Tese - Camilo Busato
Tese - Camilo Busato
Tese - Camilo Busato
CAMILO BUSATO
ALEGRE - ES
2015
i
CAMILO BUSATO
ALEGRE - ES
2015
ii
CDU: 63
iii
CAMILO BUSATO
Tese apresentada à Universidade Federal do Espírito Santo, como parte das exigências do
Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal, para obtenção do título de Doutor em
Produção Vegetal, na linha de pesquisa Recursos Hídricos e Geoprocessamento em
Sistemas Agrícolas.
COMISSÃO EXAMINADORA
iv
DEDICO
v
AGRADECIMENTOS
A Deus, nosso guia, pela vida e por ter me dado força, coragem, fé, saúde,
sabedoria e motivação para enfrentar os desafios encontrados nessa caminhada.
Aos meus pais José Busato (in memoriam) e Marta Alice Cecato Busato, pelos
sábios ensinamentos, pelo exemplo de vida, de honestidade e de simplicidade.
Ao professor orientador D.Sc. Edvaldo Fialho dos Reis, pela amizade, confiança,
paciência, ensinamentos e conselhos, que contribuíram para minha pesquisa e para
meu crescimento profissional e pessoal.
Ao professor D.Sc. Fábio Luiz Partelli, amigo de longa data, pela confiança,
otimismo, por atuar como co-orientador e acima de tudo parceiro em todos os
momentos, sempre me aconselhando e motivando.
Aos amigos e meeiros Levy Barcellos dos Santos e Marinete Breda, pela condução
da lavoura durante todo o período de avaliação, pelo auxílio na coleta dos dados
climáticos e nas colheitas.
MUITO OBRIGADO
vii
BIOGRAFIA
CAMILO BUSATO, filho de Marta Alice Cecato Busato e José Busato (in memoriam),
nasceu em 22 de fevereiro de 1981, na cidade de Colatina, ES. O Distrito de Acioli,
em João Neiva, ES, foi sua residência até o ano de 2008 e depois disso passou a
residir na cidade de Colatina, ES.
RESUMO
O cafeeiro conilon apresenta elevado potencial produtivo e isso reflete em sua alta
exigência nutricional, principalmente de nitrogênio (N), que se destaca entre os
nutrientes pela quantidade exigida e pelas funções que exerce na planta. A dinâmica
do N no solo é complexa e a determinação do teor de N na planta por técnicas
rápidas de diagnóstico, com a utilização de características de crescimento e índices
de N, talvez possa ser uma ferramenta útil no manejo do N no cafeeiro. Assim,
objetivou-se com o presente trabalho avaliar a nutrição, características de
crescimento, índices de N e produtividade do cafeeiro conilon irrigado sob doses de
N, estabelecendo os níveis críticos dessas características associados à dose de N
que proporcionou 95% da máxima produtividade. O experimento foi conduzido com
um genótipo de Coffea canephora (clone 02), em uma lavoura em produção, no
município de Colatina, ES. A irrigação foi realizada por aspersão. O experimento foi
disposto em esquema de parcelas subdivididas, sendo nas parcelas as doses de N e
nas subparcelas as épocas de avaliação, que variaram de acordo com a
característica em análise, em um delineamento em blocos casualizados, com quatro
repetições. Os tratamentos corresponderam a seis doses de N, sendo: 0, 110, 220,
440, 880 e 1320 kg ha-1 de N. Cada parcela foi composta por sete plantas, sendo
úteis as cinco centrais. Foram avaliadas características de crescimento (crescimento
de ramos, área e massa de folha) e índices de N (clorofila, teor e conteúdo de N) na
folha diagnóstico, bem como a relação desses com a produtividade. Houve efeito
positivo do incremento das doses de N sobre a produtividade, em que as doses de N
que proporcionaram 95% da máxima produtividade foram 420,7 e 543,1 kg ha-1 de
N, nas safras 2012/2013 (137,4 sacas ha-1) e 2013/2014 (108,5 sacas ha-1),
respectivamente. Houve efeito positivo das doses de N sobre as características de
crescimento e os índices de N. Além disso, as características de crescimento e os
índices de N se correlacionaram com o teor e conteúdo de N na folha e com a
ix
ABSTRACT
Busato, Camilo, D.Sc., Espírito Santo State Federal University, February 2015.
Irrigated conilon coffee plant biometric characteristics associated with
nitrogen physiological and nutritional index. Advisor: Edvaldo Fialho dos Reis;
Co-advisors: Fábio Luiz Partelli, Giovanni de Oliveira Garcia, Cristiani Campos
Martins Busato.
Conilon coffee plant demonstrates high productive potential and this is reflected in its
high nutritional need, mainly for nitrogen (N), which stands out against the nutrients
on account of the high quantity needed and the different functions it performs on the
plant. The nitrogen process in the soil is rather complex, and determining the quantity
of N in the plant through rapid diagnosis methods utilizing growth characteristics and
N index, may well be a useful tool in handling N in the coffee plant. Thus, the main
objective of this work is to evaluate the nutrition, growth characteristics, N index and
irrigated conilon coffee plant under different N rates, establishing these
characteristics critical levels associated with the N dose which resulted in 95% of
maximum productivity. The experiment was conducted utilizing a Coffea Canephora
genotype (clone 02), on a coffee plantation farm in the municipality of Colatina-ES.
Sprinkler irrigation methods were utilized. The experiment was broken down into a
system of subdivisions, with N doses in the main parts and the evaluation periods in
the subdivisions, which varied according to the characteristic under analysis, in a
configuration of randomized block design with four repetitions. The treatments
corresponded to 6 N rates, being: 0, 110, 220, 440, 880 and 1320 kg ha -1 of N. Each
part was made up of 7 plants, with the five central units proving useful. Growth
characteristics (twig growth; area and leaf mass) and N index (chlorophyll; N density
and content) were evaluated in the diagnosis leaf as well as their relationship to
productivity. A positive effect of the increment of N rates on productivity was
demonstrated, where N rates which produced 95% of maximum productivity were
420,7 and 543,1 kg ha-1 of N, in 2012/2013 harvests (137,4 sacks ha-1) and
2013/2014 (108,5 sacks ha-1), respectively. A positive effect of N rates on growth
characteristics and N index was demonstrated. Furthermore, growth characteristics
and N index correlated with N density and content in the leaf and with the plantation
xi
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO....................................................................................... 14
2. REVISÃO DE LITERATURA................................................................. 17
2.1. Nitrogênio no solo e na planta............................................................. 17
2.2. Nitrogênio no cafeeiro......................................................................... 20
2.3. Disponibilidade de água e nutrição com N no cafeeiro....................... 23
2.4. Índices de nitrogênio e características de crescimento....................... 26
3. MATERIAL E MÉTODOS...................................................................... 32
3.1. Localização e caracterização da área experimental........................... 32
3.2. Cultura avaliada.................................................................................. 34
3.3. Delineamento experimental e tratamentos.......................................... 35
3.4. Instalação e condução do experimento............................................... 36
3.5. Avaliações realizadas.......................................................................... 37
3.5.1. Características de crescimento........................................................ 37
3.5.1.1. Comprimento e número de nós dos ramos ortotrópicos e
plagiotrópicos.............................................................................................. 37
3.5.1.2. Área foliar...................................................................................... 38
3.5.1.3. Massa seca da folha...................................................................... 39
3.5.2. Índices fisiológicos e nutricionais..................................................... 39
3.5.2.1. Medida indireta de clorofila............................................................ 39
3.5.2.2. Teor e conteúdo de nitrogênio (N) na folha................................... 40
3.5.3. Produtividade de café beneficiado................................................... 41
3.5.4. Uniformidade de maturação e percentagem de grãos “boia”........... 41
3.5.5. Estabelecimento dos níveis críticos das características avaliadas.. 42
3.5.6. Análise estatística............................................................................. 42
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................. 43
4.1. Características de crescimento........................................................... 43
4.1.1. Comprimento e número de nós dos ramos ortotrópicos e
plagiotrópicos.............................................................................................. 43
4.1.2. Área foliar......................................................................................... 50
4.1.3. Massa seca da folha......................................................................... 53
xiii
1. INTRODUÇÃO
A atividade gera mais de 400 mil postos de trabalho no Estado ao longo de toda a
cadeia produtiva, envolvendo pelo menos 130 mil famílias. A agricultura familiar é a
base da cafeicultura capixaba, representando mais de 70% dos agricultores que
cultivam café (FASSIO; SILVA, 2007).
OBJETIVOS
2. REVISÃO DE LITERATURA
O N está sujeito a inúmeros processos, podendo ser perdido por lixiviação de nitrato
(NO3-), volatilização da amônia (NH3), sofrer nitrificação ou desnitrificação,
imobilização e mineralização, além de exportado pelas culturas (SOUZA;
FERNANDES, 2006; CANTARELLA, 2007).
Com o processo de nitrificação, o NO3-, por ser um ânion, não interage com as
cargas negativas da fase sólida do solo e permanece em solução, o que favorece
sua lixiviação no perfil para profundidades inexploradas pelas raízes. O NH4+, por ser
um cátion, permanece no solo na forma trocável, interage com as cargas negativas
do solo e, neste equilíbrio, torna-se disponível para as plantas (COSTA et al., 1999;
SANGOI et al., 2003; RAMBO et al., 2007; FIOREZE et al., 2012).
Dada a sua importância, alta mobilidade no solo e elevado custo dos adubos, o N
tem sido intensamente estudado. Assim, uma maior eficiência da adubação
nitrogenada na nutrição e produção das culturas, inclusive com redução da dose de
N aplicada, pode ser obtida com a definição de uma estratégia adequada de manejo
nutricional.
20
O N é o elemento mineral mais exigido pelo cafeeiro, cujo teor foliar adequado está
entre 27-32 g kg-1 em arábica (MARTINEZ et al., 1999) e entre 29-32 g kg-1
(BRAGANÇA et al., 2007) no cafeeiro conilon e essa exigência aumenta com a
idade da planta, principalmente com o início da produção. O adequado fornecimento
de N promove rápido crescimento vegetativo, especialmente via aumento do número
de ramos plagiotrópicos, de pares de folhas, de nós por ramos e de flores e frutos
por nó, todos associados a maior produtividade (FAHL et al., 1994; BRAGANÇA et
al., 2008).
absorvido pela planta de Coffea arabica cultivar Catuaí Vermelho (IAC-44) foram
alocados em folhas de ramos vegetativos. Lima Filho e Malavolta (2003) verificaram
em cafeeiro de 14 meses de idade, em casa de vegetação, que a exportação do N
foi de 47% a 58% nas folhas.
Malavolta (1993) e Martinez et al. (1999) apresentam para o cafeeiro arábica a faixa
de suficiência considerada adequada de 27,0 a 32,0 g kg-1. Essa faixa crítica é muito
próxima da proposta por Malavolta et al. (1997), em que os teores foliares de N
considerados adequados para cafeeiro arábica variam de 29,0 a 32,0 g kg-1.
A faixa de suficiência considerada para o cafeeiro arábica por Mills e Jones Junior
(1996) foi de 23,0 a 30,0 g kg-1. Martinez et al. (2003) consideram adequada a faixa
de 25,8 a 28,8 g kg-1, muito próxima da faixa proposta por Martinez et al. (2004) de
25,1 a 28,5 g kg-1. Farnezi et al. (2009) apresentam uma faixa de suficiência para a
região do Alto Jequitinhonha, MG, estando os valores entre 22,5 e 27,9 g kg-1. Reis
Júnior et al. (2002) consideraram teor foliar adequado de N para cafeeiros do sul de
Minas Gerais de 34,7 g kg-1 e Lana et al. (2010), no Alto Paranaíba, MG, citam como
faixa de suficiência valores entre 33,0 e 36,0 g kg-1, valores muito superiores aos
anteriormente citados.
A faixa crítica de N na folha obtida por Quintela et al. (2011) para o cafeeiro arábica
em Guaranhuns, PE, variou da fase fenológica de granação para a fase fenológica
de maturação. Na granação foi de 25,72 a 27,19 g kg-1 e na fase de maturação, a
faixa crítica de N foliar foi de 29,24 a 29,60 g kg-1, com amplitude inferior àquela da
granação. Assis et al. (2015), em estudo realizado com cafeeiro arábica em Lavras,
MG, encontraram faixas críticas de N na folha distintas durante o ano, onde as faixas
variaram entre 24,23 e 33,61 g kg-1 para diferentes épocas de amostragem.
Bragança et al. (2009) relataram que os efeitos da fertilização NPK sobre a produção
do cafeeiro são muito diversos, considerando-se os fatores solo, espaçamento e
dose, sendo que as respostas positivas que predominam são para o N (RAIJ et al.,
1996). Bragança et al. (2009), em experimento com o cafeeiro conilon em
Marilândia, ES, avaliando doses de NPK e espaçamentos, encontraram resposta
significativa, na média de sete colheitas (1998 a 2004), para doses de N, alcançando
59,3 sacas ha-1 utilizando-se a dose de 298 kg ha-1 de N.
Efeito de doses de N em sete das oito colheitas avaliadas em Martins Soares, MG,
com cafeeiro Catuaí Vermelho 44 foi encontrado por Valadares et al. (2013).
Clemente et al. (2013), trabalhando com duas doses de N, uma baixa e uma
elevada, verificaram que as plantas cultivadas com baixo suprimento de N tiveram
produção de frutos 39% inferior.
A maior parte das lavouras de café conilon do Estado do Espírito Santo ocupa áreas
nas regiões norte e noroeste, que são consideradas marginais, de baixas altitudes,
temperaturas mais elevadas, com solos de baixa fertilidade e que sofrem
constantemente com problemas de baixa disponibilidade de água (BUSATO et al.,
2007; PEZZOPANE et al., 2010; REIS et al., 2012; BONOMO; REIS, 2013), fazendo
com que uma adubação equilibrada e correto manejo da água sejam indispensáveis
para melhoria da produtividade e da qualidade do produto (BUSATO et al., 2011).
Neste sentido, a adoção da irrigação visa um manejo adequado da cultura e
possibilita incrementos em produtividade (MARTINS et al., 2007) que podem variar
de 20 a 260% (SILVA; REIS, 2007).
Vaast et al. (2005), em estudo realizado com cafeeiro arábica cultivar Costa Rica 95,
verificaram que o transporte de fotoassimilados para os frutos foi quatro vezes
superior ao observado para os ramos durante o terceiro ciclo de produção da
cultura. DaMatta et al. (2008) reforçam que em decorrência dessa elevada
capacidade de acúmulo de carboidratos na fase final de crescimento, os frutos
podem acumular até 95% do N absorvido, constituindo-se, desta forma, um forte
dreno desse nutriente. Dwomoh et al. (2008) verificaram relação linear positiva entre
doses de N fornecidas a cafeeiros e níveis de N dos frutos. Os teores foliares de N,
avaliados após a colheita, aumentaram em resposta às doses de N, o que se refletiu
no aumento observado na produtividade (VALADARES et al., 2013).
Em estudos realizados por Amaral et al. (2001) com cafeeiro arábica, em Viçosa,
MG, foi verificado que, embora a presença de frutos nas plantas condicione maior
fluxo de NO3- às folhas, o conteúdo de NO3- foliar em cafeeiros, com e sem
frutificação, foi semelhante. Tal comportamento foi relacionado à maior atividade da
enzima redutase do nitrato nas folhas de plantas com frutos, concomitantemente ao
direcionamento de transporte de NH4+ das folhas para os frutos.
A determinação do teor de N nas folhas por meio da análise foliar se mostra como
ferramenta eficiente na avaliação da disponibilidade de N e na resposta à adubação.
Entretanto, essas análises podem ter uso limitado devido ao tempo gasto entre a
amostragem e a obtenção dos resultados, além de ser necessária a utilização de
mão de obra, aparelhos e laboratórios especializados.
Nesse cenário, a cor verde das folhas da planta, representada pelo teor de clorofila,
possível de ser medida por aparelho portátil que proporciona leitura instantânea em
campo e de maneira não destrutiva de folhas, surge como alternativa de indicação
do nível de N na planta (GUIMARÃES et al., 1999b; ARGENTA et al., 2004;
FONTES; ARAÚJO, 2007; BUSATO et al., 2010b).
A característica escolhida pode ser usada como índice indireto para o diagnóstico do
estado nutricional em N (RONCHI et al., 2001) e para avaliar a capacidade produtiva
da planta em condições em que o N é fator limitante. A possibilidade de utilizar
algum índice da planta como indicador da adequação da dose de N ainda tem sido
pouco explorada.
Na literatura são escassas as informações sobre uma possível relação entre a dose
adequada de N e o correspondente valor de determinada característica de
crescimento da planta. Esse valor, possível de ser chamado de característica
biométrica, agronômica ou fitotécnica, poderá ser uma ferramenta indicadora, com
rapidez e certa precisão, da dose recomendada de adubo nitrogenado, podendo ser
utilizada por técnicos no campo, desde que apropriadamente calibrada.
O cafeeiro produz flores no ramo do ano anterior, o que torna sua produção
dependente de fatores relacionados ao crescimento vegetativo da planta, entre os
quais o N tem forte influência (NAZARENO et al., 2003; DaMATTA et al., 2007;
CLEMENTE et al., 2013; VALADARES et al., 2013; MARTINEZ et al., 2014).
Guimarães et al. (2002) afirmam que tem sido constatada correlação positiva entre
massa fresca da parte aérea e produtividade, mas nem sempre crescimento de parte
aérea significa aumento em produtividade. Plantas bem supridas em N vegetam
mais e são mais verdes e vigorosas.
Na literatura alguns autores relatam que a redução da área foliar tem sido
considerada um dos efeitos mais significativos da deficiência de N (FREITAS et al.,
2011; SOUSA et al., 2013). De acordo com Cruz et al. (2007), a redução da área
foliar em função do decréscimo dos níveis de N fornecidos à cultura pode estar
relacionada à redução do potencial de pressão celular, ao aumento na rigidez da
parede celular ou à redução da divisão celular. Freitas et al. (2012) obtiveram
incremento em biomassa foliar e expansão da área foliar em plantas de Passiflora
alata, quando adubadas com N, na forma de ureia.
Alguns trabalhos foram realizados com hortaliças (tomate, batata, melão) para
avaliar a possibilidade de utilização de características de crescimento da planta no
diagnóstico do N e os resultados obtidos foram promissores (FONTES, 2011).
É importante salientar que em uma mesma espécie vegetal o nível crítico desses
índices pode variar em função de diversos fatores entre os quais o genótipo, o órgão
analisado, o estádio de desenvolvimento da planta e da folha, temperaturas
extremas, a luminosidade no momento da leitura, a disponibilidade de água na
planta, não sendo possível a utilização de um nível crítico universal, requerendo
calibrações individuais e ajustes locais (FONTES, 2011). Essa variabilidade é muito
maior quando se trata de análises em culturas distintas.
32
3. MATERIAL E MÉTODOS
As plantas foram conduzidas até a idade de 3 anos e o experimento foi cultivado sob
o espaçamento de 3,0 metros entre fileiras e 1,5 metros entre plantas. Nesse
espaçamento, a lavoura foi manejada com poda e desbrota tradicional, mantendo-se
5-6 hastes planta-1, equivalentes a 13.333 hastes ha-1, conforme recomendação de
Fonseca et al. (2007). Com a utilização de tecnologias como irrigação, nutrição
equilibrada e manejo adequado da lavoura, manejar o número de hastes por hectare
é mais interessante do que interferir na população de plantas da lavoura.
A disponibilidade total de água foi calculada pela diferença entre a umidade obtida
na capacidade de campo (10 kPa) e a umidade no potencial de 1500 kPa,
considerado como o ponto de murcha permanente. Considerou-se para os cálculos
da lâmina a ser aplicada um fator de disponibilidade (f) de 0,5 e uma profundidade
efetiva do sistema radicular (z) de 30 cm.
O turno de rega foi fixo e, antes das irrigações, amostras de solo foram retiradas,
acondicionadas em recipientes vedados e a umidade atual obtida pelo método do
microondas. Quando da ocorrência de precipitação no período, determinou-se a
diferença entre a lâmina de irrigação calculada e a precipitação.
Inicialmente, em cada uma das cinco plantas úteis, um ramo ortotrópico jovem
recebeu uma marcação com barbante e etiqueta plástica branca para identificação
no local de emissão do ramo plagiotrópico mais novo. Avaliou-se o crescimento do
ortotrópico e do primeiro ramo plagiotrópico jovem a partir desse ponto previamente
marcado. Assim, foram marcados cinco ramos ortotrópicos e cinco ramos
plagiotrópicos por parcela e a média dos valores correspondeu ao valor da parcela.
As avaliações nos ramos ocorreram em quatro épocas (E) que foram nos meses de
novembro de 2012 (E1), dezembro de 2012 (E2), fevereiro de 2013 (E3) e junho de
2013 (E4), antes da aplicação da adubação nitrogenada.
As avaliações foram realizadas em cinco épocas (E) para a folha diagnóstico, nos
meses de outubro de 2012 (E1), fevereiro de 2013 (E2), junho de 2013 (E3), outubro
de 2013 (E4) e dezembro de 2013 (E5) e em quatro épocas para a folha velha, nos
39
meses de dezembro de 2012 (E1), fevereiro de 2013 (E2), junho de 2013 (E3) e
outubro de 2013 (E4), antes da adubação nitrogenada.
As avaliações foram realizadas em seis épocas (E) para a folha diagnóstico, nos
meses de dezembro de 2012 (E1), fevereiro de 2013 (E2), junho de 2013 (E3),
outubro de 2013 (E4), dezembro de 2013 (E5) e fevereiro de 2014 (E6) e em quatro
épocas para a folha velha, nos meses de dezembro de 2012 (E1), fevereiro de 2013
(E2), junho de 2013 (E3), outubro de 2013 (E4), imediatamente antes da aplicação
de cada parcela da adubação nitrogenada, com o propósito de analisar o efeito da
adubação anterior.
As folhas utilizadas nas avaliações de área foliar (dez folhas diagnóstico e dez folhas
velhas) foram coletadas das plantas, acondicionadas em caixas de isopor e
enviadas ao laboratório. As folhas frescas foram acondicionadas em sacolas de
papel e posteriormente levadas à estufa de circulação forçada de ar a 70 ºC até
atingirem peso constante, para obtenção da massa seca, determinada em balança
de precisão.
As amostras secas das folhas diagnóstico utilizadas para obtenção de massa seca
nas épocas fevereiro, junho e outubro de 2013 e fevereiro de 2014, representadas
pelo 3º e 4º pares de folhas a partir da extremidade de ramos plagiotrópicos situados
no terço médio da planta, foram moídas em moinho tipo Wiley, equipado com
peneira de 20 mesh e posteriormente o teor de N-total na folha diagnóstico foi
determinado conforme o método analítico semi-micro Kjeldahl (SILVA, 2009).
Em cada parcela experimental as cinco plantas úteis foram colhidas por derriça no
pano quando apresentavam aproximadamente 80% de grãos maduros. Por ocasião
da colheita foi mensurado o volume (litros) e a massa (kg) dos grãos colhidos em
cada parcela, do qual foram retiradas amostras de 1 litro de cada repetição, que
foram acondicionadas em sacolas teladas. Durante a noite foram protegidas do
orvalho e, ao longo do dia, revolvidas várias vezes para que a secagem ocorresse
de forma homogênea. As amostras foram expostas ao sol até atingirem a umidade
de beneficiamento (12-13%). Posteriormente os grãos foram beneficiados e
pesados.
Diante da produção mensurada por meio do volume (litros) e da massa (kg) dos
grãos colhidos em cada parcela e da avaliação da massa após o beneficiamento de
um volume determinado de grãos (1 litro), foi estabelecida uma relação com a
produção de café. O rendimento no processo de beneficiamento da amostra foi
extrapolado para o café colhido das cinco plantas úteis por parcela. Os resultados de
produção foram então transformados para produtividade em sacas de 60 kg ha-1 de
café beneficiado.
Amostras contendo 100 frutos do café colhido da roça em cada parcela foram
utilizadas para determinação da uniformidade de maturação dos grãos. Foi
determinado o percentual e a massa fresca dos grãos de acordo com o estádio de
maturação verde, cereja e seco, e o percentual de grãos “boia”.
42
Adotou-se o critério estabelecido por Fontes (2001), onde os valores de cada uma
das características avaliadas foram associados à dose de N que propiciou 95% da
máxima produtividade para o cálculo e estabelecimento dos valores dos Níveis
Críticos (NC) dessas características.
Para a determinação dos Níveis Críticos (NC), as características que tiveram suas
avaliações realizadas anteriormente à 1ª safra (2012/2013) foram associadas à dose
de N que propiciou 95% da máxima produtividade na 1ª safra. Já as características
cujas avaliações foram realizadas posteriormente à 1ª safra, foram associadas à
dose de N que propiciou 95% da máxima produtividade na 2ª safra (2013/2014).
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Estudando o fator N em cada época de avaliação, nota-se que houve efeito positivo
das doses de N no crescimento dos ramos plagiotrópicos (Figuras 2A, 2B, 3A e 3B)
e ortotrópicos (Figuras 4A, 4B, 5A e 5B), respectivamente, e sobre o número de nós
dos ramos plagiotrópicos e ortotrópicos das plantas do cafeeiro conilon em todas as
épocas de avaliação que foram novembro de 2012 (E1), dezembro de 2012 (E2),
fevereiro de 2013 (E3) e junho de 2013 (E4) (Tabela 4).
44
Tabela 5. Estimativas dos níveis críticos (NC) associados à dose de N que propiciou 95% da
máxima produtividade do cafeeiro para o comprimento de ramos plagiotrópicos (CRP),
número de nós de ramos plagiotrópicos (NNRP), comprimento de ramos ortotrópicos (CRO)
e número de nós de ramos ortotrópicos (NNRO), em cada época de avaliação
Épocas de Características de crescimento
avaliação CRP (cm) NNRP (und) CRO (cm) NNRO (und)
E1 (Nov./2012) 12,92 2,82 8,73 2,37
E2 (Dez./2012) 21,63 5,54 12,89 4,10
E3 (Fev./2013) 39,98 9,38 27,04 8,53
E4 (Jun./2013) 61,56 17,08 48,23 15,42
49
Verificou-se que o crescimento dos ramos foi maior nas primeiras avaliações,
reduzindo até a última avaliação, uma vez que a maior taxa de crescimento do
cafeeiro se concentra no verão. Ademais, com o passar do tempo os ramos foram se
tornando mais velhos. Esse comportamento do crescimento dos ramos corrobora
com os dados de Amaral et al. (2006), Partelli et al. (2010) e Magiero (2013), que
relataram que os ramos apresentam maiores taxas de crescimento na fase inicial,
quando jovens, apresentando redução no crescimento na medida em que se tornam
mais velhos.
Estudando o fator N em cada época de avaliação, nota-se que houve efeito positivo
de doses de N sobre a área foliar da folha diagnóstico em todas as épocas de
avaliação, em dezembro de 2012 (E1), fevereiro de 2013 (E2), junho de 2013 (E3),
outubro de 2013 (E4) e dezembro de 2013 (E5), com aumento nos valores dessa
característica com o incremento das doses de N (Figura 6).
Para a característica área foliar da folha mais velha obtida em ramos plagiotrópicos
do terço médio da planta do cafeeiro conilon, observa-se pela análise de variância
(Tabela 3A - Apêndice) que houve efeito significativo (p≤0,05) da interação doses de
N x épocas de avaliação.
Tabela 7. Estimativas dos níveis críticos (NC) associados à dose de N que propiciou 95% da
máxima produtividade do cafeeiro para a característica área foliar da folha diagnóstico e da
folha velha, para cada época de avaliação
Área foliar (cm2)
Épocas de avaliação
Folha diagnóstico Folha velha
E1 (Dez./2012) 59,75 -
E2 (Fev./2013) 67,43 79,02
E3 (Jun./2013) 84,68 70,50
E4 (Out./2013) 81,45 81,52
E5 (Dez./2013) 99,42 -
O uso da área foliar da folha diagnóstico é mais adequado do que o uso da área da
folha mais velha, uma vez que a primeira é considerada fisiologicamente mais ativa
e representa melhor a condição da planta. Além disso, a folha diagnóstico tem
acesso mais facilitado na planta, o que representa maior rapidez na mensuração em
campo, ao passo que as folhas mais velhas têm maior chance de terem sofrido com
estresse biótico ou abiótico.
Quanto maior a disponibilidade de N, maior foi a área foliar (BIEMOND; VOS, 1992;
ANDRIOLO et al., 2006) do cafeeiro conilon, mostrando que a expansão da área
foliar foi sensível ao efeito do N (CRUZ et al., 2007; FREITAS et al., 2011, 2012;
SOUSA et al., 2013). O suprimento adequado de N, mantendo os níveis dentro das
faixas adequadas preconizadas por Gomes e Partelli (2013), é imprescindível para o
53
Estudando o fator N em cada época de avaliação, nota-se que houve efeito positivo
das doses de N sobre a massa seca da folha diagnóstico nas épocas de avaliação:
fevereiro de 2013 (E2), junho de 2013 (E3), outubro de 2013 (E4), dezembro de
2013 (E5) e fevereiro de 2014 (E6) (Figura 7). Em dezembro de 2012 (E1) não
houve efeito de doses de N sobre a característica avaliada, o que pode ser
justificado pelo curto espaço de tempo decorrido entre a aplicação da dose de N e a
realização da primeira avaliação (Figura 7).
Figura 7. Estimativa da massa seca da folha diagnóstico do cafeeiro conilon, em função das
doses de N (kg ha-1), em cada época de avaliação
54
Estudando o fator N em cada época de avaliação, nota-se que houve efeito positivo
de doses de N sobre a massa seca da folha velha nas épocas de avaliação fevereiro
de 2013 (E2) e junho de 2013 (E3). Não houve efeito das doses de N para a
avaliação de dezembro de 2012 (E1) e outubro de 2013 (E4) (Tabela 8).
Tabela 9. Estimativas dos níveis críticos (NC) associados à dose de N que propiciou 95% da
máxima produtividade para a massa seca da folha diagnóstico e da folha velha, em cada
época de avaliação
Épocas de Massa seca (g)
avaliação Folha diagnóstico Folha velha
E1 (Dez./2012) - -
E2 (Fev./2013) 1,00 1,13
E3 (Jun./2013) 1,23 1,35
E4 (Out./2013) 0,71 -
E5 (Dez./2013) 1,40 -
E6 (Fev./2014) 1,39 -
Figura 8. Estimativa da clorofila a (A), clorofila b (B) e clorofila total (C) na folha diagnóstico
do cafeeiro conilon, em função das doses de N (kg ha-1), em cada época de avaliação
58
Os resultados corroboram com os encontrados por Reis et al. (2006) com o cafeeiro
arábica, em que o efeito das doses de N sobre as leituras do clorofilômetro foi
significativo em todas as épocas de amostragem.
Tabela 11. Estimativas dos níveis críticos (NC) associados à dose de N que propiciou 95%
da máxima produtividade do cafeeiro para os índices de N clorofila a, clorofila b e clorofila
total na folha diagnóstico e na folha velha, em cada época de avaliação
Características
Épocas de Folha diagnóstico Folha velha
avaliação Clorofila a Clorofila b Clorofila Clorofila a Clorofila b Clorofila
total total
E1 (Dez./2012) 44,88 24,54 69,22 43,11 23,04 66,79
E2 (Fev./2013) 45,04 24,39 70,38 44,77 22,90 67,71
E3 (Jun./2013) 45,23 28,61 72,02 44,96 27,70 72,81
E4 (Fev./2014) 45,28 31,61 76,96 - - -
Os resultados estão de acordo com Reis et al. (2006) que também relataram que
pode-se detectar deficiências de N com o auxílio do clorofilômetro, bem como corrigir
adequadamente a carência de N em razão dessas leituras e como vantagem
adicional dessa técnica tem-se o fornecimento de informação de forma rápida e
eficaz. Os autores consideraram o equipamento adequado como forma de
recomendação de doses de N, desde que as leituras sejam efetuadas no mesmo
60
Fontes (2001) afirma que a concentração de N na folha reduz com a idade da planta
amostrada e a variação em seu teor pode ser explicada por mecanismos que
envolvam a absorção, acumulação e distribuição do elemento na planta, bem como
o desenvolvimento da mesma. Neste contexto, esse mesmo autor atenta para a
necessidade de padronização da folha a ser usada para efeito de diagnóstico. O
índice de clorofila mede o teor de clorofila na planta de forma indireta, determinando
o estado nutricional nitrogenado em uma fase específica do ciclo da cultura.
Estudando o fator N em cada época de avaliação, nota-se que houve efeito positivo
de doses de N sobre o teor (Figura 9) e o conteúdo (Tabela 12) de N na massa seca
da folha diagnóstico do cafeeiro em todas as épocas de avaliação, realizadas em
fevereiro de 2013 (E1), junho de 2013 (E2), outubro de 2013 (E3) e fevereiro de
2014 (E4). O incremento das doses de N promoveu aumento nos valores desses
índices de N.
Tabela 13. Níveis críticos (NC) associados à dose de N que propiciou 95% da máxima
produtividade do teor e conteúdo de N na matéria seca da folha diagnóstico, em cada época
de avaliação
Características
Épocas de avaliação
Teor de N (g kg-1) Conteúdo de N (g folha-1)
E1 (Fev./2013) 30,69 0,0305
E2 (Jun./2013) 35,93 0,0436
E3 (Out./2013) 40,20 0,0525
E4 (Fev./2014) 33,84 0,0462
Novos padrões foliares para o cafeeiro conilon foram publicados por Gomes e
Partelli (2013) para o norte do Espírito Santo, considerando lavouras com
produtividade média superior a 100 sacas ha-1. Os autores propuseram padrões para
amostragem realizada no inverno, no período pré-florada, cuja faixa de suficiência
do N correspondeu a valores de 23,1 a 28,7 g kg -1, com valor médio de 25,8 g kg-1 e
para amostragens realizadas no verão, no período de granação, cujos padrões
63
Estudando o fator N em cada nível das épocas de avaliação, nota-se que houve
efeito de doses de N sobre a produtividade de café beneficiado (sacas ha-1) do
cafeeiro conilon nas duas safras avaliadas (1ª safra - 2012/2013 e 2ª safra -
2013/2014) (Figuras 10 e 11, respectivamente). A interação entre as doses de N e
as safras foi significativa, porém foi considerado para estudo o fator dose sobre a
produtividade em cada uma das safras separadamente.
Figura 10. Estimativa da produtividade (sacas ha-1) do cafeeiro conilon em função das
doses de N (kg ha-1), na 1ª safra avaliada (2012/2013)
Na 1ª safra avaliada a produtividade média foi de 130,4 sacas ha-1. A dose de 830,2
kg ha-1 de N propiciou a máxima produtividade de café beneficiado dentre os níveis
estudados que foi de 144,8 sacas ha-1. Entretanto, foi utilizada a metodologia
descrita por Fontes (2001, 2011), e se trabalhou com a dose responsável por 95%
65
Figura 11. Estimativa da produtividade (sacas ha-1) do cafeeiro conilon em função das
doses de N (kg ha-1), na 2ª safra avaliada (2013/2014)
Na 2ª safra avaliada a produtividade média foi de 94,5 sacas ha -1. A dose de 815,2
kg ha-1 de N propiciou a máxima produtividade de café beneficiado dentre os níveis
estudados que foi 120,5 sacas ha-1. Nessa safra, a dose responsável por 95% da
produtividade máxima correspondeu a 543,1 kg ha-1 de N, com uma produtividade
de 114,5 sacas ha-1.
66
A dose de N responsável por 90% da produtividade máxima (108,5 sacas ha-1) foi de
430,3 kg ha-1. Analisando-se esses resultados de forma semelhante à análise dos
resultados da safra anterior verifica-se que uma redução em 10% na produtividade
máxima proporcionou uma redução de 47,2% na dose de N aplicada.
Verifica-se que a 1ª safra apresenta uma produtividade média 27,47% maior do que
a 2ª safra. Na 1ª safra as plantas estavam notadamente mais vigorosas, com maior
número de ramos em produção. Com a realização da poda a arquitetura da planta
foi alterada e na 2ª safra, maior era o número de ramos em estádio vegetativo e,
portanto, mais jovens.
Silva (2014), em experimento realizado com cafeeiro conilon em São Mateus, ES,
observou que as plantas na safra 2011/2012 apresentavam melhor estrutura, com
maior número de ramos e folhas e, consequentemente, obteve uma produtividade de
127,0 sacas ha-1, bem maior quando comparada com a produtividade da safra
2012/2013 que foi de 92,0 sacas ha-1. Os ramos produtivos reduzem o seu vigor
depois da segunda ou terceira colheita e não há crescimento compensatório para
manutenção de altas produtividades (BRAGANÇA et al., 2007).
Tabela 14. Valores médios observados para percentagem e massa de grãos nos estádios
de maturação verde, cereja e seco, além do percentual de grãos “boia”, em função das
doses de N, em amostra contendo 100 grãos, na safra 2012/2013
Doses de N Verde Cereja Seco Boia
-1
(kg ha ) % massa (g) % massa (g) % massa (g) %
0 10,82 7,88 79,73 65,54 9,44 3,29 1,25
110 13,17 9,34 78,36 57,65 8,46 3,35 0,25
220 14,04 10,08 79,00 65,37 6,92 6,55 0,75
440 15,77 10,62 78,05 64,68 6,17 2,27 2,00
880 14,80 11,82 80,62 67,48 4,57 1,93 2,00
1320 16,22 12,68 77,11 66,68 6,66 2,52 2,00
69
Tabela 15. Valores médios observados para percentagem e massa de grãos nos estádios
de maturação verde, cereja e seco, além do percentual de grãos “boia”, em função das
doses de N, em amostra contendo 100 grãos, na safra 2013/2014
Doses de N Verde Cereja Seco Boia
-1
(kg ha ) % massa (g) % massa (g) % massa (g) %
0 8,68 5,68 79,17 79,05 12,57 9,47 9,00
110 9,11 8,64 76,24 83,16 14,63 6,39 8,75
220 5,72 6,26 73,14 80,03 21,12 9,27 9,25
440 6,99 5,69 77,14 83,89 15,86 8,27 6,25
880 9,18 9,88 78,63 83,05 12,18 5,33 7,50
1320 8,62 5,69 75,07 79,94 16,29 8,08 8,50
Malta et al. (2003) relatam que grande parte das pesquisas envolvendo o N tem
relação com o aumento da produtividade que esse nutriente pode exercer sobre o
cafeeiro, a qual não faz referências sobre a influência da adubação nitrogenada na
qualidade da bebida. O excesso de N poderia retardar a maturação dos frutos,
sendo que frutos verdes são responsáveis por bebida de qualidade inferior. Por
outro lado, uma adubação desequilibrada de N poderia causar prejuízos, mesmo
colhendo-se somente os frutos no estádio cereja. O N na planta favorece o
crescimento vegetativo e, principalmente, faz parte de diversos compostos orgânicos
vitais ao vegetal. Assim, um aumento no teor de N estimula o crescimento e em
consequência prolonga o estádio reprodutivo da cultura (BARHOUMI et al., 2010).
70
Tabela 16. Estimativas dos coeficientes de correlação linear simples (r) do crescimento e
número de nós dos ramos plagiotrópicos e ortotrópicos e da área foliar da folha diagnóstico,
em cada época, com o teor de N na folha diagnóstico do cafeeiro conilon
Teor de N (g kg-1)
Características
Fev./2013 Jun./2013 Out./2013 Fev./2014
Crescimento do ramo plagiotrópico (cm)
E1 (Nov./2012) 0,75** 0,75** 0,76** 0,79**
E2 (Dez./2012) 0,73** 0,74** 0,58** 0,76**
E3 (Fev./2013) 0,93** 0,94** 0,87** 0,94**
E4 (Jun./2013) 0,84** 0,90** 0,70** 0,89**
Número de nós do ramo plagiotrópico (und)
E1 (Nov./2012) 0,43* 0,41* 0,36* 0,37*
E2 (Dez./2012) 0,67** 0,65** 0,46* 0,59**
E3 (Fev./2013) 0,91** 0,93** 0,82** 0,89**
E4 (Jun./2013) 0,76** 0,72** 0,57** 0,68**
Crescimento do ramo ortotrópico (cm)
E1 (Nov./2012) 0,91** 0,91** 0,82** 0,87**
E2 (Dez./2012) 0,91** 0,90** 0,82** 0,92**
E3 (Fev./2013) 0,82** 0,78** 0,79** 0,79**
E4 (Jun./2013) 0,89** 0,94** 0,83** 0,91**
Número de nós do ramo ortotrópico (und)
E1 (Nov./2012) 0,86** 0,93** 0,79** 0,90**
E2 (Dez./2012) 0,79** 0,81** 0,76** 0,81**
E3 (Fev./2013) 0,89** 0,92** 0,88** 0,92**
E4 (Jun./2013) 0,85** 0,80** 0,75** 0,82**
Área foliar (cm2)
E1 (Dez./2012) 0,70** 0,67** 0,60** 0,68**
E2 (Fev./2013) 0,87** 0,90** 0,83** 0,92**
E3 (Jun./2013) 0,87** 0,91** 0,84** 0,89**
E4 (Out./2013) 0,84** 0,86** 0,92** 0,87**
E5 (Dez./2013) 0,88** 0,92** 0,78** 0,94**
** e * - Significativo a 1 e 5% de probabilidade pelo teste "t", respectivamente.
Tabela 17. Estimativas dos coeficientes de correlação linear simples (r) da massa seca e da
medida indireta de clorofila a, clorofila b e clorofila total na folha diagnóstico, em cada época,
com o teor de N na folha diagnóstico do cafeeiro conilon
Teor de N (g kg-1)
Características
Fev./2013 Jun./2013 Out./2013 Fev./2014
Massa seca (g)
E1 (Dez./2012) 0,76** 0,82** 0,63** 0,82**
E2 (Fev./2013) 0,79** 0,84** 0,71** 0,85**
E3 (Jun./2013) 0,83** 0,84** 0,77** 0,85**
E4 (Out./2013) 0,59** 0,62** 0,81** 0,64**
E5 (Dez./2013) 0,91** 0,89** 0,83** 0,84**
E6 (Fev./2014) 0,93** 0,65** 0,81** 0,95**
Clorofila a
E1 (Dez./2012) 0,83** 0,85** 0,85** 0,82**
E2 (Fev./2013) 0,77** 0,82** 0,85** 0,84**
E3 (Jun./2013) 0,82** 0,79** 0,86** 0,81**
E4 (Fev./2014) 0,85** 0,89** 0,95** 0,93**
Clorofila b
E1 (Dez./2012) 0,83** 0,83** 0,86** 0,88**
E2 (Fev./2013) 0,87** 0,91** 0,87** 0,94**
E3 (Jun./2013) 0,85** 0,88** 0,82** 0,92**
E4 (Fev./2014) 0,94** 0,95** 0,92** 0,96**
Clorofila total
E1 (Dez./2012) 0,82** 0,87** 0,89** 0,88**
E2 (Fev./2013) 0,83** 0,89** 0,86** 0,94**
E3 (Jun./2013) 0,83** 0,88** 0,88** 0,91**
E4 (Fev./2014) 0,93** 0,95** 0,93** 0,95**
** - Significativo a 1% de probabilidade pelo teste "t".
Os resultados corroboram com os encontrados por Reis et al. (2006) com o cafeeiro
arábica, onde a concentração de clorofila correlacionou-se positivamente com o teor
de N nas folhas. Essa relação é atribuída, principalmente, ao fato de que 50% a 70%
73
do N total das folhas serem integrantes de enzimas como a redutase do nitrato (NR)
que estão associadas aos cloroplastos (CHAPMAN; BARRETO, 1997).
Tabela 18. Estimativas dos coeficientes de correlação linear simples (r) do crescimento e
número de nós dos ramos plagiotrópicos e ortotrópicos e da área foliar da folha diagnóstico,
em cada época, com a produtividade do cafeeiro nas duas safras
Produtividade (sacas ha-1)
Características
1ª Safra 2ª Safra
Crescimento do ramo plagiotrópico (cm)
E1 (Nov./2012) 0,65** 0,74**
E2 (Dez./2012) 0,66** 0,68**
E3 (Fev./2013) 0,84** 0,85**
E4 (Jun./2013) 0,67** 0,61**
Número de nós do ramo plagiotrópico (und)
E1 (Nov./2012) 0,31º 0,37*
E2 (Dez./2012) 0,58** 0,55**
E3 (Fev./2013) 0,86** 0,78**
E4 (Jun./2013) 0,60** 0,61**
Crescimento do ramo ortotrópico (cm)
E1 (Nov./2012) 0,81** 0,77**
E2 (Dez./2012) 0,75** 0,74**
E3 (Fev./2013) 0,71** 0,72**
E4 (Jun./2013) 0,86** 0,81**
Número de nós do ramo ortotrópico (und)
E1 (Nov./2012) 0,77** 0,76**
E2 (Dez./2012) 0,72** 0,64**
E3 (Fev./2013) 0,79** 0,82**
E4 (Jun./2013) 0,76** 0,73**
Área foliar (cm2)
E1 (Dez./2012) 0,57** 0,58**
E2 (Fev./2013) 0,78** 0,78**
E3 (Jun./2013) 0,87** 0,81**
E4 (Out./2013) 0,85** 0,82**
E5 (Dez./2013) 0,82** 0,81**
**, * e ° - Significativos a 1, 5 e 10% de probabilidade pelo teste "t", respectivamente.
Tabela 19. Estimativas dos coeficientes de correlação linear simples (r) da massa seca e da
medida indireta de clorofila a, clorofila b e clorofila total na folha diagnóstico, em cada época,
com a produtividade do cafeeiro conilon nas duas safras
Produtividade Produtividade
Características
1ª Safra (sacas ha-1) 2ª Safra (sacas ha-1)
Massa seca (g)
E1 (Dez./2012) 0,59** 0,55**
E2 (Fev./2013) 0,70** 0,69**
E3 (Jun./2013) 0,77** 0,77**
E4 (Out./2013) 0,70** 0,63**
E5 (Dez./2013) 0,87** 0,85**
E6 (Fev./2014) 0,86** 0,84**
Clorofila a
E1 (Dez./2012) 0,83** 0,75**
E2 (Fev./2013) 0,78** 0,74**
E3 (Jun./2013) 0,79** 0,80**
E4 (Fev./2014) 0,87** 0,84**
Clorofila b
E1 (Dez./2012) 0,74** 0,73**
E2 (Fev./2013) 0,81** 0,78**
E3 (Jun./2013) 0,78** 0,77**
E4 (Fev./2014) 0,93** 0,90**
Clorofila total
E1 (Dez./2012) 0,79** 0,78**
E2 (Fev./2013) 0,84** 0,82**
E3 (Jun./2013) 0,81** 0,78**
E4 (Fev./2014) 0,94** 0,90**
**, * e ° - Significativos a 1, 5 e 10 % de probabilidade pelo teste "t", respectivamente.
Tabela 20. Estimativas dos coeficientes de correlação linear simples (r) do teor e conteúdo
de N na folha diagnóstico, em cada época, com a produtividade do cafeeiro conilon nas
duas safras
Produtividade Produtividade
Características
1ª Safra (sacas ha-1) 2ª Safra (sacas ha-1)
Teor de N (g kg-1)
E1 (Fev./2013) 0,86** 0,84**
E2 (Jun./2013) 0,88** 0,82**
E3 (Out./2013) 0,88** 0,84**
E4 (Fev./2014) 0,83** 0,82**
Conteúdo de N (g folha-1)
E1 (Fev./2013) 0,82** 0,81**
E2 (Jun./2013) 0,87** 0,83**
E3 (Out./2013) 0,87** 0,82**
E4 (Fev./2014) 0,84** 0,83**
**, * e ° - Significativos a 1, 5 e 10 % de probabilidade pelo teste "t", respectivamente.
5. CONCLUSÕES
Para inferir sobre o estado nutricional para o N, a folha diagnóstico se mostrou mais
adequada do que a folha mais velha para a avaliação das características de
crescimento e dos índices de N.
78
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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95
APÊNDICE
96
Tabela 1A. Análise de variância do crescimento (CRP1) e número de nós (NNRP1) dos
ramos plagiotrópicos e crescimento (CRO1) e número de nós (NNRO1) dos ramos
ortotrópicos do cafeeiro conilon da primeira etapa de marcação
Quadrado Médio
Fontes de variação GL
CRP1 NNRP1 CRO1 NNRO1
Dose de N 5 47,68769** 1,300935** 17,56486** 2,124781**
Bloco 3 0,8663382º 0,05591793** 0,2600563** 0,1786967º
Resíduo a 15 0,3754886 0,08822821 0,2870394 0,05819028
Época 4 14019,72** 1044,277** 7813,224** 826,486**
Época x Dose de N 20 11,52924** 0,2535098** 4,681622** 0,615666**
Resíduo b 72 0,5155218 0,09303955 0,2690990 0,07569934
Total 119
Média geral 26,857 6,8814 18,744 5,9133
CV (%) 2,6734 4,4326 2,7675 4,6528
** e º - significativo ao nível de 1 e 10% de probabilidade pelo teste “f”, respectivamente.
Tabela 2A. Análise de variância da área foliar da folha diagnóstico obtida de ramos
plagiotrópicos do cafeeiro conilon
Quadrado Médio
Fontes de variação GL
Área foliar
Dose de N 5 1199,502**
Bloco 3 10,23821ns
Resíduo a 15 9,955823
Época 4 1619,575**
Época x Dose de N 20 94,79789**
Resíduo b 72 9,531633
Total 119
Média geral 69,302
CV (%) 4,4549
** - significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste “f”. ns - não significativo
97
Tabela 3A. Análise de variância da área foliar da folha velha obtida de ramos plagiotrópicos
do cafeeiro conilon
Quadrado Médio
Fontes de variação GL
Área foliar
Dose de N 5 426,1572**
Bloco 3 41,45856*
Resíduo a 15 11,79247
Época 3 325,1392**
Época x Dose de N 15 32,73106*
Resíduo b 54 15,21057
Total 95
Média geral 71,070
CV (%) 5,4877
** e * - significativo ao nível de 1 e 5% de probabilidade pelo teste “f”, respectivamente
Tabela 4A. Análise de variância da massa seca da folha diagnóstico obtida de ramos
plagiotrópicos do cafeeiro conilon
Quadrado Médio
Fontes de variação GL
Massa seca
Dose de N 5 0,1269674**
Bloco 3 0,001191423ns
Resíduo a 15 0,001162438
Época 5 1,245892**
Época x Dose de N 25 0,006812154**
Resíduo b 90 0,0009904705
Total 143
Média geral 1,0894
CV (%) 2,8889
** - significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste “f”. ns - não significativo
98
Tabela 5A. Análise de variância da massa seca da folha velha obtida de ramos
plagiotrópicos do cafeeiro conilon
Quadrado Médio
Fontes de variação GL
Massa seca
Dose de N 5 0,01522605**
Bloco 3 0,001610278ns
Resíduo a 15 0,001193994
Época 3 1,711351**
Época x Dose de N 15 0,007672428**
Resíduo b 54 0,001359227
Total 95
Média geral 1,0982
CV (%) 3,3569
** - significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste “f”. ns - não significativo
Tabela 6A. Análise de variância das medidas indiretas de clorofila a, clorofila b e clorofila
total determinadas na folha diagnóstico obtida de ramos plagiotrópicos do cafeeiro conilon
Quadrado Médio
Fontes de variação GL
Clorofila a Clorofila b Clorofila total
Dose de N 5 46,98064** 258,7588** 495,1415**
Bloco 3 0,6660993ns 0,6575997** 1,920312**
Resíduo a 15 0,5637750 3,456775 5,662482
Época 3 22,17304** 10,20141** 16,6103**
Época x Dose de N 15 1,188520* 6,472604** 10,65287**
Resíduo b 54 0,5782531 1,677706 3,297818
Total 95
Média geral 43,089 22,647 65,589
CV (%) 1,7648 5,7193 2,7687
ns
** e * - significativo ao nível de 1 e 5% de probabilidade pelo teste “f”, respectivamente. -
não significativo
99
Tabela 7A. Análise de variância das medidas indiretas de clorofila a, clorofila b e clorofila
total determinadas na folha velha obtida de ramos plagiotrópicos do cafeeiro conilon
Quadrado Médio
Fontes de variação GL
Clorofila a Clorofila b Clorofila total
Dose de N 5 30,18905** 116,9538** 272,5654**
ns
Bloco 3 0,3873708** 2,224976 0,4819977**
Resíduo a 15 0,7597488 1,084735 1,997537
Época 2 9,571729** 21,19888** 7,370435ns
Época x Dose de N 10 2,46513** 5,474356** 8,444819*
Resíduo b 36 0,4937 1,012303 3,354978
Total 71
Média geral 42,672 21,712 63,985
CV (%) 1,6466 4,6339 2,8626
ns
** e * - significativo ao nível de 1 e 5% de probabilidade pelo teste “f”, respectivamente. -
não significativo