Cartilha Da Greja Legal

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AGOSTO DE 2020 • VOL.

CARTILHA DA
IGREJA LEGAL
O homem sábio é forte, e o homem de conhecimento consolida a força. (Provérbios, 24:5)

NESSA EDIÇÃO: SEU MINISTÉRIO MAIS


Quem somos na fila do PRÓSPERO EM 2020
pão?- 2
Por Jonatas Nascimento

As minhas filiais ainda Nossa missão de vida é ajudar o seu ministério a prosperar. Igrejas fortes
precisam de CNPJ?- 3 evangelizam mais, o que se reflete em mais pessoas com uma mentalidade
alinhada aos povos mais pujantes do planeta. Transformar as práticas de
gestão da sua igreja ajuda a fazer do Brasil um lugar melhor para se viver.
Como a IURD importou
todos os materiais do
Não discordamos de quem afirma que é Deus quem dá crescimento a uma
templo de Salomão- 4 igreja, mas isso não significa que a liderança e os atores sociais não devam
estar atualizados com as melhores práticas legais e contábeis existentes no
Em que a Cartilha da ordenamento nacional, para viabilizar o máximo de economia e facilitar a
captação de recursos. Desejamos que sua igreja seja tudo aquilo que nasceu
Igreja Legal está
pra ser.
trabalhando?- 5
AGOSTO 2020 • VOL. 1

"Um dia nos apresentaram e foi algo tão


mágico e complementar quanto o encontro
do queijo ralado com a macarronada."

QUEM Eu sou um mestre em Direito Empresarial


(UERJ) que se apaixonou pelo Direito

SOMOS NA Eclesiástico há 10 anos. Ao menos em


sentido figurado, pode-se dizer que nasci

FILA DO "virado pra lua", porque logo no início do


meu interesse profissional pelas igrejas,

PÃO? quando ainda advogava para bancos, tive


o amor correspondido pelo presidente de
uma das maiores convenções
Fernando Gammino
assembleianas do Brasil.

Sou grato a Deus pela vida do


Descobri que a minha experiência com
Jonatas Nascimento. É uma pessoa
Direito Tributário e Empresarial é muito
abençoada por diversos talentos que
útil para as igrejas, ainda que essas
se refletem na sua conduta
últimas não possuam finalidade lucrativa.
profissional. Vou resumir: estudioso,
disciplinado, detalhista, um líder
O fruto do bom trabalho produz efeitos
justo e motivador.
semelhantes ao rastilho de pólvora.
Clientes do Jonatas tentavam convencer
Jonatas é diacono batista e líder da
clientes do Gammino de que Jonatas é o
melhor firma de contabilidade para
melhor consultor, e vice-versa.
igrejas do Brasil.

Um dia nos apresentaram e foi algo tão


Além de contador e mestre em
mágico e complementar quanto o
gestão eclesiástica, é graduado em
Recursos Humanos, Letras e Direito. encontro do queijo ralado com a

Uma fera! É membro da comissão de macarronada.

3º Setor do CRC-RJ e do Conselho


Fiscal da Convenção Batista Vimos que os nossos propósitos

Brasileira. convergiam e juntamos esforços para


ajudar o maior número de igrejas possível

Em 2019 lançou a 2ª edição da a prosperar.

Cartilha da Igreja Legal, um sucesso


de vendas e de crítica que o levou a Assim surgiu o projeto Cartilha da Igreja

rodar diversos Estados do Brasil para Legal - Cursos, Consultoria e

ministrar palestras. Contabilidade.


AGOSTO 2020 • VOL. 1

AS MINHAS Apesar da dispensa do CNPJ, as


movimentações (receitas e despesas) das

FILIAIS congregações de todos os portes


deverão ser rigorosamente escrituradas

AINDA de acordo com as Normas Brasileiras de


Contabilidade.
PRECISAM
Tal desburocratização traz como efeitos:
DE CNPJ?
(i) a possibilidade de negociar menores
Jonatas Nascimento honorários contábeis, pois uma única
Fernando Gammino contabilidade central simplifica o
serviço.
O Presidente Jair Bolsonaro e o
Ministro Paulo Guedes (ou Posto (ii) os entes federativos não poderão
Ipiranga?) começaram a implementar mais exigir uma inscrição no CNPJ para
uma agenda positiva para o setor reconhecer o direito constitucional que
religioso. as igrejas têm de não pagar impostos
como o IPTU; e
Além de "tirar o Estado do cangote
do empresário", o governo também (iii) as pequenas congregações que não
está implementando uma agenda de têm capacidade de autossustento foram
desburocratização para ajudar a amplamente legalizadas. Continuam a
quem administra organizações
ser sustentadas pelos dízimos e as
religiosas.
ofertas voluntárias dos membros da
matriz ou de outras congregações e são
A primeira medida concreta para
geridas pela sede.
ajudar as igrejas se deu através da
Instrução Normativa nº 1.897, de 27
Sem dúvida, esta medida governamental
de junho de 2019, da Receita Federal
é digna de aplausos, pois retira das
do Brasil.
pequenas congregações a gama de
obrigações acessórias que nos últimos
Segundo essa norma "Ficam
anos “quebrou” muitas organizações
dispensados da inscrição no CNPJ os
religiosas com multas que estavam fora
estabelecimentos de organizações
religiosas que não tenham do radar dos líderes espirituais.

autonomia administrativa ou que não


sejam gestores de orçamento". Diante deste novo quadro, as
congregações filiais que se enquadrem
Isso significa que a inscrição no nas situações previstas neste ato
CNPJ somente é necessária para a normativo poderão promover a baixa de
matriz de uma igreja com seu CNPJ, devendo, para tanto, procurar
administração central e que não o seu profissional contábil.
permita às suas congregações gerir
orçamento de forma autônoma. Quer saber mais sobre como isso vai
ajudar a sua igreja? Não precisa passar
Isso é especialmente bom para as no Posto Ipiranga, nós estamos prontos
unidades religiosas que iniciam com para te ajudar. O primeiro passo é
poucos membros e que não têm formalizar isso no Estatuto da sua igreja.
capacidade de autossustento.
FEVEREIRO 2020 • VOL. 1

COMO A 4) A Secretaria da Fazenda Nacional


processou a IURD para tentar cobrar os

IURD impostos usualmente cobrados na


importação, mas o Judiciário fez bem o

IMPORTOU seu trabalho e reconheceu o direito da


organização religiosa à imunidade dos
TODOS OS bens essencialmente vinculados à sua
atividade-fim.
MATERIAIS
Já imaginaram que a sua igreja também
DO TEMPLO pode se habilitar para realizar

DE importações sem impostos?

SALOMÃO Estamos fazendo a nossa parte para


democratizar as melhores práticas de
gestão eclesiástica até mesmo para a
Fernando Gammino
mais modesta igreja.

Até mesmo aqueles que não gostam


Para saber mais sobre essa e outras
da Igreja Universal do Reino de Deus
oportunidades de ajudar a colocar a sua
haverão de concordar que ela fez um
igreja no fluxo da prosperidade, não
trabalho de beleza sem igual ao
deixe de abrir os nossos próximos e-
construir uma réplica do Templo de
mails.
Salomão na Cidade de São Paulo.

Muitas toneladas de pedras foram


importadas de Hebron, o que ajudou
a conferir maior simbolismo ao
templo.

Mas há alguns fatos curiosos que


foram menos divulgados. Em pano
rápido:

1) A IURD não se limitou a importar


as pedras. A grande maioria dos seus
equipamentos, incluindo iluminação,
som e instrumentos musicais foram
importados;

2) Ao fazer uma importação direta, a


IURD fez uso da imunidade tributária
das igrejas e não pagou Imposto de
Importação nem IPI;

3) Segundo as regras da Organização


Mundial do Comércio, os países não
precisam exportar impostos. Assim,
os produtos também saíram sem
impostos do país de origem.
AGOSTO 2020 • VOL. 1

EM QUE A CARTILHA
DA IGREJA LEGAL
ESTÁ
TRABALHANDO?
Jonatas Nascimento

Nós acreditamos que o Brasil será um país melhor se o


maior número possível de igrejas puder prosperar ao ter
acesso à melhor informação.

Por isso não nos acomodamos com as parcerias que


possuímos com algumas das mais respeitáveis Convenções
Evangélicas e Conselhos de Ministros e Pastores. Queremos
nivelar igrejas de todos os portes e de qualquer lugar do
Brasil aos mais elevados padrões de gestão eclesiástica.

A fim de que todos possam sentir o perfume


exalado pelas igrejas mais próximas, lançaremos
em breve uma atualização em forma de
videoaulas de nosso antigo Podcast chamado O
Segredo das Igrejas Mais Prósperas.

Também estamos trabalhando no piloto de um


curso em que vamos te ensinar a blindar a sua
igreja contra indevidas intervenções Estatais e
contra a investida de grupos antirreligiosos, bem
como preparar terreno para que a sua igreja
usufrua dos melhores benefícios que a Lei
brasileira possibilita às organizações religiosas.

Até breve. A paz de Cristo, amados!


Jonatas nascimento

Cartilha
da igreja legal
2ª Edição
CARTILHA DA IGREJA LEGAL – 2ª EDIÇÃO
Copyright © 2019 by Jonatas de Souza
Nascimento O conteúdo desta obra é de
responsabilidade
do autor, proprietário do Direito Autoral.
Proibida a venda e reprodução
parcial ou total sem
autorização.

Dados Internacionais de Catalogação na


Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do
Livro, SP, Brasil)
Nascimento, Jonatas
Cartilha da igreja legal / Jonatas Nascimento. --
2. ed. -- São Paulo: All Print Editora, 2019.
Bibliografia.
ISBN 978-85-411-1616-9
1. Igreja - Administração 2. Igreja - Finanças
3. Igreja - Recursos - Arrecadação 4.
Regulamentos administrativos I. Título.

19-27272 CDD-262

Índices para catálogo sistemático:


1. Igreja: Administração 262

Cibele Maria Dias - Bibliotecária - CRB-


8/9427

Projeto gráfico, editoração e impressão:

www.allprinteditora.com.br
[email protected]
r (11) 2478-3413
Apresentação

Tomo para mim o privilégio, a honra de fazer a apre-


sentação desta obra técnico-literário-eclesiástica, da lavra
do nosso querido irmão Jonatas Nascimento.
O grande segredo de uma obra é a conciliação do seu
conteúdo com o seu tempo, e isto o nosso bom Jonatas fez
com excelência.
Nossas Igrejas estão, cada vez mais, sendo desafiadas
a responder às grandes questões, do povo brasileiro, à Pá-
tria querida.
Temos a mensagem de vida eterna. A ética cristã
evangélica é o desejo existencial de toda a gente, no nosso
querido país e, no que se refere à filosofia de vida, a Bíblia,
que é nossa regra de fé e prática, se estabelece como parâ-
metro elevado para as famílias.
Faz-se, porém, de extrema necessidade, que todas
as Igrejas percebam os detalhes, os caminhos, os relacio-
namentos e as nossas respostas ao Estado. O momento da
nossa nação é tremendamente delicado, com respeito ao re-
lacionamento das instituições com os governos (em todos os
níveis), principalmente as instituições de caráter religioso.
A contextualização desta obra salta aos olhas em cada pá-
gina. O requinte da linguagem e o zelo com os documentos
legais que toda Igreja precisa e não pode abrir mão deles,
é flagrante no texto que Jonatas Nascimento nos apresenta.
A obra é de um capricho singular. Arrisco-me a dizer, por
conhecer este gente boa há tanto tempo, que este texto, seu
conteúdo e aplicação, parece com seu autor e a família que
ele constitui com Damaris e seus dois filhos (Igor e Timó-
teo). Coisa linda, fina e séria.
Parabéns, Jonatas! Boa leitura, queridos irmãos!

Eber Silva
Pastor da Segunda Igreja Batista em Campos dos Goytacazes,
RJ e líder da Convenção Batista Brasileira.
Prefácio

Louvo a Deus pela inspiração que um dia Dele recebi


para produzir e disponibilizar esta obra ao povo evangélico
brasileiro militante em ambiente administrativo eclesiás-
tico. Confesso que não esperava por tanto êxito. Além de
municiar as igrejas de menor porte, como era a minha pre-
tensão inicial, hoje esta obra tem sido indicada para alunos
que cursam seminários e faculdades de teologia no campo
de administração eclesiástica, além de fonte de pesquisa
para trabalhos de conclusão de curso e ou monografia. Está
presente em cerca de vinte estados brasileiros.
Com a Cartilha da Igreja Legal você tem à mão um
tema amplo e instigante, que não se esgota em tão poucas
páginas, agigantado pelas inquietações ideológicas, cultu-
rais e sociais de um povo altamente heterogêneo, aliadas
a um novo tempo de demandas comportamentais com im-
plicações espirituais, há um clamor pelo fim da imunidade
tributária das organizações religiosas no Brasil. Pois é ver-
dade que no momento em que fecho esta nova edição tra-
mita no Senado Federal um pedido de Sugestão Legislativa
(SUG 2/2015) que, se lograr êxito, poderá pôr fim ao gozo
da imunidade tributária por parte de todas as organizações
religiosas plantadas em território nacional.
Sumário

Introdução 11

1. A Igreja, sua legalidade, seus direitos e obrigações:


Legislação aplicável 13
1.1 A Igreja e o direito de autorregulamentação 14
1.2 A Igreja e o Princípio do Direito Próprio 17
1.3 Imóvel sede da igreja: cuidados necessários 17
1.4 Legalização como pessoa jurídica 18
1.5 Alvará de Localização 19
1.6 Responsabilidade da igreja enquanto local de
aglomeração de pessoas 20
1.7 Imunidade tributária 20
1.8 Controvérsias acerca do IPTU 21
1.9 Certificado de Aprovação do Corpo de Bombeiros 22
1.10 Implantação do e-Social 23
1.11 Principais obrigações fiscais 24

2. O INSS e o Imposto de Renda dos ministros e autônomos.27


2.1 INSS do pastor (De 1º de janeiro a 31 de dezembro
de 2019) 27
2.2 Como e onde informar os recolhimentos do INSS na
declaração anual de IRPF do ministro religioso 30
2.3 IRFON: A partir do mês de abril de 2015 31

3. Os “direitos” do pastor e demais ministros religiosos 32


3.1 Como calcular as férias do pastor 32
3.2 IRFON: Incidência sobre proventos ministeriais 33
3.3 Pagamento do 13º salário ou gratificação natalina: 37
3.4 Previdência, plano de saúde, FGTM, aluguel etc. 37
3.5 Previdência Privada Pastoral e demais ministros religiosos
38
3.6 Plano de Saúde Pastoral e demais ministros religiosos .. 38
3.7 Pastor Pessoa Jurídica? O que é isto? 39
3.8 Pastor aposentado por invalidez pode pastorear? 40

4. Dicas para o tesoureiro 46

5. A Igreja e suas relações trabalhistas 48


5.1 Quanto custa um funcionário para a igreja 48
5.2 Quanto custa um prestador de serviços para a igreja 49
5.3 Direitos básicos do trabalhador 49
5.4 Férias do empregado 50
5.5 Atrasos 51
5.6 Anotações e prazo para devolução na CTPS 51
5.7 Principais ausências justificadas 52
5.8 Aviso Prévio 53
5.9 Indenização adicional 54
5.10 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais e
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional 54
5.11 Trabalho Voluntário 54

6. Dicas aleatórias 56

7. O lado empresa da igreja 62

8. O que toda igreja precisa saber 64


8.1 Sobre Imunidade 64
8.2 Sobre hipóteses da suspensão ou da imunidade 65
8.3 Sobre aposentadoria pastoral 66

9. A Igreja e suas práticas comerciais 67


10. Não é só a Receita federal que fiscaliza as igrejas 69
11. Igrejas têm zelador ou faxineiro? 71

12. Sua igreja precisa cumprir a lei 73

13. Declaração de imposto de renda das igrejas foi extinta,


mas obrigações acessórias não 76

Anexos 79
14. Anexo I – Termo de compromisso (FGTM/FAP) 80
15. Anexo II – Sugestão de termo de compromisso mútuo:
Igreja X Pastor 82
16. Anexo III – Sugestão de Plano de Contas para
Tesoureiros 85
17. Anexo IV – Comprovante de caixa 91
18. Anexo V – Comprovante de pagamento de proventos
pastorais 92
19. Anexo VI – Modelo de ata de fundação de igreja
evangélica 94
20. Anexo VII – Modelo de estatuto de igreja evangélica... 96
21. Anexo VIII – Regras parlamentares 108
22. Anexo IX – Tabela de obrigações legais das
O r g a n i z a ç õ e s Religiosas 119

Glossário 121

Fontes de referências e ou indicações de leitura 123


Introdução

Confesso que fui muito despretensioso quando iniciei


este trabalho. Não imaginava as dimensões que pudesse
tomar. Era algo meramente informativo. Com o passar do
tempo percebi que eu poderia formar opinião e então resol-
vi adiar a ideia da produção de um trabalho mais abrangente
que prometi para o ano de 2016, mas que acontecerá ainda
este ano de 2019. Esta reedição em nada inibe a ideia do
novo trabalho, pois que dentro em breve estará disponível
ao público que milita em ambiente eclesiástico.
Este é um trabalho simples, porém prático, voltado
basicamente para três áreas da igreja: financeira, trabalhista
e de gestão. Contém informações precisas para aqueles que
militam nas áreas financeira e administrativa das igrejas
evangélicas em geral.
“Seguindo as orientações aqui contidas, mesmo aque-
le que jamais tenha exercido funções administrativas ou fi-
nanceiras, mas que tenha um pouquinho de boa vontade,
disposição e afinidade com números e papéis, será capaz de
atuar com desenvoltura na tesouraria de qualquer igreja”.
Este foi o depoimento de um dos participantes do cur-
so que ministrei no início da minha carreira.
O presente trabalho tem, portanto, como finalidade
equipar mordomos escolhidos por Deus e designados por
sua igreja para tão sublime missão. É óbvio que do admi-
nistrador espera-se a habilidade necessária para bem gerir
os negócios da igreja, de forma ética e transparente. É óbvio
que de um bom tesoureiro são esperados alguns requisitos,
tais como fidelidade, organização, disponibilidade, habi-
lidade, transparência, humildade... Nenhuma igreja deve
sequer cogitar a possibilidade de eleger um tesoureiro sem
tais qualificações. Também cabe frisar a grande responsabi-
lidade que pesa sobre os ombros do tesoureiro. Todos os ho-
lofotes estarão direcionados para a figura do tesoureiro. Os
críticos de plantão nunca dormem. Se não for transparente,
se não inspirar confiança, se não for dado a trabalho em
conjunto, se não for flexível em seus relacionamentos, toda
a comunidade sofrerá e alguns (in)fiéis chegarão ao extre-
mo de deixarem de entregar seus dízimos e ofertas, sob a
alegação de que não confiam no trabalho do tesoureiro.
Por outro lado, as igrejas devem ter o cuidado de es-
tabelecer alguns critérios para a escolha do seu tesoureiro.
Que seja alguém financeiramente equilibrado; que tenha vi-
vência eclesiástica (se a igreja resolver escolher um crente
novo, todo cuidado é pouco); que seja acessível; que goze
de boa reputação. Mas, acima de tudo, que encare tal tarefa
como ministério, porque de fato o é.
Finalmente, coloco-me à disposição para trocar e-
-mails, receber pedidos, convites para cursos e palestras,
como também críticas e sugestões através do e-mail: jona-
[email protected]. Se preferir, entre em contato
comigo: (21) 99247-1227.
“Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e
constantes, sempre abundantes na obra do Se-
nhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no
Senhor” (I Coríntios 15.58).
1. A igreja, sua legalidade,
seus direitos e obrigações:
legislação aplicável

As organizações religiosas em geral, estabelecidas em


solo brasileiro estão sujeitas ao ordenamento jurídico em vi-
gor. Em face do gozo da imunidade tributária garantida pela
Constituição Federal, não pagam impostos, mas precisam
observar e cumprir a legislação em seus múltiplos aspectos.
Sem comentários ou transcrições, pois isto farei na outra
obra que estou produzindo, cito as principais, que são
as seguintes:

a. Constituição Federal (Art. 150, inciso VI, alínea


“b”);
b. Código Civil (Leis nº10.406/2002;
c. Lei nº10.825/2003;
d. Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172/1966 –
art. 9º, caput, inciso IV, alínea “b” e Arts. 9º a 14).
e. Lei de Registros Públicos (Lei 6.015 de
31/12/1973);
f. Decreto nº119-A, de 7 de janeiro de 1890;
g. Consolidação das Leis do Trabalho – CLT (De-
creto-Lei nº5.452, de 1º de maio de 1943;
h. Lei nº13.467, de 13 de julho de 2017;
i. Lei nº6.019, de 3 de janeiro de 1974;
j. Lei nº8.036, de 11 de maio de 1990, e 8.212, de
24 de julho de 1991;
k. Legislação Previdenciária: Instrução Normativa
RFB nº 971, Art. 58, inciso XXV, de 13/11/2009);
l. Decreto nº3.048/199; Decreto nº3.265/1999, arti-
go 214, § 16.
m. Leis estaduais (Variáveis);
n. Leis Municipais (Variáveis);
o. Conselho Federal de Contabilidade e Normas
Brasileiras de Contabilidade (NBC);
p. Regulamento do Im pos t o de R en d a (Decreto
nº9.580/2018, de 22/11/2018);
q. Decreto-Lei nº5.844/1943, art. 31;
r. Resolução CFC Nº1.409/2012 – Interpretação
Técnica Geral-ITG 2002(R);
s. Lei nº 13.019, de 31 de julho de 2014.
t. Lei nº6.404/1976.

1.1 A Igreja e o direito de


autorregulamentação

Com a devida vênia do autor, Pastor Roberto Carva-


lho1, reproduzo aqui uma sugestão de sua lavra altamente
válida para constar do estatuto da igreja:
“Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos;
portanto, sede prudentes como as serpentes e simples como
as pombas”. (Mateus 10:16).
Percebe-se um receio generalizado da ingerência do
Estado na igreja nas questões que envolvem a relação de
pares homossexuais. Se, por um lado, a igreja deve se acau-
telar diante dos homens mal-intencionados, por outro, a de-
sinformação de muitos sobre a visão do Estado para com a
igreja, mormente os dispositivos elencados na Constituição
1 Pastor Roberto Carvalho: Advogado e pastor da Primeira Igreja Batista em
Cabo Frio, RJ.
Federal, tem provocado inquietações desnecessárias diante
de assuntos polêmicos, tais como a celebração de casamen-
to de homossexuais e a admissão de pessoas cujas práti-
cas contrariam os ensinamentos da igreja à luz da Bíblia.
A igreja precisa aprender, além do senhorio de Cristo, um
pouco sobre a seguridade garantida pela Constituição Fe-
deral e leis adjacentes. O Estado, mais do que a imposição
aparente de obrigações que venham a ferir ou macular a
igreja, garante-lhe uma couraça protetora para o exercício
da missão espiritual de restauração do homem perdido e
de guardiã dos bons costumes tão necessários à família e à
Sociedade.
A igreja, enquanto pessoa jurídica de direito privado,
é uma organização religiosa, conforme preceitua o Código
Civil em seu art. 44, inciso IV (Incluído pela Lei nº10.825,
de 22/12/2003).
Em não havendo mudanças no texto constitucio-
nal, a liberdade religiosa oferece à igreja duas vertentes
interessantes:
a. “A liberdade religiosa não significa insubordi-
nação às obrigações genericamente impostas à
sociedade, nem pode servir de justificativa à im-
punidade. Por força da soberania interna do Esta-
do, todos os homens devem observância às leis,
sujeitos a sanções por seu descumprimento.
Desta forma, a igreja está sujeita ao império esta-
tal, como sucedâneo da própria vida em socieda-
de, devendo respeito às leis vigentes, bem como
às autoridades constituídas, das três esferas de po-
der, federal, estadual e municipal.”
b. “Por sua vez, o direito de autorregulamentação,
por meio de Estatuto próprio, assegura à igreja o
poder de ditar as regras internamente aplicáveis.
Em adição a isso, pelas decisões dos seus órgãos
constituídos, a igreja exerce o poder de traçar seu
próprio destino. No campo do direito privado,
com preponderância do interesse particular, o Es-
tatuto criado pela igreja é a lei que regerá as situ-
ações fáticas acontecidas no âmbito interno desta,
aplicando-se, apenas, supletivamente a legislação
civil vigente. Ou seja, a lei civil somente entrará
em cena, no que couber, caso haja lacuna no esta-
tuto ou no regimento interno.”
Por isso, a igreja que não tem Estatuto devidamente
registrado ou omisso se arrisca a submeter-se ao poder su-
pletivo do Estado para decidir questões que deveriam ser de
sua exclusiva competência.
Se a igreja for cuidadosa na formalização de seu di-
reito e nos procedimentos para sua aplicação, não ficará
vulnerável aos problemas que assustam a muitos – e tão em
voga atualmente –, tais como homossexualidade, realização
de casamento de pessoas do mesmo sexo, pedofilia etc. “A
igreja, no exercício de seu direito, pode não admitir pessoas
indesejáveis. A liberdade de filiar-se a uma igreja está con-
dicionada à obediência aos pressupostos de admissão insti-
tuídos pela própria igreja.
Uma vez estabelecidos no estatuto os requisitos para
a admissão no rol de membros, o indivíduo que não os sa-
tisfizer não poderá exigir sua filiação. É, portanto, constitu-
cionalmente garantido à igreja a não-admissão de pessoas
que não se enquadrem nos moldes previstos no seu Estatuto.
O que não se admite, a princípio, é vedar a adesão
do indivíduo que se enquadra em todos os requisitos legais
e estatutários, pois, nesse caso, a igreja estaria violando o
direito à igualdade, eis que o ingresso na instituição estaria
puramente condicionado ao seu capricho, podendo selecio-
nar uma pessoa e segregar outra, ambas em situação jurídi-
ca homogênea.”

1.2 A Igreja e o Princípio do Direito Próprio

O melhor exemplo de Direito Próprio em relação


às organizações religiosas juridicamente constituídas é a
própria Igreja Católica Apostólica Romana, que possui o
seu Código de Direito Canônico e o seu Direito Religio-
so, os quais andam em conformidade com o Direito Civil
Brasileiro.
O direito de autorregulamentação abordado nesta
obra, embasado na Lei nº10.825/2003, está em plena con-
sonância com esta ideia.

1.3 Imóvel sede da igreja:


cuidados necessários

A construção ou aquisição de um imóvel para fins de


cultos deve merecer cuidados especiais, tais como locali-
zação, legalidade documental, padrão da edificação, ob-
servando-se a legislação pertinente, especialmente no que
tange a existência de escadas, acessos, ventilação, recuos,
posição de portas e janelas, vizinhança, acréscimos (ou
os famosos “puxadinhos”), acústica, conservação e outras
questões que mereçam cuidados, inclusive o Estatuto da Ci-
dade (Lei 10.257/2001), que já é realidade em todo o país.
1.4 Legalização como pessoa jurídica

De acordo com o art. 45 do Código Civil, a organi-


zação jurídica da igreja tem início com o registro do esta-
tuto no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do
município onde ela tem sede. Em seguida, deve ser feita a
inscrição no CNPJ e demais órgãos competentes. Acontece
que, por desconhecimento, comodidade ou não sei o quê,
até mesmo profissionais devidamente habilitados insistem
em afirmar que com estatuto registrado e o CNPJ em mãos
a igreja está legalizada. E mais: afirmam que igreja não está
obrigada a manter a sua contabilidade regular, tampouco
apresentar a RAIS anual, como também a declaração ECF
(Escrituração Contábil Fiscal), a GFIP (Guia de Informa-
ções à Previdência Social) periódica e que o pastor é isento
de recolhimento mensal de imposto de renda. Quanto des-
preparo! Que irresponsabilidade! Que lástima!
No dizer do competente professor Gilberto Garcia,
especialista em Direito Eclesiástico, estatuto é qual uma
roupa feita sob medida. Copiar estatuto de outra igreja pode
ser perigoso. Afinal, cada igreja traz consigo particularida-
des que não podem e não devem ser desprezadas.
Desde 22 de dezembro de 2003, as igrejas passaram
a ser regidas pela Lei nº10.825, que diz textualmente, em
seu artigo 1º:
“São livres a criação, a organização, a estruturação in-
terna e o funcionamento das organizações religiosas...”.
Em todos esses anos de atuação no ramo de assessoria
contábil, o caso que mais me chamou a atenção foi o que
passo a narrar: Fui procurado por um pastor para analisar o
projeto de estatuto da igreja que pretendia fundar. Pediu-me
atenção dobrada para um artigo que julgava muito impor-
tante. Curioso, folheei o documento até encontrar o artigo
que defendia a sua condição de presidente vitalício. Previa
que em caso de seu falecimento, a viúva ficaria com um
percentual do seu sustento ministerial até contrair novo ma-
trimônio; mas, em caso de seu falecimento, os filhos me-
nores seriam beneficiados com um percentual menor até
atingirem a maioridade. Em poucas palavras eu o convenci
do seu engano.

1.5 Alvará de Localização

“Templos religiosos não estão livres de alvará de fun-


cionamento”. O entendimento foi reafirmado pelo Conse-
lho Especial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Para
os desembargadores, dispensar a exigência é interferir no
poder de polícia da administração pública e expor a risco a
integridade física dos fiéis.
A questão foi discutida numa Ação Direta de Incons-
titucionalidade. O TJ-DF já tinha julgado inconstitucional
uma lei do DF que liberava as igrejas da exigência de alvará
de funcionamento. No entanto, uma nova norma foi reedi-
tada pela Câmara Legislativa. O Ministério Público propôs,
então, nova ADI julgada procedente pelo Conselho Espe-
cial do Tribunal de Justiça.
Os desembargadores esclareceram que
“é por intermédio do alvará de funcionamento
que o poder público emite juízo positivo para
que determinada atividade comercial, industrial
ou institucional seja exercida”. “Os templos reli-
giosos não poderiam estar fora desse controle”.
(Texto capturado na internet em junho de 2012)
1.6 Responsabilidade da igreja enquanto
local de aglomeração de pessoas

É assustadora a representação que o Ministério Pú-


blico do Estado de São Paulo impetrou contra uma Igreja
em razão de um desabamento, quando vários fiéis tiveram
suas vidas ceifadas. Contudo, não é somente as igrejas que
devem ter o cuidado de obter das autoridades competentes
a sua licença para funcionamento, pois riscos de incêndio
e pânico são iminentes. A tragédia de um incêndio ocorrida
num estabelecimento de diversão em Santa Maria, no Es-
tado do Rio Grande de Sul, que ceifou a vida de quase três
centenas de jovens serve de alerta.

1.7 Imunidade tributária

É certo que as organizações religiosas gozam de imu-


nidade tributária com base no art. 150, inciso VI, alínea “b”,
§ 4º, da Constituição Federal de 1988, que diz:
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias assegu-
radas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios:
.........................................................................
VI – instituir impostos sobre:
.........................................................................
b) templos de qualquer culto.
.........................................................................
§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas “b”
e “c”, compreendem somente o patrimônio, a renda e os
serviços, relacionados com as finalidades essenciais das en-
tidades nelas mencionadas.”
1.8 Controvérsias acerca do IPTU

Durante muito tempo travou-se uma discussão acerca


da abrangência da imunidade sobre imóveis de propriedade
das organizações religiosas, porém não destinadas a culto.
Notamos na obra intitulada “Imunidades Tributárias” de au-
toria de Yoshiaki Ichihara, publicado pela Editora Atlas, que
doutrinadores de renome divergiam nesta questão quando
comparados, por exemplo, Pontes de Miranda e Sacha Cal-
mon Navarro Coelho: “Ficaram imunes a impostos os tem-
plos de qualquer culto; não, porém, as casas de residências
dos padres, pastores, rabinos etc, salvo se dentro do próprio
edifício do templo’. (Pontes de Miranda). Já Sacha Calmon
Navarro Coelho defendia que “...a moradia não está coberta
pela imunidade dos templos de qualquer culto”.
Outra questão controvertida é a que diz respeito ao
imóvel. No passado, o templo de qualquer culto era um
edifício erguido para culto, com arquitetura típica. Hoje os
templos estão em lugares os mais inusitados, como em ga-
ragens, salas, cinemas, salões, galpões, lojas, residências e
todo tipo de edificação. De modo geral, até então a imuni-
dade era reconhecida à luz de documentos que comprovas-
sem a titularidade do imóvel: escritura pública de compra
e venda e IPTU em nome da organização religiosa eram
exigências legais. E agora, diante dessa nova realidade,
quando a maioria das organizações religiosas alugam, e não
constroem seus templos, caberá imunidade? O silêncio da
lei gerava muita inquietação.
Em 2003 o Supremo Tribunal Federal editou a Sú-
mula 724 que pacificou uma questão que operadores do Di-
reito entendem estender-se às organizações religiosas, que
versa sobre a abrangência da imunidade a todos os imóveis
da organização religiosa, mediante condição óbvia: “Ain-
da quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU
o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas
pelo art. 150, VI, “c”, da constituição, desde que o valor
dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais
entidades”.

1.9 Certificado de Aprovação


do Corpo de Bombeiros

A Constituição Federal, em seu artigo 150, inciso VI,


garante, aos templos de qualquer culto, a imunidade de tri-
butação dos impostos que incidem sobre sua estrutura fí-
sica. O objetivo é garantir, assim, a liberdade religiosa no
País.
O benefício, entretanto, nada tem a ver com as
obrigações que o templo religioso tem com o
município e os órgãos de fiscalização e emis-
são de alvará de segurança, como o Corpo de
Bombeiros, que devem, obrigatoriamente, ser
cumpridas. Trata-se apenas de imunidade sobre
impostos relativos ao prédio, como IPTU, por
exemplo. Depois de constituída a personalidade
jurídica, segundo José Antônio de Oliveira Neto,
diretor da Área de Administração Tributária da
Secretaria de Finanças, o templo de qualquer
culto deve cumprir todos os trâmites legais obri-
gatórios e um deles é a Inscrição Municipal. O
fato de preencher os requisitos para estar imune
ao pagamento de impostos não isenta o templo
de estar em dia com esta obrigação.
(Texto capturado na internet em junho de 2012)
1.10 Implantação do e-Social

Integrante do SPED (Sistema Público de Escritura-


ção Digital), o e-Social – Sistema de Escrituração Digital
das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas en-
trou em vigor para as organizações religiosas a partir de 1º
de janeiro de 2018, posteriormente prorrogados os prazos,
conforme tabela abaixo. O objetivo é unificar o envio de
informações pelo empregador referente aos seus emprega-
dos. Carece de alguns acertos e está sendo desenvolvido,
em conjunto, pela CAIXA, pelo INSS, pelo Ministério da
Previdência Social (MPS), pelo Ministério da Economia
(ME) e pela Secretaria da Receita Federal. A novidade é
que o pastor e demais ministros religiosos vinculados à
Igreja devem ser informados no programa e-Social, deven-
do constar os seus dados, bem como valor dos seus proven-
tos, imposto de renda retido na fonte e valor da contribuição
previdenciária. Igualmente, os seus dependentes devem ser
informados (nome, CPF, RG, endereço residencial e data de
nascimento).

Prazos para organizações imunes e isentas imple-


mentarem o e-Social:

Cadastro do empregador e tabelas Julho de 2018


Dados dos trabalhadores Setembro de 2018
Folha de pagamento Novembro de 2018
1.11 Principais obrigações fiscais

Embora sejam impostas outras obrigações fiscais às


organizações religiosas, resolvi dar alguns destaques aqui,
tendo em vista que as multas são mais pesadas. É aconse-
lhável que cada igreja tenha uma boa assessoria contábil e
jurídica.
DCTF inativa: Esta obrigação substituiu a DSPJ – Decla-
ração Simplificada de Pessoa Jurídica – Inativa
Prazo de Entrega: Até 22 de maio. Instrução Normativa
nº1.697, DOU de 06/03/2017 (Obs.: Esta data pode ser al-
terada por meio de ato legal).
ECF (Escrituração Contábil Fiscal): Esta obrigação con-
siste num arquivo digital que substituiu a DIPJ (Declaração
de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica), a
partir do ano-calendário de 2014.
Escrituração Contábil Digital (ECD): Foi publicada no
Diário Oficial da União a Instrução Normativa RFB nº
1.894/2019, que prevê que a escrituração das operações de
sociedade em conta de participação deverá ser efetuada em
livros próprios. A legislação anterior previa estas entidades
poderiam apresentar a escrituração como livros auxiliares
do sócio ostensivo, mas esta possibilidade foi extinta com
a publicação do Regulamento do Imposto de Renda em no-
vembro de 2018, o que motivou a adequação da norma.
A Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil nº
1.894/2019 também alterou o valor limite para dispensa da
obrigatoriedade de apresentação da Escrituração Contábil
Digital (ECD) das pessoas jurídicas imunes e isentas. Com
o objetivo de simplificar as obrigações acessórias, ficam
dispensadas de apresentar a ECD as entidades imunes e
isentas que auferirem, no ano-calendário, receitas, doações,
incentivos, subvenções, contribuições, auxílios, convênios
e ingressos assemelhados cuja soma seja inferior a R$ 4,8
milhões. O limite anterior era de R$ 1,2 milhão.
Escrituração Fiscal Digital (EFD): Desde o ano calendá-
rio 2015 todas as organizações religiosas estão obrigadas a
entregar a ECF, independentemente do montante de receita,
ausência de empregados, remunerações ao seu ministro re-
ligioso. A EFD-Contribuições será transmitida mensalmen-
te ao SPED até o 10º (décimo) dia útil do 2º (segundo) mês
subsequente ao que se refira a escrituração.
Assinatura do Livro Digital: O livro digital deve ser as-
sinado obrigatoriamente pelo presidente da organização re-
ligiosa e por profissional contábil, devidamente habilitado
junto ao Conselho Regional de Contabilidade. Para tanto, é
indispensável que ela possua o certificado digital. Eventu-
almente, pode-se utilizar procuração eletrônica da Receita
Federal.
Importante: A organização religiosa deve manter atualiza-
do o seu estatuto e as suas atas. Ambos devem ser levados
a registro público em Cartório, sob pena de nulidade. Em
caso de falta de atualização, a organização não obterá o seu
Certificado Digital.
CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempre-
gados Mensal: Até o dia 7 (sete) do mês subsequente ao da
admissão ou demissão.
Observação: A legislação prevê, ainda, a obrigatoriedade de
entrega do CAGED diário, quando se tratar de admissão de
empregado em gozo de benefício de seguro-desemprego.
PIS sobre Folha de Pagamento: É uma obrigação tributá-
ria devida pelas organizações religiosas, inclusive, à base de
1% sobre a folha de pagamento de salários, mensalmente.
DIRF – Declaração do Imposto Sobre a Renda Retido na
Fonte: No que diz respeito a organização religiosa, trata-se
de uma declaração anual prestada à Secretaria da Receita
Federal, dela constando basicamente os valores recolhidos
na fonte, bem como recolhimentos de PIS sobre a folha de
pagamento. O prazo vai até o último dia útil do mês de fe-
vereiro de cada ano.
GFIP/SEFIP: Ainda que negativa, deve ser apresentada
em janeiro e dezembro de cada ano.
Alvará de Localização: Esta exigência varia de município
para município, por isso é importante consultar a legislação
municipal. Veja tópico 1.3.
INSS-Guia: Recolhimento através de guia própria, inci-
dente sobre folha de pagamento de funcionários, pagamen-
tos efetuados a autônomos e outros prestadores de serviços
e serviços tomados de pessoas jurídicas, até o dia 20 de
cada mês seguinte ao vencido.
INSS-Carnê: Recolhimento através de carnê até o dia 15
de cada mês seguinte ao vencido.
FGTS: Recolhimento através de guia própria até o dia 7 de
cada mês seguinte ao vencido.
Contribuição Sindical dos empregados: Recolhimento
através de guia própria de acordo com dispositivos legais.
2. O INSS e o Imposto de R enda
dos ministros e autônomos

2.1 INSS do pastor (De 1º de janeiro a


31 de dezembro de 2019)

De acordo com legislação vigente, não se conside-


ra como remuneração direta ou indireta, para os efeitos da
Lei, os valores despendidos pelas organizações religiosas e
instituições de ensino vocacional, como ministro de confis-
são religiosa, membros de instituto de vida consagrada, de
congregação ou de ordem religiosa em face de seu mister
religioso ou para sua subsistência, desde que fornecidos em
condições que independam da natureza e da quantidade do
trabalho executado. Assim, sobre este tipo de pagamento
não incide nenhuma contribuição, pois ele não é considerado
como remuneração. Cumpre salientar, também, que o Mi-
nistro de Confissão Religiosa é considerado segurado obri-
gatório da Previdência Social na qualidade de contribuinte
individual (Decreto 3.048/1999). Caso o valor recebido
pelo ministro de confissão religiosa ou membro de instituto
de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa
em face do seu mister religioso ou para sua subsistência
independa da natureza e da quantidade do trabalho execu-
tado, caberá ao próprio contribuinte individual o recolhi-
mento da sua contribuição que corresponde, de 1º/01/2019
a 31/12/2019, a 20% (vinte por cento) sobre o valor por ele
declarado, observados os limites mínimo (R$998,00 x 20%
= R$199,60) e máximo (R$5.531,31 x 20% = R$1.106,26)
de salário-de-contribuição. Desta forma, caso este valor
seja pago para a sua subsistência, não incidirão os referidos
recolhimentos, pois nesse caso o próprio contribuinte fará
seu recolhimento através de carnê, aplicando a alíquota de
20% sobre sua remuneração, utilizando o código 1007.
Caso o Ministro Religioso receba remuneração pe-
los serviços prestados de forma diferenciada, conforme a
quantidade de serviços prestados, incidirão por parte da
Organização Religiosa, sobre esta remuneração, tanto a
importância correspondente a 20% a título de renda ecle-
siástica sobre o valor pago mensalmente ao seu ministro
religioso em questão, quanto o recolhimento de 11% a título
de contribuição previdenciária do contribuinte individual
que lhe presta serviços.
O texto da Lei 13.137/2015, se não interpretado
cuidadosamente, pode trazer sérios problemas tanto para
igrejas como para ministros religiosos, pois profissionais
da contabilidade e operadores de Direito têm dividido opi-
nião quanto à sua aplicabilidade. Salvo melhor juízo, en-
tendo que não somente os proventos devem ser oferecidos
à tributação do imposto de renda, mas também eventuais
benefícios que a igreja venha a conceder ao ministro reli-
gioso contratado. Veja Solução de Consulta SRF nº63, de
25/09/2009.
Possibilidades de recolhimento de INSS em 2019:

Valor da Prebenda Contribuição Sim/não


R$1.000,00 R$110,00 Não (1)
R$1.000,00 R$199,60 a 1.106,26 Sim (2)
R$5.531,31 De 199,60 a R$1.106,26 Sim (3)
R$10.000,00 R$199,60 a 1.106,26 Sim (4)
R$10.000,00 R$2.000,00 Não (5)

1. Este valor de contribuição corresponde 11% do


Salário Mínimo, mas não se aplica ao ministro
religioso.
2. Este é o valor mínimo de contribuição previdenci-
ária para a classe de ministros religiosos (20% do
Salário Mínimo vigente). Ainda que aposentado,
o ministro religioso que permanece pastoreando,
deverá efetuar esse recolhimento mínimo.
3. Este é o valor máximo de contribuição previden-
ciária para a classe de ministros religiosos.
4. Embora ganhe R$10.000,00 a título de proventos
ministeriais, ainda assim o ministro religioso pode
optar pelo recolhimento mínimo obrigatório.
5. É vedado ao ministro religioso contribuir com va-
lor mensal superior ao previsto na legislação.
Nota: O valor da contribuição poderá variar entre R$199,60
e R$1.106,26 de um mês para o outro, sem risco de come-
timento de irregularidade perante a Previdência Social. De
todo modo, quando o ministro religioso for requerer a sua
aposentadoria, serão computadas todas as suas contribui-
ções para fins de definição do valor do benefício.
2.2 Como e onde informar os recolhimentos
do INSS na declaração anual de IRPF do
ministro religioso:

Em qual campo do programa da Declaração do Im-


posto de Renda devo informar os pagamentos efetuados a
título de contribuição previdenciária do Ministro de confis-
são religiosa?
Resposta: Considerando ser a fonte pagadora dos
rendimentos (organização religiosa) pessoa Jurídica, os
rendimentos recebidos, bem como os eventuais impostos
retidos na fonte devem ser lançados na ficha “Rendimentos
Tributáveis Recebido de Pessoa Jurídica”, conforme página
49 e 50 do Ajuda do Programa IRPF 2018.
Quanto a Previdência Oficial (INSS), conforme pre-
visto no inciso I, art. 86 da Instrução Normativa RFB nº
1.500/2014 esta poderá ser considerada dedutível para fins
de apuração do Imposto de renda.
“Art. 86. São admitidas, a título de dedução, as
contribuições:
I – para a Previdência Social da União, dos esta-
dos, do Distrito Federal e dos municípios;
(...)
§ 2° Quando a fonte pagadora não for responsá-
vel pelo desconto da contribuição previdenciária,
o valor pago a esse título pode ser considerado
para fins de dedução da base de cálculo sujeita
ao imposto mensal, desde que haja anuência da
fonte pagadora e que o beneficiário lhe forneça o
original do comprovante de pagamento.
(...)”
Sendo a Previdência Oficial (INSS) recolhida pelo
próprio profissional autônomo, o mesmo deverá ser lança-
do na ficha “Rendimentos Tributáveis Recebido de PF/Ex-
terior” na aba “outras informações” na coluna “Previdência
Oficial”, conforme página 59 do Ajuda do Programa IRPF
2018.

2.3 IRFON: A partir do mês de abril de 2015:

Base de Cálculo (R$) Alíquota Parcela a deduzir


(%) do IR (em R$)
Até 1.903,98 - -
De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,80
De 2.826,66 até 3.751,05 15 354,80
De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13
Acima de 4.664,68 27,5 869,36
Dedução por dependente: R$189,59
Fonte: Medida Provisória nº 670/2015
(Recomendável confirmação através do site www.receitafederal.org.br)
3. os “direitos” do pastor e demais
ministros religiosos

Embora não regidos pela Consolidação das Leis do


Trabalho (CLT), tem sido praxe a igreja conceder ao seu
pastor direitos análogos, tais como férias (acrescidas de
um terço), 13º salário, FGTM/FAP, fundo previdenciário e
outros.
Particularmente, defendo que a igreja que deliberar
honrar o seu ministro com tais benefícios, à exceção do
FGTM/FAP, que o faça mensalmente com base na média
aritmética simples mensal, assim:

Proventos + Férias + Gratificação natalina + Outros = X ÷ 12 = R$...

Entendo que desta forma a igreja simplificará o seu


orçamento, minimizará a tributação do IRFON e haverá
menor variação de saídas em meses distintos, além de não
ter que se preocupar com fundos de reservas para tais fins.

3.1 Como calcular as férias do pastor:

A título de exemplo, suponhamos um pastor com pro-


vento mensal de R$6.000,00 (seis mil reais). Neste caso, se
a Igreja adotar o princípio da equiparação, o valor devido
bruto será de R$8.000,00 (oito mil reais).
Obs.1: No caso de mês quebrado, pode-se pagar os dias
trabalhados antes ou depois do gozo das férias.
Obs.2: Este valor deverá ser pago até três dias antes do
início do gozo das férias.
Obs.3: É certo que sobre esse valor será estabelecida a base
de cálculo para fins de recolhimento do IRFON (Imposto
de Renda Retido na Fonte).

3.2 IRFON: Incidência sobre proventos


ministeriais

A promulgação da Lei nº 13.137, de 2015 levou mui-


tos profissionais da área contábil e do Direito e, por exten-
são, os ministros de confissão religiosa, a entenderem que a
partir de então não haveria incidência de imposto de renda
na fonte sobre os seus proventos e eventuais benefícios.
Desde então, passaram a me consultar e, para a minha
felicidade, a Receita Federal do Brasil editou a Solução de
Consulta nº 254 – Cosit, datada de 26 de maio de 2017, que
passo a transcrever parte dela, com grifos meus, para facili-
tar o entendimento dos meus leitores:
“RETENÇÃO NA FONTE. MINISTROS DE
CONFISSÃO RELIGIOSA: Estão sujeitos à in-
cidência do Imposto sobre a Renda na Fonte os
valores despendidos pelas entidades religiosas
com ministros de confissão religiosa, conforme
a tabela progressiva do IRRF.
Dispositivos Legais: Decreto nº 3.000, de 1999,
Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99),
art. 167 c/c o art. 628.
Relatório: A interessada, acima identificada, en-
tidade religiosa sem fins lucrativos, dirige-se a
esta Superintendência para formular CONSUL-
TA sobre a isenção do Imposto sobre a Renda em
relação aos rendimentos recebidos por Ministros
de Confissão Religiosa.
2. Cita a Lei nº 13.137, de 2015, que, em seu
art. 7º, incluiu o § 14 no art. 22 da Lei nº 8.212,
de 1991, afirmando que o § 13 desta lei dispõe
que os rendimentos dos ministros religiosos
não configuram remuneração direta ou indireta,
concluindo que a renda de ministros religiosos,
padres e pastores estariam isentos do imposto
sobre a renda.
3. Assim, indaga sobre a correta interpretação da
Lei nº 13.137, de 2015, questionando se as enti-
dades religiosas, às quais estão vinculados tais
ministros de confissão religiosa, estão desobri-
gadas à retenção e ao recolhimento do imposto
sobre a renda.
4. Inicialmente, da análise da Lei nº 8.212, de
1991, citada pela consulente, depreende-se que
o art. 22, em seu § 13, define que não se con-
sidera remuneração direta ou indireta, para os
efeitos dessa Lei, os valores despendidos pelas
entidades religiosas com ministro de confissão
religiosa, em face do seu mister religioso ou para
sua subsistência, desde que não dependam da
natureza e da quantidade de trabalho executado.
Observe-se que o disposto no referido parágra-
fo possui efeitos para essa Lei, ou seja, para os
dispositivos nela contidos, relacionados à Segu-
ridade Social.
5. Assim, em relação ao INSS, sobre este tipo
de pagamento não incide nenhuma contribui-
ção, pois não se trata de remuneração, direta
ou indireta. No entanto, cumpre salientar que o
ministro religioso é considerado segurado obri-
gatório da Previdência Social na qualidade de
contribuinte individual (Decreto nº 3.048, de
1999). Desta forma, do valor recebido, caberá ao
próprio ministro, como contribuinte individual,
o recolhimento da sua contribuição, que corres-
ponderá a 20 % sobre o valor por ele declarado,
observados os limites mínimo e máximo de salá-
rio de contribuição.
6. A Lei nº 13.137, de 2015, alterou a redação do
art. 22 da Lei nº 8.212, de 1991, acrescentando,
no § 14, dois incisos para efeito de interpreta-
ção do § 13, com o intuito apenas de esclarecer
melhor o assunto. Mas, conforme já exposto, o
§ 13, e consequentemente o § 14, trazem defini-
ções para os efeitos da Lei nº 8.212, 1991, que
trata da Seguridade Social, e, portanto, não trata
do imposto sobre a renda.
7. Desta forma, não há como se extrair do conti-
do na Lei nº 13.137, de 2015, a conclusão sobre
a obrigatoriedade ou não da retenção do imposto
de renda sobre os rendimentos pagos aos minis-
tros religiosos.
8. Observe-se que os ministros religiosos não
têm vínculo empregatício com a pessoa jurídica
pagadora (igreja etc.), pois inexiste contrato de
trabalho com a organização religiosa, sendo os
valores por eles recebidos caracterizados como
rendimentos do trabalho não assalariado.
9. O disposto no art. 167 c/c o art. 628, ambos
do Decreto nº 3.000, de 1999, Regulamento do
Imposto de Renda (RIR/99), determina a re-
tenção do Imposto de Renda na Fonte para os
rendimentos do trabalho não assalariado, pagos
por essas entidades, como se observa a seguir:
“Art. 167. As imunidades, isenções e não inci-
dências de que trata este Capítulo não eximem
as pessoas jurídicas das demais obrigações pre-
vistas neste Decreto, especialmente as relativas à
retenção e recolhimento de impostos sobre ren-
dimentos pagos ou creditados e à prestação de
informações (Lei nº 4.506, de 1964, art. 33).
Parágrafo único. A imunidade, isenção ou não
incidência concedida às pessoas jurídicas não
aproveita aos que delas percebem rendimen-
tos sob qualquer título e forma (Decreto-Lei nº
5.844, de 1943, art. 31).
(...)
Art. 628. Estão sujeitos à incidência do impos-
to na fonte, calculado na forma do art. 620, os
rendimentos do trabalho não-assalariado, pagos
por pessoas jurídicas, inclusive por cooperativas
e pessoas jurídicas de direito público, a pessoas
físicas (Lei nº 7.713, de 1988, art. 7º, inciso II).
(grifos acrescidos)
10. Portanto, os valores recebidos pelos minis-
tros religiosos estão sujeitos à incidência do Im-
posto sobre a Renda na Fonte e na Declaração de
Rendimentos das pessoas físicas beneficiárias,
visto que não gozam de imunidade ou isenção
(exceção feita, obviamente, aos valores pagos
dentro do limite de isenção da tabela progressiva
do IRRF).
Conclusão
11. À vista do exposto, responde-se à consulen-
te que, sobre a importância paga aos ministros
de confissão religiosa, incide o Imposto de Ren-
da na Fonte, conforme a tabela progressiva do
IRRF, devendo a consulente aplicar a tabela e
reter o valor correspondente, o qual deverá ser
recolhido por meio de guia própria (DARF).

3.3 Pagamento do 13º salário


ou gratificação natalina:

Cada parcela deverá corresponder a 50% (cinquenta


por cento) do valor percebido pelo ministro, devendo a pri-
meira parcela ser paga até o dia 30 de novembro; e a segun-
da até 20 de dezembro.

3.4 Previdência, plano de saúde,


FGTM, aluguel etc.

Tem sido prática cada vez maior entre as igrejas as-


sumir o pagamento do INSS, Plano de Saúde, FGTM/FAP
(Fundo de Garantia de Tempo de Ministério ou Fundo de
Amparo ao Pastor), aluguel residencial e outros benefícios
para os seus pastores. É evidente que a maioria maciça das
igrejas não pode arcar com todos os benefícios aqui men-
cionados, mas a nossa sugestão é que pelo menos o INSS
e o FGTM sejam assumidos pela Igreja, já que do INSS o
pastor vai depender para uma aposentadoria mais tranquila.
Já o FGTM equivale a “indenização” quando ele deixar o
pastorado local, tornando-se um fundo de subsistência até
que ele seja convidado para um novo ministério.
A seguir, apresentamos um modelo de Termo de
Compromisso ditando normas sobre o FGTM, elaborado
pelo experiente Dr. Genésio Pereira, que poderá ser adapta-
do à realidade da igreja.
Importante ressaltar que outras igrejas adotam bene-
fício similar, dando-lhe diferente nomenclatura, como por
exemplo, Fundo de Assistência Pastoral (FAP), mas o obje-
tivo é o mesmo.

3.5 Previdência Privada Pastoral


e demais ministros
religiosos

Quando não for possível fazer uma previdência priva-


da mais avantajada para o ministro, faça uma modesta, mas
faça. Não direcione todos os seus investimentos para um
futuro tranquilo somente na previdência oficial (INSS). Os
bancos que oferecem esse serviço têm-se mostrado bastante
sólidos.

3.6 Plano de Saúde Pastoral


e demais ministros religiosos

Se contratado pela pessoa física e pago pela Igreja,


incorpora aos proventos, em forma de benefícios e há in-
cidência de Imposto de Renda. Se contratado em nome da
pessoa jurídica, além de ficar mais barato, não incorpora
aos proventos pastorais.
3.7 Pastor Pessoa Jurídica? O que é isto?

O pastor de igreja local que for orientado a inscrever-


-se como Microempreendedor Individual (MEI) para rece-
ber os seus proventos mediante emissão de nota fiscal de
serviços prestados estará cometendo um equívoco, do pon-
to de vista fiscal. Dentre os motivos está a ausência dessa
categoria no rol das atividades permitidas pela legislação
pertinente.
Há profissionais da contabilidade e do Direito que es-
tão orientando mal as igrejas e seus pastores. Se invocam a
lei, ou silêncio dela, eu preciso saber se estão se referindo
à lei civil ou à lei moral. Ora, a lei moral transcende a lei
civil.
Eu jamais orientaria uma igreja a formalizar o seu
ministro religioso perante o fisco como MEI (Microempre-
endedor Individual), EIRELI (Empresa Individual de Res-
ponsabilidade Limitada). Afinal, o ministro religioso não é
nem uma coisa, nem outra. Ele é muito mais que isso.
Observe que a legislação previdenciária não deixa
dúvidas sobre o tratamento dado ao ministro religioso.
O antigo Regulamento do Imposto de Renda Decreto
3.000, em seu art. 67, Parágrafo Único, asseverava que “A
imunidade, isenção ou não incidência concedida às pessoas
jurídicas não aproveita aos que dela percebam rendimentos
sob qualquer título e forma”. Igualmente, o novo RIR/2018
endossa essa posição.
“Desta forma, os rendimentos percebidos pelos pas-
tores são tributados normalmente pelo imposto de renda,
sujeitando-se a tabela progressiva mensal e as demais regras
de retenção e deduções da base de cálculo para o imposto
de renda”.
Há, contudo, outras implicações que prefiro não as
mencionar aqui.

3.8 Pastor aposentado por invalidez


pode pastorear?

Quando recentemente publiquei um artigo voltado


aos pastores, falando de aspectos previdenciários com im-
plicações diretas sobre filiação, contribuição e aposenta-
doria, fizeram-me uma consulta que agora a torno pública,
a fim de que outros pastores tenham tal informação, que
considero de extrema relevância. O assunto causou certa
controvérsia e acabou por ensejar um parecer jurídico as-
sinado pelo competente pastor batista e advogado Marcelo
Rosa, especialista em direito eclesiástico, que gentilmente
nos autorizou a sua inserção aqui.
A pergunta é a que dá título a este artigo: “Pastor apo-
sentado por invalidez pode pastorear?” Antes de responder,
gostaria de sugerir que a formulação mais correta para esta
pergunta seria o consulente perguntar se o ministro religio-
so aposentado por invalidez pode pastorear e receber pro-
ventos da igreja à qual ele serve.
Há um brocardo jurídico provindo do latim que vati-
cina que “dura lex sed lex”, ou seja, a lei é dura, mas é lei.
Neste sentido, passo a esclarecer que, de acordo com
a legislação previdenciária vigente, o ministro de confissão
religiosa é contribuinte obrigatório da Previdência Social
(INSS) e, portanto, não goza de tratamento diferenciado.
Nessa condição de aposentado por invalidez, não há que
se falar em atividade remunerada nem tampouco em re-
colhimento da contribuição mensal, considerando que ele
foi declarado incapacitado para qualquer atividade laboral
(leia-se atividade remunerada).
Neste caso, estando ele aposentado por invalidez, e
movido por sua vocação sacerdotal, que se traduz pelo afã
de propagar o Evangelho, poderá fazê-lo, porém não poderá
receber da fonte pagadora, que é a igreja ou organização
similar que o tenha contratado na condição de ministro de
confissão religiosa, sem vínculo de emprego, sob pena de
ter cassada a sua aposentadoria. Esta é a dura verdade.
Diante deste cenário, não se vislumbra outra possi-
bilidade, já que os recursos recebidos pela organização re-
ligiosa em forma de dízimos, ofertas e outros devem ser
contabilizados de acordo com o rigor das Normas Brasilei-
ras de Contabilidade, bem como com a legislação do Im-
posto de Renda.
Argumentos contrários a este entendimento, porém
sem muita consistência, apontam para as particularidades
da atividade do ministro de confissão religiosa, afirman-
do que não se trata de atividade profissional, que não há
caracterizada a contrapartida pelo exercício do ministério
pastoral e por aí vai. É preciso muito cuidado. Aconselho
àqueles que porventura se encontrem nessa situação que se
preparem para uma eventual demanda judicial, pois a ten-
dência do INSS será cassar tal benefício, retroativamente à
data da concessão do mesmo.

CONSULTA JURÍDICA – RAZÃO DA CONSUL-


TA: Indaga o consulente sobre a possibilidade do beneficiá-
rio de aposentadoria por invalidez (doença) concedida pelo
INSS, voltar a exercer atividade laborativa remunerada,
inclusive com retenção e pagamento de IRRF e de cota pre-
videnciária. No caso ora examinado, o aposentado pretende
exercer função remunerada de pastor evangélico, e em tal
condição passará a receber sustento ministerial na qualida-
de de Ministro Religioso.

Parecer:
A aposentadoria em questão foi concedida, em tese,
pelo INSS após a constatação pericial de que o segurado é
portador de doença grave que o incapacita totalmente para
o trabalho.
A incapacidade funcional pode ser decorrente de
doença profissional ou de acidente de trabalho, mas, em
qualquer das modalidades deve ser considerada “grave” o
suficiente a ponto de incapacitar o segurado para o trabalho.
Tal modalidade de benefício previdenciário está regu-
lamentada pelos artigos 42/47 da Lei 8.213 de 1991 e pelo
Decreto Lei nº3048 de 1999 em seus artigos 43/50.
Em resumo, a aposentadoria por invalidez, pode ser
até definitiva, entretanto, a princípio é provisória. Defini-
tiva será se o segurado jamais se recuperar da doença; e
provisória, na medida em que se o segurado for curado e re-
cuperar sua capacidade laborativa, a aposentadoria poderá
ser cancelada pelo órgão previdenciário.
Dispõe o Artigo 48 do Decreto 3048/99 que
“O aposentado por invalidez que retornar volun-
tariamente à atividade terá sua aposentadoria,
automaticamente cassada, a partir da data do
retorno”.

No mesmo sentido é o Art. 46 da Lei 8213/91


que dispõe: “O aposentado por invalidez que retornar
voluntariamente à atividade terá sua aposentadoria automa-
ticamente cancelada a partir da data do retorno”.
A Autoridade Previdenciária, logo que tomar conhe-
cimento do retorno do segurado à atividade laborativa, seja
ela qual for, ainda que em atividade diversa daquela na qual
trabalhava anteriormente o segurado, cancelará automatica-
mente a aposentadoria por invalidez.
Deste modo, sem maiores justificativas, o próprio
nome iuris já diz, que a aposentadoria é por invalidez, e
logicamente, ao retornar à atividade laborativa o segurado
estaria dando prova irrefutável de que a “invalidez” não
existiria mais!
Decidindo voltar ao mercado de trabalho o aposen-
tado por invalidez deverá comunicar à Autoridade Previ-
denciária o restabelecimento de sua saúde e a decisão de
tornar-se novamente trabalhador ativo. Tal comunicação,
entretanto, poderá se dar de modo tácito, ou seja: quando
de volta ao trabalho, a empresa empregadora ou o segura-
do individual fizer o primeiro recolhimento previdenciário
vinculado ao CPF do “aposentado por invalidez”, a aposen-
tadoria será automaticamente cancelada.
É fato que muitos cidadãos “aposentados por invali-
dez”, em caso de necessidade, passam a exercer atividades
remuneradas no chamado “mercado informal” para com-
plementação de renda mensal.
Tais atividades não oficializadas e sem qualquer tipo
de registro não são, em regra, “descobertas” pela Previdên-
cia Social. Entretanto se o “aposentado por invalidez” tiver
a Carteira de Trabalho assinada; se fizer um cadastro de Mi-
croempreendedor Individual; se constituir qualquer tipo de
sociedade; se assumir a direção de qualquer associação; se
cadastrar-se como profissional autônomo; se expedir algum
Recibo de Pagamento Autônomo, ou de qualquer forma ofi-
cial passar a exercer qualquer outra atividade que se enqua-
dre na condição de contribuinte obrigatório da Previdência
Social, perderá automaticamente o direto à aposentadoria
por invalidez.
Evidentemente que não será esta a hipótese do caso
objeto da consulta, pois se trata de um Pastor, Ministro Re-
ligioso, para o qual além de se aplicar a “lei dos homens”,
aplica-se acima de tudo, A Lei de Deus, e com base nesta, que
exige do ser humano um comportamento ainda mais ético e
moral, deve o aposentado permanecer aposentado apenas no
caso de efetivamente ostentar o perfil de incapacitado!

Conclusão
Diante da legislação previdenciária vigente, sou de
parecer que, na hipótese do beneficiário de aposentadoria
por invalidez ser contratado como Ministro Religioso, tal
função obrigará à Igreja a cadastrá-lo perante a Previdência
Social como contribuinte obrigatório, na forma do Artigo
11, inciso V, Alínea c da Lei 8.213/91 que dispõe: “Art.11
– São segurados obrigatórios da Previdência Social as se-
guintes pessoas físicas: ...................
V – como contribuinte individual:
......................................................................

c) o ministro de confissão religiosa e o membro de


instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem
religiosa;”

Neste contexto, evidentemente que, assumindo o pas-


torado de Igreja Batista o “aposentado por invalidez” terá
a aposentadoria automaticamente cancelada quando for
efetuado o primeiro recolhimento previdenciário obrigató-
rio for efetivado pela tesouraria da Igreja.
Diante de tudo que aqui se expôs, ainda que de forma
objetiva e resumida, é de se concluir que o pastor que está
aposentado por invalidez está impedido de exercer qualquer
atividade laborativa enquanto perdurar tal invalidez; e que
ao assumir o pastorado de Igreja estará de fato, optando
em abrir mão da aposentadoria para retornar às atividades
profissionais.

Rio de Janeiro, 06 de abril de 2016.


Dr. Marcelo Gomes da Rosa – OAB/RJ 72.842
4. Dicas para o tesoureiro

1. Seja organizado. Estabeleça prazo para fecha-


mento mensal da movimentação financeira da
igreja; estabeleça prazo para pagamento de pes-
soal (assalariados, seminaristas, ministros, mis-
sões, profissionais liberais e outros); encargos
diversos; taxas de água, luz, telefone etc. Pague
em dia todos os compromissos assumidos pela
igreja. Quando isso não for possível, entre em
contato com o credor antes da data de vencimento
e comunique-lhe tal impossibilidade.
2. Abra conta bancária somente em nome da igreja
(nunca em nome do pastor, diácono ou qualquer
membro, por mais conceituado que seja).
3. Nunca lance no livro de Tesouraria dízimos e/ou
ofertas para recebê-los posteriormente.
4. Efetue pagamentos preferencialmente em che-
ques, apontando neles a sua destinação. Trabalhe
com cópia de cheque (à venda em papelaria).
5. Ao receber cheques que não sejam de membros
da igreja, ou seja, cheques de terceiros, identifi-
que-os no verso (escreva o nome de quem está
passando).
6. Nunca assuma compromissos financeiros sem a
prévia autorização da igreja.
7. Mantenha a contabilidade da igreja em dia, uti-
lizando documentos idôneos, que de fato com-
provem os lançamentos contábeis e que sejam
aceitos pelo fisco. Repasse em tempo hábil ao
profissional da contabilidade os livros e docu-
mentos necessários aos apontamentos para efeitos
legais (inclusive para elaboração e apresentação
da declaração anual de imposto de Renda). Em
caso de dúvida, consulte o seu contador.
8. Facilite o trabalho da Comissão de Exame de
Contas, Conselho Fiscal ou outra denominação
dada a quem seja responsável pelo acompanha-
mento da saúde financeira da igreja, arquivando
em ordem os documentos que derem origem aos
lançamentos e prestando-lhe quaisquer esclareci-
mentos que se tornem necessários.
9. Nunca trabalhe sozinho – o ideal é que mesmo
igrejas pequenas tenham dois ou três tesoureiros
atuando em conjunto – e peça que a Comissão de
Exame de Contas atue no propósito para o qual
foi criada, visando a transparência dos seus atos.
10. Evite guardar em casa grandes importâncias em
espécie.
11. Acima de tudo, ética cristã!
(Extraído e adaptado de fonte não identificada)
5. A igreja e suas relações
trabalhistas

Têm direitos e obrigações os chamados trabalhadores


celetistas, isto é, aqueles que são regidos pela CLT – Conso-
lidação das Leis do Trabalho (zelador, auxiliar de serviços
gerais, faxineiro, secretária, assistente administrativo, mú-
sico...) e não celetistas (trabalhadores autônomos que even-
tualmente prestam serviços para a Igreja). Não vale a pena
correr riscos. Vale a pena observar as leis.

5.1 Quanto custa um funcionário


para a igreja:

Em termos de encargos direitos, a título de exemplo,


suponhamos que determinado funcionário tem salário de
R$1.000,00 por mês. Sobre esse valor contratado, a igreja
empregadora

* Esse percentual de 8% pode chegar a 11%, dependendo da faixa de


salário do Trabalhador.
Anote: Há outros custos para a igreja empregadora,
dentre os quais destacamos: a) Exames médicos (admissio-
nal, periódicos e demissional); b) Normas Regulamentares;
c) Vale Alimentação ou Vale Refeição, d) Vale transporte; e)
benefícios previstos em Acordos ou Convenções Coletivas
de Trabalho etc.

5.2 Quanto custa um prestador


de serviços para a igreja:

Sobre serviços tomados de autônomos (trabalha-


dores avulsos que prestam serviços eventuais, tais como
pintores, pedreiros, eletricistas, encanadores, jardineiros,
engenheiros, arquitetos, advogados, contadores....) deve a
igreja fazer o pagamento através de Recibo de Pagamento
de Autônomo (RPA), efetuando-se os descontos incidentes,
a saber: 11% relativo à contribuição previdenciária em be-
nefício do prestados de serviços. Também deve fazer a re-
tenção do imposto de renda na fonte (IRFON) até a data de
vencimento prevista, em caso de incidência à luz da tabela
divulgada pela Receita Federal do Brasil.
À igreja cabe o encargo previdenciário de 20% sobre
o total do serviço prestado. O valor total do percentual apli-
cado (20% + 11% =31%) deverá ser recolhido pela igreja
empregadora aos cofres da Previdência Social no venci-
mento previsto.

5.3 Direitos básicos do trabalhador

São direitos básicos do trabalhador:


a) Carteira de trabalho assinada desde o primeiro dia
de serviço; b) Exames médicos de admissão, periódicos e
demissional; c) Repouso semanal remunerado (1 folga por
semana, sendo pelo menos uma num domingo, se emprega-
do do sexo masculino; e pelo menos duas, se do sexo femi-
nino); d) Salário pago até o 5º dia útil do mês subsequente;
e) Primeira parcela do 13º salário paga até 30 de novembro;
segunda parcela até 20 de dezembro; f) Férias de 30 dias
com acréscimo de 1/3 do salário; g) Vale-transporte com
desconto máximo de 6% do salário; h) Licença maternida-
de de 120 dias (tramita no Congresso Nacional projeto que
altera para 180 dias), com garantia de emprego até 5 meses
depois do parto; i) Licença paternidade de 5 dias corridos;
j) FGTS: depósito de 8% do salário em conta bancária a
favor do empregado; l) Horas-extras pagas com acréscimo
de 50% do valor da hora normal; m) Estabilidade de 12
meses em casos de acidente; n) Adicional noturno de 20%
para quem trabalha das 22h às 5h; o) Faltas ao trabalho nos
casos de casamento (3 dias), doação de sangue (1 dia/ano),
alistamento eleitoral (2 dias), morte de parente próximo (2
dias), testemunho na Justiça do Trabalho (no dia), doença
comprovada por atestado médico; p) Aviso prévio de 30
dias, em caso de demissão; q) Seguro-desemprego.

5.4 Férias do empregado

Vencidas: O empregado dispensado sem justa causa,


fará jus às férias vencidas acrescidas do terço constitucio-
nal. Para tanto, deverá cumprir o tempo de trabalho de 12
meses, na forma do art. 130 da CLT.
Proporcionais: As férias proporcionais também
serão devidas, na fração de 1/12 avos período trabalhado
igual ou superior a 15 dias, na forma do art. 146 da CLT. As
faltas injustificadas poderão afetar o direito do empregado
às férias proporcionais, na forma da tabela abaixo:
Obs: Acima de 32 faltas injustificadas no período
aquisitivo, o empregado perde às férias correspondente.

5.5 Atrasos

O art. 58, §1º da CLT disciplina que não serão descon-


tados da jornada a variação de horário no registro de ponto
não excedente de 5 (cinco) minutos, observado o limite má-
ximo de 10 (dez) minutos diários. Portanto, o empregado
pode se atrasar 5 (cinco) minutos no início da jornada diária
e no retorno do intervalo para repouso e refeição.

5.6 Anotações e prazo para


devolução na CTPS

O art. 29 da CLT prevê que a Carteira de Trabalho e


Previdência Social será obrigatoriamente apresentada, con-
tra recibo, pelo trabalhador ao empregador que o admitir,
o qual terá o prazo de 48 (quarenta e oito) horas para nela
anotar, especificamente, a data de admissão, a remuneração
e as condições especiais, se houver, sendo facultada a ado-
ção de sistema manual, mecânico ou eletrônico, conforme
instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho.
5.7 Principais ausências justificadas

Alistamento militar: no período em que tiver de cumprir


as exigências do Serviço Militar;

Alistamento eleitoral: até 2 (dois) dias consecutivos ou não,


para o fim de se alistar eleitor, no termo da lei respectiva;

Atestado Médico: os dias em que estiver de atestado


médico;

Casamento: até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de


casamento;

Comparecimento em juízo: pelo tempo que se fizer neces-


sário, quando tiver que comparecer em juízo, quando for
convocado para prestar depoimento for jurado ou qualquer
outra determinação;

Comparecimento à Justiça do Trabalho: as horas em que


o empregado faltar ao serviço para comparecimento neces-
sário como parte na Justiça do Trabalho;

Cumprimento de Aviso Prévio: por 07 (sete) dias corridos


ou 02 (duas) horas diárias, no cumprimento do aviso prévio
motivado pelo empregador;

Doação de sangue: 1 (um) dia, em caso 12 (doze) meses de


trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devida-
mente comprovada;
Exames vestibulares: nos dias em que estiver comprova-
damente realizando provas de exames vestibulares para in-
gresso em estabelecimento de ensino superior;

Falecimento: até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de


falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou
pessoa que, declarada em sua carteira de trabalho e previ-
dência social, viva sob sua dependência econômica;

Falecimento de cônjuge professor: por 9 (nove) dias,


quando se tratar de professor, por motivo de gala ou de
luto em consequência de falecimento do cônjuge, do pai ou
mãe, ou de filho;

Nascimento de filho: 5 dias, em caso de nascimento de


filho, no decorrer da primeira semana;

Licença-maternidade: período de licença-maternidade ou


aborto não criminoso.

5.8 Aviso Prévio

A Lei nº12.506/2011 alterou as regras para aplicação


do aviso prévio, estabelecendo o aviso prévio proporcional,
que passa a ter uma variação de 30 a 90 dias, conforme o
tempo de serviço na empresa. Assim, os empregados pas-
sam a ter no mínimo 30 dias durante o primeiro ano de tra-
balho, somando a cada ano mais três dias.
5.9 Indenização adicional

A indenização adicional equivalente a uma remune-


ração mensal do trabalhador, que for dispensado sem justa
causa, nos 30 dias que antecedem a data-base da categoria.
Convém relembrar, que cada categoria, possui uma
data-base, que é a ocasião de fechamento das negociações
coletivas onde homologa-se a convenção coletiva de traba-
lho, com os reajustes, pisos convencionais e demais direitos
trabalhistas insertos na norma convencional.

5.10 Programa de Prevenção de Riscos


Ambientais e Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional

Embora haja outras Normas Regulamentares da Se-


cretaria de Segurança e Saúde do Trabalho, do Ministério do
Trabalho, que eventualmente podem se sujeitar as igrejas,
elementarmente as de números 7 e 9 são imprescindíveis.
A NR 9 versa sobre o Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais (PPRA), que garante a preservação da saúde
e integridade do trabalhador no seu ambiente de trabalho.
Por outro lado, a NR 7 versa sobre o Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), que tem por ob-
jetivo a promoção e a preservação da saúde do trabalhador.

5.11 Trabalho Voluntário

Trabalho voluntário é aquele cuja atividade não é


remunerada, prestada por pessoa física à entidade pública
de qualquer natureza, ou à instituição privada de fins não
lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacio-
nais, científicos, recreativos ou de assistência social, inclu-
sive mutualidade, conforme estabelece a Lei 9.608/1998
em seu artigo 1º. Logo, as organizações religiosas não fo-
ram contempladas.
6. Dicas aleatórias

1. Envie mensalmente ao seu contador, além da re-


ceita e comprovantes de despesas gerais, os extra-
tos relativos à movimentação bancária em nome
da igreja (conta corrente, poupança, aplicações
etc.). Do contrário, ele não terá condições de tra-
balho e a igreja ficará sujeita a penalidades.
Atenção: É altamente recomendável que a Igreja faça cópia
de todos os cheques emitidos.
2. Cheque deve ser emitido nominalmente. Deverá
ser preenchido mecanicamente ou a mão, utilizan-
do-se tinta azul ou preta e não pode conter rasu-
ras. Ao ter um cheque devolvido por insuficiência
de fundos, entre em contato com o emitente a fim
de saber se o mesmo poderá ser reapresentado.
3. Envie ao seu contador todas as notas fiscais re-
lativas à aquisição de bens patrimoniais, nas res-
pectivas datas de aquisição. Considera-se bem
patrimonial aquele cujo valor seja igual ou supe-
rior a R$1.200,00.
4. Todas as compras devem ser feitas em nome da
igreja, mediante nota fiscal. Para compras efetu-
adas em estabelecimentos comerciais não existe
outro documento que substitua a nota fiscal. Tenha
cuidado com outros comprovantes de caixa, tais
como tiket, nota de pedido, nota de orçamento,
recibos e outros similares, pois em muitos casos
são considerados documentos não idôneos e, por-
tanto, não podem ser contabilizados.
5. Sempre que os valores pagos a pastores, ministros
e outros prestadores de serviços, autônomos ou
não, ultrapassarem a importância de R$1.903,00
por mês, deverá ser feito o recolhimento de Im-
posto de Renda na Fonte através de DARF (Códi-
go 0588), até o dia 20 (vinte) do mês subsequente,
conforme tabela publicada pela Secretaria da Re-
ceita Federal.
6. Sobre serviços tomados de trabalhadores autôno-
mos em geral (pedreiro, eletricista, pintor, enge-
nheiro, arquiteto, jardineiro, paisagista etc.) há
incidência de INSS, que deverá ser recolhido até
o dia 20 do mês seguinte ao do fator gerador, jun-
tamente com os encargos previdenciários de tra-
balhadores eventualmente regidos pela CLT.
7. Como equiparados a autônomos que são os minis-
tros religiosos recolherão, até o dia 15 de cada mês
subsequente ao do fato gerador, a título de contri-
buição previdenciária, através de carnê ou guia de
GPS emitida no site da Previdência, o equivalente
a 20% (vinte por cento) dos seus proventos men-
sais, observados os limites mínimo (R$998,00 x
20% = R$199,60) e máximo (R$5.531,31 x 20%
= R$1.106,26), ou outro valor por ele declarado.
Observação 1: Esses valores serão alterados sempre que o
Salário Mínimo Nacional for reajustado, normalmente em
janeiro de cada ano.
Observação 2: É facultado ao ministro religioso recolher
o INSS sobre valor por ele declarado (maior ou menor), e
não necessariamente à base de 20% (vinte por cento) sobre
o valor por ele percebido mensalmente.
Exemplo:
Se o ministro religioso recebe de determinada igreja
proventos de R$3.000,00 (três mil reais) por mês e
quiser recolher com base no teto R$5.531,31 ou no
piso (R$998,00), ele poderá fazê-lo. É isto que se en-
tende por valor declarado.
8. Apesar de haver controvérsia quanto à obrigato-
riedade ou não de a igreja adequar seu estatuto
ao Código Civil de 2002, recomendamos fazê-lo,
a fim de quem sejam resguardados seus direitos.
Operadores do Direito especialistas nesse tema
são concordes nessa orientação.
9. De modo geral, quase que historicamente as igre-
jas preferem contratar zeladores membros da
casa, isto é, membros da própria igreja. Alegam
que assim agem por questão de justiça e, equivo-
cadamente, invocam até a Bíblia que recomenda
a atenção primeiramente para “os domésticos da
fé”. E os argumentos não param por aí. Alegam
que “o irmão fulano está precisando”, “passan-
do necessidades”, “é muito bonzinho” e mais
uma série de argumentos condenados pelos pro-
fissionais de RH (Recursos Humanos), pois, afi-
nal, definitivamente não são esses os princípios
que devem nortear uma organização na hora de
contratar seus funcionários. Em muitos casos, a
igreja que age assim em pouco tempo colherá os
merecidos frutos, a saber: insubordinação, faltas
e atrasos, corpo mole, serviço mal feito, reclama-
ções, animosidade... Por tudo que tenho visto, a
igreja deverá redobrar os cuidados e até evitar a
contratação de membros da igreja, para não sofrer
problemas de relacionamentos.
10. Finalmente, lembramos que a igreja que deixar de
cumprir os preceitos legais a ela pertinentes po-
derá até mesmo perder ou ter suspensa a sua
imunidade tributária garantida pela Constitui-
ção Federal.
11. Sobre nomenclaturas e designações: Há de certa
forma um vocabulário particular no mundo eclesi-
ástico. Muito tenho insistido em ensinar que pas-
tor e demais ministros religiosos que atuam em
ambiente eclesiástico não ganham salário. Para
melhor assimilação, fiz uma tabelinha, que pode
ser útil para quem ainda tem dúvidas, inclusive em
relação às Normas Brasileiras de Contabilidade:

Designação Categoria

Trabalhadores celetistas ou
Salário
estatutários

Soldo Militares

Honorários Profissionais liberais

Pró-labore Empresários
Prebenda, côngrua (pensão), renda
eclesiástica, múnus eclesiástico,
Ministros religiosos em geral
proventos ministeriais, sustento
ministerial e até óbolo
Designação no segundo
Designação no terceiro setor
setor

Empresa Entidade ou organização religiosa

Capital social Patrimônio social

Lucro Superávit

Prejuízo Déficit

DRE – Demonstrativo de DRP – Demonstrativo de Resultado do


Resultado do Exercício Período
*Nomenclatura também aplicável ao segundo setor.

Dicas sobre elaboração de atas

1. Todas as atas da igreja devem ser lavradas pelo


secretário eleito ou, em sua falta, por secretário
“ad hoc”, em livro próprio, aberto e encerrado
pelo respectivo presidente, sendo suas páginas
numeradas e por ele rubricadas. Nada impede que
as atas sejam lavradas por meio mecânico.
2. Das atas constarão quem presidiu e quem secre-
tariou a reunião, o local, a data e a hora de seu
início e de seu término, bem como o número de
presentes.
3. As atas poderão ser resumidas, desde que não se
perca a clareza e a precisão dos registros. Reco-
menda-se, no entanto, que números de um modo
geral sejam transcritos também por extenso en-
tre parênteses. No caso de se repetir referência a
pessoa física na mesma ata, o segundo registro
poderá ser efetuado apenas com o nome ou sobre-
nome (com restrições a homônimos), desde que,
no primeiro registro, haja citação nominal com-
pleta. No caso de se repetir referência a pessoa
jurídica na mesma ata, o segundo registro poderá
ser efetuado apenas com o nome principal ou “si-
gla”, desde que no primeiro registro haja citação
nominal completa.
4. As rasuras ou entrelinhas porventura existentes
no corpo das atas serão ressalvadas expressamen-
te pelo secretário, antes de assiná-la.
5. O registro das atas não conterá espaços em branco
e os que se verificarem, por inadvertência, serão
inutilizados por traço indelével, pelo secretário.
6. As atas registrarão apenas as súmulas das deli-
berações, sem se referirem às propostas, a menos
que envolvam fatos relevantes para a vida e para a
história da Igreja, podendo, entretanto, consignar
os votos contrários, quando o requerer o interessa-
do, fundamentadamente e em termos adequados.
7. As homenagens que forem aprovadas, porém, se-
rão acompanhadas das razões que as justificaram
e de resumo histórico ou biográfico, se proposto.
8. Os livros de atas serão guardados em lugar segu-
ro, sob a responsabilidade do secretário, e somen-
te sairão do arquivo para o seu exame pelo órgão
competente.
9. A igreja poderá entregar cópias das atas ou de par-
te delas aos interessados que o requererem, justi-
ficando devidamente o seu interesse.
7. o lado empresa da igreja

(Artigos de minha autoria elaborados para


o “Jornal Novas” do Rio de Janeiro)

Vivemos num tempo em que as transformações acon-


tecem de modo tão rápido que quase se tornam impercep-
tíveis. Aquilo que era novidade ontem, hoje não passa de
algo obsoleto. Vivemos num mundo altamente veloz. Vive-
mos num mundo onde as pessoas são velozes. E nessa gran-
de e acirrada corrida todos têm que passar por uma ponte
chamada informação. Ninguém vive ou sobrevive sem ela.
O naufrágio é a única certeza do desinformado.
Baseado nessa verdade, responda rápido: É a sua
igreja... como vai?! A sua missão tem sido cumprida satis-
fatoriamente? O seu objetivo-fim tem sido atingido? Espero
que para essas duas perguntas você esteja respondendo um
grande sim.
Entretanto, minha proposta aqui é abordar um ou-
tro aspecto que mais do que nunca merece especialíssima
atenção: o lado empresa da igreja. Todos sabemos, a igreja
institui-se sob os parâmetros da Constituição Federal, do
Código Civil Brasileiro, do Código Tributário Nacional, da
Consolidação das Leis do Trabalho, da Previdência Social,
Regulamento do Imposto de Renda e, em alguns casos, de
leis municipais. Como se vê, trata-se de uma personalidade
jurídica e, como tal, está sujeita aos ditames da lei. O fato
de ser a igreja uma entidade imune no tocante a impostos
não significa dizer que ela está dispensada do cumprimento
das obrigações acessórias.
Muitos pastores e/ou líderes ainda hoje pensam que a
igreja estará organizada juridicamente após registro do es-
tatuto em cartório e inscrição no CNPJ. Engano! Após esses
procedimentos, há, ainda, uma série de providências que
devem ser tomadas. E mais: uma vez legalizada junto aos
órgãos competentes, outros procedimentos devem ser ado-
tados, tais como: escrituração dos livros Caixa e Diário, de
conformidade com a lei; guarda da documentação idônea
comprobatória das despesas pelo período mínimo de cin-
co anos; apresentação anual da RAIS, ainda que negativa;
apresentação anual da declaração de Imposto de Renda da
igreja e dos membros da diretoria estatutária. Verdade é que
há muito o que se falar sobre relação de trabalho com zela-
dor, pintor, pedreiro etc., como também a figura do pastor
perante a Previdência Social, porém, por questão de espaço,
falaremos aos poucos. Enfim, há uma gama de obrigações
que, se não observadas, redundam em multas altíssimas, o
que ninguém deseja que aconteça em nossos arraiais.
Portanto, se porventura a sua igreja ainda se encon-
tra em situação vulnerável, vale a pena correr para fazer os
acertos enquanto há tempo.
Em tempos da boa ditadura do princípio da excelên-
cia, as organizações religiosas devem primar pelas melhores
práticas de governança, no que couber, valendo inclusive
lançar mão do Código das Melhores Práticas de Governan-
ça Corporativa, editado pelo Instituto Brasileiro de Gover-
nança Corporativa (IBGC).
8. o que toda igreja precisa saber

8.1 Sobre Imunidade

Imunidade não se confunde com isenção. Enquanto


a primeira é garantia constitucional, dispensa petição; a se-
guinda é um favor da lei, é provisória. Uma entidade
educa- cional, por exemplo, poderá isentar-se de algumas
obriga- ções se isto requerer junto ao órgão competente.

São imunes do imposto sobre a renda

a) Os templos de qualquer culto (CF/1988, art. 150, VI, “b”);


..............................................................................................

Para gozo da imunidade ou da isenção, as instituições


estão obrigadas a atender aos seguintes requisitos legais,
dentre os quais destacamos:

a. Não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pe-


los serviços prestados;

b. Aplicar integralmente seus recursos na manutenção e


desenvolvimento dos seus objetivos sociais;

c. Manter escrituração completa de suas receitas e despe-


sas em livros revestidos das formalidades que assegu-
rem a respectiva exatidão;
d. Conservar em boa ordem, pelo prazo de cinco anos,
contado da data de emissão, os documentos que com-
provem a origem de suas receitas e a efetivação de suas
despesas, bem assim a realização de quaisquer outros
atos ou operações que venham a modificar a sua situa-
ção patrimonial;
e. Apresentar, anualmente, até 30 de julho, Declaração
denominada (ECF), em conformidade com o disposto
em ato da Secretaria da Receita Federal do Brasil;
f. Assegurar a destinação de seu patrimônio a outra insti-
tuição que atenda as condições para gozo da imunidade
ou isenção, conforme o caso, na hipótese de incorpora-
ção, fusão, cisão ou de encerramento de suas ativida-
des, ou a órgão público.
g. Recolher os tributos retidos sobre os rendimentos por
elas pagos ou creditados e a contribuição para a segu-
ridade social relativa aos empregados, bem assim cum-
prir as obrigações acessórias daí decorrentes;
h. Outros requisitos, estabelecidos em lei específica, rela-
cionados com o funcionamento das entidades citadas.

8.2 Sobre hipóteses da


suspensão ou da imunidade

Sem prejuízo das demais penalidades previstas na lei,


a Secretaria da Receita Federal suspenderá o gozo da imu-
nidade ou da isenção, relativamente aos anos-calendários
em que a pessoa jurídica houver praticado ou, por qual-
quer forma, contribuído para a prática de ato que constitua
infração a dispositivo da legislação tributária, especialmen-
te no caso de informar ou declarar falsamente, omitir ou
simular o recebimento de doações em bens ou em dinheiro,
ou de qualquer forma cooperar para que terceiro sonegue
tributos ou pratique ilícitos fiscais.
“A imunidade dos templos é só de impostos, não abran-
gendo as contribuições sociais. Com isso, estão imunes do
imposto de renda e do IPTU mas estão sujeitos à CPMF A
decisão n°39 da Receita Federal (DOU de 29-10-98) escla-
rece que as igrejas podem remunerar seus dirigentes e reli-
giosos, bem como enviar ajuda a seus missionários a serviço
no exterior, sem perder a condição de entidade imune.
Os templos de qualquer culto não estão impedidos
de remunerar seus dirigentes porque a sua imunidade não
depende de atendimento dos requisitos de lei. O problema
é o desvinuarnento da finalidade dos templos. Atualmente
há grande número de templos familiares, até pelo sistema
de franquias, que sugam até o último níquel dos seguidores
do culto, transformando os proprietários” em empresários
do ramo.” (Hiromi Higuchi, Fábio Hiroshi Higuchi e Celso
Hiroyuki Higuchi, Ir Publicações Ltda, 33ª Edição, 2008,
S. Paulo).

8.3 Sobre aposentadoria pastoral

Aos olhos da previdência social, o ministro de confis-


são religiosa é considerado contribuinte individual. Nesta
categoria estão as pessoas que trabalham por conta própria
(autônomos), os empresários e os trabalhadores que pres-
tam serviços de natureza eventual a empresas, sem vínculo
empregatício.
9. A igreja e suas práticas
comerciais

Muito comum hoje em dia as igrejas manterem em


suas dependências cantina, stands para venda de produtos
com temas religiosos, tais como livros, revistas, camisetas,
bonés, viseiras, pulseiras, discos, CDs etc.
Daí iniciarmos este artigo perguntando: Pode ou não
pode? Tal prática é legal? Estaria a igreja cometendo o pe-
cado do desvio de finalidade?
Bom, como é sabido, as organizações religiosas são,
por sua natureza jurídica, imunes a tributos, uma
garantia prevista no art. 150 da Constituição Federal de
1988. Por- tanto, não se fala em tributação sobre dízimos
e ofertas al- çadas por elas recebidos de seus fiéis. Diz a
lei que tais recursos devem ser aplicados integralmente na
consecução de seus fins que, nesse sentido, a principal é a
propagação do Evangelho. Caso determinada igreja passe a
praticar atos de comércio, ela fatalmente perderá a sua
condição de imu- ne, eis que previsto em lei própria e no
Código Tributário Nacional.
Todavia, e agora respondendo às perguntas acima,
eu diria: DEPENDE. Sim, depende da forma como tais
atividades são praticadas. Se de forma voluntária por seus
membros, dentro dos horários de cultos, sem objetivo fi-
nal de obtenção de lucro, mas com o objetivo de aplicar
tais recursos integralmente na consecução de seus fins, que
são, dentre outros, a pregação do Evangelho, ou mesmo a
ampliação das suas instalações, compra de equipamentos,
móveis ou imóveis etc, a igreja não será punida. O que
passar disso deixará a igreja em situação vulnerável perante
o fisco. Nesse caso, se bater uma fiscalização, não adianta
chorar.
A Secretaria da Receita Federal emitiu Parecer Nor-
mativo analisando diversos casos relativos a perda ou não
de imunidade em face de eventuais lucros obtidos em ativi-
dades como as citadas acima, esclarecendo que a igreja que
mantém, anexa ao templo, livraria para a venda de livros
religiosos, didáticos, discos com temas religiosos e artigos
de papelaria, visando à divulgação do Evangelho, não perde
a imunidade (Livro Imposto de Renda das Empresas, Edito-
ra Atlas, 26ª edição).
10. Não é só a Receita Federal que
fiscaliza as igrejas

Talvez o artigo de minha lavra que maior impacto


causou entre os meus leitores foi o que intitulei “Receita
Federal fecha o cerco às igrejas em 2014”. Isto porque fiz
menção a uma Instrução Normativa da Secretaria da Receita
Federal datada de 30 de abril de 2013, que obriga as igrejas,
bem como todas as organizações que gozam de isenção e
imunidade tributária e pertencem ao terceiro setor, a adotar
a Escrituração Fiscal Digital (EFD) já a partir de 1º de
janeiro de 2014. Sem dúvida, isto vai causar um impacto
muito grande na administração financeira e patrimonial, es-
pecialmente daquelas igrejas que não possuem uma gestão
eficaz, como no caso de um pastor, cliente do meu escritó-
rio que fez a declaração em destaque.
Mas, se esta notícia incomodou, quero trazer a me-
mória de tantos quantos tiverem acesso a este singelo texto,
que além da Secretaria da Receita Federal, outros órgãos
fiscalizadores podem bater à porta das igrejas. Vou mencio-
ná-los aqui para nos próximos artigos alertar a todos para o
risco que corre a igreja que deixar de cumprir suas obriga-
ções, sejam elas principal ou acessória.
Em nível municipal, toda igreja está sujeita à Lei de
Posturas da Prefeitura local, o que significa dizer que a
igreja não pode construir ou fazer acréscimos em suas edi-
ficações de qualquer maneira, sem nenhum critério, ferindo
a legislação municipal. Toda edificação terá que passar pelo
crivo do Corpo de Bombeiros, do contrário não será por ele
expedido o Certificado de Aprovação.
Toda igreja está sujeita a fiscalização do MTE (Mi-
nistério do Trabalho e Emprego), podendo ser notificada,
autuada e/ou multada por infrações a legislação específica.
Toda igreja deverá apresentar anualmente a RAIS
(Relação Anual de Informações Sociais) ao Ministério do
Trabalho e Emprego, ainda que negativa, ou seja, mesmo
que não tenha empregados em determinado período, sob
pena de multa.
Toda igreja deverá apresentar anualmente a DIRF
(Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte) à Secre-
taria da Receita Federal do Brasil, sempre que houver reten-
ção de imposto de renda sobre salários, aluguéis, proventos
ministeriais ou de qualquer evento, sob pena de pagamento
de multa.
Toda igreja deverá apresentar anualmente a ECF (Es-
crituração Contábil Fiscal) à Secretaria da Receita Federal
do Brasil, ainda que negativa, sob pena de pagamento de
multa.
Toda igreja deverá apresentar regularmente, de acor-
do com instruções, a DCTF (Declaração de Contribuições
de Tributos Federais) à Secretaria da Receita Federal do
Brasil, sempre que houver retenção de imposto de renda
sobre salários, PIS sobre a folha de pagamento, aluguéis,
proventos ministeriais ou de qualquer evento, sob pena de
pagamento de multa.
Toda igreja deverá apresentar mensalmente, ou de
acordo com instruções pertinentes, a GFIP (Guia de Reco-
lhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social),
ainda que sem movimento, à Caixa Econômica Federal,
sob pena de pagamento de multa.
11. igrejas têm zelador ou
faxineiro?

Já abordei este assunto anteriormente, mas como ain-


da paira muita dúvida por parte das igrejas e agora meus ar-
tigos têm ganhado mais visibilidade, trago-o de volta, sem
qualquer alteração.
Embora presente em inúmeras obras, a Classificação
Brasileira de Ocupações (CBO) descreve as atribuições de
cada trabalhador regido pela CLT – Consolidação das Leis
do Trabalho, recorro à oportuna obra intitulada Manual do
Terceiro Setor e Instituições Religiosas, publicada pela
Atlas, de autoria de Aristeu de Oliveira e Valdo Romão,
autoridades incontestes nas áreas trabalhista, previdenciá-
ria, fiscal, contábil, eclesiástica, jurídica e outras mais, para
esclarecer a diferença entre as funções de zelador e de fa-
xineiro. Afinal, não são poucas as igrejas que, necessitando
de serviços de faxineiro, na hora de efetuar o seu registro
acabam apontando em Carteira Profissional a função de ze-
lador, o que é um equívoco. Vejamos a diferença, da forma
didática apresentada na mencionada obra:
Zelador: Executa funções de zeladoria em edifício de
apartamentos, comerciais e outros, observando a limpeza
e conservação dele. Promove e atende ao cumprimento do
regulamento interno, para assegurar asseio, ordem e segu-
rança do edifício e tranquilidade de seus ocupantes; verifica
as necessidades de limpeza e inspeciona corredores, pátios,
áreas de instalações de prédios; verifica as condições de
funcionamento de elevadores, da parte elétrica, hidráulica
e executa outros serviços necessários; cuida da higiene das
dependências e instalações, efetuando ou supervisionando
os trabalhos de limpeza, remoção ou incineração de resídu-
os, para manter o prédio nas condições de asseio requeri-
das; executa ou providencia serviços de manutenção geral,
trocando lâmpadas ou fusíveis, efetuando pequenos repa-
ros e requisitando pessoas habilitadas para os reparos de
fornos, bombas, caixa-d’água, extintores e elevadores, para
assegurar as condições de funcionamento e segurança das
instalações; zela pelo cumprimento das normas e procedi-
mentos do edifício, evitando ruídos em horas impróprias e
o uso indevido das instalações e levando à administração
os problemas surgidos, para manter a ordem e o bem-estar
dos inquilinos ou usuários; encarrega-se da aquisição, re-
cepção, conferência, controle e distribuição do material de
consumo e de limpeza, tomando como base os serviços a
serem executados, para evitar a descontinuidade do proces-
so de higienização e de manutenção do prédio e de suas
instalações; pode desempenhar algumas atividades próprias
de porteiro de edifício.
Faxineiro: Executa limpeza dos prédios, salão, salas
de escritório, de aulas, de reunião, sanitários, vestiários e
demais instalações das instituições, varrendo, espanando,
lavando, encerando, etc; retira lixo dos cestos, acondicio-
nando-o em sacos próprios e depositando-o na lixeira; cuida
da reposição de produtos de limpeza (sabonete, papel-toa-
lha, etc.) nos sanitários; utiliza aspirador de pó, vassoura,
vassourão, pano, espanador e outros materiais de limpeza;
realiza todo o processo diário de limpeza e conservação nas
dependências da instituição; limpa vidros, divisórias, mó-
veis, aparelhos de telefone, corredores, escadarias e demais
atividades relacionadas com sua atividade; assume o com-
promisso de usar todo o equipamento de proteção indivi-
dual ou coletivo, como luvas, botas especiais, roupas, etc,
para preservação de sua saúde.
12. sua igreja precisa
cumprir a lei

“Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois


não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que
existem foram por ele estabelecidas” (Romanos 13.1).

Quem leu meus últimos artigos pode até pensar que


eu falo sempre a mesma coisa, que bato sempre na mesma
tecla, pois tenho sido muito enfático acerca do perigo que
muitas igrejas podem estar incorrendo por desconhecimen-
to de leis específicas que regem a vida das chamadas orga-
nizações religiosas.
É um equívoco pensar que a igreja, por gozar de imu-
nidade tributária, não está obrigada ao cumprimento de
obrigações acessórias e que estas quando não observadas
transformam-se em principal e que em ambos os casos ela
pode sofrer penas pecuniárias e, muito pior, pode ter cassa-
da a sua imunidade tributária.
Considerando que desde 1º de janeiro de 2014 as
igrejas estão obrigadas à Escrituração Fiscal Digital (EFD),
é muito oportuno lembrar que o Regulamento do Imposto
de Renda, instituído pelo Decreto nº3.000/1999, substituído
pelo Decreto nº9.580, de 22/11/2018, prevê em seu artigo
174 requisitos que a toda organização religiosa deve obser-
var, como segue, com breves comentários meus:
A igreja não pode “remunerar, por qualquer forma,
seus dirigentes pelos serviços prestados”. Aqui não se deve
confundir a figura do pastor com o do presidente. Os pro-
ventos que recebe da igreja são em face do seu ministério
pastoral, e não por sua condição de presidente da igreja.
Fica claro que não se cogita qualquer remuneração aos de-
mais componentes da diretoria executiva (vice-presidente,
secretários, tesoureiros).
A igreja deve “aplicar seus recursos integralmente no
País, na manutenção de seus objetivos institucionais”. Igre-
ja não é instituição financeira ou exploradora de atividades
mercantis e, portanto, não deve usar seus recursos para con-
correr com o mercado.
A igreja deve “manter escrituração contábil completa
de suas receitas e despesas em livros revestidos de forma-
lidades capazes de assegurar sua exatidão”. Nada deve ser
ignorado ou omitido. Aliás, igreja não tem motivos para tal
prática.
A igreja deve “conservar em boa ordem, pelo prazo
de cinco anos, contado da data da emissão, os documentos
que comprovem a origem de suas receitas e a efetivação de
suas despesas, bem assim a realização de quaisquer outros
atos ou operações que venham a modificar sua situação pa-
trimonial”. Em caso de ação fiscal, a falta de apenas um
elemento caracterizará infração fiscal.
A igreja deve “apresentar, anualmente, a Escrituração
Contábil Fiscal – ECF”. Para que o profissional contábil
apresente essa declaração, ele necessita de elementos para
a elaboração dos livros Diário e Razão, que são produzidos
com base em peças contábeis. Lembro aqui que o pobre
contador não tem a capacidade de inventar dados para cum-
prir determinada obrigação, mas somente poderá fazê-la
com documentos que recebe de seus tomadores de serviços.
Destaque-se, finalmente, que a igreja deve fornecer
ao seu contador, extratos consolidados mensais e sucessi-
vos de toda a sua movimentação bancária, bem como, em
tempos em que igrejas adotaram outras formas de recebi-
mento de dízimos e ofertas, extratos das operações realiza-
das através de cartão de crédito.
13. Declaração de Imposto de Renda
das igrejas foi extinta, mas
obrigações acessórias não

Se por um lado o fisco acabou com a obrigatoriedade


de apresentação da Declaração Anual do Imposto de Renda
(DIPJ) já em relação ao ano-calendário 2014, por outro é
preciso tomar cuidado quanto às demais obrigações acessó-
rias, pois além das já conhecidas, outras surgiram e podem
gerar infrações à legislação. É o caso da obrigatoriedade
(ou não) de entrega da ECF – Escrituração Contábil Fiscal
pelas igrejas, por sua condição de imunes do imposto de
renda.
Para fins da dispensa da entrega da ECF pelas pes-
soas jurídicas imunes e isentas deve-se aferir valores da
COFINS, do PIS/PASEP sobre a receita bruta e da Contri-
buição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB).
1. Caso a pessoa jurídica imune ou isenta não tenha
apurado as três contribuições incidentes sobre
receitas (PIS-Pasep, Cofins e CPRB) em mon-
tante superior a R$ 10.000,00, estará dispensa-
da da apresentação, no correspondente mês, da
EFD-Contribuições.
2. Em relação à ECD e à ECF que têm periodicidade
anual, 30 de maio e 30 de julho, respectivamente,
vindo a pessoa jurídica imune ou isenta a sujeitar-
-se à obrigatoriedade da EFD-Contribuições em
pelo menos um mês de determinado ano-calen-
dário, sujeitar-se-á à obrigatoriedade da entrega
da ECD (e da ECF em relação ao ano-calen-
dário respectivo, mesmo que nos demais meses
do ano-calendário o valor das contribuições (so-
bre as receitas) a recolher seja inferior ao acima
mencionado.
3. As pessoas jurídicas imunes ou isentas que não
estão obrigadas a entregar a EFD-Contribui-
ções, conforme Instrução Normativa RFB nº
1.252/2012, também não estão obrigadas a entre-
gar a ECD e a ECF.
4. A partir de 2015, referidas pessoas jurídicas tam-
bém não entregarão a DIPJ, já que ela foi extinta.
5. Tais pessoas jurídicas podem entregar a ECD e a
ECF de forma facultativa.
Fonte: www.receita.fazenda.gov.
Anexos

Anexo I – Termo de compromisso (FGTM/FAP)


Anexo II – Sugestão de termo de compromisso mútuo:
Igreja X Pastor
Anexo III – Sugestão de Plano de Contas para Tesoureiros
Anexo IV – Comprovante de caixa
Anexo V – Comprovante de pagamento de proventos
pastorais
Anexo VI – Modelo de ata de fundação de igreja evangélica
Anexo VII – Modelo de estatuto de igreja evangélica
Anexo VIII – Regras parlamentares
Anexo IX – Tabela de obrigações legais das Organizações
Religiosas
14. Anexo I

Termo de compromisso (FGTM/FAP)

Pelo presente e na melhor forma de direito, de um


lado a IGREJA..., com sede na..., inscrita no CNPJ sob o
nº..., ora representada por seu vice-presidente..., portador
do RG nº... – órgão expedidor, inscrito no CPF sob o nº...,
residente na...; e, de outro lado, o pastor..., brasileiro, casa-
do, portador da carteira de identidade do..., registro geral
nº..., inscrito no CPF sob o nº..., ministro de confissão reli-
giosa, residente na..., celebram, na melhor forma de direi-
to, o presente Termo de Compromisso relativo a Fundo de
Garantia por Tempo Ministerial (FGTM) ou Fundo de As-
sistência Pastoral (FAP), com base nas seguintes cláusulas
e condições:
1) A IGREJA... Se compromete a depositar men-
salmente em caderneta de poupança, em favor
do Pr. ..., o equivalente a 8% (oito por cento) (ou
outro percentual que a igreja deliberar) do pro-
vento pastoral a que faz jus, a título de Fundo de
Garantia por Tempo Ministerial (FGTM) ou Fun-
do de Assistência Pastoral (FAP), conforme pro-
posta aprovada em assembleia geral realizada em
/ / .
2) A caderneta de poupança acima referida deve-
rá ser aberta em instituição financeira idônea
em nome do beneficiário e sua movimentação
se restringirá aos seguintes casos: (especificar de
maneira inequívoca, como por exemplo): a)
exoneração do ministro, independentemente da
modalidade ou motivo; b) construção ou aquisi-
ção de imóvel ou veículo c) caso de doença grave
na família; d) aposentadoria, ainda que continue
no mesmo ministério; e) falecimento do ministro
(através de herdeiros).
3) Fica esclarecido que o benefício em tela é um di-
reito do beneficiário, independentemente do mo-
tivo da sua exoneração; o direito ao saldo passa
aos herdeiros; o recolhimento incide sobre o 13º
salário ou outras gratificações que representem,
de alguma forma, proventos pastorais; deverá
ser efetuado mensalmente entre os dias 1º e 15
de cada mês subsequente ao do recebimento, e se
houver atraso no recolhimento, o mesmo deve ser
corrigido pelo índice da caderneta de poupança.
4) Poderá o beneficiário conferir saldos e retirar ex-
tratos sempre que desejar, bem como deverá exi-
bir extratos à Igreja sempre que solicitado.
5) Os casos omissos serão resolvidos pela Igreja,
reunida em assembleia geral.

Local e data,

Igreja...

Pastor...

TESTEMUNHAS:
15. Anexo II

Sugestão de termo de compromisso mútuo


Igreja X Pastor

Título: Termo de Compromisso Mútuo


Partes: Igreja e Ministro religioso ou outro ministro auxi-
liar não regido pela CLT.
Preâmbulo: Pelo presente instrumento particular, de um
lado, IGREJA... (qualificar); e de outro, PASTOR ou outro
MINISTRO auxiliar não regido pela Consolidação das Leis
do Trabalho – CLT (qualificar), CELEBRAM este Termo
de Compromisso Mútuo mediante os seguintes termos:

Cláusulas e Condições:

Cláusula 1ª: Compete ao ministro religioso (ou outro mi-


nistro) desempenhar suas funções em conformidade com os
objetivos da Igreja, os quais previstos em seus estatutos,
regimentos ou outros documentos, ciente de que não pos-
sui vínculo de emprego, já que de acordo com a legislação
vigente, não se considera como remuneração direta ou in-
direta, os valores despendidos pelas organizações religiosas
com o ministro de confissão religiosa em face de seu mister
religioso ou para sua subsistência.
Cláusula 2ª: O ministro religioso se declara portador de
vocação religiosa e reconhece especialmente a legitimida-
de do art. 3º da CLT e demais legislações pertinentes, que
versam sobre o não vínculo empregatício entre ministro re-
ligioso e igreja, já que ausentes os requisitos para tal, quais
sejam pessoalidade, subordinação hierárquica, obediência a
cumprimento de jornada de trabalho, salário ou remunera-
ção e habitualidade.
Cláusula 3ª: A título de proventos pastorais (ou outras ru-
bricas normalmente aceitas: proventos ministeriais, sustento
pastoral, sustento ministerial, renda ou rendimento eclesiás-
tico, prebendas, côngruas ministeriais ou múnus eclesiásti-
co), a Igreja pagará ao ministro a quantia mensal de R$.....
(valor por extenso), mediante documento, no máximo até o
dia .... (por extenso) de cada mês seguinte ao vencido.
Parágrafo §: Os proventos (ou outras rubricas normal-
mente aceitas: proventos pastorais, proventos ministeriais,
sustento pastoral, sustento ministerial, renda ou rendimen-
to eclesiástico, prebendas, côngruas ministeriais ou múnus
eclesiástico) previstos nesta cláusula deverão ser reajus-
tados anualmente (ou em período inferior) no mês de ....,
tomando-se por base... (especificar de forma clara e inequí-
voca esse critério)
Cláusula 4ª: Além dos proventos previstos na cláusula ante-
rior, a Igreja concederá, na medida das suas possibilidades e
ou liberalidade, os seguintes benefícios análogos ao de tra-
balhador, que poderão ser ampliados ou restritos, dependen-
do da capacidade e ou liberalidade da Igreja:
a. Gratificação natalina em dezembro de cada ano, equi-
valente a 100% (cem por cento) ou fração dos proven-
tos, em parcela única ou em .... vezes;
b. Férias anuais (acrescidas ou não do terço constitucional);
c. Concessão de plano de saúde para o ministro religioso
(especificar se vai estender à esposa e filhos menores);
d. Concessão de Fundo de Garantia por Tempo Ministerial
(FGTM) ou Fundo de Apoio Pastoral (FAP), à razão de
... % (escrever por extenso) por mês, o qual deverá ser
depositado em conta poupança em nome do ministro
religioso e disciplinada de comum acordo;
e. Auxílio moradia até o valor mensal de R$... (por
extenso);
f. Veículo para uso do ministro religioso no exercício das
suas atividades ministeriais;
g. Auxílio combustível;
h. Auxílio previdenciário (INSS e ou previdência privada).
Cláusula 5ª: Fica o ministro religioso ciente de que sobre
tais valores será aplicada a tabela mensal vigente do Impos-
to de Renda para fins de retenção de Imposto na Fonte.
Cláusula 6ª: Fica o ministro religioso ciente de que, por sua
condição de contribuinte obrigatório equiparado a autôno-
mo, o recolhimento do seu INSS será efetuado com base no
valor por si declarado e não necessariamente pelo valor por
ele percebido mensalmente, e que esse ônus é tão somente
seu e não da igreja.
Cláusula 7ª: O tempo de ministério do ministro religioso
será o previsto no estatuto da igreja.
Cláusula 8ª: Assim, justos e acertados, firmam o presente
instrumento em 2 (duas) vias de igual teor.

Local e data

Assinatura do representante legal da Igreja

Assinatura do ministro religioso


16. Anexo III

Sugestão de Plano de Contas para Tesoureiros

1. Receitas
1.1. Ordinárias ou Regular
1.1.1. Dízimos, ofertas e contribuições
1.1.2. Outras ofertas regulares
1.1.3. Contribuições das Congregações/Missões

1.2. Extraordinárias ou especiais


1.2.1. Ofertas destinadas para missões
1.2.2. Ofertas destinadas para ação social
1.2.3. Ofertas destinadas para beneficência
1.2.4. Outras ofertas destinadas

1.3. Outras receitas


1.3.1. Ressarcimento de despesas
1.3.2. Ofertas para construção
1.3.3. Encontros
1.3.4. Doações
1.3.5. Empréstimos

1.4. Bancos conta Movimento


1.4.1. Banco S/A – Conta corrente (saque)
1.4.2. Banco S/A – Poupança (saque)

2. Despesas
2.1. Despesas com pessoal
2.1.1. Salários e Ordenados
2.1.2. 13º Salários
2.1.3. Férias
2.1.4. Assistência médica e social
2.1.5. FGTS
2.1.6. Indenizações e Aviso Prévio
2.1.7. Despesas com Sindicato
2.1.8. Vale-transporte
2.1.9. Salário-família
2.1.20. Pensão Alimentícia
2.1.21. INSS
2.1.22. Prêmios e gratificações
2.1.23. Cestas básicas
2.1.24. Salário maternidade
2.1.25. Despesas com alimentação

2.2. Despesas Gerais


2.2.1. Energia Elétrica
2.2.2. Telefone
2.2.3. Água/Esgoto
2.2.4. Gás
2.2.5. Despesas postais e telegráficas
2.2.6. Reproduções
2.2.7. Material de expediente e impressos
2.2.8. Aluguéis
2.2.9. Seguros
2.2.10. Material de higiene e limpeza
2.2.11. Serviços prestados por terceiros
2.2.12. Assistência contábil
2.2.13. Despesas legais e judiciais
2.2.14. Livros, jornais e revistas
2.2.15. Internet
2.2.16. Decoração e ornamentação
2.2.17. Bens de valores irrelevantes
2.2.18. Material de uso e consumo
2.2.19. Despesas com transportes
2.2.20. Despesas com veículos

2.3. Manutenção e reparos


2.3.1. Conservação e manutenção
2.3.2. Ferramentas perecíveis
2.3.3. Consertos e reparos

2.4. Despesas Tributáveis


2.4.1. IPTU
2.4.2. Impostos e taxas diversas
2.4.3. IR retido na fonte
2.4.4. PIS s/folha de salários
2.4.5. IOF
2.4.6. IPVA

2.5. Despesas Administrativas


2.5.1. Renda eclesiástica
2.5.2. Prêmio eclesiástico
2.5.3. Descanso eclesiástico
2.5.4. Associação de classe
2.5.5. Viagens de representação da igreja
2.5.6. Despesas diversas
2.5.7. Despesas com ministério do culto
2.5.8. Despesas com ministérios
2.5.9. Acampamentos e retiros
2.5.10. Funerais
2.5.11. Festas
2.5.12. Assinatura e consultoria
2.5.13. Juros e multas
2.5.14. Material para Ceia do Senhor
2.5.2. Despesas destinadas
2.5.2.1. Plano cooperativo
2.5.2.2. Evangelismo – folhetos, literaturas e o f e r t a s
2.5.2.3. Pontos de pregação, convenção, missões
2.5.2.4. Despesas diversas com evangelismo e missões
2.5.2.5. Despesas c/conferencistas/pregadores/cantores
2.5.2.6. Contribuição para asilos e orfanatos
2.5.2.7. Despesas com ação social e beneficência
2.5.2.8. Multiministério (ajuda para comunidade)
2.5.2.9. Causas presbiteriais
2.5.2.10. Assistência funeral
2.5.2.11. Despesas com estagiários e seminaristas
2.5.2.12. Despesas com educação religiosa
2.5.2.13. Despesas com departamento/ministério de música
2.5.2.14. Despesas com ministério de música – ministro/
regente

2.5.3. Outras despesas


2.5.3.1. Literatura evangélica
2.5.3.2. Escola bíblica – EBD/EBF
2.5.3.3. Despesas com congregações
2.5.3.4. Ressarcimento de receita
2.5.3.5. Empréstimos

2.5.4. Cursos diversos


2.5.4.1. Cursos e treinamento
2.5.4.2. Cursos para reciclagem ministerial
2.5.4.3. Cursos teológicos
2.5.4.4. Cursos de música

2.5.5. Despesas financeiras


2.5.5.1. Despesas bancárias
2.5.5.2. Juros e multas
2.5.5.3. Juros passivos

2.5.6. Bancos conta Movimento


2.5.6.1. Banco S/A – conta corrente (depósitos)
2.5.6.2. Banco S/A – conta poupança (depósitos)

3. Patrimônio
3.1. Bens patrimoniais
3.1.1. Terrenos
3.1.2. Imóveis
3.1.3. Móveis e utensílios
3.1.4. Computadores e periféricos
3.1.5. Veículos
3.1.6. Consórcios de veículos
3.1.7. Móveis e utensílios, equipamentos e instrumentos
musicais
3.1.8. Máquinas, equipamentos e instalações
3.1.9. Biblioteca
3.1.10. Construções em andamento
3.1.11. Benfeitorias em propriedade de terceiros
3.1.12. Equipamentos de sonorização
3.1.13. Equipamentos esportivos
3.1.14. Tapetes
3.1.15. Instrumentos musicais

Atenção: Ressalte-se que em uma organização religiosa


ou mesmo qualquer organização de personalidade jurídica,
não existe, e nunca deverá existir, o desprezível CAIXA
2, que é tipificado como crime contra a ordem tributária.
Órgãos, departamentos e os diversos segmentos da igre-
ja devem concentrar suas finanças em CAIXA ÚNICO.
O procedimento a ser adotado por aquelas igrejas que por
costume levantam ofertas ou outras verbas em seus diver-
sos departamentos (Senhoras, Homens, Jovens, Adolescen-
tes, Crianças, Beneficência, Cantina etc.) e administram
tais valores, devem repassar, ou no mínimo informar, ao
tesoureiro o total arrecadado mensalmente. E mais, devem
comprovar todas as saídas, mediante documentos idôneos,
repassando-os ao tesoureiro
17. Anexo IV

Comprovante de caixa
18. Anexo V

Comprovante de pagamento de proventos pastorais

RECIBO DE PROVENTOS MINISTERIAIS


NOME: CPF:
FUNÇÃO: Ministro de confissão religiosa MÊS/ANO:
Nº de dependentes para fins de IR: Valor da Contribuição ao INSS: R$
Dedução por dependente em 2019: R$189,59
Descrição Valor Desconto Líquido a
receber
RENDA ECLESIÁSTICA
FGTM/FAP
INSS
IRFON
PLANO DE SAÚDE

TOTAIS
Valores expressos em moeda nacional (R$ – Real)

Local e data: , / /

Assinatura

Vistos:

Tesouraria Comissão de Finanças (ou similar)


Controle de pagamentos (anexar Comprovantes)

Valor Data Data Banco/


Documento
Pago Venc. Pgto. Órgão
DARF – CÓD. 0588

INSS – CARNÊ

PLANO DE SAÚDE

OUTROS

Este documento deverá ser expedido em 3 vias:

1) Tesouraria, 2) Beneficiário, 3) Contador


19. Anexo VI

Modelo de ata de fundação de igreja evangélica

No dia .... do mês de ........ do ano de dois mil ...., um


grupo de pessoas, qualificado como membros fundadores,
em lista anexa e inseparável desta ata, reuniu-se na Rua ...,
nº...., bairro..., na cidade de ....., Estado do ......., CEP .....,
para a criação de uma organização religiosa, de fins não
econômicos, com base na Constituição Federal e demais
diplomas legais, que se denominará ........ Após a parte de-
vocional, o senhor Fulano de tal......., assumiu a presidência
da assembleia, por aclamação unânime, tendo sido secre-
tariado por .......... e, depois de prestar os esclarecimentos
necessários, foi instalada uma assembleia, que teve como
primeiro item de deliberação a votação sobre a criação da
Igreja ....., que foi aprovada por unanimidade, seguindo-se
a apreciação do projeto de Estatuto, que foi integralmen-
te aprovado e segue anexo a esta ata, e também a eleição
da diretoria por declaração de votos, que terá mandato de
.. (....) anos, iniciando-se em ../../...., e encerrando-se em
../../..., excepcionalmente, à exceção do presidente, que terá
mandato por tempo indeterminado, em conformidade com
o artigo ..., parágrafo ...., e com o artigo ... do Estatuto ora
apreciado e aprovado na íntegra, e que ficou assim constitu-
ída: PRESIDENTE: ..................... (qualificação completa);
VICE-PRESIDENTE:............; 1º SECRETÁRIO: ...........
(qualificação completa); 1º SECRETÁRIO: ............... (qua-
lificação completa); 1º TESOUREIRO: ..........; (qualifica-
ção completa); 2º TESOUREIRO:(qualificação completa).
Em seguida, foi lida pelo presidente e demais membros da
diretoria eleita, a seguinte declaração: “Nos termos da Lei
nº10.406, artigo 1.011, parágrafo 1°, o presidente e a dire-
toria eleita e empossada nesta data declaram, sob pena da
lei, que não estão impedidos de exercerem a administração
da Igreja ......, por lei especial ou em virtude de condenação
criminal”. Cumpridas as formalidades legais, o presidente
declarou definitivamente constituída a organização religio-
sa denominada ........, com sede na Rua ..........................,
que tem duração por tempo indeterminado, com o obje-
tivo de reunir-se regularmente para cultuar a Deus e procla-
mar o Evangelho de Jesus Cristo, estudar a Bíblia Sagrada,
cultivar a comunhão entre os crentes, promover a educação
cristã, praticar a beneficência e tratar dos demais assuntos
relativos às suas finalidades. E, para constar, eu, ......., eleito
secretário “ad hoc”, lavrei e assinei a presente ata, junta-
mente com o presidente, após lida e aprovada em plenário,
seguindo-se a relação dos membros fundadores, sendo obe-
decido o número mínimo exigido por lei.
20. Anexo VII

Modelo de estatuto de igreja evangélica

(Este modelo de estatuto é fruto de um Grupo de Trabalho da


Convenção Batista Brasileira e jamais deve ser simplesmente co-
piado, pois cada igreja apresenta suas particularidades. A inten-
ção aqui é apontar para a necessidade da presença dos requisitos
essenciais de acordo com as leis vigentes, redigido de acordo
com a estrutura tradicionalmente aceita).

CAPÍTULO I
DA DENOMINAÇÃO, SEDE E FINS

Art. 1º A Igreja Batista... (nome) ..., fundada em ..., dora-


vante, neste estatuto, designada Igreja, é uma organização
civil, de natureza religiosa, instituída por tempo indetermi-
nado, sem fins lucrativos, com sede na Rua ..., e foro na
cidade de ..., Estado do ..., podendo manter congregações,
pontos de pregação ou missões em qualquer parte do terri-
tório nacional.
Art. 2º A Igreja reconhece e proclama Jesus Cristo como
único Salvador e Senhor, aceita a Bíblia Sagrada com úni-
ca regra de fé e prática, adota os princípios da Declaração
Doutrinária da Convenção Batista Brasileira, e toma suas
decisões de forma democrática e autônoma, não estando
sujeita a qualquer outra igreja, instituição ou autoridade
denominacional.
Art. 3º A Igreja tem as seguintes finalidades:
I – reunir-se regularmente para prestar culto a Deus e pro-
clamar a mensagem do Evangelho de Jesus Cristo;
II – estudar a Bíblia Sagrada, visando ao doutrinamento e à
edificação espiritual dos seus membros;
III – cultivar a comunhão, o bom relacionamento e a frater-
nidade cristã;
IV – promover a causa da ação social cristã e da educação;
V – cooperar com a Convenção Batista do (Unidade da Fede-
ração), com a Convenção Batista Brasileira, e com as Igrejas
filiadas a essas Convenções na realização de seus fins;
VI – promover o estabelecimento do Reino de Deus no
mundo.
Parágrafo único. Para consecução de suas finalidades, a
Igreja poderá criar instituições a ela vinculada, com perso-
nalidade jurídica própria.

CAPÍTULO II
DOS MEMBROS, ADMISSÃO E DESLIGAMENTO

Art. 4º A Igreja é constituída de pessoas de ambos os sexos,


que professam a sua fé em Jesus Cristo como único Salva-
dor e Senhor, aceitam as doutrinas bíblicas e a disciplina
adotadas pela Igreja, sem distinção de nacionalidade, raça,
cor ou posição social.
Art. 5º São considerados membros da Igreja as pessoas re-
cebidas por decisão da Assembleia Geral, da forma como
se segue:
I – batismo dos candidatos previamente aprovados em pú-
blica profissão de fé;
II – transferência por carta de membros de outras igrejas da
mesma fé e ordem;
III – reconciliação, devidamente solicitada, de pessoas afas-
tadas do rol desta Igreja ou comprovadamente afastados de
outras igrejas batistas;
IV – aclamação precedida de testemunho público e
compromisso.
Parágrafo único. Casos especiais não constantes deste arti-
go serão decididos pela Igreja em Assembleia Geral.
Art. 6º Perderá a condição de membro da Igreja aquele que
for desligado, por decisão da Assembleia Geral, nas seguin-
tes hipóteses:
I – ter solicitado desligamento ou haver falecido;
II – ter-se transferido para outra Igreja;
III – ter-se ausentado dos cultos e deixado de participar das
atividades eclesiásticas, por tempo julgado suficiente para
caracterizar abandono e desinteresse pela Igreja e pela obra
que realiza;
IV – estar defendendo e professando doutrinas ou práticas
que contrariem a Declaração Doutrinária da Convenção Ba-
tista Brasileira;
V – ter infringido os princípios éticos, morais e da boa
conduta defendidos pela Igreja, com fundamento na Bíblia
Sagrada.
Parágrafo único. Sob qualquer alegação, nenhum direito
poderá ser concedido àquele que deixar de ser membro da
Igreja.
CAPÍTULO III
DOS DIREITOS E DEVERES DOS MEMBROS

Art. 7º São direitos dos membros:


I – participar das atividades da Igreja, tais como cultos,
celebrações, eventos, reuniões de oração, estudo bíblico e
ação social;
II – receber assistência espiritual;
III – participar da Assembleia Geral, com direito ao uso da
palavra e ao exercício do voto;
IV – votar e ser votado para cargos ou funções, observada
a maioridade civil, quando se tratar de eleição da Diretoria
Administrativa da Igreja.
Parágrafo único. A qualidade de membro da Igreja é in-
transmissível, sob qualquer alegação.
Art. 8º São deveres dos membros:
I – manter uma conduta compatível com os princípios espi-
rituais, éticos e morais, de acordo com os ensinamentos da
Bíblia Sagrada;
II – exercitar os dons e talentos de que são dotados;
III – contribuir com dízimos e ofertas, para que a Igreja
atinja seus objetivos e cumpra sua missão;
IV – exercer com zelo e dedicação os cargos ou funções
para os quais forem eleitos;
V – observar o presente estatuto e decisões dos órgãos ad-
ministrativos e eclesiásticos nele previstos, zelando por seu
cumprimento.
CAPÍTULO IV
DA ASSEMBLEIA GERAL

Art. 9º A Assembleia Geral, constituída pelos membros da


Igreja, é o seu poder soberano, e suas decisões serão toma-
das por voto da maioria dos membros presentes, salvo as
exceções previstas neste estatuto.
NOTA: Até aqui a menção dos artigos deve ser feita em
ordinais e, doravante, em cardinais.
Art. 10. A Igreja reunir-se-á em Assembleia Geral Ordiná-
ria em dia e hora previamente conhecidos no calendário de
atividades da Igreja e, quando necessário, em Assembleia
Geral Extraordinária, convocada pelo Presidente, ou por
seu substituto legal ou, ainda, por 20% (vinte por cento)
dos membros.
Parágrafo único. A Assembleia Geral será realizada com o
quorum de 20% (vinte por cento) dos membros da Igreja
em primeira convocação e com qualquer número em segun-
da convocação, 15 (quinze) minutos após.
Art. 11. Os assuntos de especial relevância serão decididos
em Assembleia Geral Extraordinária, realizada no domin-
go, convocada e aprovada em culto no domingo anterior,
constando a pauta dos assuntos a serem tratados.
§ 1º Considerar-se-ão assuntos de especial relevância para
efeito deste artigo:
I – eleição e destituição do Pastor e demais ministros da
Igreja;
II – eleição e destituição de Diáconos;
III – aquisição, venda, alienação ou oneração de bens
imóveis;
IV – modificação da estrutura ou construção do templo sede
da Igreja;
V – reforma estatutária;
VI – transferência da sede da Igreja;
VII – mudança do nome da Igreja;
VIII – dissolução da Igreja.
§ 2º. O quorum para a Assembleia de que trata o § 1º é de
51% (cinquenta e um por cento) dos membros da Igreja, em
primeira convocação e de 20% (vinte por cento) dos mem-
bros em segunda convocação, 15 (quinze) minutos após,
observando-se os mesmos prazos estabelecidos no “caput”
para as convocações seguintes.
§ 3º. As decisões da Assembleia de que trata o § 1º serão
tomadas com o mínimo favorável de 2/3 (dois terços) dos
votantes.
CAPÍTULO V
DA DIRETORIA ADMINISTRATIVA

Art. 12. A Diretoria Administrativa da Igreja será composta


de: Presidente, Primeiro Vice-Presidente, Segundo Vice-
-Presidente, Primeiro Secretário, Segundo Secretário, Pri-
meiro Tesoureiro e Segundo Tesoureiro.
§ 1º Os cargos da Diretoria Administrativa e do Conselho
Fiscal serão exercidos por quaisquer membros da Igreja ci-
vilmente capazes, eleitos anualmente pela Assembleia Ge-
ral, exceção feita ao cargo de Presidente, que será exercido
pelo Pastor titular, por tempo indeterminado, a juízo da As-
sembleia Geral.
§ 2º Nenhum membro da Diretoria Administrativa receberá
remuneração pelas atividades administrativas exercidas.
§ 3º O Pastor titular e os componentes do Ministério Auxi-
liar poderão receber sustento da Igreja pelas funções pasto-
rais e ministeriais, sem vínculo empregatício.
Art. 13. Compete ao Presidente:
I – dirigir e superintender os trabalhos da Igreja, podendo
participar de qualquer reunião como membro “ex officio”;
II – representar a Igreja ativa, passiva judicial e
extrajudicialmente;
III – convocar a Assembleia Geral e presidir a ela;
IV – assinar, com o Secretário, as atas da Assembleia Geral;
V – assinar pessoalmente, ou mediante procuração, jun-
tamente com o Primeiro Tesoureiro, escrituras, contratos,
cheques e outros negócios jurídicos;
VI – cumprir e fazer cumprir o estatuto.
Art. 14. Compete aos Vice-Presidentes, na ordem de eleição,
substituir o Presidente, nos seus impedimentos e ausências.
Art. 15. Compete ao Primeiro Secretário lavrar e assinar
as atas da Assembleia Geral e de outros órgãos que sejam
dirigidos pela Diretoria Administrativa da Igreja.
Art. 16. Compete ao Segundo Secretário substituir o Pri-
meiro Secretário, nos seus impedimentos e ausências.
Art. 17. Compete ao Primeiro Tesoureiro:
I – assinar, juntamente com o Presidente, escrituras, contra-
tos, cheques e outros negócios jurídicos;
II – receber e escriturar as contribuições financeiras desti-
nadas à Igreja;
III – efetuar os pagamentos autorizados pela Igreja;
IV – prestar relatórios financeiros à Assembleia Geral.
Art. 18. Compete ao Segundo Tesoureiro auxiliar o Primei-
ro Tesoureiro na execução do seu trabalho e substituí-lo nos
seus impedimentos e ausências.

CAPÍTULO VI
DOS OFICIAIS E DO CONSELHO ADMINISTRATIVO

Art. 19. A Igreja tem como oficiais Pastores e Diáconos,


eleitos conforme este estatuto e o Manual Eclesiástico cujos
deveres se acham delineados em o Novo Testamento.
Parágrafo único. A Igreja terá um Pastor titular, que poderá
ser auxiliado por outros ministros, a critério da Assembleia
Geral.
Art. 20. A Igreja terá um Conselho Administrativo, com-
posto pela Diretoria Administrativa, ministros auxiliares,
corpo de Diáconos, líderes de ministérios e de organizações
internas e de comissões permanentes, além de outros líderes
definidos pela Assembleia Geral.
§ 1º A direção do Conselho Administrativo será exercida
pela Diretoria Administrativa.
§ 2º As atribuições do Conselho Administrativo serão deter-
minadas em Assembleia Geral.
CAPÍTULO VII
DA RECEITA E DO PATRIMÔNIO

Art. 21. A receita da Igreja destinada à sua manutenção é


constituída por dízimos e ofertas, entregues por ato de fé,
não podendo ser reivindicados, nem mesmo por terceiros,
sob qualquer alegação.
Parágrafo único. O exercício social encerrar-se-á anual-
mente em 31 de dezembro.
Art. 22. O patrimônio da Igreja é constituído de bens mó-
veis e imóveis, adquiridos a título oneroso ou gratuito.
§ 1º A Igreja poderá receber, por decisão da Assembleia Ge-
ral, doações e legados, de procedência compatível com os
seus princípios e deverão ser aplicados, exclusivamente, na
consecução de seus objetivos.
§ 2º A Igreja só responde com seus bens pelos compromis-
sos assumidos com expressa autorização da Assembleia
Geral ou decorrentes de lei.
§ 3º A Diretoria e os membros individualmente não res-
pondem solidária ou subsidiariamente pelas obrigações da
Igreja, e não têm direito ao seu patrimônio e receita, bem
como a Igreja não responde por qualquer obrigação de seus
membros.

CAPÍTULO VIII
DO CONSELHO FISCAL

Art. 23. A Igreja elegerá, anualmente, em Assembleia Ge-


ral, um Conselho Fiscal, constituído de cinco (5) membros,
com as seguintes atribuições:
I – examinar e dar parecer sobre os balancetes;
II – acompanhar a evolução financeira e contábil;
III – recomendar as medidas administrativas necessárias à
manutenção do equilíbrio financeiro.

CAPÍTULO IX
DA DISSOLUÇÃO

Art. 24. A Igreja só poderá ser dissolvida pela Assembleia


Geral quando não estiver cumprindo, reconhecidamente, as
suas finalidades.
§ 1º A dissolução da Igreja só poderá acontecer, nos termos
deste estatuto, por decisão em duas Assembleias Gerais Ex-
traordinárias, para tal fim convocadas.
§ 2º No caso de dissolução, o patrimônio da Igreja passará
à Convenção Batista do (Unidade da Federação) ou, em sua
falta, à Convenção Batista Brasileira.

CAPÍTULO X
DAS DIVERGÊNCIAS DOUTRINÁRIAS

Art. 25. Ocorrendo divergências entre os membros da Igre-


ja, por motivo de ordem doutrinária ou práticas eclesiás-
ticas, o julgamento do litígio será feito por um Concílio
Doutrinário, constituído na forma prevista pela Convenção
Batista do (Unidade da federação) ou, se tal não houver, por
quinze (15) pastores indicados por essa Convenção.
§ 1º O Concílio Doutrinário definirá os prazos para oitiva
dos grupos divergentes, o local de reuniões, e as provas ne-
cessárias à decisão.
§ 2º As decisões do Concílio Doutrinário são irrecorríveis
em seu campo de decisão e aplicação, entrando em vigor
imediatamente.
§ 3º O grupo que se opuser ao processo estabelecido, será
considerado vencido, ficando sujeito às sanções previstas
neste estatuto e na lei.
Art. 26. Enquanto não forem sanadas as divergências dou-
trinárias, os grupos não poderão deliberar sobre os seguin-
tes assuntos:
I – alienação, venda, permuta ou qualquer ônus do patrimô-
nio da Igreja;
II – desligamento de membros ou quaisquer restrições aos
seus direitos individuais na Igreja;
III – reforma do estatuto ou qualquer outro documento
normativo;
IV – mudança da sede;
V – alteração do nome da Igreja.
Art. 27. O uso do nome e do patrimônio ficará com o grupo,
mesmo minoritário, que permanecer fiel às doutrinas batis-
tas, consubstanciadas na Declaração Doutrinária da Con-
venção Batista Brasileira, e terá as seguintes prerrogativas:
I – permanecer na posse e domínio do templo e demais imó-
veis, neles continuando a exercer as suas atividades espiri-
tuais, eclesiásticas e administrativas;
II – eleger outra Diretoria Administrativa, inclusive um
novo Pastor, se as circunstâncias o exigirem;
III – exercer os direitos e prerrogativas previstas neste es-
tatuto e na lei.
CAPÍTULO XI
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 28. As regras parlamentares adotadas pela Igreja são as


mesmas observadas pela Convenção Batista do (Unidade
federativa) com as devidas adaptações.
Art. 29. A Igreja adotará um Manual Eclesiástico ou Regi-
mento, para regulamentar as normas estatutárias e a organi-
zação eclesiástica.
Art. 30. A Igreja não concederá avais ou fianças e nem as-
sumirá quaisquer obrigações estranhas as suas finalidades.
Art. 31. Este estatuto só poderá ser reformado em Assem-
bleia Geral Extraordinária, em cuja convocação conste re-
forma do estatuto, sendo que o presente artigo, bem como
os artigos 2º, 3º, 25, 26, 27 seus parágrafos e incisos, só
poderão ser alterados, derrogados ou revogados, mediante
homologação da Convenção Batista do (Unidade da Fede-
ração), através de seu órgão representativo e, na sua falta,
pelo Conselho Geral da Convenção Batista Brasileira.
Art. 32. Este estatuto entrará em vigor após aprovação em
Assembleia Geral e registro legal, revogando-se as disposi-
ções em contrário.
Local, data e assinaturas.
21. Anexo VIII

Regras parlamentares

Com o surgimento do novo Código Civil, em vigor


desde 11 de janeiro de 2003, mais do que nunca todas as
igrejas espalhadas por este imenso Brasil estão obrigadas
a realizar assembleias para que determinadas decisões de
ordem administrativa de uma organização (igreja, clube,
partido político, sindicato...) tenham validade. E tais as-
sembleias requerem necessariamente a aplicação de regras
parlamentares. Mas, afinal, o que são regras parlamentares?
Para responder a esta pergunta, transcrevemos a seguir a
definição dada por Marlene Baltazar da Nóbrega Gomes,
líder do trabalho feminino batista no Brasil:
“Dá-se o nome de regras parlamentares ao conjun-
to de regras pelas quais uma assembleia deliberativa é
governada. A assembleia é que estabelece as suas regras
parlamentares.
Importantes assuntos da humanidade têm sido trata-
dos publicamente em assembleias regidas por regras parla-
mentares. Elas dão ordem à discussão, impedindo que um
indivíduo monopolize a discussão de um assunto ou aja de
acordo com a sua vontade, faltando com o decoro. As regras
parlamentares orientam os indivíduos na discussão dos as-
suntos quanto aos seus deveres e direitos, trazendo ordem
à discussão”.
21.1 Debates

Para ser discutido numa assembleia, qualquer assun-


to deverá ser introduzido por uma proposta, devidamente
apoiada, salvo pareceres de comissões, que já têm força de
proposta.
Aquele que desejar falar para apresentar ou discutir
uma proposta deverá levantar-se e dirigir-se ao presidente,
dizendo: “Peço a palavra, Sr. (ou irmão) presidente”.
Concedida a palavra, o orador falará dirigindo-se ao
presidente ou à assembleia, expondo o seu assunto e enun-
ciando claramente a sua proposta que, quando for muito
extensa ou envolver matéria grave, deverá ser redigida e
encaminhada à mesa.
Feita uma proposta, ela só será posta em discussão se
receber apoio por parte de outro membro da igreja, o qual,
dirigindo-se ao presidente, dirá: “Apoio a proposta feita”,
ou simplesmente “Apoiado”.
Colocada a proposta em discussão, os membros que
desejarem falar devem levantar-se e solicitar a palavra ao
presidente.
O presidente concederá a palavra ao membro que pri-
meiro a solicitar e, quando dois ou mais solicitarem a pala-
vra ao mesmo tempo, concedê-la-á àquele que estiver mais
distante da mesa.
Quando muitos oradores desejarem falar, o presidente
poderá ordenar a abertura de inscrição, o que será feito pelo
segundo-secretário, seguindo-se rigorosamente a ordem
anotada.
Por voto do plenário, pode ser limitado o tempo dos
oradores.
Feita uma proposta, apoiada e posta em discussão,
qualquer membro pode apresentar uma proposta substitu-
tiva, isto é, uma proposta baseada na que originalmente foi
feita, mas modificando seus termos ou alcance.
Uma proposta substitutiva não pode contrariar funda-
mentalmente a proposta original.
Uma vez proposto e apoiado um substitutivo, a dis-
cussão passará a ser feita em torno dele.
Encerrada a discussão e posta a votos a proposta
substitutiva, se ela vencer, desaparece a proposta original;
se não vencer, voltará à discussão a proposta original.
Feita uma proposta e posta em discussão, qualquer
membro pode propor emenda a ela para acrescentar pala-
vras ou frases (emenda aditiva), para suprimir palavras ou
frases (emenda supressiva), ou para suprimir palavras ou
acrescentar outras.
Apresentada e apoiada a emenda, a discussão passará
a ser travada em torno dela.
Encerrada a discussão sobre a emenda, o presidente
pô-la-á a votos; se vencer, será acrescentada à proposta ori-
ginal, que depois será posta a votos com a emenda.
Para facilitar a discussão ou a votação, o presidente
poderá dividir uma proposta que conste de vários pontos,
submetendo à votação cada ponto separadamente.
Uma proposta poderá ser retirada da discussão por
solicitação expressa do seu autor, com aquiescência do
plenário.
21.2 Propostas especiais
21.2.1 Para encerramento da discussão

O plenário pode impedir a discussão da matéria, já


suficientemente esclarecida, por meio de aprovação de uma
proposta, para encerramento imediato da discussão, mesmo
havendo oradores inscritos.
A proposta para encerramento da discussão deve ser
brevemente justificada.

21.2.2 Para adiamento

Qualquer membro poderá propor o adiamento, por


tempo definido ou não, da discussão de assunto em debate,
para que sejam oferecidos esclarecimentos, se necessários,
ao plenário, ou seja, dada preferência à matéria mais urgente.
Em qualquer assembleia posterior, qualquer membro
poderá propor a volta dos debates de assunto que esteja so-
bre a mesa.

21.2.3 Reconsideração

A reconsideração de matéria vencida só poderá ser


feita mediante requerimento assinado por um número mí-
nimo de cinco pessoas que hajam votado favoravelmente à
proposta, devendo a decisão ser tomada por, no mínimo 2/3
(dois terços) dos votos presentes.
A proposta para reconsideração não pode ser feita
na mesma assembleia em que a questão a reconsiderar foi
votada.
Vencedora a proposta de reconsideração, o assun-
to anteriormente aprovado volta à discussão, podendo ser
confirmada, alterada ou anulada a decisão anteriormente
votada.

21.2.4 Não admitem discussão

São propostas que não admitem discussão, devendo


ser imediatamente postas a votos, uma vez apoiadas:
a) Para adiamento da discussão por tempo definido
ou indefinido;
b) Para encerramento das discussões e
imediata votação;
c) Para dirimir dúvidas sobre questões de ordem;
d) Para responder consulta da mesa sobre questões
de ordem não previstas neste regimento;
e) Para que o assunto seja entregue ou devolvido a
uma comissão para reapresentação posterior;
f) Para a volta aos debates de assunto que tenha sido
adiado;
g) Para limitar o tempo dos oradores ou da discussão
sobre qualquer matéria;
h) Para prorrogação ou encerramento da assembleia;
i) Para encaminhar o modo da discussão de um
parecer;
j) Para a concessão de honras especiais, manifesta-
ções de pesar, de reconhecimento ou regozijo;
k) Para concessão do privilégio da palavra; e
l) Para votação imediata da proposta original, inde-
pendente de suas emendas ou substitutivas.
Concluída a discussão, o presidente anunciará com
clareza a proposta que vai ser votada, podendo determinar a
sua leitura, se julgar necessário, e então declarará a propos-
ta em votação, utilizando a expressão “Está em votação”,
ou equivalente.
Após a declaração, pelo presidente, de que a proposta
está em votação, a nenhum membro poderá ser concedida
a palavra sob nenhum pretexto, antes que os votos sejam
contados.
Uma vez anunciado que a proposta está em votação,
o presidente deve pedir os votos a favor.
A seguir, o presidente pedirá que se manifestem aque-
les que são contra a proposta e anunciará o resultado da
votação.
Quando houver necessidade, a critério da mesa, os
votos podem ser contados.
Podem ser usadas as seguintes formas de votação:

• levantando-se uma das mãos;


• colocando-se de pé;
• permanecendo sentados os favoráveis e levantan-
do-se os contrários;
• permanecendo em silêncio os favoráveis ou
• dizendo “sim” os favoráveis e “não” os contrários.

As deliberações da igreja só terão validade quando


aprovadas em assembleias e pela maioria dos membros pre-
sentes, exceto os assuntos para os quais o Estatuto prevê
quorum especial
Em certas votações é conveniente o uso do escrutínio
(secreto).
Qualquer membro que julgar que houve erro ou omis-
são na contagem ou soma dos votos poderá requerer à mesa
a recontagem, que será feita imediatamente, sem discussão,
a critério da mesa.
Qualquer membro que o desejar, tendo sido vencido
na votação, poderá solicitar a inserção em ata justificação
de seu voto, que apresentará sucintamente.

21.3 Questões de ordem

Qualquer membro poderá solicitar a palavra “Pela or-


dem”, que lhe será imediatamente concedida, nas seguintes
circunstâncias:

• quando não estiver sendo observada a ordem dos


debates nos termos deste instrumento;
• quando algum orador tratar de matéria alheia ao
debate em questão, ou estranha à assembleia;
• quando desejar propor o encerramento da
discussão;
• quando desejar propor a votação imediata da pro-
posta original, independentemente de suas
emendas ou substitutivas.

Obtendo a palavra, o membro exporá brevemente


a questão de ordem, devendo a matéria ser resolvida pelo
presidente, cabendo ao membro apelar para o plenário, caso
não concorde com a decisão do presidente.
21.4 Apartes

O membro que desejar apartear um orador deve pri-


meiro solicitar-lhe o consentimento e não falará se não lhe
for concedido.
Os apartes devem ser feitos para esclarecer o orador
ou para fazer-lhe perguntas que esclareçam o plenário sobre
o ponto que está em consideração.
O tempo concedido ao aparteante não será desconta-
do do tempo do orador que o conceder.
Os apartes não devem ser discursos paralelos ao do
orador aparteado.
O presidente não pode ser aparteado, nem o pro-
ponente ou relator que estiver falando para encaminhar a
votação.

21.5 Pareceres

Depois de lido um parecer, cabem, inicialmente, três


propostas: para aceitação integral; para discussão com de-
bates; e para discussão ponto por ponto. O parecer de uma
comissão ou grupo de trabalho já tem força de uma propos-
ta apoiada, não carecendo de proposta e apoio do plenário.

21.6 Aprovação da ata

Não se deve pedir proposta e apoio para ata. Depois


da leitura feita pelo secretário, o presidente pergunta: “Há
qualquer emenda a ser feita?”. Se não houver, continua,
“Está aprovada como lida”. Mas, se houver correção a
fazer, serão feitas, e o presidente declara: “A ata fica apro-
vada com tais emendas”.

21.7 Quorum

Para que uma assembleia deliberativa tome decisões


é preciso que se considere o número mínimo de pessoas
credenciadas para tal. Isso recebe o nome de quorum. Toda
assembleia deliberativa tem de ter um quorum, para que
suas decisões tenham validade. Isso evita que uma pequena
representação do grupo tome decisões importantes para o
grupo todo, contrariando o desejo da maioria. O quorum
precisa estar estabelecido no estatuto da organização e não
pode ser desrespeitado. Uma decisão tomada sem haver o
quorum mínimo não tem valor.

21.7.1 Tipos de quorum

Simples: É o número de votantes presentes a uma assem-


bleia, sessão ou reunião.
Especial: É o número mínimo necessário de votantes pre-
visto em estatuto para que uma assembleia, sessão ou reu-
nião possa ser realizada.

21.7.2 Tipos de maioria

Simples: É o maior número de votos favoráveis, na hipó-


tese de mais de duas opções, para que haja aprovação de
determinada matéria.
Exemplo: Num universo de 100 votantes, a opção A obtém
44 votos favoráveis; a opção B obtém 28 votos favoráveis;
a opção C obtém 15 votos favoráveis; há 10 votos em bran-
co e 3 votos nulos. Nesse caso, venceu a opção A que obte-
ve a maior votação.

Absoluta: É o número mínimo da metade mais um de votos


favoráveis para que haja aprovação de determinada matéria.
Exemplo: Num universo de 200 votantes, vence a opção
que obtiver, no mínimo, 101 votos favoráveis.

Qualificada: É o número mínimo de votos favoráveis ne-


cessários, numa proporção pré-fixada nos estatutos sobre
o total dos votantes possíveis, para que haja aprovação da
matéria (número sempre maior de votos do que na maioria
absoluta).
Exemplo: Num universo de 600 votantes, serão necessários
400 votos favoráveis, na hipótese de o estatuto exigir a mar-
ca de 2/3 dos votos para aprovação de determinada matéria.

21.8 Credenciais

São cartas que apresentam as pessoas indicadas para


participarem das assembleias deliberativas. Essas pessoas
recebem o nome de mensageiras ou delegadas. As cartas
credenciais ajudam a evitar que as pessoas não pertencentes
à organização ou pessoas não autorizadas participem das
deliberações.
21.9 Assembleias

As assembleias da igreja serão abertas pelo presiden-


te ou por seu substituto legal.
No início da assembleia, após os momentos inspirati-
vos, que deverão constar de leitura bíblica, cânticos e ora-
ções, deverá ser submetida à aprovação do plenário a ordem
do dia, encaminhada pelo presidente ou por seu substituto
legal.
22. Anexo IX
Tabela de obrigações legais das Organizações Religiosas

MENSAIS
EVENTUAIS
OBRIGAÇAO Observação
Registro de ata em cartório sempre que houver 30 dias
mudança da diretoria estatutária ou outra
necessidade
Adequação do estatuto N/definido
Pedido de reconhecimento imunidade IPTU Variável
Pedido de reconhecimento imunidade IPVA Variável
Pedido de isenção de energia elétrica Variável
Pedido de isenção de ITBI Variável
Apresentação anual da declaração do Imposto de 30 de abril
Renda Pessoa Física daqueles que se enquadrarem
nas regras estabelecidas pela Receita Federal.
Pagamento dos valores combinados com o ministro N/definido
religioso e outros não celetistas.
Glossário

CBO: Classificação Brasileira de Ocupações


CC: Código Civil (Brasileiro)
CFC: Conselho Federal de Contabilidade
CLT: Consolidação das Leis do Trabalho
COFINS: Contribuição para o Financiamento da Segurida-
de Social
COFIS: Coordenação Geral de Fiscalização
CPRB: Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta
DACON: Demonstrativo de Apuração de Contribuições
Sociais
DCTF: Declaração de Débitos e Créditos Tributários
Federais
DIPJ: Declaração de Informações Econômico-Fiscais da
Pessoa Jurídica (Extinta em 2014)
DARF: Documento de Arrecadação de Receitas Federais
ECD: Escrituração Contábil Digital
ECF: Emissor de Cupom Fiscal
ECF: Escrituração Contábil Fiscal
EFD: Escrituração Fiscal Digital (EFD)
E-SOCIAL: Folha de Pagamento Digital
FAP: Fundo de Amparo Pastoral
FGTM: Fundo de Garantia por Tempo de Ministério
GFIP: Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à
Previdência Social)
IBCG – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa
INSS: Instituto Nacional do Seguro Social
IRFON – Imposto de Renda Retido na Fonte
IRPJ: Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ)
MTE: Ministério do Trabalho e Emprego
NBC: Normas Brasileiras de Contabilidade
PIS: Programa de Integração Social
RFB: Receita Federal do Brasil
RIR: Regulamento do Imposto de Renda
RH – Recursos Humanos
Fontes de referências e ou
indicações de leitura

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Silva; CARVALHO, Rodrigo da Cunha. A igreja e o Direi-
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Cunha; CARVALHO, Diogo da Cunha. Lei Brasileira e
Igrejas Evangélicas. Rio de Janeiro: World Press, 2003.
BÍBLIA. Português. Bíblia sagrada. Livro de Romanos 13.
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Pereira de Figueiredo. Rio de Janeiro: Encyclopaedia Bri-
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BRASIL. Medida Provisória nº 528, de 25 de março de
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tipoAtoFacet=&siglaOrgaoFacet=&anoAtoFacet=&term
oBusca=ministro+de+confiss%E3o+religiosa&numero_
ato=&tipoData=2&dt_inicio=&dt_fim=&ano_ato=&x=0&
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