Livro de Resumos 12cnps Final Equipa Editorial
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TEMA DO CONGRESSO:
"Promover e Inovar em Psicologia da Saúde"
COMISSÃO ORGANIZADORA
COMISSÃO CIENTÍFICA
Alexandra Ferreira-Valente, WJCR, ISPA-IU Maria Graça Pereira, EP, Univ. Minho
Anabela Pereira, Univ. de Aveiro Maria João Figueiras, Instituto Piaget
António Pires, ISPA-IU Maria João Gouveia, ISPA-IU, Lisboa
Bárbara Figueiredo, Escola de Psicologia da Univ. do Mário R. Simões, Faculdade de Psicologia e de
Minho Ciências da Educação – Universidade de Coimbra
Catarina Ramos, IS de Ciências da Saúde Egas Marta Marques, University College London, UK,
Moniz, ISPA-IU FMH – Universidade de Lisboa
Celeste Simões, FMH, Univ. Lisboa Natália Ramos, Universidade Aberta, Lisboa
Cláudia Carvalho, ISPA-IU Óscar Ribeiro, Universidade de Aveiro
Cristina Queirós, FPCE da Univ. Porto Pedro Alexandre Costa, WJCR, ISPA – IU
David Dias Neto, ISPA-IU, OPP Pedro L. Almeida, ISPA – IU
Filipa Pimenta- WJCR, ISPA-IU Ricardo Gorayeb, Faculdade de Medicina de
Henrique Pereira, Univ. Beira Interior Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo,
Inês Jongenelen, FPED da Univ. Lusófona do Porto, Brasil, Universidade de São Paulo
EPCV da Univ. Lusófona de Humanidades e Rui Costa, WJCR, ISPA-IU
Tecnologias Rui Gaspar, Universidade do Algarve
Iolanda Costa Galinha, Univ. Autónoma de Lisboa WJCR, ISPA – Instituto Universitário
Isabel Leal, WJCR, ISPA-IU Rute F. Meneses, Universidade Fernando Pessoa,
Isabel Silva, Univ. Fernando Pessoa, Porto Porto
Ivone Patrão, ISPA-IU Salomé Vieira Santos, Faculdade de Psicologia –
João Hipólito, Univ. Autónoma de Lisboa Universidade de Lisboa
João Justo, FP, Univ. Lisboa Sara Otília Marques Monteiro, Universidade de
João Maroco, WJCR, ISPA-IU, IAVE Aveiro
Jorge Cardoso, IS de Ciências da Saúde Egas Moniz Saul Neves de Jesus, Universidade do Algarve
José Luís Pais Ribeiro, Univ. Porto, WJCR, ISPA-IU Sofia von Humboldt, WJCR, ISPA – Instituto
Juliana Campos, Faculdade de Ciências Universitário
Farmacêuticas- Univ. Estadual Paulista Sónia Bernardes, ISCTE-IUL, CIS-IUL, Lisboa
Luísa Barros, Faculdade de Psicologia-Univ. de Suely Mascarenhas, UFAM – Universidade
Lisboa Federal do Amazonas, Brasil
Luísa Lima, ISCTE-IUL Susana Algarvio, ISPA -IU
Luísa Pedro, ESTeSL, Univ Lisboa Tânia Gaspar, Universidade Lusíada de Lisboa
2
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Margarida Gaspar de Matos, FMH, Univ. Lisboa, Tânia Rudnicki, FSG Centro Universitário da
ISPA-IU - WJCR Serra Gaúcha, Brasil
Maria Cristina Canavarro, FPCE, Univ. Telmo Mourinho Baptista, Faculdade de
Coimbra Psicologia – Universidade de Lisboa
Maria Cristina de Sousa Faria, Inst. Politécnico de Teresa Santos, FMH – Universidade de Lisboa,
Beja WJCR, ISPA-IU,Universidade Lusíada de Lisboa
Maria Eugénia Duarte Silva, FP, Univ. Lisboa
CONFERENCISTAS CONVIDADOS
Susan Michie- “Advancing behavioural science through harnessing Artificial Intelligence: the
Human Behaviour-Change Project”
CENTRE FOR BEHAVIOUR CHANGE, UNIVERSITY COLLEGE LONDON
Bárbara Figueiredo- "Promover e inovar em Psicologia da Saúde: O que (não) sabemos acerca da
saúde mental perinatal?"
ESCOLA DE PSICOLOGIA DA UNIVERSIDADE DO MINHO, PORTUGAL
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
ORGANIZAÇÃO
APOIO
PATROCÍNIO
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
PARTE I
COMUNICAÇÕES LIVRES
: UM ESTUDO
TRANSVERSAL
Kalina Santos1, Edivan Silva Júnior1, Maria Carmo Eulálio ([email protected]) 1, Anita Liberalesso Neri2,&
Rafaela Souto3
1
Departamento de Psicologia - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, Brasil; 2Departamento de Psicologia-
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil, 3 Departamento de Enfermagem - Universidade Federal de Pernambuco,
Recife, Brasil
No pós-parto, a fadiga é uma experiência comum que pode prejudicar o exercício da maternidade.
Considerando esse período, este estudo pretendeu adaptar para português a Fatigue Assessment
Scale (Escala de Avaliação da Fadiga), um questionário de autorresposta de 10 itens amplamente
utilizado com várias populações e validado em diferentes idiomas. Participaram 249 mulheres com
filhos até aos 24 meses de idade que responderam a um questionário sociodemográfico, à Escala de
Avaliação da Fadiga, ao EUROHIS-QOL-8, ao Questionário de Confiança Parental, ao Instrumento
de Responsividade Mãe-Bebé e ao Questionário de Ligação ao Bebé após o Nascimento,
disponíveis numa plataforma digital. Os resultados demonstraram que a Escala de Avaliação da
Fadiga mostrou-se unidimensional e fiável (consistência interna de 0,87). Verificaram-se
associações entre a fadiga e a qualidade de vida (r = -0,65, p < 0,001), a confiança parental (r = -
0,29, p < 0,001), a responsividade mãe-bebé (r = -0,23, p < 0,001) e dificuldades na relação com o
bebé (r = 0,43, p < 0,001). O tempo decorrido desde o parto, a paridade e o estado civil materno não
se relacionaram com a fadiga. As boas características psicométricas da Escala de Avaliação da
Fadiga, aliadas à facilidade de aplicação e cotação, tornam-na um instrumento relevante no período
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
pós-parto. Intervenções com vista à diminuição da fadiga materna poderão ser úteis na promoção de
uma relação adaptativa com o bebé.
Palavras-chave: adaptação; fadiga; estudos psicométricos, Fatigue Assessment Scale, maternidade
BRASILEIRA
Gabriela Picciotto ([email protected])1, & Jesse Fox2
1
FPCEUP - Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, Universidade do Porto, Porto, Portugal; 2Department of Counselor
Education, Stetson University, Florida, Estados Unidos da América
Spiritual bypass u ter o ri do or e ood (1984) para designar o uso de práticas e crenças
espirituais como forma de evitar trabalhar questões psicológicas. Pesquisas sobre o fenômeno
permaneceram estagnadas por não existirem instrumentos para medi-lo. A Spiritual Bypass Scale
(SBS-13) foi desenvolvida por Fox e colaboradores em 2017. Apesar do primeiro estudo da SBS-13
ter conclusões notáveis, questões seguem inexploradas, como variabilidade cultural (nacionalidade,
idade, gênero e afiliação religiosa) que poderia influenciar pontuações na escala. Objetivámos
apresentar 3 estudos de validação da SBS-13 em amostra da população brasileira. Os estudos
tiveram 3 propósitos (a) ad t r e id r - r o u o r si eir ( o reender
e eitos d i i o re i ios id de e nero no spiritual bypass e (c) explorar relação do spiritual
bypass e depressão, ansiedade, estresse, narcisismo e solidão. Com base em 2 amostras (n = 193 e
729), evidenciou-se confiabilidade e validade aceitáveis da Spiritual Bypass Scale-Brazilian
Translation (SBS-BT). Com análise fatorial exploratória e confirmatória, replicamos uma estrutura
de 2 fatores da SBS-BT. Coeficientes alfa variaram de 0,72 a 0,86. Resultados mostraram um efeito
multivariável significativo da afiliação religiosa no spiritual bypass. O spiritual bypass predisse
variância no estresse, ansiedade e depressão e para depressão e ansiedade, acrescentou valor
preditivo único e acima de variáveis demográficas e narcisismo.
Palavras-chave: spiritual bypass, adaptação de escala, correlações, psicometria
A adição à internet é considerada uma área com necessidade de investigar qual a intervenção mais
eficaz. A intervenção familiar tem sido apontada como necessária e eficaz. Apresentam-se dados
qualitativos preliminares da intervenção familiar do Núcleo de Utilização Problemática da Internet
(NUPI). Na avaliação qualitativa dos registos do atendimento de 19 famílias de jovens entre os 14 e
30 anos os dados indicam que: os pedidos de ajuda são na sua maioria de jovens do sexo masculino
com adição aos jogos online, apostas online e consumo de multimédia. Os dados recolhidos indicam
que as famílias que recusam ajuda ou que após a primeira consulta faltam, continuam centradas no
sintoma, no problema e à procura de soluções mágicas, em oposição às famílias aderentes. Nas
famílias aderentes as características comuns estão associadas às dimensões: comunicação patológica
(muitas vezes assente na desqualificação), estrutura familiar (i.e., famílias emaranhadas, com
fronteiras difusas entre os sub-sistemas familiares), baixa diferenciação e triangulações dos seus
membros (que podem gerar codependência), e à baixa coesão familiar (com inconsistência nas
regras, negação parental e/ou do jovem sobre a existência de um problema, e expectativas
irrealistas). A intervenção familiar centrou-se no ajuste das práticas parentais. Deve ser instituído
um protocolo de avaliação tendo em conta as dimensões explicitadas, de forma a avaliar a eficácia
da intervenção.
7
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Maria João Figueiras ([email protected]) 1, Luísa Rolim1, & David Dias Neto2
1
RECI - Research in Education and Community Intervention, Instituto Piaget, Almada, Portugal; 2ISPA – Instituto Universitário,
Lisboa, Portugal
Teresa Medeiros ([email protected])1,2, Sheila Furtado3, Rodrigo Vieira4 & Joana Maia1
1
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade dos Açores, Ponta Delgada, Açores, Portugal; 2IPCDHS - Instituto de
Psicologia Cognitiva, Desenvolvimento Social e Humano da Faculdade de Psicologia da Universidade de Coimbra (IPCDSH),
Portugal; 3Fundação Gaspar Frutuoso, Universidade dos Açores, Ponta Delgada, Açores, Portugal; 4Earlham College, Richmond, IN,
EUA
A vida universitária é um fator de risco para o consumo de álcool, devido a stresse, afastamento de
casa, grupos, rituais festivos e crenças (e.g., Andersson et al., 2009; Medeiros, 2012; 2013).
Pretende-se conhecer os hábitos de consumo de álcool nos estudantes da UAç; verificar se existem
padrões de consumo; e compreender a relação com variáveis sociodemográficas, relacionais e da
autoestima. Estudo quantitativo e correlacional (n = 1000; 69% sexo feminino e 31% sexo
masculino). Recorreu-se a um Questionário Sociodemográfico, ao Questionário de
Comportamentos de Risco: Álcool e à Escala de Autoestima de Rosenberg. Aplicaram-se testes não
paramétricos. Verifica-se que 57% consome habitualmente e de forma moderada. Existe um padrão
de consumo: diferenças significativas para o consumo total de cerveja (p < 0,001), bebidas
destiladas (p < 0,001), consumo ao sábado (p < 0,001). Não existe correlação entre autoestima e o
consumo (p = 0,990), exceto com bebidas destiladas (r = -0,129; p = 0,004). Metade dos estudantes
consumiam antes da entrada na universidade e continuaram após. Existe um padrão de consumo
marcado pela cerveja e bebidas destiladas (vodka e shots), sexta-feira à noite e sábado, momentos
festivos e com amigos. Nestas situações fenómeno de binge drinking. Em geral associação perigosa
entre consumo e divertimento.
Palavras-chave: álcool, estudantes, padrões de consumo
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
A triagem psicológica, pode ser, por si só, uma intervenção. Nos serviços de saúde, a escuta atenta
às expectativas de um paciente em relação ao que ele espera da psicoterapia pode interferir
significativamente na sua adesão ao tratamento. Esse estudo objetivou identificar as expectativas
dos pacientes que procuram um serviço-escola para atendimento psicológico e analisar possível
relação entre a intervenção da escuta dessas expectativas na triagem e adesão ao tratamento
psicológico. O delineamento da pesquisa é clínico-qualitativo. Foram realizadas entrevistas
semidirigidas com dez participantes adultos, que nunca tinham feito acompanhamento psicológico e
que aguardavam na lista de espera, e análise documental dos prontuários desses participantes um
ano após a triagem. O material foi tratado a partir da análise de conteúdo, na perspectiva
psicanalítica. Dos 10 entrevistados, sete aderiram ao encaminhamento proposto, indicando que a
escuta e compreensão das expectativas dos pacientes nos serviços de saúde podem enriquecer o
sentido da busca por atendimento psicológico. A compreensão mais próxima dos desejos e
necessidades dos participantes pareceu ter possibilitado uma redução do hiato produzido entre o que
o paciente expressava necessitar e o que o psicoterapeuta ansiava em oferecer. O estudo pode
favorecer uma reflexão por parte dos serviços de saúde sobre a importância da qualidade da escuta
inicial na adesão ao tratamento.
Palavras-chave: triagem psicológica, adesão ao tratamento, escuta clínica
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Michele Gomes Tarquino ([email protected])1, Maanain Rodrigues de Sousa1, Jullyane Felix1, Ivone Silva
do Nascimento1, & Veruska Tavares2
1
Faculdade Pernambucana de Saúde, Pernambuco, Brasil; 2CAPS - Centro de Atenção Psicossocial – Acolher, Moreno, Pernmbuco,
Brasil
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Com a esperança média de vida a aumentar gradualmente, torna-se imperativo ter em atenção as
necessidades da população idosa. O exercício físico influencia o bem-estar, como a autoeficácia, a
autoestima, a imagem corporal e o nível de qualidade de vida. A manutenção de um estilo de vida
ativo através da realização regular de exercício físico contribui para um envelhecimento mais
saudável. A presente investigação tem como objetivo analisar a influência da atividade física no
bem-estar dos idosos. Foi realizada uma entrevista ao cuidador formal dos participantes, realizando-
se um plano de atividades semanais, durante quatro semanas. Foi administrado o Índice de Bem-
Estar (WHO-5), em dois momentos, antes e após as atividades realizadas, a cinco idosas do sexo
feminino, com idades entre os 74 e 89 anos (M = 82,4; DP = 5,50). Foi possível verificar uma
mudança significativa no desenvolvimento dos participantes (M1 ≠ M2 > 10), com melhorias
percentuais maiores que 40%, em relação ao humor, à atividade psicomotora e à abertura
emocional. Conclui-se que o exercício físico bem direcionado e equilibrado de uma forma correta,
adaptado à população idosa, pode levar a um melhor equilíbrio, flexibilidade e força, podendo levar
a uma redução de problemas psicológicos.
Palavras-chave: idosos, bem-estar, envelhecimento, atividade física
Sónia Alves ([email protected])1, Ana Isabel Cunha2, Cláudia Vaz3, & Marta Alves2
1
UBI - Universidade da Beira Interior, Covilhã, Portugal; 2Departamento de Psicologia e Educação, UBI - Universidade da Beira
Interior, Covilhã, Portugal; 3Hospital Sousa Martins, ULS - Unidade Local de Saúde da Guarda, Guarda, Portugal
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Estela Vilhena ([email protected])1, Susana Pedras2, Rui Carvalho3, & M. Graça Pereira2
1
IPCA - Instituto Politécnico do Cávado e Ave, Barcelos, Portugal; 2Escola de Psicologia, Universidade do Minho, Braga, Portugal;
3
Departamento de Endocrinologia, Centro Hospitalar do Porto, Porto, Portugal
Portugal registou nos últimos anos níveis de desemprego preocupantes, com consequências em
diferentes esferas da vida dos indivíduos e da sociedade em geral. O presente estudo centrou-se nas
consequências que este poderá acarretar para a saúde do indivíduo. Mais concretamente, analisou as
implicações do desemprego na saúde e na autoestima de desempregados de curta (DCD) e longa
duração (DLD). O estudo adotou uma metodologia transversal, tendo sido inquiridos 210
indivíduos em situação de desemprego, dos quais 101 DCD e 109 DLD (72,9% mulheres; idade M
= 37,3 anos; DP = 10,7). O questionário individual voluntário incluía medidas de queixas subjetivas
de saúde, saúde geral e autoestima referenciadas na literatura, bem como informação
sociodemográfica. Os resultados sugerem que são os DLD que apresentam uma maior deterioração
na saúde. As queixas de dores músculo-esqueléticas e pseudoneurologia são as queixas subjetivas
de saúde mais frequentes. No que respeita à avaliação da saúde geral, não se encontraram diferenças
significativas. Relativamente à variável autoestima, os resultados apontam para uma maior
autoestima nos DLD. Os resultados do estudo alertam para a necessidade de olhar para além das
consequências financeiras e económicas do desemprego, dando voz à saúde dos intervenientes. Os
indicadores recolhidos poderão auxiliar na promoção da saúde e prevenção de doenças daqueles que
se de r o re id de de “est r no dese re o
Palavras-chave: desemprego, queixas subjetivas de saúde, saúde geral, autoestima
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Mariane Louise Bonato ([email protected])1, Leticia Reinhardt1, Clemilson Sombrio Gomes2, Giovanni Ariel
Komnitski2, Carla Caron1, Fernanda Herrera1, Maria Edjane Belo1, Bruna Paula Silveira1, Cloves Amorim2, & Patricia
Martin1,2
1
Secretaria Municipal de Saúde do Município de Campo Largo, Paraná, Brasil; 2PUCPR - Pontifícia Universidade Católica do
Paraná, Curitiba, Paraná, Brasil
ANJOS ONLINE
FACEBOOK NO PROCESSO DE LUTO MATERNO
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Raquel Simões de Almeida ([email protected])1, António Marques2, Cristina Queirós3, & Constantino
Martins4
1
ANARP - Associação Nova Aurora na Reabilitação e Reintegração Psicossocial, Porto, Portugal; 2Escola Superior de Saúde,
Politécnico do Porto, Porto, Portugal; 3Faculdade de Psicologia e de Ciências de Educação, Universidade do Porto, Porto, Portugal;
4
Instituto Superior de Engenharia do Porto, Porto, Portugal
A autogestão da doença mental é uma abordagem que pretende tornar os utentes como agentes
ativos na sua recuperação, ensinando-os a lidar melhor com a sua condição (Firth & Torous, 2015).
Várias tecnologias inovadoras foram concebidas para dar suporte à autogestão da doença,
promovendo um maior acesso aos serviços (Ben-Zeev, 2014). Pretende-se apresentar a weCOPE,
uma app para promover a autogestão da doença em pessoas com esquizofrenia. A app weCOPE foi
desenvolvida por uma equipa de profissionais da área da saúde mental e engenheiros de sistemas e
computadores. Após aprovação pela Comissão de Ética, foram realizados testes de usabilidade a 6
utentes e 6 profissionais de saúde, que participaram de forma voluntária e com consentimento
informado. Vários módulos foram identificados e incluídos na app, nomeadamente monitorização
de sintomas (Módulo Diário), gestão de stress (Módulo Relaxamento) e método de resolução de
problemas (Módulo Resolver). Foi também incluído o Módulo Objetivos para o utilizador
monitorizar o progresso nos seus objetivos de reabilitação. O teste de usabilidade revelou aprovação
geral das interfaces. Esta app foi concebida de acordo com as necessidades e expectativas dos
futuros utilizadores, empoderando-os no processo de reabilitação. Este tipo de aplicações poderá
facilitar a autonomia, funcionalidade e, em última instância, melhorar a qualidade de vida e bem-
estar de pessoas com esquizofrenia.
Palavras-chave: aplicação móvel, esquizofrenia, autogestão
Juliano Beck Scott ([email protected])1, Avrairan Caetano Solon1, Burnier Sales de Sousa2 , Larissa Lima1, &
Isabel Fernandes de Oliveira1
1
Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Rio Grande do Norte, Brasil; 2Departamento
de Psicologia da Universidade Potiguar, Natal, Rio Grande do Norte, Brasil
A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) e a Política Nacional de Assistência Social (PNAS)
preveem a intersetorialidade como importante instrumento para a prática dos profissionais que
atendem usuários das políticas públicas de saúde e de assistência social no Brasil. Assim, o presente
estudo, baseado no referencial da Teoria Social Marxiana, tem como principal objetivo investigar a
prática do psicólogo nos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) por meio da garantia
da intersetorialidade aos serviços de saúde. O presente estudo trata-se de uma pesquisa qualitativa
em que participaram 10 psicólogas da cidade do Natal, Rio Grande do Norte, Brasil, atuantes na
proteção social básica do município. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo e
demonstraram que a atuação do psicólogo por meio da intersetorialidade tem ocorrido através de
reiterados encaminhamentos para a rede de saúde, prevalecendo a lógica clínica individual e
diagnóstica. Além disso, o trabalho multiprofissional por meio de grupos entre os diferentes
serviços da rede pública apresentou-se limitado, fragilizado e desarticulado das ações em saúde e
assistência por falta de planejamento e diálogo entre os profissionais, dentre eles o psicólogo. O/a
psicólogo/a deve rever a sua prática na proteção social básica, atentando aos aspectos essenciais
preconizados pela política nacional de saúde e de assistência, com o intuito de contribuir no
atendimento das necessidades da população.
Palavras-chave: prática do psicólogo, intersetorialidade, políticas públicas, usuário
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Adan Silva ([email protected])1, Iolete Ribeiro da Silva1, & Suely Aparecida Mascarenhas1
1
Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Amazonas, Linha de Pesquisa 3: Formação e Práxis do
Educador. Universidade Federal do Amazonas, Manaus, Amazonas, Brasil.
Greicy Alves dos Santos1, Cláudia Yaísa da Silva ([email protected])1, & Camila Bellini Macedo1
1
UFMS/CPAR - Departamento de Psicologia, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, campus Paranaíba, Brasil
O tratamento psicanalítico, de modo geral, sempre esteve caracterizado por sessões de psicoterapia
frequentes e em grande número, o que demandava tempo disponível e recursos econômicos da parte
do analisando. Este processo limitava o tratamento para os indivíduos que não tinham condições
para custeá-lo. A partir disto, surgiu a proposta deste estudo, cujo objetivo foi verificar a
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
pensamento que associa o dissociado, valoriza o contraste e o heterógeno, o que permitiu encontrar
ligações onde aparentemente elas se mostravam impossíveis. Assim, desenvolveu um olhar sobre o
processo saúde-doença considerando o conceito de doença única, uma análise feita em três direções
(psicossocial, sociodinâmica e institucional), a teoria de grupo operativo expressa como instrumento
de investigação e técnica de intervenção, que tem-se mostrado relevante como contribuição da
psicologia para a saúde.
Palavras-chave: psicologia social, saúde, políticas públicas
Francis Anne Carneiro ([email protected])1, Pedro Alexandre Costa1; Henrique Pereira2, & Isabel Leal1
1
WJCR - William James Center for Research, ISPA – Instituto Universitário, Lisboa, Portugal; 2UBI - Universidade da Beira Interior,
Covilhã, Portugal
Diversos são os estudos que sustentam serem os processos e as dinâmicas familiares os fatores
determinantes para o ajustamento psicossocial das crianças e não a orientação sexual das/dos
mães/pais. Em Portugal as recentes mudanças legais levarão ao aumento destas famílias. A presente
investigação teve como intuito avaliar os processos e dinâmicas familiares em famílias de mães
lésbicas/pais gays por adoção. Este estudo é de caracter exploratório e transversal, recorrendo a uma
metodologia qualitativa através da Análise Temática de Braun e Clarke (2006). As entrevistas foram
realizadas entre 2012 e 2014 com três famílias de mães lésbicas/ pais gays por adoção (seleção
através do método não-probabilístico intencional). Foi utilizado um questionário sociodemográfico
e um guião de entrevista semi-estruturado. Foram identificados os seguintes temas: Motivação para
a parentalidade e experiências durante o processo de adoção; Não reconhecimento legal de uma das
figuras parentais; e Experiências de Parentalidade. Nas três famílias verificou-se uma forte
motivação para a concretização do projeto parental. Por outro lado, a pressão social e o estigma
institucional a que estas famílias estão sujeitas podem influenciar o seu bem-estar.
Palavras-chave: mães lésbicas, pais gays, adoção, análise temática
IDOSAS
Ana João Santos ([email protected])1, Baltazar Nunes2, Irina Kislaya2, Ana Paula Gil3, & Oscar Ribeiro4
1
ICBAS - Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto, Porto, Portugal; 2Departamento de Epidemiologia,
Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, Lisboa, Portugal; 3CICS.NOVA - Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais,
Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, Portugal; 4CINTESIS - Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, Porto,
Portugal
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
indivíduos que reportaram violência perpetrada por descendentes elicitaram mais frequentemente
emoções negativas passivas e menos frequentemente emoções intensas. A violência suscita um
padrão semelhante de resposta emocional, caracterizado pela passividade e perceção de baixo
controlo sobre a situação. A idade e a relação com o agressor são aspetos chave para o
desenvolvimento de intervenções mais eficazes.
Palavras-chave: pessoas idosas, violência, emoções
A literatura tem estabelecido sistematicamente a existência de uma relação negativa entre o bullying
no contexto escolar e a saúde mental e física (Alikasifoglu et al., 2007; Due et al., 2005; Nansel et
al., 2001; 2004; Wilkins-Shurmer et al., 2003). No presente estudo, explorou-se em concreto a
relação entre os comportamentos de bullying e o bem- estar subjetivo, e o papel do apoio social e
das perceções de justiça nesta relação. Para este efeito, desenvolveu-se um estudo correlacional
onde participaram 565 alunos do 7º, 8º e 9º ano de escolaridade de cinco escolas portuguesas. O
apoio social, as perceções de justiça, o bem-estar e os papéis no bullying foram medidos com
escalas. Os resultados confirmaram que existe uma relação negativa entre ser vítima e agressor-
vítima e o bem-estar subjetivo, e mostraram também que esta relação é mediada pelo apoio social
percebido e pelas perceções de justiça. Os resultados serão discutidos explorando o argumento
teórico que o bullying é uma ameaça à necessidade de pertença (Baumeister & Leary, 1995),
assumindo os mediadores encontrados como indicadores desta mesma ameaça, e considerando a sua
contribuição para intervenções que possam minimizar o seu impacto negativo.
Palavras-chave: bullying, bem-estar subjetivo, apoio social, perceções de justiça
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
1
Universidade Portucalense Infante D. Henrique, Porto, Portugal
1
UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil; 2WJCR – William James Center for Research, ISPA –
Instituto Universitário, Lisboa, Portugal
A asma é uma das doenças crônicas mais comuns na infância. As exigências no cuidado das
crianças com asma acabam por resultar em altos níveis de estresse nos familiares. Por isso, a
implementação de intervenções para a diminuição destes níveis de estresse é necessária. O objetivo
desse trabalho é fornecer uma revisão das intervenções destinadas a promover a redução do estresse
em familiares de crianças com asma. Foram pesquisados artigos publicados nas bases Ebsco, bOn,
Pubmed, Scielo e Web of Science, utilizando a combinação das palavras:
program/intervention/management/training/treatment/reduction/control/inoculation e stress; e
mother/family/parents/caregiver; e infant/childhood/children/pediatric asthma. Foram encontrados
5 artigos, sendo excluídos 1 artigo de revisão e 1 não acessível. Dos 3 artigos incluídos, 1
apresentou intervenção envolvendo apenas a família e 2 intervenções para famílias e crianças.
Todos os artigos demonstraram aumento em medidas relacionadas à família (função familiar, gestão
e conhecimento da asma) e 2 deles apresentaram também redução dos níveis estresse. Facilitar o
conhecimento e a gestão da asma infantil é um fator importante, porém, não é suficiente para
reduzir o nível de estresse familiar. Faz-se necessário a realização de novos estudos que sublinhem a
eficácia de intervenções com familiares de crianças com asma e que averíguem o estresse particular.
Palavras-chave: asma, criança, estresse, família, intervenção
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Joana Carreiro ([email protected])1, Pedro Teques2, Andreia Pereira Teques1, & Joana Ferreira1
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ISMAI – Instituto Superior da Maia, Maia, Portugal; 2N2i - Núcleo de Investigação do Instituto Politécnico da Maia, IPMAIA -
Instituto Politécnico da Maia, Maia, Portugal
O cancro da mama traduz-se num indutor de stresse significativo, com o potencial de desencadear
sofrimento psicológico no doente, conduzindo a mudanças no seu funcionamento biopsicossocial,
assumindo-se como importantes factores de risco para o ajustamento à doença e para a saúde
mental. O objetivo do estudo foi compreender o papel das variáveis psicossociais associadas ao
ajustamento psicológico no cancro da mama, através dos significados que decorrem da vivência da
doença. A amostra é constituída por 30 mulheres com cancro da mama, utentes de associações
portuguesas de apoio a doentes oncológicos, com idades compreendidas entre 38 e 80 anos,
encontrando-se a maior parte na fase de sobrevivência. Para a recolha de dados foram dinamizados
4 grupos focais e os dados foram analisados segundo a Grounded Theory. Os resultados revelam
que a experiência da doença origina distress, causando alterações no funcionamento biopsicossocial
das doentes e criando um conjunto de necessidades: (a) psicológicas; (b) emocionais; (c) sociais; (d)
de informação; (e) físicas; (f) práticas; e de (g) reorganização e/ou reconstrução de domínios da vida
desestruturados. Conclui-se que as doentes que dão resposta às necessidades identificadas, e que,
simultaneamente, percecionam satisfação com o suporte social, recorrem a estratégias de coping
ativo, são otimistas e evidenciam abertura à espiritualidade, revelam melhor percepção da qualidade
de vida, redução do distress, bem-estar subjetivo e melhor ajustamento à doença.
Palavras-chave: cancro da mama, necessidades psicossociais, ajustamento psicológico
20
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
As mulheres com diagnóstico de cancro da mama (DCM) são sujeitos ativos nas redes sociais
digitais, o grupo de sobreviventes de cancro com maior participação e detentor de blogues pessoais,
onde partilham as suas experiências de vida após DCM . Estudos quanto à atividade de blogging em
sobreviventes de cancro da mama (SCM) são escassos e sugerem que é uma atividade multifacetada
e com vários desígnios (Koskan, et al., 2014). Este estudo explorou a atividade de blogging em
SCM, através da análise qualitativa da informação publicada em blogues pessoais de mulheres que
tiveram DCM, residentes em Portugal. Oito blogues identificados no Google cumpriram os
critérios: (a) blogues pessoais de mulheres com DCM; (b) perfil da blogger permite identificar
residência em Portugal. Os resultados revelam que a atividade de blogging é concentrada na fase do
tratamento e sobrevivência; foca-se na: (a) partilha de experiências na doença; (b) gestão das
emoções; (c) partilha de informação (dúvidas, resolução de problemas complexos, novidades
científicas); (d) interação social (novas amizades, convívio virtual, suporte emocional e social em
situ es de rise e de “ on uist s” (e “edu o dos res” e ou patient advocate. Conclui-se que
as SCM utilizam os blogues como espaços de partilha de experiências de transições ao longo da
trajetória da doença. A informação publicada aponta para necessidades de suporte psicossocial e
informativo que, de forma individual e espontânea, foram expressas.
Palavras-chave: sobreviventes de cancro, blogues, suporte psicossocial, narrativas
21
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
1
Instituto de Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
As atitudes face às práticas baseadas na evidência (APBE) dos profissionais que trabalham na saúde
mental são consideradas um dos fatores a ter em conta na melhoria dos procedimentos de
diagnósti o e inter en o o eti o deste estudo n is r re o entre ess s titudes e
perceção de auto-eficácia, de eficácia coletiva e das intervenções feitas no contexto da execução de
medidas terapêuticas na justiça dos menores. Participaram no estudo 163 profissionais encarregados
de executar e/ou atribuir estas medidas, a maioria deles mulheres (67,5%), com idades entre os 25 e
os 66 anos (M = 41,70; DP = 7,36). Como parte de uma investigação mais extensa, responderam ao
Evidence-Based Practice Attitude e (E rons 00 e tr s er unt s re ti s
perceção de auto-eficácia, eficácia coletiva e eficácia das medidas terapêuticas. Os dados obtidos
indicam uma relação entre a auto-eficácia e a medida global das APBE. Tanto a perceção de
e i á i d s edid s o o er e o d e i á i o eti se re ion si ni i ti ente o u
dos tores d s E s titudes di er entes entendid s o o resist n i uti i o de
ferramentas científicas na prática clínica. Estes resultados sugere ue o o re o entre
titudes e ondut s o e i ort nte on e er s outr s riá eis ue ode est r
envolvidas no processo.
Palavras-chave: práticas baseadas na evidência, profissionais de saúde mental, justiça dos menores,
jovens em risco, auto-eficácia
Este trabalho tem como objetivo desenvolver um instrumento que avalie a perceção de pais/mães
sobre a adesão às recomendações de vigilância de saúde infantil (VSI). A construção do
instrumento seou-se n in or o do o eti de de In nti e e orient es t ni s so re
V Ie ortu oi re i do u r -teste do questionário (n = 9) e validado o seu conteúdo por
5 especialistas. Participaram no estudo 662 cuidadores de crianças com 2-6 anos de idade (mães =
93,4%; naturalidade Portuguesa = 91,6%). Juntamente com as questões do instrumento, os
participantes responderam a algumas perguntas da versão Portuguesa do European Task Force on
Patient Evaluation of General Practice Care (EUROPEP), a questões sobre a sua experiência nos
serviços de VSI e a dados sociodemográficos. Os 10 itens do instrumento enquadram-se numa
estrutura fatorial com 3 dimensões relacionadas com as recomendações de VSI e que explicam
50,83% da variância: 1) Pro o o de utono i e se ur n (α 0 uisi o de
o et n i s es e i s (α 0 6 uid dos de i ent o in nti (α 0 6 instru ento
apresenta ainda sensibilidade adequada: diferencia as perceções de adesão dos participantes em
função de condições sociodemográficas/de imigração e da sua experiência/satisfação com os
serviços de VSI. Segundo estes dados preliminares o instrumento constitui uma medida inovadora
para avaliar a adesão às recomendações de VSI.
Palavras-chave: vigilância de saúde infantil (VSI), adesão a recomendações, instrumento, avaliação
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Thais Mira Simandi ([email protected])1, Ana Maria Canzonieri1, Beatriz Maciel Sodre1, Lucas Felipe
Ribeiro dos Santos1, Daniele Batista de Sousa1, & Priscila da Silva Santos1
1
ABEM - Associação Brasileira de Esclerose Múltipla, São Paulo, Brasil
Victoria Grassi Bonamigo ([email protected]) 1, Bruno Takeshita1, Talita Perboni1, Cristiane Simão1,
Clemilson Sombrio Gomes2, Murilo de Meneses1, Pedro André Kowacs1, & Samanta da Rocha1
1
INC - Instituto de Neurologia de Curitiba, Curitiba, Paraná, Brasil; 2PUCPR - Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba,
Paraná, Brasil
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, três milhões de brasileiros são acometidos pela
epilepsia. Estima-se que 30% dos pacientes são refratários a medicação, utilizando outros
tratamentos, entre eles o estimulador do nervo vago (VNS). O presente estudo visa estudar a
qualidade de vida de pacientes que utilizam VNS. Estudo quantitativo prospectivo transversal
comparativo entre um grupo de 20 pacientes (cerca de 3,9% da população brasileira de VNS) com
idade média de 33 anos (DP = 14). Foi utilizado o instrumento adaptado Quality of Life in
Epilepsy-19 (QOLIE-19), que avalia aspectos emocionais, atividades de vida diária, memória,
concentração, autonomia, incômodo com quadro clínico e seu tratamento. O grupo foi avaliado pré
e pós implante de VNS e comparado com dois grupos controle, um formado por 20 pacientes (M =
33,17 anos; DP = 16,6) com epilepsia refratária pareados por idade e semiologia de crise e outro
formado por 60 pessoas neurologicamente saudáveis (M = 32,69 anos; DP = 15,15) pareadas por
idade e sexo. O grupo que implantou VNS mostrou melhoras significativas em todos os aspectos
testados pós implante, seu desempenho pré VNS foi similar ao grupo controle epiléptico, enquanto
o grupo neurologicamente saudável apresentou o pior índice de qualidade de vida após tratamento
estatístico de dados. Foi observada melhoria cognitiva nos pacientes três meses após VNS,
mostrando um novo nicho de pesquisa: a estimulação do nervo vago pode ser utilizada, também,
para tratamento de problemas cognitivos?
Palavras-chave: epielpsia refratária, qualidade de vida, estimulador do nervo vago,
neuroestimulação epilepsia, estimulador do nervo vago
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Flávia Silva Miranda ([email protected])1, Diana Monteiro2 Maria João Costa3, Lígia Osório3, Nuno
Farinha3, Maria Bom Sucesso3, Susana Nunes3, Ana Fernandes3 & Paulo Almeida1,3
1
ISMAI – Instituto Superior Universitário da Maia, Maia, Portugal; 2Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Porto,
Portugal; 3Centro Hospitalar de São João, Porto, Portugal
Lucas Felipe Ribeiro dos Santos ([email protected])1, Ana Maria Canzonieri1, Thais Mira Simandi
Beatriz Maciel Sodre1, Daniele Batista de Sousa1, & Priscila da Silva Santos1
1
ABEM - Associação Brasileira de Esclerose Múltipla, São Paulo, Brasil
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Sílvia Cruz ([email protected])1 ris á ero2,3, Amaia Del Campo4 oi nt’ nn ndr 5, &
Filipe Nunes Ribeiro6
1
ISMAI - Instituto Universitário da Maia, Maia, Portugal; 2 ser t rio d e u id de, Instituto Universitário da Maia, Maia,
Portugal; 3Unidade de Investigação do Centro de Psicologia Cognitiva, Universidade Coimbra, Coimbra, Portugal; 4Universidade de
Salamanca, Salamanca, Espanha; 5An into & Associados, Sociedade de Advogados, RL, São Mamede de Infesta Portugal;
6
Equipa de Investigação em Saúde Familiar & Doença do Centro de Investigação em Psicologia, Universidade do Minho, Braga,
Portugal
Com a elevada incidência e prevalência dos abusos sexuais, bem como a perceção da sua gravidade,
tornou-se relevante a implementação de programas de prevenção. Nesse seguimento, foi
desenvolvido o Autonomia*, Programa de Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes -
Educação Secundária, baseado no Programa (De o
& L e ). Este estudo avalia a eficácia do Autonomia*, de modo a verificar se a participação no
mesmo produz mudanças nos conhecimentos dos adolescentes sobre a violência sexual, promove a
aquisição de competências de enfrentamento de situações de abuso sexual e melhoria na
comunicação entre os pais e os adolescentes. Aplicou-se os uestionários e i dren’s
Knowledge of Abuse Questionnaire-Revised e o Questionário de Conhecimentos acerca da
Violência Sexual, no início e no fim da aplicação do Programa aos 152 adolescentes de duas escolas
secundárias do norte do país. Verificou-se que o programa de violência sexual Autonomia*,
apresenta eficácia ao nível da aquisição de conhecimentos e desenvolvimento de competências de
enfrentamento do abusos sexual mais assertivas. Além disto, promoveu a comunicação com os pais
sobre temas de sexualidade. A implementação de programas intencionais, estruturados, de
prevenção da violência sexual em todos os ciclos de ensino deve fazer parte do plano educativos das
escolas, integrando o programa de educação sexual em todos os níveis de ensino.
Palavras-chave: prevenção, abusos sexuais, avaliação de programa de prevenção
Diana Santos ([email protected])1, Ana Galhardo1,2, Ilda Massano-Cardoso1, Marina Cunha1,2, & José
Pinto-Gouveia2
1
Departamento de Psicologia, Instituto Superior Miguel Torga, Coimbra, Portugal; 2CINEICC - Centro de Investigação do Núcleo de
Estudos e Intervenção Cognitivo-Comportamental, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra,
Coimbra, Portugal
A Política Nacional de Saúde Mental prevê a internação de pacientes com demanda psiquiátrica no
hospital geral como uma de suas metas para a consolidação da reforma psiquiátrica. Os leitos de
atenção integral surgiram em resposta à demanda que havia em relação aos cuidados clínicos que
pacientes psiquiátricos não recebiam porque a psiquiatria não conseguia dar conta. Entretanto, ainda
é difícil encontrar um hospital geral que aceite o paciente psiquiátrico, mesmo que sua busca seja
clínica. O objetivo deste trabalho é discutir a experiência de inserção dos leitos integrais para
pacientes psiquiátricos e de álcool e outras drogas dentro da enfermaria de clínica médica de um
hospital geral. No presente trabalho, utilizou-se um relato de experiência a partir da oficina prática
em saúde mental, realizada nos leitos integrais, serviço substitutivo ao hospital psiquiátrico dentro
de um hospital geral. Os leitos integrais, ou seja, leitos de psiquiatria em enfermaria de hospital
geral servem como suporte no âmbito hospitalar, dentro da rede de saúde mental para dar conta de
questões clínicas, sejam estas físicas e/ou psiquiátricas, dos pacientes com transtornos mentais ou
dependentes de substâncias psicoativas. Têm como objetivo servir de modalidade substitutiva de
cuidado, desconstruindo paradigmas e repensando o modelo de cuidado em Saúde Mental, de forma
integral e dentro de uma rede articulada. Conclui-se que apesar da inserção dos leitos integrais para
pacientes psiquiátricos dentro de um hospital geral se configurar como um importante avanço
clínico, no cuidado em saúde mental.
Palavras-chave: saúde mental, leitos integrais, cuidado em saúde, internação psiquiátrica
De acordo com relatórios da OMS,a violência nas relações íntimas é um fenómeno cuja incidência
abrange as mais diversas populações numa escala universal. Segundo a APAV (2014),este é um
problema sério com consequências graves, incluindo a morte. Sendo um problema complexo, há
uma grande necessidade de pesquisa e intervenção. Considerando literatura relevante sobre
confiança interpessoal, esperança e violência nas relações íntimas, este estudo exploratório visa
examinar a relação entre estas variáveis e também a prevalência da violência nas relações íntimas.
Neste estudo transversal, 302 sujeitos (18-63 anos de idade), responderam aos seguintes
instru entos: oten er ’s e i i rust-Scale-Adults (adap. Port.), Escala de Crenças sobre a
Violência Conjugal, Inventário de Violência Conjugal e Escala do Futuro. Existem associações
negativas fracas, embora estatisticamente significativas, entre confiança interpessoal e violência,
quer considerando a vitimação, quer a perpetração. Foram encontradas algumas relações positivas
significativas entre certos fatores da esperança e da confiança interpessoal. Existem prevalências
preocupantes de violência nas relações íntimas, quer nas relações atuais quer nas passadas.
Verificam-se ainda diferenças significativas nas crenças legitimadoras de violência conjugal
27
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Julia Sprada Barbosa ([email protected])1, Giovana Chaves Mendes1, Marina Dilay de Oliveira1, Matheus Novak
Corrêa1, Nathalia Akemi Shimabukuro1, & Cloves Antonio Amorim¹
1
Departamento de Ciências da vida,, PUCPR – Pontíficia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, Paraná, Brasil
O suicídio pode ser um grito de dor ou um pedido de ajuda. O objetivo deste estudo foi
correlacionar a conduta suicida com a utilização da internet. Trata-se de um estudo quantitativo
transversal, utilizou-se um questionário com 13 itens, respondido online via Google Formes.
Participaram 541 internautas, sendo 75,8% do sexo feminino e 24,2% do sexo masculino, com
idades variando entre 16 e 70 anos. Os resultados indicam que 99,6% utilizam a internet
frequentemente, 89,1% acreditam que a internet pode influenciar na conduta suicida e indicam o
cyberbullying como principal fator; 44,5% admitem ter pensamento e ideação suicida e 18,1% já
tentaram suicídio, dentre estes, 16% afirmam ter sido influenciados pela internet. Em relação a
postagens de ideação ou projeto suicida, 83% acredita que seja um pedido de socorro. O Efeito
Werther e a internet precisam ser atualizados, para a prevenção ou para orientar. O acesso livre à
rede demanda monitoria por parte dos adultos e/ou responsáveis. O cyberbullying é mais intenso
que o bullying e consegue atingir uma maior parte dos espectadores em um curto período de tempo.
Paradoxalmente, o mesmo mecanismo que pode induzir ao suicídio pode ser via de prevenção como
é o caso de hashtags: #minhaprimeiratentativa.
Palavras-chave: suicídio, internet, baleia azul, 13 reasons why, prevenção
-
Jorge Sinval ([email protected])1,2, Sonia Pasian1, Cristin ueir s2 & Jo o r o3
1
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil; 2FPCEUP - Faculdade
de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade do Porto, Porto, Portugal; 3William James Center for Research, ISPA -
Instituto Universitário, Lisboa, Portugal
O bem-estar do trabalhador pode ser influenciado pelo burnout enquanto stress crónico laboral, pela
satisfação laboral (Lizano, 2015; Lizano & Barak, 2015; Selamu et al., 2017) ou pela qualidade de
vida no trabalho, que, por sua vez, afetam a vida pessoal do trabalhador (Sirgy et al., 2001).
Pretendem-se comparar os níveis de burnout e de qualidade de vida no trabalho em trabalhadores
brasileiros e portugueses. Estudo quantitativo, descritivo, e inferencial, usando questões de
caracterização sociodemográfica e versões portuguesas do Oldenburg Burnout Inventory (OLBI;
Halbesleben & Demerouti, 2005) e da Quality of Working Life Scale (QWLS; Sirgy et al., 2001),
aplicadas a 300 trabalhadores dos dois países (28% de profissionais liberais, 19% administrativos e
15% executivos), com idade média de 35,78 anos e sendo 67% do sexo feminino. Encontraram-se
níveis moderados de burnout e de qualidade de vida no trabalho, com diferenças entre países apenas
na dimensão do burnout distanciamento (p = 0,04; d = -0,16; MPortugal = 2,95; DPPortugal = 0,48; e
MBrasil = 2,84; DPBrasil = 0,48), e na dimensão exaustão em função do sexo (p = 0,02; d = 0,30;
MFeminino = 3,30; DPFeminino = 0,55 e MMasculino = 3,13; DPMasculino = 0,54). As diferenças encontradas
ocorreram apenas no burnout, refletindo talvez influências culturais, bem como o clássico resultado
de as mulheres experienciarem mais exaustão emocional. A qualidade de vida no trabalho não difere
entre países nem quando se comparam sexos. Os resultados são úteis para se refletir no âmbito da
atual mobilidade internacional dos trabalhadores.
28
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Ênio Neves ([email protected])1, Edivan Silva Júnior1, Almira Medeiros1, Maria Eulálio1, Rômulo Melo2, &
Aline Alves1
1
Universidade Estadual da Paraíba, Brasil, Departamento de Psicologia, Campina Grande, PB, Brasil; 2Universidade Federal da
Paraíba, Departamento de Psicologia, João Pessoa, PB, Brasil
BULLYING
“ – A child rights approach to combat bullying in detention and residential care settings”
u ro eto euro eu, através do Programa Daphne da Comissão Europeia, que tem como objetivo
a redução da incidência e do impacto da violência entre pares em contexto de Centros Educativos
(CE). Em Portugal, o projeto decorreu da parceria da associação Par-Respostas Sociais juntamente
com o CIS-IUL, com o apoio da Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais. A nível
europeu, a parceria envolveu a participação da Universidade de Bolonha em conjunto com a
associação Save the Children (Itália), com o apoio do Departamento de Justiça Juvenil Italiana e
Universidade de Bolonha. Foram aplicados questionários às/aos jovens para uma avaliação das
experiências e perceções de bullying neste tipo de contextos em Portugal e em Itália, bem como das
estratégias de coping mais utilizadas pelas/os jovens. Participaram 122 jovens de ambos os países
(92% do sexo masculino e com média de idade de 18 anos), 57% na sua primeira medida em CE e
com tempo médio de 14 meses. Utilizou-se o Direct and Indirect Inmate Behaviour Checklist. Os
resultados revelam uma maior prevalência de bullying indireto er e si o i o e u
ro or o e e d de bully- ti s (47%), sendo estes as/os que reportam mais serem vítimas de
todos os tipos de bullying em ambos os países. As estratégias de coping mais comuns e as
diferenças entre países serão exploradas.
Palavras-chave: bullying, prevenção, Centros Educativos, saúde mental juvenil, comparação
29
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
internacional
BULLYING
“ – A child rights approach to combat bullying in detention and residential care settings”
u ro eto euro eu, através do Programa Daphne da Comissão Europeia, que tem como objetivo
a redução da incidência e do impacto da violência entre pares em contexto de Centros Educativos
(CE). Em Portugal, o projeto decorreu da parceria da associação Par-Respostas Sociais juntamente
com o CIS-IUL, com o apoio da Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP).
Foram aplicados questionários às/aos jovens e equipas de profissionais, para avaliar o ambiente dos
E’s e re i d u i o d s e eri n i s e er e es de bullying neste tipo de contextos.
Participaram 60 jovens (90% do sexo masculino e com média de idade de 16 anos) e 61
profissionais (61% do sexo masculino e média de idade 45 anos), de 3 CE em território nacional
(50% dos CE existentes). Foi utilizado o Direct and Indirect Inmate Behaviour Checklist-Scaled
version (DIPC-SCALED-r Ireland 2007, versão jovens, e adaptada para staff, Brighi et al. 2016).
Foi ainda avaliado o bem-estar através do CORE-Youth, como medida de saúde mental. Os
resultados revelam uma maior prevalência de formas indiretas de bullying, e uma proporção elevada
de bully-vítimas. São discutidas as implicações para a prevenção do bullying nestes contextos.
Palavras-chave: bullying, prevenção, Centros Educativos, saúde mental juvenil
Elisabete Borges ([email protected])1, Margarida Abreu1, Cristina Queirós2, Tércio Maio3, & Antónia Teixeira4
1
Escola Superior de Enfermagem do Porto, Porto, Portugal; 2FPCEUP – Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, Universidade do Porto,
Porto, Portugal; 3Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel, São Miguel, Açores, Portugal; 4Centro Hospitalar de São João, Porto, Portugal
A Agência Europeia para a Higiene e Segurança no Trabalho tem vindo a priorizar o tema dos riscos
psicossociais no trabalho, nomeadamente o bullying. As consequências deste fenómeno na saúde
dos trabalhadores e na produtividade das empresas tem sido corroborada por diferentes estudos
(Hessels et al., 2017). Pretendemos conhecer e comparar a presença de bullying em enfermeiros de
Portugal Continental e dos Açores, e a sua relação com variáveis sociodemográficas/ profissionais.
O presente estudo é quantitativo, transversal, descritivo e comparativo. Aplicou-se um questionário
sociodemográfico/profissional e o Negative Acts Questionnaire (NAQ-R, Einarsen & Hoel, 2001;
Borges & Ferreira, 2015) para avaliação do bullying. Amostra constituída por 240 Enfermeiros (120
de Portugal Continental e 120 dos Açores). Identificou-se, nos últimos seis meses, a presença de
bullying. Existem diferenças significativas nos diferentes tipos de bullying, apresentando os
enfermeiros dos Açores médias superiores. Os enfermeiros com parceiro dos Açores e os com
vínculo definitivo do Continente são os que percecionam mais atos associados a Exclusão. Tal como
no presente estudo a presença de bullying em enfermeiros tem sido referenciada por outros
investigadores (Reknes et al., 2017). Os resultados apontam para a importância da implementação
de estratégias de prevenção no âmbito do bullying, contribuindo assim para a promoção de saúde no
trabalho dos enfermeiros.
Palavras-chave: bullying, enfermeiros, saúde ocupacional, NAQ-R, estudo comparativo
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
O cancro pediátrico constitui um processo complexo que exige dos cuidadores a aquisição e
desenvolvimento de competências fundamentais e a adaptação do seu estilo de vida para fazer face
às dificuldades da criança doente (Kohlsdorf & Junior, 2012). Este estudo exploratório teve como
objetivo analisar o impacto do cancro pediátrico em cuidadores desde o diagnóstico ao tratamento.
Concretamente, pretendeu-se a identificação e exploração das necessidades psicoemocionais dos
participantes face ao processo de adoecimento, com o intuito de produzir dados para a intervenção
clínica. Para o efeito, realizaram-se entrevistas semiestruturadas numa amostra de conveniência
composta por 8 cuidadores entre os 22 e os 45 anos. Na interpretação dos resultados, a análise de
conteúdo foi a técnica utilizada através do programa informático NVivo10 (QSR International
NVivo10). Os resultados revelaram que os participantes evidenciam necessidades psicoemocionais
(ansiedade e preocupação, desgaste psicoemocional e repressão emocional), advindas do impacto
individual, conjugal, parental, e familiar do cancro pediátrico. Considerando estas necessidades,
bem como os recursos identificados como capazes de minimizar as dificuldades encontradas
(informação, apoio institucional, acompanhamento psicológico, suporte informal, suporte familiar,
estratégias de coping e crenças religiosas), foram apresentadas sugestões capazes de subsidiar a
intervenção promovendo o empoderamento e a qualidade de vida familiar.
Palavras-chave: cancro pediátrico, cuidador, adaptação, impacto, intervenção
MOBBING .
MIGUEL
i rreto r o ([email protected])1, Sandra Dias Faria2, Raquel Martins1, Carolina Pereira1, Marina
Sousa1, & Joana Benevides1
1
De rt ento de si o o i u d de de i n i s o i is e u n s ni ersid de dos ores, Ponta Delgada, Portugal;
2
De rt ento de est o u d de de E ono i e est o ni ersid de dos ores, Ponta Delgada, Portugal
31
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Ana Lúcia Monteiro ([email protected])1, Sofia von Humboldt2, & Isabel Leal2
1
ISPA – Instituto Universitário, Lisboa, Portugal; 2WJCR – William James Center for Research, ISPA – Instituto Universitário,
Lisboa, Portugal
Mesmo quando as necessidades sexuais dos idosos são tidas como uma parte do plano de cuidados
nos lares, tal não significa que seja prestada muita atenção a este tema. Existe pouca evidência
acerca do significado de cuidar dos idosos considerando a sua sexualidade e saúde sexual. Este
estudo tem como objetivo explorar os pontos de vista singulares dos Cuidadores Formais (CF) em
relação à sexualidade dos idosos e obter uma descrição das suas experiências. Foram utilizados
dados completos de seis CFs que trabalham em lares de idosos. Utilizámos um questionário
sociodemográfico e um guião de entrevista. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo. Os
resu t dos de onstr r ue res ost is re ente dos rti i ntes entre ist dos ‘ ren s
face às b rreir s d e ress o se u ’ oi ‘ erson id de’ (50 0 e ‘id de’ (50 0 e o layout
d s institui es ( r ‘ o o s rreir s s o u tr ss d s’ ou e u r nde ried de de
res ost s o o or e e o ‘n d ode ser eito’ ( 6 6 e ‘ ssistência de um profissional
e terno’ ( 6 6 r ‘su est es so re o o e or r o e -est r se u ’ res ost is
re ente oi ‘ r se t us’ (66 E on us o t de e is o e se u id de dos
idosos institucionalizados e a fraca exploração destes temas na educação dos CFs pode
comprometer a forma como os CFs vêm a sexualidade dos idosos na instituição.
Palavras-chave: barreiras, cuidador formal, lar de idosos, sexualidade dos idosos, bem-estar sexual
32
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Suely Costa ([email protected])1, Eliany Oliveira2, Guiomar Ribeiro3, Lilânia Ferreira4 & Maria Almeida
Liberato5
1
UFC - Universidade Federal do Ceará, Curso de Psicologia, Sobral,Ceará, Brasil; 2UVA - Universidade Estadual do Vale do Acaraú,
Curso de Enfermagem, Sobral, Ceará, Brasil; 3Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, Brasil; 4 Colégio
Provecto, Fortaleza, Ceará, Brasil; 5 Instituto Federal do Estado do Piauí Ceara, Brasil
A vivência de adoecimento de um familiar resultando num estado crítico, deixa a família mais
impactada com a evolução da doença, pois há um contato com situações que não são rotineiras,
onde as famílias convivem com diversos tipos de sofrimentos (Pitta, 2010). O estudo avaliou o
comportamento emocional vivenciado pelo cuidador familiar de pacientes críticos, analisando
variáveis sociodemograficas, variáveis referentes ao cotidiano do cuidador e a variável psicologia
stress. O estudo foi desenvolvido no Hospital da Santa Casa de Misericórdia de Sobral, Ceará,
Brasil. Caracteriza-se como um estudo descritivo de abordagem quantitativa e qualitativa. A
amostra foi composta de 40 cuidadores familiar, com média de idade de 44 anos (DP = 16,38),
sendo 75% do sexo feminino. Como método foram utilizados a entrevista semi estruturada e o
inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL) (Lipp, 2000). A análise do material
revelou nos discursos sentimentos de sofrimento, alteração na organização de rotina das famílias e
necessidade de treinos de habilidades em comunicação para as equipes de saúde. Em relação ao
stress a maior parte dos cuidadores apresentou stress (70%), sendo que (85,8%) encontrava-se na
fase II (Resistência), com predominância de sintomas psicológicos. O presente estudo identifica a
Unidade de Terapia Intensiva como um agente estressor, sendo percebida pelos familiares como
algo temível, percebeu-se que, tanto quanto aos pacientes, é fundamental o apoio psicológico ao
cuidador familiar.
Palavras-chave: cuidador familiar emoção, stress, paciente crítico, UTI
33
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Mara Chora ([email protected])1, Ana Rita Amaral1, Lígia Monteiro1, & Madalena Ramos2
1
CIS-IUL, Centro de Investigação e Intervenção Social, ISCTE-IUL - Instituto Universitário de Lisboa, Lisboa, Portugal;
2
Departamento de Métodos de Pesquisa, CIES-IUL – Centro de Investigação e Estudos de Sociologia, ISCTE-IUL - Instituto
Universitário de Lisboa, Lisboa, PortugaL
Teresa Guimarães ([email protected])1, André Coelho1, Jandira Andrade1, Sara Monteiro1, & Anabela Graça1
1
Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa, Portugal
34
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
-
SUCEDIDA
s estudos u it ti os re i dos n áre d erd de eso s o ind redu idos sendo r nde
iori eit o ostr s e inin s s o eti os deste estudo s o: ( er ná ise de onte do
de seis entrevistas de adultos ue i er u erd de eso e su edid e ( i r
e ress o u ntit ti dos onte dos e er entes o resente estudo u ostr de 6 du tos (
o ens e u eres ue erder is do ue do seu eso e nti er -no no ni o, por
1 eses oi entre ist d so re s onse u n i s er e id s d erd e i de eso ná ise
u it ti oi eit o re urso s t ni s de ná ise de onte do e ná ise te áti s
re u n i s d s onse u n i er e id s (positivas e negativas or ont i i d s s
onse u n i s ositi s identi i d s is re uente ente e os rti i ntes or o senti ento
de e -est r e re e o de o entários ositi os e s onse u n i s ne ti s re us de
convites para jantar e a identific o ( or rte dos outros o o doen Veri i -se ue e or
re erid s e enor n ero s onse u n i s ne ti s ode ser i oteti ente rreir s
tr r no onte to de inter en o e ue s onse u n i s ositi s s o de n ture ti
o o si si o i e so i .
Palavras-chave: perda de peso bem sucedida, consequências positivas, consequências negativas
35
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Adriana Romagnolo ([email protected]) 1, Bruna Januário1, Vivian Freitas1, Neliane Sousa1, &
Miria Gomes1,2
1
Departamento de Psicologia, Universidade Metodista de São Paulo, São Paulo, Brasil; 2Departamento de Psicologia, Universidade
de Taubaté, Taubaté, Brasil
36
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Maria Fátima Mendes1, Maria João Figueiras1, & David Dias Neto2
1
RECI - Research in Education and Community Intervention, Instituto Piaget, Almada, Portugal; 2ISPA – Instituto Universitário,
Lisboa, Portugal
Rita Tropa Marques ([email protected]) 1, Ivonise Fernandes da Motta1, & Yara Ishara1
1
Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil
A adoção é uma temática bastante estudada mundialmente. Todavia, no que se refere às mulheres
que entregam os filhos para adoção, os estudos são mais escassos e reduzidos. A presente pesquisa
tem como objetivo geral investigar de que modo o mito do amor materno afeta as ideias e
concepções presentes em relação à entrega de um filho para a adoção, nos profissionais de
enfermagem diretamente envolvidos com estas mulheres. Pretende também intervir,
preventivamente, junto destes profissionais, facilitando a tomada de consciência quanto a
concepções e preconceitos sobre a entrega de um filho. Metodologicamente, a pesquisa configura-se
como pesquisa qualitativa, baseada no método clínico. Como procedimento foram realizadas
dinâmicas grupais com 19 profissionais (enfermeiros e técnicos de enfermagem). Os participantes
realizaram uma atividade de associação livre e deram continuidade a duas histórias fíticas
relacionadas ao tema da entrega de um filho. Os resultados indicam que as ideias decorrentes do
mito do amor materno estão presentes na subjetividade dos profissionais e influenciam os seus
comportamentos e atitudes no relacionamento com estas mulheres. Adicionalmente, a ausência de
condições econômicas e outros fatores externos à mulher, apresentam-se como principais
justificativas para a entrega de um filho para adoção. Pretende-se ainda minimizar os efeitos
negativos para a vida psíquica das mulheres que entregam e que as crianças tenham um projeto de
vida mais sustentado.
Palavras-chave: mito do amor materno, adoção, profissionais de enfermagem, mães doadoras,
narrativas interativas
37
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Cristina Queirós ([email protected])1, Fernando Passos2, Ana Filipa Patrão2, & Sónia Carvalho2
1
FPCEUP - Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, Universidade do Porto, Porto, Portugal; 2Divisão de Psicologia, Direção
Nacional da Polícia de Segurança Pública, Lisboa, Portugal
Este trabalho reflete as noções de cuidado e corpo compreendendo o humano diante de relações que
cultivam expectativas de adequações sociais. A presente proposta de compreensão do corpo se
desenvolve na clínica psicológica como corporeidade (Heidegger, 2011) considerando cuidado um
existencial do humano (Heidegger, 2012). A fenomenologia hermenêutica orientando esta clínica
compreende não priorizando determinismos causais que sentenciam humanos ao cumprimento de
expectativas por ajustamento patologizantes. Quando expostos ao mundo via corpo (Ponty, 1994)
abrimo-nos a diferentes modos de zelo deste. Neste traba o se dis ute so idi i o d s ráti s
ue e e o or o si o e eti o e re resent es i ti s do or o e uid do Estes
en enos s o idos e s i n i s er ndo dis ut s, contudo a Psicologia possibilita compreensões
nos aproximando de nós mesmos, incentivando o cuidado orientado na fenomenologia. O trabalho
foi construído apoiado em pesquisa bibliográfica quanto as formas como corpo e cuidado
usualmente são referidos na Psicologia da Saúde, e na análise hermenêutica de casos clínicos
acompanhados pela pesquisadora. Assim, os conteúdos apresentados debatem a importância
atribuída ao corpo e aos fazeres científicos na avaliação de patologias restringindo caráter orgânico
para o corpo e técnico para o cuidado. As compreensões psicológicas propostas não sobrepõem o
saber científico ao saber humano sobre si e o mundo que habitamos.
Palavras-chave: corpo, cuidado, patologias, fenomenologia hermenêutica
38
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
1
Universidade Estadual da Paraíba, Departamento de Psicologia, Campina Grande, Brasil; 2Universidade Estadual da Paraíba,
Departamento de Psicologia, Campina Grande, Brasil; 3Universidade Federal da Paraíba, Departamento de Psicologia, João Pessoa,
Brasil;
39
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
-
?
ri Jo o i ueir s ([email protected])1, & Elisabete Pio2
1
RECI - Research in Education and Community Intervention, Instituto Piaget, Almada, Portugal; 2Instituto Piaget, Almada, Portugal
Nos últimos anos tem-se observado um crescente interesse no papel que os avós desempenham em
contexto familiar. Este aspeto deve-se, essencialmente, a mudanças sociais e demográficas, tais
como o aumento da esperança média de vida, bem como a qualidade da mesma. O facto de os avós
poderem estar presentes durante mais tempo na vida dos seus netos, deu origem à realização de
diversos estudos acerca desta relação. O principal objetivo deste estudo é analisar e caracterizar as
crenças parentais relativamente à relevância da relação avós-netos. Estudo quantitativo exploratório
com uma amostra de 309 sujeitos com idades compreendidas entre os 24 e os 62 anos. O protocolo
de investigação foi constituído por um questionário sócio-demográfico e uma escala de crenças
sobre a relação avós-netos, ambos desenvolvidos para o efeito. Conclui-se, através dos testes KMO
e Bartlett que a escala, constituída por 45 itens e três subescalas - Papel dos Avós, Função
Simbólica e Comparação entre Pais e Avós, possui um valor bom a nível da sua validade. As
crenças dos participantes relacionam-se, maioritariamente, com o papel dos avós na vida dos seus
netos, em especial, na sua função instrumental e emocional. Verifica-se, por isso, que aspetos como
cuidados, afetos, transmissão de valores e ajuda na educação das crianças são mais valorizados
pelos pais.
Palavras-chave: avós-netos, crenças parentais, papel dos avós
40
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Andrea Costa ([email protected])1, Catarina Coelho1, Sara Silva1, & Isabel Leal2
1
ISPA - Instituto Universitário, Lisboa, Portugal; 2WJCR - William James Center for Research, ISPA - Instituto Universitário, Lisboa,
Portugal
Elisa Kern de Castro ([email protected])1, Franciele Cristina Peloso1, Luisa Vital de Souza1, & Maria Júlia
Armiliato1
1
Unisinos - Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Rio Grande do Sul, Brasil
As crenças sobre a doença referem-se às percepções subjetivas que podem interferir no cuidado da
saúde do indivíduo. Investigar o que pensam sobreviventes de câncer infantil sobre a sua
experiência da doença é importante para entender seus comportamentos no período pós-tratamento.
Objetivou-se avaliar e comparar as crenças sobre o câncer infantil em 27 sobreviventes adultos
jovens e 49 mães que responderam a questionários sociodemográficos e de percepção da doença
numa plataforma online. Os resultados apontaram que as mães perceberam o câncer infantil como
mais crônico, com sintomas mais cíclicos, com consequências e representação emocional mais
negativas que os sobreviventes. Ainda, as mães referiram compreender mais sobre a doença e
acreditar mais no controle pessoal e do tratamento que os sobreviventes. Conclui-se que o fato dos
sobreviventes terem crenças mais positivas possa indicar uma ressignificação da experiência de
forma adaptativa para seguirem com suas vidas.
Palavras-chave: câncer, câncer em crianças, mães, autorregulação
41
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Daiane Philippsen Maders ([email protected])1, Camila Peixoto Farias1, Marcelene Souza Duarte1, &
Mariana Barboza Lopes1
1
UFPEL - Universidade Federal de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil
O cuidado humanizado é de fundamental importância para que o paciente possa construir recursos
emocionais para lidar com o processo de adoecimento e hospitalização. Tendo isso em vista, o
presente trabalho visa investigar as formas como o cuidado ao paciente vem sendo exercido pelas
equipes de saúde no âmbito hospitalar, bem como, apresentar uma discussão acerca de tal cuidado.
O trabalho foi desenvolvido através de pesquisa bibliográfica. Dos resultados, o que se ressaltou foi
a vulnerabilidade do paciente, que encontra-se em sofrimento e necessita de um cuidado integral,
que vise não somente sua saúde física, mas bem como sua saúde mental. Para que o cuidado
dirigido ao paciente possa ser humanizado torna-se fundamental que ele ultrapasse o modelo de
assistência que privilegia a doença. A humanização do cuidado exige que os profissionais da saúde
possam voltar-se para o sujeito doente. Muitas vezes não é mais possível curar, mas ainda há muito
a ser feito para cuidar, sendo esse, também, um papel importantíssimo da equipe. Assim, é possível
concluir que o tratamento do paciente deve ser realizado de maneira integral, considerando a
totalidade do ser humano. Isso é fundamental para que a doença e a cura não sejam os únicos focos
e o cuidado não acabe sendo negligenciado.
Palavras-chave: paciente, cuidado humanizado, integral, equipe
42
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
INTERNET
DE LITERATURA
Afonso Ferreira ([email protected])1, Filipa Pimenta 2, Isabel Leal2, & Ivone Patrão3
1
ISPA - Instituto Universitário, Lisboa, Portugal; 2 J - i i J es enter or ese r I - Instituto ni ersitário, Lisboa,
Portugal; 3Promoting Human Potential Research Group, ISPA - Instituto Universitário, Lisboa, Portugal
43
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
–
Margarida Custódio Santos ([email protected])1,2, Ana Monteiro Grilo1, Marina Fuertes2,3, Maria João Alves2,3,
Clarisse Nunes3, Paulo Barbosa4, & Nuno Palma4
1
Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, IPL - Instituto Politécnico de Lisboa, Portugal; 2FPUL - Faculdade de Psicologia
da Universidade de Lisboa Portugal; 3Escola Superior de Educação de Lisboa, IPL - Instituto Politécnico de Lisboa, Portugal; 4Escola
Superior de Comunicação Social, IPL - Instituto Politécnico de Lisboa, Portugal
1,2,3
Óscar Ribeiro ([email protected]) , Rosa Afonso3,4, Natália Duarte2, Laetitia Teixeira2,3, & Constança Paúl2,3
1
Departamento de Educação e Psicologia da Universidade de Aveiro, Aveiro, Portugal; 2Instituto de Ciências Biomédicas Abel
Salazar, Universidade do Porto, Porto, Portugal; 3CINTESIS - Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, Porto,
Portugal; 4Departamento de Psicologia e Educação, UBI - Universidade da Beira Interior, Covilhã, Portugal
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Susana Anastácio ([email protected])1, Ana Galhardo1,2, Maria Cunha1,2, Ilda Massano-Cardoso1,3, & José
Pinto-Gouveia2
1
Departamento de Psicologia, Instituto Superior Miguel Torga, Coimbra, Portugal; 2CINEICC - Centro de Investigação do Núcleo de
Estudos e Intervenção Cognitivo-Comportamental, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra,
Coimbra, Portugal; 3Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal
45
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
A depressão pós-parto afeta a mulher e o seu contexto, representando um risco para a própria e
desenvolvimento do bebé, quando não tratada atempadamente (Schmidt, Piccoloto, & Muller,
2005). Dada a inexistência de programas nacionais de prevenção primária, e ausência de descrição
detalhada de programas internacionais, este projeto teve por objetivo desenvolver um programa
psicossocial de prevenção primária da depressão pós-parto. O quadro metodológico do Intervention
Mapping (Bartholomew, Parcel, Kok, Gottlieb, & Fernandez, 2011) serviu de base ao
desenvolvimento do programa. A avaliação de necessidades foi realizada junto de 10 mulheres
grávidas, 5 profissionais de saúde e 6 mulheres no pós-parto, com recurso a entrevistas
semiestruturadas, submetidas a uma análise temática. Foi estabelecido o protocolo de intervenção
do programa, destinado a casais grávidos a partir das 20 semanas de gestação, e constituído por 6
sessões, de 30 a 60 minutos, ao longo de 3 semanas, onde são abordadas temáticas associadas à
prevenção da depressão pós-parto, com especial enfoque no suporte social, qualidade da relação
conjugal, autoeficácia face às competências parentais, bem-estar materno e stress parental. Dada a
ênfase na prevenção primária este programa é inovador a nível nacional, distinguindo-se dos
programas de rastreio já existentes. Espera-se que seja um contributo para a promoção de bem-estar
materno e redução da depressão pós-parto.
Palavras-chave: programa de intervenção, prevenção primária, gravidez, depressão pós-parto, bem-
estar
Rita Sousa Lopes ([email protected])1, Ivone Patrão2, & Maria João Gouveia2
1
ISPA - Instituto Universitário, Lisboa, Portugal; 2Promoting Human Potential Research Group, ISPA - Instituto Universitário,
Lisboa, Portugal
46
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
As teorias mais tradicionais sobre o luto consideram que a quebra do vínculo será a melhor forma
de ultrapassar esse acontecimento, mas cada vez mais se considera a perspetiva de que a
continuação dos laços poderá ser adaptativa. Esta ideia, porém, tem sido difícil de comprovar
empiricamente, uma vez que os instrumentos disponíveis fornecem resultados em que os laços
continuados surgem associados a maior grau de perturbação. Com o objetivo de tentar ultrapassar
este problema, foi elaborado o Questionário de Avaliação do Vínculo Continuado Após o Luto
(QAVCAL), a partir de 37 itens representativos das várias facetas do vínculo continuado. Uma
análise em componentes principais (n = 174) permitiu identificar três domínios: Laços Continuados
Adaptativos (LCA), Laços Continuados Desadaptativos (LCD) e Evitamento (EVT), resultando
numa versão final com nove itens e valores aceitáveis dos coeficientes alfa de Cronbach. As
correlações com outros instrumentos mostram que a escala LCA está positivamente associada ao
funcionamento adaptativo, mas não se correlaciona com a patologia. Pelo contrário, as escalas LCD
e EVT são preditoras de patologia, incluindo o luto patológico. Estes resultados mostram que o
QAVCAL é capaz de avaliar as facetas positivas dos laços continuados, sem estar sujeito a
contaminação pelas facetas desadaptativas, o que o torna um instrumento potencialmente útil tanto
para a investigação como para a avaliação, a recomendar a continuação do seu desenvolvimento.
Palavras-chave: luto, avaliação psicológica, vinculação
LITERATURA
Eva Diniz ([email protected])1, Sónia Bernardes1, & Paula Castro1
1
ISCTE-IUL – Instituto Universitário de Lisboa, Lisboa, Portugal
47
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Diabulimia refere-se à omissão intencional de insulina em diabéticos tipo 1 como estratégia para
perder peso. Pretendeu-se comparar o comportamento alimentar perturbado e a (in) satisfação com a
imagem corporal entre jovens adultos diabéticos e não diabéticos; investigar as consequências da
diabetes na alimentação, imagem corporal e peso nos diabéticos e caracterizar a omissão de insulina
como estratégia para emagrecer. Desenvolveu-se um estudo misto, exploratório e transversal, onde
55 diabéticos e 73 não diabéticos (18-30 anos) preencheram questionários de autorrelato: Eating
Disorder Examination-Questionnaire e Contour Drawing Ratting Scale. Os diabéticos responderam
também a um questionário com respostas abertas e fechadas feito para este estudo, usando-se
posteriormente a análise temática. Não foram encontradas diferenças significativas entre diabéticos
e não diabéticos relativamente à insatisfação com a imagem corporal e comportamentos alimentares
perturbados. Os resultados demonstram mudanças decorrentes da diabetes ao nível da alimentação,
imagem corporal e peso que interferem no dia-a-dia dos diabéticos. Verificou-se que 7,3% dos
diabéticos relataram sofrer de diabulimia. Salienta-se a importância da investigação sobre
perturbações alimentares na população diabética e a sua prevenção, rastreio e tratamento,
nomeadamente dar maior atenção à omissão de insulina como comportamento compensatório
inadequado e prejudicial à saúde.
Palavras-chave: diabetes, diabulimia, perturbações alimentares, insatisfação corporal, omissão de
insulina
48
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Diagnóstico de doença grave assintomática realizado por exames é uma nova realidade de
adoecimento, consequentemente, com experiência subjetiva diferente da habitual. O objetivo deste
estudo foi, através de revisão da literatura psicanalítica e considerando-se o contexto da medicina
tecnológica contemporânea, descrever as peculiaridades, no plano intrapsíquico e interpsíquico,
desta nova experiência subjetiva de adoecimento por doença grave revelada pela tecnologia, sem a
vivência de mal estar somático. Observou-se que o diagnóstico realizado sem sinais percebidos pelo
sujeito, pode ser vivido como uma experiência disruptiva, revelando-se um estado de dissociação. A
aceitação da doença e adesão ao tratamento demanda trabalho de integração psíquica dessa
experiência. Instaura-se relação de dependência absoluta da assistência médica, atualizando-se a
relação mãe-bebê, demanda-se que a equipe de saúde ajude o paciente no trabalho psíquico de
integração. A assistência fragmentada oferecida pela medicina contemporânea, além de
desfavorecer este processo, pode promover uma nova experiência de intrusão. Conclui-se que na
experiência subjetiva de adoecimento da medicina tecnológica enquanto o corpo fica preservado do
sofrimento, este se sobressai no plano psíquico. Isto requer cuidado especial da experiência
emocional, subjetiva. Caracteriza-se a importância do atendimento psicológico, como a assistência
adequada às necessidades terapêuticas destes pacientes.
Palavras-chave: adoecimento, psicologia da saúde, psicooncologia, psicologia
49
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
As normas sociais influenciam como alguém se deve comportar, o que é aceitável e desejável, mas
têm sofrido alterações ao longo do tempo. Este estudo tem como objetivo investigar estas
percepções, estereótipos, papéis, preferências e ainda comportamentos sexuais de risco com um
foco nas diferenças de género para melhor compreender o estado atual destas dimensões em
Portugal. O presente estudo é de natureza quantitativa e de carácter exploratório. Utilizou-se uma
amostra de 1284 jovens adultos com idades compreendidas entre os 18 e 30 anos. Utilizaram-se
duas escalas do duplo padrão sexual, uma escala de papéis de género, uma escala de
comportamentos sexuais de risco e um questionário sociodemográfico. Os resultados revelam que,
em relação ao duplo padrão sexual as mulheres inesperadamente mostraram mais permissividade do
que os homens, em relação aos papéis de género os homens mostraram atitudes mais sexistas do
que as mulheres, no que diz respeito à ultima escala os homens mostraram tomar mais riscos
sexuais do que as mulheres. Por fim, tanto o duplo padrão sexual como os papéis de género foram
bons preditores dos comportamentos sexuais de risco. O nosso estudo mostra que existe uma clara
mudança no que diz respeito ao duplo padrão sexual. Este estudo foi importante na medida que não
só a literatura em relação a este tema mas especialmente numa população portuguesa é escassa.
Palavras-chave: duplo padrão sexual, papéis de género, comportamentos sexuais de risco
50
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Nowadays, the Early Intervention policies and practices are governed by the interdisciplinary
intervention paradigm centered on the family and its natural contexts. Based on a case study of an at
risk child with Intellectual Developmental Disorder we tried to understand if the used strategies
have been effective in promoting the parenting skills, family autonomy and creation of
opportunities to the overall development of the child. In order to ensure the reliability of the
rese r er’s inter ret tions nd so t t t e study ou d ontri ute to t e in re se in re e tions on
policies and practices of Early Intervention, we decided to use different sources of data, generating
conditions for its triangulation, a result of an inter-methodological symbiosis of quantitative and
qualitative nature. It was concluded that the inter-cooperation of professionals and family, and
essentially the family involvement in the process is a condition sine qua non to achieve the goals of
Early Intervention.
Keywords: special education, early intervention, intelectual development disorder, family
Samanta Rocha ([email protected])1, Pedro Andre Kowcs1, Victoria Grassi Bonamigo1, Talita Perboni1, Ricardo
Krause1, Bruna de Assis Almeida2, Mariana Arent1, Ricardo Ramina1, & Helio Teive3
1
INC - Instituto de Neurologia de Curitiba, Curitiba, Brasil; 2Universidade Tuiuti do Paraná, Paraná, Brasil;3Universidade Federal do
Paraná, Paraná Brasil
A Hidrocefalia de Pressão Normal (HPN) pode ser idiopática ou secundária a outras afecções do
sistema nervoso central. O quadro clínico é caracterizado pelo aumento gradativo dos ventrículos
laterais, associando-se a tríade de sintomas sequenciais, os quais são apraxia da marcha,
incontinência urinária e demência. O objetivo do estudo foi avaliar resposta cognitiva dos pacientes
com HPN possível e provável, de acordo com critérios de Relkin, submetidos a punção lombar
(Tap-Test). Estudo clínico transversal prospectivo controlado, no qual foi realizado protocolo de
teste da drenagem (Tap-Test) em amostra de 130 pacientes, utilizando os instrumentos Mini Exame
do Estado Mental, Stroop Test, Teste de aprendizagem auditivo verbal de Rey, Figura Complexa de
Rey, Frontal Assessment Battery e Digit Span, prova fluência verbal e anamnese. A amostra foi
comparada com grupo controle pareado por sexo, idade e escolaridade. Os pacientes apresentaram
melhora aguda com o Tap Test na fluência verbal semântica, Digit Span e Stroop Test (pontos).
Estes dados podem ser atribuídos a uma melhora no sistema de ativação do paciente, ficando mais
aptos a responder às perguntas e prestar maior atenção nas tarefas executadas. Discussão: o grupo
de HPN demonstrou perfil inferior ao grupo controle nos domínios avaliados, todavia, os pacientes
do grupo possível apresentaram o pior desempenho global devido a comorbidades neurológicas que
o grupo provável não possui.
Palavras-chave: hidrocefalia, hidrocefalia de pressão normal, Tap-Test, cognição, punção lombar
51
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Tânia Brandão ([email protected])1,2, Sónia Bernardes2, Liesbet Goubert3, & Lies de Ruddere3
1
Centro de Investigação em Psicologia, Universidade Autónoma de Lisboa, Lisboa, Portugal; 2CIS-IUL - Centro de Investigação e
Intervenção Social, ISCTE-IUL - Instituto Universitário de Lisboa, Lisboa, Portugal; 3Department of Experimental, Clinical and
Health Psychology, Ghen University, Ghent, Belgium
Recon e endo e ist n i de dis rid des nos u entos de dor e ru os inoritários
retendeu-se o este estudo test r: ( os e eitos do est tuto so ioe on i o (E E de u
iente n s ráti s de i o e est o d dor de en er eir s; e (b) o e oder dor do E E
nos e eitos d e id n i de to o i or ni (E ness s es s ráti s. Participaram no estudo
127 enfermeiras (M = 28,51 anos; DP = 10,79). Trata-se de um estudo experimental intersujeitos,
tipo 2 (ESE: alto vs. baixo) x 2 (EP: presente vs usente s resent o de u so ni o
de u u er o dor r ni tr s do u se ni u r s riá eis inde endentes or
i d s s ráti s de i o e est o de dor d s rti i ntes. A dor da paciente de baixo ESE
foi percebida como menos intensa que a dor da paciente de alto ESE (M = 5 vs M = 5,79; p
0 00 En ontrou-se ind u e eito de inter o entre E E e E , sendo que, tal como esperado, as
participantes avaliaram como mais intensa a dor das pacientes com EP (vs. Sem EP), mas apenas
quando estas eram de alto ESE (p 0 0 s d dos su ere ue o E E de u iente te
e eitos diretos n i o d su dor odendo ind odu r in u n i de ist s ni s n
i o d es ne essário in esti r e or o seu e e o o ro o er ons i n i
dos ro ission is de s de so re su in u n i .
Palavras-chave: estatuto socioeconómico, patologia orgânica, avaliação, dor crónica, gestão da dor
52
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Carolina Sousa ([email protected])1, Ana Santos1, Ana Martins1, Ana Monteiro Grilo2,3, Lina Vieira4,
Elisabete Carolino5, Juan Alonso6
1
Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa, Lisboa, Portugal; 2Departamento de Ciências
Sociais e Humanas, Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa, Lisboa, Portugal. 3Centro de
Investigação em Ciência Psicológica, Faculdade de Psicologia, Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal; 4Instituto de Biofísica e
Engenharia Biomédica, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal;5Departamento de Ciências Naturais,
Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa, Lisboa, Portugal; 6Servicio de Medicina Nuclear,
os it ener ni ersitário “ re orio r ñon” drid Es n
A música tem vindo a ser utilizada para controlo da ansiedade dos pacientes em inúmeros contextos
clínicos. Verificar o efeito da música em exames de Tomografia de Emissão de Positrões (PET) com
Tomografia Computadorizada (TC) no controlo da ansiedade de pacientes oncológicos. Estudo
exploratório onde foram incluídos 22 pacientes no grupo de controlo (GC) e 23 no grupo
experimental (GE) que realizaram exame de PET/TC. Os pacientes do GE ouviram música durante
a aquisição de imagens enquanto que os pacientes do GC não. Todos os pacientes responderam a
questionários sobre a experiência do exame (QEE) e a uma versão reduzida do questionário State-
Trait Anxiety Inventory-State (STAI-S) antes do exame (AE) e depois do exame (DE). Procedeu-se
ainda à medição da pressão arterial (PA) sistólica e diastólica AE e DE. Os valores do STAI-S não
diferiram significativamente entre grupos quer AE quer DE. Contudo, verificou-se um aumento
destes valores no GC e, em oposição, uma diminuição no GE. Comparando as PA entre o GE e o
GC constatou-se que não existem diferenças significativas AE mas existem DE, sendo que no GE os
valores são inferiores aos do GC. No GE, 91,3% dos pacientes relatou que a música é um auxílio
durante o exame, classificando em média o nível de utilidade em 4,4 (em cinco). No presente
estudo, ouvir música parece ser eficaz no controlo da ansiedade em exames de PET/TC, mostrando-
se os pacientes satisfeitos quanto à utilização desta técnica.
Palavras-chave: ansiedade, música, exames complementares de diagnóstico, pressão arterial,
satisfação
Elzbieta Bobrowicz-Campos ([email protected])1, Isabel Gil1,2, Paulo Costa1, Maria Lurdes Almeida2, &
João Apóstolo1,2,3
1
UICISA: E - Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem, Escola Superior de Coimbra, Coimbra, Portugal; 2Escola
Superior de Enfermagem de Coimbra, Coimbra, Portugal; 3Portugal Centre for Evidence Based Practice: A Joanna Briggs Institute
Centre of Excellence, Coimbra, Portugal
1
ISCTE-IUL - Instituto Universitário de Lisboa, Lisboa, Portugal; 2ULHT - Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias,
Lisboa, Portugal
A discriminação baseada na idade tem impacto negativo na participação, bem-estar e dignidade dos
idosos, estando relacionada com idadismo e violência (Win, 2012). A violência é um fenómeno
complexo, que afeta pessoas de todas as idades, classes sociais, religiões e culturas (WHO, 2002). O
Envelhecimento Ativo, promove a capacitação, participação dos idosos na sociedade, combatendo a
discriminação e violência (Win, 2012). O presente estudo é exploratório, qualitativo, dando voz aos
idosos. Objectivos: Conhecer a perspectiva dos idosos sobre discriminação e violência; Identificar
linhas orientadoras contra a violência nos idosos. A amostra é constituída por idosos que frequentam
um centro de dia em Lisboa, utilizámos o focus group na colheita de dados e análise de conteúdo.
Os resultados revelam que os idosos são considerados um estorvo, há falta de respeito, educação,
humanidade e discriminação em relação aos idosos. O abandono é uma forma de violência,
nomeadamente da família. Sugerem para combater a violência: formação dos cuidadores;
solidariedade; políticas que melhorem as reformas mais baixas e suporte às famílias que cuidam dos
54
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
seus idosos. Dando contributos contra a discriminação e violência através da prevenção, programas
educativos para a população, formação para profissionais de saúde, serviços sociais e direito,
capacitação dos idosos para agirem por si mesmos.
Palavras-chave: envelhecimento ativo, idoso, discriminação, violência
A espiritualidade é identificada como uma das mais importantes formas de coping, e com amplas
implicações para o bem-estar psicológico, físico, social e espiritual dos indivíduos, famílias e
comunidades (Gall & Guirguis-Younger, 2013). Apesar da relevância, a maioria dos instrumentos
que mede coping espiritual não o faz adequadamente, o que não permite a sua adequada
operacionalização e a limita muitas vezes a crenças religiosas, ou apenas tem em conta estratégias
de coping positivas. Nesta comunicação apresentam-se os primeiros resultados de validação na
população Portuguesa do Spiritual Coping Questionnaire - SCQ (Charyznska, 2015) um
instrumento que mede coping espiritual tendo em conta o carácter multidimensional da
espiritualidade e nas suas valências positivas e negativas. A validade do SCQ foi testada através de
uma análise fatorial confirmatória. Participaram 584 indivíduos a passar por uma ou mais situações
de stress. O SCQ apresentou boas características psicométricas na confirmação da sua estrutura
fatorial e consistência interna, bem como bons níveis de confiabilidade, e níveis satisfatórios de
validade convergente. Os primeiros resultados de validação do SCQ são prometedores, sendo no
entanto necessários mais estudos, nomeadamente que discriminem a sua validade divergente e
concorrente.
Palavras-chave: coping espiritual, stress, multidimensional, bem-estar
Clarisse Magalhães ([email protected])1, Sara Lima1, Susana Pedras2, & Assunção Nogueira1
1
Escola Superior de Saúde do Vale do Sousa, CESPU – Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário, Gandra,
Portugal; 2Fundação para a Ciência e Tecnologia, Lisboa, Portugal
o ind r ros os estudos u it ti os eitos n áre de erd de eso e r nde iori eit
o ostr s e inin s s o eti os deste estudo s o: (a) apresentar estr t i s de erd de eso
i e ent d s o su esso or du tos ue erder eso e i ente ( er u r e is o
entre est s e s estr t i s identi i d s or du s t ono i s de estr t i s de ud n de
o ort ento (u d s u is es e i r o ort entos o i to n o esid de o
resente estudo u ostr de 0 du tos ( 5 o ens oi entre ist d so re s estr t i s us d s
no ro esso de di inui o de eso (in io d erd e nuten o s estr t i s en ontr d s foram
depois comparadas com duas taxonomias, nomeadamente, a The Behavior Change Technique
Taxonomy (BCT), e a The Oxford Food and Activity Behaviors ( Vári s te ori s
e er entes deste estudo resent r orres ond n i s e s s t ono i s (e su orte
so i uto- onitori o ontudo u s estr t i s identi i d s or est ostr n o
ti er orres ond n i n s en s n (e ne r diet e ti id de si ,
estabelecimento de regras). Verifica-se que a perd de eso e -su edid o ort u
es e i i id de de estr t i s ( is e n orres ond n i entre s te ori s e er entes nest
ostr e se orres ond n i n Este estudo ontri ui r u ior
on e i ento so re estr t i s e i es nu ostr e ui i r d o n e do se o.
Palavras-chave: estratégias, perda de peso, taxonomia
Maurício Benício Valadão ([email protected])1, Sebastião Neto1,2, & Ivone Félix de Sousa1
1
Escola de Ciências Sociais e da Saúde, Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiás, Brasil; 2Hospital das Clínicas de Goiás,
Universidade Federal de Goiás, Goiás, Brasil
56
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
A esclerose múltipla (EM) é uma doença progressiva e desmielinizante pode ocasionar alterações
motoras, psíquicas, cognitivas e visuais. Objetivou-se verificar a influência da prática esportiva de
Muay Thai na cognição, no psiquismo e no equilíbrio em paciente com EM. Homem, 28 anos,
solteiro, Escala de Sistemas Funcionais (EDSS) 01, avaliado antes e após 6 meses de prática
esportiva. Foram aplicados os instrumentos Teste de Atenção Concentrada (D2), Inventário de
Habilidades Sociais (IHS), teste de inteligência não verbal – Matrizes de Viena (WMT-2), Teste de
Memória Visual de Rostos (MVR), Escala de Atenção Seletiva Visual (EASV). Referente aos
aspectos atencionais, no D2, o resultado demonstra melhora no percentil de erros e na amplitude de
oscilação que passou de abaixo da média para acima da média. Na EASV, apresentou classificação
geral médio inferior e depois médio, isto se repete no MVR. As características de personalidade
avaliadas pela Bateria Fatorial de Personalidade (BFP) e Pirâmides Coloridas de Pfister (TPC), de
modo geral, não sofreram alterações. Em IHS, houve alteração no escore total que demonstra mais
ponderação. Na avaliação de equilíbrio, obteve-se pontuação máxima em ambas aplicações, para
Equiscala e Escala de Berg, indicando excelente equilíbrio. Houve melhora no nível de inteligência
não verbal, memória visual, atenção seletiva e mudança comportamental em habilidades sociais.
Concluiu-se que o paciente obteve melhora cognitiva e manteve-se com o equilíbrio e o psiquismo
preservado após a prática esportiva de Muay Thai por 6 meses.
Palavras-chave: Muay Thai, esclerose múltipla, prática esportiva
57
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Analisar os indicadores de mal-estar sexual (MAS) e explorar os construtos latentes que podem
funcionar como principais determinantes da MAS numa amostra transnacional idosa. A informação
foi obtida de 54 idosos alemães e portugueses com idades entre os 65 e 92 anos (M = 72,1; DP =
5,43). As entrevistas foram submetidas a análise de conteúdos. A representação das associações foi
analisada por análise de correspondência múltipla. Um questionário sociodemográfico e de saúde
foi igualmente utilizado. As entrevistas foram realizadas com um foco nos indicadores do MAS. A
res ost is re uente destes rti i ntes oi “redu id o uni o se u ” ( " de
física reduzida" foi o indicador menos referido de MAS (10,2%). Um modelo de duas dimensões
or do or “redu id o uni o se u e inti id de”, e “inst i id de e onómica e
di i u d des de re ion ento” oi resent do o o e or so u o r idosos e es
MAS para os idosos portugueses foi explicado por um modelo de dois fatores: "Problemas de saúde
e redu id e ressi id de se u ” e " ro e s i i res e inst i id de in n eir ” Estes
resultados relevaram a perspetiva de idosos sobre o MAS e a necessidade de incluir esses fatores
quando se considera a sexualidade de amostras transnacionais de idosos.
Palavras-chave: idosos que vivem na comunidade, análise de conteúdos, análise de
correspondência múltipla, estudo qualitativo, mal-estar sexual
58
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Eduardo Reis ([email protected])1, Gabriela Postolache2, Luís Teixeira1, Patrícia Arriaga1, Luísa Lima1,
& Octavian Postolache3, 4
1
CIS-IUL - Centro de Investigação e Intervenção Social, ISCTE-IUL – Instituto Universitário de Lisboa, Lisboa, Portugal; 2IMM -
Instituto de Medicina Molecular, Lisboa, Portugal; 3IT - Instituto de Telecomunicações, IST - Instituto Superior Técnico, Lisboa,
Portugal; 4ISCTE-IUL - Instituto Universitário de Lisboa, Lisboa, Portugal
Exergames have been used in the past decade as an innovative motor rehabilitation method,
improving motivation and exercise performance. This umbrella review investigated how physical
outcomes are influenced by the use of exergames in older adults, by systematically synthesizing the
results of systematic reviews, meta-analysis and literature reviews. Reviews were considered if
published until May 2017 and investigated exergame interventions on physical outcomes, such as
balance, gait, limb function, and muscle strength, in older adults over 60 years old, of any health
status. Searches were conducted in several databases (e.g., Cochrane, Scopus, PubMed), articulating
different terms and Boolean operators. Review selection and methodological bias assessment
(AMSTAR tool) were conducted by two independent reviewers, guided by the PRISMA-P
statement. Despite the overall low methodological quality of the 26 reviews considered, results
suggested that exergames have a positive effect on balance, gait, muscle strength, upper limb
function, and dexterity, similar to the impact of traditional physiotherapy. A combination of
traditional physiotherapy with exergames seems to be more effective than each type separately.
Future individual studies and reviews should follow more rigorous methodological standards in
order to improve the quality of the conclusions and provide guidelines for the use of exergames in
motor rehabilitation.
Keywords: exergame, vídeo game, older adults, motor rehabilitation, review
59
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
1
Equipa de Investigação em Saúde Familiar & Doença do Centro de Investigação em Psicologia, Universidade do Minho, Braga,
Portugal; 2 n into & Associados, Sociedade de Advogados, RL, São Mamede de Infesta, Portugal; 3Escola de Psicologia,
Universidade do Minho, Braga, Portugal
(HEMA-R)
constructo, adultos
SPIRITUAL BYPASS
61
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
A infeção pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH) constitui uma agressão psi o i no ue
on erne i n i d se u id de e d or or id de et ndo o est e e i ento de re es
eti s e onstru o do ro eto de s resent os re e o r ti de u estudo de so
luz de uma abordagem Gestalt-Existencial, de um casal heterossexual serodiscordante, em
acompanhamento quinzenal, entre Novembro de 2013 e Fevereiro de 2015. L., sexo feminino, 34
anos portadora de infeção pelo VIH desde 2008, via de transmissão sexual e G., sexo masculino, 39
anos, seronegativo o u des endente de u re ion ento nterior os o istori de
onsu o de estu e ientes se onsu os ti os á is de nos Juntos á er de 5 nos
re orre ter i de s de ido dis uss es re orrentes e us n i de re es sexuais. Foram
analisadas as dimensões da corporalidade, temporalidade, finitude e liberdade, bem como, as
diferentes esferas existenciais. Numa abordagem Gestalt de awareness e do aqui-e-agora, foram
desenvolvidas competências de comunicação entre o casal. A escassa bibliografia na especificidade
da terapia de casal, em casais serodiscordantes, torna premente a reflexão e desenvolvimento de
estudos nesta área. Os sentimentos de vergonha e u de u esso ue i e o o VI
i dos so re rote o de n o in et r o r eiro s o tores ue o ro ete n o s i n i
do casal, mas também, o desenvolvimento de projetos futuros, como a parentalidade.
Palavras-chave: casais serodiscordantes, infeção VIH, terapia de casal
Cristina Martins Horta ([email protected]) 1, Filipa Pimenta2, João Maroco2, & Isabel Leal2
1
ISPA - Instituto Universitário, Lisboa, Portugal; 2WJCR - William James Center for Research, ISPA - Instituto Universitário, Lisboa,
Portugal
O sobrepeso e a obesidade são atualmente um problema grave de saúde pública. Este estudo
explorou os fatores (F) e processos (P) associados ao início (I) e manutenção (M) da
obesidade/excesso de peso e a sua independência do sexo do participante e da presença de
compulsão alimentar. Este estudo é qualitativo e quantitativo, observacional e transversal. Foram
considerados critérios de inclusão 18 anos ou mais e com IMC entre 26,20 e 50,64. Um total de 38
participantes, com obesidade (n = 35) e excesso de peso (n = 3), com idades entre 22 e 62 anos. A
compulsão alimentar foi avaliada com a Binge Eating Scale. Foi utilizado o teste do qui-quadrado
de independência para explorar se fatores e processos associados ao I/M da obesidade/excesso de
peso eram independentes do sexo e da presença de ingestão compulsiva. Os resultados mostraram
que os F/P associados ao início do excesso de peso mais referido foi a presença de excesso de peso
na infância ou adolescência (57,9%), e que os F/P associados à manutenção do aumento de peso
mais referido foi ouvir comentários negativos (57,9%). Conclui-se todos os F/P associados à M de
obesidade/excesso de peso são independentes da presença de compulsão alimentar, mas não são
independentes do sexo. A intervenção neste contexto da perda de peso poderá beneficiar de uma
abordagem diferente, mediante o sexo do participante. Adicionalmente os comportamento de
compulsão alimentar são independentes de fatores de início e manutenção encontrados neste estudo.
Palavras-chave: obesidade, excesso de peso, compulsão alimentar, sexo, fatores de início e
manutenção do excesso de peso
62
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
A existência de resíduos de fármacos no ambiente é uma problemática que tem ganho relevância ao
longo das últimas décadas. Têm sido encontradas concentrações significativas de fármacos nas
águas ambientais (águas residuais e superficiais), e, em menores concentrações, na água potável.
Como tal, esta problemática tem relevância ambiental e para a saúde humana, sendo importante
explorar a perceção de risco nessa área. O conhecimento científico nesta área é relativamente novo,
portanto, o nível de conhecimento do público não poderá ser elevado e existem inúmeras lacunas de
conhecimento sobre os diferentes aspetos dos riscos colocados pelos fármacos no ambiente que
podem dificultar a resposta às preocupações que as pessoas podem ter, como a eficácia potencial de
diferentes atividades (por exemplo, desenvolvimento de produtos farmacêuticos ecológicos). Para
conhecer a perceção de riscos de fármacos no ambiente para a saúde, por parte de indivíduos leigos
nesta matéria, aplicou-se um questionário a uma amostra de indivíduos Portugueses (n = 157),
recolhida com quotas uniformes para as habilitações literárias e para a idade. Os resultados são
analisados com objetivos descritivos (e.g., descrição do conhecimento objetivo e subjetivo sobre a
temática) e de compreensão das variáveis que explicam a perceção deste risco para a saúde (e.g.,
literacia em saúde e identidade ambiental). Este estudo enquadra-se no ro eto Inno e ’E
(SOE1/P1/F0173).
Palavras-chave: fármacos no ambiente, perceção de risco, literacia em saúde, conhecimento,
identidade ambiental
Raquel Rosas ([email protected])1, Filipa Pimenta1, Isabel Leal1, & Ralf Schwarzer2
1 2
J - i i J es enter or ese r I - Instituto ni ersitário, Lisbon, Portugal; reie ni ersit t er in, Berlin,
Germany
At the National Action Plan for Food and Nutrition 2015-2020, the WHO highlights that poor
dietary habits are responsible for many non-communicable diseases (e.g., diabetes, cardiovascular
diseases, some cancer). Given the urgency to improve food intake, the lack of consensus over the
concept of food literacy and the need of research in this domain, compromises the improvement of
eating habits. To identify theoretical gaps, two conceptual models of food literacy (FL) are
confronted and goals to develop FL are presented (construct, measure and intervention
development) in the ambit of the project FOODLIT-PRO. The first model defines FL as intertwined
food-related knowledge, competencies and behaviours that promote physical and psychological
wellbeing, having as domains Planning, Selecting, Preparing, and Eating. The second model
characterises FL as a combined set of food-related skills and knowledge that support a daily healthy
diet, building resilience and incorporating the domains of Preparation, Organisations, Psycho-social
Factors, and Knowledge. The lack of psycho-social variables in the first FL model, which is
achieved on the second one, highlights the relevance on research concerning psychological
dimensions of FL. Aiming the development of this field, this work presents the protocol for the fisrt
stage of FOODLIT-PRO.
Keywords: FOODLIT-PRO, food literacy, conceptual models, protocolo
63
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
A andropausa é caracterizada pela diminuição dos níveis de testosterona, que tende a afetar a saúde
física e mental dos homens, nomeadamente, com o aparecimento de sintomas como sejam: como a
diminuição de ereções matinais, diminuição da libido e diminuição da massa corporal. O objetivo
deste estudo foi avaliar a frequência e intensidade de sintomas de andropausa relacionando-a com a
auto imagem. A amostra, de conveniência pelo sistema bola-de-neve, foi de 150 participantes, do
sexo masculino, com 40 ou mais anos, (M = 51,95; DP = 8,154). Os instrumentos utilizados foram
um questionário sociodemográfico, um inventário de sintomas de meia-idade e um questionário de
autoimagem que estão inseridos no protocolo do projeto EVISA (Experiências de Vida | Saúde na
Idade Adulta). Os resultados obtidos não demonstraram associação significativa da frequência e
intensidade dos sintomas de andropausa entre os sujeitos mais novos e os sujeitos mais velhos.
Relativamente à frequência e intensidade de sintomas e autoimagem verificou-se correlação
significativa inversa entre a Satisfação e o Peso, ou seja, quanto maior o peso menor a Satisfação.
Comparando os sujeitos mais novos e os sujeitos mais velhos não há associação significativa de
frequência e intensidade dos sintomas de andropausa. Existindo, uma correlação inversa entre a
Satisfação e o Peso dos sujeitos.
Palavras-chave: sintomas, andropausa, autoimagem, meia-idade
64
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
A adição à internet e o uso problemático da internet são os termos mais recorrentes na literatura,
onde se expõem critérios bem definidos, aceites e avaliados em diferentes amostras em todo o
mundo para o reconhecimento do uso excessivo da internet como uma dependência. Os dados em
amostras portuguesas de jovens, considerados a geração cordão (Patrão, 2017) (entre os 12 e os 30
anos) apontam para um cenário preocupante de cerca de 25% com adição à internet, sobretudo dos
jogos online e das redes sociais. Apresenta-se um protocolo de avaliação mista (individual e
familiar) na consulta de dependências online. Reuniram-se um conjunto de escalas de acordo com a
revisão da literatura na área das dependências online, que já foram testadas e validadas para
amostras portuguesas, sobretudo na área das dependências online. Apresenta-se um duplo protocolo
de avaliação, para o jovem e para a família, que inclui avaliação das variáveis indicadas na revisão
da literatura como mais significativas. Avaliam-se os comportamentos online, as dependências
online, o humor, o isolamento social, o sono, o funcionamento familiar e os traços de personalidade.
Debate-se a importância da avaliação e intervenção mista (individual e familiar) e da necessidade de
realizar diferentes momentos de avaliação ao longo da intervenção.
Palavras-chave: geração cordão, dependências online, avaliação, intervenção individual,
intervenção familiar
A adolescência é marcada pela busca da identidade, o que inclui a sexualidade e, em muitos casos, a
vivência da gravidez precoce, fenômeno de saúde pública. O objetivo deste estudo foi analisar as
vivências da gravidez em adolescentes de Cacoal/Rondônia. Pesquisa qualitativa e exploratória,
aprovada por Comitê de Ética, com amostra de 4 adolescentes grávidas entre 15 a 17 anos, com
coleta e tratamento por análise de conteúdo. Identificou-se as reações diante da gravidez
(sentimentos de tristeza, rejeição, decepção, surpresa e alegria), preocupação dos familiares
referentes a pouca idade das jovens para se tornarem mães de forma abrupta, entretanto, ocorreram
as redes de apoio oferecidas pela família, cônjuge e sociedade. Além das mudanças corporais,
ocorreram outras nos modos de pensar e evidenciou-se que não houve falta de informação sobre
sexualidade e meios de prevenção diante da gravidez. As adolescentes definiram a gravidez na
adolescência como um empecilho, algo precipitado ou até mesmo um evento normal, não
apresentando um projeto de vida efetivamente articulado. As adolescentes vivenciam múltiplos
sentimentos e experimentam momentos de vulnerabilidade psicossocial, podendo desenvolver
problemas de saúde mental, o que pode ser minimizado através de um bom suporte social,
especialmente da família, com recomendação de acompanhamento de profissionais de saúde, em
especial pelo psicólogo.
Palavras-chave: gravidez, adolescência, sexualidade, suporte social, saúde mental
65
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
66
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
A procura dos serviços de saúde pelos adolescentes é inferior ao desejável para a promoção e
manutenção da saúde, à qual os profissionais de saúde não podem ficar alheios face à prevalência
dos comportamentos de risco e porque os padrões de utilização dos serviços tendem a manter-se na
idade adulta. A literatura tem vindo a reconhecer a importância das suas ideias mas, em Portugal,
ainda sabemos pouco sobre o que pensam os jovens sobre estas questões. Pretendeu-se conhecer e
analisar as ideias e preferências dos adolescentes sobre os profissionais e os serviços e saúde com o
foco nas suas experiências em cuidados de saúde. Neste primeiro estudo, exploratório e qualitativo,
que inclui um desenho metodológico misto, realizaram-se oito grupos de discussão: quatro focus
groups com 33 adolescentes e quatro nominals groups com 31, entre os 13 e 18 anos, a
frequentarem escolas públicas. Os dados foram analisados com recurso a análise de conteúdo. Do
conjunto de ideias e sentimentos destacaram-se apreciações positivas e negativas, com preferências
relativamente a condições dos serviços e particularmente a características e atitudes dos
profissionais. Os resultados informam da necessidade de mudanças nas práticas dos profissionais, e
reforçam a implementação das políticas de saúde, que se pretendem adequadas às suas necessidades
e preferências.
Palavras-chave: adolescentes, ideias, preferências, profissionais de saúde, serviços de saúde
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Carla Moleiro ([email protected])1, Luis Romano1,2 Vio et r o3, Anna Uziel4, & Alain Giami5
1
CIS-IUL – Centro de Investigação e Intervenção Social, ISCTE-IUL – Instituto Universitário, Lisboa, Portugal; 2Associação ILGA-
3 4
Portugal, Lisboa, Portugal; Faculdade de Medicina de Lisboa; Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
5
Brasil; Centre de Recherche en Epidémiologie et Santé des Populations, INSERM, Université Paris-Saclay, Saint-
Aubin, França
São diversas e cada vez mais visíveis as pessoas com comportamentos, experiências ou identidades
que desafiam de forma manifesta as expectativas sociais em relação ao género, incluindo pessoas
trans/transexuais, pessoas intersexo, e pessoas que se identificam fora do binarismo
masculino/feminino. Inclui ainda as experiências das pessoas cuja expressão de género ou
comportamentos são incongruentes com as expetativas sociais no que se refere ao género,
independentemente da sua orientação sexual ou identidade de género. A presente comunicação visa
apresentar um projeto internacional do estudo da s de e id d ni de esso s r ns e ortu
erá eit u ná ise siste áti d iter tur u i d e ortu entre e 0 o
o u o r ns n s i n i s io di s u n s e so i is erá t tr du ido o uestionário
desenvolvido pela equipa do Institut Nacional de la Santé et de la Recherche Médicale (INSERM
(parceiro Francês, coordenador) e a adaptação ao contexto português. Serão apresentados
brevemente os resultados de França e Brasil, estando os portugueses a ser recolhidos e e se
re i in r retende-se desen o er es de in or o e sensi i i o n áre do o te
dis ri in o o se no nero e n identid de de nero e es e i no esso s de si e
si o i e i n i en d id d ni de essoas Trans.
Palavras-chave: saúde sexual, transexualidade, identidades Trans, saúde pública, projeto
internacional
Teresa Medeiros ([email protected])1,2, Ana Cunha3, Cláudia Lima3, Vanessa Ponte3, Sheila Furtado4,
& José Mendes5
1
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade dos Açores, Ponta Delgada, Açores, Portugal; 2IPCDSH - Instituto de
Psicologia Cognitiva, Desenvolvimento Social e Humano, FPCE-UC - Faculdade de Psicologia da Universidade de Coimbra,
Coimbra, Portugal; 3Universidade de dos Açores, Ponta Delgada, Açores, Portugal; 4Fundação Gaspar Frutuoso, Universidade dos
Açores, Ponta Delgada, Açores, Portugal; 5INTELECTO – Psicologia & Investigação, Ponta Delgada, Açores, Portugal
Pretende-se conhecer a imagem corporal em adultos emergentes portugueses e contribuir para uma
melhor compreensão da imagem corporal positiva. Estudo quantitativo com 240 participantes, com
idade entre os 18 e os 25 anos, responderam a um protocolo online, constituído por um questionário
sociodemográfico, a escala Body Appreciation Scale (BAS) e a escala Body Shape Questionnaire
(BSQ) (v. Portuguesa de Filipa, Leal, Maroco, & Rosa, 2012). Ambos os instrumentos apresentam
bons índices de consistência interna e homogeneidade das variáveis (BSQ-KMO = 0,96 [X2(496) =
5720,54], = 0,97; BAS-KMO = 0,93 [X2(78) = 2084,33], = 0,94, existindo fortes níveis de
intensidade e associação negativa entre as dimensões unidimensionais. Encontraram-se diferenças
significativas entre o sexo e a perceção com a forma corporal. De ambos os sexos, o feminino é o
que apresenta imagem corporal menos positiva e maior preocupação com a forma corporal, tendo-se
verificado que a variável sexo é um possível preditor da preocupação com a forma corporal. Sendo
o desenvolvimento do adulto emergente e a construção da imagem corporal positiva processos
idiossincráticos, o estudo permite reforçar a fiabilidade de ambos os instrumentos numa amostra de
adultos emergentes, tendo-se verificado que apesar das diferenças estatisticamente significativas
entre os sexos, 75% dos participantes apresentam uma imagem corporal positiva e baixos níveis de
68
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
No presente estudo foi estudado o impacto que re u n i e intensid de de sinto s sso i dos
ndro us t n inti id de s tis o re ion , e satisfação sexual de homens portugueses
com mais de 40 anos. Trata-se de um estudo quantitativo e transversal. Uma amostra de 74 homens
portugueses o is de 0 nos res ondeu u roto o o de in esti o onstitu do e os
se uintes uestionários de uto- reen i ento: In entário de into s de ei -Id de ( into s
ndro us uestionário de Inti id de e tis o e ion (RDA uestionário de
tis o e u ( i de tent r eri u r u o i to dos into s de ei -Id de
so re inti id de s tis o re ion e s tis o se u or re i d s ári s re ress es
ine res ti s. Verificou-se ue t nto re u n i o o intensid de de sinto s sso i dos
ndro us t u i to ne ti o n inti id de n s tis o re ion e n s tis o se u
dos rti i ntes s resu t dos o tidos ontri ue r u e or o reens o do i to ue
re u n i e intensid de dos sinto s sso i dos ndro us t n inti id de s tis o
re ion e s tis o se u nu ostr de o ens ortu ueses Es er -se t o este
estudo s ient r i ort n i de identi i r e tr t r sinto s sso i dos ndro us ue oss
et r o ens o is de 0 nos d do o i to ne ti o ue estes sinto s t n u id de
de vida destes homens.
Palavras-chave: ndro us inti id de s tis o re ion s tis o sexual
O desemprego acarreta inúmeras consequências, não apenas para o indivíduo, mas também para a
sociedade (Sá, 2014). Em Portugal, o número de desempregados verificou um crescimento
continuado desde o início da crise financeira, em Março de 2008 (Caldas, 2013). Com este estudo
pretendeu-se analisar o impacto psicológico do desemprego na saúde mental, estudando
comparativamente indivíduos empregados e desempregados. Para o efeito delineou-se um estudo
quantitativo, com aplicação de metodologia de avaliação psicométrica e posterior testagem
estatística das hipóteses teóricas formuladas. Utilizou-se um questionário sociodemográfico e a
Escala de Depressão, Ansiedade e Stress (DASS-21) como indicador da saúde mental, que foram
aplicados a um total de 734 indivíduos, dos quais 137 estavam em situação de desemprego. Os
resultados obtidos demonstraram a existência de diferenças significativas entre desempregados e
empregados em termos de saúde mental, as quais foram estatisticamente significativos para a
depressão [t(683) = -2,76; p = 0,006] e para o stress [t(693) = -1,80; p = 0,072] acima do cut-off
(0,05). Estes resultados vão globalmente ao encontro da literatura que indica o desemprego, como
uma situação geradora de stress, que aumenta o risco de perturbação psiquiátrica (Catalano, 2009;
Chen, Li, He,Wu, Yan & Tang, 2012).
Palavras-chave: desemprego, saúde mental, stress, ansiedade, depressão
69
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Eva Diniz ([email protected])1, Paula Castro1, Andréa Bousfield2, Lúcia Campos1, & Sónia Bernardes1
1
ISCTE-IUL - Instituto Universitário de Lisboa, Lisboa, Portugal; 2UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina,
Brasil
O estatuto socioeconómico (ESE) dos pacientes influencia a atenção recebida pelos profissionais de
saúde: pacientes de baixo ESE são mais vulneráveis à desumanização, i.e., a negação de emoções
secundárias. Porém, pouco se sabe sobre os processos psicossociais no contexto das relações
enfermeira-paciente que conduzem à desumanização. O presente estudo teve como objetivos: (1)
explorar se as enfermeiras reconhecem o ESE de pessoas com dor, associando-as a profissões de
alto e de baixo ESE; e (2) perceber se as enfermeiras lhes associam atributos mais ou menos
desumanizantes em função do ESE. Participaram 50 enfermeiras que assistiram a dois vídeos de
pacientes do sexo feminino com dor crónica (de alto e baixo ESE) em movimento. Pediu-se às
participantes que caraterizassem a pessoa do vídeo com cinco palavras e lhes atribuíssem uma
profissão. Uma análise de similitude com o software IRaMuTeQ revelou que: (1) foram atribuídas
profissões pouco especializadas à pessoa de baixo ESE (e.g. operária); e mais especializadas às de
alto ESE (e.g. professora); (2) foram atribuídas emoções primárias e negativas (e.g. triste,
deprimida) à pessoa percebida como de baixo ESE, enquanto foram atribuídas emoções secundárias
e positivas (e.g. calma, bem-disposta) à de alto ESE. Os dados indicam a desumanização da pessoa
de baixo ESE pela atribuição de emoções primárias, ao invés de secundárias. Este resultado enfatiza
a importância de considerar os aspetos psicossociais na avaliação na dor.
Palavras-chave: estatuto socioeconómico, desumanização, dor, saúde
1
CEMRI - Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais, Universidade Aberta, Lisboa, Portugal
As migrações são uma realidade no mundo global onde sites, blogs e redes sociais são importantes
fontes de informação. A perceção individual do mundo está relacionada aos aspetos biológicos,
socioeconómicos, históricos e culturais do meio em que se vive e a informação obtida é interpretada
a partir do conhecimento e vivências individuais. O objetivo do estudo foi conhecer a influência da
internet nas migrações internacionais e a perceção da influência da migração na saúde de mulheres
brasileiras, migrantes e não migrantes. O estudo é transversal, quali-quantitativo e usou dois
inquéritos (migrantes e não migrantes) com perguntas fechadas e abertas, disponibilizado online
para leitores/as de um blog, divulgado através da partilha em redes sociais em 2015. Participaram
39 residentes no Brasil e 43 no exterior. A maioria tem 25-54 anos; ensino superior completo; 95%
das participantes pensa que a informação obtida na internet influencia na decisão de emigrar; 69,2%
das não migrantes e 55,8% das migrantes pensa que a migração não afeta a saúde e 32,6% das
migrantes sentiu alterações na saúde após a migração. Concluímos que a informação disponível na
internet pode influenciar a decisão de emigrar e as participantes têm diferentes perceções sobre a
saúde que têm e que poderão ter após a migração. Conhecer as motivações para emigrar e os
contextos socioculturais dos/as migrantes são fundamentais para um adequado processo de
adaptação, integração e boa saúde no país de acolhimento.
Palavras-chave: migração internacional, mulheres imigrantes, saúde dos migrantes, internet,
perceção
70
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Clemilson Sombrio Gomes ([email protected])1, Melpone Komnitski1, Luciana Kim Nishimura1, Luísa
Matos Antoniassi1, Solena Ziemer Kusma1, Leticia Reinhardt2, Carla Caron2, Mariane Louise Bonato2, Cloves
Amorim1, & Patrícia Martin1,2
1
PUCPR - Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, Paraná, Brasil; 2Secretaria Municipal de Saúde do Município de
Campo Largo, Paraná, Brasil
71
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
S DE EHEALTH
Intervenções de eHealth têm sido propostas para ultrapassar obstáculos da intervenção psicológica
relacionados com adesão, acessibilidade e custos. Este trabalho teve como objetivo descrever o
âmbito e diversidade das intervenções parentais para apoiar os pais nas tarefas relacionadas com a
saúde e a doença dos filhos, com recurso a tecnologias de informação. Foi realizada uma scoping
review com os seguintes critérios de inclusão: intervenções para apoiar os pais nos seus esforços de
promoção da saúde e adaptação a condições prolongadas ou crónicas dos filhos e na relação com os
serviços de saúde pediátricos; intervenções com recurso a tecnologias de informação; programas
totalmente baseados nas tecnologias ou que as usaram como adjunto da intervenção presencial;
estudos publicados em língua inglesa entre 2000 e 2017. Identificámos 119 programas com
objetivos universais e preventivos ou dirigidos para a gestão e adaptação a condições de saúde
graves e prolongadas. Uma diversidade de aplicações foi utilizada de forma criativa em
intervenções parentais. A maioria utiliza metodologias baseadas na evidência para promover a
autogestão, competências parentais específicas, feedback personalizado e apoio social. As
intervenções existentes sugerem a vantagem de introduzir as novas tecnologias neste domínio, mas
são necessários mais estudos para testar a eficácia comparativa destas intervenções parentais e dos
seus múltiplos componentes.
Palavras-chave: parentalidade, saúde, tecnologias de informação, intervenções, scoping review
72
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Marina Sousa ([email protected])1, Célia Barreto Carvalho1, Helena Moreira2, & Maria Cristina Canavarro2
1
Departamento de Psicologia, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade dos Açores, Açores, Portugal; 2Faculdade de
Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal
A publicação e disseminação de protocolos de revisão sistemática (PRS) tem sido muito defendida.
Os trabalhos de revisão sistemática sobre intervenções psicossociais para sobreviventes oncológicos
são numerosos, contudo, o acesso aos PRS que lhe são subjacentes é escasso. Este trabalho visa
apresentar um PRS sobre a eficácia das intervenções de suporte via telefone para sobreviventes
oncológicos. Este PRS pretende incluir estudos (RCT, NRCT, qualitativos, experimentais) dirigidos
a sobreviventes oncológicos (> 18 anos), independentemente do género, diagnóstico ou terapêutica
recebida, e que tenham recebido intervenção de suporte via telefone. Estudos publicados em inglês,
espanhol ou português, entre 2007 e setembro de 2017, serão pesquisados nas bases de dados
Medline, PsyINFO e Cochrane Central Register of Controlled Trials. O risco de viés será avaliado
pelo Cochrane Collaboration Risk of Bias Tool. Espera-se que este protocolo permita recolher
estudos capazes de traduzir a real eficácia destas intervenções ao nível da qualidade de vida,
adaptação e necessidades psicossociais, e o rigor metodológico das mesmas (instrumentos,
procedimentos, características da intervenção e condições de implementação). Este PRS,
metodologicamente planeado, conferirá o devido rigor à revisão sistemática posterior e, de cuja
análise, poderá derivar o planeamento de uma intervenção com devido rigor metodológico.
Palavras-chave: protocolo, revisão sistemática, intervenções via telefone, sobrevivência
73
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
74
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
TECNOLOGIA E CIÊNCIAS
Uma tendência teórica vê a juventude como uma fase da vida em busca de aspectos mais uniformes
e homogêneos. Outra considera a juventude como um conjunto social em que a característica mais
importante é a de ser formada por jovens em distintas situações sociais, variando em termos de
reprodução de gênero, de raça, de classe social. Nessa última vertente, transição dos jovens para a
vida adulta está pautada por desigualdades sociais, em relação à divisão sexual do trabalho e à
condição social dos jovens, que acabam por reproduzir as classes sociais, o que, no entanto, não
homogeneíza o grupo, pois há diversos processos sociais que devem ser considerados, entre os
quais, o uso de drogas. Foi realizada uma pesquisa de enfoque qualitativo e transversal, com 11
jovens de ambos os sexos de 18 a 24 anos, com o uso de entrevistas em profundidade e análise de
discurso crítica. Os/as jovens são ambivalentes em relação ao uso de drogas, distinguindo entre o
uso recreativo e a dependência e adição. Existe uma tendência a considerar que a legalização das
drogas seria benéfica. As moças, mais que os rapazes vêem maiores prejuízos à saúde no uso das
drogas. Os desafios e pressões sobre o comportamento dos jovens são distintos entre homens e
mulheres, as feminilidades e as masculinidades. Os perigos sobre a saúde, em função dessa
diferenciação são mais marcantes para os rapazes.
Palavras-chave: juventude, gênero, consumo de drogas, saúde
75
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
El aumento de los actos antisociales y delictivos ha afectado todo el tejido social, especialmente en
niños y adolescentes. Evaluar la política pública brasileña sobre la delincuencia juvenil (el
documento Sistema Nacional Socioeducativo - SINASE y los discursos de expertos), según los
aportes de Psicoanálisis de D. W. Winnicott. Investigación Cualitativa de Tesis Doctoral: (a)
Procedió a una revisión de las teorías sobre la delincuencia juvenil; (b) del documento SINASE; (c)
de discursos de seis expertos en política pública y (d) de la obra de D. W. Winnicott. Entre los
expertos hay argumentos a nivel biológico, nivel psicológico (modelos identificacionales negativos
y afirmación de identidad y de autonomía), y social (La violencia misma, debilitamiento
institucional y falta de valores éticos, desigualdad socio económica y padrones de consumo,
políticas publicas deficientes y criminalización ideológico-cultural); El documento SINASE
subraya a la categoría biológica, no presentó ningún factor social ni tampoco una articulación de
elementos psicológicos. En el documento SINASE y los discursos de expertos, se considera la
dimensión psicológica como una forma superficial y periférica, pero se identificó en D. W.
Winnicot, la existencia de un continuum bio-psiquico-social para el origen y tratamiento por actos
antisociales y de la delincuencia juvenil.
Palabras-clave: Delincuencia juvenil, D. W. Winnicott, Psicoanálisis, Política pública, Niñez y
adolescencia
Ana Claudia Ferreira ([email protected])1, Ana Maria Moser1, & Cloves Amorim1
1
PUCPR - Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, Paraná, Brasil
A qualidade de vida do idoso está ligada ao controle de sua saúde dentro de suas contingências.
Objetivou-se correlacionar qualidade de vida com a frequência de comportamentos de
automedicação em idosos da comunidade. O presente estudo é de abordagem qualiquantitativa, de
corte transversal e de caráter exploratório. Participaram 30 idosos, com idades de 65 a 80 anos,
sendo 21 do sexo feminino e 9 do sexo masculino.16 são casados; 11 viúvos e 3 divorciados.
Aplicou-se um questionário sóciodemográfico e outro com 18 questões a respeito da saúde e do
comportamento de automedicação. Utilizou-se a análise do discurso do sujeito coletivo (DSC) para
os dados qualitativos. Quanto a doenças presentes, 14 participantes são hipertensos, 8 apresentam
diabetes e 6 com doenças cardiovasculares. Os resultados dos questionários aplicados, revelam que
28 idosos tomam algum medicamento prescrito pelo médico, e os outros 2 não. 23 idosos tomam
algum medicamento prescrito pelo médico, 4 por vizinhos; 4 por familiar; 3 por amigo; 2 por
farmacêutico; 2 por conta própria. Esses dados sugerem falseamento das respostas pelo mecanismo
da desejabilidade social. A amostra apresentou elevada qualidade de vida, portanto não se encontrou
correlação entre a possível conduta de automedicação com a qualidade de vida percebida.
Entretanto o lócus de controle externo foi identificado como o principal mecanismo presente.
Palavras-chave: qualidade de vida, locus de controle, envelhecimento, automedicação
76
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
A sexualidade assume elevada importância na saúde (Diamond & Huebner, 2012; Neto & Pinto,
2015; Sánchez-Fuentes, Santos-Iglesias, & Sierra, 2014), estando as relações íntimas associadas à
saúde mental (Alferes, 2010). Novas configurações conjugais têm emergido, sendo o swing um
estilo de vida em expansão (Konvalina- Simas, 2012; Viwatpanich, 2010). Com o tempo vai
surgindo nos casais um desinvestimento romântico, que consiste num dos maiores obstáculos em
terapia (Barry, 2010). O presente estudo, com desenho transversal, procurou compreender como é
assumido o swing, comparando casais swingers (SW) e não swingers (NSW) ao nível do amor e da
sexualidade. A amostra, recolhida de forma não probabilística de propagação geométrica, abrangeu
51 casais (n = 102) em relação heterossexual, sendo 12 SW e 39 NSW. Cada sujeito respondeu a um
questionário sociodemográfico, à Escala do Amor Triangular de Sternberg e ao Questionário
Satisfação com Relacionamento Sexual. Os SW apresentaram mais amor e satisfação sexual. Foram
igualmente apontadas diferenças de género e correlações ao nível da satisfação sexual, do amor e de
variáveis biopsicossexuais. Concluiu-se que enquanto os NSW são mais conservadores e guiados
pela normatividade monogâmica, os SW, contrariando scripts vigentes, obtêm ganhos
psicossexuais. O swing parece deter um saliente papel na detenção do desinvestimento romântico.
Por fim, discutem-se limitações e contributos da investigação e, ainda, recomendações para estudos
futuros.
Palavras-chave: swing, amor, satisfação sexual, desinvestimento romântico
Lisa Matos ([email protected])1, Monica Indart2, Crystal Park3, & Isabel Leal1
1
WJCR - William James Center for Research,I SPA - University Institute, Lisbon, Portugal; 2Graduate School of Applied and
Professional Psychology, Rutgers University, New Brunswick, New Jersey, USA; 3Department of Psychological Sciences,University
of Connecticut, Storrs, Connecticut, USA
Refugees are survivors of persecution and multiple, violent traumatic events, including war and
torture. Despite severity of trauma, a growing body of literature suggests that survivors of refugee
trauma experience positive psychological adjustment and perceived growth, thus achieved through
meaning-making efforts that enable individuals to return to or exceed previous levels of
psychological functioning. To date, meaning-making research has focused almost exclusively on
single-event, personal disruptions and cognitive reappraisals in Western individuals, with very few
studies focusing on survivors of cumulative, collective traumatic experiences in non-Western
populations. Our aim is to conduct a literature review of empirical research on meaning following
re u ee tr u nd out ine re u ees’ e nin -making strategies in the context of psychological
adjustment and posttraumatic growth. Our findings indicate a scarcity of studies in refugee trauma
literature specifically dedicated to investigating the construct of meaning. It remains unclear how
t e e tre e n ture o re u ee tr u e ts sur i ors’ e nin -making processes and outcomes,
the role culture and community play on meaning, and the impact of re u ees’ ourneys to ind
meaning on postdisplacement psychological adjustment. Given the current findings, it is crucial to
e ore re u ees’ e nin -making efforts as a first step in understanding how survivors achieve
posttraumatic growth and adjustment.
Keywords: refugee, meaning, psychological adjustment, trauma
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
MINDFULNESS
Victoria Grassi Bonamigo ( [email protected]) 1, Clemilson Sombrio Gomes2, Mariana Arent1, Talita
Perboni1 Cloves Amorim2, Walkyria Busato Will2, Bruna Assis de Almeida3, Pedro André Kowacs1, Ricardo Ramina1,
& Samanta Rocha1
1
INC - Instituto de Neurologia de Curitiba, Curitiba, Brasil; 2PUCPR - Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Paraná, Brasil;
3
Universidade Tuiuti do Paraná, Paraná, Brasil
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
/BRASIL
Sara Martinho ([email protected])1, Carla Moleiro1, Melanie Vauclair1, & Emee Estacio2
1
CIS-IUL – Centro de Investigação e Intervenção Social, ISCTE-IUL – Instituto Universitário, Lisbon, Portugal; 2Keele University,
Newcastle, United Kingdom
Microaggressions are everyday verbal and nonverbal indignities, promoted intentionally or by well-
intentioned people, that communicate negative messages towards social minorities.
Microaggressions have been studied in the healthcare setting by focusing mostly on its effects on
patients. However, microaggressions can also be directed against healthcare professionals who
belong to a social minority. Since many of these issues remain to be addressed, this project will
conduct qualitative studies to explore and describe manifestations of microaggresions against social
minority healthcare professionals and quantitative studies to examine how these professionals deal
with and manage microaggressions from patients and colleagues. The present study will provide
directions for microaggression research by developing an intersectional framework with scientific
relevance for Social Psychology: it will illuminate how and what sort of microaggressions occur
and what the consequences are for the health care system at different levels of analysis (individual
consequences for the healthcare professional, team/work climate, health care system, and ultimately
perceived quality of patient care). It will contribute to a better knowledge of these subtle forms of
discrimination in the health care setting with applied implications, affording the promotion of safe
work practices and for the benefit of health care policies.
Keywords: microaggressions, social minorities, healthcare professionals, discrimination
79
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
O mobbing constitui um importante risco psicossocial nas organizações de saúde, devido às suas
consequências devastadoras a nível individual, organizacional, social e financeiro.
A nível individual a duração excessiva ou a magnitude do mobbing pode conduzir a patologias
graves, como transtornos psíquicos. A elaboração deste estudo sustenta-se na elevada importância
do fenómeno. Esta investigação tem como objetivo geral avaliar a existência de condutas de
mobbing e identificar medidas preventivas do mobbing nos enfermeiros do Centro Hospitalar Cova
da Beira (CHCB). Investigação de natureza quantitativa, carácter descritivo, correlacional e
natureza transversal. A mostra foi não probabilística acidental, constituída por 218 enfermeiros que
exercem funções no CHCB. Utilizou-se a Escala de Avaliação de Condutas de Mobbing. Os
resultados revelam que 92,2% dos enfermeiros inquiridos experimentaram pelo menos uma conduta
de mobbing, sendo que em média os enfermeiros sofrem 12 condutas de mobbing, com uma
intensidade fraca. Os superiores valorizam o desempenho e a satisfação profissional estão
relacionadas de forma significativa com a presença de mobbing. As variáveis preditoras do mobbing
são a satisfação profissional e os superiores valorizam o desempenho. Os enfermeiros propõem
medidas preventivas do mobbing, tais como: medidas organizacionais, pessoais e sociais.
Palavras-chave: Mobbing/assédio moral, causas, consequências, prevenção
1
ISPA- Instituto Universitário, Lisboa, Portugal; 2Promoting Human Potential Research Group, ISPA - Instituto Universitário, Lisboa,
Portugal
Huta & Ryan (2010) sustentam que o comportamento humano, e consequentemente o bem-estar
mental (BE), é motivado pela busca do prazer e conforto (orientação hedónica) e/ou pela procura de
usar e desenvolver o melhor potencial da pessoa (orientação eudemónica). Estes diferentes motivos
on i ur odos de id distintos: “ id o et ” “ id i ” “ id ed ni ” e “ id
eude ni ” u nto is re e ere oti os ed ni os e eude ni os maior é o nível de BE e
quanto menos expressivos forem estes motivos menor é o BE. Pretende-se identificar as associações
entre os diferentes modos de vida e os resultados de florescimento (Seligman, 2011), saúde, emoção
negativa e solidão. Utilizaram-se as versões portuguesas do Hedonic and Eudaimonic Motives for
Activities: the Revised Scale (HEMA-R) (Huta, 2016) e do PERMA Profile (Butler & Kern, 2016).
Participaram 231 pessoas (M = 34,36 anos; DP = 9,83; [19-66]), das quais 91,3% mulheres. Os
resultados revelam que 40,4% apresentam um modo de vida vazia, 30% uma orientação de vida
completa, 15,2% são eudemónicos e 13,9% são hedónicos. Verificaram-se correlações
significativas, positivas e moderadas entre a vida completa e o florescimento, correlações positivas
e fracas entre a vida eudemónica e o florescimento; e correlações moderadas e negativas entre a
vida vazia e o florescimento. Houveram ainda correlações significativas fracas com a saúde e com a
emoção negativa. Investigações futuras devem explorar o papel dos motivos hedónicos e
eudemónicos para as atividades nos modelos de florescimento atuais.
Palavras-chave: motivos hedónicos, motivos eudemónicos, modos de vida, bem-estar,
florescimento
80
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Os estudos em Psicanálise, atualmente têm evidenciado que os trabalhos científicos neste campo
podem integrar diversas temáticas investigativas, para além do setting tradicionalmente clínico,
englobando também o cenário social mais amplo. Neste sentido, as reflexões críticas levantadas
neste trabalho se direcionam a circunscrever alguns aspectos que incidem sobre o processo de
desenvolvimento emocional de jovens da periferia brasileira. Assim, busca-se trazer à cena uma
parcela da população que por vezes é pouco reconhecida em suas necessidades emocionais e
também em suas potencialidades. As discussões foram desenvolvidas ao longo da produção do
trabalho de Dissertação de Mestrado da primeira autora. Considerou-se importante reconhecer que a
qualidade do ambiente, as relações interpessoais estabelecidas com os pares e a presença positiva de
figuras de identificação, tendem a contribuir para a estruturação da identidade juvenil, justamente
em uma fase em que se busca a autonomia e autoafirmação. Além disso, vale ressaltar o valor
atribuído à cultura, como via facilitadora de integração e transformação pessoal. Assim, na referida
pesquisa, evidenciou-se a função da música, particularmente o rap, como recurso pelo qual os
jovens podem se apropriar de suas vidas, a fim de manifestar e ressignificar sentimentos,
inquietudes e perspectivas, a partir de uma experiência criativa e autêntica.
Palavras-chave: psicanálise, juventude, desenvolvimento emocional, identidade, cultura
Katruccy Tenório Medeiros([email protected]) 1, Silvana Carneiro Maciel1, & Joana Dias Alexandre2
1
UFPB - Universidade Federal da Paraíba, Paraíba, Brasil; 2Departamento de Psicologia Social e das Organizações, ECSH – Escola
de Ciências Sociais e Humanas, ISCTE-IUL – Instituto Universitário de Lisboa, Lisboa, Portugal
A problemática das drogas no público feminino tem sido alvo de preocupação no campo da saúde
em diversos países. À luz da Teoria das Representações Sociais, objetivou-se conhecer as
representações sociais acerca da mulher toxicodependente por universitários luso-brasileiros.
Pesquisa qualitativa, exploratória e com amostragem intencional. Participaram 50 estudantes com
idades entre 18 e 40 anos, a maioria do sexo feminino (57%) e provenientes de universidades
localizadas nas cidades de João Pessoa-PB e de Lisboa. Utilizou-se a Técnica de Associação Livre
de r s o o est u o “ u er to i ode endente” e n is d rtir do software
IRAMUTEQ, por meio da análise de similitude. Os resultados indicam a existência de dois eixos de
significados acerca da mulher toxicodependente entre os universitários das duas nacionalidades.
Para os brasileiros vincula-se à ideia de vulnerabilidade e de exclusão social por meio dos conceitos
“dro d ” e “ u nerá e ” e entre os ortu ueses i ur d u er to i ode endente re eu
indissociável dos ter os “dro ” e “doen ” e iden i ndo e e entos de u u dro to i o de
dependência. Esses dados refletem como esse fenômeno se manifesta de acordo com as normas
sociais de cada cultura, tendo as representações depreciativas e também patologizantes, impacto no
processo de construção de identidades dessas mulheres, reforçando estigmas e a perpetuação de
preconceitos, dificultando sua reabilitação.
Palavras-chave: mulheres toxicodependentes, gênero, drogas, representações sociais
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
1
ICBAS - Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto, Porto, Portugal; 2CA50+ - Centro de Atendimento
cinquenta mais, ICBAS - Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto, Porto, Portugal; 3CINTESIS -
Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, ICBAS- Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade
do Porto, Portugal
NECESSIDADES P
-
Marina Sousa ([email protected])1 i rreto r o1, Helena Moreira2, & Maria Cristina Canavarro2
1
De rt ento de si o o i u d de de i n i s o i is e u n s ni ersid de dos ores, Ponta Delgada, Portugal;
2
E - u d de de si o o i e de i n i s d Edu o, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal
Apesar da avaliação de necessidades psicossociais no âmbito da doença oncológica (DO) ser uma
linha de investigação recente, a sua integração nas rotinas de prestação de cuidados aos
sobreviventes tem sido muito defendida. Os Açores são uma região insular, onde a deslocação de
doentes a outras zonas da Região e/ou do país, para realizar tratamentos er ne e u re id de
Isto re e ontri uir r o u ento de ne essid des si osso i is ue se nt s o re resso
e i o e o t r ino dos tr t entos. O presente estudo surge como um estudo piloto de avaliação
de necessidades psicossociais dos so re i entes ori nos ostr in uirá u ru o de 00
so re i entes du tos ori nos ( nos os u is será i do u roto o o de i o
misto (medidas quantitativas e qualitativa). Os dados quantitativos serão analisados através de
asso i es entre riá eis e ná ise u ti ri d e os d dos u it ti os tr s d ná ise de
onte do Es er -se ue de ido insu rid de, os resultados encontrados apresentem
especificidades diferenciadoras dos observados noutras regiões, os quais poder o orient r u
osterior inter en o ue onsi er e s ne essid des en ontr d s Este estudo oderá
contribuir para aprofundar a compreensão das necessidades psicossociais do sobrevivente açoriano
e das particularidades da vivência da DO na Região.
Palavras-chave: necessidades psicossociais, sobrevivência, Região Autónoma dos Açores
82
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
“ ” PSICOLÓGICA E SAÚDE
MENTAL NA AMAZÔNIA
Erick Rosa Pacheco ([email protected])1,2, Mylena Socorro de Sousa1,2, & Lívia Cristinne Costa1,2
1
IESPES - Instituto Esperança de Ensino Superior, Santarém, Pará, Brasil; 2ABRAPSO- Associação Brasileira de Psicologia Social-
Núcleo Santarém, Pará, Brasil
Juliana Campos ([email protected])1, Moema Santana1, Adrielly dos Santos1, & Wanderson da Silva1
1
Department of Food and Nutrition, School of Pharmaceutical Sciences, São Paulo State University, São Paulo, Brazil
Verify the discriminatory capacity of different methods of obtaining Body Mass Index (BMI) for
classifying nutritional status in students. Participants were 356 students (71.6 % female). Height
and weight were self-reported and measured. The Figure Rating Scale (FRS) was applied using two
methods: i. original method, ii. alternative method (figures on paper in ascending order
simultaneously). Prevalence of underweight, normal weight and overweight/obesity were estimated.
Concordance between BMI was estimated (Intraclass Coefficient Correlation - ICC). To evaluate
the discriminatory capacity of the different methods, a ROC curve was produced and its area
estimated (AUROC; Z test). The FRS (alternative method) overestimated BMI and the prevalence
of underweight and overweight/obesity. Concordance between reported and collected measurements
was excellent (ICC = .95) and with the FRS was acceptable (ICC = .63-.71). The discriminatory
capacity of reported measurements (AUROC = .85-.88) was adequate to all nutrition status. FRS it
was found adequate discriminatory capacity to both underweight (AUROC = .77-.85) and
overweight/obesity (AUROC = .77-.82). There was no significant difference in the discriminatory
capacity for underweight and normal weight when using the original or alternative FRS. Reported
measures showed excellent concordance with those collected and could be a viable alternative.
Keywords: body mass index, nutritional status, anthropometry, ROC curve
83
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Walkyria Busato Will ([email protected])1, Julianna Rodrigues Beltrão, & Cloves Amorim1
1
PCPR - Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Paraná, Brasil
O presente trabalho tem como objetivo abordar a questão do despertar doloroso diante das forças
ocultas e reprimidas que surgiram durante a psicoterapia psicanalítica, se opondo desta forma ao
tratamento. Pontua as dificuldades encontradas em um atendimento de um paciente obeso que
procurou ajuda para lidar com a sua compulsão alimentar, a sua busca incessante por um corpo ideal
em atendimento às exigências narcísicas. E revela a tentativa de uma aproximação mais verdadeira
consigo próprio, indo ao encontro de sua subjetividade, que permitiu, assim, às infinitas
possibilidades, inclusive de mudança psíquica, sem atribuir ao exterior a solução de todas as suas
dificuldades psíquicas.
Palavras-chave: obesidade, compulsão alimentar, mudança psíquica
Dur nte do es n i o ris o de desen o i ento de o ort entos i ent res ertur dos
e e do Este estudo retendeu n is r s di eren s entre nsied de de ress o, stress
re u n i d s re ei es e i e ins tis o o i e or or e un o do nero do
ru o de eres ( r eres e s eres e dos rit os de tur o; identificar os preditores do
84
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
, FANTASIA
Otávio Ribeiro Lago Netto ([email protected]) 1, Daniela Rodrigues Goulart Gomes2, & Thauany Martins
Viana3
1
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista, Bahia, Brasil, ; 2Universidade Federal da Bahia, Vitória da
Conquista, Bahia, Brasil; 3Faculdade Maurício de Nassau, Vitória da Conquista, Bahia, Brasil
O impacto dos determinantes sociais sobre a saúde tem sido alvo de interesse em diversas
disciplinas. Contudo, a saúde e o bem-estar das pessoas com deficiência têm sido abordados ao
longo do tempo, sobretudo, sob um ponto de vista individual e médico. Este estudo pretende
analisar o impacto de variáveis socioeconómicas (e.g., desigualdades, inflação, esperança média de
vida, políticas sociais) na saúde e no bem-estar das pessoas com deficiência. Através de uma análise
multinível com dados de 27 países europeus (European Social Survey), verificamos os efeitos de
85
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
variáveis socioeconómicas (e.g., PIB, índice de Gini, taxa de desemprego, legislação em assistência
pessoal) na perceção de saúde, felicidade e satisfação com a vida das pessoas com deficiência. Para
além disso, comparamos estes resultados com os das pessoas sem deficiência e com os de outros
grupos socialmente discriminados (e.g., raça, etnia). Os resultados iniciais sugerem que condições
socioeconómicas mais ad ers s t u i to ne ti o no e -est r d s esso s o
de i i n i e ue este ru o is et do or ess s ondi es do ue s esso s se de i i n i e
do que outros grupos minoritários. Pretende-se ainda analisar o papel atenuante (moderador) da
Assistência Pessoal nesses efeitos. Os resultados deste estudo contribuem para o conhecimento
acerca do papel dos determinantes sociais na qualidade de vida das pessoas com deficiência, e ao
mesmo tempo para o desenvolvimento de intervenção e políticas sociais.
Palavras-chave: determinantes da saúde e do bem-estar, pessoas com deficiência, assistência
pessoal
Este estudo aborda o impacto psicológico decorrente da realização dos testes pré-sintomáticos
(TPS) numa amostra de indivíduos (n = 646) que realizaram o teste para doenças
neurodegenerativas de início tardio. Este estudo transversal divide-se em duas fases: (1) Impacto
psicológico a curto-prazo, retrospetivo, a partir dos registos e (2) médio e longo prazo, realizado
num só momento de recolha de dados (há mais de 3 anos após o TPS), aos mesmos indivíduos. A
curto prazo, as médias de ansiedade, depressão e índices psicopatológicos, baixaram do momento
pré-teste para os momentos posteriores à comunicação do resultado. Verificou-se a mesma
tendência a médio/longo prazo, comprovando a ausência de valores tradutores de impacto
psicológico negativo. Comprovou-se que a perturbação emocional pode acontecer somente com a
86
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Cristofthe Jonath Fernandes ([email protected])1, Aluísio Ferreira de Lima1, & Pedro Santos Oliveira1
1
Departamento de Psicologia, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza/ Ceará , Brasil
O consumo de produtos derivados de tabaco é um problema de saúde pública que se inicia cada vez
mais cedo. A prevalência entre adolescentes é de 10% e entre os motivos de uso estão dificuldades
nas relações interpessoais que podem levar ao isolamento social. Este trabalho investigou a
presença do isolamento em adolescentes que utilizaram produtos derivados de tabaco (cigarro e
narguilé) comparando com não fumantes. Participaram desta pesquisa 1649 adolescentes, de ambos
os sexos, com idade entre 14 e 17 anos(M = 16,11; DP = 1,03), cursando ensino médio e que
responderam um questionário sociodemográfico, para separar os adolescentes nos grupos de análise
(fumantes e não fumantes), e à Escala Matson de Habilidades Sociais (MESSY) que investiga
87
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
habilidades sociais e fornece dados sobre isolamento. Os resultados do MESSY são caracterizados
como muito baixo, baixo, alto e muito alto. Os dados foram analisados pelo SPSS. Adolescentes
que utilizaram cigarro apresentam um alto nível de isolamento quando comparados aos adolescentes
que nunca utilizaram. Entre os usuários de narguilé, o isolamento foi caracterizado como baixo. A
presença de isolamento indica a necessidade de ações para desenvolvimento de habilidades sociais e
da competência social em programas de prevenção ao uso de tabaco por adolescentes. Outros dados
sobre diferenças entre fumantes e não fumantes em características de habilidades sociais ainda estão
sendo analisadas para garantir dados eficazes para a prevenção.
Palavras-chave: adolescentes, uso de tabaco, isolamento, prevenção
Apesar dos esforços para compreender os fatores psicossociais associados à doação voluntária de
sangue, pouco se sabe sobre as barreiras para a doação em diferentes contextos. O presente estudo
investigou o medo de sangue, injeções e reações vasovagais e suas associações com a atitude e
prática da doação de sangue e variáveis sociodemográficas em uma amostra ampla e representativa
de usuários de atenção primária à saúde de um município brasileiro. Tratou-se de estudo transversal
com amostragem aleatória estratificada coletada em 12 unidades de saúde de Ribeirão Preto, São
Paulo. Utilizou-se a Escala de Medo de n ue e In e o (“ edo de in e es e er ” I
"desmaio devido ao medo de injeções" [DMI] e "medo do sangue em geral" [MSG]), validada para
a amostra do estudo. As associações foram avaliadas por meio de modelos de regressão de Tobit e
árvores de decisão. Um total de 1,055 usuários participaram (79,7% mulheres; média de idade: 40,6
anos; DP = 15,2) e 63,4% nunca doaram sangue. Maiores escores médios nos 3 fatores do medo
foram observados entre aqueles que nunca doaram e que não pretendem doar sangue. O gênero e
MSG são as variáveis que melhor discriminam os doadores e os não doadores na amostra.
Concluindo, as associações do medo de sangue, injeção e reações vasovagais com a atitude, prática
e dados sociodemográficos reforçam que aspectos específicos do medo possam ser importantes
barreiras para a doação voluntária de sangue no Brasil.
Palavras-chave: medo, doação voluntária de sangue, saúde coletiva, sangue, injeção
Procura-se uma reflexão sobre as linhas de intervenção em Psico-Oncologia, a qual tem como foco
de atuação a análise do sujeito e o modo como este lida com a doença oncológica. Podem ocorrer
alterações em diversas vertentes - física, emocional, comportamental e social - que constituem
exigências de adaptação ao indivíduo doente e/ou à família e que traduzem espaços para a
intervenção psicológica. Salienta-se que a literatura comprova a presença frequente de sintomas
ansiosos, depressivos e a manifestação de perturbações de adaptação; assim como, a existência de
alterações significativas em diferentes domínios: alterações nas relações inter-pessoais; questões
relativas à dependência e independência; perturbações nas realizações e/ou aquisições; alterações da
imagem corporal-sexual e integridade; e, por fim, questões existenciais (Holland & Rowlland,
1990). Podemos considerar que a atuação da Psico-Oncologia respeita ao doente, à família e à
própria equipa de saúde e que o momento da intervenção pode verificar-se nas diversas fases da
doença, em função das fases de desenvolvimento do indivíduo e da família. As formas de
intervenção privilegiadas são o aconselhamento psicológico e/ou a psicoterapia e procuram prevenir
a disfunção psicológica reativa à doença, promover a adaptação, facilitar a adesão ao processo de
tratamento e a gestão dos efeitos secundários dos mesmos e mediar a comunicação junto da equipa.
Palavras-chave: psico-oncologia, doença oncológica, intervenção
1
ISPA - Instituto Universitário, Lisboa, Portugal; 2WJCR - William James Center for Research, ISPA - Instituto Universitário, Lisboa,
Portugal
A investigação na área do bem-estar mental (BE) tem demonstrado o papel fundamental dos fatores
hedónicos e eudemónicos (Henderson, Knight, & Richardson, 2013). Em consequência
desenvolveram-se modelos de BE integrados, como o modelo PERMA de florescimento
psicológico (Seligman, 2011), constructo caracterizado por cinco dimensões: emoção positiva,
envolvimento, relações positivas, significado e realização. Huta (2014) acentua a importância de
conhecer as orientações para as atividades, pois estas são preditores do comportamento, sendo mais
facilmente alvos de intervenção. Tem-se por objetivo avaliar o contributo das orientações hedónicas
e eudemónicas no BE e explorar o papel mediador do florescimento e da sáude nesta relação. Foram
utilizadas as versões portuguesas do HEMA-R (Huta, 2016), da Flourishing Scale (Silva &
Caetano, 2013) e do PERMA Profile (Butler & Kern, 2016). A amostra foi de 230 participantes,
idade M = 34,36 [19-66 anos], SD= 9.83; 91,3% mulheres. Os resultados revelam que o modelo de
mediação testado explica 74% da variabilidade no BE, quando considerada a orientação hedónica,
sem a dimensão do conforto (F = 200,6; p < 0,001) e 69,3% da variabilidade quando considerada a
dimensão eudemónica (F = 158,74; p < 0,001). Todos os efeitos foram significativos, exceto quando
considerado o conforto. Neste caso, apenas os efeitos indiretos e totais foram significativos.
Investigações futuras devem explorar o papel do conforto nos modelos de florescimento atuais.
Palavras-chave: orientações hedónicas e eudemónicas, bem-estar geral, florescimento, saúde
percebida, mediação
O estudo do mindfulness tem sido alvo de um crescente interesse no domínio da psicologia, pela sua
importância no aumento de bem-estar e redução de pensamentos automáticos. Os estudos realizados
acerca da forma como o mindfulness assume um papel preponderante no bem-estar psicológico dos
indivíduos, tendo por base um conjunto de competências ou aptidões que podem ser aprendidas e
praticadas, favorece uma melhoria da saúde e do bem-estar dos sujeitos. Deste modo, com o
objetivo de contribuir para o conhecimento da relação entre mindfulness e dificuldades sexuais,
realizámos um estudo com uma amostra de 924 sujeitos (644 mulheres e 277 homens) com o
objetivo de analisar os fatores preditores do personal distress nas dificuldades sexuais. Amostra foi
recolhida através das redes sociais. Os resultados mostram que o único preditor do personal distress
nas dificuldades sexuais dos homens foi a distração cognitiva baseada na performance e nas
mulheres foram os baixos níveis de mindfulness - agir com consciência e a distração cognitiva
baseada na performance. As mulheres apresentam níveis mais altos de personal distress do que os
homens.
Palavras-chave: dificuldades sexuais, personal distress, mindfulness, distração cognitiva
90
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Ieda Franken ([email protected])1, Clênia M. S. T. Gonçalves1, Ana P. M. da Costa1, Valéria L. de Araújo1, &
Bianca R.Sousa1
1
Departamento de Psicologia, Núcleo de Estudos em Psicologia Clínica e Psicodiagnóstico, UFPB - Universidade Federal da Paraíba,
Paraíba, Brasil
PARENTALIDADE GAY
Francis Anne Carneiro([email protected])1, Fiona Tasker2, Fernando Salinas-Quiroz3, Isabel Leal1, & Pedro
Alexandre Costa1
1
J - i i J es enter or ese r I - Instituto ni ersitário, Lisboa, Portugal; 2Department of Psychological
Sciences, Birkbeck University of London, Londres, Reino Unido; 3National Pedagogic University Mexico, Cidade do México,
Mexico
O presente estudo teve como objetivo identificar os principais resultados e as lacunas existentes na
literatura sobre os pais gays e bissexuais. Foi conduzida uma revisão sistemática e crítica da
literatura relevante sobre pais gays e bissexuais através de bases de dados eletrónicas e de listas de
referências de arti os u i dos t De e ro de 2016. Foram recolhidos 63 estudos cujas datas
variam entre 1979 e 2016. Destes estudos, mais de metade foram publicados após 2011 e a
esmagadora maioria destes foram conduzidos nos Estados Unidos. Foram identificados nove temas:
(1) Caminhos para a paternidade; (2) Motivações para a paternidade; (3) Experiências parentais e
educação dos filhos; (4) Vida familiar e qualidade das relações; (5) Género, identidades paternas e
papeis de género;(6) Revelação da identidade sexual; ( iente so i ( ust ento
si osso i dos is ( ust ento si osso i d s ri n s s esu t dos indi ue
in esti o so re ternid de y is etero ne do ue ternid de s i
ro e ente de ido ried de de aminhos existentes para alcançar a paternidade (co-
parentalidade, adoção, famílias de acolhimento ou gestação de substituição). As famílias
constituídas por pais gays e bissexuais estão a tornar-se mais visíveis na investigação relacionada
com a parentalidade LGBT. Tal, leva gradualmente a uma transformação da conceptualização do
conceito de parentalidade.
Palavras-chave: is ys is isse u is in os r rent id de i s n o-
91
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
1
FPCEUC - Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal; 2FPUL - Faculdade
de Psicologia da Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal; 3Indiana School of Nursing, Indiana University, Indiana, United States of
America
esti so i onstitui u dos rdos “in is eis” da epilepsia. Quando confrontados com
condições crónicas de saúde, as pessoas tendem a procurar informação relativa a outros
doentes/famílias que estejam a passar por experiências semelhantes, com consequências na forma
como se sentem e avaliam a sua situação. Os pais exercem uma influência crucial no modo como os
filhos percebem e lidam com a epilepsia. O presente estudo analisa o papel moderador da orientação
para a comparação social dos pais nas associações entre dimensões da gestão familiar da epilepsia
pediátrica (dificuldades na vida familiar e perspetiva sobre a vida diária da criança), e a perceção de
estigma reportada pela criança. O estudo (transversal) integra uma amostra de 201 díades de
crianças com epilepsia (8-20 anos), e um dos seus pais. Foram administrados os seguintes
questionários: Stigma Scale for Children (criança), Family Management Measure, Iowo-
Netherlands Comparison Orientation Scale, e uma ficha de dados sociodemográficos e clínicos
(pais). Os resultados revelaram associações significativas entre maiores dificuldades na gestão
familiar da epilepsia e/ou pior perspetiva sobre a vida do filho/a, reportadas pelos pais, e valores
mais elevados de estigma percebido pelas crianças, mas apenas quando os pais revelavam maior
orientação para a comparação social. Os nossos resultados são inovadores ao demostrarem que nas
famílias com pais com maior propensão para a comparação social, os seus filhos encontram-se em
risco acrescido de se sentirem estigmatizados.
Palavras-chave: epilepsia pediátrica, estigma em relação à epilepsia, díades crianças-pais,
orientação para a comparação social, gestão familiar da condição crónica de saúde
Silvia Nogueira Cordeiro ([email protected])1, Rebeka Pessoa Almeida1, & Carolina Miyazaki1
1
Departamento de Psicologia e Psicanálise do Centro de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Londrina
O período gravídico puerperal é crítico para saúde da mulher. Durante essa vivência a mulher passa
por transformações psíquicas que podem ser maturativas ou patológicas. Considerando que o parto
foi institucionalizado ao longo da história e que a utilização excessivas de intervenções médicas
podem afetar o estado emocional da mulher a Organização Mundial da Saúde preconiza ações
humanizadoras na assistência ao parto. O estudo promove a escuta do relato da experiência do
trabalho de parto, parto e pós parto das puérperas que passaram por parto natural e cirúrgico durante
a coleta de dados na maternidade do Hospital Universitário no Norte do Paraná, Brasil. Trata-se de
uma pesquisa de campo, de natureza qualitativa, de caráter descritivo. Os dados foram coletados por
observação e entrevistas semi-estruturadas, transcritas na integra. Por se tratar de dados
preliminares definiu-se o tamanho, até o momento, em doze participantes. A técnica utilizada foi
análise temática. Nos resultados preliminares recorreu na fala das mulheres a dor do parto,
apreensão em relação a capacidade de dar a luz e a saúde do bebê. As puérperas, em sua maioria,
não identificam práticas desumanizadoras, mesmo quando estas aparecem em seus relatos,
mostrando desconhecimento sobre a humanização do parto. Com os dados obtidos, pretende-se
potencializar ações que resultem em reduções de custos, melhor qualificação de profissionais e
qualidade na assistência e cuidado humanitário ao parto em benefício do binômio mãe-bebê.
Palavras-chave: Psicologia da Saúde, parto, humanização
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
-
- BRASIL
Victoria Keuffer Rettelbusch ([email protected]) 1, Juliana Miranda Dias1, Luciana Brandão2, Elenilson
Santos2, Kleber Oliveira2, & Ana Emília Carvalho2
1
Departamento de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade da Am ni e rá, Brasil; 2De rt ento de i n i s
io o i s e d de entro ni ersitário do Est do do rá e rá, Brasil
Sara Lima ([email protected])1, Fernanda Pereira1, Lurdes Teixeira1, Fátima Ribeiro1, Clarisse es1, &
Raquel Esteves1
1
Escola Superior de Saúde do Vale do Sousa, INFACTS - Instituto de Investigação e Formação Avançada em Ciências e Tecnologias
Saúde, CESPU – Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário, Gandra, Portugal
95
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
- - A ESPECIFICIDADE DA
FIBROMIALGIA
Bárbara Gonzalez1,2, Rosa Ferreira Novo3, Telmo Mourinho Baptista3, & Jaime Branco4
1
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Lisboa, Portugal; 2COPElabs, Universidade Lusófona de Humanidades e
Tecnologias, Lisboa, Portugal, 3FPCEUP - Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, Universidade de Lisboa, Lisboa,
Portugal; 4Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, Portugal
Cláudia Carvalho ([email protected])1, Joaquim Machado Caetano2, Lídia Cunha3, Paula Rebouta3, & Ted Kaptchuk4, &
Irving Kirsch4
1
ISPA - Instituto Universitário, Lisboa, Portugal; 2Nova Medical School - Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de
4
Lisboa, Lisboa, Portugal; 3Hospital de Egas Moniz, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental; Program in Placebo Studies, Beth Israel
Deaconess Medical Center, Harvard Medical School, Boston, Massachusetts, United States of America
O efeito placebo em particular na dor é sobejamente conhecido. Contudo é uma crença generalizada
de que os pacientes não podem saber que estão a tomar placebo e prescrever placebos
enganosamente é uma violação da ética. Realizámos um ensaio clínico controlado para investigar se
é possível prescrever placebos de forma ética em pacientes com lombalgia crónica; 83 adultos com
lombalgia crónica completaram o estudo. Durante três semanas metade continuou o tratamento
itu e to r di ri ente á su s de e o “ onesto” (i e s i ue est to r u
placebo) e metade prosseguiu o tratamento habitual. A intensidade da dor foi avaliada com recurso a
três escalas de classificação numérica de 0 a 10 pontos e a incapacidade relacionada com a
lombalgia foi avaliada através da versão portuguesa do Questionário de Incapacidade de Roland-
orris o r do o o ru o ue e en s o tr t ento itu o e o “ onesto”
provocou maior redução da dor (p = 0,001) e de incapacidade relacionada com a dor (p = 0,001). Os
resu t dos su ere ue d inistr o de e o “ onesto” ode ser ti n o i r ni e
que este pode ser administrado de forma ética. Este estudo foi publicado na revista cientifica PAIN
e está no TOP dos 25 artigos mais lidos em 2016. Foi largamente difundido nos media,
nomeadamente no The Times, New York Times, Nature, Expresso, Visão, etc.
Palavras-chave: e eito e o o i dor e o “ onesto”
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Diante do novo contexto da saúde mental, pautado pela Reforma Psiquiátrica, este estudo tem como
objetivo conhecer as representações sociais de profissionais da saúde mental e universitários acerca
do portador de transtorno mental, relacionando-as aos paradigmas de atenção à saúde mental
(biomédico e psicossocial). A amostra dessa pesquisa foi formada por 50 profissionais da saúde
mental e 50 universitários da área da saúde, em João Pessoa, Paraíba, Brasil. Para a coleta de dados,
foi usada a TALP (Técnica de Associação Livre de Palavras), com o estímulo doente mental. Os
dados foram analisados no programa Tri-Deux-Mots, por meio da análise fatorial de
correspondência. Os universitários representaram o doente mental ancorado no paradigma
biomédico, com ênfase na medicalização, na hospitalização e ideias mais preconceituosas; já os
profissionais ancoram suas representações nos preceitos da Reforma Psiquiátrica, pautada no
paradigma psicossocial, na inclusão e em menos preconceito. Atribui-se tais resultados a maior
convivência dos profissionais com os princípios da reforma e com os portadores de transtornos
mentais, sendo esta convivência geradora de mudanças das representações. Torna-se importante a
realização de inclusão social com o intuito de auxiliar a sociedade na compreensão mais realista e
menos estigmatizada dos portadores de transtornos mentais, com vistas a adesão ao paradigma
psicossocial e a reforma psiquiátrica.
Palavras-chave: transtorno mental, reforma psiquiátrica, paradigma, representação social, doença
mental
1
Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, Lisboa, Portugal; 2CEMRI - Centro de Estudos da Migrações e
Relações Interculturais, Universidade Aberta, Lisboa, Portugal
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Sara Lima ([email protected])1, Carolina Garrett2, José Machado3, & Maria Graça Pereira1
1
Escola de Psicologia, Universidade do Minho, Braga, Portugal; 2Faculdade de Medicina, Universidade do Porto, Porto, Portugal, 3
Escola de Ciências Sociais, Universidade do Minho, Braga, Portugal
A Alzheimer Portugal estima que existam cerca de 153000 pessoas com demência em Portugal,
90000 das quais com demência de alzheimer (DA). Este estudo pretende avaliar os preditores da
qualidade de vida dos doentes com DA inicial tendo em conta a morbilidade, espiritualidade,
suporte social, mindfulness e satisfação familiar, na perspetiva do doente. Este estudo inclui 128
doentes com DA inicial, seguidos em consultas de Neurologia de quatro hospitais da região norte do
país, que responderam às versões portuguesas dos: Hospital Anxiety and Depression Scale; Spiritual
and Religious Attitudes in Dealing with Illness; Cognitive and Affective Mindfulness Scale-
Revised; Rating Scale of Psychosocial Impact of Dementia; Family Satisfaction Scale,; Quality of
Life-Alzeimer Disease e a Escala de Satisfação com o Suporte Social. Os resultados da path
analysis mostraram que a morbidade psicológica tem um efeito direto negativo na qualidade de
vida, enquanto que a consciência do doença, a funcionalidade e a satisfação familiar apresentaram
um efeito direto mas positivo na qualidade de vida. O mindfulness e espiritualidade mediaram a
relação entre funcionalidade, consciência da doença, satisfação familiar e qualidade de vida. Os
resultados destacam o papel do mindfulness e da espiritualidade na qualidade de vida dos doentes
com DA inicial. Assim, a intervenção deve incluir estes dois recursos, na promoção da qualidade de
vida.
Palavras-chave: qualidade de vida, alzheimer, mindfulness, espiritualidade
98
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Os objetivos deste estudo foram avaliar quais os preditores da qualidade de vida em pacientes
obesos que realizaram cirurgia bariátrica há um ano e o papel moderador do funcionamento familiar
na relação entre a morbilidade psicológica e a qualidade de vida. Trata-se de um estudo lon itudin
re i do o 0 ientes o esos ue re i r irur i rátri á u no no entro os it r
do Alto Ave. Os participantes, com uma média de idade de 45,14 anos (DP = 10,13), preencheram
os seguintes instrumentos de autorrelato antes da cirurgia e um ano após a realização da mesma:
MOS 36-item Short Form Health Survey, Hospital Anxiety and Depression Scales, Body Shape
Questionnaire, Rosenberg Self Esteem Scale, Obesity Disorder Eating Questionnaire e Family
Assessment Device. Os preditores da qualidade de vida foram a prática de exercício físico, os
problemas cardiovasculares e a morbilidade psicológica. A autoestima foi apenas preditora da
qualidade de vida mental. O funcionamento familiar foi moderador da relação entre a
sintomatologia depressiva e a qualidade de vida mental. A intervenção psicológica passa por
intervir na morbilidade psicológica e na autoestima bem como a nível familiar, no sentido de
promover a qualidade de vida.
Palavras-chave: o esid de irur i riátri , qualidade de vida, funcionamento familiar
Pretende justificar a premência da integração de Psicólogos Clínicos e da Saúde num corpo clínico
estável, que intervenha nos serviços prisionais à luz do que designa modelo jusbiopsicossocial, a
partir da sua experiência de treze anos como Psicóloga Clínica e da Saúde intervindo em imputáveis
e inimputáveis, quatro anos como Técnica Superior de Reeducação e cerca de três anos e meio
como Técnica Superior de Reinserção Social. O principal objetivo é divulgar o resultado de uma
das suas experiências de intervenção, enquanto Psicóloga Clínica, junto de um recluso internado
nu “ nid de Li re de Dro ” de u Est e e i ento rision d re i o orte de ortu
Palavras-chave: modelos jusbiopsicossocial vs confusional, sucesso terapêutico.
Vinculação pré-natal (VPN) é o laço emocional que pais estabelecem com os filhos antes do
nascimento. Objetivou-se encontrar um modelo explicativo da variância da VPN materna e paterna.
Numa amostra de 400 mulheres e homens durante a gravidez, estudou-se regressão linear múltipla,
da VPN total e dimensões, qualidade da vinculação (QV) e intensidade da preocupação (IP), com
variáveis sociodemográficas, clínicas e psicológicas. A VPN total materna é explicada em 30,3% da
variância pela idade, atitude face ao bebé imaginário, menor depressão, mais ansiedade, pedido de
ajuda, atitude face à imagem corporal e tempo gestacional. A QV materna é explicada em 34,1%
pelo filho imaginado, aspetos difíceis da gravidez e da maternidade, menos depressão, ansiedade,
sensibilidade interpessoal, tempo gestacional e pedido de ajuda. A IP é explicada, em 20,8%, pela
99
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
idade, filho imaginado, imagem corporal, pedido de ajuda e obsessões-compulsões. Nos homens, a
VPN total é explicada em 20,2% da variância pela ansiedade e amor. A IP explica-se, em 14,7%,
pela ansiedade, número de filhos e estatuto socioeconómico. A QV é explicada, em 23,6%, pela
satisfação com o amor conjugal, ansiedade, sensibilidade interpessoal e abandono passivo. Os
modelos encontrados são diferentes para as mulheres grávidas e para os homens que aguardam a
vinda de um filho, evidenciando o quanto este processo se reveste de especificidades em cada tipo
de progenitor.
Palavras-chave: vinculação, pré-natal, preditores, materna, paterno
Patrícia Pereira Ruschel ([email protected])1, Paula de Moraes Pfeifer1, & Camila de Matos Ávila1
1
Instituto de Cardiologia/Fundação Universitária de Cardiologia, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
O transplante modificou a história das doenças avançadas e possibilitou uma melhora da qualidade
de vida frente a prognóstico limitado. As condições emocionais do paciente interferem no
enfrentamento e na aderência ao tratamento. O preparo psicológico influencia na adoção de
estratégias psicológicas após o transplante cardíaco e a depressão constitui-se em fator de risco. O
presente estudo é quasi-experimental, com 22 candidatos à transplante, avaliados com a Escala
Beck de Depressão e o Inventário de Stress de Lipp, no ingresso e no término da psicoprofilaxia. A
média de idade dos participantes foi 49,27 anos (DP = 8,4), 72,7% deles eram homens, 36,4%
tinham ensino fundamental incompleto, 90,9% possuíam relacionamento estável. Sobre a ocupação
54,5% eram aposentados por invalidez e a cardiopatia de 54,5% miocardiopatia dilatada. Os
resultados envolveram comparações através do teste de Wilcoxon e revelaram que houve redução
do estresse e d de ress o ρ 00 e ρ 0 00 res e ti ente s rti i ntes s o
relativamente jovens, com baixa escolaridade e relacionamento estável, considerado fator protetivo
perante estressores. O ingresso em lista de espera para transplante é um processo ansiogênico, que,
em paralelo ao decréscimo funcional, tende, a aumentar os níveis de depressão no paciente. Este
estudo reforçou a relevância da realização da psicoprofilaxia para o transplante cardíaco,
evidenciando a redução dos níveis de estresse e depressão.
Palavras-chave: transplante, depressão, estresse, psicologia
O programa da Unidade de Felicidade tem como público alvo as crianças e jovens com doenças
crónicas e institucionalizados. É um programa de capacitação psicossocio-emocional que trabalha
quatro pilares: autoestima, gestão de emoções, comunicação positiva e aceitação da mudança. O
objetivo é oferecer ferramentas que ajudem as crianças a viverem mais felizes independentemente
das suas circunstâncias ou limitações. O programa pode ser de longa duração ou curta duração,
ambos são dinamizados por psicólogos. O de longa duração tem a duração de 6 a 12 sessões de 90
minutos onde se trabalha os quatros pilares através de dinâmicas e reflexões. O programa de curta
duração tem a duração de 4 sessões de 3 horas, em cada sessão é trabalhado cada um dos pilares. A
metodologia utilizada foi mista: qualitativa corresponde ao feedback dos psicólogos e a quantitativa
corresponde a dois questionários antes e após a intervenção: Pediatric Quality Of Life Inventory 4.0
(PEDSQL 4.0) e a Roda da Vida. Os programas realizados tiveram 28 criança e até ao momento
mostraram que existem diferenças significativas antes e depois da intervenção, contudo sente-se a
necessidade de realizar daqui a seis meses follow-up para perceber o impacto a médio/longo prazo e
100
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Ana Ribeiro1, Ana Marreiros ([email protected])1, Dina Silva Santos1, & Jéssica Teixeira
Portugal1
1
Associação Fénixis - Desenvolvimento Comunitário e Saúde Mental, Oeiras, Portugal
A literacia em saúde mental consiste nos conhecimentos e crenças sobre a doença mental e as
perturbações mentais contribuindo para o seu reconhecimento, gestão e prevenção. Os programas de
literacia em saúde mental demonstram uma melhoria significativa na perceção e nível de
conhecimento sobre problemáticas como a ansiedade e a depressão, bem como uma maior
precocidade na procura de ajuda e maior capacidade para identificar estratégias de ajuda, para si e
para os pares. O presente estudo tem por objetivo avaliar a eficácia de um programa de literacia em
saúde mental com crianças do 1º ciclo, em contexto escolar. O programa, composto por oito
temáticas dinamizadas através de sessões psicoeducativas, envolveu 131 alunos entre os 9 e os 11
anos. Foi utilizado um design quase-experimental e metodologia mista, com recurso a avaliação
quantitativa pré e pós teste e avaliação qualitativa de análise de narrativas. A análise global revelou
diferenças estatisticamente significativas, ao nível dos conhecimentos sobre saúde mental, entre os
momentos pré e pós teste (t(242) = -8,034; p < 0,001), bem como a capacidade de identificar e
aplicar de forma adequada estratégias de autoajuda e autoregulação promotoras de saúde mental. A
pertinência da implementação deste tipo de programas na população infantil justifica-se, quer pela
identificação do problema, com incidência cada vez mais precoce, como pela demonstração de
eficácia da intervenção.
O presente estudo se dedica a atuação do psicólogo com pacientes renais crônicos em três clínicas
de terapia renal no Rio de J neiro r si tr o o eti ont r re e es so re o “ ro eto
o i ento” ue onsiste e u es uis -intervenção com o intuito de promover o diálogo e a
proximidade entre a equipe multiprofissional, pacientes em processo de admissão para início de
tratamento e seus familiares. Trata-se de uma pesquisa-intervenção. Foram utilizadas técnicas e
instrumentos como: roda de conversas, ações educativas e dinâmicas para propiciar integração e
reflexão de temáticas entre a equipe, pacientes e familiares. A pesquisa-intervenção alcançou 54
pacientes em admissão, e 24 familiares. Foi possível apontar um maior estreitamento nas relações
entre pacientes e equipe, a maior conscientização do paciente com relação ao tratamento, a
importância do suporte familiar, desenvolvimento de empatia e interação entre equipe
multidisciplinar. Tal resultado nos possibilita realizar uma reflexão crítica acerca da atuação do
psicólogo no contexto hemodialítico, possibilitando um repensar das perspectivas teóricas e práticas
da Psicologia da Saúde em suas práticas individuais e coletivas.
Palavras-chave: acolhimento, hemodiálise, psicologia
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
-
COMPORTAMENTOS ONLINE
Andrea Costa ([email protected])1, Ana Isabel dos Santos2, & Ivone Patrão3
1
Câmara Municipal de Azambuja - Divisão de Desenvolvimento Social – Saúde e Ação Social; 2ISPA-Instituo Universitário;
3
Promoting Human Potential Research Group, ISPA – Instituto Universitário, Lisboa, Portugal.
A internet eio tr er des ios e ris os r o s udá e desen o i ento dos o ens de end n i
da internet u re id de nos is no os sso i d di ersos tores de ris o ro o o de
u uso s udá e d internet de e o e r u ndo d introdu o d s te no o i s es o es o r
u dos es os ri i e i dos r os ri eiros ssos n est o s udá e dos o ort entos
on ine resent -se o ro eto in-de end n i s ue en o u estudo re i do no r ue es o r
do uni io de uja sobre os comportamentos online dos unos e ti id des de ro o o de
o ort entos on ine s udá eis ostr onstitu d or 180 alunos do 7º ano de
escolaridade, de três agrupamentos (AG) de escolas diferentes [1.º AG: n = 136 (M = 12,59 anos;
DP = 0,96); 2.º AG: n = 24 (M = 12,75 anos; DP = 0,87); 3.º AG: n = 20 (M = 12,8 anos; DP
0 or re i dos todos os ro edi entos de utori o unto d s institui es e
en rre dos de edu o. A maioria dos jovens utiliza smartphones, e di du s or s online
por dia, jogam o Clash Royalle, e apresentam regras pouco claras em casa quanto ao uso do
smartphone or re i d s es r ro o o do uso s udá e d te no o i . Foi importante
iniciar um projeto de alerta para os perigos de estar online retende-se d r ontinuid de o ro eto
e re i r i o ontinu d inter en o o n e d ro o o d s de neste on e o.
Palavras-chave: internet, dependências, smartphone, adolescentes
Ana Lúcia Aguiar ([email protected])1, Daniela Craveiro1, Sibila Marques1, & Luísa Lima1
1
CIS-IUL-Centro de Investigação e Intervenção Social, ISCTE-IUL - Instituto Universitário de Lisboa, Lisboa, Portugal
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Mariana Silva1, Solange Samantha Sousa1, Tatiana Coelho Marques1, Maria Lurdes Almeida ([email protected]) 1,
Clara Lopes2, & Maria Isabel Marques1
1
Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal; 2Centro de Saúde Norton de Matos,
Coimbra
Samuel Domingos ([email protected])1, Rui Gaspar1,2, João Marôco1, Wändi Bruine de Bruin3
1
WJCR - William James Center for Research, ISPA - Instituto Universitário, Lisbon, Portugal; 2UALG - Universidade do Algarve,
Faro, Portugal; 3Centre for Decision Research, Leeds University Business School, Leeds, United Kingdom
Recent history shows that it is increasingly important that citizens adopt adequate protective
behaviors against Extreme Heat Weather Events (EHWEs). Because these events can also evoke
positive affect (Bruine de Bruin et al., 2016) the impacts that this may have in citizens intentions to
implement protective behaviors is still understudied. We implemented a mixed-methods study that
allowed exploring the effects that thinking negatively or positively about EHWEs may have on
citizens intentions to implement protective behaviors. In this study 159 subjects with ages between
18 and 88 years (M = 41.86, SD = 25.49) were randomly assigned to one of three affective framing
conditions (negative, positive, control). A semi-structured interview was performed and intention
measures collected. Significant differences in intentions to implement protective behaviors were
found: F(2, 156) = 4.802; p = .009; ηP2 = .058; π = .791. In our sample, thinking positively about
EHWEs was associated with lower intentions to implement protective behaviors. The results
presented offer valuable insights that should be considered when devising health protection related
communications about EHWEs. Moreover, and because implementation intentions usually specify
en nd ere one i en t one’s intention t et een tu nd er ei ed situ tion (e
through communication) may be fundamental for the developing of the intended behavior.
Keywords: heatwaves, appraisals, implementation intentions, climate change adaptation
103
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Ana Maria Moser ([email protected])1, Ana Beatriz B.Gugisch1, & Tânia C. Silva Barbieri1
1
PUCPR – Pontificia Universidade Católica do Paraná, Escola de Ciências da Vida, Curitiba, Paraná, Brasil
A psicologia ambiental tem como tema central as inter-relações entre a pessoa e ambiente físico e
social, isto é, os indivíduos reagem ao meio e o influenciam. Objetivou-se identificar e comparar
níveis de estresse e qualidade de vida em policiais militares da cidade de Curitiba que possuem
contato com animais em seu trabalho cotidiano, com aqueles que não possuem este contato. O
presente estudo foi realizado de modo transversal qualitativo e quantitativo; Participaram 60
policiais que foram divididos em: Grupo I (30 policiais do Regimento da Polícia Montada -
trabalham em contato direto com animais) e Grupo II (30 policiais do 20º Batalhão da Polícia
Militar - trabalham somente em contato direto na comunidade); os instrumentos utilizados foram o
Inventário de Stress (ISSL), Escala de Bem-estar Psicológico (Ryff), aplicados coletivamente nos
respectivos batalhões. A maioria dos entrevistados do Grupo I (67%) e do Grupo II (57%) não
apresentam stress, porém, integrantes do Grupo I (30%) e Grupo II (33%) apresentam a fase de
resistência; e uma minoria (7%) do Grupo II apresentam a fase de exaustão. Em relação ao bem-
estar psicológico, a média da pontuação total obtida foi maior no Grupo I (89,43) em relação ao
Grupo II (79,80). A influência do animal no ambiente de trabalho beneficia positivamente a
qualidade de vida.
Palavras-chave: psicologia ambiental, qualidade de vida, policiais militares, estresse
Ana Maria Moser ([email protected])1, Aline Maran Brotto1, Patrícia Aparecida Liebl1, Renan Emílio Kíntopp1, &
Antônio Manuel Godinho da Fonseca2
1
PUCPR – Pontificia Universidade Católica do Paraná, Escola de Ciências da Vida, Curitiba, Paraná, Brasil; 2Universidade Católica
Portuguesa, Porto, Portugal
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
nenhuma doença associada. Foram utilizados instrumentos específicos para medir a intensidade dos
fenómenos em estudo, tais como, um Questionário Sociodemográfico, a Escala de Ajuste Diádico, o
WHOQOL-bref e a Escala de Ansiedade e Depressão Hospitalar. Os resultados deste estudo
revelaram que (a) doentes diabéticos com IRC apresentam mais implicações na qualidade de vida
do que doentes com IRC; (b) Existe relação negativa entre a presença de perturbação de humor,
qualidade de vida e ajuste diádico; (c) doentes diabéticos IRC apresentam maior relação diádica do
que doentes com IRC.
Palavras-chave: insuficiência renal crónica, ajuste diádico, qualidade de vida, depressão, ansiedade
Ana Maria Moser ([email protected])1, Cláudia Franciane de Lima1, & Luís Eduardo Pereira1
1
PUCPR – Pontíficia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, Paraná, Brasil; 2Escola de Ciências da Vida, PUCPR – Pontíficia
Universidade Católica do Paraná, Curitiba, Paraná, Brasil
O contexto onde o idoso está inserido representa um importante papel na formação e manutenção de
sua identidade. Objetivou-se investigar o fenômeno da vinculação ao ambiente, na manutenção da
identidade dos idosos residentes na comunidade, bem como analisar o bem-estar psicológico de
idosos residentes em dois contextos diferentes. A metodologia empregada foi transversal, com a
realização de entrevista individual e a escala de bem-estar psicológico. Participaram 30 idosos na
faixa etária de 60 a 87 anos, sendo: Grupo I (residentes na Ilha das Peças) e Grupo II (residentes em
Curitiba); os dados foram coletados (Grupo I) na própria residência do idoso e (Grupo II) em um
centro de convivência. Os resultados referentes à vinculação ao ambiente apontam que os
integrantes do Grupo I (50%) e o Grupo II (42,10%) avaliaram envelhecer na localidade como
sendo ótima; Referente à qualidade de vida, o grupo I se sobressaiu nas questões de autonomia e
aceitação social, o grupo II teve maiores médias em Domínio do meio, Crescimento pessoal,
Relações positivas e Objetivos na vida. Conclui-se que há uma preocupação em como o ambiente
atenderá as demandas atuais e futuras desta população, dependendo do vínculo que mantém com
sua localidade.
Palavras-chave: qualidade de vida, vinculação, ambiente, envelhecimento
Iana Felipe ([email protected])1, Maria do Carmo Eulálio1, Edivan Júnior1, Vitória de Farias Maracajá1, Rômulo
Melo2, Ênio Neves1, & Ayane Duarte1
1
Universidade Estadual da Paraíba, Departamento de Psicologia, Campina Grande, Brasil; 2Universidade Federal da Paraíba,
Departamento de Psicologia, João Pessoa, Brasil
Mariana Barboza Lopes ([email protected]) 1, Camila Peixoto Farias1, Daiane Philippsen Maders1,
&Marcelene Souza Duarte1
1
UFPEL - Universidade Federal de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil
Rita Albergaria ([email protected])1, Filipa Pimenta2, Constança Moniz Galvão1, Ana Borgas Leal1, Inês Torres
Guilherme1, João Maroco,2, & Isabel Leal2
1
ISPA – Instituto Universitário, Lisboa, Portugal; 2William James Center for Research, ISPA- Instituto Universitário, Lisboa, Portugal
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Estela Vilhena ([email protected])1,2, Susana Pedras,3, Rui de Carvalho4 & M. Graça Pereira3
1
IPCA - Instituto Politécnico do Cávado e Ave, Barcelos, Braga, Portugal; 2EPIUnit - Epidemiology Research Unit , ISPUP –
Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, Universidade do Porto, Porto, Portugal; 3Escola de Psicologia da Universidade
do Minho, Braga, Portugal; 4Consulta Multidisciplinar do Pé Diabético, Serviço de Endocrinologia, Centro Hospitalar do Porto,
Porto, Portugal
Adriana Romagnolo ([email protected]) 1, Bruna Januário1, Naliane Sousa2, Damiana Bonavigo1 &
Miria Gomes1,3
1
Universidade Metodista de São Paulo, São Paulo, Brasil; 2Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, São Paulo,
Brasil, 3Universidade de Taubaté, Taubaté, Brasil
n e or o de o ti s i s r ud r esse enário.
Palavras-chave: obstetrícia, psicologia, assistência ao parto, violência obstétrica, cesariana eletiva
1
CIS-IUL - Centro de Investigação e Intervenção Social, ISCTE-IUL - Instituto Universitário de Lisboa, Lisboa, Portugal
Teoricamente, a rede social pode contribuir para o aumento e para a diminuição da desigualdade
social na saúde. A rede social pode inflacionar a desigualdade social dada à correlação entre as
características das redes e a posição socioeconómica (mediação). Em contrapartida, pode também
amortecer as consequências negativas associadas a posições socioeconómicas mais baixas,
atenuando assim as diferenças sociais (moderação). O presente estudo analisa a contribuição da rede
social para as desigualdades sociais na população com mais de 50 anos, comparando diferentes
contextos macro-institucionais (n = 53,615). As hipóteses de mediação e de moderação são
estudadas com recurso a modelos regressionais, com base dos dados recolhidos pelo inquérito
SHARE. Os resultados das regiões Norte, Centro, Leste, e Sul da Europa são comparados. As
características das redes sociais mostram-se relevantes para a intensificação e a atenuação das
desigualdades na saúde na vida adulta. Parte das desvantagens socioeconómicas na saúde são
parcialmente explicadas pelos diferenciais de integração social e qualidade dos laços sociais. Em
contrapartida, algumas características da rede amortecem os efeitos da desvantagem
socioeconómica da saúde. Os resultados revelam ainda importantes diferenças entre regiões
europeias. Em conclusão, as implicações positivas e negativas das redes sociais devem ser
consideradas no desenvolvimento de políticas para a equidade na saúde, de acordo com o modelo de
estado social vigente.
Palavras-chave: rede social, saúde, estado social, desigualdade na saúde
No quadro social atual de desamparo e sofrimento humanos, surgem questões aos modos de
subjetivação perversos perpetrados por organizações sociais e instituições de saúde e educação.
Como os instrumentos compreensivos da Psicologia apreendem as modalidades contemporâneas de
su eti o? o o ro i r o ue á de “so rente” ne s? s tividades clínica e pedagógica há
um predomínio da técnica, afastando-se de origem referente ao debruçar-se. A possibilidade de
promover confiança pela atenção e cuidado é reduzida a uma atuação diretamente técnica pelo
exercício pedagógico do científico. Tecnicamente orientado, afasta-se da condição humana como
cidadã: ouvir e ser ouvido em praça pública. Instituições de saúde e educação constituem-se, na
maioria, em lugares não implicados para atentar ao resgate de sentido. Enquadrados na desrazão e
no desconhecimento, atores sociais são condenados tanto ao exílio social, como ao exílio de si
mesmos. Cabe então a pergunta: seria possível abrir outras possibilidades de práticas
clínicopedagógicas, em saúde e educação, para o mal-estar no contexto contemporâneo? Talvez, um
caminho possível fosse buscar a etimologia dos termos saúde, educação, sofrimento, política e ética,
a fim de articular sentido entre cada um, como um encaminhamento para uma reflexão sobre tal
questionamento da prática psicológica em instituições de saúde e educação.
Palavras-chave: saúde, fenomenologia-existencial, instituições
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
A dependência ao smartphone pode interferir com aspetos da vida diária. Porém, esta dependência
só é desenvolvida quando existem alguns fatores pré-existentes. Pensa-se que um dos fatores que
poderá influenciar significativamente o desenvolvimento desta dependência são os traços de
personalidade: Neuroticismo (N), Extroversão (E), Abertura à Experiência (O), Amabilidade (A) e
Conscienciosidade (C). Este estudo teve como principal objetivo perceber a relação entre cada um
dos traços de personalidade e a dependência do smartphone. Os participantes (n = 351) deste estudo
correlacional, com idades dos 15 aos 68 anos (M = 33,91; DP = 11,55), responderam a um
protocolo que continha um questionário sócio-demográfico, um questionário de comportamentos
online, a escala Smartphone Addiction Scale-Short Version (SAS-SV), o teste Internet Addiction
Test (IAT) e o inventário de personalidade NEO-PI-20. Um total de 94% da amostra prefere o
smartphone para aceder à internet, sendo que 14,24% da amostra revela dependência ao smartphone
e 6,26% dependência à internet. O traço neuroticismo revelou uma relação significativamente
positiva com o SAS-SV e o IAT. O traço neuroticismo poderá constituir um fator de risco para o
desenvolvimento da dependência ao smartphone e à internet. Espera-se que este estudo tenha
importantes contributos para o campo das dependências online. Este revela resultados sobre a
relação dos traços de personalidade no desenvolvimento destas dependências.
Palavras-chave: dependência ao smartphone, dependência à internet, traços de personalidade, big
five
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Sendo as experiências associadas à saúde e sexualidade, em homens com mais de 40 anos pouco
investigadas, e no âmbito de um projeto mais vasto com esse objetivo, pretendeu-se neste estudo
verificar a relação entre acontecimentos de vida, intimidade e satisfação relacional. Trata-se de um
estudo transversal, com uma amostra de conveniência, constituída por 70 participantes do sexo
masculino com 40 ou mais anos (M = 51,6; DP = 8,1), que além de terem preenchido um
questionário sócio-demográfico, responderam a questões sobre acontecimentos de vida e
preencheram o questionário Revised Dyadic Adjustment Scale. Verificou-se existirem diferenças
significativas na intimidade e satisfação relacional, comparando os sujeitos que apontaram
acontecimentos de vida muito positivos com os que apontaram acontecimentos de vida muito
negativos. Nos primeiros, observou-se um maior grau de satisfação com a intimidade, uma maior
concordância entre o casal, uma maior participação em atividades conjuntas e poucos
desentendimentos na relação. Os sujeitos entre os 40 e os 50 anos apresentaram um maior Grau de
Satisfação com a Intimidade, comparando com os sujeitos entre os 51 e os 79 anos.
Palavras-chave: acontecimentos de vida, intimidade, satisfação relacional
111
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
POSITIVO
Saúl Jesus ([email protected])1, João Nuno Viseu1, Vera Pereira1, & Laura Silva1
1
Departamento de Psicologia e Ciências da Educação, Universidade do Algarve, Faro, Portugal
PERSONALIDADE
Rita G.. Alves ([email protected])1, Marcela Alves1, & Maria João Gouveia2
1
ISPA – Instituto Universitário, Lisboa, Portugal; 2Promoting Human Potential Research Group, ISPA – Instituto Universitário,
Lisboa, Portugal
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
O estudo teve como objetivo principal estudar a relação entre os Estilos Educativos Parentais, a
Confiança Interpessoal e a Vinculação aos Pais, Pares e Par Amoroso. Analisou-se também os
Estilos Educativos Parentais, a Vinculação Amorosa e a Confiança Interpessoal no Par Amoroso
consoante diversas variáveis sociobiográficas. A amostra foi constituída por 170 adolescentes, com
idades entre os 12 e os 17 anos. Foram utilizados o questionário sociobiográfico; a escala de
Crenças Generalizadas de Confiança – Adolescência Tardia; a Escala de Estilos Educativos
Parentais, o Inventário da Vinculação na Adolescência e o Questionário de Vinculação Amorosa.
Relativamente aos resultados, constatou-se a existência de associações positivas significativas entre
os Estilos Educativos Parentais e a Vinculação aos Pais, Pares, Par Amoroso e Confiança
Interpessoal, o que vai ao encontro da literatura. Contrariamente ao esperado, os Estilos Educativos
apenas diferiram em função da idade, sendo que não apresentam diferenças significativas em função
do género, nível socioeconómico e estado civil parental. Não se verificou a existência uma
associação significativa entre a duração da relação amorosa dos adolescentes, os Estilos Educativos
e a Confiança Interpessoal no Par Amoroso. Por último, comparando várias situações amorosas e
tendo e ont s riá eis estud d s en s situ o “Está nu re o n o está numa
re o” resent di eren s o n e d Vin u o oros
Palavras-chave: estilos educativos parentais, confiança interpessoal, vinculação aos pais,
vinculação aos pares, vinculação ao par amoroso
DO ENSINO SUPERIOR
s de ent te indo ser des rit n iter tur o o u est do o eto de e -est r onde
est o inserid s s su s id des ositi s e de un ion ento d esso dei ndo de se o r
e usi ente n us n i de to o i ud n r o ensino su erior os estud ntes s o
su eitos in er s ud n s, podendo est s ter i to o n e d su s de ent este
ito resent -se u estudo u o o eti o oi n is r re o entre s i n i s d i s
dos estud ntes uni ersitários e os n eis de s de ent . Participaram 234 estudantes portugueses
com idades entre os 17 e os 56 (M = 23,71; DP 5 5 s d dos or re o idos uti i ndo
Vers o ortu ues d Es de e -est r ent de r i k-Edin ur Es ontinuu de
de ent -Vers o edu id (Adultos) e a Escala de Ansied de De ress o e tress e o
uestionário de Vi n i s d i s s resu t dos o tidos indi ue u ior s tis o
o id d i sso i -se e ores n eis de s de ent e e -estar, indicando que, os
desafios enfrentados pelos estud ntes nos do nios esso so i d i o institu ion e
o ion s o riá eis re e ntes r o seu ro esso de ust ento, favorecendo assim os seus
níveis de saúde mental e bem-estar.
Palavras-chave: saúde mental, bem-estar, vivências académicas, estudantes universitários
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
O presente estudo teve como objetivo examinar o papel mediador das dificuldades de regulação
emocional na relação entre representações de vinculação e sintomatologia ansiosa/depressiva no
pós-parto. A amostra incluiu 450 mulheres no período pós-parto, que responderam a uma online
survey (estudo transversal) incluindo a Escala de Experiências nas Relações Próximas, a Escala de
Dificuldades na Regulação Emocional, a Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo e a Escala
de Ansiedade e Depressão Hospitalar. Verificou-se que 33,3% das mulheres apresentavam
sintomatologia comórbida. As mulheres com sintomatologia comórbida apresentaram
representações de vinculação mais inseguras (λ de i ks 0 p < 0,001) e mais dificuldades de
regulação emocional (λ de i ks 0 ; p < 0,001) do que as mulheres com sintomatologia
depressiva e do que as mulheres sem sintomatologia. Os resultados demonstraram ainda um efeito
indireto das representações de vinculação mais inseguras do self e dos outros na sintomatologia
depressiva e ansiosa, através das dificuldades de regulação emocional. Os resultados sublinham a
importância da atenção que deve ser dada também à sintomatologia ansiosa, uma vez que é uma
condição que concorre frequentemente neste período. Intervenções que se foquem na promoção de
estratégias adaptativas de regulação emocional mostram-se relevantes, em vez de intervenções mais
intensivas para alterar representações de vinculação.
Palavras-chave: representações de vinculação, dificuldades de regulação emocional, sintomatologia
depressiva pós-parto, sintomatologia ansiosa pós-parto quatro instrumentos
Carolina Correia Tomás ([email protected])1 Filipa Pimenta1, Pedro Alexandre Costa1, & João Maroco1
1
WJCR - William James Center for Research, ISPA - Instituto Universitário, Lisboa, Portugal
percebidas
Sandra Antunes ([email protected])1, Maria João Alves1,2, Ana Rita Almeida2, Rute Casimiro2, &
Marina Fuertes2,3
1
FPUL - Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal; 2Escola Superior de Educação, Instituto Politécnico
de Lisboa, Lisboa, Portugal; 3Centro de Psicologia, Universidade do Porto, Porto, Portugal
Mães dos bebés pré-termo comparadas com as de bebés de termo têm perceção mais negativa do
temperamento do bebé (Cox, Hopkins, & Hans, 2000). Mães portuguesas de prematuros,
apresentam maior preocupação com saúde e desenvolvimento dos filhos do que as de bebés de
termo, e são mais otimistas relativamente à capacidade de se relacionarem com o bebé (Fuertes,
Faria, Fink, & Barbosa, 2011). A literatura indica que as representações maternas estão associadas à
vinculação. No presente estudo efetuou-se a comparação das representações maternas em 40 díades
com bebés extremo pré-termo (<32 semanas de idade gestacional [SIG]), pré-termo (32-36 SIG) e
termo >37 SIG), através de entrevistas nas primeiras 72 horas após o nascimento. As mães dos
prematuríssimos descrevem a gravidez e o parto como traumáticos, e as dos prematuros como causa
de ansiedade. As mães dos prematuros estão preocupadas com saúde e desenvolvimento dos filhos,
mas acham que serão capazes de desenvolver boa relação com eles. As mães dos prematuríssimos
estão alarmadas com a sobrevivência dos filhos e antecipam menos problemas futuros. As mães dos
bebés de termo preocupam-se com o papel materno e prestação de cuidados ao bebé. Verifica-se a
necessidade de oferecer respostas de apoio e aconselhamento diferenciadas às mães dos recém-
nascidos atendendo à idade gestacional e outros fatores de risco neonatal.
Palavras-chave: prematuridade, representações maternas, intervenção precoce
ENSINO SUPERIOR
Natália Vara ([email protected])1, Helena Pimentel1, Adília Fernandes1, & Cristina Queirós2
1
Escola Superior de Saúde, Instituto Politécnico de Bragança, Bragança, Portugal; 2FPCEUP - Faculdade de Psicologia e Ciências da
Educação, Universidade do Porto, Porto, Portugal
1
Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação - Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal
Elisa Kern de Castro ([email protected])1, Franciele Cristina Peloso1, Luisa Vital de Souza1, Lourdes Moro
Gutiérrez2, & Marta González Fernández-Conde3
1
Unisinos - Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Rio Grande do Sul, Brasil; 2USAL - Universidad de Salamanca, Salamanca,
Espanha; 3Fundación Hospital General Santísima Trinidad, Salamanca, Espanha
Em psico-oncologia, a comunicação visa lidar com questões médicas importantes como a revelação
do diagnóstico e informação sobre tratamento e prognóstico. Esse processo acontece num contexto
sociocultural que está definido pelas pessoas implicadas que possuem suas próprias expectativas. O
objetivo do estudo foi examinar aspectos transculturais da revelação do diagnóstico de câncer em
pacientes brasileiros e espanhóis. Delineamento qualitativo em que foram entrevistados 28
pacientes em quimioterapia (14 brasileiros e 14 espanhóis). A análise de conteúdo identificou três
eixos temáticos: 1) Como foi revelado o diagnóstico; 2) Contexto que o diagnóstico foi revelado; e
3) Quem revelou o diagnóstico. Identificaram-se particularidades na maneira de revelar o
diagnóstico entre os dois países. No Brasil ainda acontece de o paciente ser encaminhado a um
oncologista sem uma explicação satisfatória prévia sobre seu estado de saúde. Ainda que nos dois
países existam relatos de comunicação do diagnóstico no contexto apropriado (consulta), também
apareceu revelação de maneira informal (por telefone) sem um ambiente adequado para que o
paciente seja acolhido e tenha possibilidade de expressar seus medos e dúvidas. É necessário
investir na formação profissional para melhorar a habilidade de comunicação e educação em saúde
para tratar pacientes com câncer.
Palavras-chave: câncer, comunicação, relação médico-paciente
116
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
ENGAGEMENT
Os riscos psicossociais têm emergido na área da Saúde Ocupacional fruto das profundas alterações
do trabalho e das organizações, em particular nos contextos dos cuidados de saúde. A recuperação
tem sido estudada como um mecanismo que pode alterar o efeito das características do trabalho na
saúde e bem-estar dos trabalhadores, nomeadamente no burnout e no engagement no trabalho. O
objetivo deste estudo transversal foi avaliar o risco psicossocial em trabalhadores hospitalares e
explorar o efeito mediador da recuperação na relação entre as exigências e burnout e entre recursos
disponíveis e engagement no trabalho. Participaram 577 trabalhadores de todas as categorias
profissionais que responderam aos instrumentos de avaliação de riscos psicossociais, o Copenhagen
Psychosocial Questionnaire II (COPSOQ-II), de experiências de recuperação, o Recovery Experiences
Questionnaire (REQ) e engagement no trabalho, o Utrecht Work Engagement Scale (UWES). Mais de
50% dos trabalhadores inquiridos estão em risco no que toca às exigências cognitivas e
emocionais,49,5 % no que toca à influência na organização do trabalho e 34,3% no que respeita ao
burnout. Os resultados mostraram ainda que algumas estratégias de recuperação medeiam
significativa e parcialmente a relação entre exigências e burnout e entre recursos e engagement. Os
resultados contribuem para clarificar as relações entre as variáveis em estudo e orient r u
inter en o edid n institui o.
Palavras-chave: riscos psicossociais, experiências de recuperação, engagement no trabalho,
burnout, efeito mediador
117
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
INTERNET
uti i o d internet o u n ro ur de in or o so re s de n o u oe er
resente estudo te e o o o eti o er in esti r e ue edid os indi duos seniores uti i
a internet r o ter in or es de s de ostr de 0 indi duos entre os 60 e os 85 anos
foram in uiridos so re s ontes de in or o so re s de re u n i d su uti i o os te s
is ro ur dos e di eren s n uti i o e un o d s r ter sti s indi idu is (e o se o
id de i it es iterári s). Verificou-se que os ro ission is de s de s o ind rin i onte
de in or o r te s de s de, apesar de a internet aparecer como um recurso bem
classificado, quer para a procura, quer para o grau de confiabilidade. Verificou-se um efeito do sexo
e do gru o etário e re o u ntid de de in or o re o id tr s d te e is o ou i ros e
d on i i id de d in or o tr s d internet es r de e or t rio este estudo ontri ui
r r teri r ontes de in or o so re s de e on i i id de d es r o u o
s nior or o o os re ursos dis on eis ode i it r o esso in or o te
i i es re e ntes r o o ort ento re ion do o ro ur de uid dos de s de.
Palavras-chave: séniores, internet, fontes de informação, saúde, aspetos sociodemográficos
Portugal enfrenta um crescente desafio em relação à intervenção com pessoas em situação de sem-
abrigo. Para este cenário contribuem dois fatores principais: (a) o aumento do número de
pessoas/famílias em privação habitacional severa e (b) a constatação de que as abordagens
tradicionais implementadas (centradas no escrutínio de fatores individuais) são insuficientes para
garantir padrões dignos de vida e reintegração social na comunidade. Incluído num projeto de
pesquisa abrangente, subordinado à questão-chave "qual(ais) o(s) principal(ais) problema(s) e/ou
preocupação(ões) das pessoas em situação de sem-abrigo?", este estudo foca-se na apreciação da
intervenção psicológica desenvolvida. Procedeu-se a um extenso processo de observação [e.g.,
observação não estruturada, observação de giro de rua (n > 500)] e 96 entrevistas [em situação de
sem-abrigo (n = 38), profissionais (n = 47), previamente em situação de sem-abrigo (n = 11)].
Verifica-se global insatisfação face ao apoio psicológico existente. Destacam-se a/o: (a) ausência de
intervenção especializada; (b) rotatividade de profissionais; (c) limitado acesso a informação sobre
as especificidades do apoio; (d) limites à confidencialidade; (e) reduzido contributo para a
autonomização/potenciação da qualidade de vida. Atendendo aos resultados obtidos apresentam-se
sugestões de potenciação da eficiência dos procedimentos de intervenção mobilizados na população
sem-abrigo.
Palavras-chave: saúde, situação de sem-abrigo, intervenção psicológica, qualidade de vida,
autonomização
118
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Avrairan Caetano Solon ([email protected])1,Juliano Beck Scott1, Burnier Sales de Sousa2, Larissa Lima1, &
Isabel Fernandes de Oliveira1
1
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, PPGPsi (Programa de Pós-Graduação de Psicologia), Natal, Rio Grande do Norte,
Brasil; 2Universidade Potiguar Natal, Rio Grande do Norte, Brasil
119
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
A humanização em saúde se apresenta como um tema que nem sempre integra os projetos político-
pedagógicos de cursos da área da saúde no Brasil. Tendo em vista a importância desta temática na
formação dos profissionais da saúde, foi proposto um projeto de extensão na Universidade Estadual
de Londrina com o intuito de sensibilizar os discentes acerca da importância de uma assistência em
saúde humanizada. Integram o projeto estudantes da Psicologia, Educação Física, Enfermagem,
Farmácia, Fisioterapia, Medicina e Odontologia. Apesar de se configurar como uma proposta
multidisciplinar, a atual coordenação é realizada pela Psicologia. Os discentes, após capacitação,
realizam intervenções junto a pessoas internadas no hospital universitário. As atividades realizadas
por meio de recursos expressivos, com os estudantes se organizando a partir quatro frentes de
atuação, conforme as linguagens artísticas de interesse, quais sejam artesanato, contação de
histórias, música e palhaço. O projeto já conta com 10 anos de existência tendo-se percebido que a
formação oferecida contribuiu para uma atuação profissional mais humanizada a partir do
desenvolvimento de um olhar e uma escuta diferenciada ao paciente atendido no âmbito da saúde.
Acredita-se que tal resultado reforça a manutenção deste tipo de proposta de formação profissional
que, para além da teoria, propõe uma atuação prática e consequente benefício à população que faz
uso de equipamentos públicos de saúde brasileiros.
Palavras-chave: humanização em saúde, formação do profissional da saúde, arte, serviços públicos
de saúde brasileiros, assistência hospitalar
A prática do sexo casual tem sido relacionada à busca de sensações à autoestima. O objetivo do
estudo foi examinar a autoestima, a busca de sensações sexuais e a percepção da satisfação sexual
em universitárias com (CEX) e sem experiência (SEX) de sexo casual. Com um desenho transversal
comparativo, 1,133 universitárias entre 18 e 25 anos responderam a um questionário on-line com a
Escala de Autoestima de Rosenberg e a Escala de Busca de Sensações Sexuais. A autoestima das
universitárias dos grupos CEX e SEX foram semelhantes. Contudo, o grupo CEX apresentou maior
busca de sensações sexuais geral (r = 11,467; p < 0,001), que esteve correlacionada neste grupo
com autoestima (r = 0,137; p < 0,001), número de parceiros sexuais (r = 0,236; p < 0,001), número
de experiências sexuais (r = 0,200; p < 0,001) e satisfação com o sexo casual (r = 0,272; p < 0,001).
No grupo SEX, a busca de sensações sexuais geral esteve correlacionada negativamente à
percepção de prejuízo social (r = -0,160; p = 0,012 e psicológico (r = -0,329; p < 0,001). Os
resultados demonstram diferenças na busca de sensações sexuais e percepção da satisfação do sexo
casual entre os grupos. Quanto maior é a busca de sensações sexuais, maior é a percepção da
satisfação e menor é a percepção dos riscos, prejuízos psicológicos e sociais do sexo casual. No
CEX a busca de sensações esteve correlacionada positivamente ao número de parceiros e
experiências de sexo casual. Não houve diferença na autoestima entre os grupos.
Palavras-chave: sexo casual, autoestima, busca de sensações, satisfação sexual, saúde sexual
120
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Sexo casual refere-se ao relacionamento sexual entre pessoas que se conhecem pouco. Para as
mulheres, pode trazer riscos à saúde física, psicológica e social. Este estudo compara a percepção de
risco e das consequências físicas, psicológicas e sociais em universitárias com (CEX) e sem
experiência (SEX) de sexo casual. Com um desenho transversal comparativo, 1133 universitárias
entre 18 e 25 anos responderam a um questionário online. Em geral, o grupo CEX demonstrou
menor percepção de risco e de consequências negativas do sexo casual quando comparadas ao
grupo SEX. Contudo, mulheres CEX demonstraram melhores hábitos de saúde sexual como uso de
preservativo (x² = 6,19; p = 0,013) e realização de exames (x² = 14,12; p = 0,003). O grupo CEX
revelou mais consequências positivas do sexo casual como sensação de liberdade (x² = 6,14; p =
0,046), satisfação do desejo sexual sem compromisso (x² = 25,02; p < 0,001), melhora da
autoestima (x² = 8,88; p = 0,003) e o grupo SEX demonstrou maior percepção dos riscos sociais,
como ser taxada como promíscua (x² = 6,38; p = 0,012), exposição íntima (x² = 18,302; p < 0,001).
Foi possível observar diferença significativa entre as percepções dos grupos. O CEX apresenta
cuidados sobre a saúde física (maior uso de preservativo, realização de exames) embora maior uso
de álcool e drogas. O CEX percebe mais vantagens e sentimentos positivos enquanto SEX mais
desvantagens, riscos, prejuízos e sentimentos negativos.
Palavras-chave: sexo casual, percepção de risco, saúde sexual, universitárias, saúde da mulher
1
ISPA - Instituto Universitário, Lisboa, Portugal; 2WJCR - William James Center for Research, ISPA - Instituto Universitário,
Lisboa, Portugal
É expectável que até 2050 a população com idade superior a 60 anos, atualmente representada por
841 milhões, passe a dois bilhões. As investigações atuais demonstram um aumento significativo da
população LGBT nesta faixa etária, ao passo que a literatura tem-se manifestado desatualizada e
insuficiente e parece não acompanhar as necessidades destes indivíduos. Prevê-se que em Portugal,
até o ano 2080, a população idosa passe de 2,1 a 2,8 milhões, a par de um decréscimo significativo
da população jovem. Esta população, constituindo-se como minoria sexual e idosa, está
particularmente sujeita a um duplo estigma. O estigma (internalizado, preconceito ou institucional)
tem repercussões relevantes na saúde geral. Em específico, a saúde relacional pode ser
drasticamente afetada, atingindo variáveis essenciais como a satisfação relacional e sexual. Além de
haver um efeito negativo da idade sobre a satisfação sexual, o estigma aumenta a probabilidade de
ocorrência de algumas perturbações sexuais, bem como problemas relacionais conjugais, familiares
e sociais. Ainda, sabe-se que a população LGBT idosa possui uma maior prevalência de
perturbações mentais do que a população heterossexual. Pretende-se efetuar uma revisão da
literatura sobre o impacto do duplo estigma nas relações sociais, amorosas e sexuais, destacando a
população de homens gays idosos.
Palavras-chave: estigma, LGBT, idosos, stresse, saúde
121
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
SIN
122
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Raquel Nunes ([email protected]) 1, Paula Carvalho1, Marta Alves1, Ana Cunha1, & Manuel Loureiro1
1
Departamento de Psicologia e Educação, UBI - Universidade da Beira Interior, Covilhã, Portugal
A violência nas relações íntimas define-se como a adoção de atos violentos sobre o companheiro,
através de comportamentos psicológicos, físicos e sexuais, podendo causar dano na saúde física e
mental da vítima. Este estudo tem como objetivo analisar a relação entre a presença de
comportamentos violentos nas relações íntimas e o desenvolvimento de sintomatologia depressi
e estud ntes uni ersitários e o r r os n eis de sinto to o i de ressi entre s ti s e
s n o ti s resente estudo de n ture u ntit ti o desi n tr ns ers orre ion e
des riti o ostr onstitu d or 340 universitários, sendo que um número significativo
revelou ter sido vítima de comportamentos violentos. Nomeadamente, 222 estudantes mencionaram
ter sofrido de comportamentos de agressão psicológica, 94 de abuso físico sem sequelas, 83 de
coerção sexual e 19 de abuso físico com sequelas. Os instrumentos utilizados foram a Escala de
Táticas de Conflitos Revisada e a Center for Epidemiologic Studies Depression Scale. Os resultados
mostraram a existência de uma associação positiva entre a agressão psicológica e a presença de
sintomatologia depressiva, sendo que as vítimas relataram níveis de sintomatologia depressiva mais
elevados. Esta investigação contribuiu para reforçar a necessidade de intervir junto de
universitários, aumentando o seu conhecimento acerca das consequências da adoção de
comportamentos violentos nas relações íntimas para a saúde mental.
Palavras-chave: comportamentos violentos, sintomatologia depressiva, relações íntimas
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
O estresse é considerado um processo complexo, que envolve diversos fatores bioquímicos, físicos
e psicológicos. Em uma situação de condição pré-cirúrgica a criança se depara com estímulos
estressores, que podem desencadear reações que afetarão seu desenvolvimento. No mesmo sentido,
a forma como seu cuidador principal, irá reagir ao seu processo de doença, também influenciará
suas reações frente ao inesperado da cirurgia. Desta forma, o presente estudo, com desenho
transversal, visou identificar a presença e fase de estresse em crianças e suas mães associando ao
estilo parental. Os instrumentos utilizados foram o Inventário de Sintomas de Stress, Escala de
Stress Infantil e Inventário de Estilos Parentais. Participaram da pesquisa 40 sujeitos, sendo 20
crianças entre 8 e 14 anos, e as respetivas mães, em um hospital público da cidade de Bauru. A
análise dos dados indicou que 70% da amostra infantil e 80% da amostra adulta apresentavam
sintomas de estresse. Obteve-se uma correlação negativa entre estresse e práticas educativas, o que
nos indica a necessidade de orientação aos pais sobre as práticas utilizadas. Ao mesmo tempo,
houve uma correlação positiva entre estresse adulto e infantil, o que indica a influência dos
comportamentos e sintomas maternos nos filhos. O estudo demonstrou a importância da
investigação aprofundada sobre os efeitos a longo prazo dos sintomas de estresse eliciados pelo
contexto cirúrgico, assim como a necessidade de intervenções psicológicas nesse período.
Palavra-chave: estresse infantil, estilo parental, condição pré-cirúrgica, práticas educativas, estresse
materno
124
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
1
UEL - Universidade Estadual de Londrina, Paraná, Brasil; ²UNESP – Universidade Estadual Paulista, Assis, São Paulo, Brasil;
3
PUC – PR , Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Brasil
Setembro é o mês internacional da prevenção ao suicídio, o qual oferta espaços de reflexão sobre o
tema, como matriciamentos em equipes de profissionais da saúde, palestras em ambientes escolares,
dentre outras ações. Objetiva-se refletir criticamente a respeito das ações temáticas que ocorrem no
Setembro Amarelo e sua efetividade a nível de prevenção ao suicídio. Observa-se uma
desresponsabilização ao fenômeno do suicídio. As palestras e cursos, de modo geral, concentram-se
em um discurso estatístico, medicalizante e patologizantes dos sofrimentos cotidianos acarretando
em uma abstenção do sujeito: “ u desor ni o dos neurotr ns issores” En ontr -se nessas
ações também a psicologização da vida: há discursos de uma responsabilização compulsória do
sujeito suicida, desconsiderando aqui inúmeras tramas, denunciando assim, a posição da Psicologia
ainda como uma ciência que pode ser usada para normatizar. Convida-se, nesta reflexão crítica, a se
pensar as micropolíticas do cotidiano, as práticas profissionais rotineiras e de que maneira se está
compactuando e fazendo manutenção desse sistema capitalístico de subjetivação que faz modos de
sofrer; reflete-se até que ponto as práticas do dia-a-dia estão reforçando esse estilo de vida que
fomenta a insuportabilidade que é viver do modo que se está vivendo na pós-modernidade. Aposta-
se que após estas reflexões as ações em relação ao suicídio possam ter alcance, efetividade e
resolutividade.
Palavras-chave: suicídio, micropolíticas, psicologia, Setembro Amarelo, subjetividade
Eduardo Reis ([email protected])1, Patrícia Arriaga1, Luísa Lima1, Luís Teixeira1, Gabriela Postolache2,
& Octavian Postolache3,4
1
CIS-IUL – Centro de Investigação e Intervenção Social, ISCTE-IUL – Instituto Universitário de Lisboa, Lisbon, Portugal; 2IMM -
Instituto de Medicina Molecular, Lisbon, Portugal; 3IT – Instituto de Telecomunicações, IST – Instituto Superior Técnico, Lisbon,
Portugal; 4ISCTE-IUL - Instituto Universitário de Lisboa, Lisbon, Portugal
Literature on patient-centered care suggests that having positive distractions in the recovery
environment benefits the recovery process. Recent findings on active video games (exergames)
using virtual environments show they can facilitate physiotherapy by increasing motivation to
e er ise is study ssessed rti i nts’ e erien e it n e er e t t uses t i ored irtu
environments to provide specific exercises for the upper limbs. Participants (n = 50, 27 females)
were randomly assigned to one of four experimental conditions in a 2 (Virtual Environment:
positive distractions vs. no distractions) x 2 (Sensation Seeking: high vs. low) between-subjects
factorial design. Measures of Motivation, Positive and Negative Affect, Valence, Sense of Presence
and System Usability were applied after exposure to the virtual environment. Preliminary results
show similarly high levels of motivation, positive and negative affect, valence and sense of
presence in the virtual environments in both conditions. Conversely, low levels of negative affect
and felt pressure were reported. The exergame was perceived as a highly useful, effective and
entertaining tool to improve physical parameters of the upper limbs. These results provided
important insights about tailored approaches to physiotherapy using virtual environments,
highlighting the relevance of these technologies to increase motivation and to improve physically
during the recovery process.
Keywords: tailored virtual environments, motivation, exergame, physiotherapy, sensation seeking
125
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
A fobia social é caracterizada por medo e ansiedade excessivos diante de situações sociais
decorrentes de pensamentos disfuncionais relacionados a avaliação negativa, autocrítica e
percepção distorcida. A Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) mostra evidências da eficácia no
tratamento desse transtorno. O objetivo deste trabalho é apresentar um estudo de caso de fobia
social atendido em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) na região metropolitana de Curitiba,
Paraná, Brasil a partir do referencial da TCC. A cliente de 28 anos permaneceu 10 anos em
isolamento social com sintomas fóbicos graves. O plano terapêutico foi multidisciplinar e incluiu
técnicas da TCC, sendo realizadas 20 sessões e após 8 encontros a cliente estava menos resistente
ao tratamento. Os melhores resultados foram em relação aos pensamentos distorcidos, reconstrução
de sua identidade e à aproximação de situações aversivas. Técnicas da TCC foram essenciais para o
tratamento e para ampliação de repertório de enfrentamento de situações aversivas, bem como para
o trabalho multidisciplinar que buscava a inserção social. O tratamento demonstrou efetividade para
a remissão dos sintomas fóbicos, reduzindo os aspectos negativos do contexto social e individual da
paciente. Para a promoção de saúde mental, se faz necessário o auxílio da família na terapia, bem
como, rede de apoio que, neste caso, se fez através do CAPS.
Palavras-chave: fobia social, terapia cognitiva comportamental
126
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
:
DESENVOLVIMENTO DE UM PROGRAMA
Isabel Gil ([email protected])1, Paulo Costa2, Elzbieta Bobrowicz-Campos2, Maria Lurdes Almeida1, & João Apóstolo1
1
Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Coimbra, Portugal; 2UICISA: E - Unidade de Investigação em Ciências da Saúde:
Enfermagem, Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Coimbra, Portugal
Vários trabalhos têm evidenciado uma curva em forma de U da felicidade ao longo do ciclo de vida,
sendo o objetivo deste trabalho avaliar essa distribuição numa amostra portuguesa. Neste estudo,
quantitativo transversal de caráter exploratório, participaram 806 indivíduos de nacionalidade
portuguesa de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 18 e os 93 anos. Como
instrumentos foram utilizados um questionário sociodemográfico, a Satisfaction With Life Scale e a
Hedonic and Eudaimonic Motivations for Activities. Na satisfação com a vida, os sujeitos com
idade superior a 65 anos apresentaram os valores significativamente mais elevados, não tendo sido
observadas diferenças segundo o sexo. Na perspetiva hedónica, os participantes com mais de 50
anos obtiveram os valores mais elevados, tendo o sexo feminino apresentado valores superiores ao
sexo masculino. Para a perspetiva eudaimónica, os participantes com idade superior aos 50 anos
apresentaram os valores mais elevados e os participantes com idades abaixo de 39 anos os valores
mais baixos, não se tendo verificado diferenças significativas segundo o sexo. Embora tenha ficado
provada a existência de maiores índices de felicidade nos participantes mais velhos, os resultados
não confirmam a curva em forma de U para a felicidade ao longo da vida, mas a situação que o país
atravessa pode ter sido determinante nestes resultados.
Palavras-chave: psicologia positiva, felicidade, satisfação com a vida, hedónica, eudaimónica
127
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
MULHERES
1
Maria Esmeralda Vicentina Pucci
Na Europa, nos últimos anos o fluxo migratório se acentuou de forma nunca vista anteriormente,
levando os profissionais da saúde mental a ampliar o olhar para questões não apenas intrapsíquicas,
mas também culturais e universais do ser humano. Na Itália, em 2016 segundo a Organizzazione
Internazionale per le Migrazioni (OIM), aproximadamente 9.000 pessoas chegaram na costa
italiana, sendo um terço menores de idade. Tais dados justificam uma atenção especial a estas
crianças que enfrentam mudanças radicais, deixando para trás os seus afetos, suas raízes e história.
Este trabalho apresenta um screening psicológico de três irmãos nigerianos de 6, 8 e 9 anos
residentes na Itália a aproximadamente um ano e teve como objetivo fazer uma avaliação emocional
e cognitiva a partir da preocupação da educadora por alguns comportamentos disfuncionais
encontrados nas crianças como: agitação, medo e problemas de aprendizagem. O processo de
avaliação contou com a observação clínica, a aplicação das matrizes de Raven e o HTP (house, tree,
person). Os resultados demonstram que além da subjetividade de cada um, os resultados revelaram
questões culturais muito marcadas e principalmente ajudaram a programar um tratamento
personalizado para cada criança visando ajudá-las no processo de elaboração, adaptação e
“tr essi ” Conclui-se que um screening psicológico em crianças profugas promove a prevenção
de dificuldades maiores.
Palavras-chave: crianças profugas, screening, fluxo migratório
128
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Talita Souza Perboni ([email protected])1, Victoria Grassi Bonamigo1, Gabriela Weinert Moraes1, Samanta
Fabrício da Rocha1, & Paulo Faro dos Santos1
1
Setor de Cefaleia e Dor Ororfacial, Instituto de Neurologia de Curitiba, Curitiba, Paraná, Brasil.
O atendimento multidisciplinar é uma modalidade que tem sua relevância bem estabelecida no
contexto hospitalar, porém para o tratamento de pacientes com cefaleia ainda é pouco praticada.
Neste panorama o Instituto de Neurologia de Curitiba iniciou o atendimento para esta parcela de
pacientes com equipe composta de neurologia, odontologia, psicologia, nutrição e enfermagem. O
presente estudo tem por objetivo apresentar e refletir sobre a atuação da psicologia na triagem de
transtornos de humor em pacientes com cefaleia crônica. O psicólogo realiza a aplicação de escalas
de triagem que foram sendo alteradas com o andamento do trabalho, para melhor adaptação à
realidade atendida, bem como entrevista breve de anamnese. Destaca-se que o ambulatório atende
em dias separados adultos e crianças e o presente relato de caso expõe apenas sobre o atendimento
aos pacientes maiores de 18 anos. Esta triagem possibilitou melhor assertividade na decisão de
quais pacientes apresentam maior urgência para o acompanhamento psicoterápico em conjunto ao
tratamento psicofarmacológico. Considerando que um tratamento conjunto traz maior benefício ao
paciente. Conclui-se que a interface entre psicólogo e neurologista se mostra benéfica e funcional
no tratamento do paciente, considerando que diminui-se a possibilidade de erros de indicações de
tratamento e promove-se maior adesão do paciente ao plano de trabalho proposto.
Palavras-chave: triagem psicológica, cefaleia, Psicologia Hospitalar, tratamento multidisciplinar
MINDFULNESS ESTADO
1-3
Carla Andrade ([email protected]) , Patrícia Arriaga1, & Marina Carvalho2,3
1
ISCTE-IUL - Instituto Universitário de Lisboa, Lisboa, Portugal; 2ISMAT – Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes, Portimão,
Portugal; 3CHUA – Centro Hospitalar Universitário do Algarve, Algarve, Portugal
129
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
A consciência de género de profissionais de saúde tem sido discutida na literatura como uma forma
de reduzir os enviesamentos de género em saúde. O presente estudo tem como objetivo adaptar e
validar a Nijmegen Gender Awareness in Medicine Scale (N-GAMS) para a população portuguesa.
Esta escala mede a sensibilidade de género e as ideologias de género face a pacientes e médicos.
Um total de 1148 estudantes de medicina (M = 22,90 anos; 67,1% mulheres) responderam à versão
portuguesa da N-GAMS bem como a medidas de empatia médica (JSPE-spv) e sexismo (ASI) nas
suas versões portuguesas de forma a investigar a validade de constructo e critério da escala. A
estrutura trifatorial da escala foi suportada por uma análise fatorial confirmatória (CFI = 0,918; NFI
= 0,8 I I 0 E 0 06 χ² 0 50 p < 0,001): 1) sensibilidade de género (n
6 itens α 0 ideo o i s de nero e ientes (n itens α 0 5 e
ideologias de género face a médicos (n 5 itens α 0 ind a N-GAMS mostrou uma boa
validade concorrente; com a sensibilidade de género associada positivamente com a empatia médica
e as ideologias de género associadas negativamente com a empatia médica. As ideologias de género
também se mostraram associadas positivamente com o sexismo. Em suma, a N-GAMS-pt mostrou-
se como um instrumento fiável e válido que pode ser utilizado para fins de investigação e
intervenção de forma a reduzir os enviesamentos de género em saúde.
Palavras-chave: consciência do género, escala, validação, saúde
Baseado nos avanços da terapêutica antirretroviral (TARV), dos objetivos mundiais do Joint United
Nations Programme on HIV/AIDS (UNAIDS) e das fast-track cities, pretendemos que este estudo
se foque nas variáveis do dropout da cascata do continuum of care. A maioria d iter tur de ru -
se so re des o ter uti e os tores deter in ntes r es no ent nto n o- des o
TARV não implica dropout e existe uma lacuna sobre esse fenómeno. Pretende-se realizar uma
revisão da literatura sobre os preditores e métodos de prevenção de dropout, especificamente com
utentes com infeção pelo VIH. Pretende-se realizar uma revisão de literatura sobre o fenómeno do
dropout. Serão selecionados estudos observacionais e de meta-análise entre o período de 1999 e
2017. Também serão considerados estudos experimentais e meta-análises que englobem
intervenções e prevenções do dropout. Pretende-se consolidar todos os dados relevantes da atual
literatura, para o dropout (e.g., variáveis sociodemográficas, clínicas e biopsicossociais e os
todos e i es de reten o e tr t ento De ido i ort n i do en eno de dropout para a
saúde do indivíduo portador de uma infeção crónica e para a saúde pública, consideramos vantajoso
propor uma metodologia para identificar e intervir de forma mais eficaz.
Palavras-chave: dropout, terapêutica antiretrovírica, VIH, avaliação de risco
130
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Marisa Ávila ([email protected])1, Crystal Park2, Joaquim Luís Coimbra1, & Paula Mena Matos1
1
FPCEUP - Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, Porto, Portugal; 2University of
Connecticut, Connecticut, United States of America
O cancro da mama (CM) constitui um acontecimento disruptivo para o casal, que se confronta com
um conjunto de desafios de natureza singular face às exigências do diagnóstico e tratamentos
associados à doença. A percepção de crescimento pós-traumático poderá estar mais dependente da
qualidade das interações do que com aspetos associados ao estatuto dos membros do casal (i.e.,
paciente, companheiro amoroso). O presente estudo operacionaliza a análise diádica do crescimento
pós-traumático com base na Teoria da Vinculação, que providencia um referencial heurístico
profícuo ao conhecimento dos processos relacionais que caracterizam o contexto do casal. A
amostra é constituída por 84 casais coabitantes e heterossexuais. As mulheres encontravam-se na
fase de tratamento adjuvante e/ou na fase de pós tratamentos (i.e. recuperação). Ambos os membros
do casal preencheram medidas de autorrelato que avaliaram a vinculação ao par amoroso e o
crescimento pós-traumático. As associações entre vinculação e crescimento foram examinadas com
recurso ao Modelo de Interdependência Ator Parceiro. A vinculação segura do/a parceiro/a está
associada ao crescimento pós-traumático de forma indistinta para ambos os membros do casal. Os
resultados corroboram o estudo diádico do crescimento pós-traumático, suportando a
operacionalização do casal como unidade emocional. O trabalho encerra tecendo algumas
considerações ao nível da intervenção com casais.
Palavras-chave: cancro da mama, casal, vinculação amorosa, crescimento pós-traumático, modelo
de interdependência actor parceiro
131
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Lucia Zaffaroni ([email protected])1, Filipa Pimenta2, Gianluca Castelnuovo1,3, Giada Pietrabissa1,3, & João
Maroco2
1
Dipartimento di Psicologia, Università Cattolica del Sacro Cuore di Milano, Milano, Itália; 2WJCR - William James Center for
Research, ISPA - Instituto Universitário, Lisboa, Portugal; 3Psychology Research Laboratory, Ospedale San Giuseppe, IRCSS Istituto
Auxologico Italiano, Verbania, Itália
132
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
PARTE II
SIMPÓSIOS
A promoção da saúde ao longo da vida é uma das principais estratégias a adotar face ao aumento
das doenças crónicas que atingem os adultos a partir da meia-idade sendo geradoras de
incapacidades na velhice. A meia-idade, dos 45 aos 64 anos, surge como uma etapa de vida crucial
para a adoção ou manutenção de um estilo de vida promotor da saúde que permita envelhecer
mantendo a saúde. Realizámos um estudo que procurou identificar a forma como diferentes fatores
influenciam a adoção de um estilo de vida promotor da saúde, numa amostra de 894 pessoas de
meia-idade, da sub-região do Baixo Alentejo, através de uma metodologia de natureza
correlacional. A componente promotora de saúde apresenta resultados negativos e a de risco assume
aspetos preocupantes: elevada prevalência de pré-obesidade e obesidade, acompanhada da
prevalência de algumas doenças crónicas o que nos homens é ainda potenciada por uma maior
133
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
prevalência de comportamentos de risco (consumo de tabaco e álcool) e nas mulheres por uma pior
autoperceção do estado de saúde. Os fatores pessoais - biológicos, psicológico (autoperceção da
saúde) e socioculturais e a autoeficácia influenciam a adoção de um estilo de vida promotor de
saúde. Importa reforçar as intervenções promotoras de um envelhecimento saudável ao longo da
vida que, especificamente na meia-idade, devem ser conjugadas com intervenções de mudança
comportamental.
Palavras-chave: promoção da saúde, envelhecimento saudável, meia-idade
A pobreza pode ser compreendida como uma situação de privação proveniente da falta de recursos.
Afeta vários níveis essenciais à satisfação do indivíduo, contribui para a exclusão social e é
transversal a todas as faixas etárias. Urge perceber a realidade das pessoas mais velhas que
vivenciam esta situação e identificar os contornos sociais e as respostas existentes. Este estudo teve
como principal objetivo relacionar a qualidade de vida da pessoa idosa com a vivência de uma
situação de pobreza e a exclusão social. Pretende-se conhecer a relação entre as temáticas, bem
como percecionar a intervenção realizada ao nível da promoção da qualidade de vida dos idosos
pobres de uma comunidade. O estudo contou com a participação de nove indivíduos (cinco pessoas
idosas e quatro profissionais). Através dos dados recolhidos verificou-se a influência da pobreza
sobre a qualidade de vida, pois tanto os idosos como os profissionais consideram a pobreza,
enquanto sinónimo de privação contribuindo para uma menor qualidade de vida. Associando a esta
lógica um causalidade circular, destacam-se as necessidades e patamares que não são possíveis
aceder devido a uma situação de pobreza e a relevância de intervenção através do Serviço de Ação
Local para a Pessoa Idosa.
Palavras-chave: pessoa idosa, envelhecimento, qualidade de vida, pobreza, exclusão social
envelhecimento precoce.
Palavras-chave: idosos, envelhecimento, saúde mental, esquizofrenia, comunidade
O significado de vida e a constatação da sua finitude inquietam desde sempre os humanos. É neste
contexto que surge a espiritualidade enquanto dimensão relevante do ser humano que o diferencia
dos outros seres vivos e que o ajuda a compreender a vida e a aceitar o último acontecimento. As
evidências têm mostrado a influência da espiritualidade na qualidade de vida das pessoas mais
velhas. Observou-se que as pessoas que percecionam melhor qualidade de vida nos domínios da
capacidade física, funcional e mental perspetivam o seu futuro com mais esperança e otimismo. O
presente estudo teve como principal objetivo compreender de que forma as vivências de
espiritualidade se encontram relacionadas com a esperança e a satisfação com a vida. O estudo
contou com 36 idosos não institucionalizados de uma comunidade do Baixo Alentejo com idades
compreendidas entre os 65 e 85 anos. Optou-se por um estudo transversal e exploratório, de carater
qualitativo e quantitativo, assente numa perspetiva dinâmica de investigação-ação, de forma a poder
visionar uma possibilidade de intervenção contextualizada. Aplicou-se uma entrevista semi-
estruturada, uma escala de espiritualidade, uma escala de esperança e uma de satisfação com a vida
adaptadas à população portuguesa. Observou-se que os idosos com vivências de espiritualidade
apresentam-se como homens e mulheres de esperança e satisfação com a vida, são mais positivos e
percecionam uma melhor qualidade de vida no seu envelhecimento.
Palavras-chave: gerontes, espiritualidade, esperança, satisfação com a vida, envelhecimento
Envelhecer no futuro será diferente de hoje. Segundo o relatório da OMS (2015) a mudança vai
ocorrendo e tem as suas implicações a vários níveis: (1) a urbanização e a globalização foram
acompanhadas pelo aumento da migração e desregulamentação dos mercados de trabalho, o que
pode ser uma oportunidade para os mais velhos; (2) as normas de género e o papel das mulheres
tem-se alterado, deixaram de ser cuidadoras desempenhando funções de maior segurança em idades
avançadas; (3) os modelos antigos de cuidados à família não são sustentáveis, obrigam a novas
abordagens; (4) mudança tecnológica ao nível da comunicação e informação proporciona
oportunidades de acesso à família e de orientação do autocuidado; e (5) o surgimento de novos
recursos de apoio que são mais funcionais e acessíveis possibilitando oportunidades para o
monitoramento e cuidados de saúde personalizados. Neste estudo procuramos refletir sobre a
relevância e o tipo de propostas a desenvolver para efetivar a promoção do envelhecimento
saudável. Estamos na linha de Seligman (2011), o objetivo de gerar riqueza só tem sentido se gerar
florescimento humano e felicidade para todos. É preciso abraçar o desafio da psicologia positiva, o
de medir e desenvolver o florescimento humano. A importância do envelhecimento como questão
psicológica positiva deve ser reconhecida, e incluída no debate público, mas é preciso mais, deve
fazer parte da formação de profissionais que lidam com as pessoas mais velhas.
Palavras-chave: pessoa mais velha, envelhecimento, florescimento, bem-estar, psicologia
135
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
As doenças oncológicas são consideradas um problema de saúde pública pela elevada incidência,
prevalência, mortalidade, com um impacto evidente ao nível da qualidade de vida. Em Portugal é a
segunda causa de morte e tem aumentando a sua incidência e prevalência em todo o mundo. O
simpósio que apresentamos inclui cinco comunicações sobre cinco doenças crónicas que abordam,
nos pacientes o tema da adaptação à doença no HPV, diabetes tipo 2, lombalgia, cancro do colo do
útero e esclerose múltipla.
Assim, a primeira comunicação aborda a o papel moderador da espiritualidade em mulheres com
HPV, a segunda comunicação está focada na adesão aos cuidados com os pés em pacientes com
diabetes tipo 2, seguindo-se o papel mediador do sofrimento em pacientes com lombalgia, bem
como o papel moderador da imagem corporal em mulheres com cancro do colo do útero e,
finalmente, a influencia dos cuidadores na qualidade de vida de doentes com esclerose múltipla.
Esperemos que este simpósio possa contribuir para um melhor conhecimento das variáveis
psicológicas associadas à adaptação à doença no sentido de se criarem programas de intervenção
que possam corresponder especificamente às necessidades destas populações.
A infeção por HPV está associada a uma perda da qualidade de vida (QV) (Sarah et al., 2011). O
principal objetivo do estudo foi avaliar o papel moderador da espiritualidade, na relação entre
morbilidade psicológica e a QV, em mulheres portadoras do papilomavírus humano. Trata-se de um
estudo longitudinal com três momentos de avaliação. Participaram 209 mulheres com HPV, com
idades entre os 20 e os 65 anos. Foram utilizadas as versões portuguesas dos seguintes
instrumentos: Anxiety and Depression Scale; Spiritual and Religious Attitudes in Dealing with
Illness; e HPV Impact Profile. A espiritualidade (T2) moderou a relação entre a morbilidade
si o i ( e V( (β -7476; 95% IC [1,0878; 1,9469], t = 7,0080; p = < 0,0001) e
entre or i id de si o i no e V no (β 0 6 5 5 IC [0,3745; 1,1604], t =
3.8739; p = 0,0002) em ambos os casos para níveis baixos de espiritualidade. A espiritualidade tem
um papel relevante na adaptação à doença sendo um componente importante da QV (Kandasamy et
al., 2011). Assim quando a espiritualidade é baixa, a morbilidade psicológica tem impacto negativo
na QV dado ser uma estratégia de coping (Salsman et al., 2015). A intervenção deve focar-se na
espiritualidade no sentido de promover QV em mulheres com HPV.
Palavras-chave: HPV, espiritualidade, qualidade de vida
A elevada prevalência da diabetes em todo o mundo é um dos maiores desafios de saúde pública. A
não adesão ao cuidado dos pés pode resultar em complicações graves como a amputação. Este
estudo examinou as diferenças na adesão ao cuidado com os pés ao longo do tempo e o papel
preditor das variáveis clínicas, das representações da doença e dos sintomas de distress após o
136
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
diagnóstico de Diabetes Tipo 2 (DMT2) na adesão ao cuidado dos pés, até um ano após o
diagnóstico (T1) e quatro meses mais tarde (T2). Trata-se de um estudo longitudinal com dois
momentos de avaliação. A amostra incluiu 271 pacientes diagnosticados com DMT2 há não mais de
um ano aquando da avaliação, que responderam à Escala Revista de Autocuidados com a Diabetes,
ao Questionário Breve de Representações da Doença, e à Escala de Ansiedade e Depressão
Hospitalar. Os pacientes relataram melhor adesão aos cuidados dos pés no T2. Maior duração da
doença e mais consequências da doença estavam associadas a uma melhor adesão aos cuidados dos
pés, no T1. No T2, os preditores da adesão foram a adesão aos cuidados dos pés no T1, maior
compreensão sobre a doença e menos sintomas depressivos. Os resultados do presente estudo
podem ajudar os profissionais de saúde na elaboração de programas de intervenção que detetem
precocemente os sintomas depressivos e as crenças sobre a doença, para promover comportamentos
de autocuidado nos pés e reduzir a incidência de complicações futuras.
Palavras-chave: representações da doença, distress, adesão aos cuidados com os pés, diabetes Tipo
2, estudo longitudinal
A lombalgia é um problema de saúde pública (Hoy, Brooks, Blyth, & Buchbinder, 2010), que causa
sofrimento (Brage, Sandanger, & Nygård, 2007) e incapacidade funcional (Murray et al., 2012).
Este estudo avaliou as relações ente as representações da doença, o stress familiar, a intensidade da
dor, sofrimento subjetivo e a incapacidade funcional em pacientes com lombalgia em tratamento
fisioterapêutico e quiroprático. A amostra incluiu 213 doentes que receberam tratamento de
quiroprática (TQ) e 125 tratamento de fisioterapia (TF) que responderam aos seguintes
instrumentos: Illness Perception Questionnaire–Revised; Illness Subjective Suffering Inventory;
Oswestry LBP Incapacity Questionnaire; and the Family Relations Index. A path analysis no grupo
TQ revelou que o sofrimento mediou parcialmente a relação entre as representações das
consequências da doença/intensidade da dor/duração da doença/resposta emocional e a
incapacidade bem como entre o stress familiar e a incapacidade. Por sua vez, a path analysis, no TF,
revelou que o sofrimento mediou totalmente a relação entre as representações de resposta
emocional/ consequências/ coerência/ duração da doença e a incapacidade, assim como, entre o
stress familiar e a incapacidade. A intervenção em doentes com lombalgia deve focar-se no
sofrimento subjetivo no sentido de diminuir a incapacidade funcional, independentemente do
tratamento.
Palavras-chave: lombalgia, sofrimento, incapacidade funcional
A qualidade de vida (QV) nos sobreviventes do cancro de colo do útero (CCU) é negativamente
afetada pela doença e seus tratamentos, sendo o distress psicológico altamente prevalente. A
espiritualidade enquanto estratégia de confronto, tem um papel positivo na QV e o apoio social é
conhecido como um amortecedor que contribui para a QV, em pacientes com cancro. O objetivo do
presento estudo foi analisar a associação das variáveis morbilidade psicológica, suporte social,
espiritualidade com a QV e o papel moderador da imagem corporal em pacientes com CCU. Trata-
137
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
se de um estudo transversal, no qual participaram 140 mulheres com CCU que preencheram
instrumentos de avaliação de QV (EORTC QLQ C30 e EORTC QLQ CX24 (especifico CCU),
morbilidade psicológica (HADS), suporte social (ESSS) e espiritualidade (SpREUK). A imagem
corporal, depressão, experiência de sintomas e função sexual e vaginal associaram-se com a QV. No
ent nto i e or or en s oderou re o entre de ress o e V (β -0,0267, IC 95% [-
0,021; -0,0113] t = -3,4269; p < 0 00 e o o entre e eri n i dos sinto s e oL (β -
0,098; 95% CI [0,0037; 0,0159] t = 3,1823; p < 0,001). As mulheres devem ser avaliadas ao nível
da depressão e experiência de sintomas dada a sua influência na QV. A intervenção psicológica deve
se concentrar na promoção da imagem corporal ajudando as mulheres a lidar com sintomas
psicológicos e físicos, do cancro cervical e tratamento.
Palavras-chave: cancro cervical, imagem corporal, qualidade de vida
A Esclerose Múltipla é uma doença crónica que afeta a qualidade de vida dos doentes. Esta
população necessita de cuidados prolongados e exigentes, o que conduz a um aumento da
sobrecarga nos cuidadores. Este estudo testou um modelo que abarcou a contribuição das variáveis
psicológicas, sociodemográficas e clínicas dos doentes e dos cuidadores, na qualidade de vida dos
doentes. Participaram 100 doentes e 72 cuidadores neste estudo com design transversal. Foram
utilizados instrumentos como o Multiple Sclerosis Quality of Life (MSQOL-54), Illness Perception
Questionnaire-Revised (IPQ-R), Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS), Caregiver
Reaction Assessment (CRA), State Trait Anxiety Inventory (STAI) e Beck Depression Inventory
(BDI). Os resultados da path analysis revelaram que a sobrecarga do cuidador mediou a relação
entre sintomatologia depressiva e qualidade de vida dos doentes e que a sintomatologia depressiva
do cuidador mediou a relação entre sintomatologia depressiva do doente e qualidade de vida. A
intervenção deverá centrar-se nos doentes e nos cuidadores, emergindo a crescente necessidade de
desenvolver e implementar programas comunitários que apoiem os cuidadores; e ainda oferecer aos
doentes um acompanhamento especializado por um psicólogo clínico e da saúde, desde o momento
do diagnóstico.
Palavras-chave: esclerose múltipla, qualidade de vida, sobrecarga, doentes, cuidadores
A proporção de idosos tem vindo a crescer de forma exponencial em todo o mundo (2,6% ao ano) e
consideravelmente mais rápido do que a população como um todo, com consequências importantes,
como o aumento dos custos associados aos cuidados de saúde e apoio social. Contrariamente à
imagem estereotipada da idade mais avançada assexuada e com dificuldades de ajustamento e riscos
psicossociais acrescidos, a literatura indicou que os idosos se auto-referem como satisfeitos com a
sua vida e são sexualmente ativos. Embora os idosos se envolvam em atividades sexuais, os
desafios de saúde (e.g., diabetes, fadiga, depressão, dor sexual e saúde auto-percebida) podem
interferir no ajustamento e bem-estar dos idosos. Estes temas são relevantes para a intervenção
138
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
psicológica com idosos, contudo a literatura carece de um maior aprofundamento das questões
associadas ao ajustamento ao envelhecimento, ao bem-estar sexual e aos riscos psicossociais
experienciados na adultícia avançada O simpósio aqui proposto tem como objetivos: (a) Disseminar
investigação na população idosa que em contexto comunitário e institucionalizado; (b)
Compreender a importância de variáveis como o bem-estar sexual e sexualidade para a salude, bem-
estar e ajustamento ao envelhecimento dos idosos; (c) Aprofundar as crenças associadas à
sexualidade dos cuidadores formais em ambientes institucionalizados; (d) Explorar os riscos
psicossociais associados a contextos de institucionalização para facilitar boas práticas de
intervenção; e (e) Contribuir para o conhecimento de fatores preditores do ajustamento ao
envelhecimento em faixas etárias de idosos distintas. Em suma, o conhecimento multidisciplinar
aprofundado de várias dimensões do envelhecimento, tais como o ajustamento ao envelhecimento, a
sexualidade e os riscos psicossociais associados aos idosos e aos seus cuidadores podem contribuir
para intervenções de saúde especificamente dirigidas para as necessidades dos idosos que vivem na
comunidade e em instituições.
O conceito bem-estar sexual é definido como uma avaliação individual, cognitiva e afetiva dos
diferentes domínios da sexualidade. Com a progressão rápida do envelhecimento na população
portuguesa, torna-se pertinente explorar o que diferencia os idosos na sua sexualidade. A presente
investigação tem como objetivo analisar as diferenças entre género, em idosos, no bem-estar sexual.
Neste estudo transversal, foi administrado o Mini-Mental State Examination (MMSE), um
questionário sociodemográfico, e um questionário realizado a partir de 3 escalas: Escala de
Vivências Afetivas e Sexuais do Idoso (EVASI); Escala de Avaliação da Satisfação em Áreas
Conjugais (EASAVIC); Escala Triangular do Amor de Sternberg-Reduzida (ETAS-R), a 121 idosos,
dos quais 66 são mulheres e 55 são homens, com idades entre os 65 e os 88 anos (M = 72,71; DP =
6,05). Os resultados obtidos indicam que não existem diferenças significativas (p > 0,05) entre
género nas cinco variáveis do bem-estar sexual. Foi possível concluir que os homens e as mulheres
portuguesas vivenciam o bem-estar sexual de forma semelhante, e por sua vez, que o bem-estar
sexual é um conceito que deve ser analisado como uma dimensão psicoafectiva, verificando-se cada
vez mais uma diminuição das diferenças entre género, o que sugere uma homogeneização da
vivência da sexualidade nos idosos.
Palavras-chave: idosos, bem-estar sexual, diferenças de género, sexualidade, envelhecimento
A forma como os cuidadores experienciam a sexualidade dos idosos tem implicações na sua
identidade e nas suas manifestações sexuais. Existem poucos estudos que se focam no significado
do cuidar dos idosos, tendo em conta a sua sexualidade. Este estudo tem como objetivo explorar as
experiências dos cuidadores formais (FC) em relação à sexualidade nos idosos e obter uma
descrição das suas experiências. Foram disponibilizados dados completos de seis cuidadores que
trabalham num lar de idosos opara este estudo qualitativo. Utilizámos um questionário
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
A população com idade acima dos 60 anos tem vindo a aumentar ao longo do tempo. Neste sentido,
o bem-estar sexual é entendido como um conceito vasto do domínio da sexualidade, podendo ser
entendido como uma avaliação afetiva, cognitiva e individual. Com a investigação insuficiente
sobre a vida sexual do idoso e o que a afeta e define, torna-se pertinente explorar o que influencia a
sexualidade na adultícia avançada. A presente investigação tem como objetivo analisar e identificar
os fatores que possam influenciar o bem-estar sexual, diferenciando essas influências por género.
Neste estudo transversal, foi administrado o Mini-Mental State of Examination (MMSE), um
questionário sociodemográfico, e por último, um questionário realizado a partir de 3 escalas: Escala
de Vivências Afetivas e Sexuais do Idoso (EVASI); Escala de Avaliação da Satisfação em Áreas
Conjugais (EASAVIC); Escala Triangular do Amor de Sternberg-Reduzida (ETAS-R), a 121 idosos,
dos quais 66 são mulheres e 55 são homens, com idades entre os 65 e os 88 anos (M = 72,71; DP =
6,05). Os resultados indicam que o número de filhos e a idade (p < 0,01) influenciam
significativamente o bem-estar sexual, não existindo diferenças significativas entre género na
influência dos fatores. Concluímos que existe um aumento do bem-estar sexual nos idosos com
mais idade e com um maior número de filhos.
Palavras-chave: idosos, bem-estar sexual, preditores, sexualidade, adultícia avançada
Este estudo tem como objetivo comparar os preditores de ajustamento ao envelhecimento (AaE) de
idosos jovens e mais velhos e construir dois modelos estruturais para explorar os preditores da AaE.
Foi realizado um estudo transnacional abrangendo uma amostra de 822 idosos não
institucionalizados com mais de 65 anos. Foram utilizados instrumentos para avaliar o AaE, o bem-
estar subjetivo (BES) e o sentido interno de coerência (SIC). Um questionário para determinar a
situação sociodemográfica (sexo, idade, profissional e estado civil, educação, agregado familiar,
filhos, rendimento, residência e espiritualidade auto-percebida), estilo de vida (lazer) e
características relacionadas à saúde (saúde percebida, doença recente, medicação) foi utilizado. Foi
explorado um modelo estrutural de AaE, para ambos os grupos. O lazer foi o preditor mais
si ni i ti o r os idosos o ens (β 0 p < 0,001) enquanto a espiritualidade auto-percebida
oi o reditor is si ni i ti o r os idosos is e os (β 0 < 0 00 s reditores
significativos explicam 67,8% e 73,1% da variabilidade de AaE, respetivamente. Os resultados
140
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
apresentados neste estudo destacaram o AaE, delineado em dois modelos estruturais, para dois
grupos de idosos e a necessidade de implementar intervenções de saúde, que incidam no lazer e a
espiritualidade auto-percebida.
Palavras-chave: idosos, preditores, ajustamento ao envelhecimento, equações estruturais
A promoção da atividade física (PAF) na população em geral e nomeadamente nos indivíduos com
doença ou incapacidades físicas e/ou mentais é sobejamente enunciada para Organização Mundial
de Saúde (OMS) e pelas organizações de saúde dos vários países. A Direção Geral de Saúde (DGS)
portuguesa, emitiu recentemente o Programa Nacional para a Promoção da Atividade Física
(PNPAF) criado em 2016 e tem como documento orientador a Estratégia Nacional para a Promoção
da Atividade Física, Saúde e Bem-Estar (ENPAF), onde propõem linhas orientadoras para todos os
profissionais de saúde facilitarem e promoverem a atividade física dos seus utentes. O objetivo das
comunicações deste simpósio é transmitir à comunidade cientifica, estudos que evidencia da PAF na
saúde mental dos indivíduos com doença ou limitações. Parece-nos relevante a temática deste
simpósio, face aos desafios e objetivos da promoção da saúde e da psicologia da saúde, na
população portuguesa e nomeadamente na população com doença ou fragilidade de saúde. A PAF é
um vetor importante na saúde física e mental dos indivíduos com doença ou limitações físicas e /ou
mentais.Este simpósio é constituído por quatro comunicações orais, com a seguinte ordem de
apresentação: 1ª comunicação (PAF na doença crónica): Doença de Parkinson: Interferência da
Multitarefa na Marcha; 2ª comunicação (PAF na doença crónica progressiva): Qual o contributo da
atividade física nos doentes em cuidados paliativos; 3ª comunicação (PAF no idoso): Promoção da
atividade física: Impacto na cognição, desempenho físico e qualidade de vida; 4ª comunicação (PAF
no Idoso): Programa de promoção da atividade física e bem-estar psicológico em população idosa.
Germano Silva Ferreira ([email protected])1,2, Joaquim Ferreira1,3, Isabel Pavão Martins4, Tiago Soares1,
Érica Marcelino3, & Maria Inês Sousa3
1
Laboratório de Farmacologia Clínica e Terapêutica, Instituto de Medicina Molecular, Faculdade de Medicina, Universidade de
Lisboa, Lisboa, Portugal; 2Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa, Lisboa, Portugal;
3
CNS - Campus Neurológico Sénior, Torres Vedras, Portugal; 4Laboratório de Estudos da Linguagem, Instituto de Medicina
Molecular, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal
mas não com o TUGman e o TUGmulti (p > 0,05). Em idosos com PD o TUG parece ser afetado
pela realização simultânea tarefas motoras e cognitivas, contudo o PD-MCI parece ter um efeito
negativo adicional significativo apenas com a realização simultânea de uma segunda tarefa
cognitiva.
Palavras-chave: Parkinson, multitarefa, marcha
142
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Este simpósio visa ser um contributo para a identificação, avaliação e intervenção em saúde mental
com vista à promoção da saúde e bem-estar. Pretende-se dar um contributo que visa a promoção da
saúde mental através da identificação de necessidades para intervir de uma forma eficaz e inovadora
quer ao nível dos instrumentos de avaliação psicológica utilizados quer ao nível da equipa de
intervenção multidisciplinar. Serão apresentados trabalhos de avaliação e intervenção em contexto
de saúde e de formação. Salientam-se intervenções individualizadas em contexto clínico e
psicoterapêutico tais como (a) Avaliação da imagem corporal na cirurgia bariátrica: o contributo
português; (b) Regulação interpessoal das emoções na alexitimia e a importância do mindfulness
disposicional; e (c) Riscos psicossociais no trabalho e qualidade de vida em sobreviventes de
cancro. Em contextos de formação ao nível do ensino superior estão aqui incorporados duas
investigações com temáticas pertinentes, inovadoras envolvendo instrumentos para avaliação de
comportamentos de risco ambos em estudantes no ensino superior nomeadamente a (d) Prevenção
no consumo de substâncias psicoativas e por fim a avaliação da (e) Dependência da internet,
psicopatologia e qualidade de vida: Estudantes de Ensino Superior. Por fim, são referidas as
implicações dos trabalhos para a prática clínica e para a necessidade de intervenção ao nível da
promoção de comportamentos para a saúde mental.
143
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Para os graus de obesidade mais elevados, a cirurgia bariátrica é atualmente o tratamento mais
eficaz, recomendando-se a avaliação e intervenção psicológica. Este é um estudo exploratório,
observacional, e transversal, com amostra não probabilística de 293 sujeitos (amostra clínica de 165
sujeitos de dois hospitais portugueses e amostra não clínica de 128 alunos do Ensino Superior). Para
avaliar a insatisfação com a imagem corporal (IIC), utilizou-se a Escala de Silhuetas para Cirurgia
da Obesidade (ESCO). Toda a amostra clínica apresentou IIC (preferia corpo de menor volume).
Cerca de 41% da amostra não clínica estava satisfeita com a imagem corporal e 58,6% apresentava
IIC (47,7% preferia corpo de menor volume e 10,9% corpo de maior volume). Os doentes
bariátricos apresentaram IIC mais elevada (5,15 ± 1,75), do que os sujeitos normoponderais ou pré-
obesos (0,54 ± 0,84), t(274) = -29,06, p = 0,001. A diferença entre o índice de massa corporal (IMC)
e a imagem corporal atual (ICA) é estatisticamente significativa, χ2 (7) = 105,94, p = 0,001, sendo
que os sujeitos da amostra clínica escolheram figuras de ICA correspondentes a IMC bastante mais
acima do seu IMC atual, comparativamente aos sujeitos da amostra não clínica. Este estudo sugere
que a ESCO, único instrumento desenhado para avaliar a IIC dos doentes bariátricos portugueses,
contribui para os clínicos desenharem intervenções psicológicas individualizas, e potenciar os
resultados cirúrgicos.
Palavras-chave: obesidade, cirurgia bariátrica, imagem corporal, escala de silhuetas, avaliação
psicológica
Ricardo João Teixeira ([email protected])1,2, Rute Pinto1, & Anabela Sousa Pereira1
1
Departamento de Educação e Psicologia, Universidade de Aveiro, Aveiro, Portugal; 2Clínica da Ordem, Porto, Portugal
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Sara Monteiro ([email protected])1, Ana Bártolo1, Andreia Andrade1, & Diana Silva1
1
Departamento de Educação e Psicologia, Universidade de Aveiro, Aveiro, Portugal
Os estudos têm mostrado que continuar a trabalhar ou retornar ao trabalho após uma doença
oncológica promove a funcionalidade e a qualidade de vida dos sobreviventes de cancro. No
entanto, o sucesso do retorno pode ser influenciado por fatores relacionados ao trabalho. O objetivo
do presente estudo foi examinar o efeito de riscos psicossociais no local de trabalho sobre a
qualidade de vida de sobreviventes de cancro. A amostra incluiu 57 adultos sobreviventes de cancro,
profissionalmente ativos dois anos ou mais após o diagnóstico, recrutados em duas instituições
hospitalares do centro de Portugal. Os participantes preencheram duas medidas de auto relato,
nomeadamente os indicadores de exposição do Copenhagen Psychosocial Questionnaire e o
European Organization for Research and Treatment of Cancer Quality of Life Questionnaire Core-
30. Um modelo de regressão incluindo uma variável latente foi aceite [χ²(5)=10,35; p > 0,05]
mostrando que maiores possibilidades de desenvolvimento e recompensas no local de trabalho,
melhor liderança e comunidade social promovem a qualidade de vida global de sobreviventes de
cancro em idade laboral. Os nossos resultados mostram que o crescimento e suporte social dentro
do contexto laboral afetam a qualidade de vida dos sobreviventes. Assim, mais que readaptar, o
empregador deverá potenciar o desenvolvimento de competências ao trabalhador após o cancro
promovendo o sentido de retorno à normalidade.
Palavras-chave: fatores psicossociais, qualidade de vida, oncologia
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Marisa Marques ([email protected]) 1,2, Ana Melo2, António Queirós2, Anabela Pereira1, & Carla Oliveira1
1
Departamento de Educação e Psicologia, Universidade de Aveiro, Aveiro, Portugal; 2Faculdade de Medicina, Universidade de
Coimbra, Coimbra, Portugal
A literatura científica tem vindo a indicar uma possível relação entre a dependência da internet e
outros problemas psicológicos. Pretende-se nesta investigação caracterizar os estudantes de ensino
superior quanto à psicopatologia e dependência da internet, bem como avaliar a psicopatologia e a
qualidade de vida em estudantes com diferentes padrões de uso da internet. O presente estudo
transversal incluiu 302 jovens de ensino superior, com uma média de idades de 22 anos, os quais
responderam ao Internet Addiction Test (IAT; Young, 1998; versão portuguesa: Pontes, Patrão, &
Griffiths, 2014), ao Inventário de Sintomas Psicopatológicos (BSI; Derogatis, 1982; versão
portuguesa: Canavarro, 1999) e ao WHOQOL-Bref (WHOQOL Group, 1994; versão portuguesa:
Canavarro et al., 2006). Os resultados indicam que 67,2% dos participantes manifestam sintomas de
dependência da internet, nomeadamente dependência suave (49,3%) e dependência moderada
(17,9%). Os estudantes com dependência moderada e suave da internet apresentam menores níveis
de qualidade de vida. Adicionalmente manifestam níveis superiores de perturbações emocionais
quando comparados com os estudantes que não apresentam sintomas de dependência da internet.
Este estudo alerta para a existência de estudantes de ensino superior com níveis preocupantes de
dependência da internet e sintomatologia psicopatológica associada.
Palavras-chave: dependência da internet, psicopatologia, qualidade de vida
O aumento do número e prevalência de doenças crónicas contribuiu para promover o interesse pela
compreensão dos fatores biopsicossociais envolvidos nestas doenças. Na Diabetes Mellitus, este
interesse é acrescido perante as exigências dos autocuidados e adaptações constantes, que envolvem
esforços ao nível comportamental, emocional e cognitivo. Este estudo preconiza avaliar as
representações cognitivas e emocionais de doença em pessoas com diabetes e avaliar a correlação
entre essas representações e a qualidade de vida. Num estudo quantitativo, transversal, de design
correlacional, uma amostra de 75 pacientes em seguimento na consulta de diabetes do Centro
Hospitalar Cova da Beira e do Centro de Saúde da Covilhã, respondeu ao protocolo de avaliação
constituído pelos questionários: sociodemográfico e de informação clínica, Questionário de
Avaliação da Qualidade de Vida (WHOQOL-Bref) e Questionário de Perceção da Doença Revisto
(IPQ-R). Enquanto a resposta emocional à doença apresentou uma associação negativa com a
qualidade de vida, a compreensão de doença revelou uma associação positiva com a mesma, sendo
estas variáveis as que revelaram maior influência sobre a qualidade de vida. Os resultados alertam
para a importância de uma abordagem biopsicossocial no tratamento da diabetes. Assim, as
intervenções devem incidir no impacto a nível físico e comportamental e focar-se ainda nos aspetos
cognitivos e emocionais associados, visto que as representações de doença influenciam
significativamente a qualidade de vida dos utentes.
Palavras-chave: Diabetes Mellitus, representação cognitiva e emocional de doença, qualidade de
vida
A asma, uma das doenças crónicas mais prevalentes em crianças e jovens, caracteriza-se por ser
uma doença inflamatória que impõe à família cuidados diários com vista ao controlo da doença. A
presente investigação teve como objetivo principal estudar as crenças acerca da doença e a adesão
ao tratamento em pais de crianças e jovens com asma. O estudo é de natureza quantitativa e
apresenta-se como transversal, descritivo e correlacional. A amostra foi recolhida na consulta de
alergologia pediátrica de um hospital da Zona Centro Interior e é constituída por pais de 62 crianças
com asma entre os 6 e os 16 anos. Foram utilizados um questionário sociodemográfico, o
Questionário de Perceção da Doença Revisto (IPQ-R) e a Medida de Adesão aos Tratamentos
(MAT). A maioria dos pais revelou não compreender o caráter crónico da asma e demonstrou falta
de conhecimento acerca da doença. Os níveis de adesão ao tratamento relatados pelos pais
revelaram-se elevados, porém, uma análise detalhada dos itens da MAT revela um não
cumprimento do tratamento, associado a um não reconhecimento da cronicidade da asma. A
educação sobre a doença, promovendo uma compreensão do caráter crónico da asma e uma maior
perceção de controlo sobre a mesma, contribuirá para uma maior adesão ao tratamento por parte dos
147
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
pais.
Palavras-chave: asma, representação da doença, adesão ao tratamento
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
A promoção do bem-estar das crianças e das suas famílias é um imperativo dos profissionais que
trabalham em contextos de saúde, independentemente de a criança ter problemas de
desenvolvimento, doença física, ou ser um alvo potencial das consequências dos problemas de
saúde dos pais. No aqui-e-agora da prática profissional, atuar numa perspetiva não só remediativa
mas sobretudo preventiva, que atenda à criança e aos contextos mais proximais de influência, como
a família, contribuirá para minimizar o impacto futuro dos riscos desenvolvimental e de saúde no
bem-estar. Neste simpósio, que visa problemas de desenvolvimento e de saúde (incluindo saúde
parental), analisam-se variáveis individuais, parentais e da família, procurando identificar-se o seu
impacto, as relações entre elas, bem como as relações com outras variáveis potencialmente
influentes (e.g., do problema, da história de desenvolvimento). Apesar do simpósio não ter um foco
direto na inovação, considera-se que os resultados podem ter relevância para o desenvolvimento de
novos programas de intervenção. Espera-se, assim, não só alargar o conhecimento no âmbito das
variáveis em estudo, como dar um contributo para integrar investigação e prática clínica, de modo a
promover intervenções empiricamente informadas. O simpósio integra cinco comunicações (todas
incluem mães, exceto a última, com pais). As duas primeiras visam o atraso global do
desenvolvimento, incidindo a primeira (que também contempla educadores) nas aptidões sociais e
no comportamento da criança, e a segunda na relação da última dimensão com o ambiente
relacional da família. A terceira analisa o impacto diferencial (negativo/positivo) de perturbações do
neurodesenvolvimento. A quarta e a quinta abordam os estilos parentais, mas enquanto uma os
analisa em grupos com diferentes condições de saúde (desenvolvimento/doença crónica), a outra
focaliza a sua relação com o envolvimento do pai com dependência de substâncias nos
cuidados/educação dos filhos.
O ambiente relacional da família tem sido pouco estudado quando a criança apresenta risco
desenvolvimental, incluindo no caso do Atraso Global do Desenvolvimento (AGD), carecendo-se
igualmente de estudos que o relacionem com o ajustamento da criança com esta condição. Acresce
que o foco tem sido sobretudo no contributo dos problemas de comportamento para o
funcionamento da família, estando o inverso menos estudado. Pretende-se determinar se o ambiente
relacional familiar (coesão, expressividade e conflito) se constitui como preditor dos problemas de
comportamento da criança com AGD (externalizantes e internalizantes), explorando-se ainda a
relação de ambas as dimensões com preocupações maternas (desenvolvimento/comportamento).
Participaram no estudo (quantitativo e com desenho transversal) 122 mães (M = 34,5 anos; DP =
6,1) de crianças com diagnóstico de AGD (M = 56,5 meses; DP = 12,4). Utilizou-se o Falls Efficacy
Scale (FES) e o Preschool and Kindergarten Behavior Scales - Second Edition (PKBS-2) (versões
portuguesas) e recolheu-se informação sociodemográfica, de desenvolvimento, e relativa às
preocupações. Verificou-se que a coesão é um preditor dos comportamentos internalizantes e o
conflito dos externalizantes. Verificaram-se ainda associações específicas da coesão e do
comportamento com as preocupações. Os resultados sugerem a potencial influência do ambiente
relacional da família nos problemas de comportamento, mostrando a pertinência de se testarem
efeitos bidirecionais, e devem ser tidos em conta na intervenção com famílias de crianças com
AGD.
Palavras-chave: atraso global do desenvolvimento, ambiente relacional familiar, problemas de
comportamento, mães
150
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Este impacto variou também com o tipo de PN, associando-se ainda com a subescala
Mestria/Coping do IOF. Os resultados apontam para a relevância de se considerar o impacto da PN
na intervenção com a família, atendendo-se a que o tipo de PN pode ser influente no impacto
experienciado e que, para além do potencial impacto negativo, podem ocorrer experiências e
vivências enriquecedoras traduzíveis num impacto positivo, que poderá contribuir até para mitigar o
negativo.
Palavras-chave: perturbações do neurodesenvolvimento, impacto na família, mães
Os estudos sobre a parentalidade em pais (homens) com dependência de substâncias (DS) são
escassos, sendo fundamental aumentar o conhecimento sobre que dimensões podem constituir-se
como fatores de risco/proteção neste contexto e como contribuem para o exercício da parentalidade
no pai. O presente estudo tem como objetivos: (1) caracterizar os estilos parentais e o envolvimento
paterno num grupo de homens com DS; (2) analisar o contributo dos estilos parentais para a
quantidade e qualidade do envolvimento paterno. Utilizou-se o QEDP, o IEP e a EEP. Neste estudo,
com um desenho transversal, participaram 35 homens com DS em tratamento de ambulatório (M
idade = 39,1; DP = 4,7). Ocorreram diferenças significativas em algumas dimensões face às
amostras do estudo dos instrumentos utilizados, nomeadamente uma menor preponderância de um
estilo parental autoritário e uma maior presença de um estilo parental permissivo nos pais com DS.
151
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Acresce que a adoção de um estilo democrático contribuiu para uma maior qualidade do
envolvimento paterno e para uma maior quantidade de envolvimento ao nível dos cuidados
enquanto que a adoção de um estilo autoritário parece contribuir para um maior envolvimento ao
nível da disciplina. Os pais com DS, mesmo em situação de tratamento, podem apresentar no
exercício da parentalidade aspetos considerados de risco para a educação dos filhos. A intervenção
deve ter isto em atenção para se promover uma parentalidade mais adequada.
Palavras-chave: estilos parentais, envolvimento paterno, dependência de substâncias, pais
O presente simpósio pretende agregar dados empíricos e reflexões suscitadas pela implementação
de um projecto Luso-Brasileiro, incluindo dificuldades e suas superações. A relevância do simpósio
advém da articulação das etapas que foram sendo percorridas nos dois países, em termos
metodológicos e de resultados. Assim, a 1ª e a 2ª comunicações apresentam a caracterização da
qualidade de vida e da espiritualidade de indivíduos com esclerose múltipla brasileiros. As outras
duas, reflectindo dificuldades diferenciais entre os dois países ao nível da avaliação psicólogica,
exploram os dados recolhidos junto de estudantes do ensino superior português, como parte do
processo de desenvolvimento de uma bateria de avaliação comparável para portugueses e
brasileiros. Mais concretamente, a sua saúde é analisada, através das habilidades sociais, satisfação
sexual e traços de personalidade, sendo, na última comunicação, testada a capacidade preditiva das
habilidades sociais no âmbito da promoção da saúde. Para além dos objectivos gerais do projecto, a
necessidade de introduzir fases intermédias – diferentes nos dois países – acarretou a identificação
de dados importante no âmbito da promoção da qualidade de vida e da saúde de indivíduos doentes
e saudáveis.
Ana Maria Canzonieri ([email protected])1, Thais Mira Simandi1, Beatriz Sodré Maciel1, Lucas Ribeiro dos Santos1,
Daniele Batista de Sousa1, & Priscila da Silva Santos1
1
ABEM – Associação Brasileira de Esclerose Múltipla, São Paulo, Brasil
A esclerose múltipla (EM) é uma doença degenerativa que afeta a qualidade de vida (QDV),
levando a pessoa muitas vezes a reavaliar suas atividades. Objetivou-se avaliar a QDV de pessoas
com EM. Pretendeu-se avaliar pessoas com EM, de ambos os sexos, de Instituição Social Civil, no
Brasil, com a MSQOL–54. Em 2014, foram avaliadas 345 pessoas, entre os 76 e os 16 anos (DP =
12,25), 70% com nível superior, 55% casados, com tempo de diagnóstico predominantemente
acima de 10 anos, com tipo de EMRR, com presença de 2 formas CIS e EDSS em média de 7,0. Em
2015, foram avaliadas 90 pessoas, entre os 70 e os 19 anos (DP = 12,0), 40% com ensino médio e
superior, 45% casados, 50% com tempo de diagnóstico até 5 anos, predominância de tipo de EMRR
e EDSS em média de 3,0. Em 2016, foram avaliadas 68 pessoas, entre os 68 e os 20 anos (DP =
11,21), 73,5% com nível superior, 40% solteiros e casados, com tempo de diagnóstico
predominantemente até 5 anos, com tipo de EMRR e EDSS em média de 3,0. Em 2014, o escore
médio do MSQOL–54 no quesito saúde física foi de 86,19, na saúde mental de 86,55. Em 2015, o
escore médio do MSQOL–54 no quesito saúde física foi de 99,07, na saúde mental de 92,15. Em
2016, o escore médio do MSQOL–54 no quesito saúde física foi de 50,0, na saúde mental de 47,7.
152
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
A percepção de QDV dos participantes registou diferenças consideráveis, até em termos relativos
(saúde física vs mental), o que tem implicações na planificação da sua promoção.
Palavras-chave: qualidade de vida, esclerose múltipla, saúde física, saúde mental
Ana Maria Canzonieri ([email protected])1, Thais Mira Simandi1, Beatriz Sodré Maciel1, Lucas Ribeiro dos Santos1,
Daniele Batista de Sousa1, & Priscila da Silva Santos1
1
ABEM – Associação Brasileira de Esclerose Múltipla, São Paulo, Brasil
A esclerose múltipla (EM) é uma doença crônica e progressiva que afeta a qualidade de vida das
pessoas e, consequentemente, sua forma de enxergar a espiritualidade. Objetivou-se avaliar pessoas
com EM quanto à espiritualidade. A Escala de Espiritualidade foi aplicada em 266 pessoas de
ambos os sexos, com EM, de Instituição Social Civil, no Brasil. Estas eram predominantemente
católicas, com nível superior completo, com tipo de EMRR, EDSS entre 0,0 e 9,0, sendo a maioria
até 4,5, com idade entre os 75 e os 14 anos (M = 42,0; DP = 12,0). As respostas para as questões (1)
As minhas crenças espirituais / religiosas dão sentido à minha vida; (2) A minha fé e crenças dão-
me forças nos momentos difíceis; (3) Vejo o futuro com esperança; e (5) Aprendi a dar valor às
e uen s ois s d id or redo in nte ente “ on ordo st nte” o ente r uest o
( into ue in id udou r e or ue s res ost s tender ser “ on ordo u
ou o” s esso s valiadas, em sua maioria em idade produtiva, ao se perceberem acometidas por
uma doença crônica, por mais que (ainda) tenham fé, não concordam que a vida teve uma mudança
para melhor. Referem, todavia, aspetos relevantes para as equipas de cuidados de saúde,
nomeadamente, no âmbito da promoção da qualidade de vida destes doentes.
Palavras-chave: esclerose múltipla, espiritualidade, esperança, otimismo, crenças
Carla Bernardett Santos ([email protected])1, Ana Carina Peixoto 1, & Rute F. Meneses2
1
FCHS – Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Lisboa, Portugal; 2FCHS – Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, CTEC –
Centro Transdisciplinar de Estudos da Consciência, FP-B2S / HE - Centro de Investigação em Ciências Sociais e do Comportamento,
Universidade Fernando Pessoa, Porto, Portugal
O crescente número de estudantes do ensino superior, expostos a diversos riscos para a saúde, tem
aumentado a preocupação com a avaliação desta, que é, segundo a conceção clássica da
Organização Mundial de Saúde (OMS), uma harmonia entre os componentes físico, mental e social.
Assim, as habilidades sociais, a satisfação sexual e os traços de personalidade fornecem, no seu
conjunto, indicadores de saúde. Objetivou-se caraterizar as habilidades sociais, satisfação sexual e
traços de personalidade de uma amostra de estudantes do ensino superior. Neste estudo transversal e
descritivo, o IHS - Inventário de Habilidades Sociais (Del Prette & Del Prette, 2001, adaptado para
a população Portuguesa por Santos, Peixoto e Meneses, no prelo), a NSSS - Nova Escala de
Satisfação Sexual (Santos Pechorro et al., 2014) e o NEO-FFI (Lima & Simões, 2000) foram
administrados a 200 estudantes, com idades compreendidas entre 18 e 66 anos, de três instituições
de ensino superior do Norte de Portugal. A amostra apresentou um reportório de habilidades sociais
médio alto, relatou satisfação sexual e um perfil em termos de personalidade que se pode
caracterizar como saudável. Tendo em consideração os estudos que evidenciam os fatores e
comportamentos de risco dos estudantes do ensino superior, considera-se relevante que, de modo a
promover a sua saúde, no futuro, seja analisada a espiritualidade da amostra, seguindo a revisão do
conceito de saúde por parte da OMS.
Palavras-chave: saúde, habilidades sociais, satisfação sexual, traços de personalidade, estudantes
do ensino superior
153
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Ana Carina Peixoto ([email protected])1, Carla Bernardett Santos 1, & Rute F. Meneses 2
1
FCHS – Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Lisboa, Portugal; 2FCHS – Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, CTEC –
Centro Transdisciplinar de Estudos da Consciência, FP-B2S / HE - Centro de Investigação em Ciências Sociais e do Comportamento,
Universidade Fernando Pessoa, Porto, Portugal
A saúde, definida como um estado dinâmico que integra aspetos físicos, mentais e sociais, implica a
relação entre estes, assumindo-se a sua promoção como uma estratégia relevante, com impacto
significativo em estudantes do ensino superior. Objetivou-se explorar a relação entre habilidades
sociais, traços de personalidade e satisfação sexual e verificar se as habilidades sociais predizem as
restantes variáveis, em estudantes do ensino superior. Neste estudo transversal, descritivo
correlacional, o IHS - Inventário de Habilidades Sociais (Del Prette & Del Prette, 2001, adaptado
para a população Portuguesa por Santos, Peixoto e Meneses, no prelo), o NEO-FFI (Lima &
Simões, 2000) e a NSSS - Nova Escala de Satisfação Sexual (Santos Pechorro et al., 2014) foram
administrados a 200 estudantes, com idade média de 23 anos, de três instituições do ensino superior
do Norte de Portugal. As habilidades sociais correlacionaram-se com e predisseram os traços de
personalidade, (explicando entre 15,1% e 39,6% da sua variância) e a satisfação sexual (explicando
entre 2,5% e 7,8% da sua variância) da amostra. As habilidades sociais, ao revelarem potencial na
promoção da saúde mental e sexual, sugerem a pertinência do seu treino junto de estudantes do
ensino superior.
Palavras-chave: habilidades sociais, traços de personalidade, satisfação sexual, promoção da saúde,
estudantes do ensino superior
Este simpósio reúne vários estudos longitudinais a propósito da depressão da mãe e do pai,
apresentando os seus efeitos em várias dimensões que podem explicar as dificuldades de
ajustamento observadas nos filhos. Salientam a necessidade de se ter em conta a depressão de
ambos os pais, desde a gravidez, no sentido de favorecer o bem-estar e o ajustamento psicológico
dos pais e da criança. Em particular, o estudo 1 mostra o efeito da depressão pré-natal no bem-estar
pós-natal da mãe. O estudo 2 mostra também o efeito da depressão pré-natal, mas agora no pai na
resolução das tarefas de desenvolvimento da transição para a parentalidade, particularmente quando
a conceção sucede a tratamento de infertilidade. O estudo 3 mostra uma associação específica entre
a sintomatologia depressiva e a sintomatologia somática não-específica da mãe e as dificuldades
que apresenta ao nível da parentalidade e da coparentalidade. Por último, o estudo 4 mostra o efeito
da depressão pré-natal da mãe e da depressão pós-natal do pai no ajustamento psicológica da
criança em idade pré-escolar, e as interações que explicam esse efeito.
154
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Tiago Miguel Pinto ([email protected])1, Catarina Samorinha2, Iva Tendais3, Susana Silva2, & Bárbara
Figueiredo1
1
Escola de Psicologia, Universidade do Minho, Braga, Portugal; 2EPIUnit – Instituto de Saúde Pública, Universidade do Porto, Porto,
Portugal; 3Centro de Investigação em Estudos da Criança, Instituto de Educação, Universidade do Minho, Braga, Portugal
A depressão e a conceção após tratamento de infertilidade podem dificultar a realização das tarefas
de desenvolvimento da transição para a parentalidade, aumentando o risco de problemas de
ajustamento e de atitudes paternas negativas. Serão apresentados os resultados de dois estudos, com
o objetivo de analisar: o efeito da sintomatologia depressiva nas trajetórias de ajustamento paterno e
atitudes paternas do 2º trimestre de gravidez até aos 6 meses pós-parto (Estudo 1); e o efeito do
modo de conceção e da depressão no ajustamento e atitudes paternas no 2º trimestre de gravidez
(Estudo 2). Nos dois estudos, os pais preencheram questionários para avaliar a depressão e o
ajustamento e atitudes paternas: estudo 1 - no 2º trimestre de gravidez e 6 meses após o parto (n =
127); estudo 2 – no 2º trimestre de gravidez [pais cuja conceção foi espontânea (CE; n = 126) e pais
cuja conceção ocorreu após tratamento de infertilidade (TI; n = 71)]. Entre o 2º trimestre de
gravidez e 6 meses após o parto, pais com maior sintomatologia depressiva revelaram uma
diminuição enquanto que pais com menor sintomatologia depressiva revelaram um aumento no
ajustamento paterno e nas atitudes paternas positivas (Estudo 1). No 2º trimestre de gravidez, pais
TI deprimidos revelaram menor ajustamento paterno e atitudes paternas mais negativas, face aos
pais TI não-deprimidos, e pais CE, deprimidos ou não-deprimidos (Estudo 2). A depressão pode ser
um indicador precoce de problemas de ajustamento paterno e de atitudes paternas negativas na
155
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
A literatura sugere que a qualidade da relação conjugal pode afetar os valores de depressão da mães
e pais durante a gravidez ou após o parto, condicionando o desenvolvimento da criança. Levanta-se
assim a questão de possíveis efeitos de interação entre a depressão parental e a qualidade do
relacionamento conjugal na transição para a parentalidade. Este estudo explorou os efeitos dos
sintomas de depressão (Edinburgh Postnatal Depression Scale, EPDS) e da qualidade da relação
conjugal (Relationship Questionnaire, RQ), pré-natal, pós-natal, e concorrente, nos problemas
emocionais e comportamentais da criança aos 30 meses de idade (Child Behavior Checklist 1.5–5,
CBCL). A amostra integra 115 casais (n = 230) recrutados durante o 1º trimestre de gravidez. Mães
e os pais preencheram individualmente o EPDS e o RQ durante o 1º trimestre de gravidez, e 3 e 30
156
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
meses após o parto, e a CBCL aos 30 meses pós-parto. Os resultados sugerem que que os sintomas
de depressão materna durante o 1º trimestre de gravidez e os sintomas de depressão paterna 3 meses
após o parto são preditores dos valores de internalização e externalização, independentemente dos
sintomas de depressão materna e paterna concorrentes. A depressão da mãe durante a gravidez e do
pai aos 3 meses pós-parto bem como a qualidade do relacionamento entre eles surgem como
determinantes do ajustamento da criança na idade pré-escolar.
Palavras-chave: relação conjugal, depressão parental, problemas de internalização e externalização
EMOÇÕES E SAÚDE
O presente simpósio debruça-se sobre como problemas de perceção e regulação emocional se ligam
a problemas de saúde. Apresentam-se resultados de estudos empíricos que poderão contribuir para
guiar a investigação e melhorar a intervenção clínica em várias patologias. Os olhos são uma grande
fonte de comunicação emocional. José Pestana apresentará uma validação portuguesa do teste
Reading the Mind in the Eyes (RMET) para avaliar o grau com que se consegue entender o estado
emocional doutrem que é transmitido pelos olhos, capacidade esta que se encontra diminuída em
várias patologias mentais. Sabrina Gomes apresentará resultados que corroboram que a frequência
de sexo está associada a melhor saúde e longevidade em parte através dum padrão de
funcionamento cardíaco, que não só protege contra uma variedade de patologias, mas também é um
indicador de melhor flexibilidade e comunicação emocional, o que facilitará a interação
interpessoal. Rui Costa apresentará resultados que poderão ajudar a esclarecer a controvérsia em
torno da relação entre desejo sexual feminino e testosterona; foi verificado que a correlação direta
entre testosterona e desejo feminino tende a não ocorrer em mulheres com dificuldades em sentir as
suas alterações emocionais e fisiológicas (incluindo as que poderão ser causadas pela testosterona);
tal explicaria, pelo menos em parte, vários casos de falta de desejo. Celina Ribeiro mostrará que a
intervenção cognitivo-comportamental tem efeitos positivos no humor de mulheres vítimas de
violência doméstica, o que poderá facilitar a quebra da dinâmica patológica que prolonga a relação
com o agressor. Finalmente, Ivone Patrão trará resultados a sugerir que uso excessivo de várias
atividades da internet (incluindo redes sociais) poderá causar sentimentos de solidão,
provavelmente porque o reconhecimento de relações satisfatórias requer uma perceção emocional
através de estímulos que estão ausentes na comunicação online.
A capacidade de inferir estados internos a partir de sinais não-verbais, tais como a expressão dos
olhos, é crucial para o desenvolvimento de relações sociais saudáveis. Défices nesta capacidade
estão relacionados com patologias tais como esquizofrenia e autismo, pelo que a necessidade de
quantificarmos esta aptidão é relevante para investigação, tanto com populações clínicas como com
populações normativas. O Reading the Mind in the Eyes Test (RMET) é um instrumento que
fornece uma medida desta capacidade, tendo sido já utilizado em investigação e traduzido para
diversas línguas e culturas. Nesta comunicação vão ser apresentados e discutidos dados de
validação da tradução Portuguesa realizada. Para a elaboração de uma versão Portuguesa, 130
participantes (71 mulheres) responderam ao teste, que consiste na apresentação de um conjunto de
157
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
36 fotografias do olhar de vários indivíduos (um em cada foto), em que os participantes têm que
escolher entre quatro opções de estados internos qual a que melhor descreve o que o indivíduo está
a pensar ou sentir. Como resultado, 30 dos 36 itens atingiram critérios de validade adequados.
Discutem-se implicações do uso deste teste na avaliação da capacidade de perceção dos estados
internos de outros em contexto clínico e de investigação.
Palavras-chave: Reading the Mind in the Eyes Test, percepção emocional, teoria da mente,
cognição social, psicometria
Sabrina Gomes1, José Pestana1, Paula Mangia1, Mafalda Pinto Coelho1, Catarina Correia1, & Rui Miguel Costa
([email protected])2
1
ISPA - Instituto Universitário, Lisboa, Portugal; 2WJCR - William James Center for Research, ISPA - Instituto Universitário, Lisboa,
Portugal
Rui Miguel Costa ([email protected])1, Gonçalo Oliveira2, José Pestana3, David Costa1, & Rui Frederico Oliveira3,4,5
1
WJCR - William James Center for Research, ISPA - Instituto Universitário, Lisboa, Portugal; 2IMM - Instituto de Medicina
Molecular, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal; 3ISPA - Instituto Universitário, Lisboa, Portugal;
4
Champalimaud Center for the Unknown, Lisboa, Portugal; 5Integrative Behavioural Biology Lab, Instituto Gulbenkian de Ciência,
Oeiras, Portugal
Tem-se verificado uma relação entre sentimentos de solidão e uso problemático da internet (UPI) e
uso problemático de redes sociais em particular. Neste estudo, testámos se a relação entre UPI e
solidão é explicada pela ausência de um relacionamento amoroso estável e de um bom ambiente
familiar, e pela falta de tempo para contactos face a face por causa do tempo passado online. Um
total de 248 adolescentes e jovens adultos portugueses, com idades entre 16 e 26 anos, completaram
a Generalized Problematic Internet Use Scale, a UCLA Loneliness Scale, e a subescala de
funcionamento geral do McMaster Family Assessment Device. Os participantes relataram se
estavam envolvidos num relacionamento com compromisso, e se o tempo passado online não lhes
deixava tempo para socializarem face a face. O UPI correlacionou-se com a solidão,
independentemente de todas as outras variáveis relacionadas com suporte social. Numa perspetiva
159
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Esse simpósio é proposto com objetivo de fomentar discussões acerca de estratégias metodológicas
necessárias para elaboração de estudos transnacionais. Pretende-se abrir espaço para uma reflexão
referente ao planejamento do desenho de estudo, delineamento amostral e técnicas de análise dos
resultados. Observa-se um crescente interesse da comunidade científica pelo desenvolvimento de
estudos transnacionais, uma vez que, os mesmos permitem a comparação de dados obtidos de
populações com características culturais distintas o que fortalecendo as evidências obtidas e
favorecendo uma reflexão teórica mais madura voltada à uma tomada de decisão mais assertiva.
Desse modo, discutir aspectos inerentes ao planejamento, execução e interpretação dos resultados
advindos de estudos transnacionais pode ser relevante para o fortalecimento metodológico desses
estudos e/ou para divulgação desses aspectos entre pesquisadores/profissionais que pretendam
iniciar estudos dessa natureza. Espera-se abrir espaço nesse simpósio para apresentação oral de
estudos transnacionais. Após a apresentação deverá ser reservado tempo para discussão das
comunicações. Assim, propõe-se a apresentação dos seguintes trabalhos (na ordem em que se
apresentam): 1. Eating behavior of Brazilian and Portuguese university students, 2. Quality of life in
Portuguese-speakers from Portugal, Mozambique and Brazil: transnational study, 3. Male Body
Dissatisfaction Scale: transnational study, 4. Menopause-related Quality of Life in Serbia and
Portugal: A cross-cultural comparison, 5. Preocupações com a Forma Corporal: Comparação entre
estudantes universitárias italianas e portuguesas.
Juliana Campos ([email protected])1, Moema Souza Santana1, Wanderson Roberto Silva1, & João Marôco2
1
Departamento de Alimentos e Nutrição, Faculdade de Ciências Farmacêuticas, UNESP - Universidade Estadual Paulista,
Araraquara, São Paulo, Brasil; 2 J - i i J es enter or ese r I - Instituto ni ersitário, Lisbon, Portugal
Eating behavior can be evaluated by means of the Three Factor Eating Questionnaire (TFEQ-18),
which investigates the Cognitive Restriction (CR), the Emotional Eating (EA), and the Uncontrolled
Eating (UE). The aim was to estimate the contribution of the body size dissatisfaction and
demographic and academic characteristics in the eating behavior of Brazilian and Portuguese
university students. Methods: 1,275 Brazilian and 1,163 Portuguese students participated. A
structural model for each country was performed considering the CR, EA, and UE factors as
dependent variables. The test s used to esti te t e si ni i n e o tr e tories (β α 5
r i i n students resented t e E nd E s ores i er t n ortu uese students (β 5 -.181,
p < 00 e indi idu s’ ender t e is to de re se ody si e nd t e use o medications to
change the body shape significantly contributed to CR and EA factors in both countries. Age,
160
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Wanderson Roberto Silva ([email protected]) 1, Fernanda Bonafé2, João Marôco3, Benvindo Maloa4,
Juliana Campos1
1
Departamento de Alimentos e Nutrição, Faculdade de Ciências Farmacêuticas, UNESP - Universidade Estadual Paulista,
Araraquara, São Paulo, Brazil; 2Faculdade de Odontologia de Araraquara, UNESP - Universidade Estadual Paulista, Araraquara, São
Paulo, Brazil 3 J - i i J es enter or ese r I - Instituto ni ersitário, Lisbon, Portugal; 4Department of
Psychology, Pedagogical University of Mozambique, Maputo, Mozambique
Quality of life is a concept used to define individuals' perception about many contexts of life. World
Health Organization proposed an instrument designated World Health Organization Quality of Life
Questionnaire–Bref (WHOQoL- re to ssess indi idu s’ u ity o i e re ted to ealth. We aim
to assess the validity, reliability and invariance of the WHOQoL-Bref in Portuguese-speaking adults
from three different countries. The confirmatory factor analysis was used. Convergent and
discriminant validities were assessed. The composite reliability and Cronbach's alpha were used as
measures of reliability. The transnational invariance between countries was assessed by multi-
groups analysis. A total of 4,020 individuals (female = 67.3%; age = 26.8 [standard deviation =
10.3] years old) participated of study (Brazilian: n = 2,518; Portuguese: n = 1,165; Mozambican: n
Di erent ite s ere e uded to it t e s e in t e di erent ountries’ s es e
convergent and discriminant validities of instrument were not adequate; however, the WHOQoL-
re ’s re i i ity s ood e oL-Bref was not invariant between countries. Although all
participants of study speak the same language, the configurational structure of the WHOQoL-Bref
was different among three countries, therefore, the concept of quality of life was influenced by the
culture, value, and standard of living of each country. FAPESP grant#2014/03093-2, 2015/00228-7,
2014/00874-3, 2014/17624-0.
Keywords: quality of life, psychometric, validation
The Male Body Dissatisfaction Scale (MBDS) was constructed with 25 items and 3 factors for
evaluate the main body concerns of men. Few studies evaluated the psychometric properties of
D ’ ori in ode usin t e on ir tory tor n ysis ( e i to e u te t e
validity, reliability and transnational invariance of MBDS in Brazilian and Portuguese university
students. Methods: 932 male students (Brazil = 513, Portugal = 419) participated. The CFA was
used to ssess t e s e’s sy o etri ro erties e i-square difference statistical test (ΔΧ2)
was used to test transnational invariance that was evaluated by factorial weights (λ), intercepts (i)
nd residues’ ri n e o ri n e ( o e D ori in ode did not s o ood it or t e
samples. A reduced model of 12 items and 2 factors was proposed because there were many items
redundancy. This model shown to have adequate validity and reliability for the samples. There was
a weak transnational invariance between Brazilian and Portuguese models (ΔΧ2λ[10] = 16.02, p =
161
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
.099, ΔΧ2i[20] = 107.84, p < .001, ΔΧ2COV[10] = 91.82, p < .001). The reduced model proposed of
the MBDS showed adequate validity and reliability, and weak transnational invariance for Brazilian
and Portuguese university students. The absence of the intercept invariance indicates t t D ’
scores are different between Brazil and Portugal. FAPESP grant#2014/03093-2, 2015/00228-7.
Keywords: body dissatisfaction, invariance, validity, psychometric
Jelena Dotlic1,2, Filipa Pimenta3, Nikolina Kovacevic2, Isabel Leal3, João Marôco3, Wulf Utian4, & Tatjana Gazibara
([email protected])5
1
Clinic for Obstetrics and Gynecology, Clinical Center of Serbia, Belgrade, Serbia; 2Faculty of Medicine, University of Belgrade,
Belgrade, Serbia; 3 J - i i J es enter or ese r I - Instituto ni ersitário, Lisbon, Portugal; 4Case Western
Reserve University, Cleveland, Ohio; 5Institute for Epidemiology, Faculty of Medicine, University of Belgrade, Belgrade, Serbia
The aim of this study was to perform a transcultural comparison of menopause-related quality of
life in Serbia and Portugal. Overall, 1,503 women (40-65 years), from Belgrade and Lisbon, were
included in the study. Both socio-demographic and quality of life (Utian Quality of Life - UQOL -
scale) were assessed. Serbian and Portuguese women differed in all socio-demographic
characteristics except for body mass index (BMI) and relationship status. There were no significant
differences in UQOL total score (F = 1.078; p = .299) or UQOL sexual score (F = .720; p = .396)
between Serbian and Portuguese women. However, occupational (F = 51.944; p < .001), health (F =
8.902; p = .003) and emotional (F = 362.521; p < .001) scores were significantly different. Based on
the total study sample, women with an average UQOL score were more highly educated, employed,
and physically active, and more likely to look for medical assistance for climacteric symptoms
compared with women who reported lower UQOL score. Furthermore, women with a higher UQOL
score had higher annual income, no recent illnesses, and eutrophic BMI compared with women who
reported a lower UQOL score. This study showed that these two samples of middle-aged women
present different scores in specific QoL domains. Further comparative studies using the UQOL
scale are warranted to offer more information on the factors influencing quality of life in
menopausal women worldwide.
Keywords: menopause, quality of life, Serbia, Portugal, cross-cultural
Lucia Zaffaroni ([email protected])1, Filipa Pimenta2, Gianluca Castelnuovo1, Giada Pietrabissa1, & João
Maroco2
1
Università Cattolica del Sacro Cuore di Milano, Milano, Italy; 2Faculty of Medicine, University of Belgrade, Belgrade, Serbia;
2
J - i i J es enter or ese r I - Instituto ni ersitário, Lisbon, Portugal
Este simpósio integra um grupo de comunicações orais com trabalhos que se debruçam sobre
variáveis de fé, espiritualidade, bem-estar, e meditação - e a sua relação com a saúde. Apesar de
uma vasta literatura que versa sobre associações positivas entre espiritualidade e saúde, existem
poucos trabalhos sobre mecanismos mediadores desta relação, bem como de uma potencial relação
negativa entre estas dimensões. A exploração destas temáticas neste congresso corresponde a um
interesse crescente, tanto entre pesquisadores, quanto de clínicos e do público geral, em explorar
formas mais ou menos seculares de espiritualidade, particularmente tendo em vista uma melhoria do
bem-estar pessoal, ou mesmo como estratégia auto-terapêutica. O simpósio cobre trabalhos sobre
psicologia da saúde e espiritualidade que utilizam várias metodologias, desde questionários e
entrevistas, a revisão sistemática e modelos de equações estruturais. Os trabalhos aqui apresentados
utilizam populações variadas, tais como doentes crónicos, profissionais de saúde mental, indivíduos
a passar por situações de alto stress, bem como praticantes de meditação. Seguir-se-á a seguinte
ordem de apresentações: (1) Isa Broncas irá apresentar um trabalho sobre a espiritualidade enquanto
mediador entre estratégias de coping e estado de saúde; (2) Jaclin Freire irá falar sobre a integração
de temáticas religiosas e espirituais na formação e trabalho de profissionais de saúde; (3) Carla
Tomás irá abordar a relação entre resiliência e crescimento pós-traumático com o bem-estar
espiritual e coping religioso; (4) Nuno Correia irá apresentar um trabalho sobre indivíduos em
estado de stress e a forma como estratégias de coping espiritual positivo nestes indivíduos se
encontram associadas a níveis de bem-estar espiritual. (5) Miguel Farias irá falar de uma revisão
sistemática sobre os efeitos adversos da meditação, em que se destacam aumentos de ansiedade e
depressão, bem como episódios dissociativos e psicóticos.
Vários estudos têm demonstrado uma relação positiva entre espiritualidade e saúde. Aldwin et al.
(2014) reviram esta literatura e propuseram um modelo organizador sobre os processos regulatórios
que poderão explicar esta relação. Nesta comunicação apresentam-se os resultados de um estudo
que procurou perceber o papel mediador das estratégias de coping e da adesão ao tratamento na
relação entre espiritualidade e estado de saúde em indivíduos com doença crónica, testando parte
desse modelo. Mediu-se espiritualidade (Questionário do Bem-Estar Espiritual [SWBQp]),
estratégias de coping (adaptação portuguesa do BriefCOPE), adesão ao tratamento (Medida de
163
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Adesão aos Tratamentos [MAT]) e estado de saúde (versão portuguesa do SF-12v2). Participaram
201 pessoas com doença crónica e medicação associada. Encontraram-se efeitos de mediação: (a)
d estr t i “uso de su st n i s” n re o entre di ens o esso d es iritu id de e
o onente ent do est do de s de ( d estr t i “ eit o” n re o entre di ens o
comunitária e a componente mental da sa de ( d estr t i “ uto-distr o” n re o entre
dimensão pessoal da espiritualidade e a componente física do estado de saúde. A espiritualidade tem
um efeito de mediação na relação entre estratégias de coping e estado de saúde. Parece não haver
nenhum impacto desta definição de espiritualidade na adesão ao tratamento.
Palavras-chave: espiritualidade, estado de saúde, doença crónica
Religiosity and Spirituality (R/S) are associated with better indicators of psychological well-being,
as well as more stable therapeutic recoveries. However, in Portugal, mental health professionals
(MHPs) do not receive adequate education/training on how to integrate these dimensions into
clinical practice. To understand the attitudes, beliefs and spiritual competence among MHPs,
regarding the integration of R/S issues into psychotherapy, a multistage mixed-methods design was
used, where three sequential studies were conducted. Firstly, 17 MHPs were interviewed and the
results informed/refined the instruments used in the next stage. In the second stage 208 MHPs were
surveyed, followed by a sequential explanatory study, where 6 former participants were again
inter ie ed rti i nts’ erson t eir ttitudes to rd t e inte r tion o nd t eir
previous contact with these matters in their academic training impacted their level of comfort and
preparedness to engage to the integration of religion/spirituality into psychotherapy. Specifically,
the higher levels of these variables were significant predictors of higher levels of spiritual
competence. These findings confirm the importance attitudes, training and knowledge play in the
preparation of mental health professionals to sensitively deal with R/S in clinical settings.
Keywords: spirituality, religiosity, mental health, spiritual competence
Vivemos num tempo em que o stresse se tornou uma das palavras mais comuns no vocabulário dos
sujeitos, e as pessoas são confrontadas diariamente com situações que desafiam os seus processos
adaptativos. O estudo da resiliência, como um processo que permite um confronto positivo com a
adversidade, assume importância crescente para a promoção da saúde. Um conjunto de pesquisas
mais recentes trazem para esta discussão a dimensão espiritual, reconhecendo o papel que uma
relação estabelecida com o Sagrado pode desempenhar no ajustamento saudável à crise. Foi
realizado um estudo transversal com 1118 indivíduos, que foram inquiridos por questionário
constituído por medidas gerais de espiritualidade e escalas como a de satisfação com a
espiritualidade, de coping religioso e resiliência, o questionário de bem-estar espiritual, e o
inventário de crescimento pós-traumático. Mais do que indicadores gerais de religiosidade, são
variáveis com um teor relacional mais íntimo com o divino, como o uso de estratégias de coping
religioso e espiritual positivas, uma imagem benevolente de Deus e a satisfação com a vida
espiritual que aparecem como facilitadores mais evidentes dos processos adaptativos. A
164
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
espiritualidade pode constituir-se como um dos ativos que podem ser utilizados em momentos de
crise, facilitando a adaptação e, nalgumas circunstâncias, o crescimento pessoal e espiritual.
Palavras-chave: resiliência, espiritualidade, coping religioso
A espiritualidade pode assumir funções de coping com implicações para o bem-estar psicológico,
físico, social e espiritual dos indivíduos, famílias e comunidades (Gall & Guirguis-Younger, 2013).
Apesar da relevância, o conceito de coping espiritual está ainda mal definido, estando muitas vezes
exclusivamente ligado à religião ou a resultados adaptativos. Nesta comunicação apresenta-se o
conceito de coping espiritual enquanto constructo multidimensional, com valências positivas e
negativas e exploram-se as suas relações com outras medidas de espiritualidade, nomeadamente o
bem-estar espiritual. Foram testados modelos de equações estruturais para avaliar a relação do
coping espiritual (SCQ) com o bem-estar espiritual (SHALOM). Participaram 523 indivíduos a
passar por situações de stress. Identificou-se uma forte associação entre coping espiritual e bem-
estar espiritual. Quanto mais frequentes as estratégias de coping espiritual positivo, maiores os
níveis de bem-estar espiritual sentido pelo individuo. Coping espiritual negativo foi identificado
como associado à diferença entre bem-estar espiritual sentido e o seu ideal individual. O indivíduo
utiliza frequentemente coping espiritual para lidar com situações de stress, fazendo-o de forma
adaptativa ou mal-adaptativa, tendo impacto no seu bem-estar espiritual. Seriam relevantes estudos
que avaliem a mudança de padrão do coping espiritual com o tempo e em diferentes stressores.
Palavras-chave: coping espiritual, stress, bem-estar espiritual
Meditation techniques are widely used as therapy and well-being practices, but there is a growing
concern about its potential adverse effects, which have never been examined systematically. Here
we sought to investigate what are the major categories of these negative effects, its prevalence, and
potential explanations. A literature search was conducted where two researchers independently
screened 6,742 citations. A total of 31 studies, including 14 case, 9 observational and 8
experimental studies, with 3,529 participants, were selected and analysed. Increased anxiety and
stress symptoms were the most prominent adverse effects for observational and experimental
studies, while psychotic symptoms were the most often reported for case studies. An increase in
depressive symptoms was present in all categories of studies, while depersonalization symptoms
were reported for case studies and observational studies. The length of meditation practice was
associated with a higher frequency of adverse effects. Analysis of case studies suggests that the
majority of individuals experiencing adverse effects had no history of mental health problems.
Meditation practices may be associated with negative results. These findings urge caution in the
teaching of meditation and meditation-based interventions and call for clearer guidelines involving
mental health training.
Keywords: meditation, mindfulness, adverse effects, systematic review
165
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Neste simpósio são abordados temas relacionados com a psicoterapia. Por exemplo, como as
pessoas se envolvem e dedicam à psicoterapia e criam uma aliança terapêutica, ou pelo contrário,
desistem e inviabilizam a mudança. Grande parte dos doentes que procuram os serviços de saúde
mental desistem após os primeiros contactos e outra parte desiste antes duma alteração substancial
na sua saúde. É necessário conhecer melhor os fatores que levam ao dropout. Estudámos os fatores
associados ao dropout num caso de Psicoterapia de inspiração analítica em serviço de Clínica
Universitária através duma abordagem clínica e simultaneamente do 3RS - Rupture and Resolution
System Manual. O que leva à mudança é um aspeto ainda pouco conhecido, mesmo depois de
várias décadas de estudo e justifica a sua investigação. Hoje em dia, depois de muitas décadas de
supremacia do comportamentalismo e cognitivismo, explora-se o papel de novas variáveis
nomeadamente relacionadas com a psicoterapia experiencial ou a terapia focada nas emoções. Há
um caminho cada vez maior no sentido da integração. A profundidade da experiência atingida pelo
paciente na sessão (que a escala EXP - The Experience Scale procura medir) envolve a ativação da
emoção a sua exploração, o insight, associação livre de memórias, a atribuição de novos
significados e a generalização. Isto é, o ambiente, ou os fatores que consideramos associados à
mudança. Os tempos mudam, e as práticas mudam. No século XX os profissionais adquiriam a sua
formação no início da idade adulta num período de cinco anos e raramente voltavam a contactar
com a formação. Hoje em dia é relativamente aceite que o psicólogo terá de continuar a sua
formação ao longo da vida. Mais importante do que adquirir conhecimentos específicos é aprender
a aprender, manter a curiosidade e a vontade de conhecer coisas novas. Em alguns países já é
obrigatória para os psicólogos a participação em algum tipo de curso ou formação ao longo da
carreira para se obter créditos. Que características tem de ter uma formação (workshop/curso) para
produzir mudança na prática clínica do psicoterapeuta? Assistir a uma conferência ou um colóquio
pode produzir essa mudança? E a leitura da literatura profissional? Outra área relacionada e fazendo
parte da formação é a supervisão. Porque é que tantos psicólogos praticam hoje em dia sem fazerem
supervisão? Não devíamos considerar isto uma das pragas da psicologia? O exercício profissional
sob supervisão é a forma correta de adquirir conhecimento profissional, ver desafiados os seus
pontos de vista, abrir horizontes e consolidar uma identidade profissional. Que contacto tiveram
com a supervisão psicólogos que exercem a sua profissão há 10 ou 15 anos? Quantos supervisores
já tiveram, durante quanto tempo, que impacto essas supervisões tiveram na sua prática clínica e
como descrevem a sua relação de supervisão?
A educação contínua é uma ferramenta essencial para a manutenção das competências profissionais
e uma obrigação ética de qualquer psicoterapeuta. Contudo, Neimeyer, Taylor, e Philip (2010)
apontam para a existência de uma falha na literatura no que toca à formação contínua dos
psicólogos, nomeadamente, na demonstração direta da aquisição de competências e a sua tradução
na prática. Sendo a literatura referente à formação contínua em psicoterapia virtualmente
inexistente, questões como o impacto da formação no desenvolvimento dos psicoterapeutas carecem
de investigação. Efetuámos um inquérito online sobre a formação de psicoterapeutas procurando
conhecer que tipo de formação fizeram ao longo da sua carreira, em que fase e que sentem ter
166
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
O estudo da supervisão tem sido efetuado ao longo de alguns anos, tendo tido um desenvolvimento
significativo a partir, maioritariamente, da década de 90. Neste sentido, o estudo sobre a supervisão
e áreas relacionadas é predominantemente recente. No presente estudo, procura-se estudar e, como
tal, vir a definir quais as dimensões relacionais na relação entre supervisor e supervisando,
percecionadas pelo supervisando. Foi utilizada uma amostra de psicoterapeutas, por intermédio da
comunicação com várias sociedades portuguesas de psicoterapia. Os dados foram recolhidos através
dum questionário online (i.e., com recolha de dados sociodemográficos e duas escalas). Como
resultados, estima-se que as dimensões relacionais presentes no referido questionário sejam
concordantes com o referido pela literatura. Em tom de conclusão, espera-se contribuir para a
investigação a nível nacional (i.e., a nível da própria investigação e pela tradução e utilização de
duas escalas inéditas na língua Portuguesa) e a nível internacional (i.e., pela utilização de escalas
consistentes e seu aprofundamento/desenvolvimento) e no geral (i.e., o avanço no conhecimento da
relação em supervisão em Psicoterapia, com dimensões úteis à relação e ao pensamento de qualquer
tipo de supervisão).
Palavras-chave: psicoterapia, psicoterapeutas, formação contínua, educação contínua, lifelong
learning
gravações áudio das sessões decorridas durante 16 meses, antes do dropout, usando o 3RS - Rupture
Resolution System Manual, elaborado por Mitchell, Eubanks-Carter, Muran, e Safran. O dropout
pode ocorrer, com mais probabilidade, quando existem ruturas na relação/aliança terapêutica
estabelecida. Mas mais concretamente, constatámos que no decorrer do processo psicoterapêutico o
dropout pode ser propiciado paradoxalmente pela diminuição gradual das defesas patológicas do
paciente, mudança, transformação e confronto com o desconhecido.
Palavras-chave: psicoterapia, dropout, interrupção, rutura, impasse, evitamento, 3RS
1
CINEICC - Centro de Investigação do Núcleo de Estudos e Intervenção Cognitivo-Comportamental, FPCE-UC - Faculdade de
Psicologia e Ciências da Educação, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal
168
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
João Justo([email protected])1
1
FPUL - Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal
Nesta intervenção, serão abordadas algumas investigações relacionadas com a temática da psicologia
da gravidez e da perinatalidade. Neste contexto, serão referidos exemplos acercas da organização
defensiva das mulheres grávidas em situação de alto-risco obstétrico bem como acerca da perceção
materna relativa ao comportamento dos recém-nascidos, acerca da diferença entre bebé imaginado vs.
bebé real e, também no domínio, da perceção materna sobre a participação do bebé no fenómeno da
intersubjetividade. Será, também, abordada a vivência das mulheres grávidas com ameaça de parto
pré-termo bem como a intervenção psicoterapêutica neste domínio. Esta comunicação termina com
uma investigação acerca dos mecanismos de defesa dos casais inférteis.
Palavras-chave: gravidez, perinatalidade, perceção materna, parto pré-termo, infertilidade
A Marcé Society for Perinatal Mental Health é uma sociedade internacional dedicada a apoiar a
investigação e a intervenção na saúde mental pré-natal e pós-parto de mães, pais e bebés. O objetivo
é promover, agilizar e divulgar a investigação e as medidas de intervenção levadas a cabo a nível
local e internacional, em todos os aspetos da saúde mental das mães, pais e bebés, antes e depois do
parto. A Marcé Society for Perinatal Mental Health foi criada em Manchester, em 1980, conta de
momento com membros de 28 países, e 11 grupos regionais. A revista da sociedade é o Archives of
o en’s ent e t u u i o de n e intern ion e i u en ontro ient i o
internacional bienal, a Biennial Conference of The Marcé Society for Perinatal Mental Health, cuja
próxima edição terá lugar em setembro de 2018, em Bangalore, na Índia, assim como encontros
temáticos. O Grupo de Língua Portuguesa da Marcé Society for Perinatal Mental Health é um
Grupo Regional que conta com o envolvimento de vários académicos, investigadores e profissionais
no âmbito da saúde mental perinatal em Portugal e no Brasil, em expansão para os restantes países
169
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Com o presente simpósio pretende-se apresentar um conjunto de dados que estão na base da
planificação de quatro intervenções para populações e problemáticas diversas. Este torna-se
relevante por focar a intervenção no âmbito de abordagens que se podem considerar inovadoras.
Neste contexto, a 1ª comunicação apresenta dados empíricos recolhidos na óptica da avaliação das
necessidades ao nível da qualidade de vida e resiliência de cuidadores informais de crianças com
cancro. A 2ª sintetiza evidências da relevância de desenvolver um programa de intervenção para o
burnout com recurso à psicologia positiva e à tecnologia. As duas seguintes apresentam dados
relativos a revisões que se pretendiam sistemáticas da literatura, que se revelou insuficiente para tal.
Assim, a 3ª comunicação aborda a Eye Movement Desensitization and Reprocessing (EMDR) como
uma alternativa para a cessação tabágica e a última explora a (eficácia da) cura reconectiva ™. Em
síntese, considera-se que os dados dos quatro estudos devem ser tidos em consideração pelas
equipas de cuidados de saúde.
Cada vez mais o mundo moderno impõe a vivência de novas situações, que ocorrem em sua maioria
nos ambientes de trabalho e, consequentemente, desencadeiam o estresse ocupacional, o
absenteísmo, afastamento do emprego, o aumento da rotatividade e a diminuição do índice de
produtividade. Uma das consequências crônicas do estresse ocupacional é o burnout – exaustão
emocional, avaliação negativa de si mesmo, depressão, insensibilidade a quase tudo e todos e
desmotivação ou insatisfação ocupacional. Diferente das psicoterapias tradicionais, que têm seu
foco nos tratamentos das doenças ou distúrbios, a psicologia positiva tem como princípio o estudo e
trabalho preventivo, de maneira que o indivíduo/organizações estejam preparados para o não
adoecimento. Com base nos seus princípios – emoções positivas, traços de caráter positivos,
relacionamentos positivos e instituições positivas – pretende-se trabalhar o burnout. Assim, nesta
comunicação apresenta-se o racional e as etapas de um projeto com tal objetivo. Este estudo
longitudinal foca dois grupos de 25 pessoas, avaliadas através de entrevista e do Inventário de
Maslack (IM) e submetidas a técnicas de intervenção da psicologia positiva, adjuvadas por uma
App. Para além de indicadores de satisfação e de adesão, a eficácia da intervenção será avaliada
através de entrevista e IM. Espera-se obter indicadores que permitam ampliar os métodos
convencionais de prevenção e tratamento do burnout.
Palavras-chave: burnout, psicologia positiva, proposta de intervenção
As estatísticas têm revelado, consistentemente, ao longo das últimas décadas, um elevado consumo
tabágico e a sua associação com as taxas de morbilidade e mortalidade (prematura). Diversas
abordagens têm sido implementadas no âmbito da prevenção do consumo de tabaco e da cessação
tabágica, mas, apesar de todo o empenho e investigações realizadas, os indicadores de eficácia
deixam ainda bastante a desejar. Paralelamente, abordagens ditas menos convencionais, como o Eye
Movement Desensitization and Reprocessing (EMDR), têm revelado elevada eficácia em diversas
situações clínicas. Rever a literatura sobre EMDR na cessação tabágica. A 4/10/2017, as palavras-
chave EMDR AND smoking permitiam aceder a 0 publicações através dos RCAAP e da SciELO. A
palavra-chave EMDR permitia aceder a 6 resultados nos RCAAP e 5 na SciELO. Na Pubmed,
“E D AND smoking” re eti r u i es en u nto E D re e 6 es r d
experiência clínica e da literatura relativa ao EMDR sugerir a sua eficácia na cessação tabágica, não
é ainda possível realizar uma revisão sistemática da literatura sobre a mesma, pelo menos
recorrendo às bases de dados (de referência) exploradas e às palavras-chave usadas.
Consequentemente, será revista narrativamente a literatura que sustenta a possível utilidade do
EMDR na cessação tabágica.
Palavras-chave: EMDR, cessação tabágica, revisão da literatura
171
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
1
FCHS – Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, CTEC – Centro Transdisciplinar de Estudos da Consciência, FP-B2S / HE -
Centro de Investigação em Ciências Sociais e do Comportamento, Universidade Fernando Pessoa, Porto, Portugal
CHS – Faculdade de Ciências Humanas e Socias, Universidade Fernando Pessoa, Porto, Portugal
Nos últimos anos, os media, formações/congressos e os próprios clientes têm apresentado aos
psicólogos da saúde um número crescente de abordagens. Estes vão experienciando e manifestando,
designadamente em contextos de ensino-aprendizagem e de consulta, atitudes mais ou menos
negativas a todas/algumas destas abordagens. Uma de s ur re one ti ™ ont o ári s
pessoas habilitadas para a prática em Portugal. Com o objetivo de rever a literatura sobre cura
re one ti ™ e e tuou-se uma revisão (sistemática) da literatura, recorrendo aos RCAAP, SciELO
e Pubmed e à palavra-chave reconnective healing. A 4/10/2017, na Pubmed, a palavra-chave
reconnective healing permitia aceder a 4 artigos, todos com um autor em comum. No RCAAP e na
SciELO, a mesma palavra-chave (em Português e Inglês) não revelou resultados. Um dos artigos
acedidos, a revisão integrativa de 2017, focando 5 artigos publicados após revisão por pares, refere
ue “it is not possible at this point to reach conclusions about the general effectiveness of RH”
Ainda que os 4 artigos revistos incluam dados promisssores, eles são insuficientes para confirmar
ou in ir r e i á i d ur re one ti ™ Estes de e or isso ser uti i dos uid dos ente
por parte dos psicólogos da saúde no âmbito das suas atividades profissionais.
Palavras-chave: ur re one ti ™ liação da eficácia, revisão da literatura
172
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
A preocupação parental e o stresse parental são dimensões psicológicas independentes, com uma
conceptualização teórica própria. A intensidade e o tipo de preocupação e de stresse parental podem
condicionar a relação entre os pais e a criança e entre os pais e os técnicos de saúde, e
consequentemente, reflectir-se na promoção da saúde mental e física da criança e na adesão aos
tratamentos na doença. Os objectivos deste trabalho são a definição das dimensões psicológicas
preocupação parental e stresse parental e a apresentação de instrumentos de avaliação das
respectivas dimensões. Numa abordagem teórico-clínica sintetizamos contributos de várias
investigações realizadas pelo autor assentes em revisões sistemáticas de literatura e trabalhos
empíricos e na sua aplicação na prática clínica. A Escala de Preocupações Parentais e a Escala de
Stress Parental são instrumentos de aplicação e cotação rápida, que permitem a realização de um
despiste da intensidade de preocupação parental e da intensidade de stresse parental. A avaliação
destas dimensões possibilita a tomada de decisão da necessidade de elaborar uma avaliação clínica
mais detalhada, sendo um aspecto central da intervenção familiar multidisciplinar.
Palavras-chave: preocupações parentais, stress parental, avaliação psicológica
1
AEDP Institute, Nova Iorque, EUA
A Organização Mundial de Saúde defende a amamentação exclusiva até aos 6 meses de vida,
complementada com outros alimentos até aos dois anos ou mais. Crenças, benefícios da
amamentação, suporte familiar, social e profissional, características sócio-demográficas e clínicas
173
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
das mulheres, experiência pessoal, tradição familiar e recomendação dos profissionais de saúde, são
factores que influenciam o comportamento de amamentação por parte das mulheres. Este estudo
exploratório tem como objectivo aceder ao impacto do estigma e da discriminação auto-revelados
por mães portuguesas que estejam a amamentar, ou tenham deixado de amamentar há menos de 2
anos, no seu comportamento de amamentação. Será utilizado um questionário de auto-
preenchimento, elaborado a partir da literatura existente, que será disponibilizado on-line. O
conhecimento deste impacto permitirá desenvolver estratégias e políticas de saúde que minimizem a
exposição ao estigma e à discriminação e que facilitem e influenciem positivamente o
comportamento de amamentação e potenciem o bem-estar e a saúde das díades mãe-filho/a e da
sociedade como um todo.
Palavras-chave: amamentação, estigma, discriminação, suporte social
As intervenções terapêuticas com pais podem ter diferentes objectivos. Estas podem focar as
problemáticas dos pais devidas às dificuldades que os filhos apresentam, como podem incidir nas
perturbações dos pais, que por sua vez criam dificuldades aos filhos. Em muitos casos de
psicoterapia infantil a elaboração e realização de um projecto de trabalho terapêutico com os pais
torna-se imprescindível para o sucesso da psicoterapia da criança. O presente trabalho teve como
objectivo expor as contribuições da intervenção psicoterapêutica na resolução das problemáticas
parentais, devidas às dificuldades que as crianças manifestam. De forma a atingir este objectivo
apresentou-se a análise e reflexão do trabalho clínico realizado com pais de crianças em processo
psicoterapêutico. Como resultado foram apontadas as problemáticas parentais identificadas e o
trabalho realizado com os pais para a resolução das mesmas. A reflexão sobre o trabalho
desenvolvido com os pais e o seu impacto na criança permite reforçar as considerações apontadas
em diversa literatura sobre a importância do trabalho psicoterapêutico com pais destabilizados pelas
dificuldades dos filhos.
Palavras-chave: pais, crianças, psicoterapia, trabalho psicoterapêutico, intervenção
O processo de luto é descrito como um conjunto de reacções psíquicas e físicas a uma perda
afectiva, estando mesmo definidas, em termos psicológicos, as diferentes fases do luto. A morte de
um filho é um acontecimento que a maioria das pessoas (que não o viveu) costuma definir como
in o reens e e ro e ente “o ior so ri ento de todos” o ro esso de uto onsider do
como o mais prolongado no tempo, independentemente das características de quem o sofre. Oferece
elevados riscos de desenvolvimento de psicopatologia, nomeadamente depressão e stress pós-
traumático. Neste trabalho procura-se compreender os aspectos presentes no luto parental ao longo
de doença oncológica e morte de um filho de 6 anos. Serão descritas as diferentes fases do luto,
desde o diagnóstico da doença até à morte da criança, reveladoras de sofrimentos complexos e de
alterações das rotinas e das relações familiares. Trata-se de um estudo de caso em que a intervenção
psicoterapêutica esteve sempre presente (mesmo no momento do diagnóstico) e que forneceu um
espaço/tempo de elaboração do luto fundamental quer para a criança quer para os pais.
Palavras-chave: parentalidade, luto, intervenção psicoterapêutica, doença oncológica
174
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Os hábitos alimentares inadequados têm um grande impacto na saúde. Existem diferenças de sexo
na sua adoção; no entanto, este não é o único fator explicativo, tendo o género um papel vital nesta
relação. Recorrendo ao Modelo do Género em Contexto e a Teoria de Foco na Conduta Normativa,
procurou-se investigar: (1) como a conformidade às normas de masculinidade hegemónica
influencia o consumo alimentar de homens e mulheres, (2) em que medida a saliência contextual do
género influencia esta relação, (3) se as diferenças de sexo no consumo alimentar são mediadas pela
conformidade com as normas de masculinidade. Num desenho quase-experimental, 519
participantes (65% mulheres; idade média de 44 anos) concluíram a versão portuguesa do
Inventário de Conformidade com as Normas de Masculinidade, e responderam a questões sobre o
seu consumo na semana anterior de carne, frutas e vegetais; adicionalmente, metade dos
participantes recebeu uma mensagem destinada a tornar o género saliente. As hipóteses foram
parcialmente confirmadas; a relação entre a conformidade com as normas de masculinidade e o
consumo alimentar foi moderada pela saliência de género, e as diferenças de sexo no consumo
alimentar foram parcialmente mediadas pela conformidade às normas de masculinidade. O género é
um fator explicativo dos padrões de consumo alimentar de homens e de mulheres, quer através da
conformidade às normas de género, quer através de contextos de saliência de género.
175
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
SE NÃO T ... “
”
João Carvalho ([email protected])1, Mário Boto Ferreira2, & Maria Luísa Lima1
1
ISCTE-IUL - Instituto Universitário de Lisboa, Lisboa, Portugal; 2FPUL - Faculdade de Psicologia, Universidade de Lisboa, Lisboa,
Portugal
Estudos recentes sugerem que treinos em que existe uma associação consistente entre inibição
motora e alimentos saborosos, com elevado teor calórico, (Treino de Inibição Motora, TIM)
provocam uma diminuição na escolha e ingestão desses alimentos, em comparação com treinos em
que estes são associados a respostas motoras (Treino de Resposta Motora, TRM) (Jones et al.,
2016). Contudo, quando outras condições de treino são usadas como controlo experimental os
efeitos são inconsistentes (Adams et al., 2017; Smith et al., 2017). Com base numa revisão teórica e
empírica, argumentamos que estudos comparando os efeitos de TIM e TRM, sem um controlo
experimental apropriado, não permitem distinguir a causalidade deste tipo de treinos, impedindo
conclusões sobre a sua eficácia. Com o objetivo de distinguir os efeitos dos dois treinos, realizámos
um estudo com uma condição de controlo (treino sem alimentos). Neste participaram 180 jovens
adultas que realizaram um de três treinos: TIM vs. TRM vs. Controlo. Após o treino, as
participantes reportaram o seu desejo de comer diferentes snacks. Não se verificaram efeitos
significativos do tipo de treino nas esco s i ent res (χ ( 5 p = 0,483), e no desejo de
o er (χ ( 5 p = 0,055), sugerindo que os efeitos do TIM podem ser sobrestimados.
Concluímos que para avaliar a eficácia deste tipo de treinos é crucial compreender quais os
176
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
A prevenção do excesso de peso e obesidade infantis é prioritária em Portugal e tem sido alvo de
vários projetos. Este estudo teve como principal objetivo desenvolver um registo nacional,
caracterizando as intervenções implementadas. Foram incluídos projetos de promoção de estilos de
vida saudáveis, que tinham por objetivo contribuir para a prevenção e controlo do excesso de peso e
obesidade infantis, identificados através do Google, de contactos institucionais e de websites de
diversas entidades (e.g. agrupamentos de escolas). A seleção das intervenções realizou-se através da
leitura dos títulos e informação disponibilizada, tendo sido extraídas informações de cada projeto.
Todos os projetos de prevenção da obesidade infantil identificados foram incluídos. Os 67
programas considerados foram implementados entre 2001 e 2018, mas em relação a 10 não foi
possível obter informação detalhada. Dos restantes 57, a maioria (n = 35) visava a promoção de
alimentação saudável, uma minoria apenas a promoção de atividade física (n = 2), ou ambos (n =
20). Em geral, os objetivos e as atividades realizadas são descritos, mas não são dadas informações
sobre o racional teórico e as técnicas de mudança comportamental utilizadas. A maioria dos
programas não fornece dados relativamente à sua fundamentação. No futuro, o racional teórico,
técnicas de modificação comportamental e avaliação da eficácia na mudança do comportamento-
alvo deverão ser descritos.
Palavras-chave: obesidade infantil, projetos, estilo de vida saudável, implementação, avaliação,
boas práticas
177
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
formatos online, é inquestionável que o rápido crescimento da utilização da internet representa uma
das razões primordiais para o aumento exponencial da produção e do consumo de materiais
pornográficos. Este simpósio integra dois estudos quantitativos e dois de revisão, que abordarão,
sequencial e respetivamente: a relação entre a ciberpornografia e as atitudes sexuais, a relação entre
o consumo de pornografia online e o stress percecionado, o impacto do consumo de pornografia
online, e por fim, as características psicológicas dos ofensores de pornografia infantil.
Alexandre Gomes ([email protected])1, Ana Fernandes1, Rita Ribeiro1, & Jorge Cardoso1
1
ISCSEM - Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz, Almada, Portugal
O recurso à pornografia disponível na internet é cada vez mais frequente, não existindo, contudo,
unanimidade na definição ou avaliação do consumo problemático da mesma. Os estudantes
universitários tendem a manifestar atitudes sexuais mais permissivas e uma maior aceitação da
ciberpornografia. Este estudo visou analisar o consumo de pornografia online e as atitudes sexuais
em estudantes universitários. Foram utilizados os instrumentos - The Cyber Pornography Use
Inventory - 9 (CPUI-9), desenvolvido por Grubbs, Volk, Exline, & Pargament (2015), que avalia a
perceção da adição a pornografia online; Escala de Atitudes Sexuais (EAS) de Alferes (1997). A
amostra foi constituída por 257 estudantes universitários portugueses de ambos os sexos, com
idades entre os 18 e os 30 anos. Utilizou-se o Google Forms para a recolha da amostra. Constatou-
se que a adição à ciberpornografia, difere consoante o género, estado civil e relacionamento
amoroso, enquanto as atitudes sexuais variam em função do género e das habilitações literárias.
Verificaram-se correlações positivas muito significativas entre a Permissividade, Compulsividade,
Esforço de Acessibilidade e o Fator Total do CPUI-9, assim como entre a Instrumentalidade, Sexo
Impessoal, Fator Total do EAS e os fatores do CPUI-9. Existem associações pertinentes entre a
ciberpornografia e várias dimensões das atitudes sexuais.
Palavras-chave: ciberpornografia, atitudes sexuais, estudantes universitários
Ana Soares ([email protected])1, Ana Chapa2, Cátia Correia2, Filipa Carreiro1, Sílvia Silva1, & Jorge
Cardoso1
1
ISCSEM - Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz, Almada, Portugal; 2ISPA - Instituto Universitário, Lisboa, Portugal
De entre as várias motivações associadas ao consumo de pornografia, tem surgido a sua utilização
como forma de lidar com estados emocionais negativos, incluindo os relacionados com situações
geradoras de stresse. Esta investigação teve como objetivo avaliar se o consumo de pornografia
online está relacionado com o stresse percecionado. Complementarmente, pretendeu-se analisar se
as variáveis em estudo variavam em função de fatores sociodemográficos. Foi recolhida uma
amostra online de 478 indivíduos de ambos os sexos, com uma média etária de 24 anos. Foram
utilizados os seguintes instrumentos: The Cyber Pornography Use Inventory, versão de 31 itens
(CPUI; Grubs, Sessons, Wheeler, & Volk, 2010) e a versão portuguesa da Perceived Stress Scale
(PSS-10; Trigo, Canudo, Branco, & Silva, 2010), que avaliam, respetivamente, o consumo de
pornografia online e o stresse percecionado. Constataram-se várias correlações significativas ente os
fatores do CPUI e os do PSS-10. O consumo de pornografia é mais frequente aquando da ausência
de um relacionamento amoroso, sendo este grupo aquele que manifesta mais sentimentos negativos
autodirecionados. Existe uma relação entre o consumo de pornografia online e o stresse
percecionado, que se justifica aprofundar em estudos futuros, designadamente no seu valor
178
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Ana Gama ([email protected])1, Belmira Fernandes1, Renata Guarda1, & Jorge Cardoso1
1
ISCSEM - Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz, Almada, Portugal
Jorge Cardoso ([email protected])1, Filipa Carreiro1, Margarete Parada1, & Sílvia Silva1
1
ISCSEM - Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz, Almada, Portugal
179
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
O presente simpósio reúne quatro trabalhos que pretendem contribuir para conhecimento do papel
dos processos de regulação emocional enquanto mecanismos associados à psicopatologia e bem-
estar. Embora este tema seja de grande atualidade e com evidência relevante em população
psiquiátrica, pouco conhecemos quando se trata da influência dos processos de regulação emocional
na adaptação de pais e filhos, durante a transição para a parentalidade ou, posteriormente, em pais
de crianças e/ou adolescentes. A exploração desta via, inovadora na área da parentalidade, é
relevante para poder prevenir ou intervir precocemente promovendo o exercício de uma
parentalidade sensível e positiva, com consequente repercussão na saúde mental e bem-estar dos
pais e dos filhos. Com este objetivo são apresentados quatro estudos, realizados por uma equipa de
investigação da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra
(CINEICC- Relações, Desenvolvimento & Saúde). O primeiro examina o papel do evitamento
experiencial na relação entre crenças disfuncionais face à maternidade e sintomatologia ansiosa e
depressiva durante o pós-parto; o segundo, procura conhecer o papel mediador da coesão diádica
nas associações entre vinculação e ajustamento parental em ambos os membros do casal durante a
transição para a parentalidade; o terceiro foca-se nas mães de crianças e adolescentes, e remete para
o papel que a parentalidade mindful pode ter nas atitudes de controlo alimentar nas mães de jovens
com peso normal e com excesso de peso/obesidade; por fim, o quarto estudo, focado na adaptação
dos filhos adolescentes, pretende investigar se a relação entre a parentalidade mindful e o bem-estar
dos adolescentes é mediada pela vinculação dos adolescentes aos pais e pelos seus níveis de
autocompaixão e mindfulness.
depressão pós-parto
Stephanie Alves ([email protected])1, Ana Fonseca1, Maria Cristina Canavarro1, & Marco Pereira1
1
CINEICC - Centro de Investigação do Núcleo de Estudos e Intervenção Cognitivo-Comportamental, FPCE-UC - Faculdade de
Psicologia e Ciências da Educação, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal
Representações seguras de vinculação têm sido associadas a melhor ajustamento materno. Contudo,
pouco se sabe sobre o seu papel no ajustamento paterno e os processos explicativos dessas
associações. Este estudo avaliou o papel mediador da coesão diádica nas associações entre
vinculação e ajustamento parental em ambos os membros do casal. Neste estudo participaram 83
casais que preencheram questionários para avaliar representações de vinculação (ECR-RS) no
segundo trimestre de gravidez (T0), coesão diádica (RDAS) no T0 e 6 semanas pós-parto (T1), e
stresse (PSI-SF) e confiança (MCQ) parental no T1 e 6/9 meses pós-parto (T2). Nos homens, níveis
mais elevados na dimensão evitamento da vinculação (T0) associaram-se a menor confiança
parental (T2). Nas mulheres, a associação entre a ansiedade e o stresse parental ocorreu através da
coesão diádica: níveis mais elevados na dimensão ansiedade (T0) associaram-se a maior coesão
diádica (T1) que, por sua vez, foi preditor de menos stresse parental (T2). Representações mais
positivas do parceiro e o envolvimento em atividades conjuntas afiguram-se como recursos
determinantes para o ajustamento paterno e materno a longo-prazo, respetivamente. As mulheres
com representações mais ambivalentes tendem a reportar maior coesão diádica, possivelmente
devido a maiores esforços orientados nesse sentido. Importância deve ser dada ao impacto
diferencial destas dinâmicas no ajustamento parental dos casais.
Palavras-chave: vinculação, comunicação diádica, coesão diádica, ajustamento parental, transição à
parentalidade, longitudinal
Maria João Gouveia ([email protected])1, Maria Cristina Canavarro1, & Helena Moreira1
1
CINEICC - Centro de Investigação do Núcleo de Estudos e Intervenção Cognitivo-Comportamental, FPCE-UC - Faculdade de
Psicologia e Ciências da Educação, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal
181
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Helena Moreira ([email protected])1, Maria João Gouveia1, & Maria Cristina Canavarro1
1
CINEICC - Centro de Investigação do Núcleo de Estudos e Intervenção Cognitivo-Comportamental, FPCE-UC - Faculdade de
Psicologia e Ciências da Educação, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal
A parentalidade mindful consiste numa abordagem parental caracterizada por uma atitude de
compaixão pela criança e de aceitação do funcionamento parental, e pela autorregulação,
consciência emocional da criança, e atenção plena nas interações pais-filhos. Estudo pretende
investigar se a relação entre a parentalidade mindful e o bem-estar dos adolescentes é mediada pela
vinculação dos adolescentes aos pais e pelos seus níveis de autocompaixão e mindfulness. A
amostra é constituída por 563 díades pais-adolescente (95,6% mães). Os pais (M = 43,38 anos; DP
= 5,36) preencheram a Escala de Mindfulness Interpessoal na Parentalidade; os adolescentes (M =
14,26 anos; DP = 1,66) preencheram os questionários Pessoas na Minha Vida, Escala de
Autocompaixão Breve, Medida de Mindfulness para Crianças e Adolescentes e KIDSCREEN-10. A
parentalidade mindful mostrou-se indiretamente associada ao bem-estar dos adolescentes através da
percepção de uma vinculação mais segura aos pais e de níveis mais elevados de autocompaixão e
mindfulness. A parentalidade mindful parece promover o bem-estar dos adolescentes através da
promoção de processos de regulação emocional adaptativos, como a autocompaixão e o
mindfulness. Esta abordagem parental parece também promover uma relação mais segura entre pais
e filhos que, por sua vez, está associada a maior autocompaixão e mindfulness.
Palavras-chave: adolescência, autocompaixão, mindfulness, parentalidade mindful
182
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Celeste Simões ([email protected])1,2, Paula Lebre1, Anabela Santos1, & RESCUR Team1
1
Departamento de Educação Ciências Sociais e Humanidades, FMH - Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de Lisboa,
Lisboa Portugal; 2ISAMB - Instituto de Saúde Ambiental, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal;
Ocurrículo europeu para a resiliência na educação pré-escolar, de primeiro ciclo e segundo ciclo
(RESCUR) foi desenvolvido no âmbito do Programa Comenius – Programa de Aprendizagem ao
Longo da Vida ao longo de três anos (2012-2015). É um programa universal, com uma atenção
especial com alguns grupos que se encontram em risco psicossocial (crianças com Necessidades
Educativas Especiais [NEE], crianças pertencentes a minorias étnicas e/ou refugiadas) (Cefai et al.,
2015). Neste âmbito, será apresentado o currículo, bem como os resultados da implementação
piloto. O piloto, que envolveu a realização de uma sessão semanal do currículo RESCUR, durante 6
semanas, foi conduzido pelos seis países parceiros com cerca de 3000 crianças entre os 3 e os 11
anos de idade. Foi utilizado um conjunto de grelhas de avaliação e diários reflexivos, desenvolvidos
no âmbito do projeto, para avaliar o interesse e pertinência do currículo bem como impacto junto
dos participantes. A avaliação do currículo foi positiva quer no pré-escolar quer no 1º ciclo. Os
professores observaram mudanças positivas moderadas nas crianças, salientando o envolvimento de
forma ativa e entusiasta das crianças nas atividades. No geral, os professores consideraram o
currículo útil, interessante, apropriado e exequível. O RESCUR poderá ser uma importante
estratégia promotora de um desenvolvimento saudável e positivo, ao fornecer às crianças
ferramentas chave para as ajudar a lidar com as desvantagens, obstáculos e desafios com que são
confrontadas no seu dia-a-dia.
Palavras-chave: risco, resiliência, programas preventivos, currículo para a resiliência
Anabela Santos ([email protected])1,2, Celeste Simões1,2, Paula Lebre1, Cátia Branquinho1,2, Tânia Gaspar2,3,
& Margarida Gaspar de Matos1,2,4
1
Departamento de Educação Ciências Sociais e Humanidades, FMH-UL - Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de
Lisboa, Lisboa, Portugal; 2ISAMB - Instituto de Saúde Ambiental, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, Lisboa Portugal;
3
Universidade Lusíada de Lisboa, Lisboa, Portugal; 4WJCR - William James Center for Research, ISPA - Instituto Universitário,
Lisboa Portugal
O currículo europeu para a resiliência na educação pré-escolar, de primeiro ciclo e segundo ciclo
(RESCUR) está em ser implementado em contexto nacional (RESCUR em Ação) com o apoio do
Programa Ciência Viva - Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica que se insere no
Programa Integra. O projeto tem como objetivo fornecer a um conjunto de docentes e agentes
educativos, a formação necessária para implementação do Currículo Europeu para a Resiliência
(RESCUR), junto de alunos entre os 4 e os 12 anos de idade, incluindo alunos migrantes e/ou
refugiados. No âmbito do projeto pretende-se avaliar o impacto da implementação do currículo em
Portugal, nomeadamente ao nível das competências associadas à resiliência, comportamentos pró-
sociais, sintomas internalizantes e externalizantes e qualidade de vida. Participam neste estudo
experimental cerca de 1200 crianças e adolescentes do ensino pré-escolar, 1º e 2º ciclos, dos
concelhos de Almada, Amadora, Coimbra e Sintra. De acordo com a faixa etária, aplicou-se o Child
183
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
and Youth Resilience Scale (Ungar & Liebenberg, 2011), Strenght and Dificulties Questionnaire
(Goodman, 2005) e Kidscreen (Matos, Gaspar, & Simões, 2012). Os resultados preliminares serão
apresentados em função dos diversos grupos de participantes e domínios de funcionamento
avaliados. Os resultados serão discutidos tendo em atenção os objetivos do projeto, nomeadamente
ao nível da promoção do desenvolvimento de competências sociais e emocionais, impacto na
relação professor-aluno e entre pares, aumento de comportamentos pró-sociais, redução dos
sintomas internalizantes e externalizantes e desempenho académico.
Palavras-chave: competências sociais e emocionais, crianças, escola, resiliência, RESCUR
Paula Lebre ([email protected])1, Celeste Simões1,2, Anabela Santos 1,2, & Cátia Branquinho1,2
1
Departamento de Educação Ciências Sociais e Humanidades, FMH-UL - Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de
Lisboa; 2ISAMB - Instituto de Saúde Ambiental, Faculdade de Medicina de Lisboa, Universidade de Lisboa, Lisboa Portugal
184
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Paulo Gomes ([email protected])1,2, Henrique Vicente3, Diego Gomez-Baya4, Celeste Simões1,5, & Margarida
Gaspar de Matos1,2,5
1
Departamento de Educação Ciências Sociais e Humanidades, FMH-UL - Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de
Lisboa; 2WJCR - William James Center for Research, ISPA - Instituto Universitário, Lisboa, Portugal; 3Departamento de Química,
Centro de Química de Évora Universidade de Évora - Escola de Ciências e Tecnologia, Évora, Portugal; 4Universidad Loyola
Andalucia, Andalucia, Espanha; 5ISAMB - Instituto de Saúde Ambiental., Faculdade de Medicina de Lisboa, Universidade de
Lisboa, Lisboa Portugal
As estratégias, conceptualizadas como Savoring, têm sido propostas como um mecanismo regulador
que influencia a relação entre experiências positivas e as reações emocionais positivas dos
indivíduos face a esses mesmos acontecimentos. Este estudo reporta a utilização de um processo de
Data Mining, que visa examinar a influência de diferentes estratégias comportamentais e cognitivas
utilizadas quando estamos perante experiências positivas nos níveis de felicidade, satisfação com a
vida e resiliência. A amostra é constituída por 564 adolescentes e jovens adultos portugueses, com
idades compreendidas entre 14 e 24 anos. Estes dados, quando acedidos de forma direta, acabam
por ser muito volumosos e apresentar pouca utilidade. Esta abordagem, porém, permitiu-nos
encontrar padrões e ainda gerar modelos explicativos de segmentação, que podem ser utilizados em
áreas de suporte à decisão, previsão e estimativa. Partindo desta análise, foi possível perceber que
tipo de estratégias são usadas pelos adolescentes e jovens para prolongar a experiência, aumentar a
sua intensidade e melhorar o seu bem-estar e os afetos positivos. Os resultados obtidos serão
discutidos no âmbito dos objetivos do estudo. Salienta-se que uma das principais vantagens deste
estudo passa pela abordagem metodológica para análise de dados e o facto de a amostra ter sido
formada por um grupo de adolescentes e jovens adultos com experiências de vida díspares, o que
permite o uso do indivíduo como unidade de análise.
Palavras-chave: adolescentes e jovens adultos, savoring, data mining, resiliência
principais objetivos são (a) criar um espaço de reflexão baseado na investigação e sobre as
intervenções para cuidadores informais, privilegiando os trabalhos recentes e inovadores sobre a
temática; e (b) debater sobre as divergências e/ou convergências do tema. São apresentados quatro
trabalhos com cuidadores informais de pessoas com diferentes patologias. O simpósio inicia-se com
a introdução do tema, através da apresentação de uma revisão sistemática, com dados recentes sobre
os processos de grupo nos grupos de apoio para cuidadores informais de pessoas com demência. A
segunda comunicação centra-se no contributo dos Grupos de Suporte para Cuidadores de Pessoas
com Demência de Lisboa, da Associação Alzheimer Portugal, uma atividade permanente desde
1996. A terceira comunicação apresenta os dados de um estudo transversal sobre o bem-estar
psicológico nos cuidadores informais de crianças e jovens com paralisia cerebral. Por fim, a última
comunicação foca-se no luto pré-morte dos cuidadores familiares em cuidados paliativos e
apresenta dados de um estudo misto com população de cuidadores familiares de doentes em
cuidados paliativos.
Isa Figueira ([email protected])1, Maria Luísa Lima1, & Maria Palacín Lois2
1
CIS-IUL - Centro de Investigação e Intervenção Social, ISCTE-IUL - Instituto Universitário de Lisboa, Lisboa, Portugal; 2Facultad
de Psicología, Universitat de Barcelona, Barcelona, Espanha
Apesar dos benefícios dos grupos de apoio para a saúde dos cuidadores informais, a evidência da
influência dos processos de grupo no seu impacto é escassa. O objetivo desta revisão sistemática é
analisar os processos de grupo que contribuem ou medeiam os efeitos positivos dos grupos de apoio
na saúde e bem-estar dos cuidadores de pessoas com demência. A pesquisa foi realizada nas
principais bases de dados eletrónicas (e.g. Web of Science) e aplicado o método PRISMA na seleção
dos artigos. Os critérios de inclusão foram: participantes cuidadores informais de pessoas com
demência, desenho experimental ou quasi-experimental, intervenções de grupo que visassem a
promoção da saúde ou bem-estar e o apoio emocional. No total foram identificados 1119 artigos.
Dos artigos selecionados com base nos critérios de inclusão, todos os estudos aplicam medidas
individuais, e apenas alguns aplicam medidas sociais (e.g. suporte social) ou de grupo (e.g.
satisfação com a intervenção). Os resultados sugerem que, a maioria dos grupos de apoio para
cuidadores informais de pessoas com demência focam-se no nível individual ou interpessoal, e não
analisam os processos de grupo. Esperamos que este estudo permita desenvolver intervenções em
grupo mais sustentadas na literatura da psicologia social da saúde.
Palavras-chave: processos de grupo, grupos de apoio, cuidadores informais, saúde
informais às pessoas com demência são prestados fundamentalmente pela família, onde continua a
salientar-se o papel das mulheres. Pelo impacto multidimensional que esta responsabilidade pode
acarretar, seja pelo isolamento social, pela perda de capacidade económica, ou pelo aumento da
morbilidade física e psicológica, estes cuidadores s o re uente ente re eridos o o s “se und s
ti s” d doen Es er os ontri uir r u re e o so re i ort n i do e dos
grupos de suporte para cuidadores-familiares de pessoas com demência.
Palavras-chave: grupos de suporte, cuidadores, demência
Está documentado o distress inerente à vivência do cuidar em fim de vida. O objetivo deste estudo é
caracterizar a experiência de prestação de cuidados a doentes oncológicos em cuidados paliativos
(CP), identificando os níveis de sobrecarga do cuidador familiar (CF), manifestações de luto pré-
morte e comorbilidade mental. Estudo de método misto, transversal realizado na população de CF
de doentes em CP. Os dados quantitativos baseiam-se numa amostra de conveniência de 93 CF,
maioritariamente mulheres, filho/as ou cônjuges do doente, com idade média de 52,41 anos. Os
dados qualitativos foram recolhidos de entrevistas em profundidade realizadas a 20 participantes,
sujeitas a análise de conteúdo. A experiência do cuidar é vivida com a perceção de vida suspensa e
hipervigilância. Em 25% dos casos, a sobrecarga do cuidador é considerada elevada. As
manifestações de luto pré-morte são clinicamente significativas em 33,7%. Foram também
detetados sintomas depressivos (68,5%), de ansiedade (62%) e de somatização (52,2%). Estas
manifestações são reativas à experiência vicariante do sofrimento do doente, perdas pessoais e
187
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
relacionais, ainda que a sua expressão seja inibida por mecanismos de evitamento e pela
necessidade de proteger o doente. Há evidência de manifestações luto pré-morte intensas, embora
inibidas, com comorbilidade associada. São discutidas as implicações clínicas destes resultados.
Palavras-chave: cuidadores familiares, cuidados paliativos, luto pré-morte, comorbilidade mental,
sobrecarga do cuidador
Este simpósio tem como objetivo mostrar como a intervenção social e comunitária pode representar
uma grande mais-valia na promoção do envelhecimento saudável e no combate aos estereótipos
negativos que associam de forma sistemática o envelhecimento a um período de doença e
dependência. Os trabalhos que aqui se apresentam representam o esforço que tem vindo a ser
realizado nos últimos cinco anos neste sentido por uma equipa variada de agentes que envolvem
não só a universidade mas também as instituições sociais (nacionais e internacionais), as empresas e
os organismos públicos. O envelhecimento marcado da população coloca desafios importantes que
devem ser abordados a partir de uma perspetiva multidisciplinar. Os psicólogos da saúde têm um
papel fundamental nesta mudança promovendo representações mais positivas do envelhecimento e
fomentando a inclusão das pessoas idosas nas sociedades modernas. Esta luta pela inclusão das
pessoas mais velhas tem consequências muito significativas na sua saúde e no bem-estar. Esta é sem
d id u áre ue se en u dr no t tu o d resente on er n i ue is “ ro o er e ino r” n
área da Psicologia da Saúde. Este simpósio apresenta cinco comunicações onde se discutem os
resultados de projetos intervenção que assumiram, de forma inovadora, uma perspetiva social e
comunitária na promoção do envelhecimento saudável e combate ao idadismo. Em primeiro lugar,
apresenta-se uma reflexão sobre dois projetos europeus com grande escala nesta área: o projeto
SIforAGE (1º comunicação) e o projeto CORDON GRIS (2º comunicação). Seguem-se a
apresentação de três intervenções específicas nesta matéria com resultados positivos: uma
campanha de marketing social realizada em Lisboa (3ª comunicação), um projeto de introdução às
tecnologias (4ª comunicação) e um projecto intergeracional por recurso a técnicas de mindfulness
(5ª comunicação).
Sibila Marques ([email protected])1, Joana Mendonça1, João Mariano1, & Filomena Gerardo1,2,3
1
CIS-IUL – Centro de Investigação e de Intervenção Social, ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, Lisboa, Portugal; 2Santa Casa
da Misericórdia de Lisboa, Lisboa, Portugal; 3DINÂMIA'CET - Centro de Estudos sobre a Mudança Socioeconómica e o Território,
ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, Lisboa, Portugal
Esta comunicação visa apresentar os principais resultados obtidos no projeto europeu SIforAGE –
social innovation for active and healthy ageing que decorreu no período de 2012-2016. Este
constituiu um grande esforço por parte de vários atores-chave a nível europeu e nacional que
trabalharam de forma conjunta na promoção do envelhecimento ativo e saudável. O projeto foi
constituído por vários workpackages que permitiram trabalhar diferentes tópicos. De entre vários,
contam-se por exemplo os seguintes: 1) Technological Experience Cafés para promover o uso de
tecnologias pelas pessoas idosas; 2) criação de um programa intergeracional de combate à
discriminação face à idade; 3) análise das leis antidiscriminação face à idade a nível europeu; 4)
188
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
lançamento de um prémio para promover projetos europeus de promoção da saúde nos mais velhos
e 5) elaboração de um White Paper com recomendações para os decisores nesta área. O SIforAGE
representou sem dúvida um importante contributo para a promoção do envelhecimento saudável a
nível europeu. Pelas suas características, constituiu um esforço notável de diversos agentes que
trabalharam verdadeiramente em conjunto na luta por esta nova sociedade mais justa e inclusiva:
uma sociedade para todas as idades.
Palavras-chave: envelhecimento, idadismo, multidisplinaridade
Dados de 2015 mostram que 1 em cada 6 idosos chegam aos serviços de urgência malnutridos. O
Projeto CordonGris desenvolveu uma aplicação que visa prevenir a malnutrição entre os idosos e
promover estilos de vida saudáveis e independentes. A aplicação será testada num piloto de seis
meses, envolvendo uma amostra de 120 participantes. A comunicação discute os resultados da
avaliação inicial realizada aos participantes. Estudo caso-controle com administração direta de
inquéritos por questionário a uma amostra de 137 indivíduos (M = 76 anos) residentes na cidade de
Lisboa e inscritos em Centro de Dia. A escolaridade dominante da amostra é o ensino primário. O
computador constitui a tecnologia mais conhecida entre os inquiridos, seguindo-se o smartphone e o
tablet. Uma parte dos inquiridos declara usar o computador com ajuda, sendo o uso da internet
muito reduzido. Globalmente, os resultados evidenciam pouca proficiência tecnológica entre os
inquiridos. Vários estudos mostram que, mais do que promover o acesso a novas tecnologias entre a
população idosa, é necessário promover formas mais avançadas de proficiência tecnológica para um
uso autónomo das mesmas. No âmbito do CordonGris, tal proficiência é fundamental para que os
participantes possam gerir a sua dieta e orçamento de forma independente através da aplicação.
Palavras-chave: envelhecimento ativo, população idosa, novas tecnologias, qualidade de vida,
proficiência tecnológica
público em geral. A avaliação da campanha foi positiva na medida em que permitiu despertar
consciências para a questão do envelhecimento enquanto etapa do ciclo de vida combatendo
simultaneamente os estereótipos negativos associados à idade.
Palavras-chave: envelhecimento, idadismo, campanha de sensibilização, estereótipos, saúde das
pessoas mais velhas
Os idosos são vistos frequentemente como um grupo etário que não utiliza tecnologias. Este estudo
explora o posicionamento dos indivíduos perante o uso de ferramentas tecnológicas, colocando a
hipótese de que o contato com uma tecnologia produz um impacto significativo nas atitudes,
intenção de uso, autoeficácia e ansiedade perante dispositivos tecnológicos. Participaram neste
estudo 117 idosos, com uma idade igual ou superior a 65 anos (M = 78,96 anos), tendo sido sujeitos
a três momentos de avaliação (inicial, contínua e final). No decorrer de um mês, disponibilizaram-se
jogos de estimulação cognitiva em tablet, possibilitando uma utilização livre e novas atividades em
seis centros de dia. A análise de amostras emparelhadas indicou diferenças significativas entre dois
momentos de avaliação, nomeadamente uma melhoria nas atitudes, aumento da intenção de uso,
acréscimo da autoeficácia e a redução da ansiedade perante as tecnologias. As atitudes, intenção de
uso e a autoeficácia surgiram como preditores do uso. Os resultados indicam que algumas
dimensões se encontram associadas ao uso real e que o contato com tablets pode produzir um efeito
nas variáveis atitudinais. Estes resultados traduzem-se em implicações relevantes para intervenções
que promovam a adoção de tecnologias por parte de adultos mais velhos.
Palavras-chave: atitudes, idosos, uso de tecnologias
Mariana Ribeiro ([email protected])1, Sibila Marques1, Ricardo Rodrigues1, Joana Mendonça1, & Filomena
Gerardo1, 2,3
1
CIS-IUL – Centro de Investigação e de Intervenção Social, ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, Lisboa, Portugal; 2Santa Casa
da Misericórdia de Lisboa, Lisboa, Portugal, 3DINÂMIA'CET - Centro de Estudos sobre a Mudança Socioeconómica e o Território,
ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, Lisboa, Portugal
O conjunto das comunicações que constituem este simpósio pretendem aprofundar o estudo e a
intervenção psicossocial no âmbito da promoção do bem-estar e de competências socioemocionais
numa pespectiva desenvolvimental e ecológica. Neste sentido pretendemos abordar as temáticas
tendo em conta as tarefas, as necessidades e preocupações associadas às diferentes etapas do
desenvolvimento humano, assim como a interação entre os sujeitos e os seus diferentes contextos,
nomeadamente, a escola, família e a própria comunidade social e política. Numa primeira
comunicação será realizada uma reflexão sobre os diferentes desafios das crianças e jovens com
Necessidades Educativas Especiais (NEE) na adaptação escolar perante o contexto educativo, tendo
em conta as suas características psicológicas, mas também o seu ajustamento psicossocial. A
segunda comunicação incide sobre a população jovem adulta e aprofunda a questão da motivação,
compromisso e escolhas associada à identidade atlética e o seu impacto na continuidade da
construção do self e ajustamento psicológico. A terceira comunicação debruça-se sobre a fase
adulta, mais especificamente na temática da parentalidade e o impacto desta na qualidade de vida
dos filhos. A abordagem do tema inclui fatores psicológicos e sociais dos pais e da família e a sua
relação com o ajustamento psicossocial, estilos de vida e bem-estar psicológico dos filhos. A
comunicação seguinte reflete sobre o processo de envelhecimento ao nível da saúde sexual,
aprofundando os fatores emocionais e relacionais da sexualidade no idoso e a sua relevância para o
ajustamento e qualidade de vida nesta etapa do desenvolvimento humano. A última comunicação
avança uma nova abordagem de promoção de saúde através da eHealth e novas tecnologias nas
diferentes faixas etárias. São refletidas implicações para a prática na investigação e intervenção
psicossocial.
Com o início de cada ano escolar, todas as crianças e jovens, mas com especial relevância os que
têm Necessidades Educativas Especiais (NEE), ficam sujeitos a cinco desafios na sua adaptação ao
meio educativo, que explicitamos: o da ansiedade perante o controle das emoções e o autodomínio
da impulsividade em contexto multifacetado de competências e capacidades existentes nos
diferentes elementos do grupo; o social perante a representação das interações com o outro e do
sentimento de ser reconhecido socialmente, independentemente das diferenças que estão inerentes à
sua condição de criança/jovem com NEE; o escolar nas representações, comportamentos e atuação
nas diferentes atividades e contextos de escola; o físico na imagem corporal como fazendo parte da
autorrepresentação e tem particular importância na adolescência, por incluir itens como a aparência
corporal, o julgamento do outro e a representação de aptidões físicas; e, por último, o futuro, como
sendo o projeto dos jovens que passa pelo desafio da inserção no mundo dos adultos e na
191
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
participação no grupo pela adoção de valores que se preconiza sejam iguais e abrangentes a toda a
comunidade.
Palavras-chave: Necessidades Educativas Especiais, adaptação, contexto educativo
O perfil parental influencia a qualidade de vidas dos filhos e o seu ajustamento psicossocial. O
presente trabalho visa compreender o impacto de fatores pessoais e sociais da parentalidade na
perceção da qualidade de vida dos filhos e no seu estilo devida. O instrumento de recolha de dados
incluiu questões sociodemográficas, questões relacionadas com o estilo de vida dos filhos, e foram
medidas as seguintes variáveis parentais: estilos parentais, dinâmica familiar, saúde psicológica,
resiliência, perceção de suporte social e a perceção de qualidade de vida dos filhos. A amostra inclui
1096 indivíduos, do género feminino (n = 855) e masculino (n = 241), com idades entre os 20 e os
80 anos de idade (M = 41,65). O género e a idade dos pais e dos filhos são duas das variáveis que
também serão estudadas, ao nível da sua influência nos estilos parentais. Os resultados revelam que
existem correlações positivas entre um perfil parental mais positivo e uma melhor perceção de
qualidade de vida dos filhos. As variáveis relacionadas com os estilos parentais, a dinâmica familiar
e o suporte social da família que melhor explicam a perceção de qualidade de vida dos filhos. O
género e idade dos pais surgem, também, como variáveis que se refletem nos estilos parentais,
evidenciando-se diferenças ao nível das mães e pais e das suas idades, ao nível do seu perfil
parental e perceção de qualidade de vida dos filhos.
Palavras-chave: parentalidade, bem-estar, dinâmica familiar, ajustamento
192
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
A existência de afetos positivos tem sido considerada como uma das componentes essenciais da
qualidade de vida (Irigaray & Trentini, 2009) e das necessidades interpessoais das pessoas idosas
(Lopez, 2012). Dentro destes afetos, os sentimentos e relações amorosas e a expressão de
sentimentos sexuais são promotores de uma boa autoestima e autoimagem (Daniel, Antunes, &
Amaral, 2015), e uma forma de prevenir a solidão emocional (Lopez, 2012). Apresentam-se os
resultados de um estudo qualitativo realizado em 2016 com 24 idosos da Região de Lisboa, sobre as
suas representações e práticas relativas às relações amorosas e vivência da sexualidade. Embora o
envolvimento em relacionamentos amorosas e práticas sexuais não sejam uma condição necessária
para a qualidade de vida das pessoas idosas, nomeadamente daquelas que já não têm parceira/o, as
conclusões do estudo apontam para uma valorização da vida amorosa e sexual das pessoas idosas
pelos próprios idosos, e uma diversidade de situações na vivência e na expressão de sentimentos
amorosos e sexuais. É, pois, importante que as instituições e profissionais que trabalham nas
diversas respostas sociais e na promoção de atividades culturais dirigidas a pessoas idosas, integrem
esta dimensão nas suas práticas e normativas, defendendo o direito à intimidade destas pessoas e
atuando de forma adequada face às expressões da sua afetividade e da sexualidade.
Palavras-chave: sexualidade, envelhecimento, qualidade de vida, afetividade
Atualmente, mais de 3 mil milhões de pessoas têm acesso à internet, e este número tem vindo a
aumentar. A internet permitiu rapidamente atravessar fronteiras e barreiras linguísticas, políticas e
socioculturais, em direções mais surpreendentes do que o esperado, e a procura por informação,
sobretudo em saúde, é a ocupação mais comum na internet. Esta procura pode ter simultaneamente
benefícios e consequências dependendo do uso efetuado, contudo, é inegável que a adaptação das
novas tecnologias de telecomunicação à melhoria de processos de prestação/gestão de cuidados de
saúde começou então a ser cada vez mais importante nesta era digital. O presente trabalho pretende
então abordar o conceito de e-Health e os seus objetivos. Procura também apresentar exemplos de
programas online de promoção de competências pessoais, emocionais e de suporte social em
crianças/jovens com doença crónica, bem como de intervenções comportamentais em adultos,
focando a melhoria dos hábitos e estilos de vida saudáveis (especificamente no comportamento
alimentar). Por fim, serão salientadas as principais características de intervenções empiricamente
validadas consideradas como eficazes, e que podem ser orientadoras para a estruturação e
implementação de futuras intervenções.
Palavras-chave: e-health, novas tecnologias, cuidados de saúde, competências
193
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Espera-se que este simpósio constitua um espaço de reflexão sobre a importância de, em Psicologia,
adotarmos uma abordagem que integre forças e recursos com riscos e fraquezas, de modo a
compreender-se a complexidade das experiências humanas de uma forma mais equilibrada. Nas
últimas décadas, parece ter-se vindo a reunir consenso sobre a necessidade de ir além da
identificação e tratamento de sintomas, integrando forças e recursos com riscos e fraquezas,
afastando-nos de uma abordagem tradicional essencialmente focada no défice. Pretende-se que este
simpósio constitua um espaço de reflexão sobre esta perspetiva atual e sobre os desafios e
potencialidades que ela nos oferece. No presente simpósio propomo-nos refletir sobre esta
abordagem, começando-se por desafiar os serviços de cuidados de saúde a assumirem um papel
ativo na construção de recursos no domínio da literacia em saúde entre a população com doença,
com a comunicação apresentada por Vânia Carneiro, e por questionar, com a comunicação de
Isabel Silva e Glória Jólluskin, se não constituirá a população com formação ao nível do ensino
superior um grupo de risco, ainda que tradicionalmente considerado como forte pelas suas
qualificações académicas, e, consequentemente, abandonado pelos programas de promoção da
saúde. Dentro do espírito desta abordagem, não poderíamos deixar de nos debruçar sobre a
associação entre bem-estar e psicopatologia, com a comunicação de Isabel Silva e Carla Fonte, que
ilustra a importância de uma abordagem equilibrada, e sobre os recursos de desenvolvimento
importantes para a promoção da saúde e bem-estar da população, com a comunicação apresentada
por Ana Soares. Finalmente, e não menos relevante, sublinha-se, a relevância de, apesar de um
assumirmos um novo foco, continuarmos a prestar atenção a fraquezas e medos, com a
comunicação apresentada por Marlene Ferreira e Zélia Teixeira.
A literatura revela que indivíduos que sofrem de alguma doença apresentam valores mais baixos de
literacia em saúde, comparativamente àqueles sem um diagnóstico médico. Seria expectável que,
quando acompanhados a longo prazo pelo sistema de cuidados de saúde, beneficiassem de um
eventual efeito promotor da literacia em saúde resultante desse envolvimento. O presente estudo
transversal visa comparar pessoas com e sem diagnóstico médico de doença quanto à literacia em
saúde. Foram estudados dois grupos: Grupo 1 - “se doen ” onstitu do or 5 rti ipantes,
com idades entre os 18 e os 71 anos (M = 33,36; DP = 13,08), tendo a maioria o Ensino Superior
(64,7%). Grupo 2 - “ o doen ” o osto or 5 rti i ntes o id des entre os e os
anos (M = 42,70; DP = 17,55), tendo a maioria o Ensino Superior (61,5%). Administrou-se um
questionário sociodemográfico e clínico e a Escala de Literacia em Saúde (ELS). Não existem
diferenças estatisticamente significativas entre os dois grupos ao nível da literacia em saúde, que se
revela frágil, em particular no domínio crítico. No grupo 2, quando controlada a idade e a
escolaridade, não existe uma correlação estatisticamente significativa entre a duração da doença e o
nível de literacia em saúde total. Os resultados parecem reforçar a ideia de que não existe, ao nível
da literacia em saúde, um efeito protetor do contacto com os serviços de saúde.
Palavras-chave: literacia, saúde, doença crónica
194
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
O atual Plano Nacional de Saúde propõe-se reforçar o poder e responsabilidade dos cidadãos na
melhoria da saúde individual e coletiva, numa dinâmica que integre a literacia em saúde, numa
cultura de empoderamento e participação ativa. Portugal apresenta níveis de literacia em saúde
problemáticos elevados, sendo que se tem vindo a subestimar as necessidades neste domínio entre
aqueles que apresentam elevadas habilitações académicas. O objetivo do presente estudo transversal
foi analisar o nível de literacia em saúde apresentado por pessoas com habilitações académicas ao
nível do ensino superior. 202 participantes responderam à Escala de Literacia em Saúde e a um
questionário de caracterização sociodemográfica. De forma global (M = 58,94; DP = 9,35) e no
domínio funcional (M = 67,46; DP = 11,27), a literacia em saúde mostrou-se mediana, sendo que no
domínio comunicacional se revelou razoável (M = 76,73; DP = 15,11). Porém, no domínio crítico
revelou-se claramente pobre (M = 33,21; DP = 6,98). Indivíduos com elevadas habilitações
académicas percebem-se como pouco competentes para usar de forma crítica informação sobre
saúde, incluindo avaliar a qualidade/confiabilidade da informação, ser proactivo em saúde, tomar
decisões em saúde, incorporar essas informações no seu estilo de vida e ter conhecimento sobre o
funcionamento dos cuidados, o que sublinha a necessidade de programas de promoção da literacia
em saúde prestarem também atenção a este grupo de cidadãos.
Palavras-chave: literacia, saúde, escolaridade
Verifica-se um crescente interesse na comunidade científica pelo estudo dos aspetos positivos do
funcionamento psicológico, especialmente no bem-estar e seu possível papel preventivo para
problemas emocionais. O presente estudo teve como objetivo analisar a associação entre bem-estar
e psicopatologia em adultos. Participaram no estudo 1256 participantes, 67,1% do sexo masculino,
com idade entre 18 e 94 anos (M = 32,82; DP = 17,13), responderam ao Mental Health Continuum-
Short e à Depression Anxiety and Stress Scales. O bem-estar subjetivo, emocional e social estão
negativamente correlacionados com depressão, ansiedade e stress. Os homens relatam níveis mais
elevados de bem-estar emocional e social e as mulheres experimentam mais ansiedade e stress.
Estes resultados têm implicações importantes para a política e os cuidados de saúde mental, já que,
na atualidade, os cuidados de saúde mental se concentram principalmente no diagnóstico e
tratamento de psicopatologia. No entanto, a saúde mental e a doença mental são dois indicadores
distintos de saúde mental, ainda que associados entre si, e ambos devem ser abordados nos
programas de prevenção e de tratamento de psicopatologia. Concentrar os esforços de saúde pública
unicamente em doenças mentais não resultará em uma população mentalmente saudável.
Palavras-chave: bem-estar, depressão, ansiedade, stress
195
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
O parto representa um dos eventos mais marcantes da vida do ser humano. Contudo, a sua
antecipação, realizada cada vez mais precocemente, ativa componentes ansiosas capazes de
influenciar o comportamento do indivíduo. Com vista à adaptação e validação de um instrumento
capaz de mensurar o medo do parto antes da gravidez - Childbirth Fear Prior to Pregnancy
(CFPP)-, recorreu-se a uma amostra de conveniência constituída por 327 estudantes universitários
(264 do sexo feminino e 63 do sexo masculino), com idades compreendidas entre os 18 e os 35 anos
(M = 24; DP = 3,46), respeitando os critérios de inclusão (ser estudante universitário e maior de
idade) e exclusão (ter filhos). Para a recolha de dados foi administrado um questionário
sociodemográfico, a Escala do Medo do Parto antes da Gravidez (EMPAG) e a Escala de
Ansiedade, Depressão e Stress de 21 itens (EADS – 21). A escala foi traduzida e adaptada
recorrendo ao método de tradução – retroversão, e submetida posteriormente a avaliação pelo
público-alvo. Verifica-se u o onsist n i intern (α 0 unidi ension id de d es
bem como a sua estabilidade temporal. Mediante a análise fatorial foram extraídos 3 fatores, que
explicam 70% da variância total. Não existe correlação entre a EMPAG e a EADS – 21. A EMPAG
é assim constituída por 10 itens e explicada por 3 fatores, à semelhança do instrumento original. A
versão traduzida e adaptada apresenta boas qualidades psicométricas.
Palavras-chave: medo, parto, escala, avaliação
196
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Este simpósio visa apresentar desenvolvimentos recentes sobre a influência de diversos fatores
relacionais (vinculação, suporte social informal e formal, recursos familiares) na adaptação à dor
crónica e doença oncológica, em diversas fases do ciclo de vida. A qualidade das relações que
estabelecemos com outros influenciam o processo de adaptação à doença (Martire & Franks, 2014).
A inovação no desenvolvimento de programas de promoção na adaptação à doença passa, em parte,
pela consideração de tais contextos relacionais. Este simpósio contribuirá para promover o debate
sobre o futuro das intervenções nesta área. O simpósio integrará quatro comunicações. As duas
primeiras estarão focadas no papel do suporte social em contextos de dor crónica. Assente na
metodologia da scoping review, a comunicação 1 apresentará as grandes tendências e lacunas na
investigação atual (entre 2000 e 2015) sobre o papel do suporte social informal nas experiências de
dor crónica em adultos, identificando grandes linhas orientadoras para a investigação futura.
Ilustrando perspetivas inovadoras no estudo do suporte social e dor, a comunicação 2 apresentará
um estudo prospetivo investigando os efeitos de duas funções do suporte social formal na
incapacidade associada à dor crónica em idosos: a promoção de autonomia vs. dependência
funcional. As duas últimas comunicações centrar-se-ão sobre o papel de fatores relacionais na
adaptação à doença oncológica. A comunicação 3 apresentará evidências sobre a influência de
estilos de vinculação em processos de regulação emocional e na qualidade de vida de mulheres com
cancro da mama. A comunicação 4 apresentará os principais resultados de um conjunto de estudos
que salientam a importância dos recursos familiares na adaptação familiar e individual de pais de
crianças e adolescentes com cancro. O simpósio terminará com um debate sobre inovação na
integração de dimensões relacionais na investigação e intervenção para promoção da adaptação à
doença crónica.
Sónia Bernardes ([email protected])1, Paula Forgeron2, Karine Fournier3, & Jessica Reszel2
1
CIS-IUL - Centro de Investigação e Intervenção Social, ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, Lisboa, Portugal; 2Faculty of
Health Sciences, School of Nursing, Ottawa University, Ottawa, Canada; 3Health Sciences Library, Ottawa University, Ottawa,
Canada
Adultos com dores crónicas salientam o suporte social (SS) como um recurso vital. A investigação
sobre SS e dor tem-se focado ou sobre SS geral ou sobre um tipo de SS específico de contextos de
dor — a solicitude — resultando numa visão pouco aprofundada sobre o papel do SS nas
experiências de dor. Tendo por base modelos teóricos sobre SS, esta revisão de literatura visou
compreender: (a) como o SS específico de contextos de dor tem sido conceptualizado e
operacionalizado; e (b) como a sua relação com as experiências de dor crónica tem sido investigada.
Seguiram-se as diretrizes para scoping reviews de rksey e ’ ey es uis r -se artigos na
PsycINFO, CINAHL, MEDLINE, EMBASE sobre SS e dor (2000-2015). Foi realizado o screening
de 3864 resumos e analisada a elegibilidade de 101 artigos, resultando na inclusão de 53. A maioria
dos estudos é a-teórica ou baseada no modelo de condicionamento operante. Existem diversos
instrumentos de autorrelato e sistemas de observação do SS na dor. Contudo, o Multidimensional
Pain Inventory é o mais frequentemente utilizado, explicando a primazia do conceito de solicitude
na literatura. A maioria dos estudos investigou os efeitos principais do SS na dor (79,25%), sendo
que apenas uma minoria analisou o papel mediador ou moderador do SS no processo de stresse e
197
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
coping. Partindo dos modelos teóricos sobre SS são discutidas as principais lacunas na literatura e
identificadas linhas de investigação futura.
Palavras-chave: suporte social, dor crónica, scoping review
198
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Carla Crespo ([email protected])1, Ágata Salvador1, Mariana Fernandes1, Susana Santos2, & Teresa
Mendes2
1
FPUL - Faculdade de Psicologia, Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal; 2CINNEIC - Centro de Investigação do Núcleo de
Estudos e Intervenção Cognitivo-Comportamental, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal
O cancro pediátrico é uma das experiências não-normativas mais adversas que as famílias podem
enfrentar. A literatura tem salientado o impacto negativo da doença na adaptação psicológica das
crianças e adolescentes e dos seus familiares. Progressivamente, tem também crescido o interesse
pela identificação de recursos familiares que permitam às famílias adaptar-se no contexto desta
adversidade. Com base em três estudos nacionais com famílias de crianças e adolescentes com
cancro entre 2013 e 2017, elegeram-se três recursos familiares chave. A nível microssistémico
apresentam-se os resultados da investigação para a gestão familiar da doença e para os rituais
familiares e a nível mesosistémico, os resultados para os cuidados centrados na família. A gestão
familiar da doença, os rituais familiares e os cuidados centrados na família são constructos
avaliados por medidas validadas com sucesso no contexto português. A investigação mostrou que
estes recursos promovem a adaptação positiva familiar e individual de pais e crianças/adolescentes
com cancro. Destacam-se ainda por serem potencialmente modificáveis e, consequentemente, alvos
ótimos de intervenção. À luz do modelo bio-ecológico, propõem-se estratégias de aplicação dos
resultados da investigação em diferentes níveis sistémicos, desde a intervenção clínica com famílias
até ao desenvolvimento de guidelines para a organização dos cuidados de saúde formais no âmbito
do cancro pediátrico.
Palavras-chave: recursos familiares, gestão familiar da doença, rituais familiares, cuidados
centrados na família, cancro pediátrico
199
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
200
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Miguel Barbosa ([email protected])1,2,3, João Moreira3, Edward Tronick4,5, & Marina Fuertes2,6
1
FMUL - Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal; 2FBGPCBF - Fundação Brazelton/Gomes-Pedro Para
as Ciências do Bebé e da Família; 3FPUL - Faculdade de Psicologia, Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal; 4Department of
Psychology, University of Massachusetts Boston, Massachusetts, United States of America; 5Department of Newborn Medicine,
Harvard Medical School, Massachusetts, United States of America; 6Escola Superior de Educação, Instituto Politécnico de Lisboa,
Lisboa, Portugal
Joana Lopes Gonçalves ([email protected])1, Marina Fuertes1, Fernando Santos1, Susana Silva1, Ana Loureiro1, &
Pedro Lopes dos Santos1
1
Faculty of Psychology and Education Sciences, University of Porto, Oporto, Portugal
201
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
1
Apoio à Vida, Lisboa, Portugal
A saúde define-se, hoje, como um estado completo de bem estar físico, mental, social e espiritual.
Um tal definição, saída do Congresso de Alma-Ata de 1978, coloca o acento na natureza positiva da
saúde, equiparada a bem-estar, e em variáveis indicadoras de uma boa vida em geral (e.g.
felicidade, satisfação com a vida e qualidade de vida) (Pais-Ribeiro, 2009; Sarafino e Smith, 2011;
Teixeira, 2007). Tratam-se de recursos para a vida diária que não dependem só das características
individuais de cada pessoa (e.g. sexo, idade, genes), e que comportam a sensação de vitalidade e
energia, funcionalidade e autonomia, possibilidade de conviver com outros, mesmo na presença de
uma doença. Em linha com a investigação das últimas décadas acerca dos determinantes
psicossociais e económicos da saúde e do bem-estar, esta conceção ecológica destes construtos não
isola a pessoa do seu contexto. Entre os seus determinantes contam-se, para além das características
individuais, o estilo de vida, o contexto socioeconómico (e.g. classe social, nível de escolaridade,
rendimento, situação face ao emprego, conciliação trabalho-família, condições laborais, políticas de
saúde pública, etc.), e o meio físico (e.g. condições de habitação). Numa época marcada por fortes
transformações aos mais diversos níveis, a identificação e caracterização dos múltiplos fatores
associados à saúde e ao bem-estar subjetivo nos diferentes contextos de vida, releva para a
discussão de como contribuir em cada um destes contextos para a promoção de uma boa vida. Este
simpósio, na fronteira entre os domínios da psicologia da saúde e saúde ocupacional, visa
identificar e a caracterizar a relação de um conjunto de fatores socioeconómicos e laborais e do
bem-estar (ou ausência de), e discutir as estratégias adequadas à sua promoção no panorama
202
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Raquel Ribeiro ([email protected])1, Lina Coelho1, Catarina Frade1, & Alexandra Ferreira-Valente2
1
CES - Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal; 2WJCR - William James Center for Research, ISPA
- Instituto Universitário, Lisboa, Portugal
Este estudo analisa como as mudanças no estilo de vida devidas a situação de privação económica
estão associadas ao bem-estar psicológico de casais heterossexuais portugueses. A amostra não
probabilística por quotas deste estudo é composta membros de casais heterossexuais portugueses
com filhos e com idades compreendidas entre 30 e 65 anos de idade. Os participantes responderam
a um inquérito por questionário de âmbito nacional entre os anos de 2013 e 2014. Verificou-se uma
associação entre os indicadores de bem-estar psicológico e de qualidade da relação conjugal e o
decréscimo acentuado de rendimento do agregado familiar, endividamento do agregado familiar e
mudanças no estilo de vida deste. O estudo debate a relação entre a privação económica, o
endividamento e as mudanças de estilo de vida das famílias associadas à perda de rendimento e o
bem-estar de membros de casais heterossexuais portugueses. Os resultados informam e alertam os
decisores políticos a necessidade do desenvolvimento de políticas públicas dirigidas à prevenção
dos processos de exclusão social para a promoção do bem-estar e da saúde mental das populações.
Palavras-chave: bem-estar psicológico, pobreza, endividamento, exclusão social
203
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
1
Escola de Psicologia, Universidade do Minho, Braga, Portugal
POSITIVO
Saúl Jesus ([email protected])1, João Nuno Viseu1, Vera Pereira1, & Laura Silva1
1
Departamento de Psicologia e Ciências da Educação, Universidade do Algarve, Faro, Portugal
204
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
1
Escola Superior de Tecnologia e Gestão, IPVC - Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Viana do Castelo, Portugal
Nos últimos anos o stresse no trabalho tem vindo a ter atenção crescente, nomeadamente pela
Agência Europeia de Higiene e Segurança no Trabalho, que lançou as campanhas (apoiada pela
rde dos si o os dos o is de tr o s udá eis e o o re t rios o o “Esti tin t e
costs of work-related accidents and ill- e t : n n ysis o Euro e n d t sour es” so re os
custos do adoecer pelo trabalho (EU-OSHA, 2017). Apesar das consequências negativas do stress
na saúde do trabalhador, o ser humano apresenta capacidade de enfrentar as adversidades,
demonstrando resiliência e motivação (engagement) para com o seu trabalho, bem como coping
adaptativo (Black et al., 2017; Rothman et al., 2011; Villavicencio-Ayub et al., 2014), que parecem
ser comuns a trabalhadores de diferentes países e são fundamentais para profissionais de saúde que
lidam com o sofrimento dos pacientes, para estudantes que enfrentam mudanças na sua vida como a
entrada no ensino superior, ou para quem sofre/recupera de doença mental. Contando com o
contributo de autores provenientes de diferentes instituições e com formação de base nas áreas da
Enfermagem e Psicologia, pretende-se apresentar um conjunto de estudos que investigaram
variáveis relacionadas com o stress no trabalho ou no estudo (ex: fadiga de compaixão, burnout) em
diferentes países e trabalhadores (ex: Portugal, Brasil, Espanha, enfermeiros, profissionais de saúde,
trabalhadores variados), sem esquecer a utilização das novas tecnologias para gestão da doença. O
simpósio organiza-se da seguinte forma: (1) Fadiga de compaixão e engagement em profissionais
de saúde – CHTS; (2) Projeto INT-SO: engagement e burnout em enfermeiros dos Açores, Porto e
Oviedo – ESENF; (3) Burnout e qualidade de vida no trabalho em trabalhadores portugueses e
205
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
brasileiros – FPCEUP; (4) Stress, coping resiliente e suporte social em estudantes do ensino
superior – IPB; (5) Inovação na autogestão: a app weCOPE para o recovery na esquizofrenia – ESS-
P.Porto
Elisabete Borges ([email protected])1, Tércio Maio2, Maria Baldonedo3, Antónia Teixeira4, Margarida Abreu1, &
Cristina Queirós5
1
Escola Superior de Enfermagem do Porto, Porto, Portugal; 2Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel, Açores, Portugal; 3Faculdade
de Psicologia, Universidade de Oviedo, Asturias, Espanha; 4Centro Hospitalar de S. João, Porto, Portugal; 5FPCEUP - Faculdade de
Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade do Porto, Porto, Portugal
Atualmente os enfermeiros enfrentam inúmeras situações laborais complexas que a longo prazo
prejudicam o seu bem-estar psicológico (Adrieanssens et al., 2017; Louch et al., 2017). Contudo, as
exigências do trabalho e implicações na vida dos enfermeiros são semelhantes em diferentes países
(Admi & Yale, 2016; Chang et al., 2007). No âmbito do projeto INT-SO apresentam-se dados
portugueses (continente e Açores) e espanhóis sobre burnout e engagement em enfermeiros. Estudo
quantitativo, transversal e comparativo, no qual se aplicaram um questionário de caracterização
psicossocial, e as versões portuguesas do MBI e da UWES (Maslach & Jackson, 1997; Schaufeli &
Bakker, 2003; Marques-Pinto & Picado, 2011) a 150 Enfermeiros de Portugal Continental, 173 de
Açores e 150 de Oviedo-Espanha. Os dados revelam níveis moderados ou baixos de burnout,
semelhantes entre Portugal e Espanha, e elevados níveis de engagement em todas as amostras. Os
resultados revelam padrões comuns de saúde ocupacional, e apesar das amostras ainda não
apesentarem burnout e terem elevada motivação, alertam para a necessidade de estudar estes
fenómenos pois podem afetar a qualidade dos serviços prestados. Assim, a implementação de
programas de saúde ocupacional é de grande importância no sentido de prevenir o adoecer
psicológico e estimular a motivação no trabalho. Estudos comparativos entre países permitirão
206
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Jorge Sinval ([email protected])1,2, Sonia Pasian2, Cristina Queirós1, & João Marôco3
1
FPCEUP - Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade do Porto, Porto, Portugal; 2Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil; 3ISPA - Instituto Universitário, Lisboa, Portugal
Natália Vara ([email protected])1, Helena Pimentel1, Adília Fernandes1, & Cristina Queirós2
1
Escola Superior de Saúde, Instituto Politécnico de Bragança, Bragança, Portugal; 2FPCEUP - Faculdade de Psicologia e de Ciências
da Educação, Universidade do Porto, Porto, Portugal
A entrada para o ensino superior pode ser uma experiência geradora de stress, dependendo da forma
como o estudante lida com as exigências e do suporte social que possui. Apesar do stresse, a
capacidade de enfrentar situações adversas facilita uma adaptação positiva (Pais-Ribeiro et al.,
2004; Sinclair & Wallston, 2004; Wagnild & Collins, 2009). Pretende-se identificar: os níveis de
stress, coping resiliente e suporte social em estudantes universitários da FPCEUP e do IPB, bem
como suas relações. Estudo quantitativo, descritivo e correlacional, com recurso a questões de
caracterização sociodemográfica, Escala de Stress Percebido (PSS; Trigo et al., 2010), Escala de
Satisfação com o Suporte Social (ESSS; Ferreira et al., 2004) e Escala Breve de Coping Resiliente
(BRCS; Pais-Ribeiro & Morais, 2010), aplicados a 293 estudantes (84% do sexo feminino, 33%
provenientes do meio rural, 55% colocados na sua primeira opção de candidatura, e com uma média
de idade de 21,1 anos). Detetou-se stresse moderado e moderado coping resiliente, bem como
elevada satisfação com o suporte social. A análise de regressão demonstrou que a satisfação com o
suporte social e o coping resiliente são preditores de stress (20% e 16% respetivamente) sendo a
dimensão intimidade a que melhor prediz (22%). Confirma-se que os contextos académicos aliados
a novas exigências podem constituir experiências stressantes, alertando para a necessidade de
promover o coping resiliente e o suporte social como variáveis protetoras da saúde mental e bem-
207
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Existe uma necessidade evidente de expandir o acesso a intervenções terapêuticas eficazes para a
esquizofrenia. Atualmente as aplicações tecnológicas (apps) vieram melhorar a acessibilidade e
qualidade dos cuidados prestados (Ben-Zeev et al., 2014). Este estudo pretende analisar junto de
pessoas com esquizofrenia o impacto da utilização da weCOPE, app para a autogestão da doença na
promoção do recovery. Estudo quantitativo, longitudinal, exploratório, com recurso a um
questionário de caraterização sociodemográfica e à Escala de Avaliação do Recovery, aplicados
antes e depois da utilização da app durante 8 semanas. A amostra de conveniência foi constituída
por 9 indivíduos com esquizofrenia, 78% do sexo masculino, média de idades de 38 anos e tempo
médio de acompanhamento clínico de 10 anos. Através do teste de Wilcoxon identificámos que a
app produziu uma melhoria significativa no recovery ao nível da confiança pessoal e esperança (z =
0,011; p = 0,05), orientação para objetivos e sucesso (z = 0,033; p = 0,05) e não dominação por
sintomas (z = 0,033; p = 0,05). O score total da escala apresentou resultados significativos (z =
0,008; p = 0,05). Os resultados demonstraram que a weCOPE pode contribuir para a melhoria no
recovery, sendo fundamental a personalização da intervenção e articulação com um profissional de
saúde mental. Assim, as apps podem apoiar a gestão autónoma da doença, sendo importante
analisar o impacto na sintomatologia e funcionalidade.
Palavras-chave: aplicação móvel, esquizofrenia, autogestão, recovery
Sabe-se que muitos, se não a maioria dos transtornos psiquiátricos, têm seu início na infância ou
adolescência e apresentar um transtorno mental neste período é um potente fator de risco para uma
série de problemas psiquiátricos no desenvolvimento posterior. Dentre os transtornos mentais mais
prevalentes na infância estão a ansiedade e a depressão. Portanto é importante que se tenham
intervenções precoces para tentar evitar uma progressão dos sintomas. Uma atual possibilidade de
tratamento é a Terapia de Reciclagem Infantil (TRI), um protocolo desenvolvido com o objetivo de
adaptar e inovar no modelo cognitivo da ansiedade e depressão das Terapias Cognitivo-
Comportamentais, destinado à infância e pré-adolescência. Este protocolo visa inovar tanto em
linguagem, utilizando diversas metáforas, quanto em técnicas, adaptadas para a utilização com este
público. Esse simpósio visa apresentar as pesquisas que estão sendo realizadas com esse protocolo
com crianças entre 8 e 12 anos, de ambos os sexos. Além dos resultados, que são considerados
significativos e importantes para a prevenção e promoção do bem-estar e saúde mental. Será
exposto um estudo de caso, demostrando a eficácia do protocolo TRI, utilizado como tratamento
para uma criança, do sexo feminino de 11 anos de idade e que apresentava sintomatologia clínica
depressiva. Além disso, serão apresentados instrumentos utilizados para a realização da avaliação
sintomatológica, do funcionamento da criança e do responsável e do coeficiente intelectual.
208
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Margareth Silva Oliveira([email protected])1, Camila Bosse Paiva1, Carolina Maiato de Lima1 e Marina Heinen1
1
PUCRS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil
Os transtornos mentais mais prevalentes na infância são a ansiedade e a depressão, quando não
tratados, podem ser um fator de risco para o desenvolvimento. Portanto é importante que se tenham
intervenções precoces para tentar evitar uma progressão dos sintomas. A Terapia de Reciclagem
Infantil (TRI) é um protocolo desenvolvido com o objetivo de adaptar e inovar no modelo cognitivo
da ansiedade e depressão, destinado à infância e pré-adolescência. Esta pesquisa buscou avaliar a
validade interna do protocolo de 12 sessões da TRI em reduzir os sintomas de ansiedade e/ou
depressão em crianças de 8 a 12 anos. Este é um estudo descritivo e explicativo com delineamento
de série temporal. Comparar-se-á a sintomatologia das crianças pré e pós intervenção. Para a
i o de ro essos or uti i dos os instru entos i dren’s De ression In entory ( DI e
Screen for Child Anxiety Related Emotional Disorders (SCARED). A maioria das crianças (83%)
saíram de uma faixa clínica para não clínica após a primeira etapa do protocolo, a qual se trabalha
com as emoções. Já ao final da segunda etapa, onde trabalhamos com reestruturação cognitiva,
nenhuma criança se encontrava com medidas consideradas clínicas. Esta pesquisa sugere que a TRl
pode ser um bom recurso terapêutico para auxiliar no tratamento de crianças com ansiedade e
depressão.
Palavras-chave: ansiedade, depressão; Terapia Cognitivo-Comportamental, infância
209
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
1
PUCRS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil
Para avaliação das diferentes dimensões da vida da criança há vários instrumentos disponíveis, os
quais possibilitam uma visão ampla do funcionamento do paciente. O estudo da validade interna do
protocolo Terapia de Reciclagem Infantil (TRI) para tratamento da sintomatologia depressiva e/ou
ansiosa ocorre com crianças e pré-adolescentes. Para a avaliação dos sintomas e abrangência do
funcionamento do participante e cuidador utilizam-se escalas específicas, a fim de ser possível
reaplica-las para obter uma comparação pré e pós intervenção. As escalas utilizadas na pesquisa de
validação do TRI e que também serão apresentadas e discutidas nesse simpósio são: Child Behavior
Checklist (CBCL), i dren’s De ression In entory (CDI), Screen for Child Anxiety Related
Emotional Disorders (SCARED), Escala de inteligência Wechsler abreviada (WASI), Adult Self-
Report (ASR) e Escala de Pensamentos Automáticos para Crianças e Adolescentes (CATS). Esses
instrumentos foram validados e adaptados à população brasileira, sendo, portanto, possibilidades
eficazes de avaliação na infância. O protocolo TRI é de fácil acesso e manuseio, podendo ser
utilizada de modo gratuito, em serviços públicos de saúde, por exemplo. Faz-se necessário e
importante o conhecimento acerca dos materiais citados, a fim de serem utilizados como
ferramentas de acesso e avaliação dos pacientes.
Palavras-chave: infância, psicoterapia, ansiedade, depressão
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
O diagnóstico precoce da infeção VIH tem sido uma prioridade da Direção-Geral da Saúde. Este
estudo avaliou os fatores psicossociais associados à realização do teste ao VIH em adultos, em
Portugal. A amostra foi composta por 582 participantes da população geral (144 homens e 438
mulheres), com uma idade média de 30,66 anos. Os participantes preencheram questionários
relativos a informação demográfica e atividade sexual, risco percebido de infeção VIH,
conhecimentos sobre VIH/Sida, estigma e discriminação, vinculação e tolerância à angústia. Os
resultados revelaram que 58% dos participantes já realizou alguma vez o teste ao VIH. Uma maior
probabilidade de realização do teste mostrou-se associada a maior perceção de risco de infeção VIH
(OR = 1,07, IC 95% [1,03; 1,12]) e mais conhecimento sobre VIH/Sida (OR = 1,33, IC 95% [1,18;
1,50]), bem como a menor ansiedade relacionada com a vinculação (OR = 0,86, IC 95% [0,75;
0,98]) e maior tolerância à angústia (OR = 1,37, IC 95% [1,04; 1,81]). O estigma e discriminação
em relação ao VIH não se revelaram significativos. Os resultados sugerem que os indivíduos com
mais conhecimento e maior perceção de risco de infeção, maior capacidade percebida para suportar
estados emocionais/físicos aversivos, e níveis mais baixos de vinculação ansiosa têm maior
probabilidade de realizar o teste ao VIH. O conhecimento destes fatores pode ter impacto na
investigação futura, bem como nas práticas e políticas de saúde pública.
Palavras-chave: infeção, VIH/SIDA, rastreio, fatores psicossociais, população geral
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Neuza Silva ([email protected])1, Raquel Pires1,2, Eva Diniz3, Marco Pereira1, Sílvia Koller3, & Maria Cristina
Canavarro1
1
CINEICC - Centro de Investigação do Núcleo de Estudos e Intervenção Cognitivo-Comportamental, Universidade de Coimbra,
Coimbra, Portugal; 2Associação para a Investigação e Desenvolvimento da Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, Lisboa,
Portugal; 3Faculdade de Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande Do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil
Cláudia Melo ([email protected])1,2, Maria Moura-Ramos1,3, Maria Cristina Canavarro1, & Teresa
Almeida-Santos3,4
1
CINEICC - Centro de Investigação do Núcleo de Estudos e Intervenção Cognitivo-Comportamental, Universidade de Coimbra,
Coimbra, Portugal; 2Unidade de Intervenção Psicológica, Maternidade Daniel de Matos, Coimbra, Portugal; 3Serviço de Medicina da
Reprodução, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra, Portugal; 4Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra,
Coimbra, Portugal;
A literatura existente identifica alguns fatores preditores da decisão das doentes oncológicas em
relação à preservação da fertilidade (PF). No entanto, falta informação sobre a influência de
variáveis atitudinais e relacionadas com os cuidados de saúde nesta decisão. O objetivo principal do
presente estudo foi avaliar quais os fatores pessoais e relacionados com os cuidados de saúde
associados à decisão das doentes sobre a PF. Entre Maio de 2013 e Dezembro de 2015, foram
recrutadas, para participarem neste estudo transversal, 89 doentes oncológicas em idade reprodutiva
e em tomada de decisão em relação à PF (taxa de resposta de 82%). O protocolo de avaliação inclui
um questionário desenvolvido pelos investigadores para avaliar atitudes para a parentalidade,
informação relacionada com os cuidados de saúde e motivações para a PF, e a Escala de Motivações
para a parentalidade. As doentes sem filhos, que valorizavam mais a tentativa de assegurar a
possibilidade de uma gravidez futura e valorizavam menos o adiamento dos tratamentos
oncológicos para poderem preservar a sua fertilidade, tinham uma maior probabilidade de decidir
prosseguir com a PF. A identificação dos fatores mais relevantes enquanto influenciadores da
decisão das doentes oncológicas em relação à PF pode ser útil para os profissionais de saúde que
apoiam estas doentes para a promoção de uma decisão mais informada e de boa qualidade.
Palavras-chave: preservação da fertilidade, tomada de decisão, oncologia, comunicação em saúde
O presente simpósio tem como objetivos: (1) Promover a reflexão e discussão sobre o fenómeno
psicológico multidimensional, subjacente a dois grandes domínios de investigação, de avaliação e
intervenção, Personalidade e Psicopatologia, no contexto da população geral adulta; (2) Divulgação
dos resultados fundamentais de trabalhos de teses de mestrado e de projetos de investigação, porque
é da maior relevância promover a Saúde Mental e prevenir as Perturbações Mentais. Permanece
vigente na literatura científica a grande importância e ampla interação entre Personalidade e
Psicopatologia. Contudo, determinadas relações específicas, como sejam, os traços, dimensões
psicopatológicas, trauma, resiliência, mantêm-se uma temática vasta, dispersa, mas com interesse
renovado e em expansão. Visa-se divulgar estudos de teses e projetos nesta linha de investigação
temática, através de cinco comunicações: a associação entre traços de personalidade e a vinculação;
a predição da somatização baseando-se na avaliação da personalidade e nos indicadores
sociodemográficos; as relações entre traços do DSM-5 e o trauma complexo; o estudo da resiliência
e a sintomatologia psicopatológica na interação com indicadores sociodemográficos; e, por fim, um
contributo para a análise da relação entre o modelo de personalidade que subjaz ao critério B da
classificação das perturbações da personalidade proposta na secção III do DSM-5 e o Modelo dos
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
O estudo partiu da relação entre psicopatologia e personalidade tendo como objetivo estudar a
relação entre somatização, personalidade e características sociodemográficas. Apresenta-se uma
investigação transversal numa amostra da população geral com 338 sujeitos, com idades entre os 18
e 83 anos de idade (M = 41,07 anos). Utilizaram-se os instrumentos: questionário
sociodemográfico, Inventário de Sintomas Psicopatológicos (BSI), Self-Report Inventory for
Disorders of Extreme Stress (SIDES-SR) e NEO-FFI. Verificou-se que o neuroticismo está
positivamente relacionado com o nível de somatização, e que a extroversão está negativamente
relacionada com o mesmo nível de somatização. Reduzida escolaridade, situação económica
insatisfatória, idade avançada e sexo feminino são preditores de níveis de somatização elevados. A
situação económica, neuroticismo, extroversão e amabilidade explicam 6,5% da somatização
(SIDES-SR) e as variáveis género, idade, escolaridade, situação económica e neuroticismo
explicam 23.9% da somatização (BSI). Confirmou-se a existência de uma relação entre
somatização, personalidade e características sociodemográficas. Os resultados permitem destacar
um perfil de indivíduos que apresentam maior probabilidade de somatização: mulheres, de idade
214
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Sara Lopes Ferreira ([email protected])1, Rute Pires1,2, & Ana Sousa Ferreira1,3
1
FPUL - Faculdade de Psicologia, Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal; 2CICPSI - Research Center for Psychological Science,
3
FPUL - Faculdade de Psicologia, Universidade de Lisboa, Portugal; BRU-IUL - Business Research Unit, ISCTE-IUL –
Instituto Universitário de Lisboa
1
FPUL - Faculdade de Psicologia, Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal
215
PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Joana Henriques-Calado ([email protected])1,3, Bruno Gonçalves2,3, Rute Pires2,3, & Ana Sousa Ferreira2,4
1
Departamento de Psicologia Clínica, FPUL - Faculdade de Psicologia, Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal; 2FPUL –
Faculdade de Psicologia, Universidade de Lisboa, Portugal; 3CICPSI - Research Center for Psychological Science, FPUL - Faculdade
de Psicologia, Universidade de Lisboa, Portugal; 4BRU-IUL - Business Research Unit, ISCTE-IUL – Instituto Universitário de
Lisboa
O Personality Inventory for DSM-5 (PID-5) mede os traços patológicos descritos no modelo de
personalidade que subjaz ao critério B da classificação das perturbações da personalidade proposta
na secção III do DSM-5. É objeto deste estudo a análise das relações entre estes traços patológicos e
o Modelo dos Cinco Fatores da Personalidade. O presente estudo é transversal, com 338
rti i ntes d o u o er o id des ≥ nos (M = 41,07 anos; DP = 13,56; mulheres –
60,90%, homens – 39,10%). Os instrumentos de avaliação: PID-5-BF (Pires et al., 2014) e NEO-
FFI (Lima & Simões, 2000). Foi utilizado um modelo de regressão linear múltipla. Salienta-se que
o neuroti is o (β 0 55 e ertur e eri n i (β -0,12) apresentam-se como preditores do
tra o to i o de eti id de ne ti e i ndo 0 do resu t do e tro ers o (β -0,32),
neuroti is o (β 0 e i id de (β -0,22) apresentam-se como preditores do traço
patológico de desligamento, explicando 37.10% do resultado; neuroticismo (β 0 6 i id de
(β -0 5 e ertur e eri n i (β 0 resent -se como preditores do traço patológico
de psicoticismo, explicando 25,90% do resultado. Os dados seguem as conceptualizações que na
atualidade alargam o campo da psicopatologia, valorizando uma abordagem dimensional e um
modelo empírico baseado na avaliação da personalidade.
Palavras-chave: psicopatologia, personalidade, modelo de personalidade do DSM-5, modelo dos
cinco fatores, saúde mental
por suicídio de membro jovem em Manaus. Acreditamos que as pesquisas contribuem com o aporte
de novos conhecimentos para o avanço científico no campo da Psicologia e das Ciências
Ambientais em sentido amplo, notadamente sobre o cenário amazônico brasileiro.
1
UFAM - Universidade Federal do Amazonas, Manaus, Amazonas, Brasil
Partindo de estudos sobre exclusão social, pobreza e situação de rua, objetivamos mostrar que
mulheres transexuais e travestis são alvos de movimentos excludentes e, além da exclusão, sofrem
com outras formas de separação da sociedade, como a desqualificação social, estigmatização e
estereótipificação, colocando-as em situação de vulnerabilidade. Imersos em uma sociedade binária
e normativa, somente homens e mulheres são reconhecidos como legítimos e, ainda assim, possuem
dificuldades por estarem situados numa estrutura engessante. A população de travestis, além de não
ser priorizada por um sistema binário, também sofre com outros agravantes que a impede de
garantir seus direitos fundamentais. Quanto à população transexual, também sofrem com a exclusão
social, assim como com suas relações, sejam parentais, afetivas ou sexuais ou por serem
desconsideradas como indivíduos. Esta cristalização de identidades colabora para a manutenção da
exclusão social de identidades como a das travestis e mulheres transexuais. Infere-se que além
deste esgotamento do Estado em abarcar questões sociais, também existe uma vontade por trás das
estruturas de poder, que agem para que fatores como a exclusão e normatização passem
despercebidos ou pouco considerados por quem compõe esta estrutura. Este mecanismo nos leva a
pensar sobre mais conceitos semelhantes ao da exclusão social.
Palavras-chave: exclusão social, população transexual, políticas públicas, Amazonas (Brasil)
A violência sexual contra crianças e adolescentes pode ser definida como toda ação cujo agressor
esteja em estágio de desenvolvimento psicossocial mais adiantado que a vítima, onde a criança e o
adolescente são usados pelo agressor a fim de obter satisfação sexual. Dados do Disque Direitos
Humanos, do primeiro semestre de 2015 informam que das denúncias recebidas sobre violência
sexual contra crianças e adolescentes, 45% das vítimas eram do sexo feminino, 39% do sexo
masculino e 16% das denúncias não tiveram o sexo da vítima informado. A concretização ou não
da denúncia permeia conceitos naturalizados na sociedade brasileira diante da complexidade da
violência sexual. Essas concepções cristalizadas ou a falta de orientação da população sobre o
enfrentamento à violência sexual através das políticas públicas é que muitas vezes levam a não
efetivação da denúncia ou sua sub-notificação. O ECA (BRASIL, 1990) preconiza que crianças e
adolescentes vítimas de violência sexual recebam atendimento especializado. Este atendimento
especializado é ofertado nos Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS). O
CREAS é definido como um serviço que atende indivíduos e suas famílias em risco ou violações de
direitos, ofertando atendimento e atuando no enfrentamento à violência sexual contra crianças e
adolescentes visando à proteção e à garantia integral de direitos da população infanto-juvenil.
Palavras-chave: violência sexual, crianças e adolescentes, CREAS, direitos da população infantil,
Amazonas (Brasil)
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Luana Cássia Costa Manso ([email protected])1 & Adriana Rosmaninho Caldeira de Oliveira1
1
UFAM - Universidade Federal do Amazonas, Manaus, Amazonas, Brasil
Nossa sociedade é pautada num projeto sexista e hegemônico, onde todos os indivíduos, sejam
homens ou mulheres, estão submetidos a sofrimentos, decorrentes das relações de poder
hierarquizadas e verticais. No molde social binário, jovens moças na busca pelas construções das
feminilidades engendradas, se encaminham para situações de vulnerabilidades como gravidez na
adolescência, anorexias, necessidades de atender aos padrões estético, muitas vezes inalcançáveis. A
masculinidade construída e idealizada leva nossa sociedade naturalizar situações de risco que jovens
do sexo masculino cotidianamente se colocam, No Brasil a diferença entre homens e mulheres no
mundo do trabalho é gritante. Em 2015 o Brasil passa para a 5º colocação na taxa mundial de 83
países referentes ao feminicídio. E no mundo uma em cada três mulheres sofre violência ao longo
de sua vida. Nos últimos 50 anos a educação dos homens se mantem a mesma. A violência de
gênero é pauta na Política Pública e mesmo assim seu índice ainda é alarmante. A Política Pública
de proteção a violência doméstica e familiar contra a mulher buscar prevenir, a partir de
questionamentos fundamentais do significado ser homem, o significado ser mulher numa sociedade,
e mais que isso, o que significa ser humano no mundo contemporâneo.
Palavras-chave: violência doméstica, políticas públicas, bem estar e qualidade de vida, Amazonas
(Brasil)
A educação profissional no Brasil é uma modalidade de educação que habilita e qualifica as pessoas
para atuação no mercado de trabalho, conceito esse regido pela LDB (9394/96). No cenário
Amazônico a infraestrutura de educação profissional ainda está em processo de consolidação e o
ambiente econômico atual, caracterizado pelo capitalismo neoliberal estabelece as demandas do
mercado de trabalho, dificultando ainda mais esse processo, pois, tais demandas nem sempre
atendem as necessidades de desenvolvimento das capacidades, potencialidades, interesses das
pessoas e características regionais do Amazonas. O objetivo é avaliar o impacto do acesso à
educação profissional sobre a renda e a qualidade de vida do Amazonas considerando os desafios da
equidade social. A pesquisa toma em consideração dados originais de uma amostra de n=1716
participantes de ambos os sexos, com faixa de idade produtiva de plena atuação no mercado de
trabalho que responderam a instrumento próprio para levantamento de variáveis associadas ao tema,
entre os anos de 2012 e 2016. A pesquisa demonstrou que o acesso à educação profissional público
de qualidade exerce impacto importante na promoção do desenvolvimento socioeconômico e
qualidade de vida das populações em geral, analisando em particular o contexto do Estado do
Amazonas.
Palavras-chave: Formação profissional, inclusão social, geração de renda, bem estar e qualidade de
vida, Amazonas (Brasil)
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PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2018, 18 (suplemento)
Tatiane Aguiar Romano ([email protected]) 1, Jemina Ismael da Costa1, & Suely Mascarenhas1
1
UFAM - Universidade Federal do Amazonas, Humaitá, Amazonas, Brasil
Bianka Mélida Bertrand Velásquez1,2, & Denise Machado Duran Gutierrez ([email protected])1,2
1
UFAM - Universidade Federal do Amazonas, Manaus, Amazonas, Brasil; 2INPA – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia,
Manaus, Amazonas, Brasil
A morte por suicídio do jovem é das experiências mais traumáticas e dolorosas que as famílias
podem se deparar na atualidade. O crescimento das taxas de suicídio entre jovens faz do fenômeno
um verdadeiro problema de saúde pública. Para compreender o fenômeno no contexto amazônico se
procurou nesse estudo investigar as vivências socioafetivas de famílias que experimentaram a morte
por suicídio de um membro jovem. Adotou-se uma metodologia qualitativa, colhendo depoimentos
de famílias em que foi utilizada a técnica de entrevista semi-estruturada, roteiro construído a partir
da proposta da Autópsia Psicológica e Psicossocial. Foram entrevistadas três famílias em seu
ambiente de convivência natural. O corpus de análise consistiu dos textos decorrentes da transcrição
literal da gravações em áudio das entrevistas. Este foi submetido à Análise de Conteúdo Clássica a
partir da qual foram gerados os temas centrais dos diversos discursos. Adotou-se como teorias de
fundamentação para discussão a Análise de Redes Sociais e a visão Sistêmica Familiar. Os
resultados apontam para uma série de fatores psicossociais (existência de redes sociais de apoio,
topologia da experiência no espaço, capacidade dos serviços públicos de assistir as famílias, etc.)
que atuam nuançando/co-determinando as vivências das famílias tornando-as mais ou menos
dolorosas e traumáticas.
Palavras-chave: suicídio de jovens, suicídio e relações familiares, juventude, Manaus, Amazonas
(Brasil)
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