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GERENCIAMENTO
DE PROCESSOS
Rafael Coelho
E-book 1
Neste E-Book:
INTRODUÇÃO���������������������������������������������� 3
AMBIENTES E CENÁRIOS
ORGANIZACIONAIS����������������������������������� 4
Contexto Histórico���������������������������������������������������4
Ambientes e Cenários Organizacionais�����������������8
Estratégias organizacionais e relação entre os
níveis estratégico, tático e operacional��������������� 12
CONSIDERAÇÕES FINAIS����������������������29
SÍNTESE�������������������������������������������������������30
2
INTRODUÇÃO
Neste módulo, concentraremos a discussão na con-
ceituação de Gestão por processos, de processos e
dos processos. Abordaremos também a importância
de conhecer os ambientes e os cenários organizacio-
nais e sua relação entre os níveis estratégico, tático
e operacional. Desse modo, poderemos acompanhar
alguns exemplos de processos sobre a produção
de produtos e serviços, bem como as definições de
arranjo físico e gestão de serviço.
3
AMBIENTES
E CENÁRIOS
ORGANIZACIONAIS
Neste tópico, saberemos da importância dos am-
bientes e dos cenários organizacionais, o contexto
em que as empresas trabalham, as suas estratégias
empresariais e a sua relação com os níveis estraté-
gico, tático e operacional, que são os elementos que
colaboram no mapeamento e no gerenciamento de
processos.
Contexto Histórico
Na contemporaneidade, os processos nas organiza-
ções não podem ser somente desenhados ou mape-
ados, faz-se necessário gerenciá-los. Na literatura da
administração de empresas, é comum deparar com
termos como “processo”, “gestão de processos” e
“gestão por processos”.
4
A primeira onda de riqueza, a agrícola, compreende
a Idade Antiga que perdurou até meados do século
18. Maximiano (2008) destaca algumas civilizações
antigas que contribuíram com o desenvolvimento
de processos, como a suméria, (século 31 a.C.),
que trouxe a organização com dirigentes e profis-
sionais administrativos; a egípcia (século 26 a.C.),
cuja construção das pirâmides aponta indícios de
planejamento e processos estruturados; e a romana
(século 8 a.C.), que contribuiu com as premissas de
organização e influenciou os modelos de gestão.
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Na década de 1980, surgiram as startups, ou seja,
empresas ligadas à área de tecnologia que trouxeram
uma nova leitura aos modelos de gestão, focadas
principalmente no conhecimento e revolucionou os
processos de gestão. Com isso, trouxeram novas
perspectivas com estruturas de trabalho mais enxu-
tas, criatividade e inovação. Esse fenômeno marcou
a terceira onda, a era do conhecimento (TOFFLER,
1991).
FIQUE ATENTO
Conceito de startups
6
outros enfoques e técnicas na administração das
organizações, conforme se encontra ilustrado na
Figura 1.
7
REFLITA
Se, no século 20, o gestor era desfiado a “tomar
conta” de uma organização, e quanto a hoje, em
pleno século 21? De que forma o gestor é visto
dentro da organização? Qual deve ser seu perfil
e quais são as competências necessárias para
gerir essa organização, com um perfil oposto se
comparadas as competências do século 20?
Ambientes e Cenários
Organizacionais
O ambiente organizacional é complexo, pois con-
tém variáveis tanto externas quanto internas. Nesse
sentido, é fundamental que o gestor contemporâ-
neo entenda o percurso histórico e a evolução do
mundo corporativo para interpretar esses ambientes
e cenários, que muitas vezes não são tão simples
de compreender. O gestor precisa, então, reunir as
competências necessárias para transpor os desa-
fios, recorrendo a habilidades técnicas, humanas e
conceituais para conduzir uma organização.
8
tos internos, singulares e imediatos de cada organi-
zação (Figura 2).
Cada uma destas variáveis aponta para leituras e
análises do gestor do ambiente empresarial.
Ambiente
tarefa
Variáveis Variáveis
Empresa
Econômicas legais
9
Do mesmo modo, o ambiente de tarefa detém algu-
mas peculiaridades que devem ser destacadas, como
a importância de conhecer o processo da cadeia de
valor, de que maneira as informações circulam pe-
los departamentos e de que maneira os insumos e
recursos são aplicados para o pleno funcionamento
da empresa. Compõem esse pacote os consumido-
res, fornecedores, concorrentes, grupos reguladores,
entidades de classe e organizações não governa-
mentais (ONG).
Diante dessa complexidade, há dois cenários que
devem ser pontuados: de estabilidade e instabilidade.
O cenário de estabilidade é um contexto no qual não
ocorrem mudanças relevantes. Em contrapartida, o
cenário de instabilidade apresenta um elevado grau
de incertezas no comportamento dos consumidores,
fornecedores e concorrentes. Analise o Quadro 1:
Cenário Características
Estático e previsível
Rotineiro
Estabilidade Certo
Tranquilo
Estável
Mutável
Dinâmico
Instável
Instabilidade Perturbador
Reativo
Turbulento
Imprevisível
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Podcast 1
Em suma, podemos considerar que uma organização
deve ser entendida como uma estrutura em perma-
nente mutação, cujo modus operandi está inserido
em ambientes e cenários de constantes mudanças.
Michael Porter (1999) traz uma contribuição ímpar
aos estudos, por meio de uma ampla análise do
ambiente organizacional. O autor considera cinco
elementos essenciais para a análise do ambiente
empresarial: influência e poder de barganha dos clien-
tes, capacidade de financiamento dos fornecedores,
possíveis novos entrantes (concorrentes), tecnolo-
gias e produtos substitutos e a própria concorrência
já instalada no ambiente.
A Figura 3 ilustra como os cinco elementos relacio-
nam-se entre si.
Poder de
barganha dos
fornecedores
Poder de
barganha dos
clientes
11
SAIBA MAIS
Para conhecer melhor a importância das cinco
forças de Porter, leia Entendendo Michael Porter:
o guia essencial da competição e estratégia, de
Joan Magretta (2012).
Estratégias organizacionais
e relação entre os níveis
estratégico, tático e operacional
Você provavelmente já soube de reportagens ou
filmes sobre a temática estratégia empresarial. De
alguma maneira, é possível entender que, para uma
empresa sobreviver e prosperar em um determinado
segmento, se faz necessário escolher e implementar
uma boa estratégia.
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o objetivo de alcançar os resultados planejados, evi-
tando assim o retrabalho oriundo de correções de
rumo (WRIGHT, KROLL e PARNELL, 2007).
Empresa
Gestão
Estratégica
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prática gerencial, salientamos a sua relação com a
estrutura de uma organização, subdivididas em três
níveis: estratégico, tático e operacional.
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Objetivos
Estratégicos
Objetivos
Táticos
Objetivos
Operacionais
REFLITA
Como você entende a relação do trabalho do ní-
vel operacional quando comparado aos níveis su-
periores, visto que é o nível que há mais atuação
em uma empresa?
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zação: o Balanced Scorecard (BSC). O BSC foi de-
senvolvido por Kaplan e Norton na década de 1990,
e propõe uma perspectiva estratégica em quatro pi-
lares: controle de processos operacionais, clientes,
finanças e pessoas.
Dimensão
financeira
Dimensão Dimensão
Visão e
dos de
estratégia
clientes processos
Dimensão
de
pessoas
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A partir da composição do BSC, para cada dimensão,
o gestor deve responder a questões importantes,
por exemplo:
• Para alcançar a visão de futuro, como a empresa
deve se mostrar ao mercado?
• Para obter sucesso financeiro, como a empresa se
mostra para seus acionistas e investidores?
• Para satisfazer aos acionistas e ao mercado, que
processos de negócio nos quais a empresa deve ter
excelência?
• Para se ter sucesso financeiro, como as empresas
se mostram aos acionistas?
17
GESTÃO POR
PROCESSOS,DE
PROCESSOS E PROCESSOS
Foi possível perceber que o ambiente organizacional
é um complexo estruturado, dinâmico e competitivo.
Por isso, é basilar conhecê-lo, pois sem a ciência do
que ocorre no ambiente e no modus operandi fica im-
possível determinar o curso dos processos internos
e externo. Nesse sentido, os próximos subtópicos
vão clarificar os principais conceitos de processos,
exemplificando como podem ser desenvolvidos e
operacionalizados.
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a um determinado fim, podendo estar vinculada tan-
to às demandas internas (departamentos) quanto
às externas (clientes e fornecedores), recebendo
ou fornecendo os insumos por meio de sistemas
estruturados e do esforço humano.
Podemos afirmar que um processo utiliza recursos
do negócio, produzindo resultados reais e adicio-
nando valor a cada etapa, contribuindo para o al-
cance dos objetivos previamente planejados pelas
empresas. Assim, as características de um processo
são repetição, estabilidade, previsibilidade, mensu-
rabilidade, criticidade, adaptabilidade, prioridade e
maturidade.
Os clientes só pagam por aquilo que, na sua percep-
ção, tem valor. Por isso, mesmo que o cliente não
saiba o que acontece por trás do serviço ou produ-
to (isso é muito difícil, dado o acesso que temos à
informação), o processo deve criar valor, isto é, au-
mentar o número de características do seu produto
ou serviço, de forma diferenciada do seu concor-
rente, distinguindo-se da concorrência e oferecendo
incrementos de valor em cada serviço ou produto
oferecido.
Nesse sentido, toda organização pode ser consi-
derada uma coleção de processo, pois não existe
produto ou serviço oferecido por uma empresa sem
um processo. Nas empresas, embora não estejam
documentados (mapeados) em detalhes, eles são
conhecidos e executados.
Podemos considerar que os processos, no contex-
to empresarial, são o conjunto de atividades que,
utilizando insumos ou recursos (inputs), produz um
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produto ou serviço (outputs), gerando um valor para
o cliente.
Ao decompor um processo, perceberemos que
existem outros componentes ligados a ele, como o
subprocesso, a atividade e as tarefas vinculadas ao
processo, conforme mostrado na relação hierárquica
da Figura 7:
Processo
Subprocesso
Atividade
Tarefas
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Processo
Recrutamento
e seleção
Subprocesso
Desenho da
vaga
Atividade
Divulgação do
processo
Tarefas
Acompanhamento
REFLITA
Processos que não agregam valor devem ser
eliminados, pois consomem recursos e não pro-
duzem resultados. Mito ou Verdade? É verdade.
Quando um processo não se adequa à organiza-
ção, é fundamental que o gestor atue de maneira
rápida e reconsidere a modificação ou até a miti-
gação do processo.
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Essa agregação de valor global deve ser diretamente
proporcional à combinação da eficiência e da efi-
cácia de todos os processos de uma organização.
Para consolidar essa cadeia de valor, as partes só
precisam olhar para o todo e menos para as divisões,
isto é, para o seu departamento.
Ao observar a cadeia de processos (Figura 9), per-
ceba que as competências de uma organização se
baseiam em três componentes: pessoas, tecnologia
e processos. Cada componente vincula-se ao com-
portamento, às habilidades e às melhores práticas
de mercado, o que demonstra que estamos em um
processo dinâmico. Mas de fato, o que isso quer
dizer?
Melhores práticas
Benchmarking interno e
externo
Melhoria continua
Processos Tecnologia
Competências
da
Comportamento organização Habilidades
Histórico Conhecimento
Relacionamento Experiência
Dinâmica Acesso
Pessoas
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Simplificando, uma organização precisa conhecer
o ambiente e os cenários em que atua, desenvolver
estratégias, traçar um planejamento adequado e cum-
prir os processos para gerar valor em sua cadeia.
Podcast 2
Conceito
Processo Sequência lógica de passos para a realização
de determinada tarefa.
Gestão de Conjunto de atividades organizadas e com
Processo um objetivo específico.
Essa gestão é destinada a transformar insu-
mos em produtos ou serviços.
Gestão Ato de gerenciamento fundamentado em
por todos os processos existentes nas empresas.
Processo
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gerenciamento com base no negócio e na estratégia
da empresa.
SAIBA MAIS
Aprofunde seus conhecimentos sobre os arran-
jos físicos, lendo A importância do arranjo físico
no ambiente de trabalho, texto que se encontra
disponível em: https://www.jrmcoaching.com.
br/blog/arranjo-fisico-no-ambiente-de-trabalho/.
Acesso em: 06 nov. 2019.
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Moreira (2008) explica que planejar o arranjo físico
é preocupar-se com o fluxo de trabalho, tornando-o
mais fluido e dinâmico, além de permitir a circulação
de pessoas e materiais. O Quadro 3 concede a di-
mensão dos tipos de arranjo físico, bem como suas
principais características:
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co pode muitas fezes aumentar a produção que se
processa dentro da instalação, usando os mesmos
recursos que antes, exatamente pela racionalização
no fluxo de pessoas ou materiais.
Exemplos de processos em
produção de serviços: definição
de gestão de serviços
Serviços são qualquer ato ou desempenho, essen-
cialmente intangível, que uma parte pode oferecer à
outra e que não resulta na propriedade de nada. Sua
execução pode estar ou não relacionada a um produ-
to concreto. Para exemplificar, o Quadro 4 contém a
relação do tipo de serviço e a geração de valor espe-
cífica ao cliente, bem como os desafios da gestão:
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Quadro 4: Classificação dos serviços e os desafios da gestão. Fonte:
Fitzsimmons e Fitzsimmons (2014).
SAIBA MAIS
Saiba mais sobre a gestão de processos, con-
sultando 5 etapas da gestão de processos na
criação de produtos, artigo da Sebrae que se en-
contra disponível em: http://www.sebrae.com.br/
sites/PortalSebrae/artigos/gestao-de-processos-
-aumente-a-produtividade-do-seu-negocio,ca6e43
8af1c92410VgnVCM100000b272010aRCRD.
27
Quadro 5: Matriz para tomadas de decisão dos gerentes. Fonte:
Fitzsimmons e Fitzsimmons (2014).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste módulo, foi possível entender que a concepção
de um processo vai além do “simples” mapeamen-
to. As organizações contemporâneas necessitam
aprofundar e ampliar as investigações dos cenários
organizacionais, além de compreender de que ma-
neira a visão estratégica impacta na concepção de
um processo.
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SÍNTESE
MAPEAMENTO E GERENCIAMENTO
DE PROCESSOS
CONTEÚDO