LATOUR Bruno Reagregando o Social Uma Introducao A
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Jean Segata
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
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DOI: http://dx.doi.org/10.5007/2175-8034.2012v14n1-2p238
Jean Segata1
Universidade Federal de Santa Catarina
E-mail: [email protected]
ILHA
v. 14, n. 2, p. 238-243, jul./dez. 2012
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Resenhas
anos que conexões têm sido traçadas entre eles por aqui, naquilo que se
pode chamar de contestação aos grandes e polivalentes sustentáculos
de nossa disciplina – natureza, sociedade, cultura e os seus duplos – e,
é claro, uma vez estabelecido entre os avalistas do que se pratica por
aqui, como bem provocou Maluf (2011) a propósito de certos debates
serem “levados a sério”, apenas a partir da sua inscrição na etnologia.
Nesse ínterim, a recente publicação de Reagregando o Social: uma
introdução à Teoria do Ator-Rede parece vir ao encontro da emergente
valorização que essa obra vem ganhando no Brasil. Bruno Latour é um
autor que transita facilmente entre as disciplinas das humanidades
e que por aqui, desde meados dos anos de 1990, vem motivando a
criação de núcleos e de linhas em programas de pesquisa que vão da
Psicologia à Sociologia, passando, obrigatoriamente pela Antropologia
e, mais recentemente, pela Comunicação. Trata-se, assim, de uma
penetração difusa em nosso meio acadêmico, mesmo que se possa
dela observar alguns traços comuns: na Psicologia, sua obra apresenta
alternativas às teorias do sujeito, tradicionais na disciplina, enquanto
na Antropologia encontra-se alternativas aos debates a respeito das
divisões entre natureza/cultura ou das agências que povoam o mun-
do, como também tem motivado, ali e na Sociologia, o crescimento
de um campo interessado em ciência e tecnologia, que traz algumas
heranças dos chamados Sciences Studies da segunda metade do século
passado. É nessa mesma linha que ainda é possível incluir os interesses
da Comunicação por sua obra, que proeminentemente tem passado
a repensar o lugar da técnica em seus debates, num campo recente e
em expansão, que cabe no rótulo de cibercultura.
No conjunto das obras desse autor, muitas já publicadas no
Brasil, Regregando o Social tem suas particularidades. Como um livro
que vem com a proposta de introduzir o leitor à Teoria Ator-Rede, ele
sistematiza algumas das principais controvérsias protagonizadas por
essa “teoria” nas últimas décadas, naquilo que ele trata por cinco fontes
de incerteza. A primeira delas, a de que não há grupos, mas apenas a
formação deles, vem com a difícil proposta de desfazer uma ideia de
social como um domínio da realidade. Voltando-se à sabedoria etimo-
lógica da palavra, o autor sugere a recuperação da ideia de associação
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Notas
1 Bolsista de Pós-Doutorado do CNPq no PPGAS/UFSC. E-mail: <jeansegata@gmail.
com>$JUDGHoRDR3URI7KHRSKLORV5L¿RWLVSHODVFRQWULEXLo}HVjVPLQKDVOHLWXUDVGH
Bruno Latour. Muito delas estão neste texto.
2 &URQRORJLFDPHQWHReassembling the Social: an introduction to Actor-Network Theory
Changer de Societé – refaire de la sociologie (2006) e Reemsanblar lo Social:
una introducción a la Teoría del Actor-Red (2008).
3 Trata-se de uma interessante resenha do livro “A Invenção da Cultura” de Roy
Wagner, publicado no Brasil em 2010 (WAGNER, Roy. A Invenção da Cultura. São
Paulo: Cosac & Naify, 2010).
4 Ver, por exemplo, Viveiros de Castro, Eduardo e Goldman em Sztutman (2009).
Referências
WAGNER, Roy. A invenção da cultura. Rio de Janeiro: Cosac & Naify, 2010.
STRATHERN, Marilyn. O Gênero da dádiva: problemas com as mulheres e
problemas com a sociedade na Melanésia. Campinas: Editora Unicamp,
2006.
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Recebido em 22/10/2012
Aceito em 09/11/2012
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