Boas práticas de laboratório
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Boas práticas de laboratório - Maria de Fátima da Costa Almeida
Copyright © 2013 Difusão Editora. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução, mesmo que parcial, por quaisquer meio e processo, sem a prévia autorização escrita da Difusão Editora.
ISBN: 978-85-7808-139-3
Código: LABOT3E2I1
Editoras: Michelle Fernandes Aranha
Gerente de produção: Genilda Ferreira Murta
Coordenador editorial: Neto Bach
Assistente editorial: Karen Abuin
Revisão: Ederson Gomes Benedicto e Cláudia Maria de Souza Amorim
Capa: Ana Luiza Assumpção
Projeto gráfico e editoração: Farol Editorial e Design
Ilustração: Silvio Gomes dos Santos
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Boas práticas de laboratório / [organizadora] Maria de Fátima da
Costa Almeida. -- 2. ed. -- São Caetano do Sul, SP: Difusão Editora;
ISBN 978-85-7808-139-3
1. Animal de laboratório - Aspectos morais e éticos 2. Laboratórios – Administração 3. Laboratórios – Controle de qualidade 4. Laboratórios - Medidas de segurança 5. Segurança do trabalho 6. Serviço de saúde – Administração I. Almeida, Maria de Fátima da Costa.
Índices para catálogo sistemático:
1. Laboratórios: Biossegurança: Serviços de saúde 363.15
Organizadora
Maria de Fátima da Costa Almeida
Autores colaboradores
Ana Paula Busato
Anderson Miyoshi
Bianca Mendes Souza
Camila Prósperi
Caroline Pereira Domingueti
Clícia Denis Galardo
Evellyn Claudia Wietzikoski
Luzia Bretas Guglielmi Moreira
Maria Aparecida Campana Pereira
Maria Eugênia Ribeiro de Sena
Neuza Antunes Rodrigues
Roberto Moraes Cruz
Rose Marie Siqueira Villar
Sabrina Rodrigues Lima
Shirley Vargas Prudêncio Rebeschini
Vasco Azevedo
A todas as pessoas que de alguma forma contribuíram
para a realização deste desafio.
SUMÁRIO
PREFÁCIO DA PRIMEIRA EDIÇÃO
PREFÁCIO DA SEGUNDA EDIÇÃO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1: PLANEJAMENTO
1.1 CONCEITO
1.2 CRONOGRAMA
1.3 AVALIAÇÃO
CAPÍTULO 2: GESTÃO DE LABORATÓRIOS
2.1 GESTOR
2.1.1 Conhecimento e capacidade
2.1.2 Motivação
CAPÍTULO 3: INFRAESTRUTURA DOS LABORATÓRIOS E CUIDADOS NO ARMAZENAMENTO E ROTULAGEM DE PRODUTOS QUÍMICOS
3.1 A ARQUITETURA DA INFRAESTRUTURA DOS LABORATÓRIOS
3.2 ESPAÇO FÍSICO E SELEÇÃO DOS MATERIAIS
3.3 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
3.4 TUBULAÇÕES DE GASES
3.5 ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS EM LABORATÓRIO QUÍMICO
3.5.1 Armazenamento de produtos químicos reagentes
3.5.2 Armazenagem de produtos químicos corrosivos
3.5.3 Armazenamento de líquidos combustíveis e inflamáveis
3.5.4 Armazenamento de substâncias oxidantes
3.5.5 Armazenamento de produtos químicos carcinogênicos, mutagênicos e teratogênicos
3.5.6 Sugestões de armazenamento de produtos químicos inorgânicos por grupamentos e disposição nos armários de armazenagem
3.5.7 Sugestões de armazenagem de produtos orgânicos nas prateleiras do armário de armazenagem
3.6 PROCEDIMENTO PARA ROTULAGEM APROPRIADA
3.7 GUIA PARA OS CÓDIGOS DA NFPA (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS DOS ESTADOS UNIDOS)
3.8 MODELOS DE DIVERSOS PICTOGRAMAS COLOCADOS EM LOCAIS DE TRABALHO
3.9 CONCLUSÃO
CAPÍTULO 4: BIOTÉRIO
4.1 PRINCÍPIOS ÉTICOS DA PESQUISA ENVOLVENDO ANIMAIS
4.2 IMPORTÂNCIA
4.3 LEGISLAÇÃO PARA NORMATIZAR O USO DE ANIMAIS EM PESQUISAS E NO ENSINO
4.4 BENEFÍCIOS PARA A SOCIEDADE
4.5 OBJETIVOS DO BIOTÉRIO
4.6 TIPOS DE BIOTÉRIO
4.6.1 Insetários
4.7 NECESSIDADES BÁSICAS
4.8 CUIDADOS COM OS ANIMAIS
4.9 CUIDADOS COM OS PROFISSIONAIS DE LABORATÓRIO
4.10 LEGISLAÇÃO NO BRASIL PARA PESQUISAS COM ANIMAIS EXPERIMENTAIS
CAPÍTULO 5: BOAS PRÁTICAS LABORATORIAIS EM RATOS E CAMUNDONGOS
5.1 INTRODUÇÃO
5.2 VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
CAPÍTULO 6: BIOSSEGURANÇA
6.1 ACIDENTES COM PROFISSIONAIS DA ÁREA DE SAÚDE
6.1.1 Histórico
6.1.2 População vulnerável
6.1.3 Medidas de prevenção de acidentes
6.1.4 Medidas para o momento do acidente
6.2 CONTENÇÃO
6.2.1 Conceito
6.2.2 Descontaminação
6.3 IMPORTÂNCIA DA BIOSSEGURANÇA
6.3.1 Histórico
6.3.2 Conceito de biossegurança
6.3.3 Conceito de biosseguridade
6.4 NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA
6.4.1 Para agentes patogênico-microbiológicos
6.4.2 Critérios para os níveis de biossegurança para animais vertebrados
6.5 LEGISLAÇÃO – NR 32
CAPÍTULO 7: BIOTECNOLOGIA E EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA
7.1 INTRODUÇÃO
7.2 APLICAÇÕES DA BIOTECNOLOGIA
7.3 BIOTECNOLOGIA E LEGISLAÇÃO
7.4 BIOSSEGURANÇA
CAPÍTULO 8: SEGREGAÇÃO DE RESÍDUOS
8.1 INTRODUÇÃO
8.1.1 Resíduos químicos
8.2 LEGISLAÇÃO E NORMATIZAÇÃO
8.2.1 Conceitos da RDC-306-04
8.2.2 Classificação de resíduos Grupo B: características gerais
8.2.3 Grupo B: características especiais
8.3 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
8.3.1 Conceitos segundo a Lei n o 12.305-2010
8.3.2 Classificação de resíduos sólidos
8.4 PLANOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS
8.4.1 Itens obrigatórios para elaborar um PGRS
8.4.2 Proibições com relação ao gerenciamento de resíduos sólidos
8.5 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS QUÍMICOS DE LABORATÓRIOS
8.6 SEGREGAÇÃO DOS RESÍDUOS
8.7 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS QUÍMICOS
8.8 ROTULAGEM DOS RESÍDUOS QUÍMICOS
8.9 COLETA E ARMAZENAMENTO DE RESÍDUOS DE LABORATÓRIOS
8.10 ARMAZENAMENTO EXTERNO DE RESÍDUOS QUÍMICOS
8.11 DESTINO FINAL DOS RESÍDUOS QUÍMICOS
8.12 DESTINO FINAL DOS RESÍDUOS DE MATERIAL BIOLÓGICO E RADIOATIVOS
CAPÍTULO 9: GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE
9.1 INTRODUÇÃO
9.2 HISTÓRICO
9.3 RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE – RSS
9.3.1 Aspectos legais e normativos
9.3.2 Aspectos técnicos e operacionais
9.4 IMPLANTAÇÃO E MONITORAMENTO DO PGRSS
9.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
CAPÍTULO 10: SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM LABORATÓRIOS
10.1 INTRODUÇÃO
10.2 ASPECTOS DE LEGISLAÇÃO E NORMATIZAÇÃO
10.2.1 Normas Regulamentadoras (NRs)
10.2.2 Normas ISO (International Organization for Standardization)
10.3 POLÍTICAS EM SEGURANÇA
10.4 PERCEPÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E ANÁLISE DE RISCO
10.4.1 Percepção de riscos fortes
10.4.2 Conceito
10.4.3 Riscos químicos em laboratórios
10.4.4 Passos a serem seguidos para um processo efetivo de operacionalização em depósitos e almoxarifados
10.4.5 Sinalização de segurança
10.4.6 Sinalização do laboratório
10.5 MEDIDAS DE PREVENÇÃO – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
10.5.1 Os EPIs e os EPCs
10.5.2 Roupa protetora e equipamentos pessoais
10.5.3 Equipamentos de proteção coletivos (EPCs)
10.5.4 Medidas preventivas e corretivas universais
10.6 MEDIDAS DE PRIMEIROS SOCORROS
10.6.1 Medidas em caso de inalação
10.6.2 Medidas em caso de contato com a pele
10.6.3 Medidas em caso de contato com os olhos
10.6.4 Medidas em caso de ingestão
10.6.5 Atuação em caso de derrames de substâncias químicas decorrentes de quebra de frasco e derramamento em depósitos
10.7 CONSTRUÇÃO DE MAPAS DE RISCOS
10.8 COMUNICAÇÃO EM SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO
10.8.1 Comunicação
CAPÍTULO 11: TRABALHO E ERGONOMIA
11.1 TRABALHO
11.1.1 Conceitos e representações
11.1.2 Breve histórico
11.1.3 Organização do trabalho
11.2 ERGONOMIA
11.2.1 Conceitos e objetivos da ergonomia
11.2.2 Contribuições e relevância científica
11.2.3 A ergonomia e as transformações no mundo do trabalho
11.2.4 Os novos desafios da ergonomia na saúde
11.2.5 Análise Ergonômica do Trabalho (AET)
11.3 A SITUAÇÃO DE TRABALHO
11.4 ESPAÇO E AMBIENTE DE TRABALHO
11.4.1 Segurança no trabalho
11.4.2 Configuração do espaço de trabalho
11.5 A ERGONOMIA NOS DIFERENTES LABORATÓRIOS
11.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
PREFÁCIO DA PRIMEIRA EDIÇÃO
A preocupação com o ensino, e com o melhor desempenho das atividades em laboratórios, fez com que experientes professores nessa prática se reunissem com o objetivo de oferecer, não só à comunidade acadêmica, mas a todos que atuam nesses espaços, quer de análises, quer de pesquisa, um referencial significativo de conhecimentos.
Sob a organização da professora Maria de Fátima da Costa Almeida, o roteiro construído de Boas práticas de laboratório aborda tópicos que certamente contribuirão para a organização e gestão de laboratório, infraestrutura, controle e adequação no que tange a acondicionamento, manuseio, cuidados, descarte e segurança tanto ambiental quanto do trabalhador.
Os autores, com rica vivência de docência de ensino superior em instituições renomadas de Curitiba, visualizaram e tornam real o intento de compartilhar informações e dicas que facilitarão, sobretudo, os iniciantes nesta prática.
Tem o leitor em suas mãos um livro que condensa, amplia e atualiza o conhecimento e o caminho do entendimento e da eficácia de laboratórios.
É gratificante partilhar o êxito de um trabalho de três anos realizado por profissionais altamente comprometidos com a qualidade de seu trabalho e, principalmente, com a responsabilidade de seu papel de educador.
Profa Dilma Regina Gribogi Kalegari
Diretora acadêmica da
Faculdade Evangélica do Paraná
PREFÁCIO DA SEGUNDA EDIÇÃO
Atendendo ao gentil convite da organizadora, dra. Maria de Fátima da Costa Almeida, sinto-me bastante honrado em escrever o prefácio desta 2a edição de Boas práticas de laboratório, importante obra de consulta para diferentes profissionais e estudantes envolvidos com experimentação laboratorial. A conduta criteriosa e otimizada nesse tipo de ambiente evita a recorrência de erros e gastos desnecessários, favorecendo a obtenção de dados confiáveis em curto espaço de tempo. Além disso, a capacitação do pessoal técnico é um dos fatores mais importantes para o bom andamento dos trabalhos.
Refletindo a grande preocupação com os riscos à saúde humana e ao ambiente, nesta edição revisada foram incluídos novos capítulos referentes à biotecnologia e à evolução da legislação brasileira, ao gerenciamento de resíduos de serviços de saúde e uma completa atualização dos regulamentos sobre biossegurança. Adicionalmente, o capítulo sobre biotérios traz uma nova contribuição sobre insetários e fornece subsídios à profissionalização crescente da pesquisa entomológica multidisciplinar no país.
Parabenizo a organizadora e os demais autores que participaram da elaboração desta nova edição, com seus conhecimentos e experiências acumuladas nas áreas de ensino, pesquisa e gestão de laboratórios, presenteando-os com este trabalho que vem atender às exigências mais imediatas dos profissionais, particularmente daqueles que utilizam a experimentação laboratorial no desenvolvimento de suas atividades.
Esta obra oferece uma fonte de leitura agradável, como material de apoio e consulta, contribuindo para a capacitação de recursos humanos e se tornando referência obrigatória para aqueles que se preocupam com a melhoria e o desenvolvimento nessas áreas.
Adriano Caldeira de Araújo
Diretor do Departamento de Apoio à Produção Científica
e Tecnológica (Depesq), do Departamento da Sub-reitoria de
Pós-graduação e Pesquisa (SR2) da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Maria de Fátima da Costa Almeida
Doutora em Fisiologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e mestre em Ciências Biológicas (Biofísica) pelo Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Graduou-se em Ciências Biológicas-Biomedicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Professora adjunta da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), foi instrutora do Senac Curitiba (Paraná) e professora de pós-graduação do Instituto Brasileiro de Pós-graduação e Extensão (IBPEX) e da Faculdade Evangélica do Paraná, instituições nas quais participou da elaboração de cursos de nível médio e de pós-graduação. Participou como membro e coordenadora de Comitês de Ética em Pesquisa e como assessora da Faculdade Evangélica do Paraná (Comissão Própria de Avaliação – CPA), onde também atua como coordenadora de Iniciação Científica. Tem experiência na área de Biofísica e Fisiologia Humana, Bioética e Biossegurança.
INTRODUÇÃO
Regras básicas de sobrevivência no laboratório
– Se você tem dúvidas ou perguntas sobre qualquer procedimento, material ou equipamento, fale com pessoas mais experientes, leia os manuais e pesquise antes de executar.
– Em caso de erro, avise imediatamente. Se for possível, ofereça-se para consertar o erro.
– Educação e humildade no relacionamento com todas as pessoas. Trate cada um como se fosse seu cliente mais importante; é regra da área de negócios, mas pode ser aplicada em outros relacionamentos.
– Não suponha nada; tampouco que qualquer outra pessoa esteja sempre correta.
– Anote todas as instruções que receber (protocolos e procedimentos).
– Agende, marque hora para que a pessoa possa dedicar o tempo necessário à conversa. Evite interrompê-la durante procedimentos, experimentos.
– Use o material – livros, artigos, manuais – com cuidado e avise ou anote, caso vá retirá-lo do ambiente.
– Não comente resultados de trabalhos de outras pessoas fora do laboratório.
Normas gerais
– É obrigatório lavar as mãos antes e depois do trabalho no laboratório¹ ou biotério.
– É obrigatório o uso de avental de algodão. Recomenda-se o emprego de máscaras, luvas, óculos de proteção e toucas em determinados trabalhos. Após períodos prolongados, sempre que possível, tome um banho depois do uso do biotério. Lavagem do rosto e posterior uso de máscaras previnem contaminações existentes que são carreadas pelo ar.
– Algumas regras que, à primeira vista, nos parecem excessivamente rígidas são frutos de observação e pesquisas no decorrer de muitos anos de criação e experimentação de animais. O uso de bijuterias e joias é proibido no biotério, já que não podem ser desinfetadas continuamente.
– Quanto aos cosméticos, também estes devem ter seu uso restrito, pois podem alojar microrganismos. Seu odor pode excitar e confundir os animais.
– É proibido comer ou beber no laboratório, assim como fumar. Qualquer refeição deve ser feita, de preferência, em refeitórios ou em espaços nos quais não se trabalha com material químico ou biológico do laboratório.
– Nunca pipete com a boca.
– É proibido armazenar produtos em frascos/recipientes inadequados e sem rótulo. Um acidente comum: alguém ingeriu formol acondicionado em frasco tipo PET (politereftalato de etila), pensando ser água mineral.
– É proibido armazenar alimentos e bebidas no laboratório.
– É proibido armazenar alimentos e bebidas na geladeira do laboratório.
– Ao sair do laboratório, deve-se trocar de vestuário.
– Limpe imediatamente o material e o local ao finalizar cada tarefa e durante cada parte de um experimento. Não mova ou troque de lugar reagentes, tubos, objetos, frascos. Por exemplo: após o uso da balança, limpe o prato; se for o caso, lave-o. Sempre deixe em condições de uso para a próxima pessoa.
– Nunca ligue ou desligue aparelhos sem antes perguntar.
– Avise em caso de equipamentos quebrados e indique no livro de anotações ou ocorrências.
– Identifique cada material, solução e avise quando estiver em pouca quantidade ou acabar.
Situações especiais
– Verifique sempre a tensão da tomada na qual deseja ligar o seu equipamento e a voltagem/frequência na qual deve operar.
– Consulte o livro de anotações antes e registre após o uso dos equipamentos.
– Antes de ligá-lo, veja se está realmente em condições de uso; pode ser que esteja danificado. Caso ocorra alguma anormalidade durante o uso, comunique imediatamente ao responsável e coloque um aviso, em local visível, para servir de alerta a outros usuários do equipamento.
– Em caso de dúvida quanto ao funcionamento de um equipamento, procure o responsável por este; não tente adivinhar como funciona. Tenha sempre em mãos os procedimentos básicos de operação do aparelho. De preferência, coloque um lembrete ou as etapas (a sequência) de manipulação junto com as instruções necessárias para uma perfeita utilização.
Proteção pessoal
– Recomenda-se o uso de avental longo de algodão fechado sobre a roupa, calças compridas e calçado fechado (não deve ser usado material com fio sintético por maior facilidade de combustão ou reação).
– Deve-se evitar o uso de lentes de contato em operações com substâncias químicas.
– Quando se faz a pesagem de produtos em forma de pó (sílica, por exemplo) devem-se usar máscaras absorventes.
– Usam-se luvas isolantes, considerando temperatura, comprimento e material a ser manuseado.
Problemas mais comuns
Com a experiência adquirida em vários anos exercendo atividades em laboratórios de aulas para cursos de graduação e pós-graduação na área de Saúde, e convivendo com os profissionais responsáveis pelos laboratórios (docentes, técnicos, auxiliares e alunos), observou-se que algumas situações ou incidentes ocorrem com mais frequência e podem acarretar prejuízos à saúde dos indivíduos que trabalham nesse ambiente, assim como consequências para a comunidade em geral. Dentre as ocorrências mais comuns, podemos relatar:
1. Não uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) e coletivo, como:
– máscaras adequadas à substância e tipo de atividade (EPIs e EPIs respiratórios);
– luvas;
– vestuário – avental, jaleco, calçado, touca; e
– óculos de proteção.
2. Capela de segurança biológica (CBS). Ver Figura I.1 abaixo.
Figura I.1 – Cabine de segurança classe 1
Fonte: Adaptada de Fiocruz.²
3. Com relação aos cuidados para executar as tarefas ou processos visando à qualidade do produto ou serviço prestado:
– Inadequação da armazenagem de reagentes e soluções.
– Inadequação do local para acondicionar os resíduos que serão descartados.
– Ausência de planejamento do espaço. Não previsão de área para materiais tóxicos; bloqueio de saídas em locais que armazenam resíduos.
– Ventilação inadequada – circulação de ar deficiente.
– Higiene dos materiais.
– Manutenção dos equipamentos.
– Ausência de provisão para pontos e carga de energia que possam suportar a expansão e crescimento do laboratório.
– Pouco comprometimento com trabalho em equipe.
Os fatores listados interferem na qualidade do trabalho, aumentando o custo com compras e atendimentos de emergência, a licença ou afastamento do profissional, o remanejamento e a interrupção de processos.
É importante assinalar que situações diferentes e inesperadas, como novas tecnologias e oportunidades que possam contribuir para a melhora no desenvolvimento das atividades ou crescimento e aperfeiçoamento do setor, devem ser consideradas e podem estar contempladas no orçamento como provisões para contas a pagar ou investimentos. Entretanto, para que as rotinas e os processos tenham menos prejuízos, não se pode negligenciar a importância de estar atento e comprometido com as boas práticas de laboratório. Isso pode ser esquematizado como se segue:
Figura I.2 – Diagrama da eficiência e qualidade do trabalho em laboratórios
Fonte: Proposta pela autora.
4. Para a manipulação de animais experimentais, foi observado que as principais causas de acidentes são:
– Não uso de EPIs adequados.
– Falhas de manutenção e planejamento da rede de energia elétrica adequada, incluindo capacidade necessária e reposição ou substituição dos materiais, com revisão periódica.
– Falhas de planejamento e projeto das instalações físicas.
– Controle do estado de saúde dos animais, fator que está relacionado também com a higiene dos profissionais, circulação de pessoas, controle da qualidade do ar (fluxo), higiene das caixas e bebedouros.
5. Com relação à empresa, há a necessidade de promover ou intensificar a capacitação de pessoal, tanto técnico como de higiene do ambiente.
Nos laboratórios que trabalham com fungos (meios de cultura) e material perigoso ou tóxico por aspiração que podem se desenvolver sem que se conheçam a espécie e a patogenicidade para o homem e animais de laboratório, as normas de biossegurança devem ser conhecidas e aplicadas de forma rígida, assim como as regras para descarte de materiais, como, inicialmente submeter à alta temperatura (autoclave) os fungos desconhecidos e, a seguir, proceder ao descarte adequado (ver Capítulos 8 e 9).
6. A gestão do laboratório, outro fator relevante para a qualidade das atividades desenvolvidas, é a postura do responsável pelo setor. Ele deve ter competência, experiência e bom relacionamento interpessoal. Deve estar atento e conhecer os diversos procedimentos e implementar as regras de boas práticas. Também deve coordenar e monitorar a realização dos trabalhos no laboratório, auxiliando e intervindo, quando necessário, para estimular as pessoas, visando à melhoria da qualidade do serviço prestado ou do trabalho.
7. Manipulação de organismos geneticamente modificados (OGMs)
Para atividades que envolvam manipulação de OGMs, devem ser obedecidas as regras gerais, a fim de evitar contaminação e controle do ambiente de trabalho. A utilização de espécies animais para modificações de características anatômicas e fisiológicas, relacionadas à pecuária ou melhoria das taxas de crescimento, produtividade, resistência a doenças específicas, correspondem a atividades de baixo risco. Entretanto, durante a realização dos trabalhos que incorporem ao genoma do animal segmentos de DNA de microrganismos patogênicos, deve-se ter cuidado para evitar:
– escape de animal da área específica;
– contaminação de outras linhagens de animais; e
– contaminação das pessoas envolvidas com estes animais geneticamente modificados (AnGM) (MAJEROWICZ, 2009).³
1Anvisa 2012 – Autoavaliação para higienização das mãos (HM) – Instrumento elaborado pela OMS. Disponível em: < http://www.anvisa.gov.br/hotsite/higienizacao_maos/higienizacao.htm >. Acesso em: 20 ago. 2013.
2Disponível em: < http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/csb.html >. Acesso em: 25 set. 2013.
3MAJEROWICZ, J. Biossegurança de animais de laboratório in: Anais VI Congresso Brasileiro de Biossegurança. Rio de Janeiro, set. 2009.
Maria de Fátima da Costa Almeida
Doutora em Fisiologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e mestre em Ciências Biológicas (Biofísica) pelo Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Graduou-se em Ciências Biológicas-Biomedicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Professora adjunta da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), foi instrutora do Senac Curitiba (Paraná) e professora de pós-graduação do Instituto Brasileiro de Pós-graduação e Extensão (IBPEX) e da Faculdade Evangélica do Paraná, instituições nas quais participou da elaboração de cursos de nível médio e de pós-graduação. Participou como membro e coordenadora de Comitês de Ética em Pesquisa e como assessora da Faculdade Evangélica do Paraná (Comissão Própria de Avaliação – CPA), onde também atua como coordenadora de Iniciação Científica. Tem experiência na área de Biofísica e Fisiologia Humana, Bioética e Biossegurança.
CAPÍTULO 1
Planejamento
O fundamental numa aventura é o planejamento.
Amir Klink
Resumo
Este capítulo aborda o conceito de planejamento, ressaltando tópicos específicos para as atividades de laboratório. Lista etapas e assinala a importância da elaboração de um cronograma para a realização de um projeto ou implantação de processos com definições de metas. O estabelecimento de estratégias, a escolha de recursos materiais, a seleção de pessoal e a possibilidade de realizar ajustes ao longo do desenvolvimento do projeto, num laboratório de uma instituição de ensino superior, de análises (privado) ou de pesquisa, também são abordados. Ao final, contempla a fase de avaliação de um processo ou projeto para adequar as ações previstas.
Na gestão do laboratório, o líder deve desenvolver suas atividades com base num planejamento que visa:
– Adequar-se à infraestrutura física.
– Capacitar pessoas.
– Implantar processo e projetos.
– Realizar avaliações, considerando os benefícios e os resultados, como melhoria da qualidade das aulas, adequação do espaço de trabalho (o contexto da instituição), custos e ganhos em relação ao mercado, ou seja, melhorando a competitividade da instituição.
1.1 Conceito
Planejamento ou visão do futuro corresponde à orientação a curto, médio e longo prazos das atividades (SOTO, 2002). Depende da disposição para assumir compromissos de longo prazo com todas as partes envolvidas numa instituição, antecipando-se às tendências do mercado, usando novas tecnologias e definindo estratégias para a mudança. Compreende:
– Avaliação da situação atual e estabelecimento de metas, estratégias e processos para possibilitar as mudanças e os crescimentos previstos para as atividades da instituição ou de cada setor.
– Realização das adequações, escalonamento e priorização das metas, de acordo com a direção da instituição.
– Definição de materiais e equipamentos e dos recursos humanos necessários à implantação do novo setor (laboratório), atividade ou reforma do laboratório.
– Formulação de rotinas.
– Manuais, formulários, material de sinalização, agendamento de atividades, de treinamento, de aperfeiçoamento de pessoas (cursos, palestras etc.).
O estudo longitudinal de Elliot constatou que quanto maior era o período envolvido em planejamento, maior a capacidade de um indivíduo realizar determinado trabalho. Concluiu, também, que o tempo e a experiência podem favorecer o desenvolvimento dos indivíduos (OLIVEIRA NETO, 2004).
O diagrama da Figura 1.1 resume essas etapas.
Figura 1.1 – Diagrama para modelo de planejamento das atividades
Fonte: Proposta pela autora.
1.2 Cronograma
Deve ser estabelecido um cronograma do projeto e, dependendo do tipo de gestão vigente na instituição, devem ser definidas as tarefas por pessoas e grupos ou direcionados os resultados em função das competências da equipe. Devem ser delineados todos os requisitos do projeto, definindo-se etapas do processo, avaliações, ajustes e prazos. O líder deve estar atento às pessoas e ao ambiente de trabalho. O cronograma para execução das atividades deve conter:
– Definição de objetivos, metas e estratégias.
– Definição das equipes.
– Escalonamento das atividades ou definição das prioridades.
– Cálculos de tempo e custos.
– Revisão e adaptação aos cronogramas da instituição.
– Aprovação pela direção.
Durante a execução da tarefa planejada, é importante realizar o controle – ou monitoramento – que depende dos seguintes elementos:
– Definir padrões, ou seja, com base na descrição do plano, tornar possível a avaliação de cada um dos itens identificados em objetivos, estratégias e plano de ação, e fazer os ajustes necessários. Envolver as pessoas.
– Avaliar o desempenho por meio de relatórios formais, conversas informais, reuniões e demais documentos, correios eletrônicos, comunicações internas e, também, ouvir os envolvidos.
– Comparar o desempenho real com o planejado.
– Desencadear ação corretiva ou redirecionar as ações, considerando planejamento e resultados parciais, e fazer revisão onde for necessário.
O esquema da Figura 1.2 representa os pontos apresentados:
Figura 1.2 – Planejamento e avaliação das atividades
Fonte: Proposta pela autora.
Contribui para o trabalho um repertório de comportamentos caracterizados por:
1 – Conhecimento.
2 – Capacidade.
3 – Motivos.
Druker (OLIVEIRA NETO, 2004) propôs as questões durante o planejamento:
1 – Onde estão os problemas?
2 – Onde esperar resistência?
3 – Que mudanças processar?
Também se deve considerar que o processo não tem sucesso isoladamente.
É necessário o envolvimento da alta direção da organização (OLIVEIRA NETO, 2004).
Segundo o modelo de Gilbert (OLIVEIRA NETO, 2004), contribui para o trabalho um repertório de comportamentos caracterizados por: conhecimento, capacidade e motivos que correspondem aos valores, às crenças e preferências das pessoas. Considera a competência o valor da realização e o custo do comportamento necessário para produzir essa realização, ou seja, produzir o máximo com o menor custo.
Os indivíduos detentores do conhecimento¹ – saberes correspondem a arquivos vivos de informação. Como desafio para a instituição apresenta-se a capacidade de gerir e extrair bons resultados da administração de valores e ideias (REIMAN, 2004), assim como a informação e sua disseminação na instituição.
1.3 Avaliação
Para avaliar um processo, é necessário que tenha sido identificada uma situação, um ponto específico ou problema, do qual se irá analisar ou julgar com base em critérios previamente definidos. A avaliação poderá ser usada como estratégia para decidir sobre o problema ou resolvê-lo (TANAKA; MELO, 2001).
A análise – ou o julgamento – pode ocorrer por meio de indicadores (condições e recursos existentes) e de resultados, comparando a alteração no processo ou serviço oferecido por manifestação do usuário – aluno, professor, coordenador de curso e técnico do laboratório e pessoal de apoio.
A avaliação também poderá ter o foco em pessoas, materiais e tecnologias empregadas. É importante, ainda, considerar a oportunidade – momento apropriado – e o destino dos resultados.
No processo de implantação de projetos, pode ser realizada uma avaliação econômica. Ela corresponde ao processo pelo qual os custos do projeto são analisados e comparados a alternativas e consequências de sua implantação medidas, o que definirá a implantação ou o cancelamento. Entretanto, o dado mais relevante desse tipo de avaliação não é o custo econômico, e sim os benefícios² resultantes de sua implantação, considerando o contexto da instituição com outros processos e a avaliação da posição da empresa no mercado. Como exemplos, podem-se citar:
a) Projeto de criação de animais no biotério central da faculdade versus a compra de animais de fornecedor externo.
b) Compra de novo equipamento para laboratório, comparando o custo com retorno ou benefício para sua instalação com possibilidades de aumentar e diversificar o número de aulas – ainda avaliando o tipo de conhecimento que poderá ser acrescentado e disseminado para a clientela (discentes) – versus a compra de vídeos, softwares usando técnicas alternativas às aulas práticas que utilizam animais experimentais.
c) Ou, ainda, comparar a possibilidade de produção de vídeos ou terceirizar a produção destes.
A avaliação de um projeto para o laboratório pode ser feita por meio de respostas completas a algumas perguntas, visando adquirir conhecimentos em relação ao valor do projeto, antes da implantação e durante o ciclo de vida.
As questões estão de acordo com Cleland & Ireland (2002):
1. O projeto ou processo visa à adequação operacional ou melhoria do serviço oferecido pelo laboratório?
2. Os resultados do projeto vão complementar os pontos fortes da instituição?
3. O projeto possui independência em relação aos pontos fracos da instituição?
4. Os resultados do projeto vão auxiliar a instituição a realizar sua missão e metas?
5. Os resultados do projeto vão agregar alguma vantagem competitiva à instituição?
6. O projeto tem relação com outros projetos ou programas da instituição?
7. A instituição pode assumir os riscos que possam estar associados à implantação deste?
8. Há disponibilidade de recursos organizacionais, como recursos humanos, financeiros e infraestrutura para dar apoio ao projeto? (Esse fato, por ser de maior risco, poderá criar a possibilidade de evasão da empresa.)
9. Como será a manutenção da mudança? Haverá necessidade de capacitação do pessoal?
10. Esse projeto pode ser integrado às iniciativas e estratégias da instituição?
11. Qual seria a consequência, para a organização, se fosse cancelado ou adiado?
Com base nas respostas obtidas, o gestor e os demais envolvidos no planejamento poderão tomar decisões e encontrar as opções adequadas para a solução do problema proposto.
REFERÊNCIAS
CLELAND, D. I.; IRELAND, L. R. Gerência de projetos. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso, 2002.
HOUAISS, A. Dicionário de sinônimos e antônimos. 1. São Paulo: Objetiva, 2003.
OLIVEIRA NETO, L. A. Gestão de pessoas. Fundação Getulio Vargas. São Paulo: FGV, 2004.
REIMAN, J. Idéias. São Paulo: Futura, 2004.
SOTO, E. Comportamento organizacional. São Paulo: Thompson, 2002.
TANAKA, O; MELO, C. Avaliação de programas de saúde do adolescente: um modo de fazer. São Paulo: Edusp, 2001.
1Competência: derivação por extensão de sentido. Soma de conhecimentos ou habilidades (HOUAISS, 2012).
2Benefício: lucro, ganho (HOUAISS, 2003).
Maria de Fátima da Costa Almeida
Doutora em Fisiologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e mestre em Ciências Biológicas (Biofísica) pelo Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Graduou-se em Ciências Biológicas-Biomedicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Professora adjunta da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), foi instrutora do Senac Curitiba (Paraná) e professora de pós-graduação do Instituto Brasileiro de Pós-graduação e Extensão (IBPEX) e da Faculdade Evangélica do Paraná, instituições nas quais participou da elaboração de cursos de nível médio e de pós-graduação. Participou como membro e coordenadora de Comitês de Ética em Pesquisa e como assessora da Faculdade Evangélica do Paraná (Comissão Própria de Avaliação – CPA), onde também atua como coordenadora de Iniciação Científica. Tem experiência na área de Biofísica e Fisiologia Humana, Bioética e Biossegurança.
CAPÍTULO 2
Gestão de Laboratórios
Resumo
Este capítulo tem como objetivo descrever as principais características de um gestor, como conhecimento, capacidade de motivação, habilidade numa instituição na qual o capital intelectual e o trabalho em equipe são valorizados. Assinala outros aspectos, como a importância da generosidade e a capacidade de comemorar as conquistas dos colaboradores na gestão de um setor que respeite a formação e a individualidade dos participantes da equipe. Enfatiza a capacidade de delegar do gestor e a perspectiva do desenvolvimento do trinômio pensar, ideias e criatividade; que estimule o crescimento do indivíduo e as mudanças de comportamento necessárias, priorizando, entretanto, a ética profissional e a meta de criar um bom clima organizacional. Aponta como deve, também, definir e selecionar os talentos, pessoas que estarão envolvidas nos processos e projetos. Descreve suas atribuições, tais como: avaliar e fazer os ajustes necessários ao projeto/processo/programa durante o ciclo de vida. Indica que, caso o perfil de algumas pessoas não seja adequado ao processo ou se estas já tiverem realizado suas etapas, poderão ser remanejadas ou participar em outros processos, visando suprir as necessidades e atingir as metas do setor.
2.1 Gestor
2.1.1 Conhecimento e capacidade
Para Oliveira Neto (2004) o conhecimento e a ação são os componentes do comportamento profissional mais difíceis de avaliar com precisão e realidade.
O conhecimento, no modelo de gestão do conhecimento inovador, apresenta-se como prioridade, pois tem como foco as pessoas. A tecnologia deve servir como ferramenta, mas isoladamente e sem envolvimento, capacitação dos profissionais e motivação não será de grande valia. Os dirigentes devem estimular a criatividade e o aperfeiçoamento dos indivíduos, o que vai determinar o desenvolvimento da empresa (OLIVEIRA NETO, 2004).
Assim, o foco está na competência, que, segundo Lea Depresbiterisf, é a capacidade para aplicar habilidades, conhecimentos e atitudes em tarefas ou combinações de tarefas operativas. Em algumas empresas este conceito é entendido como a possibilidade de converter o conhecimento ou saber em ações. Ou seja, a competência está relacionada à produção de resultados, custos e produtividade. Pode ainda definir o que se espera do profissional em relação ao produto do seu trabalho, sendo prioridade estar atento ao perfil das pessoas, que devem ser autônomas e empreendedoras, com maior participação na empresa e atentas ao seu desenvolvimento profissional.
Com relação à capacidade, embora parte seja inata,