Trabalho 2
Trabalho 2
Trabalho 2
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS - IG
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Orientadora:
Profª. Drª. Márcia Abrahão Moura
Banca Examinadora:
Profa Dra. Márcia Abrahão Moura (IG - UnB) – (orientadora)
Prof. Dr. Nilson Francisquini Botelho - (IG - UnB) – (examinador interno)
Prof. Dr. Roberto Perez Xavier - (IG - Unicamp) – (examinador externo)
Primeiro agradeço a Deus, pois a ele devemos rezar não para sermos santos
e sim para sermos homens. Agradeço a toda minha família pelo apoio,
principalmente a meus pais por todo o esforço em prol da minha formação
acadêmica.
Agradeço fortemente minha orientadora Márcia Abrahão Moura e digo que
sinto enorme prazer em ter a oportunidade de realizar um trabalho científico com
exemplar pesquisadora. Agradeço a todos os técnicos e professores responsáveis
pelos laboratórios do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília. Deixo
claro que na realização desta pesquisa a competência e dedicação desses
profissionais foram fundamentais. Agradeço à geóloga Raisa Fagundes de
Figueiredo pelos ensinamentos sobre a vida e a geologia.
Agradeço à empresa Caldeira E Furini ME por ceder acesso irrestrito ao
Depósito Porteira. Agradeço também ao Pindaré e ao Tobinha pelas discussões a
respeito do depósito. A prática desses dois garimpeiros de Peixoto de Azevedo
deixa geólogos impressionados. Agradeço ao Gauchinho, atual proprietário da área,
e ao químico responsável pelo depósito, Jorge Araújo Caldeira, pelo apoio técnico
nas discussões sobre os processos de recuperação de ouro.
Agradeço a todas as pessoas que conheci nesses ultimos dois anos;
alegraram minha estada em Brasília. Aos amigos do grupo Fofo Pistola, que por
sinal muda de nome todo mês, irmãos que tive o prazer em conhecer durante o
mestrado. Aos amigos do grupo Juquireiros, irmãos que fiz ainda durante minha
graduação. À galera do TF Almas por não deixar faltar cigarro de palha, meus
agradecimentos.
Quero agradecer a quatro pessoas fundamentais na construção deste
trabalho: os geólogos Márcinho, Fernanda e Mara e a geógrafa Alcione, tenho muita
gratidão pela ajuda, discussões e pela proximidade de vocês com esta pesquisa.
Obrigado a todos,
v
ABSTRACT
vii
SUMÁRIO
Agradecimentos...........................................................................................................iii
Resumo........................................................................................................................iv
Abstract........................................................................................................................vi
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 18
APRESENTAÇÃO ....................................................................................................... 18
IMPORTÂNCIA DO ESTUDO ......................................................................................... 19
HISTÓRICO DO DEPÓSITO PORTEIRA........................................................................... 20
1.INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 25
1.1 GEOLOGIA REGIONAL ...................................................................................... 27
1.2 GEOLOGIA DO DEPÓSITO ..................................................................................... 31
2. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 33
3. RESULTADOS ...................................................................................................... 35
3.1 PETROGRAFIA DAS ROCHAS GRANÍTICAS .............................................................. 35
3.1.1 Biotita granodiorito porfirítico ..................................................................... 35
3.1.2 Biotita monzogranito .................................................................................. 37
3.1.3 Hornblenda-biotita monzogranito ............................................................... 38
3.2 CARACTERÍSTICAS PETROGRÁFICAS DAS ALTERAÇÕES HIDROTERMAIS
DESENVOLVIDAS SOBRE O HORNBLENDA-BIOTITA MONZOGRANITO. ............................. 41
3.2.1 Potassificação ............................................................................................ 42
3.2.2 Propilitização ............................................................................................. 44
3.2.3 Sericitização .............................................................................................. 44
3.2.4 Carbonatação ............................................................................................ 45
3.3 QUÍMICA DE MINERAIS MAGMÁTICOS .................................................................... 47
3.3.1 Biotita ......................................................................................................... 47
3.3.2 Anfibólio ..................................................................................................... 51
3.4 QUÍMICA DE MINERAIS HIDROTERMAIS .................................................................. 54
viii
3.4.1 Biotita ......................................................................................................... 54
3.4.2 Clorita ..................................................................................................... 56
3.5 LITOGEOQUÍMICA ................................................................................................ 60
3.5.1 Hornblenda-biotita monzogranito, biotita granodiorito e biotita monzogranito
60
3.5.2 Alterações hidrotermais ............................................................................. 67
3.6 GEOCRONOLOGIA U-PB ...................................................................................... 68
3.7 GEOLOGIA ISOTÓPICA DE SM-ND ......................................................................... 71
3.8 MINERALIZAÇÃO ................................................................................................. 72
4. DISCUSSÕES ....................................................................................................... 78
4.1 O MAGMATISMO GRANÍTICO E O SEU POSICIONAMENTO REGIONAL E GEOTECTÔNICO . 78
4.2 EVOLUÇÃO DO SISTEMA HIDROTERMAL NO DEPÓSITO PORTEIRA ............................. 80
4.3 MODELO METALOGENÉTICO ................................................................................. 83
5. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 85
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 86
ix
LISTA DE FIGURAS
x
Figura 5. A - Aspecto de campo do biotita granodiorito cinza-esbranquiçado. B -
Cristais de quartzo milimétricos com contatos angulosos. C - Oligoclásio zonado e
quartzo recristalizado com contato arredondado. D - Oligoclásio com geminação do
tipo carlsbad. E - Cristais de quartzo e microclínio com inclusões de biotita. F -
Intercrescimento mimerquitico no contato entre microclínio e oligoclásio. G – Cristal
de microclínio com inclusões de anfibólio e biotita. H - Biotita com contornos regulares
e irregulares. I - Aglomerado policristalino de anfibólio biotita, titanita e
magnetita....................................................................................................................38
xii
Figura 11. A e B - Classificação do anfibólio das rochas estudadas, segundo Leake
(1997).........................................................................................................................54
xiii
normalizados a granitos de cadeia de montanha oceânica (Pearce et al.
1984)..........................................................................................................................65
Figura 20. Diagrama de evolução ƐNd (t) Vs. TDM (Ga) para o hornblenda-biotita
monzogranito encaixante, seus equivalentes hidrotermais e para o biotita granodiorito
que ocorre a oeste do depósito (DePaolo,
1981)..........................................................................................................................72
xiv
mudança na atitude do veio. D – Veio mineralizado exibindo padrão anastomosado
que engloba porções da encaixante fortemente sericitizada......................................73
Figura 22. A – Veio de quartzo bandado com pirita. B – Veio de quartzo bandado com
pirita e calcopirita. C – Veio de quartzo com pirita disseminada..................................74
xv
LISTA DE TABELAS
Tabela 9. Análises litoquímicas das rochas estudadas nesse trabalho. Oxidos estão
em %, elementos traço em ppm e Au em ppb..............................................................62
xvi
Tabela 12. Dados isotopicos de Sm-Nd para o hornblenda-biotita monzogranito e
equivalentes hidrotermais (P20 – 48,60 a P – 07D) e para o biotita granodiorito (P0 -
02 – 11).......................................................................................................................72
xvii
INTRODUÇÃO
Apresentação
18
Figura i. Mapa de localização com a principla via de acesso a peixoto de azevedo.
Importância do estudo
19
UnB “Granitos e Mineralizações Associadas”, iniciados com a Tese da
orientadora (Moura, 1998). Atualmente, os depósitos de ouro da região norte
de Mato Groso vêm também sendo objeto de estudo do grupo de pesquisa em
Metalogenia da UNICAMP. Porém, considerando as dimensões da Província
Aurífera Alta Floresta, ela ainda carece de estudos detalhados nos depósitos.
O depósito Porteira, por ter tipologia aparentemente distinta da descrita para o
depósito de Au Serrinha (o primeiro está hospedado em veio de quartzo,
enquanto o depósito Serrinha foi classificado como semelhante a depósitos do
tipo Au pórfiro; Moura et al, 2006), ensejará estudos complementares aos
realizados em Serrinha para a caracterização dos diferentes tipos de depósito
da Província Aurífera Alta Floresta.
20
compra, manipulação e estocagem de NaCn, feitos pela empresa Caldeira e Furini
ME, atual proprietária da área.
No ano de 2009, a empresa Cougar Brasil Mineração Ltda realizou extensa
campanha de sondagem exploratória na área. Nesse mesmo ano, devido a crise no
setor mineral brasileiro, a empresa interrompeu as pesquisas na região. As atividades
de mineração no depósito foram retomadas em 2010, com a reabertura dos antigos
shafts. Entre os anos de 2010 e 2016, a produção no Depósito Porteira foi de
aproximadamente 450 Kg de Au, o destacando como um dos principais produtores de
ouro pimário da Província Aurífera Alta Floresta.
Atualmente, as condições de explotação e tratamento do minério permanecem
constantes. A recuperação do ouro ocorre em etapas que envolvem cominuição do
minério explotado seguida por amalgamação com mercúrio. O rejeito produzido ainda
é processado por meio de lixiviação por cianetação com adsorção em carvão ativado,
seguida por dessorção por eletrólise.
21
ARTIGO A SER SUBMETIDO:
O artigo a seguir será formatado para ser submetido à revista Geologia USP
Série Científica.
22
O DEPÓSITO DE Au PORTEIRA, PEIXOTO DE AZEVEDO (MT) - GEOLOGIA,
PETROLOGIA, GEOCRONOLOGIA E METALOGÊNESE
RESUMO: A Província Aurífera Alta Floresta (PAAF), centro sul do Cráton Amazônico,
apresenta grande potencial para depósitos de ouro de pequeno porte. O depósito
Porteira é um dos principais produtores de ouro na PAAF, com produção estimada em
450Kg de ouro entre os anos de 2010 e 2016. O depósito está hospedado em
hornblenda-biotita monzogranito (1982 ± 8 Ma), que faz contato com granitos da Suíte
Intrusiva Matupá (1875 ± 13 Ma) e Granito Peixoto. Tais rochas são granitos cálcio-
alcalinos e metaluminosos do tipo I, da série da magnetita, gerados em ambiente de
arco vulcânico com derivação ou assimilação de rochas crustais ocorridas no decorrer
do neoarqueano ao paleoproterozoico, como indicados pelos isótopos de Sm e Nd
(idades TDM variando de 2,67 a 2,18 Ga). A química mineral da biotita magmática,
ratificou a composição cálcio-alcalina desses granitos, enquanto que o anfibólio foi
classificado como magnésio-hornblenda e edenita em todas as unidades. Cinco tipos
de alteração hidrotermal afetaram a encaixante: i) metassomatismo potássico
incipiente (microclínio + quartzo ± biotita); ii) Alteração potássica forte (biotita + quartzo
+ microclínio + pirita + calcopirita ± rutilo ± scheelita); iii) Alteração propilítica (epidoto
+ clorita + quartzo ± albita ± sericita ± carbonato ± pirita ± calcopirita ± rutilo ±
magnetita; v) sericitização (sericita + clorita + quartzo ± rutilo ± pirita ± calcopirita; iv)
carbonatação (carbonato ± epidoto + quartzo). A biotita hidrotermal presente na
alteração potássica forte é rica em F e Mg e foi classificada como flogopita. A clorita,
classificada como clinocloro, apresenta sutis diferenças químicas, enquanto na
propilitização é mais rica em FeO, na sericitização é enriquecida em MgO. O minério
é constituído predominantemente por ouro + pirita ± calcopirita bandada e
disseminada em veio de quartzo (0,40 a 1.5m)com estruturação preferencial N-S e
mergulho variando de 60° a 85° para E. O ouro está incluso na pirita, em microfraturas
ouno estado livre. Enquanto o ouro incluso na pirita é mais puro, aquele em fraturas e
livre contém mais Ag e chega a ser classificados como electrun. Os dados
apresentados indicam para o Depósito Porteira processo mineralizante relacionado a
sistema magmático-hidrotermal desenvolvido no paleoproterozoico. Embora não seja
conhecida a idade da mineralização, a idade de cristalização da encaixante pode
sugerir que o magmatismo em torno de 1,98 Ma possa ter contribuído com a gênese
do ouro no depósito. Por outo lado, intrusões mais recentes (Suíte Intrusiva Matupa e
Granito Peixoto) não podem ser descartadas como possíveis agentes mineralizantes.
Nesse contexto, o Depósito Porteira pode ser classificado como um depósito de ouro
em
PALAVRAS CHAVE: Província Aurífera Alta Floresta, ouro, alteração hidrotermal,
geoquímica, geocronologia.
23
ABSTRACT: The Alta Floresta Gold Province (AFGP), located in the southern-center
portion of the Amazon Craton, has great potential for small gold deposits. The Porteira
Gold Deposit is one of the main gold producers in AFGP with an estimated production
of 400 Kg of gold between 2010 and 2016. The deposit is hosted in hornblenda-biotite
monzogranite (1982 ± 8 Ma), which is in contact with granites of the Matupá Intrusive
Suite (1875 ± 13 Ma) and Peixoto Granite. These rocks are calc-alkaline and
metaluminous granites of I type , of the magnetite-series, generated in a volcanic arc
environment with derivation or assimilation of crustal rocks, occurring during the
neoarchean to paleoproterozoic, as indicated by Sm-Nd isotopes (TDM ages varying
from 2.67 to 2.18 Ga). The mineral chemistry of the magmatic biotite is coherent with
the calc-alkaline composition of these granites, while amphibole was classified as
magnesium-hornblende and edenite for the three units. Five types of hydrothermal
alterations affected the hornblenda-biotite monzogranite: i) incipient potassic
metasomatism (microcline + quartz ± biotite); ii) strong potassic alteration (biotite +
quartz + microcline + pyrite + chalcopyrite ± rutile ± scheelite); iii) propylitic alteration
(epidote + chlorite + quartz ± albite ± sericite ± carbonate ± pyrite ± chalcopyrite ± rutile
± magnetite carbonatation (carbonate + epitope + quartz), and iv) sericitic alteration
(sericite + chlorite + quartz ± rutile ± pyrite ± chalcopyrite) v) carbonatizaion (carbonate
+ epidote + quartz).The hydrothermal biotite present in the strong potassic alteration
is rich in F and Mg and was classified as phlogopite. The chlorite, classified as
clinochclore, presents subtle chemical differences. In the propyllitic alteration zones it
is richer in FeO while in sericitic alteration zones it is enriched in MgO. The ore consists
predominantly of gold + pyrite ± chalcopyrite banded and disseminated on quartz veins
(0.40 to 1.5m) with preferential orientation N-S and plunge varying from 60° to 85° to
E Gold is included in pyrite , or as microfractures in pyrite or as free gold. Gold included
in pyrite is purer and, when in fractures or as free gold, it contains more Ag and can
be classified as electrum. The data presented indicates mineralizing process related
to a hydrothermal magmatic system developed in the Paleoproterozoic. Although the
mineralization age is not known, the crystallization age of the enclosing rock may
suggest that the granitic magmatism that occurred around 1.98 Ma may have
contributed to the genesis of gold in this deposit. On the other hand, more recent
intrusions (Matupa Intrusive Suite and Peixoto Granite) cannot be discharged as
possible mineralizing agents. In this context, the Porteira deposit can be classified as
a gold quartz vein deposit genetically associated to oxidized calc-alkaline granitic
intrusions.
24
1.INTRODUÇÃO
25
tipos de depósitos são descritos na PAAF: (1) disseminados, com associação Au ± Cu
semelhantes aos depósitos do tipo ouro-pórfiro (Moura, 1998; Moura et al. 2006; Silva
e Abram, 2008; Assis 2011; Rodrigues, 2012; Serrato, 2014); (2) hospedados em veio
de quartzo com associação Au ± Cu ( Paes de Barros 1994, 2007; Silva e Abram,
2008; Miguel Jr. 2011; Trevisan 2015), e (3) hospedados em veio de quartzo com
associação Au ± metais básicos, relacionados geneticamente a depósitos epitermais
de intermediária sulfetação, (Assis, 2011, 2015; Trevisan, 2015). Todos eles, em sua
maioria, encaixados em granítos cálcio-alcalinos do tipo I, oxidados, metaluminosos a
levemente peraluminosos.
26
Porteira é uma das várias ocorrências de depósitos primários de Au existentes na
porção Leste dessa província e teve produção extimada em 450 Kg de ouro entre os
anos de 2010 e 2016.
Neste contexto, o objetivo do presente trabalho é realizar a caracterização
geológica do Depósito Porteira e das rochas adjacentes ao depósito, compreender
processos magmáticos e hidrotermais por meio da petrografia e da química da
encaixante e alterações hidrotermais. A pesquisa irá estabelecer idades de
cristalização da encaixante e de uma rocha não mineralizada que aflora a Leste do
depósito para melhor posicionamento no contexto geológico regional. Isótopos de Sm-
Nd foram utilizados para a compreensão de processos magmáticos, discutir possíveis
variações isotópicas nos diferentes tipos de alterções hidrotermais que afetaram a
encaixante do depósito e para o posicionamento no contexto geológico regional. Os
dados inéditos permitirão elaborar um modelo metalogenético para o depósito.
27
A Província Alta Floresta (Dardenne e Schobbenhaus, 2001), também
denominada de Província Aurífera Juruena-Teles Pires (Moura e Botelho, 2002; Silva
e Abram, 2008), Província Aurífera de Alta Floresta (Lacerda Filho et al. 2004; Paes
de Barros, 2007) e Província Mineral de Alta Floresta (Souza et al. 2005), insere-se
em uma extensa faixa de terrenos Paleo a Mesooproterozoicos localizada na porção
Centro-Sul do Cráton Amazônico. Configura uma área de aproximadamente 72.000
Km2 (Souza et al. 2005), que se estende por mais de 500 Km a partir de sua
extremidade NW.
Com base nos modelos geocronológicos propostos para a região, a PAAF
situa-se nas províncias geocronológicas Ventuari-Tapajós e Rio Negro-Juruena (Fig.
1A), definidas por Tassinari e Macambira (1999), enquanto que no modelo de Santos
et al. (2006) está inserida nas províncias geológicas Tapajós-Parima e Rondônia-
Juruena (Fig. 1B).
Souza et al. (2005) reconhecem na PAAF a presença de três arcos
magmáticos, caracterizados sobretudo, pela ocorrência de rochas graníticas
associadas a rochas vulcânicas ácidas a intermediárias. De acordo com os autores,
esses arcos estão temporalmente organizados da seguinte forma:
i) Arco Magmático Cuiú-Cuiú, composto por gnaisses do complexo Cuiú-Cuiú,
granitos pós-orogênicos da Suíte Intrusiva Matupá e rochas básicas da Suíte
Intrusiva Flor da Serra. Essas rochas apresentam idades-modelo Sm/Nd ~2,3
Ga e idades U-Pb em torno de 1,99 Ga para o complexo e 1,88 Ga para as
suítes;
ii) Arco Magmático Juruena, estruturado na direção WNW-ESSE, abrange a maior
parte da PAAF. Rochas das suítes intrusivas Juruena e Paranaíta, Alcalinas
Rio Cristalino, Granito Nhandu, Suíte Colider, Intrusivas Básicas Guadalupe e
Granito Teles Pires, consolidam um terreno plutono-vulcânico pouco
deformado em regime rúptil a rúptil-dúctil, enquanto aquleas do Complexo
Bacaeri-Mogno, Suíte Vitória, Complexo Nova Monte Verde, granitos São
Pedro, São Romão e Apiacás, constituem um terreno de médio a alto grau
metamórfico. As idades-modelo variam em torno de 2,2 Ga e idades U-Pb entre
1,85 e 1,75 Ga;
iii) Arco Magmático Roosevelt, é representado por rochas plutônicas deformadas,
pertencentes à Suíte Nova Canaã (1,74 Ga), intrudidas em rochas
metavulcano-sedimentares do Grupo São Marcelo Cabeça;
28
Coberturas sedimentares proterozóicas foram formadas no decorrer da
estruturação desses arcos. Essas unidades são relacionadas à megazonas de
cisalhamento transcorrente que propiciaram a formação de bacias do tipo Strike Slip
ou Pull-apart e evoluíram para bacias tipo Romboide (Souza et al. 2005). São
compostas por rochas do Grupo Beneficente e Formação Dardanelos (Almeida e
Nogueira Filho, 1959).
Na porção Leste da PAAF, próximo às cidades de Peixoto de Azevedo e
Matupá, gnaisses do complexo Cuiú-Cuiú, granitos da Suíte Intrusiva Matupá e rochas
básicas da Suíte Intrusiva Flor da Serra, representam o Arco Cuiú-Cuiú. O Arco
Magmático Juruena está representado nesta região pelas suítes Nova Canaã, Colider
e Juruena, granitos Teles Pires, São Pedro e Nhandu, e rochas intrusivas máficas
Guadalupe (Fig. 2A) (Souza et al. 2005).
No entanto, Moreton e Martins (2005) advogam que as suítes intrusívas Matupá
e Flor da Serra poderiam não estar relacionadas ao Arco Magmático Cuiú-Cuiú, e sim
a um fragmento do Arco Magmático Paruari (Santos et al. 2000), que se estende
desde a Província Aurífera do Tapajós. Estas unidades estão recobertas por rochas
sedimentares mesoproterozóicos da Formação Dardanelos (Moreton e Martins, 2005).
Nos últimos dezessete anos, trabalhos de caráter local focados na porção Leste
da província (Moura e Botelho, 2002; Moura et al. 2006; Paes de Barros, 2007; Miguel
Junior, 2011; Assis et al. 2012, 2014; Silva et al. 2014; Trevisan, 2014; Assis, 2011,
2015), baseados em mapeamento, petrologia, geocronologia, e somados a trabalhos
de cunho regional (Santos et al. 2000; JICA/MMAJ, 2000; Lacerda Filho et al. 2004;
Souza et al. 2005; Silva e Abram, 2008), reforçam a presença dos arcos magmáticos
Juruena e Cuiú-Cuiú na região.
29
Figura 2. A - Mapa geológico simplificado da porção leste da PAAF, abrangendo as
unidades plutono-vulcânicas que ocorrem nas proximidades das cidades de Peixoto
de Azevedo e Matupá (Souza et al. 2005). B - Mapa geológico da porção Leste da
PAAF (Assis, 2015).
Adicionalmente, uma idade Pb-Pb de 2,81 Ga, obtida em gnaisse por Paes de
Barros (2007), revela a existência de embasamento arqueano na região, relacionado
pelo autor ao Complexo Xingú.
Nesses últimos anos, a individualização de novas unidades na região (Fig. 2B)
proporcionou uma diferente interpretação acerca da evolução tectônica da porção
Leste da PAAF. De acordo com Assis (2015), os eventos tectono-magmáticos
30
relacionados aos arcos Cuiú-Cuiú e Juruena no Leste da privíncia são interpretados
da seguinte maneira:
i) O Arco Magmático Cuiú-Cuiú (1,98 a 1,95 Ga) continua representado por
rochas deformadas do complexo Cuiú-Cuiú (1,98 Ma). No entanto, o
magmatismo tardio nesse arco passa a ser representado por rochas não
deformadas do Granito Novo Mundo (1,95 a 1,97 Ga) e Suite Intrusiva Pé
Quente (1,97 Ga).
ii) O Arco Magmático Juruena, em seu estagio inicial (1,93 a 1,84 Ga), passa a
ser representado na região pelo Granito Aragão (1,93 Ga), Tonalito Guarantã
(1,9 Ga), Granito Nhandu (1,88 a 1,87 Ga), Suite Intrusiva Matupá (1,85 a 1,89
Ga) e Suite Intrusiva Juruena (1,82 a 1,81 Ga).
iii) O terceiro evento (1,79 a 1,75 Ga) representa os estágios pós-colisionais do
Arco Magmático Juruena, marcados pela colocação do Granito Peixoto (1,79 a
1,76 Ga), Pórfiro União do Norte (1,77Ga) e das suites Colider (~1,78 Ga) e
Teles Pires (1,79 a 1,75 Ga).
De acordo com Assis (2015), a idade Arqueana (2,81 Ga.) obtida em gnaisse
por Paes de Barros (2007) poderia representar zircões herdados de crosta arqueana
retrabalhada, ou cristais herdados do complexo Bacaeri Mogno, que tem idade
isocrônica Sm-Nd de 2.24 Ga, considerada a unidade mais antiga da região (Pimentel,
2001).
31
Figura 3. A - Mapa geológico mostrando os granitos da região de Peixoto de Azevedo
e destacando a área estudada neste trabalho (Silva, 2014). B - Mapa geológico
detalhado mostrando a encaixante e as litologias aflorantes nas proximidades do
Depósito Porteira (Modificado de Silva, 2014). C - Seção transversal realizada com
base nos furos de sondagem estudados neste trabalho, destacando o veio (N-S)
envelopado por halo de alteração sericitica e demais alterações identificadas no
depósito.
32
ocorre de fato envelopando todo o minério e atinge dimensões superiores a 20 m de
extensão (Fig. 3C). Potassificação, propilitização e carbonatação são fases
hidrotermais também identificadas no depósito.
O minério está hospedado em veio de quartzo com espessura de 0,40 a 1,0 m,
com estruturação preferencial N-S e mergulho variando de 60° a 85° para E. Variações
NNW a NNE são feições comuns notadas na atitude do veio. As foliações na
encaixante sericitizada, quando visíveis, são subverticais e as lineações se mostram
suborizontais. Nos planos de falha, as estruturas do tipo slikensides e slikenline
evidenciam caráter destral para a fratura de cisalhamento porteira. Estruturas S-C
milimétricas a centimétricas também com indicacão de movimentação destral foram
identificadas. Estrias nos planos de falha possuem discreto caimento para Norte,
evidenciando um cisalhemento transcorrente destral com pequena componente
vertical.
De acordo com Miguel Jr. (2011), os depósitos de ouro em veio na região de
Peixoto de Azevedo estão associados a três estruturações principais. A primeira e
mais importente estruturação é a N-S, conforme o Depósito Porteira. A segunda
apresenta direção preferencial N25E e a terceira N60W.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Para a realização deste trabalho foram utilizados cinco furos de sondagem com
profundidades de até 280m, cedidos pela empresa CALDEIRA E FURINI ME.
Amostras da rocha hospedeira da mineralização, do minério e de rochas não
mineralizadas aflorantes nas proximidades do depósito foram selecionas para
confecção de 94 lâminas polidas e 04 seções polidas confeccionadas no laboratório
de laminação do IG-UnB. O estudo petrográfico foi realizado no Laboratório de
Microscopia da UnB.
Após o estudo petrográfico foi determinado nas lâminas polidas e metalizadas
com película de carbono, a química de minerais ígneos e hidrotermais. Foram
realizadas análises em microssonda eletrônica modelo JEOL JXA-8230RL do
Laboratório de Microssonda Eletrônica do IG-UnB. As condições de operação do
equipamento foram de 15 KV de tensão, 20 nA de corrente e feixe de 1 µm de
diâmentro.
33
As análises litogeoquímicas foram realizadas em 14 amostras de granitos e
rochas hidrotermalizadas (Tabela 9). As amostras foram preparadas no Laboratório
de Preparação de Amostras do IG-UnB e analisadas no laboratório Bureau Veritas
Minerals (BVM, Vancouver-Canadá), conforme o pacote de serviço LF 200. A
concentração total de elementos maiores foi obtida por ICP-ES após fusão com
metaborato de lítio e digestão com HNO3, enquanto os elementos traços foram
analisados por ICP –MS após fusão com meta e tetraborato de lítio. Vale ressaltar,
que o W foi mantido na tabela, apesar de possíveis contaminações da panela de
pulverização. O W foi discutido devido ao fato de que na potassificação forte o
elemento atingiu teor superior a 2000 ppm, valor anômalo provavelmente atribuído a
presença do mineral schelita.
Duas amostras foram para análises de U-Pb em zircão. A preparação se deu
no Laboratório de Geocronologia da UnB por meio de métodos convencionais, que
envolveram cominuição, separação gravimétrica, separação magnética, catação e
montagem de 80 cristais de zircão em resina epóxi. As idades foram obtidas por
espectrometria de massa de plasma induzido com ablação por laser (ICP-MS-LA). A
volatilização pontual nos cristais de zircão foi realizada por feixe de laser com 25 μm,
seguida por ionização por plasma de Ar e finalmente feita a medida das razões
isotópicas no detector do espectômetro de massa do Laboratório de Geocronologia
da UnB. Para a correção de desvios foram utilizados os padrões GJ-1 (Jackson et al.
2004) e 91500 (Wiedenbeck et al. 1995). Para a redução de dados e cálculo das
idades foram utilizados os softwares Chronus (Oliveira, 2015) e Isoplot 3.0 (Ludwig,
2003).
Dez amostras foram selecionadas para a determinação de isótopos Sm-Nd. A
concentração dos elementos foi determinada por TINS, seguindo os procedimentos
de Gioia e Pimentel (2000). De acordo com esses autores, o processo consiste na
separação de 20 a 40 mg de amostra, seguidos de dois estágios de diluição ácida em
chapa aquecedora. Para a diluição, utiliza-se HNO3 e HF em uma primeira etapa e
6N HCl para a segunda. ETR foram separados em colunas de troca catiônica, com
auxilio de resina AG50W-X8. O Nd foi isolado dos ETR em resina AG50-X2. Nd e Sm
foram processados separadamente em filamento de tungstênio com solução de TaF.
O Nd foi reprocessado em filamento duplo de rênio com H3PO4 (0,1 M) e medido
como metal Nd+. As medidas de 143Nd/144Nd são apresentadas em partes por 104
(unidades) de 143Nd/144Nd CHUR como medidas atuais: εNd(0) =
34
[(143Nd/144Nd)amostra/ICHUR(0) − 1] ∗ 104, de modo que 143Nd/144Ndamostra é
a razão atual medida e ICHUR(0) (0,512638) representa a razão 143Nd/144Nd no
reservatório CHUR no presente (Jacobsen e Wasserburg, 1980). A incerteza analítica
é de 0,0004% e 0,05% para 143Nd/144Nd e 147Sm/144Nd, respectivamente.
3. RESULTADOS
Essa rocha ocorre a Oeste do depósito (Fig. 3B) e exibe textura porfirítica
marcante representada por fenocristais de plagioclásio, K-feldspato e quartzo (Fig.
4A). A mineralogia essencial é costituida por quartzo (~30%), plagioclásio (~45%), K-
feldspato (~18%), permitindo o posicionamento no campo dos granodioritos, de
acordo com a classificação modal proposta por Streckeisen, (1976). As fases varietais
são biotita (~5%) e anfibólio (~2%), as acessórias são magnetita, titanita, allanita,
apatita e zircão.
O quartzo é anédrico e ocorre com contatos agulosos, geralmente apresenta extinção
reta a fraca e extinção ondulante. Ocorre como fenocristais com até 3mm e cristais
submilimétricos inclusos ou nos interstícios das demais fases minerais (Fig. 4B). O
plagioclásio é oligoclásio tabular a subédrico com geminação Lei da albita e
zoneamento oscilatório marcante (Fig. 4B). Geralmente tem aspecto turvo devido a
alteração para sericita e carbonato, com epidoto subordinado (Fig. 4C). O feldspato
potássico compreende fenocristais euédricos a subédricos de ortoclásio mesopertítico
com geminação simples do tipo Carlsbad e inclusões poiquilíticas de anfibólio,
magnetita, biotita e quartzo (Fig. 4D).
A biotita ocorre como lamelas anédricas a subédricas, com pleocroísmo do
amarelo pálido ao marrom quando parcialmente preservada ou com coloração verde
clara quando alterada para clorita (Fig. 4E). O anfibólio (~1mm), quando incluso em
feldspato potássico, aparece com hábito romboédrico bem preservado (Fig. 4D),
pleocroísmo do amarelo ao verde escuro e por vezes, com geminação simples.
Quando isolado, ocorre como cristais anédricos (> 2mm) com feições de corrosão.
Nessas condições, o mineral ainda apresenta pleocroísmo do amarelo ao verde e
frequentemente tem inclusões de magnetita (Fig. 4F).
35
Os acessórios ocorrem frequentemente inclusos nas fases minerais
essesnciais. A titanita é anédrica, por vezes subédrica, tem coloração marrom a
marom avermelhada, está isolada ou agrupada com anfibólio, biotita e magnetita.
Allanita é um acessório raro de coloração amarelada que exibe fraturas radiais que
prolongam para os minerais adjacentes (Fig. 4E). Apatita e zircão ocorrem
principalmente como inclusões na biotita.
36
3.1.2 Biotita monzogranito
37
Figura 5. A - Aspecto de campo do biotita granodiorito cinza-esbranquiçado. B -
Cristais de quartzo milimétricos com contatos angulosos. C - Oligoclásio zonado e
quartzo recristalizado com contato arredondado. D - Oligoclásio com geminação do
tipo carlsbad. E - Cristais de quartzo e microclínio com inclusões de biotita. F -
Intercrescimento mimerquitico no contato entre microclínio e oligoclásio. G – Cristal
de microclínio com inclusões de anfibólio e biotita. H - Biotita com contornos regulares
e irregulares. I - Aglomerado policristalino de anfibólio biotita, titanita e magnetita.
38
essencialmente por quartzo (~16%), plagioclásio (~27%), K-feldspato (~28%),
anfibólio (~15%) e biotita (~10%), ocupando o campo dos monzogranitos com
tendência ao campo dos quartzo-monzonitos segundo a classificação proposto por
Streckeisen, (1976). Como minerais acessórios ocorrem titanita, zircão, apatita,
magnetita e allanita.
39
O quartzo forma agregados policristalinos, às vezes ocupa os intersticios entre
os grãos de feldspato. Apresenta contatos arredondados, extinção reta e ondulante
(Figs. 6C e 6G). O plagioclásio identificado foi o oligoclasio. Ocorre como cristais
tabulares com contatos parcialmente retos e geminação albita e Albita-Carlsbad (Figs.
6C e 6D). Em geral, os cristais apresentam-se saussuritizados, onde os principais
minerais neoformados são representados por sericita e epidoto (Figs. 6D e 6E). O K-
feldspato é ortoclásio. O mineral é euédrico a subédrico e apresenta geminação típica
do tipo Carlsbad (Fig. 6F). Pode ocorrer alterado parcialmente ou totalmente para
microclínio (Fig. 6G).
A biotita está fortemente alterada para clorita, é anédrica, marrom esverdeada
e apresenta feições de corrosão (Fig. 6H). Quando parcialmente preservada,
apresenta hábito subédrico e pleocroísmo amarelo pálido a marrom, raras estruturas
do tipo Kink Bands e inclusões de zircão que geram halos pleocróicos.
O anfibólio ocorre como cristais fortemente corroídos e cristais subédricos com
fracas feições de corrosão, que permitem observer a clivagem basal típica (Fig. 7A).
Conforme torna-se mais intensa a atuação do hidrotermalismo, o mineral apresenta-
se fraturado e intersectado por quartzo + microclínio + biotita (Fig. 7B). Os cristais
encontram-se geralmente isolados ou formando aglomerados com titanita e magnetita
(Fig. 7C), têm pleocroísmo amarelo pálido ao verde com variações desde o verde claro
ao levemente azulado.
A titanita tem coloração marrom avermelhada, pode ocorrer como cristais
euédricos com até 4 mm de comprimento, cristais anédricos isolados ou formando
agregados com anfibólio e magnetita (Fig. 7C). A apatita está inclusa nos minerais
primários, principalmente em plagioclásio e biotita. O zircão, comumente incluso em
biotita, gera halos pleocróicos. A magnetita, geralmente inclusa em anfibólio e titanita,
tem tamanhos submilimétricos, é anédrica ou cúbica. A allanita é um acessório raro,
é anedrica de coloração cinza amarelada, apresenta fraturas que se prolongam até
suas bordas, por vezes se estendem aos minerais a sua volta (Fig. 7D).
40
Figura 7. A - Cristais milimétricos de anfibólio com clivagem basal típica e inclusões
de magnetita. B - Cristal de anfibólio quebrado e cortado por quartzo + microclínio +
biotita. Nota-se que a biotita ocorre principalmente nas bordas do fraturamento,
destaca-se também cristal de titanita magmática bordejada por biotita muito fina. C -
Aglomerado policrsitalino de anfibólio, titanita e magnetita. D - Alanita com discretas
fraturas radiais.
42
Figura 8. A - Hornblenda-Biotita monzogranito com coloração rosa devido ao processo
de alteração potássica incipiente. B - Ortoclásio parcialmente substituido por
microclínio. C - Anfibólio envolto por biotita hidrotermal fina. D - Hornblenda-Biotita
monzogranito com coloração escura devido a alteração potássica, biotita hidrotermal
constitui mais de 50% da rocha. E e F - Paragênese hidrotermal com biotita + K-
feldspato + pirita + epidoto, tipica da zona de alteração potássica no hornblenda-biotita
monzogranito. G - Vênula de quartzo com bordas de sericita envelopados por halo
centimétrico de microclínio, cortando massa de biotita hidrotermal. H - Aspecto
43
microscópico da foto G, com destaque para a presença de scheelita. I - Vênula sinuosa
de sericita + quartzo também cortando a zona de alteração potássica.
3.2.2 Propilitização
3.2.3 Sericitização
44
coloração verde acinzentada, aspecto untuoso e uma foliação penetrativa marcante
(Fig. 9D).
A intensidade da alteração sericítica é variável e aumenta comforme a
proximidade com o veio mineralizado. Quando menos intensa, restos de plagioclásio,
microclínio, anfibólio e até mesmo biotita ainda estão presentes, a ocorrência de
epidoto como produto da descalcificação de minerais cálcio-silicáticos é comum.
Em zonas proximais ao veio mineralizado a sericitização é mais pronunciada.
Sericita + clorita perfazem mais de 70 % da rocha (Fig. 9E) e ocorrem como cristais
muito finos, orientados e por vezes com hábito sub-radial. A sericita é incolor,
raramente se dispõe sob forma de lamelas maiores bem desenvolvidas e
normalmente aparece como peseudomórfica de feldspato (Figs. 9E, 9F e 9G). Já a
clorita é incolor a levemente esverdeada e tem cor de interferência cinza (Fig. 9E). O
quartzo forma aglomerados ou microboudins alinhados com a foliação (Fig. 9G). A
titanita nesse estágio foi totalmente alterada para óxidos e sulfetos, no entanto seu
hábito ainda pode permanecer parcialmente preservado (Fig. 9F). A paragênese
hidrotermal dominante nesse estágio é sericita + clorita + quartzo ± pirita ± calcopirita
± rutilo.
3.2.4 Carbonatação
45
Figura 9. A – Hornblenda-biotita monzogranito com coloração esverdeada
sobrepondo-se a coloração rosada, marcando o processo de propilitização. B e C –
Epidoto substituindo K-feldspato, clorita substituindo a biotita, pirita e carbonato da
paragênese propilitica. D – Aspecto macroscópico da rocha submetida ao processo
de sericitização. Nota-se o contato brusco com o veio mineralizado, foliação na
encaixante sericitizada e pirita proximo ao contato com o veio. E – Sericita, clorita com
cor de interferência cinza e rutilo presentes na paragênese hidrotermal da
sericitização. F – Sericita como peseudomórfica de feldspato e rutilo ainda
preservando parcialmente o habito da titanita magmática. G – Aglomerado de quartzo
com contatos lobados, sericita e pirita presentes sericitização. H – Vênula de
carbonato + quartzo + epidoto cortando o hornblenda-biotita monzogranito
potassificado. I – Aspecto microscópico de vênula de carbonato euédrico cortando a
encaixante. J – cristal de quartzo em paragênese com carbonato da carbonatação.
46
3.3 Química de Minerais Magmáticos
3.3.1 Biotita
47
magmática proposto por Abdel-Rahmam (1994) para discriminar biotitas de suítes
alcalinas (domínio A), cácio-alcalinas (domínio C) e peraluminosas (domínio P). B -
diagrama proposto por Nachit (1986) para classificar biotita em diferentes tipos de rochas,
onde P corresponde ao campo de biotita primária, R, biotita reequilibrada e S, biotita
secundária.
48
Tabela 2. Tabela com a composição química da biotita do biotita monzogranito.
Biotita do biotita monzogranito
PO- PO- PO- PO- PO- PO- PO- PO- PO- PO- PO-
01- 01- 01- 01- 01- 01- 01- 01- 01- 01- 01-
Bt-1 Bt-2 Bt-3 Bt-4 Bt-5 Bt-6 Bt-7 Bt-8 Bt-9 Bt-10 Bt-11
SiO2 36,56 35,46 36,40 36,95 36,14 37,14 37,01 37,15 36,64 36,84 34,75
TiO2 1,40 4,30 2,50 1,10 2,25 1,88 2,16 2,28 1,68 1,68 5,33
Al2O
3 15,42 14,13 14,85 15,70 15,11 15,13 14,61 14,85 14,98 15,62 14,57
FeO 18,72 17,33 19,56 19,32 19,70 18,34 19,40 19,70 19,12 19,09 17,38
MnO 0,44 0,49 0,50 0,53 0,64 0,50 0,50 0,57 0,49 0,65 0,41
MgO 11,77 9,97 10,96 11,51 10,83 12,49 11,09 10,88 11,38 10,94 9,11
CaO 0,06 2,89 0,02 0,00 0,00 0,05 0,00 0,02 0,01 0,01 3,57
Na2O 0,09 0,16 0,02 0,07 0,07 0,05 0,06 0,13 0,06 0,08 0,06
K2O 10,04 8,76 10,10 9,85 9,85 10,16 9,96 9,82 9,92 9,85 8,16
F 0,92 0,82 0,82 0,95 0,79 0,95 0,72 0,83 0,85 0,83 0,78
Cl 0,04 0,05 0,01 0,01 0,02 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,02
Cr2O
3 0,02 0,00 0,00 0,07 0,15 0,00 0,09 0,06 0,00 0,00 0,01
V2O3 0,13 0,10 0,11 0,00 0,08 0,02 0,06 0,00 0,10 0,06 0,10
Total 95,63 94,45 95,87 96,07 95,63 96,72 95,67 96,34 95,23 95,65 94,29
Número de íons calculados com base em 11 oxigênios
Si 2,81 2,76 2,81 2,83 2,79 2,82 2,85 2,84 2,83 2,83 2,71
AlIV 1,19 1,24 1,19 1,17 1,21 1,18 1,15 1,16 1,17 1,17 1,29
AlVI 0,21 0,06 0,16 0,25 0,17 0,17 0,17 0,18 0,20 0,25 0,05
Ti 0,08 0,25 0,15 0,06 0,13 0,11 0,13 0,13 0,10 0,10 0,31
Cr 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00
V 0,01 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01
Mg 1,35 1,16 1,26 1,31 1,25 1,41 1,27 1,24 1,31 1,25 1,06
Fe2+ 1,20 1,13 1,26 1,24 1,27 1,16 1,25 1,26 1,24 1,23 1,13
Mn 0,03 0,03 0,03 0,03 0,04 0,03 0,03 0,04 0,03 0,04 0,03
Ca 0,00 0,24 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,30
Na 0,01 0,02 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,02 0,01 0,01 0,01
K 0,99 0,87 0,99 0,96 0,97 0,98 0,98 0,96 0,98 0,97 0,81
OH 1,77 1,79 1,80 1,77 1,80 1,77 1,82 1,80 1,79 1,80 1,80
Cl 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
F 0,22 0,20 0,20 0,23 0,19 0,23 0,18 0,20 0,21 0,20 0,19
49
Tabela 3. Tabela com a composição química da biotita do hornblenda-biotita monzogranito.
Biotita do hornblenda-biotita monzogranito
P20- P20- P20- P20- P20- P20- P20- P20- P20- P20- P20- P20- P20- P20- P20- P20- P20- P20- P20- P20- P20- P20- P20-
45,30- 45,30- 45,30- 45,30- 45,30- 45,30- 48,60- 48,60- 48,60- 48,60- 48,60- 48,60- 48,60- 48,60- 48,60- 48,60- 48,60- 48,60- 48,60- 48,60- 48,60- 48,60- 48,60-
Bt-01 Bt-02 Bt-03 Bt-04 Bt-05 Bt-06 Bt-1 Bt-2 Bt-3 Bt-4 Bt-5 Bt-6 Bt-7 Bt-8 Bt-9 Bt-10 Bt-11 Bt-12 Bt-13 Bt-14 Bt-15 Bt-16 Bt-17
SiO2 36,69 37,25 36,98 37,32 36,95 36,98 38,02 36,77 37,92 37,70 37,67 38,24 37,60 38,24 37,55 38,01 37,93 37,17 37,89 36,69 38,16 37,81 37,14
TiO2 1,64 1,34 1,57 1,71 1,59 1,04 1,02 1,41 1,27 0,92 0,90 1,13 0,94 1,10 1,21 1,04 1,64 0,79 1,26 1,21 0,81 1,19 0,90
Al2O3 14,84 15,11 14,88 15,29 15,09 14,76 13,54 14,49 13,23 13,22 13,94 13,57 14,19 13,81 13,87 14,68 13,94 14,22 13,69 14,57 13,34 13,61 13,87
FeO 18,48 18,15 18,61 18,54 19,72 18,18 15,88 17,14 16,18 16,04 16,67 16,14 17,10 17,10 16,64 16,16 17,20 17,93 16,93 18,57 17,01 17,10 17,45
MnO 0,23 0,27 0,17 0,20 0,18 0,13 0,26 0,71 0,37 0,34 0,31 0,40 0,34 0,58 0,53 0,45 0,62 0,33 0,57 0,55 0,60 0,62 0,77
MgO 12,78 13,23 13,17 13,74 12,84 13,88 15,07 14,24 15,13 15,04 14,51 15,34 14,41 14,32 14,12 13,19 14,42 14,01 14,21 13,30 14,43 14,15 13,66
CaO 0,03 0,00 0,05 0,01 0,00 0,02 0,00 0,03 0,05 0,04 0,00 0,00 0,06 0,00 0,01 0,06 0,03 0,02 0,00 0,00 0,00 0,01 0,02
Na2O 0,09 0,09 0,06 0,08 0,08 0,09 0,03 0,08 0,13 0,06 0,03 0,06 0,08 0,08 0,10 0,15 0,09 0,06 0,03 0,07 0,04 0,10 0,07
K2O 9,60 9,79 9,70 9,61 9,63 9,56 9,77 10,12 9,74 9,73 9,62 9,46 9,84 9,79 9,68 8,82 9,60 8,81 9,38 9,47 8,94 9,46 9,45
F 0,54 0,68 0,77 0,77 0,66 0,71 1,73 1,28 1,53 1,74 1,47 1,79 1,40 1,52 1,44 1,15 1,59 1,10 1,56 1,21 1,69 1,43 1,32
Cl 0,07 0,03 0,08 0,02 0,06 0,01 0,03 0,02 0,02 0,01 0,04 0,02 0,02 0,05 0,05 0,06 0,02 0,06 0,06 0,01 0,03 0,02 0,03
Cr2O3 0,00 0,00 0,00 0,11 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,08 0,00 0,00 0,05 0,00 0,02 0,01 0,05 0,00 0,00 0,09 0,00 0,00 0,09
V2O3 0,06 0,06 0,12 0,10 0,05 0,03 0,06 0,11 0,05 0,09 0,08 0,05 0,04 0,06 0,02 0,07 0,08 0,02 0,00 0,00 0,07 0,07 0,10
Total 95,07 96,06 96,23 97,53 96,84 95,46 95,41 96,41 95,67 95,07 95,22 96,23 96,07 96,65 95,27 93,85 97,21 94,54 95,58 95,73 95,17 95,67 94,97
Número de íons calculados com base em 11 oxigênios
Si 2,82 2,83 2,82 2,79 2,80 2,83 2,91 2,80 2,90 2,90 2,89 2,90 2,86 2,90 2,88 2,92 2,86 2,87 2,90 2,82 2,93 2,89 2,87
AlIV 1,18 1,17 1,18 1,21 1,20 1,17 1,09 1,20 1,10 1,10 1,11 1,10 1,14 1,10 1,12 1,08 1,14 1,13 1,10 1,18 1,07 1,11 1,13
AlVI 0,16 0,18 0,15 0,14 0,15 0,16 0,13 0,11 0,09 0,10 0,15 0,11 0,14 0,13 0,14 0,25 0,10 0,16 0,13 0,14 0,14 0,12 0,14
Ti 0,09 0,08 0,09 0,10 0,09 0,06 0,06 0,08 0,07 0,05 0,05 0,06 0,05 0,06 0,07 0,06 0,09 0,05 0,07 0,07 0,05 0,07 0,05
Cr 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,01
V 0,00 0,00 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01
Mg 1,46 1,50 1,50 1,53 1,45 1,58 1,72 1,62 1,72 1,73 1,66 1,73 1,64 1,62 1,62 1,51 1,62 1,61 1,62 1,52 1,65 1,61 1,57
Fe2+ 1,19 1,15 1,19 1,16 1,25 1,16 1,02 1,09 1,03 1,03 1,07 1,02 1,09 1,08 1,07 1,04 1,09 1,16 1,08 1,19 1,09 1,09 1,13
Mn 0,01 0,02 0,01 0,01 0,01 0,01 0,02 0,05 0,02 0,02 0,02 0,03 0,02 0,04 0,03 0,03 0,04 0,02 0,04 0,04 0,04 0,04 0,05
Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Na 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,00 0,01 0,02 0,01 0,00 0,01 0,01 0,01 0,02 0,02 0,01 0,01 0,00 0,01 0,01 0,02 0,01
K 0,94 0,95 0,94 0,92 0,93 0,93 0,95 0,98 0,95 0,96 0,94 0,91 0,96 0,95 0,95 0,86 0,92 0,87 0,92 0,93 0,88 0,92 0,93
OH 1,86 1,83 1,80 1,81 1,83 1,83 1,58 1,69 1,63 1,57 1,64 1,57 1,66 1,63 1,64 1,71 1,62 1,72 1,62 1,70 1,59 1,65 1,67
Cl 0,01 0,00 0,01 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,00 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00
F 0,13 0,16 0,19 0,18 0,16 0,17 0,42 0,31 0,37 0,42 0,36 0,43 0,34 0,36 0,35 0,28 0,38 0,27 0,38 0,29 0,41 0,35 0,32
50
No diagrama proposto por Nachit (1986) (Fig. 10B), a biotita do biotita
granodiorito ocupa as proximidades entre o limite de biotita primária e biotita
reequilibrada. A biotita do biotita-monzogranito e hornblenda-biotita monzogranito
apresentam conteúdos mais baixos de TiO2 e ocupam o domínio de biotitas
reequilibradas, com exceção da biotita inclusa em plagioclásio do biotita-monzogranito
(Fig. 10B). A biotita inclusa em plagioclásio ocupa o campo de biotitas primárias (Fig.
10B) e apresentou valores em TiO2 (%) de 4,29 e 5,32. Nota-se que o avanço para o
campo de biotitas reequilibradas é marcado principalmente pela perda de TiO 2.
De acordo com Nachit et al. (2005), processos de reequilibrio em biotita seriam
resultados da atuação de fluidos hidrotermais tardi a pós-magmáticos. Assim os mais
baixos conteúdos de TiO2 na biotita analisada, podem evidenciar para o hornblenda-
biotita monzogranito maiores interações com eventos hidrotermais. Eventos
relacionados a fluidos exsolvidos tanto da sua própria cristalização, como das
intrusões mais recentes.
3.3.2 Anfibólio
51
Tabela 4. Tabela com a composição química do anfibólio do biotita granodiorito e do biotita monzogranito.
Anfibólio do biotita granodiorito Anfibólio do biotita monzogranito
Amostra PO - 02- PO - 02- PO - 02- PO - 02- PO - 01 – PO - 01 – PO - 01 – PO - 01 – PO - 01 – PO - 01 – PO - 01 –
Anf- 1 Anf - 2 Anf - 3 Anf - 4 Anf - 1 Anf - 2 Anf - 3 Anf - 4 Anf - 5 Anf - 6 Anf - 7
SiO2 51,38 49,73 49,45 51,69 45,27 45,19 43,64 43,62 44,65 45,11 44,67
TiO2 0,33 0,90 0,57 0,14 0,61 0,78 0,88 1,22 0,61 0,53 0,60
Al2O3 3,77 4,44 4,98 3,32 7,66 7,31 8,12 7,96 7,86 7,84 8,08
FeO 11,76 12,51 12,61 11,47 18,14 18,63 18,48 18,79 18,32 18,37 19,09
MnO 0,68 0,89 0,92 0,73 0,72 0,87 0,81 0,92 0,88 0,89 0,79
MgO 16,20 15,23 15,17 16,36 10,61 10,71 10,43 10,22 10,57 11,04 10,44
CaO 11,56 11,32 11,41 11,84 11,17 10,87 11,11 11,35 11,17 10,88 11,13
Na2O 0,94 1,19 1,10 0,84 1,03 1,05 1,16 1,24 1,38 1,03 0,89
K2O 0,39 0,47 0,47 0,28 0,85 0,83 0,92 0,94 0,81 0,90 0,86
F 0,24 0,46 0,41 0,38 0,25 0,20 0,14 0,29 0,22 0,18 0,25
Cl 0,02 0,04 0,02 0,01 0,02 0,02 0,00 0,06 0,14 0,07 0,00
Cr2O3 0,04 0,03 0,09 0,00 0,15 0,04 0,00 0,10 0,08 0,20 0,15
V2O3 0,00 0,04 0,01 0,03 0,02 0,01 0,04 0,00 0,04 0,07 0,10
Total 97,30 97,24 97,20 97,09 96,50 96,51 95,73 96,71 96,74 97,10 97,03
Número de íons calculados com base em 23 oxigênios
TSi 7,48 7,32 7,28 7,54 6,92 6,92 6,76 6,73 6,85 6,87 6,82
TAlIV 0,52 0,68 0,72 0,46 1,08 1,08 1,24 1,27 1,15 1,13 1,18
CAlVI 0,12 0,09 0,15 0,11 0,30 0,24 0,25 0,18 0,27 0,27 0,28
CTi 0,04 0,10 0,06 0,02 0,07 0,09 0,10 0,14 0,07 0,06 0,07
CV 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01
CCr 0,00 0,00 0,01 0,00 0,02 0,00 0,00 0,01 0,01 0,02 0,02
CMg 3,52 3,34 3,33 3,55 2,42 2,45 2,41 2,35 2,42 2,51 2,38
CFe2+ 1,32 1,46 1,45 1,32 2,17 2,21 2,23 2,31 2,22 2,12 2,22
BMn2+ 0,08 0,11 0,11 0,09 0,09 0,11 0,11 0,12 0,11 0,12 0,10
BFe2+ 0,11 0,08 0,10 0,08 0,15 0,18 0,17 0,12 0,13 0,22 0,22
BCa 1,80 1,79 1,78 1,83 1,76 1,71 1,73 1,76 1,75 1,66 1,68
ANa 0,26 0,32 0,31 0,24 0,31 0,31 0,35 0,37 0,41 0,30 0,26
AK 0,07 0,09 0,09 0,05 0,17 0,16 0,18 0,18 0,16 0,17 0,17
OH 1,88 1,78 1,80 1,82 1,87 1,90 1,93 1,84 1,86 1,90 1,88
Cl 0,00 0,01 0,01 0,00 0,01 0,01 0,00 0,01 0,04 0,02 0,00
F 0,11 0,21 0,19 0,17 0,12 0,10 0,07 0,14 0,11 0,08 0,12
52
Tabela 5. Tabela com a composição química do anfibólio do hornblenda-biotita monzogranito.
Anfibólio do hornblenda-biotita monzogranito
Amostra P 20 – P 20 – P 20 – P 20 – P 20 – P 20 – P 20 – P 20 – P 20 – P 20 – P 20 – P 20 – P 20 –
48,60 48,60 48,60 48,60 48,60 48,60 48,60 48,60 45,30 45,30 45,30 45,30 45,30
Anf - 1 Anf - 2 Anf - 3 Anf - 4 Anf - 5 Anf - 6 Anf - 7 Anf - 8 Anf - 9 Anf - 10 Anf - 11 Anf - 12 Anf – 13
SiO2 43,87 43,82 47,00 46,03 45,07 45,69 45,04 44,54 46,65 45,92 45,96 44,72 45,80
TiO2 0,28 1,60 0,48 0,47 0,76 0,58 1,02 0,83 1,06 0,42 0,77 0,91 0,61
Al2O3 8,21 7,71 5,61 6,44 7,54 7,27 7,12 7,46 6,81 7,53 7,87 7,56 7,93
FeO 18,90 18,53 16,96 16,77 17,29 17,58 17,01 17,63 17,44 17,80 17,47 17,72 17,71
MnO 0,62 0,61 0,80 0,50 0,59 0,42 0,59 0,52 0,47 0,40 0,28 0,41 0,33
MgO 10,99 11,05 12,59 12,72 11,81 11,89 11,89 11,40 12,08 11,51 11,80 11,41 11,52
CaO 11,46 11,14 11,41 11,57 11,44 11,54 11,57 11,34 11,96 12,16 11,75 11,76 12,01
Na2O 1,04 1,11 0,73 0,77 0,93 0,84 0,96 1,04 0,87 0,85 1,11 1,02 1,06
K2O 1,01 0,96 0,54 0,68 0,86 0,83 0,89 0,83 0,74 0,71 0,84 0,84 0,84
F 0,35 0,30 0,15 0,42 0,41 0,34 0,41 0,39 0,18 0,03 0,10 0,13 0,08
Cl 0,00 0,10 0,00 0,03 0,03 0,00 0,05 0,07 0,09 0,02 0,04 0,06 0,06
Cr2O3 0,02 0,00 0,17 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,11 0,06 0,01 0,00
V2O3 0,00 0,04 0,04 0,07 0,06 0,04 0,09 0,06 0,05 0,01 0,05 0,06 0,03
Total 96,76 96,97 96,46 96,45 96,77 97,01 96,64 96,10 98,39 97,44 98,07 96,61 97,97
Número de íons calculados com base em 23 oxigênios
TSi 6,75 6,72 7,12 6,99 6,87 6,93 6,88 6,85 6,96 6,92 6,88 6,83 6,87
TAlIV 1,25 1,28 0,88 1,01 1,13 1,07 1,12 1,15 1,04 1,08 1,12 1,17 1,13
CAlVI 0,24 0,12 0,12 0,15 0,22 0,22 0,16 0,20 0,16 0,26 0,26 0,19 0,27
CTi 0,03 0,18 0,06 0,05 0,09 0,07 0,12 0,10 0,12 0,05 0,09 0,10 0,07
CV 0,00 0,01 0,00 0,01 0,01 0,00 0,01 0,01 0,01 0,00 0,01 0,01 0,00
CCr 0,00 0,00 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 0,00 0,00
CMg 2,52 2,53 2,84 2,88 2,68 2,69 2,71 2,61 2,69 2,58 2,63 2,60 2,58
CFe2+ 2,19 2,16 1,95 1,90 2,00 2,00 2,01 2,07 2,03 2,09 2,01 2,10 2,07
BMn2+ 0,08 0,08 0,10 0,06 0,08 0,05 0,08 0,07 0,06 0,05 0,04 0,05 0,04
BFe2+ 0,24 0,22 0,20 0,23 0,20 0,23 0,16 0,20 0,15 0,15 0,18 0,16 0,15
BCa 1,68 1,70 1,70 1,70 1,72 1,72 1,76 1,73 1,79 1,80 1,78 1,79 1,81
ANa 0,31 0,33 0,21 0,23 0,27 0,25 0,28 0,31 0,25 0,25 0,32 0,30 0,31
AK 0,20 0,19 0,10 0,13 0,17 0,16 0,17 0,16 0,14 0,14 0,16 0,16 0,16
OH 1,83 1,83 1,93 1,79 1,79 1,84 1,79 1,79 1,90 1,98 1,94 1,92 1,95
Cl 0,00 0,03 0,00 0,01 0,01 0,00 0,01 0,02 0,02 0,00 0,01 0,02 0,02
F 0,17 0,15 0,07 0,20 0,20 0,16 0,20 0,19 0,08 0,01 0,05 0,06 0,04
53
Figura 11. A e B - Classificação do anfibólio das rochas estudadas, segundo Leake
(1997).
3.4.1 Biotita
55
3.4.2 Clorita
56
Tabela 6. Tabela com a composição química da biotita hidrotermal do hornblenda-biotita monzogranito.
Biotita hidrotermal
Elemento P 20 247,80 P 20 247,80 P 20 247,80 P 20 247,80 P 20 247,80 P 20 247,80 P 20 247,80 P 20 247,80 P 20 247,80 247,80 A 247,80 A
SiO2 40,29 40,22 40,51 38,61 39,89 40,53 39,69 40,38 41,08 40,48 40,64
TiO2 0,16 0,20 0,04 0,48 0,33 0,26 0,56 0,45 0,57 0,47 0,18
Al2O3 13,40 13,20 12,93 12,98 13,76 14,07 13,44 12,64 12,78 13,52 13,74
FeO 10,46 12,04 10,68 11,37 10,97 10,32 11,06 10,08 10,56 10,31 10,45
MnO 0,40 0,36 0,30 0,41 0,23 0,26 0,34 0,12 0,28 0,21 0,18
MgO 19,56 18,92 19,66 18,64 19,18 18,34 19,22 20,46 19,98 19,17 18,76
CaO 0,05 0,03 0,01 0,03 0,03 0,05 0,01 0,00 0,00 0,02 0,00
Na2O 0,06 0,07 0,02 0,09 0,06 0,11 0,04 0,03 0,00 0,20 0,06
K2O 9,89 9,94 10,14 9,71 10,07 10,07 10,02 10,23 9,80 10,18 9,96
F 3,25 2,71 3,04 2,52 3,05 2,83 2,96 3,24 3,19 3,33 3,16
Cl 0,08 0,11 0,04 0,03 0,04 0,06 0,03 0,01 0,01 0,03 0,04
Cr2O3 0,05 0,02 0,04 0,11 0,04 0,00 0,00 0,06 0,05 0,00 0,03
V2O3 0,08 0,03 0,00 0,07 0,04 0,06 0,07 0,04 0,07 0,07 0,03
Total 97,79 97,85 97,58 95,15 97,77 97,04 97,51 97,80 98,57 98,21 97,35
Número de íons calculados com base em 14 oxigênios
Si 2,97 2,97 2,99 2,93 2,94 2,99 2,93 2,97 2,99 2,97 2,99
AlIV 1,03 1,03 1,01 1,07 1,06 1,01 1,07 1,03 1,01 1,03 1,01
AlVI 0,13 0,11 0,11 0,09 0,14 0,21 0,11 0,07 0,09 0,14 0,19
Ti 0,01 0,01 0,00 0,03 0,02 0,01 0,03 0,02 0,03 0,03 0,01
Cr 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
V 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Mg 2,15 2,08 2,16 2,11 2,11 2,02 2,12 2,24 2,17 2,10 2,06
Ni 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Zn 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00
Fe2+ 0,64 0,74 0,66 0,72 0,68 0,64 0,68 0,62 0,64 0,63 0,64
Mn 0,03 0,02 0,02 0,03 0,01 0,02 0,02 0,01 0,02 0,01 0,01
Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Na 0,01 0,01 0,00 0,01 0,01 0,02 0,01 0,00 0,00 0,03 0,01
K 0,93 0,93 0,95 0,94 0,95 0,95 0,95 0,96 0,91 0,95 0,94
OH 1,23 1,35 1,29 1,39 1,28 1,33 1,30 1,25 1,26 1,22 1,26
Cl 0,01 0,01 0,01 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01
F 0,76 0,63 0,71 0,60 0,71 0,66 0,69 0,75 0,73 0,77 0,74
57
Tabela 7. Composição química da clorita da alteração sericitica.
Cloritas da Alteração sericitica
Amostra Chl-1 Chl-2 Chl-3 Chl-4 Chl-5 Chl-6 Chl-7 Chl-8 Chl-9 Chl-10 Chl-11 Chl-12 Chl-13 Chl-14 Chl-15 Chl-16 Chl-17
SiO2 26,73 28,74 28,79 28,15 34,08 32,83 29,91 29,40 27,83 28,43 30,40 34,98 30,75 27,82 28,62 29,00 32,31
TiO2 0,11 0,00 0,00 0,16 0,29 0,05 0,16 0,20 0,17 0,12 0,63 0,16 0,15 0,00 0,00 0,05 0,00
Al2O3 21,78 20,73 20,12 21,33 20,54 20,51 20,25 20,65 21,11 20,33 21,58 20,99 19,19 21,47 21,29 20,06 22,58
FeO 14,16 10,22 10,70 10,87 7,95 8,48 10,58 10,29 12,35 9,93 9,86 8,34 9,22 10,81 10,22 10,18 8,98
MnO 0,56 0,30 0,33 0,18 0,19 0,15 0,26 0,26 0,45 0,32 0,27 0,22 0,20 0,25 0,26 0,20 0,29
MgO 24,54 27,83 27,66 27,03 24,92 25,00 28,21 27,54 25,86 26,86 25,25 24,38 28,58 26,52 27,71 28,17 23,47
BaO 0,00 0,04 0,05 0,04 0,17 0,00 0,05 0,03 0,08 0,00 0,00 0,02 0,00 0,04 0,00 0,13 0,01
CaO 0,02 0,01 0,02 0,06 0,00 0,04 0,00 0,00 0,01 0,06 0,01 0,05 0,04 0,02 0,02 0,00 0,00
Na2O 0,04 0,00 0,02 0,00 0,02 0,03 0,00 0,05 0,00 0,00 0,04 0,00 0,02 0,00 0,01 0,00 0,02
K2O 0,05 0,19 0,04 0,08 1,39 1,11 0,18 0,32 0,01 0,06 1,11 1,43 0,12 0,10 0,18 0,02 1,84
F 0,00 0,19 0,27 0,06 0,34 0,11 0,10 0,07 0,00 0,06 0,03 0,05 0,13 0,12 0,10 0,17 0,17
Cl 0,01 0,02 0,00 0,03 0,04 0,02 0,03 0,02 0,00 0,14 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,00 0,01
Total 88,03 88,34 88,05 88,19 90,25 88,40 89,95 88,90 87,95 86,52 89,28 90,63 88,47 87,35 88,47 87,99 89,74
H2O 12,09 12,32 12,22 12,31 12,70 12,57 12,56 12,46 12,21 12,10 12,56 12,98 12,48 12,17 12,39 12,30 12,65
TOTAL 100,12 100,66 100,27 100,50 102,95 100,97 102,51 101,36 100,16 98,62 101,84 103,61 100,95 99,52 100,86 100,29 102,40
Número de íons calculados com base em 14 oxigênios
Si+3 2,65 2,78 2,80 2,74 3,18 3,12 2,85 2,82 2,73 2,81 2,90 3,23 2,94 2,73 2,76 2,81 3,05
AlIV 1,35 1,22 1,20 1,26 0,82 0,88 1,15 1,18 1,27 1,19 1,10 0,77 1,06 1,27 1,24 1,19 0,95
TTi+4 0,01 0,00 0,00 0,01 0,02 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,04 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00
TAlVI 1,20 1,15 1,11 1,18 1,45 1,42 1,12 1,16 1,18 1,17 1,33 1,51 1,11 1,22 1,18 1,11 1,56
TFe+2 1,18 0,83 0,87 0,88 0,62 0,67 0,84 0,83 1,01 0,82 0,79 0,64 0,74 0,89 0,82 0,83 0,71
TMn+2 0,05 0,02 0,03 0,01 0,01 0,01 0,02 0,02 0,04 0,03 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02
TMg+2 3,63 4,02 4,02 3,92 3,47 3,54 4,00 3,94 3,79 3,95 3,59 3,35 4,08 3,88 3,99 4,08 3,30
TBa+2 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
TCa+2 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
TNa+2 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
TK+1 0,01 0,02 0,00 0,01 0,16 0,13 0,02 0,04 0,00 0,01 0,13 0,17 0,01 0,01 0,02 0,00 0,22
OF 0,00 0,04 0,06 0,01 0,08 0,03 0,02 0,02 0,00 0,01 0,01 0,01 0,03 0,03 0,02 0,04 0,04
OCl 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
TOTAL 10,07 10,09 10,11 10,05 9,83 9,83 10,05 10,03 10,03 10,03 9,92 9,72 10,01 10,06 10,06 10,08 9,85
Fe/Mg 0,32 0,21 0,22 0,23 0,18 0,19 0,21 0,21 0,27 0,21 0,22 0,19 0,18 0,23 0,21 0,20 0,21
Mg/Fe 3,09 4,85 4,61 4,43 5,58 5,26 4,76 4,77 3,73 4,82 4,56 5,21 5,53 4,37 4,83 4,93 4,66
Fe/ (Fe+Mg) 0,24 0,17 0,18 0,18 0,15 0,16 0,17 0,17 0,21 0,17 0,18 0,16 0,15 0,19 0,17 0,17 0,18
Temperatura 372,21 330,04 322,93 344,83 200,80 221,11 309,75 316,91 345,97 321,95 292,41 187,15 278,42 346,39 336,68 319,99 245,10
58
Tabela 8. Composição química da clorita da alteração propilítica.
Cloritas da alteração propilítica
59
De acordo com o diagrama Fe/(Fe + Mg) vs. AlIV (Fig. 13B), a clorita das duas
fases de alteração apresentam composição restrita ao campo do clinocoro, ou seja,
rica em Mg. As razões Mg/(Mg + Fe) obtidas para a clorita da propilitização (0,64 a
0,68) apresentam-se próximas à aquelas da biotita magmática (0,53 a o,62), o que
indica que a clorita presente nesse estágio seria produto direto da alteração da biotita
magmática, bem como observado por Cathelineau e Neiva (1985) em situações
similares. Nos cristais de clorita da sericitização essas razões mostram-se
consideravelmente mais elevadas (0,75 a 0,84), o que reflete a substituição de Fe2+
por Mg2+, tal como salientado por Foster (1962) em trabalho envolvendo a
interpretação de composição e classificação de cloritas.
3.5 Litogeoquímica
60
(Fe2O3(t) de 5%), magnésio (MgO variando de 2 % a 4 %) e cálcio (CaO variando de 4
% a 6 %), mostram-se claramente mais elevados (Tabela 9). As razões MgO/TiO2 são
elevadas para essas rochas, enquanto para o hornblenda-biotita monzogranito variam
de 3,35 a 3,95, para o biotita granodiorito e biotita monzogranito são de 4 e 3,3;
respectivamente.
Com base no diagrama TAS (Middlemost, 1994), o biotita granodiorito e o
biotita monzogranito ocupam o campo dos granitos, enquanto o hornblenda-biotita
monzogranito ocupa a interface entre quartzo monzonitos e monzonitos (Fig. 14A). No
diagrama de classificação R1-R2 proposto por De La Roche et al. (1980), o
biotitagranodiorito e biotita monzogranito situam-se no domínio dos granodioritos,
enquanto que o hornblenda-biotita monzogranito situa-se na interface entre o domínio
dos monzodioritos e tonalitos (Fig. 14B).
61
Tabela 9. Análises litoquímicas das rochas estudadas nesse trabalho. Oxidos estão em %, elementos traço em ppm e Au em ppb.
Biotita Biotita
Rocha Hornblenda-biotita monzogranito
granodiorito monzogranito
Metassomatismo potássico
Facie rica em Alteração
incipiente Alteração
Alteração n.i n.i Anfibólio e Potássica Alteração Sericítica
Propilítica
propilitizada
PO – PO – P 20- P 20- P 20- P 20- P 20- P 20- P 20- P 20- P 20- PO- PO- PO-
Amostra
2 1 45,30 48,60 67,80 98,50 129 247 101,20 107,30 115,10 07 D 07 C 07 B
SiO2 69,07 69,17 61,75 61,47 60,91 61,95 58,64 58,93 59,06 57,44 61,2 59,61 59,79 58,42
TiO2 0,3 0,36 0,71 0,85 0,81 0,8 1,06 0,88 0,86 0,64 0,85 0,85 0,82 0,84
Al2O3 15,12 14,97 16,4 16,34 16,62 15,96 15,35 16,9 15,96 16,36 15,7 16,85 16,37 16,8
Fe2O3 2,63 2,97 5,25 5,25 5,36 5 6,89 5,36 5,72 6,82 5,75 5,74 5,55 4,48
MnO 0,05 0,06 0,07 0,08 0,07 0,08 0,11 0,07 0,17 0,17 0,15 0,15 0,08 0,1
MgO 1,2 1,19 2,81 2,85 2,89 2,68 4,26 3,07 2,84 7,31 4,37 3,47 3,28 9,48
CaO 2,65 2,66 4,27 4,39 4,54 4,42 6,13 2,84 6,1 1,53 3,39 3,62 4,92 0,38
Na2O 3,97 3,52 4,09 4 4,1 3,71 3,38 4,01 1,95 0,1 3,93 4,12 3,64 0,03
K2O 3,77 4,08 3,42 3,56 3,33 4,09 2,54 4,96 4,46 5,01 2,1 2,55 3,09 3,68
P2O5 0,14 0,13 0,24 0,23 0,23 0,22 0,45 0,24 0,22 0,2 0,28 0,29 0,27 0,26
P.F. 0,8 0,6 0,6 0,6 0,8 0,7 0,9 2,1 2,3 4,1 2 2,4 1,8 5,4
Total 99,81 99,82 99,76 99,77 99,77 99,77 99,78 99,51 99,75 99,82 99,79 99,79 99,78 99,87
Ba 1118 727 1160 1258 1059 1214 511 1340 1032 876 578 955 1103 321
Be <1 1 3 7 3 <1 1 16 3 1 1 <1 1 2
Cs 0,9 7,9 11,4 13,8 4 4,1 5,4 26,8 1,8 10,3 2,8 10,7 5,6 10,3
Ga 15,7 17,8 18,9 19,2 18,6 17,6 18 18,4 20,4 22,3 21,1 18,8 18,4 20,2
Hf 4 4,9 8,1 7,1 6 7,6 4,5 7,1 6,6 5,8 6,1 6,7 5,7 7
Nb 10,1 11,4 8,6 14,4 9 16,7 11,5 12 14,6 9,4 11,5 9,5 11,5 10,2
Rb 110,7 192,6 145 164 117,5 117,8 111,5 332,9 124,1 190,9 80,7 148,9 92,5 174,3
Sc 5 8 11 12 12 13 18 12 13 11 13 13 13 13
Sn 1 2 1 3 1 2 2 5 3 2 8 1 2 2
Sr 502,5 225,9 601,1 557,3 589,4 532,1 599,7 391,2 721,1 202,2 374,4 573,8 609,9 8,4
Ta 1,2 1,5 0,5 1,4 0,7 1,9 0,8 0,8 1,3 0,7 1,3 0,7 0,8 0,6
Th 10,4 18,2 8,5 11,8 6 13,2 5,4 7,7 10,1 7,8 6,6 8,1 9,9 5,8
U 3,1 6,7 1,7 2,8 1,8 3,1 2 1,3 2,8 1,6 1,9 2,3 1,8 2,7
V 45 47 99 99 103 100 145 83 110 108 108 112 116 117
62
W 210 242 182,1 163,9 215,5 156 148,2 2274,2 188,6 102,4 124 73,6 104,8 31,7
Y 12,3 17,1 11 20 12,9 24,2 21,8 13,6 19,2 16,2 14,6 14,7 17,7 17,3
Zr 148,5 194,3 332,7 299,2 265,4 303,3 178,5 301,4 265,5 231,8 246,8 279 234,9 299,3
Ag <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1
As <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 0,8 <0,5 <0,5 0,7 0,7 <0,5 0,7 <0,5 <0,5 0,6
Au (ppb) <0,5 <0,5 1,4 1 <0,5 2,2 3 6,2 2,1 <0,5 3,8 10,6 <0,5 8,4
Bi <0,1 0,2 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 1,1 0,6 0,2 1,1 0,2 <0,1 0,1
Cd <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1
Cu 5,6 21,8 19,5 33,1 16,8 27 39,8 13,4 9,5 2,2 91,3 48,9 53 3,5
Hg <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01
Mo 0,7 0,2 0,6 0,7 0,7 0,8 0,6 4,3 0,9 3,5 44,9 0,7 0,6 0,7
Pb 4,9 9,6 5 5,6 4,5 6,6 3,1 6,2 5,2 3 3,6 2,9 3,8 1,8
Sb <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1
Se <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 <0,5
Tl <0,1 0,5 0,6 0,6 0,4 0,3 0,5 1,1 <0,1 0,1 <0,1 0,6 0,2 <0,1
Zn 16 47 46 54 44 35 56 52 48 84 68 67 35 35
La 36,8 38,3 43,7 40,5 34 49,5 35,3 41,6 48,5 67,2 39,7 36,8 42,3 26
Ce 71,6 76,4 76,8 93,7 64,5 108,8 76,9 84 98,6 127,4 80,3 73,7 84,5 53,9
Pr 7,73 8,62 7,35 10,68 6,95 12,62 9,46 9,02 10,64 13,83 8,91 8,15 9,15 6,38
Nd 26,7 30 24,3 39,8 25,1 48,9 38,4 33 37,8 48,1 33 30,4 33,6 24,1
Sm 4,02 5,22 3,97 6,5 4,32 8,41 6,92 5,22 6,28 8,02 5,38 5,13 6,24 4,57
Eu 0,87 0,82 0,95 1,45 1,17 1,61 1,28 1,34 1,37 2,27 1,42 1,26 1,39 0,92
Gd 3,22 4,1 3 5,33 3,53 6,55 5,79 4,12 4,79 5,65 3,9 4,06 4,64 3,89
Tb 0,43 0,58 0,42 0,7 0,48 0,89 0,79 0,53 0,68 0,67 0,53 0,54 0,64 0,58
Dy 2,48 3,16 2,02 3,9 2,47 4,9 4,15 2,69 3,68 3,39 2,74 3,02 3,53 3,22
Ho 0,42 0,56 0,41 0,75 0,48 0,92 0,81 0,5 0,69 0,54 0,5 0,57 0,69 0,63
Er 1,35 1,66 1,15 2 1,34 2,69 2,11 1,47 2 1,47 1,48 1,57 1,99 1,81
Tm 0,19 0,27 0,17 0,29 0,19 0,35 0,29 0,2 0,29 0,21 0,21 0,22 0,28 0,25
Yb 1,39 1,87 1,14 1,98 1,24 2,46 1,83 1,23 1,87 1,37 1,54 1,5 1,71 1,55
Lu 0,2 0,28 0,18 0,27 0,18 0,34 0,26 0,2 0,28 0,2 0,21 0,23 0,25 0,25
63
De acordo com o índice de saturação em alumina (ISA), as rochas posicionam-
se no campo de granitos metaluminosos (Fig. 14C). De acordo com Shand (1943),
rochas metaluminosas são caracterizadas por conterem fases cálcicas como
horblenda e serem desprovidas de muscovita ou fases ferromagnesianas sódicas. O
caráter mais metaluminoso observado para o hornblenda-biotita monzogranito está
relacionado ao enriquecimento em anfibólio modal.
64
para o biotita monzogranito e baixos valores de LILE como Cs para o biotita
granodiorito.
No diagrama multielementar de elementos terras raras (McDonough e Sun,
1995), o hornblenda-biotita monzogranito é caracterizado por discretas anomalias
negativas de Eu, quando comparado ao biotita monzogranito e biotita granodiorito,
evidenciando seu caráter menos evoluído. De modo geral, as três litologias
caracterizam-se pelo acentuado enriquecimento em ETR leves em comparação aos
ETR pesados (Fig. 15B).
66
granitos de arcos vulcânicos (VA), intra-placa (WP), pós-colisionais (Group 3) e sin-
colisionais (Group 2).
67
Figura 17. A - Diagrama multielementar de ETR normalizados segundo o manto
primitivo (McDonough e Sun, 1995), com amostras dos diferentes tipos de alteração
hidrotermal que afetaram o hornblenda-biotita monzogranito). B - com amostras do
hornblenda-biotita monzogranito.
68
alongados, de aproximadamente 200 µm de comprimento, com marcante zoneamento
oscilatório desenvolvido de forma regular (Figs. 18D e 18E). Cristais arredondados
são pouco comuns (Fig. 18F). Vinte e oito análises pontuais foram realizadas em 26
cristais de zircão, das quais 12 forneceram idade concordante em 1875 ± 13 Ma.
(MSWD = 3,5) (Fig. 19B), interpretada como a idade de cristalização do biotita
monzogranito.
69
Tabela 10. Zircões analisados no hornblenda-biotita monzogranito.
Razões Isotópicas Idades
206
PO-01 Th/U Pb/204Pb 1 % 207
Pb/235U % 206
Pb/238U % Rho 207
Pb/206Pb abs 206
Pb/238U abs 207
Pb/235U abs % U-Pb disc4
039-Zir21 0,21 5104,70 11,55 5,09 1,55 0,33 0,98 0,63 1848,74 40,94 1821,43 31,15 1834,27 26,13 1,48
036-Zir20 0,23 609536,74 34,20 5,13 1,08 0,32 0,67 0,62 1881,32 27,20 1804,54 21,02 1840,52 18,22 4,08
035-Zir19 0,18 89801,90 31,54 4,81 1,60 0,31 1,51 0,95 1855,16 13,03 1728,45 45,68 1786,64 26,65 6,83
029-Zir17N 0,28 279078,22 66,37 5,80 1,86 0,37 1,69 0,91 1875,88 24,16 2012,54 58,40 1946,05 31,95 -7,29
028-Zir16B 0,48 2196,01 3,97 3,59 4,91 0,22 4,86 0,99 1944,51 22,00 1272,65 111,79 1546,85 76,58 34,55
027-Zir16 0,18 68793,63 12,68 5,52 0,95 0,35 0,75 0,80 1868,29 15,62 1936,58 25,21 1903,88 16,20 -3,66
022-Zir13 0,37 555,01 11,20 5,93 1,65 0,38 0,72 0,44 1869,71 51,27 2057,12 25,50 1965,25 28,44 -10,02
018-Zir11 0,19 51155,79 42,52 0,53 38,24 0,03 38,23 1,00 1870,99 28,31 213,19 159,33 432,18 252,76 88,61
016-Zir09 0,30 43646,36 47,10 5,19 1,05 0,33 0,94 0,89 1870,99 10,65 1833,14 30,02 1851,00 17,88 2,02
011-Zir06 0,98 27940,39 42,88 4,56 3,42 0,29 3,37 0,98 1883,57 18,14 1626,96 96,46 1742,31 56,26 13,62
010-Zir05 0,70 84871,57 46,54 6,01 1,28 0,38 1,18 0,93 1875,80 11,06 2075,51 41,96 1977,23 22,14 -10,65
009-Zir04 0,17 140260,66 25,58 6,14 1,44 0,39 1,34 0,94 1886,90 12,41 2104,02 48,15 1996,53 24,93 -11,51
70
Figura 19. A - Diagrama da concórdia para os cristais de zircão analisados no
hornblenda-biotita monzogranito. B - Para cristais de zircão analisados no biotita-
monzogranito.
71
Tabela 12. Dados isotopicos de Sm-Nd para o hornblenda-biotita monzogranito e
equivalentes hidrotermais (P20 – 48,60 a P – 07D) e para o biotita granodiorito (P0 -
02 – 11).
Sm Nd 143Nd/144Nd
ƐNd t (U-Pb;
Amostra 147Sm/144Nd ƐNd (0) TDM (Ga)
(ppm) (ppm) ± 2SE (t) Ma)
P20 - 48,60 7.440 44.125 0.1019 0.511272+/-10 -26.65067603 -2.56 2.55 1982
P20 - 98,50 9.964 58.234 0.1034 0.511296+/-9 -26.18626241 -2.48 2.55 1982
P20- 115,10 6.215 35.145 0.1069 0.511272+/-10 -26.65067603 -3.84 2.67 1982
P20 – 129 9.207 49.014 0.1135 0.511427+/-8 -23.62091498 -2.48 2.61 1982
P20 – 247 6.235 38.311 0.0984 0.511228+/-6 -27.49504937 -2.52 2.53 1982
P0 - 07B 5.369 28.902 0.1123 0.511398+/-6 -24.19143818 -2.74 2.62 1982
P0 - 07C 6.745 38.735 0.1053 0.511337+/-7 -25.37380991 -2.14 2.54 1982
P - 07D 5.907 34.846 0.1025 0.511299+/-5 -26.12856016 -2.17 2.52 1982
P0 - 02 – 11 4.645 28.319 0.0992 0.511508+/-9 -22.03561403 -1.8 2.18 1781
Figura 20. Diagrama de evolução ƐNd (t) Vs. TDM (Ga) para o hornblenda-biotita
monzogranito encaixante, seus equivalentes hidrotermais e para o biotita granodiorito
que ocorre a oeste do depósito (DePaolo, 1981).
3.8 Mineralização
73
subordinadamente como produto de alteração da calcopirita. Complexos de Bi + Te e
de Ag + Bi + Au, embora em menores proporções, também foram identificados.
Figura 22. A – Veio de quartzo bandado com pirita. B – Veio de quartzo bandado com
pirita e calcopirita. C – Veio de quartzo com pirita disseminada.
75
Tabela 13. Composição química do ouro identificado no depósito.
Ouro Incluso na pirita Ouro em fratura na pirita
P09_Au P09_A P6_A P6_A P6_A P6_A P09_A P09_A P09_A P09_A P09_A P4_A P4_A
1 u2 u1 u2 u3 u4 u3 u4 u6 u7 u8 u1 u2
As na na na na na na Na na na na na na na
Zn 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02 0,00 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00
Ga 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Se 0,04 0,00 0,04 0,03 0,00 0,00 0,02 0,00 0,03 0,01 0,00 0,04 0,02
S 1,52 0,52 0,11 0,04 0,08 0,24 0,24 0,25 0,15 0,15 0,10 0,24 0,48
Pb na na na na na na Na na na na na na na
Bi 0,00 0,00 0,00 0,00 0,18 0,00 0,00 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Cd 0,00 0,03 0,07 0,12 0,09 0,01 0,11 0,19 0,10 0,13 0,22 0,19 0,16
Fe 2,55 2,29 0,38 0,21 0,33 1,15 1,19 2,26 1,05 0,94 1,54 0,78 1,61
Co 0,00 0,01 0,02 0,00 0,02 0,00 0,00 0,01 0,05 0,05 0,03 0,02 0,05
Cu 0,15 0,07 0,03 0,00 0,03 0,08 0,25 0,32 1,28 1,16 0,60 0,06 0,04
Ni 0,06 0,00 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00
Te 0,01 0,00 na na na na 0,04 0,08 0,11 0,01 0,06 na
Mo 0,69 0,56 0,13 0,05 0,06 0,07 0,52 0,54 0,51 0,62 0,52 0,13 0,16
Au 88,84 86,67 85,05 86,45 86,99 83,95 73,99 75,50 76,85 75,53 76,81 73,71 75,72
Ag 6,07 11,83 12,02 12,48 12,18 11,69 23,43 23,38 24,28 24,08 25,73 24,17 25,46
Au/A
g 14,63 7,33 7,08 6,93 7,14 7,18 3,16 3,23 3,17 3,14 2,99 3,05 2,97
103,6
Total 99,92 101,97 97,88 99,38 99,96 97,20 99,82 102,58 104,44 102,68 105,60 99,34 9
76
Tabela 15. Composição química da pirita identificada no Depósito Porteira.
Pirita
PO- PO20- P4_pi P19- P20- P20- P20- P20- P5_C1_pi P6_pi P6_pi
7A4_pi1 101,20_pi1 1 161,25_pi1 247A_C1_pi1 247A_C1_pi2 247A_C4_pi1 247A_C6_pi1 1 1 2
As 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00
Zn 0,01 0,01 0,00 0,02 0,02 0,05 0,02 0,02 0,02 0,02 0,09
Ga 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Se 0,00 0,00 0,06 0,02 0,00 0,07 0,03 0,03 0,09 0,02 0,02
S 52,55 51,61 52,12 51,64 51,81 52,04 51,96 52,04 52,57 52,81 52,39
Pb 0,24 0,18 0,12 0,25 0,14 0,02 0,07 0,09 0,21 0,18 0,13
Bi 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Cd 0,03 0,00 0,00 0,02 0,06 0,00 0,03 0,01 0,00 0,00 0,03
Fe 43,72 41,93 44,50 43,59 44,36 43,99 44,07 44,02 44,10 45,07 45,25
Co 0,04 0,12 0,08 0,02 0,06 0,07 0,07 0,04 0,02 0,05 0,03
Cu 0,02 0,00 0,02 0,00 0,01 0,00 0,01 0,01 0,00 0,02 0,01
Ni 0,01 0,17 0,00 0,00 0,00 0,00 0,03 0,05 0,00 0,00 0,00
Mo 0,07 0,07 0,14 0,13 0,12 0,10 0,11 0,12 0,11 0,10 0,08
Au 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00
Ag 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,03
Total 96,70 94,09 97,05 95,69 96,57 96,34 96,39 96,41 97,14 98,25 98,04
77
Tabela 17. Composicão química da covelita identificada no Depósito Porteira.
Covelita
P4_cv1 P4_cv2 P5_C4_cv1 P5_C1_cv1 P6_cv1 PO-7A4_cv1
As 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Zn 0,00 0,03 0,03 0,14 0,03 0,00
Ga 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Se 0,06 0,00 0,00 0,03 0,09 0,00
S 20,73 21,35 19,86 20,12 23,76 20,97
Pb 0,14 0,01 0,00 0,07 0,17 0,03
Bi 0,00 0,01 0,00 0,03 0,03 0,00
Cd 0,00 0,03 0,00 0,00 0,00 0,01
Fe 0,31 1,09 0,74 0,09 2,03 2,79
Co 0,01 0,00 0,00 0,00 0,02 0,00
Cu 77,38 77,90 79,97 79,02 74,04 77,33
Ni 0,00 0,00 0,00 0,00 0,04 0,01
Mo 0,01 0,03 0,04 0,09 0,04 0,00
Au 0,00 0,00 0,00 0,00 0,04 0,02
Ag 0,03 0,02 0,05 0,05 0,08 0,06
Total 98,66 100,46 100,69 99,64 100,35 101,21
4. DISCUSSÕES
78
Ga (U-Pb) (Silva et al. 2014). Paes de Barros (2007) define rochas nessa faixa de
idade como Granito Peixoto. Silva, 2014, em mapeamento na região, delimita para o
Granito Peixoto novas fronteiras com a Suíte Intrusíva Matupá. Neste trabalho o
Granito Peixoto restringe-se somente ao corpo que ocorre a Oeste do depósito.
Segundo Assis (2015), o Granito Peixoto representaria estágios pós-colisionais do
Arco Magmático Juruena.
De acordo com Tassinari e Macambira, (1999) essas rochas estariam
associadas ao desenvolvimento dos Arco Magmático Ventuari-Tapajós (1.8 a 1.95
Ga.) e Rio Negro-Juruena (1.55 a 1.8 Ga), correspondentes as Província Tapajós-
Parima e Rondônia-Juruena no modelo de Santos et al. (2002). Na concepção de
Souza et al. (2005), as idades obtidas neste trabalho para o hornblenda-biotita
monzogrannito encaixante do depósito (1.982 ± 7,9 Ma) e biotita monzogranito a Leste
(1.875 ± 13 Ma) estariam relacionadas ao Arco Magmático Cuiú Cuiú, enquanto o
biotita granodiorito a Oeste estaria relacionado ao Arco Magmático Juruena.
Os resultados petrológicos obtidos para o hornblenda-biotita monzogranito,
biotita monzogranito e biotita granodiorito sugerem que sejam produtos de magma
cálcio-alcalino, do tipo I, gerados em ambiente de arco vulcânico a pós-colisional, em
condições de elevada fugacidade de oxigênio. Essas rochas são metaluminosas e a
biotita magmática foi classificada como biotita de rochas cálcio-alcalinas. As rochas
apresentam características químicas e mineralógicas semelhantes à dos granitos
calcio-alcalinos tipo I descritos no cinturão Lanchlan (Chappell e White, 1992; 2001).
Segundo os autores, a presença de anfibólio (principalmente hornblenda) e acessórios
representados por apatita, titanita e allanita, constituem as principais características
petrográficas dessas rochas.
Enquanto no diagrama de Pearce et al. (1984), as rochas estudadas têm
afinidade com rochas de arco vulcânico, no diagrama de Harris et al. (1986), somente
o hornblenda-biotita monzogranito encaixante do depósito, tem maior afinidade com
rochas de arco vulcânico. Por outro lado, o biotita monzogranito e o biotita granodiorito
apresentam composição próxima de granitos de ambiente pós colisional. De acordo
com Pearce et al. (1984, 1996), os granitos pós-colisionais apresentam maior
interação entre componentes mantélicos e crustais, levando aos principais problemas
quanto ao posicionamento e definição de um campo nos diagramas discriminantes
utilizando-se elementos-traço.
79
Os valores de ƐNd(t) do hornblenda-biotita monzogranito (-2,14 a -3,84) e do
biotita granodiorito (-1,18) são coerentes com rochas graníticas geradas por fusão de
fonte crustal ou resultantes da mistura completa entre fontes mantélica e crustal.
Considerando-se a hipótese de uma única fonte para o magma granítico original,
as idades-modelo representam a idade de formação de crosta continental. Neste caso,
o hornblenda-biotita monzogranito (TDM entre 2,52 e 2,67 Ga) e o biotita granodiorito
(TDM ~ 2,18 Ga) teriam fontes respectivamente Neoarqueana e Paleoproterozoica. Em
contrapartida, considerando-se a hipótese de que os magmas graníticos resultaram
da mistura de fontes mantélica e crustal, as idades TDM obtidas não têm significado de
idade de formação de crosta.
80
Tabela 18. Sequência paragenética para o hornblenda-biotita monzogranito,
alterações e minralização no Depósito Porteira.
Inicial ESTÁGIOS DE ALTERAÇÃO Final
Potássificação Alteração Veio de quartzo
Mineal Magmático Sericitização Carbonatação
incipiente intensa Propilitca mineralizado
Plagioclásio
Minerais Magmáticos
Quartzo
Ortoclásio
Anfibólio
Biotita
Magnetita
Titanita
Apatita
Zircão
Alanita
Quartzo
Microclinio
Biotita
Minerais Hidrotermais
Epidoto
carbonato
Clorita 1
Clorita 2
Sericita
Rutilo
Schelita
Pirita
Calcopirita
Covelita
Ouro
Teluretos
83
durante a ascensão para níveis crustais mais rasos e cristalização. Essa alteração
afeta a rocha de forma difusa, quando intensamente pronunciada, toda a mineralogia
ígnea dá lugar a uma paragênese dominada por biotita hidrotermal.
Subsequentemente ao processo de potassificação, zonas localizadas, onde
provavelmente ocorreu maior arrefecimento e aumento nas concentrações de H2O,
CO2 e razões aCa2+/aH+, deram lugar à alteração propilítica dominada por epidoto e
clorita.
Com o sistema ainda sob condições de temperaturas próximas às da alteração
propilítica, a instalação da estrutura N-S ocasionada pela mudança do regime de
pressão litostática para hidrostática, proporcionou uma zona de alívio de pressão, para
a qual houve intensa migração de fluido. Nessa zona de descompressão, quedas na
temperatura e variações nas condições de pH, provavelmente foram responsáveis
pela cristalização do veio mineralizado e consequentemente formação do halo
sericítico. Vale ressaltar que a composição da encaixante pôde também ter exercido
papel crucial nos processos mineralizantes, pois a interação do fluido com a rocha rica
em Fe (hornblenda-biotita monzogranito) pôde ter ocasionado mudanças no pH e
estado de redox do fluido, ocasinando desse modo a precipitação do minério.
84
Figura 24. Esquema da evolução do sistema magmático-hidrotermal no Depósito
Porteira. A – Proposta de evolução deste trabalho: evolução relacionada à colocação
e alteração hidrotermal do hornblenda-biotita monzogranito no Orosiano. B e C.
Propostas alternativas. B – Evolução associada à intrusão do biotita monzogranitio no
Orosiano. C – Evolução associada à intrusão do biotita granodiorito no Estateriano.
5. CONCLUSÕES
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
Assis, R.R., Xavier, P.R., Barros, A.J.P., Barbuena, D., Júnior, E.M. 2012. Contexto
geológico e litogeoquímica das unidades plutônicas-vulcânicas da região de União do
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