Guia de Plantão 2
Guia de Plantão 2
Guia de Plantão 2
URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS 7
ANAFILAXIA 7
BRADICARDIA COM PULSO (AHA 2020) 8
CETOACIDOSE DIABÉTICA 9
CRISES CONVULSIVAS 11
CRISES HIPERTENSIVAS 13
DROGAS VASOATIVAS 13
HIPERTENSÃO INTRACRANIANA 14
HIPOGLICEMIA 14
INTOXICAÇÃO EXÓGENA 14
PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA (AHA 2020) 15
QUEIMADURAS 18
SEDAÇÃO 20
SEPSE, SEPSE COM DISFUNÇÃO ORGÂNICA E CHOQUE SÉPTICO 21
SEQUÊNCIA RÁPIDA 26
SÍNDROME INFLAMATÓRIA MULTISSISTÊMICA ASSOCIADA À COVID-19 (SIM-P) 26
TAQUICARDIA COM PULSO (AHA 2020) 27
TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO (TCE) 27
ALERGIA E IMUNOLOGIA 31
ALERGIA ALIMENTAR 31
IMUNIZAÇÕES 31
IMUNODEFICIÊNCIAS PRIMÁRIAS 32
SÍNDROMES AUTO-INFLAMATÓRIAS 33
CARDIOLOGIA 36
CARDIOPATIAS CONGÊNITAS 36
ENDOCARDITE INFECCIOSA 38
HIPERTENSÃO ARTERIAL 40
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA 47
SÍNCOPE 49
DERMATOLOGIA 52
ANOMALIAS VASCULARES 52
DERMATOSES ECZEMATOSAS 52
DERMATOSES ERITEMATO-ESCAMOSAS 55
DERMATOSES NEONATAIS 55
QUADROS INFECCIOSOS 61
MISCELÂNIA 66
ENDOCRINOLOGIA 69
1
CETOACIDOSE DIABÉTICA 69
DIABETES MELLITUS 69
DISTÚRBIOS DO CRESCIMENTO 70
DISTÚRBIOS DO CÁLCIO (CA) 71
DISTÚRBIOS DO MAGNÉSIO (MG) 71
DISTÚRBIOS DO SÓDIO (NA) 72
DISTÚRBIOS DO POTÁSSIO (K) 72
GASOMETRIA 73
GASTROENTEROLOGIA 76
DIARREIA AGUDA 76
DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO (DRGE) 76
GENÉTICA 78
HEMATOLOGIA 82
ANEMIA FALCIFORME 82
DEFICIÊNCIA DE GLICOSE-6-FOSFATO DESIDROGENASE (G6PD) 84
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE MICROANGIOPATIAS TROMBÓTICAS 84
TROMBOCITOPENIA IMUNE PRIMÁRIA (ANTIGO PTI) 85
INFECTOLOGIA 87
2
SÍNDROME DA MONONUCLEOSE INFECCIOSA (EPSTEIN-BARR) 107
SÍNDROME INFLAMATÓRIA MULTISSISTÊMICA ASSOCIADA À COVID-19 (SIM-P) 108
VARICELA (VÍRUS VARICELA-ZÓSTER) 109
PRECAUÇÕES (ISOLAMENTOS) 111
PROFILAXIA DO TÉTANO ACIDENTAL 112
ZIKA VÍRUS 112
NEFROLOGIA 114
NEONATOLOGIA 117
NEUROLOGIA 159
3
ATAXIAS AGUDAS 159
CEFALEIA 159
COMA 163
CRISE CONVULSIVA FEBRIL 164
EPILEPSIA 165
MORTE ENCEFÁLICA (2017) 168
PARALISIA CEREBRAL 169
PARASSONIAS 169
TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH) 172
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) 174
SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ 176
SÍNDROME DE WEST (SÍNDROME DOS ESPASMOS INFANTIS) 177
ONCOLOGIA 179
PNEUMOLOGIA 182
ASMA 182
BRONQUIOLITE 183
CÁLCULO DE TENDA DE O2 183
LARINGITE 184
PUERICULTURA 186
ADOLESCENTE 186
ALIMENTAÇÃO 189
COMO VESTIR O BEBÊ DE ACORDO COM O CLIMA 194
DESIDRATAÇÃO 196
DESNUTRIÇÃO 198
CALENDÁRIO VACINAL (SBP 2020) 201
CARÊNCIA DE MICRONUTRIENTES 204
CRESCIMENTO 208
DENTES 209
DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR 210
FREQUÊNCIA DE CONSULTAS 211
HIDRATAÇÃO 212
OBESIDADE 212
REUMATOLOGIA 215
ANEXOS 218
ANTÍDOTOS 218
4
DILUIÇÕES 220
DROGAS - EMERGÊNCIA 220
DROGAS - INFUSÃO CONTÍNUA 222
MEDICAÇÕES GERAIS 223
PRINCIPAIS ALÉRGENOS 232
5
6
URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS
ANAFILAXIA
CONCEITOS
CRITÉRIOS
TRATAMENTO
Adrenalina (na apresentação 1mg/ml): 0,01mg/kg ou 0,01ml/kg por via IM no vasto lateral da coxa
o Dose máxima:
0,3mg em menores de 12 anos
0,5mg em maiores de 12 anos
o Dose pode ser repetida a cada 5-15 minutos, ou mesmo antes, se indicado pelo quadro clínico.
Glucagon (pacientes em terapia com betabloqueadores com refratariedade ao tratamento com adrenalina): 0,02
a 0,03mg/kg por via EV
o Dose máxima: 1mg/dose
Outros (2ª e 3ª linha):
o Suporte respiratório
Manutenção de vias aéreas pérvias + Oxigênio suplementar
Broncodilatadores (quando há broncoespasmo associado)
Fenoterol: 0,25mg/3kg de peso (1 gota/3 kg) até 10 gotas, em 3-5ml de SF0,9%
Salbutamol spray: 100-200mcg a cada 5 minutos
o Suporte circulatório
Posicionamento: posição supina com elevação de membros inferiores (exceto nos casos de grave
comprometimento respiratório) | Paciente não pode levantar-se ou sentar-se pelo risco de colapso
súbito (síndrome do ventrículo vazio).
SF 0,9% em bolus 20ml/kg Indicado quando não há resposta à adrenalina, se hipotensão arterial à
admissão e se hipotensão ortostática
Se hipotensão persistente: adrenalina contínua em BIC 0,1mcg/kg/min + Monitoramento cardíaco
o Corticosteroides (sem muita evidência) – Tentativa de prevenção dos quadros bifásicos
Metilprednisolona 1-2mg/kg/dia por via EV por um ou dois dias
Prednisona 1-2mg/kg/dia por VO
o Anti-histamínicos (antagonistas dos receptores H1 da histamina): alívio de quadros mucocutâneos
Difenidramina 1 a 2mg/kg por via EV
Dose máxima: 50mg
Observação por 4 a 6 horas
o Pacientes mais graves, maior tempo de observação.
7
BRADICARDIA COM PULSO (AHA 2020)
8
CETOACIDOSE DIABÉTICA
DIAGNÓSTICO
CLASSIFICAÇÃO
TRATAMENTO
Expansão inicial
- SF0,9% 10ml/kg/h EV em 1 hora até 1000ml. Podendo repetir ACM.
- Obs.1: Se choque = iniciar 20ml/kg aberto
- Obs.2: Se K 4,5mEq/L com acidose e diurese presente acrescentar K (40mEq/L) já na expansão inicial
Reparação residual
- Reidratar em 36h: 1/2 do volume total nas primeiras 12h e 1/2 nas outras 24h seguintes.
- RR1: Infundir 1/2 do VT subtraindo volume expansão inicial + 1/2 volume manutenção Holliday (para 12h) nas primeiras 12h + KCL 19,1%
- RR2: Após as primeiras 12h: infundir a outra metade do volume total em 24h; associada ao volume de manutenção pela regra de Holliday
(para 24h)
- Obs.: manter SF0,9% com glicemia > 250. Se glicemia < 250 ou queda > 90 em 1h = fazer [ ]SG5% (SF0,9% + SG50%)
Edema cerebral
- Cefaleia, redução FC, sinais neurológicos, aumento PA, vômitos e queda Sat O 2.
- Na suspeita: reduzir fluidos para 1/3 + Manitol + TC de crânio
Dose: Manitol 0,5-1g/Kg EV em 20 min e repetir se não houver resposta após 30-60min.
- Alternativa ao Manitol: solução salina hipertônica a 3%, 3,5-5ml/Kg em 10-15 min.
9
FLUXOGRAMA
Avaliação clínica:
Coleta: Glicemia | Gasometria venosa | Cetonemia e/ou Urina 1 | Dosagem sérica de Na+/K+/Cl-
10
ABORDAGEM INICIAL
CRISES CONVULSIVAS
CRISES GENERALIZADAS
Ácido valpróico (50mg/ml): 10-15mg/kg/dia – começo 12/12h (máx 60mg/kg/dia)
CRISE FOCAL
Carbamazepina (20mg/ml)
o 1ª semana: 5mg/kg/dia
o 2ª semana: 10mg/kg/dia
o Se mantiver crise:15mg/kg/dia (máx 20mg/kg/dia)
Obs.: mioclonia piora com carbamazepina, se não souber qual é: ácido valpróico.
Fenobarbital (40mg/ml): 3-5mg/kg
11
o 1 gota = 1mg
o 1ml = 40mg = 40 gotas
Definição: episódio único de crise epiléptica com duração > 30 minutos ou uma série de crises epilépticas que
se repete a intervalos curtos, mas sem recuperação da consciência entre elas, com duração > 30 minutos.
EME generalizado: lesões irreversíveis do SNC podem ocorrer a partir de 20 minutos do início das crises.
TRATAMENTO
Estabilização inicial (abertura de via aérea, oferta de O2, acesso venoso e monitorização cardíaca + oxímetro de
pulso)
Administrar glicose a 25% 2ml/kg se hipoglicemia ou impossibilidade de realização da glicemia capilar
Fenitoína 15 a 20mg/kg
INVESTIGAÇÃO
12
Neuroimagem: suspeita de EME secundário a lesões cerebrais e EME de origem desconhecida
Punção lombar: suspeita de quadros infecciosos ou inflamatórios
EEG
CRISES HIPERTENSIVAS
Emergência: quadro grave, a ponto de causar disfunção de órgão-alvo | Pode apresentar: convulsão, hemorragia
intracraniana, déficit neurológico focal, leucoencefalopatia posterior reversível (PRES), insuficiência cardíaca congestiva,
papiledema, hemorragia retiniana e perda aguda de visão | Idealmente tratada em UTI
Urgência hipertensiva: quadro de hipertensão grave, com risco de lesão progressiva, mas sem evidência clínica de
acometimento recente | Sintomas leves: náusea, cefaleia e borramento visual
TRATAMENTO
DROGAS VASOATIVAS
𝑃×𝐷𝑜𝑠𝑒×1,44
𝐴𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎çã𝑜
13
o 0,0005-0,008U/kg/min
o Se dose da Noradrenalina > 1mcg/kg/min: Associar!
𝑃 𝑥 𝑑𝑜𝑠𝑒 𝑥 1,44
o 20
Nitroprussiato de sódio (apresentação 25mg/ml) - Vasodilatador
o 0,3-0,5mcg/kg/min
𝑃 𝑥 𝑑𝑜𝑠𝑒 𝑥 1,44
o
25
Hidrocortisona (apresentação 50mg/ml) – Choque refratário
o 100mg/m²/dia 6/6h
o Insuficiência adrenal: 2mg/kg EV (Dose máxima: 100mg)
Óxido nítrico – via inalatória
o Usar quando: índice de oxigenação (IO) > 25
𝑀𝐴𝑃 𝑥 𝐹𝑖𝑂2 𝑥 100
𝐼𝑂 = 𝑃𝑎𝑂2
o Dose inicial: 20 ppm
o Reavaliação quando FiO2 < 60%
2-5 ppm a cada 4 horas até que chegue na dose 5ppm redução 1ppm a cada 4 horas
o Duração: 3 a 5 dias
o Efeito colateral: meta-hemoglobinemia, edema pulmonar e disfunção plaquetária
DILUIÇÃO EM BIC
HIPERTENSÃO INTRACRANIANA
TRÍADE DE CUSHING
Alteração respiratória
Bradicardia
Hipertensão arterial
TRATAMENTO
Elevar a cabeceira 45º
NaCl 3% 6 a 10ml/kg em bolus ou 0,1-1ml/kg/h
Manitol 0,25-1g/kg (com cautela) – pode ser repetido. Manter osmolalidade plasmática < 310mmol/L
Hiperventilação leve (PaCO2 30-35mmHg) em HIC refratária
o Evitar a hiperventilação profilática
HIPOGLICEMIA
INTOXICAÇÃO EXÓGENA
Dieta zero
Medidas gerais (avaliar contraindicações)
o Tiamina 50-100mg EV
o SG 50% 1-2ml/kg EV
o Lavagem gástrica: carvão ativado 1g/kg – solução: 1g de carvão ativado + 8ml de água VO ou SOG
14
o Bicarbonato de sódio 8,4% - 1-2mEq/kg EV 4/4h – diluir com o mesmo volume de SG5% e correr em 1h
Suporte
o Diazepam 0,2-0,3mg/kg/dose EV
o Oxigênio
o Monitorização
o Sinais vitais + diurese + balanço hídrico 3/3h
Opiáceos e opioides Naloxona (0,4mg/ml): 0,01-0,03mg/kg EV em 2-3min (máx 10mg)
o Overdose de opioides (recomendação atualizada AHA 2020): pacientes em PCR, a ventilação de resgate
ou a ventilação com bolsa-máscara deverá ser mantida, até que a respiração espontânea retorne
Benzodiazepínico Flumazenil (0,1mg/ml) 0,01mg/kg EV lento
Metanol
o Etanol + SG5% (solução a 10%) 0,8mg/kg EV (ataque) + 130mg/kg/h
o Ácido folínico 1-2mg/kg EV 4/4h
Carbamatos ou organofosforados
o Atropina (0,25mg/ml) 0,01-0,05mg/kg EV 30/30min
o Pralidoxima 20-40mg/kg + SF0,9% (solução final a 1-2,5%) na velocidade de 10-20mg/kg/h
Paracetamol Acetilcisteína 140mg/kg VO (ataque) + 70mg/kg VO 4/4h – diluir com suco de frutas na proporção
1:4
Neurolépticos, metoclopramida e bromoprida
o Biperideno (5mg/ml) 0,06-0,1mg/kg/dose EV ou IM até 6/6h (máx 5mg/dose)
o Difenidramina (50mg/m) 5mg/kg/24h em 3-4 doses IM ou EV (máx 50mg)
SÍNDROME ANTICOLINÉRGICA
Atropina, escopolamina, antidepressivo tricíclico,anti-parkinsoniano,antagonista H1
Agitação ou sonolência, confusão mental, alucinação visual, mucosa seca, rubor cutâneo, hipertermia, retenção
urinária, diminuição do RHA, midríase.
SÍNDROME COLINÉRGICA
Organofosforados, cogumelos
Sialorreia, lacrimejamento, diurese, diarreia e vômitos, bradicardia, broncoespasmo, convulsão
SÍNDROME SIMPATICOMINÉTICA
Anfetaminas, cafeína, ecstasy, cocaína
Agitação, alucinações, sudorese, taquicardia, hipertensão, midríase, tremores, convulsões e arritmias.
15
16
PRINCIPAIS RECOMENDAÇÕES ATUALIZADAS
Oxigenação e ventilação
o Metas
Normoxemia entre 94 e 99%
PaCO2 adequada para o quadro subjacente do paciente e limite a exposição à hipocapnia ou hipercapnia
grave
Monitorização hemodinâmica
o Defina metas hemodinâmicas específicas e revise diariamente
o Monitore com telemetria cardíaca
o Monitore PA
o Monitore o lactato, o débito urinário e a saturação de O2 venoso central para ajudar a orientar os tratamentos
o Use bolus de fluidos parenterais com ou sem inotrópicos ou vasopressores para manter uma PAS > que o P 5
para idade e sexo
Controle direcionado da temperatura
o Meça e monitore continuamente a temperatura central
o Evite e trate a febre imediatamente depois da PCR e durante o reaquecimento
o Se comatoso, aplique o controle direcionado de temperatura (32-34oC) seguido por 36-37,5oC ou apenas o
controle de 36-37,5oC
o Evite os calafrios
o Monitore PA e trate a hipotensão durante o reaquecimento
17
Neuromonitoramento
o Se encefalopatia (e recursos disponíveis), monitore com EEG contínuo
o Trate as convulsões
o Considere exames de imagem do cérebro logo no início para diagnosticar as causas tratáveis da PCR
Eletrólitos e glicose
o Meça a glicemia e evite a hipoglicemia
o Mantenha os eletrólitos nas faixas normais para evitar possíveis arritmias potencialmente fatais
Sedação
o Trate com sedativos e ansiolíticos
Prognóstico
o Sempre considere várias modalidades (clínicas e outras) em vez de um único fator preditivo
o As avaliações podem ser modificadas por controle direcionado de temperatura ou por hipotermia induzida
o Considere EEG em conjunto com outros fatores no período de 7 dias depois da PCR
o Considere exames de imagem neurológicas como RNM, durante os primeiros 7 dias.
QUEIMADURAS
CLASSIFICAÇÃO
QUANTO À PROFUNDIDADE
Primeiro grau: somente epiderme eritema, calor e dor. Não há bolhas, não causam agressão fisiológica e,
geralmente, cicatrizam dentro de 3 a 6 dias
Segundo grau (espessura parcial): epiderme e parte da derme formação de bolhas. Edema mais intenso e
lesão extremamente dolorosa. Cicatrizam em 10 a 20 dias.
Terceiro grau (espessura total): derme indolores, de aspecto branco-pérola
Quarto grau: tecidos subjacentes, como gordura subcutânea, fáscia, músculo ou osso geralmente associadas
a queimaduras elétricas de alta voltagem.
QUANTO À GRAVIDADE
Leves: lesões de segundo grau que envolvem menos de 15% da SCT em adultos e menos de 10% em crianças < 10
anos ou adultos > 50 anos; e também as queimaduras de 3º grau < 2% da SCT. Incluem-se somente lesões que não
apresentem risco funcional e que não envolvam olhos, orelhas, face, mãos, pés, períneo ou superfícies articulares
Moderadas: lesões de 2º grau de 10 a 20% da SCT em crianças e idosos, e de 15 a 25% em adultos; e também as
de 3º grau de 2 a 10% que não impliquem risco funcional e que não envolvam olhos, orelhas, face, mãos, pés,
períneo ou superfícies articulares. Excluem-se lesões de alta voltagem, todas as queimaduras envolvendo lesão
inalatória ou outros traumas associados e as lesões em pacientes com doença de base. Pacientes devem ser
hospitalizados.
Graves:
o 2º grau > 20% da SCT em pacientes menores de 10 anos e maiores de 50 anos ou > 25% em adultos
o Lesões de 3º grau maiores que 10% da SCT
o Queimaduras envolvendo face, olhos, orelhas, mãos, pés, períneo ou grandes articulações, que possam
causar prejuízo funcional e/ou estético.
QUANTO À EXTENSÃO
Para o cálculo da superfície corpórea queimada incluem-se somente as lesões de 2º e 3º graus. Multiplica-se a
superfície corpórea total da criança pela porcentagem de queimaduras (excetuando-se as lesões de primeiro grau).
18
INDICAÇÕES DE INTERNAÇÃO EM PACIENTES PEDIÁTRICOS
Queimaduras de 2º grau > 10%
Queimaduras de 3º grau > 2%
Qualquer queimadura de 2º ou de 3º grau que envolva áreas críticas: face, mãos, pés, genitais, períneo ou grandes
superfícies articulares
Queimaduras circunferenciais de tórax ou extremidades (risco de síndrome compartimental e necessidade de
escarotomia)
Queimadura química significativa
Queimaduras elétricas de alta voltagem ou acidentes por raios
Traumas concomitantes (fraturas, TCE, etc.)
Doenças de base pré-existentes
Suspeita de lesão inalatória: história de incêndio em espaço fechado; paciente inconsciente no local do acidente;
queimaduras faciais e do pescoço; narinas, sobrancelhas e/ou cílios chamuscados; lábios queimados; secreções
carbonáceas; taquipneia, rouquidão, tosse, chiado.
Suspeita de maus-tratos ou negligência
Falta de suporte doméstico para cuidado da ferida, o que aumenta o risco de infecção e aprofundamento da lesão
Queimaduras leves infectadas
TRATAMENTO
Retirada de roupas, anéis, relógios e cintos
Se suspeita de lesão inalatória: oxigênio a 100% em máscara (mesmo na ausência de lesão de pele)
Uso de água corrente em temperatura ambiente sobre as lesões pode ser feito nos primeiros 15 minutos do
acidente para tentar evitar aprofundamento da lesão.
Esfriamento contraindicado por predispor à hipotermia
Reanimação hídrica de crianças com mais de 10% da SCT queimada: 2 acessos venosos periféricos calibrosos
(preferencialmente em áreas não queimadas)
o Sinais de choque: infundir 20ml/kg de Ringer Lactato ou Soro Fisiológico em bolus, repetindo se necessário,
antes de calcular o volume necessário para as 24h.
Controle adequado da dor
o Morfina 0,1mg/kg EV com efeito durante 1-2 horas
19
o Fentanil 2µg/kg EV lento seguido de infusão contínua de 1a10mg/kg/h
o Midazolam (ação de amnésia anterógrada, ansiolítica, psicosedativa, hiponótica e relaxante muscular)
Orelhas e ouvidos
o Avaliação precoce da córnea
o Orelhas: tratadas com acetato de mafenide tópico para reduzir incidência e condricte supurativa. Se
condricte: cirurgia
Tórax: queimaduras superficiais devem ser tratadas com escarotomias (risco de restrição ventilatória)
Abdome: passar sonda nasogástrica para descompressão gástrica, reduzindo possibilidade de aspiração.
Prescrever protetores da mucosa gástrica.
o Dieta enteral precoce
o Crianças com queimaduras > 15-20% da superfície corpórea devem ficar inicialmente em jejum via oral
(possibilidade de íleo adinâmico)
Gênito-urinário: passar cateter de Foley para monitorização do débito urinário e adequação da reanimação
hídrica.
o Em queimaduras elétricas pode ocorrer mioglobinúria e hemoglobinúria aumentar o volume de hidratação
infundido, mantendo débito urinário de 2ml/kg/h. A alcalinização da urina através da administração de
bicarbonato pode facilitar o clearence da mioglobina. Se necessário, usar manitol.
Extremidades: devem ser elevadas para evitar piora do edema. Risco de síndrome compartimental.
Imunoprofilaxia do tétano indicada nas queimaduras > 10% toxoide tetânico (0,5ml) + imunoglobulina
antitetânica (250U).
Manter ambiente aquecido, além do uso de cobertores.
Profilaxia de tromboembolismo pulmonar
Fluidoterapia (Ringer lactato preferível ao soro fisiológico) – fórmula de Galveston:
o 5000ml/m² SCQ/24h (perdas) + 2000ml/m² SCT/24h (manutenção)
o Primeiras 24h contando do horário do trauma e não da chegada ao pronto-socorro
o Subtrair qualquer volume dado após o acidente, no transporte ou em outro serviço.
o Infundir metade do volume nas primeiras 8 horas após o acidentes e metade nas dezesseis horas restantes.
Não se adiciona potássio.
o Em lactentes (baixa reserva de glicogênio hepático): associar glicose 5% ao RL
o Após 24h: 3750ml/m² SCQ/24h + 1500ml/m² SCT/24h adiciona-se glicose e potássio, se a função renal
estiver preservada.
o Infusão de coloide só é feita a partir de 24 horas da lesão, quando a integridade capilar estiver restabelecida.
Albumina se < 2g/dl
[Hm]: se Ht < 24 (manter Hb > 8g/dl) ou em cirurgias com perdas sanguíneas muito elevadas.
Plasma fresco: TP 1,5x maior que o controle; TTPA 1,2x maior que o controle – em crianças que estão
sangrando ou farão procedimento invasivo ou que resulte e perda sanguínea de metade ou mais do
volume sanguíneo.
Contagem de plaquetas geralmente diminui (dilucional) durante a fase inicial. Retorna ao normal no
final da primeira semana.
Tópico
o Áreas queimadas devem ser exaustivamente limpas e os restos necróticos e cremes devem ser retirados
diariamente, com administração de antibioticoterapia tópica a seguir
o Medicação de escolha: sulfadiazina de prata (exceto na face – pode alterar cor da pele) / face: bacitracina
ou pomada oftalmológica
SEDAÇÃO
SEDAÇÃO CONTÍNUA
𝑃×𝐷𝑜𝑠𝑒×1,44 𝑃×𝐷𝑜𝑠𝑒×24
(se 1,44 = min) (se 24 = h)
𝐴𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎çã𝑜 𝐴𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎çã𝑜
MEDICAÇÕES
20
𝑃×𝐷𝑜𝑠𝑒×24
o 5
Fentanil (apresentação 50mcg/ml) – 1 a 6mg/kg/h
𝑃×𝐷𝑜𝑠𝑒×24
o
50
Cetamina (apresentação 50mg/ml) – 5 a 20mcg/kg/min
𝑃×𝐷𝑜𝑠𝑒×1,44
o 50
Atracúrio (apresentação 10mg/ml) – 5 a 20mcg/kg/min
𝑃×𝐷𝑜𝑠𝑒×1,44
o 10
DILUIÇÃO EM BIC
SEDAÇÃO EM BOLUS
Midazolam
o VO (apresentação 2mg/ml): 0,5 a 0,75mg/kg/dose
o IN (apresentação 1mg/ml): 0,1 a 0,5mg/kg/dose
o EV (apresentação 5mg/ml): 0,1 a 0,3mg/kg/dose
Cetamina (apresentação 50mg/ml): 1mg/kg (Dose máxima 7g)
Propofol (apresentação 10mg/ml): 1 a 3mg/kg (Dose máxima 40mg)
Atracúrio (apresentação 10mg/ml): 0,3 a 0,5mg/kg
ANTÍDOTO
0 dias a 1 > 38,5 ou < 36 > 180 < 100 > 50 > 34
(Oral/Retal/Timpânica)
semana
1 semana a 1 > 38,5 ou < 36 > 180 < 100 > 40 > 19 ou < 5
(Oral/Retal/Timpânica)
mês
21
1 mês a 1 ano > 38,5 ou < 36 > 180 < 90 > 34 > 17,5 ou < 5
(Oral/Retal/Timpânica)
Temperatura (oC) 0-2 anos > 2 a 6 anos > 6 a 13 anos > 13 anos
DEFINIÇÃO
- Taquicardia
- Taquipneia
Infecção Infecção suspeita ou confirmada ou síndrome clínica associada a alta probabilidade de infecção
Sepse grave Sepse + Disfunção cardiovascular ou SDRA ou Sepse + 2 ou mais das demais disfunções orgânicas
22
DISFUNÇÃO ORGÂNICA
•Glasgow < 11 OU
Neurológica •Queda Glasgow > 3 em relação ao basal
Hepática •BT > 4mg/dl ou TGP > 2 vezes o limite normal para a idade
Observações
o Hipotensão é um sinal tardio de choque em crianças
o Escore SOFA não é validado em crianças
SINAIS DE ALERTA
23
TRATAMENTO = PACOTES
RECONHECIMENTO
Triagem
o Hipotermia ou Hipertermia
o Alteração do nível de consciência
o Vasodilatação periférica
o Aumento do TEC
o Hipotensão
o Taquicardia
o Taquipneia
o Diminuição da diurese
Avaliação clínica dos pacientes positivos na triagem dentro de até 15 minutos
Início da ressuscitação dentro dos próximos 15 minutos.
RESSUSCITAÇÃO
Obter acessos IV/IO (idealmente 2 acessos)
Cristaloide balanceado (solução Ringer, Ringer Lactato ou PlasmaLyte = menos sódio e menos cloreto) – bolus de
10-20ml/kg até 40-60ml/kg na primeira hora de tratamento
o Interromper se sinais de sobrecarga de volume
o Após a fase de ressuscitação, crianças gravemente doentes tendem a reter água livre e reduzir perdas
insensíveis
o Regimes de volume que limitam ou evitam balanço hídrico positivo = redução do tempo de hospitalização e
menor incidência de complicações
Iniciar terapia antimicrobiana empírica de amplo espectro dentro da primeira hora de tratamento para pacientes
com choque ou dentro das primeiras 3 horas para pacientes com sepse, sem choque.
ANTIBIOTICOTERAPIA
Infecção comunitária
o Foco pulmonar
RN: Precoce = Ampicilina + Amicacina | Tardio = Oxacilina + Amicacina Dose depende da IG e dos
dias de vida
Lactentes: Ceftriaxone 100mg/kg/dia (24/24h ou 12/12h) + Oxacilina 150-200mg/kg/dia (6/6h)
Crianças e adolescentes: Ceftriaxone 100mg/kg/dia (24/24h ou 12/12h) + Oxacilina 150-200mg/kg/dia
(6/6h) + Claritromicina 15mg/kg/dia (12/12h)
Se choque tóxico: Ceftriaxone 100mg/kg/dia (24/24h ou 12/12h) + Oxacilina 150-200mg/kg/dia
(6/6h) + Claritromicina 15mg/kg/dia (12/12h) + Clindamicina 40mg/kg/dia (8/8h)
o Foco urinário: Ceftriaxone 100mg/kg/dia (24/24h ou 12/12h)
o Foco abdominal: Metronidazol 30-40mg/kg/dia (6/6h) + Ampicilina 200mg/kg/dia + Gentamicina 5-
7mg/kg/dia (24/24h) OU Ceftriaxone 100mg/kg/dia (24/24h ou 12/12h) + Metronidazol 30-40mg/kg/dia
(6/6h)
o Pele e partes moles: Oxacilina 150-200mg/kg/dia (6/6h)
Se sinais de necrose ou choque tóxico: Oxacilina 150-200mg/kg/dia (6/6h) + Clindamicina 40mg/kg/dia
(8/8h)
o Meningite: Ceftriaxone 100mg/kg/dia (24/24h ou 12/12h) OU Cefotaxima 300mg/kg/dia (6/6h)
o Sem foco definido: Ceftriaxone 100mg/kg/dia (24/24h ou 12/12h)
Se imunossuprimido: Cefepime 100-150mg/kg/dia (8/8h) + Vancomicina 40-60mg/kg/dia (6/6h)
Se uso prévio de ATB de amplo espectro, uso de NPP ou cirurgia abdominal: + Fluconazol
12mg/kg/dia (24/24h)
Infecção associada à assistência à saúde
o Foco pulmonar
Cefepime 100-150mg/kg/dia (8/8h)
Se fatores de risco para MRSA: Cefepime 100-150mg/kg/dia (8/8h) + Vancomicina 40-60mg/kg/dia
(6/6h)
Se uso prévio de cefalosporina de 3ª geração ou alto risco para ESBL: Meropenem 60-
120mg/kg/dia (6/6h) + Amicacina 15mg/kg/dia (24/24h)
Foco urinário: Cefepime 100-150mg/kg/dia (8/8h) OU Meropenem 60-120mg/kg/dia (6/6h)
24
o Foco abdominal: Cefepime 100-150mg/kg/dia (8/8h) + Metronidazol 30-40mg/kg/dia (6/6h) OU Meropenem
60-120mg/kg/dia (6/6h) + Vancomicina 40-60mg/kg/dia (6/6h) (se uso prévio de antibiótico)
o Pele e partes moles: Cefepime 100-150mg/kg/dia (8/8h) + Vancomicina 40-60mg/kg/dia (6/6h)
o Corrente sanguínea associada à cateter: Piperacilina-Tazobactam 300mg/kg/dia (8/8h) OU Meropenem 60-
120mg/kg/dia (6/6h) OU Vancomicina 40-60mg/kg/dia (6/6h)
o Meningite: Vancomicina 40-60mg/kg/dia (6/6h) + Ceftriaxone 100mg/kg/dia (24/24h ou 12/12h) OU
Cefepime 100-150mg/kg/dia (8/8h)
Sem foco definido: Piperacilina-Tazobactam 300mg/kg/dia (8/8h) OU Meropenem 60-120mg/kg/dia
(6/6h) + Vancomicina 40-60mg/kg/dia (6/6h)
Iniciar infusão periférica (ou central se já disponível) de terapia inotrópica
PA baixa
PA normal PA baixa
Choque quente
Choque frio Choque frio
ScvO2 > 70%
ScvO2 < 70% ScvO2 < 70%
Já recebendo
Já recebendo epinefrina Já recebendo epinefrina
norepinefrina
Associar norepinefrina
Associar vasopressina se
Associar Milrinone ou para PA
disponível
vasodilatador nitroso Associar Dobutamina,
Associar epinefrina ou
Considerar Levosimensan milrinone ou
dobutamina se queda IC
levosimensan se queda IC
Observações
o Utilizar O2 suplementar e suporte ventilatório durante todo o tratamento
Cânula nasal de alto fluxo e ventilação não invasiva
o Garantia de via aérea e de ventilação invasiva deve ser considerada precocemente (poupar gasto energético
e garantir a segurança do paciente)
o Sedação, analgesia e VPP antes da adequada ressuscitação de volume podem causar quedas significativas
pré-carga e precipitar instabilidade hemodinâmica grave durante a IOT
o Pré-medicação com atropina e sedação com Ketamina (medicações de escolha)
o Hipoglicemia e hipocalcemia devem ser imediatamente corrigidas
o Testar e, se necessário, tratar hipotireoidismo e insuficiência adrenal
ESTABILIZAÇÃO
Monitorização hemodinâmica avançada para otimizar volume, drogas vasoativas, terapias hormonais
(corticosteroides)
o ECO, ScvO2, Doppler
Objetivos hemodinâmicos
o IC entre 3,3-6,0L/min/m2
o ScvO2 > 70%
o iRVS e PA dentro do normal para a idade
Manter Hb > 7g/dl nos pacientes hemodinamicamente estáveis
o Instável, manter Hb > 10g/dl
Confirmar uso de terapia antimicrobiana adequada e controle do foco
PERFORMANCE
Medir aderência aos pacotes de Reconhecimento, Ressuscitação e Estabilização
Realizar análise causa-raiz para identificar barreiras que impeçam a melhor aderência a cada pacote
Estabelecer planos de ação para superar as barreiras identificadas.
25
CHOQUE SÉPTICO – RECOMENDAÇÕES ATUALIZADAS (AHA 2020)
Bolus de fluido: aconselhável administrar fluidos em alíquotas de 10ml/kg ou 20ml/kg com reavaliação
frequente.
Escolha do vasopressor: em choque séptico refratário a fluidos, é aconselhável usar epinefrina ou norepinefrina
com infusão vasoativa inicial.
o Se epinefrina ou norepinefrina não estiverem disponíveis, considerar dopamina.
Administração de corticosteroides: para bebês e crianças que não responde a fluidos e requerem suporte
vasoativo, pode ser aconselhável considerar corticoides de dose de stress.
SEQUÊNCIA RÁPIDA
Bloqueio
Sedação Analgesia IOT
Neuromuscular
TAMANHO DA CÂNULA
FIXAÇÃO DA CÂNULA
RN: peso + 6
3 x no da cânula
MEDICAÇÕES
Atropina (apresentação 0,25-0,5mg/ml)
o Evitar bradicardia em < 1 ano
o 0,02mg/kg (dose mínima: 0,1mg / dose máxima: 1mg)
o Ampola 0,25mg/ml 2ml + 8ml SF | 10ml = 0,5mg
Midazolam (apresentação 5mg/ml): 0,1 a 0,4mg/kg
Cetamina (apresentação 50mg/ml): 1 a 4 mg/kg
Propofol (apresentação 10mg/ml): 0,5 a 2mg/kg
o Não fazer em cardiopatas
Atracúrio (apresentação 10mg/ml): 0,5mg/kg
o Relaxante muscular
26
TAQUICARDIA COM PULSO (AHA 2020)
< 2 ANOS
ECG < 14
Sim
Alteração mental TC de crânio
Fratura Palpável
27
ECG < 14
Fratura Palpável
Sim: observar 6
horas ou TC
> 2 ANOS
Sim TC
ECG = 14 | Alteração
mental | Fratura base do Sim: Observação por
crânio Perda de
consciência | 6 horas ou TC
Não vômitos |
Mecanismo grave |
Cefaleia intensa Não: TC não
recomendada
EXAME DE IMAGEM
Casos moderados e graves
Casos leves que apresentem:
o Alteração do estado mental: agitação, sonolência, questionamento repetitivo ou resposta lenta à
comunicação verbal
o Suspeita de fratura craniana à palpação
o Hematoma subgaleal importante em região occipital, temporal ou parietal
o Perda de consciência
o Mecanismo de trauma grave: ejeção de veículo, morte de outro passageiro ou capotamento, pedestre ou
ciclista sem capacete atingido por um veículo motorizado, quedas superiores a 0,9m (< 2 anos) ou > 1,5m (>
2 anos), ou cabeça atingida por um objeto de alto impacto.
o O paciente não está agindo normalmente na percepção dos pais
o A critério médico
Se suspeita de lesão cervical: Rx de coluna cervical e, se o paciente tiver indicação de TC, realizar também
janela cervical.
Pacientes com distúrbios de coagulação devem realizar TC
TC de crânio deve ser repetida no caso de qualquer piora neurológia
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TCE LEVE
Observação por um período mínimo de 4 horas e máximo de 8 horas
TC de crânio normal:
o Geralmente não tem necessidade de repetir a TC
o Geralmente não necessitam de hospitalização.
CONDUÇÃO INICIAL
Seguir ABCDE
Manter via aérea pérvia
o IOT se:
ECG < 8
Sinais de hipertensão intracraniana e iminência de herniação
Tríade de Cushing: hipertensão, bradicardia e alteração respiratória
Exame alterado da pupila: assimétrica, fixa ou pupilas dilatadas
Queda de dois ou mais pontos na ECG
Postura em extensão
o Cuidados na IOT
Evitar hiperestender a coluna cervical
Se colar cervical: retirá-lo
Jaw-thrust
Sequência rápida de IOT
Medicações da IOT uteis para controlar HIC: etomidato (pode causar supressão adrenal) e tiopental
(pode causar depressão cardiovascular).
Evitar Cetamina
Se sondagem gástrica: SOG (risco de fratura de base de crânio – mesmo sem sinais)
o Reconhecimento e tratamento rápido do choque e de hipotensão arterial
Ressuscitação fluídica 20ml/kg o mais rápido possível com solução salina
Manter PAS > 70mmHg entre 1 e 12 meses /PAS > 70 + (2 x idade) mmHg entre 1 e 10 anos / PAS >
90mmHg em > 10 anos
o Controle e reconhecimento de alterações eletrolíticas
o Tratamento a hipoglicemia
OUTRAS CONDUTAS
Controle da dor
Controle da temperatura
Suporte nutricional
Convulsão
o Considerar fenitoína
Evitar corticosteroides
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30
ALERGIA E IMUNOLOGIA
ALERGIA ALIMENTAR
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Cutâneas: urticária (pruriginosa) e angioedema | dermatite atópica (principal alérgeno alimentar = ovo)
Gastrointestinais:
o Síndrome da Alergia Oral (ou Síndrome de Alergia Alimentar Associada ao Pólen): consumo de frutas e vegetais frescos
= manifestações imediatas acometendo a orofaringe (edema, hiperemia, prurido e sensação de queimação em lábios,
língua, palato e garganta) | Sintomas desaparecem poucos minutos após término do contato com o alimento | Alimentos
tipicamente envolvidos: banana, cereja, kiwi, maçã, nozes, pera, aipo, batata e cenoura.
o Esofagite eosinofílica: pensar nesse diagnóstico em crianças com suspeita de DRGE que não apresentam melhora clínica
| Tratamento: Inibidores de Bomba de Prótons 1-2mg/kg/dose de 12 em 12 horas por 8-12 semanas; corticosteroides
em casos mais graves: Fluticasona e budesonida deglutidos.
o Gastrite e Gastroenterite eosinofílicas: dor abdominal, náuseas, diarreia, má absorção e perda ponderal (algumas crianças
apresentam edema pela hipoalbuminemia decorrente da enteropatia perdedora de proteínas) | Principais alimentos
envolvidos: leite de vaca, soja, ovo e trigo
o Síndrome da enterocolite induzida por proteína alimentar (FPIES = food protein induced enterocolitis syndrome):
náuseas e vômitos intratáveis, como hipotonia, apatia e diarreia (com muco e/ou sangue) | Principais alimentos: proteína
do leite de vaca e soja (tolerância por volta de 2-3 anos de idade); Outros: peixe, galinha, trigo e arroz (evolução das
reações é mais prolongada)
o Proctocolite eosinofílica ou alérgica (APLV): sangue nas fezes | Tolerância costuma ocorrer ainda nos primeiros 12 meses
de vida
Respiratórias: não costumam ser manifestações isoladas | Síndrome de Heiner: manifestação da APLV = anemia, atraso no
crescimento, hemossiderose pulmonar e pneumonia recorrente, com infiltrados pulmonares persistentes.
TRATAMENTO
Urgência: Quadro cutâneo isolado, urticária e/ou angioedema: anti-histamínico oral por, no mínimo, 7 dias. Casos mais graves:
curso rápido de corticosteroides sistêmicos | Sintomas respiratórios isolados: nebulização com broncodilatador, mantido por
5 dias (principalmente se história de asma) | TGI isoladas: suspensão do alimento, tratamento sintomático e soluções
hidratantes
Ambulatorial: exclusão do alimento
o Em lactentes em AME, a mãe deve ser submetida à dieta de exclusão do alérgeno
Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV): Fórmulas e dietas à base de proteína extensamente hidrolisada = Aptamil Pepti,
Pregomin Peptil, Pregestemil Premium, Nutramigen Premium, Alfaré, Altherá, AlergoMed
o Fórmulas e dietas à base de aminoácidos: não alergênicas. Recomendadas para crianças com persistência dos sintomas
em uso de hidrolisados proteicos ou com síndrome de má absorção grave com intenso comprometimento nutricional
= Alfamino, Neocate LCP, AminoMed, Puramino
o Obs.: Fórmulas à base de proteína isolada de soja (NAN Soy, Aptamil Soja 2) apenas em maiores de 6 meses
Crianças geralmente desenvolvem tolerância até 2 ou 3 anos
IMUNIZAÇÕES
Logo após a administração de uma vacina, passam-se alguns dias antes que o indivíduo comece a produzir
anticorpos.
Vacinas de agentes vivos: BCG, vacina oral de rotavírus humano, vacina oral contra poliomielite, febre amarela,
tríplice viral (sarampo, rubéola, caxumba), tetraviral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela), vacina da dengue.
31
o Microrganismos atenuados: provocam uma infecção que é semelhante à infecção natural no organismo,
porém mais branda | Grande capacidade protetora após apenas uma dose | Imunidade bastante prolongada
| Podem ser inibidas pela presença de anticorpos séricos
Vacinas não vivas: hepatite B, vacina pneumocócica 10 valente, vacina inativada contra a poliomielite, vacina
meningocócica C, vacina penta (DTP + hemófilo tipo B + hepatite B), hepatite A, DTP, dT, dTpa e HPV, vacina
pneumocócica 13 valente, vacina pneumocócica polissacarídica, vacina meningocócica conjugada ACWY e
meningocócica B recombinante.
o Antígenos inativados | Comum necessidade de várias doses para obtenção de títulos protetores de
anticorpos | Podem conter adjuvantes (imunopotencializador – ex.: alumínio)
IMUNODEFICIÊNCIAS PRIMÁRIAS
SINAIS DE ALERTA
Menores de 1 ano
o Infecções fúngicas, virais e/ou bacterianas graves ou persistentes
o Reações adversas a vacinas de germe vivo, em especial BCG
o Diabetes mellitus persistente ou outra doença autoimune e/ou inflamatória
o Quadro sepse-símile, febril, sem identificação de agente infeccioso
o Lesões cutâneas extensas
o Diarreia persistente
o Cardiopatia congênita (em especial anomalias dos vasos de base)
o Atraso na queda do coto umbilical (> 30 dias)
o HF de imunodeficiência ou de óbitos precoces por infecção
o Linfocitopenia (< 2.500 céls/mm3) ou outra citopenia ou leucocitose sem infecção, persistente
o Hipocalcemia com ou sem convulsão
o Ausência de imagem tímica ao Rx de tórax
Criança
o Duas ou mais pneumonias no último ano
o Quatro ou mais novas otites no último ano
o Estomatites de repetição ou monilíase por mais de 2 meses
o Abscessos de repetição ou ectima
o Um episódio de infecção sistêmica grave (meningite, osteoartrite, septicemia)
o Infecções intestinais de repetição/diarreia crônica
o Asma grave, doença do colágeno ou doença autoimune
o Evento adverso ao BCG e/ou infecção por micobactéria
o Fenótipo clínico sugestivo de síndrome associada à imunodeficiência
o História familiar de imunodeficiência
NA CONSULTA
Anamnese
o História pré-natal
o Idade de início das manifestações clínicas; tipo, localização e duração das infecções; microrganismos envolvidos; formas
de tratamentos necessários e resposta aos mesmos
o Histórico de reações vacinais e momento da queda do coto umbilical
o HF de IDP, consanguinidade, mortes precoces em crianças na família
Exame físico
o Avaliar crescimento
o Avaliar presença de tonsilas; fácies típica;
o Avaliar presença de comorbidades
Avaliação complementar inicial (diante da suspeita de IDP)
o Hemograma
o Dosagem de imunoglobulinas (se não disponível: eletroforese de proteínas - diminuição de imunoglobulinas sugerida pela
ausência ou diminuição da fração gama)
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o Rx de tórax (avalia timo) e rx de cavum (avalia adenoides)
o Teste cutâneo de hipersensibilidade tardia
o Testes para avaliação da função oxidativa (principalmente se abscessos de repetição)
o Sorologia anti-HIV
o Avaliação da atividade do complemento (screening: dosagem do complemento hemolítico - CH50)
SÍNDROMES AUTO-INFLAMATÓRIAS
Episódios inflamatórios que se manifestam por febre, erupção cutânea, artrite, serosite, etc.
Episódios recorrentes de febre, serovite e sinovite de início súbito e curta duração (6h a 4 dias) | Dor abdominal
intensa + prostração, artrite de grandes articulações e dor torácica (pleurite) | Rash erisipeloide (lesão
eritematosa dolorosa em pés e região pré-tibial)
Critérios diagnósticos (> 1 critério principal OU > 2 critérios menores OU 1 critério menor + 5 critérios de suporte
o Critérios principais: Peritonite | Pleurite ou pericardite | Monoartrite em quadril, joelho ou tornozelo |
Febre isolada
o Critérios menores: Dor abdominal, torácica ou articular | Dor em membros inferiores durante exercícios |
Resposta favorável à colchicina
o Critérios de suporte: HF de FFM | Origem étnica apropriada (judeus, turcos, armênios e árabes) | Idade <
20 anos no início da doença | Remissão espontânea do ataque | Assintomático entre crises | Exames
laboratoriais anormais durante as crises: leucocitose, aumento de PCR, amiloide A sérico ou fibrinogênio |
Proteinúria episódica ou remoção do apêndice normal | Consaguinidade dos pais
Tratamento: Colchicina
Duração mais prolongada dos episódios febris (podem durar várias semanas)
Conjuntivite, edema periorbitário doloroso, dor abdominal, mialgia focal micratória, erupção eritematosa
dolorosa
Episódios iniciam antes dos 20 anos de idade
Tratamento das crises: corticoterapia
Episódios febris recorrentes, com duração de 4-6 dias, em geral no primeiro ano de vida
Faringite, linfadenopatia cervical dolorosa, dor abdominal, artralgia, vômitos e diarreia.
Diagnóstico: clínica + níveis de IgD > 100U/ml em duas dosagens (intervalo de um mês)
Não existe tratamento específico
33
Forma leve = Síndrome autoinflamatória famíliar (febre + urticária migratória, congestão conjuntival e artralgias)
| Forma intermediária = Síndrome de Muckle-Wells (febre, urticária migratória, congestão conjuntival, artralgias
+ perda auditiva neurossensorial progressiva) | Forma mais grave = Síndrome neurológica, cutânea e articular
crônica da criança (CINCA) - febre, urticária migratória, congestão conjuntival, artralgias + perda auditiva
neurossensorial progressiva + crescimento prejudicado, características faciais típicas (olhos protuberantes,
macrocefalia, bossa frontal e nariz em sela)
Sintomas no primeiro ano de vida – desencadeados pela exposição ao frio
Diagnóstico muito provável se associação de marcadores inflamatórios elevados com pelo menos duas das
seguintes: erupções urticariformes, episódios desencadeados pelo frio, perda auditiva neurossensorial, sintomas
musculoesqueléticos, meningite asséptica crônica e anormalidades esqueléticas | Confirmação através de testes
genéticos
34
35
CARDIOLOGIA
CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
ACIANÓTICAS
Clínica
o CIV pequena (Qp/Qs entre 1 e 1,5): assintomático | Sopro holossistólico no bordo esternal esquerdo inferior
o CIV moderada (Qp/Qs entre 1,5 e 2) e CIV ampla (Qp/Qs > 2): hiperfluxo pulmonar, com aumento de
sobrecarga de ambas as câmaras ventriculares | Sintomas de insuficiência cardíaca, dispneia, baixo ganho
ponderal e infecções pulmonares de repetição
o Intensidade do sopro é maior que na CIA
Rx de tórax (CIV ampla): Cardiomegalia com aumento biventricular, do AE e da artéria pulmonar | Intensificação da trama
vascular pulmonar
ECG (CIV ampla): sobrecarga biventricular = somatório das ondas R e S (V1 e V5), se maior do que 35mm = sobrecarga
ventricular
o Sobrecarga ventrículo direito: R em V1 e S em V5 | Sobrecarga ventrículo esquerdo: S em V1 e R em V5
Clínica: assintomático (maioria) | Dispneia, palpitações e fadiga aos esforços | Infecções respiratórias de
repetição | Déficit ponderal | Desdobramento fixo e amplo de segunda bulha (b2) | Sopro sistólico mais audível
em borda esternal esquerda média e alta
o CIA ampla: sopro diastólico, tipo ruflar, em foco tricúspide
Rx de tórax: aumento de AD e VD | Aumento da artéria pulmonar (2o arco esquerdo proeminente) | Aumento da circulação
pulmonar (sem sinais de congestão)
ECG: Sobrecarga de VD | Desvio do eixo cardíaco para a direita | sobrecarga de AD (CIA maior) | Distúrbio na condução do
ramo direito
Clínica: dispneia, baixo crescimento ponderoestatural e infecções respiratórias de repetição | Sopro discreto ou ausente
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Rx de tórax: cardiomegalia com aumento biventricular, do AE e da artéria pulmonar | Intensificação da trama vascular
pulmonar
ECG: hemibloqueio anterior esquerdo | Paciente sem hipertensão pulmonar importante: sobrecarga biventricular, com padrão
de distúrbio de condução do ramo direito | Hipertensão pulmonar: sobrecarga nas cavidades direitas
Clínica: insuficiência cardíaca grave com o fechamento do canal arterial | Paciente pode ser assintomático, mas sinais de
congestão pulmonar e baixo débito sistêmico aparecem com o crescimento em consequência à disfunção diastólica
CIANÓTICAS
Clínica
o Sem CIV: cianose nas primeiras horas de vida (concomitante ao fechamento fisiológico do canal arterial) | Segunda bulha
pode ser única e alta (aorta mais anteriorizada) | Sem tratamento, hipóxia evoluirá com acidose e choque
o Com CIV: se pequena = quadro semelhante ao septo íntegro | Sopro holossistólico indistinguível daquele auscultado em
uma CIV isolada
Rx de tórax: Sombra cardíaca com formato de "ovo deitado" | TGA simples: Fluxo pulmonar e área cardíaca normais | TGA
com CIV: fluxo pulmonar e área cardíaca aumentado
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ECG: TGA simples: sobrecarga ventricular direita = somatório R em V1 e S em V5 > 35mm | TGA com CIV: sobrecarga
biventricular (Sobrecarga ventrículo esquerdo: S em V1 e R em V5 > 35mm)
Tratamento clínico (Essencial para manter o paciente vivo até a cirurgia): Iniciar imediatamente infusão contínua de
prostaglandina E1 | Não oferecer (ou mínimo possível) oxigenioterapia (excesso de oxigênio pode induzir o
fechamento do canal) | Corrigir distúrbios metabólicos | Atriosseptostomia com cateter-balão (Rashkind) permite a
comunicação entre o AD e AE, aumentando a mistura = indicada se paciente mantiver hipóxia grave e acidose apesar da
prostaglandina
ATRESIA PULMONAR
Clínica: cianose é central, precoce e sua intensidade depende do diâmetro do canal arterial (com o fechamento do canal
arterial, cianose intensifica-se: taquipneia, palidez e choque) | Segunda bulha é única | sopro cardíaco ausente ou discreto | Se
bom fluxo pelo canal arterial: sopro contínuo na borda esternal esquerda alta e na região infraclavicular esquerda | Pode-se
auscultar sopro sistólico de regurgitação tricúspide | Se hepatomegalia, suspeitar de CIA restritiva (limitando o shunt do AD
para o AE), levando à insuficiência cardíaca direita
Rx de tórax: área cardíaca normal | circulação pulmonar reduzida
ECG: QRS desviado para esquerda, sem hemibloqueio anterior esquerdo | Aumento do AD e sobrecarga do VE | Alterações
no seguimento ST podem aparecer (isquemia miocárdica)
Tratamento clínico: instalar prostaglandina E1 || Corrigir distúrbios acidobásicos e hidroeletrolíticos | Ventilação mecânica
(pacientes graves)
ENDOCARDITE INFECCIOSA
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Aguda: principal agente = S. aureus | grave e rapidamente progressiva | febre alta, prostração e aparência
toxêmica
Subaguda: febre prolongada + perda ponderal | fadiga, artralgia, mialgia, sudorese, cefaleia, calafrios, náuseas
e vômitos | Sopro cardíaco novo ou mudança de padrão de sopro preexistente | Hemoculturas persistentemente
positivas no contexto de tratamento antibiótico apropriado.
Extracardíacas: petéquias, esplenomegalia, embolização séptica, fenômenos imunológicos (glomerulonefrite,
manchas de Roth e nódulos de Osler), fenômenos vasculares (lesões de Janeway, hemorragia conjuntival,
aneurismas micóticos)
DIAGNÓSTICO
CRITÉRIOS DE DUKE
38
Definitiva Provável Excluída
Presença de um dos dois critérios
patológicos Outro diagnóstico explica os achados
OU
Um critério maior e um menor OU
Critérios patológicos
o Microrganismos demonstrados por cultura ou exame histológico de vegetação ou abscesso cardíaco
o Vegetação ou abscesso intracardíaco confirmado por exame histológico mostrando endocardite ativa
Critérios clínicos maiores
o Microrganismos compatíveis com EI em 2 amostras de hemocultura: S. viridans, S. bovis, grupo HACEK, S.
aureus ou enterococos, na ausência de um foco primário
o Microrganismos compatíveis com EI em hemoculturas persistentemente positivas: no mínimo duas amostras
positivas coletadas com intervalos > 12 horas OU total de três amostras OU a maioria de > 4 amostras (com
intervalo de uma hora entre a primeira e a última)
o Hemocultura única positiva para Coxiella burnetti ou IgG antifase 1 > 1:800.
o Ecocardiograma com: massa intracardíaca móvel em valva, estruturas subvalvares ou em material
implantado OU abscesso OU nova deiscência parcial de prótese valvar OU nova regurgitação valvar
Critérios clínicos menores
o Condição cardíaca predisponente
o Febre > 38ºC
o Fenômenos vasculares: embolização arterial, infartos pulmonares sépticos, aneurisma micótico, hemorragia
intracraniana, hemorragia conjuntival, lesões de Janeway
o Fenômenos imunológicos: glomerulonefrite, nódulos de Osler, manchas de Roth, fator reumatoide positivo
o Hemocultura positiva que não se enquadra como critério maior ou evidência sorológica de infecção ativa por
microrganismo compatível com EI.
Variação (+ critérios menores): baqueteamento digital, esplenomegalia, hemorragias e petéquias, VHS e PCR
elevador, hematúria microscópica.
HEMOCULTURA
Pacientes que não estão recebendo ATB: três amostras em diferentes momentos no período de 24 horas
Pacientes em vigência de ATB ou na suspeita de EI subaguda: pelo menos cinco amostras
Aparência toxêmica: três coletas realizadas em menos de 1 hora e ATB empírica iniciada.
ECOCARDIOGRAMA TRANSTORÁCICO
39
Risco de complicações é maior se o eco demonstra: vegetações com mais de 1cm | aumento do tamanho das
vegetações durante o tratamento | piora da disfunção valvar e da função ventricular | Presença de abscesso
cavitário ou pseudoaneurisma
TRATAMENTO
PROFILAXIA
Para quem indicar: histórico de EI prévia | cardiopatias congênitas cianóticas não corrigidas | portadores de
próteses valvares ou condutos intracardíacos | transplantados com lesão orovalvar | lesão valvar residual pós
febre reumática | cardiopatias congênitas reparadas por cateterismo, envolvendo um dispositivo de oclusão ou
stent, durante os primeiros 6 meses após o procedimento
Quando indicar: procedimentos odontológicos que envolvam perfuração da mucosa oral ou manipulação de
tecido gengival ou região periapical dos dentes | procedimentos envolvendo incisão ou biópsia da mucosa do
trato respiratório: amigdalectomia adenoidectomia, broncoscopia com biópsia | cirurgia cardíaca com colocação
de material protético
Como fazer: realizada uma hora antes do procedimento
o Sem restrições = Amoxicilina 50mg/kg
o Impossibilidade de receber VO = Ampicilina ou Cefazolina 50mg/kg | Ceftriaxone – 50mg/kg
o Alérgicos à penicilina = Cefalexina 50mg/kg | Clindamicina 20mg/kg | Azitromicina ou Claritromicina
15mg/kg
HIPERTENSÃO ARTERIAL
40
TÉCNICA DE AFERIÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
41
TABELAS PERCENTIL DE PA: AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS (AAP) – 2017
MENINOS
42
43
MENINAS
44
45
CONDUTA
Medida da PA
Assintomático =
Sintomático =
Repetir em 1-2 Aferir em MMII +
Sem fator de risco Com fator de risco Repetir em 6 meses encaminhar para
semanas repetir em 1
emergência
semana
Persistir: MAPA +
Seguimento de Aferir PA em MMII +
Tratamento + Nefro
rotina repetir em 6 meses
ou Cardio
Normal:
p90 a p95: MAPA +
Seguimento de
Nefro ou cardio
rotina
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
1a CP: 12,5 | 25 | 50 |
< 1 ano 0.05mg/kg/dose
4x/dia 100mg
Captopril 6mg/kg/dia
> 1 ano 0.5mg/kg/dose
3x/dia SÇ: 1mg/ml
0.6mg/kg até
1-5 anos 0.1mg/kg/dia CP: 2,5 | 5 | 10mg
Anlodipina 5mg/dia 1x/dia
> 6 anos 2.5mg/dia SÇ: 1mg/ml
10mg/dia
0.2- 3mg/kg/dia 1a
Nifedipina < 17 anos CP: 10 | 20 | 30 | 60mg
0.5mg/kg/dia até 120mg/dia 2x/dia
2mkg/kg/dia
Atenolol* < 17 anos 0.5-1mg/kg/dia 1x/dia CP: 25 | 50 | 100mg
Até 100mg/dia
46
2a
Propranolol* < 17 anos 1mg/kg/dia 8mg/kg/dia CP: 10 | 40 | 80mg
4x/dia
25mcg/kg/dia 1a
Clonidina > 12 anos 5-20 mcg/kg/dia CP: 0,1 | 0,15 | 0,20mg
2x/dia
Até 0.9mg/dia
1a CP: 20 | 40 | 80mg
Furosemida* < 17 anos 0.5-2mg/kg/dose 6mg/kg/dia
2x/dia SÇ: 10mg/ml
< 2 anos
1mg/kg/dia 37.5mg/dia
1a
Hidroclorotiazida* CP: 12,5 | 25 | 50mg
2 a 12 2x/dia
2mg/kg/dia 100mg/dia
anos
7.5mg/kg/dia 3a
Hidralazina 0.75mg/kg/dia CP: 25 | 50mg
4x/dia
Até 200mg/dia
3.3mg/kg/dia
1a
Espironolactona < 17 anos 1mg/kg/dia CP: 25 | 50 | 100mg
2x/dia
Até 100mg/dia
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
QUADRO CLÍNICO
Lactentes
o Sudorese de polo cefálico
o Alterações respiratórias: Taquipneia | Dificuldade nas mamadas | Aumento do trabalho respiratório
o Perfusão sistêmica inadequada (baixo DC): Taquicardia | Ritmo de galope | Cardiomegalia | Perfusão periférica lentificada
| Hepatomegalia | Oligúria | Edema periférico | Alteração do nível de consciência
o Crescimento inadequado: Intolerância alimentar | Vômitos | Baixo ganho ponderal
Crianças maiores: Taquicardia | Taquipneia | Fadiga | Intolerância ao exercício | Falta de apetite e dificuldade de crescimento
e desenvolvimento são frequentes | Distensão venosa e edema periférico
Adolescentes: Dispneia | Taquipneia | Fadiga | Intolerância ao exercício | Ortopneia | Dispneia paroxística noturna | Sintomas
gastrointestinais
AVALIAÇÃO COMPLEMENTAR
CLASSIFICAÇÃO DE GRAVIDADE
47
IV. Severas limitações | Sintomas presentes mesmo em repouso | Não tolera a ergometria.
I. Assintomático
II. Leve taquipneia ou diaforese na alimentação em lactentes | Dispneia aos exercícios em crianças maiores
III. Importante dispneia ou diaforese na alimentação em lactentes | Tempo de alimentação muito prolongado, com
déficit de crescimento | Em crianças maiores, importante dispneia aos exercícios
IV. Sintomas de taquipneia, retrações, roncos ou diaforese em repouso
A. Pacientes com aumento de risco de desenvolver IC, mas que têm função cardíaca normal e sem evidências de
sobrecarga de câmaras cardíacas | Exemplos: exposição prévia a agentes cardiotóxicos, HF de miocardiopatias
genéticas, coração univentricular, transposição congenitamente corrigida dos grandes vasos da base
B. Pacientes com morfologia ou função cardíaca anormal, mas sem sintomas de IC passado ou no presente |
Exemplos: insuficiência aórtica com sobrecarga de VE, história de antraciclina com função sistólica do VE
deprimida
C. Pacientes com doença cardíaca estrutural ou funcional | Sintomas de IC no passado ou no presente
D. Pacientes com estágio final de IC, necessitando de infusão de agentes inotrópicos, suporte circulatório
mecânico, transplante cardíaco.
TRATAMENTO
RECÉM-NASCIDO
DEMAIS CRIANÇAS
UTI
Iniciar infusão de furosemida (fazer balanço hídrico rigoroso)
Iniciar infusão de Dopamina, Dobutamina (5-10mcg/kg/min) ou Milrinona* (0,3 a 1,0mcg/kg/min)
o Aumentam DC | reduzem pressão de enchimento cardíaco, resistência vascular pulmonar e resistência vascular
sistêmica | mínimo efeito na FC ou hipertensão arterial | aumentam contratilidade e reduzem a pós-carga por
vasodilatação periférica, sem aumento importante no consumo de oxigênio
Nitroprussiato (0,5-1,0mcg/kg/min) e nitroglicerina (0,1-0,5mcg/kg/min) ou nesiritide (iniciar com 0,01mcg/kg/min até
0,03mcg/kg/min) = uteis em pacientes com pressão venosa central elevada e congestão pulmonar
Crianças maiores podem necessitar de cateter venoso central ou cateter arterial pulmonar para monitorizar a pressão
venosa e o DC durante a estabilização
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AMBULATORIAL (APÓS COMPENSAÇÃO)
Após compensação do quadro de IC | Medicações orais + Suporte nutricional + Acompanhamento frequente | Tripé: digital,
diuréticos e inibidores da enzima conversora
Digital: Reduz a estimulação neuro-humoral | Melhora o desempenho físico | Reduz hospitalizações
o Pacientes com arritmias ou pós-IAM apresentaram aumento da mortalidade (administrar droga com cuidado nessas
situações)
o Digoxina (12/12h): 5mcg/kg/dia em RNPT | 8mcg/kg/dia em RNT | 10mcg/kg/dia do 1 o mês aos 2 anos
Atenção aos sinais de intoxicação digitálica (recusa alimentar, náuseas e vômitos) acompanhados ou não de
insuficiência renal
Diuréticos: prescritos se observador sinais de retenção hídrica (hepatomegalia, congestão pulmonar ou edemas)
o Furosemida: 1mg/kg/dose 12/12h (pode chegar a 6/6h)
IC mais severa: 2mg/kg/dose 6/6h OU acrescentar HCTZ 2mg/kg/dia 12/12h
Atenção aos efeitos colaterais: hipopotassemia, elevação da creatinina e ácido úrico, hipotensão, cãimbras, etc.
Pacientes recebendo mais de 1mg/kg/dose de furosemida, sem IECA, pode ser adicionado Espironolactona
(retém potássio | remodelamento cardíaco)
IECA: indicado na presença de disfunção do VE (mesmo assintomática) | Captopril ou Enalapril
Antagonista da angiotensina II: Vasodilatadores | Boa opção para os que não toleram IECA | Só podem ser usadas em
crianças maiores e adolescentes
Betabloqueadores: crianças com miocardiopatia dilatada
SÍNCOPE
80%: Síndrome autonômica (síncope neurocardiogênica/vasovagal | tônus vagal excessivo | síncope reflexa/situacional | síncope
ortostática)
Importante investigar casos de síncope para descartar condições graves (sempre solicitar ECG)
ANAMNESE
Detalhes sobre o ambiente | Posição do paciente no momento do episódio | Presença de aura ou sinais neurológicos focais |
Prática de atividade física | Tempo de duração | Se houve recuperação complelta da consciência | Presença de pródromos
(tontura, fraqueza, sudorese, náusea, alterações visuais) ou gatilhos (coleta de sangue, injeção IM, estresse emocional)
Antecedentes pessoais: presença de doença cardíaca congênita ou adquirida | Cirurgia cardíaca reparadora | Uso de
medicações ou drogas ilícitas
Meninas em menarca: descartar gravidez
História familiar: morte súbita | Arritmias | Doenças cardíacas congênitas | Epilepsia
o Sinais de alerta para condições mais graves
EXAME FÍSICO
AVALIAÇÃO COMPLEMENTAR
ECG
Tilt test
49
TRATAMENTO
50
51
DERMATOLOGIA
ANOMALIAS VASCULARES
HEMANGIOMAS DA INFÂNCIA
TRATAMENTO
QUANDO INDICAR
Principais indicações: ulcerações | risco de desfiguração | perda funcional
Hemangiomas palpebrais e periorbitários
o Avaliados por oftalmologista com experiência em leões vasculares
o Oclusão palpebral pode levar à amaurose ou ambliopia
Hemangiomas genitais/anais: costumam crescer e ulcerar, gerando perda de tecido e possível desfiguração estética
Hemangiomas labiais e no nariz
o Labiais ulceram com frequência
o Nasais costumam crescer e causar destruição da cartilagem nasal, com desfiguração
Hemangiomas em qualquer região com crescimento acelerado e/ou prejuízo significativo
Quando recomendado - iniciar tratamento ainda nos primeiros meses de vida, na fase proliferativa
COMO FAZER
HI mistos e profundos: propranolol sistêmico
o 2 a 3mg/kg/dia de 8/8h ou 12/12h
o Iniciar com dose mais baixa: 0,5mg/kg/dia e aumentar a cada 4-5 dias
o Duração: manter durante toda a fase proliferativa (até 9 ou 12 meses) por risco de recidiva
o Cuidados: monitorar FC, PA e ECG | considerar inicio do tratamento hospitalar
o Efeitos colaterais: hipoglicemia, bradicardia, hipotensão, broncoespasmo e distúrbio do sono
o CI: bradicardia sinusal, hipotensão, falência cardíaca, asma brônquica e hipersensibilidade ao propranolol
o Possível CI: síndrome PHACES pelo risco de AVC
HI superficiais: timolol tópico (lesões pequenas, superficiais e sem comprometimento funcional)
Corticosteroides têm uso restrito aos casos de CI aos betabloqueadores
o Prednisolona 1-4mg/kg/dia durante 1-3 meses
DERMATOSES ECZEMATOSAS
DERMATITE ATÓPICA
52
DIAGNÓSTICO
Deve haver prurido (ou referência a ele) nos últimos 12 meses associado a pelo menos 3 dos critérios:
o Pele seca ou história de xerose no último ano
o História pessoal de rinite ou asma (ou HF em parente de primeiro grau de rinite ou asma nos menores de 4 anos)
o Idade de início precoce (em geral antes do 2o ano de vida)
o História de lesões em regiões de flexura
o Dermatite na região flexural visível (menores de 4 anos: incluir região malar e fronte e face extensora dos membros)
Outras alterações que podem estar presentes
o Dupla prega ou prega de Dennie-Morgan: dupla linha na pálpebra inferior (mais comum em lactentes, tendendo a
desaparecer)
o Sinais de Hertoghe: rarefação ou ausência de pelos no terço lateral dos supercílios (ato de coçar repetidamente)
o Ceratose (ou queratose pilar - pele de galinha): pequenas pápulas eritematosas ou da cor da pele, localizadas
principalmente nos óstios foliculares dos braços, coxas e faces (tende a desaparecer na puberdade)
o Queilite (pode ter apenas sequidão nos lábios ou descamação com fissuras e eczema perioral)
o Ptiríase alba (face e braços)
o Dermografismo branco
o Escurecimento periorbital
o Palidez facial (centro da face)
o Hiperlinearidade palmar e plantar
o Alterações oculares: prurido | fotofobia | ceratoconjuntivite: prurido e dor ocular crônicos, além de lacrimejamento,
hiperemia e turvação visual (complicações: catarata, ceratocone, ceratite infecciosa e glaucoma induzido por
corticoides)
o Eczema nos mamilos
TRATAMENTO
Educação do paciente e familiares: caráter crônico e recidivante da doença | orientações sobre fatores desencadeantes
Hidratação e higienização da pele (umectação do estrato córneo e estabilização da barreira epidérmica)
o Orientações para o banho:
Pele limpa com suavidade
Preferência para limpeza com sindets (detergentes sintéticos ou "sabões sem sabão" | possuem pH neutro ou
ligeiramente ácido (semelhante ao da pele: 5-5,5), fazem pouca espuma e provocam pouca irritação | Avène,
Atorderm, Cetaphil...)
Sabonetes líquidos tendem a ser mais fisiológicos do que sabonetes em barra
Banhos mornos com duração de 5 a 10 minutos
Secar criança com toalha macia, sem fricção
o Orientações para hidratação
Hidratantes aplicados na pele ainda úmida (primeiros 3 minutos após o banho) | aplicar na pele com e sem
lesão
Base do tratamento: emolientes - hidratantes devem ser usados, no mínimo, 2x ao dia em quantidades
suficientes em toda a pele.
53
CONTROLE DOS FATORES DESENCADEANTES
Principais fatores agravantes: detergentes, alvejantes, sabões, amaciantes, roupas sintéticas, cloro de piscinas, fumaça de
cigarro, poluentes
Lavagem de roupa:
o Sabão líquido com pH neutro
o Lavar roupas novas antes do uso
Outras orientações: Usar roupas não sintéticas | Natação em piscinas com baixas concentrações de cloro
Controle de alérgenos ambientais:
o Ácaros de poeira doméstica (Dermatophagoides pteronyssinus e farinae): utilização de colchões, travesseiros e edredons
de espuma e com capas impermeáveis
o Averiguar se há possível envolvimento de alérgenos alimentares
TRATAMENTOS FARMACOLÓGICOS
CORTICOESTEROIDES TÓPICOS
Eczemas agudos: cremes e loções
Fases de liquenificação: pomadas
Cuidados
o Região genital tem alta absorção (oclusão por fraldas e roupas): preferir CE de baixa ou média potência
o Sempre usar a menor potência possível para controlar a inflamação
Lesões moderadas a graves: tratamento com média potência (resultados mais rápidos e tempo de uso encurtado)
o Efeitos colaterais: atrofia cutânea, estrias, alterações da pigmentação, fragilidade vascular
IMUNOMODULADORES TÓPICOS
Inibidores de calcineurina tópicos - não são primeira escolha
o Inibidores disponíveis
Pimecrolimo (Elidel) - a partir dos 3 meses
Tacrolimo (Protopic) - a partir dos 2 anos
o Devem ser usados 2x/dia assim que surgirem as primeiras lesões e mantidos até, no máximo, por uma semana após o
desaparecimento das mesmas
o Podem ser usados com maior segurança que os CE na face, região genital e áreas próximas às mucosas.
CONTROLE DO PRURIDO
Anti-histamínicos (eficácia limitada)
Outros:
o Capsaicina (alivia o prurido, mas há recorrência com a interrupção)
o Antagonistas de receptores canabioides (presentes em alguns cremes)
o Gabapentina e pregabalina
o Antidepressivos
o Terapias psicossomáticas
DERMATITE DE CONTATO
TRATAMENTO
Eczemas agudos: compressas frias para alívio
Corticosteroides tópicos são primeira linha de tratamento
o Baixa potência (hidrocortisona): regiões de pele mais fina
o Alta potência em pomada: regiões de pele espessa e liquenificada (como mãos e pés)
Inibidores de calcineurina
o Inibidores disponíveis
Pimecrolimo (Elidel) - a partir dos 3 meses
54
Tacrolimo (Protopic) - a partir dos 2 anos
o Devem ser usados 2x/dia assim que surgirem as primeiras lesões e mantidos até, no máximo, por uma semana após o
desaparecimento das mesmas
o Podem ser usados com maior segurança que os CE na face, região genital e áreas próximas às mucosas.
Na DCA: remoção do alérgeno e orientação quanto à alternativas seguras
DERMATOSES ERITEMATO-ESCAMOSAS
DERMATITE SEBORREICA
QUADRO CLÍNICO
Lactente
o Crosta láctea = crostas amareladas, graxentas ou oleosas no couro cabeludo e sobrancelhas
Principal local acometido: vértice e fronte
o Lesões podem ser confluentes
o Placas eritemato-descamativas em sulco nasolabial, pregas retroauriculares, cervicais, axilares, região umbilical e
períneo
o Região das fraldas pode ser acometida | quadros de candidíase podem coexistir.
o Não há prurido (ou é discreto)
o Forma disseminada, eritrodérmica - primeiros 3 meses de vida
Pré-adolescentes e adolescentes
o Face, sulco nasolabial e região retroauricular
o Couro cabeludo com descamação fina (caspa)
o Blefarite = acometimento dos cílios = eritema e escamas amareladas
TRATAMENTO
Lesões somem com o tempo - tratamento é estético
Substâncias para amolecimento das escamas, com a suave remoção das mesmas (vaselina, óleo mineral, óleo de amêndoas)
Medicamentos tópicos
o Couro cabeludo: sabonetes ou xampus a base de enxofre ou ácido salicílico (3-5%) | xampu de cetoconazol 2%
2x/semana por 2 semanas
o Algumas situações: cetoconazol 2% creme 1x/dia por 1-2 semanas
o Hidrocortisona 1% creme em casos mais resistenes
o Inibidores de calcineurina em casos resistentes
Inibidores disponíveis
Pimecrolimo (Elidel) - a partir dos 3 meses
Tacrolimo (Protopic) - a partir dos 2 anos
Devem ser usados 2x/dia assim que surgirem as primeiras lesões e mantidos até, no máximo, por uma semana
após o desaparecimento das mesmas
Podem ser usados com maior segurança que os CE na face, região genital e áreas próximas às
mucosas.
DERMATOSES NEONATAIS
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MANCHAS SALMÃO
Manchas salmão
•Costuma desaparecer até o final do terceiro ano de vida
(maturação do SN que inerva os vasos da região)
•Características principais: mancha de coloração rósea, com limites
indefinidos, desaparece com vitropressão | mais intensa durante o
choro
•Localização: região occipital ("bicada da cegonha"), região frontal,
glabela ("beijo dos anjos") e/ou nas pálpebras superiores |
manchas na nuca podem persistir até a vida adulta.
•Não há indicação de tratamento
MILIÁRIA
56
Miliária
•Resultado da sudorese associada com obstrução das glândulas
sudoríparas = retenção de suor
•Mais comum em climas quentes, durante episódios febris e em
crianças mantidas muito agasalhadas
•Pequenas vesículas puntiformes, com 1 a 2mm de diâmetro na
face, região cervical, tronco e áreas flexurais
•Cristalina: mais superficial (obstrução no nível do estrato
córneo) | vesículas cristalinas | sem eritema | surgem nos
primeiros dias de vida
•Rubra: é a popular brotoeja | obstrução mais profunda, há
processo inflamatório | formação de pápulas, vesículas e
pústulas com eritema subjacente | costuma aparecer após a
primeira semana de vida
•Tratamento: evitar o aquecimento excessivo, com uso de
roupas adequadas e manutenção da criança em locais frescos
• Talcos em pó devem ser evitados por risco de aspiração.
ERITEMA TÓXICO
Eritema tóxico
•Autolimitado e benigno
•20-60% dos RN a termo
•Início entre o segundo e terceiro dias de vida
•Vesículas, pápulas ou pústulas com 1-3mm de diâmetro |
halo eritematoso ao redor das lesões | se assemelham a
picadas de inseto
•Surgem na face e se espalham para tronco e
extremidades | regiões palmar e plantar costumam ser
poupadas
•Diagnóstico é clínico
• Avaliação complementar: presença de eosinófilos (teste
de Tzanck - coloração com Giemsa ou Wright)
•Não há indicação de tratamento específico
ACNE NEONATAL
57
Acne neonatal
•Estimulação das glandulas sebáceas por andrógenos
maternos
•Características: pápulas eritematosas e pústulas no
nariz, região malar e fronte | não há formação de
comedões
•Resolução espontânea em 1-3 meses
•Não há necessidade de tratamento específico
HIPERPLASIA SEBÁCEA
Hiperplasia sebácea
•Hipertrofia das glândulas sebáceas (exposição aos
andrógenos maternos e do próprio RN)
•Pápulas amareladas, distribuídas principalmente na
região nasal, malar e lábio superior
•Involuem nas primeiras semanas de vida
ACROPUSTULOSE INFANTIL
Acropustulose Infantil
•Doença benigna crônica ou recorrente (surtos a cada 2-
4 semanas, com lesões que perduram por 5-10 dias)
•Pode começar no período neonatal e persistir nos
primeiros dois anos de vida
•Vesículas e pústulas pruriginosas nas mãos e pés
•Tratamento nos surtos pode ser feito com
corticoesteroides tópicos
•Diagnóstico diferencial importante com escabiose
MANCHAS MONGÓLICAS
58
Manchas mongólicas
•Mais comuns em RN asiáticos e negros
•Defeito na migração dos melanócitos da crista neural
durante o desenvolvimento embrionário, com
acúmulo de células na derme
•Manchas de coloração azulada ou acinzentada
(poucos centímetros ou cobrindo grandes áreas)
•Localização mais comum: região lombossacra
(cuidado: pode parecer um hematoma).
•Involução espontânea com o passar dos anos e não
demanda qualquer intervenção específica
OUTROS
Bolhas de sucção
•Bolhas ou ulcerações presentes ao nascimento
•Mais comuns nos antebraços, lábios ou dedos
•Resultado da sucção intrautero pelo próprio feto
•Desaparecem nas primeiras duas semanas de vida
Lanugem
•Pelos finos e não pigmentados que recobrem a pele do RN
•Mais abundantes no RN pré-termo
•Recobrem dorso, ombros e face
Verniz caseoso
•Substância graxenta, de coloração branco-amarelada que
recobre a pele do RN
•Mais comum e abundante no RN termo | lubrifica a pele
do RN (facilita passagem pelo canal de parto)
•Secreção sebácea + células de pele descamada e lanugem
•Não deve ser removido mecanicamente nas primeiras
horas de vida do RN
59
Acrocianose
•Achado comum
•Revertido com o aquecimento da criança
60
QUADROS INFECCIOSOS
CANDIDÍASE
ORAL
CUTÂNEA
Área das fraldas: eritema intenso nas nádegas, abdoe inferior e porções internas das coxas | lesões com borda elevada e
escamas brancas na borda | presença de lesões satélite papulovesiculares
Sempre deve ser considerada nos quadros que se desenvolvem após o uso de antibióticos
Tratamento: antifúngicos tópicos por 14 dias
CERATOFITOSES
PTIRÍASE VERSICOLOR
Situações predisponentes: altas temperatura e umidade | aumento da produção sebácea | predisposição familiar | uso de
corticosteroides e imunodeficiência
Manchas e placas com descamação furfurácea no trono, face e pescoço | lesões podem ser hipopigmentadas, eritematosas,
acastanhadas ou marrons
o Descamação ao se raspar a pele com a unha (sinal da unha ou de Bernier) ou ao se esticar a pele (sinal de Zileri)
Tratamento: agentes tópicos | recorrências são comuns
61
o Xampu de sulfeto de selênio 2,5% | cetoconazol 2%
Aplicar camadas sobre as lesões e deixar agir por 10 minutos antes de enxaguar durante 1-2 semanas
o Formas extensas: tratamento sistêmico com cetoconazol, itraconazol ou fluconazol
ESCABIOSE
QUADRO CLÍNICO
Vesículas, pápulas ou pequenos sulcos ("tuneis")
Regiões interdigitais | punhos (face anterior) | axilas (pregas anteriores) | região periumbilical | sulco interglúteo | órgãos
genitais externos nos homens
Crianças e idosos: lesões nas palmas e plantas
Prurido associado ao quadro costuma ser mais intenso à noite (deposição dos ovos)
Diagnóstico em lactentes é mais difícil
o Lesões mais disseminadas | aspecto inflamatório exuberante
o Mãos e pés frequentemente acometidos | couro cabeludo pode ser acometido
o Não espere encontrar "túneis"
o Pode apresentar lesões urticadas ou eczematosas associadas (dificultando o reconhecimento do quadro)
TRATAMENTO
Principal medicação sistêmica = Ivermectina
o Dose única: 200mcg/kg - repetir dose após 10 ou 15 dias
o Peso mínimo: 15kg
Tratamentos tópicos:
o Enxofre a 10% (creme, loção ou em vaselina): pode ser feito nas crianças com menos de dois meses
Uso à noite, do pescoço para baixo, por 3 noites consecutivas
Repetir o tratamento após 1 semana
o Permetrina a 5% (loção cremosa): segura após os 2 meses
Aplica-se uma vez, durante 8 a 12 horas, repetindo-se a aplicação após uma semana
Primeira opção como tratamento tópico nos maiores de 2 meses
o Deltametrina 20mg/100ml (loção)
Uma vez ao dia por 5 dias
O prurido pode persistir por algum tempo, mesmo após o tratamento
o Se persistir por mais de 2 semanas, reavaliar
Lavar roupas do doente com água quente
Exposição solar + passar roupa com ferro quente
Tratamento de todos os familiares (mesmo assintomáticos)
IMPETIGO
QUADRO CLÍNICO
IMPETIGO BOLHOSO
62
Infecção estafilocócica
Quadro decorre de uma toxina epidermolíticca secretada pela bactéria (semelhante síndrome de de pele escaldada)
Lesões principalmente na face
Vesículas que evoluem formando bolhas flácidas com paredes finas e de conteúdo claro | conteúdo torna-se turvo | após
ruptura: área de erosão com colarete da bolha ao redor
o Pode acometer os RN - lesões na área da fralda
IMPETIGO CROSTOSO
S. aureus ou S. pyogenes
o Bactérias podem estar isoladas ou associadas (se isolada, estafilococo é mais encontrado)
o Vesículas ou pústulas com base eritematosa subjacente | lesões se rompem e, ao ressecarem, crosta de coloração
melicérica
o Lesões em áreas expostas: nariz e cavidade oral
o Comum presença de lesões satélite secundárias à autoinoculação
TRATAMENTO
Quadro é autolimitado (mesmo sem tratamento)
Orientar limpeza das mãos para evitar a autoinoculação
Região acometida deve ser higienizada = sabonetes antissépticos por curto período
Antimicrobianos tópicos se poucas lesões e apenas uma região do corpo acometida
o Mupirocina ou retapamulina
o Eficaz essencialmente para infecções estafilocócicas
Tratamento sistêmico: mais do que 5 lesões ou mais que uma região topográfica afetada | lesões na cavidade oral (criança
pode retirar a pomada com a língua) | febre | linfadenomegalia
o Cefalexina ou amoxicilina + ácido clavulânico
Crianças deve ser afastadas da escola por até 24 horas após o início do tratamento
MICOSES SUPERFICIAIS
TINEA CORPORIS
63
Tronco e extremidades
Contato frequente com animais domésticos leva ao quadro pelo Microsporum canis
Lesões com distribuição assimétrica | placas anulares descamativas e circunscritas | região central mais clara e limites
descamativos, vesiculares, papulares ou pustulares
Quadro clínico permite o diagnóstico
o Se dúvida: exame micológico direto e cultura para fungos
Tratamento: agentes tópicos - ciclopirox | clotrimazol | cetoconazol | miconazol | oxiconazol | fenticonazol
o 1-2x/dia, por 2-3 semanas (melhora evidente na primeira semana, mas não interromper tratamento)
TINEA CAPITIS
Alopecia descamativa com placas bem delimitadas e cabelos tonsurados (quebrados logo após sua emergência do folículo
piloso)
Principal agente (Brasil): M. canis | também pode ser causado por Tricophyton tonsurans
Quadros descamativos e pontos pretos
Transmissão por fômites (cabelos, pentes, bonés) é bem documentada
Quérion: processo inflamatório associado à tínea capitis = resposta do hospedeiro ao fungo (mais comum: M. canis).
TINEA CRURIS
64
Sexo masculino | adolescentes e adultos
T. tonsurans
Placas eritematosas, bem delimitadas, com bordas elevadas
Região inguinal e raiz das coxas
Simétricas e bilaterais (geralmente)
Tratamento:
o Agentes tópicos - ciclopirox | clotrimazol | cetoconazol | miconazol | oxiconazol | fenticonazol
1-2x/dia, por 3-4 semanas
TINEA PEDIS
MOLUSCO CONTAGIOSO
QUADRO CLÍNICO
Pápulas, lisas, brilhantes, que podem ter uma coloração rósea ou a mesma cor da pele do paciente, com uma pequena
depressão no centro (umbilicadas)
Identificadas preferencialmente nas axilas, face lateral do tronco, região genital e perianal e, também, na face
Raramente acomete mucosas
Lesões variam entre 2 e 3mm (algumas podem chegar até 1cm de diâmetro)
TRATAMENTO
65
Conduta pode ser expectante: condição é frequentemente autolimitada e resolve-se espontaneamente em alguns meses
o Não é considerada a melhor conduta = risco de disseminação das lesões
Curetagem ou expressão manual das lesões
o Curetagem é dolorosa = uso de anestésicos tópicos + pais esclarecidos
Intervenções tópicas como crioterapia localizada com nitrogênio líquido ou substâncias cáusticas, como solução de hidróxido
de potássio
Aplicação de imiquimode algumas vezes por semana pode ser eficaz
MISCELÂNIA
PRURIGO ESTRÓFULO
TRATAMENTO
Prevenção da picada
o Uso de barreiras físicas: roupas | mosquiteiros nas camas | telas em janelas e portas das casas
o Aplicação de repelentes
IR3535 (Loção antimosquito | Johnson e Johnson) | Loção | > 6 meses | Duração da ação: até 4h
ICARIDINA (Exposis): duração: até 10h
Apenas o Exposis Gel Infantil é permitido a partir dos 6 meses | restante apenas > 2 anos
DEET: vários (seguir orientações do fabricante): todos são, pelo menos, para maiores de 2 anos.
Controle do prurido: corticosteroides tópicos de média potência 1x/dia por 5 dias | anti-histamínicos orais se prurido
intenso | anti-histamínicos tópicos (cuidado: pode desencadear dermatite de contato)
Paciência
URTICÁRIA E ANGIOEDEMA
TRATAMENTO
Uso de anti-histamínicos: bloqueadores dos receptores H1 da histamina | preferência aos de segunda geração (menor efeito
sedativo)
Difenidramina (50mg/ml): 1-2mg/kg EV (máx 50mg)
o Manutenção: 5mg/kg/dia 6/6h (máx 300mg/dia)
Hixizine (10mg/5ml): 0,5-1mg/kg/dose 6/6h
66
Loratadina (5mg/5ml):
o 2 a 12 anos (< 30kg): 5mg 24/24h
o > 12 anos (> 30kg): 10mg 24/24h
Desloratadina (2,5mg/5ml):
o 6 meses a 2 anos: 1mg 24/24h
o 2 a 6 anos:1,25mg 24/24h
o 6 a 12 anos: 5mg 24/24h
Cetirizina (1mg/ml)
o 6 meses a 2 anos: 0,25mg 24/24h
o 2 a 6 anos:2,5mg 24/24h
o 6 a 12 anos: 5mg 24/24h
Fexofenadina (6mg/ml)
o 6 a 12 anos: 30mg 12/12h
o > 12 anos: 60mg 12/11h
Casos graves/refratários: associar H1 de 1ª geração à noite e 2ª geração de dia ou associar H2 + corticoide
o Inibidor H2
Ranitidina (EV: 25mg/ml)
EV: 1mg/kg
Manutenção: 2-4mg/kg/dia 8/8h (máx 200mg/dia)
Cimetidina (150mg/ml)
Lactente: 10-20mg/kg/dia 6-12h
Crianças: 20-40mg/kg/dia
o Corticosteroide
Metilprednisolona (40mg/ml): 1-2mg/kg/dose EV 6/6h (max 60mg)
Hidrocortisona (50mg/ml):5-10mg/kg 6/6h
Prednisolona (3mg/ml): 1mg/kg/dia por 3-7 dias
Remoção do fator desencadeante
67
68
ENDOCRINOLOGIA
CETOACIDOSE DIABÉTICA
DIABETES MELLITUS
Ação ultrarrápida
- Lispro (Humalog®)
5-15 minutos 30 minutos a 1 hora 3-5 horas
- Asparte (Novorapid®)
- Glulisina (Apidra®)
Ação regular
30 minutos a 1 hora 2-4 horas 5-8 horas
- Regular
Ação intermediária
- Lenta
Ação prolongada
69
Duas doses de insulina intermediária (antes do café da manhã e antes de dormir) + 3 doses de insulina regular 30 minutos
antes das refeições (café da manhã, almoço e jantar)
o Insulina Regular: 30 minutos antes da refeição para que o pico coincida com a absorção do alimento
o Insulina intermediária ou NPH: adiciona-se protamina para retardar a absorção da insulina após aplicação no SC (misturar
para homogeneização)
Variações
o Substituir insulina regular por insulinas ultrarrápidas (Lispro | Asparte | Glulisina): menos excursões hiperglicêmicas pós-
prandiais, menor risco de hipoglicemias e redução discreta da HbA1c | Permitem maior flexibilidade e conveniência
o Substituindo insulina NPH por insulina de ação prolongada (Glargina | Detemir): redução da variabilidade glicêmica e
redução de hipoglicemias (principalmente noturnas), com manutenção ou discreta melhora da HbA1c | Glargina:
aplicada 1x/dia, pela manhã ou à noite | Detemir: pode ser aplicada 1 ou 2x/dia | Não devem ser misturadas com outras
insulinas
Dose inicial em pacientes recém-diagnosticados: 0,3 a 0,5U/kg/dia (tende a ser mais baixa nas crianças mais novas e maior nos
adolescentes)
o 40-60% da dose total = insulina basal
o NPH: 2/3 da dose de manhã e 1/3 à noite
o Restante da dose de insulina: contagem de carboidratos da refeição que se pretende comer: 500/dose total diária de
insulina
Ex: dose total = 10U de insulina | razão insulina/carboidrato = 500/10 = 50/1 (1 unidade de insulina pra 50g de carboidrato)
| A essa dose, adicionar insulina de acordo com o fator de correção ou de sensibilidade (FS = 1500/dose total de insulina do
dia) = 1500/10 = 150 (1U leva a uma redução de 150mg/dl na glicemia) | Então, ex: se glicemia pré-prandial de 250mg/dl
e quisermos reduzir para 100mg/dl: fazer 1U extra de insulina regular
Fator de correção ou de sensibilidade = quanto 1U de insulina reduz na glicemia
Hiperglicemia matinal
Fenômeno do Alvorecer (dawn phenomenon): hiperglicemia matinal devido ao pico fisiológico de GH durante a madrugada
(GH = hormônico contrainsulínico hiperglicemiante)
Efeito Somogyi: hiperglicemia matinal de rebote decorrente de:
o Insulina NPH pré-jantar faz seu pico de madrugada (entre 03h00 e 04h00) num momento em que o paciente está em
completo jejum = hipoglicemia na madrugada, sem o paciente saber = hipoglicemia estimula a secreção pancreática de
glucagon, provocando hiperglicemia de rebote no início da manhã
Diferenciação entre os dois fenômenos: dosagem da glicemia capilar às 03h00 (se hipoglicemia = Somogyi | Se normal ou
elevada = fenômeno do alvorecer)
o Medida genérica: deslocar a NPH do final da tarde para a hora de dormir (22h) | manhã: NPH + regular | segunda
aplicação, antes do jantar: regular | terceira aplicação, antes de dormir, NPH | uma dose extra pode ser incluída no
almoço para compensar o atraso da NPH vespertina
Atividade física e dieta: dieta hipocalórica com baixo teor de lipídios + 30 a 60 minutos de atividade física pelo menos 5x na
semana
Metformina: dose inicial 500mgdia (pode ser aumentada até o máximo de 2g/dia)
o Investigar função renal e hepática antes (ClCr < 30ml/min/1,73m2 = metformina contraindicada)
o HbA1c < 8,5% e assintomáticos: metformina
o HbA1c > 8,5%, glicemia > 250mg/dl e francamente sintomáticos: insulinoterapia (mesmo esquema do DM1) | Após
compensação inicial: introduzir metformina
DISTÚRBIOS DO CRESCIMENTO
AVALIAÇÃO INICIAL
70
o Ao nascimento: 1,7
o Aos 3 anos: 1,3
o Entre 8 e 10 anos: 1
o Até o final da puberdade: entre 0,9 e 1
Investigação da baixa estatura
o Anamnese detalhada + exame físico cuidadoso
Altura dos pais (medir, não apenas inquirir)
Obtenção cuidadosa dos dados antropométrico
o Mesmo sem baixa estatura, criança com desvio em sua curva deve ser avaliada
o Hemograma | VHS | Glicemia de jejum | Lipidograma completo | Proteínas total e frações | TGO e TGP | Cálcio e
Fósforo | Fosfatase alcalina | Ureia e creatinina | EAS e parasitológico de fezes | TSH e T4 livre | IGF-1 e IGFBP-3 | teste
de estímulo de secreção de GH | Anticorpos antiendomísio e antitransglutaminase tecidual | cariótipo | idade óssea |
radiografia de esqueleto | RNM ou TC de crânio e sela
HIPOCALCEMIA
Ca ionizado < 1mEq/L
Ca total: < 6mg/dl no RNPT
< 7mg/dl no RNT
< 8mg/dl em crianças
Gluconato de cálcio 10%
o 1ml = 0,5mEq = 100mg VO/EV
o 0,5 a 1ml/kg em 5 a 10 minutos
o Para correção rápida: diluir 1:1 em água destilada
o Após – correção lenta: 2-4ml/kg/dia
Para cada ↓pH em 0,1 = acrescenta 0,2mg/dl
Para cada ↑1 grama de albumina = ↑Ca total 0,8mg/dl
Para cada ↓1 grama de albumina = ↓Ca total 0,8mg/dl
Mg basal: 0,2-0,3mEq/kg
Necessidade basal: 0,25-0,5mEq/Kg/dia
71
HIPERMAGNESEMIA (MG > 3MG/DL)
Tratamento: hidratar EV
Sintomas se > 5mg/dl
o Se sinais de gravidade/sintomas: administrar gluconato de cálcio 10% 0,5ml/kg
Normal: 135-145
Basal: 2-3mE1/100ml
NaCl 20%: 1ml = 3,4mEq
NaCl 10%: 1ml = 1,7mEq
NaCl 3%: 1ml = 0,5mEq (15ml NaCl 20% + 85ml de água destilada)
NA ENTRE 125-135
Começar lento nas primeiras 24 horas aumentando oferta VO ou EV
72
VO xarope KCl 6% 5ml = 4mEq
HIPERCALEMIA (K > 5)
ECG: onda T apiculada, PR prolongado que evolui para ausência de onda P suspender a oferta
GASOMETRIA
Ph 7,35-7,45
pO2 60-100
pCO2 35-45
HCO3 22-26
Lactato 0,5-1,6 (art.) ou 0,63-2,44 (ven.)
BE 0±3
NA ACIDOSE
𝑝𝐶𝑂2𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜 = (1,5 𝑥 𝐻𝐶𝑂3) + 8
o pCO2 calculado > pCO2 real = Acidose mista
o pCO2 calculado < pCO2 real = acidose metabólica + alcalose respiratória
NA ALCALOSE
pCO2 esperado na alcalose = HCO3 + 15
AG = [Na] – [Cl] + [HCO3] Valor normal: 12 ± 2
CORREÇÃO BIC
PELO BE
BE x P x 0,3 = ml
o Diluição: 1:3 em 2 horas
PELO BIC
73
BIC oferecido = (BIC esperado – BIC obtido) x 0,3 x P
o Infundir em 1 hora
o Diluir 1:3 de água destilada
74
75
GASTROENTEROLOGIA
DIARREIA AGUDA
TRATAMENTO
NÃO FARMACOLÓGICO
FARMACOLÓGICO
76
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GENÉTICA
Definição: fraqueza muscular causada pela ausência da proteína distrofina | É progressiva, levando a dificuldades
motoras para caminhar, correr, pular, se levantar e, nos estágios mais avançados, dificuldades para respirar.
Dificuldade para levantar do chão, utilizando as próprias mãos para escalar o corpo
Caminhar na ponta dos pés
Dificuldade de aprendizado e comportamento (alguns casos)
Quedas frequentes, sem motivo evidente
Dificuldade em acompanhar o ritmo dos colegas durante atividades físicas e brincadeiras
Aumento da panturrilha
Sintomas de fraqueza muscular
AMINOACIDOPATIAS
FENILCETONÚRIA
ACIDEMIAS ORGÂNICAS
DEFICIÊNCIA DE BIOTINIDASE
78
Associação de hipoglicemia, disfunção hepática, miopatias e/ou cardiomiopatias.
Doença de von Gierke (Deficiência de G6PD): tratamento = manter glicemia (amido de milho cru).
Doença de Pompe: tratamento = reposição enzimática + medidas de suporte
Galactosemia = catarata + sepse por E.coli + substâncias redutoras na urina.
SÍNDROME DE DOWN
Cuidado com a pessoa com síndrome de Down – Acompanhamento por ciclo de vida (MS, 2012)
TSH (aos 6 meses e TSH (anual) TSH (anual) TSH (anual) TSH (anual)
1 ano)
Cariótipo*
Visão (6 meses) Visão (anual) Visão (bianual) Visão (trianual) Visão (trianual)
Avaliações
Audição (6 meses) Audição (anual) Audição (anual) Audição (anual) Audição (anual)
Estimulação global Atividade física Atividade física Atividade física Atividade física
Contato com Hábitos de vida Hábitos de vida Hábitos de vida Hábitos de vida
outros pais saudáveis saudáveis saudáveis saudáveis
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Estimular Estimular Estimular independência e inclusão no
autocuidado autocuidado e mercado de trabalho e autonomia para
autonomia para atividades de vida diária
atividades de vida
diária
Planejamento
financeiro e de
cuidados futuros
o *Cariótipo deve ser solicitado durante o 1º ano de vida ou em qualquer momento se não tiver sido realizado
ainda
o **Avaliação radiológica deve ser realizada aos 3 e 10 anos, e em outros momentos na presença de
sintomatologia (dor cervical, fraqueza, torcicolo, alteração vesical e intestinal). Quando solicitada, deve ser
realizado primeiramente em posição neutra, estando dentro da normalidade se procede com a avaliação
dinâmica em extensão e flexão. Alguns serviços de atendimento à síndrome de Down optam pelo
acompanhamento clínico dispensando este exame.
80
81
HEMATOLOGIA
ANEMIA FALCIFORME
FEBRE
Paciente deve ser avaliado dentro das 4 horas de início do sintoma: sinais de instabilidade hemodinâmica | grau
de palidez | tamanho do baço | saturação de oxigênio | presença de sinais e sintomas neurológicos
Avaliação laboratorial: hemograma completo | contagem de reticulócitos | hemocultura | punção lombar se
sinais meníngeos ou < 1 ano sem foco definido
Todos os pacientes < 3 anos e com temperatura > 38,3 oC devem ser internados
Conduta e tratamento
o Iniciar ceftriaxona EV 50-75mg/kg (dose máxima 4g/dia)
o Se suspeita de meningite: Vancomicina 15mg/kg/dose (máx 1g)
o Se alérgico a cefalosporina: clindamicina 10-15mg/kg
o Se osteomielite: cefuroxima 100mg/kg/dia
o Se não detectada etiologia, manter antibióticos por 72 horas e suspender caso hemocultura negativas e
paciente clinicamente estável
LEVE (1-4)
Ambulatorial
Repouso
Ofertar líquidos
Medicações
o AAS 10mg/kg/dose VO 4/4h
o Paracetamol 10-15mg/kg/dose 6/6h (máx 1g/dia)
o Dipirona 5-10mg/kg/dose 6/6h (máx 1g/dia)
o Ibuprofeno 5-10mg/kg/dose 6-8h (máx 2g/dia)
MODERADA (5-7)
Hidratação EV (com cautela!)
> 12 anos
o Codeína VO 0,5-0,75mg/kg/dose 4/4h (máx 60mg/dia)
o Tramadol 0,5mg/kg/dose 4/4h (máx 5mg/kg/dia)
82
< 12 anos
o Morfina 0,1mg/kg EV ou SC 3-4h
INTENSA (8-10)
Hidratação EV (com cautela!)
> 12 anos
o Codeína VO 0,5-0,75mg/kg/dose 4/4h
o Tramadol 0,5mg/kg/dose 4/4h (máx 5mg/kg/dia)
o Morfina 0,1-0,2mg/kg EV ou SC 3-4h (Máx 10mg/dose)
VO: 0,3-0,6mg/kg 4/4h
< 12 anos
o Morfina 0,1mg/kg EV ou SC 3-4h
AVC
Hemiparesia + afasia ou disfagia, convulsão e monoplegia
o Cefaleia isolada não é fator preditivo
TC pode ser normal nos primeiros dias – descartar aneurismas
RM ou angio-RM
Transfusão
o HT < 30 – 10ml/kg – expansão
o HT > 30 – exsanguineo parcial
Neuro/Ventilação assistido
o Terapia anticonvulsivante
o Tratamento edema cerebral
PRIAPISMO
Ereção dolorosa e > 4 horas
Hidratação e analgesia EV
Oxigenioterapia e calor local
Urologista
Transfusão concentrado de hemácias (Hb 8 a 10)
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Exsanguíneo se houver descompensação cardiorrespiratória
Esplenectomia (após resolução da crise aguda). Em maiores de 2 anos, após 2ª crise
CRISE APLÁSICA
Após processo infeccioso – parvovírus B19 – autolimitado – 7 a 10 dias.
SUBSTÂNCIAS CONTRAINDICADAS
Antimaláricos: Primaquina | Pamaquina | Cloroquina | Mepramina (Quinacrina) | Tefonoquina | Pentaquina
Antibacterianos: Nitrofurantoina | Furazolidona | Nitrofurazona | Ácido nalidíxico | Cloranfenicol | Doxorrubina
Anti-helmínticos: Stibofen | Niridazol
Analgésicos: AAS | Acetofenetidina | Acetanilida | Fenacetina | Fernazopridina-ácido paraminosalicicio | Isobutil
Nitrito
Sufinamidas e sulfonas: Sulfanilamida | Sulfapiridina | Sulfadimidine | Sulfacetamida | Sulfafurazole |
Salcilazosulfapiridine | Dapsona | Sulfoxona | Glucosulfona | Septrin | Sulfametoxazol | Tiazolsufona |
Sulfassalazina
Outros: Análogos da vitamina K | Naftalina | Dimercaprol | Azul de metileno | Arsina | Acetilfenil-hidrazina |
Azul de toluidina | Mepacrine | Henna | Vinho tinto | Fava | Água tônica | Betanaftol | Urato Oxidase |
Probenecida | Acidose | Diabetes | Infecções
Trombocitopenia: Contagem plaquetária < 150mil/mm³ ou > 25% de redução da linha basal E Hemólise Microangiopática: Esquizócito
e/ou LDH elevada e/ou Haptoglobina reduzida e/ou Hb reduzida
Sintomas neurológicos: confusão e/ou Lesão renal: creatinina elevada e/ou Sintomas gastrointestinais: Diarreia +/-
convulsões e/ou outras anomalias TFGe reduzida e/ou pressão arterial sangue e/ou náusea/vômitos e/ou dor
cerebrais elevada e/ou urinálise anormal abdominal e/ou gastroenterite
Enquanto se espera pelos resultados da ADAMTS13, um nível de creatinina sérica > 150-200µmol/L (>1.7-2.3mg/dl) ou uma
contage plaquetária > 30mil/mm³ praticamente descarta o diagnóstico de deficiência grave da ADAMTS13 (PTT)
84
TROMBOCITOPENIA IMUNE PRIMÁRIA (ANTIGO PTI)
Caracterizada pela presença de trombocitopenia periférica isolada (contagem de plaquetas < 100.000/mm3) e
ausência de condições secundárias que reduzam a contagem plaquetária.
Tratamento
o Transfusão de plaquenas apenas em sangramentos com risco de óbito
o Prednisolona VO 4mg/kg/dia por 4 dias ou 1-2mg/kg/dia (máximo 60mg) por 2 a 3 semanas | Dexametasona
(formas refratárias e crônicas) 20-40mg/m2 VO ou EV por 4 dias a cada 15 a 28 dias, por 4-6 ciclos (dose
máxima 40mg/dia)
o Imunoglobulina 0,8-1g/kg/dia EV por 1-2 dias
Metilprednisolona 30mg/kg/dia por 3 dias (máxima 1000mg) pode ser alternativa à Imunoglobulina
85
86
INFECTOLOGIA
CONJUNTIVITES
Dor ocular, fotofobia, lacrimejamento, turvação visual, eritema e congestão conjuntival, edema palpebral,
linfadenopatia pré-auricular e, eventualmente, hemorragia subconjuntival e ceratite superficial.
Se secreção ocular purulenta: infecção bacteriana secundária
CHIKUNGUNYA
Para guardar: parecida com a Dengue, porém menos grave e com maior sintomatologia articular.
Febre de início súbito (tipicamente > 39ºC) e poliatralgia intensa (predomínio em mãos e pés)
o Dor geralmente poliarticular e simétrica | Grandes e pequenas articulações
Outros: cefaleia, dor difusa nas costas, mialgia, náusea, vômito, poliartrite, erupção cutânea (maculopapulares,
envolvendo troncos e extremidades ou eritema difuso que cede sob pressão | Criança: rash vesico-bolhoso) e
conjuntivite
O indivíduo que tem Chikungunya fica imune ao vírus
Doença subaguda e crônica: exantema, vômitos, sangramento e úlceras orais (mais associados ao sexo feminino)
| Dor articular, edema e maior duração da febre (mais prevalentes quanto maior a idade do paciente)
o Após primeiros 14 dias pode ocorrer uma recaída dos sinais com alguns pacientes poliartrite distal, com
reexacerbação da dor articular e tenossinovite hipertrófica subaguda nos punhos e tornozelos | astenia,
prurido generalizado e exantema maculopapular
o Fatores de risco para cronificação: sexo feminino, desordem articular preexistente e maior intensidade das
lesões articulares na fase aguda.
DIAGNÓSTICO
Leucopenia com linfopenia < 1.000cél/mm3 | VHS e PCR geralmente elevados | Elevação discreta das enzimas
hepáticas, da creatinina e da CPK
Solicitar ureia, creatinina, TGO, TGP, glicemia de jejum e hemograma
Fase crônica: solicitar HBsAg, anti-HCV, anti-HIV, anti-CMV, toxoplasmose e Rx de tórax
Pode ser detectado através de sorologia, PCR e isolamento viral.
TRATAMENTO
Correto tratamento da dor na fase aguda reduz o risco de cronificação Paracetamol ou Dipirona
o Tramadol e codeína reservados aos casos de artralgia sem resposta aos analgésicos comuns ou dor muito
intensa.
o Evitar AINES e AAS | Não prescrever corticoide sistêmico
Hidratação oral abundante
Compressas frias nas articulações acometidas de 4 em 4 horas, por 20 minutos.
Fase crônica: pode prescrever corticoide = hidroxicloroquina 6mg/kg/dia (máx 600mg/dia) VO por 6 semanas
87
Droga Posologia Observações
Conforme peso e < 3 meses ou < 5kg não devem ser tratadas com
Dipirona 500mg/ml
recomendações do fabricante dipirona
Naproxeno 10-20mg/kg/dia 12/12h Não usar na fase aguda da doença (primeiros 14 dias)
pelo risco de complicações hemorrágicas e disfunção
renal
Surge a partir do 4o
Rash Surge no 1o ou 2o dia Surge 2-3 dias
dia
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Frequência 30 a 50% dos casos 90 a 100% dos casos 50% dos casos
Intensidade da dor
Leve Leve/moderada Moderada/Intensa
articular
Cefaleia +++ ++ ++
Acometimento
+ +++ ++
neurológico
Triagem positiva para outros patógenos respiratórios (ex: Influenza, VSR, Mycoplasma pneumoniae) não exclui
COVID-19.
Sintomas mais comuns
o Febre
o Tosse seca
o Cansaço
Outros
o Dor no corpo
o Dor de garganta
o Diarreia
o Conjuntivite
o Cefaleia
o Anosmia
o Erupção na pele ou descoloração dos dedos (mãos e/ou pés)
Sintomas graves
o Dispneia
o Dor ou pressão no peito
o Perda de fala ou movimento.
Suspeita em crianças:
o Paciente com pelo menos um sintoma respiratório de provável causa infecciosa nos últimos 14 dias (tosse,
congestão nasal, coriza, dor de garganta, dispneia) com ou sem febre
o Febre sem sinais localizatórios
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Idade Frequência
Bebê 30-53
1 a 3 anos 22-37
Pré-escolar 20-28
Escolar 18-25
Adolescente 12-20
CLASSIFICAÇÃO DE GRAVIDADE
CONDUTA AMBULATORIAL
Crianças com infecção suspeita ou documentada e sintomas leves (febre, tosse, faringite, outros sintomas
respiratórios) devem permanecer em casa a não ser que tenham alguma condição crônica que aumenta o risco
de infecção grave ou evolução desfavorável.
90
RISCO DE EVOLUÇÃO DESFAVORÁVEL
Menores de 1 ano
Doença pulmonar crônica (ex: asma moderada/severa)
Doença cardiovascular
Imunossuprimidos
Doenças hematológicas (ex: anemia falciforme)
Doença renal crônica em diálise
Doença hepática crônica
Doenças endócrinas (ex: diabetes mellitus)
Obesidade severa
TRATAMENTO HOSPITALAR
Antibioticoterapia: como os sintomas da infecção pulmonar por COVID-19 são difíceis de diferenciar de uma
pneumonia bacteriana, considerar tratamento empírico para pneumonia adquirida na comunidade em pacientes
ainda sem diagnóstico confirmado ou se suspeita clínica de coinfecção apesar de diagnóstico confirmado de
COVID-19.
Profilaxia para TEP: recomendada em todos os pacientes hospitalizados com COVID-19.
Uso de anti-inflamatórios: existem poucos dados com relatos de riscos com uso de AINEs em casos de COVID-19.
Assim, em quadro de incerteza, recomendado uso de paracetamol como agente anti-pirético de escolha. Se AINEs
forem necessários, recomendado usá-los nas menores doses efetivas.
Evitar medicações administradas por nebulização: risco de aerolização do vírus.
Evitar uso de glicocorticoides sistêmicos: a não ser em casos com indicação (ex: exacerbação de doença
pulmonar crônica) – corticoides têm sido associados a aumento de mortalidade em pacientes com Influenza e
demora na eliminação do vírus em pacientes com infecção por MERS-Cov.
Uso de BRA e IECA: pacientes em uso contínuo dessas medicações devem continuar seu uso se não houver outra
razão para sua descontinuação.
Estatinas: devem continuar sendo usadas em pacientes que já faziam uso da medicação.
Agentes imunomoduladores: a decisão sobre descontinuar o uso de prednisona, biológicos ou outras drogas
imunossupressoras deve ser avaliada caso a caso em pacientes com infecção por COVID-19. Em pacientes em uso
dessa medicação, mas sem infecção por COVID-19 não há evidências que suportem a suspensão rotineira da
medicação.
TRATAMENTO ESPECÍFICO
Remdesivir: estão sendo realizados estudos randomizados para avaliar a eficácia da medicação em casos
moderados ou graves
Plasma de indivíduos convalescentes: está em estudo o uso de plasma convalescente em pacientes com doença
grave ou em risco de morte por COVID-19.
OBSERVAÇÕES
Transmissão por leite materno: ainda não se sabe se o vírus pode ser transmitido através do leite materno (uma
única pesquisa foi feita até o momento e, nela, não foi encontrado o vírus no leite materno das 6 pacientes
testadas). Ainda assim, o contágio por gotículas pode ocorrer durante a amamentação, assim precauções devem
ser tomadas durante o aleitamento.
Transmissão vertical: SARS-COV-2 não foi detectado em sangue de cordão umbilical. Até o momento, estudos
indicam que a transmissão vertical é improvável.
DENGUE
CLASSIFICAÇÃO (GRUPOS)
91
Grupo A = caso suspeito | ausência de sinais de alarme | sem comorbidades, grupo de risco ou condições clínicas
especiais
Grupo B = casos suspeito | ausência de sinais de alarme | com sangramento espontâneo de pele (petéquias) ou
induzido (prova do laço positiva) | risco social | condições clínicas especiais e/ou comorbidades: lactentes (< 2
anos); gestantes; portadores de HAS ou outras doenças ACV graves, diabetes mellitus, DPOC, doenças
hematológicas crônicas (anemia falciforme e púrpuras), doença renal crônica, doença ulcerosa péptica,
hepatopatias e doenças autoimunes.
Grupo C = caso suspeito + presença de algum sinal de alarme (vide abaixo)
Grupo D = caso suspeito + presença de sinais de choque, sangramento grave ou disfunção grave de órgãos (vide
abaixo)
Caso suspeito de dengue (criança = febre sem outro foco em área de risco): febre (2 a 7 dias) em pessoa que viva
em área com casos de dengue OU que tenha viajado nos últimos 14 dias para área com ocorrência de transmissão
da doença + 2 ou mais:
o Náuseas, vômitos
o Exantema
o Mialgias, artralgia
o Cefaleia, dor retro-orbital
o Petéquias
o Prova do laço positiva
o Leucopenia
Menores de dois anos: choro persistente, adinamia ou irritabidade = cefaleia, artralgia ou mialgia
Exantema, quando presente, pode se apresentar sob todas as formas, com ou sem prurido, precoce ou tardio.
Todo caso de dengue que, no período de declínio (defervescência) da febre apresenta um ou mais dos seguintes:
o Dor abdominal intensa e contínua ou dor à palpação do abdome
o Vômitos persistentes
o Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, pericárdico)
o Sangramento de mucosas
o Letargia ou irritabilidade
o Hipotensão postural ou lipotimia
o Hepatomegalia > 2 cm
o Aumento progressivo do hematócrito
Período crítico: entre o 3o e o 7o dia de doença
DENGUE GRAVE
Choque = taquicardia, extremidades frias e tempo de enchimento capilar > 3 segundos | pulso débil ou
indetectável, pressão diferencial convergente < 20mmHg | Hipotensão arterial em fase tardia, acumulação de
líquidos com insuficiência respiratória
Sangramento grave (hematêmese, melena, metrorragia volumosa, sangramento do SNC)
Comprometimento grave de órgãos: dano hepático importante (AST/ALT > 1000), SNC (alteração da consciência),
coração (miocardite)...
DIAGNÓSTICO
92
Detecção viral (até o 5o dia do início dos sintomas): antígeno NS1, isolamento viral, PRT-PCR e imuno-
histoquímica
Sorologia (a partir do 6o dia): ELISA
(𝑃𝐴𝑆+𝑃𝐴𝐷)
Prova do laço (avalia fragilidade capilar): Verificar a PA do paciente Calcular o valor médio ( )
2
insuflar novamente o manguito até o valor médio e manter por 3 minutos em crianças e 5 minutos em adolescentes
Desenhar quadrado de uma polegada (2,5cm de lado) no antebraço da pessoa no local com maior concentração
de petéquias Contar número de petéquias Prova positiva:
o Crianças = 10 ou mais petéquias
o Adolescentes = 20 ou mais petéquias
Frequência respiratória
o < 2 meses = até 60rpm
o 2 meses a 1 ano = até 50rpm
o 1 a 5 anos = até 40rpm
o 5 a 8 anos = até 30rpm
Frequência cardíaca
Pressão arterial
o > 1 ano: cálculo do limite inferior da PAS (P5) = 𝑃𝐴𝑆 𝑃5 = (𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑒𝑚 𝑎𝑛𝑜𝑠 × 2) + 70
CONDUTA
Grupo A
o Exames complementares a critério médico
o Manejo sintomático = Dipirona e paracetamol (evitar AAS e AINE)
o Hidratação oral: volume diário para adolescentes (> 13 anos) = 60ml/kg/dia, sendo 1/3 com solução salina
e no início, com volume maior. Para os 2/3 restantes, orientar ingestão de líquidos caseiros
Menor de 13 anos: até 10kg = 130mg/kg/dia | 10-20kg = 100ml/kg/dia | > 20kg = 80ml/kg/dia 1/3
na forma de SRO e restante através de água, sucos, chás.
Manter hidratação durante todo o período febril e por até 24-48h após defervescência da febre
Grupo B
o Obrigatório solicitar hemograma
93
o Hidratação oral conforme grupo A até o resultado de exames
o Se Ht normal (bom prognóstico) = seguimento ambulatorial, com reavaliação diária
Grupo C
o Reposição volêmica imediata
o Exames para confirmação de dengue
o Volume inicial: 10ml/kg/h de SF0,9% nas primeiras 2h (expansão) reavaliar Ht após expansão Se sem
melhora do Ht, repetir a expansão até 3x
Reavaliar sinais vitais, PA e diurese após 1h de expansão
Se melhora clínica e laboratorial = iniciar fase de manutenção
1ª fase: 25ml/kg em 6h. Se melhora, iniciar 2ª fase: 25ml/kg em 8h (1/3 fisiológico e 2/3 soro
glicosado)
o Internação por pelo menos 48h
o Solicitar: hemograma completo, albumina sérica e transaminases | Rx de tórax PA, perfil e Laurell | US
abdome
Outros (conforme necessidade): glicemia, ureia, creatinina, eletrólitos, gasometria, coagulograma e
ecocardiograma.
o Se sem melhora clínica, conduzir como grupo D
Grupo D = leito de UTI até estabilização
o Expansão rápida parenteral, com solução salina isotônica 20ml/kg em até 20 minutos – pode repetir por 3x
o Reavaliação clínica a cada 15-30 minutos e de HT em 2h | Monitorização contínua
o Se melhora clínica e laboratorial: retornar para fase de expansão do grupo C
o Se resposta inadequada, com persistência do choque:
Ht em ascensão após reposição volêmica adequada expansores plasmáticos (albumina*, coloides)
Se Ht em queda e persistência do choque investigar hemorragias e avaliar coagulação
Se hemorragia, transfundir concentrado de hemácias (10-15ml/kg/dia)
Se coagulopatia, avaliar necessidade de uso de plasma fresco 10ml/kg, vitamina K endovenosa e
crioprecipitado (1UI para cada 5-10kg)
Considerar transfusão de plaquetas se: sangramento persistente não controlado, depois de
corrigidos os fatores de coagulação e do choque, e com trombocitopenia e INR maior que 1,5x o
valor normal.
Se Ht em queda com resolução do choque, ausência de sangramentos, mas com surgimento de outros
sinais de gravidade, observar: sinais de desconforto respiratório, sinais de insuficiência cardíaca
congestiva e investigar hiper-hidratação tratar com diminuição importante da infusão de líquido, uso
de diuréticos e drogas inotrópicas
Interromper ou reduzirà velocidade mínima a infusão de líquidos se houver término do extravasamento
plasmático | normalização da PA, do pulso e da perfusão periférica | Diminuição do HT, na ausência de
sangramento | Diurese normalizada | Resolução dos sintomas abdominais.
PREVENÇÃO
Vacina (rede privada) = Dengvaxia® | vírus vivo recombinante atenuado | proteção contra os sorotipos 1 a 4 |
Indicada para pacientes entre 9 e 45 anos que já tiveram dengue
o Esquema: 3 doses SC, com intervalo de 6 meses entre cada dose (0, 6 e 12 meses)
o Eficácia: 60% | Evita formas mais graves em 80-95%
94
Lesões na cavidade oral (vesículas ulcerações lesões rasas com hiperemia ao redor), nas mãos, nos pés e
nas nádegas (maculopapulares, vesiculares e/ou pustulares)
Quadro dura cerca de 1 semana
o Indíviduos com doenças hemolíticas crônicas: crise aplásica (que coincide com a viremia) + febre, mal-estar,
letargia + palidez, taquicardia e taquipneia
o Síndrome papular-purpúrica em “luvas e meias”: febre + prurido + eritema + edema doloroso nas mãos e
pés
o Miocardite, encefalite, meningite asséptica e neuropatia perif[erica
Tratamento = sintomáticos
ESCABIOSE
95
Nódulo escabiotico: reação de hipersensibilidade após tratamento
TRATAMENTO
Lavagem roupa com agua quente e exposição ao sol
< 2meses: enxofre 8-10% em creme ou vaselina 1x/dia à noite por 3 dias. Repetir após 7 dias.
> 2 meses: permetrina 1 ou 5% - aplicar no corpo após o banho 1x à noite. Deixar 8-12h e enxaguar. Reaplicar
após 7 dias
o Deltrametrina loção a 20mg/100ml: aplicar 1x/dia por 5 dias
> 15kg: ivermectina 6mg/cp – 200mcg/kg VO em dose única. Repetir após 7 dias.
Mais frequente entre 5 e 15 anos (incomum antes dos 3 anos) | Bastante contagiosa (transmissão interrompia
após 24h do início de antibiótico)
Manifestações clínicas
o Fase prodrômica: odinofagia e febre (sem tosse) – faringe hiperemiada, amígdalas aumentadas e cobertas
com exsudato, petéquias no palato e adenomegalia cervical.
o Fase exantemática (costuma surgir 24-48h após o início das manifestações clínicas): impressão de hiperemia
cutânea difusa = lesões papulares puntiformes eritematosas (com clareamento à digitopressão) | pele áspera
| exantema surge em volta do pescoço e se dissemina para o tronco e extremidades (mais intenso em áreas
de dobras = sinal de Pastia) | Sinal de Filatov (hiperemia na região malar com palidez peribucal) – exantema
some após 3-4 dias deixando fina descamação
o Cavidade oral: inicialmente língua em morango branco (papilas hipertrofiadas recobertas por camada
branca) língua e morango vermelho ou em framboesa (papilas hiperemiadas e proeminentes)
Tratamento = tratamento da faringite estreptocócica | objetivos: encurtar duração da doença, reduzir a
transmissão do agente para outros indivíduos, reduzir o risco de complicações supurativas, prevenir a febre
reumática
o Penicilina V oral 250mg/dose (até 27Kg) ou 500mg/dose (> 27Kg) 2-3x/dia por 10 dias
o Penicilina G benzatina 600.000UI (até < 27kg) ou 1.200.000UI (>27kg) em dose única IM
o Amoxicilina 50mg/kg/dia 2-3x/dia por 10 dias
o Alérgicos: cefalexina, clindamicina, eritromicina ou azitromicina (azitromicina = 5 dias)
96
o Doença febril inespecífica
o Encefalite e meningoencefalite, convulsões
o Reativação da infecção Encefalite Límbica Aguda Pós-Transplante (PALE)
Tratamento: sintomáticos
FEBRE AMARELA
Reavaliação clínica e
Tratamento e orientações Provável internação na UTI
laboratorial a cada 12 horas,
conforme necessidade clínica enfermaria
até 96 horas
97
Manifestações Dor, eritema e 1-2 dias Notificar abscessos, lesões Não contraindica
locais enduração por 1 a 2 extensas ou com limitação de revacinação
dias movimentos, e casos não
graves muito frequentes
Clínicos Laboratoriais
ESQUEMA VACINAL
Crianças de 6 meses a 8 meses e 29 dias: a dose administrada não será considerada para rotina
Crianças de 9 meses até 4 anos, 11 meses e 29 dias: dose inicial ou revacinação
Pessoas a partir de 5 anos de idade que receberam uma dose da vacina antes de completar 5 anos de idade:
revacinação
Pessoas a partir de 5 anos de idade que nunca foram vacinadas ou sem comprovante de vacinação: Dose inicial
(aprazar reforço ou revacinação para 10 anos
Pessoas a partir de 5 anos de idade que receberam 2 doses da vacina: não vacinar
Pessoas com 60 anos ou mais que nunca foram vacinadas ou sem comprovante de vacinação: avaliar necessidade
Gestantes: vacinação contraindicada (avaliar caso impossibilidade de adiar dose)
Mulheres que estejam amamentando crianças com até 6 meses de idade: vacinação não está indicada, adiar até
criança completar 6 meses.
Viajantes internacionais: seguir recomendações do Regulamento Sanitário Internacional (RSI)
Febre = temperatura retal > 38,3ºC | temperatura oral > 38ºC | temperatura axilar > 37,8ºC
FSSL: febre com menos de 7 dias de duração em uma criança em que história clínica e exames físicos cuidadosos
não revelam sua causa.
98
3 a 36
< 30 dias 1 a 3 meses
meses
Completa Incompleta
Investigar ITU
Investigar
Liberar para domicílio
ITU
com reavaliação diária
Sem
evidência
de ITU
o Baixo risco: Paciente previamente hígido | Exame físico normal | Leucócitos entre 5mil e 15mil | Bastões <
1.500 | Relação bastões/neutrófilos totais < 0,2 | Urinálise normal Se um dos critérios ausentes =
internação
o < 30 dias: basta o relato familiar de febre
HERPANGINA (ENTEROVÍRUS)
Febre alta, odinofagia, lesões vesiculares e ulceradas principalmente na faringe posterior (não disseminadas por
toda a cavidade oral)
H1N1
Na ausência de outro diagnóstico específico, considerar o paciente com febre de início súbito, mesmo que
referida, acompanhada de dor de garganta e pelo menos um dos sintomas: mialgia, cefaleia ou artralgia.
Obs.: em crianças menores de 2 anos considerar, na ausência de outro diagnóstico específico, febre de início
súbito, mesmo se referida, e sintomas respiratórios: tosse, coriza e obstrução nasal.
99
Fatores de risco: população indígena, crianças < 2 anos, pneumopatias (incluindo asma), cardiovasculopatias
(excluindo HAS), doenças hematológicas (incluindo anemia falciforme), distúrbios metabólicos (incluindo DM),
transtornos neurológicos e do desenvolvimento que possam comprometer a função respiratória ou aumentar o
risco de aspiração (disfunção congênita, lesões medulares, epilepsia, paralisia cerebral, síndrome de Down, AVC
ou doenças neuromusculares), imunossupressão (medicamentos, neoplasias, HIV/AIDS), nefropatias e
hepatopatias
Sinais de piora do estado clínico: persistência ou agravamento da febre por mais de 3 dias, miosite comprovada
por CPK (> 2 a 3 vezes), alteração do sensório, desidratação e, em crianças, exacerbação dos sintomas
gastrointestinais.
TRATAMENTO
Oseltamivir (Tamiflu)
100
6 a 11 meses 25mg – 12/12h – 5 dias
Zanamivir (> 7 anos): 10mg – duas inalações de 5mg – 12/12h – 5 dias
MENINGITE
DIAGNÓSTICO
Se forte suspeita clínica, hemograma e provas inflamatórias normais não excluem a necessidade de realização de
punção lombar
Se suspeita, colher duas amostras de hemocultura
Punção lombar
o Se evidência clínica de aumento da pressão intracraniana ou presença de sinais neurológicos focais TC
antes da punção
o Contraindicações relativas: alterações de coagulação e plaquetopenia
o Materiais: lidocaína sem vasoconstritor | seringa e agulha para injeção do anestésico | tubos de coleta |
luvas e campos estéreis | máscara | solução degermante | gaze para limpeza local | agulha espinhal de
calibre variável
o Paciente sentado em em decúbito lateral
o Local da punção
Crianças mais velhas: entre L2 e L3
< 1 ano: entre L3 e L4
o Bisel: para cima no paciente em decúbito lateral e para o lado nos pacientes sentados.
o Angulação da agulha: 30-45º na direção cranial.
ANÁLISE DO LÍQUOR
Conta rápida: descontar 1 leuco para cada 500 Hemácias
Conta correta: Hm (HMG) ---------- Leuco (HMG)
Hm (LCR) ------------ X
o Até X = normal
o > X = meningite
MENINGITES BACTERIANAS
Início do tratamento com antibiótico deve ser o mais precoce possível
Medidas de suporte: vias aéreas pérvias, fornecimento de oxigênio e estabilidade hemodinâmica e eletrolítica
Primeiras 48h: monitorização de sinais vitais, nível de consciência, diurese e avaliação neurológica sequencial
NEISSERIA MENINGITIDIS
101
Meningococcemia = septicemia provocada pelo meningococo (se isolada, sem meningite, tem pior prognóstico)
TRATAMENTO
DOSES RECOMENDADAS
QUIMIOPROFILAXIA DE CONTACTUANTES
Neisseria meningitidis Rifampicina 600mg 12/12h por 2 dias, ou 10mg/kg/dose 12/12h por 2 dias
(preferencialmente até 48h da exposição)
Haemophilus influenzae Rifampicina 20mg/kg/dose (máximo 600mg) 24/24h por 4 dias
tipo B
Ceftriaxona IM – adultos 250mg dose única // crianças (< 12 anos): 125mg dose
única.
Neisseria meningitidis -
Alternativas Ciprofloxacino: 500mg dose única
Azitromicina 500mg, dose única
PROGNÓSTICO
Fatores relacionados a um pior prognóstico: < 6 meses | rebaixamento do nível de consciência no momento da
admissão | estado nutricional | convulsões prolongadas | níveis muito baixos de glicorraquia | agente etiológico
PARASITOSES
ASCARIDÍASE
Dor abdominal periumbilical
Náusea, vômitos e flatulência
102
Eliminação do parasita
Sinais de suboclusão
Migração para via biliopancreática
Mebendazol 100mg VO 2x/dia por 3 dias ou Albendazol 400mg VO dose única
ANCILOSTOMÍASE
Dermatite pruriginosa
Hemorragias
Perversão do apetite
Diarreia profusa ou constipação
Anorexia, polifagia e anemia
Alta carga parasitária: desnutrição grave, atraso DNPM
Mebendazol 100mg VO 2x/dia por 3 dias ou Albendazol 400mg VO dose única – repetir após 7-14 dias.
HIMENOLEPÍASE
Assintomático
Dor abdominal em FID
Astenia, diarreia, irritabilidade
Praziquantel 30mg/kg/dia em 3 tomadas
ESTRONGILOIDÍASE
Diarreia ou disenteria crônica
Sintomas dispépticos que mimetizam úlcera
Síndrome de má absorção ou enteropatia perdedora de proteína
Tiabendazol 500mg VO, 1cp para cada 10kg em 2 tomadas ou Albendazol 400mg VO 1x/dia por 3 dias
ENTEROBÍASE OU OXIURIASE
Dor abdominal, diarreia, náusea e vômitos
Fezes mucossanguinolentas e tenesmo
Prurido anal e vulvar (noturno)
Mebendazol 100mg VO 2x/dia por 3-5 dias ou Albendazol 400mg VO dose única
TENÍASE
Náusea, vômito e diarreia
Alteração do apetite, perda de peso, atenia e irritabilidade
Mebendazol 100mg VO 2x/dia por 3 dias ou Albendazol 400mg VO 24/24h por 3 dias.
GIARDÍASE
Diarreia aquosa (fezes líquidas) explosivas e fétidas
Diarreia persistente ou intermitente
Metronidazol 500mg VO 8/8h por 7 dias
AMEBÍASE
80%: assintomáticos
Hemorragias, perfuração intestinal, peritonite e oclusão intestinal
Colite – tríade: fezes mucossanguinolentas, cólicas abdominais e tenesmo
Abscesso hepático: febre alta, distensão abdominal, irritabilidade, queda do estado geral, hepatomegalia
dolorosa e diarreia prévia.
103
Oxacilina 500mg VO 6/6h por 5-7 dias ou Secnidazol 2g (2cp) em dose única noturna ou dividida em 2 doses.
CRIPTOSPORIDÍASE
Imunocompetentes: enterite aguda e autolimitada
Imunocomprometidos: diarreia aquosa, desidratação grave desnutrição e má-absorção
Sintomas respiratórios: tosse, taquipneia, laringite, sibilância e rouquidão
Manifestações extra-intestinais: pancreatite e hepatite
Azitromicina 5-10mg/kg/dia VO 24/24h
SÍNDROME DE LOEFFLER
Ascaridíase e ancilostomíase
Fase larval
Broncoespasmo
Pneumonia intersticial e sinais de insuficiência respiratória
PEDICULOSE
104
Diagnóstico: detecção de anticorpos IgM no sangue na fase aguda | Identificação viral: amostras coletadas até o
5o dia a partir do início do exantema.
Complicações: artrite (autolimitada), trombocitopenia (autolimitada), encefalite pós-infecciosa (quadro
neurológico 7 dias após o início do exantema)
Tratamento: analgésicos e antipiréticos | Imunoglobulina e corticoides em casos de trombocitopenia grave
Prevenção: afastar de suscet[iveis até 7 dias após o surgimento do exantema | Bloqueio vacinal (até 72h)
o Gestantes não podem ser vacinadas: avaliar por sorologia, acompanhar e orientar (Imunoglobulina não
garante a prevenção fetal)
Período de transmissão (gotículas e aerossol): início cerca de 3 dias antes da erupção cutânea e vai até 4-6 dias
após seu início | Precaução de contato aéreo (aerossol e gotículas).
Primeira dose da vacina: habitualmente aos 12 meses
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Fase prodrômica (entre 2 e 4 dias): febre (elevação progressiva) com pico no início do exantema, decaíndo a
partir dai | Conjuntivite: tipicamente não purulenta, intensa, muitas vezes associada a fotofobia | Tosse: intensa
e marcante | Manchas de Koplik (patognomônico): surge 1-4 dias antes do exantema = pequenas manchas branco
azuladas com 1mm de diâmetro e halo eritematoso (tipicamente identificadas na mucosa jugal, mas podem ser
identificadas também na conjuntiva e mucosa vaginal).
105
Fase exantemática (dura em torno de 5 dias): lesões maculopapulares eritematosas, com áreas de pele sã de
permeio, podendo confluir em algumas áreas (morbiliforme) | Progressão craniocaudal lenta, começa na fronte
(próximo a linha de implantação capilar), na região retroauricular e na nuca. Progridem para o tronco e atingem
as extremidades no terceiro dia.
o
Fase de convalescença ou remissão: exantema adquire aspecto acastanhado e desaparece na mesma sequência
em que surgiu, dando lugar a uma fina descamação da pele, com aspecto furfuráceo (“farelo”) | Tosse é o último
sintoma a desaparecer.
DIAGNÓSTICO
Detecção de anticorpos IgM na fase aguda (identificada 1-2 dias após o início do exantema e permanece elevada
por até 1 mês). Se negativa após 72h do exantema, solicitar nova amostra
106
Investigação viral: urina, secreções nasofaríngeas, sangue, líquor por PCR (reação em cadeia da polimerase)
amostras coletadas até o 5o dia a partir do início do exantema (preferencialmente nos 3 primeiros dias)
COMPLICAÇÕES
TRATAMENTO
Medidas de suporte: hidratação adequada, uso de antipiréticos, oxigênio umidificado (se comprometimento
respiratório)
Vitamina A (duas doses: no dia do diagnóstico e no dia seguinte)
o < 6 meses: 50mil UI em cada dose
o 6-12 meses: 100mil UI em cada dose
o > 12 meses: 200mil UI em cada dose
PROFILAXIA
Vacinação de bloqueio (até 72h): vacinação dos suscetíveis (pessoas do mesmo domicílio, vizinhos próximos,
creches...). Nessas situações, crianças entre 6 meses e 1 ano pode receber uma dose da vacina (essa criança
continuará recebendo a vacina as 12 e 15 meses).
Imunoglobulina (até 6 dias): para contactuantes intradomiciliares suscetíveis menores de 6 meses, gestantes e
imunocomprometidos.
Não é comum sua identificação antes dos 4 anos de idade (infecções subclínicas)
Vírus torna-se latente após infecção primária
Associação entre EBV e neoplasias: carcinoma nasofar[ingeo, linfoma de Burkitt, doença de Hodgkin, doenças
linfoproliferativas e leiomiossarcomas
Manifestações clínicas
o Mal-estar, fadiga, febre aguda ou prolongada (duração > 1 semana), cefaleia, odinofagia, náusea, dor
abdominal, mialgia
o Linfadenopatia generalizada | Esplenomegalia (50%) | Hepatomegalia (10%)
o Achados da orofaringe são indistinguíveis da faringite estreptocócica (hipertrofia amigdaliana, exsuadto com
petéquias no palato)
o Pode haver edema palpebral (sinal de Hoagland)
o 3-15%: exantema maculopapular | 80% dos pacientes apresentam exantema quando fazem uso de amoxicilina
ou ampicilina.
Avaliação complementar
o Leucocitose (10.000-20.000 cél/mm3) com 20-40% de linfócitos atípicos | Pode haver trombocitopenia
(50.000-200.000 plaquetas/mm3) | elevação discreta das transaminases
o Anti-VCA (antígenos do capsídeo viral) e anti-EBNA (antígeno nuclear): fase aguda = aumento rápido de IgM
e IgG anti-VCA (IgG será detectado para o resto da vida) | anti-EBNA: aparecem 3-4 semanas após a infecção
aguda
IgM IgG
107
- - - - Sem infecção pregressa
Complicações (incomuns): ruptura esplênica (< 0,5%) = afastamento dos esportes de contato e de atividades
físicas mais intensas) | obstrução de vias aéreas superiores (< 5%) | Sintomas neurológicos = cefaleia (50%),
convulsões e ataxias (1-5%), Guillain-Barré e síndrome de Reye (evitar AAS), síndrome de Alice no país das
maravilhas (distorção visual de formas e tamanhos = metamorfopsia) | Hematológicas = anemia hemolítica com
Coombs direto positivo, anemia aplásica, trombocitopenia | Miocardite, pneumonia intersticial, pancreatite,
parotidite e orquite.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
ACV: disfunção miocárdica, miocardite, pericardite, aneurismas coronarianos, hipotensão arterial e choque
cardiogênico
Renais: doença renal aguda dialítica
AR: dispneia, taquipneia e hipoxemia
Hematológica: trombose (localizada ou sistêmica), anemia, leucopenia, linfopenia, plaquetopenia e coagulopatia
de consumo
TGI: dor abdominal intensa, vômito e diarreia
Mucocutâneas: edema e fissura de lábios, língua em framboesa, eritema de orofaringe, conjuntivite, exantema
polimórfico, vesículas e eritema pérnio
Neurológico: cefaleia persistente, convulsão e psicose
Febre persistente
Pode evoluir para insuficiência respiratória aguda e síndrome da disfunção de múltiplos órgãos
ALTERAÇÕES LABORATORIAIS
DIAGNÓSTICO
108
Afastar outras casas de origem infecciosa e infamatória (sepse bacteriana, síndromes de choque estafilocócico
ou estreptocócico) MAIS
Evidência de COVID-19 ou história de contato com caso da infecção
TRATAMENTO
Cuidados intensivos
Imunoglobulina endovenosa (IGEV): 1-2g/kg em 12 horas
Corticosteroides: considerar administração junto com IGEV em casos graves e/ou refratários – metilprednisolona
10-30mg/kg/dia or 1 a 3 dias consecutivos, seguido de 2mg/kg/dia por 5 dias. Desmame gradual em 2-3 semanas.
Anticoagulantes
o AAS: em SIM-P com manifestações da síndrome de Kawasaki e/ou trombocitose (>450.000) – Dose = 30-
50mg/kg/dia. Reduzir para 3-5mg/kg/dia (máximo 80mg/dia) assim que a criança estiver afebril há 48
horas. Manter até que número de plaquetas esteja normal e haja confirmação de coronárias sem
alterações com, no mínimo, 4 semanas do diagnóstico.
o Enoxaparina: associar ao AAS quando houver aneurismas coronarianos com z-score > 10
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
VARICELA
Fase prodrômica: ausente em crianças menores | Crianças maiores: febre moderada, mal-estar, adinamia,
anorexia e dor abdominal
Fase exantemática: polimorfismo = mácula eritematosa e pruriginosa pápula vesícula de conteúdo cristalino
crostas
o Primeiras lesões no couro cabeludo, face e tronco (distribuição centrípeta)
o Surgimento das novas lesões dura entre 2-4 dias viremia interrompida quando todas as lesões tornam-se
crostas e novas lesões param de surgir
o Todas as crostas desaparecem em 1-2 semanas deixando áreas de hipo ou hiperpigmentação
o
Outras manifestações
o Breakthrough variella (varicela em indivíduos vacinados): pelo menos 42 dias após vacinação | causada pelo
vírus selvagem | evolução mais benigna, lesões maculopapulares e em menor número
Se ocorrer com menos de 42 dias, pode ser por vírus selvagem ou reação vacinal
o Varicela no período neonatal: duas formas de infecção: comunidade e hematogênica transplacentária
(crianças nascidas de mulheres com varicela iniciada de 5 dias antes até 2 dias após o parto = risco de
desenvolver doença grave)
Sintomas surgem entre o final da primeira semana e o início da segunda semana.
o Varicela congênita: infecção no início da gestação = risco de malformações = lesões cicatriciais cutâneas
com padrão zosteriforme (acompanham trajeto de um dermátomo), hipoplasia dos membros e anomalias
neurológicas, oculares, renais e do sistema nervoso autônomo
109
Risco de herpes-zóster no 1º ano de vida
Criança sem varicela com anticorpos IgG contra o vírus mesmo após 12-18 meses de vida = infecção
intrauterina.
HERPES ZÓSTER
Lesões vesiculares agrupadas em um ou dois dermátomos adjacentes (região torácica é a mais acometida)
Idosos: surgimento de vesículas costuma ser precedido por queimação no local
Crianças: exantema leve, sem outras queixas, não costuma evoluir com neuralgia (imunocomprometidas podem
evoluir com neuralgia)
COMPLICAÇÕES
TRATAMENTO
PREVENÇÃO
110
Dose: 125UI para cada 10kg de peso (dose mínima 125UI, dose máxima 625UI) IM
Indivíduos de alto risco: imunodeprimidos, gestantes e RNPT (> 28 semanas só recebe se a mãe não tiver
tido varicela | < 28 semanas ou < 1kg sempre recebe)
RN independente da idade gestacional, de mães nas quais a varicela apareceu nos últimos 5 dias de
gestação ou até 48 depois do parto.
Menor de 9 meses: não recebe se for contato com varicela na comunidade.
PRECAUÇÕES (ISOLAMENTOS)
MECANISMOS
TEMPO DE ISOLAMENTO
Diarreias infecciosas: enquanto durar a doença
Hepatite A
o < 3 anos: enquanto hospitalizadas
o 3 a 14 anos: 2 semanas após início do quadro
Infecções ou colonizações por bactérias multirresistentes: até obter resultado de culturas negativo ou enquanto
durar ATB. MRSA: isolamento até a alta.
Infecções virais por VSR, parainfluenza, adenovírus, enterovírus (< 6 anos ou imunodeprimidos): enquanto durar
a doença
Rubéola: até 7 dias após aparecimento do exantema
o Congênita: enquanto internado
Varicela (catapora): isolar até que as lesões estejam em fase de crosta e não haja mais vesículas.
111
Varicela e herpes-zoster: até fase de crosta
Tuberculose pulmonar: 14 dias após início da terapêutica, com baciloscopia negativa
Tuberculose em pacientes com HIV: 30 dias após início da terapêutica.
PRECAUÇÃO DE CONTATO
Acinetobacter baumanii
Klebsiella pneumoniae
Enterobacterias
Pseudomonas aeruginosa
ZIKA VÍRUS
112
113
NEFROLOGIA
SÍNDROME NEFRÍTICA
5 a 12 anos
Edema (recupera em 7-15 dias) + HAS (2-3 dias após melhora do edema) + insuficiência renal + hematúria
macroscópica (até 4 semanas)
1-2 semanas: faringite estreptocócica
3-6 semanas: piodermite estreptocócica
EXAMES
EAS: hematúria, cilindros hemáticos, proteinúria < 3g/24h
HMG: anemia normo (hemodiluição e hemólise)
Complemento: ↓↓C3 (recupera em 6-8sem) e C4 ↓ ou normal
ASLO + (faringite)
Anti-DNAse B +
Urina 24h: verificar proteinúria
Bx renal: IRA, síndrome nefrótica, ausência de infecção estreptocócica, comprometimento normal, hematúria,
↓C3, proteinúria > 2 meses.
TRATAMENTO
Restrição hídrica: 20ml/kg/dia + volume da diurese
Diuréticos: somente se IC furosemida 4mg/kg/dia 6/6h
Nifedipina: 0,3mg/kg SL4-6h se encefalopatia hipertensiva
Hidralazina: 0,25-0,5mg/kg 4-6h na emergência hipertensiva
Penicilina G Benzatina (erradicar cepa)
o < 6 anos: 600mil UI IM
o > 6 anos: 1.200.000 UI IM
SÍNDROME NEFRÓTICA
EXAMES
EAS: proteinúria, hematúria
Uri 24h: PTN > 150mg/dia
o Nefrótica: 50mg/kg/dia
Eletroforese de proteínas: hipoalbuminemia
IgG 1 e 2 ↓↓, IgA e IgM ↑
Colesterol e triglicérides ↑
Complemento: normal
Sorologias HIV, hepatite A, B e C, Toxoplasmose, CMV, sífilis e mononucleose
Bx renal: síndrome nefrótica no 1º ano de vida, síndrome nefrótica em adolescentes, hipocomplementemia, não
remissão clínica e laboratorial entre 4-8 semanas de corticoterapia seguida ou não de 3 doses de pulsoterapia
com metilprednisolona, recidivas persistentes acima de 12-18 meses após o diagnóstico
TRATAMENTO
Dieta hipossódica ou assódica (se edema ou hipertensão)
114
Repouso relativo
Diuréticos (quadro de assódica)
o HCTZ 2-5mg/kg/dia VO 12/12h
o Furosemida 2-5mg/kg/dia VO 2-4 doses
Se hipocalemia: espironolactona1-5mg/kg/dia 24/24h
Albumina (edema volumoso e resistente): albumina 20% 0,5-1g/kg/dia
Corticoide: prednisona 60mg/m² (máx 80mg/dia) dividido em 3 doses dia ou dose única por 28 dias
Se remissão: prednisona 35mg/m² (máx 60mg/dia) em dias alternados – dose única pela manhã – por 6 meses.
Se resistência: pulsoterapia com metilprednisolona 30mg/kg/dose (máx 1g) em dias alternados de 3-6 doses no
total
115
116
NEONATOLOGIA
APNEIA DA PREMATURIDADE
Definição: pausa na respiração por um tempo > 20 segundos OU com qualquer duração, se associado à cianose ou à
bradicardia
Tratamento
o Metilxantinas: Aumento na sensibilidade dos receptores ao CO2 | Potencialização do trabalho do diafragma |
Diminuição da sensibilidade à depressão hipóxica
Cafeína: Ataque = 10mg/kg/dia | Manutenção: 3,5 a 10mg/kg/dia
ANEMIA NEONATAL
TRATAMENTO
Sulfato ferroso 1 gota/kg/dia VO 24/24h = 1mg/kg/dia 30 minutos antes da refeição.
PROFILAXIA
Lactente que foi nascido a termo, peso adequado para a IG, em AME ou não: 3 meses até 2 anos: 1mg/kg/dia de Fe elementar
Lactente que foi nascido a termo, peso adequado para a IG, em uso de menos de 500ml de fórmula infantil por dia: 3 meses
até 2 anos: 1mg/kg/dia de Fe elementar
Lactente que foi nascido pré-termo e a termo, entre 1.500 e 2.500g
o 30 dias de vida até 1 ano: 2mg/kg/dia de Fe elementar
o 1 ano até 2 anos: 1mg/kg/dia de Fe elementar
RNPT com peso entre 1.500 e 1.000g
o 30 dias de vida até 1 ano: 3mg/kg/dia de Fe elementar
o 1 ano até 2 anos: 1mg/kg/dia de Fe elementar
RNPT com peso menor que 1.000g
o 30 dias de vida até 1 ano: 4mg/kg/dia de Fe elementar
o 1 ano até 2 anos: 1mg/kg/dia de Fe elementar
Principais suplementos disponiveis: sais ferrosos, sais férricos, ferro aminoquelado, complexo de ferro
polimaltoso* (ferripolimaltose) e ferro carbonila
CAPURRO (SOMÁTICO)
117
Textura da pele
•0 - Muito fina e gelatinosa
•5 - Fina e lisa
•10 - Algo mais grossa. Discreta descamação superficial
•15 - Grossa, sulcos superficiais e descamação em pés e mãos
•20 - Grossa e apergaminhada
Forma da orelha
•0 - Pavilhão auricular disforme e achatado
•8 - Bordo do pavilhão parcialmente encurvado
•16 - Encurvamento parcial de todo o pavilhão superior
•24 - Encurvamento bem definido de todo o pavilhão auricular
Glândula mamária
•0 - Impalpável
•5 - Palpável, < 5mm
•10 - Palpável, entre 5-10mm
•15 - Palpável, > 10mm
Pregas plantares
•0 - Ausentes
•5 - Marcas vermelhas mal definidas na metade anterior da planta
•10 - Marcas vermelhas bem definidas na metade anterior da planta e sulcos no terço anterior das plantas
•15 - Sulcos na metade anterior das plantas
•20 - Sulcos profundos, além da metade anterior das plantas
Formação da aréola
•0 - Apenas visível
•5 - Aréola visível, não elevada, < 0,75cm
•10 - Aréola visível, não elevada, > 0,75cm
•15 - Aréola elevada > 0,75cm
NEW BALLARD
Escore mais acurado se realizado entre 12 e 20 horas de vida (pode ser realizado até 96 horas de vida)
IG para RN entre 20 e 44 semanas
MATURIDADE NEUROMUSCULAR
Sinal -1 0 1 2 3 4 5
Postura
Ângulo do punho
Recolhimento do braço
Angulação poplítea
Sinal do cachecol
118
Manobra calcanhar-orelha
MATURIDADE SOMÁTICA
-1 0 1 2 3 4 5
- 10 = 20 semanas
- 5 = 22 semanas
0 = 24 semanas
5 = 26 semanas
10 = 28 semanas
15 = 30 semanas
20 = 32 semanas
25 = 34 semanas
119
30 = 36 semanas
35 = 38 semanas
40 = 40 semanas
45 = 42 semanas
50 = 44 semanas
CITOMEGALOVIROSE CONGÊNITA
Maioria dos RN é assintomático | Alterações clínicas mais comuns: calcificações periventriculares (mas podem
ocorrer em qualquer local), microcefalia, trombocitopenia, hepatoesplenomegalia, petéquias | Surdez
neurossensorial (criança pode ter exame normal ao nascimento)
Infecção pode ocorrer por infecção materna durante a gestação ou por reativação de um processo latente.
INVESTIGAÇÃO
Testes sorológicos são falhos | Recomendado pesquisa do vírus (urina e saliva do RN)
o Detecção do DNA viral por PCR
o Urina e saliva: deve ser coletada nas primeiras 3 semanas de vida da criança
Exames:
o Aferição do peso, comprimento e perímetro cefálico
o Determinação da hepatimetria e do tamanho do baço
o Fundoscopia ocular ao nascimento e com 12 e 60 meses
o Avaliação auditiva: ao nascimento e várias vezes até os 3 anos | Após os 3 anos: a cada 6 meses até os 6
anos de idade
o US de crânio | Se alterações, realizar TC de crânio | calcificações e/ou cistos periventriculares, áreas de
gliose, vasculite, ventriculomegalia, distúrbios na migração neuronal, atrofia cortical*, porencefalia* e
hidranencefalia*
*: mais graves
o Hemograma completo, bilirrubina total e frações, transaminases séricas, avaliação do LCR (celularidade,
proteinorraquia, glicorraquia e pesquisa do DNA do CMV)
TRATAMENTO
CLASSIFICAÇÕES
Quanto à idade gestacional
o Pré-termo: nascido com menos de 37 semanas de gestação
Imaturidade extrema: IG < 28 semanas (ou 196 dias)
RNPT tardio: IG entre 34 e 36 semanas e 6 dias
o A termo: nascido entre 37 e 41 semanas e 6 dias de gestação
o Pós-termo: nascido com 42 semanas ou mais de gestação
O RN quanto ao seu peso de nascimento:
o Baixo peso ao nascer: < 2.500g (entre 1.500 e 2.499g)
o Muito baixo peso ao nascer: < 1.500g (entre 1.000 e 1.499g)
o Extremo baixo peso ao nascer: < 1.000g
O RN quanto à relação peso/idade gestacional ao nascimento
o PIG: abaixo do percentil 10
o AIG: entre os percentis 10 e 90
o GIG: acima do percentil 90
Avaliando a restrição ao crescimento intrauterino:
o RCIU simétrica (proporcional): limitação tanto do crescimento corporal quanto cerebral. Todas as medidas (peso,
comprimento e PC) estão abaixo do percentil 10
120
o RCIU assimétrica (desproporcional): 80% dos casos | comprometimento muito mais importante do crescimento
corporal do que do crânio (cerebral) | percentil perímetro cefálico = percentil estatura > percentil peso.
CHOQUE
DESCONFORTO RESPIRATÓRIO
121
CENTRAL (crise de apneia e
cianose)
- Anoxia
- Hemorragia intracraniana Secundária à pneumopatia
- Depressão por drogas
Miocardite
CARDÍACA (cianose resistente
- Infecciosa Acianótica
ao oxigênio) - Anóxica - Coarctação da aorta
Cianótica
Cardiopatia congênita
- Hipoplasia do VE
- Ventrículo único
- Transposição dos grandes
vasos
AGUDO - Drenagem anômala de veias
- História obstétrica e perinatal
- Pneumopatias infecciosas
- Pneumomediastino
- Taquipneia transitória
- Bronquiolite
- Hemorragia pulmonar
PULMONAR (desconforto - Cisto pulmonar
respiratório progressivo) - Enfisema lobar
- Malformações
- Agenesia
- Hipoplasia
METABÓLICA
- Acidose metabólica
- Hipotermia
- Hipoglicemia CRÔNICO
- Displasia broncopulmonar
- Síndrome de Wilson-Mikity
HEMATOLÓGICA
- Anemia
- Poliglobulia Doenças diafragmáticas
- Hipovolemia - Eventração
- Hérnia
Malformações da caixa
torácica
OUTRAS Miopatias
DISPLASIA BRONCOPULMONAR
122
Taquipneia, sinais de desconforto respiratório, episódios de cianose, baixo ganho ponderal e
hipoxemia/hipercarbia moderadas
RN dependente de O2 Idade Gestacional ao nascimento
suplementar aos 28 dias de
< 32 semanas > 32 semanas
vida
36 semanas de IGc ou na alta 56 dias de vida ou na alta
Época de reavaliação hospitalar (o que ocorrer hospitalar (o que ocorrer
primeiro) primeiro)
DBP leve Ar ambiente Ar ambiente
DBP moderada Em FiO2 < 0,30 Em FiO2 < 0,30
DBP grave Em FiO2 > 0,30 e/ou VPP Em FiO2 > 0,30 e/ou VPP
(CPAP/VM) (CPAP/VM)
Tratamento
o Suplementação de oxigênio: cânula nasal | contínua | alguns necessitam de oxigênio domiciliar | mais
comum: fim da necessidade de oxigênio após os 2 anos de vida
o Diuréticos: melhora na mecânica ventilatória, diminuindo as necessidade de oxigênio e suporte ventilatório
Quando dependência de ventilação mecânica
o Beta-agonistas por via inalatória | reduzem a resistência ao fluxo aéreo | indicados para tratamento do
broncoespasmo associado à doença
o Corticosteroides: corticoterapia sistêmica em doses elevadas facilita extubação e reduz a necessidade de
suporte ventilatório | associada a vários efeitos colaterais
o Suporte nutricional e restrição hídrica: suplementação de calorias, proteínas e gorduras | evitar oferta
excessiva de volume (recomendado: taxa hídrica diária de 140-150ml/kg)
o Metilxantinas: cafeína e teofilina = atuam no drive respiratório, melhoram a força contrátil diafragmática,
relaxam o músculo liso peribrônquico e reduzem a resistência vascular
o Profilaxia contra infecções: candidatas ao uso do palivizumabe (anticorpo monoclonal específico para o VSR)
3-
Fenobarbital 20-40mg/kg EV 5mg/kg/dia
12/12h VO
3-4mg/kg
Fenitoína 20mg/kg EV lenta Uso VO é ineficaz na 1ª semana de vida
EV 6-12h
0,25mg/kg EV
Diazepam Uso em bolus; pode ser repetido 1-2x
0,5mg/kg VR
0,05mg/kg EV em
Lorazepam O uso pode ser repetido
2-5 minutos
ENCEFALOPATIA HIPÓXICO-ISQUÊMICA
Asfixia perinatal = acidemia metabólica ou mista profunda (pH < 7.0) em sangue arterial de cordão umbilical |
Apgar de 0-3 por mais de 5 minutos | Manifestações neurológicas no período neonatal (convulsões, hipotonia,
hiporreflexia, coma) | Disfunção orgânica multissistêmica.
ESTÁGIOS
I. Asfixia leve: RN é hiperalerta, com aumento do tônus muscular | Tremores, dificuldade na alimentação | FR
normal ou aumentada | costuma permanecer por 24-48h | Evolução costuma ser favorável, sem sequelas.
123
II. Asfixia moderada: RN letárgico, com dificuldade para se alimentar | episódios de apneia ou convulsões durante
os primeiros dias | Se resolve em 1 semana | 30% de chances de incapacidade no futuro | 6% evolui para óbito.
III. Asfixia grave: estupor e criança hipotônica ou inconsciente | convulsões podem permanecer por muitos dias |
episódios de apneia frequentes | Recuperação pode demorar semanas ou nunca ocorrer.
AVALIAÇÃO COMPLEMENTAR
TRATAMENTO
Diante da suspeita clínica, suspender imediatamente a nutrição por via enteral, realizar SOG e manter a sonda em drenagem
para aliviar a distensão abdominal | SOG mais calibrosa possível
Esquema antimicrobiano inicial determinado pelo padrão de germes da instituição | Deverá cobrir gram-negativos e
anaeróbios (ampicilina + gentamicina + metronidazol)
Principal indicação para intervenção cirúrgica é a perfuração intestinal (presença de pneumoperitônio) | Outras indicações:
deterioração clínica, presença de alça intestinal fixa nos exames radiográficos seriados, evidência de alterações no líquido
peritoneal (fezes ou cultura positiva)
I – ECN suspeita
Resíduo gástrico
aumentado, distensão Dieta zero,
Temperatura instável, Intestino normal ou
IA abdominal leve, antibióticos por 3
apneia, bradicardia. íleo leve.
vômitos, sangue oculto dias.
nas fezes.
124
Resíduo gástrico
aumentado, distensão Dieta zero,
Temperatura instável, Intestino normal ou
IB abdominal leve, antibióticos por 3
apneia, bradicardia. íleo leve.
vômitos, sangue vivo dias.
pelo reto.
II – ECN evidente
Resíduo gástrico
aumentado, distensão
IIA – abdominal leve, Dilatação intestinal, Dieta zero,
Temperatura instável,
Doença vômitos, sangue vivo pneumatose antibióticos por 7-
apneia, bradicardia.
leve pelo reto + ausência intestinal. 10 dias.
de sons intestinais e
dor abdominal.
Resíduo gástrico
aumentado, distensão
abdominal leve,
Temperatura instável, Dilatação intestinal,
vômitos, sangue vivo Dieta zero,
IIB – Doença apneia, bradicardia + pneumatose intestinal
pelo reto, ausência de antibióticos por 14
moderada acidose metabólica e + gás em veia porta
sons intestinais e dor dias.
trombocitopenia leve. com ou sem ascite.
abdominal + celulite
abdominal, massa no
QID
Resíduo gástrico
aumentado, vômitos,
Temperatura instável,
sangue vivo pelo reto, Dieta zero,
apneia, bradicardia e
IIIA – ausência de sons Dilatação intestinal, antibióticos por 14
trombocitopenia leve +
Doença intestinais, celulite pneumatose dias, ressuscitação
hipotensão, acidose
grave abdominal, massa no intestinal, gás em volumétrica,
respiratória e
Intestino QID + sinais de veia porta + ascite inotrópicos, suporte
metabólica, coagulação
intacto peritonite evidente. ventilatório, avaliar
intravascular disseminada
generalizada, dor e paracentese.
(CIVD), neutropenia.
distensão abdominal
intensas.
Resíduo gástrico
aumentado, vômitos, Dieta zero,
Temperatura instável,
sangue vivo pelo reto, antibióticos por 14
IIIB – apneia, bradicardia e
ausência de sons Dilatação intestinal, dias, ressuscitação
Doença trombocitopenia leve +
intestinais, celulite pneumatose volumétrica,
grave hipotensão, acidose
abdominal, massa no intestinal, gás em inotrópicos, suporte
respiratória e
QID + sinais de veia porta + ventilatório, avaliar
Perfuração metabólica, coagulação
intestinal peritonite pneumoperitônio. paracentese +
intravascular disseminada
generalizada, dor e intervenção
(CIVD), neutropenia.
distensão abdominal cirúrgica.
intensas.
125
Cor Cianose/palidez Corpo róseo Corpo e extremidades
Extremidades róseos
cianóticas
TOTAL
Reanimação
Comentários Minutos 1 5 10 15 20
O2 suplementar
VPP com máscara
VPP com cânula
CPAP nasal
Massagem cardíaca
Adrenalina/Expansor
ESCORE CRIB
Fator Pontuação
> 1350 0
851-1350 1
701-850 4
< 700 7
> 24 0
< 24 1
Malformação congênita
Ausente 0
> -7 0
-7 a -9,9 1
-10 a -14,9 2
< -15 4
< 0,40 0
0,41-0,80 2
0,81-0,90 3
0,91-1,00 4
126
< 0,40 0
0,41-0,80 1
0,81-0,90 3
0,91-1,00 5
Grau 1: 0-5
Grau 2: 6-10
Grau 3: 11-15
Grau 4: > 15
USO DE ARV NO PRÉ-NATAL E PERI-PARTO, COM CARGA VIRAL DOCUMENTADA < 1.000 CP/ML
NO 3º TRIMESTRE
> 35 semanas: zidovudina 4mg/kg/dose de 12/12h por 4 semanas
30-35 semanas: zidovudina 2mg/kg/dose 12/12h por 14 dias e 3mg/kg/dose 12/12h a partir do 15º dia – 4 semanas
de tratamento
< 30 semanas: zidovudina 2mg/kg/dose 12/12h por 4 semanas
NÃO UTILIZAÇÃO DE ARV DURANTE A GESTAÇÃO OU USO DE ARV NA GESTAÇÃO, MAS CARGA
VIRAL DESCONHECIDA OU MAIOR OU IGUAL A 1.000 CÓPIAS/ML NO 3º TRIMESTRE
Zidovudina (AZT)
o > 35 semanas: 4mg/kg/dose de 12/12h por 4 semanas
o 30-35 semanas: 2mg/kg/dose 12/12h por 14 dias e 3mg/kg/dose 12/12h a partir do 15º dia – 4 semanas de
tratamento
o < 30 semanas: 2mg/kg/dose 12/12h por 4 semanas
Nevirapina (NVP): 1ª dose nas primeiras 48 horas de vida, 2ª dose 48h após 1ª dose e 3ª dose 96h após segunda
dose.
o Peso de nascimento > 2kg: 12mg/dose
o Peso de nascimento entre 1,5 e 2kg: 8mg/dose
o Peso de nascimento < 1,5kg: não usar NVP
ACOMPANHAMENTO
Mensal nos primeiros 6 meses
Bimensal a partir dos 6 meses
A cada 3-4 meses: HMG, VHS, contagem CD4, CD8 e Carga viral
Anualmente: sorologia CMV, Toxoplasmose e prova tuberculínica (> 2 anos)
127
Adolescentes: sorologias sífilis, HCV, HTLV 1 e 2.
ESTADIAMENTO
US TRANSFONTANELA
TC DE CRÂNIO
TRATAMENTO
128
INFECÇÃO PERINATAL
Localizada (olhos, boca e pele): ceratoconjuntivite, coriorretinite, úlcera de córnea, catarata e atrofia óptica |
Se não tratado, pode ocorrer infecção disseminada ou do sistema nervoso
Neurológica: 2ª semana de vida | Letargia, irritabilidade, convulsões, crises de apneia e febre alta | Sem
tratamento, 50% evolui para óbito.
Disseminada: sintomas na 1ª semana de vida | vômitos, anorexia, irritabilidade, desconforto respiratório,
convulsões, icterícia, hepatoesplenomegalia e petéquias | LCR com pleocitose à custa de linfomononucleares e
proteínas aumentadas.
INVESTIGAÇÃO
Cultura do vírus em células teciduais (sangue, material das lesões, LCR, urina, fezes, secreções nasais, oculares,
orofaríngeas e secreção genital materna) = melhor método diagnóstico.
Hemograma: neutropenia e queda de plaquetas | Transaminases e bilirrubinas elevadas na forma disseminada.
TRATAMENTO
HIDRATAÇÃO
129
o Óxido nítrico (iNO): vasodilatação | melhora relação ventilação-perfusão | Considerar quando o índice de
oxigenação ultrapassar 25
𝑃𝑀𝑉𝐴×𝐹𝑖𝑂2 ×100
𝐼𝑂 = 𝑃𝑎𝑂2
| PMVA = pressão média das vias respiratórias
Dose inicial: 20ppm
Desmame iniciado 6-24 horas após o início da terapia
Tratamento costuma ter duração de 5 dias
HIPOCALCEMIA
CAUSAS
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
CONDUTA
HIPOGLICEMIA NEONATAL
Normal
o Entre 1 e 3 horas de vida: < 35mg/dl
o Entre 3 e 24 horas de vida: < 40mg/dl
o Após 12-24 horas de vida: < 45mg/dl
o Após 24 horas de vida: > 50mg/dl
o Por volta do 3º dia de vida: > 60mg/dl
CAUSAS
Aumento da utilização de glicose – hiperinsulinismo: GIG | filhos de mãe diabética | eritroblastose fetal |
síndrome de Beckwith-Wiedemann (macrossomia, macroglossia, onfalocele e visceromegalia) | Hiperplasia de
células pancreáticas | hiperinsulinismo congênito | uso materno de betamiméticos, clorpropamida e diuréticos
tiazídicos | mau posicionamento do cateter umbilical | cessação abrupta da infusão de glicose em altas taxas |
após exsanguíneotransfusão com sangue com alta concentração de glicose | resposta exacerbada à transição
neonatal
130
Diminuição na produção/reservas de glicose: prematuridade | RCIU | Ingestão calória insuficiente | atraso no
início da alimentação
Aumento na utilização e/ou redução na produção: estresse perinatal | exsanguíneotransfusão utilizando sangue
com baixa concentração de glicose | erros inatos no metabolismo de carboidratos | deficiências endócrinas
(insuficiência adrenal, hipotalâmica ou pituitária; deficiência de glucagon e epinefrina) | Erro inato no
metabolismo de aminoácidos (acidemia propiônica, doença do xarope de bordo e tirosinemia) | Policitemia | uso
materno de betabloqueadores
MANIFESTAÇÃO
Pode ser assintomático
Tremores/abalos | Sudorese | Irritabilidade | Taquipneia ou apneia | Palidez | sucção fraca ou dificuldade
alimentar | choro fraco | alteração no nível de consciência | convulsões | hipotonia | bradicardia | cianose |
hipotermia.
TRIAGEM
RNPT e RN PIG: 3, 6, 12 e 24 horas de vida | Após, a cada 8-12 horas até 72 horas de vida.
RN de mãe diabética: 1, 2, 3, 6, 12 e 24 horas de vida | Após, a cada 8 horas até 72 horas de vida.
Demais RN de risco: 3, 6, 12 e 24 horas de vida | Após, a cada 8 horas até 48 horas de vida.
TRATAMENTO
RN prematuro tardio (34-36 semanas) | RNT PIG, filhos de mães diabéticas ou GIG
o Sintomático e < 40mg/dl = glicose EV = 200mg/kg de glicose (2ml/kg de glicose a 10%) em bolus + manutenção
de infusão contínua de glicose (velocidade: 6-8mg/kg/min)
Na presença de sintomas, ponto de corte para intervenção: < 50mg/dl nas primeiras 48h de vida e <
60mg/dl após 48 horas de vida
o Assintomático
24-40mg/dl = 35-45mg/dl =
< 25mg/dl = Glicose < 35mg/dl = Glicose
Realimentar/Glicos Realimentar/Glicos
EV EV
e EV se necessário e EV se necessário
GG = VIG x Peso x 1,44
100
[𝐺𝑙𝑖] = 𝐺𝐺 𝑥
𝑉𝑇
o Periférico: 10-12,5%
o Central: até 25%
131
Investigar hiperinsulinismo, erro inato, quando necessidade de VIG 12 a 14 colher glicemia, cortisol, GH,
insulina sérica
𝑖𝑛𝑠𝑢𝑙𝑖𝑛𝑎
o Se insulina >10 em vigência de hipoglicemia e/ou 𝑔𝑙𝑖𝑐𝑜𝑠𝑒
> 0,3-0,5 = hiperinsulinemia
Glucagon 20 a 200mcg/kg (máx 1mg)
Hidrocortisona 10mg/kg/dia de 12/12h (considerar quando velocidade de infusão de glicose > 12mg/kg/min)
ICTERÍCIA NEONATAL
60% RNT 80% RNPT
ZONAS DE KRAMER
Zonas Local Nível Sérico
1 Cabeça/Pescoço 4-8mg/dl
2 Tronco até umbigo 5-12mdlg
3 Hipogástrio até coxas > 15mg/dl
4 Joelhos até tornozelos e cotovelos até punhos > 15mg/dl
5 Mãos e pés > 15mg/dl
ICTERÍCIA FISIOLÓGICA
> 24 horas de vida
RNT: pico por volta de 3 dias
RNPT: pico BT por volta do 5º dia de vida
ICTERÍCIA PATOLOGICA
< 24 horas de vida / BD > 1,5mg/dl ou > 10% da BT
Aumento de BT > 5mg/dl/dia ou > 0,5mg/dl/h
> 8 dias RNT e > 14 dias RNPT
Associado: RN com anemia, plaquetopenia, letargia, perda de peso.
TRATAMENTO
MAIORES
MENORES
132
Irmão com icterícia neonatal
Macrossomia ou mãe diabética
Idade materna > 25 anos
Sexo masculino
CONDUTA
Risco
Reavaliação em 2 dias. Avaliar fototerapia. Avaliar fototerapia.
intermediário
Considerar nova BT. BT em 24h BT em 4-24h
alto
Se alta com < 72h, follow-up Se alta com < 72h, follow-up Se alta com < 72h, follow-up
Risco baixo
conforme rotina em 2-3 dias em 2 dias.
INDICAÇÕES DE FOTOTERAPIA
133
o
Quadrados (linha superior) = Criança de baixo risco (> 38 semanas e bem)
Retângulos (linha média) = Criança de médio risco (> 38 semanas + fatores de risco ou 35-37 semanas e
bem)
Contínuo (linha inferior) = Criança de alto risco (35-37 semanas + fatores de risco)
RNPT
o < 1 kg – iniciar fototerapia se BT > 4-6mg/dl (existem serviços que iniciam intervenção para todo RN baixo
peso extremo, independente do nível sérico de BT)
o 1-1,5kg – iniciar fototerapia se BT > 6-8mg/dl
o 1,5-2kg – iniciar fototerapia se BT > 8-10mg/dl
o 2-2,5kg – iniciar fototerapia se BT > 10-12mg/dl
EXSANGUINEOTRANSFUSÃO
RNPT < 1500g com BT nos 2 primeiros dias de vida
Isoimunização Rh
o BT cordão: > 4,5mg/dl ou Hb < 11 ou aumento BI > 0,5mg/dl/h ou se Hb entre 11 e 13 com BI aumentando
0,5mg/dl/h ou se BI > 20mg/dl
ENCEFALOPATIA BILIRRUBÍNICA
Fase aguda
o Fase 1: hipotonia, letargia, má sucção, choro agudo durante algumas horas
o Fase 2: hipertonia da musculatura extensora (opistótono), convulsões e febre
o Fase 3: hipertonia diminui ou cede e é substituída por hipotonia, que se instala após a primeira semana.
Fase crônica = Kernicterus = coreoatetose, surdez, espasmo muscular involuntário e deficiência intelectual
Conceito clássico: quando a icterícia surge após 2 semanas de vida, ou quando persiste após esse período, é fundamental
que os níveis de BT e BD sejam determinados.
134
Sinais de perigo (Alerta amarelo): cor amarelada da pele em crianças com mais de 2 semanas | Urina escura |
Fezes claras.
POLICITEMIA NEONATAL
TRATAMENTO
Fototerapia precoce
Hidratação 20 a 40ml/kg/dia
Exsanguineotransfusão: 2x volemia do RN entre 80 e 100ml/kg de peso de acordo com o grau de prematuridade
do RN (quanto mais prematuro maior a relação da volemia/peso).
o Volume total exsanguíneo: 15 a 20ml/kg
o Retirar sangue da veia umbilical e substituir por albumina 5% ou SF 0,9% em veia periférica.
REANIMAÇÃO NEONATAL
Diâmetro da cânula
o < 28 semanas ou 1.000g = 2,5mm
o 28-34 semanas ou 1.000-2.000g = 3,0mm
o 34-38 semanas ou 2.000-3.000g = 3,5mm
o > 38 semanas ou 3.000g = 3,5-4,0mm
Posicionamento da cânula (profundidade de inserção) = peso estimado (kg) + 6
Prevenir a hipotermia Hipotermia Suporte respiratório
Providenciar - Iniciar reanimação com ar
avaliações necessárias - Utilizar saco plástico terapêutica
| Toucas | Berços ambiente no RN a termo e
- Hemograma Comunicar aos 21-30% no RNPT
- Hemocultura aquecidos |
Incubadoras pré- familiares a situação - Manter saturação alvo
- Glicemia da criança - Usar oxigênio umidificado
- Gasometria arterial aquecidas | Gases
umidificadas e aquecido
- Radiografia de tórax Aconselhamento - Usar CPAP na sala de parto
- Permitir o contato
pele a pele antenatal e preparo da - Ressuscitação com peça T
Suporte nutricional equipe
- Nutrição parenteral - Manter a temperatura - Uso de surfactante precoce
da sala de parto - Responder a todas as - Estratégia de ventilação
total | Nutrição enteral perguntas, discutir os
| Aleitamento materno gentil
Suporte cardiovascular planos de manejo e
- Prevenir a - Manter pressão acalmar as ansiedades
hipoglicemia arterial e perfusão da família
- Iniciar líquidos EV se - Detectar o choque - Definir os papéis e as
não é possível a ainda na fase responsabilidades de
alimentação compensada cada membro da equipe
- Cateterismo umbilical
135
RECOMENDAÇÕES ATUALIZADAS (AHA 2020)
Todo nascimento deve ser acompanhado de pelo menos um profissional que possa realizar as etapas iniciais de
ressuscitação de um RN e iniciar VPP e cuja única responsabilidade seja o atendimento ao RN
Colocar os bebês que não precisam de ressuscitação no contato pele com pele depois do nascimento pode ser
eficaz para melhorar a amamentação, o controle da temperatura e a estabilidade da glicemia.
Para RN não vigorosos (com apneia ou esforço de respiração não eficaz) nascidos com líquido amniótico meconial,
a laringoscopia de rotina com ou sem aspiração endotraqueal não é recomendada
Para RN não vigorosos nascidos com líquido amniótico meconial com evidências de obstrução de via aérea durante
a VPP, intubação e aspiração endotraqueal podem ser benéficas
Para bebês que precisam de acesso vascular no momento do parto, a veia umbilical é a via recomendada
Em RN que recebem ressuscitação, se não houver o retorno da FC e todas as etapas de ressuscitação tiverem sido
realizadas, o encerramento dos esforços de ressuscitação deverão ser discutidos entre a equipe de saúde e a
família. Um período razoável para essa consideração nas metas de tratamento é de 20 minutos depois do
nascimento.
136
REANIMAÇÃO RN < 34 SEMANAS (SBP 2016)
137
ROTINA PREMATURIDADE
138
DEFINIÇÕES
Pós-termo: > 42 semanas
Termo: 37 a 41 semanas e 6 dias
Pré-termo: < 37 semanas
o Limítrofe: 36 a 36 semanas e 6 dias
o Moderado: 31 a 35 semanas e 6 dias
o Extremo: < 31 semanas
o Tardio: 34 a 36 semanas e 6 dias
Baixo peso: < 2,5kg
Muito baixo peso: < 1,5kg
Extremo baixo peso: < 1kg
VACINAS
BCG > 2kg
Hepatite B
o RNPT < 33 semanas e/ou < 2kg = 4 doses
1ª no nascimento se peso > 1 kg
2ª com 30 dias de vida
3ª com 60 dias de vida
4ª aos 6 meses
o RNPT > 33 semanas e/ou > 2kg = 3 doses
1ª no nascimento se peso > 1 kg
2ª com 60 dias de vida
3ª aos 6 meses
ANTROPOMETRIA
PC a cada 7 dias
Comprimento a cada 15 dias
Obs.: berço aquecido se > 1,7kg
EXAMES
US transfontanela - RN MBP e/ou < 30 semanas: 7 a 14 dias / repetir entre 36 e 40 semanas
HB/HT: antes da alta do RN MBP
FA: antes da alta do RN MBP – se > 800, aumentar oferta calórica 200mg/kg/dia com fosfato tricalcico 12% (46mg
Ca e 23mg P/ml)
Avaliação oftalmológica: RN MBP e/ou < 32 semanas – 1º exame com 4-6 semanas
BERA
Hemograma, ferro sérico, ferritina, transferrina, reticulócitos, cálcio, fósforo, FA.
MEDICAÇÕES
Polivitamínico: com 7 dias de vida – 4 gotas/dia – alta com 12gotas/dia
Ferro (noripurum 1 gota = 2,5mg): iniciar com 30 dias – 2-3mg/kg/dia
139
RUBÉOLA CONGÊNITA
EXAMES
Sorologia
o IgM positivo = infecção ativa (mantem até 180 dias)
o IgM negativo e IgG negativo = descartar
o IgM negativo e IgG positivo = repetir após 3 meses
Manutenção: confirma
Queda: descarta
PCR (urina e swab secreção nasofaríngea)
ACOMPANHAMENTO
HMG e Plaqueta a cada 15 dias durante tratamento
Avaliação neural, auditiva e fundo de olho de 3 em 3 meses
Avaliação clínica mensal
Após 1º ano: avaliação clínica, neural e fundo de olho de 6 em 6 meses
SEPSE NEONATAL
Sepse neonatal = síndrome clínica caracterizada por sinais sistêmicos de infecção e acompanhada de bacteremia
no primeiro mês de vida.
Comprovada = hemocultura positiva
Clínica = hemocultura negativa
o Precoce: < 72 horas de vida | De origem materna e relacionada à complicações obstétricas pré-natais ou
intraparto
EEB, E. coli, Staphilococus coagulase, H. influenzae, Listeria
Obs.: em RN MBP a hemocultura é muitas vezes negativa.
o Tardia: > 72 horas de vida | De origem ambiental e relaciona-se ao ambiente hospitalar, à equipe assistencial
e aos visitantes da unidade neonatal.
Staphilo coagulase negativo, S. aureus, Klebsiella, Pseudomonas, Enterococcus, EGB, Candida, Serratia,
Acinetobacter.
Fatores de risco:
o Prematuridade, IOT, VM, CVC, nutrição parenteral, punção vascular periférica, sondas gástricas, transfusão
de hemoderivados, realização de procedimentos cirúrgicos
o Maternos: amniorrexe prematura e/ou prolongada, trabalho de parto prematuro sem causa, temperatura
materna > 38ºC, Corioamnionite (temperatura materna entre 38-39ºC e leucocitose materna e/ou líquido
amniótico purulento/fétido e/ou taquicardia fetal > 160bpm, útero doloroso), ITU e outras infecções
maternas com bacteremia não tratada ou com tratamento < 72h, colonização materna por Streptococcus ß
hemolítico do grupo B.
o Área física da UTI neonatal, relação de número de pacientes/equipe assistencial
Infecção primária de corrente sanguínea
o Com confirmação biológica
Uma ou mais hemoculturas positivas por microrganismo não contaminante de pele e não relacionado à
infecção em outro sítio
140
Pelo menos um sinal: instabilidade térmica, bradicardia, apneia, intolerância alimentar, piora do
desconforto respiratório, intolerância à glicose, instabilidade hemodinâmica, hipoatividade/letargia e
pelo menos:
Microrganismo contaminante de pele cultivado em > 2 hemoculturas colhidas em 2 locais diferentes
com intervalo máximo de 48 horas OU Staphilo coagulase negativo (SCN) em > 1 hemocultura
periférica na presença de cateter venoso central
o Sem confirmação microbiológica
Pelo menos um sinal: instabilidade térmica, bradicardia, apneia, intolerância alimentar, piora do
desconforto respiratório, intolerância à glicose, instabilidade hemodinâmica, hipoatividade/letargia e
TODOS:
Hemograma com mais de 3 parâmetros alterados e/ou PCR quantitativa alterada E hemocultura
não realizada ou negativa E ausência de infecção em outro sítio E terapia antimicrobiana instituída
e mantida pelo médico.
Do nascimento a 72 horas de
Idade de início De 72 horas a 30 dias de vida
vida
Complicações obstétricas
Frequentes Incomuns
maternas
Vertical (intraútero ou
Modo de transmissão Nosocomial, horizontal
intraparto)
QUADRO CLÍNICO
PREMATURO
141
TERMO
MARCADORES DE GRAVIDADE
Clínicos
o Pressão arterial
PAM = IG nos primeiros 3 dias de vida (sem evidência científica)
RNPT MBP PAM = 30mmHg (não é unanime)
PAS e PAD por curvas de percentis (melhor opção)
o FC
o Pulsos
o Tempo de enchimento capilar
Laboratoriais
o pH arterial
o Lactato
o Ureia
o Creatinina
Perfusão de órgãos
o Débito urinário
o Nível de consciência
o Tônus muscular
CONDUTA
SIM
Avaliação
diagnóstica
completa. SIM
Terapia Avaliação
Sinais de antibiótica
sepse diagnóstica
limitada. SIM SIM
neonatal? Mãe recebeu Observação
Terapia
antibiótica penicilina, > 48h
NÃO SIM
Corioamnionit ampicilina
ou Observação
e materna? NÃO > 48h
cefazolina NÃO
Havia EV > 4h
indicação de IG > 37
antes do semanas e
profilaxia parto? NÃO
para EGB bolsa rota < Avaliação
18h? diagnóstica
para a mãe? NÃO
Cuidados limitada.
clínicos de Observação
rotina > 48h
DIAGNÓSTICO
Exames inespecíficos:
o Hemograma
o Escores hematológicos – Escore de Rodwell
o Reagentes de fase aguda (PCR e procalcitonina)
142
PCR
2-3 dias = pico máximo | > 4 dias = queda se controle de infecção
2 PCR normais VPN = 99,7%
Isoladamente não é útil para diagnostico definitivo de infecção
Procalcitonina (mais caro que PCR)
Aumenta em 2-4 horas (pico em 6-8h)
o Mediadores inflamatórios - Citocinas (mais usados em estudos)
Exames específicos
o Hemocultura
Padrão ouro (baixa sensibilidade)
Ideal = 2 coletas (2 sítios ao mesmo tempo) ou intervalo 12/24h
Volume mínimo = 1ml (0,5ml é um volume insuficiente para detectar UFC)
o Líquor
Diagnóstico de meningite (padrão ouro = cultura)
Cuidado na punção se < 1500g, entre 1-3 dias de vida maior risco de HPIV (hemorragias peri e
intraventriculares) graves
Se confirmado meningite: repetir líquor em 48 horas.
o Urocultura
Baixa positividade em sepse precoce
Padrão-ouro: punção supra-púbica*/sondagem vesical
Saco coletor = exame de triagem.
o Cultura de outros fluidos corporais
o RX de tórax
Leucopenia (< 5mil) ou Leucocitose (> 25mil ao nascimento ou > 30mil entre 12-24h ou > 21mil acima de 1
48 horas)
Neutropenia ou neutrofilia 1
143
Ao nascer < 1800 > 5400 > 1100 > 0,16
TRATAMENTO
MEDIDAS GERAIS
Monitorização: FC, FR, Sat O2, temperatura, PA, diurese, hematócrito, glicemia, glicosúria, gasometria, pH,
eletrólitos, plaquetas, etc.
Suporte ventilatório
Suporte hemodinâmico
Controle de manifestações hemorrágicos
Suporte nutricional
MEDIDAS ESPECÍFICAS
ANTIBIOTICOTERAPIA ENDOVENOSA
SEPSE PRECOCE
Agentes mais frequentes
o Gram positivos: Streptococcus e Listeria monocytogenes
o Gram negativos: E. coli
o Fungos (mais com quadro de candidíase urogenital)
Penicilina (Ampicilina ou Penicilina cristalina) + Aminoglicosídeo (Gentamicina)
Anfotericina (se fungo na hemocultura do bebê)
Ampicilina
144
30-36 semanas 0-14 dias de vida 25-50mg/kg/dose 12/12h
Gentamicina
TEMPO DE TRATAMENTO
SEPSE TARDIA
Agentes mais frequentes
o Gram positivos: Staphylococcus coagulase negativo e Staphylococcus aureus
o Gram negativos
o Fungos
Penicilina (Oxacilina) + Aminoglicosídeo (Amicacina)
o Vancomicina: se Staphylococcus resistente a oxacilina
o Piperacilina-Tazobactam: se gram negativo resistente ao aminoglicosídeo
o Cefalosportinas e Carbapenemicos: se meningite e/ou gram negativos resistentes ao aminoglicosídeo
Oxacilina
145
> 7 dias de vida 25mg/kg/dose 8/8h
Amicacina
Vancomicina
Piperacilina + Tazobactam
TEMPO DE TRATAMENTO
146
Sepse tardia sem agente: 7 dias
Sepse por Gram negativos: 10 dias
Sepse por S. aureus: 10 dias
Sepse por EGB: 7 dias
Meningite por S. aureus: 14-21 dias
Meningite por Gram negativo: 21 dias
Meningite sem agente: 14 dias
Endocardite bacteriana: 4 semanas
SEPSE FÚNGICA
Fluconazol
Anfotericina B Lipossomal
TEMPO DE TRATAMENTO
147
Endocardite fúngica: 6 semanas
IMUNOTERAPIA
SÍFILIS CONGÊNITA
148
Realizar teste rápido de sífilis em toda gestante que chega
à maternidade, bem como nas mulheres em abortamento
Sim =
Notificar para Não = exame físico O exame físico, os exames
sífilis da criança é laboratoriais são normais e o
congênita normal? teste não treponêmico do RN
Tratamento = é NR?
seguir no
fluxograma
como criança
nascida de Sim = Criança Não = teste
mãe não exposta a treponêmico
adequadamen sífilis. é NR?
te tratada. Sem
necessidade de
tratamento
imediato. Sim = Não Sim =
Realizar Penicilina
avaliação benzatina
para STORCH 50milUI/kg IM
dose única
Não = Criança
Sim = Criança com com sífilis
sífilis congênita SEM congênita COM
neurossífilis = neurossífilis =
Penicilina cristalina Penicilina
OU procaína por 10 cristalina por 10
dias dias
EXAMES
149
Testes imunológicos
o Não treponêmico (VDRL | RPR | TRUST)
Um resultado reagente no teste não treponêmico em < 18 meses só tem significado clínico quando o
título encontrado for maior que o título materno em pelo menos duas diluições.
o Treponêmico (FTA-Abs | ELISA/EQL | TPHA/TPPA/MHA-TP | Teste rápido (TR)
o Negatividade sorológica não exclui infecção | Havendo suspeita, repetir o exame na criança durante o
acompanhamento nos primeiros meses de vida
HMG: anemia, plaquetopenia, leucopenia ou leucocitose (em geral com linfocitose ou monocitose)
VDRL positivo: THPA, FTAbs e Elisa
LCR
TRATAMENTO
GESTANTE
Sífilis primária ou secundária ou latente recente = penicilina G benzatina 2.400.000UI IM em dose única
(1,2milhão UI em cada glúteo)
Sífilis terciária ou latente tardia ou com duração ignorada = penicilina G benzatina 2.400.000UI IM em 3
aplicações, com intervalo de 1 semana entre cada aplicação. Dose total: 7.200.000UI
Tratamentos não penicilínicos são considerados inadequados durante a gestação, pois não há garantia de
que consigam tratar o feto.
Tratar o parceiro
RECÉM-NASCIDO
ACOMPANHAMENTO
150
Ambulatório: mensal até 6º mês e bimestrais do 6º até 18º mês
VDRL: 1, 3, 6, 12 e 18 meses – interromper exame seguimento com 2 exames consecutivos negativos
Acompanhar a titulação do teste não treponêmico aos 3 meses de idade e negativação aos 6 meses de idade em
crianças que tenham sido adequadamente tratadas no período neonatal
Se elevação do título do teste não treponêmico, não negativação até os 18 meses de idade ou persistência de
títulos baixos: reavaliar a criança e considerar retratamento ou nova investigação
Repetir exames imunológicos e reavaliação da criança se observados sinais clínicos compatíveis com a infecção
congênita de sífilis
Acompanhamento oftalmológico, neurológico e audiológico semestrais por 2 anos (mesmo que teste da orelhinha
normal)
Se LCR esteve alterado: reavaliação liquórica a cada 6 meses, até normalização do LCR
Crianças tratadas inadequadamente = reavaliação clínico laboratorial
RNT: 60-70ml/kg/dia
RNPT: 70-80ml/kg/dia
o > 1,5kg: 60 a 80ml/kg/dia
o < 1,5kg: 80-90ml/kg/dia
Aumentar 10-20ml/kg/dia até 150-170ml/kg/dia
VT = P x Volume desejado
ELETRÓLITOS
Na e K após 48 horas de vida
o Na – Peso > 1,5kg: 3 a 5 mEq/kg/dia
o K: 1 a 3 mEq/kg/dia
o 𝐶𝑎 = 2 𝑥 𝑃𝑒𝑠𝑜
2,5 𝑥 𝑃𝑒𝑠𝑜
o 𝐾= 2,5
3 𝑥 𝑃𝑒𝑠𝑜
o 𝑁𝑎 =
3,4
0,2 𝑥𝑝𝑒𝑠𝑜 0,5 𝑥 𝑝𝑒𝑠𝑜
o 𝑀𝑔 = 1,66 (20%) 𝑂𝑈 =
0,88
o 𝑃 = 1 𝑥 𝑃𝑒𝑠𝑜 (1ml = 2mEq Na)
NPP
Iniciar nas primeiras 24h de vida em todos os RN com nutrição enteral contra-indicada
o Absolutas: enterocolite necrosante, íleomeconial, íleo paralítico, ECM, < 1,5kg e/ou < 30 semanas,
onfalocele, gastrosquise, atresia intestinal, atresia de esôfago, peritonite meconial, hérnia diafragmática,
síndrome do intestino curto, doença de Hirschprung
Cateter periférico: < 300-900mOsm/L – [Gli] < 12,5%
Cateter central: [Gli] < 25% - tempo prolongado
Perda de peso: 2 a 3%/dia até10% na 1ª semana
RNPT – oferta calórica – 85-90Kcal/kg/dia
Suspender quando oferta VO 80-100kcal/kg/dia
151
Amino 10% < 1,25kg 1,25-1,5kg > 1,5kg
Eletrólitos Dose
CONTROLES
Eletrólitos: 2x por semana
Gaso: se necessário
Ureia e creatinina: 1 x por semana
Função hepática: 1 x por semana
Triglicérides: 2 x por semana
o TG > 200: reduzir ou interromper dose lipídios
Débito urinário: diário
Peso RN: diário
Glicemia: diário
o Manter Dx 60-120
> 150: diminuir VIG se glicosúria
NECESSIDADE HÍDRICA
RNT: 60-70ml/kg/dia
RNPT: 70-80ml/kg/dia
o > 1,5kg: 60 a 80ml/kg/dia
o < 1,5kg: 80-90ml/kg/dia
Aumentar 10-20ml/kg/dia até 150-170ml/kg/dia
TOXOPLASMOSE CONGÊNITA
152
Podemos estabelecer diagnóstico de infecção aguda se for detectada soroconversão (exame previamente negativo
torna-se positivo) e/ou aumento em pelo menos 4x do título.
Anticorpos IgM são detectados na 1ª ou 2ª semana após a infecção aguda e costumam permanecer elevados por
2-3 meses (ou mais) IgG positivo com IgM positivo não indica necessariamente que a gestante foi agudamente
infectada avaliar o índice de avidez de IgG
o Achado de um alto índice de avidez de IgG indica que a infecção ocorreu há mais de 3 ou 4 meses (cuidado!
O teste pode permanecer com baixa avidez por muitos meses, sem que isso indique que a infecção é
recente).
o Avaliação com significado no 1º trimestre
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Tríade de Sabin: hidrocefalia obstrutiva + coriorretinite + calcificação intracraniana difusa
Outras: líquor com inexplicável pleocitose ou proteína elevada; hepatoesplenomegalia.
INVESTIGAÇÃO
Investigação deve ser feita em todo RN ou lactente jovem, assintomático ou não, cuja mãe tenha relato de
soroconversão durante a gestação; naqueles com triagem neonatal com positividade para IgM; naqueles com
manifestações clínicas sugestivas de infecção pelo toxoplasma.
Avaliação sorológica é dificultada pela presença de IgG materno | Títulos 4 ou mais vezes maiores que os maternos
sugerem infecção congênita | Crianças não infectadas: título IgG diminui progressivamente até negativação em
torno de 1 ano de vida.
Presença de IgM antitoxoplasma coletada após o 5º dia de vida = infecção congênita (sensibilidade baixa) | Pode
ocorrer falso-positivo se coletado nos primeiros dias de vida.
Rx simples de crânio: calcificações intracranianas difusas
TC de crânio e US: evidenciam melhor a atrofia cortical e as dilatações ventriculares, além de revelarem
calcificações não vistas à radiografia
o Outros: nódulos calcificados em vísceras como fígado e baço
Hemograma: linfocitose com eosinofilia | anemia e trombocitopenia | Bioquímica: elevação de DB | proteínas
totais e albumina mais baixas que VR
Líquor: aspecto xantocrômico, com elevados valores de proteínas e baixos níveis de glicose | Pleocitose às custas
de céulas linfomonocitárias | Elevada contagem de eosinófilos | PCR pode ser positiva
Fundoscopia: avaliação da retinite.
TRATAMENTO
Tratamento durante os primeiros 12 meses de vida, independente da presença de sinais e/ou sintomas da doença.
Se proteína liquórica muito elevada (> 1g/dl) ou retinite em atividade = corticoterapia sistêmica.
Pirimetamina 2mg/kg/dia VO por 2 dias e, depois, 1mg/kg/dia por 2-6 meses (dependendo da intensidade do
acometimento) + 1mg/kg/dia 3x por semana até completar 1 ano de tratamento
Sulfadiazina 100mg/kg/dia VO 12/12h por 1 ano
Ácido folínico (durante uso da Pirimetamina e uma semana após o término): 10mg/dia 3x na semana.
Prednisona 1mg/kg/dia VO 12/12h até diminuição dos níveis de proteína no LCR e/ou melhora da coriorretinite.
Realizar HMG e plaquetas de 15/15 dias
153
ACOMPANHAMENTO
TRIAGEM NEONATAL
TESTE DO CORAÇÃOZINHO
154
TESTE DO PEZINHO
Fenilcetonúria
Hipotireoidismo congênito
Hemoglobinopatias
Fibrose cística
Hiperplasia adrenal congênita
Deficiência de biotinidase
TESTE DA ORELHINHA
Emissões otoacústicas evocadas (EOA): avalia apenas sistema auditivo pré-neural (sistema de condução e cóclea)
o Falsos-positivos por vernix caseoso ou secreções no conduto auditivo
Potencial auditivo de tronco encefálico (PEATE): capaz de detectar alterações desde a via neural até o tronco
o Grande número de falsos-positivos pela imaturidade do sistema nervoso central
TESTE DO OLHINHO
VARICELA CONGÊNITA
155
Manifestações clínicas: nervos sensoriais: lesões cutâneas cicatriciais; hipopigmentação | olhos: microftalmia,
catarata, coriorretinite, atrofia óptica | SNC: microcefalia, hidrocefalia, calcificações | Plexos nervosos cervicais
e lombossacro: hipoplasia de extremidades, déficit motor e sensitivo, síndrome de Horner, disfunção
esfincteriana anal e retal
INVESTIGAÇÃO
Feto: coleta de sangue do cordão ou biópsia do vilo coriônico (detecção de DNA ou sorologia)
RN: história clínica de varicela na gravidez + manifestações clínicas típicas | Sorologia tem pouca utilidade
Não há indicação de tratamento antiviral
ZIKA E MICROCEFALIA
MICROCEFALIA
Aferir perímetro cefálico ainda na sala de parto (ou nas primeiras 24h de vida)
Microcefalia (RN com 37 semanas): PC < 30,54cm em meninos e PC < 30,24cm em meninas
156
Outras alterações: protuberância na região occipital + redundância de pele nessa região | desproporção
craniofacial | hipertonia, espasticidade | convulsões | irritabilidade | hiperexcitabilidade | exagero e
persistência dos reflexos primitivos | disfunção do tronco encefálico: problemas de deglutição | deformidades
articulares de membros e contratura de membros | anormalidades auditivas e oculares | anomalias cerebrais:
calcificações cerebrais em topografia cortical e subcortical
AVALIAÇÃO COMPLEMENTAR
US transfontanela ou TC de crânio
Padrão-ouro: RT-qPCR (reação em cadeia da polimerase via transcriptase reversa)
Detecção de anticorpos por sorologia (IgM ou IgG)
Teste rápido positivo deve ser confirmado por ELISA ou outros ensaios imunológicos
Crianças até o 8º dia de vida que apresentem microcefalia e/ou alteração do SNC (ou aqueles sem malformações
evidentes ao nascer cujas mães tiveram diagnóstico de infecção por Zika vírus confirmado) deverão ter amostras
de sangue e urina coletadas, simultaneamente, no momento do nascimento para realização do teste rápido, da
sorologia ELIA IgM anti-Zika e RT-qPCR.
Fundoscopia
Hemograma, transaminases hepáticas, bilirrubinas totais e frações, ureia e creatinina sérica, dosagem sérica de
lactato desidrogenase, PCR, ferritina.
157
158
NEUROLOGIA
ATAXIAS AGUDAS
Encefalomielite aguda
RM de crânio: múltiplas áreas de
desmielinizante pós- Depressão da consciência
desmielinização
infecciosa
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Relutância para ficar em pé ou andar | Marcha ebriosa | falta de coordenação apendicular (dismetria) |
Dificuldade na realização de movimentos rápidos de modo alternado (disdiadococinesia) | alterações na fala:
distúrbios de ritmo, tom ou volume (disartria)
Se ataxia sensitiva: piora evidente e instantânea do equilíbrio com o fechamento ocular (sinal de Romberg
positivo) | alterações no reconhecimento da posição dos dedos ou artelhos no espaço (anartrestesia)
Frequente presença de nistagmo ou vertigem
CEFALEIA
PRIMÁRIAS
ENXAQUECA
Na infância: dor frequentemente bilateral, com característica pulsátil | Irritabilidade, apatia, anorexia, náuseas
e vômitos podem ocorrer
A. Principais peculiaridades: curta duração das crises | possibilidade de ocorrência de várias crises em um
mesmo dia | unilateralidade menos marcante | menor intensidade | náuseas e vômitos, quando presentes,
mais proeminentes | caráter pulsátil menos frequentemente relatado | dor abdominal e dores em membros
159
inferiores muitas vezes acompanhando a cefaleia | Síndromes periódicas da infância (abaixo) | Piora da
dor com o esforço físico.
Enxaqueca sem aura
A. Ao menos 5 crises preenchendo os critérios de B a D
B. Crises de cefaleia com duração de 4 a 72h (sem tratamento ou com tratamento ineficaz). Em crianças e
adolescentes, as crises podem durar de 2 a 72h.
C. A cefaleia apresenta ao menos 2 das 4 características:
1. Localização unilateral
2. Caráter pulsátil
3. Intensidade moderada ou forte
4. Exacerbada ou levando o indivíduo a evitar atividades físicas rotineiras (por exemplo, caminhar ou
subir escada)
D. Durante a cefaleia, ao menos um dos seguintes sintomas:
1. Náuseas e/ou vômitos
2. Foto e/ou fonofobia
E. Não atribuída a outro transtorno listado nessa classificação
Enxaqueca com aura
A. Ao menos 2 crises preenchendo os critério B e C
B. Um ou mais dos seguintes sintomas de aura completamente reversíveis
1. Visuais
2. Sensitivos
3. Fala e/ou linguagem
4. Motor
5. Topografia de tronco encefálico
6. Topografia retiniana
C. Ao menos duas das seguintes características
1. Pelo menos um sintoma de aura que se desenvolve gradualmente por 5 minutos e/ou dois ou mais
sintomas de aura ocorrendo sucessivamente
2. Cada sintoma de aura durando de 5 a 60 minutos
3. Ao menos um sintoma de aura unilateral
4. O sintoma de aura é acompanhado ou sucedido pela cefaleia em um intervalo de até 60 minutos
D. Não atribuída a outro transtorno listado nessa classificação e excluída a possibilidade de ataque isquêmico
transitório.
Migrânea com aura hemiplégica: de minutos a 24-48h | Quadro deficitário sensitivo-motor | Manifestações
visuais | Náuseas e vômitos – Necessário realizar exames por imagem para diagnóstico diferencial com outras
doenças intracranianas
Migrânea basilar: adolescentes | alterações do campo visual | Disartria | Vertigem | Diplopia | Ataxia | Zumbido
| Parestesias nos membros | alteração do nível de consciência – Necessário realizar exames por imagem para
diagnóstico diferencial com outras doenças intracranianas
Migrânea oftalmoplégica: dor na região da órbita, uni ou bilateral, de grande intensidade | Paralisia transitória
dos nervos oculomotores | Diplopia, estrabismo e ptose palpebral | Alterações podem persistir por semanas ou
meses – Necessário realizar exames por imagem para diagnóstico diferencial com outras doenças intracranianas.
SÍNDROMES PERIÓDICAS
Vômitos cíclicos: crises recorrentes e estereotipadas de náuseas, vômitos, palidez e letargia | Duração entre 1
hora e 5 dias | Resolução completa dos sintomas entre as crises | Não atribuída a outro transtorno
Enxaqueca abdominal: crises recorrentes de dor abdominal, de duração entre 1 e 72h (não tratadas ou tratadas
sem sucesso), referida como de moderada a forte intensidade, localizada na linha média ou na região
periumbilical | Pode ser acompanhada de anorexia, náusea, vômito e palidez
Dores nos membros inferiores (“dor do crescimento”): especialmente noturnas e durante a madrugada (acorda
a criança) | Queixa pode ser semanal, mensal ou ter intervalos maiores | Quadro de dor pode durar de 20 a 30
minutos
Vertigem paroxística: crises recorrentes de vertigem intensa, com perda do equilíbrio, palidez facial, olhar
assustado, nistagmo e vômito, que se resolvem espontaneamente após alguns minutos a horas
160
Cinetose: desconforto causado durante a viagem, por conta do movimento de um veículo, mesmo em trajetos
curtos | palidez cutânea, náuseas e vômitos
Torcicolo paroxístico: súbita queda da cabeça para o lado | Pode vir acompanhado por náuseas e vômitos |
Duração do quadro pode ser de minutos, horas ou dias.
CEFALÉIA TENSIONAL
SECUNDÁRIA
Sinusites, otites e mastoidites: provocam cefaleia ou dor facial localizada próxima ao processo infeccioso-
inflamatório | À dor associam-se: febre, descarga nasal purulenta, edema facial, etc. | Rotoscopia e
percussão/palpação dos seios paranasais e mastoides contribuem no diagnóstico
Distúrbios oftalmológicos (glaucoma, neurite retrobulbar, celulite periorbitária): dor ocular, periorbitária ou
mesmo cefaleia generalizada | pode ser acompanhada de redução da acuidade visual
Traumatismos cranianos: cefaleia local ou generalizada
Hemorragias intracranianas: cefaleia de instalação abrupta, intensidade severa, generalizada ou localizada na
região nucal | Associada a vômitos, algum grau de comprometimento da consciência, sinais de irritação
meníngea, hemorragias retinianas e/ou sinais localizatórios no exame neurológico.
Hidrocefalia aguda: cefaleia de características semelhantes às da cefaleia da hipertensão intracraniana, com
nítida exacerbação ou predileção da dor pelo período noturno e madrugada (pode despertar a criança) | Vômitos
abundantes e rebeldes às medicações
Meningites, encefalites: cefaleia generalizada ou localizada, geralmente no segmento cefálico posterior |
Associada a dor nucal, febre, náuseas ou vômitos, comprometimento do sensório e sinais de irritação meníngea
Hipertensão arterial (GNDA, feocromocitoma, coarctação de aorta): cefaleia de instalação abrupta na vigência
de um pico hipertensivo | pode ser generalizada ou localizada em segmento cefálico posterior |
Feocromocitoma: sudorese, palpitações e ansiedade
DIAGNÓSTICO
Anamnese
o Padrão temporal e modo de instalação das crises
o Horário preferencial das crises
o Frequência e duração das crises
o Localização
o Qualidade da dor
o Intensidade da dor
o Sintomas premonitórios e aura
o Sinais e sintomas acompanhantes da cefaleia
o Fatores desencadeantes
o Fatores de alívio e agravamento da cefaleia
Sinais de alarme
161
I
• Início abrupto = Hemorragia subaracnoidea, sangramento intratumoral, malformação vascular
e aneurisma
N
• Noturna = enxaqueca, cefaleia em salvas, cefaleia hípnica e hipertensão intracraniana
V
• Vômitos = hemorragia subaracnoidea, hidrocefalia e lesão expansiva intracraniana
E
• Esforço físico = hemorragia subaracnoidea, sangramento intratumoral, Chiari I, hipertensão
arterial, malformação vascular e aneurisma
S
• Sinais neurológicos focais = hipertensão intracraniana, doença cerebrovascular, hidrocefalia e
lesão expansiva intracraniana
T
• Temporalidade = Hipertensão intracraniana, lesão expansiva intracraniana, malformação
vascular e aneurisma
I
• Infecção suspeita = sinusite aguda, meningite, encefalite, infecção sistêmica, colagenoses e
arterites
G
• Grande intensidade ou a pior cefaleia = Hipertensão intracraniana, lesão expansiva
intracraniana, malformação vascular e aneurisma
A
• Associação com crises epilépticas = hipertensão intracraniana, lesão expansiva intracraniana,
malformação vascular e aneurisma
R
• Recente mudança comportamental ou declínico do rendimento escolar = Hipertensão
intracraniana, lesão expansiva intracraniana e comorbidade psiquiátrica
TRATAMENTO
Orientações: manter boa higiene do sono | alimentação balanceada e em horários regulares | Perda de peso
para pacientes obesos ou com sobrepeso | hidratação adequada | atividade física regular | orientações quanto
a situações de estresse emocional, abuso de medicamentos e uso de substâncias tóxicas e ilícitas
Tratamento agudo
o Paracetamol 10-15mg/kg/dose 4/4h
o Dipirona 10-15mg/kg/dose 4/4h
o Ibuprofeno 10-20mg/kg/dose 6/6h
o Naproxeno 2,5-5mg/kg/dose 6/6h
o Cetorolaco 0,5-1mg/kg/dose em dose única (máx 20mg/dose)
o Clorpromazina 0,25-0,5mg/dose 6/6h
o Crianças maiores
Rizotriptano (> 6 anos)
Sumatriptano (> 8 anos) – spray nasal 5-10mg ou SC 3-6mg
Almotriptano e zolmitriptano (> 12 anos)
Profilático: deve ser mantido por, pelo menos, 8-12 semanas para avaliar sucesso | Se sucesso, tratar por 6 a
12 meses (retirada gradual)
o Amitriptilina 0,25-1mg/kg/dia
o Trazodona 1mg/kg/dia
o Divalproato de sódio 15-45mg/kg/dia
o Topiramato 3-9mg/kg/dia
o Levetiracetam 20-40mg/kg/dia
o Propranolol 1-4mg/kg/dia
o Flunarizina 5-10mg/kg/dia
o Ciproeptadina 0,2-1,5mg/kg/dia
o Toxina botulínica tipo A 100UI
162
o Coenzima Q10 1-3mg/kg/dia
COMA
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
MENORES DE 5 ANOS
Leve: 13-15 Moderada: 9-12 Grave: < 8
1. Ausente
Reflexo córneo-palpebral: estímulo tátil na córnea, com gaze ou algodão normal = fechamento das pálpebras
e desvio dos olhos para cima.
Reflexo óculo-cefálico (“olhos de boneca”): movimentação da cabeça em todos os sentidos normal =
movimentação dos olhos de forma conjugada na direção oposta ao movimento.
Reflexo oculovestibular ou prova calórica: injeção de água destilada ou soro fisiológico em um dos condutos
auditivos normal: desvio conjugado do olhar para o mesmo lado (líquido frio) ou lado oposto (líquido quente)
163
o Não movimentação ou movimentação contrária ao esperado = possível lesão do tronco encefálico
AVALIAÇÃO COMPLEMENTAR
Todos: glicemia, hemograma completo, ureia, creatinina, sódio, potássio, cálcio, magnésio, fósforo, amônia,
lactato, gasometria arterial, trasaminases, coagulograma, urina tipo 1
Suspeita de etiologia metabólica: TSH e T4 livre, cromatografia de aminoácidos e ácidos orgânicos, carnitina
total, livre e perfil sérico de acetilcarnitina, triagem toxicológica no sangue e na urina
Suspeita de infecção no SNC: análise do LCR (considerar neuroimagem prévia à coleta), culturas de sangue e
urina
Suspeita de EME: EEG
Suspeita de lesão expansiva, isquêmica ou inflamatória: TC de crânio com contraste ou RM de encéfalo
Vítimas ou suspeita de trauma: TC de crânio sem contraste, radiografias ósseas (a depender da topografia do
trauma) e cintilografia óssea.
ABORDAGEM
Definição: toda crise que ocorre em vigência de febre, com temperatura > 38ºC, e que não seja decorrente de
infecções do SNC ou desordens metabólicas em crianças sem história de crise afebril prévia | Também se aplica
a febre precedendo ou sucedendo a crise dentro de 24 horas | Condição benigna e autolimitada, que não evolui
com anormalidades neurológicas e déficit cognitivo ao longo do tempo
Geralmente entre 6 meses e 5 anos de idade (pode ser um pouco antes dos 6 meses) | Pico entre 14 e 20 meses
CLASSIFICAÇÃO
Simples = crises generalizadas tônico-clônicas, com breve duração (nunca ultrapassando 15 minutos), que não
se repetem dentro do período de 24 horas e apresentam período pós-ictal breve.
164
Complicadas (complexa ou atípica) = apresentam pelo menos uma das seguintes: crises de início focal | crises
muito prolongadas (superior a 15 minutos) | pós-ictal com presença de sinal neurológico ou sonolência
duradoura | recorrência dentro de um período de 24 horas.
INVESTIGAÇÃO
Indicações de punção liquórica: crianças < 6* ou 12 meses | crianças entre 6 e 12 meses não vacinadas para S.
pneumoniae e H. influenzae tipo B | crianças em uso de antibióticos ou com clínica sugestiva de infecção do
SNC
EEG: se crise simples e exame neurológico normal = não indicado | Crise complexa ou exame neurológico normal
= realizar EEG
Hemograma e eletrólitos para esclarecimento da causa da febre.
TRATAMENTO
ACOMPANHAMENTO
Risco de recorrência
o Idade precoce da criança na primeira crise febril (em especial menores de 1 ano)
o Grau de elevação da temperatura (risco maior sob baixas temperaturas: 38-39ºC)
o Duração da febre no primeiro evento: quanto menor a duração da febre (< 24h), maior a chance de
recorrência.
o História família de crise febril (menos comum)
Risco de epilepsia (não há tratamento para prevenir epilepsia!)
o História familiar de epilepsia
o Presença de crise febril complicada
o Alteração do exame ou desenvolvimento neurológico.
o Febre com duração < 1hora antes da crise febril (menos comum)
o Histórico de crises febris recorrentes (menos comum)
o Quanto mais fatores presentes, maior o risco de desenvolvimento de epilepsia.
EPILEPSIA
Definição: patologia que cursa com crises epilépticas, desde que estas ocorram sem condições tóxicas,
metabólicas ou febris.
165
Se não foi
Foi uma Se foi, foi provocada, qual
convulsão? provocada? o tipo de
convulsão?
Quais as
Qual a etiologia? comorbidades
presentes?
CRISES MOTORAS
Automatismos: discretos movimentos que normalmente ocorrem na musculatura orofacial ou das mãos
Atônicas: crises com perda do tônus muscular, que leva a quadro de quedas que realmente machucam.
Clônicas: presença de abalos musculares clônicos.
Espasmos epiléticos: movimentos bruscos em flexão ou extensão, normalmente em salvas, de curta duração.
Hipercinéticas: crises motoras que compreendem movimentos mais agitados, como movimentos de pedalar ou
debater.
Mioclônicas: contrações musculares súbitas semelhantes a choques, normalmente perceptivas e associadas ao
despertar.
Tônicas: aumento do tônus muscular
Tônico-clônica: caracterizada por perda súbita de consciência seguida de contração tônica finalizada pela fase
clônica, podendo ser acompanhada ou não de sialorreia e/ou libração esfincteriana.
Ausência: perda súbita e breve da consciência, como se a criança se “desligasse” por alguns segundos. Pode
vir acompanhada de alterações motoras muito discretas, como automatismos orais ou manuais.
Autonômicas: crises que cursam com sintomas autonômicos, como taquicardia ou sudorese.
Parada comportamental: clínica semelhante a ausência, diferem no EEG
Cognitivas: presença de alterações cognitivas, como afasia, apraxia, alucinações ou déjà vu.
Emocionais: manifestações afetivas com expressão emocional ocorrendo sem componente subjetivo (ex.: crises
gelásticas, que são crises com risos inapropriados, associada aos hamartomas hipotalâmicos).
Sensoriais: intimamente relacionadas ao lobo temporal, tratam-se de crises que manifestam com sensações,
tais como medo ou alucinações olfativas desagradáveis
Mioclonias palpebrais: contrações musculares súbitas das pálpebras.
INVESTIGAÇÃO
Anamnese: Circunstância em que ocorreu (vigília ou sono) | Ambiente | Preservação ou não da consciência |
Presença de movimentos em um ou ambos os lados do corpo | Frequência e duração | Fatores desencadeantes
| Fatores de melhora.
Avaliação complementar
o EEG: definição do tipo de epilepsia (não pode ser usado para excluir epilepsia)
166
o Videoeletroencefalograma (VEEG): caracterização se anormalidades de comportamento e/ou
eletroencefalográficas são de natureza epiléptica | localização do local de origem das crises para pacientes
sabidamente com epilepsia, como procedimento pré-operatório para tratamento cirúrgico da epilepsia,
com a ressecção da área epileptogênica.
o Neuroimagem: pesquisar possibilidade de lesão associada à crise epiléptica ou de malformações cerebrais
que possam estar associadas | Preferência pela RM
TRATAMENTO
Objetivo: controlar as manifestações, evitar efeitos colaterais das medicações e restaurar a qualidade de vida
do paciente.
Tentar monoterapia, inicialmente com dose baixa e aumentar gradativamente, em caso de necessidade.
o Se falha: (1) Substituir medicação (monoterapia sequencial) | (2) Acrescentar nova medicação (politerapia)
o Nunca retirar droga de modo súbito, sempre de forma gradual.
Tentar retirada da medicação após 2 anos sem crises, na ausência de lesão cerebral.
PRINCIPAIS FÁRMACOS
167
EPILEPSEIA DE AUSÊNCIA DA INFÂNCIA
Parâmetros clínicos a serem observados: coma não perceptivo | ausência de reatividade supraespinhal | apneia
persistente
Pré-requisitos
o Presença de lesão encefálica de causa conhecida, irreversível e capaz de causar morte encefálica
o Ausência de fatores tratáveis que possam confundir o diagnóstico de ME
o Tratamento e observação em hospital pelo período mínimo de 6 horas | Se causa primária for encefalopatia
hipóxico-isquêmica, período mínimo de 24 horas
o Temperatura corporal > 35oC, saturação arterial de O2 > 94% e PAS > 100mmHg ou PAM conforme tabela:
Pressão Arterial
Idade
Sistólica Diastólica
De 7 a 15 anos 90 65
> 15 anos (igual adulto)
100
168
Deve comprovar a ausência de movimentos respiratórios na presença de hipercapnia (PaCO 2 >
55mmHg)
o Exame complementar que comprove a ausência de atividade encefálica | Deve comprovar uma das
condições:
Ausência de perfusão sanguínea encefálica OU
Ausência de atividade metabólica encefálica OU
Ausência de atividade elétrica encefálica
Intervalo entre exames:
o Dos 7 dias completos (RNT) até 2 meses incompletos: 24 horas
o De 2 a 24 meses incompletos: 12 horas
o Acima de 2 anos: 1 hora
o “Na presença de alterações morfológicas ou orgânicas, congênitas ou adquiridas, que impossibilitam a
avaliação bilateral dos reflexos fotomotor, córneo-palpebral, oculocefálico ou vestíbulo-calórico, sendo
possível o exame em um dos lados e constatada ausência de reflexos do lado sem alterações
morfológicas, orgânicas, congênitas ou adquiridas, dar-se-á prosseguimento às demais etapas para
determinação de morte encefálica”.
PARALISIA CEREBRAL
Forma espástica: presença de tônus elevado (aumento dos reflexos miotáticos, clônus, sinal de Babinski) |
Ocasionado por uma lesão no sistema piramidal
o Tetraparética (dupla hemiparesia): forma mais grave | Paciente não sustenta a cabeça, não rola, senta ou
anda na idade esperada | Deficiência intelectual e convulsões | Aumento do tônus e espasticidade nas 4
extremidades, diminuição da movimentação espontânea, reflexos vivos e resposta plantar em extensão.
o Hemiparética: apenas um dos lados do corpo é acometido | Acometimento dos braços é mais comum do
que o das pernas | Membro superior fica em flexão de cotovelo e punho | membro inferior em extensão
do joelho e pé em equinovaro, com retração do tendão de Aquiles | Marcha atrasada até 18-24 meses |
lado par ético: hiperreflexia, hipertonia, clono e sinal de Babinski
o Diparética (“paraplegia”): fraqueza nos MMII e relativa normalidade da força nos MMSS | Atraso nas etapas
de sentar e engatinhar | por volta de 1 ano, ao colocar a criança em pé, ocorre “entesouramento”(MMII se
estendem + adução) | marcha de modo digitígrado (na ponta dos pés) e com cruzamento de uma perna à
frente da outra por hipertonia da musculatura adutora das coxas (marcha da síndrome de Little) |
Prognóstico intelectual excelente
Forma discinética (ou extrapiramidal): hipotonia, com controle de cabeça ruim, aumento do tono apendicular
com desenvolvimento de rigidez e distonia | postura de opistótono | fala é muito difícil (quando adquirida:
diástrica e de difícil compreensão) | Disacusia é bastante frequente | pode ocorrer distúrbios de deglutição |
se adquirir marcha: aspecto grotesco pelos movimentos atetoides | estreitamente relacionada aos casos de
icterícia neonatal grave não tratada (Kernicterus) e casos de asfixia perinatal
Forma atáxica: incoordenação estática e cinética | Marcha ebriosa e com base alargada (atáxica) | instabilidade
estativa | dismetria | disdiadococinesia (incapacidade de realizar movimentos alternados) | tremores de
intenção | nistagmo | fala disártrica ou escandida.
TRATAMENTO
PARASSONIAS
DEFINIÇÃO
169
Comportamentos episódicos anormais que invadem o sono. Estágio intermediário entre o sono e a vigília.
Devem ser diferenciados dos distúrbios de movimento relacionados ao sono (movimentos simples e
estereotipados)
Podem mimetizar crises convulsivas noturnas
Características em comum
o Ocorre nas primeiras horas de sono (transição de ondas lentas para estágios superficiais ou vigília)
o Duração de até 30-40 minutos
o Criança pode parecer estar acordada, com olhos abertos
o Criança evita o conforto dos pais
o Difícil acordá-la nos episódios | Quando acordam, estão confusas
o Não se lembram do evento no dia seguinte
o Tendem a desaparecer na adolescência (pode permanecer até a vida adulta)
o Não são secundárias a distúrbios neurológicos ou psiquiátricos
Critérios diagnósticos
o A: Episódios recorrentes de despertares parciais
o B: Ausência de resposta (ou resposta inapropriada) aos esforços de intervenção ou redirecionamento da
pessoa durante o sono
o C: Ausência de associação cognitiva ou ideação do sonho
o D: Amnésia completa ou parcial dos episódios
o E: O distúrbio não é melhor explicado por outra doença do sono, alteração mental, medicação ou uso de
substância.
Obs:
o Os eventos geralmente ocorrem no primeiro terço do maior período de sono
o O indivíduo pode ficar confuso ou desorientado por vários minutos após o episódio
DESPERTAR CONFUSIONAL
TERROR NOTURNO
170
Entre 4 e 12 anos
Acompanhado de rubor facial, taquicardia, sudorese
Pode coexistir com sonambulismo
Critérios diagnósticos
o A: O transtorno preenche os critérios para transtorno do despertar
o B: Os despertares são caracterizados por episódios abruptos de terror, tipicamente começando com uma
vocalização alarmante como um grito
o C: Há um intenso medo e sinais de despertar autonômico, incluindo midríase, taquicardia, taquipneia e
diaforese durante o episódio.
SONAMBULISMO
TRANSTORNO DE PESADELOS
171
TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH)
DIAGNÓSTICO
DSM-V
172
E. Os sintomas não ocorrem exclusivamente durante o curso da esquizofrenia ou outro transtorno psicótico, e não
são melhor explicados por outro transtorno mental (por exemplo, transtorno de humor, transtorno de
ansiedade, transtorno dissociativo, transtorno de personalidade).
TRIAGEM (SNAP-IV)
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
173
o Lisdexanfetamina – 30 a 70mg/dia – Duração do efeito: 10-12h
Atomoxetina (Strattera®) – 0,5 a 1,4mg/kg/dia – Duração do efeito: 10-12h
Imipramina (antidepressivo tricíclico) – 1 a 3mg/kg/dia – Duração do efeito: 12-24h
Bupropiona – 3 a 6mg/kg/dia (máx 300mg) – Duração do efeito: 20h
Agonista alfa-adrenérgico (Clonidina) – 0,05mg/kg/dia – Duração do efeito: 5-25h
DIAGNÓSTICO
SINAIS DE ALERTA
DSM-V
A. Déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos contextos, conforme manifestado
pelo que se segue, atualmente ou por história prévia (os exemplos são apenas ilustrativos, e não exaustivos):
1. Déficit na reciprocidade socioemocional, variando, por exemplo, de abordagem social anormal e
dificuldade para estabelecer uma conversa normal a compartilhamento reduzido de interesses, emoções
ou afeto, e dificuldade para iniciar ou responder a interações sociais.
2. Deficit nos comportamentos comunicativos não verbais usados para interação social, variando, por
exemplo, de comunicação verbal e não verbal pouco integrada à normalidade no contato visual e
linguagem corporal, ou déficit na compreensão e no uso de gestos a ausência total de expressões faciais
e comunicação não verbal.
3. Déficit para desenvolver, manter e compreender relacionamentos, variando, por exemplo, de dificuldade
em ajustar o comportamento para se adequar a contextos sociais diversos a dificuldade em compartilhar
brincadeiras imaginativas, ou em fazer amigos a ausência de interesses por pares.
B. Padrões restritivos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades, conforme manifestado por pelo
menos dois dos seguintes, atualmente ou por história prévia (os exemplos são apenas ilustrativos, e não
exaustivos):
1. Movimentos motores, uso de objetos ou fala estereotipados ou repetitivos (por exemplo, estereotipias
motoras simples, alinhar brinquedos ou girar objetos, ecolalia, frases idiossincráticas)
2. Insistência nas mesmas coisas, adesão inflexível a rotinas ou padrões ritualizados de comportamento
verbal ou não verbal (como sofrimento extremo em relação a pequenas mudanças, dificuldade com
transições, padrões rígidos de pensamento, rituais de saudação, necessidade de fazer o mesmo caminho
ou ingerir os mesmos alimentos diariamente).
3. Interesses fixos e altamente restritos que são anormais em intensidade ou foco (por exemplo, forte apego
a, ou preocupação com objetos incomuns, interesses excessivamente circunscritos ou perseverativos)
4. Hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais ou interesse incomum por aspectos sensoriais do
ambiente (como indiferença aparente a dor/temperatura, reação contrária a sons ou texturas
específicas, cheirar ou tocar objetos de forma excessiva, fascinação visual por luzes ou movimento).
C. Os sintomas devem estar presentes precocemente no período do desenvolvimento, mas podem não se tornar
plenamente manifestos até que as demandas sociais excedam as capacidades limitadas ou podem ser
mascarados por estratégias aprendidas mais tarde na vida. Esses sinais causam prejuízo clinicamente
significativo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo no
presente, e não são melhor explicados por prejuízos da inteligência ou por atraso global do desenvolvimento
174
D. Os sintomas causam prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas
importantes da vida do indivíduo no presente.
E. Esses distúrbios não são mais bem explicados por deficiência cognitiva ou atraso global do desenvolvimento.
175
CLASSIFICAÇÃO
Interação/Comunicação social
o Nível 1: prejuízo notado sem suporte | Dificuldade em iniciar interações sociais respostas atípicas ou não
sucedidas para abertura social | Interesse diminuído nas interações sociais | falência na conversação |
Tentativas de fazer amigos de forma estranha e malsucedida.
o Nível 2: déficit marcados na conversação | prejuízos aparentes mesmo com suporte | iniciação limitada
nas interações sociais | resposta anormal/reduzida a aberturas sociais
o Nível 3: prejuízos graves no funcionamento | iniciação de interações sociais muito limitadas | resposta
mínima a aberturas sociais
Comportamento restritivo/repetitivo
o Nível 1: comportamento interfere significativamente com a função | dificuldade para trocar de atividades
| independência limitada por problemas com organização e planejamento
o Nível 2: comportamentos suficientemente frequentes, sendo óbvios para observadores casuais |
comportamento interfere com função numa grande variedade de ambientes | aflição e/ou dificuldade para
mudar o foco ou ação.
o Nível 3: comportamento interfere marcadamente com função em todas as esferas | dificuldade extrema
de lidar com mudanças | grande aflição/dificuldade de mudar o foco ou ação
SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ
Polirradiculoneuropatia inflamatória aguda | Doença desmielinizante | Ocorre após processos infecciosos (1-3
semanas) nos quais há formação de anticorpos com reação cruzada contra estruturas da membrana do nervo
periférico
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Quadro clínico clássico = redução de força nas pernas (paraparesia) que vai subindo para a musculatura proximal
dos membros inferiores e que podem surgir quedas e dificuldades para deambular
Fraqueza muscular ascendente, progressiva, simétrica, flácida e arreflexa.
Redução (ou abolição) dos reflexos e redução do tônus muscular, bilateralmente (raramente, pode ser
assimétrico)
Evolução é progressiva
Atenção! Síndrome de Miller-Fischer (variante da SGB) = oftalmoplegia + ataxia + arreflexia generalizada, com
posterior disfagia, disfonia e debilidade da musculatura de tronco e membros.
Pode evoluir com fraqueza da musculatura respiratória = principal causa de morte.
Pode haver alteração sensitiva: formigamento
DIAGNÓSTICO
Análise do líquor: aumento das proteínas (> 45mg/dl) com citologia normal (< 10 células, mononuclear)
alteração surge geralmente após 1 semana.
o Paciente HIV positivo: pode haver hiperproteinorraquia com aumento da celularidade.
Eletroneuromiografia: polirradiculoneuropatia com padrão desmielinizante, diminuição da velocidade de
condução nervosa e bloqueio de condução.
TRATAMENTO
176
o Riscos: passagem do CVC, hipotensão, arritmia cardíaca, reação alérgica à reposição de albumina,
hipocalcemia, anemia e trombocitopenia.
Local ideal para monitorização = UTI
Controle da dor neuropática
No geral, doença é autolimitada
177
178
ONCOLOGIA
EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
Conjunto de sinais e sintomas decorrentes de compressão, obstrução ou trombose da veia cava superior
Sinais e sintomas: dispneia | tosse | disfagia | ortopneia | rouquidão
o Ansiedade | edema e pletora de face e pescoço | cefaleia | tontura | letargia | confusão mental | síncope
| visão distorcida | dor torácica
o Sintomas são agravados pela posição supina ou quando colocado na posição fetal para punção lombar
Diagnóstico: história clínica + exame físico
o Rx de tórax com massa em mediastino
o Hemograma completo: anemia, trombocitopenia, leucopenia, leucocitose, neutropenia ou presença de
blastos
o Aspirado/biópsia da medula óssea: blastos leucêmicos ou infiltração medular
o Bioquímica: elevações séricas da ureia, ácido úrico e desidrogenase lática
o Alfafetoproteína e gonadotrofina coriônica elevadas
Tratamento
o Tradicional: radioterapia
o Se piora dos sintomas por conta do edema: Metilprednisolona EV 1mg/kg/dose de 6/6h
o Evitar procedimentos mais invasivos que necessitem de sedação (ex: IOT)
o Manter a criança sentada, em decúbito lateral esquerdo
o Infusão EV em MMSS é contraindicada
HIPERLEUCOCITOSE
Presença de leucócitos no sangue periférico > 100.000/mm3 | LMA > 200.000/mm3 | LLA e LMC > 300.000/mm3.
Sinais e sintomas: geralmente assintomático | Pode ocorrer alteração de consciência, cefaleia, visão turva,
convulsões, coma, sintomas de AVC, papiledema, priapismo e dactilite
Avaliação laboratorial: hemograma, DHL, eletrólitos, ácido úrico, função renal e coagulograma
Tratamento
o Hidratação EV 3L/m2/dia
o Alopurinol 250-500mg/m2/dia VO (Máx 800mg)
o Se plaquetas < 200.000/mm3 = concentrado de plaquetas
o Evitar concentrado de hemácias se paciente hemodinamicamente estável (aumento de viscosidade
sanguínea)
Anormalidades metabólicas resultantes da morte de células tumorais e da liberação de seu conteúdo na circulação
Tríade clássica: hiperuricemia, hiperfosfatemia e hiperpotassemia
Manifestações geralmente aparecem em 12 a 72 horas após o início da terapia citotóxica
Sinais e sintomas: dor abdominal, sensação de plenitude, dor lombar, náusea, vômitos, diarreia, desidratação,
tetania, insuficiência cardíaca, disritmias cardíacas, letargia, hematúria, convulsões, alterações do nível de
consciência e possível morte súbita.
Diagnóstico:
o Atenção à PA, ritmo e FC, presença de massa abdominal e de efusões pleurais, ascite, sinais de
compressão de VCS ou de síndrome mediastinal superior e sinais de anoxia cerebral
o Hemograma, DHL, eletrólitos, ácido úrico, função renal, albumina sérica e parcial de urina
Tratamento
o Hidratação 3L/m2/dia
o Se redução do fluxo urinário (< 60ml/m2/hora ou < 1ml/kg/h): furosemida EV 0,5-1mg/kg
179
COMPRESSÃO DA MEDULA ESPINHAL
Sinais e sintomas: dor nas costas que não alivia quando o paciente está em decúbito dorsal | fraqueza,
anormalidades sensoriais e/ou motoras, alterações esfincterianas.
Diagnóstico: história clínica e exame físico, com atenção especial ao exame neurológico
Tratamento
o Dexametasona 1-2mg/kg, seguida de 0,25-0,5mg/kg/h de 6/6h
NEUTROPENIA FEBRIL
Internação hospitalar, coleta de culturas e ATB empírico
Definição: febre (Taxilar > 38ºC ou dois picos de 37,8oC em 24h) + Neutropenia: < 500células/mm³ ou 500-1000
células/mm³ com tendência à queda.
AVALIAÇÃO INICIAL
Início da febre e data da última quimioterapia (estimar duração da neutropenia)
Exame físico minucioso
HMG, TGO, TGP, eletrólitos, ureia e creatinina realizados a cada 3 dias de ATB
PCR, VHS e calcitonina
Colher culturas
Rx de tórax
CONDUTA E TRATAMENTO
Se instabilidade hemodinâmica
o Coleta de hemocultura
o SF 0,9% 20ml/kg aberto
o ATB de largo espectro:
Piperacilina + Tazobactam 300mg/kg/dia 8/8h
Meropenem 120mg/kg/dia 8/8h + Vancomicina 40mg/kg/dia 6/6h
Se estabilidade hemodinâmica
o Procurar foco da infecção pela história clínica + exame físico
o Rx de tórax | US abdominal | coleta de material de escarro, urina e fezes | Hemocultura de sangue periférico
e de cateter
Pacientes portadores de Febre de Origem Indeterminada, sem foco, sem cateter e com Rx de tórax normal: soro
de manutenção durante as primeiras 24 horas.
o Coletar hemocultura
o Iniciar Piperacilina + Tazobactam 300mg/kg/dia 8/8h OU
o Cefepime 50mg/kg/dose 8/8h
180
181
PNEUMOLOGIA
ASMA
MEDICAÇÕES
Β2 DE CURTA DURAÇÃO:
Fenoterol (Berotec®)
o Nebulização (5mg/ml): 0,07-0,15mg/kg a cada 20 minutos por 3 vezes (máx: 5mg = 1ml) 1 gota = 0,25mg
/ Mín: 1 gota a cada 3kg / Máx: 1 gota a cada 1,5kg
o Spray (100mcg/jato): 1 jato a cada 2-3kg a cada 20 minutos por 3x (máx:10 jatos)
Salbutamol (Aerolin®)
o Nebulização (5mg/ml): 0,07-0,15mg/kg a cada 20 minutos por 3 vezes (máx: 5mg = 1ml) / 1 gota a cada 3kg
o Spray (100mcg/jato): 2-6 jatos a cada 20 minutos por 3x (GINA 2017)
o Injetável (0,5mg/ml):
Bolus: 15-20mcg/kg em 10 a 15 minutos
Infusão contínua: 0,5-1mcg/kg/min (máx: 8-15mcg/kg/min)
CORTICOSTEROIDES
Prednisolona (3mg/ml): 1-2mg/kg/dia – máx: 60mg
Hidrocortisona (50mg/ml + 2ml de diluente) – máx 250mg
o Ataque: 4-8mg/kg EV
o Manutenção: 1-2mg/kg/dose 4-6h
Metilprednisolona (40mg/ml) – máx: 60mg
o Ataque: 2mg/kg/dose
o Manutenção: 0,5-1mg/kg/dose EV 6/6h
TERBUTALINA (0,5MG/ML)
Ataque: 10mcg/kg
𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑥 𝐷𝑜𝑠𝑒
𝐴𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎çã𝑜 (500)
= 𝑚𝑙
Diluir sempre SG 5% (30-50ml) e correr em 30-50 minutos
Manutenção: 0,2-0,6mcg/kg/min
182
𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑥 𝐷𝑜𝑠𝑒 𝑋 1,44
= 𝑚𝑙
𝐴𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎çã𝑜 (0,5)
Diluir em SG para 12, 24 ou 72h
BECLOMETASONA (50MCG/JATO)
Dose: 2 jatos 12/12h
DILUIÇÃO EM BIC
4,8ml 0,2ml/h
7,2ml 0,3ml/h
12ml 0,5ml/h
24ml 1ml/h
48ml 2ml/h
BRONQUIOLITE
Idade: 0 a 2 anos
Início agudo de coriza, tosse, espirro – precedidos ou não de febre
Taquipneia com ou sem insuficiência
Sinais de obstrução de vias aéreas inferiores com sibilos e expiração prolongada
TRATAMENTO
Oxigenioterapia: manter saturação de O2 > 92%
Hidratação
Broncodilatadores: teste terapêutico – 1 gota/kg
Hipertônica (1:6)
o NaCl 20% ---------- 0,5ml
Água destilada ---- 3ml
o NaCl 20% ---------- 0,7ml
Água destilada ---- 4,3ml
o NaCl 20% ---------- 1,5ml
Água destilada ---- 8,5ml
CÁLCULO DE TENDA DE O 2
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑎𝑟 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑖𝑑𝑜+𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑜𝑥𝑖𝑔ê𝑛𝑖𝑜
𝐹𝑖𝑂2 = 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
o Volume de ar comprimido =21% ou 0,21
183
o Volume de oxigênio: 100% ou 0,1
o Volume total (tendas no Santa Marcelina): 14 litros
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 × 0,21+𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑥 1,0
o 𝐹𝑖𝑂2 = 14
Obs.: FiO2 60% = 7 litros de ar comprimido e 7 litros de oxigênio.
LARINGITE
Sinal 0 1 2 3
LEVE (< 6)
PARA CASA
Prednisolona 2mg/kg/dia VO por 3d OU Budesonida inalatória 2mg/dose de 12/12h por 5 dias
184
185
PUERICULTURA
ADOLESCENTE
ESTÁGIOS DE TANNER
SEXO FEMININO
Mamas Pelos
SEXO MASCULINO
186
Genital Pelos
Estágio de Tanner: 5
Desenvolvimento puberal: maturação sexual desacelera | aumento de massa muscular em meninos
187
Cognição e moral: futuro com senso de perspectiva | Idealismo | Capaz de pensar em coisas
independentemente | Melhora do comportamento impulsivo | Melhora da avaliação risco versus benefício |
Capaz de distinguir lei de moralidade
Identidade: imagem corporal mais estável | a atratividade ainda pode ser uma preocupação
Família: separação física e emocional da família | aumento da autonomia | Relação “adulta” com os pais
Colegas: Grupos e valores do grupo diminuem de importância
Sexualidade: foco na intimidade e formação de relações estáveis | planejamento do futuro e compromisso
Presença de qualquer tipo de violência: emocional | maus Ficar, namoro | Iniciação sexual (excluída violência
tratos | sexual | bullying | Interpessoal no namoro, etc por sedução ou imposição explícita)
Uso escalonado (cada vez maior) de álcool e outras drogas Experimentação de psicoativos (sem sinais de
| Sinais de dependência química dependência)
Autoagressão, ideações suicidas ou de fuga de casa | Orientação sexual, conflitos com identidade de
Tendência homicida gênero
ANAMNESE
ADOLESCENTE E FAMILIARES
Motivo da consulta
Histórico da situação atual
Situação vacinal
Dados de gestação, parto e condições de nascimento
Condições de habitação, ambiente e rendimento escolar, exposição a ambientes violentos, uso de
tecnologia da informática (tempo em celular, games, computador)
História familiar: configuração, dinâmica e funcionalidade (com quem o adolescente mora, situação
conjugal dos pais e consanguinidade, outros agregados na residência, harmonia ou situações
conflituosas no ambiente)
Dados sobre sono, lazer, atividades culturais, exercícios físicos, religião
APENAS ADOLESCENTE
188
Utilização das horas de lazer, relações sociais, grupo de iguais, desenvolvimento afetivo, emocional e
sexual
Outros espaços por onde o adolescente transita: escola, comunidade, grupo de jovens e trabalho
Crenças e atividades religiosas
Situações de risco e vulnerabilidade (contato com drogas lícitas e ilícitas)
Aspectos relacionados aos comportamentos sexuais, gênero e orientação sexual, saúde reprodutiva,
gestações não planejadas, infecções sexualmente transmissíveis
Ocorrência de acidentes, submissão à violências
Tempo de exposição às telas digitais (celulares, notebooks, televisão e videogames)
EXAME FÍSICO
Prudente e recomendável a presença de uma terceira pessoa (alguém da área da saúde ou, se o
adolescente preferir, de sua estrita confiança)
Oportunidade de abordar temas educativos (orientação de autoexame das mamas, avaliação de genitais
e pilificação, meninos: orientar quanto à importância de avaliar a consistência e tamanho de seus
testículos)
Avaliação da genitália (final do exame físico)
Maturação sexual pelos critérios e Tanner | Orquidômetro para avaliar o volume testicular
ALIMENTAÇÃO
ALEITAMENTO MATERNO
Posicionamento
o Bebê bem apoiado
o Bebê com a cabeça e tronco alinhados (pescoço não torcido)
o Corpo do bebê próximo ao da mãe
189
o Rosto do bebê de frente para a mama, com nariz em oposição ao mamilo
Pega
o Boca bem aberta
o Lábio inferior virado para fora
o Aréola um pouco mais visível acima da boca do bebê
o Queixo tocando a mama
Sinais de técnica incorreta
o Bochechas do bebê encovadas durante a sucção
o Ruídos da língua
o Mama muito esticada ou deformada durante a mamada
o Dor à amamentação
Frequência e duração das mamadas: bebê deve mamar sobre livre demanda | Esvaziamento gástrico do recém-nascido = 1-4
horas | Sugar a mama até esvaziá-la | Oferecer as duas mamas em todas as mamadas
ORDENHA E ARMAZENAMENTO
190
Como oferecer o leite ordenhado à criança
o Oferecer por copo, xícara ou colher
o Descongelar em banho-maria (água quente em forno desligado), agitando o frasco lentamente para misturar
bem o leite até que não reste nenhuma pedra de gelo
o Não pode ser fervido nem aquecido em micro-ondas
o Amorne apenas a quantidade de leite que o bebê for utilizar | Leite morno que sobrar deve ser desprezado
https://toxnet.nlm.nih.gov/newtoxnet/lactmed.htm
Traumas mamilares: manter aleitamento | Iniciar a mamada na mama menos afetada | Ordenhar a mama antes
da mamada | Usar diferentes posições para amamentar | Analgesia sistêmica | Evitar contato do mamilo com
roupas = conchas protetoras de mamilo com perfuração para ventilação
Ingurgitamento mamário: manter amamentação em livre demanda | Ordenha manual antes das mamadas |
Massagens delicadas da mama | Compressas frias entre as mamadas (máximo 15 minutos) | Analgésicos
sistêmicos, se necessário | Uso ininterrupto de sutiãs de alças largas e firmes | Ordenha manual ou mecânica
caso o bebê não sugue
Mastite: não interromper o aleitamento | Esvaziamento da mama (preferencialmente pela mamada) | Cefalexina,
amoxicilina + ácido clavulânico ou Eritromicina por 10 dias | Analgésicos e antitérmicos
Abscesso mamário: drenagem cirúrgica + antibiótico | Amamentação pode ser mantida (se interrupção na mama
afetada, esvaziá-la regularmente e manter amamentação na mama sadia)
Candidíase mamilar: uso tópico nas mamas de pomadas de clotrimazol ou miconazol | Violeta de genciana nos mamilos e na
boca dos bebês | Se tratamento tópico não eficaz = tratamento da nutriz com fluconazol VO por 14 dias | Enxaguar mamilos
e secá-los ao ar após mamadas | Expor mamilos à luz por alguns minutos por dia | Eliminar chupetas e bicos de mamadeira
(ou fervê-los por 20 minutos pelo menos 1x/dia)
Galactocele: excisão cirúrgica
Mamilos planos ou invertidos: podem dificultar, mas não impedem | Ordenhar o leite e oferecer em copinho quando o bebê
não sugar adequadamente | Tentar diferentes posições | Treinar manobras de protusão do mamilo antes das mamadas e nos
intervalos (Compressas frias nas aréolas e fazer sucção do mamilo com uma seringa de 10 ou 20ml com a ponta estreita
cortada e o êmbolo inserido nessa extremidade durante 30 a 60 segundos)
SUPLEMENTAÇÃO
FERRO
Lactente que foi nascido a termo, peso adequado para a IG, em AME ou não: 3 meses até 2 anos: 1mg/kg/dia de Fe elementar
Lactente que foi nascido a termo, peso adequado para a IG, em uso de menos de 500ml de fórmula infantil por dia: 3 meses
até 2 anos: 1mg/kg/dia de Fe elementar
Lactente que foi nascido pré-termo e a termo, entre 1.500 e 2.500g
o 30 dias de vida até 1 ano: 2mg/kg/dia de Fe elementar
o 1 ano até 2 anos: 1mg/kg/dia de Fe elementar
RNPT com peso entre 1.500 e 1.000g
o 30 dias de vida até 1 ano: 3mg/kg/dia de Fe elementar
o 1 ano até 2 anos: 1mg/kg/dia de Fe elementar
RNPT com peso menor que 1.000g
o 30 dias de vida até 1 ano: 4mg/kg/dia de Fe elementar
o 1 ano até 2 anos: 1mg/kg/dia de Fe elementar
Principais suplementos disponiveis: sais ferrosos, sais férricos, ferro aminoquelado, complexo de ferro polimaltoso*
(ferripolimaltose) e ferro carbonila.
191
VITAMINA D
VITAMINA A
Indicada em regiões com alta prevalência de deficiência dessa vitamina [Nordeste, Minas Gerais (norte, Vale do Jequitinhonha
e Vale do Murici) e São Paulo (Vale do Ribeira)]
Suplementação feita na forma de megadoses por via oral a cada 4 a 6 meses
o Crianças de 6 a 12 meses: 100.000UI
o Crianças de 12 a 72 meses: 200.000UI
Sempre avaliar se a criança não está utilizando algum suplemento que contenha vitamina A, evitando a hipervitaminose A
ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR
192
Verduras e legumes 3 3 3 4a5
2
Frutas 3 4 3 4a5
Leite
Leites, queijos e iogurtes 3 3 3
materno*
3
Carnes e ovos 2 2 2 1a2
Feijões 1 1 1 1
ORIENTAÇÕES IMPORTANTES
Carnes não devem ser retiradas após o cozimento | devem ser picadas, amassadas ou desfiadas | vísceras devem ser cozidas
demoradamente
Ovos (clara e gema) podem ser introduzidos a partir dos 6 meses, cozidos (para evitar contaminação bacteriana)
Óleos vegetais (soja ou canola) devem ser usados no preparo das refeições (3-3,5ml para cada 100g de preparo)
Papas não podem ser liquidificadas ou peneiradas, apenas amassadas. | a consistência dos alimentos é progressivamente
aumentada
Frutas como sobremesa (contribui para absorção de ferro não-heme) | frutas como lanche | sucos devem ser evitados
SBP: alimentos considerados alergênicos devem ser oferecidos um a um a cada 3-5 dias (ovo, soja, trigo, peixe e frutos do
mar)
Oferecer água potável para a criança
Alimentos pré-prontos industrializados devem ser desaconselhados
Mel não deve ser oferecido nos primeiros 2 anos de vida (os esporos do Clostridium botulinum são capazes de produzir toxinas
na luz intestinal e levar ao botulismo).
Respeitar sinais de saciedade da criança
Em caso de recusa de novos alimentos, ofertá-los novamente várias vezes após a recusa inicial (até 8-15 vezes para boa
aceitação).
193
1 xícara de leite integral (250ml) 290
1 laranja 96
ABAIXO DE 16 O C
ENTRE 16 O C E 17 O C
194
ENTRE 18 O C E 21 O C
ENTRE 22 O C E 23 O C
ENTRE 24 O C E 25 O C
ACIMA DE 26 O C
195
DESIDRATAÇÃO
AVALIAÇÃO
OBSERVE
EXPLORE
Desaparece
Sinal da prega Desaparece lentamente Desaparece muito lentamente
rapidamente
DECIDA
TRATE
196
o
Pode oferecer SRO após cada evacuação aquosa (não é obrigatório)
o < 1 ano: 50-100ml de líquido
o 1 a 10 anos: 100-200ml de líquido
o
Suplementação de zinco: benefício na duração e gravidade do quadro | Diminuição no risco de novos episódios de diarreia
nos 2-3 meses seguintes
o Menores de 6 meses: 10mg/dia por 10 dias
o Maiores de 6 meses: 20mg/dia por 10 dias
Manter alimentação habitual
Orientar sobre sinais de gravidade: Não consegue beber nem mamar no peito | Piora do estado geral |
Aparecimento ou piora da febre | Sangue nas fezes | Dificuldade para beber
197
o SRO contraindicada em caso de distensão abdominal com íleo paralítico
o Reavaliação periódica
o Avaliação final após 4h:
Sinais de desidratação grave = iniciar plano C
Sinais de desidratação (não grave) = repetir plano B (agora pode oferecer alimentos)
Ausência de sinais de desidratação = liberada com plano A (iniciar alimentação ainda no serviço de
saúde).
DESNUTRIÇÃO
FISIOPATOLOGIA
Sistema endócrino
o T3 (redução na produção de calor e consumo de energia), insulina e IGF-1
o GH (estímulo para lipólise) e cortisol
o Glicose com estoques de glicogênio
Sistema imunológico
o Imunidade celular (atrofia do timo, linfonodos e amígdalas)
o Contagem de linfócitos CD4 com CD8 preservadi; IgA secretória
o Fagocitose
o Maior suscetibilidade para infecções
Sistema gastrointestinal
o Atrofia vilositária com perda de dissacaridases
o Hipoplasia de criptas
o Alterações na permeabilidade intestinal
o Maior crescimento bacteriano (diminuição da acidez gástrica)
o Atrofia pancreática
o Infiltração gordurosa do fígado (no Kwashiorkor)
Sistema cardiovascular
o Comprometimento das miofibrilas com piora na contratilidade
o Diminuição do débito cardíaco
o Bradicardia e hipotensão
o Predisposição para arritmias
Sistema respiratório
o Massa muscular torácica
o Piora da função ventilatória (risco ainda mais aumentado se houver hipocalemia ou hipofosfatemia);
hipóxia
Sistema neurológico
o Número de neurônios
o Sinapses, arborizações dendríticas e mielinização
o do tamanho do cérebro (córtex cerebral mais fino e crescimento cerebral mais lento)
198
o Função global, motora e memória
Sistema hematológico
o Anemia normocrômica (exacerbada por deficiência de ferro, folato e/ou infecções)
o Coagulação preservada.
CLASSIFICAÇÃO
𝑃 𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑒𝑛𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑜×100
Critério de Gómez (muitos falsos positivos – Não considera estatura): =
𝐼 𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 (𝑝50)
o > 90 = não desnutrido
o 76-90% = primeiro grau
o 61-75% = segundo grau
o 60% ou menos = terceiro grau
o Obs.: se edema nutricional, independente da relação peso/idade = desnutrido grave ou terceiro grau
𝐸𝑠𝑡𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑒𝑛𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎×100 𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑒𝑛𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑜×100
Classificação de Waterlow: 𝐸/𝐼 = 𝐸𝑠𝑡𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 (𝑝50)
| 𝑃/𝐸 = 𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑜𝑏𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑑𝑎
o Eutrófico: P/E > 90% do peso adequado para sua estatura + E/I > 95% da estatura ideal para sua idade.
o Desnutrido atual ou agudo: E/I > 95% + P/E < 90% do p50
o Desnutrido crônico: E/I < 95% + P/E < 90% do p50
o Desnutrido pregresso: E/I < 95% + P/E > 90% do p50
< p0,1 Muito baixo peso para Muito baixa estatura para Magreza Magreza
< EZ -3 idade idade acentuada acentuada
> p 0,1 e < p 3 Baixo peso para idade Baixa estatura para idade Magreza Magreza
> EZ -2 e < EZ -1
> p 15 e < p 85 Peso adequado para Estatura adequada para Eutrofia Eutrofia
idade idade
> EZ -1 e < EZ 1
TRATAMENTO
1ª FASE - ESTABILIZAÇÃO
199
o NÃO usar bolsas de água quente ou frascos de soro aquecidos (risco de queimaduras)
Desidratação e choque: preferir hidratação VO com SRO (ReSoMal) | Se ReSoMal não disponível, utilizar SRO
padrão, mas diluído em mais água e acrescentar açúcar, minerais e vitaminas | 5ml/kg a cada 30 minutos VO
ou SNG
o Hidratação EV apenas se colapso circulatório: SF0,45% + SG5% OU RL + SG5% 15ml/kg em 1 hora.
o Cuidado com hiper-hidratação
o Transfusão de sangue total: se não há melhora após 1h de hidratação EV e/ou Hb < 6g/dl (com sintomas
respiratórios) ou < 4g/dl.
Eletrólitos:
o Potássio 3-4mmol/kg/dia nos preparados alimentares
o Magnésio 0,4-0,6mmol/kg/dia nos preparados alimentares
o Cuidado na avaliação do sódio sérico (hiponatremia dilucional) – sem indicação para correção
Infecção: considera-se que toda criança com desnutrição grave têm infecção e deve receber antibióticos desde
o início do tratamento
o Sem complicações: Amoxicilina 25mg/kg VO 12/12h por 5 dias
o Com complicações aparentes: Gentamicina 7,5mg/kg/dia IM ou EV 24/24h por 7 dias + Ampicilina
50mg/kg/dose IM ou EV 4/4h por 2 dias, seguido por Amoxicilina 25-40mg/kg VO 8/8h por 5 dias
o Se diarreia persistente, adicionar Metronidazol 7,5mg/kg VO 8/8h por 7 dias
Micronutrientes
o Vitamina A
Sem manifestações oculares: dose única no dia de internação de acordo com a idade (< 6 meses =
50.000UI | 6-12 meses = 100.000 UI | > 12 meses = 200.000 UI)
Com manifestações oculares: 1ª dose no 1º dia de internação | 2ª dose no dia seguinte | 3ª dose no
mínimo 3 semanas após a 2ª dose (< 6 meses = 50.000UI | 6-12 meses = 100.000 UI | > 12 meses =
200.000 UI)
Se lesão ocular inflamatória: proteger os olhos com compressas úmidas em SF0,9% | Gotas oftálmicas
de tetraciclina e atropina | Tamponar os olhos pelo risco de lesão adicional
Obs.: OMS = suplementação diária de vitamina A em doses baixas (5.000UI) da internação até a alta.
o Ácido fólico: 5mg VO no 1º dia + 1mg/dia por no mínimo 2 semanas
o Ferro: suplementação somente a partir da segunda semana de tratamento
REINICIAR ALIMENTAÇÃO
200
3ª FASE – ACOMPANHAMENTO
Ambulatorial
Alta quando: P/E > EZ -2 (ou circunferência braquial > 125mm) e não apresentar edema há pelo menos 2 semanas
1. BCG (Tuberculose): aplicada em dose única, primeiras 12h após o nascimento (deltoide direito – 0,1ml)
a. Hanseníase (comunicantes domiciliares): segunda dose pode ser aplicada com intervalo mínimo de 6
meses após a primeira dose.
b. Em recém-nascidos filhos de mães que utilizaram imunossupressores na gestação, pode estar indicado
o adiamento da vacinação
c. Prevenção de formas graves da tuberculose (miliar e meníngea)
d. Evolução da lesão vacinal: após 3-4 semanas, surge nódulo no local 4-5 semanas: nódulo evolui para
pústula úlcera de 4-10mm 6-12 semanas: crosta
i. Não cobrir a úlcera ou aplicar medicação tópica
e. Eventos adversos
i. Úlcera > 1cm, sem cicatrização após 12 semanas: notificação + tratamento com isoniazida
10mg/kg/dia (máx 400mg/dia) até melhora
ii. Abscesso subcutâneo frio: notificação + isoniazida | Abscesso quente: tratar como qualquer
infecção cutânea bacteriana.
iii. Linfadenopatia regional supurada: notificação + isoniazida | Linfadenopatia regional não
supurada: notificação e acompanhamento
f. Contraindicações relativas: PN < 2 kg | afecções dermatológicas no local da vacinação ou generalizadas
| imunossupressão (adiar vacina por 1-3 meses)
g. Contraindicações absolutas: HIV positivos (RN exposto ao HIV deve ser vacinado)| Imunodeficiências
congênitas ou adquiridas
201
h. Situações especiais: RN coabitante de um caso de tuberculose bacilífero: não vacinar | contactante
domiciliar de um caso de hanseníase: revacinar se sem cicatriz vacinal
2. Hepatite B: primeira dose aplicada idealmente nas primeiras 12 horas de vida | intramuscular (não
administrar no glúteo) | Segunda dose indicada com 1 ou 2 meses de idade | Terceira dose realizada aos 6
meses
a. Crianças com peso de nascimento < 2kg ou IG < 33 semanas devem receber 4 doses da vacina (0, 2, 4 e
6 meses)
b. Vacina combinada DTP/Hib/HB (Penta) incorporada ao calendário aos 2, 4 e 6 meses | Lactentes que
fazem uso dessa vacina recebem 4 doses da vacina Hepatite B
c. Clínicas privadas: vacina recombinante A+B que pode ser usada na primovacinação entre 1-15 anos (2
doses com intervalo de 6 meses); > 16 anos: (0, 1 e 6 meses)
d. Sorologia vacinal para pacientes de grupo de risco especial (1-2 meses após término do esquema)
i. Anti-HBs negativo após dois esquemas completos = não respondedor e suscetível.
e. Mãe portadora crônica de hepatite B: vacina + imunoglobulina (até 7 dias do parto) administração
pode ser simultânea.
f. RN < 33 semanas ou < 2kg: vacina ao nascer e aos 2, 4 e 6 meses
3. DTP/DTPa (Difteria, Tétano e Pertussis) – Tríplice bacteriana: preferência pela vacina DTPa (acelular), pois
é menos reatogênica e tem eficácia similar | 5 doses: 2, 4 e 6 meses com reforço aos 15 meses; segundo
reforço entre 4 e 6 anos de idade | Após, reforço com dT a cada 10 anos.
a. Intramuscular – dose 0,5ml
b. Vacina Penta (até 6 anos, 11 meses e 29 dias) Difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus
influenzae tipo b
c. Eventos adversos
i. Rubor, calor, endurecimento e edema local = muito frequente
ii. Febre: primeiras 24 horas (se HF ou pessoal de convulsão ou febre > 39,5 oC após dose anterior:
antipiréticos no momento da vacinação
iii. Sonolência (até 72h após) | Anorexia e vômitos | Choro persistente (> 3h: nas primeiras 48h após
= dar analgésicos)
iv. Episódio hipotônico-Hiporresponsivo (EHH): hipotonia + hiporresponsividade + palidez ou cianose
transitório e autolimitado usar DTPa nas doses subsequentes
v. Convulsão (até 72h após) usar DTPa nas doses subsequentes
vi. Encefalopatia (sintomas envolvendo a consciência | sintomas de localização | sintomas de
irritação do córtex C administração do componente pertussis para as doses subsequentes = usar
DT.
vii. Apneia + bradicardia + queda da saturação após primeira dose aos 2 meses em nascidos com menos
de 31 semanas e/ou menos de 1000g = primeira dose com DTPa
4. dT/dTpa: Adolescentes com esquema primário de DTP ou DTPa completo devem receber um reforço com dT
ou dTpa aos 14 anos de idade (alguns locais: 10 anos) | Esquema primário para tétano incompleto: completado
com uma ou duas doses da vacina contendo o componente tetânico | 7 anos ou mais nunca imunizadas (ou
histórico desconhecido): devem receber três doses da vacina (0, 2 e 4 meses) | Gestantes: devem receber a
cada gravidez, uma dose da vacina dTpa a partir da vigésima semana de gestação
5. Hib: recomendada em três doses aos 2, 4 e 6 meses de idade | Intramuscular | Quando utilizada pelo menos
uma dose de vacina combinada com componente pertussis acelular (clínicas privadas) uma quarta dose da
Hib deve ser aplicada aos 15 meses
a. Eventos adversos: dor, eritema, febre, irritabilidade e sonolência
b. Pacientes imunodeprimidos que iniciam o esquema após 1 ano de idade devem receber 2 doses da
vacina, com intervalo de 4 a 8 semanas entre as doses
6. VIP/VOP: três primeiras doses aos 2, 4 e 6 meses deve ser obrigatoriamente com a vacina pólio inativada
(VIP) | Evitar VOP em crianças imunocomprometidas e nos seus contatos domiciliares
a. VIP (0,5ml IM): contraindicada em indivíduos que tem reação alérgica a neomicina, estreptomicina e
polimixina B
i. Recebem apenas VIP: imunodeprimidas; contato domiciliar ou hospitalar de imunodeprimidos;
transplante de órgãos ou de medula óssea; história de paralisia flácida associada à vacina, após
dose anterior de VOP; crianças filhas de mãe HIV+ antes da definição diagnóstica
202
ii. VOP (2 gotas VO): utilizada nos reforços aos 15 meses e 4 anos | Não reaplicar se criança cospe,
vomita ou regurgita | Paralisia flácida pós-vacinal: quadro agudo febril, com déficit motor flácido
de intensidade variável, geralmente assimétrico
7. Pneumocócica conjugada: indicada para todas as crianças até os 5 anos de idade
a. PNI: 10-valente (S. pneumoniae 1, 4, 5, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19F, 23F) | duas doses aos 2 e 4 meses,
seguidas de um reforço aos 12 meses (pode ser aplicada até os 4 anos e 11 meses)
i. Crianças saudáveis com esquema completo com a VPC10 podem receber uma dose adicional da
VPC13 até os 5 anos de idade
b. SBP: usar 13-valente (sempre que possível): sorotipos 1, 3, 4, 5, 6A, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19A, 19F e 23F
| três doses no primeiro ano (2, 4 e 6 meses) e uma dose de reforço entre 12 e 15 meses de vida
c. Crianças saudáveis com esquema completo com a vacina 10-valente podem receber uma dose adicional
da 13-valente até os 5 anos de idade
d. Crianças com risco aumentado para doença pneumocócica invasiva: vacina polissacarídica 23-valente a
partir dos 2 anos de idade (intervalo mínimo de 2 meses entre elas)
e. Polissacarídea 23-valente: não induz soroproteção em menores de 2 anos de idade
8. Meningocócica conjugada: lactentes > 2 meses de idade, crianças e adolescentes | Preferencialmente a
vacina MenACWY | Crianças com esquema vacinal completo podem se beneficiar de uma dose adicional da
vacina MenACWY a qualquer momento (respeitar intervalo mínimo de 1 mês entre as doses)
a. Brasil: MenC, MenACWY-CRM e MenACWY-TT a partir de 2 meses | MenACWY-D a partir de 9 meses
b. MenC: duas doses aos 3 e 5 meses de idade | reforço entre 12 e 15 meses | Se início após 1 ano de
idade: dose única
c. MenACWY-CRM: três doses aos 3, 5 e 7 meses de idade | reforço entre 12 e 15 meses | Iniciando entre
7 e 23 meses: 2 doses, sendo que a segunda dose deve ser após 1 ano de idade (mínimo 2 meses de
intervalo) | Início após os 24 meses: dose única
d. MenACWY-TT: duas doses, aos 3 e 5 meses de idade | Reforço entre 12 e 15 meses | Início após 1 ano
de idade: dose única
e. MenACWY-D: a partir dos 9 meses de idade | Duas doses entre 9 e 23 meses (3 meses de intervalo entre
elas) | acima de dois anos: dose única
9. Meningocócica B recombinante: lactentes a partir de 3 meses de idade, crianças e adolescentes | Para
aqueles que iniciam a vacinação entre 3 e 12 meses: duas doses com intervalo mínimo de 2 meses entre elas,
além de uma dose de reforço no 2º ano de vida | Para aqueles que iniciam a vacinação entre 12 e 23 meses:
duas doses com intervalo mínimo de 2 meses entre elas, além de uma dose de reforço | Vacinação após os 2
anos e adolescentes: duas doses com intervalo de 2 meses entre elas.
10. Rotavírus (não reaplicar)
a. Vacina monovalente (PNI): 1,5ml VO | duas doses | Primeira dose aos 2 meses (limites de 1 mês e 15
dias até, no máximo, 3 meses e 15 dias) | Segunda dose aos 4 meses (limites de 3 meses e 15 dias até,
no máximo, 7 meses e 29 dias) | Oferece proteção cruzada contra outros sorotipos.
b. Vacina pentavalente (clínicas privadas): três doses, aos 2, 4 e 6 meses | Primeira dose no máximo até
3 meses e 15 dias | Terceira dose até 7 meses e 29 dias (intervalo de 2 meses entre as doses | mínimo:
4 semanas)
c. Contraindicações: imunodeficiência | imunossupressão | malformações congênitas não corrigidas do
TGI | história de invaginação prévia e reação anafilática a dose anterior
11. Influenza: indicada para todas as crianças e adolescentes a partir dos 6 meses de idade | Modificada
anualmente | Primovacinação de crianças com idade < 9 anos: 2 doses, com intervalo de 1 mês entre elas |
Deve ser feita anualmente
a. Trivalente
b. Quadrivalente (contempla uma segunda variante da cepa B) clínicas privadas
c. Campanha 2019: crianças entre 6 meses e 6 anos incompletos | Gestantes | Puérperas (até 45 dias após
o parto) | > 60 anos | trabalhador de saúde | população indígena | sistema prisional | professores |
portadores de doenças crônicas.
d. SBP: vacinação para todas as crianças.
e. Histórico de anafilaxia ao ovo não é mais contraindicação! Administrar em ambiente adequado para
tratar manifestações alérgicas graves.
12. Sarampo, Caxumba, Rubéola e Varicela: 0,5ml SC | aos 12 meses devem ser feitas, na mesma visita, primeira
dose da tríplice viral + varicela (administração separada) ou vacina tetraviral (tetraviral: maior frequência
203
de febre) | 15 meses: segunda dose, preferencialmente SCRV (intervalo mínimo de 3 meses) | segunda dose
de varicela aos 4 anos de idade
a. Situações de risco: possível vacinar imunocompetentes de 6 a 12 meses com a SCR
b. Surtos ou contato íntimo com caso de varicela: vacina varicela a partir de 9 meses de vida
c. Obs.: nesses casos, doses antes dos 12 meses não são consideradas válidas aplicação de mais 2 doses
após 1 ano de idade
d. Vacina varicela pode ser indicada na profilaxia pós-exposição dentro de 5 dias após o contato
(preferencialmente 72h)
e. Varicela-zóster: MS recomenda uma dose entre 4 e 6 anos, 11 meses e 29 dias
13. Hepatite A: IM | duas doses, a partir dos 12 meses de idade | SBP: duas doses, 12 e 18 meses | PNI: dose
única aos 15 meses (até 4 anos, 11 meses e 29 dias)
14. Febre amarela: 0,5ml SC |Dose única a partir dos 9 meses
a. Evitar vacinação no mesmo dia da tríplice viral (intervalo de 30 dias)
b. Falhas vacinais primárias (< 2 anos): segunda dose a partir dos 4 anos de idade
c. Adiar vacinação em mulheres que estão amamentando até a criança completar 6 meses de idade
(ATENÇÃO: se surto, vacinar a mãe e interromper aleitamento por 10 dias)
15. HPV (HPV2 e HPV4): duas doses com intervalo de 6 meses entre elas se entre 9 e 14 anos | três doses (0, 1,
2 e 6 meses) em maiores de 15 anos
a. Imunodeprimidos devem receber o esquema de três doses
16. Dengue: três doses (0, 6 e 12 meses) | crianças a partir de 9 anos até no máximo 45 anos que já tiveram
infecção prévia pelo vírus da dengue | Contraindicada para gestantes, mulheres que amamentam e
portadores de imunodeficiências | Não deve ser administrada simultaneamente com outras vacinas do
calendário
CARÊNCIA DE MICRONUTRIENTES
VITAMINAS
VITAMINA A (RETINOIDES)
Ações: Composição dos pigmentos visuais de cones e bastonetes | Integridades dos epitélios | Função imune |
Crescimento ósseo | Função reprodutiva | Hematopoiese e desenvolvimento embrionário
Principal causa da deficiência: ingestão inadequada de vitamina A ou de gorduras | Secundária a doenças que
causam má absorção, parasitoses, DII, hepatopatias, pancreatopatias e infecções.
Manifestações clínicas: queratinização dos epitélios mucosos do trato respiratório, urinário, digestivo e córnea
(córnea = redução da produção do filme lacrimal, secura ocular (xeroftalmia), ulcerações, perfuração e ruptura)
| Xeroftalmia | Cegueira noturna (nictalopia) | pele seca e escamosa (xerodermia), com aspecto de lixa |
prematuridade, RCIU e infecções neonatais
Tratamento: vitamina A 50.000-200.000 UI/dose, de acordo com a idade da criança
Hipervitaminose A
o Aguda = anorexia, irritabilidade, vômitos, sonolência e abaulamento de fontanela (pseudotumor cerebral)
o Crônica = anorexia, limitação dos movimentos, dores ósseas, craniotabes, eritema e descamação da pele,
queilose, alopecia, hepatomegalia, função hepática anormal.
VITAMINA D
Ações: aumenta a reabsorção de cálcio no intestino e nos rins | aumenta calcificação | reduz a secreção de PTH
Fontes: síntese cutânea (90%) | óleo de peixe, ovas de peixe, gema de ovo, fórmulas lácteas e cereais
enriquecidos com vitamina D | vegetais e fermento
204
o Melanina é um fator que reduz a síntese cutânea da vitamina D
Causas de deficiência: nutricional (leite materno é pobre em vitamina D – importância da exposição solar) |
insuficiência renal crônica, deficiência congênita, diminuição da absorção ou aumento na degradação
Manifestações clínicas: Osteomalacia | raquitismo
Tratamento
o < 1 mês de vida: 1.000UI/dia por 2-3 meses + dose mais baixa de manutenção após por 4-6 meses
o 1-12 meses: 1.000-5.000UI/dia por 2-3 meses + dose mais baixa de manutenção após por 4-6 meses
o > 12 meses: 5.000UI/dia por 2-3 meses + dose mais baixa de manutenção após por 4-6 meses
Hipervitaminose D
o Manifestações: náuseas, vômitos, dor abdominal, constipação, anorexia e pancreatite | hipertensão e
arritmias (redução do intervalo QT) | Letargia, confusão, alucinações e coma | Poliúria, desidratação |
Hipernatremia | IRA e IRC | nefrolit[iase e nefrocalcinose
o Tratamento: hidratação venosa com ou sem diuréticos de alça, uso de glicocorticoides, uso de bifosfonados,
eliminar fontes de vitamina D e reduzir a ingesta diária de cálcio.
VITAMINA E
Ações: antioxidante, prevenindo a formação de radicais livres e protegendo a integridade das ações enzimáticas
celulares.
Fontes: óleos (milho, girassol, soja, algodão), ovos, fígado, sementes, nozes, margarina e vegetais de folhas
verdes.
Causas de deficiência: RNPT | síndromes de má absorção intestinal (insuficiência pancreática, fibrose cística,
doenças biliares, síndrome do intestino curto e doença celíaca) | Abetalipoproteinemia
Manifestações clínicas: RNPT: desenvolvem em torno do 2o mês de vida anemia hemolítica, trombocitose e
edema (pálpebras, genital e membros inferiores) | Sintomas neurológicos (deficiência prolongada): neuropatia
periférica, ataxia e oftalmoplegia, perda dos reflexos profundos.
Tratamento
o Deficiência por má-absorção: 1U/Kg/dia de vitamina E
o Prematuros: 25-50U/dia de vitamina E por 1 semana e, depois, ingestão diária.
VITAMINA K (NAFTOQUINONAS)
205
Ações: hidroxilação da lisina em prolina na formação de colágeno | metabolismo dos neurotransmissores
(dopamina norepinefrina | Triptofano serotonina) | conversão do colesterol nos hormônios esteroides |
Biossíntese da carnitina | aumenta a absorção intestinal do ferro não heme | regulação do sistema
hematopoiético.
Fontes: frutas cítricas (acerola, caju, morango, laranja, manga, goiaba, melão) | Vegetais (couve, brócolis,
pimentão verde)
Causas: ingestão inadequada | rara antes dos 6 meses
Manifestações clínicas
o Escorbuto (achados mais comuns entre 6 meses e 2 anos): anorexia, irritabilidade, febre baixa, taquipneia
e hipersensibilidade dolorosa nos membros inferiores | dor em membros inferiores (“posição de rã”) | Edema
tenso nos membros e hemorragia subperióstea, edema articular, artralgia e fraqueza | rosário nas junções
costocondrais e depressão esternal | gengivas: edema esponjoso com pontos hemorrágicos | Púrpura e
equimoses cutâneas | Petéquias perifoliculares na pele | prejuízo na cicatrização de feridas | Dificuldade
de consolidação de fraturas ósseas | Síndrome de Sjögren-like: xerostomia, ceratoconjuntivite seca e
aumento de parótidas | anemia por carência de ferro e folato | Anemia por carência de ferro e folato
o Rx de tórax e de ossos longos: osteopenia, adelgaçamento da cortical da diáfise, linha de Fraenkel (linha
branca espessa na metáfise), sinal do anel de Wimberger (núcleo epifisário com centro rarefeito e periferia
densa) | Hemorragia subperióstea (imagem em “halteres” ou “clavas”).
Tratamento: vitamina C: 100-200mg/dia VO ou EV deve ser mantido por várias semanas após a melhora clínica.
Hipervitaminose C: náuseas, vômitos e formação de cálculos renais.
VITAMINA B1 (TIAMINA)
VITAMINA B2 (RIBOFLAVINA)
VITAMINA B3 (NIACINA)
206
Manifestações clínicas: cefaleia, irritabilidade, insônia | lesões descamativas de mucosa | emagrecimento e
distúrbio de crescimento
VITAMINA B6 (PIRIDOXINA)
VITAMINA B7 (BIOTINA)
Ações: fundamental para o sistema hematopoiético (conversão hemocisteína metionina) e nervoso (defeitos
de mielinização)
Fontes: carne, leite, ovos
Causas: dieta vegetariana restrita (incluindo crianças em AME filhas de mulheres vegetarianas restritas) | anemia
perniciosa | gastrectomia | síndrome de má absorção intestinal | Infestação pelo Diphyllobothrium latum |
deficiência genética de transcobalamina II
Manifestações clínicas: astenia, anorexia, fraqueza, irritabilidade e glossite atrófica | anemia megaloblástica |
eritropoiese ineficaz | síndrome de degeneração combinada da medula | osteoporose
Tratamento
o Manifestações hematológicas: 1mg IM de cianocobalamina
MINERAIS
ZINCO
207
Fonte: ovos, leite, carnes e crustáceos
Tratamento: 0,5-1mg/kg/dia | Se acrodermatite enteropática: 2mg/kg/dia
COBRE
CRESCIMENTO
PESO
Ao nascer
o Perda de até 10% do peso
o Volta ao normal por volta do 10º dia de vida
1º trimestre: ganho de 25-30g/dia = 700g/mês
3º ao 6º mês:
o Peso duplicado no 4º/5º mês
o 2º trimestre: 20 a 25g/dia = 600g/mês
12 meses: peso do nascimento triplicado
o 3º trimestre: 500g/mês ou 15g/dia
o 4º trimestre: 300-400g/mês ou 12g/dia
o 15g/dia
2º ano: peso de nascimento triplicado
o A partir dos 2 anos: ganho ± 2kg/ano até 8 anos (3-3,5kg/ano)
Peso quadriplica aos 2 anos
Estimativa de peso
𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒+9
o 3 a 12 meses: (meses)
2
o 1 a 6 anos: (idade x 2) + 8
𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑥 7−5
o 7 a 12 anos:
2
SUPERFÍCIE CORPORAL
𝑃 𝑥 4+7
(90+𝑃)
ESTATURA
Ao nascer: aproximadamente 50cm
0 a 12 meses: 25cm/ano (1º trimestre: 15cm / 2º trimestre: 20cm)
12-14 meses: 12cm/ano
2 a 4 anos: 7-8cm/ano
208
4-6 anos: 6cm/ano
6 anos a puberdade: 5cm/ano
Puberdade:
o Meninos: 9,5cm/ano
o Meninas: 8,3cm/ano
Alvo genético
𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑝𝑎𝑖+(𝑎𝑙𝑡. 𝑚ã𝑒+13)
o Menino: 2
± 8,5
𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑚ã𝑒+(𝑎𝑙𝑡.𝑝𝑎𝑖−13)
o Menina: ± 8,5
2
Fórmula para estimativa (2 a 12 anos): idade x 6 + 77
< p0,1 Muito baixo peso para Muito baixa estatura para Magreza Magreza
< EZ -3 idade idade acentuada acentuada
> p 15 e < p 85
Eutrofia Eutrofia
> EZ -1 e < EZ 1
> p 85 e < p97 Peso adequado para Risco de sobrepeso (0-5 anos)
idade Sobrepeso (5-19 anos)
> EZ 1 e < EZ 2
Estatura adequada para
idade
> p97 e < p 99,9 Sobrepeso (0-5 anos)
Obesidade (5-19 anos)
> EZ 2 e < EZ 3
SITUAÇÕES ESPECIAIS
RECÉM-NASCIDO PRÉ-TERMO
Até as crianças completarem 40 semanas de Idade Gestacional Corrigida: curva de crescimento intrauterino
Após 40 semanas de IGC: curvas de crescimento da OMS
Até 3 anos, usar IGC
IGC: subtrair da idade atual da criança o número de semanas faltantes para atingir 40 semanas.
DENTES
209
Canino 16 meses 18 meses
5 a 6 meses: época em que costuma aparecer o primeiro dente de leite | Criança pode apresentar alteração
do sono, aumento da salivação, coceira nas gengivas e irritabilidade.
10 a 12 meses: época em que costuma aparecer o primeiro molar de leite
3 a 6 anos: aos 3 anos a criança já tem todos os dentes de leite (20 dentes no total)
6 a 18 anos: em torno dos 6 anos, inicia-se a troca dos dentes de leite pelos dentes permanentes (total: 32
dentes)
Mandíbula Maxila
Dentes
Menina Menino Menina Menino
DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR
DE ZERO A 12 MESES
210
DE 12 MESES A 3 ANOS
FREQUÊNCIA DE CONSULTAS
211
1º ano: até 15 dias de vida, 1, 2, 4, 6, 9 e 12 meses
2º anos: 18 e 24 meses
> 2 anos: anual.
HIDRATAÇÃO
PESO CALÓRICO
10kg: Peso calórico = Peso
10-20kg: Peso calórico = 10 + 0,5 x Y
> 20kg: Peso calórico = 15 + 0,2 x Z
EXPANSÃO: 10-20ML/KG
MANUTENÇÃO (HOLLIDAY)
SG 5% ou SG 10%
o < 10kg = 100ml/kg
o 11-20kg = 1000ml + 50ml/kg (para cada kg > 10)
o > 21-40kg = 1500ml + 20ml/kg (para cada kg > 20)
o > 40kg = adulto
Glicose 50% = 10% do valor total do SG 5%
OBESIDADE
Índices antropométricos
> EZ -2 e < EZ
> p3 e < p85 Eutrofia Eutrofia
+1
> EZ +2 e < EZ
> p97 e < p99,9 Sobrepeso Obesidade
+3
Valores de
Exame Interpretação
referência
Colesterol
Perfil lipídico < 150mg/dl
total Obs.: Valores de referência válidos entre 2 e 19
(jejum de 12
anos
horas)
LDL-c < 100mg/dl
212
HCL-c
> 45mg/dl
Triglicerídeos < 100mg/dl
Alanina aminotransferase (ALT) <40U/L
Avaliação ampliada: + insulinemia de jejum, AST, GGT, US hepático e avaliação da composição corporal
Resistência insulínica = HOMA-IR (Homeostasis Assessment of Insulin Resistance):
𝑚𝑚𝑜𝑙 𝑚𝑈
𝐺𝑙𝑖𝑐𝑒𝑚𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑗𝑒𝑗𝑢𝑚 ( )×𝐼𝑛𝑠𝑢𝑙𝑖𝑛𝑒𝑚𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑗𝑒𝑗𝑢𝑚 ( )
𝐿 𝑚𝑙
o
22,5
o Valores acima de 3,5 = resistência insulínica
o Para converter mg/dl para mmol/L: multiplicar por 0,05
Segundo IDF (International Diabetes Federation), não é possível dar o diagnóstico antes dos 10 anos
Circunferência abdominal > p90 (ou limite em adultos | Utilizar o que for menor) e, no mínimo, mais dois
dos seguintes achados
Intolerância à glicose Glicemia de jejum > 100mg/dl (recomendado TOTG) ou presença de DM tipo 2
TRATAMENTO
Objetivo: 6 refeições por dia (café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia) +
intervalo de 3 horas entre cada uma.
Redução gradativa da quantidade de alimentos consumidos em excesso
Incentivo para o consumo crescente de alimentos não habituais e de grande importância nutricional
Após os 2 anos: pelo menos 60 minutos de atividades físicas moderadas ou vigorosas diariamente | Pais devem
tentar ser modelos para um estilo de vida mais ativo
Medicamentos (tratamento jamais deve ser iniciado pelo uso de medicamentos):
o Fluoxetina (depressão) – cp de 20mg e gotas 1mg/gota – dose inicial: 10mg/dia – a partir de 8 anos
o Sertralina (compulsão) – cp 25, 50 e 100mg – dose inicial: 25mg/dia – a partir de 6 anos
o Metformina (melhorar a sensibilidade à insulina) – cp 500 e 850mg – Dose inicial: 500mg/dia
Obs.: Cirurgia bariátrica = indicada apenas para crianças/adolescentes com maturação esquelética completa
ou quase completa, com IMC > 40 e com comorbidades, cujo tratamento multidisciplinar por pelo menos 6
meses tenha falhado.
213
214
REUMATOLOGIA
DOENÇA DE KAWASAKI
DIAGNÓSTICO
Febre > 5 dias + 4:
o Conjuntivite bilateral sem exsudato
o Alteração nos lábios e cavidade oral
o Linfadenopatia cervical - > 1,5cm – unilateral
o Edema em mãos e pés
o Exantema polimorfo
ALTERAÇÕES CARDÍACAS
Miocardite
Aneurisma de coronária
EXAMES COMPLEMENTARES
Hemograma
o Anemia normo/normo
o Leuco normal ou aumentado
o Plaquetas normais ou aumentadas (>1.000.000)
VHS e PCR aumentados (persiste por até 4 a 6 semanas)
Piúria estéril
Aumento de enzimas hepáticas
Líquor: pleocitose (aumento de leucócitos)
Ecocardiograma
o No diagnóstico
o Repetir em 2-3 semanas
o Repetir em 6 a 8 semanas
TRATAMENTO
Imunoglobulina EV: 2g/kg
AAS 80-100mg/kg/dia VO 6/6h até 14 dias
Fase de convalescença: AAS3-5mg/kg VO 24/24h por 6 a 8 semanas
Manutenção (acometimento coronária): AAS 3-5mg/kg VO 24/24h ± Clopidogrel 1mg/kg/dia (máx 75mg/dia)
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PÚRPURA DE HENOCH-SCHÖNLEIN
2 a 8 anos, masculino
Pródromo: IVAS
SINAIS E SINTOMAS
Rash purpúrico palpável: nádegas e pernas
Dor abdominal + dor articular sem sinais flogísticos
Hemorragia gastrointestinal
Renal: hematúria, síndrome nefrítica, síndrome nefrótica
SNC: raro, cefaleia, alteração comportamental
Abdome: dor leve, cólica, vômitos
Ao exame físico: BEG, púrpura palpável não pruriginosa.
o Petéquia púrpura equimose
EXAMES COMPLEMENTARES
Hemograma: normal, plaquetas normais ou aumentadas
Urina 1: início do quadro, após 7-15 dias e mensal por 6 meses
Complemento: diminuído
IgA: aumentado
TRATAMENTO = SINTOMÁTICOS
Artralgia
o Ibuprofeno 5-10mg/kg/dose 6/6h
o Diclofenaco 2-3mg/kg/dia VO 2-4x/dia
Artrite, edema e dor abdominal intensa
o Prednisona 1-2mg/kg/dia VO 5-7 dias
216
217
ANEXOS
ANTÍDOTOS
Antidepressivos tricíclicos,
Dose em bolus 1,5ml/kg EV. Pode repetir até 3x
atenolol, anestésicos locais, Solução lipídica 20%
(se PCR)
bloqueadores de canais de cálcio
218
Diluição: 10ml de água estéril
EV (diluir em SG5%)
219
< 12 anos: 2g/kg SNG | Diluição: 3ml de
manitol para cada grama de terra de Fuller
Paraquat Terra de Fuller > 12 anos: ataque 120g | Manutenção: 60g de
4/4h por 12h (intercalar com carvão ativado) |
Diluição: 200ml de manitol
DILUIÇÕES
DROGAS - EMERGÊNCIA
Adenosina (3mg/ml): 0,1-0,2mg/kg (máx: 12mg) – infundir bolus rápido de 3-5ml de SF 0,9% após a droga
Amiodarona (50mg/ml): 5mg/kg (máx: 300mg) – diluir em SG5% na concentração máxima de 2mg/ml
Anlodipina (cp 5mg | 10mg): 0,1-0,3mg/kg VO
Atenolol (cp 25mg | 50mg | 100mg): 1-2mg/kg VO (máx: 200mg/dia)
o Contraindicado em edema pumonar e choque cardiogênico
220
Atropina (0,25mg/ml): 0,02mg/kg (máx criança: 0,5mg | máx adolescente: 1,0mg)
Bicarbonato de sódio (8,4% - 1mEq/ml): 1mEq/Kg
o RN: usar 4,2%
o Velocidade máxima: 1mEq/kg/h
Carvão ativado: 1g/kg/dose VO ou SNG (máx: 50g/dose) – diluição 1:10 | Em doses repetidas, associar laxativo
Cetamina (50mg/ml): 0,5-2,0mg/kg | Velocidade máxima: 0,5mg/kg/min | Concentração máxima: 2mg/ml
Cloreto de cálcio (10% - 100mg/ml): 20mg/kg (máx: 1g) – Não usar IM ou SC
Codeína (cp 30mg e 60mg | solução oral: 3mg/ml): 1mg/kg VO
Dexametasona (4mg/2,5ml | 2mg/ml): 0,6mg/kg IM ou EV (máx: 16mg)
o Laringite aguda
o Pode ser usado na mesma dose VO
Difenidramina (50mg/ml): 1-2mg/kg (máx: 50mg/dose)
o Contraindicado em crise asmática aguda
Diazepam (5mg/ml): 0,2-0,5mg/kg IM ou VR (máx: 0,6mg/kg)
Enalapril
o Bolus: 5-10mcg/kg/dose
o VO: 0,1-0,5mg/kg/dia (máx: 40mg/dia)
Epinefrina (1:1000 – 1mg/ml): 0,01mg/kg EV ou IO (máx 1mg)
o Endotraqueal: 0,1mg/kg = 0,1ml/kg (1:1000) – máx 2,5mg
o Anafilaxia: 0,01mg/kg = 0,01ml/kg (1:1000) IM – máx 0,5mg (0,5ml)
o Laringite (inalatório): 3 a 5 ampolas
Etomidato (2mg/ml): 0,2-0,4mg/kg
Fenitoína (50mg/ml): 15-20mg/kg (máx: 1500mg) | Velocidade máxima 1mg/kg/min
o Não diluir em glicose
o Utilizar 25-50ml de SF para 100mg de fenitoína
Fenobarbital sódico (100mg/ml): 15-20mg/kg (máx 800mg)
o Evitar > 30mg/min em criança
Fentanil (500mcg/ml): 1-4mcg/kg (máx 100mcg)
Flumazenil (0,1mg/ml): 0,01-0,05mg/kg (máx 0,02mg/dose)
Furosemida (10mg/ml): 0,5-6mg/kg/dose
Glicose: 0,5-1,0g/kg | 10%: 5-10ml/kg | 25%: 2-4ml/kg
o 10%: 1ml = 0,10g
o 25%: 1ml = 0,25g
Gluconato de cálcio (10% - 100mg/ml): 60-100mg/kg | Velocidade máxima: 100mg/min | Concentração máxima:
50mg/ml
o Não administrar IM ou SC | Evitar veias periféricas
Haloperidol (5mg/ml)
o 6 a 12 anos: 1-3mg/dose | > 12 anos: 5mg/dose | Máx: 0,15mg/kg/dia
o Pode ser repetido a cada 4-8 horas
Hidralazina (20mg/ml): 0,2-0,6mg/kg (máx 25mg/dose)
Hidrato de cloral (xarope a 10% - 500mg/5ml): 25-100mg/kg VO ou VR (máx 2g/dose)
Hidrocortisona (500mg/4ml): 4-8mg/kg (máx 500mg/dose)
o Crise adrenal: ataque de 50mg/m2
Lidocaína (2% - 20mg/ml): 1-2mg/kg (máx: 100mg)
Manitol (20% - 0,2g/ml): 0,5-1,0g/kg EV | Infusão lenta: 20-30 minutos
Metilprednisolona (125mg/2ml): 0,5-1mg/kg (máx 250mg/dose)
o Asma: ataque de 2mg/kg
Midazolam (5mg/ml): 0,1-0,4mg/kg (máx 10mg/kg)
o Antídoto: flumazenil
Morfina VO (cp 10mg | 30mg)
o 3 a 6 meses: 0,1mg/kg/dose | > 6 meses: 0,2-0,5mg/kg/dose (máx 15-20mg) | De 3/3h ou 4/4h
Morfina EV (1mg/ml): 0,1-0,2mg/kg (máx 15mg/dose)
Naloxona (0,4mg/ml): 0,01-0,1mg/kg (máx 2mg)
Propofol (10mg/ml): 1-3mg/kg
221
Propranolol (cp 10mg | 40mg | 80mg): 1-3mg/kg/dose (máx 60mg/dia)
Rocurônio (10mg/ml): 0,1-1,2mg/kg
Salbutamol inalatório (spray 100mcg | nebulização 5mg/ml): 0,15mg/kg (mínimo 2,5mg) a cada 20 minutos, 3x
Succinilcolina (100mg): 1-2mg/kg (máx 150mg/dose)
Sulfato de magnésio (50% - 500mg/ml): 25-50mg/kg (máx 2g/dose)
Terbutalina (0,5mg/ml): 10mcg/kg (máx 500mcg) | infusão em 10 minutos
Tiopental (1g pó para diluição): 3-5mg/kg
Tramadol (50mg/ml): 1-2mg/kg
222
Rocurônio (10mg/ml) – Associar sedação
o Ataque: 0,6-1,2mg/kg
o Manutenção: 6-10mcg/kg/min
Protaglandina E1 (500mcg/ml) – Monitorizar apneia, hipotensão e hipoglicemia
o 0,01-0,1mcg/kg/min
Salbutamol (500mcg/ml) – Monitorizar ritmo cardíaco, potássio sérico e glicemia
o Ataque: 15mcg/kg – Infundir em 10 minutos
o Manutenção: 0,1-15mcg/kg/min
Terbutalina (0,5mg/ml) - Monitorizar ritmo cardíaco, potássio sérico e glicemia | Diluição com SF pode aumentar
o risco de edema pulmonar
o Ataque: 100mcg/kg (infundir em 10 minutos)
o Manutenção: 0,1-4,0mcg/kg/min
Tiopental (0,5g | 1,0g) – Monitorização hemodinâmica
o Ataque: 2-5mg/kg
o Manutenção: 10-100mcg/kg/min
Vasopressina (20U/ml) – Uso em PCR e hipotensão resistente às catecolaminas | Dose máxima bolus: 40U
o Ataque: 0,4-1U/kg
o Manutenção: 0,00002-0,002U/kg/min
MEDICAÇÕES GERAIS
ANALGÉSICOS E ANTIPIRÉTICOS
Ibuprofeno (100mg/ml ou cp: 200, 300, 400 e 600mg)
o Antitérmico: 5-10mg/kg/dose até 6/6h (máx 40mg/kg/dia)
o Analgésico: 4-10mg/kg/dose x 3-4
o Anti-inflamatório: 30-50mg/kg/dia dividido 3x4 (Max 2,4g/dia)
Dipirona (Gotas: 500mg/ml | Xarope: 50mg/ml)
o 1ml = 20 gotas = 500mg | 1 gota = 25mg
o VO
Crianças: 10-25mg/kg/dose x 4
Lactentes: 10mg/kg/dose x 4
Pré-escolar: 15mg/kg/dose x 4
Escolar: 25mg/kg/dose x 4
Gota: 1gota/kg/dose
Xarope: 0,4-0,5ml/kg/dose
o EV: 15mg/kg/dose = 0,03ml/kg/dose
Paracetamol (Gotas 200mg/ml | Xarope 32mg/ml | Cp 500mg): 10-15mg/kg/dose x 4 (1gt/kg)
o 1ml = 15 gotas = 200mg | 1 gota = 13mg
Morfina
o EV (ampola 10mg/ml, o2mg/ml e 1mg/ml): 0,1-0,2mg/kg/dose 2-4h (Max 15mg/dose)
o VO (Cp 10 e 30mg | Gotas 10mg/ml): 0,3-0,6mg/kg/dose
Nalbufina (ampola 10mg/ml): 0,1-0,15mg/kg/dose x 4-8
Tramadol: 5mg/kg/dia dividido 2-3 – 1-1,5mg/kg/dose 8/8h (ampola 50mg/ml)
o 1ml = 40 gotas = 100mg
o VO (Cápsula 50 e 100mg / Gotas 50mg/ml e 100mg/ml): 0,6-1gt/kg/dose x 3 (2,5mg/gt)
ANTI-ÁCIDOS
Hidróxido de aluminio (cp 230mg e 300mg | Xarope 61,5mf/ml e 61,95mg/ml): 330-1000mg/dose 3-6h
Hidróxido de magnésio (xarope 80mg/ml e 400mg/ml): 2,5-5ml/dose x 4 anti-ácido
o Laxante
< 2 anos: 0,5ml/kg/dose
2-5 anos: 5-15ml/dia
6-11 anos: 15-30ml/dia
Ranitidina (Xarope 15mg/ml | Cp 150 e 300mg / Efervescente de 150 e 300mg / Ampola 50mg/2ml)
223
o 1-2mg/kg/dose EV x 3
o VO: 4-6mg/kg/dia 12/12h (Max 300mg/dia)
Omeprazol (Cp 10, 20 e 40mg | Amp 40mg)
o Crianças: iniciar com 0,7mg/kg/dia 24/24h
o Maiores de dois anos:
< 20kg: 10mg/dia 24/24h
> 20kg: 20mg/dia
ANTIBIÓTICOS
Amicacina (50mg/ml) – diluição: amicacina 2ml + 98ml SF0,9% (solução 1mg/ml) – infundir em 1-2h
o Neonatos:
< 27 semanas: 15-20mg/kg/dose 48/48h
28-33 semanas: 15-20mg/kg/dose 36/36h
> 34 semanas: 15mg/kg/dose 24/24h
Meningite
< 7 dias e > 2kg: 15-20mg/kg/dia 12/12h
> 7 dias e > 2kg: 30mg/kg/dia 8/8h
o Crianças: 15-30mg/kg/dia 8/8h ou dose única diária
o Dose máxima: 1,5g/dia
o Ajuste renal (por Clearence de Creatinina)
> 50: sem reajuste
30-50: 12-18h
10-29: 18-24h
< 10: 48-72h
Amoxicilina (Suspensão 250mg/5ml, 400mg/5ml e 500mg/5ml | Cp 500 e 875mg): 50-100mg/kg/dia 8/8h ou
12/12h (400)
o Dose máxima: 1,5g/dia (10ml/dose da apresentação de 250mg/5ml ou 6,25ml/dose da apresentação de
400mg/5ml)
o Ajuste renal (por Clearence de Creatinina)
>30: sem reajuste
10-29: 8-20mg/kg/dose 12/12h
< 10: 8-20mg/kg/dose 24/24h
Amoxicilina + clavulanato (Suspensão: 250mg+62,5mg/5ml, 400mg+57mg/5ml | Cp 500+125mf, 875+125mg): 50-
100mg/kg/dia VO 8/8h (dose máxima: 10ml/dose da apresentação de 250mg/5ml ou 6,25ml/dose da
apresentação de 400mg/5ml)
o Vide amoxicilina
Ampicilina (Susp. oral 50mg/ml | Cp 500 e 1000mg | Ampola 100, 500 e 1000mg):
o 100-400mg/kg/dia 6/6h
o Dose máxima: 12g/dia
Azitromicina (200mg/5ml): 10mg/kg/dia 24/24h
Cefaclor (susp. Oral: 250mg/5ml | cp 500mg | cápsula 250 e 500mg)
o > 1 mês: 20-40mg/kg/dia 8-12h*
o Dose máxima: 2g/dia
Cefalexina (susp oral 250mg/5ml | cp 500 e 1000mg | cápsula 250 e 500mg)
o 25-100mg/kg/dia VO 6-8h
o Profilaxia ITU: ¼ da dose – Dose única diária
o Ajuste renal (por Clearence de Creatinina)
10-40: 8-12h
< 10: 12-24h
o Dose máxima: 4g
Cefazolina (amp 250, 500 e 1000mg)
o 50-150mg/kg/dia 8/8h (máx 2g)
o Ajuste renal (por Clearence de Creatinina)
> 70: sem reajuste
224
40-70: 60% da dose habitual 12/12h
20-40: 25% da dose habitual 12/12h
5-20: 10% da dose habitual 24/24h
Cefepime (amp 0,5, 1 e 2g)
o 50mg/kg/dose 8-12h
o Dose máxima: 2g/dia
Cefotaxima (amp 125mg/ml e 250mg/ml)
o 50-300mg/kg/dia 4-6h
o Dose máxima: 12g/dia
Ceftriaxone (amp 250, 500 e 1000mg)
o 50-100mg/kg/dia 12/12h
o Dose máxima: 4g/dia
Cefuroxima (amp 750mg / susp. 250mg/5ml | cp 250 e 500mg)
o Oral: 20-30mg/kg/dia 12/12h
Dose máxima: 1g/dia (10ml/dose)
o IM/EV: 75-100mg/kg/dia 8/8h
Dose máxima: 4,5g/dia
o Ajuste renal (por Clearence de Creatinina)
> 30: sem reajuste
10-29: 12/12h
< 10: 24/24h
Ciprofloxacino (cp 250, 500, 750 e 1000mg)
o Oral: 20-30mg/kg/dia 12/12h
Dose máxima: 1,5g/dia
o EV: 20-30mg/kg/dia 12/12h
Dose máxima: 800mg/dia
Claritromicina (susp 125mg/5ml e 250mg/5ml | cp 250 e 500mg | EV 500mg)
o 15mg/kg/dia 12/12h
o Dose máxima: 1g/dia
Clindamicina (cp 300mg / Amp 150mg/ml)
o EV: 20-40mg/kg/dia 6-8h
Dose máxima: 1,8g/dia
o VO: 8-25mg/kg/dia 6-8h
Etambutol (cp 400mg | solução 25mg/ml)
o > 6 anos: até 25kg: 25mg/kg/dia | Entre 25 e 35kg: 600mg/dia | Entre 35 e 45kf: 800mg/dia | > 45kg:
1200mg/dia
Gentamicina (amp 10mg/ml, 20mg/ml, 40mg/ml, 80mg/ml, 140mg/ml)
o 7,5mg/kg/dia 8/8h
o Ajuste renal (por Clearence de Creatinina)
> 50: sem reajuste
30-50: 12-18h
10-29: 18-24h
< 10: 48-72h
o Garasone (otite externa) – Gentamicina + Betametasona: 3 a 4 gotas, 2 a 4 vezes ao dia (máximo 10 dias)
Isoniazida (cp 100 e 300mg)
o < 15 anos e < 40kg: 10-15mg/kg/dose VO 24/24h (máx 300mg/dose)
o < 15 anos e > 40kg OU > 15 anos: 5mg/kg/dose VO 24/24h (máx 300mg/dose)
Levofloxacina (cp 250, 500 e 750mg | EV 5mg/ml e 25mg/ml)
o < 5 anos: 8-10mg/kg/dose 12/12h
o > 5 anos: 10mg/kg/dose 24/24h (máx 750mg/dia)
Linezolida (cp 600mg | EV 2mg/ml)
o < 12 anos: 10mg/kg/dose 8/8h
Dose máxima: 600mg
o > 12 anos: 600mg 12/12h
Meropenem (amp 500, 1000 e 2000mg)
225
o 10-20mg/kg/dose 8/8h
o Dose máxima: 6g
o Ajuste renal (por Clearence de Creatinina)
> 50: sem reajuste
30-50: 20-40mg/kg/dose 12/12h
10-29: 10-20mg/kg/dose 12/12h
< 10: 10-20mg/kg/dose 24/24h
Metronidazol (cp 250 e 400mg | susp. 200mg/5ml | Fr. 500mg/100ml)
o 30-50mg/kg/dia 8/8h
o Dose máxima VO: 2,25g/dia
o Dose máxima EV: 1,5g/dia
Neomicina + Bacitracina (pomada 5mg/g de neomicina + 250UI/g de bacitracina)
o Usar fina camada na região afetada de 2 a 5x/dia, por no máximo 8-10dias)
Neomicina 2,5mg/g + Betametasona 0,5mg/g + Cetoconazol 20mg/g (creme/pomada) – Trok-N
o Fina fina camada na região afetada de 1 a 2x/dia
Oxacilina (EV 500mg)
o 50-100mg/kg/dia 6/6h
o Dose máxima: 4g/dia
Penicilina G Benzatina
o < 27kg: 600mil UI IM dose única
o > 27kg: 1,2mil UI IM dose única
o Sífilis: 50mil UI/kg – Dose máxima: 2,4milhões UI
Penicilina G Cristalina
o Diluir 50mil unidades/ml em SF 0,9% ou SG 5% - Infundir em 30-60minutos
Sífilis congênita: 50milUI/kg/dose EV de 4/4h ou 6/6h (máx 24milhões de UI/dia)
Penicilina G Procaína
o 25-50mil UI/kg/dia 12-24h
o Dose máxima: 4,8milhões em 24h
Penicilina V (cp 500mil unidades | solução 80mil unidades/ml)
o < 12 anos: 25mil-90mil UI/kg/dia de 8/8h
o > 12 anos: 200mil-500mil UI 8/8h
Piperacilina + Tazobactam (EV 2g+250mg e 4g+500mg)
o < 2 meses: 100mg Pipe/kg/dose 6/6h
o 2-9 meses: 80mg Pipe/kg/dose 8/8h
o > 9 meses: 100mg Pipe/kg/dose 8/8h
o Dose máxima: 16g/dia
o Ajuste renal (por Clearence de Creatinina)
> 50: sem reajuste
30-50: 35-50mg Pipe/kg 6/6h
< 30: 35-50mg Pipe/kg 8/8h
Pirazinamida (cp 500mg | susp 150mg/5ml)
o < 40 kg: 35mg/kg/dia VO 24/24h
o 40-55kg: 1000mg VO 24/24h
o 56-5kg: 1500mg VO 24/24h
o 76-90kg: 2000mg VO 24/24h
Polimixina B (EV 500mil UI)
o < 2 anos: 15mil-45mil UI/kg/dia 12/12h
o > 2 anos: 15mil-25mil UI/kg/dia 12/12h
o Ajuste renal (por Clearence de Creatinina)
50% da dose 12/12h
< 5: 15% da dose habitual 12/12h
Rifampicina (susp. 20mg/ml | cápsula 300mg)
o Tuberculose: 10-20mg/kg/dia 24/24h (máx 600mg/dose)
o Profilaxia de Haemophilus influenzae: 20mg/kg/dia VO 24/24h (máx 600mg/dose)
o Hanseníase: 10-20mg/kg/dia VO 24/24h (máx 600mg/dose)
226
Sulfametoxazol + Trimetoprima (susp. 200+40mg/5ml e 400+80mg/5ml | cp 400+80mg e 800+160mg)
o 8-12mg TMP/kg/dia 12/12h
o Dose máxima: 160mg TMP
Vancomicina (fr-amp 500 e 1000mg)
o 40-60mg/kg/dia 6/6h
o Dose máxima: 4g/dia
ANTIFÚNGICOS SISTÊMICOS
Anfotericina B (EV 5mg/ml): 1mg/kg/dia 24/24h (Max 100mg/dia)
Cetoconazol (cp 200mg): 3-6mg/kg/dia 24/24h (Max 800mg/dia)
Fluconazol (cápsula 50mg, 100mg e 150mg | EV 2mg/ml) 12mg/kg/dia 24/24h (Max 150mg/dia)
Nistatina (VO 100mil UI/ml | drágeas 500mil UI): 1-3ml 6/6h
ANTIFÚNGICOS TÓPICOS
Cetoconazol
o Shampoo (20mg/g e 20g/ml)
o Solução dermatológica 20mg/g: usar na região afetada 1x/dia
Nistatina pomada (100mil UI/g + óxido de Zinco 200mg/g): aplicar 2 ou mais vezes ao dia na área afetada
ANTIVIRAIS E ANTI-RETROVIRAIS
Aciclovir (VO)
o > 2 anos: 200mg/dose x 5 (Max: 80mg/kg/dia)
o < 2 anos: 100mg/dose x 5 (Max: 80mg/kg/dia)
ANTICONVULSIVANTES
Ácido valproico:
o Inicial: 15mg/kg/dia 8-12h aumentar a cada semana em 5-10mg/kg/dia (até 60mg/kg/dia 8/8h)
o Habitual: 30-60mg/kg/dia 8-12h
o Máxima: 100mg/kg/dia
Carbamazepina: 10-20mg/kg/dia 6-12h (até 35mg/kg/dia)
Fenitoína
o Ataque: 15-18mg/kg // manutenção: 4-10mgkg/dia 8-12h
o 1º dia: 15mg/kg/dia 12-24h // 2º dia: 10mg/kg/dia 12-24h // 3º dia: 5-8mg/kg/dia 12-24h
Fenobarbital
o Ataque: 20mg/kg/dose (1 dose de 15mg/kg e outra de 5mg/kg 12h após)
o VO: 3-5mg/kg/dia 12-24h
Topiramato
o Inicio: 1-3mg/kg/dia 12-24h (Max 25mg)
o Manutenção: 5-9mg/kg/dia 12/12h
Vigabatrina: 1g/dia (40-200mg/kg/dia)
ANTIEMÉTICOS E PROCINÉTICOS
Bromoprida
o VO: 0,5-1mg/kg/dia 8/8h
o EV: 0,03mg/kg/dose 8/8h
Dimenidrato: 5mg/kg/dia 6/6h ou 1-1,5mg/kg/dose x 4 (Max 75mg/dia < 6 anos // 150mg/dia entre 6-12anos
// 300mg/dia > 12anos)
Domperidona: 0,25-0,4mg/kg/dose x 3-4 (2,5ml para cada 10kg/dose x 3 – antes das refeições)
227
Metoclopramida: 0,4-0,8mg/kg/dia 6/6h
Ondansetrona: EV 0,15mg/kg/dose 8/8h (Max 8mg/dose)
o VO: até 0,3m²: 1mg/dose 8/8h // 0,3-0,6m²/dose 8/8h // 0,6-1m² 3mg/dose 8/8h // 4mg/dose 8/8h
ANTIESPASMÓDICOS E ANTICOLINÉRGICOS
Dimeticona: < 2 anos: 20mg/dose x 4-6 // > 2anos: 40mg/dose x 4-6
Hioscina: VO 0,1-0,3mg/kg/dose x 3 (5-10gotas/dose x 3) // EV 5mg/dose
ANTI-HIPERTENSIVOS
Captopril: 1-2mg/kg/dia em 3-4doses
Enalapril: 0,1-0,15mg/kg/dia em 12-24h
Anlodipino: 0,05-0,2mg/kg/dia em 12-24h (aumento até 0,6mg/kg/dia em 12-24h)
Propranolol:
o VO: 0,5-1mg/kg/dia em 2-4doses
o EV: 0,1mg/kg/dose x 3-4
Hidralazina
o VO: 0,75-1mg/kg/dia em 2-4doses (Max 25mg/dose)
o EV: 0,1-0,2mg/kg/dose (Max 20mg/dose)
AINE
Cetoprofeno: 1mg/kg/dose x 3-4
ANTI-HISTAMÍNICOS
Celestamina (Dexclorfeniramina + Betametasona)
o Apresentações: Xarope 2mg/5ml // Gotas 2mg/5ml // Comprimidos 2mg
o Posologia:
2 a 6 anos: 1,25ml-2,5ml 8/8h
6 a 12 anos: 2,5ml 8/8h
Gotas: 1 gota a cada 2kg 8/8h
Cetirizine (> 6 meses):
o 6-12m: 2,5mg/dose x 1
o 1-2a: 2,5mg/kg x 1-2
o 2-5a: 2,5mg/dose x 1
o 6-12a: 5mg/dose x 1 ou 2
Dexclorfeniramina: 0,15mg/kg/dia 6/6h
o Apresentações (Polaramine): Líquido 2mg/5ml // Gotas 2,8mg/ml // Creme 1mg/g
o Posologia
2-6 anos: 1,25ml 8/8h // 1 gota a cada 2kg 3x ao dia // Creme: 2x/dia
Desloratadiana
o 2-5anos: 1,25mg/dose x 1
o 6-11anos: 2,5mg/dose x 1
Difenidramina: 5mg/kg/dia 3-4 doses
Hidroxizina: 2mg/kg/dia em 3-4doses
Loratadina:
o 2-5 anos: 5mg/dose x 1
o > 5 anos: 10mg/dose x 1
ANTIPARASITÁRIOS
Albendazol (susp 40mg/ml | cp mastigável 400mg)
228
o < 2 anos: 200mg/dose VO em dose única
o > 2 anos e adolescentes: 400mg/dose VO em dose única ou 1x/dia por 3 dias
Annita® (susp 20mg/ml | cp 500mg) - > 1 ano: 7,5mg/kg 12/12h por 3 dias (máx 500mg)
Ivermectina (cp 6mg) – maiores de 5 anos:
o 15-24kg: meio cp VO dose única
o 25-35kg: 1cp VO dose única
o 36-50kg: 1cp e meio VO dose única
o 51-65kg: 2cp VO dose única
Mebendazol (100mg/5ml) - (> 2 anos): 100mg 12/12h por 3 dias
ESCABICIDAS E PEDICULICIDAS
Deltametrina
o LOÇÃO: friccionar nas áreas afetadas após o banho e deixar até o próximo banho, repetir por 4 dias
consecutivos e mais 4x após um intervalo de 7 dias
o XAMPU: aplicar e friccionar levemente e manter a espuma sem enxaguar por 10 minutos. Depois enxaguar
bem. Repetir por 4 dias consecutivos e mais 4x após um intervalo de 7 dias
Permetrina: lavar o cabelo normalmente e aplicar uma vez no cabelo pré-lavado incluindo nuca e atrás da
orelha, deixar agir por 10 minutos e enxaguar. Remover lêndeas com pente fino, água/vinagre 1:1. Pode repetir
em 7-10 dias.
Permetrina na escabiose (loção 1% = 10mg/ml e loção 5% = 50mg/ml (> 2 meses) | Emulsão tópica 1% e 5% (> 2
anos): passar a loção ou creme em todo o corpo abaixo do pescoço e deixar por 12h (neonatos: 6h), remover
com banho. Realizar diariamente por 7 dias e, após, a cada 2 dias até que os sintomas desapareçam.
MUCOLÍTICOS E EXPECTORANTES
Acetilcisteina: 15mg/kg/dia 8/8h
o Nebulização: 0,2ml/kg (amp 300mg/3ml) sem diluir ou volume igual de SF0,9% até de 6/6h
Ambroxol®, Mucovit® (15mg/5ml):
o 2-6 anos: 2,5-5ml/dose 12/12h
o 6 a 12 anos: 5-10ml/dose 8/8h
o > 12 anos: 6,5-13,5ml/dose 8/8h
Fitoterápicos
o Abrilar®, Torante® (xarope 7mg/ml, 7,5mg/ml e 15mg/ml)
Entre 2 e 7 anos: 2,5ml 8/8h
> 7 anos: 5ml 8/8h
CORTICOSTERÓIDES SISTÊMICOS
Betametasona (elixir 0,1mg/ml | cp 0,5 e 2mg | Gotas 0,5mg/ml | sol. 0,5mg/ml): 0,4mg/kg/dia 6-12h
(habitual: 0,5 a 6mg/dia)
Hidrocortisona (fr-amp: 100 e 500mg)
o ASMA GRAVE: Ataque: 4-8mg/kg/dia (Max 250mg) // manutenção: 2mg/kg/dose x4
o Anti-inflamatório e imunossupressão:
EV: 1-5mg/kg/dia 12/12h
Dexametasona (elixir 0,5mg/5ml | cp 0,5mg, 0,75mg e 4mg | amp 10mg/2,5ml)
o Fisiológica basal: 0,03 a 0,15mg/kg/dia ou 0,6-0,75mg/m²/dia 6-12h
o Anti-inflamatório e imunossupressão: 0,08-0,3mg/kg/dia 6-12h ou 2,5-10mg/m²/dia
o Edema cerebral: 1-2mg/kg (inicial) – 1-1,5mg/kg/dia 4-6x após
Metilprednisolona (cp 4mg | fr-amp: 40mg/ml): 1mg/kg/dose x4
Prednisolona (sol. 3mg/ml | cp 5mg, 20mg e 40mg): 1-2mg/kg/dia 1-2x
o Apresentações (PredSim®): Xarope 3mg/ml // Gotas 11mg/ml
229
CORTICOSTERÓIDES TÓPICOS
Hidrocortisona 1% creme ou pomada: aplicar na região acometida 1-2x/dia por 5-7 dias
Dexametasona creme 1mg/g: aplicar pequena quantidade no local afetado 2-3x/dia
Mometasona creme/pomada 1mg/g: aplicar fina camada 1x/dia
DIURÉTICOS
Espironolactona 1,5-3,5mg/kg/dia 1-4x
Furosemida 1-6mg/kg/dia 1-4x
Hidroclorotiazida:
o < 6 meses: 2-4mg/kg/dia 12/12h
o > 6 meses: 2mg/kg/dia 12/12h
FERRUGINOSOS
Sulfato ferroso
o Anemia grave: 3-6mg/kg de Fe por dia 12/12h / prematuros: 4-6mg/kg 8/8h
o Profilático: 1mg/kg por dia
LAXANTES E CATÁRTICOS
Hidróxido de magnésio: 0,5ml/kg/dose x 1
Lactulose: 0,3-0,5ml/kg/dia 12/24h
SUPLEMENTOS
Biozinc® (2mg/0,5ml)
o Crianças sem perdas anormais: até 5 anos: 100mcg de Zn/kg/dia | > 5 anos: 2,5-4mg/dia
o Perdas digestivas: 0,2-0,5mg/kg/dia
Adenosina = TSV = 0,1mg/kg EV/IO rápido (máx 6mg), segunda dose 0,2mg/kg EV/IO aplicação rápida (máx 12mg)
Amiodarona
o TSV, TV com pulso = 5mg/kg EV/IO em dose de ataque por 20 a 60 minutos (máx 300mg), repetir até a dose
máxima diária de 15mg/kg (2,2g em adolescentes)
o Parada sem pulso (FV/TV sem pulso) = 5mg/kg EV/IO em bolus (máx 300mg), repetir até a dose máxima diária
de 15mg/kg (2,2g em adolescentes)
Bicabornato de sódio
o Acidose metabólica (intensa), hipercalemia = 1mEq/kg EV/IO em bolus lento
o Overdose de bloqueadores dos canais de sódio )ex: antidepressivos tricíclicos) = bolus de 1-2mEq/kg EV/IO
até que o pH sérico seja > 7,45 (7,5-7,55 para envenenamento grave), seguido de infusão EV/IO de 150mEq
de solução NaHCO3/L titulada para manter alcalose.
Brometo de ipratrópio = Asma = 250-500mcg via inalação a cada 20 minutos, conforme necessidade x 3 doses
Cloreto de cálcio 10% = hipocalcemia, hipercalemia, hipermagnesemia, overdose de bloqueadores dos canais de
cálcio = 20mg/kg (0,2ml/kg) EV/IO administração lenta durante parada, repetir conforme a necessidade.
Dexametasona = laringite aguda (crupe) = 0,6mg/kg PO/IM/EV (máx 16mg)
Dextrose (glicose) = Hipoglicemia = 0,5-1g/kg EV/IO (SG25% = 2-4ml/kg | SG10% = 5-10ml/kg)
Dobutamina = Insuficiência cardíaca, choque cardiogênico = 2-20mcg/kg/min EV/IO; titular até efeito desejado
Dopamina = Choque cardiogênico, choque distributivo = 2-20mcg/kg/min EV/IO; titular até efeito desejado
Epinefrina
o Parada sem pulso, bradicardia (sintomática)
0,01mg/kg (0,1ml/kg da concentração 0,1mg/ml) EV/IO a cada 3-5min (dose única máxima: 1mg)
0,1mg/kg (0,1ml/kg da concentração 1mg/ml) ET a cada 3-5min
o Choque hipotensivo = 0,1-1mcg/kg/min EV/IO (considere doses mais altas se necessário)
230
o Anafilaxia
0,01mg/kg (0,01ml/kg da concentração 1mg/ml) IM a cada 15 minutos conforme a necessidade (dose
única máxima de 0,3mg)
Auto-injetor IM 0,3mg (se peso > 30kg) ou auto-injetor IM júnior 0,15mg (entre 10 e 30Kg)
o Laringite aguda (crupe) = 3mg (3ml da concentração de 1mg/ml) + 3ml de SF0,9% via inalação
Etomidato = SRI = 0,2-0,4mg/kg EV/IO durante 30-60 segundos (máx 20mg) produzirão sedação rápida por pelo
menos 10-15 min.
Gluconato de cálcio = hipocalcemia, hipercalemia, hipermagnesemia, overdose de bloqueadores dos canais de
cálcio = 60mg/kg (0,6ml/kg) EV/IO administração lenta durante a parada; repetir conforme a necessidade.
Hidrocortisona = insuficiência suprarrenal = 2mg/kg EV por bolus (máx 100mg)
Lidocaína = FV/TV sem pulso, taquicardia de complexo largo (com pulso)
o 1mg/kg EV/IO por bolus
o Manutenção: infusão EV/IO de 20-50mcg/kg/min (repita a dose de bolus se a infusão for iniciada mais de 15
minutos após o tratamento com bolus inicial)
o 2-3mg/kg ET
Metilprednisolona = Asma (estado de Mal Asmático), choque anafilático
o 2mg/kg EV/IO/IM (máx 60mg): use apenas sal acetato IM
o Manutenção: 0,5mg/kg EV/IO a cada 6h (máx 120mg/d)
Milrinona = disfunção miocárdica e RVS/RVP aumentada = doses de ataque 50mcg/kg EV/IO durante 10-60min
seguida por 0,25-0,75mcg/kg/min EV/IO
Naloxona = reversão narcótica (opiácea)
o Reversão total necessária (overdose) = 0,1mg/kg EV/IO/IM/SC a cada 2 min conforme necessidade (dose
máxima 2mg)
o Reversão total não necessária (depressão respiratória associada a uso de narcótico terapêutico) = 1-5mcg/kg
EV/IO/IM/SC; titular para o efeito desejado
o Manter reversão = 0,002-0,16mg/kg/h EV/IO
Nitroglicerina = insuficiência cardíaca, choque cardiogênico
o 0,25-0,5mcg/kg/min EV/IO; titule em 1mcg/kg/min a cada 15-20 min, conforme tolerância. A faixa de
dosagem típica é 1-5mcg/kg/min (máx 10mcg/kg/min)
o Em adolescentes: comece por 5-10mcg/min e aumente até o máximo de 200mcg/min.
Nitroprussiato = choque cardiogênico (isto é, associado à alta RVS), hipertensão grave = dose inicial de 0,3-
1mcg/kg/min EV/IO; titular até o efeito desejado.
Noradrenalina = choque hipotensivo (geralmente distributivo – isto é, baixa RVS e refratário a fluidos) = 0,1-
2mcg/kg/min EV/IO; titular até efeito desejado
Procainamida = TSV, Flutter atrial/auricular, TV com pulso = 15mg/kg EV/IO em dose de ataque durante 30-
60min (não use rotineiramente com amiodarona)
Protaglandina E1 (PGE1) = doença cardíaca congênita dependente do canal arterial (todas as formas) = 0,05-
0,1mcg/kg/min EV/IO inicialmente e, em seguida, 0,01-0,05mcg/kg/min
Sulfato de atropina
o Bradicardia (sintomática)
0,02mg/kg EV/IO (dose máxima única de 0,5mg), é possível repetir a dose uma vez a cada 3-5min, dose
total máxima de 1mg para crianças e 3mg para adolescentes
0,04-0,06mg/kg ET
o Toxinas/Overdose (ex: organofosfato, carbamato)
< 12 anos = inicialmente 0,05mg/kg EV/IO, em seguida, repetir e dobrar a dose a cada 5 min até reverter
os sintomas
> 12 anos = inicialmente 1mg EV/IO, em seguida, repetir e dobrar a dose a cada 5 min até reverter os
sintomas
Sulfato de magnésio = Asma (estado de mal asmático refratário), Torsades des Pointes, Hipomagnesemia
o TV sem pulso = 25-50mg/kg EV/IO em bolus (máx 2g)
o TV com pulso = 25-50mg/kg EV/IO por 10-20 min (máx 2g)
o Estado de Mal Asmático = 25-50mg/kg EV/IO infusão lenta por 15-30min (máx 2g)
Terbutalina = Asma (estado de mal asmático), hipercalemia
o Infusão EV/IO de 0,1-10mcg/kg/min; considere ataque de 10mcgkg EV/IO por 5 min
o 10mcg/kg SC a cada 10-15min até a infusão EV/IO ser iniciada (dose única máxima: 0,4mg)
231
Vasopressina = Hipotensão resistente a catecolaminas) = infusão contínua de 0,0002-0,002UI/kg/min (0,2-
2mU/kg/min)
PRINCIPAIS ALÉRGENOS
ISOLADOS
ALIMENTOS Galinha, carne F83 Queijo (tipo Cam, Brie, Candida albicans M5
Abacate F96 Gergelim F10 Roqf) F82 Cladosporium
Abacaxi F210 Glúten F79 Queijo (tipo Cheddar) herbarum M2
Abóbora F225 Kiwi F84 F81 Penicillium notatum
Alho F47 Lagosta F80 Soja F14 M1
Ameixa F255 Laranja F33 Salmão F41 Penicillium glabrum
Amêndoa F20 Leite F2 Sardinha F61 M209
Amendoim F13 Limão F208 Uva F259 S. enterotoxin A M81
Arroz F9 Lula F58 Trigo F4 S. enterotoxin B M223
Atum F40 Maçã F49 Trigo negro F11 S. enterotoxin C M226
Aveia F7 Mamão F293 Vaca, carne F27 INSETOS/VENENOS
Avelã F17 Manga F91 DROGAS Barata do esgoto i206
Banana F92 Mel F247 Amoxicilina C6 Barata doméstica i6
Batata F35 Melão F87 Ampicilina C5 Formiga lava-pé i70
Cabra, leite F300 Mexilhão azul F37 Clorexidina C8 Mutuca i204
Cacau F93 Milho F8 Folcodina C261 Pernilongo i71
Caranguejo F23 Morango F44 Insulina bovina C71 Veneno Abelha (Apis
Castanha de caju F202 Nozes F256 Insulina humana C73 melífera) i1
Castanha do Pará F18 Ovo F245 Insulina suína C70 Veneno Marimbondo
Cebola F48 Ovo, clara F1 Morfina c260 (polistes spp.) i4
Cenoura F31 Ovo, gema F75 Penicilina G C1 Veneno Vespa (Vespula
Cereja F242 Peixe F3 Penicilina V C2 spp.) i3
Cevada F6 Pêra F94 MICRORGANISMOS/ OUTROS
Côco F36 Pêssego F95
FUNGOS Algodão O1
Corante vermelho Pimenta preta F220
Alternaria alternata Látex K82
carmim F340 Pimenta vermelha F279
M6 Folha de tabaco O201
Ervilha F12 Pimenta verde F263
Pimentão F218 Aspergillus fumigatus
Espinafre F214 M3
Feijão branco F15 Polvo F59
Porco, carne F26 Aspergillus niger M207
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