SUMRIO

TTULO I - DAS DISPOSIES INICIAIS

TTULO II - DA POLTICA DE DESENVOLVIMENTO DO MUNICPIO DE
CAMPO GRANDE
Captulo I - Finalidades e Diretrizes
Captulo II - Objetivos
Captulo III - Meio Ambiente
Captulo IV - Transporte Pblico e da Mobilidade
Captulo V - Habitao de Interesse Social
TTULO III - DO SISTEMA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO
Captulo I - Conceito e estrutura
Captulo II - Competncia
Captulo III - Gesto e Monitoramento
TTULO IV - DO PLANO DIRETOR DE CAMPO GRANDE
Captulo I - Diretrizes
Captulo II - Funo Social da Propriedade
Captulo III - Abrangncia
Captulo IV - Instrumentos
Seo I - Operao Urbana Consorciada
Seo II - Outorga Onerosa do Direito de Construir
Seo III - Transferncia do Direito de Construir
Seo IV - Direito de Preempo
Seo V - Direito de Superfcie
Captulo V - Ordenamento Territorial
TITULO V - DOS PLANOS LOCAIS
Captulo I - Finalidade e Contedo
TITULO VI - DO ORDENAMENTO DO USO E DA OCUPAO DO SOLO
TITULO VI - DAS DISPOSIES FINAIS

ANEXO I
Mapa 1 - Mapa do Municpio de Campo Grande
Mapa 2 - rea Urbana da Sede
Mapa 3 - rea Urbana do Distrito de Anhandui
Mapa 4 - Zoneamento da rea Urbana do Distrito de Anhandui

ANEXO II - DESCRIO DOS PERMETROS


2
LEI COMPLEMENTAR n. 94, DE 6 DE OUTUBRO DE 2006.

INSTITUI A POLTICA DE DESENVOLVIMENTO E O
PLANO DIRETOR DE CAMPO GRANDE E D OUTRAS
PROVIDNCIAS.

Fao saber que a Cmara Municipal de Campo Grande
aprovou e eu, NELSON TRAD FILHO, Prefeito de Campo Grande, Capital
do Estado de Mato Grosso do Sul, sanciono a seguinte Lei Complementar:

TTULO I
DAS DISPOSIES INICIAIS

Art. 1 - Ficam institudos por esta Lei Complementar a
Poltica de Desenvolvimento e o Plano Diretor de Campo Grande.

1 - A Poltica de Desenvolvimento do Municpio de
Campo Grande o conjunto de aes institudas para o cumprimento da
funo social da cidade e da propriedade por meio da participao
comunitria e do controle social das aes pblicas, para a viabilizao
da gesto democrtica do Municpio, visando a melhoria da qualidade de
vida, a justia social, o crescimento econmico e a sustentabilidade
ambiental.

2 - O Plano Diretor de Campo Grande o instrumento
bsico da poltica de desenvolvimento e expanso urbana, abrangendo
todo o territrio do municpio e contm o conjunto de princpios, diretrizes
e meios institudos para sua implementao.

TTULO II
DA POLTICA DE DESENVOLVIMENTO DO MUNICPIO
DE CAMPO GRANDE

CAPTULO I
FINALIDADES E DIRETRIZES

Art. 2 - A Poltica de Desenvolvimento do Municpio de
Campo Grande ser implementada nos termos da Lei Orgnica do
Municpio de Campo Grande, do art. 2, da Lei Federal n. 10.257, de 10
de julho de 2001, e conforme as seguintes diretrizes:

I - garantia do direito terra urbana, moradia, ao
saneamento ambiental, infra-estrutura urbana, ao transporte e aos
servios pblicos, ao trabalho e ao lazer, para todos os cidados;



3
II - gesto democrtica por meio da participao da
populao e de associaes representativas dos vrios segmentos da
comunidade na formulao, execuo e acompanhamento de planos,
programas e projetos de desenvolvimento urbano;

III - utilizao racional e sustentada dos recursos naturais;

IV - planejamento do desenvolvimento sustentvel da
cidade, da distribuio espacial da populao e das atividades
econmicas do Municpio, de modo a evitar e corrigir as distores do
crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente;

V - cooperao entre governos, a iniciativa privada e os
demais setores da sociedade no processo de urbanizao, em atendimento
ao interesse social;

VI - estmulo formao de organizaes produtivas
comunitrias;

VII - fomento s atividades de produo, comrcio e servios
nos bairros de forma a estimular a descentralizao territorial e incrementar a
diversificao e a especializao das atividades econmicas;

VIII - implantao de programas visando viabilizao e a
divulgao de produtos tursticos, atividades culturais e de lazer capazes
de atrair fluxos de turistas para o municpio.

IX - justa distribuio dos benefcios e nus decorrentes
do processo de urbanizao;

X - adequao dos instrumentos de poltica econmica,
tributria, financeira e dos gastos pblicos aos objetivos do
desenvolvimento urbano, de modo a privilegiar os investimentos
geradores de bem-estar geral e a fruio dos bens pelos diferentes
segmentos sociais;

XI - recuperao dos investimentos do Poder Pblico de
que tenha resultado a valorizao de imveis urbanos;

XII - participao em consrcios intermunicipais, visando
a criao de infra-estrutura necessria circulao e distribuio da
produo, bem como gerao de emprego e renda;

XIII - implantao de programas que consolidem a condio
do municpio de Campo Grande como polarizador econmico e centro de
distribuio da produo regional;


4

XIV - distribuio equilibrada das atividades urbanas reduzindo
a necessidade de deslocamentos.

CAPTULO II
OBJETIVOS

Art. 3 - A Poltica de Desenvolvimento de Campo Grande
tem como finalidade o cumprimento da funo social da cidade e da
propriedade, mediante os seguintes princpios:

I - descentralizao urbana com a equilibrada distribuio
das atividades sociais, econmicas e dos servios pblicos;

II - valorizao das comunidades que compem o municpio,
desenvolvendo planos, programas e projetos baseados nas suas
caractersticas scio-culturais e respeitando suas vocaes econmicas;

III - promoo do acesso moradia, aos equipamentos
urbanos e comunitrios e aos servios pblicos;

IV - compatibilizao do uso e ocupao do solo ao
interesse da coletividade, no que se refere utilizao da infra-estrutura
urbana, preservao e melhoria da qualidade ambiental e promoo da
justia social.

Art. 4 - So objetivos gerais decorrentes dos preceitos
dispostos no artigo anterior:

I - criar mecanismos institucionais de capacitao tcnica
dos recursos humanos do Poder Executivo Municipal e da comunidade;

II - promover o acesso informao sobre os avanos
cientficos e tecnolgicos de interesse da comunidade, bem como a
difuso de tecnologias existentes ou alternativas para o incremento das
atividades produtivas locais;

III - estimular a legalizao das atividades econmicas do
setor informal, dispensando s microempresas e s empresas de
pequeno porte, assim definidas em Lei, tratamento jurdico diferenciado,
visando a incentiv-las pela simplificao de suas obrigaes
administrativas, tributrias, ou pela eliminao ou reduo destas por
meio de Lei;



5
IV - incentivar a implantao de atividades geradoras de
emprego e renda prximas s concentraes habitacionais, ressalvadas
as condicionantes ambientais, urbansticas e a legislao especfica.

CAPTULO III
MEIO AMBIENTE

Art. 5 - O Poder Executivo Municipal instituir a Poltica de
Meio Ambiente e de Saneamento do Municpio, com o objetivo de viabilizar
formas de desenvolvimento sustentvel e qualificar ambientalmente suas
aes, tendo como diretrizes:

I - proteger o Patrimnio Cultural e Ambiental do Municpio;

II - elaborar programas e estudos baseados nas condicionantes
ambientais e scio-culturais locais para a definio de gesto integrada
dos resduos slidos e de esgotamento sanitrio;

III - estabelecer e implantar programas de educao
ambiental, integrando aes governamentais e no-governamentais;

IV - fomentar e proporcionar a participao das comunidades
na soluo dos problemas ambientais e de saneamento, priorizando-se a
coleta seletiva do lixo;

V - promover programas de capacitao tcnica dos
recursos humanos do Poder Executivo Municipal e da comunidade;

VI - fomentar estudos e pesquisas acerca do Meio Ambiente
em parceria com entidades governamentais e no-governamentais;

VII - elaborar o Cdigo Ambiental do Municpio de Campo
Grande;

VIII - instituir meios administrativos e tcnicos, visando
consolidao da gesto municipal do saneamento e do meio ambiente.

1 - A Poltica de Meio Ambiente e de Saneamento do
Municpio ser viabilizada, no mnimo, pelos seguintes instrumentos:

I - Cdigo Ambiental do Municpio de Campo Grande;

II - zoneamento ambiental do Municpio, com definio
das reas de proteo ambiental constantes do Anexo I desta Lei;



6
III - legislao especfica para disciplinar as atividades
desenvolvidas no ambiente urbano;

IV - Plano Diretor de guas Superficiais e Subterrneas,
com identificao das reas de contribuio das bacias hidrogrficas e
das reas de preservao das guas utilizveis para o abastecimento da
populao;

V - Agenda 21 Local implantada como estratgia de
desenvolvimento sustentvel.

2 - A concesso dos servios de abastecimento de
gua e esgotamento sanitrio dever atender ao disposto na poltica
ambiental e sanitria do Municpio.

Art. 6 - O Poder Executivo instituir o Sistema Municipal
de Meio Ambiente, articulado ao Sistema Municipal de Planejamento, para
a execuo da Poltica Municipal de Meio Ambiente e de Saneamento.

CAPTULO IV
TRANSPORTE PBLICO E DA MOBILIDADE

Art. 7 - O Poder Executivo Municipal elaborar, dentro do
prazo de 1 (um) ano, o Plano de Transporte e Mobilidade Urbana
integrando as polticas de transporte e circulao mobilidade das
pessoas, atendendo s seguintes diretrizes:

I - quanto ao transporte pblico:

a) integrao das aes relativas ao transporte pblico s
solues urbanas globais;

b) priorizao do transporte coletivo;

c) reduo do custo de operao do sistema de transporte
pblico com benefcio direto ao usurio pagante;

d) criao de linhas especiais de transporte coletivo no
municpio de Campo Grande;

II - quanto mobilidade:

a) garantia de acessibilidade;

b) incentivo pavimentao das caladas e arborizao
em vias pblicas;


7

c) distribuio equilibrada das atividades urbanas reduzindo
a necessidade de deslocamentos;

III - quanto circulao:
a) hierarquizao do sistema virio, em todo o municpio,
levando em considerao as necessidades de deslocamentos e a
integrao intramunicipal e regional;

b) incentivo iniciativa privada para implantao e operao
de terminais de cargas e passageiros;

c) incentivo ao transporte no-motorizado;

IV - quanto segurana do trnsito:

a) implantao de sistema municipal de atendimento de
emergncia a acidentes de trnsito;

b) disciplinamento do transporte escolar com o objetivo de
dar maior segurana ao menor estudante;

c) implantao de programas especiais para o aumento
da segurana de pedestres e ciclistas;

d) definio de critrios de iluminao e sinalizao
diferenciados, segundo a hierarquizao do sistema virio, visando a
segurana do transporte motorizado, de pedestres e ciclistas.

1 - Na elaborao destes programas sero consideradas
as necessidades de locomoo de pessoas com deficincia e de pessoas
com necessidades especiais.

2 - O transporte coletivo urbano dever cumprir suas
funes sociais, principalmente no que se refere sade, educao e
gerao de empregos.

CAPTULO V
HABITAO DE INTERESSE SOCIAL

Art. 8 - Para a consecuo dos objetivos propostos no
art. 117, da Lei Orgnica de Campo Grande e para a adequao a esta
Lei, a Poltica Municipal de Habitao ser revisada, e sero
implementados programas referentes habitao de interesse social,
atendendo s seguintes diretrizes:



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I - promoo do acesso da populao carente moradia
digna dotada de infra-estrutura bsica, saneamento ambiental e com
disponibilidade de servios pblicos;

II - regularizao fundiria de reas ocupadas por
populao de baixa renda, mediante o estabelecimento de normas
especiais de uso e ocupao do solo e edificao, considerando a situao
socioeconmica da populao e as normas ambientais;

III - urbanizao e implementao de melhorias
habitacionais das reas regularizadas;

IV - implementao de aes restritivas a qualquer tipo de
ocupao em rea de risco;

V - promoo de projetos comunitrios de construo de
habitaes de interesse social e de obras de saneamento bsico;

VI - implantao de projetos habitacionais em Zonas
Especiais de Interesse Social, conforme legislao municipal especfica;

VII - estmulo participao de associaes, cooperativas
e empresas privadas, na construo de empreendimentos habitacionais
de interesse social;

VIII - implantao da assistncia tcnica gratuita a
habitao de interesse social, na forma de seu regulamento.

TTULO III
DO SISTEMA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO

CAPTULO I
CONCEITO E ESTRUTURA

Art. 9 - O Sistema Municipal de Planejamento a
estrutura formada pelo Poder Executivo Municipal e pela comunidade,
baseada em um conjunto de rgos, normas, recursos humanos e
tcnicos, objetivando a coordenao das aes dos setores pblico e
privado e da sociedade em geral, responsvel pela promoo da Poltica
de Desenvolvimento e pelo monitoramento do Plano Diretor de Campo
Grande, visando a integrao dos diversos programas setoriais e a
dinamizao e modernizao da ao governamental.

Art. 10 - A atuao do Poder Executivo Municipal, no que
se refere gesto e execuo de aes no Sistema Municipal de
Planejamento, dar-se- por meio:



9
I - da Secretaria Municipal do Planejamento e Controladoria
Geral- SEPLAC;

II - do Instituto Municipal de Planejamento Urbano - PLANURB;

III - da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentvel - SEMADES;

IV - representantes dos demais rgos e entidades da
administrao direta e indireta do Poder Executivo Municipal.

Art. 11 - Para garantir a gesto democrtica da cidade
com a efetiva participao da comunidade no Sistema Municipal de
Planejamento sero utilizados, entre outros, os seguintes instrumentos:

I - Conselho Municipal de Desenvolvimento e Urbanizao
CMDU;

II - demais Conselhos Municipais;

III - Conselhos Regionais;

IV - debates, audincias e consultas pblicas, inclusive
quanto ao disposto no art. 44, da Lei Federal n. 10.257/2001;

V - conferncias sobre assuntos de interesse urbano;

VI - iniciativa popular de projeto de lei e de planos,
programas e projetos de desenvolvimento urbano.

1 - O Conselho Municipal de Desenvolvimento e
Urbanizao - CMDU tem como objetivo:

I - possibilitar a participao da sociedade civil nas
discusses referentes Poltica de Desenvolvimento do Municpio;

II - debater, avaliar, propor, definir e fiscalizar programas,
projetos, a Poltica de Desenvolvimento e as polticas de gesto do solo,
habitao, saneamento ambiental, transporte e mobilidade urbana.

2 - O CMDU ter a seguinte composio:

I - o Prefeito Municipal de Campo Grande, que o presidir;

II - representantes do poder pblico;



10
III - representantes das concessionrias dos servios
pblicos municipais;

IV - representantes de entidades classistas e da sociedade
civil organizada, movimentos populares, entidades profissionais, acadmicas
e de pesquisa, ficando garantido um assento para cada Conselho Regional.

3 - Ficam criados no CMDU os Comits de:

I - Habitao;

II - Saneamento Ambiental;

III - Transporte, Trnsito e Mobilidade Urbana;

IV - Planejamento e Gesto do Solo Urbano.

4 - Os demais Conselhos Municipais, previstos nos
arts. 78, 79 e 80, da Lei Orgnica de Campo Grande, passam, em
conformidade com suas atribuies, a subsidiar complementarmente o
CMDU, no que se refere aos objetivos e diretrizes desta Lei Complementar.

5 - Os Conselhos Regionais, compostos por conselheiros
titulares e respectivos suplentes tero carter consultivo, sendo formados
por representantes de entidades legalmente constitudas com sede e
atuao no mbito do municpio de Campo Grande, as quais devero se
inscrever no cadastro permanente do Sistema Municipal de Planejamento.

6 - Aos Conselhos Regionais competir, no mbito da
respectiva Regio Urbana, entre outras atribuies: acompanhar a
aplicao das diretrizes do Plano Diretor e legislaes pertinentes, sugerindo
modificaes e prioridades, inclusive no que se refere s obras e servios;
acompanhar a discusso do Plano Plurianual, Lei de Diretrizes
Oramentrias e o Oramento Anual; e, acompanhar a elaborao dos
Planos Locais.

7 - O CMDU poder ser deliberativo nas matrias
definidas em lei especfica.

8 - O Executivo Municipal regulamentar, no que couber,
as disposies deste captulo.

Art. 12 - O Sistema Municipal de Planejamento
operacionalizado por meio de processo permanente devendo ser
estabelecido um conjunto de procedimentos segundo os quais se
encaminham e se divulgam as propostas e discusses referentes ao
desenvolvimento urbano, visando gesto democrtica do Municpio.



11
1 - Compete ao Instituto Municipal de Planejamento
Urbano - PLANURB divulgar as informaes sobre estas propostas e
discusses, com o objetivo de possibilitar o controle pela sociedade civil.

2 - O Poder Executivo Municipal atuar junto aos
Conselhos Regionais de forma permanente no processo de planejamento
e na discusso do plano plurianual, da lei de diretrizes oramentrias e do
oramento anual, bem como da distribuio das obras e servios pblicos
nas respectivas regies.

CAPTULO II
COMPETNCIA

Art. 13 - Compete ao Instituto Municipal de Planejamento
Urbano - PLANURB, no mbito de suas atribuies, a coordenao dos
planos, programas e projetos, que busquem a realizao das diretrizes
previstas nesta Lei Complementar.

1 - A gesto da implementao dos planos, programas
e projetos, de que trata o caput deste artigo ser efetivada pela Secretaria
Municipal do Planejamento e Controladoria Geral - SEPLAC, Secretaria
Municipal de Governo - SEGOV e o Instituto Municipal de Planejamento
Urbano - PLANURB, conjuntamente.

2 - Os Projetos de Lei, bem como os planos, programas e
projetos que lhes sirvam de subsdio, sero prvia e obrigatoriamente,
encaminhados ao CMDU, para parecer, que ser apreciado sem prejuzo
da autonomia dos poderes municipais constitudos, e considerado como
relevante contribuio indicativa da comunidade.

3 - Os pareceres do CMDU acompanharo obrigatoriamente
estes projetos de lei, quando enviados Cmara Municipal de Campo Grande.

CAPTULO III
GESTO E MONITORAMENTO

Art. 14 - O Poder Executivo Municipal elaborar relatrio
de gesto da poltica urbana contendo as prioridades para o prximo
exerccio e o encaminhar ao Legislativo Municipal, Conferncia da
Cidade de Campo Grande e ao CMDU.

Pargrafo nico - O relatrio da gesto da poltica urbana
dever contemplar, no mnimo, os procedimentos administrativos de
acompanhamento e controle adotados na implementao e a avaliao da
aplicao dos instrumentos urbansticos estabelecidos pelo Plano Diretor.



12
Art. 15 - A Guia de Diretrizes Urbansticas - GDU e a Guia
de Diretrizes em rea Rural - GDR so instrumentos de controle e
aplicao da legislao urbanstica e devem:

I - fornecer diretrizes quanto ao ordenamento do uso e da
ocupao do solo; ao sistema virio; infra-estrutura urbana; ao nvel de
interferncia arquitetnica e restries aos ndices urbansticos nos
empreendimentos tombados pelo patrimnio histrico municipal, estadual
ou federal e seu entorno; e aqueles localizados na Zona Especial de
Interesse Cultural - ZEIC ou Zona Especial de Interesse Ambiental - ZEIA
e, quando couber, indicar obras necessrias adequao do
empreendimento ou atividade ao local, conforme as diretrizes do Plano
Diretor, Planos Locais, Planos Setoriais e critrios de compatibilidade
locacional previstos na legislao especfica;

II - ser obrigatria para parcelamento, urbanizao
integrada, urbanizao integrada de interesse social, regularizao
fundiria, empreendimentos ou atividades enquadrados na categoria de
uso especial, nos bens tombados e seu entorno e nos empreendimentos
ou atividades localizados na Zona Especial de Interesse Cultural ZEIC
estabelecida nesta Lei.

Pargrafo nico - A execuo e o custo das obras
indicadas na GDU ou GDR so de responsabilidade do empreendedor.

Art. 16 - Esto sujeitos ao Estudo Prvio de Impacto de
vizinhana - EIV, nos Termos da Lei Federal n. 10.257/2001, da Lei
Complementar n. 74/2005 e Lei Complementar n. 76/2005, todos os
empreendimentos pblicos ou privados, que se enquadrem em pelo
menos uma das seguintes situaes:

I - mais de 20.000m (vinte mil metros quadrados) de rea
construda;

II - localizado em lotes ou glebas com divisa ou testada
maior que 250m, exceto nos parcelamentos;

III - vagas de estacionamento igual ou superior a 200
(duzentas) unidades;

IV - capacidade de ocupao igual ou superior a 600
(seiscentas) pessoas;

V - residencial com mais de 100 (cem) unidades; ou,

VI - atividade geradora de trfego intenso e/ou pesado.


13
1 - Excetua-se do enquadramento previsto no inciso III,
deste artigo o empreendimento ou atividade, exclusivamente residencial
que comprovar a disponibilidade de vaga maior que duas por unidade
residencial.

2 - Consideram-se atividades geradoras de trfego
intenso e/ou pesado, aquelas que produzem ou atraem grande nmero de
viagens, causando reflexos negativos na circulao viria e em seu
entorno imediato e, em certos casos, prejudicando a acessibilidade em
toda a regio, alm de agravar as condies de segurana de veculos e
pedestres, tais como:

I - comrcio com rea construda superior a 5.000 m
(cinco mil metros quadrados);

II - servios pblicos e de sade com rea construda
superior a 10.000m (dez mil metros quadrados);

III - servios de educao, atividades esportivas e locais
de reunio com rea construda superior a 5.000m (cinco mil metros
quadrados).

3 - O EIV no dispensa nem substitui a elaborao do
Estudo de Impacto Ambiental - EIA, quando exigido pela legislao ambiental.

4 - Para fins de regulamentao, a GDU equipara-se ao EIV.

TTULO IV
DO PLANO DIRETOR DE CAMPO GRANDE

CAPTULO I
DIRETRIZES

Art. 17 - O Plano Diretor de Campo Grande o
instrumento bsico da Poltica de Desenvolvimento e expanso urbana do
Municpio de Campo Grande e tem por finalidade assegurar o atendimento
das necessidades dos cidados e fazer com que a propriedade cumpra a
sua funo social, tendo por base as seguintes diretrizes:

I - ordenar a ocupao e expanso urbana, buscando a
distribuio equnime das atividades, principalmente as tercirias, e
otimizar a infra-estrutura tcnica e social instalada;

II - manter o atual limite da rea urbana do Municpio e
ordenar a expanso intra-limite orientando o adensamento para reas
com suporte geotcnico, disponibilidade de infra-estrutura fsica e social e
de servios pblicos, compatibilizando-o com as caractersticas ambientais,
culturais e sociais;



14
III - valorizar as reas de fundo de vale com a implantao
de parques lineares, utilizando-se da rede hidrogrfica para suprir de
reas verdes todas as regies da cidade;

IV - delimitar e estabelecer critrios de uso e ocupao,
garantindo a permeabilidade do solo e promovendo a recuperao das
matas ciliares de proteo dos cursos dgua.

Pargrafo nico - O territrio do municpio de Campo
Grande dividido em rea urbana e rea no urbanizvel, sendo
considerada rea urbana aquela delimitada pelo permetro urbano da sede e
das Regies Urbanas de Anhandu e Rochedinho e as demais reas dentro
do Municpio so consideradas no urbanizvel. O permetro urbano da sede
do Municpio s poder ser alterado por ocasio da reviso do Plano
Diretor.

Art. 18 - O Plano Diretor do Municpio de Campo Grande
obedecer aos seguintes requisitos:

I - identificao, recuperao e preservao do patrimnio
urbanstico, cultural, natural e construdo da cidade;

II - estabelecimento de meios de controle da qualidade
ambiental urbana;

III - estabelecimento de mecanismos de controle de
utilizao das reas de domnio pblico municipal;

IV - desenvolvimento das aes do planejamento urbano
por meio da instituio de planos locais e setoriais.

CAPTULO II
FUNO SOCIAL DA PROPRIEDADE

Art. 19 - A propriedade imobiliria urbana cumpre sua
funo social quando o exerccio dos direitos a ela inerentes se submete
aos interesses da coletividade previstos no Plano Diretor e seus respectivos
complementos, atendidos, no mnimo, os seguintes requisitos:

I - aproveitamento para atividades urbanas compatveis
com os equipamentos urbanos, comunitrios e servios pblicos existentes;
II - parcelamento do solo, edificao ou uso compatveis
com a infra-estrutura urbana disponvel;

III - recuperao e conservao da qualidade do meio
ambiente e do patrimnio cultural.



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Pargrafo nico - Ficam includos neste Plano Diretor
todos os lotes ou glebas no utilizados, no edificados ou subutilizados
dentro da Macrozona de Adensamento Prioritrio - MZ1, para efeito do
que estabelece o 4, do art. 182, da Constituio Federal.

CAPTULO III
ABRANGNCIA

Art. 20 - Para fins do planejamento urbano e organizao
social representativa o territrio urbano do Municpio de Campo Grande
ser composto de:

I - Regies Urbanas so pores do territrio urbano
referenciais para a descentralizao das aes de planejamento, assim
denominadas: Centro, Segredo, Prosa, Bandeira, Imbirussu, Anhanduizinho,
Lagoa, Rochedinho e Anhandu;

II - Bairros so reas pertencentes s Regies Urbanas,
organizadas para qualificar as condies de trabalho, circulao, recreao,
moradia e as relaes de cooperao em todos os tipos de atividade de
vizinhana.

Pargrafo nico - As Regies Urbanas e os Bairros tm
seus permetros identificados e descritos na Lei Complementar n. 74, de 6 de
setembro de 2005 e na Lei Complementar n. 76, de 4 de novembro de 2005.

CAPTULO IV
INSTRUMENTOS

Art. 21 - So instrumentos de gesto do desenvolvimento
urbano:

I - a operao urbana consorciada;

II - a outorga onerosa do direito de construir;

III - a transferncia do direito de construir;

IV - o direito de superfcie; e,

V - o direito de preempo.

Seo I - Operao Urbana Consorciada

Art. 22 - A operao urbana consorciada o instrumento
atravs do qual atuam em parceria, a iniciativa privada e o Poder Executivo
Municipal, para a execuo de projetos urbansticos ou imobilirios de
interesse social.



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1 - A operao urbana consorciada ocorrer por iniciativa
do Poder Pblico, ou atravs de propostas da iniciativa privada,
considerando o interesse da coletividade.

2 - A operao urbana consorciada ser regulamentada
por Lei especfica, baseada no Plano Diretor, ouvido o CMDU.

Seo II - Outorga Onerosa do Direito de Construir

Art. 23 - A outorga onerosa do direito de construir a
autorizao, emitida pelo Poder Executivo Municipal, para edificar alm do
permitido pelo coeficiente de aproveitamento bsico para o local, com
nus para o proprietrio, com a finalidade de equilibrar a ocupao do
solo urbano e otimizar a utilizao da infra-estrutura urbana existente, nas
seguintes condies:

I - outorga onerosa do direito de construir tem como limite
a duplicao do coeficiente de aproveitamento e respectivo ndice de elevao
estabelecidos para o local, no podendo ultrapassar o coeficiente 6;

II - sero admitidos recuos diferenciados, quando houver
alterao do coeficiente de aproveitamento, da seguinte forma:

a) trreo e 1 pavimento - Livre;

b) IE entre 2 e 6 - h/6 e, no mnimo 3m;

c) IE maior ou igual a 6 e menor que 12 - h/8 e, no mnimo 3m;

d) IE maior ou igual a 12 - h/10 e, no mnimo 5m;

III - a base de clculo do valor do metro quadrado de rea
acrescida pela outorga onerosa do direito de construir o valor do metro
quadrado da terra nua do local do imvel estabelecido pela Planta
Genrica de Valores Imobilirios ou valor venal, prevalecendo o valor
maior, cuja frmula ser definida em lei especfica;
IV - a expedio do "habite-se" fica condicionada quitao
total do valor da outorga onerosa do direito de construir.

Pargrafo nico - No se aplica a outorga onerosa nas
Zonas Especiais de Interesse Ambiental - ZEIA; nos bens tombados e seu
entorno; na Macrozona de Adensamento Secundrio - MZ2 e na
Macrozona de Adensamento Restrito - MZ3.




17
Seo III - Transferncia do Direito de Construir

Art. 24 - A transferncia do direito de construir autoriza o
proprietrio de imvel urbano, privado ou pblico, a exercer em reas
previstas no plano diretor, transferir ou alienar, mediante escritura pblica,
o direito de construir previsto na legislao de uso e ocupao do solo,
quando o referido imvel for considerado necessrio para fins de:

I - implantao de equipamentos urbanos e comunitrios;

II - preservao, quando o imvel for considerado de interesse
histrico, ambiental, paisagstico, ou cultural, situados na Zona Especial
de Interesse Ambiental ou Cultural e nos bens tombados e seu entorno.

III - servir a programas de regularizao fundiria, urbanizao
de reas ocupadas por populao de baixa renda e habitao de interesse
social.

1 - A transferncia do direito de construir poder ser
concedida ao proprietrio que doar ao Poder Executivo Municipal seu
imvel, ou parte dele, para os fins previstos nos incisos I a III do caput
deste artigo.

2 - Lei municipal especfica estabelecer as condies
relativas aplicao da transferncia do direito de construir, ouvido o
CMDU.

3 - O potencial construtivo no poder ser transferido
ou alienado para a Macrozona de Adensamento Restrito - MZ3 e para a
Zona Especial de Interesse Ambiental - ZEIA;

4 - Para a transferncia ou alienao do potencial
construtivo, ser permitida a duplicao do coeficiente de aproveitamento
at no mximo igual a 6 (seis), bem como a compatibilidade locacional do
imvel receptor, conforme a legislao especfica.

Seo IV - Direito de Preempo

Art. 25 - O Direito de Preempo confere ao Poder
Executivo Municipal a preferncia para a aquisio de imvel urbano, objeto
de alienao onerosa entre particulares.

1 - Lei municipal especfica, baseada no Plano Diretor,
delimitar as reas em que incidir o direito de preempo e fixar prazo
de vigncia, no superior a cinco anos, renovvel a partir de um ano aps
o decurso do prazo inicial de vigncia, ouvido o CMDU.


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2 - O direito de preempo fica assegurado durante o
prazo de vigncia fixado na forma do 1, independentemente do nmero
de alienaes referentes ao mesmo imvel.

3 - O direito de preempo ser exercido sempre que o
Poder Executivo Municipal necessitar de reas para:

I - regularizao fundiria;

II - execuo de programas e projetos habitacionais de
interesse social;

III - constituio de reserva fundiria;

IV - ordenamento e direcionamento da expanso urbana;

V - implantao de equipamentos urbanos e comunitrios;

VI - criao de espaos pblicos de lazer e reas verdes;

VII - criao de unidades de conservao ou proteo de
outras reas de interesse ambiental;

VIII - proteo de reas de interesse histrico, cultural ou
paisagstico.

Seo V - Direito de Superfcie

Art. 26 - O proprietrio urbano poder conceder a outrem
o direito de superfcie do seu terreno, por tempo determinado ou indeterminado,
mediante escritura pblica registrada no cartrio de registro de imveis e
ser regulamentado pelo Poder Executivo Municipal, ouvido o CMDU.

Pargrafo nico - O direito de superfcie abrange o direito
de utilizar o solo, o subsolo ou o espao areo relativo ao terreno, na forma
estabelecida no contrato respectivo, atendida a legislao urbanstica.

CAPTULO V
ORDENAMENTO TERRITORIAL

Art. 27 - Para efeito da ordenao urbana, do uso e da
ocupao do solo a rea urbana de Campo Grande ser organizada em:

I - Macrozona de Adensamento Prioritrio - MZ1;

II - Macrozona de Adensamento Secundrio - MZ2;

III - Macrozona de Adensamento Restrito - MZ3;



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IV - Zona Especial de Interesse Cultural - ZEIC, que
substitui a rea de Especial Interesse de Cultural prevista na Lei
Complementar n. 74/2005;

V - Zona Especial de Interesse Urbanstico - ZEIU;

VI - Zona Especial de Interesse Social - ZEIS;

VII - Zona Especial de Interesse Ambiental ZEIA; e,

VIII - Zonas e Corredores previstos na Lei de Ordenamento
do Uso e da Ocupao do Solo.

Pargrafo nico - As Zonas Especiais de Interesse Cultural e
Ambiental sero enquadradas como de Regime Urbanstico Especfico - RESP.

Art. 28 - As Macrozonas e as Zonas Especiais de Interesse
Cultural, Urbanstico, Social e Ambiental so aquelas definidas e
delimitadas nos Anexos I e II desta Lei Complementar.

Art. 29 - A Macrozona de Adensamento Prioritrio - MZ1 -
a rea destinada a intensificao do uso e ocupao do solo, principalmente
quanto a ocupao dos vazios urbanos - lotes e glebas no utilizadas ou
subutilizadas, de forma a otimizar a infra-estrutura e os servios pblicos
existentes.

Pargrafo nico - Na MZ1 dever ser estimulada a implantao
de programas habitacionais com parceria entre os setores pblico e privado,
adotadas as condies facilitadoras estabelecidas pela Poltica Municipal
de Habitao.
Art. 30 - Lei municipal especfica, ouvido o CMDU, dever
eleger e priorizar parcelas do territrio da MZ1, fixar condies e prazos
para aplicao das sanes pelo descumprimento da funo social,
podendo ser utilizados os seguintes instrumentos:

I - parcelamento, edificao ou utilizao compulsria;

II - Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana
(IPTU) progressivo no tempo;

III - desapropriao com pagamento em ttulos da dvida
pblica.

Pargrafo nico - Lei municipal especfica poder determinar
o parcelamento, a edificao ou a utilizao compulsrios do solo urbano
no edificado, subutilizado ou no utilizado, devendo fixar as condies e
os prazos para implementao desta obrigao.



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Art. 31 - As parcelas do territrio da MZ1 para aplicao
das sanes pelo descumprimento da funo social sero priorizadas de
acordo com as seguintes caractersticas:

I - maior incidncia de imveis no edificados, no utilizados
ou subutilizados;

II - existncia de rede de abastecimento de gua, energia
eltrica, iluminao pblica, pavimentao e drenagem e servios
pblicos, correspondentes coleta de lixo e ao transporte coletivo;

III - valorizao por investimentos pblicos em obras e
melhorias urbanas.

Art. 32 - Os instrumentos urbansticos a serem aplicados
com a finalidade de induzir o adensamento da MZ1 so:

I - outorga onerosa do direito de construir;

II - transferncia do direito de construir;

III - operaes urbanas consorciadas;

IV - direito de superfcie.

Pargrafo nico - Lei municipal especfica, ouvido o
CMDU, dever, alm de fixar condies e prazos, eleger e priorizar parcelas
do territrio da MZ1 para aplicao programada dos instrumentos
urbansticos de adensamento no perodo de vigncia do Plano Diretor.

Art. 33 - A Macrozona de Adensamento Secundrio - MZ2 -
a rea destinada ao uso e ocupao gradual, acompanhando a expanso
da infra-estrutura e servios pblicos medida que sejam disponibilizados,
face s condies estabelecidas na Legislao Municipal especfica.

Art. 34 - A Macrozona de Adensamento Restrito - MZ3 -
constituda por reas reservadas para futuro adensamento estimulando-se
os usos de lazer, recreao e cultura, habitacional unirresidencial,
hortifruticultura, bem como parcelamento com lotes de, no mnimo,
5.000m.

Art. 35 - As Zonas Especiais de Interesse Ambiental - ZEIA
tm como finalidade garantir reas de permeabilidade e qualidade ambiental,
e constituem reservas lineares, distribudas pelas trs macrozonas, buscando
proteger reas portadoras de vegetao arbrea nativa ou revegetadas,
matas ciliares dos crregos e suas nascentes, reas marginais aos
crregos, reas brejosas e/ou alagadias imprprias urbanizao,
preservando-se o potencial construtivo, estabelecido em lei especfica,
mediante as seguintes condies:



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I - usos permitidos conforme a lei especfica;

II - parcelamento com lotes de, no mnimo, 5.000m;

III - taxa de permeabilidade mnima de 60% (sessenta por
cento);

IV - altura total da edificao de 15m.

1 - O parcelamento, o uso e a ocupao dos imveis
da Zona Especial de Interesse Ambiental sero autorizados mediante a
obteno de licena ambiental, exceto o uso unirresidencial.

2 - Os imveis localizados na ZEIA no sero enquadrados
como reas subutilizadas.

3 - Os imveis que sofram restries do direito de construir
de forma diferenciada de sua zona podero utilizar a transferncia do
direito de construir em rea permitida por esta Lei Complementar.

4 - Entende-se por altura (h) a medida em metros, cotada
do piso do pavimento trreo at a laje do piso do ltimo pavimento, acrescida
de 3m (trs metros).

Art. 36 - Na ZEIA so aplicveis os seguintes instrumentos:

I - direito de preempo;

II - transferncia do direito de construir;

III - incentivo conservao ambiental, definido em Lei.

Art. 37 - A Zona Especial de Interesse Social - ZEIS constitui
reserva de lotes e glebas para programas pblicos de regularizao
fundiria e formao de estoque de terras para produo habitacional, em
consonncia com a Poltica Municipal de Habitao.

Pargrafo nico - So consideradas ZEIS:

I - MZ1 e MZ2;

II - comunidades quilombolas, alm das delimitadas no
Anexo I, aquelas reconhecidas pelo Poder Executivo Municipal a qualquer
tempo;



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II - comunidades indgenas reconhecidas pelo Poder
Executivo Municipal a qualquer tempo.

Art. 38 - Nas ZEIS so aplicveis os seguintes instrumentos:

I - direito de preempo;

II - concesso do direito real de uso;

III - operaes urbanas consorciadas;

IV - transferncia do direito de construir.

Pargrafo nico - A concesso do direito real de uso a
autorizao dada pelo Poder Executivo Municipal, mediante documento
prprio, para a utilizao de reas pblicas, para fins de moradia, por
tempo determinado.

Art. 39 - A Zona Especial de Interesse Urbanstico - ZEIU
constitui reserva de reas para implantao de equipamentos urbanos de
uso coletivo.

Art. 40 - Nas ZEIU so aplicveis os seguintes instrumentos:

I - direito de preempo;

II - operao urbana consorciada;

III - transferncia do direito de construir;

IV - direito de superfcie.

Art. 41 - A Zona Especial de Interesse Cultural - ZEIC -
destinada proteo do patrimnio histrico, ambiental, arquitetnico,
paisagstico e se estender, alm da rea delimitada no Anexo I desta Lei
Complementar, aos demais bens tombados pelo patrimnio histrico
municipal, estadual ou federal e seu entorno, a qualquer tempo.

Pargrafo nico - Com o objetivo de atender ao disposto
no caput deste artigo o Executivo Municipal dever estabelecer
incentivos tributrios aos imveis situados na ZEIC.

Art. 42 - Nas ZEIC so aplicveis os seguintes instrumentos:

I - operao urbana consorciada;



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II - transferncia do direito de construir;

III - direito de superfcie;

IV - direito de preempo;

V - tombamento.

TTULO V
DOS PLANOS LOCAIS E SETORIAIS

CAPTULO I
FINALIDADE E CONTEDO

Art. 43 - Os Planos Locais tm por finalidade a urbanizao,
recuperao ou requalificao de bairros ou reas da cidade, que apresentem
caractersticas e necessidades particulares, devendo apresentar solues
integradas para as diversas funes urbanas no se vinculando s
Regies Urbanas e aos aspectos de descentralizao administrativa.

Pargrafo nico - Os Planos Locais tero finalidade,
delimitao espacial, condies de interveno e instrumentos de incentivos
definidos em Lei.

Art. 44 - Os Planos Locais contemplaro, entre outros, os
seguintes aspectos:

I - a infra-estrutura em rede existente e projetada;

II - a hierarquia do sistema virio e o Plano Diretor de
Transporte e da Mobilidade Urbana;

III - observncia Carta Geotcnica;

IV - formas de incentivos tributrios, jurdicos e urbansticos;

V - definio das reas sujeitas ao parcelamento compulsrio,
quando necessrio;

VI - definio de restries aos ndices urbansticos e ao
direito de construir, de forma diferenciada de sua zona para os bens
inventariados ou tombados e seu entorno, e aqueles situados na ZEIC,
ZEIA ou ZEIU.

Pargrafo nico - Considera-se entorno de bem tombado
a rea de abrangncia necessria para proteger o imvel de interesse, a
qual ser definida pelos Planos Locais, de acordo com o grau de
interesse histrico, cultural ou paisagstico.



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Art. 45 - Os planos setoriais tm por finalidade estabelecer
metas e prioridades para um setor do desenvolvimento urbano contemplando
as necessidades desse setor para todo o territrio do Municpio.

TTULO VI
DO ORDENAMENTO DO USO E DA OCUPAO DO SOLO

Art. 46 - Fica alterada a zona de uso Anhandu, constante do
Anexo III - ndices Urbansticos e Categorias de Uso por Zonas e Corredores
Virios, da Lei Complementar n. 76, de 4 de novembro de 2005, passando
a vigorar para a regio urbana de Anhandu as zonas de uso Z1, Z5 e Z7
e Corredor C4 definidos e delimitados nos Anexos I e II desta Lei.

Pargrafo nico - Os ndices urbansticos, categorias de
usos, lotes mnimos e recuos, so aqueles estabelecidos no Anexo III da
Lei Complementar n. 76/05.

Art. 47 - O artigo 31 da Lei Complementar n. 76/2005 passa
a vigorar com a seguinte redao:

Art. 31 - ...

Pargrafo nico - O Poder Executivo Municipal poder
autorizar, mediante contrapartida financeira, a alterao da Taxa de
Ocupao - TO, de acordo com as seguintes condies:

I - dever ser requerida, pelo proprietrio do imvel,
atravs do processo de licenciamento ou regularizao de construo;

II - o imvel dever estar situado em rea urbana do
municpio, em bairro j consolidado, com rede de gua, energia eltrica e
pavimentao;

III - nos locais onde a Taxa de Ocupao permitida for de
50%, poder exceder at o limite mximo de 70%;

IV - nos locais onde a Taxa de Ocupao permitida for de
70%, poder exceder at o limite mximo de 77%;

V - devero ser obedecidos os demais parmetros da
legislao em vigor;

VI - a base de clculo do valor do metro quadrado de rea
acrescida o valor do metro quadrado da terra nua do local do imvel,
estabelecido pela Planta Genrica de Valores Imobilirios ou valor venal,
prevalecendo o valor maior;



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VII - ser firmado termo de compromisso onde estar
descrita a rea a ser acrescida e o valor da contrapartida;

VIII - o valor da contrapartida, que ser implantado na
inscrio imobiliria do imvel, poder ser pago em at 6 (seis) parcelas
mensais e consecutivas, atualizado pelo ndice Nacional de Preos ao
Consumidor Amplo Especial - IPCA-E ou outro que vier a substitu-lo;

IX - a expedio do habite-se fica condicionada a
quitao do valor da contrapartida;

X - este dispositivo no se aplica a ZEIA e ao entorno dos
bens tombados.

Art. 48 - O art. 22 da Lei Complementar n. 74, de 6 de
setembro de 2005 passa a vigorar com a seguinte redao:

Art. 22 - ...

2 - A Guia de Diretrizes Urbansticas - GDU fornecer
diretrizes quanto ao nvel de interferncia arquitetnica e restries aos
ndices urbansticos nos empreendimentos tombados pelo patrimnio
histrico municipal, estadual ou federal e seu entorno; e aqueles
localizados na Zona Especial de Interesse Cultural - ZEIC ou Zona
Especial de Interesse Ambiental - ZEIA, estabelecidas no Plano Diretor de
Campo Grande.

3 -....

Art. 49 - A legislao urbanstica ser revisada, para adequao
s disposies desta Lei Complementar, conforme as seguintes diretrizes:

I - compatibilizao com a Carta Geotcnica do Municpio
de Campo Grande, Carta de Drenagem e demais instrumentos de
planejamento disponveis;

II - simplificao dos processos administrativos de licenciamento
e fiscalizao de empreendimentos e atividades.

TTULO V
DAS DISPOSIES FINAIS

Art. 50 - A receita alcanada pela utilizao dos instrumentos
de gesto do desenvolvimento urbano previstos nesta Lei Complementar
ser destinada ao fundo de urbanizao e produo de habitao de
interesse social.



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Art. 51 - A Zona de Proteo do Aerdromo, delimitada e
definida nos Anexos I e II desta Lei Complementar, poder ser modificada
pelo Poder Executivo Municipal, a partir dos critrios estabelecidos pelo
rgo federal competente, a qualquer tempo.

Art. 52 - O Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes
Oramentrias e o Oramento Anual, bem como os demais planos,
programas e projetos sero elaborados em compatibilidade com as
diretrizes desta Lei.

Art. 53 - Esta Lei Complementar contm dois anexos:

I - Anexo I - mapas 01, 02, 03, 04;

II - Anexo II - descrio dos permetros.

Art. 54 - O Poder Executivo Municipal regulamentar, no
que couber, as disposies contidas nesta Lei Complementar.

Art. 55 - Esta Lei Complementar entra em vigor na data de
sua publicao, ficando revogada a Lei Complementar n. 5, de 22 de
novembro de 1995, a Lei n. 3.828, de 14 de dezembro de 2000, a Lei
Complementar n. 62, de 05 de dezembro de 2003, a Lei Complementar n.
66, de 2 de agosto de 2004, a Lei n. 4.349, de 22 de dezembro de 2005, e
as demais disposies em contrrio.

CAMPO GRANDE-MS, 6 DE OUTUBRO DE 2006.




NELSON TRAD FILHO
Prefeito Municipal






















PlanoDiretor-L