PD Navegantes - Minuta para Publicação
PD Navegantes - Minuta para Publicação
PD Navegantes - Minuta para Publicação
MINUTA
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR
ROBERTO CARLOS DE SOUZA, Prefeito Municipal de Navegantes, faz saber que a Câmara Municipal
aprovou em sessão realizada em __ de ___________ de 2016 e eu sanciono e promulgo a seguinte:
TÍTULO I
PRINCÍPIOS, OBJETIVOS E DIRETRIZES
CAPÍTULO I
PRINCÍPIOS BÁSICOS
Art. 2º. A revisão do Plano Diretor, denominado como Código Urbanístico de Navegantes - Lei
Complementar nº 55/2008, foi elaborada de forma democrática e participativa através do
COLÉGIO DOS DELEGADOS PARA REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE NAVEGANTES, composto por
delegados representantes da sociedade civil e governo democraticamente eleitos na 1a.
CONFERÊNCIA EXTRAORDINÁRIA DA CIDADE DE NAVEGANTES, nomeados pelo Decreto Municipal
nº 259 de 15 de abril de 2015, seguindo o que preconiza o Artigo 43 Lei Federal nº 10.257, de 10
de julho de 2001 – Estatuto da Cidade,
Art. 3º. A política de desenvolvimento e planejamento do Município, nos termos do inciso III do artigo 4°
da Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001 – Estatuto da Cidade, será formulada e executada
por meio do Sistema M u n i c i p a l de Planejamento e Gestão Territorial que definirá as ações
do Poder Público, com a participação dos setores público, privado e da sociedade em geral,
constituída por este Plano Diretor e pelos seguintes instrumentos:
I- controle do parcelamento, uso e ocupação do solo;
II - zoneamento ambiental;
III - plano plurianual, diretrizes orçamentárias e orçamento anual;
IV - gestão orçamentária participativa;
V - planos estratégicos;
VI - planos, programas e projetos setoriais;
VII - planos e programas de desenvolvimento sustentável.
Parágrafo Único. Os Planos Setoriais acima previstos ou citados deverão estar articulados de modo
transversal e intersetorial com o PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL DO MUNICÍPIO DE NAVEGANTES.
Paragrafo. 1º. Propostas de atualização, ajustes e alterações da presente Lei do PLANO DIRETOR DE
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO MUNICÍPIO DE NAVEGANTES, poderão ser
feitas antes da revisão prevista no caput, em partes ou de forma integral, ouvido o
Conselho da Cidade de Navegantes, desde que submetidas a amplo processo de
participação, nos termos do Art. 40 da Lei 10.257/01.
Paragrafo. 2º. O Município deverá compatibilizar o PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL DO MUNICÍPIO DE NAVEGANTES com o planejamento regional
metropolitano nos termos do § 3º do Artigo 10 e Inciso II do Artigo 21 do Estatuto da
Metrópole, Lei nº 13.089 de 12 de janeiro de 2015.
CAPÍTULO II
DOS OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS
Art. 8º. O planejamento e o desenho urbano do Município deverão reconhecer seus papéis estratégicos
na abordagem das questões ambientais, sociais, econômicas, culturais e da saúde, para benefício
de todos, visando:
I- restringir a expansão urbana dispersa no território, dando prioridade ao adensamento e
desenvolvimento urbano nas áreas já consolidadas dos espaços construídos, com a
recuperação dos ambientes urbanos degradados, assegurando densidades urbanas
sustentáveis;
II - assegurar a compatibilidade de usos do solo nas áreas urbanas, oferecendo adequado
equilíbrio entre empregos, transportes, habitação e equipamentos socioculturais e
esportivos, dando prioridade ao adensamento residencial nas Macrozona de Adensamento
Estratégico, Macrozona de Adensamento Prioritário e Macrozona de Estruturação Urbana
Mista;
III - assegurar a adequada conservação, renovação e utilização do patrimônio cultural;
IV - adotar critérios de desenho urbano e de construção sustentáveis, respeitando e
considerando os recursos e fenômenos naturais no planejamento.
CAPÍTULO III
DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL
Art. 9º. A política municipal de Desenvolvimento Social busca garantir os direitos sociais para todos de
forma a protagonizar a melhoria da qualidade de vida, equidade, oportunidade, distribuição de
renda, moradia digna, disponibilidade de infraestrutura básica, plena mobilidade, acesso aos serviços
públicos e equipamentos sociais, em especial saúde, assistência social, segurança, educação, cultura
e lazer.
Art. 10. A política municipal de Desenvolvimento Social deve assegurar os compromissos com a elevação
da qualidade de vida da população, com o bem-estar geral da sociedade, com a inclusão social e,
é baseada nas seguintes estratégias:
I- planejamento e ordenamento territorial baseado na inclusão sócio territorial;
II - estabelecimento e garantia da participação da sociedade no processo de construção do
Desenvolvimento Social;
III - justa distribuição do processo da “mais valia” resultantes da valorização do solo para redução
dos passivos sociais através da melhoria da infraestrutura e serviços públicos;
IV - planejar a inserção de parcelas menos favorecidas da população em áreas com disponibilidade
de infraestrutura;
V - reduzir ou eliminar a expansão urbana para fins residenciais em áreas desprovidas de
infraestrutura e serviços urbanos;
VI - ampliar a oportunidade de acesso ao emprego mediante a formação profissional continuada;
VII - reduzir o nível de burocracia para os empreendedores individuais e pequenos
empreendedores, especialmente aqueles localizados em áreas de baixa renda;
VIII - priorizar a redução das desigualdades sociais, adotando políticas públicas que promovam
e ampliem a melhoria da qualidade de vida dos seus munícipes, atendendo às suas
necessidades básicas, garantindo a fruição de bens e serviços socioculturais e urbanos que o
Município oferece e buscando a participação e inclusão de todos os segmentos sociais, sem
qualquer tipo de discriminação;
IX - as ações do Poder Público deverão garantir a transversalidade das políticas de gênero e raça,
e as destinadas às crianças e adolescentes, aos jovens, idosos e pessoas com deficiência,
permeando o conjunto das políticas sociais e buscando reduzir a desigualdade e a
discriminação nas diversas áreas.
VII - implementar uma política fundiária e de uso e ocupação do solo que garanta o acesso à terra
para as funções sociais da cidade e proteja o patrimônio ambiental e cultural;
VIII - reduzir as desigualdades sócio territoriais para garantir, em todos os bairros a cidade, o
acesso a equipamentos sociais, a infraestrutura e serviços urbanos públicos;
IX - promover a regularização e a urbanização de áreas precárias já existentes e passiveis de
serem regularizadas;
X- adotar programas de regularização fundiária, urbanística (ZEIS) e edilícia;
XI - incentivar à produção de Habitação de Interesse Social, com moradias dignas, equipamentos
sociais, educacionais, de lazer, esportivos e culturais, a proteção e ampliação de áreas livres
e verdes e, sua integração na malha urbana da Cidade;
XII - promover a justa distribuição de benefícios e ônus do processo de urbanização, adotando-se
medidas de recuperação da mais valia imobiliária resultantes de investimentos públicos;
XIII - ampliar e consolidar a estrutura física e os serviços na área de saúde, educação, de esportes,
cultura, lazer, segurança e assistência social;
XIV - fomentar o aperfeiçoamento do sistema educacional em diversos e diferentes níveis de
formação;
XV - adotar práticas voltadas à assistência, valorização e geração de oportunidades aos grupos
sociais desfavorecidos vulneráveis e em risco social;
CAPÍTULO IV
DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Art. 13. A política municipal de desenvolvimento econômico deve assegurar os compromissos com a
elevação da qualidade de vida da população, com o bem-estar geral da sociedade, com a inclusão
social e com a aceleração do desenvolvimento na Região da Foz do Rio Itajaí e é baseada nas
seguintes estratégias:
I- sustentabilidade ambiental;
II - desenvolvimento social;
III - abastecimento e a segurança alimentar e nutricional;
IV - formação profissional;
V - ciência e tecnologia;
VI - geração de oportunidades para o trabalho e renda;
VII - incentivo ao empreendedorismo vocacionado;
VIII - promoção e qualificação das atividades industrias, de comércio e serviços e;
IX - promoção do turismo
Seção I
Do Desenvolvimento das Atividades Portuárias, Aeroportuárias e Logísticas
Art. 15. O Desenvolvimento das Atividades Portuárias, Aeroportuárias e Logísticas tem como objetivos:
I- fortalecer a relação Cidade-Porto-Aeroporto nas ações de planejamento estratégico e
monitoramentos dos investimentos em infraestrutura;
II - estimular o investimento e a melhoria da infraestrutura para implantação de atividades
portuárias, retroportuárias, aeroportuárias e de apoio logístico, locais e regionais;
Art. 16. São diretrizes de Desenvolvimento das Atividades Portuárias, Aeroportuárias e Logísticas:
I- promover o planejamento e ampliação do sistema logístico, por meio de:
a) ações de planejamento integrado e em conjunto quando envolver a ocupação do espaço
e território do Município de Navegantes, especialmente quando se tratar da implantação
ou ampliação de terminais portuários e aeroportuários;
b) ações de implantação de projetos de mobilidade urbana;
c) ações de incentivo a projetos que integrem o município ao transporte ferroviário e
hidroviário;
d) ações de incentivo à gestão consorciada e integrada do fluxo portuário e aeroportuário
envolvendo todas as operadoras dos modais de transporte;
e) ações de integração Cidade-Porto-Aeroporto;
f) ações de integração entre o Município com as universidades;
g) atuações, na esfera de suas competências, nas atividades de operações portuárias e
aeroportuárias de cargas;
h) ações de incentivo e desenvolvimento das atividades de apoio “ offshore” e de
estaleiros de qualquer natureza;
i) ações de incentivo ao sistema público de emprego, trabalho e renda;
III - Estabelecer, em conjunto com a sociedade civil organizada, roteiros para o fluxo de cargas
entre porto e aeroporto com os retroportos, armazéns logísticos, portais logísticos e
estacionamento de caminhões de forma a reduzir o impacto do trafego pesado com o
tráfego urbano.
Seção II
Do Desenvolvimento das Atividades da Industria Naval
Art. 17. O Desenvolvimento das Atividades da Industria Naval tem como objetivos:
I- estimular o investimento e aprimorar a infraestrutura para a implantação de atividades
ligadas ao setor da indústria naval, no âmbito local e regional;
II - estimular o investimento para a implantação de atividades ligadas ao setor da indústria
náutica de lazer;
III - incentivar a criação de ambientes de geração de conhecimento para fomento das
empresas ligadas ao setor;
IV - estimular o uso de processos que utilizem tecnologias sustentáveis e de baixo impacto
ambiental;
V - garantir a preservação ambiental nos processos de implantação de atividades ligadas à
indústria naval;
VI - garantir que as atividades ligadas ao setor e v i t e m o u m i t i g u e m impactos sociais,
nas áreas de educação, saúde, segurança, habitação e transporte, evitados e/ou
mitigados;
VII - planejar e implantar medidas para garantir sustentabilidade e inclusão social;
VIII - estimular iniciativas q u e i m p l a n t e m n o m u n i c í p i o cooperativas, de empresas ou
de atividades desenvolvidas por meio de micro e pequenos empreendedores reduzindo a
dependência de fornecedores em outros municípios;
IX - estimular iniciativas de arranjos produtivos locais, constituídos de redes de empresas
com a finalidade de troca de experiências e aperfeiçoamento na gestão empresarial,
desenvolvimento de bens, serviços e métodos;
X- fomentar as iniciativas de especialização e qualificação das atividades voltadas ao setor de
naval, bem como a formação de mão de obra local.
Seção III
Do Desenvolvimento das Atividades da Industria da Pesca
Art. 19. O Desenvolvimento das Atividades da Industria da Pesca tem como objetivos:
I- estimular o investimento e aprimorar a infraestrutura para a implantação de atividades
ligadas ao setor da indústria da pesca;
II - estimular o investimento e d e f i n i r f o r m a s d e i n c e n t i v o p a r a a m a n u t e n ç ã o
da pesca artesanal;
III - estimular o uso de processos de pesca e industrialização que utilizem tecnologias
sustentáveis e de baixo impacto ambiental;
IV - garantir a preservação ambiental das atividades ligadas à indústria da pesca;
V - garantir a mitigação dos impactos gerados pela indústria pesqueira relacionados a poluição
hídrica;
VI - estimular iniciativas de arranjos produtivos locais, constituídos de redes de empresas
com a finalidade de troca de experiências e aperfeiçoamento na gestão empresarial,
desenvolvimento de bens, serviços e métodos;
VII - fomentar as iniciativas de especialização e qualificação da mão de obra artesanal;
VIII - implantar o mercado público municipal;
IX - definir as faixas de orla do Rio Itajaí Açu, distantes das áreas de ocupação humana
intensiva e consolidada, para implantação de novos empreendimentos ligados
terminais e a indústria da pesca.
Seção IV
Do Desenvolvimento das Atividades Turísticas
Seção V
Do Desenvolvimento das Atividades de Pesquisa, Ciência e Tecnologia
Art. 23. O Desenvolvimento das Atividades de Pesquisa, Ciência e Tecnologia tem como objetivos:
I- incentivar um ambiente urbano atrativo às empresas de alta tecnologia;
II - planejar, monitorar, fiscalizar, fomentar e executar ações e instrumentos de inserção de
mobilidade de forma integrada com as demais diretrizes da política de desenvolvimento;
III - criar condições para que o município proporcione ambientes de negócios conectados aos
principais centros de negócios e serviços ao nível nacional e internacional;
IV - adotar medidas que viabilizem a ç õ e s e e s t r a t é g i a s p a r a q u e o do Município
s e c o n s o l i d e c o m o referência tecnológica regional e nacional na área portuária e
logística, de mobilidade urbana; utilização de energias limpas voltados ao desenvolvimento
sustentável;
V - incentivar a instalação e ampliação de formação tecnológica e universidades com cursos
vocacionados às demandas econômicas e sociais do município e região;
VI - apoiar os trabalhos das universidades relacionados à produção de bens e serviços voltados
ao desenvolvimento tecnológico;
VII - apoiar programas de pesquisas voltada ao desenvolvimento urbano local e regional;
VIII - estimular iniciativas de produção cooperativa, inclusive as sociais, empresas ou atividades
desenvolvidas por meio de micro e pequenos empreendimentos.
Art. 24. São diretrizes para o Desenvolvimento das Atividades de Pesquisa, Ciência e Tecnologia:
I- desenvolver e formalizar de programa municipal de pesquisa e desenvolvimento científico
e tecnológico;
II - ações de incentivo à criação de espaços e instituições de inovação constituindo o “Parque
Tecnológico de Navegantes”;
III - preparar um “placemaking”, em parceria com a inciativa privada, que proporcionem a
geração de um complexo empresarial voltado a serviços de hotelaria, eventos, negócios e
serviços conectados aos principais centros de negócios e logística nacionais e internacionais,
tendo como referência os “WTCs - Word Trade Centers”.
IV - estabelecer a cooperação técnica e comercial com centros de inovação tecnológica e de
negócios voltados a serviços aeroportuários, portuários, de logística e prestação de serviços;
V - ações de incentivo ao desenvolvimento estratégico do Município;
VI - ações de incentivo às cooperativas e empreendedorismo;
VII - Incentivar a criação de um Centro de Excelência Portuária.
Seção VI
Da Produção Agrícola, Pesca, Segurança Alimentar e Nutricional
Art. 25. A Produção Agrícola, Pesca, Segurança Alimentar e Nutricional, tem os seguinte objetivos:
Art. 26. São diretrizes para a Produção Agrícola, Pesca, Segurança Alimentar e Nutricional:
I- implantar mercados, centrais de abastecimento, e pontos de venda direta do produtor de
modo a oferecer preços acessíveis e produtos de qualidade;
II - fortalecer parcerias dos produtores rurais e da pesca artesanal com o comércio varejista a
fim de viabilizar o acesso da população a produtos saudáveis, com qualidade e bom preço;
III - incentivar a prática de voluntariado para captação de doações de alimentos;
IV - promover a integração com os Municípios da região, visando a realização de parcerias no
desenvolvimento de projetos de abastecimento, pesquisas de mercado, organização de
campanhas e trabalhos educativos com pequenos produtores;
V - implantar, manter e fortalecer projetos de hortas educativas nas escolas e nos demais
espaços públicos disponíveis na comunidade, incentivando o consumo de alimentos
saudáveis;
VI - incentivar o turismo rural voltado a valorização da produção artesanal e do meio ambiente
natural;
VII - promover processos participativos e permanentes de educação alimentar e ambiental a
todos os munícipes, com ênfase no uso adequado do solo, na alimentação equilibrada, no
consumo consciente e produção sustentável;
Seção VII
Do Desenvolvimento das Atividades de Comércio, Serviço e Indústria
Art. 27. O Desenvolvimento das Atividades de Comércio, Serviço e Indústria os seguintes objetivos:
I- proporcionar ações de valorização e qualificação dos novos empreendimentos voltados ao
Comércio, Serviços e Industria e valorização e requalificação do empreendimentos já
existentes;
II - incentivas a implantação de empreendimentos que utilizem mão de obra qualificada;
III - estimular o investimento e aprimorar a infraestrutura para a implantação de atividades
ligadas ao comércio, serviços e indústria;
IV - estimular o investimento e d e f i n i r f o r m a s d e i n c e n t i v o p a r a a
requalificação do comércio e serviços ;
V - estimular o uso de processos de industrialização que utilizem tecnologias sustentáveis e de
baixo impacto ambiental;
VI - garantir a preservação ambiental das atividades ligadas à indústria;
VII - estimular iniciativas de e m p r e e n d i m e n t o s m i s t o s e c o m é r c i o , s e r v i ç o s e
i n d ú s t r i a , constituídos em condomínios ou grupos de empresas que tenham como
finalidade a gestão e c o m p a c i d a d e empresarial no desenvolvimento de bens, serviços
e métodos;
VIII - fomentar as iniciativas de especialização e qualificação da mão de obra;
Art. 28. O Desenvolvimento das Atividades de Comércio, Serviço e Indústria tem como diretrizes:
I- projetar e implantar ambientes urbanos qualificados que sejam geradores de atratividade e
centralidades voltados à implantação de novos empreendimentos de comércio e serviços
qualificados;
II - incentivar a implantação de micro, pequenas e médias indústrias, de baixo impacto
ambiental, nas áreas próximas a regiões urbanizadas consolidadas;
III - incentivar empreendimentos estruturados, em forma de condomínios, que incorporem
atividades mistas e complementares industriais, comerciais e de serviços;
IV - planejar e executar ações que permitam a mobilidade de bens e pessoas para redução dos
custos sociais e de produção;
V - criar condições para implantar ambientes de negócios conectados aos principais centros de
negócios e serviços ao nível nacional e internacional;
VI - incentivar a implantação de industrias que utilizem energias limpas voltados ao
desenvolvimento sustentável;
VII - estimular iniciativas de produção cooperativa, inclusive as sociais, empresas ou atividades
desenvolvidas por meio de micro e pequenos empreendimentos.
CAPÍTULO V
DO DESENVOLVIMENTO E DA QUALIFICAÇÃO AMBIENTAL
Seção I
Da Gestão do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
Art. 30. A política pública para a Gestão do Meio Ambiente e Recursos Hídricos tem como objetivos:
I- relacionados aos Meios Físicos:
a. implantar o livre acesso de pessoas que deambulam, com limitações de locomoção, no
deslocamento;
b. implantar espaços públicos que promovam o turismo de lazer que valorizarem os
ambientes de valor ambiental e paisagístico;
c. classificar os empreendimentos segundo sua natureza, porte e localização de modo a
exigir medidas mitigadoras aos impactos ambientais negativos;
d. Definir formas de introduzir e incentivar os conceitos de construções sustentáveis em
obras de caráter público ou privados;
e. desenvolver o Plano Municipal de Redução de Riscos – PMRR antes do início da
operação do Plano Preventivo de Defesa Civil, garantindo a participação popular e
incentivando a organização da sociedade civil, com educação, treinamento e
mobilização para situações de risco e de socorro;
f. desenvolver um Programa Integrado de Sustentabilidade Sócio Ambiental;
g. promover o ordenamento territorial mediante o controle do parcelamento do uso do
solo, protegendo os sistemas ambientais relacionados ao clima, solo, relevo, recursos
hídricos, remanescentes florestais de encostas, de restinga e manguezais;
h. incentivar a criação de Reservas Particulares de Patrimônio Natural – RPPN
i. reduzir sistematicamente os impactos sócio-econômico-ambientais provocados pela
mineração no território do Município;
j. garantir a preservação, a proteção e a recuperação do ambiente natural e construído,
mediante controle da poluição visual, sonora, da água, do ar e do solo;
k. melhorar substancialmente a qualidade do ar, monitorar as emissões de gases de
efeito estufa e as concentrações de poluentes e materiais particulados visando não
ultrapassar os padrões da Organização Mundial da Saúde;
II - relacionados ao Meio Biótico (flora e fauna):
a. proteger, regenerar e aumentar a biodiversidade, ampliando as áreas naturais
protegidas e os espaços verdes urbanos;
b. promover e garantir a proteção para a flora e a fauna;
c. implantar um programa municipal de arborização urbana;
d. conservar e recuperar os corredores ecológicos que interliguem fragmentos florestais
de forma a facilitar o livre trânsito da fauna, em segurança;
III - relacionados ao Recursos Hídricos, Águas Superficiais e Subterrâneas:
a. a política municipal relacionada aos recursos hídricos, especialmente quanto aos
recursos relacionados as fontes para consumo humano, devem ser consideradas como
propriedade de uso comum da população;
b. a bacia hidrográfica é a unidade territorial de planejamento definida para a
implementação da Política Municipal de Recursos Hídricos;
COLÉGIO DOS DELEGADOS PARA REVISÃO DO PLANO DIRETOR
MINUTA DO PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR - INSTITUI O PDDSN
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Seção II
Da Saneamento Ambiental e Serviços Urbanos
c. promover ações para eliminação completa dos depósitos de resíduos a céu aberto
(lixões), despejos de resíduos da construção civil e despejos de resíduos em corpos
hídricos;
d. promover a recuperação ambiental, incluindo a remediação de solos contaminados dos
depósitos de resíduos sólidos urbanos (lixões) e a redução do descarte de resíduos
sólidos nos corpos hídrico;
V- relacionados aos resíduos sólidos industriais:
a. promover e incentivar ações integradas destinadas a redução e eliminação total da
produção de resíduos sólidos industriais;
VI - relacionados a limpeza urbana:
a. promover e incentivar ações integradas destinadas a redução de resíduos sólidos nos
espaços públicos;
b. ampliar ações de educação ambiental relacionada a redução de despejos de resíduos
nos espaços públicos.
Seção III
Da Permeabilidade do Solo e da Drenagem Urbana
Seção IV
Da Proteção Costeira
Seção V
Das Políticas de Sustentabilidade
Seção VI
Da Educação e do Sistema de Informação Ambiental
CAPÍTULO VI
DO DESENVOLVIMENTO DO AMBIENTE CONSTRUÍDO
Art. 36. O desenvolvimento sustentável do ambiente construído é alcançado quando se pratica critérios
de qualificação dos padrões de uso e ocupação do território, de forma planejada e harmônica,
alterando o ambiente natural com equilíbrio, sem gerar riscos ou vulnerabilidades, promovendo
as vocações, garantindo as identidades, superando os conflitos referentes à geração de passivos
sócio-ambientais, de saneamento básico, do consumo de energia, da disponibilidade de
infraestruturas e serviços compatíveis com o nível de urbanização e densidade ocupacional
pretendidas, gerando ambientes sadios, protagonistas do pleno desenvolvimento humano, social,
econômico, cultural e ambiental.
Art. 37. A política pública para o Desenvolvimento do Ambiente Construído na ocupação do território tem
como estratégias:
I. garantir a qualidade, a acessibilidade, a adequabilidade, a sustentabilidade, a ergonomia, o
conforto térmico, a ventilação e iluminação adequada, o controle sanitário e ambiental e a
segurança dos ambientes construídos;
II. garantir a construção da cidade em bases sustentáveis voltada a oferta de moradia, locais de
trabalho, espaços destinados ao turismo, esporte e lazer, à disponibilidade de espaços públicos
coletivos saudáveis e atraentes, a oferta de equipamentos destinados para a educação e saúde
de toda a população;
III. incentivar o empreendedorismo às vocações locais, à industrialização em bases tecnológicas e
sustentáveis, ao equilíbrio entre o ambiente rural e urbano, a desconcentração dos fluxos, a
adoção de práticas menos agressivas ao meio ambiente e saúde e, ao manejo sustentado dos
ambientes naturais;
IV. promover a reabilitação, o adensamento controlado e a qualificação dos espaços urbanos já
consolidados;
V. ordenar o uso do solo de forma a evitar espaços adensados inadequadamente em relação à
infraestrutura, aos equipamentos e serviços urbanos comunitários;
VI. restringir a ocupação de locais insalubres, sujeitos a riscos ou inadequados a ocupação humana;
VII. garantir a sustentabilidade nos empreendimentos públicos e privados;
VIII. utilizar instrumentos de promoção da política urbana previsto no Estatuto das Cidades que
visam compensar a “mais valia” do espaço urbano decorrentes da valorização do território,
gerando recursos e parcerias para a promoção do desenvolvimento urbano e redução dos
desníveis sócio-espaciais.
Art. 38. Os objetivos para o Desenvolvimento do Ambiente Construído na ocupação do território são os
seguintes:
I. reestruturar e atualizar o ordenamento físico-territorial e o macrozoneamento do município de
modo a evitar e corrigir as distorções do processo de desenvolvimento urbano;
II. promover a ocupação do território de forma harmônica, justa e sustentável, recuperando os
passivos ambientais, dotados de infraestrutura e serviços públicos compatíveis com as
projeções de crescimento da população e da economia;
III. promover a Cidade Compacta, limitando a expansão urbana por sobre os espaços sem
infraestrutura, sujeitos a riscos para a ocupação humana, territórios naturais e rurais;
IV. promover a ocupação do solo de forma ordenada com a ampliação da capacidade de
infraestrutura, mantendo a harmonia com mobilidade urbana e à preservação do equilíbrio
ecológico;
V. promover as centralidades, oferecendo oportunidades de desenvolvimento econômico e social
nos bairros;
VI. promover a revitalização e valorização dos espaços urbanos construídos, em especial dos sítios
históricos, ambientes de integração com o ambiente natural, edificações de uso coletivo e da
qualidade na produção arquitetônica;
VII. adotar parâmetros de uso, ocupação do solo, garantindo a permeabilidade, a boa ventilação e
insolação, a arborização, a oferta de espaços generosos de uso coletivo, a segurança
patrimonial e a redução do uso de recursos não renováveis;
VIII. recuperar e reabilitar as áreas periféricas da cidade;
IX. definir áreas para implantação de habitação de interesse social;
X. reservar terrenos e espaços em áreas dotadas de infraestrutura e transportes coletivos, em
quantidade suficiente, para atender ao déficit acumulado de habitação, das demandas sociais,
educação, assistência social, saúde, cultura, esporte e lazer;
XI. distribuir usos e intensidades de ocupação do solo de forma equilibrada, baseados na
capacidade de carga, evitando ociosidade ou sobrecarga em relação à infraestrutura disponível,
aos transportes e ao meio ambiente, e para melhor alocar os investimentos públicos e privados;
XII. adequar as condições de uso e ocupação do solo às características do meio físico, impedindo a
deterioração e degeneração ambiental do Município;
XIII. adotar medidas de correção, reabilitação e revitalização de áreas urbanas degradadas ou em
processo de degradas;
XIV. atualizar a legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo e das normas edilícias, com
vistas a aproximar a legislação do município as legislações e normas vigentes para o
desenvolvimento urbano sustentável;
XV. ordenar e controlar o uso do solo, de forma a evitar:
a. conflitos entre usos incompatíveis ou inconvenientes;
b. parcelamentos do solo, adensamentos ou o uso excessivos ou inadequados em relação
à disponibilidade de infraestrutura urbana ou riscos ambientais;
c. instalação de empreendimentos ou atividades que venham a ser geradores de
incomodidades como tráfego excessivo, geração de poluição, carência de
infraestrutura sem medidas compensatórias ou mitigadoras sob a responsabilidade do
gerador;
d. retenção especulativa de imóvel urbano;
e. subutilização ou não utilização do imóvel urbano;
f. deterioração das áreas urbanizadas potencialmente geradoras de conflitos entre usos
e a função das vias que lhes dão acesso;
g. poluição e a degradação ambiental;
h. impermeabilização excessiva do solo;
i. prejuízos a condições saudáveis de ventilação e insolação;
j. uso inadequado dos espaços públicos;
XVI. ordenar e controlar expansão horizontal da aglomeração urbana, com a finalidade de preservar
as áreas verdes;
XVII. promover o desenvolvimento do Cinturão Verde da cidade;
XVIII. estabelecer Áreas de Revitalização Urbana;
XIX. utilizar o potencial construtivo, em áreas com disponibilidade de infraestrutura e capacidade
de adensamento, como instrumento de política urbana destinada a qualificação urbana e
redução das desigualdades sócio territoriais.
Art. 39. São diretrizes para o Desenvolvimento do Ambiente Construído na ocupação do território:
I. incentivar a construção de espaços comerciais e mistos (habitação e comércio/serviço) nos eixo
de centralidade;
II. adequar a capacidade de áreas para parqueamento ou estacionamento de veículos compatíveis
com o nível de serviço da vias urbanas do entorno e com as diretrizes da política municipal de
mobilidade urbana;
CAPÍTULO VII
DA INTEGRAÇÃO E INSERÇÃO REGIONAL
Art. 40. O presente plano considera fundamental aperfeiçoar os mecanismos de desenvolvimento das
relações intergovernamentais visando a integração e o desenvolvimento regional construindo
parcerias e acordos de interesse comuns para ampliar e fortalecer a capacidade de planejamento, a
gestão urbana e municipal visando a redução de incompatibilidades e desigualdades territoriais e a
melhoria das suas conexões.
Art. 41. As políticas públicas do Município d e N a v e g a n t e s deverão reforçar o seu papel na Região da
Foz do Rio Itajaí ampliando sua inserção na rede nacional de cidades, fortalecendo o planejamento
e a gestão metropolitana e regional a partir de articulações entre diferentes entes da Federação.
Art. 42. O planejamento e a gestão das políticas públicas do Município deverão considerar as diferenças
e especificidades regionais, buscando a redução das desigualdades sociais, a melhoria das
condições ambientais e o desenvolvimento econômico equânime.
TÍTULO II
DO ORDENAMENTO TERRITORIAL
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 45. Para ordenação do planejamento e gestão de seu território, o Município de Navegantes será
dividido em:
I- Área Urbana;
II - Área de Expansão Urbana;
III - Macroárea Rural e Vilas Rurais;
IV - Macroáreas de Interesse e Proteção Ambiental;
Parágrafo Único. Para atingir o objetivo estabelecido no “caput” deste artigo, serão utilizados
instrumentos de política urbana conforme o disposto neste Título.
Art. 46. A ordenação do território consiste no processo de organização do espaço físico, definida de
forma a possibilitar as ocupações, a utilização e a transformação do ambiente de acordo com as
suas potencialidades, aproveitando as infraestruturas existentes e assegurando a preservação de
recursos limitados.
Art. 47. A d e f i n i ç ã o d o s l i m i t e s e s p a c i a i s d e c a d a p o r ç ã o t e r r i t o r i a l c i t a d o s n o s
i n c i s o s I a I V d o A r t . 4 5 consistem na identificação da organização do espaço físico,
definida de forma a possibilitar a gestão, planejamento e fiscalização das ocupações, a
utilização e a transformação do ambiente de acordo com as suas vocações, restrições e
potencialidades, aproveitando as infraestruturas existentes e assegurando a preservação de
recursos limitados.
CAPÍTULO II
DOS OBJETIVOS E DIRETRIZES DO ORDENAMENTO TERRITORIAL
i. favorecer a faixa da margem do rio Itajaí como área vocacionada aos empreendimentos
portuários, da indústria naval e náutica, da indústria pesqueira com critérios rígidos de
geração de impactos em relação ao rio e ao entorno imediato;
j. incentivar empreendimentos com base tecnológica e geradores de inovação;
k. aperfeiçoar instrumentos que promovam a parceria público-privada voltados ao
desenvolvimento econômico;
l. proporcionar espaços que sejam vocacionados ao desenvolvimento de empreendimentos
estruturados.
CAPÍTULO III
DA DIVISÃO DO TERRITÓRIO PARA FINS TRIBUTÁRIOS, AMBIENTAIS, DO PARCELAMENTO E DAS
ESTRATÉGIAS DE OCUPAÇÃO DO SOLO
Art. 49. Para a compatibilização do planejamento e gestão do uso e da ocupação do solo com os
objetivos e diretrizes da sustentabilidade instituídos nesta Lei Complementar e em
conformidade com o § 2º do Artigo 40, item I do Artigo 42, item I do Artigo 42B da Lei Federal No.
10.257/2002 e do Decreto Federal Nº 4.297/2002, fica o território do Município de Navegantes
dividido em:
I. Área Urbana;
II. Área de Expansão Urbana;
III. Macroárea Rural e Vilas Rurais;
IV. Macroáreas de Interesse e Proteção Ambiental;
Seção I
Da Área Urbana e de Expansão Urbana
Art. 50. A Área Urbana do território do Município de Navegantes, por seu modelo espacial, compreende
as áreas de ocupação intensiva para fins urbanos já consolidadas ou em processo de consolidação
contíguas com melhoramentos e serviços públicos, nos termos da Lei Federal nº 5.172, de 25 de
outubro de 1966, que dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e que apresentam os seguintes
elementos:
a. sistema viário implantado com vias de circulação, que configuram a área urbana por meio de
quadras e lotes;
b. unidades de educação, de saúde e de assistência social, pavimentação, drenagem, transporte
coletivo, rede de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos, rede de iluminação
pública e coleta de lixo;
c. uso predominantemente urbano, caracterizado pela existência de instalações e edificações
residenciais, comerciais, voltadas à prestação de serviços, industriais, institucionais ou
mistas, bem como demais equipamentos públicos urbanos e comunitários.
Art. 51. A Área de Expansão Urbana, por seu modelo espacial, são áreas sem ocupação para fins urbanos
já consolidados e/ou áreas em processo de ocupação, contíguas ou não à área urbana
consolidada, passíveis de urbanização, observados os critérios de mitigação dos impactos
ambientais e a implantação de infraestrutura urbana e de equipamentos públicos adequados,
bem como do controle da ocupação de áreas contíguas, conforme objetivos gerais desta Lei
Complementar, destinadas ao crescimento ordenado da cidade como núcleos urbanos e bairros,
previstas, delimitadas e regulamentadas nesta Lei Complementar, em consonância com a Lei no
10.257 de 10 de julho de 2001.
Art. 52. As Áreas Urbana e de Expansão Urbana e seu Perímetro definida neste artigo estão delimitadas
em planta no Mapa-PU, objeto do Anexo I desta Lei Complementar e a descrição completa do seu
perímetro será regulamentada por decreto municipal após a aprovação do PDDSN
Art. 53. A Área Urbana e de Expansão Urbana dividem-se em Macrozonas, subdivididas em Microzonas e
Zonas ou Áreas Especiais de Estruturação e Desenvolvimento Urbano e os Eixos de Estruturação
e Desenvolvimento Urbano, assim definidas:
I- Microzonas e Zonas ou Áreas Especiais de Estruturação e Desenvolvimento Urbano - são
espaços estruturadores do Modelo Espacial definidos pela malha viária básica e por
Seção II
Da Área Rural Áreas e Vilas Rurais
Art. 54. A Área Rural - constitui-se na porção do território municipal de Navegantes de ocupação rarefeita
com características de baixa densificação, onde será dada predominância à proteção da flora, da
fauna e demais elementos naturais, admitindo-se, para a sua perpetuação e sustentabilidade, usos
científicos, habitacionais, turísticos, de lazer e atividades compatíveis com o desenvolvimento da
produção primária estruturados a partir de módulos rurais.
Parágrafo Único – Dentro do território da Área Rural serão admitidas as Vilas Rurais que são as
formas de ocupação com característica de “vilas”, permitida a urbanização de baixa densidade,
constituídas em forma associativa ou cooperada sobre módulos rurais, isolados ou localizados nas
margens de rodovias, caracterizadas por propriedades rurais que contenham até 10 moradias
destinadas a habitação, podendo ser conjugadas ou não a comércio, serviços e agroindústria e,
obrigatoriamente relacionadas com a produção primária.
Art. 55. A Área Rural definida neste artigo esta delimitadas em planta no Mapa-PU, objeto do Anexo I desta
Lei Complementar e sua descrição completa será regulamentada por decreto municipal após a
aprovação do PDDSN
Seção III
Das Macroáreas do Zoneamento Ecológico-Econômico
Art. 56. Para a compatibilização do planejamento e gestão do uso e da ocupação do solo com os objetivos
e diretrizes de sustentabilidade am b i e n t a l instituídos nesta Lei Complementar, o território do
Município de Navegantes é dividido em Macroáreas que compõe o Zoneamento Ecológico-
Econômico, respeitando o que preconiza o Decreto Federal Nº 4.297/2002 e a pela Lei Estadual Nº
13.553/2005 e pelo Decreto Nº 5.010/2006 que instituiu e regulamentou, respectivamente o Plano
Estadual de Gerenciamento Costeiro;
Art. 58. O Zoneamento Ecológico-Econômico tem por objetivo geral organizar, de forma vinculada, as
decisões dos agentes públicos e privados quanto a planos, programas, projetos e atividades que,
direta ou indiretamente, utilizem recursos naturais, assegurando a plena manutenção do capital e
dos serviços ambientais dos ecossistemas.
Art. 59. As Macroáreas que compõe o Zoneamento Ecológico-Econômico do Município de Navegantes são
divididas em:
I- Macroárea do Desenvolvimento Urbano
II- Macroárea de Uso Rural e das Vilas Rurais
III- Macroárea de Interesse e Proteção Ambiental
Parágrafo Único. As Macroáreas definidas neste artigo estão delimitadas no Mapa ZEE-01,
objeto do Anexo I desta Lei Complementar.
Sub-Seção I
Da Macroárea do Desenvolvimento Urbano
Art. 60. A Macroárea do Desenvolvimento Urbano constitui-se na porção do território que compreende a
área Urbana e de Expansão Urbana e tem como diretriz melhorar as condições urbanísticas e
otimizar o aproveitamento das terras urbanas com boa oferta de serviços, equipamentos e
infraestruturas urbanas para promover de forma sustentável o desenvolvimento econômico e
social eliminado ou reduzindo os impactos ambientais decorrentes do processo de urbanização.
Sub-Seção II
Da Macroárea de Uso Rural e das Vilas Rurais
Art. 61. A Macroárea de Uso Rural e das Vilas Rurais constitui-se nas porções do território que tem por
diretrizes a manutenção das propriedades rurais produtivas voltados ao abastecimento do mercado
consumidor de Navegantes e cidades da região, a fixação dos agricultores e produtores rurais, a
exploração sustentável do turismo rural, a manutenção de áreas verdes, a proteção dos mananciais
de água, das reservas ambientais, a criação de parques, chácaras, jardins ou pomares e, a melhoria
da qualidade das águas e do ar da cidade.
Sub-Seção III
Da Macroárea de Interesse e Proteção Ambiental
Art. 62. A Macroárea de Interesse e Proteção Ambiental constitui-se nas porções do território municipal de
Navegantes que tem por diretriz a manutenção, preservação e recuperação de sítios com
características originais dos ecossistemas, matas ciliares, mangues, restingas, encostas, nascentes,
olhos d’água, córregos, rios e lagoas e as áreas consideradas estratégicas para a garantia de
preservação e conservação dos recursos hídricos, minerais e reservas naturais.
Seção IV
Das Macrozonas Urbanas e de Expansão Urbana
Art. 63. Para o planejamento e gestão do uso e da ocupação do território, o Município de Navegantes fica
dividido em oito Macrozonas, voltadas à política de desenvolvimento urbano, econômico e social
em bases sustentáveis assim definidas como suas vocações, estratégias e, de acordo com suas
características urbanas, ambientais, geológicas, sociais e econômicas, aos elementos
estruturadores do Modelo Espacial a saber:
I- Macrozona Rural - formada por planícies costeiras e morros localizada a Oeste do território do
Município, incluindo a APA do Morro do Leiteiro e morrotes que inclui remanescentes de
ecossistemas naturais e atividades agropastoris;
COLÉGIO DOS DELEGADOS PARA REVISÃO DO PLANO DIRETOR
MINUTA DO PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR - INSTITUI O PDDSN
32
II- Macrozona de Expansão Urbana - formada por uma planície costeira, morrotes isolados, onde
predominam os usos relacionados à conservação de ecossistemas naturais, usos urbanos
rarefeitos de baixa densidade, regulares e irregulares e alguns serviços voltados a armazenagem
e logística;
III- Macrozona Portuária, Industrial e de Serviços - formada por uma faixa da planície costeira
contínua à margem do Rio Itajaí Açu, parcialmente sujeita aos efeitos de inundações, que inclui
usos portuários, pesqueiros, de transporte e navegação, urbanos mistos e relacionados à
conservação de ecossistemas naturais, sendo formada por ambiente aquático de transição entre
canais, rios, o oceano e é influenciado pela variação das marés;
IV- Macrozona de Estruturação Urbana Mista - formada por uma planície costeira, morros e
morrotes isolados, onde predominam os usos relacionados à conservação de ecossistemas
naturais e inclui usos urbanos, de suporte urbano, portuários e retroportuários;
V- Macrozona de Adensamento Prioritário - formada por uma planície costeira a margem do Rio
Itajaí, onde se localiza o centro histórico, com usos predominantemente urbanos já consolidados,
com média e baixas densidades e disponibilidade de infraestrutura;
VI- Macrozona de Adensamento Estratégico - formada por uma extensa faixa de orla marítima e
pela planície costeira litorânea a Nordeste do território do Município, onde predominam os usos
urbanos consolidados não contínuos, a conservação de ecossistemas naturais ribeirinhos e de
suporte urbano;
VII- Macrozona Intermediária de Amortecimento - formada por uma franja dos morros localizados
nas Áreas Urbanas e de Expansão Urbana, entre as cotas 20 mts. e 50 mts., que inclui
remanescentes de ecossistemas naturais, onde predominam os usos relacionados a chácaras e
extração mineral de argila e rocha;
VIII- Macrozona Aeroportuária - formada por uma área da planície costeira inserida entre as
Macrozonas de Adensamento Prioritário, Adensamento Estratégico e Estruturação Urbana
Mista, onde predominam glebas de terra destinadas a reserva de espaços destinados a
operação aeroportuária do Aeroporto Internacional Victor Konder e inclui usos urbanos
rarefeitos de ocupações irregulares.
Sub-Seção I
Dos Elementos Estruturadores Do Modelo Espacial Da Área Urbana
Art. 64. São Elementos Estruturadores do Modelo Espacial da Área Urbana e de Expansão Urbana:
I. Área do Centro Histórico - é a área de urbanização mais antiga do território do Município,
englobando o centro comercial tradicional, o paço municipal tradicional, o porto da balsa e a
comunidade tradicional do bairro São Pedro, desenvolvendo-se como um espaço de diversidade
comercial e de serviços, que contém equipamentos públicos e privados, instituições financeiras
e concentração de áreas e bens de interesse cultural;
II. Eixos de Centralidade - são porções do território definidos por até três vias estruturais e suas
áreas de influência destinadas à promoção de atividades típicas de área central ou dos centros
de bairros em que se pretende promover usos residenciais e não residenciais com densidades
demográfica e construtiva médias, qualificando a paisagem dos espaços públicos de modo
articulado ao sistema de transporte público coletivo tendo como objetivos:
a. estruturar o modo de transporte coletivo e os modos não motorizados mais eficientes
criando novas alternativas de circulação;
b. incorporar o desenho urbano como elemento de atratividade;
c. caracterizar um espaço de estimulo a diversidade de usos, a fim de propiciar às áreas
residenciais vizinhas o atendimento de suas necessidades;
I- Áreas Especiais de Estruturação Urbana da Borda D’água - são os espaços da orla marítima
e das margens dos rios de grande valor paisagístico, ambiental, econômico, do lazer e do
turismo onde se localizam as estruturas de apoio a pesca artesanal e industrial, a atividade
portuária, ao transporte fluvial e ao uso balneário onde se tem como objetivo:
a. desenvolver projetos urbanos que permitam um maior acesso do público aos espaços
da Borda D’água;
b. posicionar o Porto de Navegantes como o principal catalisador para um novo
desenvolvimento econômico e a criação de emprego e oportunidades.
c. priorizar um desenvolvimento urbano, econômico e social inclusivo e criativo
requalificando os ativos ambientais e paisagísticos e conectando o território da Borda
D’água;
d. desenvolver um plano de ocupação sustentável da faixa de beira-mar existente
ampliando o acesso a comunidade, preservado e valorizando os ativos e o patrimônio
ambiental e paisagístico;
e. estruturar um projeto de valorização da Borda Dágua entre a área central, em torno de
uma Praça do Mercado, e os molhes da foz do Rio Itajaí como uma nova fronteira de
centralidade econômica e valorização da história;
f. incentivar o desenvolvimento de novos padrões residenciais e de adensamento,
priorizando os usos mistos;
g. preparar um plano de estruturação urbana para a “Península do São Pedro”
valorizando a comunidade local, valorizar a Borda D’água voltando a cidade para o rio,
oportunizando a criação de portos de lazer, comercio estruturado gerando capacidade
financeira através da criação de novos oportunidades de desenvolvimento integrado e
receitas de longo prazo;
h. estimular estudos de novos oportunidades para criação de estruturas portuárias
“offshore” em conjunto com a Autoridade Portuária;
i. planejar e organizar o uso faixa de Borda D’água do Rio Itajaí Açu para as atividades de
portuárias, de transporte, da pesca, da indústria naval, de preservação e da criação de
parques e áreas públicas intercaladas com o uso privado;
j. incentivar a criação de portos e lazer náutico estruturados e sustentáveis.
III- Áreas de Estruturação Urbana e Desenvolvimento Econômico - são zonas ou áreas onde é
estimulada amplamente a atividade produtiva passível ou não de convivência com a
atividade residencial que pode ser protagonizada por parceria público privadas;
do Aeroporto Internacional Victor Konder que tem regime urbanístico próprio definido pelo
Plano Diretor do Aeroporto de preservação ou conservação do patrimônio natural, que
constituem elementos fundamentais para o processo de desenvolvimento sustentado.
VI- Área de Interesse Urbano - compreende as áreas onde está contida uma parte
demarcada no Mapa MIZ-01, que fazem parte do território Municipal, destinadas
preferencialmente e prioritariamente à regularização fundiária, melhoria habitacional,
implantação de equipamentos públicos passíveis de utilizarem o Direito de Preempção e
a utilização dos recursos provenientes da Outorga Onerosa do Direito de Construir e de
outras fontes de recursos específicas a promoção da qualidade de vida das populações
em situação de risco.
VII- Área de Interesse Institucional - compreende as áreas onde está contida uma parte
demarcada no Mapa MIZ-01, que fazem parte do território Municipal, destinadas
preferencialmente e prioritariamente à implantação de equipamentos públicos como
escolas, creches, unidades de saúde e praças, passíveis de utilizarem o Direito de
Preempção e a utilização dos recursos provenientes da Outorga Onerosa do Direito de
Construir e de outras fontes de recursos específicas a promoção da qualidade de vida nos
bairros da cidade.
CAPÍTULO IV
DO MICROZONEAMENTO PARA FINS DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
Art. 65. As microzonas de uso e ocupação do solo do Município de Navegantes são porções do território
definidas para efeitos de parcelamento, ocupação, aproveitamento e uso do solo, e encontram-
se delimitadas e normatizadas nesta Lei Complementar, respeitados os limites e estratégias de
desenvolvimento urbano estabelecidas nas Macrozonas.
Paragrafo. 1º. O uso e ocupação nas zonas mencionadas no “caput” atenderão a critérios de
licenciamento de obras e de atividades consoante à observância dos respectivos índices
urbanísticos definidos nesta Lei Complementar
Paragrafo. 2º. Para efeito de rotina na análise, aprovação de projetos e licenciamento de obras, o
Poder Executivo poderá editar normas de regulamentação que definam as rotinas de
apresentação de projetos e critério de analises sempre com o objetivo de gerar
transparência e desburocratização do licenciamento de obras no que se refere ao “caput”
deste Artigo.
Art. 66. A delimitação das microzonas de uso e ocupação do solo deve garantir a criação de áreas
específicas em que será estimulado o adensamento sustentável, junto aos eixos dos sistemas de
transportes de média capacidade de carregamento, com incentivos para a produção de
Habitação de Interesse Social – HIS e, por meio de tipologias plurihabitacionais verticais;
Art. 67. A implementação e a gestão do microzoneamento de uso e ocupação do solo devem garantir a
segregação de atividades incompatíveis, em função de porte, natureza e nível de incomodidades
das mesmas.
Art. 68. Na ocupação dos lotes deve ser garantida a manutenção de padrões de conforto ambiental
e eficiência energética previstos nesta Lei Complementar na área de influência direta dos
empreendimentos, no que respeita a ventilação, iluminação naturais e no respeito aos enunciados
da art. 1.277 do Código Civil e da NBR 15.575 – Norma de Desempenho.
Seção I
Das Microzonas
Art. 69. Para o planejamento e gestão territorial do uso e da ocupação do solo no Município de
Navegantes, ficam criadas as seguintes Microzonas se Uso e Ocupação do Solo inseridas na Área
Urbana e de Expansão Urbana:
I- ZOR - Zona de Ocupação Restritiva – compreende parte do território em Área de Expansão
Urbana caracterizada por ocupação com tipologias urbanas esparsas e desordenadas de baixa
densidade oriundas de áreas rurais improdutivas com pouca infraestrutura, sem ordenamento
territorial e regulação do território sendo destinadas a estruturação de núcleos urbanos de
baixa densidade e baixo impacto para atenderem áreas próximas onde o PDDSN prevê a
localização de empreendimentos voltados ao setor secundário e terciário.
II- ZENC - Zona de Estruturação de Nova Centralidade - compreende parte do território em
Área de Expansão Urbana caracterizada por ocupação rarefeita e desordenadas de baixa
densidade oriundas de áreas rurais improdutivas com pouca infraestrutura, sem
ordenamento territorial e regulação do território sendo destinadas a empreendimentos
estruturados de uso diversificados e sustentáveis, livres de riscos de inundação, com
atividades de baixo a médio impactos, ocupações de baixa e média densidades relacionados
XIV- ZEO - Zona Estruturadora da Orla - compreende uma faixa de até 70 metros a partir da borda
Leste do eixo da Avenida Prefeito Adolfo Cirino Cabral desde o bairro Gravatá até o bairro São
Pedro destinada, pelas diretrizes do PDDSN, preferencialmente ao adensamento qualificado
voltado ao uso misto, hotelaria e habitação multifamiliar. A faixa da Zona de Quadra Mar tem
diferentes índices relacionados a altura máxima das edificações em função das limitações
relacionadas ao “cone aeroportuário” e cone de sombreamento.
XV- ZQU - Zona de Qualificação Urbana - compreende uma extensa área de ocupação rarefeita e
loteamentos pouco infraestruturados e sem ordenamento e conexão, dentro dos bairros Meia
Praia e Gravatá, contida entre a Zona Aeroportuária ao Sul, ao Leste a Avenida José Juvenal
Mafra, a Oeste com a 2ª. Radial e ao Norte com a Rua Luiza Alexandrina destinada, pelas
diretrizes do PDDSN, preferencialmente ao adensamento qualificado voltado ao uso misto,
comércio e serviços, pequenas indústrias de baixo impacto e para a habitação multifamiliar de
média densidade e alta densidades, intercalando diferentes índices de altura e gabarito em
função dos limites estabelecidos pelo “cone aeroportuário”, assim definidas:
a. Alta Densidade – 1A
b. Média Densidade 1B e 2
XVI- ZEM - Zona de Expansão Mista - compreende uma extensa área sem ocupação e sem
ordenamento e conexão, dentro dos bairros Meia Praia e Gravatá, contida entre a Zona
Aeroportuária ao Sul, ao 2ª. Radial, a Oeste com o canal do Guapuruma e o limite da Zona
Especial de Exportação e ao Sul a Rua Francisco de Paula Seara destinada, pelas diretrizes do
PDDSN, ao adensamento qualificado voltado ao uso misto, comércio e serviços, pequenas e
médias indústrias de baixo impacto e para a habitação multifamiliar de interesse social e
habitação multifamiliar de baixa e média densidades, intercalando diferentes índices de altura
e gabarito em função dos imites estabelecidos pelo “cone aeroportuário”, assim definidas:
a. Baixa Densidade – 1A
b. Média Densidade - 2A
XVII- ZPMLT - Zona de Promoção da Moradia, Lazer e Turismo - compreende uma área com baixa
ocupação, dentro dos bairros Meia Praia, contida ao Norte pela Rua José Eugênio Muller, a
Leste pela Avenida Prefeito Adolfo Cirino Cabral, ao Oeste pela 1ª. Radial e ao Norte pela Rua
José Romão destinada, pelas diretrizes do PDDSN, ao adensamento qualificado voltado a
empreendimentos que utilizem estruturas de canais para navegação de lazer formando
condomínio ou loteamento tipo “marinas” a partir do Rio da Pedras além do uso misto,
comércio, serviços, qualificados, hotelaria e para a habitação multifamiliar de média
densidades, limitados na altura pelo “cone aeroportuário” e cone de sombreamento.
XVIII- ZAC - Zona de Adensamento Controlado - compreende duas áreas, sendo a primeira de
urbanização consolidada de baixa densidade existente na parte Norte do bairro Gravatá com
baixa ocupação, contida dentro de um perímetro formado pelas ruas Luiza Alexandrina, Rua
Sebastião Rodrigues/Av. Radial Norte-Sul, Rua Carlos de Paula Seara, faixa da APA do Rio
Gravatá, Rua Uruguai e Avenida Prefeito José Juvenal Mafra destinada, pelas diretrizes do
PDDSN, como área de transição e amortecimento entre a APA do Rio Gravatá e a região mais
adensada do bairro Gravatá, prevendo baixo e médios adensamentos, comércio e serviços de
bairro, admitindo industrias de pequeno porte com baixo impacto e a segunda área
compreendida pelas faixa existente entre a base da morraria do morro da Pedreira e o Rio
Guapuruma e seu afluente que deverá servir igualmente como área de transição e
amortecimento, destinada ao baixo adensamento voltado a empreendimentos sustentáveis,
habitação de baixa densidade, empreendimentos voltados a hospedagem rural, pequenas
chácaras e empreendimentos de comércio e serviços de pequeno portes assim definidas:
a. Pedreiras – ZAC-1
b. Gravatá - ZAC-2 (Zona de Ocupação Especial – ZOE)
XIX- ZUS- Zona de Uso Sustentável - compreende a pequena área as margens do Rio Gravatá que
inclui remanescentes de ecossistemas naturais de manguezais destinada, pelas diretrizes do
PDDSN, como área de transição e amortecimento a APA do Rio Gravatá passível de ocupações
destinadas a residência unifamiliares, hotelaria vocacionada a sustentabilidade e pequenos
comércios e serviços;
XX- ZEIS - Zona Especial de Interesse Social - são porções de áreas públicas ou privadas ocupadas
espontaneamente, parcelamentos ou loteamentos irregulares e/ou clandestinos, incluindo
casos de aluguel de chão, habitados por população de baixa renda familiar, destinados
exclusivamente à regularização jurídica da posse, à legalização do parcelamento do solo e sua
integração à estrutura urbana e à legalização das edificações salubres por meio de projeto que
preveja obrigatoriamente o atendimento da população registrada no cadastro físico e social da
respectiva ZEIS existente no órgão de planejamento ou de habitação do Município definidas
nas seguintes sub-zonas:;
a. Barra do Rio – ZEIS-BR
b. São Paulo – ZEIS-SP
XXI- ZPU - Zona Parque Urbano - compreende áreas do território do Município localizados na Meia
Paia e no Centro cujo polígono inclui remanescentes de ecossistemas naturais, destinada pelas
diretrizes do PDDSN como área de reservação e de parque urbanos a ser viabilizada através de
compensações, reservas de áreas verdes e demais mecanismo previstos nos instrumentos de
política urbana e são definidos:
ZPU-MP – Bairro Meia Praia: definido pelo fundo dos lotes ao Norte da Rua Gervásio de Souza,
pela 1ª. Radial a Leste, pelo canal artificial no prolongamento da Rua Egídio Narciso e pelo
alinhamento da 3ª. Radial ao Oeste
ZPU-C – Centro: definido pelo polígono compreendido entre as ruas Avenida Nereu Liberato,
o alinhamento de fundos dos lotes ao Norte de Rua Maria Lopes Borba até o encontro Rua sem
nome, indo até o encontro em a Rua Martimiano Teixeira e o alinhamento desta rua até o
encontro com a Avenida Nereu Liberato
Parágrafo Único. As Microzonas definidas neste artigo estão delimitadas no Mapa MIZ-01,
objeto do Anexo I desta Lei Complementar.
Seção II
Dos Eixos de Centralidade
Art. 70. Para o planejamento e gestão territorial do uso e da ocupação do solo no Município de
Navegantes, ficam criadas os seguintes Eixos de Centralidades inseridas na Área Urbana e de
Expansão Urbana:
I. Eixo de Centralidade Av. José Juvenal Mafra;
II. Eixo de Centralidade Av. Rio do Sul;
III. Eixo de Centralidade Av. Ivo Silveira;
IV. Eixo de Centralidade Av. 2ª. Radial;
V. Eixo de Centralidade Rua Francisco Schmitz;
VI. Eixo de Centralidade Rua Curt Hertwig;
VII. Eixo de Centralidade Rua Antonio Vicente dos Passos/Rua Dr. Humberto Pederneiras
VIII. Eixo de Centralidade Rua Onório Bortolato/Estrada Geral das Pedreiras
IX. Eixo de Centralidade do “Binário do Aeroporto” (Rua Osmar Gaya/Manoel Leopoldo Rocha e
Rua Gracilides Coelho Raiser/Av. Nereu Liberato Nunes/Rua Estevão Pivato/Rua Antonio
Manoel Honório)
X. Eixo de Centralidade Av. José Alcebíades Laurentino
XI. Eixo de Centralidade Av. Nereu Liberato Nunes
XII. Eixo de Centralidade Av. João Sacavém
XIII. Eixo de Centralidade Av. Santos Dumont
COLÉGIO DOS DELEGADOS PARA REVISÃO DO PLANO DIRETOR
MINUTA DO PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR - INSTITUI O PDDSN
40
Seção III
Das Áreas Especiais de Estruturação Urbana da Borda D’água
Art. 71. Para o planejamento e gestão territorial do uso e da ocupação do solo no Município de
Navegantes, fica criada a seguintes Área Especial de Borda D’água inserida na Área Urbana e de
Expansão Urbana:
I- AEU-Beira Rio – Corresponde a faixa projetada do eixo da “Avenida Beira Rio” iniciando com
um binário composto pela Rua Anibal Gaya/Santos Dumont e a extensão da Rua Engenheiro
Edson Luiz Braun, segundo pela Rua João Emilio contornando pela margem dos molhes do Rio
Itajaí Açu até o encontro com a Avenida Prefeito Cirino Adolfo Cabral destinada a implantação
de áreas públicas de lazer, áreas de interesse ambiental, áreas para investimentos privados
destinados a qualificação urbana e desenvolvimento econômico, portos de lazer e de pesca
artesanal e de um mercado público.
Seção IV
Dos Corredores de Desenvolvimento
Art. 72. Para o planejamento e gestão territorial do uso e da ocupação do solo no Município de
Navegantes, ficam criados os seguintes Corredores de Desenvolvimento inserida na Área Urbana
e de Expansão Urbana:
I- Corredor de Desenvolvimento da BR- 470;
II- Corredor de Desenvolvimento da BR – 101;
III- Corredor de Desenvolvimento da SC – 414;
IV- Corredor de Desenvolvimento de Eixo da 3ª. Radial Norte/Sul
Seção V
Das Zonas e Espaços Urbanos de Estruturação Urbana e Desenvolvimento Econômico
Art. 73. Para o planejamento e gestão territorial do uso e da ocupação do solo visando a promoção de
transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e valorização ambiental e qualificação
do ambiente urbano no Município de Navegantes, ficam definidas as seguintes Áreas destinadas
a Estruturação Urbana e Desenvolvimento Econômico com utilização da Operação Urbana
Consorciada - OUC:
I- OUC – “Nova Centralidade” – Corresponde ao perímetro que compreende a Rua Secretário
José Schubert Junior, Avenida José Juvenal Mafra, Rua Arnaldo Passos e Rua Anibal Gaya
destinada pelas diretrizes do PDDSN como setor da área central a receber um projeto de
requalificação urbana, abertura de conexões viárias, melhoria dos espaços públicos,
implantação de um Centro Multieventos e outras benfeitorias a serem viabilizadas com
adicional construtivo, sendo seus critérios, objetivos, projetos, custos e resultados a serem
definidos por lei específica.
COLÉGIO DOS DELEGADOS PARA REVISÃO DO PLANO DIRETOR
MINUTA DO PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR - INSTITUI O PDDSN
41
II- OUC – “Península do São Pedro” – Corresponde a toda a área da ZDE - Zona de
Desenvolvimento Especial a receber um projeto de requalificação urbana, regularização
fundiária, abertura de conexões viárias, melhoria dos espaços públicos, implantação de um
Parque Urbano, Porto de Lazer, Mercado Público e área de atracação dos barcos da pesca
artesanal e outras benfeitorias a serem viabilizadas com adicional construtivo, sendo seus
critérios, objetivos, projetos, custos e resultados a serem definidos por lei específica
Seção VI
Das Unidades de Interesse Ambiental
Art. 74. Para o planejamento e gestão territorial do uso e da ocupação do solo no Município de
Navegantes, ficam definidas as seguintes Unidades de Interesse Ambiental:
I- APP - Área de Preservação Permanente: área protegida, nos termos do novo Código Florestal
Brasileiro, Lei nº 12.651/12 coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de
preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, facilitar
o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações
humanas, sendo previstas pelo PDDSN as seguintes APPs:
a. APP Orla Atlântica – compreendida pela faixa de restinga existente entre a faixa da praia a
Avenida Cirino Adolfo Cabral identificadas no Mapa ZEE-01;
b. APP Rio Gravatá - compreendida pela faixa de proteção dos mangues e margens do Rio
Gravatá identificadas no Mapa ZEE-01;
c. APP Rio Guapuruma - compreendida pela faixa de mata ciliar e margens do Rio Guapuruma
até suas nascentes identificadas no Mapa ZEE-01
d. APP Canal/Rio Lagoa - compreendida pela faixa de mata ciliar e margens do Canal/Rio Lagoa
até suas nascentes identificadas no Mapa ZEE-01;
II- APA - Área de Proteção Ambiental: definidas por áreas dotadas de atributos naturais, estéticos
e culturais importantes para a qualidade de vida e o bem-estar da população local, podendo ser
uma área extensa, com o objetivo de proteger a diversidade biológica, ordenar o processo de
ocupação humana e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. Pode ser
constituída por terras públicas e privadas, sendo previstas pelo PDDSN as seguintes APPs:
a. APA Morro do Leiteiro
b. APA Navegantes
III- AIA – Área de Interesse Ambiental: definidas por áreas dotadas de remanescentes de
ecossistemas naturais ou atributos naturais, estéticos e culturais importantes para a qualidade
de vida e o bem-estar da população em locais de transição ou amortecimento entre a Áreas de
Proteção Ambiental ou de Preservação Permanente, com a finalidade de ordenar o processo de
ocupação humana de forma controlada e assegurar a sustentabilidade dos recursos naturais.
Pode ser constituída por terras públicas e/ou privadas, sendo previstas pelo PDDSN as seguintes
APPs:
a. MIA Hugo de Almeida
b. MIA Navegantes
IV- RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural: área privada com o objetivo de conservar a
diversidade biológica, permitida a pesquisa científica e a visitação turística, recreativa e
educacional. É criada por iniciativa do proprietário ou ainda como forma de compensação
ambiental.
Seção VI
Da Área Operacional Aeroportuária
Art. 75. Para o planejamento e gestão territorial do uso e da ocupação do solo no Município de
Navegantes, fica criado a Área Especial da Operação Aeroportuária assim definida:
I- ZEA - Zona Especial Aeroportuária - compreende a área do território cujo polígono compreende
a área de operação da expansão prevista no Plano Diretor do Aeroporto Internacional de
Navegantes – Ministro Victor Konder - Portaria Nº 1947/SIA 29/07/2013. DOU Nº 145.
TÍTULO III
DO ORDENAMENTO TERRITORIAL
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 76. De acordo com as premissas objetivos e diretrizes expressos neste PDDSN para as Macroáreas,
Macrozonas para o Microzoneamento de áreas homogêneas ou de vocação territorial e, da rede
de estruturação urbana, os critérios de Uso e Ocupação do Solo foram definidos objetivando
ajustar o desenvolvimento integrado e sustentável do Município de Navegantes de forma
simplificada e consolidada segundo as seguintes diretrizes:
I- Evitar a dissociação entre a disciplina legal, a realidade urbana e as diretrizes de
desenvolvimento urbano estabelecidas neste PDDSN;
II- Simplificar e consolidar a redação da legislação para facilitar sua compreensão, aplicação e
fiscalização evitando ou reduzindo a edição de regulamentos complementares;
III- Considerar as condições ambientais, da infraestrutura, da mobilidade e dos serviços urbanos;
IV- Estabelecer parâmetros e mecanismos relacionados à drenagem das águas pluviais, que evitem
a sobrecarrega das redes, os alagamentos e as enchentes;
V- Definir, nas áreas de proteção aos mananciais, disciplina compatível com a legislações estadual
e federal;
VI- Criar um Sistema Municipal de Unidades de Conservação de forma a proteger os principais
maciços vegetais compreendidos pelas morarias existentes no território do Município, de forma
a permitir a preservação destes bens naturais, enquadrando-os no Artigo 16 da Lei Federal
9.985/2000 que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, permitindo que o
Município de Navegantes tenha condições de realizar a gestão e proteção destes territórios,
observando as seguintes estratégias:
a. Criar Zonas e Áreas de Interesse Ambiental dentro da área urbana consolidada de forma a
permitir o desenvolvimento urbano controlado, protegendo áreas de relevante interesse
como maciços vegetais, restingas, praias, orlas ribeirinhas e oceânicas, de forma a permitir
a preservação destes bens naturais, enquadrando, quando for o caso no Art. 21. da Lei
Federal 9.985/2000 que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação como
Reservas Particulares do Patrimônio Natural no Artigo 16 da Lei Federal 9.985/2000,
permitindo que o Município de Navegantes tenha condições de realizar a gestão e proteção
do território para que tenha efetividade através dos instrumentos de ordenamento do
território e da legislação ambiental, em especial no conceito de parcelamento e
urbanização de glebas com maciços arbóreos significativos à averbação prévia que passarão
a integrar um Sistema Municipal de Áreas Protegidas e Áreas Verdes, podendo ser exigida
a criação de RPPN municipal ou a doação para formação de um ou mais parques, áreas
verdes públicas e praça públicas municipal;
b. Promover, nas Macrozonas de Unidade de Conservação e de Interesse Ambiental,
atividades ligadas à pesquisa, ao ecoturismo e à educação ambiental;
c. Considerar, na disciplina de uso e ocupação do solo, a compatibilidade com os planos de
manejo das unidades de conservação, inclusive normas relativas às zonas de
amortecimento dessas unidades;
d. Criar formas efetivas para preservação e proteção das áreas verdes significativas;
e. Condicionar a implantação de atividades que demandem a utilização de águas subterrâneas
ou interferência com o lençol freático que possam comprometer a qualidade ambiental das
águas dos rios e do mar.
VII- Proporcionar a composição de conjuntos urbanos que superem exclusivamente o lote como
unidade de referência de configuração urbana, sendo também adotada a quadra como
referência de composição do sistema edificado;
VIII- Promover a articulação entre espaço público e espaço privado, por meio de estímulos à
manutenção de espaços abertos para fruição pública no pavimento de acesso às edificações;
IX- Estimular a implantação de atividades ligadas a hospedagem como pousadas rurais, pousadas
ecológicas, hotelaria de alto padrão, hotelaria de negócios, alta gastronomia e atividades de
entretenimento voltados ao turismo e a cultura;
X- Estimular a implantação de atividades de serviços e equipamentos voltados ao lazer e atividade
náutica como marinas, portos de lazer, serviços náuticos, passeios marítimos, pesca esportiva e
outras;
XI- Estimular a implantação de atividades de comércio e serviços nas regiões onde a densidade
populacional é elevada e há baixa oferta de emprego, criando regras para a adequada
convivência entre usos residenciais e não residenciais;
XII- Estimular o comércio e os serviços locais, especificamente os instalados em fachadas ativas, com
acesso direto e abertura para o logradouro;
XIII- Fomentar o uso misto no lote entre usos residenciais e não residenciais, especialmente nos eixos
e vias estruturadores de centralidades;
XIV- Definir os limites dos corredores de comércio e serviços bem como as atividades neles
permitidas, adequando-os às diretrizes de equilíbrio entre usos residenciais e não residenciais;
XV- Estabelecer limites mínimos e máximos de área construída computável destinada a geração de
vagas de estacionamento de veículos, condicionando um número máximo à compensação
urbanística por sua utilização;
XVI- Evitar conflitos entre os usos impactantes e sua vizinhança;
XVII- Criar formas efetivas para prevenir e mitigar os impactos causados por empreendimentos ou
atividades classificadas como polos geradores de tráfego ou geradores de impacto de
vizinhança;
XVIII- Promover o adensamento construtivo e populacional e a concentração de usos e atividades
em áreas com a efetiva disponibilidade de infraestrutura;
XIX- Estimular a criação de ambientes urbanos agradáveis, que valorizem o patrimônio arquitetônico,
especialmente na área central e do bairro São Pedro, criando regras e parâmetros que facilitem
uma centralidade que valorize as características locais, mediante o estímulo a regularização
fundiária e qualificação das edificações para novos usos voltadas ao comércio qualificado,
serviços náuticos, a gastronomia tradicional e a hospedagem;
XX- Criar normas para a regularização de edificações, de forma a garantir estabilidade e segurança,
permitindo a adequada ocupação dos usos residenciais e não residenciais e reduzindo o nível de
informalidade da cidade;
XXI- Permitir e ordenar, nas áreas rurais, um padrão de uso e ocupação compatível com as diretrizes
de desenvolvimento econômico sustentável previstas nos Objetivos e Diretrizes Gerais, em
especial as relacionadas às cadeias produtivas da agricultura e do turismo sustentáveis;
XXII- Criar, nas áreas onde a rede viária ainda é inadequada, principalmente naquelas que tenham
por objetivo reduzir as vulnerabilidades, melhorando a relação entre usos permitidos no tecido
urbano sem impedir a instalação de atividades geradoras de renda e emprego;
XXIII- Adotar medidas para redução de velocidade dos veículos automotores, visando garantir a
segurança de pedestres e ciclistas, tais como a “traffic calming”;
XXIV- Incentivar o funcionamento de instituições de longa permanência para idosos em áreas
próximas as zonas predominantemente residenciais de baixa densidade e áreas de interesse
ambiental mantidas as características urbanísticas e paisagísticas dessas zonas;
XXV-Criar formas de incentivo às construções públicas ou privadas que tenham certificação
ambiental LEED - Leadership in Energy and Environmental Design;
XXVI- Criar incentivos urbanísticos para os proprietários que doarem ao Município áreas
necessárias à ampliação do sistema viário e do sistema de áreas verdes, proporcionarem usos
mistos no mesmo lote, produzirem unidades de Habitação de Interesse Social;
XXVII- Prever, para garantir a fluidez do tráfego nas vias do sistema viário estrutural, restrições e
condicionantes à implantação de empreendimentos nos lotes lindeiros a estas vias;
XXVIII- Prever as condições de controle rigorosos para que as atividades mineradoras possam
continuar produzindo de forma ambientalmente adequada;
XXIX- Garantir a manutenção e criação de áreas para atividades industriais e logísticas compatíveis
com o entorno para servir como polo de atração de negócios, tecnologias, centros de formação
de mão de obra especializada, oportunizando a localização privilegiada de Navegantes de forma
a ampliar diversificação da economia, a competitividade e o nível de emprego na cidade;
XXX- Criar condições especiais de uso e ocupação do solo que permitam gerar polos de serviços
especializadas na área de prestação especializada em saúde, educação e inovação;
XXXI- Implantar a Outorga Onerosa de Potencial Construtivo, a Transferência de Potencial
Construtivo e a Operação Urbana Consorciada como instrumentos de compensação pela mais
valia do território decorrente do processo de urbanização para serem direcionados a
investimentos e transformações urbanas que impactem positivamente no desenvolvimento
econômico e social e na redução das desigualdades sócio territoriais.
XXXII- Estabelecer critérios de ocupação nas zonas localizados à Oeste da BR 101, uma legislação
que valorize seu território, gere oportunidades de desenvolvimento econômico e social,
valorizando os bens naturais, observando as restrições e vulnerabilidades territoriais e
ambientais objetivando promover o desenvolvimento equilibrado e a integração territorial.
Parágrafo Único. A Prefeitura Municipal deverá, no prazo de 2 (dois) anos, desenvolver um Plano
Urbanístico para a área de Expansão Urbana, de forma ampla e democrática, como forma de
aperfeiçoar os programas e projetos de intervenção urbana prevendo a disponibilidade de
equipamentos e serviços urbanos, a redução das vulnerabilidades e riscos, em especial
inundações e, o aperfeiçoamento dos parâmetros de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo.
Art. 77. O uso e a ocupação do solo passam a ser disciplinados por normas referentes:
I- a zona em que o lote se situa;
II- a categoria de uso do imóvel;
III- aos índices urbanísticos que definem a ocupação e o aproveitamento do lote;
IV- a classificação da via onde se localiza o lote, conforme a zona em que este se situa.
Art. 78. Os Índices e Parâmetros de Uso e Ocupação do Solo definem a forma de ocupação do território
nas diversas zonas, expressos nas Tabelas do Anexo III.
CAPÍTULO II
DA CLASSIFICAÇÃO DOS USOS E ATIVIDADES
Art. 79. Os Índices e Parâmetros de Uso e Ocupação do Solo classificam o uso do solo em:
I- Residencial, que envolve a moradia de um indivíduo ou grupo de indivíduos subdividida em:
a. Residencial Unifamiliar;
b. Residencial Multifamiliar, por sua vez subdividida em:
i. Vertical
ii. Horizontal Geminada.
iii. Condomínio Edilício Horizontal de Casas
II- HT-2: Meios de hospedagem cuja área da UH, exceto banheiro, tenha no mínimo
11 m² (em no mínimo 70% das UH);
III- HT-3: Meios de hospedagem cuja área da UH, exceto banheiro, tenha no mínimo
17 m² (em no mínimo 90% das UH)
Paragrafo. 6º. As categorias de uso Industrial identificadas, ficam subdivididas nas seguintes
categorias:
I- ID-1: Área construída de 120 m² a 600 m² - Indústrias potencialmente sem risco
ambiental por apresentarem baixo grau de incomodidade, com efeitos inócuos,
independentemente do porte, compatíveis com outros usos urbanos, a exemplo de
fabricação de gelo comum, fabricação de produtos de padaria, confeitaria e pastelaria,
confecção de artigos do vestuário, fabricação de calçados, fabricação de produtos
cerâmicos, fabricação de artefatos de joalheria e ourivesaria, impressão de material
para uso comercial, industrial e publicitário;
II- ID-2: Área construída de 601 m² a 3.000 m² - Indústrias com risco ambiental leve por
apresentarem médio grau de incomodidade e baixo grau de nocividade em função dos
efluentes hídricos e atmosféricos, ruídos além de pessoal e tráfegos toleráveis, a
exemplo de torrefação e moagem de café, fabricação de refrigerantes, fabricação de
sabões, detergentes, produtos de limpeza e perfumaria, edição e impressão de jornais;
III- ID-3: Área construída acima de 3.000 m² - Indústrias com risco ambiental moderado
por apresentarem elevado grau de incomodidade em função do porte além de pessoal
e tráfego intensos; médio/alto grau de nocividade em função da exalação de odores e
material particulado, vibrações e ruídos fora dos limites da indústria; baixo grau de
periculosidade por produzirem efeitos minimizáveis pela aplicação de métodos
adequados ao controle e tratamento de efluentes, a exemplo de moagem de trigo e
fabricação de seus derivados, fabricação de tecidos e artigos de malha, fabricação de
artigos de borracha, serrarias com desdobramento de madeira, fabricação de
equipamentos e aparelhos elétricos, metalurgia do alumínio e suas ligas.
Paragrafo. 7º. Não serão admitidas a implantação de Indústrias com risco ambiental alto
que apresentem grau de periculosidade não minimizáveis ou mitigáveis,
mesmo após a aplicação de métodos adequados de controle e tratamento de
efluentes e resíduos particulados, a exemplo de fabricação de produtos
farmoquímicos, fabricação de defensivos agrícolas, metalurgia básica em
siderúrgicas integradas, fabricação de aditivos de uso industrial, fabricação de
catalisadores, indústrias petroquímicas, carboquímicos e cloroquímicas,
usinas nucleares e outras fontes não industriais de grande impacto ou de
extrema periculosidade.
Art. 80. As categorias de uso Não- Residencial poderão ser subdivididas em outras subcategorias com
regulação própria mediante decreto municipal.
Art. 81. As categorias de uso Não-Residencial serão classificadas segundo níveis de incomodidade e
compatibilidade com o uso residencial, com a vizinhança e adequação ao meio ambiente
conforme definido na Tabela NI-01 assim definidas:
I- Não Incômodas – Cujas atividades não residenciais que são totalmente compatíveis com o uso
residencial;
II- Incomodas de Baixo Impacto – Atividades não residenciais cujo impacto é baixo e são
compatíveis com o uso residencial;
III- Incomodas de Impacto Controlado – Atividades não residencial cujas atividades geram um nível
de incomodidade mas que permite instalações próximas de áreas residenciais;
IV- Incomodas de Médio Impacto - Atividades não residencial cujas atividades geram
incomodidades que restringem sua instalação nas proximidades de áreas residenciais;
V- Incômodas da Alto Impacto - atividade incompatíveis com o uso residencial;
Parágrafo Único. Para o exercício de atividades com grau de incomodidade ou de risco distinto
daquele para o qual o imóvel foi edificado ou adaptado anteriormente, este deverá
ser adaptado de acordo com lei ou regulamento específico, conforme exigir a nova
atividade.
Art. 82. Serão classificados ainda usos cuja razão do impacto são:
I- Impacto urbanístico em relação à sobrecarga da infraestrutura instalada e planejada para os
serviços públicos ou alteração negativa da paisagem que deverá apresentar Estudo de Impacto
de Vizinhança EIV;
II- Impacto pela Geração de Tráfego pela operação ou atração de veículos pesados, tais como
caminhões, ônibus ou geração de tráfego intenso, em razão do porte do estabelecimento, da
concentração de pessoas e do número de vagas de estacionamento que deverão apresentar
Estudo de Geração de Tráfego – EGT.
Art. 83. A construção e instalação de helipontos será permitida como atividade complementar aos
seguintes usos:
I- Hospitais e maternidades;
II- Edifícios de Serviços de Segurança Pública;
III- Quartéis e unidades do Corpo de Bombeiros;
IV- Estádios esportivos;
V- Edifícios industriais, comerciais e/ou residenciais implantados em lotes com área superior a
5.000,00m² (cinco mil metros quadrados);
VI- Em edificações cujo heliponto seja uma exigência estabelecida pelo Corpo de Bombeiros.
Art. 84. A categoria de usos não definidas nesta Lei que se caracterizam por atividades de utilidade pública,
tais como, polícia, presídios, defesa nacional, fornecimento de energia elétrica, equipamentos e
instalações de telecomunicações, equipamentos de segurança do tráfego aéreo, tratamento e
distribuição de água, tratamento e coleta de esgotos sanitários, transporte coletivo público,
atividades aeroportuárias, atividades portuárias, equipamentos do sistema de macrodrenagem,
quando utilizadas para sua finalidade, serão avaliadas, aprovadas e licenciadas após manifestação
dos órgãos competentes da Prefeitura.
Expansão Urbana e a mais de 2.000 (dois mil) metros de qualquer área cuja ocupação
residencial se caracterize como consolidada, independentes da localização.
Paragrafo. 2º. A implantação de Aterros Sanitários de Resíduos Urbanos ou Industriais serão
admitidos unicamente na Macrozona Rural ou de Expansão Urbana, a mais de 1.000
(mil) metros de qualquer área cuja ocupação residencial se caracterize como
consolidada, independentes da localização e em áreas não sujeitas a qualquer risco
de inundações.
Art. 85. As atividades ou estabelecimentos que não estiverem discriminados nesta Lei serão enquadrados
por similitude com atividades e estabelecimentos expressamente incluídos em uma determinada
categoria, sempre que suas características quanto à finalidade, ao grau de incomodidade, e ao
fluxo potencial de veículos estejam em conformidade com as características próprias dessa
categoria.
Art. 86. Atividades ou estabelecimentos que apresentem características não previstas nas categorias
definidas nesta Lei Complementar serão objeto de apreciação e parecer do Conselho da Cidade
de Navegantes no tocando a:
I- admissibilidade da atividade;
II- localização e compatibilidade com o Macrozoneamento e Microzoneamento;
III- índices aplicáveis utilizando critérios de similaridade de atividades;
Parágrafo Único - Os casos omissos ou não previstos nesta Lei Complementar de que trata o “caput”
deste Artigo serão encaminhados ao Conselho da Cidade pela Secretaria de Planejamento
mediante Relatório de Avaliação Preliminar assinado pelo(s) responsável(eis) técnico(s) .
Seção I
Dos Índices e Parâmetros Urbanísticos
Art. 87. A ocupação do solo fica condicionada aos índices e parâmetros urbanísticos definidos nas Tabelas
do Anexo-II a partir do estabelecimento de:
I- Coeficiente de Aproveitamento do Lote dividido em:
a. Coeficiente de Aproveitamento Mínimo - CAM
b. Coeficiente de Aproveitamento Básico - CAB
c. Coeficiente de Aproveitamento Adicional, sub-dividido em:
i. Coeficiente de Aproveitamento Incentivado – Não Oneroso - CAI
ii. Coeficiente de Aproveitamento - Outorga Onerosa - Oneroso - CAOO
iii. Coeficiente de Aproveitamento – Transferência de Potencial Construtivo – Oneroso -
CATPC
iv. Coeficiente de Aproveitamento - Especial – Oneroso = CAE
d. Coeficiente de Aproveitamento Máximo - CAMax
II- Taxa de Ocupação dividida em:
a. Taxa de Ocupação do Lote – T.O.
b. Taxa de Ocupação da Torre – T.O.T.
III- Taxa de Permeabilidade
IV- Gabarito da Edificação, dividia em:
a. Pavimentos – (Pavto.)
b. Altura Máxima (H.máx.)
c. Cone de Sombra – C.S.
V- Recuos e Afastamentos – Tabela REC-01, divididos em:
a. Faixa de Passeio - P
b. Recuo Frontal - RF
c. Recuo Viário - RV
d. Afastamento Lateral – A.Lt
e. Afastamento Fundos – A.Fd
VI- Lote dividido em:
a. Lote Mínimo - LM
b. Testada Mínima do Lote - TM
VII- Condicionantes Construtivos, divididos em:
a. Área Mínima da Unidade Residencial – AMUR
b. Área Mínima da Unidade Comercial e Serviços – AMUCS
c. Altura Máxima do Embasamento – H.Emb.
VIII- Vagas de Garagem, dividia em:
a. Vagas Não Oneradas - VGNO
b. Vagas Onerosas – VGO
Parágrafo Único. Os parâmetros urbanísticos são definidos para cada microzona de uso e ocupação
do solo em que se localizam os lotes, conforme disposto nesta Lei Complementar.
Art. 88. O Coeficiente de Aproveitamento e a Taxa de Ocupação são instrumentos cujo principal propósito
é controlar o adensamento, os impactos das construções sobre o ambiente urbano e sobre a
infraestrutura urbana.
Sub-Seção I
Das Definições dos Índices e Parâmetros Urbanísticos
Art. 89. CA - Coeficiente de Aproveitamento do Lote - é a o fator que multiplicado pela área do lote
determina a quantidade máxima de área possível de ser construída num determinado terreno,
condicionado aos demais índices e parâmetros urbanísticos.
Paragrafo. 1º. Para o cálculo do Coeficiente de Aproveitamento do Lote será considerada a área
do lote mediante apresentação do registro ou matrícula do imóvel atualizada ou,
quando for o caso as situações previstas na Lei Complementar nº 222 de 17 de
outubro de 2014 ou a legislação que a substituir;
Paragrafo. 2º. Para a aprovação do projeto será condições obrigatória a apresentação do registro
ou matrícula do imóvel atualizada por parte do proprietário ou empreendedor, ou,
quando for o caso as situações previstas na Lei Complementar nº 222 de 17 de
outubro de 2014 ou a legislação que a substituir;
Paragrafo. 3º. A quantidade de área de construção possível em função do Coeficiente de
Aproveitamento do Lote, poderá será edificada unicamente no lote original, em um
ou mais pavimentos, respeitados os demais índices e parâmetros urbanísticos;
Paragrafo. 4º. O potencial construtivo oriundo do Coeficiente de Aproveitamento será
representado por metros quadrados de área edificável medido pelo perímetro
externo de cada pavimento computável;
Paragrafo. 5º. Para efeito de Cálculo do Coeficiente de Aproveitamento não serão computadas as
seguintes áreas da edificação:
Art. 90. TO - Taxa de Ocupação - é a relação percentual entre a projeção do perímetro total da edificação
no terreno e a área do lote.
Art. 91. TOT - Taxa de Ocupação da Torre – para as edificações verticalizadas que utilizem o embasamento,
a Taxa de Ocupação da Torre é a relação entre a projeção total da torre (que contenha unidades
verticalizadas de moradias ou áreas comerciais) sobre a área do lote, não computadas as sacadas
projetadas (dentro do limite de 80cm da prumada e 50% da fachada) e lajes técnicas projetadas
para além das prumadas principais da torre (itens f e g do Parágrafo 5º. Do Art. 89 ).
Art. 92. TP - Taxa de Permeabilidade Mínima - é a relação percentual entre a parte permeável, que
permite a infiltração de água no solo livre de qualquer edificação, e a área do lote, observadas as
seguintes condições:
I- Taxa de Permeabilidade Mínima – TP exigida poderá ser atenuada mediante a utilização
concomitante de caixas de retenção para o reuso de água pluviais desde que preservada, no
mínimo, 7,5% (sete vírgula cinco por cento) da área do lote in natura
II- Lotes que possuam área impermeabilizada superior a 500,00 m2 (quinhentos metros
quadrados), edificados ou não, que venham a ser objeto de construção de novas edificações e
ampliação, ou que sejam objeto de reforma que resulte em área impermeabilizada superior à
mencionada, deverão ter reservatórios para retenção das águas pluviais;
III- Capacidade do reservatório para retenção das águas pluviais deverá ser calculada com base na
seguinte equação:
V = 0,15 x Ai x IP x T
Onde:
V = volume do reservatório (m3).
Ai = área impermeabilizada (m2).
IP = índice pluviométrico igual a 0,12 m/h.
T = tempo de duração da chuva igual a ½ hora ou 30 (trinta) minutos = 0,5.
Paragrafo. 1º. O reservatório referido no caput deste artigo deverá ser fechado, coberto e atender
às normas sanitárias vigentes;
Paragrafo. 2º. Deverá ser instalado um sistema que conduza ao reservatório toda a água captada
em telhados, coberturas, terraços e pavimentos descobertos.
Paragrafo. 3º. A água contida pelo reservatório deverá preferencialmente infiltrar-se no solo,
podendo ser despejada na rede pública de drenagem, após uma hora do término da
chuva ou ser conduzida para outro reservatório para ser utilizada para finalidades
não potáveis.
IV- Não será considera área permeável as áreas verdes ou jardins localizados sobre subsolos
edificados se não houver caixas de retenção acopladas no fundo das áreas plantadas
compondo um sistema de retenção ou acumulação de águas pluviais;
Art. 93. GE – Gabarito das Edificação – é a projeção vertical da edificação, perpendicular ao nível do solo,
que define o gabarito máximo de altura, expresso em número de pavimentos ou em metros
lineares até o limite superior da platibanda de fechamento da cobertura sujeitos a verificação do
parâmetros definidos no Plano Básico de Zona de Proteção de Aeródromo – PBZPA e no Cone de
Sombra – CS (ver mapa CS-01) para a faixa da orla;
Parágrafo Único. Os Gabaritos das Edificações, no Município de Navegantes, estão sujeitos a
consulta e verificação prévia de viabilidade de alturas máximas permitidas estabelecidas no
Plano Básico de Zona de Proteção de Aeródromo – PBZPA definido pela Portaria No
957/GC3/2015 do Ministério da Defesa-Comando da Aeronáutica que legisla sobre o
conjunto de superfície limitadoras de obstáculos que estabelecem as restrições impostas
ao aproveitamento das propriedades no entorno dos aeródromos e, neste caso, se aplica
ao Aeroporto de Navegantes.
Art. 94. Recuo – é a distância medida entre ao alinhamento externo frontal da edificação da edificação, e
a divisa da testada do lote que tem a finalidade de criar insolação, ventilação, permeabilidade,
passagem de pedestres e veículos, área verde ou faixa de ampliação do sistema de circulação. O
recuo pode ser definido como:
I- Recuo Frontal – é aquele que dever ser reservado como espaço livre vinculado a
propriedade entre a testada do lote e a edificação;
II- Recuo Viário – é faixa reservada para ampliação do sistema de circulação que será somado
ao recuo frontal.
Paragrafo. 1º. Os recuos serão definidos por linhas paralelas a linha da testada do lote,
ressalvados o aproveitamento do subsolo e a execução de saliências em edificações,
nos casos previstos nesta Lei Complementar;
Paragrafo. 2º. Serão permitida ocuparem o Recuo Frontal :
a. piscina ou espelho d’água, elementos de lazer ou convívio (descobertos), lixeiras,
central de gás, guarita, desde que para uso multi-familiar;
b. lixeiras, central de gás, guarita, desde que para uso misto e comercial, respeitado 50%
do recuo frontal;
c. poste de abastecimento de energia elétrica, bem como a caixa de medidor de energia
e caixa de registro de entrada de água;
Paragrafo. 5º. Nos lotes ou glebas atingidos por previsão de abertura, prolongamento ou
alargamento de via, conforme o disposto na legislação sobre o sistema viário ou na
Tab-SV01, ainda não desapropriados, serão permitidas edificações em caráter
provisório não podendo exceder a 1 (um) pavimento) com altura de até 4,50 metros
na faixa atingida, respeitados os recuos e a taxa de ocupação previstos nesta lei,
assim como nas áreas remanescentes que não tenham aproveitamento autônomo,
garantida a Transferência do Direito de Construir – TPC - relativo ao potencial da área
atingida pela diretriz viária, nos termos desta Lei Complementar.
Art. 95. Afastamento – é a distância medida da face externa da edificação e as divisas lateral e de fundos
do lote.
Paragrafo. 1º. Os afastamentos das edificações serão definidos por linhas paralelas a linha das
divisas laterais e de fundos do lote, ressalvados o aproveitamento do subsolo e a
execução de saliências em edificações, nos casos previstos nesta Lei Complementar;
Paragrafo. 2º. Não será admitido qualquer elemento construtivo da edificação, inclusive os
decorativos e de comunicação visual, que se projete para além dos limites frontais,
laterais e de fundos do terreno;
Paragrafo. 3º. Não serão permitidas qualquer tipo de aberturas de iluminação ou ventilação para as
paredes alinhadas aos limites laterais e de fundos do terreno.
Paragrafo. 4º. Nos afastamentos laterais e de fundos, independentemente das dimensões do lote,
serão permitidas, ao nível do piso do térreo, abrigo de auto, pergolados, marquises e
passagens cobertas sem fechamento nas extremidades, desde que totalizadas não
ultrapassem a extensão de 6,00 m (seis metros) e máximo 3,60 m (três metros e
sessenta centímetros) de altura em relação ao nível do alinhamento ou quando junto
à divisa, e que permitam a iluminação e ventilação natural dos compartimentos de
utilização prolongada.
Paragrafo. 5º. No caso de lotes e glebas localizados em sopé de morros, patamares da encosta ou
em planícies alveolares, os afastamentos da edificação, em relação ao talude
imediatamente a montante, deverá ser definido por laudo geotécnico assinado por
responsável técnico ou ser de, no mínimo, 20,00m (vinte metros) de afastamento.
Paragrafo. 6º. Os afastamentos previstos no parágrafo anterior poderão ser reduzidos mediante
obras de contenção e segurança devidamente aprovadas pelo órgão competente,
sem prejuízo das exigências estabelecidas nesta Lei Complementar.
Paragrafo. 7º. Os subsolos aflorados poderão ocupar os afastamentos laterais e de fundos,
observando a altura máxima de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) em
relação ao alinhamento frontal tendo como cota base de referência ao ponto médio
do meio-fio na testada.
Art. 96. Lote é uma parcela do solo e também a parcela do terreno resultante do parcelamento do
solo para fins de edificação que tem frente para via pública ou que com ela se comunica por
acesso.
Parágrafo Único. Quando houver área remanescente de lote a ser atingido por desapropriação, o
qual tenha aproveitamento autônomo, é permitida a construção de edificações, respeitadas as
exigências e os índices urbanísticos previstos nesta Lei Complementar.
Art. 97. Condicionantes Construtivos é um conjunto de elementos relacionados a edificação que definem
padrões ou limites mínimos e máximos relativos a área mínima de unidade autônoma residencial
ou áreas comerciais/serviços ou ainda limites de altura do bloco/conjunto que forma o
embasamento.
Art. 98. Vaga de Garagem - é um lugar próprio para se e estacionar e guardar veículos dentro de uma
edificação ou no terreno, vinculada sua quantidade a condicionantes mínimos e máximos
relacionados com as tipologias das unidades autônomas ou ao tipo de uso ou atividade.
Sub-Seção II
Dos Índices e Parâmetros Urbanísticos Especiais
Art. 99. Os edifícios destinados a postos de serviço e de abastecimento de veículos deverão ter os
seguintes recuos e afastamentos mínimos, medidos a partir da edificação principal:
I- 10,00 m (dez metros) para o recuo frontal, sem prejuízo da observância de recuo frontal superior
exigível para o local;
II- 3,00 m (três metros) para os afastamentos laterais;
III- 3,00 m (três metros) para o afastamento de fundos.
Paragrafo. 1º. No caso de lote de esquina, o posto de serviço e de abastecimento de veículos deverá
obedecer aos recuos frontais mínimos estabelecidos por esta Lei Complementar, não
podendo, em nenhum caso, ser inferior a 10,00 m (dez metros) para a via de maior
importância e de 5,00 m (cinco metros) para a via de menor importância, medidos a
partir da edificação principal, mediante manifestação do órgão competente, o qual
definirá o grau de importância de cada via no caso de terem igual classificação viária.
Paragrafo. 2º. Fica proibido o rebaixamento de guia na linha normal à tangência da esquina em 5
(cinco) metros para cada um dos lados.
Paragrafo. 3º. As marquises e coberturas dos aparelhos abastecedores dos postos aos quais se
refere este artigo deverão ser afastados 2,00 m (dois metros) das divisas laterais e
de fundo.
Paragrafo. 4º. Os aparelhos (bombas) abastecedores e os tanques de armazenagem, subterrâneos
ou aéreos, deverão distar:
I- 5,00 m (cinco metros), no mínimo, das divisas do lote;
II- 4,00 m (quatro metros), no mínimo, de qualquer ponto da edificação, no caso de não
ficarem encostados à mesma.
Art. 100. As edificações para hipermercados, shoppings centres, lojas de departamento cuja área de
ocupação da construção seja superior a 5.000 m² (cinco mil metros quadrados), deverão atender
aos seguintes recuos e afastamentos mínimos:
I- 7,50 m (sete metros e meio) para o recuo frontal;
II- 10,00 m (dez metros) de afastamento em uma das laterais, e 3,50 m (três metros e meio) na
outra;
III- 7,50 m (sete metros e meio) para o afastamento de fundo.
Parágrafo Único. Os acessos para veículos de clientes e cargas deverão ser independentes,
respeitadas as seguintes condições complementadas por exigências oriundas do EIV
ou EGT se houverem:
I- Os acessos para os estacionamentos internos de clientes deverão estar separados
por entrada e saída, distantes em, no mínimo, 10 metros lineares entre sí e,
deverão ter área de acumulação de veículos interna no acesso, antes das catracas
ou guaritas e entre do alinhamento frontal do terreno, de 1/40 das vagas internas
disponíveis.
II- O acesso de cargas deve estar distante dos acessos de veículos dos clientes e ter,
no mínimo, 5 metros de largura e área de acumulação mínima, na parte interna
do terreno de 15 metros.
Art. 101. As edificações e áreas destinadas a armazenagem de cargas, depósitos ou praças de containers,
inclusive terminais portuários e industrias cuja área de ocupação da construção ou das praças de
container seja superior a 5.000 m2 (cinco mil metros quadrados), deverão atender aos seguintes
recuos e afastamentos mínimos:
I- 15,00 m (quinze metros) para o recuo frontal;
II- 2,50 m (dois metros e meio) para as laterais;
III- 5,00 m (cinco metros) para o afastamento de fundo.
Parágrafo Único. Os acessos para veículos de cargas deverão respeitar as seguintes condições,
complementadas por exigências oriundas do EIV ou EGT se houverem:
I- Os acessos para os estacionamentos ou pátios de manobra internos deverão estar
separados por entrada e saída distantes em, no mínimo, 5 metros lineares entre
sí e deverão ter área de acumulação de veículos no acesso, antes das guaritas e
entre do alinhamento frontal do terreno, de 1/1000m2 de área de armazenagem
construída e/ou praças de containers.
Art. 104. As definições aqui estabelecidas na Sub-Seção II - Dos Índices e Parâmetros Urbanísticos Especiais,
não eliminam exigências adicionais relativas a reserva técnica de áreas de estacionamento,
quando necessárias, em especial para as áreas de uso intensivo do público ou para a situações em
que o estacionamento privativo conflite com o uso do espaço público.
Seção II
Do Cone de Sombreamento
Art. 105. Para as novas edificações que se situam próximas da orla, deverá ser observado o Cone de
Sombra, que é a projeção da sombra da edificação projetada no solo, no dia 31 de Dezembro,
medida as 16:00 horas do horário de verão ou 15:00 horas do horário global, que define os ângulos
máximos - Mapa CS-01 que forma a linha imaginária com o vértice mais alto da edificação.
Paragrafo. 1º. O ponto extremo do limite admitido para a sombra das edificações no plano horizontal
do solo, será delimitado através de uma linha perpendicular da edificação até o
encontro dos pontos referenciados em coordenadas UTM - Mapa CS-01, que limitam
o início da faixa da vegetação de restinga e as infraestruturas existentes na orla como
vias, calçadões e equipamentos existentes ou projetados.
Paragrafo. 2º. O ponto mais alto a ser considerado na edificação são os vértices que projetam a
sombra da edificação perpendicularmente à praia, incluindo os fechamentos de
platibandas da cobertura e excetuando-se a projeções de caixas d’água, casa de
maquinas de elevadores, torres de resfriamento e outros equipamentos desde que
estes elementos não excedam a 30% da taxa de ocupação relativa a área perimetral
do último pavimento útil.
Seção III
Das Áreas de Reserva Técnica Destinadas a Estacionamentos e Manobra de Veículos
Art. 106. Para as edificações que tenham por finalidade uso público intensivo, residencial multifamiliar,
mista, de comércio e serviços e atividades econômicas diversas que sejam geradoras de demandas
por estacionamento ou vagas transitórias, poderá a Prefeitura Municipal definir a destinação de
áreas de estacionamento e manobra de veículos complementares a fim de atender a demanda
concentrada ou a não utilização do espaço público para fins privativos.
TÍTULO IV
DO PARCELAMENTO DO SOLO
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 107. O parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante loteamento, desmembramento,
loteamento fechado, condomínio urbanístico, desdobro e/ou fracionamento nos termos da Lei
Federal nº 6.766, e suas alterações (Lei Federal nº 9.785/99 e Lei Federal nº 10.932/04), para fins
de edificação, observadas as disposições desta Lei Complementar e as das legislações municipal,
estadual e federal pertinentes.
Art. 108. A abertura de sistema de circulação, o parcelamento do solo ou qualquer providência que
implique em divisão de terras no Município de Navegantes, só serão permitidos mediante prévio
licenciamento pela Prefeitura Municipal e deverão atender a todas as exigências da presente
nesta Lei Complementar e da legislação federal e estadual vigentes.
II- em terrenos que, pelas suas condições de localização, a implantação dos equipamentos
urbanos previstos nesta Lei Complementar não atenda às exigências específicas dos órgãos
competentes;
III- em terrenos que tenham sido aterrados com materiais nocivos à saúde pública, sem que
sejam previamente saneados;
IV- em terrenos ou parcelas de terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinta por
cento), salvo se atendidas exigências específicas a serem estabelecidas por decreto;
Parágrafo Único. O projeto de parcelamento em área com declividade de 30% (trinta por
cento) ou superior, quando permitido, somente poderá ser autorizada
mediante a apresentação de laudo técnico que ateste a estabilidade do
terreno acompanhado de declaração e Anotação de Responsabilidade
Técnica do responsável técnico que ateste a viabilidade de edificar no local.
V- em terrenos situados fora do alcance dos equipamentos urbanos, nomeadamente das redes
públicas de abastecimento de água potável e de energia elétrica, salvo se atendidas exigências
específicas dos órgãos competentes;
VI- em Áreas de Proteção do Ambiente Natural, após detalhamento que resulte em preservação
permanente;
VII- em áreas onde a poluição ambiental impeça condições sanitárias, salvo se houver correções
de acordo com as normas oficiais;
VIII- em imóveis dos quais resultem terrenos encravados ou lotes em desacordo com padrões
estabelecidos em lei;
IX- em terrenos onde as condições geológicas não aconselhem as edificações;
X- em terrenos declarados contaminados ou suspeitos de contaminação por materiais nocivos ao
meio ambiente e à saúde pública, assim constatado pelos órgãos ambientais municipais,
estaduais ou federais competentes, de acordo com a legislação pertinente ou nos casos em
que a presença destes materiais possa constituir-se em risco a futuros moradores do referido
imóvel.
Parágrafo Único. Para a reabilitação das áreas de que trata o inciso X do presente artigo será
necessário a apresentação de Laudo Técnico de Avaliação de Risco que
comprove a existência de condições ambientais aceitáveis para o uso
pretendido no imóvel, com acompanhamento de projeto de recuperação
ambiental da área afetada, ambos devidamente aprovados pelos órgãos
ambientais competentes.
Art. 110. A elaboração do projeto de parcelamento do solo deve ser precedida da fixação de diretrizes pelo
Município.
Art. 111. A aprovação final do parcelamento ocorrerá depois de verificado o cumprimento das exigências
municipais.
Art. 112. Durante as obras do parcelamento é obrigatório manter, em local bem visível, placa de, no
mínimo, 3,00 m x 9,00 m, informando: nomes, títulos, registros, endereços dos responsáveis
técnicos pelo projeto e pela execução do parcelamento, bem como nome do empreendimento e
sua área total, número total de seus lotes e do respectivo alvará de licença para início do plano de
loteamento.
Parágrafo Único. Na placa de que trata o caput deste artigo, encimando os requisitos elencados
e em letras de maior destaque, deverá haver os seguintes dizeres:
I- No caso de loteamento:
“LOTEAMENTO EM EXECUÇÃO - SEM APROVAÇÃO FINAL E COMPETENTE REGISTRO”
II- No caso de desmembramento:
“DESMEMBRAMENTO EM EXECUÇÃO - SEM APROVAÇÃO FINAL E COMPETENTE REGISTRO”
III- No caso de condomínio:
“CONDOMÍNIO EM OBRAS - SEM APROVAÇÃO FINAL E COMPETENTE REGISTRO”
Art. 113. É obrigatório manter no local das obras de parcelamento, durante toda sua execução, um
exemplar completo do projeto licenciado, com o respectivo alvará de licença.
Art. 114. A Prefeitura Municipal não se responsabilizará pelas diferenças que venham a ser encontradas
nas dimensões, áreas ou forma de lotes, em relação ao projeto de parcelamento licenciado.
Art. 115. Os desenhos técnicos do projeto de parcelamento deverão obedecer às prescrições da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (A.B.N.T.), no que se refere a formatos de papel, indicações de
escalas e cotas, letras e algarismos, linhas, representações gráficas e dobramentos, sendo que
deverá haver em cada folha, no canto direito inferior, um quadro com os seguintes elementos:
I- título do desenho;
II- número de folhas;
III- escala;
IV- identificação do terreno, local e área;
V- nome e endereço do proprietário do terreno e espaço para sua assinatura;
VI- nome e endereço do autor do projeto e espaço para sua assinatura;
VII- nome e endereço do responsável técnico e espaço para sua assinatura;
VIII- espaço para a posição, pela Prefeitura, dos dizeres do licenciamento;
IX- A.R.T. - Anotação de Responsabilidade Técnica pelo CREA ou R.R.T – Registro de
Responsabilidade Técnica pelo CAU.
Art. 116. A execução do loteamento dependerá de prévia licença da Prefeitura Municipal, que será
concedida ao interessado ou proprietário, em consonância com as exigências desta Lei
Complementar e de acordo com as seguintes fases:
I- Certidão Diretrizes de Uso de Solo e Parâmetros Urbanísticos: sua obtenção se dará mediante
requerimento do interessado ou proprietário, protocolado na Prefeitura Municipal que, após
análise de seu enquadramento nesta Lei Complementar, expedirá a referida Certidão;
II- Projeto de Parcelamento: após a expedição da Certidão de Diretrizes no Município e da
obtenção do licenciamento ambiental do respectivo projeto de parcelamento, o interessado
ou proprietário deverá apresentar os projetos relativos às obras de infraestrutura do
parcelamento, submetendo-os à aprovação preliminar da Prefeitura Municipal;
III- Alvará de Execução: após a aprovação preliminar de que trata o inciso anterior, o interessado
ou proprietário, deverá requerer a licença para execução de locação topográfica para a
terraplenagem e abertura do sistema de circulação e locação topográfica das quadras e das
áreas públicas do loteamento;
IV- Alvará de Equipamentos Urbanos: executados e aceitos os serviços de que trata o inciso
anterior, de acordo com o plano de implantação aprovado, a Prefeitura Municipal expedirá
alvará de licença para execução dos equipamentos urbanos exigidos.
§ 1º Depois de executadas as obras e serviços relativos a todas as fases de que trata o presente
artigo e, uma vez recebidos pela Prefeitura Municipal, o loteamento será aprovado
definitivamente, expedindo-se o competente Alvará de Aprovação Final.
§ 2º Para obtenção da Certidão de Diretrizes e do Alvará de Aprovação Final do loteamento, caso
o interessado não seja o titular do domínio do imóvel objeto do mesmo, exigir-se-á sua
autorização específica.
Art. 117. Para execução do projeto de desmembramento, o proprietário deverá interpor requerimento na
Prefeitura Municipal, a qual expedirá o respectivo alvará de licença do desmembramento, caso
tenham sido atendidas as exigências desta Lei Complementar.
Seção I
Das Formas do Parcelamento do Solo para Fins Urbanos
Art. 118. Parcelamento do solo é a divisão de gleba de terra em unidades juridicamente independentes,
dotadas de individualidade própria, ainda que titulada por mais de um proprietário.
Art. 119. O parcelamento obedecerá às normas urbanísticas e ambientais dispostas nesta lei e às exigências
específicas a serem estabelecidas por meio da licença urbanística ambiental integrada, sem
prejuízo às legislações de outras esferas.
Parágrafo Único. Também ficam obrigados ao cumprimento das disposições firmadas pela
presente Lei o parcelamento do solo em virtude de divisão de imóvel, seja
amigável ou judicial, inclusive quando praticada em inventário.
Art. 120. O parcelamento do solo urbano para fins urbanos, observado o zoneamento de uso do solo, será
realizado nas formas de loteamento, desmembramento, desdobro, condomínio urbanístico.
Parágrafo Único. Será permitido o parcelamento integrado à edificação, sendo este o
parcelamento em que a construção das edificações nos lotes ou unidades
autônomas é feita pelo empreendedor, concomitante à implantação das obras de
urbanização.
Art. 123. Na Macrozona Rural poderão ser implantadas chácaras, sítios de lazer, hotéis ou pousadas rurais
de baixa densidade em forma de condomínios, respeitados o módulo mínimo rural, sendo esses
núcleos residenciais voltados unicamente a esse fim.
Art. 124. Considera-se lote o terreno servido de infraestrutura básica cujas dimensões atendam aos índices
urbanísticos definidos nesta Lei Complementar.
Art. 126. Para efeito da caracterização da modalidade de parcelamento do solo urbano, são consideradas
vias públicas aquelas oficializadas ou pavimentadas pelo Poder Público.
Art. 127. As áreas destinadas a equipamentos urbanos e comunitários, ao sistema de circulação e a espaços
livres de uso público devem constar no projeto de loteamento e no memorial descritivo cujas
condicionantes estão definidas na Tabelas PS-01, PS-02 e PS-03 no Anexo.
Art. 128. No ato do registro do loteamento, passam a integrar o domínio do Município as áreas a que se
refere o Art. 127
Art. 129. Somente será admitido o parcelamento do solo para fins urbanos na Macrozona Urbana e
Macrozona de Expansão Urbana ou de urbanização específica, assim definidas pelo PDDSN ou
aprovadas por lei municipal específica.
Art. 130. No projeto de parcelamento do solo, devem ser demarcadas como de interesse ambiental:
I. Áreas não parceláveis, de acordo com a Lei Federal nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979, que
serão identificadas no projeto de parcelamento do solo como Unidades de Preservação - UPs;
II. Áreas não edificáveis entendidas como de interesse ambiental, de acordo com as áreas definidas
no zoneamento desta Lei e nas legislações Federais e Estaduais;
Paragrafo. 1º. As áreas a que se refere o inciso I do caput deste artigo podem ser agregadas a 1
(um) lote ou ao conjunto de lotes aprovados, sendo identificadas e descritas nas
certidões de origem.
Paragrafo. 2º. Verificada a hipótese prevista no §1º deste artigo, as áreas não parceláveis não
geram potencial construtivo, bem como não são consideradas para a aferição do
número de unidades habitacionais admitidas no lote ou no conjunto de lotes.
Paragrafo. 1º. Os lotes lindeiros às faixas rodoviárias devem ter área mínima de acordo com o
zoneamento específico da área.
Paragrafo. 2º. São admitidos lotes com área superior a 10.000 m² (dez mil metros quadrados),
observados os critérios e limites estabelecidos para o parcelamento ou para o
condomínio urbanístico.
Paragrafo. 3º. São admitidos na Macrozona de Expansão Urbana, lados de quarteirões com extensão
superior à prevista no inciso I, nos casos em que a natureza do empreendimento
demande grandes áreas contínuas e desde que suas vias circundantes se articulem
com as adjacentes, observados os critérios estabelecidos para o parcelamento.
Paragrafo. 4º. Além das previstas no caput, devem ser respeitadas as seguintes condições:
I- Lotes devem confrontar-se com via pública, vedada a frente única ou exclusiva para vias de
pedestres, exceto nos casos de loteamentos ocorridos em ZEIS;
II- Parcelamentos realizados ao longo dos locais onde devam ser reservadas faixas de domínio
público para rodovias estaduais, federais e municipais, dutos, torres e galerias de redes
públicas, deve ser reservada de faixa “non aedificandi” com, no mínimo, 15,00m (quinze
metros) de largura de cada lado das faixas de domínio, ressalvadas exigências superiores
definida por norma ou regulamento específico;
III- Projetos de parcelamento realizados ao longo de águas canalizadas do sistema de
Macrodrenagem, é obrigatória a reserva, em cada lado, a partir de sua margem, de faixa de
segurança “non aedificandi”, cujas dimensões serão estabelecidas pela Prefeitura
Municipal, de no mínimo 2,50m até o máximo de 15,00m (quinze metros) de largura.
Paragrafo. 5º. As áreas ““non aedificandi” devem ser identificadas na planta de aprovação do
parcelamento.
Sub-Seção I
Do Loteamento e Desmembramento
Art. 132. No parcelamento do solo em forma de loteamento serão destinadas áreas à malha viária,
infraestrutura básica e à implantação de equipamentos públicos urbanos e comunitários,
obedecendo ao traçado e ao regime urbanístico estabelecidos pelo PDDSN.
Art. 133. A malha viária deverá obedecer a rede de estrutura viária básica e outros critérios técnicos
segundo a capacidade e função da via, definidos pelo Município;
Art. 134. As áreas e dimensões mínimas dos lotes deverão obedecer os parâmetros estabelecidos nas
Macrozonas e Microzonas definidos nas Tabelas PS-01, PS-02 e PS-03 do ANEXO V.
Art. 135. A infraestrutura básica para a realização do parcelamento do solo sob forma de loteamento no
Município compreende, no mínimo, o estabelecido no Art. 125;
Art. 137. Será reservada e entregue ao Município, sem ônus para este:
I- parcela da área loteável terão destinação pública para o sistema de circulação e à implantação
COLÉGIO DOS DELEGADOS PARA REVISÃO DO PLANO DIRETOR
MINUTA DO PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR - INSTITUI O PDDSN
65
Paragrafo. 2º. As áreas de destinação públicas reservadas para áreas verdes ou praças poderão
ser localizados fora dos limites da área do parcelamento do solo desde sejam
formalizadas através de termo de ajuste específico para que integrem cota parte
de um projeto urbano, nas proximidades do parcelamento do solo, voltados a
implantação de praça pública, parques municipais ou áreas verdes de domínio
público;
Art. 138. A critério do órgão municipal competente, a área loteável inferior a 10.000m2 (dez mil metros
quadrados) poderá ter área pública com percentual inferior a 35% (trinta e cinco por cento), desde
que o loteamento esteja em região que já possua equipamentos comunitários próximos.
Art. 139. Nos loteamentos onde as ruas projetadas pelo empreendedor estiverem localizadas junto às
divisas da gleba, deverá ser somada à área pública, uma área de terras equivalente calculada da
seguinte forma: Extensão da via projetada junto a divisa x 30m (trinta metros) x 35% (trinta e cinco
por cento).
Art. 140. No parcelamento do solo em forma de desmembramento, cuja área ou lote a ser desmembrado
não tenha sido parte de um loteamento já aprovado anteriormente, deverá ser destinada área de
5% (cinco por cento) para implantação de infraestrutura básica, à implantação de equipamentos
públicos urbanos e comunitários, obedecendo ao regime urbanístico estabelecidos pelo PDDSN.
Parágrafo Único. Estarão isentos da reserva dos 5% de área destinada para implantação de
infraestrutura básica, à implantação de equipamentos públicos urbanos e
comunitários os desmembramentos cuja área da reserva seja inferior ao lote
mínimo da zona em que estiver contido.
Art. 141. No parcelamento do solo de interesse social, localizados nas ZEIS, executado pelo Poder Público
ou com a sua interveniência, quando executado pela iniciativa privada, poderão ser admitidos
parâmetros diferenciados definidos quanto à destinação de áreas públicas e urbanização.
Paragrafo. 1º. Em parcelamento do solo de interesse social o lote mínimo admitido terá 125m² (cento
e vinte e cinco metros quadrados) de área e testada mínima de 5,00m (cinco metros),
podendo ser aceita a implantação de infraestrutura mínima a ser regulamentada por
decreto.
Paragrafo. 2º. No que se refere às ZEIS a regularização de parcelamento do solo considerará, como
padrão, os parâmetros identificados no cadastro realizado em campo;
Art. 142. A aprovação de projeto de parcelamento do solo ocorrerá no prazo máximo de 90 (noventa) dias,
a contar da data de apresentação dos projetos urbanísticos e complementares - quando
necessários - desde que, dentro deste prazo, sejam cumpridas todas as determinações legais.
Paragrafo. 1º. Na hipótese da necessidade de complementação de documentação ou realização de
diligência, o prazo será contado da data do pleno atendimento da solicitação.
Paragrafo. 2º. Aprovado o projeto de parcelamento do solo, o interessado deverá submetê-lo ao
Registro Imobiliário dentro de 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de caducidade.
Art. 143. A execução das obras constantes do projeto de loteamento deve ser garantida pelo depósito,
confiado ao Município, do valor a elas correspondente, da seguinte forma:
I- Em dinheiro;
II- Em títulos da dívida pública;
III- Por fiança bancária;
IV- Por vinculação a imóvel, no local ou fora dele, feita mediante instrumento público.
Paragrafo. 1º. Cumprido o cronograma de obras, o depósito poderá ser restituído, até o máximo
de 70% (setenta por cento), no momento da liberação do loteamento, depois de
feita vistoria pelas concessionárias e prefeitura da infraestrutura (água, esgoto,
drenagem, energia elétrica, iluminação pública e sistema viário).
Paragrafo. 2º. A critério do Executivo, o depósito previsto no caput pode ser liberado
parcialmente à medida em que as obras de urbanização forem executadas e
recebidas pelas concessionárias de água, esgoto e energia, respeitado o limite
previsto no parágrafo anterior.
Paragrafo. 3º. O restante do depósito, 30% (trinta por cento) deve ser restituído 1 (um) ano após
a liberação do loteamento, conforme o disposto no § 1º deste artigo .
Art. 144. Desde a data de registro do parcelamento do solo no Cartório de Registro de Imóveis, passam a
integrar o domínio do Município as vias e outros equipamentos públicos urbanos e comunitários
constantes do projeto e do memorial descritivo.
Parágrafo Único. Desde a aprovação do parcelamento do solo, as áreas referidas no "caput"
deste artigo não poderão ter sua destinação alterada pelo loteador, salvo nas
hipóteses de caducidade do ato de aprovação, cancelamento do registro de
loteamento ou alteração do loteamento registrado, nos termos dos Artigos.
18, 23 e 28 da Lei Federal nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979, e alterações
dadas pela Lei nº 9.785, de 29 de janeiro de 1999.
Sub-Seção II
Do Condomínio Edilício Urbanístico
Art. 145. Condomínio Edilício Urbanístico é a modalidade de divisão de terreno ou gleba em unidades
autônomas que venham acompanhados das edificações unifamiliares ou multifamiliares
classificadas como:
I- Condomínio Edilício Horizontal de Casas: são os de casas ou unidades isoladas ou geminadas,
onde há vias de circulação interna para se chegar às unidades, nos quais é reservada,
geralmente, uma área de quintal, como parte do seu da área privativa;
V - O terreno somente poderá ser desdobrado quando de acordo com as posturas municipais, estaduais e
federais e também de acordo com a Lei de Parcelamento e Uso do Solo.
II- Condomínio Edilício Horizontal de Prédios: são os condomínios de uma ou mais torres ou blocos,
onde há vias de circulação interna para se chegar às unidades (blocos ou torres) e bolsões de
estacionamento;
III- Condomínio Edilício de Galpões: são os condomínios de uma ou mais galpões ou blocos de
comércio e serviços, onde há vias de circulação interna para se chegar às unidades (galpões ou
blocos) e bolsões de estacionamento;
Art. 146. A divisão de terreno ou gleba em unidades autônomas correspondem frações ideais, sendo
admitida a abertura de vias de domínios privado e vedada a de logradouros públicos internamente
ao perímetro do condomínio.
Art. 147. Em qualquer caso o projeto urbanístico deverá contemplar o percentual mínimo de 20% (vinte
por cento) da área do empreendimento para uso comum dos condôminos, dos quais no mínimo
50% (cinqüenta por cento) destinados ao lazer e recreação, e no mínimo 25% (vinte e cinco por
cento) destinados a reflorestamento e/ou manutenção da mata nativa.
Art. 148. No Condomínio Edilício Urbanístico será exigido controle de acesso por guarita, portaria, bem
como o fechamento do perímetro por cerca ou muro.
Art. 149. O Condomínio Urbanístico que possuir área total igual ou maior que 10.000 m2 deverá reservar
percentual de 10% (dez por cento) do total da área a ser destinada a implantação de infraestrutura
básica, à implantação de equipamentos públicos urbanos e comunitários.
Parágrafo Único. As áreas destinadas a uso público em condomínios urbanísticos devem estar
situadas fora do perímetro fechado e podem, a critério da Prefeitura Municipal,
situar-se em outro local dentro do perímetro urbano distante, no máximo, 1.500
metros do condomínio originário.
Art. 150. O Condomínio Edilício Urbanístico deverá respeitar os mesmos limites e usos permitidos no
microzoneamento e o lote ou fração ideal privativa deve respeitar os índices e parâmetros
urbanísticos do Município na área onde for implantado quanto a:
I- Limites a padrões estabelecidos no parcelamento e ocupação do solo;
II- Modalidades de parcelamento admissíveis para cada zona;
III- Articulação com o desenho urbano, em especial à estruturação do sistema viário, não criando
obstáculos à conexão do território.
IV- Manutenção e conservação dos recursos hídricos e ambientais.
paisagismo;
V- Conter integração com o sistema viário existente ou projetado, permitindo a mobilidade urbana
e o acesso a equipamentos comunitários;
VI- Dispor de dois pontos de acesso que permitam ser utilizados como rota de fuga ou rota de desvio
em caso de necessidade e urgência pública;
VII- Dispor de toda a infraestrutura necessária para as finalidades que foi estruturado, em especial
a disponibilidade de abastecimento de água potável, energia elétrica e tratamentos integral de
esgoto sanitário, sendo que todos os projetos devem ser elaborados por profissional legalmente
habilitado, com anotação de responsabilidade técnica correspondente e, devidamente
aprovados nas respectivas concessionárias;
Parágrafo Único - Inexistindo as condições de que tratam o presente Artigo, fica vedada a concessão
de licença para a implantação de condomínios urbanísticos.
Art. 152. Compete exclusivamente aos condomínios, com relação as suas áreas internas:
I- a coleta de lixo;
II- a distribuição da rede de água;
III- a distribuição da rede de energia elétrica;
IV- a iluminação do sistema viário interno;
V- a coleta e tratamento do esgoto sanitário;
VI- a execução e manutenção da infraestrutura;
VII- a instalação de rede e equipamentos de prevenção e combate a incêndios, conforme projeto
elaborado por profissional legalmente habilitado e com anotação de responsabilidade técnica.
Sub-Seção III
Da Desdobro ou Fracionamento do Lote
Art. 153. O desdobro ou fracionamento do lote serão admitidos somente nos casos em que os lotes
provirem das seguintes situações:
I- divisões inter vivos celebradas anteriormente à vigência desta Lei Complementar;
II- desmembramentos oriundos de alienações de partes de imóveis;
III- decorrentes de escrituras públicas ou particulares, quando inscritas em Cartório de Títulos
e Documentos, relativas a compromissos, promessas de cessão integral de compromisso
de compra e venda, formalizados anteriormente à vigência desta Lei Complementar;
Art. 154. O desdobro ou fracionamento do lote somente poderá ser autorizado se as frações de lotes
decorrentes do desdobro tenham área igual ou maior ao lote mínimo exigido na Microzona;
Art. 155. O desdobro de lotes ou fracionamento, quando vinculados a projetos de edificação, será
aprovado simultaneamente com a aprovação do projeto, desde que os lotes resultantes do
desdobro ou fracionamento atendam às dimensões mínimas para a microzona de uso na qual
se localizem.
Sub-Seção IV
Da Modificação de Parcelamento
Art. 156. Modificação de parcelamento é a alteração das dimensões de lotes pertencentes a parcelamento
aprovado que implique a redivisão de parte ou de todo o parcelamento, sem alteração do sistema
viário, dos espaços livres de uso público ou das áreas destinadas a equipamentos urbanos e
comunitários.
Parágrafo Único. No caso de modificação de parcelamento, é permitida a regularização de parte de
lote sem a participação no processo dos proprietários das demais partes, desde que
a forma, as dimensões e a localização da parte em questão estejam clara e
corretamente caracterizadas no respectivo registro.
Sub-Seção V
Do Reparcelamento
Art. 157. Reparcelamento é a reformulação da divisão de parte ou de todo o parcelamento do solo que
implique alteração do sistema viário, dos espaços livres de uso público ou das áreas destinadas à
instalação de equipamentos urbanos e comunitários.
Paragrafo. 1º. A desafetação do domínio público relativa ao reparcelamento depende de prévia
avaliação e de autorização legislativa.
Paragrafo. 2º. No reparcelamento, é obrigatória a manutenção do percentual de área transferido ao
Município no parcelamento original, a não ser que inferior ao mínimo exigido nesta
Lei, que deve ser respeitado.
Paragrafo. 3º. Pode o reparcelamento objetivar a implantação de condomínio urbanístico em
parcelamento aprovado.
Paragrafo. 4º. Aplicam-se ao reparcelamento, no que couber, as regras previstas para loteamento.
Art. 158. O Executivo somente pode deferir requerimento de reparcelamento em que haja previsão de
urbanização compatível com o novo parcelamento proposto.
TÍTULO V
DOS INSTRUMENTOS DE POLÍTICA URBANA E DE GESTÃO AMBIENTAL
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 159. Os instrumentos de política urbana e gestão ambiental serão utilizados para a efetivação dos
princípios e objetivos deste Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável de Navegantes –
PDDSN em consonância com o que preconiza a Lei No. 10.257, de 2001 – Estatuto das Cidades.
Parágrafo Único. As intervenções no território do Município de Navegantes poderão conjugar a
utilização de dois ou mais instrumentos de política urbana e de gestão ambiental,
com a finalidade de atingir os objetivos do processo de urbanização previsto para
o território.
Art. 160. Para o planejamento, controle, gestão e promoção do desenvolvimento urbano, o Município de
Navegantes adotará, dentre outros, Instrumentos Indutores da Função Social da Propriedade, na
forma da lei, podendo para isto exigir do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado,
ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I- Parcelamento, edificação ou utilização compulsórios;
II- Imposto Predial e Territorial Urbano Progressivo no Tempo;
III- Desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública.
Art. 161. Compete aos órgãos públicos formuladores da política urbana e habitacional, o monitoramento
permanente e elaboração de relatórios anuais, dos imóveis que não estejam cumprindo a função
social da propriedade, nos termos previstos nesta Lei, além das demais medidas legais cabíveis.
Este controle deve incluir, no mínimo, as seguintes ações:
I- Identificar as áreas passíveis de não cumprimento da função social da propriedade;
II- Notificar os imóveis identificados como não cumpridores da função social da propriedade e
tomar as providências jurídicas e administrativas necessárias;
III- fiscalizar o cumprimento dos prazos e diretrizes dos projetos que visem à regularização dos
imóveis notificados mencionados no inciso III;
IV- encaminhar aos órgãos competentes para providências os imóveis cuja regularização não foi
efetivada;
V- providenciar junto aos Cartórios de Registro de Imóveis a averbação nas matrículas dos imóveis
irregulares
Seção I
Do Âmbito de Aplicação
Art. 162. Para aplicação dos instrumentos indutores da função social da propriedade, são consideradas
passíveis de aplicação dos instrumentos indutores do uso social da propriedade os imóveis não
edificados, subutilizados, ou não utilizados localizados nas seguintes partes do território:
I- Macrozona de Expansão Urbana;
II- Macrozona Portuária, Industrial e de Serviços;
III- Macrozona de Estruturação Urbana Mista;
IV- Macrozona de Adensamento Prioritário;
V- Macrozona de Adensamento Estratégico;
Art. 163. São considerados imóveis não edificados os lotes e glebas baldios com área superior a 240 m²
(duzentos e quarenta metros quadrados) ou que, quando as edificações não atinjam o coeficiente
de aproveitamento mínimo estabelecidos nas tabelas de Índices e Parâmetros Urbanísticos - IPU.
Paragrafo. 1º. As obrigações estabelecidas por esta lei aos proprietários de imóveis caracterizados no
“caput” não serão aplicadas enquanto o terreno não tiver acesso à infraestrutura
básica, assim definida pela legislação federal de parcelamento do solo urbano,
ressalvados os casos em que os equipamentos urbanos ali estabelecidos possam ser
exigidos no processo de licenciamento.
Paragrafo. 2º. A tipificação estabelecida no “caput” se estende aos lotes com metragem inferior a
240m² (duzentos e quarenta metros quadrados), quando:
a. originários de desmembramentos ou desdobro aprovados após a publicação desta
lei ou que;
b. somados a outros contíguos do mesmo proprietário perfaçam área superior a 240m²
(duzentos e quarenta metros quadrados).
Art. 164. São considerados imóveis subutilizados os lotes e glebas com área superior a 240m² (duzentos e
quarenta metros quadrados) que apresentem coeficiente de aproveitamento inferior ao mínimo
definido na tabela de Índices e Parâmetros Urbanísticos.
Art. 165. Ficam excluídos das categorias de não edificados ou subutilizados os imóveis que:
I- Abriguem atividades que não necessitem de edificação para suas finalidades, com exceção de
estacionamentos;
II- Integrem a Macroárea de Proteção e Interesse Ambiental, a Macrozona de Amortecimento
Intermediário, as Áreas Protegidas, Áreas Verdes e Espaços Livres que cumpram função
ambiental relevante;
III- Estejam nestas condições devido a impossibilidades jurídicas momentaneamente insanáveis
pela simples conduta do proprietário, e apenas enquanto estas perdurarem.
Parágrafo Único. As exceções previstas no “caput” serão regulamentadas pelo Poder
Executivo, considerando os princípios e objetivos desta lei.
Art. 166. São considerados imóveis não utilizados aqueles com coeficiente de aproveitamento utilizado
igual ou superior ao coeficiente de aproveitamento mínimo definido na Tabela de Índices e
Parâmetros Urbanísticos e que tenham, no mínimo, 80% (oitenta por cento) de sua área
construída desocupada por mais de 5 (cinco) anos ininterruptos.
Paragrafo. 1º. Quando se tratar de edificação constituída por unidades autônomas para fins
residenciais ou não residenciais, a não utilização será aferida pela desocupação de pelo
menos 80% (oitenta por cento) dentre elas, também pelo prazo de 5 (cinco) anos.
Paragrafo. 2º. A desocupação dos imóveis poderá ser comprovada, por meio de consulta às
concessionárias, pela não utilização ou pela interrupção do fornecimento de serviços
essenciais como água, luz e água potável.
Paragrafo. 3º. A classificação do imóvel como não utilizado poderá ser suspensa devido a
impossibilidades jurídicas momentaneamente insanáveis pela simples conduta do
Seção II
Do Parcelamento, Edificação e Utilização Compulsórios
Art. 167. Áreas urbanas, terrenos não edificados e edificações subutilizadas ou não utilizados são sujeitos
ao parcelamento, edificação e utilização compulsórios dos imóveis.
Paragrafo. 1º. Os proprietários dos imóveis não parcelados, não edificados ou subutilizados deverão
ser notificados pela Prefeitura e terão prazo máximo de 1 (um) ano a partir do
recebimento da notificação para protocolar, junto ao órgão competente, pedido de
aprovação e execução de projeto de parcelamento ou edificação desses imóveis,
conforme o caso.
Paragrafo. 2º. Os proprietários dos imóveis notificados nos termos do parágrafo anterior deverão
iniciar a execução do parcelamento ou edificação desses imóveis no prazo máximo de
2 (dois) anos a contar da expedição do alvará de execução do projeto, cabendo aos
proprietários a comunicação à administração pública.
Paragrafo. 3º. Os proprietários dos imóveis não utilizados deverão ser notificados pela Prefeitura e
terão prazo máximo de 1 (um) ano, a contar do recebimento da notificação, para
ocupá-los, cabendo aos proprietários a comunicação à administração pública.
Paragrafo. 4º. Caso o proprietário alegue como impossibilidade jurídica a inviabilidade de ocupação
do imóvel não utilizado em razão de normas edilícias, o Executivo poderá conceder
prazo de 1 (um) ano, a partir da notificação, exclusivamente para promover a
regularização da edificação se possível, nos termos da legislação vigente, ou a sua
demolição, fluindo a partir de então prazo igual para apresentação de projeto de nova
edificação ou documentação relativa à regularização do imóvel.
Paragrafo. 5º. O proprietário terá o prazo de até 5 (cinco) anos, a partir do início das obras previstas
no § 2º para comunicar a conclusão do parcelamento do solo, ou da edificação do
imóvel, ou da primeira etapa de conclusão de obras no caso de empreendimentos de
grande porte.
Paragrafo. 6º. Nas glebas ou lotes com área superior a 20.000m² (vinte mil metros quadrados)
localizados em qualquer das Macrozonas referidas no Art. 162, a notificação deverá se
referir exclusivamente ao parcelamento compulsório.
Paragrafo. 7º. A transmissão do imóvel, por ato “inter vivos” ou “causa mortis”, posterior à data da
notificação prevista nos Paragrafo. 1º e Paragrafo. 2º, transfere as obrigações de
parcelamento, edificação ou utilização sem interrupção de quaisquer prazos.
Seção III
Do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) Progressivo no Tempo
Art. 169. Caso os proprietários dos imóveis mencionados na seção anterior não cumpram as obrigações nos
prazos ali estabelecidos, a Prefeitura deverá aplicar alíquotas progressivas de IPTU majoradas
anualmente pelo prazo de 5 (cinco) anos consecutivos até atingir a alíquota máxima de 15%
(quinze por cento) da seguinte forma:
I- imóvel edificado:
a- 1,5% (um e meio por cento) no 1º (primeiro) ano;
b- 3,0% (três por cento) no 2º (segundo) ano;
c- 6,0% (seis por cento) no 3º (terceiro) ano;
d- 12,0% (doze por cento) no 4º (quarto) ano;
e- 15,0 % (quinze por cento) no 5º (quinto) ano.
II- imóvel não edificado:
a- 3,0% (três por cento) no 1º (primeiro) ano;
b- 6,0% (seis por cento) no 2º (segundo) ano;
c- 9,0% (nove por cento) no 3º (terceiro) ano;
d- 12,0% (doze por cento) no 4º (quarto) ano;
e- 15,0 % (quinze por cento) no 5º (quinto) ano.
Paragrafo. 1º. A alíquota a ser aplicada a cada ano será igual ao dobro do valor da alíquota do ano
anterior.
Paragrafo. 2º. Será adotada a alíquota de 15% (quinze por cento) a partir do ano em que o valor
calculado venha a ultrapassar o limite estabelecido no “caput” deste artigo.
Paragrafo. 3º. Será mantida a cobrança do Imposto pela alíquota majorada até que se cumpra a
obrigação de parcelar, edificar, utilizar o imóvel ou que ocorra a sua desapropriação.
Paragrafo. 4º. É vedada a concessão de isenções, anistias, incentivos ou benefícios fiscais relativos ao
IPTU Progressivo de que trata esta lei.
Paragrafo. 5º. Serão suspensas quaisquer isenções do IPTU incidentes em um dado imóvel quando o
proprietário for notificado para o parcelamento, edificação ou utilização compulsórios.
Paragrafo. 6º. Observadas as alíquotas previstas neste artigo, aplica-se ao IPTU Progressivo a
legislação tributária vigente no Município de Navegantes.
Paragrafo. 7º. Comprovado o cumprimento da obrigação de parcelar, edificar ou utilizar o imóvel,
ocorrerá o lançamento do IPTU sem a aplicação das alíquotas previstas nesta lei no
exercício seguinte.
Seção IV
Da Desapropriação Mediante Pagamento em Títulos da Dívida Pública
Art. 170. Decorrido o prazo de 5 (cinco) anos de cobrança do IPTU Progressivo no Tempo sem que os
proprietários dos imóveis tenham cumprido a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar, conforme
o caso, a Prefeitura poderá proceder à desapropriação desses imóveis com pagamento em títulos
da dívida pública.
Paragrafo. 1º. Os títulos da dívida pública terão prévia aprovação do Senado Federal e serão
resgatados no prazo de até dez anos, em prestações anuais, iguais e sucessivas,
assegurados o valor real da indenização e os juros legais, nos termos do art. 8º da Lei
Federal nº 10.257, de 2001.
Paragrafo. 2º. Findo o prazo do artigo anterior, a Prefeitura deverá publicar o respectivo decreto de
desapropriação do imóvel em até 1 (um) ano, salvo em caso de ausência de interesse
público na aquisição, que deverá ser devidamente justificada.
Paragrafo. 3º. É vedado ao Executivo proceder à desapropriação do imóvel que se enquadre na
COLÉGIO DOS DELEGADOS PARA REVISÃO DO PLANO DIRETOR
MINUTA DO PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR - INSTITUI O PDDSN
74
hipótese do “caput” de forma diversa da prevista neste artigo, contanto que a emissão
de títulos da dívida pública tenha sido previamente autorizada pelo Senado Federal.
Paragrafo. 4º. Adjudicada a propriedade do imóvel à Prefeitura, esta deverá determinar a destinação
urbanística do bem, vinculada à implantação de ações estratégicas do PDDSN, ou
iniciar o procedimento para sua alienação ou concessão, nos termos do art. 8º do
Estatuto da Cidade.
Paragrafo. 5º. Caso o valor da dívida relativa ao IPTU supere o valor do imóvel, a Prefeitura deverá
proceder à desapropriação do imóvel e, na hipótese de não ter interesse público para
utilização em programas do Município, poderá aliená-lo a terceiros.
Paragrafo. 6º. Ficam mantidas para o adquirente ou concessionário do imóvel as mesmas obrigações
de parcelamento, edificação ou utilização previstas nesta lei.
Paragrafo. 7º. Nos casos de alienação do imóvel, os recursos auferidos deverão ser destinados ao
Fundo Municipal de Habitação.
Seção V
Do Consórcio Imobiliário
Art. 171. A Prefeitura poderá realizar consórcios imobiliários para fins de viabilizar financeiramente o
aproveitamento de imóveis que estejam sujeitos ao parcelamento, edificação e utilização
compulsória nos termos desta lei, independentemente da notificação a seus proprietários.
Paragrafo. 1º. A Prefeitura poderá promover o aproveitamento do imóvel que receber nos termos
deste artigo, diretamente ou por outra modalidade admitida em lei.
Paragrafo. 2º. O proprietário que transferir seu imóvel à Prefeitura para a realização de consórcio
imobiliário receberá, como pagamento, unidades imobiliárias devidamente
urbanizadas ou edificadas com valor correspondente ao valor do imóvel antes da
execução das obras de urbanização e edificação.
Paragrafo. 3º. O valor de referência a ser considerado para a realização do pagamento mencionado
no parágrafo anterior deverá:
I. Refletir o valor de referência para pagamento de outorga onerosa, descontado o
montante incorporado em função das obras realizadas na área onde se localiza o imóvel
transferido para a realização do consórcio imobiliário;
II. Excluir do seu cálculo expectativas de ganhos, lucros cessantes e juros compensatórios,
bem como eventuais custos para a recuperação da área em razão da existência de
passivos ambientais.
Paragrafo. 4º. A Prefeitura deverá proceder ao aproveitamento adequado das unidades imobiliárias
que lhe cabem, resultantes do consórcio imobiliário, no prazo máximo de 5 (cinco)
anos, contados a partir da sua incorporação ao patrimônio público.
Paragrafo. 5º. A proposta de consórcio imobiliário não suspende os prazos estipulados no Art. 170,
devendo o Poder Executivo expedir regulamento sobre outros procedimentos acerca
da aceitação das propostas e viabilização dos ajustes.
Paragrafo. 6º. O Poder Executivo poderá adotar programas que objetivem a aproximação entre
proprietários notificados para o parcelamento, edificação e utilização compulsórios e
agentes econômicos interessados em empreendimentos imobiliários ou da construção
civil, respeitados os princípios que regem a administração pública.
Seção VI
Do Direito de Preempção
Art. 172. A Prefeitura poderá exercer o direito de preempção, nos termos da legislação federal, para
aquisição de imóvel urbano objeto de alienação onerosa entre particulares sempre que necessitar
de áreas para cumprir os objetivos e implantar as ações prioritárias deste Plano Diretor.
Parágrafo Único. O direito de preempção será exercido sempre que o Poder Público necessitar de
áreas para as seguintes finalidades:
I- Execução de programas e projetos habitacionais de interesse social;
II- Regularização fundiária;
III- Constituição de reserva fundiária;
IV- Ordenamento e direcionamento da expansão urbana;
V- Implantação de equipamentos urbanos e comunitários;
VI- Implantação de estruturas e infraestruturas destinados ao Transporte Coletivo
Urbano;
VII- Implantação de Equipamentos Estratégicos para o Desenvolvimento do
Município;
VIII- Criação de espaços públicos de lazer, parques urbanos ou áreas verdes;
IX- Criação de unidades de conservação ou proteção de outras áreas de interesse
ambiental;
X- Proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou paisagístico.
Art. 173. Além das áreas definidas nesta Lei Complementar, outras áreas poderão ser definidas em lei
específica, sujeitos à incidência do direito de preempção.
Parágrafo Único. A Prefeitura terá preferência de aquisição dos imóveis sujeitos ao direito de
preempção pelo prazo de 5 (cinco) anos.
Art. 174. A Prefeitura dará publicidade à incidência do direito de preempção e instituirá controles
administrativos para possibilitar a eficácia do instrumento, podendo utilizar, dentre outros meios,
o controle por meio de sistemas informatizados, averbação da incidência do direito de preempção
na matrícula dos imóveis atingidos e declaração nos documentos de cobrança do IPTU.
Paragrafo. 1º. No caso de existência de terceiros interessados na compra do imóvel, o proprietário
deverá comunicar sua intenção de alienar onerosamente o imóvel ao órgão
competente da Prefeitura em até 30 (trinta) dias, contados da celebração do contrato
preliminar entre o proprietário e o terceiro interessado.
Paragrafo. 2º. A declaração de intenção de venda do imóvel deve ser apresentada com os seguintes
documentos:
I- Proposta de compra apresentada pelo terceiro interessado na aquisição do imóvel, na
qual constarão preço, condições de pagamento e prazo de validade;
II- Endereço do proprietário, para recebimento de notificação e de outras comunicações;
III- Certidão de inteiro teor da matrícula do imóvel, expedida pelo Cartório de Registro de
Imóveis da circunscrição imobiliária competente;
IV- Declaração assinada pelo proprietário, sob as penas da lei, de que não incidem quaisquer
encargos e ônus sobre o imóvel, inclusive os de natureza real, tributária ou pessoal
reipersecutória.
Art. 175. Recebida a declaração de intenção de venda a que se refere o artigo anterior, a Prefeitura deverá
manifestar, por escrito, dentro do prazo de 30 (trinta) dias, o interesse em exercer a preferência
para aquisição do imóvel.
Paragrafo. 1º. A manifestação de interesse da Prefeitura na aquisição do imóvel conterá a destinação
futura do bem a ser adquirido, vinculada ao cumprimento dos objetivos e ações
prioritárias deste Plano Diretor.
Paragrafo. 2º. A Prefeitura fará publicar, em órgão oficial e em pelo menos um jornal local ou regional
de grande circulação, edital de aviso da declaração de intenção de venda recebida e
da intenção de aquisição do imóvel nas condições da proposta apresentada.
Paragrafo. 3º. Findo o prazo de 30 (trinta) dias para manifestação da Prefeitura, é facultado ao
proprietário alienar onerosamente o seu imóvel ao proponente interessado nas
COLÉGIO DOS DELEGADOS PARA REVISÃO DO PLANO DIRETOR
MINUTA DO PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR - INSTITUI O PDDSN
76
Art. 176. Concretizada a venda do imóvel a terceiro com descumprimento ao direito de preempção, a
Prefeitura promoverá as medidas judiciais cabíveis para:
I- Anular a comercialização do imóvel efetuada em condições diversas da proposta de compra
apresentada pelo terceiro interessado;
II- Imitir-se na posse do imóvel sujeito ao direito de preempção que tenha sido alienado a
terceiros apesar da manifestação de interesse da Prefeitura em exercer o direito de
preferência.
Paragrafo. 1º. Em caso de anulação da venda do imóvel efetuada pelo proprietário, a Prefeitura
poderá adquiri-lo pelo valor da base de cálculo do Imposto Predial e Territorial Urbano
ou pelo valor indicado na proposta apresentada, se este for inferior àquele.
Paragrafo. 2º. Outras sanções pelo descumprimento das normas relativas ao direito de preempção
poderão ser estabelecidas em lei.
Seção VII
Do Direito de Construir
Sub-Seção I
Do Direito de Superfície
Art. 177. O Município poderá receber em concessão, diretamente ou por meio de seus órgãos, empresas
ou autarquias, nos termos da legislação em vigor, o direito de superfície de bens imóveis para
viabilizar a implementação de ações e objetivos previstos nesta lei, inclusive mediante a utilização
do espaço aéreo e subterrâneo.
Art. 178. O Município poderá ceder, mediante contrapartida de interesse público, o direito de superfície de
seus bens imóveis, inclusive o espaço aéreo e subterrâneo, com o objetivo de implantar as ações
e objetivos previstos nesta lei, incluindo instalação de galerias compartilhadas de serviços públicos
e para a produção de utilidades energéticas.
Art. 179. O potencial construtivo adicional é bem jurídico dominial, de titularidade da Prefeitura, com
funções urbanísticas e socioambientais.
Paragrafo. 1º. Considera-se potencial construtivo adicional o correspondente à diferença entre o
potencial construtivo máximo, o potencial construtivo básico.
Paragrafo. 2º. Para o Município de Navegantes fica estabelecido que o potencial construtivo é
definido como:
I. Potencial Construtivo Adicional Incentivado = Coeficiente Aproveitamento Básico +
Coeficiente de Aproveitamento Incentivado
II. Potencial Construtivo Adicional Oneroso = Coeficiente Aproveitamento de Outorga
Onerosa + Coeficiente de Aproveitamento para Transferência do Potencial Construtivo +
Coeficiente de Aproveitamento Especial.
Paragrafo. 3º. Para o cálculo do potencial construtivo adicional deverão ser utilizados:
I. O Coeficiente de Aproveitamento Básico – CA-B é igual 1 (um) estabelecido na Tabela de
Índices e Parâmetros Urbanísticos desta lei;
II. O Coeficiente de Aproveitamento Incentivado Sem Ônus – CA-SO: índice variável de
acordo com as definições de incentivo de adensamento estabelecidos nesta Lei
Complementar;
III. O Coeficiente de Aproveitamento de Outorga Onerosa – CA-OO: índice variável de acordo
com os critérios de mais valia gerada pelos índices de urbanização projetados, dos fatores
sociais e de adensamento estabelecidos nesta Lei Complementar;
IV. Coeficiente de Aproveitamento para fins de Transferência de Potencial Construtivo – CA-
TPC: índice variável a ser arbitrado pelo Poder Público Municipal mediante apresentação
de projeto específicos aprovado pelo Conselho da Cidade até o limite de 50% do total do
potencial construtivo adicional oneroso disponível definido para cada zona, cujo índice
básico de referência está vinculado ao valor CUB-SC (Custo Unitário Básico da Construção
Civil) devendo, no caso da Transferência do Potencial Construtivo, ser calculado com
adicional de 30% sobre os valores a serem calculados para cada zona onde é aplicada a
Outorga Onerosa;
V. Coeficiente de Aproveitamento Especial – CA-ES definido para as Operações Urbanas
Consorciadas ou para Outorgas com Finalidade Ambiental podendo ter índices e valores
variáveis de acordo com o potencial construído projetado, cabendo previamente
apresentação e aprovação pelo Conselho da Cidade do projeto, memorial, orçamento e
estudo de viabilidade que comprove e justifique a operação, podendo ser utilizados a
Outorga Onerosa e a Transferência de Potencial Construtivo de forma separada ou
conjunta e, finalmente submetido para a aprovação da Câmara Municipal de Vereadores
em Lei Específica.
Paragrafo. 4º. Os valores definidos para o potencial construtivo incentivado não oneroso e adicional
oneroso são variáveis em conformidade com a disponibilidade de infraestrutura, a
vocação territorial pretendida pelo PDDSN e pelo aumento da densidade populacional
objetivando a construção da cidade compacta e, são estabelecidos na Tabela de
Índices e Parâmetros Urbanísticos desta lei.
Paragrafo. 5º. As zonas urbanas que estão sob o regime de oferta de potencial construtivo e
disponíveis para receber a Transferência de Potencial Construtivo são as seguintes:
I. ZEO – Zona Especial da Orla - Gravatá
II. ZEO-CT – Zona Especial da Orla - Centro
III. ZEO-MP – Zona Especial da Orla – Meia Praia
IV. ZQM – Zona de Quadra Mar
V. ZQU-1.A - Zona de Qualificação Urbana - Gravatá
VI. ZQU-2 - Zona de Qualificação Urbana – Gravatá e Meia Praia
VII. ZAP – Zona de Adensamento Prioritário - Centro
VIII. ZPMLT - Zona de Promoção de Moradia Lazer e Turismo
IX. Eixo de Centralidade Av. José Juvenal Mafra;
X. Eixo de Centralidade Av. Rio do Sul;
XI. Eixo de Centralidade Av. Ivo Silveira;
XII. Eixo de Centralidade Av. 2ª. Radial;
XIII. Eixo de Centralidade Rua Francisco Schmitz;
XIV. Eixo de Centralidade Rua Curt Hertwig;
XV. Eixo de Centralidade do “Binário do Aeroporto” (Rua Osmar Gaya/Manoel Leopoldo
Rocha e Rua Gracilides Coelho Raiser/Av. Nereu Liberato Nunes/Rua Estevão
Pivato/Rua Antonio Manoel Honório)
XVI. Eixo de Centralidade Av. José Alcebíades Laurentino
XVII. Eixo de Centralidade Av. Nereu Liberato Nunes
XVIII. Eixo de Centralidade Av. João Sacavem
Paragrafo. 6º. Leis específicas que criarem as Operações Urbanas Consorciadas e/ou Áreas de
Intervenção Urbana poderão fixar coeficientes de aproveitamento máximo distintos
dos limites estabelecidos nesta lei mediante Projeto de Intervenção Urbana,
mantendo o coeficiente de aproveitamento básico 1 (um).
Paragrafo. 7º. O impacto na infraestrutura e no meio ambiente advindo da utilização do potencial
construtivo adicional deverá ser monitorado permanentemente pela Prefeitura, que
publicará relatórios periodicamente.
Sub-Seção II
Da Outorga Onerosa do Direito de Construir - OODC
Art. 180. A Prefeitura poderá outorgar onerosamente o direito de construir correspondente ao potencial
construtivo adicional mediante contrapartida financeira a ser prestada pelos beneficiários nos
termos dos Artigos 28 a 31 Lei No. 10.257, de 2001 – Estatuto das Cidades, e de acordo com os
critérios e procedimentos estabelecidos nesta lei.
Paragrafo. 1º. A contrapartida de que trata o caput deste artigo, poderá ser prestada através de
pagamento de preço público, bens, obras ou serviços, conforme disposto nesta lei.
Paragrafo. 2º. A contrapartida poderá ser prestada diretamente pelo beneficiário ou por terceiro,
por ele indicado, sendo que eventual inadimplência por parte do terceiro indicado,
responderá por ele o beneficiário.
Paragrafo. 3º. Os recursos auferidos com as contrapartidas financeiras oriundas da outorga onerosa
de potencial construtivo adicional serão destinados ao Fundo Municipal de
Desenvolvimento Urbano – FMDU.
Paragrafo. 4º. A outorga do direito de construir adicional, acima do Coeficiente Básico, poderá ser
não onerosa a título de incentivo ao processo de urbanização;
Paragrafo. 5º. O Poder Executivo poderá interromper por tempo determinado, mediante decreto
municipal, a cobrança da outorga onerosa sobre o potencial construtivo adicional, por
motivo justificado submetido a prévio parecer do Conselho da Cidade.
Paragrafo. 6º. O Poder Executivo poderá ampliar a cobrança da outorga onerosa até o limite do
Coeficiente Básico, por Lei Complementar, mediante prévio estudo dos objetivos,
benefícios e impactos decorrentes e, mediante parecer prévio do Conselho da Cidade.
Art. 181. As áreas ou zonas sujeitas a aplicação da Outorga Onerosa são as definidas espacialmente nas
seguintes microzonas:
I. ZAP – Zona de Adensamento Prioritário
II. ZDE – Zona de Desenvolvimento Especial
III. ZQM – Zona de Quadra Mar
IV. ZEO – Zona Especial da Orla
V. ZEA – Zona do Entorno Aeroportuário
VI. ZQU – Zona de Qualificação Urbana
VII. ZPMLT – Zona de Promoção de Moradia Lazer e Turismo
VIII. ZEM – Zona de Expansão Mista
IX. ZENC – Zona de Estruturação de Novas Centralidades
X. Eixo de Centralidade Av. José Juvenal Mafra;
XI. Eixo de Centralidade Av. Rio do Sul;
XII. Eixo de Centralidade Av. Ivo Silveira;
Art. 182. Os recursos oriundos da Outorga Onerosa serão destinados para viabilizar:
I- Implantação de equipamentos estratégicos para o desenvolvimento urbano;
II- Otimização de áreas envolvidas em intervenções urbanísticas de porte e reciclagem de áreas
considerada sub-utilizadas;
III- Programas de regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa
renda;
IV- Programas de provisão de Habitação de Interesse Social;
V- Constituição de reserva fundiária;
VI- Ordenamento e direcionamento da expansão urbana;
VII- Criação de unidades de conservação ou proteção de áreas de interesse ambiental;
VIII- Execução de melhoramento da infraestrutura viária para a implantação de eixos estruturadores
da mobilidade urbana incluindo os passeios e ciclovias;
IX- Implantação e readequação de infraestrutura viária urbana em vias públicas voltadas a
acessibilidade universal, atendendo a NBR 9050 da ABNT ou norma técnica oficial superveniente
que a substitua
X- Execução de obras de controle de erosão costeira e de macrodrenagem urbana para fins de
proteger o meio ambiente, a infraestrutura urbana, os bens públicos e privados;
XI- Requalificação e reabilitação de áreas com características singulares;
XII- Valorização e conservação do patrimônio histórico, arquitetônico, cultural e paisagístico;
XIII- Renovação de espaços de uso público;
XIV- Construção de Espaços destinados às Artes, ao Esporte e à Cultura;
XV- Construção de Espaços da Cidadania nos Bairros;
XVI- Criação de unidades de conservação ou proteção e de outras áreas de interesse ambiental
exceto APPs.
Parágrafo Único. Os recursos auferidos destinados ao Fundo Municipal de Desenvolvimento
Urbano – FMDU deverão ter destinação de, no mínimo, 25% do total recebido em
programas de regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por
população de baixa renda, programas de provisão de Habitação de Interesse Social
e constituição de reserva fundiária;
Art. 183. A Outorga Onerosa do Direito de Construir, para fins do disposto no Art. 180, consiste na aplicação
de preço público a ser cobrado pelo excedente do direito de construir, acima do Coeficiente de
Aproveitamento Básico, mediante contrapartida a ser prestada pelo beneficiário, descontado o
Coeficiente de Aproveitamento Incentivado adotado pelo Município.
Paragrafo. 1º. A contrapartida de que trata o caput deste artigo, poderá ser prestada através de
pagamento de preço público, bens, obras ou serviços, conforme disposto nesta lei.
Paragrafo. 2º. A contrapartida poderá ser prestada diretamente pelo beneficiário ou por terceiro,
por ele indicado, sendo que eventual inadimplência por parte do terceiro
indicado, responderá por ele o beneficiário.
Art. 184. Para o cálculo da contrapartida financeira a ser oferecida quando da Outorga Onerosa do Direito
de Construir, considera-se a tabela de Preço Público o valor Referencial do Custo Unitário Básico
de Construção-SC (CUB-SC) d e f i n i d a pelo Sindicato da Indústria da Construção no Estado de
Santa Catarina – SINDUSCON-SC e a sua correspondência ao Fator Social definido nesta lei.
Paragrafo. 1º. Para a determinação do valor do metro quadrado a ser cobrado pelo solo virtual para
fins de concessão da outorga onerosa de potencial construtivo é representada pela da
seguinte formula:
Ct = Fs x Fp x B
Onde:
B= vt ÷ CAb
Sendo:
B = Valor do benefício econômico agregado ao imóvel
vt = valor médio atribuído do m² do terreno
CAb = Coeficiente de Aproveitamento Básico.
Paragrafo. 2º. Os Fatores Sociais e Fatores de Planejamentos definidos para as áreas sujeitas a
Outorga Onerosa são os seguintes:
Paragrafo. 3º. Para a determinação do valor do metro quadrado a ser cobrado pelo solo virtual para
Paragrafo. 4º. O valor da unidade de custo será o indicado na tabela do mês antecedente à
apresentação do projeto.
Paragrafo. 5º. O cálculo da contrapartida financeira de preço público, será feita aplicando a
seguinte fórmula:
onde:
Art. 185. A contrapartida financeira do valor da outorga onerosa será efetuada em moeda corrente,
podendo ser parcelada, em até 8 (oito) vezes, pagas trimestralmente, sendo o primeiro
pagamento efetuado no ato da concessão do Certificado de Potencial Construído Outorgado.
Paragrafo. 1º. O atraso no pagamento de qualquer das parcelas sujeitará o beneficiário à multa
de 10% (dez por cento), juro de 1% (um por cento) ao mês e correção monetária
pelo Taxa SELIC - Sistema Especial de Liquidação e Custódia, incidindo sobre a
parcela inadimplente, além de outras penalidades previstas em lei.
Paragrafo. 2º. No caso de inadimplência de duas parcelas consecutivas considerar-se-ão
vencidas as demais.
Paragrafo. 3º. Os recursos auferidos com a alienação, pelo Município, de bens advindos da
outorga onerosa serão revertidos ao Fundo Municipal de Desenvolvimento
Urbano – FMDU
Art. 186. A outorga onerosa do direito de construir terá validade de 02 (dois) anos, contados da data de
concessão do respectivo Alvará de Construção.
Paragrafo. 1º. Transcorrido o prazo descrito no caput deste artigo, sem que tenha sido iniciada
a obra, e caso haja interesse, o beneficiário poderá utilizá-las no mesmo projeto
desde que renovada a outorga, nos termos da legislação vigente.
Paragrafo. 2º. Para fins da renovação de que trata o parágrafo anterior, o valor da nova outorga
será calculado tomando por base o preço público do mês antecedente ao do novo
pedido, deduzindo-se o montante pago, corrigido pelo INPC.
Paragrafo. 3º. Caso o beneficiário não venha utilizar a outorga concedida, poderá valer-se dos
valores pagos, corrigidos pelo INPC, como crédito na aquisição de uma nova
outorga, para si ou terceiro, respeitado o prazo prescricional de 05 (cinco) anos,
contados do último pagamento.
Art. 187. Os procedimentos de aquisição de outorga onerosa do direito de construir serão apreciados de
acordo com a legislação vigente à época do seu protocolo.
Art. 188. O processo sobre a outorga onerosa do direito de construir obedecerá aos seguintes
procedimentos administrativos:
I- Será encaminhado para o Secretaria de Planejamento Urbano, para análise de viabilidade,
cabendo a seguinte rotina:
a. Verificação da documentação entregue;
b. Análise dos parâmetros máximos solicitados e o cumprimento das condições
estabelecidas pela legislação municipal de Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo Urbano.
II- Após essa análise prévia realizada pelo Secretaria de Planejamento – o processo será
encaminhado ao interessado dando ciência ao requerente com a emissão de certidão de
viabilidade.
III- No caso de parecer favorável, a Secretaria de Planejamento, emitirá certidão de viabilidade da
outorga com prazo de validade de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual período. De posse
da viabilidade, o requerente poderá formalizar processo de licenciamento da obra junto ao
setor competente.
IV- Analisando o projeto de edificação segundo a legislação vigente e estando em condições de
aprovação, a Secretaria de Planejamento encaminhará informação à Secretaria de Finanças
para apuração do valor da outorga e ciência ao interessado do valor obtido informando o prazo
máximo de 30 (trinta) dias para manifestar concordância com o valor aferido.
V- Em havendo a concordância do interessado com os termos da outorga, a Secretaria de
Planejamento Urbano encaminhará o processo a Secretaria de Finanças, para lançamento da
receita e expedição de notificação de lançamento.
VI- Analisado o projeto em face da legislação e estando em condições de aprovação, o interessado
será comunicado para efetuar pagamento conforme prazo estabelecido pelo Art. 189.
VII- Após a quitação da contrapartida financeira relativa à Outorga Onerosa, a Secretaria de
Finanças, informará a Secretaria de Planejamento para expedição da Certificado de Potencial
Construído Outorgado com os novos parâmetros aprovados.
Art. 189. O pagamento da primeira parcela do parcelamento da contrapartida financeira será efetuado em
até 30 (trinta) dias, a contar da data da retirada do documento de arrecadação municipal - DAM,
referente ao valor da Outorga Onerosa do Direito de Construir.
Paragrafo. 1º. Em caso de atraso no pagamento das parcelas incidirão sobre as mesmas multas
e juros previstos nos Paragrafo. 1º do Art. 185.
Paragrafo. 2º. O não pagamento da parcela nos prazos indicados será entendido como perda do
interesse em exercer a Outorga Onerosa do Direito de Construir e autoriza o
Município a suspender ou cancelar o referido Alvará e efetuar o embargo da obra,
a seu critério, sem direito a ressarcimentos de qualquer natureza.
Paragrafo. 3º. Sob nenhuma hipótese serão ressarcidos valores recolhidos pela contrapartida
financeira correspondente à Outorga Onerosa do Direito de Construir, mesmo
havendo desistência do uso da outorga.
Sub-Seção III
Da Transferência do Potencial Construtivo - TPC
Art. 190. A Transferência do Potencial Construtivo correspondente ao potencial construtivo passível de ser
utilizado em outro local, prevista nos termos do art. 35 da Lei Federal nº 10.257, de 2001 - Estatuto
da Cidade e disciplinada em lei municipal, observará as disposições, condições e parâmetros
estabelecidos neste PDDSN.
Art. 191. Fica autorizada Transferência do Potencial Construtivo de imóveis urbanos privados ou públicos,
para fins de viabilizar:
I- preservação de bem de interesse histórico, paisagístico, ambiental, social ou cultural;
II- execução de melhoramento da infraestrutura viária para a implantação de eixos
estruturadores da mobilidade urbana incluindo os passeios e ciclovias, incluindo a
desapropriação das faixas viárias;
III- execução de obras de controle de erosão costeira e de macrodrenagem urbana;
IV- implantação de parques planejados;
V- implantação de Parques Lineares na margem do Rio Gravatá;
VI- implantação de praças e parques públicos
VII- implantação de acessos públicos para a praia e orla;
VIII- preservação de áreas de propriedade particular, de interesse ambiental ou histórico;
IX- aquisição de áreas de nascentes que formam o manancial de água potável do Município de
Navegantes;
X- implantações de sistemas de abastecimento de água e saneamento e áreas não atendidas pela
rede pública, especialmente àquelas que são objeto de regularização fundiária e melhorias
habitacionais;
XI- programas de regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa
renda;
XII- programas de provisão de Habitação de Interesse Social.
Paragrafo. 1º. A Prefeitura poderá receber imóveis para o atendimento às finalidades previstas
neste artigo, oferecendo como contrapartida ao proprietário a possibilidade da
transferência do potencial construtivo do bem doado, nas condições previstas nesta lei.
Paragrafo. 2º. A transferência prevista no “caput”, nos casos em que não houver doação do imóvel
cedente, fica condicionada às disposições previstas em lei, em especial ao atendimento
às providências relativas à conservação do imóvel cedente, e caso estas providências
não forem tomadas, o proprietário do imóvel ficará sujeito às sanções cabíveis.
Paragrafo. 3º. O controle da transferência de potencial construtivo será realizado pela Secretaria
de Planejamento e Secretaria de Finanças, que expedirão, mediante requerimento,
Declaração de Potencial Construtivo Passível de Transferência e Certidão de
Transferência de Potencial Construtivo.
Paragrafo. 4º. O potencial construtivo passível de transferência poderá ser recebido unicamente
nas Áreas ou Zonas descritas na tabela TPC-II:
Art. 192. O potencial construtivo passível de transferência pode ser aplicável a qualquer imóvel dentro da
área urbana e poderá transferir o potencial construtivo básico definido e calculado em razão de
sua localização de ORIGEM;
Art. 193. Nos casos de transferência do direito de construir, o potencial construtivo passível de
transferência será calculado segundo a equação a seguir:
(Vt-O + Vb-O)=VT-tpcO
Onde:
Vt-O = Valor do terreno objeto de transferência avaliado pela Comissão Municipal de Valores
Imobiliários, convertido em CUB-SC do mês anterior da avaliação.
Vb-O = Valor da benfeitoria existente no terreno, avaliado pela Comissão Municipal de Valores
Imobiliários, convertido em CUB-SC do mês anterior da avaliação.
VT-tpcO = Valor total do imóvel para Transferência do Potencial Construtivo na Origem, em CUB-
SC do mês anterior da avaliação.
VT-tpcO = Valor total do imóvel para Transferência do Potencial Construtivo na Origem, em CUB-SC do mês
anterior da avaliação.
VUtpc-D = Valor unitário do potencial de construção a ser recebido no Destino conforme TABELA TPC-I.
Atpc-D = Potencial de construção transferível em m² (metros quadrados)
Art. 194. A Transferência do Potencial Construtivo poderá ser utilizada no caso de desapropriação amigável
para viabilizar:
I- Aquisição destinadas a preservação de bens de interesse histórico, paisagístico, ambiental,
social ou cultural;
II- Melhoramentos viários para implantação de corredores de ônibus;
III- Programas de provisão de Habitação de Interesse Social;
IV- Programas de regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa
renda;
V- Implantação de praças e parques planejados situados na Macrozona de Adensamento
Estratégico e Macrozona de Adensamento Prioritário;
VI- Aquisição de áreas destinadas a parques ambientais e reservas de mananciais de água
Paragrafo. 1º. Nos casos em que a doação for proposta pelo proprietário para uma das
finalidades descritas nos incisos do “caput”, deverá ser avaliada a conveniência e
o interesse público no recebimento da área.
Paragrafo. 2º. Nos casos de desapropriação amigável, com a concordância do proprietário, os
bens poderão ser indenizados exclusivamente mediante a transferência do
potencial construtivo calculado nos termos definidos entre as partes.
Art. 195. Será possível a expedição de sucessivas Certidões de Transferência de Potencial Construtivo
derivadas de uma mesma Declaração de Potencial Construtivo Passível de Transferência, ficando
a expedição das certidões, nos casos previstos no Art. 194, condicionadas à comprovação do
estado de conservação e preservação do imóvel.
Art. 196. Mediante avaliação do Conselho da Cidade de Navegantes e prévia audiência pública, o Executivo
poderá, por decreto, redefinir os fatores de incentivo, seus critérios de aplicação, bem como rever
os perímetros de aplicação do potencial construtivo passível de transferência estabelecidos nesta
lei.
Seção VIII
Da Outorga Onerosa de Vagas de Garagem Adicionais
Art. 197. A Prefeitura deverá outorgar onerosamente vagas de garagem que excedam ao número de 2
(duas) vagas para cada unidade autônoma residencial (apartamento) em construções de caráter
multifamiliares e mistas, nas zonas onde estejam previstos este dispositivo.
Art. 198. O número máximo de vagas onerosas possíveis de serem outorgadas por unidade autônoma
(apartamento) será de 4 (quatro) vagas.
Paragrafo. 1º. Para efeito de cálculo do número de vagas onerosa ou não onerosa, será
considerada como área máxima, para cada vaga, 25 m2 (vinte e cinco metros
quadrados) incluindo a área de circulação necessária a ser aplicada para a área
total de cada pavimento ou área destinada e incorporado com a finalidade de
servir como espaço de garagem, excetuando-se áreas de escadarias, circulação de
pessoas, elevadores, hall social e áreas técnicas.
Paragrafo. 2º. O cálculo do número de vagas se dará pela soma da área total, definida no
II. Para edificações Mistas (nas zonas definidas onde incidem vagas onerosas)
Onde:
AtG: Área total disponível dos pavimentos garagem incluindo rampas e circulação
em m2
UR: Número de unidades Residenciais Autônomas (apartamentos)
UC: Número de unidades Comerciais (salas ou espaço comercial)
Ve: Número de vagas de garagens exigíveis (em função da área do espaço
comercial)
VGO: Número de vagas onerosas
Art. 199. O valor a ser aplicada para cada vaga adicional segue a seguinte tabela:
Art. 200. Os recursos auferidos com as contrapartidas financeiras oriundas da outorga onerosa de vagas
adicionais serão destinados ao Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano – FMDU – Conta
Mobilidade Urbana.
Art. 201. Os recursos oriundos da Outorga Onerosa de Vagas de Garagem Adicionais serão destinados para
viabilizar:
I- Execução de projetos voltados a acessibilidade;
II- Execução de melhoramento da infraestrutura viária para a implantação de eixos
estruturadores da mobilidade urbana prioritariamente para os passeios e ciclovias ou
ciclofaixas;
III- Segurança no trânsito, incluindo campanhas de educação, exceto custeio;
IV- Criação de áreas públicas para estacionamentos e parqueamento às margens das áreas
Seção IX
Dos Instrumentos de Ordenamento e Reestruturação Urbana
Art. 202. Com o objetivo de promover transformações estruturais o Município de Navegantes deverá
desenvolver Projetos de Intervenção Urbana para promover o ordenamento e a reestruturação
urbana em áreas subutilizadas e com potencial de transformação, para maior aproveitamento da
terra urbana e o consequente aumento nas densidades construtivas e demográficas, geração de
centralidades e implantação de novas atividades econômicas e emprego e atendimento às
necessidades de habitação e de equipamentos sociais para a população.
Paragrafo. 1º. As intervenções a serem realizadas nas áreas referidas no “caput” desse artigo
deverão estar baseadas em Projetos de Intervenção Urbana, a serem elaborados
de forma participativa, sob responsabilidade do Poder Público Municipal.
Paragrafo. 2º. Nas áreas contidas nos perímetros dos Projetos de Intervenção Urbana, o
Executivo Municipal poderá promover, a pedido dos proprietários ou por
iniciativa própria, o Reordenamento Urbanístico Integrado, que trata do processo
de reorganização fundiária associado à implantação de projetos de reconhecido
interesse público, no qual os registros imobiliários dos terrenos afetados poderão
ser objeto de unificação para posterior reparcelamento, com a implantação do
projeto urbanístico autorizador da medida, e este instrumento deverá ser
regulamentado por lei específica que deverá conter no mínimo:
I. Definição de percentual mínimo de adesão ao projeto de Reordenamento
Urbanístico Integrado referenciado preferencialmente no número de
proprietários e de imóveis contidos no perímetro de intervenção;
II. Definição do conteúdo mínimo do projeto de Reordenamento Urbanístico
Integrado;
III. Definição dos mecanismos de execução do projeto de Reordenamento
Urbanístico Integrado, em especial as formas de financiamento;
IV. Previsão de contrapartida a ser exigida de forma equitativa a todos os
proprietários dos imóveis contidos no perímetro de intervenção;
V. Previsão de mecanismos de participação, monitoramento e controle
envolvendo obrigatoriamente a sociedade, os proprietários afetados e o
Executivo Municipal;
VI. Previsão de solução habitacional definitiva dentro do perímetro para a
população de baixa renda que estiver inserida no perímetro do projeto de
Reordenamento Urbanístico Integrado.
Paragrafo. 3º. Lei específica poderá autorizará a Prefeitura a estabelecer, nos perímetros
definidos pelos Projetos de Intervenção Urbana, medidas preventivas destinadas
a evitar a alteração das circunstâncias e das condições de fato existentes que
possam comprometer ou tornar mais onerosa a intervenção prevista para o local.
Paragrafo. 4º. As medidas preventivas referidas no § 3º serão apenas as necessárias para a
garantia da integridade dos Projetos de Intervenção Urbana, respeitando-se os
Art. 203. Para promover os objetivos estabelecidos no Art. 202, fica a Prefeitura autorizada a constituir ou
delegar instituição de fundo de investimento imobiliário, instituído nos termos da Lei Federal nº
8.668, de 25 de junho de 1993, ou legislação que venha a sucedê-la, com as seguintes finalidades:
I. Viabilizar a utilização do Reordenamento da Estrutura Urbana incluindo o transporte
coletivo;
II. Gerar novas centralidades urbanas através de investimentos em infraestrutura e
mudanças, implantação de atividades mistas e valorização do território mediante
melhoria da urbanização
III. Instalar a infraestrutura necessária à implantação dos planos urbanísticos e projetos de
intervenção urbana;
IV. Viabilizar eventuais desapropriações;
V. Realizar incorporações imobiliárias;
VI. Implantar projetos de Habitação de Interesse Social e equipamentos sociais.
Seção X
Dos Projetos de Intervenção Urbana
Art. 204. Os Projetos de Intervenção Urbana, elaborados pelo Poder Público objetivam subsidiar e
apresentar as propostas de transformações urbanísticas, econômicas e ambientais nos perímetros
onde forem aplicados os instrumentos de ordenamento e reestruturação urbana, como as
operações urbanas, as áreas de intervenção urbana, áreas de estruturação local e concessão
urbanística.
Paragrafo. 1º. O Projeto de Intervenção Urbana deverá indicar os objetivos prioritários da
intervenção, as propostas relativas a aspectos urbanísticos, ambientais, sociais,
econômico-financeiros e de gestão democrática, dentre as quais:
I. Estudo e definição do perímetro para a realização do Projeto de
Intervenção Urbana;
II. Elaboração de mapas, desenhos e representações visuais, das
intervenções propostas;
III. Indicações dos parâmetros de controle do uso, ocupação e parcelamento
do solo propostos, quando aplicável, para o perímetro do Projeto de
Intervenção Urbana;
IV. As propostas das intervenções urbanas que visam melhorar as condições
ambientais, morfológicas, paisagísticas, físicas e funcionais dos espaços
públicos;
V. Atendimento das necessidades habitacionais e sociais da população de
baixa renda residente na área, afetada ou não pelas intervenções
mencionadas no inciso anterior, com prioridade para o atendimento das
famílias moradoras de áreas de risco sócio ambiental que possam ser
realocadas;
VI. Instalação de serviços, equipamentos e infraestruturas urbanas a serem
ofertadas a partir das demandas existentes, do incremento de novas
densidades habitacionais e construtivas e da transformação nos padrões
COLÉGIO DOS DELEGADOS PARA REVISÃO DO PLANO DIRETOR
MINUTA DO PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR - INSTITUI O PDDSN
89
Sub-Seção I
Das Operações Urbanas Consorciadas
Art. 205. A Prefeitura Municipal de Navegantes poderá realizar Operações Urbanas consorciadas, de acordo
com a Lei Federal nº 10.257, de 2001, com o objetivo de promover, em um determinado
perímetro, transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e valorização ambiental,
previstas no Projeto de Intervenção Urbanística elaborado para a área.
Art. 207. As Operações Urbanas Consorciadas poderão ser criadas apenas por lei específica.
Paragrafo. 1º. São definidas como áreas de interesse para o desenvolvimento de projetos de
intervenção urbana utilizado como instrumentos a Operação Urbana Consorciada:
I- Operação Urbana da “Península do São Pedro” – que tem por objetivo atender os
Itens I, II, III, IV, V, VII e VIII do Art. 206;
II- Operação Urbana da “Centralidade da Avenida Conselheiro João Gaya” – que tem
por objetivo atender os itens I, II, III, V, VI, VII e VIII do Art. 206;
Paragrafo. 2º. As Operações Urbanas Consorciadas de que trata o Parágrafo anterior serão
estruturadas e apresentadas ao Conselho da Cidade de Navegantes para
aprovação e posterior implementação respeitados as condicionantes
estabelecidas nos Art. 210, Art. 211, Art. 212 num prazo máximo de 2 (dois) anos
contados da publicação desta Lei Complementar;
Paragrafo. 3º. No perímetro definido para as Operações Urbanas Consorciadas, enquanto
estiverem em processo de estruturação, serão válidos os parâmetros e índices
urbanísticos básicos igual a 1 (uma) vez a área do lote para qualquer tipo de
atividade excetuando-se os usos institucionais e de hotelaria;
Paragrafo. 4º. Passado o período previsto no Paragráfo 2º deste artigo, sem que o Poder Público
tenha regulamentado a Operação Urbana Consorciada, o perímetro definido
assumira o zoneamento contíguo ou de fundo.
Art. 208. A lei específica que regulamentar cada Operação Urbana Consorciada poderá prever, mediante
contrapartida:
I. A modificação de índices e características de parcelamento, uso e ocupação do solo e
subsolo, bem como alterações das normas edilícias;
II. Formas de regularização de edificações executadas em desacordo com a legislação
vigente.
Art. 209. Nos perímetros de abrangência delimitados pelas leis específicas de criação das operações
urbanas consorciadas, a outorga onerosa do potencial construtivo adicional será regida,
exclusivamente, pelas disposições de suas leis específicas.
Art. 210. A lei específica que regulamentar cada Operação Urbana Consorciada deve atender aos objetivos
e diretrizes estabelecidos nesta lei e conter no mínimo:
I. Delimitação do perímetro de abrangência da Operação Urbana Consorciada;
II. Delimitação do perímetro expandido no qual serão realizados investimentos, com
recursos da própria Operação Urbana Consorciada, que atendam às necessidades
habitacionais da população de baixa renda e melhorem as condições dos sistemas
ambientais, de drenagem, de saneamento e de mobilidade, entre outros;
III. Finalidade da Operação Urbana Consorciada;
IV. Plano urbanístico;
V. Programa básico de intervenções urbanas articulado com as finalidades da Operação
Urbana Consorciada e com o seu plano urbanístico;
VI. Estudo prévio de impacto ambiental, de vizinhança, quando couber, associado aos
estudos necessários à área de intervenção;
VII. Programa de atendimento econômico, social e habitacional para a população diretamente
afetada pela operação;
VIII. Previsão de glebas e terrenos para a produção habitacional de interesse social dentro de
seu perímetro de abrangência ou perímetro expandido;
IX. A regulamentação das condições específicas de aplicação do parcelamento, edificação e
utilização compulsórias para glebas, lotes e edificações subutilizadas, não utilizadas e não
edificadas, de acordo com o previsto nesta lei;
X. Mecanismos de garantia de preservação dos imóveis e espaços urbanos de especial valor
histórico, cultural, arquitetônico, paisagístico e ambiental, protegidos por tombamento
ou lei;
COLÉGIO DOS DELEGADOS PARA REVISÃO DO PLANO DIRETOR
MINUTA DO PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR - INSTITUI O PDDSN
91
Art. 211. Os recursos obtidos pelo Poder Público na forma do inciso XII do artigo anterior serão aplicados
exclusivamente na implantação do Programa de Intervenções Urbanas previsto na lei de criação
da Operação Urbana Consorciada.
Paragrafo. 1º. No mínimo 25% (vinte e cinco por cento) dos recursos arrecadados deverão ser
aplicados em Habitação de Interesse Social no perímetro de abrangência ou, em
área definida como Zona Especial de Interesse Social, fora do perímetro da
Operação Urbana Consorciada, preferencialmente na aquisição de glebas e lotes.
Paragrafo. 2º. Os recursos a que se refere o § 1º deverão ser em sua origem depositados em
conta específica.
Art. 212. A lei específica que criar a Operação Urbana Consorciada poderá prever a emissão pelo Município
de quantidade determinada de Certificados de Potencial Adicional, de Construção, que deverá ter
o controle da destinação e do detentor futuro dos certificados, de Construção, que serão
alienados por chamada pública (edital de venda de potencial construtivo), ou utilizados
diretamente no pagamento das obras, das desapropriações necessárias à implantação do
programa de intervenções, bem como oferecidos em garantia para obtenção de financiamentos
para a implementação da operação.
Paragrafo. 1º. Os Certificados de Potencial Adicional de Construção poderão ser livremente
negociados, mas convertidos em direito de construir unicamente na área objeto
da Operação Urbana Consorciada.
Paragrafo. 2º. A vinculação dos Certificados de Potencial Adicional de Construção poderá ser
realizada no ato da aprovação de projeto de edificação específico para o terreno.
Paragrafo. 3º. A pedido do interessado os Certificados de Potencial Adicional de Construção
poderão ser vinculados diretamente ao terreno, de modo desvinculado da
aprovação da edificação, o que deverá ser objeto de certidão.
Paragrafo. 4º. Apresentado pedido de licença para construir ou para modificação de uso, os
Certificados de Potencial Adicional de Construção serão utilizados no pagamento
da contrapartida correspondente aos benefícios urbanísticos concedidos,
respeitados os limites estabelecidos nas leis de cada Operação Urbana
Consorciada.
Paragrafo. 5º. A lei a que se refere o “caput” deverá estabelecer:
I. A quantidade de Certificados de Potencial Construtivo Adicional de
Construção a ser emitida, obrigatoriamente proporcional ao estoque de
potencial construtivo adicional previsto para a Operação Urbana
Consorciada e de acordo com critérios de flexibilização de parâmetros e
regularizações previstas na OUC;
Sub-Seção II
Da Concessão Urbanística
Art. 213. Com base em autorização legislativa específica, poderá ser realizada concessão para implantar
Projeto de Intervenção Urbana elaborado pelo Poder Público, consideradas as diretrizes do
PDDSN.
Paragrafo. 1º. A implantação poderá ser delegada à empresa estatal municipal ou, mediante
licitação, a empresa ou a conjunto de empresas em consórcio.
Paragrafo. 2º. O Projeto de Intervenção Urbana a que faz referência o “caput” deverá ser
elaborado pelo Executivo previamente à solicitação de autorização à Câmara
Municipal.
Paragrafo. 3º. A concessionária poderá obter sua remuneração mediante exploração:
I. Dos terrenos;
II. Do potencial construtivo a ser utilizado na implantação do Projeto de
Intervenção Urbana;
III. Das edificações destinadas a usos privados que resultarem da obra
realizada;
IV. Da renda derivada da exploração de espaços públicos;
Art. 214. Das receitas acessórias, nos termos que forem fixados no respectivo edital de licitação e contrato
de concessão urbanística.
Paragrafo. 4º. A intervenção nos imóveis particulares para a implantação do Projeto de
Intervenção Urbana, elaborado pelo Executivo dependerá de prévia negociação
com os proprietários dos imóveis diretamente atingidos que, desde que
compatível com a intervenção planejada, poderão ser convidados a realizar, por
conta própria, nos termos e condições determinadas pela delegação realizada
pelo Poder Público ou do competente edital de licitação, a intervenção proposta.
Paragrafo. 5º. A concessão urbanística fica sujeita ao regime jurídico federal das concessões
comuns e das parcerias público-privadas, com as complementações constantes
da legislação específica estadual e municipal.
Paragrafo. 6º. Deverá ser constituído Conselho Gestor próprio, paritário, com representantes do
Poder Público e da sociedade civil para controle social e acompanhamento
contínuo de cada concessão urbanística.
Sub-Seção III
Das Áreas de Intervenção Urbana (AIU)
Art. 215. São territórios passíveis de serem qualificados como áreas de intervenção urbana os perímetros
que se caracterizem como:
I. Áreas urbanizadas que demandem recuperação, reabilitação ou requalificação para aplicação
de programas de desenvolvimento econômico;
II. Áreas com existência de relevantes concentrações de imóveis não utilizados ou subutilizados;
III. Áreas com processos de expansão urbana e de mudanças nos padrões de uso e ocupação do
solo em larga escala;
IV. Áreas compatíveis com processos de remodelagem e reestruturação urbana, econômica, social
e ambiental;
V. Áreas com relevantes conjuntos arquitetônicos e urbanísticos com valor histórico e cultural;
VI. Perímetros de ZEIS, destinados a requalificação urbana com prioridade para a implantação de
HIS;
VII. Qualificação de áreas de acordo com os objetivos da Rede Hídrica e Ambiental, incluindo os
parques propostos e seus entornos.
Paragrafo. 1º. As áreas de intervenção urbana deverão ser propostas pelo Executivo e geridas com a
participação dos proprietários, moradores, usuários permanentes e investidores
públicos e privados, promovendo formas de ocupação mais intensa, qualificada e
inclusiva do espaço urbano combinadas com medidas que promovam o
desenvolvimento econômico, racionalizem e democratizem a utilização das redes de
infraestrutura e a preservação dos sistemas ambientais.
Paragrafo. 2º. O executivo editará por decreto a regulamentação as áreas de intervenção urbana
conterão, no mínimo:
a. Finalidade e delimitação do perímetro de abrangência da AIU;
b. Projeto de Intervenção Urbana, com a definição das intervenções propostas que
atendam as demandas sociais e equacionem os problemas urbanísticos existentes
ou decorrentes da implantação de novas infraestruturas, respeitando e integrando
as áreas de valor histórico, cultural e ambiental;
c. Parâmetros específicos para o controle do uso e ocupação do solo no perímetro da
área de intervenção urbana;
d. Mecanismos de recuperação, para a coletividade, de parte da valorização de
imóveis urbanos decorrentes dos investimentos realizados pelo Poder Público e
para a promoção da justa distribuição dos ônus e benefícios decorrentes do
processo de urbanização;
e. Instrumentos de controle social para a democratização da gestão, com a previsão
de um conselho gestor paritário, formado por representantes do Poder Público e
da sociedade civil;
f. Propostas para ofertar serviços, equipamentos e infraestruturas urbanas
articuladas com o incremento de novas densidades habitacionais e construtivas e
com a transformação nos padrões de uso e ocupação do solo;
g. Mecanismos para integração de políticas setoriais de diferentes níveis de governo,
em especial relacionada com os elementos estruturadores do território;
h. Mecanismos para a implantação compartilhada das intervenções propostas e de
arrecadação de receitas mediante parcerias do Poder Público com o setor privado;
i. Soluções para a provisão de Habitação de Interesse Social para a população de
baixa renda residente dentro das áreas de intervenção urbana ou em sua
vizinhança, com prioridade para o atendimento das necessidades habitacionais das
famílias moradoras de favelas e cortiços, que possam ser realocadas, e das pessoas
que ocupam logradouros e praças públicas;
j. Regulamentação das condições específicas de aplicação do parcelamento,
COLÉGIO DOS DELEGADOS PARA REVISÃO DO PLANO DIRETOR
MINUTA DO PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR - INSTITUI O PDDSN
94
Art. 216. No caso de criação de conta vinculada, os recursos serão aplicados exclusivamente na implantação
do Plano de Intervenções Urbanas previsto na criação da Área de Intervenção Urbana.
Art. 217. Cada Área de Intervenção Urbana poderá prever a quantidade de potencial construtivo adicional
utilizável em seu perímetro de intervenção, com base na estrutura, forma, paisagem,
características e funções urbanas previstas para o local bem como nos parâmetros de uso,
ocupação, parcelamento e edificação propostos.
Art. 218. Os Projetos de Intervenção Urbana poderão ser elaborados e implantados utilizando-se quaisquer
instrumentos de política urbana e de gestão ambiental previstos neste PDDSN, além de outros
deles decorrentes.
Seção XI
Do Estudo e Relatório de Impacto de Vizinhança
Art. 220. O Estudo e Relatório de Impacto de Vizinhança tem por objetivo, no mínimo:
I. Definir medidas mitigadoras e compensatórias em relação aos impactos negativos de
empreendimentos, atividades e intervenções urbanísticas;
II. Definir medidas intensificadoras em relação aos impactos positivos de empreendimentos,
atividades e intervenções urbanísticas;
III. Democratizar o processo de licenciamento urbano e ambiental;
Art. 221. O Estudo e Relatório de Impacto de Vizinhança deverão contemplar os efeitos positivos e
negativos do empreendimento, atividade e intervenção urbanística sobre a qualidade de vida da
população residente, usuária e circulante na área e em suas proximidades incluindo, no mínimo,
a análise sobre:
I. O adensamento populacional e seus efeitos sobre o espaço urbano e a população
moradora e usuária da área;
II. As demandas por serviços, equipamentos e infraestruturas urbanas e comunitárias;
urbana;
III. As alterações no uso e ocupação do solo e seus efeitos na estrutura
IV. Os efeitos da valorização imobiliária no perfil sócio econômico da área e da população
moradora e usuária;
V. Os efeitos na valorização ou desvalorização imobiliária;
VI. A geração de tráfego e de demandas por melhorias e complementações nos sistemas de
transporte coletivo e de circulação não motorizada, em especial de bicicletas e pedestres;
VII. Os efeitos da volumetria do empreendimento e das intervenções urbanísticas propostas
sobre a ventilação, iluminação, paisagem urbana, recursos naturais e patrimônios
culturais do entorno;
VIII. A geração de poluição ambiental e sonora na área;
IX. As águas superficiais e subterrâneas existentes na área;
X. O acúmulo de impactos urbanos, ambientais, socioeconômicos e culturais gerados tanto
pelos empreendimentos, atividades e intervenções urbanísticas propostas quanto já
existentes.
Art. 222. A elaboração do Estudo e Relatório de Impacto de Vizinhança não substitui a elaboração do Estudo
de Impacto Ambiental.
Art. 223. Fica mantida a exigência de elaboração de EIV/RIV para empreendimentos, atividades e
intervenções urbanísticas, mesmo que estejam inseridos em áreas de Operações Urbanas
Consorciadas e Áreas de Intervenção Urbana que já tenham sido licenciadas por meio de EIA/RIMA
ou outro instrumento de licenciamento ambiental.
Art. 224. A Prefeitura deverá exigir dos responsáveis pela realização dos empreendimentos, instalação de
atividades e implantação das intervenções urbanísticas públicas e privadas, obrigados à
apresentação do estudo e relatório nos termos do Art. 221, a execução das medidas mitigadoras,
compensatórias e adaptativas definidas no EIV/RIV.
Art. 225. O EIV/RIV deverá ser objeto de audiência pública promovida pela Prefeitura, previamente à
decisão final sobre o seu licenciamento urbano e ambiental.
Art. 226. Os empreendimentos, atividades e intervenções urbanísticas, públicos ou privados, referidos no
“caput”, que deverão ser objeto de Estudos e Relatórios de Impacto de Vizinhança durante o seu
processo de licenciamento urbano e ambiental são os seguintes:
Tabela (EIV-01)
USO E ATIVIDADES QUE ESTÃO SUJEITA AO ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA
USO ATIVIDADE CONDICIONANTE MÍNIMA
Uso Residencial multifamiliar e/ou hoteleiro Área construída superior a 15.000m² ou acima de 250
unidades habitacionais
Loteamentos Superior a 200 lotes por gleba parcelada
Art. 227. O Executivo deverá editar por decreto, num prazo de até 180 (cento e oitenta dias) a partir da
entrada em vigor da presente lei, norma específica de regulamentação detalhando os objetivos
do EIV/RIV e definir os seus parâmetros, procedimentos, prazos de análise, competência,
conteúdos e formas de gestão democrática a serem adotadas na sua elaboração, análise e
avaliação.
Seção XII
Do Estudo e Relatório de Polo Gerador de Tráfego
Art. 230. O Relatórios de Impacto de Geração de Tráfego– RPGT – Elaboração de documento técnico que
traduz o resultado do Estudo de Impacto de Geração de Tráfego, através de critérios previamente
conhecidos que ateste a condição de geração de tráfego de um determinado empreendimento,
Art. 231. Após a definição das medidas as medidas mitigadoras a serem providenciadas, a Secretaria de
Planejamento Urbano deverá emitir, junto ao processo de licenciamento uma Certidão de
Redução de Impacto - CRI que estabelece as medidas mitigadoras de impacto no tráfego
necessárias para a implantação, reforma ou funcionamento de empreendimentos com atividades
classificados como Polos Geradores de Tráfego.
Paragrafo. 1º. Medidas Mitigadoras são compreendidas como execução de obras, serviços ou
ações exigidos pela Secretaria Planejamento ao empreendedor com o objetivo de
minimizar os impactos da implantação ou do funcionamento de atividades
caracterizadas como Polo Gerador de Tráfego;
Paragrafo. 2º. As medidas mitigadoras deverão estar totalmente sanadas para que seja emitido
alvará de conclusão de obra e/ou alvará de funcionamento.
Paragrafo. 3º. O Executivo deverá editar, por decreto, normas complementares para aplicação
e a regulamentação do EGT/RPGT.
Seção XIII
Dos Instrumentos de Regularização Fundiária
Art. 232. A Prefeitura Municipal de Navegantes, com base nas atribuições previstas no inciso VIII do art. 30
da Constituição da República, na Lei Federal nº 10.257, de 2001 - Estatuto da Cidade, na Lei Federal
nº 11.977, de 7 de julho de 2009 e alterações posteriores, e na legislação municipal que trata de
regularização de loteamentos, parcelamentos do solo e edificações, consolidados até a data de
aprovação desta lei, deverá incorporar os assentamentos precários, favelas, loteamentos
irregulares e áreas de ocupação irregular, visando à sua regularização urbanística e fundiária,
mediante a utilização de instrumentos urbanísticos próprios:
I. Zonas Especiais de Interesse Social;
II. Concessão do Direito Real de Uso;
III. Concessão de Uso Especial para Fins de Moradia;
IV. Usucapião Especial de Imóvel Urbano, Individual ou Coletivo;
V. Demarcação Urbanística;
VI. Legitimação de Posse;
VII. Assistência Técnica, Jurídica e Social Gratuita.
Parágrafo Único. Também são considerados passíveis de regularização fundiária as
propriedades agrícolas localizadas na Macrozona Rural e Macrozona de
Interesse Ambiental, desde que não estejam localizadas em áreas ou parcela de
glebas produtivas, áreas de relevante interesse ambiental, áreas de risco de
deslizamentos ou inundações ou áreas que compreendem os entornos de
nascentes.
Art. 233. O Executivo poderá outorgar título de concessão de uso especial para fins de moradia àquele que,
até 30 de junho de 2001, residia em imóvel público situado em área urbana com até 240m²
(duzentos e quarenta metros quadrados), por 5 (cinco) anos, ininterruptamente e sem oposição,
desde que não seja proprietário ou concessionário de outro imóvel urbano ou rural, de acordo
com art. 1º da Medida Provisória nº 2.220, de 04 de setembro de 2001.
Paragrafo. 1º. O Executivo deverá assegurar o exercício do direito de concessão de uso especial
para fim de moradia, individual ou coletivamente, em local diferente daquele que
gerou esse direito, nas hipóteses de a moradia estar localizada em área de risco
cuja condição não possa ser equacionada e resolvida por obras e outras
intervenções.
Paragrafo. 2º. O Executivo poderá assegurar o exercício do direito de concessão de uso especial
para fins de moradia, individual ou coletivamente, em local diferente daquele que
gerou esse direito, nas hipóteses de:
I. Ser área de uso comum do povo com outras destinações prioritárias de
interesse público, definidas no Plano Diretor;
II. Ser área onde houver necessidade de redução do adensamento por motivo
de projeto e obra de urbanização;
III. Ser área de comprovado interesse da defesa nacional, da preservação
ambiental e da proteção dos ecossistemas naturais;
IV. Ser área reservada à construção de represas e obras congêneres.
Paragrafo. 3º. Para atendimento do direito previsto nos parágrafos anteriores, a moradia deverá
estar localizada próxima ao local que deu origem ao direito de que trata este
artigo, e em casos de impossibilidade, em outro local, desde que haja manifesta
concordância do beneficiário.
Paragrafo. 4º. A concessão de uso especial para fins de moradia poderá ser solicitada de forma
individual ou coletiva.
Paragrafo. 5º. Buscar-se-á respeitar, quando de interesse da comunidade, as atividades
econômicas locais promovidas pelo próprio morador, vinculadas à moradia, como
pequenas atividades comerciais, indústria doméstica, artesanato, oficinas de
serviços e outros.
Paragrafo. 6º. Extinta a concessão de uso especial para fins de moradia, o Poder Público
recuperará o domínio pleno do terreno.
Paragrafo. 7º. É responsabilidade do Poder Público promover as obras de urbanização nas áreas
onde foi obtido título de concessão de uso especial para fins de moradia.
Paragrafo. 8º. O atendimento habitacional em programas de apoio habitacional, tais como
bolsa-aluguel, aluguel social, parceria social, ou por intermédio de indenização
por benfeitorias, dentre outros, será realizado por período determinado e
vinculado ao atendimento definitivo em programa de produção de Habitação de
Interesse Social.
Art. 234. A concessão de uso especial para fins de moradia poderá ser outorgada mediante requerimento
do interessado, dirigido à Secretaria Municipal de Assistência Social.
Art. 235. O Executivo promoverá o plano de urbanização com a participação dos moradores de áreas
usucapidas para a melhoria das condições habitacionais e de saneamento ambiental nas áreas
habitadas por população de baixa renda, usucapidas coletivamente por seus possuidores para fim
de moradia, nos termos da Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da Cidade.
Art. 236. A regularização fundiária de interesse social que envolva apenas a regularização jurídica da
situação dominial do imóvel poderá ser efetivada apenas os documentos necessários à
viabilização do registro do projeto de regularização.
Art. 237. A regularização fundiária em áreas ambientalmente protegidas deverá observar os dispositivos
previstos em legislação pertinente.
Art. 238. Cabe à Prefeitura garantir assistência técnica, jurídica, urbanística e social gratuita à população,
indivíduos, entidades, grupos comunitários e movimentos na área de Habitação de Interesse
CAPÍTULO II
DA INTEGRAÇÃO E INTERRELAÇÃO DAS POLÍTICA PÚBLICAS
DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Art. 239. O Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável de Navegantes – PDDSN se complementa pelas
políticas setoriais relacionadas ao desenvolvimento municipal sustentável, em especial para as
áreas urbanizadas ou em processo de urbanização, cuja integração e inter-relação devem ser
coordenadas e implementadas pelo Poder Executivo, através de planos setoriais, para cumprir os
objetivos e diretrizes desta Lei Complementar.
Parágrafo Único. As políticas do desenvolvimento municipal sustentável tratados nesta lei, no
âmbito do ordenamento territorial, devem estas relacionadas ou devem fazer
parte, de forma direta ou indireta nos planos cujos objetivos setoriais tratem das
seguintes estratégias:
I- Para a Promoção do Desenvolvimento Social
II- Para a Promoção da Inovação e do Desenvolvimento Econômico Sustentável;
III- Para a Promoção da Habitação Social;
IV- Para a Disponibilidade de Infraestrutura e dos Equipamentos Urbanos e Sociais;
V- Para a Gestão do Sistema Ambiental;
VI- Para a Promoção do Saneamento Básico e Ambiental;
VII- Para a Estruturação da Mobilidade Urbana
VIII- Da Estruturação do Sistema de Unidades de Conservação, das Áreas Verdes e
dos Espaços Livres;
IX- Para a Proteção ao Patrimônio Material e Imaterial;
Art. 240. O Executivo deverá promover a atualização dos planos setoriais já existentes e, elaborar os ainda
não existentes, elencados no Art. 274, num prazo máximo de até 2 (dois) anos, a contar da
aprovação da presente Lei.
Parágrafo Único. A atualização ou formulação dos planos setoriais deverão seguir o que as
diretrizes e objetivos estabelecidos na presente lei.
TÍTULO VI
DA ESTRUTURA URBANA E AMBIENTAL
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 241. Conforme definições estabelecidas nesta lei complementar, integram a estrutura urbana e
ambiental do Município:
CAPÍTULO II
DO SISTEMA MUNICIPAL DE MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE URBANA
Art. 242. O Sistema de Mobilidade e Acessibilidade Urbanas é definido pelo conjunto de serviços,
equipamentos, infraestruturas e instalações operacionais necessárias à ampla mobilidade de
pessoas, bens, mercadorias e cargas pelo território municipal.
Seção I
Da Estruturação dos Sistemas Viário e Hidroviário Municipais
Art. 244. O Sistema Viário Municipal compõe-se do conjunto de vias terrestres, que obedecerá à hierarquia
e às diretrizes a serem regulamentadas em leis específicas atendendo ao disposto no Plano
Municipal de Mobilidade Urbana e na Lei Federal nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 – Código
de Trânsito Brasileiro, a saber:
I- vias de trânsito rápido;
II- vias arteriais;
III- vias coletoras;
IV- vias locais;
V- ciclovias;
VI- vias de circulação de pedestres.
Art. 245. As prioridades para melhoria e implantação de vias serão determinadas pelas necessidades do
transporte coletivo, pela complementação de ligações entre bairros, pela estruturação de um
sistema viário preferencial para transporte de cargas e pela integração entre os municípios da
Região da Foz do Rio Itajaí.
Art. 246. O Município deverá regulamentar o estacionamento de veículos privados e de transporte fretado
nas vias, o serviço de táxis e lotações, a implantação de vias destinadas ao trânsito de bicicletas,
COLÉGIO DOS DELEGADOS PARA REVISÃO DO PLANO DIRETOR
MINUTA DO PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR - INSTITUI O PDDSN
103
Art. 247. O passeio, como parte integrante da via pública, e as vias de pedestre destinam-se exclusivamente
à circulação dos pedestres com segurança e conforto, nelas sendo garantida a acessibilidade
universal.
Parágrafo Único. A forma utilização dos passeios públicos e das vias de pedestres, incluindo a instalação de
mobiliário urbano, deverá ser objeto de lei específica.
Art. 248. A realização de atividades temporárias que sejam geradoras de tráfego e a implantação e o
funcionamento de polos de atração para o trânsito e transporte, que demandem transporte
coletivo ou individual, de pessoas ou de cargas, serão regulamentadas por lei.
Art. 249. A circulação e presença de cargas perigosas transitórias ou em trânsito em locais públicos ou
privados, no território do Município, deverão ser objeto de regulamento específico.
Art. 250. A instalação ou a reforma com ampliação da capacidade de aeródromos, aeroporto, heliportos,
terminais portuários, terminais rodoviários, terminais de ferry boat, terminais ou pátios de
containers e estações aduaneiras de interior ficarão condicionadas à apresentação de Estudo e
Relatório de Impacto Ambiental – EIA/RIMA e Estudo de Geração de Tráfego - EGT.
Art. 251. O Sistema Hidroviário Municipal comporá um conjunto de vias navegáveis, naturalmente ou após
a realização de obras, compostas pelos canais fluviais e estuarinos, que obedecerão a hierarquia
e as diretrizes a serem definidas e regulamentadas pelo Município em leis específicas, atendendo
às diretrizes locais, as da Política Nacional de Transporte Hidroviário elaborada a partir das metas
do Plano Nacional de Logística e Transportes em alinhamento com o Plano Nacional sobre
Mudanças do Clima e do Plano de Mobilidade Regional.
Art. 252. O Município regulamentará o Sistema Hidroviário Municipal para o fomento à navegação interior,
visando o transporte de cargas e passageiros, em consonância com o plano nacional, regional ou
metropolitano e também com a navegação de lazer e implantação de marinas como a garantia
dos usos múltiplos das águas, planejamento integrado dos recursos hídricos em integração com
as esferas de governo para o setor.
Seção II
Da Estruturação do Sistema de Transporte Coletivo
Art. 253. O Sistema de Transporte Coletivo é composto pelo conjunto de modais de transporte e serviços
que realizam o serviço público de transporte de passageiros, acessível a toda a população
mediante pagamento individualizado, com itinerários e preços fixados pelo Poder Público,
conforme as definições da legislação federal pertinente.
Seção III
Da Estruturação do Sistema Cicloviário
Art. 255. O Sistema Cicloviário é caracterizado pela circulação de veículos não motorizados e movidos a
tração humana, que devem ser articulados ao sistema de transporte coletivo público e programas
de incentivo ao uso de bicicletas como meio de transporte urbano.
CAPÍTULO III
DO SISTEMA MUNICIPAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO, DAS ÁREAS VERDES E DOS ESPAÇOS LIVRES
Art. 257. O Sistema Municipal de Unidades de Conservação – SMUC, das Áreas Verdes e dos Espaços Livres
é definido pelo conjunto de espaços de proteção ambiental, de interesse ambiental e áreas
verdes, espaços vegetados ou não, destinados à implantação de áreas verdes e/ou de áreas livres
sem vegetação, de propriedade pública ou privada, delimitados em lei específica, tendo como
objetivos proteção e preservação da qualidade ambiental e o desenvolvimento sustentável do
Município.
Art. 258. Os Sistemas Municipais Unidades de Conservação, as Áreas Verdes e de Espaços Livres compõem-
se de:
Art. 259. As áreas de proteção ambiental, as áreas de proteção permanente, as reservas privadas de
parques naturais – RPPNs, os parques, as áreas verdes e os espaços livres a serem implantados
integrarão o Sistema Municipal de Unidades de Conservação, das Áreas Verdes e dos Espaços
Livres.
Art. 260. Nos espaços livres de arruamento e de áreas verdes públicas, existentes e futuras, integrantes dos
Sistema Municipal de Unidades de Conservação, das Áreas Verdes e dos Espaços Livres, poderão
ser implantadas instalações de lazer e recreação de uso coletivo, obedecendo-se os parâmetros
urbanísticos fixados em lei específica.
CAPÍTULO IV
DO SISTEMA MUNICIPAL DE SANEAMENTO AMBIENTAL
Art. 261. O Sistema de Saneamento Ambiental é composto pelos serviços, equipamentos, infraestruturas e
instalações operacionais necessárias para viabilizar:
Seção I
Da Estruturação do Sistema de Abastecimento de Água
Art. 262. O Sistema de Abastecimento de Água é composto pelos sistemas necessários ao abastecimento
de água potável.
Seção II
Da Estruturação do Sistema de Esgotamento Sanitário
Art. 264. O Sistema de Esgotamento Sanitário é composto pelos sistemas e redes públicas necessárias à
coleta, condução, tratamento e emissão dos efluentes sanitários.
Paragrafo. 1º. Enquanto o Município não dispuser de sistema de coleta e tratamentos público dos
esgotos sanitários, deverá exigir e fiscalizar diretamente ou através da empresa ou
organização responsável a implantação do sistemas individuais ou coletivos de
tratamento de esgotos domésticos com eficiência de redução de DBO (Demanda
Biológica de Oxigênio) pode variar de no mínimo 70%, para DQO (Demanda Química
de Oxigênio) de 70%; para sólidos suspensos, de 80% e para sólidos sedimentáveis,
70% observando as normas NBR 7229/93 e 13969/97.
Paragrafo. 2º. Os projetos de parcelamento do solo e de edificações multifamiliares, edificações de
uso misto, edificações de uso industrial, edificações destinadas a hospedagem,
terminais de passageiros, edificações com fins logísticos, edificações com finalidade
institucional e ainda aquelas edificações que sejam utilizados de forma temporária
ou em caráter precário mas que reúnam de pessoas, as instalações de esgoto
sanitário deverão submeter previamente as normas e aprovação da FUMAN.
Paragrafo. 3º. Para tratamento residencial unifamiliar são admitidos tratamentos biológicos a nível
secundários podendo ser os seguintes sistemas:
a- fossa/tanque séptico, filtro anaeróbio e clorador;
b- fossa séptica e biodigestor;
c- tanque séptico e zona de raízes.
Seção III
Da Estruturação do Sistema de Drenagem
Art. 265. O Sistema de Drenagem é definido pelo conjunto formado pelas características geológicas-
geotécnicas e do relevo e pela infraestrutura de macro e microdrenagem instaladas e projetadas.
Seção IV
Da Estruturação do Sistema de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
Art. 267. O Sistema de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos é definido pelo conjunto de serviços públicos
relacionados à coleta, disposição e tratamento de resíduos sólidos, bem como à sua gestão.
Art. 268. O Sistema de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos compõe-se, entre outros, de:
CAPÍTULO V
DO SISTEMA MUNICIPAL DE EQUIPAMENTOS URBANOS E SOCIAIS
Art. 269. O Sistema Municipal de Equipamentos Urbanos e Sociais é composto pelas redes de
equipamentos públicos operados pelas políticas sociais setoriais voltados para a efetivação e
universalização de direitos sociais, compreendidos como direito do cidadão e dever do Estado,
com participação da sociedade civil nas fases de decisão, execução e fiscalização dos resultados.
Art. 271. O Poder Executivo deverá realizar coleta, inventário, sistematização, produção de indicadores
georreferenciados e formulação de diagnósticos dos equipamentos urbanos e sociais, bem como
dos próprios municipais de forma articulada ao Sistema de Informações Geográficas do Município
– SIG/Navegantes, visando implementar a gestão democrática conforme disposto no Título VIII e
seus respectivos Capítulos e Artigos, garantindo a transparência sobre os serviços públicos
oferecidos no Município, disponibilizando dados, indicadores e metas de resultado, ampliando a
cultura de cidadania.
Art. 272. A política municipal de desenvolvimento urbano deve priorizar a oferta e o funcionamento dos
equipamentos urbanos e sociais de que trata este capítulo, adequados às necessidades dos
moradores de cada bairro.
TÍTULO VII
DA POLÍTICAS E PLANOS SETORIAIS
CAPÍTULO I
DA DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 273. Os projetos, programas, objetivos, diretrizes, ações e metas criados de acordo com os
planos setoriais definidos nesta Lei Complementar, compõem as políticas públicas setoriais.
Art. 274. Para fins de aplicação desta Lei Complementar, serão utilizados como elementos de
orientação das Políticas e Plano Setoriais:
Seção I
Da Habitação e Regularização Fundiária
Sub-Seção I
Da Política Municipal de Habitação
Art. 275. A Política Municipal de Habitação tem como princípio a moradia digna como direito e vetor de
inclusão social, garantindo um padrão e habitabilidade com inserção urbana que permita o
atendimento pelos sistemas de infraestrutura, saneamento ambiental, mobilidade e
equipamentos públicos que assegurem o exercício pleno da cidadania.
Art. 277. Poderá ser estabelecida, em lei, como exigência para o licenciamento de empreendimentos
imobiliários ou atividades econômicas de grande porte ou implantação de planos e projetos
urbanísticos, a doação de áreas ao Município para fins de produção de HIS na Macroárea do
empreendimento.
Art. 278. Cabe ao Município garantir assistência técnica, jurídica, urbanística e social gratuita à população,
indivíduos, entidades, grupos comunitários e movimentos na área de Habitação de Interesse
Social – HIS, buscando promover a inclusão social, jurídica, ambiental e urbanística da população
de baixa renda, particularmente nas ações visando à regularização fundiária e qualificação de
assentamentos precários existentes.
COLÉGIO DOS DELEGADOS PARA REVISÃO DO PLANO DIRETOR
MINUTA DO PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR - INSTITUI O PDDSN
110
Parágrafo Único. A assistência técnica pública e gratuita será implementada por lei específica,
conforme disposto na Lei Federal nº 11.888, de 24 de dezembro de 2008.
Art. 279. Na implementação da Política Municipal de Habitação de Interesse Social deverá ser garantida a
integração dos cadastros das famílias atendidas pelos projetos de provisão habitacional e de
regularização fundiária, objetivando impedir a duplicidade de atendimento.
Sub-Seção II
Da Política Municipal de Regularização Fundiária
Art. 280. A Regularização Fundiária consiste no conjunto de medidas jurídicas, urbanísticas, ambientais
e sociais que visam à regularização de assentamentos irregulares e à titulação de seus ocupantes,
de modo a garantir o direito social à moradia, o pleno desenvolvimento das funções sociais da
propriedade urbana e o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, conforme
disposto na Lei Federal nº 11.977, de 07 de julho de 2009 e legislação pertinente.
Art. 281. A regularização fundiária será implementada nos termos do Capítulo III da Lei Federal nº
1197, de julho de 2009, e da legislação pertinente que disciplina os procedimentos para
regularização de assentamentos urbanos consolidados no Município de Navegantes, inseridos
em zonas urbanas ou de expansão urbana.
Art. 282. A regularização fundiária e urbanística dos assentamentos urbanos deve atender às políticas
ambientais, de redução de risco e de habitação, garantindo a função social da propriedade
urbana.
Art. 283. Para cada assentamento urbano deverá ser elaborado um projeto específico de regularização
fundiária, segundo procedimentos previstos na legislação municipal.
Art. 284. Os projetos de regularização fundiária de Interesse Social e de Interesse Específico deverão
considerar as características da ocupação e da área ocupada para definir parâmetros urbanísticos
e ambientais nos termos da Lei Federal nº 11.977, de 07 de julho de 2009, da Lei Federal nº
12.651, de 25 de maio de 2012.
Art. 285. Os projetos de regularização fundiária de Interesse Social deverão ser articulados a estratégias
de controle da ocupação irregular articulados e coordenados pelo Conselho Municipal de
Habitação.
Seção II
Da Política Municipal De Mobilidade Urbana
Parágrafo Único. A Política de Mobilidade Urbana deve atender ao previsto na Lei Federal nº
10.257, de 10 de julho de 2001 – Estatuto da Cidade, e na Lei Federal nº 12.587, de
3 de janeiro de 2012, que instituiu as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade
Urbana, consubstanciada na implementação e constante atualização do PLANMOB
- Plano de Mobilidade Urbana de Navegantes.
Art. 287. A Mobilidade Urbana têm por objetivo contribuir para o acesso universal à cidade, o fomento e a
concretização das condições que contribuam para a efetivação dos princípios, objetivos e
diretrizes da política de desenvolvimento urbano, de forma a:
Seção III
Da Política Municipal De Saneamento
Art. 288. A Política Municipal de Saneamento tem por objetivo contribuir para o acesso universal à água
potável e saneamento básico, contribuindo para a efetivação dos princípios, objetivos e diretrizes
da política de desenvolvimento urbano, de forma a:
Art. 289. A Política Municipal de Resíduos Sólidos tem por objetivo contribuir para a ampliação da melhoria
de qualidade de vida dos cidadãos, visando ao atendimento às diretrizes preconizadas pela Lei
Federal n° 12.305, de 2 de agosto de 2010, que estabelece a política nacional de resíduos sólidos,
contribuindo para a efetivação dos princípios, objetivos e diretrizes da política de
desenvolvimento urbano, de forma a:
Seção IV
Da Política Municipal de Redução de Riscos
Art. 290. A Política Municipal de Proteção e Defesa Civil, implantada com base no “Plano Municipal de
Proteção e Defesa Civil”, abrange ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta e
recuperação e deverá integrar-se às políticas de ordenamento territorial, desenvolvimento
urbano, meio ambiente, saúde, recursos hídricos, mudanças climáticas, educação, ciência e
tecnologia e demais políticas setoriais, com o objetivo de reduzir os riscos naturais e antrópicos,
promover a segurança da comunidade e minimizar os danos decorrentes de eventos adversos,
visando ao desenvolvimento sustentável.
Parágrafo Único. A Gestão dos Riscos, coordenada pelo órgão municipal de proteção e defesa civil
e entendido como o conjunto de medidas jurídicas e de ações do setor público e da
sociedade, será baseada em estudos técnicos, incluindo Monitoramento
Meteorológico, Mapas de Suscetibilidades, Cartas Geotécnicas e Plano Municipal
de Redução de Riscos – PMRR, dentre outros, que visam garantir a redução dos
riscos de desastres em todo o território municipal, a minimização dos impactos
adversos decorrentes de atividades humanas e dos processos naturais, e
constituem estratégia de formação de uma sociedade resiliente.
Art. 291. O Plano Municipal de Redução de Riscos – PMRR deverá ser elaborado num prazo de 1 ano
contados da entrada em vigor desta Lei Complementar, contendo mapeamento e classificação de
áreas e de moradias em situação de risco, deverá ser anualmente atualizado sob coordenação do
órgão municipal de defesa civil, de forma a subsidiar e orientar as ações de redução de risco que
incluem ações estruturais, como execução e manutenção de adequados sistemas de drenagem,
intervenções de estabilização de taludes e de encostas, remoção de moradias em situações de
risco alto ou muito alto, e ações e obras de recuperação de áreas degradadas, além de medidas
não estruturais.
§ 2º O Plano Municipal de Redução de Riscos – PMRR deverá articular-se aos Planos setoriais
correspondentes, incluídos os Planos Municipais de Habitação, Recuperação e Conservação da
Áreas de Preservação e de Interesse Ambiental, Regularização Fundiária e Saneamento, dentre
outros.
Seção V
Da Política Municipal do Meio Ambiente
Art. 292. É dever do Poder Público e da coletividade proteger o meio ambiente para a presente e as futuras
gerações, garantindo:
Art. 293. A elaboração e implementação do “Plano Municipal de Conservação e Recuperação das Matas e
Áreas Verdes” deve ter como diretriz a valorização da paisagem e da estruturação dos espaços
públicos, ampliando a qualidade e caracterização do patrimônio ambiental.
Art. 294. A Política de Meio Ambiente deve buscar a otimização do consumo energético, a partir do
estabelecimento de metas para a redução do consumo de energia e fomento ao uso de energia
gerada através de outras fontes renováveis, por meio do Plano de Eficiência Energética.
Seção VI
Da Política Municipal De Arborização Urbana
Art. 295. O “Plano Municipal de Arborização Urbana” deverá ser o principal instrumento da política
municipal de arborização, e terá os seguintes objetivos:
I- criar condições para a rápida implantação dos Planos de Arborização e Manejo e do Código
Municipal de Meio Ambiente;
II- ampliar as Áreas Verdes Urbanas por meio da implantação de adensamento da arborização
pública, da implantação de áreas ajardinadas e arborizadas, seja por meio do Poder Público ou
através de compensações originadas de fontes causadoras de impacto ambiental e de
vizinhança, com mecanismos criados para esse fim;
III- incentivar a criação de áreas verdes particulares;
IV- ampliar a arborização de praças, parques e espaços livres de uso público, bem como de
calçadas e canteiros centrais e incrementar a criação de parques lineares;
V- atuar como instrumento de planejamento para a implantação de uma política de plantio,
preservação, manejo e expansão da arborização da cidade;
VI- inventariar georreferenciadamente a arborização existente para ser a base da ampliação da
arborização pública, que se iniciará pelas áreas mais carentes de vegetação arbórea;
VII- elaborar cadastro de cada espécime da Arborização Pública, com base no Inventário, servindo
este como histórico das ações empreendidas em cada vegetal de modo a facilitar as ações de
manejo.
Seção VII
Da Política Municipal De Gestão Climática
Art. 296. Em função de sua localização como território estratégico para o monitoramento das atividades
relativas ao clima, o Município de Navegantes deverá estabelecer parcerias locais, em especial
com os operadores aeroportuário e portuário, para desenvolver, num prazo máximo de 24 (vinte
e quatro meses) após a vigência da presente Lei Complementar, o “Plano Climático Territorial”,
com a finalidade de diagnosticar o perfil climático e previsão de eventos climáticos e a qualidade
do ar na cidade, em conjunto com a implantação do sistema de monitoramento ambiental e
climático, com o objetivo de garantir a qualidade ambiental do território.
Art. 297. O desenvolvimento das atividades de implantação do “Plano Climático Territorial” será feito por
meio de:
Seção VIII
Da Política Municipal Da Paisagem Urbana
Art. 298. Para fins de aplicação desta Lei Complementar, considera-se paisagem urbana o espaço aéreo e
a superfície externa de qualquer elemento natural ou construído, tais como edifícios, anteparos,
construções e superfícies aparentes de equipamentos de infraestrutura, de segurança e de
veículos automotores, anúncios de qualquer natureza, elementos de sinalização urbana,
equipamentos de informação e comodidade pública e logradouros públicos, visíveis por qualquer
observador situado em áreas de uso comum do povo.
Art. 299. As ações públicas e privadas com interferência na paisagem urbana deverão atender ao interesse
público, em consonância com os direitos fundamentais da pessoa humana e as necessidades de
conforto ambiental, com a melhoria da qualidade de vida urbana, conforme os seguintes
objetivos:
Art. 300. São diretrizes da política municipal para preservação e melhoria da paisagem urbana:
Art. 301. O uso do espaço aéreo de logradouros públicos será regulamentado por lei específica, observadas
as precauções atinentes aos impactos urbanísticos e ambientais, bem como a garantia da justa
recuperação da valorização imobiliária resultante deste uso, pelo Município, quando esta
valorização for constatada mediante laudo técnico específico.
Seção IX
Da Política Municipal do Patrimônio Cultural
Art. 302. Ficam definidas como estratégias da Política de Patrimônio Cultural a preservação e proteção dos
bens tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação e
à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem as
formas de expressão, os modos de criar, fazer e viver, as criações científicas, artísticas e
tecnológicas, as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às
manifestações artístico-culturais, os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico,
artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico, nos termos do artigo 216 da
Constituição Federal.
Art. 303. Para a promoção das estratégias descritas no artigo anterior, no tocante ao patrimônio cultural,
natural e construído, conforme as cartas patrimoniais da UNESCO, podem ser implantados os
seguintes mecanismos, de acordo com as seguintes etapas do trabalho:
I- Diagnóstico:
a- identificação;
b- cadastro;
c- catálogo;
d- pré-inventário;
e- inventário.
II- Intervenção:
a- conservação;
b- demolição;
c- preservação;
d- restauração;
e- reabilitação;
f- requalificação;
g- revitalização.
Art. 304. Constitui objetivo da Política de Patrimônio Cultural promover ações de incentivo à proteção e
conservação dos bens imateriais, conforme o disposto no inciso II do artigo anterior, de notório
valor reconhecido pelo Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Cultural de Navegantes.
TÍTULO VIII
DA GESTÃO DEMOCRÁTICA E DO SISTEMA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO URBANO
CAPITULO I
DOS COMPONENTES DO SISTEMA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO URBANO
Art. 305. A gestão democrática da cidade, direito da sociedade e essencial para a concretização de suas
funções sociais, será realizada mediante processo permanente, descentralizado e participativo de
planejamento, controle e avaliação, e será o fundamento para a elaboração, revisão,
aperfeiçoamento, implementação e acompanhamento do PDDSN e de planos, programas e
projetos setoriais, regionais, locais e específicos.
Art. 306. O Sistema Municipal de Planejamento será implementado pelos órgãos da Prefeitura,
assegurando a participação direta da população em todas as fases de planejamento e gestão
democrática da cidade e garantindo as instâncias e instrumentos necessários para efetivação da
participação da sociedade na tomada de decisões, controle e avaliação da política, sendo
composto por:
I. Órgãos públicos;
II. Sistema municipal de informação;
III. Instâncias e instrumentos de participação social.
Art. 308. O Executivo garantirá os recursos e procedimentos necessários para a formação e manutenção
dos quadros necessários no funcionalismo público para a implementação desta lei.
Art. 309. A gestão democrática compreende a participação dos munícipes no processo de planejamento
da cidade, garantindo a transparência, o acesso à informação, a participação e aos preceitos da
gestão democrática.
Art. 310. O Executivo promoverá a cooperação com municípios vizinhos e com órgãos estaduais, visando
formular políticas, diretrizes, planos, projetos e ações conjuntas destinadas à superação de
problemas setoriais ou regionais comuns, bem como firmar convênios ou estabelecer consórcios
para articulação com o Governo do Estado e o Governo Federal, no gerenciamento e
implementação de projetos urbanísticos, na aplicação conjunta de recursos e na regularização e
administração das áreas remanescentes.
CAPÍTULO II
DAS INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR
Seção I
Da Conferência Municipal da Cidade de Navegantes
Art. 311. A Conferência Municipal da Cidade de Navegantes, convocada pelo Executivo, observará o
calendário nacional e será articulada com o Sistema de Participação do Ministério das Cidades,
representando etapa preparatória para as conferências estadual e nacional, ou no mínimo a
cada 3 (três) anos.
Paragrafo. 3º. A composição e as atribuições da Comissão Preparatória Municipal deverão
respeitar as resoluções do Conselho das Cidades, do Ministério das Cidades.
Paragrafo. 4º. Caberá à Conferência Municipal:
I. Debater as pautas nacionais, estaduais, metropolitanas e municipais
propostas para a Política de Desenvolvimento Urbano;
II. Avaliar e propor diretrizes para a Política de Desenvolvimento Urbano do
Município;
III. Sugerir propostas de alteração da Lei do Plano Diretor de Desenvolvimento
Sustentável de Navegantes - PDDSN e da legislação urbanística
complementar a serem consideradas no momento de sua modificação ou
revisão.
Paragrafo. 5º. O Prefeito poderá convocar extraordinariamente a Conferência Municipal da
Cidade para:
I. Eleger membros da sociedade civil para o Conselho da Cidade de
Navegantes, a cada 2 (dois) anos.
II. Avaliar ou debater uma pauta da sua competência.
Seção II
Do Conselho da Cidade de Navegantes
Sub-Seção I
Da Composição do Conselho da Cidade de Navegantes
Art. 312. O Conselho da Cidade de Navegantes, órgão colegiado integrante da estrutura da Secretaria de
Planejamento Urbano, tem por finalidade estudar e propor diretrizes para a formulação e
implementação da Política Municipal de Desenvolvimento Urbano, bem como acompanhar e
avaliar sua execução, conforme dispõe a Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001.
Paragrafo. 1º. O Conselho da Cidade de Navegantes será composto por 27 (vinte e sete)
membros titulares e respectivos suplentes, representantes do Poder Público e da
sociedade civil, organizados por segmentos, com direito a voz e voto, a saber:
I. 10 (dez) membros representantes de órgãos do Poder Público indicados pelo
Prefeito, sendo no mínimo:
a. 3 (três) membros da Secretaria de Planejamento Urbano;
b. 1 (um) membro da Secretaria de Assistência Social;
c. 1 (um) da Secretaria de Obras;
d. 1 (um) membro da Secretaria de Finanças;
e. 1 (um) membro da Procuradoria Geral do Município,
f. 1 (um) membro da FUMAN – Fundação Municipal de Meio Ambiente
de Navegantes;
g. 1 (um) membro da secretaria de Assistência Social e;
h. 1 (um) membro da Secretaria de Educação.
Paragrafo. 2º. Terão assento, com direito a voz no Conselho da Cidade de Navegantes:
I. 2 (dois) representantes de órgãos estaduais com atuação regional;
II. 1 (um) representante da Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí
– AMFRI ou Federação Catarinense dos Municípios - FECAM.
III. 2 (dois) representantes de órgãos federais com atuação regional.
IV. 1 (um) representante do Observatório Social de Navegantes.
V. 1 (um) representante da responsável pelo sistema de água e esgoto.
VI. 1 (um) representante do operador de transporte coletivo.
Paragrafo. 3º. O Prefeito Municipal indicará a Presidência do Conselho da Cidade de
Navegantes.
Paragrafo. 4º. No caso de empate nas deliberações, caberá ao Presidente o voto de qualidade.
Paragrafo. 5º. O Executivo regulamentará por decreto o processo eleitoral para a eleição dos
representantes da sociedade civil.
Paragrafo. 6º. Os representantes da sociedade civil serão eleitos pelos seus pares mediante
processo coordenado por comissão eleitoral paritária do Conselho da Cidade de
Navegantes.
Paragrafo. 7º. Na primeira eleição após a aprovação da presente Lei, será o Colégio dos
Delegados eleito na 1ª. Conferência extraordinária da Cidade de Navegantes o
responsável pela coordenação eleitoral.
Paragrafo. 8º. Para eleição dos representantes da sociedade civil, será garantido direito a voto
a todo e qualquer cidadão com título eleitoral, sem necessidade de pré-
cadastramento;
Paragrafo. 9º. Para os representantes das esferas governamentais, concessionárias e
observatório social, com direito a voz, eles serão indicados pela instituição que
representam.
Paragrafo. 10º. O mandato dos conselheiros será de dois anos, sendo permitida apenas uma
recondução sucessiva.
Art. 313. O Conselho da Cidade de Navegantes reunir-se-á ordinariamente a cada dois meses e
extraordinariamente de acordo com a necessidade, sendo suas regras de funcionamento
estabelecidas em Regimento Interno.
Paragrafo. 1º. As reuniões do Conselho da Cidade de Navegantes poderão ser acompanhadas
por qualquer munícipe e a documentação decorrente das reuniões deverá ser
publicada no portal eletrônico da Prefeitura no prazo de 15 (quinze) dias após a
sua realização.
Paragrafo. 2º. As datas, horários e pautas das reuniões serão disponibilizadas no portal
eletrônico da Prefeitura para pleno acesso público com, no mínimo, 7 (sete) dias
de antecedência de sua realização.
Art. 314. O Conselho da Cidade de Navegantes deverá ser eleito em até 1 (um) ano após a aprovação da
presente lei.
Paragrafo. 1º. Até que o Conselho da Cidade seja eleito, conforme estabelecido no Art. 312
caberá ao Colégio dos Delegados de Navegantes para Revisão do Plano Diretor,
eleitos na 1ª. Conferência extraordinária de Navegantes, assumir o papel do
Conselho da Cidade, extraordinariamente e transitoriamente, especialmente
para:
I. Dirimir dúvidas que eventualmente sujam na aplicação da presente lei;
II. Debater e elaborar propostas de ajustes a eventuais conflitos que a lei
demonstrar na sua pratica;
III. Atender ao estabelecido no Art. 312.
Paragrafo. 2º. Findo o prazo de um ano, o Colégio do Delegados se extingue, ficando excluída a
possibilidade de extensão do mandato dos delegados e das funções
extraordinárias do Colégio.
Sub-Seção II
Das Atribuições do Conselho da Cidade de Navegantes
Art. 315. Competem ao Conselho da Cidade de Navegantes, dentre outras, as seguintes atribuições:
I. Acompanhar a execução da Política de Desenvolvimento Urbano do Município veiculada
por intermédio do PDDSN;
II. Debater e apresentar sugestões à proposta de alteração do Plano Diretor Estratégico;
III. Debater e elaborar propostas de projetos de lei de interesse urbanístico e
regulamentações decorrentes desta lei;
IV. Apreciar relatório emitido pelo Executivo com a indicação das ações prioritárias previstas
no PDE e especialmente indicadas para execução no exercício do ano seguinte,
identificando os programas passíveis de serem financiados pelo FMDU e indicando a
necessidade de fontes complementares;
V. Encaminhar ao Executivo ao final de cada gestão, para subsidiar a elaboração do
Programa de Metas do próximo Governo, memorial sugerindo prioridades no tocante à
implantação do PDDSN;
VI. Debater as diretrizes para áreas públicas municipais;
VII. Aprovar os projetos que terão como fonte de recursos o Fundo Municipal de
Desenvolvimento Urbano – FMDU;
VIII. Acompanhar a aplicação dos recursos arrecadados pelo Fundo Municipal de
Desenvolvimento Urbano – FMDU;
IX. Acompanhar a prestação de contas do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano –
FMDU;;
X. Promover a articulação entre os conselhos municipais, em especial dos Conselhos de
Habitação, Saneamento, Meio Ambiente, Trânsito e Transportes, Patrimônio Histórico,
Cultural e Ambiental, além dos Conselhos Participativos Municipais;
XI. Encaminhar ao Executivo orientações, propostas e ações voltadas ao desenvolvimento
urbano;
XII. Apresentar, debater e aprovar sugestões às propostas de Área de Intervenção Urbana e
Operação Urbana;
XIII. Apresentar, debater e aprovar sugestões às propostas de Parcerias Público-Privadas
quando diretamente relacionadas com os instrumentos referentes à implementação do
PDDSN;
CAPÍTULO III
DOS INSTRUMENTOS DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL
Seção I
Das Audiências Públicas
Art. 316. A Prefeitura realizará audiências públicas por ocasião do processo de licenciamento de
empreendimentos, para os quais sejam exigidos estudos e relatórios de impacto de vizinhança.
Paragrafo. 1º. Todos os documentos relativos ao tema da audiência pública, tais como estudos,
plantas, planilhas e projetos, serão colocados à disposição de qualquer
interessado para exame e extração de cópias, inclusive por meio eletrônico e em
formato aberto, com antecedência mínima de 10 (dez) dias da realização da
respectiva audiência pública.
Paragrafo. 2º. As intervenções realizadas em audiência pública deverão ser registradas para
acesso e divulgação públicos em até 20 (vinte) dias da sua realização e deverão
constar no respectivo processo administrativo.
Paragrafo. 3º. O Executivo dará ampla publicidade aos resultados advindos das audiências
públicas que promoverá, especialmente indicando as medidas adotadas em
função das opiniões e manifestações colhidas junto à população.
Paragrafo. 4º. O Executivo poderá complementar as audiências públicas com atividades
participativas que ampliem a participação dos munícipes, tais como oficinas,
seminários e atividades formativas.
Seção II
Da Iniciativa Popular de Planos, Programas e Projetos de Desenvolvimento Urbano
Art. 317. A iniciativa popular de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano poderá ser
tomada por, no mínimo, 2% (dois por cento) dos eleitores do Município em caso de planos,
programas e projetos de impacto estrutural sobre a cidade.
Art. 318. Qualquer proposta de iniciativa popular de planos, programas e projetos de desenvolvimento
urbano e ambiental deverá ser apreciada pelo Conselho da Cidade, e pelo Executivo em parecer
técnico circunstanciado sobre o seu conteúdo e alcance, a ser disponibilizado no portal eletrônico
da Prefeitura no prazo de 120 (cento e vinte) dias a partir de sua apresentação, podendo este
prazo ser prorrogado por motivo fundamentado.
Seção III
Da Iniciativa Popular de Projetos de Lei, do Plebiscito e Referendo
Art. 319. A iniciativa popular de projetos de lei, o plebiscito e o referendo ocorrerão nos termos da
legislação federal pertinente, da Lei Orgânica do Município e da legislação municipal
complementar.
Seção IV
Dos Instrumentos de Promoção da Cidadania
Art. 320. O Executivo, através do Conselho da Cidade de Navegantes, promoverá atividades de formação
para os munícipes, como cursos, seminários e oficinas, com o objetivo de ampliar a troca de
informação sobre as políticas de desenvolvimento urbano, favorecendo seu contínuo
aperfeiçoamento.
CAPITULO IV
DO FUNDO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO URBANO
Seção I
Das Fontes de Recursos
Art. 321. O Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano - FMDU será constituído de recursos
provenientes de:
I. Dotações orçamentárias e créditos adicionais suplementares a ele destinados;
II. Repasses ou dotações de origem orçamentária da União ou do Estado de Santa Catarina
a ele destinados;
III. Empréstimos de operações de financiamento internos ou externos;
IV. Contribuições ou doações de pessoas físicas ou jurídicas;
V. Contribuições ou doações de entidades internacionais;
VI. Acordos, contratos, consórcios e convênios;
VII. Rendimentos obtidos com a aplicação do seu próprio patrimônio;
VIII. Outorga onerosa e transferência de potencial construtivo;
IX. Contribuição de melhoria decorrente de obras públicas realizadas com base na Lei do
PDDSN, excetuada aquela proveniente do asfaltamento de vias públicas;
X. Receitas provenientes de concessão urbanística;
XI. Retornos e resultados de suas aplicações;
XII. Multas, correção monetária e juros recebidos em decorrência de suas aplicações;
XIII. Outras receitas eventuais.
Art. 322. Os recursos do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano - FMDU serão depositados em conta
corrente especial mantida em instituição financeira, especialmente aberta para esta finalidade.
Seção II
Das Destinações de Recursos
Art. 323. Os recursos do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano - FMDU serão aplicados com base
nos objetivos, diretrizes, planos, programas e projetos urbanísticos e ambientais integrantes ou
decorrentes da Lei do PDDSN, conforme as seguintes prioridades:
I. Programas de regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de
baixa renda;
II. Programas de provisão de Habitação de Interesse Social para constituição de reserva
fundiária;
III. Ordenamento e direcionamento da expansão urbana;
IV. Criação de unidades de conservação ou proteção de outras áreas de interesse ambiental;
V. Execução de melhoramento da infraestrutura viária para a implantação de eixos
estruturadores da mobilidade urbana incluindo os passeios e ciclovias;
VI. Execução de obras de controle de erosão costeira e de macrodrenagem urbana;
VII. Construção de Espaços destinados às Artes, ao Esporte e a Cultura;
VIII. Construção de Espaços da Cidadania nos Bairros;
IX. A preservação de bem de interesse histórico, paisagístico, ambiental, social ou cultural;
X. A execução de melhoramento da infraestrutura viária para a implantação de eixos
estruturadores da mobilidade urbana incluindo os passeios e ciclovias, incluindo a
desapropriação das faixas viárias;
XI. A execução de obras de controle de erosão costeira e de macrodrenagem urbana;
XII. A implantação de parques planejados situados na Macrozona de Interesse Ambiental
XIII. A implantação de Parques Lineares na margem do Rios;
Art. 324. Os recursos arrecadados pelo FMDU deverão respeitar anualmente o limite de:
I. Ao menos 25% (vinte e cinco) destinados para a aquisição de terrenos destinados à
produção de Habitação de Interesse Social, preferencialmente classificados como ZEIS;
II. Ao menos 25% (trinta por cento) destinados à mobilidade urbana, em especial ao
transporte público coletivo, sistema cicloviário, de circulação de pedestres com
acessibilidade universal.
Paragrafo. 1º. Os recursos especificados no inciso I, que não sejam executados no montante
mínimo estabelecido, deverão permanecer reservados por um período de um
ano, após este prazo, o Conselho Gestor poderá destinar este recurso para
subsídio em programas estaduais e federais de provisão de Habitação de
Interesse Social.
Paragrafo. 2º. Os recursos especificados nos incisos I e II do “caput”, que não sejam executados
no montante mínimo estabelecido, deverão permanecer reservados por um
período de 2 (dois) anos, após este prazo, o Conselho Gestor poderá dar
destinação diversa conforme previsto no Art. 323.
Paragrafo. 3º. No exercício seguinte ao ano de promulgação desta lei, aplicam-se os limites
estabelecidos no “caput” ao saldo do FMDU.
Seção III
Da Gestão do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano - FMDU
Art. 325. O Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano - FMDU será administrado por um Conselho
Gestor paritário, composto por 6 (seis) membros titulares e respectivos suplentes, assim
definidos:
I. 3 (três) representantes de órgãos do Poder Público;
II. 3 (três) representantes da sociedade civil, oriundos do Conselho da Cidade de Navegantes
Paragrafo. 1º. O Prefeito indicará a Presidência do Conselho Gestor do Fundo Municipal de
Desenvolvimento Urbano - FMDU
Paragrafo. 2º. No caso de empate nas deliberações, caberá ao Presidente do Conselho Gestor
do FMDU o voto de qualidade.
Paragrafo. 3º. O mandato dos conselheiros eleitos será de 2 (dois) anos, sendo permitida apenas
uma recondução.
Art. 326. O plano de aplicação de recursos financeiros do FMDU deverá ser aprovado pelo Conselho Gestor
do Fundo e encaminhado, anualmente, anexo à lei orçamentária, para aprovação da Câmara
Municipal.
Paragrafo. 1º. Além do plano anual de aplicação de recursos aprovado, a Secretaria Executiva do
FMDU deverá encaminhar ao Conselho da Cidade de Navegantes,
semestralmente, relatório detalhado dos recursos e das respectivas aplicações
realizadas no período.
Paragrafo. 2º. O Conselho Gestor do Fundo deverá analisar, anualmente, a prestação de contas
do exercício anterior e aprová-la, se a considerar adequada e correta, garantindo
sua publicação no sítio eletrônico da Prefeitura.
CAPÍTULO V
DO SISTEMA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES, MONITORAMENTO E
AVALIAÇÃO DO PDDSN
Seção I
Da Articulação do Plano Diretor com o Plano Plurianual e Orçamento Programa
Art. 327. A legislação orçamentária observará o planejamento urbanístico estatuído neste PDDSN, nos
termos expostos nesta lei.
Paragrafo. 1º. As leis do Plano Plurianual, das Diretrizes Orçamentárias, do Orçamento Anual,
incorporarão as ações prioritárias do PDDSN aos seus termos, respeitadas as
restrições legais, técnicas e orçamentário- financeiras.
Paragrafo. 2º. O Conselho da Cidade de Navegantes poderá sugerir ao Executivo a
complementação ou suplementação de dotações orçamentárias para a execução
de ações ou programas constantes na relação de ações prioritárias, bem como
solicitar esclarecimentos acerca da execução orçamentária referente à
implementação de tais ações e programas.
Paragrafo. 3º. Ao final do exercício fiscal, o Executivo encaminhará ao Conselho da Cidade de
Navegantes o relatório de execução orçamentária das ações e programas
previstos no PDDSN.
Seção II
Do Sistema Geral de Informações
Art. 329. A Prefeitura Municipal de Navegantes deverá atualizar e manter atualizado sua cartografia criando
o Sistema Cartográfico de Referência Municipal utilizando como parâmetros:
Seção III
Do Monitoramento e da Avaliação da Implementação do Plano Diretor
Art. 331. A Prefeitura dará ampla publicidade a todos os documentos e informações produzidos no
processo de elaboração, revisão, aperfeiçoamento e implementação do PDDSN, de planos,
programas e projetos setoriais, regionais, locais e específicos, bem como no controle e fiscalização
COLÉGIO DOS DELEGADOS PARA REVISÃO DO PLANO DIRETOR
MINUTA DO PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR - INSTITUI O PDDSN
129
Art. 332. É assegurado a qualquer interessado, nos termos da lei, o direito à ampla informação sobre os
conteúdos de documentos, informações, estudos, planos, programas, projetos, processos e atos
administrativos e contratos.
Art. 333. Para possibilitar o acompanhamento da implantação do PDDSN, a Prefeitura deverá definir e
publicar regularmente indicadores de monitoramento e avaliação.
Art. 334. O Executivo deverá apresentar a relação de indicadores de monitoramento e avaliação do PDDSN,
bem como publicar anualmente os relatórios atualizando os indicadores de monitoramento e
avaliação desta lei.
CAPITULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 335. Em até 1 (um) ano contados a partir da entrada em vigor da presente Lei, deverá ser realizado
processo de composição do Conselho da Cidade de Navegantes, atendendo às disposições
determinadas nesta lei.
Parágrafo Único. Até que o Conselho da Cidade de Navegantes seja eleito e formado, as
atribuições a ele definidas nesta lei ficarão a cargo do Colégio dos Delegados
para Revisão do Plano Diretor eleitos na 1ª. Conferência Extraordinária da
Cidade de Navegantes, conforme estabelecido no Art. 314.
Art. 336. Lei específica poderá ser elaborada definindo normas e procedimentos especiais para
regularização de edificações, condicionada, quando necessário, à realização de obras para garantir
estabilidade física, salubridade e segurança de uso.
Paragrafo. 1º. Poderão ser regularizados, nos termos estabelecidos pela lei específica:
I. Empreendimentos habitacionais promovidos pela administração pública
direta e indireta;
II. Edificações destinadas aos usos residenciais e não residenciais executadas
e utilizadas em desacordo com a legislação vigente e concluídas até a data
de publicação desta lei;
III. Edificações destinadas aos usos institucionais e religiosos em vias com
largura maior ou igual a 8 (oito) metros, sem prejuízo do atendimento às
normas técnicas e à legislação pertinente às condições de acessibilidade.
Paragrafo. 2º. A lei específica deverá prever as condições para utilização da outorga onerosa
do direto de construir vinculada à regularização de edificações
Paragrafo. 3º. No prazo de vigência deste PDDSN não deverá ser editada mais de uma lei que
trate da regularização de edificações nas situações previstas nos incisos II e III do
§ 1º deste artigo.
Art. 337. Salvo disposição em contrário, serão examinados, de acordo com a legislação em vigor na época
de sua protocolização, os processos administrativos de projeto de edificação e licenciamento de
construção, respeitando o prazo para o início das obras, bem como o projeto de parcelamento do
solo e das suas edificações aprovadas.
Paragrafo. 1º. As modificações de projeto de edificação cujas obras foram iniciadas serão
examinadas de acordo com a legislação em vigor na data de sua aprovação,
devendo ser observada as demais legislações, em especial de prevenção e
combate a incêndios, ressalvados os casos em que se alterem os parâmetros
urbanísticos de ocupação;
Paragrafo. 2º. Obra iniciada é aquela cuja infraestrutura, entendida como terraplenagem,
estaqueamentos, blocos de fundações e vigas baldrames, esteja concluída e a sua
conclusão tenha sido comunicada pelo responsável técnico ao Poder Executivo,
que tenham sido executadas de forma tecnicamente adequada à edificação
licenciada;
Paragrafo. 3º. As Certidões de Diretrizes ou de Viabilidade para construção e reforma
concedidas terão validade de 90 (noventa) dias contados da sua expedição;
Paragrafo. 4º. Os projetos de edificação e licenciamento de construções, aprovados e válidos a
partir da publicação desta Lei Complementar manterão a validade e o prazo para
início de obras será de 12 (doze) meses contados da sua expedição;
Paragrafo. 5º. As edificações que possuírem Alvará de Licença de Construção aprovados para os
usos e atividades estabelecidos na Lei Complementar nº. 055 de 22 de Julho de
Art. 340. Serão objeto de decreto do Poder Executivo as matérias que tratem de:
I. Regulamentação do Sistema Municipal de Gestão do Planejamento;
II. Regulamentações referentes a parcelamento do solo, ao código de obras, edificações e o
código de posturas no município de Navegantes, especificamente:
a. Padrões para equipamentos comunitários e sua proporcionalidade em face da
densidade;
b. Normas para aprovação, licenciamento e fiscalização de projetos e obras públicas e
privadas;
c. Normas que contém medidas de polícia administrativa, higiene, segurança, ordem e
costumes públicos e do funcionamento dos estabelecimentos industrias, comerciais
e prestadores de serviços;
Art. 341. Fica estabelecido o prazo máximo de 60 (sessenta) dias após a entrada em vigência desta Lei para
o Poder Executivo colocar em operacionalização a Outorga Onerosa e a Transferência de Potencial
Construtivo.
Parágrafo Único. Até que entre em operação a instituição da Outorga Onerosa e a Transferência
de Potencial Construtivo, não serão aprovados projetos ou concedidos alvarás de
construção para os empreendimentos que excedam a soma do Coeficiente Básico e Não
Oneroso.
Art. 342. O Poder Executivo deverá promover a consolidação de todas as normas vigentes no Município
que disponham sobre tramitação, aprovação e licenciamento de projetos de edificação e
parcelamento do solo num prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da vigência desta
Lei Complementar.
Art. 343. O Poder Executivo deverá atualizar sua cartografia após publicação desta Lei Complementar
ajustando as Macrozonas e Microzonas aprovadas.
Art. 344. Esta Lei Complementar entra em vigor no prazo de 60 (sessenta) dias contados da sua publicação.
Paragrafo. 1º. O Poder Executivo regulamentará, num prazo máximo de até 120 (cento e vinte) dias
contados a partir da data da vigência desta Lei, o processo administrativo referente
a análise, aprovação e licenciamento de edificação e parcelamento do solo.
Art. 345. Revogam-se a Lei Complementar nº 055 de 22 de Julho de 2008 e as suas alterações posteriores,
ressalvadas as exceções expressamente referidas nesta Lei.
d. MIZ – 01 – Microzoneamento
e. SV-01 - Sistema Viário Hierarquia
f. CS – Cone de Sombra