Manual
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Títulos Publicados
CONSERVAÇÃO PREVENTIVA
EM BIBLIOTECAS E ARQUIVOS
capa 37.ps
D:\Trabalho\Clientes\CPBA\Capas Final\capa 37.cdr
ter a-feira, 19 de junho de 2001 18:39:28
Jan Merrill-Oldham
Jutta Reed-Scott
2a edição
Rio de Janeiro
Projeto Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos
2001
Suporte Financeiro
The Andrew W. Mellon Foundation
Vitae, Apoio à Cultura, Educação e Promoção Social
Coordenação
Ingrid Beck
Apoio
Arquivo Nacional
Fundação Getulio Vargas
Colaboração
Sérgio Conde de Albite Silva
Tradução
Cláudio Roberto Pereira Brandt
Revisão Técnica
Ana Virginia Pinheiro
Dely Bezerra de Miranda Santos
Revisão Final
Cássia Maria Mello da Silva
Lena Brasil
Projeto Gráfico
T’AI Comunicações
Coordenação Editorial
Ednéa Pinheiro da Silva M571 Merril-Oldham, Jan.
Anamaria da Costa Cruz Programa de planejamento de preservação : um manual para auto-
instrução de bibliotecas / Jan Merril-Oldhan, Jutta Reed-Scott; [tradução
Claudio Roberto Pereira Brandt; revisão técnica Ana Virginia Pinheiro,
Dely Bezerra de Miranda Santos; revisão final Cássia Maria Mello da
Silva, Lena Brasil].— Rio de Janeiro : Projeto Conservação Preventiva
em Bibliotecas e Arquivos: Arquivo Nacional, 2001.
139 p. : il. ; 30 cm. — (Conservação Preventiva em Bibliotecas e
Arquivos ; 37. Planejamento).
Impresso em papel alcalino.
Inclui bibliografias.
ISBN 85-7009-045-5.
Apresentação 7
Prefácio à edição de 1982 9
Prefácio à edição revista de 1993 10
Como usar este manual 11
Os guias de recursos 11
Capítulo 1
Introdução ao Programa de Planejamento de Preservação
Fundamentos e antecedentes 13
O Programa de Planejamento de Preservação 14
Quem está envolvido? 16
Resultados do programa 17
Apêndice 1.1 - Esquema das atividades de estudo 18
Apêndice 1.2 - Leituras do PPP 20
Capítulo 2
Preparação para o estudo do planejamento 21
A decisão 21
Formando o grupo de estudos 21
Informando a equipe 23
Capítulo 3
Fase I - Estabelecendo o arcabouço do estudo 25
Modelo de estudo de preservação 25
Técnicas de estudo: coletando dados 26
Técnicas de estudo: métodos de planejamento e resolução de problemas 28
Técnicas de estudo: dividindo o trabalho 28
Começa a Fase I 29
A primeira visita do consultor 29
Apêndice 3.1 - Planilha para planejamento de ações 30
Apêndice 3.2 - Brainstorming ou tempestade de idéias 32
Apêndice 3.3 - Análise dos campos de força 33
Apêndice 3.4 - Análise de custo/benefício 35
Apêndice 3.5 - Ordenando recomendações e estabelecendo prioridades 36
Capítulo 4
Fase I - Preparação do relatório preliminar, e Fase II - Planejamento 39
O relatório preliminar 39
Encaminhando o estudo preliminar 39
Apresentando a parte I do relatório preliminar 41
Capítulo 5
Fase II - Controle ambiental [Grupo de trabalho A]
Introdução às questões ambientais 47
Características ambientais de instalações de bibliotecas 50
Problemas do estudo de condições ambientais 51
Premissas subjacentes à investigação ambiental 52
Organizando a investigação das condições ambientais 53
Passos da investigação 53
Exame de amostras de ambientes 54
Analisando os dados ambientais 57
Elaborando recomendações para melhorar o ambiente 58
Relatando para o grupo de estudos 60
Apêndice 5.1 - Seqüência de tarefas da investigação ambiental 61
Apêndice 5.2 - Lista de verificação para o exame ambiental 63
Apêndice 5.3 - Coleta de dados sobre o ambiente 65
Apêndice 5.4 - Modelo de rascunho do relatório do grupo de
trabalho ambiental 69
Capítulo 6
Fase II: Condição física das coleções [Grupo de trabalho B]
Introdução às questões 71
Premissas subjacentes à investigação das condições das coleções
da biblioteca 71
Introdução às metodologias de levantamento 72
Organizando a investigação 76
Conduzindo a investigação 77
Analisando e organizando os dados 80
Elaborando recomendações e relatando ao grupo de estudos 82
Apêndice 6.1 - Seqüência de tarefas para a análise de condições 84
Apêndice 6.2 - Harvard University Library - Preservation Office
Metodologia de levantamento de condições
Formulário para levantamento de amostra 85
Apêndice 6.3 - Modelo de relatório de dados 86
Apêndice 6.4 - Modelo de esboço de relatório do grupo
de trabalho de condições 89
Capítulo 7
Fase III - Organização das funções de preservação [Grupo de trabalho C]
Introdução a questões organizacionais 91
Problemas no estudo da organização de funções de preservação 92
Premissas subjacentes à análise organizacional 92
Organizando a investigação 92
Capítulo 8
Fase II - Prontidão para emergências [Grupo de trabalho D]
Introdução às questões 103
Desafios para determinar como melhorar a prontidão em
emergências da biblioteca 103
Premissas subjacentes à investigação da prontidão para
emergências da biblioteca 104
Organizando a investigação 104
Passos da investigação 105
Elaborando recomendações 107
Relatando ao grupo de estudos 108
Apêndice 8.1 - Seqüência de tarefas para o estudo de prontidão
para emergências 109
Apêndice 8.2 - Modelo de esboço para prontidão em emergências
— Relatório do grupo de trabalho 110
Capítulo 9
Fase II - Educação de pessoal e usuários [Grupo de trabalho E]
Introdução às questões 111
Desafios de planejar um programa de educação do pessoal
e usuários 112
Premissas subjacentes a uma investigação do nível atual de consciência
de preservação da biblioteca e da necessidade de educação adicional 113
Organizando a investigação 113
Passos da investigação 114
Analisando e organizando os dados 115
Elaborando recomendações 116
Relatando ao grupo de estudos 118
Apêndice 9.1 - Seqüência de tafefas para o estudo de atividades
e necessidades de educação em preservação 119
Apêndice 9.2 - Lista de verificação de instrumentos e fóruns para educar
pessoal e usuários da biblioteca 120
Apêndice 9.3 - Guia para questionários e entrevistas 122
Apêndice 9.4 - Modelo de esboço para o relatório do grupo
de trabalho de educação de funcionários e usuários 124
7
As instituições que colaboram com o Projeto CPBA estão relacionadas na
página www.cpba.net , onde também poderá ser acessado o seu banco de dados,
com mais de 2.600 instituições cadastradas. Esta página virtual pretende ser uma
plataforma para o intercâmbio técnico e o desenvolvimento de ações cooperativas.
Desde o início o Projeto contou com recursos financeiros da Andrew W.
Mellon Foundation e de VITAE, Apoio à Cultura, Educação e Promoção Social.
Em 1998 estes patrocinadores aprovaram um segundo aporte financeiro, com o objetivo
de dar continuidade às ações empreendidas e de preparar esta segunda edição.
O Projeto agradece o generoso apoio recebido de seus patrocinadores e das
instituições cooperativas, brasileiras e estrangeiras, reconhecendo que sem esta parceria
nada teria acontecido. Deseja também agradecer aos autores e editores das publicações
disponibilizadas, por terem cedido gratuitamente os direitos autorais. Agradecimentos
especiais ao Arquivo Nacional, que hospedou o Projeto desde o seu início, assim
como à Fundação Getulio Vargas, pela administração financeira dos recursos.
Considerando que a fase do Projeto apoiada pela Fundação Mellon se encerra
em junho de 2001, o grupo cooperativo espera encontrar, em continuidade,
colaboradores e parceiros no Brasil, para que o processo de difusão do conhecimento
da preservação não seja interrompido.
Rio de Janeiro, junho de 2001.
Ingrid Beck
Coordenadora do Projeto CPBA
Em 1979, o National Endowment for the Humanities [Fundo Nacional para as Humanidades]
concedeu uma doação de U$151.924,00 para o Office of Management Studies [Escritório de Estudos
de Administração] da Association of Reseach Libraries (ARL/OMS), para a elaboração e o teste
de um “procedimento de auto-instrução para permitir que bibliotecas universitárias identifiquem e tratem
de problemas de preservação”. Os membros da equipe do OMS Duane E. Webster, Jeffery Gardner e
Maxine Sitts criaram as bases do projeto e fizeram um levantamento das atividades de preservação nas
bibliotecas sócias da Associação de Bibliotecas Universitárias na primavera de 1980. Este levantamento
resultou na elaboração de 3 kits SPEC que estabeleceram a base para trabalhos subseqüentes [Planning
for Preservation, #66; Disaster Prevention and Preparedness, #69; e Basic Preservation Procedures,
#70; publicados pela ARL entre 1980 e 1981].
Em julho de 1980, Pamela W. Darling foi contratada como especialista em preservação para elaborar
e testar o processo de planejamento. Três bibliotecas, as do Dartmouth College e das Universidades de
Virgínia e Washington, usaram a versão preliminar do manual em testes pilotos realizados em 1981, e o
volume atual deve muito às minuciosas e refletidas avaliações e sugestões feitas pela equipe de cada uma
dessas instituições.
A equipe do Projeto beneficiou-se de experiências, informações e conselhos de um comitê consultivo
de bibliotecários e especialistas em preservação. A paciência, as sugestões criativas e o auxílio da Dra.
Margaret E. Child, diretora assistente para recursos de pesquisa do Fundo Nacional para as Humanidades,
foram inestimáveis para que o trabalho se completasse.
Pamela W. Darling
31 de março de 1982
Jan Merrill-Oldham
Jutta Reed-Scott
10
Os guias de recursos
A preservação é um campo complexo e que evolui rapidamente, auxiliado por uma crescente
literatura técnica. Este manual é complementado por uma série de Guias de Recursos do Programa
de Planejamento de Preservação, também elaborados com o apoio do National Endowment for
the Humanities. Cada guia oferece um arcabouço conceitual para facilitar o processo decisório dentro
de uma área específica do programa. Estão disponíveis guias sobre os seguintes tópicos:
Collection Maintenance and Improvement
Collections Conservation
Disaster Preparedness
Managing a Library Binding Program
Options for Replacing and Reformatting Deteriorated Materials
Organizing Preservation Activities
Staff Training and User Awareness in Preservation Management
No conjunto, os guias servem como ponto de partida para o levantamento das práticas atuais de
uma biblioteca. Da variada gama da literatura sobre preservação, foram selecionados textos que relatam
princípios importantes, procedimentos padrões, ou abordagens eficazes que surgiram a partir da
experiência. A intenção é oferecer informações normativas que sirvam de parâmetros para as bibliotecas
medirem seus esforços de preservação. Os guias de recursos foram elaborados a partir de informações
sobre preservação, publicadas durante a última década, formando uma coleção básica de referência
que pode apoiar tanto atividades de planejamento de preservação quanto programas de preservação
em andamento.
11
Fundamentos e antecedentes
A preservação já foi descrita como um problema, como um desafio, como uma crise, e
como uma idéia cuja hora chegou. A linguagem é glamurosa, mas o trabalho duro de mobilizar toda
a instituição em torno do esforço para a preservação, não o é. Devemos entretanto fazer isso se
quisermos manter o acesso às amplas coleções de bibliotecas e de materiais de arquivos que
foram acumulados no decorrer do tempo. O desafio da preservação difere entre instituições, mas
estudo após estudo confirmam que um percentual significativo dos acervos históricos das bibliotecas
norte-americanas se deterioraram a ponto de poderem ser estragados ou destruídos numa única
consulta.
A rápida deterioração da maioria dos livros impressos após 1840 é apenas o subproduto mais
visível dos muitos fatores que se combinam para ameaçar a longevidade dos registros de informação.
Condições ruins de armazenamento, rotinas de processamento que causam estragos e o desgaste
causado pelo uso, todos ajudam a compor a taxa de deterioração de todos os meios de informação,
do papel e do couro ao plástico e ao vidro.
Para a biblioteca — tradicional mantenedora do conhecimento, sabedoria e experiência coletivos
da sociedade — as implicações são sérias. Qual o propósito de adquirir, catalogar e guardar vastas
coleções, se os próprios materiais vão se deteriorar na metade de sua vida útil? Estimativas confiáveis
e uma série de levantamentos das condições, feitas em larga escala, sugerem que o papel de 25% ou
mais dos volumes de importantes coleções tornou-se extremamente quebradiço.
A taxa pela qual novos materiais se juntam aos ameaçados é significativa. Um estudo financiado
pelo Council on Library Resources, conduzido por William J. Barrow, em 1957, mostrou que 97%
de amostras de papel para livro fabricadas nos primeiros 40 anos deste século tinham uma vida útil de
não mais que 50 anos, sendo que metade delas provavelmente durariam menos que 25 anos se fossem
usadas. A aritmética é complicada, mas as implicações são claras.
Enquanto a década de 1980 viu crescer o uso de papel alcalino para a produção de livros nas
partes mais ricas do mundo, em alguns países quase todo o papel disponível a preço acessível era
muito ácido. Agravando o problema está o fato de que muitos dos mais novos meios de informação
são ainda mais instáveis que papel ácido. Materiais como fitas magnéticas, discos óticos e fotografias
coloridas, todos têm vida surpreendentemente curta na prateleira, complicando mais ainda a capacidade
das bibliotecas garantirem a longevidade de seus acervos.
Na década passada, a consciência da magnitude do problema da preservação resultou no
aumento das propostas de programas de preservação em bibliotecas. Esforços formais de planejamento
de preservação foram fundamentais para melhorar as rotinas existentes e para estimular o aumento do
profissionalismo.
Um programa formal de preservação que tenha relação com o tamanho, a natureza, a condição
das coleções de uma biblioteca e com as normas de uso é a melhor garantia da instituição contra a
deterioração dessas coleções. Um planejamento cooperativo para um programa desse tipo pode
13
Objetivos
14
O PPP utiliza técnicas de pesquisa que se baseiam nos pontos fortes da biblioteca e ajudam os
funcionários a evitar armadilhas comuns no estudo de questões de preservação. O processo de estudo
em grupo oferece as seguintes vantagens:
1. o potencial de coleta de informação é maximizado. Ao estimular as contribuições de muitas
pessoas, amplia-se a base de conhecimento;
2. o envolvimento direto no planejamento promove um sentido de posse das idéias, dos problemas
e das soluções e motiva indivíduos a se esforçarem para produzir resultados concretos;
3. a discussão em grupo dá oportunidade para várias perspectivas, e estimula a articulação de
diferentes abordagens para se alcançarem os objetivos;
4. o envolvimento direto na análise melhora o fluxo de informação, permite uma apreciação de
diferentes pontos de vista, e reduz a necessidade de explicação das questões. As decisões são
compreendidas claramente.
O PPP fornece a estrutura para uma coleta de informação extensa. Arquivos históricos, dados
e números atuais e projeções para o futuro são todos importantes para o exame. Fontes de informação
incluem os documentos internos, os documentos de outras instituições, a literatura técnica e indivíduos
bem informados de dentro e de fora da instituição. A informação é coletada pela leitura, observação,
levantamentos e entrevistas com indivíduos e grupos.
O Programa tem uma abordagem sistemática de análise que inclui uma série de passos inter-
relacionados pelos quais os dados são coletados, organizados e interpretados:
Coleta de dados
O grupo coleta informações preliminares sobre as condições das coleções, e a natureza e o nível
das atividades de preservação atualmente implementadas na instituição.
Análise
O grupo analisa os dados e avalia o nível atual de avanço do programa de preservação em
comparação com as necessidades de preservação tanto vigentes quanto previstas. Neste processo
são identificados os pontos fortes e fracos da organização, bem como as áreas principais em que o
crescimento é mais factível e/ou mais conveniente.
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Um grupo de estudos e até cinco grupos de trabalho com membros da equipe da biblioteca
realizam o estudo do planejamento. O grupo de estudos é o grupo crítico, responsável pela condução
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Diretor da biblioteca
Após tomar a decisão de levar adiante o PPP, o diretor da biblioteca continua desempenhando
uma parte vital por todo o projeto. O compromisso e o apoio dele ou dela são essenciais. O grupo de
estudos mantém o diretor informado sobre o andamento, e o diretor fornece uma perspectiva sobre
problemas potenciais e oportunidades dos quais, de outra maneira, o grupo pode não estar a par.
A ARL fornece vários recursos para apoiar a implementação do PPP, incluindo este manual,
que descreve o quadro conceitual e os procedimentos para a condução do estudo. Embora cada
biblioteca venha a fazer algumas adaptações, o método descrito foi testado com sucesso em várias
situações e deve liberar o grupo para se concentrar mais no conteúdo do estudo do que na elaboração
do projeto.
Complemento essencial ao Manual do PPP, o Guia de Recursos PPP fornece, ao grupo de
estudos e aos grupos de trabalho, uma base sólida para a avaliação das práticas existentes e a
recomendação de mudanças. Relatórios de outras bibliotecas que completaram o PPP também são
disponibilizados, para fundamentação e comparação.
Por fim, a ARL fornece ajuda ao grupo de estudos através de uma série de sessões de consulta
e de treinamento locais realizada por um experiente administrador de preservação. O consultor faz de
três visitas à biblioteca para auxiliar na definição e resolução de problemas e no planejamento detalhado
para cada fase de estudo, e fica disponível para consultas do grupo de estudos por telefone. Ele pode
fornecer uma avaliação substantiva do relatório final e das recomendações, oferecendo perspectiva de
alguém de fora para auxiliar o processo.
Resultados do programa
A participação no PPP vai resultar numa maior compreensão das questões por parte da equipe
e da administração da biblioteca. Tanto o relatório final quanto os documentos de trabalho correlatos
podem ser usados, não apenas para ajudar a moldar as atividades de planejamento da biblioteca como
um todo — inclusive a elaboração dos orçamentos interno e externo —, mas também para sensibilizar
aqueles, dentro da instituição mantenedora, que influenciam na alocação de recursos para programas
de bibliotecas.
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A decisão
O diretor da biblioteca toma a decisão de participar de um esforço de planejamento de
preservação após fazer consultas aos administradores e equipes pertinentes, especialmente àqueles
diretamente responsáveis pelo zelo e pelas condições das coleções da biblioteca. Ele pode também
fazer consultas a funcionários da instituição mantenedora tanto para estimular o interesse no projeto
como para criar os fundamentos que possibilitem um compromisso da organização com a implementação
do programa. A alocação de pessoal e de outros recursos para o planejamento de preservação é
motivada pela expectativa de que ele vai gerar informações, apoio à equipe, e um plano detalhado de
ação, necessários para melhorar e ampliar a capacidade da biblioteca de preservar seus volumes.
Formando o grupo de estudos
A importância do grupo de estudos não pode ser exagerada, pois ele tem a responsabilidade
final pelo gerenciamento do projeto. A qualidade das investigações que são realizadas, e a natureza e
eficiência das recomendações que são feitas, dependem dos membros do grupo de estudos.
O líder
O líder do grupo de estudos, nomeado pelo diretor, deve possuir aptidões para organização,
coordenação e liderança, ser da sua confiança e ter acesso aos membros da administração superior e
da equipe. O líder é o catalisador principal e a força integradora maior dentro do estudo, e é responsável
por assegurar que o grupo de estudos desempenhe seu papel de forma eficaz. Deve ter um interesse
acentuado pelas coleções da biblioteca e seus problemas de preservação, mas não precisa ter
especialidade em preservação para o desenvolvimento.
Um apoio administrativo considerável vai ser necessário para o eficiente desenvolvimento do
estudo, o que representa criar uma agenda que seja compatível com os membros do grupo; assegurar
espaço e equipamentos para os encontros; adquirir, circular e preparar recursos informativos para
consulta em grupo; duplicar e distribuir esboços, relatórios e outros documentos e providenciar
acomodação e transporte local para o consultor. Estas responsabilidades podem ser passadas ao líder
ou a um outro membro da equipe indicado para servir como coordenador do projeto. Em qualquer
dos casos, a ajuda de pessoal de apoio vai ser necessária. Quando houver um coordenador de projeto,
o líder e o coordenador têm que ser capazes de trabalhar juntos, de maneira próxima e tranqüila.
O diretor da biblioteca e o líder devem dispensar algum tempo discutindo as obrigações do
cargo, estabelecendo regras básicas (por exemplo, como conflitos de tempo vão ser resolvidos, o
quanto o diretor deverá estar envolvido), e chegando a uma compreensão mútua de objetivos e
expectativas. Outros administradores devem ser envolvidos, conforme for o caso. Por exemplo, se o
líder é um chefe de departamento, o diretor a quem ele se subordina vai participar nas discussões
preliminares e nas discussões em andamento.
Membros do grupo
A seleção dos membros do grupo de estudos deve concentrar-se em assegurar uma ampla
gama de experiências e uma ampla base de conhecimento dentro do grupo. A credibilidade é um
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Informando a equipe
O Programa de Planejamento de Preservação vai afetar a maioria dos membros da equipe e,
em última instância, é provável que influencie a maneira como o trabalho é feito em quase todas as
unidades. O conhecimento e a compreensão dos planos e metas por parte de toda a equipe é, portanto,
essencial desde o início, para garantir a plena cooperação nos estágios de coleta de dados e a aceitação
dos resultados finais.
A decisão de participar deve ser prontamente comunicada ao grupo inteiro e as nomeações
para os grupos de estudos e de trabalho anunciadas a todos. A equipe também deve ser mantida
informada na medida em que o estudo progride. Isto pode ser feito por meio de boletins e relatórios,
formais ou informais, orais ou escritos. O entusiasmo dos membros do grupo e da equipe pode fazer
muito para transformar os resultados do estudo numa poderosa ferramenta de trabalho.
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Observação
A observação própria ao estudo do PPP pode incluir examinar fileiras de prateleiras e locais de
trabalho; assistir aos membros da equipe no processamento dos materiais, tomando decisões de
encardenação, ou guardando materiais; e assistir aos usuários usando e devolvendo materiais. A
observação é uma técnica útil de coleta de dados quando é necessária informação concreta relativa ao
comportamento, e está mais comumente associada à medição de trabalho e ao planejamento do fluxo
de trabalho. A observação tem valor especial para o planejamento de preservação em bibliotecas
porque muitas atividades potencialmente danosas são consideradas tão rotineiras que elas se tornaram
‘invisíveis’. Observar para coletar informação tem as seguintes vantagens e desvantagens:
Vantagens Desvantagens
Os dados são coletados em primeira mão, e Limita-se às atividades que são observáveis
sujeitos apenas às interpretações do observador
Permite exame detalhado de atividades específicas Requer a cuidadosa determinação dos dados
necessários
Possibilita a coleta de informações sem processos A equipe pode se sentir pouco à vontade com o
complicados processo
Leitura
A natureza da leitura que é feita durante todo o processo de planejamento se divide em duas
categorias:
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Entrevistas
Questionar pessoas-chave, uma a uma, é uma técnica bem apropriada para a tarefa de determinar
que trabalho de preservação está sendo feito na instituição. Roteiros preliminares de entrevista devem
ser preparados para assegurar uma abordagem sistemática e a compatibilidade da informação. Devem
ser fornecidos aos entrevistados, resumos com os resultados, tanto como uma cortesia quanto para
checar a precisão do relato.
Vantagens Desvantagens
Discussão pode construir, esclarecer ou corrigir Toma tempo
dados coletados em outra fonte
Fornece uma ampla oportunidade para a manifestação Requer habilidades de entrevistador
do grupo
Cria a oportunidade para apresentar questões Pode gerar expectativas inatingíveis entre os
entrevistados
Levantamentos
Questionários escritos e outros instrumentos para fazer levantamento podem ser usados para
coletar dados comparativos sobre fatores ambientais, políticas e práticas de encadernação e reparo,
condição física das coleções, rotinas de treinamento da equipe e outros dados objetivos. Os
levantamentos são particularmente úteis para a elaboração de informações sistemáticas sobre atividades
e coleções, que estão dispersas tanto organizacional quanto geograficamente.
Vantagens Desvantagens
Pode garantir uma grande quantidade de dados É difícil elaborar um bom questionário
relativamente rápido
Permite a comparação de dados no decorrer do Alguns dados (ex. monitoramento ambiental) são
tempo mais relevantes quando compilados por um período
de tempo maior do que o previsto no estudo do PPP
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Começa a Fase I
A primeira fase do Programa de Planejamento de Preservação começa formalmente com a nomeação
do grupo de estudos. Em um encontro introdutório, o líder e os membros do grupo analisam a proposta e
discutem a natureza geral do projeto. Todos os membros do grupo são conscientizados das responsabilidades
e do compromisso quanto ao tempo necessário para a participação. Cópias deste manual são distribuídas e é
providenciada a circulação, ou a disponibilização por outro meio, das leituras introdutórias. Os membros do
grupo devem ler integralmente o Manual do PPP antes da primeira visita do consultor, de modo a ficar
familiarizados com a estrutura e a seqüência das atividades de estudo. Eles também têm que terminar tantas
leituras preliminares adicionais quantas forem possíveis, a começar pelos Preservation Program Models.
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Originalmente desenvolvido por Kurt Lewin, a análise dos campos de força explica situações
estáveis em termos de equilíbrio entre dois campos de força — como, por exemplo, um problema que
persiste por um longo período, com pouco movimento no sentido de sua solução. Um campo de força
para solucionar o problema (força condutora) e o outro para manter o status quo (força restritiva). A
mudança só pode ocorrer quando o equilíbrio é alterado, seja pelo fortalecimento da força condutora,
seja pelo enfraquecimento da força restritiva ou por ambos.
Ideal Forças Restritivas
O processo analítico
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Exemplo 2 — Mudança desejada - controle da luz para reduzir o dano aos materiais
Deterioração de materiais e os custos correlatos Juntar exemplos de materiais danificados pela luz
de reparo e substituição Coletar dados para documentar os custos
Perda de itens insubstituíveis
Preocupação das equipes de preservação e de Compartilhar as preocupações via relatórios e
desenvolvimento de coleções diálogo
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Alta
3 1,
Exeqüibilidade
4 2
Baixa
Baixo - - Alto
Impacto
No quadrante 1 coloque as recomendações de alto impacto que podem ser implementadas com
maior facilidade. O quadrante 2 contém recomendações de alto impacto que serão difíceis de executar.
As recomendações que não são difíceis de implementar, mas que terão baixo impacto, vão para o
quadrante 3, e aquelas que são difíceis e terão baixo impacto vão para o quadrante 4.
Este esquema resulta em que algumas ações potenciais merecem mais atenção do que as outras.
As recomendações do quadrante 1 são, provavelmente, as de maior prioridade, já que elas podem ser
realizadas facilmente e terão impacto significativo. As do quadrante 4 podem ser esquecidas, já que elas
alcançam pouco resultado, embora demandem muito esforço. Muitas das, que estão no quadrante 3
podem também ser eliminadas, porque elas geram pouco — embora algumas possam valer a pena —
porque são fáceis de implementar. As recomendações do quadrante 2 precisam ser consideradas
cuidadosamente, a despeito de sua dificuldade, por causa de seu impacto potencialmente alto.
37
O relatório preliminar
Depois da primeira visita do consultor, o grupo de estudos tem duas atribuições principais:
preparar um relatório preliminar e planejar a Fase II. O relatório preliminar fornece aos membros do
grupo de estudo e dos grupos de trabalho uma visão geral da biblioteca e de sua instituição mãe, vista
a partir de uma perspectiva que vai dar suporte a uma análise detalhada da obrigação e da capacidade
da instituição de preservar suas coleções bibliográficas. O relatório reflete o fato de que as bibliotecas
operam dentro de um sistema maior, interagindo não apenas com o seu vínculo superior (uma
universidade, a cidade), mas dentro de uma arena mais ampla (educação superior, governo), com as
indústrias editoriais e de informação, com sistemas tecnológicos, e com a profissão de bibliotecário. O
sucesso com os desígnios da preservação depende, em grande parte, da capacidade da liderança em
preservação de adaptar-se, influenciar e aprender com estes sistemas externos. Para fazê-lo, os
relacionamentos organizacionais precisam ser compreendidos e as limitações reconhecidas.
O relatório preliminar vai compreender as informações descritivas e um conjunto resultante de
hipóteses que vão moldar a fase central do estudo. A investigação sobre a qual o relatório é baseado
se concentra em seis áreas correlatas:
1. uma breve apresentação histórica da biblioteca em seu contexto institucional;
2. o desenvolvimento e a natureza das coleções da biblioteca, com ênfase nos fatores que
influenciaram sua situação atual;
3. a história das instalações da biblioteca e as condições ambientais gerais que existem por todo
o sistema da biblioteca;
4. esforços de preservação passados e presentes;
5. fatores externos que afetam as necessidades e os recursos de preservação da biblioteca; e
6. premissas de planejamento.
Uma descrição e um modelo de esboço do relatório preliminar são apresentados no Apêndice
4.1. O relatório deve ser conciso e destacar itens-chave. O seu propósito é fornecer uma visão ampla
e um resumo dos fatores principais que têm lugar no estudo. O processo de prepará-lo permite ao
grupo praticar técnicas de investigação e de análise e lança os fundamentos para a coleta de informações
adicionais durante a Fase II.
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Planejando a Fase II
A partir de então, a parte final do relatório preliminar pode ser elaborada. Ela inclui uma descrição
do plano geral para a Fase II, as incumbências dos grupos de trabalho e um cronograma com as datas
estabelecidas. A segunda fase difere da primeira sob dois aspectos: primeiro, as investigações terão
uma natureza muito mais detalhada do que aquelas executadas para a preparação do relatório preliminar.
Segundo, os estudos serão levados adiante por vários grupos separadamente, cada um liderado por
um membro do grupo de estudos. Isto amplia as responsabilidades dos membros do grupo, que
precisam também manter encontros breves, mas regulares, por toda a segunda fase, para coordenar as
atividades de seus grupos de trabalho.
Para planejar e gerenciar eficientemente, os membros do grupo precisam compreender
detalhadamente os procedimentos da Fase II. Uma leitura atenta dos Capítulos 5 até o 9 deve preceder
a primeira sessão de planejamento, de modo que o grupo possa identificar as mudanças que serão
necessárias para adaptar os procedimentos às condições locais.
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Qualidade do ar
Estruturas de suporte
Prateleiras, gabinetes, caixas, carrinhos de livros e outras estruturas de apoio devem ser
projetadas para a máxima proteção dos materiais armazenados nelas e sobre elas. Para serem
eficientes, elas precisam ser do tamanho apropriado, fabricadas com materiais não-prejudiciais,
acabadas ou revestidas apropriadamente e convenientemente localizadas; e devem ser em número
suficiente para evitar o abarrotamamento. Como uma regra geral, caixas para devolução de livros
são inadequadas às metas da preservação. Se elas não puderem ser completamente eliminadas,
devem ser projetadas ou modificadas para minimizar a distância a que os materiais caem, o impacto
de bater no fundo, e os efeitos sobre os livros já dentro da caixa quando mais livros são depositados.
Elas devem ser esvaziadas freqüentemente e trancadas quando a biblioteca está aberta. A seção
sobre Storage and Handling do livro Preservation of Library & Archival Materials: A Manual,
publicado pelo Northeast Document Conservation Center (NEDCC), apresenta uma útil
discussão sobre móveis para bibliotecas, e o guia de recursos Collection Maintenance and
Improvement, de Sherry Byrne, inclui informações sobre o acondicionamento de meios específicos
(Apêndice 1.2).
Limpeza
As bibliotecas devem ser limpas regularmente para eliminar resíduos de alimentos e abrigo para
insetos e pragas; e para amenizar os efeitos da poeira que pode manchar e arranhar superfícies. A
melhor maneira de debater sobre decisões tais como fumigar ou não, é evitar os problemas. A seção
sobre Storage and Handling, do Manual do NEDCC, descreve procedimentos e produtos de limpeza.
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Passos da investigação
Antes de sair com pranchetas e instrumentos, o grupo de trabalho deve preparar um inventário
das instalações da biblioteca como base para a seleção de locais que serão examinados. O inventário
deve se concentrar em áreas dedicadas, principalmente, à guarda de coleções de bibliotecas e excluir
os espaços de processamento de serviço e administrativos.
O inventário deve listar todos os prédios da biblioteca, o tamanho aproximado dos espaços
dedicados às coleções, as características gerais de sistemas de climatização. É provável que estas
informações estejam disponíveis quer na divisão administrativa da biblioteca quer no departamento de
instalações da organização mantenedora. O grupo de trabalho inicia seu trabalho decidindo que
informações são necessárias para se compilar o inventário e como elas podem ser coletadas, e
designando indivíduos ou subgrupos para coletar e compilar os dados.
A partir do inventário completo, o grupo de trabalho seleciona vários locais para um exame
minucioso. A amostra deve:
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Uma boa leitura sobre equipamentos de monitoramento ambiental é o folheto técnico Monitoring
Temperature and Relative Humidity, do Manual do NEDCC. Em resumo:
• Registro manual de temperatura e de umidade relativa
Bons termômetros de mercúrio ou bimetálicos podem ser adquiridos em lojas de ferragem. São
baratos e podem ser comprados em quantidade. Embora higrômetros baratos também estejam
disponíveis, os instrumentos que medem a umidade tendem a se descalibrar. O equipamento
doméstico não é confiável. Qualquer higrômetro de ponteiro que seja comprado precisa ser
capaz de ser recalibrado. Os registros são verificados usando-se um psicrômetro manual giratório
ou um psicrômetro de ventoinha que funcione a bateria. Instrumentos eletrônicos também estão
disponíveis a um custo ligeiramente superior. O psicrômetro manual giratório custa menos, mas
é difícil de usar. Os higrômetros de ponteiro devem ter seu registro checado com relação a um
psicrômetro pelo menos uma vez por semana, e recalibrados se necessário. O equipamento
mínimo necessário, então, para o monitoramento manual é: um termômetro de alta qualidade e
um higrômetro de ponteiro calibrável para cada local a ser examinado; e um psicrômetro movido
a pilha (ver no Apêndice 5.3 um exemplo dos dados coletados numa verificação por amostragem
e uma tabela mostrando estes dados).
• Registro contínuo de temperatura e umidade relativa usando um higrotermógrafo
Higrotermógrafos são instrumentos que registram a temperatura e a umidade constantemente,
num gráfico. Eles fornecem mais informações do que o que se coleta pela verificação manual por
amostragem, mostrando exatamente o que está acontecendo em um determinado local 24 horas
por dia. Cada vez que um gráfico é mudado, os registros de temperatura e de umidade devem
ser recalibrados. A temperatura pode ser checada com um bom termômetro (que deve ser
mantido sobre a prateleira com o higrotermógrafo, de modo que ele forneça um registro preciso
do local); a umidade deve ser checada com um psicrômetro movido a pilha. O equipamento
mínimo necessário para o monitoramento com um higrotermógrafo, portanto, é: um
higrotermógrafo e um termômetro de alta qualidade para cada local a ser examinado; e um
psicrômetro movido a pilha para o projeto. Ver no Apêndice 5.3 uma amostra de dados
registrados num higrotermógrafo operado por um ano em uma biblioteca de música. Os picos
semanais de alta e de baixa do registro de temperatura e de umidade relativa foram marcados no
tempo para mostrar flutuações de curto e de longo prazo no ambiente do prédio.
• Registro contínuo de temperatura e umidade relativa usando um registrador de dados
Registradores de dados são pequenos aparelhos que detectam a temperatura e a umidade relativa
eletronicamente e registram as marcações em um chip de computador a intervalos regulares, 24
horas por dia. Periodicamente, o datalogger é conectado a um computador e os dados são
impressos na forma de gráficos usando um software projetado especialmente para este propósito.
Não é necessária nenhuma calibragem regular, embora os sensores de umidade tenham que ser
substituídos periodicamente. Os registradores de dados praticamente não requerem manutenção
(enquanto que os higrotermógrafos a requerem, de modo regular), mas requerem conhecimentos
básicos de computação. O equipamento mínimo requerido para o monitoramento com um registrador
de dados é um instrumento para cada local a ser pesquisado e uma única cópia do software para
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Procedimentos de monitoramento
Os procedimentos do monitoramento de temperatura e de umidade vão variar dependendo se
serão usados instrumentos que registram ou não. Quando somente instrumentos que não registram estiverem
disponíveis, o calendário deve reservar dados de três a quatro registros por dia para compensar as
mudanças da temperatura externa, do movimento do sol, das horas de uso e de outros fatores. Deve-se
chegar a um acordo sobre quem é responsável pelos registros diários e os calendários devem ser
coordenados entre todos os locais que estão sendo monitorados, para evitar conflitos no uso de
equipamentos. Em alguns casos, o pessoal que trabalha na área pode fazer os registros; em outros, um
membro do grupo de trabalho, um estudante assistente ou um voluntário pode fazer as rondas. Sempre
que possível, os registros devem ser feitos todo dia, independentemente do prédio ficar aberto, tarde da
noite, bem como pela manhã e à tarde. A ajuda de um agente de segurança ou de um supervisor de
manutenção pode ser convocada para as poucas semanas em que o monitoramento estiver sendo feito.
Os padrões de níveis de iluminação podem provavelmente ser discernidos dentro de uma semana,
e não precisam ser monitorados por mais tempo a não ser que as anotações não sejam conclusivas ou
se suspeite de uma forte relação com a temperatura.
Cada pessoa envolvida deve ser instruída sobre o uso adequado dos equipamentos. Os
pesquisadores devem saber como registrar a informação numa tabela e marcá-la num gráfico a menos
que estejam disponíveis dataloggers. Todos os pesquisadores devem conhecer a localização de todos
os espaços que estão sendo monitorados.
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* NR: O autor se refere ao hemisfério Norte. No caso do Brasil, seriam as janelas que dão para o Norte.
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Preparação
Adquirir equipamento de monitoramento
Ler o relatório preliminar preparado pelo grupo de estudos, os Capítulos 1-5 do Manual do
PPP, os Preservation Program Models, e as leituras para o Grupo de Trabalho A listadas no
Apêndice 1.2
Planejar as atividades e designar as tarefas iniciais
Elaborar as recomendações
Fazer considerações sobre potenciais soluções para os problemas
Analisar e classificar as soluções
Rascunhar as recomendações
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Estruturas de apoio
Prateleiras - Firmes? Adequadamente parafusadas? Profundas e altas o suficiente para os
materiais? Se de madeira, adequadamente vedada? Se de metal, adequadamente acabada?
Livre de ferrugem, lascas, pontas afiadas? Número suficiente de escadas para acesso às prateleiras
mais altas? Número adequado de bibliocantos? Evidência de abarrotamento? Espaço adequado
no corredor para os carrinhos?
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Organização do espaço
Disposição apropriada para o transporte seguro das coleções pelos corredores e portas, pelos
cantos, dentro de elevadores? O projeto permite a circulação adequada de ar? Algum problema
criado pela natureza do espaço adjacente, por padrões de uso?
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etc...
Local:
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Semanal
alto
Semanal
baixo
Temperatura
Semanal
alto
Semanal
baixo
Umidade relativa
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Temperatura
Umidade relativa
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Umidade relativa
Galeria 1 Galeria 2
Galeria 3 Área de
armazenamento
Temperatura
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Introdução
Objetivo do estudo
Descrição da metodologia
Pontos fortes, limitações ou características especiais da abordagem
Breve descrição das instalações
Biblioteca principal
Espaços de coleções especiais etc.
Exame das condições ambientais
Principais problemas
Causas aparentes
Impacto sobre as coleções
Recomendações para investigações adicionais e mudanças
Apêndices
Exemplo e resumo dos dados coletados pelo monitoramento
Planta baixa dos andares identificando os principais problemas ambientais
Valor do custo de equipamentos, materiais ou modificações estruturais, quando for o caso
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Análise de necessidade
Uma análise geral das necessidades e das prioridades de preservação, às quais se chega pela
seleção de uma amostra aleatória da coleção e pela análise de cada item da amostra para determinar
sua condição, o tipo e a quantidade de uso que ele recebe, as condições sob as quais ele é
acondicionado e seu valor.
Levantamentos de condições
Uma análise detalhada da natureza física e das condições de uma coleção, à qual se chega pela
seleção de uma amostra aleatória estatisticamente válida e pelo registro, em detalhe, da natureza física
e da condição de cada item da amostra.
Com relação à análise do especialista, os dados coletados por uma rápida observação, por mais
treinado que ele seja, não fornece informação suficiente para se formar a base do planejamento de
preservação de longo prazo para grandes coleções. Por esta razão, a discussão a seguir se concentra
na análise de necessidades e nos levantamentos de condições. Por causa das inevitáveis restrições de
tempo inerentes ao processo do PPP, e do custo e tempo envolvidos no desenvolvimento de um
instrumento de levantamento e do programa de computador que o suporte, recomenda-se o uso de
programas já disponíveis.
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Organizando a investigação
Selecionar o grupo de trabalho de levantamento
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Conduzindo a investigação
Definindo a amostra
O primeiro passo para o grupo de trabalho é definir a coleção que vai ser amostrada. As bibliotecas
setoriais vão ser incluídas? Os livros armazenados fora da sede ou as coleções de arquivos verticais
devem ser levantados? Uma vez que a abrangência do levantamento esteja definida, o grupo de trabalho
vai determinar um tamanho de amostra apropriado, com base nos princípios descritos por Carl M.
Drott em Random Sampling: A Tool for Library Research (ver referência completa no Apêndice
1.2). Embora pareça contrasenso, a escolha do tamanho da amostra não está relacionada com o
tamanho da coleção, mas antes com o nível de confiança e o nível de tolerância desejados nos resultados.
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Mapeando a coleção
Treinando o pessoal
O pessoal é nomeado individualmente ou em grupos para realizar o levantamento. Para completar
o levantamento de uma amostra de 900 itens no tempo designado, pelo menos quatro pesquisadores
vão ser necessários. Uma visita preliminar às áreas a serem levantadas é feita para se ter idéia da
disposição geral, dentro do contexto do levantamento, e para analisar a estratégia de levantamento
com o pessoal familiarizado com o acervo. Planos de trabalho para a realização do levantamento são
detalhadamente discutidos pelo grupo de trabalho, e são feitos os arranjos necessários. Se pessoas de
fora do grupo de trabalho vão ajudar na coleta de dados, é preciso que se chegue a um acordo sobre
vários itens (ex.: cronograma); e precisa ser garantido o apoio da informática para a tabulação dos
resultados. Procedimentos para a retirada e a recolocação dos materiais precisam ser coordenados
com o pessoal de circulação e das prateleiras.
Os materiais de treinamento devem incluir instruções descrevendo os processos de amostragem
e levantamento. O manual que acompanha o software de Harvard pode ser adaptado para adequar-
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Realizando o levantamento
O levantamento em si envolve duas etapas: retirar a amostra e avaliar os materiais e registrar os
dados. Já que são mais familiarizados com o arranjo das prateleiras, pode fazer sentido que o pessoal
de manutenção retire os volumes dos locais gerados pelo programa de amostra aleatória. Os
pesquisadores devem trabalhar inicialmente em grupos de dois para ajudarem um ao outro e discutirem
questões que possam surgir. Como precisão é um requisito básico, é melhor limitar o trabalho de
levantamento em períodos de duas a três horas. Uma revisão sistemática de todo o trabalho deve ser
feita por um membro do grupo de trabalho durante a primeira parte do projeto, seguida de verificações
por amostragem quando o grupo de trabalho estiver confiante na capacidade dos pesquisadores.
Se for incluído o componente avaliação de coleção , o levantamento vai precisar de uma terceira
etapa. Os itens vão ser separados para análise por gerentes de coleções ou especialistas, que deverão
preencher a seção de avaliação do formulário.
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Preparação
Ler o relatório preliminar preparado pelo grupo de estudos, Capítulos 1-4 e 6 do Manual do
PPP, Preservation Program Models, e as leituras sugeridas no Apêndice 1.2 para o Grupo
de Trabalho B.
Encomendar e tornar-se familiarizado com o programa de levantamento de condições
Planejar atividades e distribuir tarefas iniciais
Criar inventário resumido de coleções
Identificar informações necessárias e prováveis fontes
Designar indivíduos ou grupos para coletá-las
Agrupar informações
Realizar levantamento
Fazer cronograma, distribuir trabalho
Examinar local
Treinar pesquisadores
Levantar 90 itens como um piloto
Avaliar o levantamento piloto
Agrupar todos os dados
Análise de dados pelo grupo de trabalho
Estudar os dados com todos os membros
Discutir principais problemas e tendências
Determinar principais metas para melhoria
Identificar prioridades para levantar outras coleções
Desenvolver recomendações
Fazer brainstorming de objetivos, i.e., soluções potenciais para principais problemas
Analisar e classificar soluções
Rascunhar recomendações
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33. Ilustração em cor 34. Conteúdo* 35. Tipos* 36. Ilustração P&B 37. Conteúdo 38. Tipos*
o nenhuma o representativo o arte de linha o nenhuma o adjacente o arte de linha
o algumas o codificado o tom contínuo o algumas o agrupado o tom contínuo
o muitas o adjacente o meio tom o muitas o não se aplica o meio tom
o a maioria o agrupado o arte original o a maioria o arte original
o frontispício o não se aplica o não se aplica o frontispício o não se aplica
o adições
39. Valor como 40. Avaliação como coleção. o Avaliador
artefato? Se este livro estivesse inutilizável, o
o sim que tratamento você recomendaria, o recolhimento * A pergunta permite múltiplas respos-
o não baseado no seu valor de coleção? o nenhum tratamento tas; marque todas que se aplicam.
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Região de publicação
Tamanho da amostra = 932
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Introdução
Escopo do estudo
Descrição da metodologia
Pontos fortes, limitações e características especiais da abordagem
Recomendações
Observações relativas ao monitoramento permanente das necessidades, métodos de levantamento
(baseadas na experiência do levantamento)
Lista priorizada de coleções a serem levantadas no futuro
Usos imediatos das descobertas do levantamento
Medidas de curto prazo para controlar problemas
Estratégias de longo prazo para remediar e prevenir
Apêndices
Formulário de levantamento genérico
Compilação de dados estatísticos
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Organizando a investigação
O grupo de trabalho é encarregado de elaborar informações e dados sobre a natureza e o
objetivo das atividades de preservação existentes. Ele rascunha recomendações para ampliar programas
existentes e iniciar novos. O grupo de estudos vai usar o grupo de trabalho para preparar seu relatório
final para o diretor da biblioteca.
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Passos da investigação
Identificando componentes de preservação
O grupo de trabalho vai determinar se deve investigar todos os quatro componentes do programa
listados anteriormente (encadernação comercial, conservação, reprodução e manutenção de coleção).
Cinco guias de recursos separados, cobrindo estes tópicos, servem como ponto de partida para a
investigação. Os guias de recursos traçam planos específicos para avaliação das políticas e das práticas
da biblioteca, e apresentam ou fazem referência a informações de apoio publicadas ou não. Se o
tempo, o pessoal e/ou a especialização são muito limitados para o grupo de trabalho ir em frente com
quatro investigações separadas e depois colaborar na exploração de questões organizacionais, pode
ser tomada a decisão de se concentrar nas duas atividades que já vão estar em andamento, de alguma
forma, na biblioteca — encadernação comercial e manutenção de coleções. Neste caso, o grupo de
trabalho pode recomendar investigação posterior. Talvez, por exemplo, uma pessoa qualificada para
avaliar o programa de pequenos reparos de livros deva ser contratada para aferir as práticas atuais e
fazer recomendações. De qualquer modo, o grupo de trabalho deve estar familiarizado com todos os
guias de recursos, de forma a compreender as questões e as tendências. Os guias apresentam informações
normativas que ajudam a responder às seguintes questões sobre cada atividade de preservação estudada:
• a biblioteca atualmente se ocupa da atividade?
• como a atividade está organizada, servida de pessoal e administrada?
93
Coletando informações
O grupo de trabalho deve decidir se, e como, as informações podem ser encontradas, e quanto
deve ser buscado. Indivíduos ou subgrupos podem ser designados para coletá-las. Independente da
abordagem específica adotada no processo de coleta de dados, a meta é ser capaz de responder às
seguintes questões sobre os quatro componentes do programa sob consideração:
• o que é feito, como e quanto?
• quem o faz? (quantas pessoas? elas tiveram oportunidades adequadas de treinamento?)
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Analisando os dados
Toda a informação coletada pelos membros do grupo de trabalho deve ser apresentada para
discussão pelo grupo de trabalho inteiro. Já que muito da coleta de dados e da análise preliminar vai
ser feito por membros individuais ou subgrupos, todos os membros do grupo de trabalho devem ter
uma oportunidade para estudar os dados antes do encontro. Durante as discussões, as seguintes
questões devem ser abordadas:
• quais são as maiores questões administrativas e as implicações sobre políticas que emergem do
estudo?
• quais são os padrões organizacionais ou funcionais que emergem do estudo?
• os recursos humanos são adequados?
• os recursos financeiros são adequados?
• quão abrangentes são as políticas expressas relativas à preservação? Existem falhas ou
contradições? Até que ponto as políticas existentes estão implementadas?
• que funções ou categorias de atividades aparentam estar exercidas inadequadamente? Quão sérias
são as inadequações em relação à aparente necessidade? Quais são as causas aparentes do problema?
• quantos tipos diferentes de decisões de preservação estão sendo feitas? Elas estão sendo
coordenadas? Com base em critérios ou em diretrizes apropriados? Tomadas pelo pessoal
apropriado?
• espaço e equipamentos são adequados?
• a equipe está apropriadamente treinada e supervisionada?
• os procedimentos são apropriados e baseados em conhecimento técnico atual?
• quais são os pontos fortes da biblioteca em preservação? Que áreas parecem apresentar o
maior potencial para desenvolvimento a curto prazo? Que áreas parecem ser importantes focos
para planejamento e desenvolvimento a longo prazo?
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Preparação
Ler relatório preliminar preparado pelo grupo de estudos, os Capítulos 1-7, 7, e 10 do Manual
do PPP, o Preservation Program Models, e as leituras para o Grupo de Trabalho C listadas
no Apêndice 1.2.
Planejar atividades e distribuir tarefas iniciais
Analisar dados
Estudar dados (todos os membros)
Discutir; identificar principais pontos fortes e fracos
Determinar metas de longo prazo para as capacidades de preservação da biblioteca
Elaborar recomendações
Fazer brainstorming de potenciais soluções para principais problemas
Analisar e classificar soluções
Rascunhar recomendações
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Questões químicas
O processo funciona?
Para determinar se um processo neutraliza o papel convenientemente e deposita uma quantidade
apropriada de reserva alcalina é preciso um estudo de laboratório por químicos profissionais. A Library
of Congress patrocinou um projeto, em 1991, no qual três processos de desacidificação em massa
foram exaustivamente testados, e que resultou num útil relatório, Report to The Library of Congress,
Contracts and Logistics Services, in response to Solicitation No. RFP90-32, June 10, 1991,
Project 3717 (ver referência na breve bibliografia que se segue).
O processo é seguro?
Todo processo químico deve ser cuidadosamente examinado para que seus riscos toxicológicos
sejam aferidos, e também precisa ser feito por profissionais em um ambiente de laboratório. Importantes
informações sobre pesquisa toxicológica aparecem no documento Mass Deacidification: A Report to
the Library Directors, do Committee on Institutional Cooperation (CIC) (ver referência na bibliografia).
O processo produz efeitos colateriais inaceitáveis?
Livros e outros materiais encontrados em coleções de bibliotecas compreendem um amplo
espectro de componentes, que incluem uma grande variedade de papéis, muitos tipos diferentes de
adesivos, materiais de encadernação e tintas. Um dos grandes desafios de transformar a desacidificação
em um processo de massa é minimizar os efeitos colaterais que irão ocorrer quando materiais
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Questões organizacionais
A lista a seguir abrange uma ampla variedade de preocupações pertinentes à decisão de se
colocar em prática a desacidificação em massa, e deve ser considerada durante a tomada de decisões:
• como os materiais devem ser selecionados para tratamento? Por coleção ou por área temática?
Pelo nível de uso? Pela data de aquisição ou publicação? Deve ser feita uma tentativa de coordenar
a seleção com outras bibliotecas?
• algum material precisa ser previamente retirado do trabalho para se evitar efeitos colaterais
danosos do processo químico?
• quais são os custos internos de processamento da desacidificação em massa, i.e., além do
pagamento ao fornecedor pelo serviço, que custos vão ser necessários?
• os materiais devem ser marcados fisicamente de alguma maneira para indicar que eles foram
tratados? Deve ser incluída uma nota no registro bibliográfico?
• o que deve ser incluído em um contrato para serviços de desacidificação em massa?
• o que deve ser feito para se garantir o controle de qualidade dos materiais tratados?
Embora as respostas a estas questões sejam específicas para cada biblioteca que adote a
desacidificação em massa, o relatório do CIC inclui informações úteis relativas às questões e à tomada
de decisões.
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Introdução
Escopo do estudo
Descrição da metodologia
Pontos fortes, limitações ou características especiais da abordagem
Descrição das atividades atuais de preservação, por função
Políticas
Padrões organizacionais
Procedimentos
Pessoal
Despesas
Análise de opções organizacionais
Pontos fortes e fracos da situação atual
Breve descrição das metas abrangentes do programa
Padrões organizacionais potenciais
Recomendações por função
Melhorias de programas existentes
Elaboração de novos programas
Adaptação da estrutura organizacional
Apêndices (quando apropriado)
Compilação de excertos de declarações de políticas relacionados à preservação
Perfil dos gastos com preservação
Lista dos manuais internos e outros documentos descrevendo as atividades de preservação etc.
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Organizando a investigação
O Grupo de Trabalho D investiga o nível de prontidão para emergências da biblioteca em nome
do grupo de estudos e elabora recomendações para aperfeiçoamentos que o grupo vai usar no preparo
de seu relatório final para o diretor. Um elemento importante deste trabalho é a criação dos componentes-
chave de um plano de emergências local. O Grupo de Trabalho D é, geralmente, coordenado por um
membro do grupo de estudos e inclui de três a seis pessoas, dependendo do tamanho das instalações
e do objetivo da investigação.
O grupo deve incluir ou ter acesso a pessoas com um amplo conhecimento das instalações e
coleções da biblioteca, familiaridade com os planos de emergência existentes e, se possível, prévia
experiência com emergências. A nomeação de um profissional da divisão de segurança ou do
departamento de patrimônio da instituição, como consultor ou membro do grupo de trabalho, pode ser
muito importante.
Depois de nomeados, os membros do grupo de trabalho devem ler o relatório preliminar do
grupo de estudos, os Capítulos 1-4 e 8 do Manual do PPP, o Preservation Program Models, e o
guia de recursos Disaster Preparedness a de Connie Brooks (ver referência completa no Apêndice
1.2). Podem ser previstas até doze semanas para a realização da investigação e a preparação de um
relatório. O grupo de estudos estabelece o prazo final e o grupo de trabalho é responsável por criar
seu próprio cronograma para realizar o trabalho dentro daquele período. O consultor pode encontrar-
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Passos da investigação
Aferindo a vulnerabilidade atual
Para estabelecer um arcabouço do seu trabalho, o grupo começa compilando uma lista dos
tipos de emergências, crises e acidentes que podem ter um efeito prejudicial sobre os materiais da
coleção. Sobre cada um destes perigos potenciais, o grupo deve considerar brevemente as seguintes
questões:
• qual é a probabilidade de que isto aconteça aqui?
• que tipo de dano tal evento causaria aos vários tipos de materiais?
• ele pode ser prevenido? Se pode, como? Se não, existem medidas de proteção que possam
ser tomadas agora para reduzir o dano aos materiais se o problema ocorrer?
• se ele ocorresse, o que deveria ser feito para recuperar o prejuízo? Que recursos seriam
necessários? A rapidez seria um fator crucial?
Para determinar o nível atual de prontidão da biblioteca, o grupo de trabalho agrupa, tanto
quanto for possível, informações sobre acidentes ou emergências que tenham ocorrido na biblioteca
nos últimos dez anos, e quais materiais foram, de fato, estragados. Ele também afere os perigos que,
atualmente, ameaçam as coleções.
A investigação vai envolver a leitura de relatórios internos, conversas com pessoal que é
familiarizado com a biblioteca e com outros setores da organização mantenedora (ex.: a brigada contra
incêncio, o departamento de patrimônio), e visitas aos prédios da biblioteca para avaliá-los por uma
das listas de verificação recomendadas no guia de recursos PPP Disaster Preparedness, de Brooks.
(Se o grupo de trabalho for pequeno e/ou a instituição compreender muitos prédios, o estudo deve se
concentrar na biblioteca principal, e as recomendações do grupo de trabalho devem incluir planos de
ampliação do estudo para outros prédios). Este levantamento deve ser coordenado com a investigação
do grupo de trabalho ambiental, que vai estar examinando as instalações físicas da biblioteca de uma
maneira complementar. Após discutir possíveis fontes de informação, indivíduos ou subgrupos são
designados para prosseguir com a investigação.
Depois que a informação for coletada e apresentada a todos os membros do grupo de trabalho,
cada incidente histórico e elemento de risco significante é então discutido, considerando-se as seguintes
questões:
• uma emergência que ocorreu poderia ter sido prevenida? Se poderia, como? Se não, que
medidas de proteção, se tomadas a tempo, poderiam ter reduzido o dano?
• a resposta ao problema foi a tempo? Eficiente? Bem organizada? Os recursos e as especialidades
necessárias estavam disponíveis? Quem estava comandando? Foi necessária ajuda de fora da
biblioteca?
• houve algum acompanhamento para prevenir a recorrência?
• que ameaças à coleção existem atualmente? Quais são as mais sérias? Elas podem ser corrigidas?
105
Guiado por suas descobertas e leituras (em especial o guia de recursos de Brooks, Disaster
Preparedness, e os documentos incluídos e citados neste guia), o grupo de trabalho está agora pronto
para esboçar um plano. Elementos do plano vão, geralmente, incluir:
• instruções para a equipe relativas à resposta básica em emergência, com ênfase nas providências
iniciais a serem tomadas, quando é necessária ação imediata e o conhecimento especializado
não está prontamente disponível;
• uma lista do pessoal com responsabilidades fundamentais ou conhecimento especializado a
serem chamados para assistência;
• uma lista de materiais de emergência a serem estocados todo o tempo;
• uma lista de fontes para a pronta aquisição de materiais adicionais, equipamentos e serviços;
• diretrizes para determinar prioridades de salvamento em caso de uma grande emergência;
• planos para sessões periódicas de alerta e de treinamento para manter toda a equipe informada
sobre procedimentos de emergência; e
• um mecanismo para análise periódica e aperfeiçoamento do plano.
Este plano pode também incluir instruções básicas de manuseio de materiais danificados por
água e por fogo ou esta informação pode ser compilada em um apêndice ou suplemento ao plano.
O grupo de trabalho discute com detalhes o objetivo de cada seção, os tipos de informação que
devem ser incluídos e as fontes prováveis, e o grau de consulta a outros membros da equipe para
garantir um planejamento coordenado e aceitável. São feitas indicações individuais para coleta da
informação necessária e rascunho das seções.
Todos os membros do grupo de trabalho analisam os rascunhos das seções, revisando-os,
conforme necessário, para preencher falhas ou eliminar sobreposições. O calendário de atividades do
grupo de trabalho pode não permitir que sejam finalizadas, com detalhes, todas as seções de um plano
de emergência. Por exemplo, pode não ser possível localizar informação abrangente sobre fontes para
todos os materiais de emergência ou para elaborar prioridades de salvamento para as coleções. A
identificação de elementos ausentes leva à próxima fase de atividades do grupo de trabalho.
106
Elaborando recomendações
Recomendações bem sucedidas atingem um equilíbrio entre o ideal e o que a biblioteca pode
efetivamente atingir. Elas devem ser organizadas em categorias e devem incluir, o mais possível, os
seguintes componentes:
• descrição do problema;
• ação sugerida;
• resultado desejado;
• responsabilidade pela implementação;
• cronograma para implementação; e,
• recursos gerais financeiros e/ou humanos necessários.
Os relatórios de grupos de trabalho do PPP, elaborados por outras bibliotecas da ARL, oferecem
modelos úteis para organizar as recomendações.
O relatório do Grupo de Trabalho D deve documentar o que seria necessário para se alcançar
um nível ótimo de prontidão para emergências e sugerir medidas interinas ou conciliatórias que levem
em conta as restrições enfrentadas pela biblioteca. Algumas destas vão ser físicas, outras, econômicas.
Algumas podem ser contornáveis a curto ou a longo prazo, enquanto outras (localização dentro de
uma região de furacões ou em área de enchente) vão permanecer fora do controle da biblioteca.
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Preparação
Ler o relatório preliminar preparado pelo grupo de estudos, os Capítulos 1-4 e 8 do Manual do
PPP, o Preservation Program Models e o guia de recursos de Brooks, Disaster Preparedness;
Planejar atividades e distribuir tarefas iniciais.
Fazer brainstorm de emergências potenciais
Investigar a resposta da biblioteca às emergências passadas e os atuais riscos às coleções;
Identificar a informação necessária e às prováveis fontes;
Designar indivíduos e subgrupos para coletá-la;
Agrupar e analisar a informação.
Esboçar plano para emergência
Decidir os elementos a serem incluídos;
Determinar necessidades de informação e prováveis fontes;
Atribuir responsabilidades pela coleta de informação e pelo rascunho de seções do plano;
Estudar e revisar rascunho de seções do plano.
Determinar necessidades remanescentes
Elaborar recomendações para serem consideradas pelo grupo de estudos.
Preparar relatório para o grupo de estudos
Esboçar conteúdo do relatório e atribuir responsabilidades pelo rascunho;
Estudar e revisar seções finalizadas;
Completar o relatório e submetê-lo ao grupo de estudos;
Preparar apresentação para o encontro conjunto do grupo de estudos e dos grupos de trabalho.
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Introdução
Escopo do estudo
Descrição da metodologia
Pontos fortes, limitações ou características da abordagem
Análise da vulnerabilidade das coleções
Fatores geográficos e climáticos
Condição de prédios e sistemas
Principais fatos de emergências recentes que resultaram em dano para os materiais
Descrição do estado atual de prontidão
Esboço do plano para emergência
Este pode ser incluído no corpo do texto ou como um apêndice, ao qual se faz referência breve
Recomendações
Tornar as instalações à prova de emergências
Treinar a equipe
Estabelecer e manter um nível aceitável de prontidão
Apêndices
Trechos de documentos existentes que tratam de procedimentos de emergência
Breve cronologia de emergências recentes
Plano para emergência (se não estiver incluído no texto)
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Introdução às questões
Durante a última década o número de bibliotecas que realizaram estudos de planejamento de
preservação e implementaram programas formais de preservação aumentou lenta, mas firmemente. O
compromisso de manter coleções de bibliotecas em condições utilizáveis pode ser mantido simplesmente
pelo estabelecimento de um programa de microfilmagem, pela construção de instalações para
conservação ou atualização dos procedimentos de encadernação — por mais extensivos e sofisticados
que estes esforços possam ser. Muito do trabalho de um departamento de preservação é remediador,
e acontece depois que o tempo, as condições impróprias de armazenamento e o manuseio descuidado
deixaram os materiais frágeis e danificados.
Para maximizar a possibilidade de que uma coleção permaneça em condição utilizável e prontamente
disponível aos leitores, um programa de preservação tem que ter um efeito positivo sobre os materiais a
partir do momento em que cada item é adquirido. Esta meta não é nem facilmente nem completamente
alcançável, mas vale a pena persegui-la. Atingi-la depende, parcialmente, de educar a equipe e os usuários.
As pessoas que trabalham em uma biblioteca ou a usam precisam compreender seu papel na ampliação
da vida útil das coleções e estarem dispostas a agir de acordo com esta compreensão.
Embora ensinar pessoas a manusear os materiais da biblioteca de modo não-destrutivo seja um
objetivo institucional facilmente vendável, vários fatores tornam sua implementação difícil. Primeiro,
nós vivemos em uma época e um lugar onde recursos compartilhados são raros. Estamos acostumados
a possuir coisas e a usá-las como nos convém. A idéia de que um livro emprestado é a propriedade de
muitos e o direito a consultá-lo um privilégio, não soa naturalmente ao leitor moderno. Muito menos um
senso de responsabilidade para garantir que materiais de bibliotecas sejam passados de um usuário a
outro intactos.
Segundo, os princípios que fundamentam as diretrizes para o cuidado e o manuseio apropriados
não são amplamente conhecidos. Em nenhum momento, durante os cursos de primeiro e segundo
graus ou na faculdade, os estudantes são ensinados a retirar um livro da estante sem forçar a capa, a
manusear microfilmes apropriadamente ou a escolher um grande grupo de fotografias sem estragá-las.
Terceiro, a adesão às diretrizes que resultam em melhor manutenção de coleções é freqüentemente
problemática, leva tempo e/ou custa caro. Devolver um livro em uma caixa de devolução, por exemplo,
é, normalmente, mais conveniente do que devolvê-lo ao lado, pelo balcão. Do mesmo modo, é mais
fácil ligar as lâmpadas de uma área de prateleiras das coleções especiais logo cedo de manhã e deixá-
las ligadas até o fim do dia do que desligá-las sempre que possível para proteger as coleções.
Por estas razões, o treinamento em preservação é fundamental e seus benefícios são muitos e
variados. Por exemplo:
• um membro da equipe que pode identificar um bloco de texto que se afrouxou ligeiramente de
seu invólucro, vai enviá-lo à unidade de conservação das coleções para um aperto da junção —
um procedimento de cinco minutos. Quando problemas estruturais menores passam
despercebidos, uma única circulação adicional resulta na necessidade de tratamento muito mais
sofisticado ou de reencadernação comercial;
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Organizando a investigação
O Grupo de Trabalho E realiza uma investigação para aferir a natureza, o objetivo e a eficácia
dos atuais esforços da biblioteca para oferecer treinamento em preservação à equipe e aos usuários;
analisa suas descobertas e rascunha recomendações para o desenvolvimento de um programa
educacional abrangente. O grupo de estudos vai usar esta informação para preparar seu relatório final
para o diretor. O grupo de trabalho é, geralmente, coordenado por um membro do grupo de estudos
e inclui de três a seis pessoas, dependendo do tamanho das instalações e do objetivo da investigação.
O grupo deve incluir ou ter acesso a pessoas que saibam como as coleções são usadas e por
quem, que tenham um amplo conhecimento de padrões de provimento de pessoal da biblioteca e das
principais responsabilidades do dia-a-dia de cada unidade e sub-unidade dentro da organização; e
que tenham um interesse geral por atividades de ensino e de treinamento. Se a biblioteca tem uma
unidade ou comitê de instrução bibliográfica, uma divisão de educação, ou qualquer outra unidade que
seja especificamente responsável por atividades de treinamento, um membro desta unidade deve ser
incluído no grupo de trabalho.
Ao serem nomeados, os membros do grupo de trabalho devem começar a ler o relatório preliminar
do grupo de estudos, os Capítulos 1-4 e 9 do Manual do PPP, o Preservation Program Models, o
guia de recursos de Wesley Boomgaarden, Staff Training and User Awareness in Preservation
Management (ver a referência completa no Apêndice 1.2). Este grupo deve também ver o maior número
possível de programas audiovisuais listados no Audiovisual Aids on the Preservation and Conservation
of Library and Archival Materials, de Susan Swartzburg (CAN, número 49), que está incluído no guia
de recursos de Boomgaarden. Podem ser destinadas até doze semanas para a realização da investigação
e a preparação do relatório. O grupo de estudos estabelece o prazo final e o grupo de trabalho é responsável
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Elaborando recomendações
O relatório do Grupo de Trabalho E para o grupo de estudos deve seguir todas as diretrizes que
foram estabelecidas pelo grupo ou explicitadas na sua incumbência. A meta principal é documentar a
natureza do programa de educação em preservação existente para o pessoal da biblioteca e os usuários,
e esboçar maneiras pelas quais este programa pode ser expandido para atender melhor a meta de
maximizar a vida das coleções da biblioteca. Como acontece com tarefas deste tipo, escolhas e
concessões precisam ser feitas, de modo que as recomendações finais do grupo de trabalho sejam
plausíveis, alcançáveis e econômicas.
Recomendações bem sucedidas atingem um equilíbrio entre o ideal e o que a biblioteca,
realisticamente, espera atingir. Elas devem ser organizadas em categorias significativas e devem incluir
os seguintes componentes:
• descrição do problema;
• ação sugerida;
• resultado desejado;
• responsabilidade pela implementação;
• cronograma para implementação; e,
• recursos gerais financeiros e/ou humanos necessários.
Os relatórios dos grupos de trabalho do PPP, elaborados por outras bibliotecas da ARL, oferecem
modelos de organização das recomendações.
Os membros do grupo de trabalho devem refletir sobre as seguintes questões:
• que possíveis abordagens podem ser adotadas para se atingir cada uma das principais metas
identificadas?
• quais são os prós e os contras de cada abordagem?
• como as abordagens potenciais para se atingir cada meta se classificam, em termos de impacto
benéfico sobre as coleções?
• como elas se classificam em termos de facilidade de implementação?
• quais são as implicações de custo em termos gerais?
Atividades desejáveis podem ser organizadas por categorias, por exemplo: por grupo alvo (alunos
de graduação, pesquisadores, chefes de departamento da biblioteca); pela natureza ou formato do
treinamento (materiais impressos, apresentações de pessoas experientes, treinamento auxiliado por
computador); ou por tópico (arrumação na prateleira, manuseio em geral, controle ambiental). Explicitar
as relações entre as mudanças desejadas e os métodos para atingi-las, vai ajudar a evitar a apresentação
de gigantescas listas de compras ou vagas reafirmações de princípios.
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Preparação
Ler relatório preliminar preparado pelo grupo de estudos, os Capítulos 1-4 e 9 do Manual do
PPP, o Preservation Program Models e o guia de recursos de Boomgaarden, User Awareness
in Preservation Management
Ver apresentação de slides e de vídeo
Compilar listas de idéias
Planejar estratégia para realizar investigação
Designar indivíduos ou subgrupos para coletar informação
Fazer investigação
Investigar o estado e a eficiência atuais do programa da biblioteca ligado à educação de pessoal
e usuário sobre preservação
Agrupar e analisar a informação
Desenvolver recomendações
Analisar e classificar abordagens para atingir objetivos
Elaborar recomendações a serem consideradas pelo grupo de estudos
Preparar relatório para o grupo de estudos
Esboçar conteúdo do relatório e atribuir responsabilidades pelo rascunho
Estudar e revisar seções finalizadas
Completar o relatório e submetê-lo ao grupo de estudos
Preparar apresentação para o encontro conjunto do grupo de estudos e dos grupos de trabalho
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Instrumentos
Marcadores de páginas
Folhetos
Panfletos e similares
Mensagens impressas anexadas a volumes com problema (p.ex., livros quebradiços)
Mensagens inseridas em publicações normais da biblioteca (planta baixa do prédio, bibliografias)
Painéis
Manuais de procedimentos, formulários de processamento
Sinalização
Mostras
Programas audiovisuais de treinamento para empréstimo e apresentação em locais públicos
Instrução assistida por computador
Semana de conscientização sobre preservação
Sacos de plástico distribuídos em dias de chuva
Fóruns
Boletins da equipe
Boletins do corpo docente
Jornais estudantis
Jornais de ex-alunos
Jornais locais
Publicações da organização mantenedora (ex.: a universidade)
Programas de instrução bibliográfica para usuários
Serviço de referência
Guia do usuário para a biblioteca
Guia do usuário para cuidados com coleções especiais
Orientação para estudantes (graduados e não graduados)
Curso acadêmico formal
Visitas guiadas
Política relativa a furtos e a vandalismos na biblioteca; penalidades
Encontros dos professores (colegiados da universidade, comitês, colóquios)
Encontros da sociedade de amigos da biblioteca
Encontros dos departamentos da biblioteca
Encontros de todos os funcionários
Conselho de bibliotecários
Conselho de administradores da instituição
Encontros do comitê da biblioteca
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Introdução
Escopo do estudo
Descrição da metodologia
Pontos fortes, limitações ou características especiais da abordagem
Recomendações
Lista de recomendações organizada para corresponder à análise dos esforços atuais, acima
Manter um nível aceitável de treinamento permanente
Apêndices
Modelos de materiais para treinamento em preservação usados na biblioteca
Questionário para levantamento e resultados resumidos do levantamento
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Dwight F. Burlingame (Ed.). Library development: a future imperative. NY: Haworth Press, 1990. (Também
publicado no Journal of Library Administration 12, no. 4 [1990]).
Esta publicação contém uma coleção de trabalhos sobre vários aspectos do desenvolvimento para bibliotecas
públicas e acadêmicas. Não é tão abrangente quanto o trabalho de B. Dewey.
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Concluindo a Fase II
A sessão conjunta, que vai coincidir, se possível, com a terceira visita do consultor, tem vários
objetivos:
• fornecer aos membros dos grupos de trabalho uma oportunidade para resumir os resultados
de suas investigações e destacar questões-chave — criando assim um contexto dentro do qual
membros dos grupos de estudos vão analisar os documentos do grupo de trabalho;
• fornecer aos membros dos grupos de trabalho uma oportunidade para conhecerem em primeira
mão as atividades dos outros grupos;
• fornecer ao grupo de estudos uma oportunidade para questionar os membros dos grupos de
trabalho sobre problemas de preservação específicos e oportunidades descobertas na Fase II;
• facilitar a identificação de relações entre as descobertas dos grupos de trabalho.
Durante o encontro, cada grupo de trabalho relata para o grupo todo, apresentando sua
incumbência, seu modo de operação, suas principais descobertas (positivas e negativas), as dificuldades
encontradas, e se precisam de estudos posteriores. Durante a discussão geral que se segue à
apresentação, algumas questões são consideradas:
• que padrões parecem surgir da justaposição e da sobreposição das descobertas dos grupos
de trabalho? Que categorias principais de necessidades aparecem? O que aparenta ser a resposta
mais promissora para cada uma? Existem falhas ou contradições importantes?
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A análise das descobertas dos grupos de trabalho pelo grupo de estudos vai geralmente levar de
três a quatro semanas e deve incluir as atividades descritas abaixo. Dependendo da natureza dos
materiais a serem estudados, algumas tarefas vão ser levadas a cabo por indivíduos e outras, pelo
grupo todo.
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O diretor pode, com freqüência, oferecer valiosa assistência ao aferir a factibilidade de vários
elementos do plano, e aconselhar o grupo sobre fatores a serem considerados na elaboração de uma
estratégia de implementação. O coordenador do grupo de estudos, ou o grupo todo, deve se encontrar
com o diretor para esboçar as principais descobertas do estudo, descrever os elementos a serem
incluídos no plano e discutir o cronograma proposto para a implantação ou expansão das atividades.
Deve ser buscado o ponto de vista do diretor sobre o seguinte:
• quais são os elementos mais importantes e/ou mais atraentes do plano?
• qual aparenta ser o mais fácil de ser implementado? E o mais difícil?
• como as prioridades identificadas no estudo se encaixam em outras prioridades organizacionais?
• como a necessidade de recursos humanos e materiais, implícita nos elementos propostos de um
plano abrangente de preservação, competem e se mesclam com outras demandas da biblioteca?
• houve ocorrências, desde que o estudo começou, que possam afetar a capacidade da biblioteca
de ir adiante com a elaboração de um programa abrangente de preservação?
• existem eventos em futuro previsível (mudanças importantes em outros programas da biblioteca,
introdução de novos serviços, redução dos programas existentes, mudanças antecipadas na
equipe, pressões ou oportunidades financeiras) que devem influenciar a seqüência de atividades
de implementação ou o ritmo com que elas poderão ocorrer?
• existem elementos faltando, que o grupo de estudos deve incluir?
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Estratégia de implementação
A estratégia de implementação é um plano de ação para transformar recomendações em realidade.
Ela deve explicitar:
• o que precisa ser feito (as decisões e atividades necessárias para implementar as principais
recomendações);
• quem deve fazer isto;
• quem tem autoridade para garantir que as tarefas serão realizadas e que haja progresso;
• as ferramentas, os materiais, os equipamentos e outros recursos necessários;
• um cronograma detalhando quando cada tarefa deve começar (a seqüência de atividades e a
finalização de prazos); e
• como o monitoramento e a avaliação vão ser feitos.
As seções da estratégia de implementação são rascunhadas por membros individuais do grupo
de estudos, seguindo um padrão aceito antecipadamente por todo o grupo. Dois cuidados devem ser
observados:
Estabelecer limites realistas para a quantidade de detalhes
O plano vai cobrir muitos tipos diferentes de atividades a serem implementadas no decorrer de
vários anos. Não é sensato tentar descrever cada um deles de maneira minuciosa. O grupo deve se
concentrar nos primeiros passos envolvidos para a implementação das recomendações principais. Esta
arquitetura para os estágios iniciais do desenvolvimento do programa vai iniciar o processo; o planejamento
detalhado de estágios de desenvolvimento subseqüentes só precisam ser reconhecidos e a responsabilidade
designada. Muitas das informações que vão ser necessárias mais tarde estão nos relatórios dos grupos de
trabalho, que vão ser revistos com o tempo.
Estabelecer limites realistas para as responsabilidades designadas a um só indivíduo
O risco de falha aumenta conforme o grau com que um programa de peso depende de uma
única pessoa. As limitações de tempo, a pressão de outras responsabilidades, e a interrupção potencial
quando ocorre sua saída, tudo trabalha contra o sucesso — não importa quão brilhante seja a pessoa.
Esta última advertência será especialmente importante se, como vai ser o caso com freqüência,
as recomendações do grupo incluirem a criação de uma vaga de gerenciamento de preservação. Por
mais vital que seja um gerente de preservação para a administração eficiente das atividades, os atrasos
e as dificuldades inerentes ao custeio e ao preenchimento de tal vaga torna essencial que a implementação
das primeiras fases do plano de preservação não se prenda a uma nova contratação. Além disto, é
tentador designar todas as tarefas para uma função que não existe, evitando assim a necessidade de
mudanças nos arranjos existentes.
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Análise final
Antes da distribuição generalizada, os comentários sobre um rascunho final devem ser solicitados.
Vários grupos e indivíduos podem fornecer uma última verificação para assegurar que as questões
estão adequadamente cobertas e apresentadas:
• o diretor da biblioteca, outros administradores sêniores e gerentes podem responder ao rascunho
a partir de uma perspectiva gerencial, oferecendo impressões ou levantando questões relacionadas
ao serviço organizacional e às implicações operacionais do relatório;
• membros dos grupos de trabalho podem comentar sobre o equilíbrio interno e a precisão com
que o grupo de estudos interpretou as descobertas;
• o consultor pode comentar sobre a precisão técnica e a factibilidade das recomendações.
• uma pessoa completamente fora da instituição (um amigo obsequioso, por exemplo) pode
fornecer uma avaliação objetiva do conteúdo e da sua clareza.
Por todo o processo de planejamento, a comunicação entre todas as partes deverá ter sido boa
o suficiente para que os comentários resultem numa sintonia harmoniosa. Em alguns casos, pode ser
conveniente o grupo se encontrar com um dos avaliadores e discutir sua resposta. Após a revisão final,
o grupo entra em acordo sobre as mudanças necessárias, e o relatório é finalizado e reproduzido.
Disseminando os resultados
O grupo de estudos, tendo consultado o diretor, decide sobre a amplitude e os meios de
disseminação do relatório. Os resultados devem ser conhecidos pelos executivos da organização
mantenedora e pelos principais grupos de patrocínio, organizações de amigos e bibliotecas vizinhas.
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Títulos Publicados
CONSERVAÇÃO PREVENTIVA
EM BIBLIOTECAS E ARQUIVOS
capa 37.ps
D:\Trabalho\Clientes\CPBA\Capas Final\capa 37.cdr
ter a-feira, 19 de junho de 2001 18:39:28