as diferenças entre vender um produto e “vender” uma ideia, entre anúncio
publicitário e propaganda.
(EF69LP01) Diferenciar liberdade de expressão de discursos de ódio, posicionando-se contrariamente a esse tipo
de discurso e vislumbrando possibilidades de denúncia quando for o caso.
(EF69LP02) Analisar e comparar peças publicitárias variadas (cartazes, folhetos, outdoor, anúncios e
propagandas em diferentes mídias, spots, jingle, vídeos etc.), de forma a perceber a articulação entre elas em
campanhas, as especificidades das várias semioses e mídias, a adequação dessas peças ao público-alvo, aos
objetivos do anunciante e/ou da campanha e à construção composicional e estilo dos gêneros em questão, como
forma de ampliar suas possibilidades de compreensão (e produção) de textos pertencentes a esses gêneros.
(EF69LP03) Identificar, em notícias, o fato central, suas principais circunstâncias e eventuais decorrências; em
reportagens e fotorreportagens o fato ou a temática retratada e a perspectiva de abordagem, em entrevistas os
principais temas/subtemas abordados, explicações dadas ou teses defendidas em relação a esses subtemas; em
tirinhas, memes, charge, a crítica, ironia ou humor presente.
(EF69LP04) Identificar e analisar os efeitos de sentido que fortalecem a persuasão nos textos publicitários,
relacionando as estratégias de persuasão e apelo ao consumo com os recursos linguístico-discursivos utilizados,
como imagens, tempo verbal, jogos de palavras, figuras de linguagem etc., com vistas a fomentar práticas de
consumo conscientes.
(EF69LP05) Inferir e justificar, em textos multissemióticos – tirinhas, charges, memes, gifs etc. –, o efeito de
humor, ironia e/ou crítica pelo uso ambíguo de palavras, expressões ou imagens ambíguas, de clichês, de
recursos iconográficos, de pontuação etc.
XXI
XXII
XXII
HABILIDADES
(EF69LP07) Produzir textos em diferentes gêneros, considerando sua adequação ao contexto produção e
circulação – os enunciadores envolvidos, os objetivos, o gênero, o suporte, a circulação -, ao modo (escrito
ou oral; imagem estática ou em movimento etc.), à variedade linguística e/ou semiótica apropriada a esse
contexto, à construção da textualidade relacionada às propriedades textuais e do gênero), utilizando estratégias
de planejamento, elaboração, revisão, edição, reescrita/redesign e avaliação de textos, para, com a ajuda do
professor e a colaboração dos colegas, corrigir e aprimorar as produções realizadas, fazendo cortes, acréscimos,
reformulações, correções de concordância, ortografia, pontuação em textos e editando imagens, arquivos sonoros,
fazendo cortes, acréscimos, ajustes, acrescentando/ alterando efeitos, ordenamentos etc.
(EF69LP08) Revisar/editar o texto produzido – notícia, reportagem, resenha, artigo de opinião, dentre outros –,
tendo em vista sua adequação ao contexto de produção, a mídia em questão, características do gênero, aspectos
relativos à textualidade, a relação entre as diferentes semioses, a formatação e uso adequado das ferramentas de
edição (de texto, foto, áudio e vídeo, dependendo do caso) e adequação à norma culta.
(EF69LP09) Planejar uma campanha publicitária sobre questões/problemas, temas, causas significativas para a
escola e/ou comunidade, a partir de um levantamento de material sobre o tema ou evento, da definição do público-
-alvo, do texto ou peça a ser produzido – cartaz, banner, folheto, panfleto, anúncio impresso e para internet, spot,
propaganda de rádio, TV etc. –, da ferramenta de edição de texto, áudio ou vídeo que será utilizada, do recorte e
enfoque a ser dado, das estratégias de persuasão que serão utilizadas etc.
(EF69LP10) Produzir notícias para rádios, TV ou vídeos, podcasts noticiosos e de opinião, entrevistas, comentários,
vlogs, jornais radiofônicos e televisivos, dentre outros possíveis, relativos a fato e temas de interesse pessoal, local
ou global e textos orais de apreciação e opinião – podcasts e vlogs noticiosos, culturais e de opinião, orientando-se
por roteiro ou texto, considerando o contexto de produção e demonstrando domínio dos gêneros.
(EF69LP11) Identificar e analisar posicionamentos defendidos e refutados na escuta de interações polêmicas em
entrevistas, discussões e debates (televisivo, em sala de aula, em redes sociais etc.), entre outros, e se posicionar
frente a eles.
(EF69LP12) Desenvolver estratégias de planejamento, elaboração, revisão, edição, reescrita/ redesign (esses
três últimos quando não for situação ao vivo) e avaliação de textos orais, áudio e/ou vídeo, considerando sua
adequação aos contextos em que foram produzidos, à forma composicional e estilo de gêneros, a clareza,
progressão temática e variedade linguística empregada, os elementos relacionados à fala, tais como modulação
de voz, entonação, ritmo, altura e intensidade, respiração etc., os elementos cinésicos, tais como postura corporal,
movimentos e gestualidade significativa, expressão facial, contato de olho com plateia etc.
(EF69LP13) Engajar-se e contribuir com a busca de conclusões comuns relativas a problemas, temas ou questões
polêmicas de interesse da turma e/ou de relevância social.
(EF69LP14) Formular perguntas e decompor, com a ajuda dos colegas e dos professores, tema/questão polêmica,
explicações e ou argumentos relativos ao objeto de discussão para análise mais minuciosa e buscar em fontes
diversas informações ou dados que permitam analisar partes da questão e compartilhá-los com a turma.
(EF69LP15) Apresentar argumentos e contra-argumentos coerentes, respeitando os turnos de fala, na
participação em discussões sobre temas controversos e/ou polêmicos.
(EF69LP16) Analisar e utilizar as formas de composição dos gêneros jornalísticos da ordem do relatar, tais como
notícias (pirâmide invertida no impresso X blocos noticiosos hipertextuais e hipermidiáticos no digital, que também
pode contar com imagens de vários tipos, vídeos, gravações de áudio etc.), da ordem do argumentar, tais como
artigos de opinião e editorial (contextualização, defesa de tese/opinião e uso de argumentos) e das entrevistas:
apresentação e contextualização do entrevistado e do tema, estrutura pergunta e resposta etc.
XXIII
Efeito de sentido
CAMPO DE ATUAÇÃO NA VIDA PÚBLICA – Trata-se, neste Campo, de ampliar e qualificar a participação dos
jovens nas práticas relativas ao debate de ideias e à atuação política e social, por meio do(a):
• compreensão dos interesses que movem a esfera política em seus diferentes níveis e instâncias, das
formas e canais de participação institucionalizados, incluindo os digitais, e das formas de participação não
institucionalizadas, incluindo aqui manifestações artísticas e intervenções urbanas;
• reconhecimento da importância de se envolver com questões de interesse público e coletivo e compreensão
do contexto de promulgação dos direitos humanos, das políticas afirmativas, e das leis de uma forma geral em
um estado democrático, como forma de propiciar a vivência democrática em várias instâncias e uma atuação
pautada pela ética da responsabilidade (o outro tem direito a uma vida digna tanto quanto eu tenho);
• desenvolvimento de habilidades e aprendizagem de procedimentos envolvidos na leitura/escuta e produção de
textos pertencentes a gêneros relacionados à discussão e implementação de propostas, à defesa de direitos e a
projetos culturais e de interesse público de diferentes naturezas.
Envolvem o domínio de gêneros legais e o conhecimento dos canais competentes para questionamentos,
reclamação de direitos e denúncias de desrespeitos a legislações e regulamentações e a direitos; de discussão
de propostas e programas de interesse público no contexto de agremiações, coletivos, movimentos e outras
instâncias e fóruns de discussão da escola, da comunidade e da cidade.
XXIV
XXIV
HABILIDADES
(EF69LP17) Perceber e analisar os recursos estilísticos e semióticos dos gêneros jornalísticos e publicitários, os
aspectos relativos ao tratamento da informação em notícias, como a ordenação dos eventos, as escolhas lexicais,
o efeito de imparcialidade do relato, a morfologia do verbo, em textos noticiosos e argumentativos, reconhecendo
marcas de pessoa, número, tempo, modo, a distribuição dos verbos nos gêneros textuais (por exemplo, as formas
de pretérito em relatos; as formas de presente e futuro em gêneros argumentativos; as formas de imperativo em
gêneros publicitários), o uso de recursos persuasivos em textos argumentativos diversos (como a elaboração do
título, escolhas lexicais, construções metafóricas, a explicitação ou a ocultação de fontes de informação) e as
estratégias de persuasão e apelo ao consumo com os recursos linguístico-discursivos utilizados (tempo verbal,
jogos de palavras, metáforas, imagens).
(EF69LP18) Utilizar, na escrita/reescrita de textos argumentativos, recursos linguísticos que marquem as relações
de sentido entre parágrafos e enunciados do texto e operadores de conexão adequados aos tipos de argumento
e à forma de composição de textos argumentativos, de maneira a garantir a coesão, a coerência e a progressão
temática nesses textos (“primeiramente, mas, no entanto, em primeiro/segundo/terceiro lugar, finalmente, em
conclusão” etc.).
(EF69LP19) Analisar, em gêneros orais que envolvam argumentação, os efeitos de sentido de elementos típicos
da modalidade falada, como a pausa, a entonação, o ritmo, a gestualidade e expressão facial, as hesitações etc.
Trata-se também de possibilitar vivências significativas, na articulação com todas as áreas do currículo e com
os interesses e escolhas pessoais dos adolescentes e jovens, que envolvam a proposição, desenvolvimento e
avaliação de ações e projetos culturais, de forma a fomentar o protagonismo juvenil de forma contextualizada.
Essas habilidades mais gerais envolvem o domínio contextualizado de gêneros já considerados em outras
esferas – como discussão oral, debate, palestra, apresentação oral, notícia, reportagem, artigo de opinião, cartaz,
spot, propaganda (de campanhas variadas, nesse campo inclusive de campanhas políticas) – e de outros, como
estatuto, regimento, projeto cultural, carta aberta, carta de solicitação, carta de reclamação, abaixo-assinado,
petição online, requerimento, turno de fala em assembleia, tomada de turno em reuniões, edital, proposta, ata,
parecer, enquete, relatório etc., os quais supõem o reconhecimento de sua função social, a análise da forma como
se organizam e dos recursos e elementos linguísticos e das demais semioses envolvidos na tessitura de textos
pertencentes a esses gêneros.
Em especial, vale destacar que o trabalho com discussão oral, debate, propaganda, campanha e apresentação
oral podem/devem se relacionar também com questões, temáticas e práticas próprias do campo de atuação
na vida pública. Assim, as mesmas habilidades relativas a esses gêneros e práticas propostas para o Campo
jornalístico/midiático e para o Campo das práticas de ensino e pesquisa devem ser aqui consideradas: discussão,
debate e apresentação oral de propostas políticas ou de solução para problemas que envolvem a escola ou a
comunidade e propaganda política. Da mesma forma, as habilidades relacionadas à argumentação e à distinção
entre fato e opinião também devem ser consideradas nesse campo.
(EF69LP20) Identificar, tendo em vista o contexto de produção, a forma de organização dos textos normativos
e legais, a lógica de hierarquização de seus itens e subitens e suas partes: parte inicial (título – nome e data
– e ementa), blocos de artigos (parte, livro, capítulo, seção, subseção), artigos (caput e parágrafos e incisos) e
parte final (disposições pertinentes à sua implementação) e analisar efeitos de sentido causados pelo uso de
vocabulário técnico, pelo uso do imperativo, de palavras e expressões que indicam circunstâncias, como advérbios
e locuções adverbiais, de palavras que indicam generalidade, como alguns pronomes indefinidos, de forma a
poder compreender o caráter imperativo, coercitivo e generalista das leis e de outras formas de regulamentação.
XXV
Oralidade Registro
Modalização
XXVI
XXVI
HABILIDADES
XXVII
Apreciação e réplica
XXXXVIII
VIII
HABILIDADES
Essas habilidades mais gerais envolvem o domínio contextualizado de gêneros como apresentação oral,
palestra, mesa-redonda, debate, artigo de divulgação científica, artigo científico, artigo de opinião, ensaio,
reportagem de divulgação científica, texto didático, infográfico, esquemas, relatório, relato (multimidiático) de
campo, documentário, cartografia animada, podcasts e vídeos diversos de divulgação científica, que supõem
o reconhecimento de sua função social, a análise da forma como se organizam e dos recursos e elementos
linguísticos das demais semioses (ou recursos e elementos multimodais) envolvidos na tessitura de textos
pertencentes a esses gêneros.
Trata-se também de aprender, de forma significativa, na articulação com outras áreas e com os projetos e
escolhas pessoais dos jovens, procedimentos de investigação e pesquisa. Para além da leitura/escuta de textos/
produções pertencentes aos gêneros já mencionados, cabe diversificar, em cada ano e ao longo dos anos, os
gêneros/produções escolhidos para apresentar e socializar resultados de pesquisa, de forma a contemplar a
apresentação oral, gêneros mais típicos dos letramentos da letra e do impresso, gêneros multissemióticos, textos
hipermidiáticos, que suponham colaboração, próprios da cultura digital e das culturas juvenis.
(EF69LP29) Refletir sobre a relação entre os contextos de produção dos gêneros de divulgação científica – texto
didático, artigo de divulgação científica, reportagem de divulgação científica, verbete de enciclopédia (impressa
e digital), esquema, infográfico (estático e animado), relatório, relato multimidiático de campo, podcasts e vídeos
variados de divulgação científica etc. – e os aspectos relativos à construção composicional e às marcas linguística
características desses gêneros, de forma a ampliar suas possibilidades de compreensão (e produção) de textos
pertencentes a esses gêneros.
(EF69LP30) Comparar, com a ajuda do professor, conteúdos, dados e informações de diferentes fontes,
levando em conta seus contextos de produção e referências, identificando coincidências, complementaridades
e contradições, de forma a poder identificar erros/imprecisões conceituais, compreender e posicionar-se
criticamente sobre os conteúdos e informações em questão.
(EF69LP31) Utilizar pistas linguísticas – tais como “em primeiro/segundo/terceiro lugar”, “por outro lado”, “dito de
outro modo”, isto é”, “por exemplo” – para compreender a hierarquização das proposições, sintetizando o conteúdo
dos textos.
(EF69LP32) Selecionar informações e dados relevantes de fontes diversas (impressas, digitais, orais etc.),
avaliando a qualidade e a utilidade dessas fontes, e organizar, esquematicamente, com ajuda do professor, as
informações necessárias (sem excedê-las) com ou sem apoio de ferramentas digitais, em quadros, tabelas ou
gráficos.
(EF69LP33) Articular o verbal com os esquemas, infográficos, imagens variadas etc. na (re)construção dos
sentidos dos textos de divulgação científica e retextualizar do discursivo para o esquemático – infográfico,
esquema, tabela, gráfico, ilustração etc. – e, ao contrário, transformar o conteúdo das tabelas, esquemas,
infográficos, ilustrações etc. em texto discursivo, como forma de ampliar as possibilidades de compreensão
desses textos e analisar as características das multissemioses e dos gêneros em questão.
(EF69LP34) Grifar as partes essenciais do texto, tendo em vista os objetivos de leitura, produzir marginálias (ou
tomar notas em outro suporte), sínteses organizadas em itens, quadro sinóptico, quadro comparativo, esquema,
resumo ou resenha do texto lido (com ou sem comentário/análise), mapa conceitual, dependendo do que for
mais adequado, como forma de possibilitar uma maior compreensão do texto, a sistematização de conteúdos e
informações e um posicionamento frente aos textos, se esse for o caso.
XXIX
Estratégias de produção
Estratégias de produção
XXX
XXX
HABILIDADES
(EF69LP35) Planejar textos de divulgação científica, a partir da elaboração de esquema que considere as
pesquisas feitas anteriormente, de notas e sínteses de leituras ou de registros de experimentos ou de estudo
de campo, produzir, revisar e editar textos voltados para a divulgação do conhecimento e de dados e resultados
de pesquisas, tais como artigo de divulgação científica, artigo de opinião, reportagem científica, verbete
de enciclopédia, verbete de enciclopédia digital colaborativa , infográfico, relatório, relato de experimento
científico, relato (multimidiático) de campo, tendo em vista seus contextos de produção, que podem envolver a
disponibilização de informações e conhecimentos em circulação em um formato mais acessível para um público
específico ou a divulgação de conhecimentos advindos de pesquisas bibliográficas, experimentos científicos e
estudos de campo realizados.
(EF69LP36) Produzir, revisar e editar textos voltados para a divulgação do conhecimento e de dados e resultados
de pesquisas, tais como artigos de divulgação científica, verbete de enciclopédia, infográfico, infográfico
animado, podcast ou vlog científico, relato de experimento, relatório, relatório multimidiático de campo, dentre
outros, considerando o contexto de produção e as regularidades dos gêneros em termos de suas construções
composicionais e estilos.
(EF69LP37) Produzir roteiros para elaboração de vídeos de diferentes tipos (vlog científico, vídeo-minuto,
programa de rádio, podcasts) para divulgação de conhecimentos científicos e resultados de pesquisa, tendo em
vista seu contexto de produção, os elementos e a construção composicional dos roteiros.
(EF69LP38) Organizar os dados e informações pesquisados em painéis ou slides de apresentação, levando
em conta o contexto de produção, o tempo disponível, as características do gênero apresentação oral, a
multissemiose, as mídias e tecnologias que serão utilizadas, ensaiar a apresentação, considerando também
elementos paralinguísticos e cinésicos e proceder à exposição oral de resultados de estudos e pesquisas, no
tempo determinado, a partir do planejamento e da definição de diferentes formas de uso da fala – memorizada,
com apoio da leitura ou fala espontânea.
(EF69LP39) Definir o recorte temático da entrevista e o entrevistado, levantar informações sobre o entrevistado
e sobre o tema da entrevista, elaborar roteiro de perguntas, realizar entrevista, a partir do roteiro, abrindo
possibilidades para fazer perguntas a partir da resposta, se o contexto permitir, tomar nota, gravar ou salvar a
entrevista e usar adequadamente as informações obtidas, de acordo com os objetivos estabelecidos.
(EF69LP40) Analisar, em gravações de seminários, conferências rápidas, trechos de palestras, dentre outros, a
construção composicional dos gêneros de apresentação – abertura/saudação, introdução ao tema, apresentação
do plano de exposição, desenvolvimento dos conteúdos, por meio do encadeamento de temas e subtemas
(coesão temática), síntese final e/ou conclusão, encerramento –, os elementos paralinguísticos (tais como: tom e
volume da voz, pausas e hesitações – que, em geral, devem ser minimizadas –, modulação de voz e entonação,
ritmo, respiração etc.) e cinésicos (tais como: postura corporal, movimentos e gestualidade significativa, expressão
facial, contato de olho com plateia, modulação de voz e entonação, sincronia da fala com ferramenta de apoio
etc.), para melhor performar apresentações orais no campo da divulgação do conhecimento.
(EF69LP41) Usar adequadamente ferramentas de apoio a apresentações orais, escolhendo e usando tipos
e tamanhos de fontes que permitam boa visualização, topicalizando e/ou organizando o conteúdo em itens,
inserindo de forma adequada imagens, gráficos, tabelas, formas e elementos gráficos, dimensionando a
quantidade de texto (e imagem) por slide, usando progressivamente e de forma harmônica recursos mais
sofisticados como efeitos de transição, slides mestres, layouts personalizados etc.
XXXI
Marcas linguísticas
Intertextualidade
CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO – O que está em jogo neste campo é possibilitar às crianças, adolescentes e
jovens dos Anos Finais do Ensino Fundamental o contato com as manifestações artísticas e produções culturais
em geral, e com a arte literária em especial, e oferecer as condições para que eles possam compreendê-las e
frui-las de maneira significativa e, gradativamente, crítica. Trata-se, assim, de ampliar e diversificar as práticas
relativas à leitura, à compreensão, à fruição e ao compartilhamento das manifestações artístico-literárias,
representativas da diversidade cultural, linguística e semiótica, por meio:
• da compreensão das finalidades, das práticas e dos interesses que movem a esfera artística e a esfera literária,
bem como das linguagens e mídias que dão forma e sustentação às suas manifestações;
• da experimentação da arte e da literatura como expedientes que permitem (re)conhecer diferentes maneiras de
ser, pensar, (re)agir, sentir e, pelo confronto com o que é diverso, desenvolver uma atitude de valorização e de
respeito pela diversidade;
• do desenvolvimento de habilidades que garantam a compreensão, a apreciação, a produção e o compartilhamento
de textos dos diversos gêneros, em diferentes mídias, que circulam nas esferas literária e artística.
Para que a experiência da literatura – e da arte em geral – possa alcançar seu potencial transformador e
humanizador, é preciso promover a formação de um leitor que não apenas compreenda os sentidos dos textos,
mas também que seja capaz de frui-los. Um sujeito que desenvolve critérios de escolha e preferências (por
autores, estilos, gêneros) e que compartilha impressões e críticas com outros leitores-fruidores.
Leitura Reconstrução das condições de produção, circulação e recepção
Apreciação e réplica
XXXII
XXXII
HABILIDADES
(EF69LP42) Analisar a construção composicional dos textos pertencentes a gêneros relacionados à divulgação
de conhecimentos: título, (olho), introdução, divisão do texto em subtítulos, imagens ilustrativas de conceitos,
relações, ou resultados complexos (fotos, ilustrações, esquemas, gráficos, infográficos, diagramas, figuras,
tabelas, mapas) etc., exposição, contendo definições, descrições, comparações, enumerações, exemplificações
e remissões a conceitos e relações por meio de notas de rodapé, boxes ou links; ou título, contextualização
do campo, ordenação temporal ou temática por tema ou subtema, intercalação de trechos verbais com fotos,
ilustrações, áudios, vídeos etc. e reconhecer traços da linguagem dos textos de divulgação científica, fazendo
uso consciente das estratégias de impessoalização da linguagem (ou de pessoalização, se o tipo de publicação
e objetivos assim o demandarem, como em alguns podcasts e vídeos de divulgação científica), 3ª pessoa,
presente atemporal, recurso à citação, uso de vocabulário técnico/especializado etc., como forma de ampliar suas
capacidades de compreensão e produção de textos nesses gêneros.
(EF69LP43) Identificar e utilizar os modos de introdução de outras vozes no texto – citação literal e sua
formatação e paráfrase –, as pistas linguísticas responsáveis por introduzir no texto a posição do autor e dos
outros autores citados (“Segundo X; De acordo com Y; De minha/nossa parte, penso/amos que”...) e os elementos
de normatização (tais como as regras de inclusão e formatação de citações e paráfrases, de organização de
referências bibliográficas) em textos científicos, desenvolvendo reflexão sobre o modo como a intertextualidade e a
retextualização ocorrem nesses textos.
A formação desse leitor-fruidor exige o desenvolvimento de habilidades, a vivência de experiências significativas
e aprendizagens que, por um lado, permitam a compreensão dos modos de produção, circulação e recepção das
obras e produções culturais e o desvelamento dos interesses e dos conflitos que permeiam suas condições de
produção e, por outro lado, garantam a análise dos recursos linguísticos e semióticos necessária à elaboração da
experiência estética pretendida.
Aqui também a diversidade deve orientar a organização/progressão curricular: diferentes gêneros, estilos, autores
e autoras – contemporâneos, de outras épocas, regionais, nacionais, portugueses, africanos e de outros países –
devem ser contemplados; o cânone, a literatura universal, a literatura juvenil, a tradição oral, o multissemiótico, a
cultura digital e as culturas juvenis, dentre outras diversidades, devem ser consideradas, ainda que deva haver um
privilégio do letramento da letra.
Compete ainda a este campo o desenvolvimento das práticas orais, tanto aquelas relacionadas à produção de
textos em gêneros literários e artísticos diversos quanto as que se prestam à apreciação e ao compartilhamento
e envolvam a seleção do que ler/ouvir/assistir e o exercício da indicação, da crítica, da recriação e do diálogo, por
meio de diferentes práticas e gêneros, que devem ser explorados ao longo dos anos.
(EF69LP44) Inferir a presença de valores sociais, culturais e humanos e de diferentes visões de mundo, em textos
literários, reconhecendo nesses textos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre as identidades, sociedades e
culturas e considerando a autoria e o contexto social e histórico de sua produção.
(EF69LP45) Posicionar-se criticamente em relação a textos pertencentes a gêneros como quarta-capa, programa
(de teatro, dança, exposição etc.), sinopse, resenha crítica, comentário em blog/vlog cultural etc., para selecionar
obras literárias e outras manifestações artísticas (cinema, teatro, exposições, espetáculos, CD´s, DVD´s etc.),
diferenciando as sequências descritivas e avaliativas e reconhecendo-os como gêneros que apoiam a escolha do
livro ou produção cultural e consultando-os no momento de fazer escolhas, quando for o caso.
XXXIII
XXXXXIV
XIV
HABILIDADES
XXXV
XXXXXVI
XVI
HABILIDADES
(EF69LP53) Ler em voz alta textos literários diversos – como contos de amor, de humor, de suspense, de terror;
crônicas líricas, humorísticas, críticas; bem como leituras orais capituladas (compartilhadas ou não com o
professor) de livros de maior extensão, como romances, narrativas de enigma, narrativas de aventura, literatura
infanto-juvenil, – contar/recontar histórias tanto da tradição oral (causos, contos de esperteza, contos de animais,
contos de amor, contos de encantamento, piadas, dentre outros) quanto da tradição literária escrita, expressando
a compreensão e interpretação do texto por meio de uma leitura ou fala expressiva e fluente, que respeite o
ritmo, as pausas, as hesitações, a entonação indicados tanto pela pontuação quanto por outros recursos gráfico-
-editoriais, como negritos, itálicos, caixa-alta, ilustrações etc., gravando essa leitura ou esse conto/reconto, seja
para análise posterior, seja para produção de audiobooks de textos literários diversos ou de podcasts de leituras
dramáticas com ou sem efeitos especiais e ler e/ou declamar poemas diversos, tanto de forma livre quanto de
forma fixa (como quadras, sonetos, liras, haicais etc.), empregando os recursos linguísticos, paralinguísticos e
cinésicos necessários aos efeitos de sentido pretendidos, como o ritmo e a entonação, o emprego de pausas
e prolongamentos, o tom e o timbre vocais, bem como eventuais recursos de gestualidade e pantomima que
convenham ao gênero poético e à situação de compartilhamento em questão.
(EF69LP54) Analisar os efeitos de sentido decorrentes da interação entre os elementos linguísticos e os
recursos paralinguísticos e cinésicos, como as variações no ritmo, as modulações no tom de voz, as pausas,
as manipulações do estrato sonoro da linguagem, obtidos por meio da estrofação, das rimas e de figuras
de linguagem como as aliterações, as assonâncias, as onomatopeias, dentre outras, a postura corporal e
a gestualidade, na declamação de poemas, apresentações musicais e teatrais, tanto em gêneros em prosa
quanto nos gêneros poéticos, os efeitos de sentido decorrentes do emprego de figuras de linguagem, tais como
comparação, metáfora, personificação, metonímia, hipérbole, eufemismo, ironia, paradoxo e antítese e os efeitos
de sentido decorrentes do emprego de palavras e expressões denotativas e conotativas (adjetivos, locuções
adjetivas, orações subordinadas adjetivas etc.), que funcionam como modificadores, percebendo sua função na
caracterização dos espaços, tempos, personagens e ações próprios de cada gênero narrativo.
XXXVII
CAMPO JORNALÍSTICO/MIDIÁTICO
Leitura Reconstrução do contexto de produção, circulação e recepção
de textos
Apreciação e réplica
Estratégia de leitura
Distinção de fato e opinião
Estratégia de leitura: identificação de teses e argumentos
Apreciação e réplica
Efeitos de sentido
Efeitos de sentido
Exploração da multissemiose
XXXXXVIII
XVII
HABILIDADES
6o ano 7o ano
XXXIX
CAMPO JORNALÍSTICO/MIDIÁTICO
Produção de textos Estratégias de produção: planejamento de textos informativos
XL
XL
HABILIDADES
6o ano 7o ano
(EF67LP09) Planejar notícia impressa e para circulação em outras mídias (rádio ou TV/vídeo), tendo em vista as
condições de produção, do texto – objetivo, leitores/espectadores, veículos e mídia de circulação etc. –, a partir
da escolha do fato a ser noticiado (de relevância para a turma, escola ou comunidade), do levantamento de dados
e informações sobre o fato – que pode envolver entrevistas com envolvidos ou com especialistas, consultas a
fontes, análise de documentos, cobertura de eventos etc.–, do registro dessas informações e dados, da escolha de
fotos ou imagens a produzir ou a utilizar etc. e a previsão de uma estrutura hipertextual (no caso de publicação em
sites ou blogs noticiosos).
(EF67LP10) Produzir notícia impressa tendo em vista características do gênero – título ou manchete com verbo
no tempo presente, linha fina (opcional), lide, progressão dada pela ordem decrescente de importância dos fatos,
uso de 3ª pessoa, de palavras que indicam precisão –, e o estabelecimento adequado de coesão e produzir
notícia para TV, rádio e internet, tendo em vista, além das características do gênero, os recursos de mídias
disponíveis e o manejo de recursos de captação e edição de áudio e imagem.
(EF67LP11) Planejar resenhas, vlogs, vídeos e podcasts variados, e textos e vídeos de apresentação e
apreciação próprios das culturas juvenis (algumas possibilidades: fanzines, fanclipes, e-zines, gameplay, detonado
etc.), dentre outros, tendo em vista as condições de produção do texto – objetivo, leitores/espectadores, veículos
e mídia de circulação etc. –, a partir da escolha de uma produção ou evento cultural para analisar – livro, filme,
série, game, canção, videoclipe, fanclipe, show, saraus, slams etc. – da busca de informação sobre a produção
ou evento escolhido, da síntese de informações sobre a obra/evento e do elenco/seleção de aspectos, elementos
ou recursos que possam ser destacados positiva ou negativamente ou da roteirização do passo a passo do game
para posterior gravação dos vídeos.
(EF67LP12) Produzir resenhas críticas, vlogs, vídeos, podcasts variados e produções e gêneros próprios das
culturas juvenis (algumas possibilidades: fanzines, fanclipes, e-zines, gameplay, detonado etc.), que apresentem/
descrevam e/ou avaliem produções culturais (livro, filme, série, game, canção, disco, videoclipe etc.) ou evento
(show, sarau, slam etc.), tendo em vista o contexto de produção dado, as características do gênero, os recursos
das mídias envolvidas e a textualização adequada dos textos e/ou produções.
(EF67LP13) Produzir, revisar e editar textos publicitários, levando em conta o contexto de produção dado,
explorando recursos multissemióticos, relacionando elementos verbais e visuais, utilizando adequadamente
estratégias discursivas de persuasão e/ou convencimento e criando título ou slogan que façam o leitor motivar-se a
interagir com o texto produzido e se sinta atraído pelo serviço, ideia ou produto em questão.
(EF67LP14) Definir o contexto de produção da entrevista (objetivos, o que se pretende conseguir, porque aquele
entrevistado etc.), levantar informações sobre o entrevistado e sobre o acontecimento ou tema em questão,
preparar o roteiro de perguntar e realizar entrevista oral com envolvidos ou especialistas relacionados com o fato
noticiado ou com o tema em pauta, usando roteiro previamente elaborado e formulando outras perguntas a partir
das respostas dadas e, quando for o caso, selecionar partes, transcrever e proceder a uma edição escrita do texto,
adequando-o a seu contexto de publicação, à construção composicional do gênero e garantindo a relevância das
informações mantidas e a continuidade temática.
XLI
Textualização
XLII
XLII
HABILIDADES
6o ano 7o ano
(EF67LP15) Identificar a proibição imposta ou o direito garantido, bem como as circunstâncias de sua aplicação, em
artigos relativos a normas, regimentos escolares, regimentos e estatutos da sociedade civil, regulamentações para o
mercado publicitário, Código de Defesa do Consumidor, Código Nacional de Trânsito, ECA, Constituição, dentre outros.
(EF67LP16) Explorar e analisar espaços de reclamação de direitos e de envio de solicitações (tais como
ouvidorias, SAC, canais ligados a órgãos públicos, plataformas do consumidor, plataformas de reclamação),
bem como de textos pertencentes a gêneros que circulam nesses espaços, reclamação ou carta de reclamação,
solicitação ou carta de solicitação, como forma de ampliar as possibilidades de produção desses textos em casos
que remetam a reivindicações que envolvam a escola, a comunidade ou algum de seus membros como forma de
se engajar na busca de solução de problemas pessoais, dos outros e coletivos.
(EF67LP17) Analisar, a partir do contexto de produção, a forma de organização das cartas de solicitação
e de reclamação (datação, forma de início, apresentação contextualizada do pedido ou da reclamação, em
geral, acompanhada de explicações, argumentos e/ou relatos do problema, fórmula de finalização mais ou
menos cordata, dependendo do tipo de carta e subscrição) e algumas das marcas linguísticas relacionadas à
argumentação, explicação ou relato de fatos, como forma de possibilitar a escrita fundamentada de cartas como
essas ou de postagens em canais próprios de reclamações e solicitações em situações que envolvam questões
relativas à escola, à comunidade ou a algum dos seus membros.
(EF67LP18) Identificar o objeto da reclamação e/ou da solicitação e sua sustentação, explicação ou justificativa,
de forma a poder analisar a pertinência da solicitação ou justificação.
(EF67LP19) Realizar levantamento de questões, problemas que requeiram a denúncia de desrespeito a direitos,
reivindicações, reclamações, solicitações que contemplem a comunidade escolar ou algum de seus membros e
examinar normas e legislações.
(EF67LP20) Realizar pesquisa, a partir de recortes e questões definidos previamente, usando fontes indicadas e
abertas.
(EF67LP21) Divulgar resultados de pesquisas por meio de apresentações orais, painéis, artigos de divulgação
científica, verbetes de enciclopédia, podcasts científicos etc.
(EF67LP22) Produzir resumos, a partir das notas e/ou esquemas feitos, com o uso adequado de paráfrases e citações.
(EF67LP23) Respeitar os turnos de fala, na participação em conversações e em discussões ou atividades
coletivas, na sala de aula e na escola e formular perguntas coerentes e adequadas em momentos oportunos em
situações de aulas, apresentação oral, seminário etc.
(EF67LP24) Tomar nota de aulas, apresentações orais, entrevistas (ao vivo, áudio, TV, vídeo), identificando e
hierarquizando as informações principais, tendo em vista apoiar o estudo e a produção de sínteses e reflexões
pessoais ou outros objetivos em questão.
(EF67LP25) Reconhecer e utilizar os critérios de organização tópica (do geral para o específico, do específico
para o geral etc.), as marcas linguísticas dessa organização (marcadores de ordenação e enumeração, de
explicação, definição e exemplificação, por exemplo) e os mecanismos de paráfrase, de maneira a organizar mais
adequadamente a coesão e a progressão temática de seus textos.
(EF67LP26) Reconhecer a estrutura de hipertexto em textos de divulgação científica e proceder à remissão a
conceitos e relações por meio de notas de rodapés ou boxes.
XLIII
CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO
Leitura Relação entre textos
Estratégias de leitura
Apreciação e réplica
Reconstrução da textualidade
Efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos
linguísticos e multissemióticos
Produção de textos Construção da textualidade
Relação entre textos
Morfossintaxe
XLIV
XLIV
HABILIDADES
6o ano 7o ano
(EF67LP27) Analisar, entre os textos literários e entre estes e outras manifestações artísticas (como cinema,
teatro, música, artes visuais e midiáticas), referências explícitas ou implícitas a outros textos, quanto aos temas,
personagens e recursos literários e semióticos
(EF67LP28) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de leitura
adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes –, romances infanto-
juvenis, contos populares, contos de terror, lendas brasileiras, indígenas e africanas, narrativas de aventuras,
narrativas de enigma, mitos, crônicas, autobiografias, histórias em quadrinhos, mangás, poemas de forma livre e
fixa (como sonetos e cordéis), vídeo-poemas, poemas visuais, dentre outros, expressando avaliação sobre o texto
lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.
(EF67LP29) Identificar, em texto dramático, personagem, ato, cena, fala e indicações cênicas e a organização do
texto: enredo, conflitos, ideias principais, pontos de vista, universos de referência.
(EF67LP30) Criar narrativas ficcionais, tais como contos populares, contos de suspense, mistério, terror, humor,
narrativas de enigma, crônicas, histórias em quadrinhos, dentre outros, que utilizem cenários e personagens
realistas ou de fantasia, observando os elementos da estrutura narrativa próprios ao gênero pretendido, tais
como enredo, personagens, tempo, espaço e narrador, utilizando tempos verbais adequados à narração de fatos
passados, empregando conhecimentos sobre diferentes modos de se iniciar uma história e de inserir os discursos
direto e indireto.
(EF67LP31) Criar poemas compostos por versos livres e de forma fixa (como quadras e sonetos), utilizando
recursos visuais, semânticos e sonoros, tais como cadências, ritmos e rimas, e poemas visuais e vídeo-poemas,
explorando as relações entre imagem e texto verbal, a distribuição da mancha gráfica (poema visual) e outros
recursos visuais e sonoros.
(EF67LP32) Escrever palavras com correção ortográfica, obedecendo as convenções da língua escrita.
(EF67LP33) Pontuar textos adequadamente.
(EF06LP03) Analisar diferenças de sentido entre (EF07LP03) Formar, com base em palavras primitivas,
palavras de uma série sinonímica. palavras derivadas com os prefixos e sufixos mais
produtivos no português.
(EF67LP34) Formar antônimos com acréscimo de prefixos que expressam noção de negação.
(EF67LP35) Distinguir palavras derivadas por acréscimo de afixos e palavras compostas.
(EF06LP04) Analisar a função e as flexões de (EF07LP04) Reconhecer, em textos, o verbo como o
substantivos e adjetivos e de verbos nos modos núcleo das orações.
Indicativo, Subjuntivo e Imperativo: afirmativo e
negativo.
(EF06LP05) Identificar os efeitos de sentido dos modos (EF07LP05) Identificar, em orações de textos lidos ou
verbais, considerando o gênero textual e a intenção de produção própria, verbos de predicação completa e
comunicativa. incompleta: intransitivos e transitivos.
XLV
Sintaxe
Semântica
Coesão
Coesão
XLVI
XLVI
HABILIDADES
6o ano 7o ano
XLVII
Sequências textuais
Modalização
Figuras de linguagem
XLXLVIII
VIII
HABILIDADES
6o ano 7o ano
XLIX
CAMPO JORNALÍSTICO/MIDIÁTICO
Leitura Reconstrução do contexto de produção, circulação e recepção
de textos
Caracterização do campo jornalístico e relação entre os
gêneros em circulação, mídias e práticas da cultura digital
Efeitos de sentido
Efeitos de sentido
Exploração da multissemiose
LL
HABILIDADES
8o ano 9o ano
(EF89LP01) Analisar os interesses que movem o campo jornalístico, os efeitos das novas tecnologias no campo e
as condições que fazem da informação uma mercadoria, de forma a poder desenvolver uma atitude crítica frente
aos textos jornalísticos.
(EF08LP01) Identificar e comparar as várias editorias (EF09LP01) Analisar o fenômeno da disseminação de
de jornais impressos e digitais e de sites noticiosos, de notícias falsas nas redes sociais e desenvolver estratégias
forma a refletir sobre os tipos de fato que são noticiados para reconhecê-las, a partir da verificação/avaliação do
e comentados, as escolhas sobre o que noticiar e veículo, fonte, data e local da publicação, autoria, URL,
o que não noticiar e o destaque/enfoque dado e a da análise da formatação, da comparação de diferentes
fidedignidade da informação. fontes, da consulta a sites de curadoria que atestam a
fidedignidade do relato dos fatos e denunciam boatos etc.
(EF89LP02) Analisar diferentes práticas (curtir, compartilhar, comentar, curar etc.) e textos pertencentes a
diferentes gêneros da cultura digital (meme, gif, comentário, charge digital etc.) envolvidos no trato com a
informação e opinião, de forma a possibilitar uma presença mais crítica e ética nas redes.
(EF89LP03) Analisar textos de opinião (artigos de opinião, editoriais, cartas de leitores, comentários, posts de blog
e de redes sociais, charges, memes, gifs etc.) e posicionar-se de forma crítica e fundamentada, ética e respeitosa
frente a fatos e opiniões relacionados a esses textos.
(EF08LP02) Justificar diferenças ou semelhanças no (EF09LP02) Analisar e comentar a cobertura da
tratamento dado a uma mesma informação veiculada imprensa sobre fatos de relevância social, comparando
em textos diferentes, consultando sites e serviços de diferentes enfoques por meio do uso de ferramentas de
checadores de fatos. curadoria.
(EF89LP04) Identificar e avaliar teses/opiniões/posicionamentos explícitos e implícitos, argumentos e contra-
argumentos em textos argumentativos do campo (carta de leitor, comentário, artigo de opinião, resenha crítica
etc.), posicionando-se frente à questão controversa de forma sustentada.
(EF89LP05) Analisar o efeito de sentido produzido pelo uso, em textos, de recurso a formas de apropriação textual
(paráfrases, citações, discurso direto, indireto ou indireto livre).
(EF89LP06) Analisar o uso de recursos persuasivos em textos argumentativos diversos (como a elaboração do
título, escolhas lexicais, construções metafóricas, a explicitação ou a ocultação de fontes de informação) e seus
efeitos de sentido.
(EF89LP07) Analisar, em notícias, reportagens e peças publicitárias em várias mídias, os efeitos de sentido
devidos ao tratamento e à composição dos elementos nas imagens em movimento, à performance, à montagem
feita (ritmo, duração e sincronização entre as linguagens – complementaridades, interferências etc.) e ao ritmo,
melodia, instrumentos e sampleamentos das músicas e efeitos sonoros.
(EF89LP08) Planejar reportagem impressa e em outras mídias (rádio ou TV/vídeo, sites), tendo em vista as
condições de produção do texto – objetivo, leitores/espectadores, veículos e mídia de circulação etc. – a partir da
escolha do fato a ser aprofundado ou do tema a ser focado (de relevância para a turma, escola ou comunidade),
do levantamento de dados e informações sobre o fato ou tema – que pode envolver entrevistas com envolvidos
ou com especialistas, consultas a fontes diversas, análise de documentos, cobertura de eventos etc. -, do
registro dessas informações e dados, da escolha de fotos ou imagens a produzir ou a utilizar etc., da produção de
infográficos, quando for o caso, e da organização hipertextual (no caso a publicação em sites ou blogs noticiosos
ou mesmo de jornais impressos, por meio de boxes variados).
LI
CAMPO JORNALÍSTICO/MIDIÁTICO
Produção de textos Estratégia de produção: textualização de textos informativos
LII
LII
HABILIDADES
8o ano 9o ano
(EF89LP09) Produzir reportagem impressa, com título, linha fina (optativa), organização composicional (expositiva,
interpretativa e/ou opinativa), progressão temática e uso de recursos linguísticos compatíveis com as escolhas
feitas e reportagens multimidiáticas, tendo em vista as condições de produção, as características do gênero, os
recursos e mídias disponíveis, sua organização hipertextual e o manejo adequado de recursos de captação e
edição de áudio e imagem e adequação à norma-padrão.
(EF89LP10) Planejar artigos de opinião, tendo em vista as condições de produção do texto – objetivo, leitores/
espectadores, veículos e mídia de circulação etc. –, a partir da escolha do tema ou questão a ser discutido(a), da
relevância para a turma, escola ou comunidade, do levantamento de dados e informações sobre a questão, de
argumentos relacionados a diferentes posicionamentos em jogo, da definição – o que pode envolver consultas
a fontes diversas, entrevistas com especialistas, análise de textos, organização esquemática das informações e
argumentos – dos (tipos de) argumentos e estratégias que pretende utilizar para convencer os leitores.
(EF08LP03) Produzir artigos de opinião, tendo em vista (EF09LP03) Produzir artigos de opinião, tendo em
o contexto de produção dado, a defesa de um ponto vista o contexto de produção dado, assumindo posição
de vista, utilizando argumentos e contra-argumentos diante de tema polêmico, argumentando de acordo
e articuladores de coesão que marquem relações de com a estrutura própria desse tipo de texto e utilizando
oposição, contraste, exemplificação, ênfase. diferentes tipos de argumentos – de autoridade,
comprovação, exemplificação princípio etc.
(EF89LP11) Produzir, revisar e editar peças e campanhas publicitárias, envolvendo o uso articulado e
complementar de diferentes peças publicitárias: cartaz, banner, indoor, folheto, panfleto, anúncio de jornal/revista,
para internet, spot, propaganda de rádio, TV, a partir da escolha da questão/problema/causa significativa para a
escola e/ou a comunidade escolar, da definição do público-alvo, das peças que serão produzidas, das estratégias
de persuasão e convencimento que serão utilizadas.
(EF89LP12) Planejar coletivamente a realização de um debate sobre tema previamente definido, de interesse
coletivo, com regras acordadas e planejar, em grupo, participação em debate a partir do levantamento de
informações e argumentos que possam sustentar o posicionamento a ser defendido (o que pode envolver
entrevistas com especialistas, consultas a fontes diversas, o registro das informações e dados obtidos etc.), tendo
em vista as condições de produção do debate – perfil dos ouvintes e demais participantes, objetivos do debate,
motivações para sua realização, argumentos e estratégias de convencimento mais eficazes etc. e participar de
debates regrados, na condição de membro de uma equipe de debatedor, apresentador/mediador, espectador (com
ou sem direito a perguntas), e/ou de juiz/avaliador, como forma de compreender o funcionamento do debate, e
poder participar de forma convincente, ética, respeitosa e crítica e desenvolver uma atitude de respeito e diálogo
para com as ideias divergentes.
(EF89LP13) Planejar entrevistas orais com pessoas ligadas ao fato noticiado, especialistas etc., como forma
de obter dados e informações sobre os fatos cobertos sobre o tema ou questão discutida ou temáticas em
estudo, levando em conta o gênero e seu contexto de produção, partindo do levantamento de informações
sobre o entrevistado e sobre a temática e da elaboração de um roteiro de perguntas, garantindo a relevância
das informações mantidas e a continuidade temática, realizar entrevista e fazer edição em áudio ou vídeo,
incluindo uma contextualização inicial e uma fala de encerramento para publicação da entrevista isoladamente ou
como parte integrante de reportagem multimidiática, adequando-a a seu contexto de publicação e garantindo a
relevância das informações mantidas e a continuidade temática.
LIII
CAMPO JORNALÍSTICO/MIDIÁTICO
Análise linguística/semiótica Argumentação: movimentos argumentativos, tipos de
argumento e força argumentativa
Estilo
Modalização
LIV
LIV
HABILIDADES
8o ano 9o ano
(EF89LP17) Relacionar textos e documentos legais e normativos de importância universal, nacional ou local
que envolvam direitos, em especial, de crianças, adolescentes e jovens – tais como a Declaração dos Direitos
Humanos, a Constituição Brasileira, o ECA -, e a regulamentação da organização escolar – por exemplo, regimento
escolar -, a seus contextos de produção, reconhecendo e analisando possíveis motivações, finalidades e sua
vinculação com experiências humanas e fatos históricos e sociais, como forma de ampliar a compreensão dos
direitos e deveres, de fomentar os princípios democráticos e uma atuação pautada pela ética da responsabilidade
(o outro tem direito a uma vida digna tanto quanto eu tenho).
(EF89LP18) Explorar e analisar instâncias e canais de participação disponíveis na escola (conselho de escola,
outros colegiados, grêmio livre), na comunidade (associações, coletivos, movimentos, etc.), no munícipio ou no
país, incluindo formas de participação digital, como canais e plataformas de participação (como portal e-cidadania),
serviços, portais e ferramentas de acompanhamentos do trabalho de políticos e de tramitação de leis, canais de
educação política, bem como de propostas e proposições que circulam nesses canais, de forma a participar do
debate de ideias e propostas na esfera social e a engajar-se com a busca de soluções para problemas ou questões
que envolvam a vida da escola e da comunidade.
(EF89LP19) Analisar, a partir do contexto de produção, a forma de organização das cartas abertas, abaixo-
assinados e petições on-line (identificação dos signatários, explicitação da reivindicação feita, acompanhada ou
não de uma breve apresentação da problemática e/ou de justificativas que visam sustentar a reivindicação) e a
proposição, discussão e aprovação de propostas políticas ou de soluções para problemas de interesse público,
apresentadas ou lidas nos canais digitais de participação, identificando suas marcas linguísticas, como forma de
possibilitar a escrita ou subscrição consciente de abaixo-assinados e textos dessa natureza e poder se posicionar
de forma crítica e fundamentada frente às propostas
(EF89LP20) Comparar propostas políticas e de solução de problemas, identificando o que se pretende fazer/
implementar, por que (motivações, justificativas), para que (objetivos, benefícios e consequências esperados),
como (ações e passos), quando etc. e a forma de avaliar a eficácia da proposta/solução, contrastando dados e
informações de diferentes fontes, identificando coincidências, complementaridades e contradições, de forma a
poder compreender e posicionar-se criticamente sobre os dados e informações usados em fundamentação de
propostas e analisar a coerência entre os elementos, de forma a tomar decisões fundamentadas.
LV
Oralidade Escuta
Apreender o sentido geral dos textos
Apreciação e réplica
Produção/Proposta
Análise linguística/semiótica Movimentos argumentativos e força dos argumentos
Textualização
Modalização
LVI
LVI
HABILIDADES
8o ano 9o ano
(EF89LP21) Realizar enquetes e pesquisas de opinião, de forma a levantar prioridades, problemas a resolver ou
propostas que possam contribuir para melhoria da escola ou da comunidade, caracterizar demanda/necessidade,
documentando-a de diferentes maneiras por meio de diferentes procedimentos, gêneros e mídias e, quando for
o caso, selecionar informações e dados relevantes de fontes pertinentes diversas (sites, impressos, vídeos etc.),
avaliando a qualidade e a utilidade dessas fontes, que possam servir de contextualização e fundamentação de
propostas, de forma a justificar a proposição de propostas, projetos culturais e ações de intervenção.
(EF89LP22) Compreender e comparar as diferentes posições e interesses em jogo em uma discussão ou
apresentação de propostas, avaliando a validade e força dos argumentos e as consequências do que está sendo
proposto e, quando for o caso, formular e negociar propostas de diferentes naturezas relativas a interesses
coletivos envolvendo a escola ou comunidade escolar.
LVII
CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO
Leitura Relação entre textos
Estratégias de leitura
Apreciação e réplica
Léxico/morfologia
Morfossintaxe
LVIII
LVIII
HABILIDADES
8o ano 9o ano
(EF08LP04) Utilizar, ao produzir texto, conhecimentos (EF09LP04) Escrever textos corretamente, de acordo
linguísticos e gramaticais: ortografia, regências e com a norma-padrão, com estruturas sintáticas
concordâncias nominal e verbal, modos e tempos complexas no nível da oração e do período.
verbais, pontuação etc.
(EF08LP05) Analisar processos de formação de
palavras por composição (aglutinação e justaposição),
apropriando-se de regras básicas de uso do hífen em
palavras compostas.
(EF08LP06) Identificar, em textos lidos ou de produção (EF09LP05) Identificar, em textos lidos e em produções
própria, os termos constitutivos da oração (sujeito e próprias, orações com a estrutura sujeito-verbo de
seus modificadores, verbo e seus complementos e ligação-predicativo.
modificadores).
(EF08LP07) Diferenciar, em textos lidos ou de (EF09LP06) Diferenciar, em textos lidos e em
produção própria, complementos diretos e indiretos produções próprias, o efeito de sentido do uso dos
de verbos transitivos, apropriando-se da regência de verbos de ligação “ser”, “estar”, “ficar”, “parecer” e
verbos de uso frequente. “permanecer”.
LIX
Semântica
Coesão
LX
LX
HABILIDADES
8o ano 9o ano
(EF08LP08) Identificar, em textos lidos ou de produção (EF09LP07) Comparar o uso de regência verbal e
própria, verbos na voz ativa e na voz passiva, regência nominal na norma-padrão com seu uso no
interpretando os efeitos de sentido de sujeito ativo e português brasileiro coloquial oral.
passivo (agente da passiva).
(EF08LP09) Interpretar efeitos de sentido de
modificadores (adjuntos adnominais – artigos definido
ou indefinido, adjetivos, expressões adjetivas) em
substantivos com função de sujeito ou de complemento
verbal, usando-os para enriquecer seus próprios textos.
(EF08LP10) Interpretar, em textos lidos ou de produção
própria, efeitos de sentido de modificadores do
verbo (adjuntos adverbiais – advérbios e expressões
adverbiais), usando-os para enriquecer seus próprios
textos.
(EF08LP11) Identificar, em textos lidos ou de produção
própria, agrupamento de orações em períodos,
diferenciando coordenação de subordinação.
(EF08LP12) Identificar, em textos lidos, orações (EF09LP08) Identificar, em textos lidos e em
subordinadas com conjunções de uso frequente, produções próprias, a relação que conjunções (e
incorporando-as às suas próprias produções. locuções conjuntivas) coordenativas e subordinativas
estabelecem entre as orações que conectam.
(EF08LP13) Inferir efeitos de sentido decorrentes do
uso de recursos de coesão sequencial: conjunções e
articuladores textuais.
(EF09LP09) Identificar efeitos de sentido do uso de
orações adjetivas restritivas e explicativas em um
período composto.
(EF08LP14) Utilizar, ao produzir texto, recursos de
coesão sequencial (articuladores) e referencial (léxica
e pronominal), construções passivas e impessoais,
discurso direto e indireto e outros recursos expressivos
adequados ao gênero textual.
(EF08LP15) Estabelecer relações entre partes do texto, (EF09LP10) Comparar as regras de colocação
identificando o antecedente de um pronome relativo pronominal na norma-padrão com o seu uso no
ou o referente comum de uma cadeia de substituições português brasileiro coloquial.
lexicais.
LXI
Modalização
Figuras de linguagem
Variação linguística
LXII
LXII
HABILIDADES
8o ano 9o ano
LXIII
io
Ár
u M Mundo em perigo
s
Denunciando injustiças
Capítulo
3
1
Primeiro momento – O verão mais quente
Capítulo Artigo em 130 mil anos ------------------------100
Primeiro momento – Na escuridão miserável --------------12
expositivo e • Desvendando os segredos do texto ----------------------------102
Conto • Desvendando os segredos do texto ----------------------------14
• Análise linguística ----------------------------------------------------106
social • Análise linguística ----------------------------------------------------21 seminário – Pronomes relativos ----------------------------------------------106
– Período composto por coordenação ------------------------21
• Prática linguística ----------------------------------------------------112
• Prática linguística ----------------------------------------------------25
• É hora de produzir ---------------------------------------------------115
• É hora de produzir ---------------------------------------------------28
Segundo momento – Desertificação --------------------------118
Segundo momento – Jonas e o menino ----------------------30
• Desvendando os segredos do texto ----------------------------122
• Desvendando os segredos do texto ----------------------------32
• Análise linguística ---------------------------------------------------124
• Análise linguística ----------------------------------------------------35
– Orações subordinadas adjetivas-----------------------------124
– Período composto por subordinação -----------------------35
• Prática linguística ----------------------------------------------------126
• Prática linguística ----------------------------------------------------37
• É hora de produzir ---------------------------------------------------130
• É hora de produzir ---------------------------------------------------42
• A escrita em foco -----------------------------------------------------133
• A escrita em foco -----------------------------------------------------45
– Pontuação das orações subordinadas adjetivas --------133
– Uso de algumas palavras e expressões -------------------45
• A escrita em questão ------------------------------------------------134
• A escrita em questão ------------------------------------------------46
LXIV
LXIV
Os pontos fortes
desta coleção
Ao aliar as três bases do ensino de língua portuguesa (leitura, produção e análise
linguística) de maneira contextualizada, esta coleção possibilita um trabalho eficiente e
divertido em sala de aula. Conheça os principais pontos da nossa proposta:
E mais: todo o conteúdo é enriquecido com as tirinhas de Preá e Café e seus ami-
gos da escola! Juntos eles têm que enfrentar as excentricidades de uma professora
ranzinza que não mede esforços para manter a língua portuguesa tal como era nos
tempos de Camões.
LXV
da importância do conhe- Escolaridade versus mundo do trabalho. A menina desconhece conhecimentos básicos,
cimento de mundo para a pois não frequenta a escola, mas entende como funciona o mundo do trabalho.
compreensão de um texto.
b) Qual é a relação de sentido expressa pela palavra mas?
Oposição, adversidade.
Diálogo com
o professor
c) Por que essa relação semântica se estabelece?
Porque, como a personagem tem apenas 13 anos, espera-se que frequente a escola e co-
nheça informações básicas, como qual é a capital de Pernambuco e o que é estado sólido,
líquido e gasoso, mas não que saiba e discuta o que é hora extra, carteira de trabalho, etc.
o conteúdo destinado ao aluno lado a
Muitas vezes, a relação de
oposição indica pressupos-
tos discursivos. Por exem-
plo: Ela queria comprar um
carro, mas era pobre. Nesse
d) Utilizando uma linguagem metafórica, o narrador afirma que os “[...] anos deram a Fátima
dois olhos vivazes”. O que ele quis dizer com isso?
Fátima ficou mais esperta com os anos.
EF69LP44
EF69LP47
EF69LP54 Anotações
temos dois livros em uma só brochura,
o que torna ainda mais prático o seu
BNCC – Habilidades específicas
EF09LP04
EF09LP08
2626
Manual do Educador
Conto social
19
Capítulo
1
13. O texto que você vai ler agora é um trecho do conto Traba-
lhadores do Brasil, escrito por Wander Piroli em 1959. Durante
Dicionário Sugestão de
a leitura, procure identificar as características que o definem,
primeiro, como um conto e, depois, como um conto de temática Bonde – Antigo meio de Abordagem
social. Após a leitura, responda às questões propostas. transporte que se movia
sobre trilhos.
Trabalhadores do Brasil Esturrada – Extremamente
queimada, torrada. O conto de Wander Piroli
Como uma ilha entre as pessoas que se comprimiam no abri- Alpargata – Sandália que
go de bonde, o homem mantinha-se concentrado no seu serviço. se prende ao pé por tiras aborda uma temática que
Diálogo com
o professor
Acerca dos personagens do tex- desses elementos. Por exemplo: colhas de palavras contribuem
to, comente que a caracterização uma mulher esturrada, de alpar- enormemente para caracteriza-
deles não ocorre aleatoriamente. gatas e vestido muito longo; ros- ção dos personagens, imprimin-
Seria interessante questionar os
alunos sobre a escolha de alguns
pontos relacionados à construção
to lento e sofrido; desajeitada; ou
mesmo o nome dos personagens
(Zé e Maria). Todas essas es-
do-lhes uma aparência austera,
corroborada pela linguagem. sua abordagem com variadas
informações.
19
o
1
ul
Anotações
p ít
Ca 12
o MoMEnTo Conto social
E ir
iM Na escuridão miserável
Pr
Diálogo com Eram sete horas da noite quando entrei no carro, ali no Jar-
dim Botânico. Senti que alguém me observava, enquanto punha
ta, número restrito de perso- — Nada não, senhor — respondeu-me, a medo, um fio de
habilidosos escritores
brasileiros do século
voz infantil.
nagens, apenas um conflito,
XX. Sua obra literária
caracteriza-se pela — O que é que você está me olhando aí?
exploração, com fino trato,
presença de um tipo de nar-
— Nada não, senhor — repetiu. — Esperando o bonde…
de fatos do cotidiano e
— Onde é que você mora?
rador, etc.
personagens anônimos
que, muitas vezes, são — Na Praia do Pinto.
esquecidos. Neste capítulo, — Vou para aquele lado. Quer uma carona?
em que trabalharemos
Ela vacilou, intimidada. Insisti, abrindo a porta:
Anotações
— Não. Eu almocei.
12
Objetivos Pedagógicos
quê? Para quê? E como é feito? textual que possui uma função importante
para a sociedade: o conto social. Qual é
• Expressar-se de forma oral e essa função?
2. Que problemas sociais normalmente cha-
escrita sobre os temas abor- mam a sua atenção?
dados nos textos. 3. Para você, é possível uma pessoa sozinha
mudar a sociedade?
ção.
• Empregar adequadamente as Anotações
expressões ao encontro de /
de encontro a; acerca de / há
cerca de; afim / a fim.
• Planejar, produzir e avaliar um
conto social.
bastante a elaboração do seu
planejamento bimestral.
1010
LXVI
LXVI
o
1
Diálogo com o professor
ul
p ít
Ca 34
b) No trecho, Heber Costa utiliza essa quebra de expectativa para fazer uma crítica social
de maneira indireta, ou seja, ela não está dita explicitamente no texto. Qual é essa crítica?
Você vê alguma relação entre ela e o quadrinho abaixo?
Diálogo com
pessoas podem se expressar Tradicionalmente, identificamos de três formas o discurso dos personagens em textos narrativos:
Discurso direto – O narrador reproduz fielmente a fala dos personagens, exatamente da forma como ele falou.
como bem entenderem, etc. — Nesse caso, utiliza normalmente os chamados verbos dicendi (ou de elocução), como falar, dizer, comentar, e a
fala do personagem é indicada por meio do travessão.
julgamentos que, muitas vezes, Uma mulher esturrada, de alpargata e vestido muito largo, aproximou-se e parou à sua frente. O
em avaliações infundadas,
— Aconteceu alguma coisa?
— Não — murmurou a mulher.
Infelizmente, para o senso co- […] E ria, de um jeito sombrio e triste; depois pediu-me que não referisse a ninguém o que se passara
3434
Manual do Educador
Sugestão de abordagem
Conto social
35
Capítulo
1
Discurso indireto livre – Apresenta as características do discurso indireto, mas normalmente sem os verbos de
elocução, o que produz uma mistura entre a fala do personagem e a do narrador. Esse discurso geralmente revela
dúvidas, angústias, reflexões.
[…] Como nas noites precedentes, uma fila de agricultores se formou na porta de uma padaria, e o
Sugestão de
padeiro saiu a informar que não havia pão. Por quê? O padeiro respondeu que não havia farinha. Onde
então estava ela? Os agricultores invadiram a padaria e levaram o estoque de roscas e biscoitos, a
Abordagem
35
preconceito quando afirma
desconfiar “de pessoas que
erram o nome do próprio ne-
gócio”, como se a forma como
ao tema trabalhado, procuramos trazer
sugestões úteis para a sua prática
LPemC_2018_BNCC_9A_Cap1.indd 35 08/05/18 07:27
a costureira se expressava a
BNCC – Habilidades gerais tornasse menos competente
Anotações para o trabalho.
EF69LP05 EF69LP55
EF69LP54 EF69LP56 4. Finalidade.
1
Leitura complementar
o
ul
p ít
tico mais óbvio seja uma afir- Desconfio de pessoas que erram o nome do próprio negócio.
mação corrente sobre a fala Primeira oração (principal) Segunda oração (subordinada)
As pessoas têm, eviden- Desconfio de pessoas que erram o nome do próprio negócio.
temente, direito a seu gosto Oração subordinada adjetiva
(musical, linguístico, culinário,
etc.). Assim, é legítimo que
Função de substantivo – A oração funciona como
cada pessoa tenha sua pre- objeto direto do verbo perguntar.
tar mais de construções com A madame não pagaria a costureira se o serviço não ficasse bom.
LXVII
li v
personagens
Conhecimentos prévios
1. Quando você tem ansiedade para que algo
importante aconteça, como você sente a
a
et
rij
| Zu
passagem do tempo?
ck
to
rs
2. Você acha que a passagem do tempo é per-
tte
Shu
cebida da mesma forma pelas pessoas?
3. Você acha possível escrever uma narrativa
simulando o fluxo do nosso pensamento?
Caracterizando o gênero
O que estudaremos neste capítulo:
Neste capítulo, estudaremos o con- mos saudade e temos a impressão de
• Características e função social dos contos
to psicológico, uma realização con- que o tempo passa lentamente. Nesse
psicológicos
temporânea do conto em que predomi- gênero, o narrador costuma causar cer-
• Orações subordinadas substantivas subjetivas,
nam o espaço e o tempo psicológicos. to estranhamento no leitor a partir da
objetivas diretas e objetivas indiretas
Esses elementos dizem respeito à for- forma como narra a história. Agora,
• Orações subordinadas substantivas
Abertura de
ma como cada um de nós percebe o vamos mergulhar em contos em
tempo e os espaços em determinadas busca desse estranhamento. completivas nominais, predicativas e apositivas
situações, como ocorre quando senti- • Pontuação das orações subordinadas
substantivas
O objetivo aqui é
começar a ler
Seu sorriso era raro e só se abria quando raios do sol entravam
No capítulo anterior, em prisma pela janela e caíam coloridos sobre mim, contras-
analisamos o texto Jonas
tando com a pele negra, que reluzia seu brilho fascinante e es-
e o menino, de Heber
quecido. Enternecida pela sua solitária condição não apenas
apresentar informações
Costa. Nesse estudo,
caracterizamos esse texto de mãe, mas de mulher, ela me abraçava; eu, sem entender,
como um exemplo de
apenas me sentia mais protegido. Somente outra coisa a fazia
conto social. Nele havia
um narrador-observador, sorrir: a chegada daquele homem. Era um homem branco e
uma denúncia alto, com cheiro forte de riqueza. Entrava em casa com estirpe
social, uma crítica ao
de dono, passava diretamente pela sala e conduzia minha mãe
abandono de crianças
importantes para a
e ao comportamento de para o quarto. Ignorado e ignorando, eu brincava com meus
pessoas que, ignorando caubóis de plástico no velho oeste daquele chão poeirento e
esse abandono,
na savana do carpete sujo. Com o cair da tarde, o abandono
comovem-se mais com a
miséria de animais. Além do sol e o desinteresse das brincadeiras, pesava sobre mim
disso, vimos que, para um sentimento estranho, uma miséria que brotava das minhas
enriquecer a narrativa,
o autor utilizou algumas
palavras em situações compreensão do texto
que será lido. Mais uma
diferentes daquelas em
que normalmente são
empregadas, o que causa
certo estranhamento
no leitor. Esse
estranhamento é o fim
estético do texto, isto é,
do prazer da leitura.
No conto que vamos
ler agora, também
produzido por Heber
Costa e publicado no
seu blogue Manual de
vez, entram em cena os
Astronomia, veremos
uma narrativa semelhante
conhecimentos prévios, DO
O primeiro e o
MOMENTO
ao conto social, mas
algumas diferenças nos
Conto psicológico
permitem classificá-la
N
gu
como psicológica. Leia
com atenção o texto,
segundo momentos
procurando perceber
esses detalhes.
Cheguei àquela pequena cidade por volta das 16 horas da se-
gunda — o céu e seu estranho alaranjado, terras aquietadas no
56
produção de sentido. pé das serras do Agreste. A viagem tinha sido tranquila, poucos
carros. O meu cansaço de meses de trabalho repousou momen-
tos, quanto silêncio depois do nosso nome ter ido embora.
LPemC_2018_BNCC_9A_Cap2.indd 56 08/05/18 06:47
Antes de Parei o carro na frente da escola. Lembro-me dela e dos
começar a ler meninos correndo, depois das aulas, meus olhos como folhas
O conto que vamos ler
a seguir foi escrito por
secas levadas pelo vento das memórias. O papel timbrado na
mão, com a logo da empresa, parecia o meu caderno, as tare-
fas feitas sempre no dia anterior, minha mãe, meu chefe, meus
Cada capítulo traz dois
textos principais que
Malthus de Queiroz, um
contista cearense de clientes... Será que o portão faria o mesmo ruído daquele dia
grande habilidade. Nesse
conto, Malthus criou em que me formei, um ruído de palavras estranhas.
um verdadeiro labirinto — Bom dia. Eu venho falar com a diretora, D. Dulcineia.
psicológico para contar — Ela não está. Só volta amanhã.
exemplificam o gênero
a história de um homem
que retorna à sua cidade Sentei-me na lanchonete em frente, saíra da faculdade cheio
natal vinte anos depois e de ideias revolucionárias, aquela camisa que eu te dei quando
lá reencontra Dulcineia, parti. Pedi água, nada menos que vinte anos sem ver essa rua.
sua namorada da infância,
agora diretora da escola Muito mudou, mas eu sabia onde estavam as coisas, a vendi-
onde estudaram. Na nha de seu Neno, a namorada eterna de minha infância que
trabalhado. Procuramos
lanchonete localizada em morava descendo o beco, era pobre, mais um copo d’água e
frente à escola, o homem
toma três copos d’água vou-me embora.
enquanto relembra sua Entrei novamente no carro com o timbrado na mão, um tanto
história com Dulcineia, de esperança esquecida. Lembrei do assalto; àquela hora, eu
uma relação marcada por
dormia, dormia, dormia, sede da tua sede de vida, um tiro de
sempre selecionar
sentimentos intensos.
raspão. Dormia.
— D. Dulcineia está?
Para discutir
sonagem que, além de participar das ações narradas, demons-
tra seus sentimentos diante da realidade vivenciada pela me-
nina. Que sentimento tem o narrador em relação à família que
emprega a menina?
a) Admiração.
b) Indiferença.
c) Indignação.
d) Calma.
e) Perplexidade.
LXVIII
LXVIII
2. No início do texto, o autor esclarece que Jonas era acometido pelo cansaço da rotina.
Por que o personagem se sentia assim todos os dias?
De acordo com a leitura do texto, podemos inferir que Jonas se sentia cansado porque já não
Nas questões de
tinha ânimo para viver devido aos inúmeros sofrimentos pelos quais passava com o filho.
3. Agora, releia os dois últimos períodos do texto e explique por que “o menino já não es-
tranhava o abandono”.
compreensão textual, você Análise linguística
Porque o abandono fazia parte da sua vida, do seu cotidiano, pois passava o dia inteiro
sozinho e acostumara-se à solidão.
4. O narrador usa um tempo verbal com muita frequência nesse texto: o pretérito imperfei-
terá de assumir muitas Oração subordinada substantiva
completiva nominal
vezes o papel de detetive Análise linguística
to. Que tipo de narrador é esse? E o que esse uso indica? Para servir de exemplo, destaque
Leia a tirinha.
duas frases do texto em que o pretérito imperfeito foi usado. PREÁ / Eudson e Lécio
Seu texto está muito confuso! Não tem
É um narrador-observador. O pretérito imperfeito dá a ideia de que os fatos narrados eram
5. Apesar do triste desfecho do conto, Jonas parece se importar com o menino. Isso revela
que o personagem vive um forte conflito psicológico. Na sua opinião, por que Jonas aban-
donou o filho? E o que sentiu ao fazer isso? Justifique sua resposta.
não ditas pelo autor. Aqui Nesta seção você verá que
Resposta pessoal, mas espera-se que o aluno perceba que o pai talvez tenha pensado que a
nha sentido algum alívio junto com a culpa, visto que criar o filho era uma grande responsabilidade.
Desde que bem justificadas, diversas interpretações são possíveis. textos escondem muitos 1. Retire desse período o termo de que você realmente não sabe escrever. O que acon-
tecerá com o sentido do período?
decorar regras complicadas.
2. Considerando a sua resposta ao item anterior, identifique a função sintática do termo
32
segredos…
retirado do período.
Muitas vezes, durante a nossa comunicação, utilizamos algumas palavras de sentido in-
completo. Na primeira parte deste capítulo, vimos que essa é uma característica de alguns
Na verdade, como não
verbos, os chamados verbos transitivos. Para se completarem semanticamente, esses
Prática linguística
Texto
Prática linguística
O vô Maurício e os livros
Eu tinha 7 anos e estava na segunda série. Era início de
inverno e fazia muito frio em Porto Alegre. Meus pais tinham
feito uma reforma em nossa casa e construído uma espécie de
mezanino — uma sala suspensa, formando a metade de um
segundo andar, do meio até o fim da garagem.
Era uma quarta-feira. Como é que eu sei? Porque o vô Mau-
rício e a vó Luísa iam jantar conosco todas as quartas-feiras.
Sempre levavam presentes. Passas de pêssego de Pelotas,
por exemplo, que eu adorava. Língua de gato, meu chocolate
É hora de praticar os
predileto. Um time de botão, quem sabe?, ou um álbum de fi-
gurinhas.
Nesse dia, meu avô levou algo especial. Era um pacote pe-
queno, em forma de retângulo. Achei que fosse algum jogo.
Rasguei o papel de qualquer jeito para ver logo o que era. E
conhecimentos estudados
fiquei com cara de bobo e dei um sorriso amarelo. Disse um
“obrigado” meio chocho, fingindo que tinha gostado. Era um
livro.
A capa branca trazia o desenho de um menino com uma bi-
na seção Análise linguística.
cicleta daquelas bem antigas, que têm a roda da frente enorme
e a de trás pequenininha. O nome do livro era Jim e a bicicleta.
Àquela altura eu já sabia ler, mas nunca tinha lido uma his- Lembre-se: nada de decorar
regras! O mais importante é
tória grande assim sozinho, do começo ao fim. Dava até um
pouco de medo. Mas, para o meu avô não ficar chateado e tam-
bém porque, no fundo, eu estava com uma pontinha de curiosi-
dade, resolvi começar a ler o livro depois do jantar.
Subi para o mezanino, deitei numas almofadas gostosas
que minha mãe tinha feito, deixei uma caixinha nova de língua
de gato aberta do meu lado e comecei a leitura. Comecei e não
parei mais. Minha irmã foi me convidar para brincar, e eu não
quis. Ia passar um programa bom na televisão, mas também
entender como funciona a
não me deu vontade de ver. Só parei de ler quando já tinha pas-
sado bastante da minha hora de ir para a cama e meus avós
me chamaram para se despedir. estrutura da nossa língua e
66
Compartilhe
Capítulo
2
LPemC_2018_BNCC_9A_Cap2.indd 66 08/05/18 06:47
usá-la em nosso favor.
É hora de produzir ideias
Proposta
A seguir, você vai analisar o enredo de um conto psicológico
muito conhecido: Eu estava ali deitado, do escritor mineiro Luiz
Vilela.
conduz às propostas de
de todas as capitais do Brasil e da Europa, relembra o
nome de diversos rios e montanhas, se remexe na cama
várias vezes. No final do conto, Carlos se surpreende no- Ao encontro de / de encontro a
vamente olhando as roseiras e as venezianas da janela,
Compare os períodos:
exatamente como no início do conto.
45
rA
M
En
To
Muribeca LPemC_2018_BNCC_9A_Cap1.indd 45 08/05/18 07:27
costumam nos confundir.
CE r Lixo? Lixo serve pra tudo. A gente encontra a mobília da
En casa, cadeira pra pôr uns pregos e ajeitar, sentar. Lixo pra po-
der ter sofá costurado, cama, colchão. Até televisão.
É a vida da gente, o lixão. E por que é que agora querem ti-
rar ele da gente? O que é que eu vou dizer pras crianças? Que
Encerramento
não tem mais brinquedo? Que acabou o calçado? Que não tem
Antes de mais história, livro, desenho?
começar a ler
E o meu marido, o que vai fazer? Nada? Como ele vai viver
O conto que você vai sem as garrafas, sem as latas, sem as caixas? Vai perambular
ler agora foi escrito pelo
pela rua, roubar pra comer?
pernambucano Marcelino
E o que eu vou cozinhar agora? Onde vou procurar tomate,
Mídias em contexto
Atualmente, calcula-se
que lá existam 10 milhões isso com chefe de família. Vai ver que eles tão […] nesse terre- estimular seu senso crítico.
de toneladas de lixo, e
outras 2.800 toneladas são
depositadas a cada dia.
no. Vai ver que eles perderam alguma coisa. É. Se perderam,
a gente acha. A gente cata. A gente encontra. Até bilhete de
loteria, lembro, teve gente que achou. Vai ver que é isso, coisa
conteúdos trabalhados Proposta
da Caixa Econômica. Vai ver que é isso, descobriram que lixo
dá lucro, que pode dar sorte, que é luxo, que lixo tem valor.
Por exemplo, onde a gente vai morar, é? Onde a gente vai realizando atividades A fim de explorar melhor esse potencial, nesta atividade você e alguns colegas
deverão escolher um dos contos que vocês mesmos produziram neste capítulo
para transformá-lo em um curta-metragem. Ao final, os vídeos deverão ser
morar? Aqueles barracos, tudo ali em volta do lixão, quem é
Finalizamos o capítulo
bastante reflexivas e
compartilhados nas suas redes sociais.
que vai levantar? Você, o governador? Não. Esse negócio de
contextualizadas. A persuasão, será indispensável produzir primeiramente um bom roteiro. Os links a seguir
são sugestões de sites e canais em que vocês encontrarão bastantes informações sobre
o gênero roteiro. Confiram!
o universo virtual. A
intenção aqui é refletir e Portal Roteiro de Cinema
48
http://www.roteirodecinema.com.br/
intenção é levar você
opinar. Como é um roteiro de cinema e TV?
LPemC_2018_BNCC_9A_Cap1.indd 48 08/05/18 07:27 https://www.tertulianarrativa.com/comoeroteirodecinema
LXIX
1
Denunciando injustiças
Capítulo
Primeiro momento – Na escuridão miserável---------------12
Conto • Desvendando os segredos do texto-----------------------------14
social • Análise linguística-----------------------------------------------------21
– Período composto por coordenação-------------------------21
• Prática linguística-----------------------------------------------------25
• É hora de produzir----------------------------------------------------28
Segundo momento – Jonas e o menino-----------------------30
• Desvendando os segredos do texto-----------------------------32
• Análise linguística-----------------------------------------------------35
– Período composto por subordinação------------------------35
• Prática linguística-----------------------------------------------------37
• É hora de produzir----------------------------------------------------42
• A escrita em foco------------------------------------------------------45
– Uso de algumas palavras e expressões--------------------45
• A escrita em questão-------------------------------------------------46
2
Na mente dos personagens
Capítulo
Primeiro momento – O dia das trevas-------------------------56
Conto • Desvendando os segredos do texto-----------------------------58
• Análise linguística-----------------------------------------------------60
psicológico
– Orações subordinadas substantivas-------------------------60
– Oração subordinada substantiva subjetiva-----------------63
– Oração subordinada substantiva objetiva direta----------64
– Oração subordinada substantiva objetiva indireta-------65
• Prática linguística-----------------------------------------------------66
• É hora de produzir----------------------------------------------------72
Segundo momento – Três copos d’água----------------------74
• Desvendando os segredos do texto-----------------------------77
• Análise linguística ----------------------------------------------------80
– Oração subordinada substantiva completiva nominal---80
– Oração subordinada substantiva predicativa--------------81
– Oração subordinada substantiva apositiva-----------------82
• Prática linguística-----------------------------------------------------83
• É hora de produzir----------------------------------------------------87
• A escrita em foco------------------------------------------------------89
– Pontuação das orações subordinadas substantivas-----89
• A escrita em questão-------------------------------------------------91
4
De olho na notícia
Capítulo
Primeiro momento – Por fé e lucro-----------------------------142
Dissertação 1 • Desvendando os segredos do texto-----------------------------145
• Análise linguística-----------------------------------------------------148
– Orações subordinadas adverbiais (1)-----------------------148
• Prática linguística-----------------------------------------------------152
• É hora de produzir----------------------------------------------------156
Segundo momento – Rede de notícias------------------------158
• Desvendando os segredos do texto-----------------------------164
• Análise linguística-----------------------------------------------------167
– Orações subordinadas adverbiais (2)-----------------------167
– Orações subordinadas reduzidas----------------------------169
• Prática linguística-----------------------------------------------------172
• É hora de produzir----------------------------------------------------175
• A escrita em foco------------------------------------------------------177
– Pontuação das orações subordinadas adverbiais--------177
• A escrita em questão-------------------------------------------------178
5
A linguagem dos jovens
Capítulo
Primeiro momento – O português.com------------------------186
Dissertação 2 • Desvendando os segredos do texto-----------------------------189
• Análise linguística-----------------------------------------------------192
– Concordância verbal---------------------------------------------192
• Prática linguística-----------------------------------------------------197
• É hora de produzir----------------------------------------------------203
Segundo momento – O que é possível dizer
com 140 caracteres--------------------208
• Desvendando os segredos do texto-----------------------------210
• Análise linguística-----------------------------------------------------214
– Concordância nominal-------------------------------------------214
• Prática linguística-----------------------------------------------------217
• É hora de produzir----------------------------------------------------222
• A escrita em foco------------------------------------------------------223
– Uso de este, esse, aquele-------------------------------------223
• A escrita em questão-------------------------------------------------225
6
Ignorância e preconceito
Capítulo
Primeiro momento – Intolerância é ignorância-------------234
Editorial • Desvendando os segredos do texto-----------------------------236
• Análise linguística-----------------------------------------------------241
Artigo de opinião
– Regência------------------------------------------------------------241
• Prática linguística-----------------------------------------------------249
• É hora de produzir----------------------------------------------------254
Segundo momento – Bandeiras incompletas---------------256
• Desvendando os segredos do texto-----------------------------258
• Análise linguística-----------------------------------------------------261
– Colocação pronominal-------------------------------------------261
• Prática linguística-----------------------------------------------------264
• É hora de produzir----------------------------------------------------268
• A escrita em foco------------------------------------------------------270
– O fenômeno da crase--------------------------------------------270
• A escrita em questão-------------------------------------------------272
8
O texto publicitário
Capítulo
Primeiro momento – Anúncio-------------------------------------318
Texto • Desvendando os segredos do texto-----------------------------319
• Análise linguística-----------------------------------------------------322
publicitário
– Principais processos de formação de palavras-----------322
• Prática linguística-----------------------------------------------------327
• É hora de produzir----------------------------------------------------334
Segundo momento – Anúncio------------------------------------336
• Desvendando os segredos do texto-----------------------------337
• Análise linguística-----------------------------------------------------340
– Outros processos de formação de palavras---------------340
• Prática linguística-----------------------------------------------------342
• É hora de produzir----------------------------------------------------345
• A escrita em foco------------------------------------------------------346
– Estrangeirismos e empréstimos------------------------------346
• A escrita em questão-------------------------------------------------347
Objetivos Pedagógicos
Conhecimentos prévios
quê? Para quê? E como é feito? textual que possui uma função importante
para a sociedade: o conto social. Qual é
•• Expressar-se de forma oral e essa função?
2. Que problemas sociais normalmente cha-
escrita sobre os temas abor- mam a sua atenção?
dados nos textos. 3. Para você, é possível uma pessoa sozinha
mudar a sociedade?
ção.
•• Empregar adequadamente as Anotações
expressões ao encontro de /
de encontro a; acerca de / há
cerca de; afim / a fim.
•• Planejar, produzir e avaliar um
conto social.
1010
Conto social
11
Diálogo com
o professor
11
ta, número restrito de perso- — Nada não, senhor — respondeu-me, a medo, um fio de
habilidosos escritores
brasileiros do século
voz infantil.
nagens, apenas um conflito,
XX. Sua obra literária
caracteriza-se pela — O que é que você está me olhando aí?
exploração, com fino trato,
presença de um tipo de nar-
— Nada não, senhor — repetiu. — Esperando o bonde…
de fatos do cotidiano e
— Onde é que você mora?
rador, etc.
personagens anônimos
que, muitas vezes, são — Na Praia do Pinto.
esquecidos. Neste capítulo, — Vou para aquele lado. Quer uma carona?
em que trabalharemos
Ela vacilou, intimidada. Insisti, abrindo a porta:
o conto social, iremos
ler o texto Na escuridão — Entra aí, que eu te levo.
BNCC – Habilidades gerais miserável, que narra o Acabou entrando, sentou-se na pontinha do banco, e enquan-
encontro de um homem
to o carro ganhava velocidade, ia olhando duro para a frente, não
EF69LP44 EF69LP53
de classe média com uma
menininha de dez anos que ousava fazer o menor movimento. Tentei puxar conversa:
Anotações
— Não. Eu almocei.
— Você não almoça todo dia?
— Quando tem comida pra levar, eu almoço: mamãe faz um
embrulho de comida para mim.
12
1212
Conto social
13
Capítulo
1
— E quando não tem?
— Quando não tem, não tem — e ela até parecia sorrir, me
olhando pela primeira vez. Na penumbra do carro, suas feições
de criança, esquálidas, encardidas de pobreza, podiam ser as
de uma velha. Eu não me continha mais de aflição, pensando
nos meus filhos bem nutridos — um engasgo na garganta me
afogava no que os homens experimentados chamam de senti-
mentalismo burguês. Dicionário
— Mas não te dão comida lá? — perguntei, revoltado.
— Quando eu peço, eles me dão. Mas descontam no orde- Mirrada – Muito magra.
nado, mamãe disse pra eu não pedir. Raquítica – Pouco
— E quanto você ganha? desenvolvida.
Jantarado – Refeição feita
— Mil cruzeiros. à noite cuja comida é a
— Por mês? sobra do almoço.
Diminuí a marcha, assombrado, quase parei o carro, tomado Esquálidas – De aspecto
doentio e desnutrido;
de indignação. Meu impulso era voltar, bater na porta da tal pálidas.
mulher e meter-lhe a mão na cara.
— Como é que você foi parar na casa dessa... foi parar nes-
sa casa? — perguntei ainda, enquanto o carro, ao fim de uma
rua do Leblon, se aproximava das vielas da Praia do Pinto. Ela
disparou a falar:
— Eu estava na feira com mamãe e então a madame pediu
para eu carregar as compras e aí noutro dia pediu à mamãe pra
eu trabalhar na casa dela então mamãe deixou porque mamãe
não pode ficar com os filhos todos sozinhos e lá em casa é sete
meninos fora dois grandes que já são soldados pode parar que
é aqui moço, brigado.
Mal detive o carro, ela abriu a porta e saltou, saiu correndo,
perdeu-se logo na escuridão miserável da Praia do Pinto.
SABINO, Fernando. A companheira de viagem. 4 ed. Rio de Janeiro, Record, 1977.
p.135–7
13
13
questionar a turma se a 2. Podemos classificar esse conto como tendo uma temática
menina, por viver em uma social, pois aborda vários problemas enfrentados pela socieda-
de, como pobreza e exploração do trabalho infantil. Em contos
situação de grande vul- desse tipo, a abordagem do tema sempre busca a denúncia
nerabilidade social, teria como forma de sensibilização do leitor. Pensando nisso, res-
ponda às questões a seguir.
essa compreensão. Im- a) Quantas horas a menina normalmente trabalhava por dia?
portante notar, também, Ela normalmente trabalhava 13 horas.
que o fato de estar sozi-
b) Como a menina era tratada no trabalho?
nha às 19h esperando o Ela era tratada de forma mesquinha.
bonde também constituía
um risco para ela. 14
1414
Conto social
15
Capítulo
1
c) A menina se mostra consciente da exploração de que é víti-
ma? Identifique, no texto, uma passagem que justifique a sua
resposta. Sugestão de
Não. Em todo o texto, a menina não questiona a sua realidade, Abordagem
descrevendo-a com naturalidade para o narrador. O trecho em
que isso fica claro é o momento em que o narrador pergunta a Mostre aos alunos que,
ela o que come quando não tem comida e ela responde, pare Aprenda
assim como os diálogos,
cendo sorrir, que “quando não tem, não tem”. mais! a descrição dos persona-
A música como crítica
social
gens e do ambiente ajuda
O cantor Criolo é apontado
pela crítica hoje como
o leitor a imaginar a cena
um dos artistas mais
influentes no Brasil. Isso
narrada no texto. Comen-
3. A menina disse que tinha dez anos, mas o narrador achou porque suas composições
em geral apresentam
te, também, que, nos con-
que não tivesse mais que sete. Que fatores o levaram a pensar
isso?
críticas contundentes aos
problemas vivenciados
tos, como em qualquer
A aparência mirrada e raquítica da menina o levou a pensar que
pela sociedade
contemporânea, como outro gênero, é comum a
coexistência de diferentes
miséria, drogas e violência.
não tivesse mais que sete anos. Assim, como nos contos
Capa do CD de Criolo Nó na
orelha, aclamado pela crítica
complementam a narrativa
“Quando tem comida pra levar de casa eu almoço: mamãe
construindo a imagem dos
5. como um dos melhores álbuns dos
últimos tempos.
faz um embrulho de comida pra mim […] Quando não tem, não
tem.” Pode-se inferir, dessas passagens do texto, que a menina: fatos narrados. Além disso,
a) só comia o que levava de casa.
b) adorava comer. é importante comentar que
c) almoçava todos os dias. o texto faz uso de metáforas
d) almoçava quando tinha comida na casa da madame.
e) nem sempre comia. de fácil compreensão.
15
Anotações
15
16
Sugestão de
Abordagem LPemC_2018_BNCC_9A_Cap1.indd 16 08/05/18 07:26
1616
Conto social
17
Capítulo
1
9. Estudiosos da literatura costumam afirmar que os textos
verdadeiramente literários, em geral, não revelam os segredos Compartilhe
da narrativa. Neles, os autores preferem deixar o leitor construir ideias
a interpretação a partir da coleta de pistas deixadas ao longo
dos textos. Nesse sentido, a leitura acaba sendo uma expe-
riência ainda mais rica e motivada, pois o leitor é colocado na
posição de uma espécie de “detetive” da narrativa. Observe, no do espírito do artista e retrans-
trecho a seguir, como Fernando Sabino realiza essa tática:
mitida através da língua para
— Nada não, senhor — respondeu-me, a medo, um fio as formas, que são os gêne-
de voz infantil.
ros, e com os quais ela toma
Com o termo fio de voz, percebemos que a menina falou em corpo e nova realidade. Passa,
tom baixo e amedrontado. Agora, analise este trecho:
então, a viver outra vida, autô-
Acabou entrando, sentou-se na pontinha do banco, e
enquanto o carro ganhava velocidade, ia olhando duro
noma, independente do autor
para a frente, não ousava fazer o menor movimento. e da experiência de realidade
Nesse contexto, o que o narrador quis dizer quando utilizou o de onde proveio. Os fatos que
termo destacado? lhe deram origem perderam a
Podemos entender que o termo destacado indica que a menina
realidade primitiva e adquiri-
sentou-se no banco do carro intimidada, pouco à vontade.
ram outra, graças à imagina-
10. Ainda analisando o trecho destacado na questão anterior, o
ção do artista.
termo olhando duro expressa que a personagem olhava para
a frente de maneira:
•• Já Marilena Chaui em seu livro
a) Lenta.
b) Estática. Convite à Filosofia, diz que a
c) Vaga.
d) Atenta.
obra literária não é pura re-
e) Triste. ceptividade imitativa ou repro-
11. Tendo em vista ainda a forma de narrar “soltando pistas” dutiva, nem pura criatividade
para o leitor, um “detetive” da narrativa, analise as afirmações a espontânea e livre; mas “ex-
seguir.
I. Quando encontra a menina na rua, o narrador a percebe na pressão” de um sentido novo,
calçada, olhando-o pela janela do motorista, isto é, do lado
esquerdo do carro.
escondido no mundo, e um
II. O narrador pode ser identificado como um homem jovem, processo de construção do
objeto artístico, em que o ar-
com cerca de 20 anos, rico e individualista.
17
ria interessante exibir para a 12. Nos contos sociais, é muito comum a utilização de compa-
é uma adaptação do conto Voltei-me e dei com uns olhos grandes e parados como
No livro Perfis brasileiros: Ge- Voltei-me e dei com uns olhos grandes e parados, eram
olhos de um bicho.
túlio Vargas, de Boris Fausto,
você encontrará informações Nesse caso, como a comparação é feita sem o auxílio de um ar-
ticulador comparativo, temos um exemplo de metáfora, ou seja,
interessantes sobre “o pai dos uma comparação indireta. Agora, releia o primeiro parágrafo do
texto e identifique o trecho em que ocorre uma comparação.
pobres”, um dos mais polê-
a) “Eram sete horas da noite quando entrei no carro, ali no Jar-
micos presidentes do Brasil, dim Botânico.”
para ampliar a compreensão b) “Senti que alguém me observava, enquanto punha o motor
em movimento.”
do conto Trabalhadores do c) “Eram de uma negrinha mirrada, raquítica, um fiapo de gente
[…]”.
Brasil. d) “[…] encostada ao poste como um animalzinho […]”.
FAUSTO, Boris (2006). e) “[…] não teria mais que uns sete anos.”
Perfis brasileiros: Getúlio Vargas. 18
São Paulo: Companhia das Letras.
EF69LP44 EF69LP53
Anotações
EF69LP47 EF69LP54
EF89LP33 EF09LP04
EF89LP37
1818
Conto social
19
Capítulo
1
13. O texto que você vai ler agora é um trecho do conto Traba-
lhadores do Brasil, escrito por Wander Piroli em 1959. Durante
Dicionário Sugestão de
a leitura, procure identificar as características que o definem,
primeiro, como um conto e, depois, como um conto de temática Bonde – Antigo meio de Abordagem
social. Após a leitura, responda às questões propostas. transporte que se movia
sobre trilhos.
Trabalhadores do Brasil Esturrada – Extremamente
queimada, torrada. O conto de Wander Piroli
Como uma ilha entre as pessoas que se comprimiam no abri- Alpargata – Sandália que
go de bonde, o homem mantinha-se concentrado no seu serviço. se prende ao pé por tiras aborda uma temática que
sugere uma discussão in-
de couro ou de pano.
Era especialista em colorir retrato e fazia caricatura em cinco
minutos. No momento, ele retocava uma foto de Getúlio Vargas,
que mostrava um dos melhores sorrisos do presidente morto. teressante. A situação so-
O homem estava sentado num tamborete rústico, com os joe-
lhos cruzados e a cabeça baixa […]. Nem sequer a chegada do cioeconômica do brasileiro
bonde fez o homem levantar a cabeça. Trabalhava variando de
lápis calmamente, como se não tivesse nenhuma pressa ou mes- mudou com o passar dos
mo não desejasse terminar o serviço. Getúlio na foto continuava
sorrindo para o homem com um de seus melhores sorrisos.
anos? A que período da
Uma mulher esturrada, de alpargata e vestido muito largo, história o texto se refere?
aproximou-se e parou à sua frente. O homem levantou a cabeça:
— Você, Maria. Quem foi Getúlio Vargas?
Ela moveu o rosto com dificuldade e fez o possível para sor-
rir, fixando atenta e profundamente a cara do homem. Qual a importância dessa
figura para a história do
— Aconteceu alguma coisa?
— Não — murmurou a mulher.
O homem pôs a fotografia e o lápis na mesa e esperou que
a mulher falasse. Olhavam-se como duas pessoas de intensa
Brasil? Talvez este seja um
convivência. bom momento para convi-
— Não houve mesmo nada? — tornou o homem.
— Claro que não, Zé. Eu vim à toa […]. — Fez alguma coisa dar o professor de História
hoje, Zé?
— Fiz um — respondeu levantando-se. — Senta aqui. Você para uma aula interdiscipli-
deve estar cansada.
A mulher sentou no tamborete, desajeitada.
nar. O conhecimento dos
[…] fatos históricos é funda-
— Espera um pouquinho aí — disse o homem, e caminhou
na direção de uma das lojas. mental para a compreen-
A mulher permaneceu sentada no tamborete, observou por
um momento o vendedor de agulhas, que continuava gritando,
são deste conto.
depois deteve a vista na foto de Getúlio Vargas sorrindo para
os trabalhadores do Brasil. O homem reapareceu com um sa-
quinho manchado de gordura.
[…]
Wander Piroli. Trabalhadores do Brasil. In: Para gostar de ler. Vol. 9.
São Paulo: Ática, 1989.
19
Diálogo com
o professor
Acerca dos personagens do tex- desses elementos. Por exemplo: colhas de palavras contribuem
to, comente que a caracterização uma mulher esturrada, de alpar- enormemente para caracteriza-
deles não ocorre aleatoriamente. gatas e vestido muito longo; ros- ção dos personagens, imprimin-
Seria interessante questionar os to lento e sofrido; desajeitada; ou do-lhes uma aparência austera,
alunos sobre a escolha de alguns mesmo o nome dos personagens corroborada pela linguagem.
pontos relacionados à construção (Zé e Maria). Todas essas es-
19
Aprenda mais!
Quem foi Carolina Maria de Jesus?
Apesar das dificuldades enfrentadas pelas vítimas dos inúmeros contrastes sociais presentes no nosso país,
existem escritores que, mesmo inseridos nesse quadro de discrepância, alcançam reconhecimento literário e usam
a arte para retratar as experiências de luta e resistência vividas. Um bom exemplo é a escritora Carolina Maria de
Jesus (1914–1977), uma das primeiras escritoras negras da nossa literatura, conhecida por obras como Quarto
de despejo: diário de uma favelada, Pedaços de fome, Diário de Bitita, etc. Em seus livros, a autora explorava as
experiências vividas na comunidade do Canindé, em São Paulo, onde trabalhava como catadora de lixo e recolhia
cadernos em que registrava o cotidiano da comunidade. Um desses cadernos originou seu livro mais famoso,
Quarto de despejo, publicado em 1960. Na época, foram três edições, 100 mil exemplares vendidos, tradução para
14 idiomas e vendas em mais de 40 países. Hoje, contabiliza-se 1 milhão de exemplares vendidos em todo o Brasil.
20
2020
Conto social
21
Capítulo
1
Eu deixei o leito as 3 da manhã porque quando a gente
Wikimedia Commons
perde o sono começa a pensar nas misérias que nos
rodeia. […] Deixei o leito para escrever. Enquanto escrevo
vou pensando que resido num castelo cor de ouro que
reluz na luz do sol. Que as janelas são de prata e as luzes Leitura
de brilhantes. Que a minha vista circula no jardim e eu
contemplo as flores de todas as qualidades. […] É preciso
criar este ambiente de fantasia, para esquecer que estou na
Complementar
No artigo Degraus da His-
favela.
Fiz o café e fui carregar água. Olhei o céu, a estrela Dalva já
Análise linguística
EF69LP55
curtas e independem sintaticamente umas das outras. Discuta com o professor e com
seus colegas: em que essas características contribuem para a narrativa?
No conto de Wander Piroli, orações como essas ajudam o narrador a tornar o conto mais EF69LP56
dinâmico e cativante, justamente pela sua simplicidade. Do ponto de vista estritamente
sintático, essas orações são independentes. Observe que elas se coordenam lado a lado,
isto é, organizam-se de forma metódica, estruturada. Isso fica bastante claro no primeiro
período: BNCC – Habilidades específicas
21
EF09LP04
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EF09LP08
Sugestão de Abordagem
Para as questões da seção Análise 4. O primeiro período é com- É interessante chamar a atenção
linguística propomos estas respostas: posto e o segundo é simples. dos alunos para a predominância
1. Quatro. 5. Essas orações mostram cla- de orações coordenadas no con-
ramente a sequência de ações to de Wander Piroli, o que torna a
2. Essas características tornam a narração mais ágil e direta, favore-
narrativa mais dinâmica. e, portanto, a passagem do
tempo narrativo. cendo a construção da atmosfera
3. Dois. de austeridade que o permeia.
21
22
2222
Conto social
23
Capítulo
1
O homem tirou uma nota do bolso de dentro do paletó
e estendeu-a para a mulher. Leitura
Estruturalmente, esse período é composto por duas orações Complementar
coordenadas. Como você certamente percebeu, entre essas
orações há uma relação semântica de adição, pois uma ação se Em Prática de morfossinta-
somou à outra. Essa relação é expressa pela conjunção e, que
funciona, portanto, como uma conjunção coordenativa aditiva.
xe, encontramos um bom
A presença ou não da conjunção permite a classificação das embasamento teórico para
o trabalho com a análise
orações coordenadas em dois grandes tipos:
O homem tirou uma nota do bolso de dentro do paletó e estendeu-a para a mulher.
23
Repensando o
Ensino da Gramática
Para desenvolver um trabalho mos situar essa diferenciação, a postas em análise no momento
consistente com mecanismos de princípio, no plano estritamente em que desejarmos explorar sua
coordenação e subordinação, é sintático. As relações semânticas potencialidade discursiva.
preciso esclarecer para os alunos e pragmáticas que se estabele-
que, em ambos os casos, deve- cem entre as orações devem ser
23
As conjunções adversativas
Oração coordenada sindética adversativa
faz pensar que seria válida. Ela conhecia bem o assunto, portanto não tinha motivo para ficar nervosa.
24
Conjunção concessiva
Anotações
Esclareça para o seu aluno
que a conjunção alternativa
ou nem sempre aparece
em pares. Ela pode apare-
cer sozinha em um período
e não haverá prejuízo para a
compreensão.
2424
Conto social
25
Capítulo
1
ao
as
to, Prática linguística
on- a) Nesse trecho, o tempo em que se passa a cena é descrito sob dois pontos de vista opos-
so, tos. Essa oposição está representada por quais palavras?
Breve e longo.
b) Qual é a relação de sentido estabelecida pelas palavras destacadas?
a. Alternância.
25
25
da importância do conhe- Escolaridade versus mundo do trabalho. A menina desconhece conhecimentos básicos,
cimento de mundo para a pois não frequenta a escola, mas entende como funciona o mundo do trabalho.
compreensão de um texto.
b) Qual é a relação de sentido expressa pela palavra mas?
Oposição, adversidade.
Diálogo com Porque, como a personagem tem apenas 13 anos, espera-se que frequente a escola e co-
o professor nheça informações básicas, como qual é a capital de Pernambuco e o que é estado sólido,
líquido e gasoso, mas não que saiba e discuta o que é hora extra, carteira de trabalho, etc.
EF09LP04
EF09LP08
2626
Conto social
27
Capítulo
1
4. (Colégio Militar) No período “Um domingo, fiz a primeira co-
munhão, e não ganhei santinho”, observa-se, entre as orações,
uma relação de:
a) Adição. Aprenda Sugestão de
b) Conclusão.
mais!
c) Oposição. Geovani Martins, autor
Abordagem
d) Realce. de O sol na cabeça,
e) Alternância. denuncia, por meio de seus
contos, as desigualdades
Explique para seus alunos
5. Classifique as orações coordenadas conforme o código
sociais vividas pelos
jovens residentes nas que os pressupostos são
abaixo: comunidades do Rio
de Janeiro. Habitante ideias não expressas de
( 1 ) Oração coordenada sindética conclusiva
maneira clara, mas que po-
da comunidade do
( 2 ) Oração coordenada sindética aditiva Vidigal, Geovani é um
vestibular.
São Paulo: Companhia das Letras.
deficiência no ensino, e só
g) ( 1 ) Está chovendo pouco, por conseguinte haverá raciona-
mento de energia.
Conheça um pouco
mais sobre o trabalho de percebemos isso quando
lemos o dado pressuposto.
Geovani Martins no link
h) ( 4 ) Ou você se acalma, ou terei de chamar o segurança. abaixo:
i) ( 2 ) Não o conheço nem espero um dia o conhecer.
j) ( 2 ) Ela não só chorava, como também rasgava as cartas https://www1.
com desespero. folha.uol.com.br/
27
Repensando o
Ensino da Gramática
No trabalho com as questões 4 e ção de sentidos. Portanto, decorar mas explicitada por ela. O senti-
5, é importante deixar claro que as conjunções não será suficiente do é construído pela conjuntura
a relação de sentido não é esta- para definir o tipo de relação se- de elementos textuais, na cadeia
belecida única e exclusivamente mântica que ocorre entre as ora- sintática, e extratextuais, conside-
pela conjunção. Todos os termos ções. Ou seja, a relação semân- rando o contexto sociodiscursivo
da oração participam da constru- tica não é dada pela conjunção, em que o enunciado é proferido.
27
28
Sugestão de
Abordagem
2828
Conto social
29
Capítulo
1
Planejamento muito importantes, como a
discriminação racial e de
Nos contos, normalmente temos poucos personagens e gênero. Leitura
apenas um conflito, seguido de um desfecho, em geral impac- Já Carol Rodrigues venceu
tante. Pensando nisso, planeje o seu conto definindo: o prêmio com o livro Sem Complementar
vista para o mar – contos
1. Quem serão os personagens? de fuga. Ela concorda com
capacidade estilística de se
4. Como os personagens serão caracterizados? das pessoas.
Divulgação.
A produção dos personagens é fundamental nos contos so-
ciais, pois o drama vivido por eles deve ser representativo para
todo o grupo ao qual ele pertence. Assim, é muito importante As escritoras Conceição Evaristo e
você abordar, no seu texto, os problemas que eles enfrentam Carol Rodrigues durante a entrega
do 57º Prêmio Jabuti.
diariamente, seus sonhos, os preconceitos e as injustiças de
que são vítimas, etc. Por isso, procure apresentar a vida deles
de maneira real, coerente com a realidade.
Avaliação
1. A avaliação do seu texto será feita no dia da apresentação,
quando você o lerá para toda a turma. Por isso, antes desse dia
você deverá trabalhar seu conto cuidadosamente para produzir
a versão mais elaborada possível. Releia e reescreva seu texto
quantas vezes julgar necessário. Nessas releituras, fique aten-
to para os seguintes pontos:
29
recursos linguísticos utiliza- agora foi escrito pelo ele a vida não tinha atalho: faltava-lhe malícia e talento pra ma-
pernambucano Heber landragem. Não que lhe faltasse vontade. Na hora de enrolar,
dos pelo autor para a cons- engasgava-se com as mentiras, que lhe saíam sempre cuspi-
Costa e publicado em seu
Manual de Astronomia,
blogue em que divulga das e maculadas de sinceridade. Não levava jeito pra jeitinho,
trução da narrativa voltada seus textos e seu trabalho não sabia ser sabido. Jonas era honesto por falta de opção.
Mas esse atributo raro e inato não pagava as contas. O menino
para a crítica social. Caso
como tradutor. Com um
estilo de narrar marcado
pela riqueza visual, queria, o menino pedia, desprovido da capacidade de prever
deseje delimitar o horizonte pela concisão e pelos
desfechos inquietantes,
futuros negros. Alimentado de meio copo de leite tipo C e uma
porção bem servida de televisão, o menino abstraía-se enquan-
de análise, trabalhe os con- Heber tem se destacado
como um dos melhores to ele trabalhava. Na falta de alguém de confiança, deixava-o
ceitos de coordenação e autores contemporâneos
que publicam de forma
trancado com o vira-lata, brincando com torrões da areia e ti-
jolos velhos — restos inaproveitáveis de uma reforma um dia
subordinação estudados independente na Internet.
Durante a leitura do
EF69LP44 EF69LP53
EF69LP47 EF69LP54
30
EF89LP33 EF09LP04
EF89LP37
Anotações
3030
Conto social
31
Capítulo
1
sonhada. Chegava perto das seis, esperando encontrar vida
na casa. Achava o menino cheirando a cachorro e com cara
de sessão da tarde. Nada que sabão amarelo não resolvesse.
Jonas lavava bem sua cabeça, e a culpa descia quase toda Dicionário
pelo ralo. Um dia, uma vizinha rica fez uma denúncia contra
aquele absurdo e funcionou: finalmente recolheram o cãozinho Rebento – Filho.
ao canil, estupefatos com a violação aos direitos dos animais. Leviana – Que se
comporta sem seriedade;
Enquanto isso, o menino se afeiçoava à solidão, ao silêncio e imprudente; insensata.
à penumbra. Andava com desenvoltura sob a venda das som- Maculadas – Sujas,
bras, mas se assustava quando a luz acendia. Jonas chegava manchadas.
Inato – Que pertence ao
intruso nesse cenário, constrangido pelos ouvidos das paredes ser humano desde o seu
por não conseguir dedicar suas já parcas palavras ao menino. nascimento; congênito.
Nessa noite, nada tinha mesmo de bom a dizer. Não tinha mais Ermo – Sem destino; ao
acaso.
emprego, não mais-valia. No dia seguinte, saiu a ermo com o Badulaque – Coisa
menino pela mão. Parou numa banca, comprou um badulaque miúda de pouco valor;
pro menino e pediu ao jornaleiro que o olhasse enquanto ia ao penduricalho.
31
31
Você pode ampliar a dis- 3. Agora, releia os dois últimos períodos do texto e explique por que “o menino já não es-
cussão proporcionando a tranhava o abandono”.
reflexão de que a utilização Porque o abandono fazia parte da sua vida, do seu cotidiano, pois passava o dia inteiro
de maneira adequada pos- 4. O narrador usa um tempo verbal com muita frequência nesse texto: o pretérito imperfei-
to. Que tipo de narrador é esse? E o que esse uso indica? Para servir de exemplo, destaque
sibilita uma melhor constru- duas frases do texto em que o pretérito imperfeito foi usado.
ção da história. É um narrador-observador. O pretérito imperfeito dá a ideia de que os fatos narrados eram
costumeiros e se repetiam sempre. Exemplo: “Jonas sentia um cansaço”, “Chegava perto
Os tempos verbais situam
das seis”, “Jonas lavava bem sua cabeça”.
o leitor no processo da co-
municação. Por exemplo, o 5. Apesar do triste desfecho do conto, Jonas parece se importar com o menino. Isso revela
que o personagem vive um forte conflito psicológico. Na sua opinião, por que Jonas aban-
pretérito perfeito, o imper- donou o filho? E o que sentiu ao fazer isso? Justifique sua resposta.
feito, e o mais-que-perfeito Resposta pessoal, mas espera-se que o aluno perceba que o pai talvez tenha pensado que a
indicam o que está sendo criança seria mais bem cuidada por outra pessoa, visto que ele não tinha condições. Em relação ao
narrado. O presente, o pas- sentimento, considerando que fazia todo o possível para sustentar o filho, o personagem provavel-
sado composto e o futuro mente se sentiu culpado pelo que fez. É possível também a interpretação de que o personagem te-
nha sentido algum alívio junto com a culpa, visto que criar o filho era uma grande responsabilidade.
caracterizam a situação de
Desde que bem justificadas, diversas interpretações são possíveis.
locução discursiva. Já o
pretérito é o oposto, mostra 32
EF89LP37
EF09LP11
3232
Conto social
33
Capítulo
1
6. Na linguagem literária, muitas vezes vemos expressões que são usadas comumente
serem modificadas para chamar a atenção do leitor, geralmente colocando dentro da ex-
pressão comum uma ou mais palavras que causam estranheza. Procure no texto uma ex-
pressão em que o autor usa esse recurso e compare-a com a sua concorrência mais usual, Leitura
explicando qual foi o efeito criado pela mudança.
Espera-se que o aluno aponte expressões como: “condenada pela injustiça” [condenada
Complementar
pela justiça]; “do bom e do menos pior” [do bom e do melhor]; “uma porção bem servida de
“[…] os fatos que sucedem
televisão” [uma porção bem servida de comida]. A explicação é pessoal.
em uma história — e os ele-
7. Um dos recursos mais comuns no texto literário é a metáfora, uma figura de linguagem
mentos que a compõem
que relaciona as palavras para criar um sentido pouco usual, dando força a uma ideia, como
acontece com as expressões vontade de ferro (vontade firme) e são águas passadas (é pas- (cenário, personagens, pro-
sado). Analise as metáforas abaixo e diga o que você entende, usando suas próprias palavras.
blema, ação, resolução) —
a) “[…] aquele franzino que pesava mais que uma vida.”
nos permitem prever o que
vai acontecer; é um pro-
O menino, apesar de magrinho, era um fardo (uma grande responsabilidade) na vida de Jonas.
b) “Cada esperança de melhorar morria de parto […].”
cesso que deve ser ensi-
Cada nova esperança de melhorar de vida se perdia antes mesmo de se concretizar.
Anotações
33
para as opiniões apresentadas os direitos das crianças em situação de miséria. Essa mesma crítica é feita no quadrinho.
pessoas podem se expressar Tradicionalmente, identificamos de três formas o discurso dos personagens em textos narrativos:
Discurso direto – O narrador reproduz fielmente a fala dos personagens, exatamente da forma como ele falou.
como bem entenderem, etc. — Nesse caso, utiliza normalmente os chamados verbos dicendi (ou de elocução), como falar, dizer, comentar, e a
fala do personagem é indicada por meio do travessão.
julgamentos que, muitas vezes, Uma mulher esturrada, de alpargata e vestido muito largo, aproximou-se e parou à sua frente. O
em avaliações infundadas,
— Aconteceu alguma coisa?
— Não — murmurou a mulher.
Infelizmente, para o senso co- […] E ria, de um jeito sombrio e triste; depois pediu-me que não referisse a ninguém o que se passara
polêmica descabida na mídia como se, para tratar de maneira Editorial). Nele, vários linguistas
ao abordar tal fenômeno, mes- científica do infarto do miocárdio, se posicionam contra um pro-
mo fazendo todas as neces- não fosse necessária a formação jeto de lei proposto em 2007
sárias ponderações e tendo médica. O mesmo ocorre quando pelo deputado federal Aldo Re-
como base os PCN de Língua se trata de avaliar o emprego de belo, segundo o qual “todo e
Portuguesa. O problema é que estrangeirismos. A esse respeito, qualquer uso de palavra ou ex-
cidadãos que ignoram a exis- vale conferir o artigo do professor pressão em língua estrangeira
tência das ciências linguísticas da Unicamp Kanavillil Rajagopa- […] será considerado lesivo ao
se julgam aptos para falar so- lan em Estrangeirismo: guerras patrimônio cultural brasileiro,
bre a língua a qualquer tempo, em torno das línguas (Parábola punível na forma da lei”.
3434
Conto social
35
Capítulo
1
Discurso indireto livre – Apresenta as características do discurso indireto, mas normalmente sem os verbos de
elocução, o que produz uma mistura entre a fala do personagem e a do narrador. Esse discurso geralmente revela
dúvidas, angústias, reflexões.
[…] Como nas noites precedentes, uma fila de agricultores se formou na porta de uma padaria, e o
Sugestão de
padeiro saiu a informar que não havia pão. Por quê? O padeiro respondeu que não havia farinha. Onde
então estava ela? Os agricultores invadiram a padaria e levaram o estoque de roscas e biscoitos, a
Abordagem
manteiga e o chocolate […].
Garcia de Paiva. Os agricultores arrancam paralelepípedos.
A seguir, propomos algumas res-
postas para a seção Análise lin-
guística:
Análise linguística
1. Ela pensou que o nome da ofi-
Período composto por subordinação cina de costura era Águia de
Leia a tira abaixo. Ouro. Mas, para a costureira,
MADAME/Eudson de Paula
o nome agulha é pronunciado
agúia.
2. Não. É fundamental lembrar
aos alunos conceitos impor-
tantes da comunicação e da
sociolinguística. Seria interes-
sante utilizar a tira para discutir,
entre outras coisas, a noção de
adequação e variação de re-
1. Na tirinha, o humor é criado a partir de uma confusão feita pela madame. Que confusão
foi essa? gistro (formal/informal), concei-
2. Nessa tirinha, podemos perceber várias informações implícitas a respeito das persona-
tos que, mal compreendidos
gens e da própria situação comunicativa. Pensando nisso, discuta com o professor e
seus colegas: a madame se expressou de maneira adequada à situação? ou ignorados, estão na base
3. A madame tinha algum preconceito com relação à maneira de falar e de escrever da
costureira? Explique.
do preconceito linguístico.
4. No segundo quadrinho, qual é a relação de sentido expressa pela preposição para?
5. No segundo quadrinho, analisando a fala da madame, podemos dizer que ela des- 3. Sim. A madame expressa
confia de quaisquer pessoas? Explique. preconceito quando afirma
35 desconfiar “de pessoas que
erram o nome do próprio ne-
LPemC_2018_BNCC_9A_Cap1.indd 35 08/05/18 07:27
gócio”, como se a forma como
a costureira se expressava a
BNCC – Habilidades gerais tornasse menos competente
Anotações para o trabalho.
EF69LP05 EF69LP55
EF69LP54 EF69LP56 4. Finalidade.
5. Não, ela desconfia apenas das
BNCC – Habilidades específicas pessoas “que erram o nome do
próprio negócio”.
EF09LP04
6. Porque a oração limita o sentido
EF09LP08
do termo pessoas.
35
tico mais óbvio seja uma afir- Desconfio de pessoas que erram o nome do próprio negócio.
mação corrente sobre a fala Primeira oração (principal) Segunda oração (subordinada)
As pessoas têm, eviden- Desconfio de pessoas que erram o nome do próprio negócio.
temente, direito a seu gosto Oração subordinada adjetiva
(musical, linguístico, culinário,
etc.). Assim, é legítimo que
Função de substantivo – A oração funciona como
cada pessoa tenha sua pre- objeto direto do verbo perguntar.
tar mais de construções com A madame não pagaria a costureira se o serviço não ficasse bom.
3636
Conto social
37
Capítulo
1
Prática linguística
Texto
Repensando o
Gente é bicho e bicho é gente Ensino da Gramática
Querido Diário, não tenho mais dúvida de que este mundo está virado ao avesso! Fui on-
tem à cidade com minha mãe, e você não faz ideia do que eu vi. Uma coisa horrível, horripi- Ao analisar o mecanismo da
lante, escabrosa, assustadora, triste, estranha, diferente, desumana... E eu fiquei chateada.
Eu vi um homem, um ser humano, igual a nós, remexendo na lata de lixo. E sabe o que coordenação e da subordinação,
ele estava procurando? Ele buscava, no lixo, restos de alimento. Ele procurava comida!
Querido Diário, como pode isso? Alguém revirando uma lata cheia de coisas imundas e
apontamos o aspecto estrutural
retirar dela algo para comer? Pois foi assim mesmo, do jeitinho que estou contando. Ele co- da língua e levamos o aluno a re-
locou num saco de plástico enorme um montão de comida que um restaurante havia jogado
fora. Aarghh!!! Devia estar horrível! fletir sobre a sua funcionalidade
Mas o homem parecia bastante satisfeito por ter encontrado aqueles restos. Na mesma para a construção do sentido. As-
hora, querido Diário, olhei assustadíssima para a mamãe. Ela compreendeu o meu assom-
bro. Virei para ela e perguntei: “Mãe, aquele homem vai comer aquilo?” Mamãe fez um sim, comentamos, por exemplo, o
“sim” com a cabeça e, em seguida, continuou: “Viu, entende por que eu fico brava quando
você reclama da comida?”
valor semântico das conjunções,
É verdade! Muitas vezes, eu me recuso a comer chuchu, quiabo, abobrinha e moranga. mas indicamos que elas, sozi-
E larguei no prato, duas vezes, um montão de repolho, que eu odeio! Puxa vida! Eu me
senti muito envergonhada! nhas, não são responsáveis pe-
Vendo aquela cena, ainda me lembrei do Pó, nosso cachorro. Nem ele come uma co- las relações que desempenham.
mida igual àquela que o homem buscou do lixo. Engraçado, querido Diário, o nosso cão
vive bem melhor do que aquele homem. Tem alguma coisa errada nessa história, você Esse tipo de abordagem eviden-
não acha?
Como pode um ser humano comer comida do lixo e o meu cachorro comer comida lim-
temente pressupõe o posiciona-
pinha? Como pode, querido Diário, bicho tratado como gente e gente vivendo como bicho? mento epilinguístico que norteia o
Naquela noite eu rezei, pedindo que Deus conserte logo este mundo. Ele nunca falha. E
jamais deixa de atender aos meus pedidos. Só assim, eu consegui adormecer um pouqui- nosso trabalho com a gramática.
nho mais feliz. A intenção é levar o aluno a ana-
Pedro Antônio Oliveira. Gente é bicho e bicho é gente.
Diário da Tarde. Belo Horizonte, 16 out. 1999. lisar criticamente o mecanismo
gramatical para, a partir disso,
usá-lo em favor de uma comuni-
cação cada vez mais hábil e ex-
pressiva.
Nessa perspectiva, é interessan-
te comentar, também, que as ora-
37
37
38 1. Na escrita literária, muitas vezes o autor produz um texto que compartilha várias carac-
terísticas de determinado gênero textual, principalmente quanto à forma. Mas seu objetivo
comunicativo, na verdade, acaba inserindo o texto em outro gênero. Na classificação dos
textos em gêneros, o mais importante é a função que eles têm na sociedade, não sua estru-
tura. Isso pode ser verificado no texto Gente é bicho e bicho é gente. Quanto à sua função,
podemos dizer que se trata de uma crônica, por uma série de fatores. Por exemplo: o texto
foi publicado em um jornal (as crônicas normalmente são publicadas em jornais), teve como
tema um fato do cotidiano, objetiva levar o leitor a refletir, etc. No entanto, estruturalmente
o texto não se configura como uma crônica, mas como um outro gênero. Pensando nisso,
analise as afirmações que seguem:
I. Um dos indícios de que o texto simula uma situação imaginária está no fato de o autor
criar um narrador-personagem que é, na verdade, uma menina.
II. O autor buscou utilizar uma linguagem mais elaborada, into é, mais próxima da realida-
de, da fala espontânea, como ocorre nos textos jornalísticos.
III. Os períodos que iniciam o primeiro e o terceiro parágrafos deixam claro que Pedro An-
tônio Oliveira quis simular um gênero textual em que o autor relata fatos que acontecem
no seu dia a dia.
IV. No gênero textual que o autor busca imitar em sua crônica, é muito comum o caráter
íntimo das anotações.
V. No gênero textual que o autor procurou simular em sua crônica, é normal o autor ver o
suporte em que escreve (um caderno, por exemplo) como seu interlocutor, como fica
claro no primeiro parágrafo do texto com o uso de você.
Estão corretas:
a) I, II, III e V.
b) I, III, IV e V.
c) II, III, IV e V.
d) I, II e IV.
e) Todas.
Fui ontem à cidade com minha mãe, e você não faz ideia do que eu vi.
38
3838
Conto social
39
Capítulo
1
3. (Colégio Militar) Na frase “Querido Diário, não tenho mais dúvi-
da de que este mundo está virado ao avesso!” (primeiro parágra-
Compartilhe
ideias ou privado, comunitário ou indi-
fo), a expressão destacada quer transmitir a ideia de que o mundo:
a) Não está em harmonia, uma vez que seus elementos estão vidual, dependendo do tipo de
coordenados. função (pública) que ele vai re-
b) Não está em harmonia, mas seus elementos estão nos devi-
dos lugares. presentar na/para a comunidade
c) Está em desarmonia, já que seus elementos estão perfeita-
mente interligados.
ou (privada) para o indivíduo en-
d) Está organizado harmonicamente, com seus elementos fora gajado nas redes sociais.
A característica privada do diá-
dos padrões estabelecidos.
e) Não está em harmonia, já que seus elementos não estão nos
devidos lugares. rio, muito própria dos últimos 100
4. (Colégio Militar) No primeiro parágrafo do texto, há a seguin- anos, surge, pela primeira vez,
te estrutura frasal: “Uma coisa horrível, horripilante, escabrosa,
no século X, no Japão, com os
assustadora, triste, estranha, diferente, desumana... E eu fiquei
chateada”. Quanto ao uso das reticências, levando-se em conta chamados pillow books das mu-
o contexto, é correto afirmar que:
a) Foram usadas com o nítido objetivo de dar fim à linha de pen-
lheres da corte de Heian […].
samento da narradora, a qual se mostra indiferente ao que viu. Mantêm o caráter de gênero dis-
b) Foram usadas com a intenção de demonstrar que a narradora
não consegue mais encontrar adjetivos que possam expressar cursivo não literário […]. Trata-se
seu choque diante da cena que viu. de uma prática discursivo-escrita
c) Foram usadas para demonstrar uma interrupção na linha de
raciocínio da narradora, que se mostra afetada positivamente muito comum, principalmente
com o que viu.
d) Foram usadas para demonstrar que a narradora está em dúvi-
entre as mulheres, a partir do
da, pois tem a sensação de que o que viu é um sonho. romantismo, que é o registro de
e) Foram usadas para demonstrar que a narradora encontrou to-
dos os adjetivos possíveis para expressar suas dúvidas diante seu cotidiano, quase que a cada
do que viu. dia. Ficou conhecido como diário
5. (Colégio Militar) No trecho “Ele colocou num saco de plástico íntimo ou pessoal, pois são escri-
enorme um montão de comida que um restaurante havia jogado
fora. Aarghh!!! Devia estar horrível!” (terceiro parágrafo), se esta-
tos pessoais, privados. Inseridos
belecem relações de sentido de: num contexto de comunicação
a) Fato/fato.
b) Finalidade/causa. verbal espontânea, são conside-
c) Oposição/finalidade. rados, segundo Bakhtin, um gê-
d) Fato/oposição.
e) Fato/opinião. nero discursivo de tipo primário,
39 pois, como estilo íntimo, revelam
uma fusão entre locutor/autor e
LPemC_2018_BNCC_9A_Cap1.indd 39 08/05/18 07:27
destinatário/leitor, já que, muitas
Sugestão de Leitura Complementar vezes, o diário é o próprio interlo-
Abordagem cutor do diarista. Como discurso
O diário é um fenômeno cultu- íntimo, impregna-se de um espíri-
Para resolver a questão 1,
ral de origem remota, de nature- to de confiança, de simpatia, de
será necessário rever com
za pública e comunitária. […] É sensibilidade […]. Por essa ra-
os alunos algumas carac-
um dispositivo de produção de zão, parece que o diário tem no
terísticas do diário íntimo
cultura, tanto no Oriente (Japão) próprio narrador que o enuncia o
e observar a sua relação
quanto no Ocidente. Como forma seu destinatário preferencial […].
com a crônica Gente é bi-
genérica de expressão pessoal COSTA, Sérgio Roberto (2009). Dicionário de
cho e bicho é gente. gêneros textuais. Belo Horizonte: Autêntica, pp.
[…], consolida-se como público 89–91.
39
40 Compartilhe
6. (Colégio Militar) O quarto parágrafo do texto é iniciado pela
palavra mas, cuja função, nesse contexto, é estabelecer:
ideias
a) uma relação de oposição entre o que a narradora viu e a atitude
do homem ao recolher os restos de comida do lixo.
b) uma relação de alternância entre a atitude do homem ao re-
colher restos de comida, no terceiro parágrafo, e mostrar-se
contente com isso, no quarto parágrafo.
c) uma relação de oposição entre o fato de a narradora achar que
a comida do lixo era péssima, e ele demonstrar contentamento
com o que encontrou.
d) uma relação de oposição entre o fato de a narradora mostrar
repugnância com a situação em que se encontra o homem e o
assombro dela perante o que presenciou.
e) uma relação de alternância entre o fato de o homem revirar a
lata de lixo e a mãe da narradora ficar brava com a filha por ela
reclamar da comida.
A ordem correta é:
a) V – V – V – F.
b) V – F – F – V.
c) V – V – F – V.
d) V – F – V – V.
e) V – F – F – F.
40
4040
Conto social
41
Capítulo
1
8.
Atentando para os elementos narrativos que constituem o
texto, é correto afirmar que:
a) Possui um narrador em terceira pessoa, que participa dos
fatos por ele narrados.
b) Embora não fique explícito, compreende-se que o espaço
em que a narradora presencia o fato central da história é a
rua de uma cidade.
c) As falas dos personagens são marcadas pelo travessão, já
que o discurso é direto.
d) A narradora relata o fato ao mesmo tempo que ele ocorre.
e) Possui um narrador em primeira pessoa, que não participa
dos fatos narrados.
9. Observe a ordem de fatos retirados do texto.
( ) Um homem sente-se satisfeito por encontrar o que comer
no lixo.
( ) A narradora se envergonha por presenciar um homem na
humilhante situação de procurar comida no lixo.
( ) A narradora vê um ser humano, que busca o que comer
no lixo.
( ) A narradora conclui que um animal doméstico tem uma vida
bem melhor que a do homem que busca alimento no lixo.
( ) A narradora reza, pedindo a intervenção de Deus.
Ao se enumerar a sequência de fatos acima, de modo cres-
cente, de forma a estabelecer uma ordenação lógica de ações,
tem-se como opção correta:
a) 2 – 3 – 1 – 4 – 5.
b) 1 – 3 – 2 – 4 – 5.
c) 3 – 1 – 4 – 2 – 5.
d) 5 – 3 – 4 – 2 – 1.
e) 3 – 5 – 4 – 2 – 1.
41
41
ceber que não adiantava Por muito tempo, ele sonhou com o futuro, mas o dia
encontrar o que comer, e as estrelas. Mas nas noites frias, de chuva intensa, procu-
rava um lugar seguro, onde pudesse dormir seco e sonhar
procurar um lugar seguro
com as estrelas que _______________________.
para dormir. Em noite estre-
lada, deitava num banco
Proposta
da praça, de onde poderia
Nesta atividade, você produzirá um conto social para compor
vislumbrar as estrelas. Mas um livro junto com sua turma. Escolha uma das imagens a se-
nas noites frias, de chuva guir para servir de tema para seu texto. Lembre-se: seu conto
deverá denunciar um problema social.
intensa, procurava um lu-
42
gar seguro, onde pudesse
dormir seco e sonhar com
as estrelas que não conse-
LPemC_2018_BNCC_9A_Cap1.indd 42 08/05/18 07:27
guia ver.
Anotações
BNCC – Habilidades gerais BNCC – Habilidades específicas
4242
Conto social
43
Capítulo
1
arindambanerjee | Shutterstock
erstock
duchy | Shutt
Tema 1 Tema 2
Roman023 | Shutterstock
utterstock
Roman023 | Sh
Tema 3
Tema 4
tterstock
tock
Antonio V. Oquias | Shu
Tema 5
Tema 6
Planejamento
Logo que escolher o tema para seu texto, comece a planejá-
-lo. Pense nisto:
1. Quantos e quais serão os personagens? Como eles serão
caracterizados? Você os descreverá por meio de adjetivos
ou os revelará ao leitor lentamente, através de suas ações,
de seu dia a dia?
43
43
ras comportamentais e, as- 3. Ao final, em uma data previamente marcada pelo professor,
sim, desenvolver o enredo. a turma se reunirá para definir como será feita a coletânea
de contos da turma. Será preciso definir o título, a capa,
Vale lembrar a importância as ilustrações, o sumário, o tipo de fonte em que os textos
serão digitados e como será feita a encadernação.
do clímax e do desfecho.
Caso seja necessário, retor-
ne aos textos apresentados
44
itens.
Sugestão de Abordagem
4444
Conto social
45
Capítulo
1
A escrita em foco e quais são irregulares, exigin-
do que o aprendiz as memorize.
Uso de algumas palavras e Essa distinção nos permite com-
expressões preender que erros ortográficos
Ao encontro de / de encontro a não são “coisas idênticas”, pois
Compare os períodos: erros semelhantes em sua apa-
Ela saiu de casa para ir ao encontro de um sonho. rência – porque envolvem a “tro-
As péssimas atitudes dela vão de encontro a uma
postura responsável.
ca de uma letra por outra” – têm
naturezas diferentes.
• ao encontro de = união; ser favorável a algo.
• de encontro a = oposição; ser contrário.
Tomemos um exemplo: Pedro,
Acerca de / há cerca de / cerca de aluno do terceiro ano, produziu
Agora, analise estes períodos: uma história em que apareciam
Os deputados estavam discutindo acerca de mudanças grafias com *sidade (cidade),
no Código Florestal. *oje (hoje), *cachoro (cachorro)
e *honrrado (honrado). Embora
Os deputados estão discutindo mudanças no Código
Florestal há cerca de três horas.
Cerca de trinta mudanças foram propostas para o todas as palavras contenham er-
ros, podemos nos perguntar se
Código Florestal.
Leitura
Complementar
45
A escrita em questão
Brasileiro está produzindo sete vezes mais lixo em apenas dois anos
Pesquisa aponta que a renda cresce, a população brasileira cresce e
o lixo se multiplica; mais da metade do lixo coletado está no Sudeste.
Da Redação do G1
Uma pesquisa mostrou que o brasileiro Ferro elétrico, cafeteiras, estantes, me-
está produzindo sete vezes mais lixo em sas, cadeiras e objetos afins : tudo foi
apenas dois anos. O destino correto do lixo jogado fora pelos moradores do prédio
é um dos maiores desafios para as cidades onde Claudina Barão Modena é síndica.
do País, ainda mais agora que o brasilei- Ela recolheu tudo a fim de aproveitar.
ro está produzindo cada vez mais lixo. É o Nas mãos dela, nada vira lixo. Claudina é
que mostra uma pesquisa da Associação um exemplo perfeito da iniciativa individual
Brasileira de Empresas de Limpeza Públi- para resolver os problemas da reciclagem
ca e Resíduos Especiais (Abrelpe). O pro- de resíduos urbanos aos quais a maioria
blema é reflexo do aumento do poder aqui- das prefeituras das cidades brasileiras não
sitivo da população. consegue dar uma solução. Os números
46
4646
Conto social
47
Capítulo
1
são assustadores: nossa produção de lixo Nordeste, a situação é tão ruim quanto no
nos últimos anos aumentou mais do que o Sudeste. Na Região Sul, está a melhor situa-
crescimento da nossa população. ção: pouco mais de 23 milhões de pessoas
Esse aumento é um reflexo da ampliação produzindo 21 mil toneladas de lixo por dia.
do poder aquisitivo da população, que foi Em 2010, foi sancionada a Política Na-
ao encontro do consumo, passou a con- cional de Resíduos Sólidos, que dispõe que
sumir mais e, logicamente, passou a gerar todos os municípios tiveram até 2014 para
mais lixo. dar uma destinação adequada ao lixo. Ou
Cerca da metade do lixo coletado no seja, tudo aquilo que puder ser reaprovei-
Brasil está no Sudeste. Nessa região, vivem tado deverá passar por algum processo de
quase 75 milhões de pessoas que produzem recuperação, reciclagem ou afim .
quase 97 mil toneladas de lixo por dia. No http://pe360graus.globo.com/noticias/brasil/meio-ambiente.
Adaptado.
47
47
Anotações
48
4848
Conto social
49
Capítulo
1
prometer casa que a gente não pode pagar é balela, é conver-
sa pra boi morto. Eles jogam a gente é num esgoto. Pr’onde
vão os coitados desses urubus? A cachorra, o cachorro?
Isso tudo aqui é uma festa. Os meninos, as meninas naquele
alvoroço, pulando em cima de arroz, feijão. Ajudando a esco-
lher. A gente já conhece o que é bom de longe, só pela cara do
caminhão. Tem uns que vêm direto de supermercado, açougue.
Que dia na vida a gente vai conseguir carne tão barata? Biste-
ca, filé, chã de dentro — o moço tá servido? A moça?
Os motoristas já conhecem a gente. Tem uns que até guar-
dam com eles a melhor parte. É coisa muito boa, desperdiçada.
Dicionário
Tanto povo que compra o que não gasta — roupa nova, véu,
grinalda. Minha filha já vestiu um vestido de noiva, até a aliança
Balela – Boato, mentira.
a gente encontrou aqui, num corpo. É. Vem parar muito bicho Chã de dentro – Carne
morto. Muito homem, muito criminoso. A gente já tá acostuma- macia extraída da parte
do. Até o camburão da polícia deixa seu lixo aqui, depositado. interior da coxa do boi.
49
49
50
5050
Conto social
51
Capítulo
1
4. Qual é a função de cada personagem no conto? Como eles participam?
Em todo o texto, apenas a protagonista tem uma participação expressiva, a partir do seu
desabafo. O homem e a mulher não têm falas, são apenas seus interlocutores. E os demais
somente são citados pela protagonista.
Estão corretas:
a) I, II e III.
b) I, II, e IV.
c) III, IV e V.
d) I, II e V.
e) III e V.
b) Há uma crítica ao poder público subentendida nesse desejo. A atitude do governo resol-
veria o problema dos catadores? Explique.
A crítica diz respeito à atitude do governo, que pretendia tirar os catadores do lixão, mas, ao
que parece, não previa a inserção deles na sociedade.
51
51
52 8. Considerando a forma como o texto se apresenta, como foi planejado pelo autor, anali-
se as afirmações abaixo.
I. Embora apenas um dos personagens fale, podemos supor que eles estão conversando,
como em uma entrevista.
II. Podemos supor que o conto se iniciou, na verdade, em uma pergunta feita por um dos
personagens, à qual a protagonista respondeu com um desabafo.
III. Além da mulher que fala da importância do lixão para a sua vida, há apenas mais um
personagem, para quem ela parece falar.
IV. Podemos supor que as personagens do conto pertencem a grupos sociais distintos.
Estão corretas:
a) I e II.
b) I e III.
c) I, II e IV.
d) II e III.
e) III e IV.
Fonte: grs/uFPE
52
5252
Conto social
53
Capítulo
1
o
Mídias em context
Neste capítulo, trabalhamos o conto social, um gênero de texto narrativo cujo objetivo
é, entre outros, chamar a atenção do leitor para o problema social abordado e, a partir daí,
estimular seu senso crítico.
Proposta
A fim de explorar melhor esse potencial, nesta atividade você e alguns colegas
deverão escolher um dos contos que vocês mesmos produziram neste capítulo
para transformá-lo em um curta-metragem. Ao final, os vídeos deverão ser
compartilhados nas suas redes sociais.
Os vídeos são comprovadamente um dos meios de comunicação com maior poder per-
suasivo, em especial por causa da sua capacidade de explorar diferentes sensações —
principalmente pela visão e audição —, o que provoca percepções complexas no público.
Mas, para transformar o conto social em um curta que realmente alcance esse poder de
persuasão, será indispensável produzir primeiramente um bom roteiro. Os links a seguir
são sugestões de sites e canais em que vocês encontrarão bastantes informações sobre
o gênero roteiro. Confiram!
53
53
Objetivos Pedagógicos
Capítulo 2 Na mente dos
Ao final deste capítulo, o aluno
deve ser capaz de:
personagens
•• Demonstrar conhecimento bá-
sico sobre o gênero e suas
funções sociais: o que é um
Conhecimentos prévios
1. Quando você tem ansiedade para que algo
conto psicológico? Para quem importante aconteça, como você sente a
vras no texto.
•• Realizar prática e análise lin-
guística, observando as dis-
tinções estruturais e funcionais
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5454
Conto psicológico
55
Sugestão de
Abordagem
É interessante comentar al-
gumas características dos
contos psicológicos para si-
tuar os estudantes na leitura
dos textos que serão lidos
no decorrer do capítulo.
Para iniciar a sua abordagem,
at
ije
esclareça que o conto psico-
ur
|Z
ck
to
rs
tte
Anotações
55
tranhamento em situações
no leitor. Esse
estranhamento é o fim
estético do texto, isto é,
diversas são usados por do prazer da leitura.
56
Diálogo com
o professor
O conto psicológico apresenta constituiu um novo autorretrato cio do século XIX–XX e acabou
uma dualidade de enredo que para o indivíduo, que passou a refletindo essa dualidade em
permite narrar fatos internos por buscar, desde então, uma com- diferentes gêneros, entre eles, o
meio de fatos externos. O con- preensão da vida interior. Essa conto psicológico.
ceito de inconsciente, formulado perspectiva psicológica influen-
por Sigmund Freud (1856–1939), ciou a literatura produzida no iní-
5656
Conto psicológico
57
Capítulo
2
roupas desbotadas e entrava pelos poros, virando outra mi-
séria, mais profunda. Era como uma febre que anunciava sua
chegada, uma moleza de espírito, um arrependimento de algo
que não fiz. Por isso, eu temia aquele homem: era o dia em
que as luzes tardavam em se acender. Toda semana, era o
Dia das Trevas. Na penumbra, eu divisava vultos ameaçado-
res — alguns eram ratos; outros, tenho certeza, demônios. O
desespero endurecia minhas pernas. Nada podia fazer. Sem Dicionário
ter ao que me agarrar, deixava correrem as silenciosas lágri-
mas do medo, salgadas de abandono. Quando já tinha pas- Enternecida – Repleta de
sado o limite do insuportável, entre a vida e o pesadelo, as ternura e afeto.
luzes se acendiam e o homem ia embora. Minha mãe vinha Estirpe – Linhagem;
descendência.
até mim, coberta num véu de culpa, e tentava me consolar Penumbra – Meia-luz.
com biscoitos amanteigados. Enquanto eu mordiscava, ela Divisava – Enxergava;
novamente dava à luz aquelas palavras bastardas: “Papai não avistava.
pode ficar. Ele tem outra família, meu filho”. Palavras refleti-
das num espelho distorcido, mais para si própria do que para
mim. Só anos depois, compreendi o que significavam quase
todos aqueles vocábulos que não eram filhos da boca com o
coração. Exceto aquele que sempre me foi estranho: papai.
Disponível em: http://manualdeastronomia.blogspot.com.br/2010/02/o-dia-das-trevas.
html. Acesso em 13/04/2015.
57
57
o leitor narrativas múltiplas. Após O fato é representado como se acontecesse sempre do mesmo
a leitura, provoque a turma com jeito, como se fosse um único dia que se repete, é por isso que
questões de leitura, como: o título do texto está no singular. Era o dia em que o homem
branco visitava a mãe do narrador-personagem e ficava até tar-
1. No título do conto, o que a de no quarto com ela, enquanto o narrador ficava nas trevas.
palavra esperança significou 2. No tempo em que se encontra, já crescido, o narrador-per-
para você? sonagem entende que o homem era seu pai biológico. Contudo,
sendo alguém com quem ele nunca teve relação afetiva, o narra-
2. No texto, a palavra esperança dor sente que não teve pai. Que aspectos do texto revelam isso?
funciona como um substantivo O fato de o narrador chamar o pai de “o homem” durante todo
concreto ou abstrato do ponto o texto e o fato de o narrador afirmar que não compreende o
significado da palavra papai.
de vista do menino?
58
3. Nos contos psicológicos há o
desenvolvimento simultâneo
de pelo menos duas histórias.
LPemC_2018_BNCC_9A_Cap2.indd 58 08/05/18 06:47
Você saberia dizer quais são que quais são esses dois sen-
as duas histórias sugeridas já BNCC – Habilidades gerais
tidos e como eles contribuem
na primeira frase do texto? para a narrativa psicológica. EF69LP44 EF69LP53
4. Que opinião a narradora tem 6. No início do conto, a narrado-
EF69LP47 EF69LP54
do sentimento de esperança? ra apresenta seu ponto de vis-
5. No texto de Clarice Lispector, ta sobre a esperança. Qual é BNCC – Habilidades específicas
podemos atribuir dois sentidos esse ponto de vista?
EF89LP33 EF09LP04
à palavra esperança. Expli- EF89LP37
5858
Conto psicológico
59
Capítulo
2
3. Narrativas desse tipo frequentemente atribuem um valor
simbólico a elementos do texto, explorando sentidos que vão Compartilhe
ideias Leitura
além do seu significado cotidiano. Pensando nisso, você acha
que, para o narrador, as trevas eram apenas a falta de luz?
Justifique sua resposta.
Complementar
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam que, Primeiras estórias é uma
para o narrador, as trevas são bem mais do que a falta de luz:
coletânea de 21 contos de
Guimarães Rosa que ex-
representam a solidão, o medo, a miséria e o abandono que
sentia quando tinha de ficar sozinho no dia da visita do pai.
ploram, em sua maioria, o
lado místico e psicológico.
Ele vasculha a alma com a
4. Na parte final do texto, o narrador dá pistas de que era filho
de um relacionamento extraconjugal, ou seja, fora do casamen-
to. O autor faz uso de três orações para retomar essa ideia e finalidade de captar suas
inquietações. Autor mo-
reforçá-la. Quais são essas orações?
“[…] ela novamente dava à luz aquelas palavras bastardas […]”;
“Ele tem outra família, meu filho”; e “[…] aqueles vocábulos que
derno, utiliza recursos ino-
não eram filhos da boca com o coração”.
vadores para a sua época,
como a fragmentação li-
5. Assim como em outros textos que estudamos, há uma per-
terária e o intenso uso de
sonagem que vive um conflito pessoal. A mãe encontra-se di- neologismos. Misturando
vidida. A frase abaixo, retirada do texto, ilustra essa divisão.
Analise-a e responda: qual era o conflito da mãe? Você acha
a linguagem culta à popu-
que ela sofria com isso? Por quê? lar e transpondo os limites
do espaço, seus contos
alcançam uma dimensão
Enternecida pela sua solitária condição não apenas de
mãe, mas de mulher, ela me abraçava.
universal.
O conflito era entre sua condição de mãe e de mulher. Espera-
-se que o aluno perceba que a mãe se dividia entre o amor
pelo filho e o relacionamento com o homem, que aplacava sua
solidão. A mãe sofria com isso, visto que sentia culpa e tentava
justificar suas ações para o filho e para si mesma.
59
Sugestão de
Abordagem
Para as respostas da seção Para com a leitura do texto, perce-
discutir, propomos as seguintes: bemos que o homem parece,
1. Repúdio, ódio. na verdade, desprezar o me-
nino.
2. A relação entre o homem e o
narrador, quando menino, é de
total afastamento. De acordo
59
EF69LP56
Anotações
6060
Conto psicológico
61
Capítulo
2
4. Na nossa comunicação diária, utilizamos bastante o pronome
a gente em lugar de nós. Na tira, a qual grupo de pessoas Compartilhe
esse termo provavelmente se refere? ideias Sugestão de
5. Na tirinha, o verbo perguntar é classificado como transitivo
direto ou indireto? Abordagem
6. Nesse contexto, qual é o complemento do verbo perguntar?
Seguindo a gramática da língua, alguns verbos exigem ne- Para as questões da seção Aná-
cessariamente complementos para terem sentido completo. lise linguística, propomos estas
São os verbos transitivos, como estudar, ler, perguntar e
exigir. Observe: respostas:
A professora Norma gosta. 1. Ele está estudando orações,
Verbo transitivo
conteúdo da disciplina de
português.
2. O pai de Café pensou que ele
Analisando essa estrutura assim, de forma isolada, percebe-
mos que o verbo gostar está incompleto, isto é, sem seu com-
plemento, também chamado de objeto. Por essa razão, po- estava orando.
deríamos nos perguntar: “A professora Norma gosta de quê?”
O termo que ocupará o lugar desse de quê será, portanto, o
complemento verbal, o objeto indireto, pois se liga ao verbo
3. Ele quis dizer que Café estava
indiretamente (por meio da preposição de). recorrendo a orações deses-
Preposição
perado para conseguir uma
boa nota na prova de portu-
A professora Norma gosta de provas difíceis.
guês.
Verbo transitivo indireto Objeto indireto
4. O termo a gente provavelmen-
Algo semelhante ocorre neste outro exemplo selecionado
da tira.
te se refere a todos os alunos
Então, continue. da sala de Café, incluindo ele.
Verbo transitivo
5. É um verbo transitivo direto.
Novamente, o verbo precisa de um complemento: Continue
o quê? Note, no entanto, que o complemento do verbo conti-
6. O complemento do verbo per-
nuar se ligará a ele diretamente, isto é, sem a ajuda de uma guntar é a oração o que a
preposição. Portanto, esse complemento será o objeto direto:
gente não sabe.
61
Anotações
61
Objeto direto
mento intuitivo dos mecanismos Como dissemos, a função do núcleo do complemento verbal
deve atuar também para o domí- Em todas essas situações, o papel do objeto é exercido por
um substantivo. No entanto, essa função poderia ser desempe-
nio de uma língua (variedades e nhada, sem problema algum, por uma oração, que equivaleria,
bemos que cada falante adquire 1. Café não gosta de tirar nota ruim.
6262
Conto psicológico
63
Capítulo
2
Primeira oração Segunda oração
Objeto direto
Aprenda
mais!
Primeira oração Segunda oração
A gramática normativa
classifica esse que dos
3. O pai pensou que o filho orava.
exemplos 2 e 3 como
conjunção integrante,
Objeto direto pois, ao mesmo tempo
que liga duas orações,
ele integra a segunda
oração, que é subordinada
Nos três exemplos, o objeto é exercido por uma oração que substantiva.
— repetindo — equivale a um substantivo. Você se lembra
A outra conjunção
do que isso significa? Ora, como vimos no capítulo anterior, integrante é se, como
as orações que funcionam como termo de outra são as cha- ocorre em:
madas orações subordinadas. Logo, podemos dizer que,
Ele não sabe se fez a
nos três exemplos acima, a segunda oração é subordinada escolha certa.
substantiva.
Existem seis tipos de orações subordinadas substantivas: Objeto direto
subjetivas, objetivas diretas, objetivas indiretas, completi-
vas nominais, predicativas e apositivas. Agora, vejamos as
três primeiras.
Oração subordinada
substantiva subjetiva
A oração subordinada substantiva subjetiva funciona como
sujeito do verbo da oração principal.
Oração principal
63
63
Oração principal
Oração subordinada
substantiva objetiva direta
Com diz o nome, esse tipo de oração funciona como objeto
direto do verbo da oração principal.
Oração principal
Oração principal
Oração principal
64
6464
Conto psicológico
65
Capítulo
2
Oração subordinada
substantiva objetiva indireta
À semelhança da anterior, esse tipo de oração funciona
como objeto indireto do verbo da oração principal.
Oração principal
Oração principal
Oração principal
65
65
66
Prática linguística
Texto
O vô Maurício e os livros
Eu tinha 7 anos e estava na segunda série. Era início de
inverno e fazia muito frio em Porto Alegre. Meus pais tinham
feito uma reforma em nossa casa e construído uma espécie de
mezanino — uma sala suspensa, formando a metade de um
segundo andar, do meio até o fim da garagem.
Era uma quarta-feira. Como é que eu sei? Porque o vô Mau-
rício e a vó Luísa iam jantar conosco todas as quartas-feiras.
Sempre levavam presentes. Passas de pêssego de Pelotas,
por exemplo, que eu adorava. Língua de gato, meu chocolate
predileto. Um time de botão, quem sabe?, ou um álbum de fi-
gurinhas.
Nesse dia, meu avô levou algo especial. Era um pacote pe-
queno, em forma de retângulo. Achei que fosse algum jogo.
Rasguei o papel de qualquer jeito para ver logo o que era. E
fiquei com cara de bobo e dei um sorriso amarelo. Disse um
“obrigado” meio chocho, fingindo que tinha gostado. Era um
livro.
A capa branca trazia o desenho de um menino com uma bi-
cicleta daquelas bem antigas, que têm a roda da frente enorme
e a de trás pequenininha. O nome do livro era Jim e a bicicleta.
Àquela altura eu já sabia ler, mas nunca tinha lido uma his-
tória grande assim sozinho, do começo ao fim. Dava até um
pouco de medo. Mas, para o meu avô não ficar chateado e tam-
bém porque, no fundo, eu estava com uma pontinha de curiosi-
dade, resolvi começar a ler o livro depois do jantar.
Subi para o mezanino, deitei numas almofadas gostosas
que minha mãe tinha feito, deixei uma caixinha nova de língua
de gato aberta do meu lado e comecei a leitura. Comecei e não
parei mais. Minha irmã foi me convidar para brincar, e eu não
quis. Ia passar um programa bom na televisão, mas também
não me deu vontade de ver. Só parei de ler quando já tinha pas-
sado bastante da minha hora de ir para a cama e meus avós
me chamaram para se despedir.
66
6666
Conto psicológico
67
Capítulo
2
No dia seguinte, eu não via a hora de chegar em casa e
continuar as aventuras do Jim. O livro era um pouco esquisi- Sugestão de
to, porque era feito em Portugal, e lá eles falam e escrevem
diferente de nós. Esquisito ou não, eu só queria saber do Jim.
Abordagem
Meu avô teve de me trazer mais um livro da série na semana
seguinte. E outro na seguinte, e assim por diante, até completar As narrações normalmen-
te trazem marcas (pistas)
a coleção.
Nunca mais vi esses livros depois que fiquei grande. Talvez
se eu os visse agora não ia entender por que gostei tanto. Mas,
de tempo e de espaço. O
de todos os livros que já li na vida, nenhum foi mais importante
do que Jim e a bicicleta. Gostei mais de outros até, mas ne- texto de Arthur Nestrovski
nhum foi tão importante. Porque foi o que me fez descobrir, por
mim mesmo, o que era essa coisa estranha que os adultos ao
está repleto de marcas de
meu redor estavam sempre fazendo sem que ninguém man- tempo, como Eu tinha 7
anos; Era início de inverno;
dasse: ler um livro.
NESTROVSkI, Arthur. Arte e manhas da linguagem. vol. 4. Curitiba: Positivo, 2002.
Repensando o
Ensino da Gramática
Os verbos trazem em si di-
versas informações, desde
seu aspecto até marcas de
67
modo e de tempo. No texto
de Arthur Nestrovski, há o
LPemC_2018_BNCC_9A_Cap2.indd 67 08/05/18 06:47
uso predominante dos ver-
bos no pretérito perfeito e
imperfeito. Mostre aos seus
BNCC – Habilidades gerais
Anotações alunos que esses tempos
EF69LP47 EF69LP54 verbais, apesar de fazerem
EF69LP53 referência ao passado, não
se referem à mesma fração
BNCC – Habilidades específicas de tempo.
EF09LP04
EF09LP08
67
No trabalho com a questão 2. Analisando o conto como um todo, é correto afirmar que:
a) Não incentiva o despertar do prazer pela leitura.
1, chame a atenção para o b) Não apresenta um objetivo pedagógico.
emprego do passado com- c) Mostra que a leitura é a interpretação do mundo, não de
livros.
posto (o auxiliar ter + parti- d) Tem como tema o despertar do prazer pela leitura.
cípio), muito comum no por- e) Defende que a leitura é apenas uma forma de interpretação
do mundo.
tuguês brasileiro.
3. Agora releia este trecho, retirado do último parágrafo.
acerca das variadas formas Não. O narrador fala apenas dos adultos ao seu redor, isto é,
68
6868
Conto psicológico
69
Capítulo
2
4. No texto, o personagem é “seduzido” pelo prazer de ler.
Todos os trechos abaixo confirmam isso, de acordo com o con- Compartilhe
ideias
texto, exceto:
a) “[...] e comecei a leitura. Comecei e não parei mais.” (sexto
parágrafo)
b) “[...] resolvi começar a ler o livro depois do jantar.” (quinto
parágrafo)
c) “Minha irmã foi me convidar para brincar, e eu não quis.”
(sexto parágrafo)
d) “[...] eu não via a hora de chegar em casa e continuar as
aventuras do Jim.” (sétimo parágrafo)
e) “Esquisito ou não, eu só queria saber do Jim.” (sétimo pará-
grafo)
69
gues Que livros os alunos a) Nesse parágrafo, o narrador faz certo mistério sobre o que
traz uma interessante refle- Algo especial, um pacote pequeno, algum jogo.
b) Nesse contexto, o que significa um sorriso amarelo?
xão acerca da seleção dos
livros para os alunos.
Um sorriso forçado, sem graça.
70
Diálogo com
o professor LPemC_2018_BNCC_9A_Cap2.indd 70 08/05/18 06:47
7070
Conto psicológico
71
Capítulo
2
a) Que realmente era um jogo.
b) Que se tratava de um jogo. Compartilhe
c) Que era meu jogo preferido. ideias
d) Que não fosse nada importante.
e) Que era um bom presente.
71
71
Para facilitar o entendimento da Mafalda, sua personagem mais importante e famosa, em 1964.
Produziu até 1973, quando, segundo ele, percebeu que já tinha
reflexão proposta na seção An- dito tudo o que queria com a personagem e seus coleguinhas.
(ou o próprio livro, Toda Mafalda: as tirinhas (1964–1973), o mundo vivia em intensos conflitos,
como o autoritarismo dos governos militares, a tensão da Guer-
da primeira à última tira) em que ra Fria, a absurda Guerra do Vietnã, a explosão do consumis-
7272
Conto psicológico
73
Capítulo
2
criou uma personagem pequenina com o nome de Liberdade,
justamente para criticar a falta de liberdade que marcou aquela Compartilhe É como se o autor “largasse”
ideias
época. A seguir, sugerimos algumas palavras para facilitar sua
criatividade. Você poderá escolher uma delas ou utilizar outra.
a personagem, deixando-a en-
espinho – vida – aurora – céu – estrela – luz
tregue a si mesma, às suas di-
verdade – esperança – joaninha – pena – muro vagações, resultando um texto
que lembra a associação livre de
Planejamento
ideias, de feitio incoerente, des-
Como seu texto será um conto psicológico, será necessá-
rio definir, primeiramente, quais serão as duas narrativas que conexo, sem os nexos ou enla-
você fará em uma só. Lembre-se de que uma dessas narrativas
abordará a realidade exterior e a outra a realidade interior, psi-
ces sintáticos de um texto “bem
cológica. Pensando nisso, defina: comportado”.
1. Como serão a realidade exterior e a interior?
É como se fosse um depoimen-
2. Como o protagonista do conto entrará em contato com seu
interior? to, a expressão livre, desenfrea-
3. Que personagem será antagonista? da, desinibida, ininterrupta, di-
4. Como se dará o conflito psicológico?
5. Como esse conflito será resolvido?
fusa, alógica de pensamentos e
Além desses pontos, é muito importante você observar o uso emoções, muitas vezes de uma
mente conturbada e atônita.
das orações subordinadas substantivas na construção da sua
narração. Elas podem ajudar bastante você a narrar os fatos…
No fluxo de consciência, o pen-
Avaliação samento simplesmente flui, pois
1. Para avaliar seu texto, faça uma releitura observando os
seguintes aspectos:
a personagem não pensa de ma-
Aspectos analisados Sim Não
neira ordenada, coerente, razão
O conto está baseado na duplicidade de senti- por que o texto se apresenta sem
do da palavra escolhida na proposta?
parágrafos, sem pontos, ininter-
Há duas narrativas entrelaçadas (uma exterior
e outra interior)? rupto; numa palavra, caótica.
A realidade exterior e a interior estão caracte- Na literatura universal, os gran-
des mestres desta técnica são
rizadas?
O texto está claro?
É possível ao leitor diferenciar o que é exterior James Joyce (Ulysses), Virgínia
do que é interior? Woolf (Mrs. Dalloway) e William
Há um conflito psicológico?
73 Faulkner (O Som e a Fúria; En-
quanto agonizo).
LPemC_2018_BNCC_9A_Cap2.indd 73 08/05/18 06:47 Em nosso meio, entre tantos
escritores, poderiam ser citados
Leitura Complementar Antônio Callado (Assunção de
Salviano), Autran Dourado (A
Escrever em/um fluxo de cons- sado, realidade e desejos, anseios Barca dos Homens) e Clarice
ciência é como instalar uma câme- e reminiscências, falas e ações se Lispector (Perto do Coração Sel-
ra na cabeça da personagem, re- misturam na narrativa num jorro vagem; A Hora da Estrela).
tratando fielmente sua imaginação, desarticulado, descontínuo, numa
seus pensamentos. Como o pen- sintaxe caótica, apresentando as SCARTON, Gilberto (2002).Guia de produção
textual: assim é que se escreve. Porto Alegre:
samento, a consciência não é orde- reações íntimas da personagem PUCRS, Fale/GWEB/Prograd, [2002]. Disponível
nada, o texto-fluxo-de-consciência fluindo diretamente da consciência, em: < http://www.pucrs.br/gpt >. Acessado em
24/05/2012.
também não o é. Presente e pas- livres e espontâneas.
73
74 g uN
S E Três copos d’água
Cheguei àquela pequena cidade por volta das 16 horas da se-
gunda — o céu e seu estranho alaranjado, terras aquietadas no
pé das serras do Agreste. A viagem tinha sido tranquila, poucos
carros. O meu cansaço de meses de trabalho repousou momen-
tos, quanto silêncio depois do nosso nome ter ido embora.
Antes de Parei o carro na frente da escola. Lembro-me dela e dos
começar a ler meninos correndo, depois das aulas, meus olhos como folhas
secas levadas pelo vento das memórias. O papel timbrado na
O conto que vamos ler
a seguir foi escrito por mão, com a logo da empresa, parecia o meu caderno, as tare-
Malthus de Queiroz, um fas feitas sempre no dia anterior, minha mãe, meu chefe, meus
contista cearense de clientes... Será que o portão faria o mesmo ruído daquele dia
grande habilidade. Nesse
conto, Malthus criou em que me formei, um ruído de palavras estranhas.
um verdadeiro labirinto — Bom dia. Eu venho falar com a diretora, D. Dulcineia.
psicológico para contar — Ela não está. Só volta amanhã.
a história de um homem
que retorna à sua cidade Sentei-me na lanchonete em frente, saíra da faculdade cheio
natal vinte anos depois e de ideias revolucionárias, aquela camisa que eu te dei quando
lá reencontra Dulcineia, parti. Pedi água, nada menos que vinte anos sem ver essa rua.
sua namorada da infância,
agora diretora da escola Muito mudou, mas eu sabia onde estavam as coisas, a vendi-
onde estudaram. Na nha de seu Neno, a namorada eterna de minha infância que
lanchonete localizada em morava descendo o beco, era pobre, mais um copo d’água e
frente à escola, o homem
toma três copos d’água vou-me embora.
enquanto relembra sua Entrei novamente no carro com o timbrado na mão, um tanto
história com Dulcineia, de esperança esquecida. Lembrei do assalto; àquela hora, eu
uma relação marcada por
sentimentos intensos. dormia, dormia, dormia, sede da tua sede de vida, um tiro de
raspão. Dormia.
— D. Dulcineia está?
— Ainda não. Mas tem a dona Clécia, que pode ajudar. Quer
falar com ela?
— Não, não. Tem que ser com a Dulcineia mesmo. Obrigado.
Outro dia igual a outro dia. E outros se passariam, água,
tua mão delicada se despedindo sem um movimento, pessoas,
dormia e voltava como um sonho. Era um sonho rever minha
cidade, o Agreste e sua fala, água revirada. Encontraria Dulci-
neia no outro dia.
Quando amanheceu, contei vinte piados de passarinhos di-
ferentes.
— Oi, eu sou o novo fornecedor. Vim do Recife, antes de
ontem, mas não te encontrei.
Era ela, eu tinha certeza. Parecia morrer nesta esquina, mas
74
7474
Conto psicológico
75
Capítulo
2
não; apenas se enlaçava a uma vida que e Dulcineia novamente juntos, como nos
eu não mais conhecia, tanto tempo longe, o tempos de criança, timbrado agora nosso
pé da serra de Dulcineia, que terminava no amor. Desde cedo, aprendi a cruzar cami-
beco, sempre antes das oito. Seu pai nunca nhos.
gostou de mim, “o novo fornecedor”. Partimos dois meses depois de vinte
Dulcineia me olhou desconfiada, assus- anos, trinta e cinco eu, dois tiros.
tada com toda aquela novidade. Ofereceu — Levaram a bolsa.
água, tomei café em sua casa, descendo o Levaram. Levaram a bolsa de Dulcineia.
beco, despindo-a para sempre de minha so- Agora volto, os mesmos vinte anos. Nos-
lidão, entrando mais fundo no que eu toma- so filho me pergunta que escola é aquela.
va posse — cansaço depois vinho. Tantas Não consigo dizer o nome. Ainda vendo
vezes. Voltava uma vez por muitas vezes, e produtos escolares, tenho carro e flores
muitas vezes que eu voltasse não me sacia- que deixo em tua casa, como se ela fosse
ria o preço de uma vez. o beco, a descida. Quisera, como quisera!
“Quis vir te buscar há mais tempo”, agora Tantas coisas eu queria, o tempo nunca
trago estes produtos para a escola, minha deixa. Quisera arrancar da terra toda a sei-
comissão sustentará bem a família e a fa- va do teu corpo, assistir aos filmes do Cine
culdade, estou terminando Administração. Bajado, que escola era aquela, uma criança
Fascinava-a a minha volta, queria água, eu sempre corre após as aulas, homens en-
75
75
ções textuais, nem parafra- que dava para a BR. Era inevitável seguir por ali. Reconheci a
casa, mudada. Algumas coisas continuam, e a saudade é esta
sear. Isto seria o mesmo que rua, que passa e permanece.
Na compreensão influen-
nos linguísticos, mas também
ciam condições textuais, prag- BNCC – Habilidades gerais
antropológicos, psicológicos e
máticas, cognitivas, interesses
factuais. As inferências lidam EF69LP44 EF69LP53
e outros fatores, tais como co-
com as relações entre esses co- EF69LP47 EF69LP54
nhecimentos do leitor, gênero
nhecimentos e muitos outros as-
e forma de textualização. Por
pectos. BNCC – Habilidades específicas
isso, a compreensão de texto
é uma questão complexa que MARCUSCHI, L. A. (2008). Produção textual,
EF89LP33 EF09LP04
análise de gêneros e compreensão. São Paulo:
envolve não apenas fenôme- Parábola, p. 249. EF89LP37
7676
Conto psicológico
77
Capítulo
2
Desvendando os segredos do texto
Sugestão de
1.
No texto, o narrador relembra alguns momentos significativos vivenciados. Cite, pelo
menos, um momento significativo.
Abordagem
Sugestão de resposta: o namoro do protagonista com Dulcineia.
Durante a leitura do con-
2.
to de Malthus de Queiroz,
No primeiro parágrafo, o personagem relata que a viagem tinha sido tranquila. Confor-
me seu entendimento do texto, o que motivou essa viagem?
O narrador trabalhava em uma empresa de material escolar e foi fornecer produtos para a chame a atenção dos alu-
escola onde estudou quando criança. nos para alguns pontos em
3. No texto de Malthus de Queiroz, podemos atribuir dois sentidos à palavra timbrado.
que o processo inferencial
Quais são esses significados? desempenha um papel im-
A palavra ora é usada para qualificar um documento da empresa de material escolar do portante para a construção
personagem, ora é usada para qualificar o amor entre ele e Dulcineia. Neste caso, seria um
do sentido, por exemplo,
amor definitivo, sério, permanente, com a mesma validade de um documento.
os três copos de água que
4. O conto Três copos d’água se caracteriza pelo conflito entre o personagem-narrador e
sugere certo desespero do
seus anseios, seus desejos e suas memórias. Que nome damos a esse tipo de conflito na
Literatura? personagem.
Conflito psicológico, ou conflito interno.
No conto Três copos d’água
5. Retire do texto passagens que remetam à memória do narrador. é evidente o tom memoria-
Sugestões de resposta: “Lembro-me dela e dos meninos correndo, depois das aulas, meus lístico na narrativa. A partir
olhos como folhas secas levadas pelo vento das memórias.”; “Muito mudou, mas eu sabia
disso, você pode trabalhar
onde estavam as coisas [...]”; “Lembrei do assalto [...]”.
com outros textos, além de
6. Com relação ao conto Três copos d’água, assinale a alternativa incorreta. contos, que trazem essa re-
a) O conflito gira em torno de um narrador-personagem que se defronta com lembranças ao
retornar à sua cidade natal. lação entre literatura e me-
b) O conto é narrado em primeira pessoa. Por esse motivo, a visão dos fatos fica condicio- mória. Para isso, sugerimos
nada à maneira como o narrador os interpreta.
c) O narrador vive no Recife e foi à sua cidade natal a trabalho. o livro Dois irmãos, de Mil-
d) A narração não segue uma cronologia temporal, e sim um tempo psicológico. Assim, não
fica claro o que é passado e o que é presente.
ton Hatoum, uma narrativa
e) A narração não segue uma cronologia temporal, mas ainda assim é bastante clara a de- feita em primeira pessoa na
finição dos fatos passados e presentes.
77
perspectiva de um persona-
gem secundário, Nael, que
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busca sua origem. É possí-
vel explorar o passado pes-
soal e coletivo, com suas
Anotações histórias, acontecimentos e
particularidades.
77
7878
Conto psicológico
79
Capítulo
2
10.Segundo as pistas deixadas pelo narrador-personagem do texto, qual a sua idade quan-
do ele saiu pela primeira vez de sua cidade e qual a sua idade quando retornou pela última
vez? Explique como podemos identificar essas informações no texto.
No início do conto, ele afirma que passou “vinte anos sem ver essa rua”, e após reencon-
trar Dulcineia, dois meses depois de ter retornado, ele diz: “partimos dois meses depois de
vinte anos, trinta e cinco eu”. Ou seja, se ele passou vinte anos sem ver a cidade e agora
tinha trinta e cinco, quando saiu da cidade pela primeira vez tinha quinze anos. Quando
retorna à cidade pela última vez, ou seja, quarenta anos depois, ele indica a sua idade no
seguinte trecho: “Fiquei orgulhoso do meu filho, a escola eu podia olhar, eram ainda quatro
da tarde, cinquenta e cinco anos, duas casas alugadas [...]”.
11. A subjetividade da linguagem literária permite que o narrador informe um fato sem, no
entanto, descrevê-lo. Com base nisso, indique a passagem do texto que sugere a morte de
Dulcineia.
“[...] um tiro no abdome, três copos d’água, a bolsa de Dulcineia perdida. Juro que mirei
neles.”
13. Para você, o conflito apresentado no texto foi resolvido? Justifique sua resposta.
Resposta pessoal. No entanto, sendo a narrativa fortemente marcada pelo sentimento de
saudade e pela culpa, o último parágrafo sugere que o conflito não foi resolvido, tendo em
vista que o narrador-personagem, ao comparar o sentimento da saudade com a BR, afirma
que ambas passam e permanecem, ou seja, é um sentimento que está sempre o acompa-
nhando.
79
79
Anotações
8080
Conto psicológico
81
Capítulo
2
Observe que, nesse exemplo, o complemento nominal de conclusão é uma oração
(de que você realmente não sabe escrever). Como essa oração exerce uma função
sintática de outra (cheguei à conclusão), é classificada como subordinada. Consideran-
do que a função de complemento nominal é típica dos substantivos, temos, portanto, um
exemplo de oração subordinada substantiva completiva nominal. Veja outro exemplo
desse tipo de oração:
81
Complementar Predicativo
as luzes.
•• Podem apresentar o verbo no
infinitivo — orações reduzidas:
Eles preferiram voltar da festa a
pé.
Características funcionais
Exercem as mesmas funções que 82
8282
Conto psicológico
83
Capítulo
2
Prática linguística
Texto
Pensar é viver
Não tenho nenhuma receita, nenhum facilitador para enten-
Dicionário
dido: fajuta, mas absolutamente
der a vida: ela é confusão mesmo. A gente avança no escuro,
teimosamente, porque recuar não dá. Nesse labirinto, a gente
Alheias – Que não são
encontra o fio de um afeto, pontos de criatividade, explosões de nossas. necessária para a posição que
Esquizofrênico – Que
o texto em questão defende sub-
pensamento ou ação que nos iluminem por um momento que
seja. Coisas que nos justifiquem enquanto seres humanos. demonstra perda de
83
84 Compartilhe
ideias
1. Todos os textos têm uma função comunicativa, isto é, por
meio deles alguém expressa informações, críticas, etc. Pen-
sando nisso, explique qual foi a intenção comunicativa de Lya
Luft ao escrever esse texto.
A intenção da autora foi fazer uma reflexão sobre o que é a vida
para ela.
84
8484
Conto psicológico
85
Capítulo
2
Estão corretas:
a) I, II e V.
b) II, III e VI.
c) II, IV e V.
d) I, III, IV e VI.
e) Todas.
85
85
das. Não se trata de compor, isto 8. (Colégio Pedro II) Leia a frase retirada do texto.
é, de juntar com brilho, nem de
redigir, isto é, de organizar, mas
Tenho talvez a ingenuidade de acreditar que tudo faz algum
sentido e que nós precisamos descobrir — ou inventá-lo.
de produzir, transformar, mudar,
O pronome oblíquo lo refere-se a que termo?
mediante a ação humana, o es- O pronome refere-se a sentido.
tado da natureza com vistas a um
interesse humano.
9. (Colégio Pedro II) Reescreva a passagem do Texto 1 trans-
Contemporâneo da crise eco- crita a seguir iniciando-a com o adjunto adverbial de dúvida.
nômica da segunda metade dos Faça somente as alterações necessárias.
anos 1970, o termo produção de Tenho talvez a ingenuidade de acreditar que tudo faz
confiança das soluções milagro- Talvez eu tenha a ingenuidade de acreditar que tudo faz algum
sas geradas em inodoros gabine- sentido […]
8686
Conto psicológico
87
Capítulo
2
Compartilhe
É hora de produzir ideias
BNCC – Habilidades gerais
O conto traz duas narrativas paralelas: uma exterior BNCC – Habilidades específicas
(aparente) e outra interior (psicológica). Na primeira,
Carlos está deitado em sua cama. Ele observa as coisas
que estão ao seu redor: as roseiras que vê pela janela, EF89LP32 EF09LP04
as venezianas, etc. Está sofrendo devido ao fim de seu EF89LP35 EF09LP11
relacionamento com Míriam (narrativa interior). Sua mãe
o procura no quarto, preocupada com seu desânimo.
Oferece almoço, mas ele rejeita. A mãe e o pai de Carlos
almoçam em silêncio. Depois, o pai vai até o quarto de
Carlos, procura conversar com ele e o convida para um
passeio, mas ele também não aceita. O pai sai, e Car-
los continua deitado, pensando em Míriam. Para tentar
esquecê-la, ele conta até quinhentos, recorda o nome
Anotações
de todas as capitais do Brasil e da Europa, relembra o
nome de diversos rios e montanhas, se remexe na cama
várias vezes. No final do conto, Carlos se surpreende no-
vamente olhando as roseiras e as venezianas da janela,
exatamente como no início do conto.
Proposta
Como você certamente percebeu, no enredo desse conto de
Luiz Vilela, a narrativa se passa com pouquíssimas ações. Des-
tacam-se o monólogo interior que o personagem central (Car-
los) trava consigo mesmo e seu estado psicológico, de pros-
tração total devido ao fim de seu relacionamento com Míriam
(narrativa paralela).
87
87
Avaliação
Leitura 1. Peça a um colega para avaliar seu conto. A avaliação de-
Complementar verá contemplar os seguintes pontos:
personagens se impuseram.
Atormentados por sonhos, ima- lo Honório, em São Bernardo. O evidência situações em que o
gens persecutórias, memórias julgamento que estabelecem da preconceito, o prejulgamento
incertas, vozes internas, eles se realidade é sempre impreciso e ou a atitude aparentemente ir-
encontram diante de um mundo por aproximação. Os conceitos refletida é determinante de fatos
que não compreendem (ou onde e valores que sustentam esse juí- polêmicos poderá compor um
não são compreendidos) e suas zo frequentemente lhes parecem material rico de debate e estru-
atitudes aparecem em completo inadequados. turação de seus contos, ofere-
desajuste. É o caso de Bentinho, Propor aos estudantes que bus- cendo ao mesmo tempo perso-
em Dom Casmurro, ou de Pau- quem notícias que colocam em nagens, temas e argumentos.
8888
Conto psicológico
89
Capítulo
2
Sugestão de
A escrita em foco Abordagem
89
Diálogo com
o professor
Nesse caso, a oração prin-
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89
90
9090
Conto psicológico
91
Capítulo
2
Nesse caso, as vírgulas separaram os termos a moradia,
a alimentação e a saúde, que exercem a função sintática de
complemento nominal.
Em um texto dissertativo, como um artigo de opinião, por
exemplo, esses termos poderiam ser desenvolvidos em ora-
ções subordinadas substantivas completivas nominais na in-
tenção de conferir mais força ao ponto de vista apresentado.
Logicamente, a pontuação se manteria. Veja:
A escrita em questão
91
91
9292
Conto psicológico
93
Capítulo
2
para a vidraça e lá estavam as roseiras frágeis e assustadas,
fustigadas pelo vento esse mês de junho é terrível ele falou
ele estava parado no meio do quarto estava de paletó e gra-
vata de pulôver esfregava as mãos eu vou lá no Jorge BNCC – Habilidades gerais
você não quer ir também? ele ficou olhando pra mim esperando
não papai dar uma volta? não obrigado você vai virar EF69LP44 EF69LP53
sorvete aí dentro ele brincou e eu ri e ele riu e então ficou sério
de novo esfregava as mãos fiquei com pena dele eu sabia
EF69LP46 EF69LP54
que ele queria me dizer alguma coisa sabia quase o que ele EF69LP47
queria me dizer Mamãe devia ter dito a ele Artur chama o
Carlos para dar uma volta e ele dissera isso mas agora era
diferente era ele mesmo que queria me dizer alguma coi-
ficava atrapalhado quando queria
BNCC – Habilidades específicas
sa e estava atrapalhado Dicionário
conversar essas coisas com um filho e então esfregava as
mãos não era por causa do frio Carlos eu sei o que você Fustigadas – Castigadas.
Zunia – Do verbo zunir;
está sentindo ele falou eu sei como é é muito aborrecido
zumbir.
EF89LP32 EF89LP37
mesmo mas há coisas piores sabe?
Cessava – Do verbo EF89LP33 EF09LP04
eu olhei para ele e então ele abaixou a cabeça e de novo cessar; parar.
estava atrapalhado e de novo eu fiquei com pena dele eu sei Irrompiam – Do verbo
que você gosta muito dela eu sei irromper; invadir de
repente.
eu sei que isso é muito aborrecido mas ele olhou pra mim Decerto – Certamente.
não se preocupe Papai eu falei não precisa se preocupar Pulôver – Espécie de
não é nada eu sei mas você não almoçou eu estava sem suéter, agasalho sem
mangas, que se veste
fome pois é e então nós dois ficamos calados ele tirou sobre a camisa.
o relógio do bolso e olhou as horas você não quer ir mesmo
no Jorge? ele perguntou e eu falei que não então ele saiu
Anotações
93
93
1. Nesse conto, as ações são bastante condensadas no tempo. Quanto dura, mais ou
menos, a narrativa?
A narrativa dura alguns minutos.
2. No conto, temos a sensação de que a mãe de Carlos está bastante preocupada com
ele. Isso fica claro no comportamento dela. Carlos sempre faz algo que ela reprova e, nesse
dia, ele tornou a fazê-lo, mas ela não o reprovou. O que ele fez?
Ele deitou de sapatos na cama.
3. Voltando à questão anterior, o que a mãe de Carlos costumava dizer para repreendê-lo
quando ele fazia isso?
Deixe de preguiça, menino!
4. Por que os pais de Carlos parecem preocupados com ele?
Porque ele está triste, por causa do fim de seu relacionamento com Míriam, provavelmente
sua namorada, e não quer comer.
94
9494
Conto psicológico
95
5. Releia o trecho a seguir, retirado do quarto parágrafo do texto.
Capítulo
2
nem uma carninha assada daquelas que você gosta? com uma cebolinha
de folha lá da horta um limãozinho uma pimentinha?
95
95
Papai estava parado à porta pensei que você estava dormindo ele falou eu
sorri que vento hem! ele falou e eu olhei para a vidraça […] ele estava parado
no meio do quarto estava de paletó e gravata de pulôver esfregava as mãos
eu vou lá no Jorge você não quer ir também? ele ficou olhando pra mim esperando
não papai dar uma volta? não obrigado você vai virar sorvete aí dentro
ele brincou e eu ri e ele riu e então ficou sério de novo esfregava as mãos fiquei
com pena dele eu sabia que ele queria me dizer alguma coisa sabia quase
o que ele queria me dizer Mamãe devia ter dito a ele Artur chama o Carlos para
dar uma volta e ele dissera isso mas agora era diferente era ele mesmo que
queria me dizer alguma coisa e estava atrapalhado ficava atrapalhado quando
queria conversar essas coisas com um filho e então esfregava as mãos não
era por causa do frio Carlos eu sei o que você está sentindo ele falou eu sei
como é é muito aborrecido mesmo mas há coisas piores sabe?
a) Nesse trecho, vemos a cena em que o pai encontra Carlos no quarto. Algo sugere que
o pai não está à vontade. Que gesto seu denuncia isso?
O gesto de esfregar as mãos.
b) Transcreva o período em que o narrador sugere saber por que o pai aparentava certo
nervosismo.
Sugestões de resposta: “sabia quase o que ele queria me dizer” ou “não era por causa do frio”.
12. Nesse conto, o autor optou por utilizar pouquíssimos sinais de pontuação e separar
frases por meio de lacunas. De que forma essa tática facilita a aproximação entre o leitor e
o narrador?
Essa tática aproxima leitor e narrador, pois possibilita uma leitura ritmada com o fluxo de
consciência do narrador-personagem.
96
9696
Conto psicológico
97
Capítulo
2 dos desafios.
13.No último parágrafo do conto, Carlos se surpreende novamente olhando as roseiras
e as venezianas, exatamente como no início da narrativa. O que essa volta ao começo do c) No filme, Alegria procura o tem-
po inteiro ignorar Tristeza. No
conto sugere para o leitor?
14. Carlos é o protagonista desse texto de Luiz Vilela. Que personagem é seu antagonista?
a melancolia é necessária para
Míriam.
enfrentarmos as dificuldades
que surgem em nossa vida.
Mídias em contexto d) Esses sentimentos nos livram de
perigos. O medo faz com que
1. Neste capítulo, vimos como a caracterização psicológica dos personagens é importante
para a construção do texto narrativo. Do mesmo modo, essa caracterização é fundamental,
não corramos riscos desneces-
também, para obras audiovisuais baseadas na narração, como filmes. Uma das melhores sários, e o nojo não deixa comer
obras audiovisuais que aborda claramente essa temática é o vencedor do Oscar Divertida
Mente (Disney/Pixar, 2015), que conta a história de Riley, uma garota divertida, de 11 anos, algo estragado, por exemplo. É
que tem de enfrentar várias mudanças em sua vida quando se muda com a família para fundamental equilibrar essas
emoções para não incorrermos
uma cidade longínqua. No cérebro da menina convivem cinco emoções — Alegria, Tristeza,
Medo, Raiva e Nojo —, responsáveis por processar as informações e armazenar as memó-
rias. A líder dessas emoções é Alegria, que procura o tempo inteiro fazer com que a vida
de Riley seja feliz. Entretanto, uma confusão na sala de controle faz com que ela e Tristeza
em exageros, como ter medo
sejam expelidas da mente da menina. A partir daí, elas precisam percorrer as várias ilhas de tudo ou achar que toda co-
existentes nos pensamentos de Riley para conseguir retornar à sala de controle. Enquanto
isso não acontece, a vida da garota muda radicalmente. O desenho foi dirigido pelo ame-
mida está ruim.
ricano Pete Docter, que procurou ajuda de psicólogos e neurologistas para preparar o bri-
lhante roteiro.
e) A felicidade exagerada nos faz
Com seus colegas e seu professor, assista ao filme Divertida
perder a noção das coisas. É
mente, procurando entender como se constitui a mente da per- como se tudo fosse melhor do
sonagem Riley. Nessa reflexão, analise e opine:
que a realidade. No filme, a
a) Qual a relação entre as memórias e as emoções?
b) Existe sentimento pior ou melhor, ruim ou bom? personagem Alegria não cansa
c) No contexto do filme, a tristeza é necessária?
d) Qual a importância do medo e do nojo para a nossa vida?
de ver as coisas com extremo
e) Por que sentir muita alegria é ruim? Como podemos perceber otimismo — mesmo quando a
isso no filme?
f) Por que sentir raiva é importante? situação exige um pouco de
g) No filme, o que são as memórias-base? Qual é a importância medo, tristeza, nojo ou raiva.
delas para nós?
97
f) A raiva tem o potencial de indig-
nar e corrigir possíveis injusti-
LPemC_2018_BNCC_9A_Cap2.indd 97 08/05/18 06:47
ças. Mais uma vez, é fundamen-
tal equilibrar os sentimentos: na
Sugestão de Abordagem medida certa, a raiva estimula a
pessoa a (se) defender; mas se
Na seção Mídias em Contexto, ções que temos, sejam elas ultrapassa os limites, ela torna a
propomos algumas questões para boas ou ruins, trazem consigo pessoa destrutiva.
reflexão coletiva da turma. As res- sentimentos. g) São as memórias que definem
postas a seguir são sugestões: b) Apesar de preferirmos os mo- grande parte da nossa per-
a) As lembranças são fixadas no mentos alegres, todas as emo- sonalidade. No filme, as me-
cérebro junto com um estado ções são importantes. Assim, mórias-base são esferas que
de humor. Todas as recorda- é preciso saber usá-las da guardam momentos especiais
melhor forma possível diante da vida de Riley.
97
Objetivos Pedagógicos
ck
perigo
to
rs
te
t
hu
IS
deve ser capaz de:
rit
pi
as
ph
al
•• Demonstrar conhecimento bá-
sico sobre o gênero e suas
funções sociais: o que é um
artigo expositivo e um semi- 1. Você conhece qual é a finalidade dos
Conhecimentos prévios
artigos expositivos?
nário? Em que situações ocor- 2. Você já participou de um seminário na
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Manual do Educador
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ck
to
rs
Leitura Complementar
Não existe “o oral”, mas “os sição oral ou, ainda mais, do tea-
orais” em múltiplas formas, que, tro e da leitura para os outros —,
por outro lado, entram em relação como também podem estar mais
com os escritos, de maneiras mui- distanciados — como nos deba-
to diversas: podem se aproximar tes ou, é claro, na conversação
da escrita e mesmo dela depen- cotidiana. Não existe uma essên- SCHNEUWLY; DOLZ et al. (2004).
Gêneros orais e escritos na escola. Campinas:
der — como é o caso da expo- cia mítica do oral que permitiria Mercado de Letras, p. 114.
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Ca
O MOMENTO Artigo expositivo e seminário
E ir
100 iM O verão mais quente em
Pr Ag
130 mil anos
Efeito estufa pode deixar polos tão quentes em 2100 quanto glo
Antes de na época do último degelo. cli
começar a ler
da
Temperaturas médias globais cerca de 2 ºC mais altas, ní-
O artigo expositivo que re
você vai ler agora traz vel do mar elevado em mais de um metro e grande parte das
informações muito graves
do
camadas de gelo da Groenlândia, do Ártico e da Antártica der-
sobre o aquecimento an
global, um problema
retidas. Não se trata de um duelo de titãs, mas, sim, de uma
mi
ambiental que tem perspectiva realista para um futuro próximo. Segundo pesqui-
atingido todo o mundo. sadores da Universidade do Arizona, em Tucson, nos Estados htt
As previsões não são das
melhores. O artigo aponta
Unidos, apenas 94 anos nos separam dessa situação. Porém,
que o desprendimento de eles avisam, o aumento da emissão de gases causadores do
icebergs tem sido cada efeito estufa pode até encurtar esse tempo.
As previsões alarmantes, reveladas em dois artigos publi-
vez mais frequente em
várias geleiras do leste
da Groenlândia, e os cados na revista Science da semana passada, foram feitas a
resultados são imediatos: partir de um modelo de camadas de gelo criado pela equipe.
aumento do nível dos
oceanos, secas intensas,
Para as simulações, foi usado um programa de computador,
tragédias climáticas. desenvolvido pelo Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas
dos Estados Unidos para prever o clima.
Com o objetivo de testar a precisão do método, os pesqui-
sadores confrontaram informações naturais sobre o clima do
Aprenda
mais! passado (a partir do estudo de sedimentos, fósseis e núcleos
de gelo) com estimativas do programa sobre as condições cli-
Com ventos de mais máticas da época. O último período interglacial, ocorrido há 130
de 280 km/h, o furacão
Katrina causou enormes mil anos, foi o escolhido para a simulação.
prejuízos no litoral sul Verificada a eficácia do modelo, os pesquisadores resolve-
dos Estados Unidos, ram adotá-lo para simular a temperatura do Ártico no ano de
principalmente em torno
da região metropolitana de 2100. O programa revelou que este será o verão mais quente
Nova Orleans, em 29 de da região em 130 mil anos. O que preocupa é que, na última
agosto de 2005. O furacão vez que tais temperaturas foram verificadas, em 127 994 a.C.,
e a tempestade tropical
que o acompanhou foram a Terra estava em pleno período de degelo. O nível do mar era
responsáveis por números até 6 metros mais elevado do que hoje.
terríveis: mais de mil mortos, Para os cientistas, isso quer dizer que, daqui a menos de 100
1 milhão de pessoas
desalojadas, 2 bilhões de anos, muitas cidades costeiras poderão sofrer alagamentos se-
dólares de prejuízo. veros, que causariam enormes danos materiais e financeiros
http://www.conteudoglobal. ou mesmo impossibilitariam a presença humana nesses lo-
cais. Novas tempestades tropicais e furacões, como o Katrina,
com/atualidades/furacoes/
index.asp?action=furacaokatr
ina&nome=Furac%E3o+Katri ocorrido em Nova Orleans, virão ainda mais fortes do que no
na. Acessado em 02/08/2011.
passado.
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100
100
Manual do Educador
101
Capítulo
3
Agora ou nunca
Os pesquisadores são enfáticos ao dizer que o aquecimento
Leitura
global precisa ser combatido logo, antes que esses problemas Complementar
climáticos se tornem irreversíveis. Eles destacam que muitas Dicionário
das consequências do aumento da emissão de gases causado-
res do efeito estufa já são realidade: a temperatura superficial Alarmantes – Assustado-
ras, aterradoras.
Tipo textual designa uma es-
do Ártico, por exemplo, aumenta 0,5 ºC por década desde os
Eficácia – Qualidade do
anos 1970. Além disso, a área de sua camada de gelo tem di- que é eficaz, ou seja, ideal, pécie de construção teórica (em
minuído 7,7% também a cada dez anos.
geral uma sequência subjacente
infalível.
Júlio Mollica
Severos – Graves.
Enfáticos – Certeiros;
http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/ecologia-e-meio-ambiente/o-verao-mais-quente-em-130-
-mil-anos/?searchterm=groenlândia. Acessado em 03/05/2011. enérgicos; taxativos. aos textos) definida pela nature-
Irreversíveis – Que não se
podem reverter, voltar ao za linguística de sua composi-
começo.
ção (aspectos lexicais, sintáticos,
tempos verbais, relações lógicas,
estilo). O tipo caracteriza-se mui-
to mais como sequências lin-
guísticas (sequências retóricas)
do que como textos materializa-
dos; a rigor, são modos textuais.
Em geral, os tipos textuais abran-
gem cerca de meia dúzia de ca-
tegorias conhecidas como narra-
ção, argumentação, exposição,
descrição, injunção. O conjunto
de categorias para designar ti-
pos textuais é limitado e sem
tendência a aumentar. Quando
predomina um modo num dado
texto concreto, dizemos que esse
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101 é um texto argumentativo ou nar-
rativo ou expositivo ou descritivo
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ou injuntivo.
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c)
éa
1. Qual é o principal objetivo comunicativo desse artigo?
em
Informar o leitor sobre as previsões alarmantes acerca do aque- me
nis
cimento global. as
A
d)
bé
3. É possível identificar a autoria desses outros textos?
Sim
Sim. Pesquisadores da Universidade do Arizona.
de
e
4. Transcreva, do segundo e terceiro parágrafos, os termos tra
utilizados pelo autor para se referir aos autores desses textos.
Equipe (segundo parágrafo) e pesquisadores (terceiro pará-
grafo).
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Manual do Educador
103
Capítulo
3
5. Releia o trecho a seguir, retirado do primeiro parágrafo, e
Sugestão de
responda às questões:
para
Temperaturas médias globais cerca de 2 ºC mais altas, Abordagem
mano nível do mar elevado em mais de um metro e grande parte
das camadas de gelo da Groenlândia, do Ártico e da An-
mento tártica derretidas. Para responder à questão 3
er? da seção Para discutir, é im-
a) Essa é uma frase verbal ou nominal? portante chamar a atenção
É uma frase nominal.
dos alunos para a necessi-
b) Transcreva, do primeiro parágrafo, a expressão utilizada
pelo jornalista para resumir essa frase.
dade de reciclar o lixo, utili-
Perspectiva realista. zar mais os recursos natu-
c) Como você se lembra, um importante mecanismo gramatical rais renováveis, economizar
é a concordância nominal, isto é, a relação de concordância água, etc. As questões 1, 2
o? em gênero e número que se dá entre artigos, adjetivos, prono-
o aque- mes e numerais e o substantivo ao qual se referem. Pensando e 4 são de cunho pessoal.
nisso, explique por que a palavra derretidas, nesse contexto,
assumiu essa forma (feminina e plural).
A palavra derretidas (adjetivo) concorda com o termo cama-
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Ca
6. No contexto em que ocorre, a palavra alarmantes (segun-
104 do parágrafo) poderia ser substituída, sem alteração de senti-
do, por:
a) Otimistas.
b) Enganosas.
c) Preocupantes.
d) Interessantes.
e) Verdadeiras.
Aprenda
mais! 7. No segundo parágrafo, a expressão a partir de tem o valor de:
Oceanos subiriam 7 m só
a) No entanto.
com o derretimento do b) Com base em.
gelo da Groenlândia c) À medida que.
Em outubro de 2010, os d) Apesar de.
repórteres Sônia Bridi e e) Desde que.
Paulo Zero, da TV Globo,
visitaram doze países com
o objetivo de mostrar, bem 8. “O programa revelou que este será o verão mais quente
de perto, a gravidade dos da região em 130 mil anos” (quarto parágrafo). A respeito do
efeitos do aquecimento
global. A primeira parte termo grifado, analise as afirmações abaixo.
dessa missão foi realizada
no extremo norte da I. O termo grifado complementa o sentido do verbo revelar.
Terra, na Groenlândia, o II. O termo grifado poderia ser suprimido sem prejuízo de sen-
lugar que mais sofre os tido.
efeitos das mudanças
climáticas. Na reportagem, III. Não haveria mudança de sentido caso substituíssemos o
eles mostram que, se a termo destacado por que este será o verão mais quente
Terra do Gelo derretesse de todos os tempos.
completamente, o nível dos
oceanos subiria 7 m. Está(ão) correta(s):
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.
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104
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Manual do Educador
105
Capítulo
3
segun- Estão corretas:
a) I, II e IV, apenas. Aprenda
sentido,
b) II e III, apenas. mais! Sugestão de
c) III e IV, apenas.
d) I e IV, apenas.
Ciência com simplicidade Abordagem
Normalmente, os artigos
e) Todas. expositivos são escritos
FA N T/ 0 , , M U L16 247 9 2 -
livros, jornais, etc., que
desempenham o importante
papel de ligar o mundo
acadêmico ou científico ao 15605,00-OCEANOS+SUB
grande público.
Tanto em um gênero quanto IRIAM+SETE+METROS+A
PENAS+COM+DERRETIM
no outro, as informações
divulgadas têm origem
em livros, revistas, sites
mações especializados, entrevistas, ENTO+DO+GELO+DA+GR
outros artigos, etc. Após a
pesquisa, as informações OENLANDIA.html
a forma mais relevantes são
selecionadas e recebem o
eiras.
tratamento adequado para
se tornarem claras para o
lização leitor comum. Assim, esses
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Anotações
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Ca 106
Compartilhe Análise linguística
ideias
Procuramos apresentar uma Para os cientistas, isso quer dizer que, daqui a menos
definição ampla de pronome de 100 anos, muitas cidades costeiras poderão sofrer ala-
gamentos severos, que causariam enormes danos mate-
relativo para não incorrer no riais e financeiros ou mesmo impossibilitariam a presença
humana nesses locais.
engano de simplificar para fa-
cilitar. Entendemos que, caso 1. Podemos dizer que as orações que causariam enormes
danos materiais e financeiros ou mesmo impossibilita-
definíssemos essa classe de riam a presença humana nesses locais acrescentam in-
palavras conforme a tradição formações sobre o termo alagamentos severos? Explique.
2. Qual é o sujeito da forma verbal causariam?
(palavras que retomam termos
Observe que o sujeito da forma verbal causariam não está
que os antecedem substituin- na oração estruturada em torno desse verbo, mas substitui um
do-os), acabaríamos por repro- termo da oração anterior e estabelece relação entre os dois
enunciados.
duzir um conceito confuso. Por Sujeito de causariam
essa definição, qualquer termo “[…] cidades costeiras poderão sofrer alagamentos severos,
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Manual do Educador
107
Capítulo
3
ção dentro do mesmo período. Portanto, dizemos que esses
Sugestão de
pronomes subordinam orações.
Nos textos, os pronomes relativos são fundamentais para
evitar a repetição desnecessária de algum termo. No trecho em
análise, observe como ficaria o período caso não utilizássemos Abordagem
o pronome relativo:
Para as questões da seção
Análise linguística, propomos
Para os cientistas, isso quer dizer que, daqui a menos de
100 anos, muitas cidades costeiras poderão sofrer ala-
gamentos severos. Esses alagamentos severos cau- estas respostas:
sariam enormes danos materiais e financeiros ou mesmo
impossibilitariam a presença humana nesses locais.
1. Sim. Essas orações funcio-
Assim, podemos concluir que esse tipo de pronome contribui nam como um adjetivo que
bastante para a fluência do texto, pois as repetições desneces-
sárias tornam a leitura cansativa.
modifica o núcleo substanti-
Na tabela abaixo, conheça os pronomes relativos: vo ao qual se referem.
Pronome Função Exemplos 2. Alagamentos severos.
Que Retoma um substantivo que Li o artigo que você escreveu.
designa pessoa, coisa ou lugar. Adorei a blusa que ela está
usando.
A cidade que visitei era quente.
Quem Retoma um substantivo que Este é o cientista a quem dediquei to dessa classe de palavras,
designa pessoa. meu livro.
Esta é a mulher com quem decidi como a omissão cada vez
me casar.
mais frequente da preposi-
O qual, os Retomam um substantivo que Li o artigo o qual você elogiou.
quais, a qual, designa pessoa ou coisa. As pessoas as quais amamos ção comentada nos exem-
as quais Por isso, são usados como foram convidadas.
plos apresentados na página
equivalentes a que. Gosto dos livros aos quais você se
referiu. 103. Contudo, podemos ir
O porque ao qual fomos é imenso.
mais além. Em linhas gerais,
Onde Retoma um substantivo que Este é o hospital onde fiquei
designa lugar (formalmente internado. em concordância com Bagno
A casa onde morei na infância foi
expressa só essa circunstância).
demolida.
(2011: 900), “ao que parece,
Cujo Retoma um substantivo e Aquela é a casa cujo telhado caiu. os pronomes relativos se redu-
Tenho um amigo cuja imaginação é
expressa uma relação de posse.
bem criativa.
ziram no português brasileiro
falado a um simples concetor
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— que —, sem nenhuma pro-
priedade pronominal (ou seja,
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Emprego dos pronomes relativos
108 Compartilhe
ideias Que de
su
O pronome relativo empregado em todas as variedades da- çã
língua portuguesa é o que, pois é muito mais simples que o Ne
qual (e variações) e é usado para representar coisa, pessoa ou
lugar já mencionados.
Ela não foi convidada pela amiga, que conhecia desde a infância.
Onde
Esse pronome relativo deve ser usado apenas para substi-
tuir termos substantivos que indicam lugar, mas é possível em-
pregar também outros pronomes:
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Manual do Educador
109
Capítulo
3
Embora a gramática normativa imponha a obrigatorieda-
de de usarmos o relativo onde apenas para substituir termos
substantivos que indiquem lugar, nem sempre essa substitui-
ção é adequada às normas de uso, isto é, soa meio esquisito.
Nesses casos, prefira empregar que ou o qual.
Cujo
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Na prática, o relativo cujo está caindo em desuso. Mesmo
em situações de comunicação formal, ele praticamente não é za
utilizado. Em seu lugar, normalmente empregamos o que. Em- ap
bora esse uso seja extremamente cotidiano, a gramática nor-
mativa ainda o condena, explicando que o relativo que não ex-
pressa relação de posse. Portanto, de acordo com a gramática
normativa, são inadequadas construções como:
O livro
tru
má
çõ
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Manual do Educador
111
Capítulo
3
Agora observe como é esse mesmo processo quando utili-
zamos, por exemplo, o verbo gostar (transitivo indireto – pede
a preposição de):
o livro
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5. Ass
a) Todo
Prática linguística b) Muit
Diálogo com c) Algu
O estranho comportamento dos gambás
o professor Há alguns animais que se fingem de mortos. Em vez de cor-
para
d) A ex
rer ou lutar contra o inimigo, eles se deitam imóveis, parecen- dos
e) O e
Tomando como base a do mortos. Isso confunde muitos predadores, que preferem se
seus
alimentar de animais vivos. Esse tipo de comportamento dos
questão 1, seria interessante gambás norte-americanos deu origem à expressão “brincar
6. Em
rememorar o aluno sobre os de morrer”. Quando atacados, eles mancam, caem e rolam no
chão, fecham os olhos e ficam com a língua para fora — o sufi- gos:
tipos textuais e suas carac- ciente para afugentar a maioria de seus inimigos! a) De a
b) Do p
terísticas básicas. A respeito O mundo da natureza — fatos incríveis. São Paulo. Melhoramentos. Adaptado.
c) Dos
dos tipos de textos, Marcus- 1. Podemos dizer que esse texto é predominantemente: d) Dos
a) Expositivo. e) Dos
chi (2008) diz que “um ele- b) Narrativo.
7. “Há
mento central na organiza- c) Descritivo.
d) Argumentativo. no sing
ção de textos narrativos é a e) Narrativo-descritivo. a) Há a
b) Há a
sequência temporal. Já no 2. O objetivo principal desse texto é: c) Há a
caso de textos descritivos a) Mostrar que os gambás são animais covardes. d) Hão
b) Provar que os gambás têm atitudes erradas na natureza. e) Hão
predominam as sequências c) Argumentar contra o estranho comportamento dos gambás.
8. “Há
de localização. Os textos d) Narrar a maneira como os gambás sobrevivem na natureza.
se for e
e) Trazer para o leitor curiosidades interessantes sobre os gambás.
expositivos apresentam o a) Have
3. Alguns animais se fingem de mortos para: b) Hav
predomínio de sequências a) Lutar contra o inimigo. c) Hou
analíticas ou então explicita- b) Devorar os animais vivos. d) Hou
c) Enganar seus inimigos. e) Have
mente explicativas. Os tex- d) Brincar com seus amigos.
9. Ain
tos argumentativos se dão e) Atrair seus predadores.
afirmar
pelo predomínio de sequên- 4. Os gambás, quando atacados, preferem: substitu
a) Deitar-se, ficando sem se mexer. a) Que
cias contrastivas explícitas. b) Andar de olhos fechados. b) Que
Por fim, os textos injuntivos c) Lutar com todas as forças. c) Que
d) Correr para bem longe. d) Que
apresentam o predomínio e) Colocar a língua para fora e fingir cansaço. e) Que
de sequências imperativas”. 112
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Leitura Complementar
Anotações
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Manual do Educador
113
Capítulo
3
5.Assinale a alternativa que contém uma afirmação do texto. Tome nota
a) Todos os animais se fingem de mortos quando são atacados. Compartilhe
ideias
b) Muitos animais gostam de ter como alimento animais vivos.
c) Alguns animais, como o gambá, lutam até ficar com a língua
para fora.
or- d) A expressão brincar de morrer refere-se ao comportamento
n- dos predadores dos gambás.
se e) O estranho comportamento dos gambás afasta todos os
os seus predadores.
ar
6. Em “seus inimigos”, no final do texto, seus refere-se a inimi-
no
ufi- gos:
a) De animais que foram mortos.
do.
b) Do povo norte-americano.
c) Dos animais predadores.
d) Dos gambás.
e) Dos predadores.
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Ca 114
10. No primeiro período do texto, a palavra que pode ser subs-
Compartilhe
ideias tituída por:
a) Cujo.
Leitura b) Onde.
Complementar c) Quem.
d) As quais.
e) Os quais.
Há uma crença muito forte em 11. “Os gambás atacados mancam, caem e rolam no chão.” O
nossa cultura a respeito da habili- motivo do uso da vírgula nessa frase é o mesmo que na seguin-
produção e aperfeiçoamento de
habilidades específicas necessá-
rias ao escritor para que ele pos- BNCC – Habilidades gerais BNCC – Habilidades específicas
sa se expressar satisfatoriamente.
EF69LP06 EF69LP34 EF89LP02 EF89LP24
BORTONE, Maria Elizabeth; EF69LP07 EF69LP35 EF89LP05 EF89LP25
BRAGA MARTINS, Cátia Regina (2008).
A construção da leitura e da escrita: EF69LP08 EF69LP36
do 6º ao 9º ano do ensino fundamental. São EF69LP32
Paulo: Parábola.
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Manual do Educador
115
Capítulo
3
III. O sujeito do verbo preferir é o pronome isso.
IV. A palavra que equivale a os quais.
V. Na frase “Ele é homem muito vivo, sempre quer tirar alguma
vantagem”, o adjetivo vivo tem o mesmo sentido que no pe-
ríodo da página anterior.
Estão corretas:
a) I, II e IV.
b) II, III e V.
c) I, III e IV.
d) IV e V.
e) Todas.
É hora de produzir
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Ca 116
to, a repórter relata como foi um dos dias que passou na aldeia
dos inuítes na Groenlândia. Os inuítes são um povo da nação
indígena esquimó que vive nas regiões árticas do Canadá, do
Repensando o Alasca e da Groenlândia.
Ensino da Gramática
Neste claro dia de outono, uma baleia gorda será cor-
tada em pedaços que serão distribuídos entre os 123
Diante da multiplicidade de habitantes da aldeia. Por um golpe de sorte, o animal
encalhou vivo, convidando para uma festa da qual to-
gêneros existentes e diante dos sairão de barriga cheia! O odor peculiar e a pobreza
da necessidade de esco- estão no ar, mas a luz brilhante e transparente ilumina as
caras das mulheres e das crianças reunidas para um bai-
lha, pergunta-se: será que le. Um teclado começa a tocar […]. Um rapaz do povoado
filma tudo com sua câmera. O novo se choca com o anti-
existe algum gênero ideal go. A cultura que durante séculos sustentou os nativos da
para tratamento em sala de ilha está perdendo o sentido.
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Manual do Educador
117
Capítulo
3
a aldeia Planejamento
Compartilhe
Sugestão de
nação
adá, do 1. Para produzir um bom artigo expositivo, é fundamental pes- ideias
quisar o tema e selecionar as informações mais relevantes-
sobre ele. Abordagem
2. Organize as informações selecionadas e amplie sua pes-
cor-
123
quisa buscando várias fontes, como sites, revistas e jornais. Respostas para as ques-
tões na seção Antes de co-
Cite pelo menos duas fontes para fundamentar as informa-
imal ções expostas.
meçar a escrever:
l to- 3. Utilize informações recentes, pois nosso foco é o momento
reza
atual.
a as
bai-
4. Durante a produção do texto, procure escrever com clare- 1. Acontecimento repentino
zae simplicidade. Como vimos ainda há pouco, a lingua-
ado
anti- gemconotativa pode nos ajudar bastante a tornar nosso e imprevisto.
s da texto interessante para o leitor.
5. Considere a revista e o público aos quais seu texto se des- 2. Personificação e ironia.
almers tina. Procure adaptar sua linguagem ao perfil dos leitores.
1.htm
/2011.
6. Não use primeira pessoa. 3. Com a fome saciada.
7. Produza um título atraente.
Seria interessante ampliar
estões Avaliação os temas propostos e, até
1. Para avaliar seu artigo, procure refletir sobre os seguintes
nesse aspectos:
mesmo, propor outros des-
Aspectos analisados Sim Não vinculados do meio ambien-
bo con-
Há o predomínio da exposição, isto é, há rele- te. Nesse caso, podemos
vância nas informações apresentadas?
O tema está claro? aproveitar a oportunidade
A abordagem do tema foi feita com base em para explorar temas de in-
pesquisas?
teresse dos alunos e que
Há pelo menos duas fontes citadas para fun-
que ele
damentar as informações apresentadas? tenham grande importância
o País.
eio am- Além de simples e clara, a linguagem está para a vida deles.
adequada ao público leitor e ao perfil editorial
da revista em que o texto será publicado?
O texto está escrito na terceira pessoa?
O título está atraente?
Anotações
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MOMENTO
dO Artigo expositivo e seminário
g uN
SE Desertificação
Sugestão de A desertificação é definida como processo de destruição do
potencial produtivo da terra nas regiões de clima árido, semiá-
Abordagem rido e subúmido seco. O problema vem sendo detectado desde
os anos 1930, nos Estados Unidos, quando intensos processos
de destruição da vegetação e dos solos ocorreram no Meio-
Antes de começar a ler Antes de -Oeste americano.
começar a ler Muitas outras situações consideradas como graves proble-
o texto, seria interessan- mas de desertificação foram sendo detectadas ao longo do
te convidar o professor de O artigo que você
vai ler agora aborda
tempo em vários países. América Latina, Ásia, Europa, África
e Austrália oferecem exemplos de áreas onde o homem, por
Geografia da escola para
outro grande problema
ambiental relacionado ao causa do uso inadequado e/ou intensivo da terra, destruiu os
auxiliá-lo nesta aula. Vocês
aquecimento global: a recursos e transformou terras férteis em desertos ecológicos e
desertificação, fenômeno
que tem mudado econômicos.
podem interpretar o tex- definitivamente várias […]
regiões pelo mundo, As causas mais frequentes da desertificação estão associa-
to juntos, além de discutir inclusive no Brasil.
Tecnicamente, como diz o das ao uso inadequado do solo e da água no desenvolvimento
questões de meio ambiente. texto, “a desertificação é
definida como o processo
de atividades agropecuárias, na mineração, na irrigação mal
planejada e no desmatamento indiscriminado.
O professor convidado po- de destruição do potencial
produtivo da terra nas
118
118
Manual do Educador
119
Capítulo
3
Diálogo com
o professor
A desertificação ocorre em mais de cem países do mundo.
Por isso, é considerada um problema global. No Brasil, existem
quatro áreas, que são chamadas núcleos de desertificação,
onde é intensa a degradação. Elas somam 18,7 mil km² e se Neste segundo momento
localizam nos municípios de Gilbués, no Piauí; Seridó, no Rio
Grande do Norte; Irauçuba, no Ceará; e Cabrobó, em Pernam- do capítulo, trouxemos um
buco. As regiões áridas, semiáridas e subúmidas secas, tam- artigo expositivo sobre a
bém chamadas de terras secas, ocupam mais de 37% de toda
a superfície do Planeta, abrigando mais de 1 bilhão de pes- desertificação como base
soas, ou seja, 1/6 da população mundial, cujos indicadores são
de baixo nível de renda, baixo padrão tecnológico, baixo nível
para o trabalho com a ora-
de escolaridade e ingestão de proteínas abaixo dos níveis acei- lidade que levará à produ-
táveis pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Mas a sua
evolução ocorre em cada lugar de modo específico e apresenta ção e apresentação de um
dinâmicas influenciadas por esses lugares. seminário.
As regiões sul-americana e caribenha têm inúmeros países
com expressivas áreas de seus territórios com problemas de
desertificação. Os mais significativos são Argentina, Bolívia,
Brasil, Chile, Cuba, Peru e México.
Sugestão de
Abordagem
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Possíveis causas da desertificação
podem ser apuradas
que essas definições são encon- Perda de biodiversidade (flora e fauna), perda de solos por
erosão e diminuição da disponibilidade de recursos hídricos, re-
tradas no dicionário, e talvez tam- sultado tanto dos fatores climáticos adversos quanto da perda
bém não seja útil ter uma ideia da capacidade produtiva dos solos em razão da baixa umidade
provocada, também, pelo manejo inadequado da cobertura ve-
aproximada da definição buscada. getal.
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120
Manual do Educador
121
Capítulo
3
Natureza social
Abandono das terras por parte das populações mais pobres,
Aprenda Sugestão de
Abordagem
diversi- diminuição da qualidade de vida e aumento da mortalidade in- mais!
ocorre fantil, diminuição da expectativa de vida da população e de-
Um continente que seca
fins de sestruturação das famílias como unidades produtivas. Acres-
, quan- centese também o crescimento da pobreza urbana devido às A África é, de longe, o
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Ca
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122
122
Manual do Educador
123
Capítulo
3
4. Entre as opções abaixo, indique aquela que não constitui
Compartilhe
diretamente uma das causas mais comuns da desertificação.
a) Desperdício de água em plantações.
ideias Sugestão de
b) Desmatamento de grandes áreas para a criação de gado. Abordagem
c) Extração desenfreada de minérios.
d) O derretimento das geleiras no Ártico.
e) Queimadas repetidas em áreas rurais para facilitar o plantio.
Na questão 4, você pode
5. Entre as opções a seguir, aponte aquela que não constitui
diretamente uma consequência da desertificação.
expandir a discussão sobre
a) Baixos índices sociais. os problemas ambientais.
b) Alta taxa de mortalidade infantil.
c) Altos índices de desnutrição. Como a alternativa corre-
d) Êxodo rural. ta é a letra D, é pertinente
e) Desvios inadequados do curso dos rios.
usar o derretimento das ge-
6. No Brasil, existem quatro áreas consideradas núcleos de
desertificação. Pesquise quais são elas.
leiras para provocar os alu-
São os municípios de Gilbués (PI), Seridó (RN), Irauçuba (CE) nos sobre outras questões
e Cabrobó (PE). ambientais, neste caso, o
aquecimento global.
7. A desertificação é um problema extremamente grave que
atinge 1 bilhão de pessoas. Podemos dizer que esse processo
ocorre devido a uma série de causas que passam a atuar tam-
bém como consequências, fechando um círculo vicioso.
Pensando nisso, aponte a alternativa que representa bem esse
círculo vicioso em uma região pobre de clima semiárido.
a) Como a população é pobre, o governo arrecada impostos e
investe na melhoria da qualidade de vida. Com esse inves-
timento, os agricultores conseguem plantar e colher mais, o
que impede o desgaste do solo.
b) A população utiliza o solo da forma que pode, procurando
sempre preservá-lo. Essa preservação faz com que mais ali-
mentos sejam produzidos, o que favorece a alimentação das
pessoas. Bem alimentados, os agricultores têm mais dispo-
sição para fazer queimadas e plantar pasto, para a criação
de gado. Com o tempo, as áreas desmatadas se transfor-
mam em desertos.
123
Anotações
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Ca 124
c) Como a região é pobre, os agricultores utilizam as técni-
cas de que dispõem para plantar e produzir alimentos, mas,
como essas técnicas muitas vezes são inadequadas, há um
desgaste excessivo do solo. Com o tempo, cada vez menos
alimentos são produzidos e mais pobre a região fica.
Leitura
Aprenda
mais! d) O clima se torna semiárido de repente, o que surpreende os
Complementar
agricultores. Como não tiveram tempo de se preparar para
O combate à a seca, eles começam a plantar de maneira desenfreada, o
desertificação
que prejudica o solo.
Em todo o Planeta, 37%
e) Como a população é pobre, o governo não consegue arre-
Uma matriz proposicional da superfície corresponde
a áreas secas, como o cadar impostos. Sem esse dinheiro, não é possível investir
pode ocorrer no texto sob a
semiárido do Nordeste em ações contra a seca. Assim, a própria população passa a
brasileiro. Segundo
combater a seca, realizando obras no lugar do governo.
forma de um sintagma adje-
dados do Programa das
Nações Unidas para o
Desenvolvimento (Pnud),
tivo, tradicionalmente conhe- existem aproximadamente
çou no carteiro está solto. Esse 4. No segundo quadrinho, o termo chuva de sete dias aparece
Mundial de Combate à
Desertificação e à Seca.
modificado por algum termo?
que retoma o antecedente O 5. Como se classifica a palavra que na oração “que molhe
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cachorro avançou no carteiro
na construção O cachorro que
avançou no carteiro e exerce
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Manual do Educador
125
Capítulo
3
Na fala do sertanejo, no segundo quadrinho, observe a es-
trutura do período:
Pronome relativo
Senhor, precisamos de uma chuva de sete dias, que molhe nossas roças,
Sugestão de
que encha nossas lagoas e cisternas...
Abordagem
Como você percebeu, esse período é composto por três
orações. A primeira oração apresenta uma estrutura completa, Aprenda
com sujeito, verbo transitivo indireto e objeto indireto: “Senhor, mais!
precisamos de uma chuva de sete dias”. Já as orações “que
A função de adjetivação
Para as questões da seção
Análise linguística, propo-
molhe nossas roças” e “que encha nossas lagoas e cisternas” dos pronomes relativos
têm sua estrutura apoiada na oração anterior, ou seja, são ora-
Como vimos na primeira
ções subordinadas. Isso porque o sujeito dos verbos molhar etapa deste capítulo, mos estas respostas.
e encher está expresso pelo pronome relativo que, o qual re- o papel de adjetivação
toma o termo substantivo uma chuva de sete dias. Ao fazer desempenhado pelos
(5) As chuvas, que são comuns em junho, estão vindo. Orações subordinadas
adjetivas explicativas
goas e cisternas.
(6) As chuvas, que são um fenômeno natural, estão vindo.
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5. Pronome relativo.
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Nesses períodos, podemos observar dois tipos de orações 2. Ob
Compartilhe adjetivas. As orações destacadas nos períodos de 1 a 4 res- tando a
ideias tringem (limitam) o sentido do substantivo chuva, por isso são
Leitura classificadas como orações subordinadas adjetivas restriti- As resp
a) O ba
vas. Nesse caso, não se fala de qualquer chuva, mas somente
Complementar das chuvas que caem em janeiro, das que salvarão a lavoura, O barc
das que caem na época da seca ou daquelas pelas quais um
Parece-nos evidente que a expo- tal José tanto esperou.
Já nos períodos 5 e 6, as orações adjetivas desempenham
sição deva ser tratada como objeto a função de explicar (acrescentar informações) o sentido do b) O ba
substantivo chuva, sendo portanto classificadas como orações
de ensino de expressão oral: “fazer subordinadas adjetivas explicativas. Assim, essas orações
O barc
uma exposição” — ou, segundo a não restringem o sentido do substantivo ao qual se referem,
elas explicam alguma informação sobre ele e não são impres-
terminologia frequentemente utiliza- cindíveis para a compreensão da mensagem.
c) O lix
aulas de francês, mas também 1. Reescreva os períodos a seguir substituindo o adjetivo des- A polui
tacado por uma oração adjetiva correspondente.
nas de ciências, história, etc. Uma riscos à
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Manual do Educador
127
Capítulo
3
2. Observe a imagem e reescreva os períodos complementando as lacunas com orações
adjetivas. As respostas são apenas sugestões.
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3. Em textos expositivos, as orações adjetivas são uma ferra-
menta muito eficiente para a transmissão de informações, con-
tribuindo significativamente para a ampliação do conhecimento
Leitura do leitor. Pensando nisso, leia o artigo abaixo.
Shutterstock | Waj
A exploração de fontes diversifi-
cadas de informação, a seleção
das informações em função do
tema e da finalidade visada e
a elaboração de um esquema
destinado a sustentar a apresen-
tação oral constituem um primei-
ro nível de intervenção didática,
ligado ao conteúdo.
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Do ponto de vista comuni-
cativo, a exposição permite
construir e exercer o papel de
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Capítulo
3
ra- 4. Tendo por base as informações que você captou neste ca-
on- pítulo sobre a desertificação e o que vimos sobre as orações Compartilhe
ideias
nto adjetivas, identifique em quais lacunas do texto as orações a
seguir devem ser colocadas.
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Ca 130
É hora de produzir
Tome nota
Compartilhe
ideias
Complementar
aos
Seminário grup
tas
Neste capítulo, lemos dois artigos de divulgação científica
Ler para comunicar um texto a que trazem informações muito importantes sobre a Groenlân-
Propo
um auditório dia, a Terra do Gelo, e sobre a desertificação. Agora, vamos
transmitir essas informações em uma comunicação oral cujo Com
Este tipo de leitura é própria de maior objetivo é expor conhecimentos, o seminário, que pode bastan
grupos de atividades restritos (ler ser apresentado individualmente ou em grupo.
Normalmente, o seminário é dividido em sete etapas:
blemas
respeit
um discurso, um sermão, uma 1. Abertura – Nesta etapa, o expositor ou o próprio professor
mento,
da de r
conferência, uma aula magistral; explica para a turma qual é o tema e os objetivos da exposi-
respon
ção que será realizada.
ler poesia em uma apresentação). Ago
2. Introdução – O expositor apresenta formalmente o tema rar vári
Sua finalidade é que as pessoas aos seus ouvintes. É fundamental cativar a expectativa do lação, s
para as quais a leitura é dirigida público para que acompanhe atentamente toda a exposi-
ção. Para isso, é interessante, por exemplo, expor os moti-
um tem
que po
possam compreender a mensa- vos que levaram à pesquisa do tema, qual é a importância
130
130
Manual do Educador
131
Capítulo
3
Tome nota
Compartilhe
ideias Sugestão de
tação do seminário e, dependendo da situação, dá a palavra Abordagem
aos ouvintes para que façam perguntas para o expositor ou
grupo. Nesse caso, uma nova etapa é iniciada, com pergun-
tas e respostas acerca do tema.
Organize um grande evento
entífica na escola com inscrições
enlân-
vamos
Proposta de trabalhos, credencia-
al cujo Como vimos neste capítulo, o mundo inteiro está sofrendo mento e entrega de certifi-
e pode bastante com as mudanças climáticas. São inúmeros os pro-
blemas a serem enfrentados pela população não só no que diz cados. Simule um grande
respeito ao aquecimento global, mas à poluição, ao desmata-
mento, à urbanização descontrolada, à exploração desenfrea-
congresso em que seus alu-
nos apresentarão as suas
ofessor
da de recursos naturais não renováveis, à pobreza, etc. Tudo
exposi-
responsabilidade dos seres humanos.
Agora, com a turma dividida em grupos, a proposta é elabo- comunicações individuais.
o tema rar vários seminários sobre problemas que têm afligido a popu- Abra o evento para que as
tiva do lação, seja no Brasil, seja no mundo. Cada grupo deverá definir
exposi- um tema, pesquisar sobre ele e, se possível, apontar soluções outras turmas possam as-
s moti-
rtância
que possam ser postas em prática imediatamente por todos.
sistir, eleja, entre os alunos,
Planejamento os coordenadores do even-
mo uma Para produzir um seminário, é preciso, antes de tudo, plane- to. Se preferir, abra para a
odução.
minário,
jar dois grandes momentos: a pesquisa do tema e a apresen- exibição de mais gêneros,
tação.
alho for
Pesquisa do tema
como pôsteres e vídeos.
pico.
EF89LP02 EF89LP25
EF89LP05 EF89LP28
como para os ouvintes, relacio- forma com que se diz — pode EF89LP24
na-se ao fato de que estes não ser pouco interessante e custo-
podem ter acesso ao conteúdo so, se tivermos na nossa frente o
emitido de outra maneira; em texto que está sendo lido.
outras palavras, escutar alguém SOLÉ, Isabel (1998). Estratégias de leitura.
lendo — exceto no caso da rap- Porto Alegre: Artmed, pp. 97–98.
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Ca 132
5.
Tome nota
Compartilhe
Embora a apresentação seja oral, ela terá como base um
ideias texto escrito, no qual o grupo deverá expor todas as infor-
Diálogo com
mações relevantes. Para elaborar esse texto, utilizem as
anotações feitas na etapa de pesquisa.
o professor
Apresentação
1. Para realizar uma boa apresentação, é preciso que o grupo
organizar as apresentações
Avaliação
de uma maneira que con- 1. A avaliação dos seminários será feita pelo professor duran-
sigam minimizar estas in- te a apresentação dos grupos. Serão observados os seguintes
fluências emocionais.
aspectos:
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Anotações
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Capítulo
3
A escrita em foco
um
or-
as
(2) Maria mandou um beijo para seu filho, que mora no Canadá.
an- Oração subordinada
es adjetiva explicativa
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Ca
Deserto do Atacama
Paisagens do espaço, secura e poucos sinais de vida
Difícil ver sinal de vida ao redor da pai- azuis, evapora mais rapidamente do que é
sagem de pedras e areia. O único barulho, reposta pelas chuvas, e os sais minerais
além dos próprios passos, é o do vento, permanecem. O resultado é uma quantida-
que chega frio e com leve gosto de sal. O de enorme de imensos lagos de sal que im-
imenso céu azul está tão próximo que pa- pregnam o organismo do flamingo. A saída
rece ao alcance das mãos. No desolado que esses animais encontraram foi eliminar
centro do deserto do Atacama, a sensação o excesso através de pequenas aberturas
é a de que estamos em outro planeta, mui- ao lado das narinas.
to distante do nosso. O solo extremamen- Tal qual o flamingo, algumas plantas
te ressecado […] é o mais parecido com o também dão um jeito de sobreviver nesse
de Marte. A umidade do ar é tão baixa que, local inóspito. A vegetação de loma, mais
aliada à limpeza da atmosfera e à altitude importante ecossistema da região, por
elevada em relação ao nível do mar, tornou exemplo, vive da umidade da névoa que se
o lugar um dos mais propícios do Planeta condensa na superfície das pedras. Essa
para observações espaciais, tamanha é a neblina, chamada de camanchacas, é o
nitidez com que se pode observar o céu resultado da ação da corrente de Humboldt,
[…]. que esfria o ar quente do Pacífico durante
Ao todo, essa região árida estende-se o inverno. A consequência biológica tam-
por mil quilômetros do norte do Chile até a bém colabora para deixar a paisagem mais
fronteira com o Peru […]. A área que englo- charmosa com a neblina matinal. Poucas
ba o deserto do Atacama no Chile, a 1.300 espécies animais habitam os lomas. Al-
quilômetros de Santiago, na costa oeste guns mamíferos, pássaros e lagartos.
da América do Sul, esconde um dos meios A lhama, da família do carneiro, é um
mais rígidos para o surgimento e desen- animal que atrai a atenção dos visitantes e
volvimento da vida na face da Terra. Nas é bastante presente na paisagem desérti-
regiões centrais dessa estreita faixa espre- ca. Infelizmente, um dos tipos de lhama, o
mida entre o Oceano Pacífico, ao oeste, e guanaco, que era comum nos lomas e nas
a Cordilheira dos Andes, ao leste, existem áreas costeiras, está cada vez mais sumi-
lugares nos quais nunca foram registradas do devido à caça […].
chuvas […]. Apesar da secura e pobreza de opções
Os flamingos-rosados, habitantes da para o desenvolvimento, diversos grupos
planície de sal desse deserto, o Salar de humanos ocuparam o deserto durante os
Atacama, são um bom exemplo de espé- últimos 12 mil anos. Hoje, moram 750 mil
cie adaptada. Nesse local, a água que veio habitantes concentrados em cidades lito-
da Cordilheira dos Andes, formando lagos râneas, polos de mineração, vilas de pes-
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Capítulo
3
cadores e oásis. São descendentes de es- umidade faz com que artefatos e objetos
panhóis, escravos africanos e indígenas fabricados há milênios permaneçam em
que saíram dos Andes. O processo de po- excelente estado de conservação. Um te-
voamento da região costeira foi favorecido souro para arqueólogos. O aspecto assus-
pela riqueza de nutrientes das águas da tador dessas condições é que há cidades-
corrente marítima de Humboldt, no Pacífico. -fantasmas nas áreas centrais com casas
A área próxima ao Rio Loa, no norte do onde não moram ninguém, mas que per-
eé
deserto, foi ocupada pelos chinchorros, o manecem, por anos, com a mesma apa-
ais
primeiro grupo humano a desenvolver a rência de quando foram abandonadas — a
da-
mumificação artificial. Algumas das mú- impressão que se tem é de que poucas ho-
m-
mias mais antigas do mundo (com mais ras atrás havia pessoas ali.
da
de 9 mil anos) foram encontradas lá. Não […]
nar
é difícil entender o porquê: a ausência de http://super.abril.com.br/ecologia/deserto-atacama-445134.
as shtml. Acessado em 25/08/2011. Adaptado.
as
se
1.
Compartilhe
ais Como vimos, há uma diferença semântica entre as orações ideias
por adjetivas restritivas e explicativas, e essas orações são muito
se úteis nos textos expositivos. A seguir, reproduzimos algumas
sa orações adjetivas do texto. Releia-as em seu contexto, identifi-
o que o termo que cada uma delas adjetiva e classifique-a como
dt, restritiva ou explicativa.
nte
a) […] que chega frio e com leve gosto de sal. (primeiro pará-
m-
grafo)
ais
as Vento. Explicativa.
Al-
b) […] que engloba o deserto do Atacama no Chile […] (segun-
do parágrafo)
um
se Área. Restritiva.
rti-
,o c) […] que veio da Cordilheira dos Andes […] (terceiro parágrafo)
as Água. Restritiva.
mi-
d) […] que impregnam o organismo do flamingo. (terceiro pa-
es rágrafo)
os
Lagos de sal. Restritiva.
os
mil e) […] que esses animais encontraram... (terceiro parágrafo)
to-
A saída. Restritiva.
es-
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135
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Ca
NTO
E
A M
136 r AMBIENTE
CE r
EN
Assim surge um deserto
Solo arenoso, clima
quente e seco e índices
pluviométricos baixos
por longo período.
Essas condições
permitem classificar
uma região como
desértica. Os desertos
que conhecemos
hoje mantêm essas
características há
milhares de anos.
Isso significa que eles
não se formam de uma ■
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136
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Manual do Educador
137
Capítulo
3
serto
do de
ação
e
o e alto
adas
3 O mau uso do solo acaba
com a produtividade nas terras
baixas e força o agricultor a desmatar
uma área na encosta para prosseguir
com o plantio. Nessa região, os
efeitos da erosão são ainda mais
rápidos. As terras abandonadas só
servem como pasto para o gado.
ERVAÇÃO E
AFRICANAS
Em alguns anos, a produtividade nas
encostas também diminui e a faixa
plana vira areia
CONSULTORIA ROBERTO VERDUM, GEÓGRAFO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
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137
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Ca 138
1. O infográfico é um gênero textual muito utilizado como ferramenta de apoio para textos
informativos em geral, como o artigo expositivo e o seminário. A intenção é organizar as
informações e apresentá-las junto a imagens, o que facilita a assimilação por parte do inter-
locutor e atrai a sua atenção. Assim, na infografia, textos verbais e imagens são interdepen-
BNCC – Habilidades gerais dentes. Analisando o infográfico Assim surge um deserto, responda às questões a seguir.
a) Nos infográficos, é muito importante deixar clara para o leitor a sequência de leitura que
EF69LP06 EF69LP28 deve ser seguida. Como essa ordem é apresentada no texto lido?
EF69LP07 EF69LP31 No texto, a sequência de leitura é guiada pela numeração dos textos informativos.
EF69LP08 EF69LP42 b) O texto foi publicado na revista Nova Escola. Em que seção da revista ele foi publicado?
O texto foi publicado na seção Ambiente.
BNCC – Habilidades específicas I. Há um erro na ordenação dos textos. De acordo com a sequência de leitura, os textos 3
e 4 devem mudar de numeração.
II. Para facilitar a ordenação da leitura, podemos trocar os textos 3 e 4 de posição, mas é
EF89LP07 EF89LP32 preciso manter a numeração.
EF89LP24 EF89LP33 III. Para construir o texto, foi necessário recorrer à ajuda de um especialista no tema.
IV. Ao longo da leitura, é possível perceber claramente a relação de causa–consequência,
EF89LP25 EF89LP35 o que caracteriza a argumentação.
EF89LP29 EF89LP36 V. Para facilitar a compreensão do leitor, podemos ordenar os desenhos com os algarismos
1, 2 e 3, da esquerda para a direita.
EF89LP30 EF89LP43
Está correto o que se afirma, apenas, em:
a) I, II e III.
b) I, III e IV.
c) I, IV e V.
d) II, III e V.
e) II, IV e V.
Anotações Solo arenoso, clima quente e seco e índices pluviométricos baixos por longo perío-
do. Essas condições permitem classificar uma região como desértica. Os desertos
que (1) conhecemos hoje mantêm essas características há milhares de anos. Isso
significa que (2) eles não se formam de uma década para outra, mas o esgota-
mento dos solos tem provocado a expansão rápida de terrenos arenosos.
No capítulo anterior, vimos que a palavra que, ao introduzir orações subordinadas subs-
tantivas, é chamada de conjunção integrante. Já neste capítulo, vimos que, ao introduzir
orações subordinadas adjetivas, a palavra que assume a função de retomar o termo que a
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138
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Manual do Educador
139
Capítulo
3
antecede e relacioná-lo à oração que introduz. Nesse caso, assume a classe dos prono-
mes relativos, e a oração da qual faz parte é subordinada adjetiva.
o
Mídias em context
1. Neste capítulo, vimos que os artigos expositivos são textos cujo objetivo principal é
informar os leitores. Vimos, também, que o seminário é um gênero oral igualmente expo-
sitivo. Ambos os gêneros podem ser bem apoiados por infográficos, como estudamos no
encerramento.
Proposta
Agora, você deverá escolher um dos textos expositivos produzidos neste capítulo e enri-
quecê-lo com um infográfico de sua autoria.
Planejamento
Para produzir o infográfico, será necessário delimitar o que será exposto e pesquisar os
tópicos que abordará. Nessa atividade, empregue este planejamento:
1. Pesquise em livros e na Internet informações sobre o tema, observando a delimitação.
2. Esquematize suas ideias e a ordem de apresentação.
3. Defina os recursos gráficos que serão necessários para enriquecer o texto verbal.
4. Utilize algum aplicativo de design para produzir o infográfico em formato digital. Nave-
gando pelos sites de busca, escolha um software online gratuito que possibilite a criação
de infográficos. O Canva.com, por exemplo, oferece uma interface intuitiva, com várias
opções de templates e um banco de imagens bastante rico.
5. Defina o template e passe para o computador o esboço.
6. Reflita sobre a hierarquia das informações e a sequência de leitura que será sugerida ao
leitor.
7. Finalizada a produção, é hora de compartilhar! Você pode publicar seu trabalho em suas
redes sociais ou no Pinterest, uma rede social para compartilhamento de projetos visuais.
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Ca 140
Objetivos Pedagógicos
Conhecimentos prévios
1. Você lê notícias com frequência?
•• Planejar, elaborar e avaliar 2. Qual é a principal função social da no-
tícia?
uma notícia. 3. Entre os inúmeros fatos que acontecem
diariamente, por que somente alguns
•• Expressar-se com desenvoltu- são temas de notícias? Quem escolhe
os fatos que serão noticiados?
ra a respeito dos temas estu-
dados no capítulo.
•• Demonstrar compreensão e
habilidade no trato com as
análises linguísticas propos-
Caracterizando o gênero
tas no capítulo, bem como
nos usos de pontuação. A notícia é o texto jornalístico mais ágil e dinâmi-
co, responsável por informar as pessoas acerca dos
fatos e, assim, contribuir para que elas conheçam
Diálogo com
melhor a realidade que as cerca. Com base nessas
informações, a população pode refletir sobre essa
o professor realidade, formular opiniões mais sólidas e até mes-
mo agir para transformá-la. Neste capítulo, vamos
exercitar a produção de notícias e estudar como
A notícia é um gênero textual esse gênero textual se constitui para relatar os acon-
tecimentos.
em que predomina o relato. Nela
são relatados acontecimentos,
informações, recentes ou atuais,
do dia a dia. Qualquer fato pode
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140
140
Notícia
141
Diálogo com
o professor
Anotações
te
ut
Sh
141
Abordagem Antes de
O grupo extremista islâmico, autodenominado Estado Islâmi-
co (EI), começou a destruir mais um sítio arqueológico no norte
começar a ler
do Iraque, segundo fontes curdas.
Estimule os estudantes a A notícia que você vai ler
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Anotações
142
142
Notícia
143
Capítulo
4
Falsos deuses
143
144
144
Notícia
145
Capítulo
4
Desvendando os segredos do texto
Aprenda
mais!
1. Qual é o objetivo comunicativo dessa notícia?
Malak e o barco,
Informar ao leitor brasileiro sobre ações terroristas do Estado curta-metragem vencedor
do Festival Internacional
Islâmico contra o patrimônio histórico do Iraque. de Criatividade de Cannes
em 2016, aborda a
2. Em que local é a maior atuação do Estado Islâmico? trajetória de uma garota
síria sobrevivente de uma
Iraque. embarcação de refugiados
que cruzou o Mediterrâneo.
A abordagem do tema
3. Ao informar os leitores, a notícia cumpre uma função so- sob a sensibilidade de
cial muito importante. Pensando nisso, explique por que essa uma produção audiovisual
nos permite diferentes
notícia foi relevante para a sociedade. níveis de reflexão e traz
à tona a necessidade
Porque a história da humanidade pertence a todos e não po-
de compreendermos as
manifestações artísticas
demos tolerar que grupos extremistas estejam destruindo um
como produções tão
patrimônio que é de todos. relevantes quanto as
notícias que consumimos
diariamente.
4. A notícia é um gênero textual marcado pela objetividade e Assista à animação na
clareza no relato das informações. Por esse motivo, geralmente íntegra no link a seguir.
145
145
146 Aprenda
mais!
5. Um dos mecanismos textuais que ajuda o autor de um texto
a ser claro e objetivo é a coesão. A coesão é responsável, en-
Em 1990, o jornal O
tre outras coisas, pela relação textual entre palavras e expres-
Estado de S. Paulo sões, evitando repetições desnecessárias. Para entender me-
publicou a primeira edição lhor como esse importante mecanismo textual funciona, releia
do seu famosíssimo
Manual de Redação
atentamente os parágrafos segundo e terceiro, logo abaixo, e,
e Estilo, um guia que em seguida, procure responder às questões propostas.
desde então orienta os
jornalistas na elaboração
de seus textos. Nas
suas Instruções Gerais,
O Estado Islâmico também divulgou na semana pas-
veja o que diz o manual sada um vídeo em que destruía artefatos assírios em um
a respeito da clareza e museu em Mosul, cidade localizada a 30 km de Nimrud,
Iraque. Relatos também dão conta de que extremistas
objetividade:
“Seja claro, preciso,
direto, objetivo e incendiaram uma biblioteca na mesma cidade, junto com
conciso. Use frases curtas mais de 8 mil manuscritos.
e evite intercalações Essa onda de destruição de patrimônios históricos e
excessivas ou ordens
inversas desnecessárias culturais gerou revolta entre autoridades e pesquisadores.
[…]. “Eles estão apagando nossa história”, disse o arqueólogo
A simplicidade é condição iraquiano Lamia al-Gailani.
essencial do texto
jornalístico. Lembre-se de
que você escreve para
todos os tipos de leitor, e a) O termo extremistas retoma qual expressão colocada ante-
todos, sem exceção, têm riormente?
o direito de compreender
qualquer texto […].” Estado Islâmico.
146
146
146
Notícia
147
Capítulo
4
6. Como a notícia, em geral, é um texto breve, pode ser que
alguns termos ou informações sejam difíceis de compreender
por parte do leitor. Para evitar isso, o jornalista pode recorrer
a termos ou orações de valor explicativo. Essas ferramentas
cumprem o duplo papel de informar o leitor e facilitar a constru-
ção de sentido. Pensando nisso, leia os trechos abaixo obser-
vando os termos destacados:
de nicotina nos cigarros fabrica-
I. “[…] é considerada pela Organização das Nações Unidas
dos pela indústria do fumo.
para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), órgão
ligado à ONU, um patrimônio histórico da humanidade.”
(segundo parágrafo)
II. “Ao mesmo tempo, o grupo terrorista pôs à venda al-
guns artefatos no mercado negro, transformando anti-
guidades em uma importante fonte de renda para o grupo,
junto com o petróleo e sequestros.” (quinto parágrafo)
III. “[…] o grupo extremista segue uma vertente radical da
sharia, lei islâmica, segundo a qual estátuas são usadas
para idolatrar falsos deuses.” (quinto parágrafo)
IV. “Esses bárbaros, terroristas, criminosos estão tentando
destruir o patrimônio da humanidade.” (sexto parágrafo)
Citizenfour
Nesses trechos, o termo destacado esclarece o sentido de um
substantivo expresso anteriormente em: Em um hotel de Hong Kong, a
a) I e II. cineasta Laura Poitras e o jorna-
b) III e IV.
c) I e III. lista Glenn Greenwald se encon-
d) II e IV.
e) I, II, III e IV.
tram com o ex-agente do governo
americano Edward Snowden. Em
janeiro de 2013, ele se identifica-
va com o pseudônimo Citizenfour
ao enviá-los documentos confi-
denciais, escancarando a espio-
nagem indiscriminada na Internet
feita pelos Estados Unidos.
147
Sugestão de Abordagem
As aventuras de Agamenon
Como sugestão de trabalhar filme, O filme narra a história de Lo-
notícia e o mundo do jornalismo, well Bergman, produtor do fa- A comédia revela a divertida e
sugerimos os seguintes títulos: moso programa 60 Minutes, que misteriosa vida do jornalista Aga-
em 1995 convenceu o cientista menon Mendes Pedreira, perso-
Jeffrey Wigand, ex-pesquisador nagem criado por Marcelo Madu-
de uma grande empresa de taba- reira e Hubert há mais de 20 anos
co dos Estados Unidos, a revelar e que até hoje assina uma coluna
O informante a verdade sobre a manipulação de jornal.
147
Repensando o
Ensino da Gramática Orações subordinadas
adverbiais (1)
Como vimos no Capítulo 1, nos períodos compostos por su-
As melhores aulas de portu- bordinação, as orações subordinadas podem exercer funções
148
148
Notícia
149
Capítulo
4
Concessivas
Expressam uma circunstância de concessão da oração
principal. A relação de concessão se verifica quando a oração
subordinada anuncia antecipadamente que uma conclusão que
poderíamos tirar da oração que inicia não é válida. As principais
conjunções subordinativas concessivas são embora, mesmo
que, ainda que, apesar de que. Veja:
Compartilhe
Causais ideias
Expressam uma circunstância de causa para o fato que se
declara na oração principal. Essa circunstância é explicitada
normalmente pelas conjunções porque, pois, que, como, já
que, uma vez que, porquanto. Para entender melhor, leia esta
charge:
www.dukechargista.com.br
149
149
o professor Ele ficou violento porque conviveu com membros de uma torcida organizada.
mação proporcionada pelo Os membros da torcida organizada eram tão violentos que o cachorro enlouqueceu.
texto, naquela que podemos
considerar contextual e em Oração subordinada adverbial consecutiva
150
150
Notícia
151
Capítulo
4
Uma forma interessante de identificar mais facilmente as
orações adverbiais consecutivas é observar que, onde há con-
sequência, há causa. Logo, se temos uma oração que expres-
sa uma consequência, a outra expressa uma causa. Conside-
ramos subordinada aquela que apresenta a conjunção.
Modais
Expressam uma circunstância de modo para a forma como
se realizou o fato declarado na oração principal. A principal con-
junção modal é a locução sem que. Observe:
151
151
Complementar para completar as lacunas dos períodos. Considere as informações presentes no texto.
152
152
Notícia
153
Capítulo
4
Leitura Complementar
I. _______________________________, o swell não está fa-
vorecendo o surfe. Compartilhe
a) Embora gere ondas baixas ideias
b) Como provoca ondas altas O professor que trabalha cons-
c) Embora provoque ondas de mais de 4 metros
d) Sem que os surfistas tenham notado tantemente com o jornal em sala
II. ________________________________, o swell dificultava
de aula, e não apenas eventual-
a passagem dos portugueses pelo Cabo da Boa Esperança, mente, necessita de objetivos e
na África.
a) Como provoca ondas de mais de 30 metros por segundo de planejamento coerentes com
b) Como gera ondas muito altas o processo de aprendizagem das
c) Embora fosse velho conhecido dos navegadores antigos
d) Embora não cause danos ao arquipélago crianças. Isso se justifica diante
III. As ondas gigantes que atingiram o arquipélago estavam tão
da possibilidade de o jornal vir a
violentas e desordenadas __________________________. ser um instrumento de reflexão e
a) que impediram a prática de surfe
b) que muitos surfistas se aventuraram nas águas de ensino da leitura e da escrita
c) que atraíram jornalistas e turistas do mundo inteiro reflexiva desde a mais tenra ida-
d) que os ventos começaram a soprar do leste
de, desde a educação infantil.
IV. ________________________________, o swell não é pro-
vocado por elas.
Para despertar nos alunos o in-
a) Mesmo tendo forte relação com as mudanças climáticas teresse pela leitura de jornais e re-
b) Mesmo tendo alguma relação com as mudanças globais do
clima vistas é preciso aproximá-los fisi-
c) Embora pareça ter relação com as mudanças climáticas camente desse material de leitura.
globais
d) Embora as ondas gigantes assustem Além da hemeroteca de sala, é
2. O parágrafo abaixo foi retirado da notícia que você leu ain-
possível criar um vínculo de leitura
da há pouco. Releia-o e, em seguida, responda às questões com os alunos a partir da associa-
propostas.
ção de conteúdos estudados em
Ao percorrer o Atlântico, o swell se propaga por profundidades sala e nos livros didáticos às ma-
de até 500 metros. Quando se aproxima da praia, a profundida-
de diminui. A energia é reduzida, e a onda acaba se dissipan- térias, notícias e reportagens pu-
do, sem provocar danos. O swell pode também se originar no
Atlântico Sul. blicadas periodicamente na mídia
impressa. Essa associação é muito
importante para entender aspectos
153
da nossa realidade e, com isso,
compreender melhor o mundo pela
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153
referencial (realizada por aspec- 3. Assinale o item em que a oração grifada está classificada
conta da estruturação da se- expressar utilizando o mínimo de palavras, mas sempre bus-
cando a clareza. Essa economia de palavras corresponde ao
quência (superficial) do texto que chamamos de concisão. Uma das técnicas que contribui
bastante para a concisão é a elipse, que consiste em omitir um
(seja por recursos conectivos termo que pode ser facilmente recuperado pelo contexto. Pen-
ou referenciais); não são sim- sando nisso, releia o penúltimo parágrafo da notícia e, depois,
responda às questões propostas.
plesmente princípios sintáticos.
O surfista e engenheiro de pesca Rodolfo Aureliano de Melo, █ em
Constituem os padrões formais Noronha há 15 anos, diz que nunca viu swell tão alto. “Teve um forte
em 1999, mas esse parece maior”. Embora █ altas, as ondas não
para transmitir conhecimentos e estão favoráveis ao surfe, segundo ele. “Esse swell é do norte, mas o
sentidos […]. vento está soprando do leste. O mar fica uma bagunça”.
154
Para muitos estudiosos do texto,
os mecanismos da coesão textual
formam uma espécie de gramá-
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154
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Notícia
155
Capítulo
4
a) Que termos foram omitidos nos locais indicados?
Compartilhe
… que está/...estejam. ideias
b) Por que esses termos foram omitidos?
Para evitar a repetição desnecessária do verbo estar.
6.
Assinale o item que indica corretamente a relação dos ele-
mentos sublinhados nos períodos a seguir.
155
155
É hora de produzir
Sugestão de
Abordagem Antes de começar a escrever
Agora é a sua vez de produzir uma notícia. Mas, antes disso,
Antes de começar a produção leia o texto a seguir, que traz algumas orientações interessan-
tes para quem deseja produzir um bom texto jornalístico:
das notícias, seria interessan-
te, se possível, apresentar aos Um bom texto jornalístico depende, antes de mais
alunos a alguns sites de no- nada, de clareza de raciocínio e domínio do idioma. Não
há criatividade que possa substituir esses dois requisitos.
tícias e avaliar com eles ele- Deve ser um texto claro e direto. Deve desenvolver-se
mentos textuais importantes. por meio de encadeamentos lógicos. Deve ser exato e
conciso. Deve estar redigido em nível intermediário, ou
Um desses sites poderia ser o seja, utilizar-se das formas mais simples admitidas pela
G1, que indicamos na página norma culta da língua. Convém que os parágrafos e fra-
ses sejam curtos e que cada frase contenha uma só ideia
142. Os estudantes poderão […].
O tom dos textos noticiosos deve ser sóbrio e descriti-
avaliar as notícias à luz dos vo. Mesmo em situações dramáticas ou cômicas, é essa
princípios editoriais que nor- a melhor maneira de transmitir o fato da emoção. Deve
evitar fórmulas desgastadas pelo uso e cultivar a riqueza
teiam a produção dos textos dos vocábulos acessíveis à média dos leitores.
para as Organizações Globo. O autor pode e deve interpretar os fatos, estabelecer
analogias e apontar contradições, desde que sustente
Cada aluno, ou grupo, pode sua interpretação no próprio texto. Deve abster-se de opi-
nar, exceto em artigo ou crítica.
ficar responsável por estudar http://www1.folha.uol.com.br/folha/circulo/manual_texto_introducao.htm
156
156
Notícia
157
Capítulo
4
Planejamento
Compartilhe
Para produzir sua notícia, reflita sobre os seguintes pontos: ideias
1. Que fato será noticiado?
2. Que informações você utilizará para reportar esse fato?
Pense nas perguntas básicas para redigir uma notícia: o
quê?, quem?, quando?, onde?, por quê?, como?
3. Esse fato é importante para o Brasil, para o mundo?
4. Que consequências esse fato trará para as pessoas?
5. O que levou à realização desse fato?
6. Para conferir mais veracidade ao seu texto, é muito impor-
tante reproduzir a fala de um entrevistado diretamente en-
volvido com o fato noticiado. Quem será esse entrevistado?
Qual será a sua profissão?
7. Procure escrever com clareza e objetividade.
8. Observe a adequação linguística. Expressar-se com simpli-
cidade é uma boa maneira de produzir um texto claro.
Avaliação
1. Para avaliar seu texto, releia-o tendo em vista os seguintes
pontos:
Aspectos analisados Sim Não
O fato noticiado está claro?
Você respondeu às perguntas básicas para se
redigir uma boa notícia?
As causas e consequências desse fato estão
claras para o leitor?
Você utilizou a fala de um entrevistado para
fundamentar as informações passadas?
Esse entrevistado foi apresentado de modo ade-
quado (nome completo, profissão, idade, etc.)?
O texto está claro e conciso?
A linguagem empregada está adequada aos
seus leitores?
157
157
comportamento de uma pes- En Bhaktapur, até então a cidade velha mais conservada
do Nepal, metade das casas ruíram com o terremoto e 80%
soa?
•• Ela pode mudar uma socieda-
de?
•• Qual é a importância das notí-
cias para a nossa vida?
•• Quais as características da
linguagem ao se compor um Praça de Durbar antes da tragédia.
Os destroços que restaram na mesma praça de Durbar depois do
158
classes sociais?
•• Como é a linguagem das no- LPemC_2018_BNCC_9A_Cap4.indd 158 08/05/18 06:51
158
158
Notícia
159
Capítulo
4
Leitura
dos templos foram destruídos. Entre outros edifícios, a torre de
Dharahara acabou derrubada com o tremor de terra e hoje só
restam destroços e um pequeno pedaço da estrutura dela.
Também conhecida como torre Bhimsen, o monumento foi
Complementar
construído pelo primeiro premiê do Nepal, em 1832, e era po-
pular entre os turistas que queriam subir os mais de 200 de- Ler é muito mais do que possuir
graus até a plataforma panorâmica na parte superior da torre.
O principal templo na praça de Bhaktapur perdeu o telhado, um rico cabedal de estratégias e
enquanto o templo de Durga Vatsala, que data do século XVI e
é famoso por suas paredes de arenito e detalhes cobertos de
Torre de Dharahara antes do terremoto. técnicas. Ler é, sobretudo, uma
ouro, também desabou com o tremor. atividade voluntária e prazerosa,
O historiador Prushottam Lochan Shrestha disse ao site local
Ekantipur.com que o patrimônio histórico do Nepal sofreu gran- e quando ensinamos a ler de-
des perdas com o terremoto. “Perdemos a maioria dos monu- vemos levar isso em conta. As
mentos que eram considerados Patrimônio Cultural da Humani-
dade em Katmandu, Bhaktapur e Lalitpur (Patan).” crianças e os professores devem
Disponível em: www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/04/150427_nepal_patrimonio_
historico_destruido_rm. Acesso em 29/04/2015. O que restou da torre. estar motivados para aprender
e ensinar a ler. […] Seria preciso
distinguir situações em que “se
trabalha” a leitura e situações em
que simplesmente “se lê”. Na es-
cola, ambas deveriam estar pre-
Dicionário
sentes, pois ambas são impor-
O Nepal é um pequeno
Templo de Durga Vatsala construído no século XVI, fotografado em 2011.
país da Ásia, localizado tantes; além disso, a leitura deve
ser avaliada como instrumento
entre a China e a Índia. É
lá que estão a Cordilheira
do Himalaia e o famoso
Monte Everest, o mais de aprendizagem, informação e
alto do mundo. A religião
principal é o hinduísmo,
que tem vários templos
deleite. Os alunos não vão acre-
históricos no país. O Nepal
foi uma monarquia até
ditar que ler — em silêncio, só
2007, quando se tornou
república.
para ler, sem ninguém lhes per-
guntar nada sobre o texto, nem
O Templo de Durga
Vatsala foi ao chão
solicitar nenhuma outra tarefa
após o terremoto.
referente ao mesmo — tenha a
159
mesma importância que traba-
lhar a leitura — ou qualquer outra
coisa — se não virem o professor
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159
Diálogo com
o professor Mais de 10 mil pessoas foram atingidas por tornado em Xanxerê
Números atualizados pela Defesa Civil de Adjunto de Estado da Defesa Civil, Rodrigo
160
160
Notícia
161
Capítulo
4
Texto 3 Internacional
Podemos desenvolver um
trabalho interessante so-
bre a linha editorial de al-
guns jornais e revistas que
fazem parte do cotidiano
da turma. Para isso, solici-
te aos alunos que tragam
exemplares para a próxi-
Vista panorâmica do Vulcão Villarica, Chile.
ma aula.
No capítulo 4 do livro do 6º
Reprodução/Twitter/@raulpalma
A transdisciplinaridade é o reco-
nhecimento da interdependência
de todos os aspectos do saber
e da realidade, sendo a síntese
dialética provocada pela interdis-
ciplinaridade bem-sucedida.
161
Shutterstock | Nazzu
Um fenômeno climático que produz ven-
tos de até 80 km/h assustou banhistas da
praia de Piedade, em Jaboatão dos Guara-
rapes, Região Metropolitana do Recife. Na
Internet, a repercussão foi expressiva. Na
página do Diario de Pernambuco no Face-
book, foram publicados dois vídeos envia-
dos por internautas. O primeiro, de autoria
de Arthur Tavares, foi filmado da sacada
de um apartamento próximo à beira-mar.
Até o fechamento desta matéria, contava
com 925.417 visualizações, 20.329 likes e
Fenômeno se forma devido à presença de nuvens densas.
30.604 compartilhamentos. Um segundo
vídeo, gravado por Vanessa Quechua, por
sua vez, já gerou 697.617 visualizações, de convergência intertropical. “Esses sis-
14.288 likes e 15.208 compartilhamentos. temas juntos trazem umidade, turbulência,
Os dois juntos obtiveram um alcance de ventos fortes e nuvens densas. Condições
mais de 4,4 milhões de pessoas. que propiciam o surgimento do fenômeno”,
A maioria dos comentários na fanpage explicou a meteorologista da Agência Per-
gira em torno dos temas “religião” e “ciên- nambucana de Águas e Clima (Apac), Ed-
cia”, intercalando teorias sobre o fim do vânia Santos.
mundo e explicações climáticas apazigua- A depender da direção do vento, ela pode
doras. Além disso, os posts serviram ao ser deslocada para o continente, como
desabafo de quem esteve presente no local aconteceu em Piedade. Como é um evento
e se assustou com o fenômeno. A própria isolado, não é possível prever quando pode
Vanessa Quechua comentou que o susto acontecer novamente. A orientação para a
foi tamanho que as pessoas saíram cor- população é sempre permanecer o mais
rendo após o vento forte, deixando os co- distante possível da tromba-d’água, dife-
merciantes da praia desesperados por não rente do que muitas pessoas fizeram ten-
receberem o pagamento do que havia sido tando captar imagens. “Quanto mais forte
consumido. estiver, mais perigoso pode ser”, alertou
A provável causa da tromba foi a junção Santos. A Apac irá estudar a ocorrência.
Disponível em: www.diariodepernambuco.com.br/app/
dos efeitos de dois sistemas climáticos, o noticia/vida-urbana/2015/03/02/interna_vidaurbana,563672/
vórtice ciclônico de altos níveis e a zona tromba-d-agua-de-piedade-gera-forte-repercussao-online.shtml.
Acesso em 29/04/2015.
162
162
162
Notícia
163
Capítulo
4
Texto 5 Internacional
Dicionário
Cerca de 40 pessoas morrem em
tempestades no Paquistão Estado de exceção
– Situação política de
emergência nacional
que ameaça a ordem
democrática.
Internautas – Pessoas que
utilizam de forma regular a
Internet.
sos linguísticos utilizados pelo
Fanpage – Uma página
na rede social que o
redator.
internauta pode curtir.
Posts – Mensagens.
Vórtice ciclônico – Área
•• Avaliar se há diferenças rele-
onde os ventos nos níveis
mais altos da atmosfera
vantes entre notícias veicula-
giram no sentido horário.
Província – Divisão
das em mídias diversas. Por
territorial colocada sob a
autoridade de um poder exemplo: há alguma diferen-
ça entre a notícia impressa e
Moradores trabalham em casa destruída por enchente no Paquistão. (Foto: A Majeed/AFP) central.
163
2. Sabemos que as notícias estão, muitas vezes, ligadas por temas que ocasionalmente
se relacionam entre si. Considerando os textos lidos, qual é o tema comum a todos eles?
Todos os textos abordam algum fenômeno natural.
O quê: ocorreram chuvas e ventos violentos. Quando: na noite do dia 27 de abril. Onde:
no Norte do Paquistão. No trecho não há respostas para as perguntas por quê?, como?
e quem?.
5. Sabemos que é necessário haver um isolamento da área afetada assim como ao redor
do vulcão Calbuco, no Chile. Sobre isso, por qual motivo, foi realizado o isolamento ao re-
dor do vulcão?
Para proteger os habitantes que moram próximo a ele.
164
164
164
Notícia
165
Capítulo
4
6. Analisando o título das notícias no início do capítulo, res-
Aprenda
Diálogo com
o professor
ponda às questões a seguir.
a) Qual é o tempo verbal empregado no título de cada notícia? mais!
Presente. O vídeo Como identificar
Como nos livros e nas revistas, a capa dos jornais deve motivar o leitor. Ela fun-
ciona como um atrativo para que o leitor se disponha a navegar em suas páginas.
Nela são indicadas as principais notícias que fazem parte da edição e a manchete da
notícia mais importante. Na ilustração a seguir, veja que elementos compõem a capa
de um jornal.
Chamada/Chapéu – Resumo de
notícia, com indicação da página
ou seção onde ela está localizada.
Título – Com
letras destacadas,
resume a infor-
mação central da
notícia.
Manchete – Título
da principal notícia
da edição.
Lide – É a abertura
do texto jornalís-
Foram quase dois meses de tico. Nas notícias,
paralisação. Professores não fo- deve conter, em
ram às escolas. Alunos ficaram até três frases, os
sem aulas. dados necessários
para fornecer ao
leitor um resumo
do fato.
166
166
166
Notícia
167
Capítulo
4
Análise linguística
Sugestão de
Aprenda
mais!
Anotações
167
Proporcionais
Expressam uma relação de proporção em relação ao fato
indicado na oração principal. As principais conjunções subor-
dinativas proporcionais são à proporção que, à medida que,
ao passo que, quanto mais... mais, quanto menos... menos.
Veja:
Conformativas
Expressam uma relação de conformidade, acordo. As princi-
pais conjunções subordinativas conformativas são conforme,
como, segundo, consoante. Observe:
168
168
168
Notícia
169
Capítulo
4 ou naquela religião, e por aí vai, e
Finais
Indicam finalidade para o fato expresso na oração principal.
vai longe… Além disso, a língua é
As principais conjunções subordinativas finais são para que, a um fator importantíssimo na cons-
fim de que. Veja os exemplos:
trução da identidade de cada in-
Desligou a televisão para que a menina não ouvisse mais notícias sobre tragédias. divíduo e de cada coletividade.
[…]
Oração subordinada adverbial final
Numa guerra entre duas das
Mudou de canal a fim de encontrar um programa mais interessante.
tribos de Israel, os galaaditas
e os efraimitas, os primeiros se
Oração subordinada adverbial final
apoderaram dos vaus do Jor-
Comparativas dão, trechos rasos que podiam
ser atravessados a pé. Quan-
Expressam uma relação de comparação. As principais con-
junções subordinativas comparativas são como, que (ou do do alguém atravessava o rio, os
que), quanto.
galaaditas mandavam que pro-
Há programas de televisão que ensinam tanto quanto o fazem os livros. nunciasse a palavra shibboleth
(espiga): na variedade linguística
Oração subordinada adverbial comparativa
dos efraimitas, a palavra era pro-
Ela lia um romance como quem fica hipnotizado. nunciada sibboleth, sem o chia-
do inicial. Quando ouviam essa
Oração subordinada adverbial comparativa
pronúncia, os galaaditas “então
o matavam nos vaus do Jordão.
Orações subordinadas reduzidas Caíram naquele tempo quaren-
ta e dois mil homens de Efraim”
As orações reduzidas são aquelas que não começam por
conectivo e apresentam o verbo numa forma nominal, isto é, no (Juízes 12, 4-6). Portanto, não se
gerúndio, no infinitivo ou no particípio. Essas orações são
classificadas da mesma forma que as desenvolvidas (com co-
pode admitir essa falácia de que
nectivo). Para isso, é preciso observar o sentido da frase. Veja: “o importante é comunicar”. Abrir
a boca para falar é se expor, ine-
169 vitavelmente, aos julgamentos
sociais, positivos e negativos,
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que configuram a nossa cultu-
ra. Falar é comunicar, sim, mas
Leitura Complementar
não “transmitir uma mensagem”
como ingenuamente se pensa:
A língua é muito mais do que A manipulação social da língua
é comunicar quem somos, de
um simples instrumento de comu- nos leva a votar nessa ou naque-
onde viemos, a que comunidade
nicação. Ela é palco de conflitos la pessoa, a comprar tal ou qual
pertencemos, o quanto estamos
sociais, de disputas políticas, de produto, a admitir que determina-
(ou não) inseridos nos modos de
propaganda ideológica, de ma- do evento ocorreu de determina-
ver, pensar e agir do nosso inter-
nipulação de consciências, entre da maneira e não de outra, a ade-
locutor.
muitas e muitas outras coisas. rir a uma ideia, a acreditar nessa
169
Reduzidas de infinitivo
170
170
170
Notícia
171
Capítulo
4
Ele tinha certeza de que era bom músico.
Reduzidas de particípio
171
172
172
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Notícia
173
Capítulo
4
VI. Agimos de acordo com nossa educação.
a) Modo.
b) Causa.
c) Finalidade.
d) Proporção.
e) Conformidade.
173
174 Compartilhe
4. “As pessoas não devem dirigir veículo alcoolizadas.” A
oração destacada é reduzida de infinitivo com valor de subordi-
ideias
nada:
a) Adverbial.
b) Coordenada.
c) Adjetiva.
d) Substantiva.
e) Reduzida.
174
174
174
Notícia
175
Capítulo
4
8. A oração destacada no período “Maltratado pela civiliza-
ção branca, o índio refugiou-se nos mais distantes pontos do
país” pode ser substituída, sem alteração fundamental de sen- Leitura
tido, por: Complementar
a) Mesmo tendo sido maltratado pela civilização branca.
b) Por ter sido maltratado pela civilização branca.
c) Apesar de ter sido maltratado pela civilização branca.
d) Antes de ser maltratado pela civilização branca. A escrita, muito mais do
e) Até sendo maltratado pela civilização branca.
que inspiração, requer do
9. Assinale a opção em que a palavra como é usada com o escritor conhecimento pré-
mesmo sentido que apresenta em:
vio, leituras diversificadas,
Com o susto, ficou branca como a neve.
investigação sobre o as-
a) Como estava doente, preferiu não sair. sunto abordado, reconheci-
b) Como sempre, ele chegou atrasado.
c) Nada aconteceu como eles planejaram.
mento da forma e da estru-
d) Nunca entendemos como o caso foi resolvido. tura do texto a ser escrito e,
e) As folhas das árvores estavam imóveis como as estátuas.
claro, trabalho e dedicação
no processo de construção
do texto propriamente dito.
Entende-se dessa forma
que um texto necessita de
É hora de produzir
conteúdo, informações va-
riadas, estrutura definida,
Antes de começar a escrever
Mesmo com todos os avanços tecnológicos que cercam a
adequação das palavras e
televisão e o mundo digital hoje, o rádio continua sendo um im- relação de sentido e um elo
entre as ideias apresenta-
portantíssimo veículo de comunicação. Para a maior parte dos
brasileiros, por exemplo, é muito mais fácil (e barato!) ter à mão
um radinho do que um iPod, iPad, tablet ou mesmo um compu- das.
tador. Além disso, a linguagem do rádio visa sempre se adaptar
aos seus ouvintes, o que leva esse meio de comunicação a Assim, escrever um texto
alcançar ainda hoje grande audiência. No texto a seguir, veja
não é um exercício contínuo
o que diz o professor Antonio Carlos Xavier, da Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE), sobre a linguagem do rádio. de produção e aperfeiçoa-
175 mento de habilidades espe-
cíficas necessárias ao es-
LPemC_2018_BNCC_9A_Cap4.indd 175 08/05/18 06:51 critor para que ele possa se
expressar de forma de vida.
BNCC – Habilidades gerais BORTONE, Marcia Elizabeth,
Anotações A construção da leitura e da escrita.
São Paulo: Parábola.
EF69LP06 EF69LP08
EF69LP07
EF89LP06
EF09LP03
175
Abordagem
tes de tudo, o segmento de público-alvo programa ou retirar alguma é uma deci-
que se deseja atingir. Em função disso, são delicada, pois é preciso agradar a
desenha-se um formato plástico e artísti- audiência supostamente homogênea, en-
dores, serventes, porteiros, se- deles produzirá um programa de rádio no qual haverá a trans-
missão de notícias, entre outros quadros.
cretárias, etc.), pessoas que, pre-
sentes diariamente, compõem a Planejamento
comunidade escolar, mas que, Para produzir adequadamente os programas, os grupos de-
verão observar os seguintes pontos:
em geral, não participam efeti-
Shutterstock | Sashkin
Diálogo com
o professor LPemC_2018_BNCC_9A_Cap4.indd 176 08/05/18 06:51
Para os linguistas alemães Hei- estratégias de produção de uma cisão em todas as situações diá-
neman e Viehweger, os falantes narrativa, de um comentário, etc. rias e permite que expressemos
dispõem de “um conhecimento Apesar de ser intuitivo e pouco juízos de valor quanto à adequa-
específico sobre estruturas tex- sistemático, este não deixa de ção dos textos produzidos.
tuais globais” que lhes possibilita ser um conhecimento social cuja Apesar disso, lembra Steger,
determinar um certo texto como observância esperamos de todos sabemos muito pouco a respei-
membro de uma classe mais ge- os parceiros de comunicação. to das razões da diversidade de
ral. Isso quer dizer que os falantes Essa competência classificatória gêneros textuais que encontra-
têm uma ideia bastante clara das “ingênua” opera com muita pre- mos pela frente.
176
176
Notícia
177
Capítulo
4
Avaliação
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177
178
No início da manhã, muitas pessoas preferem fazer seus exercícios físicos.
Quando a manhã inicia, muitas pessoas preferem fazer seus exercícios físicos.
Ela percebia — à medida que os anos passavam — que ainda podia ser muito feliz.
A escrita em questão
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178
178
Notícia
179
Capítulo
4
II. Terremoto que atingiu o Japão completa 6 meses no domingo.
III. Japão faz primeiro exercício de simulação após catástrofe Compartilhe
de março. ideias
IV. Terremoto no Japão será esquecido pelo mundo segundo
historiador.
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Anotações
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Notícia
181
Capítulo
4
selfie, a pedido de alguém. A pessoa publi- Sou paranoico? Tenho a convicção de
ca em seu Instagram. E algum site publica que fake news são criadas propositalmente.
o selfie, inventando um caso de amor com Sem citar nomes, mas até por concorren-
gente que nem conheço bem. Rapazes, é tes da emissora. Não posso provar. Mas no
óbvio. Imagino o que passam por causa de exterior já existem agências de fake news.
falsas notícias. Família perguntando, mãe Elas foram fundamentais na campanha de
chorando, e ninguém acreditando em suas Trump à Presidência dos Estados Unidos.
negativas. Afinal, está lá a foto. Mas quem E nós agora?
hoje, sendo mais ou menos conhecido, se Temos uma campanha presidencial pela
recusa a um selfie? Qual a origem desses frente. Governadores, deputados. Agên-
furacões? Dessas notícias falsas e desagra- cias de fake news disfarçadas, já há. Estou
dáveis sobre a novela? Sou um cara religio- certo de que as fake news terão um pa-
so, tenho fé em Nossa Senhora Aparecida, pel avassalador na política dos próximos
pertenço à Ordem Rosacruz Amorc. Escre- meses. Vidas íntimas serão devassadas
vo para crianças e jovens, além da televisão. ou inventadas. Candidatos enterrados vi-
Mal saio de casa. Quem inventa minha vida? vos. A Internet terá um papel fundamental
Estou na televisão há bastante tempo. Não divulgando mentiras. Já vivo recebendo
era assim. Cheguei a ser diretor da Contigo, alertas de todos os tipos, aterrorizantes,
especializada no mundo da fama. Meu lema sobre quedas de energia, golpes em ges-
era jamais mentir. Nem insistir na intimidade tação. No momento em que os candidatos
dos atores. Ao contrário, acompanhar suas mostrarem quem são, será o caos. Minha
causas. Só depois me tornei autor, de pedra experiência árdua com as fake news em
virei vidraça. Que pedras enfrento hoje! Sites novelas é sólida. E me aterroriza quando
publicam fake news, sem nunca enviarem entra no terreno da política. Vamos ouvir
perguntas para constatar se são verdadei- mentiras de todos os lados, sobre todos
ras. O ideal seria que as pessoas só con- os candidatos. O objetivo: desestabilizar.
fiassem em informações de revistas e jor- Repito, nada é inocente. Haverá ondas de
nais conhecidos, assim como em seus sites. notícias falsas. Neste ano as fake news
Onde as notícias são averiguadas. Mas não desembarcarão mais que nunca na política
é assim que acontece. nacional. Salve-se quem puder.
Disponível em: https://epoca.globo.com/sociedade/walcyr-carrasco/noticia/2018/01/
o-ano-das-fake-news.html. Acessado em: 12/04/2018.
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Estou certo de que as fake news terão um papel avassalador na política dos
próximos meses. Vidas íntimas serão devassadas ou inventadas. Candidatos
enterrados vivos. A Internet terá um papel fundamental divulgando mentiras.
Considerando que o texto foi publicado em janeiro de 2018, por que, segundo o autor, as
fake news teriam um papel avassalador na política nos meses seguintes?
Porque nos meses seguintes aconteceria a campanha eleitoral para as eleições de 2018, e
as fake news teriam um papel fundamental na divulgação de mentiras.
o
Mídias em context
1. Para combater a prática das fake news, muitos profissionais da área jornalística utilizam
programas e técnicas de checagem da veracidade das informações veiculadas na Inter-
net. Como exemplo, temos o site aosfatos.org, que, conforme cita o BuzzFeed, em artigo
intitulado 13 sites que querem mudar o jornalismo brasileiro, constitui uma plataforma de
cobertura diária dedicada à “verificação do discurso público”. Ou seja, o projeto tem como
objetivo checar se falas, documentos e peças publicitárias de políticos e personalidades
são falsas, exageradas, imprecisas ou verdadeiras. De modo geral, o site aosfatos.org
traz subsídios ao leitor comum para que saiba identificar uma informação fake no âmbito
político. Outro site interessante é o Fake ou News? – É falso ou é notícia?, um projeto
da agência Lupa Educação e do Canal Futura que também oferece um guia educativo so-
bre como identificar notícias falsas. Pesquise na Internet outros sites ou ferramentas que
avaliam a veracidade das informações veiculadas na web. Compartilhe o resultado de sua
pesquisa com os seus colegas.
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Notícia
183
Capítulo
4
2. Na crônica O ano das fake news, vimos que o autor tratou com certa preocupação a di-
vulgação das notícias falsas na Internet nas vésperas das eleições de 2018. Na conclusão
do seu texto, publicado antes das eleições de 2018, ele fez a seguinte previsão:
Em grupo com alguns colegas, pesquise fake news que foram veiculadas com objetivos
políticos para interferir nas eleições presidenciais de 2018. Ao final da pesquisa, reflitam e
opinem.
Aprenda mais!
10 dicas para identificar fake news
1. Seja cético com manchetes: notícias falsas frequentemente apresentam manchetes atrativas, escritas
em letras maiúsculas e vários pontos de exclamação. Se as chocantes reivindicações na manchete parecem
inacreditáveis, elas provavelmente são falsas.
2. Observe a URL com atenção: uma URL fraudulenta ou replicada pode ser um sinal de notícia falsa. Muitos
sites de fake news imitam fontes de notícia autênticas fazendo pequenas mudanças na URL. Você pode visitar
os sites para comparar a URL com as fontes estabelecidas.
3. Investigue a fonte: garanta que a história é escrita por uma fonte em que você confia com uma boa reputação
por exatidão. Se a notícia for originada de uma fonte não familiar, cheque a seção “Sobre” deles para saber mais
informações.
4. Atente para formatações não usuais: muitas notícias falsas contêm erros ortográficos ou layouts estranhos.
Leia com cuidado se você identificar esses sinais.
5. Considere as fotos: notícias falsas geralmente contêm imagens ou vídeos manipulados. Às vezes, a foto pode
ser autêntica, mas retirada do contexto. Você pode pesquisar pela foto ou imagem para verificar de onde veio.
6. Inspecione as datas: histórias falsas podem conter temporalidades que não fazem sentido, ou datas de
eventos que foram alteradas.
7. Cheque as evidências: confira as fontes do autor para confirmar que elas são precisas. Falta de evidência ou
confiança em “especialistas sem nome” podem identificar uma notícia falsa.
8. Veja outros relatos: se nenhuma outra fonte de notícias estiver noticiando a mesma história, isso pode indicar
que a história é falsa. Se a história é informada por múltiplas fontes em que você confia, é mais provável que
seja verdade.
9. Observe se a notícia é uma piada: às vezes, notícias falsas podem ser difíceis de distinguir de sátiras e
humor. Verifique se a fonte é conhecida por paródias e se os detalhes e tom da história sugerem que talvez seja
apenas por diversão.
10. Algumas histórias são intencionalmente falsas: pense criticamente sobre as histórias que você lê e
compartilhe apenas notícias que você sabe que possuem credibilidade.
183
183
Objetivos Pedagógicos
Conhecimentos prévios
1. Qual é a função social do gênero tex-
reportagem? Para quem é es- tual reportagem?
crita? Por quê? Para quê? E 2. Você sabe diferenciar uma notícia de
uma reportagem?
como é feita? 3. Qual critério você utiliza para ler uma
determinada reportagem?
•• Expressar-se de forma oral e
escrita sobre os temas aborda-
dos nos textos.
•• Reconhecer mais de um tipo
textual em um mesmo texto. Caracterizando o gênero
vras no texto.
•• Realizar prática e análise lin-
guística, observando o meca-
nismo da concordância verbal
LPemC_2018_BNCC_9A_Cap5.indd 184 08/05/18 08:03
e nominal.
•• Empregar adequadamente os Anotações
demonstrativos este, esse,
aquele e variações.
•• Planejar, produzir e avaliar uma
reportagem.
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Reportagem
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Diálogo com
o professor
Sugestão de
ut
Sh
Abordagem
Anotações
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Di Studio I Shutterstock
posição crítica, fica incapacitado de reflexões profundas sobre
a realidade que o cerca. Os pais imaginam que o filho está
mentalmente perturbado ou tomando drogas, mas ele apenas
renunciou a seu potencial expressivo para adotar a linguagem
estereotipada da Internet. Adolescentes viraram suas vítimas
preferenciais.
Os jovens erguem uma barreira contra seus pais, que não
compreendem uma só palavra das mensagens trocadas com
os coleguinhas, mas ficam igualmente isolados, incapacitados
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Reportagem
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Capítulo
5
de escrever segundo os códigos linguísticos formais. O alerta
é do médico e neurocientista paulista Cláudio Guimarães dos
Diálogo com
Dicionário
Santos. “Essa simplificação da linguagem pelos adolescentes o professor
não pode ser entendida como alternativa, porque esse códi- Pragmatismo – Tratamento
go acaba tomando o lugar da escritura convencional”, analisa. prático.
“Ninguém escreve um tratado de Física com carinhas, e usar Afasia – Enfraquecimento
Por troca de mensagens,
o código da rede sem dominar o formal gera erros de percep-
ou perda quase total da
de escrever diariamente. O
Os traços sintéticos dessas “carinhas” e a linguagem tele- mesmo incompreensível
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Reportagem
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Capítulo
5
Para discutir
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gêneros do discurso do mundo c) Nesse trecho, a palavra respeitado funciona como um adjetivo, pois qualifica o nome ao
qual se refere. Agora, aponte um adjetivo que possa substituir respeitado nesse contexto
virtual ou se isso não é sua atri- sem mudar a intenção comunicativa dos repórteres.
buição. Pode a escola tranquila- Entendendo que a intenção comunicativa dos repórteres ao utilizar o adjetivo respeitado
mente continuar ensinando como foi exaltar o linguista, poderíamos substituí-lo por renomado, influente, prestigiado, etc.
se escreve uma carta e como se 5. Existem várias formas de se referir aos termos que compõem as orações, como a refe-
produz um debate face a face? rência anafórica e a catafórica. A anáfora ocorre quando um termo faz referência a outro
já expresso, como acontece no trecho “Na ânsia de se comunicarem num curto espaço
Será que o modelo de interação de tempo, eles abreviam palavras ao limite do irreconhecível” (primeiro parágrafo). Nesse
caso, o termo destacado se refere a usuários da Internet, um termo que foi dito antes. Já a
face a face proposto nos anos catáfora é justamente o contrário: o termo ao qual uma palavra se refere ainda será expres-
1970 já deve ser revisto em pon- so no texto, como ocorre em “Só sei disto: o internetês não apresenta um risco à língua”.
Nesse caso, disto se refere a um termo que vem depois dele, a oração “o internetês não
tos essenciais, considerando-se apresenta um risco à língua”.
a presença nos bate-papos? Agora, analise as frases que seguem (retiradas do texto) e responda se o termo destacado
190
190
Reportagem
191
Capítulo
5
b) “Na ânsia de se comunicarem num curto espaço de tempo, eles abreviam palavras ao
limite do irreconhecível [...]” (primeiro parágrafo)
Sugestão de
Função anafórica.
191
diabólico.
1. O artigo parte de um texto prévio. Que texto é esse?
2. O autor se mostra a favor ou contra o uso do miguxês em ambientes virtuais?
3. De acordo com o posicionamento do autor apresentado nesse artigo, é adequado ou
inadequado o uso do miguxês na escola?
4. Identifique o sujeito dos verbos destacados no segundo parágrafo.
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192
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Reportagem
193
Capítulo
5
Leia os períodos abaixo, retirados do artigo do professor Sírio Possenti, observando os
verbos destacados.
Como você certamente percebeu, alguns verbos estão flexionados no singular (publi-
cou e confunde) e outros, no plural (conseguem, escrevem e devem). Essas flexões são
determinadas pelos sujeitos desses verbos. Veja:
Tecnicamente, a relação sintática que se estabelece entre o sujeito e o seu verbo é cha-
mada de concordância verbal.
Com base nisso, podemos formular as regras básicas da concordância verbal.
193
193
Dois casos especiais de concor- 3. O verbo se flexiona na terceira pessoa do singular ou do plural se o sujeito é ou pode ser
dância representado pelos pronomes ele, ela ou você (singular) ou eles, elas ou vocês (plural):
em aceitar que o verbo concorde João, Marcos e eu somos amigos há muito tempo.
apenas com o primeiro nome de nós
um sujeito composto por mais de Tu e ele são amigos há muito tempo?
um, quando este sujeito vem de- vocês
pois do verbo (daí a qualificação
de posposto). Tu e ele sois amigos há muito tempo?
céu e a terra, mas as minhas pala- 2. Sujeito ligado por nem... nem – O verbo geralmente fica no plural, mas também é correto
vras não passarão, mas há outros: o singular na norma-padrão:
Que te seja propício o astro e a
Nem a professora nem o diretor quiseram falar.
flor...; Habita-me o espaço e a so- Nem a professora nem o diretor quis falar.
lidão (citados por Cunha e Cintra,
Nova gramática do português con- 3. O sujeito é constituído pela expressão nem um nem outro – Nesse caso, o verbo fica
bo concorda apenas com um dos se exige que o autor tenha pres- o que ocorre: Passará o céu e a
nomes, o mais próximo. Nos casos tígio… — e este é outro caso em terra...; Que te seja propício o astro
acima, com céu, com astro e com que o erro é aceito como exceção. e a flor...; Habita-me o espaço e a
espaço (em vez de concordar com Mas a observação desses ca- solidão...; Embora ainda falte duas
céu e terra, com astro e flor, com sos juntamente com outros per- semanas para o GP Brasil...; O re-
espaço e solidão — o que resulta- mite elaborar uma hipótese mais ceio é que possa ocorrer proble-
ria em passarão, sejam propícios abrangente e compreender me- mas administrativos...; Faltou na
e habitam-me). A condição para lhor um fenômeno cada vez mais vida de Althusser algumas noites
que essa concordância seja aceita frequente. Coloquemos os exem- que o inspirassem...; Vai chover;
é que o verbo ocorra antes do su- plos acima ao lado de outros, e Elogios faz parte de nossa cultura
jeito, dizem eles. De fato, também observemos com algum cuidado ocidental.
194
194
Reportagem
195
Capítulo
5
Nem um nem outro quis falar.
Nem um nem outro soube a resposta.
Anotações
4. Sujeito ligado por ou – O verbo concorda com o sujeito mais próximo se a conjunção
indicar exclusão ou equivalência:
5. O sujeito é composto pelas expressões a maioria de, a maior parte de, grande parte
de... seguidas de nome no plural – O verbo fica no singular ou no plural. Caso essas
expressões sejam seguidas de um nome no singular, o verbo fica no singular:
7. O sujeito é formado pela expressão um dos que – O verbo fica no singular ou no plural.
8. A concordância com os verbos ter, vir e derivados – Esses verbos apresentam uma
particularidade quando conjugados na terceira pessoa (singular e plural) do presente do
indicativo. É que, no plural, a forma verbal apresenta acento gráfico (circunflexo) e, no
singular, não. Veja:
195
Talvez se possa propor uma regra singular. Ou seja, a concordância, BNCC – Habilidades gerais
parcialmente diferente, mais geral. nesses casos, é exatamente igual
O verbo não concordaria com o à que ocorre quando as orações EF69LP55
primeiro nome do sujeito composto não têm sujeito. Assim, a regra po- EF69LP56
posposto, como dizem os gramá- deria ser simplesmente: quando
ticos. Ele simplesmente não con- não há sujeito, o verbo vai para a
corda com nada, já que a posição terceira pessoa do singular.
típica de sujeito — antes do verbo POSSENTI, Sírio. Terra magazine. 30 de agosto
— está vazia. Falta acrescentar de 2007.
outro aspecto da regra: nesses ca-
sos, o verbo vai para a terceira do
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Reportagem
197
Capítulo
5
Prática linguística
A linguagem dos jovens
Jornalista comanda pesquisa inédita que decifra
o que pensa e comunica a juventude brasileira
mínimo de acesso à Internet”, diz Brenda Fucuta, a diretora do lhete, mas há outros que se
Núcleo Jovem da Abril, responsável pela pesquisa. […]
distanciam muito do mode-
lo da fala, como uma tese,
por exemplo. Há também
maneiras de falar que se
aproximam do modelo de
escrita, como é o caso de
uma palestra.
197
diferença entre fala e escrita
LPemC_2018_BNCC_9A_Cap5.indd 197 08/05/18 08:03 são as condições de produ-
BNCC – Habilidades gerais ção e de edição de cada mo-
dalidade: a fala é produzida
Leitura Complementar
EF69LP14 EF69LP18 e editada em tempo real, no
EF69LP15 momento mesmo da intenção,
Língua falada e língua escrita enquanto a escrita permite
não são dois universos dis- correções e emendas antes
BNCC – Habilidades específicas
tintos, mas modalidades de de ser publicizada.
EF89LP01 EF89LP06 uso que se interconectam, se
EF89LP04 EF89LP16 influem mutuamente, se mes- BAGNO, Marcos (2012). Gramática
pedagógica do português brasileiro.
EF89LP05 clam. A única e verdadeira São Paulo: Parábola.
197
É precisamente a língua da
[…]
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Quando, na história de cada
sociedade, uma determinada
língua — ou mais precisamen-
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Reportagem
199
Capítulo
5
Que outros mitos ruíram?
BF – O de que eles preferem ambientes abertos. O lugar mais jovem Sugestão de Abordagem
da cidade é a sua casa. É lá que ele se sente à vontade, e os pais o
estimulam a receber amigos. Isso tem a ver com segurança e tam-
http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=11954.
Acessado em 17/09/2011. ciais para fins de combate
ao racismo, à homofobia, aos
maus-tratos dos animais, etc.?
Essas são questões difíceis de
responder, que mais valem pela
pesquisa e pela reflexão. Seria
interessante propor uma pesqui-
sa em que os alunos terão de re-
s
199
tenham sido promovidas por pes-
LPemC_2018_BNCC_9A_Cap5.indd 199 08/05/18 08:03
soas comuns, através das redes
sociais, em prol de alguém, de
algo ou de um bem comum. A
Anotações ideia é buscar fatos que sustentem
a teoria da geração dos “filhos da
mãe” e observar de que forma a
língua é usada para fazer aconte-
cer esse comportamento “menos
individualista”. Bons exemplos de
uso da língua nesse sentido são
facilmente encontrados, como nas
correntes enviadas por e-mail.
199
200
200
200
Reportagem
201
Capítulo
5
Qual é o sujeito do verbo destacado?
As pessoas de 13 a 24 anos dos centros urbanos.
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202
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Reportagem
203
Capítulo
5
dos pulmões que produz a nossa voz. Com o crescimento da
laringe, os músculos vocais se esticam e aumentam de tama-
nho. Com isso, a estrutura vocal muda, e a voz fica mais grave.
Como o crescimento da cartilagem da laringe é muito maior no
corpo masculino, só os garotos ganham nessa fase o famoso
pomo de adão, ou gogó. Antes da adolescência, as crianças de
ambos os sexos têm o mesmo tamanho de laringe, o que
torna as vozes parecidas, entre 250 e 270 hertz (Hz) –– unidade
que verifica a frequência das ondas sonoras. Na “fase das mu-
danças”, a frequência da voz dos meninos e das meninas cai ,
tornando o som mais grave, ou seja, a voz mais grossa. Nas
garotas, porém, como o estrógeno e a progesterona não fazem
tanto efeito na laringe, a alteração na frequência é menor. O
engraçado é que, na velhice, a voz dos homens e das mulheres
se aproximam novamente, pois há uma redução na produção
de hormônios tanto masculinos como femininos. É por isso que,
às vezes, não conseguimos distinguir no telefone se estamos
falando com um homem ou uma mulher de mais idade.
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/por-que-a-voz-dos-adolescentes-muda
Acessado em 18/09/2011.
É hora de produzir
203
203
A juventude sempre foi vista como uma social, como a defesa do meio ambiente.
breve transição para a idade adulta. A or- O que passa pela cabeça dessa geração
dem era trabalhar cedo, casar logo e cons- foi mapeado por um estudo da Organiza-
tituir família. Os anos 1960 romperam com ção das Nações Unidas para a Educação,
esse padrão. Rebeldes, os jovens daquela a Ciência e a Cultura (Unesco). A pesquisa,
década lutaram por várias causas, como li- inédita, com 10 mil brasileiros de 15 a 29
berdade política e sexual e igualdade entre anos, resultou no livro Juventudes: outros
os sexos, e criaram um ideal de juventude olhares sobre a diversidade, da coleção
até hoje cultuado. Vinte anos depois, o es- Educação para todos, do Ministério da Edu-
pírito de rebeldia mantinha-se vivo, mas as cação. É a primeira tese de fôlego no País
causas eram mais difusas. Hoje, a ditadura sobre essa faixa etária, que corresponde a
é uma lembrança e o conflito de gerações 51 milhões de pessoas e só começou a ser
quase desapareceu. O jovem está preocu- estudada há 10 anos. O trabalho traz dados
pado em deslanchar na carreira (sem mui- surpreendentes –– para os mais velhos ––
to stress), valoriza o suporte familiar, e sua sobre a geração que comandará o Brasil da-
atuação política é menos partidária e mais qui a 20 anos.
BEM, OBRIGADO
A maioria se diz satisfeita com a vida
Fonte de Fonte de
Mas, com a chegada
69% 22% satisfação insatisfação da vida adulta,
Satisfeito Insatisfeito
Família 43% Emprego 60% o otimismo cai
Saúde 26% Situação do País 12% satisfeitos com
Emprego 8% Governo 8% a própria vida...
Estudo 7% Estudo 5%
Amigos 4% Família 4% 85%
Diversão 4% Saúde 4% de 15 a 17 anos
Relação amorosa 3% Relação amorosa 2%
2%
Muito Situação do País 2% Amigos 1% 69%
Muito 6% insatisfeito
satisfeito Governo 1% Diversão 1% de 27 a 29 anos
204
204
204
Reportagem
205
Capítulo
5
Para eles, a aparência é fundamental. Outro mito derrubado pela pesquisa é o
Quase 27% dos entrevistados disseram que da alienação política. Há uma eterna –– e
a maneira de se vestir os define. Futilidade? injusta –– comparação entre a juventude
Nada disso. A roupa é uma mensagem. “É de hoje e a dos anos 1960. “Uma minoria
uma forma de o jovem marcar seu território da classe média participou da luta contra a
e anunciar qual é sua personalidade”, afirma ditadura. Como foi um momento importante
a socióloga Miriam Abramovay, organizado- da história, esses jovens são idealizados”,
ra da obra e pesquisadora da Rede de Infor- aponta a socióloga Miriam. Quase 50% dos
mação Tecnológica Latino-Americana. entrevistados no estudo da Unesco admi-
A estagiária de Relações Públicas Fer- tem que não dão a mínima para um comício,
nanda Araújo, 23 anos, diz sem medo que mas isso não significa falta de engajamento.
é consumista. Com o primeiro salário do A agenda mudou. A 1a Conferência Nacional
estágio, gastou R$ 600 num sapato. Mas de Políticas Públicas de Juventude reuniu
Fernanda trabalha desde os 15 anos, ajuda 2,5 mil jovens em Brasília, no final de abril.
a pagar a faculdade e é voluntária de uma Os debates foram dominados por temas
entidade. O modo como se veste faz parte como emprego, educação, preservação do
de seu objetivo de crescer profissionalmente. meio ambiente, legalização do aborto, dis-
“Me dedico ao trabalho, sou prática e sei re- criminação contra negros e homossexuais.
solver problemas. Minhas roupas expressam “Há uma mobilização enorme por parte da
essas qualidades”, acredita. Fernanda está juventude. Eles levantam bandeiras que não
satisfeita com os rumos da própria vida, as- estão na pauta de partidos políticos”, afirma
sim como 75% dos participantes do estudo. a socióloga Mary Garcia Castro, professora
“Mesmo com violência, educação defi- da Universidade Católica de Salvador. “São
ciente e um mercado de trabalho disputado, jovens mais sensíveis e tolerantes do que os
o jovem acredita que as dificuldades serão do passado.”
superadas”, diz Miriam. “É uma juventude Hoje, o universo a ser transformado é
forte, que mantém a esperança. São ca- até o doméstico. A estudante de Ciências
racterísticas fundamentais que fazem a so- Naturais da Universidade de Brasília Lud-
ciedade evoluir.” Ao contrário de gerações mila Andrade, 21 anos, convenceu a famí-
passadas, os jovens de hoje encontram lia a reciclar o lixo em casa. Na universida-
confiança e segurança em casa e têm na fa- de, participa do projeto Nosso Câmpus, no
mília sua maior fonte de alegria. É a ela que qual explica a importância de separar os
o estudante carioca Frederico Lacerda, 21 resíduos da maneira correta nas salas de
anos, dedica o tempo livre após o estágio, aula. Pela política partidária, porém, ela não
a faculdade, a namorada e os esportes. Ele se interessa. “Só tem confusão e não leva
janta todos os dias com a mãe, a avó e os a lugar algum. Nosso projeto pode mudar
irmãos. Quando o pai, gerente-geral de um muito mais o mundo”, afirma. As bandeiras,
hotel em Angra dos Reis (RJ), está no Rio, hoje, são mais palpáveis. O jovem dá valor à
os filhos até cancelam compromissos. “Eu e educação –– a pesquisa diz que 37,4% dos
meus irmãos fazemos questão disso. O am- entrevistados apontaram o bom nível de es-
biente em nossa casa é tão bom que amigos colaridade como ferramenta imprescindível
e namoradas gostam de frequentá-la.” para conseguir emprego. Contudo, ele quer
205
205
Não participa nem pretende 49,2% Assiste à tevê 35% Teatro 74%
1o lugar
206
“Toda terça ia ao dentista e
voltava ensolarada. Contaram
ao marido sem a menor anes-
LPemC_2018_BNCC_9A_Cap5.indd 206 10/05/18 10:47
3o lugar
tesia. Foi achada numa quar-
“Não sabia ao certo onde Anotações
ta, sumariamente anoitecida.”
tecer sua teia. Escolheu um
2o lugar cantinho de parede da cozi-
“Joguei. Perdi outra vez! Jo- nha. Acertou na mosca.”
guei e perdi por meses, mas
posso apostar: os dados é
que estavam viciados. So-
mente eles, não eu.”
206
206
Reportagem
207
Capítulo
5
Planejamento
Para produzir uma boa reportagem, é fundamental que você: Sugestão de
Aprenda
1. Abordagem
Utilize informações relevantes e atuais. mais!
2. Busque opiniões de especialistas no assunto. Para dar cre-
Estrutura da reportagem
dibilidade às informações dadas por eles, realize entrevis-
tas. Utilize aspas para identificar a fala desses profissionais A reportagem é um dos
gêneros textuais do É bem oportuno ampliar
a discussão sobre o que
no seu texto (veja como isso foi feito nas reportagens que domínio jornalístico. Sua
lemos ao longo do capítulo). função social consiste,
um-em-cada-cinco-jovens-
importantes do texto.
Aspectos analisados Sim Não • Corpo – É o texto
207
(TICs).
no início deste capítulo, Segundo a Sysomos, empresa especializada no monitora-
O português.com, vimos
que, em ambientes virtuais,
mento de mídias sociais, o Brasil é, desde fevereiro, o segundo
país com maior número de tuiteiros, com 8,8% da população
•• Se você quer utilizar a tecno-
tendemos a utilizar uma
linguagem própria, que mundial de usuários (eram 2% em junho). Fica bem atrás dos
Conhecer processadores de
a pluralidade de estilos. Contar com um público mais maduro
pode ter ajudado a diversidade de textos do Twitter. Só 15%
texto, correio eletrônico e me- dos norte-americanos no Twitter têm menos de 25 anos, segun-
do o Morgan Stanley Research. No Brasil, 61% dos usuários
canismo de busca faz parte do são homens na faixa de 21 a 30 anos.
cardápio mínimo. 208
208
208
Reportagem
209
Capítulo
5
A ferramenta intensifica a tendência à concisão verbal, uma
das marcas da comunicação on-line. A economia de sinais grá-
ficos deu força, por exemplo, à chamada “tuiteratura”, neolo-
gismo para os enunciados telegráficos com criações originais,
citações ou resumos de obras impressas. Até a Academia Bra-
sileira de Letras se rendeu ao “novo gênero”, criando um con-
curso de microcontos inspirado no Twitter […].
Isca
Para Wagner Martins, o Mr. Manson, criador do Cocadaboa
(blogue com 6 mil acessos diários), se os outros meios de co-
Antonio Pedro Tabet, do Kibe
municação não lidarem com a informação de forma ágil, “sem Loco: “A maior porta de banheiro
209
209
sentido por meio do qual pa- mações de modo claro, muitas vezes os repórteres recorrem a
expressões idiomáticas. Essas expressões são agrupamentos
lavras ou expressões trans- de palavras cujo sentido não pode ser entendido literalmente, pelo
tuações. 210
Em oposição à conotação,
a denotação é o efeito de
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210
210
Reportagem
211
a) a pleno vapor (quarto parágrafo)
Capítulo
5
Mover-se em sua capacidade máxima, da forma mais acelera- Compartilhe Leitura
ideias
da possível. Complementar
b) sem encher linguiça (sétimo parágrafo)
A definição de conotação e
Não escrever demais, desnecessariamente.
c) beber dessa água (11º parágrafo)
denotação que trouxemos
Experimentar.
teve como base a reflexão
d) separar o joio do trigo (11º parágrafo)
Separar o que é prejudicial do que é útil, bom.
feita por Azeredo (2008).
3. Releia o período abaixo, retirado do segundo parágrafo do
texto:
211
rede social entre os membros. garantem que não. Para esses profissionais, essa maneira de
escrever é alvo de estereótipos.
As redes sociais on-line cons-
Agora imagine que, antes de finalizar seu texto, você releu esse
tituem relações e estabelecem parágrafo e percebeu que poderia ser mais conciso. Como você
ligações entre os membros de o reescreveria para deixá-lo mais objetivo?
comunicação. A interação de sam que esse recurso pode provocar problemas como afasia e
uma comunidade promove a dislexia, mas os estudiosos garantem que não. Para eles, essa
ção das TICs e das redes so- da vida, sendo evidente que
ciais na escola pode ser feito os objetivos são diferentes em
Anotações
desde a educação pré-escolar cada idade, variando os mo-
até ao ensino superior, isto é, delos pedagógicos e tendo
ao longo de todo o processo aspectos diferentes em cada
educativo. No entanto, embora estádio.
se trate das mesmas tecnolo- Disponível em: https://www.academia.
gias, estas se ajustam à apren- edu/1083078/Redes_Sociais_na_Sala_de_
Aula. Acesso em 30/06/2015.
dizagem em diferentes épocas
212
212
Reportagem
213
Capítulo
5
7. Como você certamente percebeu, o título dessa reporta-
gem (manchete) não está apoiado por um subtítulo, o que não
deixa a essência do texto tão clara para o leitor. Pensando nis-
so, produza um subtítulo adequado.
Resposta pessoal. Sugestão: No Twitter, o limite de caracteres
obriga os usuários a praticarem um recurso vital à escrita.
Aprenda mais!
Estilos do Twitter
Exemplos de perfis que vão do jornalismo ao humor em 140 caracteres
Jornalismo
Por profissão, jornalistas levam ao Twitter a lógica da criação das manchetes (o resumo da
informação, que é também sua peça de “venda”).
Evolução natural: Perfis que capturam não só o resumo da história, como sua significação.
Exemplos:
Humor
Quanto mais ágil a tirada, mais engraçado seu efeito. A aposta dos humoristas na tuitosfera
é responsável por um dos gêneros de maior popularidade das redes sociais.
Evolução natural: A piada curta, o comentário espirituoso e a imagem-síntese dão força ao
gênero. Exemplos:
213
213
Todo nominal usado referen- tenças. Nesse sentido, observamos, na primeira parte deste
capítulo, a necessária harmonia entre sujeito e verbo. Agora,
cialmente, isto é, para deno- veremos que, entre o adjetivo, o pronome (adjetivo), o artigo, o
minino. Os termos masculino com o que se quer dizer. Portanto, assim como a verbal, a con-
cordância nominal é feita na lógica. É simples, observe:
e feminino designam as duas
A menina com as quatro bolsas coloridas
classes em que se dividem to- tinha uma voz doce.
dos os nominais que têm po-
Observe que os termos que se ligam aos substantivos acom-
tencial referencial, isto é, mar- panham seus traços de gênero e número. Com o termo a me-
nina, por exemplo, o artigo a (determinante) acompanha o gê-
cados [+R]. Dizemos que um nero e o número do substantivo menina (palavra determinada).
nominal referencial tem gêne- Quando temos duas ou mais palavras determinadas, os de-
no masculino; note-se que não / nova vermelho / vermelha meu cara é feminino, mas também
existe o feminino de computa- / minha etc. que o SN a minha xícara de
dor. Mas novo está no mascu- Todos os nominais usados refe- café é feminino. Isso vale, por
lino — e tem uma forma femini- rencialmente têm gênero ineren- exemplo, para efeitos de con-
na, nova. Consequentemente, te — são masculinos ou femini- cordância: A minha xícara de
os nominais que podem ser nos, sem exceção; e o SN do café está vazia.
qualificativos, marcados [+Q], qual são o núcleo “herda” esse
PERINI, Mário (2010). Gramática do
geralmente vêm em pares, um mesmo gênero, de modo que português brasileiro. São Paulo: Parábola,
p. 280.
masculino e um feminino: novo podemos dizer não só que xí-
214
214
Reportagem
215
Capítulo
5
É importante observar que a concordância nominal depende
muito da intenção do emissor. Nos dois últimos exemplos, veja
como o sentido muda: a concordância do adjetivo no feminino
singular (profunda) nos dá a ideia de que apenas a dedicação
é profunda; já a concordância no masculino plural (profundos)
nos leva a concluir que ambos (dedicação e estudo) são pro-
fundos.
Vale notar também que, como acontece com as regras de
concordância verbal, as regras de concordância nominal são
muito variadas. Muitas vezes, as regras impostas pela gramáti-
ca normativa não são seguidas pela gramática de usos, o que
gera alguma confusão durante o estudo. Mas atenção: em si-
tuações formais, procure se expressar de acordo com as regras
da gramática normativa, para não ser alvo de preconceito lin-
guístico, uma terrível forma de discriminação.
215
215
bom senso e boa didática 7. Meio/meia – Essas duas palavras costumam confundir bas-
da parte do professor.” tante. Isso porque, na prática, principalmente na fala espon-
tânea, é muito comum flexioná-las naturalmente, isto é, femi-
Assim começa um interes- nino com feminino (ela está meia triste/andei meia doente)
e masculino com masculino (ele está meio triste/comi meio
sante texto das autoras Sil- pão). No entanto, na norma-padrão, essa concordância é
via Rodrigues Vieira e Silvia feita de acordo com outras regras. A gramática normativa
determina o seguinte:
Figueiredo Brandão, no livro
• Quando meio é advérbio (= um pouco), não varia.
Ensino de gramática: descri-
Ela parece meio nervosa.
ção e uso, da Editora Con- As meninas estão meio agitadas.
texto. Essa obra sugere al-
• Quando meio é numeral (= metade), varia normalmente.
guns pontos de partida para
se trabalhar não apenas a Tomei meia xícara de café.
Joguei fora meio biscoito.
concordância nominal, mas
muitos outros aspectos da 216
língua como um todo.
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216
Reportagem
217
Capítulo
5
8. Bastante – Há situações em que a palavra bastante funcio-
na como pronome indefinido e situações em que funciona Compartilhe
como advérbio de intensidade. Em ambos os casos, bas- ideias
tante pode ser substituído por muito, mas, somente quando
funciona como pronome, equivale a muito, muitos, muita,
muitas. Assim, quando advérbio, bastante não tem plural,
é invariável; mas, quando pronome, tem plural (bastantes).
Observe:
Prática linguística
217
217
218
218
218
Reportagem
219
Capítulo
5
i) ( V ) Ficou clara para o leitor minha posição e meus argu-
mentos sobre o assunto.
j) ( V ) Ficaram claras para o leitor minha posição e argu-
mentação sobre o assunto.
k) ( F ) Seguem, anexo, os formulários pedidos.
l) ( F ) Não vou comprar esta camisa. Ela está muito caro.
m) ( F ) Estas questões são bastantes difíceis.
n) ( F ) Estando pronto os preparativos para o início da corri-
da, foi dada a largada.
o) ( V ) Há gritos e vozes trancados dentro do peito.
p) ( F ) Conservam-se trancadas dentro do peito uma voz e
um grito.
219
219
para consultar o dicionário e a 8. (FMU) Vão ............ ao e-mail várias fotografias para acal-
gramática. Por fim, considere má-la. Percebo que está ............. nervosa.
a) Anexas - meia
nossas propostas de trabalho b) Anexas - meio
como um guia, e não como um c) Anexo - meia
d) Anexos - meio
limitador. Fique à vontade para e) Anexo - meio
fazer as modificações que jul- 9. Considerando a concordância das palavras, assinale a al-
gar necessárias. ternativa correta.
a) No Dia de Finados, ficaram, sobre o túmulo, algumas flores
Evite atribuir à produção textual vermelhas.
dos seus alunos as seguintes b) Remião e Margarida costumava ficar em casa nos fins de
semana.
funções: c) Muitas coisas esquisita acontece nesse cemitério.
d) Algumas pessoas, no portão, olhavam preocupados para
•• Mera atribuição de notas. Margarida.
e) As atividades de Remião agradava a sua esposa.
•• Mero preenchimento do tem- 220
po da aula.
•• Mera aplicação de teorias.
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220
220
Reportagem
221
Capítulo
5
10. (UPE) Sobre o trecho abaixo:
Compartilhe
ideias
E os pernambucanos, de proverbial sisudez,
sorriem de si próprios.
221
221
outros gêneros, como poe- 4. Defina a maneira como essas informações podem ser resu-
midas.
ma, conto, artigo expositi- 5. Procure eliminar excessos. Seja o mais objetivo possível.
vo, etc.
Avaliação
1. Agora, entregue sua notícia e a reportagem original para
um colega avaliar. Nesta etapa, ele deverá observar os seguin-
BNCC – Habilidades gerais tes aspectos:
EF69LP16 EF69LP56
Anotações
BNCC – Habilidades específicas
EF89LP02 EF09LP04
EF89LP05 EF09LP11
EF89LP24
222
222
Reportagem
223
Capítulo
5
Aspectos analisados Sim Não
Compartilhe
A notícia produzida está clara? ideias
O sentido do texto original foi mantido?
As palavras estão adequadamente conecta-
das umas às outras? Há palavras ou trechos
que foram retirados da reportagem e que es-
tão prejudicando o sentido da notícia?
A notícia realmente foi escrita de maneira re-
sumida?
A linguagem está adequada?
Há palavras que deveriam ter sido cortadas?
Há algum trecho que poderia ser escrito de
forma mais concisa?
A notícia identifica as informações essenciais
para a compreensão do fato abordado?
A escrita em foco
223
223
Na prática, o português
brasileiro não distingue
mais este de esse (e
Esta é a chave do meu carro.
variações) nem em textos
escritos formais. Com o
tempo, nós simplificamos O pronome indica o que está
as coisas e ficamos, próximo de quem fala.
basicamente, com esse,
para indicar o que está
próximo da primeira e da
segunda pessoas, e com
Esse/essa/isso – São usados para indicar o que já foi dito.
aquele, para indicar o que
está distante. São empregados também em relação ao que está perto da
Para demonstrar mais pessoa com quem se fala.
claramente os objetos,
empregamos como apoio
É preciso estudar sempre. Essa obrigação nos ajuda a crescer.
os advérbios de lugar aqui
e aí. Observe:
O pronome indica o que já foi dito.
O advérbio ali ou lá
é empregado com o
demonstrativo aquele, Aquele/aquela/aquilo – São usados num texto para indicar
realçando a distância algo mencionado há algum tempo. São empregados também
entre o objeto indicado e a em relação ao que está distante da pessoa que fala e da pes-
pessoa que fala:
soa com quem se fala.
Aquela caneta ali.
Conheci minha esposa em 2007. Naquele ano, eu ainda
Na escrita, no entanto, as estava na faculdade.
distinções da gramática
O pronome indica o ano de 2007, que
normativa tornam-se
relevantes porque, muitas está distante do momento da fala.
vezes, não é possível usar
aqui, aí, ali ou lá.
224
224
224
Reportagem
225
Capítulo
5
Compartilhe
A escrita em questão ideias
225
225
Anotações
de sua publicação.
liberdade (como a retenção de documentos, a restri-
ção de locomoção ou a servidão por dívida).
O trabalho de apuração do G1 começou a ser feito
após o governo publicar, em outubro do ano passado,
uma portaria alterando os conceitos usados pelos fis-
cais para identificar um caso de trabalho escravo. Ela
estabelecia que era preciso haver restrição de liber-
dade para que fosse caracterizado o trabalho análogo
ao de escravos.
226
226
226
Reportagem
227
Capítulo
5
Hiperlinks
Ou seja, se ela estivesse em vigor durante o período analisado pela equipe de repor-
tagem, quase mil trabalhadores resgatados (959) não se enquadrariam na nova defini-
ção e podiam estar até hoje em condições degradantes.
Durante a apuração, no entanto, houve reviravoltas: a portaria foi suspensa pela
ministra Rosa Weber, do STF, o então ministro do Trabalho Ronaldo Nogueira pediu
demissão e uma nova portaria foi publicada, mantendo válidas as regras em vigor há
quase 15 anos, em um sinal claro de recuo do governo.
Atualmente, considera-se em condição análoga à de escravo o trabalhador submeti-
do às seguintes situações, de forma isolada ou conjunta:
Trabalho forçado – aquele exigido sob
ameaça de sanção física ou psicológica e
para o qual o trabalhador não tenha se ofe-
recido ou não deseje permanecer.
Jornada exaustiva – toda forma de traba-
lho que, por sua extensão ou por sua inten-
sidade, acarrete violação dos direitos do tra-
balhador relacionados a segurança, saúde,
descanso e convívio familiar e social.
Condição degradante de trabalho – qual-
quer forma de negação da dignidade huma-
na pela violação de direito fundamental do
trabalhador, notadamente os dispostos nas
normas de proteção do trabalho e de segu-
rança, higiene e saúde no trabalho.
Restrição de locomoção por dívida – limi-
tação do direito de ir e vir em razão de dívida
contraída com o empregador no momento
da contratação ou no curso do contrato de
trabalho.
Retenção no local de trabalho – em razão
de cerceamento do uso de meios de trans-
porte, manutenção de vigilância ostensiva
ou apoderamento de documentos ou objetos
pessoais.
227
227
228
228
228
Reportagem
229
Capítulo
5
Olho
“Qual é o instrumento atual usado pelo empregador
para guardar e manter essa situação de exploração?
Não é mais a liberdade de locomoção. O escravo não
precisa mais estar acorrentado, não precisa estar
enjaulado”, completa Cavalcanti.
229
229
c) Que recurso sintático os autores utilizaram para expressar esse posicionamento? Explique.
Os autores utilizaram uma oração subordinada adverbial concessiva para construir o racio-
cínio. Assim, caso a portaria estivesse entrado em vigor, quase mil trabalhadores continua-
riam em condições análogas à de escravo.
o
Mídias em context
1. Ainda hoje, jornais e revistas impressos mantêm endereço físico para correspondên-
cia com o público, que envia ao departamento de redação as chamadas cartas do leitor.
Assim, esses veículos de comunicação possuem uma seção específica para publicar os
comentários opinativos selecionados, abrindo um espaço para o leitor reclamar, discutir,
solicitar, elogiar ou criticar algum assunto abordado na edição anterior ou um assunto qual-
quer de relevância social em tom de denúncia (exercício da cidadania) e/ou buscando aju-
da com a divulgação do seu ponto de vista. No entanto, apesar da aparência democrática
230
230
230
Reportagem
231
Capítulo
5
que a seção procura mostrar, nem todas as cartas são publicadas — apenas algumas
selecionadas “ganham” essa chance, cujo critério de seleção é, por vezes, a adequação
da opinião do leitor aos interesses e posicionamentos da empresa jornalística sobre de-
terminado assunto. Por exemplo, não vemos revistas de direita publicando cartas do leitor
que construam opinião que favoreça a esquerda e vice-versa. Por outro lado, no ambiente
virtual jornais e revistas disponibilizam atualmente espaço para os leitores comentarem os
textos lidos. Nesse caso, os comentários são publicados, em geral, instantaneamente e do
mesmo modo como foram escritos. Os comentários a seguir foram feitos no portal do G1 a
respeito da reportagem sobre trabalho escravo. Analise-os com atenção.
2. Como vimos, nas cartas enviadas à redação há algumas restrições, como a possibili-
dade de os leitores dialogarem apenas com os autores das matérias ou o com o próprio
veículo de comunicação, apresentando seu posicionamento crítico sobre o conteúdo lido.
Nos comentários analisados, essa restrição pode ser verificada?
Não. Nos comentários, os leitores podem dialogar tanto com o texto publicado pelo próprio
site quanto com os comentários feitos por outros leitores.
3.Em grupo com os seus colegas e o seu professor, reflita e opine: os comentários são
adequados ao contexto comunicativo? Resposta pessoal.
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232
Objetivos Pedagógicos
l
xe
pi
preconceito
aw
|R
ser capaz de:
k
toc
rs
te
ut
Sh
•• Demonstrar conhecimento bá-
sico sobre os gêneros traba-
lhados e suas funções sociais:
o que é um editorial e um artigo
Conhecimentos prévios
1. Você reconhece a diferença entre um
de opinião? Para quem são es- artigo de opinião e um editorial?
critos? Por quê? Qual é a fina- 2. Qual a finalidade dos gêneros textuais
artigo de opinião e editorial?
lidade? 3. Você sabe como são produzidos estes
nominal.
•• Empregar adequadamente os Anotações
pronomes pessoais do caso
oblíquo.
•• Empregar adequadamente a
crase.
•• Planejar, produzir e avaliar edi-
toriais e artigos de opinião.
232
232
233
Sugestão de
Abordagem
Diálogo com
o professor
233
234
234
234
235
Capítulo
6
Empatiafobia
[…] Leitura
Complementar
Um dos especialistas consultados por nossa equipe, por
exemplo, o médico Gabor Maté, formulou, em seu livro Scatte-
red minds, uma tese assustadora: pais ausentes, mentalidade
Dicionário
forjada na internet e por estímulos curtos e transitórios, au-
sência de conexão com a natureza, mais drogas lícitas e ilícitas
Paramentados – Cobertos
Reclamamos que nossos
estariam afetando os centros cerebrais associados com senso
moral, insights e a noção de responsabilidade. A explosão do
de ornamentos, enfeites.
Indigesta – De difícil
filhos não estudam, mas,
chamado bullying e da depressão, inclusive a infantil, seriam digestão.
Xenofobia – Antipatia
quando queremos que estu-
apenas alguns dos sintomas. O doutor Maté chegou à devas-
tadora conclusão de que estamos criando uma geração com
por pessoas estranhas,
imigrantes.
dem, começamos a contro-
menores recursos neurológicos para sentir empatia pelo outro. Sexismo – Atitude de
discriminação por sexo. lá-los fazendo valer nossas
Tão assustador e desumano quanto ver pela televisão as Prosaicas – Comuns,
imagens de um garoto sendo violentamente atacado no rosto triviais, corriqueiras. razões, nossos pontos de
com lâmpadas de vidro fluorescentes em plena Avenida Paulis- Genuína – Verdadeira.
Sugestão de
uma tese, isto é, uma opinião principal sobre o tema discu-
tido. Foi o que fez o editor Paulo Lima nesse texto. Qual é a
236
236
237
Capítulo
6
d) No trecho em que o editor afirma que a ignorância está no
meio de nós.
e) Em todo o texto, pois o objetivo do editor é apresentar suas
opiniões particulares sobre o tema abordado.
237
237
os EUA numa Kombi ama- abandonar a teia de laços sociais onde todos se conhecem e ir para um espaço onde
ninguém é de ninguém. E o trânsito é o lado mais negativo desse mundo da rua. É
rela para levar a caçula doentio, desumano e vergonhoso notar que 40 mil pessoas morrem por ano no trânsito
de um país que se acredita cordial, hospitaleiro e carnavalesco. No Brasil, você se sente
para um concurso de be- superior ao pedestre porque tem um carro. Ou superior a outro motorista porque tem um
leza. Na travessia, muitas carro mais moderno ou mais caro […].
peito, morte, amor e família. A solução é falar mais em igualdade, discuti-la, ensinar igualdade. Nosso lema sem-
pre foi “Os incomodados é que se mudem”. Precisamos mudar isso. Não é só uma
questão de fazer novas leis, de multar e reprimir […]. A gente tem que preparar a so-
ciedade para internalizar as normas no seu comportamento […].
http://revistatrip.uol.com.br/revista/192/paginas-negras/roberto-da-matta.html
Acessado em 05/05/2011.
238
238
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239
Capítulo
6
a) O quadrinho abaixo representa muito bem um dos argumen-
tos apresentados por DaMatta para justificar o comportamento Compartilhe
egoísta que muitas pessoas assumem não só no trânsito, mas ideias
em qualquer espaço “onde todos são juridicamente iguais”.
Leia-o atentamente e, em seguida, transcreva o trecho em que
essa opinião é dita.
www.dukechargista.com.br
239
239
www.dukechargista.com.br
pelados, de Graciliano
Ramos, conta a história
de Raimundo, um menino
diferente de todos os
outros por ter um olho
preto, o outro azul e a
cabeça pelada. Cansado
da intolerância de seus
colegas com as suas
diferenças, Raimundo
parte para uma viagem
fantástica a Tatipirun,
uma terra encantada
onde todos os meninos
são como ele. Raimundo
busca um lugar onde todo
mundo saiba conviver com
suas diferenças. Logo
nos primeiros contatos a) Qual é a principal opinião defendida pelo autor desse qua-
com seus novos amigos,
drinho?
Raimundo começa a
aprender que nem tudo é Sugestão: O autor defende a opinião de que os meninos de rua
tão igual como parece.
Em 2003, a Rede Globo não são vistos pela sociedade.
produziu um musical
infantil baseado nessa
obra, vencedora do prêmio b) Como essa opinião pode ser identificada no quadrinho?
Essa opinião pode ser identificada no quadrinho pela imagem
de Literatura Infantil do
Ministério da Educação em
1937. A terra dos meninos
do menino, que é, na verdade, uma sombra.
pelados foi ao ar em
quatro episódios, exibidos
em quatro domingos c) Na entrevista, Roberto DaMatta defende a posição de que,
consecutivos.
para termos um trânsito melhor, devemos ensinar e praticar a
igualdade. Esse posicionamento seria útil também para termos
uma sociedade mais justa, sem excluídos? Discuta com seus
colegas e com o professor e anote as suas conclusões.
Resposta pessoal.
240
240
240
241
Capítulo
6
Análise linguística Sugestão de
Abordagem
Regência
Leia a tirinha abaixo: Para as questões da seção
LUÍZA E LUZIA / Eudson e Lécio
Análise linguística, propomos
estas respostas:
1. Não. Ele utilizava o verbo
assistir apenas no senti-
do de ver.
241
242
242
242
243
Capítulo
6
Ela tem vários sapatos.
as imposições da gramática
tradicional, o que é outra dis-
Anotações
cussão. Importa dizer que,
nos dois casos, como em
todos, o sentido da sentença
não é dado exclusivamente
pela preposição, mas pelo
contexto sociodiscursivo em
que o enunciado é proferido.
243
244
244
245
Capítulo
6
Sentido – Causar agrado ou prazer, ser agradável, parecer bem.
• Intransitivo
Aspirar
Sentido – Atrair o ar aos pulmões, cheirar, sorver.
• Transitivo direto
Assistir
245
245
Chegar
Mamãe chegou.
Chegamos ao supermercado.
Cheguei ao Rio no sábado.
Esquecer/lembrar
Obedecer/desobedecer
246
246
246
247
Capítulo
6
Pagar/perdoar
Sentido – Satisfazer dívida, encargo.
Perdoaram o culpado.
Perdoaram ao culpado.
Pague suas dívidas ao banco!
Preferir
Sentido – Dar preferência, gostar mais de.
Simpatizar/antipatizar
Sentido – Ter ou sentir simpatia ou antipatia.
Visar
Sentido – Pôr visto, dirigir a pontaria.
Depositphotos | Zelfit
• Transitivo direto
Já visei o cheque.
Visei o alvo e atirei.
247
247
Regência nominal
Como vimos acima, da mesma forma que verbos, alguns no-
mes desempenham relações de regência. Nesse caso, o termo
que completa o sentido de um nome é chamado, evidentemen-
te, de complemento nominal. Na nossa língua, esse tipo de
complemento é introduzido sempre por uma preposição.
A lista a seguir traz algumas regências nominais importantes.
248
248
248
249
Capítulo
6
Compartilhe
ideias Leitura Complementar
249
Diálogo com
gente disposta a prosperar e trabalhar, mas estorvos que ge-
ram pobreza e mesmo violência. Crianças paulistanas acostu-
o professor mam-se a ouvir o substantivo baiano transformado em adjetivo
genérico e negativo para os nordestinos.
Há um indício claro desse preconceito, graças em larga me-
dida ao próprio Poder Público. São Paulo é a maior cidade com
Baseados no livro Argumenta- presença nordestina do Brasil, mas até hoje (e quase ninguém
ção e linguagem, de Ingedore nem sequer pensa no assunto) não se imaginou um museu
para contar a história da presença dos nordestinos na cidade,
G. Villaça Koch, destacamos al- ao contrário do que existe para italianos, espanhóis, portugue-
do-se, pois, em marcas linguísti- 1. Podemos perceber que, nesse texto, há predomínio:
cas importantes da enunciação” a) Da narração.
b) Da argumentação.
— “conectivos, como mas, po- c) Da descrição.
rém, embora, já que, pois, etc”. d) Do relato.
e) Do relato e da argumentação.
Operadores:
2. Nesse texto, o autor defende uma opinião muito importante
1. Mesmo, até, até mesmo, in- para destruir o preconceito que vitima muitos nordestinos em
cidades grandes como São Paulo. Para ele:
clusive; ao menos, pelo me- a) A imigração dos nordestinos para as grandes cidades é a
nos, no mínimo.
causa da criminalidade.
b) Os nordestinos são pessoas violentas.
c) A imigração gera violência, pois diminui a quantidade de em-
2. E, também, nem, tanto... pregos nas grandes cidades.
como, não só... mas tam- d) O desemprego gerado pela imigração de nordestinos para
São Paulo aumenta a criminalidade.
bém, além de, além disso. e) A imigração não provoca necessariamente o aumento da cri-
minalidade.
3. Ainda, já.
4. Aliás, além do mais. 250
250
250
251
Capítulo
6
3. Nos textos argumentativos, os verbos cumprem um pa-
pel muito importante na expressão das opiniões do autor. Por Compartilhe
ideias
exemplo: no primeiro parágrafo desse artigo, Gilberto Dimens-
tein empregou o verbo desqualificar para expressar a atitude
de quem culpa os nordestinos pelo aumento da criminalidade
nas grandes cidades, como São Paulo. A força argumentativa
do período já não seria a mesma caso substituíssemos esse
verbo por apontar ou indicar. Pensando nisso, releia os perío-
dos abaixo e, em seguida, procure substituir os verbos grifados
por outros que aumentem a força dos argumentos defendidos
pelo autor ou que sirvam como sinônimos para os que foram
empregados por ele. Observe a regência dos verbos utilizados
e faça as alterações necessárias.
Respostas pessoais.
a) Muitos costumam desqualificar os nordestinos ao associar
a migração para as grandes cidades, como São Paulo, à crimi-
nalidade. (primeiro parágrafo)
Relacionar, vincular.
251
251
252
252
253
Capítulo
6
k) Ele se considera capaz de fazer todas as questões. (apto)
Ele se considera apto para fazer todas as questões.
Dicionário
l) Um carro é formado por várias peças. (composto)
Empedernido – Que
Um carro é composto de várias peças. demonstra insensibilidade;
Puro preconceito
É razoável que as pessoas tenham medo tivo. Os 2.901 processos correspondem a
de assaltos. Eles se tornaram rotina nos 5% do total do período. É claro que algum
centros urbanos e, por vezes, têm conse- racista empedernido poderia levantar obje-
quências fatais. Faz todo o sentido, por- ções metodológicas contra o estudo.
tanto, acautelar-se, evitar algumas Mas, por mais frágil que fosse a pesquisa,
regiões em certos horários e, até, evitar pes- ela já serviria para mostrar que
soas que pareçam suspeitas. o vínculo entre mulatos, negros, nordestinos
E quem inspira desconfiança é, no imagi- e assaltantes não passa de uma manifes-
nário geral, mulato ou negro. Se falar com tação de racismo, do qual, aliás, o
sotaque nordestino, torna-se duplamente brasileiro gosta de declarar-se isento.
suspeito. Pesquisa feita em São Paulo, A democracia racial brasileira é, antes
contudo, mostra que essas pessoas não e acima de tudo, um mito. Como qualquer
têm base na realidade. Não passa de pre- outro povo do Planeta, o brasileiro muitas
conceito na acepção literal do termo. Dados vezes se revela racista e pre-
obtidos de 2.901 processos de crimes con- conceituoso. Tem, é claro, a vantagem de
tra o patrimônio (roubo e furto) entre 1991 não se engalfinhar em explosões violentas
e 1999 revelam que o ladrão típico de São de ódio e intolerância. Essa vantagem, con-
Paulo é branco (57% dos crimes) e paulista tudo, tem o efeito indesejável
(62%). de esconder o preconceito, varrendo-o para
Os negros, de acordo com a pesquisa, debaixo do tapete da cordialidade. Como já
respondem por apenas 12% das ocorrên- observou Albert Einstein: “Época triste é a
cias. Baianos e pernambucanos, juntos, por nossa em que é mais difícil quebrar um pre-
14%. O estudo é estatisticamente significa- conceito do que um átomo”.
Folha de S.Paulo. Editorial.
253
253
tema controverso.
•• Criticar: Esse formato Conclusão
critica ações ou decisões Corresponde ao último parágrafo do texto, onde o autor deve
concluir o seu posicionamento a respeito do tema.
feitas por terceiros além
de oferecer soluções
Proposta
para melhorias. Serve Agora é a sua vez de expressar suas ideias em um editorial.
mais para avisar os leito- Para isso, imagine que você trabalha em um importante jornal
trando-se em soluções, e
não no problema. LPemC_2018_BNCC_9A_Cap6.indd 254 08/05/18 07:20
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Capítulo
6
Planejamento
Compartilhe
Para produzir seu editorial, observe os seguintes pontos: ideias
1. Defina qual será o seu posicionamento a respeito do tema.
Procure deixá-lo bastante claro para o seu leitor.
2. Feito isso, procure formar bem os argumentos que funda-
mentarão esse posicionamento.
3. Uma boa maneira de fortalecer seus argumentos consiste
em utilizar dados estatísticos, pesquisas, opiniões de espe-
cialistas, etc.
4. Lembre-se de que o editorial é um texto escrito em nome
de um grupo. Por esse motivo, você não deve expressar
opiniões muito pessoais, do tipo eu acho, para mim, na
minha opinião. Procure ser o mais abrangente possível
nas ideias apresentadas.
5. No último parágrafo, procure concluir a discussão e confir-
me seu posicionamento.
6. Produza um título adequado para o seu editorial.
Avaliação
1. Agora, troque seu texto com o de um colega para realizar a
avaliação. Ao lerem o texto um do outro, observem os seguin-
tes aspectos:
255
255
Shutterstock/ Gelpi
causa da falta de acesso a boas escolas. Os que são contra as
cotas esquecem os dois terços, cerca de 30 milhões de jovens,
que serão deixados para trás porque não vão concluir o Ensino
Médio e outros 5 milhões que terminarão o Ensino Médio, mas
com péssima qualidade.
Mesmo com as cotas, os negros pobres continuarão deixa-
dos para trás. O movimento pelas cotas esquece o imenso nú-
256
256
256
257
Capítulo
6
mero de brasileiros, especialmente negros, que não terminam o
Ensino Médio. O movimento é para os que terminam o Ensino
Médio, não pela abolição do analfabetismo no País nem para Leitura
que todos os brasileiros terminem o Ensino Médio com quali- Complementar
dade. Nem para que, no Brasil, a escola do filho do pobre seja
tão boa quanto a escola do filho do rico. Elogiam o governo
Lula por ter criado as cotas, mas não criticam a lentidão do Leituras que podem cola-
programa Brasil Alfabetizado. Defendem corretamente a cria-
ção de um Ministério da Igualdade Racial, mas não protesta- borar para a elaboração
ram quando, em 2004, foi fechada a Secretaria do MEC para Dicionário
de uma boa aula sobre ar-
a erradicação do analfabetismo. Lutam pela cota de 30% para
ingressar na universidade, mas não para que 100% terminem Explícito – Claro, evidente.
Deriva – Do verbo derivar;
gumentação:
o Ensino Médio. resultar.
As cotas têm um papel na quebra do preconceito, mas a ver- Contínuo – Constante,
ininterrupto.
dadeira abolição está em fazer com que a escola dos pobres,
Repudiado – Rejeitado.
a maior parte negra, tenha a mesma qualidade da escola dos
ricos, a quase totalidade branca. Mas ninguém vê essa bandei-
ra completa.
A luta por bandeiras incompletas está em todos os movi-
mentos brasileiros. Os que lutam para assegurar o direito de a
criança nascer não lutam para que ela, depois de nascer, tenha
uma escola de qualidade. Muitos lutam para impedir o aborto
biológico, sem se preocupar com o contínuo aborto intelectual,
quando se negam alfabetização e educação de base para tan-
tos. Ninguém percebe que uma pessoa nasce duas vezes: na
maternidade e na escola. Sem a primeira, ela não vive; sem a
segunda, vive em exclusão.
As bandeiras brasileiras são tão parciais que este artigo será
certamente repudiado pelos defensores das cotas e pelos que
se opõem ao aborto. Porque estão concentrados em suas lutas KOCH, Ingedore G. Villaça (2002).
parciais, não conseguem ver as lutas maiores, que incorporam Argumentação e linguagem.
suas bandeiras parciais. São Paulo: Cortez.
Cristovam Buarque
O Globo, 1o/03/2008.
257
257
Sugestão de 1. De acordo com as ideias apresentadas nesse artigo, por que o autor afirma que “a elite
Abordagem
brasileira continua branca”?
Porque a abolição manteve o povo negro pobre e há um preconceito contra essa pobreza.
paração entre duas situações — gos e, portanto, não recebem bons salários e continuam pobres.
se alguma coisa é válida numa, 3. No artigo, o autor mostra argumentos de pessoas que são a favor e contra o sistema de
então o é na outra, desde que lhe cotas para negros em universidades públicas. Mas qual é o posicionamento principal por
ele defendido?
seja comparável. Ele é a favor da defesa de uma bandeira completa: que a escola dos pobres tenha a mesma qualidade da
manutenção de seu carro. Por que 4. Aponte dois argumentos apresentados pelos defensores das cotas.
não teria igual cuidado com o seu 1. Como facilitam o acesso de estudantes negros a universidades públicas, as cotas proporcionam a esses
corpo?” estudantes a possibilidade de ascenderem socialmente; 2. Ao terminar o curso universitário, os alunos que fo-
ram beneficiados pelo sistema de cotas não estarão necessariamente menos qualificados profissionalmente.
segunda.
Ele mostra que, independentemente do sistema de cotas, devemos lutar antes para que
todos os brasileiros tenham acesso a uma educação de qualidade.
“No Brasil, um homossexual é mor- 6. Uma expressão muito comum no português brasileiro é defender a bandeira. O sentido
to a cada três dias, o que torna o é o de defender um objetivo, uma causa, uma ideia, enfim, uma bandeira. Pensando nisso,
258
258
259
Capítulo
6
7. As “bandeiras incompletas” a que se refere o autor do texto são um resumo da sua ideia
central. Elas podem ser explicadas a partir de um exemplo simples. A situação a seguir,
imaginária, é uma “bandeira incompleta”. Leia-a atentamente e explique por que é incom-
pleta e o que deveria ser feito para que se tornasse completa.
A reivindicação feita pelos alunos é uma “bandeira incompleta” porque a solução completa
seria defender o conserto do telhado da escola. Colocar baldes para recolher a água infil-
trada não resolveria o problema das goteiras, seria apenas uma medida paliativa.
8. No artigo, percebemos que o autor tem grande preocupação com a educação. De acor-
do com seus argumentos, ela:
a) É uma importante ferramenta de exclusão.
b) Não tem importância para as pessoas.
c) Representa a morte da pessoa na sociedade.
d) É feita de maneira igualitária no Brasil.
e) Favorece a inclusão das pessoas na sociedade.
9.O texto abaixo é um trecho do artigo de opinião Uma justiça cega para o racismo, de
Luciana Abade, publicado pelo Jornal do Brasil. Leia-o com atenção.
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259
Força feminina
BNCC – Habilidades específicas Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher hoje estamos operando com
equipe 100% feminina neste restaurante.
EF89LP04 EF09LP04 Nas redes sociais, muitos usuários entenderam que a rede homenageou equivocadamente
EF89LP05 EF09LP10 as mulheres dando folga aos homens. Em nota, a marca esclareceu que não foi dada fol-
ga para os homens e que todos os funcionários trabalharam normalmente conforme suas
EF89LP16
escalas. Na verdade, foi feita uma troca dos locais de trabalho entre os funcionários para
que os 20 restaurantes selecionados para a ação pudessem reunir apenas mulheres na
operação. Ainda em grupo com os seus colegas, reflita e opine: ao promover essa ação, a
rede de restaurantes defendeu uma “bandeira incompleta”?
ABAIXO
FORA
A
DITADURA! COLLOR! SALVE A
MACONHA
NA USP!
260
260
260
261
Capítulo
6
Análise linguística Leitura Complementar
261
o professor
nada, nenhum, etc.
Não te vi.
Ninguém o escutou.
O uso dos pronomes chega até
2. Pronomes relativos – que, quem, cujo, o qual.
a induzir a forma como encara-
mos uma cultura, para além do Este é o advogado de que lhe falei.
Ainda tenho amigos que me querem bem.
risco de determinismo. Gilberto
Freyre observa, em Casa Gran- 3. Pronomes indefinidos – todo, cada, tudo, etc.
262
262
263
Capítulo
6
1. Com a preposição em antes do verbo no gerúndio.
Deus te ouça!
Mesóclise
Como vimos na análise linguística, a mesóclise é usada so-
mente no futuro do presente e no futuro do pretérito. Normal-
mente está restrita apenas a textos antigos ou muito formais.
Encontrar-te-ei na reunião.
Ouvir-te-ei no programa de rádio.
Ênclise
Os pronomes átonos devem ser empregados depois do verbo:
1. Nos períodos iniciados pelo verbo (que não exija mesóclise).
Nos contextos mais formais, não se deve iniciar o período
com pronome oblíquo:
263
263
Vá ao centro e encontre-as.
Aprenda a contentar-se.
Casos facultativos
Poderá ocorrer próclise ou ênclise se a palavra que antece-
de ao verbo for:
1. Pronome pessoal do caso reto:
2. Pronome demonstrativo:
Aquele me chamou a atenção.
Aquele chamou-me a atenção.
Prática linguística
Texto
Carta do leitor
Perdendo a civilidade
Tenho por hábito parar em sinais vermelhos à noite. Mas in-
felizmente sinto que nós estamos perdendo a civilidade. É esse
o último passo para que a violência continue como um problema
crônico na nossa cidade. Digo isso porque diversas vezes, ao
264
264
264
265
Capítulo
6
parar no sinal fechado, levo faroladas e eventualmente sou xin-
gado por motoristas que avançam o sinal por outra faixa ao meu Compartilhe
lado. Como queremos ter o direito de cobrar dos governantes se ideias
não respeitamos o cidadão que quer resistir contra a violência e,
sobretudo, deseja cumprir a lei? Como queremos exigir dos go-
vernantes se nos faltam serenidade e civilidade com o próximo?
A violência está arraigada na nossa cultura e assim continuará
porque não nos movemos para mudar nossas atitudes.
O Globo, 30/03/2008.
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(redundância)
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Um certo prefeito roubou o di- Recebi suas informações. Em outras, o oblíquo tem fun-
nheiro público. (pejorativo) ção de possessivo (Chutou-me
(= informações vindas de você)
a perna = chutou minha perna).
Recebi informações suas.
O possessivo seu ultrapassa a Demonstrativos não se limitam
(= informações sobre você)
noção de posse se usado como a indicar posição no tempo e
tratamento (Fique tranquilo, seu no espaço, mas também impre-
João) ou assume valor de subs- Há vezes em que o possessi- cisão (Um dia desses irei com
tantivo (Fique junto aos seus). vo “perde” a noção de posse você; João deve ter seus 40
Sua posição na frase muda o e adquire papel intensificador anos).
sentido: (Não faça isso, seu maluco!). Revista Língua Portuguesa nº 67. Maio de 2011.
São Paulo: Segmento, p. 53.
266
266
267
Capítulo
6
Os dois pronomes destacados poderiam ser grafados enclíticos
ao verbo, respeitando-se a norma culta? Explique. Compartilhe
ideias
Não. Nos dois casos, a próclise é obrigatória, pois há palavras
atrativas: se, no primeiro caso, e porque e não, no segundo.
267
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268
268
269
Capítulo
6
Proposta
Tendo em vista as informações apresentadas na notícia lida e o seu conhe-
cimento de mundo, produza um artigo de opinião que responda à seguinte per-
gunta:
Planejamento
1. Procure refletir bem sobre o tema antes de começar a escrever seu artigo.
2. Procure definir um posicionamento claro a respeito do tema. Feito isso, enu-
mere os argumentos mais importantes para defender essa posição.
3. Uma forma interessante de dar credibilidade aos seus argumentos consiste
em apontar fatos históricos que provem a sua validade. Pense nisto: que
fatos ou épocas da nossa história você poderia relembrar no seu artigo para
dar mais força aos seus argumentos?
4. Cuidado com informações vagas e posicionamentos radicais. Procure ser o
mais claro possível e exponha seus argumentos com base na razão, não no
achismo.
5. Estruture seu texto em parágrafos, divididos em introdução, desenvolvimen-
to e conclusão.
6. Produza um título adequado para o seu artigo.
Avaliação
1. Agora, peça a um colega para avaliar seu artigo, enquanto você avalia o de
outro colega. Nesta etapa, os avaliadores deverão analisar o seguinte:
269
269
270
270
271
Capítulo
6
Por essas duas regras básicas, podemos concluir que não
Diálogo com
acontece crase antes de: Compartilhe
a) Palavras masculinas: Fomos a cavalo. / Venda a prazo. ideias
b) Verbos: Continuava a examinar o contrato. / Começou a ba- o professor
ter na porta.
c) Artigos indefinidos: Fomos a uma festa muito boa na praia.
Observação: Muitos colunistas, de todas as
O sinal indicativo da crase pode ocorrer também sobre o a áreas (esporte, política, gra-
dos pronomes aquele, aquilo, etc. Observe:
mática) têm falado de dificul-
Eu estava me referindo a aquelas roupas velhas.
Eu estava me referindo àquelas roupas velhas. dades que a nova ortografia
impõe. Ou mesmo a velha.
Casos mais específicos
Com isso, querem mostrar
1. A palavra terra no sentido de bordo
ou que as novas regras im-
Neste caso, a palavra terra não admite o artigo a. Os mari-
nheiros que navegavam no mastro das caravelas diziam “Terra pedem boas leituras ou que
à vista”, e não “A terra à vista”. Assim, devemos escrever “Os
turistas desceram a terra”, sem o acento grave.
certos sinais (como o acento
2. A palavra casa no sentido de lar grave) são cruciais: sem eles
Neste caso, a palavra casa não admite o artigo a. Dizemos não se poderia ler.
“Vim de casa”, e não “Vim da casa”. Portanto, devemos escre-
ver “Voltei a casa”. Entretanto, se a palavra casa vier acompa- Vi, em algum mural, um artigo
nhada de uma expressão determinante, a crase ocorre: “Voltei
à casa de Zé”.
que pretendia mostrar que o
3. Diante de topônimos (nomes de lugar)
sinal de crase é fundamental
Alguns topônimos não admitem o uso do artigo. Exemplo para distinguir, por exemplo,
disso é Brasília. Dizemos “Brasília é a capital do País”, e não Escreve a Machado de Assis
“A Brasília é a capital do País”. Assim: “Voltamos a Brasília”.
Entretanto, se o topônimo vier acompanhado de uma expres- e Escreve à Machado de As-
são determinante, ocorre a crase: “Na década de 1960, fui à
Brasília de JK”.
sis. Sim, é claro, se isso cair
4. Existe crase em locuções adverbiais femininas. Exemplos:
numa prova (isto é, se algum
à noite, à toa, à custa de, às três horas, à uma hora, à vista, idiota colocar isso uma pro-
à moda.
va sem o devido contexto ou
5. Não há crase em locuções em que se repete a mesma pala-
vra (gota a gota, palmo a palmo, passo a passo). texto). Mas, por esse critério,
271
pode-se perguntar também
como se poderia distinguir
LPemC_2018_BNCC_9A_Cap6.indd 271 08/05/18 07:20 lá de lã se uma palavra não
contiver acento agudo e a
outra o til, ou como distinguir
Anotações maga de manga sem o n em
uma delas? Questões de je-
rico, disfarçadas de grandes
problemas!
271
272
272
272
273
Capítulo
6
2. (Cesgranrio) A frase em que o a deverá receber o acento
Sugestão de
grave indicativo de crase é: Compartilhe
ideias
a) Ele prefere cinema a teatro.
b) Vou a praia quando faz sol. Abordagem
c) Eu a conheço há algum tempo.
d) Ele caminha passo a passo.
e) Irei a uma festa no sábado. Solicite aos alunos que pes-
3. (Consulplan) Assinale a frase em que a crase foi usada in- quisem em jornais e revistas
corretamente:
a) Mãe e filho ficaram à vontade.
exemplos do uso do acento
b) Estava andando à toa por ali. grave cuja ausência prejudi-
c) Comiam às escondidas para que ninguém pedisse um pouco.
d) Sabiam que às casas eram bastante precárias. ca a compreensão do texto.
e) Tudo era feito às claras. É importante que os alunos
4. (Consulplan) Indique a alternativa em que o uso do sinal reflitam se o sentido do texto
indicativo da crase está incorreto:
a) Ele não resistiu à pressão e demitiu-se.
expresso no uso do acento
b) Ninguém resiste às Ilhas Gregas. pode, no caso de sua au-
c) Não é este o cargo à que aspiramos.
d) Voltou à casa paterna.
sência, ser resgatado por
e) Referi-me à sua capacidade. outros elementos contex-
5. (Consulplan) O uso da crase está correto em: tuais. O objetivo não é dar
a) O professor vai para escola à pé.
prosseguimento ao debate
b) Escreveu passo à passo a receita de bolo.
c) Disse à senhora que estava passando bem. sobre a “relevância ou não”
d) A senhora estava disposta à colaborar com o inquilino.
e) Dirigi-me à ela.
do seu emprego no portu-
guês brasileiro, mas incitá-
6. (Consulplan) Em “Abrir o peito à força numa procura...”, a crase
foi utilizada corretamente. No entanto, o mesmo não ocorre em: -los a buscar outras estra-
a) Nada se compara à consciência do dever cumprido. tégias de leitura, diante de
b) Ele escreveu a carta à lápis, porém, ninguém acreditou.
c) Digo adeus à ilusão. situações de ambiguidade.
d) Graças a Deus obedecemos à sinalização.
e) Dirigi-me à piscina.
273
Anotações
273
274
274
274
275
Capítulo
6
11. (Vunesp) O uso do acento indicador da crase está correto
apenas em: Compartilhe
ideias
a) Ele parecia disposto à fazer cirurgia plástica.
b) O médico disse à ela que era necessário fazer um regime.
c) O cirurgião informou à essa moça sobre os riscos da lipoas-
piração.
d) Walcyr perguntou à mulher quando a família dela viera do
Japão.
e) Quando ele foi ao hospital, viu à médica que operou seu fi-
lho.
275
275
A intenção do cartum é justamente mostrar que a nossa verdade não deve ser encarada como
absoluta, nem a verdade dos outros, como errada. A realidade pode ser tão complexa que as
observações que fazemos sobre um assunto podem parecer bastante contraditórias se vistas
276 por ângulos diferentes.
276
276
277
Capítulo
6
3. Uma das principais funções do estudo da sintaxe é ajudar na expressão das ideias, in-
tenções, etc. Neste capítulo, estudamos, entre outros conteúdos sintáticos, a regência ver-
bal e a regência nominal. Nesta atividade, você deverá completar os parágrafos abaixo
com complementos verbais ou nominais tendo em vista que o objetivo é fortalecer o ponto
de vista defendido.
277
277
“Qual é o problema?
É a mesma distância!”
o
Mídias em context
O cartum a seguir, do cartunista Caulos, representa essa influência exercida pela televisão,
muito questionada entre os anos 1980 e 1990 por ser o veículo de comunicação mais utili-
zado na época.
278
278
278
279
Capítulo
6
O cartum apresenta apenas o desenho, isto é, linguagem não verbal. Mas é possível cons-
truir uma interpretação dele com base nos detalhes apresentados. Nesse contexto, em
grupo com os seus colegas e seu professor, reflita e opine:
a) O que significam as linhas verticais que partem das mãos e dos pés dos personagens?
b) Podemos dizer que o personagem que aparece na televisão também é influenciado.
Quem o influencia?
c) Que elementos do cartum indicam a época em que foi produzido?
d) Para você, a televisão ainda é protagonista na influência sobre as pessoas?
e) Em 2017, youtubers como Júlio Cocielo, Kéfera e Felipe Castanhari foram eleitos por um
estudo intitulado Os influenciadores – quem brilha na tela dos brasileiros entre as 20 ce-
lebridades mais influentes do Brasil. Como grande destaque dessa edição, o comediante
mais famoso do YouTube, Whindersson Nunes — conhecido pelo seu estilo espontâneo
e despojado —, alcançou o primeiro lugar entre os influentes, desbancando personali-
dades de mídias televisivas, como o ator Lázaro Ramos e o apresentador Luciano Huck,
que ocupava o topo da lista em 2016. Em entrevista, o youtuber afirmou que, apesar de
sua fama e do grande alcance de público do seu canal, prefere não ser considerado um
formador de opinião. Com base nos seus conhecimentos sobre a atuação de youtubers
que você conhece, reflita: quais são formadores de opinião? Eles o(a) influenciam de
algum modo?
f) O que motiva os digital influencers? Vale tudo para conquistar visualizações e likes?
279
279
Objetivos Pedagógicos
7 Para
Ca
pí
t ul
discutir
Ao final deste capítulo, o aluno
o
deve ser capaz de:
•• Demonstrar conhecimento bá-
sico sobre o gênero e suas 1. Você sabe o que é um debate?
Conhecimentos prévios
funções sociais: o que é um 2. Quais são as regras para um debate equili-
namento? cionamento?
construção do sentido.
•• Compreender os aspectos LPemC_2018_BNCC_9A_Cap7.indd 280 08/05/18 07:28
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Debate
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Diálogo com
o professor
da — e mesmo de gêneros
ax
|m
ck
to
Anotações
281
Pr Mandamentos do consumismo
Sugestão de A publicidade cerca-nos de todos os lados — na TV, nas
Abordagem ruas, nas revistas e nos jornais — e força-nos a ser mais con-
sumidores que cidadãos. Hoje, tudo se reduz a uma questão
de marketing. Uma empresa de alimentos geneticamente mo-
Para intro- dificados pode comprometer a saúde de milhões de pessoas.
Antes de Não tem a menor importância, se uma boa máquina publicitá-
duzir o tema começar a ler ria for capaz de tornar a sua marca bem aceita entre os consu-
c o nsu m is - Os textos que você
vai ler neste início de
midores. Isso vale também para o refrigerante que descalcifi-
ca os ossos, corrói os dentes, engorda e cria dependência. Ao
mo, seria capítulo abordam, sob
vários aspectos, um
bebê-lo, um bando de jovens exultantes sugere que, no líqui-
do borbulhante, encontra-se o elixir da suprema felicidade.
interessante tema bastante atual: o
consumismo. Cada um A sociedade de consumo é religiosa às avessas. Quase não
apresen- deles traz informações
e posicionamentos
há clipe publicitário que deixe de valorizar um dos sete peca-
tar para a
interessantes a respeito dos capitais: soberba, inveja, ira, preguiça, avareza, gula e lu-
do assunto, e a finalidade xúria. Capital significa cabeça. Ensina meu confrade Tomás
turma o documentário Ilha de Aquino (1225–1274) que são capitais os pecados que nos
deles aqui é servir de base
para a nossa discussão.
fazem perder a cabeça e dos quais derivam inúmeros males.
das flores. Dirigido por Jor-
Então, vamos debater?
Para começar, acompanhe A soberba faz-se presente na publicidade que exalta o ego,
282
282
Debate
283
Capítulo
7
deixar apodrecer alimentos cujos preços exigidos pelos produ-
tores deixam de oferecer a mesma margem de lucro. Segundo
o mercado, tombam os seres humanos, mas seguram-se os Dicionário
preços.
2o) Não profanar a moeda, desestabilizando-a. Dizem que Descalcifica – Do verbo
descalcificar; diminuir
outrora povos indígenas sacrificavam vidas humanas para a quantidade de cálcio
aplacar a ira dos deuses. Abominável? Nem tanto. O ritual contida nos ossos ou no
prossegue; mudaram-se apenas os métodos […]. sangue.
Exultantes – Cheios de
3o) Não pecar contra a globalização. Graças às novas tec- alegria.
nologias de comunicação, o mundo se transformou numa pe- Elixir – Na Idade Média,
quena aldeia. De fato, o Planeta ficou pequeno frente às imen- era toda substância a
que as pessoas atribuíam
suráveis ambições das corporações transnacionais. Por que poderes mágicos.
investir na proteção do meio ambiente se isso não aumenta o Tomás de Aquino – Santo
valor das ações na Bolsa? da Igreja Católica, foi
um frade dominicano e
4o) Cobiçar os bens estatais e públicos em defesa da privati- teólogo italiano que viveu
zação. Se não é o bem comum o valor prioritário, e sim o lucro, no séc. XIII.
privatize-se tudo: saúde, educação, rodovias, praias, florestas, Nipônico – Japonês.
Arcaicas – Antiquadas,
etc. Privatizar é afunilar a pirâmide da desigualdade social [...]. obsoletas, ultrapassadas.
5o) Prestar culto aos sagrados objetos de consumo. Percor- Profanar – Tratar com
remos aceleradamente o trajeto que conduz da esbeltez física irreverência, desrespeitar.
Aplacar – Acalmar,
à ostentação pública de celulares, da casa de veraneio ao car- abrandar, diminuir.
ro importado, fazendo de conta que nada temos a ver com a Imensuráveis – Que não
dívida social. se podem medir.
Afunilar – Dar a forma de
Expostos à má qualidade dessa mídia eletrônica que nos um funil.
oferta felicidade em frascos de perfume e refrigerante, alegria Esbeltez – Qualidade de
em maços de cigarro e enlatados, já não há espaço para a poe- quem é esbelto, elegante.
Ostentação – Exibição de
sia nem tempo para curtir a infância. Perdemos a capacidade luxo, poder, riqueza.
de sonhar sem ganhar em troca senão o vazio, a perplexida- Perplexidade – Espanto.
de, a perda de identidade. [...]
Frei Betto
http://www.alainet.org//active/12320&lang=pt. Acessado em 08/05/11.
shutterstock | Rawpixel
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283
missos com a cidadania. É o 2. Explique a diferença que o autor estabeleceu entre a eco-
que acontece, por exemplo, nomia arcaica e as regras de mercado contemporâneas no pri-
meiro mandamento do consumismo do Texto 1.
quando compram produtos Enquanto na economia arcaica a divisão de bens era neces-
falsificados ou contrabandea- sária para garantir a sobrevivência, hoje o valor de mercado
dos. Este é um ponto de vista sobrepõe-se a qualquer outro.
com a turma. Para ampliar a Betto relembra que, antigamente, povos indígenas sacrifica-
discussão, questione:
vam vidas humanas para aplacar a ira dos deuses. Mas, para
ele, esse ritual ainda continua. “Mudaram-se apenas os méto-
dos”. Explique.
•• Por que as pessoas compram Ao incentivar o consumo de seus produtos, as empresas visam
produtos piratas, mesmo sa- ao lucro, muitas vezes a qualquer custo. Assim, se as vendas
bendo que são ilegais? caírem, por exemplo, uns funcionários são demitidos, outros
•• Que prejuízos eles trazem para passam a ser explorados, etc. Nesses dois exemplos, os fun-
a sociedade?
cionários não são literalmente mortos, mas a demissão e a ex-
ploração podem ser entendidas, em muitos sentidos, como for-
•• A compra desses produtos mas de sacrifício.
pessoas?
2. Negativa.
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Debate
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Capítulo
7
Texto 2
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Eu tenho as compras
Publicitários e bancos estão de olho na mesada dos adolescentes
Sugestão de
Pais e filhos, quando vão discutir dinhei- con-SP) mostra que eles estão mais preocu-
Abordagem ro, acabam diante de um dilema. O que é pados com a estampa que em se divertir.
melhor: estabelecer uma mesada fixa ou Mesmo os mais pobres gastam muito
soltar o dinheiro aos poucos, conforme a ne- mais comprando roupas para sair à noite
Seria interessante observar cessidade? Esse segundo estilo, que vem do que na noite em si. Outro dado é que
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286
Debate
287
Capítulo
7
5. No final do Texto 3, observa-se um alerta aos pais: “Além
Compartilhe
de conversar sobre sexo, namoro, drogas e escola, cada vez
mais terão de falar com os filhos sobre dinheiro”. Em qual dos
ideias Sugestão de
cinco “mandamentos”, a que se refere o Texto 1, poderíamos Abordagem
enquadrar o alerta dado no Texto 3? Por quê?
O alerta dado no Texto 3 relaciona-se ao mandamento no 5,
porque diz respeito aos apelos do consumo desenfreado, por
Solicite à turma uma pes-
parte dos jovens.
quisa sobre textos que tra-
tem do tema consumismo
6. Agora, reescreva os períodos a seguir, retirados do Texto
em uma perspectiva crítica,
3, substituindo o termo em negrito por uma palavra ou expres- como o fez Drummond no
são adequada de forma que o sentido original seja preservado.
Faça apenas as alterações necessárias.
poema Eu, etiqueta e Chico
a) “O que é melhor: estabelecer uma mesada fixa ou soltar o
César, na música De uns
dinheiro aos poucos, conforme a necessidade?” (primeiro pa- tempos pra cá.
rágrafo)
O que é melhor: estabelecer uma mesada fixa ou liberar/dar o
dinheiro aos poucos, conforme a necessidade?
287
crianças
criançada
criancinha
Nessas palavras, o elemento crian- não muda, é invariável. A esse elemento, damos o
nome de radical. Por esse motivo, o radical serve de base para a formação de outras pala-
vras, que manterão seu sentido básico. Assim, dizemos que:
Portanto, para formar algumas palavras, muitas vezes basta apenas acrescentar outros
elementos ao radical. Esses elementos que se ligam ao radical para formar palavras são
chamados de afixos. Assim como o radical, os afixos também têm significado. Observe:
normal – anormal
feliz – infeliz
necessário – desnecessário
motor – motorista
atual – atualmente
Nesses exemplos, as partículas destacadas são os afixos. Como você pode perceber,
esses afixos podem ocorrer de duas formas: antes do radical (prefixos) ou depois do radi-
cal (sufixos).
Quanto à formação, as palavras podem ser primitivas ou derivadas, simples ou com-
postas.
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Debate
289
Capítulo
7
Prática linguística Diálogo com
1. Em cada grupo de palavras cognatas, identifique o elemen-
o professor
to comum e indique o seu significado. Se for necessário, con-
sulte um dicionário.
Na questão 2, esperamos
a) Democracia – demagogia – demografia
Elemento comum: demo/significado: povo.
que o aluno perceba traços
b) Micróbio – microfone – microscópio mínimos que excluem essas
Elemento comum: micro/significado: pequeno. palavras dos campos se-
c) Audição – auditório – audiometria
mânticos apresentados.
Elemento comum: audi(o)/significado: ouvir.
d) Polivalente – poliedro – policlínica
Elemento comum: poli/significado: muito. BNCC – Habilidades gerais
2. Ainda há pouco, vimos que as palavras cognatas apresen- Nesta atividade, espera-
tam o mesmo radical e, por isso, aproximam-se umas das ou- mos que o aluno perceba
EF69LP55
tras em relação ao sentido. No entanto, a aproximação semân- traços mínimos que ex- EF69LP56
tica entre palavras não ocorre, necessariamente, devido à sua cluem essas palavras dos
estrutura. Assim, existem os chamados campos semânticos, campos semânticos apre-
em que o sentido das palavras é o que as aproxima, mesmo sentados.
que possuam radicais diferentes. Pensando nisso, sublinhe a BNCC – Habilidades específicas
palavra que apresenta um traço semântico relevante (estrutura,
utilidade, características formais, etc.) que a particulariza em EF09LP04
relação às demais.
a) Brócolis – caju – cebola – cenoura – pimentão (não é legume)
b) Alface – laranja – tangerina – acerola – pitanga (não é fruta)
c) Orquídea – azaleia – rosa – copo-de-leite – couve-flor (não é flor) de linguagem muito diferencia-
d) Recife – Aracaju – Natal – Fortaleza – Campinas (não é capital)
e) Amazônia – João Pessoa – Caruaru – Salvador – Manaus (não é cidade)
das, que se dão, prioritariamente,
f) Romance – novela – conto – notícia – fábula (não é literário) pelo uso da palavra (falada), mas
3. Assinale a única opção em que ocorre variante do radical: também por meio da escrita, e são
a) Dizer, dizes, dizia essas práticas que podem se tor-
b) Faço, fazes, façamos
c) Amaria, amavas, amou nar objetos de um trabalho escolar.
d) Quero, queres, querias
e) Vencia, venceste, vence
Essas práticas tomam, necessaria-
mente, as formas mais ou menos
estáveis que denominamos gêne-
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Debate
291
Capítulo
7
Nesse sentido, o que nos faz pessoas singulares é a nossa autonomia em
expressar nossa opinião, em revelar nossa posição crítica frente à realidade
da qual fazemos parte. A capacidade de tomar decisões, a partir de nossas
escolhas, é uma maneira de expressarmos opiniões diante de um determi-
nado assunto.
Por esse motivo, dizemos que o debate deliberativo é um gênero social inti-
mamente ligado à democracia, um sistema de governo que surgiu lentamente
em Atenas (Grécia) a partir do século VI a.C. Através dela, as pessoas anali-
sam e confrontam ideias, ouvem novas opiniões, fazem propostas, mudam de
posicionamento, etc. Ao final, todos votam e decidem, democraticamente, qual
é a melhor forma de resolver o assunto em discussão.
As deliberações de um debate normalmente resultam em ações sociais.
Essas ações variam de uma situação para outra. Assim, além do tema, as
deliberações vão depender dos objetivos pretendidos pelo grupo, do tempo
disponível, da quantidade de pessoas envolvidas, etc. Desse modo, as de-
liberações podem levar a ações como:
• Produção de faixas, cartazes e panfletos.
• Busca de parcerias com instituições ligadas ao tema.
• Produção de abaixo-assinados, cartas de reclamação,
cartas de solicitação, ofícios, etc., destinados a instituições
públicas ou privadas.
• Redação de regras a serem seguidas pelo grupo.
• Elaboração de campanhas de conscientização.
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292
Debate
293
Capítulo
7
Algumas questões importantes para refletir:
• Qual é a finalidade da redução da maioridade penal? Compartilhe
• Qual a importância dos meios de comunicação no debate em ideias Leitura
torno do tema? Complementar
• Qual é a contribuição do jovem para a violência?
Planejamento
Antes de iniciar o debate, o grupo deverá eleger um modera-
dor e definir o tempo destinado aos debatedores para apresen-
tarem suas opiniões. Importante: para falar, os debatedores
devem pedir ao moderador que os inscreva. Assim, cada deba-
tedor falará conforme sua ordem de inscrição.
Lembrem-se de que o debate é um gênero textual predomi-
nantemente argumentativo, ou seja, a intenção é sempre con-
vencer as pessoas envolvidas por meio de argumentos. Por
isso, os debatedores devem apresentar opiniões claras e bem
fundamentadas e ter cuidado para não desrespeitar princípios
democráticos, como agir e falar com agressividade, insultar, CABRAL,
menosprezar as opiniões dos outros, etc. Ana Lúcia Tinoco (2010).
Ao final do debate, o grupo deverá definir as deliberações. A força das palavras.
Ou seja, o que deverá ser feito para conscientizar as outras São Paulo: Contexto.
pessoas sobre as conclusões a que chegaram?
Avaliação
1. A avaliação do debate deverá considerar os seguintes pontos:
293
294
294
294
Debate
295
Capítulo
7
Mas ninguém entregava os pontos. Até porque mudar de ca-
nal não significava, por exemplo, passar por todos os filmes
da coleção de Telecines. Mudar de canal era girar o seletor
BNCC – Habilidades gerais
(um dos botões era o seletor de canais) do 6 ao 13 e ver o que
estava passando na TV Rio. Geralmente, era a mesma coisa. EF69LP01 EF69LP14
Ou seja, anúncios. A programação era assim: se a Tupi fazia
sucesso com Rin Tin Tin, a Rio contra-atacava de Lassie. Se o
EF69LP13 EF69LP16
13 exibia Ivanhoé, o 6 rebatia com Guilherme Tell. Este Norte EF69LP15 EF69LP18
é de morte era a atração de uma emissora; Eta Nordeste da
peste tentava segurar a audiência na concorrente. Bem, tinha
também o canal 9, a TV Continental. Mas ninguém assistia ao
canal 9. Mudar de canal era balançar entre o 6 e o 13. E, assim, BNCC – Habilidades específicas
íamos vivendo em paz.
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EF89LP04 EF89LP16
EF89LP06
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Debate
297
Capítulo
7
S. Paulo pelo publicitário Nizan
Desvendando os segredos do texto Compartilhe
ideias Guanaes. A partir de um único
1. É muito comum os jornalistas recorrerem à linguagem co-
pigmento, vai se formando aos
loquial para escrever seus textos. Utilizando o registro formal poucos a imagem de um homem
na tela, enquanto um locutor diz
da língua, reescreva as sentenças substituindo as expressões
destacadas abaixo por outras, sem alterar o sentido original.
o seguinte texto:
a) “Tinha que esperar o aparelho pegar no tranco.” (terceiro
parágrafo)
“Este homem pegou uma nação
Tinha que esperar o aparelho iniciar o funcionamento./Tinha
destruída. Recuperou sua eco-
nomia e devolveu o orgulho ao
que esperar o aparelho funcionar.
297
Condições de
Texto 2
Argumentação
A nova novela espetacular: realidade e
A primeira condição da argu- ficção no Big Brother Brasil
mentação é ter definida uma Vivemos em uma época em que o espaço público da Anti-
tese e saber para que tipo de guidade, que sediava as ações do homem, foi substituído pelo
espaço virtual da televisão. Se antes a intimidade era um valor
problema essa tese é respos- a ser preservado, na sociedade do espetáculo, expor a intimida-
ta […]. De nada adianta lançar de e ter a imagem divulgada passaram a ser os grandes valores
almejados em um reino de aparências. Exibir-se passou a ser
uma ideia para um grupo que sinônimo de existir. Os reality shows surgem como um produto
298
298
Debate
299
Capítulo
7
sob medida para viabilizar os anseios do homem e retirá-lo do
anonimato em que vive na sociedade massificada. Ao fazerem
isso, sob a ideia de um programa que transmite a realidade da
vida de pessoas comuns 24 horas por dia, não ficam imunes
à contaminação da sociedade do espetáculo, em cujo contex-
to se desenvolvem. No espetáculo, onde as engrenagens da
indústria cultural estão sempre em movimento, a realidade é
uma ficção, e a ficção, uma realidade. Assim, o famoso show de
realidade transforma-se na telenovela do banal.
A estrutura da narrativa ficcional da novela é a mesma a
impulsionar os capítulos de Big Brother Brasil. O reality show
também faz surgir tramas, intrigas, romances e resolve-se no
happy end da narrativa de realização, própria dos produtos fic-
cionais. A mistura de elementos reais e imaginários já não nos
causa estranheza. Aceitamos o programa como se ele de fato
fosse o espaço onde a realidade se mostra. Surge, então, a
dúvida. Se a tela da televisão é uma superfície de absorção
de nossa realidade e se nossa realidade está tão contaminada
pela ficção, talvez os personagens do Big Brother Brasil este-
jam mesmo sendo reais em seu desempenho fictício.
Fernando Albuquerque Miranda. XII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação
da Região Sudeste. Juiz de Fora (MG).
299
299
300
300
300
Debate
301
Capítulo
7
Texto
PREÁ/Eudson e Lécio
301
301
Vogal temática
A vogal temática ocorre tanto nos nomes quanto nos ver-
bos. Nos verbos, ela indica a conjugação: a (primeira conjuga-
ção), e (segunda conjugação) e i (terceira conjugação). Veja:
Desinências
As desinências são morfemas que se ligam aos radicais para
caracterizar as flexões (variações) que os nomes e os verbos
302
302
302
Debate
303
Capítulo
7
podem apresentar. Por esse motivo, podem ser nominais ou
verbais. As desinências nominais marcam o gênero (masculino
ou feminino e o número (singular ou plural) de substantivos e
adjetivos. Já as desinências verbais marcam a pessoa, o nú- Diálogo com
mero, o tempo e o modo das formas verbais. Observe:
o professor
• Desinências nominais
• Desinências verbais
de grau à sua importância grama-
tical. Esse é um traço dis-
tintivo entre essa vogal e
viv - e - ría - mos
as vogais e consoantes de
Desinência
Radical Vogal de pessoa e
número
ligação, que não têm valor
temática Desinência
de tempo e
cafeteira gasoduto
Consoante de ligação Vogal de ligação Leitura
Complementar
303
Anotações
303
Prática linguística
que se trata, em alguns casos, de 2. Assinale a opção em que há erro na identificação do ele-
Rocha Lima chama-as de palavras 4. Assinale a alternativa em que a palavra apresenta consoan-
denotativas e Bechara de deno- te de ligação.
a) Aplaudias.
tadores de inclusão (até, mesmo, b) Acordou.
também, inclusive), de exclusão c) Faltarás.
d) Venda.
(só, somente, apenas, senão), de e) Pezinho.
retificação (aliás, ou melhor, isto é)
e de situação (afinal, então). Celso 304
304
304
Debate
305
Capítulo
7
5. Identifique o tipo de elemento estruturador destacado nas
palavras abaixo. Compartilhe
ideias
a) Pontiagudo – vogal de ligação
b) Cafeteira – consoante de ligação
c) Frutífero – radical
d) Amoroso – sufixo
e) Prever – prefixo
f) Namoramos – vogal temática
g) Ouviam – tema
h) Nervoso – desinência de gênero
i) Nervosos – desinência de número
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Debate
307
Capítulo
7
Proposta
Pensando nisso, vamos agora simular um debate regrado
com base em dados reais sobre a sua cidade ou o seu estado. Aprenda
Para isso, vamos dividir a turma em grupos (partidos), e cada mais!
grupo deverá indicar um membro para ser “candidato” a algum
O andamento de um debate
cargo público (prefeito, vereador, deputado, governador, etc.). regrado normalmente se
Feito isso, os demais membros dos grupos atuarão como os dá desta forma, com tempo
assessores. predeterminado para cada
etapa:
Como dissemos ainda há pouco, tanto os assessores quanto
• Um dos debatedores
os candidatos devem conhecer bem o tema do debate. Então,
escolhe o participante
antes de começar o debate, todos deverão pesquisar dados para quem fará uma
recentes sobre a cidade e o estado em que vivem. O próximo pergunta.
passo é planejar o debate. • O participante escolhido
responde à pergunta
colocando seus
Planejamento argumentos.
• O debatedor que
O planejamento será feito em duas etapas. Na primeira, perguntou tem tempo
toda a turma e o professor deverão estabelecer as regras do para réplica, isto é,
debate. É preciso definir, por exemplo, o tempo destinado a questionar a resposta
apresentada.
cada candidato para perguntas e respostas, qual será a ordem
• O participante que
das perguntas, como serão as etapas, como serão sorteados recebeu a réplica tem
os temas das perguntas e a ordem para cada candidato res- direito à tréplica.
ponder, etc. É importante frisar que
Depois, será necessário que os grupos se reúnam para dis- não é permitido fazer
intromissões nas falas dos
cutir as informações pesquisadas e preparar os candidatos.
debatedores. O mediador
Nesta etapa, é muito importante que eles saibam o que per- deve manter a ordem, de
guntar e responder sobre temas de extrema importância para a forma que a cada debatedor
seja garantida a integridade
sociedade, como segurança, saneamento básico, desemprego,
da fala.
assistência médica, educação, etc. Quanto mais informações
os candidatos tiverem, mais facilidade terão para discutir, ques-
tionar, responder.
Além disso, como o debate é um gênero interativo, as dis-
cussões podem tomar diferentes rumos, é preciso que os as-
sessores fiquem atentos o tempo inteiro para repassar aos
seus candidatos informações novas que possam ajudá-los a se
sair bem no debate. Lembrem-se: em um debate regrado como
este (tipicamente argumentativo), é comum que as ideias apre-
sentadas se oponham. Por isso, o mais importante é que cada
“candidato” consiga defender bem os seus argumentos para,
assim, conquistar eleitores.
307
307
ser uma Ferrari, meu “cãozinho” sinência a um radical, não estamos produzindo uma palavra
nova. Assim, pedrinha não é uma palavra derivada, mas uma
pode ser um mastim napolitano. variação da palavra pedra.
Nenhuma língua que eu conhe- Enfim, se é verdade que as lín- generalizado dos sufixos -ão e
ça usa aumentativos e diminuti- guas podem revelar a visão -inho, que se agregam a prati-
vos tão abundantemente como o de mundo de seus falantes, camente qualquer classe gra-
português. E, o que é mais inte- eu arriscaria dizer que vemos matical, mostra o quanto somos
ressante, com as mais variadas o mundo com olhos sentimen- passionais.
nuanças de sentido, do apreço tais e compassivos. Nossa fala
(“queridinho”) ao desprezo (“mu- é impregnada de sentimento, BIZZOCCHI, Aldo. Revista Língua Portuguesa nº
lherzinha”), do carinho (“filhão”) mesmo quando pretendemos
66. Abril de 2011. São Paulo: Segmento
308
308
Debate
309
Capítulo
7
Sugestão de
A escrita em questão
Abordagem
1. Leia as capas de jornal abaixo:
Antes de finalizar os trabalhos
Capa 1 Capa 2
com este capítulo, aproveite
para pedir aos alunos que
levem para a sala de aula
anúncios publicitários, tema
que iniciaremos na próxima
aula. É importante que a tur-
Aqui PE, no 408 Aqui PE, no 300 ma conheça as principais
Para entendermos bem os textos que circulam à nossa volta, precisamos utilizar nosso características desse gênero,
conhecimento de mundo. Informações prévias são bastante úteis na interpretação. Por
exemplo, para entendermos a manchete principal da Capa 1, precisamos ter algumas in- que é tão rico e passível de
formações: o Sport, um dos clubes de futebol do Recife, é conhecido como Leão, e um dos diversas interpretações.
seus rivais é o Náutico, cujo estádio fica no bairro dos Aflitos, no Recife. Pensando nisso,
responda às questões a seguir: Ao analisar os anúncios pu-
a) Que fato é abordado na manchete principal da Capa 1?
blicitários pesquisados, ajude
A derrota do Sport para o Náutico no estádio dos Aflitos.
os alunos a fazer uma leitura
crítica desses textos, obser-
b) Na Capa 2, qual é o sentido da expressão foi em cana?
vando tanto os elementos ver-
A expressão quer dizer que quem agrediu a criança foi preso.
bais quanto os não verbais.
c) Nas duas capas, podemos identificar, na manchete principal, a ocorrência do diminutivo.
Explique, com suas palavras, qual é a importância dessa flexão de grau nos dois casos.
Leve-os a identificar os diver-
Na Capa 1, o diminutivo sugere um tom de gozação com os torcedores do Sport devido à sos elementos que compõem
derrota para o Náutico. Nesse caso, podemos dizer que, durante o jogo, a equipe do Sport um anúncio, como as ima-
foi arrasada pelo adversário. Já na Capa 2, o diminutivo é responsável por despertar no gens, cores, letras, slogans
leitor a indignação diante do fato abordado. Nesse caso, a flexão de grau amplia o sentido e o texto verbal propriamente
de indefensabilidade da criança. dito. Esse exercício certamen-
309
te contribuirá para o desen-
volvimento da habilidade de
LPemC_2018_BNCC_9A_Cap7.indd 309 08/05/18 07:28
interpretar exemplares desse
gênero e facilitará o trabalho
com o capítulo seguinte.
Anotações
309
3. A palavra caminhãozinho, no grau diminutivo, nos recorda que são válidas todas as
considerações abaixo sobre esse assunto (diminutivo), menos uma. Aponte a exceção.
a) O plural de caminhãozinho é caminhõezinhos, como o de anelzinho é aneizinhos.
b) Além de expressar o “tamanho diminuído” do ser, pode, a forma diminutiva, expressar
emoções ou sentimentos de diversas naturezas: carinho (mãezinha), ironia (santinho),
depreciação (padreco), etc.
c) Em certos adjetivos, sufixos característicos do diminutivo podem expressar verdadeiro
superlativo (“Ele faz tudo muito certinho”).
d) Encontramos, em português, diversas desinências caracterizadoras do diminutivo, entre
elas a forma -ote (frangote, saiote, rapazote, etc ).
e) O diminutivo jamais pode indicar sentido pejorativo.
5. O personagem Cascão, de Maurício de Sousa, tem esse apelido por não gostar de ba-
nho. Nesse contexto, a palavra Cascão significa aquele que tem pele grossa por sujeira
e expressa a ideia de aumentativo. Assinale a alternativa em que há uma palavra no grau
aumentativo.
a) O limão é uma fruta ácida, mas que faz bem à saúde.
b) Macarrão contém muito carboidrato e, por isso, engorda.
c) O Timão venceu o campeonato de futebol muito à frente dos adversários.
d) O acidente ocorreu porque um carro veio na contramão.
e) O catalão é a língua falada em uma região da Espanha.
310
310
310
Debate
311
NTO Capítulo
7
E
A M
r
CE r
EN 1. A pesquisa de opinião é um levantamento estatístico da opinião das pes-
soas sobre vários aspectos de um tema. Há anos as pesquisas de opinião são
utilizadas com diversos objetivos. Um dos usos mais comuns desse tipo de pes-
quisa é o eleitoral. Pensando nisso, em grupo com os seus colegas e o seu pro-
fessor, reflita e opine:
a) Qual é o objetivo de uma pesquisa de opinião eleitoral?
b) As pesquisas eleitorais interferem no processo de eleição? Explique.
Texto
311
311
BNCC – Habilidades específicas 3. Sobre os recursos linguísticos empregados no texto, responda às perguntas abaixo.
Por exemplo, um cliente pode querer lançar uma nova revista de games e enco-
menda uma pesquisa para saber qual a preferência nacional [...].
Com relação às palavras empregadas nesse período, está correto o que se afirma apenas
em:
a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) II e III.
312
312
312
Debate
313
Capítulo
7
o
Mídias em context
313
313
Todos nós sabemos que fumar faz mal. Então como o lobista Nick convence as pessoas
do contrário? Ora, para ser competente em seu trabalho, ele precisa ter uma boa argumen-
tação, usar de todas as estratégias argumentativas para convencer as pessoas. Uma
dessas estratégias consiste em desqualificar o argumento do interlocutor. Na cena repro-
duzida acima, ele desqualifica o discurso da mãe da aluna mostrando que o seu argumento
de autoridade é fraco, pois ela não é pesquisadora nem médica. Firme em sua função, o
protagonista faz com que as pessoas revejam seus conceitos e se convençam da verdade
do que está sendo dito. Ou, como ele mesmo ensina, fiquem convencidas de que o outro
está errado.
a) Nos debates pré-eleitorais, é comum os debatedores utilizarem estratégias argumen-
tativas para tentar desqualificar os argumentos utilizados pelos adversários. No debate
analisado, indique algumas estratégias utilizadas pelos participantes para enfraquecer os
argumentos dos adversários.
Resposta pessoal.
b) Muitas vezes, no nosso dia a dia, ouvimos ou usamos a expressão falta de ética para
indicar indignação em relação ao comportamento de alguém. Por muito tempo, a ética foi
vista como um campo do conhecimento restrito a especialistas, como filósofos, médicos e
advogados. Mas hoje esta palavra é de uso corrente em nosso cotidiano. Você sabe o que
314
314
314
Debate
315
Capítulo
7
é, de fato, ética? O que significa ser antiético? Pesquise essas respostas na Internet. Assis-
ta a seguir, dois vídeos que sugerimos sobre o assunto.
c) Agora que você conhece um pouco mais sobre o conceito de ética, responda: algum dos
debatedores foi antiético?
Resposta pessoal.
4. Pesquise na Internet notícias produzidas pelos principais jornais do País sobre o deba-
te. Leia com atenção cada notícia encontrada, analisando com cuidado cada uma das suas
partes (manchete, linha fina, lide, etc.).
a) De que maneira as notícias abordaram o tema? Todos os jornais tiveram a mesma opi-
nião sobre quem se saiu melhor? Explique.
Resposta pessoal.
b) Muito comumente se acredita que o texto jornalístico deve ser imparcial, isto é, deve
informar o público de maneira neutra, sem expressar opiniões. Assim, ao escrever uma
notícia o jornalista “deve” se limitar a, apenas, relatar os fatos exatamente como eles acon-
teceram. Tendo em vista os conhecimentos que você adquiriu até agora, reflita e opine: é
possível produzir um texto jornalístico imparcial?
Resposta pessoal.
315
315
Objetivos Pedagógicos
Conhecimentos prévios
cas e função social.
linguagem que chame a atenção para os pro-
dutos ou serviços anunciados, fazendo com
•• Reconhecer os estrangeiris-
mos e os empréstimos linguís-
ticos como elementos que
contribuem para a expressivi- LPemC_2018_BNCC_9A_Cap8.indd 316 08/05/18 08:02
dade.
•• Planejar, produzir e avaliar um Anotações
texto publicitário.
316
316
Texto publicitário
317
Diálogo com
o professor
Sugestão de Abordagem
Alguns aspectos precisam ser como o uso de frases curtas e regionalismos e neologismos. Ao
abordados antes do início do tra- concisas. Observe também o pre- longo do trabalho, a participação
balho com anúncios publicitários. domínio dos verbos no modo im- dos alunos será fundamental para
Seria interessante analisar com a perativo, assim como construções a construção de um espaço dialó-
turma as principais características sintáticas pouco usuais em outros gico que preze pela discussão do
do gênero, como os recursos vi- gêneros, como a linguagem figu- tema proposto.
suais e os recursos linguísticos, rada por meio de metáforas, gírias,
317
318
318
318
Texto publicitário
319
Capítulo
8
Desvendando os segredos do texto Aprenda
mais!
Leitura
1. Diferentemente do que normalmente acontece, nesse
O que é a mídia?
Para alcançar seu público,
Complementar
anúncio o produto promovido não é apresentado. No entanto, a publicidade conta com
duas palavras do texto nos levam a compreender que produto uma infinidade de meios de
comunicação, a chamada
é esse. Quais são essas palavras? mídia. Esse termo deriva
do latim e significa meios,
Rolex e pulso.
referindo-se a um conjunto
de ferramentas para
armazenamento e difusão
de informação. A televisão,
2. Observe a oração abaixo: o computador, o rádio e até
aquele adesivo colado na
Se ninguém percebe o seu pulso […] traseira de um automóvel
constituem mídia. Assim,
a publicidade pode contar
Considerando o contexto no qual se insere o anúncio, apresen- com meios:
Visuais: anúncios em
te um sinônimo para a palavra destacada nessa oração.
jornais e revistas, outdoors,
cartazes, faixas (banners).
Relógio.
Sonoros: spots (peças
publicitárias radiofônicas,
com ou sem música), CARRASCOZA,
jingles (canções criadas João Anzanello (1999).
3. Os anúncios publicitários sempre têm um anunciante, isto exclusivamente com fins A evolução do texto publicitário.
é, a empresa, instituição, pessoa, etc. que os encomenda. Nes- publicitários), carros de som.
São Paulo: Futura.
on se caso, qual é o anunciante desse texto? Audiovisuais: filmes em
iação TV, cinema e Internet,
A Rolex. vinhetas.
Apesar da evolução dos
meios de comunicação
e da infinidade de
4. É muito comum o texto publicitário deixar informações im- possibilidades criada com
a utilização isolada ou
plícitas a respeito dos produtos promovidos e das pessoas que conjunta desses meios,
farão uso deles ou não. Considerando o tipo de produto promo- o texto publicitário ainda
utiliza recursos como os
vido nesse anúncio e o texto como um todo, responda: o que
discursos deliberativo
a agência publicitária que o elaborou deixou implícito sobre o — que aconselha ou
cliente que utilizar um produto desse anunciante? desaconselha determinada
ação ou escolha — e
O texto deixa implícito que, ao utilizar um relógio Rolex, o clien- demonstrativo — que
aponta atributos ou
te permanecerá vivo para a sociedade. defeitos, conforme a
necessidade, além da
vinculação da imagem
do produto à de alguém
famoso e do apelo para o
emocional.
319
Sugestão de Abordagem
Para as questões da seção Para 3. Como são relógios de luxo, os com base no artigo de Frei Betto
discutir, propomos estas respos- clientes visados pela empresa Mandamentos do consumismo e,
tas: têm alto poder aquisitivo. indiretamente, por remeter a outro
1. Resposta pessoal. 4. Resposta pessoal. A questão é texto seu de grande relevância: A
interessante por retomar a dis- religião do consumo.
2. A Rolex é uma empresa espe-
cializada na confecção de reló- cussão feita no capítulo anterior
gios de luxo.
319
320
320
320
Texto publicitário
321
Capítulo
8
a) Eles têm o mesmo objetivo do anúncio do Rolex?
Compartilhe
Não. Esses anúncios têm um objetivo contrário ao do Rolex, isto ideias
é, fazem uma “antipropaganda” do produto vendido (o cigarro). Diálogo com
o professor
b) Nesses dois anúncios, qual é o sentido do verbo advertir? A tradição publicitária cons-
Alertar, avisar. truiu uma série de pressu-
c) Transcreva a frase que, nesses anúncios, expressa uma or- postos e critérios que fun-
dem ao consumidor do produto. damentaram a criação de
Pare de fumar.
inúmeras frases publicitárias
d) No anúncio que abre o capítulo, vimos que o anunciante é ao longo da história. Mas
uma famosa marca de relógios de luxo. Qual é o anunciante
dos textos acima? nem sempre tais critérios
O Ministério da Saúde. são respeitados.
e) Esses anúncios são veiculados em que mídia? 1. Deve ter um único pe-
Esses anúncios são veiculados na própria embalagem do ci- ríodo.
garro. Exceção: “Algumas coisas
f) Qual é a intenção do anunciante ao veicular anúncios desse não têm preço. Para todas
tipo nessa mídia?
as outras, existe Master-
Alertar o fumante sobre os malefícios causados pelo tabagismo.
card.”
2. Deve respeitar a ordem
g) Qual é a importância das imagens presentes nesses anún-
cios? Caso retirássemos essas imagens, eles causariam o direta dos termos gramati-
mesmo efeito de sentido no leitor?
cais.
As imagens têm o objetivo de chamar a atenção do fumante
Exceção: “Se é Cica, bons
de forma bastante direta, chocante. Caso fossem retiradas, a
intenção comunicativa seria prejudicada.
produtos indica.”
3. Deve ser uma frase afir-
mativa.
321 Exceções: “Não dá para
não ler.” (Folha) “Não tem
LPemC_2018_BNCC_9A_Cap8.indd 321 08/05/18 08:02
comparação.” (Brastemp)
“É fresquinho porque vende
Leitura Complementar mais ou vende mais porque
é fresquinho?” (Tostines)
Vale a pena conferir o artigo está disponível no link abaixo:
Revista Língua Portuguesa nº 16.
Neologismos no português bra- http://iberystyka-uw.home.pl/ São Paulo: Segmento.
321
Análise linguística
Sugestão de
Abordagem
Principais processos de
formação de palavras
No site do Clube de Cria-
Como qualquer outra língua natural, a língua portuguesa
ção de São Paulo, você en- passa por um processo constante de mudança. Essas transfor-
contrará inúmeros anúncios mações são determinadas pela sociedade: se ela muda, a lín-
gua também muda. Assim, ambas estão em constante diálogo.
para apoiar seu trabalho em Isso fica bastante claro quando pensamos em palavras como
internet, tablet, smartphone, etc. Elas não existiam até o ins-
sala de aula. Não deixe de tante em que o surgimento desses objetos criou a necessidade
apresentar alguns deles e de um nome para cada um deles. Por esse motivo, podemos di-
zer que as mudanças sociais se refletem na língua, que cresce a
refletir com os alunos acerca partir da criação de palavras. Enquanto não forem dicionarizadas
e fizerem parte “oficialmente” do vocabulário da língua, essas
da construção do sentido. palavras são chamadas de neologismos.
Mas atenção: com o tempo, palavras “velhas” podem ganhar
Você pode ter acesso no novos significados, sendo também consideradas neologismos.
link http://ccsp.com.br/ É o que ocorre hoje com o verbo abalar, por exemplo. Além dos
sentidos tradicionais, hoje esse verbo significa também causar
boa impressão, chamar a atenção das pessoas. Ex.: “Essa
maquiagem que você fez está abalando!”.
Agora, leia a tirinha abaixo:
SILVESTRE/Eudson de Paula
Leitura
Complementar
322
322
Texto publicitário
323
Capítulo
8
A criação dessa palavra é atribuída ao inventor inglês Ale-
xander Graham Bell, em 1849, justamente para dar nome à Compartilhe
sua mais nova invenção. Como, por meio do seu invento, ele ideias
conseguiu transmitir de longe (tele) o som da sua voz (fone),
essa palavra foi bastante adequada para suprir a necessidade
de dar nome a um objeto que até então não existia. As inven-
ções e as ideias são as grandes motivadoras para a formação
de novas palavras.
É importante notar que, uma vez formada uma palavra, é
preciso que ela seja usada pelas pessoas, que passam a em-
pregá-la cada vez mais naturalmente. Com o tempo, ela tende
a se cristalizar e, então, deixa de ser um neologismo.
Mas nem sempre as mudanças sociais repercutem na lín-
gua sob a criação de palavras novas. Muitas vezes utilizamos
palavras já existentes (mesmo provenientes de outras línguas)
para nomear os novos fenômenos, processos, ações, objetos,
etc. Assim, elas ganham novos significados. Exemplo disso são
palavras como deletar, celular, galaxy, e-book, print.
Veremos, agora, os dois principais processos de formação
de palavras.
Derivação
A derivação é um dos processos de formação mais pro-
dutivos. Consiste na criação de uma palavra a partir de outra,
chamada primitiva. A derivação pode se dar principalmente de
quatro diferentes maneiras:
1. Por prefixação – Acrescentamos um prefixo ao radical, como
em desaconselhar, inútil, prever, desfaz, reler, anormal.
2. Por sufixação – Acrescentamos um sufixo ao radical, como
em motorista, cozinheiro, atualmente, jardinagem.
3. Por prefixação e sufixação – Acrescentamos um prefixo e
um sufixo ao radical. Nesse caso, ao tirarmos um ou outro,
teremos palavras diferentes. Observe: infelizmente, des-
lealdade, readaptação, desconstrução, etc.
4. Por parassíntese – Acrescentamos um sufixo e um prefixo ao
mesmo tempo. As palavras formadas por parassíntese quase
sempre são verbos e têm como base um substantivo ou um
adjetivo. Observe: empobrecer, enlouquecer, desalmado,
enraivecer, etc.
323
323
Composição
Composição é o processo pelo qual formamos palavras
a partir da associação de duas ou mais palavras ou radicais.
Essa junção pode ocorrer de duas maneiras:
324
324
Texto publicitário
325
Capítulo
8
+ ardente), embora (em boa hora), planalto (plano + alto).
325
325
Abordagem
ele deve ser usado. Veja os principais:
prefixo co-, comente que o fra-, super-, etc.) e dos chamados falsos prefixos, que são
radicais gregos e latinos (aero-, neo-, pseudo-, semi-, etc.),
hífen é usado somente em devemos utilizar o hífen quando:
EF69LP55
EF69LP56 Observação: Com os prefixos co- e re-, não usamos hífen:
EF09LP04 326
Anotações
326
326
Texto publicitário
327
Capítulo
8
Compartilhe
Prática linguística ideias
Sugestão de
1. O texto publicitário é normalmente uma fonte inesgotável Abordagem
de criatividade e exemplo da riqueza da nossa língua. Em ge-
ral, as mensagens são passadas de maneira rápida e eficiente
por meio do uso inteligente dos recursos que a língua oferece.
Para ampliar a análise dos
Observe isso nos anúncios a seguir e avalie o emprego da pa-
lavra vivo nas duas situações: anúncios 1 e 2, podemos for-
Anúncio 1 Anúncio 2
mular mais perguntas. Dando
continuidade ao item e, ques-
tione os alunos:
•• Com a substituição do
verbo ficar pelos verbos
continuar e permanecer,
o sentido de inteligente,
esperto da palavra vivo
a) Aponte dois sinônimos para a palavra vivo no Anúncio 1.
Sugestões: esperto, inteligente.
permanecerá? (Não.)
Anotações
BNCC – Habilidades gerais
EF69LP02 EF69LP16
EF69LP04 EF69LP17
EF69LP13
327
328
328
328
Texto publicitário
329
Capítulo
8
c) No encarte, a palavra vivos tem valor adjetivo?
Compartilhe
Não. No encarte, vivos é um substantivo. ideias
d) Poderíamos afirmar que a palavra vivos, no encarte, for-
mou-se por composição?
Não. Na verdade, essa palavra sofreu derivação imprópria, pois
é originalmente um adjetivo e está empregada como um subs-
tantivo. (Importante lembrar o que discutimos acerca da noção
de derivação regressiva e imprópria.)
329
329
330
330
330
Texto publicitário
331
Capítulo
8
5. Utilizando os prefixos que você conhece, indique as pala-
vras compostas que correspondem às expressões dadas. Veja
o modelo:
331
331
Leitura
ção inteira, que em princípio nomeava uma ação ou situação,
passa a funcionar como uma palavra, nomeando essa mesma
Complementar ação ou situação. Muitas dessas palavras tiveram origem em
diferentes línguas, como o latim, o árabe, o grego, etc. Outras
têm origem duvidosa. Mas o fato é que fazem parte da nossa
comunicação diária. Pensando nisso, explique o que significam
Alguns exemplos antigos e re- atualmente estas expressões:
centes de derivação delocutiva a) Ir catar coquinho – Sair de perto de alguém.
em português b) Falar pelos cotovelos – Falar muito.
c) Fazer uma vaquinha – Juntar algum dinheiro para comprar algo.
Rodolfo Ilari d) Guardar a sete chaves – Guardar algo com muito cuidado.
Quando Benveniste definiu a de- e) Entrar com o pé direito – Ter sorte em alguma ação.
f) Acabar em pizza – Acabar de forma impune.
rivação delocutiva na década de
g) Ninguém merece – Estar chateado.
1960, a ideia de que é preciso
h) Estar ligado – Estar entendendo.
recorrer à situação em que as pa- i) Pode crer – Pode acreditar.
lavras são usadas para explicar a j) Estar de boa – Estar tudo bem.
evolução de seus sentidos já esta-
8. As palavras formadas por derivação delocutiva são cha-
va bem estabelecida em linguísti- madas tecnicamente de expressões idiomáticas, isto é,
expressões do nosso idioma, como tirar o cavalinho da chu-
ca. Essa ideia tinha mesmo sido to-
va. Uma característica decisiva da expressão idiomática é
mada como princípio por algumas que ela não pode ser compreendida somando o significado
das palavras que a compõem. O ato de tirar o filhote de um
escolas que estudaram a evolução equino da chuva, por exemplo, em princípio não tem nenhu-
do sentido, em vez de tratar de ma relação com o seu sentido: desistir de algo. A seguir, co-
locamos algumas ilustrações que identificam algumas das
evolução das formas, à maneira nossas expressões idiomáticas. Observe-as atentamente e
dos neogramáticos […]. procure identificar a expressão do nosso idioma que repre-
sentam. Em seguida, escreva com suas palavras o significa-
palavra cede o lugar a outra com de entre iecur e as formas fígado, com figos tinha um iecur ficatus,
a qual não tem nenhuma relação hígado, foie, fegato, etc., mas o e, a propósito dessa expressão,
evidente. Nas línguas românicas, o desaparecimento de iecur tinha repetiu-se a história de sempre: foi
caso mais célebre dessa situação colocado os romanistas diante de o adjetivo que ganhou a parada,
é, como todos sabem, o das pala- um mistério que só começou a ser dando origem a fígado e a todos
vras que designam o fígado. A pa- resolvido quando se lembrou que os seus cognatos românicos. Uma
lavra latina para o fígado era iecur, uma das técnicas mais eficazes explicação análoga já foi proposta
gen. ieconis, um cognato do gre- para obter fígados gordos consis- para as palavras que designam o
go hepar, que deu origem a hepa- tia em superalimentar os gansos toucinho em português e em espa-
tite e hepático. Não há continuida- com figos: um ganso engordado nhol.
332
332
Texto publicitário
333
a)
Capítulo
8
Pagar o pato. Significado: ser responsabilizado pe- Anotações
las consequências de ações realizadas por outras
pessoas.
b)
c)
d)
e)
333
333
de de propagandas-modelo, e é
para essas que queremos chamar LPemC_2018_BNCC_9A_Cap8.indd 334 08/05/18 08:02
334
334
Texto publicitário
335
Capítulo
8
Planejamento
O primeiro passo para produzir a propaganda logicamente Sugestão de
deve ser escolher o produto que será trabalhado. Feito isso, os
questionamentos a seguir facilitarão o trabalho do grupo:
Abordagem
1. Qual é o público-alvo desse produto?
2. Qual horário é o mais indicado para ser veiculada a propa-
ganda de vocês?
O imperativo publicitário é
3. Como esse produto normalmente é apresentado nas propa- o motor do mundo
gandas?
4. O que vocês podem fazer para criar uma propaganda dife- O vídeo indicado no link
rente?
abaixo pode ser usado para
5. A propaganda de vocês terá uma duração de quanto tem-
po? Atenção: o tempo deverá ser cronometrado. Lembre- debater com seus alunos a
-se: mais do que em qualquer outra situação, aqui tempo
realmente é dinheiro…
importância da publicidade
6. Que materiais serão necessários para produzir toda a pro- para a sociedade.
paganda?
7. Quais de vocês serão os personagens que estarão em cena? http://www.youtube.com/
8. O que cada um dos personagens falará? watch? v=zM Fq13 L _
9. Neste momento, valorizem a expressão verbal e corporal,
tendo em vista o tempo e a necessidade de serem bem R0s&feature=related
compreendidos.
10. Como será o desfecho da propaganda? É importante fechar
o texto com um slogan.
BNCC – Habilidades gerais
Avaliação
Dicionário
1.A avaliação do trabalho do grupo será feita durante a apre- EF69LP02 EF69LP09
sentação para o professor e para a turma. Nesse momento, eles O slogan é um sucinto EF69LP06 EF69LP14
analisarão o trabalho dos grupos tendo como base os seguintes e ritmado textinho, uma
questionamentos: breve expressão, que EF69LP07 EF69LP15
pretende encapsular o
Aspectos analisados Sim Não valor que se quer atribuir a EF69LP08 EF69LP16
determinada empresa ou
A propaganda está adequada ao público-alvo e ao ho- produto e, assim como a
rário de exibição? logomarca, é fácil de ser
lembrado pelo consumidor.
O tempo de apresentação foi rigidamente cronometrado?
O grupo conseguiu fazer uma propaganda diferente BNCC – Habilidades específicas
das habituais?
Os personagens conseguiram se expressar com clareza? EF89LP02 EF09LP04
O desfecho foi adequado?
335
EF89LP11
Anotações
335
Metonímia é a substituição
de um termo por outro que
Antes de
com ele tem relação de sen- começar a ler
tido lógica e constante. Há Os textos que você vai
ler agora são anúncios F/Nazca S&S
entre os termos afinidade publicitários produzidos 26o Anuário da Criação
pela agência publicitária
ou continuidade de sentido. F/Nazca S&S para a
fundação S.O.S. Mata
“Hoje é dia de sofá”, foi o Atlântica, uma organização
não governamental
slogan da rede de locadoras destinada à proteção desse
ecossistema. Leia-os
336
336
Texto publicitário
337
Capítulo
8
Sugestão de
Desvendando os segredos do texto Compartilhe
ideias
337
Anotações
337
gandas o uso de pseudo- b) Nesse anúncio, a palavra você se refere às mesmas pessoas
extraconfortável, etc.
338
Anotações
338
338
Texto publicitário
339
Capítulo
8
d) Como vimos na primeira parte deste capítulo, em muitos tex-
tos publicitários é comum a utilização de verbos flexionados no
modo imperativo, o que impõe ao interlocutor a ordem para rea-
lizar as ações desejadas pelo anunciante. No caso do anúncio
da questão, que verbo é utilizado com esse propósito?
Denuncie.
339
339
gia.org.br/ileel/artigos/arti- Sigla
go_386.pdf. A sigla é uma palavra formada a partir da união da letra ou
da sílaba inicial de cada um dos componentes da expressão ou
título. Observe:
Polícia Militar = PM
Sistema Único de Saúde = SUS
Universidade de Pernambuco = UPE
Fundação Nacional do Índio = Funai
340
Sugestão de
LPemC_2018_BNCC_9A_Cap8.indd 340 08/05/18 08:02
Abordagem
340
340
Texto publicitário
341
Capítulo
8
Neologismo
A língua sempre está mudando. O português que nossos
avós falavam não é o mesmo que nossos pais falavam quando
jovens, que, por sua vez, é diferente do nosso. A todo momen- Dicionário
to, palavras nascem (neologismos), transformam-se ou mor-
rem (arcaísmo). Por isso é comum, e certo, dizer que a língua Arcaísmo: Palavra ou
construção antiga e fora
é um “organismo” vivo que acompanha as demandas e trans-
de uso atual utilizada
formações sociais. apenas para se recriar
Por exemplo, o campo da tecnologia, com sua aparente in- uma época.
finita capacidade de inventar dispositivos, práticas e serviços,
tem sido um espaço fértil para os neologismos.
Copyright: http://1.bp.blogspot.
com/-fkIRpzf5or4/UQRYWftZxZI/
AAAAAAAACeY/kqF2psxI9aU/s1600/
macumbeiro+moderno.jpg.
341
stockyimages I Shutterstock
tural da pele exposta ao sol e pode
vras, como ocorre com petista ser aplicado sobre o corpo e o ros-
2. As siglas têm o plural marcado 1. (Ipad) É correto afirmar que o texto possui a função de:
com o acréscimo de s, não ’s. a) Informar sobre pontos comuns a todos os produtos de prote-
ção solar da empresa.
Observe: ONGs (não ONG’s, b) Discutir cientificamente a composição química do produto.
para organizações não gover- c) Fazer uma campanha de prevenção ao câncer de pele.
d) Caracterizar o bloqueador solar Golden Plus.
namentais), CEPs (não CEP’s, e) Comparar o produto com o da concorrência.
para Códigos de Endereçamen- 2. (Ipad) Leia as afirmações seguintes sobre o texto 1.
tos Postais). Caso a sigla repre- 1. É predominantemente narrativo por apresentar uma sequên-
o Ministério da Educação, mas Caso a sigla seja de uso muito são escritas apenas com a ini-
originalmente designava o Mi- comum, dispensa-se a relação cial maiúscula. Observe: IEL,
nistério da Educação e Cultura. com o nome original. SUS, DVD, USP, IML, FGTS,
5. Siglas grafadas com até três UFRPE, CPRH, Ibama, Otan,
4. Nos textos, normalmente es- Fuvest, Senai, Incra, Impe,
crevemos a expressão com- letras são escritas com letras
maiúsculas, mesmo que pos- Unicamp, etc.
pleta seguida da sigla, escrita
entre parênteses. Na segunda sam ser pronunciadas como
ocorrência no mesmo texto, uma palavra. Já as siglas com
escrevemos apenas a sigla. mais letras que podem ser pro-
nunciadas como uma palavra
342
342
Texto publicitário
343
Capítulo
8
3. Assinale a alternativa que contém, respectivamente, as pala-
vras com o mesmo sentido de bloqueador e sensível no texto.
a) Protetor e sentimental.
b) Bronzeador e delicada.
c) Protetor e delicada.
d) Defensor e sentimental.
e) Bronzeador e delicada.
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Sugestão de
Abordagem
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que dariam às suas ações.
Depois, encaminhavam suas
propostas para agências de
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Texto publicitário
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Capítulo
8
É hora de produzir
Sugestão de
Antes de começar a escrever Abordagem
Como vimos, o texto publicitário é marcado pela intenção de levar o interlocutor a desem-
penhar determinadas atitudes, como comprar, doar, investir, etc. Com os anos, esse tipo de
texto vem se desenvolvendo bastante e, hoje, é parte inseparável do nosso cotidiano e da Essa proposta de produção,
nossa história. Não entendeu? Alguma vez você já se deu conta de que, em época de elei- como se vê, envolve uma
ção, a propaganda dos candidatos é o que normalmente faz a diferença? Pois bem: lá está
o texto publicitário, procurando convencer os eleitores de que cada candidato é a pessoa demanda muito grande de
mais indicada para nos governar.
gêneros. Caso haja tempo,
Proposta seria interessante promo-
Agora, toda a turma voltará aos grupos que trabalharam na produção do debate político ver na escola uma semana
do capítulo anterior, com os mesmos candidatos e assessores. O objetivo agora será pro- eleitoral, em que os alunos
duzir a propaganda eleitoral de cada candidato. Neste trabalho, os grupos deverão elaborar
propagandas que normalmente são feitas em época de campanha, como slogans, santi- de todas as turmas do 9º
nhos, jingles, panfletos, vídeos, etc. Os grupos deverão valorizar ao máximo a criatividade
e o bom humor. A propósito: o objetivo, evidentemente, será promover os candidatos e
ano pudessem eleger, por
levá-los a vencer a eleição. exemplo, um representante
do ano para ser seu porta-
Planejamento
Antes de começar os trabalhos efetivamente, cada grupo deverá se reunir e traçar as
-voz junto à direção, aos
estratégias da campanha. Neste momento, discutam: professores, à coordena-
1. Quantos textos serão produzidos? ção, etc. O evento marcaria
2. Que gêneros textuais serão utilizados?
bem demandas comunicati-
3. Haverá alguma propaganda para ser veiculada na televisão?
4.
vas que envolveriam a pro-
Quais serão as propostas de campanha do candidato?
5. Entre essas propostas, quais têm mais apelo popular? dução e recepção de inú-
6. Que pontos positivos devem ser explorados nos textos e quais devem ser omitidos? meros textos publicitários.
7. Que materiais serão necessários?
Avaliação
BNCC – Habilidades gerais
1. O professor marcará com a turma um dia para a apresentação dos grupos e avaliação
dos trabalhos. Nesse dia, procurem estar com todos os materiais preparados para apresen-
tá-los à turma, como se fosse realmente época de campanha. EF69LP02 EF69LP09
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EF69LP06 EF69LP14
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346
Texto publicitário
347
Capítulo
8
A escrita em questão
o tempo, essas palavras sejam
1.Qual é o principal argumento de quem defende que os estrangeirismos e os emprésti-
mos empobrecem a língua? aportuguesadas. Então, de posse
Sugestão de resposta: O senso comum acredita que a frequência de uso de termos estran- de uma palavra “nova”, aportugue-
geiros faz com que, aos poucos, deixemos de falar português para falar outra língua. sada, “devolvemos” a palavra em-
prestada.
2. Que contra-argumento você daria à opinião apresentada na questão anterior? Em todo caso, é importante obser-
Sugestão de resposta: Os estrangeirismos e os empréstimos enriquecem a língua, são em- var que, em ambos os processos,
pregados conforme as nossas necessidades comunicativas. não devemos considerar apenas
3. Agora, leia a tirinha a seguir: os significantes em questão.
PREÁ E CAFÉ/Eudson e Lécio
Muitas vezes, o significado tam-
bém é importado, trazendo consi-
go forte valor semântico e pragmá-
tico. Ora, língua e sociedade são
elementos indissociáveis. Assim,
quando tomamos emprestado o
a) Que palavras estrangeiras identificamos nessa tirinha? termo cheese (queijo, em inglês),
Brother e news. nós o adaptamos à estrutura fono-
b) Qual delas é utilizada normalmente na linguagem informal?
lógica da nossa língua e importa-
Brother. mos a cultura de que ele faz parte.
Isto é: nós o tomamos emprestado
c) Um ponto de vista interessante sobre o uso de estrangeirismos e empréstimos linguísti-
cos é o fato de que, na maioria das vezes, os empregamos sem perceber. Como isso fica e o convertemos simplesmente em
claro na tirinha?
X (como em x-burguer), mas isso
Esse ponto de vista fica claro no último quadrinho, quando percebemos que o nome do jor-
só aconteceu porque importamos
nal (TV News) possui um estrangeirismo. Ou seja, o próprio nome do jornal contradiz a sua
também princípios da geração
posição a respeito do uso do estrangeirismo.
sanduíche, com seus hambúrgue-
res, batatas fritas e Coca-Cola. O
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mesmo aconteceu na origem len-
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dária da palavra forró. Conta-se
que durante a construção das li-
Leitura Complementar nhas férreas do Nordeste brasileiro
no final do século XIX, os ingleses
Para Câmara Jr. (1998), o emprés- velando-se estrangeiros nos fone- promoviam festas for all (para to-
timo ocorre quando uma língua X mas, na flexão e até na grafia. dos), nas quais o acesso era livre.
acaba por integrar uma unidade Quando é sentido como necessá- Ou seja, independentemente de
ou um traço linguístico que exis- rio, ou pelo menos útil, o vocábulo nacionalidade e classe social, os
tia precedentemente em uma lín- estrangeiro tende a adaptar-se à ingleses e os operários se diver-
gua Y. Já os estrangeirismos são fonologia e à morfologia da língua tiam juntos. Logo, os nordestinos
os empréstimos vocabulares não que o toma emprestado. No nos- transformaram o for all em forró,
integrados à língua nacional, re- so caso, o uso faz com que, com isto é, uma festa para todos.
347
Sugestão de EN
crenças e valores, levando-nos às compras ou a comportamentos
supostamente desejáveis. São as propagandas. Na TV, em jornais e
Abordagem revistas, em outdoors, nas rádios, em panfletos, em filmes, na Inter-
net, etc., esses textos muitas vezes prometem resolver nossos pro-
blemas e ressaltam as inúmeras vantagens de se aderir à ideia vei-
O texto publicitário utiliza culada ou de se adquirir o produto/serviço vendido. As propagandas
muitas vezes são alvo de críticas, por incentivar o consumismo, mas
frequentemente palavras esses textos também podem educar ou orientar a população — por
estrangeiras com o propósi- exemplo, na promoção da saúde e do bem-estar, por meio de textos
prescritivos de cunho educativo e lúdico. Analise o texto a seguir.
to de tornar o produto mais
atraente ao consumidor. A
ideia é a de que essas pa-
lavras agregam valor justa-
mente devido à impressão
do senso comum de que
produtos importados têm
melhor qualidade. Seria in-
teressante pedir aos alunos
que fizessem uma busca de
a) Que tipo de conselho o anúncio dá na primeira parte (“As coisas mais importantes pre-
anúncios, rótulos, panfletos, cisam ser ditas em vida”)?
etc. em que possam iden- O conselho é que devemos falar tudo que é importante enquanto estamos vivos.
tificar o uso de estrangei-
b) Na segunda parte (“Diga para o mundo que você é doador de órgãos”), há uma nova
rismos com essa finalidade leitura da primeira, isto é, o conselho é feito agora com mais ênfase, ganhando o sentido
comercial. de ordem. Que recurso linguístico expressa essa ordem?
A ordem é expressa por meio da flexão do verbo no modo imperativo (diga).
Anotações
BNCC – Habilidades específicas
EF89LP02 EF89LP27
EF89LP04 EF89LP28
EF89LP16 EF89LP30
EF89LP22 EF89LP31
EF89LP26 EF89LP37
348
348
Texto publicitário
349
Capítulo
8
2. Para despertar a atenção e o interesse do interlocutor com
os textos publicitários, sendo estes os primeiros estágios que
levam ao desejo e à ação (geralmente comprar), é recorrente o Aprenda
mais!
uso de uma linguagem criativa e livre, em que a expressivida-
de é buscada no uso inusitado das palavras, nas relações de Polissemia é um
ideias incomuns, na quebra de expectativa, que gera o humor, fenômeno linguístico
entre outras estratégias. Nesse sentido, a polissemia é um em que uma palavra ou
expressão em contexto
produtivo recurso linguístico que prende a atenção e o interes- específico apresenta mais
se, leva o interlocutor a refletir, fazendo a informação perdurar de um sentido possível.
mais tempo na memória e associando a marca a uma imagem
positiva. Explique o uso da polissemia no slogan abaixo.
Número 1 em
Inglês é mais que inglês. É cultura. recomendações de dentistas
349
349
VENDAS Quem quizer comprar hum pomar, na estrada da Caza Grande, que
vai para a ribeira, que foi do falecido boticário Gilberto de Pádua, pode dirijir-se a
Dona Fabiana Gitana, que esta passando a festa no Engenho do Prata.
350
350
350
Texto publicitário
351
Capítulo
8
A língua, como forma de interação social, revela-se, entre outros aspectos, um objeto de
estudo flexível, mutável no tempo, no espaço e segundo as pessoas que proferem os dis-
cursos e para quem são proferidos. E as marcas dessa pluralidade são percebidas desde Sugestão de
as unidades mínimas de sua estrutura, como ocorre nos processos de formação de pala- Abordagem
vras. Pensando nisso, analise as sentenças a seguir e considere-as verdadeiras ou falsas.
351
Sugestão de
universo da fama dessas pessoas.
com os leitores, como vocativo dos produtos ou serviços de determinadas marcas, comentando seus pontos positivos e
negativos, preços, além de mostrarem aos seguidores como acessá-los. É muito comum
afetivo “Olá, meus amores” e também posts com “batalhas de produtos” e listas do tipo “Top 10” em que se comparam e
se elegem o que “vale mais a pena”. Claro, o layout desses textos e vídeos é carregado de
perguntas retóricas “[...] vamos uma linguagem que conduz os seguidores a pensarem como aquele produto é “indispensá-
conferir?”. vel” para sua rotina. Pensando nisso, assista a algum vídeo ou leia alguma resenha do tipo
Top 10 para responder às questões a seguir.
Linguagem apelativa ao con- a) Quem foi o influenciador digital que você analisou?
sumo do produto e à participa- b) Qual é o perfil do seu público-alvo?
c) Quais foram os produtos apresentados?
ção do leitor seguidor, como d) Como é feita a abordagem dos produtos? Observe a linguagem, o jogo de imagens, as
“Quais são os favoritos de vo- avaliações sobre os produtos, etc.
e) Em seu caderno, produza uma análise das estratégias argumentativas utilizadas para
cês, galera? Me contem!”. convencer o público. Apresente recursos textuais que justifiquem sua análise e depois
discuta com a turma.
Detalhamento das característi-
cas de cada um dos produtos
da marca, além da experiência
do influenciador com os pro-
dutos, trazendo inclusive a fai-
xa de preço. 352
352
352
9 Ensin
oF
und
am
enta
l
353
o Ano
9
Licenciado em Letras pela UFPE e pós-graduado em Linguística e Ensino.
Autor de Contextualizando a Gramática e da coleção Língua Portuguesa em Contexto.
É editor do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio da Editora Construir.
CDU 806.90-5
CDD 469.5
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei no 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.
Impresso no Brasil
2a edição
354
354
Apresentação
Os textos permeiam os mais diversos aspectos da nossa vida. No
enredo daquele filme, no noticiário, naquele blog ou em uma revista de
história em quadrinhos, ele está lá, a serviço da nossa comunicação e
facilitando a nossa vida para que possamos entender uns aos outros.
Se formos analisar a quantidade de gêneros textuais presentes desde
o livro didático até o smartphone, passando pela bula do remédio, encon-
traremos uma infinidade deles. Isso é um dificultador? De jeito nenhum!
Isso mostra o quanto dispomos de uma riqueza enorme de meios para
expressar opiniões, sentimentos, dúvidas, novidades...
A coleção Gêneros, Leitura e Análise buscou disponibilizar um pouco
desse universo — um pouco mesmo, pois ele é imenso! — para que pos-
samos não só exercitar a nossa compreensão de textos como o nosso
conhecimento da Língua Portuguesa. Nada melhor do que exercitar com
exemplos práticos, com aquilo que vivenciamos. Para isso, cada texto foi
cuidadosamente selecionado para que você leia, compreenda e, sobre-
tudo, reflita. Para trazer novos conhecimentos e novos questionamentos
também. Porque, à medida que conhecemos mais, mais curiosidades e
dúvidas desenvolvemos e, portanto, maior torna-se a nossa vontade de
aprender.
E esse processo não acaba nunca, isso é apenas o começo. Portan-
to, esperamos que para você seja um bom começo.
Boa leitura, boa reflexão, boa análise e bom trabalho!
355
Capítulo
1 Conto social--------------------------------------------------------------- 6
Texto 1 – Trabalhadores do Brasil ------------------------------------ 6
Texto 2 – O poço ---------------------------------------------------------- 12
É hora de produzir ------------------------------------------------------ 16
Capítulo
2 Conto psicológico ------------------------------------------------------ 18
Texto 1 – Uma esperança ---------------------------------------------- 18
Texto 2 – O peru de Natal ---------------------------------------------- 24
É hora de produzir ------------------------------------------------------ 28
Capítulo
3 Artigo expositivo e artigo de divulgação científica---------- 30
Texto 1 – Fome e desperdício de alimentos ----------------------- 30
Texto 2 – Lixo hospitalar ------------------------------------------------ 32
É hora de produzir ----------------------------------------------------- 36
Capítulo
4 Notícia----------------------------------------------------------------------- 38
Texto 1 – Erro do capitão provocou a
morte de quase 800 imigrantes --------------------------------------- 38
Texto 2 – Dengue já fez mais vítimas
que em 2014 no Recife ------------------------------------------------- 42
É hora de produzir ------------------------------------------------------ 44
356
356
Capítulo
5 Reportagem e infográfico -------------------------------------------- 46
Texto 1 – Inteligência a serviço do mal ------------------------------ 46
Texto 2 – Índice de obesidade no Brasil
aumenta 54% em seis anos ------------------------------------------- 54
É hora de produzir ------------------------------------------------------ 58
Capítulo
6 Editorial e artigo de opinião ----------------------------------------- 60
Texto 1 – Como crescer sem dor ------------------------------------- 60
Texto 2 – Preconceito contra crianças e idosos é enorme ----- 64
É hora de produzir ------------------------------------------------------ 66
Capítulo
7 Debate----------------------------------------------------------------------- 68
Texto 1 – Serão menores, todos os menores? -------------------- 68
É hora de produzir ------------------------------------------------------ 70
Capítulo
8 Texto publicitário -------------------------------------------------------- 72
Texto 1 – Incondicionalidade mãe ----------------------------------- 72
Texto 2 – Compras solidárias ------------------------------------------ 74
Texto 3 – Igualdade de sexos ----------------------------------------- 76
Texto 4 – Doe sangue --------------------------------------------------- 78
É hora de produzir ------------------------------------------------------ 79
357
358
358
Capítulo
1
Uma mulher esturrada, de alpargata e vestido muito largo, aproximou-se e parou à sua
frente. O homem levantou a cabeça:
— Você, Maria.
Ela moveu o rosto com dificuldade e fez o possível para sorrir, fixando atenta e profun-
damente a cara do homem.
— Aconteceu alguma coisa?
— Não — murmurou a mulher.
O homem pôs a fotografia e o lápis na mesa e esperou que a mulher falasse. Olhavam-
-se como duas pessoas de intensa convivência.
— Não houve mesmo nada? — tornou o homem.
— Claro que não, Zé. Eu vim à toa.
— E os meninos?
— Mamãe está lá com eles.
— Como é que você arranjou para vir até aqui?
— Uai, eu vim.
— A pé? Você não devia ter vindo, Maria. Estou achando que houve alguma coisa.
— Não teve nada, não. Mamãe chegou lá em casa, e então eu aproveitei para dar um
pulo até aqui.
— Ah — o homem sorriu. E uma onda de carinho, quase imperceptível, assomou-lhe o
rosto lento e sofrido.
— Fez alguma coisa hoje, Zé?
— Fiz um — respondeu levantando-se. — Senta aqui. Você deve estar cansada.
A mulher sentou no tamborete, desajeitada.
— Você não devia ter vindo, Maria — disse o homem.
— Eu sei, mas me deu vontade. Mamãe ficou lá com os meninos.
— Mas ela não estava doente?
— Você sabe como mamãe é.
— E o Toninho?
— Está lá.
— O carnegão saiu?
A mulher fez sim com a cabeça e, em seguida, olhou para o abrigo, onde havia pequenas
lojas de frutas, café, pastelaria.
— Espera um pouquinho aí — disse o homem, e caminhou na direção de uma das lojas.
A mulher permaneceu sentada no tamborete, observou por um momento o vendedor de
agulhas, que continuava gritando, depois deteve a vista na foto de Getúlio Vargas sorrindo
para os trabalhadores do Brasil. O homem reapareceu com um saquinho manchado de
gordura.
— Esses pastéis.
— Oh, Zé, para que você fez isso?
— Vamos, come um.
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360
360
361
O conto se passa em apenas uma cena. O principal fato narrado é a visita inesperada de Maria a
Ele trabalhava num abrigo de bonde. Era especialista em colorir retrato e caricaturista.
Getúlio Vargas.
O termo destacado expressa uma informação muito importante sobre o trabalho de Zé.
Analisando esse termo no contexto em que ocorre, avalie as afirmações que seguem:
I. Seu sentido é apenas temporal.
II. Expressa o talento e facilidade de Zé para fazer caricaturas.
III. Expressa o modo como Zé fazia caricaturas, isto é, sem demora.
IV. Não haveria mudança de sentido se substituíssemos esse termo por rapidamente.
V. O sentido não se manteria o mesmo caso o termo destacado fosse substituído por num
piscar de olhos.
10
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362
Capítulo
1
Estão corretas:
a) I, IV e V.
b)
X II, III e IV.
c) II, III e V.
d) I, II e IV.
e) II, III, IV e V.
Estão corretas:
a) I e II.
b) III e IV.
c) I e IV.
d)
X IV e V.
e) II, III e V.
8. Devido à sua curta extensão, os contos muitas vezes deixam abertas algumas lacunas
para serem preenchidas pelo leitor. Pensando nisso, analise as afirmações seguintes:
I. O narrador não deixa claro qual é o tipo de relação ou parentesco existente entre Zé e Maria.
II. Maria costumava visitar Zé no trabalho.
III. Não é possível saber se Zé e Maria são casados e se os meninos de que falam são seus
filhos.
IV. A mãe de Maria parece ajudá-la bastante.
V. Zé e Maria levavam uma vida muito difícil, com pouco dinheiro.
VI. Zé e Maria não se davam muito bem, dadas as dificuldades que enfrentavam, como a
falta de dinheiro.
Estão corretas:
a) I, III, IV e V.
X
b) I, II, V e VI.
c) I, II, III e IV.
d) III, V e IV.
e) I, II e V. 11
363
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364
364
Capítulo
1
13
365
1. Nesse conto, o autor denuncia a injustiça social e a alienação dos trabalhadores que
são explorados. Pensado nisso, justifique essa afirmativa usando, pelo menos, dois trechos
do texto.
Sugestões de resposta: “Joaquim vai visitar a obra com um visitante. Fica tomado de raiva por ver
que os operários não estão trabalhando no poço.” “Quando (Joaquim Prestes) volta do almoço,
Albino (trabalhador) está ardendo em febre. Mesmo assim, Joaquim não se compadece. Quer a
Narrador-observador, onisciente.
14
366
366
Capítulo
1
3.Analisando o papel do personagem Joaquim Prestes nesse conto, ele seria protagonis-
ta ou antagonista? Justifique sua resposta.
Nessa análise, esperamos que o aluno perceba a inversão de papéis criada por Mário de Andrade.
é o personagem José, que o enfrenta. No entanto, as ações de ambos nos levam a considerar o
contrário.
4.Quando Joaquim, o dono das terras, resolveu fazer um poço, chamou seis empregados
para realizar a obra. Por que essa atitude provocou um conflito entre o protagonista e os
trabalhadores?
Porque os trabalhadores não queriam realizar a obra, pois temiam contrair malária no aguaceiro.
5.Leia o trecho: “Albino, já está doente, ‘fraco do peito’ […]”. O que certamente quer dizer
a expressão em destaque?
Que Albino está certamente com pneumonia ou mesmo tuberculose. Essa suposição pode ser feita
15
367
Proposta
Originária da língua inglesa, a palavra brainstorming significa “tempestade de ideias”.
Nesta atividade, com a ajuda do professor você e seus colegas anotarão no quadro, pri-
meiramente, palavras ou expressões cuja significação esteja associada a algum problema
social, como miséria, violência e exploração sexual. Em seguida, vocês farão o mesmo
16
368
368
Capítulo
1
com nomes de pessoas, isto é, substantivos próprios. Os nomes definidos pela turma serão
personagens dos contos que cada aluno produzirá. Feito isso, será o momento de escrever
um adjetivo, ou expressões de valor adjetivo, para cada nome próprio. Ou seja, cada per-
sonagem terá ao menos um adjetivo qualificando-o. Observe alguns exemplos:
Terminado o brainstorming, cada aluno deverá escolher os termos que achar mais inte-
ressantes para escrever um conto social que será apresentado para toda a turma.
Planejamento
O planejamento é muito importante para a realização da atividade de forma clara, objeti-
va e sem desperdício de tempo. Para isso, atente para as seguintes perguntas:
1. Qual será o tema do conto?
2. Quais serão os personagens?
3. Como os personagens serão qualificados?
4. De que maneira se dará o conflito no conto?
5. Como ocorrerá o clímax?
6. Que solução você dará ao conflito?
Avaliação
1.A avaliação dos contos será feita por toda a turma e pelo professor durante as apresen-
tações. Nessa avaliação, cada aluno deverá observar os seguintes aspectos:
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Capítulo
2
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Capítulo
2
21
373
No texto de Clarice Lispector, podemos atribuir dois sentidos à palavra esperança. Expli-
que quais são esses dois sentidos e como eles contribuem para a narrativa psicológica.
A palavra pode se referir ao inseto ou ao sentimento. Essas duas significações possibilitam a
narração de duas histórias, comum nos contos psicológicos. É importante mostrar aos alunos
que essa duplicidade semântica permite à autora narrar a vida interior dos personagens a partir
de fatos externos. Assim, quando a narradora diz que não sabia “se chegara infelizmente a hora
certa de perder a esperança”, por exemplo, podemos chegar a duas interpretações: uma em relação
ao inseto e outra referente à própria narradora e sua relação com o sentimento de esperança,
2. No início do conto, a narradora apresenta seu ponto de vista sobre a esperança. Qual é
esse ponto de vista?
Para ela, a esperança é, muitas vezes, ilusória, mas sempre nos sustenta.
22
374
374
Capítulo
2
a) Que fato é exterior à narrativa psicológica?
O inseto pousou na parede da casa.
4.Como ocorre normalmente nos textos narrativos, também nos contos psicológicos po-
demos identificar a presença de vilões, isto é, personagens antagonistas ou obstáculos que
se põem no caminho do protagonista. Por essa perspectiva, responda:
I. “[…] esperança é coisa secreta e costuma pousar diretamente em mim, sem ninguém
saber, e não acima de minha cabeça numa parede […]”.
II. “Eu disse fracamente, confusa, sem saber se chegara infelizmente a hora certa de perder
a esperança…”
23
375
O peru de Natal
Mário de Andrade
O nosso primeiro Natal de família depois da viu ir ao cinema, de luto pesado! A dor já esta-
morte de meu pai, acontecida cinco meses an- va sendo cultivada pelas aparências, e eu, que
tes, foi de consequências decisivas para a fe- sempre gostara apenas regularmente de meu
licidade familiar. Nós sempre fôramos familiar- pai, mais por instinto de filho que por esponta-
mente felizes, nesse sentido muito abstrato da neidade de amor, me via a ponto de aborrecer
felicidade: gente honesta, sem crimes, lar sem o bom do morto.
brigas internas nem graves dificuldades econô- Foi decerto por isso que me nasceu, esta
micas. Mas, devido principalmente à natureza sim, espontaneamente, a ideia de fazer uma
cinzenta de meu pai, ser desprovido de qual- das minhas chamadas “loucuras”. Essa fora
quer lirismo, de uma exemplaridade incapaz, aliás, e desde muito cedo, a minha esplêndi-
acolchoado no medíocre, sempre nos faltara da conquista contra o ambiente familiar. Desde
aquele aproveitamento da vida, aquele gos- cedinho, desde os tempos de ginásio, em que
to pelas felicidades materiais, um vinho bom, arranjava regularmente uma reprovação todos
uma estação de águas, aquisição de geladeira, os anos; desde o beijo às escondidas, numa
coisas assim. Meu pai fora de um bom errado, prima, aos dez anos, descoberto por Tia Velha,
quase dramático, o puro-sangue dos desman- uma detestável de tia; e principalmente desde
cha-prazeres. as lições que dei ou recebi, não sei, de uma
Morreu meu pai, sentimos muito, etc. Quan- criada de parentes: eu consegui no reformató-
do chegamos nas proximidades do Natal, eu já rio do lar e na vasta parentagem, a fama conci-
estava que não podia mais pra afastar aquela liatória de “louco”. “É doido, coitado!”, falavam.
memória obstruente do morto, que parecia ter [...]
sistematizado pra sempre a obrigação de uma Era costume sempre, na família, a ceia de
lembrança dolorosa em cada almoço, em cada Natal. Ceia reles, já se imagina: ceia tipo meu
gesto mínimo da família. Uma vez que eu suge- pai, castanhas, figos, passas, depois da Missa
rira à mamãe a ideia dela ir ver uma fita no ci- do Galo. Empanturrados de amêndoas e nozes
nema, o que resultou foram lágrimas. Onde se (quanto discutimos os três manos por causa
24
376
376
Capítulo
2
dos quebra-nozes...), empanturrados de casta- do, tímidos como pombas desgarradas, até que
nhas e monotonias, a gente se abraçava e ia minha irmã resolveu o consentimento geral:
pra cama. Foi lembrando isso que arrebentei — É louco mesmo!...
com uma das minhas “loucuras”: Comprou-se o peru, fez-se o peru, etc. E de-
— Bom, no Natal, quero comer peru. pois de uma Missa do Galo bem mal rezada, se
Houve um desses espantos que ninguém deu o nosso mais maravilhoso Natal. Fora en-
não imagina. Logo minha tia solteirona e santa, graçado: assim que me lembrara de que final-
que morava conosco, advertiu que não podía- mente ia fazer mamãe comer peru, não fizera
mos convidar ninguém por causa do luto. outra coisa aqueles dias que pensar nela, sentir
— Mas quem falou de convidar ninguém! ternura por ela, amar minha velhinha adorada.
essa mania... Quando é que a gente já comeu E meus manos também estavam no mesmo
peru em nossa vida! Peru aqui em casa é prato ritmo violento de amor, todos dominados pela
de festa, vem toda essa parentada do diabo... felicidade nova que o peru vinha imprimindo na
— Meu filho, não fale assim... família. De modo que, ainda disfarçando as coi-
— Pois falo, pronto! sas, deixei muito sossegado que mamãe cor-
E descarreguei minha gelada indiferença tasse todo o peito do peru. Um momento aliás,
pela nossa parentagem infinita, diz-que vin- ela parou, feito fatias um dos lados do peito da
da de bandeirantes, que bem me importa! Era ave, não resistindo àquelas leis de economia
mesmo o momento pra desenvolver minha teo- que sempre a tinham entorpecido numa quase
ria de doido, coitado, não perdi a ocasião. Me pobreza sem razão.
deu de sopetão uma ternura imensa por ma- — Não senhora, corte inteiro! Só eu como
mãe e titia, minhas duas mães, três com minha tudo isso!
irmã, as três mães que sempre me divinizaram Era mentira. O amor familiar estava por tal
a vida. Era sempre aquilo: vinha aniversário de forma incandescente em mim, que até era ca-
alguém e só então faziam peru naquela casa. paz de comer pouco, só pra que os outros qua-
Peru era prato de festa: uma imundície de pa- tro comessem demais. E o diapasão dos outros
rentes já preparados pela tradição, invadiam a era o mesmo. Aquele peru comido a sós, redes-
casa por causa do peru, das empadinhas e dos cobria em cada um o que a quotidianidade aba-
doces. fara por completo, amor, paixão de mãe, paixão
Não, não se convidava ninguém, era um de filhos. Deus me perdoe, mas estou pensan-
peru pra nós, cinco pessoas. E havia de ser do em Jesus... Naquela casa de burgueses
com duas farofas, a gorda com os miúdos, e bem modestos, estava se realizando um mila-
a seca, douradinha, com bastante manteiga. gre digno do Natal de um Deus. O peito do peru
Queria o papo recheado só com a farofa gorda, ficou inteiramente reduzido a fatias amplas.
em que havíamos de ajuntar ameixa-preta, no- — Eu que sirvo!
zes e um cálice de xerez [...]. “É louco, mesmo”, pois por que havia de
Quando acabei meus projetos, notei bem, servir, se sempre mamãe servira naquela casa!
todos estavam felicíssimos, num desejo dana- Entre risos, os grandes pratos cheios foram
do de fazer aquela loucura em que eu estou- passados pra mim e principiei uma distribuição
rara. Bem que sabiam, era loucura sim, mas heroica, enquanto mandava meu mano ser-
todos se faziam imaginar que eu sozinho é que vir a cerveja. Tomei conta logo de um pedaço
estava desejando muito aquilo e havia jeito fácil admirável da “casca”, cheio de gordura, e pus
de empurrarem pra cima de mim a... culpa de no prato. E depois vastas fatias brancas. A voz
seus desejos enormes. Sorriam se entreolhan- severizada de mamãe cortou o espaço angus-
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Capítulo
2
1. Por que, segundo o autor, a sua família era considerada feliz?
Porque estava dentro dos padrões de uma família patriarcal burguesa, honesta, unida, sem graves
problemas financeiros.
perda do ente do que propriamente pela saudade. Já o narrador, que não tinha muito apego ao pai,
não suportava mais a situação de luto permanente e tentava restabelecer a alegria da casa.
3.Por que o narrador era considerado louco? Qual foi a “loucura” que desencadeou a
trama do conto?
Porque ele não se preocupava em manter as aparências e se prevalecia da sua condição de “louco”
para falar e fazer o que tinha vontade. Ele teve a ideia de a família comer peru no Natal, apesar do
luto.
4.No trecho “Meu pai, com sua figura cinzenta, vinha pra sempre estragar nosso Natal,
fiquei danado” e em diversas passagens do texto, ao mencionar o pai, que imagem o nar-
rador transmite sobre o personagem?
De um homem austero, castrador.
Por que o narrador afirma que o primeiro Natal após o falecimento de seu pai fora de
5.
consequências decisivas para a felicidade familiar?
Porque a ideia de realizar um ceia de Natal, apesar do luto, fez com que diversos sentimentos es-
pontâneos, inibidos pela estrutura patriarcal da família, aflorassem e que os familiares, pela primeira
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Capítulo
2
Proposta
Agora, você produzirá um conto psicológico demonstrando seu posicionamento crítico
sobre a sociedade atual, exatamente como fez Machado de Assis em sua época. Lembre-
-se de que seu texto não pode ser colocado de forma clara, ou seja, ao longo do conto deixe
pistas para o leitor “ler as entrelinhas”.
Planejamento
Como seu texto será um conto psicológico, será necessário definir como você abordará
a realidade interior. Pense nisto:
1. Escolha uma situação, um momento. Pode ser um acontecimento que lhe cause indig-
nação ou estranheza social.
2. Elabore o conto a partir de alguma experiência do cotidiano que lhe causou estranha-
mento. É nesse momento que você sairá da realidade para o campo da ficção.
3. Construa os personagens. É importante nessa etapa você problematizar os persona-
gens, com descrições não só físicas, mas também psicológicas.
4. Coloque o protagonista em contato com seu mundo interior. Essa é a parte em que você
começará a definir com se dará o conflito psicológico.
5. Como o conflito será resolvido? Lembre-se que os contos, como todo texto de ficção,
possui narrador, personagens, conflito, clímax e desfecho.
Avaliação
1. Para avaliar o seu texto, releia-o observando os seguintes aspectos:
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382
Capítulo
3
1. Segundo o texto, qual é a relação entre a fome e o desperdício de alimentos?
De acordo com o texto, há milhares de pessoas no mundo que passam fome porque também se
zinha do consumidor.
Por que medidas de controle de alimentos e campanha para melhor preparar e con-
2.
sumir esses alimentos não seriam suficientes para um maior acesso desses gêneros aos
famintos?
Porque a fome também está atrelada ao custo e ao consumo de alimentos, dois aspectos que de-
3.Que relação podemos estabelecer entre o desperdício de alimentos e o preço dos pro-
dutos?
Acredita-se que, se o desperdício não fizer mais parte dos cálculos de produção, os alimentos pas-
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Capítulo
3
para quem o descarta, pode não ter mais mitindo com isso reduzir o volume de resí-
serventia, mas, para outros, pode ser a ma- duos perigosos e a incidência de acidentes
téria-prima de um novo produto ou proces- ocupacionais, dentre outros benefícios à
so. Por isso, há necessidade de se refletir saúde pública e ao meio ambiente.
o conceito clássico e desatualizado de lixo. O acondicionamento dos RSS deve ser
Considerando os serviços de saúde, só em sacos ou recipientes que evitem vaza-
uma pequena parte dos resíduos derivados mentos e resistam às ações de punctura
da assistência necessita de tratamento es- e ruptura. A capacidade dos recipientes de
pecial. Uma adequada segregação diminui acondicionamento deve ser compatível com
significativamente a quantidade de RSS a geração diária de cada tipo de resíduo.
contaminados, impedindo a contaminação O tratamento do resíduo antes da dis-
da massa total dos resíduos gerados. posição final (aterro sanitário) consiste na
É responsabilidade dos serviços de saú- aplicação de método, técnica ou processo
de o gerenciamento de todos os RSS por que modifique as características dos riscos
eles gerados, atendendo às normas e exi- inerentes aos resíduos, reduzindo ou eli-
gências legais, desde o momento de sua minando o risco de contaminação, de aci-
geração até a sua destinação final, com o dentes ocupacionais ou de dano ao meio
objetivo de minimizar a produção de resí- ambiente.
duos e proporcionar aos resíduos gerados Nos serviços de saúde, fala-se em pre-
um encaminhamento seguro, de forma efi- paro de medicação, procedimentos cirúrgi-
ciente, visando à proteção dos trabalhado- cos, vacinação, procedimentos invasivos,
res, a preservação da saúde pública, dos sutura e coleta de exames. Dessa forma,
recursos naturais e do meio ambiente. há necessidade de se verificar qual tipo de
resíduo determinada assistência produz.
Segregação e tratamento Exemplificando-se o preparo de medica-
A segregação dos RSS deve iniciar no ção, os resíduos gerados são: a embala-
momento e no local de sua geração, per- gem da seringa e da agulha, as quais têm
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Capítulo
3
1. Por que, segundo as autoras, o conceito mais comum de lixo precisa ser revisto?
Porque normalmente o lixo é associado a inutilidade, sujeira ou contaminação, e isso desconsidera
Segundo o artigo, podemos afirmar que todo lixo hospitalar é contaminado? O que po-
2.
demos fazer para reduzi-lo?
Não. Apenas uma parte do lixo hospitalar é contaminada e, se for feita uma separação adequada
dos resíduos contaminados, evita-se que a porção contaminada contamine o restante dos resíduos.
3. Que cuidados os profissionais envolvidos no manejo dos resíduos hospitalares devem ter?
Devem ter capacitação adequada para o manejo dos resíduos, ser submetidos a exames de saúde
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Proposta
Você redigirá um artigo expositivo sobre o sarampo, destrinchando as informações apre-
sentadas logo abaixo. Para tanto, faça uma pesquisa prévia em livros, revistas, jornais ou
na Internet, procurando abordar contágio, prevenção, sintomas e controle. Lembre-se de
que seu texto será apresentado na Feira de Conhecimentos da sua escola.
Sarampo
Manchas avermelhadas
Disponível em
www.eco4u.
wordpress.
com/2012/03/24/
sarampo-sinais-
sintomas-e-
tratamento-
conheca-mais-
essa-doenca/.
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Capítulo
3
Planejamento
1. Para produzir um bom artigo expositivo, é fundamental pesquisar o tema e selecionar
as informações mais relevantes sobre ele.
2. Organize as informações selecionadas e amplie sua pesquisa buscando várias fontes,
como sites, revistas e jornais. Cite pelo menos duas fontes para fundamentar as infor-
mações expostas.
3. Utilize informações recentes, pois nosso foco é o momento atual.
4. Durante a produção do texto, escreva com clareza e simplicidade. A linguagem conota-
tiva pode nos ajudar bastante a tornar nosso texto atraente ao leitor.
5. Considere a revista e o público aos quais seu texto se destina. Procure adaptar sua
linguagem ao perfil dos leitores.
6. Não use primeira pessoa.
7. Produza um título atraente.
Avaliação
1. Para avaliar seu artigo, reflita sobre os seguintes aspectos:
2. Com base nessa análise, reescreva seu artigo, fazendo as alterações apropriadas.
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ÍCI
N E
gÊ
OT
N i/Reuters
Imigrantes que
tentavam chegar à
Grécia são resgatados
após naufrágio.
Foto: Argiris Mantikos/Eurokiniss
O barco naufragou depois de ter colidi- Ali Malek, é inquestionável, segundo a pro-
do com o cargueiro português que tentava curadoria de Catânia, na Sicília, já que o
socorrê-los homem provocou o naufrágio por ter sobre-
O capitão da embarcação lotada com carregado o barco e se mostrar sem condi-
centenas de imigrantes e que naufragou no ções de realizar manobras adequadas.
fim de semana, foi designado pela procu- Essa catástrofe tem duas causas princi-
radoria italiana como o único responsável pais, segundo a justiça, em um comunicado.
pela tragédia, uma das piores já ocorridas “Por um lado, as manobras equivocadas
no Mar Mediterrâneo. decididas pelo comandante do barco que, em
Ainda abalados e exaustos, os sobrevi- uma tentativa de abordar o cargueiro (que
ventes desse novo desastre marítimo, que acudiu em socorro), provocou a colisão com
supostamente matou 800 pessoas, chega- essa embarcação maior”, afirmou a fonte.
ram nesta terça à Sicília, ao mesmo tempo “Por outro lado, o excesso de passagei-
que dois traficantes de seres humanos fo- ros no barco, que perdeu o equilíbrio por
ram presos. causa dessas manobras equivocadas e
A responsabilidade do capitão do bar- pelo deslocamento dos imigrantes a bor-
co, um tunisiano de 27 anos, Mohammed do”, acrescentou.
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Capítulo
4
O barco afundou por esses motivos, en- A investigação prosseguirá para deter-
fatiza o texto. minar o número de mortos, inclusive proce-
A procuradoria também destaca que o dendo à recuperação dos restos da embar-
cargueiro português que tentou socorrer cação. O chefe de governo italiano, Matteo
os imigrantes “não contribuiu em absoluto Renzi, aludiu a essa possibilidade para “dar
para o naufrágio”. uma sepultura decente às vítimas”.
O balanço oficial da tragédia é de 24 “Havia um pouco mais de 800 pessoas a
mortos e 28 sobreviventes, mas o número bordo, entre elas crianças de 10, 12 anos. Ha-
de desaparecidos soma cerca de 800 pes- via sírios, eritreus, somalis... Saíram no sába-
soas, entre elas crianças e mulheres, se- do, às 8h, de Trípoli”, segundo Carlota Sami,
gundo organizações humanitárias interna- porta-voz na Itália do Alto Comissariado das
cionais. Nações Unidas para Refugiados (Acnur).
O porta-voz da Acnur, Adrian Edwards,
Presos no porão por sua vez, declarou que o naufrágio do
barco no domingo frente ao liberal da Líbia
A justiça não confirmou essa cifra, mas
é “o incidente mais mortífero no Mediterrâ-
calcula em 850 o número de imigrantes a
neo já registrado”.
bordo da embarcação, com base em rela-
Essa cifra foi confirmada por um porta-
tos dos sobreviventes e estimativa da tripu-
-voz da Organização Internacional para as
lação da embarcação portuguesa.
Migrações (OIM), Flavio Di Giacomo.
Somente 24 corpos foram recuperados,
A OIM informou ainda que mais de 1.750
e esse pequeno número de sobreviventes é
imigrantes perderam a vida no Mediterrâ-
explicado pelo fato de que muitos imigran-
neo no decorrer do ano, um número 30 ve-
tes, em sua maioria mulheres e crianças,
zes maior que no mesmo período de 2014.
estavam presos no porão do barco.
Foto: MARIO LAPORTA / AFP
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Medidas da UE
Na véspera, a União Europeia convocou uma cúpula de chefes
de Estado e de governo e revelou um plano de ação para tentar dar
respostas ao drama dos imigrantes no Mediterrâneo.
O plano de ação apresentado pela Comissão Europeia possui
10 pontos, que incluem reforçar as operações de controle e resgate
para responder à situação de crise migratória.
Esse plano será apresentado na quinta-feira aos chefes de Es-
tado e de governo da União Europeia durante a cúpula extraordiná-
ria, informou a comissão em um comunicado.
“Não podemos continuar assim, não podemos aceitar que cente-
nas de pessoas morram tentando atravessar o mar para chegar à
Europa”, afirmou o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk,
ao anunciar essa reunião extraordinária dos chefes de Estado e de
governo.
A reunião foi pedida no domingo pelo chefe do governo italiano,
Matteo Renzi, com apoio de outros dirigentes, após o naufrágio no
qual cerca de 800 pessoas morreram ao largo da costa da Líbia no
domingo.
O plano apresentado também propõe a apreensão e a destrui-
ção de embarcações utilizadas para transportar os migrantes, o
reforço da cooperação entre as organizações europeias e um pro-
grama para deportação rápida dos candidatos à imigração não au-
torizados a permanecer na UE.
Disponível em jconline.ne10.uol.com.br/canal/mundo/internacional/noticia/2015/04/21/erro-do-
-capitao-do-barco-provocou-a-morte-dos-quase-800-imigrantes-177630.
Acessado em 10/04/2015.
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Capítulo
4
1.Que fato chama a atenção do leitor quanto às circunstâncias em que se deu o naufrágio
do barco no domingo frente ao litoral da Líbia, no Mediterrâneo?
O fato de que o barco naufragou depois de ter colidido com o cargueiro português que tentava so-
correr as pessoas.
palavra da procuradoria de Catânia, segundo a qual “não contribuiu em absoluto para o naufrágio”.
4.Se a justiça estima que o número de imigrantes chegue a 850, por que só poucos corpos
foram recuperados?
Embora o número de imigrantes chegue a 850, poucos corpos foram recuperados porque a maioria
chegarem à Europa, tudo indica que os imigrantes procuram melhores condições de vida, sem guerras,
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gÊ
OT Dengue já fez mais vítimas
N
que em 2014 no Recife
Nos quatro primeiros meses de 2015, o número de casos da doença (2.234) é mais
que o dobro do ano passado (1.052)
Publicado em 28/04/2015, às 06h00
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Capítulo
4
Inicialmente, os mutirões de fim de semana realizados tratamento focal onde há larvas do
estavam previstos para terminar no fim de mar- mosquito, bloqueio químico em áreas com alta
ço. “Como a epidemia permanece, os plantões infestação de mosquitos e busca pelos casos
continuam em maio. As ações são focadas na de dengue.
prevenção e eliminação dos focos de reprodu- Disponível em jconline.ne10.uol.com.br/canal/cidades/sau-
de/noticia/2015/04/28/dengue-ja-fez-mais-vitimas-que-em-2014-
ção do mosquito”, diz o gerente de Vigilância
-no-recife-178638.php. Acessado em 05/05/2015.
Ambiental do Recife, Jurandir Almeida. São
meses ser praticamente o dobro do número de casos observado em todo o ano de 2014.
virose. Nesse caso, muitas dessas pessoas podem realmente estar com dengue, o que aumenta o
número de casos.
Que plano de ação a Secretaria Estadual de Saúde implementou para que o número de
3.
casos de dengue fosse detectado com mais exatidão?
O plano de ação foi registrar todos os casos suspeitos de pacientes que chegassem às unidades de
saúde com manchas avermelhadas na pele (acompanhadas ou não de febre e outros sintomas) ou
da doença, como febre baixa, manchas vermelhas no corpo, inchaço nas articulações de mãos e
pés e fraqueza.
casos da doença.
Em sua opinião, o que a população pode fazer para diminuir o número de casos de
6.
dengue?
Resposta pessoal.
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395
Proposta
Agora é sua vez de produzir notícias! Que tal cobrir o próximo evento de sua escola?
Entreviste pessoas relacionadas ao evento, colha todo tipo de informação útil para os alu-
nos de outros anos e produza uma notícia que será veiculada em um jornal produzido pela
turma.
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396
Capítulo
4
Planejamento
Antes da produção de sua notícia, é importante fazer um breve esboço das informações
que você pretende apresentar e desenvolver. Para isso, leve em conta o seguinte:
1. Que informação deveria vir no título? Vai haver algum apelo? Se sim, de que tipo? Para
atrair quem?
2. Como a informação do título será ampliada no lide?
3. Quais informações precisam aparecer no lide?
4. O que deveria ganhar destaque?
5. Que elementos visuais você utilizará (fotos, gráficos, etc.)?
6. Como outros gêneros poderiam ajudar na construção da notícia?
7. Defina quem serão os entrevistados.
8. Escreva com clareza e objetividade.
Avaliação
1.Troque sua produção com um colega para que ele observe se ela apresenta caracterís-
ticas de uma notícia. Nessa avaliação, serão observados os seguintes aspectos:
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William Happer está preso em seu la- motivo dos protestos. Entre os colegas de
boratório há 3 dias. As portas estão tran- Happer estavam dois integrantes do gru-
cadas e do lado de fora um bando raivo- po secreto Jasons, acusado pela opinião
so grita insultos e o chama de assassino. pública de contribuir para crimes de guer-
Para sobreviver, conta com a esposa, ra cometidos na Guerra do Vietnã.
que discretamente entrega cobertores e Não é difícil de entender o porquê de
comida por uma janela que dá para a rua. tanta revolta. Imagine uma equipe de
Happer está cercado por colegas que se cientistas altamente qualificados, mui-
acomodam pelo chão e esperam a multi- tos deles ganhadores do Prêmio Nobel,
dão enfurecida dispersar-se. contratados para ajudar o governo a de-
A cena acima aconteceu em abril de senvolver as mais eficientes (leia-se “le-
1972, no campus da Universidade Co- tais”) armas de guerra. Agora acrescente
lumbia, no coração de Nova York. Para o fato de que eles trabalham em segre-
chegar à beira do linchamento, Happer do, sem divulgar o resultado do trabalho
cometeu um único crime: medir a rotação para o resto do mundo — exatamente o
de núcleos atômicos e estudar técnicas oposto do que cientistas deveriam fazer.
de bombeamento óptico. Não entendeu? Pois esses são os Jasons, coadjuvantes
Bem, vale dizer que Happer é um físico de alguns dos capítulos mais controver-
e seu objeto de pesquisa não faria mal a sos da história americana recente: entre
uma mosca. Seu único problema eram eles, a disputa armamentista na Guerra
as más companhias que frequentavam Fria e a matança de civis no conflito com
a mesma equipe de trabalho — e daí o o Vietnã.
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Eles eram cientistas reconhecidos, mas que estavam usando seu conhecimento em prol de objetivos
2. De que maneira nasceu o grupo dos Jasons e como eles pretendiam lucrar com suas
pesquisas?
Eles decidiram se reunir e trabalhar de forma independente, longe do governo ou da academia, e
em segredo. Assim viajavam com suas famílias para locais onde aproveitavam as férias de verão e,
ao mesmo tempo, desenvolviam suas pesquisas. Pretendiam disponibilizar seus resultados para o
Não, eles realizaram pesquisas relacionadas ao aquecimento global, que, embora não tenham re-
Existe alguém esperando por você Existe alguém que está contando com você
Que vai comprar a sua juventude Pra lutar no seu lugar
E convencê-lo a vencer Já que nessa guerra não é ele quem vai morrer
Mais uma guerra sem razão E quando, longe de casa, ferido e com frio
Já são tantas as crianças com armas na mão O inimigo você espera
Mas explicam novamente que a guerra gera empregos Ele estará com outros velhos
Aumenta a produção Inventando novos jogos de guerra
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Capítulo
5
a) Identifique, na reportagem, argumentos que reforçam os versos da música destacados.
“Contemporânea é apenas a discussão ética sobre até onde ciência e guerra devem andar de mãos
dadas. É fato, porém, que uma necessariamente influencia a outra. ‘Os conflitos aceleram o desenvol-
vimento científico’, diz Shozo Motoyama, professor de história da ciência na USP. ‘Desde a revolução
tecnocientífica, no final do século XIX, esses períodos proporcionam uma oportunidade de transformar
b) Mesmo com os avanços tecnológicos que uma guerra pode trazer, é coerente, de acordo
com a reportagem, utilizar a ciência em favor da guerra?
Não, uma vez que a ciência deve trazer desenvolvimento à humanidade, é contraditório usá-la numa
5.No final da reportagem, o repórter faz uma projeção para o próximo governo dos Esta-
dos Unidos. Você acredita que o status do grupo mudou com o início de um novo governo?
Justifique.
Resposta pessoal.
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Publicado em 28/08/2013
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EM CRESCIMENTO
Números indicam avanço da obesidade entre os Mulheres são maioria
brasileiros nos últimos seis anos. entre os obesos
Em % Em % 2006 2012
17,1
14,9 15,8
13,4 13,8
12,8
11,6
Vizinhos
Brasileiros ainda são mais magros que norte-
-americanos e vizinhos da América do Sul.
Em %.
27,7
25,1 16%
22,8
19,9 20,5
17,1 dos adultos
curitibanos
são obesos
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Capítulo
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1. Qual é o problema da população brasileira em relação à obesidade?
A incidência de obesidade entre os brasileiros aumentou 54% entre 2006 e 2012.
2. Que preocupação o Ministério da Saúde tem em relação aos números sobre a obesi-
dade no Brasil?
A preocupação é que, se algo não for feito, o número de casos de obesidade no Brasil, em dez anos,
3.O que o texto nos mostra sobre o aumento de peso e a obesidade entre homens e mu-
lheres no Brasil?
Em relação à massa corporal, 54,5% da população adulta do sexo masculino está gordinha. Entre
as mulheres, esse índice é de 48,1%. Quanto à obesidade, essa situação se inverte, indicando que
17,7% das mulheres são obesas, enquanto a doença atinge 16,6% dos homens.
de 20% em 2008 para 22,7% em 2013, número bastante inferior ao dos indivíduos que consomem
carne com excesso de gordura (cerca de 30% dos brasileiros) e refrigerante regularmente (aproxi
madamente 26% da população do País). Quanto ao número de brasileiros que praticam exercícios
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01.07.1950 01.09.1960 01.09.1970 01.09.1980 01.09.1991 01.08.2000 01.08.2010
(1)
Urbana Rural
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Capítulo
5
Proposta
Primeiro momento
Em grupo com alguns colegas, vocês deverão produzir uma reportagem sobre a popula-
ção brasileira, mostrando suas principais características apontadas pelo Censo 2010. Para
isso, visitem o site do IBGE e identifiquem as informações mais interessantes apresentadas
nessa pesquisa. Lembrem-se de que, na reportagem, os dados são analisados de forma
crítica e aprofundada.
Segundo momento
Finalizada a reportagem, o grupo deverá elaborar um infográfico para ilustrá-la. Pro-
curem apresentar as informações da forma mais didática possível fazendo uso de textos
verbais e não verbais.
Avaliação
Ao final das produções, os grupos deverão apresentar os trabalhos para toda a turma e
o professor. Nessa avaliação, serão observados os seguintes pontos:
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Paulo Lima
Maxx-Studio | Shutterstock.com
Pode até haver algum grau de otimismo ufanista embutido nos dados, mas,
salvo melhor juízo, são números com base científica, apurados e publicados
por órgãos respeitáveis e sérios.
• O Brasil será em breve um mercado com mais de 200 milhões de consumi-
dores de alto poder aquisitivo.
• Segundo o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, 100 milhões
de novos consumidores devem chegar à idade adulta nos próximos anos.
• De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), hoje
mais da metade da população é de classe média, e a miséria deixará de
existir em 2016.
• A taxa de pobreza cairá de 28,8% da população, em 2008, para 4%, em
2016, percentual semelhante ao de países como Itália e Espanha.
Se os dados acima se materializarem, teremos, sim, um avanço expressivo
da atividade econômica e, automaticamente, consequências bastante positi-
vas no plano material. Imaginar que as taxas de miséria caiam drasticamente
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Capítulo
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PathDoc | Shutterstock.com
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Capítulo
6
1. Na sua opinião, quais as vantagens e desvantagens do crescimento econômico?
Resposta pessoal.
o crescimento de uma forma razoável, de modo a compreender seus aspectos positivos e negativos.
atividade fabril quanto pelo elevado descarte de materiais, nem sempre biodegradáveis. Ressalte a
ambiente.
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Falei no texto anterior sobre como seria que é jovem. Ela é obrigada a dizer: "Ei,
bom se velhos e crianças mandassem no falem com ela; ela veio resolver o proble-
mundo, e muita gente não entendeu. Cla- ma, eu só estou acompanhando!". Só pela
ro que se trata de uma utopia. O que eu aparência, julgam um idoso incapaz.
quis dizer pode ser resumido no seguinte: Por alguns comentários irados ao
1. Precisamos aprender mais com as texto anterior, também pude medir a
crianças, provas vivas de que o ser quantas anda o preconceito com ve-
humano é viável quando desprovido lhos e crianças. Vejamos as condições
de preconceito e quando tem o cora- dos asilos onde muitas pessoas, até
ção aberto. com boa situação financeira, mantêm o
2. Precisamos ouvir o que têm a dizer os parente idoso. Visitei um na Zona Sul
idosos, pois acumularam experiência onde se paga quase R$ 3 mil por mês.
de vida e a proximidade da morte faz Não falta nada, exceto amor. Foi o lugar
qualquer um passar a dar valor ao que mais triste em que já estive. [...] Outro
realmente importa. asilo, para idosos carentes, recebeu há
Alguns leitores argumentaram que exis- alguns dias a visita dos dóceis cães do
tem crianças e velhos muito maus. Pois projeto Patinhas do Bem, filantrópico
não é a esses que me referi, mas à grande e idealizado por Denizard Baldan, que
maioria, que não é má coisa nenhuma. não conheço. Ele leva seus cães para
O que mais me choca hoje é que os divertir e dar afeto a pessoas de idade
adultos não ouvem as crianças. Ou re- avançada e crianças enfermas. Para
primem demais, ou mimam demais, dois muitos anciãos, a única manifestação
erros de quem busca o caminho que jul- de carinho que recebem em anos são
ga mais fácil por comodismo. Converse as desses animais.
de igual para igual com uma criança e E os abrigos públicos para menores
verá que maravilha, quanto aprendizado, desamparados? Sempre foram grandes
quanta alegria genuína e contagiante. cadeias formadoras de adultos marginais.
E me choca também que ninguém te- O futuro que semeamos negando
nha saco para aprender com os mais ve- atenção às crianças e desprezando a ex-
lhos. Uma amiga minha sempre leva a periência dos velhos é o presente caótico
tia, que já passou dos 80, ao banco. A se- em que vivemos.
nhora está lúcida, mas tem dificuldade de Talvez por isso cometamos tantos
locomoção, por isso a sobrinha a ajuda. erros...
Pois, na agência bancária, os funcionários Disponível em www.jblog.com.br/rioacima.
php?itemid=14081.Acessado em 27/07/2011.
não se dirigem à anciã, só à minha amiga,
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Capítulo
6
1. Que erros os adultos costumam cometer ao lidar com crianças?
Não costumam ouvi-las e não encontram o necessário equilíbrio entre reprimir demais e mimar
demais.
ção, mas os funcionários julgam a idosa incapaz e sempre se dirigem à moça, embora a cliente seja
a senhora.
Professor(a), aqui poderão ser trabalhados temas como o Estatuto da Criança e do Adolescente e
5.Releia o trecho: “Não falta nada, exceto amor”. Na sua opinião, é mais importante para
o idoso estar abrigado num lugar confortável e até luxuoso ou ter a família por perto?
Resposta pessoal.
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Proposta
Agora é você que fará um artigo de opinião. Como vimos, para que sua opinião esteja
formada sobre um determinado assunto, é preciso ler bastante sobre o tema, principalmen-
te textos que reflitam posições distintas. É bom lembrar que sua opinião está sempre sujeita
a mudanças em função dos textos que você for lendo ao longo de sua formação, podendo
ser ajustada ao se desconsiderar pontos equivocados, consolidada por melhores funda-
mentos, negada se observada que é falha, etc. A seguir, apresentamos uma lista de temas
para seu artigo. Escolha um deles, ou outro que desejar, e produza seu texto imaginando
que ele será publicado em um jornal de grande circulação da sua cidade.
Tema 1
A luta pela preservação da natureza não é responsabilidade de um país isoladamente. O
esforço deve ser mundial, pois os efeitos dos desastres ecológicos são globais. Depende,
portanto, de cada um de nós...
Tema 2
Banalização da violência: um fenômeno social.
Tema 3
Qual é a perspectiva de um país que não respeita suas crianças?
Tema 4
O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que
acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas in-
comparáveis (Fernando Pessoa).
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Tema 5
Capítulo
6
Não basta que todos sejam iguais perante a lei. É preciso que a lei seja igual perante
todos (Salvador Allende).
Tema 6
Seca: escassez de água ou de vontade política?
Tema 7
Na sociedade atual, ao proporcionar acesso aos meios de informação e de produção,
a escola torna-se um elemento-chave que dota de oportunidades ou agrava situações de
exclusão?
Tema 8
Na era da comunicação, as pessoas estão cada vez mais incomunicáveis.
Planejamento
Depois de se aprofundar no tema escolhido, procure definir o ponto de vista que você irá
defender. Associado a ele, procure listar os argumentos que você julga pertinentes para tor-
nar sua opinião convincente. Esboce a maneira como sua argumentação será desenvolvida:
1. Você fará retomada de algum acontecimento (partilhado socialmente ou pessoal) para
iniciar seu texto?
2. Qual será o seu posicionamento sobre o tema?
3. Há algum discurso a que você se opõe acerca do tema?
4. Quais argumentos você usará para fundamentar a sua opinião?
Avaliação
1. Depois de escrever seu artigo, procure levar em conta as questões abaixo e tente refle-
tir sobre sua própria produção e/ou a de um colega:
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Capítulo
7
(ou deve) ter exceções. Se assim for, deve- consciência do caráter criminoso de seus
mos começar por definir um outro sistema atos. Atuando isoladamente ou em con-
de proteção no Estatuto da Criança. Sendo junto com o Ministério Público; e também,
necessário produzir sistema em que alguns se for o caso, com entidades da socieda-
desses menores criminosos, de (muito) di- de civil — tudo como se vier a definir.
fícil recuperação, possam deixar de rece- Em resumo a decisão de manter nos-
ber os generosos benefícios da minoridade sa maioridade nos 18 anos de hoje, como
protegida. Passando, então, a ser julgados regra, parece aceitável apenas quando se
como se maiores fossem. retirem, da regra geral da impunidade (no
Um sistema assim poderia se operar fundo é isso) do Estatuto, menores apenas
em duas possíveis direções: a) com o es- em suas carteiras de identidade. Crimino-
tabelecimento de critérios objetivos, em sos (no fundo é isso) que devem responder
que o menor deixaria de ter o benefício do por seus crimes, como se maiores fossem
Estatuto — por exemplo a partir de quan- — posto o serem de fato, no mundo real.
tidade e natureza dos crimes praticados; Aqueles contra os quais o indeterminado
ou b) conferindo ao Juiz poder para julgar, cidadão comum tem direito de se defender.
como se maiores fossem, aqueles ainda José Paulo Cavalcanti Filho. Adeus Penderama e
formalmente menores que tenham plena outros escritos. Rio de Janeiro: Ateliê Editorial, 2007. pp.
176–178.
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421
O jornal Gazeta do Povo, mesmo jornal onde o advogado criminalista Dalio Zippin pu-
blicou o artigo que você acabou de ler, consultou os leitores sobre o tema e sobre o que
acharam da opinião desse especialista. Veja o resultado:
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Capítulo
7
5401 respostas
Resumo
Você concorda com a opinião A maioridade penal no Brasil deve ser: Você acha que o Estado é eficaz quando
do especialista? Aos 18 anos 1709 32.3% tenta ressocializar o adolescente infrator?
Aos 16 anos 2116 40%
Sim 3142 61.7% Sim 879 16.9%
Aos 12 anos 1459 27.6%
Não 1949 38.3% Não 4313 83.1%
16.9%
32.3%
38.3% 40%
61.7%
83.1%
27.6%
Proposta
Pensando nisso, você e seus colegas de classe vão realizar um júri simulado sobre a
redução ou não da maioridade penal no Brasil. Como o nome já diz, é a simulação de um
tribunal do júri, em que os participantes têm funções predeterminadas.
Planejamento
A turma irá formar três grupos, um a favor da redução da maioridade penal para dezes-
seis anos e outro contra. Uma equipe ocupará a função dos jurados, isto é, será responsável
pelo veredicto. O papel do professor, nessa atividade, será coordenar a prática, colocando
o tempo para cada grupo defender sua tese e atacar a tese defendida pelo grupo oponente.
É muito importante os grupos se prepararem previamente para defender o tema com
argumentos relevantes. A partir desse momento, cada grupo lançará sua tese inicial, defen-
dendo seu ponto de vista. Em seguida, ocorrerão replicas e tréplicas.
Após o debate, o júri popular, então, deverá se reunir para chegar a uma conclusão.
Avaliação
1.Depois que o debate foi realizado, você deve fazer uma avaliação da atividade em con-
junto com o professor e a turma. Reflitam:
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Incondicionalmente mãe
Disponível em www.padrealbinosaude.com.br/?pagina=shownoticia¬icia=87
Acessado em 06/09/2011.
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Capítulo
8
Com base no anúncio acima, responda: todo texto publicitário aborda os atributos do
1.
anunciante?
Não, o anúncio acima apenas traz uma mensagem de homenagem com a assinatura do anunciante
4.No texto publicitário há o seguinte trecho: “Não é padecer no paraíso e, sim, dar luz à
Terra”. Sobre isso, responda:
a) O que o autor quis dizer com o termo dar luz à Terra?
É uma metáfora para o novo, o nascimento de uma vida.
b) No trecho lido no enunciado, há, de forma sutil, uma intertextualidade, isto é, influência
de um texto sobre outro que o toma como modelo ou ponto de partida. Qual é o outro texto?
No texto publicitário, quando se diz que as mães não devem padecer no paraíso, ele faz uma
referência ao mito da criação do mundo, mais especificamente à narração da história de Eva e seus
filhos.
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Compras solidárias
Disponível em www.ceciliasouza.com.br/2011/04/compras-beneficentes/
Acessado em 06/03/2012.
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426
Capítulo
8
1. De que maneira podemos ajudar a AACD em seu trabalho beneficente?
Comprando peças ofertadas no Outlet Solidário.
Carregar sacolas basta? Por que a campanha afirma que você pode ajudar carregando
2.
sacolas?
Não. É necessário comprar e, ao comprar, precisamos carregar as compras em sacolas.
3. De que maneira, comprar roupas e acessórios pode ajudar uma instituição beneficente?
O lucro obtido na venda das peças é doado à instituição.
Você acha que a promoção de um Outlet Solidário é uma opção acessível a todos que
4.
desejarem ajudar a instituição? Por quê?
Resposta pessoal. Professor, espera-se que o aluno observe que nem todas as pessoas dispõem
de recursos para comprar roupas ou acessórios, mas que poderiam fazer doações de baixo valor
7.
A palavra milhar é empregada usualmente como numeral. No entanto, no anúncio ela
não é empregada dessa forma, o que revela uma derivação imprópria. Qual é a classe que
essa palavra assume no texto?
Pronome indefinido.
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Igualdade de sexos
Disponível em wp.clicrbs.com.br/alongue-se/tag/dia-mundial-de-luta-contra-a-aids/
Acessado em 06/09/2011
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428
Capítulo
8
1. Por que a campanha afirma que as mulheres não querem esse tipo de igualdade?
Pois igualar o número de soropositivos entre os sexos significaria um aumento do número de mu-
3. Você acha que um número igual de pacientes soropositivos de ambos os sexos ajudaria
a promover a igualdade de gêneros ou reforçaria a vulnerabilidade das mulheres? Por quê?
Resposta pessoal.
5. “Metade das pessoas que têm aids no mundo são mulheres.” O texto não deixa claro
qual é o motivo dessa afirmação. No entanto, é possível suscitar hipóteses sobre tal afir-
mativa. Reflita sobre essas hipóteses com os seus colegas e o professor.
Resposta pessoal. Espera-se que a turma comente as formas de contágio pelo vírus HIV e que o
anúncio sugere que as mulheres devem exigir dos seus parceiros sexuais o uso do preservativo.
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Doe sangue
Disponível em www.mp.go.gov.br/portalweb/2/noticia/f3ae392b558500394ec30fcdd4c32eed.html
Acessado em 06/09/2011
A imagem de um bebê contrasta com a idade da personagem, reforçando a ideia de que ela renasceu
Ju, de 31 anos, sofreu complicações no parto e correu risco de vida. Foi salva por uma doação de
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Proposta
Agora é sua vez de elaborar um anúncio! Em grupo com alguns colegas, vocês deverão
inventar um produto e elaborar uma propaganda — ou roteiro de vídeo publicitário, texto
radiofônico, cartaz, etc. — com slogan para promovê-lo. Procurem ser criativos, explorando
diferentes recursos linguísticos, como a polissemia e a linguagem conotativa.
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Planejamento
O primeiro passo para produzir a propaganda, logicamente, deve ser escolher o produto
que será anunciado. Feito isso, os questionamentos a seguir facilitarão o trabalho do grupo:
1. Qual é o público-alvo desse produto?
5. A propaganda terá duração de quanto tempo? Atenção: o tempo deverá ser cronome-
trado. Lembre-se: mais do que em qualquer outra situação, aqui tempo realmente é
dinheiro…
6. Que materiais serão necessários para produzir toda a propaganda?
8. O que cada um dos personagens falará? Nesse momento, valorizem a expressão ver-
bal e corporal, tendo em vista o tempo e a necessidade de serem bem compreendidos.
9. Como será o desfecho da propaganda? É importante concluir o texto com um slogan,
uma frase concisa e fácil de lembrar que caracteriza uma marca, um produto, um políti-
co, etc.
Avaliação
A avaliação do trabalho do grupo será feita durante a apresentação para o professor e
para a turma. Nesse momento, eles analisarão o trabalho dos grupos tendo como base os
seguintes questionamentos:
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