Literatura Infantil E Mundo Globalizado: Colóquio Internacional

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LITERATURA INFANTIL

E
MUNDO GLOBALIZADO

Colóquio Internacional

Centro de Investigação em Formação de


Profissionais de Educação da Criança

Instituto de Educação
Universidade do Minho, Braga, Portugal
28-29 Janeiro 2011

Auditório do Centro Multimédia


Auditório do Instituto de Educação
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Organização e Composição
Fernando Azevedo, 2011
Comissão Científica

Fernando Azevedo (Universidade do Minho, Portugal)


Armindo Mesquita (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal)
Ângela Balça (Universidade de Évora, Portugal)
Fernando Pinto do Amaral (Universidade de Lisboa, Portugal)
Maria da Graça Sardinha (Universidade da Beira Interior, Portugal)
Blanca-Ana Roig Rechou (Universidade de Santiago de Compostela, Espanha)
Alberto Filipe Araújo (Universidade do Minho, Portugal)
Pedro Palhares (Universidade do Minho, Portugal)
Fátima Albuquerque (Universidade de Aveiro, Portugal)
Renata Junqueira de Souza (Universidade Estadual Paulista, São Paulo, Brasil)
Eliane Debus (Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil)
Sara Reis da Silva (Universidade do Minho, Portugal)
Joaquim Machado de Araújo (Universidade do Minho, Portugal)
Maria Helena Leal Vieira (Universidade do Minho, Portugal)

Comissão Organizadora

Fernando Azevedo (CIFPEC, Universidade do Minho)


Sara Reis da Silva (CIFPEC, Universidade do Minho)
Armindo Mesquita (CEL, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro)
Ângela Balça (CIEP, Universidade de Évora)

Organização

Apoios
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Conteúdos

Apresentação……………………………………………………………………………..7

Programa…………………………………………………………………………………..9

Resumos

Dia 28……………………………………………………………………………..17
Dia 29……………………………………………………………………………..31

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LITERATURA INFANTIL
E MUNDO GLOBALIZADO

Vivemos numa sociedade globalizada, onde a informação é partilhada entre todos a um ritmo
alucinante. Se é verdade que, graças, à globalização o mundo se tornou mais consciente,
mais solidário e, em determinadas situações, mais participativo (todos temos hoje consciência
que fazemos parte da mesma família humana), este colóquio procurará averiguar até que
ponto a Literatura Infantil inscreve e interroga, nos seus textos, as marcas da globalização, um
sistema que inclui, no seu espectro semântico, múltiplas acepções nem sempre coincidentes
entre si.

O que significa a globalização hoje? Quais os seus lugares e os seus gestos na literatura de
potencial recepção leitora infantil?

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PROGRAMA

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28 Janeiro (Sexta-feira)

16h30 – Recepção dos participantes

17h00 – 17h30 (Auditório do Centro Multimédia) - Abertura


Comissário do Plano Nacional de Leitura
Reitor da Universidade do Minho
Presidente do Instituto de Educação
Directora do CIFPEC
Coordenador da Comissão Organizadora

17h30 – 20h00 (Auditório do Centro Multimédia) - Painel Conflitos, Imagens


e Valores
 Guerra Civil y LIJ. Comparaciones entre la producción de España – Blanca-Ana Roig
Rechou (Universidade de Santiago de Compostela, Espanha)
 A crítica ao autoritarismo à moda dos contos de fadas – Geovana Gentili Santos
(USC/Espanha –UNESP/Brasil)
 A construção/representação da „adolescência‟ no romance juvenil alemão e português:
uma leitura de Die Zeit der Schlafenden Hunde de Mjriam Pressler e de A Lua de Joana
de Maria Teresa Maia Gonzalez – Maria Amélia Cruz (Universidade Católica
Portuguesa, Portugal)
 Representações da infância na sociedade brasileira: crônicas de Rachel de Queiroz –
Keila Vieira de Sousa (Universidade de Coimbra/Fundação Calouste Gulbenkian,
Portugal)
 Globalização e Representação na Literatura Infantil: Interrogar o Mundo – Fernando
Azevedo (CIFPEC/Instituto de Educação, Universidade do Minho, Portugal)
 Humor, Ironia e Critica Social na poesia infanto-juvenil de Vergílio Alberto Vieira – João
Manuel Ribeiro (FPCE, Universidade de Coimbra, Portugal)
 Debate

17h30 – 20h00 (Auditório do Instituto de Educação) - Painel Voz e Acção


 La literatura infantil de temática árabe en España: Una aproximación desde la
pragmática y el Análisis Crítico del Discurso – Beatriz Soto Aranda (CES Felipe II,
UCM, Espanha) e Mohamed El-Madkouri Maataoui (UAM, Espanha)
 A voz e a vez dos textos de potencial recepção infantil no Jardim de Infância – Maria da
Graça Sardinha (CIFPEC/Universidade da Beira Interior, Portugal) e Bernardina
Ferrinho (Educadora de Infância, Portugal)
 Leitura na Educação Infantil: a ciranda de livros como alternativa para a formação do
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leitor – Rebeca Ramos Campos (Núcleo de Educação da Infância – NEI/CAp/UFRN,


Brasil) e Sandro da Silva Cordeiro (Núcleo de Educação da Infância – NEI/CAp/UFRN,
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Brasil)
 Contos de fadas na Educação Infantil: alimento para a alma e imaginário da criança –
Maria de Fátima Araújo (NEI/UFRN, Brasil) e Nayde Solange Garcia Fonseca
(NEI/UFRN, Brasil)
 A literatura infantil como alternativa para o ensino do português como idioma
estrangeiro – Cibele Lucena de Almeida (NEI-CAp/UFRN, Brasil) e Antônia Fernanda
Jalles (NEI-CAp/UFRN, Brasil)
 O preconceito racial em Xixi na cama e O menino marrom: práticas educativas em sala
de aula – Renata Junqueira de Souza (Unesp/CELLIJ/Pres. Prudente, Brasil) e Eliane
Aparecida Galvão Ribeiro Ferreira (Unesp/Assis, Brasil)
 Debate

20h00 – Jantar livre

29 Janeiro (Sábado)

9h00 – 10h30 - (Auditório do Centro Multimédia) - Painel Conflitos, Imagens


e Valores
 As construções ficcionais historiográficas – dos modelos factuais aos valores
contemporâneos da estruturação do Mundo – Teresa Macedo (CIFPEC/Universidade
do Minho, Portugal)
 A LIJ e os livros de filosofia para crianças – João Manuel Ribeiro (FPCE da
Universidade de Coimbra, Portugal) e Gabriela Sotto Mayor (CESC, Universidade do
Minho, Portugal)
 Se sou uma fada, existo! Trabalhar a esperança a partir da literatura infantil numa
perspectiva de valorização da dialéctica entre identidade e alteridade na construção das
pessoas que queremos que habitem nos nossos alunos – Célia Novais (CI-ISCE
Felgueiras, Portugal)
 Debate

9h00 – 10h30 (Auditório do Instituto de Educação) - Painel Leitura e


Lugares
 BIBLON: plataforma de incentivo a leitura literária de crianças – Cássia Furtado (U.
Aveiro/U. Porto – Portugal/FAPEMA, Brasil e Lídia Oliveira (CECTAC.media –
Universidade de Aveiro, Portugal)
 CONTOS 2.0 – João Nuno Sardinha (Universidade da Beira Interior, Portugal)
 Para além das Bibliotecas Escolares: As Tecnologias de Informação na Promoção da
Literatura Infantil – Pedro Rafael Neto Gomes (Agrupamento de Escolas Serra da
Gardunha – Fundão), António Pereira Pais (Instituto Politécnico de Castelo
Branco/Escola Superior de Educação, Portugal) e Maria da Graça Sardinha
(CIFPEC/Universidade da Beira Interior, Portugal)
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 Debate
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10h30 – 11h00 – Pausa


11h00 – 12h30 (Auditório do Centro Multimédia) - Painel Conflitos, Imagens
e Valores
 Identidades e alteridades na literatura infantil galega e portuguesa. O papel do receptor-
leitor na construción da sociedade novecentista – Xulio Pardo de Neyra (Universidade
da Coruña, Espanha)
 Mudança e identidade na Escola: leitores de palmo e meio – Maria da Graça Sardinha
(CIFPEC/Universidade da Beira Interior, Portugal) e Maria João Reboxo (Docente do 1º
ciclo do Ensino Básico, Portugal)
 A Guerra na Literatura Infanto-Juvenil – Liliana Costa (Universidade do Minho, Portugal)
 Famílias monoparentais - Rita Estorninho (Universidade do Minho, Portugal)
 Debate

11h00 – 12h30 (Auditório do Instituto de Educação) - Painel Leitura e


Lugares
 Análisis comparativo de las adaptaciones léxicas en las versiones portuguesa y
española de Donkey Xote: estudio del éxito comunicativo del subtitulado para sordos –
Lourdes Lorenzo García e Almudena Pérez de Oliveira (Universidade de Vigo, España)
 A formação do leitor literário em tempos de multimídias – Danielle Medeiros de Souza
(NEI-CAp/UFRN, Brasil) e Naire Jane Capistrano (NEI-CAp/UFRN, Brasil)
 A contribuição da literacia multimodal na formação do leitor infanto-juvenil: a música, o
cinema e a dramatização – Jorge Martins e Fernando Azevedo (CIFPEC/Universidade
do Minho, Portugal)
 Debate

12h30 – Almoço livre

14h30 – 16H00 (Auditório do Centro Multimédia) - Painel Representação e


Construção Cultural do Género
 “Ele está chateado porque tem que usar aquela coisa cor-de-rosa” – (des)construindo
representações de género em álbuns – Lúcia Gomes (F.P.C.E. /U. Porto, Portugal)
 Are you a really a B@y? How masculinities are portrayed in 21st century children‟s
literature – Alba Alonso Feijoo (Universidade de Vigo, Espanha)
 Rostos de Narciso? Representações da homossexualidade na literatura infanto-juvenil
portuguesa – Mª da Conceição Tomé (Agrupamento de Escolas de Silgueiros/Centro de
Estudos das Migrações e Relações Interculturais, Portugal) e Glória Bastos
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(Universidade Aberta/Centro de Estudos das Migrações e Relações Interculturais,


Portugal)
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 O disfraz masculino como fonte de poder: o exemplo d‟A expedición do Pacífico de


Marilar Aleixandre – Montse Pena Presas (Universidade de Santiago de Compostela,
Espanha)
 A muller e a narrativa infantil e xuvenil sobre Guerra Civil na LIX galega no „Ano da
Memoria Histórica‟ – Marta Neira Rodríguez (ANILIJ, Espanha)
 A competição feminina e as representações do príncipe na Literatura para a Infância e
Juventude – Alexandra Ferreira e Rosalina Sampaio (Universidade do Minho, Portugal)
 Debate

14h30 – 16H00 (Auditório do Instituto de Educação) - Painel Literatura e


Consumo
 Charlie Bucket. A pure spirit in a consumer world – Patricia Martín Ortiz (Universidad de
Salamanca, Espanha)
 A voz da literatura infantil na comunicação de massas – Ângela Balça (Universidade de
Évora, Portugal)
 A „nova literatura‟ na promoção de uma competência literária global, verdade ou
consequência? – Gisela Silva (CIFPEC, Universidade do Minho, Portugal)
 Entre casas, quintais e cidades: a representação do espaço nos álbuns narrativos de
Isabel Minhós Martins – Sara Reis da Silva (CIFPEC/Instituto de Educação,
Universidade do Minho, Portugal)
 As demandas da Lei 10.639/2003 e o mercado editorial brasileiro para a infância –
Eliane Santana Dias Debus (Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil)
 Debate

14h30 – 16H00 (Sala 20) - Painel Voz e Acção


 Literatura infantil e mediação leitora. Veredas e caminhos para uma nova consciência –
Maria da Graça Sardinha (CIFPEC/Universidade da Beira Interior, Portugal) e Maria
Gracinda da Silva (Docente do 1º ciclo do Ensino Básico, Portugal)
 Os caminhos do Ensino e da Aprendizagem do Vocabulário: Intercultura, Corpus
Textual e Lexicultura – António Pereira Pais (Instituto Politécnico de Castelo
Branco/Escola Superior de Educação, Portugal) e Maria da Graça Sardinha
(CIFPEC/Universidade da Beira Interior, Portugal)
 Linguagem teatral: um olhar a partir da literatura infantil – Nayde Solange Garcia
Fonseca e Raimunda Porfírio (Núcleo de Educação da Infância -NEI/UFRN, Brasil)
 O diário juvenil: Identidade(s) e Globalização – Carlos Teixeira (Instituto Politécnico de
Bragança, Portugal)
 A banda desenhada histórica como recurso didáctico-pedagógico para a construção de
conhecimento histórico dos alunos no 1º CEB – Glória Solé (CIED, Instituto de
Educação, Universidade do Minho, Portugal)
 Era uma vez a Leitura… – Lurdes Pelarigo (FCSH, Portugal)
 Debate
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16h00 - (Auditório do Centro Multimédia) - Encerramento


Resumos e Oradores

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28 Janeiro (Sexta-feira)

17h30 – 20h00 (Auditório do Centro Multimédia) - Painel Conflitos, Imagens e


Valores

Guerra Civil y LIJ. Comparaciones entre la producción de España

Blanca-Ana Roig Rechou (Universidade de Santiago de Compostela, Espanha)

Se expondrán los primeros resultados de un proyecto de investigación que tiene como


objetivo hacer un repertorio de la producción literaria escrita en cada una de las
lenguas de España, dirigida a los más jóvenes, en la que se trate la Guerra Civil
española, describirla y analizar una selección de obras para una posterior
comparación a partir de varios tópicos.
En esta ocasión se pretende dar noticia de la producción recogida hasta el momento
en cada una de las lenguas: el número de obras escritas por hombre y mujeres y las
tipologías que se ofrecen, para observar, a partir de una selección, cómo se marcan
las identidades y qué temáticas secundarias son preferidas por los hombres y por las
mujeres. Se intenta responder así a varios de los tópicos requeridos en este Coloquio
internacional.

A crítica ao autoritarismo à moda dos contos de fadas

Geovana Gentili Santos (USC/Espanha – UNESP/Brasil)

Os contos de fadas são povoados por reis, rainhas, príncipes, princesas, madrastas,
fadas e bruxas: um universo que conta com o maravilhoso como elemento essencial
para o desenvolvimento de suas histórias. Constantemente, a literatura infantil
contemporânea tem se voltado para essa modalidade literária e proposto novas
perspectivas de leitura desse legado cultural. Uma delas consiste na crítica ao
autoritarismo exercido por parte dos reis ao governar seu povo e na defesa da
liberdade de escolha. No sistema literário infantil brasileiro, temos como exemplo
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dessa proposta de leitura a obra O reizinho mandão (1978), de Ruth Rocha (1931-),
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na qual o príncipe, quando assume o poder do reino, impõe ao seu povo diversas leis
absurdas, tal como proibir a sua gente de falar. De modo semelhante, no âmbito
galego, encontramos o livro A porta proibida (1985), de Xesús Pisón (1954-), no qual o
rei sente satisfação em ditar ordens ao seu povo e, por esse motivo, com medo de
que se fossem, os proíbe de atravessar a porta do reino. Em ambas as produções,
verificamos a retomada das constantes estruturais dos contos de fadas e, por meio
dessa modalidade literária tão cara à formação leitora das crianças, a introdução de
questões sociais que conduzem o receptor a uma reflexão crítica. Tendo em conta tais
aspectos, a presente comunicação tem por objetivo analisar o modo como as duas
obras dialogam com o universo maravilhoso dos contos de fadas, rompendo, por meio
da forma escolhida, com o silêncio de temas considerados inadequados às crianças.

Geovana Gentili Santos é doutoranda pela Universidade de Santiago de Compostela


(USC/ Espanha), junto ao Programa "Literatura y construcción de la identidad en
Galicia", sob a orientação da Profa. Blanca-Ana Roig Rechou; e pela Universidade
Estadual Paulista (UNESP/Assis), junto ao Programa de Pós-Graduação em Letras
"Litreratura e Vida Social", sob a orientação do Prof. João Luís Ceccantini. Mestre em
Letras (2009), e Graduada por essa mesma Instituição em Letras Português/Francês
(2005) e em Português/Espanhol (2007). Tem experiência na área de Letras, com
ênfase em literatura comparada e literatura infanto-juvenil brasileira e galega. Conta
com o auxílio financeiro da CAPES, no Brasil, e, junto a USC, faz parte do Programa
Erasmus Mundus. Tem participado de congressos e eventos relacionados ao tema de
sua pesquisa, assim como tem publicado resultados em alguns periódicos. (Consultar:
http://lattes.cnpq.br/0269042722165774)

A construção/representação da „adolescência‟ no romance juvenil alemão e português:


uma leitura de Die Zeit der Schlafenden Hunde de Mjriam Pressler e de A Lua de Joana
de Maria Teresa Maia Gonzalez

Maria Amélia Cruz (Universidade Católica Portuguesa, Portugal)

O conceito de „adolescência‟, entendido como uma construção histórico-social


reportada ao período da vida situado entre a infância e vida adulta, surgiu durante o
século XIX com a Revolução Industrial, essencialmente devido a factores económicos
e culturais. Na sociedade globalizada e em constante mudança em que vivemos, com
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alterações que se manifestam a um ritmo crescente e a todos os níveis – tecnológico,


social, ideológico, cultural – também a delimitação de um tal conceito não poderia ficar
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incólume.
Na presente comunicação procurar-se-á reflectir sobre a construção da „adolescência‟
no actual romance juvenil alemão e português, a partir da análise das obras Die Zeit
der Schlafenden Hunde de Mjriam Pressler e de A Lua de Joana de Maria Teresa
Maia Gonzalez. Estamos perante duas obras em que as personagens centrais são
duas jovens adolescentes – Johanna e Joana, respectivamente – envolvidas em
conflitos internos e em busca de uma identidade própria. Para o efeito, procurar-se-á
proceder a um estudo comparado das representações da „adolescência‟ presentes em
ambos os romances, como elementos constitutivos de algo a que se pode chamar
uma „identidade adolescente‟, procurando reflectir sobre a forma como contribuem
para a construção dessa identidade e em que medida se assemelham ou se afastam
as construções identitárias da adolescência presentes em obras provenientes de
mundos culturais distintos.

Maria Amélia Gonçalves da Cruz é licenciada em Filologia Germânica e Mestre em


Estudos Alemães, especialidade em Linguística Alemã, pela Faculdade de Letras da
Universidade de Lisboa. Está presentemente a preparar o Doutoramento em Estudos
de Cultura, na Universidade Católica de Lisboa.
Foi docente do Ensino Básico e Secundário até Setembro de 2004, altura em que
passou a integrar a equipa do GAVE – Gabinete de Avaliação Educacional do
Ministério da Educação, onde participou em diversos projectos. É tradutora técnica e
literária (Alemão-Português). Obras literárias traduzidas: “Der Erzähler”, “Lehre vom
Ähnlichen” e “Spielzeug und Spielen” de Walter Benjamin, em: Walter Benjamin
(1992), Sobre Arte, Técnica, Linguagem e Política, Lisboa: Relógio d' Água; “Die
Verlobung in St. Domingo” de Heinrich von Kleist (1994) Noivado em S. Domingo,
Lisboa: Relógio d' Água.

Representações da infância na sociedade brasileira: crônicas de Rachel de Queiroz

Keila Vieira de Sousa (Universidade de Coimbra/Fundação Calouste Gulbenkian,


Portugal)

Em A identidade cultural na pós-modernidade (2005), Stuart Hall afirma que “a


identidade está profundamente envolvida no processo de representação”, pois todo
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meio de representação (escrita, pintura, desenho, fotografia etc.) deve traduzir seus
objeto em dimensões espaciais e temporais, já que através disso as identidades são
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localizadas e representadas. Ora, se o texto literário enquanto representação nos


revela “coisas quais podiam acontecer, possíveis no ponto de vista da verossimilhança
ou da necessidade”, como afirma Aristóteles em Poética, então, as crônicas de Rachel
de Queiroz (1910-2003), escritora brasileira em que se nota um profundo olhar para as
angústias, as desigualdades e os valores que constituem a sociedade, podem nos
ajudar a compor um painel da identidade da infância brasileira, sobretudo no século
XX, transformando-se numa projeção dos desafios a serem vencidos quer por ações
públicas quer por individuais. Afinal, o texto literário expressa visões de mundos que
são coletivas ou referidas a determinados grupos sociais, como diz Adriana Facina em
Literatura e Sociedade (2004).

Keila Vieira de Sousa é doutoranda em Literatura Portuguesa - Investigação e Ensino


na Universidade de Coimbra. Orientador: Prof. Dr. José Augusto Cardoso Bernardes;
Mestre em Letras na Universidade Federal do Ceará, UFC, Fortaleza, Brasil (2007) e
Especializada Em Estudos Literários e Culturais. Universidade Federal do Ceará,
UFC, Fortaleza, Brasil (2002).

Globalização e Representação na Literatura Infantil: Interrogar o Mundo

Fernando Azevedo (CIFPEC, Instituto de Educação, Universidade do Minho, Portugal)

O conceito de globalização constitui actualmente um termo semanticamente denso,


uma espécie de mot-valise sob o qual se abrigam múltiplas acepções nem sempre
compatíveis entre si. Se ele mantém inegáveis relações com a esfera económica, ele
não pode ser dissociado também de outros como os de mundialização e de
universalismo, elementos que, sob o ponto de vista técnico e político, potenciaram o
primeiro.
Esta comunicação olhará para alguns textos de potencial recepção leitora infantil e
juvenil que, anulando as distâncias entre o local e o global, interrogam práticas,
eventos e estados, buscando que o mundo seja, de facto, uma aldeia global nos
planos social, cultural e político.

Fernando Azevedo é Professor Associado do Instituto de Educação da Universidade


do Minho. Doutorado em Ciências da Literatura, Especialidade de Literatura
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Portuguesa, pela Universidade do Minho, é regente das unidades curriculares de


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Pragmática da Comunicação Literária para a Infância e Juventude, assim como de


Literacia e Mediação Leitora, nos cursos de Licenciatura e de Pós-Graduação do
Instituto de Educação.
Tem obras publicadas no domínio da hermenêutica textual, literatura infantil e
formação de leitores.
Alguns dos títulos mais recentes:
Azevedo, F. (2011) Poder, Desejo, Utopia. Estudos em Literatura Infantil e Juvenil.
Braga: CIFPEC.
Azevedo, F. (Coord.) (2010) Infância, Memória e Imaginário. Ensaios sobre Literatura
Infantil e Juvenil. Braga: CIFPEC.
Azevedo, F. & Sardinha, M. G. (Orgs) (2009) Modelos e Práticas em Literacia. Lisboa:
Lidel.
Para informação mais detalhada:
https://sites.google.com/site/fernandouminho/

Humor, Ironia e Critica Social na poesia infanto-juvenil de Vergílio Alberto Vieira

João Manuel Ribeiro (FPCE, Universidade de Coimbra, Portugal)

Na poesia de Vergilio Alberto Vieira (VAV), a socialização cultural e a


desconstrução/reconstrução do imaginário tradicional, faz-se pela crítica social, com
recurso frequente ao humor e a ironia, numa reivindicação de tensão permanente com
a realidade e os seus sistemas ideológicos, filosóficos e religiosos.
No avesso da caricatura e da irrisão e no âmago da crítica social, ou em contraponto
com qualquer moral tradicional, surge, como defende Gomes (1997, 106), "a exaltação
de outros mundos". Esta conexão entre critica social e exaltação de outros mundos,
sintetizados na revisitação da Natureza e da infância, e na valorização do imaginário
(Gomes; Ramos & Silva, 2009), permite-nos sustentar que, na poesia de VAV, a critica
não e um exercício gratuito, mas um estado vital, uma contra-afirmação do mundo,
numa conjugação entre visão e composição literária, ou ainda, "uma exposição
reflectida e um juízo de valor da herança e do contexto a que pertencem" (Steiner,
1993:22) que não e esporádica ou circunstancial, limitando-se a este ou aquele livro,
mas transversal a toda a sua obra poética para a infância e em conjugação com
outras linhas-força da sua obra, como a reinvenção da tradição oral e com a
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desconstrução/ reconstrução do imaginário tradicional e popular.


Assim, a poesia para a infância e juventude de VAV e uma poética comprometida com
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a realidade social e critica face aos sistemas vigentes. Detectar e analisar esta
poética, sob o prisma do humor e da ironia e 0o objectivo central que perseguimos.
João Manuel Ribeiro é licenciado e mestre em Teologia pela UCP Porto. Mestre e
doutorando em Ciências da Educação pela FPCE da Universidade de Coimbra.
Membro não doutorado do Centro de Psicopedagogia da Universidade de Coimbra.
Bolseiro da FCT. Master en libros e literatura infantil y Juvenil pela Universitat
Autonoma de Barcelona. Autor e editor de livros de LIJ.

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28 Janeiro (Sexta-feira)

17h30 – 20h00 (Auditório do Instituto de Educação) - Painel Voz e Acção

La literatura infantil de temática árabe en España: Una aproximación desde la


pragmática y el Análisis Crítico del Discurso

Beatriz Soto Aranda (CES Felipe II, UCM, Espanha)


Mohamed El-Madkouri Maataoui (UAM, Espanha)

La población de origen marroquí constituye uno de los colectivos no autóctonos más


numeroso en el sistema educativo español. Esto es consecuencia de los procesos de
reagrupación familiar que tuvieron lugar en la pasada década, sin olvidar que cada vez
son más los hijos de inmigrantes nacidos en territorio español. La escuela ha ido
vertebrando en estos años diversos programas de integración del multiculturalismo y
el multilingüismo en las aulas con desigual resultado.
Así, esta comunicación tiene por objeto analizar cómo se ha abordado la presencia de
la literatura de temática árabe en la escuela, tanto en EP como en la ESO. Para ello
se describirán qué modelos culturales presentan las obras propuestas y si éstas
representan paradigmas de las vivencias en los países de origen de estos estudiantes
o, por el contrario, son prototipos de los patrones culturales asumidos por la sociedad
española concebida como sociedad de acogida.

Beatriz Soto Aranda es profesora de lengua española y de lingüística en el CES


Felipe II (UCM). Doctora en Lingüística por la UAM, es especialista en la adquisición
del español en población marroquí escolarizada en España. Igualmente trabaja sobre
las relaciones culturales y lingüísticas entre el árabe y el español.
Email: [email protected]

Mohamed El-Madkouri Maataoui es Doctor de Estado en Lingüística. Doctor por la


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Universidad Autónoma de Madrid, en lingüística, en 1993, con una tesis sobre Teoría
De La Tradeucción (1ª tesis doctoral). Doctor por la Universidad Complutense de
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Madrid, en Filología, en 2005, con una tesis sobre La Imagen Del Otro: Lo Árabe En
La Prensa Española (2ª tesis doctoral). Profesor del Departamento de Lingüística de
la Universidad Autónoma de Madrid. Autor del Diccionario Bilingüe Árabe-Español de
Anaya.
Email: [email protected]

A voz e a vez dos textos de potencial recepção infantil no Jardim de Infância

Maria da Graça Sardinha (CIFPEC/Universidade da Beira Interior, Portugal)


Bernardina Ferrinho (Educadora de Infância, Portugal)

O leitor não nasce, faz-se; mas o não leitor também. Ora, o jardim-de-infância pode e
deve ser o lugar de múltiplas leituras proporcionando à criança um envolvimento
activo capaz de potenciar competências precoces de literacia, levando a um profundo
envolvimento das famílias.
Assim sendo, no nosso trabalho, apresentamos um projecto onde as crianças são os
verdadeiros actores, neste palco que é a escola.
Palavras-chave: literacia, jardins-de-infância, mediadores

Maria da Graça Sardinha é doutorada em Letras com uma tese no âmbito da


didáctica da leitura/ metodologia do ensino do Português Língua Materna pela
Universidade da Beira Interior. É Coordenadora do 2º Ciclo de Estudos em
Português/Espanhol, Supervisora Pedagógica. É docente na Universidade da Beira
Interior.
Email: [email protected]

Bernardina Ferrinho é mestre pelo Departamento de Letras da Faculdade de Arte e


Letras da Universidade da Beira Interior.
Email: [email protected]

Leitura na Educação Infantil: a ciranda de livros como alternativa para a formação do


leitor
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Rebeca Ramos Campos (Núcleo de Educação da Infância – NEI/CAp/UFRN, Brasil)


Sandro da Silva Cordeiro (Núcleo de Educação da Infância – NEI/CAp/UFRN, Brasil)
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O ato de ler, enquanto prática social, permite conhecer o mundo, ampliar saberes. É
também, uma atividade individual e/ou coletiva, iniciada com a decodificação dos
signos presentes numa dada produção, prosseguida mediante a interação do leitor
com o texto, permitindo o estabelecimento de conjecturas e a produção de novas
formas de entendimento. Assim, ler é atribuir sentido ao texto, a partir das
experiências leitoras precedentes, oriundas tanto do espaço familiar quanto escolar.
Essas duas instâncias – família e escola – devem contribuir para a formação de um
leitor crítico, capaz de desvendar os enunciados literários. Possibilitar o acesso das
crianças à situações de leitura auxilia no desenvolvimento de habilidades lingüísticas,
garantindo espaço para a imaginação, a criatividade, a reflexão e a produção textual.
Considerando o expresso acima, este trabalho visa relatar experiência vivenciada no
Núcleo de Educação da Infância – NEI/CAp/UFRN (Natal/RN – Brasil), com crianças
entre 5 e 6 anos, cujo foco centrou-se numa atividade denominada “Ciranda de livros”.
Todas as sextas-feiras, as crianças trocavam livros para deleite literário no final de
semana junto à família. Um repertório de 20 histórias, de autores e gêneros diversos
foi contemplado. Evidenciamos as estratégias didático-pedagógicas empregadas, as
reações das crianças, bem como o posicionamento dos pais diante da proposição da
Ciranda. A evolução no processo de aquisição da leitura e escrita, o gosto pela
literatura, o manuseio de obras literárias, a formação de preferências por autores, bem
como a atenção aos elementos constituintes das histórias (título, autor, ilustrador)
foram alguns dos benefícios percebidos no decorrer da Ciranda.
Palavras-chave: Educação Infantil – Literatura Infantil – Apreciação literária

Rebeca Ramos Campos possui formação em Pedagogia. Atualmente é aluna de


mestrado do programa de pós graduação da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, tendo seu trabalho desenvolvido na área de necessidade para a formação do
professor de educação infantil. Professora Substituta no Núcleo de Educação Infantil -
NEI/CAp/UFRN durante o ano de 2009 e 2010. Agora, assume como professora
efetiva de ensino básico, técnico e tecnológico, com dedicação exclusiva, 40h, na
mesma instituição. As pesquisa estão ligadas à formação do professor, educação
infantil, leitura e escrita.
Email: [email protected]
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Sandro da Silva Cordeiro possui graduação em Pedagogia pela Universidade


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Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Mestre em Educação pela UFRN. Doutor em
Educação pela mesma universidade. Realizou estágio de docência assistida no curso
de Comunicação Social - Habilitação Jornalismo - nas disciplinas Cultura e Realidade
Brasileira e Mídia, Identidade e Cidadania. É professor do Núcleo de Educação da
Infância (NEI/CAp/UFRN). Tem experiência na área de Educação, com ênfase em
mídia-educação, estudos da infância, formação docente. Ministra regularmente cursos
para professores de instituições públicas e alunos de graduação e pós-
graduação. Publica periodicamente artigos em revistas e eventos científicos de
circulação local, nacional e internacional.
Email: [email protected]

Contos de fadas na Educação Infantil: alimento para a alma e imaginário da criança

Maria de Fátima Araújo (NEI/UFRN, Brasil)


Nayde Solange Garcia Fonseca (NEI/UFRN, Brasil)

Estudos realizados com contos de fadas na educação infantil nos permitem


compreendê-los como elemento importante na formação da criança, contribuindo para
seu desenvolvimento global, sem deixar de considerar a dimensão lúdica e criadora
que eles propiciam. O trabalho apresenta uma experiência com contos de fadas
realizada numa turma 3 no Núcleo de Educação da Infância-NEI-CApl-UFRN, no ano
de 2007. O grupo apresentava bastante interesse pela literatura de uma forma geral,
pelos textos fantásticos e pela vivência do jogo simbólico o que nos motivou a
enveredar por este tema de pesquisa, tendo como objetivos oportunizar as crianças o
acesso a literatura universal e traçar um perfil da lógica das crianças em relação ao
enredo, elementos, personagens e forma dos contos de fadas, além de contribuir para
o desenvolvimento do imaginário das crianças. O estudo se desenvolveu através de
leitura de contos; de apreciação do mesmo conto em várias versões; vivência dos
jogos teatrais e criação coletiva de um conto de fada que foi transformado em livro e
apresentado em forma teatral para toda a escola. O presente trabalho apoiou-se nas
idéias de AMARILHA, ABRAMOVITCH, BETTLHEIM, ESTÉS e HELD. Percebemos
que o trabalho desenvolvido ampliou o repertório das crianças em relação aos contos
de fadas; despertou o interesse e o desejo de apreciar este gênero textual; promoveu
a interação e a cooperação entre as crianças e contribuiu, sobretudo para o
27

desenvolvimento do imaginário na resolução de situações e sentimentos diversos.


Página

Palavras-chave: Literatura infantil- Contos de fadas- Imaginário- Educação infantil.

Maria de Fátima Araújo é Mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio


Grande do Norte/ Brasil, desempenhando atualmente funções como professora do
Ensino Técnico e Tecnológico (NEI/CAp/UFRN) na Universidade Federal do Rio
Grande do Norte/Brasil.

Nayde Solange Garcia Fonseca é mestre em Educação – CCSA - Programa de Pós-


Graduação - Universidade Federal do Rio Grande do Norte –UFRN. Actualmente é
professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN – Núcleo de
Educação Infantil.
Tem diversos trabalhos publicados em anais de congressos internacionais, nacionais
e regionais, bem como livros e capítulos.
Últimas publicações:
Fonseca, Nayde Solange Garcia e Rocha Vera Lourdes Pestana. Jogos Teatrais na
Educação Infantil: outras possibilidades. Coleção Cotidiano Escolar: O Ensino de Arte
e Educação Física na Infância. MEC/SEB. UFRN/PAIDÉIA, 2008, Natal, RN ISBN- 85-
7273-246-2.
Fonseca, Nayde Solange Garcia. Por que o navio não afunda? Caderno Faça e Conte
Entrelaçando Vivências e saberes na educação Infantil – 140p. nº 02 - 2006 – Núcleo
de Educação Infantil - UFRN, Natal-RN.
Email: [email protected]

A literatura infantil como alternativa para o ensino do português como idioma


estrangeiro

Cibele Lucena de Almeida (NEI-CAp/UFRN, Brasil)


Antônia Fernanda Jalles (NEI-CAp/UFRN, Brasil)

Em meio ao processo de globalização, o Brasil vivencia as consequências do


intercâmbio econômico e cultural entre as diversas nações mundiais e, de forma mais
específica, a infiltração do capital estrangeiro. Dentro desse contexto, os imigrantes
não estão mais somente a passeio, estão nos supermercados, nos bancos e nos
bairros das cidades. Eles são nossos vizinhos e seus filhos tornaram-se nossos
alunos. Mas como organizar uma prática que considere as especificidades da criança
28

imigrante? Nessa perspectiva, pretendemos relatar a experiência com um aluno de


Página

língua nativa inglesa na Educação Infantil, evidenciando a literatura infantil como


principal estratégia para o ensino do Português como idioma estrangeiro. Para isso,
realizamos um estudo de caso de cunho qualitativo e participante durante os meses
de fevereiro a novembro de 2004 em uma instituição privada da cidade do Natal-RN.
Privilegiamos como instrumentos metodológicos: o registro em diário de campo e a
gravação de falas do aluno. Como suporte teórico nos respaldamos, principalmente,
em: Abramovich (1997), Amarilha (1997), Almeida Filho (2002), Cazden (1991), Culler
(1999), Freire (1996), Held (1980) e Vygotsky (1998). Os resultados da pesquisa
indicam que a atividade de contar histórias agiu como impulsionadora da oralidade do
sujeito, permitindo-lhe condições de interagir de forma fruitiva, interessante e funcional
com a língua portuguesa. Esse fato nos leva a crer que, para o ensino de línguas
estrangeiras, o trabalho com a Literatura Infantil se traduz como uma alternativa
pertinente, que enriquece e torna prazeroso o processo de aquisição/aprendizagem do
novo idioma.
Palavras-chave: Literatura infantil. Ensino de português. Criança estrangeira.
Educação infantil.

Cibele Lucena de Almeida é Professora da Universidade Federal do Rio Grande do


Norte/Brasil. Docência na Educação Infantil, Ensino Fundamental e Superior;
Formação de professores; Assessoria Pedagógica; Desenvolvimento de projetos de
ensino, pesquisa e extensão na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e no
Ensino Superior. Mestre em Educação, pela Universidade Federal do Rio Grande do
Norte/ Brasil. Autora de diversos artigos publicados em revistas e atas de eventos
científicos.
Email: [email protected]

Antônia Fernanda Jalles - NEI-CAp/UFRN


Professora do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, coordenadora de pesquisa e extensão do Núcleo de Educação da
Infância da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, coordenadora do Fórum de
Educação Infantil do Rio Grande do Norte, coordenadora do PROINFANTIL na
Universidade Federal do Rio Grande do Norte e coordenadora do Curso de
Especialização em Educação Infantil (MEC-UFRN).
Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (1992),
pós-graduada em Psicopedagogia Clínica pela Escuela Psicopedagógica de Buenos
29

Aires (1995), mestre (2001) e doutora em Educação pela Universidad Complutense de


Página

Madrid (2003).
Autora de diversos artigos publicados em revistas e atas de eventos científicos, bem
como da obra: JALLES, Antonia Fernanda. La Adquisición Del Lenguaje Infantil em
um Contexto Bilingue. Madrid: EDUCM, 2003.
Email: [email protected]

O preconceito racial em Xixi na cama e O menino marrom: práticas educativas em sala


de aula

Renata Junqueira de Souza (Unesp/CELLIJ/Pres. Prudente, Brasil)


Eliane Aparecida Galvão Ribeiro Ferreira (Unesp/Assis, Brasil)

A presente comunicação analisa duas obras Xixi na cama, de Drummond Amorim, e O


menino marrom, de Ziraldo. Por meio dessas discute-se as questões raciais trazidas
nos livros e evidencia-se o contexto histórico em que as histórias foram produzidas,
respectivamente, em 1979, e, em 1986. Embora haja sete anos de intervalo entre
essas produções, percebe-se que a temática é comum nos dois textos, no entanto, as
personagens lidam diferentemente com o fato de serem negras. Entender em que
momento histórico da literatura infantil brasileira essas histórias foram escritas, bem
como discutir comportamentos raciais a partir da leitura dos dois textos é importante
para que educadores percebam como lidar com um fato presente nas escolas e em
nossa sociedade: o preconceito.
Palavras chaves: Literatura infantil brasileira. Preconceito racial. Estratégias de
leitura. Prática educativa. Formação do leitor

Renata Junqueira de Souza é doutorada em Letras, Docente do Departamento de


Educação da Universidade Estadual Paulista e Coordenadora do Centro de Estudos
em Leitura e Literatura Infantil e Juvenil “Maria Betty Coelho Silva” (CELLIJ) da
mesma Universidade. É igualmente membro do Conselho do Programa de Pós-
graduação em Educação, possuindo múltiplas obras publicadas no Brasil e no
exterior.
Últimas obras publicadas (2010):
30

SOUZA, R. J., MENIN, A. M. C. S., GIROTTO, C. G. G. S., ARENA, D. B. Ler e


Página

compreender: estratégias de leitura. Campinas : Mercado de Letras, 2010 p.151.


GIROTTO, C. G. G. S. ; SOUZA, R. J. . Estratégias de leitura: para ensinar alunos a
compreender o que leem. In: Renata Junqueira de Souza. (Org.). Ler e compreender:
estratégias de leitura. 1 ed. Campinas: Mercado de Letras, 2010, v. , p. 45-114.
SOUZA, R. J. ; RIBEIRO, E. A. G. . Xixi na cama e O menino marrom: o preconceito
racial. In: Vera Teixeira de Aguiar; João Luís Ceccantini; Alice Áurea Penteado
Martha. (Org.). Heróis contra a parede: estudos de literatura infantil e juvenil. São
Paulo; Assis: Cultura Acadêmica; ANEP, 2010, v. , p. 271-303.
SOUZA, R. J. ; CRUZ, B. B. . Biblioteca escolar e dinamização na mediação da leitura:
formação de professores e contextos escolares. In: Luciano Alves Onça; Eder dos
Santos Camargo; Alexandre Piero. (Org.). Cultura e extensão universitária:
democratização do conhecimento. São João: Malta, 2010, v. , p. 124-133.
Email: [email protected]

31
Página
29 Janeiro (Sábado)
9h00 – 10h30 - (Auditório do Centro Multimédia) - Painel Conflitos, Imagens e
Valores

As construções ficcionais historiográficas – dos modelos factuais aos valores


contemporâneos da estruturação do Mundo

Teresa Macedo (CIFPEC/ Universidade do Minho, Portugal)

Nesta comunicação, pretende-se revelar o poder das narrativas de pendor histórico,


escritas por José Jorge Letria e destinadas ao público infanto-juvenil, como um
território profícuo na oferta de matrizes onde diferentes componentes se cruzam para
legitimar as representações do mundo. Essas narrativas, num plano de meta-
educação, não existem apenas para representar fidedignamente a realidade, mas
sobretudo como proposta de mediatização que apoia e ordena o conhecimento e a
transformação do real.
Integrando a construção do conhecimento sobre o real, as narrativas ficcionais
historiográficas são sempre povoadas por aqueles que, no plano de uma acção
projectiva no futuro, configuraram a modificação do rumo da história como factor de
inovação cultural e social. Aqui se configura uma das lições fundamentais para a
existência humana se pensarmos que não existe felicidade individual sem felicidade
colectiva, sendo, por isso, muito ténue a fronteira que separa as componentes da
historicidade com as que destacam determinadas personalidades duma biografia
completamente intrincada e participada na modificação do mundo.
Sob o anúncio das dimensões morais e éticas relativas às clarificações da
normalização da conduta do indivíduo inserido num grupo, queremos também mostrar
que, após as situações de ruptura que podem originar a modificação de um sistema
de valores instituídos, reforça-se a ideia de coesão de cultura, sustentáculo da
identidade de uma colectividade, onde estão presentes os sentidos e as normas
fundacionais da modelização do ser humano da contemporaneidade.
32
Página

Teresa Macedo é professora do 1º Ciclo, mas desempenha funções de formadora na


área da Língua Portuguesa, junto de Educadores de Infância e de Professores do 1º
Ciclo do Ensino Básico, no Agrupamento de Escolas do Vale de S. Torcato,
Guimarães.
Paralelamente, tem desenvolvido investigação sobre a obra literária infanto-juvenil de
José Jorge Letria, assumindo uma visão pragmática ao nível da Mediação Leitora e do
Programa de Leitura Fundamentado na Literatura.
Estes estudos têm-na levado a desenvolver oficinas de leitura, acções de formação e
conferências onde divulga a importância da mediação de textos em contexto lectivo.
Email: [email protected]

A LIJ e os livros de filosofia para crianças

João Manuel Ribeiro (FPCE da Universidade de Coimbra, Portugal)


Gabriela Sotto Mayor (CESC, Universidade do Minho, Portugal)

Possibilitar a socialização cultural, seja pela estrutura lúdica (e não só) de muitos
textos, seja pelo tratamento reiterado da leitura, e do pensamento a ela inerente, como
actividade existencial fundamental é, no dizer de Teresa Colomer (1998), uma das
funções da literatura infanto-juvenil (LIJ). Neste suposto, importa interrogar o lugar, o
papel e a função de alguns textos para a infância e juventude que se abrigam sob a
designação de “Filosofia para Crianças”, dado que a sua configuração textual, gráfica
e ilustrativa é similar aos textos de LIJ.
Em face de certa popularidade deste tipo de texto entre nós, apesar dos textos serem
traduções do francês e das colecções terem o mesmo autor de texto (ainda que não o
mesmo autor da ilustração), importa perguntar criticamente: Em que medida estes
textos se podem considerar LIJ? A estrutura lúdica da LIJ não se compagina com a
perspectiva filosófica? A designação de “Filosofia para Crianças” é instrumental ou
intrínseca? A ilustração destes textos desempenha aqui um papel activo ou passivo?
De que forma pode a ilustração contribuir para a aprendizagem dos modelos
ideológicos e simbólicos presentes nestas publicações?
Reflectir sobre estas questões e problematizar (o tipo de) a relação entre filosofia e
literatura infantil e juvenil é o intento deste artigo.
33
Página

João Manuel Ribeiro é licenciado e mestre em Teologia pela UCP Porto. Mestre e
doutorando em Ciências da Educação pela FPCE da Universidade de Coimbra.
Membro não doutorado do Centro de Psicopedagogia da Universidade de Coimbra.
Bolseiro da FCT. Master en libros e literatura infantil y Juvenil pela Universitat
Autònoma de Barcelona. Autor e editor de livros de LIJ.
Email: [email protected]

Gabriela Sotto Mayor é ilustradora de LIJ. Licenciada em Artes Plásticas - Escultura


pela FBAUP e Mestre em Prática e Teoria do Desenho também pela FBAUP. Prepara
um doutoramento em Estudos da Criança na área de especialização de Comunicação
Visual e Expressão Plástica no Instituto da Educação da Universidade do Minho
(como bolseira da FCT [SFRH / BD / 66997 / 2009]). O principal objectivo da sua
investigação é contribuir para a caracterização da ilustração portuguesa
contemporânea, na produção literária de potencial recepção infantil, no período entre
2000 e 2009. É membro do CESC (Universidade do Minho). É autora de alguns
ensaios breves sobre Ilustração, que apresentou em congressos internacionais e/ou
publicou em revistas da especialidade.
Email: [email protected]

Se sou uma fada, existo! Trabalhar a esperança a partir da literatura infantil numa
perspectiva de valorização da dialéctica entre identidade e alteridade na construção das
pessoas que queremos que habitem nos nossos alunos

Célia Novais (CI-ISCE Felgueiras, Portugal)

O crescente multiculturalismo que se vive nas nossas escolas não tem de abalar as
estruturas da identidade nacional e cultural, nem tão pouco o direito a uma cultura da
diferença. Por outro lado, não podemos ignorar a nossa história literária e o efeito
formativo que se foi criando de resistência em relação ao Outro, ao que é de fora, ao
que é Diferente e estranho.
Como demonstrou Francesca Blockeel, na sua tese de doutoramento sobre Identidade
e Alteridade na Literatura Juvenil Portuguesa, os princípios nacionalistas e os temas
nacionais eram característicos neste tipo de produção literária durante o Estado Novo,
não obstante a não-aceitação desta ideologia por parte de autores como António
34

Torrado, Sophia de Mello Breyner ou Ilse Losa. Mas o que é facto é que durante
Página

muitos anos, segundo a autora deste estudo, se cultivou, ainda que


inconscientemente, um clima de forte nacionalismo paralelamente a um clima de
desconfiança face a tudo o que era estrangeiro, mesmo no pós-1974.
Existe, portanto, uma tradição literária que ajudou a estabelecer a identidade do povo
português, com um único senão: as narrativas para a infância e juventude reflectiram,
por vezes, a oposição e o confronto com outras culturas, frequentemente com
conotações negativas nas imagens estereotipadas que se lêem nas entrelinhas.
Enquanto professores, e aproveitando o que parece surgir como uma ameaça nas
nossas escolas, devemos tornar efectiva e perspectivar a diferença, no sentido
positivo do termo, procurando enriquecer o conhecimento social dos nossos alunos e
desenvolver laços de afinidade e de aceitação para com o Outro e as suas culturas
(ou seja, ajudar a promover a “partilha de outros mundos”).
Compreende-se, pois, que a literatura dos nossos autores contemporâneos se
apresente cada vez mais como promotora da reflexão sobre a identidade e a
alteridade.
A mensagem que a criança recebe através do texto literário, sem pretender enformar
consciências, deve cada vez mais favorecer e incrementar atitudes e comportamentos
de respeito pelo Outro, o entendimento e a amizade, o acolhimento e a inclusão.
Neste sentido, são as práticas pedagógicas enquanto práticas sociais que podem
contribuir para um efectivo trabalho de afectos, valores e atitudes, no sentido de
promover o desenvolvimento e a construção de pessoas felizes, justas e livres. É a
exploração deste tipo de práticas que pode levar à descoberta do tipo de pessoas que
queremos que habite e se desenvolva nos nossos alunos.

35
Página
29 Janeiro (Sábado)

9h00 – 10h30 (Auditório do Instituto de Educação) - Painel Leitura e Lugares

BIBLON: plataforma de incentivo a leitura literária de crianças

Cássia Furtado (U. Aveiro/U. Porto – Portugal/FAPEMA, Brasil)


Lídia Oliveira (CECTAC.media – U.Aveiro, Portugal)

Com o avanço vertiginoso das TIC‟s, e ultimamente com a web 2.0, percebe-se a
necessidade de trabalhar o incentivo a leitura literária de crianças de maneira
inovadora. A tecnologia tem forte influência nos miúdos, uma vez que nasceram sobre
esse domínio, considerados como nativos digitais, com implicações na maneira de
perceber a leitura, a partilha e a formação de redes. Presencia-se um novo fenômeno
com relação à leitura e a literatura, têm-se uma nova geração de leitores-escritores,
com características e necessidades contemporâneas e as instituições educacionais,
em especial a escola e a biblioteca, devem repensar o seu novo papel na formação de
leitores na Sociedade da Informação. O presente artigo descreve investigação sobre
a biblioteca escolar e o uso dos social media (redes sociais), no incentivo à prática da
leitura-escrita, tendo como objetivo principal propor um modelo de construção de
comunidade de leitores-escritores, para a comunidade escolar do 1º ciclo do ensino
básico, do Agrupamento das Escolas de Aveiro, Portugal. Na fase empírica da
pesquisa será trabalhada a plataforma BIBLON1, como espaço de criatividade,
cooperação, interculturalidade e ludicidade, pela comunidade escolar. Como resultado
espera-se melhorar a qualidade e motivação para leitura-escrita, com a formação de
redes de leitores-escritores; ampliar a presença de conteúdos na língua portuguesa no
ambiente da web; potencializar o uso do Magalhães, notadamente em atividades
lúdicas e contribuir para integração das TIC‟s com as bibliotecas escolares e leitura,
possibilitando maior motivação para a literatura infantil, devido à convergência de
múltiplas linguagens e oportunidade de espaço para criação em torno do texto
literário.
36
Página

Cássia Furtado é professora do Departamento de Biblioteconomia da Universidade


Federal do Maranhão – Brasil.

1 WWW.portal-biblon.com
Mestre em Ciência da Informação pela Universidade de Brasília – Brasil e doutoranda
em Informação e Comunicação em Plataformas Digitais – Universidade de
Aveiro/Universidade do Porto – Portugal. Bolsista da FAPEMA (Fundação de Amparo
a Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão) - Brasil
E-mail: [email protected]

Lídia Oliveira é doutorada em Ciências e Tecnologia da Comunicação na


Universidade de Aveiro e Mestre em Tecnologia Educativa pela mesma universidade.
Professora Auxiliar do Departamento de Comunicação e Artes da Universidade de
Aveiro.
Pesquisadora do CECTAC.media (Centro de Estudos das Tecnologias e Ciências da
Comunicação). Membro da direcção da Unidade de Investigação e Coordenadora da
linha de investigação: Comunicação e Informação em novos contextos de mediação
tecnológica (http://www.cetacmedia.org/index.php?q=sobre)
E-mail: [email protected]

CONTOS 2.0

João Nuno Sardinha (Universidade da Beira Interior, Portugal)

“a time-based representation of character and action in


which a reader can affect, choose, or change the plot.”
(Meadows, 2002)

A imagem consiste num factor considerado fundamental no campo da comunicação.


Com a entrada, no nosso quotidiano, das chamadas Novas Tecnologias da
Informação e Comunicação somos, constantemente, bombardeados por alusões
imagéticas e blocos informativos contidos num só pedaço de uma fotografia, ilustração
ou mesmo imagem animada. Mas, será que os textos perderão o seu valor informativo
no âmbito da dimensão pictorial, ou por outro lado, estes dois factores estarão
intimamente relacionados, exercendo forças dialécticas entre eles? E que alterações
poderão sofrer as estruturas canónicas em cenários de crescente interactividade que
37

os novos media oferecem aos leitores / utilizadores?


A nossa identidade quer psicológica, quer social começa a formar-se desde a infância.
Página

É neste estádio que iniciamos um percurso algo abstracto entre o texto e a imagem, e
concomitantemente apreendemos as subtilezas desta relação (que nem sempre é
fácil).
Na actual era tecnológica, a sensibilidade dos públicos infantis para uma panóplia,
cada vez maior, de meios e plataformas de comunicação (como o fácil acesso a
consolas de entretenimento, home cinema, entre outros) tem levado a uma redefinição
do processo de ensino, no qual estas novas tecnologias deverão, obrigatoriamente,
estar presentes. O livro de contos infantis (ilustrados ou não) conhece toda uma nova
evolução para o mundo hipermediático, onde a fronteira entre a percepção de um
signo imagético e a compreensão de um texto se mostra cada vez mais ténue e
indefinida. Neste universo dos hipermédia, o leitor / utilizador possui “poder” sobre a
narrativa, que, de linear, evolui para um modelo de causa / consequência espartilhada
por decisões e fins múltiplos.
Nunca poderemos, porém, esquecer que o próprio texto é imagem e a letra é
desenho, na sua génese.
A nossa comunicação assenta, assim, em toda esta problemática que tentaremos, de
algum modo, clarificar.
Palavras-chave: imagem, texto, signo, dimensão pictorial, multimédia, hipermédia

Referências Bibliográficas
Meadows, Mark Stephen (2002). Pause & Effect: The Art of Interactive Narrative,
Voices that matter, New Riders.

João Nuno Sardinha é licenciado em Design Multimédia pela Universidade da Beira


Interior e mestre pelo Departamento de Letras da Faculdade de Arte e Letras da
mesma. Exerce actividade como bolseiro de investigação e designer multimédia no
LabCom – Laboratório de Comunicação Online da UBI nas linhas de Jornalismo do
Cidadão, Ciberjornalismo e Identidades e Cidadania.
Email: [email protected]

Para além das Bibliotecas Escolares: As Tecnologias de Informação na Promoção da


Literatura Infantil

Pedro Rafael Neto Gomes (Agrupamento de Escolas Serra da Gardunha – Fundão)


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António Pereira Pais (Instituto Politécnico de Castelo Branco /Escola Superior de


Página

Educação, Portugal)
Maria da Graça Sardinha (CIFPEC/Universidade da Beira Interior, Portugal)
O mundo actual está em rápida mudança e transformação. A sociedade apresenta-se
cada vez mais complexa, globalizada e com grande diversidade multicultural,
económica, linguística e social, tornando-se um desafio para as instituições poderem
formar alunos preparados para este “admirável mundo novo” (Aldous Huxley, 2003).
À Biblioteca Escolar cabe a responsabilidade de formar utilizadores “Leitores da Vida
e do Mundo”, implementar Aprendizagens Significativas na formação de sujeitos que
se pretendem cada vez mais autónomos, com sentido crítico, estético, ético,
portadores de igualdade de oportunidades de acesso à informação/ conhecimento.
À Biblioteca Escolar cabe ir mais além de mera receptora de informação e de
conteúdos, mas, sim, de reprodutora e produtora de conteúdos.
À Biblioteca Escolar cabe rentabilizar as Tecnologias de Informação, nomeadamente,
através dos recursos disponíveis em linha, as ferramentas da WEB 2.0, promovendo,
dessa forma, os textos de potencial recepção infantil, cativando, em primeiro lugar,
docentes e pais, a fim de atingirmos o público-alvo, os alunos.
Palavras-chave: Biblioteca Escolar, Tecnologias de informação, Literacia, Web 2.0

Pedro Rafael Neto Gomes é mestre em Ciências Documentais pelo Departamento de


Letras da Faculdade de Arte e Letras da Universidade da Beira Interior. Possui a
Especialização de Tecnologias Educativas pela Faculdade de Psicologia e Ciências
de Educação da Universidade de Lisboa e a Especialização de Gestão de Informação
e Bibliotecas Escolares pela Universidade Aberta de Lisboa. É coordenador da
Biblioteca Escolar e do Plano Nacional de Leitura. É Professor Bibliotecário desde do
ano de 2003, no Agrupamento de Escolas Serra da Gardunha - Fundão.
Email: [email protected]

António Pereira Pais é doutorado em Filosofia e Ciências da Educação pelo


Departamento de Didáctica da Faculdade de Educação da Universidade Complutense
de Madrid. Exerceu funções no Ensino de Português no Estrangeiro e actualmente é
professor da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Castelo Branco,
onde lecciona as unidades curriculares de Didáctica da Língua Materna,
Aprendizagem da Leitura e da Escrita e Análise e Produção de Texto.
39

Foi Coordenador Institucional do Programa Nacional de Ensino do Português (PNEP)


Página

no Distrito de Castelo Branco.


Email: [email protected]
Maria da Graça Sardinha é doutorada em Letras com uma tese no âmbito da
didáctica da leitura/ metodologia do ensino do Português Língua Materna pela
Universidade da Beira Interior. É Coordenadora do 2º Ciclo de Estudos em
Português/Espanhol, Supervisora Pedagógica. É docente na Universidade da Beira
Interior.
Email: [email protected]

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Página
29 Janeiro (Sábado)

11h00 – 12h30 (Auditório do Centro Multimédia) - Painel Conflitos, Imagens e


Valores

Identidades e alteridades na literatura infantil galega e portuguesa. O papel do receptor-


leitor na construción da sociedade novecentista

Xulio Pardo de Neyra (Universidade da Coruña, Espanha)

Texto polo que se aproxima a dimensión dunhas literaturas, como as infantís galega e
portuguesa, que a comezos do século XX e aleitadas polo sentimento de vangarda
que percorría os ambientes artísticos europeos, tentou aprender que a imaxinaría
social máis óptima era a do tradicionalismo que, de sempre, tiña dominado nas
manifestacións artísticas do planeta. O receptor, pois, o leitor, é intereseiramente un
neno a quen se quer preparar para unha rápida e importante dedicación social,
mentres que a receptora, a leitora, a nena en suma, ficaba á parte, dominada e
sometida aos devezos machistas dunha sociedade novecetista e ilusionada,
vangardista en suma, mais igual de tradicionalista que xa tiña demostrado ser.

Xulio Pardo de Neyra (Lugo, 1968). Profesor das Universidades de Compostela,


Estremadura e Coruña, onde actualmente está integrado no Departamento de
Didácticas Específicas. Autor dunha trintena de libros e participante en máis de
cincuenta congresos nacionais e internacionais, as súas liñas de investigación
percorreron, desde o estudo do vangardismo até o da literatura galega medieval,
barroca e contemporánea. Na actualidade, amais de pescudar na literatura infantil,
investiga na simboloxía da imaxinaría feminina na mentalidade europea do século XX,
especialmente no que respecta ao diálogo Arte-Literatura.

Mudança e identidade na Escola: leitores de palmo e meio


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Maria da Graça Sardinha (CIFPEC/Universidade da Beira Interior, Portugal)


Página

Maria João Reboxo (Docente do 1º ciclo do Ensino Básico, Portugal)

O Projecto leitores de palmo e meio estabelece relações de afecto entre o livro, a


criança e as famílias.
Numa simbiose entre o Ser o Saber, desenvolvemos uma panóplia de actividades
plenas de realidades que, em simultâneo, se desconstroem na busca da formação de
leitores críticos e proficientes, tendo a literatura infantil como pano de fundo.
Palavras-chave: mudança, saber, Saber Ser, leitura, proficiência

Maria da Graça Sardinha é doutorada em Letras com uma tese no âmbito da


didáctica da leitura/ metodologia do ensino do Português Língua Materna pela
Universidade da Beira Interior. É Coordenadora do 2º Ciclo de Estudos em
Português/Espanhol, Supervisora Pedagógica. É docente na Universidade da Beira
Interior.
Email: [email protected]

Maria João Reboxo é mestre pelo Departamento de Letras da Faculdade de Arte e


Letras da Universidade da Beira Interior.
Email: [email protected]

A Guerra na Literatura Infanto-Juvenil

Liliana Costa (Universidade do Minho, Portugal)

Esta comunicação versará sobre um conjunto de obras disponíveis no mercado


editorial português relacionadas com a temática do Holocausto na literatura de
potencial recepção leitora infanto-juvenil: Mouschi, o Gato de Anne Frank, de José
Jorge Letria (2002); A História de Erika, de Ruth Vander Zee (2003); Campos de
Lágrimas, de José Jorge Letria (2000); e O Mundo em que vivi, Ilse Losa (1999).

Liliana Costa é aluna do curso de Mestrado em Ensino do 1º e 2º Ciclos do Ensino


Básico na Universidade do Minho.

Famílias monoparentais
42

Rita Estorninho (Universidade do Minho, Portugal)


Página

Desde do divórcio até à construção de família monoparental por opção, esta é uma
tipologia de família que se torna cada vez mais comum no mundo globalizado em que
vivemos. Focalizando-nos essencialmente na figura maternal e nos seus traços
psicológicos, exploraremos diversos livros e as suas abordagens acerca desta
questão. Olharemos de forma critica e positiva para a obra Os meus pais estão
separados, mas não de mim, de Inês Borges Taveira, como sendo um texto crucial
para pais e crianças envolvidos em situação de divorcio.

Rita Estorninho é aluna do curso de Mestrado em Ensino do 1º e 2º Ciclos do Ensino


Básico na Universidade do Minho.

43
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29 Janeiro (Sábado)

11h00 – 12h30 (Auditório do Instituto de Educação) - Painel Leitura e Lugares

Análisis comparativo de las adaptaciones léxicas en las versiones portuguesa y


española de Donkey Xote: estudio del éxito comunicativo del subtitulado para sordos

Lourdes Lorenzo García (Universidade de Vigo, España)


Almudena Pérez de Oliveira (Universidade de Vigo, España)

El presente trabajo forma parte de un proyecto de investigación sobre


traducciones/adaptaciones literarias y audiovisuales realizadas en Europa para niños y
jóvenes de Don Quijote. Dicho proyecto, liderado por la Universidad de Vigo, está
financiado por el Ministerio de Ciencia e Innovación (ref.: FFI2008-05298/FILO).
Lo que nos proponemos en este estudio es analizar la dimensión léxica de los
subtítulos para sordos (SPS) que acompañan al DVD de la película Donkey Xote
(José Pozo, 2007) en sus versiones castellana y portuguesa. Teniendo en cuenta que
esta es una película de las denominadas “de doble receptor”, con una audiencia mixta
de adultos y niños, nos proponemos determinar la eficacia comunicativa de los
subtítulos. Donkey Xote es una divertida adaptación de la obra cervantina cuyo
narrador, el burro Rucio, cuenta la verdadera historia del caballero andante,
defendiendo su cordura y presentándolo como un hombre inteligente y apasionado. Se
centra la película en una aventura: el viaje de Don Quijote, acompañado por Sancho,
Rucio y Rocinante, para buscar al Caballero de la Luna y batirse en duelo con él, ya
que si lo vence éste le revelará la verdadera identidad de Dulcinea.
Para llevar a cabo dicho análisis comprobaremos, en primer lugar, si los subtítulos de
la versión española se ajustan o no a la vigente norma de subtitulado para sordos
(AENOR UNE 152010) y si en su confección se han seguido los protocolos
aconsejados por especialistas o si, por el contrario, no se han tenido en cuenta, como
lamentablemente es el caso de muchos productos subtitulados para sordos en
44

España. Similar metodología, pero revisando las normas aplicadas en Portugal,


emplearemos para estudiar el SPS portugués.
Página

Prestaremos especial atención a aquellos aspectos que diferencian al subtitulado de


oyentes del SPS en su dimensión lingüística (estrategias de condensación de la
información, selecciones léxicas, etc.), contrastando las versiones castellana y
portuguesa para valorar el éxito comunicativo del subtitulado realizado en cada una de
ellas.
Palabras clave: subtitulación, audiencias sordas o con deficiencias auditivas, norma
UNE 153010, accesibilidad

Lourdes Lorenzo es profesora titular del Dpto. de Traducción y Lingüística de la


Universidad de Vigo y doctora europea en Traducción. Desde su fundación en 1999
ha sido secretaria de ANILIJ (Asociación Nacional de Investigación en Literatura
Infantil y Juvenil) y en la actualidad es su tesorera. Sus líneas de investigación son la
traducción de literatura infantil y juvenil y la traducción audiovisual; en la actualidad se
dedica especialmente a la subtitulación para sordos y al doblaje (imparte clases de
estas materias en la Universidad de Vigo y en diversos masters online de
universidades españolas). Ha publicado más de 60 artículos en revistas
especializadas y ha participado en diversos proyectos de investigación financiados.
Actualmente es Investigadora Principal del proyecto Traducciones/adaptaciones
literarias y audiovisuales de el Quijote para niños y jóvenes en los sistemas lingüístico
culturales de Europa (I) (ref. FFI2008-05298), financiado por el Ministerio de Ciencia e
Innovación.

Almudena Pérez de Oliveira es Licenciada en Filología Hispánica por la Universidad


de Santiago de Compostela, Experta en “Alteraciones de la Audición y el Lenguaje”
por la Universidad de La Coruña y DEA en “Traducción y Lingüística” por la
Universidad de Vigo. Es profesora de Literatura Dramática en la Escuela Superior de
Arte Dramático de Galicia. Actualmente elabora su tesis doctoral en el marco del
subtitulado para personas sordas en la Universidad de Vigo dirigida por la Dra.
Lourdes Lorenzo García y la Dra. Ana Mª Pereira Rodríguez.

A formação do leitor literário em tempos de multimídias

Danielle Medeiros de Souza (NEI-CAp/UFRN, Brasil)


Naire Jane Capistrano (NEI-CAp/UFRN, Brasil)
45
Página

O estudo busca refletir sobre a formação do leitor literário em ambiente escolar, frente
aos novos desafios. Admite-se que, na sociedade eletrônica e digital, em que os
meios de comunicação se expandem, as multimídias se tornam onipresentes, o
acesso e excesso de informações exigem cautela e investimento na formação leitora e
crítica dos cidadãos. A relevância desta pesquisa consiste em fornecer ao professor
subsídios para ampliar suas competências no ensino de literatura, por meio de novas
possibilidades multimidiáticas de mediação, considerando as mudanças ocorridas nos
suportes textuais, nas práticas e nos leitores. O estudo caracteriza-se como uma
análise qualitativa, por meio da observação participante. Privilegiou-se os estudos de
Castells (2001), Christofoletti (2008), Demo (2007), Sarmento (2008), Santaella (2003,
2005; 2007), Lucas (2001), Rettenmaier (2008; 2009) e Zilberman; Lajolo (2009). A
análise aponta a relevância de educadores formadores de leitores pensarem em
novas estratégias de formação literária que possam ser conciliadas com as exigências
dos tempos de revolução multimidiática e com a realidade das crianças escolares.
Contribui, nesse sentido, ao alertar para o novo eu tecnológico, que traz para escola
diferentes interesses e experiências leitoras e ao apontar estratégias pedagógicas que
assegurem aos discentes a possibilidade de usufruir do potencial formativo da leitura
literária, mediante os novos suportes oferecidos pelas invenções tecnológicas.
Palavras-chave: leitura – literatura – multimídias – formação do leitor.

Danielle Medeiros de Souza é doutoranda em Educação na Universidade Federal do


Rio Grande do Norte/ Brasil, sendo professora na mesma instituição. Atua na interface
literatura e prática pedagógica e desenvolve estudos sobre a formação do leitor, as
contribuições da literatura para a inclusão social na escola, a Biblioterapia e a função
terapêutica da literatura.
Últimas publicações:
SOUZA, D. M.; AMARILHA, M. Inclusão Social x Exclusão Literária: cenas de um
ensino de leitura que exclui. In: 19 º Encontro de Pesquisa Educacional do Norte e
Nordeste - EPENN, 2009, João Pessoa - PB. Anais do 19 º Encontro de Pesquisa
Educacional do Norte e Nordeste - EPENN. João Pessoa - PB : Editora Universitária
da UFPB, 2009.
SOUZA, D. M.; AMARILHA, M. Leitura para incluir: a contribuição da literatura infantil
na educação inclusiva. In: Lúcia de Araújo Ramos Martins; José Pires; Francisco
Ricardo Lins Vieira de Melo; Gláucia Nascimento da Luz Pires; Luzia Guacira dos
Santos SIlva. (Org.). Educação e Inclusão Social de pessoas com necessidades
46

especiais: desafios e perspectivas. 1 ed. João Pessoa: Editora Universitária, 2007, v.


Página

1, p. 127-134.
Email: [email protected]
Naire Jane Capistrano é doutorada em Educação (2010), pela Universidade Federal
do Rio Grande do Norte/ Brasil, com estágio em Universidade de Coimbra (set/2008 a
junho/2009).
É professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte/Brasil.
Últimas publicações:
CAPISTRANO, Naire Jane; PONTES, Gilvânia Maurício Dias (Orgs.) Coleção
Cotidiano Escolar: o ensino de arte e educação física na infância. Natal:
Paidéia/UFRN/MEC, 2008. v. 04
CAPISTRANO, Naire Jane (Org.) Coleção Cotidiano Escolar: o ensino de arte e
educação física na infância. Natal: Paidéia/UFRN/MEC, 2007.v.03

Email: [email protected]
[email protected]

A contribuição da literacia multimodal na formação do leitor infanto-juvenil: a música, o


cinema e a dramatização

Jorge Martins (CIFPEC/Universidade do Minho, Portugal)


Fernando Azevedo (CIFPEC/Universidade do Minho, Portugal)

Actualmente, fruto da evolução tecnológica e do acesso generalizado a diversos


produtos culturais, os jovens estão rodeados por múltiplas solicitações paralelas ao
mundo do livro, mais aliciantes, pelo seu carácter lúdico e recreativo, como é o caso
da música, do cinema e da dramatização. No entanto, podemos perspectivar, pela
mediação destes produtos, um potencial desenvolvimento literácico dos jovens que
interagem com estas linguagens. Íris Pereira (2008), na mesma linha de Mary Susan
Love (2004), Cynthia Lewis & Bettina Fabos (2005) e Lalitha M. Vasudevan (2006)
salienta que esta perspectiva multimodal de literacia remete para um processo
semiótico, de carácter mais abrangente e complexo, observada a existência de
diversos instrumentos semióticos que possibilitam a construção de significados. Com
efeito, é recorrente encontrar alusões a várias literacias (dramática, cinematográfica,
47

musical, literária, etc.) em simultâneo, com referências à literacia estritamente


Página

fundamentada na linguagem verbal (Cop & Kalantzis, 2000; The New London Group,
2000; Barton, 2007). Neste contexto, foi realizado um estudo de caso entre 2007-
2008, implementando-se em quatro turmas do 1.º Ciclo e duas do 2.º Ciclo,
representativas do universo de um agrupamento de escolas, um programa de
literatura fundamentado na leitura, através da formação de Clubes de Leitura.
Paralelamente foi observada a interacção dos alunos com diversos produtos culturais
de modo a compreender se esta fruição estética promove a formação do leitor literário
e a literacia. Os dados obtidos podem revelar que a interacção dos alunos com
diversos produtos culturais potencia: a educação estética, a literacia e a competência
literária.

Referências
BARTON, D. (2007). Literacy. An Introduction To The Ecology Of Written Language.
Oxford: Blackwell Publishing.
COPE, B. & KALANTZIS, M. (Eds.) (2000). Multiliteracies. London: Routledge.
LEWIS, C. & FABOS, B. (2005). Instant Messaging, Literacies, And Social Identities,
Reading Research Quarterly, 40(4), 470-501.
LOVE, M. S. (2004). Multimodality Of Learning Through Anchored Instruction, J o u r n
a l O f A d o l e s c e n t & A d u l t L i t e r a c y, 48(4), 300-310.
PEREIRA, I. S. P. (2008). Para A Caracterização Do Contexto De Ensino –
Aprendizagem Da Literacia No 1.º Ciclo De Escolaridade. Das Competências Dos
Alunos Às Concepções E Práticas Dos Professores. Braga: Universidade do Minho
(Tese de doutoramento).
THE NEW LONDON GROUP (2000). A Pedagogy Of Multiliteracies, In COPE, Bill &
KALANTZIS, Mary (Eds.). Multiliteracies. London: Routledge, pp. 19-37.
VASUDEVAN, L. M. (2006). Looking For Angels: Knowing Adolescents By Engaging
With Their Multimodal Literacy Practices, J o u r n a l O f A d o l e s c e n t & A d u l t L
i t e r a c y, 50(4), 252-256.

Jorge Martins é doutorando em Estudos da Criança, área do conhecimento em


Literatura para a Infância (Universidade do Minho). É Bolseiro da Fundação para a
Ciência e Tecnologia no âmbito do doutoramento (Referência: SFRH/BD/43281/2008).
Pertence ao Centro de Investigação em Formação de Profissionais de Educação da
Criança (Universidade do Minho).
Desempenha funções de Professor Bibliotecário das Bibliotecas Escolares/Centros de
48

Recursos Educativos do 1.º Ciclo, do Agrupamento de Escolas de Vila Verde (Centro


Página

Escolar de Vila Verde e EB1 Telheirinhas – Turiz).


Últimas publicações:
Martins, Jorge & Azevedo, Fernando (2008). “Bibliotecas escolares e formação de
leitores”, In Pereira, António dos Santos & Sardinha, Maria da Graça (Coords.). …à
Beira. Covilhã: Universidade da Beira Interior – Departamento de Letras, 8, pp. 95-
115.
Martins, Jorge (2006). “Os mundos possíveis…dos livros…”, In Mesquita, Armindo
(Coord.). Mitologia, tradição e inovação, (Re) leituras para uma nova literatura infantil.
V.N. Gaia: Gailivro, pp. 347-354.

Fernando Azevedo é Professor Associado do Instituto de Educação da Universidade


do Minho. Doutorado em Ciências da Literatura, Especialidade de Literatura
Portuguesa, pela Universidade do Minho, é regente das unidades curriculares de
Pragmática da Comunicação Literária para a Infância e Juventude, assim como de
Literacia e Mediação Leitora, nos cursos de Licenciatura e de Pós-Graduação do
Instituto de Educação.
Tem obras publicadas no domínio da hermenêutica textual, literatura infantil e
formação de leitores.
Alguns dos títulos mais recentes:
Azevedo, F. (2011) Poder, Desejo, Utopia. Estudos em Literatura Infantil e Juvenil.
Braga: CIFPEC.
Azevedo, F. (Coord.) (2010) Infância, Memória e Imaginário. Ensaios sobre Literatura
Infantil e Juvenil. Braga: CIFPEC.
Azevedo, F. & Sardinha, M. G. (Orgs) (2009) Modelos e Práticas em Literacia. Lisboa:
Lidel.
Para informação mais detalhada:
https://sites.google.com/site/fernandouminho/
49
Página
29 Janeiro (Sábado)
14h30 – 16H00 (Auditório do Centro Multimédia) - Painel Representação e
Construção Cultural do Género

“Ele está chateado porque tem que usar aquela coisa cor-de-rosa” – (des)construindo
representações de género em álbuns

Lúcia Gomes (F.P.C.E. /U. Porto, Portugal)

Nesta comunicação dá-se conta de um recorte da investigação de Doutoramento,


financiada pela F.C.T., que se está a desenvolver com crianças, em 2 Jardins de
Infância – um situado no Concelho de Oliveira de Azeméis e outro nos arredores de
Oxford. Foca-se, aqui, nas interpretações de 6 meninas e 6 meninos de 5-6 anos de
idade, acerca de acções, papéis e características de personagens de 3 álbuns
contemporâneos.
Investigadoras/es que têm elaborado sobre as interpretações de crianças de textos
visuais, afirmam-nas como leitoras competentes, que interpretam imagens complexas,
em termos literais, visuais e metafóricos, expressando diversos pontos de vista,
mensagens, emoções (Arizpe e Styles, 2003, por ex.). Embora estes e outros
trabalhos incidam no ponto de vista de crianças, são escassas as publicações que
focalizem nos modos como meninas e meninos reflectem (n)as suas próprias
experiências genderizadas, na interacção leitor/a – álbum. Pretende-se, pois, dar
visibilidade aos sentidos atribuídos por essas crianças a mundos e personagens
espelhadas nesses álbuns.
Reconhecida a importância da literatura na socialização das crianças, no
desenvolvimento do imaginário, da literacia e reflexão crítica sobre questões sociais e
pessoais, reflecte-se, ainda sobre os modos como feminilidades e masculinidades são
representadas em textos visuais, através de uma análise de álbuns sugeridos no
P.N.L., em 2009/2010. A metodologia da investigação assenta numa perspectiva
interpretativa, recorrendo-se a incursões etnográficas e registos de leituras das
50

crianças, em suporte áudio, vídeo e gráfico.


Página

Em termos teórico-epistemológicos, este trabalho percorre contributos


multidisciplinares, com ênfase na Sociologia da Infância e Estudos de Género.
Lúcia Gomes é estudante de Doutoramento na Faculdade de Psicologia e Ciências
da Educação na Universidade do Porto e Bolseira da F.C.T.; Mestre em Educação e
Currículo; Investigadora colaboradora do CIIE-FPCE (U. Porto), tem participado em
diversos projectos de investigação; Faz parte da equipa do projecto “Love, Fear and
Power,- pathaways to a non-violent life” (ref. PIHM/VG/0016/2008), financiado pela
F.C.T., focalizado na área da Violência de Género. Tem publicado e desenvolvido
formação/investigação nas áreas da Infância, Juventude, Género e Cidadania;
Email: [email protected]

Are you a really a B@y? How masculinities are portrayed in 21st century children‟s
literature

Alba Alonso Feijoo (U. Vigo, Espanha)

The “new woman” is a qualified professional, independent and modern as well as a


nurturer, lover and housewife. The “new man” places himself somewhere between the
macho and the metro sexual type. Fortunately, the “new girl” is now voiced in sports,
technical studies or action literature. But, what about the “new boy”? Where does he
stand in this ever-changing society? According to psychologist William Pollack or
neuroscientist Lise Eliot boys are suffering from an identity crisis due to what society
expects from them in opposition to who they really are. Children‟s literature is an
excellent tool to promote the 21st century child and to bring down traditional
masculinities which only lead to outdated values in terms of gender and personal
development. Thus, we will have a look at the proper canon to be used whether we
refer to paraside, subversive or traditional literature.
Non-gender-stereotyped children‟s literature should evolve from problem-centered
literature to incidental-problem literature, the same way as didactism should just be
another layer in enjoyable children‟s literature.
This article will present a few samples of children‟s literature which depict healthy
masculinities belonging to present times in contrast to other children‟s books that
continue to transmit the typical boy image of traditional literature despite not being
51

inscribed into any particular historical period.


Página

Alba Alonso Feijoo is a primary English teacher at a public Spanish school in Mos
(Pontevedra). At present I am studying for my P.h.D. supervised by Dr. Celia Vázquez
García at the University of Vigo (Spain).
Rostos de Narciso? Representações da homossexualidade na literatura infanto-juvenil
portuguesa

Mª da Conceição Tomé (Agrupamento de Escolas de Silgueiros/Centro de Estudos


das Migrações e Relações Interculturais, Portugal)
Glória Bastos (Universidade Aberta/ Centro de Estudos das Migrações e Relações
Interculturais, Portugal)

A questão do Outro, na actual sociedade global, reveste-se de grande importância,


tendo em conta as transformações societais ocorridas nas últimas décadas. A
construção de uma cidadania global passa incontestavelmente pela formação dos
mais jovens para a aceitação do Outro e da sua diferença. Neste contexto, a literatura
infanto-juvenil é um espaço privilegiado para a reflexão e interiorização de valores
como o respeito e a tolerância, porque se torna mediadora no encontro dos mais
jovens com a alteridade. A literatura de potencial recepção infanto-juvenil portuguesa
contemporânea tem vindo a abordar tópicos ainda considerados, de alguma forma,
sensíveis, mas já não tabus, como é o caso da homossexualidade, inovando e
rompendo silêncios. No actual contexto português, a questão da homossexualidade
parece não ser consensual a nível social, bem como a aceitação, no quotidiano, desta
forma de vivência da sexualidade ainda considerada por muitos como desviante.
Tendo em consideração que a literatura infanto-juvenil, enquanto produto social,
reflecte e faz reflectir sobre normas e valores sociais, pretende-se nesta comunicação
verificar de que forma as produções literárias portuguesas de potencial recepção
infanto-juvenil (de diversos autores) abordam a temática da homossexualidade. Por
outro lado, considerando que, no âmbito das representações hegemónicas de género,
a identidade masculina e feminina surgem associadas a um conjunto de valores e
condutas, visa-se ainda analisar as representações dos sujeitos homossexuais que
são transmitidas aos jovens leitores, bem como o impacto que as mesmas podem ter
na sua formação de cidadãos do Mundo.
52
Página

Mª da Conceição Tomé é professora bibliotecária do Agrupamento de Escolas de


Silgueiros (actualmente em situação de equiparação a bolseira e a beneficiar de bolsa
da Fundação para a Ciência e Tecnologia para realização de Doutoramento em
Estudos Portugueses, na Universidade Aberta).
Licenciada em Ensino de Português-Francês. Mestre em Gestão da Informação e
Bibliotecas Escolares. Investigadora do CEMRI (Centro de Estudos das Migrações e
Relações Interculturais).
A sua actividade de investigação centra-se em questões ligadas às Bibliotecas
Escolares, à problemática da leitura e da literatura infanto-juvenil.
Email: [email protected]

Glória Bastos é professora auxiliar de nomeação definitiva no Departamento de


Educação e Ensino a Distância, na Universidade Aberta.
Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas. Mestre em Cultura e Literatura
Portuguesas. Tem o doutoramento em Estudos Portugueses, com uma tese intitulada
Múltiplas Vozes. Sobre a construção do individual e do social no teatro para crianças.
É autora de livros para crianças, destacando-se a colecção "À Descoberta com Gil e
Inês " e "Contos Contas " (na Editorial Caminho).
Pertence ao Conselho Científico do Plano Nacional de Leitura e tem colaborado com o
Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares (RBE), nomeadamente ao nível da
concepção do Modelo de Auto-avaliação para as Bibliotecas Escolares. É igualmente
responsável científica da colecção de livro infantil “Memória de outras infâncias”, da
rede de Bibliotecas de Lisboa. Pertence à equipa autora dos novos Programas de
Português para o Ensino Básico (homologados pelo M.E. em Março de 2009).
Investigadora do CEMRI (Centro de Estudos das Migrações e Relações Interculturais).
A sua actividade de investigação tem privilegiado questões ligadas ao ensino da
literatura, à problemática do livro infantil e às bibliotecas escolares, campos nos quais
tem publicado vários livros e artigos, tendo igualmente sido convidada para participar
em diversos colóquios e seminários.
Email: [email protected]

O disfraz masculino como fonte de poder: o exemplo d‟ A expedición do Pacífico de


Marilar Aleixandre

Montse Pena Presas (Universidade de Santiago de Compostela, Espanha)


53
Página

N‟A expedición do Pacífico (1994), Marilar Aleixandre narra a historia de Emilia, unha
rapaza de 12 anos amante da zooloxía que, para cumprir o seu soño –embarcarse
nunha goleta para participar nunha expedición científica en diferentes países do novo
continente– vese obrigada a se transformar nun rapaz, converténdose a partir de aí en
Marcos Goianes.
O obxectivo desta comunicación parte da mesma cerna da obra, xa que o que se
pretende é analizar un exemplo paradigmático de travestismo feminino nas ficcións
infantoxuvenís. Esta transformación é habitualmente empregada polas autoras e
autores como denuncia das limitacións que as categorías xenéricas impoñen aos
individuos; resulta máis frecuente na LIX do que habitualmente se pensa; e acostuma
ser temporal, polo que se aparta do concepto de “desviación” que ten o mundo adulto
sobre o travestismo (Victoria Flanagan, 2008).
Igualmente, o disfraz masculino que adopta Emilia permite expor cómo os personaxes
femininos nas obras para a mocidade adoitan estar dobremente minusvalorados: en
primeira instancia, porque carecen de poder ao formar parte dos construtos culturais
coñecidos como “infancia” e/ou “adolescencia”; e, en segundo lugar, porque
tradicionalmente nos textos de LIX, as nenas e as mulleres ocuparon un segundo
plano que as levou a estaren silenciadas.
Neste breve estudo, manexaranse, entre outros, os conceptos de travestismo, voz e
poder para –a partir da obra proposta– pescudar os camiños polos que as mozas
conseguiron ter axencia de seu en obras ambientadas en sociedades e tempos
históricos que as reprimían polo seu xénero.

Montse Pena Presas (Sada, A Coruña, 1981) é licenciada en Filoloxía Galega e


Diploma de Estudos Avanzados en Teoría da Literatura e Literatura Comparada pola
Universidade de Santiago de Compostela e Máster en Edición pola Universidade de
Salamanca. Foi profesora de lingua e literatura galega na Universidade de Bangor,
Gales e investigadora contratada na Universidade de Santiago de Compostela, onde
está a realizar a súa tese de doutoramento sobre estudos de xénero e literatura
xuvenil galega. En 2008, a prestixiosa International Youth Library de Múnic (Alemaña)
concedeulle unha bolsa para afondar no seu proxecto doutoral.
Especializada no ámbito da literatura infantil e xuvenil, ten participado en diversos
congresos nacionais e internacionais e publicado diversos artigos sobre o tema, entre
eles: “Notas para unha tematización da narrativa infantil e xuvenil galega (1975-
54

1985)”, “Carlos Casares: tradutor diverso e editor entregado de literatura infantil e


Página

xuvenil”, “Beber soños: seis palabras arredor de Agustín Fernández Paz” ou


“Imágenes de niñas en la narrativa infantil y juvenil gallega”. Como crítica literaria,
colabora en diferentes publicacións académicas, como Grial ou Madrygal, e en xornais
e revistas especializadas, como Faro de Vigo ou Protexta.

A muller e a narrativa infantil e xuvenil sobre Guerra Civil na LIX galega no „Ano da
Memoria Histórica‟

Marta Neira Rodríguez (ANILIJ, Espanha)

Despois de repasar brevemente as diferentes achegas que dende a teoría e crítica


literaria feministas se fixeron tanto á literatura institucionalizada ou de adultos como á
Literatura Infantil e Xuvenil en Galicia, dáse conta da actual situación dos feminismos
literarios na Literatura Infantil e Xuvenil galega. A seguir, infórmase daquelas
monografías que analizaron cómo foi tratada a temática da Guerra Civil española nos
libros destinados á nenez e á mocidade. Coa pretensión de sumar un novo gran de
area aos estudos de e sobre a muller na Literatura Infantil e Xuvenil en Galicia, así
como a aquelas investigacións nas que o conflito bélico español dos anos 1936-1939
foi a temática protagonista, analízanse nesta ocasión tres obras narrativas publicadas
no ano 2006, ano que foi declarado en Galicia “Ano da Memoria Histórica”. Trátase
das novelas A sombra descalza, de An Alfaya, e Corredores de sombra, de Agustín
Fernández Paz, e do conxunto de relatos Cando era tempo de inverno, de Pepa
Barrios. As dúas primeiras obras débense a unha autora e a un autor con experiencia
no sistema literario infantil e xuvenil e con títulos recoñecidos pola súa calidade non só
no ámbito galego. A terceira, correspóndese coa primeira contribución á Literatura
Infantil e Xuvenil da autora. Son, en definitiva, tres narracións publicadas no mesmo
ano e que tratan un mesmo conflito bélico nas que se analizarán cómo se caracterizan
e representan os personaxes femininos.

Marta Neira Rodríguez é licenciada en Filoloxía Galega pola Universidade de


Santiago de Compostela (USC). Foi bolseira de investigación do proxecto
“Diccionarios de Literatura” que, baixo a dirección do profesor Anxo Tarrío Varela, se
desenvolve no Centro Ramón Piñeiro para a Investigación en Humanidades. Ademais
55

de continuar a colaborar neste proxecto, participa como redactora no proxecto


Página

“Informes de Literatura” dese mesmo centro de investigación. Foi bolseira predoutoral


da USC, universidade na que está a realizar a súa tese de doutoramento sobre
Literatura Infantil e Xuvenil galega, temática coa que ten participado en diversas
publicacións e congresos. Secretaria e investigadora colaboradora da Rede temática
de investigación “Las Literaturas Infantiles y Juveniles del Marco Ibérico e
Iberoamericano” (LIJMI) e membro da Asociación ELOS (Asociación galego-
portuguesa de investigación en literatura infantil e x/juvenil), sección da Asociación
Nacional de Investigación en Literatura Infantil y Juvenil (ANILIJ), na actualidade é
profesora de varias materias na Escola Universitaria de Maxisterio CEU-San Pablo de
Vigo e está contratada no proxecto subvencionado pola Xunta de Galicia “A Guerra
Civil española na narrativa infantil e xuvenil (1975-2008) nas linguas de España”.

A competição feminina e as representações do príncipe na Literatura para a Infância e


Juventude

Alexandra Ferreira e Rosalina Sampaio (Universidade do Minho, Portugal)

As personagens masculinas e as personagens femininas não têm tido um tratamento


similar na literatura infantil. Se o príncipe é, muitas vezes, o herói da narrativa e a
promessa de um poder supremo – recordemos que, em conjunto com o seu
correspondente feminino, príncipe e princesa são a idealização do homem e da
mulher, quanto à beleza, ao amor, à juventude e ao heroísmo – as personagens
femininas são, não raras vezes, mostradas em situações de competição.
Esta comunicação tomará como base algumas obras bem conhecidas, entre elas A
Bela Adormecida, Branca de Neve e os Sete Anões, Cobras Diamantes e Sapos, A
Bela e o Monstro e outras similares, buscando analisar e caracterizar o tratamento que
nelas é feito deste par dicotómico.

Alexandra Ferreira e Rosalina Sampaio são alunas do curso de Mestrado em


Ensino do 1º e 2º Ciclos do Ensino Básico na Universidade do Minho
56
Página
29 Janeiro (Sábado)
14h30 – 16H00 (Auditório do Instituto de Educação) - Painel Literatura e Consumo

Charlie Bucket. A pure spirit in a consumer world

Patricia Martín Ortiz (Universidad de Salamanca, Espanha)

In Charlie and the Chocolate Factory by Roald Dahl we see a parade of characters
created in the sixties who could seem to be caricatured but who, each time become
more and more like many of the children of our time: Veruca, the greatest consumer,
daughter of a millionaire who gets everything she wants; Mike, who devours TV
programmes; Violet, specialized in consuming chewing gum of all shapes and colours;
Augustus, who simply gulps down chocolate.
Against all these harmuful models of consumer children who are integrated in the
system, there comes our hero: the little, thin, humble and poor Charlie Bucket.
This book is a modern fairy tale where the seemingly weakest child but who incarnates
the purest values will defeat his rivals whose badges are gluttony and greed.
It is a bet for children´s literature as a path for learning. You start reading a wonderful
story, enjoying the chocolate and sweets- as in Hansel and Gretel- where we find out
the wonder element of the transformation of characters, where we laugh at Willy
Wonka´s sarcastic jokes and enjoy the imaginative and incredible stories narrated by
its characters, but underneath all a teaching is waiting for us.
It is truly a fable which shows the consumerism which destroys our body and our mind
but which presents a ray of hope represented by the little Charlie Bucket.
Key words: children´s literature, Roald Dahl, Charlie and the Chocolate Factory,
consumerism, childhood

Patricia Martín Ortiz is doctor by the University of Salamanca. She has followed
courses in Cambridge University (United Kingdom) and is author of several
publications, among them Language Teaching: Theoretical Basis and Curricular
57

Design. She is English Teacher in Secondary School since 1996 and nowadays
Página

Assistant in the Department of English Philology in the University of Salamanca.


A voz da literatura infantil na comunicação de massas

Ângela Balça (Universidade de Évora, Portugal)

No mundo globalizado, onde as novas tecnologias estão cada vez mais


omnipresentes, muitos jovens alunos questionam-nos – para que serve ler literatura?
Se os levarmos a olhar o real, rapidamente constatam que a literatura em geral, e a
literatura infantil em particular, nos enredam de forma subtil, apelando a que
descodifiquemos os seus símbolos, muitas vezes velados, desocultação
absolutamente necessária, para que a leitura do mundo seja feita na plenitude dos
seus significados.
Neste sentido, pretendemos compreender como a literatura e a literatura infantil se
nos apresentam em produtos de comunicação de massas, tornando bem óbvia a
necessidade de promover, desde cedo, a educação literária das futuras gerações.

Ângela Balça é licenciada em Línguas e Literaturas Modernas – Estudos Portugueses


pela Universidade Nova de Lisboa. Doutorada em Ciências da Educação pela
Universidade de Évora, onde é Professora Auxiliar no Departamento de Pedagogia e
Educação. Membro do CIEP - Centro de Investigação em Educação e Psicologia da
Universidade de Évora. No ano de 2010, foi Professora Visitante na Universidade
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, São Paulo, Brasil.
É a representante, em Portugal, da Rede Ibero-Americana – Rede de Universidades
Leitoras.
Investigadora nas áreas de Literatura Infantil e Juvenil e Ensino da Língua Materna,
onde tem inúmeras publicações.
Email: [email protected]

A „nova literatura‟ na promoção de uma competência literária global, verdade ou


consequência?

Gisela Silva (CIFPEC, Universidade do Minho, Portugal)


58

Desde que estudos de âmbito académico destacaram a denominada literatura infanto-


Página

juvenil como um policódigo vastíssimo no que à modelização dos realia diz respeito,
bem como a tomadas de consciência por parte do leitor, uma outra consciência tem
vindo a formar-se relativamente à importância desta literatura de teor globalizante.
É de nosso interesse salientar a literatura de potencial recepção juvenil de best-seller
e de massas do fantástico-maravilhoso, que apelidamos de „nova literatura‟ e que
estudiosos de referência denominavam de “High Fantasy” já na década de 90. Esta
destina-se essencialmente à faixa etária compreendida entre os 10-12 e 14/15 anos
aproximadamente, permitindo um contacto com códigos/mecanismos técnico-formais
e mítico-simbólicos de uma densidade semiótica bastante elaborada.
Tal destaca o seu valor literário e ainda a responsabilidade acrescida que lhe cabe na
formação do jovem leitor porque aborda questões e temáticas filosóficas capazes de
reforçar a sua formação académica, tornando-o capaz de, por comparação e
curiosidade, enriquecer o seu património cultural e, assim, assumir-se como um ser
de/em globalização.
Dado que esta „nova literatura‟ integra o fantástico, género, quantas vezes,
controverso, salientamos o poder das comunidades interpretativas na
aceitação/rejeição do best-seller e da literatura de massas quando se fala no literário
vs não-literário e no fomento da competência literária dos leitores.

Gisela Silva exerce funções como professora de Língua Portuguesa na Escola EB 2,3
de Beiriz, onde também é Professora Bibliotecária.
Tem desenvolvido investigação sobre a obra literária de potencial recepção juvenil,
nomeadamente o best-seller e a literatura de massas, assumindo uma visão
pragmática ao nível da hermenêutica do Imaginário, da mediação leitora e do
Programa de Leitura Fundamentado na Literatura.
Tem doutoramento em Estudos da Criança, Especialização em Literatura para a
Infância e membro do Centro de Investigação (CIED) da Universidade do Minho. Os
estudos empreendidos têm-na levado a desenvolver ateliês de leitura, acções de
formação e conferências/comunicações, onde divulga a importância do Imaginário e a
mediação de textos em contexto lectivo/familiar.
Tem publicado artigos académicos sobre o Imaginário e a Mediação Leitora, ao nível da
Literatura Infanto-juvenil contemporânea e escreve recensões sobre obras da Literatura
Infanto-juvenil, sendo ainda autora e co-autora de livros sobre Imaginário e Mediação Leitora.
Email: [email protected]
59
Página

Entre casas, quintais e cidades: a representação do espaço nos álbuns narrativos de


Isabel Minhós Martins
Sara Reis da Silva (IE/UM, Portugal)

O número significativo e a qualidade estética que têm pautado a edição das obras de
Isabel Minhós Martins, em particular vindas a lume com a chancela da Planeta
Tangerina, justificam, em parte, a opção temática e a selecção textual que serve de
ponto de partida ao estudo que nos propomos apresentar.
Pertencente a um grupo reconhecido de novas vozes da literatura portuguesa
dedicada à infância e à juventude, Isabel Minhós Martins, ligando a sua escrita à
ilustração de artistas como Bernardo Carvalho, Madalena Matoso ou Andrés
Sandoval, é autora de narrativas como O Mundo num Segundo (2008), O meu vizinho
é um cão (2008) Cá em casa somos... (2009), O Livro dos Quintais (2010) e Siga a
Seta! (2010). Estes exemplares, inscritos no universo do álbum narrativo – picture
story books – e compondo o corpus deste ensaio, têm em comum, além de outros
aspectos, o facto de, logo nos seus títulos, se assumir uma referencialidade espacial
determinante do ponto de vista da criação de expectativas de leitura por parte do
potencial receptor.
O espaço, como categoria narratológica e atendendo às suas variadas dimensões
funcionais e semânticas, ou, mais particularmente, o motivo literário da casa,
entendida, por exemplo, como o lugar da família ou, também, a um outro nível
representativo, como sinónimo de país ou terra natal, a par da recriação da cidade,
bem como as dicotomias interior vs. exterior ou universo individual vs. universo
colectivo serão alvo de análise nos textos supramencionados e colocados em
destaque na nossa abordagem.

Sara Reis da Silva é professora auxiliar na Universidade do Minho (Instituto de


Educação). É doutorada em Literatura para a Infância pela Universidade do Minho.
Desenvolve a sua docência e a sua investigação na área dos estudos literários e, em
particular, da literatura de potencial recepção infanto-juvenil. É membro do centro de
investigação CIFPEC-UM. Integra a equipa responsável pelo projecto
Gulbenkian/Casa da Leitura (www.casadaleitura.org). É investigadora da Rede
Temática «Las literaturas infantiles y juveniles del marco ibérico. Su influencia en la
60

formacion literaria y lectora». Tem apresentado diversas comunicações em colóquios


Página

e congressos nacionais e internacionais. É autora de artigos/ensaios e recensões no


referido âmbito investigativo. Publicou, em 2002, A Identidade Ibérica em Miguel Torga
(Principia), em 2005, Dez Réis de Gente… e de Livros. Notas sobre literatura infantil
(Caminho) e, em 2010, Encontros e Reencontros. Estudos sobre literatura infantil e
juvenil (Tropelias & Cª). É colaboradora permanente da revista Malasartes [Cadernos
de Literatura para a Infância e Juventude].
Email: [email protected]

As demandas da Lei 10.639/2003 e o mercado editorial brasileiro para a infância

Eliane Santana Dias Debus (Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil)

A presente comunicação reflete sobre o mercado editorial brasileiro para a infância e


as transformações ocorridas a partir das demandas promovidas pela Lei 10.639,
sancionada pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em janeiro de 2003, que institui,
no Brasil, a obrigatoriedade da cultura africana e afro-brasileira nas Escolas de
Educação Básica, públicas e privadas, em especial a partir das disciplinas de Artes,
História e Literatura. As reflexões aqui apresentadas são oriundas de levantamento
quantitativo de títulos que tematizam a cultura africana afro-brasileira, para isso
partimos da análise de dados de pesquisas anteriores (DEBUS, 2007; DEBUS;
VASQUES, 2008) em que mapeamos os títulos de catálogos editoriais referentes aos
anos de 2005 (de 1.785 títulos levantados, 79 apresentavam a temática) e 2008/2009
(de 2.416 títulos, 170 apresentavam a temática). Constatou-se que a obrigatoriedade
do ensino da cultura africana, afro-brasileira, no currículo escolar das escolas
brasileiras de ensino fundamental e médio, embora ainda não adequadamente
implementada, por certo, tem contribuído para a disseminação de títulos literários no
mercado editorial.

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Página
29 Janeiro (Sábado)
14h30 – 16H00 (Sala 20) - Painel Voz e Acção

Literatura infantil e mediação leitora. Veredas e caminhos para uma nova consciência

Maria da Graça Sardinha (CIFPEC/Universidade da Beira Interior, Portugal)


Maria Gracinda da Silva (Docente do 1º ciclo do Ensino Básico, Portugal)

O trabalho com a literatura infantil, como refere ZIlberman (1985: 25), desagua num
exercício de hermenêutica, uma vez que é mister da relevância, ao processo de
compreensão, já que é esta que vem complementar a recepção.
O trabalho de mediador é, assim, uma tarefa que impõe responsabilidades pois cada
género/ texto transporta sempre diferentes valores a serem considerados.
Entendemos que as narrativas infantis podem dar valiosos contributos ao partilharem
cruzamentos de história(s) e de cultura(s).
No nosso trabalho propomos aquele cruzamento, visando sempre a formação da
criança como leitora activa e interventiva.
Palavras-chave: leitura, compreensão, leitores, mediadores.

Maria da Graça Sardinha é doutorada em Letras com uma tese no âmbito da


didáctica da leitura/ metodologia do ensino do Português Língua Materna pela
Universidade da Beira Interior. É Coordenadora do 2º Ciclo de Estudos em
Português/Espanhol, Supervisora Pedagógica. É docente na Universidade da Beira
Interior.
Email: [email protected]

Maria Gracinda da Silva é mestre pelo Departamento de Letras da Faculdade de Arte


e Letras da Universidade da Beira Interior.
Email: [email protected]
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Os caminhos do Ensino e da Aprendizagem do Vocabulário: Intercultura, Corpus


Página

Textual e Lexicultura

António Pereira Pais (Instituto Politécnico de Castelo Branco/Escola Superior de


Educação, Portugal)
Maria da Graça Sardinha (CIFPEC/Universidade da Beira Interior, Portugal)

A incidência de crianças com dificuldades de aprendizagem, em geral, e com


dificuldades ao nível da aprendizagem da leitura e da escrita, em particular, continua a
ser uma realidade marcante do dia-a-dia das nossas escolas. Neste contexto, a
investigação realizada nas últimas décadas veio demonstrar a importância do
desenvolvimento técnico-didáctico das formas de abordagem aos processos de ensino
explícito do vocabulário, enquanto elemento e factor de promoção do sucesso escolar.
Uma das linhas de investigação mais relevantes sobre esta matéria foi desenvolvida
em sistema de parceria pelo Institute of Child Study – University of Toronto (Andrew
Biemiller), pelo Departament of Reading Education – University of Georgia (James
Baumann) e pelo Institute for the Development of Educational Achivement (IDEA) –
University of Oregon (Edward Kame ´enui) e visava o estudo das relações entre o
ensino explícito do vocabulário e o sucesso escolar. Através dos trabalhos
desenvolvidos foi possível demonstrar a existência de uma relação directa de impacto
entre estas duas realidades. Outro dos aspectos importantes que esta linha de
investigação permitiu clarificar foi a demonstração da importância técnico-didáctica da
consideração de três aspectos relacionados com a prática do ensino explícito do
vocabulário:
 os critérios de selecção de vocábulos para o ensino explícito do vocabulário e
para as práticas de leitura e de escrita, sendo relevantes para o efeito os traços
semânticos e a carga cultural partilhada das palavras seleccionadas (lexicultura e
intercultura);
 o processo metodológico de abordagem, considerando-se do ponto de vista
didáctico como fundamentais o conhecimento da forma fónica, as propriedades de
selecção semântica e categorial, a categoria sintáctica, o significado e as restrições de
selecção;
 os critérios de selecção das fontes de aprendizagem de novas palavras e
transmissão do conhecimento (Corpus Textual).

Neste sentido, lançámos um estudo junto de 20 professores do Ensino Básico (1º Ano
63

de Escolaridade) do distrito de Castelo Branco com o objectivo de conhecer as


Página

práticas de ensino explícito das palavras na fase inicial do ensino formal da leitura e
da escrita. Concretamente, foi pedido que identificassem as palavras seleccionadas
para introdução do fonema/grafema [m]/<m>, , que referissem o facto de essas
palavras constarem, ou não, nos diferentes registos de planificação (planificação a
médio prazo e planos de aula) e que descrevessem sumariamente os critérios de
selecção utilizados e os procedimentos estratégicos de abordagem em contexto de
sala de aula.
Os resultados deixam antever o recurso em larga escala aos vocábulos seleccionados
pelos autores dos manuais escolares adoptados, a não identificação clara, nos planos
de aula, das palavras que serão objecto de ensino explícito e um trabalho mais
intenso e aprofundado sobre as palavras encontradas nos diferentes textos
seleccionados para serem trabalhados no âmbito da prática didáctica do ler para
aprender a ler, e do ler para construir conhecimento. As implicações destes resultados
para o desenvolvimento dos processos de ensino e aprendizagem do vocabulário são
analisados e discutidos no âmbito deste trabalho, privilegiando-se um enquadramento
no âmbito da literatura infantil.
Palavras-chave: Vocabulário; Lexicultura; Aprendizagem da Leitura e da Escrita;
Literacia.

António Pereira Pais é doutorado em Filosofia e Ciências da Educação pelo


Departamento de Didáctica da Faculdade de Educação da Universidade Complutense
de Madrid. Exerceu funções no Ensino de Português no Estrangeiro e actualmente é
professor da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Castelo Branco,
onde lecciona as unidades curriculares de Didáctica da Língua Materna,
Aprendizagem da Leitura e da Escrita e Análise e Produção de Texto.
Foi Coordenador Institucional do Programa Nacional de Ensino do Português (PNEP)
no Distrito de Castelo Branco.
Email: [email protected]

Maria da Graça Sardinha é doutorada em Letras com uma tese no âmbito da


didáctica da leitura/ metodologia do ensino do Português Língua Materna pela
Universidade da Beira Interior. É Coordenadora do 2º Ciclo de Estudos em
Português/Espanhol, Supervisora Pedagógica. É docente na Universidade da Beira
Interior.
64

Email: [email protected]
Página
Linguagem teatral: um olhar a partir da literatura infantil

Nayde Solange Garcia Fonseca (Núcleo de Educação da Infância -NEI/UFRN, Brasil)


Raimunda Porfírio (Núcleo de Educação da Infância -NEI/UFRN, Brasil)

Esse trabalho partiu de um relato de experiência desenvolvida numa turma do 1ºano


do ensino Fundamental, no Núcleo de Educação da Infância -NEI/UFRN, durante o
primeiro bimestre/2008 e se justifica pelo interesse demonstrado pelas crianças a
partir da contação de histórias (fábulas) a realizar a encenação de uma peça teatral.
Tendo como objetivos oportunizar às crianças apropriar-se das características dessa
arte efêmera, bem como identificar na prática pedagógica a linguagem teatral nas
séries iniciais do ensino fundamental como área de conhecimento. A pesquisa teve
como interlocutores: a professora, crianças de 6 anos, os quais compartilharam de
nossa busca pelo conhecimento no fazer teatral. Os procedimentos metodológicos
desta pesquisa foram pautados nos princípios do GEPEM - Grupo de Estudos de
Práticas Educativas em Movimento, URFN, que enfatiza a reflexão sobre o processo
de construção da prática, através do diálogo e das críticas compartilhadas, buscando
transformar o fazer pedagógico. Refletimos sobre as experiências com a literatura e os
jogos teatrais, bem como sobre a apreciação teatral e visitas aos teatros. A pesquisa
sinalizou alguns organizadores na nossa prática pedagógica com a linguagem teatral
nas séries iniciais do ensino fundamental, quais sejam: a necessidade da Escola
garantir o ensino de Teatro como área de conhecimento no seu Projeto Político
Pedagógico; a necessidade do professor ter conhecimento básico (teórico/prático)
sobre Teatro e sobre Teatro-educação.
Palavras-chave: Teatro-Educação, Formação de professores, Ensino de teatro.

Nayde Solange Garcia Fonseca é mestre em Educação – CCSA - Programa de Pós-


Graduação - Universidade Federal do Rio Grande do Norte –UFRN. Actualmente é
professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN – Núcleo de
Educação Infantil.
Tem diversos trabalhos publicados em anais de congressos internacionais, nacionais
65

e regionais, bem como livros e capítulos.


Página

Últimas publicações:
Fonseca, Nayde Solange Garcia e Rocha Vera Lourdes Pestana. Jogos Teatrais na
Educação Infantil: outras possibilidades. Coleção Cotidiano Escolar: O Ensino de Arte
e Educação Física na Infância. MEC/SEB. UFRN/PAIDÉIA, 2008, Natal, RN ISBN- 85-
7273-246-2.
Fonseca, Nayde Solange Garcia. Por que o navio não afunda? Caderno Faça e Conte
Entrelaçando Vivências e saberes na educação Infantil – 140p. nº 02 - 2006 – Núcleo
de Educação Infantil - UFRN, Natal-RN.
Email: [email protected]

O diário juvenil: Identidade(s) e Globalização

Carlos Teixeira (Instituto Politécnico de Bragança, Portugal)

Esta comunicação coloca como objecto central de trabalho a produção diarística


portuguesa que, editada nas últimas décadas, se destina preferencialmente a um
público adolescente ou jovem, comparando-a (sempre que possível) com produções
estrangeiras que têm chegado ao mercado nacional. Procuramos, por um lado, definir
as especificidades genológicas que individualizam o diário destinado a esse público e,
por outro, problematizar o jogo de identidade(s) que essas produções diarísticas
manipulam e colocam em acção – se “identidade para um indivíduo é a definição de si
mesmo” (Lourenço, 2003: 88)1, a produção diarística para jovens coloca interessantes
reflexões sobre o sujeito e a sua auto-referencialidade, nomeadamente no âmbito da
(im)possível identidade entre autor e narrador/personagem. Dentro deste domínio,
ganham relevância os conceitos de “identidade” e “alteridade”, cuja problematização
nos levará a reflectir sobre a leitura deste tipo de textos como “veículos” de modelos
globalizados/globalizantes de cultura (juvenil).
1
Lourenço, E. (2003): Civilizações e conflito de identidades”. In: Globalização: ciência,
cultura e religiões. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian e Publicações Dom
Quixote: 85-90.

Carlos Teixeira é docente (Equiparado a Assistente do 2º Triénio) do Departamento


de Português da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Bragança.
De si, costuma dizer que é um leitor compulsivo e apaixonado.
66

Frequentou a universidade Católica do Porto e concluiu, em 1999, a licenciatura em


Página

Português – francês (ensino de) na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro,


tendo realizado estágio pedagógico na escola secundária Fernão de Magalhães, em
Chaves.
Depois do estágio, foi docente da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, onde
leccionou disciplinas como Literatura Portuguesa e Metodologia do Ensino do
Português.
É docente da Escola Superior de Educação de Bragança, desde 2001. O seu trabalho
docente tem-se orientado essencialmente para três áreas complementares:
comunicação e expressão em Língua Portuguesa, Literatura Infanto-juvenil e
Metodologia do Ensino da Língua Materna.
Orientou estágios pedagógicos na Universidade e na ESE tem supervisionado a
Prática Pedagógica, quer das licenciaturas em Português-francês e Português-Inglês,
quer da actual licenciatura em Educação Básica.
Tem participado na formação contínua de professores, nomeadamente no âmbito do
Plano Nacional de Ensino do Português no 1º Ciclo do Ensino Básico. Tem igualmente
participado, apresentando frequentemente comunicações, em vários congressos
realizados no âmbito da literatura / literatura infanto-juvenil.
É mestre na área da literatura portuguesa, tendo apresentado, em Maio de 2008, a
tese “Escrever-se” e/ou “Outrar-se”: escrita e revelação em Páginas do Diário Íntimo
de José Régio.
Neste momento, é doutorando na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. No
âmbito do Doutoramento, está a desenvolver investigação sobre a escrita diarística
dentro do cânone da literatura para a infância e juventude.

A banda desenhada histórica como recurso didáctico-pedagógico para a construção de


conhecimento histórico dos alunos no 1º CEB

Glória Sole (IE/UM, Portugal)

Nesta comunicação, procura-se analisar as potencialidades didáctico - pedagógicas


de um dos géneros da literatura infanto-juvenil, a banda desenha histórica (BD), para
a compreensão histórica e a construção de conhecimento histórico nas crianças.
Inicia-se por apresentar o contributo de estudos de investigação nacionais e
internacionais que têm demonstrado a inter-relação entre a literatura Infantil (em que
67

se inclui a BD) e os Estudos Sociais para o desenvolvimento da compreensão


Página

histórica e temporal.
De seguida, descreve-se uma experiência didáctico-pedagógica realizada no âmbito
de uma investigação empírica, em contexto de sala de aula com recurso à BD
histórica sobre a temática da expansão portuguesa, com alunos do 4.º ano (25
alunos), realizada numa escola urbana de Braga. Esta experiência pedagógica teve
como objectivo analisar que tipo de ideias e conhecimentos históricos constroem os
alunos do 1.º CEB a partir da leitura de Literatura Infanto-Juvenil (uma banda
desenhada histórica - BD) em articulação com outras fontes (mapas e linhas de tempo
relacionadas com a expansão portuguesa). Para isso, baseamo-nos na análise dos
diários de aula e nas narrativas construídas pelos alunos, tendo sido construído um
conjunto de categorias.
Por último, sistematizam-se os resultados desta experiência, procurando-se explicar
de que modo os alunos compreendem a História e constroem conhecimento histórico
sobre um período histórico (a expansão portuguesa) a partir desta fonte historiográfica
em articulação com outros fontes. A BD histórica revelou-se um recurso didáctico
importante para o desenvolvimento de competências de leitura e de compreensão
histórica e temporal nos alunos deste nível de escolaridade, para além de promover
um maior interesse e motivação pela aprendizagem de História. Conclui-se por isso,
que a BD histórica é um material pedagógico a valorizar pelos professores e a utilizá-
lo na sala de aula, devendo desmistificar-se o estigma que por vezes lhe é associado
de literatura menor.

Glória Solé é doutorada em Estudos da Criança, área de Estudo do Meio Social pela
Universidade do Minho, Instituto de Estudos da Criança com a Dissertação de tese: O
ensino da história no 1º ciclo do ensino básico: a concepção do tempo histórico nas
crianças e os contextos para o seu desenvolvimento. Actualmente é Professora
Auxiliar da Universidade do Minho, Instituto de Educação, no Departamento de
Estudos Integrados e Literacia, Didáctica e Supervisão (DEILDS).
Pertence ao CIEd-Grupo II: Educação em Ciências, Sociedade e Desenvolvimento.
Últimas publicações que inter-relacionam Estudos Sociais e Língua Materna
(narrativas):
Solé, M. Glória Santos (2009). A História no 1.º Ciclo do Ensino Básico: a Concepção
do tempo e a Compreensão Histórica das Crianças e os Contextos para o seu
Desenvolvimento. Dissertação de Doutoramento. Braga: Universidade do Minho.
Solé, M. G. (2010). As potencialidades pedagógico-didácticas da ilustração nas
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narrativas para o desenvolvimento da compreensão temporal das crianças.


Página

Comunicação oral apresentada no 8.º Encontro Nacional (6.ª Internacional) de


Investigação em Leitura, Literatura Infantil e Ilustração, que decorreu na Universidade
do Minho, em Braga, nos dias 9 e 10 de Julho de 2010. (no prelo).

Email: [email protected]

Era uma vez a Leitura…

Lurdes Pelarigo (FCSH da Universidade Nova de Lisboa, Portugal)

Há muito, muito tempo, a Leitura…


… encontrou, não uma, mas várias bruxas maléficas conhecidas pelo nome de Novas
Tecnologias que a derrotaram para sempre.
Parece ser este o final de desencanto que muitos vaticinam para a Leitura. Num
mundo em mudança e cada vez mais globalizante, papões, monstros e lobos maus
assumiram nomes como videojogos, chats, Messengers, IPods, iPads, Podcasts, e
desta feita não amedrontam crianças, mas aterrorizam os adultos que, à relutância em
aceitar o que é novo, juntam o medo do desconhecido e o embaraço de deixarem de
ser mestres numa coisa – a leitura – para passarem a eternos aprendizes de outras –
as novas tecnologias.
Num mundo globalizante onde a realidade, tal como a conhecíamos, deixou de existir,
novas realidades despontam e a aprendizagem ao longo da vida é uma necessidade,
pois dela depende, não apenas o futuro, mas o presente de uma sociedade que
transtorna e desorienta os novos analfabetos digitais e os iletrados da comunicação.
Num momento em que tudo se transfigura e altera, haverá lugar para a leitura? E a
literatura para a criança, fará sentido? E os livros, desaparecerão? E o ensino,
dependerá de professores ou de mestres digitais?

Maria de Lurdes Castanheta Pelarigo é doutoranda em Estudos Portugueses e


Mestre em Estudos do Texto, pela FCSH da Universidade Nova de Lisboa, e
licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, pela Faculdade de Letras da
Universidade Clássica de Lisboa.
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Professora e representante de Língua Portuguesa do 2.º Ciclo do quadro da EB 2,3


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Aristides de Sousa Mendes - Póvoa de Santa Iria, foi Professora Bibliotecária,


Directora do Centro de Formação de Escolas do Cartaxo, vice-presidente de C.
Directivo e esteve ligada a vários modelos de formação de professores.
Exerceu, em regime de acumulação com a docência, os cargos de secretária-geral,
directora de cursos de pós-graduação e editora na URBE (ONGA).
A Literatura para a Criança Infantil na Imprensa Portuguesa do Séc. XIX é o seu
primeiro livro, editado em 2009 pela Apenas Livros, sob patrocínio do IELT e da FCT.
Neste momento, está a trabalhar numa colectânea de contos inéditos de escritores
portugueses, recolhidos na imprensa portuguesa do século XIX.
Rendida às novas tecnologias e à realidade virtual, pode ser encontrada nos seguintes
endereços:
http://beijodelua.blogs.sapo.pt (Blogue pessoal e intimista)
http://encantatorio.blogspot.com (Blogue de literatura infantil/educação)
Email: [email protected]

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Contactos úteis
Instituto de Educação
Universidade do Minho
Campus de Gualtar
4710-057 Braga
Portugal
http://www.ie.uminho.pt

Webpage do Colóquio:
https://sites.google.com/site/lijcoloquio/

Telef: +351 253601246

Email do evento:
[email protected]

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