Formação Faturas Sem Papel
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FICHA TÉCNICA
Não é permitida a utilização deste Manual, para qualquer outro fim que não o indicado,
sem autorização prévia e por escrito da Ordem dos Contabilistas Certificados, entidade
que detém os direitos de autor.
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Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Índice:
1. Introdução............................................................................................................................. 9
2. Análise às alterações legislativas – comparativos e comentários ....................................... 11
Meios de processamento de faturas e outros documentos fiscalmente relevantes .............. 11
Obrigações de utilização do programa informático certificado .............................................. 12
Elaboração de documentos pelos adquirentes ou por terceiros em nome e por conta do
sujeito passivo......................................................................................................................... 15
Autenticidade da origem, integridade do conteúdo e legibilidade......................................... 17
Requisitos de processamento: ................................................................................................ 18
Requisitos gerais dos programas informáticos de faturação e contabilidade ........................ 21
Faturação eletrónica ............................................................................................................... 24
Faturas e outros documentos fiscalmente relevantes através de impressos de tipografias
autorizadas.............................................................................................................................. 28
Arquivo .................................................................................................................................... 33
Código do IVA .......................................................................................................................... 47
Regime dos bens em circulação .............................................................................................. 55
Código do IRC .......................................................................................................................... 61
Código do IRS .......................................................................................................................... 63
Decreto-Lei nº 198/2012, de 24 de agosto – Comunicações à AT .......................................... 65
3. Novos procedimentos introduzidos com o Decreto-Lei nº 28/2019 .................................. 69
Definições dos documentos de faturação e dos documentos fiscalmente relevantes – Artigo
2º DL 28/2019: ........................................................................................................................ 69
Alterações às obrigações de utilização de programas informáticos – Artigo 4º DL 28/2019 . 69
Código de barras bidimensional (código QR) e um código único de documento - Artigo 7º DL
28/2019 ................................................................................................................................... 70
Dispensa de impressão de faturas - Artigo 8.º DL 28/2019 .................................................... 70
Documento a emitir por entidades isentas – Artigo 10º DL 28/2019 ..................................... 70
Localização do arquivo fora do território da União Europeia - Artigo 21.º DL 28/2019 ......... 70
Arquivo eletrónico de documentos em papel – Artigo 23º DL 28/2019 ................................. 70
Informação relativa aos estabelecimentos – Artigo 34º DL 28/2019 ..................................... 70
Comunicação das séries documentais em utilização – Artigo 35º DL 28/2019 ...................... 71
Alterações à dispensa de emissão de faturas ......................................................................... 71
Dispensa do anexo O – Mapa recapitulativo de clientes ........................................................ 71
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Faturas simplificadas emitidas nos termos do artigo 40º do CIVA: .................................. 111
b. Processamento de faturas ............................................................................................ 112
Faturas emitidas nos termos do artigo 36º do CIVA: ........................................................ 112
Faturas simplificadas emitidas nos termos do artigo 40º do CIVA: .................................. 114
c. Impressão de faturas .................................................................................................... 115
Regra ................................................................................................................................. 115
Dispensa: ........................................................................................................................... 116
d. Procedimentos para dispensar a impressão das faturas em papel ou da transmissão por
via eletrónica para os adquirentes não sujeitos passivos ..................................................... 117
Âmbito geral...................................................................................................................... 117
Condição para os adquirentes: ......................................................................................... 117
Forma e prazo de exercício da opção: .............................................................................. 117
Condições para o exercício da opção ................................................................................ 117
Disponibilização pela AT dos elementos das faturas ........................................................ 118
Garantia de emissão de fatura .......................................................................................... 118
e. Vários procedimentos para emissão de faturas ............................................................ 119
7. Documentos de conferência de mercadorias ou de prestações de serviços .................... 121
a. Definição ....................................................................................................................... 121
b. Obrigações de sistemas de faturação ........................................................................... 121
c. Processamento dos documentos .................................................................................. 122
d. Impressão de documentos ............................................................................................ 124
Regra: ................................................................................................................................ 124
Dispensa: ........................................................................................................................... 124
8. Outros documentos .......................................................................................................... 125
a. Recibos .......................................................................................................................... 125
b. Documentos a emitir por entidades isentas ................................................................. 125
c. Documento previsto no nº 20 do artigo 29º do CIVA ................................................... 126
9. Requisitos dos programas informáticos de faturação e contabilidade ............................. 129
a. Requisitos obrigatórios: ................................................................................................ 129
b. Integridade operacional e integridade dos dados de suporte: ..................................... 129
c. Documentação técnica: ................................................................................................ 130
d. Obrigação de extração do SAF-T ................................................................................... 130
e. Cópias de segurança das bases de dados do programa de faturação e contabilidade . 130
10. Faturação por via eletrónica ......................................................................................... 131
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1. Introdução
A publicação do Decreto-Lei nº 28/2019, de 15 de fevereiro, veio introduzir alterações
significativas às regras de faturação e arquivo.
Mas as principais medidas bandeiras deste diploma apontam para a possibilidade de criação e
utilização simplificada do arquivo eletrónico, com a introdução da digitalização dos documentos
em papel, bem como com a possibilidade de processamento de faturas aos consumidores finais
sem necessidade de se efetuar a respetiva impressão (a designada “fatura sem papel”).
A Ordem dos Contabilistas Certificados promove esta formação eventual e a criação deste
manual com o objetivo de dotar os profissionais, contabilistas certificados, com os
conhecimentos necessários para ajudar os sujeitos passivos no cumprimento rigoroso e
atempado de todas as alterações e novas obrigações relacionadas com a introdução do referido
DL.
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A nova redação do nº 1 do artigo 4º do DL 28/2019, conjugado com o seu artigo 3º vem passar
a exigir que os sujeitos passivos com sede ou estabelecimento estável em território nacional, a
par de outros sujeitos passivos que estejam obrigados à emissão de fatura por força das regras
do artigo 35º-A do CIVA, estejam obrigados à utilização exclusiva de software certificado para
emissão de faturas e documentos fiscalmente relevantes.
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Note-se que os DT já estavam, desde 2013, na prática, abrangidos por esta obrigatoriedade por
via da Portaria 363/2010 (nº 4 artigo 2º), pelo que, a este nível, não nos parece que exista
verdadeiramente um alargamento do âmbito.
Os próprios documentos de conferência teriam, à luz daquela portaria, que ser assinados (art.º
7.º).
Passa a ser claro que os outros meios eletrónicos de faturação apenas podem ser utilizados para
a emissão de faturas simplificadas nos termos do artigo 40º do CIVA (desde que os sujeitos
passivos em causa não sejam obrigados a utilizar programas certificados).
Alarga-se o âmbito para as entradas em bibliotecas, arquivos, museus, galerias de arte, castelos,
palácios, monumentos, parques, perímetros florestais, jardins botânicos, zoológicos e serviços
prestados por sujeitos passivos que exerçam a atividade económica de diversão itinerante
enquadrados nas subclasses 93211 e 93295 da Classificação Portuguesa das Atividades
Económicas, Revisão 3 (CAE - Rev. 3), poderem substituir a obrigação de emissão de fatura
através de programa certificado por um bilhete de entrada, desde que impresso em tipografia
autorizada ou emitidos por outro meio eletrónico sem capacidade de registo em base de dados
e sem capacidade de comunicação com base de dados exterior.
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Continua a ser possível o processamento de faturas pelos adquirentes ou por terceiros em nome
e por conta dos sujeitos passivos transmitentes ou prestadores de serviços.
Quando o adquirente ou terceiro que irão emitir as faturas em nome e por conta do sujeito
passivo não tiverem sede, estabelecimento estável ou domicílio em Portugal ou noutro Estado-
Membro da União Europeia, essa possibilidade está dependente de autorização prévia da AT.
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As autorizações concedidas antes da entrada em vigor do DL 28/2019 podem ser mantidas pelo
prazo máximo de cinco anos a contar da entrada em vigor desse diploma, sujeito à verificação
dos prazos e condições determinados.
Os novos requisitos e condições para a obtenção dessa autorização pela AT estão previstos no
nºs 3 a 5 do artigo 5º DL 28/2019.
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Requisitos de processamento:
Redação anterior Redação atual
Artigo 36º, nº 14 - Prazo de emissão e Decreto-Lei nº 28/2019, de 15 de fevereiro
formalidades das faturas Artigo 7.º - Requisitos do processamento
(…)
14 - Nas faturas processadas através de 1 - Nas faturas processadas através de
sistemas informáticos, todas as menções programas informáticos ou de outros meios
obrigatórias, incluindo o nome, a firma ou a eletrónicos, devem ser inseridos pelo
denominação social e o número de respetivo programa ou equipamento todas
identificação fiscal do sujeito passivo as menções obrigatórias nos termos do
adquirente, devem ser inseridas pelo Código do IVA.
respetivo programa ou equipamento 2 - Nos documentos que possibilitem a
informático de faturação. conferência de mercadorias ou de prestação
de serviços processados através de
programas informáticos ou de outros meios
eletrónicos, independentemente do suporte
em que sejam apresentados ao cliente,
devem ser inseridos pelo respetivo
programa ou equipamento os seguintes
elementos:
a) Número sequencial do documento;
b) Data e hora de emissão;
c) Denominação social e número de
identificação fiscal do fornecedor dos bens
ou prestador de serviços;
d) Denominação usual e quantidades dos
bens transmitidos ou dos serviços prestados;
e) O preço líquido de imposto e o montante
de imposto devido, ou o preço com a
inclusão do imposto;
f) A indicação expressa de que não
constituem fatura.
(…)
Decreto-Lei nº 198/90, de 19 de junho:
Artigo 5.º, nº 2
2 - Os documentos referidos no número
anterior, identificados através das respetivas 4 - As faturas e os documentos fiscalmente
designações, são emitidos em uma ou mais relevantes, identificados através das
séries, convenientemente referenciadas, de respetivas designações, são emitidos em
acordo com as necessidades comerciais, uma ou mais séries, convenientemente
devendo ser datados e numerados de forma referenciadas, de acordo com as
progressiva e contínua, dentro de cada série, necessidades comerciais, devendo ser
por um período não inferior a um ano fiscal. datados e numerados de forma progressiva
e contínua, dentro de cada série, por um
período não inferior a um ano fiscal.
Artigo 40º, nº 44 – Faturas simplificadas
4 - As faturas referidas nos números
anteriores podem ser processadas nos 5 - As faturas e demais documentos
termos previstos no artigo 5.º do Decreto- fiscalmente relevantes processados através
Lei n.º 198/90, de 19 de junho, ou ainda por de programas informáticos ou outros meios
outros meios eletrónicos, nomeadamente eletrónicos devem ser obrigatoriamente
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Comentários:
A alteração mais significativa resulta da obrigação dos documentos emitidos em modo de treino
passarem a ter que se manter registados na base de base de dados, jornal eletrónico ou
impressos no rolo interno, devidamente identificados.
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A alteração mais importante está relacionada com a imposição destas obrigações para os
programas informáticos de contabilidade.
Estas disposições entraram em vigor no dia 16 de fevereiro de 2019, mas podem ser
implementadas até 30 de junho de 2019 sem qualquer penalidade, conforme previsto no
Despacho do Secretário dos Assuntos Fiscais (SEAF) nº 85/2019-XXI de 1 de março de 2019.
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Faturação eletrónica
Redação anterior Redação atual
Código do IVA Código do IVA
Artigo 36º - Prazo de emissão e Artigo 36º - Prazo de emissão e
formalidades das faturas formalidades das faturas
Artigo 3.º - Emissão de fatura através de Artigo 12.º - Emissão de fatura por via
meios eletrónicos eletrónica
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Comentários:
A principal alteração relacionada com a faturação por via eletrónica através da entrada em vigor
do DL 28/2019 decorre da substituição da obrigação de utilização das assinaturas eletrónicas
avançadas e selos eletrónicos avançados por assinaturas eletrónicas qualificadas e selos
eletrónicos qualificados.
Esta alteração está prevista que entre em vigor a partir de 1 de janeiro de 2021.
Sem prejuízo do sujeitos passivos poderem optar pela utilização das assinaturas eletrónicas
qualificadas e selos eletrónicos qualificados antes dessa data.
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Geral das Infrações Tributárias, aprovado junho, na sua redação atual, nem nos termos
pela Lei n.º 15/2001, de 5 de junho, nem nos das normas correspondentes dos regimes
termos das normas correspondentes dos jurídicos das infrações fiscais aduaneiras e
regimes jurídicos das infrações fiscais não aduaneiras, aprovados, respetivamente,
aduaneiras e não aduaneiras, aprovados, pelos Decretos-Leis n.ºs 376-A/89, de 25 de
respetivamente, pelos Decretos-Leis n.ºs outubro, e 20-A/90, de 15 de janeiro;
376-A/89, de 25 de outubro, e 20-A/90, de b) Não estejam em falta relativamente ao
15 de janeiro; [Redação dada pela Lei n.º 83- cumprimento das obrigações constantes do
C/2013, de 31 de dezembro] n.º 1 do artigo 27.º, do artigo 28.º, dos n.ºs 1
b) Não estejam em falta, relativamente ao e 2 do artigo 41.º do Código do IVA, do n.º 1
cumprimento das obrigações constantes do do artigo 57.º do Código do IRS ou do n.º 1
n.º 1 do artigo 27.º, do artigo 28.º, dos n.ºs 1 do artigo 104.º do Código do IRC;
e 2 do artigo 41.º do Código do IVA, do n.º 1 c) Não se encontrem em estado de falência
do artigo 57.º do Código do Imposto sobre o ou insolvência;
Rendimento das Pessoas Singulares ou do d) Não tenham sido condenadas por crimes
n.º 1 do artigo 104.º do Código do Imposto previstos nos artigos 256.º, 258.º, 259.º,
sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas; 262.º, 265.º, 268.º e 269.º do Código Penal.
[Redação dada pela Lei n.º 83-C/2013, de 31 3 - O pedido de autorização referido no
de dezembro] número anterior deve ser entregue, por via
c) Não se encontrem em estado de falência; eletrónica, no Portal das Finanças, contendo
d) Não tenham sido condenadas por crimes a identificação, as atividades exercidas e o
previstos nos artigos 256.º, 258.º, 259.º, local do estabelecimento da tipografia,
262.º, 265.º, 268.º e 269.º do Código Penal. devendo ser acompanhado dos seguintes
6 - O pedido de autorização referido no elementos:
número anterior deve ser entregue por via a) Certificado do registo criminal do
eletrónica, no Portal das Finanças, contendo proprietário da empresa, ou, tratando-se de
a identificação, as atividades exercidas e o sociedade comercial, de cada um dos sócios
local do estabelecimento da tipografia, gerentes ou administradores em exercício;
devendo ser acompanhado dos seguintes b) Certificado, processado pela entidade
elementos: [Redação dada pelo Decreto-Lei judicial respetiva, para efeitos da alínea c) do
n.º 198/2012, de 24 de agosto] número anterior.
a) Certificado do registo criminal do
proprietário da empresa, ou, tratando-se de
sociedade, de cada um dos sócios gerentes
ou administradores em exercício;
b) Certificado, processado pela entidade
judicial respetiva, para efeitos da alínea c) do
número anterior.
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Subcontratação
Comentários:
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Arquivo
Prazo
(…)
Código do IRC
Artigo 123º, nº 4 - Obrigações
contabilísticas das empresas
4 - Os livros, registos contabilísticos e Revogado
respetivos documentos de suporte devem
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Código do IRS
Artigo 118º, nº 2 - Centralização, arquivo e
escrituração
2 - Os sujeitos passivos são obrigados a Revogado
conservar em boa ordem os livros, registos
contabilísticos e respetivos documentos de
suporte durante 12 anos.
Comentários:
Para efeitos da categoria B de IRS, deixa de existir o prazo geral de 12 anos, passando para 10
anos, sem prejuízo de se aplicar 12 anos nos casos da existência de prejuízos fiscais. O mesmo
procedimento se aplica para os sujeitos passivos de IRC.
Para efeitos de IVA, mantem-se em vigor o estender do prazo de arquivo necessário para o
controlo das regularizações de IVA previstas no artigo 24º e 25º do Código desse imposto.
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Código do IVA
Artigo 52º, nº 3 a 7 Código do IVA
Artigo 52º, nº 3 a 7
3 - Os sujeitos passivos com sede,
estabelecimento estável ou domicílio em 3 - A regulamentação do arquivo dos livros,
território nacional são obrigados a manter os registos e documentos de suporte consta de
livros, registos e demais documentos legislação especial.
referidos no n.º 1 em estabelecimento ou
instalação situado em território nacional,
salvo se o arquivamento for efetuado por
meios eletrónicos.
4 - É permitido o arquivamento em suporte
eletrónico das faturas emitidas por via Revogado
eletrónica desde que se encontre garantido
o acesso completo e em linha aos dados e
assegurada a integridade da origem e do
conteúdo e a sua legibilidade. [Redação
dada pelo Decreto-Lei n.º 197/2012, de 24
de agosto]
5 - Os sujeitos passivos com sede,
estabelecimento estável ou domicílio em Revogado
território nacional que pretendam proceder
ao arquivamento em suporte eletrónico dos
documentos referidos no número anterior
fora do território da Comunidade devem
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As autorizações concedidas para o arquivo em países terceiros podem ser mantidas pelo prazo
máximo de cinco anos após a entrada em vigor do presente decreto-lei, sujeito à verificação dos
prazos e condições determinados.
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Procedimentos de arquivo
Artigo 2.º - Registo dos documentos Artigo 22.º - Registo dos documentos
arquivados arquivados
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Artigo 9.º - Acesso à informação arquivada Artigo 33.º - Acesso à informação arquivada
em suporte eletrónico
1 - Os sujeitos passivos devem facultar à
administração tributária, no exercício da 1 - Os sujeitos passivos devem facultar à
ação de inspeção, cópias dos respetivos AT, no exercício da ação de inspeção, cópias
suportes, reproduções legíveis em papel dos dos respetivos suportes, reprodução legível
documentos arquivados, bem como permitir em papel dos documentos arquivados, bem
a realização de quaisquer tipo de análises e como permitir a realização de quaisquer
ou pesquisas ao arquivo a que se refere o tipos de análises ou pesquisas ao arquivo a
artigo 1.º que se refere o capítulo anterior.
2 - Para efeitos do disposto no número 2 - Sempre que se mostre necessário, o
anterior, devem os sujeitos passivos sujeito passivo deve disponibilizar os meios
assegurar a disponibilidade do equipamento para a leitura dos suportes e das imagens
que serviu para gravação dos seus neles contidas.
documentos e de pessoal técnico habilitado
para manuseamento do sistema utilizado.
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Arquivo de faturas e outros documentos fiscalmente relevantes emitidos por via eletrónica
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Comentários:
O arquivo de faturas e outros documentos fiscalmente relevantes emitidos por via eletrónica
passa a estar definido nos artigos 28º a 32º do DL 28/2019. Os procedimentos são similares aos
previstos no DL 196/2007.
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Código do IVA
Comentários:
Passa apenas a abranger as pessoas coletivas de direito público, organismos sem finalidade
lucrativa e instituições particulares de solidariedade social (IPSS) que:
Os restantes sujeitos passivos que exerciam exclusivamente operações isentas sem direito à
dedução, que não cumpram estas condições, passam a ser obrigados a emitir faturas nos termos
do CIVA.
Quanto ao Anexo O – Mapa recapitulativo de clientes passa a existir uma dispensa generalizada
da sua submissão para os sujeitos passivos com residentes ou não residentes com
estabelecimento estável em território nacional. Apenas continuam a ser obrigados a entregar
este anexo os sujeitos passivos não residentes sem estabelecimento estável.
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Comentários:
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Comentários:
Esta norma acolhe o artigo 219.º-A da Diretiva IVA e define a competência territorial em matéria
de faturação, clarificando as situações em que a emissão de fatura está sujeita às regras
estabelecidas no Código do IVA.
Local do
estabelecimento Localização das Reverse Regras nacionais
Autofaturação
do sujeito operações charge (Código do IVA)
passivo
Território ou país
- - Sim
terceiro
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Comentários:
As faturas emitidas a consumidores finais (não sujeitos passivos) deixam de ter que incluir,
obrigatoriamente, a identificação (nome e domicílio) desse tipo de adquirente (terá que incluir
se o adquirente o exigir).
Deixa de existir a limitação de 1.000 euros para faturas emitidas a consumidores finais sem
identificação.
Comentários:
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Comentários:
O prazo de arquivo dos documentos de transporte passa para 4 anos, sem prejuízo da
necessidade de conservação pelo prazo de 10 anos quando sejam documentos de suporte
contabilístico.
Comentários:
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Código do IRC
Redação anterior Redação atual
Artigo 123º, nºs 4 a 7 e 9
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Código do IRS
Redação anterior Redação atual
Artigo 78.º-B - Dedução das despesas gerais Artigo 78.º-B - Dedução das despesas gerais
familiares familiares
1 - À coleta do IRS devido pelos sujeitos 1- À coleta do IRS devido pelos sujeitos
passivos é dedutível um montante passivos é dedutível um montante
correspondente a 35% do valor suportado correspondente a 35% do valor suportado
por qualquer membro do agregado familiar, por qualquer membro do agregado familiar,
com o limite global de € 250 para cada sujeito com o limite global de € 250 para cada sujeito
passivo, que conste de faturas que titulem passivo, que conste de faturas que titulem
prestações de serviços e aquisições de bens prestações de serviços e aquisições de bens
comunicadas à Autoridade Tributária e comunicadas à Autoridade Tributária e
Aduaneira nos termos do Decreto-Lei n.º Aduaneira nos termos do Decreto-Lei n.º
198/2012, de 24 de agosto, ou emitidas no 198/2012, de 24 de agosto, ou emitidas no
Portal das Finanças, nos termos da alínea a) Portal das Finanças, enquadradas em
do n.º 1 do artigo 115.º, enquadradas em qualquer setor de atividade, exceto os
qualquer setor de atividade, exceto os setores previstos nos artigos 78.º-C a 78.º-E.
setores previstos nos artigos 78.º-C a 78.º-E.
[Redação dada pelo Decreto-Lei n.º 41/2016,
de 1 de agosto]
(…) 2 - ...
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(…) (…)
2 - O presente diploma aplica-se ainda, com
2 - O presente diploma aplica-se ainda, com
as devidas adaptações, aos documentos as devidas adaptações, às faturas e
referidos no n.º 6 do artigo 36.º e no n.º 1 do
documentos retificativos de fatura, a outros
artigo 40.º do Código do IVA, bem como aosdocumentos emitidos, independentemente
recibos comprovativos de pagamento da sua designação, que sejam suscetíveis,
emitidos por sujeitos passivos enquadradosnomeadamente, de apresentação ao cliente
no regime de IVA de caixa, ou emitidos a e que possibilitem a conferência de
estes sujeitos passivos, quando estes os mercadorias ou de prestação de serviços bem
solicitem, em ambos os casos na forma legal
como a recibos comprovativos de pagamento
prevista neste regime. [Redação dada pelo emitidos por sujeitos passivos enquadrados
Decreto-Lei n.º 71/2013, de 30 de maio] no regime de IVA de caixa, ou emitidos a estes
sujeitos passivos, quando estes os solicitem,
em ambos os casos na forma legal prevista
neste regime.
Artigo 3º - Comunicação dos elementos das Artigo 3º - Comunicação dos elementos das
faturas faturas
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Passa a incluir-se a comunicação de recibos (não sendo ainda claro se apenas abrange os recibos
emitidos no âmbito do regime do IVA de caixa).
A comunicação das faturas e outros documentos fiscalmente relevantes passa para o dia 15 do
mês seguinte da data da emissão do documento (em 2019). A partir dos documentos emitidos
em janeiro de 2020, esses documentos são comunicados até ao dia 10 do mês seguinte.
Foram ainda introduzidos novos elementos a serem comunicados à AT, decorrentes das
alterações legislativas introduzidas pelo DL 28/2019, nomeadamente a referência ao código
único do documento.
Inventários
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(…)
3 - Ficam dispensadas da obrigação de 3 - Ficam dispensadas da obrigação de
comunicação a que se refere o n.º 1 as comunicação a que se refere o n.º 1 as
pessoas aí previstas cujo volume de negócios pessoas aí previstas a que seja aplicável o
do exercício anterior ao da referida regime simplificado de tributação em sede
comunicação não exceda € 100 000. de IRS ou IRC.
Comentários:
A comunicação dos inventários passa a ser efetuada com a valorização dos mesmos.
Esta obrigação entra em vigor a partir de 1 de janeiro de 2020, para os inventários do período
de tributação de 2019.
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Faturas:
- Fatura, em papel ou em formato eletrónico que, contenha os elementos referidos nos artigos
36.º ou 40.º do Código do IVA, incluindo a fatura, a fatura simplificada e a fatura-recibo;
- Documento retificativo de fatura nos termos legais (notas de débito e notas de crédito.
(Nota dos autores: neste manual, designaremos as “Faturas” como “documentos de faturação”
para tornar claro que se referem a todos os documentos referidos nesta definição).
- Recibos;
Há a referir que as faturas de consignação emitidas nos termos do artigo 38º do CIVA também
se enquadram na definição de “faturas”, acima referida.
- Tenham tido, no ano civil anterior, um volume de negócios superior a € 75.000 (50.000 euros
a partir de 2020) ou, quando, no exercício em que se inicia a atividade, o período em referência
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seja inferior ao ano civil, e o volume de negócios anualizado relativo a esse período seja superior
àquele montante;
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Passa apenas a abranger as pessoas coletivas de direito público, organismos sem finalidade
lucrativa e instituições particulares de solidariedade social (IPSS) que:
Os restantes sujeitos passivos que exerciam exclusivamente operações isentas sem direito à
dedução, que não cumpram estas condições, passam a ser obrigados a emitir faturas nos termos
do CIVA.
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Deixa de existir a limitação de 1.000 euros para faturas emitidas a consumidores finais sem
identificação.
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A alínea b) do nº 1 do artigo 29º do CIVA estabelece a obrigação de se emitir uma fatura por
cada transmissão de bens ou prestação de serviços, independentemente da qualidade do
adquirente dos bens ou destinatário dos serviços, ainda que estes não a solicitem, bem como
pelos adiantamentos a essas operações.
A anterior redação da alínea a) do nº 3 do artigo 29º do CIVA, que dispensava os sujeitos passivos
que pratiquem exclusivamente operações isentas que não conferem o direito à dedução da
obrigação de emissão de fatura (e outras), passa a estar prevista em duas alíneas (alíneas a) e
c)).
A alínea c), aditada, reflete a anterior redação da alínea a), com exclusão da dispensa de emissão
de fatura, regulada na nova redação desta alínea.
Decorre destas alterações que todos os sujeitos passivos não contemplados na nova redação da
alínea a) e anteriormente dispensados da emissão de fatura, nomeadamente os titulares de
rendimentos da categoria B de IRS e as sociedades comerciais, quando praticavam
exclusivamente operações abrangidas por isenções do artigo 9º do CIVA, passam a estar
obrigados à emissão de fatura nos termos do CIVA.
Esta alteração à dispensa de emissão de faturas apenas produz efeitos a 1 de janeiro de 2020.
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Os rendimentos a considerar para efeitos do limite são aqueles previstos no artigo 20º do CIRC
(em nossa opinião). Tratando-se de entidades do setor não lucrativo, esses rendimentos são
determinados de acordo com as regras contabilísticas e do artigo 18º do CIRC (regime do
acréscimo) ou pelo regime de caixa, quando não estejam sujeitos a contabilidade organizada.
O artigo 10º do DL 28/2019 prevê que as pessoas coletivas de direito público, as IPSS e as
restantes entidades do setor não lucrativo, que estejam dispensadas de emitir faturas
(pratiquem exclusivamente operações isentas de imposto e, tenham obtido para efeitos de IRC,
no período de tributação imediatamente anterior, um montante anual ilíquido de rendimentos
não superior a € 200 000), passam a ser obrigadas, para titular as transmissões de bens e
prestações de serviços, um documento sem formalismos específicos, para além de ter que
conter os seguintes requisitos e elementos:
- Número de identificação fiscal do adquirente ou destinatário, quando este for sujeito passivo
de IVA ou, em qualquer caso, quando o adquirente ou destinatário o solicite;
Este documento não tem uma designação específica prevista, nem tem que ser processado
através de programa informático certificado pela AT. No caso destas entidades emitirem estes
documentos sob a forma de fatura ou recibo, então terão que obedecer à disciplina do DL
28/2019 e ser emitida através de software certificado.
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1. Pessoas coletivas de direito público, IPSS e entidades do setor não lucrativo que exercem
exclusivamente atividades isentas do artigo 9º que não conferem direito à dedução (sujeitos
passivos isentos) e tenham obtido para efeitos de IRC, no período de tributação
imediatamente anterior, um montante anual ilíquido de rendimentos não superior a €
200.000:
2. Pessoas coletivas de direito público, IPSS e entidades do setor não lucrativo que exercem
simultaneamente atividades isentas do artigo 9º que não conferem direito à dedução e
atividades que conferem direito à dedução (“sujeitos passivos mistos”) ou que sejam sujeitos
passivos isentos (que exerçam exclusivamente operações isentas sem direito à dedução), mas
tenham obtido para efeitos de IRC, no período de tributação imediatamente anterior, um
montante anual ilíquido de rendimentos igual ou superior a € 200.000:
- Para as operações tributadas (incluindo à taxa zero), obrigação de emissão de faturas nos
termos do artigo 36º ou faturas simplificadas nos termos do artigo 40º, ambos do CIVA;
- Para as operações isentas sem direito à dedução do artigo 9º do CIVA, emissão de outro
documento, sem qualquer formalismo, nos termos do nº 20 do artigo 29º do CIVA.
Como se constata, em nossa opinião, apesar de não estar claro na redação do nº 20 do artigo
29º do CIVA, esse outro documento passa a poder apenas a ser emitido quando essas entidades
sejam sujeitos passivos mistos (que exercem simultaneamente operações que não conferem
direito à dedução e operações que conferem direito à dedução) ou sujeitos passivos isentos (que
exercem exclusivamente operações que não conferem direito à dedução) com volume de
negócios, do ano anterior, igual ou superior a 200.000 euros.
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Apesar da revogação do nº 21 do artigo 29º do CIVA, os sujeitos passivos que pratiquem atos
isolados continuam a ter a opção de emissão da respetiva fatura através da funcionalidade de
emissão de faturas-recibos eletrónicas (vulgo recibos-verdes) através do Portal das Finanças,
evitando, assim, a necessidade de aquisição de programas informáticos de faturação, a
contratação temporária de software para emitir essa fatura ou subcontratação do serviço de
processamento da fatura a um terceiro (quando tal fosse possível).
Outras dispensas
Restantes sujeitos passivos que pratiquem operações isentas do artigo 9º do CIVA sem direito
à dedução
“10-0076 Numa venda de imóveis, a escritura pública pode dispensar a emissão da fatura?
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Porém, pode o sujeito passivo alienante emitir fatura, se assim o entender, caso em que deve
efetuar a sua comunicação.”
A alínea d), aditada ao n.º 3 do artigo 29.º, vem dispensar os sujeitos passivos com sede,
estabelecimento estável ou domicílio em território nacional da entrega do mapa recapitulativo
dos sujeitos passivos seus clientes, a que se refere a alínea e) do n.º 1 do mesmo artigo.
Uma vez que esta obrigação será cumprida até ao dia 15 de julho, a dispensa aplica-se já em
2019 relativamente aos mapas recapitulativos de clientes referentes à IES do período de
tributação de 2018.
Exclusão da dispensa
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- Dos anexos L, M, N, O e P:
Novidade: Os sujeitos passivos de IRC, que estejam a aplicar a NC-ME, passam também
ficar dispensados dos mapas recapitulativos (Anexo O e P), independentemente de
estarem enquadrados no regime geral ou simplificado de IRC;
Uma vez que esta obrigação será cumprida até ao dia 15 de julho, a dispensa aplica-se já em
2019 relativamente aos mapas recapitulativos de clientes referentes à IES do período de
tributação de 2018.
Esta obrigação passa a ser aplicada apenas aos destinatários ou adquirentes que sejam sujeitos
passivos (fornecendo o respetivo NIF).
Deixa de ser obrigatória a colocação dos dados de identificação (nome e domicílio) dos
adquirentes não sujeitos passivos (consumidores finais), independentemente do montante das
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A obrigação de, nas faturas processadas através de sistemas informáticos, todas as menções
obrigatórias, incluindo o nome, a firma ou a denominação social e o número de identificação
fiscal do sujeito passivo adquirente, deverem ser inseridas pelo respetivo programa ou
equipamento informático de faturação, passa a constar do DL 28/2019. De acordo com o nº 1
do artigo 7º do DL 28/2019, e que constava no n.º 14 do art.º 36.º do CIVA, que foi revogado
pelo mesmo diploma.
A elaboração de faturas por parte do adquirente dos bens ou dos serviços (autofacturação) fica
sujeita às seguintes condições:
- A existência de um acordo prévio, na forma escrita, entre o sujeito passivo transmitente dos
bens ou prestador dos serviços e o adquirente ou destinatário dos mesmos;
- O adquirente provar que o transmitente dos bens ou prestador dos serviços tomou
conhecimento da emissão da fatura e aceitou o seu conteúdo.
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Continua a ser possível o processamento de faturas por terceiros em nome e por conta do
sujeito passivo, faculdade prevista no nº 14 do artigo 29.º do CIVA, passando a estar
regulamentado no artigo 5º do DL 28/2019.
“(…)
i) Cumprimento da obrigação de faturação: emissão de faturas eletrónicas
11. A obrigação de faturação encontra-se prevista na alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º do Código
do IVA (CIVA), decorrendo desta norma a obrigação generalizada de emissão de fatura por cada
transmissão de bens ou prestação de serviços, independentemente da qualidade do adquirente
dos bens ou destinatário dos serviços, ainda que estes não a solicitem, bem como pelo
recebimento de pagamentos antecipados.
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12. As faturas devem ser datadas, numeradas sequencialmente e conter as menções obrigatórias
previstas no n.º 5 do artigo 36.º e no n.º 2 do artigo 40.º do CIVA - consoante se trate de fatura
ou fatura simplificada, respetivamente - destinando-se original ao cliente e o duplicado ao
arquivo do fornecedor (n.º 4 do artigo 36.º do CIVA).
13. As faturas podem ser emitidas em papel - sendo processadas através de sistemas
informáticos ou pré impressas em tipografias autorizadas - ou em formato eletrónico, devendo
estar garantida a autenticidade da origem, a integridade do conteúdo e a legibilidade das
faturas emitidas (cf. o artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 198/90, de 19 de junho e o n.º 10 do artigo
36.º do CIVA).
14. Relativamente à emissão de faturas por via eletrónica, na aceção do n.º 10 do artigo 36.º,
importa referir que o Decreto-Lei n.º 196/2007, de 15 de maio, que regula as condições técnicas
para a emissão, conservação e arquivamento de faturas emitidas por via eletrónica, nos termos
do CIVA, define «fatura eletrónica» como aquela que contenha os elementos referidos nos
artigos 36.º ou 40.º, n.º 2 do CIVA e que tenha sido emitida e recebida por via eletrónica (cf.
alínea a) do n.º 3 do artigo 3.º do Decreto-Lei 196/2007).
15. Com efeito, os sujeitos passivos podem emitir faturas eletrónicas, sob reserva de aceitação
do destinatário, desde que seja garantida a autenticidade da sua origem, a integridade do seu
conteúdo e a sua legibilidade através de quaisquer controlos de gestão que criem uma pista de
auditoria fiável entre as faturas e as transmissões de bens ou prestações de serviços,
considerando-se cumpridas essas exigências se adotada, nomeadamente, uma assinatura
eletrónica avançada, nos termos do Decreto-lei n.º 290-D/99, de 22 de agosto, ou um sistema
de intercâmbio eletrónico de dados, baseado em acordo que siga as condições jurídicas do
"Acordo tipo EDI Europeu" (n.ºs 3 e 4 do artigo 3.º do Decreto-Lei 196/2007).
18. O mesmo decorre do conteúdo das Notas Explicativas sobre as Regras de Faturação do IVA,
elaboradas pela Comissão Europeia que, não sendo vinculativas, fornecem orientação sobre a
interpretação do requisito da aceitação do destinatário constante do artigo 232.º da Diretiva
IVA:
«(…)[u]ma vez que as faturas em suporte papel e eletrónicas devem ser tratadas de modo
idêntico, a aceitação pelo destinatário de uma fatura eletrónica pode ser determinada do mesmo
modo que uma fatura em suporte papel pode ser considerada aceite pelo destinatário. Isso pode
incluir qualquer aceitação por escrito, de carácter formal ou não, ou por acordo tácito através,
por exemplo, do processamento ou pagamento da fatura recebida. Em qualquer caso, a decisão
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Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
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relativa à utilização de faturas eletrónicas continua, em última análise, a ser uma questão a
acordar entre as partes envolvidas na transação».
19. Assim, em relação à primeira questão suscitada pela Requente, conclui-se que o
procedimento que a mesma refere, segundo o qual o cliente dá o seu consentimento para a
utilização de faturas eletrónicas - às quais é aposta assinatura eletrónica avançada - de uma só
vez, através dos canais de interação disponibilizados (como a "APP" ou "site" institucional da
Requerente), cumpre o requisito previsto no n.º 10 do artigo 36.º do CIVA, relativo à aceitação
do destinatário.
(…)”.
Mantem-se a possibilidade da obrigação de faturação ser substituída pelo mero registo das
operações (nomeadamente em folhas de caixa ou similar) para as transmissões de bens através
de máquinas de distribuição automática sem capacidade de emissão de fatura.
“FICHA DOUTRINÁRIA
Diploma: CIVA
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Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
I - O PEDIDO
1. A Requerente é uma sociedade por quotas que exerce a atividade que tem por base o CAE
96010 - "Lavagem e limpeza a seco de têxteis e peles", desde 2017.12.11 (data do início de
atividade).
2. Em sede de IVA tem, desde aquela data, enquadramento no regime de tributação, com
periodicidade trimestral.
3. Para o exercício da atividade declarada possui uma lavandaria self-service, cujas máquinas
emitem um talão interno.
II - ENQUADRAMENTO LEGAL
7. A obrigação a que se refere a citada disposição legal pode ser cumprida através da emissão
de: i) fatura ou fatura-recibo, nos termos do artigo 36.º do CIVA; ii) fatura simplificada, nas
circunstâncias e nos termos previstos nos n.ºs 1 a 4 do artigo 40.º do CIVA; iii) outro documento
ou registo das operações nas situações referidas nas alíneas a) e b) do n.º 5 do artigo 40.º do
CIVA.
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Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
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9. Em concreto, resulta do disposto na alínea a) do n.º 5 do artigo 40.º do CIVA que nas
prestações de serviços de transporte, estacionamento, portagens e entradas em espetáculos, a
obrigação de faturação pode ser cumprida mediante a emissão de bilhete de transporte, de
ingresso ou de outro documento ao portador comprovativo do pagamento.
Como se verifica, estão em causa prestações de serviços de caráter massificado em que, por
regra, os adquirentes são particulares.
10. Por sua vez, a alínea b) do n.º 5 do artigo 40.º permite o cumprimento da obrigação de
faturação através do registo das operações, no caso das transmissões de bens efetuadas através
de aparelhos de distribuição automática que não permitam a emissão de fatura.
11. Tendo por referência o n.º 5 do artigo 40.º do CIVA, a utilização de outros documentos ou o
recurso ao registo das operações, respetivamente nas prestações de serviços ou nas
transmissões de bens, só seriam admissíveis nos casos concretamente tipificados nas suas
alíneas a) e b), nas quais não estão incluídos os serviços de lavandaria efetuados através de
máquinas de lavagem self-service.
12. Porém, o n.º 6 do artigo 40.º prevê que o cumprimento da obrigação de faturação através
de qualquer um dos dois meios alternativos indicados no n.º 5 do artigo 40.º possa ser declarado
aplicável, pelo Ministro das Finanças, a sujeitos passivos cuja atividade se concretize na
prestação de serviços uniformes, frequentes e de valor limitado, desde que os adquirentes dos
mesmos sejam consumidores finais.
14. Nestes termos, desde que exista o registo das operações realizadas pela máquina, a
Requerente pode dirigir requerimento ao Ministro das Finanças, solicitando que lhe seja
declarada aplicável a faculdade prevista no n.º 5 do artigo 40.º do Código do IVA (cumprimento
da obrigação da faturação através do registo das operações), nos termos do n.º 6 da referida
norma, não sendo, porém, este instituto, da informação vinculativa, o meio adequado para o
efeito.
III - CONCLUSÃO
15. Face ao exposto, o cumprimento da obrigação de faturação através do registo das operações
a que se refere o n.º 5 do artigo 40.º do CIVA pode, nos termos do n.º 6 do mesmo artigo, ser
declarado aplicável a outros sujeitos passivos, para além dos ali expressamente referidos,
quando forneçam aos consumidores finais serviços caracterizados pela sua uniformidade,
frequência e valor limitado.
16. Deste modo, atendendo à natureza dos serviços efetuados – Lavandaria self-service - a
Requerente pode solicitar, mediante a apresentação de um requerimento dirigido ao Ministro
das Finanças, que lhe seja declarada aplicável a faculdade prevista no n.º 5 do artigo 40.º do
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CIVA, atendendo a que o instituto da informação vinculativa não é o meio adequado para o
efeito.
17. Por último, importa referir que caso tal pretensão não seja atendida, ou na circunstância das
máquinas não disporem da possibilidade do registo das operações, a Requerente é obrigada à
emissão de fatura por cada prestação de serviços que efetuar, conforme dispõe a alínea b) do
n.º 1 do artigo 29.º do CIVA.”
Os outros meios eletrónicos só podem ser utilizados para a emissão de faturas simplificadas nos
termos do artigo 40º do CIVA. Não é possível a utilização desses equipamentos para a emissão
de faturas nos termos do artigo 36º do CIVA.
Esses equipamentos serão aqueles sem um programa informático certificado, ainda que permita
o registo dos documentos de faturação numa base de dados (mais ou menos complexa), rolo
interno da fita da máquina ou no jornal eletrónico.
A utilização destes “outros meios eletrónicos” estava prevista no nº 4 do artigo 40º do CIVA,
número que foi revogado pelo DL 28/2019, constando agora das disposições conjugadas da
alínea b) do artigo 3º e do nº 5 do artigo 4º do DL.
No entanto, o disposto nos n.ºs 5 e 6 do artigo 52.º do Código do IVA (arquivo de documentos
eletrónicos em países terceiros por sujeitos passivos residentes e não residentes sem
estabelecimento estável) mantém-se em vigor até 31 de dezembro de 2019, pelo que a sua
revogação apenas produz efeitos em 1 de janeiro de 2020.
As autorizações concedidas pela AT ao abrigo dos n.ºs 5 e 6 do artigo 52.º podem ser mantidas
pelo prazo máximo de cinco anos após a entrada em vigor do presente decreto-lei, sujeito à
verificação dos prazos e condições determinados.
Mantem-se o prazo geral de arquivo em 10 anos, sendo que esse prazo apenas começa a contar
a partir de a data em que for efetuada a última das regularizações previstas nos artigos 24.º e
25.º do CIVA (até 5 anos para despesas de investimento em bens móveis e até 20 anos para
despesas de investimento em bens imóveis).
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Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
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«Artigo 35.º-A
2 - A emissão de fatura fica ainda sujeita às regras previstas no presente Código quando o
sujeito passivo tenha no território nacional a sua sede, estabelecimento estável ou, na sua falta,
o domicílio a partir do qual a transmissão de bens ou prestação de serviços é efetuada e, de
acordo com as regras de localização:
3 - Não obstante o disposto no n.º 1, a emissão de fatura por sujeito passivo que não possua
no território nacional a sua sede, estabelecimento estável ou, na sua falta, o domicílio a partir
do qual a transmissão de bens ou prestação de serviços é efetuada, não está sujeita às regras
estabelecidas no presente Código quando a obrigação de liquidação do imposto recai sobre o
sujeito passivo adquirente dos bens ou destinatário dos serviços.
4 - As regras previstas no presente Código são ainda aplicáveis à fatura elaborada pelo sujeito
passivo adquirente dos bens ou destinatário dos serviços que tenha sede, estabelecimento
estável ou, na sua falta, o domicílio em território nacional, quando as operações aqui se
considerem efetuadas e a obrigação de liquidação do imposto recair sobre ele.
5 - Não obstante o disposto no n.º 1, a emissão de fatura pelas operações efetuadas por sujeitos
passivos que utilizem Portugal como Estado membro de identificação para efeitos do regime
especial aprovado pelo Decreto-Lei n.º 158/2014, de 24 de outubro, está sujeita às regras
estabelecidas no presente Código.»
Esta norma acolhe o artigo 219.º-A da Diretiva IVA e define a competência territorial em matéria
de faturação, clarificando as situações em que a emissão de fatura está sujeita às regras
estabelecidas no Código do IVA.
Como regra geral, a emissão de faturas que titulem operações localizadas no território nacional
(aqui tributáveis) está sujeita às regras do Código do IVA.
Não obstante, ainda que localizadas em território nacional, nas operações em que se aplica o
reverse charge, a emissão de fatura por sujeito passivo que não possua no território nacional a
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sua sede, estabelecimento estável ou, na sua falta, o domicílio não está sujeita às disposições
do Código do IVA, exceto quando o adquirente, sujeito passivo nacional, procede a
autofaturação nos termos do n.º 11 do artigo 36.º do CIVA.
Nas operações localizadas em outro Estado membro, realizadas por sujeitos passivos com sede,
estabelecimento estável ou, na sua falta, o domicílio em território nacional, em que ocorre o
reverse charge, a emissão de fatura está sujeita às disposições do Código do IVA, exceto quando
o adquirente, sujeito passivo estabelecido naquele Estado membro, procede a autofaturação.
Finalmente, nas operações abrangidas pelo Mini Balcão Único (MOSS) por sujeitos passivos que
utilizem Portugal como Estado membro de identificação e, bem assim, nas operações realizadas
por sujeitos passivos com sede, estabelecimento estável ou, na sua falta, o domicílio em
território nacional que, de acordo com as regras de localização se considerem efetuadas fora da
União Europeia, a emissão de fatura está sujeita às regras estabelecidas no Código do IVA.
De seguida, apresenta-se uma tabela exemplificativa das situações em que a emissão de fatura
está, ou não, sujeita à aplicação das regras previstas no Código do IVA.
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Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Local do
estabelecimento Localização das Reverse Regras nacionais
Autofaturação
do sujeito operações charge (Código do IVA)
passivo
Território ou país
- - Sim
terceiro
90
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
b. Código do IRC
Prazo de arquivo
O prazo geral de arquivo e conservação dos documentos e registos contabilísticos de 10 anos
mantém-se em vigor, agora decorrente do artigo 19º do DL 28/2019.
Passa agora a prever-se o aumento desse prazo, sempre que os sujeitos passivos exerçam direito
cujo prazo é superior a 10 anos, devendo atender-se que a obrigação de arquivo e conservação
de todos os livros, registos e respetivos documentos de suporte se manterá até ao termo do
prazo de caducidade relativo à liquidação dos impostos correspondentes.
Para os sujeitos passivos de IRC, que sejam considerados como PME, os prejuízos fiscais
apurados em determinado período de tributação, são deduzidos aos lucros tributáveis em um
ou mais dos doze períodos de tributação posteriores, conforme previsto no nº 1 do artigo 52º
do CIRC.
Para os sujeitos passivos da categoria B de IRS (no regime com base na contabilidade – regras
idênticas aos dos sujeitos passivos de IRC), os prejuízos fiscais apurados na atividade da
categoria B podem ser reportados aos 12 anos seguintes àquele a que respeita.
Para estes casos, o prazo de arquivo e conservação de todos os livros, registos e respetivos
documentos de suporte desses períodos de tributação em que existem prejuízos fiscais será de
12 anos.
O prazo da caducidade para estas situações é o prazo geral do direito à dedução previsto no nº
3 do artigo 45º da Lei Geral Tributária.
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Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
c. Código do IRS
Deduções à coleta de IRS:
Passa a ser possível efetuar deduções à coleta dos vários tipos de despesas previstos no artigo
78º do CIRS, quando suportadas por faturas (despesas gerais e familiares, despesas de saúde,
despesas de formação e educação, despesas com imóveis, despesas por exigência de faturas de
determinados setores de atividade, encargos com lares), mesmo que não seja solicitado NIF nas
faturas, desde que o adquirente efetue a comunicação dessa fatura no Portal E-fatura através
do respetivo código de barras bidimensional (código QR) ou o código único de documento.
Esta possibilidade apenas entrará em vigor a partir de 1 de janeiro de 2020, quando o código de
barras bidimensional (código QR) ou o código único de documento passarem a constar das
faturas processadas (cuja regulamentação ainda não foi publicada em Portaria).
O nº 1 do artigo 78º-B do CIRS, referente à dedução das despesas gerais e familiares, foi alterado
para clarificar que a referida dedução é também possível com o suporte de faturas-recibo
eletrónicas emitidas no Portal das Finanças (vulgo recibos-verdes) por sujeitos passivos da
categoria B, nos termos da alínea a) do nº 1 do artigo 115º do mesmo Código.
(…)”.
Disposição transitória
Nos termos do nº 3 do artigo 43º do DL 28/2019, enquanto não for aprovada portaria a
regulamentar as aplicações de faturação disponibilizadas pela AT, mantém-se em vigor a
Portaria n.º 338/2015, de 8 de outubro.
Na prática, enquanto não for alterada a aplicação dos designados “recibos-verdes” no Portal das
Finanças, as referências às faturas emitidas no Portal das Finanças, continuam a ser referentes
a essa aplicação.
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Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Nos termos do nº 2 do artigo 19º do DL 28/2019, sempre que os sujeitos passivos exerçam
direito cujo prazo é superior a 10 anos, a obrigação de arquivo e conservação de todos os livros,
registos e respetivos documentos de suporte mantém-se até ao termo do prazo de caducidade
relativo à liquidação dos impostos correspondentes.
Para os sujeitos passivos da categoria B de IRS (no regime com base na contabilidade), os
prejuízos fiscais apurados na atividade da categoria B podem ser reportados aos 12 anos
seguintes àquele a que respeita.
Para estes casos, o prazo de arquivo e conservação de todos os livros, registos e respetivos
documentos de suporte desses períodos de tributação em que existem prejuízos fiscais será de
12 anos.
O prazo da caducidade para estas situações é o prazo geral do direito à dedução previsto no nº
3 do artigo 45º da Lei Geral Tributária.
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Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Para as situações, em que o sujeito passivo esteja dispensado de efetuar a comunicação prévia
à AT dos documentos de transporte globais, nomeadamente por não atingir o volume de
negócios de 100.000 euros, referente ao ano anterior, é obrigado a fazer-se a acompanhar desse
documento no transporte de bens (nomeadamente através da respetiva impressão).
Essa obrigação de impressão em papel dos documentos de transporte globais justificava-se para
os procedimentos previstos anteriores às alterações de 2012, em que era necessário efetuar o
averbamento das entregas e consumos dos bens transportados nesse documento impresso.
Com a obrigação de emissão de documentos de transporte para suportar as entregas e os
consumos dos bens no decorrer da circulação, tal obrigação deixou de ter utilidade prática.
Esta clarificação vem impor, por exemplo, que essas folhas de obra ou similares utilizadas como
documentos de transporte acessórios ao DT global tenham que ser processados através de
programas informáticos certificados pela AT, através do Portal E-Fatura (área dos documentos
de transporte) ou em papel através de impressos de tipografias autorizadas (neste último caso,
apenas nos casos em que possa ser invocada inoperacionalidade do sistema certificado por falta
de condições técnicas e ainda assim a ter que observar um conjunto de operações no sentido
95
Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Há que alertar que, neste momento, as tipografias autorizadas não têm forma de comunicar as
produções de impressos de folhas de obra e documentos similares como documentos de
transporte. Esta situação carece de ser corrigida pela AT.
Caso sejam emitidos no Portal das Finanças, estão comunicados automaticamente, não
carecendo de qualquer outro procedimento.
Meios de processamento
As alterações ao artigo 5º do RBC referente aos meios de processamento dos DT visam apenas
adaptar o regime às disposições do DL 28/2019, não existindo qualquer alteração relevante nos
procedimentos já em vigor.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Essa obrigação apenas entrará em vigor a partir de 1 de janeiro de 2020, quando o código único
do documento for objeto de regulamentação em Portaria.
Deixa de ser obrigatório fazer-se acompanhar pelo Código de Identificação fornecido pela AT.
Esta nova obrigação apenas entrará em vigor a partir de 1 de janeiro de 2020, quando o código
de barras bidimensional (código QR) e o código único de documento forem objeto de
regulamentação em Portaria.
Dispensa de comunicação
O limite de 100.000 euros de volume de negócios, reportado ao ano anterior, a partir do qual é
obrigatória a comunicação prévia passou a ser definido nos termos do artigo 42º do CIVA (e
deixou de ser aquele para efeitos de impostos sobre o rendimento (IRC/IRS).
“O volume de negócios previsto no artigo anterior é constituído pelo valor, com exclusão do
imposto, das transmissões de bens e prestações de serviços efetuadas pelo sujeito passivo, com
exceção:
a) Das operações referidas nos n.ºs 27) e 28) do artigo 9.º, quando constituam operações
acessórias;
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Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
b) Das operações referidas nos n.ºs 29) e 30) do artigo 9.º, quando relativamente a elas se não
tenha verificado renúncia à isenção e constituam operações acessórias;
Como se constata, este limite de 100.000 euros passa a estar diretamente relacionado com as
operações indicadas nos campos 1, 3, 5, 7, 8 e 9 do quadro 06 da Declaração Periódica, com
exclusão das operações identificadas no quadro 06-A.
Prazo especial
Caso algum desses documentos de transporte tenha sido utilizado como documento de suporte
para os registos contabilísticos, esses documentos têm que se manter em arquivo no prazo de
10 anos (ou o prazo alargado previsto no nº 2 do artigo 52º do CIVA).
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
- Consultas de mesa;
- Crédito de consignação;
- Folhas de obra;
- Nota de Encomenda;
- Orçamentos;
- Faturas pró-forma;
- Outros similares;
- Recibos (apenas no âmbito do regime do IVA de caixa, emitidos por sujeitos passivos
enquadrados no regime ou emitidos a estes sujeitos passivo).
Prazo:
Novidade:
- Data de emissão;
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
- Número de identificação fiscal do adquirente que seja sujeito passivo de IVA, quando tenha
sido inserido no ato de emissão;
- Número de identificação fiscal do adquirente que não seja sujeito passivo de IVA, quando este
solicite a sua inserção no ato de emissão;
- Código único de documento (novo com o DL 28/2019) (apenas quando estiver regulamentada
a sua introdução nos programas informáticos de faturação).
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Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Obrigação:
Os sujeitos passivos de imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS) ou de imposto
sobre o rendimento das pessoas coletivas (IRC), para emissão de faturas, nos termos dos artigos
36º e 40º do CIVA, estão obrigados a utilizar, exclusivamente, programas informáticos de
faturação que tenham sido objeto de prévia certificação pela Autoridade Tributária e Aduaneira
(AT).
Entidades abrangidas
Entidades que emitam faturas ou faturas simplificadas nos termos do CIVA:
- Sujeitos passivos de IRC que exercem a título principal atividade comercial, industrial ou
agrícola (p.e. sociedades comerciais, cooperativas).
- Sujeitos passivos da categoria B de IRS com contabilidade organizada (estes sujeitos passivos
têm sempre a possibilidade emitir as faturas através do Portal das Finanças, na aplicação das
faturas-recibo eletrónicas, conjuntamente ou alternativamente ao programa certificado).
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Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Entidades dispensadas
Entidades do setor não lucrativo
Os sujeitos passivos de IRC, que não exercem a título principal, atividade comercial, industrial
ou agrícola, não estão obrigados a possuir programa informático de faturação certificado, ainda
que emitam faturas.
Dispensas:
1. Os sujeitos passivos referidos em cima (IRS e IRC) que tenham tido, no período de tributação
anterior, um volume de negócios inferior ou igual a 100.000 euros, estão dispensados utilizar
programas informáticos de faturação certificados pela AT.
Exceções às dispensas:
São ainda obrigados a utilizar programa certificado os sujeitos passivos, ainda que abrangidos
por qualquer das dispensas referidas, quando optem pela utilização de programa informático
de faturação (sem prejuízo de se poder de emitir, simultaneamente, os recibos-verdes pelos
sujeitos passivos da categoria B de IRS).
E, são também obrigados a utilizar programa certificado os sujeitos passivos que utilizem
programa de faturação multiempresa.
Esta obrigação aplica-se aos programas informáticos que emitem faturas e/ou documentos de
transporte nos termos do Regime dos Bens em Circulação.
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Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Esta obrigação aplica-se aos programas informáticos que emitem faturas ainda que localizados
fora do território nacional.
Obrigação:
Os sujeitos passivos com sede, estabelecimento estável ou domicílio em território nacional e
outros sujeitos passivos cuja obrigação de emissão de fatura se encontre sujeita às regras
estabelecidas na legislação interna nos termos do artigo 35.º-A do Código do IVA, estão
obrigados a utilizar, exclusivamente, programas informáticos que tenham sido objeto de prévia
certificação pela AT, sempre que se verifique uma das condições:
- Tenham tido, no ano civil anterior, um volume de negócios superior a € 75.000 (50.000 euros,
a partir de 2020) ou, quando, no exercício em que se inicia a atividade, o período em referência
seja inferior ao ano civil, e o volume de negócios anualizado relativo a esse período seja superior
àquele montante.
Entidades abrangidas
Sujeitos passivos de IVA em território nacional:
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Esta obrigação aplica-se aos programas informáticos que emitem faturas ainda que localizados
fora do território nacional.
Novidade:
Todos os sujeitos passivos de IVA com contabilidade organizada, incluindo todas as sociedades
comerciais, cooperativas, sucursais, empresários em nome individual e trabalhadores
independentes no regime da contabilidade, passam a ser obrigados a possuir programa
informático de contabilidade, independentemente do montante do volume de negócios do ano
anterior.
Dispensas:
Entidades do setor não lucrativo e sujeitos passivos da categoria B de IRS, que não possuam nem
sejam obrigados a possuir contabilidade organizada, e:
- Tenham tido, no ano civil anterior, um volume de negócios inferior ou igual a € 75.000 (2019)
(50.000 euros a partir de 2020) ou, quando, no exercício em que se inicia a atividade, o período
em referência seja inferior ao ano civil, e o volume de negócios anualizado relativo a esse
período seja inferior ou igual àquele montante;
Deixa de ser possível utilizar programas informáticos de faturação sem serem certificados.
Estando obrigado a utilizar software certificado, essa utilização é exclusiva, pelo que ficam
impedidos de emitir faturas simplificadas através de outros meios eletrónicos.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Os outros meios eletrónicos referidos só podem ser utilizados para a emissão de faturas
simplificadas previstas no artigo 40º do Código do IVA, não podendo ser utilizados para a
emissão de faturas nos termos do artigo 36º do CIVA.
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Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Quando esses outros meios eletrónicos não tenham capacidade de registo das operações em
base de dados ou não tenham capacidade de comunicação com base de dados exterior, não são
obrigados a possuir um programa informático de faturação certificado pela AT.
Nesses casos, as faturas simplificadas emitidas através de outros meios eletrónicos são
comunicadas manualmente por inserção no Portal E-fatura.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Autofaturação
A autofaturação corresponde ao procedimento de processamento e elaboração das faturas pelo
adquirente dos bens ou serviços, em nome e por conta do sujeito passivo transmitente ou
prestador.
O nº 11 do artigo 36º do CIVA obriga a que a elaboração de faturas por parte do adquirente dos
bens ou dos serviços fique sujeita às seguintes condições:
- A existência de um acordo prévio, na forma escrita, entre o sujeito passivo transmitente dos
bens ou prestador dos serviços e o adquirente ou destinatário dos mesmos;
- O adquirente provar que o transmitente dos bens ou prestador dos serviços tomou
conhecimento da emissão da fatura e aceitou o seu conteúdo;
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Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Essa autorização prévia pela AT apenas será concedida quando se verifiquem todas as seguintes
condições:
- E, o sujeito passivo não tenha sido condenado pela prática de crimes fiscais.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
6. Documentos de faturação
a. Obrigações de sistemas de faturação
- E, não tenham tido, no ano civil anterior, um volume de negócios superior a 75.000 (em 2019)
(50.000 euros a partir de 2020) ou, quando, no exercício em que se inicia a atividade, o período
em referência seja inferior ao ano civil, e o volume de negócios anualizado relativo a esse
período seja inferior ou igual àquele montante;
Não é possível emitir faturas nos termos do artigo 36º do CIVA através de outros meios
eletrónicos.
É possível a emissão de faturas simplificadas nos termos do artigo 40º do CIVA através de
documentos pré-impressos em tipografias autorizadas ou outros meios eletrónicos, desde que
o sujeito passivo não seja obrigado à utilização de programas informáticos de faturação
certificados pela AT em termos idênticos aos referidos para as faturas.
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Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Na face dessas faturas, deve constar indicado uma parte dessa chave, bem como o número do
certificado atribuído ao respetivo programa, utilizando para o efeito a expressão "Processado
por programa certificado n.º..." e quatro caracteres da identificação única do documento.
b. Processamento de faturas
Nas faturas processadas através de programas informáticos, devem ser inseridos pelo respetivo
programa ou equipamento todas as menções obrigatórias nos termos do nº 5 do artigo 36º do
CIVA.
Novidade: A identificação dos adquirentes (nome, morada e NIF) passou apenas a ser
obrigatória, quando estes forem sujeitos passivos de IVA. Deixou de ser obrigatória a
identificação dos dados dos adquirentes não sujeitos passivos, independentemente do
montante das faturas.
- A quantidade e denominação usual dos bens transmitidos ou dos serviços prestados, com
especificação dos elementos necessários à determinação da taxa aplicável; as embalagens não
efetivamente transacionadas devem ser objeto de indicação separada e com menção expressa
de que foi acordada a sua devolução;
- A data em que os bens foram colocados à disposição do adquirente, em que os serviços foram
realizados ou em que foram efetuados pagamentos anteriores à realização das operações, se
essa data não coincidir com a da emissão da fatura.
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Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
As faturas, identificadas através das respetivas designações, são emitidas em uma ou mais
séries, convenientemente referenciadas, de acordo com as necessidades comerciais, devendo
ser datadas e numeradas de forma progressiva e contínua, dentro de cada série, por um período
não inferior a um ano fiscal.
Nas faturas, deve constar um código de barras bidimensional (código QR) e um código único de
documento.
Esta obrigação apenas entra em vigor a partir de 1 de janeiro de 2020, carecendo de ser
regulamentada através de Portaria do Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais a ser publicada.
Documentos de faturação:
É de preenchimento obrigatório.
Este campo deve conter o Código Único do Documento. O campo deve ser preenchido com «0»
(zero) até à sua regulamentação.
Documentos de transporte:
É de preenchimento obrigatório.
Este campo deve conter o Código Único do Documento. O campo deve ser preenchido com «0»
(zero) até à sua regulamentação.
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Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
É de preenchimento obrigatório.
Este campo deve conter o Código Único do Documento. O campo deve ser preenchido com «0»
(zero) até à sua regulamentação.
Recibos:
É de preenchimento obrigatório.
Este campo deve conter o Código Único do Documento. O campo deve ser preenchido com «0»
(zero) até à sua regulamentação.´
É obrigatório que as faturas emitidas em modo treino contenham uma expressão de tal facto,
pois não titulam qualquer operação real. Essas faturas emitidas em modo treino têm que se
manter registadas na base de dados do programa informático, como tal (novidade).
Ainda que sejam utilizados outros meios eletrónicos, estes devem possuir a capacidade de
introdução através do próprio sistema eletrónico de todos os elementos obrigatórios previstos
no nº 2 do artigo 40º do CIVA, nomeadamente do NIF do adquirente, quando tal seja exigido ou
mesmo que o mesmo não seja inserido.
“FAQ 18-1119 Na emissão de fatura simplificada, pode ser utilizada uma máquina registadora
que não permita inserir o número de identificação fiscal do adquirente, quando este não o
solicite?
Não. No caso de emissão de faturas simplificadas pelos aparelhos referidos na segunda parte do
n.º 4 do artigo 40.º do CIVA (por exemplo, máquinas registadoras, terminais eletrónicos ou
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Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
balanças eletrónicas), estes devem possuir uma funcionalidade que permita a inserção de todas
as menções obrigatórias.
Assim, quando a fatura simplificada é emitida por uma máquina registadora, esta deve estar
apta a incluir o número de identificação fiscal do adquirente, não só nos casos em que ele é
indicado, mas também quando está dispensada a sua inserção na fatura simplificada.”
As faturas simplificadas, identificadas através das respetivas designações, são emitidas em uma
ou mais séries, convenientemente referenciadas, de acordo com as necessidades comerciais,
devendo ser datadas e numeradas de forma progressiva e contínua, dentro de cada série, por
um período não inferior a um ano fiscal.
Nas faturas simplificadas, deve constar um código de barras bidimensional (código QR) e um
código único de documento.
Esta obrigação apenas entra em vigor a partir de 1 de janeiro de 2020, carecendo de ser
regulamentada através de Portaria do Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais a ser publicada.
É obrigatório que as faturas simplificadas emitidas em modo treino contenham uma expressão
de tal facto, pois não titulam qualquer operação real. Essas faturas simplificadas emitidas em
modo treino têm que se manter registadas na base de dados do programa informático ou ficar
armazenadas no jornal eletrónico ou impressas do rolo interno, devidamente identificadas
como tal, quando forem emitidas por outros meios eletrónicos (Novidade).
c. Impressão de faturas
Regra
Como regra, as faturas e faturas simplificadas emitidas através de programas informáticos
certificados pela AT são objeto de impressão ou de envio por via eletrónica.
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Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A impressão é obrigatória para faturação emitida por programa informático certificado que não
cumpra os requisitos e condições da faturação emitida por via eletrónica.
A impressão tem por objetivo a entrega do original da fatura ao adquirente, com o objetivo de
titular a operação e de obtenção de documento para o exercício do direito à dedução do IVA.
O envio por via eletrónica é efetuado para faturas emitidas por programas informáticos
certificados, que cumpram os requisitos e condições da faturação por via eletrónica.
As faturas simplificadas emitidas através de outros meios eletrónicos terão que ser impressas
para disponibilização ao adquirente, não podendo ser enviadas por via eletrónica.
Dispensa:
As faturas ou faturas simplificadas emitidas por via eletrónica são dispensadas de impressão,
podendo ser submetidas para os adquirentes por envio por via eletrónica (procedimento já
existente e que se mantem com o DL 28/2019).
Novidade:
Os sujeitos passivos estão dispensados da impressão das faturas em papel ou da sua transmissão
por via eletrónica para o adquirente ou destinatário não sujeito passivo, exceto se este o
solicitar, quando se verifiquem cumulativamente as seguintes condições:
- Os sujeitos passivos optem pela comunicação dessas faturas à AT em tempo real (sistema de
webservice).
A AT irá disponibilizar aos adquirentes, no Portal das Finanças, em funcionalidade a ser criada,
os elementos das faturas que não foram objeto de impressão ou envio por via eletrónica para
os adquirentes.
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Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Os sujeitos passivos que tenham exercido a opção nos termos do número anterior podem, a
todo o tempo, proceder ao seu cancelamento através de comunicação, pela mesma via.
Os sujeitos passivos que pretendam exercer esta opção podem aceder ao Portal das Finanças,
canal atendimento E-Balcão, selecionando: Área “e-Fatura" > Tipo de Questão “Adesão Fatura
s/ Papel" > Questão “Nos termos Artigo 4º nº 1" ou “Nos termos Artigo 4º nº 2", consoante
reúnam as condições estabelecidas no nº 1 ou no nº 2 do Artigo 4º da referida Portaria.
No campo “Mensagem" sugere-se a seguinte formulação: “Declaro que pretendo optar pela
dispensa de impressão de fatura em papel reunindo as condições previstas no Artigo 4º da
Portaria 144/2019 de 15 de maio".
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
- Efetuar a comunicação dos elementos das faturas abrangidas pela dispensa de impressão em
papel à AT em tempo real (sistema webservice);
Alternativamente, a comunicação dos elementos das faturas pode ser efetuada via envio do
SAF-T relativo à faturação até ao dia 15 do mês seguinte à data da emissão das faturas (passa
para dia 10 a partir de 2020), desde que o sujeito passivo efetue a comunicação, em tempo real
no momento em que a fatura for emitida, do conteúdo das faturas aos respetivos adquirentes
ou destinatários através de meio eletrónico.
Esta comunicação do conteúdo das faturas para o adquirente não está devidamente clarificada,
não se percebendo que tipo de meio eletrónico possa ser utilizado (por email, em sítio de
internet específico numa área de acesso exclusivo ou adquirente) e se esse conteúdo da fatura
tenha que corresponder a fatura emitida com aposição de assinatura eletrónica avançada ou
selo eletrónico avançado, ou se pode ser uma mera impressão ou digitalização em “pdf” da
fatura sem qualquer controlo e garantia do conteúdo adicional.
As faturas que tenham sido comunicadas através do envio do SAF-T relativo à faturação serão
disponibilizadas no Portal E-Fatura, em área específica para o efeito, no prazo de 10 dias após
terminar o prazo dessa comunicação.
Os destinatários das faturas abrangidas pela dispensa devem exigir a sua impressão em papel
sempre que tenham indícios de que a sua emissão não tenha ocorrido, nomeadamente quando
não ocorra a comunicação, em tempo real, do respetivo conteúdo (seja pela AT ou pelo próprio
sujeito passivo emitente).
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Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
- Emissão por via eletrónica de faturas através programa informático certificado, com acordo
prévio do adquirente.
- Emissão por via eletrónica de faturas através programa informático certificado, com acordo
prévio do adquirente;
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
a. Definição
O que são os documentos de conferência de mercadorias ou de prestações de serviços?
- Consultas de mesa;
- Crédito de consignação;
- Fatura de consignação nos termos do art.º 38º do código do IVA (também são consideradas
como “faturas”);
- Folhas de obra;
- Nota de Encomenda;
- Orçamentos;
- Pró-forma;
- E outros similares.
- Imputação a co-seguradoras;
- Resseguro aceite.
Com as alterações introduzidas pelo DL 28/2019, passou a ser obrigatório que todos os
documentos conferência de mercadorias e prestações de serviços, tratando-se de documentos
fiscalmente relevantes, sejam processados através de:
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Deixou de ser possível a emissão desse tipo de documentos de forma informal, sem o
cumprimento de qualquer requisito obrigatório.
- E, não tenham tido, no ano civil anterior, um volume de negócios superior a 75.000 (em 2019)
(50.000 euros a partir de 2020) ou, quando, no exercício em que se inicia a atividade, o período
em referência seja inferior ao ano civil, e o volume de negócios anualizado relativo a esse
período seja inferior ou igual àquele montante;
Na face desses documentos, deve constar uma parte dessa assinatura, bem como o número do
certificado atribuído ao respetivo programa, utilizando para o efeito a expressão "Processado
por programa certificado n.º..." e a identificação única do documento.
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Naturalmente, estes documentos pela sua natureza podem ser constituídos com formato e
elementos específicos para cada empresa ou para cada atividade.
Quanto à hora de emissão, ainda não é claro se essa hora deve ser a hora da produção e
finalização do documento em causa ou da emissão propriamente dita.
Esta obrigação apenas entra em vigor a partir de 1 de janeiro de 2020, carecendo de ser
regulamentada através de Portaria do Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais a ser publicada.
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d. Impressão de documentos
Regra:
Como regra, os documentos de conferência de mercadorias e prestações de serviços emitidos
através de programas informáticos certificados pela AT são objeto de impressão ou de envio por
via eletrónica.
O envio por via eletrónica é efetuado para documentos emitidos por programas informáticos
certificados, que cumpram os requisitos e condições do processamento por via eletrónica.
Dispensa:
Os documentos de conferência de mercadorias e prestações de serviços por via eletrónica são
dispensados de impressão, podendo ser submetidos para os clientes por envio por via
eletrónica.
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8. Outros documentos
a. Recibos
Novidade:
As obrigações de utilização dos programas informáticos de faturação certificados pela AT, bem
como as possibilidades de emissão através de outros meios eletrónicos e de documentos pré-
impressos em tipografias autorizadas, também se aplicam à emissão de recibos, em condições
idênticas àquelas previstas para as faturas.
Enquanto não for publicada nova regulamentação de certificação dos programas informáticos
de faturação, os recibos continuam a ser assinados nos termos do artigo 6º da Portaria nº
363/2010.
É possível a emissão de recibos por terceiros, em nome e por conta do sujeito passivo.
Nos recibos, também terá que constar o “QR code” e o código único de documento, podendo
também ser emitido em mais do que uma série.
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- Número de identificação fiscal do adquirente ou destinatário, quando este for sujeito passivo
de IVA ou, em qualquer caso, quando o adquirente ou destinatário o solicite;
Estes documentos emitidos por entidades isentas podem ser processados através dos meios de
processamento previstos para as faturas e restantes documentos fiscalmente relevantes, mas
não é obrigatório o seu processamento através de programas informáticos certificados em
qualquer circunstância.
Até 31 de dezembro de 2019, este documento pode continuar a ser emitido por essas entidades,
sejam sujeitos passivos isentos ou mistos para efeitos de IVA.
Todavia, a partir de 1/07/2019, esse documento previsto no nº 20 do artigo 29º do CIVA, sendo
um documento fiscalmente relevante para efeitos do DL 28/2019, terá que ser processado
através de programa certificado ou através de impressos de tipografia nos termos do artigo 4º
desse DL 28/2019.
1. Pessoas coletivas de direito público, IPSS e entidades do setor não lucrativo que exercem
exclusivamente atividades isentas do artigo 9º que não conferem direito à dedução (sujeitos
passivos isentos) e tenham obtido para efeitos de IRC, no período de tributação imediatamente
anterior, um montante anual ilíquido de rendimentos não superior a € 200.000:
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2. Pessoas coletivas de direito público, IPSS e entidades do setor não lucrativo que exercem
simultaneamente atividades isentas do artigo 9º que não conferem direito à dedução e
atividades que conferem direito à dedução (“sujeitos passivos mistos”) ou que sejam sujeitos
passivos isentos (que exerçam exclusivamente operações isentas sem direito à dedução), mas
tenham obtido para efeitos de IRC, no período de tributação imediatamente anterior, um
montante anual ilíquido de rendimentos igual ou superior a € 200.000:
- Para as operações tributadas (incluindo à taxa zero), obrigação de emissão de faturas nos
termos do artigo 36º ou faturas simplificadas nos termos do artigo 40º, ambos do CIVA;
- Para as operações isentas sem direito à dedução do artigo 9º do CIVA, emissão de outro
documento, sem qualquer formalismo, nos termos do nº 20 do artigo 29º do CIVA.
Como se constata, em nossa opinião, apesar de não estar claro na redação do nº 20 do artigo
29º do CIVA, esse outro documento passa a poder apenas a ser emitido quando essas entidades
sejam sujeitos passivos mistos (que exercem simultaneamente operações que não conferem
direito à dedução e operações que conferem direito à dedução) ou sujeitos passivos isentos (que
exercem exclusivamente operações que não conferem direito à dedução) com volume de
negócios, do ano anterior, igual ou superior a 200.000 euros.
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a. Requisitos obrigatórios:
Os produtores e instaladores e os utilizadores de programas informáticos destinados a processar
faturas, outros documentos fiscalmente relevantes ou registos contabilísticos, devem assegurar
que os respetivos programas respeitam a integridade operacional, a integridade dos dados de
suporte aos programas de faturação e contabilidade e a disponibilidade da documentação
técnica relevante.
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c. Documentação técnica:
Os sujeitos passivos produtores ou utilizadores de programas devem garantir a disponibilidade,
acessibilidade e legibilidade pela AT de documentação técnica relevante para a aferição da
integridade operacional dos programas informáticos que produzem ou utilizam, documentando
concretamente:
- O modelo e o dicionário de dados que permitam identificar o conteúdo das estruturas de dados
e respetivo ciclo de vida.
Nos casos em que, ao longo do período legalmente previsto de conservação dos dados, tenham
sido usados diferentes sistemas ou diferentes versões do mesmo sistema, a documentação
referida deve estar disponível, para cada sistema ou versão, nas mesmas condições de
acessibilidade e legibilidade.
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As faturas por via eletrónica podem ser emitidas através de programas informáticos certificados
pela AT desde que seja garantida a autenticidade da origem, a integridade do conteúdo e
legibilidade das faturas e demais documentos fiscalmente relevantes emitidos, desde o
momento da sua emissão até ao final do período de arquivo, implementando controlos de
gestão que criem uma pista de auditoria fiável entre aqueles documentos e as transmissões de
bens ou as prestações de serviços.
- Aposição de um selo eletrónico qualificado, nos termos do Regulamento (UE) n.º 910/2014, do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de julho de 2014;
Regime transitório
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O eIDAS tem como objetivo principal, estabelecer uma base europeia comum para uma
interação eletrónica segura, aumentando a confiança e segurança das transações online na
União Europeia, promovendo uma maior utilização de serviços online por parte dos cidadãos,
operadores económicos e administração pública.
- Entidade gestora das listas de confiança (Gabinete Nacional de Segurança), que é responsável
pela elaboração, conservação, atualização e publicação das listas de confiança nacionais;
- Prestador de serviços de confiança, que é a pessoa singular ou coletiva que presta um ou mais
do que um serviço de confiança, quer como prestador qualificado quer como prestador não
qualificado de serviços de confiança;
- Agência da União Europeia para a segurança das redes e da informação (ENISA), que recebe
anualmente da entidade supervisora um resumo das notificações de violações da segurança e
de perda de integridade que tenha recebido dos prestadores de serviços de confiança;
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- Assinaturas eletrónicas;
- Selos eletrónicos;
- Selos temporais;
- Autenticação de websites.
«Assinatura eletrónica avançada»: uma assinatura eletrónica que obedeça aos seguintes
requisitos:
- Ser criada utilizando dados para a criação de uma assinatura eletrónica que o signatário
pode, com um elevado nível de confiança, utilizar sob o seu controlo exclusivo; e
- Estar ligada aos dados por ela assinados de tal modo que seja detetável qualquer
alteração posterior dos dados.
- Uma indicação, pelo menos num formato adequado ao tratamento automático, de que o
certificado foi emitido como certificado qualificado de assinatura eletrónica;
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- Os dados necessários para a validação da assinatura eletrónica que correspondam aos dados
necessários para a criação da assinatura eletrónica;
- O código de identidade do certificado, que deve estar associado de modo único ao prestador
qualificado de serviços de confiança;
- O local em que está disponível, a título gratuito, o certificado que sustenta a assinatura
eletrónica avançada ou o selo eletrónico avançado a que se refere a alínea g);
- A localização dos serviços aos quais se pode recorrer para inquirir da validade do certificado
qualificado;
- Se os dados para a criação da assinatura eletrónica relacionados com os dados para a validação
da assinatura eletrónica se encontrarem num dispositivo qualificado de criação de assinatura
eletrónica, uma indicação adequada desse facto, pelo menos num formato adequado para
tratamento automático.
- O certificado qualificado ter sido emitido por um prestador qualificado de serviços de confiança
e ser válido no momento da assinatura;
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- A assinatura eletrónica ter sido criada por um dispositivo qualificado de criação de assinatura
eletrónica;
«Selo eletrónico avançado»: um selo eletrónico que obedeça aos seguintes requisitos:
- Ser criado através dos dados de criação de selos eletrónicos cujo criador pode, com um
elevado nível de confiança e sob o seu controlo, utilizar para a criação de um selo
eletrónico;
- E, estar ligado aos dados a que diz respeito de tal modo que seja detetável qualquer
alteração posterior dos dados
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«Selo eletrónico qualificado»: selo eletrónico avançado criado por um dispositivo qualificado
de criação de selos eletrónicos e que se baseie num certificado qualificado de selo eletrónico.
- Uma indicação, pelo menos num formato adequado para tratamento automático, de que o
certificado foi emitido como certificado qualificado de selo eletrónico;
- Os dados necessários para a validação do selo eletrónico que correspondam aos dados
necessários para a criação do selo eletrónico;
- O código de identidade do certificado, que deve estar associado de modo único ao prestador
qualificado de serviços de confiança;
- O local em que está disponível, a título gratuito, o certificado que sustenta a assinatura
eletrónica avançada ou o selo eletrónico avançado;
- A localização dos serviços aos quais se pode recorrer para inquirir da validade do certificado
qualificado;
- Se os dados para a criação do selo eletrónico relacionados com os dados para a validação do
selo eletrónico se encontrarem num dispositivo qualificado de criação de selo eletrónico, uma
indicação adequada desse facto, pelo menos num formato adequado ao tratamento
automático.
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«Selos temporais»: os dados em formato eletrónico que vinculam outros dados em formato
eletrónico a uma hora específica, criando uma prova de que esses outros dados existiam nesse
momento;
- Vincular a data e a hora aos dados de forma a tornar razoavelmente impossível a alteração
dos dados de forma não detetável;
O objetivo destas medidas é o combate à fraude e evasão fiscal, de acordo com os requisitos
legais e através da utilização de meios tecnológicos.
- Mensagem EDI:
Conjunto de segmentos estruturados utilizando uma norma acordada, preparados num formato
legível em computador e que podem ser processados automaticamente e sem ambiguidades.
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- Mecanismos que permitam verificar que, se aplicável, o certificado utilizado pelo emissor do
documento não se encontra revogado, caducado ou suspenso na respetiva data de emissão.
Este certificado deve ser emitido por uma entidade certificadora devidamente credenciada
junto do gabinete nacional de segurança.
As faturas processadas por via eletrónica, incluindo documentos retificativos, são documentos
com relevância fiscal, de forma idêntica às faturas impressas em papel, desde que seja garantida
a autenticidade da origem e a integridade do conteúdo da fatura e sejam cumpridos os
requisitos legais referidos.
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A grande vantagem é que todo o seu processamento é digital, desde a emissão, ao envio, à
receção e ao arquivo das faturas decorre unicamente por via eletrónica, devendo ser garantida
a autenticidade da origem e a integridade do conteúdo da fatura através da sua assinatura
eletrónica.
As faturas por via eletrónica podem ser processadas através do acordo de intercâmbio
eletrónico de dados (EDI), ou seja, a transferência eletrónica, de computador para computador,
de dados comerciais e administrativos utilizando uma norma acordada para estruturar uma
mensagem EDI. Ou através de faturas com a assinatura eletrónica avançada ou selo eletrónico
avançado nos termos do Regulamento (UE) n.º 910/2014.
Qualquer sujeito passivo pode optar por emitir, por via eletrónica, as suas faturas ou
documentos fiscalmente relevantes?
Sim. Em termos gerais, os sujeitos passivos podem emitir faturas ou documentos fiscalmente
relevantes por via eletrónica, desde que seja garantida a autenticidade da sua origem e a
integridade do seu conteúdo, mediante uma assinatura eletrónica avançada ou intercâmbio
eletrónico de dados (EDI). Para as faturas e demais documentos fiscalmente relevantes é exigido
o consentimento do adquirente, através de acordo.
Os programas informáticos de faturação certificados podem emitir faturas por via eletrónica?
Sim, desde que esses programas para emitir faturas ou documentos fiscalmente relevantes
possuam os procedimentos para a emissão por via eletrónica através de certificado digital
avançado, para que seja garantida a autenticidade da sua origem e a integridade do seu
conteúdo, mediante uma assinatura eletrónica avançada, selo eletrónico avançado ou
intercâmbio eletrónico de dados (EDI).
Este certificado deve ser emitido por uma entidade certificadora devidamente credenciada
junto do gabinete nacional de segurança.
Mas, o simples facto de se emitir uma fatura através de programa de faturação certificado pela
AT não determina a emissão de faturação por via eletrónica, se não for garantida a autenticidade
da sua origem e a integridade do seu conteúdo, mediante uma assinatura eletrónica avançada,
selo eletrónico avançado ou intercâmbio eletrónico de dados (EDI).
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Pode enviar-se faturas emitidas por via eletrónicas por correio eletrónico (email)?
Sim, desde que aposta uma assinatura eletrónica avançada ou selo eletrónico avançado na
fatura eletrónica.
Os sujeitos passivos são obrigados a arquivar e conservar em boa ordem, durante os 10 anos
subsequentes, todas as faturas ou documentos fiscalmente relevantes, emitidos e recebidos em
suporte eletrónico. O arquivo obrigatório pode ser feito pelo próprio ou em regime de prestação
de serviços por entidades terceiras em nome e por conta do sujeito passivo.
No que respeita ao direito à dedução do IVA, as faturas têm importância crucial, encontrando-
se as condições formais para o exercício de tal direito previstas no nº 2 do artigo 19.º do Código
do IVA, ao determinar que só confere direito à dedução o imposto mencionado em faturas
passados em forma legal, em nome e na posse do sujeito passivo, sendo exigido o original para
o controlo e fiscalização do imposto de modo a impedir que o mesmo imposto seja
repetidamente objeto de dedução, sem prejuízo dos restantes requisitos para exercer esse
direito à dedução previstos nos termos 19º e seguintes do referido Código.
Nos termos do nº 10 do artigo 36º do CIVA, as faturas podem, sob reserva de aceitação pelo
destinatário, ser emitidas por via eletrónica.
Os artigos 12º, 13º, 28º, 29º e 30.º do Decreto-Lei n.º 28/2019, de 15 de fevereiro, regulam as
condições técnicas para a emissão, conservação e arquivamento das faturas emitidas por via
eletrónica.
As faturas emitidas por via eletrónica, para além de terem que conter todos os elementos
obrigatórios previstos no artigo 36º e 40º do CIVA, devem ainda ser emitidas através de sistemas
que garantam a autenticidade da origem, com a comprovação da identidade do fornecedor ou
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- Aposição de uma assinatura eletrónica avançada ou selo eletrónico avançado (nos termos do
Regulamento UE nº 910/2014;
Como resulta destes procedimentos para as faturas eletrónicas, os sujeitos passivos podem
emitir e enviar as suas faturas de forma desmaterializada, mediante determinadas condições ali
previstas.
Para efeitos do exercício do direito à dedução, é requisito essencial que os sujeitos passivos
estejam na posse da via original da fatura, conforme o nº 4 do artigo 36.º do CIVA.
Aliás, está previsto neste quadro de emissão de faturas via eletrónica (através do sistema EDI ou
aposição de assinatura eletrónica ou selo eletrónico) que os recetores devem comunicar ao
emissor a sua boa receção (não repúdio no destino), considerando-se concluído o processo
quando da emissão deste recibo.
No caso das faturas processadas por via eletrónica pelo sistema EDI, a Informação Vinculativa
ainda reforça que essa prova está sempre assegurada, pois os recetores das faturas
(adquirentes) devem comunicar ao emissor das faturas a sua boa receção (não repúdio no
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destino), considerando-se concluído o processo quando da emissão deste recibo, tal como
resulta da legislação da emissão das faturas por via eletrónica (DL 28/2019).
No caso das faturas processadas por via eletrónica com assinatura eletrónica avançada, essa
prova da posse da fatura pelo adquirente pode ser efetuada mediante a apresentação do
original, em papel caso tenha sido impressa, ou através de arquivo em suporte eletrónico, nos
termos previstos no artigo 28º e seguintes do DL 28/2019.
O facto dessas faturas processadas por via eletrónica com assinatura eletrónica avançada serem
enviadas por email não é relevante para a verificação e comprovação da posse do original dessa
fatura para efeitos do direito à dedução do IVA suportado, pois tal está garantido
automaticamente pela prévia aceitação do adquirente desse sistema, tal como resulta do
entendimento da referida Informação Vinculativa.
As faturas enviadas por email apenas podem ser consideradas como emitidas na sua forma legal
desde que sejam processadas por via eletrónica com assinatura eletrónica avançada ou selo
eletrónico avançado, nos termos do DL 28/2019, pois tal procedimento garante a autenticidade
e integridade do conteúdo da fatura.
Quanto ao arquivamento dessas faturas recebidas pelo adquirente, que tenham sido
processadas por via eletrónica, os procedimentos podem ser os previstos no referido artigo 28º
e seguintes do DL 28/2019, estando previsto o arquivamento em suporte eletrónico.
Através desses procedimentos, esse arquivamento em suporte eletrónico deve permitir o acesso
a todo o momento dessas faturas, nomeadamente por pedidos no âmbito de inspeções e
fiscalizações tributárias, bem como permitir a reprodução de cópia das faturas se tal for
necessário (para todas as faturas).
Meio de prova para efetuar a regularização do IVA a favor do sujeito passivo (nº 5 do artigo
78º do CIVA)
“Conteúdo:
Tendo por referência o pedido de informação vinculativa solicitada, ao abrigo do artigo 68.º da
Lei Geral Tributária (LGT), por «...A...», presta-se a seguinte informação.
OS FACTOS
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2. Um dos meios disponíveis neste momento para os sujeitos passivos, é o correio eletrónico
que permite «(...)não só um contacto direto e célere com a contraparte, como permite uma
idoneidade nos elementos incluídos no mesmo(...)».
5. O Código do IVA regula as retificações do imposto no artigo 78.º do CIVA. Nos termos do n.º
2 do artigo 78.º, "Se, depois de efetuado o registo referido no artigo 45.º, for anulada a operação
ou reduzido o seu valor tributável em consequência de invalidade, resolução, rescisão ou redução
do contrato, pela devolução de mercadorias ou pela concessão de abatimentos ou descontos, o
fornecedor do bem ou prestador do serviço pode efetuar a dedução do correspondente imposto
até ao final do período de imposto seguinte àquele em que se verificarem as circunstâncias que
determinaram a anulação da liquidação ou a redução do seu valor tributável."
6. Estabelece o n.º 3 que, "Nos casos de faturas inexatas que já tenham dado lugar ao registo
referido no artigo 45.º, a retificação é obrigatória quando houver imposto liquidado a menos,
podendo ser efetuada sem qualquer penalidade até ao final do período seguinte àquele a que
respeita a fatura a retificar, e é facultativa, quando houver imposto liquidado a mais, mas apenas
pode ser efetuada no prazo de dois anos".
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78.º do CIVA, ou seja, têm de ter "(...) na sua posse prova de que o adquirente tomou
conhecimento da retificação ou de que foi reembolsado do imposto". Sem essa prova, considera-
se indevida a respetiva dedução.
8. Assim, de acordo com o n.º 5 do artigo 78.º do CIVA, "Quando o valor tributável de uma
operação ou o respetivo imposto sofrerem retificação para menos, a regularização a favor do
sujeito passivo só pode ser efetuada quando este tiver na sua posse prova de que o adquirente
tomou conhecimento da retificação ou de que foi reembolsado do imposto, sem o que se
considerará indevida a respetiva dedução".
9. A norma prevista no n.º 5 do artigo 78.º, tem por objetivo evitar que o sujeito passivo
fornecedor regularize a seu favor, imposto inicialmente deduzido pelo seu cliente, sem que este
(adquirente), proceda à correção do correspondente valor a favor do Estado. Se o fornecedor
optar por efetuar a retificação, esta tem que ser operada pelas duas partes intervenientes
(fornecedor e adquirente) dentro dos prazos estabelecidos nas respetivas normas (n.ºs 2, 3 e 4
do artigo 78.º), sob pena de não poder ser efetuada.
10. Estabelece o n.º 4 do artigo 78.º do CIVA que "O adquirente do bem ou o destinatário do
serviço que seja sujeito passivo do imposto, se tiver efetuado já o registo de uma operação
relativamente à qual o seu fornecedor ou prestador de serviço procedeu a anulação, redução do
seu valor tributável ou retificação para menos do valor faturado, corrige, até ao fim do período
de imposto seguinte ao da receção do documento retificativo, a dedução efetuada".
11. Nos termos do n.º 13 do artigo 78.º do CIVA, "Quando o valor tributável for objeto de
redução, o montante deste deve ser repartido entre contraprestação e imposto, aquando da
emissão do respetivo documento, se se pretender igualmente a retificação do imposto".
12. Através do Oficio-Circulado n.º 30082, de 2005-11-17, da DSIVA, foram emitidas instruções
administrativas relativas às regularizações constantes do artigo 78.º do CIVA (anterior artigo
71.º), podendo ler-se, nomeadamente no seu ponto 9.1. que; "(...) Neste caso, tal como prevê o
n.º 4 do mesmo artigo, o adquirente deve proceder à regularização desse imposto, a favor do
Estado, até ao final do período de imposto seguinte ao da receção do documento retificativo
emitido pelo fornecedor. Os valores a corrigir, nestas condições, devem constar nos campos 40
e 41, consoante os casos, da declaração periódica do período de imposto em que a regularização
é efetuada. Caso não seja efetuada no prazo previsto e nas situações que originam imposto a
favor do Estado, a regularização deverá ter lugar em declaração periódica de substituição do
período em que, nos termos do n.º 4 do artigo 71.º, deveria ter sido feita".
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sujeito passivo tenha na sua posse confirmação escrita efetuada pelos seus clientes de que
receberam comunicação evidenciando o montante do IVA retificado, ou de que foram
reembolsados do respetivo imposto, consideram-se não cumpridas as disposições estabelecidas
no n.º 5 do artigo 71.º do CIVA, tomando-se indevida a respetiva regularização de imposto".
15. Por outro lado, cf. refere o ponto 5 do Ofício-Circulado n.º 33129/1993, os sujeitos passivos
devem estar na posse de "confirmação escrita efetuada pelos seus clientes de que receberam
comunicação evidenciando o montante do IVA retificado, ou de que foram reembolsados do
respetivo imposto (...)".
16. Assim, desde que sejam observados os requisitos referidos no Ofício-Circulado n.º
33129/1993, nomeadamente, no n.º 4, alínea a) «(...)documentos emitidos pelo cliente e na
posse do fornecedor do bem ou prestador do serviço (...) com referência expressa ao
conhecimento da retificação do IVA» e no n.º 5, é possível considerar idóneas as «mensagens de
correio eletrónico».
17. Note-se que, quando o valor tributável de uma operação ou o respetivo imposto venham a
sofrer retificação por qualquer motivo, devem ser observadas, nomeadamente, as disposições
dos artigos 36.º e seguintes.
18. A propósito da matéria em análise, é de salientar o «Acordo tipo EDI europeu» aprovado
pela Recomendação n.º 1994/820/CE, da Comissão, de 19 de outubro, no que respeita ao
processamento e aviso de receção das mensagens.
19. Mais se esclarece que, relativamente à faculdade de emissão de faturas por via eletrónica,
estabelece o n.º 10 do artigo 36.º do CIVA, "As faturas podem, sob reserva de aceitação pelo
destinatário, ser emitidas por via eletrónica desde que seja garantida a autenticidade da sua
origem, a integridade do seu conteúdo e a sua legibilidade através de quaisquer controlos de
gestão que criem uma pista de auditoria fiável, considerando-se cumpridas essas exigências se
adotada, nomeadamente, uma assinatura eletrónica avançada ou um sistema de intercâmbio
eletrónico de dados".
20. Nos termos previstos no artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 196/2007, de 15 de maio (com a
redação do Decreto-Lei n.º 197/2012, de 24 de agosto), "Considera-se garantida a autenticidade
da origem e a integridade do conteúdo das faturas eletrónicas se adotado, nomeadamente, um
dos seguintes procedimentos: a) Aposição de uma assinatura eletrónica avançada nos termos
do Decreto-Lei n.º 290-D/99, de 2 de agosto, alterado pelos Decretos-Leis n.ºs 62/2003, de 3 de
abril, 165/2004, de 6 de julho, 116-A/2006, de 16 de junho, e 88/2009, de 9 de abril; b) Utilização
de um sistema de intercâmbio eletrónico de dados, desde que os respetivos emitentes e
destinatários outorguem um acordo que siga as condições jurídicas do 'Acordo tipo EDI europeu',
aprovado pela Recomendação n.º 1994/820/CE, da Comissão, de 19 de outubro".
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21. Nos termos do «Acordo tipo EDI europeu», nos anexos I e II, nos dispositivos respeitantes a
«definições» e «processamento e aviso de receção das mensagens», clarifica-se o nível de
confirmação das mensagens, previsto no modelo de acordo EDI, verificando-se, nomeadamente,
que estão disponíveis diferentes níveis de confirmação.
23. Por outro lado, «As partes podem exigir outros níveis de confirmação, que nesse caso devem
ser determinados por elas, de acordo com as suas necessidades, devendo os pormenores
adequados ser incluídos no anexo técnico».
24. Face ao exposto, quando o valor tributável de uma operação ou o respetivo imposto venham
a sofrer retificação por qualquer motivo, e seja emitido o correspondente documento retificativo,
desde que o destinatário desse documento específico, o tenha, previamente, outorgado por
acordo, nos termos dos números anteriores, por forma a que fique assegurado que o adquirente
tomou conhecimento da retificação, é admissível, para efeitos de regularização, a aceitação
eletrónica por parte do destinatário, constituindo prova nos termos do n.º 5 do artigo 78.º do
CIVA.
25. Não se enquadrando na situação prevista no n.º 10 do artigo 36.º e referida nos pontos 18
a 23, é possível considerar idóneas as «mensagens de correio eletrónico», desde que sejam
observados os requisitos referidos no Ofício-Circulado n.º 33129/1993, nomeadamente, no n.º
4, alínea a) «(...) documentos emitidos pelo cliente e na posse do fornecedor do bem ou prestador
do serviço (...) com referência expressa ao conhecimento da retificação do IVA» e no n.º 5, cf.
pontos 13, 14 e 15 desta informação.”
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Nos termos do disposto na alínea c) do artigo 3.º do presente decreto-lei e da alínea e) do n.º 1
do artigo 5.º do RBC, é possível a emissão manual de faturas, de documentos de transporte e de
outros documentos fiscalmente relevantes desde que se utilizem documentos pré-impressos
em tipografias devidamente autorizadas pelo membro do Governo responsável pela área das
finanças, devendo obedecer a um sistema de numeração unívoca.
- Quando o sujeito passivo não utilize ou não seja obrigado a utilizar programas informáticos de
faturação certificados;
a. Situações de inoperacionalidade
Em caso de inoperacionalidade do programa de faturação, os sujeitos passivos devem emitir
faturas ou documentos fiscalmente relevantes em documentos pré-impressos em tipografias
autorizadas, os quais devem posteriormente ser recuperados para o programa informático.
Para este efeito será processado um novo documento do mesmo tipo, que recolha todos os
elementos do documento manual emitido, com observância dos requisitos definidos no artigo
6.º da Portaria n.º 363/2010, isto é, deve assinar o documento e imprimir a respetiva expressão
das alíneas a) e b) do n.º 3 do mesmo artigo.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
para acolher a identificação da série manual e o outro para o número manual, por forma a obviar
lapsos na recolha deste tipo de documentos, designadamente, da série.
Podem ser criadas tantas séries, quantas as existentes nos documentos manuais ou apenas uma
única série.
Nestes casos, no campo Chave de controlo (HashControl) das tabelas 4.1 e 4.2, consoante o caso,
deve ser aposta a seguinte informação:
- Número da versão da chave privada (1,2, etc.) e separado por um "-" (hífen);
Para referenciar um documento manual recolhido na aplicação, deve ser utilizada a série e o n.º
do documento manual original, e não a identificação única do documento (InvoiceNo ou
DocumentNumber) atribuído pela aplicação ao documento recuperado. (Exemplo: A emissão de
uma nota de crédito deve referenciar o número da fatura original, emitida de modo manual.)
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
- Não tenham sido condenadas por crimes previstos nos artigos 256.º, 258.º, 259.º, 262.º, 265.º,
268.º e 269.º do Código Penal.
- Certificado, processado pela entidade judicial respetiva, para comprovar que não se encontra
em estado de falência ou insolvência.
O registo dos fornecimentos dos impressos tipográficos dos documentos de transporte e/ou
faturas é efetuado através de suporte informático, devendo conter os elementos identificativos
dos adquirentes e as gamas de numeração dos impressos.
Nos casos em que os adquirentes não se encontrem registados na AT para o exercício de uma
atividade comercial, industrial ou agrícola, a AT emite, em tempo real, no Portal das Finanças,
um alerta seguido de notificação, advertindo a tipografia de que não pode proceder à impressão
dos documentos, sob pena de ser cancelada a autorização de impressão.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
12. Arquivo
a. Obrigações
Registo dos documentos arquivados
Prazo
Os sujeitos passivos são obrigados a arquivar e conservar em boa ordem todos os livros, registos
e respetivos documentos de suporte por um prazo de 10 anos, se outro prazo não resultar de
disposição especial.
Sempre que os sujeitos passivos exerçam direito cujo prazo é superior a 10 anos, a obrigação de
arquivo e conservação de todos os livros, registos e respetivos documentos de suporte mantém-
se até ao termo do prazo de caducidade relativo à liquidação dos impostos correspondentes.
IVA
Para efeitos de IVA, o prazo de regularização do IVA deduzido relativamente a despesas com
investimento em bens imóveis é de 20 anos contados a partir do ano da aquisição ou do ano da
ocupação de imóvel construído, nos termos do nº 2 do artigo 24º do CIVA.
Para estes casos, o prazo de arquivo e conservação de todos os livros, registos e respetivos
documentos de suporte para as despesas de investimento em bens imóveis será de 10 anos,
contados a partir a partir da data em que for efetuada a última das regularizações previstas no
artigo 24º ou artigo 25º do CIVA.
Por isso, no limite, o prazo para o arquivo para essas operações pode chegar aos 30 anos, no
caso de despesas de bens imóveis.
Para os sujeitos passivos de IRC, que sejam considerados como PME, os prejuízos fiscais
apurados em determinado período de tributação, são deduzidos aos lucros tributáveis em um
ou mais dos doze períodos de tributação posteriores, conforme previsto no nº 1 do artigo 52º
do CIRC.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Para estes casos, o prazo de arquivo e conservação de todos os livros, registos e respetivos
documentos de suporte desses períodos de tributação em que existem prejuízos fiscais será de
12 anos.
O prazo da caducidade para estas situações é o prazo geral do direito à dedução previsto no nº
3 do artigo 45º da Lei Geral Tributária.
Quando a contabilidade ou a faturação for estabelecida por meios informáticos, deve ser
assegurado quanto aos respetivos registos o seguinte:
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Estas obrigações são aplicadas às faturas emitidas e recebidas, aos livros, registos e demais
documentos fiscalmente relevantes e de suporte para efeitos contabilísticos, incluindo as
operações realizadas no estrangeiro, nomeadamente através de representações permanentes
ou sucursais no estrangeiro.
As obrigações são as referidas para os sujeitos passivos residentes, mas apenas se aplicam aos
documentos relacionados com as operações imputáveis ao estabelecimento estável (ou
estabelecimentos estáveis, quando exista mais do que um) em território nacional.
Para as obrigações fiscais relacionadas com operações aqui localizadas ou aqui sujeitas a
tributação em IVA (ou IR):
- Que pretendam manter o arquivo das faturas emitidas e recebidas, dos livros, registos e demais
documentos, num local ou instalação de país ou território terceiro, devem solicitar autorização
prévia à AT.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Apenas entra em vigor quando forem publicados os novos formulários dessas declarações que
contenham os quadros e campos específicos (conforme previsto no Despacho do Secretário dos
Assuntos Fiscais (SEAF) nº 85/2019-XXI de 1 de março de 2019).
Esse pedido deve conter a identificação do país ou território terceiro onde pretende localizar o
arquivo, bem como, verificação das seguintes condições:
- O sujeito passivo não tenha sido condenado pela prática de crimes fiscais.
c. Arquivo eletrónico
Novidade
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Para as faturas recebidas de fornecedores, essa destruição apenas pode ser efetuada após se
ter sido exercido o direito à dedução do IVA, se for o caso, e efetuado o registo contabilístico da
operação e do IVA deduzido.
Após a destruição dos originais, para efeitos fiscais, as reproduções integrais em papel, obtidas
a partir dos arquivos em formato eletrónico, têm o valor probatório desses documentos
originais.
A destruição dos documentos originais em papel, nos termos referidos, apenas pode ser
efetuada pela terceira entidade gestora do arquivo quando se obtenha a confirmação do sujeito
passivo.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Integridade e legibilidade
Devem ser efetuados controlos regulares, integrais ou por amostragem, à legibilidade dos dados
arquivados em formato digital.
Um arquivo em suporte eletrónico pode ser migrado para um novo suporte, desde que
assegurados os pressupostos elencados nos números anteriores, sempre que:
d. Plano do arquivo
O plano de arquivo contém um ficheiro com a lista dos documentos fiscalmente relevantes aí
registados.
- As imagens dos documentos emitidos por meios informáticos devem ser identificadas
conforme o que se encontrar preenchido nos campos «Tipo de documento» ou «Tipo de recibo»
e «Identificação única do documento» ou «Identificação única do recibo» do grupo de dados
«Documentos comerciais» (nos termos da estrutura de dados do SAF-T);
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
- As imagens dos documentos não emitidos por meios informáticos, bem como dos documentos
rececionados, devem ser identificadas de acordo com o respetivo preenchimento no campo
«Chave única do movimento contabilístico» do grupo de dados «Movimentos contabilísticos»
(da estrutura de dados do SAF-T);
- Quando as imagens dos documentos relativos ao mesmo período de arquivo não sejam todas
registadas no mesmo suporte (vários tipos de formatos de ficheiros informáticos), o ficheiro do
plano de arquivo pode constar apenas do último suporte utilizado;
- O suporte utilizado deve identificar o sujeito passivo através do seu nome, firma ou
denominação social e número de identificação fiscal e, no caso de ocorrer a necessidade da
utilização de múltiplos suportes, o respetivo número de suporte e número total de suportes
utilizados.
e. Conservação do arquivo
Os sujeitos passivos são obrigados a possuir cópias de segurança dos suportes eletrónicos.
Ainda não é claro o que se entende por locais distintos, nomeadamente se se tratam de
instalações físicas distintas ou servidores, discos rígidos, discos externos, cassetes ou similares
distintos.
Em princípio, deve tratar-se de locais físicos distintos de forma a garantir que não haja
possibilidade de perda de dados.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Para garantir esse acesso pela AT aos documentos de faturação e outros documentos
fiscalmente relevantes emitidos e recebidos por via eletrónica, a documentação respeitante à
arquitetura, às análises funcional e orgânica e exploração do sistema informático, bem como os
dispositivos de arquivamento, software e algoritmos integrados no sistema de faturação
eletrónica são mantidos acessíveis durante o prazo previsto para a conservação da
documentação.
Integridade
As mensagens relativas aos documentos emitidos por via eletrónica não devem conter código
executável ou macros que possam alterar os registos ou dados contidos no documento ou
ativem funcionalidades com esse fim.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
- Acesso direto ao sistema informático de apoio à faturação para consulta dos dados com
relevância fiscal, utilizando o seu próprio hardware e software, o do sujeito passivo ou o de
entidade terceira;
- Solicitação ao sujeito passivo para que forneça dados relevantes num suporte digital em
formato estandardizado;
- Sujeitos passivos que disponham de sede, estabelecimento estável ou domicílio noutro Estado
membro, quando o IVA seja devido em território nacional.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Os procedimentos para este acesso em linha ainda não estão disponíveis, não se conhecendo os
mecanismos a disponibilizar ou outras obrigações a implementar nos sistemas informáticos dos
sujeitos passivos.
Os sujeitos passivos devem facultar à AT, no exercício da ação de inspeção, cópias dos respetivos
suportes, reprodução legível em papel dos documentos arquivados, bem como permitir a
realização de quaisquer tipos de análises ou pesquisas ao arquivo.
Sempre que se mostre necessário, o sujeito passivo deve disponibilizar os meios para a leitura
dos suportes e das imagens contidas nos documentos.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
14. Comunicações:
Prazo de comunicação:
Geral:
- Até 30 de junho de 2019 pelos sujeitos passivos de IVA que já exerçam a atividade à data da
entrada em vigor do DL 28/2019 (16 de fevereiro de 2019) ou que a tenham iniciado até 31 de
maio de 2019;
- Nos 30 dias posteriores ao início de atividade ou à ocorrência das alterações nos restantes
casos.
Neste momento, ainda não está disponibilizada a funcionalidade no Portal das Finanças para
efetuar a comunicação dos estabelecimentos e dos sistemas de faturação.
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Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Elementos a comunicar
Prazo:
Por cada série documental comunicada à AT, esta entidade atribui um código, que deve integrar
o código único de documento, a constar nos dados do SAF-T a ser extraído dos programas
informáticos de faturação.
c. Faturas
Alterações/esclarecimentos às obrigações de comunicação dos elementos das faturas (e
outros documentos fiscalmente relevantes) nos termos do artigo 3º DL 198/2012:
- Consultas de mesa;
- Crédito de consignação;
- Folhas de obra;
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
- Nota de Encomenda;
- Orçamentos;
- Faturas pró-forma;
- Outros similares;
- Recibos (apenas no âmbito do regime do IVA de caixa, emitidos por sujeitos passivos
enquadrados no regime ou emitidos a estes sujeitos passivo?).
Prazo:
Novidade:
- Data de emissão;
- Número de identificação fiscal do adquirente que seja sujeito passivo de IVA, quando tenha
sido inserido no ato de emissão;
- Número de identificação fiscal do adquirente que não seja sujeito passivo de IVA, quando este
solicite a sua inserção no ato de emissão;
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
- Código único de documento (novo com o DL 28/2019) (apenas quando estiver regulamentada
a sua introdução nos programas informáticos de faturação).
d. Comunicação de inventários
Novidades:
- Dispensas:
Estas alterações aplicam-se a partir das comunicações dos inventários referentes ao período de
tributação de 2019, a realizar até 31 de janeiro de 2020 (ou final do 1.º mês seguinte à data do
termo do período de tributação diferente do ano civil).
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Estrutura de dados:
Quando se utiliza o ficheiro com formato “XML”, este deve respeitar o esquema de validação do
ficheiro em formato “xsd”, a ser disponibilizado no Portal das Finanças.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
- E, que tenham obtido para efeitos de IRC, no período de tributação imediatamente anterior,
um montante anual ilíquido de rendimentos não superior a € 200.000.
2. Quais as entidades que passam a ser obrigadas a emitir faturas a partir de 1/01/2020, e
que até 31/12/2019 estão dispensadas?
3. As associações e outras entidades do setor não lucrativo (IPSS, fundações e outras) que
estejam dispensadas de emissão de faturas a partir de 01/01/2020, qual o documento que
passam a poder emitir para titular as transmissões de bens e prestações de serviços?
Se essas entidades exercerem exclusivamente operações isentas sem direito à dedução (sujeitos
passivos isentos) passam a emitir o documento previsto no artigo 10º do DL 28/2019.
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Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Esse documento não tem que ter uma designação específica (p.e. recibo), nem tem que ser
processado através de programas informáticos certificados.
Esse documento do artigo 10º DL 28/2019 tem que conter os seguintes elementos obrigatórios:
- Número de identificação fiscal do adquirente ou destinatário, quando este for sujeito passivo
de IVA ou, em qualquer caso, quando o adquirente ou destinatário o solicite;
Se essas entidades exercerem simultaneamente operações isentas sem direito à dedução (artigo
9º do CIVA) e operações que conferem direito à dedução emitem o documento previsto no nº
20 do artigo 29º do CIVA.
Não existem formalismo ou elementos específicos que devam constar desse documento
previsto no nº 20 do artigo 29º do CIVA, mas, em nossa opinião, devem ser emitidos com os
elementos similares aos previstos no artigo 10º do DL 28/2019.
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Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Caso essa entidade do setor não lucrativo opte por emitir fatura ou recibo, para titular as
transmissões de bens e serviços, incluindo aquelas isentas nos termos do artigo 9º do CIVA, a
partir de 1 de julho de 2019, terá que efetuar o processamento desses documentos através de
programas informáticos certificados ou impressos de tipografias autorizadas, dependendo da
obrigação prevista no artigo 4º do DL 28/2019.
Até 31/12/2019, essas entidades estão dispensadas de emitir faturas, podendo emitir um
qualquer outro documento para titular essa operação.
No caso das rendas isentas de IVA, pode ser um documento de quitação sem qualquer
formalismo (a confirmar pela AT).
Se emitirem um documento para titular essa operações isentas, designado de fatura, recibo ou
outro considerado como documento fiscalmente relevante, este terá que ser processado
através de programa informático de faturação certificado.
A partir de 1 de janeiro de 2020, essas entidades são obrigadas a emitir fatura nos termos do
CIVA, sem prejuízo das escrituras poderem substituir essa obrigação conforme referido em cima.
Essas faturas terão que ser obrigatoriamente processadas através de programas informáticos
de faturação certificados pela AT.
Até 31/12/2019, esses sujeitos passivos isentos (que exercem exclusivamente operações que
não conferem direito à dedução) estão dispensadas de emitir faturas, podendo emitir um
qualquer outro documento para titular essa operação.
Se emitirem um documento para titular essa operações isentas, designado de fatura, recibo, ou
outro considerado como documento fiscalmente relevante, este terá que ser processado
através de programa informático de faturação certificado ou impresso de tipografia autorizada
nos termos das obrigações previstas no artigo 4º do DL 28/2019.
A partir de 1 de janeiro de 2020, essas entidades são obrigadas a emitir fatura nos termos do
CIVA.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Essas faturas terão que ser processadas através de programa informático de faturação
certificado ou impresso de tipografia autorizada nos termos das obrigações previstas no artigo
4º do DL 28/2019.
As faturas emitidas a consumidores finais (não sujeitos passivos de IVA) deixam de conter a
identificação (nome e domicílio) do adquirente não sujeito passivo, independentemente do
valor da fatura (deixa de existir o limite de 1.000 euros).
O NIF dos adquirentes não sujeitos passivos continua apenas a ser obrigatório quando este assim
o exija.
- Consultas de mesa;
- Crédito de consignação;
- Fatura de consignação nos termos do art.º 38º do código do IVA (este documento também é
considerada como fatura);
- Folhas de obra;
- Nota de Encomenda;
- Orçamentos;
- Pró-forma;
- E outros similares.
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Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Se a entidade emitente não for obrigada a utilizar programas informáticos certificados, esses
documentos de conferência de mercadorias e de prestações de serviços têm que ser emitidos
através de impressos de tipografia autorizada (ou outros meios eletrónicos).
Recibos
10. Os recibos têm que ser processados através de programas certificados? Ou sem qualquer
formalismo?
As obrigações de utilização dos programas informáticos de faturação certificados pela AT, bem
como as possibilidades de emissão através de documentos pré-impressos em tipografias
autorizadas, também se aplicam à emissão de recibos, em condições idênticas àquelas previstas
para as faturas.
11. Os documentos previstos no artigo 10º do DL 28/2019 a emitir por entidades isentas de
IVA, podem ser emitidos sem qualquer formalismo?
Os documentos previstos no artigo 10º do DL 28/2019 são emitidos pelas pessoas coletivas de
direito público e entidades setor não lucrativo que pratiquem exclusivamente operações isentas
sem direito à dedução de IVA, e que tenham obtido para efeitos de IRC, no período de tributação
173
Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Estes documentos não têm que ser emitidos com qualquer formalismo específico, sem prejuízo
de ter que conter os seguintes elementos obrigatórios:
- Número de identificação fiscal do adquirente ou destinatário, quando este for sujeito passivo
de IVA ou, em qualquer caso, quando o adquirente ou destinatário o solicite;
Esse programa certificado servirá para emitir faturas, recibos e outros documentos fiscalmente
relevantes (incluindo recibos de quotas e outros documentos nos termos do nº 20 do artigo 29º
do CIVA).
Se a entidade do setor não lucrativo emitir um documento, ainda que com outra designação,
para titular operações isentas do artigo 9º do CIVA (nos termos do nº 20 do artigo 29º do CIVA),
esse documento terá que ser processado por um programa certificado, contendo os elementos
mínimos de identificação da operação, pois trata-se dum documento fiscalmente relevante.
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Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Se as entidades do setor não lucrativo emitirem recibo para titular operações isentas de IVA nos
termos do artigo 9º do CIVA, a partir de 1 de julho de 2019, esse recibo terá que ser emitido
através de programa informático certificado ou através de impressos de tipografia autorizada
nos termos do artigo 4º do DL 28/2019.
14. E se essas entidades emitirem outros documentos, que não sejam designados de faturas
ou recibos?
Se as entidades do setor não lucrativo emitirem outro documento (que não seja designado de
fatura ou recibo) para titular operações isentas de IVA nos termos do artigo 9º do CIVA:
- Caso seja sujeito passivo isento, até 31 de dezembro de 2019, emite documento nos termos
do nº 20 artigo 29º do CIVA (que necessita de ser processado por programas informáticos
certificados, a partir de 1/07/2019);
- Caso seja sujeito passivo isento, a partir de 1 de janeiro de 2020, emite documento nos termos
do artigo 10º do DL 28/2019 (que não necessita de ser processado por programas informáticos
certificados);
- Caso seja sujeito passivo misto, emite documento nos termos do nº 20 do artigo 29º do CIVA,
esse documento terá que ser emitido através de programas informáticos certificados ou através
de impressos de tipografia autorizada, nos termos do artigo 4º DL 28/2019.
Não. As balanças eletrónicas, sem programa informático certificado, apenas podem ser
utilizadas para emitir faturas simplificadas.
16. Quais os sujeitos passivos que podem utilizar balanças eletrónicas ou outros meios
eletrónicos que não possuam programa certificado?
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Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
(50.000, a partir de 1 de janeiro de 2020), pode utilizar uma balança eletrónica sem programa
informático certificado para a emissão de faturas simplificadas nos termos do artigo 40º do CIVA.
Uma sociedade comercial, que exerce a atividade de talho, sendo obrigada a possuir
contabilidade organizada, independentemente do volume de negócios, não pode utilizar
balança eletrónica sem programa informático certificado. É obrigada a utilizar uma balança
eletrónica ou outro sistema informático de faturação, desde que este equipamento possua um
software certificado pela AT.
Os sujeitos passivos estão dispensados da impressão das faturas em papel ou da sua transmissão
por via eletrónica para o adquirente ou destinatário não sujeito passivo, exceto se este o
solicitar, quando se verifiquem cumulativamente as seguintes condições:
- Os sujeitos passivos optem pela comunicação dessas faturas à AT em tempo real (sistema de
webservice).
Alternativamente, a comunicação dos elementos das faturas pode ser efetuado via envio do
SAF-T relativo à faturação até ao dia 15 do mês seguinte à data da emissão das faturas, desde
que o sujeito passivo efetue a comunicação, em tempo real no momento em que a fatura for
emitida, do conteúdo das faturas aos respetivos adquirentes ou destinatários através de meio
eletrónico.
Os sujeitos passivos que pretendam exercer esta opção podem aceder ao Portal das Finanças,
canal Atendimento E-Balcão, selecionando: Área “e-Fatura" > Tipo de Questão “Adesão Fatura
s/ Papel" > Questão “Nos termos Artigo 4º nº 1" ou “Nos termos Artigo 4º nº 2", consoante
reúnam as condições estabelecidas no nº 1 ou no nº 2 do Artigo 4º da referida Portaria.
No campo “Mensagem" sugere-se a seguinte formulação: “Declaro que pretendo optar pela
dispensa de impressão de fatura em papel reunindo as condições previstas no Artigo 4º da
Portaria 144/2019 de 15 de maio".
176
Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
As faturas por via eletrónica podem ser emitidas através de programas informáticos certificados
pela AT desde que seja garantida a autenticidade da origem, a integridade do conteúdo e
legibilidade das faturas e demais documentos fiscalmente relevantes emitidos, desde o
momento da sua emissão até ao final do período de arquivo, implementando controlos de
gestão que criem uma pista de auditoria fiável entre aqueles documentos e as transmissões de
bens ou as prestações de serviços.
- Aposição de um selo eletrónico qualificado, nos termos do Regulamento (UE) n.º 910/2014, do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de julho de 2014;
As novidades passam pela obrigação de aposição de uma assinatura eletrónica qualificada nos
termos legais ou aposição de um selo eletrónico qualificado, nos termos do Regulamento (UE)
n.º 910/2014, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de julho de 2014, por substituição
das assinaturas eletrónicas avançadas ou selos eletrónicos avançados, cuja obrigação entra em
vigor a partir de 1 de janeiro de 2021 (sem prejuízo de adoção antecipada).
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Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A novidade introduzida com o DL 28/2019 passa pela digitalização dos documentos de faturação,
dos documentos de transporte, dos recibos e de quaisquer outros documentos de conferência
de mercadorias ou de prestação de serviços, que se apresentem em formato papel, e que
passam a poder ser arquivados em formato eletrónico.
As operações de digitalização e arquivo eletrónico devem ser executadas com o rigor técnico
necessário à obtenção e reprodução de imagens perfeitas, legíveis e inteligíveis dos documentos
originais, sem perda de resolução e informação, de forma a garantir a sua consulta e reprodução
em papel ou outro suporte eletrónico.
Com estes procedimentos passa a ser possível a destruição dos originais em papel.
Não é claro que este procedimento possa ser aplicado aos restantes documentos de suporte
contabilístico (contratos e outros documentos de suporte das operações, para o dossier fiscal).
Os prazos de arquivo foram harmonizados para todos os sujeitos passivos, passando apenas a
existir um procedimento.
Os sujeitos passivos são obrigados a arquivar e conservar em boa ordem todos os livros, registos
e respetivos documentos de suporte por um prazo de 10 anos, se outro prazo não resultar de
disposição especial.
Sempre que os sujeitos passivos exerçam direito cujo prazo é superior a 10 anos, a obrigação de
arquivo e conservação de todos os livros, registos e respetivos documentos de suporte mantém-
se até ao termo do prazo de caducidade relativo à liquidação dos impostos correspondentes.
Para efeitos de IVA, mantem-se a possibilidade de efetuar arquivo por um prazo até 30 dias,
para as situações de necessidade de controlo das regularizações previstas no artigo 24º e 25º
do CIVA.
178
Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Para efeitos de IRC, o prazo mantem-se em 10 anos, mas pode ir até 12 anos, no caso de
necessidade de controlo de prejuízos fiscais obtidos por uma PME.
Para efeitos da categoria B de IRS, o prazo geral de arquivo passa de 12 para 10 anos, mas
quando existam prejuízos fiscais, esse prazo é estendido até 12 anos.
22. Quais os procedimentos para efetuar o arquivo eletrónico dos documentos? E quais
documentos podem ser arquivados eletronicamente?
Continua a ser possível o arquivo eletrónico dos documentos de faturação e outros documentos
fiscalmente relevantes emitidos por via eletrónica, nos termos definidos nos artigos 28º a 30º
do DL 28/2019.
Deixa de ser obrigatória a sua impressão em papel, quando sejam processados por programas
informáticos certificados, por via eletrónica ou através do Portal das Finanças, e tenham existido
a comunicação prévia à AT.
179
Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Esta clarificação vem impor, por exemplo, que essas folhas de obra ou similares utilizadas como
documentos de transporte acessórios ao DT global tenham que ser processados através de
programas informáticos certificados pela AT, através do Portal E-Fatura (área dos documentos
de transporte) ou em papel através de impressos de tipografias autorizadas (neste último caso,
apenas nos casos em que possa ser invocada inoperacionalidade do sistema certificado por falta
de condições técnicas e ainda assim a ter que observar um conjunto de operações no sentido
de serem recuperados para o sistema certificado os documentos emitidos em impressos
tipográficos).
Caso sejam emitidos no Portal das Finanças, estão comunicados automaticamente, não
carecendo de qualquer outro procedimento.
A comunicação dos elementos das faturas e documentos fiscalmente relevantes passa ser
efetuada até dia 15 do mês seguinte à data de emissão dos documentos. Esta alteração entrou
em vigor para a comunicação dos documentos emitidos em janeiro de 2019, com comunicação
até 15 de fevereiro de 2019.
A partir dos documentos emitidos em janeiro de 2020, a comunicação passa a ser efetuada até
dia 10 do mês seguinte.
180
Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Sim.
Mas, não é claro se continua apenas a abranger os recibos emitidos no âmbito do regime do IVA
de caixa ou se se alarga o âmbito para todos os recibos.
A partir dos inventários do período de tributação de 2019, estes passam a ser comunicados à AT
com a indicação da respetiva valorização.
A comunicação dos inventários continua a ser efetuada em janeiro do ano seguinte do ano a
que respeitam (ou até ao final do 1.º mês seguinte à data do termo de período de tributação
diferente do ano civil).
Passam apenas a estar dispensados desta obrigação os sujeitos passivos de IRC e IRS
enquadrados no regime simplificado de tributação previsto para esses impostos.
- Até 30 de junho de 2019 pelos sujeitos passivos de IVA que já exerçam a atividade à data da
entrada em vigor do DL 28/2019 (16 de fevereiro de 2019) ou que a tenham iniciado até 31 de
maio de 2019;
181
Fatur as sem papel e arquivo digital - As novas regr as da fatur ação
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
- Nos 30 dias posteriores ao início de atividade ou à ocorrência das alterações nos restantes
casos.
33. Quais os sujeitos passivos abrangidos pela dispensa de submissão do Anexo O – Mapa
recapitulativo dos clientes? Quando entra em vigor esta dispensa?
Todos os sujeitos passivos residentes com sede em território nacional ou não residentes com
estabelecimento estável.
34. Para as microentidades, existem alterações na dispensa dos Anexos do IVA da IES?
Sim.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
18. Anexos:
187
1244 Diário da República, 1.ª série — N.º 33 — 15 de fevereiro de 2019
2 — Os controlos de gestão referidos no número anterior na redação introduzida pelo presente decreto-lei, à AT em
devem estar devidamente documentados, atualizados e tempo real, nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 3.º
disponíveis para consulta pela AT. do mesmo decreto-lei.
gime de bens em circulação, aprovado em anexo ao Decreto- 6 — Nos casos em que os adquirentes não se encon-
-Lei n.º 147/2003, de 11 de julho, na sua redação atual, a im- trem registados na AT para o exercício de uma atividade
pressão de faturas e de outros documentos de transporte só comercial, industrial ou agrícola, a AT emite, em tempo
pode ser efetuada em tipografias devidamente autorizadas real, no Portal das Finanças, um alerta seguido de notifi-
pelo membro do Governo responsável pela área das finan- cação, advertindo a tipografia de que não pode proceder
ças, devendo obedecer a um sistema de numeração unívoca. à impressão dos documentos, sob pena de ser cancelada a
2 — A autorização referida no número anterior é con- autorização de impressão.
cedida, mediante a apresentação do respetivo pedido, às
pessoas singulares ou coletivas, ou entidades fiscalmente Artigo 17.º
equiparadas, que exerçam a atividade de tipografia ou que
Subcontratação
a iniciem, na condição de que:
a) Não tenham sofrido condenação nos termos dos ar- 1 — É permitido às tipografias autorizadas encarregar
outras tipografias, desde que também autorizadas, da im-
tigos 87.º a 111.º, 113.º, 114.º, 116.º a 118.º, 120.º, 122.º,
pressão dos documentos que lhes forem requisitados, desde
123.º e 127.º do Regime Geral das Infrações Tributárias,
que façam acompanhar os seus pedidos de comprovativo
aprovado pela Lei n.º 15/2001, de 5 de junho, na sua re- das requisições recebidas.
dação atual, nem nos termos das normas correspondentes 2 — Tanto a tipografia que efetuou a impressão como a
dos regimes jurídicos das infrações fiscais aduaneiras e não que a solicitou devem efetuar os registos e a comunicação
aduaneiras, aprovados, respetivamente, pelos Decretos-Leis referidos no artigo anterior.
n.os 376-A/89, de 25 de outubro, e 20-A/90, de 15 de janeiro;
b) Não estejam em falta relativamente ao cumprimento Artigo 18.º
das obrigações constantes do n.º 1 do artigo 27.º, do ar-
tigo 28.º, dos n.os 1 e 2 do artigo 41.º do Código do IVA, Revogação da autorização de impressão de faturas
do n.º 1 do artigo 57.º do Código do IRS ou do n.º 1 do e de documentos de transporte
artigo 104.º do Código do IRC;
c) Não se encontrem em estado de falência ou insol- O membro do Governo responsável pela área das finan-
vência; ças, por proposta do diretor-geral da AT, pode determinar
a revogação da autorização concedida nos termos do ar-
d) Não tenham sido condenadas por crimes previstos
tigo 15.º em todos os casos em que se deixe de verificar
nos artigos 256.º, 258.º, 259.º, 262.º, 265.º, 268.º e 269.º
qualquer das condições referidas no seu n.º 2, sejam de-
do Código Penal. tetadas irregularidades relativamente às disposições do
3 — O pedido de autorização referido no número an- regime de bens em circulação, aprovado em anexo ao
terior deve ser entregue, por via eletrónica, no Portal das Decreto-Lei n.º 147/2003, de 11 de julho, na sua redação
Finanças, contendo a identificação, as atividades exercidas atual, ou se verifiquem outros factos que ponham em causa
e o local do estabelecimento da tipografia, devendo ser a idoneidade da empresa autorizada.
acompanhado dos seguintes elementos:
a) Certificado do registo criminal do proprietário da em- CAPÍTULO V
presa, ou, tratando-se de sociedade comercial, de cada um Obrigação de arquivo
dos sócios gerentes ou administradores em exercício;
b) Certificado, processado pela entidade judicial respe-
tiva, para efeitos da alínea c) do número anterior. SECÇÃO I
Disposições comuns
Artigo 16.º
Aquisição de faturas e de documentos de transporte
Artigo 19.º
1 — A aquisição dos impressos referidos no n.º 1 do Conservação de livros, registos e documentos de suporte
artigo anterior é efetuada mediante requisição escrita do 1 — Os sujeitos passivos são obrigados a arquivar e con-
adquirente utilizador, a qual contém os elementos neces- servar em boa ordem todos os livros, registos e respetivos
sários ao registo a que se refere o número seguinte. documentos de suporte por um prazo de 10 anos, se outro
2 — O fornecimento dos impressos é registado previa- prazo não resultar de disposição especial, sem prejuízo do
mente pela tipografia autorizada, em suporte informático, disposto no número seguinte.
devendo conter os elementos necessários à comunicação 2 — Sempre que os sujeitos passivos exerçam direito
referida no n.º 4. cujo prazo é superior ao referido no número anterior, a
3 — As requisições e os registos informáticos referidos obrigação de arquivo e conservação de todos os livros,
nos números anteriores devem ser mantidos em arquivo, registos e respetivos documentos de suporte mantém-se
por ordem cronológica, pelo prazo de quatro anos. até ao termo do prazo de caducidade relativo à liquidação
4 — Por cada requisição dos sujeitos passivos, as tipogra- dos impostos correspondentes.
fias comunicam à AT por via eletrónica, no Portal das Finan- 3 — Quando a contabilidade ou a faturação for estabe-
ças, previamente à impressão nos respetivos documentos, os lecida por meios informáticos, deve ser assegurado quanto
elementos identificativos dos adquirentes e as gamas de nu- aos respetivos registos o seguinte:
meração dos impressos referidos no n.º 1 do artigo anterior. a) O seu armazenamento seguro durante o período le-
5 — A comunicação referida no número anterior deve galmente estabelecido, através de:
conter o nome ou denominação social, número de iden-
tificação fiscal, concelho e distrito da sede ou domicílio i) Preservação em condições de acessibilidade e legi-
da tipografia e dos adquirentes, documentos fornecidos, bilidade que permitam a sua utilização sem restrições, a
respetiva quantidade e numeração atribuída. todo o tempo;
Diário da República, 1.ª série — N.º 33 — 15 de fevereiro de 2019 1249
trolos descritos nos números anteriores e, quando se trate b) Para cumprimento da alínea anterior, as imagens
de faturas de aquisição de bens ou serviços, após ter sido dos documentos emitidos por meios informáticos devem
exercido o direito à dedução, se for o caso, e efetuado o ser identificadas conforme o que se encontrar preenchido
registo referido no n.º 4 do artigo 44.º do Código do IVA. nos campos «Tipo de documento» ou «Tipo de recibo»
5 — Para efeitos fiscais, as reproduções integrais em e «Identificação única do documento» ou «Identificação
papel, obtidas a partir dos arquivos em formato eletrónico, única do recibo» do grupo de dados «Documentos co-
têm o valor probatório dos documentos originais. merciais» e as imagens dos documentos não emitidos por
meios informáticos, bem como dos documentos rececio-
Artigo 24.º nados, devem ser identificadas de acordo com o respetivo
Desmaterialização e arquivo na posse de terceiros
preenchimento no campo «Chave única do movimento
contabilístico» do grupo de dados «Movimentos contabi-
1 — As operações mencionadas no artigo anterior po- lísticos» da estrutura de dados do ficheiro a que se refere
dem ser asseguradas por terceiro, em nome e por conta a Portaria n.º 321-A/2007, de 26 de março;
do sujeito passivo. c) Quando as imagens dos documentos relativos ao
2 — Nas operações de digitalização e arquivo eletrónico mesmo período de arquivo não sejam todas registadas
executadas por terceiros, deve ser aposto em todos os re- no mesmo suporte, o ficheiro mencionado no n.º 1 pode
gistos dos documentos ou grupo de documentos uma soma constar apenas do último suporte utilizado;
de verificação pelo executante do arquivo que certifica o d) O suporte utilizado deve identificar o sujeito pas-
desenvolvimento exato do processo. sivo através do seu nome, firma ou denominação social
3 — Sem prejuízo do disposto no n.º 4 do artigo anterior, e número de identificação fiscal e, no caso de ocorrer a
a destruição dos originais emitidos ou recebidos em papel necessidade da utilização de múltiplos suportes, o respetivo
na posse de terceiros apenas pode ocorrer após confirmação número de suporte e número total de suportes utilizados.
do sujeito passivo.
4 — Cessado o contrato, a entidade contratada deve Artigo 27.º
assegurar a transferência do arquivo para a entidade con-
Conservação do arquivo e cópias de segurança
tratante ou para outra por esta indicada.
1 — Os sujeitos passivos são obrigados a possuir cópias
Artigo 25.º de segurança dos suportes eletrónicos.
Integridade e legibilidade
2 — Os originais e as cópias de segurança devem ser
armazenados em locais distintos e em condições de conser-
1 — Durante o prazo obrigatório de conservação do vação e segurança necessárias a garantir a impossibilidade
arquivo, os processos de arquivamento devem garantir de perda dos arquivos.
que não se verifica perda de informação nem alteração
das imagens nele contidas. SECÇÃO II
2 — Devem ser efetuados controlos regulares, integrais
ou por amostragem, à legibilidade dos dados arquivados Arquivamento de documentos emitidos por via eletrónica
em formato digital.
3 — Um arquivo em suporte eletrónico pode ser migrado Artigo 28.º
para um novo suporte, desde que assegurados os pressu-
Conservação das faturas eletrónicas
postos elencados nos números anteriores, sempre que:
1 — As faturas e demais documentos fiscalmente re-
a) O suporte original se torne tecnologicamente obso-
levantes emitidos e recebidos por via eletrónica devem
lescente; ou
ser conservados, sem alterações, por ordem cronológica
b) Exista risco de que a legibilidade dos dados possa
de emissão e receção, exclusivamente em formato ele-
ser comprometida.
trónico.
Artigo 26.º 2 — O processamento automático efetuado pelos sis-
Plano de arquivo temas informáticos de faturação por via eletrónica deve
incluir o registo de dados relativos aos documentos men-
1 — Sem prejuízo de outros modelos de plano de ar- cionados no número anterior, de forma a garantir uma
quivo implementados pelo sujeito passivo, os quais têm transferência exata e completa dos dados para os suportes
sempre que cumprir o disposto nas alíneas a) e b) do n.º 3, de arquivamento.
o plano de arquivo deve conter um ficheiro com a lista dos 3 — Para garantia do acesso sem restrições por parte da
documentos fiscalmente relevantes aí registados. AT às faturas e demais documentos fiscalmente relevantes
2 — Para cumprimento do número anterior, os sujeitos emitidos e recebidos por via eletrónica, a documentação
passivos que possuam ou devam possuir sistemas infor- respeitante à arquitetura, às análises funcional e orgânica
máticos de faturação ou contabilidade podem gerar um e exploração do sistema informático, bem como os dis-
ficheiro com o mesmo formato e estrutura de dados e seguir positivos de arquivamento, software e algoritmos inte-
as regras definidas para o preenchimento do ficheiro a que grados no sistema de faturação eletrónica são mantidos
se refere a Portaria n.º 321-A/2007, de 26 de março. acessíveis durante o prazo previsto para a conservação da
3 — O plano de arquivo considera-se como corretamente documentação.
implementado quando cumpra os requisitos seguintes:
Artigo 29.º
a) Os ficheiros de imagens devem ser denominados ou
Integridade
organizados sequencialmente por forma a permitir pro-
curar a imagem de um documento através da sua identi- As mensagens relativas aos documentos emitidos por
ficação; via eletrónica não devem conter código executável ou
Diário da República, 1.ª série — N.º 33 — 15 de fevereiro de 2019 1251
macros que possam alterar os registos ou dados contidos e demais documentos fiscalmente relevantes emitidos e
no documento ou ativem funcionalidades com esse fim. recebidos por via eletrónica por:
a) Sujeitos passivos que disponham de sede, estabeleci-
Artigo 30.º
mento estável ou domicílio em território nacional;
Requisitos do arquivamento das faturas eletrónicas b) Sujeitos passivos que disponham de sede, estabeleci-
O arquivamento das faturas e demais documentos fis- mento estável ou domicílio noutro Estado membro, quando
calmente relevantes emitidos e recebidos por via eletrónica o IVA seja devido em território nacional.
é efetuado de forma a assegurar:
2 — A autoridade competente de outro Estado mem-
a) A execução de controlos que assegurem a integridade, bro tem direito de acesso em linha, ao descarregamento
exatidão e fiabilidade do arquivamento; e à utilização dos dados constantes das faturas emitidas
b) A execução de funcionalidades destinadas a prevenir e recebidas por via eletrónica por sujeitos passivos que
a criação indevida e a detetar qualquer alteração, destruição disponham de sede, estabelecimento estável ou domicílio
ou deterioração dos registos arquivados; em território nacional, relativamente às faturas em que o
c) A recuperação dos dados em caso de incidente; IVA seja devido nesse Estado membro.
d) A reprodução de cópias legíveis e inteligíveis dos
dados registados. Artigo 33.º
CAPÍTULO VI Acesso à informação arquivada em suporte eletrónico
2 — Por cada série documental comunicada nos termos anexo ao Decreto-Lei n.º 381/2007, de 14 de novembro,
do número anterior, a AT atribui um código, que deve na sua redação atual.
integrar o código único de documento.
17 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
18 — (Revogado.)
CAPÍTULO VII 19 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Disposições complementares, transitórias e finais 20 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
21 — (Revogado.)
Artigo 36.º
Artigo 36.º
Alteração ao Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado
[...]
Os artigos 29.º, 36.º, 40.º, 52.º e 76.º do Código do IVA,
passam a ter a seguinte redação: 1— .....................................
2— .....................................
«Artigo 29.º 3— .....................................
4— .....................................
[...] 5— .....................................
1— ..................................... a) Os nomes, firmas ou denominações sociais e a
2— ..................................... sede ou domicílio do fornecedor de bens ou prestador de
3— ..................................... serviços e do destinatário ou adquirente sujeito passivo
a) Da obrigação referida na sua alínea b), as pessoas do imposto, bem como os correspondentes números de
coletivas de direito público, organismos sem finalidade identificação fiscal;
lucrativa e instituições particulares de solidariedade b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
social que pratiquem exclusivamente operações isentas c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
de imposto e que tenham obtido para efeitos de IRC,
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
no período de tributação imediatamente anterior, um
f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
montante anual ilíquido de rendimentos não superior
a € 200 000;
.........................................
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
6— .....................................
c) Das obrigações referidas nas suas alíneas c), d) e 7— .....................................
g), os sujeitos passivos que pratiquem exclusivamente 8— .....................................
operações isentas de imposto, exceto quando estas 9— .....................................
operações conferem direito à dedução nos termos da 10 — As faturas podem, sob reserva de aceitação pelo
alínea b) do n.º 1 do artigo 20.º; destinatário, ser emitidas por via eletrónica.
d) Da obrigação referida na alínea e), os sujeitos 11 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
passivos com sede, estabelecimento estável ou domicílio 12 — (Revogado.)
em território nacional. 13 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
14 — (Revogado.)
4— ..................................... 15 — (Revogad.)
5— ..................................... 16 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
6— ..................................... 17 — A regulamentação do processamento e arquivo
7— ..................................... das faturas e documentos retificativos de faturas consta
8— ..................................... de legislação especial.
9— .....................................
10 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 40.º
11 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
12 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . [...]
13 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1— .....................................
14 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2— .....................................
15 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3— .....................................
16 — Ficam dispensados de apresentar a declaração 4 — (Revogado.)
de informação contabilística e fiscal, os anexos e os 5— .....................................
mapas recapitulativos a que se referem as alíneas d), e)
e f) do n.º 1, os sujeitos passivos que reúnam qualquer a) Prestações de serviços de transporte, de estaciona-
das seguintes condições: mento, portagens, entradas em espetáculos, bibliotecas,
arquivos, museus, galerias de arte, castelos, palácios,
a) Não possuam nem sejam obrigados a possuir con- monumentos, parques, perímetros florestais, jardins
tabilidade organizada para efeitos de IRS; botânicos, zoológicos e serviços prestados por sujei-
b) A que seja aplicável o regime de normalização tos passivos que exerçam a atividade económica de
contabilística para microentidades; diversão itinerante enquadrados nas subclasses 93211
c) Exerçam a atividade económica de diversão iti- e 93295 da Classificação Portuguesa das Atividades
nerante e estejam enquadrados nas subclasses 93211 Económicas, Revisão 3 (CAE — Rev 3), aprovada em
e 93295 da Classificação Portuguesa das Atividades anexo ao Decreto-Lei n.º 381/2007, de 14 de novembro,
Económicas, Revisão 3 (CAE-Rev 3), aprovada em na sua redação atual, quando seja emitido um bilhete
Diário da República, 1.ª série — N.º 33 — 15 de fevereiro de 2019 1253
2— ..................................... 10 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3— ..................................... 11 — Os documentos referidos nas alíneas a) e b)
4 — (Revogado.) do n.º 6 e as alterações referidas no n.º 8 são comuni-
5 — (Revogado.) cados por transmissão eletrónica de dados ou, quando
6 — (Revogado.) emitidos nos termos da alínea e) do n.º 1 do artigo 5.º,
7 — (Revogado.) por inserção no Portal das Finanças até ao 5.º dia útil
8— ..................................... seguinte ao do transporte.
9 — (Revogado.)
Artigo 5.º
Artigo 124.º
[...]
[...]
1 — Os documentos referidos na alínea b) do n.º 1
1— ..................................... do artigo 2.º são processados nos termos do Decreto-Lei
2— ..................................... n.º 28/2019, de 15 de fevereiro, por uma das seguintes
3— ..................................... vias:
4— .....................................
5 — É aplicável à escrituração referida no n.º 1 e, a) Por via eletrónica;
bem assim, à contabilidade organizada nos termos do b) Através de programa informático que tenha sido
n.º 2 o disposto nos n.os 2 e 3 do artigo anterior e no objeto de prévia certificação pela Autoridade Tributária
Decreto-Lei n.º 28/2019, de 15 de fevereiro. e Aduaneira (AT);
c) (Revogada.)
Artigo 125.º d) Diretamente no Portal das Finanças;
e) Em papel, utilizando-se documentos pré-impressos
Faturação e arquivo em tipografia autorizada.
1 — Os sujeitos passivos com sede ou direção efetiva 2 — Os documentos emitidos nos termos das alí-
em território nacional, bem como aqueles que aí pos- neas b), d) e e) do número anterior devem ser proces-
suam estabelecimento estável, estão sujeitos às obriga- sados em três exemplares, com uma ou mais séries,
ções de faturação e de conservação de livros, registos e convenientemente referenciadas.
respetivos documentos de suporte nos termos previstos 3 — (Revogado.)
no Código do IVA e no Decreto-Lei n.º 28/2019, de 15 4— .....................................
de fevereiro. 5 — Os sujeitos passivos são obrigados a comunicar
2 — (Revogado.)» à AT os elementos dos documentos processados nos
termos referidos no n.º 1, incluindo o respetivo código
Artigo 40.º único de documento, antes do início do transporte.
Alteração ao regime de bens em circulação 6— .....................................
Os artigos 4.º, 5.º e 6.º do regime de bens em circula- a) Por transmissão eletrónica de dados para a AT, nos
ção, aprovado em anexo ao Decreto-Lei n.º 147/2003, de casos previstos nas alíneas a), b) e d) do n.º 1;
11 de julho, na sua redação atual, passam a ter a seguinte b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
redação:
7— .....................................
«Artigo 4.º 8 — O transportador fica dispensado de se fazer
[...] acompanhar de documento de transporte quando o
mesmo tenha sido previamente comunicado à AT nas
1— ..................................... situações previstas na alínea a) do n.º 6, desde que se
2— ..................................... faça acompanhar do código único de documento e do
3— ..................................... código de barras bidimensional (código QR), quando
4— .....................................
este seja obrigatório.
5— .....................................
9— .....................................
6 — Os documentos de transporte, quando o destina-
10 — A comunicação prevista nos n.os 5 e 6 não é
tário ou os bens a entregar em cada local de destino não
obrigatória para os sujeitos passivos que, no período
sejam conhecidos na altura da saída dos locais referidos
de tributação anterior, tenham um volume de negócios
no n.º 2 do artigo 2.º, são processados globalmente e im-
inferior ou igual a € 100 000.
pressos em papel ou emitidos eletronicamente, devendo
11 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
proceder-se do seguinte modo à medida que forem feitos
12 — Nos casos em que, por exigências comerciais,
os fornecimentos:
for necessário o processamento de mais de três exem-
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . plares dos documentos referidos nas alíneas b), d) e
b) No caso de saída de bens a incorporar em ser- e) do n.º 1, devem os exemplares que excedam aquele
viços prestados pelo remetente dos mesmos, deve a número conter impressa a seguinte expressão: ‘Cópia de
mesma ser registada em documento de transporte pró- documento não válida para os fins previstos no regime
prio, nomeadamente folha de obra ou outro documento de bens em circulação’.
equivalente.
Artigo 6.º
7— ..................................... [...]
8— .....................................
9— ..................................... 1— .....................................
Diário da República, 1.ª série — N.º 33 — 15 de fevereiro de 2019 1255
2— ..................................... 3— .....................................
3— ..................................... 4 — A AT disponibiliza no Portal das Finanças o
4— ..................................... modelo de dados para os efeitos previstos nos n.os 1
5— ..................................... e 2, devendo dele constar os seguintes elementos re-
6 — Sem prejuízo do disposto no artigo 52.º do Có- lativamente a cada fatura, documento que possibilite a
digo do IVA, devem ser mantidos em arquivo, até ao fi- conferência de mercadorias ou de prestação de serviços
nal do 4.º ano seguinte ao da sua emissão, os exemplares ou recibo:
dos documentos de transporte destinados ao remetente
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
e ao destinatário, bem como os destinados à inspeção
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
tributária que não tenham sido recolhidos pelos serviços
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
competentes.
d) Tipo de documento, nos termos referidos na estru-
7 — Nos casos referidos nas alíneas a), b) e d) do
tura de dados a que se refere a Portaria n.º 321-A/2007,
n.º 1 do artigo anterior, consideram-se exibidos os do-
de 26 de março, que regula o ficheiro normalizado,
cumentos comunicados à AT desde que apresentado
designado SAF-T (PT);
o código atribuído de acordo com o n.º 7 do mesmo
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
artigo.
f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
8— .....................................
g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9— .....................................
h) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
10 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . »
i) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
j) Montante de IVA ou Imposto do Selo liquidado;
Artigo 41.º
k) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Alteração ao Decreto-Lei n.º 198/2012, de 24 de agosto l) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
m) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Os artigos 1.º, 3.º e 3.º-A do Decreto-Lei n.º 198/2012,
n) Identificação do documento retificado;
de 24 de agosto, na sua redação atual, passam a ter a se-
o) Identificação do país ou região do imposto;
guinte redação:
p) Código único de documento.
«Artigo 1.º
[...] 5— .....................................
6— .....................................
1— ..................................... 7— .....................................
2 — O presente diploma aplica-se ainda, com as de- 8— .....................................
vidas adaptações, às faturas e documentos retificativos
de fatura, a outros documentos emitidos, independente- Artigo 3.º-A
mente da sua designação, que sejam suscetíveis, nome-
adamente, de apresentação ao cliente e que possibilitem [...]
a conferência de mercadorias ou de prestação de servi- 1 — As pessoas, singulares ou coletivas, que tenham
ços bem como a recibos comprovativos de pagamento sede, estabelecimento estável ou domicílio fiscal em
emitidos por sujeitos passivos enquadrados no regime território nacional, que disponham de contabilidade
de IVA de caixa, ou emitidos a estes sujeitos passivos, organizada e estejam obrigadas à elaboração de inventá-
quando estes os solicitem, em ambos os casos na forma rio, devem comunicar à AT, até ao dia 31 de janeiro, por
legal prevista neste regime. transmissão eletrónica de dados, o inventário valorizado
respeitante ao último dia do exercício anterior, através
Artigo 3.º de ficheiro com características e estrutura a definir por
[...] portaria do membro do Governo responsável pela área
das finanças.
1 — As pessoas, singulares ou coletivas, que tenham 2— .....................................
sede, estabelecimento estável ou domicílio fiscal em ter- 3 — Ficam dispensadas da obrigação de comunica-
ritório português e aqui pratiquem operações sujeitas a ção a que se refere o n.º 1 as pessoas aí previstas a que
IVA, são obrigadas a comunicar à Autoridade Tributária seja aplicável o regime simplificado de tributação em
a Aduaneira (AT), por transmissão eletrónica de dados, sede de IRS ou IRC.»
os elementos das faturas emitidas nos termos do Código
do IVA, bem como os elementos dos documentos que Artigo 42.º
possibilitem a conferência de mercadorias ou de pres-
tação de serviços e recibos, por uma das seguintes vias: Aditamento ao Decreto-Lei n.º 198/2012, de 24 de agosto
a) Por transmissão eletrónica de dados em tempo real; É aditado ao Decreto-Lei n.º 198/2012, de 24 de agosto,
b) Por transmissão eletrónica de dados, mediante na sua redação atual, o artigo 4.º-A, com a seguinte re-
remessa de ficheiro normalizado estruturado com dação:
base no ficheiro SAF-T (PT), criado pela Portaria «Artigo 4.º-A
n.º 321-A/2007, de 26 de março, na sua redação atual;
Incentivo não fiscal
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Às pessoas singulares que exijam fatura nas aquisi-
ções de bens e serviços para fins privados que realizem
2 — A comunicação referida no número anterior em território nacional, desde que tais despesas não be-
deve ser efetuada até ao dia 10 do mês seguinte ao da neficiem da isenção prevista na alínea b) do n.º 1 do
emissão da fatura. artigo 14.º do Código do IVA, pode ser atribuído um
1256 Diário da República, 1.ª série — N.º 33 — 15 de fevereiro de 2019
incentivo, nos termos e condições a definir por porta- b) O n.º 2 do artigo 118.º do Código do IRS, na sua
ria do membro do Governo responsável pela área das redação atual;
finanças.» c) Os n.os 4 a 7 e 9 do artigo 123.º e o n.º 2 do artigo 125.º
Artigo 43.º do Código do IRC, na sua redação atual;
d) O artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 198/90, de 19 de ju-
Norma transitória nho, na sua redação atual;
1 — Os sujeitos passivos devem, mediante a entrega de e) A alínea c) do n.º 1 e o n.º 3 do artigo 5.º e os arti-
declaração de alterações no prazo de 30 dias contados a gos 8.º a 11.º do regime de bens em circulação, aprovado
partir da entrada em vigor do presente decreto-lei, comu- em anexo ao Decreto-Lei n.º 147/2003, de 11 de julho, na
nicar a informação referida no n.º 5 do artigo 20.º sua redação atual;
2 — Durante o ano de 2019, o montante a que se refere f) O Decreto-Lei n.º 196/2007, de 15 de maio, na sua
a alínea a) do n.º 1 do artigo 4.º é de € 75 000. redação atual;
3 — Enquanto não for aprovada portaria a regulamentar g) A Portaria n.º 118/90, de 15 de fevereiro;
as aplicações de faturação disponibilizadas pela AT, mantém- h) A Portaria n.º 1370/2007, de 19 de outubro;
-se em vigor a Portaria n.º 338/2015, de 8 de outubro. i) Os artigos 1.º, 2.º, 8.º e 9.º da Portaria n.º 363/2010,
4 — Não obstante as regras referidas no presente decreto- de 23 de junho, na sua redação atual.
-lei, no decurso de 2019 as comunicações a que se refere
o artigo 34.º devem ser efetuadas: Artigo 45.º
a) Até 30 de junho de 2019 pelos sujeitos passivos de Entrada em vigor e produção de efeitos
IVA que já exerçam a atividade à data da entrada em vigor
do presente decreto-lei ou que a tenham iniciado até 31 1 — O presente decreto-lei entra em vigor no dia se-
de maio de 2019; guinte ao da sua publicação.
b) Nos 30 dias posteriores ao início de atividade ou à 2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, pro-
ocorrência das alterações nos restantes casos. duzem efeitos a 1 de janeiro de 2020:
a) O n.º 3 do artigo 7.º, o artigo 10.º, os n.os 2 a 5 do
5 — Os sujeitos passivos podem manter os arquivos, artigo 5.º e os artigos 21.º, 35.º e 40.º do presente decreto-
existentes à data da entrada em vigor do presente decreto- -lei;
-lei, que detenham em microfilmes ao abrigo de autoriza- b) A alínea a) do n.º 3 do artigo 29.º do Código do IVA,
ção concedida de acordo com a regulamentação da Portaria na redação introduzida pelo presente decreto-lei;
n.º 118/90, de 15 de fevereiro, ou em formato eletrónico, c) O n.º 1 do artigo 3.º-A do Decreto-Lei n.º 198/2012,
nos termos da Portaria n.º 1370/2007, de 19 de outubro, de 24 de agosto, na redação introduzida pelo presente
até ao termo do prazo de arquivo. decreto-lei.
6 — O disposto no n.º 12 do artigo 36.º e nos n.os 5 e
6 do artigo 52.º do Código do IVA, na sua redação atual,
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 13 de
mantém-se em vigor até 31 de dezembro de 2019.
7 — As autorizações concedidas ao abrigo do disposto dezembro de 2018. — Augusto Ernesto Santos Silva — Ri-
no n.º 12 do artigo 36.º e nos n.os 5 e 6 do artigo 52.º do cardo Emanuel Martins Mourinho Félix.
Código do IVA, na sua redação atual, podem ser mantidas Promulgado em 5 de fevereiro de 2019.
pelo prazo máximo de cinco anos após a entrada em vigor
do presente decreto-lei, sujeito à verificação dos prazos e Publique-se.
condições determinados. O Presidente da República, MARCELO REBELO DE SOUSA.
8 — Durante o ano de 2019, a comunicação das fa-
turas a que se refere o n.º 2 do artigo 3.º do Decreto-Lei Referendado em 11 de fevereiro de 2019.
n.º 198/2012, de 24 de agosto, na redação introduzida pelo O Primeiro-Ministro, António Luís Santos da Costa.
presente decreto-lei, deve ser efetuada até ao dia 15 do mês 112057371
seguinte ao da emissão da fatura.
9 — A faculdade prevista no n.º 2 do artigo 7.º da Por-
taria n.º 426-A/2012, de 28 de dezembro apenas pode ser Decreto n.º 5/2019
aproveitada até ao fim do exercício que se inicie em ou de 15 de fevereiro
após 1 de janeiro de 2017.
10 — Até 31 de dezembro de 2020, para efeitos de Em 2 de março de 2016 foi assinado, em Lisboa, o
aplicação das alíneas a) e b) do n.º 2 do artigo 12.º, podem Acordo de Cooperação entre a República Portuguesa e a
continuar a ser adotados os procedimentos de aposição de República da Guiné-Bissau no domínio do Turismo.
uma assinatura eletrónica avançada ou de aposição de um O Acordo tem por objetivo principal o fortalecimento
selo eletrónico avançado. da cooperação entre as partes no domínio do turismo,
promovendo o incremento dos intercâmbios entre os dois
Artigo 44.º países neste setor. Estabelece, para o efeito, a base jurídica
para a cooperação bilateral ao nível da cooperação institu-
Norma revogatória cional, intercâmbio de informação, formação profissional,
São revogados: promoção de investimentos e cooperação no âmbito das
organizações internacionais.
a) Os n.os 18 e 21 do artigo 29.º, os n.os 12, 14 e 15 do O referido Acordo representa um contributo para o re-
artigo 36.º, o n.º 4 do artigo 40.º, os n.os 4 a 7 do artigo 52.º forço dos laços de amizade e de colaboração estreita entre a
e o n.º 3 do artigo 76.º do Código do IVA, na sua redação República Portuguesa e a República da Guiné-Bissau, con-
atual; siderando o papel que o turismo desempenha como fator de
04/06/2019 SICC.HTML
23-06-2010
CIRC - FACTURAÇÃO ELECTRÓNICA - Programas informáticos de facturação - Certificação prévia dos programas informáticos
A utilização crescente de sistemas de processamento electrónico de dados, nomeadamente para facturação da transmissão de
bens ou de prestações de serviços, acarreta inegáveis vantagens em termos de celeridade do tratamento da informação.
Todavia, introduz novos riscos em termos de controlo fiscal, pela possibilidade de subsequente adulteração dos dados registados,
potenciando situações de evasão fiscal.
Nesta perspectiva, importa definir regras para que os programas de facturação observem requisitos que garantam a inviolabilidade
da informação inicialmente registada, permitindo-se, consequentemente, que apenas os programas que respeitem tais requisitos
possam ser utilizados, após certificação pela DGCI.
Foram observados os procedimentos de notificação à Comissão Europeia previstos no Decreto-Lei n.º 58/2000, de 18 de Abril.
Assim:
Manda o Governo, ao abrigo do disposto no n.º 8 do artigo 123.º do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas
Colectivas, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 442-B/88, de 30 de Novembro, pelo Ministro de Estado e das Finanças, o seguinte:
a) Regulamenta a utilização e certificação prévia dos programas informáticos de faturação, a que se refere o n.º 9 do artigo
123.º do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas, abreviadamente designado por Código do IRC,
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 442-B/88, de 30 de novembro; [Redação dada pela Portaria n.º 22-A/2012, de 24 de
janeiro]
b) Regulamenta a emissão de documentos por equipamentos ou programas não certificados; [Redação dada pela Portaria n.º
22-A/2012, de 24 de janeiro]
1 - Os sujeitos passivos de imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS) ou de imposto sobre o rendimento das
pessoas coletivas (IRC), para emissão de faturas, nos termos dos artigos 36.º e 40.º do Código do Imposto sobre o Valor
Acrescentado (IVA), estão obrigados a utilizar, exclusivamente, programas informáticos de faturação que tenham sido objeto
de prévia certificação pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT). [Redação dada pela Portaria n.º 160/2013, de 23 de abril]
2 - Excluem-se do disposto no número anterior os sujeitos passivos que reúnam algum dos seguintes requisitos: [Redação dada
pela Portaria n.º 160/2013, de 23 de abril]
b) Tenham tido, no período de tributação anterior, um volume de negócios inferior ou igual a ? 100.000; (*) [Redação dada
pela Portaria n.º 22-A/2012, de 24 de janeiro]
file:///C:/Users/jopi/AppData/Roaming/SICC-OCC/Local Store/SICC.HTML 1/5
04/06/2019 SICC.HTML
c) [Revogada pela Portaria n.º 340/2013, de 22 de novembro]
d) Os documentos emitidos através de aparelhos de distribuição automática ou prestações de serviços em que seja habitual a
emissão de talão, bilhete de ingresso ou de transporte, senha ou outro documento pré-impresso e ao portador
comprovativo do pagamento. [Redação dada pela Portaria n.º 340/2013, de 22 de novembro]
3 - São ainda obrigados a utilizar programa certificado: [Redação dada pela Portaria n.º 22-A/2012, de 24 de janeiro]
a) Os sujeitos passivos referidos no n.º 1, ainda que abrangidos por qualquer das exclusões constantes do número anterior,
quando optem, a partir da entrada em vigor da presente portaria, pela utilização de programa informático de faturação;
[Redação dada pela Portaria n.º 340/2013, de 22 de novembro]
b) Os sujeitos passivos que utilizem programa de faturação multiempresa. [Redação dada pela Portaria n.º 22-A/2012, de 24
de janeiro]
4 - Para efeitos do disposto no n.º 1, consideram-se também programas de faturação os programas que emitam apenas guias de
transporte ou de remessa, que sirvam de documento de transporte, de acordo com o disposto no regime de bens em
circulação, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 147/2003, de 11 de julho. [Aditado pela Portaria n.º 160/2013, de 23 de abril]
__________
(*) O montante a que se refere a alínea b) do n.º 2 do artigo 2.º da Portaria n.º 363/2010, de 23 de junho, com a redação dada pela presente portaria, produz
efeitos a partir de 1 de janeiro de 2013, vigorando, entretanto, o montante de ? 125.000. (Artigo 7.º da Portaria n.º 22-A/2012, de 24 de janeiro)
A certificação dos programas de faturação depende da verificação cumulativa dos seguintes requisitos: [Redação dada pela
Portaria n.º 160/2013, de 23 de abril]
a) Ter a possibilidade de exportar o ficheiro a que se refere a Portaria n.º 321-A/2007, de 26 de Março;
b) Possuir um sistema que permita identificar a gravação do registo de faturas e documentos retificativos, através de um
algoritmo de cifra assimétrica e de uma chave privada de conhecimento exclusivo do produtor do programa; [Redação
dada pela Portaria n.º 160/2013, de 23 de abril]
c) Possuir um controlo do acesso ao sistema informático, obrigando a uma autenticação de cada utilizador;
d) Não dispor de qualquer função que, no local ou remotamente, permita alterar, directa ou indirectamente, a informação de
natureza fiscal, sem gerar evidência agregada à informação original.
e) Observar os demais requisitos técnicos aprovados por despacho do diretor-geral da Autoridade Tributária e Aduaneira
(AT). [Aditada pela Portaria n.º 22-A/2012, de 24 de janeiro]
As empresas produtoras de software, antes da comercialização dos programas, para efeitos de certificação, devem enviar à DGCI:
a) Uma declaração de modelo oficial, aprovado por despacho do Ministro das Finanças;
b) A chave pública que permita validar a autenticidade e integridade do conjunto de dados a que se refere o artigo 6.º,
assinados com a correspondente chave privada.
1 - A DGCI emite, no prazo de 30 dias a contar da recepção da declaração referida no artigo anterior, o correspondente certificado
do programa.
2 - A emissão do certificado pode ser precedida de testes de conformidade devendo, para o efeito, o produtor do programa ser
notificado, ficando suspenso o prazo previsto no número anterior até à conclusão dos respectivos testes.
3 - Para verificação do cumprimento dos requisitos previstos no artigo 3.º, a DGCI pode, ainda, em qualquer momento, efectuar
testes de conformidade, devendo o produtor do software disponibilizar um exemplar do programa e a documentação
necessária, incluindo o dicionário de dados.
4 - A DGCI mantém no seu sítio, na Internet, uma lista actualizada dos programas e respectivas versões certificadas, bem como a
identificação dos produtores.
5 - A versão certificada de um programa de faturação tem de observar os correspondentes requisitos, ainda que seja utilizada por
sujeito passivo não obrigado a ter programa certificado. [Aditado pela Portaria n.º 22-A/2012, de 24 de janeiro]
1 - O sistema de identificação a que se refere a alínea b) do artigo 3.º deve utilizar o algoritmo de cifra assimétrica RSA, recebendo
como argumento os seguintes dados concatenados, pela ordem indicada, com o separador «;» (ponto e vírgula), que
constituem a mensagem a assinar com a chave privada, constantes da tabela 4.1 - Documentos comerciais a clientes
(SalesInvoices): [Redação dada pela Portaria n.º 160/2013, de 23 de abril]
a) A data de criação do documento de venda [campo 4.1.4.6 - data do documento de venda (InvoiceDate) do SAF-T (PT)];
[Redação dada pela Portaria n.º 160/2013, de 23 de abril]
b) A data e hora da criação do documento de venda [campo 4.1.4.11 - data de gravação do documento (SystemEntryDate) do
SAF-T (PT)]; [Redação dada pela Portaria n.º 160/2013, de 23 de abril]
c) O número do documento de venda [campo 4.1.4.1 - identificação única do documento de venda (InvoiceNo) do SAF-T
(PT)]; [Redação dada pela Portaria n.º 160/2013, de 23 de abril]
d) O valor do documento de venda [campo 4.1.4.19.3 - total do documento com impostos (GrossTotal) do SAF-T (PT)];
[Redação dada pela Portaria n.º 160/2013, de 23 de abril]
e) A assinatura gerada no documento anterior, do mesmo tipo e série de documento [campo 4.1.4.3 - chave do documento
(Hash) do SAF-T (PT)]. [Redação dada pela Portaria n.º 160/2013, de 23 de abril]
2 - A assinatura resultante do disposto no número anterior e a versão da chave privada de encriptação devem ficar guardadas na
base de dados do programa de facturação.
3 - Os documentos assinados, nos termos do n.º 1, devem conter impresso: [Redação dada pela Portaria n.º 160/2013, de 23 de
abril]
a) Um conjunto de quatro caracteres da assinatura a que se refere o número anterior, correspondentes à 1.ª, 11.ª, 21.ª e 31.ª
posições, e separado por hífen;
b) O número do certificado atribuído ao respetivo programa, utilizando para o efeito a expressão "Processado por programa
certificado n.º..."; [Redação dada pela Portaria n.º 340/2013, de 22 de novembro]
c) A identificação única dos documentos, conforme alínea c) do n.º 1 do presente artigo e pontos iii) das alíneas a) e b) do n.º
2 do artigo seguinte. [Aditada pela Portaria n.º 340/2013, de 22 de novembro]
[Anterior artigo 6.º-A; Passou a artigo 7.º pela Portaria n.º 22-A/2012, de 24 de janeiro]
a) Os documentos, nomeadamente, guias de transporte ou de remessa, que sirvam de documento de transporte, de acordo
com o disposto no regime de bens em circulação, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 147/2003, de 11 de julho;
b) Quaisquer outros documentos, independentemente da sua designação, suscetíveis de apresentação ao cliente para
conferência de entrega de mercadorias ou da prestação de serviços, nomeadamente as designadas consultas de mesa.
2 - Para efeitos do disposto no número anterior, devem ser utilizados os seguintes dados: [Aditado pela Portaria n.º 160/2013, de
23 de abril]
a) No caso da tabela 4.2 - Documentos de movimentação de mercadorias (MovementOfGoods): [Aditada pela Portaria n.º
160/2013, de 23 de abril]
ii) A data e hora da criação do documento de movimentação de mercadorias [campo 4.2.3.8 - data de gravação do
documento (SystemEntryDate) do SAF-T (PT)]; [Aditada pela Portaria n.º 160/2013, de 23 de abril]
iii) O número do documento de movimentação de mercadorias [campo 4.2.3.1 - identificação única do documento de
movimentação de mercadorias (DocumentNumber) do SAF-T (PT)]; [Aditada pela Portaria n.º 160/2013, de 23 de
abril]
iv) O valor do documento de movimentação de mercadorias [campo 4.2.3.21.3 - total do documento com impostos
(GrossTotal) do SAF-T (PT)]; [Aditada pela Portaria n.º 160/2013, de 23 de abril]
v) A assinatura gerada no documento anterior, do mesmo tipo e série do documento [campo 4.2.3.3 - chave do
documento (Hash) do SAF-T (PT)]. [Aditada pela Portaria n.º 160/2013, de 23 de abril]
ii) A data e hora da criação do documento de conferência [campo 4.3.4.10 - data de gravação do documento
(SystemEntryDate) do SAF-T (PT)]; [Aditada pela Portaria n.º 160/2013, de 23 de abril]
iii) O número do documento de conferência [campo 4.3.4.1 - identificação única do documento (DocumentNumber) do
SAF-T (PT)]; [Aditada pela Portaria n.º 160/2013, de 23 de abril]
iv) O valor do documento de conferência [campo 4.3.4.13.3 - total do documento com impostos (GrossTotal) do SAF-T
(PT)]; [Aditada pela Portaria n.º 160/2013, de 23 de abril]
v) A assinatura gerada no documento anterior, do mesmo tipo e série do documento [campo 4.3.4.3 - chave do
documento (Hash) do SAF-T (PT)]. [Aditada pela Portaria n.º 160/2013, de 23 de abril]
[Anterior artigo 6.º-B; Passou a artigo 8.º pela Portaria n.º 22-A/2012, de 24 de janeiro]
Os sujeitos passivos referidos no artigo 2.º só podem emitir faturas ou documentos de transporte impressas em tipografias
autorizadas em caso de inoperacionalidade do programa de faturação, devendo ser posteriormente recuperadas para o programa.
[Redação dada pela Portaria n.º 340/2013, de 22 de novembro]
[Anterior artigo 6.º-C; Passou a artigo 9.º pela Portaria n.º 22-A/2012, de 24 de janeiro]
1 - Os equipamentos ou programas de faturação certificados ou não que, para além das faturas, emitam para os clientes quaisquer
documentos de conferência da entrega de mercadorias ou da prestação de serviços, nomeadamente as designadas
consultas de mesa, devem: [Redação dada pela Portaria n.º 340/2013, de 22 de novembro]
a) Numerar sequencialmente esses documentos, que devem conter ainda os seguintes elementos:
ii) Denominação social e número de identificação fiscal do fornecedor de bens ou prestador de serviços;
iii) Denominação usual e quantidades dos bens transmitidos ou dos serviços prestados;
iv) O preço líquido de imposto e o montante de imposto devido, ou o preço com a inclusão do imposto;
b) Registar os documentos numa série específica, em base de dados, no rolo interno da fita da máquina ou no jornal
eletrónico, evidenciando igualmente os documentos anulados.
2 - Os documentos emitidos, em modo de treino, pelos equipamentos ou programas de faturação não certificados, devem conter
menção expressa de tal facto.
O membro do Governo responsável pela área das finanças, por proposta do director-geral dos Impostos, pode determinar a
revogação do certificado emitido nos termos do artigo 5.º, quando deixarem de ser observados os requisitos previstos no artigo 3.º
Artigos revogados
(LEGISLAÇÃO)
15-05-2019
EMISSAO DE FACTURAS - Dispensa da impressão das faturas em papel - Dispensa de transmissão por via eletrónica das faturas
O Decreto-Lei n.º 28/2019, de 15 de fevereiro, procede à regulamentação das obrigações relativas ao processamento de faturas e
outros documentos fiscalmente relevantes, e das obrigações de conservação de livros, registos e respetivos documentos de
suporte, que recaem sobre os sujeitos passivos de imposto sobre o valor acrescentado (IVA).
Um dos aspetos inovadores que o referido diploma legal consagra é a possibilidade de emissão de fatura pelos sujeitos passivos,
sem a correspondente impressão do documento ou sem a respetiva transmissão por via eletrónica, quando o adquirente ou
destinatário da mesma não seja sujeito passivo.
Esta possibilidade traduz-se em claros benefícios em termos de simplificação da relação entre os sujeitos passivos e respetivos
clientes, pelo que importa adotar a mesma filosofia de simplificação de processos no que respeita à relação jurídico-tributária
mantida entre os sujeitos passivos e a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), sem que seja comprometido o esforço de combate à
informalidade e evasão fiscal.
Nesta fase de implementação daquela possibilidade importa adotar alguma flexibilidade relativamente à obrigação de
comunicação dos elementos das faturas pelos sujeitos passivos à AT em tempo real, permitindo-se que aqueles que não se
encontram habilitados àquela forma de comunicação, nomeadamente por não possuírem ainda soluções informáticas
suficientemente desenvolvidas para o efeito, possam exercer a opção consagrada na presente portaria. Não obstante, assegura-
se que a comunicação do conteúdo da fatura aos adquirentes ou destinatários não sujeitos passivos ocorre de uma forma
instantânea ou através de mecanismos que permitam supor, com elevado grau de segurança, que a fatura foi comunicada a estes
em tempo real, sem necessidade de uma comunicação adicional em tempo real dos elementos da fatura à AT.
Efetivamente, esta comunicação constituiria um esforço desnecessário e desproporcional nos casos em que os próprios sujeitos
passivos já possuem soluções internas que permitem, por um lado, a receção de faturas pelos seus clientes por via eletrónica no
momento em que estão a realizar a aquisição de bens ou de serviços e, por outro, o cumprimento dos objetivos de controlo que
subjazem à comunicação dos elementos das faturas pelos sujeitos passivos à AT de forma instantânea.
Sem prejuízo de se entender que esta solução é aquela que permite uma mais rápida aplicação daquela possibilidade, sem serem
descurados os objetivos de controlo de emissão de faturas pelos sujeitos passivos nas suas operações, no futuro, com uma maior
maturidade do regime e com evolução dos sistemas de comunicação, o presente regime deverá ser reavaliado.
Neste sentido, a presente portaria regula os termos e condições para o exercício da dispensa de impressão de faturas em papel
ou da sua transmissão por via eletrónica para o adquirente ou destinatário não sujeito passivo, prevista no artigo 8.º do referido
decreto-lei.
Assim, manda o Governo, pelo Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, ao abrigo do n.º 3 do artigo 8.º do Decreto-Lei n.º
28/2019, de 15 de fevereiro, e do Despacho de delegação de competências n.º 10575/2018, de 30 de outubro de 2018, o seguinte:
15-05-2019
1 - A presente portaria regulamenta os termos e condições para o exercício da opção prevista na alínea c) do n.º 1 do artigo 8.º do
Decreto-Lei n.º 28/2019, de 15 de fevereiro, pelos sujeitos passivos que pretendam ficar dispensados da impressão das
faturas em papel ou da sua transmissão por via eletrónica.
2 - Regulamenta, ainda, os termos e condições para a disponibilização pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) dos elementos
das faturas abrangidas pelo número anterior aos respetivos adquirentes ou destinatários.
Os sujeitos passivos que reúnam as condições estabelecidas nas alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 8.º do Decreto-Lei n.º 28/2019,
de 15 de fevereiro, podem optar pela dispensa de impressão em papel ou de transmissão por via eletrónica das faturas que sejam
emitidas a adquirente ou destinatário não sujeito passivo quando este solicite a indicação do respetivo número de identificação
fiscal.
1 - Os sujeitos passivos que pretendam exercer a opção prevista no artigo anterior, devem comunicar previamente essa opção à
AT, através do Portal das Finanças, em www.portaldasfinancas.gov.pt.
1 - Os sujeitos passivos que pretendam exercer a opção nos termos da presente portaria devem:
b) Efetuar a comunicação dos elementos das faturas abrangidas pela dispensa de impressão em papel à AT na forma
prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 198/2012, de 24 de agosto;
c) Não estar em situação de incumprimento relativamente à obrigação de comunicação dos elementos das faturas prevista no
artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 198/2012, de 24 de agosto.
2 - Não obstante o disposto na alínea b) do número anterior, e sem prejuízo do disposto nas alíneas a) e c) do número anterior,
podem ainda exercer a opção os sujeitos passivos que, não reunindo a condição prevista naquela alínea, cumpram
simultaneamente os seguintes requisitos:
a) Comunicação, em tempo real, do conteúdo das faturas aos respetivos adquirentes ou destinatários através de meio
eletrónico;
b) Comunicação dos elementos das faturas à AT por transmissão eletrónica de dados, mediante remessa de ficheiro
normalizado estruturado com base no ficheiro SAF-T (PT), criado pela Portaria n.º 321-A/2007, de 26 de março, nos
termos da alínea b) do n.º 1 e no prazo previsto no n.º 2, ambos do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 198/2012, de 24 de
agosto.
3 - A comunicação a que se refere a alínea a) do número anterior é obrigatoriamente efetuada no momento em que o sujeito
passivo procede à emissão da fatura.
1 - Os elementos das faturas que sejam comunicados à AT na forma prevista na alínea b) do n.º 1 do artigo 4.º são imediatamente
disponibilizados no Portal das Finanças.
2 - O disposto no número anterior é ainda aplicável às faturas emitidas através de aplicações de faturação disponibilizadas pela AT
no Portal das Finanças.
3 - A AT disponibiliza aos destinatários das faturas abrangidas pela dispensa de impressão em papel ou da sua transmissão por
via eletrónica, no Portal das Finanças, até ao 10.º dia seguinte ao termo do prazo, os elementos que lhe tenham sido
comunicados nos termos da alínea b) do n.º 2 do artigo 4.º
1 - A dispensa de impressão da fatura em papel ou da sua transmissão por via eletrónica depende de aceitação pelo respetivo
destinatário.
2 - Os destinatários das faturas abrangidas pela dispensa regulada na presente portaria devem exigir a sua impressão em papel
sempre que tenham indícios de que a sua emissão não tenha ocorrido, nomeadamente quando não ocorra a comunicação,
em tempo real, do respetivo conteúdo.
O Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Manuel Veiga dos Santos Mendonça Mendes, em 13 de maio de 2019.
03-07-2014
Para cumprimento da alínea e) do artigo 3.º da Portaria n.º 363/2010, de 23 de junho, os programas de faturação e equiparados,
ainda que já certificados, adiante designados apenas por programas de faturação, devem observar os seguintes requisitos
técnicos.
1.1 - Os programas informáticos de faturação devem assinar quaisquer documentos emitidos com eficácia externa, com exceção
dos recibos, nos termos dos artigos 6.º e 7.º da Portaria n.º 363/2010, de 23 de junho, nomeadamente:
As guias de transporte, guias de remessa e quaisquer outros documentos que constituam documento de transporte, nos termos do
Decreto-Lei n.º 147/2003, de 11 de julho;
Quaisquer outros documentos, independentemente da sua designação, suscetíveis de apresentação ao cliente para conferência
de entrega de mercadorias ou da prestação de serviços, nomeadamente as designadas consultas de mesa.
1.2 - Quaisquer documentos que não sejam faturas ou documentos retificativos de fatura, devem conter de forma evidente a sua
natureza e, se suscetíveis de apresentação ao cliente, incluindo os que devam constar nas tabelas 4.2, 4.3 e 4.4 do SAF-T (PT),
conter a expressão "Este documento não serve de fatura".
1.4 - Os documentos retificativos de fatura devem conter a identificação do(s) documento(s) retificado(s) na estrutura Referências
a faturas (References) da tabela 4.1.
1.5 - No caso de utilização do programa em modo de formação, os documentos assim emitidos deverão, em série específica,
indicar sempre no cabeçalho, os dados identificativos da empresa de software, ao invés dos da empresa cliente e terão ainda de
ter impressa a expressão: "Documento emitido para fins de Formação", ainda que impressos em papel timbrado do cliente.
1.6 - Todos os tipos de documentos, identificados através das respetivas designações, deverão ser emitidos cronologicamente em
uma ou mais séries, convenientemente referenciadas, de acordo com as necessidades comerciais, devendo ser datados e
numerados de forma progressiva e contínua, dentro de cada série, por um período não inferior a um ano fiscal, sem prejuízo de
poderem ser utilizadas por períodos superiores desde que utilizadas até ao final do exercício fiscal que entretanto tenha sido
iniciado.
1.7 - Na identificação dos documentos, não devem ser utilizados carateres que violem o esquema de validação ou possam ser
interpretados como operadores de XML. Não pode constar da sequência numérica qualquer outra informação (como por exemplo,
o ano ou o número do terminal informático, etc.) que, a existir, deverá sempre constar da identificação da série.
1.8 - O código identificador da(s) série(s) deve ser específico de cada um dos estabelecimentos e ou programa(s), e nunca pode
ser repetido no mesmo contribuinte, para o mesmo tipo de documento, de modo a identificar univocamente cada documento
emitido, mesmo que os documentos sejam emitidos por mais do que um programa de faturação.
1.9 - Se por uma questão técnica ou operacional, a utilização de uma série for descontinuada, a aplicação deve inibir a sua
utilização, não podendo, de forma alguma, apagar qualquer informação relativa à mesma.
1.10 - Nenhum documento em estado de preparação ou em pré-visualização poderá ser impresso em momento anterior à sua
finalização e assinatura, de acordo com os procedimentos elencados nos pontos 2.1. e 2.2.
1.11 - A aplicação não pode permitir que num documento já assinado seja alterada qualquer informação fiscalmente relevante,
designadamente os elementos referidos nos artigos 36.º e 40.º do Código do IVA, no Decreto-Lei n.º 147/2003, de 11 de julho e
nos artigos 6.º e 7.º da Portaria n.º 363/2010, de 23 de junho.
2 - Processo de identificação (assinatura) dos documentos e subsequente gravação nas bases de dados
2.1.1 - No processo de identificação de documentos, nomeadamente, fatura ou documento retificativo, documento que acompanhe
mercadorias em circulação, valorado ou não, documentos emitidos para conferência, etc., deverá sempre ser gerada uma
assinatura através do algoritmo RSA com base na informação relativa ao documento descrita no n.º 1 do artigo 6.º ou no n.º 2 do
artigo 7.º da Portaria n.º 363/2010, de 23 de junho e na chave privada do produtor do programa de faturação.
2.1.2 - A assinatura referida no ponto anterior deverá ser gravada na base de dados do programa de faturação (que não pode
estar encriptada e deve ser mantida durante o prazo de arquivo legal), com uma associação direta ao registo integral do
documento original, nos termos do n.º 2 do artigo 6.º da Portaria n.º 363/2010, de 23 de junho.
2.1.4 - A mudança do par de chaves utilizado pelo programa certificado só pode ser realizada pela empresa produtora após
comunicação à AT através de uma declaração modelo 24 e do upload da respetiva chave pública.
2.1.5 - Em regra, os documentos são assinados tendo em consideração o Hash do último documento emitido da mesma série/tipo.
No caso da gravação de um primeiro documento de uma série/tipo de documento de faturação, o campo aplicável Chave do
documento (Hash) das tabelas 4.1 a 4.3, deve ser assumido como não preenchido. No caso de utilização de séries plurianuais, no
início de cada exercício, o primeiro documento poderá ser assinado tendo em consideração o Hash do último documento emitido
da mesma série/tipo, no exercício fiscal anterior.
2.1.6 - O valor a considerar nos campos Total do documento com impostos (GrossTotal) das tabelas 4.2 e 4.3, para a assinatura
dos documentos de movimentação de mercadorias ou documentos de conferência é o que constar na base de dados,
independentemente do modelo utilizado na sua impressão, valorado ou não. Na ausência de valor na base de dados, o referido
campo deve ser preenchido com "0.00" (sem aspas) e assim considerado aquando da assinatura.
2.1.7 - Caso a emissão do documento seja realizada em moeda estrangeira, o valor a assinar deve ser o contravalor em EUR,
uma vez que vai ser este o valor a exportar no ficheiro SAF-T(PT).
2.2.1 - Os documentos suscetíveis de assinatura, só poderão ser impressos depois de devidamente identificados nos termos dos
artigos 6.º e 7.º da Portaria 363/2010, de 23 de junho e respeitando o indicado no ponto 2.1.
2.2.2 - O documento impresso entregue ao cliente ou o documento eletrónico enviado deve conter impressos obrigatoriamente
quatro carateres da assinatura [campos Chave do documento (Hash) das tabelas subordinadas da tabela 4 - Documentos
comerciais (SourceDocuments) do SAF-T(PT)] correspondentes às posições 1.ª, 11.ª, 21.ª, e 31.ª e separado por um "-" (hífen) a
expressão Processado por programa certificado n.º «Número do certificado atribuído pela AT»/AT. Exemplo: "AxAx-Processado por
programa certificado n.º 0000/AT" (sem aspas), de acordo com as alíneas a) e b) do n.º 3 do artigo 6.º da Portaria n.º 363/2010, de
23 de junho.
2.2.3 - Qualquer documento emitido pela aplicação certificada, impresso ou enviado por via eletrónica, não suscetível de ser
assinado nos termos do ponto 2.1, nomeadamente os recibos, deve conter impressos obrigatoriamente a expressão - Emitido por
programa certificado n.º «Número do certificado atribuído pela AT»/AT. Exemplo: "Emitido por programa certificado n.º 0000/AT"
(sem aspas)
2.2.4 - Os documentos referidos no ponto 1 deverão na sua impressão conter a data no formato "AAAA-MM-DD" ou "DD-MM-
AAAA" (sem aspas) e, de acordo com a alínea c) do n.º 3 do artigo 6.º da Portaria n.º 363/2010, de 23 de junho, o código interno
do tipo do documento atribuído pela aplicação, a série a que o documento pertence e a numeração sequencial própria,
exclusivamente numérica.
2.2.5 - Nas faturas emitidas nos termos dos artigos 36.º e 40.º do CIVA, entregues a clientes que não facultem a sua identificação
fiscal (consumidores finais), deverá ser inutilizada a correspondente linha do NIF do adquirente ou impressa a expressão
"Consumidor final" (sem aspas).
2.2.6 - Os documentos impressos pelo programa de faturação não devem conter valores negativos. Quando necessário, serão
utilizados documentos retificativos de faturas (notas de débito e notas de crédito, nos termos do n.º 7 do artigo 29.º do CIVA),
como documentos de correção de operações de compra e venda, cuja forma, conteúdo e finalidade devem ser respeitados. Os
valores negativos apenas poderão ser impressos nos casos de anulação de registos que já integram o documento ou para acerto
de estimativas nas prestações de serviços continuadas. O valor negativo nunca poderá ser superior ao valor positivo da mesma
rubrica ou serviço em cada fatura. Caso o acerto, por rubrica, seja superior ao valor positivo, estamos perante uma regularização
que obriga a emissão da respetiva nota de crédito.
2.2.7 - A menção de franquias, valores de garantia ou retenções na fonte devem constar de campos próprios, desenvolvidos para
o efeito na aplicação informática, cuja descrição não seja passível de modificação. Estes montantes não terão qualquer influência
nos totais do documento emitido devendo ser referidos após o apuramento do total do documento com impostos (campo
GrossTotal das tabelas 4.1 a 4.4). Em circunstância alguma podem ser criados tipos de produto ou serviços ou utilizar a tabela de
produtos/serviços (Product) para este fim.
2.2.8 - A impressão pelo sistema integrador de documentos nele integrados, deverá fazer menção desta qualidade, através da
expressão "Cópia do documento original" (sem aspas), sem prejuízo de outras que lhe sejam aplicáveis.
2.2.9 - Os documentos criados pelo procedimento indicado no ponto 2.4. deverão conter, quando impressos, a expressão - "Cópia
do documento original" e separada por hífen os elementos referidos no ponto 2.4.5.2, com exceção do elemento relativo ao
HashControl.
2.2.10 - Os documentos criados pelo procedimento indicado no ponto 2.5., deverão conter, quando impressos, a expressão -
"Cópia do documento original" e separada por hífen os elementos referidos no ponto 2.5.5.2, com exceção do elemento relativo ao
HashControl.
2.2.11 - Os documentos referidos no ponto 1, quando na sua impressão resultar mais do que uma página, devem exibir em todas
elas a designação do tipo de documento, a respetiva numeração de acordo com o ponto 2.2.4., os valores acumulados
(transportados e a transportar), o respetivo n.º de página e o n.º total de páginas. Os apuramentos globais de base tributável,
apuramento de impostos e total do documento, quando existirem, devem constar exclusivamente na última página.
2.2.13 - Se para a impressão dos documentos referidos no ponto 1 for utilizado papel pré-impresso, a aplicação deve assegurar a
impressão de todos os elementos fiscalmente relevantes incluindo as menções obrigatórias, os elementos identificativos do sujeito
passivo emitente e a natureza do documento. Não se inclui neste contexto a impressão de logótipos.
2.2.14 - A impressão dos documentos em que a transmissão de bens ou prestação de serviços se encontrem isentos de imposto,
deve exibir a expressão legalmente prevista que confere a isenção ou, na sua ausência, o normativo legal aplicável. Caso não
conste o motivo de isenção na linha respetiva, deverá utilizar um qualquer tipo de referenciação que possibilite a associação da
linha isenta ao respetivo motivo. O mesmo é válido para associar qualquer taxa de imposto ao respetivo produto/serviço.
2.2.15 - A impressão de uma 2.ª via de um documento deve preservar o seu conteúdo original, ainda que deva conter qualquer
expressão que indique não se tratar de um original. Assim, por exemplo, se o domicílio ou denominação de um cliente for alterado
na base de dados, a reimpressão de um documento deve respeitar os domicílio e denominação originais.
2.3.1 - Dada a existência de diversas soluções de faturação para colmatar diferentes necessidades dos contribuintes,
nomeadamente a faturação em sistemas descentralizados ou em sistemas móveis (as chamadas soluções de mobilidade), devem
ser tidas em conta regras com vista à definição das condições de integração de informação entre diferentes sistemas de faturação.
Nestes termos, a aplicação integradora não deve processar qualquer recálculo ou modificação do conteúdo dos documentos
integrados provindos de outros sistemas, respeitando inclusive a identificação única dos documentos (InvoiceNo,
DocumentNumber ou PaymentRefNo), com exceção do mencionado nos pontos seguintes.
2.3.2 - A assinatura referida no ponto 2.1. é, neste caso, da responsabilidade das soluções originais (soluções integradas).
2.3.3 - Uma determinada série/tipo de documento de faturação, de movimentação de mercadorias ou de qualquer outro documento
suscetível de ser entregue ao cliente para conferência de entrega de mercadorias ou de prestação de serviços não pode conter
documentos com diferentes origens (exemplo: conter documentos criados no sistema e importados de um sistema externo numa
mesma série/tipo de documento de faturação).
a) Integrar os documentos provenientes de outros sistemas, na séries/tipos de documentos originais, distintas e autónomas das
que utiliza para a emissão própria, nas correspondentes tabelas de documentos comerciais (4.1., 4.2. ou 4.3) sendo os
documentos integrados entendidos como cópias do documento original, nessas tabelas;
b) Colocar a informação relativa ao campo Chave do documento (Hash) igual à que foi gerada no sistema emissor, nas
correspondentes tabelas 4.1 a 4.3 em que é integrado o documento, Isto é, devem ser iguais, no sistema integrador e integrado;
c) Preencher os campos Origem do documento (SourceBilling) das tabelas 4.1 a 4.3, consoante o caso, com o valor "I" (sem
aspas);
d) Preencher o campo Chave de controlo (HashControl), das tabelas 4.1 a 4.3, consoante o caso, com o número do certificado
com o qual o documento foi assinado no sistema original e a respetiva versão da chave;
e) O formato da informação a registar, nos campos Chave de controlo (HashControl) das tabelas 4.1 a 4.3, nos termos da alínea
anterior, resultará da concatenação do número do certificado original + um ponto + versão da chave privada utilizada na assinatura
original respetivamente dos campos Chave do documento (Hash) das mencionadas tabelas 4.1 a 4.3;
Exemplo: "9999.1" (sem aspas), em que "9999" é o número do certificado da aplicação emissora e "1" é a versão da chave
utilizada na respetiva assinatura.
f) No caso da informação a integrar provir de programa não certificado, o valor do campo Chave de controlo (HashControl) das
tabelas 4.1 a 4.3, aplicável ao tipo de informação, deve ser a menção "Não certificado" (sem aspas). Já o valor do campo (Hash)
respetivo deve ser "0" (zero). Os documentos nestas condições, não devem ser reimpressos pela aplicação integradora.
2.4 - Integração de documentos processados manualmente em impressos emitidos em tipografias autorizadas, nos casos de
inoperacionalidade do programa:
2.4.1 - A integração de faturas ou outros documentos retificativos e documentos de transporte, processados manualmente deve
realizar-se no programa certificado em série específica, de periodicidade anual ou superior e com numeração sequencial própria,
iniciada no n.º 1.
2.4.2 - Para este efeito será processado um novo documento do mesmo tipo, que recolha todos os elementos do documento
manual emitido, com observância dos requisitos definidos no artigo 6.º da Portaria n.º 363/2010, isto é, deve assinar o documento
e imprimir a respetiva expressão das alíneas a) e b) do n.º 3 do mesmo artigo.
2.4.3 - Nas séries de recuperação, a data do documento corresponde à data do documento manual sendo de todo o interesse que
se criem campos distintos, de preenchimento obrigatório, um para acolher a identificação da série manual e o outro para o número
manual, por forma a obviar lapsos na recolha deste tipo de documentos, designadamente, da série. Podem ser criadas tantas
séries, quantas as existentes nos documentos manuais ou apenas uma única série.
2.4.4 - Preencher o campo Origem do documento (SourceBilling) das tabelas 4.1 e 4.2, consoante o caso, com o valor "M" (sem
aspas).
2.4.5 - Nestes casos, no campo Chave de controlo (HashControl) das tabelas 4.1 e 4.2, consoante o caso, deve ser aposta a
seguinte informação:
2.4.5.2 - Registo sequencial dos seguintes elementos: a sigla constante do campo Tipo do documento (InvoiceType ou
MovementType), correspondente ao respetivo tipo de documento, seguida da letra M; um espaço; a série do documento manual; o
carater "/"; o número do documento manual.
2.4.6 - Para referenciar um documento manual recolhido na aplicação, deve ser utilizada a série e o n.º do documento manual
original, e não a identificação única do documento (InvoiceNo ou DocumentNumber) atribuído pela aplicação ao documento
recuperado. (Exemplo: A emissão de uma nota de crédito deve referenciar o número da fatura original, emitida de modo manual.)
2.4.7 - Quando, houver necessidade de integrar outros tipos de documentos manuais, utilizar-se-ão os campos aplicáveis da
tabela que os enquadra, procedendo de maneira idêntica à já referida nos números anteriores.
2.5 - Integração de documentos através de duplicados que não integram a cópia de segurança (backup), quando houver
necessidade de reposição de dados por inoperacionalidade do sistema:
2.5.1 - Quando ocorrer uma situação de erro ou anomalia do programa, devem ser encerradas as séries em utilização e criadas
novas, para prosseguir com a emissão de documentos, após a reposição da última cópia de segurança efetuada.
2.5.2 - A integração de documentos emitidos que não constam da cópia de segurança reposta, deve realizar-se no programa
certificado, através dos duplicados desses documentos, em série específica anual e com numeração sequencial própria, iniciada
no n.º 1.
2.5.3 - Para este efeito, será processado um novo documento do mesmo tipo do duplicado que recolha todos os elementos desse
documento emitido, com observância dos requisitos definidos nos artigos 6.º e 7.º da Portaria 363/2010.
2.5.4 - O campo Origem do documento (SourceBilling) das tabelas 4.1 a 4.2, consoante o caso, deve ser preenchido com o valor
"M" (sem aspas).
2.5.5 - Nestes casos, no campo Chave de controlo (HashControl) das tabelas 4.1 e 4.2, consoante o caso, deve ser aposta a
seguinte informação:
2.5.5.1 - Número da versão da chave privada (1,2, etc.) e separado por um "-" (hífen);
2.5.5.2 - Registo sequencial dos seguintes elementos: a sigla constante do campo Tipo do documento (InvoiceType ou
MovementType conforme aplicável), que deve corresponder ao tipo de documento a recuperar através do duplicado, seguida da
letra D; um espaço e a identificação única do documento (InvoiceNo ou DocumentNumber, consoante o caso).
Exemplo: 1-FTD XY 2013A/00099, sendo "XY 2013A/00099" a identificação única do documento integrado.
2.5.6 - Nas séries de recuperação de dados, a data do documento corresponde à do duplicado do documento. É de todo o
interesse que se criem campos distintos, de preenchimento obrigatório, para acolher o código interno do tipo de documento, série
e n.º do duplicado por forma a evitar lapsos na recolha deste tipo de documentos, designadamente, do código interno do tipo de
documento e da série. Poder-se-ão criar tantas séries, quantas as existentes nos duplicados dos documentos, ou apenas uma
série única.
2.5.7 - Para referenciar um documento original recolhido na aplicação, deve ser utilizado o código interno do tipo de documento, a
série e o n.º do documento original, e não a identificação única do documento (InvoiceNo ou DocumentNumber) atribuído pela
aplicação ao documento recuperado.
2.5.8 - Quando, houver necessidade de integrar outros duplicados de outros tipos de documentos, utilizar-se-ão os campos
aplicáveis e os procedimentos dos números anteriores.
2.6.1 - O ficheiro XML do SAF-T(PT) deverá respeitar a Portaria n.º 321-A/2007 com a estrutura sintática de dados em vigor e no
respetivo esquema de validação.
2.6.2 - Devem constar deste ficheiro todos os elementos dos índices dos campos definidos como obrigatórios das tabelas
aplicáveis ao tipo de ficheiro e, todos aqueles que embora não o sejam tenham valores na aplicação.
2.6.3 - Deve ser respeitada a regra de assegurar valores únicos para os elementos indicados nas notas técnicas da estrutura de
dados, dentro das tabelas respetivas, de modo a manter a integridade do conteúdo do ficheiro XML de SAF-T(PT). Os elementos
referidos nas tabelas de documentos comerciais (4.1 a 4.3) devem existir nas respetivas tabelas mestres (2.2 a 2.5).
2.6.4 - O utilizador não poderá ter a faculdade de definir quais os tipos de documentos ou a informação a registar na base de
dados que são passíveis de exportação para o ficheiro SAF-T(PT), devendo este desiderato ser assegurado pela aplicação
informática.
2.6.5 - O ficheiro XML do SAF-T(PT) deverá conter nos campos das tabelas 4.1 a 4.3, dos documentos comerciais
(SourceDocuments), relativos à Chave do documento (Hash) e nos relativos à Chave de controlo (HashControl) de cada estrutura,
respetivamente, a assinatura e a versão (números inteiros sequenciais) da chave privada utilizada, ambas gravadas previamente
na base de dados, quando se desencadeou o processo de emissão do documento.
2.6.6 - Os documentos que eventualmente residam na base de dados de determinada solução de gestão, mas que foram
originalmente criados num outro sistema, devem ser objeto de exportação para o SAF-T(PT) com os campos Chave do documento
(Hash) e Chave de controlo (HashControl) das respetivas tabelas 4.1 a 4.3, preenchidos nos termos dos pontos 2.3.2 a 2.3.4 e,
cumulativamente, devem também ser exportados a partir da solução original, com os referidos campos devidamente preenchidos,
em conformidade.
3.1.1 - Possuir adequados controlos de acessos, devendo obrigar o utilizador a alterar a palavra passe (password) no primeiro
acesso e, posteriormente, sempre que houver necessidade. A nova palavra passe não pode ser vazia e o administrador não a
pode conhecer ou visualizar. O administrador poderá despoletar o processo de criação de uma nova palavra passe, a qual deve
ser também alterada, logo que acedida.
3.1.2 - Ter implementada uma política de cópias de segurança, de periodicidade obrigatória, de forma a minimizar o volume de
dados a recuperar em caso de corrupção da base de dados e ou a manutenção de duas ou mais base de dados simultâneas para
que, quando uma se corrompa, a(s) outra(s) assegure(m) a continuidade da faturação.
3.1.3 - Controlar direta ou indiretamente a base de dados que utiliza e o registo do n.º de reposições de cópias de segurança
(backup) efetuadas, por exemplo, através de sistemas de controlo que validem a base de dados no fecho e arranque da aplicação,
de forma a evidenciar eventuais manipulações ou alterações de dados na base de dados, por outra via que não a aplicacional.
3.1.4 - Proteger de forma eficaz a chave privada, incluindo durante o processo de assinatura dos documentos.
3.2.1 - A sequenciação da numeração em função da evolução da data e hora de emissão dos documentos.
3.2.2 - A garantia de que não existe mais de que um documento ativo (com os campos Estado atual do documento - InvoiceStatus,
MovementStatus, WorkStatus ou PaymentStatus - de valor "N") proveniente da recolha do mesmo documento manual ou do
procedimento mencionado no ponto 2.5.
3.2.3 - A utilização, para efeito de cálculos, de valor com mais do que 2 casas decimais para evitar erros de arredondamento,
motivados por descontos, preços unitários inferiores ao cêntimo, quantidades fracionadas, taxas de câmbio ou pela emissão de
documentos em que o preço tem o imposto incluído.
3.2.4 - Nas soluções de mobilidade, a numeração sequencial, bem como a informação relativa à assinatura dos últimos
documentos emitidos por série, após estas terem exportado os dados para a aplicação de integração.
3.2.5 - O cumprimento dos requisitos elencados no n.º 1 do artigo 9.º da portaria n.º 363/2010, de 23 de junho, quando emite
qualquer documento de conferência da prestação de serviços.
3.2.6 - A exigibilidade ao utilizador do motivo do não apuramento do imposto, quando tal se verificar.
3.2.7 - O controlo de emissão de notas de crédito parciais, face às quantidades e valores das respetivas faturas a retificar.
3.2.8 - Que os descontos, quando existam, devem situar-se no intervalo entre 0 e 100%.
3.2.9 - Que a parametrização e desenho dos formulários de impressão dos documentos seja efetuada pelo produtor de software
ou, caso seja facultado ao utilizador a possibilidade de criação de novos tipos de documentos, estes sejam validados pelo produtor
de software, por exemplo, através de assinatura digital. Em circunstância alguma podem ser utilizados formulários sem a referida
validação e respeito pelo descrito no ponto 3.3.1.
3.2.10 - A manutenção da informação relativa a todos os documentos emitidos no seu repositório de dados, nomeadamente os
constantes das tabelas existentes na estrutura 4. - Documentos comerciais (SourceDocuments) do ficheiro SAF-T (PT). Deve
possuir mecanismos de controlo que, quando atingido o limite da capacidade da base de dados ou do suporte físico da mesma,
forcem a produção externa de cópias de arquivo, por forma a garantir a capacidade de exportação do SAF-T (PT) com os
requisitos da portaria da certificação e o cumprimento do prazo estabelecido no n.º 1 do artigo 52.º do CIVA.
3.2.11 - Que as telas de visualização (écran) para introdução e exportação de dados, consulta e demais funcionalidades postas ao
dispor dos utilizadores, independentemente do seu nível de acesso à aplicação informática, sejam exibidas em língua portuguesa,
sem prejuízo de poderem ser multilingues ou que seja assegurada a sua tradução.
3.2.12 - O averbamento da data em que os bens foram colocados à disposição do adquirente ou em que os serviços foram
prestados, por forma a permitir o correto preenchimento do campo TaxPointDate.
3.3.1 - Ao utilizador definir quais os tipos de documentos que são assinados e ou exportáveis para o SAF-T(PT), especialmente, os
que foram criados ou modificados por aquele.
3.3.2 - O processamento de qualquer cálculo sobre documentos recolhidos ou resultantes de integração de outros sistemas. Por
exemplo, se existir uma incorreta determinação de imposto, esse erro deve ser evidenciado na base de dados integradora, por
resultar de um documento já entregue.
3.3.3 - A alteração do NIF, numa ficha de cliente já existente e com documentos emitidos. Apenas poderá ser averbado o NIF em
falta, no caso de o campo não estar preenchido, ou estar preenchido com o NIF do cliente genérico "999999990".
3.3.4 - A alteração do nome numa ficha de cliente já existente e com documentos emitidos, mas cujo NIF não foi fornecido. Esta
limitação cessa, quando na ficha do cliente for averbado o respetivo NIF.
3.3.5 - A alteração numa ficha de produto já existente e com documentos emitidos, do campo Descrição do produto ou serviço
(ProductDescription) constante na tabela 2.4.
3.3.7 - A criação de notas de crédito relativas a documentos anteriormente anulados ou já totalmente retificados.
3.3.8 - A anulação de documentos sobre os quais já tenha sido emitido documento retificativo (nota de crédito ou débito) ainda que
parcial, sem a prévia anulação do respetivo documento retificativo.
3.4.1 - Se algum dos campos obrigatórios do SAF-T(PT) não for preenchido pelo utilizador, aquando do processamento de
documentos.
Por exemplo: Os dados mestres das fichas de cliente, de fornecedor, de produtos, de tipo e taxas de imposto, ou a indicação do
motivo de isenção de imposto.
3.4.2 - Quando a emissão do documento possuir data posterior à atual, ou esta é superior à data do sistema. Nesse caso, após
essa emissão, não poderá ser emitido um novo documento com a data atual ou anterior, dentro da mesma série.
3.4.3 - Caso a data e hora de sistema seja inferior à do último documento emitido, deve ser pedida a confirmação, antes da
emissão, de que a data e hora de sistema se encontra correta. Esta validação deve ser feita utilizando a data/hora do
SystemEntryDate de qualquer tipo de documento emitido, independentemente da sua série.
4 - Requisitos técnicos relativos ao sistema de identificação a que se refere a alínea B) do artigo 3.º da Portaria n.º
363/2010, de 23 de junho
4.1 - Deve ser utilizado o algoritmo RSA (algoritmo de criptografia de dados que usa o sistema de chaves assimétricas, chave
pública e chave privada).
4.2 - A chave pública a fornecer juntamente com a declaração modelo 24 deve resultar da sua extração a partir da chave privada,
em formato PEM - base 64 e deve ser criado o respetivo ficheiro com a extensão".txt".
4.3 - O produtor de software deverá assegurar que a chave privada utilizada para a criação da assinatura que é do seu exclusivo
conhecimento, deverá estar devidamente protegida no software.
4.4 - O texto a assinar relativo ao documento deverá conter os dados concatenados no formato indicado nas notas técnicas para
cada campo, separados por ";" (Ponto e vírgula).
4.5 - Os documentos emitidos e englobados na tabela 4.1 - Documentos comerciais a clientes (SalesInvoices) referidos no campo
Tipo de documento (InvoiceType), devem utilizar a informação referida no artigo 6.º da Portaria n.º 363/2010, de 23 de Junho,
conforme é exemplificado na tabela seguinte:
2013-07-01;2013-07-01T11:27:08;FS
001/0009;200.00;mYJEv4iGwLcnQbRD7dPs2uD1mX08XjXIKcGg3
GEHmwMhmmGYusfflJjTdSITLX+uujTwzqmL/U5nvt6S9s8ijN3Lwk
JXsiEpt099e1MET/8y3+Y1bN+K+YPJQiVmlQS0fXETsOPo8SwUZd
BALt0vTo1VhUZKejACcjEYJG6nl=
4.7 - Os documentos emitidos e englobados na tabela 4.2 - Documentos de movimentação de mercadorias (MovementOfGoods)
referidos no campo Tipo de documento (MovementType), devem utilizar a informação referida na alínea a) do n.º 2 do artigo 7.º da
Portaria n.º 363/2010, de 23 de Junho, conforme é exemplificado na tabela seguinte:
2013-07-02;2013-07-02T09;37:25;GR
ABC/00021;0.00;mYJEv4iGwLcnQbRD7dPs2uD1mX08XjXIKcGg3G
EHmwMhmmGYusfflJjTdSITLX+uujTwzqmL/U5nvt6S9s8ijN3LwkJX
siEpt099e1MET/8y3+Y1bN+K+YPJQiVmlQS0fXETsOPo8SwUZdBA
Lt0vTo1VhUZKejACcjEYJG6nl=
4.9 - Os documentos emitidos e englobados na tabela 4.3 - Documentos de conferência de entrega de mercadorias ou da
prestação de serviços (WorkingDocuments) referidos no campo Tipo de documento (WorkType), devem utilizar a informação
referida na alínea b) do n.º 2 do artigo 7.º da Portaria n.º 363/2010, de 23 de junho, conforme é exemplificado na tabela seguinte:
[^ ]+ [^/^ ]+/[0-9]+
2013-07-03;2013-07-03T14:25:00;RC
005/001;1500.00;mYJEv4iGwLcnQbRD7dPs2uD1mX08XjXIKcGg3
EHmwMhmmGYusfflJjTdSITLX+uujTwzqmL/U5nvt6S9s8ijN3Lwk
JXsiEpt099e1MET/8y3+Y1bN+K+YPJQiVmlQS0fXETsPo8SwUZd
BALt0vTo1VhUZKejACcjEYJG6nl=
Para exemplificar a criação do par de chaves RSA, foi utilizada a aplicação OpenSSL, que é executada diretamente na linha de
comandos com argumentos (Windows/Linux, entre outros), e pode ser obtida em www.openssl.org.
Permite, entre outras funcionalidades, criar chaves RSA, DH e DSA, criar certificados X.509, CSRs e CRLs, assinar digitalmente,
criptografar e decriptografar, etc.
a) São meramente ilustrativos, não significando de maneira alguma que o produtor de software tenha ou deva utilizar a
aplicação OpenSSL;
c) A utilização do comando ECHO, aplicado na linha de comandos do Windows/Dos, pode apresentar resultados diferentes
dos obtidos em Linux, pelo que não deverá ser utilizado para efeitos de testes;
Onde "ChavePrivada.pem" é o nome do ficheiro que irá conter a chave privada e "1024" é o tamanho em bits.
Como resultado foi obtida, neste caso, a informação de que se apresenta uma parte:
MIICXQIBAAKBgQCjgbQG27+lNWKdW5SXLFzFgqZu+xFWTkx
0Woloo6z1gD5DhllRgQ5hxitOW0QV1LAGlHVMfZ8PDk9e+N4YJ
7cDwW4D+iflyCAEvi4xvKejEGVEInEsnA7actmg9OROrMHXKqy
7mA41P//...
5.2 - Para criar a chave pública com base na chave privada anterior:
Para fazer o upload da mesma juntamente com a Declaração Mod. 24, basta renomear a sua extensãode ".pem" para ".txt" (sem
as aspas).
Como resultado foi obtida, neste caso, a informação seguinte de que se apresenta uma parte:
MIGfMA0GCSqGSIb3DQEBAQUAA4GNADCBiQKBgQCjgbQG27+
lNWKdW5SXLFzFgqZu+xFWTkx0Woloo6z1gD5DhllRgQ5hxitOW0
QV1LAGlHVMfZ8PDk9e+N4YJ7cDwW4D+iflyCAEvi4xvKejEG VE
InEsnA7actmg9ORO...
6 - Criação do certificado
6.1 - O par de chaves utilizado não requer a emissão de um certificado por parte de uma entidade credenciada. O produtor de
software poderá gerar o certificado auto-assinado para efeito da certificação e dele extrair a chave pública para fornecer à AT, com
a extensão txt.
6.2 - Para a criação do certificado a partir da chave privada, o algoritmo RSA deverá ser utilizado com as seguintes especificações
nos parâmetros:
Formato = x.509
Charset = UTF-8
Encoding = Base-64
Os elementos a assinar (InvoiceDate, SystemEntryDate, InvoiceNo, GrossTotal e Hash) devem ser concatenados apenas com o
separador ";" entre cada um dos campos, não devendo conter aspas nem qualquer caráter de fim de linha, quando objeto de
encriptação, com vista à obtenção da assinatura.
1.º Registo
Tratando-se do primeiro registo, o campo (Hash) é preenchido com o hash resultante da aplicação da chave privada anteriormente
criada, para assinar digitalmente os campos (InvoiceDate, SystemEntryDate, InvoiceNo e GrossTotal).
2010-05-18;2010-05-18T11:22:19;FAC 001/14;3.12;
1.º Passo:
2010-05-18;2010-05-18T11:22:19;FAC 001/14;3.12;
Num ficheiro de texto (que neste exemplo designaremos Registo1.txt), certificando-se que no fim da mensagem não fica qualquer
quebra de linha, apenas o ";" sem aspas.
2.º Passo:
3.º Passo:
O ficheiro designado por Registo1.b64 é que contém os 172 carateres em ASCII da assinatura que deverão ser transportados para
a base de dados e mais tarde exportados para o campo (Hash) do SAF-T(PT).
O parâmetro -A serve apenas para a aplicação OpenSSL gerar a assinatura numa única linha evitando as quebras de linha
adicionais.
oso2FoOw4V941CwKTrv6xwzUrOtxBWCwU0yLVAqKwf0CNKZHM
ETG1XZZC4spRSyby1uDXBggplogrl8gHnvevA00UEoAvGJo9Fa3DO
A0MhZNDa9/rNvu71pp+0zHmN2ra5IWpiHcgmUYxm5qamLBk49rk
gvl7h1myKCYBKqgu60=
A qual deverá ficar registada no campo HASH da tabela anterior e na posição correspondente ao 1.º Registo.
2.º Registo
Procedendo de forma idêntica, agora com os dados do 2.º registo e o hash do registo anterior teríamos como mensagem a assinar
no ficheiro Registo2.txt:
2010-05-18;2010-05-18T15:25;FAC
001/15;25.62;oso2FoOw4V941CwKTrv6xwzUrOtxBWCwU0yLVAq-
Kwf0CNKZHMETG1XZZC4spRSyby 1uDXBggplogrI8gHnvevA00UE
oAVGJo9Fa3DOA0MhZNDa9/rNvu71pp+0zHmN2ra5IWpiHcgmUY
xm5qamLBk49rkgvI7h1myKCYBKqgu60=
Utilizando os procedimentos acima descritos para o 1.º registo, passos 1 a 3, criaram-se os ficheiros Registo2.sha1 e
Registo2.b64.
Como resultado, este último ficheiro, Registo2.b64 irá conter a assinatura digital do 2.º registo:
Y2ogVAC9rcmm9hilZCGGrxjpkZP9NHn5shhp9phBIVWIn+Ta2zKf+
O+05brA6VU0LULtMQP98P29q+vcSwVtxSzLDbmmkHMt4I6nQmh
91QaOJwPpz2uMqtR3aMkWYPK4Ntc/yfnXpY1cSeUGbQkqAsJOF
SidRE4+DibJaC7WMpw=
8 - Efeitos revogatórios
Tendo em conta o Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, nomeadamente o artigo 114.o,
Considerando o seguinte:
(1) Criar confiança no ambiente em linha é fundamental para o desenvolvimento económico e social. A falta de
confiança, nomeadamente devido à perceção de incerteza jurídica, leva os consumidores, as empresas e as auto
ridades públicas a hesitarem em realizar transações por via eletrónica e em adotar novos serviços.
(2) O presente regulamento pretende reforçar a confiança nas transações eletrónicas no mercado interno criando uma
base comum para a realização de interações eletrónicas em condições seguras entre os cidadãos, as empresas e as
autoridades públicas, aumentando assim a eficácia dos serviços públicos e privados em linha, os negócios ele
trónicos e o comércio eletrónico na União.
(3) A Diretiva 1999/93/CE do Parlamento Europeu e do Conselho (3) trata das assinaturas eletrónicas sem oferecer um
quadro transfronteiriço e transetorial geral que garantisse a segurança, a fiabilidade e a facilidade de realizações das
transações eletrónicas. O presente regulamento melhora e desenvolve as disposições daquela diretiva.
(4) A comunicação da Comissão, de 26 de agosto de 2010, intitulada «Agenda Digital para a Europa», apontou a
fragmentação do mercado digital, a falta de interoperabilidade e o aumento da cibercriminalidade como os
principais obstáculos ao ciclo virtuoso da economia digital. No seu Relatório de 2010 sobre a Cidadania da
União, com o título «Eliminar os obstáculos ao exercício dos direitos dos cidadãos da UE», a Comissão sublinhou
ainda a necessidade de resolver os principais problemas que impedem os cidadãos da União de colher os benefícios
do mercado único digital e dos serviços digitais transfronteiriços.
(5) Nas suas conclusões de 4 de fevereiro de 2011 e de 23 de outubro de 2011, o Conselho Europeu convidou a
Comissão a criar um mercado único digital até 2015, a avançar rapidamente em áreas fundamentais da economia
digital e a promover um mercado único digital completamente integrado, facilitando para isso a utilização trans
fronteiriça dos serviços em linha e, em particular, a identificação e a autenticação eletrónicas em condições seguras.
(6) Nas suas conclusões de 27 de maio de 2011, o Conselho convidou a Comissão a contribuir para o mercado único
digital criando as condições necessárias para o reconhecimento mútuo transfronteiriço de tecnologias facilitadoras
fundamentais, como a identificação eletrónica, os documentos eletrónicos, as assinaturas eletrónicas e os serviços
de entrega eletrónica, e para a implantação de serviços de administração pública em linha interoperáveis em toda a
União Europeia.
(7) O Parlamento Europeu, na sua resolução de 21 de setembro de 2010 sobre a realização do mercado interno do
comércio eletrónico (1), realçou a importância da segurança dos serviços eletrónicos — em especial, os de assina
turas eletrónicas — e a necessidade de criar uma infraestrutura de chave pública a nível pan-europeu e instou a
Comissão a criar um portal europeu para as autoridades de validação, a fim de assegurar a interoperabilidade
transfronteiriça das assinaturas eletrónicas e aumentar a segurança das transações efetuadas através da Internet.
(8) A Diretiva 2006/123/CE do Parlamento Europeu e do Conselho (2) exige que os Estados-Membros criem «balcões
únicos» para garantir que todas as formalidades e procedimentos relativos ao acesso às atividades de prestação de
serviços e ao seu exercício possam ser facilmente cumpridos, à distância e por meios eletrónicos, por intermédio
do balcão único e com as autoridades competentes. Muitos dos serviços em linha acessíveis através dos balcões
únicos exigem a identificação, autenticação e assinatura eletrónica.
(9) Na maioria dos casos, os cidadãos não podem utilizar a sua identificação eletrónica para procederem à autenticação
noutro Estado-Membro porque os sistemas nacionais de identificação eletrónica do seu país não são reconhecidos
noutros Estados-Membros. Este obstáculo de cariz eletrónico impede os prestadores de serviços de tirarem pleno
partido das vantagens do mercado interno. A existência de meios de identificação eletrónica mutuamente reco
nhecidos facilitará a prestação de numerosos serviços no mercado interno a nível transfronteiriço e permitirá que
as empresas desenvolvam as suas atividades numa base transfronteiriça sem encontrarem muitos obstáculos nas
suas interações com as autoridades públicas.
(10) A Diretiva 2011/24/UE do Parlamento Europeu e do Conselho (3) institui uma rede de autoridades nacionais
responsáveis pela saúde em linha. Para reforçar a segurança e a continuidade dos cuidados de saúde transfrontei
riços, esta rede deve estabelecer orientações sobre o acesso aos dados e serviços eletrónicos de saúde além-
-fronteiras, nomeadamente apoiando «medidas comuns de identificação e autenticação destinadas a facilitar a
transferência dos dados no âmbito de cuidados de saúde transfronteiriços». O reconhecimento mútuo da identi
ficação e autenticação eletrónicas é fundamental para tornar a prestação de cuidados de saúde aos cidadãos
europeus a nível transnacional uma realidade. Quando as pessoas se deslocam a outro país para receberem
tratamento, é necessário que os seus dados médicos estejam acessíveis nesse país. Para isso, é indispensável que
exista um quadro sólido, seguro e de confiança para a identificação eletrónica.
(11) O presente regulamento deverá ser aplicado no pleno cumprimento dos princípios relativos à proteção de dados
pessoais, nos termos da Diretiva 95/46/CE do Parlamento Europeu e do Conselho (4). Nesta matéria, tendo em
conta o princípio de reconhecimento mútuo estabelecido pelo presente regulamento, a autenticação para acesso a
um serviço em linha deverá dizer respeito ao tratamento apenas dos dados de identificação que sejam adequados,
pertinentes e não excessivos para conceder acesso ao serviço em linha em causa. Além disso, os requisitos previstos
na Diretiva 95/46/CE em matéria de confidencialidade e segurança do tratamento dos dados deverão ser respei
tados pelos prestadores de serviços de confiança e pelas entidades supervisoras.
(12) Um dos objetivos do presente regulamento é eliminar os obstáculos existentes à utilização transnacional dos meios
de identificação eletrónica utilizados nos Estados-Membros para a autenticação para, pelo menos, os serviços
públicos. O presente regulamento não visa intervir em matéria de sistemas de gestão da identidade eletrónica e
infraestruturas conexas existentes nos Estados-Membros. O seu objetivo é garantir que, para aceder aos serviços em
linha transfronteiriços oferecidos pelos Estados-Membros, seja possível utilizar com segurança a identificação e
autenticação eletrónicas.
(1) JO C 50 E de 21.2.2012, p. 1.
(2) Diretiva 2006/123/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 12 de dezembro de 2006, relativa aos serviços no mercado interno
(JO L 376 de 27.12.2006, p. 36).
(3) Diretiva 2011/24/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 9 de março de 2011, relativa ao exercício dos direitos dos doentes
em matéria de cuidados de saúde transfronteiriços (JO L 88 de 4.4.2011, p. 45).
(4) Diretiva 95/46/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 24 de outubro de 1995, relativa à proteção das pessoas singulares no
que diz respeito ao tratamento de dados pessoais e à livre circulação desses dados (JO L 281 de 23.11.1995, p. 31).
28.8.2014 PT Jornal Oficial da União Europeia L 257/75
(13) Os Estados-Membros deverão continuar a ter a liberdade de utilizar ou de introduzir, para fins de identificação
eletrónica, meios de acesso aos serviços em linha. Deverão igualmente poder decidir envolver ou não o setor
privado na disponibilização desses meios. Os Estados-Membros não deverão ser obrigados a notificar os seus
sistemas de identificação eletrónica à Comissão. A decisão de notificar à Comissão todos, alguns ou nenhum dos
sistemas de identificação eletrónica utilizados a nível nacional para aceder, pelo menos, aos serviços públicos ou a
serviços específicos em linha compete aos Estados-Membros.
(14) Há que estabelecer no regulamento algumas condições respeitantes aos meios de identificação eletrónica que têm
imperativamente de ser reconhecidos e ao modo como os sistemas de identificação eletrónica deverão ser noti
ficados. Tais condições deverão ajudar os Estados-Membros a ganhar a confiança necessária nos respetivos sistemas
de identificação eletrónica e a reconhecer mutuamente os meios de identificação eletrónica previstos nos seus
sistemas notificados. O princípio do reconhecimento mútuo deverá aplicar-se se o sistema de identificação ele
trónica do Estado-Membro notificante satisfizer as condições de notificação e se a notificação tiver sido publicada
no Jornal Oficial da União Europeia. Contudo, o princípio só deverá dizer respeito à autenticação para acesso a um
serviço em linha. O acesso a esses serviços em linha e a sua prestação final ao requerente deverão estar estrei
tamente ligados ao direito a beneficiar de tais serviços nas condições estabelecidas pela legislação nacional.
(15) A obrigação de reconhecer meios de identificação eletrónica deverá referir-se apenas aos meios cujo nível de
garantia de identidade corresponder a um nível igual ou superior ao nível exigido pelo serviço em linha em causa.
Além disso, essa obrigação só se deverá aplicar se o organismo público em causa exigir o nível de garantia
«substancial» ou «elevado» para conceder acesso ao referido serviço em linha. Nos termos da legislação da União, os
Estados-Membros deverão continuar a ter a liberdade de reconhecer meios de identificação eletrónica com níveis de
garantia de identidade mais baixos.
(16) Os níveis de garantia deverão caracterizar o nível de confiança de um meio de identificação eletrónica na
determinação da identidade de uma pessoa, garantindo assim que quem declara ter determinada identidade é de
facto a pessoa a quem essa identidade foi atribuída. O nível de garantia depende do nível de confiança que os
meios de identificação eletrónica conferem a respeito da identidade declarada ou reivindicada por uma pessoa
tendo em conta os processos (por exemplo, prova e verificação da identidade e autenticação), as atividades de
gestão (por exemplo, a entidade que produz os meios de identificação eletrónica e o procedimento para produzir
esses meios) e os controlos técnicos aplicados. Existem diversas definições técnicas e descrições dos níveis de
garantia resultantes de projetos-piloto de grande escala financiados a nível da União, da normalização e das
atividades internacionais. Em particular, o projeto de grande escala STORK e a norma ISO 29115 referem, entre
outras coisas, os níveis 2, 3 e 4, que deverão ser tidos na máxima conta ao estabelecer os requisitos técnicos
mínimos, as normas e os procedimentos para os níveis de garantia reduzido, substancial e elevado, na aceção do
presente regulamento, garantindo simultaneamente a aplicação coerente do presente regulamento, nomeadamente
em relação ao nível de garantia elevado de prova da identidade para a emissão de certificados qualificados. Os
requisitos criados deverão ser tecnologicamente neutros. Deverá ser possível satisfazer os requisitos de segurança
necessários por meio de diferentes tecnologias.
(17) Os Estados-Membros deverão incentivar o setor privado a utilizar voluntariamente meios de identificação eletrónica
que integrem um sistema notificado para fins de identificação, sempre que isso seja necessário para aceder a
serviços em linha ou efetuar transações eletrónicas. A possibilidade de utilizar esses meios de identificação
eletrónica permitirá que o setor privado recorra à identificação e à autenticação eletrónicas já amplamente
utilizadas em muitos Estados-Membros, pelo menos para os serviços públicos, e que seja mais fácil às empresas
e aos cidadãos acederem aos seus serviços em linha noutros países. Para facilitar a utilização desses meios de
identificação eletrónica a nível transfronteiriço pelo setor privado, a possibilidade de autenticação oferecida por
qualquer Estado-Membro deverá estar ao dispor dos utilizadores do setor privado estabelecidos fora do território
desse Estado-Membro, nas mesmas condições que se aplicam aos utilizadores do setor privado nele estabelecidas.
Por conseguinte, relativamente aos utilizadores do setor privado, o Estado-Membro notificante poderá definir
termos de acesso aos meios de autenticação. Esses termos de acesso poderão determinar que os meios de
autenticação associados ao sistema notificado não estejam de momento ao dispor dos utilizadores do setor
privado.
(18) O presente regulamento deverá prever que o Estado-Membro notificante, a parte que produz os meios de
identificação eletrónica e a parte que executa o procedimento de autenticação respondam pelo incumprimento
das obrigações nele previstas. Contudo, o presente regulamento deverá ser aplicado em conformidade com as
disposições nacionais sobre responsabilidade. Desta forma, o presente regulamento não afeta essas disposições
nacionais em matéria, por exemplo, de definição dos danos ou de normas processuais aplicáveis, incluindo as que
regem o ónus da prova.
L 257/76 PT Jornal Oficial da União Europeia 28.8.2014
(19) A segurança dos sistemas de identificação eletrónica é fundamental para a fiabilidade do reconhecimento mútuo
transfronteiriço de meios de identificação eletrónica. Neste contexto, os Estados-Membros deverão cooperar em
matéria de segurança e interoperabilidade dos sistemas de identificação eletrónica ao nível da União. Quando os
sistemas de identificação eletrónica exijam que os utilizadores usem hardware ou software específicos ao nível
nacional, a interoperabilidade transfronteiriça exige que tais Estados-Membros prescindam de impor tais requisitos
e custos conexos aos utilizadores estabelecidos fora do seu território. Nesse caso, deverão ser debatidas e desen
volvidas as soluções que forem mais adequadas no quadro da interoperabilidade. Contudo, são inevitáveis os
requisitos técnicos que decorrem das especificações inerentes aos meios nacionais de identificação eletrónica e
que podem afetar os detentores desses meios eletrónicos [por exemplo, cartões inteligentes (smartcards)].
(20) A cooperação entre os Estados-Membros deverá ter por objetivo facilitar a interoperabilidade técnica dos sistemas
de identificação eletrónica notificados, a fim de criar um nível elevado de confiança e segurança, adequado ao grau
de risco. A troca de informações e a partilha das melhores práticas entre os Estados-Membros tendo em vista o seu
reconhecimento mútuo deverão facilitar essa cooperação.
(21) O presente regulamento deverá igualmente estabelecer um quadro legal geral para a utilização dos serviços de
confiança. Contudo, não deverá criar uma obrigação geral de utilização dos mesmos nem de instalação de um
ponto de acesso para todos os serviços de confiança existentes. Designadamente, não deverá abranger a prestação
de serviços utilizados exclusivamente dentro de sistemas fechados entre um grupo determinado de participantes,
sem consequências para terceiros. Por exemplo, os sistemas que sejam criados em empresas ou administrações
públicas para a gestão de procedimentos internos e que recorram a serviços de confiança não deverão ficar sujeitos
aos requisitos do presente regulamento. Apenas os serviços de confiança prestados ao público com consequências
para terceiros deverão cumprir os requisitos estabelecidos no presente regulamento. O presente regulamento
também não deverá abranger os aspetos relacionados com a celebração e a validade de contratos ou outras
obrigações legais quando estes estabeleçam requisitos de caráter formal previstos na legislação nacional ou da
União. Além disso, ele não deverá afetar os requisitos nacionais de forma aplicáveis aos registos públicos, em
particular, registos comerciais e prediais.
(22) A fim de contribuir para a sua utilização transfronteiriça generalizada„ deverá ser possível utilizar os serviços de
confiança como prova em justiça em todos os Estados-Membros. Os efeitos legais dos serviços de confiança
deverão ser definidos pelo direito nacional, salvo disposição em contrário do presente regulamento.
(23) Na medida em que o presente regulamento cria uma obrigação de reconhecer um serviço de confiança, este só
pode deixar de ser reconhecido se o destinatário da obrigação não o puder ler ou verificar por motivos técnicos
que escapem ao controlo direto do destinatário. Contudo, essa obrigação não exige, em si mesma, que os
organismos públicos adquiram o hardware e software necessários para a legibilidade técnica de todos os serviços
de confiança existentes.
(24) Os Estados-Membros podem manter ou criar, em conformidade com o direito da União, disposições nacionais em
matéria de serviços de confiança, na medida em que esses serviços não se encontrem totalmente harmonizados
pelo presente regulamento. Contudo, os serviços de confiança que cumpram o presente regulamento deverão gozar
da liberdade de circulação no mercado interno.
(25) Os Estados-Membros deverão continuar a ser livres de definir outros tipos de serviços de confiança para além dos
que constam da lista exaustiva de serviços de confiança prevista no presente regulamento, tendo em vista o seu
reconhecimento a nível nacional como serviços de confiança qualificados.
(26) Tendo em consideração o ritmo da evolução tecnológica, o presente regulamento deve adotar uma abordagem
aberta às inovações.
(27) O presente regulamento deverá ser tecnologicamente neutro. Os efeitos legais que o presente regulamento produz
deverão poder ser obtidos por qualquer meio técnico, desde que os requisitos do regulamento sejam cumpridos.
28.8.2014 PT Jornal Oficial da União Europeia L 257/77
(28) Para aumentar, em particular, a confiança das pequenas e médias empresas (PME) e dos consumidores no mercado
interno e promover a utilização de serviços e produtos de confiança, deverão ser introduzidas as noções de serviço
de confiança qualificado e de prestador qualificado de serviços de confiança, tendo em vista indicar os requisitos e
obrigações que asseguram um nível elevado de segurança em todos os serviços e produtos de confiança qualifi
cados que sejam utilizados ou fornecidos.
(29) Em consonância com as obrigações previstas na Convenção das Nações Unidas sobre os direitos das pessoas com
deficiência, aprovada pela Decisão 2010/48/CE do Conselho (1), nomeadamente no artigo 9.o da Convenção, as
pessoas com deficiência deverão poder utilizar os serviços de confiança oferecidos e os produtos de utilizador final
utilizados nesses serviços em condições iguais às dos outros consumidores. Como tal, se for exequível, os serviços
de confiança prestados e os produtos de utilizador final utilizados na prestação desses serviços deverão ser
acessíveis às pessoas com deficiência. A avaliação da exequibilidade deverá, entre outras coisas, atender a consi
derações de ordem técnica e económica.
(30) Os Estados-Membros deverão designar uma ou mais entidades supervisoras, para realizar as atividades de super
visão previstas no presente regulamento. Os Estados-Membros deverão também poder decidir, por acordo mútuo
com outro Estado-Membro, designar uma entidade supervisora no território desse outro Estado-Membro.
(31) As entidades supervisoras deverão cooperar com as autoridades de proteção de dados, por exemplo, informando-as
dos resultados das auditorias realizadas a prestadores qualificados de serviços de confiança, se houver suspeita de
terem sido violadas as regras de proteção dos dados pessoais. O fornecimento de informações deverá, nomeada
mente, abranger os incidentes de segurança e as violações dos dados pessoais.
(32) Todos os prestadores de serviços de confiança deverão aplicar boas práticas de segurança, adequadas aos riscos
inerentes às suas atividades, de modo a reforçar a confiança dos utilizadores no mercado único.
(33) As disposições relativas à utilização de pseudónimos nos certificados não deverão impedir os Estados-Membros de
exigir a identificação das pessoas nos termos da legislação nacional ou da União.
(34) Todos os Estados-Membros deverão cumprir requisitos essenciais comuns em matéria de supervisão, a fim de
garantir um nível de segurança comparável dos serviços de confiança qualificados. Para facilitar a aplicação
coerente de tais requisitos em toda a União, os Estados-Membros deverão adotar procedimentos comparáveis e
trocar informações sobre as suas atividades de supervisão e as melhores práticas neste domínio.
(35) Todos os prestadores de serviços de confiança deverão ficar sujeitos aos requisitos do presente regulamento,
nomeadamente aos que dizem respeito à segurança e à responsabilidade para garantir a devida diligência, a
transparência e a responsabilização das suas operações e serviços. Contudo, tendo em conta o tipo de serviços
por eles prestados, é necessário distinguir entre prestadores qualificados e não qualificados de serviços de confiança
relativamente a esses requisitos.
(36) A criação de um regime de supervisão para todos os prestadores de serviços de confiança deverá garantir condições
de igualdade no que respeita à segurança e à responsabilização no quadro das suas operações e serviços, con
tribuindo desta forma para a proteção dos utilizadores e para o funcionamento do mercado interno. Os presta
dores não qualificados de serviços de confiança deverão ser sujeitos a uma supervisão ligeira e reativa realizada, a
posteriori e justificada pela natureza dos seus serviços e operações. Por esse motivo, a entidade supervisora não
deverá ter a obrigação geral de supervisionar prestadores de serviços não qualificados. A entidade supervisora só
deverá tomar medidas quando for informada (por exemplo, pelo próprio prestador não qualificado de serviços de
confiança, por outra entidade supervisora, por notificação de um utilizador ou parceiro comercial, ou com base na
sua própria investigação) de que determinado prestador de serviços não qualificado não preenche os requisitos do
presente regulamento.
(1) Decisão 2010/48/CE do Conselho, de 26 de novembro de 2009, relativa à celebração, pela Comunidade Europeia, da Convenção das
Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (JO L 23 de 27.1.2010, p. 35).
L 257/78 PT Jornal Oficial da União Europeia 28.8.2014
(37) O presente regulamento deverá prever a responsabilidade de todos os prestadores de serviços de confiança. Em
particular, cria um regime de responsabilidade nos termos do qual todos os prestadores de serviços de confiança
respondem pelos danos causados a todas as pessoas singulares ou coletivas por incumprimento das obrigações
previstas no presente regulamento. Para facilitar a avaliação do risco financeiro em que os prestadores de serviços
de confiança possam incorrer ou que devam cobrir mediante seguro, o presente regulamento permite que, em
determinadas condições, os prestadores de serviços de confiança definam limites à utilização dos serviços prestados
e que não respondam por danos decorrentes da utilização dos serviços que excedam esses limites. Os clientes
deverão ser prévia e devidamente informados dos referidos limites. Estes deverão ser identificáveis por terceiros,
por exemplo, fornecendo informações sobre os limites nos termos e condições do serviço prestado ou recorrendo
a outros meios identificáveis. Para tornar estes princípios efetivos, o presente regulamento deverá ser aplicado em
conformidade com as regras nacionais em matéria de responsabilidade. Como tal, o presente regulamento não
afeta, por exemplo, essas regras nacionais relativas, por exemplo, à definição dos danos, à intenção, à negligência
ou às normas processuais aplicáveis.
(38) A notificação das violações da segurança e das avaliações dos riscos para a segurança é essencial para que sejam
fornecidas as necessárias informações às partes interessadas em caso de violação da segurança ou de perda de
integridade.
(39) Para que a Comissão e os Estados-Membros possam avaliar a eficácia do mecanismo de notificação das violações
da segurança instaurado pelo presente regulamento, deverá exigir-se às entidades supervisoras que forneçam
informações sucintas à Comissão e à Agência da União Europeia para a Segurança das Redes e da Informação
(ENISA).
(40) Para que a Comissão e os Estados-Membros possam avaliar a eficácia do mecanismo de reforço da supervisão
instaurado pelo presente regulamento, deverá exigir-se às entidades supervisoras que façam relatório das suas
atividades. Essa obrigação será fundamental para facilitar o intercâmbio de boas práticas entre as entidades
supervisoras e garantirá a verificação da aplicação coerente e eficiente dos requisitos essenciais da supervisão
em todos os Estados-Membros.
(41) Para garantir a sustentabilidade e a durabilidade dos serviços de confiança qualificados e promover a confiança dos
utilizadores na sua continuidade, as entidades supervisoras deverão verificar a existência e correta aplicação de
disposições sobre os planos de cessação de atividade quando os prestadores qualificados de serviços de confiança
deixem de a exercer.
(42) Para facilitar a fiscalização dos prestadores qualificados de serviços de confiança, por exemplo no caso de prestação
de serviços no território de outro Estado-Membro, onde o prestador não está sujeito a supervisão, ou no caso de os
computadores do prestador estarem localizados no território de um Estado-Membro diferente daquele em que se
encontra estabelecido, deverá ser criado um sistema de assistência mútua entre as entidades supervisoras dos
Estados-Membros.
(43) Para verificar que os prestadores qualificados de serviços de confiança e os serviços qualificados por eles prestados
cumprem os requisitos do regulamento, deverão ser realizadas avaliações de conformidade por um organismo de
avaliação da conformidade e os relatórios da avaliação da conformidade daí resultantes ser submetidos à entidade
supervisora pelos prestadores qualificados de serviços de confiança. Quando a entidade supervisora exigir que um
prestador qualificado de serviços de confiança apresente um relatório ad hoc de avaliação da conformidade, a
entidade supervisora deverá respeitar, nomeadamente, o princípio da boa administração, inclusive a obrigação de
fundamentar as suas decisões, e o princípio da proporcionalidade. Como tal, a entidade supervisora deverá
fundamentar devidamente a sua decisão de exigir uma avaliação ad hoc da conformidade.
(44) O presente regulamento tem como objetivo garantir um quadro coerente que assegure um elevado nível de
segurança e certeza jurídica relativamente aos serviços de confiança. Neste contexto, relativamente à avaliação
da conformidade de produtos e serviços a Comissão deverá, se necessário, procurar sinergias com sistemas
existentes e pertinentes, europeus e internacionais, como o Regulamento (CE) n.o 765/2008 do Parlamento
Europeu e do Conselho (1), que estabelece os requisitos de acreditação dos organismos de avaliação da conformi
dade e fiscalização do mercado de produtos.
(1) Regulamento (CE) n.o 765/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 9 de julho de 2008, que estabelece os requisitos de
acreditação e fiscalização do mercado relativos à comercialização de produtos, e que revoga o Regulamento (CEE) n.o 339/93
(JO L 218 de 13.8.2008, p. 30).
28.8.2014 PT Jornal Oficial da União Europeia L 257/79
(45) Para permitir que haja um processo de iniciação eficaz, pelo qual os prestadores qualificados de serviços de
confiança e os serviços de confiança qualificados por eles prestados sejam inscritos em listas de confiança, convém
encorajar as interações preliminares entre os futuros prestadores qualificados de serviços de confiança e a entidade
supervisora competente, no intuito de facilitar as diligências necessárias para a prestação de serviços de confiança
qualificados.
(46) As listas de confiança são elementos essenciais para a criação de confiança entre os operadores do mercado, uma
vez que indicam o estatuto de qualificado do prestador do serviço atribuído por ocasião da fiscalização.
(47) A confiança nos serviços em linha e a respetiva conveniência são essenciais para que os utilizadores tirem pleno
partido dos serviços eletrónicos e os utilizem de maneira consciente. Para esse efeito, deverá ser criada a marca de
confiança «UE» para identificar os serviços de confiança qualificados prestados pelos prestadores qualificados de
serviços de confiança. Esta marca de confiança «UE» para serviços de confiança qualificados distingue claramente os
serviços qualificados de outros serviços de confiança, contribuindo desta forma para a transparência no mercado. A
utilização de uma marca de confiança «UE» pelos prestadores qualificados de serviços de confiança deverá ser
voluntária e não deverá implicar qualquer outro requisito além dos previstos no presente regulamento.
(48) Embora seja necessário um nível elevado de segurança para garantir o reconhecimento mútuo das assinaturas
eletrónicas, em casos específicos, como no contexto da Decisão 2009/767/CE da Comissão (1), deverão igualmente
ser aceites assinaturas eletrónicas com menor garantia de segurança.
(49) O presente regulamento deverá estabelecer o princípio segundo o qual não podem ser negados efeitos legais à
assinatura eletrónica pelo facto de se apresentar sob forma eletrónica ou de não cumprir os requisitos da assinatura
eletrónica qualificada. Contudo, o efeito legal das assinaturas eletrónicas nos Estados-Membros deverá ser definido
pelo direito nacional, exceto no caso do requisito previsto no presente regulamento nos termos do qual a
assinatura eletrónica qualificada deverá ter um efeito legal equivalente ao de uma assinatura manuscrita.
(50) Como as autoridades competentes dos Estados-Membros utilizam atualmente diferentes formatos de assinatura
eletrónica avançada de documentos, é necessário garantir que pelo menos alguns formatos de assinatura eletrónica
avançada possam ser tecnicamente aceites pelos Estados-Membros quando recebam documentos assinados eletro
nicamente. Do mesmo modo, se as autoridades competentes dos Estados-Membros utilizarem selos eletrónicos
avançados, será necessário garantir a sua compatibilidade técnica com, pelo menos, alguns formatos de selo
eletrónico avançado.
(51) Os dispositivos qualificados de criação de assinaturas eletrónicas deverão poder ser confiados a terceiros pelo
signatário, desde que sejam aplicados mecanismos e procedimentos adequados para garantir que o signatário tenha
o controlo exclusivo da utilização dos dados necessários para a criação da sua assinatura eletrónica e que a
utilização do dispositivo cumpra os requisitos da assinatura eletrónica qualificada.
(52) A criação de assinaturas eletrónicas à distância, sendo o ambiente em que são criadas gerido por um prestador de
serviços de confiança em nome do signatário, tende a desenvolver-se em razão das suas múltiplas vantagens
económicas. No entanto, a fim de garantir que estas assinaturas eletrónicas beneficiam do mesmo reconhecimento
jurídico que as assinaturas eletrónicas criadas num ambiente inteiramente gerido pelo utilizador, os prestadores de
serviços de assinatura à distância deverão aplicar procedimentos de segurança, de gestão e de administração
específicos e utilizar sistemas e produtos fiáveis, que incluam, nomeadamente, canais de comunicação eletrónica
seguros, para garantir a fiabilidade do ambiente de criação de assinaturas eletrónicas e garantir que esse mesmo
ambiente é utilizado sob a supervisão exclusiva do signatário. No caso de assinaturas eletrónicas qualificadas
criadas através de dispositivos de criação das assinaturas eletrónicas à distância, deverão aplicar-se os requisitos
aplicáveis aos prestadores qualificados de serviços de confiança estabelecidos no presente regulamento.
(1) Decisão 2009/767/CE da Comissão, de 16 de outubro de 2009, que determina medidas destinadas a facilitar a utilização de
procedimentos informatizados através de «balcões únicos», nos termos da Diretiva 2006/123/CE do Parlamento Europeu e do
Conselho relativa aos serviços no mercado interno (JO L 274 de 20.10.2009, p. 36).
L 257/80 PT Jornal Oficial da União Europeia 28.8.2014
(53) A suspensão de certificados qualificados é prática operacional estabelecida dos prestadores de serviços de confiança
em diversos Estados-Membros, sendo diferente da revogação e implicando a perda temporária de validade do
certificado. A segurança jurídica exige que a suspensão de um certificado seja sempre indicada claramente. Para esse
efeito, os prestadores de serviços de confiança deverão ser responsáveis pela clara indicação do estatuto do
certificado e, se estiver suspenso, ao período exato pelo qual fica suspenso. O presente regulamento não deverá
impor aos prestadores de serviços de confiança nem aos Estados-Membros o recurso à suspensão, mas prever
regras de transparência quando e onde tal prática existir.
(55) A certificação de segurança informática baseada em normas internacionais (como a ISO 15408 e os métodos de
avaliação e acordos de reconhecimento mútuo conexos) é um instrumento importante para verificar a segurança
dos dispositivos qualificados de criação de assinaturas eletrónicas, e deverá ser promovida. Contudo, as soluções e
serviços inovadores (como a assinatura móvel, a assinatura em nuvem, etc.) dependem de soluções de ordem
técnica e organizativa para os dispositivos qualificados de criação de assinaturas eletrónicas, para os quais ainda
não existem normas de segurança ou cuja primeira certificação de segurança informática esteja em curso. O nível
de segurança desses dispositivos qualificados de criação de assinaturas eletrónicas só pode ser avaliado com recurso
a processos alternativos quando ainda não existam normas de segurança ou a primeira certificação de segurança
informática esteja em curso. Esses processos deverão ser comparáveis às normas de certificação de segurança
informática na medida em que os seus níveis de segurança são equivalentes. Estes processos poderão ser facilitados
por uma avaliação pelos pares.
(56) O presente regulamento deverá estabelecer os requisitos aplicáveis aos dispositivos qualificados de criação de
assinaturas eletrónicas para garantir a funcionalidade das assinaturas eletrónicas avançadas. O presente regulamento
não deverá abranger a totalidade da arquitetura do sistema em que esses dispositivos evoluem. Desta forma, o
âmbito da certificação dos dispositivos qualificados de criação de assinaturas deverá ser limitado ao hardware e ao
software do sistema utilizado para gerir e proteger os dados de criação da assinatura criados, conservados ou
tratados no dispositivo de criação de assinaturas. O âmbito da obrigação de certificação, conforme referem as
normas aplicáveis, deverá excluir as aplicações de criação de assinaturas.
(57) Para garantir a segurança jurídica no que respeita à validade da assinatura, é essencial especificar os componentes
da assinatura eletrónica qualificada que deverão ser avaliados pelo utilizador que procede à validação. Além disso, a
especificação dos requisitos aplicáveis aos prestadores qualificados de serviços de confiança que podem prestar
serviços qualificados de validação a utilizadores que não desejem ou não possam efetuar eles mesmos a validação
das assinaturas eletrónicas qualificadas deverá incentivar os setores público e privado a investirem em tais serviços.
Ambos os setores deverão tornar a validação das assinaturas eletrónicas qualificadas fácil e conveniente para todas
as partes a nível da União.
(58) Para as transações em que é exigido o selo eletrónico qualificado de uma pessoa coletiva, deverá ser igualmente
aceitável a assinatura eletrónica qualificada do respetivo representante autorizado.
(59) Os selos eletrónicos deverão servir de prova da emissão de um documento eletrónico por determinada pessoa
coletiva, certificando a origem e a integridade do documento.
(60) Os prestadores de serviços de confiança que emitam certificados qualificados de selo eletrónico deverão aplicar as
medidas necessárias para determinar a identidade da pessoa singular que representa a pessoa coletiva à qual tenha
sido fornecido certificado qualificado de selo eletrónico, se a identificação for necessária a nível nacional em ações
judiciais ou administrativas.
28.8.2014 PT Jornal Oficial da União Europeia L 257/81
(61) O presente regulamento deverá assegurar a preservação das informações a longo prazo, para assegurar a validade
legal das assinaturas e dos selos eletrónicos durante períodos alargados e garantir que possam ser validados
independentemente da evolução tecnológica futura.
(62) Para garantir a segurança dos selos temporais qualificados, o regulamento deverá exigir a utilização de um selo
eletrónico avançado ou da assinatura eletrónica avançada ou de outros métodos equivalentes. É previsível que a
inovação possa abrir caminho a novas tecnologias que garantam um nível de segurança equivalente para os selos
temporais. Se for utilizado um método diferente do selo eletrónico avançado ou da assinatura eletrónica avançada,
deverá caber ao prestador qualificado de serviços de confiança demonstrar, no relatório de avaliação da confor
midade, que o método utilizado garante um nível de segurança equivalente e cumpre as obrigações estabelecidas
no presente regulamento.
(63) Os documentos eletrónicos são importantes para o futuro desenvolvimento das transações eletrónicas transfron
teiriças no mercado interno. O presente regulamento deverá estabelecer o princípio segundo o qual não podem ser
recusados efeitos legais a um documento eletrónico pelo facto de se apresentar em formato eletrónico garantindo
que que nenhuma transação eletrónica é rejeitada pelo facto de o documento se apresentar em formato eletrónico.
(64) Relativamente aos formatos das assinaturas e selos eletrónicos avançados, a Comissão deverá basear-se nas práticas,
normas e disposições legislativas existentes, nomeadamente na Decisão 2011/130/UE da Comissão (1).
(65) Além de autenticarem o documento produzido pela pessoa coletiva, os selos eletrónicos podem ser utilizados para
autenticar qualquer bem digital da pessoa coletiva, como um código de software ou um servidor.
(66) É essencial prever um quadro legal para facilitar o reconhecimento transfronteiriço entre os sistemas jurídicos
nacionais vigentes no que diz respeito aos serviços de envio registado eletrónico. Esse quadro também pode abrir
novas oportunidades aos prestadores de serviços de confiança da União para oferecerem novos serviços de envio
registado eletrónico pan-europeu.
(67) Os serviços de autenticação de sítios web fornecem meios que dão aos visitantes de um sítio web a garantia de que
existe uma entidade genuína e legítima responsável pelo sítio. Estes serviços contribuem para a criação de
segurança e confiança na realização de negócios em linha, pois os utilizadores terão confiança nos sítios web
que tenham sido autenticados. A prestação e utilização dos serviços de autenticação de sítios web são inteiramente
voluntárias. Contudo, para que a autenticação de sítios web venha a constituir um meio de reforçar a confiança,
proporcionar uma melhor experiência ao utilizador e estimular o crescimento no mercado interno, o presente
regulamento deverá estabelecer obrigações mínimas em matéria de segurança e responsabilidade a cumprir pelos
prestadores e pelos serviços por eles prestados. Para esse efeito, foram tidos em conta os resultados de atuais
iniciativas do setor (por exemplo, Fórum de Autoridades de Certificação/Browsers — CA/B Fórum). Além disso, o
presente regulamento não deverá impedir a utilização de outros meios ou métodos para autenticar um sítio web
não abrangido pelo presente regulamento, nem deverá impedir que os prestadores de países terceiros prestem os
seus serviços de autenticação de sítios web a clientes na União. Todavia, em conformidade com o presente
regulamento, os serviços de autenticação de sítios web de prestadores de países terceiros só deverão ser reconhe
cidos como qualificados se tiver sido celebrado um acordo internacional entre a União e o país de estabelecimento
do prestador.
(68) A noção de «pessoa coletiva», nos termos do disposto no Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia
(TFUE) em matéria de estabelecimento, deixa aos operadores a liberdade de escolherem a forma jurídica que
considerarem mais adequada para o exercício da sua atividade. Assim, entende-se por «pessoa coletiva», na aceção
do TFUE, todas as entidades constituídas nos termos da lei de um Estado-Membro, ou por estas regidas, inde
pendentemente da sua forma jurídica.
(69) As instituições, órgãos, gabinetes e agências da União são incentivadas a reconhecer a identificação eletrónica e os
serviços de confiança abrangidos pelo presente regulamento para efeitos de cooperação administrativa, nomeada
mente tirando partido das boas práticas e dos resultados dos projetos em curso nos domínios abrangidos pelo
presente regulamento.
(1) Decisão 2011/130/UE da Comissão, de 25 de fevereiro de 2011, que estabelece requisitos mínimos para o processamento trans
fronteiriço de documentos assinados eletronicamente pelas autoridades competentes nos termos da Diretiva 2006/123/CE do
Parlamento Europeu e do Conselho relativa aos serviços no mercado interno (JO L 53 de 26.2.2011, p. 66).
L 257/82 PT Jornal Oficial da União Europeia 28.8.2014
(70) A fim de complementar com flexibilidade e rapidez certos aspetos técnicos detalhados do presente regulamento, o
poder de adotar atos nos termos do artigo 290.o do TFUE deverá ser delegado na Comissão no que diz respeito
aos critérios a cumprir pelas entidades responsáveis pela certificação de dispositivos qualificados de criação de
assinaturas eletrónicas. É particularmente importante que a Comissão proceda às consultas adequadas durante os
trabalhos preparatórios, inclusive ao nível de peritos. A Comissão, quando preparar e redigir atos delegados, deverá
assegurar a transmissão simultânea, atempada e adequada dos documentos relevantes ao Parlamento Europeu e ao
Conselho.
(71) A fim de garantir condições uniformes de execução do presente regulamento, deverão ser atribuídas competências
de execução à Comissão, em particular para especificar os números de referência das normas cuja utilização
conferirá uma presunção de conformidade com certos requisitos estabelecidos no presente regulamento. Essas
competências deverão ser exercidas nos termos do Regulamento (UE) n.o 182/2011 do Parlamento Europeu e do
Conselho (1).
(72) Quando adotar atos delegados ou de execução, a Comissão deverá considerar as normas e especificações técnicas
estabelecidas pelas organizações e entidades europeias e internacionais de normalização, nomeadamente o Comité
Europeu de Normalização (CEN), o Instituto Europeu de Normas de Telecomunicações (ETSI), a Organização
Internacional de Normalização (ISO) e a União Internacional das Telecomunicações (UIT), a fim de assegurar
um nível elevado de segurança e de interoperabilidade da identificação eletrónica e dos serviços de confiança.
(73) Por razões de segurança jurídica e de clareza, a Diretiva 1999/93/CE deverá ser revogada.
(74) Para garantir segurança jurídica aos operadores do mercado que já utilizam certificados qualificados emitidos a
pessoas singulares em conformidade com a Diretiva 1999/93/CE, é necessário prever um prazo suficiente para a
transição. Do mesmo modo, deverão ser previstas medidas transitórias para os dispositivos seguros de criação de
assinaturas, cuja conformidade tenha sido determinada nos termos da Diretiva 1999/93/CE, e para os prestadores
de serviços de certificação que emitam certificados qualificados até 1 de julho de 2016. Por último, é também
necessário dotar a Comissão dos meios que lhe permitam adotar os atos de execução e os atos delegados antes
dessa data.
(75) As datas de aplicação fixadas no presente regulamento não afetam as obrigações que já incumbem aos Estados-
-Membros nos termos da legislação da União, em especial da Diretiva 2006/123/CE.
(76) Atendendo a que os objetivos do presente regulamento não podem ser suficientemente alcançados pelos Estados-
-Membros, mas podem, devido à dimensão da ação prevista, ser mais bem alcançados ao nível da União, a União
pode tomar medidas em conformidade com o princípio da subsidiariedade consagrado no artigo 5.o do Tratado da
União Europeia. Em conformidade com o princípio da proporcionalidade consagrado no mesmo artigo, o presente
regulamento não excede o necessário para alcançar esses objetivos.
(77) A Autoridade Europeia para a Proteção de Dados foi consultada em conformidade com o artigo 28.o, n.o 2, do
Regulamento (CE) n.o 45/2001 do Parlamento Europeu e do Conselho (2) e emitiu parecer em 27 de setembro de
2012 (3),
(1) Regulamento (UE) n.o 182/2011 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de fevereiro de 2011, que estabelece as regras e os
princípios gerais relativos aos mecanismos de controlo pelos Estados-Membros do exercício das competências de execução pela
Comissão (JO L 55 de 28.2.2011, p. 13).
(2) Regulamento (CE) n.o 45/2001 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 18 de dezembro de 2000, relativo à proteção das pessoas
singulares no que diz respeito ao tratamento de dados pessoais pelas instituições e pelos órgãos comunitários e à livre circulação
desses dados (JO L 8 de 12.1.2001, p. 1).
(3) JO C 28 de 30.1.2013, p. 6.
28.8.2014 PT Jornal Oficial da União Europeia L 257/83
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo 1.o
Objeto
Tendo em vista assegurar o correto funcionamento do mercado interno e alcançar um nível adequado de segurança dos
meios de identificação eletrónica e dos serviços de confiança, o presente regulamento:
a) Estabelece as condições em que os Estados-Membros reconhecem e aceitam os meios de identificação eletrónica para
identificar pessoas singulares e coletivas no quadro de um sistema de identificação eletrónica notificado de outro
Estado-Membro;
c) Institui um quadro legal para as assinaturas eletrónicas, os selos eletrónicos, os selos temporais, os documentos
eletrónicos, os serviços de envio registado eletrónico e os serviços de certificados para autenticação de sítios web.
Artigo 2.o
Âmbito de aplicação
1. O presente regulamento aplica-se aos sistemas de identificação eletrónica notificados pelos Estados-Membros e aos
prestadores de serviços de confiança estabelecidos na União.
2. O presente regulamento não se aplica à oferta de serviços de confiança utilizados exclusivamente dentro de sistemas
fechados que decorram da legislação nacional ou de acordos entre um grupo definido de participantes.
3. O presente regulamento não prejudica as disposições legislativas nacionais ou da União em matéria de celebração e
validade de contratos nem outras obrigações legais ou de natureza processual relativas à forma.
Artigo 3.o
Definições
Para efeitos do presente regulamento, entende-se por:
1) «Identificação eletrónica»: o processo de utilização dos dados de identificação pessoal em formato eletrónico que
representam de modo único uma pessoa singular ou coletiva ou uma pessoa singular que represente uma pessoa
coletiva;
2) «Meio de identificação eletrónica»: uma unidade material e/ou imaterial que contenha os dados de identificação
pessoal e que seja utilizada para autenticação de um serviço em linha;
3) «Dados de identificação pessoal»: um conjunto de dados que permitam determinar a identidade de uma pessoa
singular ou coletiva ou de uma pessoa singular que represente uma pessoa coletiva;
4) «Sistema de identificação eletrónica»: um sistema de identificação eletrónica ao abrigo do qual sejam produzidos
meios de identificação eletrónica para as pessoas singulares ou coletivas, ou para as pessoas singulares que repre
sentem pessoas coletivas;
L 257/84 PT Jornal Oficial da União Europeia 28.8.2014
5) «Autenticação»: o processo eletrónico que permite a identificação eletrónica de uma pessoa singular ou coletiva ou da
origem e integridade de um dado em formato eletrónico a confirmar;
6) «Utilizador»: a pessoa singular ou coletiva que utiliza a identificação eletrónica ou o serviço de confiança;
7) «Organismo público»: uma entidade estatal nacional, regional ou local, um organismo de direito público ou uma
associação formada por uma ou mais dessas entidades ou por um ou mais organismos de direito público, ou uma
entidade privada mandatada por, pelo menos, uma dessas autoridades, organismos ou associações como sendo de
interesse público, ao abrigo de tal mandato;
8) «Organismo de direito público»: o organismo definido no artigo 2.o, n.o 1, ponto 4), da Diretiva 2014/24/UE do
Parlamento Europeu e do Conselho (1);
10) «Assinatura eletrónica»: os dados em formato eletrónico que se ligam ou estão logicamente associados a outros dados
em formato eletrónico e que sejam utilizados pelo signatário para assinar;
11) «Assinatura eletrónica avançada»: uma assinatura eletrónica que obedeça aos requisitos estabelecidos no artigo 26.o;
12) «Assinatura eletrónica qualificada»: uma assinatura eletrónica avançada criada por um dispositivo qualificado de
criação de assinaturas eletrónicas e que se baseie num certificado qualificado de assinatura eletrónica;
13) «Dados para a criação de uma assinatura eletrónica»: o conjunto único de dados que é utilizado pelo signatário para
criar uma assinatura eletrónica;
14) «Certificado de assinatura eletrónica»: um atestado eletrónico que associa os dados de validação da assinatura
eletrónica a uma pessoa singular e confirma, pelo menos, o seu nome ou pseudónimo;
15) «Certificado qualificado de assinatura eletrónica»: um certificado de assinatura eletrónica, que seja emitido por um
prestador de serviços de confiança e satisfaça os requisitos estabelecidos no anexo I;
16) «Serviço de confiança»: um serviço eletrónico geralmente prestado mediante remuneração, que consiste:
a) Na criação, verificação e validação de assinaturas eletrónicas, selos eletrónicos ou selos temporais, serviços de
envio registado eletrónico e certificados relacionados com estes serviços; ou
c) Na preservação das assinaturas, selos ou certificados eletrónicos relacionados com esses serviços;
17) «Serviço de confiança qualificado»: um serviço de confiança que satisfaça os requisitos aplicáveis estabelecidos no
presente regulamento;
(1) Diretiva 2014/24/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de fevereiro de 2014, relativa aos contratos públicos e que revoga
a Diretiva 2004/18/CE (JO L 94 de 28.3.2014, p. 65).
28.8.2014 PT Jornal Oficial da União Europeia L 257/85
18) «Organismo de avaliação da conformidade»: o organismo definido no artigo 2.o, n.o 13, do Regulamento (CE)
n.o 765/2008, que é acreditado nos termos do mesmo regulamento como sendo competente para realizar a
avaliação da conformidade de prestadores qualificados de serviços de confiança e dos serviços de confiança quali
ficados prestados;
19) «Prestador de serviços de confiança»: a pessoa singular ou coletiva que preste um ou mais do que um serviço de
confiança quer como prestador qualificado quer como prestador não qualificado de serviços de confiança;
20) «Prestador qualificado de serviços de confiança»: o prestador de serviços de confiança que preste um ou mais do que
um serviço de confiança qualificado e ao qual é concedido o estatuto de qualificado pela entidade supervisora;
21) «Produto»: hardware ou software, ou componentes pertinentes de hardware ou software, que se destinem a ser utilizados
para a prestação de serviços de confiança;
22) «Dispositivo de criação de assinaturas eletrónicas»: software ou hardware configurados, utilizados para criar assinaturas
eletrónicas;
23) «Dispositivo qualificado de criação de assinaturas eletrónicas»: o dispositivo para a criação de assinaturas eletrónicas
que cumpra os requisitos estabelecidos no anexo II;
25) «Selo eletrónico»: os dados em formato eletrónico apenso ou logicamente associado a outros dados em formato
eletrónico para garantir a origem e a integridade destes últimos;
26) «Selo eletrónico avançado»: um selo eletrónico que obedeça aos requisitos estabelecidos no artigo 36.o:
27) «Selo eletrónico qualificado»: selo eletrónico avançado criado por um dispositivo qualificado de criação de selos
eletrónicos e que se baseie num certificado qualificado de selo eletrónico;
28) «Dados para a criação de um selo eletrónico»: o conjunto único de dados que seja utilizado pelo criador do selo
eletrónico para criar um selo eletrónico;
29) «Certificado de selo eletrónico»: um atestado eletrónico que associa os dados de validação do selo eletrónico a uma
pessoa coletiva e confirma o seu nome;
30) «Certificado qualificado de selo eletrónico»: um certificado de selo eletrónico emitido por um prestador qualificado de
serviços de confiança que satisfaça os requisitos estabelecidos no anexo III;
31) «Dispositivo de criação de selos eletrónicos»: software ou hardware configurados, utilizados para criar selos eletrónicos;
32) «Dispositivo qualificado de criação de selos eletrónicos»: um dispositivo para a criação de selos eletrónicos que
satisfaça mutatis mutandis os requisitos estabelecidos no anexo II;
33) «Selos temporais»: os dados em formato eletrónico que vinculam outros dados em formato eletrónico a uma hora
específica, criando uma prova de que esses outros dados existiam nesse momento;
34) «Selo temporal qualificado»: um selo temporal que satisfaça os requisitos estabelecidos no artigo 42.o;
L 257/86 PT Jornal Oficial da União Europeia 28.8.2014
35) «Documento eletrónico»: qualquer conteúdo armazenado em formato eletrónico, nomeadamente texto ou gravação
sonora, visual ou audiovisual;
36) «Serviço de envio registado eletrónico»: um serviço que torne possível a transmissão de dados entre terceiros por
meios eletrónicos e forneça prova do tratamento dos dados transmitidos, nomeadamente a prova do envio e da
receção dos mesmos, e que proteja os dados transferidos contra o risco de perda, roubo, dano ou alteração não
autorizada;
37) «Serviço qualificado de envio registado eletrónico»: um serviço de envio registado eletrónico que satisfaça os
requisitos estabelecidos no artigo 44.o;
38) «Certificado de autenticação de sítio web»: um atestado que torne possível autenticar um sítio web e associe o sítio web
à pessoa singular ou coletiva à qual o certificado tenha sido emitido;
39) «Certificado qualificado de autenticação de sítios web»: um certificado de autenticação de sítios web que seja emitido
por um prestador de serviços de confiança e satisfaça os requisitos estabelecidos no anexo I;
40) «Dados de validação»: dados que são utilizados para validar uma assinatura eletrónica ou um selo eletrónico;
41) «Validação»: o processo pelo qual é verificada e confirmada a validade de uma assinatura ou selo eletrónico.
Artigo 4.o
Princípios relativos ao mercado interno
1. Não podem ser impostas restrições à prestação de serviços de confiança no território dos Estados-Membros por
prestadores de serviços de confiança estabelecidos noutros Estados-Membros por razões que se enquadrem nos domínios
abrangidos pelo presente regulamento.
2. Os produtos e serviços de confiança que cumpram o disposto no presente regulamento podem circular livremente
no mercado interno.
Artigo 5.o
Tratamento e proteção dos dados
1. O tratamento dos dados pessoais é realizado nos termos da Diretiva 95/46/CE.
2. Sem prejuízo dos efeitos legais conferidos aos pseudónimos nos termos das legislações nacionais, não é proibido
utilizar pseudónimos em transações eletrónicas.
CAPÍTULO II
IDENTIFICAÇÃO ELETRÓNICA
Artigo 6.o
Reconhecimento mútuo
1. Quando, para aceder a um serviço em linha prestado por um organismo público de um Estado-Membro, seja
exigida, ao abrigo da legislação ou nos termos da prática administrativa nacional, uma identificação eletrónica baseada
num meio de identificação eletrónica e numa autenticação, o meio de identificação eletrónica produzido noutro Estado-
-Membro é reconhecido no primeiro Estado-Membro para efeitos de autenticação transfronteiriço para o referido serviço
em linha, se estiverem reunidas as seguintes condições:
a) O meio de identificação eletrónica ser produzido por um sistema de identificação eletrónica constante da lista
publicada pela Comissão nos termos do artigo 9.o;
28.8.2014 PT Jornal Oficial da União Europeia L 257/87
b) O nível de garantia do meio de identificação eletrónica corresponder a um nível de garantia igual ou superior ao
exigido pelo organismo público para o acesso ao serviço em linha no primeiro Estado-Membro, desde que o nível de
garantia do referido meio de identificação eletrónica corresponda ao nível substancial ou elevado;
c) O organismo público em causa utilizar o nível de garantia substancial ou elevado para conceder acesso ao referido
serviço em linha.
O reconhecimento é efetuado num prazo de 12 meses após a Comissão ter publicado, a lista a que se refere a alínea a) do
primeiro parágrafo.
2. O meio de identificação eletrónica produzido por um sistema de identificação eletrónica constante da lista publicada
pela Comissão nos termos do artigo 9.o, e correspondente ao nível de garantia baixo, pode ser reconhecido pelos
organismos públicos para efeitos de autenticação transfronteiriça para conceder acesso ao serviço prestado em linha
por esses mesmos organismos.
Artigo 7.o
Elegibilidade para notificação dos sistemas de identificação eletrónica
Os sistemas de identificação eletrónica podem ser notificados nos termos do artigo 9.o, n.o 1, se estiverem reunidas todas
as seguintes condições:
a) Os meios de identificação eletrónica que integram o sistema de identificação eletrónica serem produzidos:
b) Os meios de identificação eletrónica que integram o sistema de identificação eletrónica poderem ser utilizados para
aceder pelo menos a um serviço prestado por um organismo público que exija identificação eletrónica no Estado-
-Membro notificante;
c) O sistema de identificação eletrónica e os meios de identificação eletrónica por ele produzidos preencherem os
requisitos de pelo menos um dos níveis de garantia estabelecidos no ato de execução a que se refere o artigo 8.o, n.o 3;
d) O Estado-Membro notificante garantir que os dados de identificação que representam de modo único a pessoa em
causa são atribuídos, em conformidade com as especificações técnicas, as normas e os procedimentos para o nível de
garantia pertinente definido no ato de execução a que se refere o artigo 8.o, n.o 3, à pessoa singular ou coletiva referida
no artigo 3.o, ponto 1, no momento em que os meios de identificação eletrónica que integram o sistema forem
produzidos;
e) A parte que produz os meios de identificação eletrónica que integram o sistema garantir que os mesmos meios de
identificação são atribuídos à pessoa singular ou coletiva a que se refere a alínea d), do presente artigo, em confor
midade com as especificações técnicas, as normas e os procedimentos para o nível de garantia pertinente definido no
ato de execução a que se refere o artigo 8.o, n.o 3;
f) O Estado-Membro notificante garantir a possibilidade de autenticação em linha, para que qualquer utilizador estabe
lecido no território de outro Estado-Membro possa confirmar os dados de identificação recebidos em formato
eletrónico.
L 257/88 PT Jornal Oficial da União Europeia 28.8.2014
Para os utilizadores que não sejam organismos públicos, o Estado-Membro notificante pode definir termos de acesso à
referida autenticação. Este tipo de autenticação transfronteiriça é gratuito se for realizado para acesso a um serviço em
linha prestado por um organismo público.
Os Estados-Membros não podem impor requisitos técnicos específicos desproporcionados aos utilizadores que pre
tendam executar essa autenticação, se esses requisitos impedirem ou dificultarem significativamente a interoperabili
dade dos sistemas de identificação eletrónica notificados;
g) No mínimo seis meses antes da notificação prevista no artigo 9.o, n.o 1, o Estado-Membro notificante fornecer aos
outros Estados-Membros para cumprimento da obrigação estabelecida no artigo 12.o, n.o 5, uma descrição do sistema,
de acordo com as modalidades processuais definidas pelos atos de execução a que se refere o artigo 12.o, n.o 7;
h) O sistema de identificação eletrónica cumprir os requisitos definidos no ato de execução mencionado no artigo 12.o,
n.o 8.
Artigo 8.o
Níveis de garantia dos sistemas de identificação eletrónica
1. Os sistemas de identificação eletrónica notificados nos termos do artigo 9.o, n.o 1, especificam os níveis de garantia
reduzidos, substanciais e/ou elevados para os meios de identificação eletrónica neles produzidos.
3. Até 18 de setembro de 2015, tendo em conta as normas internacionais aplicáveis e sob reserva do n.o 2, a
Comissão define, por meio de atos de execução, as especificações técnicas mínimas, as normas e os procedimentos
que devem servir de referência para a especificação dos níveis de garantia reduzido, substancial e elevado para meios de
identificação eletrónica para efeitos do n.o 1.
As especificações técnicas mínimas, as normas e os procedimentos são estabelecidos por referência à confiança e
qualidade:
a) Do procedimento para provar e verificar a identidade das pessoas singulares ou coletivas que requeiram a produção do
meio de identificação eletrónica;
28.8.2014 PT Jornal Oficial da União Europeia L 257/89
c) Do mecanismo de autenticação através do qual a pessoa singular ou coletiva utiliza o meio de identificação eletrónica
para confirmar a sua identidade a um utilizador;
e) De qualquer outro organismo implicado no processo de requisição da produção do meio de identificação eletrónica; e
Esses atos de execução são adotados pelo procedimento de exame a que se refere o artigo 48.o, n.o 2.
Artigo 9.o
Notificação
1. O Estado-Membro notificante notifica à Comissão as seguintes informações e, sem atrasos indevidos, todas as
eventuais alterações posteriores às mesmas:
a) Uma descrição do sistema de identificação eletrónica, nomeadamente dos seus níveis de garantia e do produtor ou
produtores dos meios de identificação eletrónica que integram o sistema;
d) Os dados da entidade ou entidades que gerem o registo dos dados únicos de identificação da pessoa singular ou
coletiva;
e) Uma descrição da forma como são cumpridos os requisitos definidos nos atos de execução a que se refere o
artigo 12.o, n.o 8;
2. Um ano após a data de aplicação dos atos de execução a que se refere os artigos 8.o, n.o 3, e 12.o, n.o 8, a Comissão
publica no Jornal Oficial da União Europeia uma lista dos sistemas de identificação eletrónica que tenham sido notificados
nos termos do n.o 1 do presente artigo e as informações básicas a eles respeitantes.
3. Se receber uma notificação após o termo do prazo referido no n.o 2, a Comissão publica no Jornal Oficial da União
Europeia as alterações à lista referida no n.o 2 num prazo de dois meses a contar da data da receção da notificação.
L 257/90 PT Jornal Oficial da União Europeia 28.8.2014
4. Os Estados-Membros podem solicitar à Comissão que retire da lista referida no n.o 2 os sistemas de identificação
eletrónica que tenham notificado. A Comissão publica no Jornal Oficial da União Europeia as correspondentes alterações à
lista no prazo de um mês após a receção do pedido do Estado-Membro.
5. A Comissão pode, por meio de atos de execução, definir as circunstâncias, os formatos e os procedimentos para a
notificação ao abrigo do n.o 1. Esses atos de execução são adotados pelo procedimento de exame a que se refere o
artigo 48.o, n.o 2.
Artigo 10.o
Violação da segurança
1. Se o sistema de identificação eletrónica notificado nos termos do artigo 9.o, n.o 1, ou a autenticação referida no
artigo 7.o, alínea f), forem violados ou parcialmente comprometidos de forma que prejudique a fiabilidade da autenticação
transfronteiriça do sistema, o Estado-Membro notificante suspende ou revoga sem demora a referida autenticação ou os
elementos comprometidos, informando desse facto os outros Estados-Membros e a Comissão.
3. Se a violação ou o comprometimento referidos no n.o 1 não forem sanados no prazo de três meses a contar da
suspensão ou revogação, o Estado-Membro notificante notifica os outros Estados-Membros e a Comissão da supressão do
sistema de identificação eletrónica.
A Comissão publica no Jornal Oficial da União Europeia, sem demora indevida, as alterações correspondentes à lista a que
se refere o artigo 9.o, n.o 2.
Artigo 11.o
Responsabilidade
1. O Estado-Membro notificante responde pelos danos causados deliberadamente ou por negligência a qualquer pessoa
singular ou coletiva por incumprimento das obrigações que lhe são impostas nos termos do artigo 7.o, alíneas d) e f),
numa transação transfronteiriça.
2. A parte que produz o meio de identificação eletrónica responde pelos danos causados deliberadamente ou por
negligência a qualquer pessoa singular ou coletiva pelo incumprimento da obrigação que lhe é imposta nos termos do
artigo 7.o, alínea e), numa transação transfronteiriça.
3. A parte que executa o procedimento de autenticação responde pelos danos causados deliberadamente ou por
negligência a qualquer pessoa singular ou coletiva por não assegurar, numa transação transfronteiriça, a correta auten
ticação a que se refere o artigo 7.o, alínea f).
5. Os n.os 1, 2 e 3 aplicam-se sem prejuízo da responsabilidade das partes nos termos do direito nacional, relativa
mente a uma transação em que sejam utilizados meios de identificação eletrónica abrangidos pelo sistema de identificação
eletrónica notificado nos termos do artigo 9.o, n.o 1.
Artigo 12.o
Cooperação e interoperabilidade
1. Os sistemas nacionais de identificação eletrónica notificados nos termos do artigo 9.o, n.o 1 são interoperáveis.
a) Procurar ser tecnologicamente neutro e não fazer discriminações em relação às soluções técnicas nacionais específicas
utilizadas para a identificação eletrónica no Estado-Membro em causa;
d) Assegurar que os dados pessoais são tratados nos termos da Diretiva 95/46/CE.
a) A referência aos requisitos técnicos mínimos relacionados com os níveis de garantia previstos no artigo 8.o;
b) A tabela das correspondências entre os níveis de garantia nacionais dos sistemas de identificação eletrónica notificados
e os níveis de garantia previstos no artigo 8.o;
d) A referência a um conjunto mínimo de dados de identificação que representem de modo único uma pessoa singular
ou coletiva, produzido por sistemas de identificação eletrónica;
e) As regras processuais;
a) Interoperabilidade dos sistemas de identificação eletrónica notificados nos termos do artigo 9.o, n.o 1, e dos sistemas
de identificação eletrónica que os Estados-Membros pretendem notificar; e
a) O intercâmbio de informações, experiências e boas práticas relativamente aos sistemas de identificação eletrónica,
nomeadamente no que respeita aos requisitos técnicos relacionados com a interoperabilidade e os níveis de garantia;
b) O intercâmbio de informações, experiência e boas práticas relativamente aos níveis de garantia de sistemas de
identificação eletrónica previstos no artigo 8.o;
c) A avaliação pelos pares dos sistemas de identificação eletrónica abrangidos pelo presente regulamento; e
7. Até 18 de março de 2015, a Comissão estabelece, por meio de atos de execução, as necessárias modalidades
processuais de facilitação da cooperação entre os Estados-Membros a que se referem os n.os 5 e 6, tendo em vista
promover um nível elevado de confiança e segurança, adequado ao grau de risco.
8. Até 18 de setembro de 2015, para efeitos da definição das condições uniformes para o cumprimento do requisito
referido no n.o 1, a Comissão, sob reserva dos critérios estabelecidos no n.o 3 e tendo em conta os resultados da
cooperação entre os Estados-Membros, adota atos de execução referentes ao quadro de interoperabilidade tal como é
definido no n.o 4.
9. Os atos de execução referidos nos n.os 7 e 8 são adotados pelo procedimento de exame a que se refere o artigo 48.o,
n.o 2.
CAPÍTULO III
SERVIÇOS DE CONFIANÇA
SECÇÃO 1
Disposições gerais
Artigo 13.o
Responsabilidade e ónus da prova
1. Sem prejuízo do disposto no n.o 2, os prestadores de serviços de confiança respondem pelos danos causados
deliberadamente ou por negligência a todas as pessoas singulares ou coletivas por incumprimento das obrigações previstas
no presente regulamento.
O ónus da prova da intenção ou negligência de um prestador não qualificado de serviços de confiança recai sobre a
pessoa singular ou coletiva que intente a ação de indemnização pelos danos referidos no n.o 1.
Presume-se a intenção ou negligência de um prestador qualificado de serviços de confiança, exceto se este provar que os
danos referidos no primeiro parágrafo não foram causados por sua intenção ou negligência.
2. Se os prestadores de serviços de confiança informarem prévia e devidamente os seus clientes sobre os limites da
utilização dos serviços prestados e, se esses limites forem identificáveis por terceiros, os mesmos prestadores de serviços
de confiança não respondem pelos danos decorrentes de uma utilização dos serviços que exceda os limites indicados.
Artigo 14.o
Aspetos internacionais
1. Os serviços de confiança prestados por prestadores de serviços de confiança estabelecidos num país terceiro são
reconhecidos como juridicamente equivalentes aos serviços de confiança qualificados prestados por prestadores qualifi
cados de serviços de confiança estabelecidos na União, se os serviços de confiança originários do país terceiro forem
reconhecidos nos termos de um acordo celebrado entre a União e o país terceiro em causa ou uma organização
internacional em conformidade com o artigo 218.o do TFUE.
28.8.2014 PT Jornal Oficial da União Europeia L 257/93
a) Os requisitos aplicáveis aos prestadores qualificados de serviços de confiança estabelecidos na União e os serviços de
confiança qualificados por eles prestados são cumpridos pelos prestadores de serviços de confiança no país terceiro ou
organizações internacionais com os quais tenham sido celebrados acordos, e pelos serviços de confiança que forne
cerem;
b) Os serviços de confiança qualificados prestados pelos prestadores qualificados de serviços de confiança estabelecidos na
União são reconhecidos como juridicamente equivalentes aos serviços de confiança prestados por prestadores de
serviços de confiança nos países terceiros ou organizações internacionais com os quais tenham sido celebrados
acordos.
Artigo 15.o
Acessibilidade para as pessoas com deficiência
Quando tal for exequível, os serviços de confiança oferecidos e os produtos de utilizador final utilizados na oferta desses
serviços serão acessíveis às pessoas com deficiência.
Artigo 16.o
Sanções
Os Estados-Membros estabelecem o regime de sanções aplicável às infrações ao presente regulamento. As sanções
impostas serão efetivas, proporcionadas e dissuasivas.
SECÇÃO 2
Supervisão
Artigo 17.o
Entidade supervisora
1. Os Estados-Membros designam uma entidade supervisora estabelecida no seu território ou, por mútuo acordo com
outro Estado-Membro, uma entidade supervisora estabelecida nesse outro Estado-Membro. Essa entidade é responsável
pelas funções de supervisão no Estado-Membro que procede à designação.
As entidades supervisoras são dotadas dos poderes necessários e recursos adequados para o exercício das suas funções.
2. Os Estados-Membros comunicam à Comissão os nomes e os endereços das entidades supervisoras que designarem.
b) Se necessário, tomar medidas face aos prestadores de serviços de confiança não qualificados estabelecidos no território
do Estado-Membro que procede à designação, por meio de atividades de supervisão a posteriori, se lhe for alegado que
os ditos prestadores ou os serviços de confiança por eles prestados não cumprem os requisitos estabelecidos no
presente regulamento.
L 257/94 PT Jornal Oficial da União Europeia 28.8.2014
4. Para efeitos do n.o 3 e sob reserva dos limites nele impostos, contam-se entre as funções da entidade supervisora,
em particular:
a) Colaborar com outras entidades supervisoras e prestar-lhes assistência, nos termos do artigo 18.o;
b) Analisar os relatórios de avaliação da conformidade referidos no artigo 20.o, n.o 1, e no artigo 21.o, n.o 1;
c) Informar outras entidades supervisoras e o público das violações de segurança ou perdas de integridade, nos termos do
artigo 19.o, n.o 2;
d) Apresentar à Comissão relatório sobre as suas atividades principais, nos termos do n.o 6;
e) Realizar auditorias ou solicitar a organismos de avaliação da conformidade que efetuem avaliações da conformidade de
prestadores qualificados de serviços de confiança, nos termos do artigo 20.o, n.o 2;
f) Cooperar com as autoridades de proteção de dados, nomeadamente informando-as sem demora indevida dos resul
tados das auditorias realizadas a prestadores qualificados de serviços de confiança, se houver suspeita de terem sido
violadas as regras de proteção dos dados pessoais;
g) Atribuir e retirar o estatuto de qualificado aos prestadores de serviços de confiança e aos serviços por eles prestados,
nos termos dos artigos 20.o e 21.o;
h) Informar a entidade responsável pela lista de confiança nacional referida no artigo 22.o, n.o 3, das suas decisões de
atribuir ou retirar o estatuto de qualificado, exceto se a referida entidade for a própria entidade supervisora;
i) Verificar a existência e a aplicação correta das disposições sobre os planos de cessação quando o prestador qualificado
de serviços de confiança cesse a sua atividade, nomeadamente a forma como é garantido o acesso à informação, nos
termos do artigo 24.o, n.o 2, alínea h);
j) Exigir que os prestadores de serviços de confiança corrijam os eventuais incumprimentos dos requisitos previstos no
presente regulamento.
5. Os Estados-Membros podem exigir que a entidade supervisora crie, conserve e atualize uma infraestrutura de
confiança de acordo com as condições estabelecidas pelo direito nacional.
6. Até 31 de março de cada ano, as entidades supervisoras apresentam à Comissão um relatório sobre as principais
atividades do ano anterior, juntamente com um resumo das notificações de violações enviadas pelos prestadores de
serviços de confiança nos termos do disposto no artigo 19.o, n.o 2.
8. A Comissão pode, por meio de atos de execução, definir os formatos e os procedimentos aplicáveis ao relatório
referido no n.o 6. Esses atos de execução são adotados pelo procedimento de exame a que se refere o artigo 48.o, n.o 2.
28.8.2014 PT Jornal Oficial da União Europeia L 257/95
Artigo 18.o
Assistência mútua
1. As entidades supervisoras cooperam tendo em vista o intercâmbio de boas práticas.
Após receção de um pedido justificado por outra entidade supervisora, as entidades supervisoras prestam assistência
àquela entidade para que as atividades de entidade supervisora possam ser exercidas de maneira coerente. A assistência
mútua pode abranger, em particular, pedidos de informação e medidas de supervisão, tais como pedidos de realização de
inspeções relacionadas com os relatórios de avaliação da conformidade referidos nos artigos 20.o e 21.o.
2. As entidades supervisoras às quais tenham sido dirigidos pedidos de assistências podem indeferi-los por qualquer
dos seguintes motivos:
b) A assistência solicitada não for proporcional às atividades de supervisão realizadas pelas entidades supervisoras nos
termos do disposto no artigo 17.o;
3. Quando se justificar, os Estados-Membros podem autorizar as respetivas entidades supervisoras a efetuar investi
gações conjuntas nas quais participem quadros das entidades supervisoras de outros Estados-Membros. As disposições e
procedimentos aplicáveis a tais atividades conjuntas são acordadas e estabelecidas pelos Estados-Membros em causa nos
termos das respetivas legislações nacionais.
Artigo 19.o
Requisitos de segurança aplicáveis aos prestadores de serviços de confiança
1. Os prestadores qualificados e não qualificados de serviços de confiança tomam as medidas de caráter técnico e
organizativo que forem adequadas para gerir os riscos que se colocam à segurança dos serviços de confiança que prestam.
Tendo em conta a evolução tecnológica mais recente, essas medidas assegurarão um nível de segurança proporcional ao
grau de risco existente. Em particular, são tomadas medidas para impedir ou reduzir ao mínimo o impacto dos incidentes
de segurança e informar as partes interessadas dos efeitos adversos dos eventuais incidentes.
2. Os prestadores, qualificados e não qualificados, de serviços de confiança notificam, sem demora indevida, mas
sempre no prazo de 24 horas após terem tomado conhecimento do ocorrido, a entidade supervisora e, se necessário,
outras entidades, como a entidade nacional competente em matéria de segurança da informação ou a autoridade
responsável pela proteção de dados, de todas as violações da segurança ou perdas de integridade que tenham um impacto
significativo sobre o serviço de confiança prestado ou sobre os dados pessoais por ele conservados.
Se a violação da segurança ou perda de integridade constatada for suscetível de prejudicar a pessoa singular ou coletiva a
quem o serviço de confiança tiver sido prestado, o prestador dos serviços de confiança notifica também sem demora
indevida a referida pessoa singular ou coletiva da violação da segurança ou da perda de integridade.
Se necessário, em particular se a violação da segurança ou a perda de integridade disserem respeito a dois ou mais
Estados-Membros, a entidade supervisora notificada informa do facto as entidades supervisoras dos outros Estados-
-Membros em causa e a ENISA.
A entidade supervisora notificada informa o público ou exige que o prestador do serviço de confiança o faça, se
considerar que a divulgação da violação da segurança ou perda de integridade é do interesse público.
3. A entidade supervisora fornece uma vez por ano à ENISA um resumo das notificações de violações da segurança e
de perda de integridade que tenha recebido dos prestadores de serviços de confiança.
L 257/96 PT Jornal Oficial da União Europeia 28.8.2014
b) Definir os formatos e os procedimentos, incluindo os prazos, aplicáveis para efeitos de cumprimento do disposto no
n.o 2.
Esses atos de execução são adotados pelo procedimento de exame a que se refere o artigo 48.o, n.o 2.
SECÇÃO 3
Artigo 20.o
Fiscalização dos prestadores qualificados de serviços de confiança
1. Os prestadores qualificados de serviços de confiança são auditados, pelo menos de 24 em 24 meses, a expensas
suas, por um organismo de avaliação da conformidade. O objetivo de tal auditoria é confirmar que tanto os prestadores
qualificados de serviços de confiança como os serviços de confiança que prestam cumprem os requisitos estabelecidos
pelo presente regulamento. Os prestadores qualificados de serviços de confiança apresentam o relatório de avaliação da
conformidade à entidade supervisora no prazo de três dias úteis depois de o terem recebido.
2. Sem prejuízo do disposto no n.o 1, a entidade supervisora pode, em qualquer altura, auditar ou pedir a um
organismo de avaliação da conformidade que efetue uma avaliação da conformidade dos prestadores qualificados de
serviços de confiança, a expensas desses prestadores qualificados de serviços de confiança, para confirmar que tanto os
próprios prestadores, como os serviços de confiança qualificados por eles prestados cumprem as condições estabelecidas
no presente regulamento. Em caso de suspeita de violação das regras de proteção de dados pessoais, a entidade
supervisora informa as autoridades responsáveis pela proteção de dados dos resultados das suas auditorias.
3. Se a entidade supervisora exigir que o prestador qualificado de serviços de confiança corrija os incumprimentos dos
requisitos do presente regulamento e se o prestador não agir em conformidade, eventualmente dentro de um prazo fixado
pela entidade supervisora, esta pode, tendo em conta nomeadamente a dimensão, a duração e as consequências desse
incumprimento, retirar o estatuto de qualificado ao prestador ou ao serviço afetado por ele prestado e informar a entidade
referida no artigo 22.o, n.o 3, para efeitos de atualização das listas de confiança referidas no artigo 22.o, n.o 1. A entidade
supervisora informa o prestador qualificado de serviços de confiança da retirada do seu estatuto de qualificado ou do
estatuto de qualificado do serviço em causa.
4. A Comissão pode, por meio de atos de execução, estabelecer os números de referência das normas aplicáveis:
Esses atos de execução são adotados pelo procedimento de exame a que se refere o artigo 48.o, n.o 2.
28.8.2014 PT Jornal Oficial da União Europeia L 257/97
Artigo 21.o
Início de um serviço de confiança qualificado
1. Quando os prestadores de serviços de confiança, sem estatuto de qualificado, pretendam começar a prestar serviços
de confiança qualificados, apresentam à entidade supervisora uma notificação da sua intenção acompanhada de um
relatório de avaliação da conformidade emitido por um organismo de avaliação da conformidade.
2. A entidade supervisora verifica se o prestador de serviços de confiança os serviços de confiança por ele prestados
cumprem os requisitos estabelecidos no presente regulamento, designadamente com os requisitos previstos para os
prestadores qualificados de serviços de confiança e para os serviços de confiança qualificados por eles prestados.
Se a entidade supervisora concluir que o prestador de serviços de confiança e os serviços de confiança por ele prestados
cumprem os requisitos a que se refere o primeiro parágrafo, a entidade supervisora atribui o estatuto de qualificado ao
prestador de serviços de confiança e aos serviços de confiança por ele prestados e informa a entidade referida no
artigo 22.o, n.o 3.o, para efeitos de atualização das listas de confiança referidas no artigo 22.o, n.o 1, o mais tardar
três meses após a notificação feita nos termos do n.o 1 do presente artigo.
Se a verificação não ficar concluída no prazo de três meses a contar da notificação, a entidade supervisora informa o
prestador de serviços de confiança, indicando as razões do atraso e o prazo dentro do qual a verificação estará concluída.
3. Os prestadores qualificados de serviços de confiança podem iniciar a prestação do serviço de confiança qualificado
depois de o estatuto de qualificado ter sido publicado nas listas de confiança referidas no artigo 22.o, n.o 1.
4. A Comissão pode, por meio de atos de execução, definir os formatos e os procedimentos aplicáveis para efeitos do
disposto nos n.os 1 e 2. Esses atos de execução são adotados pelo procedimento de exame a que se refere o artigo 48.o,
n.o 2.
Artigo 22.o
Listas de confiança
1. Os Estados-Membros elaboram, conservam e publicam listas de confiança com informações relativas aos prestadores
qualificados de serviços de confiança para os quais forem competentes, assim como informações relacionadas com os
serviços de confiança qualificados por eles prestados.
2. Os Estados-Membros elaboram e publicam, em condições seguras, as listas de confiança referidas no n.o 1, ele
tronicamente assinadas ou seladas, num formato adequado ao tratamento automático.
3. Os Estados-Membros transmitem à Comissão, sem atrasos indevidos, informações sobre a entidade responsável pela
elaboração, conservação e publicação das listas de confiança nacionais, os dados referentes ao local em que tais listas se
encontram publicadas, bem como sobre os certificados utilizados para as assinar ou selar e as eventuais alterações a tais
informações.
4. A Comissão disponibiliza ao público, através de um canal seguro, as informações referidas no n.o 3 num formato
eletronicamente assinado ou selado, adequado ao tratamento automático.
5. Até 18 de setembro de 2015, a Comissão especifica, por meio de atos de execução, as informações referidas no
n.o 1 e define as especificações técnicas e os formatos das listas de confiança aplicáveis para efeitos do disposto nos n.os 1
a 4. Esses atos de execução são adotados pelo procedimento de exame a que se refere o artigo 48.o, n.o 2.
L 257/98 PT Jornal Oficial da União Europeia 28.8.2014
Artigo 23.o
Marca de confiança «UE» para serviços de confiança qualificados
1. Depois de o estatuto de qualificado referido no artigo 21.o, n.o 2, segundo parágrafo, ser publicado na lista de
confiança a que se refere o artigo 22.o, n.o 1, os prestadores qualificados de serviços de confiança podem utilizar a marca
de confiança «UE» para identificar, de forma simples, reconhecível e clara, os serviços de confiança qualificados que
prestam.
2. Ao utilizar a marca de confiança «UE» para os serviços de confiança qualificados referida no n.o 1, os prestadores
qualificados de serviços de confiança asseguram-se da existência de uma ligação à correspondente lista de confiança no
seu sítio web.
3. Até 1 de julho de 2015, a Comissão estabelece, por meio de atos de execução, as especificações relativas à forma e,
em particular, à apresentação, composição, dimensão e conceção da marca de confiança «UE» para serviços de confiança
qualificados. Esses atos de execução são adotados pelo procedimento de exame a que se refere o artigo 48.o, n.o 2.
Artigo 24.o
Requisitos aplicáveis aos prestadores qualificados de serviços de confiança
1. Ao emitirem certificados referentes a serviços de confiança, os prestadores qualificados de serviços de confiança
verificam, pelos meios adequados e nos termos da legislação nacional, a identidade e as eventuais características específicas
da pessoa singular ou coletiva à qual é emitido o certificado qualificado.
As informações referidas no primeiro parágrafo são verificadas pelos prestadores qualificados de serviços de confiança
pelos seus próprios meios ou recorrendo a um terceiro, nos termos da legislação nacional:
b) À distância, utilizando meios de identificação eletrónica, para os quais tenha sido assegurada, antes da emissão do
certificado qualificado, a presença física da pessoa singular ou de um representante autorizado da pessoa coletiva e que
cumprem os requisitos estabelecidos no artigo 8.o relativamente aos níveis de garantia «substancial» ou «elevado»; ou
c) Por meio de um certificado de assinatura eletrónica qualificada ou de um selo eletrónico qualificado emitido nos
termos das alíneas a) ou b); ou
d) Utilizando outros métodos de identificação reconhecidos a nível nacional que deem garantias equivalentes, em termos
de confiança, à da presença física. A equivalência de tais garantias será confirmada por um organismo de avaliação da
conformidade.
a) Informam a entidade supervisora de todas as alterações à prestação dos seus serviços de confiança qualificados,
inclusivamente da intenção de cessação de atividades;
c) Face ao risco da responsabilidade por danos prevista no artigo 13.o, conservam recursos financeiros suficientes e/ou
adquirem um seguro de responsabilidade adequado, de acordo com a legislação nacional;
28.8.2014 PT Jornal Oficial da União Europeia L 257/99
d) Antes de estabelecerem uma relação contratual, informam, de forma clara e completa, as pessoas que pretendam
utilizar serviços de confiança qualificados dos termos e condições exatos da utilização de tais serviços, incluindo de
qualquer limitação à sua utilização;
e) Utilizam sistemas e produtos fiáveis que estejam protegidos contra modificações e garantam a segurança e a fiabilidade
técnicas dos processos de que são suporte;
f) Utilizam sistemas fiáveis de armazenamento dos dados que lhes são fornecidos, num formato verificável, de modo a
que:
i) os dados apenas estejam publicamente disponíveis para extração se tiver sido obtido o consentimento da pessoa a
quem os dados digam respeito,
ii) apenas as pessoas autorizadas possam introduzir dados e alterações aos dados armazenados,
h) Registam e mantêm acessíveis durante um prazo adequado, incluindo depois de o prestador qualificado de serviços de
confiança ter deixado de prestar esses serviços, todas as informações pertinentes relativas aos dados emitidos e
recebidos pelo prestador qualificado de serviços de confiança, em particular para efeitos de apresentação de provas
em processos judiciais e para garantir a continuidade do serviço. Esse registo poderá ser feito eletronicamente;
i) Conservam um plano de cessação de atividades atualizado que garanta a continuidade do serviço de acordo com as
disposições verificadas pela entidade supervisora nos termos do artigo 17.o, n.o 4, alínea i);
j) Garantem um tratamento lícito dos dados pessoais em conformidade com a Diretiva 95/46/CE;
k) Criam e mantêm atualizada uma base de dados de certificados, quando emitam certificados qualificados.
3. Se os prestadores qualificados de serviços de confiança que emitem certificados qualificados decidirem revogar um
certificado, registam a revogação na sua base de dados e publicam-na em tempo útil, mas sempre no prazo de 24 horas
após a receção do pedido. A revogação produz efeitos imediatamente após a sua publicação.
4. No que respeita ao disposto no n.o 3, os prestadores qualificados de serviços de confiança que emitam certificados
qualificados fornecem a qualquer utilizador informações sobre a validade ou a revogação dos certificados qualificados por
eles emitidos. Estas informações são fornecidas pelo menos para cada certificado, em qualquer altura e mesmo após o
termo do prazo de validade do certificado, de uma maneira automática que seja fiável, gratuita e eficaz.
5. A Comissão pode, por meio de atos de execução, estabelecer os números de referência das normas relativas aos
sistemas e produtos fiáveis que cumprem os requisitos constantes do n.o 2, alíneas e) e f). Os sistemas e produtos fiáveis
conformes com as referidas normas beneficiam da presunção de conformidade com os requisitos estabelecidos no
artigo 24.o. Esses atos de execução são adotados pelo procedimento de exame a que se refere o artigo 48.o, n.o 2.
L 257/100 PT Jornal Oficial da União Europeia 28.8.2014
SECÇÃO 4
Assinaturas eletrónicas
Artigo 25.o
Efeitos legais das assinaturas eletrónicas
1. Não podem ser negados efeitos legais nem admissibilidade enquanto prova em processo judicial a uma assinatura
eletrónica pelo simples facto de se apresentar em formato eletrónico ou de não cumprir os requisitos exigidos para as
assinaturas eletrónicas qualificadas.
2. A assinatura eletrónica qualificada tem um efeito legal equivalente ao de uma assinatura manuscrita.
3. As assinaturas eletrónicas qualificadas baseadas em certificados qualificados emitidos num Estado-Membro são
reconhecidas como assinatura eletrónica qualificada em todos os outros Estados-Membros.
Artigo 26.o
Requisitos para as assinaturas eletrónicas avançadas
A assinatura eletrónica avançada obedece aos seguintes requisitos:
c) Ser criada utilizando dados para a criação de uma assinatura eletrónica que o signatário pode, com um elevado nível
de confiança, utilizar sob o seu controlo exclusivo; e
d) Estar ligada aos dados por ela assinados de tal modo que seja detetável qualquer alteração posterior dos dados.
Artigo 27.o
Assinaturas eletrónicas em serviços públicos
1. O Estado-Membro que exigir assinatura eletrónica avançada para a utilização de serviços em linha oferecidos por
organismos públicos ou em nome destes, reconheça as assinaturas eletrónicas avançadas, as assinaturas eletrónicas
avançadas baseadas em certificados qualificados para assinaturas eletrónicas e as assinaturas eletrónicas qualificadas que
pelo menos se apresentem nos formatos ou utilizem os métodos definidos nos atos de execução a que se refere o n.o 5.
2. O Estado-Membro que exigir assinatura eletrónica avançada baseada num certificado qualificado para a utilização de
serviços em linha oferecidos por organismos públicos ou em nome destes, reconheça as assinaturas eletrónicas avançadas
baseadas em certificados qualificados para assinaturas eletrónicas e as assinaturas eletrónicas qualificadas que pelo menos
se apresentem nos formatos ou utilizem os métodos definidos nos atos de execução a que se refere o n.o 5.
3. Os Estados-Membros não exigem para a utilização transfronteiriça em serviços em linha prestados por organismos
públicos, uma assinatura eletrónica com um nível de garantia de segurança superior ao da assinatura eletrónica quali
ficada.
4. A Comissão pode, por meio de atos de execução, estabelecer os números de referência das normas relativas às
assinaturas eletrónicas avançadas. As assinaturas eletrónicas avançadas conformes com as referidas normas beneficiam da
presunção de conformidade com os requisitos aplicáveis às assinaturas eletrónicas avançadas referidos nos n.os 1 e 2 do
presente artigo e no artigo 26.o. Esses atos de execução são adotados pelo procedimento de exame a que se refere o
artigo 48.o, n.o 2.
28.8.2014 PT Jornal Oficial da União Europeia L 257/101
5. Até 18 de setembro de 2015, e tendo em conta as práticas, normas e atos jurídicos da União, a Comissão, mediante
atos de execução, define os formatos de referência das assinaturas eletrónicas avançadas ou os métodos de referência se
forem utilizados formatos alternativos. Esses atos de execução são adotados pelo procedimento de exame a que se refere o
artigo 48.o, n.o 2.
Artigo 28.o
Certificados qualificados de assinaturas eletrónicas
1. Os certificados qualificados de assinaturas eletrónicas cumprem os requisitos estabelecidos no anexo I.
2. Os certificados qualificados de assinaturas eletrónicas não podem estar sujeitos a requisitos obrigatórios que
excedam os requisitos estabelecidos no anexo I.
3. Os certificados qualificados de assinaturas eletrónicas podem incluir características específicas adicionais não obri
gatórias. Tais características não prejudicam a interoperabilidade e o reconhecimento das assinaturas eletrónicas qualifi
cadas.
4. Os certificados qualificados de assinaturas eletrónicas que tenham sido revogados após a ativação inicial perdem a
validade a partir do momento da revogação, não podendo o seu estatuto ser revertido, em nenhuma circunstância.
5. Os Estados-Membros podem estabelecer regras nacionais sobre a suspensão temporária dos certificados qualificados
de uma assinatura eletrónica na condição de:
a) O certificado qualificado de assinatura eletrónica que tiver sido suspenso temporariamente perder a sua validade
durante o período da suspensão.
b) O período de suspensão ser claramente indicado na base de dados de certificados e, durante o período pertinente, o
estatuto de suspensão ser visível para o serviço que presta informações sobre o estatuto dos certificados.
6. A Comissão pode, por meio de atos de execução, estabelecer os números de referência das normas relativas aos
certificados qualificados de assinatura eletrónica. Os certificados qualificados de assinatura eletrónica conformes com as
referidas normas beneficiam da presunção de conformidade com os requisitos estabelecidos no anexo I. Esses atos de
execução são adotados pelo procedimento de exame a que se refere o artigo 48.o, n.o 2.
Artigo 29.o
Requisitos aplicáveis aos dispositivos qualificados de criação de assinaturas eletrónicas
1. Os dispositivos qualificados de criação de assinaturas eletrónicas cumprem os requisitos estabelecidos no anexo II.
2. A Comissão pode, por meio de atos de execução, estabelecer os números de referência das normas relativas aos
dispositivos qualificados de criação de assinaturas eletrónicas. Os dispositivos qualificados de criação de assinaturas
eletrónicas conformes com as referidas normas beneficiam da presunção de conformidade com os requisitos estabelecidos
no anexo II. Esses atos de execução são adotados pelo procedimento de exame a que se refere o artigo 48.o, n.o 2.
Artigo 30.o
Certificação dos dispositivos qualificados de criação de assinaturas eletrónicas
1. A conformidade dos dispositivos qualificados de criação de assinaturas eletrónicas com os requisitos estabelecidos
no anexo II é certificada pelas entidades públicas ou privadas competentes designadas pelos Estados-Membros.
L 257/102 PT Jornal Oficial da União Europeia 28.8.2014
2. Os Estados-Membros comunicam à Comissão a denominação e o endereço da entidade pública ou privada por eles
designada, referida no n.o 1. A Comissão põe a informação à disposição dos Estados-Membros.
a) Num processo de avaliação de segurança executado de acordo com as normas da avaliação de segurança dos produtos
informáticos constantes da lista elaborada nos termos do segundo parágrafo; ou
b) Num processo diferente do referido na alínea a), desde que esse processo utilize níveis de segurança comparáveis e a
entidade pública ou privada referida no n.o 1 notifique esse processo à Comissão. Esse processo só pode ser utilizado
na falta das normas constantes da alínea a) ou se estiver em curso um processo de avaliação de segurança referido na
alínea a).
A Comissão deve, por meio de atos de execução, elaborar a lista de normas da avaliação de segurança dos produtos
informáticos a que se refere a alínea a). Esses atos de execução são adotados pelo procedimento de exame a que se refere
o artigo 8.o.
4. A Comissão tem poderes para adotar atos delegados nos termos do artigo 47.o para estabelecer os critérios
específicos a cumprir pelas entidades designadas referidas no n.o 1 do presente artigo.
Artigo 31.o
Publicação de uma lista de dispositivos qualificados e certificados de criação de assinaturas eletrónicas
1. Os Estados-Membros comunicam à Comissão, sem atrasos indevidos, no prazo de um mês após a conclusão da
certificação, informações sobre os dispositivos qualificados de criação de assinaturas eletrónicas que tenham sido certi
ficados pelas entidades referidas no artigo 30.o, n.o 1. Comunicam também à Comissão, sem atrasos indevidos, no prazo
de um mês após a conclusão da certificação, informações sobre os dispositivos de criação de assinaturas eletrónicas que
deixem de estar certificados.
2. Com base nas informações recebidas, a Comissão elabora, publica e mantém atualizada uma lista dos dispositivos
qualificados e certificados de criação de assinaturas eletrónicas.
3. A Comissão pode, por meio de atos de execução, definir os formatos e os procedimentos aplicáveis para efeitos do
disposto no n.o 1. Esses atos de execução são adotados pelo procedimento de exame a que se refere o artigo 48.o, n.o 2.
Artigo 32.o
Requisitos aplicáveis à validade das assinaturas eletrónicas qualificadas
1. O processo de validação de uma assinatura eletrónica qualificada confirma a validade desta na condição de:
a) No momento da assinatura, o certificado que lhe serve de suporte ser um certificado qualificado de assinatura
eletrónica conforme com o disposto no anexo I;
b) O certificado qualificado ter sido emitido por um prestador qualificado de serviços de confiança e ser válido no
momento da assinatura;
d) O conjunto único de dados que representam o signatário no certificado serem corretamente fornecidos ao utilizador;
f) A assinatura eletrónica ter sido criada por um dispositivo qualificado de criação de assinatura eletrónica;
2. O sistema utilizado para validar a assinatura eletrónica qualificada fornece ao utilizador o resultado correto do
processo de validação e permite-lhe detetar eventuais problemas de segurança.
3. A Comissão pode, por meio de atos de execução, estabelecer os números de referência das normas para a validação
de assinaturas eletrónicas qualificadas. A validação de assinaturas eletrónicas qualificadas que seja conforme com as
referidas normas beneficia da presunção de conformidade com os requisitos estabelecidos no n.o 1. Esses atos de execução
são adotados pelo procedimento de exame a que se refere o artigo 48.o, n.o 2.
Artigo 33.o
Serviço qualificado de validação de assinaturas eletrónicas qualificadas
1. Os serviços qualificados de validação de assinaturas eletrónicas qualificadas só podem ser prestados por prestadores
qualificados de serviços de confiança que:
b) Permitam aos utilizadores receber o resultado do processo de validação de um modo automático que seja fiável e
eficaz e que inclua a assinatura eletrónica avançada ou o selo eletrónico avançado do prestador do serviço qualificado
de validação.
2. A Comissão pode, por meio de atos de execução, estabelecer os números de referência das normas relativas ao
serviço qualificado de validação referido no n.o 1. O serviço de validação de assinaturas eletrónicas qualificadas que seja
conforme com essas normas beneficia da presunção de conformidade com os requisitos estabelecidos no n.o 1. Esses atos
de execução são adotados pelo procedimento de exame a que se refere o artigo 48.o, n.o 2.
Artigo 34.o
Serviço qualificado de preservação de assinaturas eletrónicas qualificadas
1. Os serviços de preservação de assinaturas eletrónicas qualificadas só podem ser prestados por prestadores qualifi
cados de serviços de confiança que utilizem procedimentos e tecnologias capazes de prolongar a fiabilidade das assina
turas eletrónicas qualificadas para além do prazo de validade tecnológica.
2. A Comissão pode, por meio de atos de execução, estabelecer os números de referência das normas relativas ao
serviço qualificado de preservação de assinaturas eletrónicas qualificadas. As disposições aplicáveis ao serviço qualificado
de preservação de assinaturas eletrónicas qualificadas que sejam conformes com essas normas beneficiam da presunção de
conformidade com os requisitos estabelecidos no n.o 1. Esses atos de execução são adotados pelo procedimento de exame
a que se refere o artigo 48.o, n.o 2.
L 257/104 PT Jornal Oficial da União Europeia 28.8.2014
SECÇÃO 5
Selos eletrónicos
Artigo 35.o
Efeitos legais dos selos eletrónicos
1. Não podem ser negados efeitos legais nem admissibilidade enquanto prova em processo judicial a um selo
eletrónico pelo simples facto de se apresentar em formato eletrónico ou de não cumprir os requisitos dos selos
eletrónicos qualificados.
2. O selo eletrónico qualificado beneficia da presunção da integridade dos dados e da correção da origem dos dados
aos quais está associado.
3. Os selos eletrónicos qualificados baseados em certificados qualificados emitidos num Estado-Membro são reconhe
cidos como selos eletrónicos qualificados em todos os outros Estados-Membros.
Artigo 36.o
Requisitos para os selos eletrónicos avançados
O selo eletrónico avançado obedece aos seguintes requisitos:
c) Ser criado através dos dados de criação de selos eletrónicos cujo criador pode, com um elevado nível de confiança e
sob o seu controlo, utilizar para a criação de um selo eletrónico; e
d) Estar ligado aos dados a que diz respeito de tal modo que seja detetável qualquer alteração posterior dos dados.
Artigo 37.o
Selos eletrónicos em serviços públicos
1. O Estado-Membro que exigir selo eletrónico avançado para a utilização de serviços em linha oferecidos por
organismos públicos ou em nome destes, reconhece os selos eletrónicos avançados, os selos eletrónicos avançados
baseados em certificados qualificados para selos eletrónicos e selos eletrónicos qualificados pelo menos que se apresentem
nos formatos ou utilizem os métodos definidos nos atos de execução a que se refere o n.o 5.
2. O Estado-Membro que exigir selo eletrónico avançado baseado num certificado qualificado para a utilização de
serviços em linha oferecidos por organismos públicos ou em nome destes, reconhece os selos eletrónicos avançados
baseados em certificados qualificados para selos eletrónicos e selos eletrónicos qualificados pelo menos que se apresentem
nos formatos ou utilizem os métodos definidos nos atos de execução a que se refere o n.o 5.
3. Os Estados-Membros não exigem, para a utilização transfronteiriça em serviços em linha prestados por organismos
públicos, um selo eletrónico com um nível de garantia de segurança superior ao do selo eletrónico qualificado.
4. A Comissão pode, por meio de atos de execução, estabelecer os números de referência das normas relativas aos
selos eletrónicos avançados. Os selos eletrónicos avançados conformes com as referidas normas beneficiam da presunção
de conformidade com os requisitos para selos eletrónicos avançados referidos nos n.os 1 e 2 do presente artigo e no
artigo 36.o. Esses atos de execução são adotados pelo procedimento de exame a que se refere o artigo 48.o, n.o 2.
28.8.2014 PT Jornal Oficial da União Europeia L 257/105
5. Até 18 de setembro de 2015, e tendo em conta as práticas, normas e atos jurídicos da União, a Comissão, através
de atos de execução, define os formatos de referência dos selos eletrónicos avançados ou os métodos de referência se
forem utilizados formatos alternativos. Esses atos de execução são adotados pelo procedimento de exame a que se refere o
artigo 48.o, n.o 2.
Artigo 38.o
Certificados qualificados de selos eletrónicos
1. Os certificados qualificados de selos eletrónicos devem cumprir os requisitos estabelecidos no anexo III.
2. Os certificados qualificados de selos eletrónicos não estão sujeitos a requisitos obrigatórios que excedam os
requisitos estabelecidos no anexo III.
3. Os certificados qualificados de selos eletrónicos podem incluir características específicas adicionais não obrigatórias.
Tais características não prejudicam a interoperabilidade e o reconhecimento dos selos eletrónicos qualificados.
4. Os certificados qualificados de selo eletrónico que tenham sido revogados após a ativação inicial perdem a validade
a partir do momento da revogação, não podendo o seu estatuto ser revertido, em nenhuma circunstância.
5. Os Estados-Membros podem estabelecer regras nacionais sobre a suspensão temporária dos certificados qualificados
de selos eletrónicos na condição de:
a) O certificado qualificado de selo eletrónico que tiver sido suspenso temporariamente perder a sua validade durante o
período da suspensão;
b) O período de suspensão ser claramente indicado na base de dados de certificados e, durante o período pertinente, o
estatuto de suspensão ser visível para o serviço que presta informações sobre o estatuto dos certificados.
6. A Comissão pode, por meio de atos de execução, estabelecer os números de referência das normas relativas aos
certificados qualificados de selos eletrónicos. Os certificados qualificados de selo eletrónico conformes com as referidas
normas beneficiam da presunção de conformidade com os requisitos estabelecidos no anexo III. Esses atos de execução
são adotados pelo procedimento de exame a que se refere o artigo 48.o, n.o 2.
Artigo 39.o
Dispositivos qualificados de criação de selos eletrónicos
o
1. O artigo 29. aplica-se com as necessárias adaptações aos requisitos exigidos para os dispositivos qualificados de
criação de selo eletrónico.
2. O artigo 30.o aplica-se com as necessárias adaptações à certificação dos dispositivos qualificados de criação de selo
eletrónico.
3. O artigo 31.o aplica-se com as necessárias adaptações à publicação da lista de dispositivos qualificados e certificados
de criação de selo eletrónico.
Artigo 40.o
Validação e preservação dos selos eletrónicos qualificados
o o o
Os artigos 32. , 33. e 34. aplicam-se com as necessárias adaptações à validação e à preservação dos selos eletrónicos
qualificados.
L 257/106 PT Jornal Oficial da União Europeia 28.8.2014
SECÇÃO 6
Selos temporais
Artigo 41.o
Efeito legal dos selos temporais
1. Não podem ser negados efeitos legais nem admissibilidade enquanto prova em processo judicial a um selo temporal
pelo simples facto de se apresentar em formato eletrónico ou de não cumprir os requisitos do selo temporal qualificado.
2. O selo temporal qualificado beneficia da presunção da exatidão da data e da hora que indica e da integridade dos
dados aos quais a data e a hora estão associadas.
3. O selo temporal qualificado emitido num Estado-Membro é reconhecido como selo temporal qualificado em todos
os Estados-Membros.
Artigo 42.o
Requisitos aplicáveis aos selos temporais qualificados
1. Os selos temporais qualificados cumprem os seguintes requisitos:
a) Vincular a data e a hora aos dados de forma a tornar razoavelmente impossível a alteração dos dados de forma não
detetável;
c) Ser assinado utilizando uma assinatura eletrónica avançada ou um selo eletrónico avançado do prestador qualificado
de serviços de confiança, ou por outro método equivalente.
2. A Comissão pode, por meio de atos de execução, estabelecer os números de referência das normas relativas à
vinculação da data e da hora aos dados e às fontes horárias precisas. A vinculação da data e da hora aos dados e à fonte
horária precisa que sejam conformes com as referidas normas beneficiam da presunção de conformidade com os
requisitos estabelecidos no n.o 1. Esses atos de execução são adotados pelo procedimento de exame a que se refere o
artigo 48.o, n.o 2
Secção 7
Artigo 43.o
Efeito legal dos serviços de envio registado eletrónico
1. Não podem ser negados efeitos legais nem admissibilidade enquanto prova em processo judicial aos dados enviados
e recebidos com recurso a um serviço de envio registado eletrónico pelo simples facto de se apresentarem em formato
eletrónico ou de não cumprirem todos os requisitos do serviço qualificado de envio registado eletrónico.
2. Os dados enviados e recebidos com recurso a um serviço qualificado de envio registado eletrónico beneficiam da
presunção legal de integridade dos dados, do envio pelo remetente identificado e da receção pelo destinatário identificado
dos dados e da exatidão da data e hora de envio e receção dos dados indicados pelo serviço qualificado de envio registado
eletrónico.
28.8.2014 PT Jornal Oficial da União Europeia L 257/107
Artigo 44.o
Requisitos aplicáveis aos serviços qualificados de envio registado eletrónico
1. Os serviços qualificados de envio registado eletrónico satisfazem os seguintes requisitos:
d) O envio e a receção dos dados serem securizados por uma assinatura eletrónica avançada ou um selo eletrónico
avançado do prestador qualificado de serviços de confiança, de modo a tornar impossível a alteração dos dados de
forma não detetável;
e) Qualquer alteração a que devam ser sujeitos para o seu envio ou receção ser claramente indicada ao remetente e ao
destinatário dos dados;
f) A data e a hora do envio e da receção, assim como as eventuais alterações dos dados, serem indicadas por meio de um
selo temporal qualificado;
Se os dados forem transferidos entre dois ou mais prestadores qualificados de serviços de confiança, os requisitos das
alíneas a) a f) serem aplicados a todos eles.
2. A Comissão pode, por meio de atos de execução, estabelecer os números de referência das normas relativas aos
processos de envio e receção de dados. O processo de envio e receção de dados que esteja conforme com as referidas
normas beneficia da presunção de conformidade com os requisitos estabelecidos no n.o 1. Esses atos de execução são
adotados pelo procedimento de exame a que se refere o artigo 48.o, n.o 2.
SECÇÃO 8
Artigo 45.o
Requisitos aplicáveis aos certificados qualificados de autenticação de sítios web
1. Os certificados qualificados de autenticação de sítios web cumprem os requisitos estabelecidos no anexo IV.
2. A Comissão pode, por meio de atos de execução, estabelecer os números de referência das normas relativas aos
certificados qualificados de autenticação de sítios web. O certificado qualificado de autenticação de sítio web que esteja
conforme com as referidas normas beneficia da presunção de conformidade com os requisitos estabelecidos no anexo IV.
Esses atos de execução são adotados pelo procedimento de exame a que se refere o artigo 48.o, n.o 2.
CAPÍTULO IV
DOCUMENTOS ELETRÓNICOS
Artigo 46.o
Efeitos legais dos documentos eletrónicos
Não podem ser negados efeitos legais nem admissibilidade enquanto prova em processo judicial a um documento
eletrónico pelo simples facto de se apresentar em formato eletrónico.
L 257/108 PT Jornal Oficial da União Europeia 28.8.2014
CAPÍTULO V
Artigo 47.o
Exercício da delegação
1. O poder de adotar atos delegados é conferido à Comissão nas condições estabelecidas no presente artigo.
2. O poder de adotar os atos delegados referido no artigo 30.o, n.o 4, é conferido à Comissão por prazo indetermi
nado, a partir de 17 de setembro de 2014.
3. A delegação de poderes referida no artigo 30.o, n.o 4, pode ser revogada em qualquer momento pelo Parlamento
Europeu ou pelo Conselho. A decisão de revogação põe termo à delegação dos poderes nela especificados. A decisão de
revogação produz efeitos a partir do dia seguinte ao da sua publicação no Jornal Oficial da União Europeia ou de uma data
posterior nela especificada. A decisão de revogação não afeta os atos delegados já em vigor.
4. Assim que adotar um ato delegado, a Comissão notifica-o simultaneamente ao Parlamento Europeu e ao Conselho.
5. Os atos delegados adotados nos termos do artigo 30.o, n.o 4, só entram em vigor se não tiverem sido formuladas
objeções pelo Parlamento Europeu ou pelo Conselho no prazo de dois meses a contar da notificação desse ato ao
Parlamento Europeu e ao Conselho, ou se, antes do termo desse prazo, o Parlamento Europeu e o Conselho tiverem
informado a Comissão de que não têm objeções a formular. O referido prazo é prorrogado por dois meses por iniciativa
do Parlamento Europeu ou do Conselho.
Artigo 48.o
Procedimento de comité
1. A Comissão é assistida por um comité. Esse comité deve ser entendido como comité na aceção do Regulamento
(UE) n.o 182/2011.
2. Caso se faça referência ao presente número, aplica-se o artigo 5.o do Regulamento (UE) n.o 182/2011.
CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS
Artigo 49.o
Revisão
A Comissão analisa a aplicação do presente regulamento e apresenta um relatório ao Parlamento Europeu e ao Conselho
até 1 de julho de 2020. A Comissão avalia nomeadamente se é adequado modificar o âmbito do presente regulamento ou
as suas disposições especiais, como o artigo 6.o, o artigo 7.o, alínea f), e os artigos 34.o, 43.o, 44.o e 45.o, tendo em conta
a experiência adquirida na aplicação do presente regulamento, bem como a evolução da tecnologia, do mercado e da
legislação.
Além disso, a intervalos de quatro anos a contar do relatório a que se refere o primeiro parágrafo, a Comissão apresenta
ao Parlamento Europeu e ao Conselho um relatório sobre a realização dos objetivos do presente regulamento.
28.8.2014 PT Jornal Oficial da União Europeia L 257/109
Artigo 50.o
Revogação
1. A Diretiva 1999/93/CE é revogada com efeitos a partir de 1 de julho de 2016.
Artigo 51.o
Medidas transitórias
1. Os dispositivos seguros de criação de assinaturas cuja conformidade tenha sido determinada nos termos do
artigo 3.o, n.o 4, da Diretiva 1999/93/CE são considerados dispositivos qualificados de criação de assinaturas eletrónicas
na aceção do presente regulamento.
2. Os certificados qualificados emitidos a pessoas singulares em conformidade com a Diretiva 1999/93/CE são
considerados certificados qualificados de assinatura eletrónica na aceção do presente regulamento até caducarem.
3. Os prestadores de serviços de certificação que emitam certificados qualificados em conformidade com a Diretiva
1999/93/CE apresentam um relatório de avaliação da conformidade à entidade supervisora no mais breve prazo, o mais
tardar até 1 de julho de 2017. Até o referido relatório de avaliação da conformidade ser apresentado e a entidade
supervisora concluir a sua avaliação, consideram-se os prestadores de serviços de certificação como prestadores qualifi
cados de serviços de confiança na aceção do presente regulamento.
4. Se os prestadores de serviços de certificação que emitem certificados qualificados em conformidade com a Diretiva
1999/93/CE não apresentarem relatório de avaliação da conformidade à entidade supervisora dentro do prazo referido no
n.o 3, deixam de ser considerados como prestadores qualificados de serviços de confiança na aceção do presente
regulamento a partir de 2 de julho de 2017.
Artigo 52.o
Entrada em vigor
1. O presente regulamento entra em vigor no vigésimo dia seguinte ao da sua publicação no Jornal Oficial da União
Europeia.
a) Os artigos 8.o, n.o 3, 9.o, n.o 5, 12.o, n.os 2 a 9, 17.o, n.o 8, 19.o, n.o 4, 20.o, n.o 4, 21.o, n.o 4, 22.o, n.o 5, 23.o, n.o 3,
24.o, n.o 5, 27.o, n.o 4 e n.o 5, 28.o, n.o 6, 29.o, n.o 2, 30.o, n.o 3 e n.o 4, 31.o, n.o 3, 32.o, n.o 3, 33.o, n.o 2, 34.o, n.o 2,
37.o, n.o 4 e n.o 5, 38.o, n.o 6, 42.o, n.o 2, 44.o, n.o 2, 45.o, n.o 2, 47.o e 48.o são aplicáveis a partir de 17 de setembro
de 2014;
b) Os artigos 7.o, 8.o, n.os 1 e 2, 9.o, 10.o, 11.o e 12.o, n.o 1, são aplicáveis a partir da data de aplicação dos atos de
execução referidos nos artigos 8.o, n.o 3, e 12.o, n.o 8;
c) O artigo 6.o é aplicável três anos após a data de aplicação dos atos de execução referidos nos artigos 8.o, n.o 3, e 12.o,
n.o 8.
3. Se o sistema de identificação eletrónica notificado for incluído na lista publicada pela Comissão nos termos do
artigo 9.o antes da data referida no n.o 2, alínea c), o reconhecimento dos meios de identificação eletrónica que integram
esse sistema nos termos do artigo 6.o é efetuado num prazo de 12 meses após a publicação do sistema, mas não antes da
data referida no n.o 2, alínea c).
L 257/110 PT Jornal Oficial da União Europeia 28.8.2014
4. Não obstante o n.o 2, alínea c), os Estados-Membros podem decidir que os meios de identificação eletrónica que
integram um sistema de identificação eletrónica notificado por outro Estado-Membro nos termos do artigo 9.o, n.o 1, são
reconhecidos no primeiro Estado-Membro a partir da data de aplicação dos atos de execução referidos nos artigos 8.o,
n.o 3, e 12.o, n.o 8. Os Estados-Membros que decidam fazê-lo informam a Comissão desse facto. A Comissão torna
públicas essas informações.
ANEXO I
a) Uma indicação, pelo menos num formato adequado ao tratamento automático, de que o certificado foi emitido como
certificado qualificado de assinatura eletrónica;
b) Um conjunto de dados que representem inequivocamente o prestador qualificado de serviços de confiança que tiver
emitido os certificados qualificados, incluindo, pelo menos, o Estado-Membro em que esse prestador se encontre
estabelecido e
— para as pessoas coletivas: a designação e, eventualmente, o número de registo conforme constam dos registos
oficiais,
c) Pelo menos, o nome do signatário, ou um pseudónimo, caso seja utilizado um pseudónimo, este deve ser claramente
indicado;
d) Os dados necessários para a validação da assinatura eletrónica que correspondam aos dados necessários para a criação
da assinatura eletrónica;
f) O código de identidade do certificado, que deve estar associado de modo único ao prestador qualificado de serviços de
confiança;
g) A assinatura eletrónica avançada ou o selo eletrónico avançado do prestador qualificado de serviços de confiança
emitente;
h) O local em que está disponível, a título gratuito, o certificado que sustenta a assinatura eletrónica avançada ou o selo
eletrónico avançado a que se refere a alínea g);
i) A localização dos serviços aos quais se pode recorrer para inquirir da validade do certificado qualificado;
j) Se os dados para a criação da assinatura eletrónica relacionados com os dados para a validação da assinatura eletrónica
se encontrarem num dispositivo qualificado de criação de assinatura eletrónica, uma indicação adequada desse facto,
pelo menos num formato adequado para tratamento automático.
L 257/112 PT Jornal Oficial da União Europeia 28.8.2014
ANEXO II
1. Os dispositivos qualificados de criação de assinaturas eletrónicas asseguram, pelos meios técnicos e procedimentais
adequados, que pelo menos:
a) A confidencialidade dos dados necessários para a criação de assinaturas eletrónicas utilizados para criar as assina
turas eletrónicas esteja razoavelmente assegurada;
b) Os dados necessários para a criação de assinaturas eletrónicas utilizados para criar assinaturas eletrónicas só
possam, na prática, ocorrer uma vez;
c) Os dados necessários para a criação de assinaturas eletrónicas utilizados para criar as assinaturas eletrónicas não
possam, com uma segurança razoável, ser deduzidos de outros dados e que as assinaturas estejam protegidas
eficazmente contra falsificações produzidas por meio de tecnologias atualmente disponíveis;
d) Os dados necessários para a criação de assinaturas eletrónicas utilizados para criar as assinaturas eletrónicas possam
ser eficazmente protegidos pelo signatário legítimo contra a utilização por terceiros.
2. Os dispositivos qualificados de criação de assinaturas eletrónicas não podem alterar os dados a assinar nem impedir
que esses dados sejam apresentados ao signatário antes da assinatura.
3. A geração ou a gestão, em nome do signatário, dos dados necessários para a criação de assinaturas eletrónicas só
podem ser efetuadas por um prestador qualificado de serviços de confiança.
4. Sem prejuízo do ponto 1, alínea d), os prestadores qualificados de serviços de confiança que gerem os dados
necessários para a criação de assinaturas eletrónicas em nome do signatário podem duplicar esses dados apenas
para fins de cópia de segurança, desde que sejam cumpridos os seguintes requisitos:
a) A segurança dos conjuntos de dados duplicados estar ao mesmo nível da dos conjuntos de dados originais;
b) O número de conjuntos de dados duplicados não exceder o mínimo necessário para garantir a continuidade do
serviço.
28.8.2014 PT Jornal Oficial da União Europeia L 257/113
ANEXO III
a) Uma indicação, pelo menos num formato adequado para tratamento automático, de que o certificado foi emitido
como certificado qualificado de selo eletrónico;
b) Um conjunto de dados que representem inequivocamente o prestador qualificado de serviços de confiança que tiver
emitido os certificados qualificados, incluindo, pelo menos, o Estado-Membro em que esse prestador se encontre
estabelecido e
— para as pessoas coletivas: a designação e, eventualmente, o número de registo conforme constam dos registos
oficiais,
c) Pelo menos o nome do criador do selo e, eventualmente, o número de registo, conforme constam dos registos oficiais;
d) Os dados necessários para a validação do selo eletrónico que correspondam aos dados necessários para a criação do
selo eletrónico;
f) O código de identidade do certificado, que deve estar associado de modo único ao prestador qualificado de serviços de
confiança;
g) A assinatura eletrónica avançada ou o selo eletrónico avançado do prestador qualificado de serviços de confiança
emitente;
h) O local em que está disponível, a título gratuito, o certificado que sustenta a assinatura eletrónica avançada ou o selo
eletrónico avançado a que se refere a alínea g);
i) A localização dos serviços aos quais se pode recorrer para inquirir da validade do certificado qualificado;
j) Se os dados para a criação do selo eletrónico relacionados com os dados para a validação do selo eletrónico se
encontrarem num dispositivo qualificado de criação de selo eletrónico, uma indicação adequada desse facto, pelo
menos num formato adequado ao tratamento automático.
L 257/114 PT Jornal Oficial da União Europeia 28.8.2014
ANEXO IV
a) Uma indicação, pelo menos num formato adequado para tratamento automático, de que o certificado foi emitido
como certificado qualificado para autenticação de sítios web;
b) Um conjunto de dados que representem inequivocamente o prestador qualificado de serviços de confiança que tiver
emitido os certificados qualificados, incluindo, pelo menos, o Estado-Membro em que esse prestador se encontre
estabelecido e
— para as pessoas coletivas: a designação e, eventualmente, o número de registo conforme constam dos registos
oficiais,
c) Para as pessoas singulares: pelo menos o nome, ou um pseudónimo, da pessoa à qual o certificado foi emitido. A
utilização de um pseudónimo deve ser claramente indicada;
Para pessoas coletivas: pelo menos o nome da pessoa coletiva à qual o certificado foi emitido e, eventualmente, o
número de registo, conforme constam dos registos oficiais;
d) Elementos do endereço, incluindo, pelo menos, a cidade e o Estado, da pessoa singular ou coletiva à qual o certificado
é emitido, eventualmente conforme constam dos registos oficiais;
e) O nome ou os nomes de domínio explorados pela pessoa singular ou coletiva à qual o certificado é emitido;
g) O código de identidade do certificado, que deve estar associado de modo único ao prestador qualificado de serviços de
confiança;
h) A assinatura eletrónica avançada ou o selo eletrónico avançado do prestador qualificado de serviços de confiança
emitente;
i) O local em que está disponível, a título gratuito, o certificado que sustenta a assinatura eletrónica avançada ou o selo
eletrónico avançado a que se refere a alínea h);
j) A localização dos serviços que conferem a validade ao certificado e aos quais se pode recorrer para inquirir do estado
de validade do certificado qualificado.