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REPÚBLICA DE ANGOLA

GOVERNO DA PROVÍNCIA DE LUANDA


GABINETE PROVINCIAL DA EDUCAÇÃO E SAÚDE
INSTITUTO TÉCNICO PRIVADO DE SAÚDE SÃO VICENTE DE PAULO
“EDUCAR PARA HUMANIZAR”

PROJECTO TECNOLÓGICO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO
TÉCNICO MÉDIO DE ENFERMAGEM

HEMORRAGIA PÓS-PARTO

CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DO


HOSPITAL MÃE JACINTA PAULINO, SOBRE A HEMORRAGIA PÓS-
PARTO EM PARTURIENTES ATENDIDAS NO PERÍODO DE
FEVEREIRO DE 2022 À MAIO DE 2022.

LUANDA-2022
CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DO
HOSPITAL MÃE JACINTA PAULINO, SOBRE A HEMORRAGIA PÓS-
PARTO EM PARTURIENTES ATENDIDAS NO PERÍODO DE
FEVEREIRO DE 2022 À MAIO DE 2022

Projecto apresentado ao Instituto Técnico Privado de


Saúde São Vicente de Paulo, como um dos requisitos para
obtenção do título de técnico de Enfermagem

Integrantes do Grupo n° 03

1. Cristina de Laurindo Manuel;


2. Delfina Chanbula Tomás Chimuco;
3. Eliézer Alberto Adão Cândido;
4. Érica Arieth Bengue Miege;
5. Ester Agostinho Álvaro Manuel;
6. Fátima Gomes Arsénio.

A Orientadora

_________________________________

Nádia Faustino Domingos


(Lic. Em Enfermagem)
CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DO
HOSPITAL MÃE JACINTA PAULINO, SOBRE HEMORRAGIA PÓS-
PARTO EM PARTURIENTES ATENDIDAS NO PERÍODO DE
FEVEREIRO Á MAIO DE 2022.

FOLHA DE APROVAÇÃO
Aprovado em ______/______/2022
Trabalho de fim do curso apresentado ao Instituto
Técnico Privado de Saúde São Vicente de Paulo
como um dos requisitos para obtenção do grau de
Técnicos Médio de Enfermagem, sob a orientação da
professora: Nádia Faustino Domingos.

____________________________________
A Coordenação do curso de enfermagem

BANCA EXAMINADORA
Presidente ____________________________Assinatura________________________
1º Vogal _____________________________Assinatura________________________
2º Voga _____________________________Assinatura________________________
DEDICATÓRIA

Dedicamos a nossa pesquisa `a todas mulheres por serem guerreiras e


trabalhadoras em especial aos profissionais da área da saúde, meu eterno
respeito.
AGRADECIMENTOS

A melhor maneira encontrada pelo homem para se aperfeiçoar é aproximando-se de Deus,


Agradecemos a Deus, que foi um verdadeiro guia nessa jornada, sem a sua infinita sabedoria,
jamais teríamos conseguido.

Em segundo lugar agradecemos a direcção da instituição e ao corpo de docentes que


contribuíram de modo ensimesmado com seu saber para o enriquecimento das nossas aptidões
intelectuais, essa conquista não seria possível se não fosse pela paciência e dedicação de cada
docente.

Agradecemos a nossa amada orientadora, que tanta ajuda forneceu para esse trabalho e com toda
paciência conduziu as orientações mais importantes para que esse trabalho fosse concluído com
êxito.

Agradecemos aos nossos pais e encarregados de educação, pelo incentivo, apoio financeiro e
moral, por não desistirem de nós e fizerem tudo em prol da nossa formação.

Agradecemos aos nossos irmãos, amigos e famílias que direita ou indiretamente ajudaram-nos na
elaboração deste projecto.

.
EPIGRAFE

As mulheres não estão morrendo de uma doença que não tem


tratamento. Elas estão morrendo porque as sociedades ainda não tomaram
a decisão de que a vida de cada uma dessas mulheres vale ser salva.
Mohamoud Fathalla
RESUMO

A presente investigação cuja a temática é conhecimento dos Profissionais de Enfermagem


do Hospital Mãe Jacinta Paulino, sobre Hemorragia pós-parto em parturientes atendidas no
período de Fevereiro á Maio de 2022, debruçou-se sobre a problemática da incidência da HPP e a
necessidade da enfermagem atingir uma qualificação mais satisfatória para assistência à mulher
durante o trabalho de parto. A HPP foi a principal causa de mortalidade materna em 2016 na
província de Luanda, seguida da malária, com um total de 562 mortes maternas, sendo o distrito
urbano da Ingombota o mais afectado. O objetivo principal desta pesquisa é, portanto,
compreender conhecimento dos Profissionais de Enfermagem do Hospital Mãe Jacinta Paulino,
sobre Hemorragia pós-parto em parturientes atendidas. Os procedimentos usados na
materialização desta pesquisa, utilizou-se o método observacional, descritivo transversal e uma
abordagem qualitativa. Considerou-se como população em estudo o conjunto de todos os
profissionais de enfermagem do referido hospital, sendo lhes dado, no que diz respeito ao
cumprimento dos aspectos éticos, o termo de consentimento livre esclarecido e o termo de
consentimento. Averiguou-se uma supremacia dos profissionais de saúde do género feminino 08
(100%), 6 (75%) no que se refere a causa mais comum de HPP, predominou o tomús. 08 (100%),
no se refere ao tipo de HPP que ocorre com mais frequência é a HPP primaria ou imediata,
concernente as atitudes e práticas 08 (100%) tem conhecimento, quanto a prevenção 08 (100%)
tem o conhecimento. Em conformidade com esses dados da pesquisa pode-se concluir que os
profissionais de enfermagem do hospital mencionado reconhecem a magnitude deste problema de
saúde que é a HPP e defendem que a prevenção da HPP pós-parto começa com uma vigilância de
enfermagem.

Palavra-chave: I – Conhecimento II – Assistência de Enfermagem- III HPP.


ABSTRACT
To present investigation whose the theme is knowledge of the Professionals of Nursing of the
Hospital Mãe Jacinta Paulino, on postpartum Hemorrhage in patient assisted in the period of
February á May of 2022, leaned over on the problem of the incidence of HPP and the need of the
nursing to reach a more satisfactory qualification for attendance to the woman during the labor.
HPP was the main cause of maternal mortality in 2016 in the province of Luanda, following by
the malaria, with a total of 562 maternal deaths, being the urban district of Ingombota the most
affected. The main objective of this research is, therefore, to understand knowledge of the
Professionals of Nursing of the Hospital Mãe Jacinta Paulino, on postpartum Hemorrhage in
patient assisted. The procedures used in the materialization of this research, the method was used
to observe, descriptive traverse and a qualitative approach. He/she was considered as population
in study all the professionals' of nursing of the referred hospital group, being them given, in what
he/she concerns the execution of the ethical aspects, the term of illustrious free consent and the
consent term. A supremacy of the professionals of health of the feminine género was discovered
08 (100%), 6 (75%) in what he/she refers the cause more common of HPP, the tomús prevailed.
08 (100%), in the he/she refers to the type of HPP that happens with more frequency is HPP
would excel or immediate, concerning the attitudes and practices 08 (100%) he/she has
knowledge, as the prevention 08 (100%) he/she has the knowledge. In accordance with those data
of the research it can be concluded that the professionals of nursing of the mentioned hospital
recognize the magnitude of this problem of health that is HPP and they defend that the prevention
of postpartum HPP begins with a nursing surveillance.

Key word: I - Knowledge II - Attendance of Nursing- HPP III .


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

HPP – Hemorragia Pós-Parto;


OMS – Organização Mundial da Saúde;
PTI - Purpura Trombocitopenia;
ML – Miligramas,
FC – Frequência cardíaca;
IC – Índice de choque;
EV- Endovenosa
PA- Pressão Arterial
LISTA DE TABELAS

Tabela Nº 01 – Distribuição da amostra dos profissionais de saúde do Hospital Mãe Jacinta


Paulino segundo género.
Tabela Nº 02 – Distribuição da amostra dos profissionais de saúde do Hospital Mãe Jacinta
Paulino segundo a faixa etária.
Tabela Nº 03 – Distribuição da amostra dos profissionais de saúde do Hospital Mãe Jacinta
Paulino segundo estado civil.
Tabela Nº 04 – Distribuição da amostra dos profissionais de saúde do Hospital Mãe Jacinta
Paulino segundo o grau profissional.
Tabela Nº 05 – Distribuição da amostra dos profissionais de saúde do Hospital Mãe Jacinta
Paulino segundo a causa mais comum de HPP.
Tabela Nº 06 – Distribuição da amostra dos profissionais de saúde do Hospital Mãe Jacinta
Paulino segundo o tipo HPP com maior incidência.
Tabela Nº 07 – Distribuição da amostra dos profissionais de saúde do Hospital Mãe Jacinta
Paulino segundo o conceito de HPP.
Tabela Nº 08 – Distribuição da amostra dos profissionais de saúde do Hospital Mãe Jacinta
Paulino segundo as atitudes e praticas no manejo da HPP.
Tabela Nº 09 – Distribuição da amostra dos profissionais de saúde do Hospital Mãe Jacinta
Paulino segundo a prevenção da HPP.
SUMÁRIO
DEDICATÓRIA...............................................................................................................................ii
AGRADECIMENTOS....................................................................................................................iii
EPIGRAFE......................................................................................................................................iv
RESUMO..........................................................................................................................................v
ABSTRACT....................................................................................................................................vi
LISTA DE ABREVIATURAS E
SIGLAS.....................................................................................vii
LISTA DE
TABELAS...................................................................................................................viii
1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................................13
1.2 PROBLEMÁTICA...................................................................................................................14
1.3 JUSTIFICATIVA.....................................................................................................................15
1.4 OBJECTIVOS..........................................................................................................................16
1.4.1 Objectivo geral......................................................................................................................16
1.4.2 Objectivos específicos...........................................................................................................16
CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................17
2.1 Breve história da hemorragia pós-parto...................................................................................17
2.2 Definição de termos e conceitos...............................................................................................18
2.3 Epidemiologia da HPP.............................................................................................................19
2.4 Classificação da HPP................................................................................................................20
2.4.1. Quanto ao seu tempo de aparecimento................................................................................20
2.4.2. Quanto ao Estágio...............................................................................................................20
2.5 Etiologia...................................................................................................................................20
2.5.1 Atonia uterina.......................................................................................................................21
2.5.2 Traumatismo do trato genital.................................................................................................21
2.5.3 Retenção do tecido placentário não aderente........................................................................21
2.5.6 Alteração da coagulação.......................................................................................................22
2.6 Identificação dos factores de risco...........................................................................................22
2.6.1. Os principais factores de risco no período anteparto:........................................................22
2.6.2. Os principais factores de risco durante o período do parto:................................................23
2.6.3. Os principais factores de risco no período Pós-parto.........................................................23
2.7 Diagnóstico...............................................................................................................................24
2.7.1. Estimativa visual (EV) do sangramento..............................................................................24
2.7.2. Pesagem das Compressas....................................................................................................25
2.7.3. Dispositivos Colectores.......................................................................................................25
2.8 Atitudes e Práticas....................................................................................................................25
2.9 Tratamento da HPP..................................................................................................................26
2.9.1 Tratamentos medicamentosos...............................................................................................26
2.9.2. Tratamento não cirúrgico.....................................................................................................27
2.9.2.1. Massagem uterina bimanual..............................................................................................27
2.9.2.2. Balão de tamponamento intrauterino.................................................................................28
2.9.3. Tratamento cirúrgico...........................................................................................................28
2.9.3.1. Suturas compressivas.........................................................................................................28
2.9.3.2. Ligaduras vasculares.........................................................................................................29
2.9.3.3. Histerectomia pós-parto.....................................................................................................29
2.9.3.4. Cirurgia de controle de danos............................................................................................29
2.10 Prevenção da HPP..................................................................................................................30
2.10.1. Uso universal da ocitocina.................................................................................................30
2.10.2. Clampeamento oportuno de cordão umbilical...................................................................30
2.10.3. Massagem uterina/ Manobra de Kristeller........................................................................31
2.11 Cuidados de enfermagem.......................................................................................................32
CAPÍTULO III – METODOLOGIA..............................................................................................33
3.1 Tipo De Estudo.........................................................................................................................33
3.2 Local de estudo.........................................................................................................................33
3.3 Populações................................................................................................................................33
3.4 Amostras...................................................................................................................................33
3.5 Critérios de Inclusão.................................................................................................................33
3.6 Critérios de exclusão................................................................................................................34
3.7 Procedimentos Éticos...............................................................................................................34
3.9 Processamentos de Dados.........................................................................................................34
3.10 Variáveis em estudos..............................................................................................................34
3.10.1 Variáveis sócio – demográficas...........................................................................................34
3.10.2 Variáveis Técnicas...............................................................................................................34
CONCLUSÃO................................................................................................................................44
Sugestões........................................................................................................................................44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................................
ANEXO..............................................................................................................................................
1. INTRODUÇÃO

A hemorragia pós-parto é uma emergência obstétrica tida como uma das principais causas
de morbimortalidade materna no mundo, sendo caracterizada pela perda de mais de 500 ml de
sangue nas primeiras 24h após o parto vaginal e mais de 1000ml após cesariana (FLASOG, 2018;
KAHHALE, 2012; MARTINS, 2013; OMS, 2014).
O aprimoramento dos cuidados de saúde para mulheres durante o parto para prevenir e
tratar a H.P.P é uma etapa essencial para concentrização dos objetivos de desenvolviento do
Milenium (ODM) .
Neste sentido a Organização Mundial da Saúde (O.M.S)(2007.p.11), afirma que“ a HPP é
uma das principais causas de morbidade e mortalidade materna ,e ainda acrescenta que
anualmente ocorre 600 mil mortes maternas,90% dos quais nos países em desenvovimento , o
que apresenta 80 mil mortes ”.
A mesma fonte ainda informa-nos ainda que “nos países em desenvolvimento a
mortalidade materna vai entre 190 por 100 mil nados vivos. ”(OMS,2005.p.11).
Apesar dos avanços científicos e tecnológicos verificados na área da saúde,
nomeadamente na assistência às puereras a HPP ainda configura uma grande problema de saúde
pública.

Dada a complexidade das hemorragias bem como das complicações a ela inerente, o
enfermeiro deve estar dotado de um corpo de conhecimento teórico científico e prático
actualizado de modo a conseguir fornecer as puérperas um cuidado personalizado e
individualizado.
Deste modo é possível identificar claramente que a intervenção de enfermagem, para
garantir uma maternidade segura, sobretudo no momento do parto, é algo que se pode alcançar
mediante um adequado preparo técnico científico, realçando, assim, a pertinência do estudo do
tema.
Logo, a enfermagem deve ser capaz de distinguir entre uma perda de sangue normal e
uma hemorragia que coloca em risco a saúde de uma mulher. Lowdermilk e Perry (2006)

13
enfatizam que o enfermeiro deve estar em alerta para sintomas de hemorragia e choque
hipovolêmico e preparado para agir rapidamente, para minimizar as perdas sanguíneas.

1.2 PROBLEMÁTICA

A hemorragia pós-parto é a principal causa de mortalidade materna em países de baixa


renda e a causa primária de quase um quarto de todas as mortes maternas ao nível global (OMS,
2014).
Além de que, a hemorragia pós-parto foi a principal causa de mortalidade materna em
2016 na província de Luanda, seguida da malária, com um total de 562 mortes maternas, sendo o
distrito urbano da Ingombota o mais afectado (JORNAL DE ANGOLA, 2016).
Em Angola, cerca de 50% dos partos ainda ocorrem fora das instituições de saúde igual
proporção é observada em termos de partos realizados por profissionais capacitados. Nas zonas
rurais essa cifra é ainda mais baixa, estando em termos de 20%. O factor mais trágico é que as
maiorias das mortes maternas são evitáveis. A questão que se introduz como fio condutor face a
está realidade é:
QUAL É O CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM
DO HOSPITAL MÃE JACINTA PAULINO, SOBRE A HEMORRAGIA PÓS PARTO
EM PARTURIENTES ATENDIDAS, NO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2022 Á
MAIO DE 2022?

14
1.3 JUSTIFICATIVA

O tema em causa espelha uma realidade quotidiana nos serviços de saúde. Angola,
apresenta um número significativo de morbimortalidade materna, sendo destacada a HPP como
um dos agravos e complicações do pós-parto que muito auxilia no aumento destes mesmos
números.
Torna-se imprescindível reflectir quanto às dificuldades na aplicação de um manejo
adequado a HPP, além de todas as consequências que essa intercorrência acarreta na vida dessas
mulheres e de seus familiares, factores esses que evidenciam a magnitude de um problema de
saúde pública.
A enfermagem ainda não atingiu uma qualificação satisfatória para a assistência das
mulheres durante o trabalho de parto bem como numa situação de hemorragia pós-parto.
Estes factos conferem-nos a predilecção e o interesse em desenvolver essa pesquisa ao se
reflectir sobre o Conhecimento dos Profissionais de Enfermagem do Hospital Mãe Jacinta
Paulino sobre a HPP e, por conseguinte, contribuirmos de modo ensimesmado para mitigar esta
situação.

15
1.4 OBJECTIVOS

1.4.1 Objectivo geral

 Compreender o conhecimento dos profissionais de enfermagem do Hospital Mãe


Jacinta Paulino sobre a hemorragia pós-parto em parturientes atendidas no período de
Fevereiro de 2022 á Maio de 2022.

1.4.2 Objectivos específicos

 Mencionar o perfil sociodemográfico dos profissionais de enfermagem,


 Explicar o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre a hemorragia pós-
parto em parturientes atendidas;
 Ilustrar atitudes e práticas dos profissionais de enfermagem face a HPP;
 Expressar sistematicamente os tipos de hemorragia pós-parto que ocorrem com maior
frequência.

16
CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Breve história da hemorragia pós-parto

O retrospecto histórico da HPP é incerto, os escritos revelam-nos que nos séculos


passados, as velhinhas parteiras manejavam o processo normal de parto para a maioria das
mulheres, o treinamento delas era obtido pelo aprendizado pratico com a parteira mais experiente.
Todos nascimentos ocorriam no ambiente domiciliar, dar a luz na América do Norte no século
XVII e XVII era uma experiencia difícil e algumas vezes perigosa (FCM,2004).
As parturientes morriam em decorrência de exaustão, desidratação, infecção, hemorragias
ou convulsões. Alem da ansiedade em torno da gestação, a gestante temia pela morte de seu filho
recém-nascido, cerca de 50% das crianças morriam antes dos 5 anos de idade. Cerca de metade
dos partos eram realizados por médicos, as parteiras cuidavam das mulheres que não podiam
pagar dinheiro aos médicos (FCM,2004).
A maioria das mulheres eram levadas aos hospitais, porque essas instituições ofereciam
controle da dor e das hemorragias, o qual não era disponível nos partos domiciliares.
(FCM,2004).
Durante a segunda metade do séc. XX, um pacote de intervenções realizadas durante a terceira
fase do parto se tornou a pedra angular para a prevenção da HPP. Esta abordagem ficou
conhecida como a “gestão ativa da terceira fase do parto” e consistia inicialmente nos
componentes a seguir: a administração de um uterotônico profilático após o nascimento de um
bebê, o clampeamento e corteprecoce do cordão umbilical e a tração controlada do cordão
umbilical.
A massagem uterina também é frequentemente incluída como parte da gestão ativa da
terceira fase do parto. Contrariamente à gestão ativa, a gestão expectante envolve a esperapor

17
sinais de separação da placenta e permite que a expulsão da placenta seja feita espontaneamente
ou com o auxílio da estimulação manual do mamilo ou pela gravidade. Na década de 1970 os
profissionais de saúde opuseram-se a muitos conceitos do sistema de obstetrícia e exigiram novos
modelos de assistência ao parto (FCM,2004).

Desde a década de 1980 até hoje que tem se registra aumento no acesso ao atendimento para
todas as mulheres (independentemente do seu recurso financeiro) e novos modelos hospitalares
(salas para trabalho de parto, parto e recuperação) sem perder a assistência a maternidade focada
na família. (FAMILY-CENTERED-MATERNITY,2004).

2.2 Definição de termos e conceitos

Conhecimento: é o conjunto total incluindo cognição e habilidades que os indivíduos


utilizam para resolver problemas. Ele inclui tanto a teoria quanto a pratica, as regras do dia-a-dia
e as instruções sobre como agir (PACHECO, 2014, p.10).
Hemorragia: é o extravasamento de sangue intenso e rápido por meio a rotura de algum
vaso sanguíneo podendo ela ser venosa, arterial ou de órgãos8FONSECA, 2010; SOUSA, 2018).
Pós-parto ou puerpério: é o período de seis semanas apos o parto, durante o qual o
corpo da mãe volta ao estado anterior à gestação (JULIE, 2020, p.9).
Hemorragia pós-parto (HPP): é a perda sanguínea de 500 ml após parto vaginal ou
acima de 1000 ml após parto cesariana nas primeiras 24h ou qualquer perda de sangue pelo trato
genital capaz de causar instabilidade hemodinâmica (OPAS 2018; FLASON 2018; OSANAN GC
et al 2018).
Deve se lembrar que o sangramento habitual em um parto vaginal é de 400 a 500 ml e, na
cesariana, 800 a 1000 ml (GONÇALVES; OSANAN; DELFINO et al;2016). Os efeitos
fisiológicos do sangramento não diferem de acordo com a via de parto, as repercussões variam
conforme o volume de sangue perdido.
Segundo Smith (2005) o trabalho de parto divide-se em períodos distintos e varia de
mulher para mulher, os mesmos estão descritos a seguir:

18
1º Período: Compreende duas fazes, a fase latente é a fase inicial que culmina com a
dilatação ate aos 3cm, e fase activa iniciada quando o colo alcança 4cm ate atingir a dilatação
completa.
2º Período: é o período expulsivo começa com a dilatação completa do colo e termina
com expulsão completa do feto.
3º Período: é o período da dequitadura da placenta, começa após a expulsão do feto e
termina com expulsão da placenta. Esse tem 3 momentos: Descolamento, descida e expulsão da
placenta.
4º Período: é o período da observação começa com a dequitadura da placenta e
considerado a primeira hora após o parto.
Sendo que o parto é um fenómeno natural mas não deixando de ser um período
desgastante os enfermeiros devem estar atentos as puérperas após o parto, tendo em conta que é
um período em que as mesmas se encontram frágeis e necessitam de um cuidado dobrado nas
primeiras horas porque durante este período pode acontecer algumas complicações, tais como
HPP, entre outros relacionados com o trabalho de parto.

2.3 Epidemiologia da HPP

A hemorragia pós-parto constitui como uma das principais causas de morte materna no
mundo atualmente, sendo responsável por cerca de 25% dos óbitos.
Apesar da redução importante de tal prevalência nas últimas décadas, observa-se que a
ocorrência de mortes em países subdesenvolvidos possui números mais significativos, pois a
mortalidade materna nestes casos esta diretamente relacionada a dificuldade de acesso aos
serviços de saúde e baixa qualidade dos tais serviços.
Além disso, o risco de óbito materno depende não somente da quantidade de sangue
perdida, mas também do estado prévio de saúde da mulher.
Apesar de redução da incidência e prevalência nas últimas décadas, a HPP ainda é a
segunda causa de mortes maternas no Brasil, ficando atrás apenas das mortes causadas por
doenças hipertensivas.

19
2.4 Classificação da HPP

A hemorragia pós-parto classifica-se:


2.4.1. Quanto ao seu tempo de aparecimento

 Hemorragia pós-parto primária ou imediata: quando ocorre nas primeiras 24h após o
parto.
 Hemorragia pós–parto secundária ou tardia: quando a hemorragia ocorre após ás 24
horas pós-parto, porém até 6 semanas após o parto.
(FLASONG,2018;MARTINS,2014).
2.4.2. Quanto ao Estágio

 Estágio 1: Caracterizada pela perda sanguínea de 500 a 1000 ml após o parto, FC maior
ou igual a 110 bpm, PA menor ou igual 85 / 45 mmHg ou sangramento aumentado no
período da recuperação;
 Estágio 2: Perda sanguínea de 1000 a 1500 ml de sangue, instabilidade dos sinais vitais e
sangramento contínuo;
 Estágio 3: Perda sanguínea superior a 1500 ml, sinais vitais instáveis; Porém, em casos
que a hemorragia ultrapassa 2000ml, independente da via de parto, ou quando a
parturiente necessita de transfusão mínima de 1200 ml (4 unidades) de concentrado de
hemácias ou o sangramento resulte na queda de hemoglobina maior igual 4g/dl ou em
casos de distúrbio de coagulação é chamado de hemorragia pós-parto maciça
(FIGUEIRA,2018, p.5).

2.5 Etiologia

As principais causas para HPP, o menmônico dos 4Ts, sendo eles:


1. Tónus (Contratilidade Uterina ou Atonia Uterina) 70%
2. Trauma (Lacerações, hematomas, inversão e rotura uterina (19%)
3. Tecido (retenção tecido placetário, coágulos, acretismo placetários (10%)
20
4. Trombina (Coagulopatias congênitas ou adquiridas ou terapia anticoagulante (1%).
(OSANAN et al.,2018; MARTINS,2013).
2.5.1 Atonia uterina

Uma das principais causas da HPP imediata é a atonia uterina que segundo Graça
(2010, p.421) é responsável por cerca 75% dos casos de HPP. Ocorre após a 3ª etapa do
trabalho do parto, podendo ser imediata ou tardia. Resulta da incapacidade do miómetro se
contrair após a expulsão da placenta, permitindo assim que as perdas sanguíneas aumentam.
De acordo com Videira (2002) o diagnóstico da atonia uterina faz-se pela palpação do
útero, geralmente com o fundo acima da linha do umbigo e de consistência mole, tendo-se
excluído, observação com valvas, a existência de lacerações do canal de parto.
Graça (2005) descreve entre os factores que predispõem para atonia uterina pós-parto: idade
materna e a multiparidade, útero distendido, como ocorre na gravidez múltipla, macrossomia fetal
e placenta prévia.
2.5.2 Traumatismo do trato genital

O traumatismo do trato genital constitui a segunda principal causa de hemorragias pós-parto,


Graça (2000, p. 47) afirma que o mesmo é responsável por 5 à 10% dos casos de hemorragias.
Estas lesões influem: laceração do períneo, vulva, área peri ureteral, vagina e colo do útero;
hematomas da vulva, paravaginais, dos ligamentos largos e do espaço retroperitoneal.
Lowdermilk e Perry (2006, p. 863) referem que os sinais e sintomas são caracterizados pelo
relato da mulher, de dor perineal ou retal persistente, ou de uma sensação de pressão na vagina. A
manipulação contínua do períneo, as condições do tecido e tipo de parto interferem nas
lacerações e hematomas.
2.5.3 Retenção do tecido placentário não aderente

A retenção da placenta pode resultar de uma separação parcial da placenta normal,


dificuldade da placenta separada, parcial ou totalmente devido a um anel de constrição do útero,
incorreta gestão do terceiro estágio do trabalho de parto ou aderência anormal de toda a parte da
placenta na parede uterina (Lowdermilk e Perry 2006, p. 863).
GRAÇA 2005. Afirma que a expulsão da placenta deve ocorrer de 15 a 30 minutos apos o
parto. Se a dequitadura não se der após 30 minutos, após o parto, ou se ocorrer hemorragia
significativa, torna-se necessário a realização manual da dequitadura.
21
Lowdermilk e Perry (2006, p.879) alertam-nos que as tentativas de remoção da placenta,
da forma habitual, são infrutíferas e pode ocorrer laceração ou perfuração da parede uterina,
colocando a mulher em risco acrescido de HPP grave ou infeçcão.
2.5.6 Alteração da coagulação

A hemorragia pós-parto pode ocorrer “por alteração da coagulação, pode ocorrer, ainda
embora menos frequente, em casos de pacientes portadores de purpura trombocitopenia (PTI)
mais conhecida por (Doença de Willrbrand, ou de Werlhof)” (Lowdermilk, 2006, p. 870 -871).
Deve-se ainda relembrar que a maioria das patologias de coagulação é uma preocupação
muito comum no período pós-parto imediato chamando assim a atenção dos profissionais de
saúde, porque o seu conhecimento pode contribuir para diminuir os problemas hemorrágicos,
nesta mesma linha de pensamento Graça (2005, p.386).

2.6 Identificação dos factores de risco

Na tentativa de reduzir a mortalidade materna por HPP, percebeu-se que identificar os


factores de risco durante todo o processo do cuidado e a intervenção precoce foram efectivos.
Os factores de risco devem ser investigados desde o pré-natal até o período pós-parto, através
de uma boa anamnese.
Uma das principais causas da HPP imediata é a atonia uterina que segundo Graça (2010,
p.421) é responsável por cerca 75% dos casos de HPP. Ocorre após a 3ª etapa do trabalho do
parto, podendo ser imediata ou tardia. Resulta da incapacidade do miómetro se contrair após a
expulsão da placenta, permitindo assim que as perdas sanguíneas aumentam.
De acordo com Videira (2002) o diagnóstico da atonia uterina faz-se pela palpação do
útero, geralmente com o fundo acima da linha do umbigo e de consistência mole, tendo-se
excluído, observação com valvas, a existência de lacerações do canal de parto.
2.6.1. Os principais factores de risco no período anteparto:

 História pregressa de HPP;


 Distensão uterina (gemelar, polidramnio, macrossomia);
 Distúrbios de coagulação congênitos ou adquiridos;
 Uso de anticoagulantes;

22
 Cesariana prévia com placenta anterior (risco acretismo);
 Placentação anormal confirmada (prévia ou acretismo);
 Grande multípara (maior igual 4 partos vaginais ou maior igual 3 cesarianas);
 Elevação dos níveis pressóricos na gestação (Pré-eclâmpsia, hipertensão gestacional,
hipertensa crônica);

 Anemia na gestação;
 Primeiro filho após os 40 anos.
Os miomas uterinos podem contribuir para a hemorragia pós-parto. Uma história de
hemorragia pós-parto pode indicar. (GONSALVES; OSANAN; DELFINA et al,2016)
2.6.2. Os principais factores de risco durante o período do parto:

 Trabalho de parto prolongado;


 Trabalho de parto taquitócito;
 Laceração vaginal de 3º/4º graus;
 Prolongamento de episiotomia;
 Placenta anormal (acreta, prévia);
 Descolamento prematuro da placenta;
 Parto induzido;
 Corioamnionite;
 Parada de progressão do polo cefálico;
 Parto instrumentado (fórceps, vácuo). (GONSALVES; OSANAN; DELFINA et al,2016)
2.6.3. Os principais factores de risco no período Pós-parto

 Não uso de profilaxia universal com uterotônico (Ocitocina 10UI I.M);


 Ausência de monitorização materno adequada no pós-parto;
 Ausência de avaliação imediata de puérperas com sinais iniciais de HPP;
 Ausência de acção diante de suspeita ou diagnóstico de HPP;
 Não inclusão dos familiares no processo de monitoramento dos partos (OPAS 2018,
FIGO 2018, FLASOG 2018, OSANAN GC 2018).

23
2.7 Diagnóstico

O diagnóstico da HPP pode ser feito através:

 Estimativa Visual do Sangramento;


 Pesagem das compressas;
 Dispositivos Colectores.
2.7.1. Estimativa visual (EV) do sangramento

Porém essa técnica é subjectiva e frequentemente subestima a perda sanguínea, mas é


simples, rápida e capaz de detectar uma hemorragia em fases iniciais. A avaliação de frequência
cardíaca (FC) e índice de choque (IC) também são sinais que devem ser investigados na vigência
de HPP, apesar de serem indicadores tardios.
Em geral, cerca de 75% da perda de sangue ocorre dentro de 40 minutos pós-parto e tende a
estabilizar-se depois disso. Entre 40 minutos e 24 horas, o volume de perda de sangue é mínimo.
Caso o sangramento não tenha esse perfil é importante tentar quantificar a perda de sangue. (Bose
P et al., BJOG 2006; 113:919-24).
Valores de FC> 100 bpm e IC (frequência cardíaca/pressão arterial sistólica) ≥1 na primeira
hora após o parto indicam possível descompensação cardíaca. Na tentativa de padronizar a
estimativa visual de sangramento, alguns autores propuseram alguns modelos para a avaliação da
perda sanguínea:
Compressas Sujas De Sangue (Avaliação Visual Correspondente Em Volume):
 Poça de 50 cm de diâmetro 500ml;
 Poça de 75 cm de diâmetro 1.000ml;
 Poça de 100 cm de diâmetro 1.500ml;
 Cama com poça de sangue sobre o lenço. Provavelmente menos de 1.000ml; 
Hemorragia vaginal com sangue fluindo para o chão provavelmente excede 1.000ml
(Bose P et al., BJOG 2006; 113:919-24).

24
2.7.2. Pesagem das Compressas

Uma outra técnica que pode ser usada é a pesagem das compressas para estimar a perda
de sangue. As compressas devem ser pesadas antes, para o seu peso iniciar ser abatido. Como a
densidade do sangue é próxima à da água, considera-se 1 grama equivalente a 1ml. (Bose P et al.,
BJOG 2006; 113:919-24).
2.7.3. Dispositivos Colectores

Outra opção de estimativa de perdas volêmicas é o uso dos dispositivos colectores,


também conhecidos como bolsas, sacos ou fraldas colectoras. Devem ser colocadas logo após o
parto e, ao final, o sangue acumulado irá determinar a perda sanguínea (Bose P et al., BJOG
2006; 113:919-24).

2.8 Atitudes e Práticas

Uma vez identificada a Hemorragia pós-parto, as atitudes e práticas relatadas pelos


profissionais de enfermagem da sala de parto do Hospital Mãe Jacinta Paulino, destacam-se:
 Promover o conforto da parturiente colocando-a em lugar seguro e arejado;
 Manter uma atitude calma e decidida, dando apoio psico-emocional a parturiente;
 Monitorização dos sinais vitais, isso a cada 30 minutos para diminuir risco, observando
sempre a coloração e aspectos das mucosas;
 Manter a utente com mais de um acesso venoso calibroso, pois haverá necessidade de
infundir líquidos;
 Oferecer se necessário oxigenoterapia;
 Estimular as contracções por meio de técnicas de actuação enfermagem (massagem
uterina);
 Uso de fármacos, como a Ocitocina , Misoprostol ,. Face ao insucesso com estas medidas
iniciais, outros métodos devem ser aplicados rapidamente na tentativa de controlo da
hemorragia.
 Observar sinais e sintomas do débito cardíaco diminuído;
 Prevenir perda do volume de sangue mantendo as transfusões.

25
2.9 Tratamento da HPP

A Hemorragia Pós-Parto é uma das principais causas de morbimortalidade materna em


todo o mundo. Porém o manejo precoce é eficaz no combate do choque hipovolêmico e
consequentemente de óbitos.
Há um termo na obstetrícia chamado “Hora de Ouro” que consiste no controle do sítio de
sangramento puerperal, sempre que possível, dentro da primeira hora, a partir do seu diagnóstico
ou pelo menos estar em fase avançada do tratamento ao final desse período.
Esse conceito foi criado no intuito de reduzir os atrasos relacionados à abordagem da
HPP, uma vez que o tempo transcorrido para se realizar o tratamento de um sangramento
correlaciona-se com o risco de choque hipovolêmico e risco de mortalidade materna (OPAS
2018, FLASONG 2018).
A melhor estratégia para se evitar o choque hipovolêmico secundário à HPP é o controle
precoce do foco de sangramento. Desse modo, a causa da hemorragia deve ser devidamente
investigada e tratada, ou seja, o tratamento vai variar de acordo com a causa, gravidade do
sangramento e sítio anatómico de ocorrência. O tratamento da HPP divide-se em:
 Medicamentoso;
 Não cirúrgico;
 Cirúrgico.
2.9.1 Tratamentos medicamentosos

Os componentes do tratamento medicamentoso incluem os agentes uterotônicos, que são


utilizados nos casos de atonia uterina, e o uso do ácido tranexâmico (logo após o diagnóstico da
HPP, independentemente da sua causa). Os esquemas terapêuticos dos uterotônicos são variados
na literatura mundial e não existem estudos consistentes que demonstrem a superioridade de um
sobre outro, apenas que a ocitocina é a primeira linha no tratamento da HPP (FLASONG,2018;
OPAS,2018).

26
Medicamentos Posologia:

 Ácido Tranexâmico 1g, EV lento, em 10 minutos, podendo repetir após 30min de


sangramento persistir ou caso reative em 24h;
 Ocitocina 5 UI, EV, em 3 min associada a 20 a 40 UI em 500ml de SF 0,9% a infusão de
250ml/hora. Manutenção de 125ml/hora por 4h;
 Metilergometrina 0,2mg/ml, IM, repetindo em 20min de necessário. Repetir 3 doses de
0,2mg a cada 4 horas, nos casos graves, contraindicado a pacientes hipertensos;
 Misoprostol 200mcg/comp, 4 comprimidos (800mcg), via oral ou retal. Não repetir.
(FLASONG,2018;OPAS,2018).
2.9.2. Tratamento não cirúrgico

Quando o tratamento medicamentoso não é eficaz ou o quadro é muito grave para esperar o
efeito das medicações, a opção é realizar tratamentos cirúrgicos. No entanto, tratamentos
cirúrgicos são deixados como última opção, devido seu potencial de complicação, principalmente
em pacientes instáveis. Desse modo, há medidas que podem menos invasivas que podem auxiliar,
são elas:

 A massagem uterina bimanual;


 O balão de tamponamento intrauterino;

2.9.2.1. Massagem uterina bimanual

Consiste em uma manobra invasiva de controle transitório do sangramento nos casos de


atonia uterina. Se o útero estiver hipotônico ou atônico, a compressão uterina bimanual (ou
manobra de Hamilton) deve ser realizada imediatamente, porém ela não deve retardar o início dos
demais tratamentos.
Para sua realização, deve-se posicionar uma das mãos em punho na vagina que comprime
a parede anterior do útero e a outra mão espalmada sobre a parede abdominal, buscando empurrar
a parede posterior do útero. As mãos devem buscar comprimir o corpo uterino empurrando-o uma
contra a outra. A paciente deve estar com a bexiga vazia (OPAS,2018b; RIBEIRO et al,2017).

27
2.9.2.2. Balão de tamponamento intrauterino

É geralmente usado quando as medicações uterogênicas não apresentam resultados


efectivos. Porém é usado também em casos de placenta prévia ou inversão uterina.

Há alguns balões específicos para controle de hemorragia pós-parto como o balão de


Bakri, porém seu custo é alto, o que o torna indisponível em alguns locais. Como alternativa, é
possível confeccionar um balão para tamponamento intrauterino, usando uma sonda de Foley, um
condom não lubrificado e fios. Sua eficácia é comparada a do balão de Bakri. O mecanismo de
acção ainda não foi totalmente elucidado, mas as hipóteses são que o balão induz contrações
uterinas, comprime as artérias uterinas pela pressão hidrostática e que eleva a pressão intrauterina
acima da pressão arteria sistêmica (OPAS,2018b; RIBEIRO et al,2017).
2.9.3. Tratamento cirúrgico

O tratamento cirúrgico estará indicado quando houver falha do manejo medicamentoso e


das outras estratégias não cirúrgicas ou quando a única alternativa para se conter a hemorragia for
a abordagem operatória. Existem algumas modalidades de tratamento cirúrgico, dentre as quais
se destacam: as suturas compressivas, as ligaduras vasculares, a histerectomia e a cirurgia de
controle de danos (OPAS,2018b; RIBEIRO et al,2017).

2.9.3.1. Suturas compressivas

São uma excelente opção cirúrgica no controle da HPP. As suturas compressivas mais
conhecidas são as suturas de B-Lynch, Hayman e Cho.
Técnica de B-Lynch: é a sutura compressiva mais conhecida, apresentando taxas de
sucesso superiores a 90% e actua controlando o sangramento por meio da compressão da parede
anterior contra a parede posterior do corpo uterino. Na técnica original, é necessária a presença de
histerotomia para sua realização.
Técnica de Hayman: Assemelha-se a técnica de B-Lynch, com taxa de sucesso e
indicações semelhantes. A principal diferença é que a sutura de Hayman não necessita de
histerectomia.
Técnica de Cho: Técnica da sutura hemostática de múltiplos quadrados. Elimina os
espaços dentro da cavidade uterina, unindo as paredes anteriores e posteriores. É uma técnica
mais complexa, contudo, é especialmente útil em sangramentos localizados nos segmentos

28
inferiores do útero, local onde as suturas de Hayman e B-Lynch têm baixa eficácia (OPAS 2018,
WHOMAN TRIAL 2017).
2.9.3.2. Ligaduras vasculares

As ligaduras vasculares buscam reduzir o aporte sanguíneo para o útero a fim de


minimizar a hemorragia, geralmente são feitas de maneira progressiva, iniciando-se com a
ligadura das artérias e veias uterinas, depois das artérias ovarianas e das hipogástricas. Essas
técnicas podem ser utilizadas em associação com suturas compressivas. Apresentam bons
resultados em sangramentos no corpo uterino por acretismo ou atonia uterina, porém não
apresenta resultados satisfatórios em sangramento decorrente do segmento inferior do útero,
cérvice e parte superior vagina (OPAS 2018, WHOMAN TRIAL 2017).

2.9.3.3. Histerectomia pós-parto

É uma operação cirúrgica da área ginecológica que consiste na remoção do útero. A


histerectomia é quando se retira o corpo e o colo do útero. Por vezes, esta cirurgia é acompanhada
da remoção simultânea dos ovários e trompas.

2.9.3.4. Cirurgia de controle de danos

É uma estratégia de tratamento para pacientes críticos, na qual se reduz o tempo cirúrgico,
sacrificando o reparo definitivo e imediato das lesões. As indicações são casos de coagulopatia,
distúrbio ácido básico e para combater a hipotermia. A principal técnica consiste na compressão
das múltiplas áreas sangrantes através do empacotamento abdominal ou pélvico com compressas.
O tratamento definitivo é realizado após a estabilização da paciente, que, em geral, ocorre entre 2
a 5 dias da abordagem inicial. É realizado em pacientes histerectomizadas (ACOG 2017,RCOG
2016 ).

29
2.10 Prevenção da HPP

Mesmo em mulheres com baixo risco para desenvolver hemorragia pós-parto, algumas
medidas profiláticas devem ser tomadas, pois foi evidenciado que medidas activam no
secundamento (também chamado de terceiro período do trabalho de parto) estão associadas com
a redução da duração do 3º período e de hemorragia no pós-parto. Desse modo, as medidas de
prevenção da HPP devem ser incorporadas na rotina de todos os profissionais que assistem
pacientes em trabalho de parto. São elas:
 Uso universal da ocitocina;
 Clampeamento de cordão umbilical;
 Massagem uterina (manobra de Kristeller).
2.10.1. Uso universal da ocitocina

A ocitocina é a medicação de escolha na prevenção da HPP e sua utilização está


recomendada para todas as parturientes. A ocitocina profilática reduz em mais de 50% os quadros
de HPP. Deve ser administrado 10 UI de ocitocina, via intramuscular, logo após o nascimento. O
esquema de ocitocina profilática mais preconizado é a administração intramuscular de 10
unidades de ocitocina imediatamente após o nascimento. Na vigência de cesariana, uma
alternativa é a profilaxia endovenosa pela regra dos três, em que três unidades de ocitocina são
infundidas lentamente, podendo ser repetidas a intervalos de três minutos, até a terceira dose.
Esse esquema deve ser sempre seguido de infusão endovenosa de manutenção (15 unidades em
500 ml de soro fisiológico a 0,9%, a 100 ml/hora).

2.10.2. Clampeamento oportuno de cordão umbilical

O manejo activo do terceiro período inclui o clampeamento oportuno (entre um e três


minutos) e a tração controlada do cordão umbilical (manobra de Brandt-Andrews), o contacto
pele a pele (por duas horas ou mais) e a vigilância/massagem uterina nas primeiras duas horas
após a dequitação.

Deve-se realizar o clampeamento de cordão umbilical após o 1º minuto de nascimento de


recém-nascidos a termo, excepto se houver contraindicações. Tração controlada do cordão
30
umbilical deve-se realizar a ligadura do cordão umbilical com uma pinça anatômica próximo ao
períneo.
Segura-se o cordão clampeado com uma das mãos e realiza-se concomitantemente a
manobra de Brandt-Andrews com a outra mão (para estabilização uterina). Esta manobra só deve
ser realizada por um profissional capacitado.
2.10.3. Massagem uterina/ Manobra de Kristeller

Após a expulsão da placenta, o tônus uterino deve ser verificada a cada 15 minutos nas
primeiras 2 horas em todas as puérperas. Massagear gentilmente o fundo uterino através do
abdómen materno até que o útero esteja contraído e assegurar-se de que o útero não se torne
amolecido após terminar a massagem.

Essas medidas preventivas são recomendadas para todas as parturientes, mesmo aquelas
com baixo risco para HPP. Em puérperas com médio risco, deve ser solicitado a tipagem
sanguínea, hemograma e avaliar a necessidade do uso de acesso venoso periférico (Gelco 16G).
Nas puérperas com alto risco deve ser feito também a prova cruzada e reserva de 2 bolsas de
concentrado de hemácias (OPAS 2018, FLASONG 2018).

2.11 Cuidados de enfermagem

Segundo a Organização Mundial da Saúde (2005), os princípios para atenção ao HPP são:
rapidez, competências e prioridades, sendo que suas prioridades são definidas:

31
 Chamar ajuda, para conter a hemorragia;
 Avaliar rapidamente o estado geral da puérpera;
 Encontrar a causa da hemorragia;
 Cessar a hemorragia;
 Estabilizar e reanimar a mulher;
 Prevenir anemias futuras;
 Devemos manter a mulher confortável e segura, com cuidados como: verificar a evolução
uterina; por meio de um forro, observar a quantidade do sangramento após 30 minutos;
verificar os sinais vitais; observar o nível de consciência, a coloração de pele; hidratar a
mulher; monitorar a transfusão sanguínea, quando necessário; avaliar o débito urinário;
manter as anotações actualizadas; verificar a presença de hemoglobinemia e orientar
quanto ao uso de ferro (OMS, 2005).
 Diante de um quadro hemorrágico, o enfermeiro deve:
 Calcular a perda volêmica por estimativa visual ou pesagem da compressa;
 Avaliar os parâmetros clínicos da mulher e saber interpretar o índice de choque;
 Administrar uterotómicos, na massagem uterina, no uso do balão de tamponamento intra-
uterino;
 Na necessidade de intervenção cirúrgica, o profissional de enfermagem deverá estar
presente no suprimento das necessidades da equipe médica e na organização e todo
processo (SEFIC, 2019).

32
CAPÍTULO III – METODOLOGIA

3.1 Tipo De Estudo

Tratar-se-á de um estudo observacional, descritivo transversal do tipo qualitativo, a respeito


do: Conhecimento dos Profissionais de Enfermagem do Hospital Mãe Jacinta Paulino sobre A
Hemorragia Pós-Parto em Parturientes Atendidas, no Período de Fevereiro de 2022 à Maio de
2022.

3.2 Local de estudo

O estudo foi realizado no Hospital Materno Infantil Mãe Jacinta Paulino, localizado no
bairro 4 de Abril, município de Viana, na província de Luanda.

3.3 Populações

A população em estudo foi constituída por Profissionais de enfermagem do Hospital


Materno Infantil Mãe Jacinta Paulino, Município de Viana, um total de amostra de 08
profissionais.

3.4 Amostras

Trata-se de uma amostra não probabilística onde foram selecionados 08 profissionais de


enfermagem presente no serviço durante a entrevista no Hospital Materno-Infantil Mãe Jacinta
Paulino.
3.5 Critérios de Inclusão

Foram incluídos nesta pesquisa alguns profissionais de enfermagem que estiveram


presentes e disponíveis no Hospital Materno Infantil Mãe Jacinta Paulino.

33
3.6 Critérios de exclusão

Foram excluídos nesta pesquisa todos os profissionais de enfermagem que não se fizeram
presentes no Hospital Materno Infantil Mãe Jacinta Paulino, Município de Viana nos dias do
inquérito.

3.7 Procedimentos Éticos

Após a apresentação e aprovação pela orientadora e comissão científica do Instituto Técnico


Privado de Saúde São Vicente de Paulo, foi redigida uma carta a Direcção do Hospital Materno
Infantil Mãe Jacinta Paulino, para recolha de dados, com omissão da identidade do inquerido.
3.8 Procedimentos de recolha de dados
Os dados foram recolhidos pelos pesquisadores, no referido Hospital, através de um
roteiro de entrevista, na qual constam todos os dados de identificação e também de questões
relacionada ao conhecimento, sobre A Hemorragia Pós-Parto.

3.9 Processamentos de Dados


Os dados foram processados no programa Word e Excel, apresentados sobre forma de
tabelas e textos respectivamente, utilizado para o efeito a máquina calculadora científica,
obedecendo uma análise estatística descritiva para as variáveis quantitativas, cujos resultados
foram apresentados no programa Microsoft office Power Point.
3.10 Variáveis em estudos
3.10.1 Variáveis sócio – demográficas
 Faixa Etária
 Género
 Categoria profissional
 Estado Civil
3.10.2 Variáveis Técnicas

 Conhecimentos;
 Atitude;
 Prática.

34
CAPÍTULO IV – APRESENTAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Tabela Nº01 – Distribuição da amostra dos profissionais de saúde do Hospital Mãe Jacinta
Paulino segundo o género.
Género Frequência (Fr) Percentagem (%)
Masculino 0 0
Feminino 8 100
Total 8 100
Fonte: Inquérito realizado aos profissionais de enfermagem do Hospital Mãe Jacinta Paulino
Interpretação: A tabela acima revela que o género feminino sobressai na totalidade 8 que
corresponde a 100%.

35
Tabela Nº02 – Distribuição da amostra dos profissionais de saúde do Hospital Mãe Jacinta
Paulino segundo a faixa etária.
Faixa etária Frequência (Fr) Percentagem (%)
20-30 anos 0 0
31-40 anos 6 75
42-50 anos 2 25
Acima dos 50 anos 0 0
Total 8 100
Fonte: Inquérito realizado aos profissionais de enfermagem do Hospital Mãe Jacinta Paulino
Interpretação: Quanto a faixa etária dos 8 profissionais inqueridos, destaca-se a de 31-40
anos de idade 6 (75.0%) e com menor frequência a faixa etária dos 41-50 anos de idade 2
(25.0%).

36
Tabela Nº03 - Distribuição da amostra dos profissionais de saúde do Hospital Mãe Jacinta
Paulino segundo o estado civil.
Estado civil Frequência (Fr) Percentagem (%)
Casado 5 62.5
Solteiro 3 37.5
União de factos 0 0
Total 8 100
Fonte: Inquérito realizado aos profissionais de enfermagem do Hospital Mãe Jacinta Paulino
Interpretação: Baseando-se na tabela, ressalta-se o número de casados com maior frequência
05 (62.5%) ao passo que com menor frequência são solteiros 03 (37.5%).

37
Tabela Nº04 - Distribuição da amostra dos profissionais de saúde do Hospital Mãe Jacinta
Paulino segundo o grau profissional.
Grau Profissional Frequência (Fr) Percentagem (%)
Enfermeiro 4 50.0
Téc. de enfermagem 4 50.0
Aux.de enfermagem 0 0
Total 8 100
Fonte: Inquérito realizado aos profissionais de enfermagem do Hospital Mãe Jacinta Paulino
Interpretação: No que se refere ao grau profissional notabiliza-se o número de enfermeiros
04 (50.0%) e técnicos de enfermagem 04 (50.0%) por igual frequência nos profissionais
inqueridos.

38
Tabela Nº05 - Distribuição da amostra dos profissionais de saúde do Hospital Mãe Jacinta
Paulino segundo a causa mais comum de HPP.
Causa mais comum Frequência (Fr) Percentagem (%)
Tomús 4 75.0
Trauma 0 0
Tecido 2 25.0
Trombina 0 0
Total 8 100
Fonte: Inquérito realizado aos profissionais de enfermagem do Hospital Mãe Jacinta Paulino
Interpretação: Dos 08 profissionais inqueridos, 06 (75.5%) descrevem o tomús como a
causa mais comum em HPP, sendo a maioria, e 02 (25.5%) descrevem os tecidos, sendo a
minoria.

39
Tabela Nº06 - Distribuição da amostra dos profissionais de saúde do Hospital Mãe Jacinta
Paulino segundo a HPP com maior incidência.
HPP com maio incidência Frequência (Fr) Percentagem (%)
HPP imediato 8 100
HPP tardio 0 0
Total 8 100
Fonte: Inquérito realizado aos profissionais de enfermagem do Hospital Mãe Jacinta Paulino
Interpretação: No que tange o tio de HPP, dos 08 profissionais inqueridos, 08 (100%)
descrevem a HPP imediata predominando com maior incidência e 0 que corresponde a 0% á
HPP tardia.

40
Tabela Nº 07 – Distribuição da amostra dos profissionais de saúde do Hospital Mãe Jacinta
Paulino segundo o conceito de HPP.
Conceito de HPP Frequência (Fr) Percentagem (%)
Conhece 8 100
Desconhece 0 0
Total 8 100
Fonte: Inquérito realizado aos profissionais de enfermagem do Hospital Mãe Jacinta Paulino
Interpretação: Dos 08 profissionais de enfermagem inqueridos, 08 (100%) acarretam
conhecimentos sobre o conceito de hemorragia pós-parto, sendo a maioria absoluta e 0 (0%)
desconhecem sobre o conceito de hemorragia pós-parto, sendo a minoria.

41
Tabela Nº 08 – Distribuição da amostra dos profissionais de saúde do Hospital Mãe Jacinta
Paulino segundo as atitudes e praticas no manejo da HPP.
Atitudes e Praticas Frequência (Fr) Percentagem (%)
Conhece 8 100
Desconhece 0 0
Total 8 100
Fonte: Inquérito realizado aos profissionais de enfermagem dos Hospital Mãe Jacinta Paulino
Interpretação: Dos 08 profissionais de enfermagem inqueridos, 08 (100%), a maioria tem o
conhecimento das atitudes e praticas a implementar no manejo de HPP, descrevendo uma das
principais atitudes é a revisão do colo uterino, avaliação dos sinais vitais e 0 (0%) desconhecem
as atitudes e práticas no manejo de HPP.

42
Tabela Nº 09 – Distribuição da amostra dos profissionais de saúde do Hospital Mãe Jacinta
Paulino segundo a prevenção da HPP.
Prevenção Frequência (Fr) Percentagem (%)
Conhece 8 100
Desconhece 0 0

Total 8 100
Fonte: Inquérito realizado aos profissionais de enfermagem dos Hospital Mãe Jacinta Paulino
Interpretação Dos 08 profissionais inquiridos, 08 (100%) possuem o conhecimento sobre a
prevenção da HPP e 0(0%) desconhecem a prevenção da HPP.

43
CONCLUSÃO

Com esta investigação constatou-se a pertinência do tema em estudo, uma vez que
possibilitou a aquisição de novos conhecimentos, de facto a assistência a hemorragia pos-parto é
uma situação cuja a abordagem é muito importante, por esta razão é crucial e os profissionais de
enfermagem devem levar em conta o bem-estar das parturientes e fazer tudo que estiver ao seu
alcance para garantir a sobrevivência.
Dos profissionais de enfermagem inqueridos chegamos as seguintes conclusões:
 No que se refere ao género, no Hospital materno infantil, Mãe Jacinta Paulino, predomina
o género feminino, 08 (100%).
 Relativamente a faixa etária, salienta-se a idade entre 31 á 40, 6 (75.0%).
 Nomeadamente ao estado cível, grassam os casados 05 (62.5%).
 Quanto a categoria profissional, há uma percentagem igualitária Técnicos Médios,
04(50%) enfermeiros, 04(50%).
 No que concerne a causa mais comum da HPP, predomina o tomús, 06 (75.5%).
 Relativamente as atitudes e práticas, 08(100%) têm conhecimento.
 Quanto ao tipo de HPP que ocorre com mais frequência destaca-se a HPP Imediata,
8(100%).

 No que se refere a prevenção, 08(100%) têm o conhecimento e tácticas de como agir face
a uma HPP.
Portanto, com base nos resultados supracitados, podemos afirmar piamente que os
objectivos desta investigação foram atingidos, o qual serviu-nos como mola propulsora para o
aperfeiçoamento do nosso conhecimento no que se refere a prestação de assistências a
parturientes com hemorragia pós- parto.

44
SUGESTÕES

Somos apologistas, com base no tema desenvolvido e a partir dos dados fornecidos da
pesquisa, que a HHP em parturientes merece uma gigantesca atenção, porém, foi formulado
as seguintes propostas:
 Criar uma equipa multidisciplinar onde integra enfermeiros, obstetras, ginecologistas;
 Promover formação de capacitação para os enfermeiros com o fim de actualizar os
conhecimentos acerca de assistência a hemorragia pós-parto;
 Criação e implementação de um protocolo para o serviço da maternidade na sala de parto
do Hospital Mãe Jacinta Paulino, para garantir uma adequada assistência de enfermagem
nas situações de Hemorragia pós-parto.
 Em particular, o Ministérios da Saúde, é crucial a elaboração de estratégias mais bem
definidas para prevenção e tratamento da HPP.

45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Committee on Practice Bulletins-Obstetrics-. Practice Bulletin No. 183: Postpartum


Hemorrhage. Obstet Gynecol. 2017 Oct;130(4):e168-e186-. doi: 10.1097/-
AOG.0000000000002351.- PubMed PMID: 28937571.
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3. Jauniaux E, Bhide A, Kennedy A, Woodward P, Hubinont C, Collins S;
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8. Osanan GC, Padilla H, Reis MI, Tavares AB. Strategy for Zero Maternal Deaths by
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9. WOMAN Trial Collaborators. Effect of early tranexamic acid administration on
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S01406736(17)30638-4-. Epub 2017 Apr 26. PubMed PMID: 28456509; PubMed
Central PMCID: PMC5446563.
APÊNDICE
REPÚBLICA DE ANGOLA
MINSTERIO DA EDUCAÇÃO/SAÚDE
GABINETE PROVINCIAL DA EDUCAÇÃO E SAÚDE
INSTITUTO TÉCNICO PRIVADO DE SAÚDE SÃO VICENTE DE PAULO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO MÉDIO TÉCNICO DE ENFERMAGEM


FICHA DE INQUÉRITO
TÍTULO: Conhecimento dos Profissionais de Enfermagem do Hospital Mãe Jacinta Paulino,
sobre Hemorragia pós-parto em parturientes atendidas no período de Fevereiro a Maio de 2022.
Este inquérito tem como objectivo a recolha de informação a respeito do conhecimento dos
profissionais de Enfermagem do Hospital Mãe Jacinta Paulino sobre Hemorragia pós-parto em
parturientes atendidas no período de Fevereiro a Maio de 2022. Os dados fornecidos neste
inquérito são confidenciais, assim como, a vossa colaboração na investigação que se pretendemos
realizar. Agradecemos que respondam as questões com sinceridade, e marque com (x) dentro do
quadrado a suas respostas.
1. Gênero:
M
F
2. Faixa etária
20-30
31-40
41-50
+ 51
3. Categoria:
Enfermeiro
Técnico de Enfermagem
Auxiliar de enfermagem
4. Estado civil:
Solteiro (a)
Casado (a)
União de facto
5. Sobre o conceito de Hemorragia pós-parto:
a) Perda sanguínea de 500ml após parto normal ou acima de 1000ml após parto cesariana
nas primeiras 24h ou depois.
b) Perda sanguínea de 350ml depois do parto vaginal ou acima de 500ml após cesariana nas
primeiras 24h ou qualquer perda pelo trato vaginal capaz de causar instabilidade
hemodinâmica.
6. Principais causas da Hemorragia pós-parto:

Tónus
Traumas
Tecidos
Trombina
7. Que tipo de hemorragia pós-parto ocorre com maior frequência entre as parturientes
atendidas:
a) Hemorragia pós-parto imediata
b) Hemorragia pós-parto tardia ou secundária
8. Quais são as principais atitudes e práticas usadas pelos Profissionais de Enfermagem no
manejo de uma Hemorragia pós-parto?
R:____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
9. Como prevenir uma hemorragia pós-parto?
R:_____________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
TERMO DE CONSENTIMENTO
Nós, abaixo assinado, finalistas do curso de Enfermagem do Instituto Técnico Privado de
Saúde São Vicente de Paulo, referente ao ano lectivo 2021/2022, estamos a realizar uma
pesquisa sobre: Conhecimento dos Profissionais de Enfermagem do Hospital Mãe Jacinta
Paulino, sobre Hemorragia pós-parto em parturientes atendidas no período de Fevereiro a
Maio de 2022, com O (a) senhor (a).

Por isso, estamos a pedir sua colaboração para participar no estudo, respondendo um inquérito
contendo várias questões relacionada ao conhecimento sobre o assunto em epigrafe.

A participação no estudo é voluntária e não terá nenhum custo ou risco para sua pessoa; a sua
identidade será mantida oculta.

Declaro após ter recebido e entendendo os esclarecimentos, aceito participar no estudo.

Luanda, aos ______/_______/2022

Assinatura do (a) entrevistado (a) Assinatura dos pesquisadores


____________________________ ___________________________
___________________________
___________________________
___________________________
___________________________
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO
A prezado (a) participante:
Somos alunos finalistas do curso de Enfermagem da 13ª Classe do Instituto Técnico Privado
de Saúde são Vicente de Paulo, referente ao ano lectivo 2020, estamos a realizar uma
pesquisa sobre supervisão do professor António Menezes Neto, cujo o objectivo é de saber o
Conhecimento dos Profissionais de Enfermagem do Hospital Mãe Jacinta Paulino, sobre
Hemorragia pós-parto em parturientes atendidas no período de Fevereiro a Maio de
2022.

Sua participação envolve em responder com o inquérito marcando apenas um X para a


resposta que identifica à questão com una duração de apenas poucos minutos.

A participação nesse estudo é voluntária e se o (a) senhor (a) decidir não participar ou quiser
desistir de continuar em qualquer momento, tem absoluta liberdade de fazê-lo.

Na publicação dos resultados desta pesquisa, sua identidade será mantida no mais rigoroso
sigilo. Serão omitidas todas as informações que permitam identifica-lo (a).

Mesmo não tendo benefício directo por participar, indirectamente você estará a contribuir
para a compreensão no fenómeno estudado para produção de conhecimento científico.

Atenciosamente Orientador
______________________________ _________________________
Assinatura do (a) profissional

Consinto em participar deste estudo e declaro ter recebido uma cópia deste termo de
consentimento.
Luanda aos_____de_____________2022
APÊNDICE A- ORÇAMENTO DE PESQUISA DO PROJECTO

RECURSOS QUANTIDADE VALOR UNITÁRIO VALOR TOTAL EM


EM KWANZAS KWANZAS
R.HUMANOS
01 20.000,00 20.000,00
Técnico de informática
Revisor de português 01 10.000,00 10.000,00
Subtotal
30.000,00
1. R. MATERIAIS
Resma de papel A4 01 3.100,00 3.100,00
Esferográficas 04 100,00 400,00
Borracha 03 50,00 150,00
Pen-Drive 01 3.500,00 3.500,00
Bloco de anotações 06 200,00 1.200,00
Subtotal
8.350,00
3.R. FINANCEIROS
Encadernação 03 700,00 2.100,00
Alimentação 06 1.000,00 6.000,00
Transporte 06 1.300,00 8.000,00
SUBTOTAL 16.100,00
TOTAL 54.450,00
APÊNDICE B- CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES DO PROJECTO DE PESQUISA
Para o trabalho de conclusão do curso (TCC) sobre Conhecimento dos Profissionais de
Enfermagem do Hospital Mãe Jacinta Paulino, sobre Hemorragia pós-parto em
parturientes atendidas no período de Fevereiro á Maio de 2022.
ANEXO

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