2019 TCC Mcampos
2019 TCC Mcampos
2019 TCC Mcampos
CAMPUS RUSSAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
RUSSAS
2019
MATEUS DE OLIVEIRA CAMPOS
RUSSAS
2019
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Universidade Federal do Ceará
Biblioteca Universitária
Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
___________________________________________________________________________
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Prof. Dr. Esequiel Fernandes Teixeira Mesquita (Orientador)
Universidade Federal do Ceará (UFC)
_________________________________________
Prof. Dr. Abrahão Bernardo Rohden
Universidade Regional de Blumenau (FURB)
_________________________________________
Prof. Dr. Marcelo Silva Medeiros
Universidade Federal do Ceará (UFC)
Dedico este trabalho a Deus, aos meus pais,
Sebastião e Rosenir, e ao meu irmão, Thiago.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por sempre me dar saúde e motivação para conseguir buscar meus objetivos.
Aos meus pais, Sebastião e Rosenir, por todo o amor, carinho e apoio nos momentos
mais difíceis da minha vida. Vocês são a base mais importante da minha vida.
Ao meu irmão, Thiago, por sempre me incentivar, apoiar e contribuir para meu
crescimento pessoal. Agradeço por ter um irmão como você.
Aos meus familiares, por sempre me valorizarem e acreditarem em mim.
Ao meu orientador Prof. Dr. Esequiel Fernandes Teixeira Mesquita, por todas as suas
contribuições essenciais neste trabalho e por todo o auxílio durante a realização do trabalho.
Aos técnicos do Laboratório de Materiais de Construção, em especial Allisson e
Myckelle, pela atenção e ajuda durante a realização dos procedimentos do trabalho.
Ao pessoal da manutenção do campus, pela ajuda na preparação dos procedimentos do
trabalho.
Aos demais professores que tive durante o curso, pelos conhecimentos passados, pela
paciência e contribuição para meu crescimento profissional.
A senhora Fabíola e sua família, por me acolherem durante o período de realização do
trabalho, pela diversão e por me fazerem sentir em casa durante esse período. Serei
eternamente grato pelo que fizeram.
Ao senhor Raimundo e sua família, por toda a ajuda e acolhimento desde o começo do
curso.
Aos meus amigos que fiz durante o curso, em especial Gilson, Alane, Thales, Arthur,
Kaenna, Jayane, João e Thalyta, pela diversão, trabalho em equipe e pela grande contribuição
que me fizeram ter um crescimento pessoal e profissional.
Aos demais amigos, pelo incentivo, diversão e auxílio durante diversos momentos
durante o curso.
“Não antecipe os problemas, nem se preocupe
com o que talvez nunca aconteça. Aproveite a
luz do sol.”
(Benjamin Franklin)
RESUMO
Figura 3.12 Geo Radar Proceq GPR sendo aplicado a uma estrutura de concreto ............38
Figura 4.9 Preparação das formas para a moldagem dos corpos de prova ...................... 54
Figura 4.14 Máquina utilizada para realizar a compressão dos corpos de prova .............. 58
Anexo A.5 Rompimento do corpo de prova para avaliar a resistência à compressão ...... 72
Tabela 4.1 Dados obtidos a partir do ensaio de granulometria do agregado miúdo ....... 45
Tabela 4.2 Dados obtidos a partir do ensaio de granulometria do agregado graúdo ...... 47
Tabela 5.1 Valores médios dos ensaios para cada agrupamento das amostras ............... 60
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 14
2 OBJETIVOS ...................................................................................................... 17
2.1 Objetivo geral .................................................................................................... 17
2.2 Objetivos específicos ......................................................................................... 17
3 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................ 18
3.1 Carbonatação ..................................................................................................... 18
3.1.1 Etapas do processo de carbonatação ................................................................. 23
3.1.2 Modelos de carbonatação ................................................................................... 26
3.1.2.1 Tuutti (1982) ........................................................................................................ 26
3.1.2.2 Papadakis, Vayenas e Fardis (1989, 1991) ......................................................... 27
3.1.2.3 Helene (1997) .................................................................................................. 28
3.1.2.4 Izquierdo (2003) .................................................................................................. 30
3.1.2.5 Hyvert (2009) ...................................................................................................... 32
3.2 Ensaios não destrutivos ..................................................................................... 33
3.2.1 Ultrassom ............................................................................................................ 34
3.2.2 Pacometria .......................................................................................................... 36
3.2.3 Termografia infravermelha ................................................................................ 36
3.2.4 Radar ................................................................................................................... 37
3.2.5 Penetração de pinos ........................................................................................... 38
3.2.6 Tomografia ultrassônica .................................................................................... 39
3.2.7 Esclerometria ...................................................................................................... 40
3.2.8 Outros métodos de ensaio ................................................................................... 42
4 PROGRAMA EXPERIMENTAL .................................................................... 43
4.1 Produção dos corpos de prova ......................................................................... 43
4.1.1 Ensaio de granulometria dos agregados ........................................................... 43
4.1.1.1 Agregado miúdo .................................................................................................. 44
4.1.1.2 Agregado graúdo ................................................................................................. 46
4.1.2 Dosagem do concreto ......................................................................................... 47
4.1.3 Ensaio de abatimento do tronco de cone e produção do concreto ................... 50
4.1.4 Concretagem e moldagem dos corpos de prova ................................................. 53
4.2 Carbonatação dos corpos de prova .................................................................. 55
4.3 Ensaio de esclerometria .................................................................................... 56
4.4 Ensaio de resistência à compressão dos corpos de prova .............................. 58
5 RESULTADOS .................................................................................................. 60
6 CONCLUSÕES ................................................................................................. 65
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 67
ANEXO A ........................................................................................................... 70
14
1. INTRODUÇÃO
O concreto armado, apesar de ser uma associação inteligente de materiais, ser versátil
e durável, está sujeito a vários tipos de deterioração, que podem ser causados por um grande
número de mecanismos. (CARMONA, 2005). As manifestações patológicas nas estruturas
são decorrências dos mecanismos de deterioração do concreto. Os profissionais têm por
necessidade compreender e conhecer as manifestações patológicas para que possam entender
o desenvolvimento dos mecanismos de deterioração do concreto a partir de uma avaliação de
uma estrutura (SAHUINCO, 2011). A NBR 6118 (2014) menciona os diversos mecanismos
de degradação do concreto, dentre os quais pode-se citar os ataques de sulfatos, ataques de
cloretos, carbonatação do concreto, reação álcali-agregado, corrosão das armaduras, lixiviação
do concreto, fissuras, dentre outros.
Dentre os mecanismos de deterioração das estruturas de concreto, a corrosão das
armaduras tem se mostrado o de maior incidência e maiores prejuízos econômicos tem trazido
aos países (CARMONA, 2005). Dentre os principais agentes agressivos da corrosão em
estruturas de concreto, destacam-se os cloretos e o dióxido de carbono. O estudo realizado por
Levy e Helene (2000), citado por Carmona (2005), mostrou que a corrosão das estruturas de
concreto armado induzida pela carbonatação é um problema frequente nas grandes cidades.
Neste estudo foi realizado inspeções detalhadas em 27 escolas públicas na cidade de São
Paulo, no qual constatou-se que danos associados com a carbonatação em 96% dessas
estruturas.
A carbonatação trata-se de um fenômeno físico-químico entre os íons presentes nos
poros do concreto e alguns gases presentes na atmosfera que são difundidos na estrutura (a
maior parte das reações ocorrem com o dióxido de carbono presente no ar). A partir daí o
concreto, que inicialmente tem pH alcalino, começa a diminuir seu pH em decorrência do
processo de formação da carbonatação. Como consequência do processo ocorre a
despassivação da armadura, o que acaba deixando o ambiente presente na estrutura propicio à
formação do processo de corrosão da armadura do concreto. Entre os fatores que influenciam
na velocidade do processo de difusão do CO2, Pauletti (2009) cita a concentração do CO2 e
sua condição de acesso na estrutura, a distribuição dos poros, assim como a presença de água
nos poros.
Ferreira (2013) menciona que as estruturas de concreto podem acabar sofrendo muitos
problemas que influenciam na estabilidade global e na extensão dos danos da mesma em
virtude da carbonatação, visto que se trata de um processo que ocorre de forma generalizada
15
fazendo com que haja apenas um aspecto qualitativo da relação entre a carbonatação e o
ensaio de esclerometria. Este trabalho tem importância, pois além de confirmar a análise
qualitativa feita pela NBR 7584 (2012), também nele será quantificado o quanto a
carbonatação influencia os ensaios de esclerometria, através do uso de corpos de prova com
diferentes tempos de exposição ao CO2.
O estudo trata-se de um programa experimental que fará uma análise da influência da
carbonatação no ensaio de esclerometria. Também serão analisados a sua influência
relacionada a resistência à compressão. Para a produção deste programa experimental foi
realizado um levantamento bibliográfico sobre o processo de carbonatação e os ensaios não
destrutivos (com ênfase no ensaio de esclerometria). A partir daí foram produzidas as
amostras para obtenção dos resultados para caracterização da influência da carbonatação
nestes ensaios citados.
Este trabalho está dividido em seis seções. Na seção 1 é apresentado uma introdução
do trabalho, no qual aborda de maneira delimitada o tema deste trabalho. Nesta seção também
é apresentada a justificativa do tema e a metodologia que foi realizado o trabalho. Na seção 2,
é exposto o objetivo geral do trabalho, bem como seus objetivos específicos. Na seção 3 é
apresentado o referencial teórico acerca do tema proposto, para que possa dar um
embasamento teórico para compreensão do trabalho. Na seção 4 são apresentados os materiais
e métodos do trabalho, onde é explicado detalhadamente cada passo realizado da pesquisa. Na
seção 5, são apresentados os resultados e discussões acerca dos experimentos realizados. Por
fim, na seção 6 são apresentadas as conclusões do trabalho, bem como a sugestão de trabalhos
futuros.
17
2. OBJETIVOS
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Carbonatação
análise da densidade, pois a variação de densidade pode ser atribuída ao CO2 que foi fixado na
amostra.
Na análise da carbonatação através da termogravimetria, é detectada pelo uso da
técnica a perda de massa da amostra ocorrida a partir de uma variação de temperatura
controlada em laboratório. As reações que são provenientes da carbonatação acabam
consumindo a portlandita e deterioram os compostos hidratados (C-S-H, aluminatos e
compostos de magnésio) na formação do carbonato de cálcio. Neste procedimento de análise
da carbonatação, são retiradas amostras de concreto com profundidades conhecidas, nos quais
são moídas e são submetidas a um aumento contínuo de temperatura até chegar entre 1000°C
e 1100°C em uma termobalança. A figura 3.3 mostra um exemplo do emprego da técnica de
termogravimetria para analisar uma amostra carbonatada.
Figura 3.3: Exemplo de termografia de um concreto com cimento CP V - ARI.
(Eq. 3.11)
Onde:
27
(Eq. 3.16)
Onde:
ec = profundidade de carbonatação;
DCO2 = coeficiente de difusão efetivo do CO2 no material carbonatado;
t = tempo (s);
[CO2] = concentração molar do CO2;
[Ca(OH)2] e [CSH] = concentração molar dos hidratos;
[C3S] e [C2S] = concentração molar dos anidros;
O índice 0 é relativo às concentrações iniciais (t = 0).
É importante ressaltar que este modelo foi validado pelos autores para ensaios
acelerados. Apesar de ser um modelo de simples aplicação, alguns fatores como a mudança de
porosidade causadas pela formação da carbonatação e a umidade relativa são
desconsiderados. De acordo com Carmona (2005), o modelo leva em conta o consumo de
cimento para o cálculo da reserva alcalina de concreto, o que acaba por ser uma ação errônea.
Ainda assim, trata-se de um método bastante completo e contempla a influência de diversos
parâmetros. Além disso, o método de cálculo da reserva alcalina por esse modelo também é
limitado somente ao cimento Portland comum (CP I).
cobrimento indicado pelo ábaco, a dedução do kCO2 também depende da idade da estrutura,
que é indicada no projeto. Esta dedução é feita utilizando a equação abaixo.
c = kCO2 . t0,5 (Eq. 3.17)
Onde:
c = extensão percorrida pelo agente agressivo;
kCO2 = coeficiente de carbonatação;
t = vida útil.
A figura 3.8 mostra o ábaco para a obtenção da espessura de cobrimento às armaduras em
função do ambiente.
Figura 3.8: Cobrimento do concreto em função do ambiente.
(Eq. 3.21)
A partir da equação 3.21, Izquierdo (2003) inseriu alguns fatores para calibração do
seu modelo de carbonatação e a equação para o modelo de carbonatação ficou da seguinte
maneira.
(Eq. 3.22)
(Eq. 3.23)
Onde:
A = coeficiente de regressão;
B = coeficiente de regressão;
ε = termo de erro;
Kt = coeficiente da raiz do tempo;
31
(Eq. 3.24)
Onde:
C = consumo de cimento (kg/m³);
%CaO = teor de CaO no cimento (%);
a/c = relação água/cimento;
MCO2 = massa molar do CO2 (kg);
MCaO = massa molar do CaO (kg);
No estudo do modelo, também foi proposta uma caracterização estatística das
variáveis do modelo, conforme consta na tabela 3.2.
Tabela 3.2: Proposta de caracterização do tempo de iniciação por carbonatação.
Coeficiente de
Variável Descrição Unidade Distribuição Média
variação (%)
Primeiro coeficiente
A - Normal -15,156 5
de regressão
Segundo coeficiente
B - Normal 4,7213 24
de regressão
Ε Termo de erro - Normal 1 70,10
Modelo da raiz do
Kt - Normal 1 15
tempo
Fator de Umidade
- Beta 0,85 14
relativa (70%)
Ke
Fator de Umidade
- Beta 0,52 40
relativa (80%)
Fator de ajuste geral
Kp - Normal 1 30
do modelo
n Fator de idade do - Log normal 0,13 80
32
concreto truncada
Concentração de
CS kg CO2/m³ Normal 0,00066 15
CO2 no ar
a/c Fator água/cimento - Normal Nominal 5
Consumo de
C kg/m³ Normal Nominal 5
cimento
O modelo de Hyvert (2009) tem uma formulação simplificada, devido a não levar em
considerações as movimentações de água na estrutura que está sofrendo processo de
carbonatação. Ferreira (2013) cita que o modelo de Hyvert (2009) parte do princípio que o
processo de carbonatação progride como uma frente e que na região carbonatada, os
aluminatos, a etringita e a portlandita são totalmente consumidos em baixas pressões (0,03%)
e altas (50%) de CO2. A equação formulada pelo modelo é apresentada a seguir.
(Eq. 3.25)
Onde:
ec = profundidade carbonatada;
P0 = pressão parcial de CO2 na superfície do material;
Patm = pressão atmosférica;
t = tempo (t);
R = constante dos gases perfeitos;
T = temperatura;
D0CO2 = coeficiente de difusão do CO2 na zona carbonatada para uma exposição em pressão
natural de CO2;
Q1 = número de moles de cálcio contidos nos três tipos de hidratos (a portlandita, a etringita e
os aluminatos);
33
Ensaios não destrutivos, como o próprio nome sugere, são aqueles ensaios realizados
que não causam danos (ou tem um dano muito pequeno) no material a ser ensaiado e que não
provocam diminuição da resistência da estrutura. Podem ser empregados em estruturas novas
ou antigas. Para estruturas novas, os ensaios não destrutivos podem ser adequados no
monitoramento da resistência ou na análise da qualidade do concreto. Já para as estruturas
mais antigas, os ensaios permitem avaliar o estado que se encontra a estrutura e a capacidade
de resistências aos esforços solicitantes da estrutura (EVANGELISTA, 2002).
De acordo com Helal et al. (2015), os ensaios não destrutivos têm a finalidade de
designar a qualidade e integridade dos materiais, sem que a capacidade de resistência da
estrutura analisada seja comprometida. É importante ressaltar que, apesar de os ensaios não
destrutivos causarem dano irrisório na estrutura, eles não devem serem confundidos com
ensaios não invasivos. Os ensaios não destrutivos podem, por exemplo, serem invasivos,
desde que não degradem os elementos estruturais, a ponto de afetar a utilidade dos mesmos.
Dentre as propriedades do concreto que tem a possibilidade de serem analisadas
através dos ensaios não destrutivos, pode-se citar a resistência, modulo de elasticidade, massa
especifica, dureza superficial, condições de umidade, absorção, permeabilidade, etc.
(EVANGELISTA, 2002).
Os ensaios não destrutivos foram criados para que fosse possível ser realizada a
identificação e prevenção dos danos estruturais. Tratam-se de métodos que têm utilizações
bastante viáveis, devido que estes são ensaios baratos e não tem comprometimento na
34
3.2.1 Ultrassom
tempo necessário para que a onda saia do ponto inicial até chegar ao ponto final definido pelo
operador do equipamento. Lorenzi et al. (2016) cita que a velocidade de propagação da onda
depende de diversos fatores, tais como a porosidade, natureza do material e a presença de
água nos poros da estrutura.
A partir das características da propagação das ondas, é possível, por exemplo, detectar
falhas na estrutura de concreto analisada, bem como determinar o tamanho do dano causado
por essas falhas. Com o uso do ensaio de ultrassom, também é possível, por exemplo,
caracterizar a estrutura, no qual pode-se determinar, a partir de correlações, modelos
conhecidos e relações matemáticas, a sua composição, densidade, geometria e propriedades.
(HELAL et al., 2015).
Lorenzi et al. (2016) cita que os resultados obtidos na análise do ensaio podem ser
utilizados para corrigir o processo tecnológico e dar um prognóstico da qualidade do concreto
analisado. Como vantagem do ensaio, por se tratar de um processo rápido e não destrutivo,
pode-se fazer um controle total da estrutura ao longo do tempo. Naik et al. (2004), citado por
SPÍNDOLA (2017, p. 7), menciona que os tipos de agregados, o tipo de cimento, fator
água/cimento, adições e a idade do concreto interferem na velocidade de propagação da onda
em estruturas de concreto.
No Brasil, o método de utilização do ultrassom é normatizado pela ABNT NBR 8802
– Concreto endurecido – Determinação da velocidade de propagação de onda ultrassônica
(2013). O método se aplica à realização de ensaios de ensaios em corpos de prova e
testemunhos de estruturas, além de verificação da homogeneidade do concreto de elementos
estruturais (NBR 8802, 2013). A figura 3.9 mostra uma aplicação do ensaio de ultrassom em
estruturas de concreto.
Figura 3.9: Aplicação do método de ultrassom em estrutura de concreto.
3.1.2 Pacometria
De acordo com Santos (2008), citado por Sahuinco (2011), trata-se de um ensaio não
destrutivo que tem base na leitura da interação entre as armaduras e a baixa frequência de um
campo eletromagnético criado pelo pacômetro. Com os dados obtidos de intensidade e
frequência, pode-se detectar a localização das armaduras de aço presentes no concreto
armado. Além disso, é possível estimar a espessura das barras de aço presente na armadura e o
cobrimento das mesmas. O método do ensaio é descrito em ACI 228 2R-98.
Depois de realizada a calibração do pacômetro, é necessário marcar com uma sonda os
pontos que serão percorridos. A partir daí as armaduras são identificadas, caso estejam
presentes na estrutura, por meio de um sinal sonoro e é realizada a leitura do cobrimento, bem
como o espaçamento da armadura. (SAHUINCO, 2011).
SPÍNDOLA (2017) cita que o ensaio de pacometria deve ser feito antes de todos os
outros ensaios não destrutivos utilizados em uma análise de uma estrutura de concreto
armado, para que possa ser realizada a marcação da armadura que está presente na estrutura,
fazendo com que os resultados encontrados não fiquem fora da realidade. A figura 3.10
apresenta um ensaio de pacometria em uma estrutura de concreto.
Figura 3.10: Ensaio de pacometria aplicado em uma estrutura de concreto.
ser feita medindo-se o fluxo de calor presente na superfície. Uma área que apresenta
anomalias na estrutura, possui condutividade térmica distinta e esta região é mostrada nos
termógrafos infravermelhos como sendo uma área resfriada ou com manchas quentes,
dependendo da superfície que está sendo analisada.
Os resultados obtidos pelos termógrafos são representados em forma de termogramas,
que resumidamente são imagens que medem a intensidade de calor emitida por alguma
estrutura e estas são convertidas pelos termógrafos. Na construção civil, o ensaio é utilizado
para destacar anomalias presentes nas estruturas de concreto. A figura 3.11 mostra um
exemplo de aplicação do ensaio em uma estrutura de concreto.
Figura 3.11: Termografia infravermelha em uma estrutura de concreto.
3.1.4 Radar
possível estimar riscos de patologias na estrutura. A figura 3.12 mostra uma aplicação do
ensaio.
Figura 3.12: Geo Radar Proceq GPR sendo aplicado a uma estrutura de concreto
O método de penetração de pinos consiste em uma técnica que utiliza uma pistola que
dispara pinos (figura 3.13) e estes penetram no concreto até que a energia cinética do disparo
seja dissipada. Através de curvas de correlação, a resistência do concreto pode ser estimada a
partir da profundidade que os pinos penetraram. Além disso, pode-se estimar a compressão, a
uniformidade do concreto e analisar o desenvolvimento da resistência do concreto nas
primeiras idades. (CÂMARA, 2006).
O método apresenta como vantagens o fato de o equipamento ser simples de operar,
que necessita de pouca manutenção, é durável, além de possuir dispositivo de proteção contra
disparos acidentais. Deve-se evitar a utilização em zonas que tenham a presença de barras de
aço, o que acaba dificultando o uso desta técnica em estruturas antigas (CÂMARA, 2006).
39
De acordo com Lorenzi et al. (2016), este método permite ser feita uma avaliação do
concreto que pode aprimorar o controle de qualidade e auxiliar na reabilitação de estruturas de
concreto. Para fazer o diagnóstico do concreto, são utilizados tomógrafos que permitem uma
representação em 3D dos defeitos que se encontram no interior da estrutura. A partir daí, é
possível, por exemplo, detectar fissuras, heterogeneidades e falhas de concretagem na
estrutura. A tomografia ultrassônica também pode ser utilizada para determinar a integridade
da estrutura. Apesar disso, o uso deste método requer que o operador tenha bastante
experiência com o aparelho para detectar os defeitos nas estruturas. A figura 3.14 mostra um
exemplo de tomógrafo e a figura 3.15 sua aplicação no estudo de Lorenzi et al. (2016).
3.1.7 Esclerometria
Dentre os ensaios não destrutivos citados, um dos mais difundidos dentre todos é o
ensaio de esclerometria, que é um método utilizado para medir a dureza superficial do
concreto, no qual fornece elementos para a avaliação da qualidade do concreto endurecido. O
ensaio de esclerometria foi desenvolvido em 1948 pelo engenheiro suíço Ernst Schmidt e
também é conhecido como Schmidt Rebound Hammer (KOLEK, 1969 apud SPÍNDOLA
2017, p. 7). De acordo com Evangelista (2002), o ensaio de esclerometria consiste em
submeter a superfície do concreto a um impacto de uma forma padronizada, no qual tem-se
uma determinada massa e uma determinada energia. A partir desse impacto, o ricochete do
mesmo é medido. Essa medição é conhecida como índice esclerométrico (I.E.).
A NBR 7584 (2012), que se trata da norma que estabelece o método para o ensaio de
esclerometria, define o índice esclerométrico como sendo o valor obtido por meio de um
impacto do esclerômetro de reflexão sobre uma determinada área de ensaio, fornecido pelo
aparelho, que corresponde ao número de recuo do martelo.
A resistência do concreto pode ser estimada a partir de curvas de calibração presente
no aparelho utilizado no ensaio. Focaoaru (1984, apud EVANGELISTA, 2002, p. 61) diz que
não há uma correlação única entre o valor do índice esclerométrico e a resistência à
compressão, devido a influência de vários fatores, tais como a natureza do agregado, a
maturidade e teor de umidade do concreto, o tipo e a quantidade de cimento.
Conforme diz Evangelista (2002), o ensaio de esclerometria tem grandes vantagens
quando comparado aos outros ensaios, dentre os quais pode-se citar o equipamento barato, de
operação simples e leve, além dos danos ocasionados na superfície serem praticamente
inexistentes. Vale ressaltar também que, quando comparado com os outros ensaios não
destrutivos, o ensaio de esclerometria é o que requer menor habilidade mecânica do operador.
41
Apesar dessas vantagens, o ensaio apresenta com limitação o fato de que os resultados estão
relacionados somente a uma zona de cerca de 30mm de profundidade.
Conforme a NBR 7584 (2012) mostra, os seguintes itens são os principais fatores que
têm influência nos resultados do ensaio:
Tipo de cimento: a influência do tipo de cimento tem grande relevância na obtenção do
índice esclerométrico, onde quando houver alteração do tipo de cimento, faz-se
necessário proceder a novas correlações;
Tipo de agregado: diferentes tipos de agregados podem fornecer concretos com a
mesma qualidade, porém com diferentes índices esclerométricos. Quando se
empregam agregados leves ou pesados, esta variação é ainda mais acentuada;
Tipo de superfície: o estado da superfície onde o ensaio é realizado normalmente é o
que mais ocasiona a variabilidade dos resultados;
Condições de umidade da superfície: superfícies úmidas podem acabar provocando
uma estimativa abaixo do esperado da qualidade do concreto;
Carbonatação: a influência da carbonatação na dureza da superfície do concreto é
significativa e promove a superestimação da resistência. Devem ser definidos
coeficientes corretivos, a fim de minimizar o efeito da carbonatação;
Idade: ocorre devido a fatores, como a diferença de cura, carbonatação e outros.
Fatores específicos devem ser considerados para cada concreto em questão,
corrigindo-os quando necessário;
Operação do esclerômetro: deve ser operado por indivíduo qualificado para o
procedimento, onde deve transmitir, durante a operação, pressões que sejam uniformes
sobre a superfície de ensaio.
A NBR 7584 (2012) recomenda que para que o ensaio seja realizado, deve-se fazer
inicialmente os preparos para que a área de ensaio apresente o mínimo possível de
rugosidades. Além disso, a área de ensaio deve estar afastada de regiões afetadas por
segregações, exsudação, concentração excessiva de armadura, juntas de concretagem, cantos,
arestas, etc. Por isso, é apropriado que se evitem regiões próximas a bases e topos dos pilares,
regiões inferiores de vigas, quando no meio do vão e regiões próximas dos apoios.
A NBR 7584 (2012) também recomenda que as peças de concreto utilizadas no ensaio
devem ter dimensões maiores que dez centímetros na direção do impacto, para que sejam
suficientemente rígidos, afim de que se evite fenômenos como vibração e ressonância,
fazendo com que não haja interferência nos resultados. Para as peças que tiverem dimensões
42
inferiores a dez centímetros, deve-se colocar apoios no encontro da face oposta à área de
ensaio.
Apesar de poder estimar a resistência à compressão do concreto por meio de
correlações empíricas fornecidas por curvas de conversão presentes no aparelho, a NBR 7584
(2012) recomenda que este método não seja um ensaio que substitua os ensaios de resistência
à compressão, devendo ser apenas um ensaio adicional ou complementar para fins de
comparação dos resultados. A figura 3.16 mostra o ensaio de esclerometria sendo aplicado a
uma estrutura de concreto.
Figura 3.16: Ensaio de esclerometria aplicado a uma estrutura de concreto.
Além dos ensaios não destrutivos citados, ainda existem diversos métodos utilizados
para caracterizar as estruturas de concreto. Vale citar neste trabalho os métodos eletrônicos
que têm sido utilizados, por exemplo, para investigar a corrosão das armaduras. Os métodos
radioativos podem ser empregados para avaliar as condições das armaduras, segregações dos
materiais e as fissuras presentes no concreto. Os métodos nucleares são utilizados, por
exemplo, quando se necessita estimar os teores de cimento de uma estrutura de concreto
endurecida. Também merece destaque os ensaios de permeabilidade, que são muito
importantes em estruturas que devem impedir a passagem de água.
43
4. PROGRAMA EXPERIMENTAL
A porcentagem retida em cada peneira, por amostra, deve ser apresentada com
aproximação de 0,1%;
As amostras devem apresentar necessariamente a mesma dimensão máxima
característica;
Para uma mesma peneira, os valores da porcentagem retida não devem diferir mais de
quatro unidades entre as amostras;
As porcentagens médias retida e acumulada devem ser apresentadas com aproximação
de 1%.
O material que ficou retido na peneira foi separado para pesagem e anotado para
realizar a análise granulométrica da amostra. O material que passou para o fundo, foi
adicionado para a peneira seguinte e repetido o mesmo processo até que chegasse a última
peneira. A figura 4.2 mostra o processo descrito. O mesmo processo foi realizado para a
segunda amostra.
Figura 4.2: Peneiramento individual para o ensaio de granulometria.
O concreto produzido para ser utilizado no ensaio foi dosado previamente, conforme a
seção 4.1.2. Inicialmente foi realizado a pesagem dos materiais e separados em alguns
recipientes conforme a figura 4.4.
Figura 4.4: Separação dos materiais para produção do traço.
Com o concreto produzido, antes de moldar os corpos de prova, foi realizado o ensaio
de slump test para verificar se seria necessária alguma alteração na composição para que o
concreto tivesse o abatimento requerido inicialmente. A produção do concreto e o ensaio foi
realizado no dia 17 de setembro de 2019. A aparelhagem utilizada no ensaio, conforme a NBR
NM 67, estão mostrados na figura 4.6.
Figura 4.6: Aparelhagem utilizada no ensaio de slump test.
Fonte: www.didaticasp.com.br/conjunto-slump-test
Seguindo as recomendações da NBR NM 67, a respeito do procedimento do ensaio,
antes de iniciar o ensaio, o molde e a placa da base foram umedecidos. Para realizar o
preenchimento do molde com o concreto produzido, foi posicionado os pés sobre as aletas do
molde para que ele estivesse estável. O molde foi enchido em três camadas camadas com
cerca de um terço da altura da forma. Cada camada foi compactada com 25 golpes
(distribuídos uniformemente) da haste de socamento.
Depois de compactado todo o material, foi feito o rasamento da superficie do concreto
para que ele fica moldado conforme a forma. Posteriormente foi retirado o molde do concreto,
no qual foi levantado na direção vertical com muito cuidado. Após a retirada do molde, o
abatimento do concreto foi medido. A figura 4.7 mostra o abatimento do concreto produzido.
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Figura 4.9: Preparação das formas para a moldagem dos corpos de prova.
realização dos ensaios, visto que o concreto foi produzido com cimento CP V – ARI, sendo
possível realizar os ensaios com uma resistência razoável para suportar os impactos.
Figura 4.12: Observação de carbonatação no corpo de prova com o uso de indicador de pH.
A área de ensaio foi executada na face vertical dos corpos de prova e foi desenhado
um reticulado no qual dividiu-se a área de ensaio em 16 regiões, de 2,5 centímetros cada,
conforme mostra a figura 4.13. Os impactos do aparelho para a medição do índice
esclerométrico foi realizado na posição vertical. A distribuição dos impactos foi realizada
uniformemente e limitada por cada região. A aplicação do esclerômetro foi feita de acordo
com o anexo B da NBR 7584 (2012).
Figura 4.13: Separação dos pontos de aplicação dos impactos.
Corpo de prova 9
15,80
Corpo de prova 10
12,00
Arranjo 4 Corpo de prova 11 13,72
14,25
Corpo de prova 12
14,90
Fonte: Elaborado pelo autor.
Figura 4.15: Rompimento do corpo de prova a partir de uma aplicação de carga continua.
5. RESULTADOS
Gráfico 5.3: Comparativo da redução da resistência à compressão em função do tempo de exposição ao CO2.
6. CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
HELAL, J.; SOFI, M.; MENDIS, P.. Non-Destructive testing of concrete: A review of
methods. Eletronic Journal Of Structural Engineering. p. 97-105. Jan, 2015.
LORENZI, Alexandre et al. Emprego de ensaios não destrutivos para inspeção de estruturas
de concreto. Revista de Engenharia Civil IMED, v. 3, n. 1, p. 3-13, 2016.
SAETTA, Anna V.; SCHREFLER, Bernhard A.; VITALIANI, Renato V. The carbonation of
concrete and the mechanism of moisture, heat and carbon dioxide flow through porous
materials. Cement and Concrete Reseach, v.23, n.4, p.761-772, 1993.
THIERY, M.; DANGLA, P.; VILLAIN, G.; PLATRET, G. A prediction model for concrete
carbonation based on coupled CO2-H2O-ions transfers and chemical reactions. TT1-58.
Lyon, 2005.
TUUTTI, K. Corrosion of steel in concrete. Thèse, Swedish Cement and Concrete Research
Institute. Stockholm, 1982.
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ANEXO A