A Promessa de Natal
A Promessa de Natal
A Promessa de Natal
Vi um camião cheio de árvores de Natal e cada uma tinha uma história para contar. O motorista,
colocou-as em fila e ficou à espera que as pessoas as viessem comprar. Pendurou umas luzinhas
brilhantes e uma placa em que se podia ler em encarnado: ÁRVORES DE NATAL PARA VENDER. |
Quando o homem se servia de chocolate quente duma garrafa térmica fumegante, uma mãe, um pai e
um menino pararam o carro apressados e começaram a procurar a árvore mais bonita de
todas.
O rapazinho ia à frente e com um olhar reluzente, exclamou:
- Elas têm cheiro de Natal, mãe! Sinto o cheiro de Natal em todo lado. Vamos comprar uma árvore de
quilómetros de altura. A maior que pudermos encontrar. Uma árvore que chegue ao teto e nem dê para
carregar. Uma árvore tão grande que até mesmo o Pai Natal, quando olhar, se admire e diga: "Esta é a
árvore mais bela que já vi neste Natal!”
Para achar o pinheirinho perfeito procuraram com muito cuidado. Aqui e ali, e até mais de uma vez,
o pai examinou e balançou mais de seis.
- Mãe, mãe, encontrei, encontrei, o pinheirinho do que mais gostei! Tem um raminho partido, mas
pode ficar disfarçado. Do anjinho da avó tiraremos o pó e lá no alto ficará a guardar-nos.
- Podemos comprá-la? Por favor, por favor! - pediu com fervor.
- Que tal um chocolate quente? - perguntou o vendedor indulgente, enquanto abria o termo para aquela
gente.
- Isto sim vai aquecer o ambiente! E em três pequenos copos de papel serviu o chocolate quente.
Brindavam, esperançosos, a mais um feliz Natal.
- Escolheste muito bem. Esto é realmente o melhor pinheirinho. Feliz Natal - disse o homem,
amarrando o pinheiro com um cordão! Mas o rapazinho estava triste porque o preço era alto demais
para o que o pai podia pagar.
Foi então que o vendedor lhe fez uma proposta:
- A árvore é tua com uma condição: tens de manter uma promessa. Na noite de Natal, quando te fores
deitar e rezar promete guardar no teu coraçãozinho o encanto do Dia de Natal! E agora corre para casa,
senão este vento gelado as tuas bochechas vai queimar.
E assim foi, com o vento zunindo, durante toda a noite gelada. O bom homem ofereceu árvore, após
árvore, após árvore. Com cada pessoa que apareceu brindou com o chocolate quente.E quem jurou
manter a promessa de guardar no coração o encanto do Natal, saiu na noite contente, cantando canções
alegremente.
Quando tudo acabou só uma árvore restou. Mas ninguém estava lá para esta árvore adoptar. Então, o
homem vestiu o seu grosso casacão e partiu para a floresta com a última árvore da festa. Deixou o
pinheirinho perto de um pequeno riachinho, para que as criaturas sem casa pudessem fazer dela a sua
morada. E sorria enquanto tirava os flocos de neve que na sua barba encontrava. Foi então que por
detrás de um arbusto uma rena quase lhe pregou um susto. Olhou para ela e sorriu. Fazendo uma
festinha na grande criatura, pensou com brandura: "Parece que o Natal chegou novamente! Ainda
temos muito chão e muitas coisas para fazer! Vamos para casa, amiga, trabalhar neste Natal que vai
começar". Olhou para o céu, ouviu os sinos a tocar e, num pestanejar, já lá não estava o vendedor.
Howard D. Fencl
A RENA
Era uma vez uma renazinha que queria ser grande e forte para puxar o trenó do Pai Natal.
Por isso, durante todo o ano, tinha-se portado muito bem, tinha comido como um lobo e deitara-se
cedo todas as noites. Deste modo crescera muito.
«Já estou crescida, já posso agora puxar a toda a velocidade o trenó do Pai Natal», pensava. Todos os
dias perguntava à mãe se o Pai Natal a tinha mandado chamar.
— Não — dizia a mãe. — Hoje não.
Na véspera de Natal, à hora de ir para a cama, o Pai Natal continuava sem chamar a renazinha
ambiciosa.
Esta foi deitar-se, porque era muito ajuizada. Mas não conseguia adormecer.
Esperou durante muito tempo, de olhos abertos, e com o coração a bater. O Pai Natal também estava à
espera. Não se resolvia a partir, sabendo que a renazinha estava acordada à espera dele.
— Vou chegar atrasado — disse por fim o Pai Natal — e aquele «ninguém de gente» ainda não
adormeceu. Que hei-de fazer?
— Eu sei — disse a mulher do Pai Natal.
E segredou qualquer coisa ao ouvido do marido.
— Talvez tenhas razão — respondeu o Pai Natal, pensativo. — Porque é uma renazinha muito
ajuizada, e que cresceu muito este ano. Mas tenho de partir sem demora, senão as minhas renas ficam a
cair de sono. — Então levantou o auscultador do telefone, marcou o número da renazinha e perguntou
à mãe.
UM VERDADEIRO NATAL
Era uma vez uma menina que se chamava Ana.
Tinha nascido numa terra onde os dias eram bonitos durante todo o ano, e ali tinha vivido cinco anos.
Mas, algum tempo antes do Natal, o pai e a mãe tinham-na levado para a serra da Estrela. Que
mudança!
A Ana teve de vestir imediatamente um anorak e um par de calças compridas. O ar glacial picava-lhe
o nariz, e todos os charcos estavam gelados.
E ao dar as suas primeiras lições de esqui, a Ana perguntava-se a si mesma se alguma vez seria capaz
de gostar daquela paisagem triste e nua.
Muita vez pensava nos seus amigos, sem dúvida entretidos a fazer um castelo de areia numa bela
praia doirada lá naquela terra onde fazia sempre calor.
«A esta hora andam eles com certeza a tomar banho», pensava ela.
Era véspera de Natal, estava um dia escuro e frio. Nesse instante, a Ana viu uma coisa maravilhosa.
Grandes flocos brancos desceram do céu em remoinho e começaram a cobrir a paisagem escura e
triste.
Cobriram os telhados, amontoaram-se sobre as árvores despidas, e de repente brilharam luzes na
bela árvore verde onde o pai da Ana tinha prendido centenas de velas de Natal.
Daí a pouco acenderam-se luzes em toda a cidade.
A Ana nunca tinha visto um espectáculo tão lindo.
A neve silenciosa caiu durante todo o jantar. A seguir contaram-se histórias de Natal e a Ana ajudou
os pais a embrulhar os presentes. Nunca, na sua terra, a Ana se divertira tanto como naquela noite.
Lá, nunca caía neve!
Por isso, quando lançou um olhar à janela antes de se meter pela cama abaixo, a Ana sentiu que ia
gostar da sua nova terra.
Sorriu e pensou que o seu primeiro Natal na serra da Estrela era o mais lindo de todos.
— Este ano — disse um dia a Comadre Leoa ao marido — faz o favor de ter cuidado com o tamanho
das caixas que comprares para meter os presentes de Natal. Lembras-te dos embrulhos horríveis que
fizeste o ano passado?
— Lembro — respondeu o Compadre Leão. — Lembro-me muito bem, entre outros, daquela girafa de
borracha que foi preciso dobrar ao meio para caber dentro da caixa.
Por isso, quando o Compadre Leão chegou à Baixa, enquanto toda a gente fazia as suas compras de
Natal, foi direito ao grande bazar e correu à secção de caixas. Comprou das grandes e das pequenas,
das compridas, das estreitas, das largas… Havia-as de todos os tamanhos.
«Que carregamento! — pensou o Compadre Leão. — Como vou eu transportar tudo isto?»
Realmente, o Compadre Leão tinha os braços carregados de caixas e nem sequer podia ver o caminho.
Por isso, era impossível escolher os presentes que havia de meter dentro daquelas caixas.
Se as pousasse no chão, as pessoas que andavam aos encontrões uma às outras pisavam-nas. Mas, com
semelhante carrego, o Compadre Leão também não podia aproximar-se de qualquer
secção e gritar à caixeira:
— Gostava de ouvir o que toca aquela caixinha de música que está ali.
Só lhe restava tomar um táxi e voltar a toda a pressa para casa.
— Despachaste-te muito depressa! — maravilhou-se a Comadre Leoa, enquanto ele pousava o
carregamento de caixas. — Tens a certeza de não ter esquecido ninguém?
— Hum! — respondeu ele, atrapalhado. — Em todo o caso, há uma coisa de que tenho a certeza: não
comprei nenhum presente.
Saboreou uns bolinhos que a Comadre Leoa acabara de fazer, e sentiu-se mais encorajado.
— De qualquer forma — disse ele — temos quatro dias para fazer as nossas compras, e este ano que
importância tem o feitio dos presentes! Temos a certeza absoluta de arranjar uma caixa de bom
tamanho para cada um.
A ÁRVORE PEQUENINA
Era uma vez uma espessa camada de neve com uma árvore pequenina no meio.
E a árvore pequenina tinha frio.
— Vai-te embora! — dizia ela à neve.
Mas a neve não se mexia. Continuava sem se derreter e cada vez se tornava mais espessa em volta da
árvore pequenina.
— Que linda neve! — diziam as pessoas e as árvores grandes da floresta. — Está tudo branquinho, e
com ar de festa para o Natal.
Mas a árvore pequenina, sozinha no seu lugar, pensava: «Esta neve é má! Daqui a pouco tapa-me toda,
e estou perdida!»
Nesse instante, com grande tilintar de guizos, passou um pequeno trenó a deslizar sobre a neve.
Dentro vinha um rapazinho que exclamou:
— Olha aquela árvore pequenina! Era exatamente de uma assim que eu andava à procura!
E enterrou os pés na neve, também.
Cavou a neve em volta da árvore pequenina, tirou-a da terra, sem se esquecer das raízes.
Colocou-a em cima do trenó.
Depois, levou-a para casa para fazer uma árvore de Natal.
E a neve continuava sem se derreter, caía, caía, tornando tudo branco, espesso e silencioso. Mas em
toda aquela brancura já não havia sinais da árvore pequenina.
A BONECA
Havia na loja muitas bonecas, mas aquela era exatamente a que a Sofia queria que lhe dessem pelo
Natal. Era uma boneca exactamente do tamanho que lhe convinha, com o cabelo escuro
exactamente como a Sofia gostava e um sorriso a que a Sofia correspondia logo.
Além disso, aquela boneca perfeita tinha não sei quê no olhar que se percebia que ela queria
pertencer à Sofia e a mais ninguém.
Por isso a Sofia falou nela ao Pai Natal.
Mas depois dessa conversa, durante a qual se mostrara um bocadinho envergonhada (é tão
emocionante, tão extraordinário, falar com o Pai Natal!) não ficou muito convencida de se ter
explicado bem.
— O Pai Natal vai pensar talvez que eu me contento com uma boneca parecida — disse para a mãe.
Iam dentro do elevador, que continuava a subir. Era uma preocupação terrível. A Sofia tinha a
certeza: se não recebesse aquela boneca, da qual já gostava tanto, ficaria cheia de pena para toda a
vida.
Pediu à mãe que a levasse outra vez junto do Pai Natal. Só um minuto. Parecia tão desgostosa que a
mãe disse que sim.
Subiram, portanto, à secção de brinquedos, e a Sofia correu direita ao Pai Natal. Havia uma grande
bicha de meninos e meninas à espera de falar com ele. Por isso, a Sofia não demorou um segundo a
procurar a sua boneca.
Mas a boneca, com o seu cabelo encaracolado, o seu sorriso, os seus adoráveis olhos escuros, tinha
desaparecido. No lugar onde ela sorria, pouco tempo antes, havia outra.
— Oh! — disse a Sofia à caixeira — Se faz favor, onde está a boneca que estava ali há um instante?
— Está embrulhada — respondeu a caixeira. — Foi vendida.
— Tem a certeza? — perguntou a Sofia com os olhos cheios de lágrimas.
— Tenho — respondeu a caixeira, estendendo-lhe uma grande caixa.
«Vendida», foi o que a Sofia leu na caixa. Mas havia mais coisas escritas.
«Para a Sofia, uma menina com muito juízo», leu ela em voz alta.
Soltou um grande suspiro de alívio, agarrou a mão da mãe e dirigiu-se para o elevador.
— Então, Sofia — perguntou-lhe a mãe —, já não queres ir falar com o Pai Natal ? Já não tens mais
nada a pedir-lhe?
— Agora já não — respondeu a Sofia. — Acho que o Pai Natal sabe muito bem tudo o que é preciso.
A ESTRELA DE NATAL
— Este ano — disse o senhor Bontempo no fim do pequeno-almoço — havemos de fazer uma árvore
de Natal enorme, magnífica.
— Pois claro — respondeu a senhora Bontempo, toda risonha, olhando para o tecto da sua grande casa
nova. — Pois claro, podemos arranjar uma muito grande.
Os cinco meninos Bontempo fecharam os olhos para poderem imaginá-la à sua vontade. E à noite,
quando o senhor Bontempo trouxe para casa caixas e caixas cheias de enfeites novos para a árvore,
toda a família o rodeou imediatamente.
Deve dizer-se que eram enfeites magníficos! Grandes bolas prateadas capazes de fazer inveja a todas
as árvores da terra, frutos de vidro, sininhos brilhantes que tocavam a valer, e pássaros cor do arco-íris,
de asas abertas. E, por fim, o mais belo, o mais cintilante dos anjos.
— O anjo irá para o cimo da árvore — disse o senhor Bontempo com orgulho. — A estrela que
costumávamos lá pôr serviu durante muito tempo; agora quero uma coisa diferente.
A senhora Bontempo já não sorria, e os cinco meninos também não.
— O quê! — pensava ela com tristeza. — Aquela estrela que sempre vi no cimo de todas as árvores de
Natal da minha infância!
«Aquela estrela é a primeira coisa em que nós pensamos quando falamos em Natal», disseram consigo
os dois mais velhos.
A Maria e o Miguel, os mais novinhos, também pensavam que ficariam muito tristes se a estrela não
estivesse no seu lugar no cimo da árvore.
E a Marta, a mais pequenina, exclamou:
— Ó pai, eu quero a estrela!
Então o senhor Bontempo teve uma ideia luminosa. Com muito cuidado, pousou o anjo em cima da
chaminé e disse:
— O lugar dele é aqui. Não fica bem? Afinal, parece-me que se a árvore de Natal for muito rica
deixará de ser a nossa árvore de Natal.
E toda a família Bontempo soltou um suspiro de alívio. Sentaram-se à mesa com os olhos a brilhar,
como se a velha estrela tão querida de todos se reflectisse em cada olhar.
NATAL EM FAMÍLIA
Era uma vez dois irmãos que gostavam muito um do outro: o Beto e a Luísa.
Todos os anos eles ficam muito felizes quando se aproxima o aniversário de Jesus.
Beto e Luisa eram crianças muito alegres e amigos de todos sempre, mas no Natal sentiam- se ainda
mais felizes.
Os irmãozinhos sabiam que Jesus é Espírito e que seus ensinamentos deviam ser vividos todos os dias
e, portanto, quando nós aqui na Terra comemoramos o Seu aniversário, não há como fazer-lhe ofertas,
mas sabiam que Ele ficava muito mais feliz com as pessoas bondosas e amorosas
Assim, Beto e Luísa, que guardavam o ano inteiro uma parte da mesada que recebiam do pai num
cofrezinho, nesta época abriam- no e saiam para comprar presentes.
O dia feliz, como chamavam ao dia das compras, era sempre muito festivo, os irmãos iam à zona
comercial perto de casa. A sua Mãe ficava na esquina sempre de olho, e lá havia um coral que cantava
cânticos Natalícios.
Os cânticos ajudavam as pessoas a sentirem-se mais felizes.
Os irmãos, quando regressavam das compras guardavam os presentinhos que compravam.
Uhmmm. .!!! que será que eles compraram este ano de presente? E para quem?
Vocês sabem? Não? Vamos ver?
Finalmente chegou o dia de Natal! Beto e Luísa acordaram cedo e correram para a sala para dar beijos
e abraços grandes ao Pai e à Mãe e todos muito felizes sentaram- se e fizeram juntos uma prece
agradecendo a Jesus por Ele ter vindo à Terra ensinar como devemos ser: bondosos, amigos, ajudando
sempre a todos os nossos irmãos e a amar, amar muiiito muito.
Depois da prece, tomaram o café da manhã e aí cada um foi buscar os seus presentes.
Saberemos agora para quem eram os presentes, que eles compraram este ano, não é?
Então, enquanto a Mãe, Beto e Luísa foram buscar os presentes, o Pai foi buscar algumas cestas
grandes, já enfeitadas com flores e fitas.
Para que serão as tais cestas?
Depois de todos chegarem com seus pacotes, foram ordenadamente, arrumando as cestas, o Pai e Mãe
colocaram: arroz, feijão, óleo, farinha, macarrão, leite em pó, achocolatado, café, carnes, ovos, etc. e
quando chegou a vez dos irmãos colocarem os seus presentes eles depositaram: biscoitos, doces,
chocolates, rebuçados, caramelos e alguns brinquedos.
Depois de tudo arrumado, os quatro – Mãe, Pai, Beto e Luísa – partiram em direção à casa da D. Anita,
da D. Maria e da D.Celina; que eram senhoras muito necessitadas, pois apesar de trabalharem muito,
ganhavam pouco dinheiro e tinham filhos pequeninos. Este ano foram as escolhidas por eles – Beto e
Luísa – para serem visitadas.
Foram cantando felizes e quando lá chegaram foi uma festa só: abraços, sorrisos e felicidade para
todos.
Depois retornaram a casa com o coração cheiiiinho de felicidade e assim agradeceram a Jesus por
terem podido levar um pouquinho de alegria ás famílias visitadas.
Era assim o Natal na casa de Beto e Luísa. Cada ano eles comemoravam junto a alguém que precisava
muito de carinho: no ano anterior eles tinham levado bolos para a casa de repouso dos avôs no outro
ano comemoraram junto das crianças da casa abrigo.
O PÓ DA PAZ
Na véspera de Natal, a cidade estava cheia de gente. As pessoas corriam de um lado para o outro para
comprar os últimos presentes.
A minha prima e eu precisávamos de encontrar um presente muito especial para oferecer ao nosso avô.
Por isso, decidimos entrar numa loja com um nome esquisito: «Ajuda de Natal precisa-se», com
esperança de encontrarmos o presente ideal.
Mal entrámos, a porta fechou-se com um estrondo e, de imediato, apercebemo-nos que estávamos num
Mundo irreal de duendes, com milhões de prendas e com um homem de barba branca, vestido de
vermelho e com um ar aflito!
— Sara, estás a ver o mesmo que eu? — perguntei para me certificar de que não estava a dormir.
— O Pai Natal existe!!! — disse a Sara perplexa.
— Olá meninas, o que fazem por aqui? — perguntou o homem que naquele momento tinha notado a
nossa presença. — vieram ajudar-me?
Não conseguimos responder, estávamos boquiabertas!
— Sabem, é que todos os Natais é a mesma coisa: ofereço carrinhos, Barbies, puzzles, chocolates, o
que é muito fácil, porque conheço as lojas onde comprar tudo isto, mas, este ano, um menino escreveu
a pedir a PAZ, e eu não sei onde a comprar, por isso, fiz um cartaz a pedir ajuda.
— A paz não se compra. — afirmou a Sara.
— A paz conquista-se, se os Homens, neste mundo, conseguirem ser amigos.
— Acho que já percebi! Duendes! Renas! — ordenou o Homem. — Vamos trabalhar, já.
E num abrir e fechar de olhos estavam todos, em cima de um trenó, a sobrevoar o mundo e a espalhar
o pó da Paz sobre a cabeça dos Homens.
— Meninas! — Vocês tiveram uma excelente ideia. — disse o duende Zeca. Esta era a melhor prenda
que alguma vez o Pai Natal ofereceu!
— É mesmo ele! — gritámos as duas em uníssono.
— Inês! Inês! Acorda filha! Porque é que dormiste na varanda? E porque é que estavas a gritar?!
— Eu não estava a ………………
E, nesse momento, apercebi-me que tudo não tinha passado de um sonho.
Infelizmente, não há Paz no Mundo!
Então, voltei para o meu quarto e vi, sobre a minha cama, o chapéu do duende Zeca. Corri para a
janela e disse:
— Continua a tentar, Pai Natal, um dia o teu pó da Paz irá surtir efeito na cabeça dos Homens!!!
Era uma vez uma linda floresta e nela existia uma linda árvore, era tão pequenina que a chamavam de
Verdura rasteira, ela era encantadora, gentil, simpática e alegre. Ela fica mesmo na encosta da grande
clareira, onde sempre era protegida do vento e do sol, a hiena gostava de dormir encostada a ela,
sempre conversavam, ao som das estrelas e dos ruídos estranhos da noite.
Verdura era bastante brincalhona, nunca se zangava quando faziam piadas sobre ela, às vezes as outras
árvores gozavam, dizendo:
- Verdurinha, quando é que cresces? Só serves para fazer sombra as minhas raízes.
Verdurinha ria e fazia graça, dizendo:
- Pois, queridas amigas, eu realmente sou pequenina sim, mas cuidado que ainda vou crescer e ser bem
mais alta que todos vós.
A hiena ria a bom rir, naquela gargalhada irritante e chata, a propósito seu nome era a Fitas a
fedorenta, pois ela não gostava de água, ela fugia sempre que precisava de tomar banho.
Sempre que fazia frio e chovia, a Verdurinha e suas amigas retinham em seus galhos muita água
mesmo, para quando a Fitas, a fedorenta da hiena tomasse um bom banho. Claro que ninguém na
floresta perdia tamanho divertimento, os amigos davam umas boas gargalhadas com tudo isso.
Um dia, a Fitas, estava muito triste, mesmo muito triste, triste demais, Verdurinha não sabia o que se
estava a passar, brincou, fez piadas, nada fazia rir aquela hiena, nada mesmo.
Ela já sentia falta das suas estrondosas gargalhadas. Querendo descobrir, o que deixava sua amiga tão
triste, ela decidiu ir atrás dela. Claro que as árvores mais velhas, logo ralharam com ela, dizendo que
iria correr grandes riscos.
Decidida e sem medo , de manha bem cedinho, foi atrás da sua amiga, escondendo-se atrás de galhos
de outras árvores.
Quando chegou junto ao rio ouviu risos estranhos, bastante confusos e estridentes. Curiosa,
aproximou-se e o que viu?
Ela viu a sua amiga com muitos bebés da sua raça, tão pequeninos e engraçados.
Nisto ouviu um estrondo, bem do seu lado, era uma grande árvore caindo, assustada ela corre para se
esconder, mas já era tarde demais.
….O filho do lenhador ao ver a árvore disse ao pai que tinha encontrado a árvore perfeita para levar
para casa…
A Fitas e os bebés que viram tudo, chorava por não ter contado o seu segredo, afinal a sua amiga
estava ali por sua causa.
Que podia fazer? Nada, apenas avisar os seus amigos.
Logo a Verduras se sentiu enjoada, sentia que lhe estavam tirando as entranhas, depois sentiu ser
atirada para um grande carro. Chorando e sem poder sair dali, ela lembrou-se dos conselhos dos mais
velhos, afinal eles estavam eram certos, não devia ter saído do seu lugar.
Escutou o ruído de um motor, via as estrelas a fugirem dela, as suas amigas acenavam tristes e
choravam, era a sua despedida da floresta.
Chegada a uma grande mansão, o filho do lenhador chamou de patrão, este veio à porta e disse:
- Alfredo era mesmo isto que eu procurava, a minha mulher vai ficar muito feliz.
A Verdurinha ficou muito linda, toda enfeitada, com bolinhas, estrelas, luzinhas e outros enfeites, ela
pensou para si, afinal não era tão mau.
Os dias passavam e a Verdurinha estava a ficar seca, sem cor, perdendo os seus galhos, perdendo a sua
força beleza, chorando e com saudades dos seus amiguinhos na floresta ela lembrava-os para acalmar o
seu coração já doente.
Dias depois ela foi jogada fora, na rua por não ter mais beleza e o Natal acabou, um menino olhou para
a pobre árvore, morrendo no lixo, com pena levou-a e plantou-a no seu quintal.
Todos os dias a regava com o maior carinho, a Verdurinha foi ficando forte e bela de novo e cresceu a
olhos vistos para alegria do rapazinho.
Feliz ela agradeceu ao seu Pai, o criador do universo pela segunda oportunidade de voltar a viver feliz
e prometeu nunca mais desobedecer aos mais velhos. Afinal eles eram os mais sábios e amigos.
http://www.contosdenatal.com/contos-de-autor/
A Estrela de Prata
Numa árvore que eu cá sei – que nós sabemos – estão uma estrela de prata e uma bola de cristal.
- Que fazemos aqui? – perguntou a estrela.
- Estamos a enfeitar – respondeu a bola.
- O que é enfeitar? – perguntou a estrela.
- É fazer vista, ornamentar, alindar… – respondeu a bola de cristal.
Passou-se um tempo e a estrela perguntou de novo:
- Porque estamos a enfeitar?
- Porque esta árvore não é como as outras. Os frutos dela são raros. Aparecem um dia, luzem o seu
quê, conforme sabem ou podem, e depois são colhidos e guardados, até para o ano.
A bola de cristal tinha muita experiência de outros Natais, ao passo que a estrela era nova, de prata
fresca, e não sabia quase nada. Mas tinha ouvido falar que havia estrelas cadentes, estrelas que caem
do céu e no céu desaparecem, num sopro de luz.
- Não serei uma dessas? – perguntou à bola.
- Talvez sejas, talvez não sejas… Mas não experimentes.
Passou-se um tempo mais, e a estrela guardou para si aquela ideia, uma ideia pequenina. “Não
experimentes”, dissera-lhe a bola. E se experimentasse? Foi o que fez.
Caiu, num susto, mas como era leve, inocente e frágil, uma corrente de ar, vinda de uma porta aberta,
algures, levou-a consigo.
Levou-a consigo e fê-la poisar, sem estrago, no fofo musgo.
- Olha, é a estrela da gruta – disse alguém que estava a armar o presépio.
E estrela do presépio ficou.
Donde estava, onde a puseram, via o presépio, os pastores, os reis magos, as lavadeiras com a trouxa à
cabeça, as leiteiras com a bilha à cinta, os vagabundos, o moleiro, o azeiteiro e todo o povo do
presépio e mais as pessoas de carne e osso, que vinham admirar aquela lindeza, sorrir para o Menino
Jesus e olhar para a estrela, suspensa do alto da gruta.
Estrela de oito pontas que era, a apontar em todas as direcções, nem ela sabia para onde, brilhou
imenso. Brilhou o mais que pôde.
Para o ano, a estrela de prata já tem muito que contar à bola de cristal.
António Torrado
www.historiadodia.pt
O Bolo-rei
O bolo-rei tomava-se muito a sério. Não havia discussão: ele era o rei dos bolos.
Como tal, quando lhe caiu uma passa da coroa, ordenou ao bolo-inglês:
— Traz-me essa passa de volta.
O bolo-inglês fez-se desentendido e respondeu:
— Sorry! I don’t understand…
O que queria dizer, na língua dele, que pedia desculpa, mas não tinha entendido.
Então, o bolo-rei virou-se para um bolo de natas e deu a mesma ordem. Queria, outra vez, a passa a
ornamentar-lhe a coroa.
O bolo de natas tinha uma fala atrapalhada, por causa do excesso de natas.
— Flá, plefe, pflu, pfló…
Não se percebia nada.
O bolo-rei, muito irritado, ordenou o mesmo ao bolo de amêndoa, que lhe respondeu:
— Também a mim me caiu uma amêndoa torrada e não me queixo.
O bolo-rei, cada vez mais exasperado, deu a mesma ordem a um pudim de gelatina, mas o pudim de
gelatina era muito frágil, muito nervoso e só tremeu, tremeu, incapaz de dizer ou fazer o que quer que
fosse.
— São uns rebeldes estes meus súbditos — concluiu, numa grande exaltação, o bolo-rei. — Condeno-
os a que sejam todos cortados às fatias.
E assim aconteceu. Mas nem o bolo-rei escapou.
António Torrado
Dulce Rodrigues
Fernando Sequeira