Literatura Infantil E Mundo Globalizado: Colóquio Internacional
Literatura Infantil E Mundo Globalizado: Colóquio Internacional
Literatura Infantil E Mundo Globalizado: Colóquio Internacional
E
MUNDO GLOBALIZADO
Colóquio Internacional
Instituto de Educação
Universidade do Minho, Braga, Portugal
28-29 Janeiro 2011
Organização e Composição
Fernando Azevedo, 2011
Comissão Científica
Comissão Organizadora
Organização
Apoios
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Conteúdos
Apresentação……………………………………………………………………………..7
Programa…………………………………………………………………………………..9
Resumos
Dia 28……………………………………………………………………………..17
Dia 29……………………………………………………………………………..31
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LITERATURA INFANTIL
E MUNDO GLOBALIZADO
Vivemos numa sociedade globalizada, onde a informação é partilhada entre todos a um ritmo
alucinante. Se é verdade que, graças, à globalização o mundo se tornou mais consciente,
mais solidário e, em determinadas situações, mais participativo (todos temos hoje consciência
que fazemos parte da mesma família humana), este colóquio procurará averiguar até que
ponto a Literatura Infantil inscreve e interroga, nos seus textos, as marcas da globalização, um
sistema que inclui, no seu espectro semântico, múltiplas acepções nem sempre coincidentes
entre si.
O que significa a globalização hoje? Quais os seus lugares e os seus gestos na literatura de
potencial recepção leitora infantil?
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PROGRAMA
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28 Janeiro (Sexta-feira)
Brasil)
Contos de fadas na Educação Infantil: alimento para a alma e imaginário da criança –
Maria de Fátima Araújo (NEI/UFRN, Brasil) e Nayde Solange Garcia Fonseca
(NEI/UFRN, Brasil)
A literatura infantil como alternativa para o ensino do português como idioma
estrangeiro – Cibele Lucena de Almeida (NEI-CAp/UFRN, Brasil) e Antônia Fernanda
Jalles (NEI-CAp/UFRN, Brasil)
O preconceito racial em Xixi na cama e O menino marrom: práticas educativas em sala
de aula – Renata Junqueira de Souza (Unesp/CELLIJ/Pres. Prudente, Brasil) e Eliane
Aparecida Galvão Ribeiro Ferreira (Unesp/Assis, Brasil)
Debate
29 Janeiro (Sábado)
Debate
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28 Janeiro (Sexta-feira)
Os contos de fadas são povoados por reis, rainhas, príncipes, princesas, madrastas,
fadas e bruxas: um universo que conta com o maravilhoso como elemento essencial
para o desenvolvimento de suas histórias. Constantemente, a literatura infantil
contemporânea tem se voltado para essa modalidade literária e proposto novas
perspectivas de leitura desse legado cultural. Uma delas consiste na crítica ao
autoritarismo exercido por parte dos reis ao governar seu povo e na defesa da
liberdade de escolha. No sistema literário infantil brasileiro, temos como exemplo
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dessa proposta de leitura a obra O reizinho mandão (1978), de Ruth Rocha (1931-),
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na qual o príncipe, quando assume o poder do reino, impõe ao seu povo diversas leis
absurdas, tal como proibir a sua gente de falar. De modo semelhante, no âmbito
galego, encontramos o livro A porta proibida (1985), de Xesús Pisón (1954-), no qual o
rei sente satisfação em ditar ordens ao seu povo e, por esse motivo, com medo de
que se fossem, os proíbe de atravessar a porta do reino. Em ambas as produções,
verificamos a retomada das constantes estruturais dos contos de fadas e, por meio
dessa modalidade literária tão cara à formação leitora das crianças, a introdução de
questões sociais que conduzem o receptor a uma reflexão crítica. Tendo em conta tais
aspectos, a presente comunicação tem por objetivo analisar o modo como as duas
obras dialogam com o universo maravilhoso dos contos de fadas, rompendo, por meio
da forma escolhida, com o silêncio de temas considerados inadequados às crianças.
incólume.
Na presente comunicação procurar-se-á reflectir sobre a construção da „adolescência‟
no actual romance juvenil alemão e português, a partir da análise das obras Die Zeit
der Schlafenden Hunde de Mjriam Pressler e de A Lua de Joana de Maria Teresa
Maia Gonzalez. Estamos perante duas obras em que as personagens centrais são
duas jovens adolescentes – Johanna e Joana, respectivamente – envolvidas em
conflitos internos e em busca de uma identidade própria. Para o efeito, procurar-se-á
proceder a um estudo comparado das representações da „adolescência‟ presentes em
ambos os romances, como elementos constitutivos de algo a que se pode chamar
uma „identidade adolescente‟, procurando reflectir sobre a forma como contribuem
para a construção dessa identidade e em que medida se assemelham ou se afastam
as construções identitárias da adolescência presentes em obras provenientes de
mundos culturais distintos.
meio de representação (escrita, pintura, desenho, fotografia etc.) deve traduzir seus
objeto em dimensões espaciais e temporais, já que através disso as identidades são
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a realidade social e critica face aos sistemas vigentes. Detectar e analisar esta
poética, sob o prisma do humor e da ironia e 0o objectivo central que perseguimos.
João Manuel Ribeiro é licenciado e mestre em Teologia pela UCP Porto. Mestre e
doutorando em Ciências da Educação pela FPCE da Universidade de Coimbra.
Membro não doutorado do Centro de Psicopedagogia da Universidade de Coimbra.
Bolseiro da FCT. Master en libros e literatura infantil y Juvenil pela Universitat
Autonoma de Barcelona. Autor e editor de livros de LIJ.
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28 Janeiro (Sexta-feira)
Universidad Autónoma de Madrid, en lingüística, en 1993, con una tesis sobre Teoría
De La Tradeucción (1ª tesis doctoral). Doctor por la Universidad Complutense de
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Madrid, en Filología, en 2005, con una tesis sobre La Imagen Del Otro: Lo Árabe En
La Prensa Española (2ª tesis doctoral). Profesor del Departamento de Lingüística de
la Universidad Autónoma de Madrid. Autor del Diccionario Bilingüe Árabe-Español de
Anaya.
Email: [email protected]
O leitor não nasce, faz-se; mas o não leitor também. Ora, o jardim-de-infância pode e
deve ser o lugar de múltiplas leituras proporcionando à criança um envolvimento
activo capaz de potenciar competências precoces de literacia, levando a um profundo
envolvimento das famílias.
Assim sendo, no nosso trabalho, apresentamos um projecto onde as crianças são os
verdadeiros actores, neste palco que é a escola.
Palavras-chave: literacia, jardins-de-infância, mediadores
O ato de ler, enquanto prática social, permite conhecer o mundo, ampliar saberes. É
também, uma atividade individual e/ou coletiva, iniciada com a decodificação dos
signos presentes numa dada produção, prosseguida mediante a interação do leitor
com o texto, permitindo o estabelecimento de conjecturas e a produção de novas
formas de entendimento. Assim, ler é atribuir sentido ao texto, a partir das
experiências leitoras precedentes, oriundas tanto do espaço familiar quanto escolar.
Essas duas instâncias – família e escola – devem contribuir para a formação de um
leitor crítico, capaz de desvendar os enunciados literários. Possibilitar o acesso das
crianças à situações de leitura auxilia no desenvolvimento de habilidades lingüísticas,
garantindo espaço para a imaginação, a criatividade, a reflexão e a produção textual.
Considerando o expresso acima, este trabalho visa relatar experiência vivenciada no
Núcleo de Educação da Infância – NEI/CAp/UFRN (Natal/RN – Brasil), com crianças
entre 5 e 6 anos, cujo foco centrou-se numa atividade denominada “Ciranda de livros”.
Todas as sextas-feiras, as crianças trocavam livros para deleite literário no final de
semana junto à família. Um repertório de 20 histórias, de autores e gêneros diversos
foi contemplado. Evidenciamos as estratégias didático-pedagógicas empregadas, as
reações das crianças, bem como o posicionamento dos pais diante da proposição da
Ciranda. A evolução no processo de aquisição da leitura e escrita, o gosto pela
literatura, o manuseio de obras literárias, a formação de preferências por autores, bem
como a atenção aos elementos constituintes das histórias (título, autor, ilustrador)
foram alguns dos benefícios percebidos no decorrer da Ciranda.
Palavras-chave: Educação Infantil – Literatura Infantil – Apreciação literária
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Mestre em Educação pela UFRN. Doutor em
Educação pela mesma universidade. Realizou estágio de docência assistida no curso
de Comunicação Social - Habilitação Jornalismo - nas disciplinas Cultura e Realidade
Brasileira e Mídia, Identidade e Cidadania. É professor do Núcleo de Educação da
Infância (NEI/CAp/UFRN). Tem experiência na área de Educação, com ênfase em
mídia-educação, estudos da infância, formação docente. Ministra regularmente cursos
para professores de instituições públicas e alunos de graduação e pós-
graduação. Publica periodicamente artigos em revistas e eventos científicos de
circulação local, nacional e internacional.
Email: [email protected]
Madrid (2003).
Autora de diversos artigos publicados em revistas e atas de eventos científicos, bem
como da obra: JALLES, Antonia Fernanda. La Adquisición Del Lenguaje Infantil em
um Contexto Bilingue. Madrid: EDUCM, 2003.
Email: [email protected]
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29 Janeiro (Sábado)
9h00 – 10h30 - (Auditório do Centro Multimédia) - Painel Conflitos, Imagens e
Valores
Possibilitar a socialização cultural, seja pela estrutura lúdica (e não só) de muitos
textos, seja pelo tratamento reiterado da leitura, e do pensamento a ela inerente, como
actividade existencial fundamental é, no dizer de Teresa Colomer (1998), uma das
funções da literatura infanto-juvenil (LIJ). Neste suposto, importa interrogar o lugar, o
papel e a função de alguns textos para a infância e juventude que se abrigam sob a
designação de “Filosofia para Crianças”, dado que a sua configuração textual, gráfica
e ilustrativa é similar aos textos de LIJ.
Em face de certa popularidade deste tipo de texto entre nós, apesar dos textos serem
traduções do francês e das colecções terem o mesmo autor de texto (ainda que não o
mesmo autor da ilustração), importa perguntar criticamente: Em que medida estes
textos se podem considerar LIJ? A estrutura lúdica da LIJ não se compagina com a
perspectiva filosófica? A designação de “Filosofia para Crianças” é instrumental ou
intrínseca? A ilustração destes textos desempenha aqui um papel activo ou passivo?
De que forma pode a ilustração contribuir para a aprendizagem dos modelos
ideológicos e simbólicos presentes nestas publicações?
Reflectir sobre estas questões e problematizar (o tipo de) a relação entre filosofia e
literatura infantil e juvenil é o intento deste artigo.
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João Manuel Ribeiro é licenciado e mestre em Teologia pela UCP Porto. Mestre e
doutorando em Ciências da Educação pela FPCE da Universidade de Coimbra.
Membro não doutorado do Centro de Psicopedagogia da Universidade de Coimbra.
Bolseiro da FCT. Master en libros e literatura infantil y Juvenil pela Universitat
Autònoma de Barcelona. Autor e editor de livros de LIJ.
Email: [email protected]
Se sou uma fada, existo! Trabalhar a esperança a partir da literatura infantil numa
perspectiva de valorização da dialéctica entre identidade e alteridade na construção das
pessoas que queremos que habitem nos nossos alunos
O crescente multiculturalismo que se vive nas nossas escolas não tem de abalar as
estruturas da identidade nacional e cultural, nem tão pouco o direito a uma cultura da
diferença. Por outro lado, não podemos ignorar a nossa história literária e o efeito
formativo que se foi criando de resistência em relação ao Outro, ao que é de fora, ao
que é Diferente e estranho.
Como demonstrou Francesca Blockeel, na sua tese de doutoramento sobre Identidade
e Alteridade na Literatura Juvenil Portuguesa, os princípios nacionalistas e os temas
nacionais eram característicos neste tipo de produção literária durante o Estado Novo,
não obstante a não-aceitação desta ideologia por parte de autores como António
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Torrado, Sophia de Mello Breyner ou Ilse Losa. Mas o que é facto é que durante
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29 Janeiro (Sábado)
Com o avanço vertiginoso das TIC‟s, e ultimamente com a web 2.0, percebe-se a
necessidade de trabalhar o incentivo a leitura literária de crianças de maneira
inovadora. A tecnologia tem forte influência nos miúdos, uma vez que nasceram sobre
esse domínio, considerados como nativos digitais, com implicações na maneira de
perceber a leitura, a partilha e a formação de redes. Presencia-se um novo fenômeno
com relação à leitura e a literatura, têm-se uma nova geração de leitores-escritores,
com características e necessidades contemporâneas e as instituições educacionais,
em especial a escola e a biblioteca, devem repensar o seu novo papel na formação de
leitores na Sociedade da Informação. O presente artigo descreve investigação sobre
a biblioteca escolar e o uso dos social media (redes sociais), no incentivo à prática da
leitura-escrita, tendo como objetivo principal propor um modelo de construção de
comunidade de leitores-escritores, para a comunidade escolar do 1º ciclo do ensino
básico, do Agrupamento das Escolas de Aveiro, Portugal. Na fase empírica da
pesquisa será trabalhada a plataforma BIBLON1, como espaço de criatividade,
cooperação, interculturalidade e ludicidade, pela comunidade escolar. Como resultado
espera-se melhorar a qualidade e motivação para leitura-escrita, com a formação de
redes de leitores-escritores; ampliar a presença de conteúdos na língua portuguesa no
ambiente da web; potencializar o uso do Magalhães, notadamente em atividades
lúdicas e contribuir para integração das TIC‟s com as bibliotecas escolares e leitura,
possibilitando maior motivação para a literatura infantil, devido à convergência de
múltiplas linguagens e oportunidade de espaço para criação em torno do texto
literário.
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1 WWW.portal-biblon.com
Mestre em Ciência da Informação pela Universidade de Brasília – Brasil e doutoranda
em Informação e Comunicação em Plataformas Digitais – Universidade de
Aveiro/Universidade do Porto – Portugal. Bolsista da FAPEMA (Fundação de Amparo
a Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão) - Brasil
E-mail: [email protected]
CONTOS 2.0
É neste estádio que iniciamos um percurso algo abstracto entre o texto e a imagem, e
concomitantemente apreendemos as subtilezas desta relação (que nem sempre é
fácil).
Na actual era tecnológica, a sensibilidade dos públicos infantis para uma panóplia,
cada vez maior, de meios e plataformas de comunicação (como o fácil acesso a
consolas de entretenimento, home cinema, entre outros) tem levado a uma redefinição
do processo de ensino, no qual estas novas tecnologias deverão, obrigatoriamente,
estar presentes. O livro de contos infantis (ilustrados ou não) conhece toda uma nova
evolução para o mundo hipermediático, onde a fronteira entre a percepção de um
signo imagético e a compreensão de um texto se mostra cada vez mais ténue e
indefinida. Neste universo dos hipermédia, o leitor / utilizador possui “poder” sobre a
narrativa, que, de linear, evolui para um modelo de causa / consequência espartilhada
por decisões e fins múltiplos.
Nunca poderemos, porém, esquecer que o próprio texto é imagem e a letra é
desenho, na sua génese.
A nossa comunicação assenta, assim, em toda esta problemática que tentaremos, de
algum modo, clarificar.
Palavras-chave: imagem, texto, signo, dimensão pictorial, multimédia, hipermédia
Referências Bibliográficas
Meadows, Mark Stephen (2002). Pause & Effect: The Art of Interactive Narrative,
Voices that matter, New Riders.
Educação, Portugal)
Maria da Graça Sardinha (CIFPEC/Universidade da Beira Interior, Portugal)
O mundo actual está em rápida mudança e transformação. A sociedade apresenta-se
cada vez mais complexa, globalizada e com grande diversidade multicultural,
económica, linguística e social, tornando-se um desafio para as instituições poderem
formar alunos preparados para este “admirável mundo novo” (Aldous Huxley, 2003).
À Biblioteca Escolar cabe a responsabilidade de formar utilizadores “Leitores da Vida
e do Mundo”, implementar Aprendizagens Significativas na formação de sujeitos que
se pretendem cada vez mais autónomos, com sentido crítico, estético, ético,
portadores de igualdade de oportunidades de acesso à informação/ conhecimento.
À Biblioteca Escolar cabe ir mais além de mera receptora de informação e de
conteúdos, mas, sim, de reprodutora e produtora de conteúdos.
À Biblioteca Escolar cabe rentabilizar as Tecnologias de Informação, nomeadamente,
através dos recursos disponíveis em linha, as ferramentas da WEB 2.0, promovendo,
dessa forma, os textos de potencial recepção infantil, cativando, em primeiro lugar,
docentes e pais, a fim de atingirmos o público-alvo, os alunos.
Palavras-chave: Biblioteca Escolar, Tecnologias de informação, Literacia, Web 2.0
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29 Janeiro (Sábado)
Texto polo que se aproxima a dimensión dunhas literaturas, como as infantís galega e
portuguesa, que a comezos do século XX e aleitadas polo sentimento de vangarda
que percorría os ambientes artísticos europeos, tentou aprender que a imaxinaría
social máis óptima era a do tradicionalismo que, de sempre, tiña dominado nas
manifestacións artísticas do planeta. O receptor, pois, o leitor, é intereseiramente un
neno a quen se quer preparar para unha rápida e importante dedicación social,
mentres que a receptora, a leitora, a nena en suma, ficaba á parte, dominada e
sometida aos devezos machistas dunha sociedade novecetista e ilusionada,
vangardista en suma, mais igual de tradicionalista que xa tiña demostrado ser.
Famílias monoparentais
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Desde do divórcio até à construção de família monoparental por opção, esta é uma
tipologia de família que se torna cada vez mais comum no mundo globalizado em que
vivemos. Focalizando-nos essencialmente na figura maternal e nos seus traços
psicológicos, exploraremos diversos livros e as suas abordagens acerca desta
questão. Olharemos de forma critica e positiva para a obra Os meus pais estão
separados, mas não de mim, de Inês Borges Taveira, como sendo um texto crucial
para pais e crianças envolvidos em situação de divorcio.
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29 Janeiro (Sábado)
O estudo busca refletir sobre a formação do leitor literário em ambiente escolar, frente
aos novos desafios. Admite-se que, na sociedade eletrônica e digital, em que os
meios de comunicação se expandem, as multimídias se tornam onipresentes, o
acesso e excesso de informações exigem cautela e investimento na formação leitora e
crítica dos cidadãos. A relevância desta pesquisa consiste em fornecer ao professor
subsídios para ampliar suas competências no ensino de literatura, por meio de novas
possibilidades multimidiáticas de mediação, considerando as mudanças ocorridas nos
suportes textuais, nas práticas e nos leitores. O estudo caracteriza-se como uma
análise qualitativa, por meio da observação participante. Privilegiou-se os estudos de
Castells (2001), Christofoletti (2008), Demo (2007), Sarmento (2008), Santaella (2003,
2005; 2007), Lucas (2001), Rettenmaier (2008; 2009) e Zilberman; Lajolo (2009). A
análise aponta a relevância de educadores formadores de leitores pensarem em
novas estratégias de formação literária que possam ser conciliadas com as exigências
dos tempos de revolução multimidiática e com a realidade das crianças escolares.
Contribui, nesse sentido, ao alertar para o novo eu tecnológico, que traz para escola
diferentes interesses e experiências leitoras e ao apontar estratégias pedagógicas que
assegurem aos discentes a possibilidade de usufruir do potencial formativo da leitura
literária, mediante os novos suportes oferecidos pelas invenções tecnológicas.
Palavras-chave: leitura – literatura – multimídias – formação do leitor.
1, p. 127-134.
Email: [email protected]
Naire Jane Capistrano é doutorada em Educação (2010), pela Universidade Federal
do Rio Grande do Norte/ Brasil, com estágio em Universidade de Coimbra (set/2008 a
junho/2009).
É professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte/Brasil.
Últimas publicações:
CAPISTRANO, Naire Jane; PONTES, Gilvânia Maurício Dias (Orgs.) Coleção
Cotidiano Escolar: o ensino de arte e educação física na infância. Natal:
Paidéia/UFRN/MEC, 2008. v. 04
CAPISTRANO, Naire Jane (Org.) Coleção Cotidiano Escolar: o ensino de arte e
educação física na infância. Natal: Paidéia/UFRN/MEC, 2007.v.03
Email: [email protected]
[email protected]
fundamentada na linguagem verbal (Cop & Kalantzis, 2000; The New London Group,
2000; Barton, 2007). Neste contexto, foi realizado um estudo de caso entre 2007-
2008, implementando-se em quatro turmas do 1.º Ciclo e duas do 2.º Ciclo,
representativas do universo de um agrupamento de escolas, um programa de
literatura fundamentado na leitura, através da formação de Clubes de Leitura.
Paralelamente foi observada a interacção dos alunos com diversos produtos culturais
de modo a compreender se esta fruição estética promove a formação do leitor literário
e a literacia. Os dados obtidos podem revelar que a interacção dos alunos com
diversos produtos culturais potencia: a educação estética, a literacia e a competência
literária.
Referências
BARTON, D. (2007). Literacy. An Introduction To The Ecology Of Written Language.
Oxford: Blackwell Publishing.
COPE, B. & KALANTZIS, M. (Eds.) (2000). Multiliteracies. London: Routledge.
LEWIS, C. & FABOS, B. (2005). Instant Messaging, Literacies, And Social Identities,
Reading Research Quarterly, 40(4), 470-501.
LOVE, M. S. (2004). Multimodality Of Learning Through Anchored Instruction, J o u r n
a l O f A d o l e s c e n t & A d u l t L i t e r a c y, 48(4), 300-310.
PEREIRA, I. S. P. (2008). Para A Caracterização Do Contexto De Ensino –
Aprendizagem Da Literacia No 1.º Ciclo De Escolaridade. Das Competências Dos
Alunos Às Concepções E Práticas Dos Professores. Braga: Universidade do Minho
(Tese de doutoramento).
THE NEW LONDON GROUP (2000). A Pedagogy Of Multiliteracies, In COPE, Bill &
KALANTZIS, Mary (Eds.). Multiliteracies. London: Routledge, pp. 19-37.
VASUDEVAN, L. M. (2006). Looking For Angels: Knowing Adolescents By Engaging
With Their Multimodal Literacy Practices, J o u r n a l O f A d o l e s c e n t & A d u l t L
i t e r a c y, 50(4), 252-256.
“Ele está chateado porque tem que usar aquela coisa cor-de-rosa” – (des)construindo
representações de género em álbuns
Are you a really a B@y? How masculinities are portrayed in 21st century children‟s
literature
Alba Alonso Feijoo is a primary English teacher at a public Spanish school in Mos
(Pontevedra). At present I am studying for my P.h.D. supervised by Dr. Celia Vázquez
García at the University of Vigo (Spain).
Rostos de Narciso? Representações da homossexualidade na literatura infanto-juvenil
portuguesa
N‟A expedición do Pacífico (1994), Marilar Aleixandre narra a historia de Emilia, unha
rapaza de 12 anos amante da zooloxía que, para cumprir o seu soño –embarcarse
nunha goleta para participar nunha expedición científica en diferentes países do novo
continente– vese obrigada a se transformar nun rapaz, converténdose a partir de aí en
Marcos Goianes.
O obxectivo desta comunicación parte da mesma cerna da obra, xa que o que se
pretende é analizar un exemplo paradigmático de travestismo feminino nas ficcións
infantoxuvenís. Esta transformación é habitualmente empregada polas autoras e
autores como denuncia das limitacións que as categorías xenéricas impoñen aos
individuos; resulta máis frecuente na LIX do que habitualmente se pensa; e acostuma
ser temporal, polo que se aparta do concepto de “desviación” que ten o mundo adulto
sobre o travestismo (Victoria Flanagan, 2008).
Igualmente, o disfraz masculino que adopta Emilia permite expor cómo os personaxes
femininos nas obras para a mocidade adoitan estar dobremente minusvalorados: en
primeira instancia, porque carecen de poder ao formar parte dos construtos culturais
coñecidos como “infancia” e/ou “adolescencia”; e, en segundo lugar, porque
tradicionalmente nos textos de LIX, as nenas e as mulleres ocuparon un segundo
plano que as levou a estaren silenciadas.
Neste breve estudo, manexaranse, entre outros, os conceptos de travestismo, voz e
poder para –a partir da obra proposta– pescudar os camiños polos que as mozas
conseguiron ter axencia de seu en obras ambientadas en sociedades e tempos
históricos que as reprimían polo seu xénero.
A muller e a narrativa infantil e xuvenil sobre Guerra Civil na LIX galega no „Ano da
Memoria Histórica‟
In Charlie and the Chocolate Factory by Roald Dahl we see a parade of characters
created in the sixties who could seem to be caricatured but who, each time become
more and more like many of the children of our time: Veruca, the greatest consumer,
daughter of a millionaire who gets everything she wants; Mike, who devours TV
programmes; Violet, specialized in consuming chewing gum of all shapes and colours;
Augustus, who simply gulps down chocolate.
Against all these harmuful models of consumer children who are integrated in the
system, there comes our hero: the little, thin, humble and poor Charlie Bucket.
This book is a modern fairy tale where the seemingly weakest child but who incarnates
the purest values will defeat his rivals whose badges are gluttony and greed.
It is a bet for children´s literature as a path for learning. You start reading a wonderful
story, enjoying the chocolate and sweets- as in Hansel and Gretel- where we find out
the wonder element of the transformation of characters, where we laugh at Willy
Wonka´s sarcastic jokes and enjoy the imaginative and incredible stories narrated by
its characters, but underneath all a teaching is waiting for us.
It is truly a fable which shows the consumerism which destroys our body and our mind
but which presents a ray of hope represented by the little Charlie Bucket.
Key words: children´s literature, Roald Dahl, Charlie and the Chocolate Factory,
consumerism, childhood
Patricia Martín Ortiz is doctor by the University of Salamanca. She has followed
courses in Cambridge University (United Kingdom) and is author of several
publications, among them Language Teaching: Theoretical Basis and Curricular
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Design. She is English Teacher in Secondary School since 1996 and nowadays
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juvenil como um policódigo vastíssimo no que à modelização dos realia diz respeito,
bem como a tomadas de consciência por parte do leitor, uma outra consciência tem
vindo a formar-se relativamente à importância desta literatura de teor globalizante.
É de nosso interesse salientar a literatura de potencial recepção juvenil de best-seller
e de massas do fantástico-maravilhoso, que apelidamos de „nova literatura‟ e que
estudiosos de referência denominavam de “High Fantasy” já na década de 90. Esta
destina-se essencialmente à faixa etária compreendida entre os 10-12 e 14/15 anos
aproximadamente, permitindo um contacto com códigos/mecanismos técnico-formais
e mítico-simbólicos de uma densidade semiótica bastante elaborada.
Tal destaca o seu valor literário e ainda a responsabilidade acrescida que lhe cabe na
formação do jovem leitor porque aborda questões e temáticas filosóficas capazes de
reforçar a sua formação académica, tornando-o capaz de, por comparação e
curiosidade, enriquecer o seu património cultural e, assim, assumir-se como um ser
de/em globalização.
Dado que esta „nova literatura‟ integra o fantástico, género, quantas vezes,
controverso, salientamos o poder das comunidades interpretativas na
aceitação/rejeição do best-seller e da literatura de massas quando se fala no literário
vs não-literário e no fomento da competência literária dos leitores.
Gisela Silva exerce funções como professora de Língua Portuguesa na Escola EB 2,3
de Beiriz, onde também é Professora Bibliotecária.
Tem desenvolvido investigação sobre a obra literária de potencial recepção juvenil,
nomeadamente o best-seller e a literatura de massas, assumindo uma visão
pragmática ao nível da hermenêutica do Imaginário, da mediação leitora e do
Programa de Leitura Fundamentado na Literatura.
Tem doutoramento em Estudos da Criança, Especialização em Literatura para a
Infância e membro do Centro de Investigação (CIED) da Universidade do Minho. Os
estudos empreendidos têm-na levado a desenvolver ateliês de leitura, acções de
formação e conferências/comunicações, onde divulga a importância do Imaginário e a
mediação de textos em contexto lectivo/familiar.
Tem publicado artigos académicos sobre o Imaginário e a Mediação Leitora, ao nível da
Literatura Infanto-juvenil contemporânea e escreve recensões sobre obras da Literatura
Infanto-juvenil, sendo ainda autora e co-autora de livros sobre Imaginário e Mediação Leitora.
Email: [email protected]
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O número significativo e a qualidade estética que têm pautado a edição das obras de
Isabel Minhós Martins, em particular vindas a lume com a chancela da Planeta
Tangerina, justificam, em parte, a opção temática e a selecção textual que serve de
ponto de partida ao estudo que nos propomos apresentar.
Pertencente a um grupo reconhecido de novas vozes da literatura portuguesa
dedicada à infância e à juventude, Isabel Minhós Martins, ligando a sua escrita à
ilustração de artistas como Bernardo Carvalho, Madalena Matoso ou Andrés
Sandoval, é autora de narrativas como O Mundo num Segundo (2008), O meu vizinho
é um cão (2008) Cá em casa somos... (2009), O Livro dos Quintais (2010) e Siga a
Seta! (2010). Estes exemplares, inscritos no universo do álbum narrativo – picture
story books – e compondo o corpus deste ensaio, têm em comum, além de outros
aspectos, o facto de, logo nos seus títulos, se assumir uma referencialidade espacial
determinante do ponto de vista da criação de expectativas de leitura por parte do
potencial receptor.
O espaço, como categoria narratológica e atendendo às suas variadas dimensões
funcionais e semânticas, ou, mais particularmente, o motivo literário da casa,
entendida, por exemplo, como o lugar da família ou, também, a um outro nível
representativo, como sinónimo de país ou terra natal, a par da recriação da cidade,
bem como as dicotomias interior vs. exterior ou universo individual vs. universo
colectivo serão alvo de análise nos textos supramencionados e colocados em
destaque na nossa abordagem.
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29 Janeiro (Sábado)
14h30 – 16H00 (Sala 20) - Painel Voz e Acção
Literatura infantil e mediação leitora. Veredas e caminhos para uma nova consciência
O trabalho com a literatura infantil, como refere ZIlberman (1985: 25), desagua num
exercício de hermenêutica, uma vez que é mister da relevância, ao processo de
compreensão, já que é esta que vem complementar a recepção.
O trabalho de mediador é, assim, uma tarefa que impõe responsabilidades pois cada
género/ texto transporta sempre diferentes valores a serem considerados.
Entendemos que as narrativas infantis podem dar valiosos contributos ao partilharem
cruzamentos de história(s) e de cultura(s).
No nosso trabalho propomos aquele cruzamento, visando sempre a formação da
criança como leitora activa e interventiva.
Palavras-chave: leitura, compreensão, leitores, mediadores.
Textual e Lexicultura
Neste sentido, lançámos um estudo junto de 20 professores do Ensino Básico (1º Ano
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práticas de ensino explícito das palavras na fase inicial do ensino formal da leitura e
da escrita. Concretamente, foi pedido que identificassem as palavras seleccionadas
para introdução do fonema/grafema [m]/<m>, , que referissem o facto de essas
palavras constarem, ou não, nos diferentes registos de planificação (planificação a
médio prazo e planos de aula) e que descrevessem sumariamente os critérios de
selecção utilizados e os procedimentos estratégicos de abordagem em contexto de
sala de aula.
Os resultados deixam antever o recurso em larga escala aos vocábulos seleccionados
pelos autores dos manuais escolares adoptados, a não identificação clara, nos planos
de aula, das palavras que serão objecto de ensino explícito e um trabalho mais
intenso e aprofundado sobre as palavras encontradas nos diferentes textos
seleccionados para serem trabalhados no âmbito da prática didáctica do ler para
aprender a ler, e do ler para construir conhecimento. As implicações destes resultados
para o desenvolvimento dos processos de ensino e aprendizagem do vocabulário são
analisados e discutidos no âmbito deste trabalho, privilegiando-se um enquadramento
no âmbito da literatura infantil.
Palavras-chave: Vocabulário; Lexicultura; Aprendizagem da Leitura e da Escrita;
Literacia.
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Página
Linguagem teatral: um olhar a partir da literatura infantil
Últimas publicações:
Fonseca, Nayde Solange Garcia e Rocha Vera Lourdes Pestana. Jogos Teatrais na
Educação Infantil: outras possibilidades. Coleção Cotidiano Escolar: O Ensino de Arte
e Educação Física na Infância. MEC/SEB. UFRN/PAIDÉIA, 2008, Natal, RN ISBN- 85-
7273-246-2.
Fonseca, Nayde Solange Garcia. Por que o navio não afunda? Caderno Faça e Conte
Entrelaçando Vivências e saberes na educação Infantil – 140p. nº 02 - 2006 – Núcleo
de Educação Infantil - UFRN, Natal-RN.
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histórica e temporal.
De seguida, descreve-se uma experiência didáctico-pedagógica realizada no âmbito
de uma investigação empírica, em contexto de sala de aula com recurso à BD
histórica sobre a temática da expansão portuguesa, com alunos do 4.º ano (25
alunos), realizada numa escola urbana de Braga. Esta experiência pedagógica teve
como objectivo analisar que tipo de ideias e conhecimentos históricos constroem os
alunos do 1.º CEB a partir da leitura de Literatura Infanto-Juvenil (uma banda
desenhada histórica - BD) em articulação com outras fontes (mapas e linhas de tempo
relacionadas com a expansão portuguesa). Para isso, baseamo-nos na análise dos
diários de aula e nas narrativas construídas pelos alunos, tendo sido construído um
conjunto de categorias.
Por último, sistematizam-se os resultados desta experiência, procurando-se explicar
de que modo os alunos compreendem a História e constroem conhecimento histórico
sobre um período histórico (a expansão portuguesa) a partir desta fonte historiográfica
em articulação com outros fontes. A BD histórica revelou-se um recurso didáctico
importante para o desenvolvimento de competências de leitura e de compreensão
histórica e temporal nos alunos deste nível de escolaridade, para além de promover
um maior interesse e motivação pela aprendizagem de História. Conclui-se por isso,
que a BD histórica é um material pedagógico a valorizar pelos professores e a utilizá-
lo na sala de aula, devendo desmistificar-se o estigma que por vezes lhe é associado
de literatura menor.
Glória Solé é doutorada em Estudos da Criança, área de Estudo do Meio Social pela
Universidade do Minho, Instituto de Estudos da Criança com a Dissertação de tese: O
ensino da história no 1º ciclo do ensino básico: a concepção do tempo histórico nas
crianças e os contextos para o seu desenvolvimento. Actualmente é Professora
Auxiliar da Universidade do Minho, Instituto de Educação, no Departamento de
Estudos Integrados e Literacia, Didáctica e Supervisão (DEILDS).
Pertence ao CIEd-Grupo II: Educação em Ciências, Sociedade e Desenvolvimento.
Últimas publicações que inter-relacionam Estudos Sociais e Língua Materna
(narrativas):
Solé, M. Glória Santos (2009). A História no 1.º Ciclo do Ensino Básico: a Concepção
do tempo e a Compreensão Histórica das Crianças e os Contextos para o seu
Desenvolvimento. Dissertação de Doutoramento. Braga: Universidade do Minho.
Solé, M. G. (2010). As potencialidades pedagógico-didácticas da ilustração nas
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Contactos úteis
Instituto de Educação
Universidade do Minho
Campus de Gualtar
4710-057 Braga
Portugal
http://www.ie.uminho.pt
Webpage do Colóquio:
https://sites.google.com/site/lijcoloquio/
Email do evento:
[email protected]
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