Dor Crônica No Esporte - Secad
Dor Crônica No Esporte - Secad
Dor Crônica No Esporte - Secad
C
Aa
■ INTRODUÇÃO
Atualmente, a dor pode ser definida como “uma experiência sensorial e emocional
desagradável associada a um dano real ou potencial dos tecidos ou descrita em
termos de tais lesões”.1,2
Um fato muito comum na literatura pertinente ao esporte é a relação direta entre dor,
presença de lesão e alterações biológicas/biomecânicas. Na área da fisioterapia,
não se pode negar que os avanços na compreensão do gesto esportivo e dos
diferentes mecanismos de lesão contribuíram para melhorar o desempenho, assim
como para identificar fatores de risco para as lesões.5–8 No entanto, os métodos
relacionados aos estudos sobre biomecânica não promoveram avanços para a
compreensão da dor, especialmente crônica, em atletas.
O conhecimento sobre dor vem sendo modificado ao longo dos anos, em virtude
de novas teorias e novos métodos de pesquisa envolvendo o sistema nervoso
de novas teorias e novos métodos de pesquisa envolvendo o sistema nervoso,
principalmente.
Como funciona o Secad?
C
Por muito tempo, a dor foi compreendida como uma resposta proveniente de um
estímulo (lesão tecidual ou estímulo acima dos limiares dos nociceptores) aplicada
em alguma região do corpo. Esse pensamento cartesiano de causa e efeito ainda
perdura entre os profissionais de saúde. No entanto, no final da década de 1940,
logo após a Segunda Guerra Mundial, Henry Beecher, um médico anestesista da
Harvard University, publicou um artigo contestando essa relação entre dor e dano
Aa tecidual.
cognitivos;
emocionais;
comportamentais;
ambientais;
sociais.
■ OBJETIVOS
Aa ■ ESQUEMA CONCEITUAL
+
Como funciona o Secad?
C
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Até o final da década de 1980, não se conhecia o papel do cérebro na dor. Com base
no modelo de Descartes para a dor, acreditou-se, por muito tempo, que o cérebro
Somente quando existe a percepção de ameaça (seja ela consciente ou não) é que
se sente dor. Os nociceptores também são estimulados por muitas atividades
diárias que não são dolorosas, como:12 Como funciona o Secad? C
No final da década de 1980, a teoria da neuromatriz veio propor uma interação entre
diversas áreas do cérebro no processamento da dor.13,14 No entanto, a visão
Aa
reducionista dessa teoria fez com que muitos interpretassem que o cérebro tem
áreas específicas para o processamento da dor, interligadas por meio de uma rede
neural.15 Com o avanço dos estudos de neuroimagem, foi possível identificar que
essas áreas não são específicas para a dor, mas participam do processamento de
outras funções, como, entre outras:16,17
cognição;
emoção;
memória;
movimento.
LEMBRAR
Sabe-se que a dor é processada por diversas regiões do cérebro, mas ainda
não foi possível identificar o padrão de conexão nem a existência de uma rede
específica para a dor.18
437– Platão A dor, assim como o prazer, é uma paixão pela alma.
347 a.C.
Quadro 2
1860 Brown-
Séquard
DemonstrouComo
a dissociação
funciona oentre
Secad?
sensação dolorosa e
sensibilidade tátil em lesões experimentais da coluna
C
vertebral.
1973 P S d Id ifi i id
1973 Pert e Snyder Identificaram os receptores opioides.
1977 espinotalâmico.
■ FISIOLOGIA DA DOR
LEMBRAR
Não se pode confundir o processo fisiológico envolvido em uma lesão
tecidual com a experiência de dor relatada pela pessoa.
Mesmo em uma lesão tecidual aguda, além dos fatores biológicos, todos os fatores
psicossociais e ambientais estarão presentes. Para que isso fique mais claro, será
apresentado um exemplo a seguir.
cérebro por vias medulares corticotalâmicas. Esses sinais são distribuídos por
uma rede de conexões para outras áreas do cérebro, permitindo a percepção
consciente como um estímulo que ameaça a integridade do corpo. A dor,
portanto, surge de um processo neurofisiológico altamente necessário para a
existência humana.
Aa
LEMBRAR
A dor aguda pode servir a um propósito protetor imediato e produzir
comportamentos aprendidos subsequentes para evitar traumas e lesões
futuras.
+
Como funciona o Secad?
C
Aa
LEMBRAR
Estruturas subcorticais, como a amígdala e os núcleos da base, participam do
processamento da dor.18,20
É importante entender que nem todos os sinais nociceptivos são percebidos como
dor e nem toda sensação de dor se origina da nocicepção. No entanto, em situações
em que houve lesão tecidual, a dor se origina de nociceptores.21
ATIVIDADES
B) São receptores específicos para a dor, ou seja, são afetados apenas por
estímulos dolorosos.
C) São estruturas capazes de detectar unicamente as forças mecânicas, de
modo que os estímulos dolorosos detectados por elas são apenas os de
origem mecânica.
D) De acordo com as últimas pesquisas na área, eles apenas transmitem a
Aa sensação de dor quando há uma percepção consciente de ameaça.
Confira aqui a resposta
É possível considerar como dor persistente ou crônica aquela que está presente na
maior parte dos dias por mais de três meses. O comportamento e a abordagem
terapêutica desse tipo de dor são diferentes em relação à dor aguda.
Quando a dor se torna crônica sem uma entrada nociceptiva contínua, é possível que
mudanças sinápticas generalizadas tenham ocorrido, como o mecanismo de
potenciação de longa duração. Além de modificações específicas na fisiologia, é
possível que mecanismos de aprendizagem estejam envolvidos no processo de
proteção do indivíduo.22
Como funciona o Secad?
C
Na fase em que ainda existe lesão tecidual, o comportamento de defesa permite dar
Aa
repouso à estrutura e, assim, facilita a cicatrização. Em situações de generalização
do comportamento de evitação, a pessoa aprende a evitar tudo o que ela considere
que irá provocar dor.23–25 Assim, traços de memória são consolidados toda vez que
a dor é temporalmente associada à intenção de se mover.
Para a pessoa, a dor (ou apenas a expectativa de dor) significa que a parte do corpo
ainda está em risco; ela passa a adotar um comportamento de evitação e ter
manifestações relacionadas ao medo.23,25 Esse pode ser um dos mecanismos
presentes no medo relacionado à dor, no medo relacionado ao movimento e, em
casos mais extremos de generalização, na cinesiofobia.
ACHADOS DA LITERATURA
Importância do sono
LEMBRAR
Fatores comportamentais relacionados à rotina do atleta parecem ser
importantes para a lesão e a dor, destacando-se o sono, que inclui a
tid d d h d id lid d d 28
quantidade de horas dormidas e a qualidade do sono.28
treinamento;
viagens;
Aa
competições.
DEFINIÇÕES
Entre os tipos de lesão, é possível destacar as lesões traumáticas agudas, por uso
excessivo e recorrentes (Quadro 3).
Quadro 3
TIPOS DE LESÃO
O conhecimento de que nem sempre um atleta com dor apresenta lesão tecidual é
fundamental para todo fisioterapeuta que lida com atletas, sejam eles de alto
rendimento, amadores ou recreacionais. Assim, o profissional deve estar preparado
li i d d l ã id d t d t
para avaliar as queixas de dor nessa população considerando todos os aspectos
apresentados até o momento.35
Como funciona o Secad?
C
Considerar que a dor é uma experiência individual, subjetiva, que pode estar
associada a experiências e fatores biológicos, psicossociais ou, até mesmo,
genéticos é o primeiro passo do processo de avaliação da dor.35
O grupo dos autores deste capítulo validou um instrumento que pode orientar o
clínico durante a anamnese. Trata-se do SCEBS, um acrônimo dos seguintes
termos:40
S — somáticos;
C — cognitivos;
E — emocionais;
B — behavioral (comportamentais);
S — sociais.
Domínio Fatores
infecções;
doenças neurológicas com quadros progressivos;
síndrome da cauda equina;
lesões traumáticas;
câncer;
Aa
doenças reumáticas.
CLASSIFICAÇÃO DA DOR
Nociceptiva
Neuropática
A dor neuropática tem como condição primária a presença de uma lesão no sistema
somatossensorial, incluindo, entre outras:43,44
Nociplástica
LEMBRAR
Atualmente, acredita-se que o mecanismo envolvido na sensibilização central
se baseie na liberação de substâncias pró-inflamatórias pelas células da glia
se baseie na liberação de substâncias pró inflamatórias pelas células da glia,
tanto no corno posterior da medula quanto em áreas supramedulares.45
Como funciona o Secad?
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fibromialgia;
lesão em chicote cervical;
dor lombar;
dor cervical;
osteoartrite do joelho;
migrânea;
síndrome da dor miofascial.
Resumo
isolamento social;
baixa expectativa quanto ao tratamento;
pensamentos catastróficos;
crenças negativas sobre sua condição;
ansiedade;
humor negativo.
ATIVIDADES
12. Com relação à avaliação da pessoa com dor, assinale a alternativa correta.
A) Antes de classificar a dor como aguda ou crônica, deve-se identificar o tipo
de dor predominante, de acordo com o mecanismo neurofisiológico,
classificando-a em nociceptiva, neuropática ou nociplástica.
B) Os passos são, nesta ordem: classificar a dor como aguda ou crônica;
descartar possíveis bandeiras vermelhas e amarelas; identificar o tipo de
dor predominante, de acordo com o mecanismo neurofisiológico.
C) É importante avaliar as chamadas bandeiras amarelas, que se referem a
sintomas de dor que podem ser incapacitantes em curto prazo.
D) É necessário descartar as chamadas bandeiras vermelhas, que são sinais
e sintomas que tornam necessária uma investigação médica mais
profunda.
Confira aqui a resposta
Aa
14. Quanto às características da dor neuropática, assinale a alternativa.
A) Dor disseminada e experiência exagerada de dor.
B) Dor provocada por estímulos mecânicos e presença de sinais
inflamatórios.
C) Dor e sinais com distribuição neuroanatômica plausível.
D) Hipersensibilidades, alterações do sono e dor local.
Confira aqui a resposta
INSTRUMENTOS COMPLEMENTARES
O profissional deve ficar atento para evitar a sobrecarga da pessoa por meio da
aplicação de muitos instrumentos. Ele precisa saber quais ferramentas
servirão como medida do efeito de suas intervenções terapêuticas. Não faz
sentido utilizar um instrumento sem que essa informação seja usada para
encaminhar o indivíduo a outro profissional ou seja alvo de uma intervenção
terapêutica específica.
Sensibilização central
Sensibilização central
Ainda não existe consenso sobre a validade do CSI para discriminar pacientes
que apresentam sensibilização central daqueles que não a apresentam. Assim,
Aa
o escore deve ser interpretado com cautela, de acordo com os sintomas do
paciente.48,49
Catastrofização da dor
0 — nunca;
1 — poucas vezes;
2 — algumas vezes;
3 — muitas vezes;
4 — sempre.
O paciente deve responder às questões de acordo com o grau em que ele apresenta
os pensamentos e sentimentos no momento da dor. Considera-se que há níveis
elevados de pensamentos catastróficos quando a pontuação é maior ou igual a
30.51
Cinesiofobia
A cinesiofobia pode ser avaliada pela Escala Tampa de Cinesiofobia (em inglês,
Tampa Scale for Kinesiophobia [TSK]). Esse instrumento é composto por 17
questões relacionadas à dor e à intensidade dos sintomas, com a finalidade de
mostrar o grau de cinesiofobia. A TSK avalia a crença e a evitação da dor
relacionadas ao movimento ou ao exercício. A pontuação pode variar de 1 a 4,
dependendo das respostas do paciente:52
1 — discordo totalmente;
2 — discordo parcialmente;
3 — concordo parcialmente;
4 — concordo totalmente.
Medo-evitação e crenças
Ansiedade e depressão
mínimo;
leve;
moderado;
grave.
O PHQ-9 é composto por nove itens, dispostos em uma escala de quatro pontos,
que varia de 0 (nenhuma vez) a 3 (quase todos os dias). A pontuação varia de 0 a 27.
Esse instrumento avalia a frequência de sinais e sintomas de depressão nas últimas
2 semanas. Estima-se, como indicador positivo de depressão maior, um valor maior
ou igual a 10.56
O GAD-7 é composto por sete itens, dispostos em uma escala de 4 pontos, que varia
de 0 (nenhuma vez) a 3 (quase todos os dias). A pontuação varia de 0 a 21. O
instrumento mede a frequência de sinais e sintomas de ansiedade nas últimas 2
Como funciona o Secad?
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ansiedade somática;
ansiedade cognitiva;
autoconfiança.
Os itens são pontuados em uma escala Likert de quatro pontos, que varia de 1
(nada) a 4 (muito). A pontuação de cada subescala é calculada somando-se os
respectivos itens divididos pelo número de itens, variando de 1 a 4.59
emoções;
desempenho;
avaliação de risco.
LEMBRAR
O ACL-RSI foi traduzido para vários idiomas, incluindo o português do Brasil, e
é considerado válido e confiável.60
Enfrentamento
Um ponto negativo do CPCI é seu tamanho (70 itens), o que pode dificultar sua
implementação para uso de rotina. Versões reduzidas, com 42, 16 e 8 itens, já
foram descritas na literatura.62
Resumo
Variáveis Instrumentos
Aa
Impacto da dor nas atividades
Cinesiofobia TSK
Enfrentamento CPCI
EXAME FÍSICO
O exame físico do atleta deve começar com uma inspeção geral, seguida da
inspeção do local da queixa, incluindo a avaliação da marcha e do movimento geral.
É importante observar qualquer evidência dos seguintes aspectos:63
deformidade;
assimetria;
hematomas;
edemas;
alterações cutâneas;
alterações de trofismo.
trapézio;
epicôndilos laterais do cotovelo;
regiões tenares;
músculos tibiais anteriores.
Aa
O fisioterapeuta deve estar atento a sua avaliação e evitar atribuir uma relação
de causa e efeito, por mais lógico que tenha sido o achado,
independentemente de esse achado estar relacionado a um fator físico,
psicológico ou social. É necessário modificar a maneira de pensar tanto a
avaliação quanto a intervenção, deixando de lado um modelo determinístico
que busque atribuir uma relação de causa e efeito e adotando um modelo que
avalie a complexa interação entre os diversos fatores internos e externos,
conhecidos ou desconhecidos.65
ATIVIDADES
A guideline do COI para o manejo da dor em atletas destaca que muitas técnicas
utilizadas por fisioterapeutas não têm benefício claro além dos efeitos não
específicos e da história natural, com algumas exceções.63
estimulação elétrica;
Aa
massagem terapêutica;
inibição de pontos-gatilho miofasciais;
acupuntura.
LEMBRAR
A dor crônica pode estar associada a vários fatores e se apresentar por meio
de múltiplos mecanismos, requerendo uma intervenção multimodal e
interdisciplinar.
Aa Dores crônicas com predomínio neuropático
Um ensaio clínico sobre a prática de exercício físico por pessoas com lesão medular
observou uma redução da intensidade da dor nos participantes.74 Entretanto, a
amostra do estudo foi pequena, dificultando a generalização dos resultados.
Estudos com animais mostraram que intervenções com exercícios podem modificar
a nocicepção mecânica, a nocicepção térmica e a dor espontânea.75 Entretanto,
esses resultados também não podem ser generalizados para prática clínica.
A prática de exercício físico tem sido utilizada como um recurso para melhorar a dor
e a incapacidade. As evidências mostram que o exercício aeróbico e o exercício
resistido são eficazes na melhora da incapacidade e da dor de indivíduos com
fibromialgia e osteoartrite do joelho, por exemplo.82–85 Para aqueles com dor
lombar crônica inespecífica, a prescrição de exercício físico deve ser considerada,
pois esse recurso leva a uma redução significativa na dor e na incapacidade quando
comparado a terapias passivas (terapia manual, medicamentos, cirurgia).79,86,87
ATIVIDADES
■ CASO CLÍNICO
ATIVIDADES
23. Qual instrumento pode ser aplicado para avaliar o medo do movimento da
paciente descrita no caso clínico?
Confira aqui a resposta
■ CONCLUSÃO
físicos;
cognitivos;
emocionais;
comportamentais;
sociais;
ambientais.
Atividade 2
Resposta: B
Comentário: A descoberta de que as vias dorsal e ventral mediais da medula têm
funções diferentes foi feita em 1811, por Bell. A teoria da intensidade para a dor,
segundo a qual a forte estimulação de outras formas sensoriais é dolorosa, foi
proposta por Erb, em 1874. Em 1896, Von Frey demonstrou de forma definitiva que a
dor é uma forma sensorial independente. A descrição dos nociceptores como
estruturas especializadas para a dor foi feita em 1906, por Sherrington.
Atividade 3
Resposta: C
Comentário: A via espinotalâmica transmite as informações nociceptivas
provenientes do corno posterior da medula para o tálamo.
Atividade 4
Resposta: D
Comentário: A transdução de estímulos físico-químicos em sinais neurais ocorre
quando os estímulos dolorosos mecânicos, químicos ou térmicos são convertidos
em sinais eletrofisiológicos, codificados em potenciais de ação e propagados pelas
fibras Aδ e C em direção ao SNC. Nesse caminho, os potenciais de ação seguem
pelas fibras Aδ e C até o corno dorsal da medula. As fibras Aδ terminam na lâmina I
e na camada mais superficial da lâmina II, enquanto as fibras C terminam mais
profundamente na lâmina II. Os tratos espinotalâmico e espinorreticulotalâmico se
projetam para o núcleo talâmico e o tronco cerebral contralaterais. A maioria dos
neurônios espinotalâmicos ascendentes faz sinapse no núcleo talâmico VPL e
fornece uma via neotalâmica oligossináptica rápida, mediando aspectos
discriminatórios sensoriais. Já os neurônios espinorreticulotalâmicos se projetam
através de uma via polissináptica predominantemente cruzada, com uma
organização somatotópica menos precisa. No tronco encefálico, esses neurônios
Como funciona o Secad?
C
Atividade 5
Resposta: B
Comentário: O processamento da dor por áreas cognitivo-emocionais do cérebro
Aa
envolve principalmente as seguintes estruturas: córtex pré-frontal, ínsula, amígdala e
córtex cingulado anterior.
Atividade 6
Resposta: C
Comentário: Os neurônios do corno dorsal podem se tornar hipersensíveis por causa
de contínuos disparos de impulsos nociceptivos pelos nociceptores. Essa
hipersensibilidade, promovida por neurotransmissores como glutamato, aspartato e
substância P, modula as descargas elétricas pós-sinápticas, aumentando essas
respostas e desencadeando a hiperexcitabilidade dos receptores de NMDA de
neurônios de segunda ordem no corno dorsal da medula. Esse fenômeno é
conhecido como wind-up, que é o aumento progressivo das descargas elétricas do
neurônio de segunda ordem na medula espinhal em resposta à estimulação
repetitiva da fibra C. O fenômeno faz parte da sensibilização central, que é um
aumento na sensibilidade dos neurônios e significa que as vias centrais de
processamento da dor localizadas na medula espinhal e no cérebro estão
hipersensíveis. Esse processo não se limita ao corno nem à amplificação da dor de
impulsos aferentes, mas abrange o processamento sensorial alterado no cérebro e a
disfunção dos mecanismos centrais inibitórios da dor.
Atividade 7
Resposta: B
Comentário: É possível considerar como dor persistente ou crônica aquela que está
presente na maior parte dos dias por mais de 3 meses. O comportamento e a
abordagem terapêutica desse tipo de dor são diferentes em relação à dor aguda. A
dor aguda tem um papel filogenético importante, pois funciona como um alarme
para a manutenção da integridade do corpo. Na dor crônica, esse alarme perde a
função, na medida em que não é mais necessário proteger a região. Quando a dor se
torna crônica sem uma entrada nociceptiva contínua, é possível que mudanças
sinápticas generalizadas tenham ocorrido, como o mecanismo de potenciação de
longa duração. Além de modificações específicas na fisiologia, é possível que
mecanismos de aprendizagem estejam envolvidos no processo de proteção do
indivíduo. Em situações naturais, grande parte da aprendizagem é condicionada e
não envolve uma resposta direta a uma entrada nociceptiva. Por exemplo, em uma
situação que exija o movimento de uma parte do corpo lesionada recentemente, o
alarme pode soar antes mesmo do início do movimento e desencadear
comportamentos de evitação. Esses comportamentos podem persistir mesmo após
Como funciona o Secad?
C
não haver mais lesão tecidual, com manifestações associadas ao medo relacionado
ao movimento ou à cinesiofobia.
Atividade 8
Resposta: A
Comentário: O medo do movimento é um dos principais fatores que dificultam o
retorno ao esporte. Alguns estudos mostram que mesmo sem dor e com a
Aa
recuperação das valências do movimento, muitos atletas não conseguem retornar a
níveis de desempenho equivalentes aos anteriores à lesão, o que se deve ao medo
do movimento e a outros fatores psicológicos.
Atividade 9
Resposta: D
Comentário: De acordo com a neuroimunologia relacionada ao sono, podem existir
ligações entre os distúrbios do sono e a dor. Enquanto o sono saudável facilita as
funções imunológicas, a qualidade ou a quantidade prejudicada do sono pode
resultar em respostas inflamatórias de baixo grau, que incluem níveis aumentados
de IL-6, PGE2 e NO, possivelmente mediadas pelas células da microglia cerebral.
Mesmo em níveis baixos, as citocinas inflamatórias podem afetar a função cerebral,
interferindo na fadiga mediada pelo SNC, ocasionando um aumento da sensibilidade
a estímulos dolorosos após a restrição do sono.
Atividade 10
Resposta: C
Comentário: Uma lesão traumática aguda se refere a um evento único, ocasionado
por um macrotrauma singular em um tecido previamente saudável. No atleta, pode
ser acompanhada de medo, ansiedade e maior foco cognitivo na lesão. A lesão por
uso excessivo decorre de cargas submáximas repetidas do sistema
musculoesquelético. Ela resulta da diferença entre o volume e a intensidade do
estresse ou força aplicada ao corpo e a capacidade do corpo de dissipar esse
estresse. A lesão recorrente é um incidente do mesmo tipo e no mesmo local que
ocorre após o retorno de um atleta à plena função e à participação esportiva.
Atividade 11
Resposta: A
Comentário: SCEBS (acrônimo de somáticos, cognitivos, emocionais, behavioral
[comportamentais] e sociais) é um instrumento que pode favorecer a adoção de um
modelo de avaliação mais amplo pelos clínicos, além de ser de uma ferramenta de
fácil aplicabilidade e compreensão. Recomenda-se que as dimensões do método
SCEBS sejam utilizadas como parâmetros para o acompanhamento dos indivíduos
com dor crônica. Sentimentos de raiva, medo, ansiedade e estresse pós-traumático
se referem a fatores emocionais. O impacto da dor nas relações familiares e
profissionais do paciente é um fator social. Estratégias de enfrentamento da dor, de
evitação ou de provocação correspondem a fatores comportamentais.
e tação ou de p o ocação co espo de a ato es co po ta e ta s.
Resposta: D
Comentário: Durante a avaliação da pessoa com dor, é absolutamente necessário
descartar a presença de bandeiras vermelhas, que são sinais e sintomas que
necessitam de uma investigação médica mais profunda. Essas manifestações
podem ser descobertas por meio de uma história completa do paciente, seguida de
um exame físico detalhado. A seguir, deve-se classificar a dor, de acordo com o
Aa tempo, em aguda ou crônica. Em seguida, avalia-se o tipo de dor predominante, de
acordo com o mecanismo neurofisiológico, classificando-a em nociceptiva,
neuropática ou nociplástica. Além disso, o profissional deve ser capaz de identificar
as bandeiras amarelas, que se referem a relatos que são evidenciados na avaliação,
por meio da história exposta pela pessoa com dor, e podem gerar incapacidade em
longo prazo.
Atividade 13
Resposta: A
Comentário: A dor nociceptiva pode acontecer quando há um dano real ao tecido ou
mesmo quando não existe mais esse dano, sendo proveniente da ativação dos
nociceptores. Em geral, a pessoa consegue definir bem o local da dor e os
mecanismos de melhora e piora. Pode haver sinais inflamatórios. A dor neuropática
tem como condição primária a presença de uma lesão no sistema
somatossensorial, evidenciada por um exame complementar (eletroneuromiografia,
RM). Ela pode se manifestar por alterações observadas no exame físico
correspondentes à distribuição neuroanatômica do nervo ou do nível medular
acometido. A dor nociplástica tem como mecanismo a sensibilização central, que se
refere à hiperexcitabilidade do sistema nervoso.
Atividade 14
Resposta: C
Comentário: A dor neuropática se caracteriza por sensação de dor e sinais com
distribuição neuroanatômica plausível, ou seja, a dor e as alterações observadas no
exame físico e no exame complementar (eletroneuromiografia ou RM)
correspondem à distribuição neuroanatômica do nervo ou do nível medular
acometido. A dor nociceptiva se caracteriza por dor local e provocada por estímulos
mecânicos e presença de sinais inflamatórios. A dor nociplástica se caracteriza por
presença de hipersensibilidades, alterações do sono, fadiga, dor disseminada e
experiência exagerada de dor.
Atividade 15
Resposta: D
Comentário: Para a avaliação da cinesiofobia, o instrumento recomendado é a PCS,
composta por 13 itens que avaliam a ruminação, a magnificação dos sintomas e a
percepção de desamparo em relação à dor. O PHQ-9, composto por nove itens,
avalia a frequência de sinais e sintomas de depressão nas últimas 2 semanas. O
GAD-7, composto por sete itens, mede a frequência de sinais e sintomas de
ansiedade nas últimas 2 semanas. Como funciona o Secad?
C
Atividade 16
Resposta: C
Comentário: O exame físico do atleta deve começar com uma inspeção geral,
seguida da inspeção do local da queixa, incluindo a avaliação da marcha e do
movimento geral. Deve-se testar a amplitude de movimento ativa e passivamente,
verificando qualquer alteração anormal de padrões de movimento ou
Aa agravamento/alívio da dor. A palpação deve abordar a resistência e a sensibilidade
superficial e dolorosa dos tecidos moles em áreas proximais e distais à queixa
inicial.
Atividade 17
Resposta: A
Comentário: A CPM é uma medida experimental psicofísica da via inibidora da dor
endógena em humanos que tem como princípio o fenômeno “dor inibe dor”. O teste
consiste na avaliação de um estímulo de teste doloroso, seguida de uma segunda
avaliação simultânea de um estímulo de condicionamento doloroso distante
(paradigma paralelo) ou em série após a retirada do estímulo de condicionamento
doloroso (paradigma sequencial). O avaliador mede o limiar de dor à pressão com o
algômetro em uma região de escolha, submete o paciente ao estímulo doloroso e
mede o limiar de dor à pressão novamente. É esperado que o limiar de dor à pressão
aumente com o estímulo doloroso. A inibição da dor não é universal (em alguns
indivíduos, é observado um aumento na classificação da intensidade da dor). Apesar
disso, na maioria dos indivíduos, a intensidade da dor experimentada com o
estímulo de teste é reduzida durante ou imediatamente após a exposição ao
estímulo de condicionamento.
Atividade 18
Resposta: D
Comentário: A crioterapia é largamente utilizada no meio esportivo, apesar de haver
poucas evidências de ensaios clínicos que avaliem o benefício dessa intervenção.
Segundo a guideline do COI, as seguintes técnicas não demonstraram eficácia
consistente no alívio da dor resultante de lesão musculoesquelética: estimulação
elétrica, massagem terapêutica, inibição de pontos-gatilho miofasciais e acupuntura.
Embora os dados de estudos de intervenções fisioterapêuticas para a dor em atletas
ainda careçam de evidências robustas, há evidências em outras populações com dor
(principalmente crônica) de que as abordagens que incluem os seguintes aspectos
podem melhorar a autoeficácia, reduzir o medo do movimento e da reincidência de
lesão e diminuir a intensidade da dor: educação com base na neurofisiologia da dor,
estratégias psicocomportamentais, terapia manual e exercícios. Entre as
intervenções psicocomportamentais, o fisioterapeuta pode utilizar a fisioterapia
psicologicamente informada, que incorpora princípios e estratégias cognitivas e
comportamentais (p. ex., técnicas para a redução do medo, atividades graduadas e
técnicas de exposição) bem como a educação em dor durante o tratamento
técnicas de exposição), bem como a educação em dor durante o tratamento.
Resposta: B
Comentário: Técnicas de terapia manual, como manipulação articular, têm
resultados no alívio da dor, por contribuírem para a restauração do movimento. Os
mecanismos envolvidos não estão relacionados ao reposicionamento de estruturas
articulares ou de tecido mole, mas a uma cascata de eventos neurofisiológicos que
ocorrem desde a periferia até regiões do cérebro. Exercícios de fortalecimento
Aa podemser úteis no gerenciamento da dor em condições crônicas, como osteoartrite,
fibromialgia e dor musculoesquelética crônica. Os mecanismos neurobiológicos
envolvem a ativação do sistema modulador descendente pelos sistemas opioides
endógenos e canabinoides.
Atividade 20
Resposta: D
Comentário: Há evidências de que intervenções como educação em dor, prática de
exercício físico e técnicas de terapia manual auxiliam na melhora da dor
nociplástica. As evidências mostram que o exercício aeróbico e o exercício resistido
são eficazes na melhora da incapacidade e da dor de indivíduos com fibromialgia e
osteoartrite do joelho, por exemplo. Para aqueles com dor lombar crônica
inespecífica, a prescrição de exercício físico deve ser considerada, pois esse recurso
leva a uma redução significativa na dor e na incapacidade quando comparado a
terapias passivas (terapia manual, medicamentos, cirurgia). A literatura recomenda
que as técnicas passivas de terapia manual não sejam utilizadas de maneira
contínua e em longo prazo.
Atividade 21
Resposta: A paciente do caso clíncio apresenta dor nociceptiva, pois a dor está bem
localizada e a paciente consegue definir quais situações a provocam. Não é possível
pensar em dor neuropática, pois não há lesão do tecido. Apesar de haver
hipersensibilidade ao frio, não se pode pensar em dor nociplástica, pois a
experiência de dor não é exagerada e a dor não tem uma distribuição disseminada.
Atividade 22
Resposta: A paciente do caso clínico acredita que a atividade física seja prejudicial,
além de considerar que a crepitação esteja associada à piora dos sintomas. Em
virtude dessas crenças, ela adota um comportamento de proteção exagerado,
utilizando um imobilizador elástico. Para abordar essas questões, o fisioterapeuta
pode empregar, inicialmente, a educação em dor, para modificar as crenças
relacionadas ao aumento da percepção de dano. É importante apresentar à paciente
os benefícios dos efeitos da prática de exercícios sobre a dor. Para que a paciente
comece a perceber a segurança da prática de exercícios, o profissional pode propor
a exposição gradual às atividades, levando a paciente a se expor a situações
semelhantes àquelas que ela refere evitar, como subir escadas e agachar-se.
Atividade 23
t dade 3
Resposta: Para avaliar o medo do movimento da paciente, pode ser utilizada a TSK,
voltada à avaliação do medo do movimento e do exercício.
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