Emergências Oncológicas: João Teixeira
Emergências Oncológicas: João Teixeira
Emergências Oncológicas: João Teixeira
Relevância A*
(MD, D, GD)
João Teixeira
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BIBLIOGRAFIA
Chapter 71
Oncologic Emergencies
Estruturais/ Relacionadas
Metabólicas/
com o
Obstrutivas Hormonais
tratamento
INTRODUÇÃO
Síndrome da Veia Cava Superior
Síndrome de Compressão Medular
Obstrução Intestinal
Derrame Pericárdico/Tamponamento
Hipertensão Intracraniana
Estruturais/
Carcinomatose Meníngea
Obstrutivas
Leucostase Pulmonar e Intracerebral
Hemoptises
Obstrução Urinária
Obstrução Biliar Maligna
Convulsões
Obstrução da Via Aérea
CASO CLÍNICO 1
Um homem de 50 anos recorre ao serviço de urgência por cefaleia, disfagia, dispneia e
edema localizado aos membros superiores com 3 semanas de evolução. Refere que os
sintomas agravaram progressivamente e que se intensificam ao inclinar-se para a frente ou
quando se deita. Antecedentes de diabetes tipo 2, hipertensão arterial e insuficiência
cardíaca com fração de ejeção diminuída. Medicado com associação de metformina com
dapaglifozina, ramipril e bisoprolol. Fuma 2 maços de tabaco por dia desde há 30 anos. Os
sinais vitais são pressão arterial 145/93 mmHg, frequência cardíaca 73/min e temperatura
axilar 37,1ºC; SpO2aa 95%. Ao exame objetivo apresenta-se taquipneico com turgescência
venosa jugular proeminente e membros superiores edemaciados e cianóticos. A
auscultação cardíaca revela S1 e S2 rítmicos e sopro sistólico aórtico II/VI. A auscultação
pulmonar mostra diminuição do murmúrio vesicular no campo pulmonar superior à direita.
Abdómen mole e indolor sem organomegalias palpáveis. Sem edema nos membros
inferiores. Realizou a seguinte radiografia torácica.
MD
Causas Malignas
Causas Benignas
❑ Trombose !!! (CVC…)
SVCS
❑ Tumores benignos
❑ Tiromegalia (bócio)
Homem jovem
❑ Aneurisma da aorta
com massa
❑ Mediastinite fibrosante
mediastínica
❑ Síndrome de Behçet
Diagnóstico diferencial com linfoma
(+ não Hodgkin) e tumor mediastínico
primário de células germinativas
Estruturais/Obstrutivas
SÍNDROME DA VEIA CAVA SUPERIOR
SINAIS E SINTOMAS
• Edema da face (+ periocular) e cervical
• Dispneia
• Tosse
Outros: rouquidão, edema da língua, cefaleia, congestão nasal, epistaxis, hemoptise,
disfagia, dor torácica, síncope e astenia.
EXAME OBJETIVO
• Dilatação venosa com ↑ colaterais no tórax anterior
• Edema da face*, dos braços e do tórax
• Edema mamário bilateral
• Plétora*
• Cianose
• Proptose, edema da língua/laringe e obnubilação
*varia de acordo com o posicionamento
Diagnóstico é CLÍNICO!
Diagnosis of SVC syndrome may be suspected based on characteristic symptoms and signs (…).
Confirmation of a diagnosis of thoracic central venous obstruction requires imaging, which also
frequently confirms malignancy as the etiology.
UptoDate®
Rx tórax
O achado mais significativo é o alargamento do mediastino superior (+ à direita)
Derrame pleural (25% dos casos) está localizado +++ à direita
▪ Maioria corresponde a exsudato (em alguns casos, quiloso)
Rx tórax normal pode ser compatível com SVCS na presença de clínica sugestiva!
Estruturais/Obstrutivas
SÍNDROME DA VEIA CAVA SUPERIOR
C
Estruturais/Obstrutivas
SÍNDROME DA VEIA CAVA SUPERIOR
T
Medidas gerais para alívio temporário dos sintomas:
• Elevação da cabeceira → de acordo com tolerância
• Diuréticos associados a dieta hipossalina → atenção ao risco de hipoTA
• Oxigenoterapia → se hipoxemia
• Corticoide → perante neoplasia corticoide-responsiva (p.ex. linfoma)
Estruturais/Obstrutivas
SÍNDROME DA VEIA CAVA SUPERIOR
Radioterapia
Principal tratamento para a SVCS causada por carcinoma pulmonar de não pequenas
células e outros tumores sólidos metastáticos.
Quimioterapia Recidiva
10-30%
Eficaz no tratamento do carcinoma de pequenas células do pulmão, linfoma ou
tumor de células germinativas.
Fisiopatologia
1) Metástases nos corpos ou pedículos vertebrais
2) Extensão direta da lesão paravertebral
3) Metástases no parênquima medular
Estruturais/Obstrutivas
SÍNDROME DE COMPRESSÃO MEDULAR
O atingimento de vários
segmentos é mais comum
Mieloma múltiplo também está associado a
elevada incidência de envolvimento medular
+++ Mama e Próstata
Linfomas, melanoma, cancros renais e genitourinários
também podem causar compressão da medula.
Estruturais/Obstrutivas
SÍNDROME DE COMPRESSÃO MEDULAR
COLUNA TORÁCICA
é o segmento mais afetado (70%)
lombossagrada (20%)
cervical (10%)
MD
Mecanismos de lesão
1. Dano mecânico aos axónios e mielina
2. Compromisso da circulação → isquemia
SÍNDROME DE COMPRESSÃO MEDULAR
RED FLAGS
Antecedentes ou FR para cancro,
idade avançada (>50A), Ø melhoria
com analgesia, dor noturna…
DOR
• Geralmente presente vários dias ou meses antes das alterações neurológicas
• Agravada pelo movimento, pela tosse ou por espirros
EXAME FÍSICO
A dor provocada pela elevação da perna em extensão, flexão cervical ou
percussão vertebral podem ajudar a determinar o nível da compressão
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
✓ Colapso vertebral osteoporótico
✓ Hérnia discal
✓ Abcesso epidural
✓ Hematoma epidural
✓ Tuberculose vertebral
✓ Mielopatia por radiação
✓ Carcinomatose leptomeníngea
✓ …
SÍNDROME DE COMPRESSÃO MEDULAR
Gestão do doente
Cancro + dor na coluna deve levantar a suspeita de compressão medular
e obriga a confirmação/exclusão deste diagnóstico
Exame neurológico
D Geralmente o tratamento é mais eficaz
nos doentes que conseguem andar e
e conservam o controlo dos esfíncteres
Radiografia simples da coluna quando o tratamento é iniciado
GD
Radiografia torácica
PSA
Mamografia
TC abdominal
Estruturais/Obstrutivas
SÍNDROME DE COMPRESSÃO MEDULAR
Tratamento
2 OBJETIVOS PRINCIPAIS
alívio da dor e preservar/restaurar a função neurológica
ESCC: epidural spinal cord compression / SRS: stereotactic radiosurgery / cEBRT: conventional external-beam radiation
SÍNDROME DE COMPRESSÃO MEDULAR
Tratamento
Quimioterapia pode ser útil em doentes com tumores quimiossensíveis que
já realizaram RT local e que não são candidatos cirúrgicos
Carcinomatose Peritoneal
▪ Obstrução tipicamente em vários segmentos
▪ Pode ocorrer devido a metastização de cancro ovárico, gástrico, colorretal e pâncreas
(infiltração do omento e superfície peritoneal que limita a motilidade intestinal)
OBSTRUÇÃO INTESTINAL
O início em geral é insidioso…
ANAMNESE
• Dor abdominal (sintoma mais comum) em cólica (+)
• Vómitos (intermitentes ou contínuos)
• Obstipação (paragem da emissão de gases e/ou fezes)
EXAME OBJECTIVO
• Distensão abdominal com timpanismo
• Ruídos peristálticos: “metálicos” (início) → hipoativos/ausentes (tardio)
• Ascite
• Peristalse visível
• Massas tumorais
OBSTRUÇÃO INTESTINAL
Abordagem
inicial deve • A cirurgia apresenta taxa de mortalidade significativa (10-20%).
Laparoscopia pode ser usada em alguns casos para diagnóstico e Tx;
incluir uma
avaliação • Os stents metálicos (+ piloro, duodeno, cólon esquerdo ou reto alto)
podem aliviar os sintomas obstrutivos sem necessidade de cirurgia.
cirúrgica
OBSTRUÇÃO INTESTINAL
GD
Os doentes com neoplasias malignas intraabdominais avançadas
devem receber uma abordagem conservadora a longo prazo
Achados mais específicos no EO como pulso paradoxal, pulso alternans, hipofonese cardíaca
e atrito pericárdico são MENOS comuns na doença pericárdica de etiologia maligna
DERRAME PERICÁRDICO / TAMPONAMENTO
AVALIAÇÃO Rx tórax e ECG revelam alterações em 90% casos mas ½ são inespecíficas
INICIAL TC do tórax pode mostrar neoplasia torácica concomitante
D
O ecocardiograma TT é o exame diagnóstico mais útil!
Melhor rentabilidade
diagnóstica!
DERRAME PERICÁRDICO / TAMPONAMENTO
Tratamento
Dexametasona endovenosa é o tratamento inicial
para todos os doentes sintomáticos com metástases cerebrais
Radiocirurgia Estereotáxica
• Número limitado de metástases cerebrais (≤4) com doença sistémica estável
• Doentes com pequeno número de lesões metastáticas nos quais a RT
holocraniana não foi bem sucedida
SINAIS
• Parésias dos nervos cranianos
• Fraqueza das extremidades
• Parestesias
• Diminuição (ou aumento) dos reflexos tendinosos profundos
Estruturais/Obstrutivas
CARCINOMATOSE MENÍNGEA
Doentes com carcinomatose meníngea secundária a leucemias agudas ou linfomas podem curar
a doença do SNC se a doença sistémica for passível de ser eliminada
Estruturais/Obstrutivas
LEUCOSTASE PULMONAR E INTRACEREBRAL
▪ Hiperleucocitose → alteração laboratorial associada a contagem de leucócitos > 100.000/µL
▪ Leucostase → hiperleucocitose sintomática [emergência!]
Tratamento
• Após confirmação diagnóstica iniciar quimioterapia de indução (se tolerar)
• Hidroxiureia pode reduzir rapidamente a contagem de blastos nos assintomáticos
• Leucoferese pode ser usada em doentes com sintomas de hiperleucocitose
Até 20% dos doentes com cancro pulmão têm hemoptises em alguma fase da sua evolução
Abordagem do doente
Doentes HD estáveis
Angio-TC
Mapeia as artérias sistémicas brônquicas e não brônquicas e identifica a
fonte de sangramento e a patologia subjacente com alta sensibilidade
HEMOPTISES
T
A embolização da artéria brônquica é considerada o procedimento
definitivo de primeira linha para o tratamento das hemoptises
Hipercalcemia
Síndrome de Secreção Inapropriada de ADH
Metabólicas/ Acidose Láctica
Hormonais Hipoglicemia
Insuficiência suprarrenal
CASO CLÍNICO 4
Uma mulher de 76 anos é enviada ao serviço de urgência por alteração do estado de
consciência. Os familiares têm notado a doente mais “sonolenta e lentificada” desde há 2
semanas com agravamento nos últimos 3 dias. Nesse período, referia cansaço e
obstipação. Previamente ao início do quadro descrevem-na como independente para as
atividades de vida diária. Antecedentes de incontinência urinária submetida a sling
uretral e carcinoma ductal invasivo da mama sob quimioterapia paliativa. A auscultação
cardíaca é rítmica, bradicárdica, sem sopros ou galopes. Abdómen obeso, mole e indolor.
O exame neurológico sumário revela diminuição generalizada do tónus muscular e dos
reflexos tendinosos profundos. O estudo analítico revela hemoglobina 12,3 mg/dL,
albumina 3,8 g/dL, creatinina 2,2 mg/dL, azoto ureico 52 mg/dL, sódio 144 mEq/L,
potássio 4,5 mEq/L e cálcio 14,9 mg/dL.
Qual dos seguintes é o próximo passo mais adequado?
(A) Alta com indicação para eliminar o cálcio da dieta.
(B) Hidratação fracionada por via oral.
(C) Iniciar fluidoterapia intravenosa.
(D) Iniciar furosemida e bifosfonato intravenosos.
(E) Realizar eletrocardiograma e iniciar corticoide oral.
INTRODUÇÃO
Qual das seguintes é a opção terapêutica mais indicada na prevenção desta complicação?
(A) Alopurinol.
(B) Bicarbonato de sódio.
(C) Dexametasona.
(D) Rasburicase.
(E) Soro cristaloide.
CASO CLÍNICO 5
Um homem de 35 anos internado no serviço de Hematologia aguarda realização de
quimioterapia em esquema intensivo para leucemia mieloide aguda. Ao fim de 48 horas
após ciclo de quimioterapia descreve náusea, astenia e cãibras musculares. Teve um
vómito de aspeto não hemático. Os sinais vitais são pressão arterial 100/75 mmHg,
frequência cardíaca 88/min, temperatura 37ºC e frequência respiratória 25/min.
Realizou o seguinte estudo analítico:
Hemoglobina 10,4 g/dL Sódio 132 mEq/L Creatinina 2,7 mg/dL
Hematócrito 30,2 % Potássio 7,9 mEq/L Glicemia 134 mg/dL
Plaquetas 110 000/mm3 Cálcio 5,8 mg/dL Albumina 4,0 g/dL
Leucócitos totais 36 000/mm3 Fósforo 8,3 mg/dL Ácido úrico 11,2 mg/dL
Qual das seguintes é a opção terapêutica mais indicada na prevenção desta complicação?
(A) Alopurinol.
(B) Bicarbonato de sódio.
(C) Dexametasona.
(D) Rasburicase.
(E) Soro cristaloide.
CASO CLÍNICO 5
Um homem de 35 anos internado no serviço de Hematologia aguarda realização de
quimioterapia em esquema intensivo para leucemia mieloide aguda. Ao fim de 48 horas
após ciclo de quimioterapia descreve náusea, astenia e cãibras musculares. Teve um
vómito de aspeto não hemático. Os sinais vitais são pressão arterial 100/75 mmHg,
frequência cardíaca 88/min, temperatura 37ºC e frequência respiratória 25/min.
Realizou o seguinte estudo analítico:
Hemoglobina 10,4 g/dL Sódio 132 mEq/L Creatinina 2,7 mg/dL
Hematócrito 30,2 % Potássio 7,9 mEq/L Glicemia 134 mg/dL
Plaquetas 110 000/mm3 Cálcio 5,8 mg/dL Albumina 4,0 g/dL
Leucócitos totais 36 000/mm3 Fósforo 8,3 mg/dL Ácido úrico 11,2 mg/dL
Qual das seguintes é a opção terapêutica mais indicada na prevenção desta complicação?
(A) Alopurinol.
(B) Bicarbonato de sódio.
(C) Dexametasona.
(D) Rasburicase.
(E) Soro cristaloide.
SÍNDROME DE LISE TUMORAL (SLT)
▪ SLT clínico → SLT laboratorial na presença de ≥ 1 achado descrito não imputável à terapêutica.
Os sintomas associados à SLT refletem em grande parte as alterações metabólicas associadas e inclui náusea,
vómito, diarreia, anorexia, letargia, hematúria, dor no flanco, insuficiência cardíaca, arritmias cardíacas, convulsões,
cãibras musculares, tetania, síncope e possível morte súbita.
SÍNDROME DE LISE TUMORAL
ALCALINIZAÇÃO DA URINA
- NÃO recomendada!!!
- Aumenta a solubilidade do ácido úrico mas diminui a solubilidade da xantina,
hipoxantina e do fosfato de cálcio, aumentando o risco de cristalização intratubular.
SÍNDROME DE LISE TUMORAL
TRATAMENTO DA HIPERURICEMIA
T
FEBUXOSTAT
▪ Inibidor da xantina oxidase com menos reações hipersensibilidade do que o alopurinol
▪ Não precisa de ajuste para a função renal
▪ Melhor controlo dos níveis de ácido úrico do que alopurinol em doentes com
neoplasias hematológicas de risco intermédio-alto de SLT
RASBURICASE
▪ Urato oxidase recombinante > converte ác. úrico (insolúvel) em alantoína (solúvel)
▪ Indicada se a hiperuricemia não corrigir com medidas standard
▪ Atua rapidamente (em horas) diminuindo os níveis de ácido úrico
▪ Risco de reações de hipersensibilidade: broncospasmo, hipoxemia e hipotensão
▪ Contraindicação ABSOLUTA: défice de G6PD
SÍNDROME DE LISE TUMORAL
TRATAMENTO DO SLT
• Hidratação agressiva com cristaloides (+++ NaCl 0,9%) após exclusão de LRA pós-renal
• Corrigir desequilíbrios iónicos presentes
[EXCEÇÃO: apenas tratar hipocalcemia SINTOMÁTICA]
DIÁLISE
▪ Por vezes necessária apesar da terapêutica
▪ Hemodiálise é a técnica preferida
▪ Indicada perante oligoanúria, desequilíbrios iónicos persistentes/refratários
ou hipervolemia resistente
CASO CLÍNICO 6
Um homem de 65 anos recorre ao hospital de dia para realização de ciclo de quimioterapia
paliativa com FOLFIRI e cetuximab por adenocarcinoma do cólon metastizado. Cinco
minutos após início de perfusão de cetuximab refere dispneia e prurido generalizado. Os
sinais vitais são pressão arterial 98/45 mmHg, frequência cardíaca 120/min, temperatura
37.5ºC, frequência respiratória 30 cpm; SpO2aa 96%. Ao exame objetivo encontra-se
consciente, orientado e colaborante. Nota-se exantema generalizado com discretas placas
urticariformes na região cervical e tronco e edema labial. A auscultação cardíaca revela S1
e S2 rítmicos e taquicardia. A auscultação pulmonar revela sibilância generalizada.
Cefepima ou Ceftazidima
(alternativas: Piperacilina-
Tazobactam, Meropenem)
+/- cobertura para MRSA
<21 ≥21
Quinolona +
Amoxicilina-ác. Clavulânico*
*Se hipersensibilidade,
considerar cefalosporina ou clindamicina.
T Cuidados de suporte
A rápida instituição de medidas de suporte pode reverter o processo:
• Antibioterapia de largo espectro
• Pausa alimentar (NPO) O risco para C. difficile aumenta com a QT!
• Sonda nasogástrica Antibioterapia deve cobrir C.difficile se não for
possível excluir colite pseudomembranosa.
Fatores de crescimento
Melhoraram significativamente o outcome destes doentes
Cirurgia
Reservada para casos graves (perfuração, peritonite, gangrena intestinal e hemorragia)
CISTITE HEMORRÁGICA
TMO – transplante de medula óssea
SINAIS E SINTOMAS
• Hematúria franca • Urgência
• Frequência • Incontinência
• Disúria • Nictúria
CISTITE HEMORRÁGICA
No caso dos doentes submetidos a
Transplante de Medula Óssea (TMO):
Oxigenoterapia hiperbárica pode ser eficaz em doentes com cistite hemorrágica associada
a BKV ou ciclofosfamida pós-TMO, bem como na cistite hemorrágica rádica
CISTITE HEMORRÁGICA
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CASO CLÍNICO 7
Uma mulher de 60 anos recorre ao Médico de Família após notar uma tumefação na axila
direita que tem vindo a crescer nos últimos 2 meses. Nega febre, suores noturnos ou perda
ponderal. Sem antecedentes pessoais relevantes. Nega hábitos tabágicos ou alcoólicos. Ao
exame objetivo, apresenta bom estado geral. A palpação das cadeias ganglionares revela
adenomegalias axilares direitas, a maior com 2 cm, aderente aos planos profundos, dura e
indolor ao toque. O exame mamário não revela alterações à inspeção e não se palpam
massas. Realiza-se biópsia por agulha grossa de uma das adenopatias axilares cujo relatório
descreve: “metástase de adenocarcinoma”.
Qual dos seguintes é o próximo passo mais adequado no diagnóstico da neoplasia primária?
(A) Endoscopia digestiva alta.
(B) Mamografia e ecografia mamária.
(C) Medição do CEA e CA-15.3.
(D) RM mamária.
(E) TC cervicotoracoabdominopélvica.
INTRODUÇÃO
Pavlidis, N., & Pentheroudakis, G. (2012). Cancer of unknown primary site. The Lancet, 379(9824), 1428–1435. doi:10.1016/s0140-6736(11)61178-1
AVALIAÇÃO CLÍNICA
A avaliação inicial tem 2 objetivos!
Mamografia (+ ecografia)
Deve ser realizada por TODAS as mulheres com adenocarcinomas metastáticos
(+++ se adenocarcinoma e adenopatia axilar isolada)
A PET/CT pode ser útil nos doentes candidatos a intervenção cirúrgica para doença
metastática isolada, tendo em conta que a existência de doença noutros locais para além
do tumor primário pode alterar o planeamento da intervenção cirúrgica.
Os corantes IHQ são anticorpos marcados com peroxidase e dirigidos contra antigénios
tumorais específicos que são utilizados para definir a linhagem das células tumorais
Nos doente com CPO, os anticorpos devem ser utilizados em combinação com a
apresentação clínica e os exames de imagem para escolher o melhor tratamento
Fatores de Prognóstico
• Estado funcional
• Localização
• Número de metástases
• Resposta à quimioterapia
• Níveis séricos de LDH
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
Adenocarcinoma
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
5-HIAA urinário
TUMORES NEUROENDÓCRINOS (NET) CromogrA sérica
NET Baixo Grau têm um curso indolente e a decisão de tratar assenta nos sintomas
(dor provocada pelo crescimento das metástases ou sintomas relacionados com
produção hormonal) e na carga tumoral
CASO CLÍNICO 8
Um homem de 58 anos vem à consulta após referenciação do seu Médico de Família
por uma massa cervical dura com 3 meses de evolução. Na revisão de sistemas, nega
qualquer sintomatologia à exceção de tosse produtiva de longa data “desde que se
lembra” (sic). É fumador ativo com 90 UMA e tem hábitos etílicos pesados. Ao exame
objetivo, a cavidade oral apresenta sinais de má higiene e ausência de 3 peças
dentárias. Orofaringe sem lesões visíveis evidentes. Na região cervical direita, no bordo
interno da porção média do esternocleidomastoideu, palpa-se uma massa com 3 cm
de diâmetro, dura, indolor e fixa. Realizou RMN cervical que confirmou adenopatia
cervical isolada com focos de necrose central. Biópsia com agulha grossa da lesão
revelou carcinoma epidermoide.
Qual dos seguintes é o próximo passo mais adequado?
(A) Broncoscopia, esofagoscopia e laringoscopia.
(B) Cirurgia de esvaziamento ganglionar cervical.
(C) Radioterapia cervical.
(D) TC cerebral.
(E) TC cervical.
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
Carcinoma Epidermoide
20% 80%
ESTADO FUNCIONAL
= performance status
Permitem avaliar o impacto nas AVD do doente e correlacionar com a progressão da doença.
Auxiliam na determinação do prognóstico do doente e na escolha do Tx mais adequado.
CASO CLÍNICO 9
Um homem de 75 anos vem ao consultório médico por lombalgia e cansaço com 2 meses
de evolução. A dor instalou-se de forma progressiva e agrava durante a noite. Descreve
sensação de esvaziamento vesical incompleto e jato urinário fraco. Nega perda ponderal,
anorexia e febre. Antecedentes de hipertensão arterial medicada com hidroclorotiazida. Os
sinais vitais encontram-se dentro dos limites da normalidade. O exame objetivo revela um
homem de aspeto cansado. A pele e mucosas encontram-se descoradas. A palpação dos
processos espinhosos da região lombar ao nível de T10-T12 desperta dor intensa. O sinal
de Làsegue e Bragard são negativos. O exame neurológico dos membros inferiores não
revela alterações. Realizou TC da coluna lombar com o seguinte relatório: “lesões blásticas
múltiplas localizadas nos corpos vertebrais de T10-T12 sem aparente compromisso
neurológico medular ou radicular”.
Qual dos seguintes poderá ser mais útil na avaliação diagnóstica?
(A) CA 19-9
(B) CA 125.
(C) CEA.
(D) Cromogranina A.
(E) PSA.
PROVA PILOTO
PNA 2019
PNA 2019
PNA 2019
PNA 2019
PNA 2019
PNA 2020
PNA 2021
PNA 2021
CASO CLÍNICO EXTRA
Um homem de 73 anos vem à consulta de Cirurgia Geral por adenocarcinoma do cólon
descendente diagnosticado há 1 mês. O diagnóstico foi confirmado por colonoscopia com
biópsias da lesão suspeita. Realizou TC TAP que determinou estádio IIA. Orientado em
consulta de Psiquiatria, tendo já tido alta, por antecedentes de depressão major e
perturbação de pânico. Informa o seu doente do curso terapêutico mais indicado para a
situação clínica, vantagens e desvantagens das alternativas e o curso de evolução provável
no caso de optar por apenas manter vigilância clínica. O doente afirma compreender todas
as suas recomendações e que, após ponderação, decide optar por manter apenas
vigilância. Volta a insistir e a sublinhar que com os tratamentos atuais a probabilidade de
cura é alta e com elevada probabilidade de remissão a longo prazo. O doente volta a
afirmar a sua convicção de não aceitar a realização de cirurgia.
Qual dos seguintes é o passo mais indicado na abordagem deste doente?
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