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Faro
2004
Nome: Ana Rita da Silva Inácio
Data: 2004
Júri:
Creio que é uma tremenda injustiça quando aparece na página de rosto de um trabalho
como este um só nome.
À equipa do “Cordão Verde”, e em especial ao Dr. Luís Palma, com quem colaborei
mais directamente na equipa da biodiversidade e que me permitiu utilizar o trabalho que
realizei nesse projecto para a minha tese de mestrado.
À Prof.ª Doutora Leonor Cancela, pela co-orientação da tese e pela compreensão nos
momentos mais difíceis.
Ao Dr. Henrique Marinho, Dr. Pedro Roque, Dra. Gisela Moço e Dra. Clara Grilo, pelo
apoio nas questões Sig’s.
À Dra. Ana Sofia Augusto, Dra. Sandra Augusto, Dra. Ana Trindade, Dra. Inês Pena e
Mestre Fátima Amaro pelas dicas e pela força nos últimos momentos.
iii
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL
Resumo
iv
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL
Abstract
Place prioritization for biodiversity conservation in Southern Portugal
v
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL
ÍNDICE
RESUMO...........................................................................................................................iv
ABSTRACT........................................................................................................................v
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................1
1.1. Conservação da biodiversidade.........................................................................1
1.4. Objectivos.........................................................................................................11
3. METODOLOGIA............................................................................................................23
vi
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL ÍNDICE
4. RESULTADOS...............................................................................................................29
5. DISCUSSÃO.................................................................................................................58
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................63
ANEXOS..........................................................................................................................75
vii
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL
LISTA DE FIGURAS
Figura 2. Usos do solo na área de estudo, de acordo com a 3.ª Revisão do Inventário
Florestal Nacional (Fonte: DGF 2001)........................................................................18
Figura 5. Localização das áreas abrangidas por figuras legais de protecção (Áreas
Protegidas e Sítios Rede Natura 2000) na área de estudo (Fonte: ICN 2004).............22
viii
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL LISTA DE FIGURAS
Figura 14. Rede Natura 2000 e as áreas seleccionadas anteriormente pelo programa
ResNet, de acordo com os índices de prioridade 4, 3, 2 e 1, que correspondem
a 5%, 10%, 25% e 50% da área total de estudo, com base nas comunidades
vegetais segundo: (a) dados conhecidos e (b) dados modelado..............................50
Figura 15. Rede Natura 2000 e as áreas seleccionadas anteriormente pelo programa
ResNet, de acordo com os índices de prioridade 4, 3, 2 e 1, que correspondem
a 5%, 10%, 25% e 50% da área total de estudo, com base nas espécies de
flora segundo: (a) dados conhecidos e (b) dados modelado...................................52
Figura 16. Rede Natura 2000 e as áreas seleccionadas anteriormente pelo programa
ResNet, de acordo com os índices de prioridade 4, 3, 2 e 1, que correspondem
a 5%, 10%, 25% e 50% da área total de estudo, com base nas espécies de
fauna segundo: (a) dados conhecidos e (b) dados modelado................................ 54
Figura 17. Rede Natura 2000 e as áreas seleccionadas anteriormente pelo programa
ResNet, de acordo com os índices de prioridade 4, 3, 2 e 1, que correspondem
a 5%, 10%, 25% e 50% da área total de estudo, com base em todos os
indicadores de biodiversidade segundo: (a) dados conhecidos e
(b) dados modelado................................................................................................ 56
ix
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Percentagem de área ocupada pelos vários usos dos solo e povoamentos
florestais na área de estudo, de acordo com a 3.ª Revisão do Inventário
Florestal Nacional (DGF 2001)....................................................................................................17
x
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL
1. INTRODUÇÃO
organizada, com as suas práticas, culturas e instituições sociais, nos Estados Unidos da
moléculas à biosfera, ou toda a hierarquia taxonómica desde os alelos aos reinos, todas
as classes lógicas entre eles (indivíduos, genótipos, populações, espécies, etc.), e todos os
diferentes membros de todas essas classes (Sarkar & Margules 2002). Também está
incluído nesse conceito a diversidade das interacções entre esses membros e os processos
em todos esses níveis de organização, ao longo do tempo (Sarkar & Margules 2002).
“biodiversidade” tão vago como difícil é a missão de a medir. Na maior parte dos casos,
com menor custo, prever padrões sobre outras variáveis consideradas objectivo (Araújo
1998). A sua utilização tem sido largamente advogada quando se dispõe de informação
reduzida ao nível das variáveis objectivo, isto é, aquelas que se pretende descrever ou
temperatura, tipo de solos, etc.), porque são os únicos dados disponíveis (Sarkar et al.
2002).
protegidas onde tenham que ser tomadas medidas especiais para a conservação da
diversidade biológica (Decreto – Lei n.º 21/93 de 29 de Junho). Esse sistema de reservas
2
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL INTRODUÇÃO
1994). No entanto, têm surgido diversos métodos de selecção de áreas prioritárias para a
conservação (métodos de ordenação, iterativos, Gap Analysis, etc.) sendo hoje em dia
uma disciplina em desenvolvimento. Segundo Sarkar et al. (2004), qualquer que seja a
economia (muitas vezes designado por eficiência), a selecção deveria permitir a desejada
método de selecção tem de ser o mais rápido possível na análise de um elevado número
incorporar uma larga variedade de critérios (i.e. a preferência pelo tamanho, densidade,
porque é que uma determinada área foi seleccionada, isto porque em caso da sua
3
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL INTRODUÇÃO
remoção, os gestores deverão ser capazes de determinar que biodiversidade foi perdida;
biodiversidade em qualquer parte do mundo, ou seja, não poderá ser específico para um
área que acrescenta mais atributos em cada passo) para a selecção de áreas é mais
eficiente que os métodos de ordenação (p.e., a identificação de hotspots, áreas com uma
complementaridade (Nicholls & Margules 1993; Pressey et al. 1993). A aplicação deste
princípio é sustentada pela utilização de algoritmos que seleccionam a área mínima que
inclua a maior quantidade de diversidade (p.e. Kirkpatrick 1983; Margules et al. 1988;
Pressey & Nicholls 1989; Vane-Wright et al. 1991; Williams et al. 1996; Csuti et al.
1997; Dobson et al. 1997). As soluções mais eficientes permitem não só fundamentar
que seja atingido o máximo de área aceitável economicamente antes que todos os
atributos estejam salvaguardados (Pressey et al. 1993; Csuti et al. 1997; Pressey et al.
1997).
duas formas (Nicholls & Margules 1993): a primeira, o próprio algoritmo pode ser
estes métodos permitem avaliar diferentes cenários, quando por exemplo se exclui ou
tornam explicita qualquer escolha que efectuem, facilitando a discussão com os possíveis
4
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL INTRODUÇÃO
Apesar destes algoritmos terem sido criticados por originarem resultados sub-
1994), permitem uma análise rápida face aos resultados óptimos obtidos com
como o WORLDMAP (Williams 1996) (Sætersdal et al. 1993; Csuti et al. 1997). Outra
está disponível na internet de forma gratuita e foi produzido no final dos anos 80 na
partir de um conjunto existente de áreas protegidas (esta última opção é relevante caso se
5
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL INTRODUÇÃO
complementaridade o princípio que serve para escolher áreas com o mesmo número de
indicadores raros (i.e. em caso de empate, selecciona a área que contenha o maior
número de indicadores cuja representação não tenha sido atingido de acordo com
por fim é por ordem lexical (i.e. ao acaso). O programa ResNet proporciona ainda ao
utilizador a opção de eliminar a redundância, assim como seleccionar áreas tendo como
Namíbia e nas Ilhas Malvinas (Sarakinos et al. 2001; Sarkar et al. 2002), e tem vindo a
ser utilizado em conjugação com o método Gap Analysis no Texas (Sarkar et al. 2000).
Em Portugal, este programa foi utilizado apenas para seleccionar áreas importantes para
conservação no Parque Natural da Ria Formosa (Fátima Amaro com. pess.), sendo por
biodiversidade.
6
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL INTRODUÇÃO
No Sul de Portugal persiste uma paisagem de elevado valor natural e cultural, que
se estende ao longo das serras e dos vales do Baixo Alentejo e Algarve, num vasto
Malato-Beliz 1978 e 1982; Simões 1978). Posteriormente surgem sínteses breves mais
técnica dos sítios a incluir na Rede Natura 2000, foram realizados inventários
paniculata Desf. subsp. monchiquensis (Franco & P.Silva) Vicens, Molero & C. Blanché
fauna de vertebrados aparecem nos anos 80 (Rosário et al. 1980; Dias et al. 1983). A
partir de 1992 são retomados ou iniciados os estudos sobre algumas espécies da região
1827 (Castro 1994; Castro & Palma 1996; Ceia et al. 1998; Palma 1993, 1994, 1995,
7
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL INTRODUÇÃO
1996; Palma et al. 1999) e a águia de Bonelli, Hieraaetus fasciatus (Vieillot, 1822)
(Palma 1994a; Palma et al. 1999a). Estes estudos intensivos têm permitido obter
bravo, Oryctolagus cuniculus (Linnaeus, 1758) (Rodrigues 1997; Pais & Palma 1998;
Palma 1999), diversos carnívoros de pequeno e médio porte, o veado (Cervus elaphus
trabalhos foi intensa, principalmente a partir dos anos 80, com especial preocupação pelo
conservação (e.g. Crespo 1989; Malkmus 1981, 1993, 1999; Malkmus & Schwarzer
2000; Brito et al. 1999). Os estudos desenvolvidos com os peixes de água doce são ainda
mais escassos e recentes que os dos restantes grupos faunísticos, com a particularidade
Pereira, 1998) (Coelho et al. 1998; Magalhães & Collares-Pereira 1999). Quanto aos
Vanessa virginiensis (Drury 1773) e Proserpinus proserpina (Pallas, 1772)] (Monteiro &
Carvalho 1984; Passos de Carvalho & Corley 1995; Corley et al. 2000).
8
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL INTRODUÇÃO
respeito à biodiversidade e aos valores culturais que lhes tão associados. A interacção
positiva que existiu durante séculos entre o Homem e a Natureza, onde a biodiversidade
florestais, têm contribuído para a progressiva degradação dos recursos naturais, e para a
qualidade de vida das populações humanas locais e dos ecossistemas terrestres e de água
Ministros n.º 142/97 e n.º 76/2000), não têm sido suficientes para suster a perda de
biodiversidade.
9
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL INTRODUÇÃO
Sul de Portugal. Pretende-se assim contribuir para uma correcta delimitação das áreas
importantes para a conservação. Este trabalho é tanto mais oportuno num momento em
incluído o mapa das áreas mais importantes para a conservação da região algarvia. Este
estudo poderá também sugerir a metodologia mais adequada para futuros trabalhos. E
depois da tragédia florestal do Verão do ano passado, este trabalho poderá também dar o
Nature).
10
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL INTRODUÇÃO
1.4. Objectivos
biodiversidade nesta área do Sul de Portugal, com auxílio do programa ResNet para tal é
necessário:
anteriormente referido;
As implicações que essas áreas seleccionadas acarretam para a Rede Natura 2000,
para os diferentes usos de solo e respectivos povoamentos florestais são também alvo de
vista dos seus aspectos biofísicos, quais as influências humanas que aí ocorreram, bem
Sítios Rede Natura 2000. A metodologia utilizada pode ser lida com mais detalhe no
respectivamente.
11
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL
Este estudo abrange uma área, aproximadamente com 4.760 km2, situada a Sul
de Portugal e que ocupa parte das regiões do Baixo Alentejo e do Algarve (Fig.1).
Estende-se desde a costa atlântica até à fronteira com a Espanha, limitada a Sul, pelas
Nordeste pela região de Mértola (37º 04’- 37º 56’ N, 7º 24’ - 8º 57’ W).
#
# Saboia Almodovar #
Gioes
Sao Barnabe
#
Monchique Cachopo
#
#
Bensafrim
#
0 30 Kilometers
Limite de Portugal Continental
# Sedes de Freguesia
Rios e Ribeiras
Limite da Área de Estudo
12
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
(Rivas-Martinez et al. 1990, Costa et al. 1998) (Fig. C1 do Anexo C). A Fóia, na Serra
termomediterrânico sub-húmido a húmido, excepto nas zonas mais elevadas onde atinge
atingir os 15ºC, como valor mínimo e os 19ºC como valor máximo (Fig. C2 do Anexo
C). A precipitação média anual é de 650 mm, atingindo o seu máximo, 1300 mm, no
(Bernis) Franco são dois endemismos deste Superdistrito (Costa et al. 1998). E são
Senecio lopezzi Boiss., Stauracanthus boivinii (Webb) Samp., Thymelaea villosa (L.)
Endl., Ulex argenteus Webb subsp. argentus e U. minor Roth (Costa et al. 1998).
13
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
1998).
área de menor dimensão, sendo limitada a Norte pela Ribeira de Oeiras e a Sul pela
território plano, menos chuvoso e mais continental que o anterior, cujos solos são na sua
18ºC e verificam-se precipitações médias anuais da ordem dos 500 mm, as mais baixas
14
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
Ericetum umbellatae (Costa et al. 1998). Nas zonas secas e semiáridas do vale do
15
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
de Odemira e o maciço de Monchique que só abranda no final dos anos 80 com a crise
se têm vindo a verificar nas duas últimas décadas (INE: Censos 81, 91 e 2001) (Quadro
A1 do Anexo A). Isto provavelmente porque, sem perspectivas económicas nas zonas
rurais mais serranas, a população mais jovem deslocou-se para os pólos urbanos do
litoral, principalmente para a costa algarvia, cujo o sector económico relacionado com o
Trigo” e a posterior exploração florestal quer por parte dos montados de sobro e/ou
azinho quer por parte de monoculturas de eucalipto e pinheiro, estes últimos financiados
por fundos comunitários nos últimos anos (Quadro 1, Fig. 2 e 3). Apesar de ter vindo a
diminuir durante a segunda metade do séc. XX, o uso agrícola ocupa 24,1% da área de
estudo.
16
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
Direcção-Geral das Florestas em 2004, a parte ocidental da área de estudo é a zona com
maior risco de incêndio, em especial destaque para a zona de maior altitude da Serra de
4). No Verão do ano passado, esta área foi das zonas mais fustigadas pelo fogo,
povoamentos e matos, o que representou 12% total de áreas ardidas no país (12.º
17
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
0 20 Kilometers
Limite de Portugal Continental
Limite da Área de Estudo
Usos do solo
Incultos
Floresta
Agricultura
Improdutivos
Aguas interior
Social
Figura 2. Usos do solo na área de estudo, de acordo com a 3.ª Revisão do Inventário Florestal Nacional
(Fonte: Direcção-Geral das Florestas 2001).
18
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
0 20 Kilometers
Limite de Portugal Continental
Limite da Área de Estudo
Povoamentos florestais
Sobreiro (Sb)
Azinheira (Az)
Eucalipto (Ec)
Pinheiro manso (Pm)
Outras resinosas (Rd)
Pinheiro bravo (Pb)
Castanheiro (Ct)
Outras folhosas (Fd)
Figura 3. Povoamentos florestais na área de estudo, de acordo com a 3.ª Revisão do Inventário Florestal
Nacional (Fonte: DGF 2001).
19
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
0 20 Kilometers
20
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
sobre eles pesam, algumas áreas desta região são já actualmente reconhecidas como de
protecção, nomeadamente Áreas Protegidas e Sítios Rede Natura 2000 (Fig. 5).
“Área Protegida” e em 1995 com a actual figura de “Parque Natural” pelo Decreto-
Nesta área, estão ainda incluídas partes das Zonas de Protecção Especial
Lei n.º 75/91 de 14 de Fevereiro), porções das Zonas Especiais de Conservação (ZEC’s,
definidas pela Directiva n.º 92/43/CEE, D.L. n.º 226/97 de 27 de Agosto) do Guadiana,
21
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
0 20 Kilometers
Figura 5. Localização das áreas abrangidas por figuras legais de protecção (Áreas Protegidas e
Sítios Rede Natura 2000) na área de estudo (Fonte: ICN 2004).
22
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL
3. METODOLOGIA
por 5 Kms, em que foi dividida a área de estudo, com auxílio do software ArcView
Lemeshow 1989, Brito et al. 1999a, Inácio et al. 1999, Filipe et al. 2002).
23
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL METODOLOGIA
π (x) = e
g(x)
1+eg(x)
e é a base do logaritmo Neperiano e g(x) pode ser definida como a soma dos efeitos de
cinco quadrículas, e as variáveis ambientais em cada uma das 253 quadrículas UTM 5x5
kms, com auxílio do software ArcView versão 3.1 (ESRI 1996). Cada quadrícula foi
relacionadas com a altitude (ver com mais detalhe Quadro D4 do Anexo D).
24
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL METODOLOGIA
SPSS versão 7.0 para Windows (Norusis 1995) e seguido o procedimento estatístico
sugerido por Hosmer & Lemeshow (1989) para construir e avaliar o modelo
as com valor percentual em arcsen √x/100, sendo esse valor, no caso das variáveis com
classes, a média de cada classe. A escolha das variáveis para inclusão no modelo foi
efectuada pelo método passo por passo, com inclusão progressiva seguida de eliminação
progressiva (αinclusão = 0,05 e αexclusão = 0,10). Para cada variável incluída no modelo foi
estimada uma medida da dispersão do seu coeficiente (βx), o teste de Wald, calculado
25
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL METODOLOGIA
ultrapassam as cinco quadrículas UTM 5x5 kms e para aqueles cujos modelos de
valiosas não são necessariamente as mesmas para grupos diferentes (Prendergast et al.
1993; Sætersdal et al. 1993). Por outro lado, os mapas de áreas importantes para a
conservação separados por grupos serão mais informativos que um único mapa relativo
a todos os grupos, uma vez que permitirão uma gestão mais adequada dessas áreas em
relação ao ou aos grupos para os quais são mais importantes. Foram ainda analisados
26
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL METODOLOGIA
explicado no Anexo E. As células (quadrículas UTM 5x5 kms) são seleccionadas até se
atingiram 5%, 10%, 25% e 50% do total da área de estudo, permitindo definir níveis de
medidas de gestão adequadas a cada nível. Para iniciar a análise, a primeira célula foi
seleccionar apenas uma única célula, e a escolha ao acaso termina com o empate. No
programa ResNet com os sítios da Rede Natura 2000 e com os diferentes tipos de usos
programa ResNet com as áreas propostas para a Rede Natura 2000 (Resolução do
Concelho de Ministros n.º142/97 e n.º 76/2000) e com os mapas do uso do solo e dos
Inventário Florestal Nacional (DGF 2001), com o auxílio do software ArcView versão
27
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL METODOLOGIA
No caso da Rede Natura 2000, a cartografia das áreas propostas foi sujeita a
uma rasterização em quadrículas UTM de 5x5 kms. E apenas as quadrículas com mais
de 1/3 da sua área cobertas pela Rede foram consideradas como tendo presença de Sítios
da Rede Natura 2000, com a excepção para as quadrículas localizadas no limite da faixa
consideradas para a análise qualquer que fosse a proporção da área total da quadrícula
ocupada.
28
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL
4. RESULTADOS
mas não foi capaz de prever potenciais ocorrências (ver com mais detalhe Quadro D1 do
Anexo D).
valor de biodiversidade.
29
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL RESULTADOS
0 20 Kilometers
Figura 6. Distribuição espacial das comunidades vegetais em análise que ocorrem na área de estudo,
segundo os dados modelados.
As espécies de flora, em análise neste estudo, são na sua maioria raras e/ou as
variáveis ambientais não conseguem explicar as suas presenças, pelo que os dados
modelados das suas ocorrências apenas foram obtidos para 11 das 58 espécies
maioria das ocorrências dessas espécies, com taxas totais de classificação correcta entre
os 74,3% e os 96,4%.
30
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL RESULTADOS
Serra de Monchique e sua envolvente apresentam um valor mais elevado, seguida pela
Serra do Cercal (Figura 7). Comparativamente, a área abrangida pelo Caldeirão e vale
1065, sendo a média de espécies de flora por cada quadrícula igual a 4,2.
0 20 Kilometers
Figura 7. Distribuição espacial das espécies de flora em análise que ocorrem na área de estudo, segundo
os dados modelados.
31
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL RESULTADOS
de ocorrência para quase todas as espécies de fauna, com taxas totais de classificação
correcta das previsões vs. observações da ordem dos 74%. As três espécies de fauna
obtenção de valores probabilísticos das suas ocorrências são espécies raras, como o
da águia de Bonelli.
Com base nesses resultados, no mapa de distribuição para estas espécies verifica-
mais dispersas. O valor médio de ocorrência por quadrícula é igual a 5,7 espécies. Com
32
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL RESULTADOS
0 20 Kilometers
Figura 8. Distribuição espacial das espécies de fauna em análise que ocorrem na área de estudo, segundo os
dados modelados.
33
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL RESULTADOS
médio de ocorrência dos indicadores por quadrícula é igual a 11,9, com um total de
34
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL RESULTADOS
0 20 Kilometers
Figura 9. Distribuição espacial de todos os indicadores de biodiversidade que ocorrem na área de estudo,
segundo os dados modelados.
35
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL RESULTADOS
biodiversidade com base nos dados conhecidos das comunidades vegetais, enquanto que
36
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL RESULTADOS
0 10 Kilometers
(a)
Figura 10. Áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade na área de estudo, com base nas comunidades
vegetais segundo: (a) dados conhecidos, (b) dados modelados. As áreas de prioridade 1, 2, 3 e 4
correspondem às áreas seleccionadas pelo programa ResNet quando se pretende conservar 50%, 25%,
10% e 5% do total da área de estudo, respectivamente.
37
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL RESULTADOS
0 10 Kilometers
(b)
38
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL RESULTADOS
dados conhecidos como para os dados modelados. De notar que à medida que se
representatividade total das comunidades vegetais, quando se está a analisar quer dados
Quadro 2. Número e percentagem de representatividade total das comunidades vegetais nas áreas seleccionadas
anteriormente pelo programa ResNet, quando se pretende conservar 5%, 10%, 25% e 50% do total da área de
estudo, com base nos dados conhecidos e nos dados modelados.
Dados conhecidos Dados modelados
Representatividade Representatividade
Área seleccionada N.º Comunidades N.º Comunidades
das comunidades das comunidades
(%) vegetais vegetais
vegetais (%) vegetais (%)
5 9 18,6 10 15,5
10 10 33,0 10 28,2
25 10 58,1 10 59,7
50 10 94,4 10 75,9
nas Serras de Monchique, do Cercal e do Espinhaço de Cão, enquanto que as áreas com
e vale do Guadiana, de uma forma geral quer para os dados conhecidos quer para os
39
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL RESULTADOS
0 10 Kilometers
(a)
Figura 11. Áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade na área de estudo, com base nas espécies de
flora segundo: (a) dados conhecidos, (b) dados modelados. As áreas de prioridade 1, 2, 3 e 4
correspondem às áreas seleccionadas pelo programa ResNet quando se pretende conservar 50%, 25%,
10% e 5% do total da área de estudo, respectivamente.
40
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL RESULTADOS
0 10 Kilometers
(b)
41
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL RESULTADOS
representatividade nas áreas observadas na Figura 11, tanto para os dados conhecidos
como para os dados modelados. Assim sendo, as áreas com o índice de prioridade mais
elevado (5% da área total) contém o número total de espécies de flora em análise e a
em estudo, pode-se assegurar que aí estão presentes quase a totalidade das espécies de
Quadro 3. Número e percentagem de representatividade total das espécies de flora nas áreas seleccionadas
anteriormente pelo programa ResNet, quando se pretende conservar 5%, 10%, 25% e 50% do total da área de
estudo, com base nos dados conhecidos e nos dados modelados.
Dados conhecidos Dados modelados
Representatividade Representatividade
Área seleccionada
N.º Espécies de flora das espécies de flora N.º Espécies de flora das espécies de flora
(%)
(%) (%)
5 58 27,6 58 18,9
10 58 41,7 58 30,0
25 58 76,7 58 60
50 58 96,3 58 88,5
alguns troços das ribeiras do Torgal, Seixe, Cerca, Odelouca e Vascão (Fig. 12). Facto
esse que se acentua mais na análise com base em dados conhecidos do que em dados
Monchique - Espinhaço de Cão são áreas com índices de prioridade mais elevados.
42
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL RESULTADOS
0 10 Kilometers
(a)
Figura 12. Áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade na área de estudo, com base nas espécies de
fauna segundo: (a) dados conhecidos, (b) dados modelados. As áreas de prioridade 1, 2, 3 e 4
correspondem às áreas seleccionadas pelo programa ResNet quando se pretende conservar 50%, 25%,
10% e 5% do total da área de estudo, respectivamente.
43
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL RESULTADOS
0 10 Kilometers
(b)
44
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL RESULTADOS
representatividade nas áreas observadas na Figura 12, tanto para os dados conhecidos
como para os dados modelados. Verifica-se que as áreas com maior prioridade de
conservação (5% da área total) contém o número total de espécies de fauna em análise. A
Quadro 4. Número e percentagem de representatividade total das espécies de fauna nas áreas seleccionadas
anteriormente pelo programa ResNet, quando se pretende conservar 5%, 10%, 25% e 50% do total da área de
estudo, com base nos dados conhecidos e nos dados modelados.
Dados conhecidos Dados modelados
Representatividade Representatividade
Área seleccionada
N.º Espécies de fauna das espécies de fauna N.º Espécies de fauna das espécies de fauna
(%)
(%) (%)
5 21 11,9 21 8,5
10 21 21,3 21 16,8
25 21 45,0 21 42,8
50 21 78,8 21 70,4
mais agregadas, e o Caldeirão Central passou a ter um índice de prioridade mais elevado
(Fig. 13b).
45
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL RESULTADOS
0 10 Kilometers
(a)
Figura 13. Áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade na área de estudo, com base em todos os
indicadores de biodiversidade segundo: (a) dados conhecidos, (b) dados modelados. As áreas de
prioridade 1, 2, 3 e 4 correspondem às áreas seleccionadas pelo programa ResNet quando se pretende
conservar 50%, 25%, 10% e 5% do total da área de estudo, respectivamente.
.
46
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL RESULTADOS
0 10 Kilometers
47
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL RESULTADOS
dados conhecidos como para os dados modelados. Assim sendo, as áreas com maior
que com os dados modelados. No primeiro caso, não estão incluídos uma comunidade
vegetal, uma espécie de flora e cinco de fauna; no segundo caso, ou seja, na analise dos
Quadro 5. Número e percentagem de representatividade total dos indicadores de biodiversidade nas áreas
seleccionadas anteriormente pelo programa ResNet, quando se pretende conservar 5%, 10%, 25% e 50% do total
da área de estudo, com base nos dados conhecidos e nos dados modelados.
Dados conhecidos Dados modelados
Representatividade Representatividade
Área seleccionada N.º Indicadores de N.º Indicadores de
dos indicadores de dos indicadores de
(%) biodiversidade biodiversidade
biodiversidade (%) biodiversidade (%)
5 82 20,6 84 13,6
10 89 26,1 89 20,1
25 89 52,7 89 45,6
50 89 79,7 89 75,7
48
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL RESULTADOS
Nos seguintes quadros pode-se observar a percentagem de Rede Natura 2000 e dos
tendo como base os dados conhecidos e os dados modelados das comunidades vegetais
(Quadro 6), das espécies de flora (Quadro 7), das espécies de fauna (Quadro 8) e de
visualizar os resultados obtidos nos quadros anteriores, respeitante à Rede Natura 2000,
Quadro 6. Percentagem de Rede Natura 2000 e dos principais usos do solo e povoamentos florestais existentes
nas áreas seleccionadas anteriormente pelo programa ResNet, de acordo com os índices de prioridade 4, 3, 2 e 1,
que correspondem a 5%, 10%, 25% e 50% da área total de estudo, com base nos dados conhecidos e nos dados
modelados das comunidades vegetais, estes últimos estão entre parênteses.
os resultados obtidos com base nos dados conhecidos e os que resultam dos dados
modelados. Em relação à Rede Natura 2000, as áreas com um nível de prioridade mais
elevado coincidem quase na sua totalidade com os sítios propostos para a Rede Natura
2000 no caso das comunidades vegetais, baixando a sua presença (na ordem dos 70 a
fauna.
49
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL RESULTADOS
0 20 Kilometers
(a)
Figura 14. Rede Natura 2000 e as áreas seleccionadas anteriormente pelo programa ResNet, de acordo
com os índices de prioridade 4, 3, 2 e 1, que correspondem a 5%, 10%, 25% e 50% da área
total de estudo, com base nas comunidades vegetais segundo: (a) dados conhecidos e (b)
dados modelados.
50
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL RESULTADOS
0 20 Kilometers
(b)
51
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL RESULTADOS
Quadro 7. Percentagem de Rede Natura 2000 e dos principais usos do solo e povoamentos florestais existentes
nas áreas seleccionadas anteriormente pelo programa ResNet, de acordo com os índices de prioridade 4, 3, 2 e 1,
que correspondem a 5%, 10%, 25% e 50% da área total de estudo, com base nos dados conhecidos e nos dados
modelados das espécies de flora, estes últimos estão entre parênteses.
0 20 Kilometers
(a)
Figura 15. Rede Natura 2000 e as áreas seleccionadas anteriormente pelo programa ResNet, de acordo
com os índices de prioridade 4, 3, 2 e 1, que correspondem a 5%, 10%, 25% e 50% da área
total de estudo, com base em espécies de flora segundo: (a) dados conhecidos e (b) dados
modelados.
52
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL RESULTADOS
0 20 Kilometers
(b)
53
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL RESULTADOS
Quadro 8. Percentagem de Rede Natura 2000 e dos principais usos do solo e povoamentos florestais existentes
nas áreas seleccionadas anteriormente pelo programa ResNet, de acordo com os índices de prioridade 4, 3, 2 e 1,
que correspondem a 5%, 10%, 25% e 50% da área total de estudo, com base nos dados conhecidos e nos dados
modelados das espécies de fauna, estes últimos estão entre parênteses.
0 20 Kilometers
(a)
Figura 16. Rede Natura 2000 e as áreas seleccionadas anteriormente pelo programa ResNet, de acordo
com os índices de prioridade 4, 3, 2 e 1, que correspondem a 5%, 10%, 25% e 50% da área
total de estudo, com base em espécies de fauna segundo: (a) dados conhecidos e (b) dados
modelados.
54
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL RESULTADOS
0 20 Kilometers
(b)
55
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL RESULTADOS
Quadro 9. Percentagem de Rede Natura 2000 e dos principais usos do solo e povoamentos florestais existentes
nas áreas seleccionadas anteriormente pelo programa ResNet, de acordo com os índices de prioridade 4, 3, 2 e 1,
que correspondem a 5%, 10%, 25% e 50% da área total de estudo, com base nos dados conhecidos e nos dados
modelados de todos os indicadores de biodiversidade, estes últimos estão entre parênteses.
0 20 Kilometers
(a)
Figura 17. Rede Natura 2000 e as áreas seleccionadas anteriormente pelo programa ResNet, de acordo
com os índices de prioridade 4, 3, 2 e 1, que correspondem a 5%, 10%, 25% e 50% da área
total de estudo, com base em todos os indicadores de biodiversidade segundo: (a) dados
conhecidos e (b) dados modelados.
56
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL RESULTADOS
0 20 Kilometers
(b)
57
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL
5. DISCUSSÃO
(ResNet), pretendeu-se dar o primeiro passo para uma futura utilização sustentável da
natureza.
excepção, que há uma maior acessibilidade a dados de distribuição das espécies que de
exemplo.
Portugal foram seleccionadas também com base em dados modelados da ocorrência dos
(Sarkar 2004). Quando se utiliza um SIG associado a técnicas de modelação para prever
58
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL DISCUSSÃO
dados de distribuição, uma vez que os mapas obtidos são semelhantes aos dos dados
programa ResNet. Isto provavelmente acontece porque existem muitas espécies de flora
raras que à partida foram excluídas da análise por não estarem presentes em mais do que
5 quadrículas UTM 5x5 kms e também porque não se obteve modelos que previssem as
suas ocorrências.
biodiversidade na área em estudo, uma vez que com apenas 50% da área total
59
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL DISCUSSÃO
O facto da adjacência não ter sido preterida, sempre que tenha surgido, originou
menores, no entanto surge sempre a dúvida sobre quão grande é suficientemente bom
em termos ecológicos (Nicholls & Margules 1993; Sarakinos et al. 2001; Sarkar 2004).
Neste estudo, o motivo pelo qual se determinou zonas máximas (5, 10, 25 e 50%
conjunto de áreas, poderá sugerir por um lado falta de critérios biológicos e predomínio
mapa relativo a todos os grupos, permitindo uma gestão mais adequada dessas áreas em
relação ao ou aos grupos para os quais são mais importantes, visto que as áreas mais
al. 1993; Saetersdal et al.1993). Daí que tenhamos obtido mapas diferentes para as
pretende conservar apenas 5% da área total de estudo, excluíram áreas em que ocorrem,
por exemplo, os azinhais e uma espécie de peixe endémica e rara, Anaecypris hispanica
(Steindachner, 1866). Facto esse que indica que o nível de prioridade máxima deverá
corresponder aos 10% da área total, que é geralmente o valor mais utilizado e próximo
do recomendado, que são os 12% (WCED 1997 in Sarakinos et al. 2001; Araújo et al.
2001).
60
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL DISCUSSÃO
a mesma informação de base (Landeiro et al. 2003). Com efeito e neste caso concreto,
perante a necessidade de se obter uma resposta rápida no que diz respeito à selecção de
objectivos. O que demonstra bem o seu poder como ferramenta de gestão ambiental
do mundo, quer seja investigador ou gestor ambiental, seleccionar áreas prioritárias para
sistema informático WORLDMAP (Williams 1996) que tem uma utilização restrita,
apesar de já ter sido usado para identificar lacunas na lista de sítios da Rede Natura
estudo (Caldeirão Central e Planalto do Guadiana), não superada pelos bons resultados
61
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL DISCUSSÃO
Pelo que se recomenda que estas áreas venham de futuro a merecer o interesse do ponto
de vista académico, pela Universidade do Algarve por exemplo, e da parte das entidades
Odeleite e da Foupana são as áreas que embora seleccionadas como prioritárias pelo
programa ResNet não estão incluídas nos sítios propostos para a Rede Natura 2000.
áreas, sugere-se a inclusão na Rede Natura 2000 das áreas anteriormente referidas, a par
Alerta-se contudo que terá de haver no futuro uma clara definição dos
existência.
biológico, e cujas medidas de gestão a curto, a médio e a longo prazo estão tão bem
62
SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Sarakinos, H., Nicholls, A. O., Tubert, A., Aggarwal, A., Margules, C. R. & Sarkar, S.
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Sarkar, S., Aggarwal, A., Garson, J., Margules, C. R. & Zeidler, J. 2002. Place
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Sarkar, S., Pappas, C., Garson, J., Aggarwal, A. & Cameron, C. 2004. Place
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SELECÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO SUL DE PORTUGAL REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Williams, P., Gibbons, D., Margules, C., Rebelo, A., Humphries, C. & Pressey, R.
1996. A comparison of richness hotspots, rarity hotspots, and complementary areas for
74
ANEXO A
Figura A1. Hipsometria (curvas de nível) presente na área de estudo. (Fonte: Atlas do
Ambiente, s/d).
0 20 Kilometers
Figura A2. Temperatura média diária do ar (ºC) que ocorre na área de estudo. (Fonte: Atlas do
Ambiente, s/d).
0 20 Kilometers
Figura A3. Precipitação (quantidade total) que ocorre na área de estudo. (Fonte: Atlas do
Ambiente, s/d).
Quadro A1. Densidade população humana das freguesias presentes na área de estudo,
resultados obtidos pelos Censos 1981, 1991 e 2001 do Instituto Nacional de Estatística.
(ADPM/WWF-World Wide Fund for Nature), e que teve por objectivo a caracterização
adjacentes.
De forma a contornar a falta de informação que ocorre não só nesta área de estudo
O’Doherty 1999).
seguintes critérios:
estudo.
particulares ou esparsos.
5. Ameaça: espécies e comunidades altamente ameaçadas ou vulneráveis (de
ave) (Alhinho et al. 2002) (Quadro B1). De notar que algumas espécies importantes
para a conservação (por exemplo, o grupo dos quirópteros) não foram incluídas, bem
ocorrência e distribuição.
Quadro B1. Indicadores de biodiversidade existentes na Serra de Monchique, Caldeirão e dos corredores fluviais
adjacentes, resultado da aplicação dos critérios de avaliação da biodiversidade (Adaptado de Alhinho et al. 2002)
Designação Critérios de Avaliação da Biodiversidade
Azinhais X
Vegetação rupícola X X
Flora
Armeria beirana subsp. monchiquensis (Bernis) Franco X X X X
Bupleurum fruticosum L. X X
Delphinium pentagynum L. X
Digitalis purpurea L. X X X
Doronicum plantagineum L. X X X X
Erica arborea L. X
Erica ciliaris L. X X
Holcus lanatus L. X X
Holcus mollis L. X X X
Hypericum elodes L. X X
Ilex aquifolium L. X X X X X
Lapsana communis L. X X X X
Osmunda regalis L. X X X
Pinguicula lusitanica L. X X X X
Fauna
Anaecypris hispanica (Steindachner, 1866) X X X X
a) b)
0 10 Kilometers
0 10 Kilometers
Limite de Portugal Continental
Limite de Portugal Continental Rios e Ribeiras
Rios e Ribeiras Limite da Área de Estudo
Limite da Área de Estudo Número de espécies de Flora (UTM 5x5 Kms)
Número de Comunidades vegetais (UTM 5x5 Kms) 0- 1
0-1 2- 4
2-3 5- 7
4-5 8 - 11
6-8 12 - 15
16 - 26
c)
d)
0 10 Kilometers
Figura B1. Distribuição espacial dos 89 indicadores de biodiversidade que ocorrem na área de estudo, segundo dados
conhecidos. (a) 10 comunidades vegetais, número médio de ocorrência por quadrícula 1,3; (b) 58 espécies de flora,
número médio de ocorrência por quadrícula 2,28; (c) 21 espécies de fauna, número médio de ocorrência por quadrícula
2,53; (d) Mapa com todos os indicadores de biodiversidade, 89, número médio de ocorrência por quadrícula 6,15.
A agregação da informação relativa às distribuições de todos os indicadores (a
partir da soma simples das distribuições das comunidades vegetais, espécies de flora e de
fauna), bem como os mapas da ocorrência do lince-ibérico e da águia de Bonelli numa
vizinhança de 15x15 kms, conduziram à identificação de áreas prioritárias para a
conservação da biodiversidade nesta área do Sul de Portugal (fig. B2) (Alhinho et al.
2002). Assim sendo, destacaram-se três importantes núcleos para a conservação de
habitats, espécies, diversidade genética e processos ecológicos: Monchique, área centrada
no maciço eruptivo de Monchique, estendendo-se até à bacia do rio Seixe, para Sudoeste
ao longo das cumeadas centrais de Espinhaço de Cão e para Sudeste até ao braço
confinante do vale de Odelouca; Cercal, área entre a Serra do Cercal e o vale do rio
Torgal que lhe é confinante; Caldeirão Central, área contida nas cumeadas centrais do
Caldeirão médio.
0 30 Kilometers
Limite de Portugal Continental
Rios e Ribeiras
Limite da Área de Estudo
Áreas Prioritárias para a Conservação
Figura B2. Áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade nesta área do Sul de Portugal, segundo
Landeiro et al. 2003.
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endangered Iberian cyprinid Anaecrypis hispanica and their implications for
conservation. Arch. Hydrobiol. 149(4):569 - 586.
Bosques de sobro densos com Arbutus unedo L. Florestas de Quercus suber (9330)
Formação de castanheiro (Povoamentos de Castanea sativa
Florestas de castanheiros (9260)
Miller)
Galerias ripícolas de amieiro Alnus glutinosa (L.) Gaertner Florestas aluviais residuais (Alnion glutinoso-incanae) (91E0, prioritário)
Galerias ripícolas de salgueiro Salix salviifolia Brot. ssp.
Florestas-galeria com Salix alba e Populus alba (92A0)
australis Franco
Giestais de genista (Genista hirsuta) Matos termomediterrânicos pré-estepários (todos os tipos) (5330)
Matos de Stauracanthus boivinii (Webb.) Samp. e/ou Erica
Charnecas secas (todos os subtipos) (4030)
umbellata Loefl. Ex L.
Relvados húmidos de Molinea coerulea (L.) Moench ssp. Prados mediterrânicos de ervas altas e juncos (Mollion-Haloschoenion)
arundinacea (Schrank) H. Paul (6420)
Vegetação rupícola Vegetação casmófila das vertentes rochosas subtipos silicícolas (8220)
Quadro C2. Estatutos legais de protecção, nacionais e internacionais, das espécies de flora existentes na área de estudo
(Adaptado de Alhinho et al. 2002).
Directiva
Flora Nome vulgar
HABITATS
Aquifoliaceae
Ilex aquifolium L. Azevinho; pica-folha;visqueiro;zebro;loureiro-bravo
Asteraceae
Centaurea crocata Franco
Scorzonera transtagana Cout.
Caryophyllaceae
Silene mellifera var. elata Jeanmonond
Cruciferae
Jonopsidium acaule (Desf.) Rchb. Coleária-menor (*) Anexo II
Cupressaceae
Juniperus turbinata Guss. Sabina-da-praia;zimbreira
Ericaceae
Erica ciliaris Loefl. ex L. Carapaça; lameirinha; cordões-de-freira; urze-carapaça
Rhododendron ponticum L. subsp. baeticum Adelfeira; loendro; rododendro
(Boiss. & Reut.) Hand.–Mazz.
Euphorbiaceae
Euphorbia paniculata Desf. subsp. Titímalo-de-monchique
monchiquensis (Franco & P.Silva) Vicens,
Molero & C.Blanché
Fagaceae
Quercus canariensis Willd. Carvalho-de-monchique
Quercus faginea Lam. subsp. broteroi (Cout.) Carvalho-cerquinho; carvalho-português; cerquinho
A. Camus
Labiatae
Teucrium haenseleri Boiss.
Leguminosae
Cytisus striatus (Hill) Rothm. Giesteira-das-serras; giesta-amarela
Genista hirsuta Vahl Tojo-do-sul
Genista polyanthos R. Roem. ex Willk. Escova; giesta-brava
Lentibulariaceae
Pinguicula lusitanica L.
Myracaceae
Myrica faya Aiton Samouco; faia-das-ilhas; faia
Osmundaceae
Osmunda regalis L. Feto real
Ranunculaceae
Ranunculus bupleuroides Brot.
Rubiaceae
Galium broteroanum Boiss. & Reuter
Scrophulariaceae
Scrophularia scorodonia L. var. glabrescens
(Cout.) Ortega Olivencia & Devesa
Thelypteridaceae
Thelypteris palustris Schott
Umbelliferae
Bupleurum acutifolium Boiss.
Magydaris panacifolia (Vahl) Lange
Quadro C3. Estatutos legais de protecção, nacionais e internacionais, das espécies de fauna existentes na área de estudo.
Livro Libro
IUCN 2003 Directiva Directiva Conven. Conven.
Fauna Nome vulgar Verm. Rojo CITES
AVES HABITATS Berna Bona
Portugal España
Peixes
Blenniidae
Salaria fluviatilis (Asso, 1801) Caboz-de-água-doce V E Anexo III
Cyprinidae
Anaecypris hispanica (Steindachner, 1866) Saramugo; bordalito E E EN A1ace, B1+2c Anexo II, IV Anexo III
Barbus sclateri Günther,1868 Barbo do sul R NT LR/nt Anexo V Anexo III
Chondrostoma lemmingii (Steindachner, 1866) Boga-de-boca-arqueada R R Vu A2ce Anexo II Anexo III
Chondrostoma cf. lusitanicum Collares-Pereira, 1980 Boga-portuguesa R Vu A2ce Anexo II Anexo III
(formas do Arade e Mira)
Squalius aradensis Coelho, Bogutskaya, Rodrigues & Escalo-do-Arade
Collares-Pereira, 1998
Squalius torgalensis Coelho, Bogutskaya, Rodrigues & Escalo-do-Torgal
Collares-Pereira, 1998
Aves
Accipitridae
Hieraaetus fasciatus (Vieillot, 1822) Águia de Bonelli R R Anexo I Anexo II Anexo II Anexo II
Mamíferos
Cervidae
Cervus elaphus Linnaeus, 1758 Veado NT NT Anexo III
Felidae
Lince-ibérico; liberne E E CR C2a(i) (*)Anexo II, IV Anexo II
Lynx pardinus Temminck, 1827
Leporidae
Oryctolagus cuniculus (Linnaeus, 1758) Coelho NT NT
Anfíbios
Hylidae
Hyla arborea molleri Bedriaga, 1890 Rela NT NT Anexo IV Anexo II
Salamandridae
Salamandra salamandra spp. Malkmus, 1983 Salamandra-de-pintas-amarelas NT NT Anexo III
Triturus marmoratus pygmaeus Wolterstorff, 1905 Tritão-marmorado NT NT Anexo IV Anexo III
Répteis
Colubridae
Coronella girondica (Daudin, 1803) Cobra-bordalesa NT NT Anexo III
Macroprotodon cucullatus ibericus Busack & McCoy, 1990 Cobra-de-capuz K NT Anexo III
Emydidae
Emys orbicularis Fritz, Keller & Budde, 1996 Cágado-de-carapaça-estriada K NT Anexo II, IV Anexo II
Lacertidae
Lacerta shreiberi Bedriaga, 1878 Lagarto-de-água NT NT Anexo II, IV Anexo III
Podarcis hispanicus cf. vaucheri (Boulenger, 1905) Lagartixa NT NT Anexo III
Scincidae
Chalcides bedrigai (Boscá, 1880) Cobra-das-pernas-pentadáctila NT NT Anexo IV Anexo III
Viperidae
Vipera latastei gabitana (Saint Girons, 1977) Víbora-carnuda I NT Anexo II
ANEXO D
Nicholls & Margules 1993). Isto é, se a região for dividida por um conjunto de áreas
ordenam essas áreas pela biodiversidade que contêm. Estes algoritmos normalmente
pressupõem que um determinado objectivo é atingido de acordo com (i) uma adequada
etc.), isto é, o número de áreas seleccionadas em que o indicador tem de estar presente;
(ii) a máxima área permitida; ou (iii) o máximo custo permitido para conservar um
alvo que permita seleccionar o menor número de áreas possível, de forma que
forma iterativa.
indicadores presentes.
uso do princípio da riqueza, porque este último poderá seleccionar muitas áreas com
programa ResNet, consiste em duas fases com uma terceira como opção (Aggarwal et
al. 2000). Na fase 1 existem três escolhas, a fase 2 tem duas escolhas; e na fase 3, a de
Assim sendo, existem três possíveis escolhas na fase de iniciação: (i) seleccionar
primeiro a área pela raridade; (ii) seleccionar pela riqueza; ou (iii) introduzir um
conjunto de áreas pré-seleccionadas. No caso das duas primeiras opções, os empates são
da lista (ou seja, por “ordem de léxico”). Assim, apenas uma única área é escolhida. A
terceira opção da fase 1 é relevante quando se pretende seleccionar áreas tendo em conta
as que já estão protegidas. Esta opção permite que inicialmente seja seleccionada mais
esta esteja próxima de outra que tenha sido anteriormente seleccionada (Nicholls &
Margules 1993). Se esta opção for escolhida, grandes áreas, ou grupos de áreas
próximos podem ser seleccionados no caso de isso não ter acontecido. Quando
existentes. Este método resolve este problema seleccionando a área pelo princípio da
raridade. Assim, todas as áreas com indicador mais raro são identificadas. Se existe
apenas uma única área, esta é adicionada à lista. No caso de existirem várias áreas, o
e se o factor adjacência for escolhido, este serve para desempatar. E em último recurso,
atingir a área máxima, ou ainda até se excederem os custos. Se o objectivo não for
pela qual estas áreas foram seleccionadas produz uma hierarquia de áreas, da mais
como a intuição que está por detrás desta abordagem é que a diversidade é
garante que algumas áreas seleccionadas possam ser redundantes por outras áreas
seleccionadas posteriormente, ou seja, essas áreas podem ser eliminadas sem que isso
impeça que determinada representação de um indicador possa ser alcançada. Para tal, a
eliminar todas as áreas redundantes ou não eliminar as áreas redundantes que sejam
adjacentes a outras não redundantes, que mais uma vez pode potencialmente seleccionar
única vez. Se existe uma única área redundante, e se a adjacência não foi imposta, essa
área é eliminada. Se não existir uma única área, as áreas redundantes são ordenadas de
na lista das áreas redundantes é eliminada. Todo o processo é iterativo sobre todas as
no programa ResNet, em que a fase 1 é iniciada pelo princípio da raridade e em que não
Entrada de células
com a lista de
indicadores
Verdadeiro
A tal célula única
Falso
Verdadeiro
Saída da Lista
Prioritária
Fim